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Faça a Sua Horta Biologica

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Sumário6   Introdução: Torne-se Um Micro-horticultor 

Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas Comestíveis

12  Capítulo 1  Cultive em Todo e Qualquer Lugar

24 

Capítulo 2 

Obter Plantas

32  Capítulo 3  Um Bom Começo

40   Capítulo 4   Abordagens Diferentes: Cultivar na Terra

ou em Vaso

58  

Capítulo 5  

Cuidados: Cultivar Plantas Saudáveis

6 6 Capítulo 6   A Horta sob Ataque

 As Plantas

80 

Capítulo 7  

Legumes

128  CapítuloS   Frutos

140  Capítulo g   Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis

Colha o Que Semeou

168   Capítulo io   Como Colher

174  Capítulo li   O Futuro dos Frescos: Como Armazená-los e Conservá-los

202 

Glossário

204  índice Remissivo

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Introdução: Torne-se Um Micro-horticultor

Tive o meu primeiro contacto com a horticultura urbana quando era 

criança e vi batatas a crescer dentro de um balde, na minúscula varanda  

de cimento da minha avó Scylla, natural das índias Ocidentais. Começar  

 vida nova num apartamento situado no gélido Norte do Canadá não a 

impediu de, tal como fazia na sua terra, Barbados, cultivar o que comia.

 A descoberta desse balde levou-me, muitos anos

depois, a fazer experiências nos espaços de quedispunha e inspirou-me a expandir o conceito de horta

e da sua localização.

Criei a minha primeira horta «verdadeira» no

quintal minúsculo e cheio de lixo do lar de estudantes

superlotado onde viv i enquanto frequentei a

universidade. Eu e os meus colegas cavámos e

plantámos o jardim não tendo quaisquer

conhecimentos sobre a matéria - a intuição e o acaso

serviram-nos de guias. Claro, perdi muitas plantas

devido a erros de principiante e a negligência, mas,

para minha surpresa (e sorte), consegui colher e

saborear uma fartura de feijões, tomates, alfaces,

cebolas, cenouras e batatas, tudo fresco e biológico,apesar do meu magro orçamento de estudante.

 Anos depois, e com uma vasta prática de

horticultura atrás de mim, já não sou tão pobre

(felizmente) como nos meus tempos de estudante. No

entanto, para mim, cultivar uma horta biológica

tornou-se algo mais do que ter à disposição alimentos

de qualidade em tempos difíceis. Com o tempo, adquiri

- ou, melhor, as minhas hortas cultivaram em mim - o

conhecimento, a autossuficiência e a confiança

necessários para me livrar da dependência do

supermercado e dispor, durante todo o ano, dos meus

próprios produtos. A pequena horta urbana do meu

telhado reacendeu o meu fascínio infantil pelo mundo,

 bem como o orgulho e o entusiasmo que perduram ao

longo de todas as fases do processo de crescimento.

 A colocação de floreiras numa varanda pode criar

uma microquinta invulgar mas produtiva. Esta

oferece uma abundância de tomates e pimentos!

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Nunca mais dispus de um quintal desde que saí desse

tal lar de estudantes, mas tenho cultivado muitas hortas,

tanto ao níve l do solo como acima dele, e tudo porque a

criatividade e o engenho de Scylla, bem como o seu

desrespeito pelas normas sociais canadianas, me levaram

a repensar as minhas limitações e a transformá-las em

 vantag en s.

Muitos de nós, residentes na cidade, sofremos de um

complexo incapacitante no que diz respeito ao espaço.

Metemos na cabeça que, para nos dedicarmos à

horticultura, temos de possuir um terreno ou uma vasta

propriedade. E quando esse terreno existe, receamo s que

não seja do tipo adequado. Além desses problemas,

invocamos poucos conhecimentos, falta de dinheiro, ou...

Há sempre u ma razão a impedir-nos de meter mãos à obra.

E verdade que, por detrás de cada tomate e de cada

 viçoso molho de manjer icão biológicos, há um a horta fel iz

e saudável. O que não é verdade é que seja preciso ter um

quintal, uma quinta, ou um conhecimento enciclopédico

do que gostaríamos de cultivar para que a nossa horta

prospere. Atualmente, por todo o mundo, os horticultores

urbanos estão a prestar um contributo importante às

economias alimentares locais de formas inspiradoras.

Sabe-se que em Havana, Cuba, 50 a 8o por cento de todosos hortícolas frescos consumidos na cidade provêm de

hortas urbanas - e biológicas! O único obstáculo que nos

impede de seg uir e sse exem plo é... nós próprios.

Não vou mentir. Há mesmo muito que aprender antes

de plantar uma horta. Mas no princípio ninguém sabe

tudo. Aprend e-se com o tempo, com o êxito e, sim, também

com os fracassos. Se quiser dedicar-se à horticultura, só

precisa de ter alguma orientação (este livro) e uma planta

ou duas para começar. A partir daí, a experiência e a

confiança crescerão ao mesmo tempo que as plantas.

E, acima de tudo, tenha em mente o seguinte: de certeza

que vai cometer erros. Todos os horticultores erram de

tempos a tempos. Não tenha medo de estragar - assimpoderá aprender e, em breve, terá taças cheias de

morangos maduros, ramalhetes de ervas aromáticas, a

sanduíche de tomate perfeita e a horta dos seus sonhos,

Este habitante dos subúrbios cavou o relvado da

sua casa para criar uma horta e não se esqueceu

de um estufim frio para cultivar mostarda-da-

-índia, nem de um barril para recolher a água da

chuva que escorre do telhado.

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Preferir e Cultivar Produtos BiológicosHoje em dia, o interesse em saber o que os alimentos

contêm e de onde eles vêm deu origem a uma preferência

por produtos biológicos que não mostra sinais de abrandar.

Muitos de nós passámos a comprar produtos da época,

cultivados localmente, que não têm de percorrer milhares de

quilómetros para chegar à nossa mesa. Hoje também damos

importância ao preço e à qualidade daquilo que comemos,

do ponto de vista quer do ambiente, quer da nossa saúde. Se

está a ler este livro é provável que tenha essas preocupações

e deseje levar para a sua mesa produtos biológicos a umpreço acessível. Mas com tantos chavões a circular, é

provável que se interrogue sobre o que significa horticultura

 biológica para si e para o seu jardim.

Em termos gerais, a horticultura biológica é aquela que

não recorre a químicos nem a pesticidas. Se já os evita,

está meio caminho andado. Também implica ir buscar

inspiração à natureza para criar um jardim equilibrado e

saudável. O objetivo do horticultor biológico não é criar

um mundo perfeito, microssustentável, livre de pragas e

doenças. Longe disso! Para a horticultura biológica, o solo

é uma entidade viva que tem de ser sustentada e

alimentada. Por sua vez, um solo saudável produz plantas

saudáveis capazes de se defenderem dos problemas

inevitáveis com que se irão confrontar. O emprego de

químicos tem o efeito oposto. Proporciona às plantas um

crescimento rápido a curto prazo, mas mata os organismos

existentes no solo, bem como as outras criaturas vivas que

encontrar pelo caminho.

Nesse sentido, a horticultura biológica não é tão difícil

nem intimidatória como por vezes se pensa. Em princípio,

nenhum de nós tem de gerir uma propriedade familiar com

quatro hectares - e resolver problemas numa varanda com

i,8o x 1,25 cm, fora do alcance de lesmas e caracóis, é

 bastante mais fácil. Mesmo na terra, onde as lesmas são

rainhas, a horticultura biológica pode até poupar trabalho

a longo prazo, visto que se concentra, antes de mais nada,

na prevenção. E se não aspirar a resultados de uma

perfeição irrealista, terá mais tempo para repousar e

usufruir do delicioso - <>completamente livre de químicos

f t d t b lh !

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Começar  A Secção 1, «Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas <!<miestíveis»,

destina-se a inspirar a criação da sua mini-horta biológica, independentemente de o seu espaço ser o

ideal ou estar longe disso. Estes capítulos debruçam-se sobre o trabalho preliminar fundamental para

conhecer o terreno de que dispõe e transformá-lo numa horta útil, além de lhe fornecerem o know-how 

indispensável para resolver os problemas que acabam sempre por aparecer em qualquer horta.

Saber como começar uma horta é uma coisa; conhecer as necessidades de cada planta é outra.

Encare a Secção 2, «As Plantas», como uma ajudante - um ponto de partida para a exploração e o

conhecimento daquilo que diferentes espécies de plantas deliciosas exigem para o seu

crescimento. Entusiasme-se com variedades antigas, fascinantes e extraordinárias, tão bonitas

como saborosas. Fique a conhecer sugestões e truques relacionados com o cultivo tanto em vaso

como no solo. Releia-os sempre que se vir em dificuldades e precisar de ajuda, ou quando quisercultivar uma planta pela primeira vez.

Nos três capítulos da Secção 2  f- «Legumes», «Frutos» e «Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis»

- algumas plantas encontram-se agrupadas por pertencerem à mesma família ou apresentarem um

crescimento semelhante. Na caixa kjue surge no início de cada grupo de entradas são indicados

dados específicos sobre o seu cultivo.

O pico da época da colheita pode, na região onde vive, ocorrer um pouco mais cedo ou mais

tarde do que a data indicada, mas define-se sempre pelo mesmo: uma grande abundância. Talvez até

excessiva. Desperdiçar o que tanto trabalho lhe deu seria uma dor de alma. O método de cultivo já

não tem segredos para si, mas sabe quando deve colher um tomate ou um pepino? E o que faz um

horticultor de sucesso com uma verdadeira invasão de tomates e pimentões? A Secção 2 revela como

e quando colher produtos específicos; procure na Secção 3, «Colha o Que Semeou», indicações

gerais, como, por exemplo, qual a melhor hora do dia para fazer a colheita e com que frequência.

 A Secção 3 também lhe ensina técnicas tradicionais para guardar e conservar os seus

alimentos. Com alguns conhecimentos e roubando um reduzido número de horas a uma tarde de

sábado, poderá usufruir dos seus produtos da época durante muitos meses.

Sobre os Projetos e as ReceitasOs ingredientes que utilizei nas receitas refletem a

alimentação da minha família: arroz e farinha integrais,manteiga e laticínios biológicos, pães e bolos com baixo teor

de açúcar e em que o sabor doce deste é substituído pelo do

xarope de ácer ou de agave, ou ainda pelo mel. Adaptei .

algumas das minhas receitas infalíveis de modo a

satisfazerem o paladar da maioria das pessoas, mas, se quiser

acentuar o sabor doce, vá em frente! Os sabores dos

ingredientes variam consoante a localização, o solo e até as

condições meteorológicas - não hesite em afiná-los de modo

a aproximarem-se mais dos seus próprios gostos e hábitos

alimentares.

Todos os projetos deste livro foram

classificados, de acordo com o seu grau de

dificuldade , de mu ito fácil a mu ito difícil

M W , para que possa opta r, com

rapidez, pelos que melhor se ajustam ao

seu caso.

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Horticultura Biológica:

Noções Básicas sobre o Cultivo 

de Plantas Comestíveis

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C a p í t u l o   i :

Cultive em Todo e Qualquer LugarTerraços, varandas, telhados, decks, passeios, caldeiras de árvores, 

floreiras ou parapeitos - todos estes locais são hortas potenciais à espera 

de serem cultivadas.

Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, bem como noutras épocas em que

a comida e o dinheiro escassearam, por toda a América do Norte, houve pessoas que não

hesitaram em lançar sementes ao solo para cultivar feijão-verde ou tomate. Ninguém se preocupouem saber se o seu espaço era o «ideal». Esta ideia de que é normal cultivarmos os nossos próprios

alimentos ainda hoje existe em muitos países espalhados pelo mundo, mas com o tempo, e com

 base numa atitude um tanto retrógrada, acabámos por nos convencer de que uma horta requer um

espaço mínimo perfeito. De uma maneira geral, pensa-se que esse espaço terá de se localizar ao

nível do solo. De preferência, num quintal. E situado nas traseiras, para que ninguém o veja.

Devo confessar que há dias em que sonho com um quintal que possa transformar na minha

miniquinta. Mas depois olho para a viçosa horta que criei em vasos no telhado da minha casa, ou

para a minha razoável horta comunitária, e concluo que estou a sair-me muito bem. As minhas

hortas podem não ser um retângulo no quintal das traseiras de um belo condomínio. E, eu sei,

ficam a quilómetros de distância uma da outra; no entanto são perfeitas. Na verdade, são mais do

que perfeitas. Vejo e saboreio provas disso todos os dias quando me sento à mesa.

 As boas notícias é que as plantas querem crescer. Algumas desenvolvem-se nas circunstâncias

mais opressivas. De uma maneira geral, as plantas que domesticámos tendem a ser um poucomais sensíveis do que aquelas que crescem à beira das estradas, mas muitas ervas aromáticas e

legumes são suficientemente tenazes e audazes para se darem bem onde menos se espera. Se

dispõe apenas de um pequeno espaço em frente de casa, porque não substituir o vulgar relvado

por uma horta situada num canteiro elevado? E que manter um relvado dá imenso trabalho. E que

tal aquele quadrado de terra atrás da garagem? E quem disse que tem de cultivar uma sebe na

faixa de solo que separa a sua casa da do vizinho? Porque não enchê-la de acelgas? Ou manjericão-

-roxo? Ou uma incrível seleção de alfazemas! Alguns dos espaços mais improváveis oferecem

excelentes condições para cultivar plantas alimentares apreciadoras de sol. Esse espaço «ideal»

pode estar mesmo debaixo do seu nariz.

Mesmo aquelas pessoas que não dispõem de espaço podem cultivar rebentos numa cozinha

escura, uma mistura de microverduras (ver «Legumes Que não Exigem Espaço», na página 14)

numa floreira, ou cravinhos num vaso, no parapeito da janela (ver «Plantas Comestíveis em

Parapeitos», na página 16). Pode parecer pouca coisa, mas é um princípio que pode conduzir aobjetivos mais ambiciosos e à procura de espaços para lá do parapeito da janela. Se hoje plantar

um tomateiro na escada de incêndio, amanhã dará consigo a consultar catálogos de sementes, de

caneta fluorescente na mão e expressão divertida nos olhos.

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Up   Pigj|SÉ|   jp 5 lU f

Encontrei este canteiro elevado repleto de tomateiros

escondido atrás de uma garagem, num beco, em

Toronto. Embora, do ponto de vista estético, não seja

a horta que muitos amb icionam, serve de referência

para o meu êxito no tipo de horticultura que pratico.

Se este hortelão conseguiu que as suas plantas

vingassem nas piores condições imagináveis, qualque r

pessoa consegue!

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CULTIVAR

Legumes Que não Exigem Espaço

VAI PRECISAR DE

• Sementes ou rebentos para germ inar 

• Floreira ou recipien te com buracos para a

drenagem (mínimo: 10 cm de profundidade)

• Terra para vasos

• Tab uleiro sem buracos para reco lher o excesso

de água

Independentemente das condições de luz e

espaço, qualquer pessoa - e quero mesmo dizer

qualquer pessoa - pode cu ltivar rebentos frescos na

cozinha. Os rebentos são ricos em todo o tipo de

elementos saudáveis, como antioxidantes, enzimas,

 vi tamina C, fibra e proteínas, além de darem um

toque saboroso a sopas, saladas e sanduíches.Se dispõe apenas de um pouco de luz e de um

parapeito, experimente cultivar uma mistura de

microverduras. Estas plântulas jovens e liliputianas

não passam de rebentos aos quais foi permitido

desenvolverem-se um pouco mais - por vezes uma

semana ou mais após a germinação. A diferença

não está só na idade, mas tamb ém no sabor, na cor e

na textura. Hoje em dia, as microverduras são a

grande moda para guarnição dos pratos, nos

melhores restaurantes, mas pode cultivá-las por

meia dúzia de cêntimos. Veja na secção «Contactos

Úteis», no fim do livro, onde encontrar em balage ns

com sementes já misturadas ou faça a sua própria

mistura a partir das sugestões que se seguem.

Sementes de todo o tipo, das mais minúsculas

aos grandes feijões, podem ser germinadas no solo.

Nas lojas de comida saudável e nos grandes

hipermercados encontrará uma boa seleção de

sementes para germinar a preços a cessíveis.

EXPERIMENTE GERMINAR ESTAS SEMENTES:

Rebentos Comuns

alface, espinafre, girassol, ervilha, feijão azuki, brócolos,

lentilhas, alfafa, beterraba, couve

Rebentos Picantesmostarda, agrião-da-terra, nabo daikon, rabanete,

cebola, repolho, rúcula

Rebentos Sumarentos 

erva do trigo alfafa feijão mungo

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Escolha as sementes que nlo fortimtniladas com

um fungicida; verifique prim eiro «<• é ess e o caso

ou compre produtos biológicos certificados.

1. Para ace lerar a germ inaçã o, coloq ue as

sementes de m olho em água à temp eratura

amb iente, du rante 4-8 horas. Dem olhe os

fei jões mais r i jos durante mais tempo.

Escorra a água e dê uma enxaguadela às

sementes.

3. Encha o rec ipien te até três qua rtos da sua

capacidade com terra para vasos previamente

humedecida. Espalhe a terra mas não se dê ao

trabalho de a alisar bem. Uns altos e baixos não

têm qua lquer impor tânc ia .

4. Espalhe as seme ntes de m od o uniform e sobre

a terra e cubra com uma fina cam ada de terra

húmida. Na página 25 encontra mais

informação sobre como fazer a sementeira.

5. Coloqu e o recip iente em cima do tabu le i ro de

drenagem e regue moderadamente. Guarde-os

num local quente e mantenha a terra sempre

húmida como uma esponja. As sementes só

necessitam de luz depois de germinarem. Os

tempos de germinação d i fe rem de semente

para semente. Rabanetes, agriões, couve e

m ostarda requerem 4-8 dias; o girassol e a

cebola podem levar 10-14 dias.

6 .  Q ua ndo as plântulas com eçarem a aparece r à

super f íc ie, mude o tab ule i ro com o recip iente

para um parapeito soalheiro. Não se esqueça

de manter a terra húmida mas não encharcada.

Colheltm Comece a colher os rebentos pouco 

depois du germinação. Corte os lançamentos 

pela linha do solo com uma tesoura. No caso das

microverduras (plântulas com quatro ou mais

pares de folhas), aguarde entre alguns dias a

duas semanas antes de as colher.

 Após a Colheita: Continue a colher rebentos e

microverduras até terminar a época da colheita.

 A erva-de-trigo proporcionará várias colheitas a

partir da mesma planta. Junte composto às raízes e

à terra e recomece (página 46).

Fácil e Rápido: Em vez de comprar recipientes de

plástico, cultive as suas plantas em embalagens

vazias de bolos, iogurtes, etc. Abra uns furos na

base para a drenagem, coloque a tampa por baixo a

fazer de tab uleiro e já está.

Germinação Hidropónica: O velho método de

deixar as sementes germinar d entro de um frasco

cheio de água e tapado com gaze caiu em desuso

devido ao perigo de propagação de salmonelas e

E. coli. A verdade é que em bora essa técnica antiga

pareça fácil, impedir que as salmonelas e o bolor se

desenvolvam junto às suas verduras é um bico deobra. Já cultivar rebentos num tabuleiro com terra

é seguro e infalível.

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CULTIVAR 

Plantas Comestíveis em Parapeitos

Muitas ervas aromáticas, verduras, alfaces, flores comestíveis e até malaguetas podem produzir

mais do que o esperado num parapeito soalheiro, em especial durante os meses de verão, quando

os dias são compridos e a luz é mais intensa.

Na ausência de um parapeito soalheiro será

necessário contar com a ajuda de luz artificial,

que pode consistir simplesmente numa lâmpada

de espetro total.

CUIDADOS GERAIS

E provável que a horta que criou no seu

parapeito não dure para sempre, mesmo num local

coberto. Para manter as plantas sãs o máximo de

tempo possível, certifique-se de que elas dispõemde uma boa drenagem, de bastante água e do

máximo de luz possível. Regue a terra quando ela

deixar de estar húmida como uma esponja e se

apresentar levemente seca a uns 2 cm do topo.

 A frequência das regas depende da localização,

pois os vasos que se encontram em janelas quentes

situadas por cima de uma placa de aquecimento

secam depressa, ao passo que os colocados em janelas viradas a norte com correntes de ar retêm

a humidade durante mais tempo. Verifique sempre a terra, espetando o dedo até cerca de dois

centímetros de profundidade, antes de lhe deitar mais água.

Nos meses secos aumente a humidade em volta das folhas, colocando os vasos dentro de um

tabuleiro com seixos ou pulverizando-os com água.

CONTROLO DE PRAGAS E MANUTENÇÃO

Restrinja os fertilizantes durante os meses de inverno, em que o crescimento é lento. Com dias

curtos e pouco sol, as plantas tornar-se-ão longas e frágeis. Pode-as com regularidade para estimular

a emissão de lançamentos abundantes e fortes.

 A ESCOLHA DAS PLANTASSe quiser cultivar uma mistura de espécies diferentes num mesmo vaso ou numa floreira, escolha

plantas com exigências semelhantes. Uma mistura de ervas mediterrânicas, como orégãos, manjerona,

salva e tomilho, todas elas apreciadoras de sol e de boas condições de drenagem, é um êxito garantido.

As diversas alfaces também se dão bem juntas mas é melhor cultivar o pimentão num vaso individual

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Se quiser cultivar plantiiN iiinii local coberto, a maioria

das ervas aromáticas desenvolve se melhor a partir de mudas.

O manjericão, a calêndula, as violetas, os amores-perfeitos

e os coentros são a exceção, atingindo depressa o tamanho ideal

quando cultivados a partir de semente. Quanto às verduras

e alfaces, a sementeira é a única alternativa.

 A ESC OL HA DO RECI PIENTE

 As floreiras de janela são a escolha óbvia, já que a sua forma

estreita e retangular foi concebida a pensar nos parapeitos.

Contudo, existem hoje as mais diversas opções, incluindo vasos

individuais quadrados, como os da fotografia ao lado. Os vasos eas floreiras devem ter um mínimo de 12,5 cm de profundidade,

furos para a drenagem e tabuleiros por baixo. Quanto mais fundo

o vaso, maiores as hipóteses de as plantas se manterem saudáveis

a longo prazo. Os recipientes sem buracos podem ser adaptados,

cobrindo o fundo com uma camada de 2-5 cm de gravilha (ou

cacos de barro), que funcionará como um reservatório de água.

Este método resulta a curto prazo, mas requer regas cuidadosas

que evitem «afogar» as plantas.

1. Encha o seu recipie nte ou a flore ira com te rra para vasos

humedecida, até cerca de 7 centímetros da borda.

2. Se qu iser planta r estacas ou mudas, abra um buraco para

cada uma, afastando um pouco de terra para os lados.

3. Retire as mud as dos vasos on de se enc on tram e insira-as,

na vertical, no novo recipiente. Procure deixar vários

centím etros entre as plantas, para qu e as raízes tenham

espaço para crescer. Em geral, não se deve colocar maisde três plantas numa floreira de janela com 30 x 15 cm.

4. Uma vez as plantas inseridas, preen cha os espaços em volta

delas, certificando-se de que a coroa (o ponto em que as

raízes encontram o caule) não fica enterrada. Deixe 2 a 4

centímetros entre a superfície da terra e a borda do

recipiente, para pe rm itir a rega.

5. Regue bem, para que a terra fique m olhada até ao fun do do

VAI PRECISAR DE

• Floreira ou vaso com buracos

para a drenagem

• Cacos ou pedras (facultativo)

• Sementes, mudas (pequenas

plantas) ou estacas com

raízes

JANELAS MUITO SOALHEIRAS

• Tomilho

• Orégãos

• Salva

• Manjerona

• Malaguetas (experim ente as

minúsculas «chinesas ornamentais»

ou as vigorosas Red Rocoto)

• M anjer icão (experimente variedades

com pactas com o Purple Bush)

• Salsa

• Agr ião

• Calêndula

JANELAS COM ALGUMA  

SOMBRA

• Hor te lã -p imenta

• Cebo l inho

• Alface

• Espinafres

• Salsa

• Tomilho

• Mizuna

• Be ld roega-de- inverno (Claytonia)

• Vio letas e am ores-perfe itos

vaso.

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Encontrar Espaço

E o que fazer quando as nossas ambições vão para além do parapeito, mas 

não temos nem uma faixa de terra? Que tal pedir alguma emprestada? 

Hoje em dia é cada vez maior o número de organizações dedicadas à 

horticultura comunitária que difundem o amor pelo cultivo da terra.

Hortas ComunitáriasOcupando espaços em jardins públicos, terrenos privados ou antigas lixeiras, elas oferecem aos

habitantes locais a hipótese de pegar na enxada lado a lado com os vizinhos. Cada horta distingue-se pelos grupos que dela tratam, que têm as suas regras e os seus modelos próprios. Umas atribuem

uma pequena área de terra, ou parcela, a uma pessoa; outras funcionam em regime de associação,

sendo coletivamente trabalhadas por um grupo. Uma horta comunitária ou urbana pode consistir

apenas em meia dúzia de parcelas ou ocupar um quarteirão inteiro e ser trabalhada por centenas

de membros. Visite as que existem na sua região e descubra a que melhor corresponde às suas

necessidades e ao seu estilo. Se não encontrar nada que lhe agrade na sua área de residência, ponhaa hipótese de inaugurar uma juntamente com alguns vizinhos.

Ocupe o Que Puder  A horticultura «de guerrilha» é a mãe da horticultura comunitária, ou talvez se deva dizer a sua

prima rebelde e provocadora. A horticultura «de guerrilha» consiste em criar uma horta em toda e

qualquer área livre, sem compromisso nem autorização. A maioria dos hortelões guerrilheiros atua

de passagem, lançando sementes e plantas à terra, sem voltar para cuidar delas.

Mas é possível cultivar hortícolas nessas condições? Afinal, cultivar o que se come é antes de

mais um ato que requer empenho e, a maioria das vezes, a expetativa de uma futura colheita.

 Alguns horticultores guerrilheiros optam por investir algum tempo no espaço e regressar com

regularidade para cuidar das plantas, como fariam numa horta comunitária ou num quintal.

Outros escolhem plantas que não exigem cuidados, para que qualquer um usufrua da sua

produção. Exigir ou não cuidados depende muito do clima e das condições oferecidas. Por

exemplo, os residentes de São Francisco sabem que plantas comestíveis como chagas, amoras e

funcho crescem bem em terrenos baldios e abandonados, sem a mínima intervenção humana.

Infelizmente, as plantas que mais prosperam tendem a ser oportunistas invasivas, sufocando a

 vegetação espontânea (e a não espontânea) quando deixadas à sua sorte. Se decidir criar uma

horta «de guerrilha», pense nos seus efeitos a longo prazo e tente espalhar boa-vontade comestível

e não causar danos.

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Sonhar e Planear

Durante décadas, a horticultura foi erradamente considerada um membro 

humilde, prático e pouco atraente, do universo da jardinagem. As flores e 

plantas ornamentais não comestíveis eram expostas com orgulho na frente das casas, enquanto a horta ficava nas traseiras, remetida para um canto 

soalheiro mas bem escondido.

 Alimentos Fabulosos

Felizmente a nossa atitude mudou de forma radical, graças a um interesse inédito por plantasque antigamente se cultivavam, muitas delas atraentes e coloridas. De um momento para o outro,

a outrora ignorada acelga e a desconsiderada couve passaram a receber o respeito e a atenção que

merecem. Os jardineiros viraram os seus holofotes para as plantas comestíveis, afastando velhos

preconceitos e permitindo-lhes partilhar o venerado canteiro. Ainda por cima, assistimos também

à nova tendência de utilizar flores em culinária. Muitas delas são hoje um apontamento saboroso,

nutritivo e atraente num prato principal ou numa sobremesa. Quem tenha pouco espaço para

cultivar já não precisa de optar entre beleza e utilidade. Podemos apreciar as nossas flores e

também comê-las!

Plantas Comestíveis no Jardim

Criar uma paisagem elegante e comestível é muito fácil, bastando para tal plantar legumes

 vistosos entre as flores do canteiro, onde uma erva ornamental ou uma frondosa Heuchera 

costumavam ser rainhas. Plantas de folhas grandes e abundantes, como a acelga Rhubarb e a

couve Redbor, podem acompanhar hostas e cóleos ao longo da estação de crescimento, enquanto o

alto, arrendado e delicado endro, ou o metálico funcho-púrpura, são excelentes substitutos das não

comestíveis salsa-selvagem e astilbe.

Trocar as nossas dispendiosas ornamentais pelas suas sósias comestíveis também sai mais

 barato. A alcachofra é um tipo de cardo que se torna tão imponente como qualquer cardo

ornamental, mas apresenta um gosto delicado no fim do seu ciclo de vida. Deixe o seu alho--francês na terra durante o inverno e ele produzirá uma flor colorida e esférica no ano seguinte -

uma versão vigorosa e comestível da cebola ornamental (Allium giganteum), cujo preço é

exorbitante. A perila-vermelha e o manjericão Purple Opal ficam lindos num local soalheiro, com

a vantagem de que pode usar as folhas para fazer um chá ou um saboroso pesto. Experimente

 variedades variegadas de plantas vulgares, como a malagueta Variegata, o morangueiro (Fragaria 

vescá) Variegata ou as chagas Alaska Mix. Há mesmo uma variedade de tomateiro variegado vermelho e branco. A cor vermelha dos frutos não tem nada de especial, mas a planta é

espetacular!

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 A part ir do can to supe rio r esquerdo , no

sentido dos ponteiros do relógio: majestosos

beldros e acelgas decoram uma avenida

soalheira; morangos, violetas e manjericão

Purple Ruffles partilham um pote primaveril

com buracos; feijões coloridos embelezamuma cerca; faça uma treliça para ervilheiras

com ramos de uma árvore podada; o

espantoso manjericão Purple Ruffles.

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O H ortelão ContemporâneoJuntar plantas ornamentais comestíveis a um canteiro de flores é apenas o começo. Se gosta

de plantar, decorar e organizar, vai divertir-se imenso a desenhar uma horta maravilhosa e

decorativa. Embora os hortelões sejam, por tradição, maníacos na sua dedicação a uma disposição

formal, simétrica, não há razão para não dispor as suas plantas em grupos, amontoados ou

espirais. Organizando as suas plantas em agrupamentos cooperativos, na chamada consociação

(página 34), não só obterá um resultado esteticamente agradável, como também beneficiará a

saúde de toda a horta.

Remate o perímetro da sua horta com alfaces baixas, atraentes e coloridas, chagas, camomila,

tomilho, morangos, salsa-frisada ou violetas. Inspire-se nas hortas formais, dividindo-a em

quadrados com bordaduras bem aparadas de alecrim, alfazema ou mirtilos.

Pense em plantar em altura e não apenas em largura. Crie arranjos em volta de um pontocentral, como uma treliça em madeira ou um tripé em bambu por onde trepem feijoeiros,

ervilheiras ou tomateiros. Construa uma estrutura biológica com ramos de árvore e cordel forte.

Plante por baixo alface, tomilho ou manjericão Purple Ruffles, o que protegerá o solo ao mesmo

tempo que impedirá o crescimento de ervas daninhas, facilitando o seu trabalho lá mais para

diante.

O cultivo de plantas comestíveis na vertical aumenta a produtividade dos espaços pequenos,

esconde vedações feias como por magia e cria privacidade entre vizinhos. Plante variedades

 vivazes e resistentes a pragas como Melothria scabra, um parente do pepino que produz uma

folhagem delicada e pequenos frutos adoráveis, ou Scarlet Runner Bean, cujas vistosas flores

escarlates dão origem a grandes vagens pendentes. Uma fileira de alcachofras-de-jerusalém

é uma divisória fácil de cultivar, com flores semelhantes a girassóis empoleiradas em caules

de 25 centímetros. Faça um lúpulo (Humulus lupulus) trepar por um poste ou muro, para o tapar

de forma fácil e rápida. Colha as flores para fazer cerveja caseira ou chá; na primavera, coza

os rebentos jovens como se fossem espargos. O lúpulo segue o exemplo da corriola, crescendo

de forma agressiva e selvagem - uma vez estabelecida, nunca mais se verá livre desta planta.

Cultive-a em recipientes grandes para evitar que ela se torne invasiva.

Estas flores de begónia-tuberosa num tom rosa-vivo sãoquase fluorescentes q uan do cultivadas em vaso. As

pétalas sumarentas são tão ácidas como o limão e

substituem-no de m odo convincente.

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Ca pít u l o  2:

Obter PlantasEscusado será dizer que o seu jardim precisa de plantas. Comprar plantas 

envasadas para transplantar é a opção óbvia, mas pode ser um modo difícil e dispendioso de preencher o espaço de um jardim novo em folha.

Felizmente há outras maneiras de obter plantas sem

gastar um cêntimo. Muitos horticultores têm um excedente

de sementes e plântulas que não se importam de partilhar.Procure online comunidades com as quais seja possível

negociar, ou experimente dividir encomendas com amigos

- quem cultiva espaços pequenos raramente precisa de

usar as embalagens inteiras e algumas plantas podem dar

origem a várias (ver a página 31).

Para comprar plantas, feiras, mercados locais,

sociedades de horticultura, lojas de comida étnica, bancas

de rua, exposições de plantas e até estabelecimentos

especializados são excelentes para encontrar mudas

invulgares e sementes a preços económicos.

 A melhor maneira de aumentar a sua coleção é

cultivando sementes, fáceis e baratas de comprar pelo

correio. As melhores variedades estão à distância de pouco dinheiro por pacote, tornando-se

muito económico comprar um tomateiro ou uma alface. Os milhares de empresas que vendem

sementes satisfazem as necessidades de qualquer horticultor e muitas têm catálogos coloridos que

pode consultar online. Fazer compras deste modo permite poupar papel, ainda que se perca o

 velho hábito de folhear um catálogo e assinalar o que se prefere.

Criar Plantas: Cultivar a partir de Semente

Na loja, os pacotes de sementes exibem palavras como polinização aberta, clássica e híbrida. 

 As variedades de «polinização aberta» e «clássica» são as que se desenvolveram por meio de

polinização natural, sendo as segundas aquelas que se foram transmitindo de geração em geração.

Recolha as sementes de um pepino, tomate ou melão quando chegar o outono e terá bastantes

para cultivar no ano seguinte e oferecer a todos os vizinhos. As híbridas são cruzadas de modo a

oferecerem resistência às doenças e aos insetos. São uma boa escolha se quiser cultivar espécies

que na sua região são particularmente sensíveis a esses problemas. Infelizmente, produzem

sementes estéreis, 0 que as torna dependentes da intervenção humana para sempre.

É

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0 Que É NecessárioPode fazer a sementeira em qualquer recipiente que seja capaz de levar terra e escoar água. O melhor

lugar para procurar equipamento é o contentor da reciclagem e não a secção de jardinagem. Não gaste o

dinheiro que tanto lhe custou a ganhar em estufas de plástico. Reutilize pequenos recipientes de plástico

com orifícios abertos no fundo. Coloque-os sobre a respetiva tampa e terá o problema do tabuleiro de

drenagem resolvido num instante! Deite uma camada de sementes de alface ou cebola num daqueles

1 ncipientes de plástico onde se vendem os legumes. Corte uma garrafa de plástico ao meio, inverta a parte

de cima, formando um funil, insira-a na de baixo, e terá um prático recipiente de rega automática para fazer

a sua sementeira.

Os primeiros dias de vida de uma plântula são vitais para a saúde da planta a longo prazo. As plântulas

cultivadas num local coberto tornam-se mais suscetíveis às doenças do que as suas irmãs semeadas

diretamente no solo. A saúde das plantas jovens depende de um princípio de vida numa terra própria parasementeira, leve e bem arejada, que retenha a humidade mas disponha de boas condições de drenagem.

Não se esqueça de colocar etiquetas nos recipientes assim que deitar as sementes à terra, para não se

 ver diante de uma confusão de plantas anónimas quando chegar a altura de as transplantar. As diferentes

plantas são fáceis de identificar, mas a maioria das variedades é muito semelhante. Costumo fazer

pequenas bandeirolas com um pedaço de papel autocolante enrolado à volta de um palito. Os depressores

de língua ou os paus dos gelados ficam bem em vasos pequenos e podem ser pintados para uma

identificação imediata.

Semear e Plantar Como e quando se lançam as sementes à terra depende da planta. Algumas devem ser plantadas num

local coberto cerca de três meses antes das últimas geadas, enquanto outras podem ser semeadas ao ar livre

assim que a terra aquecer, na primavera. E difícil

memorizar a data em que se semeou cada planta.

Tenha sempre as datas sob controlo recorrendo a

uma «Tabela de Sementeira e Plantação» (página

200), que indica quando cada espécie deve ser

semeada e transplantada. Pendure-a num lugar

 visível para nunca se esquecer das datas. Pode

parecer aborrecido ter de a preencher, mas vaipoupar-lhe muito trabalho mais tarde.

Muitas plantas, como ervilheiras, alfaces,

hortaliças e feijões, crescem melhor se forem

semeadas ao ar livre, diretamente no local

definitivo, seja ele um canteiro ou um vaso. Semear

diretamente tem todas as vantagens da sementeirasem o inconveniente de ter de arranjar espaço no

quarto ou na cozinha para colocar os vasos com

as plantas bebés. Na Secção 2 deste livro descubra

como semear plantas específicas

ã i id f did d dif d d i d l

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 As sementes são inseridas na terra a profundidades diferentes, de acordo com o tipo de planta,

embora prevaleça a regra geral que diz deverem as sementes ficar cobertas com uma camada de

terra cuja altura meça, mais ou menos, o mesmo que o maior dos seus lados. Isso significa que as

sementes mais pequenas são colocadas à superfície com muito pouca terra em cima e as maiores

devem ser introduzidas numa pequena cova com uma profundidade igual ao dobro da sua altura.

Fácil, não é? Se quando chegar o momento tiver alguma dúvida, não se preocupe: na maioria dasembalagens de sementes está escrito o que deve fazer.

Para semear num local coberto, encha o recipiente, até cerca de um centímetro da borda, com

mistura para sementeira humedecida e calque-a com os dedos ou com um vaso do mesmo

tamanho. Se achar que os buracos do seu vaso são demasiado grandes e podem deixar cair a terra,

tape primeiro o fundo com um pedaço de papel de jornal. Insira as sementes à profundidade

requerida para cada planta, não colocando mais de duas num vaso de 10 centímetros. Se usar um

tabuleiro grande ou semear no local definitivo, siga as instruções da embalagem quanto aos

intervalos ideais entre as sementes e distribua-as da forma mais uniforme possível. Coloque os

 vasos e tabuleiros num local quente e mantenha a terra húmida, como uma esponja bem torcida,

durante a germinação. A duração da germinação difere de planta para planta, por isso não se

assuste se as minúsculas primeiras folhas demorarem a aparecer.

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CULTIVAR 

 Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico

Esqueça as esferas de turfa e os vasos minúsculos.

São bonitos, mas dão muito trabalho e saem caros. Um

saco de mistura para sementeira e uns rolos de papel

higiénico são uma opção ecológica que apresenta todos

os benefícios de uma esfera de turfa sem custar um

cêntimo. São especialmente bons para sementes de

feijão e girassol, cujas raízes não gostam de ser

perturbadas durante a repicagem.

1. Co loque três, cinco ou sete rolos de papel

higiénico na vertical, em cima de um prato ou

tabuleiro, form and o um círculo.

2. Ate um cordel em volta, sem ape rtar muito, só

para os rolos não saírem do lugar.

3. Com cuidad o, encha cada tub o com terra para

sementeira humedecida, calcando ligeirame nte até

quase à borda.

4. Plante apenas uma sem ente em cada tub o, à

profundidade requerida, e regue ligeiramente.

5. Qu and o a plântula estiver pronta para ir para o ar

livre, retire com cuidado a camada exterior de

papel, deixando uma interior, fina e intacta, e

depois insira cada cilindro na sua cova.

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Carrot

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C i B bé

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Criar o Bebé

Se usar uma campânula ou tampa para conservar a humidade, retire-a assim que as pequenas

plantas começarem a emergir à superfície. Todos sabemos que as plântulas precisam de água e luz

para sobreviver, mas raramente nos lembramos do terceiro requisito: ventilação. A ventilação

raramente constitui problema ao ar livre, mas as nossas casas fechadas no inverno, onde o ar não é

renovado, oferecem condições ideais ao aparecimento de doenças como a murchidão dasplântulas (página 73), que ataca as plantas jovens e vulneráveis. Se puder instalar uma pequena

 ventoinha elétrica junto das plântulas em desenvolvimento, é uma boa ajuda.

 As sementes recém-germinadas devem também receber luz de imediato - durante pelo menos

12-16 horas por dia e proveniente de lâmpadas fluorescentes colocadas a uma distância nunca

superior a 5-10 cm. Sim, muito perto. Mais afastadas nem que seja um centímetro e as plantas

tornar-se-ão altas, frágeis e pouco saudáveis, pois crescerão na direção da pouca luz existente.

Os parapeitos virados a sul servem, à falta de melhor, mas em geral são frios e não recebem luz

suficiente. Invista num suporte barato para duas lâmpadas fluorescentes, uma branca e fria e outra

 branca e quente, e pendure-o por cima das suas plantas. Em alternativa, coloque as plantas em

cima de uma pilha de listas telefónicas ou tijolos e vá-os retirando à medida que as plântulas

forem crescendo.

 As plantas acabadas de germinar são comparáveis aos ovos de galinha, na medida em que

contêm toda a nutrição de que necessitam sob a forma de cotilédones, as primeiras folhas que

emergem do solo. Estas em breve são substituídas por um segundo par, a que se chama  folhas 

verdadeiras. As plântulas começam a exigir alimen.to adicional quando os cotilédones murcham e

desaparecem. Algumas das terras próprias para sementeira contêm um pouco de matéria orgânica

incorporada, mas, se não for esse o caso da sua, junte-lhe agora vermicomposto e farinha de algas

(página 65), pelo sim, pelo não.

Como não podia deixar de ser, o número de sementes germinadas pode ser maior do que oprevisto. Quando isso acontece, terá de pôr o seu amor à prova, desbastando as plântulas

congestionadas enquanto elas ainda são pequenas, para que as outras tenham espaço para se

expandirem. E um trabalho duro - até a mim me custa fazê-lo e tenho sempre vontade de

simplesmente desenterrar as que estão a mais e plantá-las noutro lugar qualquer. Não faça isso.

Corre o risco de danificar o delicado sistema de raízes para salvar apenas algumas. Em vez disso,

corte a parte aérea das que estão a mais com uma tesoura. As tenras aparas das plântulas de

acelga, couve, nabiças, beterrabas, cenouras e cebolas dão um toque delicioso às saladas. Não as

encare como plantas para deitar fora, mas sim como uma colheita precoce!

^ A pa rtir do canto superior esquerdo, no sentido dos

ponteiros do relógio: plântulas de cebola prontas a

transplantar; este tom ateiro tem lesões causadas pelo

frio e pelo sol, porque não foi devidamente aclimatado;

não se esqueça das etiquetas; faça etiquetas baratas com

depressores de língua pintados com tinta de ardósia.

L A Li

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Levar para o Ar Livre

 A altura correta para mudar as suas plântulas do

aconchego caseiro para o cruel mundo exterior

depende das necessidades individuais de cada uma.

Muitas podem ir para o exterior assim que passar o

perigo das geadas na região onde vive, mas outras

devem ser mudadas antes e outras ainda muito

depois. Leia as instruções inseridas nas embalagens

para descobrir os cuidados a ter com cada uma.

Todas as plantas a transplantar, ou repicar, que

foram cultivadas num local coberto precisam de

passar por um processo a que se chama aclimatação, eque consiste em ajudá-las a fazer a transição da vida

protegida do interior para as inóspitas condições do

exterior. Levá-las de imediato para a terra seria para

elas um choque que não tardaria a matá-las. Lá se ia

todo o seu trabalho por água abaixo.

1. Quando a tempera tura tive r subido o suficiente,

coloque todos os dias as suas plântulas ao livre,

num local abrigado, durante algum tempo.

2. Ao long o de duas semanas aum ente

gradua lmente o período passado ao ar livre.

3. Vá tiran do da sombra as plantas que gostam de

sol até elas se habituarem à intensidade da luz

do exterior.

Manuseio das Jovens Plântulas: Segure-as semprepelas folhas e não pelos caules. As folhas

danificadas vo ltam a crescer; as plântulas com o

caule danificado ficam arruinadas.

Limpeza dos Vasos: Depois de proceder à

repicagem das suas plantas, g uarde os vasos para

os poder reuti l izar. Deixe-os de molho em águacom sabão e umas tampas de água oxigenada e/ou

vinagre e ficarão l impos e esteri l izados, prontos

para a próxima uti lização.

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FAZER 

Multiplique as Suas Plantas

Quando obtenho plantas novas a partir de

estacas, não consigo deixar de sentir que estou a

cometer um ato de desobediência e provocação.

Como é possível que uma forma tão barata e fácil

de multiplicar a colheita não seja um pouco

desonesta?Plantas como hortelã, manjericão, malva,

alfazema, tomilho, alecrim, lúcia-lima e orégãos

criam raízes com especial facilidade. Pegue numa

tesoura e faça um corte em diagonal num rebento,

logo abaixo do ponto de inserção de uma folha.

Coloque o caule num frasco com água e, em menos

de uma semana, verá que já criou raízes. Combine

partilhar as estacas com amigos e todos colherão

grandes frutos a partir de um par de plantas.

C a p í t u l o 3:

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C a p í t u l o   3:

Um Bom Começo

A primeira coisa a fazer antes de começar uma horta é estudar o espaço 

disponível. Eu sei, não parece muito divertido, pois não? Nesta altura, a 

única coisa que lhe apetece é comprar uma tonelada de sementes e 

começar a mexer na terra!

Perder algum tempo a estudar o espaço de que dispõe pode parecer aborrecido, em especial se

chegar à conclusão de que ele nada tem a ver com o jardim dos seus sonhos. Contudo, conhecer

fatores como sol, solo e exposição pode fazer a diferença entre uma horta exuberante e uma que só

tem bom aspeto no papel.

Fazer planos realistas vai permitir-lhe levar em conta as suas limitações e maximizar os seus

recursos. Em vez de imaginar o pior, pense nas direções inesperadas que a sua horta pode tomar

se a trabalhar de forma esclarecida.

içãoRegra geral, as hortas dão-se bem em locais com

sol direto. Muitos horticultores impacientes

convencem-se de que a sombra de uma árvore ou o

parapeito virado a norte serve muito bem.

Infelizmente, isto não é verdade. Se tem um espaço

à sombra, não se iluda e poupe-se a uma futuradeceção. São poucas as plantas comestíveis que se

dão bem à sombra. Felizmente, a sombra parcial é

apreciada por algumas verduras e ervas aromáticas,

embora, em certos casos, a pouca quantidade de sol

possa dar origem a colheitas reduzidas. Para uma

avaliação rigorosa, observe a luz ao longo do dia e

as alterações que ela sofre de estação para estação.

Um local virado a sul, embora muitas vezes seja

considerado ideal, pode ser traído por uma vedação

alta, um grande edifício ou por um grupo de árvores

cujas folhas despontam durante o verão. Procure

orientar canteiros e recipientes de modo a tirarem partido da luz disponível, em especial ao

princípio da manhã, altura em que ela é mais intensa.

 A circulação do ar e do vento é outro aspeto que depende da exposição. As hortas dão-se bem

se forem protegidas por um quebra-ventos das rajadas fortes e nocivas. Imagine uma brisa suave a

soprar na sua pele. Agora imagine um vento forte a fustigar-lhe o rosto. Com as plantas não é

LUZ EXIGIDA

Sol Direto: 6 horas ou mais de sol direto por dia.

Sombra Parcial: 4-6 horas de sol dire to por dia.

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(Iiferente. Uma brisa suave a atravessar o jardim reduz a estagnaçãoi■regula a temperatura. Os ventos fortes, pelo contrário, sobretudo ao

Ilassarem entre dois edifícios que produzam um efeito de túnel,

Iiodem colidir frontalmente com as suas plantas, secar o solo,

derrubar vasos e partir caules. Arvores, arbustos, plantas altas e

I>aredes atuam como quebra-ventos ao nível do solo, mas as plantas

i'm telhados e varandas altas são mais suscetíveis, pois a essasaltitudes não existe proteção natural. O truque consiste em criar

quebra-ventos leves que interrompam o fluxo mas não entravem por

completo a ação do vento. Use uma treliça ou uma rede de capoeira e

disponha as suas plantas em grupos, colocando as mais vulneráveis

n frente e as mais resistentes atrás, junto à treliça, cuja proteção elas

podem reforçar.

Edifícios, muros e árvores altas podem interferir na direção do

fluxo do ar e também na criação de bolsas de sombra ou calor numa

área pequena. Os fatores mais diversos, como veículos, lagos,

passeios, tijolos e vedações, podem associar-se e dar origem a

diferentes microclimas num mesmo espaço. O tijolo, que absorve

 bem o calor, oferece um fundo acolhedor a pepinos e tomates. Mude

um vaso de verduras para a sombra fresca das plantas de uma varanda e poderá colhê-las até às canículas do verão. Os

microclimas podem funcionar a seu favor se dedicar algum tempo a

estudar de que modo eles influem no seu espaço.

CRIE UM QUEBRA-VENTOS 

COMESTÍVEL

• Acelgas

• Alcachofras

• Alcachofras-de-jerusalém

• Alecrim

• Amoras

• Feijoca

• Framboesas

• Milho

• Mirtilos

• Repolho

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Disposição: Como, onde e quando

 A disposição que der às suas plantas, quer as cultive em vaso, quer diretamente na terra, é quase tão importante como a

sua localização ou a época em que deve semeá-las. As plantas

cultivadas muito perto umas das outras são obrigadas a

competir pelo espaço disponível para as raízes, pelos

nutrientes e pela água. As folhas começam a sobrepor-se e a

fazer sombra umas às outras, aumentando o nível de humidadeà sua volta e acabando por criar um meio suscetível às doenças.

Por outro lado, deixar grandes intervalos entre elas não é tão

inócuo quanto possa parecer. A produtividade torna-se

obviamente mais baixa, porque quanto menos se cultiva,

menos se colhe. Um pouco de sombra até é bom - refresca o

solo e conserva a humidade deste durante mais tempo. Poupa-

-lhe trabalho e é vantajoso para o ambiente!

Cultivar plantas em grupos em vez de as

dispo r em fileiras é uma forma imbatível

de aprov eitar um espaço pequeno sem

causar balbúrdia. Imagine que o seu

quintal é um tabule iro de xadrez e

disponha as plantas em formações

alternadas 3-2-3 ou 2-3-2, deste modo:

X X X X XX X X X X

X X X X X

Quer Ser Meu Vizinho? A Consociação A consociação assemelha-se à distribuição dos lugares nas mesas de uma festa de casamento. Não vou

mentir: pode ser igualmente difícil. A não ser que goste de assistir a combates na primeira fila, decerto não

 vai sentar o seu religioso tio Bill ao lado da sua cunhada defensora do aborto. Mas a consociação é mais do

que brincar aos diplomatas; é também um modo de pôr comunidades de plantas a trabalhar em conjunto na

criação de um ecossistema próspero. O aspeto positivo é que a consociação não resulta apenas quando as

plantas partilham o mesmo solo. Mesmo quando as plantas estão em diferentes vasos pode usufruir dos

 benefícios da consociação se colocar os vasos de plantas que são boas parceiras perto uns dos outros.

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 A Rotação das Culturas

 A rotação das culturas é uma espécie de jogo das cadeiras levado a cabo no jardim por tempo

indeterminado. Todas as plantas são diferentes e cada uma atrai pragas e doenças distintas,

exigindo maiores quantidades de determinados nutrientes. Cultivar a mesma espécie no mesmo

Mtio ano após ano esgota o solo, do mesmo modo que, se imprimirmos repetidamente uma

imagem que contenha muito vermelho, gastamos o cartucho de tinta vermelha da impressoraenquanto os outros permanecem cheios. No jardim, esse tipo de sangria desigual pode dar origem

■i plantas doentes. Para piorar a situação, algumas doenças e pragas podem acabar por se instalar

no solo, em redor das plantas de que se alimentam. Manter essas plantas sempre no mesmo lugar é

convidar as pragas a irem a um restaurante onde o seu prato preferido é diariamente servido.

 Ao anotar onde cultiva cada espécie poderá alterná-las e confundir as pragas e doenças, além

de dar ao solo a hipótese de renovar os nutrientes esgotados. Nem sempre é fácil saber que plantadeve suceder a outra, mas, de uma maneira geral, substituir uma dada espécie por um membro de

uma família diferente faz uma grande diferença. A Secção 2 deste livro identifica as famílias a que

cada planta pertence e sugere as melhores trocas para que tudo corra de forma satisfatória.

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T IP O S D E C O N S O C I A Ç Ã O

O s O p o s t o s A t r ae m -s e : Plantar e s p é c i e s que

necessitam de pouco al imento junto a espécies

de m uito al ime nto e plantas de raízes

com pridas ao lado de plantas de raízes curtas

proporciona uma boa distr ibuição dos

nutrientes do solo e evita a concorrência. As

raízes com pridas perfuram o solo trazend o

nutr ientes que se encontram nas profundezas

para a superfície, enquanto as raízes curtas

criam um emaranhado junto à superfície que

pro tege o solo contra a erosão.

R e p e l en t e s d e P r a g as :  A lg uns insetos

parasitas são dissuadidos pelo cheiro ou pela

composição química de certas plantas. Rodear

uma planta vulnerável de outras com um

cheiro forte, como cebolas ou alhos, podeconfundir as pragas. EXPERIMENTE: Cravo-de-

defunto, alho, cebolinho-chinês, cebola,

catária, alfazema, hortelã e coentros.

 A s m a is P o p u la r e s :  As flore s de algu mas

plantas atraem vespas parasitas, abelhas,

borboletas e outros polinizadores benéficos,

controlando as populações de pragas e

gara ntindo a polinização das plantas.

EXPERIMENTE: Borragem, hortelã-pimenta,

endro, milefólio, calêndula e manjericão. Mais

informações na página 75.

C h a m a r iz e s : Os infestantes das plantas são

conhecidos por prefer irem certas espécies.

Tire partido dessa preferência e cultive uma

planta que os atraia junto à sua espécie

preferida. Uma vez o «chamariz» infestado,

remova-o e destrua-o, e l im inando desse mod o

a praga, e x p e r im e n t e : Plantar chagas jun to a

mostarda-da-índia.

P l an t as Q u e A l i m e n t a m :  As legum inosas,

com o os fei jões e as ervilhas, captam o azoto

co ntido no ar e l ibertam -no para o solo. Junto

às leguminosas p lante espécies apreciadoras

de azoto, por exemplo, brássicas, como

brócolos, couve ou repolho.

 A b r i g a r d a T e m p e s t a d e : Cultive plantas altas

e resistentes em fren te de espécies delicadas

e sensíveis, para as prote ge r do ve nto ou do

calo r excessivo.

In t e n s i f ic a d o r a s d o S a b o r : Embora ainda não

esteja of icialmente provado, algumas plantas

intensificam, ou mesm o alteram, o s abor das

suas companheiras. EXPERIMENTE: Plantar

borragem com m orangos, cerefó l io com

rabanetes, monarda com tomate.

F a z er S o m b r a : Plante espécies de pequeno

porte, de crescime nto rá pido e raízes curtas,

como as alfaces, por baixo de espécies altas

e folhosas, como os tom ates ou os quiabos.

 As p lantas ba ixas enchem de som bra o solo

das altas enquanto elas se estão a estabelecer

e as altas fornecem sombra às baixas mais

tarde, quando o verão aquecer. EXPERIMENTE: 

Verduras, alface, cravo-de-defunto mexicano

(Tagetes minuta), salsa e tom ilho .

* A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros

do relógio: plante flores ricas em néctar para atrair insetos

benéficos ao seu jardim. Os sirfídeos imaturos devoram afídeos;

os abelhões são conhecidos po linizadores; as larvas de joaninha

são vorazes devoradoras de afídeos; de uma maneira geral, n»

vespas são predadores úteis.

Segundas Sementeiras

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No início do verão, substitua as alfaces

que crescem sob os toma teiros eatingiram a maturidade por manjericão,

para ter sempre o que colher. Até num

vaso se pode tirar partido desta

estratégia.

Segundas SementeirasMuitos de nós temos tendência a considerar a primavera como a

época em que se deve pegar nas sementes e começar a plantá-las,

mas, na verdade, esta estação é apenas uma de várias

oportunidades para iniciar uma nova cultura. Consoante o clima,

algumas sementes podem ser lançadas à terra no outono ou mesmono inverno. Não deixe que o fim da primavera destrua o seu sonho

de ter um jardim de plantas comestíveis. Siga estas indicações

gerais para semear em praticamente qualquer estação do ano.

Do Início ao Meio do VerãoO tempo quente assinala o fim de muitas plantações de época fria

na maioria dos climas, independentemente da proximidade do equador.

Quando as ervilhas já tiverem sido colhidas e a alface começar a ficar

flácida e amarga, está na altura de enviar as plantas para a

compostagem e preencher os espaços que ficaram vazios com plantas

apreciadoras de calor. Este modo de fazer a rotação das culturas é a

melhor maneira de aproveitar o solo de qualidade de uma propriedade.

EXPERIMENTE: Semeie diretamente (ver a página 25) feijoeiros-rasteiros

e trepadores, soja (edamame), milho e muito, muito manjericão.

No Final do VerãoTal como contou os dias que faltavam até às últimas geadas para

determinar quando fazer as plantações da primavera (ver a «Tabela de

Sementeiras e Plantação», na página 200), use o mesmo método parasaber quando deve plantar as colheitas do tempo frio antes que a estação

de crescimento chegue ao fim. Consulte um almanaque do agricultor - o

 Borda d’  Agua, por exemplo -, para saber quando começam as geadas na

sua área. Depois veja quais são os dias em que se deve colher a planta

que deseja, na «Tabela das Colheitas» (ver a página 173). Conte o número

de dias que faltam para as primeiras geadas, para saber se ainda lhe resta

tempo suficiente. Não se esqueça de acrescentar cerca de uma semana,

a contar com a redução dos dias durante o outono. EXPERIMENTE: feijão,

cenouras, ervilhas, espinafres, alface e verduras, cebolas, amores-

-perfeitos e violetas, chicória, coentros e rabanetes.

No InvernoEstas plantas podem ser semeadas de novo, para serem colhidas

no inverno, em zonas sem geadas e temperadas. EXPERIMENTE: 

Calêndula, acelga, nabiças, ervilhas, repolho, couve, amores-

-perfeitos e violetas, brócolos, nabos e cebolas.

S U G E S T Õ E S S O B R E A P L A N T A Ç Ã O

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S U G E S T Õ E S S O B R E A P L A N T A Ç Ã O

O Q u e T em o s ? Identifique as condições

que, no seu espaço, afetarão o

crescime nto das plantas, incluindo luz e

exposição, direção d o vento e

microclimas (página 33), bem como tipo

e fertilidade do solo (página 42).

L o ca l i za çã o , l o ca l i za çã o , l o ca l i za çã o :

Cultivar plantas em grupos e não em

fileiras aumenta a colheita, refresca o

solo, conserva melhor a humidade deste

e permite que elas colaborem umas com

as outras. (Ver «Disposição: Como, onde

e quando», na página 34.)

V i v e r c o m o s P a r en t e s : Plantar no local

da colheita do ano seguinte plantas de

outra família é uma forma de dar ao solo

um descanso merecido e enganar as

pragas que, de outro modo, se reuniriam

nessa área. (Ver «A Rotação das

Culturas», na página 35.)

O b r i g a d o p e l a S u a A m i z a d e : Sedispuser as plantas em grupos que

colaborem entre si melhorará a saúde de

todas (ver a consociação, na página 34).

Para o L i xo : Tire o máximo partido do

seu espaço, fazendo segu ir plantas de

vida curta, como ervilheiras, rabanetes e

verduras, por uma cultura diferente e

mantendo, deste modo, a terra sempre

plantada. (Ver «Segundas Sementeiras»,

na página 38.)

Ca pít u l o  4=

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 Abordagens Diferentes:Cultivar na Terra ou em VasoComo se imagina, se compararmos o cultivo de plantas em vasos com o 

seu cultivo no solo verificaremos que há diferenças que é importante 

conhecer. Contudo, embora algumas estratégias e ingredientes sejam 

distintos, em muitos aspetos, os conceitos básicos não mudam. Por esse  

motivo, vale a pena ler as duas partes deste capítulo, independentemente 

do local onde vai plantar.

Cultivar no Solo

Os quintais são espaços herdados que já foram ocupados por diversos animais, plantas,

insetos, pessoas e talvez mesmo por outra horta, antes de chegarem às suas mãos. O solo encerra ahistória de tudo o que por lá passou, quer se trate de poluentes de uma velha fábrica, compactação

causada por um terraço de cimento ou acidez proveniente das agulhas caídas de uma conífera

 vizinha.

 Visto que, de uma maneira geral, nenhum de nós pode vistoriar o terreno minuciosamente de

um dia para o outro, o melhor é conformarmo-nos com o que temos e irmos melhorando as

condições a pouco e pouco. Eis como.

 Avalia r o Solo

O solo é o elemento mais importante num jardim. Como bons horticultores, é natural que nos

concentremos nas plantas, embora, no que toca à saúde e à vitalidade do jardim, elas tenham uma

importância secundária. O solo é um organismo vivo (sim, até o que não presta é importante!),

uma amálgama de minerais, fungos, bactérias, ar, água, matéria orgânica e uma imensidão de

pequenas criaturas, cada uma desempenhando a sua tarefa, mas também trabalhando em

conjunto e estabelecendo complexas relações umas com as outras. Tal como as plantas, seguem

um ciclo de vida e morte. As plantas retiram nutrientes da terra, à qual alguns deles regressam

quando elas morrem. Sem intervenção humana, este ciclo repete-se infinitamente. Na nossa

atividade de horticultores perturbamos esse equilíbrio, com a vontade de organizar e ordenar

tudo. Quando arrancamos plantas no final da época, privamos o solo de nutrientes potenciais. Por

isso é tão importante fazer composto (página 46) e juntar uma boa quantidade dele à terra todosos anos. De outro modo, vamos tirando, tirando, até restar apenas uma terra seca, poeirenta e

infértil. As plantas alimentares crescerão pouco e devagar, serão atacadas por pragas e doenças ou

tornar-se-ão improdutivas.

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 A s condições do solo diferem grandemente de lugar para lugar, até dentro do mesmo quintal.

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Para saber a que tipo pertence o seu solo, siga estes passos:

1. Ve rifique o pH reco rrend o a um teste caseiro, disponível nas lojas de jardina gem e em

drogarias a um preço acessível.

 A maioria das hortas prefere um solo com um pH neutro a levemente ácido. Se o seu tiver uma

pontuação média, salte para o passo seguinte. Alterar o pH de um solo cuja pontuação se

aproxima de qualquer um dos extremos é um grande bico de obra. Em vez de lhe acrescentar

doses intermináveis de composto, estrume, cal ou outros retificadores do solo, o mais fácil é

construir um canteiro elevado, deitando todo o material que não interessa para o fundo do

compostor. Veja «Construa Uma Horta Elevada», na página 44.

2. Determ ine a textura do solo.

Cada solo tem uma textura diferente e que se pode sentir com as mãos. Pegue num pouco de

terra, humedeça-a e passe-a entre os seus dedos. Sente a terra arenosa e áspera como a areia,

pegajosa como a argila, macia como a lama, ou solta e granulosa como a marga? Caso a ache

semelhante à marga, parabéns, saiu-lhe a sorte grande! Constituída por areia, lama, argila e

matéria orgânica, a marga não se torna demasiado rija quando seca, não se deixa encharcar pela

água e é leve, apresentando entre as partículas inúmeras bolsas de ar graças às quais as plantas

respiram com facilidade.

Se não dispõe de um solo margoso, pode vir a tê-lo um dia. O truque é juntar grandes

quantidades de composto ao solo, ano após ano. Saiba mais sobre composto na página 46.

Com o Tirar P artido d o Que Tem

O seu quintal é árido como se tivesse sido varrido por uma tempestade de areia? Tem um

deserto ou um pântano nas traseiras? Há árvores altas, muros enormes ou um prédio novo a

impedir a entrada do sol? A não ser que tenha rios de dinheiro, melhorar as condições de um solo

realmente mau pode demorar várias estações - mas entretanto use a tabela apresentada na página

ao lado e comece já a usufruir de uma pequena horta. Lembre-se que, em casos extremos, a

produção pode ser inferior ao esperado.

Bons Candidatos para Más Condições

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Bons Candidatos para Más Condições

SOLO POBRE

 As plantas que se seguem supo rt am  

um solo com baixo teo r de 

nutrientes e, por isso, são uma boa 

escolha para um quintal árido.

 Amora (Rubus fruct icosus) 

Borragem (Borago officinalis) 

Chagas (Tropaeolum majus) 

Erva-cidreira (Melissa officinalis) Funcho-púrpura (Foeniculum 

vulgare)

Manjerona (Origanum majorana) 

Orégãos (Origano spp.) 

Pepino-espinhoso (Cucumis 

anguria)

Pepino Mexican Sour Cucumber  

(Melothoria scabra)

Rabanetes (Raphanus sativus) 

Rúcula (Eruca sativa)

Salva (Salvia officinalis)

Tomilho (Thymus spp.)

S OL O E N C H A RC A D O

Faça o que fizer, este solo nunca 

terá uma boa drenagem; felizmente, 

para as plantas qu e se seguem, isso 

não é um prob lema.

 Ag rião (N as tur t ium of f ic inale)  

 Angél ica

 Arroz (Oryza sat iva)

Erva-príncipe (C ym bopo gon  

ci t ratus)

Hortelã (Menta)

Monarda ( Mona r da )

LOCAIS COM SOMBRA 

Sei que não vai gostar de ouvir isto, 

mas são poucas as plantas  

comestíveis que se dão bem à 

sombra. Felizmente, algumas 

tol eram sombra parcial (4-6 horas 

de sol direto), embora, quanto mais 

sol lhes proporcionar, melhor.

 Acelga (Beta vulgar is, g r u p o

Cicia)

 Alho-social (Tulbaghia v io lacea) 

 Amora (Rubus f ruct icosus) 

 Amores-perfeito s e vio letas  

(Vio la x w i t troc kian a)  

 Azeda-da-h orta (Rumex acetosa) 

Cebolinho (All ium  

scho enop rasum ) 

Cebolinho-chinês (All ium  

tubero som )

Cerefólio (Anthr iscus cere fo l ium )  

Erva-cidreira (Mel issa of f ic inal is) 

Ervilheira(Pisum sat ivum) 

Espinafre (Spinaca o leracea ) 

Feijoca (Phaseolus coccineus) 

Groselha-espim (Ribes uva- 

-cr ispa)

Groselha-vermelha e preta 

(Ribes rub rum , Ribes n igru m ) 

Hortelã (Menta) 

Pimpinela-menor (Sanguisorba  

minor )

Rabanetes (Raphanus sat ivus) 

Repolho (Brassica oleracea, 

g r upo Acepha la )

Ruibarbo (Rheum rhaba rbarum ) 

Salsa (Pe t rose l inum cr ispum) 

Verduras (rúcula, alface, etc.)

CALOR INFERNAL

Estas plantas sobrevivem a 

períodos curtos de solo seco e não 

se imp ortam de viver no calor de 

um saguão ou uma varanda.

 Alcachofra-de-jeru salém 

(He l ian thus tuberosus)

 Alfazema (Lavendula)

BeldroBeldroega (Por tu laca o leracea) 

Borragem (Borago o f f ic ina l is ) 

Cebola-selvagem (All ium  

ce r nuum)

Cebolinho-chinês (All ium  

tubero som )

Endro (Anethum graveo lens) 

Hissopo-anisado (Agastache  

F oen icu lum)

Manjerona (Or iganum majorana) 

Orégãos (O r iga no   spp.)

Pimentão (Capsicum) 

Piteira-da-índia (Opunt ia ) 

Quiabo (Abe lm osch us  

escu len tus)

Salva (Salvia off icina lis)

Tomilho (Thymus  spp.)

C O N S T R U I R

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Construa Uma Horta Elevada

Se quiser cultivar no chão, os canteiros elevados são a

opção ideal. Tiram o máximo partido do espaço limitado e

tendem a ser mais produtivos do que a vulgar pequena

elevação de terra a que se chama cama. Em grande parte,

isso tem a ver com o solo. Um canteiro elevado é a melhor

maneira de obter depressa terra boa e solta sem sacrificar

as costas a cavar e a preparar o terreno. Além desses

 benefícios, os canteiros elevados aquecem mais depressa

quando chega a primavera - quanto mais alto estiverem,

mais sol recebem. O facto de se encontrarem acima do

nível do solo significa que você não vai ter de se dobrar

tanto e que o cão terá menos hipóteses de pisar as alfaces.

Este método de construção de um canteiro elevado é

fácil e económico. Em vez de arrancar as ervas e melhoraro solo com produtos dispendiosos, obterá uma terra de boa

qualidade se as cobrir com materiais de compostagem.

E como criar uma pilha de composto que não é preciso

 virar nem transportar. No fim, basta plantar em cima -

quanto mais cedo começar, melhor. Prepare a sua horta

com uns 6 meses de antecedência se quiser plantar na

primavera seguinte.

Construção da CaixaOs canteiros elevados podem ter todas as formas e

feitios e ser construídos com qualquer material que se

aguente de pé e onde se possa inserir pregos. Se os

construir com madeira de qualidade obterá canteiros com

grande longevidade, mas pode optar por materiais mais

 baratos se não se importar de reconstruir ou remendar as

paredes ao fim de um a dois anos. Reutilizar a estrutura

das camas do tipo  fu to n  é o ideal; e estas abundam: muitos

de nós tivemos uma cama destas antes de um sofá ou cama

«verdadeiros». Em alternativa, use pedaços de cimentorecuperado, pedras ou blocos de betão, como se estivesse a

erguer um muro.

♦♦♦

 VAI P R E C IS A R DE

• Materiais de contorno (ver a página 45)

• Parafusos para deck  de madeira,

resistentes à ferrugem

• Pregos grandes para exte rior 

• Folha de plástico (facultativo)

• Pistola de agrafar e agrafos (facultativo)

• Grande quantidade de papel de jornal

• Grande quantidade de materiais de

compostagem (ver a página 45)

• Uma cobertura (ver o passo 5)

1 É preferível com eçar por delim itar o espaço antes de deitar o com po sto no

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1. É preferível com eçar por delim itar o espaço antes de deitar o com po sto no

solo. O pte por canteiros pequenos com apenas umas dezenas de centímetros

de largura. Um can teiro peq uen o e acessível po r todo s os lados é mais fácil de

tratar e corre menos risco de sofrer da compactação causada pelas pessoas ao

pisá-lo. Construa os limites diretam ente em cima das ervas ou d o solo, e use

parafusos antiferrugem para dedcde madeira e pregos para exterior compridos,

para unir as tábuas e as traves. Fixe os lados com peq uen os p edaç os de

madeira inseridos no interior dos cantos ou velhas dobradiças d e p ortas.

2. Forre os lados do can teiro com uma folha de plást ico e agrafe-a com a

pistola, para que não saia do lugar. Este passo é facultativo, mas permite

que as tábuas de madeira durem um pouco mais ou func ionem comobarreiras entre o solo e materiais reaproveitados de origem duvidosa.

3. Com ece a em pilhar folhas de papel de jornal m olhadas no interior da caixa,

até forma rem uma camada com cerca de dez folhas. Não p oup e no papel!

Esta camada é fundam ental para amolecer o solo. M olhando -a prim eiro

evitará que esteja sem pre a voar e lhe provoq ue um ataque de nervos!

M A T E R I A IS D E  

C O N T O R N O

Madeira usada 

Peças de mobiliário usadas

Estruturas de futon 

Blocos de betão 

Pedras e pedregulhos 

Tijolos

Ramos grandes

Pedaços de pavimento partido

Madeira resistente à podridão (cedro e cipreste)

Paletes de madeira usadas

4. A seguir, cubra o papel com tod a a matéria orgânica a que conseg uir deitar

as mãos. O ob jetivo é ench er a caixa até à borda, com uma altura mínima de

25-30 cm de matéria orgânica. Tudo o que for a dequa do ao com postor serve.

O s egre do é o m odo com o aplica os materiais. Pode usar não só materiais

mais sólidos (como aparas de plantas), que levam mais tem po a decom por-se

e po rtanto devem f icar por baixo, como tam bém materiais mais del icados,

que devem f icar por cima (como terra ou o p rod uto d o seu compostor).

5. Tape tud o com um plást ico ou cob ertor. Tapetes e boca dos de alcat ifa são

também bons materiais de cobertura, tal como mantas velhas e roídas

pelas traças e os  jeans que já não lhe servem. Use apenas tecido s de f ibras

cem por cento naturais (algodão, lã, etc.) e retire os fechos e as tachas demetal. A folha de plást ico ou o plást ico preto são especialmente bons

para acelerar a decomposição, pois atraem os raios de sol, gerando calor.

6. Examine o canteiro ao f im d e 4-6 meses, altura em que pod e com eçar a

plantar. As camadas superiores já devem ter dado origem a um solo

granuloso com cheiro a terra. Se, por alguma razão, ainda houver muitamatér ia apenas parc ia lmente dec om posta a poucos cent ímetros da

superfície, subst i tua a cobertura e deixe o processo prolongar-se por mais

umas semanas. Junte mais composto ou terra se o nível do solo est iver

muito abaixo da borda do canteiro E agora toca a plantarl

M A T E R I A IS P A R A  

C O M P O S T A G E M

Papel de jornal 

Ramos e gravetos 

 Aparas de relva 

Folhas Aparas de madeira 

Restos de comida 

Palha

Composto 

Cascas de noz 

Cascas de ovo 

Borras de café 

Terra

Desperdícios do quintal ou jardim

Estrume bem curtido

Melhorar a Saúde do Solo:

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Melhorar a Saúde do Solo:

Co m postagem em Espaços Pequenos

 A compostagem é um excelente sistema de reciclagem, pois repõe 

os nutrientes que as plantas retiram do solo para se desenvolverem.

E também a forma mais económica de melhorar a textura e a drenagem  

do solo, enriquecer o seu teor nutritivo e atrair minhocas ao terreno.

E tudo isso à borla!

Compos tagemO mais difícil, na compostagem, é arranjar espaço

onde a fazer. Muitos horticultores que estão a aprender

a fazê-la pensam que o segredo da compostagem reside

na utilização do método ou do «sistema» ideal. Para

fazer composto basta dispor de um caixote do lixo com

alguns orifícios dos lados e no fundo. Até uma simplescova no chão serve perfeitamente. Os sistemas

elaborados podem ser úteis, mas não são fundamentais.

 Atualmente, na minha horta comunitária, existem dois

compostores. O que parece mais eficaz é uma pilha

de material que é mantida no lugar por uma série de

paletes de madeira partidas e rede de capoeira. Não é

um espetáculo agradável, mas oferece-nos grandes

quantidades de excelente composto todas as

primaveras. Por sua vez, os recipientes em plástico

comprados para o efeito causaram uma quantidade

infinita de problemas: as partes de baixo e de cima

separam-se constantemente, secando o composto e

tornando-o inativo em pouco tempo. De tal maneira

que há uns anos os vespões decidiram instalar-se de

armas e bagagens nos ramos secos do fundo!

Se tem pouco espaço, experimente colocar um pequeno

contentor na varanda. Fazer uma pequena porção de

composto é melhor do que não fazer nenhum. Melhor

ainda: um contentor com vermes (também chamado vermicompostor), que pode ser guardado debaixo do

lava-louças ao longo do ano e que constitui o melhor e

mais versátil fertilizante para plantas envasadas.

 A um ente a ef icác ia da sua p ilh a de com posto

 ju n ta ndo-lhe fe rt il iz a n te s de libertação

prolongada, como fosfato natural e areia com

glauconite. O estrume deve ser sempre submetido

à compostagem antes de ir para a horta.

Como Fazer Composto

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1. Cons trua um con ten tor reciclando «achados» com o paletes

de madeira, fardos de palha, rede de capoeira, blocos de

betão, pi lhas de pneus e ramos. Pode im itar um conte nto r de

compra a br indo, com um be rbequ im ou furador , vários

buracos de 0,64 cm ou mais nos lados, no fund o e na tam pa

de uma caixa ou embalagem em plástico, ou mesmo num

caixote de l ixo de plást ico ou metal. Não economize nos

buracos: são indispensáveis para que exista uma boa

circulação d o ar e para reduzir o mau cheiro.

2. Vai precisar de uma tamp a. Alguns com postores funcionam

sem tampa, mas acho muito mais fácil regular os níveis de

calor e humidade co br indo-os com uma manta ou cober tor , o

que também os protege da chuva. Pedaços de alcati fas

velhas, serapilheira, olea do e folha de plást ico são ót imas

cober turas. Coloque um ob jeto pesado em cima para a tamp a

não ser levada pe lo vento.

3. Se puder, coloqu e o seu com po sto r sobre uma área de terra.

Isso permit irá a qualquer l íquido que escorra ser absorvido e

atrairá insetos benéficos. Se não for possível, coloque um

tabuleiro por baixo, para recolher os l íquidos r icos em

nutrientes. Esses líquidos são preciosos! Reserve-os e dê-os

às suas plantas qu and o elas precisarem de en corajam ento.

4. Praticamente tud o o que é natural serve para fazer com posto.

Mas como poucos de nós dispomos de espaço suficiente para

construir um compostor grande e mais eficiente, é melhor evitar

os materiais de decom posição dem orada qu e acabam p or atrairroedores e outras criaturas indesejadas. O segred o para ob ter

uma pilha eficaz é com binar textura s e junta r uma mistura de

«verdes», ricos em azoto (restos da cozinha), e «castanhos», ricos

em carb ono (material vege tal seco). A de com posiçã o é

interrom pida se um desses eleme ntos se enc ontrar em excesso

na mistura. Quando encher um compostor novo, procure

alterná-los em camadas da mesma espessura, ente rrando os

«verdes» por baixo dos «castanhos». Parta os ramos e outro

material vegetal grande em pedaços mais pequenos antes de os

ju nta r à pi lha - quanto maio re», mais difí cil a sua deco m posiçã o.

D E I T E P A R A A P I L H A

«Castanhos» (secos, r i cos em carbono)

Relva seca

Cascas de noz

Madeira

Ramos

Material vegetal seco

Papel de jornal e documentos rasgados

Lenços de papel

Rolos de cartão e de papel higiénico Embalagens de ovos e pratos em cartão 

Feno e palha 

Rolhas e fósforos usados

«Verdes» (húmidos, r i cos em azo to )

Restos, caroços e cascas de hortaliças 

e frutos

Borras de café e saquetas de chá Cascas de ovo 

 Algas e kelp

Estrume de cavalo e vaca 

Material do fundo de capoeiras, 

coelheiras, gaiolas de hámsteres (apenas 

herbívoros)

 Aparas de relva

Não De i te pa ra a P i lha

Lixo do cão ou do gato

Laticínios e gorduras

Restos de carne

Tudo o que contenha óleo

Cartão laminado e embalagens Tetra Pak

Revistas Aparas de plantas doentes

Gesso cartonado ou madeira prensada

5. Inicie um com pos tor novo com um ativador de compo sto disponível no mercado ou peça um pouco de

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com posto m aturado a um am igo que tenha um co m pos tor já estabelecido. Os ativadores desencadeiam

o funcionam ento do com postor, do mesmo m odo que um acelerante ateia um fogo . Se tiver galinhas no

quintal, o estrume de capoeira é um ativador fantástico e, além disso, um elemento rico em nutrientes,

ótimo para jun tar à pi lha. Alguns horticultores defend em o po de r ativador da urina humana. Outros

preferem usar chá de consolda, urtiga ou valeriana-branca. Seja qual for a sua preferência, junte umpouco de ativador de cada vez que deitar um m aterial novo no com postor.

6. Para m anter a sua pilha ativa, vai te r de a revolver. Com frequê ncia. A com pos tage m é um processo

aeróbico, portanto, precisa de ar. Revolver a pilha permite que o ar entre nela e desencadeie a

decom posição. Os compo stos que não recebem ar desenvolvem um processo anaeróbico que

tecnicamente consiste numa decomposição, mas muito mais lenta e com um cheiro desagradável.

 A com posta gem ae ró bica não te m mau ch ei ro . Re vo lver uma pi lha gra nde pode deixar dore s nos braç os,

o que é mais uma razão para que a pilha seja pequena ou para optar por um vermicompostor, que não

precisa de ser revolvido, até a «febre» da compostagem atacar.

7. O material coloca do na pilha e o mo do de a trat ar dete rmina m q uan do é que ela fica pronta. As pilhas

grandes produzem calor e podem estar prontas a ser usadas no prazo de um mês, mas as pilhas

pequenas e frias, cuja tem pe ratu ra mal fica registada num term óm etro , po dem levar um ano ou mais e

tendem a tornar-se mais lentas ou a suspender a com postage m por co m pleto se a tem peratura descer

muito. Depois de pronto, o composto é escuro e granuloso e cheira a terra. Em geral, a parte melhor

acumula-se no fundo, por isso verifique-o primeiro para saber se pode começar a uti l izar o seu composto.

C O M P O S T A G E M S E M R E C IP IE N T E

Em vez de arrancar plantas mo rtas no final da época, use a plantação de ste ano para preparar 

composto in loco e poupe trabalho.

1. Co rte a pa rte aérea de plantas anuais mortas e sem doenças, com o tom ate iros e feijoeiros,

deixando as raízes intactas a decompor-se no solo.

2. Em pilhe os caules e as folhas remanescentes na terra e junte-lhe s o mesm o volume de restos

de hortaliças, borras de café, aparas de relva e outros «verdes».

3. Mo lhe a pilha com água e cubra com serapilheira ou com um co be rtor velho, tam bém

molhados.

4. Na primavera deve enco ntrar uma terra rica e granulosa por baixo do cob erto r. De ite os

detri tos d e m aiores dimensões no co m pos tor ou use-os para cob rir a terra qu ando plantar.

P R O B L E M A S C O M U N S D A C O M P O S T A G E M

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P R O B L E M A S C O M U N S D A C O M P O S T A G E M

Pragas na P i lha : Larvas voadoras, lesmas,

centopeias, formigas, bichas-cadelas e bichos-de-

-conta são comuns nos compostores. Lá dentro há

alimento em decomposição e, por isso, é natural que

eles o queiram aproveitar. Até ajudam a acelerar a

decomposição! Para controlar os infestantes, enterre

restos de comida po r baixo dos «castanhos» e

mantenha a pilha bem ventilada, a fim de aumentar o

calor. Para im pe dir a entrada de roedores e

mamíferos, enterre bem o lixo da cozinha, não deite

na pilha alimentos oleosos nem carne, ou então opte

por um dos compostores que se encontram à venda

e que tenha uma tampa que feche bem.

N ã o M e C h e i ra b e m : O cheiro desagradável a

podridão é, em geral, causado por falta de oxigénio.

Isso significa que tem de introduzir mais ar na pilha

ou que esta está ensopada, devido a excesso de

água ou de materiais molhados ricos em azoto. Deite

mais «castanhos» no c on tento r e revolva bem.

O C o m p o s t o r T em L o d o:  As aparas de relva e as

folhas são excelentes para o compostor, mas muitas

de uma só vez podem estragar tudo, form ando uma

espessa camada isoladora que o ar não atravessa.

Para resolver o problema, junte imediatamente mais

«castanhos» e revolva bem a pilha.

N a d a A c o n t e c e : Nas pilhas de composto demasiado

secas (com excesso de «castanhos»), a decomposiçãonão ocorre. Reative-as adicionando bastante água e

mais «verdes» e, em seguida, revolva bem.

Dispensa-se Quintal:

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Dispensa se Quintal: 

Horticultura em Vasos

 Ao contrário de um terreno cultivado, uma horta em vasos é criada de raiz, 

o que tem a vantagem de a poder adequar às suas necessidades. Isso 

significa que não terá de enfrentar um solo duro, compactado, porque a 

terra vai ser escolhida por si. Detesta a disposição do jardim? Não faz mal,  

pode modificá-la num abrir e fechar de olhos.

Tudo pode ser cultivado em vaso, desde um pé de

alface a uma árvore de fruto. O truque é dar às

culturas um bom arranque, usando terra de

qualidade e um vaso suficientemente amplo para

acomodar de forma adequada a raiz de uma planta

estabelecida. Para falar com sinceridade, os

resultados não dependem apenas da sua aptidão:

algumas plantas alimentares dão-se bem em vaso,enquanto outras são conhecidas por, nessa situação,

produzirem menos do que quando cultivadas na

terra, seja qual for o tamanho do vaso e o talento do

horticultor. Saber o que resulta e o que não resulta

requer alguma prática (e alguns fracassos), mas

dou-lhe uma ajuda indicando, na Secção 2, o

tamanho mínimo que os vasos podem ter.

 As plantas cultivadas em vaso tendem a exigir

mais espaço para respirar. Se as duas plantas de um

 vaso estiverem congestionadas, podem competir pelo

espaço e pelos nutrientes e qualquer uma delas pode

ser a derrotada. Algumas plantas são açambarcadoras

de espaço e nutrientes e exigem um vaso individual.

Plantas como a couve-flor sofrem particularmente se

estiverem num dado vaso com outra da mesma

espécie, porque travam uma verdadeira batalha pelo

alimento. Outras, com necessidades alimentares

menos exigentes, partilham bem o espaço, desde que

tenham como parceiras variedades que apreciem asmesmas condições de luz e água, mas que, tirando

isso, sejam diferentes. Crescem ainda melhor se as

suas necessidades alimentares forem divergentes.

Quando misturar plantas num mesmo vaso, escolha

uma espécie frutífera (tomateiro, pimentos) e duas ou

mais de folha ou flor (alface, manjericão). Ou então

combine várias verduras.

Para tirar o melhor partido |><>:;sivrl do i■aparo, plante

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uma espécie frutífera exigente e de rai/. grande (por

exemplo, um tomateiro) junto a outras plantas fáceis

de cultivar, de crescimento lento e raízes curtas

(como o manjericão). Assim ficam todos a ganhar.

Substrato para VasosEmbora o seu primeiro impulso seja retirar terra

do chão e despejá-la no vaso, ou usar um pouco

dessa terra para economizar, não o faça. O que é

 bom no jardim pode ser um desastre no vaso,

transformando-se num torrão solidificado que acabapor sufocar a sua planta e apodrecer-lhe as raízes,

ainda que a terra parecesse solta no chão. Opte por

um substrato próprio para vasos, um substituto de

terra que retém bem a humidade mas que, no

entanto, oferece uma boa drenagem, mantendo-se

arejado e leve no vaso.

 A parte positiva é que esse substituto já vem

pronto num saco; não precisa de fazer nada para que

ele tenha qualidade. A parte negativa é que os

substratos disponíveis no mercado variam muito

quanto ao preço e à qualidade - é aqui que vale a

pena gastar um pouco mais de dinheiro. Algumas

marcas contêm turfa, perlite e vermiculite em

excesso, ingredientes que são fantásticos para manter

uma boa circulação do ar em volta das raízes, mas

pecam por ser pouco férteis. A turfa é um ingrediente

problemático: reduz o pH do solo e a sua extração é

responsável pela destruição de ecossistemas em solos

húmidos. Outras marcas abusam de materiaispesados e baratos, criando a compactação que se

tenta evitar.

Um bom substrato para vaso s terá de conter

matéria orgânica, como composto, casca de arroz,

aparas de madeira e/ou excrementos de vermes para

fornecer nutrientes; perlite, vermiculite e/ou areia

para impedir a compactação e melhorar a drenagem,

e ainda fibra de coco (um recurso renovável, que

substitui a turfa e é proveniente dn casca do coco),

para absorver a água.

S U B S T R A T O S P A R A V A S O S

 A r e ia :

É usada em vez do cascalho para melhorara drenagem e não reter muita água. Use apenas

areia própria para horticultura.

C o m p o s t o : Matéria orgânica rica em nutrientes

e constituída por plantas apodrecidas.

E s f e r as d e f e r t i l i z a n t e : Fertilizante sintético de

libertação prolongada, geralm ente disponível

em misturas inorgânicas para solos.

F i b r a d e C o c o : Um recurso renovável que,

geralme nte, é usado em vez da turfa.

P e r l i t e : Grânulos brancos e empolados que

lembram pipocas. Promove uma boa drenagem.Excelente retenção da água.

T u r f a : Substrato leve e fofo recolhido em solos

húmidos. Muito ácido. Pouco valor nutritivo.

V e r m i c o m p o s t o : Nada mais, nada menos do

que excremen to de minhoca. Um ingrediente

leve e rico em nutrientes.

V e r m i c u l i t e : Ingrediente leve e escamoso

derivado da mica. Excelente absorvente de água.

 Algtimus misturas contêm fertilizantes de libertação

prolongada mas se vai aderir ao biológico procure

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 A D E Q U A R A P L A N T A A O V A S O

• Leve em conta as dimen sões da planta

adulta (altura, largura, sistema de raízes).

• O pte por recip ientes grandes que

retenham bem a água, reduzindo as

viagens até à torneira.

• Use recipientes peq uen os para espécies

de crescimento rápido (alface e verduras).

• Escolha recipien tes fund os para legum es

de raiz, plantas altas e trepade iras.

prolongada, mas se vai aderir ao biológico procure

ingredientes como algas marinhas, estrume ou composto de

cogumelos, em vez de químicos.

Se no estabelecimento a que se dirigiu a escolha for

limitada, pode sempre comprar uma base inócua e acrescentá--la ao seu próprio material nutritivo e composto. Ao adicionar

substrato para horticultura deve ter a mão leve, acrescentando

quantidades pequenas de cada vez. Se quiser experimentar

fazer a sua própria mistura, junte 1 parte de fibra de coco para

2 partes de composto e 1 parte de cascalho (areia ou perlite).

 A Escolha do RecipienteQuase tudo o que possa conter terra pode ser usado como

 vaso. E uma boa notícia para a sua carteira e para o ambiente,

pois dará uma segunda vida a objetos destinados à lixeira.

Embalagens de plástico, regadores cortados e gavetas vazias

servem muito bem. Pode até usar cestos de verga e grades de

fruta, se os forrar com um pouco de fibra de coco. Outra formade poupar dinheiro é dirigindo-se a outra secção do

supermercado. Os contentores para o lixo, depois de lhes abrir

alguns buracos para a drenagem no fundo, são um excelente

substituto para as dispendiosas floreiras à venda na secção de

 jardinagem.

T e r r a c o t a : R e s p ir a b e m , m a s s e ca d e m a s i a d o d e p r e s s a p a r a

a s p l a n t a s a p r e c i a d o r a s d e h u m i d a d e ( a lf a ce e v e rd u r a s ).

P l á s t i c o : N ã o d e i x a e s c a p a r a á g u a . O p t e p o r v a s o s

r e c ic l a d o s o u s u b s t i tu t o s b i o d e g r a d á v e i s fe i to s d e m i lh o ,

ba m bu , pa lha ou cascas de a r roz . Ve ja , na pág ina 57 , ma is

i n fo r m a ç ã o s o b r e o p l á s ti c o .

M e t a l : R e té m b e m a h u m i d a d e , m a s a b s o r v e in t e n s a m e n t e o

ca lo r . Má esco lha pa ra um as escad as de se rv iço . Use

r e g a d o r e s e b a l d e s c o m f e n d a s q u e já n ã o s ir v a m p a ra c o n t e r

água .

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Reutilizar Terra para VasosNo final da época de crescimento, a terra dos seus vasos estará

uma sombra do que foi, compactada e com muito pouco valor nutritivo.

 Ao contrário do que se diz, pode reutilizar a terra dos vasos. (Lembre-

-se de que ela transmitirá quaisquer doenças que tenham surgido, por

isso, se for esse o caso, é melhor usar terra nova.) Para evitar

problemas, pratique a rotação das culturas (página 35), tal como fariano solo do jardim.

1. Recolha a terra num saco e reserve-a até che gar a primav era. Em

alternativa, deixe os vasos ainda cheios de terra ao ar l ivre; nos

c l imas qu entes, esvazie os de terracota e cerâmica e guarde-os

num loca l cober to , para não racharem.

Faça Você Mesmo: Embeleze as 

latas e os baldes reciclados 

embrulhando-os em restos de 

tapete de relva, estores de fibra de 

coco ou bambu, ou tapetes de sisal. Fixe o revestimento escolhido 

com cordel ou arame.

2. Na pr imavera, misture 25 por cento de com po sto novo ou

estrume na mistura que quer aprove i tar .

3. A dicio ne f ibra d e coco, areia grossa ou perl i te, se a m istura lhe

parecer dem as iado densa .

4 . Jun te um sup lemen to a limen ta r de li be r tação p ro longa da - ve ja

os po rm en ore s em «Ferti l izar», na pág ina 62.

C O N S T R U I R

Plante e Esqueça (ou quase)

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Plante e Esqueça (ou quase)

Um vaso que se regue a si mesmo é o sonho de todos os

 jardineiros. Embora a maioria dos recipientes exija uma

 boa dose de água todos os dias (quando não duas por dia),

um vaso grande com sistema de rega automática dará de

 beber às suas plantas durante dias a fio.

Encontra-os disponíveis à venda, mas basta comprar

um para a sua carteira sofrer um rombo. Este é construído

com materiais baratos e reciclados.

Como Funciona

 A construção deste projeto exige alguma experiência no

que diz respeito a tirar medidas e usar ferramentas

elétricas, além de que pode ser difícil de entender. Em

resumo, este sistema funciona criando duas secções numrecipiente grande: uma para a água e outra para a terra.

 As duas secções estão separadas por um segundo recipiente

(a caixa de suporte), que funciona como um enorme pavio,

absorvendo água do fundo do reservatório e conduzindo-a

à parte superior do depósito que contém a terra, na qual se

encontram as plantas.

Manutenção

Basta cumprir uma regra para que este sistema

funcione: nunca deixe o reservatório de água secar. Um

reservatório seco dá origem a uma terra seca; conseguir

repor a normalidade é bastante difícil. Se a terra secar por

completo, encha o reservatório de água e regue o depósito

de terra até esta estar bem molhada. Depois de a água ter

sido absorvida pela terra dos vaso s de plástico lá de baixo,

o sistema retomará a sua função de levar água ao depósito

de terra.

Quando plantar, adicione fertilizantes biológicos secos,

como farinha de algas, farinha de osso ou misturas à venda no mercado. Quando regar, pode também adicionar

fertilizantes líquidos, como emulsão de algas ou de peixe,

ao reservatório de água.

V A I P R E C I S A R D E

• Broca (Ví")

• Berbequim

• Dois vasos de plástico quadra dos ou

redondos de igual tamanho (mínimo: 12,5 cm

de profundidade)

• Duas caixas de arrumaç ão em plástico ou

contentores para reciclagem de igual

tamanho

• Marcad or indelével

• Régua

• Serra tico -tico ou serrote manual

• Broca (2")

• Um saco grande de terra para vasos que

proporcione uma boa drenagem

Construção da Caixa de Suporte

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Construção da Caixa de Suporte

1.  Com o auxí lio do berbequ im m unido de uma broca de  Vi", abra

mu itos buracos nos lados dos dois vasos de plást ico - pelo menos

vinte em cada lado. N ão têm de ser todos iguais. Os vasos vão

funcionar como pavios, absorvendo a água, portanto, quantos mais

buracos m elhor.

2. Encoste um dos vasos de plás tico a uma das caixas de arrumação. Com

um marcador indelével, assinale a altura do vaso na caixa. Acrescente

6 mm à altura marcada. Com uma régua, faça um risco em volta da caixa

de arrumação, assinalando a altura do vaso mais 6 mm.

3. C orte a caixa pela altura marcada, com uma serra t ico-t ic o ou um

serrote manual. Deite o que sobrar no contentor da reciclagem.

4. Vire a caixa ao contrár io, de m odo qu e o fun do f iqu e voltad o para

cima. De agora em diante, esta caixa vai ser designada com o caixa

de supor te.

5. Os vasos serão encaixados na caixa de suporte, de ntro do reserva tório

de água, funciona ndo com o pavios para levar a água ao top o do

de pó sito d e terra. Para as m edições necessárias, pouse um dos vasos

em cima da caixa de suporte. C oloque o vaso jun to ao canto esque rdo

do fun do da caixa de suporte. A posição não tem de ser perfeita; pod e

ser a cerca de 5 cm da borda. Desenhe uma linha em volta do vaso

com o m arcador.

6. Repita o passo 5, co locan do o segu ndo vaso jun to ao canto d i re i to

do fun do da caixa de supo r te.

7. C orte as áreas da caixa de supo rte correspo nde ntes aos con tornos

dos vasos.

8. Com o auxíl io do berbequim m unido da broca de 'A", abra, no fun do da

caixa de suporte, uma grande q uan tidade d e buracos. Estes não

precisam de estar à mesma distância uns dos outros nem de ser iguais.

9. Encaixe os dois vasos de plás tico nos resp etivo s espaços abe rtos na

caixa de su porte.

2

(continuação da página anterior)

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11

12

Monte o Sistema

10. Pegue na caixa de suporte (com o fundo para cima e os

vasos devida m en te encaixados) e insira-a de ntro da caixa de

arrumação intacta. Ve rifique se há fugas entre a caixa de

suporte e a de arrumação. Se houver, a terra escorrerá para

o reservatório de água; caso as caixas não estejam

perfe i tam ente encostadas uma à outra, pode sempre

preencher o espaço com um pouco de te la.

11. Com o auxíl io do berbequim munido da broca de 2", abra

um buraco que atravesse a caixa exterior e a caixa de

suporte a 6 mm da borda da segunda. Esse buraco será

o seu «buraco de alimentação», através do qual irá encher

o reservatór io de água. Funciona também como buraco

de drenagem , evi tando que a câmara de p lantação super ior

f ique inundada.

Encha e Plante

12. Encha os vasos com terra para vasos humedecida,

calcando-a bem. Em seguida, encha a câmara de plantação

com a terra remanescente, até cerca de 2 cm da borda.

13. Com o auxíl io de um rega do r ou de uma mang ueira, encha o

reservatório de água pelo «buraco de al imentação». Não é

preciso humedecer mais a câmara de plantação.

14. Pode com eça r a plan tar! O sistema m anterá a terra h úm ida

em permanê ncia, mas não faz milagres - não o

sobrecarregue. Em termos gerais, uma caixa de arrumação

ou um contento r para recic lagem de tamanho méd io devem

acolher uma planta grande e algumas pequenas (por

exem plo, um tom ate iro e três manjericões, ou um m eloeiro e

dois ou três pés de chagas).

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Plástico: Um Material Que não é Muito BomEmbora quase tudo possa ser usado como vaso, no que toca a

plantas comestíveis é bom ter algum cuidado. Certos recipientes,

sobretudo os de plástico, são feitos com químicos que se decompõem

por ação do calor, da pressão ou do tempo, passando para a terra e indo

parar ao seu alimento. Para saber qual o plástico ideal para cultivar

plantas comestíveis, verifique os códigos de reciclagem que se

encontram na base de todos os recipientes de plástico.

Os Mais Seguros:

1 (polieti leno tereftalato, PET)

2 (polieti leno de alta densidade,

PEAD)

4 (polieti leno de baixa densidade,

PEBD)

5 (polipropileno, PP)

 A Evitar:

3 (cloreto de polivinilo, PVC)

6 (poliestireno, PS)

7 (policarbonato, PC)

Ca pít u l o  5:

C id d C lti Pl t S dá i

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Cuidados: Cultivar Plantas Saudáveis A prática da horticultura biológica implica observar a natureza e aplicar o 

que aprendemos com ela, de modo a satisfazer as necessidades da nossa parcela de paraíso. Como dita o senso comum, as melhores e maiores 

colheitas vêm de plantas a cujas exigências se atendeu na devida altura.

Ser um bom horticultor consiste, antes de mais, em prestar atenção às alterações ocorridas no

 jardim e depois confiar na intuição e na experiência para agir da forma que parecer mais correta.

 A melhor maneira de adquirir essa experiência não é fazendo tudo bem, mas sim cometendo erros

imperdoáveis - e repetidamente.

Felizmente, muitas plantas são mais resistentes do que pensávamos - querem, à viva força, crescer.

Muitas sobrevivem, desenvolvem-se e produzem, apesar dos nossos erros. A próxima vez que der por si

a praguejar em voz baixa contra um manjericão que murchou ou um tomateiro improdutivo, lembre-se

de que todos cometemos erros. Para aprender a cuidar das plantas tem de errar várias vezes.

Quando Regar  A rega inadequada é, sem dúvida, a principal causa dos problemas que surgem na horta. Os

mais distraídos, muitas vezes, repreendem-se por regarem menos do que deveriam, mas regar com

liberalidade pode igualmente matar plantas. Infelizmente, não existe uma fórmula mágica. Todas

as plantas são diferentes, tal como as condições diárias em que elas vivem. As plantas sofrem

alterações ao longo da época de crescimento, requerendo diferentes quantidades de água nas várias fases. E o clima, claro, também vai mudando. Depois é preciso contar com alterações a

longo prazo no padrão das estações do ano, visto que não há dois anos iguais. Aqui está o que é

importante saber sobre as exigências das plantas.

• As p lan tas jovens, em espec ia l as recém - transp lan tadas, têm ma is sede de po is de

estabe lec idas .

• Q uan do e s tão a p roduz i r f lo res e fru tos , as p lan tas p rec isam de regas p ro fundas e f reque ntes ,

em espec ia l se o f ru to é g rande e r ico em água, com o o tom ate ou o p ep ino .

• As p lan tas m a io res ten dem a p rec isa r de m a is água d o qu e as pequenas.

• As p lan tas cu lt ivadas em vaso p rec isam de ser regadas quase d ia r iame nte e ma is do qu e uma

vez po r d ia, duran te vagas de calor .

• Os vasos com vár ias p lantas têm mu ita sede, po rque há me nos ter ra d ispon ível para a retenção

d e h u m id a d e .

Como Regar 

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 Acredite ou não, o modo como se rega é tão importante quanto a quantidade de água dada às

plantas. As plantas que recebem demasiada água apodrecem ou tornam-se preguiçosas,

produzindo raízes curtas, o que é um risco em épocas de seca. As plantas tratadas com várias

regas pequenas podem secar, pois a água nunca chega às raízes, permanecendo à superfície e

evaporando-se depressa. O melhor é optar por regas profundas - proporcionar às suas plantas

 bastante água durante bastante tempo. Nos casos em que é impossível regar à mão, use sistemas

gota a gota e mangueiras perfuradas, que libertam a água lentamente. E importante dar à água

tempo para penetrar até às raízes da planta, em vez de regar por cima do canteiro e das folhas ou

molhar tudo menos a terra com um aspersor. Molhar as folhas não só é um desperdício de água,

como também cria as condições ideais para o desenvolvimento de doenças fúngicas.

Todos sabemos o que acontece às plantas pouco regadas - acabam por secar. Mas o problemanão é só ficarem com um aspeto queimado. As plantas precisam de retirar nutrientes da terra e

absorvê-los através das raízes. Sem água suficiente, ficam sob uma grande tensão, dando origem a

 vários problemas, como frutos doentes, folhas rijas ou produção de sementes prematura. Uma

planta morta é, na verdade, o resultado de uma catástrofe que se desenvolve pouco a pouco,

sempre que uma planta sofre de seca.

SUGESTÕES PARA REGAR COM SENSATEZ

Crie Um Solo Superabsorvente: Junte uma grande

qua nt idad e de co m pos to à terra , para aum entar a sua

capacidade de absorver e re ter a humidade.

Recolha o Máximo Que Puder: Fixe um barri l ou dois à base

do tu bo de descarga dos a lgerozes, para ter água grát is .

Quanto maior. Melhor: Use recipientes grandes, com

bas tante espa ço para as raízes, de m od o qu e cada uma se

mantenha mo lhada duran te bas tan te tempo .

Regue bem: Encharque bem a terra, para as raízes crescerem

longas e saudáveis.

Regue as Raízes, não as Folhas:  A p o n te o cano d o re g a d o r

ou o bico da mangueira à terra, para não molhar

excessivamente as folhas e evi tar doenças.

Cobertura MaravilhosaPense no material de cobertura como uma manta quente e

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C O N S E L H O S S O B R E  

C O B E R T U R A D O S O L O

Espalhe uma camada espessa de 

material de cobertura em volta das 

plantas, mas nunca tape a coroa 

(zona em que a base da planta 

encontra o solo). Tapar a coroa pode 

fazer com que ela apodreça.

Evite o feno, o primo traiçoeiro da 

palha - acabaria com a terra cheia de 

ervas daninhas!

Não se esqueça de cobrir a terra das 

plantas envasadas. Use materiais leves 

que não favoreçam a compactação, 

como palha e aparas de relva.

Cultive plantas de crescimento 

rápido e raízes curtas, que criarão 

uma cobertura viva em volta de 

plantas grandes capazes de fornecer  

sombra ao solo (veja «Fazer Sombra», 

na página 37).

confortável aberta em cima da horta. Protege a terra, e, em

consequência, as plantas que nela vivem, de condições inóspitas, como

o calor e a secura do sol, o fustigar da chuva, a força do vento e as vagas

de frio. O material de cobertura conserva o solo húmido e mantém as

sementes bem enterradas. Mesmo as plantas envasadas só têm a

ganhar com a sua utilização. Melhor ainda: quando a terra é coberta

com composto, palha, folhas e outros materiais orgânicos, estes vão-se

decompondo, aumentando o teor nutritivo do solo e melhorando a sua

textura de forma fácil e automática. Resumindo: poupa tempo, trabalho

e água e melhora a qualidade do solo quase sem fazer nada. Na verdade,

se não costuma cobrir a terra, faça-o já.

 A Escolha do Material de CoberturaO material de cobertura pode apresentar duas formas, orgânica

ou inorgânica, havendo diversas variantes entre as duas. Quanto ao

material orgânico, os horticultores, em geral, preferem a palha, porque

tem bom aspeto e ajuda a firmar a terra. Quando consigo arranjar umpouco de palha, espalho-a sobre o meu jardim comunitário em camadas

espessas, com pelo menos 15 centímetros de altura. Já a tenho até

enterrado em solo pobre para ela se decompor - um modo fácil de soltar

a terra. Se vive no campo, a palha é um recurso inesgotável, barato

e fácil de encontrar. O mesmo não é verdade para o horticultor urbano.

O outono é a melhor altura para a encontrar, quando os centros de

 jardinagem e os supermercados a vendem aos fardos (se bem que

a preços elevados), para decorações do Dia das Bruxas. Se tiver

dificuldade em encontrá-la, não se aflija. Existem outras opções.

O composto, fácil de encontrar, é um excelente material de cobertura.

Tal como o estrume bem curtido. Não recomendo que compre estrume de

capoeira para a horta, a não ser que conheça a sua origem. Muitas galinhas

são criadas industrialmente em condições bastante lamentáveis, o que não

augura nada de bom em relação aos organismos que poderá, sem querer,

introduzir nas suas plantas comestíveis. Rasgue umas folhas de jornal

e coloque estrume ou composto em cima delas. Polvilhe as cenouras

plantadas em pequenos espaços com aparas de relva. Também pode usar

agulhas de pinheiro, embora elas baixem o pH do solo quando usadas em

demasia. O ideal é usá-las em amoreiras e morangueiros, amantes deacidez, ou juntá-las em pequena quantidade a um batatal - um pouco

de acidez impede o desenvolvimento de uma doença conhecida por sarna

da batateira. As folhas são outra opção abundante, mas primeiro deixe-as

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decompor-se, dando origem a um material rico e granuloso. É muito fácil.

Basta apanhar as folhas com um ancinho e colocá-las dentro de sacos deplástico com alguns buracos abertos dos lados. Guarde os sacos junto do

compostor, ou noutro sítio onde não estorvem, durante cerca de um ano.

Mondar Deve manter a horta bem mondada e não apenas por uma questão de

estética. As ervas daninhas po dem compe tir pelos nutrientes da terra,pela luz e por espa ço para as raízes. Muitas plantas toleram alguma

concorrência, mas a maioria dos legumes de raiz e o alho crescerão de

forma atrofiada se lhes faltar espaço. Na verdade, as ervas daninhas mais

não são do que oportunistas; se tiverem hipótese, não tardarão a instalar-

se. Impeça-as de fazer concorrência às suas plantas cobrindo os espaços

 vazios com uma espessa cam ada de material de cobertura ou deitando

nessas áreas sementes de rabanetes ou alfaces, que crescem depressa. Se

plantar em aglomerados em vez de fileiras, ou espécies baixas por baixo

de espécies altas (página 37), deixará pouco espaço às ervas daninhas.

 Am anhar a terra traz as ervas daninhas para a superfície , onde terão boas

hipóteses de germinar. Elimine esse problema espalhando composto em

 volta da planta, em vez de o misturar na terra (página 65). Infelizmente,

o composto também pode favorecê-las. Só o composto quente mata assementes que entram no compostor quando se deita lá para dentro uma

erva daninha adulta. Mantenha as plantas adultas, em especial a corriola

ou outra que tenha produzido HorwMito, fora do compostor.

E RV A S D A N I N H A S  

C O M E S T Í V E I S

• Erva-canária

• Dente-de- leão

• Quenopód io -b ranco

• Azeda-amarela

• Bolsa-de-pastor 

• Azeda

• Urtiga

E RV A S D A N I N H A S Q U E  

 A T R A E M IN S E T O S  

B E N É F I C O S

• Rainúnculo-amarelo

• Catária

• Vara-de-ouro

• Margaridas

• Cenoura-brava

Fertilizar Para muitas pessoas, a fertilização é, mais do que qualquer outro

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Faça grandes quant idades de chá de

algas marinhas e tenha-o à mão, para o

caso de as suas p lantas precisarem de

uma dose de potássio.

fator, o segredo das boas plantas comestíveis. Acreditam que, quanto

mais fertilizante derem às plantas, maior será a colheita. Mas não é

 verdade! Essa ideia é fomentada sobretudo pela indústria dos

fertilizantes, cujo objetivo é tornar-nos dependentes dos seus produtos.

E verdade que, quando usamos fertilizantes químicos na horta, tudo fica

 verde num instante. O problema é que depois de se começar não se pode

parar. A primeira vista, isso pode não parecer muito terrível, mas os

fertilizantes químicos acumulam-se no solo e matam microrganismos

úteis. Ao mesmo tempo que se esforça por melhorar o solo, os químicos

entretêm-se a desfazer o que tanto trabalho lhe deu. Esse tipo de

acumulação é ainda mais intenso em vasos. As substâncias sintéticas

estão repletas de sais que se apresentam como uma espécie de crosta

que surge nos lados do vaso. Demasiados sais podem colocar as plantas

num estado de sede perpétua, do mesmo modo que um pacote de batatas

fritas nos dá uma vontade desesperada de beber.

 A horticultura biológica assenta na criação de um ecossistema

saudável, sustentável, onde as plantas possam crescer a um ritmo estávele firme. Um bom solo, saudável e margoso, possui tudo aquilo de que as

plantas necessitam e vai-as alimentando de forma lenta e estável,

permitindo que elas absorvam alimento, se adaptem, cresçam, e assim

sucessivamente. Despejar uma grande quantidade de fertilizante líquido

numa cultura, por vezes mesmo um fertilizante líquido biológico, pode dar

a origem a um surto de crescimento para o qual as suas plantas não estão

preparadas. E o mesmo que dar um saco cheio de guloseimas a um grupo

de crianças de dez anos. Ficam histéricas, desequilibradas, até finalmente

caírem para o lado. E, no dia seguinte, a terrível ressaca do açúcar.

Decompor Os sacos ou frascos de fertilizante que encontramos à venda trazem

uma tabela que indica o tipo e a percentagem dos nutrientes contidos no

produto - é semelhante à informação nutricional que vemos numa lata de

sopa. O azoto, o fósforo e o potássio (NPK) são os principais responsáveis

pela regulação das fases críticas do desenvolvimento da planta.

Os fertilizantes biológicos, em geral, contêm também pequenas

quantidades de outros nutrientes - por exemplo, a emulsão de peixe é

considerada rica em azoto, mas também contém pequenas quantidadesde fósforo, potássio e até um pouco de enxofre. As algas marinhas são

apreciadas pelo seu elevado teor de potássio, mas são ainda ricas numa

 vasta seleção de vitaminas e minerais secundários.

Nutrientes Necessários

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Azoto (N)

O azoto é essencial para a produção de folhas fortes e

saudáveis; por isso, é importante certificar-se de que

plantas como acelgas, cebolas e alfaces não têm falta dele.As plantas com carência de azoto tornam-se atrofiadas,

com folhas descoradas ou amarelas em vez de verdes.

Embora o azoto seja o nutrien te que as plantas

comestíveis tendem a utilizar mais, é muito fácil exagerar

nas doses. As plantas que recebem azoto em excesso

crescem e enchem-se de folhas rap idamente, mas folhas

viçosas indicam muitas vezes flores e frutosnegligenc iados. Dê a espécies vorazes, como o tomate,

uma boa quantidade de azoto enquanto são jovens mas

depois reduza-a, para a planta começar a concentrar-se

nas flores e, em seguida, nos frutos. O excesso de azoto

também torna as plantas demasiado altas, flácidas e

frágeis, o que atrairá muitos afídeos à horta.

Use: Casulos de minhoca e composto são boas fontes de

azoto. Farinha de sangue, emulsão de peixe, borras de

café e estrume são (por ordem decrescente) ricos em

azoto. Cultive algumas ervilheiras, feijões ou outras

leguminosas fixadoras de azoto.

Potássio (K)O potássio produz plantas resistentes e vigorosas que

recuperam bem de curtos períodos de stresse. Este

elemento ajuda a regular processos importantes,

incluindo a fotossíntese e o fluxo de nutrientes através

de toda a planta.

A falta de potássio pode ser difícil de detetar mas é, em

geral, responsável pela produção de frutos pequenos de

casca fina, ou mesmo pela ausência de frutos. As plantas

têm um aspeto débil e alongado e são especialmente

suscetíveis às doenças.

Use: A areia com glauconite é uma opção de libertação

prolongada, rica em oligoelementos que permanecem

no solo durante vários anos. As algas castanhas são aminha fonte de potássio preferida. Compre-as secas e

deite-as diretamente no solo ou prepare com elas um

chá e verta-o sobre as plantas ou i omo fertilizante foliar.

Fósforo (P)

O fósforo é importante na horta pela sua capacidade de

produzir sistemas de raízes saudáveis e fortes. Por esse

motivo não pode deixar que as suas culturas tenham faltadele, em especial nos primeiros dias. A maioria das

fontes de fósforo é de libertação prolongada.

Permanecem no solo durante longos períodos, mas as

plantas têm dificuldade em alcançá-las. É aconselhável

dar fósforo às plantas em épocas de seca e se o pH do

solo for demasiado alcalino.

As plantas com carência de fósforo tendem a crescer devagare a ter raízes atrofiadas e pequenas. As plântulas de tomateiro

com raízes congestionadas são conhecidas por produzir folhas

com as páginas inferiores roxas. Até as plantas de milho se

tornam arroxeadas quando têm falta de fósforo.

Use: A farinha de ossos é uma excelente fonte de fósforo

de libertação prolongada, mas como consiste em ossos

moídos provenientes do matadouro, talvez não seja a

melhor escolha para quem considera essa origem

preocupante. Se decidir utilizá-la, aplique-a uma vez por

ano. O fosfato mineral é bom para juntar no solo quando

se começa uma horta nova, pois liberta fósforo muito

lentamente, ao longo de vários anos. Contudo, não é

adequado se o solo for demasiado alcalino.

Nutrientes Secundários

Cálc io : O cálcio é indispensável ao crescimento celular,

em especial na construção das paredes das células.

A falta de cálcio geralmente manifesta-se sob a forma

de podridão apical - ver «Podridão Apical», na página 72.

Use: Cascas de ovo, conchas de ostra, cal.

Fer ro : O ferro é necessário para a produção de clorofila.

As plantas com deficiência de ferro produzem folhas

novas amareladas e não verdes. Use: Fertilizante foliar

à base de algas castanhas (página 65).

M a g n é s io : As plantas com falta de magnésio apresentam

sinais de atrofiamento, com folhas adultas que

amarelecem conservando veios verde-escuros. O excessode magnésio pode obstruir a capacidade da planta de

absorver outros nutrientes. Use: Sais de Epsom (sulfato de

magnésio) - ver «Sais de Epsom em  Spray», na página 77.

Fertilizantes Caseiros

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Borras de Café

 As borras de café são uma fo nte econ óm ica de azoto e

também de pequenas percentagens de potássio e

fósforo (por esta ordem). E o melhor é que... as lesmas

detestam café. Deite um pouco em volta das suas plantas

favoritas, para afastar aquelas autênticas bolas de muco.

O problema do café é a sua ligeira acidez. Juntar de vez

em quando um pouco de café à terra em volta da maioria

das plantas comestíveis é, de uma maneira geral,

benéfico, mas quem b ebe muito café deve reservar a

aplicação das respetivas borras para apreciadores de

acidez - po r exemplo, os mirtilos. Melho r ainda, deite-as

primeiro no com pos tor e depo is pode rá usá-las na horta

sem perigo de queimar plantas sensíveis e plântulas.

Cascas de Crustáceos (Camarão,

Caranguejo, Lagosta)

Pique as cascas não comestíveis d o jan tar da véspe ra e

deite-as numa cova de 60 cm aberta no jardim. As cascas

irão decompor-se em poucas semanas, enriquecen do a

terra com azoto, fósforo e cal. Assinale o lugar e

desenterre o composto ao fim de cerca de um mês, se

quiser usá-lo em vários locais.

Estrume de CapoeiraTem um cheiro nauseabundo, mas as galinhas produzem

um fertilizante muito rico em nutrientes quando sujam a

capoeira. Se tem galinhas, não desperdice esse

excelente material. D eite-o para o compos tor,

 juntam ente com a palha ond e elas do rm em , po is o

estrume fresco é muito rico em azoto e pode queimar as

plantas.

Chá de Consolda

 A consolda (Symphytum officinalis) é uma planta

obstinad ame nte invasiva mas também rica em fósforo,

potássio, magnésio, oligoelem entos e vitaminas. Pode

beneficiar da sua persistência na horta preparando com

ela um rico chá fertilizante e dando-o às plantas que dele

necessitam. Misture num balde 1 parte de folhas de

consolda e 2 partes de água. Deixe-o ao sol durante um

dia ou dois, depois coe-o num passador. Deite no

com pos tor o que ficar no passador e use o líquido como

fertilizante. Dilua-o em água, em partes iguais, se quiser

usá-lo como fertilizante foliar.

Restos de Peixe

Enterre no canteiro as cabeças, as vísceras e as caudas

do peixe, pois elas irão decom por-se e fornec er ao solo

grande quantidade de azoto e de oligoelementos e

algum cálcio. Enterre-as a cerca de 60 cm de

profundidade, para manter afastadas as criaturas

curiosas. Se cultivou em fileiras, experimente enterrar

restos de pe ixe entre elas ou pe rto de plantas

apreciadoras de azoto, como tom ates e milho.

Chá de Excrementos de Minhoca

O vermicomposto é um con tributo ótimo e equilibrado

para o jardim, sendo ainda m elhor aplicado s ob a forma

de fertilizante foliar. Se tem uma lata de minhocas não é

preciso recorrer ao prod uto comercializado! D eite umas

colheradas diretamente da lata para um recipiente com

4 litros de água morna, espere cerca de 24 horas e coe

para dentro de um pulverizador. Se quiser, pode até

emb rulhar previamente os casulos em pape l ou filtros

de musselina.

Maneiras de Ferti l izar Do mesmo modo que a água em excesso pode «afogar» uma planta

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e encher o jardim de problemas, fertilizante a mais pode causar doenças.

 Adote uma atitude descontraída em relação à fertilização - a maioria das

plantas prefere fertilizante a menos do que em excesso. Procure nas suas

plantas sinais de excessos, em especial de azoto, e corte a parte aérea dasque estão a ser demasiado alimentadas.

Fertilizante em Volta do CauleQuando achar que precisam, dê uma ajuda às plantas famintas e

que têm um grande apetite, juntando fertilizantes ou outros corretores

ao solo que as rodeia. Isto faz-se, em geral, uma ou duas vezes por

época, sendo a primeira aplicação efetuada na altura da plantação

e a segun da depois de as plantas produzirem flor.

Fertilizantes Embalados: Veja as quantidades indicadas nas

instruções da embalagem.

Composto, Vermicomposto e Algas Castanhas: Aplique uma

mão-cheia (ou duas, no máximo), em funçã o das dimensões e

exigências da planta.

INSTRUÇÕES:

1. Marq ue a distância de uma mão, apro xima dam ente, a pa rtir da

base da planta e desenhe um círculo na terra em volta dela com

as mãos, um sacho ou até um garfo ou uma colher.

2. Espalhe un iforme me nte o fertilizan te sobre o círculo e cubra.

Fertilizante Foliar Todos os tipos de fertilizantes, incluindo emulsão de peixe, algas

marinhas, chá de composto, de excrementos de minhoca e de

consolda, podem ser pulverizados diretamente sobre as folhas para

lhes dar uma ajuda, como parte de uma rotina de fertilização regular

ou quando as plantas estão em baixo de forma. Embora eu tenha

frisado que nunca se deve molhar as folhas das plantas diretamente, a

 verdade é que o fertilizante foliar causa mais bem do que mal - este é,

pois, um dos casos em que se deve ignorar a regra.Para garantir a segurança das suas plantas, procure aplicá-lo no

período mais fresco do dia, e não se esqueça de o diluir, para não

queimar as folhas.

Tenha à mão, na cozinha, uma lata

pequena de minhocas dos resíduos

orgânicos e transforme os restos em

ferti lizante grátis ao longo de to do o

ano. São fáceis de manter, inodoras

e até têm piada!

C a p í t u l o   6:

A Horta sob Ataque

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 A Horta sob AtaqueApesar de correr o risco de parecer um disco riscado, insisto que a melhor 

maneira de controlar pragas e doenças na horta é optar por uma abordagem  

holística e criar um meio saudável onde as suas plantas possam prosperar.

Não é muito diferente do que se passa com os nossos corpos: quando estamos stressados e

fragilizados até ao limite, não oferecemos qualquer resistência a um minúsculo vírus da gripe.

Mas se recebermos a nossa dose diária de vitaminas e repouso, sentimo-nos em forma e capazes

de enfrentar tudo o que a vida puser à nossa frente.

 As plantas pouco saudáveis, doentes, são um chamariz para pragas e doenças. Muitos de nós

partimos do princípio de que, para ter uma horta livre de pragas e uma colheita abundante, o melhor

é eliminar tudo e criar um meio sem doenças nem infestantes. Infelizmente, a única forma de

alcançar essa estranha e estéril utopia encontra-se dentro de um spray químico. Os pesticidas e os

sprays  também matam ou afugentam predadores úteis, insetos polinizadores e inúmeros

organismos que fazem um bom trabalho no jardim. Por estranho que pareça, as plantas necessitamde resistir a qualquer coisa para desenvolverem a sua capacidade de resistir e lutar. Matar tudo o que

anda pelo jardim torna as plantas preguiçosas - presas fáceis para a onda seguinte e inevitável de

pragas e doenças. Por mais que tentemos, acabarão sempre por aparecer.

Num ecossistema equilibrado, as pragas e doenças continuam a existir, mas são incapazes de

exercer o seu poder e criar o caos em plantas saudáveis, resistentes e resilientes, entre as quais

espreita um exército de predadores úteis e esfomeados. Encorajar esses predadores a instalarem-se

na sua horta por meio de consociação é um pouco como encenar uma batalha elaborada em que os

insetos fazem todo o trabalho deixando-lhe algum tempo livre para repousar e usufruir do pequeno

microcosmo que criou.

Todas as Hortas Sofrem... Às VezesPara falar com franqueza, nenhum jardim é completamente isento de pestilência. Por mais que

nos esforcemos, há sempre uma ou outra infestação de afídeos. Por vezes são as condiçõesmeteorológicas que não ajudam e perturbam o equilíbrio que tanto nos custou a atingir. Este

capítulo vai apresentar-lhe os problemas comuns enfrentados pela maioria dos horticultores e

sugerir algumas medidas preventivas e soluções às quais pode recorrer da próxima vez que alguma

criatura esfomeada aparecer no seu tomateiro.

Os escaravelhos-do-pepino podem ser bonitos, mas,infelizmente, não são amigos do jardim. Tanto os adultos

como as larvas alimentam-se de cucurbitáceas - plantas da

família da abóbora - , nas quais podem espalhar vírus.

Conheça o Seu Inimigo

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Identificar o problema cedo é meio caminho andado na busca por uma 

solução capaz de resolver uma pequena infestação. Mesmo que desta vez a 

infestação esteja demasiado avançada para ser debelada, para a próxima 

saberá o que fazer.

 A boa notícia para quem cultiva em vasos é que a maioria das pragas e doenças não costuma

atacar hortas acabadas de plantar, por isso, se for esse o seu caso, terá tempo para conhecer os

invasores e acabar com eles antes que cheguem às suas plantas.

InsetosConheça alguns dos atacantes de hortas mais comuns e como lidar com eles.

 AfídeosEis um infestante que dispensa apresentações. Os afídeos são inevitáveis; todos os jardins e

hortas os têm como residentes mais cedo ou mais tarde. Provavelmente reconhece-os pelo corpo

em forma de pera, flácido e verde-vivo, mas a verdade é que podem apresentar todas as coresimagináveis. Os afídeos são talvez os insetos infestantes mais persistentes e podem ser os mais

destrutivos, sugando a essência líquida de plantas tenras como se fossem vampiros liliputianos.

C o m o C o m b a t ê-l o s : Cu l ti ve c ravo s -de -defun to e p lan tas da fam í lia das cebo las , para os

afugentar . A pan he -os com chagas e couves . A t ra ia p reda dore s de a f ídeos com o c r isopas ,

 jo an in has , ara nhas e b a rb e ir os , c u lt iv a n d o as p la n ta s d e q u e e le s g o s ta m na sua h o rta . Pa ra m ais

informações, veja a página 75.

Borboleta-da-Couve e Larva da Borboleta-da-Couve As borboletas-da-couve são fáceis de identificar, pois são pequenas e brancas e, nos dias

solarengos de verão, dançam pela horta de planta em planta. Uma beleza. Claro, é através dessa

dança encantadora que elas espalham a sua postura maléfica pelas plantas! Primeiro vêm os ovos

amarelados, de onde, após a eclosão, emergem pequenas lagartas verdes e famintas que devoram

as folhas da família das couves.

C o m o C o m b a t ê-l a s : Proteja as p lantas co br in do as f i le i ras na al tura da planta ção e cul t ive a ipo,

hissopo , ho r te lã, salva e tom i lho para afastar a t raça ad ul ta. R emova os ovos e as lagar tas à mão,

e p lan te f lo res da famí l ia das as teráceas - a t raem vespas paras itas que se a lime ntam des tas

larvas.

Mosca-da-CenouraTal como as larvas da borboleta da couve, a mosca-da-cenoura

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adulta espalha a sua prole por toda u horta, mas são as larvas que

causam danos, abrindo galerias nas cenouras, bem como noutros

legumes de raiz em desenvolvimento no subsolo.

Como Combatê-la: Se identificou o problema, proteja as fileiras

recém-plantadas cobrindo-as. Retire todos os legumes de raiz no

fim d o ou tono , po is as moscas passam o inverno nas que ficam para

trás. Cultive as plantas suscetíveis ao lado de espécies repelentes,

como cebola, alecrim ou salva.

Doríforo-do-ColoradoPor estranho que pareça, os doríforos-do-colorado não se

restringem ao Colorado; encontram-se por toda a América do Norte e

têm tendência para rasgar as folhas de uma diversidade de plantas

comestíveis, incluindo tomates, pimentos e beringelas. Tanto os

escaravelhos como as larvas são fáceis de identificar na horta devido

aos seus corpos rechonchudos e curtos - decerto por ingerirem tantoshidratos de carbono! Os doríforos apresentam cabeças cor de laranja

com riscas pretas e amarelas no dorso; as larvas são cor de laranja com

pintas pretas e riscas amarelas dos lados. Põem aglomerados de ovos

cor de laranja debaixo das folhas das plantas infestadas.

Com o C om ba tê-lo: Examine diligentem ente as folhas e remova-os

à mão. Uma camada espessa de palha atrai carabídeos predadores,

afugentando os adultos. Alterne batatas com feijoeiros-rasteiros e

plante alho, catária, atanásia e milefólio, para repelir os escaravelhos

e chamar os predadores.

Escaravelho-do-Pepino

Há dois tipos de escaravelhos-do-pepino: às pintas e às riscas.

 Ambos atacam o pepino e as plantas da família da abóbora, devorando

as flores, as folhas e, por vezes, os frutos jovens, os caules e as raízes.

Também gostam de milho, feijão e de uma ou outra ervilha.

Como Combatê-lo: Diz-se que os rabanetes repelem o escaravelho-

-do -pepino . Com o os escaravelhos são fáceis de apanhar, o controlo

manual é uma opção. Atraia p redado res com o joaninhas, besouros-

-soldados e vespas parasitas à sua horta (veja «As Mais Populares»,

na página 37). Cubra a terr.i em volta das plantas com uma camada

An nalha narn imnn dli aua ,is larvas emeriam do solo.

Embora a borboleta-da-couve adulta

possa parecer inocente, para não dizer

bonita, a sua larva é uma ameaça para as

plantas da família da couve.

Roscas

 As roscas são exatam ente o que o nome sugere: larvas que vive m

no solo (a cerca de 2 centímetros de profundidade) e se enroscam no

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no solo (a cerca de 2 centímetros de profundidade) e se enroscam no

interior dos caules das plântulas recém-nascidas. São pequenas mas

implacáveis. As roscas podem matar uma horta de um dia para o outro,

deixando plantas mortas por toda a parte, como se tivessem sido

cortadas com uma faca.

Como Combatê-las: Encoraje os carabídeos a viverem na sua horta,

cobrindo o solo com uma camada espessa de palha. Proteja as

plântulas com uma barreira contra roscas (página 75).

PulgãoPulgões minúsculos saltitam pela horta abrindo uma quantidade

de pequenos orifícios nas folhas do rabanete, da beringela, da batateira

e de outras plantas comestíveis muito apreciadas. As plantas

infestadas não deixam de ser comestíveis, mas ficam com mau aspeto,

parecendo alvos usados no treino da pistola mais pequena do mundo.

Como Comb atê-lo: Proteja as fileiras cobrindo-as depois de as

plantar. Dizem que a mostarda, as chagas e as cebolas repelem os

pulgões. Estes infestantes gostam de apanhar sol; se puder, cultive as

suas plantas num lugar com um po uco de sombra.

Escaravelhos-Japoneses

Os escaravelhos-japoneses são insetos belíssimos que lembram

pedras preciosas, com corpos iridiscentes que cintilam ao sol. Sentir-

-me-ia mal ao matá-los, não fora o seu apetite voraz e indiscriminado.

Estas pequenas criaturas devoram tudo o que há na horta, deixando

atrás de si esqueletos de plantas. São terríveis!

Como Com batê-los: Há quem diga que a arruda os afugenta mas,

para ser eficaz, seria necessário plantá-la po r tod a a parte. Os

escaravelhos-japoneses go stam de tud o. Examine as plantas

diariamente e remova os infestantes à mão. Atraia vespas parasitas

com flores da família das asteráceas. Encontrará no mercado

nematodes parasitas.

Os escaravelhos-japoneses são um

flagelo des lumbrante capaz de inf l ig ir

danos graves de um dia para o outro.

Os adultos regressam ao solo de

noite e costumam ser vistos a devorar

as folhas dura nte o dia.

Escaravelho-do-Feijão-Mexicano

Estas pestes pintalgadas lembram joaninhas (que são benéficas)

com um corpo mais cheio e da cor da ferrugem. As larvas parecem

oriundas de outro mundo: pequennn bolns amarelo/laranja cobertas

de espinhos bizarros. Tanto os adultos como as larvas são capazes de

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devorar um feijoeiro num instante, podendo as plantas deixar de

produzir ou morrer se a praga não for controlada.

Como Combatê-lo:  A pr imeira linha de defesa é cobrir as fileiras de

plantas jovens. Cultive cravos-de-defunto e cosmos, que os

repelem, ou plante batateiras no meio dos feijoeiros-rasteiros, para

criar a confusão. Atraia insetos predadores com endro e camomila

em flor. Apanhe as larvas à mão e remova os aglomerados de ovos

amarelos e oblongos que se encontram nas páginas inferiores das

folhas do feijoeiro.

Lesmas e Caracóis

De todas as pragas, as lesmas são as mais terríveis, pois devoram

tudo o que encontram à frente e parecem reproduzir-se de um dia

para o outro. Mesmo que remova do jardim meia dúzia, terá vinte a

substituí-las na manhã seguinte. Tanto as lesmas como os caracóis

gostam de sombra e humidade; são uma fonte de irritação e um

tormento, em especial nos anos de maior pluviosidade.

Como Combatê-los: Crie condições convidativas para os seus

preda dores naturais, como carabídeos, pássaros, patos, cobras,

sapos e lagartos. Use armadilhas, barreiras de cobre ou folha de

estanho, recipientes com cerveja, ou então cubra a terra em volta

das plantas jovens com uma camada d e cascas de ovo partidas.

Larvas Mineiras

Estes diabinhos podem arrasar uma planta de abóbora rápida e

furiosamente. Como sucede com outros infestantes, são as larvas de

 Melittia cucurbitae  adulta vermelha e castanha que causam danos

graves. Na primavera, após a eclosão, as larvas surgem e perfuram

as folhas das plantas da família da abóbora, incluindo pepinos e

melões, que murcham e morrem.

Como Combatê-las: Cubra as fileiras de plantas novas e polinize

manualmente. Embrulhe a base do caule em folha de alumínio, para

lhes barrar o acesso. Plante rabanetes na vizinhança, pois diz-se que

as repelem. Procure sinais de infestação reg ularmente nos caules

das plantas da família da abóbora, em especial junto ao solo.

Se encontrar alguns, corte com cuidado os caules infestados

e remova as larvas

Remova as lesmas ao final da tarde,

qua ndo estão mais ativas e são mais

fáceis de detetar.

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Vírus do Mosaico do PepinoO vírus do mosaico do pepino é muitas vezes levado para a horta

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por afídeos, que o transferem para as plantas de que se alimentam.

O v írus pode infetar tomates, pimentos e melões, além de pepinos.

Manifesta-se por meio de salpicos amarelos nas folhas, que também

se podem apresentar retorcidas e deformadas.

Como Combatê-lo: Encoraje afídeos predadores. É impossível

eliminar este vírus depois de a planta ser infetada. Remova a planta

e pra tique a rotação das culturas.

Murchidão das PlântulasEsta doença ataca as jovens plântulas nos seus primeiros dias

de vida. Excesso de água, má circulação do ar e solo impróprio ou

infetado convidam a doença a instalar-se, atacando os caules das

plantas vulneráveis, que apodrecem e caem. Uma vez a murchidão

das plântulas estabelecida, não há nada a fazer.

Como Combatê-la: Um pouco de prevenção é, neste caso,

o m elhor rem édio. Cultive as sementes numa mistura leve, arejada

e estéril. Em vez de pulverizar as plântulas, regue-as por baixo,

deitan do água no tabuleiro e rem ovendo o excesso de líquido

ao fim de uma hora. Junte à água um pouco de chá de camomila

antifúngico, para ev itara murchidão a tempo.

MíldioO míldio mais comum na horta é o oídio, que se apresenta sob a

forma de um pó cinzento ou branco que cobre as folhas e flores das

plantas infetadas. A doença prospera onde houver muita humidade e

má circulação do ar em volta da planta e das folhas, mas é sobretudo

conhecida por atacar plantas suscetíveis, como salva e cucurbitáceas.

Como Combatê-lo: Evite aglomerar as plantas e pulverizar as

folhas. Desbaste a folhagem densa para o ar circular melhor.

Pulverize com chá de oídio (página 77).

A p revenção é a melhor defesa contra

o oídio, que p ode ser difícil de

combater depois de instalado.

Barreiras, Chás e Prevenção

Os problemas são inevitáveis, mesmo nos jardins mais

saudáveis Estas poções a profilaxia e as parcerias ajudam a

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saudáveis. Estas poções, a profilaxia e as parcerias ajudam a

evitar o surgimento de problemas e a ultrapassar as fases mais

difíceis, quando a situação se descontrola.

Combate aos Insetos Infestantes

REUNIR AS TROPAS

 Alic iar inseto s benéfico s a v iverem na sua horta é m uito

fácil, bastando, para tal, cultivar as flores que eles preferem.

Para começar, informe-se sobre os seus potenciais ajudantes,

incluindo as fases de ovo e larva, para saber quais os que deve

remover e quais os que deve deixar em paz quando passear pela

sua horta. Em muitos casos, as larvas dos ins etos são

predadores mais vorazes do que os adultos. Cada inseto

 benéfico tem preferên cia por uma planta específica; contudo,

como é às flores que se deve a sua presença, tente conseguir que

pelo menos algumas plantas floresçam simultaneamente.

SISTEMA MANUAL

Parece repugnante, mas remover os insetos infestantes à

mão, um ou vários de cada vez, é um dos métodos de controlo

mais eficaz e amigo do ambiente. Apanhe lagartas e besouros

diretamente na planta e pise-os de imediato ou deite-os para um

 balde com água. A natureza é cruel, mas não é preciso

exagerarmos. Despache o assunto estendendo no solo um

oleado ou jornal e dando às plantas infestadas uma sacudidela

rápida.

De cima para baixo: as aranhas-de-jardim são

excelentes a l iadas e a limentam -se de uma grande

diversidade de insetos infestantes; a melhor maneira

de remover caracóis é à mão; até o recipiente de

plástico o nde cresce a sua plântula serve de barreira

contra roscas.

PREDADORES DE INSETOS

BARREIRA CONTRA ROSCAS

Qualquer objeto a que possa ser dada a forma de tubo

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serve de barreira para impedir as roscas de mordiscar os

caules recém-plantados. Os rolos de papel higiénico são

perfeitos, mas podem ser difíceis de enfiar por cima de

tomateiros bem desenvolvidos. Para plantas maiores,

experimente cortar o topo e a base de garrafas de água ou

latas de modo a obter um tubo.

Na altura da plantação, enterre o tubo cerca de 5 cm,

pelo menos, porque as larvas vivem logo abaixo da

superfície do solo. Os tubos de cartão são biodegradáveis,

mas pode remover os de plástico cortando-os com umatesoura quando o caule atingir mais de 6 mm de diâmetro.

• Aranhas

• Barbeiro

• Carabídeo

• Crisopa

• Joaninha

• Louva-a-deus

• Mosca-das-f lores

• Percevejo

• Vespas-amarelas

• Vespas parasitas

PROTEÇÕES CASEIRAS

Use as cortinas de rede que passaram de moda e que

quer deitar fora para cobrir as plantas suscetíveis aos

estragos causados pelas larvas da borboleta-da-couve,

do escaravelho-do-feijão-mexicano e outras. A cobertura

impede os insetos adultos voadores de depositarem os

ovos nas plantas e, quando quiser tratar das plantas ou que

a chuva as molhe, é só retirá-la.

AR M AD I L H AS C O N T R A L ESM AS

 As visc osas lesm as adoram a humidade e aglomeram-

-se em recantos molhados e escuros como moscas sobre o

estrume. Um pouco de cerveja numa em balagem plástica

de manteiga é um truque clássico, mas pode também

atraí-las para a morte com uma refeição humedecida.

Encoste uma folha de couve ou uma casca de melão ao

solo. O lado inferior vai ficar pejado de lesmas numinstante. Ofereça a refeição coberta de lesmas aos pássaros

ou afogue as infestantes em água com sabão.

F L OR E S Q U E A T R A E M P R E D A D O R E S  

D E I N S E T O S

• Calêndula

• Catária• Cenoura-brava

• Coentro

• Endro

• Família das asteráceas

• Girassol

• Hortelã

• Manjericão

• Milefólio

• Valeriana-branca

• Vara-de-ouro

• Zínia

Controlo de Pragas Animais

Qu er a sua horta se encontre ao n ível do solo ou no

topo de um edifício o mais pr ovável é ter de partilhar o

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topo de um edifício, o mais pr ovável é ter de partilhar o

seu espaço com um a qualquer forma de vida selvagem.

 Adoro os esto rn inhos que nid ificam nos beira is do meu

telhado. Infelizmente, quando eles bicaram e mataram

o meu tomateiro preferido e usaram os fragmentos na

construção do seu ninho, essa paixão a rrefeceu

temporariamente. As sug estões que se seguem

permitem m anter os anim ais selvagens longe das suas

plantas, sem, no entanto, deixar de os acolher na sua

horta segura e hospitaleira. Ninguém fica a perder!

• Afuge nte os pássaros penduran do num cordel formas de

bolos, CD e latas, criando espanta-espíritos que eles irão

odiar.

• Mantenha os gatos longe da terra acabada de cavar,

mesmo que se trate do local que eles preferem,

cob rindo-a com cascas de citrinos.

• Proteja as jovens plântulas dos ativos esquilos, colocando,

em volta delas, uma barreira feita com uma garrafa de

plástico à qual tirou o fundo e o topo .

• Faça uma espécie de gaiola prote tora com rede de

capoeira, estendendo-a sobre o solo como se fosse uma

cobertu ra à prova de garras, enrolando-a em volta da base

dos vasos, ou simplesmente co brindo com ela plantas

inteiras, para as proteger de guaxinins persistentes.

• Deixe uma mão-cheia de areia para gatos já usada em

todas as entradas de tocas de marmotas. O cheiro afastará

aquelas criaturas determinadas. Terá de as combater em

todas as frentes se quiser mesmo que elas se vão embora.

^ Embrulhe a base dos vasos com rede de

capoeira, para impedir que gatos e

esquilos escavem a terra.

Combater Doenças

CALDA CONTRA O OÍDIO

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CALDA CONTRA O OÍDIO

Uma mistura de bicarbonato de sódio e água é o tratamento clássico usado para pulverizar as

plantas afetadas, quando se deteta o problema suficientemente cedo. Contudo, descobri que o leite

diluído é uma opção ainda melhor, quer como medida preventiva, quer para combater o fungo nasplantas infetadas. Sempre que tiver leite já fora do prazo indicado na embalagem, dilua-o em água,

em partes iguais, e deite a mistura diretamente no solo ou pulverize com ela as folhas das plantas

infetadas. Por vezes, aumento a proporção de água no início da época como medida preventiva,

mas vou juntando mais leite no verão, à medida que a humidade e o calor aumentam. Esta calda

também faz maravilhas em relação a outras doenças fúngicas que afetam tomates, curgetes e

pepinos. Junte um pouco de algas castanhas ou de chá de excrementos de minhoca (página 64) à

mistura, de ve z em quando, para obter um spray foliar para diversos fins.

SAIS DE EPSOM EM  SPRAY 

Baratos e, em geral, facilmente acessíveis (na casa de banho), os sais de Epsom são uma excelente

fonte de magnésio que pode ajudar as plantas na altura em que elas se esforçam por dar fruto.

Misture 1 colher de chá de sais de Epsom em 1 litro de água. Use este líquido para pulverizar flores

de pimento, beringela e tomate e mesmo algumas folhas, quando os botões surgirem na planta.

CONSELHOS SOBRE PREVENÇÃO DE DOENÇAS E PRAGAS

Opte pela Rotação das Culturas: Se mudar as famílias de plantas para um novo local do

 jard im , de tantos em tantos anos, enganará os insetos e dará ao so lo a poss ib ilidade de se

renovar (página 35).

Conheça e Satisfaça as Necessidades: O stresse causado por excesso de rega, seca, falta

de espaço no vaso ou outras práticas de cultura erradas po dem torna r as plantas vulneráveis

aos ataques (página 72).

Melhore o Solo: O solo saudável conduz a plantas saudáveis e naturalmente resistentes

(página 46).

Consociação: Cultive as plantas em com unidades cooperativas (página 34).

Pratique Uma Boa Higiene: Remova as partes doentes das plantas e mantenha os seus

utensílios sempre limpos, em especial d epo is de os usar em plantas afetadas.

 Aja com Moderação: É mau abusar do que é bom, até na horta. O excesso de fertilização,

em especial com produtos que contêm azoto, pode tornar as plantas flácidas e frágeis

(página 63).

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C a p ít u l o  7 :

Legumes

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gDiz-se que as coisas boas da vida são difíceis de alcançar, sendo este dito 

aplicável a muitas das minhas experiências na horta. Por outro lado, embora  

seja verdade que os legumes são, tipicamente, os produtos alimentares mais 

exigentes, em muitos aspetos podem também ser os mais gratificantes.  

 Apesar de serem um desafio, e por causa dele, nunca me arrependo do 

trabalho que tenho para usufruir dos legumes cultivados por mim.

Com poucas exceções, os legumes demoram bastante tempo a vingar, sendo, por vezes,

necessário esperar alguns meses até colher aqueles tomates sumarentos que aguardamos

com tanta expetativa. Até isso ser possível, é preciso manter as plantas saudáveis e cuidar delas.

 A alimentação adequada, a água, a luz e o espaço merecem uma atenção especial. Cultivar uma

grande quantidade de plantas num espaço apertado parece uma boa ideia na primavera, quando

elas são pequenas, mas irá sair-lhe caro mais tarde, quando vir o pouco que elas produzem. Aquelas

pequenas sementes de tomateiro que cabem na palma da sua mão irão dar origem a plantas comuma altura superior à sua.

E já que estamos a falar de espaços pequenos, incluí, junto à descrição de cada planta, uma caixa

com o título «Cultivo em Vaso», que pode usar como guia para navegar pelo mundo selvagem e

maravilhoso da horticultura urbana. A boa notícia é que qualquer planta pode ser cultivada num

 vaso; contudo, algumas não produzem colheitas abundantes, por mais que o horticultor se esforce,

e outras são particularmente sensíveis às pressões da vida num recipiente. Use a tabela de

rendimento (que indica quais são as plantas de baixo, médio ou elevado rendimento) como bitola

para planear uma horta tão proveitosa quanto possível no seu espaço. Claro, não deixe que seja ela

a determinar o que vai cultivar. A produtividade não é o único indicador do valor de uma horta.

 Algumas plantas são maravilhosas como ornamentais ou divertidas de cultivar, independentemente

da quantidade de feijões colhidos no final da época. Por esse motivo, incluí variedades que se dão

 bem em vasos e que são fabulosas por direito próprio.

Quando cultivar plantas em vasos, lembre-se que, em geral, elas são mais fáceis de manter emais produtivas quando se encontram em recipientes grandes. Para melhores resultados, evite

cultivar plantas em vasos de profundidade inferior à sugerida. Incluí ainda alguns truques,

conselhos e sugestões sobre o cultivo, que o vão ajudar a conhecer as necessidades das plantas

particularmente melindrosas.

 A minúscula ervilh eira Tom Th um b tem as dim ensões idea is para

um vaso de 20-25 cm. As ervilheiras verdes cultivadas junto de

violetas vermelhas formam um conjunto especialmente bonito.

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Feijoeiro

O l i d f ijã é d id d d i i ã

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O cultivo do feijão é erradamente considerado desinteressante, pois não 

nos proporciona deliciosos tomates nem vistosas acelgas. Tudo mentira, 

acreditem! Embora seja verdade que o vulgar feijão-verde é um pouco  

monótono, há inúmeras variedades maravilhosas que parecem cobertas de 

coloridas pedras preciosas.

Cultivar 

Os feijões pertencem à família das leguminosas, plantas que

fabricam o azoto de que necessitam graças à relação que estabelecemcom rizóbios, bactérias que vivem na terra. Contudo, visto este

processo demorar algum tempo a desenvolver-se, terá de fornecer às

suas plantas azoto, adicionando composto ao solo antes de plantar.

 Adicionar composto também melhora as condições de drenagem do

solo, o que é fundamental para evitar a podridão, a ferrugem e outras

doenças fúngicas. Mantenha o solo húmido mas não encharcado, em

especial durante a germinação das plantas, altura em que o perigo é

maior. Regue pouco mas com regularidade, aumentando a

quantidade de água depois de as flores aparecerem. Atenção à

cigarrinha-verde e ao escaravelho-do-feijão-mexicano.

Os feijoeiros dão-se bem junto à maioria das culturas, à exceção

dos membros da família das cebolas.

Espere que o solo aqueça e que a temperatura do ar atinja os 15 °C

(ou superior, no caso da soja), antes de plantar. Os meus, em geral,

 vão para a terra imediatamente antes de as ervilhas saírem. Deixe os

feijões de molho (exceto os de soja), de um dia para o outro, em água,

chá de composto ou algas e depois passe-os por pó de bactéria

rizóbio (meta-os dentro de um saco e agite-o), antes de plantar.

Embora a bactéria inoculável rizóbio ocorra de forma natural, juntá-laem pó às sementes melhora bastante a produção. Semeie diretamente

no solo ou em rolos de papel higiénico (veja «Alvéolos Feitos com

Rolos de Papel Higiénico», na página 27).

Colha o feijão-verde assim que ele atingir 2,5 cm de largura e os

feijões de descascar quando as sementes aumentarem de volume

dentro da vagem. Colha feijão para secar quando as vagens se

apresentarem castanhas e ressequidas.

4  A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros

do relógio: soja Black Jet, colhida de um vaso de 20 cm; um

CULTIVO EM VASO

Os feijoeiros ficam espantosos em

baldes ou co ntentores plásticos paralixo, de tamanho mé dio a grande,

embo ra as variedades trepadoras

prefiram canteiros elevados.

Feijoeiros-rasteiros:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 20 cm

Variedades: Royal Burgundy,

Contender 

Mais Conselhos: Plantio sucessivo

para ter colheitas consecutivas.

Feijoeiros trepado res:

Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 40 cm

Variedades: San Felipe Pueblo White,

Rattlesnake Snap

Mais Conselhos:  As varie dade s de

feijão para secar do Sudoeste dos

EUA e do México (tepary) suportam

melhor a falta de água.

Soja:

Rendimento: Baixo

Profundidade Mínima: 35 cm

Variedades: Tohya, Early Hakucho,

Black-Jet (tolera a doença)

Mais Conselhos: Sensível ao solo

molhado e frio. Proporciona uma boa

drenagem, evitando a podridão.

Feijoca(Phaseolus coccineus) -   Família das Leguminosas (Leguminosae)

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Feijoeiros-rasteiros e Trepadores(Phaseolus vulgar is ) - Famíl ia das Legum inosas (Legum inosae)

Os feijoeiros-rasteiros são plantas rasteiras com

uma única produção ao longo da vida. Para ter colheitas

contínuas, semeie feijoeiros novos a intervalos de

poucas semanas. Experimente variedades cujos feijões

e flores tenham coloridos invulgares. Royal Burgundy,Sequoia e Royal Purple Pod dão vagens roxas; Orca é

uma fabulosa variedade de feijão para secar com

sementes pretas e brancas. Gosto especialmente de

Dragon’s Tongue, cujas vagens achatadas são

adornadas com marcas roxo-avermelhadas.

Embora sem poderes mágicos, as variedades

trepadoras são como as do conto «João e o Pé de

Feijão», que atingem grandes alturas e se agarram a

tudo o que encontram pelo caminho. Orientá-las

numa treliça cria um efeito de altura no jardim e

permite-lhe cultivar MUITO alimento num espaço

exíguo. Não estou a exagerar. Produzem durante

semanas sem fim. Embeleze o seu jardim e a sua

mesa com Gold of Baucau, um feijão achatado e de

um dourado brilhante; Rattlesnake Pole, cujas

 vagens verdes estão cobertas de listas roxas; ou

Trionfo Violetto, uma variedade deliciosa com flores

e vagens roxas. Melhor ainda, experimente Cherokee

Trail of Tears, nome adequadamente dado a uma vagem castanho-avermelhada com feijões negros

que alimentou o povo Cherokee durante a trágica

deslocação forçada para Oklahoma, em 1838.

 A feijoca é uma trepadeira antiga, muito

decorativa, conhecida pelas suas vagens grandes e

pelas flores maravilhosas que atraem ao jardim

abelhas, borboletas e colibris. Cultive-a em vasos

grandes ou no solo, como qualquer feijoeiro

trepador. Experimente a deslumbrante Scarlet

Runner ou a igualmente bela Painted Lady, que

produz flores bicolores vermelhas e brancas e

 bonitos feijões sarapintados.

Soja(Glyc ine max)  - Famíl ia das Legum inosas (Legum inosae )

 A soja (também chamada edamamè) é uma

iguaria japonesa que se pode comer na altura da

colheita diretamente da vagem, acabada de cozerem água e sal. Terá uma surpresa com Agate, uma

 bela espécie antiga com um feijão castanho-

-avermelhado.

 A soja pode ser cultivada como o vulgar feijoeiro-

-rasteiro, mas é exigente quanto ao calor e à

humidade, em especial durante a germinação.

Espere que as temperaturas atinjam os 21 °C e plante

os feijões a uma profundidade de cerca de 2,5-5 cm e

a intervalos de 5 cm, diretamente da embalagem,

pois não é necessário demolhar as sementes. Ponha

de molho as sementes dos outros feijões, mas nunca

as de soja, pois apodrecerão num instante.

Para obter o feijão-verde mais delicioso que jamais

provou, asse as vagens jovens no forno tempe radas

com um fio de azeite e sal. Uma delícia.

Brássicas

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 As brássicas (ou couves), constituem um grupo que tem sido muito  

maltratado, detestado tanto pelas crianças como por ex-Presidentes dos 

EUA. E provável que o preconceito se deva a refeições à base da mesma  mão-cheia de insípidos produtos agroindustriais. Depois de cultivar uma  

couve-flor cor de laranja ou de provar brócolos roxos, vai certamente 

interrogar-se sobre em que mais assuntos estarão os políticos errados!

Cult ivar 

Também conhecidas por couves, estas plantas da família das

mostardas partilham as mesmas exigências e dão-se bem lado a

lado na horta. Gostam de solos ricos e preferem sol direto, mas

toleram bem alguma sombra. Não poupe no azoto, pois precisam

de uma grande quantidade para produzirem folhas grandes e

saudáveis. Misture algum composto na terra, no início da

primav era e deite mais um pouco na cova, na altura de plantar.

 A s brá ss icas são plantas de cl im as frios; no entan to, tend em a

ser sensíveis a baixas de temperatura na altura de plantar e durante

a época da floração. Também podem espigar quando a temperatura

sobe. O truque consiste em levá-las para o solo cedo, mas não

demasiado cedo. Plante-as ao lado de bons companheiros, como o

pepino, a calêndula, a cenoura, o endro, a alface, a hortelã, os

membros da família da cebola e o manjericão. As brássicas nãoapreciam a companhia de feijoeiros-trepadores e morangueiros.

Os b rócolos e a couve-flor são apreciados pelas sua s cabeça s,

mas poucas pessoas sabem que as folhas e os caules também são

deliciosos. As cabeças são, na verdade, grandes aglomerados de

 botõe s flo rais e dev em ser co lh idas enqu an to os botõe s ainda estão

firmes e as flores não abriram. O corte das primeiras cabeça s

grandes faz surgir outras, mais pequenas, a que se chama rebentos 

laterais. Quanto mais depressa colher esses rebentos, mais nascerão.

O maior inimigo desta família é a borboleta-da-couve, mas

os afídeos, as lesmas, os p ulgõe s e a mosca-das-raízes-da-couve

tamb ém as fazem sofrer. Cob rir as fileiras depois de plantar

é a melhor defesa - veja a página 75. O stresse causado por

temperaturas consistentemente baixas, pela seca, pelo excesso

de calor ou por falta de a zoto pod e levar os brócolos e a couve-flor

a apresentar cabeças demasiado pequenas. A hérnia (página 72),

causada pela acidez do solo, tnmbém é comum.

CULTIVO EM VASO

Cultive uma planta por vaso e duas ou

três em caixas de arrumação grandes.

Brócolos:

Rendimento: Baixo

Pro fu nd ida de M ín ima: 30-40 cm

Variedades: Os híbr idos pequenos

têm melhor desempenho.

Experimente Small Miracle.

Couve:

Rendimento : Méd io

Pro fund idade Mín ima: 30 cm

Variedades: Early Jersey Wakefield,

Cairo, Gonzalez

Ma is Conselhos: Cult ive variedades

compactas, precoces e do meio da

estação, que p odem ser colh idas

cedo.

Couve-flor:

Rendimento: Baixo

Pro fund idade Mín ima: 30-40 cm

Variedades: Idol, Cheddar 

Repolho:

Rendimento : A l to

Pro fund idade Mín ima: 25-30 cm

Variedades: Todas

Brócolos

(Brass ica o le ra ce a ,  G r u p o Ita lica   - F a m í li a d a s C o u v e s (C ru c ife ra e )

tamanho de bolas de basebol - por isso, leve em

conta o espaço que tem disponível quando escolher

uma variedade. Se a larva da borboleta-da-couve for

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Os brócolos, que há quem adore e quem deteste,

fazem bem à saúde e são ricos em vitaminas, cálcio

e antioxidantes.

Os brócolos toleram uma geada ligeira e crescem

melhor quando os termómetros se aproximam do frio

(cerca de 18 °C). Para algo diferente da variedade

 verde Calabrese, experimente a Romanesco, uma

 variedade muito apreciada, embora um pouco

melindrosa, que apresenta uma cabeça fractal

 verde-lima de aspeto invulgar.

Os horticultores de regiões com invernos

quentes e temperados deviam tentar cultivar

 brócolos, uma planta extremamente decorativa que

suporta temperaturas até 12 °C. Cada planta pode

atingir 6 o cm de altura e produz inúmeros botões

pequenos e suculentos, brancos ou roxos, além dacabeça principal. Se os transplantar no final do

 verão e mantiver num local coberto durante o

inverno, terá como recompensa uma colheita

abundante no início da primavera.

Semeie até 6 a 8 semanas após as últimas geadas

da primavera. Quando as plântulas tiverem 4 a 5

semanas, leve-as para o ar livre, deixando intervalos

de cerca de 38 cm entre elas. Plante para colher no

outono, 12 semanas antes da data prevista para a

ocorrência das primeiras geadas na sua região.

Corte os caules cerca de 15 cm abaixo das

cabeças quando estiverem cheias mas ainda firmes.

Faça-o depressa, antes que os botões florais amarelos

comecem a abrir, e vá arrancando os rebentos

laterais para tirar o máximo partido de cada planta.

Couve

(Brassica oleracea,  G r u p o C a pita ta)  - Fa míl ia da s C o u v e s (C ruciferae)

 A couve é uma boa produtora, reunindo um

grande teor nutritivo na mesma embalagem. As

plantas podem ser enormes globos folhosos ou do

um problema inultrapassável na sua horta,

experimente uma variedade vermelha, como

Mammoth Red Block - as vermelhas são menos

suscetíveis aos danos causados pela larva. January

King é uma escolha segura em climas temperados e

sobreviverá ao inverno como colheita tardia.

Faça a sementeira num local coberto, cerca de

6 a 8 semanas antes da data da última geada. Leve

para o ar livre 3 a 4 semanas antes das últimas

geadas. Deixe uns bons 25 a 39 cm entre as plantas

transplantadas, ou mais um pouco, caso formem

esferas de grande tamanho. Não se preocupe com

as jovens; elas aguentam algum gelo. Para colher no

outono, plante 12 semanas antes da data prevista

para a primeira geada.

Corte-lhes a cabeça ou arranque toda a plantaenquanto as folhas ainda estão bem unidas. Colha

as que deixar para trás antes das primeiras geadas

sérias.

Couve-flor  

(Brassica o le ra ce a G r u p o B o trytis ) - F a m íl ia d a s C o u v e s (C ru cif e ra e )

 A exposição ao sol faz com que os botões florais

da maioria das variedades brancas de couve-flor

percam a sua cor e se tornem amarelados. As

cabeças amarelas são comestíveis, mas se as

prefere mais claras e brancas, ate as folhas centrais

com um elástico ou cordel quando elas começam a

formar-se; ou então poupe trabalho e cultive uma

 variedade «autobranqueadora» como Snowball,

cujas folhas se encurvam naturalmente, cobrindo a

cabeça. Mais fácil ainda, opte por variedades

coloridas como Violetta Italia e Purple of Sicily.

Mais temperamental do que as outras brássicas,a couve-flor precisa de um solo bastante quente para

estar em forma na primavera; no entanto, espiga

facilmente se o termómetro subir abruptamente na

época da floração. Para evitar problemas, semeie num

local coberto cerca de 6 a 8 semanas antes da data da

última geada e proceda à repicagem ou à

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última geada e proceda à repicagem, ou à

transplantação, quando a temperatura variar entre 15

a 18 °C. Para colher no outono, semeie ao ar livre em

meados do verão, umas boas 18 semanas antes da dataprevista para as primeiras geadas. Deixe intervalos

de cerca de 35 cm entre as plantas.

Colha quando as cabeças ainda estiverem compactas

mas já não as sinta rijas como pedras ao toque. Ao

contrário dos brócolos, a couve-flor não produz rebentos

laterais - assim que a cabeça se forma, acabou.

Repolho(Brassica olerace a, G r u p o  A ce p ha la ) -  Família das C ouves (C rud fe rae )

No gélido Norte, um repolho frisado junto à porta da

frente anuncia o outono, tal como as folhas avermelhadas

ou a abóbora. A folhagem é excecionalmente decorativa

- no entanto, ou não fosse ela vivaz, sobrevive a invernos

nevosos e fornece uma verdura alimentícia numa altura

em que as outras plantas da sua família já não produzem.

Escolha entre as diversas variedades coloridas e com

formas atraentes, como a Lacinato (também chamada

«couve de dinossauro»), azul-esverdeada e de superfícieirregular, ou a Redbor, cujas folhas roxas profundamente

frisadas ficam uma maravilha ao lado da salva Tricolor

ou da perila-vermelha, com o seu tom de rubi.

Faça a sementeira num local coberto, 6 semanas

antes das últimas geadas, ou semeie diretamente ao ar

livre antes da última geada. Plante-as umas perto das

outras, se quiser usar as folhas jovens, ou a intervalos

de aproximadamente 38 cm, se as quiser colher adultas.

Colha o repolho em qualquer altura, pois ao fim de

um mês as folhas são excelentes em saladas, ou deixe-o

atingir a maturidade. Tem melhor sabor se o apanhar

logo a seguir a uma geada.

De cima para baixo: arranqu e os pequeno s rebentos ►

laterais dos brócolos para a produção sor mais abundante;  

a vistosa couv e-flor Violett a Italia encho de cor um c anto 

desinteressante; o repolho I st Inato possui uma atraente

  »

         1  »

Pepino(Cucum is sa t ivus ) -   F a m í l i a d a s C u c u r b i t á c e a s (C u c u r b i t a c e a e )

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Não há nada melhor do que um pepino fresco, estaladiço e acabado de  

colher cortado às fatias e temperado com sal. Visto existirem variedades  

de todas as formas, dimensões e cores, não há razão para se restringir à 

clássica versão verde e alongada. Para quem tenha mesmo muito pouco 

espaço, até há plantas em miniatura.

Cultivar 

Os pepinos preferem locais claros e quentes, mas toleram um

espaço que receba um mínimo de 4 a 6 horas de sol direto por dia. Um

local abrigado do vento, encostado a um muro que absorva o calor é o

ideal. Os pepinos são exigentes no que diz respeito à água, mas, assim

que se estabelecem, não voltam a dar problemas. Sendo legumes

sumarentos, requerem muita água para não crescerem secos, amargos,

atrofiados e rijos. Vai descobrir que as suas plantas requerem aindamais água à medida que amadurecem e produzem frutos.

Cultive variedades clássicas, como Japanese Climbing, A & C

Pickling e o sempre popular Marketmore, se quiser assegurar

produções abundantes. Prepare deliciosos picles gourmet  com

Cornichon de Bourbonne, Parisian Pickling e White Wonder. Se quiser

um pepino diferente, há variedades amarelas (Boothby’s Blonde),

 brancas (Miniature White) e cor de laranja (Chinese Yellow).

 As plantas têm fama de serem suscetíveis ao oídio (página 73),

devido à má circulação do ar ou ao stresse causado pela seca - portanto,

não as deixe secar! Insetos infestantes como afídeos e o escaravelho-

-do-pepino também podem infetar a planta com a terrível doença do

 vírus do mosaico do pepino. A rotação ajuda a confundir os infestantes.

Plante pepinos junto de feijoeiros-rasteiros, endro, alface, chagas,

ervilhas e rabanetes, mas mantenha-os longe das batatas.

CULTIVO EM VASO

Mantenha o solo consistentemente

húm ido, para colher os melhores e

mais sumarentos pepinos.

Pepino Anão:

Rendimento: Médio

Profundid ade Mínima: 20 cmVariedades: Patio Pik, Bush Pickle,

Patio Pickles, Salad Bush

Mais Conselhos: Podem não ficar

muito saborosos, mas dão-se bem

em espaços exíguos.

Pepino (Trepadeiras):

Rendimento: Médio

Profundid ade Mínima: 38 cm

Variedades: Lemon, Bushy,

Miniature W hite

Mais Conselhos: Oriente a planta

numa trel iça ou num poste, por uma

questão de espaço, e mantenha-a

afastada do chão.

R E C E I T A

Sopa Fria e Refrescante de Pepino, Hortelã e Iogurte

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O meu primeiro contacto com o conceito de

sopa fria teve lugar no liceu, quando trabalhei

dentro de uma cozinha sufocante. Até então, a ideia

de uma sopa não cozinhad a parecia-me uma

loucura.

Os pepinos são um ingrediente clássico dassopas frias, em geral aromatizadas com endro ou

hortelã, ervas aromáticas que abundam no jardim

em plena época do pepino. E embora eu já tenha

preparado esta sopa de m il e uma man eiras

diferentes, a minha versão preferida é esta receita

simples e rápida.

1. No l iqu idif icado r, co loqu e os pe pinos, a

horte lã, o iogu rte, o sumo de l imão, se o quiser

usar, e 1 chávena d e água fria. Tritur e até ob te r

uma mistura homogénea.

2. Leve ao fr igo rí f ico antes de servir.

3. Tem pere com sal a go sto, de ite em taças

indiv iduais e guarneça cada uma com f lores de

borrag em , se desejar.

Para 4 pesso as

• 450 g de pepinos descascados e picados

(cerca de 8  pepinos pequenos)

• 4 colheres de sopa de horte lã fresca picada

• 1 Vi copo de iogurte simples

• Vi colhe r de chá de sementes de coentros moídas

• 1  colher de sopa de sumo de limão (facultativo)

• Sal

• Vi chávena de flores de borragem (facultativo)

Semear e Plantar Faça a sementeira em vasos num local coberto,

cerca de 2-4 semanas antes da data prevista para as

últi d i i d t 1 2 d

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últimas geadas e inserindo as sementes a 1-2 cm de

profundidade. Leve as plântulas para o ar livre

 bastante tempo após a última geada, quando a

temperatura for, no mínimo, de 23 °C. Quando

transplantar, junte à terra bastante estrume ou

composto bem curtido e tenha o cuidado de não

perturbar muito as raízes. Escolha um dia ameno e

cinzento para o fazer.

Colher Conte iniciar a colheita em meados do verão.

Com colheitas frequentes, as plantas continuarão a

produzir até às primeiras geadas. Corte ou torça,

mesmo as variedades de maiores dimensões, antes

de os pepinos atingirem os 15 cm.

De cima para baixo: cultive um único pé davariedade Miniature Wh ite num vaso de 38 cm;

a variedade Mexican Sour Gherkin prod uz

frutos levemente ácidos que parecem

miniaturas (os horticultores mais ousados vão

gostar de cultivar pepininho, o primo mais

pequeno do pepino de jardim); a variedade anã

Salad Bush é ideal para um vaso pequeno.

Beringelas(Solar ium m elonge na) -   Família do Tomate/Beringola (Solanaceae)

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 A beringela é um legume bastante exótico, disponível em formas estranhas, 

invulgares, que desafiam o clássico ovo grande e roxo popularizado pela cozinha 

italiana. Na horta, até a própria planta é cativante, com bonitas folhas aveludadas 

e flores atraentes que ficam bem junto de espécies roxas e vermelhas.

Cultivar Originária de climas quentes e luminosos, a beringela exige um

recanto soalheiro da horta que tenha boas condições de drenagem.E uma planta altamente sensível à temperatura, que se enruga com o

frio e deixa de produzir frutos quando o calor é excessivo. As plantas

preferem temperaturas entre os 21 °C e os 29 °C - abaixo disso, dão-se

mal. Sol a mais danifica-as, por isso forneça-lhes algum abrigo durante

 vagas de calor especialmente difíceis. Quase todos os infestantes

apresentados neste livro - doríforos, pulgões, afídeos e tudo o que se

possa imaginar - adoram beringelas. Estas são também suscetíveis a

muitas doenças do tomateiro. Mantenha-as felizes com muito azoto e,

de vez em quando, um pouco de fósforo e potássio. Ampare as

 variedades altas com frutos longos e pesados, para manter as plantas

de pé e os frutos longe do solo.

 A beringela não se importa de partilhar o espaço com o manjericão,

o feijão, as ervilhas e os pimentos, mas não deve estar perto do funcho.

Semear e Plantar Faça a sementeira num local coberto, pelo menos 6-9 semanas

antes da última geada. As beringelas jovens detestam ser

transplantadas. Semeie em vasos grandes de 10 cm e, quando as

transplantar ao ar livre, deixe uns bons 28 cm entre elas, no mínimo 3semanas depois da última geada, quando as noites estiverem

consistentemente quentes (21 °C). Use uma barreira contra roscas

(página 75) para proteger as jovens raízes.

Colher Corte os botões novos cerca de um mês antes da primeira geada, a

fim de canalizar a energia da planta para o amadurecimento dos frutos

remanescentes. As beringelas demasiado maduras têm mau aspeto, são

amargas e flácidas, por isso colha-as enquanto a pele está brilhante.

CULTIVO EM VASO

Uma vantagem para os horticultores

de climas frios que não podem

fornecer condições de crescimentoideais no chão.

Beringela:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 25 cm

Variedades: Little Prince, Little

Fingers, Lao Purple Stripe, Striped

TogaMais Conselhos: Os frutos

pequenos resistem melhora seca.

 Alface e Verduras

Deliciosas e diversificadas as verduras para salada são extremamente

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Deliciosas e diversificadas, as verduras para salada são extremamente  

fáceis de cultivar e podem ser enfiadas em espaços muito pequenos,  

oferecendo saladas frescas e apetitosas a quem dispuser de uma janela  

soalheira e de um pouco de solo.

Cul t i va r  

 A s ve rd ura s contêm muita ág ua, po r isso é ób vio que ex igem

um abastecimento regular para crescerem tenras e saborosas.

Os problemas são, em geral, causados pelo calor; as verdurasdetestam-no. São sem dúvida plantas de climas frios que apreciam

o sol, que se precipitam para a fase de produção de semente, ou

espigam, quando o calor é demasiado intenso e castigador.

No verão cultive verduras de colheita rápida e contínua

(a chamada mesclum mix ), que devem ser colhidas an tes de a

 jo ve m plan ta prod uz ir semente. Cu bra as plan tas maiores com

tela ou cultive-as à sombra de espécies mais altas e frondosas,

uma relação bené fica para todos os envolvidos.

Faça a sementeira ao ar livre no início da primavera, assim que

o solo puder ser trabalhado. Não se dê ao trabalho de comprar pés

para transplantar; as sementes dão origem a plantas saudáveis e

duradouras.

Continue a semear pequenas porções todas as seman as ao

longo da primavera e mais tarde, no final do verão, quando as

temperaturas começam a refrescar. A maioria das sementes de

 ve rd ura s só ge rm in a com muito calor. Para semear, espalhe as

sementes à superfície do solo e cubra com uma fina camada de

terra. Proceda à repicagem das plantas adultas, deixando

intervalos de cerca de 15-20 cm entre elas.Colha verduras do tamanho que quiser. As microverduras e as

 ve rd ura s baby podem ser consumidas ao fim de menos de um

mês, mas, se preferir, espere que as cabeças se desenvolvam e

atinjam a maturidade. Desde que deixe sempre um coto acima do

solo, as plantas formarão n ova cabe ça. Imp ressionante, e no bom

sentido. Repita o proces so duas a três veze s com a mesma planta,

até as folhas começarem a saber a borracha. Nessa altura, arranque

a planta e faça nova sementeira.

C U L T I V O E M V A S O

Cultive plantas jovens de colheita rápida

numa floreira de janela. Mantenha orecipiente regado e vá arrancando as

folhas enquanto ainda medirem 3-7 cm -

veja «Plantas Cultivadas em Parapeitos»,

na página 16.

 Al face e Verduras:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 15 cm

Variedades: Todas se adequam a

recipientes de qualquer tamanho.

Mais Conselhos: Os recipientes secam

depressa, mas têm a vantagem da

mobilidade, podendo ser levados para

locais com sombra quando o calor

aperta.

 A part ir d o canto su pe rio r es querdo, no

sentido dos ponteiros do relógio: cultive os

ingredientes para a sua salada no mesmo

balde, com o aqui, onde se vê alface

Mascara e endro; a compacta a lface-de-

-cordeiro é ideal para cultivar num caixote

de fruta vazio; crie impacto cultivando

alfaces de folhas verdes e roxas perto umas

das outras; semeie espinafres no início da

primavera, para colher no tem po frio.

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r

Q U A L É A D I F E R E N Ç A ?

 Alface But terh ead: Um tipo de alface que forma

rosetas de folhas tenras e «amanteigadas».

 Alf ace Iceberg ue: Uma variedade pop ular que

representa de forma inconfundível todo o grupo

Crisphead. São alfaces estaladiças e saborosas, com

cabeças densas de folhas suculentas, que permitem

à planta não espigar e tolerar o calor.

 Al face-carv alh o: Folhas tenras e delicadas que pode

ir arrancando à medida que são necessárias. Red Sails

e Black-Seeded Simpson são variedades que não

espigam.

 Al face-ro mana: Também chamada alface Cos, é a

popular variedade usada na salada César que forma

cabeças alongadas de folhas estaladiças e crocantes.

É outra boa escolha para climas quentes, pois não espiga.

 Al faces de inverno: Estas variedades resistentes à

geada passam bem o inverno em climas temperados,

mas precisam da proteção de um estufim frio nas

regiões mais frias.

Rúcula

(Eruca sativa) —Família das Couves (Cruciferae )

Se o seu espaço só dá para semear uma verdura

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p ç p

de salada, recomendo a rúcula. É excecionalmente

resistente ao frio e vivaz, oferecendo folhas tenras e

picantes do início da primavera até ao final dooutono, ou mesmo depois disso, consoante o clima da

sua região. O calor do verão torna as folhas um pouco

apimentadas, mas eu cozo-as rapidamente ao vapor e

uso-as na cobertura das pizas ou no pesto. Arranque

as plantas que espigarem e volte a semear, ou

mantenha-as, para aproveitar as flores, que tambémsão deliciosas.

 A rúcula é muito fácil de cultivar e semeia-se a si

mesma se o permitir. Existem poucas variedades de

rúcula e todas possuem o característico travo a

pimenta. A variedade Rocket é a mais popular,

conhecida por crescer de forma rápida e furiosa.

 Alface

ÍLactuca sat iva) - Fa míl ia da s As te rá ce a s/C om posta s ( A s te ra ceae )

 A alface é tudo menos aborrecida. E havendo

tantas variedades não há razão para se cultivar apenas

uma. A pouco e pouco, acabei por experimentar todas,mas tenho uma inclinação especial pelas que

apresentam vermelhos maravilhosos, como Mascara,

Lolla Rossa, Galactic Red, Cimarron e Selway.

Oferecem um contraste atraente, irresistível, junto

de beldades de folha verde como Lingue de Canario,

Bunte Forellnschluss e Black-Seeded Simpson. Tudoisso e refeições muito económicas!

 As variedades mais resistentes acabam por

sucumbir ao calor do verão e espigar, formando

torres dignas de um Dr. Seuss, de cujo centro brotam

delicados tentáculos floridos. Deixo sempre algumas

na terra pelo seu interesse decorativo, mas não só:

acabam por produzir uma quantidade enorme de

sementes, garantindo a colheita do ano seguinte,ou mais.

 A lface-de-cordeiro

(Valer iane l ía locusta) —Família das Valerianáceas (Valer ianaceae)

Eu pensava que a alface-de-cordeiro era exagerada-

mente gabada e demasiado cara até a usar de forma correta,

salgando as pequenas rosetas e acompanhando-as com um

 bom queijo de cabra e fatias de ameixa madura.

 A alface-de-cordeiro, também chamada alface-de-

-milho, pode ser considerada um alimento pretensioso;

no entanto, o seu cultivo é tão fácil e barato como o das

outras verduras. A planta é um pouco mais exigente do

que as outras verduras e tem um desenvolvimento mais

lento, mas é também a mais resistente (até o °C), sendo,

por isso, uma das raras culturas de inverno que pode ser

colhida mesmo gelada. Ao contrário da maioria das verduras, a alface-de-

-cordeiro precisa de temperaturas baixas para germinar.

Salte a primavera e o verão e semeie diretamente ao ar

livre no final do verão, para colher no outono e no

início do inverno.

Corte as rosetas ao nível do solo, deixando asdelicadas raízes na terra. A alface-de-cordeiro não

produzirá outra planta, mas envia alguns nutrientespara o solo.

Mostarda-da-índia(Brass ica junc ea )  - F a m í li a d a s C o u v e s (Cruc i fe rae)

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 As folhas de mostarda-da-índia são conhecidas, sobretudo,

por possuírem um gosto picante, embora existam variedades

suaves como a tatsoi, cujo gosto é subtil, mas muito maisacentuado que o da alface. A mizuna também é bastante

suave, com um leve travo que a torna uma excelente verdura

para salada. Giant Red Mustard e Osaka Purple são duas das

mais vistosas do grupo, tornando-se plantas grandes,

atraentes e encantadoras, com folhas brilhantes, quase

iridiscentes, que acabam por dar origem a caules altos com

flores amarelas. Tanto as folhas como as flores são

PICANTES como os rabanetes.

 As mostardas-da-índia são um grupo que até certo ponto

tolera o frio e tende a atrair infestantes como lagartas

mineiras e, se negligenciadas, afídeos.

O melhor da mostarda-da-índia são os rebentos, que pode

ter todo o ano no parapeito da sua janela (ver «Legumes Que

não Exigem Espaço», na página 14). Comece a cortar folhas do

tamanho que quiser, mas não se esqueça que, quanto maiores

se tornarem, mais rijas e picantes serão.

Espinafre

(Spinacia o leracea) - F a m íl ia d a s B e t e r r a b a s (C h e n o p o d i a c e a e )

Nenhuma horta fica completa sem este «superlegume» e

compreende-se porquê: cultivar espinafre é muito fácil e ele

dá-se bem em toda a parte. Na primavera, cultive uma

 variedade que demora a espigar, como American Spinach ou

Bloomsdale, que se mantêm em forma quando chegam os

primeiros calores do verão. No final do verão, plante Giant

of Winter, variedade que não tolera o calor e sobrevive ao

inverno sob uma espessa camada de palha.

 Arranque toda a planta em meados do verão, assim que

as inflorescências aparecerem e em seu lugar plante um

substituto do espinafre, como espinafre-da-nova-zelândia

(Tetmgonia tetragonioides) ou espinafre-do-malabar,

também chamado bertalha (Basella rubra).

OUTRAS VERDURAS 

 A EXPERIMENTAR

 Agri ão -da-t er ra ou mastruço (Lepidum  

sat/va)

 Azeda-da-horta (Rumex acetosa)

Beldro

Beldroega (Portulaca oleracea)

Beldroega-de-inverno, ou C lay to n ia

(Montia pe rfoliata)

Chicória (Cichorium intybus)

Endívia ou chicória-hortense (Cichorium  

endivia)

Erva-armoles (Atriplex hortensis) 

Espinafre-morango (Chenopodium capitatum) 

Melóquia (Corchorius olitoruis)

Pampilho (Chrysanthemum coronarium) 

Pimpinela-menor (Sanguisorba minor) 

Quenopódio-branco (Chenopodium album) 

Quinoa (Chenopodium quinoa)

Tanchagem-corno-de-veado (Plantago 

coronopus)

Tire p artid o das plantas espigadas: 

Cultive alface-de-caule (Cracovienensis), 

variedade que produz caules carnudos e 

doces, melhores que o aipo.

Cobertura Viva: Obtenha maiores 

quantidades e ofereça sombra ao solo, 

plantando alfaces de crescimento rápido 

sob plantas altas e frondosas, como 

tomateiros , quiabos e beringelas.

 A Família das Cebolas

Mesmo que a cebola, o alho, o cebolinho e outros membros desta família

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Mesmo que a cebola, o alho, o cebolinho e outros membros desta família 

não sejam muito utilizados na sua cozinha, vale a pena cultivá-los na horta,  

pois são companheiros dedicados de muitos legumes. Os A l l i u m    são, por 

natureza, plantas odoríferas, característica útil que confunde os insetos  

infestantes e os convence de que não têm muito que comer na sua horta.

Cultivar Os  Allium  são p lantas muito resistentes. Encontrei

cebolas e cebolinho a crescer espontaneamente no que

restava de hortas há muito abandonadas, ou erguendo-se

no meio de relvados devido a bolbos que foram parar à

pilha de composto. Praticamente qualquer horta ou vaso

pode acomodá-los, já que toleram na perfeição condições

longe de ideais, de sombra parcial a solos pobres.

Certifique-se de que lhes oferece bastante espaço e os livra

de ervas daninhas - as plantas da família das cebolastornam-se pequenas e sofrem quand o congestionadas.

Regue bem quando o solo começar a secar, se quiser

assegura r uma boa colheita. As regas esporádicas, em

especial quando os va sos secam, podem rachar os bolbos.

Mantenha-os regados e dar-se-ão bem em vaso, sobretudo

o cebolinho. São dos primeiros legumes a surgir, assim que

a neve d errete, mais fortes do que nunca.

Cebolinho e Cebolinho-chinês(Allium schoenoprasum e Allium tuberosum) - Família do Al lium  (Liliaceae)

 Apesa r de serem co nside ra do s er va s arom áticas , o

cebolinho e o cebolinho-chinês são, na verdade, os

membros m ais pequenos da família das cebolas. Embora

as atenções se concentrem nas partes folhosas e, por vezes,

nas flores, vale a pena colher os pequenos bolbos ao fim de

uns anos, quando as dim ensões da horta começarem a

fugir ao seu controlo. Até se aproveitam as sementes, que

têm um sabor excelente quando rebentam no parapeito esão usadas em saladas e sanduíches (ver «Legumes Que

não Exigem Espaço», na págin a 14).

C U L T I V O E M V A S O

Para evitar a podridão, mantenha os vasos bem

regados mas não encharcados.

Cebolinho:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 10-15 cm

Variedades: Todas

Mais Conselhos: Resistem muito bem ao frio,

mesmo em vaso. Cultive num parapeito e corte as

partes verdes.

 Alho:Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 20-30 cm

Variedades: Persian Star, Siberian

Mais Conselhos: Requerem recipientes muito

grandes para produzirem bolbos, mas podem ser

plantados no início da primavera, para

produzirem alhos verdes ao longo do verão.

 Alho-francês:

Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 25 cm

Variedades: Mammoth Pot Leek, Bandit

Mais Conselhos: Amon toe a terra em vò lta das

plantas, à medida que elas forem crescendo.

Cebolas e Chalotas:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 15-20 cm

Variedades: Cebola Purplette, French Shallot

Mais informação: Cultive, por semente, as

variedades de bolbos grandes e arranque-os

quando a parte aérea tiver 15 cm de

comprimento, se quiser tenras «cebolas novas».

Cebolas (Ramos):

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 15 cm

Variedades: Crimson Forest, White Lisbon

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 A part ir do canto su per io r esquerdo , no se ntid o dos po ntei ros do

relógio: cebolas-vermelhas prontas para serem semeadas na

primavera; as resistentes cebolas Egyptian Walking

automultiplicam-se perpetuamente; com o seu gosto suave, as

«hastes» do alho são uma iguaria do início do verão; estes

alhos-franceses produzem rebentos que em breve se

transformarão em vistosas flores esféricas.

 Ao contrário da maioria dos  Allium, os

cebolinhos são cultivados como perenes,

rebentando todos os anos de minúsculos bolbos que

permanecem indefinidamente no solo. Além disso,

Botões florais com um aspeto estranho, ou

hastes, devem começar a aparecer em meados do

 verão. Corte-as pelo caule, para que a planta

concentre as suas energias na produção de belos

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são agressivas espécies de autossementeira, por

isso, corte as flores (e coma-as), se não quiser que

eles encham a horta. Não existem muitas

 variedades, mas, se quiser cultivar uma planta

original, experimente Garlic Chive Mauve. Produz

flores cor de alfazema no início do outono e não

 brancas.

Colha todos os cebolinhos ao longo da época de

crescimento, cortando as folhas frescas do topo comuma tesoura, como se estivesse a ceifar.

 A lho

(A lliu m sa tivu m ) - Fa mí l ia do  A lli u m   (Li l iaceae)

Existem dois tipos principais de alho. Os de colo

mole são uma boa escolha nos climas meridionais,

mas não são suficientemente resistentes para

suportar os climas frios do Norte. Os de colo rijo,

pelo contrário, são extremamente resistentes e

mantêm-se em forma durante muitos anos.

Para cultivar alhos, plante os bolbos do início

ao final do outono, cerca de um ou dois meses

antes de o chão gelar. Para começar, separe a

cabeça em dentes individuais e guarde os maiores

e mais saudáveis para plantar. Pode consumir os

outros. Em seguida, abra uma série de buracos

com 5-7 cm de profundidade na parte da horta que

escolheu, com um pau ou plantador, deixandointervalos de 10 cm entre eles. Insira um dente de

alho em cada um, com a extremidade pontiaguda

para cima, e cubra com terra nova e uma camada

de palha.

Logo no início da primavera, junte um pouco

mais de composto ao solo, que deve regar bem, de

modo a deixá-lo uniformemente molhado. Agua a

menos e os alhos não crescem muito. Agua a mais e

podem apodrecer.

 bolbos saudáveis. As hastes são consideradas uma

iguaria - ficará com um belo fornecimento!

Desenterre os bolbos inteiros no fim do verão ou

início do outono, assim que as folhas começarem a

acastanhar e a cair. Deixe os alhos secar (também

se diz curar), pendurados num local seco durante

algumas semanas e reserve os dentes maiores para

a próxima plantação.

 Alho-francês

(A ll ium am pelopra sum , G r u p o Porrum) -  Família do  A lliu m  (Liliaceae)

De todos os membros da família, os alhos-

-franceses são os que mais azoto exigem, preferindo

ser cultivados sozinhos, onde 0 possam ter em

exclusividade. Compre mudas se dispuser de pouco

espaço e tempo. Se quiser semeá-los, faça a

sementeira num local coberto, 10-12 semanas antes

das últimas geadas. Plante as mudas uma semana

após a última geada, a intervalos de cerca de 10 cm.

Para obter alhos-franceses deliciosos e macios,

cultive-os em valas ou plante a uma boa

profundidade (cerca de 10 cm) e proceda à amontoa,

usando terra misturada com um pouco de

composto, durante a época de crescimento.

Nos climas mais quentes, comece a colher

pequenos alhos-franceses em meados do verão e

continue até à primavera seguinte. Noutras regiões,eles devem ser desenterrados antes que cheguem as

geadas mais fortes.

Cebolas e Chalotas

(A lliu m ce pa ) - Fa mí l ia do  A ll iu m   (Li l iaceae )

 As cebolas são menos esquisitas do que o

alho-francês e o alho, no que diz respeito ao solo;

colherá um legume comestível, se bem que de

pequenas dimensões, mesmo em condições que sejam tudo

menos ideais. No entanto, todos ficarão a ganhar se fizer um

esforço e adicionar composto ao solo no início da primavera.

Há cebolas das mais diversas formas, dimensões e cores, e

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 varied ad es mais ou menos resisten tes . Para ter colheitas

contínuas, mesmo em climas frios, sugiro Egy ptian W alking

Onions, pelo seu peculiar hábito de crescimento. Estas

cebolas especialmente decorativas reproduzem-se a partir de

 bolbos que crescem na parte superior da planta. O peso

adicional faz com que elas pendam e se enraízem no solo,

espalhando-se pelo jardim como se «caminhassem» pelo seu

próprio pé. Pode comer os bolbos ou deixar que eles se

enraízem, para ter uma boa colheita m al chegu e a primavera. A s op çõ es abundam, no que toca ao cultivo das cebolas.

O método mais lento consiste em fazer a sementeira num

local coberto, cerca de um mês antes da última geada.

Espalhe sementes de cebola num tabuleiro e não em células;

abra buracos na base de uma emb alagem usada e terá um

recipiente ideal.

Se quiser rapidez, plante cebola de semente - bolbos

minúsculos do tamanho de uma moeda de cêntimo.

O acidentado princípio de vida das cebolas de semente

torna-as mais propensas ao apodrecimento e a outros

problemas do que as que são cultivadas a partir de semente,

mas vale a pena arriscar, dado o tempo que se poupa. Leve

as plântulas e as mudas para o ar livre quando o solo tiver

arrefecido o suficiente para ser trabalhado, deixando

intervalos de cerca de 7 cm entre elas. Enterre as plântulas

a cerca de 1,25 cm de profundidade, e as mudas a cerca

de 2 cm, com a extremidade de fora.

 Ao contrário das cebo las, que produzem um bo lbo por

muda, as chalotas crescem em aglomerados, cada mudaproduzindo vários bolbos. Faça a sementeira como fez para as

cebolas, mas deixe intervalos um pouco maiores.

Desenterre as cebolas sempre que lhe apetecer. Tanto a

parte aérea verde como os bolbos são saborosos em qualquer

fase. Colha cebolas e chalotas de bom tamanho quando a

parte aérea começar a ficar acastanhada e a cair. Deixe de

regar uma semana antes da data em que prevê colhê-las e

deixe-as secar penduradas, com folhas e tudo, durante várias

QUAL É A DIFERENÇA?

 As cebolas d e semente são variedades

que, ao amadurecer, formam pequen os

bolbos pouc o mais largos do qu e a base

das folhas. As c ebolas arrancadas ainda

 jo vens e te nra s são, p o r v ezes , ch am ad as

cebolinhas ou cebolinhas-francesas, mas

tecnicame nte não se t rata do m esmo.

 As cebo la s d iv id em -s e em do is g ru pos:

cebolas de d ia long o e cebolas de d ia curto.

Escolha variedades de dia curto nos climas

quentes do Sul, onde o núm ero de horas do

dia são mais uniformes e opte pelas de dia

longo no Norte.

semanas.

Ervilhas(Pisum s at iv um )  - F a m ília d a s L e g u m i n o s a s (L e g u m in o s a e )

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 A melhor forma de comer erv ilhas é colhendo-as diretamente da planta e 

usá-las como um acompanhamento fresco e crocante. Não entra uma única 

ervilha na minha cozinha até eu me cansar de as consumir dessa forma.

Cult ivar 

Tal como o feijão e outras leguminosas, as ervilhas têm a

capacidade invulgar de produzir o azoto de que necessitam,

melhorando desse modo o solo. Plante-as em regime de rotaçãopor toda a horta e as ervilhas alimentarão a sua família e o seu

solo ano após ano. Isso é que é versatilidade! As ervilhas dão-se

melhor em locais onde a luz é intensa, mas toleram alguma

sombra. Como quase todos os legumes, gostam de um solo rico

ao qual se acrescente composto na altura da plantação.

Pulverize as plantas jovens com uma solução de algas.

 As ervilheiras, em geral bastante fáceis de cultivar, não dão

muitos problemas. O maior é causado por um solo encharcado, o

que pode dar origem ao apodrecimento das raízes ou sementes

pouco depois da plantação. Não deixe o solo ficar encharcado ou

empapado mais para diante e mantenha-o sempre húmido, mas

não alagado. O tempo quente também é prejudicial. As plantas

acabam inevitavelmente por ficar queimadas assim que o calor

do verão aperta; contudo, fazer a sementeira cedo, mal a terra

possa ser trabalhada, é uma maneira de resistir às temperaturas

elevadas. A sombra artificial também dá bom resultado durante

 vagas de calor.

 As ervilhas são muito mais do que aquelas pequenas

esferas verdes e macias detestadas pelas crianças. Embeleze oseu jardim com variedades como King Tut e Blue Podded, que

apresentam vagens pendentes e flores coloridas. Gosto muito

de Laxton’s Progress #g, cujas flores são tão belas que

rivalizam com algumas variedades ornamentais (mas não

comestíveis) de ervilhas-de-cheiro. Mammoth Melting Sugar

é um sucesso garantido para quem gosta de ervilhas grandes,

gordas e tenras servidas simples, com hortelã, ou misturadas

num pesto. Plante ervilhas perto de cenouras, pepino,

espinafre, rabanetes e salsa, mas longe da família das cebolas.

C U L T I V O E M V A S O  

Ervilhas:

Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 30 cm

Variedades: Carouby de Maussane, Golden

Sweet

Mais Conselhos:  A m pare as t re pade iras

grandes em tr ipés fe itos com paus ou postes.

Ervilhas Anãs:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 20 cm

Variedades: Dwarf Gray Sugar, Tom Thumb

Mais Conselhos: Plante as semen tes a

intervalos de 2,5 cm.

Os rebentos de ervilheira são tão deliciosos

como as vagens. Corte alguns e saboreie-oscrus numa salada verde ou como guarnição

crocante de uma sopa.

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Semear e Plantar  As ervilhas dão-se melhor nos extremos mais frios

da estação. Tal como faz com os feijões, demolhe as

ervilhas rijas de um dia para o outro e mergulhe as

sementes em pó da bactéria rizóbio antes de as plantar,

para aumentar a produção. Semeie diretamente ao arlivre assim que o solo tiver descongelado o suficiente

para ser trabalhado. Tire partido do final fresco da

estação e faça uma segunda plantação no fim do verão,

cerca de 3 meses antes da primeira geada. Semeie as

 variedades anãs a intervalos de 2,5-5 cm e deixe o

dobro do espaço entre as plantas altas e trepadoras.

Colher  Arranque à mão as vagens tenras e corte as adultas

com uma tesoura. As ervilhas produzem durante muito

tempo, até a temperatura ser demasiado elevada. As

 vagens perdem a sua doçura se forem deixadas na planta

demasiado tempo, portanto, examine-as todos os dias

assim que elas se começarem a formar. Colha as ervilhas-

-tortas enquanto se apresentarem pequenas e achatadas e

as ervilhas lisas quando as vagens começarem a

aumentar de volume. As variedades de descascar devem

ser colhidas ainda volumosas mas tenras.

 A part ir do canto supe rio r esquerdo, no se nt ido dos

ponteiros do relógio: mergulhe as ervilhas já

demolhadas em rizóbios imediatamente antes de

plantar: Blue Podded Shelllng é bonita o comestível;

Pimentos(Capsicum) - Família das Solanáceas (Solanaceae)

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O abrasador pimento picante invoca o perigo - pimentos a mais numa 

refeição podem derrubar um exército. Não admira, pois, que os pimentos, 

mesmo as variedades ditas doces, sejam plantas de climas quentes que  

exigem uma época prolongada. Não deixe que as restrições impostas por 

um clima frio ou húmido interfiram nos seus planos. Cultive pimentos em  

 va so num local abrigado ou num parapeito soalheiro e saboreie várias  

colheitas de delícias picantes tiradas da mesma planta!

Cult ivar 

Todos os pimentos precisam de uma época de crescimento

longa e quente e de um local soalheiro. Preferem solos férteis

mas não darão flores nem frutos se não dispuserem de azoto

suficiente. Os pimentos não requerem muita água, mas são

surpreendentemente melindrosos em relação a temperaturas

extremas. Gostam de calor, mas calor a mais pode provocar a

queda das flores antes da produção de frutos. Dê aos botões uma

dose de magnésio, pulverizando-os com sais de Epsom (página

77), para lhes oferecer um pouco de coragem sob a forma líquida.

Cultive pimentos doces num arco-íris de cores para dar vida a

saladas e picles. Purple Beauty produz frutos que começam e

acabam roxos. King of the North é uma boa escolha em climas

setentrionais de época curta. Quanto aos pimentos picantes,

praticamente não existem limites, havendo variedades tão belas

que conseguem brilhar em qualquer jardim, além de darem

frutos não só picantes mas, também, saborosos. Os apreciadores

de picante preferem variedades mais fortes, como Fatali e

Habanero Brown. Para alegrar um recanto mais triste, planteespécies de folhagem variegada como Variegata (também

conhecida por Trifetti), Chinese Five Color, Fish e Golden

Nugget.

C U L T I V O E M V A S O

 As plantas cultivadas em vaso são

suscetíveis à podridão apical. Dê-lhes

mais água enquanto estiverem a produzir

frutos e flores.

Pimentos Picantes:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 20 cm

Variedades: Chinese Ornamental,

Cheyenne Orange Patio, Aurora

Mais Conselhos: Leve as malaguetas

para um local abrigado e cultive como

planta de interior no parapeito da janela

mais soalheira que tiver.

Pimentos Doces:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 20-30 cm

Variedades: Purple Beauty,

Pepperoncini, Golden Treasure,Mohawk Gold Patio

 A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos

ponteiros do relógio: o pimento picante Chinese Five

Color fica espetacular em vaso; pimentos enfeitam uma

escada de serviço; três tipos de pimento picante

acabados de colher; compacto e decorativo, o pimento

picante Variegata dá cor a um pequeno espaço.

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Semear e Plantar 

Faça a sementeira dos pimentos num local

coberto, antes das últimas geadas. Mantenha as

plântulas num sítio quente com bastante luz

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artificial (16 horas/dia) e, quando as temperaturas

noturnas forem superiores a 12 °C, leve-as para o ar

livre. Deixe intervalos de cerca de 30 cm entre as

plantas grandes e cultive apenas uma planta por

 vaso, independentemente do espaço disponível.

Cultive-as junto de manjericão, cenouras, coentros,

cebolas e ervilhas. A seguir, não use a terra para

plantas da família do tomate.

Colher 

Tanto os pimentos doces como os picantes

tendem a apresentar diversos coloridos até

atingirem a maturidade, embora a maioria possa ser

colhida com qualquer cor. Os pimentos doces

 vermelhos são mais doces e os pimentos picantes

 vermelhos, em geral, são os mais picantes de todos,

se os deixar desenvolver completamente. Informe-

-se sobre a variedade, para saber qual a cor final.

Torça ou corte o fruto enquanto ele ainda estiver

firme. Não espere que os pimentos estejam flácidos.

Colha tudo antes das primeiras geadas.

Torne os pimentos vermelhos mais picantes:

Os verões não são todos iguais e as alterações que

ocorrem no clima de ano para ano podem afetar a

qualidade da sua colheita. As m alaguetas dão-se

bem com o sol quente do verão, mas produzem

frutos insípidos nos verões frescos e chuvosos. Trate

bem as suas plantas mudando-as para o local mais

quente e soalheiro possível e regando-as com menos

frequência. Um pouco de falta de água ajuda-as a

aprove itar o calor disponível.

De cima para baixo: Os pimentos Sweet Yellow Stuffing

dão-se bem num recipiente com 30 cm de profundidade;

cultive pimentos Chinese Ornamental num parapeito

onde bata o sol. Este está plantado num vaso de 12 cm.

RECEITA

 Ketchup Delicioso de Pimentos Vermelhos

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 A minha família e amigos adoram este ketchup, o que é um grande elogio, pois cá em casasomos irremediavelmente adeptos da mostarda. É tão rico, saboroso e versátil que vai dar por si a

usá-lo em tudo e mais alguma coisa. E depois deite fora o produto medíocre que comprou no

supermercado, pois essa relação estafada vai acabar.

1. Pique finam en te os pime ntos, a cebola e as maçãs numa picadora

e transfira para uma caçarola de tamanho médio.

2. Adicione o vinagre, o sal, o mel, o melaço e as fatias de limão. Mexa bem.

3. Para fazer o saco de especiarias, corte um quadrado de musselina com

12 cm de lado. Coloque os ingredientes no centro; puxe as pontas

e ate com um pedaço de cordel de algodão. Mergulhe no molho.

4. Em lume for te, leve os ingre dien tes a levantar fervura; dep ois baixe

para lume méd io e deixe cozinhar destapad o d urante 40 m inutos,

até ficar com o asp eto de um xarope. Mexa de vez em qua ndo para

os ingred ientes não se pegarem ao fundo e não se queimarem.

5. Deite fora as fatias de limão e baixe o lume para o mínimo. Deixe

ferver em lume brando durante 40 m inutos ou até a mistura

engrossar e ficar brilhante.

6 . De ite fora o saco de especiarias. Passe a mis tura pe lo passe-vite,

a fim de obter um molho espesso.

7. Se o mo lho ainda lhe parecer aguado, volte a levá-lo ao lume (entre

brando e médio), até o ketchup  reduzir e engrossar, apresentando

a espessura que pretende.

8 . De ite em frascos esterilizados, deixando um espaço de 1 cen tíme tro

entre o molho e a tampa, e coloque -os de ntro de água a ferver

durante 15 minutos. Para instruções pormenorizadas sobre como

conservar, consulte a página 189 e seguintes.

• 1,5 kg de pim entos vermelh os sem 

pele nem pevides, fatiados e 

cortados em pedaços grandes

• 1 cebola grande cortada em 

pedaços grandes

• 2 maçãs sem caroço cort adas em  

pedaços grandes

• 1 V i  chávena de vinagre de cidra

• 1 colher de chá de sal grosso

• 1 1/2  chávena de mel

• 1 colher de sopa de melaço escuro

• 'h   limão cortado às fatias

SACO DE ESPECIARIAS:

• 1 colher de sopa de grãos de 

pimenta preta

• 2 colheres de sopa de sementes de 

mostarda

• 1 colher de sopa de sementes de 

coentros

rl* 11 Imm'HH d IÇO ml

Legumes de RaizPobres, desprezados legumes de raiz! Confesso que até eu quase sempre  

me esqueço deles; no entanto cultivar raízes comestíveis é sem dúvida

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me esqueço deles; no entanto, cultivar raízes comestíveis é, sem dúvida, 

uma festa. E possível observar o crescimento da maior parte dos legumes, 

mas as raízes com estíveis são uma surpresa - nunca se sabe o que se vai 

desenterrar e são sempre mais frescas e saborosas do que todas as que já  

provámos!

Cu l t i v a r  

 A maioria dos legumes de raiz são culturas de inverno,o que é uma vantagem, pois metê-los na terra cedo

significa que vai usar a sua horta antes de os tomates

lançarem raízes. Quase todos requerem condições de

crescimento semelhantes e, de uma maneira geral, exigem

poucos cuidados e alimento. Todos preferem sol direto,

mas toleram alguma sombra. E boa ideia acrescentar muito

composto no início da primavera, para que o solo lhes

proporcione as boas condições de drenagem que tanto

apreciam. As pedras que existirem no subsolo podem

dificultar-lhes a vida e dar origem a raízes suficientemente

nodosas para figurarem na categoria dos Vegetais mais

Deformados do Mundo - por isso, vale a pena retirá-las,

mesmo as mais pequenas, ou cultivar os legumes de raizem canteiros elevados.

 À exceção das alcachofras-de-jerusalém, todos

detestam o excesso de calor, por isso não se esqueça de

cobrir o solo no verão com um material solto e fácil de

espalhar, por exemplo aparas de relva, para arrefecer a

terra e não deixar a humidade escapar. O stresse causadopor falta de rega e calor é a causa mais comum de raízes

de pouca qualidade; as moscas-da-cenoura e os pulgões

também podem ser responsáveis por esse problema.

CULTIVO EM VASO 

Beterraba:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 25-30 cm

Variedades: Baby Bali, Cylindra

Cenoura:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 25-30 cmVariedades: Danver's Half Long, Round

Romeo, Thumbelina

 A lcachofra -d e-jeru salé m :

Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 40 cm

Mais Conselhos: Plante um punhado num

caixote do lixo em plástico.

Batatas:

Ver «Batatas no Conten tor d o Lixo» (página 112).

Rabanetes:

Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 15 cm

Variedades: Cherry Belle e as vivamente

coradas Purple Plum

Mais Co nselhos: São ideais para cu ltivar em

floreiras de janela.

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Beterraba(Beta vulgar is) -  Fa mí lia da Be te rra b a (C h e n o p o d i a c e a e )

Embora a raiz seja a principal atração, as vistosas

- as cenouras são conhecidas por levarem algum tempo

a germinar. Proceda à repicagem (ver página 29) das

plântulas, deixando intervalos de 5-7 cm entre elas.

 As cenouras podem ser comidas pequenas ou

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j p p ç ,

folhas da beterraba enfeitam qualquer jardim e estão

disponíveis numa paleta de coloridos que inclui oamarelo, os veios vermelhos e a cor de vinho. Bull’s

Blood é a mais conhecida, mas há imensas

 variedades a levar em conta, incluindo Chioggia,

cujos anéis vermelhos e brancos lembram um olho

de boi, e Burpee’s Golden, com o seu aroma suave.

 As sementes de beterraba são, na verdade,

aglomerados de várias sementes coladas umas às

outras. Plante-as ao ar livre imediatamente antes das

cenouras, 2-4 semanas antes da última geada.

Proceda à repicagem das plântulas (ver página 29),

deixando intervalos de 7-10 cm entre elas, para haver

 bastante espaço para as raízes. Junte as folhas

 jovens às saladas - tudo se aproveita! As folhas rijas

e adultas são melhores cozinhadas. Na horta, plante

perto de couves, alfaces, cebolas e rabanetes, mas

longe de feijões, acelgas e espinafres.

Comece a colher quando as raízes tiverem 5 cm

de diâmetro. Arranque ou desenterre com cuidado e

retire as folhas torcendo-as.

Cenoura(Daucus carota) -  Fa mí lia da s Ce no ura s ( A p ia ce ae )

Surpreenda-se na altura da colheita cultivando

uma mistura de cenouras coloridas, incluindo a

 vermelha Red Atomic, a pálida Belgian White e a

roxa, que Jimi Hendrix adoraria, Purple Haze.

Faça a sementeira ao ar livre, a cerca de 1,2 cm

de profundidade, quando o solo começar a aquecer,

2-3 semanas antes da última geada. Seja paciente

 A part ir do canto su per io r esquerd o, no sent ido dos 

ponteiros do relógio: as alcachofras-de-jerusalém são fáceis 

de cultivar, tanto no solo como em vasos grandes; os 

consumidores mais exigente» gostam de provar cenouras de 

m r « invulaares: a vistosa boterr aba Chiog gia vai alegrar u

p p q

grandes. Agarre-as pelas folhas e arranque-as, ou

desenterre-as com o auxílio de uma pá. Colha cenouraspara armazenar, imediatamente antes da primeira geada.

 As cenouras são amigas das alfaces, dos

membros da família das cebolas, das ervilhas e dos

tomates. Os primos das cenouras, como o endro e a

salsa, devem ser cultivados longe delas.

 Alcachofra-de-jerusalém(Hel ianthus tuberosu s) - F a m íl ia d a s A s t e rá c e a s / C o m p o s t a s

( A s te ra ce ae)

 A alcachofra-de-jerusalém, também chamada

girassol-batateiro, foi um dos legumes preferidos dos

hippies e está a ganhar popularidade. As flores, que

surgem no final do verão em caules de 17 a 25 cm de

altura, parecem pequenos girassóis e debaixo da

terra a planta produz tubérculos crocantes e nodosos,

com um travo a frutos secos. Muito fáceis de cultivar,

as alcachofras-de-jerusalém dão-se bem nas

condições mais adversas e podem mesmo tomar

conta da horta, se não forem refreadas. Antes de ir acorrer comprar algumas, saiba que o gosto, embora

adorado por muitos, não é para todos. Compre uma

alcachofra-de-jerusalém madura no estabelecimento

que frequenta e prove-a, antes de resolver cultivá-las

- uma única planta produz uma grande quantidade

de tubérculos! Mas não se esqueça de que são

conhecidas por causar flatulência.

Em meados da primavera, plante tubérculos

inteiros ou aos pedaços (siga as instruções dadas

para a batata de semente, na página 112), a 7-15 cm

de profundidade e deixando uns bons 50 cm entre

eles. Não pedem muita água e podem ser deixados

à sua sorte o verão inteiro.Um pouco de frio adoça os tubérculos;

desenterre-os no final do outono, logo após uma

geada forte

Batatas

(Solanum tuberosum)   - Fa míl ia da Erva -moura e do To ma te

(Solanaceae)

 As batatas não são de extremos e, portanto, não

t l f i i t h f t d l A

Rabanete

(Raphanus sativus)  - Fa mí lia da s Cou ve s (Cruciferae)

 Apesar do seu exterior resistente, os rabanetes

ã l d i í i i d i

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toleram frio intenso, chuva forte e excesso de calor. As

plantas, em geral, não são muito atraentes; no entanto,

algumas variedades, como Purple Peruvian, Red

Cloud e Cranberry Red, apresentam flores coloridas.

Faça a sementeira cerca de 2 semanas antes da

última geada ou quando a temperatura do solo for

superior a 7 °C. Pode plantar batatas de semente

que já tenham germinado. Na verdade, alguns

horticultores provocam intencionalmente umapré-germinação, deixando as «sementes» num local

fresco e seco para que elas «grelem».

O tamanho das batatas maduras depende do

intervalo deixado entre as sementes - quanto mais

próximas estiverem, mais pequenas serão. Semeie-as

a 15-40 cm umas das outras, numa vala estreita com

cerca de 7 cm de profundidade. Os feijoeiros-rasteiros,

as ervilhas, o cravo-de-defunto e a couve são bons

companheiros; contudo, as batatas não crescem bem

perto de membros das famílias do pepino e do tomate.

Quando as plantas atingirem 20-40 cm de

altura, apoie-as acumulando terra em volta dos

caules, deixando um terço da planta de fora. A isto

chama-se amontoa. Pode amontoar simplesmente a

terra ou criar suportes usando caixas sem fundo,

reciclando madeira ou pneus, ou empilhando

camadas de terra nova até surgirem as flores.

Colha as batatas «novas» uns meses após as

plantar, desenterrando toda a planta. Para colher batatas maduras para armazenar, não toque nas

plantas antes do final do verão, princípio do outono.

Por vezes, após a floração, as folhas da batateira

começam a amarelecer e a murchar. Se isso

acontecer, suspenda as regas durante cerca de duas

semanas e deixe a natureza seguir o seu curso.

Espalhe as batatas de armazenar em cima de papel

de jornal num local fresco e seco. Em poucos dias

estarão pontas a ser limpas e guardadas a longo prazo.

são legumes de raiz sensíveis que precisam de mais

água do que os outros. Só isso bastou para fazer

deles a nemésis da minha horta urbana durante

alguns anos, até que por fim encontrei o equilíbrio

perfeito e algumas variedades certas.

Elegantemente longa e bicolor, French Breakfast é

uma das perenes que prefiro e Black Spanish Round

é picante e única.

Os rabanetes são dos primeiros hortícolas quesemeio ao ar livre, tanto no chão como em vaso, mal

o solo se encontra suficientemente descongelado

para ser trabalhado. Semeie em fileiras ou nos

espaços vazios entre outras plantas, a intervalos de

2,5-5 cm e a 1,25 cm de profundidade. São

excelentes para repelir infestantes da família das

abóboras. Ao longo da primavera, e novamente no

outono, substitua as plantas que arrancar por

sementes frescas, a fim de garantir uma colheita

regular. Faça um intervalo durante os meses mais

quentes. Nesse caso, alterne com Rat-Tailed Radish

(Raphanus sativus, Caudatus), uma variedade

asiática antiga que, em vez de raízes, produz

saborosas vagens com o gosto do rabanete.

 Arranque os rabanetes quando eles atingirem

1,25 cm de diâmetro, ou assim que a parte superior

irromper da terra. Deixe que as raízes esquecidas

produzam flores leves e picantes e use-as em

saladas, mas não consuma as primeiras nessa fase.

RECEITA

Tiras de Raízes Assadas

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• 1 cenoura grande

• 1 bata ta g rande

• 1 ba ta ta -doce g rande

• 1 beterraba grande

• 2 colheres de sopa de azeite

• 1 colher de chá de tom ilho fresco picado

• 1/2  colher de chá de alecr im fresco picado

• Sal e pimenta

 A s batatas as sada s são um a delícia, como todos

nós sabemos, mas estas tiras de legumes de raiz sãoigualmente fáceis de preparar e um pouco mais

originais. Pode substituí-las por qualquer legume de

raiz, hortaliça, aipo ou rutabaga. Enquanto os

legumes estiverem a assar, deite um alho ou dois no

tabuleiro, sensivelmente ao fim de 30 minutos -

resultado: um sabor a alho cremoso! Uma delícia.

1. Pré-aqueça o forn o a 200 °C. C orte os legum es

em tiras de 1  cm de largura e coloque-as num

tabu leiro com azeite e ervas. Não descasque os

legum es - é na casca que estão as vitaminas.

2. Asse aproxim ada me nte dura nte 40 minutos,

virando-as de vez em quando, até todos os

lados terem alourad o e as t iras estarem

com pletame nte cozidas.

3. Sirva com  Ketchup  Delicioso de Pimentos

Vermelhos (página 105), ou regadas com um dosVinagres de Ervas e Flores (página 196), e terá

uma versão po mp osa das vulgares batatas fr itas

com ketchup.

Para 2-4 pessoas

CULTIVAR

Batatas no Contentor do Lixo M

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Tecnicamente falando, as batatas não são raízes,

mas sim tubérculos, excrescências bulbosas (e tão

saborosas) que na verdade crescem a partir do

caule. As batatas cultivadas em vaso desenvolvem-

-se de forma curiosa, produzindo uma parte aérea

que gosta de ter o solo amontoado em seu redor à

medida que vai crescendo. Quando chegar o outono

e desenterrar pilhas de batatas saborosas, epreparar com elas a melhor refeição à base de

hidratos de carbono que provou na vida, vai

entender a lógica subjacente à semeadura deste

tubérculo no fundo de um recipiente muito grande.

 A ESCOLHA DO RECIPIENTE

Qualquer ve lho contentor do lixo serve, seja ele

de plástico ou de metal galvanizado. Um contentor

de metal como o da Rua Sésamo talvez corresponda

mais ao seu estilo, mas não esqueça que, à torreira

do sol, a capacidade de absorção de calor por parte

do metal pode assar as suas batatas antes de tempo.

PRECISAR DE

berbequim com uma broca de 1/2" ou um prego grande

con tentor do l ixo grande (mínimo: 48 cm de altura)

5tijolos ou dois pedaços de madeira com 2,5 x 10 cm

>strato para vasos

atas de semente

Preparação das Batatas de Semente: Plante as

batatas de semente pequenas inteiras. Os tubérculos

grandes precisam de ser cortados em pedaços com

cerca de 3,8 cm de espessura. Deixe os pedaços a

curar durante uns dias, para evitar o apodrecimento.

1. Com o auxílio de uma broca ou do um prego grande,

faça vários furos no fundo do contentor do lixo. Sugiro

pelo menos dez buracos para uma área de,

aproximadamente, 38 cm de diâmetro. Abra mais

b d l d fi d d i i d

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buracos dos lados, a fim de reduzir o risco de

apod recimen to em condições muito húmidas e

chuvosas. Distribua uniformemente os tijolos por baixo

do contentor, para fazerem de suportes e

proporcionarem uma boa drenagem. Blocos de madeira

ou de cimento tam bém servem - qualquer coisa que

impeça o recipiente de assentar numa poça de água.

2. Encha o recipie nte com uma camada de 15 cm de

substrato. Espalhe uniformemente pela superfície

batatas de semente inteiras ou em pedaços, deixando

intervalos de 12-15 cm entre elas. Cubra com 5-7 cm

de terra e regue ligeiramente. Mantenha o solo

adequadamente húmido (mas não encharcado) e, ao

fim de uns dias, verá os reben tos irro mper à superfície.Espantoso, não é?

3. Quando os caules das plantas atingirem cerca de 20 cm

de altura, junte umas mãos-cheias de terra, até que cerca

de dois terços das batateiras estejam cobertos. Repita o

processo até as plantas chegarem à borda do contentor e

começarem a dar flor. Entusiasme-se! Mantenha as

plantas bem regadas durante este período para que o

solo fique húmido mas não empapado. Para mais

informação sobre o cultivo, veja «Batatas», na página 110.

4. Quando as suas plantas acabarem de da r flor,

começarão a amarelecer e a morrer. Reduza bastante

as regas, permitindo que a parte aérea seque.

5. Ao fim de poucas semanas, quan do a pa rte aérea tiver

murchado, colha as batatas inclinando o contentor,

para que elas caiam, ou desenterre-as com uma pá, se

quiser um método mais asseado. Felicite-se esaboreie-as sem demora.

Todo o procedimento, do princípio ao fim, deve levar 

 Abóboras de Verão e de Inverno

Queixar-se de excesso de abóboras é um rito de passagem para o 

horticultor, em especial no que diz respeito a curgetes, também conhecidas 

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p q p g

por abóboras de verão - uma só planta é capaz de inundar a cozinha de 

legumes de um dia para o outro. Mas eu cá não me queixo! Venham elas! Por sua vez, as abóboras de inverno, cujo crescimento é lento, são uma 

provocação, pois parecem levar séculos a atingir a maturidade. Mas vale a 

pena ter paciência. Estes legumes foram feitos para durar, aguentando 

meses e meses sem nos exigir esforços ou cuidados especiais.

Cultivar Tanto as abóboras de verão como as de inverno são plantas

 vorazes, ávidas de todo o sol, toda a água e todos os nutrientes que

lhes puder dar. As curgetes são as menos exigentes, produzindo

plantas e frutos mais pequenos que nos dão tudo o que de bom

recebem e terminam o seu serviço assim que as abóboras de

inverno põem os seus motores a trabalhar.

Infelizmente, uma série de infestantes e doenças tenta chegar às

nossas abóboras antes de nós. O mal não é nosso, é deles! Pode

algumas folhas à medida que as plantas se forem desenvolvendo,

para reduzir a humidade e prevenir as doenças. Tenha cuidado com

a larva mineira da abóbora, o escaravelho-do-pepino, o piolho-do-

-pepino e os afídeos. Cultive as abóboras perto de manjericão, feijão,chagas, cebolas e rabanetes, mas não devem suceder-lhes outras

cucurbitáceas. Quando muito, experimente plantar alguns

membros da família que se deem bem com bom tempo.

Todas as abóboras, sejam elas quais forem, precisam de espaço

- dê-lhes bastante, quer na horta, quer no vaso. As rasteiras

provavelmente vão acabar num grande emaranhado, mesmo que

não lhes falte espaço. Não hesite em ampará-las numa treliça forte e

resistente, se quiser manter a sua horta bonita e ordenada.

Faça a sementeira num local coberto, 2-4 semanas antes da

última geada, para que a época de crescimento comece cedo. De

uma maneira geral, é seguro levar as suas plantas para o ar livre

2 semanas após a última geada na sua região, mas se o tempo estiver incerto espere mais 1

semana. Quando chegar a altura de as plantar na horta, coloque um monte de composto em cima

da terra, com uns 30 cm de diâmetro, e insira nele duas ou três plantas. Proteja as jovens plantas

de vagas de frio inesperadas cobrindo-as com garrafas de plástico às quais cortou o fundo.

CULTIVO EM VASO

Escolha recipientes grandes e muito

largos - sim, mesmo para os tipos

arbustivos; estes não são para

brincadeiras! Qua nto ma ior o vaso, melhor

se vai desenvolver a sua planta e mais

abundante será a colheita!

 A b ó b o r a d e V e r ã o (A r b u s t iv a):

Rendimento: Médio

Profundidade Mínima: 10-30 cm

Variedades:  As an tigas e com pa ctas ,

como Wo od's Prolific Scallop e Ronde de

Nice; híbridas mais pequenas, como

Spacemiser e Sunburst.

 A b ó b o ras d e In v ern o e A b ó b o r a-m en in a :

Rendimento: Baixo

Profundidade Mínima: 35-40 cm

Variedades: Table Bush Queen, Delicata,

Cheyenne Bush (abóbora-menina)

Mais Conselhos: Os recipientes com rega

automática ajudam a regular a humidad e

do solo ao longo de 4 meses de

cresc imen to - ver «Plante e Esqueça (ou

quase)», na página 54.

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 A p a r ti r d o can to su p e ri o r esquerd o , no se n ti do

dos po nte iros do re lóg io: ar ranque as abóboras-

-ba r re te -de-padre e a va r iedade Go lden Acorn

ainda pequenas e tenras; Buttern ut é uma

var iedade popular para guardar no inverno;

cu l t ive Ronde de Nice num vaso grande; Turk

Turban é uma abób ora de inverno.

Problemas com a Polinização As abóboras, os pepinos e os melões produzem,

todos eles, flores distintas masculinas e femininas

na mesma planta, em vez de juntarem todas as peças

numa só flor. Se a sua planta produzir muitas flores

cobrem o vaso de um dia para o outro - e são

deliciosas.

 As pequenas curgetes crescem de forma rápida

e enérgica; arranque-as torcendo-lhes o pé quando

medirem, no máximo, 7-15 cm. As mais pequenas

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p p

mas nenhum fruto, precisa de intervir. Permita-me

que lhe dê uma aula de educação sexual floral.

 A flor feminina produz frutos e distingue-se por

uma abóbora minúscula localizada imediatamente

atrás das pétalas, à espera de ser fertilizada pelo

pólen da flor masculina. Colha uma flor masculina

(identificada por um longo caule situado atrás das

pétalas) e, com cuidado, abra as pétalas exterioresdeixando à vista o pólen. Esfregue o pólen nas

partes femininas da flor. Parabéns, acabou de criar

uma curgete bebé!

 As plantas produzem, em geral, um ramo de

flores masculinas muito antes de as femininas

finalmente aparecerem. Não se preocupe; haverá

muito tempo para que os frutos se desenvolvam.

Entretanto, arranque as flores assim que elas

abrirem e consuma-as ao jantar. As flores de

abóbora recheadas são divinas - melhores ainda do

que o fruto. Recheie-as com queijo e ervas

aromáticas, mergulhe-as num pouco de polme e

frite-as para ficarem estaladiças. Uma delícia!

 Abóbora de Verão(Cucurb i ta  pe po) - Fa mí lia da s Cu curbi tá ce a s (Cucurb i taceae)

 A curgete é, de longe, o tipo de abóbora mais

produtivo e fácil de cultivar numa horta pequena.Trata-se de um vegetal versátil que apresenta uma

enorme diversidade de formas, dimensões e cores,

incluindo o habitual tipo cilíndrico, verde, branco,

amarelo, de colo torto, redonda ou crenada. As

plantas, por sua vez, podem ter duas formas,

arbustiva ou rasteira, sendo a primeira mais

adequada a espaços pequenos e vasos amplos com

um mínimo de 38 cm de profundidade. Costata

Romanesco é antiga e popular, com belas folhas que

têm melhor sabor e ao colhê-las regularmente

assegura uma colheita contínua até ao final do verão.

 Abóbora de Invernoe Abóbora-menina(Cucurb i ta moschata e Cucurb i ta max ima) - Fa mí lia da s

C u c u r b i t á c e a s (Cucurb i taceae)

 As abóboras de inverno são enormes, com

plantas e frutos maiores do que as suas primas

estivais, sendo, portanto, mais exigentes em todos

os aspetos, em especial no que diz respeito à água.

Exigem também maior quantidade de nutrientes e

são conhecidas por se darem bem quando plantadas

diretamente no recipiente do composto. Se o seu

compostor goza de sol direto, porque não

experimentar?

Existe uma grande abundância de variedades de

abóbora de inverno com diversas cores e formas

nodosas, cheias de protuberâncias. A abóbora-

-bolota é um clássico, mas porque será queinsistimos nela quando há tantas à espera de serem

provadas? Se tem espaço suficiente, arrisque e

cultive uma abóbora fabulosamente feia/bela como

Marina di Chioggia, Black Futsu ou Musquee de

Provence.

 Afaste do chão os frutos jovens ainda emdesenvolvimento, apoiando-os em tijolos, vasos

 virados ao contrário ou latas, a fim de os salvar da

podridão e dos ataques dos infestantes. Comece a

procurar sinais de amadurecimento no final do

 verão, início do outono. Colha-as quando a parte

aérea das plantas murchar e a pele estiver

demasiado rija para a riscar com a unha. Mantenha

a abóbora na planta até ela estar completamente

madura, pois será mais fácil de armazenar.

RECEITA

 Dip  de Curgetes Assadas

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Uma ou duas vezes por época, uma curgete

perde-se no emaranhado de folhas, ou é

simplesmente esquecida, e eu deparo com uma

abóbora gigantesca. Torna-se um vegetal que é

impensável consumir, de tão rijo, seco e lenhoso

que é; no entanto, a ideia de deitá-lo fora parece-me

errada. Esta receita nasceu da tentativa de tornar o

que não é comestível delicioso.Sirva este dip  com legumes cortados em tiras

longas, batatas fritas ou bolachas de água e sal.

É também delicioso barrado no pão, como

alternativa aos condimentos tradicionais.

1. Pré-aqueça o forn o a 200 °C. C oloq ue acurgete, a cebola e o pimento, com casca, num  /   

tabuleiro de forno. Regue os legumes com o

azeite, polvilhe-os com o sal e deixe assar

durante 45 minutos, virando-os de vez em

quan do en quan to cozinham.

2. Deixe arrefe cer du ran te 15 minu tos.

3. Separe as cascas esturricad as da polpa macia

dos legumes e deite-as fora. Coloque os

legumes no l iquidif icador. Junte os restantes

ingredientes e tr iture até ob ter uma m istura

homogénea.

4. Leve ao frig o rífico e sirva.

Total: 2-3 taças

• 1 curgete grande (cerca de 1 qui lo) cortada ao meio

• 1 cebo la pequena cor tada ao meio

• 1 p ime nto vermelho ou verde cortad o ao meio

• 1 colher de sopa de azeite

• 1 pita da de sal

• 1 dente de a lho

• 1 colher de sopa de sumo de l imão

• 1 colher de chá de orégãos f rescos ou secos

• 1 malagueta pequena (ou a gosto)

RECEITA

Caldo de Legumes Muito Fácil

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7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

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Não gosto da maioria dos caldos disponíveis no mercado.

Quanto a mim, têm um aroma desagradável - demasiado

salgado e nada parecido com o dos ingredientes

discriminados na embalagem. Mas um pouco de caldo nas

sopas e guisados é muito melhor do que água. Felizmente,

preparar um caldo em casa não podia ser mais fácil. E é

sempre uma forma de introduzir no cozinhado um pouco

mais da sua produção hortícola. Aproveite os caules dos

espargos, a parte verde do alho-francês, as maçarocas de

onde já se retiraram todos os grãos de milho e a salsa que

está a invadir o jardim.

Praticamente tudo o que esteja apto para ser consumido

pode ser usado num caldo, com algumas exceções, como

couve, couve-flor, brócolos e beterrabas, que têm um sabordemasiado intenso. Lembre-se de que ninguém consegue

transformar água em vinho - não use as partes velhas,

podres, estragadas e deite-as, essas sim, para o compostor.

1. Lave e pique grosse iram ente os legum es e as ervas

aromáticas. Deixe os caules das ervas intactos, mas

descasque os legumes.

2. Deite tudo numa panela de sopa grande ou pequena

(conforme a quantidade) e cubra com água.

3. Leve ao lume e, quando levantar fervura , baixe a

temperatura e deixe cozinhar durante 1  hora.

4. Coe o con teúd o num passador. Deite o precioso líquido

em frascos e os legumes pisados no compostor. Guarde

o caldo no frigorífico ou, se quiser usá-lo a longo prazo,

no congelador.

INGREDIENTES

LEGUMES

• Cebolas

• Alho

• Alhos-franceses

• Cenouras

• Aipo

• Alface

• Tomate

• Feijão-verde• Batata-doce

• Pastinaca

• Caules de

espargos

• Abóbora

• Ervilhas

• Maçarocas

• Chalotas

• Acelga

PARA CALDOS

ERVAS

AROMÁTICAS

• Cebolinho

• Tomilho

• Salsa

• Manjerona

• Alecrim

• Manjericão

 Acelga(Beta vulgar is , G r u p o Cic ia) - Fa mí lia da s Be te rra ba s (C h e n o p o d i a c e a e)

Page 111: Faça a Sua Horta Biologica

7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

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 A acelga é uma planta linda, com folhas grandes e enrugadas em 

maravilhosas cores luminescentes. Mas a verdadeira magia da acelga reside na sua capacidade de se dar bem em praticamente todos os sítios  

sem exigir quaisquer cuidados. Se ainda não a plantou na sua horta, está a 

perder um alimento delicioso e fácil de cultivar.

Cultivar  A acelga adora os recantos soalheiros da horta, embora tolere

alguma sombra. Não é particularmente voraz, mas atingirá todo o

seu esplendor se lhe proporcionar um solo rico e com boas condições

de drenagem. Aplicações ligeiras e mensais de emulsão de peixe e

algas marinhas embelezam as suas exuberantes folhas e conferem-

-lhe um brilho mais intenso.

 A acelga é conhecida nalguns países por «espinafre perpétuo»,

por não espigar com o calor; no entanto, suporta tempefaturas

 baixas. Uma infestação de pulgões reduzirá a sua beleza, mas a

 verdadeira desgraça é a lagarta mineira, que pode ser combatida se

remover as folhas inferiores com regularidade. A doença e os

problemas com pragas são, em geral, o resultado de falta de sol ou de

pouco espaço para o desenvolvimento das raízes. Cultive acelgas junto de membros da família das couves, alfaces, borragem e feijão,

mas afaste-as das beterrabas e dos espinafres.

 A tradicional acelga de caule branco é bonita, mas Bright Lights e

Five Color Silverbeet são especialmente atraentes.

Semear e Plantar Faça a sementeira ao ar livre, no lugar definitivo, 2 semanas antes da

última geada. Em alternativa, plante as sementes em rolos de papel

higiénico (ver «Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico», na página

27) e transplante depois para a horta, a intervalos de cerca de 20 cm.

Colher 

CULTIVO EM VASO

Cultive em vasos pequen os se quiser

plantas imaturas para usar em saladas.

 Acelga:

Rendimento: Elevado

Profun didade Mínima: 25 cmVariedades: Todas; Pot of Gold,

Rhubarb, Golden

Mais Conselhos: Depois de atingirem

a maturidade, as plantas produzem

raízes longas que não tardarão a

encher o vaso em que se encontram.

Como a acelga é boa em todas as fases, a melhor altura para a

acolher é, na realidade, uma questío de gosto. Se prefere a acelga jovem, corte as folhas a 1,30 cm

do solo, quando tiverem poucoa c#ntímetro» de comprimento. Colha as folhas maiores e os caules

noln nrnriiiii dflixAluln llliz t 5 Cm do Caule intactos

Tomate(Lycopersicon esculentum) -  Família da erva-moura e do tomate (Solanaceae)

Como descrever o melhor hortícola do mundo para cultivar em casa?

Page 112: Faça a Sua Horta Biologica

7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

http://slidepdf.com/reader/full/faca-a-sua-horta-biologica 112/177

p

O cheiro intenso das suas plântulas alinhadas no parapeito da janela é hoje 

símbolo da chegada da primavera e põe-me sempre aos gritinhos como 

uma pré-adolescente. Se, digamos, por um cruel capricho do destino, eu só 

pudesse cultivar uma planta até ao fim dos meus dias, escolheria sem 

dúvida o tomate. E morreria feliz.

Cultivar Os tomates são adoradores do sol e precisam dele durante

6 horas por dia; nem sequer tente ignorar essa exigência.

 A sombra, eles pura e simplesmente não produzem. O solo tem de

ser fértil, com boas condições de drenagem, embora eu tenha

deparado com tipos silvestres a crescer nas piores condições

imagináveis.

Grandes ou pequenos, os tomates são superprodutores - um

tipo de esforço capaz de dar cabo de qualquer planta! Dê-lhe uma

 boa quantidade de azoto no início da época, enquanto as plantas

estão a criar folhas e caules. Azoto em excesso pode, porém, dar

origem a uma planta de folhagem exuberante mas que não produz

frutos. E nós queremos esses frutos! Quando os botões

aparecerem, reduza o azoto e vá juntando potássio de 2 em 2

semanas.

O modo de regar o tomate é tão importante como a quantidade

de água utilizada. Molhar as folhas quando o ar não circula

devidamente em volta da planta é o mesmo que convidar todos os

tipos de doenças fúngicas e virais a instalarem-se. Os tomateiros

têm uma aversão especial a muita humidade, mas gostam de beber bem de vez em quando. O truque é regar com abundância

mas pouca frequência, concentrando o fluxo no solo. Aumente a

quantidade de regas durante vagas de calor e longos períodos de

seca, mas dê-lhes sempre uma boa quantidade de água de cada

 vez. Cobrir o solo em volta das plantas impede que a humidade se

escape e que a água salpique as folhas inferiores.

CULTIVO EM VASO

Regue as plantas envasadas uma vez por

dia (ou mais, durante vagas de calor).

Tomateiro (Desenvolvimento

Indeterminado):

Rendimento: Médio

Profun didade Mínima: 40-45 cmVariedades: Black Krim, Zapotec Pink

Pleated, Brandywine, Purple Calabash

Mais Conselhos: Cu ltive uma planta por

vaso independentemente do seu

tamanho. Os tom ateiros são plantas de

raízes grandes; a estratégia de dobrar a

colheita mais não conseguirá do que

duas plantas pouco saudáveis e nenhumaprodução. Num recipiente grande,

cultive tomateiros junto de manjericão,

flores ou alfaces.

Tomateiro (Desenvolvimento

Determinado e Semideterminado):

Rendimento: Médio-elevado

Profundidade Mínima: 30 cm

Variedades: Whippersnapper, Green

Grape, Black Seamen, Silver Fir Tree

Tomateiro (Híbrido Anão):

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 15 cm

Variedades: Tiny Tim, Toy Boy

Purple Calabash tem um sabor forte e picante

que é uma delícia em molhos.

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QUAL É A DIFERENÇA?

Nem tod os os tomateiros são iguais.

Foram classificados segun do o hábito de

crescimento, para po ssibilitar um m elhor

entendimento das inúmeras variedades

i C h dif

Um solo consistentemente húmido também é importante na

prevenção da podridão apical (página 72). Verifique os níveis de

humidade durante o amadurecimento dos frutos - ter a mão

pesada na mangueira pode dar origem a frutos moles e

farinhentos que se racham facilmente.

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existentes. Conhecer essas diferenças

logo à partida c onstitui uma grande ajuda

na hora de escolher o tomateiro ideal

para as condições de crescimento e o

gos to de quem o cultiva. Além disso, é

preciso não esquecer que as dimensões

da planta nem sempre determinam o

tamanho do fruto. Algumas plantas

gigantescas produzem tomates

minúsculos e algumas plantas grandes

têm frutos que só se podem consumir

cortados às rodelas. Daí que conhecer as

categorias seja importante, tal como ter

uma ideia sobre cada variedade antes de

deitar a semente à terra.

Os tomateiros de desenvolvimento 

indeterminado são os avôs do mundo do

tomate. Desenvolvem plantas maciças e a

sua produção prossegue até a geada lhe

pô r fim. Muitas das variedades mais

deliciosas são de dese nvolvimen to

indeterminado, razão pela qual todos

queremos cultivá-las. Os ho rticultores

urbanos devem optar por recipientes de

grande tam anho para m elhores colheitas.

Os tomateiros de desenvolvimento 

determinado, arbustivos e mais

pequenos, maximizam o seu crescimento

a dada altura e produzem todos os frutos

ao mesmo tempo.

Os tomateiros de desenvolvimento 

semideterminado param de crescer

como os de crescimento determinado

mas têm duas produções, tal com o os de

crescimento indeterminado.

Os híbridos anões são plantas muito

pequenas que dão frutos do taman ho de

cerejas. São a melhor opção para cestos

suspensos e floreiras de janela.

Enquanto estiver a regar, aproveite para inspecionar as

reentrâncias e fissuras, em busca de lagartas, afídeos, lesmas e

sintomas de doença.

 Apesar de o tomate ter fama de adorar sol, temperaturas

excessivamente elevadas no verão podem fazer com que as flores

caiam antes de produzirem semente. Por vezes, basta esperar que

a vaga de calor passe; as plantas recuperam e desatam a produzir

frutos assim que as temperaturas descem. Em casos extremos,pode sempre tentar cobrir as plantas ou pulverizar as flores novas

com sais de Epsom (página 77).

Semear e Plantar Faça a sementeira num local coberto, 6-8 semanas antes da

última geada, mas preste atenção às condições meteorológicas

e cubra as plantas com estufas em miniatura ou c l o c h e s ,  caso

ocorra uma vaga de frio. Os tomateiros criam raízes ao longo do

caule, proporcionando diversas formas de criar plântulas. Pode

plantar em profundidade, enterrando o caule na vertical, ou abrir

uma pequena vala e enterrar nela o caule, na horizontal. Ambos

os métodos dão bons resultados, mas com o horizontal é difícil

usar uma proteção contra roscas (página 75). Seja qual for o

método que escolher, remova primeiro as folhas inferiores,

mantendo apenas o topo da parte aérea no solo. Junte um pouco

de vermicomposto ou composto à cova, antes de a encher com

terra.

Os tomates apreciam, quer no solo, quer em vaso,

companheiros como o manjericão, a borragem, as t a g e t e s , aalface, a calêndula, as chagas, os membros das famílias da couve

e da cebola. Cultive longe do endro, do funcho e das batatas.

 Ampare as variedades altas, antes ou logo depois de plantar.

Não é indispensável; no entanto, as plantas amparadas podem ser

cultivadas a intervalos de 5 cm, ao passo que as rasteiras

precisam de um espaço com o dobro da sua altura.

O método que prefiro para amparar plantas em espaços

pequenos consiste em enterrar quatro estacas no chão formando

um quadrado e prendê-las em cima, com cordel ou arame,

obtendo-se uma espécie de tripé e pondo uma

planta a trepar por cada lado. Parece-me uma

maneira eficiente de usar o espaço e mais bonita do

que uma fila de postes a lembrar um cemitério.

 À medida que as plantas crescem, ate sem apertar

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os ramos com cordel, ráfia ou tiras cortadas de

 velhas t-shirts ou meias de senhora.

Podar  As plantas amparadas precisam de ser podadas

no início da época de crescimento; o processo

orienta o crescimento para um único caule principal

que acabará por produzir frutos grandes esumarentos. Corte as pontas dos lançamentos

inferiores, bem como dos caules novos que surgem

entre os ramos, conhecidos por «ladrões», deixando

ficar as folhas do topo, para alimentar a planta e

fornecer-lhe sombra.

 A primeira geada forte do outono mata todasas plantas deixadas no solo. Nos climas onde as

estações do ano são mais curtas é melhor cortar

as pontas dos tomateiros de crescimento

indeterminado no final do verão, para que toda

a energia se concentre, durante todo o tempo,

no desenvolvimento dos frutos remanescentes.

Colher Os tomates estarão prontos a colher quando

adquirirem a cor que devem apresentar quando

maduros, quando parecerem macios ao toque e

souberem maravilhosamente bem numa sanduíche.

O m étodo d o tripé também funciona em vasos,

mas cada um não deve ter mais de uma planta.

 Aqui, Black Brandywine, uma var iedade alta de

tomate de desenvolvimento indeterminado,cresce num contentor do lixo metálico junto a 

perilas lox.ts • cravoa-de-dofunto.

RECEITA

Molho de Tomate Black Plum Fumado

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Este é, sem sombra de dúvida, o molho de tomate mais delicioso e

fácil de fazer que alguma vez preparei. Assar os tomates no forno

permite que os sucos caramelizem, criando um molho rico e

aveludado. Black Plum é a variedade mais adequada. Possui

naturalmente um gosto a fumado que o forno intensifica. Não tenha

medo de substituir esta por outra variedade de tomate-chucha -

todas ficam uma delícia cozinhadas desta maneira.

• 2,250 kg de tomate-chucha

• 2 colheres de sopa de azeite

• 1 colher de chá de sal marinho

• 4 folhas grandes de manjericão

(facultativo)

• 3 dentes de alho (facultativo)

3. Co loque o tab ule iro na posição do meio e deixe assar duran te

30-40 minutos, ou até as cascas do tomate se apresentarem

levemente chamuscadas.

4. Deixe o tabu leiro arrefecer durante 20 minutos. Cuidado,

porque os tomates assados ficam a ferver!

5. Num liqu idifica do r ou passador chinês (cónico e metálico)

colocado em cima de uma tigela grande, pise os tomates com

uma mão de almofariz em madeira, poucos de cada vez,

de itando fora as peles e as sementes.

6 . Use de imed iato ou gua rde no frigo rífico du rante uma semana.

1. Pré-aqueça o forn o a 200 °C. Disponha os tom ates inteiros num

tabuleiro de forno.

2. Regue os tom ates com o azeite e po lvilhe com o sal. Entale as

folhas de manjericão e o alho, se usar, entre os tomates, para

que os sucos libertados os humedeçam.

Total: cerca de 5 chávenas

C U L T I V A R

Tomates “de Pernas para o A r”

C h ti lt lti

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VAI PRECISAR DE

• Um balde com pega me tá li ca

• Um berbequ im e um a b roca de 2"

• Tesoura

• F ibra de coco para for rar  

• Plântulas de tom ate iro

• Su bstrato para vasos

• Dois ou três pés de man jer icão (na fotog raf ia:

Purple Ruff les e Pesto Perpetuo)

Como horticultora que cultiva num espaço

minúsculo, estou sempre à procura de maneirasde ter mais uma planta, seja aquele tomate que

não dispenso, ou o manjericão Cinnamon que

adoraria ter na minha horta. Cultivar tomates ou

malaguetas de pernas para o ar torna mais fácil a

sua manutenção e há quem diga que até os faz

produzir muito mais - sem ser necessário

ampará-los! Consigo sempre arranjar espaço em

cima para um manjericão. Crise ultrapassada.

 A ESC OLHA DO RECIPIENTE

Opte por baldes fundos com uma pega metálica

resistente; as de plástico não suportam o peso. Um

 balde velho com acessório para a esfregona é

duplamente útil, pois não perde a forma e oferece

mais um lugar para plantar.

 A ESCOLHA DO TOM A TEIR O

O tamanho do seu balde determinará o tipo de

tomateiro que vai cultivar; mas os tomateiros que setornam médios a pequenos depois de atingida a

maturidade e dão frutos do tamanho de cerejas são

a opção ideal.

E x p e r i m e n t e : Peacevine Cherry, G old Rush Curra nt ou

uma var iedade s il ves tre , como C heeseman's ou M at t 's

W i ld Cherry .

1. Vai precisa r de um sítio para pen du rar o seu

tom ate iro de pernas para o ar a me io da

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tom ate iro de pernas para o ar a me io da

preparaç ão d o b alde e, por isso, é boa ideia

dec id i r onde o vai co locar e preparar tudo antes

de começar . Como depo is de o encher com terra o

recip iente f icará m ui to pesado, pend ure-o num

sup orte suf ic ienteme nte robu sto para ague ntar o

seu peso.

2. Ab ra um buraco no fun do do ba lde com a broca

de 2 ".

3. Com uma tesoura, corte um círculo de f ibra de

coco com 17,7 cm de d iâm etro. A bra uma ranhura

no centro. Isso manterá a planta no lugar até criar

raízes e im ped irá que a terra caia pelo buraco do

balde.

4. Vire o balde ao con trár io e, com cuidado, insira o

torrã o da plântula no buraco, c om o se estivesse a

plantá- lo.

5. Volte a virar o balde, de m od o que f iqu e outra vez

com o lado inter ior para cima, segurando a planta

para ela não sair do lugar. Agarre a fibra de coco,

abra a respetiva ranhura e insira nela o caule da

plântula. Feche a ranhura. Desse modo, o caule

f icará f irme m ente preso ao balde.

6 . Pendure o balde pela pega e encha-o com

sub strato para vasos.

7. Plante na sup erfície do ba lde o m anje ricão ou

outra erva aromá tica de raiz curta. P lantar no lado

superior ajuda a manter a terra húmida e embeleza

o arranjo.

Ca pít u l o  8:

FrutosPor maior boa-vontade que tenhamos, a fruta resultante da agroindústria  

não se compara à cultivada de forma tradicional E de uma maneira geral

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não se compara à cultivada de forma tradicional. E, de uma maneira geral,  

insípida, sempre pulverizada e nunca fresca. Cresci numa região produtora  de fruta mas só quando comecei a cultivar os meus próprios frutos é que 

tive uma experiência religiosa com um morango.

Não é possível eliminar completamente os pesticidas da superfície delicada e texturada dos

pequenos frutos. Há resíduos que nunca mais saem das cascas e do solo. Trabalhei um verão naapanha da fruta, no início da minha adolescência, e o perigo maior não era cair do escadote nem

ficar com dores nas costas ao fim de tantas horas com o corpo dobrado, mas sim os pesticidas. As

árvores, as plantas e os frutos estavam cobertos deles. Nunca mais me esqueci do seu cheiro nem

da sensação de os ter colados à pele.

Tentei dissuadir-me a mim mesma de cultivar frutos inúmeras vezes, alegando falta de espaço,

conhecimentos e tempo. Mas todas essas desculpas se esquecem no instante em que olhamos para

o nosso primeiro fruto maduro. A fruta cultivada por nós nunca, mas nunca, nos dececiona.

Há plantas frutíferas de todas as formas e dimensões, desde espécies pequenas a árvores

majestosas, passando por todas as outras. São também oriundas dos mais diversos climas.

Conhecer a origem da planta e o modo como se desenvolve espontaneamente proporciona

informação sobre o que há a fazer para que ela se sinta feliz no seu jardim. A maioria dos frutos

provém de plantas perenes que se manterão anos a fio no seu jardim, por isso, é do seu interesse

fomentar a saúde das suas plantas, tanto a curto como a longo prazo. Cuidados regulares semanaise manutenção anual, incluindo a poda e a melhoria do solo, garantem um bom retorno do

investimento e colheitas cada vez melhores.

Tal como os legumes, as plantas frutíferas crescerão melhor e terão produções mais suculentas

se lhes der espaço para respirarem. Quando cultivar em vaso, procure variedades anãs, que dão

frutos mais pequenos, e não poupe no tamanho do vaso. Mude para vasos maiores ao fim de

poucos anos e junte mais terra nova todos os anos.

Coma os preciosos cunquates de uma só vez

(com cascas e tudo) ou use-os no martíni em

vez de azeitonas. As árvores compactas são

ideais para cultivar em espaços pequen os ou

vasos de tamanho médio.

Mirtilos(Vaccinium corymbosum) -  Família das Ericáceas (Ericaceae)

Se tiver espaço, estes arbustos formam uma bela sebe comestível, com  

f lh ilh lh S

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folhas que apresentam maravilhosos tons vermelhos no outono. Se não  

tiver, pode à mesma cultivar algumas plantas em vasos. Os arbustos muito 

altos precisam de um vaso bastante grande, mas têm raízes curtas e a 

planta é suhcientemente resistente para sobreviver num telhado. Poderá 

colher mirtilos durante décadas!

Cultivar Os mirtilos crescem espontaneamente, sobretudo em orlas de

florestas de coníferas, o que diz muito sobre o tipo de solo e as

condições que preferem. São um dos poucos frutos comestíveis

que se dão bem num solo ácido, o que é uma boa notícia para

quem tem no quintal um pinheiro em cuja vizinhança nada cresce.

Os mirtilos gostam de sol direto e de um solo que retenha bem a

humidade mas com boas condições de drenagem. Confuso, eu sei.

Mas pense no solo que encontramos nas florestas de coníferas:

muito leve e arejado, mas rico em matéria orgânica proveniente de

folhas e agulhas caídas. As plantas de baga toleram sombra

parcial, contudo, produzem colheitas maiores em locais soalheiros

e pouco expostos aos ventos.

Pode as plantas no final do verão ou no início da primavera,

altura em que ainda se encontram inativas. Os mirtilos produzem

frutos nos ramos mais jovens, por isso elimine os lançamentos com

mais de 5 anos de idade, bem como os doentes, quebrados e mortos.

Desbaste um pouco o centro para desencorajar problemas fúngicos.

Semear e Plantar Plante arbustos inativos logo no início da primavera, assim

que o solo possa ser trabalhado. Nos climas amenos, plante no

final do outono. Junte muito composto e matéria orgânica ao solo

na altura de plantar. Os arbustos altos precisam de, pelo menos,

182 cm de distância das outras plantas, mas os baixos podem ter

apenas 60 cm de intervalo. Abra uma cova que tenha uma

profundidade igual à do vaso e regue bem.

Os mirtilos são espécies de autossementeira, mas esta nem

sempre corre bem. Terá excelentes colheitas se cultivar, pelo

CULTIVO EM VASO

Os mirtilos precisam de um clima frio; no

entanto, as suas raízes curtas podem

gelar no vaso, se o inverno fo r gélido.

Escolha variedades resistentes ao frio.

M i r t i l o s :

R e n d i m e n t o : Elevado

P r o f u n d i d a d e M í n i m a : 40-50 cm

V a r i e d a d e s : Blueray, Northland, Patriot,

Top Hat (anão compacto para climas

quentes)

Mai s C onse l hos : No inverno, embrulhe

os vasos em serapilheira e coloque-os

num local abrigado ou dentro de um

barracão fresco.

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menos, uma outra variedade, a fim de promover

a polinização cruzada. Arranque as flores nos

primeiros anos, se lá conseguir chegar, para que

a planta invista toda a sua energia na produção

de raízes fortes. Pode parecer muito aborrecido,

mas vai permitir colheitas melhores no futuro

- as plantas continuam a produzir durante décadas. A vantagem das plantas envasadas é que pode

sempre levá-las para onde quiser.

Colher  As diversas variedades estão prontas a ser

colhidas em alturas diferentes; contudo, a maioria

tende a amadurecer em meados do verão. Não colha

as bagas no minuto em que nc tornam azuis. Espere

3-6 dias, para que atinjam 0 melhor uabor possível.

QUAL É A DIFERENÇA?

Os arbustos de m ir t i lo c lassi f icam-se se gu ndo a sua

altura.

O s arbustos baixos (Vaccinum ang ustifol ium ) são

peq uen os e, em gera l , crescem espo ntane am ente nas

or las das f lo res tas de con í fe ras do Nor te . Me dem menos

de 1,20 m de altura.

O arbustos altos são grandes e cu l t ivados, embora

a lguns possam crescer espon taneam ente . Chegam

a a t ing i r 3 met ros de a ltu ra. Os de t ipo in te rmé d io

si tuam-se entre os outros do is.

Em climas m ui to setentr ionais e fr ios, é m elhor cu l t ivar

arbustos do t ipo baixo, resistentes ao fr io , ou de t ipoin termédio. São poucas as var iedades de arbusto a l to

suf ic ientemente resistentes.

CULT IVAR

Citrinos em Vasos

Talvez eu seja uma pessimista em relação aos

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O cunq uate C entennial, de folhas variegadas, é uma

planta de interior atraente e comestível.

Talvez eu seja uma pessimista em relação aos

climas frios, mas antes de cultivar citrinos em locaiscobertos estava absolutamente convencida de que

essa possibilidade era apenas uma espécie de

desafio cruel lançado pela meia dúzia de

afortunados que possuem estufa própria. Não digo

que seja fácil, mas como já o fiz algumas vezes posso

afirmar que é exequível - e muito divertido!

Os citrinos têm sistemas de raízes curtos e largos,

o que os torna excelentes candidatos ao cultivo em

 vaso, em especial nos climas frios. Existe uma vasta

escolha de variedades pequenas e anãs que se dão

 bem como plantas de interior, em vasos pequenos.

Hoje não é invulgar encontrar variedades maiores

enxertadas, ou inseridas, na vivaz e anã Flying

Dragon (Poncirus trifoliata), a fim de as tornar mais

pequenas, para poderem ser cultivadas em vaso. Key

Lime, o cunquate Centennial e o limoeiro Meyer são

ótimas escolhas que, para começar, não se importam

de ir para vasos de 25-30 cm.

Cultivar O segredo do cultivo de citrinos num local coberto

assenta em três condições: luz forte, humidade

consistente e boas condições de drenagem. Todos nós

sabemos que os citrinos se dão bem em regiões quentes e

soalheiras. Num apartamento, essa situação corresponde

a um local onde bata o sol, como uma janela virada a sul

ou por baixo de iluminação artificial capaz de fornecer 6

horas diárias de sol direto, mesmo nos meses de inverno.

Menos do que isso e o mais certo é aparecerem doenças

ou, na melhor das hipóteses, a planta não produzir frutos.

Regue as plantas em profundidade, mas com pouca

frequência. Verifique sempre se o solo está seco, pelo

menos nos primeiros centímetros de profundidade,

antes de voltar a regar. No inverno dê um duche às

suas plantas uma vez por m il, h»>o  ambiente da sua

casa estiver especialmentc seco.

 A circulação do ar e a drenagem têm uma

importância fundamental; por um lado, os citrinos

adoram água, por outro, podem perder muitas folhas e

acabar por morrer se a água formar uma poça e

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acabar por morrer se a água formar uma poça e

estagnar durante demasiado tempo. Deixe o solo secarum pouco antes da rega seguinte.

Os citrinos são bons produtores, mas produzir flores

e frutos é uma tarefa dura. Precisam de uma grande

quantidade de azoto e apreciam uma aplicação de

composto, estrume, ou farinha de sangue na primavera.

Leve as suas plantas para o ar livre durante o verão

e volte a guardá-las num local coberto antes da

primeira geada. Nos climas quentes (com temperaturas

superiores a 12 °C) pode deixar os citrinos ao ar livre

durante todo o ano.

Plantar 

Compre plantas pequenas e não se dê ao trabalho

de semear. São precisos dez anos para uma plântula ,

alcançar a fase de produção de frutos e nada garante

que ela se vá tornar semelhante à planta original.

Plante as árvores em vasos que sejam, pelo menos,

alguns centímetros mais largos do que o torrão, mas

não muito mais fundos. Use substrato para vasos ricoem nutrientes com ótimas condições de drenagem e

alguma acidez. Embora eu nunca tenha visto à venda

substrato especial para citrinos, pode improvisar um,

misturando 3 partes de substrato normal para vasos

com 1 parte de casca de pinheiro para orquídeas ou

aparas de casca de coco. A casca e as aparas aumentam

a capacidade de drenagem e a acidez.

Provavelmente vai precisar de substituir o solo

cansado ou mudar a planta para um vaso maior dentro

de alguns anos. Basta repetir o processo com substrato

novo e um vaso ligeiramente mais largo, quando a

planta começar a não caber no vaso.

Os frutos em dosonvolvimento do cunquate

Ccntonni.il também sáo variegados; as

flores dos citrinos perfumam a sua c.nn»

Groselhas e Groselha-Espim

As groselhas e a groselha-espim são dos poucos frutos a que os habitantes 

de climas frios podem chamar seus; no entanto, são quase completamente 

ignoradas excepto pelos poucos especialistas existentes

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ignoradas, excepto pelos poucos especialistas existentes.

Cultivar  As groselheiras e groselheiras-espim não sobrevivem em

climas quentes. Dão-se melhor em locais soalheiros com um solo

rico, húmido e bem drenado, ao qual se acrescentou bastante

matéria orgânica. Não deixe de aplicar composto todos os anos;estes arbustos precisam de muitos nutrientes. São suscetíveis,

sobretudo, ao míldio - veja pormenores na página 73. Os pássaros

também os adoram, mas uma cobertura de rede afasta-os.

Plante arbustos com dois anos no início do outono, a várias

dezenas de centímetros de outros arbustos. Comprar um arbusto

mais velho do que isso pode ser dispendioso, mas não se esqueça

de contabilizar as décadas de produção oferecidas por cada planta!

Groselha-negra(Ribes nigrum) - Família das Groselhas (Grossulariaceae)

Mais doces e menos ácidas do que as outras, as groselhas-

-negras são as minhas preferidas da família. Gosto delas

principalmente em geleia ou sumo, mas são famosas como base de

um licor designado cassis.

 As groselheiras-negras produzem caules a partir do subsolo.

Quando são plantadas na horta, precisam de uma cova 5 cm mais

funda do que no vaso. Cultive uma variedade resistente ao míldio,

como Ben More. Os frutos desenvolvem-se nos caules com um anode idade. No outono, pode os ramos que deram fruto ou que estão

frágeis cortando-os ao nível do solo.

O fruto está pronto a ser colhido entre meados e finais do

CULTIVO EM VASO

Use um mater ia l de cober tura nos vasos

para reter a hum idade. Em climas de

temperaturas negat ivas, cu l t ive em vasos

de 40 cm e, no inverno, guarde-os num

bar racão ou num loca l cobe r to

em bru lhados em serap ilhe ira .

Groselheira-Negra:

Rend imento: Baixo

Profundidade Mínima: 30 cm

Variedade: Ben Sarek

Groselheira-Espim:

Rendimento: Méd io-baixo

Profundidade Mínima: 30 cm

Variedade: Pixwell

Groselheiras-Vermelhas e Brancas:

Rendimento: Baixo

Profundidade Mínima: 30 cm

Variedades: Red Lake, White Imperial

outono.

Groselha-espim(Ribes uva-crispa) - Família das Groselhas (Cir<  j n iulorioc&ae)

 As groselheiras-espim produzem frutos estranhos e

translúcidos, numa diversidade de cores e texturas. Preferem

di õ i i à d t lh t l lh

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condições iguais às das outras groselhas, mas toleram melhor a

sombra e pior os locais quentes e secos. Por estranho que pareça, a

seca estimula o míldio. Mantenha as suas plantas bem regadas,

prestando-lhes especial atenção quando o fruto começa a formar-

-se. Não precisam de tanto azoto como as outras groselheiras, mas

gostam de muito potássio. Também apreciam um pouco de

magnésio, que pode ser proporcionado pelos sais de Epsom.

 Adiante-se à doença cultivando variedades resistentes aomíldio, como Invicta ou Pax. As groselheiras-espim produzem

frutos em ramos com 1,2 e 3 anos de idade. Pode os seus arbustos

no outono ou no início da primavera, removendo os caules pouco

saudáveis ou com mais de 3 anos. Pode alguns ramos que estiverem

a mais para reduzir o míldio, quando as plantas estiverem

demasiado densas no centro. Corte até ao primeiro lançamento

 jovem e não ao nível do solo, como no caso das groselheiras-negras.

 As groselhas-espim são ótimas em geleias e tartes quando

colhidas mal amadurecem, em meados do verão.

Groselheiras-Vermelhas e Brancas(Ribes sativunn) - Família das Groselhas (Grossulariaceae)

 As groselheiras-vermelhas e brancas são praticamente

iguais. As vermelhas gostam de um solo mais leve do que o das

negras. Os afídeos e a necrose foliar são os problemas mais

comuns, mas podem ser controlados com uma consociação

adequada (experimente cebolinho) e uma poda cuidada, que

promova uma boa circulação do ar em volta das folhas.Tal como a groselheira-espim, as vermelha e branca dão fruto

nos ramos com l a 3 anos. Pode os ramos do mesmo modo que os

da groselheira-espim, no outono ou logo após o final da

frutificação. O fruto está pronto para ser colhido em meados do

 verão, assim que apresentar a sua cor característica e estiver

macio ao toque.

De cima para baixo: corte cacho» inteiros de groselhas-negras

quando estiverem maduro», para poupar na poda do ano

seguinte; as groselheirns «>iplm hI   o  excelentes produto ras para

Melões(C uc u m is m e lo )  - F a m í li a d a s C u c u r b i t á c e a s ( C u c u r b i ta c e a e )

Não posso censurar os horticultores de espaços pequenos por ignorarem 

os melões. São plantas de caule radicante que, se lhes permitirem, acabam

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os melões. São plantas de caule radicante que, se lhes permitirem, acabam  

por se espalhar pelo bairro. Encontro-os a crescer nos locais mais  extravagantes. Uma semente perdida nao tem dificuldade em vingar num 

monte de lixo ou numa parcela de solo esquecida. Até já vi uma melancia 

conquistar um relvado!

Cult ivar Todos os melões são plantas apreciadoras de sol e calor. Precisam

de uma época de crescimento longa e quente, por vezes de cerca de

4 meses, o que torna difícil cultivar as variedades mais melindrosas

em climas frios. Mesmo os climas razoavelmente bons podem

dececionar, quando a um ano de condições ideais se segue outro de

frio e chuva. Se o ano vai ser bom ou não para os melões é sempre

uma incógnita.

Os m elões são exigentes quanto à água. Precisam de um

abastecimento consistente de água ao longo da maior parte da época

de crescimento, em especial entre a repicagem e a frutificação. Agua a

mais enquanto o fruto se encontra em desenvolvimento também pode

dar origem a melões insípidos, por isso é importante deixar, pura e

simplesmente, de re gar na altura da colheita. Durante o resto do ano,

os frutos são sensíveis à seca.

Como talvez imagine, produzir frutos grandes e sumarentos

requer muita energia. Os melões gostam de um solo muito bom, rico

em nutrientes e com boas condições de drenagem. Junte composto,

estrume, algas castanhas e/ou farinha de osso ao solo, na altura de

plantar. Gostam de azoto no início da época, mas não o use depois deos frutos aparecerem.

Os m elões são suscetíveis às mesmas pragas e doenças que as

outras cucurbitáceas. Evite regar a folhagem, corte alguma quando

ela se tornar demasiado densa, ou guie as variedades de frutos

pequenos numa treliça, onde beneficiarão de uma melhor circulação

do ar. Cultive uma variedade resistente à murchidão, como Crimson

Sweet Watermelon. Procure larvas mineiras na base da planta, junto

ao solo, e tenha atenção aos escaravelhos-do-pepino, que transmitem

doenças além de causar danos.

CULTIVO EM VASO

Use um solo bom, rico em nutrientes,

com boas condições de drenagem e

bem regado. Cult ive num vaso com

rega automát ica, com o se descreve

em «Plante e Esqueça (ou quase)», na

página 54.

Me lão :

Rend imento : Ba ixo

Pro fund idade Mín ima: 30-35 cm

Variedades: Emerald Green, Tigger,

Jenny L ind, Hearts of Gold

Mais C onse lhos: Cu l t ive var iedades

anãs de desenvo lv ime nto ráp ido que

produzem f ru tos pequenos.

Me lanc ia :

Rend imento : Ba ixo

Pro fund idade Mín ima: 35 cm

Var iedade s: Pe t i te Ye l low, G o lden

M idget , Cream o f Saska tchewan

Mais Conselhos: Cult ive as

var iedades pequenas des ignadas

Icebox.

Prote ja os f rutos q ue est iverem na fase de

am adurec imento das p ragas e da pod r idão

afastando-os do chão e colocando-os em cim

de latas, forma s de bolos, t i jo los ou louças j

par t idas. Ass im tamb ém amadurecerão ma is

depressa!

São tantas as variedadmio** mello

disponíveis que vai termuito por onde escolher, Si* tiver t’npaço, experimente Prescott

Fond Blanc, uma espantosa variedade feia-bonita que também

tolera alguma seca. Charentais é uma antiga e popular meloa

francesa gabada pela sua deliciosa doçura. A melancia Moon and

Stars é uma velha variedade ami sh  com frutos e plantas

i t d tã b t b l M t i S t Y ll

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sarapintados, tão saborosos quanto belos. Mountain Sweet Yellow

tem um elevado teor de açúcar, o que a torna uma deliciosa

guloseima de verão.

Com a sua longa lista de exigências e o seu hábito rastejante,

os melões, sobretudo as melancias, não são propriamente ideais

para cultivar em vaso. Mas não é impossível - veja mais

pormenores em «Cultivo em Vaso».

Semear e Plantar Faça a sementeira num local coberto perto da data da última

geada, a uns 2,5 cm de profundidade. Leve as plântulas para o ar

livre 3 ou mais semanas depois da última geada. Os melões não

gostam que lhes perturbem as raízes. Se possível, caso viva numa

região de clima quente, semeie diretamente no local definitivo, ouentão faça a sementeira num local coberto mas em vasos grandes

e não nos pequenos alvéolos habituais. Tal como faço com as

abóboras, costumo aumentar o teor nutritivo do solo amontoando

composto em áreas com 30 metros de lado. Em seguida, insiro três

plântulas no composto a intervalos iguais. Cubro cada planta com

uma garrafa de plástico sem fundo, para a aconchegar.

 As flores do meloeiro devem atrair o número de polinizadores

necessário, mas não ficam abertas durante muito tempo. Polinize

manualmente para garantir a realização da tarefa; veja «Abóboras

de Verão e de Inverno», na página 114.

Colher  Arranque as flores murchas e os lançamentos novos cerca de um

mês antes da primeira geada. A maioria dos melões está madura

quando há uma assinalável mudança de cor, regra geral, do

 verde-acinzentado para o amarelo ou bege. Cheire as extremidades

do fruto; os maduros muitas vezes libertam um aroma forte. Os

frutos maduros devem apresentar-se ainda firmes, mas os caules

secam e podem ser arrancados da planta com facilidade. As melancias estão maduras quando o lado inferior fica

amarelo e a gavinha mais próxima do fruto seca. Delicie-ael

QUAL É A DIFERENÇA?

 A meloa costuma ter uma casca rija e

rugosa, ao contrário do melão vulgar, que

tem uma casca macia, coberta por uma

espécie de quadriculado, e uma polpa

doce e cor de laranja. Estabelecendo a

confusão, os norte-americanos chamam

meloa ao que o resto do mundo designa

por melão vulgar. Os melões honeydew 

têm a casca lisa e amarelada e uma polpa

queqoode ser verde, branca, amarela, cor

de laranja ou em qualquer tom intermédio.

 As melancias são melões grandes a muito

grandes e têm uma casca lisa que pode

apresentar uma diversidade de cores,

sendo, em geral, listada. A polpa pode ser

quase branca, amarela, cor de rosa ouvermelha.

Morangos(Fragaria) -  Família das Rosáceas (Rosaceae)

Eu costumava ser uma acérrima defensora dos morangos híbridos, enormes 

e sumarentos, rejubilando quando apanhava algum na minha horta, pois 

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, j q p g , p

partia sempre do princípio errado de que os maiores eram os melhores.

 Até que um dia pr ov ei um moran go si lves tre. Aquelas baga s

minúsculas, do tamanho de um dedal, são enormes em termos de

sabor. Para ser sincera, qualquer m orango cultivado por nós é

melhor do que os aguados gigantes agroindustriais. Vale a penacultivá-los, o que em espaços pequenos é muito fácil, usando cestos

suspensos ou floreiras de janela.

Cultivar 

Os morangos estão intimamente associados ao verão, por isso

não adm ira que eles prefiram um lugar ao sol. No entanto, toleram

alguma sombra e os pequenos tipos silvestres podem m esmo ser

cultivados por baixo de plantas mais altas, como cobertura do solo.

Preferem um solo rico, húmido mas não encharcado, com alguma

acidez. Junte com posto à terra na altura de plantar, ou deite-o em

 vo lta do caule (p ágin a 65) na pr im avera, mas sem ex ag erar, o que

poderia dar origem a bagas enormes e insípidas. Cubra o solo com

palha no início da primavera, para que a humidade não se escape, e

afaste as bagas do chão. Cubra as plantas com palha após geadas

fortes, a fim de as proteger do inverno.

Os morangos tornam-se mais suscetíveis ao oídio e à podridão

em solos congestionados. Mantenha os estolhos sob controlo e

arranque as plantas velhas. Uma cobertura amovível nas fileiras

ajuda a manter os pássaros à distância, tal como uma rede leve em

cima das plantas antes da floração. Uma solução completamente

diferente é cultivar plantas variegadas ou híbridos, como Pink

Panda ou Lipstick, que produzem belas flores cor de rosa.

CULTIVO EM VASO

Ideal para cestos suspensos e f lorei ras de

 ja ne la .

Morangos:

Rendimento: Elevado

Profundidade Mínima: 15 cm

Variedades: Mara des Bois, Brighton;

experim ente variedades alpinas nos

recantos mais sombrios.

Mais Conselhos: Cu ltive plantas

individuais em vasos pequenos ou grupos

em vasos grandes. Deixe intervalos de

cerca de 20 cm entre elas. Nos climas de

temperaturas negativas, embrulhe as

plantas em serapilheira e deixe-as passar

o inverno na garagem ou no barracão.

Semear e P lantar  

Os morangu eiros reproduzem-se

agressivamente no final do verão através de

estolhos, rebentos que su rgem no caule rastejante,

nos pontos em que ele cria raízes, e que dão origem

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a plantas novas. Plante morangueiros novos noinício da primavera ou no final do verão, a partir de

mudas ou de estolhos recolhidos junto de amigos.

Proporcione-lhes a companhia da borragem, do

endro, da cebola, da alface, dos coen tros, do tomilho

e do funcho; no entanto, afaste-os dos memb ros da

família das couves. No solo, plante a intervalos

amplos, de 45-50 cm, tendo o cuidado de deixar as

coroas (onde as folhas se encontram com as raízes)

logo acima do nível do solo. As plantas inseridas

muito acima disso acabam por secar e as inseridas

mais abaixo acabam por apodrecer. Rem ova as

flores no primeiro ano. Se o fizer, terá um a colheita

melhor no segundo ano.

Todos os morangueiros são plantas perenes que

merecem uma situação perm anente no jardim;

contudo, as variedad es híbridas tendem a morrer ao

fim de três anos, produzindo bag as cada ve z m enos

abundantes e m ais pequenas. Substitua todo o

canteiro ou vá trocando o material velho por mudas

ou estolhos novos.

Co l h e r  

 A maior ia dos moran go s está mad ura e pronta a

ser colhida no início do verão, mas algum as plantas

continuam a dar frutos novos ao longo da época de

crescimento - ve ja mais pormenores em «Qu al é a

Diferença?» A s folhas do m orangueiro também são

comestíveis e, em geral, usam-se na preparação de

chás.

Q U A L É A D I F E R E N Ç A ?

Os morangueiros híbridos, cultivados (Fragria x  

ananassa), são geralmente agrupados consoante os

hábitos de floração e frutificação. Os híbridos que

dão frutos em junho têm uma única produção

grande no final da primavera, ao passo que asplantas de produção perpétua têm produções mais

pequenas ao longo de toda a época de crescimento.

Os morangueiros silvestres (Fragaria  vesca)

produzem frutos de menores dimensões e mais

saborosos. As plantas silvestres cultivadas são

conhecidas por alpinas ou  fraisiers des bois.

C a p í t u l o   9 :

Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis

 As ervas aromáticas e as flores comestíveis constituem um bom começo para os 

candidatos a horticultores, em especial quando o espaço é limitado. São as plantas  

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, p q p ç p

que dão maiores recompensas em menos tempo e exigem menos cuidados.

Um vaso de 38 cm com uma mistura de ervas aromáticas pode fornecer os sabores básicos para um ano de

refeições. A melhor parte é que vai poder com eçar a colhê-las poucas semanas depois de as plantar e, em

alguns casos, continuar a colheita até ao fim da época de crescimento. Provavelmente irão sobrar-lhe bastantes

ervas para congelar, secar e guardar, para o período de escassez que é o inverno.

Conheça as Diferenças As ervas aromáticas e as flores comestíveis são, em geral, descritas como ideais para um parapeito ou vaso

pequeno, mas em muitos casos isso não é verdade. Perder plantas umas atrás das outras devido a essa ideia

errada pode ser frustrante. Nem todas as ervas aromáticas são plantas de pequenas dimensões, embora

possam dar essa ideia na loja, onde encontramos plântulas de todos os tipos perfiladas em vasos de 10 cm.

 Antes de comprar, consulte a etiqueta para saber a altura e o perímetro que a planta atinge depois de adulta.

Em seguida, procure palavras como anual, perene e bianual. Referem-se à duração do ciclo de vida da planta.

 As anuais passam da fase de plântula à da de reprodução num ano, morrendo em seguida; as perenes duram uns

 bons 5 a 10 anos e por vezes muito mais. A s bianuais encontram-se entre esses dois casos, produzindo folhas no

primeiro ano e morrendo no segundo. Pressionadas pela necessidade de esgotar todas as fases num curto período

de tempo, as anuais são um pouco mais exigentes no que toca à nutrição, ao passo que as perenes tendem a

encarar a vida de uma forma mais calma e estável.

 As anuais e as bianuais preferem ser cultivadas a

partir de semente e, em geral, não gostam de ser

transplantadas. Fazer a sementeira diretamente no local

definitivo é o melhor processo. Não duram eternamente,

mas muitas são espécies de autossementeira, retomando

o mesmo desempenho ano após ano. Pode parecer que émais barato comprar sementes, mas as perenes crescem

melhor a partir de estacas ou mudas, porque as

plântulas, por vezes, chegam a levar três anos a crescer

o suficiente para começar a produzir.

Outras palavras que deve procurar na etiqueta são

resistente e delicada, o que indica a capacidade que a planta

tem de tolerar o frio. A maioria das plantas resistentes tolera

invernos rigorosos, mas as delicadas morrem quando as

temperaturas se tornam demasiado baixas.

CUIDADOS BÁSICOS

• Organize a sua plantação a pa rtir das ervas

aromáticas perenes (e de alguns frutos), visto

que se mantêm em forma a longo prazo,

funcionand o com o o eixo estrutural da horta.• A maioria das ervas usadas em culinária é de

origem mediterrânica e prefere muito sol e

solos com boas condições de drenagem.

• Junte bas tante areia grossa ou matéria

orgânica para melhorar a drenagem em solos

compactados ou barrentos.

• Se o seu solo não for dos melhores, construa

um canteiro elevado (ver a página 44).

C U L T I V A R

 Vaso com M orangos e E rvas A rom áticas

Tire partido dos vasos ou potes abertos, originalmente

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destinados a morangueiros, e cultive uma série de ervas

aromáticas pequ enas n uma área restrita. Os vasos

 vid ra dos conserv am a água m elho r do que os de barro nã o

 vi dra do, que te ndem a sec ar rapidam en te . Pro cu re va sos

com aberturas grandes e fundas; muitos vasos para

morangueiros têm apenas fendas dos lados, o que lhes

permite conter a água com um a eficácia excecional.

Qualquer das combinações apresentadas em baixo

também resulta na perfeição em vasos ou recipientes

tradicionais. Um vaso com o tamanho de um a lguidar

comum não deve conter mais de cinco ou seis plantas, para

que todas tenham esp aço para se desenvolverem. Se quiser

cultivar várias plantas no mesm o vaso, escolha espécies

com exigências semelhantes. As plantas que preferem sol

ou sombra, solo seco ou húmido devem ser plantadas junto

umas das outras.

I D E I A S E T E M A S

Só Hortelã: M entha x grac i l is ,  menta sweet Pear, hortelã-vulgar,

hortelã-pimenta-chocolate, Mentha p ipe r i ta ,   hortelã-brava,

hortelã-pimenta, Me ntha p ipe r i ta c i t ra ta , M en tha x p ipe r i ta 

Grapefuit, hortelã-maçã, Me ntha suaveo lens va r iega ta .

Só Tomilho: Ideal para um vaso pequeno. Variedades: Thymus 

vulgaris  cv., tomilho-limão, Orange Spice, Rose Petal, tomilho-

-alcaravia, tomilho-prata, tomilho-limão variegado.

Chá de Ervas:  Alfazem a, erva -c idre ira , ho rte lã , camom ila , mo narda, catária, ma njer icão -san to.

Combinação Mediterrânica: Salva, alecrim, tomilho, orégãos, manjerona.

Ervas Italianas: Manjericão-doce, manjericão-genovês, rúcula, cebolinho-chinês, tomilho, manjerona, estragão.

Ervas para Sobremesa: Para bolos, gelados, sorvetes. Manjericão Cinnamon, manjericão-anis, alcaravia, erva-cidreira,

Me ntha sua veo lens va r iega ta ,  hortelã-vulgar, malva (por cima), variedades de violeta e am or-perfeito, manjericão-santo e

Me ntha p ipe r i tac i tra ta .

Salada: Cultive num local mais fresco. Erva-armoles, azeda-da-horta, alface Flame, alface Red Sails, mizuna,  alface

Mascara, agrião-da-terra Wrinkly Crinkly, rúcula, cerefólio.

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Perfis Aromáticos das Flores Comestíveis

Flores Comestíveis:  Amor-perfeito,

violeta, chagas, camomila, calêndula,

hortelã, cravo, cravinas da série Gem,nigela.

C Í T R I C A S / Á C I D A S

• Begónia-tuberosa

• Manjericão Lemon

• Calêndula-sinete Gem amarelo-

-limão e tangerina (Tagetes 

tenuifolia)

• Azeda-da-horta ( Rumex acetosa)

F R E S C A S / F R U T A D A S

• Borragem ( Borago officinalis)

• Hortelã-comum

•  Mentha piperita

• Hortelã-brava

• Hissopo-anisado ( Agastache 

 Foeniculum)

• Endro

• Funcho

• Perila

PICANTES

• Rúcula• Rabanete

• Cebolinho

• Cravina

• Chagas

• Nigela (Nige lla sativa)

•  Manjericão-santo (Ocimum sanctum )

FLORAIS

• Malva-rosa

• Amor-perfeito e violeta (Viola spp.)

• Rosa

• Alfazema

• Bocas-de-lobo

• Centáurea (Centaurea cyanus)

DOCES

• Angélica ( Angé lic a archange lic a)

•   Estévia (Stevia rabaudiana)

PARA TISANAS E AROMÁTICAS

• Louro (Laurus nobilis)

• Funcho-púrpura (Foeniculum 

vulgare Purpureum)

• Alcaravia (Carum cara)

• Catária (Nepeta cataria)

•  Hissopo (Hyssopus officinalis)

•  Calêndula

(Calendula officinalis)• Cerefólio (Anthriscus cerefolium)

• Pimpinela-menor (Sanguisorba 

minor)

• Orégãos

• Monarda (Monarda spp.)

• Levístico (Levisticum officinale)

• Manjerona (Origanum majorana)

• Malva ( Pelargonium)

• Segurelha (Satureja hortensis)

• Estragão (Artemisia dacunculus 

sativa)

• Hortelã-vietnamita ou rau ram

(Persicaria odorata)

• Agrião (Nasturtium officinale)

Hissopo-anisado(Agastache foeniculum) -  Família da Menta (Lamiaceae)

PERENE

O hissopo-anisado conquistou o meu coração

d i b i ã t

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quando o vi sobreviver a um verão quente e seco e a

um inverno rigoroso dentro de um recipiente que

coloquei em cima do meu telhado. E desde então

regressou todos os anos... e irá regressar durante

muitos mais. Na verdade, esta bonita erva

aromática com flor pode tornar-se uma espécie de

ameaça. E uma agressiva es pécie de

autossementeira - passei muitas horas a remover os

seus d escendentes de todos os vasos e reentrâncias

do meu telhado. E no entanto continuo a adorá-la.

O sabor desta interessante erva aromática está

entre o da hortelã, da fruta e do alcaçuz. A s flores

são particularmente deliciosas e bonitas, atraindo

todo o tipo de polinizadores e borboletas ao jardim

que tenho lá nas alturas.

Cult ivar 

O hissopo-anisado é uma planta muito tolerante.

Por vezes requer algum a atenção quando começa a

crescer, mas depois de estabelecida não se importa

que o solo seja pobre, o calor intenso ou que a chuva

não caia. E uma planta tipicamente resistente, que

suporta temperaturas bastante b aixas. O hissopo-

-anisado dá-se bem em vaso, mas cresce tanto que

precisa de muito espaço para alcançar as suas

dimensões máximas.

Colha as folhas e flores para preparar um chá.

São boas tanto frescas como secas.

O hissopo-anisado é uma planta resistente e dá-se bem

em qualquer lugar.

Manjericão(Ocimum) -  Família da Menta (Lamiaceae)

 A NUA L DEL ICA DA

O nome inglês, basil, deriva do termo greg o

para «rei», designaçã o m erecida pois está presente

na ma ioria das hortas. Não tente combatê-lo - é que

o manjericão é tão versátil! Embora a versão doce

usada no pesto tenha acabado por caracterizar o

grupo, a verdade é que o manjericão tem uma

família vasta e diversificada. Ch eguei a cultivar

treze variedades num só ano, todas diferentes

quanto à cor, ao tamanho, à forma e ao sabor. Nem i

preciso termos outras ervas aromáticas; há um

manjericão para cada prato. Cultive os espantosos

Dark Opal, Purple Ruffles, Cinnamon, Red Rubin e

Siam Queen Thai, para introduzir cor na sua horta.

Mrs. Burns é a mais fresca das variedades com

gosto a limão e vale a pena criar African Blue e

manjericão-sagrado, que têm um aroma

completamente diferente.

Cul t ivar  O segredo para manter o nmnjri leio feliz é a

paciência. O manjericão é natural de algumas das

regiões mais quentes da Terra e dá-se bem em

lugares onde o solo seja fértil e quente. Não precisa

de sol, mas sim de calor. Mais do que qualquer

outra esta planta detesta o tem po frio e chuvoso

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outra, esta planta detesta o tem po frio e chuvoso.

E fácil de cultivar a partir de semente; bas ta não fazer

a sementeira demasiado cedo. Em vez disso, semeie

num local coberto mais tarde do que as outras

plantas e leve as m udas para o ar livre apenas

depois de passar o perigo da geada, se quiser evitar

surpresas desagrad áveis e irremediáveis.

 Ao ar livre, o m an jericão go st a de um localsoalheiro que tenha também algum a proteção

contra o sol intenso. Essa proteção é fácil de

encontrar à sombra de um tomateiro am plo, daí

serem tão bons companheiros. Os manjericões

dão-se todos bem em vasos de dimensões

adequadas ao seu tamanho. E scolha variedades

anãs com folhas pequenas para vasos pouco fundos

e floreiras de janela. Purple B ush é a m ais bonita e

tem um sabor surpreendentemente intenso. African

Blue e West African, plantas grandes que requerem

recipientes grandes, dão-se bem em escadas de

serviço quentes e secas.

 Aum en te a su a co leçã o a meio do verão,enraizando estacas de plantas em desenvolvimento

(ver a pág ina 31).

De cima para baixo: o manjericão Colunar é

alto e não exige muito espaço; manjericão-

-santo, doce e saboroso.

R E C E I T A

Geleia de Manjericão Dark O pal

Esta receita é fantástica com qualquer uma das variedades frutadas

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• 1 V 2 chávena de folhas de

manjericão Dark Opal

• V 2 chávena de sumo de uva branca

• V 2 chávena de sumo de limão

• 2 chávenas de açúcar 

• 2 colheres de chá de pectina com

baixo teor de grupos metoxílicos

• 3 colheres de chá de solução de

fosfato de cálcio

de manjericão, incluindo Cinnamon, Anise, Lime e Lemon.

O m anjericão Cinnam on sabe a pasta de canela caram elizada e o

manjericão Lemon é tão delicioso quanto refrescante. Que delícia!

Se não tiver sumo de uva, pode usar sumo de romã ou água; ou então,

para uma geleia mais doce, substitua um pouco de água por mais sumo.

Esta receita utiliza pectina com baixo teor de grupos metoxílicos,

que permite aos fabricantes de doces e geleias reduzir a quantidade de

açúcar (ver a págin a 190). Por conseguin te, esta receita não resulta com

pectina vulgar.

1. Co loqu e o ma njericão, o sum o de uva branca e 1 V 2  chávena de

água numa caçarola e leve ao lume. Assim que levantar fervura,

reti re do lume e deixe em infusão durante cerca de 2 0   minutos.

2. Coe o líquido e deite fora as folhas. Parte do líquido ter-se-á evapora do,

portanto acrescente mais água até perfazér 2  chávenas de líquido.

3. Vo lte a de itar o líquido na caçarola, jun te-lhe o sumo de limão e leve

a lume brando até começar a ferver. Entretanto, misture o açúcar e a

pectina com baixo teor de grupos metoxíl icos numa tigela.

4. Com o l íquido das ervas a ferver, junte ientam ente a mistura de

pectina e açúcar, continuando a mexer com as varas até os pós

estarem dissolvidos no l íquido sem que este apresente grumos.

5. Deixe o líquido ferve r sem baixar o lume durante 1 m inuto,

mexendo sempre.

Se não se quiser dar ao trabalho de

esterilizar os frascos, deixe a

gelatina arrefecer e solidificar em

cima da bancada durante umas

horas. Conserva-se durante cerca

de um mês no frigorífico.

6 . Junte a solução de fosfa to de cálcio, m isture depressa e com #

cuidado e reti re do lume.

7. Verta em frascos esteri lizados e m ergulhe de ntro d e água a ferver

(ver a página 192), durante 5 minutos.

Total; 5-6 francos de 1H5 ml

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Monardaou Bergamota-selvagem(Monarda  sp p . ) - Fa m í lia da M e n ta (Lamiaceae)

PERENE

 Vale a pena cultivar monarda só pelas flores; as

suas plumas vaporosas atraem uma série de insetos benéficos ao jardim. A monarda é sobretudo

conhecida como erva para chá. As flores, cujos

coloridos vão do vermelho ao rosa passando pela

cor da alfazema, têm um gosto semelhante ao da

hortelã e profundamente aromático. As folhas

também são comestíveis, mas têm um gosto mais

forte e usam-se sobretudo para temperar carnes

 vermelhas.

Cultivar  A monarda pertence à família da menta e, por

isso, multiplica-se com determinação. Prefere um

solo fértil com boas condições de drenagem, numlocal quente e soalheiro. O calor é o segredo - ela

não gosta de solos frios. A planta é muito sensível

ao oídio. Pode-a para lhe proporcionar uma boa

circulação do ar, em especial quando a humidade

aumenta, no verão.

 A monarda desenvolve-se melhor por meio de

estacas e mudas. Pode ainda dividir as raízes e

oferecer algumas a amigos horticultores.

Borragem(Borago of f ic inal is)  - F a m íl ia d a B o r r a g e m (Borag inaceae)

 ANUA L

 A borragem é uma planta subvalorizada que os

radares de muitos horticultores não parecem

registar. Não os censuro. As folhas híspidas são

 bastante desencorajadoras. Ignorei completamente

a planta até herdar uma horta comunitária que

estava cheia dela. Acabei por adorar as suas bonitas

flores azuis em forma de estrela. Nunca vou

perceber por que razão as flores sabem tanto a

pepino! As folhas jovens não ficam mal cozidas a

 vapor, mas prefiro-as misturadas em polmes para

pastéis.

Cultivar Esta é uma planta que prefere solos pobres.

O solo fértil fá-la crescer demasiado e tornar-se

flácida. As que tenho na minha horta precisam de

ser amparadas! Por essa razão é uma das poucas

ervas aromáticas que não se adequam a vasos.

Deite umas sementes num local soalheiro e terá

plantas de autossementeira anos a fio. Dizem que a

 vizinhança da borragem melhora o sabor do tomate.

Não sei se é verdade, mas, pelo sim pelo não, planto

sempre algumas perto dos tomateiros.

Calêndulaou Maravilha

(Calêndula officinalis) - Família das Asterácms Compostas ( Asteraceae)

 ANU AL

 A calêndula é uma presença obrigatória em

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p ç g

qualquer horta. A partir do início da floração

produz uma quantidade infindável de botões

alegres, em especial nos climas temperados, onde a

produção continua pelo inverno fora. Todas as

partes da planta são comestíveis, mas eu gosto

sobretudo de usar as pétalas como corante natural

de batatas e bolos. A calêndula atrai umadiversidade de insetos benéficos e é uma excelente

companhia para plantas da família das couves,

além de afugentar a lagarta do tomateiro.

Cultivar 

 A calêndula dá-se bem em solos ricos com boas

condições de drenagem e que recebam muita luz.

E sensível a problemas fúngicos em condições de

humidade e deficiente circulação do ar, por isso não

tenha problemas em eliminar as que estão a mais e

irão inevitavelmente germinar por si, ano após ano.

Semeie diretamente, espalhando ao de leve as

sementes pelo solo no início da primavera. Nãoprecisará de voltar a fazê-lo.

 A calêndula é considerada pelos ervanários um

ingrediente imprescindível nas pomadas cutâneas.

 As variedades comuns amarelas e cor de laranja são

tão ricas que quase pingam óleo. Existem muitas

outras variedades, menos potentes e mais bonitas,

para os que procuram ser originais. Experimente

 Antares Flashback e Triangle Flashback, ambas

com subtis pétalas cor de alperce, mais claras em

cima e castanhas na página inferior. Radio é um

 velho sucesso, com pétalas híspidas e quilhadas.

De cima para baixo: a colorida TriangleFlashback - soca para armazenagem (em

cima) o fresca (em baixo).

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Camomilaou Camomila-romana

(Chamaem elum nob i le ) -  Famíl ia d as Asteráceas/C o m postas

(As teraceae)

PERENE

 A camomila-romana é uma planta baixa de

autossementeira usada sobretudo na preparação de umchá calmante. Pode dizer-se que a camomila se cultiva

a si mesma e recomendo que a inclua na sua horta,

mesmo que ela lhe provoque alergias, como sucede

comigo. E uma boa companheira, dando força a

 vizinhos convalescentes e atraindo imensas vespas

parasitas e moscas-das-flores, que devoram larvas

problemáticas. Dê-a a plântulas jovens sob a forma de

um remédio antifúngico que ajuda a combater a doença

conhecida por murchidão das plântulas (página 70).

Cultivar 

 A camomila-romana é uma planta resistente que

se dá melhor em locais soalheiros mas que viverá bem praticamente em qualquer lugar que a cultive.

 Visto a sua única queixa ser o solo húmido,

certifique-se de que o seu tem boas condições de

drenagem ou plante-a em vaso. Faça a sementeira

num local coberto ou ao ar livre, na primavera.

 Arranque as flores depois de abertas e seque-as,

ou corte-as deixando um pouco do caule e pendure-

-as, se tiver problemas de espaço.

ou Coriandro

 ANU AL

O coentro é uma planta que divide as opiniões.

Há quem o adore e quem ache que ele sabe a sabão.Coloco-me firmemente do lado dos que o adoram.

Os molhos não são a mesma coisa sem um pouco

de coentros frescos picados.

Cultivar 

Como a maioria das ervas aromáticas, o coentro

prefere viver com sol direto e boas condições de

drenagem. Não é demasiado exigente quanto à

fertilidade do solo e dá-se bem em vasos de todos os

tamanhos. O único problema é espigar facilmente

assim que chega o calor do verão. Comece a cortar

as flores (e a comer esses deliciosos petiscos) e,

quando já não conseguir ser mais rápida do queelas, deixe a planta produzir sementes. Também

pode comê-las! Têm um gosto cítrico, a limão, muito

diferente do das folhas. E um «dois em um»: dois

sabores na mesma planta!

Semeie ao ar livre no início da primavera. Não

se dê ao trabalho de transplantar; as mudas ainda

espigam mais depressa!

RECEITA

Cubos de Gelo Floridos

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Endro[Ane thum graveo lens) -  Famíli a d as Ap i áceas ( A p ia ce ae )

 ANUAL

 Acabo sempre por cultivar mais endro do que o

necessário, encantada por deixar crescer as

inúmeras plantas que brotam por toda a parte e que

prometem flores altas e majestosas. Estas

magníficas umbelas atraem todo o tipo de vespas-

-parasitas e polinizadores, fazendo do endro uma

planta útil, apesar dos seus modos altivos de

espécie de autossementeira.

Cultivar 

Semeie diretamente ao ar livre no início da

primavera (caso se atreva). O endro não gosta de

mudar de lugar e germina tão prontamente que as

mudas são dinheiro mal gasto. Cultive num local

 bem soalheiro, com boas condições de drenagem e

nutrição. O endro não é exigente. E uma planta

delicada mas resiliente, que se adapta a condições

desfavoráveis não crescendo. Colha as folhas à

medida que precisar delas e deixe algumas plantas

produzir sementes maduras que poderá colher para

usar quando chegar a época dos picles. Mantenha o

endro longe do funcho, para evitar a polinização

cruzada.

 As elegantes e bem-comportadas senhoras

 vitorianas deitavam flores nas suas bebidas e

saladas para agirem como «estimulantes».

Embeleze a sua bebida fresca preferida

incorporando flores nos cubos de gelo. Basta

pegar nas corolas de uma flor comestível - por

exemplo, borragem, hortelã, alfazema ou

malva-rosa -, e arrancá-las do pé. Coloque uma

flor em cada um dos cubos de uma cuvette de

gelo. Encha com água fria, coloque no congelador

e sirva dentro de um copo alto com água,

 juntando uma fatia muito fina de pepino para dar

mais sabor.

 Alfazema(Lavandula)  - Famíl ia da M enta (Lamiaceae)

PERENE

 A alfazema é mais apreciada pelo aroma

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revigorante que confere a produtos de beleza esaúde do que pelas suas propriedades culinárias.

É popularmente utilizada na preparação de chás

relaxantes, mas com um pouco de criatividade

obterá excelentes resultados em bolos e pratos

de carne.

Cultivar Todas as alfazemas, mesmo as variedades

inglesas mais resistentes, podem ser exigentes

quanto às condições meteorológicas. Já tive plantas

que duraram anos, até um inverno rigoroso as levar.

Nos climas do Norte, opte por variedades anãs mais

resistentes, como Munstead e Hidcote. Oshorticultores de climas moderados são os que têm

mais sorte, pois há um grande número de

fascinantes variedades francesas delicadas à sua

disposição.

 A alfazema é mais uma das ervas aromáticas

mediterrânicas que gostam de muito sol e toleram

 bem a seca. O solo é crítico e deve ter boascondições de drenagem; a alfazema detesta-o

húmido e molhado. Todos os tipos de alfazema

dão-se bem em vaso, mas é importante conhecer a

 variedade, porque algumas podem tornar-se

arbustos grandes e lenhosos.

Cultive a alfazema a partir de mudas e estacas,

pois as sementes levam muito tempo a germinar.

 Arranque folhas sempre que precisar e colha as

flores no verão, pouco antes de os botões abrirem.

Erva-Cidreira(Melissa o ff ic inal is ) - Família daM t n t n (Liim/ac»«•)

PERENE

 A erva-cidreira é uma planta saborosa, com um

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leve travo a limão, usada na preparação de chás,quer fresca, quer seca, obtendo-se neste caso um

chá digestivo, e também para guarnecer fruta.

Dizer que esta planta é prolífica não chega. Chamei-

-lhe afetuosamente «bomba-limão», porque uma

planta introduzida numa horta explode no verão

seguinte, espalhando milhões de minúsculas

plântulas por toda a parte.

Cultivar 

 Apesar do seu caráter oportunista, a erva-

-cidreira é uma bênção para os horticultores com

recantos sombrios; é das poucas plantas

comestíveis que não se importam de crescer à

sombra intensa de um ácer. Uma das primeiras

ervas aromáticas a surgir logo no início da

primavera, pode ser colhida antes de a maioria das

outras perenes acordar do seu sono de inverno.

Dá-se melhor em locais frescos com um solo rico e

húmido, mas nem sequer a terra sem qualidadeparece detê-la na minha horta. A erva-cidreira

tende a produzir demasiados lançamentos.

 Arranque alguns e desbaste as plantas grandes, a

fim de manter uma boa circulação do ar e afastar a

ferrugem e outros problemas fúngicos.

 A erva-cidreira é fácil de cultivar por semente

ou mudas ao ar livre, no início da primavera. Não se

dê ao trabalho de a comprar; de certeza que

conhece alguém que não se importa de lhe ceder

uns pés.

 A melhor colheita é antes de as flores

aparecerem, no início do verão. Se podar

drasticamente as plantas na altura da colheita eantes da produção de semente, impedirá que elas se

multipliquem furiosamente.

Lúcia-Lima

(Aloysia tríphy llum ) - Família das Verbenáceas (Verbenaceae )

PERENE DELICADA

Só há uma maneira de descrever a lúcia-lima:

Hortelã

(Mentha spp.) - Família da Menta (Lamiaceae)

PERENE

Que outro adjetivo para a hortelã senão

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a melhor erva aromática com sabor a limão. E tão

 br ilh an te , fres ca e es ta ladiça, m esmo de pois de se ca

e ao fim de meses guardada no armário! As folhas

são ótimas para chás, sobremesas e gelatinas; a

doçura das flores é demasiado intensa para pratos

principais.

Cul t i var  

Cultive a lúcia-lima num vaso de 30 cm. As

mudas parecem pequenas na loja mas tornar-se-ão

arbustos grandes e lenhosos num instante. Esta não

é erva para floreiras de janela! Cultive-a num solo

com m uito boas con dições de drenagem , ao sol ou

encostada a uma parede soalheira. Regue bem.

 A lúcia-lim a não se im po rta que haja um po uco

de seca, mas fica rija e com um aspeto queimado

se o solo permanecer seco durante muito tempo.

 A lúcia-lima produz flo res tarde. Del icie-se com elas!

 A s flor es são tão doce s e arom áticas co mo as folhas.

Cultive a lúcia-lima a partir de sementes oumudas. Uma planta chega. Os horticultores de

climas quentes podem mantê-las ao ar livre durante

todo o ano, mas as plantas têm de ser levadas para

um local coberto quando as temperaturas são

inferiorés a 4 °C. Coloq ue a sua perto de uma janela,

num local onde nada a incomode, e regue-a de vez

em quando para a terra não secar. Sendo uma

planta caducifólia, perderá as suas folhas em

preparação para o inverno - um arbusto nu à janela

pode não ser muito decorativo na sua sala. Volte a

levá-la para o ar livre no fim da primavera, dep ois

de passado todo o perigo de geadas.

«ambiciosa»? Dê a esta planta um lugar especial

na horta que ela não tardará a desalojar os seus

 viz in hos. Os horticu ltor es te nt am refreá-la

semeando barreiras, mas a hortelã tem uma grande

força de vontade. Arranja sempre forma de as

contornar. Eu cá não me importo nada, porque

a hortelã é excelente! E há tantos sabores a

experimentar! O meu romance de amor com a

hortalã-pimenta-chocolate vai durar eternamente,

mas a cubana Mojito também é de levar em conta

- muito melhor do que a vulgar hortelã na popular

 beb ida com o mesmo nome. Não es quece r  Men tha 

 piper ita cidrata, Men tha xpip erita  Grapefruit e

a mais bela de todas  Men tha x gracúis . Dê a cada

uma delas um espaço próprio, para que possam

manter a sua potência.

Cul t i var  

 A ho rtelã prefere um solo rico, húmido, com

 boas co ndições de drena ge m, pa ra se pre ca ve rcontra a ferrugem, e algum sol, mas também aceita

um pouco de sombra.

Não se dê ao trabalho de comprar sementes ou

mudas. Corte um a estaca da planta de um amigo

e terá hortelã com fartura.

 A pa rti r do canto su pe rio r esquerdo, no

sentido dos ponteiros do relógio: chagas

Empress of India crescem no parapeito de

uma janela; as flores dos orégãos são bonitas

e comestíveis; mesmo a horta mais minúscula

produzirá braçadas de hortelã fresca.

C h a g a s{Tropaeolum majus) -  Família das Tropeoláceas (Tropaeolaceae)

 A NU A L

 A s chag as (ou ca puc hinh as), são as ra in has do

mundo das flores comestíveis, produzindo

O r é g ã o s e M a n je ro n a(Origanum vulgare e O riganum majoraria) -  Família da menta 

(Lamiaceae)

PERENE

O orégão é uma erva culinária extremamente

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encantadoras folhas redondas e gran des flores ao

mesm o tempo apimentadas e doces. O clima da

Costa Leste dos EUA torna o seu crescimento m ais

rápido e intenso do que qualquer outro. As plantas

pod em form ar tufos, ser trepadeiras ou rastejantes,

consoante a variedade. Mas na C osta Leste são

todas enormes!

Cul t i var  

 A s chagas são ex ce le nte s para co br ir o solo por

 baixo de plan tas altas. Infe lizm en te, são tam bé m

um autêntico íman no que toca a afídeos, por veze s

alojando dezenas deles numa só flor. Terrível. Na ve rdad e, a sua nature za te na z dep en de das

condiçõe s de cultivo. Dão-se m elhor em solos ricos,

húmidos e com b astante espaço, mas toleram

condições ho stis e até se adaptam à vida em

floreiras de janelas. Nas minhas, gosto das flores

pequenas e bonitas de Empress of índia. E uma

 var iedad e m arav ilhosa , co m as su as flores

 verm elh as e fo lh ag em ve rd e-es cu ra . A la ska M ix é

uma popular variedade variegad a cujas flores

apresentam uma v asta diversidade de coloridos. Se

procura uma planta para trepar por uma treliça,

escolha a vistosa e e xuberante Spitfire.

Semeie as chagas diretamente no solo, passado

o perigo da geada. Arranqu e as flores assim que

elas aparecerem e continuarão a nascer até uma

geada forte acabar com elas. Deixe a lgum as plantas

produzir semente - são ótimas de conserva!

aromática e versátil que não pode faltar numa

horta, se conse guir encontrar sementes à venda

no centro de jardinagem da sua área de residência.

 A maior ia da s plan tas que encontro, ho je em dia,

possui folhas insípidas, pouco saborosas, sem o

travo clássico das ervas mediterrânicas. Por essa

razão, passei a preferir a sua prima perfumada emenos resistente, a manjerona. Uso uma pitada em

caldos, sopas e molhos com o mesmo entusiasmo

que antes sentia pelos orégãos.

Cul t i var  

 A m bas go st am de sol direto num solo co m bo ascondições de drenagem; no entanto, tive sorte com

os orégãos que plantei em locais mais sombrios.

 A planta é bastante agr es siva e já tem saído vitoriosa

ao competir com a hortelã. A s duas toleram a seca

e são fáceis de cultivar em vaso e floreiras de janela

de todos os tamanhos. Se quer muito tê-las frescas

no inverno, está com sorte: as duas plantas podem

passar uns meses no parapeito de um a janela.

 Vá-as po da ndo se elas se ap re sentare m flác idas .

Cultive orégãos e manjerona a partir de estacas

ou divisões oferecidas por amigos. As sementes

germinam com facilidade, mas sem garantia quanto

ao sabor. Deixe que as suas plantas deem flores, que

atrairão uma diversidade de insetos bené ficos. As

 va ried ad es de folha dourada, co mo a c resp a A ur eu m

Crispum, criam um belo contraste quando cultivadas

ao lado de plantas roxas ou lobélias azuis.

 A pa rti r do canto superio r esquerdo, no sentido dos ponteiros

do relógio: a salva Purple é semivivaz em climas frios; prepare

uma chávena de chá de alecrim para aliviar o stresse; salsa de

folha lisa; a perila Purple, uma planta de autossementeira,

permanecerá no jardim durante muitos anos.

BIANUAL

 A sa lsa é uma erva aromática indispensável na

i h i li b d i i i

Salsa( P e t r o s e l i m u m  spp.) - Família das Apiáceas ( A p i a c e a e )

 A lecrim(Rosmarinus officinalis) -  Família da Menta (Lamiaceae)

PERENE DELICADA

O meu sonho é ter uma horta cercada por

f d b d l i f li

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cozinha, pois liga bem com tudo. Foi a primeiraplanta que cultivei quando era criança, no entanto

caiu em desuso durante a minha vida adulta. Há

pouco tempo voltei a comprá-la, mas prefiro a

menos popular versão de folha lisa. Estou em

minoria, porque a de folha frisada é mais

decorativa, mais usada para guarnecer, mais fácil

de cultivar e menos dada a espigar quando chega o

calor.

Cult ivar 

 A salsa dá-se melhor ao sol, mas não se importa

de estar num recanto sombrio. Gosta de um solo

rico, húmido, com boas condições de drenagem ,

mas na realidade não é muito exigente. Até uma

criança de cinco anos é capaz de a cultivar! As

lesmas parecem ser a única coisa a incomodá-las,

mas nada de muito preocupante.

 As sem entes de salsa têm fama de serem difíceis

de germinar. Dê-lhes uma ajuda arranhando-asligeiramente com p apel de lixa; ou, mais simples

ainda, esqueça as sementes e compre uma planta.

Basta uma p lanta para ter suficientes folhas sec as e

frescas durante uma ou duas épocas. Deixe-a

produzir semente no segundo ano e a planta

autoperpetuar-se-á indefinidamente.

perfumadas sebes de alecrim. Infelizmente, umclima setentrional não é o ideal para o conseguir.

O alecrim é uma planta resistente, mas não suporta

temperaturas inferiores a -9 °C, devendo ser levada

para um local coberto nos climas frios. Se o tempo

estiver a seu favor, não se limite à clássica

 variedade ereta; algu ns tipos rastejantes podem ter

empregos notáveis em paisagens comestíveis.

Cult ivar 

O alecrim é uma planta litoral de ascendência

mediterrânica. Em resultado, dá-se melhor com sol

direto e um solo levemente arenoso que tenha boas

condições de drenagem. Pode atingir as dimensões

de um arbusto grande e desordenado, mas tem

crescimento lento e adapta-se a vas os de todos os

tamanhos.

Não se dê ao trabalho de o semear; as sementes

levam demasiado tempo a germinar, ao passo que

as estacas criam raízes num instante. O alecrim nãoé uma planta fácil de levar para um local co berto no

inverno e pode secar. O segredo é esperar que ele

seja atingido por uma ligeira geada antes de o

recolher. Deixe-o num sítio moderadamente fresco,

como uma garagem sem aquecimento, e pulverize-o

com água todas as semanas, numa imitação dos

salpicos da água do mar. Corte as pontas sempre

que precisar de um pouco de alecrim nos

cozinhados. O alecrim é um tempero clássico para

 batatas assadas e sopas e com ele també m se

prepara um ch á muito eficaz contra dores de

cabeça.

RECEITA 

Sal ou Açú car com Ervas

Preparar a minha própria mistura de sal ou açúcar com ervas

á i d dí i d

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• 1  chávena de sal marinho (fino ou grosso)

ou suco de cana-de-açúcar evaporado

• 1  chávena de ervas frescas finamente

picadas

aromáticas sempre me p areceu um desperdício de tempo, que

seria melhor empregue a ler um livro ou, digamos, a cortar as

unhas, até ao dia em que resolvi mesmo fazê-lo! Hoje é um

tempero que não dispenso em todos os pratos!

O sal com ervas é m aravilhoso para temperar tomate, ovos,

 ba ta ta s e le gum es assad os ou para esf re gar em ca rn es ou pe ixes .

Faça um saboroso açúcar com ervas para passar na borda de umcopo de bebida, adoçar o chá gelado ou polvilhar bolos. Pode

ainda basear-se nesta receita para preparar um sal condimentado

picante - um a pitada complementa qualquer sobremesa de

chocolate.

 A s ervas fresc as pode m ser su bst ituídas po r er vas se ca s, mas

estas não conferem um gosto tão bom ao sal ou ao açúcar e

devem ficar muito menos tempo no forno.

1. Incorp ore alguns dos óleos cont idos na s^rv as em sal ou

açúcar, p isando tu do ju nto num almofar iz.

2. Espalhe a mistura num tab ule iro e aqueça lenta m ente no

forno , à tem pe ratura mais baixa possível, até as ervas

secarem. Isto po de de m orar ent re 15 minutos e 1 hora,

cons oante a erva e a tem pe ratu ra mais baixa do seu forno.

3. Deixe arrefecer e gu arde os ingre dien tes num frasco de

vidro.

Total: cerca de 1 cháve na

Ervas para Sal: Manjericão, cebolinho, alfazema, manjerona, orégãos,

alecrim, estragão e tomilho

Ervas para Açúcar: Hissopo-anisado, alfazema, hortelã, manjericão

Cinnamon, manjericão-limão, manjericão-anis, malva, salva-frutada e

funcho-púrpura

PERENE

Existem centenas de salvas em todo o mundo,

l l i d h t é d l

Salva(Salvia officinalis) - Famíl ia da Menta (Lamiaceae)

Perila(Perilla frutescens) - Família da Menta (Lamiaceae)

 ANUAL

 A perila é uma planta de autossementeira

i l lti á l l

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mas a vulgar salva vivaz da horta é, de longe, acomestível mais popular do grupo. As folhas

potentes e aromáticas devem ser usadas quando o

seu sabor não se sobrepõe ao da refeição; são

populares em pratos de galinha e ovos, mas a

minha forma preferida de as utilizar é embebendo-

-as em azeite, para guarnecerem uma alimentícia

sopa de abóbora.

Cultivar Uma planta de salva adulta é enorme e, se lho

permitirem, tornar-se-á um arbusto grande e

lenhoso. A salva dá-se melhor se a deixarem

espalhar-se num vaso grande, mas não sofrerámuito num vaso de menores dimensões e adapta-se

 bem à maioria dos recipientes. A salva-de-jardim é

forte e resistente, suportando o vento, a seca e o sol

intenso. No entanto, é propensa ao oídio. Certifique-

-se de que a coloca num local soalheiro com boas

condições de drenagem e de que não tem folhas

estragadas ou a mais a prejudicar a circulação do ar.

Remova as partes mortas e quebradas na

primavera e desbaste, se não quiser flores. No

entanto, não sei por que razão não as quereria. As

flores tornam esta planta já de si ornamental ainda

mais bonita e também são comestíveis! Cultive a

clássica variedade cinzento-azulada ou opte por

 variedades coloridas menos resistentes, como

salva-purpúrea, Tricolor e Golden. Berggarten é

uma planta cinzenta com encantadoras folhas

redondas.

 A salva pode ser lenta de cultivar por semente.

Uma muda acaba por sair barata - ao fim de um anoestará enorme!

agressiva, mas vale a pena cultivá-la pela suafolhagem atraente, maravilhosamente recortada e

com o rebordo enrugado. A variedade comum é

 verde, mas também há uma variedade vermelho-

-arroxeada que brilha quando a luz do sol atravessa

as suas folhas. As deslumbrantes espigas de flores

surgem em finais do verão.

O sabor da perila é difícil de descrever, mas eu

diria que tem um intenso gosto frutado cítrico com

um travo a hortelã. A variedade verde tende a ser

menos frutada, com notas mais condimentadas.

 A perila é conhecida, sobretudo, como a folha usada

para embrulhar o arroz no sushi  e acompanhar o

sashimi, mas eu prefiro preparar uma refrescante bebida de verão (ver «Supergranizado de Perila»,

na página ao lado).

Cultivar  A perila é fácil de cultivar a partir de sementes.

Basta deitar algumas na terra em finais da

primavera. Cresce mais e melhor num local

soalheiro com um solo fértil, bem drenado e

húmido, mas não se importa muito que haja alguma

sombra. Britton, uma variedade ornamental cujas

folhas são verdes mas têm a página inferior

acastanhada, prefere locais mais secos, soalheiros e

 vasos pequenos. A perila dá-se bem em vasos de

tamanho médio mas não subestime o seu tamanho;

há plantas que chegam a atingir 10 cm de altura e

 vários de largura.

Girassol(Helianthus annuus) - Família das Compost as/Asteráceas

( As terace ae)

 ANU AL

Os girassóis são as plantas mais alegres do

j di l i d l i fl ê i

 As plântulas do girassol não gostam de ser

transplantadas. Semeie-as diretamente ao ar livre

quando já não houver perigo de geadas, ou faça a

sementeira num local coberto, 2 semanas antes da

última geada, dentro de rolos de papel higiénico (ver

«Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico», na

á i )

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 jardim, cultivadas pelas suas enormes inflorescênciase pela sua presença imponente - algumas variedades

chegam a atingir três metros de altura! As pétalas

são pouco conhecidas como comestíveis, mas ainda

menos apreciados são os botões da flor, que podem

ser cozidos a vapor e consumidos como se fossem

alcachofras, se os cortar cedo.

Cult ivar 

Como o nome indica, os girassóis precisam de

muito sol para se tornarem grandes e fortes - no

mínimo, 6 horas diárias de sol direto. As plantas

grandes necessitam de muita água, mas, apesar do

seu tamanho, são surpreendentemente pouco

problemáticas. Talvez seja porque constituem quase

um ecossistema completo em si mesmas; as suas

flores atraem todo o tipo de insetos benéficos.

 As flores do girassol abrem naturalmente v iradas

para leste; tenha isso em conta quando as plantar no

seu jardim, ou ficará a vê-las de costas! Cultive estesgigantes em contentores do lixo ou vasos munidos de

rega automática (ver «Plante e Esqueça [ou quase]»,

na página 54). As variedades anãs não se importam

de crescer em vasos mais pequenos, com cerca de

30 cm de profundidade. Experimente variedades que

produzem uma quantidade compacta de sementes,

como Sunspot ou Big Smile. Das gigantes, opte por

 Arikara, Mongolian Giant ou M ammoth Gray

Striped. Existem também girassóis das mais variadas

cores, embora a maioria não produza sementes.

Double Dandy é uma planta compacta com

exuberantes flores vermelhas.

4  A partir do canto superior esquordo, no sentido dos

ponteiros do relógio: os tomilhos prata o limão ficam

muito bem juntos; girassol Strnwbmry lllondo; embrulhei f l i â i l 1 i l i ti * 1 1 11 1 M ll i á t tM

página 27).Cubra as sementes com rede ou com um tecido

aberto assim que começarem a atingir a maturidade,

se quiser ter algumas na altura da colheita. Arranque a

inflorescência mal ela comece a acastanhar e a perder

a maioria das suas pétalas. Guarde as inflorescências

num local quente e seco até o exterior endurecer.

Tomilho(Thymus sp p . ) - F am í l ia da M en t a (Lamiaceae)

PERENE

Para uma planta tão pequena, o tomilho ocupa

uma posição proeminente na minha horta. E de facto

uma planta fácil de cultivar, rastejante, que pode ser

enfiada em fendas e submetida ã mais completa

negligência. Conseguirá cultivar tomilho, mesmo que

não consiga cultivar mais nada. E com tantas

 variedades disponíveis, o tomilho nunca se tornaaborrecido. Tenho uma combinação contrastante de

limão variegado e prata em vasos, há anos, mas agora

experimentei variedades perfumadas como Nutmeg,

Orange Spice e Rose Petal.

Cult ivar 

O tomilho adora o sol, embora eu tenha obtido

êxito em recantos sombrios. É uma cobertura do sol

 bastante discreta mas que fica linda por baixo de

plantas comestíveis mais altas e até outras ervas

aromáticas. Deixe-a florir, pois atrairá insetos

polinizadores às plantas que deles necessitam.

Cultive a partir de estacas ou mudas. Não se dê aotrabalho de o cultivar por semente, a não ser que

tencione cobrir uma vasta área.

 SecçãoJ 

C lh Q S

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Colha o Que Semeou

C a p í t u l o   i o :

Como ColherSaber qual o momento e o método exatos para colher os legumes deliciosos 

da sua horta pode ser um pouco intimidante. Felizmente, até os 

principiantes têm uma longa experiência de consumidores na qual se

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principiantes têm uma longa experiência de consumidores, na qual se podem basear quando escolhem uma curgete ou beringela madura.

O processo requer apenas alguns conhecimentos básicos, com

um pouco de tentativa e erro pelo meio. Rebusquemos a memória

recente (ou talvez não tão recente) e recordemos um pouco da

 biologia que aprendemos na escola. As sementes dão origem a

plantas, as plantas produzem flores, as flores tornam-se frutos e, em

seguida, a planta morre. Fim. Bem, nem sempre é assim, mas

simplifiquei a equação para explicar melhor o ciclo de vida das

plantas anuais que tem na horta. O seu objetivo enquanto horticultor

e, espera-se, futuro consumidor é derrotar a planta no seu próprio

 jogo e colher-lhe os frutos (onde se encontram as sementes)

enquanto ela ainda estiver jovem e tenra. Concluída a produção de

frutos, a planta considera que a sua missão terrestre chegou ao fim e

dará a sua atividade por terminada pouco depois. Procriar dá muito

trabalho! Não há cruzeiros para reformados no horizonte das

curgetes e abóboras. O segredo, neste caso, é encontrar a linha ténue

entre o que é considerado maduro do ponto de vista do consumidor(saboroso) e o que é considerado maduro do ponto de vista das

plantas (reprodutivo) e, em seguida, antecipar-se a elas. Quanto

mais depressa colher, mais a planta produzirá, no esforço de cumprir

o seu destino.

Existe, claro, um pequeno senão. A altura da colheita pode variar

não só de planta para planta, mas também entre variedades da

mesma planta. Algumas são, na verdade, mais despachadas do que

outras. E outras são apenas diferentes. Como saber, por exemplo,

quando uma variedade verde de tomate está madura? E aí que

entram em cena o conhecimento, a prática e a experiência. Quando

cultivar uma variedade nova, veja fotografias na Internet, para ter

uma ideia do aspeto que ela deve apresentar na altura da colheita.

 Alguns nomes de variedades oferecem pistas sobre o produto final- tire as mãos desse tomate avermelhado se a embalagem disser

Black Rim.

 A «Tabela das Colheita»" cia página 173 constitui um bom ponto de partida para o

conhecimento do ciclo de vida de urna planta específica. A Secção 2 debruça-se sobre pormenores

da colheita de plantas individuais. Mais adiante obterá indicações gerais aplicáveis a todos os

produtos divididos em categorias mais vastas; essa informação vai ajudar a maximizar a

qualidade e a quantidade de produção da sua horta, de modo que possa colher baldes e baldes das

melhores ervas aromáticas dos mais sumarentos frutos e dos mais viçosos legumes até no espaço

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melhores ervas aromáticas, dos mais sumarentos frutos e dos mais viçosos legumes, até no espaçomais pequeno.

Transmiti-lhe alguns conhecimentos, mas ainda vai aprender muito através da experiência.

Permita-se cometer erros à primeira, segunda ou centésima vez. Não vai receber nenhuma falta de

castigo por isso. Não desista!

P E R C E B E R SE E S T Á M A D U R O

Olhe: Examine o ponto em que o fruto se junta à

planta e veja se o pedúnculo está murcho ou há folhas

secas que se separam facilmente. Os legumes de raiz,

po r vezes, anunciam que estão prontos fazendo o seu

top o eme rgir do solo. As batatas estão prontas quando

a parte aérea da planta morre. Encoraje as ervas

aromáticas a produzir mais folhas cortando os botões

florais assim que eles aparecerem. As beringelas

maduras apresentam-se brilhantes e não baças.

Toque: Frutos macios como framboesas, amoras e

tomates encontram-se no ponto quando estão

praticamente a cair da planta. As ervilhas estão maduras

quando as sentir firmes den tro da vagem. Se estiverem

duras que nem berlindes estão maduras de mais.

Cheire:  Aba ixe-se junto a um melão de casca rija e

cheire-o. Os melões emitem um forte aroma frutado

na região apical quando estão doces e prontos a

serem consumidos.

Escute: Dê uma pequena pancada com o dedo

numa melancia. Quando madura, produz um som oco.

 Amadurecer o Tomate: Por mais que 

planifique, há sempre um ou outro tomate 

que não con segue amadurecer antes do 

aparecimento da terrível geada. Embora uma 

 janela soalh eir a pareça o lu gar id eal para  

amadurecer o tomate acontece qu e não é

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amadurecer o tomate, acontece qu e não é 

bem de sol que ele precisa. Embrulhe cada 

tomate individualmente num pedaço de 

 jo rn al ou sac o de pap el e co lo que-o s num 

sítio quente - em cima do fr igorífico é 

perfeito. Use os que restarem num molho de 

conserva ou então passe-os por um po lme  

e frite-os! É muito saboroso!

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CONSELHOS PARA A COLHEITA

Quanto mais Colher, mais Tem: Seja qual for o modo e a altura em que o fazem, as plantas

têm um único objetivo: a reprodução. As plantas sabem que mal cumpram esse propósito está

na altura de se retirarem. Co lher feijões ou curgetes en quan to são jovens e tenros leva a planta a

ten tar nova p roduçã o. O mesm o é válido para ervas aromáticas e flores. Rem over as flores antes

de iniciarem a produção de sementes significa mais flores e folhas saudáveis para si.

Quanto mais Pequeno, Melhor: É ten tado r cultivar produtos de grandes dimensões - uma só

curgete gigante dá para alimentar uma família inteira. Infelizmente é natural que ela não seja

m uito saborosa. Os legum es dem asiado gran des são lenhosos, rijos e insípidos.

Quan to mais Fresco, Melhor: A m aioria dos legumes atinge o m áximo do seu sabor logo após

deixar a planta. Qu anto mais tem po a sua colheita ficar à espera em cima da bancada, me nor a

sua qualidade. Tire o máximo p artido dos produ tos que colhe consumindo-os de imediato ou

usand o-os em conservas.

De Manhã: É ao romper da manhã que praticamente todos os legumes se encontram mais

frescos, estaladiços e saborosos. A frescura do fim da tarde também serve para colher legumese verduras sensíveis ao calor.

C C n ln o r 1“M

Saber Prever a ColheitaSão inúmeros os fatores, como .1 fertilida de d o solo e as condições meteorológicas, q ue se conjugam para determinar a

altura em que se deve colher um logumo. Algo aparentemente tão simples como um feijão pertence a um grupo muito

diverso, cujas colheitas devem ser feitas entre 50 a 100 dias depois de lançada a semente. Nunca se pode determinar com

precisão a «data do parto» de qualquer produto hortícola, mas a «Tabela das Colheitas» abaixo dar-lhe-á uma ideia de

quando deve começar a cavar o solo. Use-a lá mais para o fim da época, para se certificar de que a colheita que espera

saborear no final do verão vai ser feita antes que cheguem as primeiras geadas.

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q g p g

Para os horticultores mais experientes, a «Tabela das Colheitas» pode ser útil como registo das alterações verificadas

de ano para ano.

T A B E L A D A S C O L H E I T A S

• Escreva a data em q ue planto u as sem entes na coluna «Data da Plantação».

• Calcule a «Data Prevista para a Colhe ita» ad iciona ndo o n úmero de dias in dicad o em «C olheita» à «Data da Plantação».

• Escreva na coluna «Data da Colheita» o dia em que esta começo u.

• Registe a qua ntid ad e recolhida na coluna «Rendimento».

LEGUMEDATA DA 

PLANTAÇÃOCOLHEITA

DATA PREVISTA 

PARA ACOLHEITA

DATA DA 

COLHEITARENDIMENTO

• Feijão (de descascar) 60-90 dias

• Feijão (de vagem) 50-65 dias

• Beterraba 50-60 dias

Brócolos 60-100 dias

Couve 60-100 dias

• Cenoura 50-90 dias

Couve-flor  60-90 dias

Pepino 50-70 dias \Beringela 65-100 dias

•  Alfa ce e verduras 20-65 dias

• Repolho 50-65 dias

Melão 70-110 dias

• Cebola   1 0 0 - 1 2 0  dias

• Ervilha 50-85 dias

Pimento 60-100 dias

• Batata 65-100 dias

 Abó bora-m enina 80-120 dias

• Rabanete 20-30 dias

• Espinafre 45-60 dias

 Abóbora (verão) 35-70 dias

 Abóbo ra (inverno) 70-120 dias•  Acelga 50-60 dias

Tomate 60-90 dias

Ca pít u l o  li:

O Futuro dos Frescos:Como Armazená-los e Conservá-los

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 Até as pequenas hortas em vasos podem surpreender e produzir 

excessivamente demasiado cedo. As abóboras de verão e de inverno são 

conhecidas pela sua abundância; todos já ouvimos histórias sobre o tema. 

 As ervas aromáticas tendem a arrancar em alta velocidade e, por 

conseguinte, vão parar ao cesto num abrir e fechar de olhos.

Deitar fora comida estragada é uma coisa, mas

 ver comida cultivada por nós estragar-se é, no

mínimo, deprimente.

Saber conservar os alimentos que cultivamos

é tão importante como saber cultivá-los. Requer

algum trabalho, mas não é difícil. Na verdade, a

maioria das conservas pode ser feita na companhia

de um amigo, com um filme antigo ou o nosso

álbum preferido a passar em fundo. Além disso,

é uma tarefa que gera um sentimento de satisfação

profundo e duradouro. Encher a despensa do meu

pequeno apartamento ou o meu ofegante congeladordá-me uma sensação de orgulho, conforto e

reconhecimento. Adoro saber que posso abrir um

frasco de molho caseiro ou uma embalagem de

framboesas congeladas sempre que quiser e

saborear os aromas e as cores do verão seja qual for

o tempo que estiver lá fora.

Cultivar cebolas e ervas aromáticas ►

perenes significa que vai poder colhê-las 

no início e no fim da época.

 A rm azenar a Cu rto Prazo

Verduras

Lave as folhas e as cabeças das verduras em água fria logo após a colheita. Sacuda, enxugue

ou centrifugue, para extrair o excesso de água, e guarde na gaveta para legumes do frigorífico,

embrulhadas num saco feito com um pano da louça e molhado (página 176).

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Legumes e Frutos

Muitos legumes e alguns frutos podem ser guardados na parte mais fria do frigorífico.

No extremo inferior do espetro, pequenos frutos, quiabos, feijões, curgetes e rabanetes duram

apenas alguns dias, ao passo que as couves e cenouras parecem durar, durar, durar, como o

coelhinho do anúncio das pilhas, mantendo-se em boas condições durante um mês ou mesmo

mais, consoante a variedade. Deixe os legumes e frutos ainda verdes em cima da bancada, para

amadurecerem, mas guarde-os no frigorífico assim que puderem ser consumidos.

O tomate deve ser guardado fora do frigorífico, pois dentro dele tende a perder sabor. Batatas,

alho, cebola, abóbora e curgetes devem ficar num local fresco, ao abrigo da luz, e não no

frigorífico, pois a humidade e o frio podem encorajar o apodrecimento ou mesmo fazê-los grelar.

Sei que quer um máximo de higiene, mas não lave os legumes antes de precisar deles. Durarão

mais tempo sem ser lavados, porque mesmo o mais suave dos banhos pode deixá-los magoados

e amolgados.

Faça Um Saco com Um Pano da Louça

F A Z ER

 As verduras e ervas aromáticas frescas são conhecidas por

serem difíceis de conservar em boas condições, apodrecendo

rapidamente dentro de sacos de plástico mas tornando se

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VAI PRECISAR DE

• 1 pano da louça em algodão

• 1 ped aço de cordão (com mais 7,5 cm do que 

o compr imento do pano)

• Alfinetes

• Máquina de costura

• Linha

rapidamente dentro de sacos de plástico, mas tornando-se

flácidas quando empilhadas sem qualquer tipo de cobertura

que ajude a conservar a humidade. Um pano frio e molhado

resolve os dois problemas, não deixando a humidade escapar,

mas permitindo às verduras respirar. Estes sacos, muito fáceis

de fazer com panos de louça, ajudarão a sua colheita a manter-

-se estaladiça e fresca dentro do frigorífico.

1. Para fazer a bainha onde passa o cordão, es tenda o pano

da louça virado do direito, com o lado mais estreito para

cima. Estenda o cordão a cerca de 0,6 cm da extremidade

do lado mais comp rido.

2. Dobre o lado mais com prido do pano da louça de mod o

a tapar o cordão. Prenda com alfinetes e cosa a

extremidade da dobra ao pano, com o cuidado de não

coser o cordão.

3. Dobre o pano da louça pelo meio do lado mais comprido, com

o avesso para fora, e prenda os lados e a base com alfinetes.

4. Cosa uma bainha de 1 cm ao long o do lado esq uerd o e

da base, deixando o lado direito (que será o topo) aberto.

5. Ate as pontas do cordã o com um nó.

Como Usar 

 Antes de guardar nele as verduras, molhe o saco com água

fria e esprema, para extrair o excesso de água, deixando-o

húmido mas não a pingar. Introduza as verduras, puxe o

cordão para fechar o saco e coloque na gaveta para legumesdo frigorífico. As verduras conservar-se-ão frescas, desde que

não deixe o saco secar.

Ervas Aromáticas e Flores

Comestíveis

 A maioria das pessoas atira o saco de plástico com

as ervas aromáticas para dentro do frigorífico para, dias

depois, as encontrar feitas numa papa. As ervas

aromáticas folhosas frescas são muito parecidas com as

 verduras, preferindo ser guardadas dentro de um saco

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p gfeito com um pano da louça e molhado. Para as ter mais

à mão, coloque-as num copo com água fria, arrume-o

numa prateleira da porta do frigorífico e vá cortando

folhas à medida que for precisando delas. Algumas ervas

e flores conservar-se-ão durante semanas desse modo,

desde que se lembre de mudar a água do copo de tantos

em tantos dias. O manjericão é a exceção, pois as suas

folhas tornam-se negras quando guardadas no frigorífico.

Contudo, mantém-se fresco durante quase uma semana

em cima da bancada, dentro de uma jarra ou de um copo

com água, como se fosse um ramo de flores.

 A rm a ze n a r a Longo Prazo

Secar Legumes e Frutos

Um desidratador elétrico é, geralmente, a melhor maneira de secar a maioria dos legumes

e frutos, a não ser que viva num clima árido. Se não for esse o caso, a humidade favorecerá

o crescimento de bolor e fungos que atacarão os produtos postos a secar ao ar antes que eles

tenham tempo para se desidratarem completamente

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tenham tempo para se desidratarem completamente.

Feijões, cebolas, alho, mirtilos e pimentos são dos poucos alimentos que se podem facilmente

secar ao ar em qualquer região. Muitas pessoas não vivem num clima que permita secar o tomate

ao sol, mas no entanto é possíve l obter um sabor muito semelhante seca ndo-o no forno

(ver «Tomates Secos no Forno», na página 182). Os tomates são, de longe, o legume que mais gosto

de secar. Acredite que vale a pena.

Deixe as cebolas e os alhos a secar (curar) pendurados, quer atando-os em pequenos molhos,

quer entrançando os caules enquanto ainda estão flexíveis. Pendure-os durante um mês num local

fresco, ao abrigo da luz, por exemplo, numa garagem. Depois de curados, pendure-os na cozinha,

para os ter mais à mão, ou corte-lhes os caules e mantenha-os num local fresco a longo prazo.

Qualquer feijão que tenha atingido a maturidade pode ser seco e guardado para uso futuro,

mas algumas variedades são especialmente apreciadas por reterem o seu sabor e textura depois

de secos. Os feijões de descascar podem ser secos em cima de uma rede, mas se quiser poupartrabalho deixe-os secar na planta e descasque-os mais tarde, à medida que precisar deles. Para

secar uma colheita inesperada, coloque a planta inteira, com as vagens intactas, dentro de uma

saca de serapilheira ou de uma fronha e bata-a com o cabo de uma vassoura ou pise-a. Nao

exagere, porque o que pretende é obter feijões inteiros e não feitos em pó. Para separar as casc as

dos feijões (ou debulhar), estenda um lençol no chão e coloque em cima um cesto. Segure uma

mão-cheia de feijões por cima do cesto, e abra a mão para os deixar cair lentamente no cesto,

permitindo que o vento empurre algumas vagens secas. Resulta melhor (claro) em dias ventosos.

Guarde os feijões em frascos lavados que fechem hermeticamente.

Lavar ou não

Retire a terra aos pimentos, tomates e outros legumes de pele espessa, lavando-os antes de

os pôr a secar, mas não se esqueça de os enxugar bem com uma toalha. Não tente lavar cebolas,

alhos, chalotas ou outros legumes com uma casca leve semelhante ao papel. A terra cai durante

o processo de secagem e, de qualquer modo, é sempre preciso descascá-los antes de os usar.

Do mesmo modo, os frutos macios tendem a ficar em papa quando molhados. E como optou por

processos biológicos não há pesticidas a eliminar.

4  Prenda num cordel grandes pimentos picantes, obtendo uma decorativa

réstia (ver página 184) e vá arrancando aqueles de que precisar.

SECAR ERVAS AROMÁTICAS E FLORES

COMESTÍVEIS

• Colha-as num dia seco em que as folhas apresentem

mu ito pouca humidade, que pode torna r os ramos

de ervas aromáticas bo lorentos.

• Pendure os ramos num local seco com boa

circulação de ar e pouca luz.

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• Se hou ver muita po eira em su spensão no ar, faça

uns furos num saco de papel pardo e ate-o p or cima

do ramo de ervas antes de as pendurar.

• Guarde as ervas e f lores co m pletam ente secas em

frascos de vidro, dentro de um armário às escuras.

• Cole etique tas nos frascos, com o nom e da planta

e a data da colheita, para controlar a sua frescura,

e deite fora as ervas ao final de cerca de um ano.

• Am achuq ue l igeiram ente as ervas antes de as

guardar, mas triture-as ou esmague-as apenas no

momento em que as usar, para que os sabores se

mantenham durante mais tempo.

GUARDAR CEBOLAS

Há uma forma ridiculamente fácil de guardar um

monte de cebolas e ao mesmo tempo aproveitar um par

de m eias de senhora. Para começar, corte as pernas de

um par de collants  lavado. Não importa a cor, mas os

mais finos deixam respirar me lhor do qu e os opacos.

Enfie uma cebola numa das pernas cortadas e dê um nó

por cima. Vá acrescentando cebolas, dan do semp re um

nó por cima de cada uma, até a perna estar cheia.

Deixe as cebolas secar num local seco e fresco, ao

abrigo da luz, como uma despensa ou o canto de uma

garagem ou barracão, visto que f i las de collants 

bulbosos talvez não sejam a decoração que deseja para

a sua cozinha este outono.

Quando quiser usar uma cebola, basta separar a debaixo, cortan do logo a seguir ao primeiro nó. Uma

variedade que se conserve bem , com o Ailsa Craig ou

F A Z E R

Faça Uma Réstia

Os p imentos picantes são, acima de tudo, prolíficos,

cada planta produzindo, geralmente, o suficiente paradanificar o sistema digestivo de um exército inteiro

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danificar o sistema digestivo de um exército inteiro.

 Ainda estou esp antada com um a planta que deu 200

pimentos. E nesses c asos que dá jeito fazer uma réstia,

uma tradição do sudoeste dos EUA. Veem-se muitas

 versõe s com a casca en vernizada a decorar

restaurantes mexicanos, mas não receie a associação

com uma decoração fora de moda. Uma verdadeira

réstia é uma maneira prática de armazenar muitos

pimentos durante um ou mais anos.

Faça um favor às suas mãos e use luvas de proteção

quando mexer nos pimentos. Os pimentos muito

picantes podem queimar a pele e um pingo de suco

esfregado sem querer no olho é algo que não

recomendo a ninguém.

ESCOLHER PIMENTOS PICANTES

Selecione apenas os melhores, sem manchas, com

os longos caules ainda intactos. Os pimentos

manchados e amolgados podem tornar-se bolorentos e

contaminar os outros durante o processo de secagem.

Para resultados rápidos e fáceis, prefira os pimentos

pequenos com casca fina aos grandes e pesados.

VAI PRECISAR DE

• Cerca de 50 pimentos picantes ainda com  

caule

• Cordel de algodão leve

• Arame leve de V

• Al icate

• Luvas de látex

1. Deixe que os pime ntos percam hum idade e repousem

durante um ou dois dias, num local com boa ventilação.

Os caules dos pim entos acabados de colher são frágeis e

podem partir-se quando começar a entrançá-los para formar

a réstia.

2. Para come çar, ate um gru po d e três pim en tos pelos caules.Segure os pimentos pelos caules e enrole o cordel à volta

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Segure os pimentos pelos caules e enrole o cordel à volta

deles duas vezes.

3. Em seguida, segurando no grupo de mod o que um pimen to

fique à frente dos outros dois, enrole o f io no sentido dos

ponteiros do relógio, em vol ta d o pr ime iro pimento, e

puxe -o para cima entre esse e os outros dois. Ap erte o f io

com firmeza em volta do caule do pimento da frente.

4. Faça uma argola de corde l em volta da sua mão e dep ois

torça-a. Passe a argola por cima dos três caules e aperte

com firmeza.

5. Repita os passos 3 a 5. Ate o utro g rup o de três pim en tos

a cerca de 5-7 cm do últ imo. Co ntinue a acrescentar grupos

de 3 pim entos até o co rdel ter e ntre 60 a 150 cm de

comprimento. O comprimento deve ser menor para

pimentos grandes e pesados e maior para pimentos

pequenos. Se quiser fazer uma réstia mista, use pimentos

da mesma variedade em cada grupo de três.

6 . Faça uma peque na argola nas duas extre m idad es do arame,

com um alicate. Pendure o arame num local sólido que

suporte algum peso. Um gancho, um prego, uma maçaneta,

a ombreira de uma porta ou um estendal servem

perfei tamente.

7. Escolha o cord el de pim en tos com que deseja com eçar a

réstia. Para a réstia mista, prefiro os pimentos grandes em

baixo e os pequen os em cima, mas o pro jeto é seu, porta nto

faça co mo preferir.

(continua na página seguinte)

(continuação da página anterior)

8 . Encoste o primeiro grupo de pimentos por cima e ao lado da

argola na extremidade inferior do arame e entrance os caules

e o cordel com o arame. Sei que isto deve parecer uma

loucura, mas juro que fará sentido quando estiver a

entrançar. É muito parecido com entrançar o cabelo, comf d i i d i l d

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o arame a fazer a vez da primeira madeixa e os caules de

pimento no lugar das outras. Torça os pimentos e o cordel

em volta do arame, até o grupo estar firmemente preso.

9. Empurre cada grupo de pimentos pelo arame abaixo,

à medida que for en trançando, para que os grupos fiquem

bem arrumados em cima uns dos outros. Se quiser, empurre

os pimentos de mo do que cada um fique virado numa

direção diferente. Continue a entrançar os grupos até gastar

todo s os cordéis com pimentos.

10. Tradicionalm ente, as réstias rem atam-se com um grand e

pedaço de ráfia, barbas de milho ou fita, atado como se

fosse um laço a enfeitar um bolo. Em alternativa, deixe-o tal

como está: a escolha é sua.

11. Pendure a réstia ao sol, para secar. Um alpendre ou um

terraço com uma cobertura e boa circulação do ar também

servem. Um canto seco num local coberto é igualmentepe rfeito. O im po rtante é que a réstia não toqu e em nada

e que o ar circule bem em volta dela, para evitar o bolor.

12. Examine de vez em quando a sua réstia e arranque ou corte

os pimen tos que tiverem apod recido. O processo de

secagem pode levar algumas semanas, mas nada impede

que vá arrancando e usando os pimentos de que precisar.

Certifique-se de que o pimento não tem bolor antes de

o usar numa enchilada.

Guardar no Congelador

 A congelação é um dos métodos mais seguros e

fiáveis para conservar, a longo prazo, toda a frescura

dos sabores - por alguma razão se diz «fresco como um

produto congelado». Os legumes que congelamos em

casa são muito mais frescos do que as versões à venda

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no supermercado. Congelar é também tremendamente

fácil; alguns alimentos requerem pouco mais do que

umas aparadelas com a faca antes de seguirem para

o congelador. Infelizmente, este processo não é o mais

eficiente, do ponto de vista energético. Por esse motivo,

é mais sensato reservar este tipo de armazenamentopara os produtos hortícolas que, após algum tempo no

congelador, retêm a frescura típica dos alimentos

acabados de sair da horta, e aplicar métodos como

a conserva ou a secagem, que dispensam máquinas

devoradoras de energia, aos restantes.

Congelar Legumes e Frutos

i âbótRemova a rija casca da abóbora, antes

de a bran quear e congelar.

Muitos legumes e frutos reagem bem a um período

no congelador, incluindo feijões, beterraba, pequenos

frutos, brócolos, cenouras, couve-flor, milho, melão,

pêssegos, ervilhas, pimentos, ruibarbo, espinafre, tomate

e abóboras de inverno. Até as maçãs e as peras podem ser

congeladas, desde que primeiro as descasque e descaroce, podendo juntar-lhes um pouco de sumo de

limão, para evitar a descoloração. Não congele os legumes que são melhores em cru, como pepinos,

alface, verduras e rabanetes - o resultado é péssimo e um pouco repugnante. O repolho e a couve-

-galega amolecem, mas são excelentes para usar em sopas onde a consistência não importa.

P AR A C O N G E L A R

Lave e corte os produtos acabados de colher que não estejam demasiado maduros. Os pequenosfrutos, melões e pimentos não requerem branqueamento (um banho de água a ferver), mas, de uma

maneira geral, os outros precisam. O branqueamento impede o avanço das enzimas, evitando que

elas convertam os açúcares dos produtos acabados de colher no insípido e desinteressante amido.

 Além disso, ajuda os alimentos a reter o seu valor nutricional e a sua integridade (veja mais

pormenores na página seguinte).

Os pequenos frutos colocados dentro de um saco ou de uma caixa congelam imediatamente,

formando uma massa sólida que, ao descongelar, passa a uma espécie de papa. Se quiser os pequenos

frutos inteiros e firmes, espalhe-os em tabuleiros e embale-os depois de congelados.

COMO BRANQUEAR FRUTOS E LEGUMES

1. Para branqu ear, mergulhe pequenas

quantidades de frutos e legumes cortados

ou inteiros em água a ferver.

2. Cubra com a tam pa e espe re que a água

volte a levantar fervura, dando início aoprocesso de branqueamento O tempo que

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processo de branqueamento. O tempo que

os produ tos devem estar ao lume depende

do seu tipo e das suas dimensões (ver

tem pos aproximados abaixo).

3. Retire os pro du tos rapidam ente com uma

colher perfurada e coloque-os num alguidar

ou lava-louça cheio de água gelada, para

interrom per o processo de cozedura.

4. Qu and o eles estiverem frios, escorra-os

e enxugue-os antes de os embalar em sacos

próprios para congelação ou caixas

reutilizáveis. Cong ele doses pequenas,

suficientes para uma refeição. Tente extrair

o máximo de ar possível das embalagens

e certifique-se de que estas ficam

herme ticamente fechadas.

TEMPOS PARA BRANQUEAR LEGUMES 

E FRUTOS

Os tempos aproximados para o branqueamento 

referem-se a pequenas doses.

Feijões: 1-3 minutos

Brócolos: 1-3 minutos

Cenouras: 2 minutos

Couve-flor: 3 minutos

Milho (maçaroca inteira): 3-4 minutos

Pêssegos (inteiros): 1 minuto

Ervilhas: 1-3 minutos

Pimentos: 2 minutos

Tomates (inteiros): 45 segundos Abóbora de inverno: coza por completo antes de

congelar 

C ong elar Ervas Arom áticas

e Flores Comestíveis

Para congelar ervas aromáticas acabadas de

colher, como manjericão, endro, coentros, salsa,orégãos e estragão, pique as folhas, coloque-as

dentro de cuvettes de gelo e preencha os cubos com

água. Depois de gelados, retire-os para sacos

próprios para congelação, onde ficarão disponíveis

em doses controláveis. As folhas texturadas de

ervas aromáticas como a salva e o alecrim mantêm

o sabor, a cor e a textura quando congeladas

inteiras. Pode guardar, em sacos próprios para

congelação, o manjericão, os coentros ou a hortelã,

que o seu aroma será preservado, mas as ervas

ficam empapadas e, atrevo-me a dizer, pouco

apetitosas. O método resulta quando elas se

destinam a ser usadas em cozinhados - basta cortar

a porção desejada e devolver o resto ao congelador

-, mas não as use como guarnição.

 Apesar do pessimismo do parágrafo anterior,

recomendo vivamente que misture uma boa

quantidade de manjericão com azeite e uma pitada

de sal. Esta pasta do tipo pesto, sem queijo nemfrutos secos, dura oito meses ou mais no congelador,

dentro de sacos hermeticamente fechados.

Conservas

 A preparação de conservas é uma arte genial. Os alimentos sabem tão bem como se

estivessem frescos e podem ser guardados durante meses sem se consumir eletricidade.

 Antigamente - ou melhor, «nos bons velhos tempos» todas as pessoas tinham a despensa cheia

de filas de frascos disto e daquilo, preparados em casa a partir de produtos que elas própriascultivavam. Hoje, a norma é os adultos e as crianças crescerem como eu, incapazes de reconhecer

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j , ç , p

alimentos que não lhes cheguem dentro de latas ou saiam do congelador. Fiquei totalmente

perplexa, para não dizer aterrada, com a descoberta de conservas na casa de campo da minha

 bisavó. Levei uns bons minutos até perceber que os objetos que boiavam no líquido colorido

contido nos frascos eram pêssegos e tomates e não personagens de um filme de terror tornado

realidade.

 A verdade é que ainda reagimos com alguma desconfiança a conservas preparadas em casa

e com toda a razão. Muitas das histórias assustadoras que ouvimos sobre o botulismo e outras

doenças potencialmente fatais transmitidas por alimentos não são uma brincadeira e devem ser

levadas a sério. No entanto, com algumas precauções e cuidados, até no mais minúsculo

apartamento qualquer pessoa pode acumular um fornecimento de provisões para o apocalipse

e ainda por cima divertir-se a fazê-lo!

CONSELHOS PARA CONSERVAS SEGURAS

• Siga receitas e proced imen tos atualizados, divulgad os ao longo dos últimos dez anos,

aproximadamente. Os antigos panfletos sobre conservas muitas vezes não respeitam

os padrões de segurança contemporâneos.

• Estreie-se preparando conservas com elevado teor de acidez, como picles, e, em seguida,depois de ganhar experiência, passe a outros produtos fáceis e seguros, como tomates

e puré de maçã.

• Não ten te conservar legumes com baixo teo r de acidez (por exemplo, feijões e cenouras)

em água, a não ser que disponha de uma panela de pressão. As conservas de alimentos

com baixo teor de acidez só são seguras quando esterilizadas a uma temperatura muito

elevada que não se atinge numa vulgar panela com água a ferver.

• Prepare quantidades pequenas de cada vez, para trabalhar com calma e sem entrar em

pânico.

• Demasiado enervante a ideia de conservar a longo prazo? Faça pequenas doses de picles,

chutneys e geleias e guarde no frigorífico, onde se manterão em excelente estado durante

algumas semanas.

PROCESSO DE AQUECIMENTO

0 passo seguinte, o processo de aquecimento ou banho

de água a ferver, é importante porque cria o vácuo, garantindo

o fecho hermético dos frascos, além de destruir quaisquer

microrganismos remanescentes que se tenham introduzido

ao encher os frascos.

Quando todos os frascos estiverem cheios, tapados

e prontos para a luta, coloque-os de pé no cesto da panela

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Jogue p elo seguro e opte por frascos

próprios para conservas caseiras. Pode

usar frascos qu e tenha em casa, mas

compre sempre tampas novas.

de pressão, certificando-se de que não irão embater uns nos

outros. Verifique se estão completamente submersos, com pelo

menos 5 cm de água acima deles. Tape a panela e deixe a água

ferver. Ligue o cronómetro só nesse instante.

Nota: Uma vez que a água ferve a temperaturas mais baixas

a maiores altitudes, tem de deixar os frascos ferver durantemais tempo se viver num sítio alto. Acrescente 1 minuto ao

tempo de fervura por cada 30 metros acima do nível do mar.

 A R R EFE C IM EN TO

Quando o cronómetro apitar, desligue 0 lume e deixe tudo

assentar antes de retirar os frascos da água com o auxílio

do cesto. Ponha os frascos a arrefecer em cima de uma tábua

de madeira e espere até ouvir o famoso estalido que anuncia

um fecho hermético bem-sucedido.

Deixe passar 24 horas e verifique se 0 vácuo se formou

dentro dos frascos. Pressione suavemente o centro de cada

tampa. Se ela ceder e continuar côncava, pode guardar o frasco

com toda a segurança.

Coloque os frascos que não estiverem hermeticamente

fechados no frigorífico e consuma-os de imediato.

Guardar Conservas

Guarde os seus frascos num local fresco e seco, ao abrigo

da luz. Uma despensa ou armário próprio é o ideal, mas nemtodas as pessoas têm esse espaço disponível. Se é esse o seu

caso, volte a guardar os frascos nas caixas compartimentadas

em que os trouxe da loja e arrume-as debaixo da cama, do sofá,

ao fundo de um armário. Só é preciso não esquecer onde as

arrumou!

Consuma tudo no prazo de um ano.

SINAIS DE DETERIORAÇÃO

C e r t i f i q u e - s e d e q u e o s s eu s fr a s c o s  

n ã o e x i b e m o s s e g u i n t e s s i n ai s d e  

d e t e r i o r a ç ã o a n t es d e o s s e r v i r ao  

a l m o ç o , o u , p i o r a in d a , d e o s o f e r e c e r   

a a m i g o s ! N ã o h e s i t e e m d e i t a r   

i m e d i a t a m e n t e f o r a o fr as c o  

d e t e r i o r a d o e l a v e a s m ã o s a n t e s

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d e t e r i o r a d o e l a v e a s m ã o s a n t e s  

d e m e x e r s e ja n o q u e f o r !

B o lhas M inús c u las :  As bo lhas, mesm o as

mais minúsculas, são giras e divertidas

no champanhe mas não auguram nada

de bom numa conserva. Deite fora tudo

o que libertar gás quando abrir o frasco.

C o r A l t e r a d a : Primeiro era cor de alperce,

agora está âmbar. O alho e a couve-flor

tendem a alterar a sua cor natural nas

conservas (por reagirem ao vinagre), mas

uma mudança de co r significativa, p or

exemplo, nas geleias, pode significar

problemas.

B o l o r : Tanto no frasco como fora dele, só

pod e significar uma coisa - é para de itar

fora. Veja se há bolor na tampa ou no

conteúdo. O bolor fora do frasco pode

indicar que o alimento no seu interior se

estragou e escorreu para fora.

V i s c o s i d a d e : Não vai querer nada com

conservas que adquiriram uma textura

viscosa. Deite-as fora!

 A z e i t e nas C o n s er v as : Basta uma gota

de azeite para baixar o pH da sua receita.

Por uma questão de segurança, não use

azeite em conservas feitas em casa.

R E C E I T A

Tomates Melhores-do-que-os-enlatados

Quando éramos pequenos, eu e o meu irmão fomos muitas vezes

obrigados a comer os empapados tomates enlatados que se

encontravam à venda nas lojas, numa caixa, acompanhados com

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• 5 quilos de tomate-chucha

• Sumo de limão

Nas conservas, use os melhores tomates. 

Os que estiverem demasiado maduros, 

podres, amolgados ou empapados podem  

baixar o pH da conserva ou estragá-la.

Os tomates vermelhos, negros e laranja 

são os melhores, porque a maioria das outras variedades é muito menos ácida. 

Conserve as diversas variedades em 

frascos diferentes e cole uma etiqueta em 

cada um, para seis meses depois saber  

o que está a saborear.

queijo. A recordação dessa refeição repugnante levou-me a repudiar

a ideia de fazer conserva de tomate até que, finalmente, um dia,

resolvi arriscar. Esta receita é uma espécie de introdução à

preparação de conservas; qualquer principiante poderá realizar este

projeto com êxito.

Conservar tomates sem adicionar outros ingredientes permite

tê-los à mão sempre que são necessários numa receita.

1. Esterilize vários frascos de me io litro de capac idade e as respetivas

argolas de enroscar, segu indo as indicações da pá gina 191.

2. Leve a ferv er 1 l i t ro de água da torn eira ou de sti lada . Será

usada para acaba r de p reen cher os frascos de toma te .

3 . Ret ire a pe le aos tom ates b ranq uea ndo-os d uran te 45

segundos, de acordo com as inst ruções da página 188.

4 . Qu ando os tom ates es t iverem f r ios e sem pe le , remova- lhes

o cen t ro com uma faca a f iada . C or te os tom ates g randes

em cubos de 5 cm e co loqu e-os num a t ige la g rande . De ixe

os tomates pequenos in te i ros .

5. Encha os f rascos ester i lizado s com os tom ates, de ixan do 1,2 cm

de espaço até à borda.

6 . Jun te 1 colhe r de sopa de sum o de l imão a cada frasco.

Preencha os espaços entre os tom ates com água a ferver ,

cer t i fi cand o-se de que con t inua a haver 1 , 2   cm de espaço vazio

en tre e les e a borda .

7. Tape os f rascos e m ergu lhe-os em água a ferve r du rante

45 minu tos , con fo rm e ind icado na pág ina 192.

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B a n ho Á c id o : C o n s e r v a r em V i n a g r eDevido ao seu elevado teor de acidez, o vinagre é excelente

para manter afastados os microrganismos nocivos. Quase tudo,

incluindo ervas aromáticas, legumes, pequenos frutos e casca

de melancia, adquire um sabor delicioso depois de demolhado

em vinagre. No entanto, não é uma forma muito nutritiva de

conservar alimentos. Há uma razão para nunca ter aparecido

uma dieta inteiramente à base de picles: toda aquela acidez, emgeral acompanhada de uma quantidade enorme de sal, tende

a sugar as vitaminas e os minerais dos alimentos. Felizmente,

em geral, usamos os picles e vinagres em pequenas porções,

apenas como condimento, à exceção dos pepinos de conserva

temperados com endro. Experimente as receitas que se seguem

e, quando se tornar especialista, entre com confiança

e criatividade no mundo maravilhoso dos picles.

A colorida combinação de cebola e couve-flor

roxas deu um tom rosado a esta conservacaseira.

Faça uma imitaçã o de alcaparras com botões

de chagas. Arranque-os quando se começam

a form ar e ainda estão bem fechad os.

Deixe-os de molho durante uma semana

numa tigela com vinagre branco, tapada,

e em seguida verta para um frasco

hermeticam ente fechado, de acordo com o

procedimento descrito nas páginas 189-92.

RECEITA 

 Vinagres de Flores e Ervas Arom áticas

Prendas excessivam ente decoradas, rematadas com ráfia e flores falsas,

deram uma m á reputação aos vinag res com ervas, nos anos 1990, mas valea pena voltar a essa moda. Umas gotas de um vina gre ácido e aromatizado

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• 2 V 2 chávenas de vinagre

• 1 ou 2 punhados de ervas frescas

ou secas, o suficiente para encher

o frasco

Torne o seu vinagre mais ousado 

 juntando-lhe malaguetas, dentes 

de alho, grãos de pimenta, 

especiarias ou mesmo pequenos 

frutos.

alegram um a refeição sem graça. Deite um pouco nos molhos ou em

marinadas para carnes e legum es. Use a sua versão especial para dar um

sabor único a conservas, m ostarda e maionese caseiras. Tenha sempre um

ou dois frascos à mão, para usar em tudo o que pedir vinagre.

1. Leve o vinag re a lume bran do a té aquecer, mas sem ferver. O ob jet ivo

é extra ir o aroma das ervas e não cozinhá-las. Use uma caçarola de

aço inoxidável , esmal te ou vidro, p orqu e o vinagre p ode reagi r com

os outros metais.

2. C orte ou es bo roe as ervas secas em pe daço s com 5-7 cm e meta-as

dentro de um frasco para conservas, lavado, com meio l i t ro de

capacidade. Esmague l igeiramente as sementes e os caules, para

aproveitar ao máximo as suas ervas.

3. Cubra as ervas po r com pleto com o vinagre m orno. Antes de fechar

herm et icame nte o frasco, tap e-o com uma rolha, p lást ico ou papel

encerado, po is o v inagre p ode reagi r com o m etal!

4. Gua rde o frasco num local ao abrig o da luz, dura nte uma ou duas semanas,

até o vinag re aprese ntar um che iro e um gos to del iciosos. As ervas

com partes f lorais del icadas (chagas) reque rem uma semana ou menos;

as que têm caules lenhosos (alecrim) devem estar me rgulhadas d urante

mais tem po . Se o vinagre ainda lhe parecer pouc o saboroso, coe -o

num f i l t ro de p apel, de ite fora as ervas, subst i tua-as por ou tras frescas

e deixe-o toma r- lhes o go sto du rante mais a lgum tem po.

5. Q uan do o vinagre aprese ntar o aroma e o sabor desejados, coe-o,

ret ire as ervas e de ite-o no utro frasco lavado. Esteril ize o frasco se

pretende guardar o vinagre durante um mês ou mais. Veja na página

191 como esteril izar os frascos.

Total: cerca de 0,5   litros

 A ESCOLHA DOS INGREDIENTES

Com bons ingredientes, obterá bons

resultados. Escolha apenas as melhores ervas

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frescas ou secas. Use vinagre de vinho de

arroz ou vinho branco pelo seu travo suave,

quase frutado. O vinagre de cidra liga bem

com ervas de aroma intenso, mas não use

o vulgar vinagre destilado, cujo gosto é

demasiado prosaico para as ervas que tan to

lhe custaram a cultivar.

Não há limites no que toca a escolher e

combinar os sabores a infundir no vinagre.

Experimente o aroma profundo do manjericão

 Africa n Blue, da salva, das chagas ou damonarda. Ervas pouco vulgares, como

pimpinela-menor, cerefólio e hortelã, também

são saborosas. Com manjericões-roxos e

perila-vermelha fazem-se vinagres intensos e

coloridos e com chagas obtém -se um líquido

alaranjado. Faça experiências com sementes,

flores, caules e folhas.

MISTURAS DE ERVAS A 

EXPERIMENTAR

Travo Am arg o: Endro, chagas, erva-cidreira

Travo a Limão: Manjericão-limão, erva-

-príncipe, tomilho-limão

Ervas Italianas : M anjericão, orégãos, tom ilho

Scarborough Fair: Salsa, salva, alecrim,

tomilho

Manjericões-Roxos: Purple Ruffles, Thai,

manjericão Cinnamon

Frescura Azul: Flores de bo rragem,

pimpinela-menor 

Funcho Frutado: Sementes de funcho, perila

Tabela de Sementeira e Plantação• Escreva a «Data da Ultima Geada» na sua região, no espaço dis pon ibilizado.

• Com o auxílio de um c alendário, ca lcule a «Data da Plantação» soman do ou s ubtra indo a data de «Levar para o Ar Livre»

(número de semanas) à «Data da Ultima Geada».

• Calcule a «Data da Sementeira» su btraind o o «Período de Crescim ento» à «Data da Plantação».

PRODUTODATA DA 

SEMENTEIRA

PERÍODO DE 

CRESCIMENTO

LEVAR PARA O AR LIVREDATA DA 

PLANTAÇÃO

LEGUMES

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LEGUMES

• Feijões semanas depois

• Beterrabas   2   semanas antes

Brócolos   6  semanas 3 semanas antes

Couve   6  semanas 3 semanas antes

• Cenoura   1 -2   semanas antes

C ouve-flor 4-6 semanas Na última geada

Pepino 2-4 semanas   1 -2   semanas depois

Beringela 6-9 semanas 3 semanas depois

•  A lfa ce e v erdu ras Solo capaz de ser trabalhado

• Repolho 4 semanas antes

 A lho- fran cês  1 0 - 1 2

 semanas  1

  semana depois• Cebola 2-3 semanas antes

• Ervilhas 4-6 semanas antes

Pimento   8 - 1 0  semanas   2  semanas depois

• Batata   2   semanas antes

 Abóbora -m enin a 3-4 sem anas 2-3 semanas antes

• Rabanete 3-4 semanas antes

• Espinafre 3-6 semanas antes

 A bóbora 2-4 sem anas   2   semanas depois

•  Ace lga   2   semanas antes

Tomate   6 - 8  semanas   1  semana depois

FLORES COMESTÍVEIS E ERVAS AROMÁTICAS

Manjericão 5-7 semanas  2

 semanas depois• Calêndula   0 -1   semana depois

• Coentro Solo capaz de ser traba lhado

• Endro Solo capaz de ser traba lhado

• Chagas   0 -2  semanas depois

Salsa   8 - 1 0  semanas   2  semanas antes

• Girassol   0- 1  semana depois

• DATA DA ÚLTIMA GEADA:

• Indica sementeira direta no solo.

Glossário

• Anuais: plantas com flor que completam o seu

ciclo de vida num ano, da germinação até à

morte. Germinam, desenvolvem folhas e raízes,

produzem flores e sementes e morrem no prazo

de um ano.

• P l an t a s a u t o p o l i n i z a d o r a s : as que se polinizam

a si mesmas com êxito, o que resulta na

produção de fru tos (ou sementes).

• P l an t a s d e a u t o s s e m e n t e i ra : as que produzem

sementes e germinam sem intervenção humana.

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• Bianuais: plantas com flor que completam o seu

ciclo de vida em dois anos. Germinam e

desenvolvem folhas e raízes no primeiro ano,

produzindo flores e sementes antes de

morrerem, no segundo ano.

• Cotilédones: primeiras folhas a aparecerem

quando a semente germina. Embora tenham o

aspeto de folhas, na verdade são uma reserva

alimentar embrionária que faz parte da semente.

• Envasar: plantar uma muda num recipiente ou

vaso.

• Espécie: grupo de plantas com características

comuns que pode m ser cruzadas umas com as

outras.

• Espigar: as plantas, como a alface, o rabanete e

o espinafre, espigam quando produzem flores e

sementes prematuramente, devido a sol e calor

intensos.•  Folhas verdadeiras: as primeiras folhas que

aparecem depois dos cotilédones.

• Microclimas: bolsas de cond ições localizadas

onde o clima difere d o característico da área

circundante. Lagos, passeios, muros, escadas de

serviço, edifícios altos, árvores, fábricas e

estradas são alguns fatores que pod em alterar as

condições num jardim ou horta.

• Perenes: plantas com flor que vivem mais de

dois anos e não morrem após a floração.

• Planta delicada: que não suporta as condições

das geadas.

• P l an t a s d e p o l in i z a ç ã o a b e r t a : aquelas que

resultaram de polinização natural. Estão

identificadas na embalagem por«OP».

• P l an t a s e s p o n t â n e a s : as que aparecem em

locais onde não foram semeadas

intencionalmente, geralme nte em resultado de

autossementeira.

• P l a n t as h í b r i d a s : variedades resultantes do

cruzamento em meio co ntrolado en tre duas

espécies intimamente relacionadas, com o

objetivo de obter determinado resultado. As

plantas híbridas são quase sempre criadas para

resistirem em climas inóspitos e para serem

menos suscetíveis a doenças e à infestação por

insetos. Estão identificadas na embalagem por

«F1».

• P o l i n i za ç ã o c r u z ad a : transferência de pólen

entre duas plantas diferentes.• R e s i s t e n t e : planta que suporta temperaturas

extremas. Estas plantas sobrevivem a

temperaturas muito baixas no inverno.

• V a r i e d a d e s : subcategorias de uma espécie que

diferem em ce rtas características, como a cor da

folha, a cor do fruto ou a forma.

• V a r i e d a d e s a n t ig a s : variedades de polinização

aberta, que permaneceram inalteradas na

mesma área du rante pelo menos 50-100 anos.

índice Rem issivo

Nota: as páginas indicadas a negro

contêm a informação principal sobre

determinada planta.

 A

abelhões, 37

amoras, 43,169

amores-perfeitos, 17,18,43,142,143

angélica, 43,149

aranhas, 74

armazenar hortícolas, 175- Ver

também guardar sacos feitos

cebolas, 14, 37, 38, 96, 98-99

guardar, 175,179,180

receita, 198-99

cebolas, família das, 96-99

cebolas, guardar em meias, 180

cebolinho 17 43 96 98 143 161

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7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

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abelhões, 37

abóbora, 114-17. Ver também 

abóboras de inverno;

abóboras de verão

abóbora-menina, 114,116 ,175

abóboras de inverno, 114-16,175,187

abóboras de verão, 114-16,117,171,

175

acelga, 20, 33 , 38, 43 , 119 

aclimatação 30

afídeos, 37, 68,73

agrião, 43,143

agrião-da-terra, 14-15,17,142alcachofras, 20, 33

alcachofras-de-jemsalém, 22, 33, 43,

107,1 0 9 ,198-99

alcaravia, 142,143

alecrim, 31, 33,142,160

receitas, 155,161,196-7

alface, 14, 37, 38 , 93, 94 , 187

em vaso, 16,17,93,142

alface-de-caule, 95

alface-de-cordeiro, 94

alfafa, 14

alfazema, 2, 31, 37, 43, 143,152

em vaso, 142,152

receitas, 155,161

algas castanhas, 62, 63

alho, 37,96, 9 8 ,175,179

receitas, 196-7,198-9

alhos-franceses, 20, 96, 98

alho-social, 43

 Allium, Ver cebolas, família dasalvéolos feitos com rolos de papel

higiénico, 27

também guardar, sacos feitos

com panos da louça, 176-77

arroz, 43

azeda-da-horta, 43, 95,142,143

azoto, 62, 63,83,100

B

 batatas, 69 ,70,110, 169

guardar, 110,175

receita, lll

 batatas no contentor do lixo, 112-13

 begónia-tuberosa, 22-23,143 beldro, 43, 95

 beldroega, 43, 95

 beldroega-de-inverno, 17,95

 bergamota selvagem. Ver monarda

 beringela, 91,169

 beterrabas, 14,10 7,1 0 9 ,187

receitas, 111,198-99

 bocas-de-lobo, 143

 borragem, 37,43 ,143 ,1 4 8 ,197

 borras de café, 63, 64

 branquear legumes, 187,188

 brássicas, 72, 85-87

 brócolos, 14, 37, 38, 85, 86,187

C

cálcio, 63,72

calêndula, 17,37, 38,142,143,  149 

camomila, 22,142,150

canteiros elevados, 42,44-25

caracóis, 71catária, 37,142,143

cebola de semente, 99

cebolinho, 17,43, 96 , 98,143,161

cebolinho-chinês, 37,43, 96, 9 8 ,142

cenouras, 38,107,1 0 9 ,175,187

receitas 111,198-99

centáurea, 143

cerefólio, 37,43,142,143chá, 142,154-55

chá de consolda, 64

chagas, 37, 43 , 142, 143, 157, 158

receitas, 195,196-97

chalotas, 96, 98-99

circulação do ar, 29, 32-33 , 73

citrinos, 128-29Claytonia, 17, 95

cobertura de fileiras, 75

cobrir o solo, 60-61

coentro (coriandro), 37, 38,150

colheita, 168-73

colheitas de couves. Ver brássicas

colheitas de inverno, 38

compostagem, 45,46-49

congelar hortícolas, 187-88

conservas 189-99

ensinamentos básicos 189-93

picles e vinagres, 195-99

receitas, 105,147,194,196-7,

198-99

consociação, 22, 34, 39

controlar pragas, 66

contentor com vermes, 46, 63, 64, 65

couve, 14, 37,18, 85, 86,175

couve-flor, 50, 85, 86-87,187,198-99

couve-galega, 187cravinas, 142,143

cravo-de-defunto, 37,142,143

cravo-de-defunto mexicano, 37cultivo em vasos, 50-57, 62, 80,142

cunquate, 128-129,132,133

curgetes, 114,117,171,175

D

desbastar plântulas, 29

doenças, 66, 72-73,77doríforo-do-colorado, 69

guardar/consfirvas, 175,179, 187receita, 198-99

feijão azuki, 14

feijão-mungo, 14

feijoca, 27, 33, 43, 83, 84

ferro, 63

fertilizar, 54, 62-65,77

 vasos, 53, 54, 62

plântulas em locais cobertos, 29

hortn plevadn, 44 4!)hortaliça». Ver  verduraN

hortas comunitárias, 19

hortas em parapeitos, 16-17

rebentos, 14-15

hortelã, 17, 31, 37,43,143,156

em vaso, 142

receitas, 89,155,161

horticultura «de guerrilha», 19

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7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

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E

edamame. Ver  soja

emulsão de peixe, 62, 63

endívia, 95

endro, 20, 37,43 , 143 , 151, 197

erva-armoles, 95,142

erva-cidreira, 4 3,1 42 ,1 5 3 ,155,

196-97

erva-de-trigo, 14

erva-príncipe, 43,197

ervas aromáticas, 22,140-65,171

em parapeitos, 16,17

guardar/conservas, 177,180,188

receitas, 118,154-55,161,196-97

ervas aromáticas para sobremesas,

142

ervas daninhas, 61

ervilhas, 14, 37, 38, 43,100-101,187

escaravelho-do-feijão-mexicano, 70

escaravelho-do-pepino, 67, 69

escaravelhos-japoneses, 70

espargo, 198

espinafre, 14,17, 38 , 43 , 95 , 187

espinafre-morango, 95

esquilos, 76estacas, 31

estévia, 143

estragão, 142,143,161

estrume, 46, 48, 60, 64

estrume de capoeira, 48, 60, 64

Ffeijão, 37, 38, 83 -84,171. Ver também 

feijoca

flores comestíveis, 20, 22,140-65,171

guardar/conservas, 177,180,188

para vaso, 17, 142

perfis aromáticos das flores

comestíveis, 143

receitas, 151,154-55,196-97

fósforo, 62, 63

framboesas, 169

frutos, 128-39

guardar, 175-76

secar, 179

funcho, 20,43,143,161,196-97funcho-púrpura. Ver  funcho

G

gatos, 76

gengibre, 155

girassóis, 14 ,165

groselha-espim, 43 ,13 5,135groselhas, 43 ,134,135

H

hérnia, 72

hibisco, 155

higiénico, 27

 batatas no contentor do lixo,112-13

plantas comestíveis em

parapeitos, 16-17

tomates «de pernas para o ar»,

126-27

hissopo, 143,155. Ver também 

hissopo-anisado

hissopo-anisado, 43,143,144,155,

161

g , 9

I

insetos benéficos, 37, 61, 68, 74, 75

intervalos entre as plantas, 34, 39

 J jasmim, 155

L

lagarta do tomateiro, 72

larvas mineiras, 71

legumes, 80-127

 branquear, 187,188

em vaso, 50-51, 80

guardar,^.75-76

secar, 179

legumes de raiz, 107-13,169

receita, 111

leguminosas, 37, 63, 83,100

leite diluído, vaporizar com, 77

lentilhas, 14

lesmas, 64, 71, 75

levístico, 143

limas, 132

limoeiro Meyer, 132

limões, 132louro, 143

lúcia-lima, 3 1,14 3,15 5,156

lúpulo, 22

luz, 16, 29, 32-33. Ver também 

sombra; sol

Mmaçãs, 187

magnésio, 63

malaguetas, 16,17,42,102-5receitas, 196-97,198-99

réstia, 184-86

malvas, 31,142,143

receitas, 155,161

manjericão, 31, 37 ,18,143 , 14 4_7   

em vaso 17,142,145

guardar/conservas, 177,188receitas 147,155,161,196-7

em vaso, 16,17,142,158receitas, 161,196-97

P

pampilho, 95

pectina, 147,190

perila, 20,143,159,162

receitas,15 5

,163,196-97

pássaros, 76

pepino espinhoso 43

faça uma réstia 184

legumes que não exigem espaço

14

multiplique as suas plantas 31

plantas comestíveis em

parapeitos 15

plante e esqueça (ou quase) 54

tomates “de pernas para o ar” 126 vaso com morangos e ervas

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7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

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manjerona, 4 3 , 14 3 ,158

em vaso, 16,17,142,158

receita, 161

maravilha. V er  calêndula

marmotas, 76

melancias, 136,137,169

melão-vulgar, 137

melões, 136 -37 , 169,187

melóquia, 95

Mexican Sour Cucumber, 22, 43, 90

microclimas, 33

microverduras, 14-15, 92

míldio, 73 , 77

milefólio

milho, 33, 38,187

mirtilos, 22, 33 ,  1 3 0 -31 , 179

m izuna, YJ, 142

monarda, 37 , 4 3 ,142,14 3,148 ,155

morangos, 20, 22, 37,138-39morangos e ervas aromáticas, 142

construa uma horta elevada, 44_45

faça uma réstia, 184-86

moscas-da-cenoura, 69

mostarda-da-índia, 14, 37, 95  

murchidão das plântulas, 73

N

nabo d a i k o n , 14

nabos, 38

nigela, 142,143

nutrientes, falta de, 63,72

O

oídio, 73 , 77

orégãos, 31,4 3 , 143 ,158

pepino-espinhoso, 43

pepinos, 88-90,187,198-99

pequenos frutos, 175,187,197

peras, 187

pêssegos, 155,187

pimentos, 20,43,102-5conservas, 179 ,184-86,187

receitas, 105,198-99

pimpinela-menor, 4 3 , 95 , 143,197

piteira-da-índia, 43

plantar por baixo, 37, 38, 95

plantas antigas, 20, 24

plantas comestíveis em parapeitos,

16-17

plantas ornamentais e jardins, 20-21,22

plântulas, 29-30, 73

podridão apical, 63,72

polinização aberta, variedades de,

24

pragas, 49, 66-71

plantas repelentes de insetos, 37,

68,69, 70,71

pragas animais, 76

preservar, 174

congelar, 187-88

conservas, 189-99secar, 179-86

projetos

alvéolos feitos com rolos de papel

higiénico 27

 batatas no contentor do lixo 112

citrinos em vasos 132

construa uma horta elevada 44faça um saco com um pano da

louça 176

aromáticas 142

pulgões, 70

Q

quebra-ventos, 33

quenopódio-branco, 61, 95quiabos, 37 , 43 ,175

quinoa, 95

rabanetes, 37, 38 , 43 , 107, HO, 143

germinar, 14

guardar/conservas, 175,187

receita, 198-99

rebentos, 14-15

receitas

caldo de legumes muito fácil 118

chá de ervas gelado 154

cubos de gelo floridos 151

d ip  de curgetes assadas 117

geleia de manjericão dark opal 147

k e t c h u p  delicioso de pimentos

 vermelhos 105

molho de tomate black plum

fumado 124

picles de tudo menos o lava-louça

198

sal ou açúcar com ervas 161

sopa fria e refrescante de pepino,

hortelã e iogurte 89

supergranizado de perila 163

tiras de raízes assadas lll

tomates melhores-do-que-os--enlatados 194

tomates secos no forno 182

 vinagres de flores e ervasaromáticas 196

recipientes, 15,17, 31 , 50, 52, 57

para sementeira, 25, 27

 vasos com sistema de rega

automática, 54-57

regas, 58-59

sistema de rega automática, 54-57

repicagem das plântulas, 30

sais de Epsom, 6 3 ,77salsa, 17, 20, 22, 37, 43,100,109, ll 8 ,

1 5 9 , 160,1 8 8 , 197

salva, 16,17,43,142,162

receitas, 155,161,196-7

secar hortícolas, 179-86

fazer uma réstia, 184-86

tomates secos no forno, 182-83

segurelha, 143

Ttanchagem -corno-dc vendo, 95

tempo de colher, 168-73

de semear, 25, 38, 39, 202

de transplantar, 30, 202

tomate, 63,120-27,124,169,182-83

amadurecer num local coberto, 170

consociação, 37, 38

tomates «de pernas para o ar»

Page 177: Faça a Sua Horta Biologica

7/17/2019 Faça a Sua Horta Biologica

http://slidepdf.com/reader/full/faca-a-sua-horta-biologica 177/177

repolho, 33, 37, 38,43 , 87,187

em vaso, 85 germinar, 14

réstias, 184-86

restos de peixe, 64

rosas, 143,155

roscas, 70,75

rotação das culturas, 35, 37, 38, 39,

77

rúcula, 14, 4 3 , 9 4 , 142, 143

ruibarbo, 43,187

S

sacos feitos com panos da louça,

176-77

segurelha, 143

sementeira, 25, 38, 83, 84

sementes, 24-30, 38, 39 , 73, 202

germinar, 14-15

sementes de híbridos, 24

sistema de rega automática, 54_57soja, 38, 83, 84

sol, 32, 4 3

solo, 40-43

compostagem, 45,46-49

fertilização, 53, 54 , 62-65, 77

para vasos, 51-52, 53

sombra, 32, 43

substrato para vasos, 51-52, 53

tomates «de pernas para o ar»,

126-27

tomilho, 31, 37 , 43,165

em vaso, 16,17,142

receitas, 155,161,196-97

treliça, 22

 V 

 vento, 32-33

 verduras, 38, 4 3 , 63, 92-95

guardar/conservas, 175,176,187

 vinagre, 195, 196-97

 violetas, 17, 22, 38, 43,142,143

 vírus do mosaico do pepino, 73