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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA - FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO JÉSSICA MELQUÍADES CAVALCANTI MAIORIDADE PENAL: UM DIREITO E GARANTIA INDIVIDUAL CABEDELO - PB 2015

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA - FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

JÉSSICA MELQUÍADES CAVALCANTI

MAIORIDADE PENAL: UM DIREITO E GARANTIA INDIVIDUAL

CABEDELO - PB 2015

JÉSSICA MELQUÍADES CAVALCANTI

MAIORIDADE PENAL: UM DIREITO E GARANTIA INDIVIDUAL Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo Científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Área: Direito Penal Orientador: Prof. Esp. Pablo Juan Nóbrega de Sousa da Silveira

CABEDELO - PB 2015

JÉSSICA MELQUÍADES CAVALCANTI

MAIORIDADE PENAL, UM DIREITO E GARANTIA INDIVIDUAL

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora de Artigos Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência para a obtenção do grau de Bacharel

em Direito.

APROVADO EM _____/_______2015

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Esp. Pablo Juan Nóbrega de Sousa da Silveira

ORIENTADOR- FESP

___________________________________________ Prof. Esp. Ivo Sérgio Borges da Fonseca

MEMBRO- FESP

___________________________________________ Prof. Esp. Ricardo Sérvulo Fonseca da Costa

MEMBRO- FESP

SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................. 05

2 A EVOLUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL NA LESGILAÇÃO BRASILEIRA ....... 07

3 A MAIORIDADE PENAL NO ORDENAMENTO BRASILEIRO ATUAL ................ 09

4 AS CLÁUSULAS PÉTREAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88 .................. 12

5 A INCONSTITUCIONALIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL ......... 13

6 AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A LEGISLAÇÃO COMO SOLUÇÃO ..................... 15

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 18

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 19

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MAIORIDADE PENAL: UM DIREITO E GARANTIA INDIVIDUAL

JÉSSICA MELQUÍADES CAVALCANTI

PABLO JUAN NÓBREGA DE SOUSA DA SILVEIRA

RESUMO

O Estudo busca mostrar a maioridade penal sob uma ótica constitucional, por três diretrizes: A maioridade penal como cláusula pétrea, as garantias que este dispositivo constitucional imutável trás ao art. 228 da Constituição Federal; a segunda sobre a inconstitucionalidade da redução, mostrando as constantes discussões entre doutrinadores, legisladores e a população brasileira, e a terceira volta-se a abordar a solução jurídica normativa e coercitiva para a implantação de políticas públicas e o correto cumprimento da legislação vigente, com fim de estabelecer mudanças capazes efetivamente de reduzir e reprimir os crimes cometidos por jovens infratores, além de relatar a evolução histórica da maioridade penal no Brasil, bem como os direitos conquistados pelas crianças e adolescentes ao longo dos anos até os dias atuais. O tema em questão é bastante polêmico e discutido no contexto atual, existem várias opiniões e pontos de vista sobre a temática que é de suma importância, pois a violência entre crianças e adolescentes cresce em números aterradores, e a procura pela solução mais eficiente é de extrema necessidade no Brasil. Contudo, a problemática segue sem solução e com a inércia da sociedade e do poder público. Sendo assim, neste estudo veremos questionamentos e sugestões sobre o tema sugerido, o que demonstra a relevância do assunto a ser abordado nesse artigo. PALAVRAS-CHAVE: Maioridade Penal. Cláusula Pétrea. Inconstitucionalidade. Políticas Públicas.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O tema abordado no presente trabalho objetiva fazer um estudo sobre uma

questão bastante discutida nos dias atuais, a maioridade penal. As discussões sobre

esse assunto polêmico ganha força sobre dois aspectos: o primeiro é o debate sobre

a possibilidade jurídica da redução da maioridade penal e o segundo busca analisar

se a medida de redução, proposta por muitos políticos e estudiosos em geral,seria a

forma ideal de solução para combater os, cada vez mais constantes, crimes

praticados por menores.

Estagiária da Procuradoria do Município de João Pessoa, aluna concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Fesp Faculdades, semestre 2015.2. e-mail: [email protected]. Especialista em Direito Constitucional e Direito Administrativo, Advogado, Instrutor de Mediação Judicial do CNJ, Coordenador da Mediação e Monitoria, Professor da Fesp Faculdades. Atuou como orientador desse TCC. e-mail: [email protected].

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Cumpre assinalar, de pronto, que a possibilidade jurídica de redução da

maioridade penal encontra um forte obstáculo normativo, pois o art. 228 da nossa

Carta Magna de 1988 é considerado uma cláusula pétrea, por se tratar de um direito

e garantia fundamental individual.

Estudiosos sobre o assunto, principalmente os defensores dos direitos

humanos, garantem que tal medida não resolveria o problema, pois acreditam que

não diminuiria a violência cometida por menores e que os prejuízos da redução da

maioridade penal seriam maiores, como, por exemplo, a entrada de mais detentos

em cadeias e penitenciarias públicas superlotadas e que não ressocializam.

A inconstitucionalidade da redução da maioridade penal é ocasionada em

decorrência de ser um direito e garantia fundamental visto como cláusula pétrea no

art. 60, IV, da Constituição Federal (CRFB/88), de tal forma, não pode ser

modificado pelo poder constituinte reformador, mas tão somente pelo poder

constituinte originário, ou seja, só pode ser modificado através da criação de uma

nova Constituição Federal. Assim sendo, questiona-se qual a solução jurídica para

esta questão. Como desdobramento dessa questão, temos ainda que considerar

que a lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA/90), estabelece

medidas socioeducativas para os menores infratores. Assim, a grande questão seria

qual a melhor possibilidade de aplicação dessas medidas.

A redução da violência cometida por menores pode ser reduzida com a

implantação de medidas socioeducativas, pois de tal modo não estaríamos ferindo

uma das cláusulas pétreas defendida pela nossa Constituição, uma vez que estas

medidas já estão previstas na lei infraconstitucional vigente e são capazes de

produzir efeitos eficazes, se aplicados corretamente. Mas a suposta intimidação

causada pelo rigor das medidas socioeducativas, previstas no Estatuto da Criança e

do Adolescente, está longe de ser a solução efetiva se não for acompanhada de

políticas públicas, principalmente ligadas à área da educação, saúde e segurança.

A pesquisa teve como objetivo estudar o instituto jurídico da maioridade

penal, tratando-o como um direito e garantia fundamental individual, apontar os

motivos impeditivos da aprovação da redução da maioridade penal, elencar as

medidas indicadas para tratar da redução de atos criminosos praticado por menores

e levantar a questão sobre a situação dos menores infratores e o tratamento dado a

eles a luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, da Constituição Federal de 1988

e do Código Penal (CP/40).

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Teve como ênfase a relação entre maioridade penal, sua visão constitucional

como cláusula pétrea e as medidas cabíveis ao governo de buscar a melhor solução

para diminuição de crimes praticados por crianças e adolescentes. Para o

desenvolvimento da pesquisa foi analisada a legislação constitucional e

infraconstitucional, entendimentos dos tribunais superiores e abordagens de

estudiosos sobre o tema em questão. Essa caracterização da pesquisa está de

acordo com o levantamento de embasamentos teóricos de pesquisadores e

especialistas do tema que afirmem a inconstitucionalidade da redução da idade

penal, sua vinculação como cláusula pétrea e as soluções mais apropriadas ao

tema, como a inserção de políticas públicas, entre outras medidas aceitáveis que

não ferem a Lei Maior.

Essa pesquisa pode ser caracterizada quanto aos objetivos em pesquisa

exploratória, por objetivar oferecer um maior conhecimento sobre o problema,

envolvendo análises e averiguações que estudam o caso, e, explicativa diante da

finalidade de evidenciar os motivos da inconstitucionalidade e as propostas que

substituem a ideia de redução da maioridade penal. Foram também aplicadas as

técnicas dos procedimentos da pesquisa bibliográfica e pesquisa documental para a

fundamentação teórica e embasamento do caso em questão, objetivando uma

melhor compreensão do tema dentro de um contexto real. O recorte geográfico do

estudo encontra-se delimitado em todo território nacional, abrangendo todas as

regiões do país, nordeste, norte, centro-oeste, sul e sudeste. Atingindo, ainda,

diferentes camadas econômicas, mesmo sendo os setores de menor potencial

financeiro os mais atingidos.

2 A EVOLUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Analisando a legislação pátria de modo geral, a primeira previsão sobre a

maioridade no ordenamento jurídico foi no Código Criminal de 1830, também

denominado de Código Criminal do Império. O Artigo 10 do Código de 1830

mencionava que os menores de quatorze anos eram inimputáveis, porém, se

houvesse a comprovação de que os menores tinham discernimento de seus atos no

momento da prática do delito, o que era verificado pelos magistrados através de um

julgamento baseado em “dois pesos e duas medidas”, eram condenados e,

consequentemente, detidos em casas de correção, pelo tempo que o Juiz julgasse

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necessário. Ressalta-se, entretanto, que essa detenção não poderia exceder aos

dezessete anos de idade. Os maiores de quatorze anos e menores de dezessete

recebiam penalidades mais brandas que os adultos, e os maiores de dezoito e

menores de vinte e um, atenuações em suas penas em razão da idade (BRASIL,

1830). Nesta perspectiva Cury (2013, p. 55) alega que:

Era facultado ao Juiz atribuir aos menores infratores com idade de 14 a 17 anos a pena de cumplicidade, que equivalia a 2/3 da pena que caberia a um adulto, e os maiores de 17 anos e menores de 21, eram beneficiados com a atenuante pela maioridade.

Por sua vez, o Código Penal Republicano de 1890, não evoluiu de forma

positiva, pelo contrário, agravou a situação.A imputabilidade penal foi reduzida para

nove anos, se fosse comprovado pelo Juiz o discernimento da criança no momento

da prática do crime. O menor, que sentenciado consciente de seus atos, era

submetido ao recolhimento em estabelecimentos indústrias pelo tempo que o

magistrado considerasse necessário, porém, como no Código do Império, a reclusão

no estabelecimento não poderia exceder a idade máxima de dezessete anos.

Ademais, até os vinte e um anos de idade os jovens delinquentes poderiam ser

mandados para o estabelecimento industrial, isso significa dizer que na lei da

República velha do Brasil uma criança de nove anos poderia ficar internada até os

vinte e um anos (BRASIL, 1890).

Posteriormente, a Lei 4.242, em 1921 deu outra abordagem à maioridade

penal, a imputabilidade subiu para quatorze anos e a análise de discernimento dos

jovens foi extinta, ficando os maiores de quatorze anos e menores de dezoito

submetidos a um procedimento especial (BRASIL, 1921). Em 1927, foi promulgado o

primeiro Código de Menores, o Decreto nº 17943-A, fruto de uma maior

conscientização sobre as condições que eram submetidas às crianças e os

adolescentes, porém, apesar dos benefícios trazidos pelo Código de Menores,

como, por exemplo, a maioridade penal estabelecida em 18 anos, o referido Código

estava longe de ser justo com a condição do menor, submetendo os jovens

infratores da época a sanções dignas de adultos, além de fornecer amplos poderes

as autoridades judiciárias, o que favorecia para os jovens sofrerem uma série de

abusos (BRASIL, 1927). Nesse sentido, Liberati (2015, p. 54) apresenta que:

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Nota-se que a política de atendimento à criança e ao adolescente em situação especial de risco, na vigência do Código de Menores de 1927 e, também, na do Código de 1979, era verticalizada, ou seja, era determinada de cima para baixo, tendo o Juiz como o agente identificador desnecessidades das crianças e adolescentes e, ao mesmo tempo, fixador de “tratamento” adequado para o “distúrbio” apresentado.

Em seguida, foi publicado o Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940,

o Código Penal, vigente até hoje, que definiu a imputabilidade penal para os

menores de 18 anos. O atual Código Penal adota o critério biológico, que entende

que os menores de 18 anos de idade não possuem discernimento para entender o

caráter ilícito dos seus atos, esta analise é feita de modo geral e não

individualmente, diferente de como ocorria nos primeiros Códigos Criminais

brasileiros, que adotavam o critério do discernimento, baseado no subjetivismo do

magistrado (BRASIL, 1940).

Com a Constituição Federal, elaborada em 1988, a maioridade penal de 18

anos ganhou status constitucional. Posteriormente, surgiu o Estatuto da Criança e

do Adolescente em 1990, a Lei n° 8.069/90 (ECA), desta forma, os menores de 18

anos ficam submetidos às medidas socioeducativas estabelecidas pela lei

infraconstitucional (BRASIL, 1990)

Sob a influência internacional, o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos

da Criança (CIDC/1989), no ano de 1990, para consolidar o tratamento que já estava

sendo oferecido no ordenamento jurídico pátrio. Esses últimos três textos foram os

maiores progressos feitos pelo país, em termos de direitos e garantias fundamentais

inerentes aos jovens, tratando as crianças e os adolescentes como seres humanos

dignos e oferecendo os cuidados específicos e diferenciados que a sua condição

especial necessita.

3 A MAIORIDADE PENAL NO ORDENAMENTO BRASILEIRO ATUAL

A maioridade penal é a idade mínima de 18 anos definida pelo ordenamento

jurídico brasileiro, segundo orientações da Organização das Nações Unidas (ONU),

para o judiciário poder processar um cidadão que se responsabilize plenamente por

seus atos, esta norma encontra-se em três Diplomas Legais da nossa legislação

pátria atual.

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O artigo 228 da Constituição Federal reza: “Art. 228. São penalmente

inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial”

(BRASIL, 1988). A Carta Magna é clara e não deixa dúvidas no que diz respeito à

inimputabilidade dos menores de dezoito anos. Essa delimitação é feita com base na

Convenção Internacional dos Direitos da Criança, decreto nº 99.710, que institui em

seu artigo 1º que “criança é todo o ser humano menor de 18 anos, salvo se, nos

termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo”. (CIDC, 1989). O

Brasil, entre outros países, ratificou essa convenção e, por ter criado este vinculo

jurídico, deve se submeter às normas por ela imposta.

Além do mais, é importante destacar que foi comprovado recentemente que

os países que aderiram à maioridade penal inferior a 18 anos em seu ordenamento

não obtiveram resultados positivos, pois a violência não diminuiu. Como

consequência, países como Alemanha e Espanha retornaram a adotar a idade

mínima de 18 anos para responsabilizar os jovens penalmente. Atualmente, 70%

dos países estabelecem a idade recomendada na Convenção Internacional dos

Direitos da Criança, qual seja: 18 anos.

O artigo 27 do Código Penal estabelece o seguinte: “Art. 27 - Os menores de

18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas

estabelecidas na legislação especial” (BRASIL, 1940). Observa-se queo Código

Penal reforça a norma constitucional sobre o tema e ainda prevê a sujeição a

legislação especial.

Esta norma do artigo 27 do CP também tem por base a Convenção

Internacional dos Direitos da Criança. A imputabilidade penal é definida como a

possibilidade de atribuir ao agente a responsabilidade pelos seus atos, pois presumi-

se que este agente possui discernimento suficiente para entender o caráter ilícito

das suas condutas. De acordo com Nucci (2015, p. 295):

A imputabilidade penal é o conjunto das condições pessoais, envolvendo inteligência e vontade, que permite ao agente ter entendimento do caráter ilícito do fato, comportando-se de acordo com esse entendimento. O binômio necessário para a formação das condições pessoais do imputável consiste em sanidade mental e maturidade.

Foi adotado na legislação pátria o critério biológico que considera as

crianças com idade inferior a 18 anos sem o discernimento mental completo para

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conhecimento da ilicitude do ato, neste sentido, concerne à inimputabilidade em

razão da idade. Mesmo o menor emancipado civilmente é considerado inimputável,

pois a capacidade civil não se confunde com a penal. Neste seguimento, preceitua

Marques (2009, p. 222):

O menor, pelo seu desenvolvimento mental ainda incompleto, não possui a maturidade suficiente para dirigir sua conduta com poder de autodeterminação em que se descubram, em pleno desenvolvimento, os fatores intelectivos e volitivos que devem nortear o comportamento humano. Daí entender-se que o menor não deve considerar-se um imputável.

E, por ultimo, o artigo 104 da Lei Federal n.º 8069/90, o Estatuto da Criança e

do Adolescente (ECA) estabelece: “Art. 104. São penalmente inimputáveis os

menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei” (BRASIL, 1990).

O referido artigo da legislação extravagante transparece a possibilidade de

responsabilização dos atos praticados por menores que sejam contrários a lei, define

determinadas medidas para serem realizadas como modo de reparação pelo dano

praticado, as chamadas medidas socioeducativas. Prevê o artigo 12 do Estatuto da

Criança e do Adolescente:

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I – advertência; II – obrigação de reparar o dano; III – prestação de serviços à comunidade; IV – liberdade assistida; V – inserção em regime de semiliberdade; VI – internação em estabelecimento educacional; VII – qualquer uma das previstas no artigo 101, I a IV. Parágrafo primeiro. A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. Parágrafo segundo. Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. Parágrafo terceiro. Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições (BRASIL,1990)

Destarte, é disposto que o menor de 18 anos é considerado inimputável, não

se responsabilizando penalmente por suas condutas, porém, os menores que

comentem delitos podem ser reeducados através de medidas socioeducativas, que

possuem natureza jurídica sancionatória e estão previstas no Estatuto da criança e

do adolescente.

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4 AS CLÁUSULAS PÉTREAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88

Atualmente, o procedimento brasileiro para aprovação de emendas

constitucionais é composto por uma votação em dois turnos, nas duas casas, com

um quórum de aprovação de pelo menos 3/5 (três quintos) do Congresso Nacional,

nos termos do artigo 60, §2º da Carta Magna. Este sistema é considerado rígido,

pela sua inflexibilidade para a aceitação da modificação do texto constitucional,

porém, existem elementos que não podem ser alterados, as denominadas cláusulas

pétreas.

As cláusulas pétreas são dispositivos constitucionais imutáveis, limitações ao

poder reformador, que não podem ser abolidas nem mesmo por meio de emendas

constitucionais. Estão previstas na Constituição Federal de 1988 no artigo 60, 4º,

que diz o seguinte:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988).

Surgem como instrumentos de preservação dos ideais e valores do poder

constituinte originário, por formarem verdadeiro cerne essencial do sistema

constitucional. Essas limitações expressam o esforço do constituinte para proteger a

Constituição de eventuais transformações que destruam sua essência, Mendes,

Coelho e Branco (2015, p. 218-219), destacam que:

O significado último das clausulas pétreas esta em prevenir um processo de erosão da Constituição. A cláusula pétrea não existe tão-só para remediar situação de destruição da Carta, mas tem a missão de inibir a mera tentativa de abolir o seu projeto básico. Pretende-se evitar que a sedução e de apelos próprios de certo momento político destrua um projeto duradouro.

Fica demonstrado, portanto, a importância desses dispositivos constitucionais,

uma vez que a cláusula pétrea impõe impedimentos de restrição as matérias por

elas definidas, exercem, dessa forma, a função de defender e de conservar a

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identidade e os princípios fundamentais da Constituição, através de verdadeiras

limitações materiais ao Constituinte derivado.

5 A INCONSTITUCIONALIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

Atualmente, este é um tema bastante debatido e polêmico no mundo jurídico

e político. Outrossim, devido à crescente ocorrência de crimes cometidos por

crianças e adolescentes, a mídia mostra de forma sensacionalista, em busca de

audiência, os crimes praticados por jovens infratores, e, desta forma, a população

revoltada e leiga exige medidas que fogem do problema central e apenas mascaram

a realidade e não produzem efeitos eficientes.

A redução da maioridade penal não é o meio jurídico eficaz para a solução

deste impasse, visto que sua alteração ofende diretamente o texto constitucional,

isto é, esta possibilidade é inexistente, pois essa redução é inconstitucional. A

Constituição Federal elegeu em seu art. 228 a imputabilidade penal para os menores

de 18 anos, e se tratando de um texto da Carta Magna, este só pode ser modificado

por meio de emenda constitucional, o que neste caso não é possível, pois este

artigo, mesmo não se encontrando no rol do art. 5º, que é um rol exemplificativo, é

considerado um direito e garantia individual do cidadão, e, conforme se verifica no

inciso IV, §4º, do art. 60, não será objeto de deliberação a proposta de emenda

constitucional tendente a abolir os direitos e garantias individuais (BRASIL,1988).

Vale salientar, que fica bem claro no artigo 5º, §2º da Lei Maior que os direitos

e garantias fundamentais não se encontram apenas no artigo 5º, mas sim espalhada

por toda Carta Magna, neste seguimento é indiscutível a consequência jurídica da

proteção da garantia da cláusula pétrea ao Artigo 228 da Constituição Federal de

1988.

Desta forma não é possível alterar a maioridade penal no ordenamento

jurídico brasileiro, apesar do forte protesto da sociedade para que este fato ocorra,

pois se trata de norma constitucional imutável. Segundo Moraes (2013, p. 2176),

compartilhando do mesmo entendimento com a maior parte da doutrina, também se

posicionando sobre o tema mostrando o posicionamento do STF:

Entendemos impossível essa hipótese, por tratar-se a inimputabilidade penal, prevista no art. 228 da constituição federal, de verdadeira garantia individual da criança e do adolescente em não serem submetidos à

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persecução penal em juízo, nem tampouco ser responsabilizado criminalmente, com consequente aplicação de sanção penal. Lembremo-nos, pois, que essa verdadeira cláusula de irresponsabilidade penal do menor de 18 anos enquanto garantia positiva de liberdade, igualmente transforma-se em garantia negativa em relação ao Estado, impedindo a persecução penal em juízo. Assim, o art. 228 da CF encerraria a hipótese de garantia individual prevista fora do rol exemplificativo do art. 5º, cuja possibilidade já foi declarada pelo Supremo Tribunal Federal ao art. 150 III, b (Adin nº 939-7/DF) e consequentemente, autentica cláusula pétrea prevista no art. 60 parágrafo 4º IV – Os direitos e garantias individuais).

Conforme explicitado, o Supremo Tribunal Federal obedecendo a sua função

típica de guardião da Constituição Federal foi bastante contundente e claro no

entendimento transcrito anteriormente, coroando de vez como imutável o tema

discutido no presente. Também se posiciona sobre o tema Shecaria (2014, p.

138/139):

A previsão de direitos e garantias fundamentais não se esgota no rol do artigo 5º da Constituição. Logo, o referido artigo 228, ao fixar a idade de início de responsabilização penal aos dezoito anos, acoberta, indiscutivelmente, o direito fundamental do adolescente, agasalhado por cláusula pétrea, de não submissão aos ditames do severo Direito Penal.

A doutrina majoritária é clara no entendimento de que a maioridade penal é

um direito e garantia individual, apesar de não se encontrar prevista no rol do artigo

5º. A redução não pode ser examinada como um tema de política criminal, uma vez

que tratada como tal estaria ferindo o Estado democrático de direito. Neste

seguimento, Barbosa (2009) defende:

Independentemente das conclusões advindas dos inúmeros debates que questionam as vantagens ou desvantagens da redução da maioridade penal, essa discussão se torna absolutamente inócua diante da existência de óbices jurídicos intransponíveis, que proíbem a modificação do artigo 228 da Constituição Federal. O artigo 60, §4º, IV, da Constituição, responsável por trazer ao nosso ordenamento as chamadas cláusulas pétreas, proíbe a elaboração de proposta de emenda constitucional tendente a abolir direitos ou garantias fundamentais. Significa dizer: direitos e garantias fundamentais não podem ser retirados do texto constitucional .

Reformar o que se encontra no artigo 228 da CRFB é confrontar o que foi

expressamente vedado pelas cláusulas pétreas, ou seja, propostas de emendas

tendentes a abolir direitos e garantias individuais, é mitigar o que foi disposto pelo

poder constituinte originário.

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6 AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A LEGISLAÇÃO COMO SOLUÇÃO

A pressão que a sociedade impõe, principalmente através da mídia, para

cada vez mais abarrotar nosso ordenamento jurídico de normas penais, fazem com

que muitas vezes o poder legislativo, a quem cabe a elaboração das nossas leis,

trabalhe às pressas com o fim de dar uma resposta à altura para uma sociedade

revoltada e assombrada com problemas ligados a violência.

Um grande exemplo dessa influência da sociedade foi na elaboração da lei de

crimes hediondos, em que o legislador teve que deixar sanções de crimes tidos

como mais danosos à sociedade mais rígida, e tudo isso ocorreu logo após o famoso

caso do assassinato de Daniela Peres, atriz, filha de uma renomada autora de

novelas de uma das maiores emissoras de televisão do país. A respeito desse

Direito Penal emergencial simbólico, Gomes e Bianchini (2011) argumentam que:

Conceber a norma e a aplicação do Direito penal sob a égide de uma função puramente simbólica significa inegavelmente atribuir-lhe um papel "pervertido", porque um Direito penal simbólico relega a eficaz proteção de bens jurídicos em prol de outros fins psicossociais que lhe são alheios. Não visa ao infrator potencial, para dissuadi-lo, senão ao cidadão que cumpre as leis, para tranqüilizá-lo, para acalmar a opinião pública.

Um direito penal com essas atribuições é desprovido de plausibilidade e

razoabilidade, manipula o medo da violência e a insegurança, reage com uma

dureza desnecessária, desproporcional e se preocupa exclusivamente em satisfazer

uma população amedrontada que, no calor dos acontecimentos, substitui a ideia de

justiça por vingança. Introduz um exagerado número de disposições excepcionais,

sabendo-se que é bem provável que seja ineficaz ou impossível o seu cumprimento,

trazendo descrédito ao próprio ordenamento jurídico. Baratta( 2009, p. 53) também

se posiciona sobre o assunto:

as decisões orientam-se não tanto no sentido de modificar a realidade, senão no sentido de modificar a imagem da realidade nos espectadores: não tanto a satisfazer as reais necessidades e a vontade política dos cidadãos senão a seguir a corrente da chamada opinião pública [...]. O déficit da tutela real de bens jurídicos é compensado pela criação, no público, de uma ilusão de segurança e de um sentimento de confiança no ordenamento e nas instituições que tem uma base real cada vez mais escassa: com efeito, as normas continuam sendo violadas e a cifra negra

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das infrações permanece altíssima enquanto as agências de controle penal seguem [iludindo] com tarefas instrumentais de impossível realização.

É preciso que exista, antes de tudo, um estudo a respeito do problema da

violência entre os jovens, as possibilidades de medidas alternativas para a solução

ou ao menos o abrandamento do problema antes de se recorrer a lei, pois muitas

vezes a mesma sociedade que cobra a elaboração, critica sua ineficácia. Neste

sentido, Bocato (2013) alega que "A redução não representa benefícios em termos

de segurança para a população. A discussão em torno na maioridade penal só

desvia o foco das verdadeiras causas da violência”.

Quem garante que a diminuição da idade penal, caso fosse possível,

resolveria o problema da violência? Todos sabem da situação crítica que se

encontra o sistema penitenciário nacional e os estaduais, muitos estudiosos sobre o

tema garantem que, hoje, as penitenciárias brasileiras são verdadeiras

“universidades de criminosos”, pois para esses, é comum os delinquentes voltarem a

praticar crimes mais graves do que aqueles em que foram presos a primeira vez, e

justamente, por esse motivo, cada vez mais é utilizada a medida alternativa como

pena no Brasil, visto que os estabelecimentos prisionais não cumprem com sua

função de recuperar o infrator e que o mesmo não volte a delinquir. Nesta

percepção, Mirabete (2012, p. 202):

a redução do limite de idade no direito penal comum representaria um retrocesso na política penal e penitenciária brasileira e criaria a promiscuidade dos jovens com delinquentes contumazes. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, aliás, instrumentos eficazes para impedir a prática reiterada de atos ilícitos por pessoas com menos de 18 anos, sem os inconvenientes mencionados.

É importante destacar, que a legislação especial vigente no pais, o Estatuto

da Criança e do Adolescente (ECA), aplica aos jovens as sanções denominadas de

socioeducativas, que são exigentes, como, por exemplo, a privação da liberdade do

jovem infrator por 3 anos, essas medidas previstas no ECA ,se executadas

corretamente, são efetivas e punem com rigor os delitos cometidos por menores,

pois voltam-se a função ressocializadora do jovem, no sentido de educar, mas não

deixam de cumprir as exigências de proteção social. Assim defende Alves (2010, p.

90):

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O ECA procura especialmente estabelecer um sistema de prevenção da educação, sem abandonar as exigências de defesa social. Impõe-se a punição pelo fato praticado, mas as medidas se destinam essencialmente a impedir que o adolescente volte a delinquir. As medidas têm, por isso, um caráter mais subjetivo que objetivo, mais educativo que repressivo.

No Brasil, não é permitido à pena perpetua, ou seja, todos aqueles que se

encontram privados de sua liberdade em presídios um dia retornarão as ruas e ao

convívio social, seguindo essa lógica, mais eficaz é educar um jovem delinquente,

no sentido de ressocializá-lo, do que trancafiá-lo em um sistema carcerário falido,

super lotado, sem a função de sociabilizar, se tornando quase que inevitável a

inserção desses menores em facções criminosas. Deve-se optar por soluções a

longo prazo, que visam a integração em sociedade, reeducação e novas

oportunidades, uma forma de oferecer uma chance para aqueles que são tão jovens

e por imaturidade optaram pelo caminho errado. Leal também se manifesta sobre o

tema em sua obra (2009, p. 25):

O Estatuto da Criança e do Adolescente oferece instrumentos eficazes para a ressocialização dos infratores, desde que as medidas socioeducativas sejam bem aplicadas. Mais: para a efetiva redução da criminalidade juvenil é necessária a adoção de medidas políticas e administrativas capazes de possibilitar o acesso das crianças e adolescentes às políticas sociais públicas, bem como de medidas judiciais garantidoras do princípio da prioridade absoluta, estampada no artigo 227 da CF.

É necessária a inclusão de políticas públicas para diminuir os crimes em que

os menores são autores, para tanto, é preciso investir em três fatores essenciais:

saúde pública, segurança e educação, sendo esta última o pilar para a busca do

almejado objetivo, precariedade dos serviços básicos públicos e seu histórico de

caos refletem diretamente na formação dos nossos jovens e crianças, principalmente

de baixa renda.

É fundamental que o Estado ofereça uma educação de fato, para que os

jovens aprendam na escola princípios e caminhos que muitas vezes não encontram

dentro de casa ou na comunidade em que vivem, onde o tráfico de drogas, muitas

vezes, influência o menor de tal maneira que torna difícil seguir outro rumo que não

seja o da criminalidade.

Vale ressalvar que não são apenas os jovens de baixa renda que são

assombrados pela violência, apesar dos números provarem que são os mais

afetados. Ocorre que famílias de poder aquisitivo satisfatório também amargam o

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problema, portanto, deve haver programas de incentivo a paz, capazes de atingir

todas as classes sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criminalidade entre jovens no Brasil é um problema que assola e apavora a

sociedade, tornando-se tema de discussões e controvérsias em todo pais, porém, é

nítido que a mudança na legislação brasileira optando pela redução da maioridade

penal não é a solução eficaz para a problemática, pelo contrário, os efeitos desta

medida seriam negativos, ao invés de reduzir os delitos praticados por menores,

teríamos jovens precocemente ingressados no mundo do crime.

Observando o ponto de vista histórico, o pais obteve uma grande evolução ao

que se refere os direitos e garantias fundamentais individuais inerentes as crianças e

adolescentes, adquirindo leis que asseguram um tratamento digno e apropriado a

sua condição, conseguindo alcançar o status constitucional. Reduzir a maioridade

penal é por em risco a todos os direitos conquistados ao longo da historia pelas

crianças e adolescentes.

Como explicitado no presente artigo, a redução da maioridade penal é vista

por muitos doutrinadores como inconstitucional, pois o artigo 228 da Constituição

Federal se trata de um direito e garantia individual,que se encontra previsto nos

direitos constitucionais pétreos assegurados pela Lei Maior, não podendo ser

modificado através de emenda constitucional, por obter a segurança jurídica do

dispositivo oferecido pela Carta Política. Apesar de se encontrar no artigo 228 e não

no rol do artigo 5º da Carta Magna, é de entendimento da doutrina majoritária e

também do Supremo Tribunal Federal que os artigos elencados no artigo 5º são

exemplificativos, pois os direitos e garantias individuais se encontram espalhados

por toda Constituição.

A legislação especial infraconstitucional vigente no país, a Lei Federal n.º

8069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é muito efetiva, desde que

aplicada corretamente, em conjunto com medidas socais e políticas públicas, nas

quais o Estado deveria oferecer melhores condições de educação, segurança,

saúde entre outros.

Além do mais, são evidentes as péssimas condições que o sistema

penitenciário brasileiro oferece, de forma que baixar a maioridade penal se torna

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algo injusto e impróprio, a ideia de colocar menores em contato com a subcultura

carcerária existente em hipótese alguma traria algum efeito benéfico para a

sociedade.

Ante ao exposto, o problema da maioridade penal não deve ser visto de uma

forma isolada, pois a redução não diminuiria a criminalidade, é necessário que as

medidas socioeducativas sejam cumpridas segundo a legislação do ECA no intuito

de ressocializar o jovem infrator e que o Estado invista em políticas públicas,

exercendo seu papel como garantidor de um Estado igualitário.

MAYORÍA DERECHO PENAL, Y UNA GARANTÍA PERSONAL

RESUMEN

El estudio pretende mostrar la edad legal bajo um punto de vista constitucional, por tres directrices: La edad legal como cláusula de atrincheramiento, garantiza que esta disposición constitucional inmutable detrás del arte. 228 de La Constitución Federal, laotra sobre la inconstitucionalidad de lareducción, que muestralas constantes discusiones entre académicos, legisladores y lapoblación brasileña, laterceravuelta para hacer frente a lasolución legal normativo y vinculante para laaplicación de las políticas públicas y el cumplimiento correcto de legislación para establecer câmbios efectivamente capaces de reducir y suprimir los delitos cometidos por menores infractores, además de informar de la evolución histórica de la edad legal en Brasil, los derechos conquistados por los niños y adolescentes em los últimos años hasta la actualidad. El tema em cuestiónes bastante controvertido y discutido em el contexto actual, hay varias opiniones y puntos de vista sobre el tema que es de suma importância debido a que la violencia entre los niños y adolescentes que crecen en números aterradores, y la busque da de la solución más eficiente es extrema necesidad en Brasil. Sin embargo, el problema vasin resolver y la inercia de la sociedad y el gobierno, en este estudio vemos preguntas y sugerencias sobre el tema propuesto, lo que demuestra La relevância del tema a tratar en este artículo. PALABRAS-CLAVE: Mayoría Penal. Cláusula Petrea. Inconstitucional. Políticas públicas.

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21f. Orientador: Profº. Esp.Pablo Juan Nóbrega de Sousa da Silveira. Artigo Científico (Graduação em Direito).Faculdades de Ensino Superior

da Paraíba – FESP

1. Maioridade Penal. 2. Cláusula Pétrea. 3. Inconstitucionalidade. 4.

Políticas PúblicasI. Título

BC/Fesp CDU: 343(043)