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FACULDADE SUMARÉ CURSO DE CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO FRANCISCO A. B. PENTEADO RA 1415690 GABRIELA TEODORO MARTINS VIEIRA RA 1411097 ISMAEL DO VALLE S. MENEZES RA 1418331 JOSÉ EDUARDO DE ARAUJO NUNES RA 1413355 PATRICIA FERREIRA AMARAL RA 1414328 TIAGO DOS SANTOS BEZERRA RA 1415109 YAGO LOPES DA MOTTA RA 1414334 PESQUISA SOBRE O IPv6 SÃO PAULO 2014

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FACULDADE SUMARÉ

CURSO DE CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO

FRANCISCO A. B. PENTEADO – RA 1415690

GABRIELA TEODORO MARTINS VIEIRA – RA 1411097

ISMAEL DO VALLE S. MENEZES – RA 1418331

JOSÉ EDUARDO DE ARAUJO NUNES – RA 1413355

PATRICIA FERREIRA AMARAL – RA 1414328

TIAGO DOS SANTOS BEZERRA – RA 1415109

YAGO LOPES DA MOTTA – RA 1414334

PESQUISA SOBRE O IPv6

SÃO PAULO

2014

FRANCISCO A. B. PENTEADO – RA 1415690

GABRIELA TEODORO MARTINS VIEIRA – RA 1411097

ISMAEL DO VALLE S. MENEZES – RA 1418331

JOSÉ EDUARDO DE ARAUJO NUNES – RA 1413355

PATRICIA FERREIRA AMARAL – RA 1414328

TIAGO DOS SANTOS BEZERRA – RA 1415109

YAGO LOPES DA MOTTA – RA 1414334

PESQUISA SOBRE O IPv6

Atividade de pesquisa sobre o IPv6 na turma

de Ciências da Computação.

Orientador: Prof. Cláudio Aguirre

SÃO PAULO

2014

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo sobre o protocolo de rede IPv6 e a sua

importância em substituir o IPv4, vindo a citar também todas as outras soluções

paliativas que foram desenvolvidas para solucionar diversos problemas

encontrados hoje no IPv4 e demonstrar sua evolução para o protocolo IPv6.

Em uma abordagem simples e prática, os conceitos sobre o novo protocolo

IPv6 são demonstrados conjuntamente com todo o potencial e recursos que ele

proporciona para a comunicação entre os inúmeros dispositivos existentes hoje e

muitos outros que ainda virão a existir.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ______________________________________________________________ 2

2. PROBLEMA: ESGOTAMENTO DOS ENDEREÇOS IPV4. ________________________ 5

3. SOLUÇÕES _________________________________________________________________ 6

3.1 CIDR ______________________________________________________________________ 6

3.2 DHCP _____________________________________________________________________ 7

3.3 NAT _______________________________________________________________________ 7

3.4 IPV5 ______________________________________________________________________ 8

3.5 IPV6 ______________________________________________________________________ 8

4. CONCLUSÃO ______________________________________________________________ 13

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________________________________ 14

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1. INTRODUÇÃO

Em 1996, O Departamento de Defesa (DoD – Department of Defense) dos Estados Unidos, através de sua Agencia de Pesquisas e de Projetos Avançados (ARPA – Advanced Research Projects Agency), iniciou um projeto para a interligação de computadores em centros militares e de pesquisa. Este sistema de comunicação e controle distribuído com fins militares recebeu o nome de ARPANET, e teve como principal objetivo teórico formar uma arquitetura de rede sólida e robusta que pudesse trabalhar com os computadores e ligações de comunicação mesmo com a queda de alguma estação. Em 1969, foram instalados os primeiros quatro nós dessa rede, localizados na Universidade de Los Angeles (UCLA), na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB), no Instituto de Pesquisas de Standford (SRI) e na Universidade de Utah.

No início, a ARPANET trabalhava com diversos protocolos de comunicação, com enfoque no NCP (Network Control Protocol). No entanto, no primeiro dia de janeiro de 1983, quando a rede atingiu a marca de 562 hosts, todas as máquinas da ARPANET passaram a adotar como padrão os protocolos TCP/IP. Essa mudança então ocasionou o crescimento ordenado da rede a partir da eliminação das restrições feitas pelos protocolos anteriores.

O protocolo IP foi definido na RFC 791 (Um protocolo nada mais é do que a definição do conjunto de regras e códigos utilizados pelos computadores para se comunicarem em uma rede). No Protocolo Internet, uma dessas regras diz que cada um deles deve ser identificado de maneira unívoca, através de um número, que também leva o nome de IP. Não pode haver mais de um computador usando o mesmo IP em toda a Internet, o que permite que os dados sejam sempre encaminhados ao destino correto.

Pode-se fazer uma analogia entre o número (ou endereço) IP e o endereço, no mundo real e físico, de uma casa. Assim, o protocolo IP pode também ser comparado ao conjunto de regras de trânsito, mapas e sinalização que permitiriam a alguém chegar a esse local. Para que possa prover duas funções básicas à fragmentação permite o envio de pacotes maiores que o limite de tráfego estabelecido num enlace, dividindo-os em partes menores; e o endereçamento, que permite identificar o destino e a origem dos pacotes a partir dos endereços armazenados no cabeçalho do protocolo. Sua versão de protocolo, utilizada desde aquela época até os dias atuais, no qual é a 4, comumente referenciada com o nome do protocolo de IPv4.

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A transição entre esses dois protocolos será bem gradual. O lançamento mundial do IPv6, dia 6 de junho de 2012, marca apenas o início de uma implantação coordenada pelos principais web sites e provedores de serviços e equipamentos de Internet. Com o passar do tempo, mais e mais grupos irão usar o protocolo, e eles irão crescendo. Quando dois ou mais grupos usando IPv6 ficarem justapostos, então eles se tornarão um mesmo grupo, maior. E assim sucessivamente até que um dia o protocolo IPv6 será mais usado que o IPv4.

Nessa pesquisa visamos analisar as informações sobre o desenvolvimento do protocolo IP para entender quais os problemas causados pela forma de distribuição dos endereços IP adotada inicialmente e pelo rápido crescimento da Internet. Fala-se de implantação do IPv6, e não de migração, o termo técnico utilizado para a nova situação da Internet e das redes em geral é dual-stack. IPv6 e IPv4 funcionarão em conjunto certamente por alguns anos, talvez por muitos, antes do IPv4 ser desativado.

A "Internet IPv6" está nascendo a partir da "Internet IPv4". Ou seja, o mesmo computador que hoje é visível e acessível apenas através da "Internet IPv4", uma vez que tenha acesso ao IPv6, estará também na "Internet IPv6". Então, mesmo que tecnicamente sejam dois espaços de endereçamento separados, a Internet é uma só. As redes que compõem hoje a "Internet IPv4" serão as que formarão a "Internet IPv4 + IPv6" e, no futuro, a "Internet IPv6".

O principal fator que impulsiona a implantação do IPv6 é a necessidade. Ele é necessário na infraestrutura da internet. É uma questão de continuidade de negócios, para provedores e uma série de outras empresas e instituições. Contudo, há outros fatores que motivam a sua implantação. A tecnologia estará presente em vários dispositivos, que serão capazes de interagir de forma autônoma entre si - computadores invisíveis ligados à Internet, embutidos nos

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objetos usados no dia a dia - tornando a vida um pouco mais simples. Pode-se imaginar eletrodomésticos conectados, automóveis, edifícios inteligentes, equipamentos de monitoramento médico, etc. Dezenas, talvez mesmo centenas ou milhares de equipamentos estarão conectados em cada residência e escritório... O IPv6, com endereços abundantes, fixos, válidos, é necessário para fazer desse futuro uma realidade. O IPv6 tem um suporte melhorado a classes de serviço diferenciadas, em função das exigências e prioridades do serviço em causa.

Apesar do IPv4 se mostrar muito robusta, de fácil implantação e interoperabilidade, o seu projeto original não previu alguns aspectos como:

O crescimento das redes;

Um possível esgotamento dos endereços IP;

O aumento da tabela de roteamento;

Problemas relacionados à segurança dos dados transmitidos;

Prioridade na entrega de determinados tipos de pacotes;

Atribuição e registro.

A maior das mudanças não óbvias para o espaço de endereçamento IPv6 será o processo hierárquico; diferente dos métodos aleatórios usados anteriormente. Sabemos que cada país tem um determinado espaço de endereços IP no IPv4. Esse conceito não mudará. O que vai mudar é a fonte onde um endereço IP poderá ser adquirido. Em vez de ter cada companhia, provedor de serviços de internet (ISP) e indivíduo requisitando um endereço IP de qualquer espaço que esteja disponível, o espaço de endereços IP será definido primeiramente pelos ISPs e então dividido. Por exemplo, se nós temos uma companhia que usa exemplo.com como provedor de serviços, nós pediremos um espaço IP da exemplo.com, que então atribuiria uma rede de endereços IP apropriados.

Quando uma organização decidir migrar de um ISP primário, o processo de transferir todos os endereços IP para a tabela de roteamento do novo ISP ou a migração para os novos endereços IP terá de ser trabalhado de forma muito cuidadosa. Como cada ISP tem suas próprias políticas sobre a transferência e roteamento de redes, é impossível determinar quais os problemas exatos que uma organização poderá encontrar. O uso de gerenciadores inteligentes de tráfego local e global facilitará a migração para novos endereços IP (em vez de ter de fazer uma transferência), oferecendo os espaços de endereços IP antigo e novo, e garantindo o tráfego para os endereços IP novos e antigos simultaneamente. Isso oferecerá a possibilidade de uma migração tranquila, diminuindo o impacto sobre os clientes.

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2. PROBLEMA: ESGOTAMENTO DOS ENDEREÇOS IPv4.

As especificações do IPv4 reservam 32 bits para endereçamento, o que possibilita gerar mais de 4 bilhões de endereços distintos. Inicialmente, estes endereços foram divididos em três classes de tamanhos fixos da seguinte forma:

Classe A: definia o bit mais significativo como 0, utilizava os 7 bits restantes do primeiro octeto para identificar a rede, e os 24 bits restantes para identificar o host. Esses endereços utilizavam a faixa de 1.0.0.0 até 126.0.0.0;

Classe B: definia os 2 bits mais significativo como 10, utilizava os 14 bits seguintes para identificar a rede, e os 16 bits restantes para identificar o host. Esses endereços utilizavam a faixa de 128.1.0.0 até 191.254.0.0;

Classe C: definia os 3 bits mais significativo como 110, utilizava os 21 bits seguintes para identificar a rede, e os 8 bits restantes para identificar o host. Esses endereços utilizavam a faixa de 192.0.1.0 até 223.255.254.0.

Embora o intuito dessa divisão tenha sido tornar a distribuição de endereços mais flexível, abrangendo redes de tamanhos variados, esse tipo de classificação mostrou-se ineficiente. A classe A atendia um número muito pequeno de redes e ocupava metade de todos os endereços disponíveis, enquanto que a classe C permitia criar muitas redes só que com poucos endereços disponíveis. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que algumas classes acarretavam desperdícios, as outras não supriam a necessidade de endereços disponíveis. Para exemplificar o problema, imagine que precise-se endereçar 300 dispositivos em uma rede. Nessa situação seria necessário obter um bloco de endereços da classe B, desperdiçando assim quase o total dos 65 mil endereços.

Outro fator que colaborava com o desperdício de endereços, foi a política de distribuição de faixas classe A, as quais foram atribuídas integralmente a grandes instituições como IBM, AT&T, Xerox, HP, Apple, MIT, Ford, Departamento de Defesa Americano, entre muitas outras. Isso disponibilizava para cada uma 16.777.216 milhões de endereços que dificilmente seriam usadas por completo. Para complicar a situação, 35 faixas de endereços classe A foram reservadas para usos específicos como multicast, loopback e uso futuro.

Em 1990, já existiam 313.000 hosts conectados a rede e estudos já apontavam para um colapso devido à falta de endereços. Além disso, outros problemas também se tornavam mais efetivos conforme a Internet evoluía, como o aumento da tabela de roteamento. Devido ao ritmo de crescimento da Internet e da política de distribuição de endereços, em maio de 1992, 38% das faixas de endereços classe A, 43% da classe B e 2% da classe C, já estavam alocados. Nesta época, a rede já possuía 1.136.000 hosts conectados. Em 1993, com a criação do protocolo HTTP e a liberação por parte do Governo estadunidense para

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a utilização comercial da Internet, houve um salto ainda maior na taxa de crescimento da rede, que passou de 2.056.000 de hosts em 1993 para mais de 26.000.000 de hosts em 1997.

3. SOLUÇÕES

Embora estas soluções tenham diminuído a demanda por IPs, elas não foram suficientes para resolver os problemas decorrentes do crescimento da Internet. A adoção dessas técnicas reduziu em apenas 14% a quantidade de blocos de endereços solicitados à IANA e a curva de crescimento da Internet continuava apresentando um aumento exponencial. Essas medidas, na verdade, serviram para que houvesse mais tempo para se desenvolver uma nova versão do IP, que fosse baseada nos princípios que fizeram o sucesso do IPv4, porém, que fosse capaz de suprir as falhas apresentadas por ele.

Deste modo, em dezembro de 1993 a IETF formalizou, através da RFC 1550, as pesquisas a respeito da nova versão do protocolo IP, solicitando o envio de projetos e propostas para o novo protocolo. Esta foi umas das primeiras ações do grupo de trabalho da IETF denominado Internet Protocol next generation (IPng). As principais questões que deveriam ser abordadas na elaboração da próxima versão do protocolo IP foram:

Escalabilidade;

Segurança;

Configuração e administração de rede;

Suporte a QoS;

Mobilidade;

Políticas de roteamento;

Transição.

3.1 CIDR

A IETF (Internet Engineering Task Force) passou a discutir estratégias para solucionar a questão do esgotamento dos endereços IP e do aumento da tabela de roteamento. Em função disso, em novembro de 1991, foi formado o grupo de trabalho ROAD (ROuting and ADdressing), que apresenta como solução a estes problemas a utilização do CIDR (Classless Inter-Domain Routing).

Definido na RFC 4632 (tornou obsoleta a RFC 1519), o CIDR tem como ideia básica o fim do uso de classes de endereços, permitindo a alocação de blocos de tamanho apropriado a real necessidade de cada rede; e a agregação de rotas, reduzindo o tamanho da tabela de roteamento. Com o CIDR os blocos são referenciados como prefixo de redes. Por exemplo, no endereço a.b.c.d/x, os x bits mais significativos indicam o prefixo da rede. Outra forma de indicar o prefixo é

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através de máscaras, onde a máscara 255.0.0.0 indica um prefixo /8, 255.255.0.0 indica um /16, e assim sucessivamente.

3.2 DHCP

O protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol) foi apresentado na RFC 2131 (que tornou obsoleta a RFC 1541). Através do DHCP um host é capaz de obter um endereço IP automaticamente e adquirir informações adicionais como máscara de sub-rede, endereço do roteador padrão e o endereço do servidor DNS local.

O DHCP tem sido muito utilizado por parte dos ISPs por permitir a atribuição de endereços IP temporários a seus clientes conectados. Desta forma, torna-se desnecessário obter um endereço para cada cliente, devendo-se apenas designar endereços dinamicamente, através de seu servidor DHCP. Este servidor terá uma lista de endereços IP disponíveis, e toda vez que um novo cliente se conectar à rede, lhe será designado um desses endereços de forma arbitrária, e no momento que o cliente se desconecta, o endereço é devolvido.

Contudo para o provedor o grande problema é a limitação de quantos usuários poderão se conectar simultaneamente, sendo esse número a quantidade de endereços IP disponíveis.

3.3 NAT

O NAT (Network Address Translation) foi outra técnica paliativa desenvolvida para resolver o problema do esgotamento dos endereços IPv4. Definida na RFC 3022 (que tornou obsoleta a RFC 1631), tem como ideia básica permitir que, com um único endereço IP, ou um pequeno número deles, vários hosts possam trafegar na Internet. Dentro de uma rede, cada computador recebe um endereço IP privado único, que é utilizado para o roteamento do tráfego interno. No entanto, quando um pacote precisa ser roteado para fora da rede, uma tradução de endereço é realizada, convertendo endereços IP privados em endereços IP públicos globalmente únicos.

Para tornar possível este esquema, utiliza-se os três intervalos de endereços IP declarados como privados na RFC 1918, sendo que a única regra de utilização, é que nenhum pacote contendo estes endereços pode trafegar na Internet pública. As três faixas reservadas são: ‏

10.0.0.0 a 10.255.255.255 /8 (16.777.216 hosts);

172.16.0.0 a 172.31.255.255 /12 (1.048.576 hosts);

192.168.0.0 a 192.168.255.255 /16 (65.536 hosts).

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A utilização da NAT mostrou-se eficiente no que diz respeito à economia de endereços IP, além de apresentar alguns outros aspectos positivos, como facilitar a numeração interna das redes, ocultar a topologia das redes e só permitir a entrada de pacotes gerados em resposta a um pedido da rede. No entanto, o uso da NAT apresenta inconvenientes que não compensam as vantagens oferecidas.

O NAT quebra o modelo fim-a-fim da Internet, não permitindo conexões diretas entre dois hosts, o que dificulta o funcionamento de uma série de aplicações, como P2P, VoIP e VPNs. Outro problema é a baixa escalabilidade, pois o número de conexões simultâneas é limitado, além de exigir um grande poder de processamento do dispositivo tradutor. O uso da NAT também impossibilita rastrear o caminho de pacote, através de ferramentas como traceroute, por exemplo, e dificulta a utilização de algumas técnicas de segurança como IPSec. Além disso, seu uso passa uma falsa sensação de segurança, pois, apesar de não permitir a entrada de pacotes não autorizados, a NAT por si só não realiza nenhum tipo de filtragem ou verificação nos pacotes que passa por ela.

3.4 IPv5

O IPv5 foi um protocolo experimental de streaming de áudio/vídeo chamado "Protocolo de Streaming de Internet", que remonta ao ano de 1979. Foi criado por um grupo de engenheiros para transmitir áudio, vídeo e simulações pela Internet, mas o projeto nunca decolou de verdade. Independentemente de sua popularidade, o protocolo recebeu a designação IPv5 e, como resultado, o protocolo de Internet de última geração não poderia levar esse nome, sendo chamado de IPv6.

3.5 IPv6

IPv6 é abreviação de Internet Protocol version 6 ou, em português, Protocolo Internet versão 6, mas esse protocolo não foi oficialmente recomendado como substituição do IPv4 até 1994, durante uma reunião do IETF em Toronto. Uma das principais razões do desenvolvimento do IPv6 foi o crescimento dos números de hosts conectados a internet. Esse crescimento ameaçava consumir todo espaço do endereçamento da internet e também tornar a arquitetura de roteamento resultante difícil de gerenciar.

Pode-se dizer que um protocolo consiste num conjunto de regras que permitem a comunicação entre dispositivos. Grosso modo, protocolo é uma "linguagem". O Protocolo Internet, ou IP, foi criado para permitir a comunicação entre diferentes redes de computadores e hoje, em sua versão 4, é a base da Internet.

O IPv6 é o sucessor do IPv4. Ele foi desenvolvido ao longo da última

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década com essa finalidade. Hoje ele é um protocolo maduro, com várias vantagens em relação ao IPv4, e suportado pelos principais equipamentos e programas de computador. O IPv6 introduz várias alterações no protocolo do IPv4. Essas alterações tornam o protocolo mais flexível e confiável e fornece um espaço de endereçamento quase ilimitado.

Sua implantação na Internet já está em andamento, e deve ser acelerada nos próximos anos. Uma característica importante do Protocolo Internet, é que cada dispositivo ligado à rede deve possuir um identificador único, que normalmente é chamado de endereço IP, ou número IP. Na Internet, esses números são controlados centralmente, e a entidade responsável é a IANA (Internet Assigned Numbers Autority).

Com a crescente problemática da escassez de endereços IP, diversos projetos começaram a estudar os efeitos da ampliação da Internet, sendo os principais o CNAT, o IP Encaps, o Nimrod e o Simple CLNP. Destas propostas surgiram o TCP and UDP with Bigger Addresses (TUBA), que foi uma evolução do Simple CLNP, e o IP Address Encapsulation (IPAE), uma evolução do IP Encaps. Alguns meses depois foram apresentados os projetos Paul’s Internet Protocol (PIP), o Simple Internet Protocol (SIP) e o TP/IX. Uma nova versão do SIP, que englobava algumas funcionalidades do IPAE, foi apresentada pouco antes de agregar-se ao PIP, resultando no Simple Internet Protocol Plus (SIPP). No mesmo período, o TP/IX mudou seu nome para Common Architecture for the Internet (CANTIP).

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Em janeiro de 1995, na RFC 1752 o IPng apresentou um resumo das avaliações das três principais propostas:

CANTIP – foi concebido como um protocolo de convergência, para permitir a qualquer protocolo da camada de transporte ser executado sobre qualquer protocolo de camada de rede, criando um ambiente comum entre os protocolos da Internet, OSI e Novell;

TUBA – sua proposta era de aumentar o espaço para endereçamento do IPv4 e torná-lo mais hierárquico, buscando evitar a necessidade de se alterar os protocolos da camada de transporte e aplicação. Pretendia uma migração simples e em longo prazo, baseada na atualização dos host e servidores DNS, entretanto, sem a necessidade de encapsulamento ou tradução de pacotes, ou mapeamento de endereços;

SIPP – concebido para ser uma etapa evolutiva do IPv4, sem mudanças radicais e mantendo a interoperabilidade com a versão 4 do protocolo IP, fornecia uma plataforma para novas funcionalidades da Internet, aumentava o espaço para endereçamento de 32 bits para 64 bits, apresentava um nível maior de hierarquia e era composto por um mecanismo que permitia “alargar o endereço” chamado cluster addresses. Já possuía cabeçalhos de extensão e um campo flow para identificar o tipo de fluxo de cada pacote.

Entretanto, conforme relatado também na RFC 1752, todas as três propostas apresentavam problemas significativos. Deste modo, a recomendação final para o novo Protocolo Internet baseou-se em uma versão revisada do SIPP, que passou a incorporar endereços de 128 bits, juntamente com os elementos de transição e autoconfiguração do TUBA, o endereçamento baseado no CIDR e os cabeçalhos de extensão. O CATNIP, por ser considerado muito incompleto, foi descartado.

Após esta definição, a nova versão do Protocolo Internet passou a ser chamado oficialmente de IPv6 ou IPng (IP next generation).

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O protocolo IPv6 não foi só criado para resolver o problema de quantidades de endereços, foi também para disponibilizar novos serviços e benefícios que não existiam no IPv4 ou que não eram utilizados de forma otimizada. Abaixo podemos citar alguns desses benefícios:

Roteamento estendido (como rota de origem livre);

Opções Hop por Hop;

Encapsulamento;

Espaço de endereçamento (128 bits);

Formato de cabeçalho simplificado;

Arquitetura hierárquica de rede para um roteamento eficiente;

Suporte aos atuais protocolos de roteamento;

Serviços de autoconfiguração;

Implementação de IPSec (IP Security Protocol) de forma nativa;

Crescimento do número de endereços multicast;

Implantações para qualidade de serviço;

Suporte a serviços de tempo real.

Em dezembro de 2012, apesar de marcar o seu 14º aniversário, o IPv6 está apenas em sua infância em termos de implantação em todo o mundo em geral. Um estudo realizado em 2008 pelo Google Inc indicou que a penetração do protocolo IPv6 ainda era menos de 1% dos hosts habilitados para a Internet em

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qualquer país, naquela época.

Os endereços IPv6 são números de 128 bits (16 bytes). Ao invés de adotar a notação decimal pontuada do IPv4, onde o endereço é formado por quadro bytes separados por ".", o IPv6 representa seu endereço na forma de 8 palavras de 16 bits, separadas por ":". Cada uma das palavras que forma o endereços IPv6 é representada em hexadecimal.

Dessa forma, um endereço IPv6 tem o seguinte formato:

FE80:0000:0000:0000:68DA:8909:3A22:FECA

As palavras que forem formadas unicamente por quatro zeros em hexadecimal podem ser substituídas por um único zero, conforme o exemplo a seguir:

FE80:0:0:0:68DA:8909:3A22:FECA

A escrita de cada endereço IPv6 é longa, o que dificulta sua representação. Com o IPv6, o serviço de DNS que oferece um nome fácil de usar a um computador será mais necessário do que nunca, pois é simplesmente impossível decorar os endereços de IPv6 presente em uma infraestrutura de rede. Para tornar os endereços ainda mais compactos, uma sequência de zeros pode ser substituídas pelo símbolo "::", conforme o exemplo abaixo:

FE80::68DA:8909:3A22:FECA

Contudo, essa simplificação pode ocorrer uma única vez no endereço, ou não será possível determinar quantos zeros correspondem a cada símbolo "::".

O símbolo "::" pode estar também no início do endereço. Por exemplo, o endereço loopback IPv6 é representado como:

::1, que é equivalente a 0000:0000:0000:0000:0000:0000:0000:0001

Os endereços IPv6 são seguidos de uma máscara de sub-rede na forma compacta (/"tamanho do prefixo"), de maneira similar aos endereços IPv4:

FE80::68DA:8909:3A22:FECA/80

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4. CONCLUSÃO

O IPv6 apresenta algumas vantagens importantes sobre o IPv4. O protocolo foi feito para evitar que dados desnecessários fossem colocados no cabeçalho, tornando alguns campos opcionais. A questão de segurança com suporte nativo faz o protocolo ser mais seguro, e a nova forma de endereçamento resolverá os problemas atuais.

Atualmente existe muito investimento de pesquisa pelas empresas de infraestrutura de redes nos roteadores de IPv4. Com isso, podemos dizer que ainda demorará alguns anos, talvez mais de uma década, para que a transição entre o IPv4 e IPv6 seja concluída.

A transição entre esses dois protocolos será bem gradual. O lançamento mundial do IPv6, dia 6 de junho de 2012, marca apenas o início de uma implantação coordenada pelos principais web sites e provedores de serviços e equipamentos de Internet. Com o passar do tempo, mais e mais grupos irão usar o protocolo, e eles irão crescendo. Quando dois ou mais grupos usando IPv6 ficarem justapostos, então eles se tornarão um mesmo grupo, maior. E assim sucessivamente até que um dia o protocolo IPv6 será mais usado que o IPv4.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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IPV6.BR, A Nova Geração do Protocolo Internet. Disponível em: http://ipv6.br Acesso em: 18/05/2014.

PETERSON, Larry L.; DAVIE, Bruce S. Redes de Computadores: uma abordagem de sistemas. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

SCRIMGER, Rob; LASALLE, Paul; PARIHAR, Mridula; GUPTA, Meeta, TCP/IP a Bíblia: ed. Campus, 2002.

STALVIG, Paul, IPv6 White Paper. Disponível em: http://www.f5networks.com.br/pdf/white-papers/ipv6-introducao-wp.pdf Acesso em: 21/05/2014.

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