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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL ELIANE DE SIQUEIRA SILVA RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: GESTÃO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL RECIFE/PE Março, 2013

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA CURSO DE ... · definição versa às práticas sustentáveis de manejo ... papéis, papelões, plásticos, trapos ... carcaça de animais, móveis

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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL

ELIANE DE SIQUEIRA SILVA

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS:

GESTÃO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL

RECIFE/PE

Março, 2013

ELIANE DE SIQUEIRA SILVA

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS:

GESTÃO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Trabalho de Pós Graduação desenvolvido pela aluna

Eliane de Siqueira Silva, orientada pela Prof.ª Msc. Vera

Barbosa, e apresentada ao Curso de Especialização em

Gestão Ambiental da Faculdade de Ciências Humanas

ESUDA, como requisito final para obtenção do grau de

Especialista.

RECIFE/PE

Março, 2013

ELIANE DE SIQUEIRA SILVA

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS:

GESTÃO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Monografia submetida ao Corpo Docente do Curso de Especialização em Gestão

Ambiental da Faculdade de Ciências Humanas e aprovada em ____/____/2013.

Banca Examinadora:

_____________________________________________

Vera Barbosa, Mestre, ESUDA (Orientadora)

_____________________________________________

Clodomir Barros, ESUDA (Examinador)

RESUMO

O crescimento populacional, industrial, tecnológico e o acelerado processo de

urbanização transformaram o espaço geográfico. Incluído à mudança de hábitos e

de consumo que vem acarretando vários problemas ambientais para as autoridades

brasileiras tornando-se um desafio tratar e destinar a grande quantidade de resíduos

sólidos gerados pela população, principalmente a domiciliar, onde há muito a se

trabalhar na educação e no desconhecimento ambiental. A uma boa gestão e

gerenciamento dos resíduos sólidos tem de se conhecer o que se tem gerado, em

sua qualidade, quantidade e seu gerador. Buscar o mapeamento e propostas para a

mitigação, aproveitamento e reaproveitamento do material desde a coleta até a

disposição final.

Palavras chaves: resíduo sólido urbano; hábitos de consumo; gestão e

gerenciamento de resíduos sólidos.

ABSTRACT

Population growth, industrial, technological and accelerated process of urbanization

transformed the geographical space. Included to changing habits and consumption

that has been causing various environmental problems to the Brazilian authorities

becoming a challenge to treat and allocate large amount of solid waste generated by

the population, especially the home where there is plenty to work on education and

environmental ignorance. A good management and solid waste management has to

know what has been generated in their quality, quantity and your generator. Search

mapping and proposals for mitigation, recovery and reuse of the material from

collection to final disposal.

Keywords: municipal solid waste, consumption habits, management and solid waste

management.

LISTA DE FIGURAS E/OU ILUSTRAÇÃO

Figura 1 – Símbolo de Coleta Seletiva 45

Figura 2 – Cores padrão da coleta seletiva 48

Figura 3 – Compostagem 49

Figura 4 – Ciclo da Matéria Orgânica 55

Figura 5 – Incineração 60

Figura 6 – Aterro sanitário 62

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Exemplos básicos de cada categoria de resíduos sólidos urbanos 32

Quadro 2 – Modelo de Hierarquia de Gerenciamento de Resíduos 44

Quadro 3 – Tempo de Decomposição de Alguns Materiais 47

Quadro 4: Comparativos do Lixão X Aterro Sanitário 64

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Modelo de classificação dos resíduos – serviço de saúde 29

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas e Técnicas

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente

EA – Educação Ambiental

GA – Gestão Ambiental

GIRS – Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

GRSU – Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos

NBR – Normas Brasileiras

Ph – Potencial de Hidrogênio

PNRS – Política Nacional de Resíduo Sólido

RS – Resíduo Sólido

RSD – Resíduo Sólido Domiciliar

RSU – Resíduo Sólido Urbano

SA – Sensibilidade Ambiental

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE TABELAS

LISTA DE GRÁFICOS

LISTA DE QUADROS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

INTRODUÇÃO 11

1.0 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 13

2.0 GESTÃO AMBIENTAL 18

2.1. Resíduos Sólidos 21

2.2. Conceito: Diferença entre Resíduo e Lixo 26

2.3. Caracterização e Classificação dos Resíduos Sólidos 28

2.4. Educação Ambiental - Importância da Sensibilização 37

3.0 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 41

3.1. Hierarquia do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos. 44

3.1.1 Coleta Seletiva 45

3.1.2. Reciclagem 49

3.1.3. Destinação final 53

3.1.4. Compostagem 55

3.1.5 Incineração do lixo 60

3.1.6. Aterro sanitário 62

CONSIDERAÇÕES FINAIS 67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70

11

INTRODUÇÃO

A população tem experimentado rápidas e profundas mudanças estruturais, que tem

possibilitado à conhecida “modernização” da sociedade; como exemplo, o

crescimento populacional, urbano, industrial e transformação dos hábitos de

consumo. Esses processos têm gerado grandes conflitos e enormes quantidades de

resíduos sólidos no meio urbano. Por natureza, toda e quaisquer atividade humana

geram resíduos, e consequentemente podem causar impactos ambientais,

sanitários, econômicos e estéticos, principalmente em sua etapa de destinação final,

ocasionando agressão, constante, em todo o ecossistema - prejudicando assim a

interação, vital, entre os seres vivos e o meio ambiente.

Hoje, mais do que nunca, demanda não perder tempo e enfrentar esta realidade

com políticas adequadas de modo a garantir um desenvolvimento sustentável,

minimizando os graves distúrbios ambientais que o problema provoca.

O problema evidenciado pelos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) como

consequência das suas implicações sobre a degradação ambiental e o uso abusivo

dos recursos naturais torna essencial à solução adequada, sob o ponto de vista

ambiental e social. A geração de resíduos sólidos pela sociedade repercute-se numa

clara tríade ambiental: contaminação generalizada, desperdício de recursos naturais

e necessidade de amplos espaços para a sua disposição final.

Tornou-se um desafio para as autoridades darem um tratamento e uma disposição

final, adequada, a grande produção dos resíduos, em especial os resíduos sólidos

domiciliares - RSD; que quando dispostos de forma inadequada, gera sérios

problemas ambientais: poluição do ar, solo e água. Boa parte desses resíduos é

depositada a céu aberto, em lixões.

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Eis um dilema ao atendimento das diretrizes ambientais e responsabilidade social,

um complexo gerenciamento dos resíduos sólidos; pois envolve a população como

um todo. Tornando-se necessária à existência de uma gestão (decisões, ações,

estratégias) e gerenciamento (operacionalização) dos resíduos sólidos produzidos,

não esquecendo a configuração de cada local.

O objetivo deste trabalho é demostrar como a gestão adequada dos resíduos sólidos

pode interferir positivamente na qualidade de vida das populações humanas,

melhorando a qualidade ambiental e a conservação dos recursos naturais. Sendo

seus objetivos específicos:

Avaliar a geração dos resíduos domiciliares advindos da coleta

convencional (regular) e da coleta seletiva;

Mostrar os materiais possíveis de reciclagem;

Entender o papel da educação ambiental no contexto da GRSU;

Expor o destino final dos resíduos.

Para realização deste trabalho teve-se como referencial o estudo bibliográfico

empírico, bem como possivelmente analítico, acerca do tema em questão,

englobando a coleta, reciclagem, compostagem, (...) e disposição final, como

também os demais conceitos envolvendo a minimização dos resíduos.

Também foi alvo de pesquisa: consulta as normas da ABNT, as resoluções do

CONAMA, bem como publicações dos órgãos federais e estaduais que pesquisam e

atuam sobre o assunto.

A metodologia utilizada para caracterização, neste trabalho, possibilita o

conhecimento de alguns dos materiais possíveis à segregação, permitindo identificar

o seu potencial de minimização dos impactos ambientais gerados. Tornando-se mais

uma ferramenta de pesquisa para o “aprender” sobre os RSU gerados.

13

A organização do trabalho foi articulada em 03 capítulos. Assim dispostos:

O capítulo 1 é o embasamento do estudo empírico deste trabalho, mostrando que à

proporção que a sociedade vai se conscientizando da necessidade de se preservar

o meio ambiente, todos os setores, públicos e privados começam a pressionar as

pessoas a buscar meios de desenvolver suas formas de consumo de maneira mais

racional.

A Gestão Ambiental inicia o capítulo 2, por ser o início de todo e qualquer estudo

ambiental; seguindo dos Resíduos Sólidos com sua conceituação e relevância. O

conhecimento qualitativo, sua classificação e caracterização. Enveredando pela

educação ambiental, sensibilização e importância, bem como sua política e

aspectos.

O capítulo 3, sob o título: Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos, sua

definição versa às práticas sustentáveis de manejo ambientalmente adequados aos

resíduos de origem urbana. Onde necessita de um conhecimento sistemático e

aprofundado de suas características, vindo a ser um importante instrumento de

gerenciamento. Para a minimização é primordial uma caracterização detalhada, a

partir da qual, seja possível uma correta avaliação para a implantação da

minimização do resíduo.

O resíduo não podendo deixar de ser produzido e, segundo Teixeira (2000), deve

ter a sua quantidade diminuída através da minimização (redução, reutilização, e

reciclagem) sendo, posteriormente, tratado e disposto adequadamente.

Nas considerações finais apresenta-se que há muita literatura a respeito do tema,

bem como preocupações, no entanto faltam mais atitudes por parte de todos

(população, entidade públicas e privadas) uma vez que existe muito desperdício

atualmente. O desafio é inverter a lógica prevalecente e investir cada vez mais na

redução da produção excessiva e no desperdício, assim como na coleta seletiva e

na compostagem, e cada vez menos na destinação final.

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1.0. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Considerando que a imensa produção de resíduos ocupa um lugar de destaque

entre os maiores problemas ambientais da atualidade, agravado pela febre de

produtos descartáveis que invadiu o mundo nos últimos anos, considera-se esta

temática como essencial a ser abordada.

Segundo Teixeira, Nunes e Oliveira (1991), a definição da ABNT, mantida em 2004

a mesma de 1987, é muito ampla e equivoca-se ao incluir líquidos na definição de

resíduo sólido. Na norma, os líquidos poderiam ser incluídos juntamente com o

resíduo sólido para efeito de tratamento, mas não simplesmente denominá-los de

resíduos sólidos.

Uma definição que é sempre atual, devido a sua abrangência, é a de Campbell

(1991), "Resíduos são sempre descritos como uma fonte potencial de matéria prima

para alguém, no local errado e no tempo errado", ou seja, o que para alguém pode

ser resíduo, para outro e matéria prima utilizável e com valor econômico.

Conforme Lima (1995), "Lixo é todo e qualquer resíduo que resulte das atividades

diárias do homem na sociedade. Estes resíduos compõem-se basicamente de

sobras de alimentos, papéis, papelões, plásticos, trapos, couros, madeira, latas,

vidros, lamas, gases, vapores. poeiras, sabões, detergentes e outras substâncias

descartadas pelo homem no meio ambiente".

Diante desses inconvenientes, alguns setores governamentais estão mobilizando-se

para enfrentar o problema, por muito tempo relegado ao segundo plano; na visão de

Barros (2002): “os resíduos sólidos têm recebido tratamento de segunda categoria e

ainda não existe vocação e uma consciência política dos governantes,

parlamentares e demais autoridades, efetivamente comprometida com a

implementação de políticas preventivas e corretivas”; pois se tem observado a

descentralização de competências, deixando a gestão dos RSD sob a

15

responsabilidade da administração municipal, mesmo que esta não tenha as

mínimas condições de lidar com a temática numa perspectiva sustentável.

A coleta de resíduos e a preservação ambiental são medidas de caráter preventivos

fundamentais para a manutenção da saúde. Uma das etapas mais onerosas do

tratamento deste material que visam sua reutilização é a separação adequada do

que vai descartado. Basicamente, devem-se separar os materiais orgânicos dos

inorgânicos. Uma primeira classificação pode perfeitamente ser realizada pela

população, por meio da coleta seletiva. Colocar esse tipo de ação em prática

depende de vontade pública para sensibilização, conscientização e informação à

população sobre os objetivos a alcança, despertando, assim, sua vontade de

colaborar.

A solução para tal questão não depende apenas de atitudes governamentais ou decisões de empresas; deve ser fruto também do empenho de cada cidadão, que tem o poder de recusar produtos potencialmente impactantes, participar de organizações não governamentais ou simplesmente segregar resíduos dentro de casa, facilitando assim os processos de reciclagem. (FADINI; FADINI, 2001, p. 9).

Resíduo sólido urbano (RSU) podem ser considerados como sendo constituídos por

resíduo domésticos, comerciais e industriais, resíduo de varrição e proveniente de

serviços (limpeza de boca de lobo e galerias, canalizações e órgãos acessórios da

rede coletora de esgoto, a limpeza e poda de praças e jardins e também, carcaça de

animais, móveis usados e abandonados em vias públicas, resíduo proveniente de

campanha de dengue, por exemplo, todos eles ou alguns deles (TEIXEIRA, 1999).

Resíduos domésticos (RSD) são os resíduos domiciliares e, também, aqueles com

características similares, como os comerciais e os resíduos da limpeza pública,

normalmente, encaminhados para a disposição em aterros (ZANTA e FERREIRA,

2003).

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A gestão dos RSD está ligada a um “conjunto de ações, procedimentos e controles;

recursos humanos, financeiros e materiais organizados cuja finalidade é controlar os

impactos do meio ambiente” (PUGLIESE, 2006, p.6). E, comprometida com uma

série de princípios que são:

i) proteção dos recursos naturais e do meio ambiente para as gerações futuras; ii) redução de desperdícios (de matéria prima, energia, água, combustíveis) reaproveitamento e reciclagem; iii) melhoria da qualidade e de vida e trabalho (...); e por fim, iv) melhoria da imagem da instituição perante a população. (PUGLIESE, 2006, p.4).

Em sendo assim, os RSD estão relacionados direta e indiretamente com o aumento

de sua geração, sua coleta, transporte, tratamento de disposição final, de forma a

minimizar os impactos ambientais. Buscando novas alternativas com o objetivo de

diminuir cada vez mais os impactos causados. Estando a origem e composição dos

resíduos do local, para assim estabelecer melhores procedimentos para a coleta

(convencional ou seletiva), o transporte, o tratamento e disposição final. Eis o

primeiro passo no caminho da gestão dos resíduos, permitindo um olhar integrado

do desafio em questão.

Os Resíduos da Construção Civil (RCC), segundo a Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS) são: “os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições

de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de

terrenos para obras civis”. O RCC gerado anualmente possui grande

representatividade no volume total dos resíduos sólidos municipais, incluindo-se os

domiciliares.

As deposições irregulares são comuns nos municípios brasileiros, diante da falta de

alternativas para destinação ou disposição correta, provocam desperdício de

materiais nobres e elevados dispêndios para as ações corretivas.

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, instituída pela Lei nº. 12.305, de

02.08.2010, foi um marco regulatório para a problemática dos resíduos sólidos,

trazendo novas alternativas para a destinação adequada dos insumos, considerando

o bem estar social e, ao mesmo tempo, a sustentabilidade sob os pontos de vista

ambiental, social e econômico; a fim de alcançar a uniformização no tratamento

dado aos resíduos sólidos no país e, promover a devida proteção ambiental,

considerando tanto os aspectos econômicos quanto os sociais.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Federal nº 12.305

(2010) entende resíduo sólido como:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL- Lei Federal nº 12.305, 2010).

Com a PNRS obteve-se uma representatividade e oportunidade real de

formalização, padronização e operacionalização das atividades relativas à gestão

dos resíduos sólidos no Brasil. A sua implementação possivelmente resultará em

transformações no modo de produção e de consumo e na forma da sociedade se

relacionar com o meio ambiente rumo ao desenvolvimento realmente sustentável.

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2.0. GESTÃO AMBIENTAL

A Gestão Ambiental (GA) não é um pensamento novo, tão pouco uma necessidade

nova. O homem sempre teve de interagir responsavelmente com o meio ambiente.

Nos casos em que tal não ocorreu, o homem teve de enfrentar as consequências

nocivas da sua atuação.

Conforme Macedo (1994), a gestão ambiental implica em oferecer correção

ecológica em suas decisões, ações e processos de modo a buscar o passivo

ambiental zero. Este conceito negligencia o princípio da precaução, uma vez que

antes de corrigir, é preciso observar as leis naturais, de forma a evitar os impactos

ambientais negativos.

Para Donaire (1999, p.60), devem ser analisados 16 princípios quando da

implantação da GA:

1. A Prioridade Organizacional;

2. A Gestão Integrada dos Processos;

3. Os Processos de Melhorias;

4. A Educação Ambiental;

5. A Prioridade de Enfoque;

6. Os Produtos e Serviços;

7. Orientação ao Consumidor;

8. Os Equipamentos e a Operacionalização;

9. A Pesquisa e Desenvolvimento;

10. O Enfoque Preventivo;

11. Relação com Fornecedores e Contratados;

12. Planos de Emergência;

13. Transferência de Tecnologia;

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15. Contribuição do esforço comum;

16. Transparência de Atitude, Atendimento e Divulgação.

A Gestão Ambiental centra-se principalmente, nos recursos e pressupõe escolher

entre alternativas, que não sejam somente tecnológicas e criar as condições para

que aconteça o que se pretende que aconteça, a sustentabilidade ambiental. Deve

controlar e assegurar o cumprimento da lei ou normas que estão estabelecidas e

regulam os comportamentos das pessoas, das sociedades, das empresas, das

formas de produção e seus efeitos.

Há mais ou menos 15 anos havia uma divisão muito clara entre os defensores da

natureza, mais conhecidos como ecologistas, e os que praticavam a exploração

ilimitada dos recursos naturais. Contudo, com a chegada do termo desenvolvimento

sustentável, tornando-se necessária a formação de pessoas com um diferente perfil.

Essas pessoas tinham a responsabilidade de juntar a visão ambientalista à

exploração “racional” dos recursos naturais. Daí o surgimento da GA, possuindo

caráter multidisciplinar, ou seja, profissionais dos mais variados campos podendo

atuar na área, desde que devidamente habilitados.

Entende-se por Gestão Ambiental como método que inclui a estrutura

organizacional, atividade de planejamento, responsabilidades, práticas,

procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir,

analisar criticamente e manter a política ambiental. É o que a empresa faz para

minimizar ou eliminar os efeitos negativos provocados no ambiente pelas suas

atividades.

20

As empresas colocam no mercado um produto que mostra a preocupação com a

preservação do meio ambiente; esta empresa juntamente com seu produto passa a

se tornar uma referência no meio empresarial. E o próprio consumidor passa a

selecionar, cada vez mais, os produtos que consome em função da responsabilidade

social destas empresas.

Logo, para que uma empresa passe realmente a trabalhar com gestão ambiental

deve, inevitavelmente, mudar sua cultura organizacional e empresarial. A gestão

ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades

relacionadas com qualquer empreendimento.

Para Santos (1998), a gestão ambiental deve integrar a informação ecológica ou

ambiental à tomada de decisões técnicas, econômicas e políticas. O que requer

entendimento dos conceitos de conservação, recursos naturais, impactos, conflitos e

das leis da termodinâmica.

A GA baseia-se na união de práticas das atividades sociais e econômicas de forma

a aplicar técnicas e conhecimentos que garantam o uso racional os recursos

naturais, inserindo fontes de energia, renováveis ou não. Ordenando as atividades

humanas, para que estas não agridam o meio ambiente. Visando o uso de

habilidades que garantam à preservação e conservação da biodiversidade, a

reciclagem das matérias primas, a recuperação de áreas degradadas,

reflorestamento; tudo isso de forma a reduzir o impacto ambiental causado sobre os

recursos naturais.

Pode-se então concluir que a Gestão Ambiental é consequência natural da evolução

do pensamento da humanidade em relação à utilização dos recursos naturais de um

modo mais sábio, onde se deve retirar apenas o que pode ser reposto ou caso isto

não seja possível, deve-se, no mínimo, recuperar a degradação ambiental causada.

21

2.1. RESÍDUOS SÓLIDOS

Os Resíduos Sólidos, ainda na norma da ABNT, NBR 10004, 2004, são aqueles

que:

...resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cuja particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (NBR 10004, 2004 – Brasil).

Com essa definição torna-se evidente a complexidade e diversidade dos resíduos

sólidos. Quanto aos resíduos sólidos de origem urbana, entendem-se como todos

aqueles produzidos em área urbana do município, englobando resíduos de origens

diversas, como residencial, limpeza pública (poda, galhos, varrição e outros),

comercial, industrial, estabelecimentos de saúde, construção civil, e agrícola. Dos

vários RSU gerados, normalmente, são encaminhados para aterros.

Tais resíduos podem apresentar utilidade à atividade fim de quem o gerou, como

também se transformar em insumos para outras atividades. Exemplificando: os que

são recolhidos das residências pelo serviço de coleta das prefeituras; a sobra da

varrição de ruas, praças e locais públicos - incluindo aí as folhas, galhos, resto de

podas, entre outros.

Para Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Resíduo “é aquilo que resta de qualquer

substância, resto”, ou ainda, “o restante daquilo que sofreu alteração de qualquer

agente exterior, por processos mecânicos, físicos, químicos, etc. (Ferreira, 1986).

22

Atualmente seria incorreto chamar todos os resíduos produzidos na área urbana de

“lixo”, pois nem todo o resíduo sólido das áreas urbanas é inútil e sem valor

econômico.

Os resíduos, até certo tempo atrás, em sua definição, era algo que não apresentava

nenhuma utilidade, tão pouco valor comercial significativo ou até mesmo nenhum.

No entanto, esse conceito vem mudando dia a dia. E, atualmente esses materiais,

em sua maioria, estão e podem ser aproveitados, como também reaproveitados. E,

vem assumindo papel de destaque entre as crescentes demandas da sociedade

brasileira pelos aspectos ligados à veiculação de doenças, pela contaminação de

águas subterrâneas e superficiais, pelas questões sociais ligadas aos catadores ou

ainda pelas pressões advindas das atividades turísticas.

Há diferentes interpretações para o significado de RS, sendo assim, para esta

pesquisa apresentamos o seguinte entendimento:

RS – é o grupo constituído pelo material sólido que é descartado, após

sua utilização ou não, e que possui condições de manuseio e

destinação adequada.

RSD – é aquele resíduo oriundo e coletado diretamente no domicílio

e/ou residência.

RSU – é mais abrangente, considerando sua constituição por resíduo

domiciliar, comercial, construção civil, serviços de saúde e industrial,

varrição e os provenientes de serviços (limpezas de galerias,

canalizações, rede coletora de esgoto, jardins, praças, vias públicas.

Etc.). Compreendendo, assim, àquele produzido pelas inúmeras

atividades desenvolvidas em área urbana.

23

Mucelin e Bellini (2008), enfatizam que o consumo cotidiano de produtos

industrializados é responsável pela contínua produção de lixo. Nas cidades, a

produção é de tal intensidade que não é possível conceber uma cidade sem

considerar a problemática gerada pelos resíduos sólidos, desde a etapa da geração

até a disposição final. De forma enfática, os autores ainda afirmam que é inevitável a

geração de lixo nas cidades devido à cultura do consumo. Esses resíduos

representam uma perda de recursos naturais. Isto porque, o elevado consumo

desses recursos exerce pressões sobre o meio ambiente em todas as regiões do

mundo. Entre essas pressões, está à destruição de recursos não renováveis e a

utilização intensiva de recursos renováveis. O que corrobora para a comprovação de

que o crescimento das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm

contribuído para o aumento de impactos ambientais negativos, assim como o

crescimento de vulnerabilidades urbanas e, ainda, impactos socioeconômicos nas

finanças públicas e privadas.

Por outro lado, a sociedade civil pouco tem se mobilizado quando o tema em

discussão é o lixo. As pessoas ainda preferem deixar o assunto para outro momento

e este comportamento é, também, fruto da educação fragmentada que receberam. A

educação oferecida pela grande maioria das escolas do Brasil ficou estagnada no

tempo, sem perceber os problemas e sem discutir com os alunos e sociedade suas

soluções.

Inserido nesse cenário, o crescimento urbano desordenado tem sido apontado como

um dos grandes vilões da questão ambiental, por ter íntima relação com a geração

de resíduos sólidos e esta com a deterioração das condições do ambiente e da

qualidade de vida humana.

24

Ainda nesse sentido, Castilhos Júnior et al (2003, p.2) afirmam que:

[...] o depósito de resíduos sólidos a céu aberto ou lixão é uma forma de deposição desordenada sem compactação ou cobertura dos resíduos, o que propicia a poluição do solo, ar e água, bem como a proliferação de vetores de doenças.

Além desses problemas, Sisinno (2002, p.13) destaca “[...] a contaminação da biota,

poluição visual e sonora, desvalorização imobiliária, descaracterização paisagística

e desequilíbrio ecológico” e alerta que:

Além dos grandes depósitos oficiais de resíduos, deve-se destacar a ocorrência de pequenos e “móveis” depósitos clandestinos. Esses depósitos - na maior parte dos casos - estão localizados em regiões distantes e pouco urbanizadas, sendo sua vida útil condicionada à ação dos órgãos competentes: ação esta muitas vezes impulsionada por denúncias da população vizinha, de ONG’s ou da mídia. Os depósitos clandestinos oferecem riscos ao equilíbrio ambiental e à saúde humana uma vez que não se conhece a natureza dos resíduos depositados, sendo que muitos desses resíduos podem conter substâncias com potencial de causar sérios danos aos sistemas vivos. (SISINNO, 2002, p.13).

A maioria das cidades brasileiras ainda utiliza a forma de dar destino aos resíduos

sólidos através de depósitos a céu aberto. Tal alternativa, conhecida por lixão, se

caracteriza pela simples descarga dos resíduos sólidos sobre o solo sem medidas

de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

Em 10 de março de 2010 foi provado o projeto de Política Nacional de Resíduos

Sólidos, após 19 anos de tramitação, pela Câmara dos Deputados, porém no dia 2

de agosto de 2010 sob a lei 12.305 é instituída a Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS), na qual surgiu com novas providências alterando a lei 9.605/98.

25

O Brasil passa a ter um marco regulatório na área de Resíduos Sólidos. A lei faz a

distinção entre resíduos (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o

que não é passível de reaproveitamento). A lei se refere a todo tipo de resíduos

reunindo princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão dos RS. É

fruto de ampla discussão com os órgãos de governo, instituições privadas,

organizações não governamentais e sociedade civil.

A PNRS objetiva a não-geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos

sólidos, bem como a destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Redução do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo

de produção de novos produtos, intensificar ações de educação ambiental, aumentar

a reciclagem no país, promover a inclusão social, a geração de emprego e renda de

catadores de materiais recicláveis. (Revista SENAC e Educação Ambiental, 2009, p.

26).

26

2.2. CONCEITO: DIFERENÇA ENTRE RESÍDUO E LIXO

Existem diversas formas para se definir Resíduo Sólido e, na literatura, podem ser

encontradas as mais diferentes interpretações. As palavras lixo e resíduo sólido

podem ser considerados como sinônimos. O termo lixo É a forma vulgar de se tratar

o que não se utiliza mais, enquanto resíduo é o termo técnico cientifico.

Em Ferreira (1986), encontram-se diferentes interpretações para Resíduo Sólido e

Lixo. Quando se refere à resíduo, e aquilo que resta de qualquer substância; resto, o

que se descarta e sofre alteração de qualquer agente exterior, por processos

mecânicos, químicos, físicos, etc. Por exemplo, o resíduo de um incêndio e o

resíduo da moagem do café. Na definição de lixo, é aquilo que se varre da casa, do

jardim, da rua, e se joga fora; entulho. Pode ser também, tudo o que não presta e se

joga fora; sujidade; sujeira; imundície, ou ainda, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem

valor.

Estes conceitos podem variar de acordo com a época e local, dependendo das

condições jurídicas, econômicas, sociais, ambientais e tecnológicas.

Segundo Yoshitake (2010), lixo é todo e qualquer material descartado pela atividade

humana, doméstica, social e industrial, que é jogado fora, pois para o seu

proprietário não tem mais valor. Já para Amorim (2010) lixo é tudo o que é

descartado e que não é percebido e que não possui utilidade imediata.

Yoshitake (2010) tem definido resíduo como sobra no processo produtivo e é

equivalente a refugo ou rejeito. Em outras situações, a conceituação de resíduo é

equivalente a lixo. Na opinião de Calderoni (1998), é neste sentido a definição dada

ao termo resíduo pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): “material

desprovido de utilidade pelo seu possuidor”. (sic) (Normas Brasileiras Registradas -

NBR 12.980, 1993, item 3.84, p.5) apud Yoshitake (2010).

27

Para Amorim (2010), o vocábulo lixo pode ser chamado de resíduo, quando é

descartado e é reutilizado. Define ainda que a denominação lixo geralmente seja

utilizada no vocabulário das escolas.

Calderoni (1997) apud Yoshitake (2010) afirma que sob o ponto de vista econômico,

resíduo ou lixo é todo o material que uma dada sociedade ou agrupamento humano

desperdiça. Este desperdício pode ocorrer por problemas ligados à disponibilidade

de informações, por falta de desenvolvimento de um mercado para produtos

recicláveis, entre outras razões.

Pela definição anterior, os resíduos sólidos são provenientes de diversas fontes

geradoras e tem apresentado características diferentes. Uns, mais volumosos, como

o entulho da construção civil; outros apodrecem rapidamente, como é o caso de

cascas de frutas e restos de alimentos; outros são tóxicos, pilhas e baterias são

citadas como exemplo. Conhecer as propriedades e características dos resíduos é

de fundamental importância para o bom gerenciamento deles.

28

2.3. CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A classificação dos resíduos sólidos de acordo com sua periculosidade à saúde

humana e ao meio ambiente está baseada na NBR 10.004/2004 da Associação

Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e estão enquadrados da seguinte forma:

Resíduos perigosos ou Classe I - são aqueles que apresentam

periculosidade, isto é características que em função de propriedade

físicas, químicas ou infecto contagiosa, podem apresentar risco a

saúde pública – aumento de mortalidade e/ou incidência de doenças;

e/ou risco ao ambiente – resíduo gerado de forma inadequada. Ou

possuir, pelo menos umas das características: inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.

Os resíduos dos serviços de saúde são um exemplo bem clássico desta categoria,

assim como laboratórios, empresas, universidades e outras atividades que

produzem uma ou mais das cinco categorias em que são enquadrados pela

Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA, nº 306/2004 e do CONAMA, nº

358/2005. Conforme gráfico 1 – Modelo de Classificação dos resíduos - Serviço de

Saúde.

29

Gráfico 1 – Modelo de Classificação dos Resíduos - Serviço de Saúde

Fonte: a própria autora.

Classificação dos Resíduos – Serviço de

Saúde

Grupo D Comum

Grupo A Infectante

Perfuro Cortante

Comum Reciclável

Infectante Radioativo Químico

Grupo C Radioativo

Grupo B Tóxico

Grupo E Perfuro Cortante

Rejeitos radionuclíneos

Peças anatômicas, carcaças...

Agulhas, escalpes, lâminas de

bisturi...

Gesso, papel, restos de

alimentos...

Medicamentos, lâmpadas, baterias...

30

Grupo A – todos os componentes com possíveis agentes biológicos que por

suas características de virulência ou concentração apresentam riscos de

infecções. Exemplos: lâminas e placas de laboratórios, tecidos e restos

orgânicos, bolsas de transfusões sanguíneas.

Grupo B – todas as substâncias químicas com possibilidades de

apresentarem riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, de acordo com as

características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Exemplos: reagentes de laboratórios, resíduos com metais pesados,

medicamentos apreendidos ou vencidos.

Grupo C – todos os materiais que contenham radioatividade em quantidades

superiores às especificadas nas normas da Comissão Nacional de Energia

Nuclear – CNEN, como os utilizados nos serviços de radioterapia e outros

serviços da medicina nuclear.

Grupo D – todos os materiais que não apresentarem riscos biológicos,

químicos ou radioativos e que podem ser equiparadas aos resíduos sólidos

domiciliares como descartes na preparação dos alimentos, sobras de

alimentos não contaminadas, resíduos das áreas administrativas e gerenciais.

Grupo E – todos os materiais perfurantes e cortantes como lâminas, agulhas,

bisturis, ampolas de vidro, espátulas e outros produtos utilizados nos serviços

de saúde pública ou em atividades privadas nesta área.

31

Resíduos não perigosos ou Classe II

1. não inertes – Classe II-A: tem propriedades de

biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água.

Resíduos orgânicos, como exemplo.

2. inertes – Classe II-B: segundo a NBR 10.004/2004 “quando

amostrados de forma representativa…, e submetidos a um

contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à

temperatura ambiente…, não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos

padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor,

turbidez, dureza e sabor”. São resíduos considerados inertes.

A diferenciação entre as duas classes se faz pelos constituintes liberados pelo

resíduo quando em contato dinâmico com a água. Interface com a NBR 10.006.

A garantia de uma classificação confiável começa na amostragem que deve ser

enviada ao laboratório de análise representando bem o tipo de resíduo daquele

processo. A NBR 10.007 dá as instruções para a amostragem de resíduos sólidos.

O gerenciamento (capítulo seguinte) é o componente operacional da gestão destes

RS inclui as etapas de segregação, coleta, transporte, tratamentos e disposição

final. Ao se considerar uma variedade de alternativas para atingir a minimização dos

RS.

As características, tanto qualitativas quanto quantitativas, dos resíduos sólidos

variam em função de aspectos diversos, como os sociais, econômicos, culturais,

geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as

comunidades entre si.

32

Com relação aos aspectos biológicos, os resíduos orgânicos podem ser

metabolizados por vários microrganismos decompositores, como fungos e bactérias,

aeróbios e/ou anaeróbios, cujo desenvolvimento dependerá das condições

ambientais existentes. Além desses microrganismos, os resíduos sólidos

contaminados com dejetos humanos e de animais domésticos, os resíduos de

serviços de saúde e os lodos de estação de tratamento de esgoto podem ser fontes

de microrganismos patogênicos.

Há vários tipos de classificação dos resíduos sólidos que se baseiam em

determinadas características ou propriedades identificadas. A classificação é

relevante para a escolha da estratégia de gerenciamento mais viável.

Com o conhecimento das características químicas há a possibilidade da seleção de

processos de tratamento e técnicas de disposição final. Algumas das características

básicas de interesse são: poder calorífico, pH, composição química (nitrogênio,

fósforo, potássio, enxofre e carbono) e relação teor de carbono/nitrogênio, sólidos

totais fixos, sólidos voláteis e teor de umidade.

No que se refere ao planejamento e dimensionamento de todas as etapas do

Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU), também é útil conhecer a

aparente densidade dos resíduos, isto é, a relação entre massa e volume, como

também sua compressividade, proporção de redução em volume dos resíduos

sólidos.

33

No quadro 1, apresentam-se exemplos de materiais que podem compor os RSU,

observando-se a grande diversidade de materiais.

Quadro 1 - Exemplos básicos de cada categoria de resíduos sólidos urbanos.

Material Exemplos/tipos

Matéria orgânica

putrescível

Restos de alimentos, flores, podas de árvores.

Plástico Sacos, sacolas, embalagem de refrigerante, água e leite, recipientes de

produtos de limpeza, esponjas, isopor, utensílios de cozinha, látex.

Papel e papelão Caixa, revistas, jornais, papel, cadernos, livros, pastas.

Vidro Copos, garrafas, pratos, espelho, embalagem de produtos de limpeza e

produtos alimentícios.

Metal ferroso Palha de aço, alfinetes, agulhas, embalagens de produtos alimentícios.

Metal não ferroso Latas de bebidas, restos de cobre, restos de chumbo, fiação elétrica.

Madeira Caixas, tábua, palitos de fósforo e de picolé, tampas, móveis.

Panos, trapos,

couro e borracha

Roupas, panos de limpeza, pedaços de tecido, mochilas, sapatos, tapetes,

luvas, cintos, balões.

Contaminante

químico

Pilhas, medicamentos, lâmpadas, inseticidas, raticidas, colas em geral,

cosméticos, vidro de esmaltes, embalagens de produtos químicos, latas de

óleo motor, latas com tintas, canetas com carga, papel carbono, filme

fotográfico.

Contaminante

biológico

Papel higiênico, cotonetes, algodão, curativos, gazes e panos com sangue,

fraldas descartáveis, absorventes higiênicos, seringas, lâminas de barbear,

cabelos, pelos, embalagens de anestésicos, luvas.

Pedra, terra e

cerâmica

Vasos, pratos, restos de construção, terra, tijolos, cascalhos, pedras

decorativas.

Diversos Velas de cera, restos de sabão e sabonete, carvão, giz, pontas de cigarros,

rolhas, cartões de crédito, lápis de cera, embalagem longa vida, embalagens

metalizadas, sacos de aspirador de pó, lixas e outros materiais de difícil

identificação.

Fonte: MONTEIRO et al, 2001.

34

Para uma gestão responsável e um gerenciamento estrategicamente viável é

indispensável à classificação dos resíduos. Isto é realizado com base em

características e propriedades determinadas identificáveis nos resíduos,

basicamente em acordo com suas origens e graus de periculosidade. A origem

também identifica a responsabilidade do gerenciamento e as normas legais

relacionadas. Quanto à origem, os resíduos podem ser classificados em

domiciliares, comerciais, públicos, industriais, serviços hospitalares e de saúde,

aeroportos, portos, terminais rodoviários, terminais ferroviários, agrossilvopastoris e

construção civil. (MONTEIRO et al, 2001).

a) Domiciliar – com origem nas residências, constituído por

aproximadamente 50% de material orgânico, embalagens, plásticos

de diversos tipos, vidros, papéis, fraldas descartáveis, papel higiênico,

metais e uma variedade bem ampla de possibilidades. Em muitos

casos estes resíduos podem conter produtos como restos de tintas,

solventes, inseticidas, repelentes, frascos de aerossóis, além de

material tóxico como pilhas, baterias, lâmpadas, óleos lubrificantes e

outros materiais automotivos.

b) Comercial – com origem nos estabelecimentos comerciais e

prestadores de serviços como lojas, supermercados, shoppings

centers, bares, restaurantes, estabelecimentos públicos como bancos,

estes resíduos tem predominância do papel, papelões, plásticos

diversos, embalagens em geral. Também tem um componente

importante relacionados com o asseio dos funcionários e clientes

como toalhas descartáveis, papel higiênico.

c) Público – originados nos serviços de limpeza urbana, varrição de

ruas, galerias, praias, podas de árvores, limpezas de terrenos e

córregos. Aqui existe uma subdivisão que são os resíduos

institucionais, com origem nos órgãos públicos e que é semelhante ao

lixo comercial.

35

d) Serviços hospitalares e de saúde – resíduos que contêm ou podem

conter agentes patogênicos. Produzidos em hospitais, clínicas,

farmácias, postos de saúde, consultórios médicos e dentários.

Compostos por seringas, agulhas, algodão utilizado em ferimentos,

luvas, sangue coagulado, gaze, bandagens, meios de culturas,

remédios com prazos de validade vencidos, restos orgânicos,

radiografias, resinas e outros materiais potencialmente

contaminantes. Os resíduos assépticos como papéis, restos de

alimentos pré e pós preparação, resíduos de limpeza e outros que

não tem contato direto com pacientes ou resíduos sépticos, são

considerados domiciliares.

e) Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários – São

resíduos que potencialmente podem conter agentes contaminantes

trazidos pelos viajantes de outros países, regiões ou cidades.

Constituídos principalmente de restos de alimentação e suas

embalagens, materiais de higiene e asseio pessoal, necessitam de

gerenciamento semelhante aos dos resíduos de saúde.

f) Industriais – com origem nos diversos ramos da indústria como a

metalurgia, química, alimentícia, petroquímica, papeleira, moveleira e

outras, são constituídos de cinzas, lodos, óleos, resíduos ácidos e/ou

alcalinos, papéis, restos de madeiras, fibras naturais e sintéticas,

borrachas, metais, plásticos, vidros, cerâmica e uma ampla variedade

de outros materiais. As atividades industriais são as principais

produtoras de resíduos perigosos e sua gestão e gerenciamentos

requerem planejamento detalhado e investimentos financeiros e

técnicos.

36

g) Agrossilvopastoris – produzidos nas atividades de agricultura,

pecuária e silvicultura, têm características específicas com

embalagens de sementes e adubos, embalagens de agrotóxicos,

embalagens de produtos veterinários e fitossanitários, medicamentos

veterinários vencidos, óleos e embalagens de lubrificantes dos

maquinários agrícolas, além de grande quantidade de resíduos

orgânicos (50%) originados nas sobras de biomassa das colheitas e

das criações de bovinos, suínos, aves e outros animais. Os resíduos

de consumo humano são semelhantes aos resíduos sólidos

domiciliares urbanos, porém a coleta é muito inferior às áreas urbanas

(97%) com 35% de cobertura.

h) Construção civil – originados nas obras de expansão urbana,

demolições, reformas, construções privadas e públicas, escavações e

outras atividades semelhantes. Geralmente é inerte e reaproveitável,

mas também podem conter alguns materiais tóxicos como tintas,

solventes, pincéis e outros produtos de pintura. Há uma parte

constituída por plásticos diversos, embalagens e madeiras que deve

ser separado do restante.

37

2.4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL – A IMPORTÂNCIA DA SENSIBILIZAÇÃO

A educação ambiental deve estar presente no cotidiano escolar, em todas as

escolas e em todas as classes, séries e ou ano.

... é consenso entre a comunidade internacional que Educação Ambiental deve estar presente em todos os espaços que dotam os cidadãos de aprendizado – formal, não formal ou informal. Neste contexto, a escola, como responsável pela formação integral de cidadãos tem o dever social de desenvolver sistemas de conhecimentos, preceitos e valores que construam a conduta e fundamentem o comportamento próprio de proteção do meio ambiente. Na comunidade escolar a reflexão compartilhada, conjugada, traceja e esclarece o papel de cada ator social nos trabalhos com o meio ambiente. A escola é de longe, o ambiente ideal para se trabalhar conteúdos e metodologias adequadas a esses propósitos. Com obviedade, a escola e a Educação Ambiental – isoladamente, não trarão soluções para a complexidade que se revestem os problemas socioambientais do planeta, entretanto, o convívio escolar exerce, decididamente, influência nas práticas cognitivas, bem como na formação de um novo sujeito social: redefinindo a relação das pessoas na conjuntura cultural/ambiental, se traduzindo no ponto de equilíbrio, de interligação na busca do convívio coesivo entre o homem e o meio ambiente, redimensionando o comportamento humano em relação ao planeta – nas formas local e global. (REIGOTA, 2006).

Educação Ambiental é aquela destinada a desenvolver nas pessoas conhecimentos,

habilidades e atitudes voltadas para a preservação do meio ambiente. E, por sua

vez, surgiu da consciência, cada dia mais urgente, de que é necessário mudar os

comportamentos humanos frente às características dos espaços naturais e

medianeiros, recuperando o equilíbrio necessário.

Tornou-se, então, cada vez mais, importante sensibilizar o indivíduo a educação

ambiental, uma vez que não se pode esquecer-se de sua responsabilidade,

enquanto gerador. Com a Lei n.º 9.795, em 27 de abril de 1999, regulamentada pelo

Decreto n.º4.281 de 25 de junho de 2002; instituiu-se a Educação Ambiental (EA),

que no seu Capítulo I, Art. 1º, define:

38

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Essa Lei considera essencial a EA com elemento para a educação nacional, sendo

necessária a articulação em todos os níveis e circunstância dos métodos

educacionais, tanto formais quanto informais, nos programas de ensino das

instituições de ensino, mas não em forma de disciplina específica, e sim na forma de

informação, mobilização, participação, sensibilização ambiental.

Nesse processo, o educador deve trabalhar a integração entre o homem e o meio

ambiente, de acordo com os aspectos legais e normativos, para que o indivíduo

obtenha a consciência de que o ser humano é natureza. Adquira a ‘visão do todo’ e

perca a noção de dominação, sentindo-se integrado ao meio ambiente, resultando

na harmonia, respeito, e conscientização de se ter um bom relacionamento com o

meio ambiente. Sendo essa conscientização, sobretudo, para que o indivíduo

construa e critique valores de sua realidade. Contribuindo assim, para o processo

participativo, interativo ao despertar de uma nova ética social, onde se necessita de

atitudes, mudança de valores e práticas individuais e coletivas à integração do

homem com a natureza.

A sensibilização ambiental constitui-se de ferramenta essencial para a mudança de

comportamento com o meio ambiente, sempre tendo como foco alcançar uma

mudança de hábitos da população para uma mudança em suas atitudes. E isto

requer educação, onde se vislumbrem os caminhos das mudanças que os levem a

uma atitude melhor, e adequada, ao ambiente em que vivem.

Apesar de muitas pessoas confundirem sensibilização ambiental com EA, porém

elas possuem uma relação intrínseca entre si. Somente a SA não encaminha a

mudanças duradouras, pois ela serve para preparar para as ações de EA.

39

Deve-se tratar como método permanente o processo de EA, para o qual os

indivíduos e toda a coletividade obtenham consciência de sua integração com a

natureza. Conhecimentos, valores, competências, experiência teórica e de vida, do

seu habitat, e determinação para atuarem na resolução dos problemas ambientais,

atual e do futuro, tanto individual quanto coletivamente.

A educação ambiental deve considerar os aspectos relevantes ao consumo

responsável, o uso racional de energia e da água, e o lixo em todas suas formas.

Segundo a educadora ambiental Patrícia Blauth (Seabra, 2001), os projetos

educacionais abordam do início ao fim a pergunta: “Nada dura muito e tudo vai para

o lixo. E o lixo, para onde vai? Mas o foco deveria ser no ponto onde tudo começa:

porque produzimos tanto lixo?”.

Quando pensamos no papel da educação nos dias de hoje, lembramos da realidade

de diferentes sociedades do planeta alicerçadas na desigualdade social como

resultado de um processo histórico de desenvolvimento que até o momento só

trouxe benefício a uma pequena parcela da população mundial. A classe dominante

através da mídia, do Estado e da política aliena os povos, impedindo-os de

desenvolverem capacidades que possam lhes ajudar a “abrir os olhos” possibilitando

enxergar que as diversas questões ambientais que afetam suas vidas poderiam

diminuir significativamente se a sociedade, de um modo geral, mudasse seu estilo

de vida.

A Educação Ambiental procura compreender as relações sociedade/natureza, na

expectativa de intervir sobre os problemas e conflitos ambientais, onde destaca uma

nova ética ambiental voltada à reconstrução dos valores políticos e éticos, dando um

novo significando ao cuidado com a natureza e para com os outros. Mesmo porque,

as relações sociais que perpetuam o mundo presente, sejam do indivíduo consigo

próprio, com o outro ou ainda com o ambiente, são consideravelmente injustas,

ecologicamente insustentáveis, economicamente deterministas, politicamente não

democráticas, eticamente utilitárias e que podem ser transformadas em direção

contrárias (LIMA, 2004, p. 85-111).

40

Partindo dessas relações é que insistimos na ideia de que a EA precisa está voltada

à formação das pessoas que historicamente construíram sua identidade de

camponês, até porque, o conhecimento é uma arma poderosa de controle social.

41

3.0. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Com o progresso veio o aumento de resíduos gerados, e para obtenção de um

equilíbrio faz-se necessário que tais materiais sejam reintroduzidos no ciclo de

produção, sob a forma de matéria prima. O meio ambiente vem nos mostrando

sinais de sua incapacidade de armazenar o grande volume de resíduos que estão

sendo gerados, e que a matéria prima não é inesgotável. Desta forma são

necessárias as políticas de gerenciamento de resíduos sólidos para o melhoramento

da qualidade de vida de população e promoção do crescimento sustentável das

cidades.

Os termos gestão e gerenciamento, em geral, adquirem conotações distintas para

grande parte dos técnicos que atuam na área de RSU, embora possam ser

empregados como sinônimos. O termo gestão é utilizado para definir decisões,

ações e procedimentos adotados em nível estratégico, enquanto o gerenciamento

visa à operação do sistema de limpeza urbana (Lima, 2001).

Em sendo assim, as ações na gestão e no gerenciamento precisam ser

comprometidas entre si, considerando a importância das questões econômicas e

sociais envolvidas no processo e a elevação da urbanização, uma vez que é a

principal causa do aumento dessa problemática. Para minimizar os principais

problemas, é preciso a participação efetiva da sociedade para reduzir os descartes,

reaproveitar e enviar os resíduos para reciclagem, antes do envio aos aterros

sanitários. Não menos importante, é necessário exigir de todos que se estabeleçam

programas de redução da geração dos resíduos e o máximo de aproveitamento dos

materiais recicláveis e, ainda, a disposição desses resíduos de forma

ambientalmente correta. Deve-se observar a seguinte ordem de prioridade: não

geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos RS e disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos.

42

A avaliação da gestão e destino sustentável dos resíduos sólidos está relacionada

aos aspectos institucionais, administrativos, operacionais, ambientais, financeiros,

princípios, instrumentos e meios legais. A gestão de resíduos sólidos pressupõe um

conjunto de decisões estratégicas, políticas, institucionais, legais, ambientais e

financeiras que orientem claramente o setor específico onde será implantada. É

indispensável uma base legal com mecanismos que permitam sua implantação,

conhecimento dos agentes sociais envolvidos direta e indiretamente, participação

das comunidades impactadas e o desenvolvimento de possibilidades de auto

sustentação, embora inicialmente seja indispensável o financiamento das atividades.

Após definido o modelo de gestão é indispensável uma estrutura adequada para o

gerenciamento dos resíduos definidos.

O gerenciamento dos resíduos sólidos relaciona-se com os aspectos técnicos e

operacionais, administrativos, gerenciais, econômicos, de desempenho na

produtividade e qualidade na prevenção, segregação, redução, acondicionamento,

coleta, transporte, tratamento, recuperação e destinação ambiental adequada. O

gerenciamento de resíduos deve focar ao menos os seguintes aspectos:

prevenção e redução da geração;

reutilização e reciclagem;

tratamento e destino adequado dos diferentes materiais

reutilizáveis/recicláveis;

tratamento adequado dos resíduos orgânicos;

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

recuperação de áreas degradadas pela disposição inadequada.

43

Para que se tenha um gerenciamento integrado dos resíduos sólidos (GIRS) é

necessário buscar os parceiros junto às lideranças da sociedade, bem como das

entidades importantes na comunidade; é necessário identificar alternativas

tecnológicas à redução dos impactos ambientais decorrentes da geração dos

resíduos, facilitando assim o mercado dos recicláveis e valorizando os materiais,

buscando um valor econômico positivo, como já acontece com o alumínio.

Desenvolvendo políticas, sistemas e arranjos com os parceiros de modo a tratar de

forma específica os resíduos recicláveis, como: papel, vidro, entre outros.

O gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico para análise da alta

administração das organizações, incluindo uma série de atividades a serem

consideradas, como: formular estratégias de administração para o meio ambiente;

assegurar a conformidade com as leis ambientais; implementar programas de

prevenção à poluição; gerir instrumentos de correção de danos ao meio ambiente;

adequar os produtos às especificações ecológicas; monitorar o programa ambiental

da empresa de encontro ao conceito de excelência ambiental, como uma vantagem

competitiva.

Faz-se necessário dar uma maior importância aos resíduos orgânicos, uma vez que

é a maior parte dos resíduos que chegam aos aterros sanitários, que por sua vez

são passíveis de serem transformados em composto orgânico, seja para retificar ou

enriquecer o solo.

44

3.1. HIERARQUIA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO SÓLIDO

Lima (2001), recomenda dar prioridade a uma sequência de atuação, visando à

redução dos risos ambientais, bem como a otimização dos custos. Essa ação

sequenciada, chamada de Gerenciamento de Resíduos, inicia com a prioridade nº 1,

que é a “Eliminação ou Redução da Geração na Fonte”, passa pela “Reciclagem” e

“Tratamento” até se chegar à opção da “Disposição” (menor prioridade), conforme

modelo a seguir:

Quadro 2 – Modelo de Hierarquia de Gerenciamento de Resíduos:

Prioridade Procedimento

1. Eliminação ou Redução na Fonte

Técnicas que reduzem a quantidade e/ou a toxicidade de resíduos prioritariamente a reciclagem, o tratamento ou disposição.

2. Reciclagem Uso ou reutilização de um resíduo como um substituto de um produto comercial ou como ingrediente ou matéria-prima em um processo industrial.

Reciclagem inclui também a recuperação da parte que tem valor de um resíduo.

3. Tratamento Envolve ações destinadas a alterar as características físicas e/ou químicas e/ou biológicas de um resíduo.

Exemplos: incineração, encapsulamento, tratamento de efluente líquido e técnicas para um resíduo tornar-se não perigoso e seguro e adequado para a reciclagem, estocagem ou redução de volume.

4. Disposição Deposição final de resíduo em áreas específicas e seguras para o meio ambiente. Exemplo: Aterro Sanitário.

Fonte: a própria autora.

O Tratamento e a Disposição apresentam as desvantagens de envolverem custos

de controle ambiental e riscos para a comunidade e o meio ambiente durante o

transporte e o tratamento ou disposição. Por este motivo, a sistemática de

Gerenciamento de Resíduos deve sempre focar a Redução na Fonte e a

Reciclagem.

45

3.1.1. Coleta Seletiva

Figura 1: símbolo padrão coleta seletiva

Fonte: < http://www.acessa.com/cidade/arquivo/ambientalismo/2012/03/13-saiba-como-implantar-a-coleta-seletiva-no-seu-condominio/> – símbolo padrão coleta seletiva, acesso em 18 de abril de 2013.

Os programas de coleta seletiva, no geral, buscam transformar o comportamento da

sociedade, em relação ao lixo que gera, apresenta-se como uma das alternativas

para que as pessoas, no seu cotidiano, possam contribuir com a preservação do

ambiente e redução dos impactos ambientais. Sobre tal ponto GRIMBERG e

BLAUTH (1998) afirmam que:

Existe uma certa confusão em torno da conceito coleta seletiva. É comum as pessoas entenderem a coleta como sinônimo de separação de materiais descartados ou, ainda como reciclagem. Há quem diga, por exemplo, que “faz coleta seletiva” em casa, mas queixa-se de que seu bairro ou sua cidade “não tem reciclagem”. Outros garantem que “reciclam” seu lixo, mas que, infelizmente, “o lixeiro mistura tudo”. GRIMBERG e BLAUTH (1998, p. 17).

Coleta seletiva de Lixo é um é um processo educacional, social e ambientalista que

se baseia no recolhimento de materiais potencialmente recicláveis previamente

separados na origem.

46

Esse processo tem um papel muito importante para o meio ambiente. Por meio dela,

recuperam-se matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A

ameaça de exaustão dos recursos naturais não renováveis aumenta a necessidade

de reaproveitamento dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva

de lixo.

Muitos confundem coleta seletiva com reciclagem, porém a diferença é que a coleta

seletiva é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis como papéis,

plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e

que podem ser reutilizados ou encaminhados para a reciclagem. Enquanto que a

reciclagem recupera matérias-primas, evitando que, para a produção de novos

produtos, sejam tiradas da natureza. Contribui para a melhoria do meio ambiente, na

medida em que:

Diminui a exploração de recursos naturais;

Reduz o consumo de energia;

Diminui a poluição do solo, da água e do ar;

Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;

Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo;

Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis

pelas indústrias;

Diminui o desperdício;

Diminui os gastos com a limpeza urbana;

Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.

Os resíduos que são descartados em área urbana não se decompõem com

facilidade. Melhor do que pensar no descarte, seria diminuir sua produção, pois o

descarte é realizado, mas esses materiais continuam no planeta por muito tempo.

No quadro 3, a seguir, alguns exemplos do tempo gasto à decomposição de

resíduos sólidos:

47

Quadro 3: Tempo de Decomposição de Alguns Materiais

LIXO TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO

Cascas de frutas de 01 a 03 meses

Papel 03 a 06 meses

Pano de 06 meses a 01 ano

Chiclete 05 anos

Filtro de cigarro de 05 a 10 anos

Tampa de garrafa 15 anos

Madeira pintada 15 anos

Nylon mais de 30 anos

Sacos Plásticos de 30 a 40 anos

Lata de conserva 100 anos

Latas de alumínio 200 anos

Plástico 450 anos

Fralda descartável 600 anos

Garrafas de vidro indeterminado

Pneu indeterminado

Garrafas de plástico (pet) tempo indeterminado

Borracha tempo indeterminado

Vidro 1 milhão de anos

Fonte<http://www.coladaweb.com/biologia/saude/decomposicao-do-lixo> – Tempo de decomposição de resíduos, acesso em 21 de janeiro de 2013. (alterado).

48

Para facilitar essa seleção a Resolução nº 275 (25 de abril de 2001) do CONAMA

(Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabeleceu um código de cores para

padronizar a coleta seletiva de lixo:

1. AZUL: papel e papelão;

2. VERMELHO: plástico;

3. VERDE: vidro;

4. AMARELO: metal;

5. PRETO: madeira;

6. LARANJA: resíduos perigosos;

7. BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;

8. ROXO: resíduos radioativos;

9. MARROM: resíduos orgânicos;

10. CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não

passível de separação.

Figura 2: padrão de cores coleta seletiva

Fonte - <http://www.canalminassaude.com.br/blog/?p=3159> padrão coleta seletiva, acesso em 21 de abril de 2013.

49

3.1.2. RECICLAGEM

A reciclagem é um processo de transformação de materiais usados em novos

produtos, sendo empregada na recuperação de uma parte do lixo sólido produzido

(REINSFELD, 1994, p. 35). Uma vez reciclados esses materiais são reaproveitados,

podendo ser encontrados em produtos como livros, fitas de áudio e vídeo, lâmpadas

fluorescentes, concreto, bicicletas, baterias, pontos-de-ônibus, banheiros públicos e

pneus de automóvel (VALLE, 1995).

Segundo Barros (2003), a reciclagem pode ser definida como sendo um conjunto de

procedimentos que possibilita a recuperação e a reintrodução no ciclo produtivo de

resíduos das atividades humanas como matérias-primas e/ou insumos de processos

industriais, visando à produção de novos bens, idênticos ou similares aqueles que se

originaram aos referidos resíduos. Em outras palavras, a reciclagem é a finalização

de vários processos pelos quais passam os materiais que seriam descartados.

Apenas após a coleta, separação e processamento, esses resíduos poderão ser

reutilizados na composição de outros materiais. O acúmulo de dejetos e a

exploração da natureza é uma constante preocupação. A reciclagem torna-se

importante no que diz respeito à diminuição dessas duas práticas.

No entanto existem algumas dificuldades, geradas pela falta de critérios de

funcionamento, relacionadas às determinadas técnicas que podem ser observados

em vários municípios, um exemplo deste mau funcionamento é a degradação

causada por queima de resíduos (Alves, 2003).

O uso que fazemos da palavra reciclagem, na verdade, não corresponde à utilização

real que se é feito, uma vez que reciclar é transformar algo já usado em novo, ou

algo parecido. O despertar dessa necessidade pelos seres humanos se deu quando

obteve-se o conhecimento dos benefícios que esse método poderia trazer ao

planeta Terra.

50

“A reciclagem não é uma mera atividade econômica. Tem desempenhado um

importante papel social e ambiental, sem receber contrapartida. O governo federal

tem uma política muito equivocada com relação à atividade da reciclagem e, no

entanto, subsidia uma série de outros setores absolutamente poluentes”, afirma José

Roberto Giosa, coordenador da Comissão de Reciclagem da associação Brasileira

de Alumínio (CEMPRE, 2000).

A partir da década de 1980, a produção de embalagens e produtos descartáveis

aumentou significativamente, assim como a produção de lixo, principalmente nos

países desenvolvidos. Muitos governos e ONGs estão cobrando de empresas

posturas responsáveis: o crescimento econômico deve estar aliado à preservação

do meio ambiente. Atividades como campanhas de coleta seletiva de lixo e

reciclagem de alumínio e papel, já são comuns em várias partes do mundo.

No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera

riquezas, os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico.

Esta reciclagem contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da

água e do ar. Muitas indústrias estão reciclando materiais como uma forma de

reduzir os custos de produção.

Outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas

grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e

conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de

papel e alumínio já são uma boa realidade nos centros urbanos do Brasil.

Segundo VALLE (1995), o ato de reciclar significa refazer o ciclo, permite trazer de

volta, a origem, sob a forma de matéria-prima aqueles materiais que não se

degradam facilmente e que podem ser re-processados, mantendo suas

características básicas. Essa prática, não apenas reduz a quantidade de resíduos,

como também recupera produtos já produzidos, economiza matéria-prima, energia e

desperta nas pessoas hábitos conservacionistas, além de reduzir a degradação

ambiental (SCARLATO, 1992).

51

A natureza trabalha em ciclos. Animais, folhas e todo tipo de material orgânico morto

se decompõem com a ação de milhões de microrganismos decompositores, como

bactérias, fungos, vermes e outros, disponibilizando os nutrientes que vão alimentar

outras formas de vida. Até o início do século passado, o lixo gerado – restos de

comida, excrementos de animais e outros materiais orgânicos – reintegrava-se aos

ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Mas, com a industrialização e

a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando um

problema. A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado,

extraímos mais e mais matérias primas, por outro, fazemos crescer montanhas de

lixo.

E, como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, transformando-se em novas

matérias-primas, pode tornar-se uma perigosa fonte de contaminação para o meio

ambiente ou de doenças. Quanto mais lixo, mais problemas. O aumento na geração

de resíduos sólidos tem várias consequências negativas: custos cada vez mais altos

para coleta e tratamento do lixo; dificuldade para encontrar áreas disponíveis para

sua disposição final; grande desperdício de matérias-primas. Por isso, os resíduos

deveriam ser integrados como matérias primas nos ciclos produtivos ou na natureza.

Outras consequências do enorme volume de lixo gerado pelas sociedades

modernas, quando o lixo é depositado em locais inadequados ou a coleta é

deficitária, são:

contaminação do solo, ar e água;

proliferação de vetores transmissores de doenças;

entupimento de redes de drenagem urbana;

enchentes;

degradação do ambiente e depreciação imobiliária;

doenças.

52

Muitas campanhas educativas têm despertado a atenção para o problema do lixo

nas grandes cidades. Cada vez mais, os centros urbanos, com grande crescimento

populacional, têm encontrado dificuldades em conseguir locais para instalarem

depósitos de lixo. Portanto, a reciclagem apresenta-se como uma solução viável

economicamente, além de ser ambientalmente correta. Nas escolas, muitos alunos

são orientados pelos professores a separarem o lixo em suas residências. Outro

dado interessante é que já é comum nos grandes condomínios a reciclagem do lixo.

53

3.1.3. DESTINAÇÃO FINAL

Com o aumento crescente do volume de resíduos vem se intensificando, cada vez

mais, a busca por novas áreas para disposição. As formas mais comumente

adotadas têm sido aquelas em que os resíduos são aterrados sem tratamento

prévio: lixão, e aterro sanitário.

Para que seja feita uma leitura ainda mais adequada das iniciativas de manejo

utilizadas pelos municípios brasileiros, é pertinente lembrar que segundo a PNRS,

disposição final ambientalmente adequada é:

distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. (Brasil, Lei nº 9.795, PNRS, de 27 de abril de 1999).

Deve ser observado que, no caso do RCC, a alternativa de aterro é diferenciada da

de outros resíduos, na medida em que o aterro normatizado (NBR 15.113:2004)

pode cumprir função de reserva de materiais triados. E que destinação final

ambientalmente adequada é:

destinação de resíduo que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNV e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. (Brasil, NBR 15.113:2004)

A destinação ou disposição final, como o próprio nome sugere, é a última fase de um

sistema de limpeza urbana. Normalmente esta operação é efetuada após a coleta.

Em alguns casos, entretanto, antes de ser disposto o lixo é processado, isto é, sofre

algum tipo de beneficiamento, visando melhores resultados econômicos, sanitários

e/ou ambientais. (Barros, 2003).

54

Quando o processamento tem por objetivo fundamental a diminuição dos

inconvenientes sanitários ao homem e ao meio ambiente, diz-se então que o lixo foi

submetido a um tratamento.

É preciso destacar que, tanto no lixão como no aterro, a presença de catadores

representa um risco à saúde destes trabalhadores. Como também, estas formas de

destinação geralmente não obedecem aos critérios técnicos para a escolha da área,

e não há qualquer cuidado quanto aos gases produzidos e ao chorume;

representado assim uma fonte permanente de poluição.

A poluição atmosférica causada pela queima do lixo a céu aberto e a contaminação

de águas subterrâneas por substâncias químicas presentes na massa de resíduos,

são exemplos típicos da ação nociva que o lixo exerce sobre a saúde das pessoas e

o meio ambiente.

Do ponto de vista sanitário e ambiental, a adoção de soluções inadequadas para o

problema do lixo faz com que seus efeitos indesejáveis se agravem: o risco de

contaminação do solo, do ar e da água, a proliferação de vetores, doenças e a

catação. Com a maior concentração de pessoas nas cidades e o aumento da

produção individual de lixo, os locais de tratamento e destinação final devem inspirar

maiores cuidados, de modo a não tornar irreversíveis os danos ambientais daí

decorrentes. Atualmente, a existência de lixões, locais onde são descarregados os

resíduos sem quaisquer cuidados, representa uma grave ameaça à saúde pública e

ao meio ambiente.

55

3.1.4. COMPOSTAGEM

Por definição, é a transformação de resíduos orgânicos presentes no lixo, através de

processos físicos, químicos e biológicos, em material biogênico mais estável e

resistente. O resultado final é o “composto”, excelente condicionador orgânico dos

solos. (BARROS et al., 2003).

Figura 3: Compostagem

Fonte: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=41625> – compostagem, acesso em 21 de janeiro de 2013.

É a forma de transformar a matéria orgânica em um composto, mistura. A

compostagem propicia um destino útil para os resíduos orgânicos, evitando sua

acumulação em aterros e melhorando a estrutura dos solos. Esse processo permite

dar um destino aos resíduos orgânicos domésticos, como restos de comidas e

resíduos do jardim. A compostagem é largamente utilizada em jardins e hortas,

como adubo orgânico devolvendo a terra os nutrientes de que necessita,

aumentando sua capacidade de retenção de água, permitindo o controle de erosão e

evitando o uso de fertilizantes sintéticos. Quanto maior a variedade de matérias

existentes em uma compostagem, maior vai ser a variedade de microorganismos

atuantes no solo.

56

Para iniciantes, a regra básica da compostagem é feita por duas partes, uma animal

e uma parte de resíduos vegetais. Os materiais mais utilizados na compostagem são

cinzas, penas, lixo doméstico, aparas de grama, rocha moída e conchas, feno ou

palha, podas de arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, folhas, resíduos de

couro, jornais, turfa, acículas de pinheiro, serragem, algas marinhas e ervas

daninhas.

Alguns resíduos, como exemplo: o sabugo de milho, de maçã, casca de citrus, talo

de algodão, folhas de cana, folhas de palmeira, casca de amendoim, de nozes,

pecan e amêndoa são de difícil degradação, porém, possuem muito nitrogênio e

matéria orgânica. Recomenda-se que sejam picadas em pedaços menores para que

se degradem mais facilmente.

Para manter sua pilha volumosa e com força, pode-se acrescentar terra, calcário ou

húmus, já areia, lama e cascalho adicionam poucos nutrientes. Para a boa

degradação dos componentes de uma pilha é necessário evitar alguns resíduos,

como o carvão mineral e vegetal, papel colorido, plantas doentes, materiais não

biodegradáveis, fezes de animais de estimação, lodo de esgoto, produtos químicos

tóxicos entre outros.

A compostagem de resíduos sólidos urbanos é importante para uma gestão

ambiental sustentável. Tal prática reduz o volume e a carga de resíduos que são

enviados para os aterros sanitários. Concluiu-se que a coleta seletiva dos resíduos

sólidos urbanos orgânicos e a compostagem com critérios técnicos são

procedimentos essenciais para a obtenção de composto com propriedades

adequadas para enquadrá-lo como fertilizante orgânico, agregando valor econômico

aos processos, e tornando a gestão dos resíduos sólidos urbanos viáveis

economicamente.

57

Todo resíduo possui um ciclo de vida, inserindo-se assim a matéria de origem

orgânica:

Figura 4: Ciclo da Matéria Orgânica

Fonte: < http://reciclagemdivertida.blogspot.com.br/2010/09/ciclo-da-materia-organcica.html> – ciclo da matéria orgânica, acesso em 21 de janeiro de 2013.

58

Segundo Teixeira (2000), alguns fatores influenciam na Compostagem, tais como:

Aeração – o fornecimento de oxigênio é um fator importante durante

a decomposição, principalmente, na primeira fase. A falta de oxigênio

pode liberar odores desagradáveis, provenientes de produtos de

decomposição anaeróbia como gás sulfídrico. A aeração pode ser

natural ou forçada para sistema estático de compostagem. Neste caso

a aeração natural pode ser feita através da difusão, de revolvimento

ou introdução de tubos curtos e perfurados no interior da leira ou

pilha. A aeração forçada é feita por introcução ou sucção de ar no

interior da leira ou pilha. Para sistema dinâmico, é comum aeração

forçada com introdução de ar.

Matéria-prima - a compostagem é realizada com material orgânico

putrescível - O lixo doméstico é uma boa fonte de matéria orgânica e

que corresponde a mais de 50% de sua composição. Relação

carbono/nitrogênio (C/N): 30 - 40/l, ideal para o desenvolvimento dos

microorganismos. Umidade: 45% a 70%. Abaixo pode inibir o

desenvolvimento da atividade bacteriana e acima pode ocasionar

deterioração. Materiais com tamanhos menores se decompõem mais

rapidamente. Material indesejável do ponto de vista estético e de

segurança de manuseio: pedaços de vidro, metal, plástico, etc.

Microorganismos - normalmente, o material orgânico putrescível

usado contém os microorganismos necessários durante o processo.

Quando necessário, se adiciona composto maturado.

59

Muitas usinas de compostagem estão acopladas ao sistema de triagem de material

reciclável. Por isso é comum às usinas possuírem espaços destacados para esteiras

de catação, onde materiais como papel, vidro, metal, plástico são retirados,

armazenados e depois vendidos.

A qualidade do composto produzido na maioria das vezes é ruim tato no grau de

maturação, quanto na presença de material que compromete o aspecto estético e

material poluente como metais pesados.

A compostagem no Brasil vem sendo tratada apenas sob uma perspectiva de

"eliminar o lixo doméstico" e não como um processo industrial que gera produto,

necessitando de cuidados ambientais, ocupacionais, marketing, qualidade do

produto, etc. Tanto isso é verdade que quando as usinas são terceirizadas, as

empreiteiras pagam por lixo que entra na usina e não por composto que é vendido e

o preço, que muitas usinas cobram, é simbólico. A compostagem no Brasil precisa

ser encarada mais seriamente.

60

3.1.5. INCINERAÇÃO DO LIXO

Técnica de redução de peso (em até 70%) e de volume (em até 90%) do lixo através

de combustão controlada, de 800 a 1000 °C, visando a disposição final. O processo

é realizado em fornos especiais, nos quais se pode garantir oxigênio para

combustão, turbulência, tempos de permanência e temperaturas adequadas

(BARROS et al., 2003)

Figura 5: Incineração

Fonte: < http://8a-grupo4.blogspot.com.br/p/incineracao.html> – incineração, acesso em 21 de maio de 2013.

Atualmente existem modernos incineradores, inclusive no Brasil, entretanto, ainda

existem muitos inconvenientes envolvendo seu uso. O problema mais grave deste

método é o da poluição do ar pelos gases da combustão e pôr partículas não retidas

nos filtros e precipitadores. Problemas estes muitas vezes ocasionados pela

deficiência de mão-de-obra especializada.

61

Os gases remanescentes da incineração do lixo são: anidrido carbônico (CO2);

anidrido sulfuroso (SO2); nitrogênio (N2); oxigênio (O2); água (H2O) e cinzas.

Muitos problemas ambientais resultam de procedimentos errados que vêm depois a

causar problemas não apenas a nível local, mas em muitos casos a nível global.

O processo reduz o volume do material em mais de 70%, diminuindo a necessidade

de espaço para aterros. A incineração é recomendada na eliminação de lixos

perigosos como resíduos hospitalares e tóxicos, por exemplo. Em geral, a queima do

lixo é realizada em usinas de incineração. Algumas usinas deste tipo são capazes

de gerar eletricidade; outras são utilizadas no aquecimento de água em países que

apresentam invernos rigorosos.

62

3.1.6. ATERRO SANITÁRIO

Técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à

saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Método que

utiliza princípios de engenharia para confinar resíduos sólidos à menor área possível

e reduzi-los ao menor volume possível, cobrindo-os com uma camada de terra na

conclusão da jornada de trabalho ou a intervalos menores, se necessário (IPT,

1995).

Figura 6: Aterro Sanitário

Fonte - < http://www.recicloteca/imagens-aterrossanitários.html> – aterro sanitário, acesso em 21 de

maio de 2013.

63

Em geral, os aterros sanitários, apresentam a seguinte configuração: setor de

preparação, setor de execução e setor concluído. Alguns aterros desenvolvem esses

setores simultaneamente em várias áreas, outros de menor porte desenvolvem cada

setor de cada vez.

Na preparação da área são realizados, basicamente, a impermeabilização e o

nivelamento do terreno, as obras de drenagem para captação do chorume (ou

percolado) para conduzi-lo ao tratamento, além das vias de circulação. As áreas

limítrofes do aterro devem apresentar uma cerca viva para evitar ou diminuir a

proliferação de odores e a poluição visual.

A ABNT 8419 de 1992 define da seguinte forma os aterros sanitários:

... Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza os princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário. (ABNT 8419,1992, Brasil)

Esta técnica consiste basicamente da compactação dos resíduos no solo, dispondo-

os em camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte,

formando células, de modo a se ter uma alternância entre os resíduos e o material

de cobertura.

O aterro tem como concorrentes diretos os lixões, que por sua vez sua metodologia

de deposição do lixo e armazenamento é diretamente no solo, acarretando assim

enormes prejuízos ambientais e de ordem as saúde pública. (Barros, 2003).

As diferenças entre eles podem ser visualizadas do Quadro 4: Comparativos do

Lixão X Aterro Sanitário.

64

Quadro 4: Comparativos do Lixão x Aterro Sanitário

LIXÃO ATERRO

RECEPÇÃO DOS RESÍDUOS Entrada restrita a veículos devidamente cadastrados, desde que contenham apenas resíduos permitidos para aquele aterro.

Veículos e resíduos.

CONTROLE DE ENTRADA Pesagem, procedência, composição do lixo, horário de entrada e de saída dos veículos são observados.

Não dispõe de controle de pesagem, horário, procedência, etc.

IMPERMEABILIZAÇÃO Antes da utilização da célula, o local é devidamente impermeabilizado seguindo critérios que vão depender das características do solo e do clima.

O lixo é depositado diretamente sobre a camada de solo, podendo provocar danos ao meio ambiente e à saúde.

DEPOSIÇÃO A deposição deve ser feita seguindo critérios técnicos definidos, tais como: resíduos dispostos em camadas compactadas, com espessura controlada, frente de serviço reduzida, taludes com Inclinação definida.

Na maioria das vezes não há sequer um trator de esteira para conformar o lixo.

DRENAGEM Possui dispositivos para captação e drenagem do líquido resultante da decomposição dos resíduos (chorume), evitando a sua infiltração no local e o livre escoamento para os corpos receptores (riacho, rios, etc.)

Não possui dispositivos para drenagem interna, possibilitando maior infiltração do chorume na sua base ou o escoamento superficial sem qualquer controle.

COBERTURA É feita diariamente com camada de solo, impedindo que o vento carregue o lixo e afastando vetores de doenças. reduzindo a produção de chorume (menor infiltração das águas de chuva)

A exposição do lixo permite a emissão de fortes odores, o espalhamento de lixo leve, além de atrair vetores de doenças (ratos, urubus, moscas, etc.).

ACESSIBILIDADE Acesso restrito às pessoas devidamente identificadas. O aterro deve ser bem cercado para impedir invasões.

Além dos badameiros, adentram nos lixões os animais por falta de cerca e fiscalização.

IMPACTO VISUAL É amenizado com a construção de um "cinturão verde" com espécies nativas da região que ainda serve de abrigo para predadores de alguns dos vetores.

Visual impactado, área degradada e desagradável aos nossos olhos.

Fonte: a própria autora.

65

Aterro sanitário é o processo de disposição final de resíduos sólidos no solo,

segundo critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permitindo um

confinamento seguro e evitando riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Os

resíduos são dispostos em terrenos impermeabilizados, compactados e recobertos

em seguida. Devem existir sistemas para o tratamento do chorume e para drenagem

dos gases formados pela decomposição do lixo depositado (Lima e Silva et al.,

1999).

É um método elaborado para receber e tratar o lixo produzido por uma população,

tendo com base estudos de engenharia, para assim reduzir, ao máximo, o volume e

os impactos causados ao meio ambiente. Sendo, atualmente, uma das técnicas

mais seguras e de mais baixo custo.

Durante essa metodologia, com a decomposição dos resíduos sólidos ocorre a

liberação de gases e líquidos (chorume ou percolado) poluentes, sendo necessário

que conste no projeto de engenharia tenha cuidados como a impermeabilização do

solo, implantação de sistemas de drenagem eficazes, entre outros; evitando assim a

possibilidade da contaminação do solo, da água e do ar. Prevendo-se ainda seu

monitoramento por alguns anos após seu fechamento, preferencialmente uma vida

útil superior a 10 anos.

Com o aumento crescente do volume de resíduos vem se intensificando, cada vez

mais, a busca por novas áreas para disposição. As formas mais comumente

adotadas têm sido aquelas em que os resíduos são aterrados sem tratamento

prévio: lixão, e aterro sanitário.

A disposição final de resíduos em aterro controlado minimiza o impacto ambiental,

uma vez que ocorre a compactação e faz a cobertura do resíduo, porém peca pela

falta de tratamento do chorume e gases, ausência de controle de entrada e saída de

resíduos, pela falta de sistema de drenagem e pela não impermeabilização do solo

entre outros fatores. Como também é responsável por vários impactos e de saúde

pública.

66

A poluição atmosférica causada pela queima do lixo a céu aberto e a contaminação

de águas subterrâneas por substâncias químicas presentes na massa de resíduos,

são exemplos típicos da ação nociva que o lixo exerce sobre a saúde das pessoas e

o meio ambiente.

É preciso destacar que, tanto no lixão como no aterro controlado, a presença de

catadores representa um risco à saúde destes trabalhadores. Como também, estas

formas de destinação geralmente não obedecem aos critérios técnicos para a

escolha da área, e não há qualquer cuidado quanto aos gases produzidos e ao

chorume; representado assim uma fonte permanente de poluição.

O lixo é coletado ou pelas prefeituras ou por uma companhia particular e levado a

um depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá pode haver

“uma certa” seleção - sobras de metal, por exemplo, são separadas e

reaproveitadas. O resto do lixo é enterrado em aterros apropriados.

67

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho é apenas o início de uma pesquisa, onde há uma vasta

literatura a ser pesquisada, analisada, estudada, conscientizada, (...); em seus

vários contextos: ambientais, sociais, econômicos, políticos, culturais, etc., mas

acima de tudo é uma preocupação com o meio ambiente e sociedade, cuja relação

encontra-se desigual. Onde a geração de RSU aumenta a cada dia

desproporcionalmente.

A relação do indivíduo com o lixo/resíduo é indissociável, uma vez que ele mesmo o

produz. O inadequado armazenamento e o acondicionamento do RS fomentam a

aparição de impactos ambientais negativos.

As análises a respeito da questão ambiental ainda necessitam muito de estudos

mais complexos. As próprias universidades ainda tratam a questão ambiental,

muitas vezes, de forma equivocada. Uma série de estudantes e professores

universitários aborda os problemas ambientais de forma bastante superficial.

Levando em consideração os aspetos ambientais, social e econômico, ainda

estamos desperdiçando bastante matéria prima quando sujeitamos os materiais, que

poderiam ser reaproveitados, sejam destinados de forma incorreta. Deve-se levar a

todos os níveis da sociedade, uma vez que este é um problema que atinge todas as

camadas sociais, da importância do nosso papel ambiental.

A sociedade contemporânea experimenta hoje um consumo exagerado, inclusive

muitas das pessoas que se consideram ambientalistas apresentam um alto padrão

de consumo, o que constitui grande impasse para a resolução dos problemas

ambientais, pois a demanda por matérias-primas é cada vez maior.

68

O Brasil, além da Constituição Federal, já dispõe de uma legislação ampla (leis,

decretos, portarias, etc.), porém ainda não tem conseguido minimizar o problema do

RS. A ausência de clareza das diretrizes e a falta de sincronia entre os processos

que compõem o sistema de gerenciamento e de integração dos diversos órgãos

envolvidos com a elaboração e aplicação das leis facilitam a existência de lacunas, o

que vem a dificultar seu fiel cumprimento.

As iniciativas, nas diferentes esferas governamentais, ainda são recentes ou faltam

leis específicas de Políticas de Gestão de Resíduos Sólidos que estabeleçam

objetivos, diretrizes e instrumentos em consonância com as características sociais,

econômicas e culturais de Estados e municípios.

É possível perceber que muitos são os entraves para que haja uma gestão

ambiental satisfatória no Brasil. Não basta apenas ter leis, é preciso colocá-las em

prática. A participação popular nas decisões públicas também é de fundamental

importância, uma vez que, as deliberações técnicas tornam-se muito afastadas da

realidade local quando a sociedade não tem conhecimento e nem participa das

decisões públicas.

Isso significa que não é suficiente equacionar problemas de remuneração de

contratos de coleta e de disposição final e enviar os resíduos para aterros sanitários

privados devidamente licenciados. Torna-se necessário definir estratégias para

promover a redução de resíduos nas fontes geradoras, por meio de educação

ambiental permanente e metas de redução de disposição de resíduos no solo, por

meio de um plano de gestão abrangente, integrado e pactuado com a sociedade. Os

desafios que se colocam para evoluir da situação atual de falta de cumprimento das

Leis, de estratégias e de uma visão de planejamento para o equacionamento da

gestão dos resíduos demandam ações concretas e vontade política da

administração, bem como da população.

69

Encontrar soluções para os problemas gerados pelo lixo urbano constitui-se hoje

num grande desafio. Os efeitos do acúmulo de lixo para o meio ambiente e à saúde

da população têm levado a situações muitas vezes irreversíveis.

Cada município deve buscar o modelo de gerenciamento mais adequado às suas

características, sempre pensando de forma conjunta. As soluções não podem ser

tomadas isoladamente, mas como uma integração de alternativas que, somadas,

resultarão na superação desse problema.

Gerenciar o lixo de forma integrada significa limpar o município com um sistema de

coleta e transporte adequados, tratar o lixo utilizando as tecnologias mais

compatíveis com a realidade local e dar-lhe um destino final ambientalmente seguro.

Não se esquecendo, também, a importância da educação ambiental. Se não houver

a participação efetiva da população neste processo, qualquer alternativa se tornará

inviável, mesmo as melhores do ponto de vista técnico e financeiro. De nada

adiante, por exemplo, utilizar o melhor sistema de coleta e transporte do lixo, se a

população não respeitar os horários e não acondicioná-lo de forma correta.

Existem, entretanto, barreiras associadas com os interesses econômicos privados

envolvidos, que, por sua vez, fazem parte de um círculo vicioso que dificulta romper

com a lógica baseada em contratos que priorizam coleta, transbordo e aterramento

em detrimento de uma coleta seletiva mais ampla e abrangente.

E, esperamos através desta pesquisa, contribuir para que ações sejam realizadas

em benefício da sociedade, a fim de representar um grande avanço social, cultural e

ambiental, conciliando desenvolvimento sustentável e preservação do meio

ambiente, e, assim proporcionar às futuras gerações, condições para viver em um

ambiente saudável. Limpar a cidade é obrigação da prefeitura, mas mantê-la limpa

só será possível com a colaboração de todos os indivíduos.

70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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nacionais para o saneamento básico. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso em:

02 de jan de 2013.

_________. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-

2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 02 de jan de 2013.

_________. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Política Nacional de Meio

Ambiente. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm.

Acesso em: 20 de jan de 2013.

_________. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação

Ambiental. <Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm>.

Acesso em: 20 de jan de 2013.

__________. Decreto nº 7.404. Regulamenta a Lei nº 12.305, de 02 de agosto de

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