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Diretor: Nuno Rosa | Chefe de Redação: Deolinda Castelhano | Coordenação: Teresa Agostinho | Bianual | Maio de 2015 | Ano 10 - Número 23 EXTERNATO COOPERATIVO DA BENEDITA VEM SER AQUILO QUE QUERES SER

EXTERNATO COOPERATIVO DA BENEDITA - regiaodecister.pt · 1º - Memorial do Convento, de José Sa-ramago 2º - As aventuras de João sem medo, de José Gomes Ferreira 3º - Amor de

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Diretor: Nuno Rosa | Chefe de Redação: Deolinda Castelhano | Coordenação: Teresa Agostinho | Bianual | Maio de 2015 | Ano 10 - Número 23

EXTERNATO COOPERATIVO DA BENEDITA

VEM SER AQUILO QUE QUERES SER

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

2 ESCOLA VIVA

Editorial

Diretor do Jornal:Nuno RosaChefe de redação: Deolinda CastelhanoCoordenação:Teresa AgostinhoEquipa de redação:Clara PeraltaIsabel PáscoaSérgio TeixeiraValter BoitaComposição gráfica:Paulo Valentim

SUMÁrioEditorial 2

Top 10 da biblioteca 2

Bom dia 3

Quando a família deixa de o ser 3

Up ECB 3

ECB SUMMER CAMP 3

VIII Cadernos ECB 3

Visita de estudo a Madrid 4

Visita de estudo a Londres 4

Ser médico na Grã-Bretanha 4

"(Des)abrigo-me contigo!" 5

Alunos de Francês em Paris 5

Alunos do ECB na Semana Aberta do Politécnico de Peniche

5

Viver Taizé 5

Lançamento do livro comemorativo dos 50 anos

6

Palavras com histórias 6

Workshop de escrita criativa 6

Do ECB até à Antártida 7

A feira do livro pelo olhar de uma vendedora “amadora”

7

Semana Cultural e XIII Feira do Livro 7

Ex-alunos do ECB pelo mundo 8,9

Exposição das Artes 10

As Artes em Paris 10

Talentos do ECB 10

Ciência e/ou religião no “microscópio” 10

Associação de Estudantes 11

ECB, uma escola inclusiva 11

Projeto de extensão da plataforma continental

11

Eco-Escolas 12

Dias da Informática 12

Vacinar ou não vacinar 12

Sismógrafos 12

OGM: Alimentos do futuro? 12

Ano da Ciência - Alcobaça 2014/2015 13

Robótica 13

Parlamento dos Jovens 13

Entre Livros 14

Sugestões de leitura 15

A minha avó 15

Abriste-me os olhos 15

Oferta educativa 2015/2016 16

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 Benedita

http://[email protected]

toP 10 da BiBliotEcaOs livros mais requisitados na Biblioteca do ECB entre os meses de dezembro de 2014 e abril de 2015:

1º - Memorial do Convento, de José Sa-ramago2º - As aventuras de João sem medo, de José Gomes Ferreira3º - Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco4º - O mundo em que vivi, de Ilse Losa5º - Contos, de Vergílio Ferreira6º - Bichos, de Miguel Torga7º - O diário de um banana, de Jeff Kinney8º - Felizmente há luar!, de Luís de Sttau Monteiro9º - Sexta-Feira ou a Vida Selvagem, de Michel Tournier10º - A montanha mágica, de Thomas Mann

O Externato Cooperativo da Benedita e o Instituto Nossa Senhora da Encarnação estão prestes a encerrar as come-morações dos 50 anos da sua existência. Foram dias marcan-tes que, certamente, não deixaram indiferentes todos aqueles que, de uma forma ou de outra, estiveram ou estão ligados a esta instituição e/ou se interessam pelo seu passado, presen-te e futuro.

Agora que nos sentimos fortalecidos por um passado que nos orgulha, pelo reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido ao longo destes anos, manifestado pela comuni-dade envolvente, pelos nossos convidados e pelos represen-tantes das autoridades que nos honraram com a sua presença nos diversos momentos destas comemorações, estamos mais preparados para enfrentar os desafios do futuro que se apro-xima a passos largos.

Estamos já há algum tempo a preparar o próximo ano leti-vo. Tal como noutras atividades que decorrem época a ápoca, também começamos com alguma antecedência a preparar a época seguinte. Trata-se de uma fase caracterizada por um misto de nostalgia do passado, de concentração no presen-te e de esperança no futuro. Neste momento, estamos todos focados na fase final das avaliações internas e nos exames que se seguem. Logo depois, teremos de nos despedir de um conjunto de alunos, e até de colaboradores, que nos últimos anos vestiram esta camisola e que deram tudo o que podiam por ela. Entretanto, estamos já a pensar nos novos alunos que se vêm juntar à nossa equipa e que serão o futuro próximo desta casa.

Para eles, procuramos as melhores ofertas educativas que estão ao nosso alcance e que, simultaneamente, correspon-dam às suas expectativas e às da comunidade que nos rodeia.

Para todos, continuamos, no próximo ano letivo, a procu-rar melhorar de forma contínua a qualidade dos serviços que prestamos. A nossa missão principal é a de educar os nossos alunos para os desafios do futuro, tentando potenciar o melhor de cada um. Queremos ser uma escola que se preocupa em ensinar, mas também em fazer aprender. Queremos ter bons resultados, mas não esquecemos os alunos com mais dificul-dades, não só de aprendizagem, como também de integração na comunidade escolar. Somos e queremos continuar a ser uma escola inclusiva e dinâmica. Uma escola de projetos, que proporciona a todos um conjunto de atividades de cariz solidá-rio, cultural, artístico e desportivo, que incentive o despertar de sensibilidades e vocações e vá ao encontro das expetativas dos jovens na construção do seu projeto de vida.

Consideramos que a Educação dos jovens é uma respon-sabilidade partilhada entre a escola, a família e a comunidade, por isso desenvolvemos os esforços possíveis para envolver os pais e encarregados de educação na vida da escola e dos seus educandos. Temos, ainda, estabelecido diversos proto-colos de cooperação com instituições locais, nacionais e in-ternacionais que, do nosso ponto de vista, nos têm ajudado a melhorar a qualidade do serviço educativo.

São estas as principais linhas que nos orientam e com as quais procuramos atingir o nosso ideal de conseguir o sucesso escolar para todos. Trata-se de um objetivo ambicioso, mesmo reconhecendo que o sucesso é sempre relativo. No entanto, são estes objetivos que nos obrigam a um esforço, na procura das melhores e mais inovadoras soluções para os problemas que vão surgindo no dia-a-dia da nossa escola.

Ao longo das páginas deste jornal encontrará alguns teste-munhos de ex-alunos do ECB que são hoje casos de sucesso nas suas áreas profissionais. São, mais uma vez, exemplos do passado que nos motivam e nos fazem ter esperança no futuro da nossa escola e dos nossos jovens.

O sucesso dos nossos alunos é o sucesso da nossa escola.

Nuno Rosa, Diretor Pedagógico

EXTERNATO COOPERATIVO DA BENEDITA

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ANO 10 - Nº 23 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 3

Era assim que eramos cum-primentados, no meu tempo de aluna do ECB, pelo Diretor Pedagógico na altura, Dr. Sa-pinho, de quem guardo muita saudade. O seu ar austero es-

condia uma profunda preocu-pação para com o sucesso edu-cativo e pessoal dos alunos, com quem gostava de conver-sar, parando aqui e acolá nos corredores para se assegurar de que estava tudo bem.

Sou professora, de Inglês do 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário, na Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. Presen-temente não estou a lecionar, uma vez que desempenho o

cargo de vice-presidente do conselho executivo.

Ter passado pelo ECB foi deveras marcante para mim. Foi a escola que me abriu as portas àquilo que sou hoje, não só pela preparação académi-ca que me proporcionou como também, e essencialmente, pela forma como me ensinou a pensar por mim própria e a fazer as minhas próprias esco-lhas. Recordo, com saudade, alguns episódios que vivi e al-guns (bastantes) professores

de quem tive o privilégio de ser aluna. Mais do que conteúdos, transmitiram princípios de cida-dania, espicaçaram curiosida-des insuspeitas, alimentaram sonhos e, com a sua experi-ência e dedicação, mostraram caminhos. Como docente e membro de uma comunidade educativa, procuro, hoje, seguir o seu bom exemplo.

Recordo também os meus colegas, parceiros de aven-turas infindáveis e com quem partilhei horas de trabalho ár-

duo para agradar a quem sabí-amos que se dedicava a nós. Trabalhávamos com gosto por-que entendíamos o poder do conhecimento e as portas que nos podia abrir. Sabíamos que, sem esforço e dedicação, nada se consegue.

Muitos parabéns ao ECB pelos 50 anos de existência e votos de muita coragem para que continuem a alimentar os sonhos das futuras gerações.

Verónica Silva, nos Açores

O divórcio tem sido referido por inúme-ros autores como um evento stressante para as famílias, nomeadamente porque implica uma série de mudanças e ajustamentos na vida dos pais e das crianças.

Uma separação é sempre dolorosa para a criança, seja em que idade for. Desde o nascimento, a criança vai crescendo tendo como pilar a família enquanto estrutura de afeto, de cuidados e de comunicação. Idea-liza o seu futuro e constrói sonhos baseados na experiência que tem, dentro da família.

Quando ocorre a separação dos pais, re-pentinamente a criança vê ruir toda a esta-bilidade existente até aí. O sentimento des-crito por muitas é o de ficarem perdidas, à deriva ou num “vazio”. Tudo o que a família era, deixou de ser; as rotinas deixaram de existir e o pilar deixou de ser tão estável, a dois.

No entanto, uma criança marcada por uma separação não tem necessariamente que estar condenada a viver a dor ao lon-go de toda a sua existência. Mais tarde ou mais cedo, recupera, porque tem em si a capacidade de se adaptar e porque os pais têm também capacidade para continuarem a amar e a cuidar da criança como até aí.

Isto, se ambos conseguirem separar a sua relação enquanto (ex-)casal do seu pa-pel enquanto pais. É de facto necessário os pais terem o seu tempo para refletirem sobre o que estão a experienciar e qual o melhor modo de agirem, tendo em consi-deração o interesse da criança e o amor que sentem por esse filho. Nesta etapa é importante refletirem sobre o que os fez de-sejar um filho, os momentos partilhados, os

mimos dados e recebidos; é importante, no fundo, deixar o seu egocentrismo e reviver o papel de pai / mãe.

Infelizmente é habitual que o processo de separação, no que toca aos filhos, não decorra com a tranquilidade desejável e as ondas de choque da separação produzem-se de modo contínuo na vida da criança – a dificuldade na gestão das grandes mudan-ças que ocorrem relativamente à casa (casa do pai, casa da mãe, casa dos avós…), às rotinas (horários diferentes relativamente a trabalhos da escola, refeições, higiene, sono, vestuário ….), ao tempo passado com cada elemento da família, a inclusão de ou-tros elementos em famílias recompostas, etc. Todos estes aspetos contribuem para a manutenção ou mesmo aumento da instabi-lidade emocional.

Alguns pontos cruciais que os pais de-vem ter em consideração para que a crian-ça atravesse um processo de separação com o mínimo possível de danos:

- explicarem – ambos à criança o que se está a passar, desculpabilizando-a;

- é importante a criança saber como se vai organizar a sua vida;

- a criança deve perceber que pai e mãe existem para lá da separação e cada um continuará a fazer o seu papel;

- acima de tudo, e particularmente em casos de conflito, nenhum dos pais deve atentar contra a dignidade do outro e ne-nhum dos pais deve atrair a criança e sedu-zi-la com presentes ou promessas, utilizá-la como confidente ou pedir-lhe que tome par-tido por um deles.

A experiência de separação vivenciada pela criança fará parte do seu ser, da sua história, mas, dependendo da forma como os pais geriram a situação e as emoções, terá repercussões catastróficas ou, pelo contrário, não abalará significativamente o seu desenvolvimento emocional e a criança seguirá pela vida, segura, estável e capaz de estabelecer ela própria relações saudá-veis.

Margarida Ferreira, Psicóloga

Quando a família deixa de o ser

Ex-aluna do ECB

Bom dia

Nos dias 8, 9 e 10 de maio, realizou-se a 2ª edição do Projeto Up ECB, organizado pelo Grupo de Educação Física do ECB, com a participação de várias institui-ções, clubes e entidades da re-gião que, através desta iniciativa, puderam promover o seu traba-lho. A comunidade respondeu ao apelo e participou nas diversas atividades desportivas, culturais

e sociais. No dia 8 decorreram as palestras inaugurais, na área da saúde, com a coadjuvância da Unidade de Saúde Familiar da Be-nedita. Estiveram também presen-tes a Universidade Sénior com as suas deliciosas filhoses e o café d´avó e o Sorriso Amigo com as bifanas e outras iguarias, enquan-to no jardim do ECB se assistia a música ao vivo e os mais novos se puderam divertir com insufláveis, touro mecânico, entre outros. As atividades estenderam-se ainda ao Pavilhão do ECB e Campo de Jogos do ABCD.

Professora Estela Santana

UP EcB

EcB SUMMEr caMPFérias para os mais novos. Inscrições abertas até 5 de junho.

VIII CadERnoS ECBEm junho, encerramento das atividades comemorativas do 50º

aniversário do INSE-ECB, com o lançamento da 8ª edição da revista científico-pedagógica, Cadernos do ECB.

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

4 ESCOLA VIVA

ViSita dE EStUdo a Madrid

Entre os dias 5 e 8 de mar-ço, decorreu a Visita a Madrid dos alunos de Espanhol do 9º, 10º e 11º anos.

Às 23h30 do dia 5 de março, 49 alunos do ECB, acompanha-dos pelas professoras Ana Pau-la Matias, Isabel Neto, Maria do Céu Gomes, Telma Carvalho e Neusa Almeida (representante da agênca de viagens), parti-ram rumo à capital espanhola. O entusiasmo dos jovens era de tal modo grande, que o sono

demorou a aparecer.A chegada a Madrid aconte-

ceu por volta da 9h00. Depois do check-in no hostel The Hat, o grupo rumou à descoberta da cidade. A primeira paragem foi na Plaza Mayor; seguindo-se a Puerta del Sol, e a Plaza de España com o emblemático edifício Metrópolis e a Fuente de Cibeles. A caminhar a bom ritmo, chegaram à Estación de Atocha, local do fatídico aten-tado de 11 de março de 2004, onde almoçaram. De tarde, vi-sitaram o Museo Reina Sofía, onde puderam apreciar obras de arte de Juan Miró, Salvador Dali e Pablo Picasso, sendo o quadro Guernica o mais admi-rado por todos. Já muito can-sados, lancharam no Parque

del Retiro e rumaram ao hostel. Depois do jantar, alguns alunos mais resistentes e as profes-soras passearam pela Plaza Mayor.

No segundo dia de viagem, aconteceu o momento mais

emocionante para a grande maioria dos alunos (e também das professoras): a visita ao Estadio Santiago Barnabéu. Ai, visitaram o museu e tiveram o privilégio de fazer o mesmo percurso que os jogadores, do

balneário ao relvado, e de se sentarem nas cadeiras. Antes da maravilhosa visita ao Pala-cio Real, ainda houve tempo para uma breve ida ao Mercado de San Miguel. A Catredal de Almudena deslumbrou o grupo, seguindo-se-lhe uma viagem de metro até ao Museo del Pra-do, que só alguns tiveram for-ças para visitar. O dia terminou no Hard Rock Madrid, onde se comeu uma bela refeição.

O grupo chegou à Benedita às 4h30 do dia 8 de maio, ex-tremanente cansado, mas mui-to mais rico em conhecimentos e experiências, com vontade de regressar a Madrid e de organi-zar a visita para o próximo ano letivo.

Professoras de Espanhol

Alguns Alunos do 10º ano do Externato Cooperativo da Bene-dita, inseridos num novo projeto denominado “Conhecer a Euro-pa”, realizaram entre os dias 8 e 12 de abril de 2015 uma visita à cidade de Londres.

Incentivando os alunos na construção do seu próprio co-nhecimento, fazendo da procura da verdade um estilo de vida e incitando à criação de um espí-rito de humanidade, solidarieda-de, justiça e responsabilidade, esta visita tinha o intuito de pro-mover uma verdadeira educa-ção para a cidadania e para a Europa.

Nestes 5 dias, os 28 alunos e

os 3 professores tiveram oportu-nidade de visitar os locais mais emblemáticos, de assistir ao render da Guarda, no Palácio de Buckingham, e passear por parques e ruas de renome.

O entusiasmo mostrado pe-los alunos é um sinal claro de que a atividade foi um suces-so. Para a aluna Filipa Inácio, do 10º A, “A viagem a Londres foi fantástica por várias razões. Primeiro, como tudo estava pré-organizado, tínhamos o tempo bem dividido e os locais que visitámos já escolhidos, o que possibilitou a visita de muitos. Segundo, Londres é Londres! e esta viagem serviu para provar

que é das (se não a) cidades mais bonitas. Diverti-me imenso e só tenho a agradecer à escola, aos professores e aos colegas pela experiência.”

A opinião de Madalena Va-lentim, do 10º A, também é bas-tante esclarecedora: “Eu adorei ir a Londres! Tudo aquilo que visitámos e vimos foi fantásti-co... Posso dizer que foi uma experiência gratificante. E, defi-nitivamente, a famosa frase do Underground, “Please mind the gap between the train and the platform,” vai ficar marcada!”

Professor José Vinagre

PRojEto ConhECER a EuRoPa

Visita a londresEx-aluno do ECB

SER MÉdICo na GRÃ-BREtanha

Sou natural da Fre-guesia de Benedita, onde vivi até aos 18 anos. Após concluir o Ensino Secundário no ECB, estudei Medici-na em St. Andrews, na Escócia, e completei a licenciatura em Man-chester, em Inglaterra. Estagiei no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, e estudei o meu último

semestre de faculdade na Universidade Autónoma de Madrid, ao abrigo do programa Erasmus. Subsequen-temente concluí o internato médico geral em Londres, onde trabalhei em várias especialidades médicas e ci-rúrgicas, incluindo medicina familiar e cuidados palia-tivos. Atualmente trabalho e vivo no norte de Londres, onde sou médico especialista de Radiologia Clínica.

É com particular gosto que relembro os tempos em que fiz parte do grupo de teatro Os Gambuzinos e da comissão organizadora do Baile de Gala. E, claro, não me poderia esquecer dos célebres Rally Papers e da viagem de finalistas. Tenho saudades do ambiente amigável e caloroso do ECB e dos intervalos de sol bem passados no Pátio das Galinhas.

Destaco a qualidade do ensino do ECB como fator de extrema importância de preparação para o futuro. O corpo docente, sempre atencioso e prestável, foi um dos grandes apoios de que beneficiei, especialmente enquanto candidato a estudante em universidades es-trangeiras. Fiz amizades e contactos que ainda hoje me acompanham, pelos quais estou imensamente gra-to e que, certamente, ficarão para a vida.

Vítor Hugo Lopes, em Londres

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ANO 10 - Nº 23 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 5

No dia 14 de fevereiro, cinquenta e dois alunos e ex-alunos do ECB embarcaram em mais uma viagem à Comunidade Ecuménica de Taizé, em França, juntamente com o pro-fessor Sérgio Costa e as professoras Isabel Rosa e Inês Madaleno e a Irmã Teresa Costa.

Era um destino e uma experiência total-mente nova para muitos de nós e para três dos quatro adultos que nos acompanhavam. Uns não sabiam o que esperar, outros, ape-

sar de já lá terem estado, sabiam que es-tavam a caminho de algo sempre diferente, pelos mais diversos motivos. Cada um de nós teve também a possibilidade de estar um pouco consigo mesmo.

Revelou-se uma semana intensa, que cada um viveu à sua maneira, num ambiente de reflexão e oração, bem como refeições, jogos e passeios comuns.

Regressámos a 22 de fevereiro, com uma enorme vontade de voltar àquela comunidade tão simples que nos proporcionou momentos tão especiais e enriquecedores. Como afir-mava S. João Paulo II: “Passa-se por Taizé como se passa perto de uma fonte, o viajante para, mata a sede e prossegue o seu cami-nho”. De facto, Taizé é, na vida de quem por lá passa, como uma fonte de água fresca!

Alunos do 11ºB

O V Encontro Nacional dos alunos do Ensino Secundário de Educação Moral e Religiosa Católica decorreu em Leiria nos dias 10 e 11 de abril, subordinado ao tema “(Des)Abrigo-me Contigo”. Foi uma “experiência radical para a qual os alunos do ensino secundário estão mui-to abertos”, porque lhes permitiu conhe-cer e experienciar realidades que estão longe do seu dia-a-dia.

O ECB esteve representado por 13 alunos num encontro que agregou 1300 alunos oriundos de 16 dioceses e que

ficou marcado pela experiência da rea-lidade do que é ser refugiado num con-texto adverso, através da simulação da entrada num campo de refugiados.

À saída do autocarro não houve tempo para esticar as pernas nem para perceber onde tínhamos acabado de chegar. “Terroristas souberam que um grupo de alunos e professores estava a chegar ao campo de refugiados.” Só ti-vemos tempo para nos proteger uns aos outros!

Depois, foi correr e passar por bai-

xo de um camuflado, lutando contra uma mistura de pó e fumo, enquanto se ouviam “bombas” a deflagrar a toda a volta. Ainda sem tempo para respi-rar, “soldados” gritam: “Homens para a esquerda, mulheres para a direita, em fila.” Todos passaram pela revista, bra-ços abertos, militares a sério, armas ao ombro. Seguiu-se o registo, um carimbo e uma pulseira e só então pudemos en-trar neste “campo de refugiados”. Logo a seguir, o cenário mudou radicalmen-te. O espaço destinado aos exercícios dos soldados estava ocupado por pon-tos de diversão sem fim, matraquilhos humanos, jogo da corda, balizas, uma série de insufláveis, onde se podia lutar dentro de um fato gigante ou saltar, um touro mecânico e muito mais.

A noite de 6ª feira foi longa. Até à 1h da manhã, houve muita música, in-cluindo a atuação de dois alunos que passaram por programas televisivos de descoberta de novos talentos e uma visita da banda Kiss Kiss Bang Bang. Posteriormente, uma professora de zumba pôs todos – alunos, professores e freiras – a dançar. Depois de horas de

grande alegria, a noite terminou com a criação de um “logo Humano” com a pa-lavra Paz e o lançamento das luzes da vida sob a forma de balões iluminados, num momento de profundo silêncio, em homenagem aos milhões de refugiados e aos cristãos perseguidos e mortos em nome da sua fé. A noite terminou com recolher obrigatório (“devem dirigir-se ao local onde pernoitam” e “não podem voltar a sair dos seus refúgios, porque há possibilidade de bombardeamen-tos”).

As refeições foram vividas à manei-ra dos refugiados. Depois do pequeno-almoço de sábado, fizemos uma cami-nhada até ao castelo de Leiria, um novo abrigo, onde ouvimos testemunhos de quem conhece refugiados e assistimos a uma representação teatral, pelo gru-po RefugiActo, formado por refugiados palestinianos e bósnios. Terminámos o sábado com momentos de alegria pura e outros de descoberta e reflexão na Sé de Leiria.

Professores de EMRC

“(dES)aBRIGo-ME ContIGo!” alunoS do SECundáRIo dE EMRC VIVERaM nuM «CaMPo dE REfuGIadoS»

Viver taizé SEMana aBERta

Politécnico de Peniche

No dia 7 de abril, as turmas A e B do 10º partiram em visita de estudo com os professores de FQ e BG, à Escola Superior de Tu-rismo e Tecnologia do Mar – IPL Peniche.

A 1ª atividade em que estivemos envolvidos foi uma pequena palestra intitulada “Energia dos Oceanos”, proferida pelo profes-sor Roberto Gamboa. Na parte da manhã, um grupo embarcou na saída de campo: “Quem vive na zona entre-marés?” e, na parte da tarde, participou numa atividade relacionada com a reprodu-ção dos ouriços do mar, sempre acompanhados por professores da ESTTM. Outro grupo começou por aprender como fazer surimi, concluindo a visita com uma atividade sobre tubarões intitulada “Tubaralhas-me! – Como proteger os Oceanos com pipetas e den-tes”, organizada pelo aluno Luís Alves, que envolveu uma pequena palestra e a observação da dissecação de um Pata roxa.

O terceiro grupo ficou a conhecer, no Laboratório de Aquacultu-ra, alguns projetos de investigação científica em curso no Institu-to, participando, mais tarde, numa atividade denominada “Sabor a partir do nada – o ingrediente invisível”.

Reunidos todos os grupos, assistimos ainda à Palestra “Micro e macroalgas: dificuldades e oportunidades”.

Achámos esta visita de estudo enriquecedora para todos, sen-do, não só uma amostra das nossas possíveis aberturas futuras, uma vez que estamos no curso de Ciências e Tecnologias, como também uma oportunidade de aprender coisas novas sobre assun-tos interessantes. Tivemos, assim, oportunidade de trabalhar com algum material de laboratório mais preciso do que aquele a que já estamos habituados, e de conhecer o ambiente do ensino superior.

Ana Filipa Serrazina, Bruna Mateus e Laura Costa, 10ºA

De 14 a 17 de maio, os alunos de Francês do ensino secundário, acompanhados pelas suas professoras realizaram uma visita de estudo a Paris.

Foi uma experiência extremamente inte-ressante, enriquecedora e inesquecivel a to-dos os níveis (para alguns foi também o seu batismo de voo).

“Cansados mas felizes”, foi assim que, nas suas próprias palavras, chegaram a Por-tugal.

Professora Salomé Lopes

alunos de francês em Paris

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

6 ESCOLA VIVA

No dia 9 de abril , pelas 16 horas, no Centro Cultural Gon-çalves Sapinho, teve lugar o lançamento da antologia Pala-vras com Histórias, coordenado pela professora Paula Cristina Ferreira.

Esta antologia dá corpo ao Prémio de Escrita Gonçalves Sapinho, na sua 1.ª edição. E teve um duplo objetivo: ho-menagear a ação, a força, a determinação, o amor à edu-cação que o Dr. Sapinho sem-pre mostrou no externato e no município. Efetivamente, o Dr. Sapinho foi um “filho da terra” que soube centrar-se no saber, no conhecimento, no desenvol-vimento da sua comunidade e foi isso que se quis perpetuar. O outro objetivo, não menos importante, que se pretendeu atingir foi o de promover a es-crita entre a comunidade esco-lar beneditense. Em boa verda-

de se afirma que este projeto visa promover o cidadão atra-vés do talento e do gosto pelo ato de escrever.

A antologia Palavras com Histórias teve este título pois, nesta primeira edição, os con-correntes deveriam refletir, com cidadania, sobre o valor da pa-lavra, em torno de expressões populares como “ser uma pes-soa de palavra”, “dar a sua pa-lavra” e “ter palavra”. Uma vez que se comemoravam também os 50 anos de história do Ex-ternato criou-se um título que contivesse as duas realidades: a importância da palavra e das histórias que se imaginam, que acontecem e se que contam. Certamente que, em edições futuras, os temas serão outros.

A cerimónia de entrega do Prémio de Escrita Gonçalves Sapinho foi um momento alto, harmonioso e enriquecedor da

Semana Cultural pois conse-guiu unir várias gerações no CCGS. Se as crianças vence-doras do 1.º escalão estavam encantadas, os concorrentes da Universidade Sénior mani-festavam uma emoção muito engraçada de se ver e sentir.

Esperamos que no futuro outros potenciais escritores se revelem e contribuam para este evento de modo entusiasta.

Por último, importa desta-car o aluno Alexandre Pedro Martins pelo seu espetacular talento para a escrita e agrade-cer publicamente às ilustrado-ras Marisela Marques e Aurora Monteiro a sua disponibilidade e aos membros do júri, os au-tores Vanda Marques e Nuno Valente, a sua leitura atenta e avaliativa.

Professora Paula Cristina Ferreira

Workshop de Escrita criativa

Na Semana Cul-tural do ECB, a tur-ma de Línguas e Humanidades do 10.º ano organizou e implementou um workshop de Escrita Criativa para quatro turmas do 9.º ano.

Os alunos, mo-tivados pelas suas escolhas para seguir a sua vida acadé-mica e profissional, pretendiam mostrar a especificidade do seu curso.

Falaram em seis línguas estrangei-

ras, mostraram a importância de saber comunicar noutros países e com outras culturas. Apresentaram e discutiram frases de pensadores que conduzem o pensamento a es-paços de liberdade e criação. Implementaram atividades de Escrita Criativa que deixaram o público entusiasma-do com o processo de escrita. Mostraram como a imagi-nação pode ser desenvolvida e o sujeito se divertir com isso mesmo. Valorizaram as Humanidades, destacando a importância da cultura geral e a capacidade de analisar criticamente a sociedade.

Valeu a pena esclarecer o público do 9.º ano pois pode, no ato da matrícula fazer escolhas mais informadas e conscientes.

Patrícia Martins (deleg. 10D)

Miguel Coelho (subdeleg. 10D)

Profª Paula Cristina Ferreira

Palavras com histórias

homenagem e Valorização do talento

No Centro Cultural Gonçalves Sapi-nho, no dia nove de abril do corrente ano, o Instituto Nossa Senhora da En-carnação apresentou, perante um públi-co atento e orgulhoso do evento, o livro comemorativo dos seus 50 anos. Meio século de ensino e cultura; meio sécu-lo de história. O prefácio, do Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, su-blinha o facto de que “manter viva esta instituição foi e é desafio constante, aventura renovada, experiência ines-quecível”.

A apresentação do livro esteve a cargo do ex-diretor pedagógico do Ex-ternato, Alfredo Lopes, estando igual-mente presentes na mesa o seu su-cessor e atual diretor, Nuno Rosa, e o

presidente da Instituição, Pedro Guerra. Constando no público assistente os fi-lhos do mais antigo diretor pedagógico, Gonçalves Sapinho, Alfredo Lopes leu o texto escrito pelos mesmos, onde so-bressaem expressões emotivas que tra-duzem o amor e o empenho do homem que nunca deixou de acreditar na im-portância da cultura e do conhecimento dos jovens da freguesia da Benedita e freguesias vizinhas. Gonçalves Sapi-nho “acreditava na educação” pelo que a alma do Externato reflete a alma des-te homem incansável, empreendedor e dinamizador.

Foram feitas outras citações de testemunhos de ex-alunos, os quais encontraram no Externato e nos seus

professores estímulo e incentivo para seguirem os seus sonhos um pilar para a construção das suas vidas pessoais e profissionais.

A cerimónia terminou com vários agradecimentos a todos quantos se destacaram na história do INSE e com louvores a esta Instituição de Ensino pela forma como se tem empenhado ao longo de meio século na formação sis-temática e contínua dos seus alunos e dos seus professores.

Professora Clara Peralta

lançaMEnto do lIVRo CoMEMoRatIVo doS 50 anoS do InSE

do PIonEIRISMo… À GloBalIZaçÃo

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ANO 10 - Nº 23 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 7

A Semana Cultural Comemorativa do 50º aniversário do ECB decorreu de 8 a 12 de abril. A cerimónia de abertura contou com a presença do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secun-dário, Dr. Fernando Reis; do Presiden-te do CNE, Professor David Justino, e de Deputados da Comissão Parlamen-tar de Educação, para além de outras individualidades, professores, alunos e membros da comunidade educativa.

Para além de uma grande diversi-dade de atividades destinadas aos alu-nos (algumas das quais se faz referên-cia nesta edição), decorreram também eventos abertos à comunidade como a XIII Feira do Livro, a Exposição das Ar-tes, Exposição de Fotografia - “50 anos de História”, Exposição “A vida depois da 1ª Guerra Mundial: impacto(s) no quotidiano” (alunos do 12º A e 12º C), Exposição “Ciência com Arte” (Agrupa-mento de Escolas da Benedita), Expo-sição “Percursos pelo nosso Patrimó-nio” (Universidade Sénior da Benedita) e ainda a exposição de trabalhos de alunos da educação especial.

Entre os dias 9 e 12, decorreu a XIII Feira do Livro, cumprindo uma tradição que já faz parte dos nossos hábitos e das nossas vivências enquanto escola ao serviço da comunidade.

Foram alguns os momentos mar-cantes desta edição. Foi num ambiente de verdadeira comemoração (e como-ção) que assistimos ao lançamento do livro Do pioneirismo… à Globalização. Coube a um ex-diretor pedagógico do Externato, Dr. Alfredo Lopes, a apre-sentação de uma obra que se constitui como um repositório da memória de 50 anos consagrados ao ensino, cultura, solidariedade social e desenvolvimen-

to local.Igualmente a entrega do Prémio

de Escrita Gonçalves Sapinho, com o lançamento do livro Palavras com His-tórias, que reúne todos os textos pre-miados nas várias categorias, foi uma oportunidade de a escola se dar uma vez mais a conhecer como uma escola de valores, ideias e projetos que apro-ximam todos os intervenientes no pro-cesso educativo local.

Numa atividade dedicada ao livro, voltámos a contar com a presença de muitas editoras, dispersas pelas várias bancas. No entanto, mais do que um caráter comercial, pretendeu-se dotar esta Feira de um verdadeiro significa-do cívico e promocional do gosto pelo livro e pela leitura. Assim, procurou-se nesta edição privilegiar o encontro en-tre os livros, os autores e os leitores, numa perspetiva transversal a toda a comunidade escolar.

As manhãs dos dias 9 e 10 foram dedicadas aos alunos do Centro So-cial e Paroquial e do Agrupamento de Escolas da Benedita, com a presença das autoras/contadoras de histórias Nídia Nair e Vanda Marques. Na tar-de do dia 9, foi a vez dos alunos do Externato poderem conhecer e conver-sar com a autora Conceição Carrilho, que lhes apresentou a obra intemporal de Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha. No dia 10, alunos, pro-fessores e convidados assistiram ao painel sobre Cultura Japonesa, com a participação de Nasuki Konagaya, Se-cretária para os Assuntos Culturais da Embaixada do Japão em Portugal, e de Celina Veiga de Oliveira, especialista em cultura oriental, iniciativa inserida no projeto “Palavras e Chás do Mundo”

e que assinala a tradição de o Exter-nato convidar Embaixadas de países estrangeiros para estarem presentes na Feira do Livro.

Além das atividades já referidas, durante a Feira ocorreram diversas apresentações e lançamentos de li-vros, como a antologia de textos de autores do concelho de Alcobaça, Es-crever Alcobaça, e o mais recente livro do escritor Amílcar Coelho, Eles não esperam por cães que mancam. Mar-ta Luís e Óscar Santos, dois autores do concelho de Alcobaça, deram-nos a conhecer a sua incursão no mundo da poesia e da prosa, respetivamente. No último dia da Feira, o recinto encheu-se para o lançamento do livro Poemas de todas as cores, de Maria Teresa Al-meida, que todos conhecemos como Titi, uma beneditense cuja energia e força de viver a todos contagia.

E não só de livros e autores se fez esta Feira. Na programação integrou-se ainda a atuação do Grupo Regional de Folclore da Benedita e do Grupo Gente Gira, com a revista à portugue-sa “É De Rir, e chorar por mais!”

Finalmente, porque somos uma es-cola solidária, referir ainda que a Se-mana Cultural contou novamente com a presença de duas instituições com as quais se solidarizou – a Associação de Solidariedade Sorriso Amigo e o C.E.E.R.I.A.

Por último, uma palavra de apreço para os alunos que, tal como em edi-ções anteriores, colaboraram na venda de livros ou nos proporcionaram mo-mentos musicais, atuando para os con-vidados e visitantes.

A Equipa de Redação

a fEIRa do lIVRo PElo olhaR dE uMa “VEndEdoRa aMadoRa”

Incluída na Semana Cultural do Ex-ternato Cooperativo da Benedita, a XIII Feira do Livro decorreu entre os dias 8 e 12 de abril. Durante estes dias, os visitantes não só puderam perscrutar todo o recinto repleto de livros, como puderam ainda assistir a palestras, lançamentos de livros, exposições, sessões de autógrafos e mesmo falar com alguns dos escritores que lá apre-sentavam o seu trabalho.

No grande espaço onde se en-contravam trabalhos dos alunos da escola, dos quais se destacaram os quadros dos alunos de Artes e as ex-posições sobre a 1ª Guerra Mundial, pudemos contactar com obras de grandes autores nacionais, como as do prémio Nobel José Saramago, e as de prestigiados autores estrangeiros, como o enigmático Dan Brown, entre outros. Encontrou-se também toda uma diversidade de pessoas com um objetivo comum: descobrir o que tan-tos autores lhes ofereciam em livros com preços especiais de feira. Tiran-do por momentos os olhos de todos os grandes trabalhos ali presentes, observavam-se crianças do agrupa-mento da Benedita em redor dos seus livros de aventuras e fantasia, adultos perdendo-se nos enredos dos roman-ces históricos ou policiais, mães folhe-ando livros de culinária e tantos outros livros que se abriam a todos.

A Feira do Livro é, sem dúvida, uma iniciativa louvável que deve perdurar, permitindo, assim, a apresentação de toda uma panóplia de livros, dos clássicos aos acabados de publicar, dos infantis aos filosóficos. Promove um delicado sentimento de compre-ensão mútua entre leitores e escrito-res, breves tertúlias literárias entre os vendedores amadores e os comprado-res convictos, complementando-se a energia das crianças com a paciência dos mais velhos que por ali passeiam o corpo e a mente pelos promissores trabalhos dos jovens familiares e as obras dos grandes nome da Literatura.

Catarina Correia, 11º D

SEMana CultuRal CoMEMoRatIVa doS 50 anoS do InSE/ECB

xIII fEIRa do lIVRo do ECB

No dia 9 de abril, durante a Semana Cultural, as turmas do 7º e 8º anos tive-ram oportunidade de assistir a uma pa-lestra sobre ciência polar, pela cientista polar Patrícia Azinhaga, que falou sobre a relação entre Portugal e a Antártida, como funcionam as bases científicas onde vivem os investigadores, os vários tipos de animais e outras características muito peculiares destas regiões do glo-

bo. Durante a sua estadia na Antártida, também foram feitas duas chamadas via skype entre a geóloga e as turmas 7.ºA, F,G e I, onde foram ouvidas explicações acerca da sua estadia e esclarecidas as nossas dúvidas sobre a importância destas regiões.

Para concluir esta interação, os alu-nos das turmas 7ºF e 7ºG expuseram diversos trabalhos relacionados com a

Antártida e tiraram também algumas fo-tografias com a investigadora.

Agradecemos toda a sua disponibi-lidade e tudo o que nos ensinou sobre estas zonas do planeta.

Carolina, Cristina, Daniel, Jacinta e Mariana Fialho do 7ºF

do EcB até à antártida

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE8

Realizei os meus es-tudos no ECB até ao ano 2000, mas devo dizer que a experiência ainda está mui-to presente. Destaco com muita saudade o ano de 1994 que assinalou o início de uma etapa de 6 anos le-tivos no ECB.

Revivo, por exemplo, o primeiro ano, e aquela me-morável vitória da minha turma, o 7º C, nas provas de conhecimento europeu, em formato jogos sem fron-teiras. Tratava-se de uma competição entre todas as turmas daquele ano no Pavilhão Gimnodesportivo com direito a medalhas e certificados; recordo ainda

as saudosas aulas de fran-cês onde o meu repetitivo mas sempre animador “não percebo nada disto” eco-ava quando a dificuldade aumentava; ou ainda não consigo também deixar de lembrar o empolgante e di-vertido filme sobre a ado-lescência que realizámos, produzimos e tentámos representar inserido nas atividades da área escola. Foi sem dúvida um projeto único e sempre relembrado aquando de encontros de antigos alunos.

Ainda no âmbito das ati-vidades da área escola re-cordo-me e gostaria de par-tilhar um episódio aquando

da preparação da atividade do 8º ano, em 1996. O obje-tivo do projeto seria recriar um debate do género televi-sivo com a participação de alguns docentes. Para este debate teríamos um tema introdutório baseado numa entrevista com o Diretor da Escola. Assim, previamen-te, tivemos a oportunidade de entrevistar o Diretor do ECB, o saudoso Dr. Gonçal-ves Sapinho. Estávamos os três alunos muito nervosos pela entrevista e, ao entrar no seu gabinete, deparámo-nos com alguns artigos e imagens de sapos…nada que imaginássemos estar naquele gabinete. Aquele momento tenso tornou-se muito divertido adicionado, evidentemente, à simpatia e boa disposição do Dr. Gon-çalves Sapinho.

A minha escolha no 10º ano pelas Humanidades revelou-se determinante na medida em que me garantiu as bases para a minha for-mação universitária e para a profissão que exerço na atualidade. No decorrer da minha licenciatura em Tu-rismo tive a oportunidade de estagiar em algumas empresas com o intuito de fortalecer as minhas capa-cidades. Finalizado o curso continuei a trabalhar exa-tamente onde havia reali-

zado o meu estágio final, o Turismo de Lisboa. Apesar de adorar estabelecer con-tactos profissionais com agências e operadores in-ternacionais daquele setor, faltava-me algo muito im-portante e que sempre me fascinou: a aviação. Nesse sentido segui este objetivo onde após uma experiência numa companhia de avia-ção charter - White, concorri e fui selecionado como Co-missário de bordo na com-panhia de aviação nacional: TAP PORTUGAL. O sentido de responsabilidade, o tra-balho em equipa ou as ca-pacidades de comunicação são alguns dos pontos es-senciais para o sucesso da profissão que escolhi.

Não tenho dúvida que todos os conhecimentos ad-quiridos no ECB tiveram um papel determinante na mi-nha realização profissional e na construção de inúme-ras características da minha identidade.

Agradeço esta oportuni-dade e desejo os maiores sucessos ao nosso ECB e, obviamente, desafio todos os atuais alunos a aprovei-tarem esta irrepetível expe-riência ao máximo.

David Boita, um pouco por todo o lado

Ex- alunoS do ECB PElo Mundo

oUtroS VooS

Gonçalo Brito, 29 anos, Be-nedita. Atualmente encontro-me em Barcelona (Espanha).

Fiz o curso de Cinema da Universidade da Beira Inte-rior (Covilhã), com um ano de Erasmus no ano letivo de 2007/2008 na Universitat Au-tònoma de Barcelona e acabei por ficar por cá, dado que era o último ano e já não precisava

de voltar.Depois, como não encon-

trei trabalho na minha área, trabalhei dois anos como ator profissional de Teatro Musical, com uma tournée por Espanha, com duas peças em inglês (de 2008 a 2010).

Atualmente trabalho para um grupo de empresas cha-mado 2bfantastic. Dentro des-te grupo, colaborei com várias empresas como Cinebank, MI-NIFARMA e Amorino. Agora trabalho na Amorino, uma loja de gelados italianos de quali-dade superior, que se encontra em expansão por todo o mundo (em Lisboa há 2), onde desem-penho as funções de vendedor, responsável do turno de ma-nhãs, na loja das Ramblas (no coração de Barcelona), forma-

dor de novas equipas e repre-sentante da franquia em novas aberturas no âmbito espanhol.

Apesar de ter este trabalho, que é bastante estável, vou fazendo também algumas edi-ções de vídeo como freelancer, música como DJ e fotografia, entre outras coisas que podem ser encontradas na minha web pessoal: goncalobrito.com.

Do ECB tenho uma muito boa recordação do Pátio das Galinhas, das visitas de estudo que fazíamos (em Artes) e da qualidade das instalações.

O ECB foi fundamental na minha formação em todos os sentidos. Considero que tanto a qualidade do ensino, como das instalações foram as “funda-ções” que sustêm tanto a minha educação, como a minha per-

sonalidade. Sem os Gambuzinos (grupo de teatro do ECB) não teria perdido a vergonha de fa-lar em público, sem as referidas visitas de estudo não teria “conhecido mundo” (fomos várias vezes a Espanha) e sem a modernidade que se respira de ano para ano, o ECB teria sido um estabelecimento de ensino mais a estagnar-se no tempo e no espaço.

Não poderia deixar de di-zer coisas boas sobre todos os professores do ECB. Sem o seu “savoir-faire” profissional, mas ao mesmo tempo, “de-senfadado”, nada seria igual. E é precisamente essa relação

descontraída - mas com res-peito e responsabilidade - en-tre professores e alunos, que constitui um dos motores de sucesso desta escola em cons-tante evolução.

Não é preciso dizer que es-tou muito orgulhoso de ter es-tudado no ECB!

Gonçalo Brito, em Barcelona

de Barcelona

trabalhar no liechtenstein

O meu nome é João Serralheiro, te-nho 25 anos e estou neste momento a trabalhar na empresa Hilti, que fica no coração do “gigante país”, que é o prin-cipado do Liechtenstein.

Frequentei o Externato Cooperativo da Benedita (do 7º ao 12º ano, na área de Humanidades), escola da qual guar-do, com muito carinho e saudade, todos os momentos, tanto de estudo como de convívio e galhofa. Além do mais, esta também foi a escola dos meus pais.

Estudei em vários países, como In-glaterra, Espanha e Alemanha, e em to-dos me senti perfeitamente à vontade com as matérias lecionadas nas aulas, assim como no convívio entre colegas de várias nacionalidades. Este facto de-ve-se, sem dúvida, a toda a aprendiza-gem que o Externato me proporcionou. Nunca esqueci uma frase do professor Tó Zé em relação ao título do manual de Religião e Moral do 8º ano, que se chamava “Sempre mais”, em que ele dizia que não é para sermos mais que os outros, mas sim para sermos mais e melhores enquanto pessoas.

Já trabalhei no México e na Alema-nha, antes de ocupar esta posição de produtor de imagem no departamento de branding, da Hilti. Nestes três locais, as minhas equipas de trabalho foram constituídas por elementos de várias nacionalidades, o que foi sempre uma experiência muito enriquecedora a to-dos os níveis.

Apesar de ter muitas saudades da família e de todos os amigos desse tem-po, também já tenho um grande número de amigos aqui, e outros espalhados pelo mundo.

Obrigado a todos os professores do Externato que acreditaram em mim e que me incentivaram a seguir em frente sem medo.

Parabéns E.C.B.!

João C. L. Serralheiro, no Liechtenstein

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ANO 10 - Nº 23 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 9

O meu nome é Patricia Ro-cha, sou natural de Turquel, onde cresci e morei com os meus pais até aos 18 anos. Es-tudei no ECB de 1995 a 2001, onde terminei o secundário na área de Humanidades. Segui para Faro onde estudei Turis-mo – Ramo de Marketing, na Universidade do Algarve – e, depois de terminar a licenciatu-ra, acabei por ficar pelo sul du-rante mais 4 anos, trabalhando na indústria hoteleira e turismo, na área de Marketing e RP.

Em 2009 decidi fazer as malas e embarcar numa nova aventura. Deixei Portugal em

outubro de 2009 e vim até ao outro lado do mundo, só para ver “no que dava”. Obtive um visto de 7 meses como estu-dante, mas acabei por “ir fican-do”.

Atualmente vivo em Sydney e em 2014 obtive a residência permanente na Austrália. Tra-balho há 5 anos numa escola privada no centro de Sydney chamada Greenwich English College. É um colégio interna-cional onde ensinamos inglês de todos os níveis, a alunos de todas as nacionalidades e também cursos de preparação para a universidade ou para testes de imigração.

Como diretora assistente do colégio, sou responsável pela nossa equipa académica (professores e tutores), pelo desenvolvimento do curricu-lum, horários de trabalho, con-tratação, qualidade de ensino, testes e qualquer problema que envolva alunos. Neste momen-to temos cerca de 750 alunos de mais de 30 nacionalidades diferentes.

Sempre gostei de lidar com pessoas, adoro ensinar e aprender e, no meu ambiente

de trabalho, estou rodeada de várias culturas, o que me per-mite aprender coisas diferentes todos os dias.

As recordações do ECB são inúmeras, das amizades que permanecem, às amizades que se perderam com o tempo e com a distância, os amores e os desamores da adolescência, as experiências únicas que fa-zem parte da nossa vida e os professores que, de uma forma ou de outra, nos ajudam a cres-cer como profissionais e seres humanos.

Algumas das memórias e experiências que mais me mar-caram estão diretamente liga-das aos meus últimos anos no ECB, já que tiveram um grande impacto em mim, não só em termos profissionais, mas prin-cipalmente pessoais.

Uma das melhores expe-riências foi fazer parte da co-missão de finalistas de 2001 e, com um grupo de pessoas fan-tásticas, conseguirmos organi-zar inúmeros eventos e levar cerca de 100 alunos para Be-nidorm. A comissão maravilha: Patrícia, Filipa, Diogo, Renato, Phil, Guilherme, e Telmo!

Uma das recordações que mais me marcou foi no 12º ano, quando a vida de uma das mi-nha melhores amigas deu uma grande volta e mudou para sempre e, com ela, também nós mudámos um bocadinho. Nessa altura, ela tomou uma decisão que mudaria o rumo da sua vida e que, a mim, me to-cou imenso, não pela mudança em si, mas pela coragem e de-terminação que ela teve e que nós acompanhámos sempre ao seu lado. As amizades, os dra-mas, os amores, os diferentes grupos de amigos, os professo-res e as escolhas difíceis são, definitivamente, as recorda-ções que fazem parte da minha feliz passagem pelo ECB.

Tendo em conta que estudei no ECB dos 12 aos 17 anos (os anos mais importantes da nos-sa adolescência), esta escola teve uma grande importância na minha formação académica, no meu percurso profissional e, claro, em muitas das minhas escolhas pessoais. Sendo essa uma altura de decisões na escolha de cursos e carreira profissional, várias pessoas tiveram impacto nas minhas

opções, principalmente duas das minhas melhores amigas, que ainda hoje continuam a ser uma parte muito importante da minha vida em Portugal, a Fili-pa e a Vanessa. Antes de es-colher a área de estudo no en-sino secundário e, mais tarde, na universidade, recebi imenso apoio de vários professores que me ajudaram a encontrar a minha vocação, nomeadamen-te a professora Rosa Ferreira que, direta ou indiretamente, em muito me influenciou na área do ensino e nas minhas escolhas ao nível de educação e carreira profissional.

Hoje em dia, como pro-fessora de inglês em Sydney e como responsável por uma equipa de 46 professores, devo admitir que compreendo bem melhor o papel dos educado-res que fizeram parte da minha vida académica. É importante perceber que não só a nossa família e os nossos amigos, mas também os professores, nos influenciam, de uma forma ou outra.

Patrícia Rocha, em Sydney

do outRo lado do Mundo

O meu nome é Carlos Vinagre Martins, tenho 29 anos e fiz o ter-ceiro ciclo e o ensino secundário em Artes Visuais no ECB. De seguida, rumei a Lisboa onde tirei o mestrado em Arquitetura. Após terminar o cur-so tive a sorte e a oportunidade de trabalhar na área em que me formei, apesar de ter entrado no mercado de trabalho em plena crise imobiliária. Fiz o esforço de me manter a traba-lhar de forma a ganhar experiência, apesar de as condições de trabalho não serem as ideais - dezenas de ho-ras de trabalho semanais extra sem remuneração. No final de setembro de 2014 a empresa onde trabalhei, incansavelmente durante cerca de 3

anos, foi considerada por uma das melhores revistas de construção (Construir) como o melhor ateliê de arquitetura. Apesar das boas notí-cias, decidi sair da empresa e viajar pela Europa... Por obra do acaso, passadas 2 semanas, e ainda em Portugal, foi-me oferecida uma pro-posta de trabalho em Londres, num ateliê de arquitetura de pedra, em crescimento - a Chesney’s Architec-tural - onde trabalho no desenho dos projetos e depois na sua instalação.

Com apenas 6 meses fora de Portugal as coisas de que mais sin-to falta são, obviamente, a família e os amigos. As verdadeiras amizades que foram criadas ou fortalecidas nas mesas do Pátio das Galinhas, no ECB, onde jogávamos cartas horas e horas, ou as correrias após o toque de saída, para ver quem seria o pri-meiro a chegar ao campo de futebol, os torneios de xadrez, que, após tan-tos anos de dedicação, culminaram com o primeiro lugar no nacional por equipas, em desporto escolar, são memórias que guardo. Algo apenas possível devido à dedicação e ami-zade entre alunos e professores que acreditaram que era possível. Essas amizades não se esquecem. Não fi-

cam para trás. Acompanham-nos na vida.

Quando era estudante não me dei conta disso... Mas hoje não te-nho dúvidas em afirmar que o ECB teve um papel essencial para eu ser quem sou, pois foi lá que cresci como ser humano. Foi muito impor-tante o exemplo diário e o empenho dos professores e funcionários que nos incutiam a ideia de que temos de fazer um esforço diário para sermos cada vez melhores, de que sonhar é obrigatório e que é o sonho que nos marca o rumo. Estas mensagens, quando interiorizadas, têm um im-pacto forte nas nossas vidas, seja académica, pessoal ou profissional. O exemplo de dedicação que existe desde a criação do ECB é o melhor ensinamento que pode ser transmi-tido a qualquer pessoa. Tudo é pos-sível quando o HOMEM sonha….E o ECB ajudou-me a sonhar.

Carlos Vinagre Martins, em Londres

Em MacauChamo-me Lina Ferreira e vivo em Ma-

cau, onde trabalho como jornalista na te-levisão de serviço público. Frequentei o Externato entre 1991 a 97. Apanhei uma época de mudanças na escola. Quando entrei ainda havia pré-fabricados e fazí-amos desporto na rua, muitas vezes no campo de basquetebol ou no campo de futebol ao lado do antigo salão (os dois já não existem). O espaço era mais pequeno e quase toda a gente passava os intervalos na entrada principal e até se juntava uma pequena multidão no meio da estrada... Depois, julgo que no nono ano, a escola ficou muito maior e os alunos espalharam-se pelas instalações. Na minha época qua-se não havia atividades, nem sequer jornal da escola... Mas lembro-me de um grande espírito de abertura e discussão. O espíri-to crítico e a criatividade são muito impor-tantes para aquilo que faço hoje.

Lina Ferreira, em Macau

Memórias do ECB em londres

dElf SColaIREOs alunos de Francês do 8º e 9º anos

realizaram em Caldas da Rainha o exame Delf Scolaire (em pareceria com Alliance Française) para cerificação em A1 e A2.

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

10 ESCOLA VIVA

ExPoSIçÃo daS aRtES

Integrada na semana cultural e ao contrário do que é habitual, este ano, a exposição das artes vi-suais decorreu durante a feira do livro do ECB.

Os desenhos, pinturas e formas escultóricas conviveram harmonio-samente com os livros, num espa-ço ótimo para apreciar estas duas formas de expressão: plástica e escrita.

Com os seus “Retratos de fi-guras icónicas”, explorando a li-nha como elemento modelador da forma, e as manchas cromáticas, com os seus “Desenhos à vista de elementos naturais e artificiais”, os alunos do décimo ano exploraram o acrílico sobre tela e vários tipos de materiais secos.

A turma do décimo primeiro ano escolheu o gesso para a sua escultura coletiva intitulada “ Nas nossas mãos...a liberdade!”, e a aguarela e o acrílico para a inter-pretação da figura humana. O lá-pis pastel ficou reservado para as “Paisagens de Sonhos”, uma duali-dade figurativa/ não figurativa.

Com muito sentido de humor,

os alunos do décimo segundo ano apresentaram uma assemblage à qual atribuíram o título “ Mona, mas não Lisa”, onde foram utili-zados objetos com grande sig-nificado individual, em colagens com várias texturas e densidades representando, no conjunto, a co-nhecida obra de Leonardo da Vin-ci. Apresentaram, ainda, desenhos e pinturas com várias técnicas e suportes, destacando-se os autor-retratos e os desenhos onde os panejamentos, com elementos de obras impressionistas, modelavam corpos inexistentes.

Foi com grande orgulho que os alunos de artes participaram na semana cultural e expuseram os seus trabalhos, deixando igual-mente orgulhosos os encarrega-dos de educação e os professores.

Professoras de Artes Visuais

No dia 6 de abril, nós, alunos de Artes Visuais, partimos numa viagem com destino a Paris. Foram 6 dias de muita aprendizagem e diversão.

Para começar da me-lhor maneira, visitámos um dos símbolos mais emblemáticos de Paris: a Torre Eiffel. Para além da arquitetura extraordiná-ria, é o sítio perfeito para uma vista panorâmica da cidade.

Falando da paisagem parisiense, embarcámos numa viagem pelo Rio Sena que nos deu a co-nhecer Paris de outra perspetiva. É, de facto,

uma cidade repleta de sítios marcantes e inspi-radores.

Não podíamos deixar de visitar Montmartre, a “casa” dos artistas, e o Sacré Coeur, onde subi-mos 319 degraus que va-leram o esforço.

Visitámos também a famosa Catedral de Notre Dame que nos fascinou com os seus coloridos vi-trais.

Paris é uma cidade conhecida pela sua diver-sidade artístico, e, para provar isso, não podía-mos deixar de visitar o Museu do Louvre. O que o torna tão apreciado é

o facto de representar a evolução da arquitetura marcada pela estrutura do palácio e a entrada pela pirâmide de vidro.

Outro exemplo de arte é o centro Georges Pom-pidou que, para além de apresentar uma estrutura muito industrial e irreve-rente, nos mostrou o me-lhor da arte contemporâ-nea.

O Museu d’Orsay foi a próxima paragem. Considerado muito mais que um museu, esta an-tiga gare é uma autêntica obra de arte.

A visita encerrou com o auge da arquitetura bar-

roca francesa: o Palácio de Versailles. Visitámos o extravagante Salão dos Espelhos e ainda cami-nhámos pelos extensos jardins do palácio.

O nosso feedback não podia ser mais positivo. Sendo uma cidade mul-ticultural, para além da arte, foi possível apreciar o estilo de vida e adqui-rir uma experiência que levou o nosso conheci-mento a outro nível. Paris é uma cidade que nunca desilude, mas, de facto, superou as nossas ex-pectativas.

Alunos de Artes Visuais

aS artES do EcB EM PariS

talentos EcB

Realizou-se no dia 20 de março a V Edição da Gala “Talentos ECB.”, com a participação de 8 Finalistas, selecionados entre os alunos que participaram nos castings.

Os 8 finalistas representaram as diversas áreas de talento: Carlos Martins (12ºA), Escri-ta; Joana Mateus (10ºE), Canto; Pedro Batis-ta (12ºB), Desporto; Beatriz de Sousa (10ºE), Artes; Jacinta Madaleno (11ºE), Canto; Adriana Lopes (10ºE) & António Ribeiro (9ºD), Dança; Carolina Ferreira (12ºA) & Sofia Silva (11ºH), Desporto; e Bernardo Mendes (11ºA), Música, abrilhantaram a noite, com as suas prestações repletas de talento.

A Gala contou com várias surpresas, entre elas uma mensagem do elenco da telenovela “Mar Salgado”; uma participação especial do vencedor da IV Edição, Mateus Mateus, que apresentou o dia passado com o realizador Marco Martins, e ainda o momento Sorriso Ami-go, que, com a colaboração do ECB Solidário, distribuíram sorrisos por todo o público.

Este ano, os anfitriões da festa foram os alu-nos Adriana Raileanu (9ºA) e Francisco Lourei-ro (12ºB) que, na abertura da gala, e no âmbito das comemorações dos 50 anos do ECB, recor-daram momentos que fizeram parte da história da Instituição.

A vencedora deste ano foi a aluna Jacinta Madaleno que, como prémio, terá a oportuni-dade de passar um dia com um artista da sua área.

A Comissão dos Talentos ECB

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ANO 10 - Nº 23 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 11

A Educação Especial é organizada para atender es-pecífica e exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. O Externato Cooperativo da Benedita é uma escola com um sistema regular de ensino adaptado pedagogicamente para integrar de forma in-clusiva estes alunos, reali-

zando sistematicamente atividades variadas, como por exemplo, exposições de trabalhos realizados pe-los alunos, participação em diversas atividades na Se-mana Cultural, participação em campeonatos de Boccia (locais e regionais), sessões de leitura fácil, entre outras. Estas crianças são apoiadas

ativamente, quer em sala de aula, quer fora dela, através de uma dinâmica entre todos os alunos e professores. Hoje temos a certeza de que todos trabalhamos em prol de uma cidadania melhor, em busca de alternativas viáveis, quer em termos sociais, quer pro-fissionais e pessoais.

A fotografia que se apre-senta é alusiva a um dos eventos organizados pelo Ex-ternato Cooperativo da Bene-dita (dinamizado pelo profes-sor João Simões) aquando da realização do torneio de Boccia entre as escolas de Santa Catarina, Alcobaça e Benedita, no dia seis de abril do corrente ano.

Prof. de Educação Especial

EduCaçÃo ESPECIal

EcB, uma escola inclusivaPRojEto dE ExtEnSÃo da PlatafoRMa ContInEntal

No passado dia 13 de janeiro, a nossa turma (8ºB) realizou uma Visita de Estudo no âmbito do Projeto de Extensão da Plata-forma Continental, proposta entregue à ONU em 2009.

Esta é uma missão muito importante para o nosso país porque irá permitir que a Plataforma Continental Portuguesa se extenda até aos 3 800 000 Km2. Os benefícios do Projeto de Extensão da Plataforma Continental terão influência nas gerações futuras, proporcionando acesso a recursos naturais com elevado potencial económico, assim como contribuirão para um maior desenvolvi-mento científico em áreas como a hidrologia, a geologia, a geofí-sica, a oceanografia, a biologia e a robótica.

Tivemos também oportunidade de conhecer o Luso, um veí-culo operado remotamente, adaptado para a ciência, de forma a maximizar a possibilidade de recolha de diversos tipos de amos-tras (geológicas e biológicas). O ROV Luso consegue descer a 6 000 metros de profundidade, tendo já atingido uma profundida-de máxima de 3 250 metros. Graças ao Luso, consegue-se, nas campanhas científicas desta missão, capturar o mais diversificado tipo de amostras, imagens e vídeos a grandes profundidades. É comandado à distância pelo navio Almirante Gago Coutinho, que também fomos visitar, onde se recebe a informação recolhida em tempo real.

O conhecimento e a responsabilização por investigações que afetam a vida de todos não diz respeito só à ciência e aos cientis-tas, mas a todos NÓS.

Alunos do 8ºB

aSSoCIaçÃo dE EStudantESMais que um conceito

Um ano letivo é mais do que duas palavras que formam um conceito, ou um conjunto de significados que simbolizam uma pas-sagem do tempo, é afinal um conjunto de sentimentos, esforços e ações que se concretizam durante longos meses de trabalho. Uma associação de estudantes é mais do que duas palavras que formam um conceito, é um grupo de pessoas unidas que represen-tam, afinal, aqueles que vivem um ano letivo, esperando ultrapas-sá-lo da melhor maneira. É um orgulho enorme poder representar os alunos desta instituição, e saber que o conseguimos, graças a todos, o apoio que tivemos por parte dos professores e funcio-nários. Afinal, o mundo continua a transformar-se e nós fizemos os possíveis para que as mudanças do mundo pudessem ter um efeito positivo na escola que representamos, representámos e re-presentaremos.

Associação de Estudantes do ECB

No âmbito do “Ano da Ciência: Alcobaça 2014/15” realizou-se no Grande Audi-tório do Centro Cultural Gon-çalves Sapinho, do dia 26 de fevereiro, a mesa-redonda in-titulada “Ciência e Religião”. Após uma introdução feita pela aluna Beatriz Lourenço com a leitura de um texto de Carl Sagan, os Professores da Universidade de Coimbra, Sebastião Formosinho (cien-tista químico) e João Fernan-des (astrónomo) dialogaram com os párocos Gianfranco Bianco (vigário da Benedita) e Ricardo Cristóvão (vigá-rio de Alcobaça) sobre a (in)compatibilidade entre ciência e religião.

Sob a informalidade e a coloquialidade que presidem a uma mesa-redonda, mar-caram presença a curiosida-de do cientista (que acredita que pode vir a esculpir da forma mais racional possível uma teoria) e a piedade reli-giosa (a fé, não como oposta à razão, mas como parte da prova racional). Os argumen-tos que se esgrimiram iam no sentido de se provar ora a relação de oposição entre ci-

ência e religião, ora a de que ambas se complementam.

O Professor Sebastião Formosinho apresentou-nos a matriz da ciência e refletiu sobre a influência da filosofia e do cristianismo para que ela tivesse ganho a configuração que adquiriu na modernida-de. Por outro lado, o Profes-sor João Fernandes conside-rou que “o pior que se pode fazer é sacralizar a ciência”, num discurso marcado pela subjetividade e pela dúvida, espelhada no momento em que o astrónomo se ques-tionou “Será que a minha fé condiciona a minha prática científica?”. Alguns elemen-tos do auditório, provocados pela pergunta e dúvida cien-tíficas, intervieram no sentido de tentarem perceber como é que um cientista pode ter fé (acresce que a palavra fé foi usada pelo cientista fora do contexto religioso, como tradicionalmente a associa-mos). Contudo, Deus, con-fessou o astrónomo, “ocupa o lugar preenchido pela nos-sa ignorância” e, por muito distantes que a ciência e a religião estejam, no que toca

a intenções, a atitude cien-tífica comunga dos valores que a religião tem propalado, como os da liberdade e res-ponsabilidade.

Por seu turno, para lá da ciência, os párocos interve-nientes apresentaram ideias que mitigaram a oposição entre ciência e religião, apre-sentando exemplos de cien-tistas religiosos e de religio-sos que se demarcaram na ciência.

Esta temática comunga com todas aquelas que nos dão que pensar: a impossibi-lidade de haver uma resposta que seja consensual; e as in-tervenções do público assim o provaram. Perante o pro-blema da ciência e religião, ou fé e razão, adotando-se a perspetiva de que são incom-patíveis ou a de que podem dialogar entre si, no século XII, o filósofo Anselmo da Cantuária (e padre da Igreja) resumiu assim o seu ponto de vista: “não procuro inteli-gir para crer, mas creio para inteligir”.

Equipa de redação

Ciência e/ou religião no “microscópio”

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE12

ProgramaEco-Escolas

O Programa Eco-Escolas tem como principal objetivo contribuir para criar cidadãos conscientes e ativos pelo ambiente. Deste modo, a comunidade educativa deve ser sempre envolvida em todas as ações de forma a que todos tomem consciência da importância do Ambiente. Ao longo deste período letivo foram desenvolvidas várias ações de cariz ambiental.

No dia 19 de março, celebrou-se o Dia Mundial da Flo-resta, envolvendo as turmas do 8º G e do 10º D na plantação de árvores cedidas pela CMA.

O Dia Mundial da Terra, dia 22 de abril, foi comemorado com a plantação de árvores no ECB, com a turma do 8º C e a professora Helena Guerra, e, na Biblioteca Municipal de Alcobaça, os alunos com Necessidades Educativas par-ticiparam numa sessão de apresentação de dois livros inti-tulados Celacanto Lobos e Celacanto Golfinho, com Marc Parchow, dinamizada pela CMA.

No dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, os alunos das turmas do 7º I e do 9º A participaram numa sessão sobre Plantas Invasoras em Portugal com a Dra. Hélia Marchante, dinamizada pela CMA, na Biblioteca Municipal de Alcobaça.

Ao longo do ano, a escola participa no concurso “Hor-tas Bio”, que pretende promover hortas escolares de acordo com os princípios da agricultura biológica e um modelo de sustentabilidade e de envolvimento da comunidade escolar, bem como uma abordagem centrada na inclusão e na par-ticipação dos alunos, contribuindo para o seu desenvolvi-mento pessoal e social, bem como para a sua educação alimentar.

Equipa Eco-Escolas do ECB

oGM: alIMEntoS do futuRo?

No dia de 10 abril, o Professor Doutor Pedro Fevereiro esteve na nossa escola para nos falar sobre OGM: Alimentos Trans-génicos.

De forma a aguçar a curiosidade dos pre-sentes, começámos por mostrar um pouco do resultado das pesquisas da nossa turma (9ºG) sobre o tema. Apresentámos alguns dos quadradinhos das 6 bandas desenha-das que integram uma exposição científica que realizámos, onde colocámos diferentes personagens a debater sobre os OGM, numa perspetiva de investigação e inovação res-ponsáveis. Mas muitas foram as questões que emergiram das nossas pesquisas e que foram colocadas ao Professor Pedro que, de uma forma simples e esclarecedora, nos proporcionou um maior conhecimento sobre benefícios e riscos das aplicações da biotec-nologia na indústria alimentar.

O rumo e os objetivos da investigação e inovação, a distribuição dos seus resul-tados (tanto positivos como negativos) são questões que nós, como sociedade, temos de discutir e decidir em conjunto, não são apenas assuntos da ciência e dos cientistas.

Rita Mendes, 9ºGSara Couto, 9ºG

SismógrafosNo passado dia 9 de abril, no âmbito da Semana Cultu-

ral, as turmas A, F e H do sétimo ano de escolaridade do Externato Cooperativo da Benedita tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra sobre a utilização de sismógrafos no estudo da propagação das ondas sísmicas, dada pelo professor Doutor Fernando Lopes, da Faculdade de Ciên-cias da Universidade de Coimbra. Esta palestra teve início às 14:30, na sala 50, e durou cerca de duas horas.

Na sessão, foram abordados muitos dos conteúdos le-cionados na disciplina de Ciências Naturais, tais como os tipos de ondas sísmicas e a forma como se propagam, os fenómenos que podem provocar um sismo, o funcionamento de um sismógrafo, a formação de um tsunami, entre outros. Além do mais, sabendo que o nosso país se situa entre duas placas tectónicas, os estudos efetuados na U.C. são de ex-trema importância para o alerta atempado das populações. A explicação do professor foi sendo acompanhada de ima-gens e pequenos filmes, o que facilitou a compreensão da temática.

Os alunos presentes, acompanhados pelos professores de Ciências Naturais, Sérgio Teixeira, Carla Dias e Paula Arraião, demonstraram grande interesse e atenção pelos assuntos abordados, colocando frequentemente questões.

Esta iniciativa foi bastante enriquecedora e útil e é de louvar, pois são atividades como esta que contribuem para o desenvolvimento da curiosidade científica, para a aquisi-ção de conhecimentos e também para a formação cívica dos alunos.

Alexandre Martins e Carolina Fernandes, 7ºA

As vacinas são a melhor for-ma de prevenir certas doenças.

Uma vacina não é mais do que um preparado que contém o agente causador da infeção, mas atenuado ou inativo. O sistema imunitário do indiví-duo vacinado reconhece-o e produz anticorpos específicos. Se, no futuro, o referido agente infecioso entrar no organismo, esses anticorpos multiplicam-se rapidamente e a infeção não acontece.

A vacinação evoluiu e so-

freu, ao longo dos tempos, grandes progressos, tornan-do-se mais acessível a todos, através do Programa Nacional de Vacinação (PNV), gratuito e universal, permitindo a erra-dicação de doenças do nosso planeta, como a varíola.

Mas, apesar de nos preve-nir de inúmeras doenças, a va-cinação também tem os seus contras, por exemplo, efeitos secundários como: reações alérgicas e febre, ou, em casos mais graves, o desenvolvimen-

to da doença para a qual fomos imunizados. Estes são alguns dos argumentos usados por aqueles que não se vacinam ou não vacinam os filhos – An-tivacinistas.

As vacinas do futuro, resul-tado de recentes investigações científicas, deixam de ser ape-nas preventivas, passam a ser terapêuticas e poderão curar doenças degenerativas como a Parkinson e o Alzheimer.

Continuam também a ser alvo de investigação novas formas de vacinação, como as vacinas sem agulhas, onde são usados micro adesivos que contêm milhares de micro agu-lhas que introduzem na pele a vacina sem qualquer dor.

Andreia Oliveira, 9ºC

Ana Conceição, 9ºC

Inês Justino, 9ºC

Joana Inácio, 9ºC

VaCInaR ou nÃo VaCInaR

diaS da InfoRMátICa

Nos passados dias nove e dez de abril, de-correram no ECB os Dias da Informática, inte-grados na Semana Cultural comemorativa dos 50 anos do INSE-ECB.

Estes dias tiveram a participação dos diver-sos alunos dos cursos profissionais de Técnico de Informática de Gestão, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos e ainda Técnico de Eletrónica, Automação e Comando.

Os alunos do 10º ano do curso profissional de Técnico de Eletrónica, Automação e Coman-do realizaram uma apresentação com as ca-racterísticas do seu curso, bem como as suas saídas profissionais, mostraram, ainda uma si-mulação de um circuito elétrico, construído no âmbito da disciplina de Tecnologia Aplicada.

Também os alunos do curso de Gestão de Equipamentos Informáticos montaram um cir-cuito digital, que foi exposto e explicado a to-dos quantos visitaram a sua sala.

Por sua vez, os alunos de Informática de Gestão mostraram às turmas do 8º e 9º ano os jogos didáticos construídos nas aulas de Pro-gramação e dinamizaram um workshop de pro-gramação, ajudando os colegas a construir um pequeno jogo, usando o Visual Basic.

Os alunos tiveram ainda oportunidade de participar, no dia 10, num workshop de progra-mação em Scratch e Arduíno.

Professora Lina Rodrigues

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 13

EcB promove Parlamento dos Jovens

O Externato voltou a participar na atividade da Assembleia da República para as Escolas, Parlamento de Jovens, destinada aos alunos do Ensino Básico e do Ensino Secundário.

Para motivar os alunos a participar no pro-jeto, realizou-se um debate com a presença do deputado Manuel Isaac, que informou sobre o funcionamento da Assembleia da República, a sua composição e esclareceu dúvidas coloca-das pelos alunos.

Ao ato eleitoral do Ensino Básico apresen-taram-se três listas que debateram entre si, na sessão escolar, o tema proposto, “ Combate ao Insucesso Escolar”, tendo sido eleitos Inês Roxo, Miguel João e José Subtil, para repre-sentarem o ECB na sessão distrital, realizada em Ansião, com a presença da deputada Ode-te João.

Com ânimo e combatividade, os alunos defenderam a sua proposta junto dos colegas num projeto que é de uma escola de cidadania que para o ano voltará!

Também os alunos do Ensino Secundário apresentaram listas e propostas de medidas, tendo a eleição sido muito concorrida. Conta-dos os votos, foram eleitos deputados para re-presentar a escola na sessão distrital, na sede do IPJ em Leiria, os alunos Beatriz Lourenço, Raquel Rocha e Renato Paulo.

Subordinado ao tema “Ensino Público, En-sino Privado, que desafios?”, o debate foi mui-to vivo e difícil, mas os nossos deputados de-fenderam os seus pontos de vista com muito empenho. Foi uma participação que permitiu treinar as práticas do debate democrático, da retórica e da comunicação.

Queremos dirigir uma palavra de parabéns aos nossos deputados que defenderam honro-samente as cores do ECB.

Professores Conceição Raimundo e Ricardo Miguel

O Centro de Estudos Supe-riores da Universidade de Coim-bra em Alcobaça (CESUCA) está aberto ao público desde 19 de Maio de 2001, por convite do an-terior Presidente do Município, Sr. Dr. José Gonçalves Sapinho, de-safio que o então Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra (UC), Sr. Prof. Doutor Fernando Rebe-lo, considerou e, em conjunto com o Senado da instituição, decidiu abrir um Gabinete de Informação Universitária, no sentido de efetu-ar a ponte entre as atividades da universidade e esta região.

Desde 2001, foram realizadas formações pós-graduadas, inú-meras palestras, conferências e seminários; além de atividades de índole cultural como concertos,

exposições, eventos desportivos. Em 2014, o CESUCA passou a re-presentar a UC na Rede de Biblio-tecas do Concelho de Alcobaça.

Em 2014, a Universidade de Coimbra propôs a todo o parque escolar do concelho a realiza-ção do Ano da Ciência: Alcobaça 2014/15.

Esta ação visou só promover o ensino e a investigação realizados na nossa Universidade e a ligação entre as comunidades científicas, escolares, locais e empresariais, partilhando recursos e conheci-mento com as escolas da região, atravessando todos os anos de escolaridade, desde o pré-escolar ao ensino secundário.

Ao longo deste ano letivo, o Externato Cooperativo da Benedi-

ta participou em todo o programa e, além de palestras destinadas aos alunos com Professores da Faculdade de Ciências e Tecnolo-gias da Universidade de Coimbra, integrou atividades de laboratórios abertos de Biologia e Geologia e de Física e Química, um ciclo de mesas-redondas, realizando-se em fevereiro, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, uma mesa-redonda subordinada ao tema “Ci-ência e Religião” e aberta a toda a comunidade. Até final do ano letivo, está prevista a realização de outra mesa-redonda, versando o tema “A Pedra e as Gentes”, e a apresentação da Exposição “Os Passos de Darwin”, a recriação da viagem de Charles Darwin através das fotografias de Gonçalo Cadi-lhe.

O programa do Ano da Ciência em Alcobaça 2014/2015 e as re-portagens de todas as atividades realizadas podem ser consultados em:

ht tps : / /www. facebook.com/groups/

anodaciencia/

Margarida Anastácio

(Pela organização do Ano da Ciência:

Alcobaça 2014/15)

ano da CIênCIa

alcobaça 2014/2015

Decorreu entre os dias 8 e 12 de abril, o XV Robocup Portugal Open – Robótica 2015, Festival Nacional de Robótica, na cidade de Vila Real. Este even-to realiza-se anualmente e está dividido em três ligas, a RobotCupSoccer, a RobotCupJunior e as Outras Ligas. Em cada uma das ligas existe um conjunto de provas com regras bem definidas, das quais se destacam as provas de Futebol Robó-tico Médio - Middle Size League, a Rescue Maze/Labirinto, a Rescue Line/Linha, o Futebol Robótico Júnior e a prova de con-dução autónoma.

O ECB esteve representado pela equipa “RobotEcb”, consti-tuída por alunos que frequentam o clube de robótica e os cursos profissionais de técnico de ele-

trónica e automação e de técnico de informática de gestão, tendo entrado na prova de busca e sal-vamento da liga RobotCupJunior.

O desafio residiu na programação de um robot capaz de seguir uma linha contínua numa superfície plana Rescue Line/Linha e chegar a uma zona onde terá de identifi-car as vítimas aleatoriamente em

campo aberto, e colocá-las numa zona de segurança. O grau de complexidade da prova foi aumen-tando com a introdução de traje-

tos mais complexos, des-níveis mais acentuados e aparecimento de novos obstáculos.

A destreza dos alu-nos foi posta à prova, em tempo record, ao terem de reprogramar por vá-rias vezes os vários sen-sores, motores, detetores e garras do robot para cada novo cenário.

Apesar do elevado ní-vel de dificuldade do con-curso e da pouca experi-ência dos alunos, todos

concordaram que foi uma experi-ência bastante enriquecedora e, quem sabe, a repetir.

Professor Alexandre Lourenço

Robótica 2015

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA14

Nesta edição da rubrica “Entre Livros”, entrevistámos a professora Paula Cristina Fer-reira que se mostrou muito dis-ponível e interessada em cola-borar connosco.

É uma leitora assídua?Sou assídua da leitura para

aprender e da leitura por pra-zer. Todos os dias, por força da profissão, leio algo técnico e da especialidade. Também todos os dias antes de dormir leio cerca de uma hora.

Que livro está a ler no mo-mento?

Estou a ler uma obra técni-ca de Linguística Textual sobre géneros textuais, Fernando Pessoa, de Sónia Louro e Pour que tu ne te perdes pas dans le quartier, de Patrick Modiano (Prémio Nobel da Literatura de 2014).

Qual foi o livro que mais marcou a sua infância? Por-quê?

A Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner. Passei a mi-nha infância numa aldeia, per-tinho de Évora, Igrejinha. Lá, ia todos os dias à quinta com o meu avô, ouvia-lhe as histórias e os ensinamentos constantes. E à hora da sesta, que insistia em não dormir, “obrigava” o meu avô ou a minha avó a ler um poema, de um livro que eles tinham, ou um pouco da Meni-na do Mar. Ouvi aquelas histó-rias vezes sem conta.

Recentemente, que livro destaca? Porquê?

O Bom Inverno do João Tor-do. Destaco-o porque nos con-duz a uma leitura alucinante para chegar ao fim. A intriga, um verdadeiro novelo de peri-pécias, está estruturada sobre uma morte que nos conduz à reflexão sobre o valor da mor-te e sobretudo sobre o valor da vida e das nossas ações. A escrita é cativante. Penso que é um jovem escritor português que merece a nossa atenção.

Quais são os seus autores de eleição?

Seria mais fácil dizer os que não aprecio. Ainda assim gos-tei de os ler e conhecer. En-fim, Fernando Pessoa ocupa o primeiro lugar da minha tabela dos autores portugueses. Os eleitos são também David Mou-rão Ferreira, José Saramago e Vergílio Ferreira e nos tempos atuais, admiro João Tordo. Na tabela dos autores estrangei-ros, e em primeiro lugar, Milan Kundera, claro, e logo de se-guida Marguerite Yourcenar e Sartre. Adoro Sartre. Também gosto da Joanne Harris, embo-ra o registo seja diferente.

Prefere ler um livro em versão papel ou até gosta da versão digital?

Ainda sou da era do pa-pel. Penso que o livro perde a sua essência no formato di-gital. Já repararam no folhear ou no “passar a página”? Não é igual. Os livros têm cheiro, têm textura, têm ... já tentei ler, por prazer, num formato digi-tal, mas ainda não consegui. Acabo sempre por ir buscar a versão em papel. Mas consigo ler livros técnicos em formato moderno, digital, e de facto não me incomoda. Penso que asso-cio o computador (ou tablet…) a trabalho. Ler por prazer é mais íntimo, é mais vital, mais harmonioso. A relação livro /leitor tem que ser mais “terra a terra”.

Questionámos também a auxiliar de ação educativa do ECB, Isaura Mendes Machado Bento, que nos revelou os seus hábitos de leitura.

De todos os livros que já leu qual o que a marcou mais?

Uma mulher não chora da escritora Rita Ferro.

Qual é o seu autor favori-to? Porquê?

Nicholas Sparks. Os livros dele nunca me desiludem e ca-tivam-me sempre.

Para si, quais são as con-dições necessárias para ler um livro?

É preciso estar num lugar calmo e com bom ambiente.

Que tipo de livros gosta de ler?

Gosto de romance com dra-ma.

Qual foi o último livro que leu?

Deslumbrante, de Madeline

HunterQue livro aconselha?Dei-te o melhor de mim, de

Nicholas Sparks.Para si, o que é funda-

mental para que um livro seja bom?

Uma história interessante, que nos prenda, com princípio, meio e fim.

Passemos, agora, às res-postas que amavelmente nos deu a encarregada de educa-ção Rita Raimundo sobre o seu gosto pela leitura, as suas pre-ferências e critérios na escolha dos livros.

Que género de livros lhe desperta mais a atenção?

Os livros de História. Lê com frequência?Bastante. Qual foi o livro que mais

gostou de ler até agora? Por-quê?

Gostei muito do livro O La-drão de Túmulos, de Antonio Cabanas. Porque me identifi-quei com todos os aspetos re-feridos e todos os lugares des-critos devido a já ter visitado o Egito e ao enorme gosto que tenho por história.

Que critério usa no mo-mento de escolher um livro?

Normalmente a sinopse. Quando vai de férias, os

livros são uma companhia? Sim, claramente.Prefere ler um livro em pa-

pel ou gosta do suporte digi-tal?

Gosto do papel, todavia, confesso que ainda não li ne-nhum em formato digital, mas é uma questão de hábito.

Ler transmite-lhe o quê?Sobretudo criatividade.Há algum motivo especial

para esse seu gosto pela lei-tura?

Não, acho que foi algo que nasceu comigo.

Está a ler algum livro nes-te momento? Se sim, qual?

Sim, A Filha do Rei, de Bar-bara Kyle.

Qual o escritor(a) que mais aprecia? E porquê?

Tenho vários, não destaco nenhum em especial. Depende do género literário.

Na sua opinião, o que pre-cisa uma história de ter para ser boa?

Tem de ter uma boa escrita.Prefere livros da literatura

portuguesa ou estrangeira? Porquê?

Gosto imenso de literatura inglesa, mas sem dúvida pre-firo a portuguesa porque me identifico mais com o contexto cultural.

Onde costuma ler?Normalmente antes de ir

dormir, por isso, leio na cama ou no sofá.

Na sua opinião, que im-portância tem a leitura nos dias de hoje, na nossa socie-dade?

A leitura promove a litera-cia, por isso, deveria ser um hábito socialmente enraizado.

Para terminar, perguntámos ao nosso colega do décimo segundo ano, do curso de Ci-

ências Socioeconómicas, João Gil Delgado Silva, o que pensa sobre a leitura e o que gosta de ler. Aqui ficam as suas respos-tas.

Qual foi o livro que mais gostaste de ler? Porquê?

Talvez o primeiro livro que li a sério, Uma Aventura no Com-boio – a minha mãe desafiou-me quando eu tinha cerca de oito anos, aceitei o desafio e foi a partir daí que adquiri o gosto pela leitura. Mas nos últimos tempos, o livro que mais me marcou foi O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde.

Qual foi o livro que mais te custou mais a ler?

Ler um livro pode ser bas-tante desafiante, mas não con-sidero que alguma vez tenha sido um sacrifício. Porém, te-nho de admitir que tenho um li-vro a meio há cerca de um ano porque parece ser um desafio demasiado grande para mim – O Cemitério de Praga – breve-mente voltarei a tentar.

Qual o escritor que mais aprecias? Porquê?

Definitivamente Fernando Pessoa. Li várias obras antes de serem analisadas em aula

e foi o seu heterónimo Ricardo Reis que mais me marcou, mas sem a abordagem em aula re-ceio que não conseguisse com-preender a dimensão da sua obra, que através dos seus he-terónimos e ortónimo nos mos-tra o quão complexa e contradi-tória pode ser a mente humana.

És um leitor assíduo? Pode dizer-se que sim, se

bem que durante o período le-tivo, às vezes, é difícil conciliar o estudo, as saídas à noite, o sono e os livros. O facto de ter computador também não ajuda e a leitura acaba por ficar para segundo plano. Mas há cerca de um ano comecei a interes-sar-me mais por texto dramáti-co e poesia, que acaba por ser algo mais “leve”, e toma-nos definitivamente menos tempo.

Neste momento, que livro andas a ler?

Estou a ler neste momen-to Dans le café de la jeunesse perdue, um livro do Nobel da Literatura de 2014, Patrick Mo-diano.

Costumas ler em formato digital?

Nem por isso, só li um livro e não achei muito confortável. Se o objetivo for minimizar cus-tos, prefiro ir a uma biblioteca ou procurar algo em segunda mão.

Que livro aconselharias? Porquê?

Ultimamente tenho andado a tentar “vender” O Retrato de Dorian Gray, que verdadeira-mente me marcou, pois mostra-nos a facilidade com que uma alma humana pode ser corrom-pida e de certa forma fez-me sentir vulnerável e repensar acerca de bastantes aspetos da minha existência. Um livro que nos faz pensar marca-nos para sempre e quando aconse-lho um livro espero que tenha o mesmo efeito nos outros.

Em que locais costumas ler?

Eu leio em todo o lado, caso um livro me cative completa-mente, no meu quarto, num café, na praia, num jardim e até nas aulas (só digo isto porque estou a terminar o secundário).

Ana Bento, Joana Gerardo, Danie-

la Dias, Patrícia Serralheiro, Bruna

Gonzaga,

Mª Miguel, Tatiana Belo,

Patrícia Martins, Inês Vieira

10º D

EntRE lIVRoS

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ANO 10 - Nº 23 TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA 15

A Balada de Adam Henry, de Ian McEwan, é um romance intenso e in-

quietante que aborda algumas ques-tões bastante atuais, como a conci-liação entre a vida pessoal e a vida profissional, a lei e a fé, a culpa e o remorso.

A ação da narrativa desenvolve-se a partir da personagem Fiona Maye, juíza do Tribunal de Família, serena, rigorosa e muito bem suce-dida na vida profissional, à qual se dedica com grande entusiasmo, mas que na sua vida privada tem de en-frentar o fracasso do seu casamen-to e o peso da escolha de nunca ter tido filhos. Um dia o seu quotidiano é abalado por ter de julgar um caso de difícil decisão, que afetará as suas convicções e interferirá de forma in-delével na sua vida. O jovem Adam, com dezassete anos e doente com

leucemia, recusa fazer uma transfu-são de sangue, que poderia salvar-lhe a vida, por motivos religiosos, uma vez que, tanto ele como a sua família são Testemunhas de Jeová. Assim, pela primeira vez na sua vida Fiona tem dúvidas acerca da melhor decisão a tomar e, por isso, contacta Adam pessoalmente ultrapassando a fronteira entre a vida profissional e a pessoal, e tudo se complica ainda mais.

À semelhança de Expiação, Amesterdão, ou O Fardo do Amor, Ian McEwan recria neste romance um universo ficcional peculiar que nos seduz e envolve da primeira à última página.

Professora Luísa Rocha

a MInha aVó Os seus cabelos fracos e esbranquiça-

dos, outrora fortes e brilhantes, ornamen-tavam-lhe a cabeça. Os seus olhos, azuis e profundos, dançavam-lhe na cara, como duas crianças alegres e despreocupadas. Foi assim que ouviu os meus primeiros choros, que me mudou as primeiras fral-das e que viu os meus primeiros sorrisos, desdentados.

Era uma mulher baixa e gorda, enfra-quecida com as sucessivas mudanças no calendário. Atenta e meiga, foi das únicas pessoas a quem eu não vi defeitos, so-mente qualidades.

Em todos os nossos passeios ela se sentava, cansada, e acabava por adorme-cer, embalada pelo silêncio das pedras e pelos murmúrios das árvores. E eu brinca-va, brincava e contemplava as suas pálpe-bras pesadas e a sua boca muda.

Depois, quando acordava com o chil-rear dos pássaros, íamos para casa, alegres e cúmplices. Aí, pegava-me ao colo, durante o tempo que os seus ossos aguentavam, e entoava simples melodias, de apenas três notas, mas com imensos intervalos.

Até chegar o seu dia. As árvores fi-caram quietas, mais do que alguma vez tinham estado, e as macilentas nuvens prantearam com força, dando de beber à seca e desgastada terra.

A sua nova cama, feita de uma madeira áspera e reluzente, ficou submersa num oceano de asquerosas criaturas.

As imagens que ainda tenho dela aquecem-me o coração, agora mais vazio e entristecido.

Para sempre será lembrada, por mim e por todas as pessoas a quem fez o bem, como uma grande mulher para quem a verdade sempre foi o lema de eleição.

Alexandre Martins, 7ºA

Amílcar Coelho é natural da fre-guesia de Aljubarrota, licenciado em filosofia pela Universidade de Coim-bra e doutorado em filosofia contem-porânea, especialidade em filosofia da educação, pela Universidade Nova de Lisboa. Além de professor, desenvolveu uma intensa atividade política e sindical, bem como fun-ções na área da gestão de empre-sas. Para alguns, será sempre tam-bém um dos “rapazes dos tanques” que, em abril de 74, marcharam em direção a Lisboa para restituir a li-berdade ao povo português.

Sendo a primeira incursão de Amílcar Coelho pela ficção, depois de cerca de uma vintena de textos publicados, seja em artigos de re-vistas científicas, seja em monogra-fias, Eles não esperam por cães que mancam é mais do que uma obra de ficção. Sem pretender ser uma obra académica, como o próprio autor re-fere no capítulo inicial, ele constitui um retrato muito objetivo, mas sen-tido, do que era a vida das crianças, jovens e jovens adultos no Portugal dos anos 60, numa pequena fregue-sia do concelho de Alcobaça.

Diz-nos o autor nesse capítulo introdutório “A pedra angular desta ficção é a verdade. A verdade das pessoas e das suas vidas. Talvez não exista ocupação mais obscura que o viver dos mortais. Porém, vi-ver significa simplesmente habitar o mundo. […] O espaço é o lugar vivo do viver, o âmbito do ser da pessoa.”

Ao longo dos vários capítulos desta obra, vamos tomando parte na

vivência muito própria de toda uma comunidade inscrita num determi-nado espaço, a gente das terras de Cister.

A entrada na escola primária, sob a vigilância da professora Agripina (que “parecia ser como qualquer um de nós, mas, efetivamente, ela era outra pessoa!”) e do seu terrível pau de marmeleiro; a luta sem quartel com a caneta-de-aparo-e-tinteiro e o fascínio pela primeira caneta esfero-gráfica entrevista na velha taberna-

venda de mercearias da Ti’ Alice; o exame obrigatório da 4ª classe e as botas que se estreavam para uma ocasião que exigia pompa e circuns-tância e significava ainda uma via-gem excecional a Alcobaça.

O fim da escolaridade obrigatória significava, para a maioria, rapazes e raparigas, com pouco mais de 10 anos, a entrada no mundo fabril ou

do amanho da terra. Às fábricas, sobretudo as de olaria, chegavam como aprendizes, para se sujeitarem a horários longos e incertos, expos-tos a todo o género de acidentes de trabalho. Alguns conseguiriam ainda conciliar este mundo primário do ofí-cio com o mundo secundário da ins-trução, continuando os estudos em regime pós-laboral.

Em Eles não esperam por cães que mancam estamos perante um fresco extraordinário de persona-gens. Diz o autor, “Aquilo que agre-ga vidas tão singulares e dispersas, como são as vidas de Xico Zé, de Tónio Valério, de Mabilda, de Paula, de todas as personagens e aconteci-mentos que aqui são descritos, não é senão, de certa maneira, o traba-lho conjunto, por vezes incoerente, incompatível, paradoxal, de escava-ção de uma habitação destinada a acolher e a aprofundar a busca de uma verdade pessoal, solidária e in-tensamente vivida dentro dos jogos de verdade da terra e da comunida-de.”

Impregnado de uma forte sensibi-lidade social, cívica e política, este li-vro merece ser lido, não só por todos aqueles cujas vidas se revisitam nos quotidianos aqui descritos, mas tam-bém, e sobretudo, por todos os mais jovens que, nascendo e vivendo hoje num Portugal muito diferente, devem aprender a dar valor à obra das ge-rações que os precederam.

Professora Teresa Agostinho

Eles não esperam por cães que mancam,dE aMílCaR CoElho

Sugestão de leitura aBRIStE-ME oS olhoSUma seta de escuridãoAtingiu a minha vida.Apoderou-se de mim a solidãoE a tristeza há muito escondida.Dentro de mim me perdi,À procura da saída.De tanto falar desisti,Dei a luta como perdida.Vivo com medo de me afogarNo mar de dor onde vivoQue, apesar de implorar,Não se mostrava compreensivo.Foi então que mergulheiNo poço sem fundo da minha mente;Cansado de resistir, parei,Adormeci completamente.O intenso brilhoDos teus olhos me acordou.E até ti segui o trilhoQue o meu coração traçou.

Gabriel Branco, 10º A

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ANO 10 - Nº 23TOQUE DE SAÍDA