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FACULDADE DE CHAPADÃO DO SUL – FACHASUL

RCF REVISTA CIENTÍFICA DA FACHASUL

ISSN 1981-5727

v.3 – n.5 – Jan./Jun. 2010 Semestral

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EXPEDIENTE DIREÇÃO INSTITUCIONAL Profº. Wilton Paulino Junior Profª. Sandra Mendonça Paulino CONSELHO EDITORIAL Profª. Ma. Alessandra Cristina Conforte Profº. Adm. Me. Luiz Carlos Bianchi Filho Profº. Esp. José Abadio de Moura Profª. Ma. Simone Pereira da Silva Bibliotecário Esp. João Paulo Lisboa Campaneri REVISÃO Profª. Ma. Sandra Cristina Miotto Gouvêa Bibliotecário Esp. João Paulo Lisboa Campaneri PERIODICIDADE

Semestral TIRAGEM 300 exemplares RCF Os artigos, aqui publicados, são de responsabilidade dos autores. COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO Gráfica Chapadão do Sul. Trabalhos para publicação e correspondência deverão ser remetidas para: CONSELHO EDITORIAL DA RCF Endereço Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL Rua Vinte e Oito, 615 - Centro Cx.P. 009 CEP 79.560-000 – Chapadão do Sul-MS Fone: (67) 3562-2703 www.fachasul.com.br e-mail: [email protected]

Elaborada pelo Bibliotecário João Paulo Lisboa Campaneri - CRB1 2418

Revista Científica da Fachasul - RCF / Fachasul - Faculdade de Administração de Chapadão do Sul. - Vol. 03, n. 05 (jan./jun. 2010) -- Chapadão do Sul: Fachasul, 2010.

Semestral ISSN 1981-5727

1. Administração - Periódicos. 2. Ciências Contábeis - Periódicos. 3. Conhecimento Gerais. I. Faculdade de Administração de Chapadão do Sul. II. Título

CDD 21. ed. 657 CDD 21. ed. 658

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EDITORIAL

O Ensino Superior no Brasil foi construído em torno de três eixos fundamentais para

trabalhar a educação, sendo: ensino, pesquisa e extensão.

A existência de periódicos especializados produzidos nas mais diferentes áreas das

faculdades e universidades se torna um instrumento de extrema necessidade para o

desenvolvimento desses três eixos mencionados acima, onde se torna possível a extensão do

conhecimento produzido não só na parte interior da Instituição, mas também na parte exterior

através da prática de cada indivíduo envolvido para uma melhor execução de suas tarefas

profissionais realizadas no seu dia-a-dia.

A publicação deste quinto número da RCF, criada pelos coordenadorres dos cursos de

Ciências Contábeis e Administração, colaboradores e direção da IES, tem a finalidade de

divulgar a produção científica e cultural de professores, acadêmicos e colaboradores com o

intuito de levar informações à comunidade interessada.

A Revista Científica da FACHASUL - RCF vem inteiramente imbuída no espírito

tridimensional inerente às Instituições de Ensino Superior para o exercício de sua função

social, bem como, adequando-se a política orientadora das atividades da Faculdade de

Chapadão do Sul no esforço de capacitação crescente do quadro de docentes, discentes e

comunidade; no atendimento às demandas da sociedade chapadense e no desenvolvimento de

produção científica que se articule com todas as necessidades sociais.

Embasada em crescentes mudanças culturais, políticas, sociais e econômicas, essa

revista, projeto desde a criação da Instituição, busca corresponder às expectativas de

qualidade, de competências geradas em um contexto de profundas transformações, de

produção científica e de comprometimento com a região de pessoas envolvidas para um

aprimoramento em seu ensino superior.

Agradecemos as coordenações, direção, professores e colaboradores que participam

desta iniciativa. Francis Bacon disse: “A leitura faz o homem completo; a conversa torna-o

ágil, o escrever torna-o preciso”, que é o que pretendemos que nossos leitores façam.

Equipe Editorial.

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SUMÁRIO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS 5s NA EMPRESA G.A NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS – CHAPADÃO DO SUL/MS ROCKENBACH, Aline SILVA, Simone Pereira da

05

PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL: UM ESTUDO TEÓRICO WESCHENFELDER, Maycon CONFORTE, Alessandra Cristina

22

A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NO AMBIENTE DE TRABALHO SOUZA, Jesus Maurício Innocêncio de BIANCHI FILHO, Luiz Carlos CONFORTE, Alessandra Cristina

31

APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS - MRP, EM INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL DE CHAPADÃO DO SUL SOUZA, Fábio Pereira de SILVA, Cléo Adriano da

44

PREGÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADÃO DO CÉU – GO FLORES, Edevane Rosa ALMEIDA, Carlos José Reis de

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PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS 5s NA EMPRESA G.A NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS – CHAPADÃO DO SUL/MS

ROCKENBACH, Aline.1

SILVA, Simone Pereira da.2

RESUMO: Este trabalho tem por finalidade apresentar uma proposta de implantação dos 5s na empresa G.A Negócios Imobiliários, do segmento da construção civil e imobiliário, localizada no Município de Chapadão do Sul/MS. Demonstrando como realizar o diagnóstico da empresa e as etapas do processo de implantação dos 5s de qualidade, bem como os benefícios de sua utilização para atingir a qualidade. O 5s promove mudanças significativas no ambiente de trabalho, sendo importante ferramenta no processo de qualidade total da empresa. Palavras-Chave: Programa 5s. Implantação. Gestão pela Qualidade. Serviços. Qualidade Total. ABSTRACT: The present study it was carried through in company G.A Real estate Businesses of small transport, of the segment of the civil and real estate construction, located in the City of Chapadão of the Sul/MS. This work has for purpose to present a proposal of implantation of 5s in company G.A Real estate Businesses. Demonstrating as to carry through the diagnosis of the company and the stages of the process of implantation of 5s, as well as the benefits of its use to reach the quality. 5Ss promotes significant changes in the work environment, being important tool in the process of total quality of the company. Word-Keys: Program 5s. Implantation. Management for the Quality. Services. Total Quality.

1 Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 2 Mestre em Gestão Agroindustrial pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal – UNIDERP, professora e orientadora da bacharelanda.

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1 INTRODUÇÃO

As constantes mudanças no cenário competitivo, cada vez mais afetam as empresas, o que as obriga a estarem estruturadas e organizadas para não sofrerão de forma mais intensa. É esse um dos motivos que impulsionam as mesmas a buscarem novos modelos na gestão de qualidade.

Segundo Granda et al. (2006) “um programa de qualidade não pode abordar mudanças muito radicais, nem muito complicadas, precisa tornar-se um instrumento de fácil implantação e compreensão, se tornando um ponto de partida para despertar nas pessoas e organizações esse sentimento de necessidade por ajudar”.

As mudanças que a sociedade vem passando são muito rápidas tanto tecnológicas como comportamentais. São essas mudanças que colocam em risco a sobrevivência das empresas e os motivos são muitos como, por exemplo: novos produtos no mercado, exigências fiscais, inovações tecnológicas, a forte pressão do mercado concorrente.

Qualquer processo de melhoria está ligado à ajuda do recurso humano, pois o desempenho do programa depende do treinamento e comprometimento de toda organização.

A proposta de implantação do Programa 5s na empresa G.A Negócios Imobiliários, surgiu como forma de tornar a empresa mais competitiva, visto que ter um padrão de qualidade para a prestação de serviço é de fundamental importância para a sobrevivência da empresa.

Essa empresa está passando pelo processo de expansão e estruturação de seus negócios, para tal mudança torna-se necessário adotar o termo Qualidade Total, por meio, dos 5s na empresa.

2 METODOLOGIA

Com base em Vergara (2006) a pesquisa será apresentada quanto:

• Aos Fins: caracteriza-se como uma pesquisa descritiva e explicativa, pois expõe características de determinada população, no caso, demonstra a proposta de implantação dos 5s na empresa G.A Negócios Imobiliários – Chapadão do Sul/MS;

• Aos meios: pesquisa de campo ou empírica por meio de visitas inloco realizando uma observação direta participativa na empresa G. A Negócios Imobiliários; e através de análise documental; e também, pesquisa bibliográfica baseada em material publicado em livros e periódicos e; estudo de caso, pois, concentra-se, no caso em particular de uma empresa prestadora de serviços, e foi realizado uma entrevista junto aos sócios proprietários, realizada no dia 12 de Maio de 2010.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Conceitos de Serviços

Os serviços oferecidos diferem de um produto, pois se acontecer do cliente não ficar satisfeito, não tem como devolver simplesmente o dinheiro e estará tudo resolvido como no caso do produto, neste sentido torna-se importante ofertar uma prestação de serviço com qualidade.

Serviços são produtos [...] que são intangíveis, ou pelo menos são de forma substancial. Se totalmente intangíveis, são comercializados diretamente do produtor para o usuário, não podem ser transportados e são quase

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instantaneamente perecíveis. Os produtos de serviços são freqüentemente difíceis de serem identificados, uma vez que passam a existir ao mesmo em que comprados e consumidos. São compostos de elementos intangíveis inseparáveis geralmente envolvem a participação do cliente de alguma maneira importante, não podem ser vendidos no sentido de transferência de propriedade, e não tem direito de posse (BOONE; KURTZ, 1998, p. 34).

As empresas prestadoras de serviços devem oferecer um adequado serviço ao cliente, onde o desafio enfrentado é sobreviver em um mercado onde o diferencial está no processo da execução do serviço, criando assim, um padrão de qualidade a seus clientes.

Na área da produção serviços “referem-se a bens intangíveis, representados por ações desenvolvidas por terceiros em atendimento a solicitações específicas de atividades a executar”. (PALADINI, 1995, p. 57).

Os serviços não podem ser transferidos, além de não envolverem direito de posse, aspecto esse, que configura sua natureza intangível, permitindo satisfações que compensam o dinheiro gasto na realização dos desejos e necessidades dos clientes.

Kotler (1998), Gianesi e Correa (1996) definem algumas das principais características dos serviços, que são:

a) intangibilidade - os serviços, ao contrário dos produtos, não podem ser avaliados antes da compra, são vivenciados pelos consumidores;

b) inseparabilidade - a necessidade da participação do cliente ou de algum bem de sua propriedade;

c) perecibilidade - os serviços não podem ser estocados, sendo necessário manter o equilíbrio entre a demanda e a oferta;

d) variabilidade - nem sempre o serviço prestado obtém o mesmo resultado de um cliente para o outro, o que dificulta seu gerenciamento;

e) simultaneidade - os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente, impossibilitando a estocagem e requerendo flexibilidade, já que a produção acompanha a demanda.

Atualmente, tanto produtos como serviços se mostram bem mais complexos e sofisticados. A competitividade cresce a cada dia, o nível de exigência dos clientes se aprimora e a qualidade passa a ser o principal fator de diferenciação.

3.2 Qualidade

Segundo Pacheco (1995, p. 20) existe algumas definições de qualidade como a seguinte “É a capacidade do contínuo planejamento e desenvolvimento de ações para sempre satisfazer as necessidades dos clientes, independentemente de que estes sejam coisas ou pessoas”.

Para um produto ou serviço ser de qualidade, necessita transmitir segurança e confiabilidade, satisfazendo as necessidades de todos os clientes. A participação de todos os empregados inclusive da gerência é fundamental para um controle de qualidade, é um sistema em longo prazo, voltado à satisfação do cliente, redução dos custos, minimização das perdas, um processo de melhoria dos produtos ou serviços, um custo baixo, para aumentar as vendas.

Qualidade segundo Colenghi (2003, p.22) é “atender às reais necessidades dos seus clientes, de forma que estes fiquem entusiasmados e sejam fiéis aos seus produtos e serviços, divulgando-os de forma positiva e recomendando-os a outras pessoas”.

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As empresas se empenham na implantação do programa de qualidade, pois os resultados não só garantem a excelência dos serviços externos como a utilização dos recursos existentes, desta forma o atributo qualidade trabalhado pelas organizações tem uma definição completa do ponto de vista cliente/consumidor.

O equívoco está em considerar que a qualidade está restrita a um ou apenas alguns itens. Por isso, enfatiza-se o seguinte: para definir corretamente qualidade, o primeiro passo é considerar a qualidade como um conjunto de atributos ou elementos que compõem o produto ou serviço. (PALADINI, 1995, p. 45).

Dentro deste contexto, a definição da qualidade, envolve vários itens que são avaliados pelo consumidor como: características do produto, preço, tempo de entrega e até mesmo a marca.

3.2.1 Sistema de Qualidade Total e Controle de Qualidade

Algumas organizações buscam, continuamente, obter qualidade total, sabendo que todos os dias acontecem novidades, pois a globalização leva á clientes cada vez mais exigentes, buscando nas empresas produtos que os satisfazem, com máximo grau de qualidade possível.

A Gestão pela Qualidade Total (GQT) significa criar, intencionalmente, uma cultura organizacional em que todas as transações são perfeitamente entendidas e corretamente realizadas e onde os relacionamentos entre funcionários, fornecedores e clientes são bem-sucedidos (CROSBY apud DIONÏSIO, 2008, p. 35).

A busca da empresa pela qualidade total deve acontecer em todo processo de produção, da criação à pós-venda. Assim, a organização deverá desenvolver métodos e procedimentos em relação a seus colaboradores, para que os objetivos organizacionais sejam atingidos.

O sistema da Qualidade Total é: Estrutura operacional de trabalho aplicável a toda a empresa, documentada em procedimentos técnicos e gerenciais, para orientar ações coordenadas de pessoas e máquinas da empresa, a fim de assegurar a satisfação do consumidor quanto à qualidade e custo econômico desta (FEIGENBAUM, 1993, p. 299).

Para Feigenbaum (1993, p. 67) são os quatro conceitos básicos para o gerenciamento da qualidade total, que são:

a) Não existe um nível constante na qualidade, assim que um nível é alcançado o mercado passa a exigir índices mais elevados;

b) A cultura da qualidade na empresa não se restringe a palavras, mas há habilidades e atitudes positivas dos membros da organização;

c) Qualidade é essencial para o êxito de inovações, o desafio é integrar a velocidade de novos produtos no mercado ao desenvolvimento do mesmo de forma clara e objetiva;

d) Qualidade superior leva à otimização da mão-de-obra e materiais, resultando em produtividade elevada e custos inferiores.

As organizações buscam a satisfação das necessidades das pessoas por meio das habilidades e competências desenvolvidas pelos membros da organização, para

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atingir a qualidade, aumentando a produtividade e reduzindo custos.

O TQC no modelo japonês como um sistema gerencial que, com o envolvimento de todas as pessoas em todos os setores da empresa, visa satisfazer suas necessidades, através da prática do controle da qualidade. Tendo como premissa básica que o objetivo principal de uma empresa é a sua sobrevivência, o TQC vai buscar isto através da satisfação das pessoas. Assim, o primeiro passo é identificar todas as pessoas afetadas pela sua existência, e como atender suas necessidades (CAMPOS apud DIONÍSIO, 2008, p. 38).

Ernest e Young apud Fiats (1995, p. 62) explica que o TQC (Controle de Qualidade Total) consiste na criação de uma vantagem competitiva sustentável, através do constante aprimoramento do processo de identificação e atendimento das necessidades e expectativas dos clientes quanto aos produtos e serviços requeridos, e da utilização eficiente dos recursos existentes de modo a agregar o máximo de valor ao resultado final. E os objetivos da utilização deste método gerencial são:

• Garantir uma maior satisfação do cliente, fornecendo produtos e serviços que correspondam às suas expectativas, monitorando suas constantes mudanças ( “customer in”);

• Melhorar a qualidade do atendimento;

• Maior eficiência e produtividade, mantendo cada etapa do processo produtivo sob controle, detectando possíveis falhas e rastreando suas causas;

• Maior integração do pessoal, promovendo a comunicação entre os vários setores e diferentes níveis

hierárquicos (comunicação vertical e horizontal );

• Redução de custos, minimizando retrabalhos;

• Maior lucratividade e crescimento.

O TQC fornece aos consumidores produtos ou serviços com padrão de qualidade para atender suas necessidades e desejos, melhorando o atendimento, reduzindo custos, obtendo eficiência na produtividade, identificando falhas, utilizando de forma eficiente os recursos disponíveis e agregando valor aos produtos e serviços ofertados aos clientes.

3.2.2 Qualidade na Prestação de Serviços

As empresas devem identificar o perfil de seus clientes que cada vez mais tem consciência do custo/benefício de um serviço. Neste sentido, torna-se necessário que a organização que pretende sobreviver neste cenário de competitividade deve manter um padrão de qualidade de seus serviços, como forma de diferencial competitivo.

A qualidade do serviço se baseia em avaliações cognitivas de longo prazo, por parte dos clientes, sobre a entrega do serviço de uma empresa; ao passo que a satisfação do cliente é uma reação emocional de curto prazo ao desempenho específico de um serviço. (LOVELOCK; WRIGHT, 2003, p. 98).

Como a prestação de um serviço é feita por intermédio das pessoas, é através do atendimento que podemos mensurar a qualidade. Assim, se um cliente faz algum tipo de reclamação, é importante que o funcionário tente solucionar seu problema, mesmo que a reclamação seja relativa a outro setor, buscando, dessa forma, uma

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solução junto ao setor competente, caso contrário, o cliente pode ficar insatisfeito, inclusive com o atendimento, devido à falta de interesse do funcionário para com seu caso.

Para Lovelock e Wright (2003, p. 99) há cinco dimensões amplas pelas quais os clientes julgam a qualidade dos serviços:

1) Confiabilidade: a empresa é confiável no fornecimento do serviço conforme prometido?;

2) Tangíveis: como são as instalações físicas, equipamentos, pessoal?;

3) Sensibilidade: os funcionários são prestativos e capazes de fornecer pronto atendimento?;

4) Segurança: os funcionários são bem informados, educados, competentes e dignos de confiança?;

5) Empatia: a empresa fornece atenção cuidadosa, personalizada?

A confiabilidade tem se mostrado um dos fatores mais importante na avaliação da qualidade do serviço pelos clientes. Pode-se dizer que um serviço não confiável, torna-se um serviço deficiente. Se a serviço básico não é realizado de

maneira confiável, os clientes podem supor que a empresa seja incapaz também em outras áreas e, desta maneira, procurar outro estabelecimento.

As outras dimensões – tangíveis, sensibilidade, segurança e empatia – dão as empresas a oportunidade de encantar os clientes pela superação de suas expectativas durante as interações e o ambiente de serviço.

3.3 Programa 5S

O programa 5S foi criado com intuito de ajudar as organizações a mudar sua maneira de pensar, fazer as pessoas direcionarem seus pensamentos para aumentar a produtividade.

As organizações utilizam-se dos 5s para driblar a pressão competitiva que afetam as estruturas organizacionais, contribuindo para a conquista da qualidade total, tendo a vantagem de provocar mudanças comportamentais nas pessoas e em todos os níveis hierárquicos.

Um local mais limpo e organizado é o que pretende a implantação do programa 5S, onde todas as ferramentas de trabalho estejam em seu devido lugar, para facilitar o uso delas, diminuindo os acidentes e também os custos, garantindo o sucesso desse programa de qualidade.

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Figura 01 - Objetivo dos 5s.

F

onte: Francischini apud Granda (2006, p. 22).

O Programa 5S visa mudar essa maneira de pensar, fazer com que as pessoas direcionam melhor seu comportamento e os leva para a vida toda. Este programa não é somente um evento episódico de limpeza, mas uma maneira nova de mostrar as empresas seus ganhos em produtividade (COLENGHI, 2003, p. 03).

A busca maior qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação das organizações, e o Programa 5s também tem esse objetivo, que é dispor de ambientes mais limpos e organizados.

De acordo com Colenghi (2003), a medição dos níveis de qualidade serve para avaliar o resultado do trabalho em conjunto, onde precisa o auxilio de todos inclusive gerentes e proprietários. Para um produto ser de qualidade ele precisa atender de forma perfeita e confiável, ser acessível e passar segurança atendendo as necessidades do cliente.

3.3.1 Roteiro para Implantação dos 5S

Anvisa (2005, p. 16) relata que as etapas para implantação dos 5s são:

1ª etapa: Equipe de Implantação - Formada por três pessoas, no mínimo, de diferentes setores da instituição e uma pessoa da alta administração. A equipe tem que ter disponibilidade para conduzir o processo, orientar, esclarecer dúvidas e fazer visitas rotineiras de acompanhamento.

2ª etapa: Planejamento - Equipe de implantação pode elaborar um cronograma, um plano de orientação, determinar as ferramentas que serão utilizadas e dividir as atividades. As tarefas e as responsabilidades devem ser distribuídas e todos devem se comprometer com os prazos de cumprimento.

3ª etapa: Fotos e Registros - É importante registrar a situação atual da organização, em todas as áreas,

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especialmente onde forem percebidas necessidades de melhoria. Posteriormente, a equipe deve se reunir e discutir as falhas, as ações corretivas, dar sugestões de melhoria baseadas nas fotos. É importante a opinião de cada um, principalmente por que pertencem a áreas diferentes na empresa.

4ª etapa: Reunião - A equipe pode convidar o pessoal da instituição para uma reunião, compartilhar os dados e mostrar o compromisso e a disposição para implantar o método. Nesta reunião, a equipe pode iniciar o trabalho de conscientização do pessoal, da importância do programa 5S para a melhoria do trabalho. A equipe também pode explicar os objetivos do trabalho, mostrar as vantagens do programa e os benefícios.

5ª Etapa: Implantação - Após esta reunião de sensibilização do pessoal com a equipe responsável, o programa começa a ser efetivamente implantado. As responsabilidades são divididas de acordo com as áreas de trabalho, bem como os mapas de acompanhamento do trabalho. Em cada fase, o pessoal envolvido deve se reunir para definir as atividades, esclarecer as dúvidas, citar os exemplos. A interação da equipe com o pessoal envolvido também é importante, para que não fiquem dúvidas a respeito do programa e para que tudo corra bem na fase seguinte.

6ª Etapa: Acompanhamento - A equipe organizadora é responsável por verificar os pontos positivos, e os negativos, o pessoal deve estar sempre motivado. O ideal é que todos percebam os resultados, as mudanças. É essencial que todos sigam o programa, com o tempo cada integrante vai diagnosticar a importância dos conceitos e de sua aplicação, tornando a metodologia um hábito no trabalho. Dessa forma, o sistema vai se consolidando, junto com o Sistema da Qualidade. Os técnicos e funcionários novos, que forem se incorporando à empresa, também se habituarão a aplicar os conceitos, uma vez que entrarem num

sistema já implantado. A gerência, setor ou empresa deve também se responsabilizar por planejar reuniões periódicas com os membros da equipe para verificar como está sendo seguidas cada fase do programa e as melhorias que podem ser feitas. Isso garante a motivação em sempre manter o hábito da metodologia e a manutenção do programa sempre implantado. Os treinamentos dos membros da equipe, técnicos e funcionários, devem ser periódicos e o acompanhamento deve ser constante. Com os novos treinamentos, a equipe pode verificar os resultados, avaliações do pessoal, as melhoras e o que ainda pode ser feito. Também é uma oportunidade de reciclagem dos conhecimentos de cada um e harmonização da equipe.

Para o bom desenvolvimento do programa todas as etapas devem ser seguidas e compridas. A princípio se escolhe as pessoas dispostas a ajudar a exercer liderança na empresa para mobilizar as demais, que possam treinar toda equipe para trabalharem juntas.

Um representante é escolhido na empresa e este precisa ter um perfil de liderança e comprometimento, ter boas relações com os colaboradores e fluência verbal, acima de tudo acreditar no programa e promover a colaboração de todos.

Depois dessa implantação é preciso organizar a empresa em grupos de desenvolvimento, de sustentação. Esses grupos vão ser responsáveis por limpar os ambientes, corrigir os erros, e acompanhar o desenvolvimento, estimulando a equipe.

4 A EMPRESA

A empresa GA Negócios Imobiliários teve início de suas atividades em 10 de Fevereiro de 2010, é uma empresa privada, prestadora de serviços. Localizada na Avenida 04, no. 1345,

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centro do Município de Chapadão do Sul/MS. A GA Negócios Imobiliários possui 06 colaboradores e é representada por dois sócios proprietários. A estrutura organizacional da empresa está dividida em: um engenheiro civil, uma secretária, um vendedor externo, um administrativo e um comercial.

4.1 Proposta para Implantação do Programa 5S na G.A Negócios Imobiliários

4.1.1 Diagnóstico da Empresa

A empresa possui como meta oferecer prestação de serviços de alta qualidade, atendendo assim, as necessidades e as expectativas do cliente. Em relação à segurança e treinamento, a organização tem o intuito de fornecer condições adequadas para a execução das tarefas desenvolvidas na empresa e ainda, capacitar os funcionários que são poucos, o que é um fator que demonstra um investimento menor em treinamento.

A GA negócios imobiliários tem a visão de que um ambiente de trabalho adequado pode facilitar o processo de atendimento ao cliente, apesar de identificar isso, a empresa ainda não fez nenhuma mudança significativa.

Os funcionários da empresa não estão preocupados em separar o que é útil do que é inútil, os documentos e armários estão localizados de forma desordenada, pois os colaboradores levantam várias vezes para pegar um documento ou outros materiais necessários para o atendimento ao cliente, necessitando ter Layout e ordenação (arrumação) na empresa.

Para que a organização desenvolva suas tarefas e com a rotina das atividades, a empresa terá que planejar quando serão implantados os 5S.

Os funcionários da empresa não estão adaptados a cultura da empresa o que demonstra um fator que prejudica a execução dos 5s e isto é também responsabilidade da empresa. Isso ocorre porque a empresa é nova no mercado e ainda não criou sua visão, missão e valores; conseqüentemente a sua cultura não está clara.

Os colaboradores da empresa demonstram dificuldade com mudanças, pois a adaptação será um processo que todos deverão fazer parte, para que tenha eficácia e eficiência o programa 5S.

A empresa tenta manter o ambiente de trabalho limpo, mas não possui uma pessoa específica para ficar durante o horário de expediente para realizar a limpeza do ambiente, caso necessário, pois ela só está na empresa durante o período matutino, antes que os funcionários cheguem.

A conservação desse ambiente outra dificuldade identificada, no sentido de que a limpeza tem que ser algo rotineiro e habitual, para manter o ambiente limpo. Com isso pode prevenir acidentes de trabalho, ter um ambiente adequado para receber os clientes e o bem estar e a saúde dos colaboradores da empresa.

A autodisciplina é de fundamental importância para que o processo de implantação 5s aconteça, para tanto os funcionários devem estar motivados para que se envolvam no processo e que busquem a melhoria da empresa.

4.1.2 Roteiro para Implantação do Programa 5S na G.A Negócios Imobiliários

Os 5Ss podem ser implantados como um plano que auxilia a empresa a alcançar seus objetivos, através trabalho de equipe através da utilização desse método.

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Ribeiro (1997, p. 56), menciona que o programa dos cinco Sensos de origem japonesa criada na década de 60 dá origem às palavras: seiri, seiton, seiso, seiketsu, shitsuke. Que têm seus seguintes significados:

• SEIRI - Senso de Organização / Arrumação;

• SEITON - Senso de Utilização / Ordenação;

• SEISOU - Senso de Limpeza;

• SIKETSU - Senso de Saúde / Segurança;

• SHITSUKE - Senso de Autodisciplina.

Os 5Ss são interpretados como sensos, primeiramente para manter o nome original do programa, e ainda para refletir melhor a idéia de profunda mudança comportamental (OSADA, 1992).

Principais benefícios do 5S, segundo Ribeiro (1997):

Quadro 01 - Principais Benefícios do 5S.

Fonte: Ribeiro (1997).

4.1.2.1 Senso de Utilização

Este senso de utilização demonstra a importância de separar o que é necessário do que é desnecessário em um dado momento, para facilitar o processo de execução das tarefas na empresa.

1-S Senso de Utilização: Utilização, arrumação, organização, seleção, classificação. Neste senso se

identifica materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados necessários, descartando ou dando a devida destinação àquilo considerado desnecessário ao exercício das atividades (CAMPOS, 1999, p. 23).

Lapa (1998) considera algumas instruções para a implantação do Senso de utilização (organização);

• Consultar o tempo mínimo de guarda dos documentos legais da organização. Por exemplo, alguns

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documentos devem ser guardados durante cinco anos, após este tempo, estes podem ser direcionados ao arquivo morto ou destruídos (enviados para reciclagem);

• Promover uma faxina geral inicial, aproveitando a ocasião para listar os equipamentos e materiais que precisarão ser removidos e/ou consertados;

• Fazer uma amostragem prévia do grau de dificuldade envolvida na mobilização geral, praticando-a num local restrito;

• Selecionar e organizar, previamente, as áreas de destino provisório dos diversos materiais a serem movimentados;

• Acionar o setor de patrimônio para ajudar na logística da movimentação e destinação dos excessos identificados;

• Providenciar para que todos os interessados tenham conhecimento dos materiais com potencial de reutilização interna;

• Documentar e divulgar os resultados obtidos com a mobilização, expressando esses resultados da forma mais impactante possível.

Ao implantar esse senso percebe-se que isso trás uma mudança nas pessoas, ajudando os mesmos a desenvolver o companheirismo, e o sentimento de equipe.

Na prática da G.A negócios o 1° S elimina o desperdício, quando se organiza e arruma a empresa. Sendo aplicada de tal forma a priorizar os documentos e arquivos que são usados com mais freqüência, todo dia, deixando esses mais próximos ao local do trabalho, e os demais um pouco mais distantes. Desta forma o que é usado com menos freqüência, manter separadamente.

A empresa tem as vantagens de diminuir o espaço utilizado por materiais desnecessários, também evitando a compra de materiais que já existem. Para isso é preciso que todos saibam o que é realmente necessário, diferenciando o útil do inútil.

Assim a organização só tem a ganhar, aumentando sua produtividade e melhorando seu desempenho através do aumento dos níveis de qualidade e troca de informações, contando com ambientes mais sistematizados.

4.1.2.2 Senso de Ordenação

O senso de Ordenação faz com que a empresa organize seu ambiente de trabalho, para que se um funcionário faltar, o que estará substituindo ele encontre com facilidade os documentos necessários para prestação de serviço de um cliente.

2 S-Senso de Ordenação: Ordenação, sistematização, classificação. Este senso define locais apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados de modo a facilitar o seu uso e manuseio, facilitar a procura, localização e guarda de qualquer item, ou seja, “cada coisa no seu devido lugar” (CAMPOS, 1999, p. 23).

Algumas instruções para a implantação do Senso de Ordenação segundo Lapa (1998):

1) A nomenclatura deve ser padronizada;

2) Guardar os objetos de forma que “ entra primeiro, sai primeiro”;

3) Usar rótulos e cores vivas para identificar os objetos;

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4) Guardar os objetos diferentes em locais diferentes;

5) Expor visualmente todos os pontos críticos, tais como: locais perigosos, partes das máquinas que exigem atenção especial, etc;

6) Cuidar para que a comunicação visual seja fácil e rápida. Por exemplo: não escreva frases longas, comunique apenas uma idéia chave por painel, ilustre a idéia com um desenho, preferencialmente;

7) Melhorar o layout de forma a facilitar o fluxo das atividades das pessoas.

A implantação do 2° S na empresa G.A negócios define que tudo seja arrumado para que todos possam encontrar o que precisam com facilidade. Portanto é necessário seguir um padrão, rotular e identificar os objetos fazendo uma padronização dos mesmos.

Não colocar os móveis ou qualquer outro objeto no meio do caminho, identificando bem os locais de alta voltagem, extintores de incêndio, objetos que exijam atenção.

A vantagem deste Senso é diminuir o tempo gasto para encontrar os objetos necessários, facilitando o transporte interno de documentos, arquivos, pastas. Tudo com mais rapidez na mão, reduz o tempo da execução do trabalho.

Com o melhoramento do local dos móveis e equipamentos alem da melhoria do trabalho, facilita a limpeza do local.

Um local de trabalho organizado e limpo é o que propõe o programa, e os ganhos são de todos. A ordem naquilo que se faz é fator determinante para a ordenação de um bom desempenho do trabalho.

Todas essas mudanças e padronizações são partes importantes do processo de aplicação do programa de qualidade, e a disciplina de todos para o

comprimento das etapas garantiram o sucesso dessa implantação.

O tempo gasto para a realização do trabalho é um fator muito importante na sua execução, pois o tempo que se gastaria procurando os materiais e documentos poderão acelerar o tempo de entrega de projetos, prazos menos apertados e estressantes.

4.1.2.3 Senso de Limpeza

Este senso de Limpeza faz com que a empresa mantenha o ambiente de trabalho sempre limpo, eliminando causas que promovam sujeiras e conduzem os funcionários a aprender a não sujar.

3 S - Senso de Limpeza: como o próprio nome diz esse senso conceitua limpeza e zelo, tendo o intuito de eliminar a sujeira ou objetos estranhos, mantendo o ambiente de trabalho limpo, bem como os dados e informações atualizadas para garantir a correta tomada de decisões. O mais importante neste conceito não é o ato de limpar, mas o ato de “não sujar”. Isto significa que além de limpar é preciso a conscientização de todos para ajudar a não sujar (CAMPOS, 1999, p. 23).

Algumas instruções para a implementação do Senso de Limpeza segundo Lapa (1998):

1) Educar para não sujar;

2) Treinar todos os operadores para que sejam capazes de conhecer completamente o equipamento que usam, de dentro para fora, e cumprir cronograma para inspeções detalhadas durante a limpeza;

3) Elaborando, junto com os operadores, listas de verificação de todos os pontos do equipamento

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que mereçam atenção especial durante as inspeções periódicas;

4) Distribuindo, amplamente, recipientes de coleta de lixo.

Para se por em pratica do 3° S na empresa é preciso saber a importância de se estar em um ambiente limpo, se manter essa limpeza o máximo possível, pois a limpeza do ambiente traduz qualidade e segurança.

As vantagens que isso lhes traz são a maior produtividade das pessoas, evitando que o trabalho seja refeito, assim se evita perda de materiais e produtos.

A importância também de quem sujar fazer a limpeza, diminui as causas dessa sujeira, definindo os responsáveis em cada área, isso faz com que as ferramentas estejam sempre limpas, cada um que for usar fazer a higienização para trabalhar nas melhores condições possíveis.

E, sobretudo sempre colocar o lixo em seu devido lugar. Neste senso inclui-se um bom relacionamento com os colegas que resulta num ambiente de trabalho sempre agradável.

Se cada integrante da equipe se preocupar em manter limpo seu local de trabalho, dando um destino certo ao lixo, com certeza a empresa terá um ambiente onde todos queiram trabalhar, cada um fazendo sua parte sem sobrecarregar nenhuma das partes.

4.1.2.4 Senso de Saúde

A empresa deve manter um ambiente de trabalho que ofereça a seus colaboradores a saúde, higiene e segurança dos mesmos, mantendo assim os sensos anteriores.

4 S - Senso de Saúde: Asseio, higiene, saúde, integridade,

padronização. Esse senso de asseio significa criar condições favoráveis à saúde física e mental, garantir um ambiente livre de agentes poluentes, mantendo boas condições sanitárias, zelar pela higiene pessoal e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão (CAMPOS, 1999, p. 23).

Algumas instruções para a implementação do Senso da Saúde segundo Lapa (1998):

1) Ter os 3S’s implantados;

2) Mapeando e eliminando, sistematicamente, as situações inseguras;

3) Difundir material educativo sobre saúde em geral;

4) Manter excelentes condições de higiene nos banheiros, restaurantes, etc;

5) Promover, durante o período de trabalho, atividades rápidas para restauração do equilíbrio físico, mental e emocional;

6) Garantindo que todos os seus dependentes tenham uma alimentação balanceada;

7) Incentivando a prática de esportes;

8) Distribuindo as tarefas de forma racional, de modo que sejam efetuadas naturalmente, mesmo que em ritmo forte;

9) Estimulando um clima de confiança, amizade e solidariedade.

A aplicação deste 4º S na empresa pede que se mantenha sempre favorável à saúde e higiene das pessoas na organização. Onde todos cuidem tanto de sua aparência, higiene pessoal, como do ambiente em que trabalham, já que sabemos que se passa a maior parte de

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nossas vidas no trabalho, que esse seja satisfatório e gratificante a quem ô realiza.

Anvisa (2005, p. 38) menciona que o pessoal deve ter consciência da importância desta fase, tomando um conjunto de medidas:

• ter os três S's previamente implantados;

• Capacitar o pessoal para avaliem se os conceitos estão sendo aplicados realmente e corretamente;

• eliminar as condições inseguras de trabalho, evitando acidentes ou manuseios perigosos;

• humanizar o local de trabalho numa convivência harmônica;

• difundir material educativo sobre a saúde e higiene;

• respeitar os colegas como pessoas e como profissionais;

• colaborar, sempre que possível, com o trabalho do colega;

• cumprir horários;

• entregar documentos ou materiais requisitados no tempo hábil;

• não fumar em locais impróprios, etc.

As vantagens que podemos ter se dão também quando se diz respeito à imagem da empresa internamente e externamente, elevando os níveis de satisfação e motivação pessoal para cada um que trabalha na empresa. É importante nesta fase que o pessoal esteja motivado para cumprir o programa.

Nesta quarta etapa é hora da G.A Negócios conferir se o pessoal está capacitado para aplicar corretamente, eliminando qualquer insegurança.

Harmonizar o local de trabalho, com o respeito e ajuda mútua um aos

outros, cumprindo os horários e os prazos de entrega.

Sabemos que a imagem é aquilo que passamos aos outros, aos clientes e pessoas indiretamente ligadas à organização. E essa imagem também é de suma importância para quem ainda não utiliza e pode vir a usar os serviços da empresa, por tanto a motivação e satisfação da equipe passa muita coisa boa ao ambiente externo.

4.1.2.5 Senso de Autodisciplina

O senso de Autodisciplina conduz os funcionários da empresa a uma mudança de comportamento e hábitos que favorece ao cumprimento do programa 5s.

5S - Senso de Autodisciplina como o senso já diz, autodisciplina, educação, cortesia, compromisso é desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender especificações, sejam elas escritas ou informais. Este hábito é o resultado do exercício da força mental, moral e física cuidando para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão (CAMPOS, 1999, p. 23).

Algumas instruções para a implementação do Senso de Autodisciplina segundo Lapa (1998, p. 10-11):

1. Compartilhar visão e valores;

2. Dar recompensa material e moral;

3. Educar para a criatividade;

4. Ter padrões simples;

5. Melhorar as comunicações em geral;

6. Treinar com paciência e persistência;

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6.1. Demonstrar um bom exemplo da ação que se deseja;

6.2. Explicar a finalidade da ação;

6.3. Repetir a explicação muitas vezes;

6.4. Repetir a ação com o subordinado executando-a simultaneamente;

6.5. Observar o subordinado executando a ação sozinho;

6.6. Elogiar cada progresso ocorrido;

6.7. Se houver falha, repetir o ciclo desde o passo 6.1.

7. Atribuir responsabilidades e dar autoridade;

8. Criar um clima de confiança, amizade e solidariedade;

9. Lançar desafios compatíveis com as habilidades.

Os 5s foram criados para transformar as pessoas e organizações, melhorando o local de trabalho e criando um ambiente de qualidade, o que contribui para melhores condições de seus produtos e serviços, envolvendo as pessoas no dia a dia da organização.

De acordo com Campos (1999, p. 28), “o 5S promove o aculturamento das pessoas a um ambiente de economia, organização, limpeza, higiene e disciplina, fatores fundamentais à elevada produtividade”.

Após a implantação do programa de qualidade a organização precisa fazer seu acompanhamento, mostrando a evolução através de diagnósticos que possam mostrar a evolução dos problemas encontrados.

É necessária a união do grupo, onde todos queiram ajudar a melhorar, uma consolidação da equipe e sucesso para seguir a próxima etapa. Sabendo que o

sucesso do programa depende do trabalho em equipe e união do grupo.

A empresa através da alta direção deve garantir tanto a implantação, quanto à manutenção da melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade de sua organização, com a ajuda das competências de cada um de seus colaboradores, pois para que esse sistema tenha um bom funcionamento é indispensável o trabalho da equipe.

Quando a processo é implantado nas organizações e o resultado é positivo, o programa torna-se um hábito onde todos ganham com a qualidade total.

CONCLUSÃO

Os 5S tornam-se um programa necessário para a G.A Negócios Imobiliários, sendo trabalhado em todas as funções e departamentos na empresa. A Qualidade Total pode ter problemas no seu processo de implantação se não houver uma estrutura eficiente para a condução da implantação do mesmo.

O programa 5S torna-se um método simples e de fácil entendimento. Neste sentido, a primeira etapa deste processo é a conscientização dos colaboradores da empresa, ou seja, eles devem conhecer os 5S, todo o seu processo de implantação e os objetivos a serem atingidos com esse programa.

O próximo passo é realizar um diagnóstico dos departamentos e da empresa como um todo, sob a orientação do líder, demonstrando as mudanças que ocorrerão depois da implantação dos 5S no ambiente organizacional, tornando-o mais limpo e saudável. A empresa só atingirá os objetivos propostos se os seus funcionários estiverem comprometidos com o programa.

Uma grande dificuldade foi observada com relação aos desperdícios de recursos materiais (material de escritório)

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utilizados na empresa. No layout, as prateleiras e demais itens utilizados na organização estão desorganizados, ou seja, está de maneira inadequada para o trabalho, o que promove o desperdício de tempo.

Conclui-se que para G.A Negócios Imobiliários, terá que rever seus sistemas de gestão e de qualidade, buscando métodos e procedimentos para obter melhorias na organização, uma vez que foram identificadas inúmeras falhas.

Embora a empresa não esteja em busca da certificação da Qualidade Total, o programa 5S promoverá a organização da empresa, trazendo mudanças favoráveis para o crescimento e agregando valor a sua prestação de serviço, além de ofertar a seus funcionários uma qualidade de vida no trabalho. Esse programa não deve ser apenas implantado, mas também deve ser realizar a manutenção do mesmo, levando a empresa a prestar um serviço de qualidade.

Os 5S não resolverão todos os problemas da empresa, já visto que a mesma necessita de um planejamento estratégico, mas será uma ferramenta de auxílio na execução das atividades diárias da empresa, conduzindo-a com eficácia.

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PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL: UM ESTUDO TEÓRICO

WESCHENFELDER, Maycon3

CONFORTE, Alessandra Cristina4

RESUMO: O objetivo econômico e financeiro de um indivíduo se fundamenta nas mesmas teorias aplicadas à uma empresa. Ambos necessitam planejar, projetar, controlar seus recursos financeiros para conseguirem uma gestão financeira saudável. Este artigo tem como objetivo demonstrar o planejamento financeiro como uma ferramenta administrativa aplicada na vida das pessoas. Palavras-Chave: Planejamento. Gestão Financeira Pessoal. Administração. ABSTRACT: The objective of economic and financial effects of the individual is based on the same theories applied to a company. Both need to plan, design, control their financial resources to achieve sound financial management. This article aims to demonstrate financial planning as an administrative tool used in people's lives. Words Keys: Planning. Personal Financial Management. Administration.

3 Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 4 Mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, professora e orientadora do bacharelando.

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1 INTRODUÇÃO

O planejamento financeiro pessoal está se tornando cada vez mais importante para que as pessoas possam controlar suas despesas pessoais de acordo com sua receita, o processo de planejar, organizar e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos.

Qualquer indivíduo que trabalhe com vendas, recebe todo mês o seu salário já sabendo o que fazer com o mesmo, ou seja, um percentual para suas despesas com supermercado, vestimentas, prestações diversas e assim por diante, sendo que a sobra, quando sobra, aplica em algum tipo de investimento.

O planejamento financeiro pessoal torna-se fundamental para que as pessoas organizem seus recursos financeiros, pois sem, organização, projeção, planejamento e controle, a aplicabilidade dos recursos financeiros de cada pessoa, torna-se totalmente descontrolável, ocasionando em uma situação financeira deficitária.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido através de uma metodologia de pesquisa bibliográfica descritiva e explicativa. Bibliográfica, pois está fundamentado em livros, revistas, periódicos e sites relacionados ao assunto. Descritiva e explicativa, pois a mesma foca-se na explicação e descrição sobre como administrar os recursos financeiros pessoais e como estes podem ser feitos através de um planejamento financeiro pessoal.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Administração

A administração já pelo próprio nome pode-se verificar que se trata de controle, organização, planejamento, entre outras, algo que necessita de certos cuidados para que ocorra tudo certo, do jeito que se espera para fazer a transformação dos recursos disponíveis em retornos estabelecidos, alcançando resultados positivos.

Administração é a aplicação de técnicas com o intuito de estabelecer metas e operacionalizar o seu alcance pelos colaboradores participantes das organizações a fim de que se obtenham resultados que satisfaçam as necessidades de seus clientes assim como às suas próprias (CHIAVENATO, 1997, p. 97).

A administração é utilizada com o objetivo de se alcançar os objetivos estabelecidos por meio de metas e, organizar junto com seus colaboradores, a maneira mais fácil e prática de se alcançar o sucesso da organização com resultados satisfatórios, tanto para a própria organização, como também, para seus clientes.

Administraçào é uma ciência que estuda as organizações com a finalidade de compreender e de explicar seus funcionamentos, aplicando teorias, métodos e modelos fundamentados nos princípios da universalidade, especificidade, unidade e hierarquia, tornando-as capazes de inter-relacionamento, ações e influências no macroambiente, para consecução de seus objetivos corporativos.Administração continua sendo uma arte, não uma ciência, ainda que suas inspirações sejam

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exatamente o inverso (DUARTE, 2002, p. 05).

A administração utilizando de suas ferramentas como recursos financeiros, humanos e tecnológicos consegue alcançar seus objetivos, o administrador combinando a forma de utilizar das ferramentas com controle correto, tomando as decisões de acordo com as necessidades os resultados serão alcançados, sendo que nenhuma organização dispõe de todos dos recursos, sendo que devem utilizar os que têm da melhor maneira possível.

3.2 Administração Financeira

O objetivo principal de qualquer empresa é a sua maximização de seus lucros, através da geração contínua de lucro de caixa. Isso também não foge a regra para qualquer indivíduo, pois, o mesmo sempre quer maximizar o seu capital, sua riqueza, seu patrimônio.

Por administração financeira entende-se:

Projeto das necessidades de caixa, estabelecimento de diretrizes para controle de custos, estabelecimento das vendas futuras e das metas de lucro, decisão sobre a melhor destinação aos recursos escassos e criação de estratégias alternativas para o caso de os planos existentes falharem (GROPELLI; NIKBAKHT, 2010, p. 03).

O objetivo econômico e financeiro de uma pessoa não difere em sua essência do objetivo econômico de qualquer empresa.

Com suas devidas proporções, a administração financeira pessoal torna-se bem parecida com a administração financeira de uma empresa. A empresa possui impostos para pagar, realiza vendas

para gerar rendas, realiza investimentos, etc. O indivíduo também se alimenta, veste-se, paga impostos, faz investimentos, gera renda através de seu trabalho no mercado. Portanto, também necessita de fazer sua administração financeira pessoal para que se mantenha em uma sociedade, em uma economia.

Gitman (2002, p. 04) relata que a administração financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de fundos.

A administração deve ser feita com responsabilidade. Na empresa os recursos devem ser controlados conforme as necessidades da organização, da mesma forma deve ser o controle pessoal, não importando o valor que o individuo recebe pela sua função, qualquer valor deve ser controlado, pois existem contas a serem pagas, necessidades que não se pode deixar de lado, o individuo controlando suas receitas têm a facilidade de alcançar seus planos e objetivos, com o controle ele sabe quanto pode gastar seja por semana, por mês, por ano, e em uma organização esse controle também é fundamental para novos investimentos como por exemplo, ampliação do negócio, antes de começar é preciso fazer um estudo das necessidades e se haverá recursos suficientes para isso, e com o controle financeiro se pode ter a resposta mais rápida e correta.

Para que um indivíduo venha a conseguir a realização de seus objetivos, estes têm que ser bem administrados, bem controlados. Portanto, existe a necessidade de se tornar um gestor financeiro da atividade econômica pessoal.

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3.3 Planejamento Financeiro

Ao planejar, uma empresa busca determinar as tarefas que irá fazer para que seus objetivos sejam cumpridos. A vida financeira de qualquer pessoa, também não foge a essa regra.

O planejamento se faz necessário para a obtenção de recursos necessários para que a vida, a gestão pessoal financeira, atinja seus objetivos primordiais de sobrevivência. Planejar torna-se uma projeção financeira, um plano financeiro visando que a gestão pessoal financeira encontre seu equilíbrio e, com isso, os indivíduos consigam manter-se sobreviventes em uma economia totalmente capitalista.

Planejamento financeiro é:

é uma parte importante do trabalho do administrador. Definindo os planos financeiros e orçamentos ele estará fornecendo roteiros para atingir objetivos da empresa. Além disso, esses instrumentos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismos de controle, estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais (GITMAN, 1997 apud TELÓ, 2001, p. 21).

O planejamento financeiro determina a maneira em que uma empresa, um indivíduo irá alcançar seus objetivos, utilizando um plano de ação projetado para o futuro, visando a antecipação de situações não muito desejadas na vida financeira pessoal antes mesmo que essas venham a acontecer.

Em se tratando do objetivo do planejamento financeiro, Leitner (1999) apud Teló (2001) ressaltam que as empresas sempre dependeram das análises financeiras; hoje elas esperam que os administradores também assumam o papel de estrategistas corporativos, com a

preocupação de garantir que as decisões empresariais estratégicas sejam otimizadas.

Esta afirmação também tem que ser aplicada no planejamento financeiro pessoal quando das decisões voltadas à demanda de consumo, pois o objetivo primordial do planejar financeiramente, é com o intuito de tomar decisões que venham a proporcionar resultados positivos na vida de qualquer individuo, visando o aumento e gestão financeira saudável do mesmo.

O planejamento financeiro é fundamental para a sobrevivência de uma organização, tanto que se uma organização não tiver um controle financeiro rígido e de confiança não terá os resultados que espera atingir através de suas metas e objetivos, é uma ferramenta indispensável para que se possam tomar decisões, controlarem os recursos de maneira correta e aplicá-los onde há necessidade para o melhor desempenho, pois com o controle financeiro pode-se controlar melhor o caixa, onde pode detectar se um determinado investimento é viável ou não.

Tanto em uma organização como na vida pessoal, é necessário fazer um controle financeiro para se tomar decisões, a tomada de decisão pode mudar muita coisa tanto em uma organização como na vida pessoal, pois uma decisão incorreta pode acarretar sérios danos financeiros quando é feita sem uma análise situacional, quando um individuo pretende comprar algo com um veículo por exemplo, no caso de financiamento o mesmo deve fazer as contas de quanto ganha, quanto seu gasto irá aumentar com esse veiculo entre outras, para ver o valor que poderá pagar por mês sem afetar as suas outras necessidades.

3.3.1 Controle Financeiro

O controle financeiro orçamentário está estritamente ligado ao planejamento financeiro. Torna-se inviável planejar,

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projetar as estratégias financeiras, se as mesmas não forem controladas.

Zdanowicz (1998) apud Gazzoni (2003, p. 15) assevera que:

O controle orçamentário é a técnica, que procurará acompanhar, avaliar e analisar o planejamento financeiro em suas várias etapas, verificando as defasagens entre os valores orçados e realizados, para sugerir as medidas saneadoras que deverão ser implementadas na próxima proposta orçamentária da empresa.

O controle financeiro influencia também na vida profissional, quando se tem um bom controle financeiro pessoal a sensação de bem estar, de dever cumprido, faz com que o individuo se sinta melhor, e isso torna sua vida mais agradável, fazendo com que seus afazeres em seu local de trabalho tenham um rendimento maior.

O controle financeiro correto e adequado ajuda o individuo a alcançar seus objetivos e faz com que seus planos futuros pareçam mais próximos e mais fácies de serem alcançados, quando se controla o que ganha sabe-se quanto se pode gastar e ajuda a ter uma idéia de quanto tempo irá levar para adquirir algo desejado.

3.4 Gestão Financeira

Para Duarte (2002) gestão é a forma de administrar, a maneira de gerenciar, servindo para realizar o interagir de todo o conjunto, sendo uma das funções básicas em que se divide a administração.

Uma boa gestão financeira tanto empresarial como também pessoal, se faz necessário um absoluto controle dos fatos que aconteceram, acontecem e acontecerão, ou melhor, registros da movimentação financeira do passado, presente e futuro. Fundamentando-se nisto, exige-se a necessidade de planejar para o

futuro, controlar o presente e monitorar o passado financeiro.

3.4.1 Ferramentas para Gestão Financeira

Orçamento torna-se uma das ferramentas da gestão financeira nas empresas e também na vida pessoal que explicita as intenções da empresa em termos financeiros e nao deixa de atuar também na vida pessoal de qualquer indivíduo.

O orçamento representa a expressão quantitativa, em unidades físicas, medidas de tempo, valores monetários etc., dos planos elaborados para o período subsequente, em geral dozes meses, onde o mesmo é contemplado por duas funções básicas: o planejamento e o conttrole (SANVINCENTE, 1987).

Horngren (2000, p. 125) define orçamento como “expressão quantitativa de um plano de ação futuro da organização para um determinado período”.

Sanvincente (1987) ressalta que o orçamento pode ser global, no sentindo de abranger todas as suas unidades e atividades em um período, como também o orçamento pode ser parcial, ou seja, as previsões e programas podem ser elaboradas apenas para certos aspectos da necessidade da empresa, sendo aplicado também no cotidiano das pessoas.

Entende-se que o orçamento é uma ferramenta de extrema importância para o controle financeiro, seja este aplicado nas empresas, como também, aplicado na vida das pessoas, pois, auxilia nas projeções, previsões para uma tomada de decisão precisa. Outra ferramenta importante para um planejamento financeiro é o fluxo de caixa.

Fluxo de caixa torna-se umas das principais ferramentas para se obter um bom controle financeiro. Com ele pode-se

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controlar as entradas e saídas de valores, para que se possam fazer projeções futuras e controlar o que já foi feito durante o período que se passou.

O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes de planejamento e controle financeiro, constituindo-se, em conseqüência, em elemento básico e indispensável para o administrador, sendo de grande importância para avaliar a posição financeira da empresa a longo prazo (ZDANOWICZ, 2000, p. 125).

O administrador utilizando do fluxo de caixa pode tomar decisões com maior facilidade, pois o fluxo de caixa é indispensável para que o administrador possa avaliar a situação atual da organização. Isto também aplicado a gestão financeira pessoal.

3.5 Planejamento Financeiro Pessoal

O planejamento financeiro pessoal é uma área bastante nova que começa a surgir no círculo acadêmico, mais que vem despontando a necessidade de diversas pesquisas.

A gestão financeira ou planejamento financeiro pessoal consiste em estabelecer e seguir uma estratégia para a manutenção ou acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família. Essa estratégia pode estar voltada para o curto, médio ou longo prazo e visa a garantir tranqüilidade econômico-financeira do indivíduo (CAMARGO; CHEROBIM, 2008).

Portanto, o planejamento financeiro pessoal pode ser tratado como um processo, através de um desenvolvimento contínuo de implantação e monitoração através de um plano de ação. Um processo que pode ser formal ou não, visando

investimentos em ativos de acordo com a propensão individual, ou melhor, de acordo com a renda individual em relação ao risco e consumo dos ativos ganhos durante o tempo de vida.

Dentro da proposta do planejamento financeiro pessoal, apresentada por Foulks e Graci (1989) apud Camargo e Cherobim (2008), estão vinculados diversos componentes da rede financeira de um indivíduo, entre os quais constam: plano de poupança, investimentos e impostos, planejamento para aposentadoria e espólio de bens e planejamento da necessidade de seguro. Em adição a essa proposta, Alfest (2004) apud Camargo e Cherobim (2008), sugere a inclusão dos seguintes itens no estudo das finanças pessoais: planejamento de fluxo de caixa e administração do risco.

A ferramenta fluxo de caixa foca-se na renda de cada indivíduo, ou seja, as entradas e também aos seus gastos, isto é, as saídas feitas em função do consumo. Os indivíduos possuem dificuldades para fazer a gestão de suas finanças pessoais devido às grandes diferenças existentes entre suas receitas e despesas, tendendo a poupar pouco.

De acordo com Merton (1990) apud Camargo e Cherobim (2008), o comportamento financeiro ótimo dos indivíduos é determinado por preferências específicas e individuais, que ordenam alternativas de consumo e poupança ao longo de sua vida. O indivíduo escolhe quanto de sua renda será destinada ao consumo corrente e quanto será poupado para consumo futuro e herança. Essas decisões são tomadas com intuito de maximizar a utilidade de consumo durante a vida do indivíduo.

Entende-se que o planejamento financeiro pessoal desenvolve-se de forma contínua através de um plano de contas que ajuda a visualizar as obrigações financeiras e a posição financeira do indivíduo; através de uma estimativa de rendas futuras, ou melhor, ativos que poderão aumentar a

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renda; através de uma adequação das metas, dos objetivos pessoais e através de uma revisão constante neste plano, pois o mesmo é flexível para que se faça mudanças quando necessário.

3.6 Gestão Financeira Pessoal

Segundo o IBGE, 85% das famílias brasileiras têm algum tipo de dificuldade financeira. Essas dificuldades não dizem respeito apenas à renda, mas também à falta de controle de gastos e ao endividamento com juros altos. O salário ganho com trabalho e sacrifício termina sendo mal utilizado, por desconhecimento de princípios saudáveis de administração financeira (TRANSFORMA DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, 2010).

A má utilização dos recursos financeiros pelos indivíduos pode acarretar no acumulo de dividas, despesas desnecessárias influenciam muito nesse descontrole, e quando se gasta mais do que se ganha isso tende a piorar, as despesas devem ser controladas, os gastos devem ser distribuídos conforme a necessidade e importância.

O resultado de uma boa gestão financeira pessoal é logo percebido na

produtividade e no bom astral dos profissionais. Para isso contribuem o sentimento de estabilidade, o aumento da auto-estima e a sua gestão do tempo. O controle e o bom uso das finanças proporcionam a sensação de estar no comando da própria vida. E isso abre, de forma efetiva, novos horizontes para a realização de muitos sonhos. Pode-se fazer mais com menos, pois quando se economiza se gasta melhor (AGILIS, 2005).

A gestão financeira pessoal auxilia os indivíduos para que quando receber o salário do mês ele já saiba qual vai ser o destino, para que ele irá utilizar o valor recebido, ou seja para pagar contas como de supermercado, farmácia, água, energia elétrica, prestações de veículos ou imóveis, e assim em diante. O valor que restar após esses pagamentos, deve ser aplicado ou guardado para despesas inesperadas.

Através do modelo apresentado no quadro 01, é possível visualizar uma planilha de planejamento e controle financeiro pessoal, onde se pode ter uma idéia melhor da forma que o salário, que a renda de uma pessoa pode ser utilizada e distribuída (HOJI, 2007).

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Quadro 01 - Modelo de Planejamento e Controle Financeiro Pessoal.

PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

Este mês

Mês Seguinte

Observações

(efetivo) (plano) RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS

RECEBIMENTOS Salário Líquido 1.800 1.800 Atividade secundária 100 120 Total de recebimentos (1) 1.900 1.920 PAGAMENTOS Gastos fixos Aluguel e despesa de condomínio 400 400 Outros gastos com habitação 100 100 IPTU, energia elétrica, gás etc. Prestação do imóvel 200 200 Alimentação 250 235 Supermercado, feira, padaria etc. Mensalidade da faculdade 280 280 Comunicação 100 110 Internet, telefone fixo, celular etc. Combustível 80 80 Plano de saúde 60 60 Outros gastos fixos 40 40 CPMF, tarifa bancária, jornais etc. Total 1.510 1.505

Fonte: Hoji (2007, p. 129).

A importância de fazer um planejamento, controle e um orçamento pessoal, requer decisões de cada indivíduo. Desta maneira, os indivíduos precisam buscar uma educação diferenciada, não somente focados em sua formação profissional, mais uma educação focada na área financeira, no conhecimento de como administrar suas receitas e despesas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No trabalho elaborado pode-se verificar que não existe muito material para estudo que fale sobre planejamento financeiro pessoal, mas quando se fala em empresas é vasta a quantidade de material que se pode encontrar tanto em livros, internet, revistas etc.

O controle financeiro é tão importante para uma família quanto para uma empresa, pois através dele, os indivíduos podem ter uma vida mais saudável. O controle financeiro é indispensável quando uma família tem objetivos, pois o mesmo mostra os

caminhos que deverão ser seguidos, indicando onde se deve mudar e o que deve ser feito para mudar, fazendo com que os resultados sejam alcançados sem maiores problemas, e que os imprevistos possam ser contornados da melhor maneira possível afetando muito pouco a sua programação financeira.

O controle financeiro ajuda até mesmo no modo de pensar e agir, pois quando tem-se que tomar decisões que necessitam de urgência e que é a respeito de dinheiro, o controle ajuda e muito, pois é através dele, que se tem condições de fazer e assumir compromissos. Quando o individuo leva sua vida financeira bem controlada, fica melhor com si mesmo, leva a vida de outra maneira, com mais tranqüilidade e confiança no que faz tanto na vida profissional como pessoal.

O planejamento financeiro pessoal necessita de uma educação financeira que compreende em leituras e interpretação de números que irá ajudar cada pessoa a elaborar seu planejamento financeiro, garantindo uma gestão financeira saudável.

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Quando as pessoas conseguem entender a sua própria administração financeira, torna-se possível elaborar seu planejamento, seu controle, seu orçamento financeiro compatível com suas capacidades financeiras. Hoje, já é possível obter via internet softwares financeiros de forma gratuita para que as pessoas planejem suas receitas e despesas.

REFERENCIAS

AGILIS, Minuto. Gestão das finanças pessoais. jul. 2005. Disponível em: <http://www.intero.com.br/blogdaagilis/blog/?cat=17>. Acesso em: 30 jun. 2010. CAMARGO, Camila; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Uma análise das intersecções entre finanças pessoais, organizacionais e desempenho. Revistas Perspectivas Contemporâneas - Revista Eletrônica de ciências sociais, Campo Mourão-PR, v. 03, n. 01, 2008. Disponível em: <revista.grupointegrado.br/revista/index.../perspectivascontemporaneas/.../203>. Acesso em: 10 abr. 2010. CHIAVENATO, Adalberto. Marketing Internacional. São Paulo: Atlas,1997. DUARTE, Geraldo. Dicionário de administração. Fortaleza: Imparh, 2002. GAZZONI, E.I. Fluxo de caixa: ferramenta de controle financeiro para a pequena empresa. 2003. 96 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis-SC, 2003.

GITMAN, Lewrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 2002. GROPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporativa e gestão financeira pessoal. São Paulo: Atlas, 2007. HORNGREN, Charles T. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: LTC, 2000. SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1987. TELÓ, Admir Roque. Desempenho organizacional: planejamento financeiro em empresas familiares. Revista FAE, Curitiba, v.4, n.1, p.17-26, jan./abr. 2001. Disponível em: <http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v4_n1/desempenho_organizacional.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2010. TRANSFORMA DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS. Curso de gestão financeira pessoal. 2010. Disponível em: <http://www.transformanet.com.br/nossos-servicos/desenvolvimento-humano/gestao-financeira-pessoal/>. Acesso em: 30 jun. 2010. ZDANOWICZ, J. E. Planejamento Financeiro e Orçamento. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.

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A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NO AMBIENTE DE TRABALHO

SOUZA, Jesus Maurício Innocêncio de5

BIANCHI FILHO, Luiz Carlos6

CONFORTE, Alessandra Cristina7

RESUMO: Prevenir o uso e o abuso do álcool e outras drogas constituem ação de inquestionável relevância nos mais diversos contextos sociais, como escola, família, comunidade, mas principalmente nas empresas, levando em conta que é na empresa que o indivíduo passa a maior parte do seu tempo, principalmente considerando a complexidade da questão e os prejuízos sociais associados ao abuso do álcool e outras drogas. Em relação ao consumo de álcool e outras drogas, pode-se considerar prevenção tudo aquilo que possa ser feito para evitar, impedir, retardar, reduzir ou minimizar o uso, o abuso ou a dependência e os prejuízos relacionados ao consumo de substâncias psicoativas. O objetivo principal deste artigo é informar, orientar e preparar gestores, executivos, líderes em geral. Palavras-Chave: Prevenção. Drogadição. Ambiente de Trabalho. ABSTRACT: Prevent abuse and misuse of alcohol and drug action is of unquestionable relevance in diverse social contexts such as school, family, community, but especially in companies, taking into account that the company is that the individual spends most of his time, especially considering the complexity of the issue and social damage associated with abuse of alcohol and other drugs. In relation to alcohol and other drugs, prevention can be considered anything that could be done to prevent, deter, delay, reduce or minimize the use, abuse or dependence and losses related to the consumption of psychoactive substances. The main objective of this paper is to inform, guide and prepare managers, executives, leaders in general. Key-words: Prevention. Drug Addiction. Desktop.

5 Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 6 Especialista em gestão empresarial, professor e orientador do bacharelando. 7 Mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco, professora e co-orientadora do bacharelando.

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1 INTRODUÇÃO

Trata-se de um tema relevante, apesar de ser polêmico, que muitas vezes é deixado de lado dentro das organizações, e quando este assunto não é abordado nas empresas, isso pode acarretar muitos prejuízos para todas as áreas da organização bem como para a sociedade em geral.

Pretende-se, com a apresentação deste trabalho destacar situações sociais vividas dentro das empresas de um modo geral, porém, aqui se pretende focar, especificamente, as empresas rurais do município de Chapadão do Sul no seguinte aspecto: qual é o grau de importância para o empresário rural de Chapadão do Sul sobre o uso e o abuso do álcool e de outras drogas no ambiente de trabalho da sua empresa? Como este empresário administra esta questão?

O assunto abordado no presente artigo poderá instrumentalizar os administradores para abordagens adequadas as questões relacionadas à prevenção, identificação e encaminhamento de usuários e/ou dependentes químicos para programas e serviços de atenção existentes na comunidade.

É importante destacar que o ambiente de trabalho é um espaço privilegiado para ações de prevenção, pois é nesse ambiente que os trabalhadores passam a maior parte do dia, e ali estabelecem as suas relações sociais.

Num ambiente de trabalho em que o tema drogas é tratado de forma equilibrada e realista, sem fundamentalismo ou banalização do consumo, certamente as ações de prevenção e administração serão potencializadas e multiplicadas na família, alcançando também até a comunidade.

O objetivo desse artigo é ressaltar através de uma revisão teórica, como

também de dados coletados em campo vindos de pesquisa aplicada sobre a questão da drogadição junto aos empresários do agronegócio de Chapadão do Sul, a importância da prevenção ao uso de álcool e outras drogas no ambiente de trabalho e como administrá-las.

Finalmente outra questão importante trazida no bojo dessa proposta é a forma de abordagem e de encaminhamento do trabalhador que já faz uso ou é dependente de algum tipo de drogas pelas empresas.

Este artigo tem como objetivo geral caracterizar qual o grau de importância para o empresário do agronegócio de Chapadão do Sul sobre o uso e o abuso do álcool e de outras drogas no ambiente de trabalho, tendo com específicos mostrar proposta clara de abordagem do tema drogas dentro das empresas, bem como oportunizar a empresários e aos gestores, conhecimento básico nessa área.

Reafirmar o grau de importância da abordagem do tema álcool e outras drogas dentro das empresas sem preconceito, fundamentalismo ou banalização do consumo. Mostrar que o ambiente de trabalho é um espaço privilegiado para ações de prevenção.

Criar consciência crítica nos empresários e nos gestores, para que preparados diante do problema do álcool e das drogas dentro da empresa, eles possam desenvolver esse tema objetivando fazer com que cada colaborador, sob o seu comando, seja um elemento multiplicador no combate ao uso e abuso do álcool e outras drogas, na empresa, na família e na sociedade.

2 METODOLOGIA

Embasada no critério de Vergara (2009), que defende que a pesquisa deve ser classificada quanto aos fins e quanto

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aos meios. A presente pesquisa classifica-se como:

Quanto aos fins – caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, explicativa, pois expõe características de determinada população, no caso, os trabalhadores de todos os setores das empresas rurais de Chapadão do Sul/MS e, demonstra no seu relato a visão e o entendimento do empresário sobre a questão da prevenção ao álcool e outras drogas no ambiente de trabalho.

Quanto aos meios – pesquisa de campo com aplicação de questionário anexo 1, em quinze empresas do agronegócio do município de Chapadão do Sul – MS, no período de 15 a 30 de junho de 2010. Também, pesquisa bibliográfica baseada em material publicado em livros e sítios na internet.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Administração

Administrar é um processo dinâmico que envolve várias faces e etapas. É planejar, organizar, liderar, executar e controlar as atividades sejam elas de pessoa física ou jurídica, de fins econômicos ou não.

Para Maximiano (2006, p. 05) “administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. E o processo administrativo abrange cinco tipos principais de decisões, também chamadas processos ou funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle”.

Segundo Chiavenato (2000, p. 03) a palavra administração, em sua origem, significa a função que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro e administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para

alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.

Tudo que se tem ao redor seja no lar, na empresa, na escola são recursos que carece de cuidado e organização, e, sobretudo ser administrados. O tema administração está presente em todo o cotidiano da vida do ser humano, isso revela o seu grau de importância.

Para Chiavenato (2004, p. 02) a administração de recursos humanos refere-se ao modo como a organização opera suas atividades de recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, benefícios, comunicação, higiene e segurança do trabalho.

O departamento de recursos humanos de uma organização é seguramente um dos mais importantes e que deve ser dada atenção especial a ele por parte dos empresários.

3.2 Ambiente de Trabalho em uma Organização

O ambiente de trabalho é o lugar onde o colaborador se passa a maior parte do seu tempo. O trabalho faz parte da vida cotidiana do ser humano em idade produtiva, e é um meio onde se pode crescer, onde se sente produtivo através de uma construção positiva para todos os envolvidos.

O ambiente de trabalho deve ser estimulante, descontraído e alegre, onde as pessoas devem estar se dedicando em desenvolver atividades em geral, benéficas para outros indivíduos, para a organização, para a cidade ou país onde vive.

3.3 Empresa do Agronegócio

Ao longo do tempo o conceito de empresa do agronegócio tem mudado de uma simples fazenda administrada pelo

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fazendeiro para uma empresa como qualquer outra e que adota todos os princípios administrativos necessários para o sucesso financeiro e de sobrevivência no mercado globalizado.

Para Hoffmann et al. (1989, p. 01) “os princípios econômicos que se aplicam a indústria e ao comércio, são também válidos, em geral, para a agricultura. Entretanto, esta tem certas características que devemos ter presentes ao estudar a economia de um estabelecimento agrícola”.

Empresa do agronegócio é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias. (BRASIL, 1964)

Segundo Barbosa (1983, p. 10):

organização rural pode ser definida como um conjunto de departamentos integrantes de uma exploração agropastoril – organização econômica, ou seja, com objetivo de lucro. Mesmo sendo civil em sua maioria, explorada pelo fazendeiro como pessoa física, deve caminhar para o modelo empresarial.

Portanto uma empresa do agronegócio exige o mesmo profissionalismo e adoção de tecnologias na sua administração e desenvolvimento como qualquer outra.

4 DROGAS

O termo droga por si só já traz certa preocupação e asco uma vez que utilizamos essa palavra quase sempre para coisas negativas.

Segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) (1993), “droga é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento”.

Uma droga não é por si só boa ou ruim. Existem substâncias que são usadas com a finalidade de produzir efeitos benéficos, como o tratamento de doenças, e são consideradas medicamentos. Mas também existem substâncias que prejudicam a saúde, os venenos ou tóxicos. É interessante ressaltar que a mesma substância pode funcionar como medicamento em algumas situações e como tóxico em outras.

Para a Organização Mundial de Saúde (2000) a lista de substâncias que podem provocar dependência, na Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão (CID 10), em seu capítulo V (Transtornos Mentais e de Comportamento), inclui:

• Álcool;

• Opióides (morfina, heroína, codeína, diversas substâncias sintéticas);

• Canabinóides (maconha);

• Sedativos ou hipnóticos (barbitúricos, benzodiazepínicos);

• Cocaína;

• Outros estimulantes (anfetaminas e substâncias relacionadas à cafeína);

• Alucinógenos;

• Tabaco;

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• Solventes voláteis.

Infelizmente a realidade das drogas não é nada acalentadora, muito pelo contrário existe uma calamidade social mundial anunciada relacionada a este tema e que precisa ser encarada com muita seriedade por todos.

4.1 Classificação e Efeitos no Organismo

Há diversas formas de classificar as drogas, uma delas é a classificação do ponto de vista legal. Em primeiro lugar existe as drogas lícitas que são aquelas comercializadas de forma legal, podendo ou não estar submetidas a algum tipo de restrição. Como, por exemplo, álcool que a venda é proibida para menores de 18 anos, e alguns medicamentos que só podem ser adquiridos por meio de prescrição médica especial. Em segundo lugar as drogas ilícitas, ou seja, as proibidas por lei, como por exemplo: crack, cocaína, maconha, dentre outras.

Alem da classificação do ponto de vista lega existe outra que é baseada nas ações aparentes das drogas sobre o Sistema Nervoso Central (CSN–OMS), conforme as modificações na atividade mental ou no comportamento da pessoa que utiliza a substância às quais são: depressoras, estimulantes e perturbadoras.

4.2 Experimentação, uso, Abuso e Dependência de Drogas

O uso de drogas que alteram o estado mental, chamadas de substâncias psicoativas, acontece há milhares de anos e provavelmente vai acompanhar toda a história da humanidade.

Quer seja por razões culturais ou religiosas, por recreação ou como forma de enfrentamento de problemas, para

transgredir ou transcender, como meio de socialização ou para se isolar, o homem sempre se relacionou com as drogas.

Para Duarte e Morihisa (2008, p. 45) a validação do conceito de Síndrome de Dependência do Álcool permitiu que os sistemas classificatórios atuais operacionalizassem o conceito psicopatológico da dependência ao utilizar critérios práticos e confiáveis para possibilitar um bom diagnóstico, etapa primeira, antes de qualquer abordagem.

4.3 O uso de Drogas no Brasil

Para os brasileiros a situação que se apresenta sobre a drogadição deve ser muito preocupante, pois vemos um crescimento na experimentação e até mesmo consumo de drogas independente da sua classificação.

Segundo Carlini (2008, p. 61) o uso de álcool e outras drogas numa sociedade é fenômeno dinâmico, multifacetado e de difícil apreensão.

Em 2001, foi realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), em parceria com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID), da Universidade Federal de São Paulo, o I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas no Brasil.

Este estudo garantiu ao Brasil informações atualizadas e padronizadas internacionalmente sobre o uso de álcool e outras drogas pela população brasileira e suas tendências.

Em 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) completou um estudo chamado Global Status Report on Alcohol, o qual apresentou o uso per capita de álcool de 185 países.

O Brasil ficou situado em 80° lugar e, quando comparado com alguns países selecionados, apresentou consumo razoavelmente discreto, como segue:

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Quadro 01 - Ranking Internacional de Consumo de Álcool Puro em Litros Per Capita Entre a População com 15 anos ou mais, em Países Selecionados, 2004.

Países Posição Total

França 6° 13,54

Reino Unido 22° 10,39

Argentina 40° 8,55

EUA 41° 8,51

Canadá 43° 8,26

Chile 71° 6,02

Brasil 80° 5,32

Fonte: WHO - Global Status Report on Alcohol (2004) apud Carlini (2008, p. 53).

Apesar de parecer, através dos dados do quadro 1, que a situação do Brasil é confortável a realidade que vivemos dia a dia nos hospitais, por exemplo, não são nada animadoras, no que diz respeito aos acidentes e outros relacionados ao uso e abuso do álcool.

4.4 Complicações Clínicas e Psiquiátricas do uso do Álcool

O uso e abuso do álcool trazem prejuízos para a sociedade como um todo, mas também pode trazer muitos prejuízos para o físico do ser humano, como segue:

Segundo Baltieri (2008, p. 66);

o álcool está relacionado a mais de 60 diferentes condições médicas, violência e acidentes, problemas escolares e no ambiente de trabalho, admissões em hospitais de saúde mental e ocorrências de mortes, mesmo em indivíduos que não apresentam um quadro de dependência ao álcool.

Baltieri (2008, p. 67) ainda afirma que “o consumo de álcool é responsável por cerca de 60% dos acidentes de trânsito, não sendo necessário apresentar um quadro de dependência para que isso ocorra”.

O álcool compromete vários órgãos e funções do organismo, dependendo da intensidade do consumo e da resistência física de cada pessoa.

Intoxicação alcoólica, alucinações, síndrome de abstinência, suicídio, transtorno do sono são algumas alterações do comportamento e manifestações de quadros psiquiátricos.

4.5 Prevenção nas Empresas

Em relação ao consumo de álcool e outras drogas, pode-se considerar prevenção tudo aquilo que possa ser feito para evitar, impedir, retardar, reduzir ou minimizar o uso, o abuso ou a dependência e os prejuízos relacionados ao padrão de consumo de substâncias psicoativas.

Ferreira (2005, p. 653) define prevenção como “o ato ou efeito de prevenir”, ou seja, evitar, dispor com antecipação e chegar antes de.

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A prevenção ao álcool e outras drogas na empresa deve ter como foco o trabalhador, baseando-se em estratégias que visem a qualidade de vida, à preservação das relações interpessoais, à segurança e a produtividade.

Segundo Silva e Duarte (2008, p. 110), “70% das pessoas que têm problema de abuso de álcool e 63% dos dependentes de outras drogas estão empregados”.

É possível citar diversos exemplos de empresas que encaram essa problemática de frente, sendo que este (problema) existe na maioria das organizações. A seguir será citado o exemplo da empresa General Motors, e como essa organização administra essa questão.

Para minimizar o problema, a GM do Brasil mantém há 12 anos o Programa de Alcoolismo. Segundo o coordenador da equipe deste programa, Mário Lopes Besteiro apud Gestãoerh (1997, p. 36);

cerca de 10% do efetivo das empresas é dependente químico, daí a necessidade de desenvolver uma política de combate às drogas. Para desenvolver tal programa é necessário sensibilizar a direção, mostrando que haverá lucro se tratar o dependente; promover mudança na cultura ao traçar as regras e treinar uma equipe médica para detectar a doença através dos exames ocupacionais.

“Mas nem todas as organizações estão preparadas para lidar com o dependente, pois o preconceito ainda prevalece. O desconhecimento do tema leva as pessoas a encararem o doente como alguém sem caráter, ou então o ajuda na dissimulação do problema” (PERON apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).

Desta forma, para reverter tal quadro é necessário enfatizar as vantagens da recuperação para os dirigentes. Com

um programa de apoio as empresas evitam despesas com reposição de empregados, reduzem o número de acidentes de trabalho e absenteísmo. É preciso trocar o preconceito pelo conceito de doença (FIORAVANTE apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).

Para Joaquim Ferreira Melo, coordenador do Programa de Dependência Química da Petrobrás, “recuperar um colaborador é uma vantagem. Ele diz que a empresa não é instituição de caridade, isto é, ela investe para dar lucro e o programa mostra isso. "Os custos se referem ao programa em si e ao tratamento do funcionário” (GESTÃOERH, 1997, p. 36).

“Já os benefícios são a diminuição dos acidentes, das faltas e saídas antecipadas, dos custos de treinamento de novos empregados, melhoria da qualidade de vida, desempenho no trabalho e relacionamentos interpessoais” (MELO apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).

Segundo Ribeiro apud Gestãoerh (1997, p. 36).

Na Johnson & Johnson, o Programa de Assistência ao Empregado atendeu, em 17 anos de existência, 463 pessoas entre funcionários e familiares. Há o tratamento ambulatorial que dura um ano na própria empresa, quando a pessoa não precisa ser internada, e o tratamento em clínica conveniada, em que a Johnson assume o custo integral na primeira internação. Para os familiares e funcionários terceirizados oferecemos vagas no ambulatório.

Todo presidente ou diretor de uma empresa deveria ser consciente a respeito da necessidade de se ter programas de atendimentos dentro das organizações para atender essa problemática social.

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4.6 Álcool e Redução de Danos no Ambiente de Trabalho

Em termos de comunidade empresarial, o trabalhador que faz uso abusivo de álcool e outras drogas ou é dependente tem 3,6 vezes mais chance de causar acidentes de trabalho, 2,5 vezes mais chance de faltar sem justificativa oito ou mais dias de trabalho, utiliza-se três vezes mais dos benefícios médicos, tem capacidade produtiva reduzida a 67%, é punido disciplinarmente sete vezes mais e é cinco vezes mais queixoso que trabalhadores não-usuários. “Conseqüentemente, as relações interpessoais são afetadas sobremaneira, comprometendo o clima organizacional e a qualidade de vida” (DUARTE; MORIHISA, 2008, p. 98).

Quando há, por parte da organização, um compromisso sério com o seu maior patrimônio que são os seus colaboradores, certamente haverá também nessa empresa trabalhos de prevenção ao uso e abuso do álcool e outras drogas.

4.7 Análises Toxicológicas e Programas de Prevenção do uso de Álcool e outras Drogas no Ambiente de Trabalho

O uso do álcool e de outras drogas é fenômeno mundial e seu abuso é considerado problema de saúde pública, que deve levar todos os segmentos da sociedade a tomarem posição severa quanto a isso.

Para Silva e Duarte (2008, p. 110);

nas empresas, a situação não é diferente, pois ali se repetem os padrões de comportamento e de relacionamento da sociedade. Além disso, outros fatores podem contribuir para o uso indevido e o aumento do consumo de substâncias psicoativas no ambiente de trabalho, como o

consumo e o porte de álcool e outras drogas pelo trabalhador dentro da empresa a disponibilidade financeira (proporcionada pelo salário) e a existência de mecanismos internos, como rede de informática e distribuição de correspondência, que possibilitam a comunicação e a socialização da informação de maneira rápida e segura nas dependências da empresa. Temos um programa de testagem de drogas a seis anos, que é permitido pela legislação e pelo código de ética médica. Ele é feito no exame pré-admissional, periódico, na pós-reabilitação, em cargos de risco e executivo, e após acidentes. Os resultados são: redução de riscos, melhora na segurança operacional e da saúde dos empregados. A partir daí, quem for dependente químico é convidado a participar das reuniões de grupos de apoio externo, como Alcoólatras Anônimos (AA), e conforme o caso pode ser internado em uma clínica conveniada à empresa. Para readaptá-lo ao trabalho é preciso provar que mantém a serenidade e sobriedade. (LUCENA apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).

A análise toxicológica bem como programa de prevenção do uso do álcool e outras drogas no ambiente de trabalho de uma empresa está longe de ser uma ação discriminatória, mas sim uma demonstração de responsabilidade social assumida diante dos colaboradores e da sociedade como um todo.

5 RESULTADOS E DISCUSÕES

Nem todo trabalhador, mesmo aquele com um quadro de dependência estabelecida, vai precisar de internamento. Cabe ao profissional médico avaliar a condição clinica e, em conjunto com outros profissionais, decidir a melhor modalidade.

A indicação do tratamento é feita com base no grau de comprometimento da

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saúde e nas características pessoais e familiares do trabalhador.

Recuperar ou demitir é um dilema para muitas organizações quando deparam com um colaborador que está envolvido com drogas ou álcool, colocando em risco sua integridade e seu trabalho. Assim, a melhor maneira de encarar o fato é aceitar o dependente como um doente.

Segundo Arthur Guerra (1995) apud Gestãoerh (1997, p. 36), coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas de São Paulo, “é comum a pessoa começar a beber socialmente e depois ir aumentando as doses, tornando-se um dependente crônico”.

E quando chega a esse estágio é muito difícil conseguir ser novamente um usuário social. Mas a recuperação pode ser um fato real se a empresa ajudar a concretizá-la.

Entre alguns fatores que podem facilitar na identificação de um usuário de drogas estão, conforme Lucena apud Gestãoerh (1997, p. 36), gerente da divisão médica da Esso Brasileira, “mudanças bruscas de comportamento, falta de motivação e perda da qualidade”.

“Na Esso do Brasil, o objetivo da política de drogas e álcool é prevenir, diagnosticar, recuperar e quando possível readaptar o funcionário ao trabalho. É condição de emprego não estar envolvido

com drogas. O dependente pode ser tratado, mas a recuperação dura para sempre” (LUCENA apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).

Mas e nas empresas do agronegócio de Chapadão do Sul? Como é visto essa questão do álcool e outras drogas no ambiente de trabalho?

“O município de Chapadão do Sul está localizado a nordeste do Estado de Mato Grosso do Sul, no centro-oeste do Brasil, distante cerca de 330 km da capital do estado: Campo Grande, 850 km de Brasília e 910 km de São Paulo, com população de aproximadamente vinte mil habitantes” (PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADÃO DO SUL, 2010, p, 01).

“O município dispõe de terras férteis e de grande produtividade agrícola e conta com várias empresas do agronegócio” (IBGE, 2006).

Esse estudo avalia a importância da prevenção ao uso de álcool e outras drogas no ambiente de trabalho das empresas do agronegócio.

Conforme os dados da tabela 01, 66,67% vêem essa questão do uso e abuso do álcool e outras drogas no ambiente de trabalho com certa preocupação, para 20% dos entrevistados, o problema não existe na empresa, em 13,33% dos entrevistados havia preocupação com a prevenção e encaminhamento dos casos.

Tabela 01 - Percentual com relação como é visto a questão do álcool e outras drogas nas empresas.

QUESTÕES QTDE RESP PERCENTUAL 1 - O problema não existe aqui 3 20,00% 2 - Com preocupação, mas não é feito nada 10 66,67% 3 - Existe um programa de prevenção e encaminhamento de casos 2 13,33% TOTAL 15 100,00%

Fonte: Própria (2010).

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Nota-se um grau elevado de insegurança por parte dos líderes da empresas quando se fala nesta questão das drogas, lícitas e ilícitas, no ambiente de trabalho.

Segundo dados da tabela 02 80% das empresas admite não ter nenhuma ação efetiva de enfrentamento do problema e 20% tem ação efetiva de enfrentamento do problema.

Tabela 02 - Percentual da existência de alguma ação efetiva de enfrentamento do problema do uso e abuso do álcool e outras drogas nas empresas.

QUESTÕES QTDE RESP PERCENTUAL 1 – Sim 3 20,00% 2 – Não 12 80,00% TOTAL 15 100,00% Fonte: Própria (2010).

Observa-se claramente que há uma resistência em falar no assunto como se houvesse interesse de não admitir que o problema exista na empresa.

A partir dos dados da tabela 03 verificamos que 80% das empresas não

desenvolvem nenhuma ação de prevenção, 20% fazem capacitação através de palestras para os seus colaboradores, e que nenhuma empresa consultada realiza cursos ou acompanhamento dos casos por profissionais da área.

Tabela 03 - Percentual de quais ações de prevenção ao uso de álcool e outras drogas são desenvolvidas nas empresas.

QUESTÕES QTDE RESP PERCENTUAL 1 – Palestras 3 20,00% 2 – Cursos 0 0,00% 3 - Acompanhamentos por profissionais da saúde 0 0,00% 4 – Nenhuma 12 80,00% TOTAL 15 100,00% Fonte: Própria (2010).

Na tabela 04 constatamos através dos dados ali contidos que para 40% dos entrevistados o dependente químico é visto

como doente, para 33,33% ele visto como um delinqüente e para 26,67% esse indivíduo tem um caráter defeituoso.

Tabela 04 - Percentual de como é visto um dependente químico na empresa.

QUESTÕES QTDE RESP PERCENTUAL 1 – Doente 6 40,00% 2 – Infrator 5 33,33% 3 - Com caráter defeituoso 4 26,67%

TOTAL 15 100,00%

Fonte: Própria (2010).

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Conforme mostra os dados da tabela 05 para de 53,33% o alcoolista é tido como doente, para 40% dos líderes entrevistados ele é um sujeito sem

responsabilidade, e para (6,67%) ele tem caráter defeituoso.

Tabela 05 - Percentual de como é visto um alcoolista pela empresa.

QUESTÕES QTDE RESP PERCENTUAL 1 – Doente 8 53,33% 2 - Com caráter defeituoso 1 6,67% 3 - Sem responsabilidade 6 40,00% TOTAL 15 100,00%

Fonte: Própria (2010).

Conforme apresentados na tabela 06, os dados mostram que para 53,33% dos entrevistados a melhor decisão administrativa é demitir o funcionário da empresa, 40% das empresas encaminham

para tratamento seus empregados quando é detectado o problema, e 6,67% dão férias para a pessoa que está alcoólatra ou dependente químico.

Tabela 06 - Percentual de quando é detectado um trabalhador com problema de alcoolismo ou dependência química qual tem sido o procedimento da empresa.

QUESTÕES QTDE RESP PERCENTUAL 1 - Encaminha para tratamento 6 40,00% 2 – Demite 8 53,33% 3 - Dá férias 1 6,67% TOTAL 15 100,00%

Fonte: Própria (2010).

Nota-se também que existe uma certa barreira, cultural talvez, em torno desse assunto, o que impede que ele seja abordado diretamente e abertamente nos

meios administrativos das empresas, como reuniões de trabalhos, departamentos de recursos humanos, dentre outros.

CONCLUSÃO

Para concluir esse trabalho faz-se necessário relatar alguns pontos indicadores, a partir dos dados coletados, de uma realidade pouco animadora nesta área da drogadição no ambiente de trabalho das empresas do agronegócio no município de Chapadão do Sul, como segue:

Considerando os dados da Organização Mundial da Saúde - OMS citados neste trabalho de que setenta por cento dos alcoolistas e sessenta e seis por cento dos dependentes químicos estão dentro das empresas, empregados, portanto.

Chega-se a conclusão que os empresários do agronegócio do município de Chapadão do Sul estão despreparados para o enfrentamento do problema do uso e

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abuso do álcool e outras drogas no ambiente de trabalho e que isso tem acarretado problemas e prejuízos sociais imensuráveis.

Que precisa ser feito um trabalho de conscientização e capacitação junto aos órgãos administrativos dessas empresas e aos seus gestores pelos segmentos da sociedade civil organizada relacionados ao trabalho dessas organizações como sindicatos, associação comercial e industrial do município, organizações especializadas, por profissionais, dentre outros, para que o problema seja minimizado nas empresas trazendo com isso resultados positivos, lucrativos e sociais, para as empresas, para as famílias dos colaboradores e sobretudo para a sociedade como um todo.

REFERÊNCIAS

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Antidrogas: Serviço Social da Indústria, 2008. BRASIL. Presidência da República. Lei n° 11.343, de 23 de agosto de 2006. 2006. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm>. Acesso em: 03 maio. 2010. BRASIL. Presidência da República. Lei n° 11.705, de 19 de junho de 2008. 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11705.htm>. Acesso em: 15 abr. 2010. BRASIL. Presidência da República. Lei n° 4.504, de 30 de novembro de 1964. 1964. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L4504.htm >. Acesso em: 10 mar. 2010. CARLINI, Beatriz. O uso de drogas psicotrópicas no Brasil. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção ao uso de álcool e outras drogas no ambiente de trabalho: conhecer para ajudar. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas: Serviço Social da Indústria, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo: Pearson Education, 2000. 416 p. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2.ed revisada e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 529 p

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APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS - MRP, EM INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO

ANIMAL DE CHAPADÃO DO SUL

SOUZA, Fábio Pereira de8 SILVA, Cléo Adriano da9

RESUMO: Este artigo tem por objetivo monstrar a ferramenta administrativa, Manufacturing Resource Planning – MRP, Planejamento dos recursos de manufatura e sua efetiva utilização na prática diária dentro de uma indústria local. Esta técnica é utilizada para o gerenciamento de materiais, através do planejamento das ordens de compra e ordens de fabricação, tendo como base inicial os pedidos dos clientes e estoques estratégicos de segurança. O MRP trás uma melhor gestão nos cálculos das necessidades de materiais que serão utilizados na fabricação de determinado item, focado em tornar mínimo o tempo perdido na produção de forma a permitir estoques nas quantidades certas, nem antes e nem depois, nem mais e nem menos; cumprindo ao máximo os prazos de entrega dos pedidos solicitados, com a mínima formação de estoques. Palavras-Chave: Planejamento. Diferencial Competitivo. MRP. ABSTRACT : This article aims to implement administrative show, Manufacturing Resource Planning – MRP, planning of manufacturing resources and its effective use in daily practice within a local industry. This technique is used for the management of materials, through the planning of orders to buy and orders of manufacture, taking as an initial basis the requests of customers and stocks strategic security. THE MRP behind a better management in the calculations of the needs of materials to be used in the manufacture of a particular item, focused on making minimum the time lost in the production in order to allow stocks in the quantities certain, either before or after, neither more nor less; and complying with the maximum deadlines for submission of applications requested, with the minimum training of stocks. Key-Words: Planning. Differential Competitive. MRP.

8 Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 9Especialista em Gestão empreendedora de negócios pela Universidade da Grande Dourados - UNIGRAN.

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1 INTRODUÇÃO

Diante de um mercado instavél, com mudanças repentinas e com uma rápida disseminação das informações, as empresas acabam por utilizar táticas comerciais e preços muito proximos. Quando numa disputa comercial, pequenos detalhes podem definir uma boa venda e a fidelizaçãode do cliente, o MRP - Manufacturing Resource Planning propõe ser este diferencial competitivo.

Desenvolvida nos Estados Unidos, na década de 60 pelo Dr. Joseph A.Orlicky, o MRP era e ainda é utilizado para o gerenciamento de materiais, através do controle das ordens de produção e compra.

Foi desenvolvido conjuntamente com a indústria local, a aplicação diária deste modelo, procurando evitar o que ocorre por vezes: a falta de materia prima para realizar a fabricação dos vários tipos distintos de alimentos voltados ao gado, cavalos, carneiros, porcos, galinhas poedeiras, codornas, etc., trazendo transtornos de coloboradores e caminhões parados, insatisfação e até mesmo a perca de clientes pela não entrega dos referidos produtos.

Efetivamente o MRP auxilia a empresa a melhorar seu desempenho no controle e checagem de relatórios, ordens de produção e compras, inclusão de pedidos, condições de estocagem, etc., criando condição de estas informações serem disponibilizadas à empresa com maior eficiência e eficácia, para posteriormente implantá-la definitivamente na empresa.

2 METODOLOGIA

Utilizar-se-á da pesquisa exploratória, para aproximar o MRP da vida diária da fábrica de Alimentação Animal de Chapadão do Sul.

As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, p. 43) visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo.

Uma pesquisa pode ser classificada com base em dois critérios; quanto aos fins e aos meios. Assim, quanto aos fins, temos que a investigação exploratória é realizada em geral em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa. (VERGARA, 2000).

Houve uma busca bibliográfica reflexiva e analítica; com este suporte teórico do que é a ferramenta administrativa MRP, possibilitando a compreensão e aplicação da mesma. Realizaram-se as buscas de informações relacionadas à empresa que está em questão para assim ter pleno conhecimento de suas estratégias e modelos de trabalho sem atrapalhar ou criar situações inoportunas. Com isso, a ferramenta MRP foi aplicada com modelos paralelos de acompanhamento da produção, fundamentada em pesquisas literárias da ferramenta em questão, reforçada por entrevistas informais junto aos: colaboradores, gerentes, consultores e os sócios-proprietários, visando esclarecer sobre o método, suas vantagens e desvantagens, para criar um modelo de planilhas no software Excel que mais se adapte as necessidades da empresa, criando um ambiente propício para sua implantação.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

O problema mais geral da programação de produção é ter multiplos produtos e serviços feitos no mesmo local. Determinados componentes e materiais podem ser usados em diversos produtos e modelos. O problema logístico é definir as quantidades necessárias de materiais e quando estes serão necessários para garantir a oferta do produto ou serviço nas datas planejadas. A manutenção de estoque de materiais para suprir o processo produtivo e o controle do seu nível através de técnicas estatísticas são as maneiras populares de atacar o problema (BALLOU, 1993).

O sistema de MRP identifica questões como: quais são as partes necessárias para atender a demanda dos produtos finais, quais as quantidades necessárias e em que momento estas partes serão necessárias. Assim, alia-se o tipo de produto, suas partes e o momento que serão utilizadas (CAMPOS, 2009).

A metodologia disponibilizada pelo MRP, apesar de simples e de fácil aplicação é muito eficaz no planejamento das necessidades futuras dentro das indústrias.

O MRP é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na fabricação de certo produto, com base na lista de materiais, obtida por meio da estrutura analítica do produto, também conhecida como árvore do produto ou explosão do produto (MARTINS; CAMPOS, 2006).

Esta explosão ou detalhamento dos componentes de um produto é a base inicial do sistema MRP.

O MRP tem por característica responder rapidamente a alterações na

demanda do produto final, ou seja, tão logo recebam os imputs, (entradas) partes e componentes são recalculados e o processo é redefinido (DIAS, 2009).

Manufacturing Resource Planning – MRP, Planejamento dos recursos de manufatura, trata-se de um método de administração voltado para o efetivo planejamento de todos os recursos voltados a fabricação de uma companhia industrial (CARRAVILLA, 1997).

Com o crescimento do comércio regional, nota-se a necessidade da criação de mecanismos interpessoais de controle administrativo, o MRP pode ser uma ferramenta eficaz em diversas empresas e situações.

3.1 Planejamento e aplicação do MRP

O sistema MRP esta sendo proposto para a indústria de alimentação animal local, para torná-la cada vez mais profissional com métodos e técnicas utilizados na emissão das ordens de produção, ordens de compra de mercadorias e no manejo do estoque. Dando uma melhor base para ratificar seus pontos fortes e minimizar suas fraquezas, facilitando os controles impessoais de checagem gerencial dos passos realizados.

Dessa forma com uma gestão continuada, com a efetiva utilização de técnicas bem elaboradas e já utilizadas como é o caso do MRP, procura-se eficiência junto à equipe de trabalho e ainda promover significativas melhorias na gestão de materiais.

Trabalha-se criar um equilibrio na quantidade dos produtos estocados a fim de atender a clientela, mas sem empregar ou investir um valor importante que possa desequilibrar o fluxo de caixa da empresa.

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Tais melhorias caminham no sentido da diminuição dos altos investimentos na manutenção dos estoques, que são importantes sim, mas exige um fluxo de caixa alto, que muitas vezes as margens de contribuição não permitem manter.

Para as empresas obter uma vantagem competitiva, precisam se diferenciar no mercado, conforme descreve Porter (1991):

Estratégia competitiva é a busca de uma posição competitiva favorável de uma empresa, na arena fundamental onde ocorre a concorrência, ou seja, o mercado. Assim, quaisquer aspectos ou características que configurem vantagem sobre os demais concorrentes do mercado são consideradas formas de se potencializar a competitividade.

Além de conseguir uma vantagem favorável a empresa, manter estoques de garantia pode contribuir para solidificar a referida vantagem obtida e garantir a satisfação da clientela.

O objetivo principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o retorno sobre o capital investido. Neste sentido, o investimento em estoques é importante na medida em que os mesmos funcionam como um lubrificante necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. A insuficiência de estoques pode, por exemplo, comprometer o ritmo de produção e limitar as vendas (DIAS, 2009).

• Para uma melhor compreensão da aplicação do MRP a um determinado produto, passamos a demostrar os tópicos relevantes que integram o processamento do mesmo, abaixo utilizamos o exemplo da fabricação de 01 caneta e seus

componentes, isso conforme Carravilla (1997) e complementado com alguns exclarecimento propostos;

• Previsões das vendas ou pedidos firmes. Média temporal de vendas, estoques de garantia e os pedidos confirmados;

• Estrutura do produto. Composição geral de um produto final;

• Cálculo ou “explosão” de necessidades líquidas de materiais;

• Detalhar minusiosamente a composição do produto;

• Itens pais e itens filhos (Demanda Dependente). Os itens filhos são necessariamente utilizados na composição dos itens pais;

• Lista de materiais “indentada”. Materiais utilização na fabricação que necessáriamente independe de outro;

• Detalhe das necessidades brutas dos materiais. As quantidades de cada item que serão necessárias;

Tempo de Fabricação (lead Time). O tempo que decorre dos trâmites entre a necessidade de determinado itém, até sua chegada na empresa. (Odem de compra, cotação, ida ao fornecedor, transporte, entrega na empresa).

3.1.1 Relações Hierárquicas

É importante conhecer a sequência no momento da fabricação de determinado produto, na relação hierárquica abaixo (Figura 01), mostra no MRP o grau da importância ou prioridade existêncial de cada itém no processo de fabricação, também no momento da compra a ser realizado pelo setor responsável.

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Figura 01 – Relação Hierarquica.

Fonte: (Carravilha, 1997).

Tal relação, importa na hora da definição das ações na tomada de decisão da administração empresarial.

3.1.2 Parâmetros Fundamentais

Os dados utilizados num sistema MRP provêm (CARRAVILLA, 1997):

• Plano Director de Produção (PDP); o que produzir; quando produzir. O

plano de produção alcançado através de previsões de vendas e encomendas firmes, a dimensão suficiente do horizonte temporal de planeamento de modo a englobar os lead-times de todos os componentes integrantes nos produtos finais;

• Inventário geral; contém informações sobre as existências disponíveis em armazém; Necessidades brutas; Recepções programadas; Início das encomendas/ordens de fabrico dos produtos; tamanho dos lotes; lead-times; níveis de estoques de segurança; níveis limite de produtos defeituosos; alterações diárias;

• Estrutura dentada dos produtos. Todos os produtos da linha de produção devem ser "expandidos" ao nível dos seus componentes, subcomponentes e peças (Conceitos básicos de MRP, MRPII e ERP). A estrutura dentada dos produtos possui (CARRAVILLA, 1997).

Figura 02 - Estrutura Dentada.

Fonte: Carravilha (1997).

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A estrutura dentada (Figura 02) ilustra a “explosão” do produto, ou seja, possui dados sobre cada componente ou grupo, necessário para a produção de um produto final, definida apartir das necessidades do produto, considera ainda: o referencial, a descrição e a quantidade, permitindo uma visão completa dos componentes.

Os parâmetros fundamentais em que um sistema MRP assenta, segundo o Wikipédia, (2010b) são:

• Políticas e dimensão do lote - (Qual seram as regras e tamanho dos lotes de produção);

• Estoque de Segurança - (Qual sera a quantidade mínima de estoque);

• Lead time - (É o tempo entre a necessidade até a disposição do produto).

Os outros acrecimos ficam a critério das necessidades de cada empresa, na medida da adaptação que se fizer necessária.

3.1.3 Exemplo da estrutura de Dados e Registros MRP

Abaixo na Figura 03 tem-se uma estrura que pode servir de modelo para o efetivo controle da estrutura dentada, onde

a necessidade puxa a cadeia de produção item a item.

Para Bardin e Mesquita (2000) a Figura 03:

apresenta um padrão de registro do MRP. Na primeira linha, encontram-se as necessidades brutas do componente em cada período. Se o componente em questão for o produto final, os valores correspondem aos do MPS, caso contrário, as necessidades brutas são determinadas a partir das ordens de produção planejadas dos respectivos itens pais. Os recebimentos programados estão associados às ordens de produção em progressão na fábrica. A terceira linha representa o estoque atual e o projetado em função do consumo e dos recebimentos futuros. Ordens de produção devem ser planejadas e emitidas de forma que o estoque projetado não seja negativo em nenhum período futuro. Em função das necessidades líquidas e da política de formação de lotes para cada item, determinam-se as ordens de produção planejadas. À medida em que as ordens planejadas são liberadas para a fábrica, são substituídas por recebimentos programados.

Parte da estrutura dentada do produto (caneta) é descrito de forma minuciosa abaixo:

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Figura 03 – Demonstração Prática de MRP.

Fonte: Carravilha (1997).

4 SITUAÇÃO EMPRESARIAL E APLICAÇÃO DO MRP

As empresas na sua grande maioria surgem da vontade e garra de pessoas dedicadas, proprietários ou sócios auxiliam pessoalmente o crescimento de sua empresa e posteriormente conseguem abrir filial; até ai é possível administrá-la de modo centralizado, quando o dono participa de todas as decisões pessoalmente; mas quando começa haver um crescimento maior é necessário utilizar-se de meios ou mecanismos para bem administrá-las de modo impessoal.

É justamente neste momento que a indústria de Chapadão do Sul se encontra, procurando mecanismos de descentralização das decisões. Na

indústria, já existem estruturas que minimamente fazem funcionar suas engrenagens administrativas, com políticas e processos de tomada de decisão voltados ao crescimento empresarial, mas que acaba por necessariamente passar pelo parecer dos proprietários.

A indústria de alimentação animal analisada, tem pontos de vendas na cidade de Chapadão do Sul e nos municípios no seu entorno (Costa Rica, Paraíso, Figueirão, Alcinópolis, Alto Taquari, Chapadão do Céu, Aporé, Itajá, Cassilândia, Paranaiba e Carneirinho) utiliza destes para um contato mais direto com o produtor, pois isso acaba facilitando a negociação.

Posteriormente seus vendedores transmitem os pedidos firmados com

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cliente para a referida indústria, que os recebe por fax, dai realiza a montagem logistica da entrega, a produção e a posterior entrega dos mesmos em local e no tempo previamente determinado.

Desta forma, assim que o pedido chega à empresa, o gerente de produção lança o pedido em uma planilha (conforme anexo 1), para posterior formação logística das cargas, nesta planilha são coletados os dados, tais como: a data, o número, o nome do cliente, a região para entrega, o produto, a quantidade, a data prevista da produção e entrega.

Para criar um ambiente propício para a aceitação do sistema na empresa, aproveitamos a referida planilha, utilizando-a como base de dados para criação da planilha de controle proposta pelo MRP, incluindo-se a política de estoques mínimos para cada produto final posto a venda e a sugestão de um histórico de produção que ocorreu neste mesmo período no ano anterior.

Na indústria local, assim como em outras do ramo, utilizam-se basicamente os mesmos produtos bases para a fabricação dos vários tipos distintos de sal mineral, rações e núcleos: abaixo exemplificaram alguns deles, conforme planilha MRP [...]

Macros – calcários, fosfato, Farelo, Milho, sal, sorgo, etc.

Micros – Selênio, Magnésio, Manganês, cobalto, cobre, etc.

Complementos e aditivos minerais – Vitamina A, Monenzina, Neem, etc.

Assim para atender a uma necessidade momentânea do animal, por exemplo, crescimento ou ganho de peso, o formulador zootecnista responsável trabalha aumentando ou diminuindo as quantidades de cada produto disponível, atendendo a referida necessidade, a cada alteração realizada o produto final recebe um nome e uma indicação diferente. Considerando para a sua venda no mercado a política de dimensão de lote, que na

empresa em questão é de no mínimo 17 sacos ou ½ (meia) batida.

Primeiramente na confecção da planilha MRP (Anexo II) proposta para a indústria local, a explosão ou divisão destes vários produtos utilizados na formulação, determinando as quantidades de cada um dos produtos que serão fabricados. Determina-se os estoques iniciais para dai subtrair as quantidades que serão utilizadas na produção no decorrer daquela semana, obtendo-se uma projeção do estoque ao final da semana.

Aplica-se a política de estoques mínimos (Figura III) sobre a projeção feita, para determinar ou não uma ordem de compra do material em questão, sinalizando positiva ou negativamente ao setor de comprar; este por sua vez estará vislumbrando um horizonte lead time, ou seja, o tempo que transcorrera da necessidade até a efetiva chegada do produto a disposição de uso na empresa; incluindo-se na planilha esta compra projetada, assim o estoque final desta será também o estoque inicial da semana subseqüente, criando um conjunto de planilhas no decorrer do mês.

Nas projeções de compra a ser realizada alem do lead time considera-se também o espaço disponível para receber o referido produto, para não ocorrer de quando da chegada não houver espaço.

5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MRP

Todo sistema a ser trabalho traz conseqüências momentâneas e posteriores, que podemos desde já citar algumas.

Para Mesquita (2008) menciona algumas das vantagens de um sistema MRP:

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- Diminuição dos estoques;

- Controle melhor da produção e das encomendas;

- Processo hierárquico;

- Estrutura formal de dados e procedimentos;

- Simulações;

- Integração JIT/MRP;

Mesquita (2008) destaca também algumas desvantagens do MRP;

- Não tem tendência a aperfeiçoar os custos de aquisição de materiais;

- Como tende a diminuir os estoques, também tem que se comprar mais e em lotes menores, aumentando os custos de compra;

- Como as compras são de menores volumes, torna-se mais sujeito as variações momentâneas de preços, condição de entrega e escassez de material.

Uma vez conhecida as fontes de insucesso, trabalho-se aqui minimizar seu efeito na aplicação na indústria de Chapadão do Sul.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O MRP trás condição de competitividade abrindo leques cada vez maiores de possibilidades empresariais e de melhorias significativas na gestão, liberando a direção para as decisões mais contundentes para a empresa.

Por meio desta ferramenta de gestão de pedidos a empresa que esta em uma fase de transição poderá melhorar a rapidez da entrega de seus clientes, e com isto, ter um diferencial no mercado regional, o MRP aqui estudado demonstra ser uma excelente forma para a emprese em questão ter um diferencial no competitivo no mercado.

REFERÊNCIAS

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PREGÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADÃO DO CÉU – GO

FLORES, Edevane Rosa 10

ALMEIDA, Carlos José Reis de 11

RESUMO: A eficiência que a administração pública necessita para a realização de suas atividades é cada vez maior, sendo quase indispensável nos dias atuais. Um dos métodos utilizados para conseguir tal eficiência é a gestão nas licitações que permite adquirir produtos com custos menores comparados ao de mercado. As modalidades de licitações aqui estudadas são o pregão presencial e pregão eletrônico suas vantagens e desvantagens. Este artigo também apresenta um estudo de caso realizado na Prefeitura Municipal de Chapadão do Céu, onde mostra as vantagens e desvantagens dos procedimentos licitatórios. Palavras-Chave: Administração Pública. Licitação. Pregão Presencial. Pregão Eletrônico. ABSTRACT: The economy that a public administration needs for the accomplishment of your activities is every time larger being almost indispensable in the current days. One of the methods used to get such economy it is through the auctions that bring products with smaller costs compared to the of market. The modalities of auctions studied in this work for the observation of the economy and the advantages and existent disadvantages in each one of them they were the proclamation presencial and the electronic proclamation. This article also presents a case study conducted at City of Plain of Heaven, which shows the advantages and disadvantages of each session and its economy in the process of medicines. Key-Words: Public Administration. Auction. Proclamation Presencial. Electronic Proclamation

10 Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 11 Bacharel em Direito pelas Faculdades Toledo – UNITOLEDO - de Araçatuba (SP) e Especialista em Gestão Pública pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL, professor e orientador da Bacharelanda.

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1 INTRODUÇÃO

A administração pública busca meios para aumentar a eficiência e economizar nas compras públicas. Os métodos mais utilizados para alcançar esses resultados são as licitações, divididas em várias modalidades, sendo uma delas o pregão presencial ou eletrônico.

O funcionamento dos pregões, suas vantagens e desvantagens como também a porcentagem de economia apresentada em cada um dos processos de compras de medicamentos nessas duas modalidades.

Fundamentou-se em uma pesquisa de campo através de entrevistas com a Comissão de Licitação da Prefeitura Municipal de Chapadão do Céu (GO) e com a pesquisa descritiva, verificando-se a efetiva economia de um pregão para o outro em um mesmo processo.

Assim o objetivo deste é relatar a operação dos pregões no citado órgão público, as vantagens e desvantagens existentes em cada um deles.

2 METODOLOGIA

Para Minayo (2007) e Lakatos et al (1986) apud Barros (2008, p. 01); “É pesquisa bibliográfica quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet”

“A pesquisa documental acontece quando é elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico” (MINAYO (2007); LAKATOS et al (1986) apud BARROS (2008, p. 01).

Esta pesquisa baseou-se em levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo tendo como material para sua elaboração, artigos científicos,

livros e revistas bem como outros métodos propícios para a realização do mesmo.

A pesquisa na forma documental com utilização de leis estaduais, federais e municipais foi realizada na Prefeitura Municipal de Chapadão do Céu através de entrevistas com roteiro elaborado aplicada à comissão de licitação. Entrevistas e coletas de dados feitas no dia 19 de novembro de 2010. Conforme (Anexo I).

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Conceitos de Administração Pública

A administração pública deve administrar as verbas que constituem sua receita da melhor forma possível. Os poderes públicos que fiscalizam e auxiliam a administração são: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Casals (1998) apud Meneguzzo (2010, p. 17) conceitua administração pública como uma expressão genérica que indica o conjunto de atividades envolvidas na formulação, implementação e execução de políticas públicas.

Os poderes administrativos – executivo e legislativo - buscam programar da melhor forma as políticas públicas, que envolve muita burocracia e um grande número de leis a serem obedecidas. A fiscalização que um poder exerce sobre o outro no trabalho a ser realizado para o alcance dos objetivos exigirá integridade, visando assim o melhor para o município.

Para Moraes (2000) apud Bittencourt (2010, p. 01) a:

Administração Pública pode ser definida objetivamente como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos, e subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos

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quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.

A administração pública está ligada ao Estado, o qual desenvolve as leis para a implementação dos conjuntos de atividades a serem desenvolvidas incumbindo preferencialmente, o Poder Executivo na utilização das verbas para a construção dos interesses coletivos, tendo assim um grupo de órgãos para ajudar nessa administração.

A administração pública possui alguns princípios que devem ser seguidos rigorosamente, sendo esses princípios descritos no art. 37 da Constituição Federal.

Para Mello (1998) apud Clares et al. (2001, p. 17) comenta que “violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos [...]”

Princípio da Legalidade: impõe ao responsável do poder público, o seguimento sem restrição da Lei, pois na administração publica é somente permitido fazer o que a Lei autoriza não podendo ser alterados.

Princípio da Moralidade: o administrador público deve buscar sempre a moral ou a ética observando o bem para as pessoas, buscando assim o que mais interessa a coletividade e não o que lhe interessa propriamente.

Princípio da Impessoalidade: baseia-se na igualdade, ou seja, não há diferenciação entre as pessoas independentemente de quaisquer características que a mesma possua. O ato administrativo deve ater-se à coletividade e não à pessoa do administrador.

Princípio da Eficiência: os atos administrativos devem ser analisados perante a sua eficiência, ou seja, deve-se buscar o aprimoramento dos serviços

públicos, para que se haja um melhor atendimento as pessoas.

Princípio da Publicidade: deverá ser publicado em jornais, sites, em locais de fácil acesso das pessoas e com uma visualização adequada de qualquer documento oficial da administração.

Princípio da Finalidade: Todo ato administrativo deve ser feito atendendo os interesses comuns da administração pública deixando clara a sua finalidade.

Conforme a Lei de Licitações, todo processo de compra pública deve obedecer aos princípios descritos, permitindo maior clareza possível.

3.2 Licitação

3.2.1 Conceito de Licitação

Meirelles (2001, p. 03) apud Faria et al. (2010, p. 03) define licitação como:

Procedimento administrativo de compras, onde a administração pública seleciona a proposta mais lucrativa e busca propiciar iguais oportunidades aos que desejam fazer acordos com algum órgão público, dentro dos padrões estabelecidos antecipadamente pela Administração, e atua como fator de eficiência e moralidade dos negócios administrativos.

A licitação é um procedimento obrigatório para toda e qualquer entidade pública que objetiva a contratação de algum dos fatores referidos na Lei 8.666/93 Arts. 1.º e 2.º como obras, serviços, publicidade, compras, alienações e locações (BRASIL, 1993).

Almeida, Garcia e Costa (1996, p. 77) descreve licitação como: “é um procedimento administrativo que tem como objetivo a procura da melhor

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proposta, entre candidatos devidamente habilitados, para celebrar contratos com a Administração Pública.”

Neste contexto, Licitação é um processo administrativo obrigatório apresentado aos interessados através de um edital de convocação, dando-lhes a oportunidade de fornecer seus materiais ou seus serviços para o município. Sendo selecionado aquele que apresentar a melhor proposta para o mesmo.

3.2.2 Tipos de Licitação

Os tipos de licitações servem como forma de julgamento das propostas impostas no edital.

Para Cubas (1999, p. 385), constituem tipos de licitações como:

I - a de menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço;

IV - a de maior lance ou oferta.

Menor Preço: utiliza-se o critério de seleção da proposta que estiver de acordo com o proposto no edital e que possuir menor preço.

Melhor Técnica/ Técnica e Preço: somente será utilizada para serviços de natureza intelectual, avaliando a melhor técnica e preço.

Maior Lance ou oferta: é utilizado somente no caso de transferência ou venda de bens ou na permissão de direito real de uso.

Os tipos de licitação mencionados acima são utilizados conforme o produto ou serviço que a administração pretenda contratar.

3.2.3 Modalidades de Licitação

Segundo a Lei 8.666 em seu Art. 22 são estabelecidas cinco modalidades de licitações a concorrência, a tomada de preço, o convite, o concurso e o leilão (BRASIL, 1993).

Concorrência: é a modalidade onde qualquer interessado na fase inicial da habilitação pode participar desde que comprove que possua as condições de qualificação exigidos no edital.

Tomada de Preço: é a modalidade onde os interessados devem estar cadastrados ou que atendam todas as exigências descritas no edital e se cadastrem até o terceiro dia anterior a data do recebimento da proposta.

Convite: é a modalidade em que a administração escolhe no mínimo 03 (três) interessados do ramo referente ao objeto licitado, estando cadastrados ou não, apresentando uma cópia do edital convocatório em um local de visualização de todos, deixando ao dispor aos demais cadastrados que apresentarem interesse e se declararem em até 24 horas (vinte quatro) horas da análise da proposta.

Concurso: é a modalidade utilizada para a escolha de trabalhos, através de remuneração aos vencedores, conforme o edital publicado com precedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias nos jornais e sites utilizados para divulgação de matérias oficiais.

Leilão: é a modalidade em que os interessados através do maior lance, igual ou superior ao da avaliação compram os bens móveis sem utilidade para a Administração ou produtos legalmente apreendidos ou empenhorados.

Logo após foi incluído mais uma modalidade com a Lei Federal n 10.520 art. 1 de 17 de julho de 2002 que é o pregão, totalizando assim seis modalidades (BRASIL, 2002).

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Pregão: é a modalidade em que os interessados participam de forma presencial ou eletrônica, dependendo da modalidade utilizada pela administração, e apresentam suas propostas, sendo escolhida a de menor valor ao(s) iten(s) contado(s).

4 PREGÃO PRESENCIAL E ELETRÔNICO E SEU CONCEITO

4.1 Conceito Pregão Presencial versus Pregão Eletrônico

O pregão é uma modalidade licitatória nova estabelecida na Lei Federal nº 10.520, utilizada para a contratação de bens e serviços comuns (BRASIL, 2002).

Peixoto (2006, p. 13) diante da legislação vigente define pregão:

É a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns pela União, Estado, Distrito Federal e Municípios, conforme disposto em regulamento, qualquer que seja o valor estimado da contratação, na qual a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública [...].

Com isso entende-se que o pregão tem a finalidade de trazer mais agilidade no processo de compras e obter assim a proposta mais vantajosa para o poder público.

A modalidade licitatória denominada pregão é dividida em duas formas o pregão presencial e o pregão eletrônico.

Para Peixoto (2006, p. 141) diante do art. 2º do decreto nº 5.450/50 descreve pregão eletrônico como “modalidade de licitação tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de

bens ou serviços comuns for feita a distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet”

O pregão na modalidade eletrônica é feito via internet em sites específicos e que contenham o mesmo, onde o órgão público licitante devidamente cadastrado fará a análise dos preços ofertados pelas empresas, para o bem ou serviço pretendido, sem contato algum com pregoeiro e licitante. Trazendo assim mais eficiência, agilidade e transparência da licitação em andamento.

Entretanto a modalidade de pregão presencial como o próprio nome diz é feita presencialmente, onde o pregoeiro e licitantes ficam frente a frente para a realização do pregão proposto.

5 PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADÃO DO CÉU – GO

A cidade de Chapadão do Céu foi fundada em 21 de agosto de 1982 por Alberto Rodrigues da Cunha, que trouxe para esta cidade a sua família e aos poucos foi atraindo inúmeras pessoas que pelo vilarejo se interessavam.

A lei n.º 11.398 de emancipação do município foi publicada no dia 18 de fevereiro de 1991, mas somente em 1993 dois anos após a emancipação o Sr. Alberto Rodrigues da Cunha se tornou o primeiro prefeito de Chapadão do Céu, governando de 01/01/1993 á 31/12/1996 sendo o criador das primeiras obras públicas construídas nesta cidade (CHASTAN, 1998)

Com o decorrer dos anos Chapadão do Céu teve outros prefeitos sendo que em 2000 o fundador, senhor Alberto, conseguiu se reeleger prefeito, dando continuidade a sua ótima administração, mas no dia 26 de julho do mesmo ano Chapadão do Céu perdeu seu fundador para uma doença grave nos pulmões,

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interrompendo assim a sua administração, passou essa responsabilidade para o seu vice Eduardo Pagnoncelli Peixoto que deu continuidade e ajudou a desenvolver o município.

5.1 Funcionamento do Pregão Eletrônico e Presencial na Prefeitura Municipal de Chapadão do Céu

As informações aqui coletadas foram obtidas com a presidente da comissão de licitação e com a sua equipe de apoio, sendo passadas com a maior clareza e transparência possível.

No caso da licitação modalidade pregão presencial se realiza da seguinte forma:

Primeiramente a secretaria deverá fazer uma solicitação ou requisição devidamente assinada pelo secretário responsável enviando para o prefeito para que ele análise e autorize. Após a autorização do mesmo a solicitação é encaminhada ao departamento de Licitações para que se possam tomar as providências necessárias para a realização do pregão.

A pregoeira, por sua vez, faz a análise das solicitações das secretarias para verificar se cada um dos itens está com sua descrição correta fazendo assim um orçamento, com o valor de mercado, para que ela possa ter uma base do valor na hora da licitação. A pregoeira também monta o edital que deve constar o dia, à hora, o local e a descrição do produto a ser licitado juntamente com os requisitos que cada licitante deverá cumprir.

O edital que apresentar um valor superior ao de 80.000,00 (oitenta mil) deverá ser publicado em dois jornais de grande circulação (Diário Oficial e Diário da Manhã) abaixo disso a publicação poderá ser feita somente em um deles, o mesmo também é publicado no site da prefeitura e no placar local.

Oito dias úteis após a publicação, acontece o certame, no qual primeiramente faz-se o credenciamento dos licitantes interessado, os quais, se possuírem alguma irregularidade serão desabilitados caso contrário são habilitados passando assim para á conferência das propostas e para a disputa de preços, o licitante que der o menor preço por lote ou por item dependendo do que se refere o edital, vence o certame. Ao final é encaminhado o processo ao gabinete do prefeito para que seja feita a homologação do mesmo e após isto é feita à formalização do processo licitatório com a criação do contrato com a empresa vencedora.

O pregão eletrônico tem sua fase inicial de forma igual ao pregão presencial. Antes de tudo a prefeitura deve estar cadastrada no site que fornece o pregão eletrônico neste caso é utilizado o site da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBMNET) este cadastro não tem custo algum para o órgão público, já os licitantes interessados também devem estar cadastrados, mas os mesmos devem pagar uma taxa anual no valor de 235,00 reais, possuindo assim um login e uma senha de identificação.

O pregão eletrônico possui diferença do presencial somente na sua publicação que deve ser feito também no site Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBMNET) e no dia do certame, sendo que primeiramente se cadastra as propostas com um tempo determinado pelo sistema diferentemente do presencial que credencia o licitante primeiro.

Após o cadastro das propostas feito pelos licitantes, a pregoeira abre cada uma e analisa se está de acordo com o especificado no edital, classificando ou não as mesmas, começando assim a negociação. Cada licitante lança os seus valores aleatoriamente até que o sistema do pregão eletrônico os avise que entrará em fechamento randômico. O fechamento randômico pode durar de 1 segundo á 30 minutos, encerrando entre esse tempo

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automaticamente o sistema finalizando assim a sessão de lances, fazendo com que os licitantes não possam mais lançar novos valores. O licitante com a proposta de menor preço mostrada pelo sistema é o ganhador da licitação podendo a pregoeira ainda negociar com este licitante para obter uma proposta ainda melhor.

A pregoeira depois de negociar e fechar o valor pede que o licitante passe a documentação por e-mail ou por fax para que a mesma possa analisar, se estiver tudo correto pede que mande as originais pelo correio, em caso negativo o desclassifica e convoca o segundo colocado fazendo o mesmo processo até que se apresente conforme o edital.

Depois que a documentação original chegar faz-se o mesmo processo do pregão presencial manda para o gabinete onde o prefeito analisa e faz a homologação, seguindo-se para a construção do contrato com a empresa.

5.2 Vantagens e Desvantagens do Pregão Presencial

Também foram mencionadas as vantagens e desvantagens na modalidade de licitação pregão eletrônico, tais como:

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Figura 01 - Algumas Vantagens e Desvantagens na Utilização da Modalidade Pregão Presencial.

Fonte: Própria (2010).

Analisando este quadro podemos observar que o pregão presencial tem algumas desvantagens que com certo planejamento podem ser solucionadas, dando mais agilidade no processo de licitação e conseqüentemente, mais economia ao município.

5.3 Vantagens e Desvantagens do Pregão Eletrônico

Também foram mencionadas as vantagens e desvantagens na modalidade de licitação pregão eletrônico, tais como:

VANTAGENS DO PREGÃO PRESENCIAL

DEVANTAGENS DO PREGÃO PRESENCIAL

Produtos com melhor qualidade Equipe de apoio sem qualificação

Negociação mais direta Quantidades de mercadorias solicitadas pelas secretarias menores que o esperado ou

em excesso. Análise de documentações imediata Produtos com descrições incorretas

Economia na compra de produtos /serviços Má qualidade das estradas aumentando assim o valor do produto

Entregas com datas corretas Combinação nos preços entre os licitantes

- Menor número de concorrentes

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Figura 01 - Algumas Vantagens e Desvantagens na Utilização da Modalidade de Licitação Pregão Presencial.

Fonte: Própria (2010).

O gráfico 01 representa a porcentagem de economia trazida por um pregão eletrônico em um pregão presencial para a aquisição de medicamentos.

Primeiramente foi feita uma pesquisa no processo do pregão eletrônico analisando suas planilhas com valores cotados de mercado e logo após a verificação do valor concedido pela licitação, fazendo a margem de porcentagem em cima desses valores.

Em segundo lugar foi pego um processo do pregão presencial, analisadas

suas planilhas com valores de mercado e adaptando os mesmos em cima da planilha do pregão eletrônico, para que o mesmo fosse feito em cima dos mesmos produtos e quantidades que o outro, ou seja, os valores do pregão presencial foram jogados na planilha do pregão eletrônico chegando assim o mais próximo possível do resultado. Não somente a planilha foi feita desta maneira também foram jogados os valores licitados em cima da mesma planilha para achar a diferença real de um para o outro.

VANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

DEVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

Maior número de concorrentes Pregoeira com pouca qualificação

Valores dos produtos mais baixos Quantidades de mercadorias solicitadas pelas secretarias menores que o esperado ou em

excesso. Agilidade no processo licitatório Produtos com descrições incorretas

Economia ma compra de produtos /serviços

Quedas de conexão da internet

- Desentendimento pela maioria dos licitantes das funcionalidades deste método de pregão.

- Produtos com qualidades inferiores

- Gastos com telefone para cobranças

- Entregas em atrasos

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Gráfico 01 - Porcentagem de Economia no Pregão Presencial e Eletrônico.

Fonte: Própria (2010).

Chegando diante do gráfico exposto entende-se que no pregão eletrônico no processo de medicamentos teve uma economia de 13,73%, sendo que o pregão presencial teve uma economia de 6,06%, ou seja, o pregão eletrônico em comparação ao presencial teve uma economia 7,67% maior que o outro. Mas se observarmos as vantagens que um pregão presencial traz pode-se dizer se tratando de medicamentos ele é o mais viável para a utilização devido o alto grau de qualidade que ele possui diferentemente do pregão eletrônico e também a eficácia na sua entrega, não podendo deixar em falta, pois a população necessita de medicamentos com qualidade e rapidez. Já o pregão eletrônico possui uma economia maior como mostra o gráfico, mas possui muitas dificuldades na ótica de suas desvantagens mediante este processo de medicamentos com produtos inferiores aos descritos nos editais, com demora na entrega e a devolução de medicamentos, atrasando assim a distribuição para população, podendo este ser muito eficaz em outros tipos de processos licitatórios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo o estudo de duas modalidades de Licitações o pregão presencial e o pregão eletrônico. Que, em modo geral, tem responsabilidade por parte da economia nas compras públicas.

O primeiro passo foi descrever de modo sucinto como funciona o pregão presencial e eletrônico na prefeitura Municipal de Chapadão do Céu, através da pesquisa de campo elaborada com a comissão de licitação desta cidade. Em segundo lugar, partindo desta pesquisa, pode-se analisar as vantagens e desvantagens de cada pregão. Em terceiro e último passo foi o levantamento das porcentagens dos dois pregões no processo para aquisição de medicamentos.

Após as análises desses dados, chegou-se à conclusão que os pregões utilizados nesta prefeitura possuem uma porcentagem de economia aceitável, mas

0,00%

2,00%

4,00%

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pregãoeletrônico

pregãopresencial

pregãopresencial x

pregãoeletrônico

porcentagem pregãoeletrônico

porcentagem pregãopresencial

porcentagem pregãopresencial x pregãoeletrônico

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nem todos os bens/serviços funcionam de forma eficaz nos dois processos de licitação. No caso da aquisição de medicamentos por meio do pregão eletrônico apresentou, mais economia que o presencial mas na análise de suas vantagens e desvantagens essa economia acaba sendo prejudicial em razão de seus pontos negativos que acabam gerando mais gastos desnecessários ao município.

Já o pregão presencial neste caso é o mais viável, pois mesmo com uma economia menor, tem maior possibilidade, segundo a comissão de licitação, de cumprir com o edital tanto na entrega como na qualidade, caso indispensável para a aquisição de medicamentos.

REFERÊNCIAS

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