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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA BAIXADA SANTISTA GUACYRA ROSSETO DIAS COOPERATIVA DE RECICLAGEM AMPARADA PELA LOGÍSTICA REVERSA. SANTOS - SP 2006

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA BAIXADA SANTISTA

GUACYRA ROSSETO DIAS

COOPERATIVA DE RECICLAGEM AMPARADA PELA LOGÍSTICA

REVERSA.

SANTOS - SP

2006

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA BAIXADA SANTISTA

GUACYRA ROSSETO DIAS

COOPERATIVA DE RECICLAGEM AMPARADA PELA LOGÍSTICA

REVERSA.

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito

parcial para obtenção do grau de bacharel, no

curso Logística com Ênfase em Transporte da

Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista.

Orientador: Luis Fernando Compinani

SANTOS – SP

2006

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA BAIXADA SANTISTA

GUACYRA ROSSETO DIAS

COOPERATIVA DE RECICLAGEM AMPARADA PELA LOGÍSTICA

REVERSA.

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel, no

curso de Logística com Ênfase em Transporte na Faculdade de Tecnologia da Baixada

Santista – FATEC-BS.

BANCA EXAMINADORA:

LUIS FERNANDO COMPIANI: _________________________________

ROGERIO NERY: ________________________________

SIMONE DAVID: _____________________________________

SANTOS – SP

2006

Possibilidade com a Logística.

Desempenho com a Estratégia.

Coletividade com a Cooperativa.

Ambientalismo com a Reciclagem.

Preocupação com a Sociedade.

AGRADECIMENTOS

Agradecimento ao professor Luis Fernando Compiani pela dedicação e orientação no

trabalho de conclusão de curso. Bem como aos professores e mestres que se aplicaram para

absorção do conteúdo do curso de Logística com ênfase em transporte e, conseqüentemente,

possibilitaram a formação de um pensamento logístico e sua fundamental importância .

Pelo apoio familiar e colegas que estiveram presentes incentivando e compartilhando

idéias. E, principalmente, a Deus por abrir esta porta acadêmica e preparatória ao mercado,

contribuindo para o crescimento profissional e pessoal aperfeiçoando a índole e o caráter.

Através de sua palavra de sabedoria, conforme Provérbios 4:13 “Apega-te à instrução, e não a

largues; guarda-a, pois ela é a tua vida”.

“Bem-aventurado o homem que encontra

sabedoria, e o homem que adquire conhecimento,

pois, ela é mais proveitosa do que a prata, e dá

mais lucro do que o ouro”.

Provérbios 3:13-14

RESUMO

O presente trabalho quanto à solução de problemas como o desperdício, a economia e

o impacto ambiental utiliza-se da logística reversa através da cadeia reversa inserida numa

cooperativa de reciclagem. Denota a coleta seletiva e separação adequada dos dejetos

impelidos, refugos industriais e outros componentes recicláveis de volta a produção como

matéria-prima, ou pelo consumo na produção de energia, propiciando um meio ambiente mais

saudável e a sensível economia de custos. Bem como a criação de vagas de trabalho no

aproveitamento dos resíduos utilizáveis.

Palavras-Chave: Logística, Planejamento, Balanced Scorecard, Cooperativa,

Logística Reversa, Reciclagem, Inclusão Social.

ABSTRACT

The present work has how I escape to the understanding of a model in team,

cooperative, that it stimulates the partícipes. The tool for the good operation of the activity in

subject is the logistics, because he/she worries about the reduction of costs, waste and it

guides the execution of procedures adapted by the supply chains and reverse, through a flow

that adjusts the links, be them of external character (partnerships) and/or I intern

(departments).

In this study among the several stages that the logistics faces among main emphasized

objectivity is the reverse logistics that, through the recycling and other mechanisms it makes

possible the creation of work vacancies in the use of the usable residues and the

environmental preservation. The raw material shortage valued and a lot the activity of

selective separation of the garbage, because today many street residents live, and even best

that many used of the formal section, when executing their tasks in an exemplary way,

reaproveitando the garbage.

Keywords: Logistics, Strategies, Balanced Scorecard, Cooperative, Reverse Logistics,

Reverse Chain, Recycling, Social Inclusion.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Estrutura Logística Reversa ------------------------------------------------------------- 17

Figura 2 – Resultados Obtidos pela Logística Reversa ------------------------------------------- 19

Figura 3 – Processo Logístico Direto e Reverso --------------------------------------------------- 20

Figura 4 – Evolução da Logística ------------------------------------------------------------------- 24

Figura 5 - Estratégias do Balanced Scorecard ----------------------------------------------------- 26

Figura 6 – Ciclo da Estratégia ----------------------------------------------------------------------- 29

Figura 7 – Relação da Logística com a Cooperativa -------------------------------------------- 30

Figura 8 - Cooperativa em Estrutura Celular ----------------------------------------------------- 35

Figura 9 – Seqüência do produto reciclado ------------------------------------------------------- 38

Figura 10 – Ciclo da Cadeia reversa --------------------------------------------------------------- 39

Figura 11 – Centro de Reciclagem --------------------------------------------------------------- - 47

Figura 12 – Produção de Blocos e Guias com Reciclados na Cidade BH -------------------- 49

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 9

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 – Pontos Fortes e Fracos da Cooperativa de Reciclagem --------------------- 36

Tabela 2 – Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) – 2000 ------------------------------------- 41

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 10

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APEX – Agência de Promoção de Exportação e Investimento

APL – Arranjo Produtivo Local

CLM – Council of Logistics Management.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

COOPRELP – Cooperativa de Reciclagem de Lençóis Paulista

CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals

ECR – Efficient Consumer Response

EOQ – Economic Order Quantity

FATES – Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social

ISO - International Standardization of Organization

MRP; MRP II – Material Requeriment Planing

OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras

OIT – Organização Internacional do Trabalho

P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 11

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 4

RESUMO ................................................................................................................................... 6

ABSTRACT .............................................................................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 8

LISTAS DE TABELAS ............................................................................................................ 9

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................... 10

SUMÁRIO ............................................................................................................................... 11

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12

CAPÍTULO 1 – JUSTIFICATIVA, OBJETIVO E METODOLOGIA DO TRABALHO

.................................................................................................................................................. 13

1.1 Justificativa ......................................................................................................................... 13

1.2 Objetivo .............................................................................................................................. 14

1.3 Metodologia ....................................................................................................................... 14

CAPÍTULO 2 – LOGÍSTICA REVERSA ........................................................................... 15

CAPÍTULO 3 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ...................................................... 20

3.1 Balanced Scorecard ............................................................................................................ 24

CAPÍTULO 4 – COOPERATIVA ........................................................................................ 29

4.1 Cooperativa de reciclagem ................................................................................................. 32

4.2 COOPRELP – Cooperativa de Reciclagem de Lençóis Paulista ....................................... 44

4.3 Um modelo de cooperativa proposto - reciclagem de entulho ........................................... 45

4.3.1 Aproveitamento de Resíduos Sólidos ...................................................................... 46

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 49

TENDÊNCIAS FUTURAS .................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 56

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 12

INTRODUÇÃO

Ao abordar este tema o leitor propõe conceitos e técnicas de análise que possam ser

úteis na elaboração do negócio. Na necessidade de redução de custos, planejamento

estratégico e um modelo que propicie valor econômico aos cooperados. A abordagem

cooperativa de reciclagem tem por intuito fornecer noções nesta área que esta em ascensão e

tem atendido as necessidades essenciais dos trabalhadores para este se manter num convívio

social.

O capítulo 1 apresenta a justificativa, objetivo e metodologia do trabalho

demonstrando a importância da logística reversa na cooperativa de reciclagem.

No capítulo 2, Planejamento Estratégico, explora os métodos Balanced Scorecard para

desempenhar índices, ou seja, administrar a estratégia de modo que esta se posicione no

mercado e seja compreendida por todos os cooperados atendendo os objetivos, indicadores,

metas e programas.

Já capítulo 3, define a logística reversa bem como a cadeia reversa para a implantação

de programas de produção e consumo sustentável. Buscando a diminuição de resíduos e reuso

de refugo garantindo a gestão integral do fluxo de retorno dos produtos. Descreve as normas

legais de produtos específicos. Este capítulo salienta a poluição mundial devido aos processos

de industrialização e o lixo que tem gerado acarretando na contaminação da água, ar e solo.

O capítulo 4, Sociedade Cooperativa, define um modelo coletivo. Apresenta a

regulamentação da Lei n° 5.764/71 de 30 de março de 1982. Um modelo em equipe com

ações democráticas tomadas pelo grupo tende a um comprometimento maior com a

cooperativa e, portanto, sucesso. Buscam por meio da cooperativa de reciclagem a

conscientização do problema ambiental e social que afeta não só o Brasil. Estabelece a

reformulação dos processos produtivos e de consumo, desde a extração da matéria-prima a

reutilização dos produtos num pós-consumo.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 13

CAPÍTULO 1 – JUSTIFICATIVA, OBJETIVO E

METODOLOGIA DO TRABALHO

1.1 Justificativa

A questão inicial que levou o autor a desenvolver o presente trabalho foi à importância

do sistema cooperativista como desenvolvimento sustentável e includente. Sua estrutura

estabelecida por lei compatibiliza com a necessidade que o país vêm buscando. Ou seja, frente

ao desemprego e pobreza na estrutura social; falta de aterros sanitários, tratamento do esgoto,

incineradores e outros, onde os lixões são expostos a céu aberto, fatores determinantes para

soluções na área ambiental; bem como a problemática dificuldade da economia, deixando o

mercado em condições insatisfatórias para um país em desenvolvimento, na abordagem

econômica.

Os pilares sociais, ambientais e econômicos são as justificativas de abordar um tema

que não só pela inserção dos exclusos no mercado, mas através de um sistema, cooperativa de

reciclagem, que necessita de resultados ao entrar na concorrência e competitividade. Para isso,

o trabalho adota os processos da logística reversa e planejamento estratégico. Como elemento-

chave que ganha competitividade com soluções, métodos e produtos novos no mercado.

Buscando através dos objetivos, programas e metas os indicadores de desempenho que

serão unidos num objetivo comum encadeando os agentes no movimento e equilíbrio entre a

condição, produção e distribuição final ao longo da cadeia.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 14

1.2 Objetivo

Conceituar os valores por meio de um conjunto integrado de modo a engajar a

cooperativa nos processos para obtenção de informação nos aspectos: culturais, geográficos,

sócio-político e outros.

Envolver o indivíduo numa amplitude de possibilidade dentro de um contexto

mercadológico. Determinando os gargalos, custos e desperdícios com auxílio da estratégia e

sua medições, balanced scorecard, para determinar o momento ótimo dentre as cadeias

suprimento e reversa.

1.3 Metodologia

Por meio de uma metodologia exploratória de valor qualitativo este trabalho expressa

idéias, conceitos e designa um ponto de vista através de análise para a formação de um

fundamento nos assuntos tratados. Uma pesquisa que buscou o esforço pelo conhecimento

para a compreensão das experiências observadas e interpretadas neste material. Vale ressaltar

que o pesquisador reuniu hipóteses para a construção de um assunto.

Assim como salienta Einstein (1981) o teórico ao executar um trabalho deve ter a

certeza clara de não ter outra ambição a não ser a de preparar talvez o assassínio de sua

própria teoria. E ressalva que o teórico jamais deveria ser criticado ou tachado de fantasioso.

É preciso dar valor a esta fantasia. Pois para ele representa o único itinerário que leva a meta.

Certamente não se trata de brincadeira mas de paciente que procura em vista das

possibilidades de forma lógica a teoria mais simples e de grandes conseqüências.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 15

CAPÍTULO 2 – LOGÍSTICA REVERSA

A Logística é tida como uma nova concepção que esta indo de encontro com as formas

que as empresas encaravam e algumas ainda acreditavam no setor logístico como dispensão

de custos. Hoje se falam em valores de lugar, tempo, qualidade e informação não só em

reduzir os custos, mas elevar a empresa na satisfação do cliente e funcionários. A Logística

passou a ter foco e ser alvo de administradores e empresários dispostos a desenvolver e se

tornar grande e audaz seu negócio.

A Council of Logistics Management (CLM), atual Council of Supply Chain

Management Professionals (CSCMP) define: “Logística é processo de planejar, implementar

e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços

e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.

Uma empresa ao fazer um planejamento olha sempre seu orçamento, pois, estes

definirão a demanda, o estoque, desenvolvimento, manuseio, gerenciamento e os recursos

para aquisição dos produtos. Ao examinar os orçamentos, notamos que este como ferramenta

irá definir o tamanho do passo a dar rumo à meta. Pois, se o orçamento é alto devemos reduzi-

lo e ao fazer isso aumentamos a distância ao objetivo.

A logística envolve tudo o que acontece desde o fornecedor até o cliente. Já a logística

reversa atua como uma ferramenta para implantar programas de produção e consumo

sustentável. Visa eliminar a poluição e o desperdício associado a materiais de embalagens

proporcionando meios que diminuam os riscos ao meio ambiente, uma das premissas básicas

da cooperativa de reciclagem.

O material descartado no processo logístico possui um grande potencial de reutilização

e/ou reciclagem. Este processo traz crescimento para o mercado em questão, e grandes

benefícios ambientais com a reutilização do material descartado.

A logística reversa não precisa necessariamente ser feita pela empresa que o fabricou,

e sim, recolhidos através de empresas que reproduzem o material descartável. Em muitos

casos, faz-se associações de fabricantes que prepararam sua própria rede para coleta e

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 16

reprocessamento.

Figura 1– Estrutura Logística Reversa

Fonte: Autor

Diminuição de Resíduos Reuso de Refugo

Reciclagem Interna Reciclagem Externa

Produto Processo Materiais Estrutura

Substituição de

Matéria-Prima

Inovação

Tecnológica

Logística Reversa

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 17

A logística reversa estabelece algumas medidas de redução e reutilização dos

materiais; e implementando medidas no sistema de recuperação. Tem uma grande importância

na legislação ambiental, pois, replaneja a logística, ou seja, objetiva a gestão integral do fluxo

de retorno das embalagens, produtos e/ou resíduos industriais para a cadeia produtiva.

No Brasil, há normas legais de produtos específicos, como:

a) Resolução Conama n° 9, de 31.08.93 - proíbe a industrialização e comercialização

de novos óleos não recicláveis, nacionais ou importados, e estabelece que todo óleo

lubrificante usado deverá ser destinado à reciclagem;

b) Resolução Conama n° 257, de 30.07.99 - estabelece que pilhas e baterias usadas

que contenham chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos devem ser entregues aos que as

comercializam, ou às redes de assistência técnica autorizadas, para repasse aos fabricantes ou

importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos

de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada;

c) Resolução Conama n° 258, de 26.08.99 - estabelece que as empresas fabricantes e

as importadoras de pneus ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente

adequada, aos pneus inservíveis, proporcionalmente às quantidades fabricadas e importadas;

A logística reversa faz com que os materiais reaproveitados retornam ao processo

tradicional pelo qual este entra no sistema. Um processo que relaciona o design do produto à

estratégia da empresa, para a correta inserção no mercado desejado. Isto favorecerá a

definição e execução da logística reversa de forma inteligente e lucrativa. Para a realização de

projetos de Cadeia de Distribuição Reversa (Reverse Supply Chain), destaca-se os principais

fatores que condicionam a necessidade de tornar possível este fluxo, como também, fatores

que podem modificar a estrutura e organização destes Canais Reversos, como: custos, oferta,

qualidade, tecnologia, logística, mercado, ecologia, governo e responsabilidade social.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 18

LEITE CONSULTORIA

PAULO ROBERTO LEITE

RESULTADOS OBTIDOS

PELA LOGÍSTICA REVERSA

CADEIA

DIRETACADEIA

DIRETA

PÓS - VENDAPÓS - VENDA

PÓS - CONSUMOPÓS - CONSUMO

•RESULTADOS

•LIBERAÇÃO DE ÁREA DE

LOJA NO VAREJO

•REDISTRIBUIÇÃO DE

MERCADORIAS

•RECAPTURA DE VALOR

DE ATIVOS

•FIDELIZAÇÃO DE

CLIENTES

•OBEDIÊNCIA À LEI

•FEED - BACK QUALIDADE

•RESULTADOS

•REAPROVEITAMENTO DE

COMPONENTES

•REAPROVEITAMENTO DE

MATERIAIS

•INCENTIVO À NOVA

AQUISIÇÃO

•EXERCÍCIO DE

RESPONSABILIDADE

AMBIENTAL

•OBEDIÊNCIA À LEI

COMPETITIVIDADE

RETORNO FINANCEIRO

IMAGEM CORPORATIVA

Figura 2– Resultados obtidos pela logística reversa

Fonte:http://www.abmbrasil.com.br/cim/download/Paulo-Leite-Logistica2003.pps#263,5/ - 2006

A logística reversa tem sido adotada pelas empresas como um diferencial competitivo.

Mas ela não é só isso e nem se atém a este por menor. A empresa pode desejar tê-la como

alavanca do seu negócio, mas para isso deverá garantir a eficácia da cadeia de suprimento,

dando qualidade aos produtos e eliminando o desperdício que gera lixo e despesa para a

empresa.

A logística reversa é planejada aplicada e decidida conforme o fluxo logístico direto,

iniciando no fornecedor passando pelo suprimento, produção e distribuição e finalizando no

consumidor final.

Então, ao invés da empresa estar sempre buscando seu fornecedor, ela irá negociar

com empresas que reciclam produtos descartados trazendo-os de volta ao mercado como

embalagens, matéria-prima ou então, fontes de energia diminuindo as despesas com produção

e distribuindo com apoio de uma Legislação Ambiental ISO 14.000, passando para o cliente a

imagem de uma empresa ambientalmente correta.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 19

Materiais Novos

Materiais Reaproveitados Processo Logístico Reverso

Figura 3– Processo Logístico Direto e Reverso

Fonte: Rodrigues (2005).

Ao analisar as definições sobre logística reversa percebe-se que numa abordagem geral

esta administra um modelo do retorno. Seja refugo, devoluções de materiais, processos

incompletos, enfim, cria um mecanismo para que não haja o desperdício.

Quando se pensa na logística reversa como um mecanismo associativo encaixamos seu

conceito no setor de serviços ao utilizar um sistema informatizado buscando reduzir o

consumo de papéis. Terá uma eficácia não só quanto à diminuição do desperdício com o

papel, mas no custo e valor agregado ao reduzir a burocratização e facilitar a pesquisa das

partes que compõe o processo.

Processo Logístico Direto

Suprimento > Produção > Distribuição

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 20

CAPÍTULO 3 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O desempenho financeiro não é teórico é tático, dia a dia decide, aloca, avalia e

atualiza os recursos e conseqüentemente a meta. Estão conectados uns aos outros de modo a

potencializar as forças ou estimular as fraquezas. Essas disparidades ocorrerão caso haja

desequilíbrio entre elas, impactos externos (oportunidades e ameaças) ou internos (pontos

fortes e fracos).

O processo correto de um planejamento estratégico conforme Kaplan e Norton

(2000, p.306) deve obedecer respectivamente a seqüência:

Estratégia – Objetivos – Indicadores – Metas – Programas.

Estes programas consistem no propósito de aumentar a eficácia e eficiência da missão

da organização. As informações devem ser de livre acesso entre os funcionários sejam elas

positivas quanto negativas, e estes deverão ter o direito de opinar a respeito. Pois através de

experiências no trabalho é que surgem soluções de como melhorar ou até mesmo de uma nova

estratégia se não estiverem dando certo deverão ser substituídas ao invés de persistir no erro.

Como caso da empresa Store 24 descrita segundo Kaplan e Norton (2000) em que ao

implementar uma estratégia inovadora com o mote “Proibido o Tédio” tornando divertidas as

compras, percebeu que não estava tendo sucesso. Identificou os aspectos da estratégia do qual

não funcionavam e decidiu adaptar e modificar a estratégia sob o lema “Você não pode

esperar”. Através do aprendizado, percebeu que as pessoas que compram em lojas de

conveniência esperam ser atendidas rapidamente e eficientemente (entrar e sair). A loja

organizou as prateleiras para que o cliente ao entrar na loja encontrasse seu produto, efetuasse

o pagamento e,então, sentisse satisfeito com a compra.

A empresa precisa se posicionar como cliente e observar o negócio notando onde

precisa de mudança. Ao engajar no mercado é necessário mudar, arriscar e sair da zona de

conforto. Para conquistar altas posições devem buscar meios de alcançá-lo, rompendo as

tradições e caminhando para o novo através dos benefícios que o aprendizado agrega.

Na busca de melhores mercados o importante da estratégia é obter informações, cruzá-

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 21

las e, então, conhecer o potencial de consumo, fornecedores, barreiras tarifárias e não-

tarifárias entre outros. A estratégia deve criar dimensões, necessidades e capacidade de

compra de cada mercado que empresas associadas e interessadas desejam ingressar para que

as perspectivas sejam precisas e bem-sucedidas.

A informação é lançada numa grande quantidade tendo um efeito multiplicador a cada

ano, ocasionando a “ansiedade de informação”. Diante de tantos fatos e acontecimentos deve

selecionar, priorizar e interpretar os dados disponíveis para não se perder no meio de tantas

informações. Contar com o apoio das consultorias que estudam os mercados, identificam os

blocos a ser explorados e utilizam experiências de empresas há um tempo no mercado com

know-how. Ter um amparo logístico visando colocar a empresa e o consumidor final frente a

frente, de preferência. Para que a cadeia tenha o mínimo possível de intermediários entre eles.

A estratégia junto com a logística deve trabalhar em aspectos: culturais, geográficos,

climáticos, sociais-políticos e demográficos para, então ser conhecida como um sistema de

inteligência.

A Logística tem de competir muito e duramente com o passado. Onde os resíduos

adquiridos para um período de transição pesam e acarreta, efeitos de lentidão para um novo

modelo. Como se observa nos quatro momentos descritos, conforme Novaes (2001):

1) Tinha como elemento chave o estoque, tanto o parado como em

trânsito. Servindo de abastecimento para as lojas. Notam que este sistema estava

gerando alto custo, passaram a adotar um critério EOQ (Econimic Order Quantity), ou

seja, quantidade econômica do pedido visando a redução dos estoques.

2) Frente a um mercado mais exigente os produtos ganham diversificação,

cores, modelos para satisfazer o cliente. Aumenta a oferta e para que o estoque não

gere custos ao longo da cadeia, adotam como elemento-chave a racionalização

adquirida com a otimização das atividades e planejamento do negócio. Criação dos

centros de distribuição (CD’s), facilitando e reduzindo o deslocamento da mercadoria.

Utilizaram o planejamento ferramentas de programação MRP e MRPII (Material

Requeriment Planing), integrando os elementos.

3) A logística foi caracterizada como dinâmica e flexível, ou seja, buscar a

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 22

satisfação plena dos clientes através de métodos que diminuíssem ao máximo os

custos da empresa. Perceberam que estes custos, a maior parte deles, estavam nos

estoques. Criaram mecanismos de venda puxada (sob encomenda) para que os

estoques se reduzissem cada vez mais, chegando próximo ao estoque zero.

4) Nesse momento a logística foi tratada de forma estratégica, passaram a

vê-la qualitativamente para que ganhasse competitividade através de soluções novas,

induzindo a novos mercados. O elemento-chave utilizado nesta fase é o Postponement

(Postergação), diminuir os estoques no esquema just-in-time. Visa a redução dos

prazos e das incertezas ao longo da cadeia de suprimento. Neste momento colocou-se

em questão a preocupação com o meio ambiente. A logística verde, diminuição dos

impactos causados pelas poluições em congestionamento e poluição ambiental. Para

isso, lutam pelo selo verde em operações logísticas garantindo uma adequação da

empresa com o meio ambiente. Também a Logística Reversa, na recuperação dos

materiais utilizados (alumínio, plástico, papel e outros) com a reciclagem. E, por fim,

nessa etapa a preocupação primordial se dá quanto à redução dos custos e desperdícios

com valor agregado ao produto garantindo maior qualidade e um ótimo serviço

oferecido, desde a confecção a entrega.Garantido pelo sistema ECR (Efficient

Consumer Response – Resposta Eficiente ao Consumidor).

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 23

Figura 4 – Evolução da Logística

Fonte: Autor

Os países que tem aplicado a quarta fase são mais desenvolvidos. No caso do Brasil

verifica-se empresas que estão ainda na primeira etapa, sendo que as mais evoluídas estão no

segundo e terceiro momento. Já na quarta pouquíssimas evoluíram, pois sofrem o efeito do

passado. Um problema pelo qual contribui com o subdesenvolvimento no mercado

competitivo do Brasil. Pois, há uma falta de alinhamento e integração dos departamentos entre

si. Ao invés de compartilhar informações e experiência uma empresa tem sufocado outra

acarretando em retrocessos ou avanços lentos.

Um método utilizado para solucionar problemas dentro da organização é o Balanced

Scorecard, estudado segundo Kaplan e Norton (2000). Através dele a estratégia cria uma

direção para alcançar a meta. Balanced Scorecard avalia o desempenho por meio da

mensuração alinhando e compartilhando os dados através de orçamentos, relatórios

periódicos, reuniões e recursos necessários para sua efetivação e funcionamento da estratégia.

ESTOQUE

EOQ

POSTPONEMENT CD’S

PULL/PUSH

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 24

3.1 Balanced Scorecard

Além da resolução do problema o balanced scorecard analisa toda a situação em que

se encontra o negócio e a partir daí implementa a estratégia. Ou seja, ele não necessariamente

consiste em dar direção a uma estratégia, mas também em criá-la mediante a situação da

empresa.

Estratégia elaborada através de uma vantagem competitiva seja com cliente, produto,

serviço, informação, habilidades e outros. Mas esta só terá sucesso ao conquistar

conhecimento do campo que irá atuar. E conforme ela vai jogando, ganhando cenário o

balanced scorecard vai mostrando seu desempenho.

Um processo contínuo em que todos devem estar na mesma missão dia a dia para o

sucesso. Encontrando a estratégia mais adequada bem como uma perspectiva futura.

Analisando algumas empresas que utilizaram o balanced scorecard segundo Kaplan e Norton

(2000, p.14-18) percebe-se:

a) A empresa que criou uma estratégia de descentralização obteve êxito ao

divulgar e gerenciar o lançamento da nova estratégia, pois, não importava a eles se a

concorrência soubesse ou não, pois os passos a dar só os participantes (estrutura

interna da organização) conheciam.

b) Num outro caso a empresa mudou todo seu cenário generalista ao

implantar a estratégia de especialização. Ao invés de produzir diversidades, preferiu

restringir, porém com maior incidência em qualidade e eficiência.

c) Verificamos também empresas que se dedicaram a uma estratégia de

relacionamento com a melhor comunicação, ou seja, venderam a estratégia e

aumentaram a rentabilidade.

d) E uma organização que obteve sucesso em produtos diversos

concentrando num valor econômico.

O valor econômico é enxergar o que os outros não conseguem ver. Manter-se no foco

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 25

mesmo quando os relatórios financeiros apontam baixo lucro em escala crescente.

Conforme o caso do austríaco Carl Menger (1840-1921) e do inglês William Stanley

Jevons (1835-1882), que introduziram a perspectiva dita “marginalista”, segundo a qual o

valor econômico não é determinado pelo custo, mas sim pela utilidade variável que um bem

pode ter para um agente econômico. Embora os indivíduos haja apenas em proveito próprio,

os mercados em que vigora a competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir a

alocação mais eficiente dos recursos e da produção, sem que haja excesso de lucros. Por essa

razão, o papel econômico do governo é a intervenção na economia quando o mercado não

existe ou quando deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não há

competição livre.

Figura 5 – Estratégia do Balanced Scorecard

Fonte: Kaplan e Norton (2000, p.19)

Os cinco princípios da organização focalizados na estratégia conforme Kaplan e

Equipe executiva

Unidades

de negócio

Tecnologia da

Informação

Orçamentos e

investimentos de

capital Recursos

Humanos

Estratégia

Balanced

Scorecard

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 26

Norton (2000, p.35), consistem:

1) Mobilizar a mudança por meio da liderança executiva;

2) Traduzir a estratégia em termos operacionais;

3) Alinhar a organização à estratégia;

4) Converter a estratégia em processo contínuo;

5) Transformar a estratégia em tarefa de todos.

Ao aplicar os cinco princípios através da comunicação garantindo a satisfação e

recursos financeiros notam que estes serão eficazes no momento em que as estruturas internas

(departamentos) estejam interadas compartilhando dados e experiências para estruturar o novo

quadro frente ao mercado. Por fim, o balanced scorecard não é somente um processo de

mensuração, mas sim um programa de mudança.

A necessidade de mudança cria com o desenvolvimento valores: financeiro, fidelidade,

confiança e satisfação com o cliente, bem como aprendizado e satisfação com os

funcionários. A organização é transformada com valor econômico detentor de informação,

ótimos prazos e boa localização.

Para manter com bons resultados a empresa deve se sustentar em alguns indicadores

estes escolhidos e apontados pelo balanced scorecard após dados de desempenho. Estes são:

reduzir custos, confiabilidade, pontualidade, atuar em coletividade com a vizinhança.

Os funcionários deverão tomar consciência da estratégia daí o processo será bem

desenvolvido dentro de uma boa comunicação. Caso a mensagem não for recebida o processo

não será concluído. Depois de compreendido o próximo passo a tomar será definir os

objetivos pessoais e da equipe, alguns deles demonstrado conforme Kaplan e Norton

(2000, p.269):

a) Retribuir com bônus os funcionários após a superação de uma meta

alcançada.

b) Emissão de relatórios para acompanhar o desempenho da estratégia.

c) Integração dos ambientes e departamentos organizacionais, dispondo de

meios de informação com o intuito de facilitar o acesso a todos os setores da empresa

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 27

d) Criação de indicadores e objetivos através do balanced scorecards para

que a estratégia seja compreendida e elaborada de forma plena e eficiente.

Referente ao bônus dos funcionários uma das formas de avaliar a remuneração

expressa segundo Kaplan e Norton Norton (2000, p. 273), é:

As quotas de posição são referente ao cargo, cada qual com seu valor, já as quotas de

desempenho são medidas através da velocidade de implementação e execução da estratégia.

Os indicadores de desempenho individual e da equipe, objetivos atingidos entre outros

estipulados pela empresa através dos indicadores que esta ditou dentro do sistema.

Segundo Kaplan e Norton (2000, p. 281) “Não conseguimos medir o que queremos, e

então decidimos querer o que podemos medir”.

Os funcionários devem colaborar com o empreendimento de modo a fortalecer e

consolidar sua competitividade para que consiga vender produtos e serviços adquirindo

conhecimento em cada área, pois, cada avanço mesmo que pequeno produz ganhos imensos

para o negócio e conseqüentemente para cada trabalhador que atuou para o progresso.

Caso contrário, conforme Kaplan e Norton (2000, p.313) o negócio não funcionará,

principalmente se houver falta de interação de departamentos e pessoas e, então, a ação da

estratégia não surtirá efeito. O êxito não é obtido facilmente, é necessário monitorar cada

passo da trajetória da estratégia. Revisar cada etapa do processo para que os indicadores sejam

atualizados e os orçamentos alterados se necessário for.

Total de Quotas = quotas de posição + quotas de desempenho

Orçamentos

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 28

Figura 6 – Ciclo da Estratégia

Fonte: Kaplan e Norton (2000, p.288)

É notório que a vida econômica eliminou grande parte do esforço muscular humano

dentro do corpo social. No entanto, os avanços provocaram terrível ameaça para a

humanidade. Estes resultados foram apropriados para o poder político e ao econômico que

estão nas mãos de poucas pessoas. Mas o fato é que realizar significa ser produtivo somando

ou separando experimentos e informações. Todo o conhecimento vem através da prática

(técnica) e a teoria (descrição). É conquistado com ousadia e persistência. Aproximando o que

espera, com o bom senso a um ideal.

E a partir daí inicia o caminho da sabedoria, ir em busca da meta. Trilhar com

qualidade e eficiência utilizando ferramentas adequadas, alcançando situações favoráveis e

atingindo o alvo. Mas se em determinado ponto surgir problemas procurar suprimentos,

replanejar com medidas para não se perder na dificuldade.

Se pela lei da física, conforme Einstein (1981, p.62) define “A força que age sobre

uma massa é determinada pela posição de todas as massas situadas a uma distância

suficientemente pequena da massa em questão”. Nota-se que quando todos se unem num

objetivo comum, buscando uma posição não de sobrevivência, mas de vida no mundo,

conquistará com muito mais êxito uma posição. Pois, esta só age, ou melhor, só ganha

dimensão quando se formam e agregam valor.

Iniciativas, Programas e operações

Recursos Revisão

Input (Recursos) Output (Resultados)

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 29

A importância da logística no sistema cooperativista se faz notória pela eficiência de

organizar e estruturar qualquer setor alocando as possibilidades. A cooperativa tem como foco

o trabalho em equipe, onde seu bem precioso é a sobrevivência dos cooperados. E devido à

dificuldade em administrar o pensamento humano, por sua complexidade, a logística se

encaixa como ferramenta de estruturação e elaboração de trâmites e processos para que ocorra

de forma ágil desde a entrada ao final da cadeia, de modo seqüencial para que as incertezas

humanas não se percam.

Vale, então, ressaltar que o encadeamento dos diversos agentes da cadeia obtém

movimento ao apresentar características logísticas. Desbloqueando os gargalos de eficiência e

garantindo um equilíbrio entre condição, produção e disposição final.

Figura 7 – Relação da Logística com a Cooperativa

Fonte: Autor

CAPÍTULO 4 – COOPERATIVA

Cooperativa

Logística

Estrutura do

Trabalho

Condição

Produção Expedição

Disposição Final Cliente

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 30

Num mundo globalizado onde a competição esta cada vez mais acirrada, muitos tem

ficado fora do mercado de trabalho por motivos de atraso profissional ou por falta de

oportunidade. Uma luta por um cargo mesmo que inferior a sua formação aumentou numa

proporção que a satisfação pela profissão perdeu a importância.

Diante deste cenário algumas pessoas buscam uma mudança de paradigma numa área

que valorize o profissionalismo, o esforço e o serviço ofertado, ou seja, um método de

trabalho em equipe onde os membros interajam e encontram o ponto de equilíbrio. Não há

individualismo ou omissão de informações. O foco é na soma do todo e não das partes.

Segundo Batitucci (2001), trabalhar em equipe significa unir idéias, observações e

alternativas. Formulando teorias e compartilhando experiências para garantir a sobrevivência

do negócio e o crescimento coletivo ao invés do individual. A ótica que antes parecia objetiva

inverte e a visão global de interdependência ganha espaço e resgata a satisfação pelo trabalho.

Uma gestão que iniciou no ano de 1844, mas somente hoje é aplicada e desenvolvida

dentro de empresas substituindo as há hierarquias e submissões. Trabalhos nos moldes do

Cooperativismo tem sido encarado como Organização do 3° Milênio. A configuração das

equipes do mesmo setor ou de diferentes interligando e unindo esforços para obter vantagens

e motivação. É aplicada tanto como uma forma de trabalho (Cooperativas) como num modelo

adaptado a um contexto empresarial. Ou seja, uma organização pode utilizar o conceito

formando equipes e prezando a coletividade por meio de uma ação democrática onde as

decisões são tomadas pelo grupo.

Através desses conceitos o trabalho cooperativo é constituído por ideologias

equilibrando o ambiente interno e externo para o desenvolvimento da equipe e do negócio.

Com uma postura incentivadora os resultados e objetivos terão êxito em todo o sistema.

Cooperativa é a união de esforços para se obter vantagens. Atua de forma coletiva e

organizada, adquirindo condições de conquistar espaços dentro da economia globalizada.

É regulamentada conforme a Lei n° 5.764, de 16 de Dezembro de 1971 e modificada

parcialmente, regida hoje pela Lei n° 5.764/71 de 30 de Março de 1982. Tem respaldo em

vários dispositivos da Constituição Federal e Estadual.

O artigo 3°, da Lei n° 5.764/71, conceitua a Cooperativa sendo o “Tipo de sociedade,

celebrada por pessoas que se obrigam reciprocamente a contribuírem com bens e serviços

para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum e sem objetivo de lucro”.

Ou seja, adesão livre e voluntária cria condições para os cooperados e não lucro para a

Cooperativa, esta controlada democraticamente.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 31

A cooperativa favorece melhores condições econômicas e sociais através de um

negócio comum ao profissionalismo de todos. Um sistema humanitário que deveria ser mais

valorizado aumentando sua participação no mercado, pois esta corresponde em 33%

distribuída em 7.500 cooperativas arrecadando em torno de 90 bilhões de reais no Brasil.

Os cooperados buscam, frente a uma oportunidade e uma demanda, no mercado

consumidor uma fonte de renda. É ao mesmo tempo dono e usuário da cooperativa, ou seja,

enquanto dono ele administra a empresa, e enquanto usuário utiliza seus serviços.

Suas características expressas na Lei 5.7964/71 que diferenciam das demais

sociedades são:

a) O número de associados é limitado, mínimo de 20 pessoas nas

Cooperativas singulares.

b) O capital social é representado por quotas partes no critério de

proporcionalidade.

c) A quota-parte é distribuída somente aos cooperados, sendo proibido a

terceiros e estranhos da sociedade.

d) Cada cooperado tem direito a um voto.

e) Existência de um quorum para a realização da Assembléia geral.

f) Retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às

operações realizadas pelo associado.

g) Existência de fundos de reserva para assistência técnica educacional e

social.

h) Neutralidade política, indiscriminação religiosa, racial, social e de

gênero.

i) Prestação de assistência aos associados e, se previsto no Estatuto,

extensível aos empregados.

j) Área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,

controle, operações e prestação de serviços.

A cooperativa deve ter um Estatuto Social através de um Plano de Viabilidade

incrementado por todos. Após a criação, o Conselho Fiscal alinhará o negócio nas normas do

estatuto. Também carece um Regimento Interno conforme esta na Lei 5.764/71. Não faz parte

do estatuto a não ser as particularidades mais duradouras.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 32

O bom funcionamento da cooperativa está diretamente ligado à participação de seu

quadro social na vida do empreendimento, pois muitos problemas econômicos, de conflitos e

desestruturação interna têm a ver com a não participação e a acomodação dos cooperados.

Portanto, a fim de evitar a mortalidade do negócio cabe aos sócios ater-se aos direitos e

deveres.

Após completar todos os requisitos internos e externos de cunho burocrático, a

Cooperativa deverá buscar recursos, planejar e se utilizar do método do balanced scorecard,

para estimular e elevar o negócio a conquistar mercado. Garantindo a promoção de uma infra-

estrutura social e econômica eficiente a fim de promover o desenvolvimento econômico.

Fatores a serem buscados como comprometimento do grupo para adquirir sucesso, ou

seja, os objetivos pessoais não devem vir em primeiro lugar. A liderança tem que buscar o

consenso junto ao grupo para que os integrantes adquiram uma visão do futuro com

perspectiva e crescimento no negócio despertando em cada um o empreendedorismo onde

consigam tomar decisões inovadoras para que haja expansão e entusiasmo no corpo

(cooperado e cooperativa).

O cooperativismo tem uma estrutura voltada aos cooperados, ou seja, na satisfação

pessoal e profissional. Para tanto trabalham suas técnicas, melhoram suas competências e o

grupo lucra com o resultados da soma dos esforços.

Segmentado nos pilares econômico, social e político cada um gerindo de acordo com a

lei, planejam estrategicamente o posicionamento desta no mercado, o sistema de poder,

treinamento aplicando o feedback e revendo os objetivos e as metas.

Dentre os conceitos logísticos aplicados nos negócios destacam, como um dos

instrumentos fundamentais para enfrentas as ameaças e aproveitar as oportunidades em seu

ambiente, a visão estratégica e sua implementação para que os fatores de sucesso (liderança,

comprometimento, busca do consenso, visão do futuro e espírito empreendedor) sejam

alcançados.

Na configuração e sobrevivência do trabalho cooperativo é necessário que haja agentes

condicionantes administrativos, políticos e psicológicos para que as implementações dos

projetos sejam desenvolvidas em equipe nas ideologias e culturas de trabalho, conhecimento

sensibilidade de percepção e transparência.

4.1 Cooperativa de reciclagem

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 33

Dentro do sistema cooperativista com, foco voltado para a área de reciclagem, verifica

que este tem por sugerir uma alternativa de geração de trabalho e renda para trabalhadores

excluídos do mercado de trabalho. E por objetivo contribuir para o desenvolvimento da

economia no Brasil, ajudando a combater o desemprego. Envolve ações em diversas áreas de

trabalho, desde a coleta de lixo, reciclagem, proporcionar renda, educação, autogestão e

adequação do meio ambiente em ações coletivas.

A população em questão para inserção na Cooperativa tem como condição:

a) Estarem desempregadas;

b) Pessoas com baixa escolaridade;

c) Experiências de sub-emprego e emprego informal;

d) Situação de risco social;

e) Pessoas com pouquíssimas oportunidades de inclusão no mercado

formal de trabalho;

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 34

Figura 8 – Cooperativa em estrutura celular

Fonte: Autor

O papel da Cooperativa de Reciclagem é resgatar a noção de cidadania dando auto-

estima, base de convivência social, obtenção de renda e a educação ambiental, apropriadas à

realidade social dos cooperados e que visem a preservação ambiental.

Um negócio que espera gerar empregos e saídas da exclusão social de número

significativo de famílias; redução dos custos de governo em tratamento de dependentes

químicos, deficientes físicos e crianças subnutridas; melhoria da qualidade de vida dos

trabalhadores; progresso na educação ambiental da população atingida; aumento do poder de

compra do trabalhador; inserção dos trabalhadores nos espaços sociais e econômicos. Um

sistema de trabalho que permite agregar valor ao trabalho das Cooperativas de Reciclagem e

que passem a vender um produto elaborado.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 35

Tem como premissas básicas:

a) Missão: Combater a pobreza, uso de drogas, violência e melhorar as condições de

vida da população.

b) Prioridades: Alívio da pobreza; Ambiente para gerar renda.

c) Valores: Confiança, relacionamento e conhecimento.

d) Visão: Diversificação de atividades comprometendo-se com o negócio, estimulando

ações ligadas aos pilares da sustentabilidade (econômico político e social).

A Cooperativa de Reciclagem terá em seus programas a incumbência de trabalhar em

equipe para a realização de qualquer tarefa explorando a reciclagem de materiais com o

objetivo de lucratividade e equidade.Com isso, buscando transformar e restaurar sucatas e

lixos em belas obras artesanais. E a partir daí criando oportunidades de aprendizagem para o

desenvolvimento sustentável. Através de estratégias para entrar num mercado competitivo e

unidade de departamento, ou seja, estrutura celular, corporativa.

Ambiente Externo Ambiente Interno

Oportunidade: Novos

comportamentos exigem consumo de

produtos ecologicamente corretos.

Potencialidade: Agregar valor a

um produto descartado por terem atingido

o fim de vida útil.

Ameaça: Incertezas e falta de

interesse quanto aos materiais reciclados.

Fragilidade: Disciplinar ao

trabalho em equipe.

Tabela 1 – Pontos Fortes e Fracos da Cooperativa de Reciclagem

Fonte: Autor

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 36

É necessário conhecer a amplitude em que a logística reversa pode atuar. Neste

presente trabalho devido ao foco reciclagem a atenção é dada ao reaproveitamento dos

produtos.

A preocupação social quanto a preservação do meio ambiente tem levado as empresas

a buscarem uma certificação, neste caso o ISO 14.000, com o intuito de garantir satisfação aos

funcionários e clientes. Os benefícios da logística reversa no processo de reciclagem são:

a) Redução de resíduos em aterros sanitários e lixões;

b) Reutilizar possibilita poucos gastos com energias e matéria-prima;

c) Aumenta a imagem da empresa no âmbito competitivo;

d) O produto final pode ser repassado ao cliente por um menor preço;

e) Dispor de parceiros gera maiores vendas e, conseqüentemente, altos

lucros.

A reciclagem dispõe de um fluxo financeiro e proporciona muitos empregos diretos e

indiretos. Usar e reusar os produtos cria uma estratégia empresarial de competitividade e

imagem corporativa.

Quando se fala em logística reversa, os produtos reaproveitados estão interligados ao

desenvolvimento sustentável: fator econômico, ambiental e social. O gerenciamento da cadeia

reversa entra como uma ferramenta de impacto proporcionando o diferencial no produto e/ou

serviço.

Pois, para alcançar uma porção num mercado competitivo é importante pensar numa

estratégia que resiste as mídias, ou seja, ao excesso de informação de um produto que não

expressa pelo que é. O gerenciamento da cadeia reversa forja uma concepção além da

concorrência. Cria e desperta o desejo da aquisição do produto/serviço gerando um elo de

pós-consumo e pós-venda.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 37

> > > >

Figura 9– Seqüência do produto reciclado

Fonte: Adaptado de Rodrigues (2005)

Observa-se que o papel da cadeia reversa é ampliar o fluxo logístico direto garantindo

uma operacionalização de funcionamento e vínculo, onde os elos estreitam os laços, criando

um diferencial para gerar a fidelização. Algumas empresas adotaram o processo da cadeia

reversa como perspectiva a longo prazo, numa missão de sobreviver para o sucesso,

conquistando expansão e domínio sobre o mercado em que atua. Assim a concorrência deverá

lutar para ser bem-sucedida, caso contrário, seriam eliminadas.

Percebe-se a importância de agir e de crescer o negócio em medidas eficazes de razões

legais ambiental, econômica e social para prosperar. E essa medida é conquistada através de

uma estratégia clara com abrangência global ao redor do mercado em que atua.

Alguns tópicos essenciais que a organização deve trabalhar a fim de tornar possível

um fluxo logístico dentro da cadeia reversa são:

a) Redução de custos e desperdício;

b) Elaborar uma estratégia de impacto no mercado;

c) Trabalhar dentro de um sistema de qualidade, no caso, ISO 14.000;

d) Desenvolver manutenções preditivas e preventivas;

e) Utilizar-se de tecnologias proporcionando pesquisa e desenvolvimento

(P&D);

f) Trabalhar em parcerias dentro de uma cadeia de suprimento;

g) Atuar nos pilares: social, político, ambiental e econômico.

Fornecedor Produtor Consumidor Pós-venda Pós-consumo

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 38

Numa forma mais ilustrativa a cadeia reversa busca um ciclo ideal, ou seja:

Figura 10 - Ciclo da Cadeia Reversa

Fonte: Autor

Conforme define Macneilley (1998) “estratégia é um conjunto de ações integradas

em busca da vantagem competitiva”.

A cadeia reversa reutiliza materiais, mas este não voltará ao que era. Eles são

recondicionados a um novo sistema de logística reversa. Para que haja sucesso ao instalar o

método da cadeia reversa dentro dos negócios é necessário controlar a entrada dos materiais

verificando seu estado para que possam ser totalmente reciclados. Analisar o tempo do

processamento é outro quesito que irá colaborar na redução de custos e melhoria de serviço.

O Balanced Scorecard é essencial na logística reversa ao efetuar o mapeamento dos

processos utilizando do sistema de informação como indicador para mensurar o desempenho e

identificação dos produtos recebidos e retornados.

Os países industrializados contribuem com 80% a 90% da poluição mundial. Outras

formas de poluição são: esgotos sem tratamento e lixo, radiação eletromagnética de

equipamentos eletrônicos e cabos de tensão, em escritórios e no lar; poluição sonora e

luminosa.

Para os governos, o controle de poluição envolve a necessidade de escolher entre

REFUGO COLETA ARMAZENAMENTO

PROCESSAMENTO TRANSFORMAÇÃO

MATÉRIA-PRIMA

OU PRODUTO

ACABADO

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 39

prioridades divergentes, como a saúde, a industria e o comércio. A poluição representa uma

ameaça real à qualidade da água, à saúde e ao meio ambiente.

A humanidade joga no lixo 30 bilhões de toneladas de detritos por ano. Isso representa

quase 1000 toneladas por segundo. Muitas regiões já não dispõem de espaço para armazenar

esse lixo. Em São Paulo a construção de aterros sanitários virou um grave problema. Os lixões

não podem ser instalados em áreas urbanas, devido aos riscos de contaminação do ar e do

solo. Caminhões de lixo fazem, então, o transporte do lixo coletado para outros locais. Mas

levar o lixo para longe encarece, nada resolve e muda o problema de lugar. Muitos desse lixo

não é possível reciclar. O plástico, por exemplo, leva mais de 400 anos para se decompor e

responde por 20% do lixo urbano.

Aterros sanitários ajudam na proliferação de mosquitos transmissores de dengue, febre

amarela e outras enfermidades. São Paulo é um importante foco de leptospirose, doença

transmitida pelos ratos. Bastam 50 toneladas de lixo para contaminar definitivamente 1

hectare de terra. O chorume, líquido tóxico originado da decomposição do material orgânico,

misturado com a água da chuva, penetra no solo e pode alcançar lençóis subterrâneos.

A questão do lixo passou a ter prioridade sob o ponto de vista ambiental, econômico e

social. Ambiental na eliminação do lixo desde a origem residências, locais de lazer ou

trabalho até o destino final, aterro sanitário quando não é encontrado outro uso. Social implica

na consciência dos problemas ambientais e a transformação desta situação. E econômico

quando se falta planejamento e conseqüentemente falta de controle, um alto investimento para

tentar reverter o problema. Uma das tentativas mais eficazes de controlar o alastramento do

lixo são as práticas de reduzir, reutilizar e reciclar.

Os Estados Unidos, que ocupam o topo da lista dos países que mais reciclam seu lixo,

conseguem reaproveitar pouco mais da metade do que vai parar nas lixeiras. Na Europa

Ocidental, virou rotina nos supermercados cobrar uma taxa para fornecer sacolas plásticas. Os

clientes levam as suas de casa. Também na Europa o casco de vidro e de plástico vale

desconto na compra de refrigerante e água mineral. Para a redução do lixo industrial, a União

Européia está financiando projetos em que uma indústria transforma em insumo o lixo de

outras fábricas. Até a fuligem das chaminés de algumas é aproveitada para a produção de

tijolos e estruturas metálicas.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 40

Tabela 2 – Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) de 2000

Fonte: www.caixa.gov.br/download/asp/download.asp (Cap. 3 - 05/02/06)

O lixo em muitas cidades, são depositados a céu aberto acarretando problemas para a

saúde pública e produtividade. Além do mais, desperdiçando recursos que poderiam ser

utilizados como fonte de renda para a população carente, a reciclagem e não poluiriam as

águas comprometendo todo o ecossistema.

Atualmente, os resíduos sólidos constituem um dos maiores problemas para as

empresas e administrações públicas, visto que seu gerenciamento adequado acarreta custos

elevados. Nas grandes cidades, o problema é ainda mais grave, devido à quantidade de

resíduos gerados e à falta de áreas adequadas, próximas e disponíveis para deposição desses

materiais.

Algumas medidas para evitar os lixões a céu aberto são:

a) Aterros Sanitários

É o lixão sofisticado, mas antes de implanta-lo deve identificar o lençol freático e as

nascentes da região; Drenagem das nascentes; terraplanagem; camada de regularização e

instalação da manta de impermeabilização do solo; camada de proteção da manta, feita com

solo; destinação do chorume (líquido escuro derivado do lixo) nos drenos de fundo e lagoas

de tratamento.

O aterro depois de completado sua capacidade máxima de lixo, ele encerra sua vida

útil pelo menos por 5 anos, pois continuam a produzir lentamente o biogás. Já o chorume deve

permanecer por 10 anos. Ambos mantidos sob vigilância e manutenção.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 41

O lixo sob o processo de fermentação transforma-se em biogás, podendo ser utilizado

para a geração de energia. Mas um grande problema dos aterros sanitários é o chorume, pois,

para seu reaproveitamento requer medidas muito sofisticadas que o custo/benefício não

favorece a adoção da medida. A alternativa é desvia-lo para uma estação de tratamento de

esgoto, onde é diluído e tratado.

b) Usinas de Compostagem

Essas usinas são associadas às usinas de reciclagem. Sua capacidade é de

aproximadamente 3000 toneladas de lixo por dia. Esta técnica tem absorvido a atenção de

muitos ecologistas, pois uma usina com apenas um bioestabilizador orgânico é capaz de tratar

mais de 90 toneladas/dia de lixo, ou seja a população diária de lixo de uma população de

100.000 habitantes.

Nas usinas de compostagem o lixo é separado: metais, trapos, plásticos, vidros – e

esses são destinados a aterros ou usinas de reciclagem a matéria orgânica restante transforma-

se num fertilizante orgânico chamado composto (produto homogêneo e pasteurizado, com

cheiro e aspecto semelhantes ao da terra vegetal. Possui diversos nutrientes para a agricultura

e atua como um recondicionador da terra, assimilado pelas raízes das plantas.

c) Incineradores

É a eliminação do lixo pela ação do fogo. A principal incineração é o lixo hospitalar,

evitando a disseminação de doenças e as cinzas resultantes – cerca de 30% pode ser

facilmente destinada. Além disso, há outra vantagem: o lixo urbano é composto por grandes

quantidades de plástico e papel e por isso, não há necessidade de utilizar combustível para

alcançar a temperatura correta (800ºC). Em termos mais simples: o lixo queima sozinho.

Caso não haja um controle nos produtos queimados, a incineração pode resultar em

grande fonte de poluição. Os vapores da combustão devem ser tratados em filtros e torres de

lavagem, para depois serem liberados na atmosfera através de chaminés, cujas alturas devem

ser determinadas após observar as condições de clima e topografia da área.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 42

Os materiais recicláveis que estão dando lucro e renda para muitas famílias, são:

a) Alumínio

O Brasil tem uma das maiores reservas do minério que fabrica o alumínio, a bauxita,

estimada em 870.000 toneladas. Mas para a transformação desse minério, gasta-se muita

energia elétrica para produzir o alumínio. Então quando se reaproveita, por exemplo, as

latinhas de refrigerantes e outros produtos confeccionados pelo alumínio conseguem-se uma

economia na ordem de 96% da energia necessária para produzir o minério.

b) Plásticos

O plástico é muito utilizado como embalagens acondicionando produtos sólidos e

líquidos. Antigamente, até a década de 50 era utilizado o papelão para o armazenamento de

produtos sólidos e os vidros para os líquidos. Hoje o plástico ganhou um grande mercado das

embalagens devido ao baixo custo. Demorou muito para o reconhecimento do plástico como

produto reciclado, enquanto isso seu descarte foi muito negligenciado em vista dos vidros e

do papel que no caso é biodegradado no meio ambiente.

Atualmente, o interesse de vários segmentos industriais no reaproveitamento de diversos tipos

de plástico vem crescendo. Sua transformação tem formado: solas de sapatos, interruptores de

tomadas, baldes, mangueiras e etc. Seguindo um processo onde, em primeiro lugar o plástico

é separado manualmente; após isso moído e diluído sob intensa agitação; numa terceira etapa

a massa agitada é separada e seca; e por fim depois de seca é aglutinada e vai para extrusora

que dá formato ao objeto desejado.

c) Vidros

A reciclagem de vidros no Brasil se desenvolve desde 1986. O programa contempla

um centro de tratamento, para onde é encaminhado o material coletado, o qual é selecionado,

descontaminado, esmagado (moído), lavado e, finalmente, encaminhado para indústria, onde

novamente será reutilizado como matéria-prima na fabricação de novos vidros.

Para produzir materiais vítreos, há considerável gasto com energia para alimentar os fornos

que fundem o vidro. Dependendo do tipo de vidro, a temperatura pode variar entre 1500 e

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 43

1600ºC em contínua produção; o forno normalmente é alimentado por óleo combustível, gás

natural ou, em alguns casos, eletricidade. A fusão é etapa que gasta mais energia, perfazendo

aproximadamente 80% do total usado para transformar o mineral, por exemplo, numa garrafa.

A economia de vidros reciclados permite economizar cerca de 100 litros de combustíveis para

cada tonelada de vidro produzido. No Brasil, o vidro ainda corresponde a 3% dos resíduos

urbanos, mas é bem possível que essa porcentagem diminua, porque o vidro é um material

100% reciclável, por uma tecnologia simples, barata e consagrada, que mantém excelente

qualidade nos novos produtos gerados a partir da sucata, além de haver interesse financeiro da

indústria e conscientização da população. O Brasil produz atualmente cerca de 890 mil

toneladas de embalagens de vidro por ano. Cerca de 25% desse total provém de matéria prima

reciclada.

O cooperativismo tem uma estrutura voltada aos cooperados, ou seja, na satisfação

pessoal e profissional. Para tanto trabalham suas técnicas, melhoram suas competências e o

grupo lucra com o resultados da soma dos esforços.

Como o caso de sucesso da Cooperativa Mãos de Minas que reúne os artesãos

mineiros, investiu na oportunidade de exportar. Segundo Tânia Machado, Presidente da

Cooperativa “O mundo esta louco para comprar os produtos do Brasil”. Decidiu expandir,

montando estandes em duas feiras, uma na Alemanha e outra em São Paulo. Mas não deu

certo. Não conseguiram um pedido, ainda mais de quem não é conhecido no mercado. Em

2000 o Brasil não tinha uma tradição forte para apoiar o artesanato. Mesmo diante deste fato

não perdeu a perseverança. Hoje conta com o apoio da APEX-Brasil (Agência de Promoção

de Exportação), participando de feiras espalhadas pelo mundo. Durante esse período chegou a

assumir prejuízos, vislumbrando neles a conquista de clientes e mercado. E deu certo, investiu

na qualidade por meio de um convênio com uma universidade mineira, que cedeu recursos

para a construção de um forno garantindo a eficiência na queima das peças de cerâmica, que

já não quebravam tão facilmente como antes, reduzindo os prejuízos.

Passaram a investir em outros ramos em busca do melhor artesanato. Esse esforço

produziu resultado. Em 2001 exportou apenas US$ 10 mil. Já em 2004 multiplicaram por 40 e

as exportações chegaram a US$ 400 mil. E em 2005 foi para US$ 500 mil.

Esses valores foram graças ao Projeto Comprador, que banca as passagens de

empresários estrangeiros em visita às feiras brasileiras. Mas a Cooperativa Mãos e Minas não

para por aí, querem elevar o preço final do artesanato, mas para que o cliente não sofra no

custo, pretende eliminar os intermediários. Conforme conta Tânia Machado “Sem o

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 44

distribuidor, a mesma peça chegará ao consumidor pouco mais de US$ 5 ao invés de US$ 15

como é repassado. Com preços mais baixos, nosso artesanato ficará mais acessível e

venderemos mais”.

4.2 COOPRELP – Cooperativa de Reciclagem de Lençóis Paulista

O município de Lençóis Paulista despejava 42 toneladas de lixo no aterro sanitário. A

cidade encontrava-se suja e mal cuidada. A Diretoria do Meio Ambiente do município e a

Unesp – Faculdade de Ciências Agronômicas/Departamento de Recursos Naturais, de

Botucatu, desenvolveram um programa de melhoria ambiental, com destinação adequada dos

rejeitos e coleta seletiva de lixo. A Usina de reciclagem e compostagem que antes estava

sucateada foi ativada e explorada pela COOPRELP.

Além da preocupação ambiental o projeto teve outro fator primordial a questão social.

Segundo o Diretor Municipal do Meio Ambiente, Benedito Luiz Martins, comenta: “Nós

percebemos que a melhoria ambiental só seria conseguida se envolvêssemos o fator social”.

O projeto envolveu catadores de lixo e deficientes físicos num plano de gerenciamento

de resíduos sólidos estabelecendo políticas públicas de reciclagem e melhoria do meio

ambiente, assim como estratégias para a inclusão social.

A COOPRELP se concretizou em 2003 com aprovação do FNMA, Fundo Nacional do

Meio e a garantia de recursos liberados pela Caixa Econômica Federal, para execução.

A Cooperativa adotou como nome do projeto “Cidade Limpa e Solidária”.

Modernizaram a Usina de reciclagem e compostagem. E em apenas dois anos, a Cooperativa

já rende o suficiente para que 56 famílias cooperativadas obtenham, em média, uma renda

mensal de R$ 530,00. Segundo a Presidente da COOPRELP, Gicelma Francisca dos Santos

“Nunca imaginei que saía tanto dinheiro desse lixo. Agora dou valor, porque sei que é dali

que saí o meu sustento e o de muita gente aqui”.

Um dos fatores de sucesso e êxito da Cooprelp foi a solidariedade da população de

Lençóis Paulista. Para maior conscientização e ação do projeto, este foi apoiado em duas

formas:

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 45

1) Criação de uma cartilha e capacitação de educadores encarregados da

conscientização das crianças nas escolas;

2) Contato direto dos catadores de lixo e deficientes com os moradores;

Esse resultado deu uma maior perspectiva de vida para os catadores de lixo, os

deficientes físicos e, claro, para todo o meio ambiente na cidade de Lençóis Paulista.

Aumentou a vida útil dos aterros em mais de 10 anos. Segundo o professor Alcides Leão, da

Unesp - Faculdade de Ciências Agronômicas/Departamento de Recursos Naturais recomenda:

“o retorno disso aqui é imenso e eu diria que é modelo a ser replicado em outras cidades”.

4.3 Um modelo de cooperativa proposto - reciclagem de entulho

Uma Cooperativa de reciclagem de entulho tem por objetivo uma construção

sustentável baseada na prevenção e redução dos resíduos pelo desenvolvimento de tecnologias

limpas no uso de materiais recicláveis ou reutilizáveis.

Foi realizado um projeto na Universidade Federal da Bahia chamado, “Projeto Entulho

Bom da Universidade”, caracterizando o alto potencial da reciclagem desses resíduos.

Fizeram uma coleta de resíduos de construção na cidade de Salvador, em 1998, e constataram

mais de 500.000 t/ano de coleta. Visando esse potencial a Cooperativa pode atuar desde a

coleta como na transformação dos resíduos em recursos utilizáveis.

Uma das barreiras que não tem como não mencionar é a questão de que os produtos

secundários não têm tanto valor como os primários. Acontece que os materiais secundários

estão constantemente sujeitos aos mesmos requerimentos dos primários, por falta de normas

adequadas. A produção de materiais secundários de alta qualidade, são comparáveis aos

primários, sendo que estes tendem a ter alto custo de produção, enquanto os secundários baixo

custo sendo então repassado para o cliente. Principalmente o agregado reciclado do concreto

tem alta qualidade e campo competitivo, no que se diz custo/benefício.

Sem falar na questão do controle ambiental que tem por estabelecer uma rígida

legislação limitando a liberação de poluentes em todo o ecossistema. A preservação ambiental

visa uma reformulação mais ampla dos processos produtivos e de consumo, que vão desde a

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 46

extração da matéria prima, os processos industriais, o transporte e o destino dos resíduos de

produção e também o do produto após a sua utilização. A série de normas ISO 14000 é a parte

mais visível de um movimento empresarial que envolve, pela primeira vez, organizações não-

governamentais integradas por empresas.

4.3.1 Aproveitamento de Resíduos Sólidos

Figura 11 – Centro de Reciclagem

Fonte: www.caixa.gov.br/download/asp/download.asp (Cap. 3 - 05/02/06)

A cadeia produtiva da construção civil, também denominada construbusiness,

apresenta importantes impactos ambientais em todas as etapas do seu processo: extração de

matérias-primas, produção de materiais, construção, uso e demolição. Qualquer sociedade

seriamente preocupada com esta questão deve colocar o aperfeiçoamento da construção civil

como prioridade. No Brasil, o construbusiness corresponde a 14% da economia. Qualquer

atividade humana necessita de um ambiente construído adequado para sua operação, e, os

produtos da construção civil são sempre de grandes dimensões.

O macrocomplexo da construção civil é um dos maiores consumidores de matérias-

primas naturais. Estima-se que a construção civil utiliza algo entre 20 e 50% do total de

recursos naturais consumidos pela sociedade (Sjöström, 1992). O setor consome, por

exemplo, enormes quantidades de materiais com significativo conteúdo energético, que

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 47

necessitam ser transportados a grandes distâncias.

As atividades de produção de matérias-primas, de canteiro e até mesmo de

manutenção e demolição geram impactos ambientais, como resíduos, ruído, poeira, além dos

poluentes industriais. A produção de cimento e cal, por exemplo, envolve a calcinação de

calcário, lançando grande quantidade de CO2 na atmosfera. Isso significa que, para cada

tonelada de cal virgem, são produzidos 785 kg de CO2 , ou mais de 590 kg de CO2 para uma

tonelada de cal hidratada. O CO2 é o principal gás responsável pelo efeito estufa.

A poluição gerada pelos resíduos da construção civil chega a ser igual ou superior à

massa de lixo urbano. Isso gera custos e agrava os problemas urbanos, como enchentes e

tráfego. Para contornar este problema é necessário reduzir o consumo dos recursos naturais

reutilizando os materiais e componentes através da reciclagem, e com isso propiciando um

ambiente saudável e não tóxico.

A reciclagem é uma oportunidade de transformação de uma fonte importante de

despesa numa fonte de faturamento ou, pelo menos, de redução das despesas de deposição.

Reciclar significa redução de custos e até mesmo novas oportunidades e a cadeia produtiva

que recicla reduz o volume de extração de matérias-primas, preservando recursos naturais

limitados. E também, a conservação de energia e de recursos através da reciclagem,

melhorando a manutenção do estoque existente de infra-estrutura, equipamentos e prédios, de

forma a ampliar o seu ciclo de vida e, dessa forma, poupar o capital necessário à sua

reprodução e prorrogação do produto.

Um dos principais problemas que afeta a qualidade de vida, nos grandes centros

urbanos, é o volume de resíduos gerado diariamente.

Atualmente, os resíduos sólidos constituem um dos maiores problemas para as

empresas e administrações públicas, visto que seu gerenciamento adequado acarreta custos

elevados. Nas grandes cidades, o problema é ainda mais grave, devido à quantidade de

resíduos gerados e à falta de áreas adequadas, próximas e disponíveis para deposição desses

materiais.

A Sociedade deverá ater-se as atividades da construção civil, da extração de matérias

primas, da produção de materiais de construção, estendendo-se às etapas de operação e

manutenção e demolição.

A Cooperativa de reciclagem de entulho tratará de forma quantitativa e qualitativa os

problemas com o manejo, tratamento e disposição final desses resíduos. Um programa

estratégico que formará parcerias com industrias de construção, quando esta iniciar uma obra

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 48

desde a fase de implantação da obra até a limpeza da obra. Recolhendo os resíduos materiais e

componentes e com isso confeccionando novos blocos, colunas e outros. Nestes processos as

indústrias de construção desperdiçam materiais durante o processo de execução de um

serviço, sejam construções, demolições e reformas, eliminando diversos componentes durante

a utilização ou após o término do serviço.

Figura 12 – Produção de blocos e guias com reciclados (BH)

Fonte: www.caixa.gov.br/download/asp/download.asp (Cap. 3 - 05/02/06)

A Cooperativa tem por objetivo de consolidar nova fórmula de captação e destinação,

que supere os graves problemas hoje existentes, implicará atenção especial ao incentivo e à

indução de ações corretas dos agentes envolvidos no fluxo dos resíduos e materiais reciclados.

Considerando a geração de 0,4 tonelada por habitante/dia, são produzidos, no Brasil, cerca de

68 milhões de toneladas/ano de entulho. O crescimento populacional constitui um fator

importante nessa geração, visto que contribui para o aumento da produção desses resíduos.

Além disso, o déficit habitacional pressiona a sociedade a expandir o número de habitações

nos próximos anos, o que contribui, também, para o aumento da geração de entulho.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 49

CONCLUSÃO

Planejar é pré-determinar o curso de uma atividade ou ação.

A falta de planejamento leva a organização à confusão e frustração. Quem não

trabalha com planejamento adequado, freqüentemente tem pouca ou nenhuma direção; o

negócio passa a ser conduzido pelas circunstâncias sem entusiasmo realizando pouco ou

quase nada.

Os que não planejam estão sempre comandados pelas urgências e emergências,

gastando a maior parte do tempo com problemas e tendo pouco momento para se resolver em

atividades construtivas.

Um dos princípios da Cooperativa é fazer com que cada um desenvolva sua função

colaborando com o sucesso. Agir sem centralização de poder. Determinando os objetivos para

obter maior clareza dentro de uma escala de prioridades e, então, impetrar o prumo que dá o

equilíbrio. Assim como planejar as estratégias, ou seja, estabelecer os passos a dar em direção

aos objetivos e alvo a perseguir. Por meio de um cronograma (Balanced Scorecard) para

melhor usar os recursos disponíveis (humano, tempo e financeiro) num planejamento

periódico.

Assim como organizar, colocando as pessoas dentro de uma estrutura visando alcançar

os objetivos. Então, para uma boa organização a Cooperativa deve:

a) Dar estrutura – a base do grupo;

b) Colocar os cooperados dentro da estrutura – reconhecer a posição e

atuação de cada um para que todos trabalhem e se sujeitem;

c) Realizações das tarefas – definir claramente os objetivos e tarefas

estabelecendo para cada pessoa o objetivo geral;

d) Dar condição para o trabalho seja concluído – quem vai executar uma

tarefa deve ter condição de realiza-la;

Após finalizar estas etapas a Cooperativa deverá cuidar para que os objetivos não

sejam estabelecidos antes da estrutura. E, então, todos realizem com facilidade ao tomar

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 50

decisões; prestar contas; comunicar-se e auxiliar os companheiros no desempenho da função.

E, por fim, estabelecer num controle, ou seja, acompanhar uma tarefa para verificar se

a atividade será executada de acordo com o planejado. Corrigindo e adequando o programa,

pois, ao iniciar um projeto, é preciso avaliar, caso contrário perde-se o entusiasmo. Controlar

permite lidar com os problemas eficientemente, mantendo a qualidade para que as práticas

sejam conhecidas e as que estiverem fora do padrão sejam corrigidas a tempo.

A cooperativa tem reconhecimento mundial nas funções sociais e econômicas gerando

trabalho digno e sustentável solucionando problemas de desemprego e da exclusão social

através da democratização da economia.

E objetiva gerar riquezas para melhorar a qualidade de vida dos sócios trabalhadores,

por meio de uma autogestão democrática. Dentre vários outros valores é de vital importância

à adesão voluntária e o consenso democrático por parte de todos os cooperados.

O clima organizacional deve ser mantido com respeito onde todas as condições sejam

dirigidas num núcleo organizacional. A logística se insere na cooperativa de modo a estruturar

a cadeia de suprimento e reversa dando base no negócio de forma a sequenciar os processos

para que os gargalos sejam evitados ou trabalhados a fim de controlar os desperdícios de

tempo e materiais.

Esta tecnologia deve buscar estratégia de forma a estimular um movimento coletivista

e comunitário mundial criando novas cooperativas e as aliançando para que estabeleça uma

economia sólida e participativa em todos os ramos de negócio.

Ainda num ambiente externo a logística trabalha nas relações intergovernamentais

fazendo com que estes órgãos reconheçam a natureza jurídica das cooperativas para que esta

desfrute de condições para o desenvolvimento da criatividade e potencial empresarial.

Reconhecendo a legislação, normas e regulamentos. Onde os cooperados desfrutem da

proteção social no que se refere à saúde, pensões, segurança e outras leis trabalhistas.

O sistema cooperativo apresenta como modelo empresarial dentro de qualquer forma

de trabalho, seja independente, dependente assalariado, ou principalmente no trabalho

associativo (cooperativa). Por consolidar a necessidade de esforços caracterizada, em primeiro

plano, pela solidariedade, participação e democracia econômica. E não o lucro como

motivação principal e sim conseqüência.

Na Recomendação 193/2002 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), art. 5

“Deveria incrementar-se a adoção de medidas especiais que capacitem às cooperativas como

empresas e organizações inspiradas na solidariedade, para responder às necessidades dos seus

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 51

sócios e da sociedade, incluídas as necessidades com vista a conseguir sua inclusão social”.

Modelo cooperativo de reciclagem busca o tratamento de resíduos sólidos, como já

abordado, inclusão social, geração de emprego e educação ambiental. Observa o despertar

principalmente no Brasil, que tem liderado a reciclagem do alumínio, a educação com o meio

ambiente. Até mesmo as crianças estão sendo ensinadas e estimuladas, nas escolas, a

conscientização de um ambiente menos poluidor, com mais criatividade e senso de equipe.

Não só as crianças mas as cidades têm desenvolvido programas, em muitos casos através de

parcerias com Prefeituras, despertando uma comunidade empresarias que visa o bem-estar do

meio como um todo em que habita.

O trabalho cooperativo é visto em todos os contextos uma vida em

comunidade.Quando há cooperação no sistema político, social, profissional e outros as portas

se abrem e os laços se fortalecem. Então, as possibilidades de conquistar territórios e espaços

são somadas em números de indivíduos que contribuem com seus conhecimentos e práticas.

Cooperar é não dominar e nem comandar, mas servir para ser servido. Reunir as

intenções os pensares formando um absoluto domínio da proposta preocupado unicamente em

suprir as necessidades.

Uma tarefa que desperta satisfação de trabalhar e compreender. Cooperativismo é ter

personalidade. Deixar de ser uma máquina utilizável difundida por uma especialidade, para

ser capacitado dentro de um senso crítico com inteligência, obtendo benefícios pelo prazer e

esforço ao invés de uma obrigação penosa. Saber agir por espírito de servidão e de auxílio

mútuo. Encontra em cada área a importância devida, pois, o modelo cooperativo é

responsável pelo destino de cada indivíduo dando a possibilidade de um desenvolvimento

harmonioso.

A idéia do sistema cooperativista visa desempenhar serviços e atividades de natureza

diversa, que melhoram a integração dos indivíduos ou grupos na sociedade garantindo

condições de bem-estar. Com a função de apoiar pessoas ou famílias em dificuldades; ajuda-

las a modificar e controlar seu comportamento e o meio em que vivem desfrutando de

benefícios para o sustento e a limpeza do meio ambiente.

“O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer”.

(Schopenhauer)

Segundo Einstein (1953) é essencial esquadrinhar uma unidade de concepção, de

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 52

direção e de responsabilidade, por meio da liberdade, arte de criar e sensibilidade que modela

a vida nos aspectos: econômico, político e social; com justiça ao invés da corrupção.

O mundo precisa de um progresso nas escolas, imprensa, política, enfim necessita de

um desenvolvimento moral para a humanidade. Através de idéias generosas e ações elevadas,

criar valores para a comunidade que substituam aos valores materiais pelo qual muitos têm

buscado.

Analisar os métodos quão o passado ensinou e o presente mantém e, então, reter

somente as particularidades que dirige ao conhecimento para, então ser conduzido a sabedoria

e a compreensão das leis.

O sucesso se absorve através da tolerância, espírito de equipe e senso de cooperação.

Sendo a vontade coletiva conquistada na convicção individual de que é necessário muitas

vezes renunciar e restringir ao senso geral, saindo da posição de defesa e egoísmo e buscar um

interesse estratégico superior ao dinheiro e o poder. Conforme Einstein (1953, p.68) expõe

“ Porque um individuo sozinho não pode obter muita coisa e não se pode desejar que seres de

maior valor sejam entregues ao aniquilamento pelo abominável monstro de três cabeças:

estupidez, medo e cobiça”.

O povo em toda sua história tem sido dominado por um Estado que este foi criado para

servir aos homens e não o inverso, no entanto, ao invés do Estado ser prestador para com a

sociedade, esta torna escrava sua onde a proteção e prestação de serviço que deveria existir,

custa pobreza, obrigações, impossibilidades de obter informações essenciais ao conhecimento

da verdade e justiça. As desigualdades não devem ser aceitas, as forças devem se unir para

combater este câncer. Conforme Einstein (1953, p.130) “O que há de melhor no homem

somente desabrocha quando se desenvolve em comunidade”.

Para isso, será primordial perder a visão do mundo, da qual todos a cada dia

maquinam para conquistar. Deverão coletivamente se sacrificar e a cada dia perseverar para

conseguir nitidez, clareza e certeza. Pois a indução do pensamento impõe-se com uma força

muito maior quando influenciada pelo poder de persuasão, que o sistema conhece bem.

As necessidades básicas como alimentos e bens de consumo são essenciais a

sobrevivência. Para isso, os homens trabalham horas a fio a fim de garanti-la. No entanto, o

esforço desordenado e sem freio dos indivíduos para alcançar, e conseqüentemente dominar

seu meio, acarreta em problemas insuportáveis. Ameaçando o desaparecimento de alguns

recursos produtivos (artesanais) e, portanto, empobrecendo e retornando ao estado selvagem

grande parte da população. O egoísmo para proveito próprio assume riscos de morte. Os

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 53

indivíduos deveriam considerar o proveito do coletivo. Não compete lavar as mãos diante do

fracasso ou da dificuldade pela qual outrem atravessa, deve ser preservada uma relação

sinérgica e mútua.

Segundo Orwell (1962) em seu livro, Revolução dos Bichos, faz uma critica nos

caminhos distorcidos do poder, um mundo totalitário, onde finge uma liberdade tornando a

condição da vida humana numa vida animal. Se sobreviver é o que preocupa o ser humano,

então deverá trabalhar arduamente até a última gota. Após isso será descartado lançado muitas

vezes ao descaso e dependência de outrem. É difícil defender, só com palavras, a vida, ainda

mais quando ela é esta que vê. O Brasil é fértil, o clima é bom é dever, então, oferecer

abundância de alimentos. O que de fato acontece, mas em contrapartida há miséria, fome e

sobrecarga de trabalho. Esforço do proletariado, mas proveito para uma minoria privilegiada

que consome sem produzir, pois são autoridades sobre os trabalhadores. Todos deveriam

trabalham para seu próprio sustento e receber consoante sua produção. Conforme aplica o

ditado “Quem trabalha mata a fome, não come o pão de ninguém. Mas quem trabalha menos

do que come sempre come o pão de alguém”.

Para que haja uma inversão desse estado é necessária uma revolução nos hábitos e

vícios humanos, onde este muitas vezes enclausurado no sistema não vê saída ou se

contentam com pouco. Que as tiranias, escravidão sejam punidas! E, então, em toda parte haja

esperança e aproveito de todas as partes dos frutos da terra.

Uma mudança no paradigma social, político e econômico, um estilo de viver onde

todos cooperam para uma vida melhor. Para isso, criam mandamentos que devem ser

respeitados e seguidos, pois, além de ter sido aprovado por um consenso é o meio que

garantirá a harmonia.

Alguns problemas podem surgir e levar ao caos, para evitar que ocorra devera haver:

a) Considerações nas diferenças respeitando cada estilo e ritmo de

trabalho.

b) Observar a liderança, pois esta dotada de poder pode manipular o grupo

e conduzir para onde deseja.

c) Carecer de pulso firme, mas não utilizar para proveito próprio.

d) Quando surgir discórdias de pensamentos e/ou projetos, convocar a

assembléia para discutir e decidir pelo melhor. A divisão cria facções dentro de um

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 54

sistema e estes acabam lutando entre si, perdendo o espírito de comunidade.

e) Aquele que não aderir ao movimento deverá ser retirado o quanto antes

do grupo de modo que não contaminem o restante.

f) O trabalho dever ser repartido dispondo de tempo para descanso, sem

sobrecarga. Mesmo que um grandioso projeto deva ser construído em tempo curto,

preocupar-se, em primeiro lugar, com o desgaste do grupo.

g) Existirá no meio alguém que não deseja opinar que encara a vida como

tanto fez e tanto faz, até que este não atrapalhe e produza sem causar danos manter-se-

á na comunidade.

h) A persuasão não pode ser aceita, pois, cada um deve desejar e progredir

para seu melhor, sendo jamais imposta, principalmente alusão de idéias.

Estes pontos são alguns dentre vários que a organização descobrirá com o tempo.

Trabalhar por e para si exige disciplina e senso de equipe nos cumprimentos acordados e

estabelecidos por todos.

O problema central da vida humana é quando não se encontra a fonte da força

realizadora. E para contornar essa situação o povo deve avançar com a certeza da vitória sem

nenhuma necessidade de esperar alguém estimula-lo para esforçar em realçar o prestígio da

organização. Pois se assim o fizer não estarão em condição em risco.

Mesmo diante de um Estado com força política, social e econômica o povo precisa ter

meios e possibilidades de realizar feitos e com poucas condições. É notório que muitos são

assolados com desemprego, guerra e desigualdade. O ser humano tornou escravo de um

sistema que obriga e impões valores a serem seguidos. Finge ser amigo, mas não fortalece a

confiança e nem faz por onde atingi-la. Uma doença que a população deve remediar com

todas as forças e espírito revolucionário. Despertando para uma ideologia superior

desagregada ao egoísmo nacional. Para que a humanidade tenha condições de trabalho que

permitam viver e criar valores dessa civilização.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 55

TENDÊNCIAS FUTURAS

Arranjo Produtivo Local (APL) de reciclagem e coleta seletiva.

Desenvolvimento includente sustentado pela logística reversa.

Relações comerciais internacionais de produtos reciclados.

Certificação ISO 14.000 e cadeia reversa como diferencial competitivo

nas empresas.

A logística do marketing das organizações centradas na reciclagem de

resíduos sólidos urbanos (RSU).

Cadeia de suprimento e cadeia reversa da construção civil.

Cooperativa de reciclagem amparada pela logística reversa 56

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