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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CAMPUS II – AREIA – PB PRODUÇÃO E QUALIDADE DE DUAS VARIEDADES DE Ipomoea batatas (L.) Lam SUBMETIDAS A DENSIDADES DE PLANTIO E QUANTIDADES DE FÓSFORO Fabiano Leite Gomes Engenheiro Agrônomo FEVEREIRO – 2010 AREIA - PB

Fabiano Leite Ms2010

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Cultivo de batata doce

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

CAMPUS II – AREIA – PB

PRODUÇÃO E QUALIDADE DE DUAS VARIEDADES DE Ipomoea batatas

(L.) Lam SUBMETIDAS A DENSIDADES DE PLANTIO E QUANTIDADES DE

FÓSFORO

Fabiano Leite Gomes Engenheiro Agrônomo

FEVEREIRO – 2010 AREIA - PB

ii

FABIANO LEITE GOMES

PRODUÇÃO E QUALIDADE DE DUAS VARIEDADES DE Ipomoea batatas

(L.) Lam SUBMETIDAS A DENSIDADES DE PLANTIO E QUANTIDADES DE

FÓSFORO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos para a obtenção do título de “Mestre em Agronomia”. Área de concentração: Solos e Nutrição de Plantas.

FEVEREIRO – 2010 AREIA – PB

Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, campus II, Areia – PB.

Bibliotecária: Elisabete Sirino da Silva CRB-4/905

G633p Gomes, Fabiano Leite

a) Produção e qualidade de duas variedades de Ipomoea batatas (L.) Lam submetidas a densidades de plantio e quantidades de fósforo. / Fabiano Leite Gomes - Areia: UFPB/CCA, 2010.

b) 56f.: il.

Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2010.

Bibliografia. Orientador: Ivandro de França da Silva

1. Batata - doce – adubação fosfatada 2. Batata – doce – sistemas de produção 3. Batata – doce – pós- colheita 4. Batata – doce - nutrição I. Silva, Ivandro de França da (Orientador) II. Título.

UFPB/CCA CDU: 633.492:631.85

iv

FABIANO LEITE GOMES

PRODUÇÃO E QUALIDADE DE DUAS VARIEDADES DE Ipomoea batatas (L.)

Lam SUBMETIDAS A DENSIDADES DE PLANTIO E QUANTIDADES DE

FÓSFORO

BANCA EXAMINADORA

Aprovada em: 05 de fevereiro de 2010

Prof. Dr. Ivandro de França da Silva DSER/CCA/UFPB

Presidente

Prof. Dr. Francisco Assis de Oliveira DSER/CCA/UFPB

Examinador

Prof. Dr. Leossávio César de Souza DF/CCA/UFPB

Examinador

Dr. João Felinto dos Santos Pesquisador EMEPA – PB

Examinador

v

FEVEREIRO – 2010 AREIA – PB

OFEREÇO A minha mãe Maria Eunides Leite Gomes A meu avô Francisco Vital Leite – Padrinho Chiquim (in memorian)

AGRADEÇO

A Deus Pai, Filho e Espírito Santo, Santa Luzia, todos os Santos,

Nossa Senhora Mãe de Deus e ao Meu Anjo da Guarda

A meu pai Antônio Timóteo Gomes, a meu irmão Elton Márcio Leite Gomes, a Shirley Gila Lopes, a minha avó Maria Leite Barbosa “Madrinha”, a todos agricultores familiares pelos ensinamentos na vida compartilhada no dia-a-dia, amor, sabedoria, confiança e paciência.

DEDICO

vi

AGRADECIMENTOS

A Deus pela sabedoria, paz, amor e saúde promovida a minha vida e

das pessoas que me norteia.

Ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba,

que oportunizou a realização do curso pós-graduação, ao nível de Mestrado.

Ao Programa de Pós-graduação em Agronomia por existir e propagar

sonhos e oportunidades a todos(as) que buscam a inserções em pesquisa e

ensino.

Ao Profº Dr. Ivandro de França da Silva, pela atenção, paciência,

incentivo, sabedoria, humanidade, fraternidade, amizade e especialmente pela

orientação maestrada ao projeto de dissertação, como também na minha

conduta moral.

A Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Agronomia Profª

Drª Riselane de Lucena Alcântara Bruno, por sua atenção, alegria, entusiasmo,

amizade e apoio.

Ao atual Coordenador do Programa de Pós-graduação em Agronomia

Profº Ademar Pereira de Oliveira, por sua atenção e presteza.

A todos os funcionários(as) do Programa de Pós-graduação em

Agronomia, CCA/UFPB.

A todos os funcionários(as) do Laboratório de Física, Química e

Fertilidade do Solo, DSER/CCA/UFPB, como também, a todos estagiários(as)

do Laboratório de Biologia e Tecnologia Pós-Colheita.

A Sr. Zé Mocó e família pela acolhida na Estação Experimental de

Alagoinha, EMEPA-PB.

Aos Professores Ademar, Maílson, Jacinto, Jacob, Ítalo, Chico,

Leonaldo, Luciana, Albericio, Walter, Lucineudo, Riselane, Gonzaga, Mauro e

Ivandro por compartilharem conosco, alunos da pós-graduação, saberes

técnico-científicos, parcerias de pesquisas, sugestões, incentivos e atenção.

A todos(as) alunos(as) da graduação e pós-graduação (Agronomia e

Manejo do Solo e Água) que compartilharam momentos comuns de estudos,

pesquisas e bate-papo, em específico ao grupo de estudos e pesquisa sob

orientação do Professor Ivandro.

vii

Ao amigo, Lucas Borchartt, a minha gratidão pela parceria em atividades

de estudos e apoio a execução do projeto pesquisa da batata-doce, muitíssimo

obrigado!

Aos Professores Mauro e Macio e ao discente Alex pelas parcerias nas

análises estatísticas.

E a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para

realização e conclusão deste trabalho, os meus sinceros agradecimentos.

viii

SUMÁRIO

LISTAS DE TABELAS......................................................................................

ix

LISTAS DE FIGURAS.......................................................................................

xi

RESUMO...........................................................................................................

xii

ABSTRACT.......................................................................................................

xiv

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................

1

2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................

3

2.1 A batata-doce............................................................................................ 3 2.2 Variedades................................................................................................ 5 2.3 Densidade de plantio............................................................................... 8 2.4 Nutrição e adubação da batata-doce...................................................... 9 2.5 Fósforo....................................................................................................... 11 2.6 Análise de mercado.................................................................................. 14 2.7 Análise econômica....................................................................................

15

3. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................

16

3.1 Localização, solo e clima......................................................................... 16 3.2 Delineamento experimental..................................................................... 17 3.3 Área experimental e preparo.................................................................... 17 3.4 Variedades de batata-doce, plantio e tratos culturais........................... 18 3.5 Variáveis analisadas................................................................................. 19 3.5.1 Produção de fitomassa fresca da parte aérea.......................... 19 3.5.2 Produção de fitomassa seca da parte aérea............................. 19 3.5.3 Produção total e comercial de raízes tuberosas...................... 19 3.5.4 Conteúdo de açúcares não redutores e amido......................... 19 3.5.5 Análise de mercado 20 3.5.6 Análise econômica 20 3.6 Análise estatística.....................................................................................

21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................

22

4.1 Produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea da batata-doce. 22 4.2 Produção total de raízes tuberosas........................................................ 24 4.3 Produção de raízes tuberosas comerciais............................................. 28 4.4 Conteúdo de açúcares não redutores e amido em raízes de batata-

doce após armazenamento...................................................................... 32 4.5 Análise de mercado.................................................................................. 35 4.6 Análise econômica...................................................................................

41

5. CONCLUSÕES.........................................................................................

44

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 45 APÊNDICES.............................................................................................. 51

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características químicas e físicas do solo, antes do plantio, na área

experimental. Alagoinha – PB,

2008.......................................................................................................... 16

Tabela 2. Dados de precipitação pluviométrica do período de condução do

experimento. Alagoinha – PB,

2008.......................................................................................................... 17

Tabela 3. Resumos de análise de variância para produção de fitomassa fresca e

seca da parte aérea de duas variedades de batata-doce submetidas a

densidades de plantio e quantidades de fósforo. Alagoinha – PB.

2008.......................................................................................................... 22

Tabela 4. Produção de biomassa fresca e seca da parte aérea de duas

variedades de batata-doce submetidas a densidades de plantio.

Alagoinha – PB, 2008............................................................................... 23

Tabela 5. Produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea de duas

variedades de batata-doce, submetidas a diferentes quantidades de

fósforo .Alagoinha – PB,

2008.......................................................................................................... 24

Tabela 6. Resumos de análise de variância para produção total de raízes

tuberosas de duas variedades de batata-doce, submetidas a quatro

quantidades de fósforo e três densidades de plantio. Alagoinha – PB,

2008.......................................................................................................... 25

Tabela 7. Resumos de análise de variância para produção de raízes tuberosas

comerciais de duas variedades de batata-doce, submetidas, quatro

níveis de quantidades e três densidades de plantio. Alagoinha – PB,

2008.......................................................................................................... 28

Tabela 8. Resumos de análise de variância para conteúdo de açúcares não

redutores (sacarose) e amido, em raízes de batata-doce, após

armazenamento. Alagoinha – PB, 2008................................................... 33

Tabela 9. Conteúdo de açúcares não redutores em raízes de duas variedades de

batata-doce, em função de quantidades de fósforo, durante o

armazenamento. Alagoinha – PB, 2008................................................... 34

Tabela 10. Conteúdo de amido em raízes de duas variedades de batata-doce em 35

x

função de quantidades de P2O5 durante o armazenamento. Alagoinha

– PB,

2008..........................................................................................................

Tabela 11. Volume total (t) e valor dos principais grupos de produtos

comercializadas nas centrais de abastecimento, no exercício

2008......................................................................................................... 36

Tabela 12. Série histórica do volume comercializado da batata-doce (t) no

somatório das centrais de abastecimento da Paraíba, período: 2000 –

2008.......................................................................................................... 38

Tabela 13. Série histórica do volume (t) comercializado por município de origem

da batata-doce na central de abastecimento de João Pessoa – PB

(CEASA - EMPASA), período: 2004 – 2008............................................ 39

Tabela 14. Série histórica do volume (t) comercializado por município de origem

da batata-doce na central de abastecimento de Campina Grande – PB

(CEASA-EMPASA), período: 2007 e 2008.............................................. 40

Tabela 15. Série histórica do volume (t) comercializado por município de origem

da batata-doce na central de abastecimento de Patos – PB (CEASA-

EMPASA), período: 2006 e 2008............................................................. 40

Tabela 16. Custo operacional efetivo (COE) na produção de 1,0 ha de batata-doce

em sequeiro. Alagoinha – PB, janeiro de 2010........................................

42

Tabela 17. Receitas obtidas no cultivo de 1,0 ha de batata-doce em sequeiro para

diferentes quantidades de fósforo. Alagoinha – PB, janeiro de

2010.......................................................................................................... 43

xi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.

Produção total de raiz tuberosa de batata-doce em função

de quatro quantidades de fósforo para as variedades

Granfina e Ciciliana. Alagoinha - PB, 2008............................ 26

FIGURA 2.

Produção total de raiz tuberosa de batata-doce em função

de três densidades de plantio para as variedades Granfina e

Ciciliana. Alagoinha – PB, 2008.............................................. 27

FIGURA 3. Produção de raiz tuberosa comercial de batata-doce em

função de quatro quantidades de fósforo para as variedades

Granfina e Ciciliana. Alagoinha – PB, 2008............................ 30

FIGURA 4.

Produção de raiz tuberosa comercial de batata-doce, em

função de densidades de plantio para as variedades

Granfina e Ciciliana. Alagoinha – PB, 2008............................ 32

xii

GOMES, F. L. Produção e qualidade de duas variedades de Ipomoea batatas

(L.) Lam submetidas a densidades de plantio e quantidades de fósforo. Areia –

PB, 2009. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias,

Universidade Federal da Paraíba.

RESUMO:

Conduziu-se um experimento no período de junho a outubro de 2008, na

Estação Experimental da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da

Paraíba - EMEPA-PB, no município de Alagoinha – PB, com o objetivo de

avaliar a produção e a qualidade de duas variedades de batata-doce, sob

diferentes densidades de plantio e quantidades de fósforo. O delineamento

experimental foi em blocos casualizados, com 3 repetições, disposto no

esquema fatorial: 2x3x4, sendo 2 variedades de batata-doce (1 - variedade

Granfina e 2 - variedade Ciciliana), 3 densidades de plantio (1 – 1,00m x

0,25m; 2 – 1,00m x 0,35m e 3 – 1,00m x 0,45m) e 4 quantidades de fósforo (1-

testemunha; 2 – 60 kg de P2O5 ha-1; 3 – 120 kg de P2O5 ha-1 e 4 – 180 kg de

P2O5 ha-1). O estudo foi realizado com a finalidade de avaliar as variáveis:

produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea, produção total e comercial

de raízes e conteúdo de açúcares não redutores e amido em raízes de batata-

doce após armazenamento. As variedades Granfina e Ciciliana apresentaram

produções de fitomassa fresca e seca, independente de densidades de plantio

e adubação fosfatada; As variedades Granfina e Ciciliana atingiram maiores

produção técnica total e comercial de raízes tuberosas, com as aplicações de

117,50, 188,13 Kg de P2O5 ha-1 e 209,50 e 295 Kg de P2O5 ha-1,

respectivamente; os melhores desempenhos produtivos para produção total de

raízes tuberosas ocorreram nas densidades de plantio 1,00m x 0,25m e 1,00m

x 0,35m, para a variedade Granfina, enquanto, para a variedade Ciciliana nas

densidades de plantio 1,00m x 0,25m e 1,00m x 0,45m; os maiores

rendimentos produtivos para produção de raízes comerciais ocorreram nas

densidades de plantio 1,00m x 0,35m e 1,00m x 0,25m, para as variedades

Granfina e Ciciliana, respectivamente; os maiores conteúdos de açúcares não

redutores foram obtidos ao nível de fósforo de 60 Kg de P2O5 ha-1, para as

duas variedades de batata-doce logo após a colheita; enquanto que os maiores

conteúdos de amido foram obtidos aos níveis de 120 Kg de P2O5 ha-1 e de 0 Kg

de P2O5 ha-1, para as variedades Granfina e Ciciliana, no armazenamento aos

15 dias, respectivamente.

Termos de indexação: batata-doce, adubação fosfatada, sistemas de plantio,

pós-colheita

xiii

Production and quality of two Ipomoea batatas (L.) Lam varieties

submitted to planting densities and phosphorus amounts

Abstract:

An experiment has been conducted from june to october 2008, at EMEPA – PB,

in Alagoinha city – PB, aiming to evaluate the production and quality of two

sweet potato varieties, under different planting densities and phosphorus

amounts. The experimental design was in randomized blocks, with three

repetitions, in factorial scheme: 2x3x4, being two sweet potato varieties ( 1 -

variety Granfina and 2 – variety Ciciliana ), 3 planting densities ( 1 – 1,00m x

0,25m; 2 – 1,00m x 0,35m and 3 – 1,00m x 0,45m ) and 4 phosphorus

amounts ( 1 – control; 2 – 60 Kg of P2O5 ha -1 ; 3 – 120 Kg of P2O5 ha -1 and 4

– 180 Kg of P2O5 ha-1 ). The study was carried out aiming to evaluate the

variables: dry and fresh phytomass production of the air part, total and

commercial production of roots and non-reducing sugar content and starch in

sweet potato roots after storage. The varieties Granfina and Ciciliana present

fresh and dry phytomass production, independent of planting densities and

phosphate fertilization. The varieties Granfina and Ciciliana have reached

highest total and commercial production of tuber roots, with the application of

117,50, 183,13 Kg P2O5 ha-1 ; 209,50 and 295 kg of P2O5 ha-1 ,respectively; the

best productive performance to total production of tuber roots have occurred in

planting densities of 1,00m x 0,25m and 1,00m x 0,35m, to Granfina variety,

while to Ciciliana variety the planting densities 1,00m x 0,25m and 1,00m x

0,45m; the highest productive yields to commercial tuber roots production have

occurred in planting densities 1,00m x 0,35m and 1,00m x 0,25m, to Granfina

and Ciciliana varieties, respectively; the highest non-reducing sugar content

were achieved to phosphorus levels of 60 Kg P2O5 ha-1 , for two varieties; while

the highest starch contents were achieved to levels 120 Kg P2O5 ha -1 and 0 Kg

P2O5 ha-1 , to Granfina and Ciciliana varieties, in the storage in 15 days,

respectively.

Index terms: sweet potato, phosphate fertilization, planting systems, after

harvest.

1

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o décimo quinto produtor mundial de batata-doce, com

aproximadamente 500.000 t ano-1, em uma área plantada de 48.000 ha, com

produtividade média de 10.42 t ha-1 (FAO, 2005).

De acordo com dados do IBGE (2007), a região Nordeste destaca-se

pelo cultivo e produção da cultura da batata-doce e o estado da Paraíba

apresenta 30% da área nacional plantada. A Paraíba, no ano de 2007 produziu

50.811 t, com área colhida aproximada de 7.472 ha e produtividade de

6.8 t ha-1, valor considerado baixo quando comparado com a média nacional.

Nesse estado é uma cultura bastante difundida e cultivada, principalmente nos

municípios de Alagoa Nova, Cruz do Espírito Santo, Lagoa Seca, São

Sebastião de Lagoa de Roça, Sapé e Teixeira.

Na Paraíba, de nomes populares dos mais diversos, destacam-se no

mercado regional as preferências dos produtores e consumidores, pelas

batatas-doce Granfina, Ciciliana, Campina, Coquinho, Rosinha, Rainha Branca.

Os consumidores não são tão exigentes quanto à forma, tamanho, porém, em

algumas regiões destacam-se a preferência pela coloração da película e polpa

das raízes tuberosas, que às vezes pode ter a película de cor branca e em

outra cor roxa.

Cultivada por grande número de agricultores em níveis tecnológicos

diferenciados, ora, sob monocultivos ora, policultivos, desde áreas pequenas

para auto-abastecimento familiar até em extensas áreas visando as mais

diversas modalidades de comercialização.

O cultivo desta cultura ocorre de duas formas, quer sob irrigação

visando o escalonamento da oferta em período de melhores preços ao

agricultor, ou como em sua maior totalidade, sob a forma de sequeiro, onde a

oferta é maior e os preços pago ao produtor não são tão compensadores, uma

vez que essa forma de exploração ocorre na região Nordeste no período das

águas. Dependente das precipitações pluviais ocorridas em cada ano, essa

forma de exploração deixa o produtor vulnerável a oscilações dos preços no

mercado, por coincidir e concentrar a produção numa mesma época, pois é

essa produção responsável pelo abastecimento familiar e pela oferta do

produto aos mercados locais e regionais.

2

É comum constatar uma miscelânea de espaçamentos nos cultivos da

batata-doce nos mais diversos municípios produtores. Esta variabilidade é

atribuída à variedade, fertilidade do solo, ao arranjo espacial, à finalidade da

produção e ao saber do agricultor.

No meio científico observam-se os esforços de pesquisadores sobre a

temática de estudos voltados para o suprimento e a deficiência do elemento

fósforo nos solos brasileiros, atribuídos às diversas características

edafoclimáticas intrínsecas a cada local, limitando a exploração agrícola e o

rendimento produtivo da cultura explorada, como também, à oferta de

alimentos, o que de certa forma tem contribuído para aumento da relação do

custo benefício da atividade pretendida.

Este trabalho teve como objetivo, avaliar a produção e a qualidade de

duas variedades de batata-doce de ampla aceitação comercial no estado da

Paraíba, sob diferentes densidades de plantio e quantidades de fósforo.

3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A batata-doce

A batata-doce é uma dicotiledônea, pertencente à família botânica

Convolvulaceae, gênero Ipomoea e espécie Ipomoea batatas (L.) Lam,

possivelmente originária das Américas Central e do Sul, sendo encontrada

desde a Península de Yucatan, no México, até a Colômbia. Alguns autores

afirmam que essa hortaliça tenha sua origem na Ásia ou África. Relatos de seu

uso remontam de mais de dez mil anos, com base em análise de batatas secas

encontradas em cavernas localizadas no vale de Chilca Canyon, no Peru e em

evidências contidas em escritos arqueológicos encontrados na região ocupada

pelos Maias, na América Central (EMBRAPA, 1995).

É uma planta herbácea, apresentando caule rastejante, que atinge até

3m de comprimento e folhas com pecíolos longos. A parte aérea, constituída

por uma vegetação agressiva, forma boa cobertura do solo e compete,

vantajosamente, com as plantas invasoras. Trata-se de uma planta perene,

porém cultivada como anual (FILGUEIRA, 2003).

A batata-doce possui dois tipos de raíz: a de reserva ou tuberosa, que

constitui a principal parte de interesse comercial e a raiz absorvente,

responsável pela absorção de água e extração de nutrientes do solo. As raízes

tuberosas se formam desde o início do desenvolvimento da planta, sendo

facilmente identificadas pela maior espessura, pela pouca presença de raízes

secundárias e por se originarem dos nós. As raízes absorventes se formam a

partir do meristema cambial, tanto nos nós, quanto nos entrenós, abundantes

e altamente ramificadas, o que favorece a absorção de nutrientes (EMBRAPA,

1995).

No Brasil, a batata-doce é cultivada em todas as regiões. Embora bem

disseminada no país, está mais presente nas regiões Sul e Nordeste,

notadamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,

Pernambuco e Paraíba. No Nordeste, a cultura assume maior importância

social, por se constituir em uma fonte de alimento energético, contendo

também importante teor de vitaminas e de proteínas (EMBRAPA, 2006). Para

4

Miranda et al. (1995) é também uma das hortaliças com maior capacidade de

produzir energia por unidade de área e tempo (Kcal/ha/dia).

É uma cultura extensivamente cultivada em pequenas parcelas em

muitas partes de Moçambique e serve como cultura clássica de segurança

alimentar (MINDE; JUMBE, 1997). É ideal para preencher as lacunas de

disponibilização de nutrientes de outras fontes porque, uma vez madura, a

batata doce pode ser colhida gradualmente quando for precisa durante um

período de vários meses. Em Moçambique, as mulheres controlam a produção

e venda da batata-doce e, em algumas áreas, proporcionam uma fonte

oportuna de rendimento que as mulheres utilizam para aquisição de sal,

açúcar, medicamentos e outras necessidades básicas do agregado familiar

(BIAS et al., 1999). Tal fato também constatado na agricultura familiar, em

específico no Nordeste do Brasil, onde os agricultores utilizam uma miscelânea

de variedades, de ciclo produtivos diferentes e preferências alimentares,

cultivadas em pequenos minifúndios, visando a segurança alimentar da família

e as peculiaridades dos mercados locais.

Desenvolve-se melhor em locais ou épocas em que a temperatura média

é superior a 24°C. Quando a temperatura é inferior a 10°C, o crescimento da

planta é severamente retardado. O solo deve ser preferencialmente de textura

arenosa ou areno argilosa, bem drenado, sem presença de alumínio tóxico,

com pH variando entre 4,5 e 7,7, porém os valores ótimos estão na faixa de 5,6

a 6,5. e com média a alta fertilidade natural. A necessidade hídrica da cultura

situa-se em torno de 500 a 750 mm de lâmina de água durante o ciclo

produtivo, sendo suficiente para o pleno crescimento e desenvolvimento das

plantas (SOARES et al., 2002; EMBRAPA, 2006).

A composição química das raízes da batata-doce revela que esta

hortaliça é rica em carboidratos (amido principalmente), com teores de 13,4 a

29,2%, açúcares redutores de 4,8 a 7,8%, fornecendo em cada 100 gramas,

110 a 125 calorias. Contém ainda boa quantidade de vitamina A, além de

vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e ácido nicotínico) e água (59,1 a

77,7%). Apresenta baixos teores de proteínas (2,0 a 2,9%) e de gorduras (0,3 a

0,8%). Como fonte de minerais, a batata-doce fornece, em cada 100 g, os

seguintes teores: cálcio (30 mg), fósforo (49 mg), potássio (273 mg), magnésio

(24 mg), enxofre (26 mg) e sódio (13 mg) (SOARES et al., 2002).

5

2.2 Variedades

Nas diversas regiões produtoras brasileiras ocorre grande diversidade

de material para o plantio da batata-doce, havendo um rico germoplasma

disponível para ser trabalhado por fitomelhoristas. As cultivares preferidas

apresenta formato fusiforme, alongado, e coloração externa branca, rosada ou

roxa (FILGUEIRA, 2003). A polpa pode apresentar-se de coloração diversa,

variando desde branco, amarela e roxa, apresenta variabilidade quanto à

doçura, variando desde forte, médio e fraco, fácil cozimento, porcentagem de

umidade (%), apresentando desde seco, médio e úmido (CARDOSO et al.,

2007).

Variedade crioula é uma variedade local, ou regional, de domínio de

povos indígenas, comunidades locais ou quilombolas ou pequenos agricultores,

composta de genótipos com ampla diversidade genética adaptados a hábitats

específicos, como resultado de seleção natural combinada com a seleção feita

por eles no ambiente local (STELLA et al., 2000). Altamente adaptadas aos

locais onde são mantidas, as sementes crioulas podem ser consideradas

essenciais para a autonomia da agricultura familiar e para a segurança

alimentar, pois incluem as principais espécies da dieta humana.

As variedades crioulas ou locais (landraces) que são mantidas em

processo de conservação na propriedade apresentam alta diversidade genética

(fenotípica e genotípica) e interface entre os tipos silvestres e domesticados

(manipulado). No Peru foram identificadas aproximadamente 6.500 variedades

crioulas de batata. Diversidade não é só o produto da seleção em ambientes

diversos, mas também reflete a preferência humana (NODARI, 2008). Estas

variedades encontram-se em grande parte conservadas por uma minoria de

agricultores, destacando-se os quintais florestais, pequenas hortas, banco de

sementes comunitários entre outros, como os locais preferências por estes

colecionadores, para perpetuação da diversidade genética.

A propagação vegetal dar-se de forma sexuada (sementes) e assexuada

(estacas, rizomas, ramas) para diversos fins propostos na exploração do

interesse do agricultor e/ou pesquisador (EMBRAPA, 2006). Para a instalação

de campos de produção de batata-doce utiliza-se a via assexuada (ramas), ao

passo que, para atividades de melhoramento genético, utilizam-se sementes

6

botânicas dos acessos de interesse para pesquisa, visando selecionar

variedade ou hibridação.

Apesar das múltiplas vantagens da manutenção de sistemas agrícolas

sustentáveis, as últimas décadas têm sido marcadas pela tendência de

simplificação e uniformização da agricultura em decorrência dos efeitos da

rápida e ampla disseminação do modelo técnico-científico da “Revolução

Verde”.

Soares et al. (2002), em pesquisas desenvolvidas na Estação

Experimental de Mangabeira (EMEPA), em João Pessoa-PB, com cinco

variedades de batata-doce (Brazlândia Roxa, Brazlândia Rosada, Brazlândia

Branca, Princesa e Couquinho) apresentaram resultados bastante promissores

para as condições da mesorregião da mata paraibana. No Rio Grande do

Norte, as cultivares ESAM 1, 2 e 3, selecionadas em Mossoró-RN, foram

recomendadas devido apresentarem boa produtividade de raízes

(30 a 35 t ha-1), resistência a pragas e ciclo produtivo relativamente curto,

variando entre 110 a 130 dias (MURILO et al., 1990). As raízes dessas

cultivares são bem aceitas pelo mercado regional, que não é tão exigente

quanto à forma, tamanho e colorações da película e polpa das raízes.

Segundo Jones (1965), a variabilidade dentro da batata-doce é muita

alta, provavelmente, devido ao alto nível de ploidia. Sementes botânicas

derivadas de uma mesma planta são geneticamente diferentes uma das outras,

cada uma sendo, potencialmente, uma nova cultivar.

Desde 1984, trabalhos têm sido desenvolvidos na Estação Experimental

do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR - Ponta Grossa), no sentido de

avaliar introduções regionais de batata-doce (SOUZA, 2000). As introduções

Ivaí Roxa, Quitandinha e Ivaí destacaram-se em produtividade de raiz. Por

outro lado, Souza e Sandri (1990), na mesma unidade, em estudos

preliminares para avaliar produtividade, características comerciais e culinárias,

evidenciaram introduções muito promissoras.

A Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças (CNPH)

realizou várias expedições de coleta deste recurso genético, com o objetivo de

conservar a diversidade genética da batata-doce, onde no final da década de

80, reuniram várias coleções de germoplasma. A coleção mantida pela

Embrapa (CNPH) foi reunida em expedições de coleta realizadas em conjunto

7

Embrapa - Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia

(CENARGEM), Centro Internacional de La Papa (CIP) e pela duplicação da

coleção mantida pela Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e

Fruticultura (CNPMF). O material foi coletado em feiras livres, mercados,

campos de produtores, e em algumas reservas indígenas (MIRANDA;

FRANÇA, 1987; RITSCHEL et al., 1999).

De acordo com Austin (1988), o Brasil apresenta diversidade de tipos e

formas de batata-doce e parte do seu território, pode ser considerado como

centro secundário de variabilidade da espécie, daí a necessidade de

caracterização e avaliação da diversidade de acessos distribuídos pelo Brasil.

Apesar da importância da batata-doce no Brasil, são poucos os

trabalhos de pesquisa visando selecionar e indicar cultivares para as diferentes

regiões do país, sendo este um dos principais problemas enfrentados pelos

produtores (EMBRAPA, 1995). Existe no Brasil um número elevado de

cultivares, com enorme diversidade genética entre elas. Como praticamente em

todos os municípios brasileiros existem cultivares locais, é comum encontrar

uma mesma cultivar com nomes diferentes ou diferentes cultivares com o

mesmo nome.

A introdução de cultivares em determinada região deve, segundo

Leonel-Neto (1983), ser precedida do conhecimento do seu comportamento

diante das condições locais, sobretudo em função da época de colheita, visto

que o desconhecimento desse comportamento pode, muitas vezes, levar o

produtor a colher seu produto em períodos desfavoráveis.

A caracterização morfológica dos acessos deste estudo foi realizada de

acordo com Huamán (1991), devido às variedades apresentam características

morfológicas distintas, como hábito de crescimento, quantidades de lóbulos,

coloração da rama, espaços entre nós, diâmetros dos nós e outros.

A variedade Ciciliana tem parte aérea com comprimento de rama

extremamente rasteiro, sem lóbulos laterais (inteira), com pigmentação

arroxeada, com entrenós intermediários espaçados, diâmetro da rama fino;

apresenta película externa roxa intensa, polpa branca, que após o cozimento,

apresenta-se macia e moderamente seca; apresenta raízes retas, lisas e

formato alongado. O seu ciclo é considerado médio 150 a 170 dias. Boa

produtividade e resistência a insetos de solo e doenças. Essa variedade tem

8

boa aceitação para mesa, especialmente na região do médio-sertão Paraibano

(HUAMÁN, 1991).

A variedade Granfina tem parte aérea com comprimento de rama curto,

com folha lobulada, com entrenós curtos, diâmetro da rama intermediário;

apresenta película externa branca, polpa branca, que após o cozimento,

apresenta macia e seca; apresentando raízes, lisas e formato alongado. O seu

ciclo é considerado precoce de 110 a 120 dias. Apresenta boa produtividade e

susceptibilidade a insetos de solos e resistência a doenças. Essa variedade no

estado da Paraíba tem boa aceitação para mesa, nas regiões do brejo e médio-

sertão paraibano (HUAMÁN, 1991).

2.3 Densidade de plantio

Os espaçamentos empregados no cultivo da batata-doce variam

conforme a região, em função da cultivar, do ciclo, da finalidade da produção,

da fertilidade natural do solo e da nutrição mineral. No entanto, os mais

utilizados variam de 80 a 100cm entre linha e 25 a 40cm entre plantas, para

solos muito férteis, recomendam-se espaçamentos menores, isto é, maiores

densidade de plantio (EMBRAPA, 1995; NALUF et al., 1999; SOARES et al.,

2002).

Segundo Agridata (2002), o plantio deve ser realizado no espaçamento

de 80 x 40cm. Por outro lado, San Martin et al. (1999), afirmaram que devem

ser adotados espaçamentos de 70 a 80cm entre linhas e 25 a 30cm entre

plantas.

O espaçamento entre plantas exerce maior efeito na produção e peso

médio da batata-doce do que o espaçamento entre linhas. Espaçamentos

maiores aumentam a produção por planta, com maior peso médio e com menor

gasto de ramas para o plantio. Espaçamentos menores aumentam a produção

por unidade de aérea e diminuem o peso médio das raízes de batata-doce.

Quando a cultivar for tardia, é melhor também adotar espaçamentos maiores

(EMBRAPA, 1995).

Oliveira et al. (2005a, 2006) estudando sistema de plantio em cada

espaçamento, obteveram maior produtividade de raízes comerciais (19,64 t ha-

9

1) no sistema com duas ramas por cova, espaçamento de 0,30m entre plantas

e densidade de 83.330 plantas ha-1.

Para Folquer (1978) e Oliveira et al. (2006), analisando o número de

ramas por cova, o emprego de duas ramas proporcionou produtividade de

raízes superior ao emprego de uma rama.

Segundo Heredia et al. (2003), o aumento populacional na cultura do

inhame, acima da densidade ideal, proporciona redução nos fatores de

produção e aumenta a competição por luz, acarretando redução no

crescimento e no rendimento das culturas.

Du Plooy (1985) constatou que o aumento da densidade de plantio

(número de ramas por hectare), em geral também resulta em uma redução no

tamanho das raízes. Ao passo que, Azevedo et al. (2000) atribuem o efeito da

densidade de plantio a cultivar utilizada e, assim, o espaçamento entre plantas

pode ser ajustado para obter um rendimento máximo de raízes de alta

qualidade, de acordo com a finalidade pretendida. O melhor método de plantio

deve ser aquele que ofereça alta produtividade com alta qualidade comercial

de raízes.

2.4 Nutrição e adubação da batata-doce A cultura da batata-doce tem se mostrado pouco exigente em nutrientes,

razão pela qual tem sido cultivada dependendo, muitas vezes, tão somente da

fertilidade natural do solo, ou do resíduo de adubações anteriores. Muitos

produtores consideram que “batata-doce prefere terra pobre”; na verdade,

ocorre notável habilidade das raízes desta planta em utilizar formas menos

aproveitáveis de P, devido a uma útil associação com micorrizas – fungos

filamentosos que habitam as raízes. Quando são aplicados fertilizantes, essa

vantagem natural é perdida (FILGUEIRA, 2003).

Segundo Monteiro (1997) a batata-doce possui sistema radicular

ramificado, o que a torna eficiente na absorção de nutrientes. Contudo, sua

resposta à adubação depende das condições do solo. Quando cultivada em

solos com fertilidade natural de média a alta, geralmente não há resposta. No

entanto, em solos pouco férteis, o uso de fertilizantes minerais e orgânicos

proporciona incremento significativo na produtividade.

10

De acordo com Embrapa (1995) as exigências minerais da cultura da

batata-doce são em ordem decrescente: potássio, nitrogênio, fósforo, cálcio e

magnésio. As quantidades de nutrientes extraídas do solo variam segundo as

cultivares, solo, clima, ciclo da cultura e principalmente produção (considerando

a parte aérea mais as raízes).

A cultura da batata-doce tem apresentado respostas produtivas em solos

de fertilidade mediana ou baixa, na falta de dados de pesquisa regionais,

sugerem-se as seguintes doses de macronutrientes (Kg ha-1) para a cultura da

batata-doce: N: 20, P2O5: 80-100, K2O: 90-100, incorporadas ao sulco, por

baixo da leira sobre a qual será efetuado o plantio. Todavia, em solos pobres, a

cultura reage à adubação orgânica pesada, bem como à fosfatagem. O

potássio é o nutriente em maior quantidade requerido pela batata-doce, tendo

decisiva influência na formação das raízes tuberosas e no sabor. Já a resposta

ao N deve ser cuidadosamente dosada, uma vez que pode resultar em

diminuição na produtividade, por provocar maior crescimento vegetativo, em

detrimento da formação e do desenvolvimento das raízes, que se apresentam

com menor teor de açúcares (FILGUEIRA, 2003).

Em experimento de adubação potássica utilizando a variedade de

batata-doce Rainha Branca Brito et al. (2006), obteve a dose econômica de

K2O de 163 Kg ha-1, em solo de textura arenosa e com baixo teor inicial de K

no solo. Que, possivelmente, foi responsável pela resposta da raiz a esse

nutriente (POTAFOS, 1990). Filgueira (2003) considera essa dose superior à

recomendação média. A nutrição equilibrada, tanto em macro como em

micronutrientes, aumenta a produção e melhora a qualidade do produto em

vários aspectos (MALAVOLTA, 1987).

No caso das olerícolas, cujas partes comerciais são s raízes, também se

verifica efeitos positivos do emprego da adubação orgânica na produtividade.

Hollanda (1990) observou produção de raízes de batata-doce com máxima

eficiência econômica, com aplicação de 40 t ha-1 de esterco bovino e Freitas et

al. (1999) obtiveram resposta positiva à aplicação de doses de composto

orgânico sobre o incremento na produção de raízes de batata-doce.

Oliveira et al. (2007) concluíram que a dose 21,3 t ha-1 de esterco

bovino, combinada com o biofertilizante, deve ser recomendada para elevar a

produtividade comercial de raízes de batata-doce da variedade Rainha Branca.

11

Além disso, o emprego de esterco bovino de forma isolada, na dose de

25 t ha-1, também atende a esse propósito.

A aplicação de matéria orgânica tem proporcionado excelentes

resultados por dois motivos: o primeiro, por promover o arejamento e o

afrouxamento do solo, facilitando o crescimento lateral das raízes. Com isso,

formam-se raízes menos tortuosas. O segundo motivo é que, sendo uma

cultura de ciclo relativamente longo, ocorre a liberação mais lenta dos minerais

durante a decomposição da matéria orgânica mantendo um equilíbrio entre a

formação de partes vegetativas e a acumulação de reservas. Caso haja

disponibilidade de matéria orgânica, pode-se adicionar 20 a 30 t ha-1 de esterco

de gado, e neste caso, reduzir à metade a adubação com nitrogênio mineral.

Os fertilizantes devem ser distribuídos no espaçamento correspondente às

leiras, antes da sua construção, de forma que fiquem localizados na base da

leira (EMBRAPA, 1995).

Oliveira et al. (2005b), alcançaram produção de raízes comerciais de

batata-doce, cultivar Rainha Branca, em função dos níveis de uréia máximo de

339 kg ha-1, obtendo uma produção de 18,8 t ha-1. Verificou que o teor de

glicose (açúcares redutores) nas raízes desta cultivar aumentou em função da

elevação dos níveis de uréia, até o nível de 187 kg ha-1de uréia, com teor

máximo de glicose de 8,7%, quando então, começou a decrescer. Esse teor foi

semelhante ao obtido, por Cereda et al. (2001), para a espécie, (8,5 a 9%) em

raízes originadas de plantio com adubação balanceada. Enquanto o teor de

amido foi reduzido com a elevação dos níveis de uréia, com percentual mínimo

de 57% no nível de 460 kg ha-1.

De acordo com Reis Junior (1995), o potássio em altas doses em

batateira reduz o amido, em decorrência do aumento da absorção e acúmulo

desse nutriente na planta, acarretando redução do potencial osmótico e

aumento da absorção de água, o que causa diluição dos teores de amido nos

tubérculos.

2.5 Fósforo

Os solos das regiões tropicais são bastante intemperizados e com

baixos teores de P disponível. As grandes culturas de interesse econômico,

com elevadas taxas de crescimento, normalmente necessitam de elevadas

12

aplicações de fertilizantes fosfatados para obtenção de adequadas

produtividades (ARAÚJO; MACHADO, 2006), quando exploradas nessas

áreas.

A cultura da batata-doce tem apresentando resposta eficiente na

absorção do fósforo, porém, este elemento apresenta restrições de

disponibilidade na maioria dos solos brasileiros, com ênfase nos solos do

Nordeste, por apresentarem níveis baixos deste nutriente, sendo um fator

limitante para o cultivo de olerícolas de forma geral (EMBRAPA, 1995).

O P está particularmente envolvido na transferência de energia, pois o

ATP é necessário para a fotossíntese, translocação e muitos outros processos

metabólicos de relevância (SHUMAN, 1994). Em sua forma inorgânica é

substrato ou produto final em muitas reações enzimáticas importantes,

incluindo as da fotossíntese e metabolismo de carboidratos (sintetizado a partir

da triose fosfato via frutose- 1,6 – bifosfato), sendo essencial para regulação

das vias metabólicas no citoplasma, sacarose e síntese de hexoses (MITRA et

al., 1993).

De acordo com Raij (1991), o fornecimento adequado de fósforo desde o

início do desenvolvimento vegetal, é importante para a formação dos

primórdios das partes reprodutivas, estimulando o desenvolvimento radicular,

sendo essencial para a boa formação de frutos e sementes e incrementa a

precocidade da produção. A deficiência de fósforo tem influência drástica na

produção agrícola, principalmente de frutos e grãos.

Segundo Malavolta et al. (1997) os sintomas de deficiência de P não são

tão marcantes como para outros macronutrientes, e os efeitos mais evidentes

são uma acentuada redução no crescimento da planta como um todo, menor

perfilhamento, atraso no florescimento, gemas laterais dormentes, número

reduzido de frutos e sementes e pequena nodulação em leguminosas.

Para Rodríguez et al. (1998) o baixo suprimento de P em plantas de trigo

diminui a área foliar, tendo conseqüência principalmente da redução no número

de folhas e, de forma secundária, da limitação à expansão da folha. Plantas de

milho, após três semanas de ausência de P, tiveram marcante diminuição nos

teores de amido e proteína solúvel e, em menor extensão, nos teores de

sacarose e glicose (KHAMIS et al., 1990). Espécies adaptadas a solos de baixa

fertilidade, geralmente apresentam pequena taxa de crescimento, taxas de

13

absorção de nutrientes moderadas e alta concentração de nutrientes nos

tecidos, em comparação às espécies de rápido crescimento sob as mesmas

condições (CHAPIN; BIÉLESKI, 1982). No entanto, o lento crescimento não

constitui necessariamente uma adaptação ao baixo suprimento de P, pois

plantas anuais necessitam de rápido crescimento para poderem competir em

seus habitats naturais (CHAPIN et al., 1989).

Para Filgueira (2003) a batata-doce tem se mostrado pouca exigente em

nutrientes, razão pela qual tem sido cultivada dependendo, muitas vezes, tão

somente da fertilidade natural do solo, ou do resíduo de adubações anteriores.

De acordo com Embrapa (1995), que a batata-doce é uma cultura

bastante eficiente na absorção do fósforo e quando este elemento é aplicado

corretamente, é o nutriente que pode ocasionar melhor resposta à cultura, uma

vez que isto foi constatado em pesquisadas realizadas nos EUA (Estados

Unidos da América) indicaram que a batata-doce é bastante eficiente na

absorção de fósforo.

Em solos com baixa disponibilidade de fósforo, Sousa (1990), Mendonça

e Peixoto (1991) e Oliveira et al. (2006), obtiveram incrementos na produção de

raízes comerciais, na batata-doce em função da aplicação de fósforo.

Oliveira et al. (2006) obteve maiores produções de raízes comerciais por

planta de batata-doce, variedade Rainha Branca, 662 e 321 g, obtidas com as

doses estimadas de 180 e 254 Kg ha-1 de P2O5 no espaçamento de 0,50m

entre plantas, nos sistemas de plantio com uma e duas ramas,

respectivamente. O autor conclui que a dose de 231 Kg ha-1 de P2O5,

combinada com o espaçamento de 0,80m x 0,30m, no sistema de plantio com

duas ramas por cova, deve ser recomendada para elevar a produtividade

comercial da batata-doce para a variedade estudada.

Na batata-doce, Silva e Lopes (2004) observou elevação do teor de

amido, em função do emprego de fósforo, resultado também constatado por

Oliveira et al. (2005), onde a dose 293 Kg ha-1 de P2O5 foi responsável pelo teor

máximo de amido na raiz da batata-doce, 15,7%. De acordo com Embrapa

(1995) este percentual situa-se dentro dos valores de referência para a

espécie, 13,4% - 29,2%. O fósforo pode influenciar a acumulação de amido nas

raízes e melhorar em características importantes como tamanho, teor de

14

açúcar, textura e propriedades para o armazenamento (CHAVES; PEREIRA,

1985; MONTEIRO, 1997).

2.6 Análise de mercado

A elaboração de estudos mercadológicos possibilita ao empreendedor

rural, agricultores familiares, órgãos de planejamento agrícolas e aos

projetistas de instituições bancárias as informações sobre a origem dos

produtos, a preferência do consumidor, a sazonalidade de preços, a relação

oferta x demanda, a margem de comercialização, o volume comercializado e a

logística. Silva et al. (2003) mencionaram a importância dos estudos de

comercialização, destacaram que a organização mais eficiente da cadeia

depende das características do produto e do mercado e que, um dos fatores

que contribuem para uma postura cooperativa é a transparência nas relações,

onde informações sobre a participação de cada elo sejam do conhecimento de

todos. De acordo com Fagundes e Yamanishi (2002), é necessário conhecer

alguns fatores que contribuem para a formação do processo de

comercialização, para que sejam adotadas técnicas que visem a melhorar o

sistema mercadológico de produtos vegetais.

A cadeia de comercialização de cada produto olerícola é diferente,

possuindo vários componentes do mercado interno envolvidos, como:

produtores, intermediários, atacadistas, CEASAs (Centrais de Abastecimentos),

feirantes e varejistas (supermercados, quitandas, varejões e outros), que

completam a distribuição aos consumidores. Existem diversos canais de

comercialização no mercado interno, entre os quais: a venda direta do produtor

ao consumidor, sem nenhum intermediário; do produtor ao varejista; do

produtor ao atacadista de destino, instalado próximo ao centro de

abastecimento, e do produtor ao atacadista de origem, localizado junto à zona

de produção. Portanto, o produtor pode decidir por uma destas alternativas,

escolhendo aquela que melhor se adapte às suas condições (FAGUNDES;

YAMANISHI, 2001).

A falta de um planejamento integrado tem levado muitas atividades

agroindustriais em todo o mundo ao fracasso, mas não só os países

desenvolvidos experimentam os melhores resultados. Enquanto o Japão quase

abandona a cultura da batata-doce, a China vem aumentando sua produção e

15

produtividade a cada ano, atingindo, no ano de 2000, segundo dados da FAO,

86% da produção mundial da tuberosa, que foi de 141 milhões de toneladas. É

muito importante ressaltar que o país produzia, em 1983, 90% da produção

mundial de amido de batata-doce, que era de 2 milhões de toneladas

(OSTETARG, 1993).

Todavia, organizar e analisar todo o material obtido por meio de

observação e entrevistas não são tarefas fáceis e exigem a aplicação de uma

metodologia da qual a análise de conteúdo fez parte (GODOY, 1995).

2.7 Análise econômica

Uma atividade moderna, de cunho empresarial na esfera rural ou

urbana, de qualquer dimensão e público, necessita de acompanhamento de

custos e receitas. Além do conhecimento do custo operacional total (COT),

torna-se necessário conhecer a participação relativa dos itens do custo

operacional efetivo (COE), que refletem os custos variáveis ou os dispêndios

efetivamente realizados. Igualmente importante é conhecer a estrutura dos

custos fixos, ou dispêndios indiretos, representados pelos custos e encargos

administrativos (CEA), como forma de detalhar a remuneração atribuída a

outros fatores de produção importantes, sem os quais o cálculo da lucratividade

ficaria prejudicado (MELO et al., 2004). A lucratividade representa, em

percentual, o rendimento real obtido com a comercialização de certo produto,

ou em determinada atividade, ou seja, é quanto o produtor tem de renda, após

serem descontados os custos de produção (SANTOS, 1996).

16

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização, solo e clima O experimento foi conduzido no período de junho a outubro de 2008 na

Estação Experimental de Alagoinha, pertencente à Empresa Estadual de

Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA-PB), no município de Alagoinha,

microrregião de Guarabira, PB. O solo da área foi classificado por BRASIL

(1972), enquadrando-se na nova classificação proposta pela Embrapa (2006),

como NITOSSOLO VERMELHO, cujos dados de caracterização física e

química encontram-se na Tabela 1, cujas amostras de solo foram coletadas no

local do experimento, antes do preparo mecânico do solo, levadas para os

Laboratórios de Química e Fertilidade do Solo e de Física do Solo do

Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da

Universidade Federal da Paraíba.

Tabela 1. Características químicas e físicas do solo, antes do plantio, na área experimental. Alagoinha - PB, 2008.

Determinações químicas e físicas Valores Matéria orgânica (g Kg-1) 12,93 pH em água (1:2,5) 5,91 P – Mehlich 1 (mg dm-3) 3,37 K+

(MG dm-3) 149,05 Na+

(cmolc dm-3) 0,34 Ca2+ (cmolc dm-3) 2,50 Mg2+ (cmolc dm-3) 2,00 Al3+

(cmolc dm-3) 0,00 H++Al3+ (cmolc dm-3) 2,81 Areia (g Kg-1) 571 Silte (g Kg-1) 268 Argila (g Kg-1) 215 Densidade do solo (g cm-3) 1,33 Densidade de partículas (g cm-3) 2,66 Porosidade total (m3

m-3) 0,50

O clima da região segundo a classificação de Köppen é do tipo As’,

caracterizado como quente e úmido, com chuvas de outono-inverno, com

precipitação pluviométrica média anual de 1.100mm, com maior precipitação

nos meses de julho a agosto e umidade relativa do ar em torno de 80% (Brasil,

1972). Na Tabela 2, encontram-se os dados mensais de precipitação pluvial de

2008, com destaque da precipitação no período de condução do experimento.

17

Tabela 2. Dados de precipitação pluviométrica do período de condução do experimento. Alagoinha – PB, 2008.

Meses Precipitação (mm) Janeiro 86,5 Fevereiro 15,2 Março 143,4 Abril 215,4 Maio 117,9 Junho 153,8 Julho 132,3 Agosto 198,8 Setembro 39,3 Outubro 6,6 Novembro 1,6 Dezembro 0,0 TOTAL 1.110,8 Fonte: Estação Meteorológica da Estação Experimental de Alagoinha - PB, 2008.

3.2 Delineamento experimental O delineamento experimental foi de blocos casualizados, em esquema

fatorial 2x3x4, com três repetições. As parcelas experimentais foram

constituídas de duas variedades (1 - variedade Granfina e 2 - variedade

Ciciliana), três densidades de plantio (1 – 1,00m x 0,25m; 2 – 1,00m x 0,35m e

3 – 1,00m x 0,45m) e quatro quantidades de fósforo (1 – 0 Kg de P2O5 ha-1; 2 –

60 Kg de P2O5 ha-1; 3 – 120 Kg de P2O5 ha-1 e 4 – 180 Kg de P2O5 ha-1).

A parcela total com área de 20m2 (5,0m x 4,0m) foi constituída de cinco

leirões espaçadas de 1,0m, com 4,0m de comprimento. Para área útil foi

eliminado o leirão de cada extremidade da parcela e uma planta de cada

extremidade dos leirões, ficando a parcela útil com três leirões (9m2), com a

população de plantas a variar de acordo com os espaçamentos. No plantio

foram utilizadas duas ramas por cova, o que resultou na densidade 1, uma

população de 80.000 plantas ha-1; na densidade 2, uma população de 57.142

plantas ha-1; e na densidade 3, uma população de 44.444 plantas ha-1.

3.3 Área experimental e preparo A área experimental foi utilizada anteriormente com a cultura da

mandioca sob adubação orgânica. O solo foi preparado com uma aração e uma

gradagem, trinta dias antes do plantio, incorporando a vegetação herbácea. Os

leirões para o plantio foram confeccionados manualmente, com auxílio de

18

enxada, com base de 0,80m e altura de 0,30m. Nas parcelas, foram realizadas

a adubação de fundação com P2O5 (fonte: superfosfato triplo – aplicação única

de acordo com as quantidades dos tratamentos – 0, 60, 120 e 180 Kg de P2O5

ha-1), na presença de N e K (fonte: sulfato de amônio e cloreto de potássio - 60

kg N ha-1 e 60 kg K2O ha-1, respectivamente, parcelado, sendo, 1/3 na

fundação e 2/3 em cobertura, 35 dias após o plantio).

3.4 Variedades de batata-doce, plantio e tratos culturais No plantio foram utilizadas ramas das variedades Granfina e Ciciliana,

variedades de batata-doce de boa aceitação comercial, retiradas de plantio

comercial no município de Tabira - PE, cortadas com um dia de antecedência

para facilitar o manejo. Para uniformizar o plantio, quanto ao tamanho da rama

em 30cm, adotou-se o critério de número de gemas de acordo com a

característica de cada variedade. Para a variedade Granfina utilizou-se no

plantio oito gemas, pois a mesma possui espaço entre nós curtos e para a

variedade Ciciliana que apresenta espaço entre nós maior, quatro gemas.

Foram utilizadas duas ramas por cova, enterradas de forma manual, na

profundidade de 5 a 7cm, distanciados entre si a variar de acordo com os

tratamentos ficando os leirões espaçados de 1,00m com altura de 0,30m.

A condução da cultura foi realizada dentro dos parâmetros técnicos

recomendados ao cultivo da batata-doce adotado na região, realizando apenas

uma capina manual e uma amontoa, com o auxílio de enxada, para manter a

cultura livre de competição com plantas espontâneas durante o ciclo da cultura

e para proteger as raízes contra a incidência de luz, insetos, respectivamente e

manter a formação dos leirões durante o ciclo do cultivo. Não houve a

necessidade de controle de pragas, por não haver problemas fitossanitários

detectados.

A colheita foi realizada aos 134 dias após o plantio (DAP), para ambas

as variedades, período caracterizado pela maturação fisiológica da batata-

doce. As raízes colhidas foram conduzidas para galpão, onde foram obtidos os

componentes de produção.

19

3.5 Variáveis analisadas

3.5.1 Produção de fitomassa fresca da parte aérea Aos 134 dias após plantio realizou-se a colheita das raízes, ao passo

que se cortou todas as plantas a 2cm do colo dentro da área útil em seguida

foram pesadas, sendo os resultados expressos em toneladas por hectare.

3.5.2 Produção de fitomassa seca da parte aérea Três plantas por tratamento foram pesadas para obtenção da fitomassa

fresca da parte aérea, por parcela, e após, foram acondicionada em saco de

papel e pesada em seguida. As amostras foram levadas para o Laboratório de

Bromatologia do CCA/UFPB em Areia – PB, sendo postas a secar em estufa

de circulação de ar forçado a 65°C, até peso constante, onde se determinou a

fitomassa seca, sendo os resultados extrapolados em toneladas por hectare.

3.5.3 Produção total e comercial de raízes tuberosas As produções comercial e não-comercial de raízes tuberosas de batata-

doce foram determinadas mediante a obtenção da fitomassa fresca de raízes

superior e inferior a 80g, respectivamente, em cada tratamento, conforme

Embrapa (1995), sendo os resultados expressos em toneladas por hectare. A

produtividade total foi determinada pelos pesos de raízes tuberosas comercial e

não-comercial, em cada tratamento, sendo os seus resultados expressos em

toneladas por hectare.

3.5.4 Conteúdo de açúcares não redutores e amido

As raízes das plantas foram colhidas aos 134 dias após o plantio, dentro

da área útil analisada, e foram pesadas e classificadas, onde, foram coletadas

três raízes comerciáveis de cada parcela dos tratamentos, encaminhadas para

o Laboratório de Biologia e Tecnologia Pós-Colheita do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. As raízes foram selecionadas

quanto às infecções fúngicas, danos físicos e fisiológicos; em seguida

armazenadas sob temperatura, luminosidade e umidade ambiente, para análise

20

nos períodos 0, 15 e 30 dias após a colheita (DAP), onde a cada período

analisado a polpa foi removida com facas inoxidável e homogeneizada para

subseqüentes análises de açúcares não redutores (sacarose) e amido, de

acordo com o método descrito nas Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz

(INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2005).

3.5.5 Análise de mercado Realizou-se uma pesquisa de cunho quantitativo, onde foram utilizados

os métodos de estudo de coleta de dados e análise de conteúdo, nas centrais

de abastecimento de Patos, Campina Grande e João Pessoa, no Estado da

Paraíba.

Utilizou-se para coleta de dados instruções conforme Vergara (2005).

Desse modo, a escolha das duas técnicas de coleta de dados representou o

caráter qualitativo da pesquisa e também evitou tendências resultantes de uma

fonte única.

A pesquisa foi realizada durante o mês de agosto de 2009, onde foram

visitadas os Sistemas de Informações ao Mercado Agrícola (SIMA), os

Escritórios e Assessoria Contábil LTDA (DICON), todos estes setores

vinculados a Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas

(EMPASA), das centrais acima mencionadas, para levantamento de

informações, dados e tabulação.

3.5.6 Análise econômica O levantamento de dados necessários da pesquisa, nos aspectos

ligados às matrizes de coeficientes técnicos e custos, foi feito junto a

produtores rurais e rede varejista de produtos agropecuários no município de

Teixeira - PB, onde se buscou entrevistar aqueles que cultivam a cultura da

batata-doce há mais de dois anos. A pesquisa ocorreu por meio de visitas em

campo, as unidades produtoras, onde pequenos agricultores familiares foram

entrevistados, seguindo a um questionário semi-estruturado, contendo

elementos básicos de conhecimento dos produtos cultivados, estrutura

fundiária, formas de organização da produção, relações de trabalho e

mecanismos de comercialização. Este trabalho, relacionado ao ciclo de

21

produção da batata-doce, foi operacionalizado entre os meses de novembro e

dezembro de 2009, com perguntas fundamentadas sobre dois temas: O

primeiro relativo às técnicas utilizadas, com questões sobre utilização de

tecnologias – sementes ou mudas, natureza e tipos de cultivos, uso de tratores,

fertilizantes e defensivos; e o segundo sobre os principais elementos

formadores da renda familiar, resultante de atividades agrícolas e não-

agrícolas, tais como custo de produção, venda desta hortaliça, emprego

(permanente e/ou temporário) e destino da produção.

No cálculo dos custos, foi utilizada a metodologia proposta pelo Instituto

de Economia Agrícola (IEA) (MATSUNAGA, 1976).

Os preços dos produtos, insumos e serviços utilizados foram obtidos no

comércio varejista agropecuário no município de Teixeira - PB, em dezembro

de 2009. A receita total (RT) origina-se da venda das raízes tuberosas, sendo

obtida a partir da quantidade produzida, multiplicada pelo preço médio mensal.

3.6 Análise estatística Os resultados foram submetidos às análises de variância e comparação

de médias (teste de Tukey p ≤ 0,05) e análise de regressão para as

características estudadas. Para realização das análises utilizou-se o software

SAEG 5.0 (SAEG, 1993).

22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea da batata-doce Na Tabela 3 são apresentados os dados da análise de variância para

produção total de fitomassa fresca e seca da parte aérea de duas variedades

de batata-doce, submetidas a três densidades de plantio e a quatro

quantidades de fósforo. Os resultados indicam que não houve significância (p >

0,05) para nenhuma das fontes de variação analisadas.

Tabela 3. Resumos de análise de variância para produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea de duas variedades de batata-doce, submetidas a densidades de plantio e quantidades de fósforo. Alagoinha – PB, 2008.

Fonte de variação GL Quadrados médios Quadrados médios Blocos 2 261,01ns 2,15ns

Quantidades de fósforo (P) 3 42,48ns 3,33ns

Densidade de plantio (D) 2 3,84ns 0,30ns

Variedades (V) 1 19,03ns 1,49ns

P * D 6 9,16ns 0,72ns

P * V 3 4,06ns 0,32ns

D * V 2 1,28ns 0,10ns

P * D * V 6 6,18ns 0,48ns

Resíduo 46 719,58 1,23 CV = 28,65% ns não-significativo; FF – fitomassa fresca; FS – fitomassa seca

Os valores de produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea das

duas variedades de batata-doce em função dos espaçamentos utilizados são

apresentados na Tabela 4. Dos dados, observou-se que a variedade Granfina

apresentou maior produção de fitomassa fresca e seca (p > 0,05) em relação à

variedade Ciciliana, com valores, respectivamente, 14,31 t ha-1, 4,01 t ha-1 e

13,29 t ha-1, 3,72 t ha-1, valores que se atribuiu à característica morfológica

intrínseca da variedade em apresentar crescimento semi-ereto, adensada parte

aérea “tipo buquê”, e comprimento de ramas principais de até 1,5m ao passo,

que a variedade Ciciliana apresenta hábito de crescimento extremamente

rasteiro, com comprimento de ramas principais superior a 2,5m, de acordo com

os descritores morfológicos Huamán (1991). Evidenciou-se que esta variedade

23

apresenta maior eficiência na captação de energia solar, produzindo maior

quantidade de fotoassimilados e, conseqüente, maior produção de fitomassa.

Seguramente recomendar-se-ia a densidade de plantas que utilizasse

menores quantidades de ramas para o plantio, no caso específico, o

recomendado seria o espaçamento 1,00m x 0,45m, que refletirá diretamente no

custo de implantação da área de cultivo, por se economizar com mão-de-obra,

transporte e ramas.

Tabela 4. Produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea de duas variedades de batata-doce, submetidas a diferentes densidades de plantio. Alagoinha – PB, 2008.

Produção de fitomassa aérea

Densidade de

plantio

Fitomassa fresca Fitomassa seca

Granfina Ciciliana Média Granfina Ciciliana Média

M -----------------------------------------------t ha-1-----------------------------------------

1,00 x 0,25m 14,67 13,85 14,26 4,11 3,88 3,99

1,00 x 0,35m 13,96 13,25 13,60 3,91 3,71 3,81

1,00 x 0,45m 14,32 12,76 13,54 4,01 3,57 3,79

Média 14,31 13,29 13,80 4,01 3,72 3,86

Na Tabela 5 observou-se que as diferentes quantidades de fósforos

aplicados, não influenciaram na resposta da produção de fitomassa fresca e

seca da parte aérea (p > 0,05) das variedades estudadas. Estudos

demonstraram que os efeitos das adubações fosfatadas sobre as culturas, são

especialmente acentuados em solos de baixa fertilidade, nesses casos, o

fósforo estimula o desenvolvimento radicular, sendo fundamental para a

produção dos primórdios das partes reprodutivas e, em geral, incrementa a

produção das culturas (RAIJ, 1991).

De acordo com Santos et al. (2005), a cultivar Rainha Branca,

proporcionou uma produção máxima de rama de 11,77 t ha-1 obtida, com 16,25

t de esterco de gado por hectare. Porém, Cavalcante et al. (2003) avaliando 14

clones de batata-doce em Rio Largo, Alagoas, constatou que o clone 02

(proveniente do cultivar Co Branca) apresentou o maior peso da parte aérea na

pesquisa, 3,06 t ha-1, nas condições locais, sem adubação química, uma vez

que o solo apresentava uma boa fertilidade. Pode-se observar a superioridade

24

genotípica de produção de fitomassa fresca das variedades Granfina e

Ciciliana, fato também verificado por Cavalcante et al. (2003) e Santos et al.

(2005).

Tabela 5. Produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea de duas variedades de batata-doce, submetidas a diferentes quantidades de fósforo. Alagoinha – PB, 2008.

Produção de fitomassa aérea

Quantidades de

fósforo

Fitomassa fresca Fitomassa seca

Granfina Ciciliana Média Granfina Ciciliana Média

Kg de P2O5 ha-1 -----------------------------------------------------t ha-1------------------------------------------

0 12,17 12,45 12,31 3,41 3,49 3,45

60 13,74 12,18 12,96 3,85 3,41 3,63

120 14,60 13,64 14,12 4,09 3,82 3,95

180 16,75 14,88 15,82 4,69 4,17 4,43

Média 14,31 13,29 13,80 4,01 3,72 3,86

CV(%) 27,08

4.2 Produção total de raízes tuberosas

Na Tabela 6 são apresentados os dados da análise de variância para

produção total de raízes tuberosas de duas variedades de batata-doce,

submetidas a quatro níveis de fósforo e três densidades de plantio. Os

resultados indicaram que houve influência significativa (p ≤ 0,01) tanto para as

quantidades de fósforo, como para a densidade de plantio. Houve interação

significativa (p ≤ 0,05) apenas para densidades de plantio e variedades.

Os valores de produção total de raiz tuberosa de batata-doce para as

variedades Granfina e Ciciliana encontram-se na Figura 1. De acordo com os

dados, detectaram-se comportamento quadrático quanto às quantidades de

P2O5 aplicados para as ambas as variedades. As maiores produções técnicas

de 16,35 e 15,83 t ha-1 de raízes tuberosas foram obtidas com as quantidades

de 117,50 e 188,13 Kg de P2O5 ha-1, para as variedades Granfina e Ciciliana,

respectivamente.

25

Tabela 6. Resumos de análise de variância para produção total de raízes tuberosas de duas variedades de batata-doce, submetidas a quatro quantidades de fósforo e três densidades de plantio. Alagoinha – PB, 2008.

Fonte de variação GL Quadrados médios Blocos 2 37,64**

Quantidades de fósforo (P) 3 35,68**

Densidade de plantio (D) 2 39,50**

Variedades (V) 1 18,65ns

P * D 6 9,27ns

P * V 3 7,37ns

D * V 2 24,37* P * D * V 6 6,42ns

Resíduo 46 6,67 CV = 17,05% ** significativo ao nível de 1% de probabilidade * significativo ao nível de 5% de probabilidade ns não-significativo

Oliveira et al. (2005a) obteve máxima produção total de raízes, em

função das doses de P2O5, estimada por derivada, de 23,50 t ha-1, alcançada

com 259 kg de P2O5 ha-1, para a cv. Rainha Branca em um Neossolo Regolítico

Psamítico típico, com baixa disponibilidade inicial de fósforo no solo (3,7 mg

dm-3). Ao passo que Queiroga et al. (2005), alcançaram os maiores valores de

produção total de raízes 20,70 t ha-1, obtidos aos 155 DAP (dias após o plantio)

para as cv. ESAM 1, 2 e 3, em Argisolo Vermelho-Amarelo.

O resultado demonstrou a resposta das variedades Granfina e Ciciliana,

a adubação fosfatada e em condições de baixos níveis de P2O5 no solo, ao se

comparar aos resultados obtidos por Oliveira et al. (2005a). Nesse sentido,

busca-se aliar a adaptabilidade de variedades às condições de baixa

disponibilidade de P2O5 nos solos brasileiros, com baixas doses de adubação

fosfatada, visando reduzir o custo de produção e otimizar a receita líquida da

atividade produtiva.

De acordo com Chapin e Biéleski (1982), espécies adaptadas a solos de

baixa fertilidade, geralmente apresentam pequena taxa de crescimento, taxas

de absorção de nutrientes moderadas e alta concentração de nutrientes nos

tecidos, em comparação a espécies de rápido crescimento sob as mesmas

condições; porém, isto não foi constatado no estudo atual, em que a

disponibilidade do fósforo inicial no solo é baixa (3,37 mg dm-3), e a cultura

apresentou bom desenvolvimento vegetativo e produção total de raízes nas

26

quantidades de 117,50 e 188,13 Kg de P2O5 ha-1, para as variedades Granfina

e Ciciliana, respectivamente.

De acordo com Embrapa (1995), a batata-doce é uma cultura bastante

eficiente na absorção do fósforo, e quando este é aplicado corretamente ao

solo, pode ocasionar melhor resposta à cultura.

y = 13 + 0,0301x - 0,00008x2

R2 = 0,9927

y = 13,587 + 0,047x - 0,0002x2

R2 = 0,6233

12

13

14

15

16

17

18

19

0 60 120 180

Quantidade de fósforo, Kg P205 ha-1

Pro

duçã

o tota

l de r

aíz

es,

t h

a-1

granfina

ciciliana

Polinômio (ciciliana)

Polinômio ( granfina)

Figura 1. Produção total de raiz tuberosa de batata-doce em função de quatro quantidades de fósforo para as variedades Granfina e Ciciliana. Alagoinha - PB, 2008.

Na Figura 2 é analisada a relação entre produção total de raiz tuberosa

(t ha-1) e densidades de plantio (plantas ha-1) para as variedades Granfina e

Ciciliana,onde observou-se que não houve diferenças significativas (p > 0,05)

para as densidades 1 e 2, com produções respectivas, de 16,74 e 16,59 t ha-1,

para a variedade Granfina, ao passo que existiu diferença significativa (p ≤

0,05) a densidade 3, com produção de 13,64 t ha-1. Quanto à variedade

Ciciliana, observou-se não existir diferença significativa (p > 0,05) para as

densidades 1 e 3, com produções respectivas de 16,29 e 14,29 t ha-1.

27

Entretanto, ocorreu diferença significativa (p ≤ 0,05) para a densidade 2, com

produção 13,34 t ha-1. Analisando as interações entre as variedades estudadas

para as densidades, observou-se que na densidade de plantio 1, não houve

diferença significativa (p > 0,05) entre as variedades Granfina e Ciciliana, com

produções respectivas de 16,74 e 16,29 t ha-1. Na densidade de plantio 2,

houve diferença significativa (p ≤ 0,05) entre as variedades Granfina e

Ciciliana, quais produziram, respectivamente 16,59 e 13,34 t ha-1. Para a

densidade de plantio 3, não houve diferença significativa (p > 0,05) entre as

variedades Granfina e Ciciliana, com produções respectivas de 13,64 e 14,29 t

ha-1.

Observou-se que a produção total de maneira geral, aumenta com o

aumento da densidade de plantas para as variedades Granfina e Ciciliana. As

características morfológicas das variedades podem ter contribuído para

adensamento espacial das populacões das plantas e consequentemente

produção por planta.

Aa Aa

Ba

Aa

Bb

Aa

10

12

14

16

18

1 2 3

Densidade de plantio, Plantas ha-1

Pro

du

ção

tota

l de

ra

íze

s, t

ha

-1

Variedade GranfinaVariedade Ciciliana

Médias seguidas de mesma letra maiúscula (densidades em função de variedades) não

diferem pelo Teste de Tukey (p > 0,05) e médias seguidas de mesma letra minúscula (variedades em função de densidades ) não diferem pelo Teste de Tukey (p > 0,05)

Figura 2. Produção total de raiz tuberosa de batata-doce em função de três densidades de plantio para as variedades Granfina e Ciciliana. Alagoinha – PB, 2008.

28

4.3 Produção de raízes tuberosas comerciais Na Tabela 7 são apresentados os dados da análise de variância para

produção de raízes tuberosas comerciais de duas variedades de batata-doce,

submetidas a quatro quantidades de fósforo e três densidades de plantio. Os

resultados indicaram que houve influência significativa (p ≤ 0,05) apenas para

as quantidades de fósforo. Houve interação significativa (p ≤ 0,05) somente

para densidades de plantio e variedades.

Tabela 7. Resumos de análise de variância para produção de raízes tuberosas comerciais de duas variedades de batata-doce, submetidas, quatro quantidades de fósforo e três densidades de plantio. Alagoinha – PB, 2008.

Fonte de variação GL Quadrados médios Blocos 2 33,57**

Quantidades de fósforo (P) 3 24,50* Densidade de plantio (D) 2 15,39ns

Variedades (V) 1 7,70ns

P * D 6 7,42ns

P * V 3 9,52ns

D * V 2 28,68* P * D * V 6 7,93ns

Resíduo 46 6,29 CV = 19,36% ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade * Significativo ao nível de 5% de probabilidade ns Não-significativo

A exemplo do ocorrido para a produção total de raízes, também foi

escolhido o modelo quadrático de regressão para explicar a resposta de

produção de raiz tuberosa comercial (t ha-1) às diferentes quantidades de P2O5

para as variedades Granfina e Ciciliana (Figura 3). As maiores produções

técnicas de 15,78 e 14,02 t ha-1 de raízes tuberosas foram obtidas com as

quantidades de 209,50 e 295 Kg de P2O5 ha-1, para as variedades Granfina e

Ciciliana, respectivamente, nas condições edafoclimáticas estudadas.

Máxima produção comercial de raízes foi obtida por Oliveira et al.

(2005a) em função da dose de 231 Kg de P2O5 ha-1, obtendo valor estimado

por derivada de 18,90 t ha-1, para a cv. Rainha Branca, em um Neossolo

Regolítico Psamítico típico. Queiroga et al. (2005) obteve produção comercial

de raízes de 17,75 t ha-1 aos 155 DAP (dias após o plantio) para as cv. ESAM

1, 2 e 3, em Argissolo Vermelho-Amarelo.

29

Vale ressaltar que a produção comercial de raízes do estudo superou a

produtividade média de batata-doce para o estado da Paraíba, estimada em

6,8 t ha-1 de acordo com os dados do IBGE (2007), como também a média

nacional estabelecida em 10,42 t ha-1 (FAO, 2005). Quando corroborados

esses resultados, constatou-se que as variedades Granfina e Ciciliana,

requerem quantidades maiores de adubação fosfatada, quando os níveis de

P2O5 no solo são baixos, em comparação aos resultados obtidos por Oliveira et

al. (2005a).

Resultados semelhantes de resposta de variedades de batata-doce a

adubação fosfatada em solos com baixa disponibilidade de P2O5, foram obtidos

por Sousa (1990) e Mendonça e Peixoto (1991).

Para Filgueira (2003) a batata-doce tem se mostrado pouco exigente em

nutrientes, razão pela qual tem sido cultivada dependendo, muitas vezes, tão

somente da fertilidade natural do solo, ou do resíduo de adubações anteriores,

uma vez que, os produtores, de uma maneira geral, consideram a batata-doce

pouco exigente em nutrientes, devido a variabilidade dessa cultura utilizar

formas menos aproveitáveis de P, face a associação de suas raízes

com micorrizas, fungos filamentosos que habitam a rizosfera.

30

Na Figura 4 é apresentado o efeito da interação entre as densidades de

plantio e as variedades estudadas. Observou-se não existir diferença

significativa (p > 0,05) entre as densidades de plantio 1 e 2 para a variedade

Granfina, com produções respectivas de 13,59 e 14,50 t ha-1, ao passo que

existe diferença significativa dessas (p ≤ 0,05) para a densidade 3, com

produção de 11,76 t ha-1. Quanto à variedade Ciciliana não houve diferenças

significativas (p > 0,05) para as densidades de plantio 1 e 3, com produções

respectivas de 13,96 e 12,59 t ha-1, havendo entretanto diferença significativa

dessas (p ≤ 0,05) para a densidade 2, com produção de 11,33 t ha-1.

Analisando as interações entre as variedades estudadas para as densidades

de plantio, verificou-se que na densidade 1, não houve diferença significativa (p

> 0,05) entre as variedades Granfina e Ciciliana, com produções respectivas de

13,59 e 13,96 t ha-1. Na densidade 2, a diferença significativa (p ≤ 0,05) ocorreu

entre as variedades analisadas, com a Granfina e Ciciliana produzindo

respectivamente, 14,50 e 11,33 t ha-1. Para a densidade 3, não houve diferença

y = 11,394 + 0,0419x - 0,0001x2

R2 = 0,6478

y = 11,406 + 0,0177x - 0,00003x2

R2 = 0,8689

11

12

13

14

15

16

0 60 120 180Quantidade de fósforo, Kg P2O5 ha-1

Pro

duçã

o d

e r

aíz

es

com

erc

iais

, t ha-1

granfina

ciciliana

Polinômio (granfina)

Polinômio (ciciliana)

Figura 3. Produção de raiz tuberosa comercial de batata-doce em função de quatro quantidades de fósforo. Alagoinha – PB, 2008.

31

significativa (p > 0,05) entre as variedades Granfina e Ciciliana, com produções

respectivas de 11,76 e 12,59 t ha-1.

Observou-se ainda, que a produção de raízes comercial não mostrou a

mesma tendência de comportamento em termos de resposta com produção de

raízes comerciais para as variedades Granfina e Ciciliana, uma vez que a

maior produção de raiz para a variedade Granfina foi obtida com a densidade

de plantio 2 e menor com a densidade 3. Já para a variedade Ciciliana, ocorreu

maior produção com a densidade de plantio 1 e menor com a densidade 2.

De acordo com Oliveira et al. (2006), maiores produções de raízes

comerciais por planta de batata-doce foram obtidas com a variedade Rainha

Branca, 662 e 321 g, com as doses estimadas de 180 e 254 Kg ha-1 de P2O5,

no espaçamento de 0,50m entre plantas, nos sistemas de plantio com uma e

duas ramas, respectivamente. O autor conclui que a dose de 231 Kg ha-1 de

P2O5, combinada com o espaçamento de 0,80m x 0,30m, no sistema de plantio

com duas ramas por cova, deve ser recomendada.

Segundo Heredia et al. (2003), o aumento populacional em culturas,

acima da densidade ideal, proporciona redução nos fatores de produção e

aumenta a competição por luz, acarretando redução no crescimento e

rendimento. Já Du Plooy (1985) constatou que o aumento da densidade de

plantio (número de ramas por hectare), em geral também resulta em uma

redução no tamanho das raízes. Ao passo que, Azevedo et al., (2000) atribuem

o efeito da densidade de plantio a variar de acordo com a cultivar, assim, o

espaçamento entre plantas pode ser ajustado para se obter um rendimento

máximo de raízes com alta qualidade, de acordo com a finalidade pretendida.

O melhor método de plantio deve ser aquele que ofereça alta produtividade

com alta qualidade comercial de raízes.

32

Aa

Aa

Ab

Aa

Bb

Ab

10

11

12

13

14

15

1 2 3

Densidade de plantio, Plantas ha-1

Pro

duçã

o ra

ízes

com

erci

al, t

ha-1

Variedade Granfina

Variedade Ciciliana

Médias seguidas de mesma letra maiúscula (densidades em função de variedades) não diferem pelo Teste de Tukey (p > 0,05) e médias seguidas de mesma letra minúscula (variedades em função de densidades ) não diferem pelo Teste de Tukey (p > 0,05)

Figura 4. Produção de raiz tuberosa comercial de batata-doce, em função de densidades de plantio para as variedades Granfina e Ciciliana. Alagoinha – PB, 2008.

4.4 Conteúdo de açúcares não redutores e amido em raízes de batata-

doce após armazenamento

Na Tabela 8 são apresentados os dados da análise de variância para

conteúdo de açúcares não redutores (sacarose) e amido em raízes de batata-

doce, após armazenamento. Os resultados indicam para conteúdo de açúcares

não-redutores, que houve influência significativa (p ≤ 0,01) para variedades,

contudo, sem registro de significância (p > 0,05) para as demais variáveis

estudadas. Houve interação significativa (p ≤ 0,01) para as variedades e as

quantidades de fósforo, ao passo, que se constatou interação tripla para

quantidades de fósforo, variedades e períodos de armazenagem (p ≤ 0,01).

33

Tabela 8. Resumos de análise de variância para conteúdo de açúcares não redutores (sacarose) e amido, em raízes de batata-doce, após armazenamento. Alagoinha – PB, 2008.

Fonte de variação GL Quadrados médios Quadrados médios

Açucares não redutores Amido

Blocos 2 0,31ns 2,34ns

Quantidades de fósforo (P) 3 0,55ns 0,54ns

Variedades (V) 1 1,43** 11,12ns

Períodos (Pe) 2 0,51ns 227,81**

P * V 3 0,19ns 45,25**

P * Pe 6 0,24ns 14,65ns

V * P 2 0,84** 90,96**

P * V * Pe 6 0,48** 34,69**

Resíduo 46 0,13

CV 10,88% 14,70% ** significativo ao nível de 1% de probabilidade * significativo ao nível de 5% de probabilidade ns não-significativo

Os valores dos conteúdos médios de açúcares não redutores em raízes

de batata-doce em função das quantidades de fósforo durante o

armazenamento encontram-se na Tabela 9. De acordo com os dados

apresentados, observou-se que no período 0 de armazenamento (logo após a

colheita), que o conteúdo de açúcares não redutores da variedade Granfina foi

superior ao da variedade Ciciliana para as quantidades de 60 e 120 Kg de P2O5

ha-1 com valores 3,90, 3,81 g 100g-1 e 3,26, 2,54 g 100g-1, respectivamente para

as duas variedades, não havendo respostas significativas as demais

quantidades de fósforo dentro do mesmo período de armazenamento.

Aos 15 dias de armazenamento não se observou diferenças significativa

para o conteúdo de açúcares não redutores entre as duas variedades de

batata-doce sob diferentes quantidades de fósforo.

Já aos 30 dias de armazenamento, a variedade Granfina apresentou o

conteúdo de açúcares não redutores superior aos da variedade Ciciliana nas

quantidades de 0 e 180 Kg de P2O5 ha-1, cujos valores foram 3,58, 3,85 g 100g-1

e 2,77, 2,74 g 100g-1, respectivamente, não havendo diferença estatística entre

as variedades nas demais quantidades de fósforo.

34

O fósforo é um elemento que pode influenciar a acumulação dos

conteúdos de açúcares e melhorar as características como tamanho, diâmetro

e textura da batata-doce, como também as propriedades para o

armazenamento (CHAVES; PEREIRA, 1985; MONTEIRO et al., 1997).

Tabela 9. Conteúdo de açúcares não redutores em raízes de duas variedades de batata-doce, em função de níveis de fósforo, durante o armazenamento. Alagoinha – PB, 2008.

Variedades Períodos (dias) 0 15 30

P2O5 Kg ha-1 ------------------------------------------g 100g-1---------------------------------------

0 Granfina 3,54 3,35 3,58a Ciciliana 3,53 3,52 2,77b

60 Granfina 3,90a 2,86 3,29 Ciciliana 3,26b 3,29 3,24

120 Granfina 3,81a 3,36 3,45 Ciciliana 2,54b 3,22 3,15

180 Granfina 2,97 3,37 3,85ª Ciciliana 3,25 3,47 2,74b

Médias seguidas de letra diferente na coluna diferem entre si (p ≤ 0,05) pelo Teste de Tukey

Analisando o conteúdo de amido logo após a colheita no armazenamento

do período 0 (Tabela 10), constatou-se que não houve diferença estatística

(p ≤ 0,05) entre as duas variedades dentro das quantidades de fósforo.

Nos períodos analisados, o máximo de acúmulo de amido na raiz da

variedade Ciciliana ocorreu aos 15 dias após o seu armazenamento. Nesse

período a variedade Ciciliana foi superior a variedade Granfina, na ausência da

adubação fosfatada (testemunha), com valores de 25,52 e 20,34 g 100g-1,

respectivamente. Porém no mesmo período de armazenamento, nas

quantidades de 120 e 180 Kg de P2O5 ha-1, a variedade Granfina produziu maior

quantidade de amido (p ≤ 0,05) em relação à variedade Ciciliana com valores

são 27,68 e 18,04 g 100g-1 e 27,30 e 18,04 g 100g-1, respectivamente. Não se

verificando diferença no acúmulo de amido nas raízes das duas variedades na

quantidade de 60 Kg de P2O5 ha-1.

Já no armazenamento 30 dias após a colheita, a variedade Ciciliana

exibiu valores mais altos do conteúdo de amido em raízes de batata-doce em

relação a variedade Granfina nas doses de 0 (ausência de fósforo) e de 180 Kg

de P2O5 ha-1, com valores de 20,83 e 15,11 g 100g-1 e

25,48 e 15,99 g 100g-1 respectivamente, não se observando diferença

35

significativa no acúmulo de amido nas raízes das duas variedades nas

quantidades de 60 e 120 Kg de P2O5 ha-1, no mesmo período de

armazenamento.

Leonel et al. (2005) avaliando cultivares de batata-doce como matéria-

prima para extração de amido, observaram rendimentos práticos de processo

variando de 9 a 15,8%. O teor de amilase variou de 19,51 a 22,54%. Os autores

concluíram que a cultivar Princesa foi a que apresentou melhores resultados

como matéria-prima para as indústrias de amido.

Na batata-doce, Silva (2004) observou elevação do teor de amido, em

função do emprego de fósforo, resultado também constatado por Oliveira et al.

(2005a), onde a dose 293 Kg ha-1 de P2O5 foi responsável pelo teor máximo de

amido na raiz da batata-doce, com 15,7% para a variedade Rainha Branca. De

acordo com Embrapa (1995) este percentual situa-se dentro dos valores de

referência para a espécie, 13,4% - 29,2%.

Tabela 10. Conteúdo de amido em raízes de duas variedades de batata-doce em função de quantidades de P2O5 durante o armazenamento. Alagoinha – PB, 2008.

Variedades Períodos (dias) 0 15 30

P2O5 Kg ha-1 ------------------------------------------ g 100g-1 ---------------------------------------

0 Granfina 18,60 20,34b 15,11b Ciciliana 16,15 25,52a 20,83a

60 Granfina 19,53 24,69 15,98 Ciciliana 16,81 23,29 16,63

120 Granfina 20,09 27,68a 18,19 Ciciliana 16,63 18,04b 16,78

180 Granfina 16,10 27,30a 15,99b Ciciliana 16,01 18,04b 25,48a

Médias seguidas de letra diferente na coluna diferem entre si (p ≤ 0,05) pelo Teste de Tukey

4.5 Análise de mercado

A Paraíba é um Estado brasileiro que apresenta sistemas produtivos de

base familiar, a oferta de hortifrutígranjeiros para abastecimento das suas

centrais de comercialização, distribuídas nas principais regiões do estado (João

Pessoa, Campina Grande e Patos), além dos diversos circuitos de

comercialização existentes, citados as feiras livres, Programa de Aquisição de

Alimentos do Governo Federal (PAA), as prefeituras municipais e outros.

36

Na Tabela 11 é apresentado o volume total dos principais produtos

comercializados pelas Centrais de Abastecimento da Paraíba, bem como, os

valores correspondentes, destacando-se o grupo hortaliças, com um volume

total e percentual, respectivamente de 127.552,1 t e 43,13%, do montante de

295.725,8 t, o qual é dividido em raiz e tubérculo com 76.395,3 t, fruto com

44.241,2 t e folha, flor e haste com 6.915,6 t. Quando analisado o montante

financeiro que cada grupo movimentou ao longo do ano de 2008, observou-se

que as hortaliças destacam-se sobre os demais do grupo, por apresentar mais

de R$ 145 milhões de reais geradas nas comercializações nas centrais de

abastecimento da Paraíba, representando 48,60 % do valor negociado no ano

de referência. Podendo-se afirmar a importância deste grupo hortaliça na

alimentação diária da população paraibana, como também, o destaque para o

consumo da batata-doce no Estado, atribuído pela peculiaridade alimentar da

população, do preço comercializado no varejo e a oferta contínua durante o

ano.

Bueno et al. (1999) consideraram que conhecer o canal de

comercialização do produto é fundamental para gerar informações necessárias

à melhor organização do sistema, tais como entregar o produto no lugar

adequado, no momento certo, na forma e quantidade desejadas, criando-se as

utilidades de posse, lugar, tempo e forma.

Tabela 11. Volume total (t) e valor dos principais grupos de produtos comercializadas nas Centrais de Abastecimento da Paraíba, no exercício 2008.

GRUPO Volume (t) % R$ %

Frutas 158.719,8 53,67 117.942.904 39,30

Hortaliças: 127.552,1 43,13 145.636.363 48,60

Raiz e tubérculo 76.395,3 25,83 85.129.663 28,40

Fruto 44.241,2 14,96 50.445.941 16,80

Folha, flor e haste 6.915,6 2,34 10.060.759 3,40

Outros 9.423,9 3,20 36.082.086 12,10

TOTAL 295.725,8 100,00 299.600.353 100,00

Fonte: EMPASA – DICON – SIMA (2008), adaptado pelo autor.

37

Na Tabela 12, é apresentada a série histórica do volume comercializado

da batata-doce no estado da Paraíba, de acordo com cada central. Assim, na

central de abastecimento de João Pessoa, ocorreu um incremento percentual e

volume de 23,73% e 539,2 t, respectivamente, no intervalo do período de 2000

- 2004, podendo atribuir-se o aumento da oferta à expansão do cultivo nas

principais regiões produtoras, estimulado pela maior demanda de consumo e

preços favoráveis pago ao processo produtivo de base, ou seja, o produtor

rural; ao passo, que nos anos posteriores até o ano de 2008, houve um

decréscimo do percentual e volume comercializado nesta central na ordem

respectiva de 22,37% e 628,9 t, circunstâncias estas atribuídas à redução da

área plantada, a fatores bióticos e abióticos e os preços pagos ao produtor não

estimulantes.

Na central de abastecimento de Campina Grande no período de 2000 -

2003 (Tabela 12) constatam-se um decréscimo do percentual e de volume de

30,66% e 1.213,0 t, respectivamente, ao passo que nos anos posteriores até

2007 ocorreram incrementos percentuais e de volume expressivos na ordem

respectiva de 86,27% e 2.366,6 t, ao passo que no ano 2008, ocorreu uma

retração da oferta na central acima de 7,34% e 349,40 t, esta variabilidade

sazonal de oferta x demanda, é atribuída a fatores mercadológicos,

econômicos, bióticos e abióticos.

Com referência a central de abastecimento de Patos foi obtido somente

o histórico a partir do ano de 2006, porventura da inexistência de uma central

de abastecimento em anos anteriores, ao passo, que surge a extensão da

interiorização das centrais de abastecimento na Paraíba, contemplando o

município de Patos e região, dessa forma, somente a partir de 2006 com a

inauguração e o circuito histórico é que se pode analisar o período de 2006 –

2007. Nesse período teve-se um incremento percentual e de volume de

22,52% e 477,4 t, respectivos, ao passo que no ano posterior (2008) houve

pequeno decréscimo percentual e de volume, respectivo de 3,93% e 102,1 t,

atribuindo-se essa situação as mesmas circunstâncias ocorridas nas centrais

de abastecimento de João Pessoa e Campina Grande. No período de 2000 -

2008 a central de Campina Grande comercializou 62,19% ou seja, 13.725,8 t

do volume superior da central de João Pessoa, fato este justificável pela

localização desta central na maior zona de demanda potencial supridora dos

38

abastecimentos de centenas de municípios periféricos a um raio de até 100 km,

tornando-se assim, um circuito preferencial da oferta de produtos hortifrutícolas

e de concentração de operadores de mercados (conhecidos também como

“atravessadores”). Dos dados pode-se ver o potencial de crescimento da

central de Patos por demanda de batata-doce, que nos anos de 2007 e 2008,

ultrapassou o volume comercializado pela central de João Pessoa, na ordem

de 13,93 % e de 12,56%, respectivamente.

Ainda na Tabela 12, analisando-se a ordem de demanda (OD) por

comercialização, assim a batata-doce, na central de Patos destacou-se pela

preferência em segundo lugar, na ordem da oferta x demanda, posteriormente

as centrais de Campina Grande e João Pessoa apresentam uma preferência

por ordem de demanda da batata-doce em quinto e sexto lugar,

respectivamente, característica particular atribuída à peculiaridade do hábito de

consumo desta população situada no médio e alto sertão nordestino.

Tabela 12. Série histórica do volume comercializado da batata-doce (t) no somatório das Centrais de Abastecimento da Paraíba, período: 2000 – 2008.

Ano Centrais de abastecimentos

Total J. Pessoa C. Grande Patos

2000 2.271,9 3.956,4 - 6.228,3

2001 2.362,8 3.532,2 - 5.895,0

2002 2.618,4 2.921,5 - 5.539,9

2003 2.784,7 2.743,4 - 5.528,1

2004 2.811,1 3.871,4 - 6.682,5

2005 2.617,8 3.934,5 - 6.552,3

2006 2.650,3 5.675,0 2.120,3 10.445,6

2007 2.280,0 5.110,0 2.597,7 9.987,7

2008 2.182,2 4.760,6 2.495,6 2.495,6

Total 22.579,2 36.305,0 7.213,6 66.097,8

% 2,82 3,24 7,35

OD* 6° 5° 2°

Na Tabela 13, buscou-se caracterizar o centro de origem e o volume de

produção da batata-doce comercializada na central de abastecimento de João

39

Pessoa, no período de 2004 – 2008, constatando-se uma diversidade enorme

de municípios que oferta a produção da respectiva cultura. Estes municípios

estão situados na faixa da costa litorânea e brejo paraibano. Em ordem

decrescente de oferta, destacam-se os municípios de: Lagoa Seca, Sapé, Cruz

do Espírito Santo, Conde, Pedras de Fogo, Pilar, Alhandra e Mamanguape.

Estes oito municípios equivalem à oferta de 94,14% do volume produzido e

comercializado nesta central, ao passo que os municípios de Lagoa Seca,

Sapé e Cruz do Espírito Santo ofertam 37,49%, 26,57% e 10,26%

respectivamente, que juntos ofertam 74,32%, todos estes municípios de

expressão rural com exploração no sistema de agricultura familiar, promovendo

a fixação do homem no campo, a geração de emprego e de renda, como

também, o fortalecimento da economia local e estadual, além de apresentarem

população abaixo de 25 mil habitantes (IBGE, 2009).

Tabela 13. Série histórica do volume (t) comercializado por município de origem da batata-doce na Central de Abastecimento de João Pessoa – PB (CEASA - EMPASA), período: 2004 – 2008.

Município 2004 2005 2006 2007 2008 TOTAL %

Alhandra 50,22 77,05 91,29 82,72 122,28 423,56 4,16

Conde 20,14 166,14 94,49 78,71 104,60 564,08 5,54

C. E. Santo 145,61 115,64 64,16 246,30 373,43 1.045,14 10,26

Mamanguape 62,23 37,06 18,54 10,51 7,38 135,72 1,32

P. de Fogo 100,34 150,23 108,19 72,00 114,97 545,73 5,36

Pilar 179,04 152,32 139,99 12,10 1,20 484,65 4,76

Lagoa Seca 614,83 467,41 613,61 897,54 1.226,01 3.819,45 37,49

Sapé 835,01 720,80 800,39 37,54 313,17 2.706,91 26,57

Total parcial 2.107,42 1.771,01 2.030,66 1.437,42 2.263,09 9.609,60 94,14

Outros 126,90 242,64 37,18 68,10 104,46 579,28 5,86

TOTAL 2.234,32 2.013,65 2.067,84 1.505,52 2.367,55 10.188,88 100,00

Fonte: EMPASA – DICON – SIMA (2008), adaptado pelo autor.

Na Tabela 14, é apresentado o centro de origem e o volume de

produção da batata-doce comercializada na central de abastecimento de

Campina Grande, no período de 2007 – 2008, destacando-se expressivamente

três municípios. Em ordem decrescente de oferta com seus respectivos

percentuais estes são: São Sebastião de Lagoa de Roça – 37,57%, Alagoa

40

Nova – 27,03 e Lagoa Seca – 24,95%, que juntos totalizam uma oferta de

88,55%.

Fonte: EMPASA – DICON – SIMA (2008), adaptado pelo autor.

Enquanto na Tabela 15, tem-se quase exclusivamente um único centro

de origem, responsável pelo volume de produção da batata-doce

comercializada na central de abastecimento de Patos, que no período de 2006

– 2008 foram oriundas quase unicamente do município de Teixeira, que

representou 83,61% da oferta produzida e comercializada nesta central.

Tabela 15. Série histórica do volume (t) comercializado por município de origem da batata-doce na central de abastecimento de Patos – PB (CEASA-EMPASA), período: 2006 e 2008.

Município 2006 2007 2008 TOTAL %

Brejo Paraibano 308,93 185,87 208,64 703,44 10,45

Teixeira 1.436,21 2.208,45 1.983,40 5.628,06 83,61

Total parcial 1.745,14 2.208,45 2.192,04 6.331,50 94,06

Outros 234,60 70,74 94,65 399,99 5,94

TOTAL 1.979,74 2.465,06 2.286,69 6.731,49 100,00

Fonte: EMPASA – DICON – SIMA (2008), adaptado pelo autor.

4.6 Análise econômica

Na Tabela 16, é apresentado o custo operacional efetivo (COE) na

produção de 1,0 ha de batata-doce em sequeiro, para o estado da Paraíba, no

Tabela 14. Série histórica do volume (t) comercializado por município de origem da batata-doce na Central de Abastecimento de Campina Grande – PB (CEASA-EMPASA), período: 2007 e 2008.

Município 2007 2008 TOTAL %

Alagoa Nova 891,81 876,72 1.768,53 27,03

Lagoa Seca 877,05 755,45 1.632,50 24,95

São S. L. de Roça 1.542,82 915,61 2.458,43 37,57

Total parcial 3.457,44 2.705,05 6.162,49 89,55

Outros 184,36 196,55 683,94 10,45

TOTAL 3.641,80 2.901,60 6.543,40 100,00

41

mês de janeiro do corrente ano. Analisaram-se as variáveis: mecânica, mão-

de-obra e insumo, com as percentuais de 12,90, 76,64 e 10,46%,

respectivamente, compondo o COE da lavoura explorada, qual o agricultor

desembolsaria um total de R$ 2.714,00, por um ciclo produtivo de 120 a 150

dias. Notou-se que a variável insumo é responsável pela menor expressão do

COE, seguida da variável mecânica e, por conseguinte a variável mão-de-obra,

qual proporciona a maior elasticidade do COE, tendo o fator colheita manual e

classificação responsável pelo maior desembolso por parte do agricultor,

perfazendo 40,53% do custo da atividade produtiva. Observou-se o grande

emprego de mão-de-obra nas práticas culturais desta cultura, principalmente

na coleta e seleção de rama, enleiramento, capinas, adubações e colheita,

totalizando 76,64% COE, consolidando-se como uma atividade geradora e

fixadora da família rural, além, de proporcionar ocupação temporária a

trabalhadores rurais. Vale ressaltar a inexistência do uso de agrotóxicos, nesta

composição do COE, apesar da existência de insetos chaves a cultura

explorada.

De acordo com Melo et al. (2009), nos perímetros irrigados do Estado de

Sergipe que cultivam a batata-doce irrigada, os agricultores desembolsariam

R$ 3.728,75 por um ciclo produtivo, valor do COT. De acordo com o estudo, o

custo operacional efetivo o fator insumo (torta de mamona) é o responsável

pelo maior desembolso (35,40%), e em seguida o do fator mão-de-obra

(39,26%), a colheita/classificação corresponde a (14,48%), constatando-se

como uma atividade geradora de emprego no meio rural e que ocupa, por todo

ano, o homem do campo, por meio do uso de sua mão-de-obra. Para Seagri-

CE (2005), do COE levantado entre os agricultores, os custos com mão-de-

obra representam 31,66% do custo de produção.

Na Tabela 17, têm-se as receitas obtidas no cultivo de 1,0 ha de

batata-doce em sequeiro para diferentes quantidades de fósforo. Observou-se

assim, que a dose econômica de fósforo que proporcionou maior resposta de

produção foi na quantidade de 120 Kg de P2O5 ha -1, promovendo 16,66 e

14,04 t ha-1 de raízes totais e comerciais; e que a cultura responde a adubação

fosfatada quando disponível na forma prontamente solúvel. Constatou-se que o

incremento de quantidades superiores de fósforo a dose econômica, não

provocou aumento nos valores de produção de raízes totais e comerciais, ou

42

seja, tem acrescido o COE da cultura explorada, não sendo recomendado ao

produtor e/ou agricultor por diminuir a receita líquida da atividade desenvolvida.

Tabela 16. Custo operacional efetivo (COE) na produção de 1,0 ha de batata-doce em sequeiro. Alagoinha – PB, janeiro de 2010.

Descrição Unidade Quantidade Valor unitário (R$)

Valor total (R$)

(COE) %

MECÂNICOS Aração H/m 3,0 70,00 210,00 7,74 Gradagem H/m 2,0 70,00 140,00 5,16 Sub-total (1) 350,00 12,90 MÃO-DE-OBRA Coleta e seleção de ramas

H/d 6 20,00 120,00 4,42

Enleiramento H/d 15 20,00 300,00 11,05 Adubação de plantio

H/d 4 20,00 80,00 2,95

Capina manual H/d 20 20,00 400,00 14,74 Adubação de cobertura

H/d 4 20,00 80,00 2,95

continuação Colheita manual e classificação

H/d 55 20,00 1.100,00 40,53

Sub-total (2) 2.080,00 76,64 INSUMOS 1N Kg 300 0,60 180,00 6,63 2K2O Kg 100 1,04 104,00 3,83 Sub-total (3) 284,00 10,46 Total (1) + (2) + (3) 2.714,00 3P2O5 Kg 0 ------ ------ P2O5 Kg 60 1,09 146,06 P2O5 Kg 120 1,09 291,03 P2O5 Kg 180 1,09 436,00 Fontes: 1sulfato de amônio, 2cloreto de potássio e 3superfosfato triplo H/m – hora/máquina H/d – homem/dia

Deve-se enfatizar que as raízes não-comerciais podem ser usados na

agroindústria de derivados da batata-doce (amido, sacarose, álcool anidro,

doces, polpas, picolés, sorvetes e tantos outros fins), como também na

alimentação animal das pequenas unidades familiares, na forma direta

(oferecida a suínos, aves, bovinos e outros) e indireta (armazenamento na

forma de raspa e farelo para oferta em períodos de baixa oferta sazonal de

alimento).

De acordo com as quantidades de fósforo estudadas observou-se que a

maior taxa de retorno foi alcançada com a quantidade de 120 Kg de P2O5 ha -1,

em que para cada R$ 1,00 investido houve o retorno de R$ 1,19 em função,

43

provavelmente, da maior produção de raízes comerciais obtida com essa

quantidade.

Tabela 17. Receitas obtidas no cultivo de 1,0 ha de batata-doce em sequeiro para diferentes quantidades de fósforo. Alagoinha – PB, janeiro de 2010.

Quantidades de P2O5 (kg ha-1)

Produção de raízes tuberosas comerciais

Receita Bruta (R$)

Custo do adubo (R$)

Custo produção sem adubo (R$)

Custo total (R$)

Receita líquida (R$)

Taxa de retorno

0 11,51 7.366,40 0,00 2.714,00 2.714,00 4.652,40 1,71 60 12,52 8.012,80 163,50 2.714,00 2.877,50 5.135,30 1,78 120 14,04 8.985,60 327,00 2.714,00 3.041,00 5.944,60 1,95 180 13,76 8.806,40 490,50 2.714,00 3.204,50 5.601,90 1,74

44

5. CONCLUSÕES

- As variedades Granfina e Ciciliana apresentaram produções de fitomassa

fresca e seca, independente de densidades de plantio e de adubação fosfatada

para a área estudada;

- As variedades Granfina e Ciciliana atingiram maiores produção técnica total e

comercial de raízes tuberosas, com as aplicações de 117,50, 188,13 Kg de

P2O5 ha-1 e 209,50 e 295 Kg de P2O5 ha-1, respectivamente;

- Os melhores desempenhos para produção total de raízes tuberosas

ocorreram nas densidades de plantio 1,00m x 0,25m e 1,00m x 0,35m, para a

variedade Granfina, enquanto, para a variedade Ciciliana ocorreram nas

densidades de plantio 1,00m x 0,25m e 1,00m x 0,45m;

- Os maiores rendimentos produtivos para produção de raízes tuberosas

comercial ocorreram nas densidades de plantio 1,00m x 0,35m e 1,00m x

0,25m, para as variedades Granfina e Ciciliana, respectivamente;

- Os maiores conteúdos de açúcares não redutores em raízes de batata-doce

obtidos com a quantidade de 60 Kg de P2O5 ha-1, para as duas variedades de

batata-doce, Granfina e Ciciliana logo após a colheita;

- Os maiores conteúdos de amido em raízes de batata-doce foram obtidos com

as quantidades de 120 Kg de P2O5 ha-1 e de 0 Kg de P2O5 ha-1, para as

variedades Granfina e Ciciliana, no armazenamento aos 15 dias,

respectivamente.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE

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DESCRITORES MORFOLÓGICOS PARA ACESSOS DE BATATA-DOCE (HUAMÁN, 1991) CARACTERÍSTICAS P1* P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 1 - COMP. DE RAMAS PRINCIPAIS Ereta (< 75 cm) Semi-ereta (75-150 cm) Rasteira (151-250 cm) Extrenamente rasteira (>250 cm) 2 - COMP. DO ENTRENÓ Muito curto (< 3 cm) Curto (3-5 cm) Intermediário (6-9 cm) Longo (10-12 cm) Muito longo (> 12 cm) 3 - DIÂMETRO DO ENTRENÓ Muito fino (< 4 mm) Fino (4-6 mm) Intermediário (7-9 mm) Grosso ( 10-12 mm) Muito grosso (> 12 mm) 4 - COR PRED. DA RAMA Verde Verde com poucas manchas roxas Verde com muitas manchas roxas Verde com muitas manchas roxas escuras Predominantemente roxa Totalmente roxa Totalmente roxa escura Prdominantemente roxa escura 5 - COR SEC. DA RAMA Ausente Base verde Ponta verde Nós verdes Base roxa Ponta roxa Nós roxos Outros (especificar) 6 - TIPO DE PUBSC. DA RAMA Ausente Espassa Moderada Densa 7 - FORMA GERAL DA FOLHA Arrendondada Reniforme

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Cordata Triangular Hastada Lobada Quase dividida 8 - TIP. DE LÓBULOS DA FOLHA Sem lóbulos laterais (inteira) Muito superficiais Superficiais Moderadas Profundos Muito profundos 9 - N° DE LÓBULOS DA FOLHA Um Três Cinco Sete Muitos 10 - FRM. DO LÓBULO CENTRAL Ausente Dentado Triângular Semi-circular Semi-elíptico Elíptico Lanceolado Oblanceolado Linear (grosso) Linear (fino) 11 - PIGT. DAS NERVURAS Amarelas Verdes Manchas roxas na base da nervura principal Manchas roxas em várias nervuras Nervura principal parcialmente roxa Nervura principal predominante ou totalmente roxas Todas as nervuras parcialmente roxas Todas as nervuras prodominante ou parcialmente roxas Superfície adaxial e nervuras totalmente roxas 12 - TAM. DA FOLHA MADURA Pequena (< 8 cm) Média (8-15 cm) Grande (16-25 cm) Muito grande (> 25 cm) 13 - COR DA FOLHA MADURA Verde--amarelada

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Verde--amarelada Verde com extremidade roxa Verde -acinzentado Verde com nervuras roxas na superfície abaixal Fracamente roxa Predominante roxa Verde na parte abaixal, roxa na ponta adaxial Roxas em ambas superfície 14 - COR DA FOLHA IMATURA Verde--amarelada Verde--amarelada Verde com extremidade roxa Verde -acinzentado Verde com nervuras roxas na superfície abaixal Fracamente roxa Predominante roxa Verde na parte abaixal, roxa na ponta adaxial Roxas em ambas superfície 15 - COMP. DO PECÍOLO Muito curto (< 10 cm) Curto (12-20 cm) Intermediário (21-30 cm) Longo (31-40 cm) Muito longo (> 40 cm) 16 - PIGMENTAÇÃO DO PECÍOLO Verde Verde com roxo próximo à rama Verde com roxo próximo à folha Verde com roxo nas duas extremidades Verde com manchas roxas Verde com faixas roxas Roxo com verde próximo à folha Alguns pecíolos verdes, outros roxos Predominante ou totalmente roxo 17 – FORMA DAS RAÍZES Redonda Redonda elíptica Elíptica Ovada Obovada Oblonga Longa oblonga Longa elíptica Longa irregular ou curvada 18 - DEFEITOS DA SUPERFÍCIE DA RAÍZ Ausente Película tipo jacaré

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Veias Constrições horizontais rasas Constrições horizontais profundas Fendas longitudinais profundas Constrições profundas e fendas profundas Outras (especificar) 19 - COR PREDOMINANTE DA PELÍCULA Branca Creme Amarela Laranja Marron-alaranjada Rosa Vermelha Roxa-avermelhada Roxa-escura 20 - COR SECUNDÁRIA DA PELÍCULA Ausente Branca Creme Amarela Laranja Marron-alaranjada Rosa Vermelha Roxa-avermelhada Roxa-escura 21 - COR PREDOMINANTE DA POLPA Branca Creme Creme-escura Amarelo-pálida Amarelo escura Laranja-pálida Laranja-intermediária Laranja escura Fortemente pigmentada com antocianinas 22 - COR SECUNDÁRIA DA POLPA Ausente Branca Creme Amarela Laranja Rosa Vermelha Roxa-avermelhada Roxa-avermelhada Roxa-escura

P = Planta

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QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO PARA ENTREVISTA PARA COMPÔR A ANÁLISE ECONÔMICA

Nome do entrevistador: Data:

Nome do entrevistado: Idade:

Localização: Tamanho da propriedade:

Quantos membros compõem a família?

Quantos trabalham na atividade rural familiar?

Qual a cultura principal desenvolvida na propriedade?, se planta batata-doce prossegue....

Quanto tempo desenvolve o cultivo?, por que plantar batata-doce?

Qual o período de plantio, sequeiro ou irrigado?

Utiliza algum tipo de adubação ou nutrição mineral?

Utiliza agrotóxico para o manejo fitossanitário?

Utiliza mão-de-obra externa (trabalhador temporário)?

Qual o tipo de preparo do solo utilizado ou manejado?

Quais os nomes populares das variedades utilizado(s), e por que?

Quais os principais tratos culturais?

Qual o tipo de colheita?

Aonde comercializam a safra?

Qual a forma de pagamento e preços praticados?

Possui alguma outra renda extra-rural?

São beneficiários de algum programa governamental de âmbito local, regional ou nacional?

Recebe algum tipo de assistência técnica na atividade rural?

O que precisa melhorar no meio rural local ou regional?

Conhece o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e já foi ou é beneficiário?

Entre outras perguntas relacionadas....