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Em defesa do Concurso Público RTVE ENTREVISTA O EXTRA PAUTA DIGITAL buscou uma das referências do jornalismo nacional para contribuir no debate sobre Rádio e TV Pública no país pág_05 EUGêNIO BUCCI FALA SOBRE TV PúBLICA JORNAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO PARANá | nº 01 | Agosto_2012 | www.sindijorpr.org.br Extra Pauta GESTãO D . I . G . I . T . A . L Jornalista paranaense fica quatro dias preso em uma pequena solitária na Síria pág_03 O Sindijor ouviu os jornalistas e repórteres cinematográficos da emissora paranaense de rádio e televisão. Uma proposta dos trabalhadores foi encaminhada à direção da RTVE e à Secretaria Estadual de Comunicação pág_04 ESPECIAL PRESO NA SíRIA Pedro Serápio Antônio Milena Germano Assad

Extra Pauta Digital

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Page 1: Extra Pauta Digital

Em defesa do Concurso Público

rtvE

EntrEvista

O Extra Pauta Digital buscou uma das referências do jornalismo nacional para contribuir no debate sobre Rádio e TV Pública no país pág_05

Eugênio BuCCi fala soBrE tv PúBliCa

JORnal dO SindicaTO dOS JORnaliSTaS PROfiSSiOnaiS dO PaRaná | nº 01 | agosto_2012 | www.sindijorpr.org.br

Extra PautaGeSTãO

d . i . g . i . t . a . l

Jornalista paranaense fica quatro dias preso em uma pequena solitária na Síria pág_03

o sindijor ouviu os jornalistas e repórteres cinematográficos da emissora paranaense de rádio e televisão. uma proposta dos trabalhadores foi encaminhada à direção da rtvE e à secretaria Estadual de Comunicação pág_04

EsPECial

PrEso na síria

Pedro Serápio

antônio MilenaGermano assad

Page 2: Extra Pauta Digital

o que o concurso público tem a ver com independência editorial?

EDitorial

Dizer que a in-dependên-cia editorial

de jornalistas é um ideal soa quase como clichê. Todos os dias os profis-sionais se deparam com condições de trabalho que im-pedem o livre exer-cício da profissão, traduzido nos prin-cípios da “liberdade de imprensa”. Este problema recai no velho dilema entre o dever jornalístico e os interesses de quem de fato de-tém os meios de comunicação de massa. Trata-se de uma condição própria de qualquer empresa onde o princípio é sempre o lucro e na qual são reduzidas as possibilidades de se fazer jornalis-mo regulado unicamente pelo interesse público.

Pois, se existe uma “ilha” com condições de fazer um jornalismo desatrelado da lógica empresarial, este jornalismo é o estatal. Não significa que exista plena liberdade editorial. O caso da Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE) ilustra bem as dificuldades para uma prática profissional com condições de sustentar sua autonomia perante interesses político--partidários. O fato é que infelizmente existe uma diferença entre jornalismo público e uma emissora verdadeiramente pública, quando se trata de emissora estatal.

A matéria de capa da edição digital do Extra Pauta, a primeira a ser lançado no formato exclusivo para web, traz este debate para os jor-nalistas paranaenses. Os próprios trabalhadores da RTVE compreendem que as condições ideais para que todo o potencial da emissora seja de fato explorado, ou seja, para que se cumpra o verdadeiro interesse público, é necessário que

sejam revistas as condições de traba-lho dos profissio-nais da área.

Não há como ga-rantir liberdade edi-torial sem estabili-dade de emprego e sem que sejam res-peitados os direitos dos trabalhadores. É por isso que o concurso público para contratação de funcionários é

fundamental para que a verdadeira missão da emissora pública seja possível. Esta não deve ser uma bandeira apenas dos jornalistas da RTVE, mas de toda a sociedade paranaense e o Sindijor--PR não poderia ficar alheio a este debate.

O artigo de opinião do professor e jornalista Sérgio Gadini e a entrevista com o também professor e jornalista Eugênio Bucci vêm para contribuir com esta discussão e com o papel do sindicalismo de jornalistas. Afinal, é importante que temas de interesse geral da categoria sejam aprofundados para que as decisões possam ser tomadas da forma mais madura possível. É o que alimentará nossos argumentos nas mesas de negociação, nos debates com colegas, familiares e amigos, em favor de respeito e valorização para os profissionais que carregam a fundamental responsabilidade de informar a sociedade.

À primeira vista, a defesa do concurso pú-blico e das demais questões apontadas pelos profissionais da RTVE pode parecer difícil de avançarem. A diretoria do Sindijor-PR acredita que nada é superior ao interesse coletivo, quando a coletividade está realmente disposta a defender seus interesses. A participação nas atividades do sindicato, a começar pela sindicalização, é o primeiro passo para as conquistas.

O caso de alcionir nenevê (capa do Extra Pauta de julho, edição 96) teve um desdobramento favorável ao trabalhador. a batalha judicial que o jornalista travava contra a TV Tarobá, de cascavel, teve colaboração do Sindijor. nenevê venceu ação por danos morais contra a empresa de comunicação. “O mais importante para o meu caso foi ter conseguido o registro profissional junto ao Sindicado, pois isso não deixou dúvida sobre o reconhecimento da profissão”, explica o jornalista. Também a matéria de capa no extra Pauta, fez com que a TV Tarobá decidisse resolver a questão, “mesmo com notório descontentamento”, frisa alcionir.

artigo

Dilemas da tv Pública no Paraná

tV Pública no Brasil é um dos (muitos) setores isolados que pare-cem condenados a reeditar debates que avançam pouco. E, pior, a impressão – talvez, mais senso comum – é que de não teria

muita alternativa. Engano! Por vários motivos.Engano 1. A TV pública pode(ria) operar como extensão de assesso-

ria. E, pois, os profissionais estariam subordinados a vontades/interesses políticos, em geral eleitoreiros ou particulares. E, pois, a TV poderia ficar – como está – na sombra de uma suposta visibilidade midiática de governos regionais (seja estadual ou municipal), atendendo a demandas absurdas. Um exemplo que aconteceu em Ponta Grossa, há alguns anos: em um momento de disputa eleitoral certas reportagens eram ‘vistas’, antes, por titular de secretaria de governo. E, “porque pagavam”, eles estariam convencidos que deveriam controlar também o conteúdo!

Engano 2. A TV Pública não precisa dar explicações para índices de audiência. Ora, entre afirmar que uma emissora pública de TV não precisa atender às orientações (interpretativas) de sondagens de audiência e, daí, defender que poderia se afastar do mundo real existe uma distância razoável, que não se justifica, pois gestar uma TV Pública é pensar na necessária transparência do uso do dinheiro pago pelo contribuinte.

Engano 3. Como a TV Pública seria mais estatal, os profissionais poderiam ser nomeados por vontade, adesão ou simpatia política. É a instrumentalidade intelectual... como se os colegas jornalistas tives-sem que atender às vontades de políticos que se apropriam de cargos e funções públicas com a mesma naturalidade que chegam na casa da avó e pegam o pão de queijo mais quente... pela natural justificativa de que são ‘filhos’, ‘netos’ ou ‘afilhados’ eleitorais. A briga do SindiJor pela contratação por concurso público continua atual!

Pelos enganos, não há uma regra para acabar com o uso indevido da TV Pública. E, infelizmente, no Paraná a situação se repete. Como acabar com tais vícios? Algumas dicas podem ajudar a pensar em uma gestão democrática da vida pública, com o necessário respeito ao dinheiro do contribuinte. Mas os eleitos – seja vereador, prefeito, deputado ou go-vernador – também deveriam entender suas reais funções no exercício de mandato público. Este é um momento para (re)discutir o assunto!

E como os jornalistas, técnicos e estrategistas poderiam contribuir para fortalecer as emissoras de TV Pública existentes no Paraná? Tal-vez, discutir alguns desafios. (1) Se admitidos por concurso público, os profissionais já estariam livres do ‘apadrinhamento’ eleitoral. (2) um conselho curador plural, independente, sem cachê, e sem função de cargo eleitoreiro, preocupado em atender o chefe que o nomeou. (3) Poder contar com representantes de diversos setores da sociedade civil organizada, e dispostos a defender que TV Pública não é estatal e, pois, não deve favor a mandato de quem quer que seja... (4) E, por fim, repensar o papel de uma TV Pública, que não precisa seguir orientações das emissoras privadas e tampouco de eventuais interesses eleitoreiros de grupos políticos que, a cada dois ou quatro anos, esperam ‘controlar’ o caixa do suado imposto do contribuinte.

Parece pouco! Mas, convenhamos, seria um bom começo para in-dicar metas para uma TV Pública de verdade... legítima, voltada aos interesses dos diversos setores ou grupos sociais e, por incrível que pareça, mais viável do que se mostra. Até porque, hoje, as reinvenções técnicas indicam que é possível produzir televisão a um custo bem menor do que algumas milionárias campanhas eleitorais que, em geral, são pagas pelo próprio povo. Agora, é preciso contar com gestores, técnicos e profissionais capazes de pensar e fazer televisão pautados fundamentalmente pelo interesse público, educativo e cultural.

* Sérgio luiz Gadini, jornalista, professor, coordenador do Mestrado em Jornalismo da UePG. e-mail: [email protected]

DEsDoBraMEnto

as opiniões aqui publicadas não refletem necessariamente a posição do sindijor, são de responsabilidade do próprio autor. Envie também seu artigo: [email protected]

Extra Pauta é órgão de divulgação oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. issn: 1517-0217. endereço: Rua José loureiro, 211, curitiba/PR. ceP 80010-000. fone/fax: (041) 3224-9296.E-mail: [email protected] | Jornalista responsável: Guilherme carvalho (MTB: 4492) redação: Regis luis cardoso (MTb 5849) [email protected]ção gráfica e ilustrações: Simon Taylor | www.ctrlscomunicacao.com.br

ExPEDiEntE

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Page 3: Extra Pauta Digital

EsPECial: intErnaCional

a viagemde germano assadJornalista paranaense esteve na síria no período em que a revolta contra o atual sistema do ditador Bashar al-assad explodiu para o mundo. no tempo em que esteve no país, teve a infeliz experiência de ficar quatro dias preso numa pequena solitária

teve um jornalista canadense que foi detido e acabou falando sobre mim. Descobri isso quando

já estava no Brasil. ativistas que eu havia entrevistado provavelmente, sob tortura, também acabaram falando alguma coisa. as autoridades tinham informações sobre o meu dia a dia!”

agosto_2012 Extra Pauta | 3

“Eu fui com visto para estudante. Meu objetivo era de fato estudar o árabe. E, como jornalista, eu pensava que se tivesse uma oportunidade de escrever eu escreveria”, explica Germano. Ele acrescenta ainda que viu muita gente trabalhando e ele era o único brasileiro; por isso tornou-se uma das testemunhas oculares da história contemporânea.

Quatro Dias “guarDaDo” | “Eu estava no país fazia sete meses e minha vida já tinha virado de ponta cabeça, nem estudava mais. Nesse momento já escrevia e tinha entrevistado mais de 40 pessoas que haviam sido presas pelo regi-me”, o jornalista explica que entrevistou advogados famosos que trabalhavam na oposição à ditadura de Bashar al-Assad.

É isso que eu estou querendo mostrar, que é possível um trabalho de primeira mão, escrito

ou falado em português, feito por um brasileiro, com informação exclusiva, vivência, sem filtros”

nascido em Curitiba, Germano Assad (26) é um jornalista formado na Uni-versidade Positivo. Foi para Síria fazer intercâmbio cultural e antes de voltar à região, no início do ano, esteve na sede do Sindijor para regularizar sua

situação sindical (saiba como adquirir carteira internacional e nacional de jornalista na página 8). Fora da Brasil, o jornalista percebeu que estava no ‘olho do furacão’ de uma revolução popular desencadeada após anos de exploração ditatorial. Estando no país, viu de perto os riscos da profissão de jornalista.

Germano ficou sete meses na Síria, chegou quando a situação não estava ‘tão’ caó-tica. Enviava material para a imprensa nacional com outra identificação, logicamente para não correr risco de morte. Porém, por mais que tomasse todas as precauções, o regime age com rigor contra os jornalistas estrangeiros.

O jornalista paranaense percorreu o país e conheceu algumas cidades, mas após o desencadear da Primavera Árabe (no fim de 2010 várias revoltas percorrem alguns países da Liga Árabe, as coisas começaram a mudar. Hoje a violência na região é mos-trada ao mundo, a chama inicial foi a morte do fotógrafo francês Rémi Ochlik, de 28 anos, e da correspondente americana Marie Colvin, 56, em Homs, cidade de maior resistência ao regime do presidente Bashar al-Assad.

Jornalista paranaense fez material exclusivo durante conflitos entre sírios Quando pensou em sair da Síria, após

receber um email de um amigo que estava na Turquia, soube que algumas pessoas que estavam presas foram questionadas sobre um repórter brasileiro. Como Ger-mano era o único, não teve dúvida em fugir. “Coloquei minhas coisas num táxi e quando estava indo embora os agentes me abordaram dentro do carro. Provavelmente eles já estavam atrás, tanto é que, na prisão, as autoridades tinham uma lista com todas as minhas ligações. Meu telefone estava grampeado há muito tempo!”, explica.

Uma das ferramentas que Germano utilizou foram as redes sociais: “especifica-mente o Facebook, pois o Twitter lá é pouco utilizado. Ele (o ‘Face’) é um fenômeno, é o meio que a juventude encontrou para se engajar, se organizar e combinar as coisas”. Depois de perceber isso, o próprio governo Sírio passou a usar da mesma arma para prender pessoas. A partir daí, o ‘Face’ tornou-se perigoso, tanto é que na prisão a polícia abriu o perfil do jornalista na rede.

liberdade Germano foi libertado após o embai-

xador do Brasil em Damasco, Edgard Cas-ciano, interceder a seu favor no Ministé-rio das Relações Exteriores. Segundo o próprio jornalista, as autoridades sírias alegaram que ele estava desenvolvendo atividades jornalísticas sem autorização, o que motivou seus quatro dias de deten-ção numa pequena solitária, além de ser submetido a longos interrogatórios. “Não sofri violência física”, relata.

imprensa na síria “São poucos correspondentes e

profissionais. Normalmente ficam em Jerusalém. Se acontecer algo de emer-gência, o jornalista não vai chegar a tempo”, aponta Germano, explicando que quem não vive o dia a dia do país ou da região, reproduz o rescaldo das agências de notícia.

Do começo até a prisão

síria: um país devastado pela ditadura e pela guerra civil

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Page 4: Extra Pauta Digital

organiZaÇÃo

abertura de concurso público está entre os itens defendidos pela categoria para garantir direitos trabalhistas e independência editorial

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Jornalistas e repórteres cinematográficos da rtvE aprovam pauta de reivindicações

Jornalistas se reúnem para discutir reivindicações

o Sindijor realizou duas reuniões com os jornalistas e repórteres cinematográficos da RTVE, no Canal da Música, durante o mês de julho. O objetivo dos encontros era definir uma pauta de ne-

gociação a ser apresentada à direção da emissora e à Secretaria Estadual de Comunicação. Dentre os principais pontos aprovados está a defesa da abertura de concurso público para contratação de profissionais na área de comunicação. Esta seria uma saída definitiva para resolver a situação da emissora junto ao Ministério Público e para garantir estabilidade de emprego e demais direitos aos trabalhadores.

A decisão também apontou para a adequação imediata dos profissio-nais que estão recebendo como “cachê”. A proposta aprovada pela maioria é a contratação via Organização Social (OS). Esta seria uma alternativa provisória para garantir os direitos trabalhistas aos funcionários que estavam contratados via Funpar e que ficaram sem contratos diante do fim da parceria entre a fundação e a RTVE, em 2011.

“Saímos das reuniões com saldo positivo, principalmente na defesa do concurso público. O Sindijor acredita que o trabalhador e o jornalismo terão mais estabilidade e independência através do concurso público”, diz Guilherme Carvalho, presidente do sindicato. As reuniões também foram acompanhadas por Pedro Serapio (diretor de imagem), Cristiane Lebelem (diretora administrativa de professores e estudantes), Pedro Carrano (diretor de formação) e Christian Mañas, advogado do Sindijor.

PróxiMo Passo O Sindicato encaminhou a proposta dos trabalhadores à direção da RTVE e também à Secretaria Estadual de Comunicação. Também participará da negociação uma comissão de trabalhadores, definida na reunião, que representará a categoria.

CrEDiBiliDaDE Para o Sindijor, a situação dos trabalhadores da RTVE está em cheque: “O sentimento de incerteza é aprofundado pela fragilidade da RTVE, que está sujeita às variações da conjuntura política paranaense. É inadmissível que depois de tantos anos a emissora pública do Paraná esteja à mercê de interes-ses político-partidários”, diz a carta “Por uma RTVE independente e pública”.

Passamos por situações constrangedoras.

Já chegou ao ponto de, muitas vezes, quando vamos trabalhar, alguém dizer: ‘Chegou a tv do requião, chegou a tv do Álvaro Dias. isso é constrangedor!”

fábio Bernardo Simioni (repórter cinematográfico concursado desde 1989)

fotos: Regis luís cardoso

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agosto_2012 Extra Pauta | 5

EntrEvista

Eugênio Bucci fala de tv

pública no Brasil

Com o objetivo de contribuir na discussão sobre a informação

pública, o Extra Pauta conversou com Eugênio Bucci: “Quanto

mais os funcionários sejam concursados, menor é a chance de

que eles sejam contratados por favores políticos”

o que mais faz falta é uma gestão moderna e independente. aliás, o maior problema das emissoras públicas no Brasil não é a falta de recursos humanos ou tecnológicos (embora haja uma grande defasagem tecnológica). o maior problema é uma gestão atrasada, subserviente ao poder estatal ou governamental, tímida esteticamente e fria jornalisticamente”

antônio Milena

Extra Pauta | na questão editorial da rádio e tv pública no Brasil, é possível que exista independência nesses meios? Eugênio Bucci: Claro que é, sim. Mas se você me perguntasse se existe, hoje, no Brasil, alguma emissora pública que faça um jornalismo independente na prática, todos os dias, eu responderia que não. Hoje, a TV Cultura de São Paulo e a TV Brasil são as que mais se aproximam desse ideal, mas ainda há situações de constrangimentos. E, aqui, cito a TV Cultura e a TV Brasil como exceções que confirmam uma regra geral de mediocridade. É possível haver independência na TV Pública porque a lei assegura esse direito às emissoras públicas. Só depende, de um lado, de disposição dos dirigentes dessas instituições: disposições para comprar os desgastes necessários. De outro lado, é necessária a compreensão dos governantes, que precisam parar de insistir em transformar as emissoras públicas em suas agências pessoais de promoção política -- o que, no limite, é ilegal.

EP | Como a mídia tem um papel extremamente relevante na so-ciedade, qual a importância da rádio e tv pública neste contexto? EB: É a mesma importância que têm as emissoras públicas nas democracias mais avançadas. Basta ver o caso da NPR e da PBS nos EUA, ou da BBC no Reino Unido. Os meios de comunicação comerciais são indispensáveis

o entrevistado desta primeira edição do Extra Pauta Digital é Eugênio Bucci, formado em Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São

Paulo (1982) e em Direito também pela Universidade de São Paulo (1988). Bucci foi um dos criadores e o primeiro editor da revista Teoria e Debate, editada pela Fundação Perseu Abramo. Trabalhou em meios de referência no Brasil, como a Folha e o Estado de São Paulo, é Doutor em Ciência da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes de São Paulo (ECA-USP).

Na comunicação pública, Bucci dirigiu a Radiobrás, hoje Empresa Brasileira de Comunicação S.A, de 2003 a 2007. Hoje é membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, além de colaborar com o jornal O Estado de São Paulo e com o site Observatório da Imprensa.

Através desta referência na comunicação, o Extra Pauta prio-rizou, nesta conversa, temas pontuais para ampliar a discussão e fazer com que, não só os jornalistas, mas também os adminis-tradores públicos, reflitam sobre o caminho a se traçar para a emissora pública do Paraná, no atual contexto da comunicação.

à ordem democrática, mas eles, sozinhos, não atendem às necessidades comunicacionais do espaço público democrático. Do mesmo modo, os meios públicos, não comerciais, são funda-mentais, mas sozinhos não conduzem a uma boa mediação do debate público. Os dois sistemas são necessários e complementares.

EP | você considera que para ter uma maior abrangência dentro desse contexto mi-diático, a rádio e tv pública necessitem mais investimento? Como competir com as empresas de comunicação? EB: Há investimentos, sim. Basta ver o orça-mento da TV Brasil (de toda a EBC, na verdade), que hoje está na casa dos 400, 500 milhões de reais ao ano. É um orçamento bem maior do que tínhamos há 6 anos na Radiobrás e na TV-E, que se uniram para formar a EBC. Investimentos existem, embora faltem aqui ou ali. O que mais faz falta é uma gestão moderna e independente. Aliás, o maior problema das emissoras públicas no Brasil não é a falta de recursos humanos ou tecnológicos (embora haja uma grande defa-sagem tecnológica). O maior problema é uma gestão atrasada, subserviente ao poder estatal ou governamental, tímida esteticamente e fria jornalisticamente.

EP | no sentido de colaborar com a ideia de independência, você considera que o concurso público supre esse ideal, nos meios públicos de comunicação? EB: Sim, considero. É uma condição necessária, mas não suficiente. Quanto mais os funcionários sejam concursados, menor é a chance de que eles sejam contratados por favores políticos e,

portanto, menor é a chance de que a emissora seja instrumentalizada pelo clientelismo. Mas só o concurso público não é suficiente.

EP | E a relação com o trabalhador, como combater a excessiva jornada de trabalho dos jornalistas? assim como acordos que não dão segurança aos trabalhadores? EB: Eis aqui um ponto em que as emissoras pú-blicas respeitam a lei. Eu diria até mesmo que o espírito sindicaleiro (não sindicalistas) nas emissoras públicas tem sido um tanto exagerado. Muitas vezes falta ao funcionalismo dessas emis-soras a consciência de que eles trabalham para atender o direito à informação da sociedade. Eles deveriam estar a serviço da sociedade, e não pre-tender que a sociedade estivesse a serviço deles.

EP | Como alterar a maneira como se admi-nistra os meios de comunicação públicos? EB: Creio que os marcos jurídicos que já exis-tem, tal como estão, já são suficientes para que façamos uma comunicação pública de qualidade muito superior. Claro que a lei sempre pode ser melhor do que é, mas, nas emissoras públicas, o problema gravíssimo de déficit de qualidade e de compromisso público vem de uma cultura atrasada, e não de um marco legal defeituoso.

EP | E para o futuro, o que considera ser o maior desafio da comunicação pública no Brasil? EB: O maior desafio está na gestão. Moderni-zar a gestão -- com transparência e com bons indicadores de qualidade, com independência e impessoalidade -- é o maior desafio da comuni-cação pública no Brasil.

Page 6: Extra Pauta Digital

imprensa cUT-PR

Jornalistas param trânsito em Minas gerais

Profissionais de jornais, revistas e portais, realizaram a Semana de Luta (na metade de julho) com manifestações por melhores salários, condições de trabalho e respeito aos direitos trabalhistas. Os protestos paralisaram

o trânsito em avenidas de Belo Horizonte e Contagem. Tudo começou dia 11 de julho, quando os profissionais do setor de jornais, revistas e portais rejeitaram a contraproposta patronal de aplicação de 6% de reajuste em todas as faixas salariais e de pagamento do retroativo a 1º de abril em única parcela, na folha de julho. A partir disso, a proposta de mobilização nas empresas foi aprovada, com a criação de uma Comissão de Mobilização da Campanha Salarial 2012 formada por diretores do Sindicato e representantes das redações (FENAJ).

objetivo da semana de luta é mostrar à sociedade a necessidade de melhores salários, condições de trabalho e respeito aos direitos trabalhistas

gEralJuíza destitui direção do sindicato de são luis

a juíza elzenir luande franco, da 4ª Vara do Trabalho de São luís, decidiu destituir a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São luís (Ma), considerando procedente uma ação civil pública de cerceamento à liberdade sindical. a determinação judicial é de que a fenaJ nomeie uma Junta Governativa Provisória para convocação, no prazo de 90 dias, de assembleia para eleição e posse de uma nova direção para a entidade. no entanto, como cabe recurso da atual direção do Sindicato à decisão de primeira instância, e como ainda não foi notificada oficialmente, a fenaJ aguarda o desfecho do processo para tomar as providências cabíveis (fenaJ).

nova diretoria da Cut-Pr toma posse

Regina cruz foi eleita nova presidente da cUT-PR. a posse da nova diretoria, eleita por aclamação no 12º cecut, aconteceu 19 de julho. O evento acorreu no auditório da aPP-Sindicato. dos 14 cargos da executiva da direção, 10 tem novos nomes e quatro são nomes que já pertenciam à antiga gestão, incluindo a nova presidente, Regina cruz, que era secretária da mulher trabalhadora.

lucro das empresas sobe e o do trabalhador...

no fim de julho o instituto Verificador de circulação (iVc) registrou um aumento de 2,3% na circulação do meio Jornal no primeiro semestre no Brasil. “O bom desempenho dos jornais com preço de capa entre 1 e 2 reais é um movimento bastante importante. este grupo inclui os principais títulos de alguns mercados regionais. no ano passado, já era perceptível um fortalecimento que se intensificou neste primeiro semestre”, explica Pedro Martins Silva, presidente executivo do iVc.

últiMo auMEnto após 14 anos o Sindijor conseguiu uma reposição integral

da inflação e um pequeno aumento real. com pressão dos trabalhadores os empresários cederam à posição decidida pela categoria em assembleia, no começo do ano. foi estabelecido entre os trabalhadores à reposição da inflação de 7,3% (inPc/iBGe) e aumento real de 0,7%, o que fechou num índice de 8% para todos os jornalistas do Paraná.

servidores federais: governo tenta substituir grevistas

6 | Extra Pauta agosto_2012

servidores federais em greve, revoltados com decreto do governo que tenta substituições de funcionários

governo tenta Decreto 7.777,

que prevê a subs-tituição dos gre-vistas por traba-lhadores das redes públicas estaduais e municipais, um dia após Sindica-to dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF) obter liminar judicial que impede corte de salários dos ser-vidores públicos federais em greve. Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa em torno de 80% das categorias paralisadas, repudiou a atitude do

governo. “Esta in-flexão do decreto g o v e r n a m e n t a l nos deixa extre-mamente preocu-pados. Reprimir manifestações le-gítimas é aplicar o projeto que nós derrotamos nas ur-nas. Para resolver conflitos, o cami-nho é o diálogo, a negociação e o acordo. Sem isso, a greve é a única saída”, diz o docu-

mento. A Central classifica como “inaceitável” a subs-tituição de servidores com atribuições diferenciadas entre os entes federados (Fonte: Carta Maior).

reativação do Conselho de Comunicação social gera polêmica

o chamado CCS foi reativado dia 17 de julho deste ano pelo Congresso Nacional. O Conselho tem

função de órgão auxiliar do próprio Congresso na realização de estudos, pareceres, recomendações e outras solicitações relativas à comunicação, de acordo com a Lei Nº 8.389.

Os trabalhos foram apresentados antes do recesso parlamentar e, segundo nota da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), esta reins-talação do CCS resgata uma dívida do parlamento brasileiro com a sociedade. A Federação considera a volta do Conselho como “fruto de intensa luta dos jornalistas brasileiros e da mobilização social por profundas mudanças na estruturação do sistema de comunicação no Brasil e por sua democratização”, diz publicação da Federação.

No entanto, a composição da CCS recebeu, dois dias depois da sua reativação, sua primeira nota de repúdio. A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Parti-cipação Popular (FRENTECOM), coordenada pela deputada federal Luiza Erundina de Sousa, vê com estranheza e perplexidade a informação de que o

Congresso Nacional aprovou a nova composição do CCS. Segundo a FRENTECOM o Conselho foi dis-cutido “provavelmente com o conhecimento apenas dos líderes de bancada presentes à referida sessão”, diz trecho do manifesto.

Deputada federal, luíza Erundina: a frente das críticas

arquivo Sindijor-PR

divulgação

divulgação

assembleia da campanha salarial 2011

Page 7: Extra Pauta Digital

Piso de jornalistas está defasadosindijor mostra que piso dos trabalhadores está abaixo do salário mínimo do Dieese

o piso salarial de jornalistas, não bastasse ser o “teto” em muitos locais, para não falar dos empregadores que pagam abaixo do mínimo previsto em convenção, expõe a desvalorização da profissão diante de outras atividades. O piso de jor-

nalistas do Paraná (R$ 2.323,68), apesar de ser um dos maiores comparados com outros estados, está defasado na comparação com outras categorias. Engenheiros e arquitetos paranaenses, por exemplo, contam com piso de R$ 3.632,00, para jornada de 6 horas. Um policial civil em início de carreira, ganha, no mínimo, R$ 4.020,00. Um advogado pleno (formado há 4 anos), no estado, não deve ganhar menos de R$ 2.844,90.

A diferença chama a atenção uma vez que se trata de profissões com alto grau de responsabilidade e com relevância social, da mesma maneira que o jornalismo. Segun-do o Dieese, o piso de jornalistas está abaixo, até mesmo do chamado salário mínimo necessário, hoje em R$ 2.383,28.

Piso naCionalA defesa do Piso Nacional dos Jornalistas ganhou destaque este ano após a retomada da Campanha em defesa do Projeto de Lei 2960/2011 e a criação da Frente Parlamen-tar do Piso Nacional dos Jornalistas. Uma luta histórica dos jornalistas, que fixa o Piso Nacional dos Jornalistas em R$ 3.732,00, reajustado anualmente pelo INPC. A proposta recupera a reivindicação histórica da categoria de seis salários mínimos para uma jornada de 30 horas.

salÁrio MíniMo DiEEsE:

r$ 2.383,28

Dia a Dia

agosto_2012 Extra Pauta | 7

repórteres cinematográficos o Sindijor tem recebido inúmeras denúncias de trabalho não reconhecido, ou

seja, repórter cinematográfico registrado como cinegrafista ou operador de câmera. Não são todas as empresas que têm no seu quadro de funcionários esta irregularidade, mas é fato que alguns trabalhadores acumulam funções dentro de emissoras e ainda recebem abaixo do que lhe é de direito. “O diferencial é o reconhecimento como profissional, pois trabalho como repórter cinematográ-fico desde a década de 90”, diz Ivan Carlos Pereira, 41, hoje registrado na Rede Massa como repórter cinematográfico.

De acordo com o Decreto Lei Nº 972, que dispõe sobre o exercício da profissão de jornalista, constando nele o art. 6º, que discorre sobre “as funções desempenhadas pelos jornalistas profissionais, como empregados”, esse, dentre outras classificações, é: “(...) - j) Repórter-Cinematográfico: aquele a quem cabe registrar cinematografi-camente, quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornalístico (...)”.

repórter cinematográfico: legislação específica e reconhecida

Jornalista:r$ 2.323,68

EngEnHEiroE arQuitEto:r$ 3.632,00

PoliCial Civil:

r$ 4.020,00aDvogaDo:r$ 2.844,90

Jornalista, participe e envie sua sugestão de pauta para esta editoria pelo e-mail [email protected]

divulgação

ação de horas extras do gPP: perto de acordo

em nova negociação, representantes do Sindijor e da assessoria jurídica do sindicato garantiram que a proposta dos repórteres e editores do Grupo Paulo Pimentel (GPP) fosse aceita pela empresa. a proposta de acordo é o pagamento de 90% dos valores propostos em audiência de conciliação. O pagamento seria realizado em três parcelas, liquidando o débito até o final do ano. O valor definitivo será levantado nos próximos dias, quando os contadores da empresa e do sindicato determinarão os créditos a que cada trabalhador terá direito. Uma nova assembleia, ainda este mês, será agendada.

Jornalistas da gazeta do Paraná e Cgn perto de receber seus direitos

O Sindijor-PR, através da Subseção de cascavel, notificou em setembro de 2011 a Sociedade equatorial ltda. (Gazeta do Paraná e cGn – central Gazeta de notícias) por descumprir a cláusula quarta, parágrafo terceiro, da convenção coletiva de Trabalho da categoria (ccT 2010/2011). a empresa se recusou a pagar o retroativo referente à convenção aos trabalhadores jornalistas. agora (julho/2012), o Sindicato deu o primeiro passo para dar aos seus representados o que lhes é de direito, pois o processo relativo ao pagamento das diferenças nos reajustes salariais dos jornalistas da Sociedade equatorial foi julgado procedente. a decisão em 1ª instância, proferida pela 3ª Vara do Trabalho de cascavel foi publicada no dia 20 de julho; a empresa tinha até 30 de julho para recorrer, o que não foi feito.

Prefeitura de Jesuítas não cumpre jornada de cinco horas de jornalista

O Sindijor notificou a Prefeitura de Jesuítas, em abril deste ano, pelo descumprimento do decreto-lei nº 910, consolidado pelo art. 303 da consolidação das leis de Trabalho que diz: “(art. 303) a duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta seção não deverá exceder a cinco horas, tanto de dia como à noite”. Ou seja, o jornalismo deve cumprir, não só em Jesuítas, mas em todo o Brasil a jornada de cinco horas diárias estipulado na clT. Segundo denunciante, que preferiu não se identificar, a situação até agora não mudou. a próxima medida do Sindijor é apresentar o caso ao Ministério Publico.

Mercado cresce 11,56% até maio O investimento publicitário brasileiro ultrapassou os R$ 11,66 bilhões entre os

meses de janeiro de maio de 2012 e cresceu 11,56% (sem descontar a inflação) em relação ao mesmo período do ano passado, informa o Projeto inter-Meios. Os meios em que se verificou o maior crescimento foram internet (20,4%), cinema (19,31%) e TV por assinatura (19,06%). a TV aberta também cresceu acima da média, com 13,71% a mais que o faturado em 2011. as maiores perdas foram registradas em Guias e listas, que faturou 8,34% a menos que no mesmo período do ano passado. O meio revista teve leve perda de 0,79%. a maior participação nos investimentos de mídia permanece da TV aberta (65%), seguida por jornais (11,8%), revistas (5,95%) e internet (5,08%). apesar do bom resultado em relação a 2011, cinema continua como o meio com a menor participação no bolo publicitário (fonte: Meio e Mensagem).

Page 8: Extra Pauta Digital

O sindijor-Pr é o representante legal dos jornalistas do Paraná. Mas essa representatividade não vale de nada se os profissionais

da área não estiverem sindicalizados. a sindicalização garante legitimidade para o sindicato nas mesas de negociação e

fortalece a representatividade. além disso, é com o dinheiro das mensalidades que se pagam a estrutura, os salários dos

funcionários do sindicato, as campanhas e os eventos realizados anualmente. seja um jornalista sindicalizado!

valor Da MEnsaliDaDE:R$ 23,23 (equivalente a 1% do piso salarial)

CoMo sE sinDiCaliZar:1. Preencher ficha de sindicalização (site,

e-mail, diretores ou na sede do sindicato).2. entregar pessoalmente ou via correio os

seguintes documentos anexados à ficha: 2 fotos 3x4; cópia do registro

profissional no Ministério do Trabalho (carteira de trabalho); cópia do diploma de graduação em Jornalismo/comunicação Social-Jornalismo.

oPÇõEs Para PagaMEnto:Desconto em folha (apenas para profissionais contratados por empresas jornalísticas):1. Preencher duas vias da autorização para

desconto em folha (site, e-mail, diretores ou na sede do sindicato).

2. entregar uma via no RH da empresa e outro para o Sindijor (pode ser enviado via correio, aos diretores, scaneada por e-mail ou pessoalmente).

Boleto bancário:1. existem duas opções, neste caso. Pode ser

paga a anuidade, com desconto de 10% ou a mensalidade. O boleto é enviado no final do ano para a casa do sindicalizado.

CoMo rEgulariZar sua sinDiCaliZaÇÃo:1. entrar em contato com o

Sindijor por telefone ou e-mail e solicitar a regularização.

2. cobra-se até 7 mensalidades para colocar tudo em dia.

3. Boleto será encaminhado por email, correios ou pode ser retirado na sede do sindicato.

4. com boleto pago, a situação é regularizada automaticamente.

CoMo oBtEr sua CartEira Profissional DE Jornalista a carteira nacional de jornalista é documento de identidade pessoal e profissional, válido em todo o território nacional e só poderá obtê-lo o jornalista que tenha registro profissional no Ministério do Trabalho e emprego com formação profissional. O documento é emitido pelos Sindicatos de Jornalistas

nos estados e é uma ferramenta para assegurar a prática da profissão em qualquer local com validade de 3 anos. além disso, o documento também é aceito para alguns convênios (confira lista no site do Sindijor-PR).valorEs:sindicalizado em dia: R$ 85,00sindicalizado que não está em dia: R$ 170,00não sindicalizado: R$ 340,00

CoMo oBtEr sua CartEira intErnaCional DE Jornalistaa carteira internacional é o documento de identificação do jornalista no exterior. O titular da carteira internacional tem benefícios - desconto ou gratuidade - no ingresso de cinema, museus, espetáculos, etc, que variam de país a país. Outra finalidade importante do documento é facilitar o acesso às entidades sindicais filiadas à fiJ (federação internacional de Jornalistas) e a eventos profissionais. dessa forma, fica mais fácil encaminhar solução de problemas que possam surgir quando o jornalista está em outro país. a validade é de 2 anos. Para obter a sua é necessário estar sindicalizado. DoCuMEntos nECEssÁrios:

fotocópia da carteira nacional de jornalista em dia;

Preenchimento de requerimento; uma foto 3x4.

valorEs:sindicalizados em dia: ¤ 50,00 sindicalizados inadimplentes: ¤ 100,00

Solicite a sua carteirinha pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (41) 3224-9296. a emissão é feita pela fenaj ou fiJ, mas deve ser solicitada nos sindicatos estaduais. O pagamento pode ser feito pessoalmente no sindicato ou por depósito bancário.

EM Caso DE DúviDaQualquer documento ou ficha do Sindijor-PR pode ser obtida no site do sindicato em “documentos”, com diretores do Sindijor, na secretaria do sindicato ou pode ser solicitada pelo e-mail [email protected] ou, ainda, pelo telefone 3224-9296.

EvEntos

8 | Extra Pauta agosto_2012

Ditadura é tema de debates no Paranáo fórum Paranaense de resgate da verdade, Memória e Justiça quer Comissão da verdade no estado

tem que ser uma ação de toda a

sociedade, já que a lei da anistia tem uma interpretação baseada em argumentos falsos e de extrema covardia, dando respaldo a torturadores”

narciso Pires, que participou do fórum e

também faz parte do Grupo Tortura nunca Mais no Paraná

Com a oficialização da Comissão Nacional da Verdade, em maio deste ano, ampliou-se a discussão

sobre o tema, inclusive com debates estaduais. No mês de julho aconteceu, em Curitiba, o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, que debateu a criação da Comissão da Verdade em âmbito estadual e a possibi-lidade do Fórum Nacional se reunir uma vez no estado. Uma série de eventos acontece no mês de outubro, todos liga-dos ao tema e também a Lei de Anistia.

O Fórum objetiva discutir a ditadura militar no Brasil, porém o assunto diver-ge, como explica a jornalista Tereza Ur-ban: “a Comissão vem tarde demais e sem força nenhuma, pois está acordada na Lei de Anistia, feita pelos próprios militares. Ela é relatora. Tenho muita restrição da forma como isso foi iniciado”.

DEBatE soBrE a DitaDura na aMÉriCa latinaComo consequência da ampliação des-tas discussões, o evento “A Ditadura Sobrevive”, intensifica os debates sobre a abertura dos arquivos da Ditadura Mi-litar. A jornalista Silvia Calciolari, com o tema “Ditadura na AL e outros golpes – linha do tempo”, será a convidada de honra do evento, que conta com o apoio do Sindijor-PR. O objetivo do debate é

alertar a sociedade para o surgimento de um novo modelo de golpe de estado que estaria sendo implementado na América Latina, o chamado “Golpe Branco”, em que governos democraticamente eleitos estão sendo derrubados sob o argumen-to de desrespeito a constituição do pró-prio país, como ocorreu em Honduras e recentemente no Paraguai.

sErviÇo: “a ditadura Sobrevive” acontece dia 20 de agosto, 19h, no Sindicato dos Bancários, 380 – Rebouças.

vencedores do Prêmio ocepar Os vencedores do 9º Prêmio Ocepar de Jornalismo foram premiados na noite

do dia 30 de julho, durante o fórum de Presidentes das cooperativas Paranaenses. dos 85 trabalhos inscritos na edição deste ano, a comissão Julgadora, que contou com representantes do Sindijor-PR, selecionou os 14 finalistas. Houve a entrega dos troféus e dos valores em dinheiro para os três primeiros lugares de cada uma das quatro categorias (televisão, radiojornalismo, jornalismo impresso e mídia cooperativa): R$ 6.000,00 (1º lugar); R$ 3.000, (2º lugar) e R$ 2.000 (3º lugar). a categoria especial do ramo crédito recebeu R$ 3.500,00. nas categorias Ramo Saúde e Prêmio Universitário não houve finalistas.

Confira no site www.sindijorpr.com.br lista completa dos vencedores

Ocepar

Jornalistas premiados pela ocepar na noite de 30 de julho