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Faculdade Boa Viagem Devry Brasil Mestrado Profissional em Gestão Empresarial (MPGE) DEUSA MARIA SOBRINHO Perfil do microempreendedor individual: uma análise do desempenho das empresas antes e depois de formalizadas em Vitória de Santo Antão-PE Recife, 2016

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Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial (MPGE)

DEUSA MARIA SOBRINHO

Perfil do microempreendedor individual: uma análise do desempenho das empresas antes e

depois de formalizadas em Vitória de Santo Antão-PE

Recife, 2016

DEUSA MARIA SOBRINHO

Perfil do microempreendedor individual: uma análise do desempenho das empresas

antes e depois de formalizadas em Vitória de Santo Antão-PE

Dissertação apresentada como requisito para obtenção do Grau de

Mestre do curso de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial da

Faculdade Boa Viagem | DeVry Brasil, sob a orientação do Prof. Dr.

James Anthony Falk

Recife, 2016

Catalogação na fonte – Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE

S677p Sobrinho, Deusa Maria. Perfil do microempreendedor individual: uma análise do

desempenho das empresas antes e depois de formalizadas em

Vitória de Santo Antão-PE / Deusa Maria Sobrinho. – Recife:

FBV | DeVry, 2016.

111 f.

Orientador (a): James Anthony Falk.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade

Boa Viagem - DeVry.

Inclui apêndice.

1. Microempreendedor individual. 2. Formalização

MEI. 3. Vitória de Santo Antão. I. Título. DISS 658[16.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca da FBV | DeVry

Ao Senhor Deus em primeiro lugar, aos meus pais e aos meus irmãos,

pessoas que amarei para sempre, por toda dedicação, compreensão e

pelo amor incondicional demonstrado.

Aos meus amigos e parentes, por todo incentivo e respeito.

AGRADECIMENTOS

Assim como outras etapas, esta também não teria sido tão inspiradora sem a participação e

contribuição, mesmo que despercebida daqueles que estavam ao meu lado. Se não destaco o

nome de alguns, o faço pelo limite de espaço que tenho, e aqueles não mencionados, tenham a

certeza de que não foram esquecidos.

Ao Senhor Deus, em primeiro lugar pelo Dom precioso da vida e pela motivação que me

proporcionou a cada passo da realização desta dissertação.

Aos meus Pais, Maria da Paz e Cícero Pedro, parte inseparável da minha vida, por tudo que

têm feito e pelo que ainda farão em minha vida.

Aos meus irmãos e amigos pelo respeito e tolerância as minhas ausências em encontros.

Ao professor Doutor James Falk, pelas suas orientações tão valiosas sem as quais seria difícil

a realização deste trabalho. Aos membros da banca, pela leitura cuidadosa e sugestões feitas.

Aos Microempreendedores Individuais da cidade de Vitória de Santo Antão-PE.

Aos colegas da Turma 10 do Mestrado Profissional oferecido pela Faculdade Boa Viagem

pelas discussões e pelas constantes demonstrações de amizade.

RESUMO

Este trabalho é resultado de uma pesquisa, com metodologia quantitativa e qualitativa que

teve como objetivo identificar o perfil dos usuários do programa Microempreendedores

Individuais (MEI) do município Vitória de Santo Antão-PE e a percepção deles acerca das

vantagens decorrentes da formalização. Ela foi realizada considerando um erro amostral de

5%, mediante entrevistas com 67 (sessenta e sete) microempreendedores individuais que

aderiram ao programa entre o período de julho 2009 a junho/2014 no município citado. Os

participantes do programa Microempreendedor Individual representam uma categoria de

personalidade empresarial contemporânea no ordenamento jurídico brasileiro. Com este

programa de política pública, o Estado tem retirado milhões de pessoas da informalidade que

trabalhavam ao redor da economia formal, oferecendo uma série de benefícios, inclusive

amparo social. A revisão da literatura abordou conceitos de economia informal,

empreendedorismo, legislação referente ao tema (Lei Complementar 128/2008) e para

completar este tópico a finalidade econômica, social e contábil da nova lei, ou seja, os

benefícios propostos ao MEI. O conteúdo e os resultados alcançados mostraram que 99% dos

entrevistados estão satisfeitos com o programa e que a Lei do MEI é uma alternativa viável

para quem deseja estabilidade previdenciária, segurança para exercer sua atividade e

mudanças na qualidade de vida.

Palavras-chave: Microempreendedor Individual. Formalização MEI. Vitória de Santo Antão.

ABSTRACT

This dissertation is the result of a research, from both a qualitative and quantitative

methodology, that has the objective to identify the profile of Micro Entrepreneur Individuals

(MEI) from the city of Vitoria de Santo Antão-PE and their views regarding the advantages of

formalization. With a 5% sampling error taken into account, 67 micro entrepreneurs were

interviewed that took part in the formalization program between July, 2009 and June 2014 in

the city of Vitoria. The participants in this program represent a contemporary business

personality in the Brazilian legal system. With this public policy program, the State has taken

millions of people out of their informal job situation and moved them into a more formal

position, providing benefits and social protection. This dissertation reviewed concepts of the

informal economy, entrepreneurship and legislation on this topic (Complimentary Law

128/2008) in order to determine the economic, social and accounting purpose and benefits

offered to the MEI. In conclusion, the material and results found that 99% of those questioned

were satisfied with the program and that the MEI Program is a viable solution to those

wanting social security stability and security to pursue their activity and changes in their

quality of life.

Key words: Microentrepreneures. Formalization MEI. Vitória de Santo Antão

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Idade conforme gênero............................................................................................49

Tabela 2 - Situação civil conforme gênero...............................................................................50

Tabela 3 - Escolaridade conforme gênero.................................................................................50

Tabela 4 - Escolaridade x Faixa etária......................................................................................51

Tabela 5 - Quantidade de filhos por gênero..............................................................................52

Tabela 6 - Bolsa família antes da adesão ao MEI.....................................................................53

Tabela 7 - Bolsa família após adesão ao MEI...........................................................................54

Tabela 8 - Ocupação anterior a formalização...........................................................................55

Tabela 9 - Tipo de atividade que atuavam antes de aderir ao MEI...........................................55

Tabela 10 - Ramo do negócio anterior a adesão ao MEI..........................................................56

Tabela 11 - Tempo que atuou na informalidade.......................................................................57

Tabela 12 - Contribuição INSS conforme gênero.....................................................................58

Tabela 13 - Contribuição INSS conforme idade.......................................................................58

Tabela 14 - Empregados ajudando antes da formalização........................................................58

Tabela 15 - Familiares que colaboravam antes da formalização..............................................59

Tabela 16 - Obtenção de empréstimos antes da formalização..................................................59

Tabela 17 - Motivos para não tentar financiamento.................................................................60

Tabela 18 - Instituições que tentaram financiamento, mas não conseguiram...........................60

Tabela 19 - Motivos para não obtenção dos empréstimos........................................................61

Tabela 20 - Instituições que liberaram crédito..........................................................................61

Tabela 21- Finalidade do empréstimo.......................................................................................62

Tabela 22 - Valor do financiamento ou empréstimo.................................................................62

Tabela 23 - Adesão ao MEI (Necessidade x Oportunidade).....................................................62

Tabela 24 - Empreendedorismo por idade................................................................................63

Tabela 25 - Motivos para formalizar atividade por gênero.......................................................64

Tabela 26 - Motivos para formalizar por faixa etária..............................................................64

Tabela 27 - Dificuldades para iniciar na atividade...................................................................65

Tabela 28 - Grau de dificuldade x Idade mulheres...................................................................65

Tabela 29 - Grau de dificuldade x Idade homens.....................................................................65

Tabela 30 - Dificuldades atualmente........................................................................................66

Tabela 31 - Dificuldade de administrar o próprio negócio por gênero e idade.........................66

Tabela 32 - Tempo de formalização.........................................................................................67

Tabela 33 - Setor de atuação.....................................................................................................68

Tabela 34 - Ramo de atividade.................................................................................................69

Tabela 35 - Ambiente de trabalho.............................................................................................67

Tabela 36 - Contratação de empregado.....................................................................................70

Tabela 37 - Familiares colaborando no negócio.......................................................................71

Tabela 38 - Meio que formalizou..............................................................................................71

Tabela 39 - Perspectiva de crescimento como Micro Empresa................................................72

Tabela 40 - Principal entrave para não mudar para ME...........................................................72

Tabela 41 - Outra renda............................................................................................................73

Tabela 42 - Outra fonte de renda auferida pelo MEI................................................................73

Tabela 43 - Dependência da renda auferida pelo MEI..............................................................74

Tabela 44 - Faturamento mensal do MEI..................................................................................75

Tabela 45 - Mudanças no faturamento mensal do MEI............................................................75

Tabela 46 - Incremento nas vendas x formalização MEI..........................................................76

Tabela 47 - Solicitação de Alvará.............................................................................................76

Tabela 48 - Motivos justificados para a não solicitação de alvará............................................76

Tabela 49 - Empréstimos após formalização x Gênero............................................................77

Tabela 50 - Motivos para não tentar empréstimos....................................................................78

Tabela 51 - Instituições de crédito procuradas pelos MEIs .....................................................78

Tabela 52 - Motivos de recusa..................................................................................................79

Tabela 53 - Instituições concessoras de crédito........................................................................80

Tabela 54 - Finalidade do empréstimo......................................................................................80

Tabela 55 - Valor do empréstimo.............................................................................................81

Tabela 56 - Recomendação à formalização..............................................................................81

Tabela 57 - Nível de satisfação.................................................................................................82

Tabela 58 - Benefícios motivadores para se tornar MEI..........................................................82

Tabela 59 - Vantagens exclusivas do regime MEI...................................................................83

Tabela 60 - Mudanças na vida pessoal......................................................................................85

LISTA DE SIGLAS

ACSP Associação Comercial São Paulo

BF Bolsa Família

CAE Comissão de Assuntos Econômicos

CEBRAE Centro Brasileiro de Assistência à Pequena e Média Empresa

CGSIM Comitê Gestor para a Simplificação do Registro e da Legalização de

Empresas e Negócios

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional

DASN - SIMEI Declaração Anual do Simples Nacional do MEI

DRT Delegacia Regional do Trabalho

EC Emenda Constitucional

ECINF Economia Informal Urbana

FENACON Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

GEM Global Entrepreunership Monitor

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

ISS Imposto sobre Serviços

L Lei

LC Lei Complementar

MEI Micro Empreendedor Individual

MP Medida Provisória

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

PIB Produto Interno Bruto

PGMEI Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNPE Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego

OIT Organização Internacional do Trabalho

REDESIM Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de

Empresas e Negócios

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

SOFTEX Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TEA Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial

TTE Taxa Total de Empreendedores

VSA Vitória de Santo Antão

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13

1.1 Contextualização do problema ................................................................................ 13

1.2 Objetivos.................................................................................................................... 16

1.2.1 Geral .......................................................................................................................... 16

1.2.2 Específicos ................................................................................................................. 16

1.3 Justificativas.............................................................................................................. 17

1.3.1 Justificativa prática – fortalecimento e fomento ................................................... 17

1.3.2 Justificativa teórica – preenchimento de lacunas .................................................. 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 19

2.1 Economia informal ................................................................................................... 19

2.2 Empreendedorismo .................................................................................................. 23

2.3 Legislação brasileira a respeito do tema ................................................................ 29

2.4 Benefícios sugeridos para o MEI ............................................................................ 33

2.4.1 Cobertura previdenciária ........................................................................................ 34

2.4.2 Menos custo com funcionário .................................................................................. 34

2.4.3 Isenção de taxas de registro ..................................................................................... 35

2.4.4 Redução da burocracia ............................................................................................ 35

2.4.5 Acesso a serviços bancários, inclusive crédito ....................................................... 35

2.4.6 Comprar e vender em conjunto .............................................................................. 36

2.4.7 Menos tributos .......................................................................................................... 36

2.4.8 Controles simplificados ............................................................................................ 36

2.4.9 Serviços gratuitos ..................................................................................................... 37

2.4.10 Emissão de alvará pela internet .............................................................................. 37

2.4.11 Possibilidade de vender para o governo ................................................................. 37

2.4.12 Apoio técnico do SEBRAE....................................................................................... 37

2.4.13 Possibilidade de crescimento como empreendedor ............................................... 37

2.4.14 Segurança jurídica ................................................................................................... 38

3 METODOLOGIA.....................................................................................................39

3.1 Caracterização da pesquisa......................................................................................40

3.2 Desenho da pesquisa.................................................................................................42

3.3 Locus da pesquisa .....................................................................................................43

3.4 Amostra e população ................................................................................................ 44

3.5 Instrumento de coleta de dados...............................................................................45

3.5.1 Realização do pré-teste.............................................................................................45

3.6 Coleta de dados ......................................................................................................... 46

3.7 Análise dos dados......................................................................................................47

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 48

4.1 Apresentação dos resultados ........................................................................................ 48

4.1.1 Bloco I - Dados sociodemográficos .............................................................................. 48

4.1.2 Bloco II - Antes da adesão ao MEI .............................................................................. 54

4.1.3 Bloco III - Após adesão ao modelo ME........................................................................ 62

4.1.4 Bloco IV - Benefícios e vantagens................................................................................. 82

4.1.5 Bloco V - Qualidade de vida.......................................................................................... 84

5 CONCLUSÕES.............................................................................................................. 86

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 88

REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 89

APÊNDICE - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ................................................................... 97

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do problema

Devido ao elevado índice de desemprego, as atividades laborais do setor informal têm sido

uma forma provisória de gerar renda e sustento para muitas famílias brasileiras (SUISSO,

2006). A dificuldade, a despesa e a complicação de formalização contribuem para que os

trabalhadores desse setor permaneçam nessa atividade informal. Outro fator que, também,

favorece a opção de muitas pessoas continuarem na informalidade, é o fato que no setor

informal é possível adquirir um rendimento superior ao rendimento auferido no setor formal,

em virtude da cobrança de elevadas taxas tributárias arrecadadas pelo Governo.

A pesquisa Economia Informal1 (ECINF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2003) define que, informal é equivalente a todas as unidades econômicas de

propriedade de trabalhadores por conta própria e/ou empregadores com até cinco empregados,

moradores de áreas urbanas que tenham a atividade principal de seus proprietários ou

atividades secundárias.

De acordo com levantamento realizado por Kraychete, Lara e Costa (2000), baseado nos

dados IBGE (2003) no período de 1986 a 1998, ocorreu uma ampliação de 61% (sessenta e

um por cento) no número de trabalhadores que atuam na informalidade nas regiões

metropolitanas do Brasil.

Com o avanço contínuo do trabalho informal, existente nas regiões metropolitanas, ocorreu

um aumento no número de pessoas que buscam no setor informal um meio de sobrevivência,

através de uma gama considerável de atividades, tais como: vendedores ambulantes,

cabeleireiros, pipoqueiros, motoqueiros, entre outros.

Esses trabalhadores informais ou trabalhadores por conta própria, são alvo de pesquisas e

estudos em face de dividir opiniões quanto à sua capacidade de dotação empreendedora (se

são “empreendedores” ou não). Sabe-se que, o termo empreendedor refere-se ao indivíduo

que apresenta determinadas habilidades e competências para criar, abrir e gerir um negócio

1 A pesquisa Economia Informal Urbana, elaborada pelo IBGE foi uma pesquisa por amostra de

domicílios (PNAD), situados em áreas urbanas, onde se buscava identificar os trabalhadores por

conta própria e empregadores com até cinco empregados em pelo menos uma situação de trabalho.

14

em busca de lucro, mesmo correndo risco financeiro (CARPENTER, 2011). Schumpeter2

(1934) associa empreender ao criar novas combinações a partir de fatores de produção

existentes. É possível encontrar duas modalidades que motivam a atividade empreendedora: o

empreendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade (DORNELAS,

2008).

O setor informal resulta da falta de cobertura do direito social, da fiscalização da legislação do

trabalho e, ainda, da dificuldade da burocracia e onerosidade de se regularizar uma atividade.

O governo criou dispositivos sociais de apoio às pessoas que trabalham por conta própria,

através da Lei Complementar (LC) nº 128/2008, ou seja, Lei do Microempreendedor

Individual (MEI), como é conhecida. Essa lei tem intenção de fortalecer essas organizações e

convencer os trabalhadores informais migrarem para o setor formal da economia, buscando

assim, a proteção social, redução da informalidade, estímulo à criatividade e à concorrência.

Além do que, motivar à inovação e favorecer o surgimento de arrecadação de tributos, bem

como, novas estatísticas referentes à formalização.

Entende-se por Microempreendedor Individual (MEI), objeto de estudo desta pesquisa, a

pessoa que trabalha por conta própria em pequenos negócios ou na prestação de serviços

informal, que legalizou seu negócio, após a implementação da respectiva Lei Complementar

nº 128/2008, já mencionada. Essa lei possibilitou a criação de uma personalidade jurídica, de

forma simplificada e sem burocracia, mas, também, permitiu acesso aos benefícios inerentes

aos demais tipos de empresa, como: emissão de Nota Fiscal; contratação de um empregado

por Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); acesso ao crédito e contribuição ao

Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2013) na

cartilha MEI, todo trabalhador conhecido como autônomo ou informal, pode tornar-se um

Microempreendedor Individual, garantir benefícios da previdência e, aproveitar outras

oportunidades oferecidas pela LC (nº 128/2008). O governo brasileiro, através do site Portal

2 Economista austríaco, ex-professor da Universidade de Czernowitz (Áustria) e Universidade Harvard

(EUA), autor do livro Theory of Economic Development (1911) e presidente-fundador da Sociedade

de Econometria (1933).

15

do Empreendedor3 (2014), conceitua o Microempreendedor Individual como a pessoa que

trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário.

Ante essas contribuições, torna-se inegável o papel de construção do MEI, ao cumprir uma

etapa importante na manutenção da dinâmica social, pois, mediante seu estabelecimento

formalizado, criam-se oportunidades de geração de renda e melhoria na qualidade de vida das

pessoas envolvidas, através de seus bens produzidos e serviços oferecidos. É notório que,

movimentação de renda melhora a condição de vida da população, pelo retorno à sociedade

por meio do recolhimento de impostos que, devem ser revertidos em segurança, saneamento,

infraestrutura, saúde, educação, transporte, lazer, etc.

Dados extraídos do Portal do Microempreendedor Individual (2014) comprovam que, até

dezembro de 2014, existia no Brasil o total de 4.578.429 (quatro milhões quinhentos e setenta

e oito mil e quatrocentos e vinte e nove) MEIs. Desses, o estado de Pernambuco possuía

155.556 (cento e cinquenta e cinco mil, quinhentos e cinquenta e seis), o que correspondia a

3,4% do total de MEIs nacionais. Na cidade de Vitória de Santo Antão eram 2015 (dois mil e

quinze) MEIs estabelecidos que, correspondem a aproximadamente 1,3% dos MEIs do

Estado.

Diante dessa situação, e com o intuito de fornecer subsídios para fomentar a formalização das

pessoas que trabalham por conta própria, no Município do estudo ou nos demais municípios

brasileiros, este estudo procurou responder a seguinte pergunta de pesquisa: Qual o perfil e a

percepção dos Microempreendedores Individuais de Vitória de Santo Antão-PE sobre as

vantagens alcançadas e mudanças ocorridas após se formalizarem?

Além da introdução, este trabalho está estruturado em mais cinco capítulos. No segundo

capítulo foi apresentada uma revisão da literatura sobre o tema abordado, destacando-se os

conceitos relacionados à economia informal, ao empreendedorismo, à legislação e, ainda, aos

benefícios oferecidos ao MEI. Em seguida, no terceiro capítulo foi descrita a metodologia

empregada, englobando a caracterização e desenho da pesquisa, locus, amostra e população,

instrumento e processo de coleta de dados. Posteriormente, o quarto capítulo tratou a análise e

3 http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual.

16

significação dos dados. O quinto capítulo apresentou algumas conclusões, e o sexto capítulo

com as considerações finais e sugestões para futuras pesquisas.

1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

Identificar o perfil dos Microempreendedores Individuais da cidade de Vitória de Santo Antão

e a sua percepção acerca das vantagens decorrentes da formalização.

1.2.2 Específicos

Os objetivos específicos foram divididos em duas fases, conforme a formalização do

trabalhador informal em MEI.

1. Antes de ser MEI

a. Identificar as principais características do negócio em que atuavam: atividade

formal ou informal; setor de serviços, indústria ou comércio?

b. Verificar a ocupação anterior à formalização (trabalhadores assalariados,

trabalhadores sem carteira assinada, desempregados, negócio atual não

formalizado)

c. Verificar se participava do programa social: Assistência Bolsa Família (BF)

2. Após a formalização como MEI

a. Identificar o que levou o trabalhador por conta própria aderir à formalização

como MEI

b. Enumerar quais dificuldades encontradas para obter o acesso ao enquadramento

do formato como MEI

c. Descobrir se a decisão por adesão ao programa MEI foi por necessidade ou por

oportunidade

d. Verificar quais as vantagens adquiridas com a formalização do MEI

e. Estabelecer o grau de satisfação com a formalização

f. Verificar quais as transformações ocorridas na sua vida a partir da sua

formalização como MEI

17

1.3 Justificativas

1.3.1 Justificativa prática – fortalecimento e fomento

De acordo com o SEBRAE (2013), o reflexo do fortalecimento das atividades como a de

Empreendedor Individual provoca redução do nível de pobreza, gerando mais trabalho e,

consequentemente, maior utilização de mão de obra local, distribuindo assim, melhores

rendas entre os envolvidos.

Em tese, além da redução da informalidade, o sucesso organizacional da atividade, também,

gera promoção do empreendedorismo, levando ao estabelecimento novas atividades entre

membros da família ou da comunidade, ou mesmo, elevando o crescimento da atividade da

pequena ou média empresa. Essa tese é um assunto merecedor de estudos mais aprofundados,

que procure compreender quem é, de fato, o Microempreendedor Individual, bem como, a

razão que o levou à formalização da sua atividade informal, quais são seus objetivos e quais

são as suas expectativas de melhorias de vida para o futuro. O fornecimento desses dados

deve melhor preparar as organizações, direcionar à ajuda gerencial para esses empreendedores

e melhorar a forma de promover sua formalização.

1.3.2 Justificativa teórica – preenchimento de lacunas

O tema microempreendedor individual é recente e abrangente, o que, possivelmente, seja o

motivo de não existirem muitos estudos acadêmicos que abordam o assunto. Ao considerar a

especificidade e a escassez de pesquisas científicas acerca do tema proposto do estudo, este

trabalho tem por finalidade trazer, como contribuição à literatura, a oportunidade de

ampliação dos conhecimentos referentes à figura jurídica do MEI. Tal figura será vinculada

com destaque no tripé: atividade informal, empreendedorismo e a legislação vigente. Esse

tripé abordou a percepção dos MEIs quanto às vantagens de se formalizarem, conforme o

objetivo geral definido para esta pesquisa.

Diante da carência de estudos sobre a percepção dos MEIs quanto às vantagens de se

formalizarem, este estudo tem o objetivo de colaborar, também, como base para futuras

pesquisas. Justifica-se, ainda, em virtude da relevância para os novos empresários que estão

18

agora formalizados e, que tenham a capacidade de realizar seu trabalho com segurança e com

a possibilidade de crescimento diante do mercado.

Parcos são os trabalhos que tratam do assunto MEI. Esta pesquisa trará contribuições à

literatura devido à constatação de que, os materiais encontrados em sites de buscas4 exploram

outros eixos temáticos. Em razão disso, o resultado deste trabalho acrescentará à academia um

comparativo do perfil do Microempreendedor Individual, no município de Vitória de Santo

Antão-PE, que descreve o seu desempenho antes e depois da formalização ao modelo de

negócio MEI. No quadro 1, constata-se a amostra das publicações encontradas.

Quadro 1 – Pesquisa realizada em bancos de dados brasileiros

Tema: Microempreendedor

Individual

Tema: Microempreendedor

Individual-Recife

Site busca Nº publicações Site busca Nº publicações

Anpad 0 Anpad 0

Ebsco 1 Ebsco 0

FGV 0 FGV 0

Google 19 Google 1

Ibcit 0 Ibcit 0

Scielo 0 Scielo 0

Spell 5 Spell 0

Fonte: Banco de dados publicações, 2015.

4 A autora consultou os sites de busca google scholar, spell, scielo, repositório, biblioteca online entre

outros.

19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com o intuito de maior compreensão da política de formalização do Microempreendedor

Individual e condução deste estudo, neste capítulo são destacados os aspectos teóricos que

fundamentaram esta pesquisa. Em seguida, uma revisão conceitual das definições e

características de leituras sobre atividade informal, empreendedorismo, legislação que criou a

categoria de empresário MEI e, também, os benefícios exclusivos pertinentes ao MEI.

Como se trata de tema recente, não foram localizados livros textos a respeito do assunto,

sendo assim, foi utilizado e embasado na LC nº. 123/2006 de 14/12/2006 e na LC nº.

128/2008 de 19/12/2008, que instituem a figura do Microempreendedor Individual. Além do

normativo jurídico vigente, foram utilizados artigos científicos, trabalhos acadêmicos e textos

publicados na Internet, sites de entidades de classe5 e governamentais, bem como, materiais

desenvolvidos para a divulgação do MEI, como complemento às informações oferecidas na

Lei.

Posto isso, foi iniciado o estudo dos tópicos com uma breve discussão referente à economia

informal, com sua definição, razões da sua existência ou fatores determinantes, assim como,

características dominantes, implicações para o governo e forma de redução e/ou formalização.

Além disso, para melhor entender o sentido da palavra Microempreendedor, foi examinado o

sentido da palavra “empreendedorismo”. Posteriormente, utiliza a Lei que oferece uma

oportunidade única de inserção no mercado formal e por fim os benefícios oferecidos para

aqueles que decidem se formalizar.

2.1 Economia informal

Informalidade não é um assunto contemporâneo, no início da década de 70, a Organização

Internacional do Trabalho (OIT) publicou estudos pioneiros acerca desse assunto chamado

setor informal da economia urbana, compreendido como um fenômeno característico e

peculiar de países subdesenvolvidos, “[...] o avanço das relações mercantis modernas não

havia sido capaz de incorporar expressiva parcela da população trabalhadora no padrão de

5 FENACON – Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de

Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas.

20

emprego capitalista, possibilitando o aparecimento de outras estratégias de sobrevivência”

(OIT, 1972 apud KREIN E PRONI, 2010).

Ampla é a discussão em torno dessa temática, sabe-se, em aspecto geral, que a economia

informal é frequentemente tolerada por razões socialmente bem-intencionadas e legítimas,

insurgindo como uma alternativa à geração de renda, e de sustentabilidade para grupos

excluídos, tanto pela incapacidade técnica, quanto pela oferta excedente de mão de obra no

mercado de trabalho. A informalidade diz respeito a uma maneira irregular de executar as

atividades por conta própria lícitas. A ausência do cumprimento de regulações às leis

comerciais, fiscais e trabalhistas, nessas atividades por conta própria, implica gastos

significativos aos cofres públicos.

O governo e, até mesmo, o Banco Mundial debatem a informalidade como um problema

social, ao invés de econômico, geralmente enfocando o alívio da pobreza dos trabalhadores

informais. O diagnóstico da informalidade emitido pela McKinsey & Company (2004, p.4)

constata que “Os governos, por sua vez, costumam preocupar-se com a expansão de

benefícios e direitos sociais, sem, contudo, abordar diretamente a resolução da informalidade

e a ampliação do espaço das empresas formais para atingir o mesmo objetivo”.

A figura 1 apresenta, de forma esquemática, todos os fatores determinantes da informalidade,

onde a carga tributária, a burocracia elevada, a mão de obra excedente versus ausência ou a

falta de fiscalização são elementos que, combinados, resultam em principais características

conforme parecer emitido pela McKinsey & Company (2004).

21

Figura 1 – Determinantes da informalidade

Fonte: Mckinsey &

Company, 2004

Fonte: Mckinsey & Company, 2004

Dentre as pesquisas acadêmicas sobre o assunto da economia informal, destaca-se a pesquisa

do peruano Hernando de Soto6 (2000). Ele apresenta um forte referencial teórico que trata de

comunidades informais, iniciada nos anos 80, o qual aborda a extensão da informalidade em

países em desenvolvimento e o impacto da formalização na economia como propósito de

investimento nesses países.

Cacciamali (1982) considera a economia informal como um grupo de produtores que, de

posse dos meios de trabalho, desenvolvem suas atividades baseadas na própria força de

trabalho. Reforça, ainda que, no Brasil, a economia informal surge como resultado do modelo

de produção capitalista que, na busca por reduzir custos dos fatores de produção, opera sem

6 Economista e político peruano baseia-se na interação com comunidades extralegais em vários países

e enfoca direitos de propriedades informais.

22

excedentes de mão de obra. Essa situação desencadeia desequilíbrios na relação de

crescimento demográfico e oportunidade de vagas de emprego, de maneira que essa relação,

também, é influenciada por fatores tais como: a distribuição populacional entre as zonas

urbana e rural, e a distribuição de renda per capita.

Nos tempos atuais, esse tema continua a ser discorrido, e desperta a atenção do governo e de

pesquisadores pela enorme dificuldade de se estabelecerem consensos, pois, se por um lado a

informalidade cria novas oportunidades de emprego, gera renda e movimenta a economia

local (VASCONCELOS, 2012), por outro lado, ela apresenta uma influência negativa sobre o

bem-estar social e, é vista como um dos principais obstáculos ao crescimento econômico,

conforme Perry et al. (2007). Entretanto, apesar dessa dicotomia de opiniões, há uma

convergência comum: o trabalho na informalidade não se torna uma opção, mas sim, uma

necessidade pela sobrevivência.

As principais características da informalidade são: 1) unidades de trabalho familiares pouco

estruturadas que produzem bens ou serviços por conta própria, com a finalidade primária de

gerar emprego e renda para os indivíduos envolvidos, ou seja, uma estratégia de sobrevivência

distante do amparo previdenciário e trabalhista básico; 2) não há separação entre o

proprietário e o empreendimento, assim como, não há separação das despesas da casa e do

negócio e, os ativos fixos pertencem ao proprietário; 3) não recolhem os tributos relacionados

à produção de bens e serviços; 4) não celebram contratos; 5) não pagam qualquer tipo de

obrigação social e, 6) não possuem nível de escolaridade elevado.

As empresas surgem a partir do interesse do indivíduo, que tem espectro empreendedor de

investir em operações necessárias para comercializar produtos e serviços escolhidos. Muitos

começam pequenos e individuais, por conseguinte, há uma visão de ampliar o

empreendimento, desenvolvendo o crescimento e sucesso esperado na carreira profissional

(PADOVEZE, 2005). Entretanto, em face da elevada carga tributária estabelecida no país,

muitas dessas empresas surgem e permanecem por anos na informalidade (SEBRAE, 2005).

Por conseguinte, evitar prejuízos decorrentes da ausência de recolhimento de impostos e

contribuições, além de estimular a economia. Há interesse por parte do poder público em

orientar e mobilizar a formalização por todo país, através de políticas públicas de

23

formalização da economia. Essas práticas públicas têm fundamental importância no processo

da legalização da economia, sejam elas na esfera nacional, regional ou setorial.

De acordo com Neri (2007), há duas medidas de redução da informalidade são elas: as

medidas estruturais e as medidas operacionais. As primeiras referem-se às alterações na área

do legislativo e, as outras medidas dizem respeito às políticas de fiscalização e ações no

âmbito da comunicação, de modo a incentivar a formalização.

Apesar dos indicadores sinalizarem crescimento da formalização (SEBRAE, 2005), existe

ainda um enorme contingente de pessoas trabalhando por conta própria em estabelecimentos

informais, cujo trabalho na informalidade não é apenas uma opção, mas uma necessidade pela

sobrevivência.

O recente ritmo de formalização indica o expressivo quantitativo da parcela da população na

economia informal, sendo assim, é necessário divulgar com mais ênfase as atuais políticas

para esse heterogêneo segmento na perspectiva de promover condições favoráveis ao trabalho

regular e maior alcance de conhecimento das vantagens destas práticas governamentais.

No próximo tópico foi abordado o sentido do empreendedorismo. Foram apresentadas as

características do empreendedor, tipologia de incentivos para a criação do negócio, seu papel

no desenvolvimento do país e algumas estatísticas da sua evolução.

2.2 Empreendedorismo

A procedência dos termos empreender, empreendedorismo e empreendedor vem da palavra

francesa entrepreneur, com origem no latim, sua tradução literal, significa ‘aquele que está

entre’. Origina-se entre os anos de 1253 a 1289, pelo termo entreprendeurs, significando

“aquele que se encarrega e que faz alguma construção ou outra coisa”, derivando do particípio

presente de entreprendre.

De acordo com Houaiss (2001), empreender é decidir realizar tarefa difícil e trabalhosa.

Apesar de amplamente pesquisado e discutido não existe convergência para o termo

empreendedorismo, razão pelas quais, também, vários predicados são atribuídos ao termo

empreendedor. Não há uma definição clara e única que balize a construção destes termos.

24

Cantillon7 (1755) classifica-o como agente com capacidade de ver, no ato de comprar e

vender, a implicação da incerteza do seu retorno; aquele que identifica e aproveita

oportunidades, objetivando lucro, porém, admite os riscos inerentes das operações.

Schumpeter (1934) qualifica empreendedor, aquele que cria novos negócios e, através de

inovações, gera mudanças contínuas. É o que o autor conceitua como destruição criativa.

Filion (1991) observou algumas características atitudinais comuns aos empreendedores, como

por exemplo: criatividade, inovação, liderança, autoconhecimento, iniciativa e correr risco.

Compõem um conjunto de comportamentos e de hábitos que podem ser adquiridos, praticados

e reforçados em indivíduos capazes de gerir e aproveitar as oportunidades, melhorar processos

e inventar negócios, conceitua Dolabela (2008).

Num resumo elaborado por Dornelas (2008), das fundamentais características mencionadas

por diferentes autores, ele elucida quais particularidades um empreendedor deve possuir, as

mais citadas são: capacidade de correr riscos; independência; autonomia; capacidade de

inovar e necessidade de realização. Alguns microempreendedores individuais possuem,

também, tais características.

Existe uma variedade de conceitos do que seja empreendedorismo. É constituído de um

termo dinâmico que é influenciado pelas revoluções sociais e avanços tecnológicos. Por isso,

há um grande número de definições e, pouca concordância entre os estudos já efetuados. O

quadro 2 ilustra essa situação, em que há diversos autores quanto as definições possíveis

sobre essa temática.

Quadro 2 – Definições de empreendedorismo e empreendedor

Autor Definição

Cantillon (1755) Empreendedores como auto empregados que se ajustam ao risco, quando o

retorno é incerto. Especulador.

Say (1821) Indivíduo que combina recursos diversos.

Knight (1921) Indivíduo que toma decisões em condições de incertezas.

Schumpeter (1934) Indivíduo que inova, motor da economia capitalista.

McClelland (1961) Controla meios de produção e produz mais que consome.

Drucker (1969) Alguém que procura maximizar as oportunidades.

Hayeck (1974) Captador e utilizador de informações, que lhe permite encontrar

oportunidades. Chave para o desenvolvimento. (continua)

7 Economista franco-Irlandês escreveu “Ensaio sobre a Natureza do Comércio em Geral”, foi um dos

precursores da economia, seu livro foi considerado o primeiro tratado completo sobre economia, com

muitas contribuições para a ciência.

25

Liles (1974) Nem toda pessoa que cria uma empresa é empreendedora. O empreendedor

inova, identifica e cria oportunidades

Casson (1982) Lida com recursos escassos e sabe discernir

Kirzner (1982) Faz arbitragem de informação imperfeita

Stevenson e Gumpert

(1985)

Persegue a oportunidade sem se deixar limitar pelos recursos que controla

Bracker, Keats e

Pearson (1988)

Similar à abordagem de Carlandet et al. (1984), com a introdução da ideia

de gestão estratégica por parte do empreendedor

Bareto (1989) Coordena, arbitra, inova e suporta a incerteza.

Gartner (1989) A criação de organizações distingue o empreendedorismo de outras

disciplinas, sendo esse a criação de organizações. O empreendedorismo

termina quando o estágio de criação de empresas acaba.

Timmons (1990) O empreendedorismo é uma revolução silenciosa que será para o século 21

mais do que a revolução industrial foi para o século 20.

Stewart (1991) Baseado em perspectivas antropológicas, econômicas e estratégicas, o

empreendedorismo é produto da criação, através da inovação.

Davidsson (1991) Empreendedorismo é gradual e pode manifestar-se de diversas formas:

start-up, crescimento, inovação etc.

Filion (1991) Criatividade, inovação, liderança, autoconhecimento, iniciativa e correr

risco.

Bygrave e Hofer

(1991)

Um empreendedor é alguém que se apercebe de uma oportunidade e cria

uma organização para persegui-la.

Krueger e Brazeal

(1994)

Empreendedorismo é a busca de oportunidades independente dos recursos

disponíveis. Empreendedor é aquele que se vê como perseguindo essas

oportunidades.

Palich e Bagby (1995) Economistas tendem a adotar a definição de Schumpeter. Corporate

executives veem o empreendedor como gestores de PME, incapazes de

dirigirem empresas maiores.

Westhead e Wright

(1999)

Distinguem entre empreendedor ocasional, empreendedor em série e

empreendedor que constrói um portfólio de negócios.

Anderson (2000) As qualidades do empreendedor são a capacidade de ver novas

combinações, vontade de agir e desenvolver estas combinações, a visão de

que interessa agir de acordo com a visão pessoal do que com cálculos

racionais e a capacidade de convencer os outros.

Dominguez (2002) Para Marx, o empreendedor não existe; apenas o capitalista. Os economistas

neoclássicos ignoram-no.

Henderson (2002) O empreendedorismo é descobrir e desenvolver oportunidades de criar valor

através da inovação.

Mello (2005) Um empreendedor segue caminho com iniciativa e paixão pelo negócio.

Dolabela (2008) O empreendedorismo se constitui em um conjunto de comportamentos e de

hábitos que podem ser adquiridos, praticados e reforçados em indivíduos.

Dornelas (2008) Capacidade de correr riscos, independência, autonomia, capacidade de

inovar e necessidade de realização.

Hisrich, Peters e

Shepherd (2009)

Iniciativa, organização e reorganização dos mecanismos sociais e

econômicos, e o aceite do risco ou fracasso.

Fiorin, Mello e

Machado (2010)

Criar valor e fazer uma contribuição quando reconhecem uma oportunidade,

um mercado a ser explorado.

Carpenter (2011) Adicionar valor pela identificação de uma oportunidade e ao assumir risco

transforma sua visão do que é possível em realidade.

Fonte: Gaspar, 2003

26

Estudos identificam que, a atividade empreendedora pode ser iniciada por necessidade ou por

oportunidade. Andreassi et al. (2011) classificam a atividade empreendedora em

‘empreendedores por necessidade’ - é aquela representada por indivíduos que optam pela

atividade informal como fonte de renda familiar, por não encontrem melhores opções de

emprego e, ‘empreendedores por oportunidade’ - aquela representada por indivíduos que

vislumbram independência no trabalho, mesmo quando há melhores alternativas de trabalho.

Pereira (2011) descreve, que o ‘empreendedorismo de oportunidade’ conglomera aqueles

indivíduos com competências empreendedoras que, miram uma oportunidade de negócio

altamente lucrativa, revelado por deter um maior conhecimento das tecnologias ou mercados,

e maior habilidade de gestão, coerentemente menor aversão ao risco. O ‘empreendedorismo

de necessidade’ compreende aqueles indivíduos que, na ausência de oportunidade de

emprego, seja por conta de outrem ou por poucos postos de trabalho com características

adequadas às suas competências específicas, optam por trabalhar por conta própria e não por

espectro de uma oportunidade de negócio, mas antes pela falta de outras opções mais

favoráveis à sua sobrevivência.

O empreendedorismo por oportunidade resulta em maior benefício para a economia do que o

empreendedorismo por necessidade, pois, aqueles indivíduos que conseguem visualizar

oportunidades no mercado, têm mais chances de alcançar sobrevivência e sucesso, do que

aqueles indivíduos que empreendem por necessidade, afirma Greco (2010).

Em virtude da dificuldade em ingressar no mercado de trabalho ou pela cobiça de ter o

próprio negócio e não ter patrão, o quantitativo de jovens empreendedores brasileiros vem

aumentando. Por necessidade, ou por desejo de ser dono do próprio negócio, os jovens ousam

cada vez mais na criação de novos negócios. Empreender é o modo que muitos jovens e

trabalhadores buscam para fazer parte do mercado competitivo, uma forma de encontrar um

espaço de trabalho independente e obter renda.

Para instigar o jovem empreendedor, o Governo Federal apoiou a Delegacia Regional do

Trabalho – DRT, juntamente com a coordenação de políticas públicas e programas especiais

do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE que, no ano de 2012, desenvolveram o

Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego – PNPE, cujo público alvo são jovens

27

de 16 a 24 anos, estudantes do ensino fundamental ou médio ou concluinte do ensino médio,

que tenham interesse em montar seu próprio negócio.

Segundo o Global Entrepreunership Monitor (GEM)8, o Brasil atingiu a 21ª (vigésima

primeira) posição como o país mais empreendedor do mundo, ao apresentar a Taxa de

Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) de 17,2%, indicando que, a cada 100 brasileiros,

17 realizam atividade empreendedora (GEM, 2014). Essa taxa permaneceu estável em 2013 e

2014, com 17,3% e 17,2%, respectivamente.

A pesquisa mostra que o empreendedorismo no Brasil apresenta ascensão na trajetória desde o

ano de 2011. A Taxa Total de Empreendedores (TTE) no ano de 2014 foi de 34,5%,

aproximadamente dois pontos percentuais maiores do que a de 2013, passado 32,3% e quase

dez pontos percentuais do ano 2011, que foi 26,9%. O percentual de empreendedores por

oportunidade, em relação à taxa de empreendedores em estágio inicial no Brasil, foi de

70,6%. Ou seja, do total de empreendedores brasileiros em 2014, 70,6% foram por

oportunidades (GEM, 2014).

Na Região Nordeste, no ano de 2014, a TTE foi de 36,4%, sendo a maior dentre as regiões

brasileiras. Superior à do Brasil que foi de 34,5%. Nesse ano, a TTE do Nordeste recuperou

a queda no ano de 2013, que foi de 28,7% e, superou o nível alcançado em 2012 - 30%. O

percentual de empreendedores por oportunidade em relação à TEA foi de 66,7%, inferior à

média brasileira de 70,6% e à Região Sul de 82,2%, mas superior ao Centro-Oeste que foi

56,1% (GEM, 2014).

O GEM teve início em 1999, fruto de uma parceria entre o Babson College e London

Business School. Ele avalia as etapas do processo empreendedor, as quais vão desde o

momento em que os indivíduos demonstram a intenção de iniciar um empreendimento, até a

criação e manutenção desse empreendimento, quando esse é considerado estabelecido

(SEBRAE, 2015).

8 É a maior iniciativa internacional para analisar a propensão a empreender. O foco principal é o

indivíduo empreendedor, mais do que o empreendimento em si. Constitui o maior estudo em

andamento sobre o empreendedorismo no mundo. Em 2014, foram incluídos 70 países, cobrindo

75% da população global e 90% do PIB mundial.

28

A cada ano cresce a inclusão de jovens no mercado de trabalho, através da atividade

empreendedora, cujo motivo basal é o desejo de ter o próprio negócio. As últimas pesquisas

realizadas no Brasil pelo GEM (2014) revelam que, é crescente a presença dos jovens

empreendedores à frente de empresas em fase de implantação. Dos 23 milhões de

empreendedores em estágio inicial, 49% são homens e 51% são mulheres; 53% têm de 18 a

34 anos e 57% estão à frente de empresas com menos de 42 meses de vida, ou seja, novas

empresas.

Hall e Sobel (2006) baseados em estudos empíricos revelam que, existe uma relação positiva

no cruzamento dos índices percentuais entre a TEA e o crescimento do Produto Interno Bruto

(PIB) dos países. Quanto maior o índice da TEA, que mede o percentual de pessoas

envolvidas em negócios com até três anos e meio de existência, maior é o indicador de

crescimento do PIB.

No âmbito nacional, o empreendedorismo representa um papel fundamental no

desenvolvimento econômico do país. O trabalhador por conta própria ou o tradicional

autônomo constitui uma empresa para satisfazer minimamente suas necessidades de

subsistência, o que, consequentemente, gera empregos indiretos. Por exemplo, atividades

como cabeleireiros, confecções, padarias, oficinas mecânicas, etc.

Do ponto de vista de políticas públicas, do crescimento econômico e do desenvolvimento

regional, passa a existir um dos principais desafios que todos os governantes enfrentam em

suas esferas municipais, estaduais e federais, que é fomentar a atividade empreendedora, e

investir recursos e esforços para ampliar o comportamento empreendedor.

Pequenos empreendimentos representam uma estabilidade social para qualquer município,

estado ou país, por sua capacidade de fomentar a economia através da geração de empregos e

distribuição de renda. No caso da inexistência desses pequenos empreendimentos, é percebido

na sociedade um número considerável de pessoas que, ou atuam na informalidade ou se

mantêm desempregadas (SPÍNOLA, 2008).

Só a partir da década de 90, após a abertura da economia, teve início no país um movimento

que estimulava a criação de novos negócios, que passaram a contar com apoios

governamentais e de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

29

Empresas (SEBRAE) criado no ano de 1990, o qual foi uma extensão do Centro Brasileiro de

Assistência à Pequena e Média Empresa (CEBRAE) surgido em 1972 e a Associação para

Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX) criada em 1996. Nesse período, o

empreendedorismo no Brasil era pouco abordado e o surgimento de novos empreendimentos

acontecia, por decisão de seus proprietários, sem uma devida orientação ou assistência

governamental.

Desde 1996, a SOFTEX atua em iniciativas de apoio, desenvolvimento, promoção e fomento

para impulsionar a Indústria Brasileira de Software e Serviços de Tecnologia da Informação.

A SOFTEX é uma das maiores em todo o mundo, conhecida por sua criatividade,

competência e fonte de talentos. Também estabeleceu vantajosas parcerias, associando-se a

universidades e incubadoras de empresas.

O SEBRAE é especialista em pequenos negócios, promove a competividade e o

desenvolvimento sustentável dos microempreendedores individuais e das micro e pequenas

empresas. Atua gratuitamente com foco no fortalecimento do empreendedorismo e na

aceleração do processo de formalização da economia, através de parcerias inovadoras,

desenvolvimento de pesquisas, assistência consultiva, capacitação e treinamento.

O próximo tópico apresenta a legislação específica sobre o tema, criada pelo Governo para o

fomento e a formalização do trabalho informal.

2.3 Legislação brasileira a respeito do tema

A pesquisa Economia Informal Urbana (ECINF, 2003) elaborada pelo IBGE em parceria com

o SEBRAE, foi um marco crucial para a criação do programa de apoio à formalização do

MEI. Os dados obtidos depois da publicação dessa pesquisa no ano de 2004 motivaram o

governo a adotar medidas de contenção da informalidade. A Associação Comercial São

Paulo (ACSP) sugeriu a criação da figura do MEI, que foi posto ao Presidente Luiz Inácio

Lula da Silva, a ideia do Empreendedor Urbano Pessoa Física. Paralelamente, a esse período,

estava tramitando no Senado Nacional o projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas

Empresas, a LC nº123/2006 que, através do art. 68, foi incluído o conceito de Empresário

Individual (EI). E, exclusivamente, por meio da publicação da LC nº. 128, de 19 de dezembro

30

de 2008, que se instituiu e regulamentou, definitivamente, a figura do Microempreendedor

Individual no Brasil.

Sabe-se que, o trabalho autônomo ou por conta própria durante muito tempo não tinha

alternativa para a formalização. Somente no transcorrer de dezembro de 2008, a Comissão de

Assuntos Econômicos do Senado Brasileiro (CAE), mediante Parecer nº 1.157, sancionou o

projeto de lei que deu origem a LC n° 128/2008, a qual criou uma nova categoria de

trabalhadores: o Microempreendedor Individual, incentivando a formalização com custos

reduzidos e direitos previdenciários (LC nº 128, 2008).

Acentuado foi o alcance social que essa lei proporcionou para os trabalhadores informais,

possibilitando a regularização das atividades laborais que, de outra forma, permaneceriam na

informalidade. A formalização dos microempreendedores individuais tem causado

transformações na composição do mercado de trabalho nacional, converte os trabalhadores do

negócio informal, em trabalhadores de atividades legalizadas.

O “MEI é uma oportunidade para quem trabalha por conta própria, conquistar a cidadania e

formalizar um pequeno negócio com menos burocracia e de graça” (CARTILHA MEI, 2013,

p.3). Ele foi criado para motivar a formalização de milhões de brasileiros que empreendiam,

mas, que não tinham possibilidade de abrir uma empresa legal e regular.

O processo de formalização é realizado, gratuitamente, via internet no site do Governo

Federal Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). De imediato, após o

cadastramento é emitido o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e, simultaneamente,

o número de inscrição na Junta Comercial do Estado. A partir dessa simples etapa, o MEI

torna-se um segurado da Previdência Social, adquire o direito de abertura de uma conta

bancária com taxas diferenciadas e acesso a linhas de crédito para empréstimo na modalidade

capital de giro ou investimento; emitir nota fiscal; efetuar vendas a partir de maquinetas de

cartão de crédito; participar de licitações; contratar um empregado com menor custo, entre

outras vantagens que estão descritas no tópico a seguir.

Acerca da legislação do Microempreendedor Individual, há duas Leis Complementares

detentoras de considerável notoriedade: a LC 123/2006 e a LC 128/2008. A primeira ativou a

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e, a segunda estabeleceu a figura jurídica do MEI. No

31

entanto, antes de avaliar essas duas LC, é indispensável citar as antecessoras e fundamentais

normas da constituição brasileira, relacionadas ao assunto, entre elas:

• Lei 8.864/1994 – Deliberou a respeito das condições principais que devem ser

adotadas para que uma empresa seja considerada microempresa ou empresa de pequeno porte;

• Emenda Constitucional (EC nº 06/1995) versou acerca dos benefícios alcançados.

Nesse quesito, apenas as empresas que tivessem sede e administração no Brasil seriam

contempladas. Como pode ser visto no inciso IX do artigo 170 da mencionada Emenda:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e

na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme

os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] IX –

tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as

leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País (EC nº 06,

1995).

• Lei 9.317/1996 – Fundou o SIMPLES9 - Sistema Integrado de Pagamento de

Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte.

• Lei 9.841/1999 – Consolidou o tratamento diferenciado às micro e pequenas

empresas, que já estavam sendo ajustadas em outras normas da Constituição (1988).

• Lei 10.406/2002 – Formalizou e instituiu o Empresário Individual. De acordo com o

parágrafo único do artigo 966 do Código Civil:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade

econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso

de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir

elemento de empresa (LEI 10.406, 2002).

• Lei 11.598/2007 – Formou a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da

Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM). Como já é descrito no próprio nome, a

REDESIM simplifica o registro e a legalização dos micro e pequenos empreendedores.

9 Simples Nacional ou Super Simples é um sistema simplificado de recolhimento de tributos e

contribuições no âmbito do governo federal, devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras e

que, mediante convênio, poderia integrar os tributos devidos aos Estados e aos Municípios.

32

• Decreto 6.884/2009 – Cunhou um comitê gestor para a Rede Nacional para a

Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM). Diante dessa

síntese histórica que envolveu a legislação do Microempreendedor Individual, retoma-se o

foco das Leis Complementares já citadas anteriormente.

A primeira, a Lei Complementar 123/2006, nomeada de Estatuto Nacional da Microempresa –

ME e da Empresa de Pequeno Porte – EPP apresentou dois objetivos: individualizar

juridicamente a ME da EPP, uma vez que, ambas eram debatidas como pequenas empresas,

não havendo uma segregação transparente entre as duas; e o outro objetivo da Lei foi

implantar um moderno regime de tributação para as microempresas e as empresas de pequeno

porte, recebendo o nome de SUPER SIMPLES ou SIMPLES NACIONAL. Para distinguir

uma ME de uma EPP foi fixado um patamar de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil

reais). Assim, a empresa que alcançar no final de um ano o faturamento bruto que é igual ou

inferior a R$ 360.000,00 será considerada uma ME, caso esse faturamento seja superior é

considerada uma EPP.

A segunda, a Lei Complementar nº 128, de 10 de dezembro de 2008, alterou a Lei

Complementar do Supersimples nº123/2006 e criou figura jurídica do Microempreendedor

Individual. Essa LC só entrou em vigor em 1º de julho de 2009, derivou da Lei 10.406/2002

que visou ampliar a formalização dos profissionais e dos empreendimentos que se

encontravam na atividade informal. No artigo 18-A, e no seu par. 1º:

Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo

recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples

Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por

ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. Parágrafo primeiro. Para

os efeitos desta Lei considera-se MEI o empresário individual a que se refere

o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que

tenha auferido receita bruta, no ano calendário anterior, de até R$ 36.000,00

(trinta e seis mil reais)10

, optante pelo Simples Nacional e que não esteja

impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

A criação do MEI permitiu novos incentivos para as pessoas que trabalhavam

individualmente, citados anteriormente, possibilitando, assim, a permanência desses na

10 Em 2011 houve uma ampliação do limite de faturamento anual para R$ 60.000,00 (Sessenta mil

reais)

33

formalidade. Entretanto, é relevante salientar que, esse novo formato empresarial não seja

utilizado apenas para criar estatísticas econômicas, formalizando um estrato da economia que

estava à margem dos registros oficiais e, nem mesmo, sirva como meio de empresas se

desprenderem das obrigações trabalhistas e fiscais.

2.4 Benefícios sugeridos para o MEI

Perry et al. (2007) apontam que, sair da informalidade traz múltiplas vantagens ao trabalhador

por conta própria, tais como: facilita o acesso ao crédito; possibilita operação em grande

escala; reconhecimento de poder legal para fazer cumprir um contrato; captação de novos

clientes; redução no pagamento de multas ou subornos; alcança proteção da previdência

social, etc. Todavia, a maioria dos estabelecimentos informais são bem singelos para se

beneficiarem de modo suficiente da formalidade, a fim de cobrirem os seus diversos custos,

como o recolhimento das obrigações trabalhistas, por exemplo. A formalização ao modelo de

negócio MEI, nesses casos, torna-se um ponto de segurança para os que antes não estavam

protegidos pela previdência social, nem tampouco tinham a garantia de rendimentos certos

mensalmente.

A formalização dos trabalhadores autônomos ou por conta própria gera benefícios ao

trabalhador como: a proteção social previdenciária; o acesso a programas de apoio para o seu

negócio; reconhecimento do seu negócio perante a sociedade, portanto no efeito em cadeia,

benefícios para o Governo que recolherá mais impostos e terá acesso às informações para a

preparação de políticas específicas de apoio a esse setor produtivo.

E por último, a sociedade, também, é beneficiada ao usufruir de produtos ou serviços

procedentes, ou seja, regulares e, poder exigir seus direitos quando esses produtos ou serviços

não estiverem de acordo com a norma jurídica vigente (SEBRAE, 2005).

Em relação às outras modalidades jurídicas, nesse novo formato de negócio, o MEI possui

diversos benefícios ou peculiaridades. Tornou-se um marco na evolução histórica da nação

brasileira pela quebra dos paradigmas tradicionais, no que concerne à burocracia e à

arrecadação fiscal, destaca-se ainda a facilidade de adesão que é extrema. Ao longo dos anos,

a média mensal de novos registros de MEI tem crescido, os principais benefícios

34

institucionais desse processo de formalização serão sintetizados nos itens que seguem abaixo,

de acordo com o Portal do Empreendedor (2015):

2.4.1 Cobertura previdenciária

A previdência resguarda os trabalhadores formalizados no modelo de negócio MEI e a sua

família também. Com essa cobertura, o empreendedor é amparado em caso de: afastamento

por doença; aposentadoria por idade; aposentadoria por invalidez e salário maternidade, no

caso de gestantes e adotantes. Após um número mínimo de contribuições, a família do

empreendedor terá direito à pensão por morte e auxílio reclusão. Essa série de benefícios

previdenciários podem ajudá-lo a prosperar com o negócio. A previdência social ampara com

uma contribuição mensal reduzida de 5% do salário mínimo11

, hoje R$ 39,40 (trinta e nove

reais e quarenta centavos). O quadro 3 traduz os benefícios e tempo mínimo de contribuição.

Quadro 3 – Benefícios e tempo mínimo de contribuição

Para o Empreendedor

Benefício Tempo mínimo de contribuição

Aposentadoria por idade: mulher aos 60 anos e homem

aos 65

180 meses

Aposentadoria por invalidez 12 meses

Auxílio doença 12 meses

Salário-maternidade 10 meses

Para a Família

Benefício Tempo mínimo de contribuição

Pensão por morte 24 meses*

Auxílio reclusão 24 meses**

Fonte: SEBRAE, 2015.

Observações:

*se a contribuição do MEI se der com base em um salário mínimo, qualquer benefício que ele vier a

ter direito também se dará com base em um salário mínimo.

**Novo prazo conforme MP nº 664/2014, a partir 01/03/2015.

2.4.2 Menos custo com funcionário

Para o MEI, a contratação de funcionário é mais econômica. É possível registrar até 1 (um)

empregado, com baixo custo, sendo 3% de Previdência Social e 8% de FGTS do salário

11 Em 2011 a alíquota de contribuição previdenciária foi reduzida de 11% para 5% sobre o salário

mínimo.

35

mínimo por mês, perfazendo um valor total de R$ 86,68 (oitenta e seis reais e sessenta e oito

centavos). O empregado contribui com 8% do seu salário para a Previdência. Esse benefício

permite o melhor desenvolvimento do seu negócio e vislumbra crescimento. Esse empregado

contratado recebe o salário mínimo vigente ou o piso da categoria a que ele pertença.

2.4.3 Isenção de taxas de registro

Para se formalizar não é necessário efetuar outro pagamento além do boleto mensal, e todo o

procedimento da formalização é gratuito. Após o registro, mensalmente é pago, por meio do

carnê emitido exclusivamente no Portal do Empreendedor, o valor de R$ 39,40 (trinta e nove

reais e quarenta centavos) referente à contribuição INSS e R$ 5,00 (cinco reais) referente à

contribuição ISS (para os empreendedores da Prestação de Serviço) e/ou R$ 1,00 (um real) da

contribuição do ICMS (para os empreendedores do Comércio e Indústria). Qualquer outra

cobrança recebida, não está prevista na norma jurídica e, por isso, não deve ser paga.

2.4.4 Redução da burocracia

Para permanecer formal é necessário fazer uma única declaração, por ano, no Portal do

Empreendedor, denominada Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN-SIMEI),

referente ao seu faturamento. Ela deve ser controlada mensalmente pela planilha de

acompanhamento de gastos fornecida no mesmo portal e, ao final do ano, está devidamente

organizada. A Lei do Microempreendedor Individual incentiva a legalização de pequenos

negócios informais através da desburocratização dos registros, isenção total de impostos

federais e redução de impostos estaduais.

2.4.5 Acesso a serviços bancários, inclusive crédito

O MEI poderá abrir conta empresarial e, até, contrair financiamento na modalidade capital de

giro ou investimento, nos Bancos Públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e

Banco do Nordeste. Esses bancos dispõem de linhas de crédito com redução de tarifas e taxas

de juros adequadas.

36

2.4.6 Comprar e vender em conjunto

Vantagens em poder comprar e vender juntamente com outras empresas. A Lei permite a

união de MEIs do mesmo segmento para compras coletivas, através da formação de consórcio

de fins específicos. Essa medida permitirá aos empreendedores condições mais vantajosas de

preços e formas de pagamento das mercadorias compradas, uma vez que, o volume comprado

será maior.

2.4.7 Menos tributos

De fato, formalizar-se tem ônus muito baixo. Seu custo significa, no máximo, o valor fixo de

R$ 45,40 (quarenta e cinco reais e quarenta centavos) por mês. Ademais, permite ao

empreendedor saber quanto gastará por mês sem surpresas, o que lhe dará condições de

crescer. A cobrança é unificada, sendo valor fixo mensal de R$ 39,40 (trinta e nove reais e

quarenta centavos) para o INSS mais R$ 1,00 (um real) para as atividades de comércio –

ICMS e/ou R$ 5,00 (cinco reais) para as atividades de serviços – ISS. O valor pago ao INSS

tem o objetivo de oferecer cobertura Previdenciária ao Empreendedor e à sua família. Além

disso, o MEI é enquadrado no regime fiscal do Simples Nacional, o que o torna isento dos

tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).

Desse modo, paga-se, exclusivamente, a quantia fixa mensal de R$ 40,40 (quarenta reais e

quarenta centavos) nas atividades excepcionais de comércio ou indústria; R$ 44,40 (quarenta

e quatro reais e quarenta centavos) para atividade, unicamente, de prestação de serviços ou R$

45,40 (quarenta e cinco reais e quarenta centavos) para ambas as atividades de comércio e

serviços, quantia essa destinada à Previdência Social e ICMS ou ISS. Esses valores são

atualizados anualmente, de acordo com o salário mínimo.

2.4.8 Controles simplificados

É dispensada a contabilidade formal, por exemplo, livro diário e razão, também não é preciso

ter Livro Caixa. É possível, através da internet, emitir o carnê de pagamento que deverá ser

pago até o dia 20 do mês, bem como, o Relatório Mensal das Receitas Brutas referente ao mês

anterior e, até 31 de maio do ano seguinte gerar Declaração Anual do Simples Nacional do

MEI (DASN-SIMEI).

37

2.4.9 Serviços gratuitos

O MEI conta com uma rede de empresas que pode prestar serviços de graça. Caso, o MEI

tenha dificuldade de se formalizar, é disponibilizada assessoria contábil gratuita para a

realização da inscrição e da opção ao SIMEI, bem como, a primeira declaração anual

simplificada da microempresa individual (DASN - SIMEI), por meio de uma rede de

empresas contábeis que opta pelo Simples Nacional. Para identificar a rede Escritórios de

Contabilidade disponível no seu município, deve-se acessar o site da Federação Nacional de

Contabilidade – FENACON (www.fenacon.org.br).

2.4.10 Emissão de alvará pela internet

Toda atividade comercial, industrial ou de serviços precisa de autorização da Prefeitura para

ser exercida. Para o MEI, essa autorização (licença ou alvará) é concedida de graça (validade

de 180 dias), isento de pagar qualquer taxa, ocorrendo o mesmo para o registro na Junta

Comercial do Estado.

2.4.11 Possibilidade de vender para o governo

O MEI formalizado pode vender para todas as esferas do governo, o que significa um grande

comprador de mercadorias e serviços, além de poder participar de licitações.

2.4.12 Apoio técnico do SEBRAE

O SEBRAE norteia e assessora os Empreendedores que assim o desejarem. Ele tem

desenvolvido um grande esforço para prover aos MEIs: pesquisas, assistência consultiva,

orientação do plano de negócio, cursos, capacitação e treinamentos com vistas a torná-los

aptos a manterem e desenvolverem as suas competências, enfim, contribui com os MEIs a

organizarem o seu negócio.

2.4.13 Possibilidade de crescimento como empreendedor

Com apoio e incentivo fica mais fácil para o MEI crescer. Pelo fato dos MEIs estarem no

mercado de modo regular, as oportunidades de crescerem e prosperarem se alargam, e a

38

atividade que hoje é apenas um pequeno negócio, porém, amanhã poderá ser uma média e/ou

grande empresa.

As grandes organizações não nasceram em grande porte, elas começaram pequenas e foram

crescendo aos poucos, de modo sustentável. O objetivo é contribuir para que o negócio desses

trabalhadores prospere e, assim, eles possam migrar para o formato institucional das micro ou

pequenas empresas, no âmbito do Simples Nacional.

2.4.14 Segurança jurídica

A formalização está amparada em Lei Complementar que impede alterações por Medida

Provisória e exige quórum qualificado no Congresso Nacional. O Empreendedor Individual é

o resultado da aprovação pelo Congresso Nacional através da Lei Complementar 128/2008, a

qual foi, imediatamente, sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por ser uma

Lei Complementar que dá segurança ao MEI, ela possui regras estáveis e, para alterá-las é

necessária outra Lei Complementar a ser votada, também, pelo Congresso Nacional e

sancionada pelo Presidente da República. Ou seja, há ampla segurança e respaldo jurídico de

que as regras atuais não serão alteradas facilmente.

Levando em consideração essas vantagens, percebe-se que não há proporcionalidade entre os

inúmeros benefícios outorgados ao MEI e as exigências estabelecidas para se tornar um MEI,

uma vez que, para aderir ao formato MEI é preciso auferir uma receita bruta anual de R$

60.000,00 (sessenta mil reais) ou mensal R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e não ter participação

em outra empresa como sócio ou titular. No entanto, os benefícios são diversos como foram

evidenciados anteriormente.

O próximo capítulo refere-se à metodologia empregada nesta dissertação e o seu

delineamento.

39

3 METODOLOGIA

A pesquisa científica, em termos gerais, é a realização de um estudo planejado, coordenado e

desenvolvido de acordo com as normas da metodologia científica a respeito de um tema. Este

capítulo procura caracterizar o estudo conforme a metodologia científica a ser utilizada para a

abordagem do problema, quanto à natureza dos objetivos, ao contexto da pesquisa, ao

delineamento ou método de investigação, locus, a definição do cálculo da amostra e da

população estudada e, também, o que diz respeito aos procedimentos de coleta e análise de

dados.

A metodologia científica permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade

social. Para tanto, rememorando o objetivo geral deste trabalho, que é: identificar o perfil dos

Microempreendedores Individuais e a sua percepção acerca das vantagens decorrentes da

formalização. Foi necessário responder algumas indagações, a fim de nortear como investigar

o assunto e atingir a esse objetivo.

• Como explorar o tema?

• Como o modelo de negócio MEI é abordado na literatura quanto às suas origens,

conceitos, características, aplicabilidade, benefícios, entre outros tópicos?

• Como foi realizado o processo de adesão e implantação do modelo de negócio MEI,

no município de Vitória de Santo Antão-PE?

• Qual o tipo e natureza do estudo a ser praticado?

• Quais hipóteses e/ou variáveis a descobrir?

• Qual a caracterização do universo a ser estudado?

• Como determinar a amostra?

• Qual o instrumento de coleta de dados a utilizar?

• Como apurar, organizar, tratar e analisar os dados?

Após as questões de pesquisa, foram apresentadas a caracterização, o desenho, locus, amostra

e população, instrumento de coleta de dados e, por fim, análise dos dados da pesquisa, que

guiaram esta investigação.

40

3.1 Caracterização da pesquisa

O objetivo fundamental da atividade de pesquisa científica é descobrir respostas para as

problemáticas mediante a utilização de múltiplos procedimentos metodológicos. Para alguns

autores, a exemplo de Gil (2007), a realização da pesquisa é justificada quando não há

informações disponíveis apropriadas e suficientes que, propiciem uma resposta satisfatória ao

questionamento existente ou quando existem, não possuem forma de arcabouço, ao ponto de

alcançar os objetivos determinados.

A atividade da pesquisa científica além de identificar respostas, ela, também, constrói novos

conhecimentos para alcançar os diferentes resultados pleiteados pelo pesquisador. Para isso, é

essencial traçar ou projetar o itinerário a ser conduzido, a fim de evitar equívocos no alcance

dos resultados.

Para Merriam (1998), o projeto de pesquisa não é uma fórmula linear de investigação literária,

de estruturação teórica e identificação do problema, mas sim, um procedimento interativo de

infinitas tentativas intrínsecas à trajetória de uma busca científica.

Lakatos e Marconi (2007) corroboram que pesquisar é um procedimento formal, exige

método de pensamento reflexivo, requer tratamento científico e se constitui com o propósito

de conhecer a realidade ou descobrir verdades parciais. As autoras salientam que, a finalidade

da pesquisa é descobrir respostas para as questões levantadas, por meio de método científico.

O estudo apresentado tem características que discorrem com os seguintes tipos de pesquisa:

quantitativa e qualitativa. A quantitativa teve como instrumento de coleta de dados um

questionário (Apêndice), o qual foi empregado para coletar os dados primários. Sua estrutura

é composta de perguntas fechadas passíveis de serem mensuradas, norteadas pelos objetivos

específicos deste trabalho. Através da estatística foi possível quantificar, analisar e interpretar

a frequência de eventos ou fenômenos obtidos por meio do questionário. A pesquisa

quantitativa tem por objetivo mensurar e testar hipóteses, uma vez que, os resultados são

concretos e com menor possibilidade de erros de interpretação. Ela é apropriada ao estudo

pelo fato de existir a possibilidade de medir variáveis e inferências, a partir, de amostras

numéricas.

41

A pesquisa foi qualitativa, porque o referido instrumento de coleta de dados, também, foi

composto de perguntas abertas, em que as respostas subjetivas foram analisadas e

interpretadas. A abordagem qualitativa, segundo Chizzotti (2006), tem por finalidade extrair

do objeto de pesquisa os significados invisíveis ou implícitos, que só podem ser percebidos

por meio de uma análise detalhada. A pesquisa qualitativa tem por essência descrever,

decodificar e traduzir o sentido, e não a frequência dos fatos, ela é mais adequada para apurar

opiniões e atitudes.

É pertinente informar que, a aplicação casada da pesquisa qualitativa e quantitativa permite

coletar mais informações do que se poderia conseguir individualmente, além de fornecer

detalhes minuciosos da amostra pesquisada. É nesse contexto que Flick (2009) narra que essas

duas abordagens de pesquisa podem ser concordadas e apoiadas, concomitantemente,

propiciando um panorama mais vasto da problemática estudada. Ademais, adiciona que,

existem publicações sobre a integração dos métodos qualitativos e quantitativos, sendo

considerada uma forma de triangulação. Para o mencionado autor, a triangulação “significa a

combinação entre diversos métodos qualitativos, mas, também, a combinação entre métodos

qualitativos e quantitativos” (FLICK, 2009, p. 43).

Vergara (2005), também, confirma esse entendimento, bem como faz referência à utilização

mutuamente das abordagens quantitativa e qualitativa, e alude que a utilização desses métodos

conjugada pode ser vista como complementar e não como antagônica.

No desenvolvimento deste estudo, a abordagem adotada da pesquisa se classifica em:

exploratória e descritiva. Trata-se de estudo de caráter exploratório quanto aos fins, porque

objetiva desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação

de problemas mais precisos para estudos posteriores (SELLTIZ et al., 1975). A pesquisa

exploratória se destaca porque harmoniza maior conhecimento acerca do tema selecionado,

vislumbra a maior compreensão do assunto, mediante o esclarecimento de conceitos que

ajudam no desdobramento das questões a serem trabalhadas. Também, é um estudo de caráter

descritivo, porque visa observar, avaliar, registrar, analisar, interpretar e descrever a realidade

de acontecimentos ou fenômenos, sem manipulá-los. A pesquisa descritiva traz à tona

característica de uma determinada população e estabelece relações entre as variáveis, tendo

como principal técnica a coleta de dados (GIL, 2011).

42

Com relação aos meios, pode ser classificada como uma pesquisa de campo. Ela ocupa-se em

verificar a frequência e intensidade que ocorrem os fenômenos, de forma a estabelecer uma

conexão entre eles, considerando suas características e natureza. Nesse sentido buscará

complementar o estudo com uma coleta de dados primários (VERGARA, 2004).

Os dados primários foram captados a partir da aplicação de questionários à amostra

selecionada, conforme descrito no item 3.4 deste trabalho. Esses dados foram tabulados,

posteriormente, observando-se as repetições e a relevância do fenômeno observado e, para os

dados qualitativos foi aplicada a análise de conteúdo por categorização temática (BARDIN,

2011).

A pesquisa em comento foi, também, um clássico estudo de caso. Conforme Yin (2010), o

estudo de caso é uma investigação empírica que surge do desejo de se compreender

fenômenos sociais complexos, dentro do contexto de vida real. Ou seja, o estudo de caso

admite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos

eventos da vida real.

Este estudo foi norteado, previamente, mediante consultas a fontes secundárias, como o

normativo legal vigente; artigos científicos; textos publicados na Internet; sites de entidades

de classe e governamentais; materiais desenvolvidos para a divulgação do MEI, além de

exame bibliográfico em livros.

3.2 Desenho da pesquisa

Pode-se definir desenho de pesquisa como o procedimento racional e sistemático, o qual tem

por objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Desenvolver uma

pesquisa com rigor científico implica a seleção de um tema, definição de um problema a ser

investigado, esquematizar um plano de trabalho e, após a realização operacional desse plano,

registrar um documento final e, esse deve ser exibido de maneira organizada, ordenada, coesa

e conclusiva.

Como já relatado anteriormente, este estudo teve o objetivo em identificar os MEIs da cidade

da Vitória de Santo Antão-PE e, qual a sua percepção acerca das alterações decorrentes da

43

formalização, bem como suas vantagens. A figura 2 apresenta as fases da pesquisa e fornece

um prisma resumido das etapas:

Figura 2 - Desenho da pesquisa

Fonte: Gil, 2011

3.3 Locus da pesquisa

O locus da pesquisa foi o município do interior do Estado de Pernambuco, que integra a

mesorregião da mata pernambucana, localizando-se a 55 (cinquenta e cinco) quilômetros da

capital estadual12

, com população de 129.974 (cento e vinte e nove mil, setecentos e setenta e

quatro) habitantes13

. Há um expressivo número de beneficiados MEI. A prefeitura do

município criou uma extensa área para a implantação desses empreendimentos de pequeno

12 Fonte: http://www.prefeituradavitoria.pe.gov.br/

13 Fonte: IBGE

44

porte, que tem tornado a cidade um destino constante de grandes investimentos. Optou-se por

realizar a pesquisa de campo no município citado, por pertencer à região detentora de uma

fatia considerável do mercado. Os empreendimentos de pequeno porte é maioria no

município, que apresentam grande expansão nos segmentos comercial, industrial e prestação

de serviços. E ainda, como critério da escolha foi a facilidade de acesso a esse município, uma

vez que a autora atua profissionalmente nesta cidade, em uma agência bancária. Critério

considerado relevante, haja vista, oportunidade de redução de custos na coleta dos dados e,

melhor extração e exploração do caso em foco na região.

3.4 Amostra e população

A população da pesquisa está baseada nos clientes que possuem conta corrente e integram a

carteira de crédito de determinada agência bancária, na cidade da Vitória de Santo Antão-PE.

A definição da amostra foi segmentada por anos de formalização como MEI desde julho/2009

a junho/2014, período equivalente a um quinquênio. Essa população investigada é composta

por 80 (oitenta) correntistas MEI. A amostragem utilizada foi aleatória simples. Nela, cada

elemento da população tem chance igual de ser incluído na amostra (ZIKMUND, 2006).

Para realização do levantamento dos dados primários desta pesquisa foram coletados 67

(sessenta e sete) questionários, preenchidos por microempreendedores. No cálculo para

definição da amostra probabilística, selecionada por acessibilidade, o universo consta de 80

(oitenta) MEIs. Aplicando um coeficiente de confiança de 95% (noventa e cinco por cento) e

uma margem de erro de 5% (cinco por cento) na fórmula para cálculo do tamanho da amostra

(OLIVEIRA; GRACIO, 2005) o resultado foi de 66,67 (sessenta e seis vírgula sessenta e

sete), ou seja, de 67 (sessenta e sete) MEIs.

Fórmula do cálculo erro amostral para estratificar a amostra:

Onde: N = População; n = Amostra e E = Erro amostral.

45

3.5 Instrumento de coleta de dados

Neste estudo foi utilizado o questionário como instrumento de coleta de dados. Para Roesch

(2010), questionário não é apenas um formulário de coleta de dados, trata-se de um

instrumento de medição que exige esforço intelectual e planejamento para sua elaboração.

Gil (2007) define o conceito da seguinte forma:

Define-se questionário como uma técnica de investigação com um número

mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas,

tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças e sentimentos,

interesses, expectativas, situações vivenciadas [...] (GIL, 2007, p. 128).

A ferramenta de coleta de dados denominada questionário (Apêndice) foi construída pela

autora, baseando-se nos modelos aplicados pelo SEBRAE e Portal do Empreendedor. É

composto por 5 (cinco) blocos, utiliza uma escala frequência simples, que requer a escolha de

uma ou mais alternativas, perfazendo 37 (trinta e sete) perguntas e 1 (um) quadro com 20

(vinte) itens a saber: a) Bloco 1 – Identificação do MEI, está destinado à coleta de

informações sociodemográficas com 7 (sete) perguntas e respostas de múltipla escolha; b)

Bloco 2 – Antes da adesão ao MEI, destinado a detalhar o perfil do empreendedor antes da

formalização ao programa MEI, com 8 (oito) perguntas e respostas de múltipla escolha; c)

Bloco 3 – Após a adesão ao MEI, destinado a identificar o que levou o trabalhador aderir a

formalização, com 20 (vinte) perguntas e respostas do tipo múltipla escolha; d) Bloco 4 –

Benefícios e vantagens da adesão ao MEI, destinado a verificar quais as vantagens

conquistadas com a formalização ao MEI, com 2 (duas) perguntas e respostas de múltipla

escolha, e por último, e) Bloco 5 – Qualidade de vida, destinado a verificar quais as

transformações ocorridas na vida, a partir, da adesão ao MEI com 20 (vinte) itens e respostas

do tipo múltipla escolha.

3.5.1 Realização do pré-teste

De forma a prevenir eventuais problemas na aplicação dos questionários, foram realizados

procedimentos de verificação ou pré-testes, os quais consistiram de uma rodada experimental

onde os questionários foram administrados a um grupo de respondentes da população-alvo

(ZIKMUND, 2006).

46

Os dados obtidos neste estudo forneceram elementos que elucidaram os objetivos específicos

desta pesquisa e, justamente por isso, é extremamente relevante que a ferramenta de pesquisa,

no caso presente, o questionário, tenha validade, confiabilidade e precisão. A respeito de

validade e precisão, Gil (2011) salienta que o cumprimento do pré-teste de um instrumento de

coleta de dados propõe garantir essas duas condições.

Para coletar os dados primários de forma quantitativo e qualitativamente, junto aos MEIs

formalizados de julho/2009 a junho/2014, na cidade da Vitória de Santo Antão, realizou-se,

inicialmente, um pré-teste para dirimir quaisquer dúvidas e/ou dificuldades de preenchimento

por parte dos respondentes, o qual foi aplicado a 15 MEIs (pessoas diferentes) escolhidos por

acessibilidade e disponibilidade de responder ao pré-teste.

Durante a aplicação dos questionários, a autora procurou observar a ocorrência das possíveis

falhas, como, por exemplo: falta de entendimento e clareza nos itens; fadiga por parte dos

respondentes e tempo para resposta. Como resultado da realização do pré-teste, foi

identificada a necessidade de ajustes no mencionado instrumento de pesquisa. Foi

identificada dificuldade de interpretação de algumas perguntas e, por esse motivo, foram

ajustadas com uma linguagem mais coloquial, objetivando a compreensão e leitura mais

acessíveis.

Além disso, foi desenvolvida uma pesquisa de campo, com a aplicação de entrevistas diretas

quando necessária, cuja finalidade foi auxiliar os respondentes no preenchimento do

questionário. A pesquisa de campo apresenta a vantagem de oferecer ao pesquisador a

obtenção de dados fiéis sobre a realidade investigada, pois favorece o contato real e próximo

com o contexto que deseja conhecer (GIL, 2007).

3.6 Coleta de dados

O processo de coleta de dados, segunda etapa do trabalho de campo, ocorreu no período

bimestral, de outubro a novembro de 2015. Os dados foram coletados por meio da aplicação

do referido questionário estruturado, e se deu por entrevistas pessoais, o que permitiu

diminuir o número de erros e respostas incompletas, contribuindo para a qualidade dos

resultados da pesquisa.

47

3.7 Análise dos dados

Posteriormente à realização da coleta dos dados, a análise dos dados foi a etapa do processo

da investigação que se ocupou com a explicação de como se pretendeu tratar os dados

coletados, inclusive justificando por quê mencionado tratamento foi o mais adequado aos

propósitos do estudo. Os objetivos da investigação, exclusivamente, foram alcançados com a

coleta, o tratamento e, em seguida, com a interpretação dos dados, buscando certificar com

isso a correlação entre objetivos e formas de atingi-los (VERGARA, 2004).

Os dados quantitativos foram trabalhados pelo Software Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS) que, além das estatísticas descritivas (Média, Desvio Padrão, Frequência e

Correlação), foi feito um cruzamento com os dados sociodemográficos para identificação das

variáveis moderadoras da realidade encontrada no Município de Vitória de Santo Antão.

A análise de conteúdo (modelo temático Bardin) foi aplicada para avaliação dos dados

qualitativos. Bardin (2011) a considera como um conjunto de técnicas de análise das

comunicações. O autor alega, também, que este tipo de análise enriquece o exame

exploratório, alarga a propensão à descoberta.

Para Triviños (1987), o processo de análise de conteúdo pode ser feito da seguinte forma: pré-

análise (organização do material); descrição analítica dos dados (codificação, classificação,

categorização) e interpretação referencial (tratamento e reflexão). A análise de conteúdo

busca, de forma sistematizada, proporcionar maior objetividade, de forma a validar possíveis

descobertas.

48

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Posteriormente, são apresentados os resultados da pesquisa, que tiveram por objetivo geral

identificar o perfil dos Microempreendedores Individuais da cidade de Vitória de Santo Antão

e a sua percepção acerca das vantagens decorrentes da formalização.

4.1 Apresentação dos resultados

A partir dos questionários, analisou-se o perfil do microempreendedor individual do

município de Vitória de Santo Antão-PE, quanto à data de sua formalização, localidade,

gênero, idade e setor econômico. Para complementar as análises, sempre que possível, foi

feito analogia do perfil do MEI com os estudos existentes que abordaram este assunto. Os

dados foram organizados conforme os cinco blocos do questionário.

4.1.1 Bloco I – Dados sociodemográficos

Os dados sociodemográficos a seguir, segregados por gênero, representam o perfil e as

características dos Microempreendedores envolvidos no estudo, obedecendo à ordem do

questionário aplicado.

Quanto a classificação dos grupos por idade, a maior participação dos microempreendedores

da amostra encontra-se na faixa etária de 31 a 40 anos, em que a maior percentagem foi do

gênero masculino. Esse grupo foi seguido pela faixa etária de 41 a 60 anos, independente do

gênero do microempreendedor, como demonstra a tabela 1. Destaca-se que, a menor

representatividade foi a faixa etária até 20 anos. Esses dados são semelhantes aos resultados

levantados por Souza (2010) aplicado em Florianópolis-SC e, pelos demais pesquisadores:

Vianna, Teixeira e Franca (2013) em Aracaju-SE; Justo, Lima, Almeida, Carvalho e Monte

(2013) em Iúna-ES e, Silva, Cunha, Iara e Machado (2014), estudo realizado em Goiânia-GO.

49

Tabela 1 – Idade conforme gênero

Idade Mulheres % Homens % Total %

Até 20 anos 2 6% 1 3% 3 4%

21 a 30 anos 5 16% 4 11% 9 13%

31 a 40 anos 11 35% 17 47% 28 42%

41 a 50 anos 10 32% 11 31% 21 31%

Acima de 51 3 10% 3 8% 6 9%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Os dados observados na tabela 1 são corroborados pela tabela 10 (referente à pergunta 11),

em que se verifica que, aparentemente, os homens começaram a trabalhar na informalidade

anteriormente às mulheres. Entre a amostra pesquisada, a média de funcionamento

informalmente para as mulheres foi de 4,3 anos, enquanto que, para os homens foi de 6,5

anos. Além disso, apenas 3% das mulheres atuavam na informalidade por mais de 10 anos, ao

passo que os homens eram 33%. Ao que se refere aos iniciantes na informalidade, 19% foram

mulheres e apenas 8% dos homens.

Observando os dados por gênero, a pesquisa revelou que dos 67 entrevistados, a população

dos homens é, ligeiramente, maior do que das mulheres, sendo no total de

microempreendedores envolvidos no estudo: 54% homens, enquanto, 46% são mulheres.

Resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Justo, Lima, Almeida, Carvalho e

Monte (2013); Siqueira, Rocha e Telles (2013) na cidade de Diadema-SP e, Silva, Cunha, Iara

e Machado (2014).

Acerca do estado civil foi possível quantificar que, os casados representam a maioria - 54%,

enquanto, os solteiros somam 22%, os homens são maioria, provavelmente por serem um

pouco mais velho. Todavia, há uma percentagem maior de casados, ou seja, 58% homens

contra 48% de mulheres. A situação civil das outras classes é percentualmente baixa,

independente de gênero, conforme com a tabela 2. Não foi possível comparar com outros

estudos, pois esta variável não foi explorada anteriormente.

50

Tabela 2 – Situação civil conforme gênero

Estado civil Mulheres % Homens % Frequência %

Solteiro 9 29% 6 17% 15 22%

Casado 15 48% 21 58% 36 54%

Separado 4 13% 5 14% 9 13%

Divorciado 2 6% 2 6% 4 6%

Outros 1 3% 2 6% 3 5%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Sobre a escolaridade, a análise da tabela 3 permite evidenciar que as mulheres têm maior

escolaridade do que os homens. A amostra é predominante formada de microempreendedores

com apenas o nível do ensino médio (58%). Desse grupo, as mulheres correspondem a 74% e

os homens a 44%. Em segundo lugar do nível de escolaridade está o nível ensino fundamental

2 (24% da amostra total), onde a situação de gênero é o inverso, ou seja, 10% de mulheres e

36% dos homens. Vale destacar, também, que um MEI do sexo feminino possui até um curso

de especialização.

Em termos gerais, pode-se concluir que a formação escolar dos microempreendedores do

Município de Vitória de Santo Antão é baixa, como, também, é corroborado nas pesquisas

publicadas no Nordeste por Silva, Cunha, Iara e Machado (2014), pelos autores Silva, Lopes,

Ribeiro Filho e Pederneiras (2010) e, outra vez, com o estudo dos microempreendedores

individuais do nordeste realizado pelo SEBRAE (2013). Quando comparada com o restante

do país os estudos de Souza (2010), Siqueira; Rocha e Telles (2013), Vianna; Teixeira e

Franca (2013), também, possuem resultado semelhante, sendo, aparentemente, uma

característica comum entre os MEIs.

Tabela 3 – Escolaridade conforme gênero

Nível Mulheres % Homens % Total %

Fundamental 1 0 0% 2 6% 2 3%

Fundamental 2 3 10% 13 36% 16 24%

Médio 23 74% 16 44% 39 58%

Superior 4 13% 5 14% 9 13%

Especialização 1 3% 0 0% 1 1%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

51

A Tabela 4 indica escolaridade, gênero e faixa etária dos microempreendedores pesquisados,

em que se constata que as mulheres possuem maior escolaridade do que os homens em todos

os grupos etários apresentados, com exceção da faixa de até 20 anos. Nesse caso, há apenas 1

homem nessa faixa etária que tem formação superior, ao contrário de 2 mulheres dentro da

faixa, porém, apenas 1 tem formação superior.

Cabe destacar que, apenas 3 microempreendedores femininos se enquadram na categoria

fundamental 2, onde os homens totalizam 13 respondentes. O nível médio é predominante

para o total de entrevistados e o nível superior evidencia quase um equilíbrio entre os gêneros.

Tabela 4 – Escolaridade x Faixa etária mulheres

Nível

Educacional

Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Acima de 51

Total Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc.

Fundamental 1 0 0 0 0 0 2 2 0 0 0 2

Fundamental 2 0 0 1 2 1 6 6 4 0 1 16

Médio 1 0 3 1 9 7 7 6 2 2 39

Superior 1 1 1 1 1 2 2 1 0 0 9

Especialização 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1

Total 2 1 5 4 11 17 10 11 3 3 67

Percentagens Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Total

Fundamental 1 0 0 0 0 0 11,8 0 0 0 0 3

Fundamental 2 0 0 20 50 9,1 35,3 10 36,4 0 33,3 23,9

Médio 50 0 60 25 81,8 41,2 80 54,5 66,7 66,7 58,2

Superior 50 100 20 25 9,1 11,8 10 9,1 0 0 13,4

Especialização 0 0 0 0 0 0 0 0 33,3 0 1,5

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Questionou-se a respeito de filhos aos MEIs da amostra representativa, os resultados podem

ser vistos na Tabela 5. Os dados denotam que, a distribuição entre o número de filhos é

variada, conforme o gênero. Os homens têm percentual um pouco maior de 2 a 3 filhos e, as

mulheres demonstram uma predominância entre 1 ou nenhum filho.

52

Tabela 5 – Quantidade de filhos por gênero

Filhos Mulheres % Homens % Total %

Sem filhos 9 29% 8 22% 17 25%

1 Filho 8 26% 5 14% 13 19%

2 Filhos 6 19% 10 28% 16 24%

3 Filhos 5 16% 9 25% 14 21%

4 Filhos 3 10% 3 8% 6 9%

5 Filhos 0 0% 1 3% 1 1%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

O gráfico 1 indica inclusive que, há uma tendência clara descendente entre o número de filhos

dos MEIs mulheres, enquanto, que os homens apresentam uma tendência mais para a curva

normal. Em termos gerais, a média é muito parecida com as mulheres que têm 2,1 filhos e os

homens 2,3. Esse resultado é corroborado pelo trabalho de Siqueira, Rocha e Telles (2013),

que analisaram esta mesma variável em sua pesquisa e afirmaram que, no geral, possuem em

média 2 filhos.

Gráfico 1 – Distribuição de filhos conforme gênero dos microempreendedores

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 1 2 3 4 5

Fem

Masc

Número de Filhos

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Ainda sobre filhos, o gráfico 2 mostra a quantidade dos filhos que frequentavam a escola

antes, e depois, da adesão ao modelo empresarial MEI. É possível averiguar no gráfico dos

MEIs entrevistados, o que corresponde a: 20 mulheres responderam que os filhos

frequentavam a escola antes, e somente 16 continuaram após a adesão. Em contrapartida, 14

homens responderam que os filhos frequentam a escola antes da adesão e, 20 passaram a

frequentar a escola depois de adesão à legislação MEI.

53

No caso das mulheres, foi informado que os filhos ajudavam na atividade comercial e, por

esse motivo, alguns deixaram de frequentar a escola depois de legalizar. Por outro lado, os

homens esclareceram que, o aumento no índice de filhos na escola ocorreu por não possuírem

idade suficiente para frequentar a escola anteriormente. Não foi analisado como é o perfil de

outras regiões, pois, esta variável não foi pesquisada nos estudos.

Gráfico 2 – Filhos na escola conforme gênero

0

5

10

15

20

25

30

Fem Masc

Antes

Depois

Número de filhos na escola, antes e depois de se tornar MEI

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Em termos da participação ao programa de assistência bolsa família, tanto antes, como após, a

adesão ao MEI, a Tabela 6 revela essa participação no programa governamental. Foi

identificado que, antes da adesão apenas 10% MEIs recebiam o benefício. Só uma

respondente com estado civil casada e assalariada possuía o benefício. Todavia, dos

respondentes do gênero masculino apenas 1, também, recebia o benefício. O estado civil de

um respondente era separado, enquanto, os demais eram casados. Todos os autonômos

pesquisados possuíam o benefício.

Tabela 6 - Bolsa família antes da adesão ao MEI

Bolsa

Família Mulheres % Homens % Total %

Não 30 97% 30 83% 60 90%

Sim 1 3% 6 17% 7 10%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

54

A propósito da participação ao programa de assistência bolsa família após a adesão ao MEI

(Tabela 7), o resultado aumentou um pouco para 21%, embora ainda um número considerado

inexpressivo. As mulheres participantes que estão formalizadas de 1 ano a 5 anos,

apresentaram faturamento mensal que varia, no mínimo, R$ 4.000,00 (quatro mil reais) e

máximo de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Os filhos não estão matriculados em escolas

particulares, e o registro no BF é em nome dos avós (isso, possivelmente, justifica a

participação no programa assistencial).

Os homens, por outro lado, estão formalizados de 2 a 4 anos, apresentam faturamento mensal

que varia, no mínimo, de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) até R$ 7.000,00 (sete mil reais). A

maioria dos filhos não estão matriculados em escolas particulares, e o registro no BF é em

nome da conjuge e/ou companheira (isso, possivelmente, justifica o registro no programa

assistencial). Observe na Tabela 7.

Tabela 7 – Bolsa família após adesão ao MEI

Bolsa

Família Mulheres % Homens % Total %

Não 27 87% 26 72% 53 79%

Sim 4 13% 10 28% 14 21%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

4.1.2 Bloco II – Antes da adesão ao MEI

Em resposta aos objetivos específicos referentes às atividades exercídas antes da adesão ao

modelo empresarial MEI, a Tabela 8 detalha que, as atividades exercidas pelos respondentes

eram de trabalhadores autônomos (homens-44%) e assalariados com carteira assinada

(mulheres-32%). Uma boa parte das mulheres eram, também, simples donas de casa ou já

trabalhavam no seu negócio atual (16% cada). Quanto aos homens, (25%) já trabalhavam no

seu negócio atual, de modo informal, dando uma soma de 21% do total dos entrevistados. As

demais categorias de ocupação têm poucos adeptos antes de adesão à legislação MEI.

O resultado da pesquisa dos autores Vianna, Teixeira e Franca (2012) foi similar, apontando

que uma grande parte dos entrevistados eram assalariados com carteria assinada, seguido pelo

negócio atual informalizado. Posteriormente, Silva; Cunha; Iara e Machado (2014), também,

55

encontraram um semelhante equilíbrio destas ocupações antes da formalização. Souza

(2010), por outro lado, destacou no seu estudo, que a maior parte dos trabalhadores já

trabalhava, exercendo suas atividades de maneira informal.

Em termos gerais, pode se concluir que, os microempreendedores individuais, anterior à

adesão à legislação MEI, ou eram assalariados e/ou autônomos ou já exerciam informalmente

suas atividades. O que parece novo, porém, é o fato de algumas donas de casa resolveram

assumir uma atividade remunerada nos tempos mais atuais.

Talela 8 - Ocupação anterior a formalização

Idade Mulheres % Homens % Total %

Assalariado c/ carteira 10 32% 7 19% 17 25%

Sempre autônomo 5 16% 16 44% 21 31%

Dona de casa 5 16% 0 0% 5 8%

Funcionário público 2 6% 2 6% 4 6%

Desempregado 1 3% 2 6% 3 4%

Estudante médio 2 6% 0 0% 2 3%

Estudante superior 1 3% 0 0% 1 2%

Negócio atual 5 16% 9 25% 14 21%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Sobre o tipo de atividade que atuavam antes de aderir ao formato MEI, a maioria dos

entrevistados eram informais (mulheres 49% e homens 70%) ou se registraram em outra

categoria. Em termos gerais, 60% dos entrevistados consideravam-se informais e, apenas,

27% exerciam suas atividades num nível formal. Não houve possibilidade de comparar o

resultado com outros estudos, uma vez que, essa variável não foi estudada por outros

pesquisadores (conforme a Tabela 9).

Tabela 9 - Tipo de atividade que atuavam antes de aderir ao formato MEI

Nível Mulheres % Homens % Total %

Formal 10 32% 8 22% 18 27%

Informal 15 49% 25 70% 40 60%

Outros 6 19% 3 8% 9 13%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Acerca do ramo de atuação antes da formalização ao MEI, a Tabela 10 a seguir relata que, o

setor que houve mais empreendedorismo informal foi o setor de comércio, em que 57% das

56

mulheres e 50% dos homens exerciam suas funções antes da formalização. Em segundo lugar,

vem o setor de serviços, onde 41% dos entrevistados atuavam, sendo mais mulheres (43%) do

que homens (39%). O setor da indústria, que incluia as atividades profissionais de marcenaria,

serralharia, operários em geral e construção civil, foi exercido, unicamente, pelo sexo

masculino, com apenas 6% do total de entrevistados e 11% do total de microempreendedores

masculinos. Não houve condições de fazer analogia com outros estudos, porque não

abordaram este questionamento antes da adesão ao MEI.

Tabela 10 - Ramo do negócio anterior à adesão MEI

Setor Feminino Masculino Total

Comércio 57% 50% 53%

Indústria 0% 11% 6%

Serviço 43% 39% 41%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Em relação ao tempo em que atuaram na informalidade, observa-se respostas bastante

pulverizadas, mas pôde-se notar que 58,1% das mulheres atuaram menos de 5 anos; 22,6%

entre 6 a 10 anos, enquanto que, nenhuma mulher da amostra trabalhou na informalidade por

mais de 10 anos. Vale destacar, porém, que 19,4% da amostra feminina não executou

atividade na informalidade antes de se tornar MEI. Os dados individuais podem ser

visualizados na Tabela 11.

Quando analisado o tempo em que os homens atuaram na informalidade, observa-se, também,

respostas mescladas, sendo que 52,8% do total atuaram menos de 5 anos na informalidade e

25% atuaram no período de seis a dez anos. Ambas as cifras são semelhantes com os dados

das mulheres. No entanto, 13% dos homens exerciam atividades informais por mais de dez

anos. Todavia, não houve registro das mulheres nesta categoria. Também, apenas 8,4% dos

homens não exerciam atividades informais antes de virar MEI, cerca da metade da faixa

feminina.

No que se refere ao tempo em que todos da amostra trabalharam por conta própria, a pesquisa

aponta que, 55,2% atuaram menos de 5 anos, enquanto que, 23,0% atuaram de seis a dez anos

e, 7,5% atuaram na informalidade por mais de dez anos antes de se formalizar. Os que não

atuaram na informalidade antes de se tornar MEIs somam 13,4%. A tabela abaixo demonstra

o painel geral por ano de atuação, antes de se tornar MEI.

57

No estudo de Siqueira, Rocha e Telles (2013), o resultado, também, destacou o grupo de até 5

anos de atividade informal antes de virar MEI. No estudo de Goulart (2013), porém, o período

de 6 a 10 anos na informalidade antes de vinculação à legislação MEI foi o mais identificado

quanto ao tempo, seguido por até 5 anos. Resultado divergente ao de Goulart, também, foi

encontrado na publicação do SEBRAE perfil do MEI 2013 (2014), onde o tempo informal de

10 anos, ou mais, foi o mais frequente. Aparentemente, não há consenso nesta variável e,

provavelmente, depende muito das condições socioeconômicas de cada estudo.

Tabela 11 - Tempo que atuou na informalidade

Tempo Mulheres % Homens % Total %

1 ano 2 6% 4 11% 6 9%

2 anos 6 19% 3 8% 9 13%

3 anos 3 10% 2 6% 5 7%

4 anos 4 13% 4 11% 8 12%

5 anos 3 10% 6 17% 9 13%

6 anos 2 6% 2 6% 4 6%

8 anos 4 13% 0 0% 4 6%

10 anos 1 3% 7 19% 8 12%

12 anos 0 0% 1 3% 1 1%

15 anos 0 0% 4 11% 4 6%

0 ano 6 19% 3 8% 9 13%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Foi questionado aos trabalhadores se eles contribuíam para previdência social antes de aderir

ao MEI e, os seguintes resultados foram constatados: 52% das mulheres, enquanto 64% dos

homens não contribuíam; 48% das mulheres, enquanto 36% dos homens contribuíam.

Analisando o total, 58% dos respondentes não recolhiam o INSS, enquanto que, 42% dos

trabalhadores pagavam tal contribuição.

Compararando o resultado encontrado na cidade de Campos das Vertentes-MG por Resende,

Silveira, Nascimento, Soares e Bernardo (2013), dos envolvidos, 68,42% já contribuíam para

a previdência e 31,58% nunca contribuíam. Não houve possibilidade de comparar o resultado

com outras regiões pelo fato desta variável não ter sido indagada em outros estudos. Vide os

dados na Tabela 12.

58

Tabela 12 – Contribuição INSS conforme gênero

INSS Mulheres % Homens % Total %

Não 16 52% 23 64% 39 58%

Sim 15 48% 13 36% 28 42%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

A Tabela 13 descreve a contribuição para o INSS por idade. Aparentemente, quanto mais

velho o MEI, menos interesse tem em contribuir para o INSS. A faixa etária que menos

contribuía era de 31 a 40 anos, o equivalente a 30% do total da amostra e, 71,4% do grupo de

respondentes. Do total dos pesquisados, a faixa que mais contribuiu antes da adesão foi de 41

a 50 anos, o equivalente a 15% do total entrevistado, embora, corresponde a apenas a 47,6%

do próprio grupo observado individualmente, como pode ser visto na Tabela 13:

Tabela 13 – Contribuição INSS conforme idade

INSS

Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos > 51

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

Não 1 2% 4 6% 20 30% 11 16% 3 4%

Sim 2 3% 5 8% 8 12% 10 15% 3 4%

Percentagem conforme grupo etário individual

Não 33,3 44% 71,44 52,4 50,0

Sim 66,7 55,6 28,6 47,6 50,0

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Na sequência foram quantificados os empregados que ajudavam nas atividades

desempenhadas. O resultado se assemelha ao trabalho de Silva, Cunha, Iara e Machado

(2014). Dos MEIs entrevistados, 82% dos trabalhadores executavam sua atividade sem

nenhuma ajuda, ou seja, nenhum empregado. Todavia, 13% tinha 1 empregado e só 5% tinha

2 empregados, quando analisado por gênero as mulheres representavam o maior percentual de

trabalho individual.

Tabela 14 - Empregados ajudando antes da formalização

Empregado Mulheres % Homens % Total %

Nenhum 28 90% 27 75% 55 82%

Um 2 7% 7 19% 9 13%

Dois 1 3% 2 6% 3 5%

Três 0 0% 0 0% 0 0%

Quatro ou mais 0 0% 0 0% 0 0%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

59

Sobre o número de familiares (cônjuge, filhos ou parentes) que colaboravam no trabalho antes

da formalização. A Tabela 15 sinaliza que 60% da amostra responderam que não recebiam

ajuda de nenhum familiar, enquanto, 31% recebiam ajuda de um familiar; 6% de dois

familiares e, 3% de três familiares. Na categoria gênero, 47% dos homens recebiam ajuda dos

familiares, enquanto apenas, 32% das mulheres recebiam ajuda. Isso se deve, provavelmente,

ao tipo de trabalho desenvolvido pelos dois grupos ou do fato que o homem da casa já possuía

um trabalho remunerado.

Na pesquisa de Silva, Lopes, Ribeiro Filho e Pederneiras (2010), o resultado encontrado para

essa variável foi um pouco diferente do exposto, de forma que somente 44% dos respondentes

afirmaram que não recebiam ajuda de familiares, enquanto que, 56% recebiam a colaboração

de parentes no desenvolvimento dos trabalhos, antes da formalização ao MEI.

Tabelas 15 – Familiares que colaboravam antes da formalização

Familiares Mulheres % Homens % Total %

Nenhum 21 68% 19 53% 40 60%

Um 8 26% 13 36% 21 31%

Dois 1 3% 3 8% 4 6%

Três 1 3% 1 3% 2 3%

Quatro ou mais 0 0% 0 0% 0 0%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Em relação à obtenção de financiamento e empréstimo para o empreendimento antes da

formalização, a Tabela 16 indica que a maioria (57%) não tentou obter recursos mediante

empréstimo. Em contrapartida, 24% mencionaram que solicitaram empréstimo, mas não

obtiveram. Apenas 19% buscou esse meio para capitalizar a empresa e houve êxito. A maior

parte das mulheres, 68% não tentaram contrair dívidas, 19% tentaram o empréstimo e não

conseguiram e, só 13% tentaram e conseguiram. Já os homens, 47% não tentaram contrair

empréstimo, 28% tentaram, mas não conseguiram e 25% tentaram e conseguiram. Não foram

identificados estudos sobre essa variável antes da formalização.

Tabela 16 – Obtenção de empréstimos antes da formalização

Empréstimos Mulheres % Homens % Total %

Não tentou 21 68% 17 47% 38 57%

Tentou não conseguiu 6 19% 10 28% 16 24%

Tentou e conseguiu 4 13% 9 25% 13 19%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

60

Os motivos gerais pelos quais não se tentou financiamento estão descritos na Tabela 17. Para

as mulheres, as respostas que se destacaram: 1. achava dificil consegui-lo; 2. falta de acesso

ao banco e 3. pelo simples fato de se achar trabalhando na informalidade. Já para os homens,

a dificuldade de acesso ao banco está em primeiro lugar, seguido por não ter necessidade,

achava difícil e pelo fato de ser informal. Todos com a mesma percentagem 10,4%. Nesse

sentido, pode-se notar que, no geral, os três motivos mais relevantes foram: dificuldade de

acesso ao banco; achava difícil e por ser informal respectivamente. Vale destacar que, cerca

de 15% da amostra não achava necessária lançar mão em recursos terceirizados. Como 25%

da amostra era assalariada antes de se transformar MEI, possivelmente os recursos envolvidos

eram oriundos de idenizações empregatícias.

Tabela 17 – Motivos para não tentar financiamento

Motivos Mulheres % Homens % Total %

Dificuldade de acesso ao

banco 8 24,2 10 32,3 18 28,1

Achava difícil 10 30,3 6 19,4 16 25,0

Por ser informal 4 12,1 6 19,4 10 15,6

Não tinha necessidade 3 9,1 6 19,4 9 14,1

Juros Elevados 4 12,1 1 3,2 5 7,8

Faltam informações 4 12,1 0 0,0 4 6,3

Restrições 0 0,0 1 3,2 1 1,6

Outros 0 0,0 1 3,2 1 1,6

Total 33 100 31 100 64 100,0

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Entre as instituições em que os trabalhadores autônomos tentaram empréstimos e não

conseguiram, a maior frequência foi no banco privado e Banco do Brasil respectivamente.

Como visto, anteriormente na Tabela 16, os homens foram os que mais se arriscaram ao tentar

contrair empréstimo.

Tabela 18 - Instituições que tentaram financiamento, mas não conseguiram

Fonte Mulheres % Homens % Total %

BNB 1 9,1 3 13,0 4 11,8

BB 2 18,2 8 34,8 10 29,4

CEF 2 18,2 3 13,0 5 14,7

Banco Privado 6 54,5 8 34,8 14 41,2

Familiares/amigos 0 0,0 1 4,3 1 2,9

Total 11 100 23 100 34 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

61

Os motivos para as negativas dos empréstimos podem ser vistos na Tabela 19. Exigência de

garantia e documentação foram os principais motivos para que o crédito fosse negado.

Tabela 19 - Motivos para não obtenção dos empréstimos

Motivo de recusa Mulheres % Homens % Total %

Exigência de garantia 6 50,0 7 46,7 13 48,1

Falta de informações 1 8,3 0 0 1 3,7

Documentação 2 16,7 4 26,7 6 22,2

Juros elevados 2 16,7 2 13,3 4 14,8

Restrição 1 8,3 2 13,3 3 11,1

Total 12 100 15 100 27 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Analisando a amostra que conseguiu empréstimo e financiamento, a Tabela 20 indica as

instituições que mais concederam crédito, foram o Banco do Nordeste14

; banco privado e

Banco do Brasil na sequência decrescente.

Tabela 20 - Instituições que liberaram crédito

Fonte Mulheres % Homens % Total %

BNB 2 50 3 25 5 31,3

BB 1 25 2 16,7 3 18,8

CEF 0 0 1 8,3 1 6,3

Banco Privado 1 25 3 25 4 25

Familiares/amigos 0 0 1 8,3 1 6,3

Cheque especial 0 0 1 8,3 1 6,3

Outros 0 0 1 8,3 1 6,3

Total 4 100 12 100 16 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Na Tabela 21, foi possível verificar qual a finalidade do empréstimo e financiamento

conseguido (sendo permitido marcar mais de uma resposta). Para a maior parte dos

respondentes, o empréstimo foi utilizado para capital de giro representando 72% dos

entrevistados (as mulheres utilizaram 100% desta modalidade).

14 Através do Crediamigo facilitador de crédito, Programa de Microcrédito Produtivo Orientado (PMPO).

62

Tabela 21- Finalidade do empréstimo

Finalidade Mulheres % Homens % Total %

Compra equipamento/estoque 0 0% 3 30% 3 21%

Reforma/construção 0 0% 1 10% 1 7%

Capital de giro 4 100% 6 60% 10 72%

Total 4 100% 10 100% 14 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Dentre os respondentes que conseguiram empréstimos e financiamentos, 46% ficaram na

faixa entre R$ 1.001,00 (hum mil e um reais) e R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais),

esses recursos foram destinados, de modo geral, para o capital de giro; compra de máquinas e

equipamentos; matéria prima, entre outros. Observe o resultado total na Tabela 22.

Tabela 22 - Valor do financiamento ou empréstimo

Valor R$ Mulheres % Homens % Total %

Entre R$100,00 e R$1.000,00 1 25% 0 0% 1 8%

Entre R$1.001,00 e R$2.500,00 2 50% 4 44% 6 46%

Entre R$2.501,00 e R$5.000,00 0 0% 4 44% 4 31%

Acima de R$5.001,00 1 25% 1 12% 2 15%

Total 4 100% 9 100% 13 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

4.1.3 Bloco III – Após adesão ao modelo MEI

Referente à adesão ao modelo MEI, 55% da amostra foram adesões por necessidade e 45%

foram por oportunidade. Considerando o gênero, o resultado feminino contemplou que 52%

aderiram por necessidade e 48% por oportunidade. Quanto ao gênero masculino, 58% das

adesões se confirmaram por necessidade, enquanto que, 42% foram por oportunidade. Isso

reforça a imagem da resposta à pergunta 8ª do questionário, que trata da ocupação anterior à

formalização. A maioria dos respondentes era autônoma, ou seja, tinha necessidade de se

sustentar. Esses resultados são contrários aos estudos do GEM (2014) e, também, do

SEBRAE (2015), pois eles afirmam que, no Nordeste cresceu o empreendedorismo por

oportunidade em vez daquele motivado por necessidade.

Tabela 23 - Adesão ao MEI (Necessidade x Oportunidade)

Adesão Mulheres % Homens % Total %

Necessidade 16 52% 21 58% 37 55%

Oportunidade 15 48% 15 42% 30 45%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

63

Dentre os MEIs que afirmaram terem sido empreendedores, nas duas categorias de adesão, a

faixa etária em maior evidência é entre 31 a 40 anos, conforme mostra a Tabela 24. Não foi

possível a analogia com outros estudos, em face desta variável não ter sido analisada.

Tabela 24 - Empreendedorismo por idade

Idade

Até 20

anos

21 a 30

anos

31 a 40

anos

41 a 50

anos

Acima de

51 anos

Necessidade 1 4 15 13 4

Oportunidade 2 5 13 8 2

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

O principal motivo para aderir ao modelo MEI, considerado pelos respondentes, foi o

benefício INSS (44%) e, na sequência, a tranquilidade de exercer a atividade legalizada

(34%). A faixa etária com maior frequência de respostas é entre 31 a 40 anos, para os dois

motivos mais respondidos. Os motivos que não estão na tabela, se devem ao fato de não terem

sido selecionados pelos respondentes. É pertinente observar que, benefícios como: Facilidade

de conseguir empréstimos (7%); Respeito e credibilidade (1%); Vender para o governo (0%);

Redução de impostos (0%) mostraram-se pouco relevantes ou totalmente sem relevância para

os MEIs entrevistados nesta pesquisa, assim como nos demais estudos já analisados. Essa

informação contradiz o incentivo à formalização disseminada como justificativa

governamental para a criação do MEI.

Utilizando as motivações para a formalização como MEI, conforme o estudo realizado em

Goiás por Silva, Cunha, Iara e Machado (2014), a Tabela 25 indicou que, o motivo principal

para afiliação foi a obtenção de benefícios do INSS; seguido por tranquilidade de exercer sua

atividade com segurança, ou seja, legalizado independente de gênero. Esse segundo indicador

é corroborado pela pesquisa realizada por Julião, Leone e Veiga Neto (2013) na cidade de

Sobral-CE (exercer a atividade de forma legal e não temer a fiscalização), e da pesquisa de

Siqueira, Rocha e Telles (2013), em que o benefício determinante da decisão de formalização

foi a segurança jurídica de exercer a atividade. Entretanto, conflita-se com o apresentado pelo

pesquisador Goulart (2013) na cidade Criciúma-SC, onde o benefício mais motivador é acesso

ao sistema financeiro, e o da pesquisadora Souza (2010), que registrou como resposta

principal a possibilidade de emitir nota fiscal. Na publicação MEI 5 anos do SEBRAE (2015),

o resultado benefício do INSS ficou em 2º lugar.

64

Tabela 25 - Motivos para formalizar atividade por gênero

Motivo Feminino % Masculino % Total %

Benefício INSS 14 45% 15 42% 29 44%

Respeito e Credibilidade 1 3% 0 0% 1 1%

Tranquilidade/legalizado 12 39% 11 31% 23 34%

Emitir Nota Fiscal 2 6% 5 13% 7 10%

Facilidade de Empréstimo 1 3% 4 11% 5 7%

Outro motivo 1 3% 1 3% 2 3%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Avaliando os motivos para afiliação à legislação MEI, por faixa etária (Tabela 26), pôde-se

observar que os dois motivos apresentados acima, com maior frequência, permaneceram em

todas as faixas etárias. Exceto o grupo mais jovem, onde todos optaram para o item

tranquilidade/legalização. Este grupo, porém, é composto por apenas três membros. O grupo

com maior número de membros, ou seja, de 31 a 40 anos, optou para o item de benefícios do

INSS em primeiro lugar; seguido pela tranquilidade de ser legalizado. O grupo dos mais

velhos optou para os demais motivos de filiação, em segundo lugar, com exceção do motivo

Respeito e Credibilidade que foi escolhido por apenas um membro da amostra.

Tabela 26 - Motivos para formalizar por faixa etária

Motivos para filiação à

Legislação MEI Grupos Etários

Até 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 > 51 Total

Freq

. % Freq. %

Freq

. %

Freq

. %

Freq

. %

Freq

. %

Benefício INSS 0 0 3

33,

3 14

46,

7 11

52,

4 2

33,

3 30 43,5

Respeito e Credibilidade 0 0 0 0,0 1 3,3 0 0,0 0 0,0 1 1,4

Tranquilidade/legalizado 3

10

0 4

44,

4 8

26,

7 7

33,

3 1

16,

7 23 33,3

Emitir Nota Fiscal 0 0 1

11,

1 4

13,

4 1 4,8 1

16,

7 7 10,1

Facilidade de empréstimo 0 0 1

11,

1 2 6,7 2 9,5 1

16,

7 6 8,7

Outro Motivo 0 0 0 0,0 1 3,3 0 0,0 1

16,

7 2 2,9

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Ao questionar se houve dificuldade para iniciar no seu negócio, 78% responderam que não

encontraram dificuldades, enquanto 22% encontraram alguma dificuldade. Esse resultado

confirma os dados analisados na Tabela 8, que constataram o fato de 60% dos

microempreendedores individuais terem exercido atividades informais, demonstrando

65

possuírem alguma experiência anterior no negócio. Sendo assim, a formalização como MEI

apresenta-se como uma continuidade das atividades que já exerciam. As mulheres alegaram

maiores dificuldades que os homens (26%) e (19%) respectivamente.

Tabela 27 - Dificuldades para iniciar na atividade

Dificuldade

para iniciar Mulheres % Homens % Total %

Não 23 74% 29 81% 52 78%

Sim 8 26% 7 19% 15 22%

Total 31 100% 36 100% 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Para as mulheres, a dificuldade para iniciar o seu negócio está distribuída em todas as faixas

etárias. Com exceção do grupo mais jovem, em que a metade da amostra teve nível superior.

Em todas as outras faixas etárias houve registro de dificuldade, o que significa que, mais da

metade das MEIs, apenas, tem nível médio, como foi visto anteriormente na Tabela 4.

Tabela 28 – Grau de dificuldade x Idade

Mulheres

Até 20

anos

21 a 30

anos

31 a 40

anos

41 a 50

anos

Acima de

51 anos

Não 2 3 9 7 2

Sim 0 2 2 3 1

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Para os homens, a situação é bastante diferente. Embora, todos da faixa mais jovem possuírem

nível superior e, nas outras faixas o nível de escolaridade está distribuído entre fundamental 2

e nível médio, o que pode ser visto na Tabela 4, apenas houve registro de dificuldade na faixa

jovem e na faixa entre 31 a 40 anos. Vale destacar, portanto, que mesmo com nível escolar

mais baixo, a maioria dos homens julgou que não teve dificuldade em administrar o seu

negócio. Em contrapartida, o jovem formado confessa que teve dificuldades. Aparentemente,

o conceito de dificuldade em administrar o seu negócio não parece ser bem definido ou está

ligado à formação acadêmica.

Tabela 29 - Grau de dificuldade x Idade

Homens

Até 20

anos

21 a 30

anos

31 a 40

anos

41 a 50

anos

Acima de

51 anos

Não 0 4 11 11 3

Sim 1 0 6 0 0

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

66

As dificuldades são apresentadas em todo processo de gestão, em qualquer atividade. No

intuito de identificá-las, questionou-se qual a principal dificuldade enfrentada, atualmente,

para manter o negócio. Dentre as respostas apontadas encontram-se15

: concorrência (54%);

problemas financeiros (48%); falta de cliente (45%) e, falta capacidade de gerir o próprio

negócio (27%). Sobre esse último, apesar da expertise de já atuarem no negócio, é justificável

a falta de capacidade de gestão em razão do baixo nível de instrução escolar dos MEIs, como

descrito na Tabela 3, em que mais de 85% da amostra não possuem ensino superior ou pós-

graduação. Entretanto, num estudo realizado pelo SEBRAE (2014), a principal dificuldade

encontrada atualmente está no item conseguir crédito/dinheiro emprestado, que equivale ao

item Problemas Financeiros deste trabalho. A Tabela 30 apresenta o resumo das dificuldades.

Tabela 30 - Dificuldades atualmente

Dificuldades Total %

Nenhuma 6 9%

Problemas Financeiros 32 48%

Falta de Clientes 30 45%

Inadimplência 12 18%

Concorrência 36 54%

Falta capacid de admin 18 27%

Outras 2 3%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Na Tabela 31, pode-se verificar, isoladamente, o item falta capacidade de administrar o

próprio negócio e uma correlação com as variáveis gênero e idade. O resultado encontrado foi

um equilíbrio entre o quantitativo de respondentes e a mesma faixa etária para ambos os

gêneros.

Tabela 31 – Dificuldade de administrar o próprio negócio por gênero e idade

Idade x Gênero

Até 20

anos

21 a 30

anos

31 a 40

anos

41 a 50

anos

Acima de

51 anos

Feminino 0 1 4 2 1

Masculino 0 0 6 4 0

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

15 Em termos percentuais o somatório ultrapassa 100%, porque havia possibilidade de marcar mais de

uma resposta para esta pergunta.

67

A formalização do MEI teve início em julho de 2009. Desde então, ocorre um movimento

intenso de novos registros de Microempreendedores16

. Ao questionar o tempo que os

entrevistados estavam registrados formalmente, como microempreendedores individuais

(Tabela 32), constatou-se que os homens são formalizados há mais tempo do que as mulheres,

ou seja, 3 anos e 2 anos e meio, respectivamente. Em termos gerais, 28,4% do total

pesquisado estão regularizados há 2 anos, seguidos por 25,4% há 3 anos e, 22,3% há 4 anos.

O tempo de atividade formal médio é de 2,78 anos, com desvio padrão 1,339, o mínimo de 1

ano e máximo de 6 anos. Similar a esse resultado, foi o resultado dos pesquisadores Justo,

Lima, Almeida, Carvalho e Monte (2011); Siqueira, Rocha e Telles (2013) e, também,

Vianna, Teixeira e Franca (2012) variou entre 02 e 03 anos de formalização.

Tabela 32 - Tempo de formalização

Tempo Feminino % Masculino % Total %

1 ano 7 22,6 4 11,1 11 16,4

2 anos 10 32,3 9 25 19 28,4

3 anos 7 22,6 10 27,8 17 25,4

4 anos 6 19,4 9 25 15 22,4

5 anos 1 3,2 3 8,3 4 6,0

6 anos 0 0 1 2,8 1 1,5

Total 31 100 36 100 67 100%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

No questionário, foi inquirido qual o setor de atuação após a formalização ao MEI. O maior

número de microempreendedores concentra-se na atividade comercial (66%), a representação

mais forte foi do gênero feminino; seguido pelo setor de serviços (28%) e indústria que é

exercida por apenas 6% da amostra, com maior representação masculina. A mesma tendência

de concentração foi encontrada nas pesquisas realizadas pelo SEBRAE no perfil MEI (2015);

Justo, Lima, Almeida, Carvalho e Monte (2013), e também, Silva, Cunha, Iara e Machado

(2014). Em contrapartida, nos estudos realizados por Goulart (2013); Diniz (2013)

prevalecem a prestação de serviço entre os MEIs. Souza (2010), também, encontrou prestação

de serviços. Interessante que, nenhum pertencia ao setor da indústria (certamente por ter sido

uma das primeiras pesquisas sobre MEI, a atividade industrial não estava bem difundida).

16 Conforme estatísticas do site Portal do Microempreendedor (2016) a quantidade de novos registros

MEI no município foram: zero em (2009); 243 em (2010); 620 em (2011); 1080 em (2012); 1567

em (2013) e 2015 em (2014).

68

Tabela 33 - Setor de atuação

Setor Feminino % Masculino % Total %

Comércio 23 74% 21 58% 44 66%

Indústria 0 0% 4 11% 4 6%

Serviço 8 26% 11 31% 9 28%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Analisando, detalhadamente, as atividades mais frequentes entre os microempreendedores

individuais, com concentração no setor de comércio, as três atividades com o maior número

de MEIs são: comércio varejista de vestuário (27%); cabelereiros (14%) e, comércio varejista

de artigos de armarinho (14%). Essas atividades são encontradas, especialmente, no gênero

feminino. Para os homens, as atividades mais frequentes são as do setor de comércio e

serviços, como: comércio varejista de vestuário (28%), comércio de alimentos, mercearias e

minimercados; reparo e manutenção de computadores e periféricos e, serralharia e

marcenaria, todas com 7%. Corrobora com esse resultado a pesquisa Perfil MEI SEBRAE

(2014). Já a pesquisa de Souza (2010) obteve cabelereiro, como principal atividade e,

Sulzback (2014) lanchonete e casa de sucos.

As atividades praticadas pelos optantes do MEI não exigem muito esforço intelectual ou

especializado e, em geral, têm baixos valores agregados. A maior parte das atividades

desenvolvidas apropria-se de know how adquirido no dia-a-dia. É importante ressaltar que,

para se tornar MEI, o trabalhador informal pode atuar em mais de 471 atividades17

,

classificadas de acordo com o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Na

amostra considerada, existem apenas 30 ramos de atividades diferentes. Dentre as informadas,

na Tabela 34, é possível observar aquelas que apareceram na pesquisa e seu percentual de

representação:

17 A lista completa de atividades permitidas ao microempreendedor individual está disponível em:

<http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual/atividades-

permitidas/lista-completa-de-atividades-permitidas-ao-mei>.

69

Tabela 34 - Ramo de atividade

Ramo Fem. %

Masc

. % Total %

Com. Vestuário e Acessórios 8 27% 10 28% 18 28%

Cabelereiros 4 14% 2 6% 6 10%

Com. Prod. Aliment. Mercearias e mercados 0 0% 3 7% 3 5%

Lanchonetes, Casas de chá, de sucos e similar 2 6% 1 3% 3 5%

Com. Artigos de armarinho 4 14% 1 3% 5 8%

Reparo e manuten. Comput. e de periféricos 0 0% 3 7% 3 5%

Com. Prod. de perfumaria e higiene pessoal 2 6% 0 0% 2 4%

Restaurantes e similares 1 3% 1 3% 2 4%

Serralharia, marcenaria 0 0% 3 7% 3 5%

Aluguel de material médico 1 3% 0 0% 1 1%

Com. de ração e animais, peixes ornamentais 0 0% 1 3% 1 1%

Manutenção e reparo de sapatos 0 0% 1 3% 1 1%

Doces e salgados 1 3% 0 0% 1 1%

Moto taxista 0 0% 1 3% 1 1%

Com. de equip. informática e suprimentos 1 3% 0 0% 1 1%

Reparo de artigos mobiliário. 0 0% 1 3% 1 1%

Equip. eletronic. e celular, Telefonia 0 0% 1 3% 1 1%

TV por assinatura 1 3% 0 0% 1 1%

Com. de livros e revistas 2 6% 0 0% 2 4%

Com. de artigos joalheria 0 0% 1 3% 1 1%

Fabricação de canetas, lápis brindes, 1 3% 0 0% 1 1%

Com. de suvenires, bijuterias e artesanato 1 3% 0 0% 1 1%

Com. hortifrutigranjeiros 0 0% 1 3% 1 1%

Exploração de jogos eletrônicos recreativos 0 0% 1 3% 1 1%

Com. peças e acessórios para veículos 1 3% 0 0% 1 1%

Serv. de manuten. e reparo mecânico 0 0% 1 3% 1 1%

Aluguel de palcos, cobert. e outras estrut. 0 0% 1 3% 1 1%

Com. de animais vivos e alimentos 1 3% 0 0% 1 1%

Com. de gás GLP 0 0% 1 3% 1 1%

Fotocópias 0 0% 1 3% 1 1%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Quanto ao local de atuação do negócio, os números mostram que 27% atuam apenas no

domicílio; 34% fora do domicílio; 39% no domicílio ou fora dele. Entre as mulheres há certo

equilíbrio entre os possíveis locais de atuação, ou seja, (32%); (36%) e (32%)

respectivamente. Todavia, os homens apresentam menor frequência apenas no domicílio

(22%); fora (33%) e (45%) no domicílio e fora. Esses resultados são similares aos de Silva,

Cunha, Iara e Machado (2014). Mas, conflitantes com os dados do SEBRAE (2014), pois

constataram que a maioria atua em casa e, Goulart (2013) constatou que a maioria atua fora

do domicílio. A Tabela 35 indica o detalhamento dos dados.

70

Tabela 35 - Ambiente de trabalho

Local Feminino % Masculino % Total %

Fora do domicílio 11 36% 12 33% 23 34%

No domicílio e fora 10 32% 16 45% 26 39%

Apenas no domicílio 10 32% 8 22% 18 27%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

É concedido ao MEI a vantagem de contratar um empregado com carteira assinada por CNPJ,

com custo reduzido. Dito isso, foi questionado quantos se beneficiaram desse incentivo à

formalização e, foi constatado que a maioria não contratou empregado (75%); apenas 25%

usufruiram desse diferencial. As mulheres foram as que mais empregaram (32%), em relação

aos homens (19%). A mesma proporção foi identificada na pesquisa de Silva, Cunha, Iara e

Machado (2014).

Resende, Silveira, Nascimento, Soares e Bernardo (2013) concluiram que, 55% dos

entrevistados nunca tiveram funcionário ou não necessitavam admitir algum ajudante; apenas

30% contrataram funcionário pós formalização. Isso se deve ao fato dos MEIs possuírem

trabalhadores informais, sem vínculo empregatício e, parte desses são familiares. Corrobora

com a análise da Tabela 34, na qual a maior parte das atividades desenvolvidas pelos MEIs é

simples e, apropria-se da expertise adquirida na rotina diária. Na Tabela 36 é possível

verificar os dados.

Tabela 36 - Contratação de empregado

Empregado Feminino % Masculino % Total %

Não 21 68% 29 81% 50 75%

Sim 10 32% 7 19% 17 25%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Na sequência, foi questionada a influência de familiares nas atividades dos MEIs, e constatou-

se que, 42% possuem um familiar ajudando no negócio (o cônjuge ou o filho); 30% têm a

ajuda de dois familiares (cônjuge e filho); 6% têm a ajuda de três familiares. Embora, esses

últimos devessem estar em regime de tributação diferente, permanecem dessa forma nessa

opção, a fim de se beneficiarem com os incentivos desse segmento.

Esses números retratam que, o modelo de negócio MEI gera desenvolvimento social nas

localidades onde ele está estabelecido. Nenhum dos entrevistados tem a colaboração de 4 ou

71

mais familiares e, a média por gênero é muito parecida, isto é: 1,1 funcionário por MEI

feminino e 1,3 masculino. Essa variável foi pesquisada em outros dois estudos, mas

categoricamente diferente, logo, não se pode fazer analogia. Os dados dos familiares que

colaboram no negócio são apresentados na Tabela 37.

Tabela 37 - Familiares colaborando no negócio

Familiares Mulheres % Homens % Total %

Nenhum 8 26% 7 19% 15 22%

Um 13 42% 15 42% 28 42%

Dois 8 26% 12 33% 20 30%

Três 2 6% 2 6% 4 6%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Em relação ao meio utilizado para a formalização ao MEI, em 47,8% dos casos entrevistados

predominam, através do apoio de um contador; seguido por 28,4% com ajuda de amigos ou

familiares. Houve equilíbrio entre o Portal do empreendedor e do apoio do SEBRAE (11,9%).

As mulheres mantiveram sensível sintonia entre contador (35,5%) e familiares (32,3%),

enquanto que, a maioria dos homens se formalizaram com o auxílio de um contador 58,3%.

Não obstante, dentre aqueles que tiveram ajuda, o menor percentual foi daqueles que

receberam apoio do SEBRAE (11,9%). Na análise de Goulart (2013), os dados referentes ao

apoio do SEBRAE, também, foi percentualmente baixo (11%), porém, os demais dados não

convergem com a inferência anterior. Foi balanceado os casos em que o

microempreendedores formalizaram-se sozinhos, ou seja, utilizaram diretamente o Portal do

empreendedor (33%) ou com apoio de um contador (32%). Na pesquisa Perfil do MEI 2013,

os que tiveram auxílio do SEBRAE, perfazem 19%, enquanto 40,8% afirmaram não ter

recebido qualquer tipo de ajuda na formalização, e fizeram seu registro de adesão diretamente

no Portal do empreendedor SEBRAE (2014).

Tabela 38 - Meio que formalizou

Meio que formalizou Mulher % Homens % Total %

Portal do empreendedor 3 9,7 5 13,9 8 11,9

Apoio contador 11 35,5 21 58,3 32 47,8

Apoio SEBRAE 7 22,6 1 2,8 8 11,9

Amigos ou familiares 10 32,3 9 25,0 19 28,4

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

72

As perspectivas dos MEIs sobre a pretensão de alterar o regime contábil da empresa, em face

de crescimento próspero, não foram positivas. Cerca de 58% não têm desejo de tranformar-se

em Micro Empresa, logo, eles preferem permanecer no regime MEI. Por outro lado, 42% têm

perspectivas positivas de crescer no negócio e mudar a categoria da atividade. Esses dados

vão de encontro àqueles localizados na Tabela 25, onde é registrado que 33% dos

entrevistados têm como principal motivo para se formalizarem, os benefícios de terem uma

empresa legalizada e, 45% o benefício do INSS.

Entretanto, esses mesmos números divergem do encontrado na pesquisa de Silva, Cunha, Iara

e Machado (2014), os quais foram 67% e, do Perfil MEI 2013 (2014), onde 84% dos

entrevistados mensuraram boas perspectivas para o futuro, em que os MEIs esperavam

faturar mais do que R$ 60.000,00 e, se enquadrarem em outra categoria de regime contábil. A

Tabela 39 apresenta de forma similar o resultado entre os gêneros.

Tabela 39 - Perspectiva de crescimento como Microempresa

Perspectiva Mulheres % Homens % Total %

Não 18 58% 21 58% 39 58%

Sim 13 42% 15 42% 28 42%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Foi questionado o porquê de não haver interesse em alterar para Microempresa, e dois

entraves principais foram dados como respostas: 36% responderam não ter tempo para se

dedicar a uma ME e, 35% não demonstraram interesse pelo fato de ter aumento expressivo

nos encargos tributários. Os MEIs entrevistados ainda demonstraram ter medo (26%),

considerando uma mudança de categoria ser muito arriscada.

Tabela 40 - Principal entrave para não mudar para ME

Entrave Mulheres % Homens % Total %

Não tem tempo para dedicar 8 45% 6 30% 14 36%

Muito arriscado 4 22% 6 30% 10 26%

Vai aumentar os impostos 6 33% 7 34% 13 35%

Outros não especificaram 0 0% 1 6% 1 3%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Questionado sobre a principal fonte de renda do microempreendedor individual, o resultado

revelou que, a maior parte deles, 67% afirmaram não possuir outra fonte de renda além do

negócio como MEI. E apenas 33% possuiam outra fonte de renda. Comparado esse resultado

73

ao da pesquisa Perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014), 76% dos MEIs entrevistados alegaram não

possuir nenhuma outra fonte de renda. Tal fato evidencia a importância do formato jurídico

MEI como o principal meio de sobrevivência.

Tabela 41 - Outra renda x gênero

Outra renda Mulheres % Homens % Total %

Não 17 55% 28 78% 45 67%

Sim 14 45% 8 22% 22 33%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Para conhecer quais eram as outras fontes de renda auferidas pelo MEI, foi feita pergunta

específica, obtendo-se as seguintes respostas: Outras rendas (50%); recebem ajuda financeira

de parentes (16%); recebem aposentadoria ou pensão (13%); recebem bolsa família (13%) e

trabalham em empresa privada (5%). Nota-se que, dentre microempreendedores que tinham

outras fontes de renda, 50% consideraram o rendimento do cônjuge ou aluguel como outras

rendas, o que de certo modo converge com o fato de que 31% serem autônomos, ou seja,

informais (Tabela 8). A mensuração anterior contrasta com o encontrado no SEBRAE (2014)

que, 14,5% tinham outra renda procedente de emprego com carteira assinada ou emprego

informal. A Tabela 42 traz o detalhamento das outras rendas auferidas pelos MEIs.

Tabela 42 - Outra fonte de renda auferida pelo MEI

Outra fonte de renda Mulheres % Homens % Total %

Outro negócio 1 7% 0 % 1 4%

Trabalha em empresa

privada

1 7% 0 0% 1 4%

Bolsa família 0 0% 3 33% 3 13%

Aposentadoria ou pensão 3 21% 0 0% 3 13%

Ajuda de parentes 3 21% 1 11% 4 16%

Outras rendas 6 43% 5 56% 11 50%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

A Tabela 43 explora o redimento auferido como MEI na unidade familiar. 58% admitiram

que a atividade exercida pelo microempreendedor é a única fonte de renda familiar; 25% a

consideram como fonte principal e, 16% afirmaram ser fonte secundária, ou seja, na unidade

familiar na qual ele reside outro(s) membro(s) trabalham. Não foi possível aplicar

comparativos porque essa variável não foi abordada em outros estudos.

74

Tabela 43 – Dependência da renda auferida pelo MEI

Dependência familiar Mulheres % Homens % Total %

Única renda 13 42% 26 72% 39 58%

Principal fonte 6 19% 5 14% 11 16%

Fonte Secundária 12 39% 5 14% 17 24%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Acerca do faturamento mensal recebido pelo microempreendedor, a variação encontrada foi

de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) no mínimo, e R$15.000,00 (quinze mil reais) no

máximo. Entretanto, o valor máximo permitido anual é R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Muitos deles, exatamente 51,6% da amostra (43,3% mulheres e 58,3% homens) auferem

receita bruta anual superior ao autorizado na legislação do MEI, sendo 45,5% até

R$10,000.00 mensais e 6,1% até R$15.000,00 mensais. Mesmo assim, essas empresas não

têm propósito e nem intenção de alterar o regime fiscal como indicado anteriormente na

Tabela 39.

A perspectiva do MEI em alterar a categoria da empresa para outro regime de tributação é

baixa e, o principal motivo é o aumento dos encargos, como foi verificado na tabela 40.

Diante dessa representação, denota-se a ausência completa de fiscalização e controle por parte

da entidades governamentais competentes. A Tabela 44 detalha o faturamento mensal

recebido pelas empresas MEI pesquisadas.

75

Tabela 44 - Faturamento mensal do MEI

Valor Fem. % Masc. % Total %

R$ 1.200,00 0 0 1 2,8 1 1,5

R$ 1.800,00 1 3,3 0 0 1 1,5

R$ 2.000,00 2 6,7 3 8,3 5 7,6

R$ 2.500,00 1 3,3 1 2,8 2 3,0

R$ 2.800,00 0 0 1 2,8 1 1,5

R$ 3.000,00 4 13,3 2 5,6 6 9,1

R$ 3.500,00 1 3,3 0 0 1 1,5

R$ 3.600,00 1 3,3 0 0 1 1,5

R$ 3.800,00 1 3,3 0 0 1 1,5

R$ 4.000,00 3 10 4 11,1 7 10,6

R$ 4.500,00 1 3,3 1 2,8 2 3,0

R$ 5.000,00 2 6,7 2 5,6 4 6,1

R$ 5.500,00 0 0 1 2,8 1 1,5

R$ 6.000,00 5 16,7 6 16,7 11 16,7

R$ 7.000,00 2 6,7 3 8,3 5 7,6

R$ 7.500,00 1 3,3 0 0 1 1,5

R$ 8.000,00 2 6,7 3 8,3 5 7,6

R$ 8.500,00 1 3,3 0 0 1 1,5

R$ 9.000,00 0 0 3 8,3 3 4,5

R$ 10.000,00 1 3,3 2 5,6 3 4,5

R$ 12.000,00 0 0 1 2,8 1 1,5

R$ 13.000,00 0 0 1 2,8 1 1,5

R$ 15.000,00 1 3,3 1 2,8 2 3,0

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Questionou-se aos MEIs o que ocorreu com o faturamento no último ano e, 44,5%

responderam que tiveram uma mudança negativa, ou seja, houve diminuição; 30,3% não

sofreram alterações e, apenas, 25,2% tiveram incremento nas vendas. Certamente, deve-se

considerar a influência da conjuntura econômica nacional que, dia após dia, está em recessão.

A Tabela 44 apresenta o resultado, inclusive separado por gênero. Em termos gerais, somando

as respostas positivas com aquelas em que não houve alteração, percebe-se que as mulheres

foram mais beneficiadas com a mudança MEI, embora os homens aumentaram mais seu

faturamento.

Tabela 45 – Mudanças no faturamento mensal do MEI

Faturamento Mulheres % Homens % Total %

Aumentou 7 22,6% 10 27,8% 17 25,2%

Diminuiu 13 41,9% 17 47,2% 30 44,5%

Não se alterou 11 35,5% 9 25,0% 20 30,3%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

76

Com a finalidade de investigar o aumento geral das vendas, perguntou-se a esses

microempreendedores se o incremento no faturamento (Tabela 45) podia ser atribuído ao fato

de estar formalizado como MEI. A maioria dos microempreendedores (70%) não atribuiu isso

à formalização, por outro lado, 30% afirmaram que a mudança no faturamento ocorreu após a

formalização.

Goulart (2013); Diniz (2013) e, Silva, Cunha, Iara e Machado (2014) estudaram essa

variável e obtiveram respostas de 65% a 69% para o aumento de vendas após a formalização.

Na pesquisa Perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014), 68% dos respondentes, também,

relacionaram o aumento do faturamento ao registro como MEI. A Tabela 46 mostra os

números encontrados.

Tabela 46 – Incremento nas vendas x formalização MEI

Incremento Mulheres % Homens % Total %

Não 3 43% 9 90% 12 70%

Sim 4 57% 1 20% 5 30%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Sabe-se que, toda atividade comercial, industrial ou de serviços precisa de autorização da

Prefeitura para ser exercida. O MEI tem essa licença ou alvará concedido gratuitamente

(validade de 180 dias). Quando indagado se o MEI solicitou o alvará de funcionamento ao

órgão legal competente (Tabela 47), apenas, 37% responderam que possuem alvará, enquanto

63% não o possuem, as mulheres são as mais negligentes neste quesito (71%). Mesmo sem o

pagamento de qualquer taxa, o quantitativo negativo é muito expressivo, de acordo com a

Tabela 47.

Tabela 47 – Solicitação de alvará

Alvará Mulheres % Homens % Total %

Não 22 71% 20 56% 42 63%

Sim 9 29% 16 44% 25 37%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

A Tabela 48 apresenta o motivo para não ter requerido o alvará (sendo possível marcar mais

de uma alternativa). De modo geral 10,6% alegaram não ter tempo para solicitar o alvará ou

por ser burocrático. Enquanto que, 34% desconhecem a obrigação, 36,2% informaram não ter

necessidade. A minoria (4,3%) alegou problema financeiro ou com a prefeitura.

77

Isso ratifica que, a fiscalização no município deste estudo não é intensa como nas grandes

cidades, e faz com que os MEIs não deem tanta importância para sua segurança em relação ao

fisco e perante o município. Não houve comparação com outros estudos porque esta variável

não foi avaliada.

Tabela 48 – Motivos justificados para a não solicitação de alvará

Motivos Mulheres % Homens % Total %

Sem tempo para solicitar 3 12,5 2 8,7 5 10,6

Desconhece a obrigação 6 25,0 10 41,7 16 34,0

Não necessita 9 37,5 8 34,8 17 36,2

Problemas Prefeitura 1 4,2 1 4,3 2 4,3

Burocracia 3 12,5 2 8,7 5 10,6

Problemas financeiros 2 8,3 0 0,0 2 4,3

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Neste bloco, a Tabela 49 indica a obtenção de empréstimo após formalizados como MEIs. O

resultado demonstrou que uma menor parte (8%) não tentou, 40% tentaram e não

conseguiram e, por fim, 52% tentaram e conseguiram capitalizar a empresa através de

concessão de crédito. Os dados aqui encontrados divergem dos obtidos antes da formalização,

são números que destoam bastante, quando comparados à Tabela 16, anteriormente

visualizada.

De fato, a formalização traz maior facilidade de acesso ao crédito e reflete mais confiança ao

MEI, pois, antes de estar formalizado, 68% dos microempreendedores do gênero feminino

nem tentaram, sequer, contrair empréstimo. Neste caso, é pertinente julgar que existe um forte

conservadorismo e receio. Mas, à medida que se torna um MEI, há uma facilidade de acesso

ao sistema bancário e, as mesmas mulheres nesta ocasião representam minoria, ou seja, 10%

foram as que não tentaram contrair empréstimo.

É interessante ressaltar que, não somente o percentual dos que buscaram empréstimos e não

conseguiram, aumentaram após a formalização, mas, também, daqueles que buscaram e

efetivamente conseguiram, passando de 19% para 52%. Esse resultado representa um

aumento de aproximadamente 274% (Tabela 49).

Na pesquisa de Goulart (2013), a maioria (70%) tentou e conseguiu empréstimo para o

empreendimento por meio do sistema bancário. Entretanto, comparando com os resultados da

pesquisa perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014), a maioria dos microempreendedores individuais

78

(77%) afirmou não ter buscado por empréstimos como pessoa jurídica, após a sua

formalização; 13% afirmaram ter buscado por empréstimo e ter conseguido e 10% afirmaram

não ter conseguido empréstimo.

Tabela 49 – Empréstimos após formalização x Gênero

Empréstimos Mulheres % Homens % Total %

Não tentou 3 10% 2 6% 5 8%

Tentou não conseguiu 15 48% 12 33% 27 40%

Tentou e conseguiu 13 42% 22 61% 35 52%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

A respeito dos motivos para não tentar contrair empréstimos, o quantitativo que respondeu foi

muito pequeno diante da amostra total. Na Tabela 50, contudo, apresentam-se os motivos

mencionados. O que vale destacar é que, apenas 20% mencionaram juros altos e outros 20%

apresentaram outro motivo qualquer; 40% julgaram não necessitar e, 20% afirmaram ser

difícil conseguir o financiamento. As respostas da pesquisa anterior à formalização estão

expostas na Tabela 17. Para essa variável não foram identificados estudos anteriores.

Tabela 50 – Motivos para não tentar empréstimo

Motivos Mulheres % Homens % Total %

Achava difícil 1 33,3 0 0,0 1 20%

Não tinha necessidade 1 33,3 1 50,0 2 40%

Juros Elevados 1 33,3 0 0,0 1 20%

Outra razão 0 0,0 1 50,0 1 20%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Aos MEIs que afirmaram ter buscado por empréstimo e não conseguiram, questionou-se quais

foram as instiuições de crédito que os microempreendedores solicitaram. A Caixa Econômica

Federal foi a mais procurada (34%); seguida do banco privado (24%); banco do Brasil (19%)

e Banco do Nordeste (10%). Na pesquisa perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014) a Caixa

Econômica, também, foi citada como a instituição mais procurada, seguida pelo banco do

Brasil e banco privado. A Tabela 51 apresenta tais dados.

79

Tabela 51 – Instituições de crédito procuradas pelos MEIs

Fonte Mulheres % Homens % Total %

BNB 5 15,2 2 6,9 7 11,3

BB 6 18,2 7 24,1 13 21,0

CEF 12 36,4 11 37,9 34 37,1

Banco Privado 8 24,2 8 27,6 24 25,8

Programa crédito local 2 6,1 1 3,4 3 4,8

Total 33 100 29 100 62 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Tendo em vista, uma análise mais ampla das dificuldades encontradas para a não concessão

de crédito, a Tabela 52 detalha esses dados. No contexto geral, a exigência de garantia para a

liberação do crédito foi o maior motivo registrado com representação de 34% das respostas,

seguido pelo valor oferecido inferior ao desejado (28%) e, restritivos que totalizaram (16%).

Em particular as mulheres, além dos motivos já citados, também elencaram os juros elevados

(19,2%) como um dos itens que inviabilizaram a concessão do crédito, possivelmente, pelo

fato de serem mais seguras e/ou terem sido mais observadoras. A elevação nas taxas de juros

sobreveio em face da inadimplência do segmento, e conduziu o governo a suspender os

recursos destinados ao fomento do MEI, como as linhas de crédito exclusivas a exemplo do

microcrédito, que beneficiou milhares de usuários. Não foram identificados estudos que

tivessem analisado essa variável.

Tabela 52 – Motivos de recusa

Motivos de recusa Mulheres % Homens % Total %

Exigência de garantia 8 30,8 9 37,5 17 34,0

Falta de informações 1 3,8 0 0 1 2,0

Documentação 2 7,7 1 4,2 3 6,0

Juros elevados 5 19,2 2 8,3 7 14,0

Restrição 4 15,4 4 16,7 8 16,0

Crédito oferecido inferior 6 23,1 8 33,3 14 28,0

Total 26 100 24 100 50 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Entre os 35 respondentes que buscaram empréstimo ou financiamento, e conseguiram (Tabela

49), notou-se que as instituições públicas foram procuradas por 78,9% dos MEIs, sendo

49,1% na Caixa Econômica (principal concessor de crédito desse estudo); 15,8% no banco do

Nordeste; 14% no banco do Brasil. Nessa busca por empréstimos, o conjunto de instituições

particulares representou, apenas, 15,8% da procura, sendo 10,5% nos bancos Privados; 3,5%

com familiares e amigos; 1,8% pelo cartão de crédito, e ainda 5,3% recorreram ao crédito

80

menos recomendado do mercado: o cheque especial, devido à acentuada taxa de juros. Vale

destacar que nenhum conseguiu empréstimo/financiamento por meio de programa de crédito

local ou agência financeira, conforme detalhes da Tabela 53.

A elucidação para a maior percentagem de procura e liberação de crédito nas entidades

públicas é que elas incorporam as menores taxas de juros do mercado de crédito. É provável

que, os MEIs tenham considerado essa realidade do mercado e, sentindo-se tranquilos ou

seguros para exercer sua atividade (afirmação de 33% - Tabela 25), buscaram por empréstimo

e/ou financiamento. No entanto, a pesquisa perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014) exibe outro

parecer, nela as organizações públicas são as que têm menor índice de concessão de crédito

para esse público, sendo as organizações privadas, o conjunto de instituições com maior

índice de liberação de crédito para os microempreendedores individuais.

Tabela 53 – Instituições concessoras de crédito

Fonte Mulheres % Homens % Total %

BNB 6 26,1 3 8,8 9 15,8

BB 1 4,3 7 20,6 8 14,0

CEF 8 34,8 20 58,8 28 49,1

Bco Privado 4 17,4 2 5,9 6 10,5

Familiares/amigos 2 8,7 0 0 2 3,5

Cartão de crédito 0 0 1 2,9 1 1,8

Cheque especial 2 8,7 1 2,9 3 5,3

Total 23 100 34 100 57 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

As finalidades dos empréstimos e/ou financiamentos mais registradas dentre os 35

respondentes que conseguiram crédito (Tabela 54) foram: compra de equipamento/estoque

(42,6%); capital de giro (40,4%); reforma e/ou construção (17%). As mulheres utilizaram

44,4% da modalidade capital de giro, enquanto, os homens 44,8% da modalidade aquisição de

equipamento/estoque. Isto parece corresponder bem às atividades desenvolvidas pelos

respondentes, conforme Tabela 34. Justo, Lima, Almeida, Carvalho e Monte (2011)

identificaram que: 68,18% fizeram empréstimo empresarial e 31,82% empréstimo pessoal, e

esses recursos foram destinados para o capital de giro; compra de máquinas e equipamentos;

matéria prima, entre outros.

81

Tabela 54 – Finalidade do empréstimo

Finalidade Mulheres % Homens % Total %

Compra equipamento/estoque 7 38,9 13 44,8 20 42,6

Reforma/construção 3 16,7 5 17,3 8 17,0

Capital de giro 8 44,4 11 37,9 19 40,4

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Visando uma análise mais concisa, verificou-se o percentual de obtenção de empréstimo por

categoria de valor, visto na Tabela 44. Do total de empréstimos feitos: 22,8% foram para

recursos abaixo de R$2.500.00, enquanto, 77,2% obtiverem recursos maiores de que essa

soma. Vale destacar que, grande percentagem (45,7%) conseguiu valores acima de R$

5.000,00, sendo a maioria homens. Mais uma vez, julga-se esse dado de acordo com as

atividades desenvolvidas pelos MEIs, em que os homens trabalhavam mais em atividades de

prestação de serviço, onde equipamentos necessitavam ser adquiridos. Não foram

identificados outros estudos que tivessem analisado essa variável.

Tabela 55 – Valor do empréstimo

Valor R$ Mulheres % Homens % Total %

Entre R$100,00 e R$1.000,00 1 7,7 1 4,5 2 5,7

Entre R$1.001,00 e R$2.500,00 3 23,1 3 13,6 6 17,1

Entre R$2.501,00 e R$5.000,00 5 38,5 6 27,3 11 31,4

Acima de R$5.001,00 4 30,8 12 54,5 16 45,7

Total 13 100 22 100 35 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

No final da pesquisa, foi questionado aos microempreendedores a respeito se dariam

recomendação a outros autônomos ou informais para vincular-se à legislação MEI. Conforme

a Tabela 56 - 99% dos respondentes recomendariam a formalização ao modelo de negócio. O

dado descoberto foi bastante significativo, indicando satisfação com a modalidade de

formalização. Além disso, o resultado ratifica a resposta da questão quanto à maneira de

formalização, em que 47,8% foram através de um contador e 28,4% foram através de amigos

ou familiares. A satisfação é um fator de influência para a indicação a outras pessoas que

atuam na informalidade. Nas pesquisas publicadas por Diniz (2014) e Perfil MEI SEBRAE

(2014), os entrevistados, também, aprovam o modelo empresarial MEI com percentual acima

de 95%.

82

Tabela 56 - Recomendação à formalização MEI

Recomenda Mulheres % Homens % Total %

Não 1 3 0 0 1 1

Sim 30 97 36 100 66 99

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Para finalizar o bloco III do questionário, investigou-se diretamente a satisfação do

microempreendedor individual com sua formalização (Tabela 57), e, mais uma vez, 99%

informaram que estavam satisfeitos e muito satisfeitos, indicando que esses veem boas

vantagens na formalização e, demonstraram um perfil de plena aprovação quanto ao processo

ocorrido. Todavia, já foi visto que, para não ter acréscimo dos encargos tributários, 58%

pretendiam permanecer na modalidade sem perspectiva de mudar o regime para

microempresa como foi visto, anteriormente, na Tabela 38. A respondente que não

recomendaria a formalização, deve ter indicado sua insatisfação com o processo. A Tabela 57

apresenta o detalhamento do nível de satisfação do MEI.

Tabela 57 - Nível de satisfação

Nível Mulheres % Homens % Total %

Insatisfeito 1 3% 0 0% 1 1%

Satisfeito 27 87% 27 75% 54 81%

Muito satisfeito 3 10% 9 25% 12 18%

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

4.1.4 Bloco IV – Benefícios e vantagens

Com o objetivo de identificar os benefícios que os microempreendedores individuais

consideram mais motivadores para se formalizar. Foi solicitado que, em meio a uma lista

com 12 itens, fossem escolhidos apenas três itens mais relevantes. Desagregando os

resultados na Tabela 58, vê-se que o motivador mais citado, independente do gênero do

entrevistado MEI, foi a cobertura previdenciária (24,5%), na sequência: segurança de exercer

atividade em conformidade com a lei (18,0%); acesso a crédito e serviços bancários (14,0%);

contratar um empregado com baixo custo (11,0%); Isenção de taxas (9,0%).

Esses números evidenciam que, a figura jurídica do MEI possibilitou a concretização do

desejo de possuir um negócio formal de vários entrevistados nesta pesquisa, o que,

provavelmente, não formalizariam suas atividades sem esta modalidade jurídica.

83

Tabela 58 – Benefícios motivadores para se tornar MEI

Benefícios Mulheres % Homens % Total %

Cobertura previdenciária 22 23,9 27 25,0 49 24,5

Segurança exercer atividade 18 19,6 18 16,7 36 18,0

Acesso serviços bancários 11 12,0 17 15,7 28 14,0

Contratar empregado 11 12,0 11 10,2 22 11,0

Isenção de taxas 7 7,6 11 10,2 18 9,0

Emissão de nota fiscal 4 4,3 7 6,5 11 5,5

Apoio do SEBRAE 6 6,5 4 3,7 10 5,0

Redução da burocracia 4 4,3 5 4,6 9 4,5

Redução carga tributária 3 3,3 4 3,7 7 3,5

Funcionamento com alvará 2 2,2 3 2,8 5 2,5

Vendas para governo 3 3,3 1 0,9 4 2,0

Compras coletivas 1 1,1 0 0 1 0,5

Total 92 100 108 100 200 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Analisando-se, detalhadamente, a percepção das vantagens exclusivas aos optantes do regime

MEI, realizou-se então um comparativo com as empresas que estão fora dele. Os MEIs

reconhecem, portanto, que contratar um empregado a baixo custo, ser isento de taxas de

abertura, ser isento de contabilidade formal e ter acesso a serviços bancários são vantagens

muito atrativas, que só a modalidade MEI possui.

As percentagens variam conforme gênero, mas a sequência é quase a mesma, com exceção da

facilidade de acesso aos serviços bancários, essa é a mais importante para os homens do que

para as mulheres (essa informação já era esperada, pelo tipo de gasto e valor dos recursos

solicitados apresentados em tabelas anteriores). A Tabela 59 mostra as vantagens

consideradas exclusivas pelos microempreendedores individuais neste estudo. Os dados

permitiram identificar a percepção dos MEIs sobre as empresas que funcionam em outro

regime contábil.

Tabela 59 – Vantagens exclusivas do regime MEI

Vantagens Mulheres % Homens % Total %

Contratar empregado 22 23,9 34 29,1 56 26,8

Isenção de taxas 20 21,7 33 28,2 53 25,4

Dispensa contabilidade 17 18,5 15 12,8 32 15,3

Acesso serviços bancários 10 10,9 16 13,7 26 12,4

Redução carga tributária 11 12 8 6,8 19 9,1

Funcionamento com alvará 6 6,5 6 5,1 12 5,7

Dispensa obrigações acessórias 6 6,5 5 4,3 11 5,3

Total 92 100 117 100 209 100

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

84

4.1.5 Bloco V – Qualidade de vida

Ter qualidade de vida é objetivo do ser humano, e cada um tem sua forma e escolha para

viver, o que abrange várias áreas como: física; psicológica e emocional; relacionamentos

sociais (família e amigos); saúde; educação e outros parâmetros que se relacionam a vida,

Logo, ponderando esses atributos, é coerente afirmar que o homem não nasceu só para

trabalhar. A partir dessa premissa básica, foram catalogados 20 itens de possíveis melhorias

na qualidade de vida dos MEIs.

Com a finalidade de verificar as principais mudanças ocorridas na vida daqueles que

possuíam um negócio MEI, foi questionado a esses microempreendedores se após a

formalização houve alguma mudança interligada à sua qualidade de vida. Foram relacionados

diversos aspectos socioeconômicos, os quais geraram um comparativo de como ficou a

condição de vida após a formalização.

É significativa a melhora na qualidade de vida dos microempreendedores e de seus familiares.

Na Tabela 60 são apresentados os novos costumes que o MEI passou a praticar ou os bens

materiais adquiridos após formalização. Como principais variações destacam-se dez itens de

mudança mais importantes na vida dos MEIs: a inclusão digital com acesso à internet em sua

residência; aquisição de um computador ou notebook, como itens prioritários para,

aproximadamente, 25% de ambos os gêneros; bem como a aquisição de TV por assinatura.

Em termos gerais, todos se mostravam preocupados com a reforma de casa e mobilidade; com

aquisição de motos e veículos, os homens dão maior prioridade para esses itens. As mulheres

se preocupam mais com elas mesmas, com cursos, prática de esportes e aquisição de uma

carteira de habilitação, requisito anterior para compra de motos e veículos.

Os homens pareciam, também, estar mais preocupados com a saúde e educação da família do

que as mulheres; eles priorizam consulta médica particular e escola privada, embora todos,

também, estivessem preocupados com um Plano de Saúde. Esses itens correspondem a 80%

das melhorias sentidas após formalização de MEI. Vale destacar que, apenas, os homens estão

preocupados com a aquisição de uma casa própria, indicativo que as mulheres MEI já devam

possuir este bem anteriormente à formalização, isoladamente ou em conjunto com o cônjuge.

Observe o detalhamento na Tabela 60:

85

Tabela 60 – Mudanças na vida pessoal

Ord Item Mulher % Ord Item Homem %

1 Computador ou notebook 12,0 1 Internet na residência 12,8

2 Internet na residência 10,8 2 Computador ou notebook 11,8

3 Curso especializado 9,5 3 Reformas na casa 9,7

4 Reformas na casa 7,0 4 Motocicleta 9,2

5 Plano de saúde 7,0 5 Automóvel 7,2

6 TV por assinatura 7,0 6 Consulta médico particular 6,7

7 Carteira de habilitação 6,3 7 Plano de saúde 6,2

8 Prática de esportes 5,7 8 TV por assinatura 5,6

9 Motocicleta 5,1 9 Escola particular 5,1

10 Automóvel 4,4 10 Aparelho de ar condicionado 4,6

11 Consulta médico particular 4,4 11 Curso especializado 3,6

12 Passeios e viagens lazer 4,4 12 Casa própria 3,1

13 Frequentar restaurantes 4,4 13 Passeios e viagens lazer 2,6

14 Escola particular 3,8 14 Frequentar restaurantes 2,6

15 Aparelho de ar condicionado 3,8 15 Carteira de habilitação 2,1

16 Associação em clubes 1,3 16 Associação em clubes 2,1

17 Antena parabólica 1,3 17 Antena parabólica 2,1

18 Curso superior 1,3 18 Curso superior 1,5

19 Curso de idioma 0,6 19 Prática de esportes 0,5

20 Casa própria 0,6 20 Curso de idioma 1,0

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016

Nos capítulos seguintes foram tratadas as considerações finais, as quais têm a finalidade de

consolidar os resultados pertinentes, bem como, promover sugestões de trabalhos.

86

5 CONCLUSÕES

Diante do exposto, ficou evidenciado que esta pesquisa complementa o conhecimento acerca

do tema: perfil do microempreendedor individual e, a sua percepção sobre as vantagens

alcançadas e as mudanças ocorridas após a formalização, a qual se propôs identificar.

O objetivo desta pesquisa consistiu em delinear o perfil do microempreendedor individual no

município de Vitória de Santo Antão-PE e a sua percepção sobre as vantagens alcançadas e as

mudanças ocorridas após a formalização.

A análise dos dados sociodemográficos se assemelha aos estudos já publicados em outras

regiões, a predominância é o gênero masculino (54%); faixa etária de 31 a 40 anos; estado

civil: casado; o nível de escolaridade é baixo, a maioria tem apenas o ensino médio,

destacando que as mulheres apresentam maior formação escolar do que os homens. No geral,

não têm filhos ou têm um filho; já trabalhavam na atividade como autônomo (31%) ou eram

assalariados (25%) e o principal ramo do negócio era comércio.

Os principais motivos destacados que levaram os trabalhadores informais a se tornarem um

Microempreendedor Individual, foram: a cobertura previdenciária e a tranquilidade de estar

legalizado, respectivamente. Ainda sobre essa abordagem, coube outra observação, pois

foram identificadas percepções distintas entre os microempreendedores envolvidos. Para o

Estado é oferecido aos trabalhadores informais uma série de benefícios com custo reduzido,

como é publicado nos diversos canais e meios de divulgação do MEI. Todavia, é pertinente

ressalvar que, os resultados da amostra apontaram que muitos dos benefícios oferecidos não

são representativos para os usuários do programa MEI do município estudado, a exemplo de

possibilidade de realizar compras coletivas ou vender, para o governo, participar de licitações

e ainda apoio do SEBRAE.

Acerca das vantagens exclusivas da modalidade MEI, são elas: contratar um empregado por

baixo custo (26,8%); isenção de taxas (25,4%), e dispensa de contabilidade formal (15,3%)

são reconhecidas pelos beneficiários MEI como benefícios mais relevantes, quando

comparado a outros regimes empresariais. Os MEIs desta pesquisa dispõem da ajuda de até

duas pessoas (familiares principalmente) no negócio, se sentem satisfeitos com o programa, o

que favorece a recomendação a terceiros.

87

A partir das informações levantadas, foi verificado a importância da formalização na vida dos

microempreendedores individuais. Constatou-se que, a maioria acredita que houve mudanças

significativas após a formalização, fato expresso por até 63% da amostra. As principais

inovações na qualidade de vida dos MEIs são diferenciadas por gênero.

Em termos gerais, porém, classificam-se por melhoria e qualidade de vida dos MEIs a:

inclusão digital como acesso à internet na residência; aquisição de computador ou notebook

para uso residencial e contratação do serviço de TV por assinatura. Outros itens como:

reforma para melhoria da casa; compra ou troca de motocicleta e, adesão a seguro saúde são

prioridades destacadas em ambos os gêneros. As mulheres, porém, estão mais interessadas em

participar de curso especializado e da prática de esportes, quanto aos homens, esses procuram

consultório médico e escola particular para a família.

Notou-se que entre os MEIs, referenciados neste trabalho, há uma acomodação e/ou um

conformismo, seja por falta de informação ou por falta de fiscalização. É possível que, um

trabalhador autônomo se filie na modalidade MEI, constituindo um CNPJ que esteja incluído

nas estatísticas de ‘formalizados’, e mesmo que ele não efetue o recolhimento da contribuição

do Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual (PGMEI), esse MEI

permanece ativo junto à Receita Federal. O valor do faturamento mensal é mal

dimensionado, o que significa que R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que subtraindo custos de

produção, despesas financeiras e ainda encargos trabalhistas, por exemplo, a margem de lucro

se torna bem reduzida.

Em síntese, a modalidade MEI apresenta vantagens aos trabalhadores autônomos. Foi uma

iniciativa que gerou valor aos trabalhadores informais, trazendo-os para a regularidade social

e fiscal, mas, ela precisa de uma revisão na sua formulação. Essa revisão provocaria um maior

acompanhamento, controle e fiscalização dos incluídos no regime, a fim de observar a

efetividade dos pagamentos das DAS e, além disso, do valor do faturamento mensal.

Consequentemente, enquadramento no regime correto daqueles que possuem um faturamento

acima do permitido, por exemplo. E, enquanto, não houver uma maneira dinâmica de

acompanhar os MEIs, alguns permanecerão no regime superficialmente legal, ou seja, ‘legais’

– que são ilegais.

88

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa não encerra o tema perfil do microempreendedor individual em Vitória de Santo

Antão-PE, ao contrário, instiga a realização de estudos futuros. A autora sugere um estudo

mais aprofundado relacionando, em particular, às desvantagens da formalização como

microempreendedor individual ou como as entidades criadoras do modelo MEI acompanham

e fiscalizam essa nova modalidade de negócio. Outra sugestão de pesquisa seria elaborar um

estudo de caso, buscando avaliar os custos e viabilidade econômica da formalização, tendo em

vista a continuidade da empresa. Por fim, a autora sugere que outros pesquisadores testem e

apliquem validade externa no questionário elaborado nesta pesquisa, a fim de ampliar e

comparar os resultados aqui encontrados.

89

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VIANNA, M. O. S; TEIXEIRA, R. M; FRANCA, V. V. Perfil dos empreendedores

individuais e características dos negócios formalizados pelo programa EI em Aracaju,

Sergipe. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, Rio de Janeiro: v. 7, n.

2, p.19-40, abr./jun. 2013. Trimestral.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução de Ana Thorell. 4. ed. Porto

Alegre: Bookman, 2010. Tradução de: Case study research: desing and methods.

ZIKMUND, W. G. Princípios da pesquisa de marketing. São Paulo: Pioneira Thomson

Learning, 2006.

97

APÊNDICE – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Tema: Perfil do Microempreendedor Individual Vitoriense.

Os dados coletados serão utilizados com única finalidade acadêmica, serão estudados em

conjunto e não individualizados.

BLOCO 1 – CONHECENDO O MEI

1. Gênero

( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino

2. Estado civil

( ) 1. Solteiro ( ) 2. Casado ( ) 3. Separado ( ) 4. Divorciado ( ) 5. Outro

3. Escolaridade

1. Ensino Fundamental 1 ( ) Incompleto ( ) Completo

2. Ensino Fundamental 2 ( ) Incompleto ( ) Completo

3. Ensino Médio ( ) Incompleto ( ) Completo

4. Ensino Superior ( ) Incompleto ( ) Completo

5. Especialização ( ) Incompleto ( ) Completo

6. Mestrado ( ) Incompleto ( ) Completo

4. Quantidade de filhos.

4.1. Antes da adesão ______ 4.2. Depois da adesão ______

5. Quantidade de filhos que frequentam a escola.

5.1. Antes da adesão ______ 5.2. Depois da adesão ______

6. Recebe assistência Bolsa Família?

6.1 Antes 6.2 Depois

( )1. Não ( ) 1. Não

( )2. Sim ( ) 2. Sim

7. Faixa etária (idade atual)

( ) 1. Até 20 anos

( ) 2. 21 a 30 anos

( ) 3. 31 a 40 anos

( ) 4. 41 a 50 anos

( ) 5. Acima de 51 anos

98

BLOCO 2 – ANTES DA ADESÃO MEI

8. Qual atividade exercia antes de abrir seu negócio?

( ) 1. Empregado assalariado com carteira assinada. (continuar respondendo a pergunta 8.1)

( ) 2. Sempre foi autônomo (pular para a pergunta 9)

( ) 3. Dona de casa (pular para a pergunta 9)

( ) 4. Funcionário público ou do governo (pular para a pergunta 9)

( ) 5. Desempregado (pular para a pergunta 9)

( ) 6. Estudante de ensino médio (pular para a pergunta 9)

( ) 7. Estudante universitário (pular para a pergunta 9)

( ) 8. Negócio atual sem estar formalizado (pular para a pergunta 9)

8.1 Se a sua resposta para a questão 8 acima foi “Empregado assalariado”, qual

foi a razão de virar um MEI:

( ) 1. Saiu por conta própria (continuar respondendo o item 8.2)

( ) 2. Foi desligado da empresa (pular para a pergunta 9)

( ) 3. Aposentou-se (pular para a pergunta 9)

8.2 Se você saiu por conta própria da empresa onde trabalhava, quais

foram os fatores que motivaram essa saída? (Pode marcar mais de uma

resposta).

( ) 1. Vontade de tocar um negócio próprio

( ) 2. A possibilidade de ter mais liberdade e flexibilidade

( ) 3. Insatisfação com o salário

( ) 4. Mudança de cidade

( ) 5. Não gostava da atividade que fazia

( ) 6. Não se ajustava à empresa, ao chefe

( ) 7. Problemas de saúde

( ) 8. Falência da empresa em que trabalhava

9. Qual a característica do negócio em que atuavam?

( ) 1. Formal ( ) 2. Informal ( ) 3. Outros

10. Setor de atuação

( ) 1. Comércio ( ) 2. Indústria ( ) 3. Serviço

11. Atuou quanto tempo informal? _____ Anos

99

12. Contribuía para a previdência Social?

( )1. Não ( )2. Sim

13. Quantos empregados tinha antes de se formalizar como MEI?

( ) 1. Nenhum

( ) 2. Um

( ) 3. Dois

( ) 4. Três

( ) 4. Quatro ou mais

14. Quantos familiares trabalhavam ou colaboravam no seu negócio (esposa, filhos,

parentes) antes de se formalizar como MEI?

( ) 1. Nenhum

( ) 2. Um

( ) 3. Dois

( ) 4. Três

( ) 4. Quatro ou mais

15. Tentou pegar um empréstimo financeiro em algum banco?

( ) 1. Não (continuar respondendo a pergunta 15.1).

( ) 2. Sim, busquei, mas não consegui (continuar respondendo a pergunta 15.2 e 15.3)

( ) 3. Sim, busquei e consegui (continuar respondendo a pergunta 15.4, 15.5 e 15.6).

15.1 Se NÃO procurou um empréstimo, qual foi a razão para isso? (Pode marcar

mais de uma resposta e depois pular para responder a pergunta 16)

( ) 1. Achava que era difícil consegui-lo.

( ) 2. Não tinha necessidade

( ) 3. Falta de informações.

( ) 4. Juros elevados.

( ) 5. Possuía restrições cadastrais.

( ) 6. Dificuldade de acesso ao banco

( ) 7. Por ser informal

( ) 8. Outros (Especificar: ________________________________________).

100

15.2 Se procurou o empréstimo, mas não conseguiu, qual foi a instituição

de onde procurou este empréstimo financeiro? (Pode marcar mais de uma

resposta)

( ) 1. BNB

( ) 2. Banco do Brasil

( ) 3. Caixa Econômica Federal

( ) 4. Banco Privado

( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local

( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos

( ) 7. Outros (Especificar: ___________________________________ ).

15.3 Quais foram as dificuldades encontradas para tomar empréstimos?

(Pode marcar mais de uma resposta e depois pular para responder a pergunta

16).

( ) 1. Exigências de garantias e avalista.

( ) 2. Falta de informação.

( ) 3. Documentação (burocracia)

( ) 4. Juros elevados

( ) 5. Nome sujo ou com pendência

( ) 6. Crédito oferecido inferior ao solicitado

( ) 7. Outros (Especificar ____________________________________).

15.4 Se procurou empréstimo(s) e conseguiu, qual foi a fonte ou fontes deste

empréstimo financeiro? (Pode marcar mais de uma resposta)

( ) 1. BNB

( ) 2. Banco do Brasil.

( ) 3. Caixa Econômica Federal.

( ) 4. Bancos privados.

( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local

( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos

( ) 7. Agências financeiras

( ) 8. Cartão de crédito.

( ) 9. Cheque especial.

( ) 10. Outros (Especificar:_________________________________________).

15.5 Utilizou o(s) empréstimo(s) para que finalidades? (Pode marcar mais de uma

resposta)

101

( ) 1. Compra de equipamentos

( ) 2. Reforma e/ou construção

( ) 3. Capital de giro (compras de mercadorias e demais despesas)

( ) 4. Outros (Especificar:__________________________________________).

15.6 Qual foi o valor total deste(s) empréstimo(s) financeiro(s)?

( ) 1. Entre R$ 100,00 e R$1.000,00

( ) 2. Entre R$ 1.001,00 e R$ 2.500,00

( ) 3. Entre R$ 2.501,00 a R$ 5.000,00

( ) 4. Acima de R$ 5.000,00

BLOCO 3 – APÓS ADESÃO MEI

16. A adesão ao modelo empresarial MEI se deu por:

( ) 1. Necessidade ( ) 2. Oportunidade

17. Qual foi o principal motivo para ter se registrado como MEI?

( ) 1. Benefícios do INSS (aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão)

( ) 2. Obtenção de respeito e credibilidade

( ) 3. Tranquilidade de ter uma atividade legalizada. Não temer fiscalização

( ) 4. Possibilidade de ter nota fiscal e atender clientes maiores

( ) 5. Possibilidade de vender para o governo

( ) 6. Facilidade de conseguir um empréstimo

( ) 7. Possibilidade de negociar prazos com fornecedores

( ) 8. Outro (Especificar_________________________________________________).

18. Teve dificuldades para iniciar suas atividades e montar seu negócio?

( ) 1. Não ( ) 2. Sim

19. Atualmente, quais são as dificuldades encontradas para manter seu negócio? (Pode

marcar mais de uma resposta)

( ) 1. Nenhuma

( ) 2. Problemas financeiros

( ) 3. Falta de clientes

102

( ) 4. Não possuir autorização/licença para funcionamento

( ) 5. Inadimplência dos clientes

( ) 6. Concorrência

( ) 7. Falta de capacitação para administrar o próprio negócio

( ) 8. Outros (Especificar ______________________________________________).

20. Quanto tempo o senhor(a) está formalizado? _____ Anos

21. Qual é o ramo de atividade do seu negócio?

( ) 1. Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios

( ) 2. Cabeleireiros

( ) 3. Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância em produtos

alimentícios, mercearias, armazéns e mini mercados

( ) 4. Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares.

( ) 5. Comércio varejista de artigos de armarinho

( ) 6. Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos

( ) 7. Comércio varejista de comércio, produtos de perfumaria e de higiene pessoal.

( ) 8. Confecção, sob medida, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas.

( ) 9. Restaurantes e similares

( ) 10. Serralharia, marcenaria.

( ) 11. Outros (Especificar______________________________________________ ).

22. Setor de atuação

( ) 1. Comércio ( ) 2. Indústria ( ) 3. Serviço

23. Em qual ambiente desenvolve as suas atividades?

( ) 1. Fora do domicílio

( ) 2. No domicílio e fora também

( ) 3. Apenas no domicílio

24. Após se tornar MEI contratou empregado?

( ) 1. Não ( ) 2. Sim

25. Quantos familiares trabalham ou colaboram no seu negócio (esposa, filhos,

parentes)?

( ) 1. Nenhum

( ) 2. Um

( ) 3. Dois

103

( ) 4. Três

( ) 4. Quatro ou mais

26. Como o (a) Senhor (a) se formalizou como Microempreendedor Individual?

( ) 1. Por conta própria, no Portal do Empreendedor.

( ) 2. Apoio de um contador

( ) 3. Apoio do SEBRAE

( ) 4. Apoio de amigos/familiares

( ) 5. Outro (Especificar ___________________________________________).

27. O Senhor (a) pretende transformar seu negócio em uma Microempresa - ME?

( ) 1. Não gostaria (continuar com a pergunta 27.1) ( ) 2. Gostaria

27.1 Se NÃO gostaria de se tornar Microempresa (ME) qual motivo?

( ) Não tem tempo para se dedicar a Microempresa.

( ) É muito arriscado (tem medo)

( ) Vai aumentar os impostos/tributos a pagar

( ) Outros (Especificar: ______________________________________)

28. Possui outra fonte de renda, além do seu negócio/empreendimento?

( ) 1. Não (pular para pergunta 29) ( ) 2. Sim (continuar com a pergunta 28.1)

28.1 Se sim, que outra(s) fonte(s) de renda possui? (Pode marcar mais de uma

resposta)

( ) 1. Possui outro negócio ou empresa

( ) 2. Trabalha em empresa privada

( ) 3. Bolsa Família

( ) 4. Recebe aposentadoria/pensão

( ) 5. Recebe ajuda financeira de parentes ou amigos

( ) 6. Outros (Especificar:_______________________________________)

29. A atividade que o senhor (a) desenvolve hoje é:

( ) 1. Única fonte de renda da família

( ) 2. Principal fonte de renda da família

( ) 3. Fonte secundária de renda familiar

104

30. Qual é o faturamento mensal do seu negócio? R$ _______________

31. Neste(s) último(s) ano(s), o que aconteceu com o faturamento do seu negócio?

( ) 1. Aumentou (continuar para responder pergunta 31.1)

( ) 2. Diminuiu (pular para pergunta 32)

( ) 3. Não se alterou (pular para pergunta 32)

31.1 Se o faturamento aumentou, ocorreu porque registrou como MEI?

( ) 1. Não ( ) 2. Sim

32. O senhor (a) solicitou o alvará de localização local?

( ) 1. Não (continuar com pergunta 32.1) ( ) 2. Sim (pular para pergunta 33)

32.1 Por que não? (Pode marcar mais de uma resposta)

( ) 1. Desconhecimento da obrigação

( ) 2. Burocracia

( ) 3. Problemas financeiros

( ) 4. Problemas junto a prefeitura (ex: local)

( ) 5. Não teve tempo para fazer a solicitação

( ) 6. Atividade que exerce não necessita

( ) 7. Outros Especificar (_________________________________________).

33. Tentou pegar um empréstimo financeiro em algum banco?

( ) 1. Não. (continuar com a pergunta 33.1)

( ) 2. Sim, busquei, mas não consegui (continuar com pergunta 33.2 e 33.3)

( ) 3. Sim, busquei e consegui (continuar com a pergunta 33.4, 33.5 e 33.6)

33.1 Se Não procurou um empréstimo, qual foi a razão para isso? (Pode marcar

mais de uma resposta)

( ) 1. Achava que era difícil consegui-lo.

( ) 2. Não tinha necessidade

( ) 3. Falta de informações.

( ) 4. Juros elevados.

( ) 5. Possuía restrições cadastrais.

( ) 6. Dificuldade de acesso ao banco

105

( ) 7. Outros (Especificar:__________________________________________).

33.2 Se procurou o empréstimo, mas não conseguiu, qual foi a instituição

de onde procurou? (Pode marcar mais de uma resposta)

( ) 1. BNB

( ) 2. Banco do Brasil.

( ) 3. Caixa Econômica Federal.

( ) 4. Banco Privado.

( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local

( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos

( ) 7. Outros (Especificar: __________________________________ ).

33.3 Quais foram as dificuldades encontradas para tomar empréstimos?

(Pode marcar mais de uma resposta)

( ) 1. Exigências de garantias e avalista.

( ) 2. Falta de informação.

( ) 3. Documentação (burocracia)

( ) 4. Juros elevados

( ) 5.Nome sujo ou com pendência

( ) 6. Crédito oferecido inferior ao solicitado

( ) 7. Outros (Especificar:___________________________________).

33.4 Se procurou empréstimo(s) e conseguiu, qual foi a fonte ou fontes deste

empréstimo financeiro? (Pode marcar mais de uma resposta)

( ) 1. BNB

( ) 2. Banco do Brasil ou CEF.

( ) 3. Caixa Econômica Federal.

( ) 4. Bancos privados.

( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local

( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos

( ) 7. Agências financeiras

( ) 8. Cartão de crédito.

( ) 9. Cheque especial.

( ) 10. Outros (Especificar:____________________________).

33.5 Utilizou o empréstimo para qual finalidade? (Pode marcar mais de uma

resposta)

106

( ) 1. Compra de equipamentos ou mercadorias.

( ) 2. Reforma e/ou construção

( ) 3. Capital de giro (compras de mercadorias e demais despesas)

( ) 4. Outros (Especificar: ________________________________)

33.6 Qual foi o valor total deste(s) empréstimo(s) financeiro(s)?

( ) 1. Entre R$ 100,00 e R$1.000,00

( ) 2. Entre R$ 1.001,00 e R$ 2.500,00

( ) 3. Entre R$ 2.501,00 a R$ 5.000,00

( ) 4. Acima de R$ 5.000,00

34. O (a) senhor (a) recomenda a formalização como MEI para alguém que tem um

negócio informal?

( ) 1. Não ( ) 2. Sim

35. O (a) senhor(a) se considera após aderir ao programa MEI:

( ) 1. Insatisfeito ( ) 2. Satisfeito ( ) 3. Muito satisfeito

BLOCO 4 – BENEFÍCIOS E VANTAGENS

36. Dentre os benefícios abaixo selecione OS TRÊS ITENS que você considera mais

motivador para se formalizar/tornar ao MEI:

( ) 1. Contratar um empregado com baixo custo

( ) 2. Cobertura Previdenciária

( ) 3. Isenção de taxas para formalização

( ) 4. Redução da carga tributária com imposto fixo mensal

( ) 5. Imediato funcionamento pela concessão de alvará provisório

( ) 6. Redução da burocracia

( ) 7. Acesso ao crédito e serviços bancários com taxas diferenciadas

( ) 8. Possibilidade de vender/fornecer para o governo e outras empresas

( ) 9. Possibilidade de realizar compras coletivas

( ) 10. Segurança para exercer sua atividade de forma legal

( ) 11. Possibilidade de emitir nota fiscal

( ) 12. Apoio técnico do SEBRAE e demais entidades

37. Qual a percepção das vantagens do regime MEI em relação às empresas fora dele.

(Escolher ATÉ TRÊS VANTAGENS que acha que apenas os MEIs possuem)

107

( ) 1. Contratar um empregado com custo reduzido

( ) 2. Isenção de taxas para formalização

( ) 3. Redução da carga tributária com imposto fixo mensal

( ) 4. Imediato funcionamento pela concessão de alvará provisório

( ) 5. Acesso ao crédito e serviços bancários com taxas diferenciadas

( ) 6. Dispensa de obrigações acessórias (PIS, Cofins, CSLL)

( ) 7. Dispensa de contabilidade formal

BLOCO 5 – QUALIDADE DE VIDA

38. Dos itens abaixo marque “X” naquele que o senhor (a) passou a fazer ou adquiriu

depois da formalização como MEI (depois de virar MEI):

Descrição Passou

fazer ou

adquiriu

1. Prática de esportes ou atividades físicas em academias

2. Passeios e viagens de lazer, férias ou fim de ano

3. Frequentar restaurantes, pizzarias ou lanchonetes

4. Possui Carteira de habilitação de trânsito

5. Associação em clubes

6. Plano de saúde

7. Consulta com Médico particular

8. Matriculou os filhos em escola particular

9. Casa própria

10. Fez Reformas para melhoria da casa

11. Ter Aparelho ar condicionado

12. Automóvel (aquisições ou trocas)

13. Motocicleta (aquisições ou trocas)

14. Ter Antena parabólica

15. TV por assinatura

16. Computador ou notebook na residência

17. Ter Acesso à internet na residência

18. Curso de língua estrangeira (inglês, espanhol, outros)

19. Cursos ou treinamentos especializados

20. Curso ou está estudando nível superior