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FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO MONALISA MARINHO DA COSTA APOENA - TERRA DA AVENTURA: UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE FORTALEZA 2012

FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO MONALISA … DA... · Foto 18 – Tirolesa do Parque Apoena – página 39. Gráficos Gráfico 1 – Perfil dos entrevistados por sexo – página

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FACULDADE CEARENSE

CURSO DE TURISMO

MONALISA MARINHO DA COSTA

APOENA - TERRA DA AVENTURA:

UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE

FORTALEZA

2012

1

MONALISA MARINHO DA COSTA

APOENA - TERRA DA AVENTURA:

UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE

Monografia apresentada ao Curso de Turismo da Faculdade Cearense, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em

Turismo sob orientação da Profª

Rosaline Oliveira Ferreira.

FORTALEZA

2012

2

C838a Costa, Monalisa Marinho da.

Apoena – terra da aventura: uma análise dos equipamentos e

serviços do parque / Monalisa Marinho da Costa. – 2012.

63 f. ; il.

Orientador: Profª. Ms. Rosaline Oliveira Ferreira.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Turismo, 2012.

1. Parque Apoena - Pacatuba (CE). 2. Turismo e lazer. 3. Turismo

de aventura. I. Ferreira, Rosaline Oliveira. II. Título.

CDU 338.48-51(813.1)

CDU 347.922.6

CDU 338.48(813.1)

Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867

3

MONALISA MARINHO DA COSTA

APOENA - TERRA DA AVENTURA:

UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Turismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC.

Banca Examinadora

__________________________________

Prof.ª. Ms. Rosaline Oliveira Ferreira. - Orientadora

__________________________________

Prof.º Ms. Ivo Luís Oliveira Silva

__________________________________

Profª Ariane de Queiroz Sousa

4

Dedico a mim.

5

AGRADECIMENTOS Agradeço inicialmente a Instituição pela qualidade do curso que é oferecido. Aos professores exigentes que cobraram mais esforço e o meu melhor desempenho. A minha família, especialmente minha mãe que incentivou muito a continuidade dos meus estudos e projetos. Aos amigos que fiz e com certeza levarei comigo pelo resto da vida.

6

“É impossível não ser felicíssimo quem em tudo depende apenas de si e em si mesmo tudo apóia.” Cícero, Paradoxa Stoicorun, II, 17.

7

RESUMO

Nas ultimas décadas a postura dos turistas se modificou, voltando esses indivíduos

para atividades que proporcionem um maior contato com a natureza, que desafiem

seus limites físicos, além de uma fuga da rotina dos grandes centros o que

ocasionou o surgimento de parques ecológicos que visam atender a esse novo

turista alternativo. Os parques temáticos são empreendimentos que se utilizam de

temas diferenciados na ambientação física de suas atrações e têm como objetivo

mercadológico de proporcionar lazer e o estimular a atividade turística. O parque

pesquisado é um parque temático que promove educação ambiental para

preservação ecológica além de oferecer estrutura de lazer e serviços. A pesquisa foi

realizada com uma amostra de 200 pessoas onde foram analisadas as necessidades

desses clientes de forma a desenvolver propostas para que o parque em analise

possa refazer o planejamento de sua estrutura de serviços e equipamentos. A

pesquisa apontou para a necessidade de implantação de equipamentos com maior

nível de dificuldade, uma nova política de preços além de propostas que atendam

aos diferentes segmentos.

Palavras chave: Turismo de Aventura, Parques temáticos no Brasil, Turismo de

Lazer, Marketing Turístico.

8

ABSTRACT

In recent decades the attitude of tourists has changed, returning these individuals to

activities that provide a greater contact with nature, that challenge their physical

limits, and an escape from the routine of the major centers which led to the

emergence of ecological parks that aim to meet this new tourist alternate. The theme

parks are enterprises that use different themes in the physical setting of its attractions

and marketing aim to provide leisure and stimulate tourism. The park is searched for

a theme park that promotes environmental education for ecological preservation and

provides recreational facilities and services. The research was conducted with a

sample of 200 people where we analyzed the needs of these customers in order to

develop proposals for the park in analysis, planning to redo the structure of services

and equipment. The research pointed to the need for deployment of equipment with a

higher level of difficulty, a new pricing policy as well as proposals that meet the

different segments.

Keywords: Tourism of adventure, Thematic Parks in Brazil, Leisure tourism,

Marketing touristic.

9

FICHA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 1 – Simulação de trajetória / João Pessoa - Pacatuba - 2012 – página 28.

Figura 2 – Organograma Simples do Parque APOENA – página 41.

Fotos

Foto 1 – Fotos de atividades e esportes de aventura oferecidos nos parques - 2012 –

página 23.

Foto 2 – Panorâmica do Parque Apoena – página 30.

Foto 3 – Recepção do Parque Apoena – página 31.

Foto 4 – Administração do Parque Apoena (à direita da foto) – página 31.

Foto 5 – Restaurante do Parque Apoena – página 32.

Foto 6 – Buffet do Parque Apoena – página 33.

Foto 7 – Piscina infantil do Parque Apoena – página 33.

Foto 8 – Bar e Tendas do Parque Apoena – página 34.

Foto 9 – Fazendinha do Parque Apoena – página 34.

Foto 10 – Passeio de charrete do Parque Apoena – página 35.

Foto 11 – Anfiteatro do Parque Apoena – página 35.

Foto 12 – Avião-cinema do Parque Apoena – página 36.

Foto 13 – Trilha do Parque Apoena – página 36.

Foto 14 – Muro de escalada do Parque Apoena – página 37.

Foto 15 – Circuito de arvorismo do Parque Apoena – página 37.

Foto 16 – Casa de Pedra / Museu pré-histórico do Parque Apoena – página 38.

Foto 17 – Redário do Parque Apoena – página 39.

Foto 18 – Tirolesa do Parque Apoena – página 39.

Gráficos

Gráfico 1 – Perfil dos entrevistados por sexo – página 44.

Gráfico 2 – Homens entrevistados por idade – página 45.

Gráfico 3 – Mulheres entrevistadas por idade – página 45.

Gráfico 4 – Fonte de informação sobre o parque – página 46.

Gráfico 5 – Equipamentos de menor preferência – página 46.

10

Gráfico 6 – Equipamentos de maior preferência – página 47.

Gráfico 7 – Avaliação dos preços do parque pelos clientes – página 48.

Gráfico 8 – Avaliação da limpeza do parque pelos clientes – página 49.

Gráfico 9 – Avaliação sobre o atendimento aos clientes do parque – página 50.

Gráfico 10 – Avaliação sobre as expectativas dos clientes – página 51.

Tabela

Tabela 1 – Data de abertura ao público e características dos primeiros parques

nacionais mundiais – página 18.

Tabela 2 - Unidades de preservação por década no Brasil e no mundo. Adaptada de

Diegues (2004) – página 20.

Tabela 3 – Relação de parques em funcionamento ou construção no Brasil em 1997

– página 21.

Tabela 4 – Principais métodos de mídia utilizados pelos parques temáticos no

mundo - 2012 – página 27.

Tabela 5 – Cronograma da Pesquisa – página 43.

Tabela 6 – Simulação de Preços do Parque APOENA – página 49.

Tabela 7 - Análise SWOT – Pontos Fortes e Fracos – página 54.

Tabela 8 - Análise SWOT – Oportunidades e Ameaças – página 55.

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12

2 PARQUES TEMÁTICOS E O TURISMO ............................................................. 14

2.1 Mudanças de comportamento dos turistas e sua influência no surgimento dos

parques...................................................................................................... 14

2.2 Parques como meio de promoção do turismo em destinos no Mundo ...... 17

2.3 Investimentos em parques temáticos no Brasil ......................................... 18

3 PARQUE APOENA, HISTÓRICO, ESTRUTURA E SERVIÇOS ......................... 28

4 ANÁLISE DE DADOS DA PESQUISA ............................................................... 43

4.1 Análise de SWOT dos equipamentos e serviços do Parque Apoena ....... 52

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 59

APÊNDICE ........................................................................................................... 61

12

1 INTRODUÇÃO

O mercado turístico de parques temáticos no Estado do Ceará tem

apresentado bons resultados econômicos, pois, além de ser utilizado pelos clientes

locais em potencial, tornam-se um atrativo para clientes com perfil turístico, muitas

vezes sendo esses parques formadores de identidade para o local além de atingirem

o papel de proporcionarem lazer aos visitantes.

Dessa forma um parque localizado no litoral, apresenta temas e produtos

litorâneos na decoração, na gastronomia e nos serviços de lazer que oferece, no

caso de parques com características ecológicas, normalmente se oferece atividades

de esportes radicais ou que permitam o contato com a natureza. O que é bem visto

por um grande número de pessoas, pois as cidades são ambientes estressantes e

poluídos, então esses parques são vistos como grande oportunidade de contato com

um ambiente saudável.

Podemos citar no Ceará como parques com perfil temático: Ypark,

Engenhoca, Beach Park, Ytacaranha, Parque das Trilhas, Parque das Cachoeiras. O

Estado apresenta um perfil para parques ecológicos com atividades de esportes

radicais que proporcionam contato com a natureza, esses parques são apontados

como uma saída para o turismo sustentável.

O parque Apoena é um “eco-parque”, localizado na Rua Major Crisanto de

Almeida, na cidade Pacatuba no Estado do Ceará, que tem o papel de permitir o

maior contato das pessoas com a natureza. Sendo assim, as pessoas que o visitam

procuram usufruir da natureza de uma forma tranquila para fugir do ritmo das

cidades e do trabalho, ou para vivenciar esse contato superando seus limites com os

esportes radicais.

De acordo com os administradores do parque o principal produto de

divulgação do parque é a maior Tirolesa do Estado, medindo 330 metros,

proporcionando aos clientes uma média de 30 à 45 segundos de percurso com

velocidade média de 60 km/h, além de grande área arborizada, piscinas,

restaurante, animais domésticos e atividades esportivas.

O objetivo geral dessa pesquisa consiste na análise dos equipamentos e

dos serviços do parque com o intuito de identificar os equipamentos mais atrativos e

os menos atrativos. Um dos objetivos específicos corresponde à apresentação de

saídas que somem mais qualidade e dinamismo ao parque e seus equipamentos,

13

tornando-o diferenciado e competitivo para o mercado emergente de parques

turísticos.

Para tanto, foi realizada uma pesquisa direta com os clientes do parque,

em forma de entrevista nos meses de agosto, setembro e outubro do ano de 2011.

Foi elaborada uma ficha contendo 10 perguntas de múltiplas opções além de um

campo de observações livres, onde foram acrescentadas informações repassadas

também em conversas e comentários dos clientes do parque APOENA ao

entrevistador. A partir dessas entrevistas foram elaborados dados estatísticos que

apontam fragilidades, insatisfações e até os serviços que os administradores devem

investir para atender as necessidades da demanda.

Por meio de pesquisa com os clientes, avaliação dos equipamentos,

avaliação de ideias que melhorem o potencial do parque e análise comparativa com

o principal concorrente, que oferece serviços semelhantes e estrutura equiparada

com diferencial no investimento em marketing. Foram elaboradas ideias com

propostas que potencializem o parque.

Assim, o presente trabalho divide-se em três capítulos. O primeiro

apresenta o Turismo em parques temáticos no âmbito global, suas estruturas e

serviços. O segundo focaliza o parque Apoena, seu histórico, sua estrutura e

serviços. O terceiro contém a análise das informações obtidas nas entrevistas, e

análise de S.W.O.T. para comparação com os principais concorrentes1. Por fim,

encontram-se as considerações finais, as referências bibliográficas e os anexos.

1 http://pt.wikipedia.org _SWOT | acessado em 20/06/2012 às 10:35h. O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrónimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usado como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário. Os objetivos são: Efetuar uma síntese das análises internas e externas; Identificar elementos chave para a gestão da empresa, o que implica estabelecer prioridades de actuação; Preparar opções estratégicas: Riscos/Problemas a resolver. As Vantagens são: Realizar previsão de vendas em articulação com as condições de mercado e capacidades da empresa.

14

2 PARQUES TEMÁTICOS E O TURISMO

2.1 Mudanças de comportamento dos turistas e sua influencia no

surgimento dos parques

Thomas (2001) analisa as transformações culturais vivenciadas pelos

ingleses e seus conseqüentes reflexos na forma de compreender a natureza no

período compreendido entre o período renascentista e moderno, principalmente

após a Revolução Industrial. Sua análise demonstra que o ideário de natureza se

processa em diversas fases, indo das linhas geométricas dos jardins ingleses,

passando pela revalorização da vida no campo e da paisagem cultivada,

aperfeiçoada pelo homem, culminando, ao fim do século XVIII, com o entendimento

da paisagem selvagem como fonte de renovação para o ser humano, pois o homem

passou a se sentir sufocado pelas grandes urbes e a vida selvagem passou a ser a

busca pelo seu eu primordial. Elementos e formas da natureza, como as montanhas

e as cavernas, que até então eram rejeitadas, passaram a ser cobiçadas e atrativas.

A grande preocupação com a temática ambiental, segundo Mendonça

(2001), é considerada importante devido três fatos: a péssima qualidade de vida da

população, que se acentuam nos grandes centros urbanos; a polêmica da mídia,

que trazem a tona de maneira sensacionalista os problemas locais e globais

relacionados à degradação do meio ambiente, e o papel das ciências, das artes e da

atividade política, principalmente da atividade política na educação das populações

sobre meios de preservar e minimizar as agressões a natureza.

De acordo com Beni (2003), o turismo ecológico é a denominação dada

ao deslocamento das pessoas para áreas onde podem manter contato com a

natureza em locais de pouca influência do homem, motivadas pelo desejo de fruição

da natureza, com observação passiva ou interativa com o meio natural, onde ocorre

a preocupação com a educação e a conscientização ambiental. Como atividades

deste segmento turístico têm-se a caminhada por trilhas, escalada, rapel, rafting,

canyoning, off-road, pesca e visitas guiadas para atrativos naturais como rios,

chapadas, cavernas, grutas, ilhas, montanhas, minas e jazidas.

Turismo de aventura, ou turismo radical conhecido também como

esportivo ou turismo rústico (hard tourism) e turismo de risco (risk tourism). Beni

15

(2003) o definiu como deslocamento de pessoas para espaços naturais, com ou sem

roteiros programados, motivadas pela atração exercida pelo desconhecido e pelo

desejo de enfrentar situações de desafio físico e emocional.

O ecoturismo é conhecido também como turismo suave (soft tourism),

turismo natural, turismo de baixo impacto (low impact tourism), turismo nativo,

turismo responsável, bioturismo e ecoaventura (BENI, 2003). Trata-se de segmento

da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural,

incentiva a conservação e busca a formação de consciência ambientalista através da

interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas

(EMBRATUR, 1994). O ecoturismo refere-se ao deslocamento de pessoas para

espaços naturais e as atividades previstas devem ser rigorosamente observadas

com relação às restrições de uso desses espaços, além de aplicar estratégias de

desenvolvimento sustentável, prevendo estimativas de capacidade de carga e

suporte para o local, monitoramento, avaliações constantes, plano de manejo e

gestão responsável voltada aos recursos naturais e culturais conforme Meneguel e

Etchebehere (2011).

Os parques temáticos ou de diversão fixos são empreendimentos que se utilizam de temas diferenciados na ambientação física de suas atrações e têm como objetivo mercadológico o estímulo da atividade turística (BRASIL, 1997, p. 6).

Parques são estruturas planejadas para atrair demandas de clientes com

perfis bem definidos, com o intuito de proporcionar lazer e diversão, os parques

ecológicos em sua maioria têm objetivo de preservar e proporcionar maior

consciência ecológica além de permitir o contato com um ambiente mais natural e

preservado. Enquanto isso, os parques específicos, como temáticos, diversão e

aquáticos, buscam em sua maioria proporcionar lazer e desafios radicais (BRASIL,

1997). Podendo se dividir em indoor ou outdoor. São expressões americanas para

definir atividades os espaços onde são executadas as atividades: outdoor - realizado

em áreas abertas como Unidades de Conservação - UC’s; Parques Nacionais –

PARNA’s ou Áreas de Preservação Ambiental (APA’s). São atividades de exigem

mais habilidade, ou seja, o cliente ou turista precisa ter o hábito de executar a

maioria delas, sendo assim, os sedentários não são aconselhados a executarem

essas atividades. Atividades indoor ocorrem em parques temáticos como parques

aquáticos, de aventura ou ecológico, podendo esses espaços possuir mais de uma

16

característica, salientando que oferecem mais serviços como segurança,

acessibilidade, conforto, espaços de alimentos e bebidas e lazer2.

O ecoturismo Dias (2008) é uma forma de turismo que atrai turistas com

perfil alternativo que busca contato com a natureza, agroturismo, ecoturismo

espeleoturismo3, turismo de aventura, montanhismo, canoagem etc. Dessa forma,

são menos impactantes que o turismo de massa que busca destinos modistas,

alimentados pelo consumismo, esse tipo de turismo exploratório, causou danos

irreversíveis a muitos destinos que tiveram seus recursos esgotados e seus atrativos

massificados e em alguns casos inutilizados.

Em contrapartida Dias (2008) questiona o egoísmo do turista alternativo

que usufrui de destinos exóticos em grupo muito pequenos, isso quando não

executa suas viagens solitariamente. Mas não se pode negar, o baixo fluxo de

usuários preserva os espaços. Visando isso, as áreas de preservação ambiental no

Brasil se expandiram de forma exponencial.

Neste contexto, a inserção do turismo no ambiente natural deve ser

balizada em uma perspectiva de mínimo impacto ambiental negativo. A sensibilidade

do patrimônio natural exige que sejam estipulados rigorosos limites para a visitação.

Por sua vez, o turismo enquanto mercadoria preconiza um aumento em seus fluxos,

para ampliar os seus lucros e a distribuição dos benefícios por ele gerados.

2 Informações obtidas através de entrevistas a instrutores de atividades radicais e empresários do ramo. 3 http://d001wwv06/houaiss | acessado em 07/05/2012 às 08:43h. Dicionário Houaiss

Espeleologia: 1. substantivo feminino

1 Rubrica: geologia. estudo da formação e constituição de grutas e cavernas naturais; espeologia, espeluncologia 2 Rubrica: biologia. estudo dos organismos que vivem dentro das cavernas.

Turismo: 1. substantivo masculino

1 ação ou efeito de viajar, basicamente com fins de entretenimento e eventualmente com outras finalidades (p.ex., culturais) 1.1 prática ou exercício de excursionar, ger. em grupo, por entretenimento ou estudo; excursionismo 2 atividade de ciceronear e dirigir grupos de turistas, com sugestão e venda de itinerários de excursão e provisão de informações pertinentes e acomodações para os que viajam 3 Derivação: por metonímia. conjunto de serviços, públicos e privados, decorrentes da atividade turística, e voltados para sua promoção e organização Ex.: o t. representa a maior parte da receita nas cidades praianas

17

Encontra-se aí uma questão paradigmática, um embate ético-ideológico que toma o

mote da conservação ambiental como uma barreira conforme Lobo e Moretti (2008).

Diegues (2000) classifica os turistas com esse perfil como “os guardiões

desse mito moderno de natureza intocada”. Nos últimos séculos, percebeu-se a

expansão de um turismo elitizado, marcado pela artificialidade da natureza por meio

da construção de cassinos à beira-mar e estradas de ferro nas montanhas.

De acordo com Lobo e Moretti (2008), a maioria das áreas naturais

protegidas tem seguido o modelo, buscando a separação de espaços que possuam

em sua essência, características de natureza intocada e selvagem – o ideário de

wilderness. Historicamente, e ainda hoje, as áreas naturais protegidas – no Brasil

representado pelas UC’s, têm sido de acesso privilegiado de certos grupos restritos:

ambientalistas, cientistas, detentores de poderes intelectuais, políticos ou

financeiros.

Para algumas pessoas, conforme Brasil (1997) conhecer alguns lugares é

a realização de um sonho, além de satisfazer a necessidades de status social. Isso

também acontece com os parques, que desafiam seus visitantes a experimentar

sensações de pura adrenalina, existindo um verdadeiro mercado mundial disputando

a criação de equipamentos cada vez mais radicais. Toda essa busca por mais

aventura desenvolveu também a preocupação com a segurança desses

equipamentos, o que desencadeou um grande investimento da engenharia e

também o desenvolvimento de normas de segurança que são exigidas no mundo

inteiro.

2.2 Parques como meio de promoção do turismo em destinos no Mundo

Vários destinos no mundo têm seu turismo alimentado por parques

temáticos que promovem o destino mundialmente. Exemplos disso são: Walt Disney,

Sea World, Six Flag Magic Mountain, Fuji-Q High Land, Heide-Park, Bobbejaanland,

Dreamworld, PortAventura, Alton Towers, Mirabilandia4. Mas a procura não é

exclusiva por aventura, mas também por maior contato com as raízes, isso justifica o

surgimento de parques ecológicos (DIAS, 2008).

4 iG São Paulo | 25/09/2011 16:42 – acessado em 06/03/2012 – às 19:20h.

18

“O primeiro parque nacional oficial foi o Yellowstone Nacional Park, criado

em 1º de março de 1872; localizado nos Estados Unidos, possui uma área de 8.991

km². Trata-se, mundialmente, da primeira área de proteção natural” (COSTA, 2002,

p. 163). Em termos mundiais, conforme Yázigi (2002), o tema conservação da

natureza mostra um deslocamento dos conceitos preservacionistas que estiveram na

origem dos parques norte americano, como Yellowstone (1872) e Yosemite (1890),

que desencadearam uma série de outros parques em vários países (Tabela 1).

Tabela 1 – Data de abertura ao público e características dos primeiros parques nacionais mundiais.z Fonte: Revista Hospitalidade / 2011.

2.3 Investimentos em parques temáticos no Brasil

O Brasil possui normas e condutas ambientais das mais completas do

mundo. Todavia, a legislação ambiental acaba se tornando ineficaz, ao se deparar

com outras políticas, de caráter social e cultural, que, nos dias atuais, não são tão

elaboradas e desenvolvidas. Além da constante transgressão dessas leis por meios

ilícitos e corruptos, onde se notam muitas vezes os mal uso de UC’s alimentando a

exploração imobiliária ou construção de áreas artificiais sem planejamento

ambiental, causando danos muitas vezes irreversíveis conforme Brasil (2002).

De acordo com Brasil (1997) O processo de planejamento no Brasil,

frequentemente apontado como uma das fragilidades nacionais é o imperativo para

este setor emergente que é o turismo brasileiro. Mesmo considerando a prudência

metodológica algo inédito no Brasil, devemos observar alguns fatos relevantes

abrangidos pelo mesmo. Inicialmente, a economia como um todo, e sobre o setor de

serviços, em particular, onde se insere o turismo, no período avaliado pelo trabalho.

19

Por outro lado, no que se concerne às decisões de investimento em relação à

atividade de parques temáticos, há que se considerar que o seu recente e

astronômico desenvolvimento foi tanto impulsionado por uma política de

financiamento e de incentivos tributários estabelecida pelo Governo Federal, como

pela ausência de concorrência no mercado.

Esta indústria, apesar de jovem e ainda pouco numerosa no Brasil, tem demonstrado capacidade de crescimento acelerado nos últimos anos, de um lado por força de uma tendência mundial e, de outro, pelo fortalecimento da atividade, dada a estabilização econômica nacional (BRASIL, 1997, p. 6).

O perfil do ecoturista no Brasil, considerando-se como principal recorte da

pesquisa o atributo demanda, tem dois segmentos de Turista de Aventura e de

Ecoturista: o atual e o potencial (BRASIL, 2010). Os consumidores atuais são, então,

aqueles que já praticaram alguma atividade na natureza (aventura, Ecoturismo) e

pagaram por isso. Os potenciais são os que nunca praticaram atividades na

natureza, mas têm interesse em fazê-lo e pagariam para tal. Foram definidas as

cotas de 30% de atuais e 70% de potenciais5.

Observa-se ainda que a indústria de entretenimento de parques temáticos

ou de diversão tende a se concentrar em locais onde há um fluxo grande de

pessoas, ou seja, nos grandes centros urbanos ou em suas proximidades conforme

Brasil (1997).

Segundo Brasil (1997) no início da década de 90 existia a expectativa de

construção e investimento nos parques existentes no país em apenas 23

empreendimentos do Brasil, hoje existem mais de 100 parques englobando parques

aquáticos, temáticos, ecológicos e de diversão. Outro fator importante foi o aumento

de áreas de preservação ecológicas com objetivo de educação para preservação de

áreas ambientais e possibilitar a prática de esportes de aventura e estruturas de

lazer.

Em Brasil (1997), é ressaltado, que as potencialidades destes parques,

principalmente para turistas estrangeiros interessados em desfrutar da

biodiversidade ambiental do Brasil, é enorme. Acrescente valorização do ecoturismo

em todo mundo, a exemplo do crescimento do setor nos EUA e em países mais

pobres como o Quênia, aponta o potencial que este mercado pode significar no

5 http://www.abeta.com.br | acessado em 28/03/2012 – 19:42h.

20

Brasil, país de indiscutíveis riquezas naturais e internacionais, principalmente em

busca da Floresta Amazônica e do Pantanal Mato-grossense. Hoje existem cerca de

70 parques ecológicos em todo país Isso ocorreu pelas reformulações de uso de

PARNAs.

Tabela 2 - Unidades de preservação por década no Brasil e no mundo. Adaptada de Diegues (2004). Fonte: MENEGUEL, ETCHEBEHERE – 2011.

No Brasil, os (Parques Nacionais) PARNAs são considerados Unidades

de Conservação Integral, que visam à preservação da natureza, sendo admitido

apenas o uso indireto de seus recursos naturais, com exceção de alguns casos

específicos definidos em lei de acordo com Brasil (2002).

Parques Nacionais tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (BRASIL, 2002).

No Brasil, o investimento nessas estruturas teve um crescimento notável

nas ultimas décadas, como podemos ver na Tabela 3. De acordo com Brasil (1997),

o primeiro parque ecológico do Brasil, construído em Pernambuco na cidade de

Cabo, numa reserva particular do Hotel Cesar Park, foi inaugurado em 1998

oferecendo serviços como caminhada guiada por trilha, canoagem, arvorismo e

escalada. A implantação de um parque temático, assim como de um

empreendimento hoteleiro, envolve grandes somas de recursos em imobilizado,

especialmente nos itens construção civil, nos parques aquáticos e equipamentos

(brinquedos, nos de diversão).

21

Relação de Parques temáticos em funcionamento ou construídos no Brasil (1997)

Parque Tipo Local Acqua Mundi Aquático Recife (PE)

Beach Park Aquático Fortaleza (CE)

Beach Park Aquático Salvador (BA)

Beto Barrero II Temático São Paulo (SP)

Beto Barrero III Temático Goiânia (GO)

Brasil Mágico Temático Santa Catarina (RS)

Brasil Mágico Temático Santa Catarina (RS)

Ceasar Park* Ecológico Cabo (PE)

Del'verde Gardens Temático São Paulo (SP)

Great Adventure Temático Vinhedo (SP)

Paraíso das águas Aquático Maria Farinha (PE)

Paraíso das águas Aquático Sauípe (BA)

Parque NBGS Temático Xerêm (RJ)

Projeto Brasil 500 Temático Paulínia (SP)

Projeto Brasil 500 Aquático Paulínia (SP)

PT Planeta Azul Temático São Paulo (SP)

Veneza Water Park Aquático Paulista (PE)

Went'n Wild Aquático Brasília

Went'n Wild Aquático Ribeirão Preto (SP)

Went'n Wild Aquático Rio de Janeiro (RJ)

Went'n Wild Serra Azul Aquático Vinhedo (SP)

White Water Brasil Aquático Brasília

White Water Brasil Aquático Goiânia (GO)

White Water Brasil Aquático Rio de Janeiro (RJ)

Fonte: Revistas e jornais de ampla divulgação. * Este parque temático está sendo construído dentro do Hotel Caesar Park.

Tabela 3 – Relação de parques em funcionamento ou construção no Brasil em 1997. Fonte: Pesquisa do Ministério do Turismo.

A maioria dos empreendimentos em funcionamento no Brasil atualmente

usou recursos próprios para serem erguidos, embora se observe a tendência para o

fortalecimento da participação de terceiros e da atuação de cadeias e redes

internacionais de entretenimento nos que estão por inaugurar. Os recursos ativados

em cada um dos diferentes tipos de parques temáticos no Brasil, que depende

principalmente do tema de atração e diversão em cada um deles. Exemplos de

estruturas (indoor) são Beto Carrero World; Turma da Mônica, os aquáticos, como

Beach Park, Went’ n Wild, Playcenter, conforme Brasil (1997).

22

O Brasil possui, segundo Meneguel e Etchebehere (2011) atualmente, 64

PARNA’s, que estão localizados em todas as regiões do país, representando a

diversidade ecológica e biológica. Nessas estruturas são oferecidas atividades

(outdoor), como: trilhas; escaladas, canoagem, espeleoturismo e canionismo, em

Brasil (1997), a saber6:

Região Norte: Amazônia, Araguaia, Cabo Orange, Jaú, Montanhas do

Tumucumaque, Monte Roraima, Nascentes do rio Parnaíba, Novos acaás, Pico da Neblina, Serra da Cutia, Serra da Mocidade, Serra do Divisor, Serra do Prado, Anavilhanas, Jamanxim, Rio Novo, Mapinguari, Nascentes do Lago Jari e Viruá.

Região Nordeste: Catimbau, Chapada Diamantina, Descobrimento, Jericoacoara, Lençóis Maranhenses, Marinho de Abrolhos, Fernando de Noronha, Monte Pascoal, Pau-Brasil, Serra da Capivara, Serra das Confusões, Sete Cidades, Chapada das Mesas, Serra da Capivara, Serra da Itabaiana e Ubajara.

Região Centro-oeste: Brasília, Chapada dos Guimarães, Chapada dos dos Veadeiros, Emas, Pantanal Mato-grossense, Juruema e Serra da Bodoquena.

Região Sudeste: Caparaó, Cavernas do Peruaçu, Grande Sertão Veredas, Itatiaia, Pontões Capixabas, Restinga de Jurubatiba, Sempre-Vivas, Serra da Bocaina, Serra da Canastra, Serra do Cipó, Serra dos Orgãos e Tijuca.

Região Sul: Aparados da Serra, Iguaçu, Ilha Grande, Lagoa do Peixe, Saint-Hilaire/Lange, São Joaquim, Serra Geral, Serra do Itajaí, Araucárias, Campos Gerais e Superagui.

Até 1997 existia apenas um parque aquático no Estado do Ceará, o

Beach Park, que faz parte dos itens de atrativos do Estado, merecendo um destaque

nacional pela sua influência no turismo da Região (Brasil, 1997).

Ubajara é a única área de Preservação legalizada com atividades

(outdoor), existem outros locais no estado para atividades (outdoor) como escaladas,

trilha, rapel, parapente, kite surf, surf e mergulho que são executados em: Quixadá,

Quixeramobim, Parajuru – Beberibe, Jericoacoara - Jijoca, Baturité, Pacoti,

Guaramiranga, Redenção, Pacatuba, Guaíba, Viçosa do Ceará e Mulungu.

No Ceará os parques com perfil (indoor) são, Engenhoca – Aquiraz, Ypark

– Maranguape, Apoena – Pacatuba, Beach Park (parque aquático) - Aquiraz,

Itacaranha (parque aquático) – Aquiraz, Cascatinha (parque aquático) – Maranguape

e Iguape, Parque das trilhas – Guaramiranga. As características desses parques são

a promoção da educação ambiental, com estruturas que oferecem múltiplas

atividades de recreação e esportes de aventura. Como um perfil padrão de serviços

essas empresas oferece local para consumo de alimentos como: restaurantes,

6 http://www.brasil-turismo.com/parques.htm| acessado em 13/03/2012 – 19:42h.

23

lanchonete e bar. Além de serviços como: aero jump, cama elástica, passeio de

charrete, play ground, giro máster, acqua ball, flying, tif, bola d’água, trapézio, trilhas,

arvorismo, cavalgada, escalada artificial e em rocha, ciclismo, rapel, caiaque,

pedalinho7, entre outros que variam de acordo com o parque.

Foto 1 – Fotos de atividades e esportes de aventura oferecidos nos parques - 2012. Fonte: Sites de Parques Temáticos do Ceará.

Os centros urbanos concentram boa parte da indústria de entretenimento

no Brasil, uma tendência que se explica pela proximidade com o público consumidor

a que se destina, que são as populações destas localidades. Enquanto a totalidade

dos parques temáticos específicos e de diversão encontra-se situados nos grandes

centros, os parques aquáticos apresentam-se equitativamente distribuídos entre

praias, campo e cidade de acordo com Brasil (1997).

7 Sites de Parques Temáticos do Ceará.

Apoena - www.apoenaecopark.com.br | acessado em 08/04/2011 às 13:59h.

Beach park - www.beachpark.com.br | acessado em 20/10/2011 às 10:20h.

Cascatinha - www.cascatinha.tur.br | acessado em 02/03/2011 às 12:55h.

Engenhoca - www.parqueengenhoca.com.br | acessado em 20/10/2011 às 10:45h.

Ytacaranha - www.ytacaranha.com.br | acessado em 20/10/2011 às 10:53h.

www.alzenir.de | acessado em 22/10/2011 às 16:32h.

www.baturite.ce.gov.br | acessado em 18/10/2011 às 14:28h.

www.quixada.ce.gov.br | acessado em 20/08/2011 às 10:53h.

www.ubajara.ce.gov.br/ | acessado em 08/10/2011 às 14:05h.

24

A sazonalidade é uma das principais características diferenciadoras dos

serviços turísticos e um dos aspectos mais importantes a ser considerado quando se

analisa a oferta de serviços em função da demanda (DIAS, 2005). Há várias

estratégias a ser desenvolvida para evitar uma queda no consumo em período de

baixa temporada. Entre as principais, está o preço diferenciado e a exploração de

novos segmentos de demanda.

De um modo geral, os meses de alta estação para os parques temáticos

específicos, aquáticos, diversão ou ecológicos são os meses de janeiro, fevereiro e

julho. Os meses de média estação para este tipo de empreendimento são os de

dezembro, agosto, setembro, outubro e novembro. Já março, abril e maio e junho

são os de baixa estação. A distribuição do ano em estações comerciais apresenta

oscilações semelhantes entre todos os tipos de parques, segundo Brasil (1997).

Dias (2005) afirma que a estratégia de preço diferenciado busca atrair

pessoas em períodos de baixa temporada, interessadas em preços menores. Com o

aumento da expectativa de vida, a denominada terceira idade é um segmento que

pode ser influenciado por essa medida em função de sua maior disponibilidade de

tempo, não estando necessariamente condicionada as épocas de férias para viajar,

sendo uma estratégia de muitos empreendimentos para amenizar os efeitos da

sazonalidade.

É por meio do planejamento de marketing que são definidas as decisões

estratégias, táticas e o operacionais de marketing, selecionando os diversos

elementos do esforço de marketing a ser empreendido pelos recursos disponíveis da

organização. Através da análise de marketing definem-se e coletam-se os recursos

necessários para a realização das ações que levarão aos resultados esperados e

planejados. O direcionamento dado a esses recursos possibilita a execução de

diferentes tarefas que fazem parte dos indicadores de desempenho do esforço de

marketing, assim afirma Dias (2005).

Dias (2005) acrescenta que a exploração de novos segmentos de

demanda trata de atrair para períodos de baixa temporada um fluxo diferente

daquele predominante. A estratégia utilizada por parques temáticos normalmente

está voltada para a utilização do espaço para eventos ou atividades de educação

ambiental.

A distribuição refere-se à maneira pela qual os produtos chegam ao

cliente, nela encontramos todo o fluxo de produtos ao longo de sua cadeia produtiva.

25

Entretanto interessa ao marketing aquela parte de fluxo restrita a etapa final do

produto, ou seja sua disponibilização ao consumidor. No caso do consumidor turista

faz parte da distribuição à atuação das agencias de viagens e operadores de

turismo, bem como os meios para deslocamento do cliente. A distribuição é

responsável pelo acesso do cliente aos locais turísticos, mas também interfere no

acesso a informações e reservas antes mesmo da viagem em si, conforme Dias

(2005).

De acordo com Dias (2005), a comunicação de marketing refere-se à

maneira como a organização torna conhecido seus produtos e serviços,

especialmente aos consumidores de seu segmento. Inclui possibilitar o conhecimento

sobre os benefícios oferecidos, bem como desenvolver o posicionamento da marca e

do produto e a criação da imagem da organização e seus produtos. A comunicação

de marketing não é responsável somente pelo esclarecimento das características de

produtos e serviços. Por meio de técnicas comportamentais, torna-se possível

influenciar a característica de consumo de um cliente, muitas vezes despertando nele

desejos que o cliente não teria caso não expusesse a comunicação empreendida.

Para tanto, os profissionais de marketing utilizam-se de comparações e formadores

de opinião.

Assim como a comunicação pode garantir o sucesso do empreendimento,

ela tem a capacidade de destruí-lo, propagando experiências negativas que tenham

ocorrido. O grande objetivo da comunicação de marketing é tornar o consumidor um

fiel usuário dos produtos e serviços da organização ou um assíduo frequentador de

uma localidade turística conforme Dias (2005).

A publicidade é entendida como qualquer forma paga de apresentação

não-pessoal e promoção de ideias, bens ou serviços a um público por parte de um

patrocinador identificado (Associação de Marketing Americana8) com objetivo de

persuadir o consumidor. Em relação à mídia, Dias (2005) aponta que são

considerados como canais de publicidade jornais, televisão, rádios, revistas, Internet,

outdoors e folhetos.

A rede mundial de computadores torna-se cada vez mais uma importante ferramenta promocional de uma empresa turística, localidade, região ou

8 Associação de Marketing Americana (AMERICAN MARKETING ASSOCIANTION). Dicionário de

termos. Disponível em www.ama.com.us | acessado em 16/05/2012 às 15:25h.

26

país. Há uma tendência cada vez maior de os consumidores escolherem seus locais de destino após consulta à internet, visualizando os recursos naturais e culturais existentes, os locais de hospedagem, suas condições e uma gama de informações fornecidas por vários agentes que pode m convergir ou não. Nesse sentido, principalmente as localidades que têm no turismo sua principal atividade econômica, devem providenciar sites integrados que congreguemos interesses do setor público e do setor privado, objetivando uma promoção conjunta do lugar. Nesses sites, deverão conter sintetizadas as vantagens do deslocamento para região. Os diversos produtos turísticos integrados que acessar seu site específico para a página integrada, a qual será mantida, preferencialmente, pelo poder público local (ou em associação com setor privado). Os produtos específicos devem fornecer as informações que dizem respeito ao seu negócio principal. Assim, o hotel deve promover suas acomodações; o restaurante, sua culinária e seu ambiente; os parques temáticos, suas atrações, tal qual os museus etc. (DIAS, 2005, p. 229).

Todos os parques pesquisados utilizam jornais, televisão, revistas,

Internet, outdoors e folhetos. A internet é a principal forma de publicidade e

comunicação de marketing segundo Dias (2005).

Na internet, há vários endereços que auxiliam o viajante a planejar sua viagem, informam sobre os aeroportos, consulados, embaixadas, como aproveitar milhagem, como obter vistos, checar descontos em hotéis e pousadas. Há, ainda, inúmeras reportagens sobre destinos para mais variados tipos de público, sugestão de roteiros, aluguel de imóveis para temporada, guias, enfim, uma enorme diversidade de informações que auxiliará o turista na escolha de seu destino. A rede mundial tende a se tornar a principal mídia utilizada pelos que oferece, a facilidade de acesso e a possibilidade de checagem das informações sempre atualizadas em outros sites semelhantes.(DIAS, 2005, p. 229).

As vantagens apontadas por Dias (2005) são confirmadas no dia-a-dia e

visíveis por todos que utilizam essa forma de mídia, evidentemente a internet, hoje é

a forma mais utilizada por todos os tipos de empresas, pois é mais interativa e

permite maior aproximação com o cliente além de possuir um custo reduzido, apesar

de representar também um risco, pois um cliente insatisfeito possui a mesma

ferramenta para expor sua opinião sobre a qualidade do serviço recebido, isso tem

exigido das empresas maior investimento em capacitação dos funcionários para

oferecer um serviços cada vez mais diferenciado. E podemos considerar como

vantagens e desvantagens dessas ferramentas conforme Kotler, Haider e Rein

(1994) as características a seguir, que avaliam as melhores formas de mídia para se

utilizar em empreendimentos turísticos de parques temáticos:

27

Tabela 4 – Principais métodos de mídia utilizados pelos parques temáticos no mundo - 2012. Fonte: Adaptado de KOTLER, HAIDER e REIN, 1994, p.186.

Este capítulo abordou as causas históricas que causaram a mudança de

comportamento do turista, fazendo o buscar ambientes que proporcionassem

contato com a natureza, mas sem distanciá-lo dos grandes centros. Estruturas que

oferecem serviços, lazer e segurança conforme característica dos parques temáticos

e como o poder público e legal lida com a organização e controle desse mercado

que tem apresenta ótimos retornos econômicos para a atividade turística. Além de

abordar a estrutura de funcionamento desses empreendimentos, apontamos para

suas estratégias de marketing para divulgar os parques e seus serviços.

No capítulo seguinte, abordaremos o parque principal da pesquisa, o

Apoena – Terra da aventura, sua história, serviços, equipamentos e estruturas, além

de organograma, administração, métodos de marketing e vendas.

28

3 PARQUE APOENA, HISTÓRICO, ESTRUTURA E SERVIÇOS

De acordo com os gestores do parque, Apoena é categorizado como

parque temático de aventura, fica localizado na Rua Major Crisanto de Almeida nº

2170 - Centro, cidade de Pacatuba, à 27,8 Km de Fortaleza num percurso de 42

minutos9, no estado do Ceará. Surgiu a 5 (cinco) anos, em 02 de fevereiro de 2007 e

funciona de terça a domingo de 09:00 às 17:00h. É um terreno cedido da prefeitura,

á empresários que tem em contrato o objetivo de promover o desenvolvimento do

turismo na localidade como forma de fomentar a economia da cidade de Pacatuba. É

administrada através de sociedade por Elisabeth e Rômulo Sousa10.

Figura 1 – Simulação de trajetória / João Pessoa - Pacatuba - 2012. Fonte: GOOGLE maps - 2012.

Durante pesquisa, foi constatado pelo pesquisador que a cidade de

Pacatuba possui potencial turístico, porém com dificuldade de divulgação de seus

9 http://maps.Google.com.br | acessado em 23/05/2012 às 16:54h.

10 Informações obtidas por meios de entrevistas com os proprietários e funcionários do parque, durante período de coleta de dados. Entre agosto e dezembro de 2011.

29

serviços e produtos, essa união entre poder privado e poder público ajudou a

promover o turismo na cidade e qualificação dos jovens profissionais da área de

turismo e serviços, pois além de auxiliar no marketing turístico da cidade, os jovens

do ensino médio têm a oportunidade de ter sua primeira experiência profissional e

são treinados para aperfeiçoamento no atendimento de clientes e oferecimento do

serviço, além de receberem treinamento sobre técnicas de segurança com

equipamentos de atividades esportivas de aventura e primeiros socorros.

Existe uma preocupação constante do parque com a qualidade da

estrutura e segurança para seus clientes e profissionais. Sendo assim, a estrutura é

segura e dispõe de condições de trabalho favoráveis. Além de seguro o ambiente é

limpo e organizado, o que propicia um trabalho ágil e conciso. O que se faz ausente

é uma ampliação dessa preservação para todas as áreas do parque, um exemplo

disso é um córrego que corta o espaço que apresenta um péssimo estado de

conservação e higiene. E em áreas onde as trilhas não acontecem o terreno

apresenta muito acumulo de lixo, a justificativa que se recebeu, é a de que o lixo

seria arremessado por clientes do Parque das Andreas que funciona ao lado.

Durante a pesquisa foi identificado que a coleta de lixo é feita de forma

seletiva, dessa forma são separados os resíduos recicláveis dos orgânicos, a coleta

é feita pela prefeitura que dá o direcionamento ao lixo, dentro do parque a limpeza é

realizada por dois profissionais do grupo operacional de serviços gerais e garis

disponibilizados pela prefeitura, não existe uma definição de quantidade desses

profissionais sendo essa gestão de resíduos pública juntamente com a gestão

privada do parque.

Dentro da cidade de Pacatuba, o concorrente mais próximo seria o

Parque das Andreas, mas por atingir um público de poder aquisitivo mais baixo, não

pode ser considerado um concorrente em potencial. No Estado, a única que

empresa que oferece os mesmos serviços e apresenta potencial para concorrência é

o Ypark – Museu da Cachaça Ypióka, localizado em Maranguape, que possui

estratégia de marketing mais ofensivo, o que dificulta a conquista de espaço pelo

parque Apoena. Além de oferecer mais opções de lazer com preços compatíveis

com o mercado, limitando a visita ao museu a algo secundário. Fica claro dessa

forma que os investidores perceberam que o potencial do parque são as atividades e

não o museu, aspecto esse que precisa ainda ser percebido pelos administradores

do Apoena.

30

Por meio de observação, contata-se que a empresa pode atender a

diferentes nichos de mercado e dessa forma não possui nenhuma forma de

segmentação, mas o público que demonstra interesse pelo produto são jovens e

adultos com interesse por atividades radicais. Como toda instituição financeira tem

como objetivo principal, produzir lucros e percebendo que o diferencial do mercado

turístico é a área de eventos, o parque oferece o espaço para treinamentos

institucionais de integração de grupos, além de festas e eventos culturais. Mas, os

principais produtos e serviços oferecidos pelo parque são: Casa de pedra;

Fazendinha; Avião-cinema; Charrete; Trilhas com guia; Muro de escalada; Tirolesa;

Circuito de Arvorismo; Piscinas; Restaurante; Seguranças no parque; Estrutura para

treinamento de empresas e eventos.

Foto 2 – Panorâmica do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

Em visita de campo foi informado que parque possui uma extensão de 8

hectares, localizado na base da serra de Pacatuba com acesso pelo Centro da

cidade, próxima a Praça da Paixão, onde é apresentada, no período da páscoa uma

encenação sobre passagens da Bíblia sobre o sacrifício de Cristo, sendo este o

principal evento do calendário da cidade. O terreno apresenta vegetação mista, pois

podemos encontrar espécies de plantas nativas da caatinga, florestas tropicais e

litorâneas. O parque não possui bicas, dentro de sua extensão existe um córrego

que possui nascente na própria serra de Aratanha em Pacatuba. A área construída

representa apenas 20% da área do parque.

31

Foto 3 – Recepção do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA – 2011.

A recepção do parque é composta de duas recepcionistas que controlam

a entrada de clientes por gratuidade, meia ou ingresso normal. A gratuidade é

aplicada a crianças com até 1m de altura; meia para estudantes e ingresso normal

para todos os clientes que não atenderem as primeiras condições. O pagamento não

é efetuado na recepção, é entregue um cartão de consumo ao responsável da

família, e em caso de grupo para cada cliente que desejar o cartão, onde são

registrados todos os consumos e a conta é calculada na saída pela equipe do caixa

que se localiza na administração. O parque possui apenas 12 vagas para

estacionamento, que não comportam o acesso de todos os clientes ao parque,

também não existe estrutura que atenda a clientes com necessidades especiais,

como rampas ou atividades específicas para esse grupo.

Foto 4 – Administração do Parque Apoena (à direita da foto). Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

32

De acordo com os gestores do parque, a administração é composta pelo

escritório administrativo, enfermaria, fraldário, vestiários e caixas. No escritório,

trabalham os responsáveis pelo suporte administrativo em vendas, departamento de

pessoal, recursos humanos, sócio-administradores do parque, além de uma

supervisora administrativa que coordena o marketing do parque juntamente com

responsável por vendas. É também o ponto de controle do som que é distribuído por

todo o parque através de caixas de expansão sonora, com sequência de músicas

pré-definidas com ritmos que variam de MPB (Samba, Bossa), musica eletrônica e

forró.

Foto 5 – Restaurante do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA – 2011.

O restaurante possui uma decoração indígena, é bastante arejado, com

possibilidade para armar redes nas colunas de sustentação, Tem capacidade para

100 pessoas, possui banheiro feminino e masculino, uma lanchonete anexa, um

palco, com equipamento de som e data show, pois é também utilizado como

auditório em eventos de empresa. Oferece serviço A La Cart, além de ser utilizado

para recepcionar os grupos de visitantes. Localiza-se ao lado da cozinha e buffet

facilitando a comunicação com pontos do parque como; administração, piscinas e

playground em construção com previsão de funcionamento para agosto de 2012.

33

Foto 6 – Buffet do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

O espaço do buffet é utilizado para expor os alimentos, possui mesa fria e

suporte com richout para manter os alimentos em temperatura segura. Quando

utilizado para eventos não existe pesagem para alimentos, em caso de uso nos fins

de semana por visitantes, é operado serviço de self-service, onde o consumo é

medido por pesagem posterior ao autoatendimento do cliente.

Foto 7 – Piscina infantil do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

Por meio de observação, constatou-se que o parque possui duas

piscinas, uma infantil com um mini-parque aquático e outra para adultos com

decoração que simula uma cachoeira, que foi construída durante o período da

pesquisa. A área da piscina possui salva-vidas disponível durante todo o horário de

funcionamento do parque.

34

Foto 8 – Bar e Tendas do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

Em visita de campo, observou-se que o bar e as tendas localizam-se ao

lado das piscinas, a área das tendas é composta por oito mesas de seis lugares

cercado por árvores nativas e com solo gramado, no bar existe uma área coberta

com capacidade para 96 pessoas e local para armar redes ao lado das mesas, nas

colunas de sustentação do teto do bar. São servidos lanches disponíveis em

cardápio, e os valores de consumo também são acrescentados no cartão de

consumo recebido pelos clientes na recepção de entrada do parque. Área coberta

do bar também é utilizada como auditório durante eventos de acordo com o

interesse dos contratantes do serviço. Sendo assim o parque possui três locais para

auditório, porém o auditório principal estava em reconstrução durante a pesquisa,

não podendo ser contabilizado como serviço, pois não estava funcionando de forma

alguma.

Foto 9 – Fazendinha do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação - 2010

35

Observou-se em in loco que a fazendinha da vovó (fazendinha) é uma

estrutura para crianças com mini-animais (vacas, pôneis), além de cavalos, avestruz,

pavão, patos, gansos, galinhas, carneiros, cabras e bodes entre outros. Possui uma

casinha sertaneja para fotos dos visitantes.

Foto 10 – Passeio de charrete do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA - 2011

O passeio de charrete é acompanhado pelos tratadores que cuidam da

fazenda, custa R$ 2,00 por pessoa a cada volta, o valor não está incluso no

ingresso. A charrete tem capacidade para quatro pessoas, o passeio tem uma

duração de 20 minutos por uma rota diferente da trilha, montada e sinalizada

exclusivamente para o trajeto da charrete.

Foto 11 – Anfiteatro do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

O anfiteatro ou ruínas como é chamado pelos visitantes, é uma estrutura

que simula os teatros gregos conforme observado pelo pesquisador, é utilizado para

palestras a pequenos grupos além de apresentação de peças teatrais a grupos de

empresas que alugam o espaço do parque para eventos de treinamento ou

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integração de funcionários, ou até mesmo por escolas que utilizam o espaço para

aplicar atividades com alunos.

Foto 12 – Avião-cinema do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação - 2010

O avião-cinema é um avião de modelo utilizado para enviar

correspondências pelo Exercito Brasileiro e foi doado um ano após o inicio de

funcionamento do parque. Veio divido em partes e foi montado dentro do parque,

num processo que demorou 2 meses. É utilizado como cinema para apresentação

de filmes ou desenhos infantis, é equipado com ar-condicionado e sistema de áudio

e vídeo, existe a proposta de transformá-lo num museu para contar a história das

aeronaves no Brasil.

Foto 13 – Trilha do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

A trilha possui uma extensão de 500 metros e tem duração de 15 minutos

sendo caracterizada como caminhada ecológica, já que não possui complexidade

para ser considerada uma atividade esportiva. Durante seu percurso, existem

brinquedos para dinâmicas de grupo, feitos com madeira e cordas. Exemplo:

Chinelão (brinquedo feito com duas bases de madeira, com corda para os

participantes colocarem as mãos e couro preso na madeira para colocar os pés,

37

onde um grupo de quatro pessoas deve atingir um percurso sem derrubar nenhum

dos componentes). Os guias do parque, apesar de receberem treinamento não são

guias especializados em turismo de aventura ou turismo de aventura adaptado, e as

trilhas não possuem sinalização adequada, tão pouco acesso fácil para portadores

de deficiência. O que se mostra como fator negativo para parque que recebe um

público muito diversificado, entre eles, pessoas com necessidades especiais.

Foto 14 – Muro de escalada do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA - 2011

O parque possui dois muros de escalada, um de 6 metros e outro de 12

metros, que ainda não funciona integralmente, pois o muro de 12 metros é alocado

para o parque pela empresa COM.AVENTURA® que faz instalações, manutenção,

projetos de equipamentos de escalada e atividades radicais, sendo que esse muro

só funciona em dias de previsão de grande fluxo de clientes. As duas estruturas

contêm equipamentos de segurança e a presença de um monitor em cada muro.

Foto 15 – Circuito de arvorismo do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

38

Observou-se em loco que o circuito de arvorismo é composto por cinco etapas, e exige altura mínima para praticar o percurso, fica associada à tirolesa menor de 60 metros que é aconselhada antes da grande para adaptar os interessados.

Foto 16 – Casa de Pedra / Museu pré-histórico do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA - 2011

A casa de pedra é um mini-museu da pré-história em formato de casa da

“Família Flintstones” 11. Em visita de campo, observou-se que dentro existem

réplicas de pequenos animais e ferramentas pré-históricas, banners explicativos de

períodos de evolução do homem, além de esculturas de humanos dentro de

cavernas, evidenciando através de simulação, o comportamento de sua vivência em

Clã12.

11 Os Flintstones (The Flintstones) - Desenho animado inicialmente para adultos da década de 60, desenvolvido pelos irmãos Barbera, que simulava uma rotina moderna em plena Idade Paleozóica (Idade da Pedra). Disponível em www.wikipedia.com | acessado em 24/05/2012 às 08:54h. 12 http://d001wwv06/houaiss | acessado em 24/05/2012 às 08:54h. Dicionário Houaiss

Clã (Português) / Clan (Inglês) - substantivo masculino 1 Diacronismo: antigo. na Escócia, na Irlanda e na Gália, tribo formada por pessoas de origem comum 2 Rubrica: antropologia. conjunto de famílias que se presumem ou são descendentes de ancestrais comuns 3 Derivação: por extensão de sentido. agrupamento familiar comum 4 Uso: informal. a família casta 6 Derivação: sentido figurado. partido, facção, lado 7 Rubrica: matemática. família de subconjuntos de um conjunto tal que a união e a diferença de dois conjuntos da família são também conjuntos da família.

39

Foto 17 – Redário do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

O redário é um local de relaxamento, sob a sombra de árvores, tem

capacidade para 12 redes. As redes são locadas na administração por R$ 5,00 sem

limite de tempo para uso.

Foto 18 – Tirolesa do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura.

A Tirolesa “Assombrosa” é o principal atrativo do parque. Sendo

considerada a maior tirolesa do Estado do Ceará, medindo 330 metros. A primeira

descida vem inclusa dentro do valor do ingresso, demais descidas custam R$15,00.

40

Os equipamentos do parque são atraentes e atende a diversos

segmentos, tornando o parque um local para a família que busca lazer além de

descanso. O comportamento administrativo, ainda não desenvolveu o hábito de se

comunicar com o perfil de seus clientes, sendo que em pesquisa desenvolvida, os

projetos da empresa não condizem com as necessidades do cliente, foi o que se

percebeu em avaliação de anseios dos consumidores e características dos mesmos.

Um exemplo disso é a proposta da construção de mais museus dentro do parque

com objetivo de cobrar acesso aos clientes. É de conhecimento que museus não

fazem parte do interesse dos turistas brasileiros, dessa forma seria um investimento

com pouco ou nenhum retorno após iniciação do funcionamento. Ainda existe um

amadorismo nas avaliações de necessidade de estoque, então a maioria das

contratações, são feitas muito em razão de tempestiva necessidade, denotando

falha no planejamento de consumo e gastos também, pois nem sempre existe tempo

para avaliar qualidade e preço satisfatório.

O Relacionamento dos funcionários com os gestores é insatisfatório, pois

não existe credibilidade nas ações dos líderes para com os funcionários, gerando

insegurança e má prestação de alguns serviços, que são sentidos pelos próprios

clientes. Em pesquisa, foi apontado pelos clientes que a insatisfação com a gestão

dos sócios é perceptível, pois eles não concordam com os processos de implantação

dos serviços e postura dos sócios em relação à busca pelo lucro.

Apesar da postura capitalista, existe preocupação com a segurança dos

equipamentos utilizados pelos clientes para lazer, como muro de escalada e a

tirolesa, a implantação desses equipamentos e sua manutenção exigem constante

acompanhamento das inovações tecnológicas, existe também o serviço diferenciado

de internet wireless para os clientes. Em outras áreas do parque onde o uso da

tecnologia é usual dos profissionais, existe pouco investimento, um exemplo disso foi

à inexistência de equipamentos para facilitar a pesquisa com os clientes.

O quadro de funcionários é composto por 18 profissionais fixos incluindo

os sócios-proprietários como gestores, assistentes administrativos (contabilidade,

vendas, administração, recursos humanos e departamento de pessoal) e suporte

operacional (caixas, recepcionistas, guia, seguranças, cozinheiros, serviços gerais e

enfermaria), 50 do suporte rotativo composto por mão-de-obra emergencial, como os

estagiários são considerados temporários, são contabilizados como rotativos

41

também, dando assistência à estrutura do parque e oferecimentos de serviços nas

áreas de a&b, eventos.

Figura 2 – Organograma Simples do Parque APOENA. Fonte: Departamento Pessoal – APOENA / 2011.

O parque utiliza como frequente ferramenta de divulgação, promoção e

vendas o marketing digital, conforme Dias (2005) é um caso particular de esforço de

marketing por meio de ferramentas e meios digitais. Verificado que uma instituição

desenvolve canais de comunicação com seu mercado-alvo pelos meios eletrônicos,

em especial utilizando recursos da internet. No caso do Apoena, especificamente

sites de compra coletiva ou o próprio site, são utilizados para aumentar a exposição

dos serviços e preços do parque como forma de manter o fluxo.

Os eventos tem se tornado uma forma cada vez mais utilizada de promoção de uma localidade, região ou país. Um dos principais motivos é que os eventos atraem grande público a um custo muito baixo. Além do mais, o evento, em si, pode proporcionar uma experiência singular ao visitante, contribuindo para a formação de uma imagem positiva do local e fortalecendo seu posicionamento em relação a outros destinos. (DIAS, 2005, p. 230).

Também são oferecidos eventos para empresas, escolas ou grupo

particulares, que são desenvolvidos no parque. Normalmente são utilizados por

empresas com objetivo de promover treinamentos, feiras ou dinâmicas de integração

das equipes ou escolas com objetivo de aplicar atividades lúdicas de educação

ambiental. Durante a semana, de terça a sábado, o parque funciona exclusivamente

com esse serviço de eventos institucionais.

42

No turismo, os eventos são uma forma de diminuir os impactos da

sazonalidade no fluxo de clientes. E conforme os gestores, os eventos realmente

influenciam no retorno final de forma positiva.

O capítulo atual expôs o parque em sua história, acessibilidade, detalhes

de seus equipamentos, capacidade de carga, forma de comercialização,

operacionalização dos serviços. O capítulo seguinte detalha a pesquisa feita

diretamente com os clientes através de entrevista a uma amostra de 200 pessoas,

além de compor uma análise de SWOT sobre o parque, analisando fatores

impactantes internos e externos. Visando perceber o que pode ser controlado ou

não pela gestão do parque.

43

4 ANÁLISE DE DADOS

A pesquisa ocorreu in loco, a por meio e entrevistas e visitas ao parque

que ocorreram durante os domingos, período em que o parque é aberto ao público,

iniciando em 28 de agosto até 27 de novembro de 2011, de acordo com a legenda

do cronograma da pesquisa na tabela 5, foi chamado de PES. O período de

produção, conforme a legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5, foi chamado

de PROD, foram etapas de contatos com os equipamentos e informações sobre o

funcionamento gerencial do parque, além de analisar estatisticamente os dados das

entrevistas da primeira etapa. A terceira etapa foi composta pela pesquisa

bibliográfica, de acordo com a legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5, foi

chamado de PROJ, sendo considerada pelo pesquisador como a fase mais difícil,

pela reduzido números de pesquisas ou produções bibliográficas sobre o tema de

parques temáticos. A última etapa foi composta pela formatação do projeto e

apresentação da pesquisa de acordo com padrões acadêmicos, sendo definida

conforme legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5 como AVAL.

Tabela 5 – Cronograma da Pesquisa. Fonte: Dados do próprio pesquisador.

A metodologia de pesquisa utilizada é definida de acordo Lakatos e

Marconi (2004) foi estudos exploratório-descritivos combinados, que se caracteriza

pela análise de fatores quantitativos e/ou qualitativos.

Estudos exploratórios - descritivos combinados - são estudos exploratórios que têm por objetivo descrever completamente determinado fenômeno, como, por exemplo, o estudo de caso para o qual são realizadas análises

44

empíricas e teóricas. Podem ser encontradas tanto descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto à acumulação de informações detalhadas como as obtidas por intermédio da observação participante. Dá-se precedência ao caráter representativo sistemático e, em consequência, os procedimentos de amostragem são flexíveis. (LAKATOS E MARCONI, 2003, p. 188).

Todas as informações e números que constam nos gráficos foram obtidos

através de entrevista aos clientes por meio de formulário anexo ao apêndice deste

projeto. A pesquisa foi realizada com 200(duzentas) pessoas que responderam de

livre aceitação a questões como dados pessoais e avaliação sobre sua satisfação

com a estrutura e serviços oferecidos pelo parque Apoena.

A maioria dos entrevistados do parque são mulheres tanto quando se

trata de crianças ou adultos conforme resultado da pesquisa no gráfico.1 abaixo:

Gráfico 1 – Perfil dos entrevistados por sexo. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Como podemos ver nos gráficos.2 e 3, a pesquisa teve mais aceitação

por parte dos adultos, mas curiosamente uma porcentagem de entrevistadas não

aceitou informar a idade. O parque recebe a visita de pessoas das mais diversas

faixas etárias, mas obviamente é uma parque mais visitada por crianças devido a

propria estrutura dos equipamentos oferecidos, dessa forma devemos também

nesse projeto incluir ideias que atraiam o público infanto-juvenil e para adulto-jovem

que demonstra mais atração por atividades esportivas de aventura. Outro nicho de

demanda é a melhor idade que também se vê presente no parque, porém não existe

nenhuma atividade de recreação ou equipamentos específicos para esse grupo.

45

Gráfico 2 – Homens entrevistados por idade.

Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Gráfico 3 – Mulheres entrevistadas por idade. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Quanto a avaliação sobre a fonte de divulgação sobre o parque. Foram

interrogadas sobre as fontes de informação do parque, 39% obtiveram informação

de amigos e 45% tiveram informações sobre o parque na internet, sendo assim fica

provada o quanto a satisfação dos cliente resulta em retorno para o parque, investir

em mídia é importante, mas investir em qualidade é vital, pois grande parte dos que

buscam o parque pela primeira vez, receberam indicação de antigos clientes do

parque que fazem parte do seu próprio convívio.

46

Gráfico 4 – Fonte de informação sobre o parque. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Gráfico 5 – Equipamentos de menor preferência. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Em avaliação de preferência dos equipamentos, a menor preferencia é

pela piscina com 19%, pois é considerada pelos adultos uma péssima estrutura para

crianças, apontaram também a falta de acesso para a área do redário, sendo

necessário um trajeto longo para entrada da piscina, indicaram que a ausência da

piscina para adultos incomoda bastante os entrevistados.

Na sequência, o avião-cinema com 7% foi apontado negativamente pelas

pessoas, pelo mal funcionamento dos equipamentos internos de áudio e

programação oferecida que é considerada desinteressante. Foi proposta pelos

clientes a instalação de um simulador de vôo ou jogos eletrônicos que remetam ao

47

uso de aeronaves, com a mesma porcentagem de 6% foram indicados como

insatisfatórios a fazendinha e o circuito de arvorismo, pois a fazendinha foi

considerada suja e desorganizada e o circuito de arvorismo de nível fácil, não

estimulando o uso por alguns entrevistados jovens e adultos, além de limitar o uso

pelas crianças com menos de 1,50 que não podem utilizar o equipamento, que

nesse caso considerariam o nível do circuito satisfatório como fosse adaptado para

uma altura menor.

Dessa forma existe a necessidade de criar um circuito de arvorismo mais

dificil para adultos e adaptar o que já exista para crianças, além de planejar a

manutenção dos equipamentos do avião cinema numa periodicidade menor,

evitando que o serviço seja oferecido sem funcionamento.

Gráfico 6 – Equipamentos de maior preferência. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Dentro da avaliação dos equipamentos de maior preferência dos clientes,

obviamente que a Tirolesa assombrosa com 330 metros de comprimento,

apresentou sua força com 42% de preferência. O que sugere que equipamentos

mais radicais e desafiadores devem ser constantes nos investimentos dos parque,

deve-se sempre inovar e entrar na grande disputa mundial pelos mega brinquedos.

De acordo com pesquisas a maior tirolesa no mundo mede 3km e

localiza-se nos Estados unidos. No Brasil a maior tirolesa localiza-se em Bragança

Paulista no município de Pedra Bela fica a 1200 metros de altitude no agradável

48

clima montanhoso da Serra da Mantiqueira e mede 1900 metros13. Além do desafio

da tirolesa, o parque apresenta protencial e espaço para implantação do outros

brinquedos e estruturas esportivas que proporcionem maior atratividade do público

aventureiro, como por exemplo: Aero-Jump, big-balanço, trapézio, entre outros.

Quase 50% dos visitantes apontaram o rumo pra onde se deve seguir para

investimento na estrutura que dará retorno, não somente financeiro mas também, de

procura.

O marketing gratuito ou o “boca-a-boca” é apontado por quase 50% das

pessoas como forma de divulgação do parque, uma prova de que cliente satisfeito

traz mais clientes.

Inicialmente a política de preço foi apontada como negativa por clientes

do parque, pois é aparentemente alta em comparação aos parques com maior poder

publicitário e maior investimento em estrutura e opções de lazer.

Gráfico 7 – Avaliação dos preços do parque pelos clientes. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Em contra partida a esse pensamento, as pesquisas apontaram

satisfação nas pessoas quanto ao preço, principalmente em clientes que adquiriram

os ingressos em sites de compra coletiva, sendo essencial a atenção nessa

informação, apoia-se a ideia da criação de preços diferenciados de acordo com o

perfil de utilização, pois a maioria dos clientes com mais de 40 anos não utiliza os

equipamentos esportivos, seria justo qualificar um valor para entrar no parque e um

13 www.revistaduasrodas.com.br | acessado em 22/05/2012 às 12:47h.

49

valor para os equipamentos ou serviços extra, como passeio de charrete, trilha,

arvorismo, tirolesa, muros de escaladas. Dentro dessa proposta, as pessoas

poderiam escolher em que investiriam, em descanso ou diversão. Foi desenvolvido

uma proposta de tabela de preços de acordo com a ideia dos clientes

acrescenteando já novos serviços e equipamento indicados na pesquisa pelos

mesmo, conforme tabela 5:

Tabela 6 – Simulação de Preços do Parque APOENA. Fonte: Entrevistados durante o período de pesquisa (agosto a dezembro – 2011).

Houve aprovação total à segurança oferecida pelo parque. As pessoas se

sentem seguras dentro do parque e consideram os equipamentos seguros. Aprovam

a presença de segurança nas trilhas e regras como a de autorizar a entrada de

pessoas na trilha apenas acompanhadas de guia, apontam também que salva-vidas

próximo a piscina e atendimento da enfermaria e acompanhamento do profissional

junto aos clientes, também proporciona mais conforto. As pessoas se demonstram

bastante satisfeitas com o trabalho do profissional do ambulatório medindo pressão

e esclarecendo dúvidas de saúde dos visitantes.

A limpeza foi outro ponto elogiado, a preocupação de manter distribuida

por todo parque cestas de lixo personalizadas e que especificam o tipo de material

que acolhem remetem a um ambiente preocupado com a preservação da natureza.

50

Locais como a fazendinha foi considerada um ótimo modelo de local limpo

e higiênico, mas essa opinião ficou dividida pelo público pesquisado. Quanto a

alimentação, a higiene dos alimentos e de quem as serve foi unanime, e

considerada de ótima qualidade e muito saborosa.

Os administradores do parque foram indagados sobre a higiene de áreas

que não são acessadas pelos clientes, como uma parte da área das trilhas e do

córrego que corta o parque que deveriam receber uma atenção especial, informaram

que a presença de lixo nessas áreas não é causada por visitantes, mas pela

influência de outros equipamentos próximos a estrutura. Sendo assim, deve-se

buscar um acordo com o clube ou empresa visinha para diminuir a presença desses

detritos e permanecer continuamente vigilante na eliminação dos resíduos.

Gráfico 8 – Avaliação da limpeza do parque pelos clientes. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

Percebe-se também a necessidade de proporcionar mais informação aos

visitantes sobre posturas ecologicamente corretas como também educação

ambiental, assim o parque não perderá a característica de ambiente que proporciona

conhecimento sobre preservação e construirá vínculos com os visitantes a partir

dessa experiência.

51

Gráfico 9 – Avaliação sobre o atendimento aos clientes do parque. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

A qualidade do atendimento prestado, desde garçonetes à instrutores de

equipamentos e trilha foi aplaudido, constantemente elogiado durante as entrevistas.

Acredito que por se tratar de profissionais integrantes da população local, existe uma

preocupação por parte deles com a imagem da hospitalidade da cidade, o que se

pôde sentir também é um recíproco interesse no crescimento do parque. Tanto

economico quanto de público. O que não é apoiado pelo quadro de colaboradores é

a segregação social, apontada por eles como objetivo dos responsáveis pelo

parque, para atingir um público de determinado nível social e afastar outros padrões

financeiros. As experiências de outras empresas provam que aproximar outros perfis

de clientes independente do poder aquisitivo trazem bons resultados financeiros.

O que se deve incentivar é o aperfeiçoamento da excelência desse

atendimento. Em colaboradores treinados a qualidade do serviço é notória. Como já

foi observado antes, clientes satisfeitos principalmente com o atendimento, indicam e

também retornam ao parque.

Além dessa publicidade de amigos e família, a internet é um forte meio de

divulgação do parque. A publicidade por mídia cria espectativas também, mais até

que a indicação de amigos, pois esses são mais confiáveis aos clientes. A partir

dessa questão, foi inserido nas pesquisas a dúvida sobre a satisfação dessas

espectativas que os amigos e a mídia criaram, 82% se diz satisfeito ou muito

satisfeito, mesmo assim a parcela de insastifeitos é alta, chegando à 14% e nessas

52

insatisfações que o projeto será elaborado, com o objetivo de reduzir a porcentagem

que ficou a desejar nas espectativas sobre o parque e permitir a superação dessas

espectativas a futuros clientes com padrão mais exigente.

Gráfico 10 – Avaliação sobre as expectativas dos clientes. Fonte: Pesquisa direta, 2011.

4.1 Análise de SWOT dos equipamentos e serviços do Parque Apoena

A expressão SWOT é de origem americana e representa as iniciais das

palavras Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades)

e Threats (ameaças). Segundo Trigueiro (1999), a aplicação desse conceito

consiste em realizar a análise situacional do local e de seu meio ambiente, para

identificar os pontos fracos e fortes e oportunidades e ameaças da localidade, de

sorte a se ter um planejamento estratégico de marketing voltado para o

desenvolvimento turístico do local.

Trigueiro (1999) considera que os benefícios da aplicação da análise

Swot são as facilidades na identificação dos segmentos de mercado, na capacidade

de desenvolver o planejamento de marketing, numa eficiente alocação de recursos

financeiros e humanos e na satisfação de atender às necessidades e desejos dos

turistas. E dentro do turismo de parques temáticos, atender as necessidades dos

clientes é vital.

De acordo com Silva (2005), a análise ambiental é realizada na leitura de

textos atualizados, livros, jornais, revistas e principalmente, informações primárias

53

coletadas em pesquisas de campo ou documentais, além do Inventário dos recursos

turísticos e serviços que a estrutura pode oferecer como diferencial. Além disso, o

contato com profissionais e clientes enriquecerá a coleta de informações.

A análise é dividida em duas partes: o Ambiente Interno à organização

(pontos fortes e pontos fracos) e o Ambiente Externo à organização (oportunidades

e ameaças). Esta divisão é necessária porque a organização deve avaliar fatores de

influencia positiva e negativa, interna ou externamente, analisando o que pode ser

solucionado através de estratégias de estímulo do potencial da empresa ou

desenvolver soluções que diminuam os impactos de fatores externos na empresa.

O Ambiente Interno pode ser controlado pelos dirigentes da organização,

já que ele é o resultado de estratégias de atuação definidas por eles mesmos. Desta

forma, quando se percebe um ponto forte na análise, deve-se ressaltá-lo ainda mais;

quando percebido um ponto fraco, deve-se agir para amenizar seus efeitos sobre a

empresa conforme Dias (2005).

É considerado por Silva (2005), que os pontos fortes de uma empresa

turística são identificados em termos de recursos naturais e artificiais, que possam

se tornar atrativos turísticos. Além da disponibilidade de recursos humanos,

financeiros, tecnológicos e outros que possam ser utilizados para criar uma

vantagem competitiva sustentável; enquanto que os pontos fracos, seguindo a lógica

anterior, identificam-se os pontos em que uma destinação apresenta carência,

exemplo: ausência de mão de obra qualificada, insuficiência de recursos financeiros,

falta de consciência comunitária e outros.

Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização, ou

seja, fora do alcance da administração do núcleo turístico. Isso não significa que não

seja útil conhecê-lo. Apesar de não podermos controlá-lo, podemos monitorá-lo e

procurar aproveitar as oportunidades da maneira mais ágil e eficiente e evitar as

ameaças enquanto for possível. De acordo com Petrocchi (2002), o objetivo é

consolidar um painel de oportunidades de negócios e outro de ameaças que o

macro ambiente possui. As estratégias e os programas de trabalho vão explorar as

oportunidades e atenuar os efeitos das ameaças.

Foram detectados através dos dados coletados durante pesquisa por

meio de entrevista com clientes e funcionários, os pontos que podem ser

considerados fortes e fracos, que podem ser controlados pela administração interna.

Onde apresentamos estratégias que possam amenizar essas fraquezas.

54

Tabela 7 - Análise SWOT – Pontos Fortes e Fracos. Fonte: Entrevistados durante o período de pesquisa (agosto a dezembro – 2011).

Os pontos Fortes mencionados correspondem a serviços oferecidos

internamente e estratégias de gestão que foram apontados pelos clientes ou

profissionais como positivas e que de alguma forma influenciam na consolidação do

produto do parque. Um ponto a ser considerado é sobre o preço do ingresso, ele foi

considerado pela maioria acessível, a pesquisa aponta que quase 50% dos clientes

obtiveram informações pela internet e muitos dos ingressos são vendidos em sites

de venda coletiva, o que aumenta muito a demanda pois o preço fica

consideravelmente mais acessível.

Entretanto, dos pontos Fracos mencionados, pode-se destacar as poucas

atividades extras para os diversos grupos que visitam o parque e a indefinição de

marketing de comunicação ou público-alvo. O primeiro ponto é causado pela

ausência de atividades para a melhor idade e para crianças que por mais que não

tenham aparecido de forma visível na pesquisa é também um perfil de cliente

presente e obviamente influente. Uma forma de minimizar essa insatisfação seria

inserir atividades como passeios de bicicletas, aulas de arte, recreação para

crianças. E para a melhor idade atividades na piscina, aulas de arte, massagem,

55

jardinagem, yoga ou dança seriam excelentes alternativas de acordo com os

entrevistados.

Outro fator a ser considerado é a higiene do parque _ que conforme os

clientes entrevistados_ foi considerado satisfatório, mas durante pesquisa de

reconhecimento do parque, foi realizado trilha de exploração da extensão do terreno

por inteiro e alguns locais apresentavam acumulo de lixo, o que foi justificado como

sendo algo causado por clientes do Parque das Andreas que se localiza ao lado e

não oferece o mesmo objetivo de preservação ou atividades de lazer, mas funciona

como uma espécie de balneário natural e segundo a administração do Apoena os

clientes de utilizam este parque arremessam lixo para dentro das dependências do

parque Apoena.

Para a realização das considerações de Oportunidades e Ameaças foram

levados em conta dados levantados durante a pesquisa e percepções dos

profissionais do parque que elegeram fatores externos que influenciariam o parque

de forma positiva e negativa, além de realização de coleta de informações no

principal concorrente, sendo apontado como sendo Ypark localizado em

Maranguape. Sendo avaliados pelo pesquisador os pontos mais relevantes ou

impactantes no resultado do produto ou serviço final e apontados possíveis

soluções.

Tabela 8 - Análise SWOT – Oportunidades e Ameaças. Fonte: Entrevistados durante o período de pesquisa (agosto a dezembro – 2011).

56

Dentro das oportunidades, os entrevistados consideraram que com a

evolução da Sociedade Moderna, na chamada “Era do Conhecimento”, as pessoas

têm cada vez menos tempo para descansarem ou executarem atividades de lazer,

tendo em vista a enorme exigência de capacitação de múltiplas atividades no

cotidiano para atender as exigências do atual estilo de vida, dessa forma, considera

que a localização estratégica do parque, qualidade do acesso é mais uma facilidade

que atende aos anseios dos clientes atuais14. Nessa perspectiva, o lazer está se

tornando mais escasso na vida das pessoas que buscam nesses momentos uma

fuga da realidade, fato este que gera uma expectativa ainda maior no indivíduo para

os instantes de lazer, além do mais, pesquisas recentes apontam para um aumento

do poder aquisitivo dos brasileiros na última década, por consequência os padrões

de exigência com a qualidade é ainda maior, o que resulta é uma ameaça ao parque

que tem que buscar melhora constante de seus serviços e equipamentos15.

As ameaças consideradas para o parque apontam para o comportamento

dos concorrentes, de acordo com os clientes seria o Ypark, localizado em

Maranguape, mas pesquisas apontam também para um empreendimento mais

recente chamado Engenhoca, localizado em Aquiraz que possui um perfil de serviço

semelhante. O comportamento dos concorrentes, de acordo com os clientes, foi

considerado mais agressivo, massivo, tornando o nome de suas marcas mais

lembrado, possuem mais participação em mídias como TV, revista, e rádio, além da

internet conforme já apontado como principal ferramenta dos parques temáticos em

todo Brasil. Os mascotes dos parques concorrentes foram apontados também como

uma marca, que facilita a associação com o tema do parque. Sendo assim, existe a

necessidade de uma marca que defina a identidade do empreendimento.

14 www.mmdamoda.blogspot.com.br | acessado em 17/05/2012 – 13:30h.

15 www.estadao.com.br/noticias/economia | acessado em 17/05/2012 – 13:23h.

57

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com Brasil (1997), os parques temáticos apresentam uma

margem de lucro líquida de 27% ao ano, demonstrando eficiência tanto na geração

de receitas como na administração de custos. A taxa de retorno de investimento total

é de aproximadamente 9% ao ano. O período de retorno destes empreendimentos é

de 12 anos, em média. O giro do ativo total destes empreendimentos é de algo em

torno de 0,34 por ano.

Os empreendimentos de entretenimento disponíveis no Brasil atualmente

se beneficiaram bastante da estabilização da economia nos últimos anos, o aumento

da renda per capta, mudanças de comportamento da população brasileira em

relação ao lazer e maiores projetos de investimentos em estruturas turísticas,

fazendo com que suas perspectivas para os próximos anos sejam boas.

A pesquisa permitiu uma nova visão de melhorias que devem ser

implantadas dentro da postura da empresa para estreitar a comunicação com os

clientes e desenvolver projetos dentro das necessidades dos clientes, para assim

usufruir das boas condições do mercado. A Pesquisa no Parque Apoena foi pensado

inicialmente para fomentar produtos do parque que pareciam esquecidos, mas na

verdade o que se percebeu é que as verdadeiras necessidades dos clientes

estavam na criação de inovações que estimulassem o seu retorno de forma

contínua.

Através da aplicação de um formulário de pesquisa com o intuito de

avaliar, o perfil dos clientes, as potencialidades do parque de acordo com os

visitantes e avaliar os serviços oferecidos, foram entrevistadas 200 (duzentas)

pessoas, e o que se percebeu é que o caminho a se seguir para estimular o

crescimento do parque é investir em mais equipamentos de lazer e serviços

diferenciados. Quanto mais atividades foram oferecidas e quanto mais desafiadoras,

mais interesse desperta nos clientes.

Com as primeiras visitas foram elaboradas ideias e considerações iniciais,

apenas com essas primeiras percepções. Sendo assim, foram pontuadas ideias pelo

pesquisador como: criar um preço único para o parque e não cobrar valores

diferentes por brinquedos como foi apresentado como proposta inicial; definir a

identidade do parque, dar opções como, tema rural, tema indígena ou tema pré-

58

histórico; mudar o uso da casa de pedra para uma casa de barro (tema rural) de

oficina de brinquedos do campo: pião, corda, elástico, bambolê, ciranda, ou oca

(tema indígena): com aulas de arco e fecha, oficinas de artesanato indígena, no

caso de manutenção da casa de pedra: implantar sistema de som auto-explicativo

para os visitantes e revitalizar casa de pedra; criar mecanismos que propicie as

crianças um maior contato com os animais da fazendinha; transformação do Avião

em brinquedo em alguns horários, com implantação de simulador de vôo ou game

que tenha o mesmo objetivo; ampliação das trilhas, implantando ou localizando

obstáculos, oferecendo uma opção para clientes mais exigentes quanto a desafiar

seus limites; utilizar poço natural dentro do parque como poço dos desejos; criação

de duas trilhas com níveis diferentes (uma para crianças e outra para adultos) e

implantação de atividades de recreação diversas durante a trilha, além de

esclarecimento sobre a vegetação presente.

A maioria dessas ideias poderia ser planejada para implantação e

somando-se a elas, foram adicionadas mais propostas que impulsionariam e

agregariam valor aos serviços e equipamentos do parque como: Passeio de

bicicleta; Cavalgada; Maior tempo no passeio de charrete; Localização do muro de

escalada; Preço da tirolesa; Maior sequência de músicas; Ampliação da casa de

pedra (estrutura mais moderna e melhor manutenção); Manutenção dos

equipamentos de vídeo do avião-cinema; Auditório (reforma/reconstrução); Trilhas

maiores para adultos e maiores entretenimentos durante a trilha; Maior área para

redário; Padronização das pontes e placas; Focalizar num tema específico para o

parque: INDÍGENA, RURAL, SELVA ou PRÉ-HISTÓRICA. Pois a principal ameaça

do parque é a falta de uma identidade, conforme apontado por clientes, em

comparação com os principais concorrentes. É necessário mais investimento em

marketing, implantar mais atividades e equipamentos e consolidar uma imagem.

59

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60

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61

APÊNDICE

Site do parque: http://www.apoenaecopark.com.br.

62

Folder promocional do parque.

63

Formulário aplicado nas entrevistas aos clientes.