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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina Dábila Aparecida de Oliveira AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL CAROLINA SILVA/ VAZANTE- MG Paracatu-MG 2015

FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina …tecsoma.br/biomedicina/tcc's/2015/dabila.pdf · Monografia apresentada à disciplina Trabalho ... Anemia ferropriva é o tipo

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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina

Dábila Aparecida de Oliveira

AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL CAROLINA

SILVA/ VAZANTE- MG

Paracatu-MG

2015

Dábila Aparecida de Oliveira

AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL CAROLINA

SILVA/ VAZANTE- MG

Monografia apresentada à disciplina Trabalho

de Conclusão de Curso II, como requisito a

obtenção do título de Bacharel em Biomedicina,

da Faculdade TECSOMA.

Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva.

Orientador Metodológico: Geraldo B. B.

Oliveira.

Co-orientador: Douglas Gabriel Pereira.

Paracatu-MG 2015

Oliveira, Dábila Aparecida de

Avaliação da incidência de anemia ferropriva em alunos do primeiro ano do

ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva/ Vazante/ MG em 2015 / Dábila Aparecida de Oliveira. Paracatu, 2015.

85 f.

Orientadora: Cláudia Peres da Silva Monografia (graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Graduação em

Biomedicina.

1.Hematologia. 2. Anemia ferropriva. 3. Adolescentes. I. Silva, Cláudia Peres da. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU: 616.071

Dábila Aparecida de Oliveira

AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL CAROLINA

SILVA/ VAZANTE- MG

Monografia apresentada à disciplina Trabalho

de Conclusão de Curso II, como requisito a

obtenção do título de Bacharel em Biomedicina,

da Faculdade TECSOMA.

____________________________________________ Prof (a): MSc. Cláudia Peres da Silva – FATEC

Orientador (a)

____________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira – FATEC

Orientador Metodológico

___________________________________________ Douglas Gabriel Pereira

Professor Convidado

__________________________________________ Leidiane Campos Barcelos

Professora Convidada

Paracatu-MG, _______ de _______________________de 2015.

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus por caminhar ao meu lado nas horas

frias e nas mais calorosas.

Aos meus pais, pelo incentivo, apoio, dedicação e por fazer de mim não

apenas um profissional, mas, sobretudo, ser humano.

A minha irmã Mara Tuanny por me ensinar a ser forte, determinada e nunca

desistir de lutar.

Ao meu noivo Luís Henrique pelo carinho, companheirismo e compreensão.

Aos meus parentes e amigos mesmo estando de longe tenho a certeza que

torcem por mim.

A todos que contribuíram de forma direta ou indiretamente para essa

conquista não basta dizer um muito obrigado. Mas é isto que expressa nesse

momento, pois a emoção que trago é maior do que qualquer palavra é capaz de

transmitir.

“De tudo ficarão três coisas: a certeza de que estamos começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança. Do medo, uma escada. Do sonho, uma ponte. Da procura, um encontro”. (Fernando Sabino)

RESUMO

Anemia ferropriva é o tipo de anemia decorrente da deficiência de ferro dentro do

organismo levando à uma diminuição da produção, tamanho e teor de hemoglobina

dos glóbulos vermelhos. A hemoglobina tem na sua estrutura bioquímica a presença

de moléculas de ferro que é a responsável pelo transporte do oxigênio que

respiramos. Na diminuição desta o transporte de oxigênio fica comprometido e várias

consequências danosas serão desencadeadas inclusive afetando o desenvolvimento

cognitivo e a capacidade de aprendizagem. É na adolescência que precisa de uma

quantidade generosa desse mineral para maturação sexual e o desenvolvimento da

massa muscular. O presente estudo se refere a uma pesquisa quantitativa com

delineamento transversal, cujo objetivo foi estimar a incidência de anemia ferropriva

em alunos do primeiro ano de 15 a 17 anos matriculados na Escola Estadual

Carolina Silva no município de Vazante- MG. Foram feitos exames hematológicos e

bioquímicos. A anemia por deficiência de ferro é classifica pelos critérios da OMS,

valor de hemoglobina inferior a 11,0g/dl, níveis de ferro sérico para adolescentes,

abaixo de 65µg/dl e dosagem de ferritina inferior a 10,0 nanog/mL. De um total de 19

alunos autorizados a participar da pesquisa, 1 aluno se encontra com anemia

ferropriva, resultado equivalente a 5% do total. Essa prevalência pode ser resultante

de uma má-absorção do ferro na dieta, ou parasitas intestinais, ou ainda por perdas

sanguíneas menstruais considerando que esta manifestou somente no sexo

feminino.

Palavras-chave: Anemia ferropriva. Adolescentes. Escola.

ABSTRACT

Iron deficiency anemia is the type of anemia due to iron deficiency in the body

leading to a decrease in production, size and hemoglobin content of red blood cells.

Hemoglobin has in its biochemical structure to the presence of iron molecules which

is responsible for transporting oxygen we breathe. This decrease in oxygen transport

is compromised and several damaging consequences will trigger even affecting

cognitive development and learning ability. It is during adolescence that needs a

generous amount of this mineral for sexual maturation and the development of

muscle mass. This study refers to a quantitative survey of cross-sectional design,

which aimed to estimate the incidence of iron deficiency anemia in the first years of

15 to 17 years enrolled in the state school in the city of Carolina Silva Vazante- MG.

Haematological and biochemical tests were done. Iron deficiency anemia was

classified by WHO criteria. Where the hemoglobin value of less than 11.0 g / dL,

serum iron levels for adolescents below 65μg / dl and lower dose ferritin 10.0 nanog /

mL. A total of 19 students allowed to participate in the study, 1 student meets with

iron deficiency anemia, result equivalent to 5% of the total. This prevalence may

result from poor absorption of dietary iron, or intestinal parasites, or by menstrual

blood loss considering that this prevalence occurred in females.

Keywords: Iron deficiency anemia. Adolescents. School.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Composição do sangue no adulto normal .............................................. 33

FIGURA 2- Hematopoese ........................................................................................ 34

FIGURA 3- Estrutura da Hemoglobina...................................................................... 41

FIGURA 4- Eletroforese em ph alcalino em acetato de celulose mostrando o perfil de

hemoglobina dos pacientes 1, 2, 3 e 4 ..................................................................... 42

FIGURA 5- Distribuição do ferro no organismo ....................................................... 45

FIGURA 6- Microcitose e hipocrômia na anemia ferropênica ................................... 49

FIGURA 7- Câmara de Neubauer e seus respectivos campos ................................. 61

FIGURA 8- Lâmina paciente com anemia ferropriva ................................................ 74

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Classificação etiopatogênica das anemias ........................................... 47

TABELA 2- Adolescentes pesquisados matriculados no primeiro ano do ensino

médio na Escola Estadual Carolina Silva, quanto a prevalencia de anemia ferropriva

segundo o sexo, Vazante/MG, março a julho de 2015 (n=19) .................................. 75

LISTA DE EQUACÕES

EQUAÇÃO 1- Volume Corpuscular Médio ............................................................... 37

EQUAÇÃO 2- Hemoglobina Corpuscular Média ....................................................... 38

EQUAÇÃO 3- Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média .......................... 38

EQUAÇÃO 4- Cálculo para contagem de eritrócitos na Câmara de Neubauer ........ 59

EQUAÇÃO 5- Cálculo para contagem de Leucócitos ............................................... 61

LISTA DE SIGLAS

ALA – Ácido delta levulínico

α – Alfa

β – Beta

CFU - Unidades Formadoras de Colônias

CHCM- Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média

CTLF- Capacidade Total de Ligação com o Ferro

ð- Delta

EDTA- Ácido Etilenodiaminotetracético

Fe- Ferro

g/dl- Gramas por decilitro

HCM- Hemoglobina Corpuscular Média

HbA- Hemoglobina Adulto

HbF- Hemoglobina Fetal

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

im3- Micrômetro cúbicos

Kg- Quilograma

Km- Quilômetro

ml- Mililitros

mg- Miligramas

mm- Milímetros

OMS- Organização Mundial da Saúde

O2- Oxigênio

pH- Potencial Hidrogeniônico

pg- Picogramas

RDW- Red Cell Distribution Widtn

SUS- Sistema Único de Saúde

UBS- Unidade Básica de Saúde

µ- Micro

y- Gama

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- Prevalência das idades dos adolescentes matriculados no primeiro ano

do ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de

2015 (n=19) ............................................................................................................ 63

GRÁFICO 2- Sexo dos adolescentes matriculados no primeiro ano do ensino médio

da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19) ..... 64

GRÁFICO 3- Número de pessoas por residência de acordo com a pesquisa

realizada na Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015

(n=19) ...................................................................................................................... 65

GRÁFICO 4- Renda familiar dos adolescentes pesquisados matriculados na Escola

Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19) .................... 65

GRÁFICO 5- Tipo de água consumida pelos adolescentes pesquisados da Escola

Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19) .................... 66

GRÁFICO 6- Alimentação dos adolescentes pesquisados na Escola Estadual

Carolina Silva, baseada em carboidratos, Vazante-MG, março a julho de 2015

(n=19) ..................................................................................................................... 67

GRÁFICO 7- Alimentação dos adolescentes pesquisados na Escola Estadual

Carolina Silva, baseada em proteínas, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19)

.................................................................................................................................. 68

GRÁFICO 8- Alimentação dos adolescentes pesquisados na Escola Estadual

Carolina Silva, baseada em verduras e frutas, Vazante-MG, março a julho de 2015

(n=19) ................................................................................................................... 69

GRÁFICO 9- Relação dos níveis de hemoglobina dos adolescentes pesquisados da

Escola Estadual Carolina Silva, baseada em verduras e frutas, Vazante-MG, março a

julho de 2015 (n=19) .............................................................................................. 70

GRÁFICO 10- Avaliação dos níveis de ferro sérico dos adolescentes pesquisados na

Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19) ......... 71

GRÁFICO 11- Avaliação dos níveis de ferritina dos adolescentes pesquisados na

Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19) ......... 72

GRÁFICO 12- Adolescentes pesquisados matriculados no primeiro ano do ensino

médio na Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015

(n=19) ...................................................................................................................... 73

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 27 1.1 Justificativa ....................................................................................................... 28 1.2. Objetivos .......................................................................................................... 30 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 30 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 30 2.REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 31 2.1 O sangue ........................................................................................................... 31 2.1.1 Componentes do sangue .............................................................................. 32 2.2 Hematopoese .................................................................................................... 33 2.2.1 Eritropoese ..................................................................................................... 34 2.2.1.1 Eritropoetina................................................................................................ 35 2.2.2 Linhagem granulocítica ................................................................................. 35 2.2.3 Linhagem monocítica .................................................................................... 36 2.2.4 Linhagem das plaquetas ............................................................................... 36 2.2.5 Linhagem linfocítica ...................................................................................... 36 2.3 Índices hematimétricos .................................................................................... 37 2.4 Hemoglobina ..................................................................................................... 39 2.4.1 Estrutura da hemoglobina ............................................................................ 39 2.4.2 Síntese da hemoglobina ................................................................................ 40 2.4.3 Ferro ................................................................................................................ 43 2.4.3.1 Trasferrina ................................................................................................... 44 2.4.3.2 Capacidade plasmática total de ligação do ferro (CTLF) ....................... 44 2.5 Conceito de anemia .......................................................................................... 45 2.5.1 Classificação morfológica das anemias ...................................................... 46 2.5.2 Classificação etiopatogênica das anemias ................................................. 46 2.6 Anemia ferropriva ............................................................................................. 48 2.7 Anemia ferropriva, adolescência e aprendizagem ......................................... 49 2.8 Epidemiologia da anemia ................................................................................. 51 3. METODOLOGIA ................................................................................................... 53 3.1 Tipo de estudo .................................................................................................. 53 3.2 Caracterização do município ........................................................................... 53 3.3 Caracterização do local de estudo .................................................................. 54 3.4 Delimitação do público alvo ............................................................................ 54 3.4.1 Critérios de exclusão ..................................................................................... 55 3.4.2 Critérios de inclusão ..................................................................................... 55 3.5 Análise estatística............................................................................................. 55 3.6 Instrumentos utilizados .................................................................................... 55 3.7 Aspectos éticos ................................................................................................ 56 3.8 Desenvolvimento do estudo ............................................................................ 56 3.8.1 Orientação da coleta ...................................................................................... 57 3.8.2 Coleta e transporte ........................................................................................ 57 3.8.3 Análise. ........................................................................................................... 58 3.8.3.1 Contagem de Eritrócitos ............................................................................ 59 3.8.3.2 Dosagem de hemoglobina ......................................................................... 59

3.8.3.3 Obtenção hematócrito ................................................................................ 60 3.8.3.4 Calculo dos Índices hematimétricos ........................................................ 60 3.8.3.5 Leucograma ................................................................................................ 60 3.8.3.6 Dosagem de ferro sérico ........................................................................... 61 3.8.3.7 Dosagem de ferritina ................................................................................. 61 3.8.4 Liberação dos resultados/laudos ................................................................ 62 4 RESULTADOS E DISCURSSÕES ........................................................................ 63 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 76 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 77

APÊNDICE ............................................................................................................... 81

27

27

1 INTRODUÇÃO

Segundo Lorenzi (2006), a anemia é caracterizada pela redução da taxa de

hemoglobina entre 13-15 g/dl para indivíduos que estão ao nível do mar e tem

volemia normal. Esse valor médio varia conforme o sexo, podendo ser menor na

mulher, especialmente na gestante.

Já a anemia ferropriva é conceituada pela deficiência de suplementação de

ferro na dieta, ou seja, a ingestão deste elemento é menor do que a necessidade do

organismo. (LORENZI, 2006)

A anemia ferropriva, como o próprio nome diz é resultado final da carência de

ferro, evidenciada na diminuição da qualidade das células vermelhas - as

hemoglobinas e como consequência, anemia microcítica e hipocrômica. Essa

deficiência de ferro pode ser decorrente de perdas diárias de sangue no período

menstrual, úlceras e em parasitas intestinais, também é resultado da má-absorção

de ferro na alimentação e dieta deficiente deste mineral. (LORENZI, 2006;

HEIJBLOM, SANTOS, 2007).

De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS) a anemia ferropriva

está presente em 30% dos indivíduos da população mundial, sendo mais frequente

em países subdesenvolvidos e com incidência em crianças até os dois anos de

idade, gestantes e adolescentes. Na America Latina, estima-se uma variação da

prevalência de anemia de 13% em homens e 30% ou mais em gestantes.

No Brasil, a deficiência de ferro tem sido reconhecida como importante causa

de anemia há muito tempo. (CARDOSO; PENTEADO, 1994).

Segundo Cardoso e Penteado (1994) no Brasil as estimativas da prevalência

de anemia por deficiência de ferro são escassas e sem informações sobre essa

deficiência da população em geral. A maioria dos estudos disponíveis revela uma

prevalência de anemia ferropriva em crianças e gestantes, sendo os maiores

usuários da saúde pública que não compõem uma amostra representativa da

população total. Entretanto, verificam uma prevalência de anemia superior a 50% na

população de faixa de etária entre seis meses e dois anos.

A deficiência de ferro em crianças e recém nascidos se deve a

prematuridade, nutrição deficiente de ferro, deficiência de ferro da mãe, parto

gemelar e perda sanguínea fetal no parto. (RAPAPORT, 1990).

28

Para Cardoso e Penteado (1994), a deficiência de ferro em crianças nos

primeiros anos de vida leva ao atraso no desenvolvimento psicomotor e alterações

comportamentais e persiste após vários meses de tratamento com ferro.

Pelo fato da gestação necessitar de uma demanda maior de ferro, às vezes

ate três vezes mais para suprimir a mãe e feto, a anemia por deficiência de ferro na

gestação constitui o grupo mais crítico do ponto de vista da necessidade orgânica de

ferro. (MOURA; PEDROSO, 2003). Ainda de acordo com Heijblom e Santos (2007)

durante a gravidez, o ferro deficiente corre o grave risco de prematuridade,

mortalidade materna e de crianças no período pré-natal e perinatal.

Já na adolescência Rapaport (1990) afirma que o corpo cria uma necessidade

maior de ferro para a maturação dos eritrócitos para ambos os sexos. Nos meninos

há um aumento no hormônio testosterona depois da puberdade estimulando ainda

mais a eritropoiese e cosequentemente um aumento da necessidade de ferro. Nas

meninas, a perda de ferro no período menstrual aumenta a necessidade de

reposição. No entanto, nessa faixa de idade, muitos jovens fornecem ferro

insuficiente para fazer essa reposição ao organismo, resultando numa anemia

ferropriva leve.

Contudo, essa deficiência de ferro leve ou moderada nos adolescente pode

levar a diversas alterações fisiológicas como: desenvolvimento cognitivo na

capacidade imunológica e na capacidade de trabalho e produtibilidade, diminuição

aeróbica, aumento da doença cardíaca, diminuição na concentração mental. Com

isso, jovens anêmicos são sonolentos e prestam menos atenção, atrapalhando no

rendimento escolar. (HEIJBLOM; SANTOS, 2007; SILVA; GIUGLIANI; AERTS,

2002).

1.1 Justificativa

Anemia ferropriva ocorre quando as reservas de ferro do organismo tornam-se

insuficientes para manter a eritropoiese e, consequentemente, a concentração

normal de hemoglobina no sangue. (LORENZI, 2006).

A complexidade da anemia e a extrema dificuldade de seu controle estimulam

uma busca constante de razões que explicam as altas prevalências e seus fatores

de risco. Os programas de intervenções criados com bases nessas prevalências,

29

que são voltados à prevenção e ao tratamento por meio de suplementação

medicamentosa e fortificação do alimento parecem não ser efetivos, ao se

considerar que tais programas não levam em consideração a contribuição de fatores

externos que também podem atuar sobre o problema. (LEAL; OSÓRIO, 2010).

Portanto o estabelecimento da prevalência de anemia ferropriva e seus fatores

de risco contribuem para ajudar a encontrar meios efetivos que ajudem a criar

condições favoráveis para diminuir essa prevalência da anemia. Sendo assim,

determinar a prevalência desta condição, fica mais fácil planejar estratégias de ação

no intuito de prevenir e combater a anemia, com consequência melhoria na saúde

da população e ajudar a diminuir de forma significativa os gastos com doenças já

estabelecidas, alem de aumentar os recursos em prevenção. (LEAL; OSÓRIO,

2010).

Atualmente é reconhecido que não só a anemia, mas também a deficiência

leve ou moderada de ferro podem causar efeitos adversos no desenvolvimento

cognitivo, na capacidade imunológica e na capacidade de trabalho e produtividade.

A deficiência de ferro altera a função e a produção tireoidiana, o metabolismo das

catecolaminas e de outros neurotransmissores, além de aumentar, nos indivíduos

anêmicos, a capacidade de absorção de metais pesados. (HEIJBLOM; SANTOS,

2007).

Ainda segundo Heijblom e Santos (2007) a anemia ferropriva é a deficiência de

micronutriente mais prevalente no mundo. É particularmente frequente em

escolares, pois adolescentes anêmicos são sonolentos e prestam menos atenção.

Como consequência, pode levar ao baixo rendimento escolar. Considerando todas

essas citações acima, o estudo apresentado se mostra de grande importância para

os alunos da Escola Estadual Carolina Silva, no sentido de mostrar a necessidade

de se desenvolver medidas em benefício da saúde e desenvolvimento físico e

cognitivo dos escolares e ainda apontar caminhos para a melhor condução dessas

estratégias.

30

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar a incidência de anemia ferropriva em estudantes do primeiro ano do

ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva no município de Vazante-MG.

1.2.2 Objetivos Específicos

Avaliar através do hemograma, a prevalência de anemia em alunos do

primeiro ano do ensino médio matriculados na Escola Estadual Carolina Silva;

Avaliar através do questionário, o perfil socioeconômico dos alunos do

primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva;

Determinar através do questionário, o perfil nutricional dos alunos do primeiro

ano do ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva;

Identificar por meio de citações bibliográficas, as causas e riscos da

manifestação e progressão da doença.

Correlacionar os resultados dos questionários com a prevalência de anemia

nos estudantes.

31

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O sangue

De acordo com Henry (2008), o sangue é o principal meio de transporte no

organismo. Todas as suas funções que lhe são conferidas são totalmente favoráveis

a sua circulação. Sendo assim, as funções do sangue possuem uma relação direta

com o sistema circulatório, que se encarrega de criar condições para que o sangue

circule e seja distribuído por todo organismo.

O sangue além da função de transporte desempenha diversas funções no

organismo como: transporte de gases; feito pelos glóbulos vermelhos, defesa do

organismo função atribuída aos glóbulos brancos, coagulação feita pelas plaquetas

e proteínas plasmáticas, nutrição de diversos tecidos e órgãos, regulação térmica e

hídrica do organismo e manutenção e excreção de resíduo e metabólitos que devem

ser extintas do organismo, para os órgãos de excreção. (AZEVEDO, 2008).

Ainda segundo Henry (2008), o sangue também exerce outras funções:

participa da função imunológica; transporta células especializadas e substâncias

químicas denominadas anticorpos, que formam parte do sistema de defesa do

organismo contra invasões de agentes estranhos, também a função de comunicação

hormonal; onde o sangue transporta hormônios que a partir de seus locais de

produção nas células endócrinas, devem chegar a outras células para influenciar

suas ações, e quando necessário colabora para perda de calor a partir do

tamponante do potencial hidrogêniônico (pH).

O sangue é constituído por três tipos celulares principais, eritrócitos,

leucócitos e plaquetas, suspensas em uma fase líquida denominada plasma, que

contém além das células um amplo espectro de proteínas, substâncias orgânicas e

inorgânicas, hormônios e outros componentes. (CINGOLANI; HOUSSAY, 2004).

Lorenzi (2006), afirma que um homem adulto e normal, com peso corpóreo de

75 kg, o volume total de sangue é de, aproximadamente, 5.000 ml e mulheres, esses

valores são um pouco menores, cerca de 3.400 ml, considerando-se um peso médio

de 55 kg, valores importantes no monitoramento da reposição sanguínea.

Já o fluxo sanguíneo de uma pessoa é mantido normal pelos batimentos

cardíacos. Nessa situação as células sanguíneas em suspensão são impulsionadas,

32

constantemente, por esses batimentos formando dentro dos vasos arteriais uma

turbulência que leva a certa organização das células no seu interior, assim o sangue

circula no interior dos vasos baseado na diferença de densidade entre os vários

tipos de células sanguíneas. (LORENZI, 2006).

2.1.1 Componentes do sangue

Segundo Azevedo (2008), o sangue pode ser definido como um tecido fluído,

formado por uma massa heterogenia de células diferenciadas; os glóbulos brancos,

os glóbulos vermelhos e as plaquetas que se encontram suspensas em uma fase

líquida denominada plasma.

De acordo com Azevedo (2008), o plasma é constituído basicamente por

água onde estão dissolvidas substâncias orgânicas e inorgânicas representadas

principalmente por proteínas (albumina, imunoglobulinas, fatores da coagulação,

enzimas, lipoproteínas e proteínas de transporte), lipídeos, glicose e sais

inorgânicos.

O tecido sanguíneo é composto por glóbulos brancos, denominados

leucócitos que apresentam características morfológicas específicas e variam de

4.000 a 10.000 por mm³; por glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias, que

compreendem a maioria dos elementos figurados apresentando valores de

referência entre 5 e 5,5 milhões por mm³ dependendo da idade e sexo. Também por

plaquetas ou trombócitos, que são pequenos elementos importantes na coagulação

apresentam valores de referência de 150.000 até 450.000 por mm³ de sangue.

(AZEVEDO, 2008).

Todavia, devido ao fácil acesso através de punção venosa, o estudo do

sangue constitui uma ferramenta importante para investigação e o esclarecimento de

diversos mecanismos fisiológicos e moleculares envolvidos na patologia de muitas

doenças.

33

Figura 1 - Composição do sangue no adulto normal.

Fonte: CARVALHO, 2008, p. 35

2.2 Hematopoese

Segundo Lorenzi (2006), a palavra hematopoese significa formação das

células do sangue. Esse processo de hematopoese envolve a proliferação,

diferenciação e maturação das células sanguíneas.

A proliferação acontece na medula óssea de ossos chatos, onde é controlada

por um microambiente indutivo, originando em duas linhagens: a das células

linfóides e mielóides. À medida que se diferenciam as células-tronco mielóides

originam hemácias, granulócitos, monócitos e megacariócitos, aparecendo todos

esses tipos celulares na mesma colônia e as células-tronco linfóides originam

apenas linfócitos. (LORENZI, 2006).

O sistema hematopoiético é formado por órgãos como fígado, baço, medula

óssea, linfonodos e timo que atuam nas diferentes fases de desenvolvimento de um

indivíduo na produção, maturação e destruição das células do sangue. Como na

função imunológica, aumentando a produção de células capazes de sintetizar

anticorpos em função de um estímulo. (AZEVEDO, 2008; CARVALHO; BARACT;

SGARBIERI, 2008).

34

Para Carvalho, Baract e Sgarbieri (2008), a hematopoese é o

desenvolvimento somático do organismo, onde as células mesenquimais sofrem

diferenciação para originar os tecidos hematopoéticos se dividindo em dois tipos: o

linfático, responsável pela produção dos linfócitos, e o mielóide, do qual se originam

as hemácias, os leucócitos, granulócitos, monócitos e as plaquetas. A célula-mãe

pluripotente é a célula responsável pelo amadurecimento dos elementos do sangue

periférico.

Figura 2 – Hematopoese

Fonte: TIMM, 2005, p. 36, Adaptado pelo autor

2.2.1 Eritropoese

Ao conjunto de eritrócitos e seus precursores medulares damos o nome de

eritron. Este pode ser dividido em dois compartimentos principais, sendo um

compartimento de reprodução, responsável pelas mitoses celulares que inclui o

proeritroblasto, que se divide uma única vez, o eritroblasto basófilo que sofre duas

divisões e o eritroblasto policromático que se divide uma vez. (AZEVEDO, 2008).

35

O outro compartimento responsável pela maturação das células; e neste

grupo caracteriza-se pela hemoglobinização e perda do núcleo. Compreende o

eritroblasto ortocromático, o reiculócito e enfim o eritrócito (hemácia), que não

sintetiza hemoglobina. (AZEVEDO, 2008).

De acordo com Lorenzi (2006), os eritrócitos possuem cerca de 7µ de

diâmentro e a forma de disco bicôncavo, com a borda medindo aproximadamente

2,6 µ e o centro, 0,8 µ.

Segundo Azevedo (2008), a eritropoese tem uma duração de 7 dias, um

proeritroblasto produz 16 eritrócitos maduros e a regulação desse processo é feito

por um fator de crescimento, denominado eritropoetina.

Portanto os eritrócitos podem ser definidos como uma unidade diferenciada

para o transporte de oxigênio e de dióxido de carbono por causa do

desenvolvimento de duas importantes proteínas, a hemoglobina e anidrase

carbônica. (CINGOLANI; HOUSSAY, 2004).

2.2.1.1 Eritropoetina

De acordo com Azevedo (2008), a eritropoetina é sintetizada pelas células

justaglomerulares do rim e atua na proliferação e diferenciação das Unidades

Formadoras de Colônia (CFU) principalmente no estágio de transformação do

proeritroblasto em eritroblastos aumentando a síntese de hemoglobina e a saída de

reticulócitos do compartimento medular.

Mota (2003), afirma que quando os rins percebem a redução na entrega de

oxigênio (O2) para os tecidos pelo sangue, liberam eritropoetina que, por sua vez,

estimula a medula óssea a fabricar mais eritrócitos. Sendo assim a avaliação da

eritropoetina é útil na investigação de anemias, nos diagnóstico diferencial das

policitemias e como marcador tumoral. (AZEVEDO, 2008).

2.2.2 Linhagem granulocítica

Segundo Azevedo (2008), os granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos)

são células produzidas na medula óssea, permanecendo pouco tempo no sangue

periférico, sendo capazes de migrar para os tecidos.

36

Ainda segundo Azevedo (2008), a granulopoese dura cerca de 11 dias e pode

ser em compartimentos para sua proliferação. Como; compartimento de reprodução,

maturação, marginal e circulante, sendo assim a maturação vai acontecendo de

acordo com cada compartimento.

Lorenzi (2006) afirma que a partir da célula indiferenciada da medula óssea,

origina-se a primeira célula reconhecida como granulocítica, o mieloblasto. Esta, por

sua vez, amadurece e vira o promielócito, dando este origem ao mielócito, do qual

derivam o metamielócito, o bastonete e o segmentado.

2.2.3 Linhagem monocítica

De acordo com Azevedo (2008), os monócitos originam-se a partir das células

precursoras mielóides que se diferenciam resultando no monoblasto, capaz de

proliferar e gerar o promonócitos e os monócitos que permanecem pouco tempo no

sangue periférico, migrando para os tecidos e transformando em macrófagos.

2.2.4 Linhagem das plaquetas

A trombocitopoese constitui a origem das plaquetas e são provenientes de

megacariócitos. Esta por sua vez é uma célula grande, fácil de diferenciar na medula

óssea que resulta no megacarioblasto e este com sua capacidade de divisão,

aumenta de tamanho até gerar o promegariócito e por fim dão origem as plaquetas.

(AZEVEDO, 2008).

2.2.5 Linhagem linfocítica

As células progenitoras da série linfóide se diferenciam na medula óssea em

células B e T imaturas. Os linfócitos B tornam-se células maduras ainda na medula

óssea, enquanto que a maturação dos linfócitos T se dá no timo. (AZEVEDO, 2008).

Segundo Lorenzi (2006), os linfócitos são células quase que desprovidas de

granulações citoplasmáticas (agranulócitos). Estas são células maduras,

encontradas no sangue circulante em porcentagem que varia em condições

fisiológicas (idade e sexo) ou patológicas.

37

2.3 Índices hematimétricos

Segundo Carvalho, Baract, Sgarbieri (2008), os índices hemátimetricos

servem á classificação morfológica das anemias. Fornecem valores médios da

concentração de hemoglobina e o volume das hemácias, sendo calculados a partir

de determinações do hematócrito, hemoglobina e número de hemácias por microlitro

de sangue.

O índice hematimétrico representado pelo hematócrito, o qual indica o

percentual de eritrócitos circulantes de um indivíduo dependendo do sexo, por

exemplo, nos homens o hematócrito normal é de 42 a 49% (média 47%) e nas

mulheres está entre 38 a 45% (média 42%). A diminuição no hematócrito serve

como indicativo dos processos anêmicos, porém não sendo conclusivo, devendo

sempre estar associado a outras patologias. (LORENZI, 2006).

O hematócrito é obtido mediante centrifugação, em tubos especiais,

denominados microcapilares. Os eritrócitos, por constituírem o maior número de

células sanguíneas, e apresentarem um peso específico superior ao do plasma,

depositam-se no fundo do microcapilar. Sobre ela forma-se uma delgada camada de

leucócitos e sobre esta uma banda clara de plasma. O valor alcançado pela banda

vermelha é lido diretamente no microcapilar e constitui o hematócrito. O valor do

hematócrito depende da velocidade da centrifugação, do anticoagulante usado e da

forma e do tamanho do microcapilar em que se realiza a medida. Para a

determinação do hematócrito deve utilizar na escala para leitura do microcapilar

(TIMM, 2005; CARVALHO; BARACT; SGARBIERI, 2008).

Entretanto, segundo Azevedo (2008) o VCM expressa o volume médio dos

eritrócitos circulantes em micrômetro cúbico (im3) podendo ser calculado da seguinte

forma:

Equação 1 – Volume Corpuscular Médio

Hematócrito

VCM= ___________________________ x10

Concentração de Eritrócitos

Fonte: AZEVEDO, 2008, p. 377

38

Timm (2005) descreve que os eritrócitos normais apresentam um VCM de 87

± 5 im3. Chamam-se, portanto, normócitos. São micrócitos aqueles eritrócitos cujo

VCM é inferior a 82 im3, e macrócitos os que possuem um VCM superior a 92 im3. O

VCM representa somente a medida do volume médio dos eritrócitos. É imperativo,

portanto, interpretar seus valores junto com uma cuidadosa inspeção citológica, já

que é possível obter um VCM normal em amostras de sangue com grande

quantidade de micrócitos e macrócitos.

Equação 2- Hemoglobina Corpuscular Média

Concentração de hemoglobina HCM= ___________________________ x 10

Concentração de eritrócitos

Fonte: AZEVEDO, 2008, p.377

Do mesmo modo Timm (2005), afirma que os eritrócitos normais contêm 29 ±

2 picogramas (pg) de hemoglobina. O VCM é menor nas anemias por deficiência de

ferro.

Enquanto a HCM representa o peso médio da hemoglobina em cada

eritrócito, a CHCM expressa à concentração média de hemoglobina em cada célula.

Pode ser calculada aplicando-se a seguinte equação:

Equação 3- Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média

Concentração de hemoglobina CHCM = _____________________________ x100

Hematócrito

Fonte: AZEVEDO, 2008, p. 377

O eritrócito normal contém todas as moléculas de hemoglobina, o que torna

quase impossível que a CHCM seja superior ao valor de 34 (hipercromia). Por outro

lado, independentemente do seu tamanho, a célula pode possuir baixa concentração

de hemoglobina, o que indica que é hipocrômica. (TIMM, 2005).

39

2.4 Hemoglobina

De acordo com Lorenzi (2006), a hemoglobina é uma substância com peso

molecular de 64.500 dáltons, pigmentada e formada por duas partes: porção que

contém ferro, denominada heme, e porção protéica, denominada globina.

Sua principal função é promover a absorção, o transporte e a liberação do

oxigênio aos tecidos. De forma que cada grama de hemoglobina totalmente

oxigenada é capaz de transportar 1,39 ml de O2. (LORENZI, 2006).

O ferro do heme chega a célula formadora de hemoglobina ou eritroblasto

ligado á proteína transportadora a transferrina. O Complexo ferro-transferrina liga-se

a membrana celular por meio de seus receptores específicos. (LORENZI, 2006).

A absorção desse complexo pelos eritroblastos se faz após a invaginação de

pequena porção da membrana celular, de modo a se formarem vesículas onde o

ferro permanece já desligado da transferrina. Esta por sua vez, volta ao plasma sem

o ferro para novamente servir como transportadora. Os receptores que se ligavam

ao complexo ferro-transferrina voltam a atuar na membrana celular. .(LORENZI,

2006).

O ferro intraplasmático entra na mitocôndria para que se processe a síntese

do heme. Se houver ferro em excesso, este se deposita sob a forma de ferritina em

pequenos agregados semicristalinos no citoplasma. Os eritroblastos que contem tais

agregados são nomeados sideroblastos, e os eritrócitos maduros que os possuem

são chamados de siderócitos. (LORENZI, 2006).

Por fim, a quantidade de hemoglobina é controlada pelo hormônio

eritropoetina, produzido em resposta a demanda de oxigênio total do organismo.

(MOTA, 2003).

2.4.1 Estrutura da hemoglobina

A hemoglobina é formada pela porção heme e a porção globina, e estas se

dividem em cadeias. Onde a porção heme é formada por um anel protopofírinico,

nos quais os átomos de ferro estão no seu estado ferroso (Fe2+) e a porção protéica

globina consiste em duas cadeias alfas (α) com 141 resíduos de aminoácidos e duas

cadeias betas (β) com 146 aminoácidos.

40

2.4.2 Síntese da hemoglobina

A síntese da hemoglobina começa a partir do proeritroblasto e vai

aumentando durante a maturação da célula ate a fase de reticulócitos. Os

reticulócitos são responsáveis por 35% da produção total de hemoglobina.

Considerando que os eritrócitos não sintetizam hemoglobina. (AZEVEDO, 2008).

A produção normal de hemoglobina depende de: suprimento adequado

normal de ferro, síntese das protoporfirinas e síntese da globina. O ferro chega aos

precursores eritróides pelo sangue, através de uma proteína plasmática,

denominada transferrina, liga-se ao receptor da transferrina na membrana das

células eritroblásticas e é recrutado para o interior da mitocôndria onde se acopla a

protoporfirina originando o heme. (AZEVEDO, 2008).

Segundo Lorenzi (2006), o heme é formado por quatro anéis pirrólicos ligados

entre si por um átomo de ferro. Para fazerem a síntese do heme, os eritroblastos

utilizam os aminoácidos glicina e acido succínico. Uma molécula de glicina e uma de

succianato se condensa para formar o acido delta levulínico ou a ALA. Depois disso,

duas moléculas de ALA se condensam para formar um anel pirrolíco, sob a ação da

enzima denominada ALA-desidratase. A seguir, quatro anéis pirrólicos reagem e

formam um anel tetrapirrólico.

Este anel tetrapirrólico permanece unido por pontes de metano, formando o

que se denomina protoporfirina. Nesse ponto, o ferro é incorporado à molécula

formando o heme. Este fica localizado numa bolsa hidrofóbica na estrutura da

molécula de globina que protege da oxidação do Fe 2+ a Fe 3+ .(LORENZI, 2006).

A síntese do heme necessita da presença de oito enzimas: ALA-sintetase;

ALA-deidratase; porbilinogênio-deaminase; urobilinogênio-sintetase;

uroporfirinogênio-decarboxilase; coproporfirinogêno-oxidase; protoporfirinogênio-

oxidade e ferroquelatase. A primeira e as três ultimas enzimas se situam na

mitocôndria dos eritroblastos enquanto as demais se situam no citoplasma.

(GUERRA; FERREIRA; MANGUEIRA, 2011).

A formação do porfobilinogênio a partir do ALA se processa no cito

plasma, assim as fases seguintes de urobilinogênio e do coproporfirinogênio. Este

último produto é oxidado pela protoporfirinogênio-oxidaseao nível da mitocôndria,

resultando na formação da protoporfirina. Esta se une ao ferro, por ação da

ferroquelase, para formar o heme. (GUERRA; FERREIRA; MANGUEIRA, 2011).

41

Ate a fase do reticulócito pode haver incorporação do ferro para a formação

do heme. Mais de 300mg de heme são produzidas a cada 24 horas, primeiramente

para formar a hemoglobina e também para a formação da mioglobina, do citocromo

e da catalase. Quando há insuficiência de ferro, a protoporfirina do interior do

eritroblasto aumenta. Isso é observado na anemia por carência de ferro e quando há

eritropoese ineficaz. A produção do heme obedece a um mecanismo retrorregulável,

isto é, a produção das enzimas em especial da ALA-sintetase, pode aumentar toda

vez que há maior necessidade de formação de eritrócitos. (GUERRA; FERREIRA;

MANGUEIRA, 2011).

A globina constitui a maior porção da molécula da hemoglobina. Enquanto a

síntese do heme processa na mitocôndria, a globina se faz no ribossoma

citoplasmático. A formação da globina é comandada por genes das células

eritroblásticas, existindo quatro diferentes gene capazes de comandar a síntese das

quatro cadeias polipeptídicas que formam as globinas alfa (α), beta (β), gama (y) e

delta (δ). (LORENZI, 2006).

Figura 3– Estrutura da Hemoglobina

Fonte: TIMM, 2005, p. 22

Assim, a síntese de cada uma dessas cadeias é controlada pelos genes α,

que estão localizados no cromossomo 16, e pelos genes β, δ e y, localizados no

cromossomo 11. As moléculas dos quatros tipos de globina são chamadas também

monômeros e se associam inicialmente em pares e depois em quatro cadeias,

formando os tetrâmeros. Cada tetrâmero tem duas cadeia α (α2), cada uma

contendo uma sequência de 141 aminoácidos. No individuo adulto, o outro par de

42

monômeros é representado por duas cadeias β (β2), cada uma contendo uma

sequência de 146 aminoácidos. (LORENZI, 2006).

Então a hemoglobina do adulto é formada com a estrutura de α2 e β2. A

disposição de aminoácidos na molécula de globina obedece a umas orientações

preestabelecidas. As cadeias de globina se enrolam sobre si mesmas, formando

segmentos ou hélices. Existem oito segmentos longos, há também segmentos

curtos, não helicoidais. Essa disposição da molécula de globina um aspecto

esferoidal. No seu interior protegido pelas dobras das hélices, estão os grupos

heme, ligados a um aminoácidos e situados entre os segmentos E e F. A proteção

do heme contra a penetração de água é necessária para que ele se combine melhor

com o oxigênio. (LORENZI, 2006).

Como existem quatro cadeias de globinas na molécula de hemoglobina, deve

haver quatro grupos heme, cada um com seu átomo de ferro. No individuo adulto

existe ainda pequena quantidade de outra hemoglobina, denominada hemoglobina

A2 (HbA2), formada por duas cadeias α e duas cadeias δ (α2 δ2). Ao final da

gestação, a HbA aumenta, chegando a 20-30% ao nascimento, enquanto a HbF ou

hemoglobina fetal ainda representa 70-80% da hemoglobina do individuo. No quinto

mês de vida a HbA atinge níveis semelhantes ao do adulto, e a HbF passa a

representar uma porcentagem mínima. (LORENZI, 2006).

Figura 4- Eletroforese em ph alcalino em acetato de celulose mostrando o perfil de hemoglobina dos pacientes 1, 2, 3 e 4.

Fonte: DOMINGOS; BARACIOLI; DOMINGOS, 2003, p. 58

Contudo Lorenzi (2006), afirma que no indivíduo adulto tem as seguintes

porcentagens de hemoglobina: HbA= 95 a 98%, HbA2=1,5 a 3% e HbF= 0a1%.

43

2.4.3 Ferro

Segundo Mota (2003), o ferro é um mineral essencial, armazenado na ferritina

e na hemossiderina. Faz parte da hemoglobina, da mioglobina e de algumas

enzimas, e participa em vários processos vitais que vão desde os mecanismos

oxidativos celulares até o transporte de oxigênio no organismo. A porção heme da

hemoglobina é formada pela inserção do ferro na protoporfirina.

O ferro presente no plasma é denominado ferro sérico, por sua vez é

encontrado ligado a transferrina e apresenta oscilações muito evidentes em função

do sexo, da idade e do período do dia. Sendo que as maiores quantidades são

encontradas no homem adulto e no período matinal. (LORENZI, 2006).

O ferro é fornecido ao organismo pela dieta habitual na quantidade média de

14mg/dia, porém apenas de 1-2mg, isto é, 5 a 10% dessa quantidade são

absorvidos no duodeno por processo ativo. O ferro da dieta se apresenta sob duas

formas inorgânicas (Fe 3+ ou Fe 2+) ou sob a forma de heme na mioglobina da carne.

(LORENZI, 2006).

A absorção do ferro aumenta na deficiência e diminui quando existe excesso.

Porém, com o aumento, na eritropoiese, a absorção eleva, mesmo quando os

estoques de ferro estão adequados ou sobrecarregados. (LORENZI, 2006).

Para Mota (2003), a deficiência de ferro é uma das mais prevalentes

desordens no homem. São freqüentes em crianças, gestantes, mulheres jovens e

pessoas idosas, apesar de poder ocorrer em indivíduos de todas as idades e

condições sócias. O ferro sérico reflete principalmente a quantidade de ferro ligado a

transferrina.

Os principais testes bioquímicos utilizados para avaliação do perfil do ferro

são determinações do ferro sérico, da capacidade plasmática total de ligação do

ferro (CTLF), da ferritina sérica e de RDW (Red Cell Distribution Widtn), necessárias

no diagnóstico de distúrbios no metabolismo do ferro e no diagnóstico diferencial de

anemia ferropênica e β-talassemia. (MOTA, 2003).

Contudo, na anemia ferropênica encontra-se a ferritina sérica, ferro sérico, a

capacidade plasmática total de ligação de ferro e RDW diminuídos e isto se deve a

falta de ingestão, falta de absorção e perdas sanguíneas.

44

2.4.3.1 Transferrina

Transferrina é a proteína que transporta ferro pelo plasma, é sintetizada e

secretada pelo fígado. A transferrina pode ser detectada em vários fluídos corporais,

incluindo plasma, bile, leite materno e linfa. Sua síntese é inversamente proporcional

a quantidade de ferro no organismo. Níveis elevados são encontrados em anemias

ferropriva e hemorragias agudas. Valores reduzidos são encontrados em neoplasias,

hemocromatose, casos de sobrecarga de ferro e a transferrinemia congênita.

(RAPAPORT, 1990).

É a proteína responsável por doar o ferro para as células através da interação

da transferrina com o receptor de transferrina presente na membrana da célula. Este

complexo é internalizado e o ferro é liberado estando disponível no pool intracelular,

então é utilizado para as necessidades metabólicas da célula ou incorporado a

ferritina. (BRINGHENTI, 2011)

Em condições normais, a transferrina plasmática tem a capacidade de

transportar até 12 mg de ferro, mas essa capacidade raramente é utilizada e, em

geral, 3 mg de ferro circulam ligados à transferrina, ou seja, 30% da transferrina está

saturada com o ferro. Quando a capacidade de ligação da transferrina está

totalmente saturada, o ferro pode circular livremente pelo soro, na forma não ligada

à transferrina, que acumula nos tecidos parenquimais, contribuindo para o dano

celular nos casos de sobrecarga de ferro. (BRINGHENTI, 2011).

A transferrina é de relevante importância clínica quando se deseja avaliar os

estoques de ferro do organismo. Números abaixo do normal de transferrina indicam

possível anemia por deficiência de ferro, e números elevados sugerem sobrecarga.

(HENRY, 2008).

2.4.3.2 Capacidade plasmática total de ligação do ferro (CTLF)

A capacidade plasmática total de ligação do ferro é a forma mais usada de

expressar a transferrina do soro. Refere-se á concentração do ferro por unidade de

volume do soro, ligada à molécula da transferrina.

A CTLF frequentemente aumentada na deficiência de ferro e diminuída nas

doenças inflamatórias crônicas, e em casos de sobrecarga de ferro. Por sua vez, é

determinada pela adição do Fe+3 suficiente para saturar os sítios de ligação de ferro

45

na transferrina. O excesso de ferro é removido, por exemplo, pela adsorção ao pó de

carbonato de magnésio, e a análise para conteúdo de ferro é repetida e só é obtida

através da segunda medição. (BRINGHENTI, 2011).

Figura 5 - Distribuição do ferro no organismo

Fonte: NAOUM, 2010, p. 5

2.5 Conceito de anemia

De acordo com Carvalho, Baract e Sgarbieri (2008), anemia é o estado

caracterizado pela baixa concentração de hemoglobina, apresentando valor inferior

a 13,0g/dl no homem e 12,0g/dl na mulher. Sendo a mais importante deficiência

causada pela baixa concentração de hemoglobina é o fornecimento insuficiente de

oxigênio ao funcionamento dos órgãos.

46

A anemia não é uma doença específica, mas sinal de uma disfunção

subjacente. É o distúrbio hematológico mais prevalente em todo o mundo. Sendo as

crianças, os adolescentes e gestantes o grupo de maior risco. (OSÓRIO, 2002).

Pela baixa concentração de hemoglobina o organismo é levado ao estado de

hipóxia por falta de oxigenação dos tecidos e isto induz uma isquemia das células do

parênquima do coração, rins, fígado e sistema nervoso central. Considerando esta

razão os sinais e sintomas observados são decorrentes das alterações funcionais

dos órgãos acometidos sendo comuns aos diversos tipos de anemia. Os principais

são: palidez, fraqueza, cansaço fácil, taquicardia, sopro cardíaco, cefaléias e choque

hipovolêmico. (CARVALHO; BARACT; SGARBIERI, 2008).

2.5.1 Classificação morfológica das anemias

Segundo Lorenzi (2006), o critério morfológico das anemias demonstra as

alterações que ocorrem na forma dos eritrócitos, porém, não indica a etiologia da

patologia. Esta classificação é realizada por métodos de coloração, Leishman ou

Giemsa, onde são observados a forma, o tamanho e as características tintoriais

dessas células correspondentes à concentração de hemoglobina.

Considerando a morfologia das hemácias as anemias podem ser classificadas

em três grandes grupos: microcíticas e macrocíticas (alteração do tamanho), as

anemias hipocrômicas e hipercrômicas (alteração da cor) e quanto à forma: anemia

megaloblástica (células ovais ou em forma de lágrima), anemia sideroblástica e

hemoglobinopatias.

2.5.2 Classificação etiopatogênica das anemias

Segundo Carvalho, Baract e Sgarbieri (2008), as anemias são sempre

secundárias, sempre existe uma doença básica que as produz e não se justifica

tratar a anemia, mas sim a sua causa. A produção deficiente, a destruição excessiva

e a perda sanguínea, são os três mecanismos básicos responsáveis pelo

aparecimento das anemias, exemplificados na tabela 1, de acordo com Lorenzi

(2006).

47

Tabela 1 – Classificação etiopatogênica das anemias

1. ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO DE ERITRÓCITOS

Deficiência de elementos essenciais -Ferro -Ácido fólico -Vitamina B12 -Proteínas -Outras vitaminas Deficiência de eritroblastos -Aplasia medular -Eritroblastopenias puras -Hereditária (constitucionais) -Anemias refrátarias Infiltração medular -Leucemias agudas e crônicas -Mieloma múltiplo -Carcionomas e sarcomas -Mielofibrose Endocrinopatias -Mixedema -Insuficiência adrenal -hipertireoidismo Insuficiência renal crônica Outras: cirrose hepática, doenças inflamatórias crônicas

2.ANEMIAS POR EXCESSO DE DESTRUIÇÃO DE ERITRÓCITOS

Corpusculares -Defeitos de membrana -Déficit enzimático (enzimopatias) -Hemoglobinopatias -Anemia sideroblástica -Porfirias -Outras (hemoglobinúria paroxística noturna, saturnismo) Extracorpusculares -Anticorpos: isso e auto-anticorpos. Drogas -Hipersequestração esplênica (hiperesplenismo) -Traumas mecânicos (microangiopatia, próteses valvulares) -Infecções: malária

3.ANEMIAS POR PERDAS DE SANGUE

Hemorragias agudas Hemorragias crôniacas (úlceras e tumores intestinais, parasitas intestinais, menstruações abundantes)

Fonte: Lorenzi, 2006, p. 199

48

2.6 Anemia ferropriva

A deficiência de ferro é a causa da metade dos casos de anemia e um dos

problemas nutricionais mais freqüentes no mundo, atingindo cerca de dois bilhões

de pessoas, por tornar as reservas de ferro insuficientes para manter a concentração

de hemoglobina no sangue. (NAOUM, 2010).

Os primeiros sintomas da anemia ferropênica estão relacionados com a falta

de oxigenação normal dos tecidos, especialmente do cérebro e do coração. Para

compensar o déficit de oxigênio tecidual, o coração passa a trabalhar em ritmo mais

acelerado, sobrevindo taquicardia. Fadiga, cansaço fácil, palidez, tonturas, anorexia

são também considerados os sintomas da anemia ferropênica. (LORENZI, 2006).

O diagnóstico laboratorial deste tipo de anemia se da pelo estudo da série

vermelha do sangue; hemoglobina, hematócrito, contagem de eritrócitos e

reticulócitos, índices hematimétricos (VCM, HCM e CHCM) e confirmado através de

testes bioquímicos para avaliar os níveis de ferro e ferritina. Onde no hemograma,

as alterações típicas são micrositose e hipocromia (ilustrado na figura 4), plaquetose

de discreta a moderada intensidade. A morfologia das células verifica no esfregaço

sanguíneo, revela anisocitose (presenças de varias formas) significativa. (NAOUM,

2010).

É um estado, no qual há redução da quantidade total de ferro corporal até a

exaustão das reservas de ferro, e o fornecimento de ferro é insuficiente para atingir

as necessidades de diferentes tecidos, incluindo, principalmente, as necessidades

para a formação de hemoglobina e dos glóbulos vermelhos. Esta situação refere-se

à condição de fornecimento insuficiente de ferro, segundo sexo, idade, e estado

fisiológico. (BACHA, 2012).

A anemia por deficiência de ferro pode instalar-se por carência nutricional,

parasitoses intestinais, ou durante a gravidez, o parto e a amamentação. Pode

também ocorrer por perdas expressivas de sangue, em virtude de hemorragias

agudas ou crônicas por via gastrintestinal ou como conseqüência de menstruações

abundantes. (BACHA, 2012).

Ainda Bacha (2012) afirma que o grupo de risco para a anemia ferropriva as

mulheres em idade fértil, idosos, crianças e adolescentes em fase de crescimento e

indivíduos que passaram por cirurgia de redução de estômago, no entanto, qualquer

pessoa pode desenvolvê-la, se não receber a quantidade adequada de ferro na dieta

49

ou tiver dificuldade de absorção, que ocorre, sobretudo nos intestinos e pode ser

mais eficiente quando associada à ingestão de vitamina C e proteínas.

Figura 6 – Microcitose e hipocrômia na anemia ferropriva

Fonte: BACHA, 2012, p.25

Outras anemias cursam também com microcitose e hipocromia, portanto faz-

se necessário o diagnóstico diferencial. A anemia das doenças crônicas (infecção ou

inflamação), anemia sideroblástica e talassemias, são exemplos comuns e

diferenciam-se da anemia ferropriva por apresentarem os estoques de ferro

(ferritina) aumentados ou normais, enquanto na anemia ferropênica está diminuída.

2.7 Anemia ferropriva, adolescência e aprendizagem

Segundo a OMS, adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069 de 13/07/90), é

considerado adolescente o indivíduo entre 12 e 18 anos de idade. Essa diferença é

pouco relevante frente a todas as modificações biológicas, psicológicas e sociais

que caracterizam esse período da vida.

Os estudos apontam que a necessidade de ferro aumenta a absorção do

ferro, especialmente na fase de crescimento. O ganho de peso promove também

aumento da absorção de ferro. Contudo, deve-se reconhecer outro problema

50

complexo que se define pela etiologia da deficiência do ferro, que pode ocorrer

quando de aumento da demanda, e por fatores nutricionais como diminuição da

oferta, má absorção de ferro e perdas sanguíneas. (FRANÇA, 2006).

A deficiência de ferro na adolescência constitui grave problema em nosso

meio, devido á sua alta prevalência e as significativas repercussões que acarretam

no desenvolvimento desses pacientes. A anemia por carência de ferro,

provavelmente representa a doença nutricional mais frequente, sendo a causa mais

comum de anemia nesse período. É nesta época que ocorrem profundas mudanças

biopsicossociais, deixando os adolescentes mais vulneráveis aos agravos. (MATOS,

2007).

É na adolescência que o indivíduo apresenta grande crescimento físico,

ganhando em torno de 50% de seu peso e 25% de sua estatura final, completando

sua maturação sexual e seu crescimento mineral ósseo. (FRANÇA, 2006).

A manutenção e as fases de crescimento estão envolvidas no diagnóstico e

prognóstico nutricional, e são determinantes das necessidades nutricionais a cada

momento do adolescente. Os principais sinais e sintomas da anemia nos

adolescentes são: palidez, cansaço fácil, sonolência, cefaléia, torturas, zumbido no

ouvido, alteração da visão, atraso na aquisição da linguagem, coordenação de

equilíbrio corpóreo, desenvolvimento motor, distúrbio menstrual (mulheres), perda do

libido, não reagindo ao meio ambiente, sendo mais baixos o desempenho

escolar.(Lorenzi, 2006).

Verifica-se também que a fase de maturação sexual traduz o momento do

crescimento, sendo relevante sua avaliação frente às necessidades nutricionais dos

adolescentes. Aumentada do mineral para o crescimento, perda e dieta pobre em

ferro. (FRANÇA, 2006).

Entre os fatores que contribuem para que jovens vulneráveis ao desequilíbrio

negativo no balanço de ferro estão à necessidade aumentada do mineral para o

crescimento, perda e dieta pobre em ferro. (FRANÇA, 2006).

O crescimento acelerado, especialmente nesta época de maturação sexual,

impõe aumento nas necessidades de ferro expandir o volume sanguíneo, como para

aumentar a concentração de hemoglobina, estimando-se ao redor de

350mg/ferro/ano. No sexo feminino, as necessidades para o crescimento são menos

acentuadas, pois a velocidade de crescimento é menor e a concentração de

hemoglobina aumenta mais lentamente. Entretanto, a menstruação pode concorrer

51

para o aparecimento de carência de ferro, apesar de oferta nutricional adequada.

(FLEURY et al. , 2003).

2.8 Epidemiologia da anemia

A literatura é escassa quanto a estudos sobre a prevalência de anemia. A

falta de informações sobre esse assunto dificulta, por parte das autoridades qualquer

ação que possa ser empregada com vistas a adoção de medidas relacionadas a

atenção da população, notadamente aquelas que habitam em condições precária e

dieta deficiente em ferro.

De acordo com França (2006), a deficiência de ferro está frequentemente

associada a condições socioeconômicas desfavoráveis, acarretando diferenças na

sua distribuição por regiões brasileiras, com maiores índices nas áreas mais pobres

do país.

Quanto aos fatores socioeconômicos, verifica-se que, apesar de anemia

ferropênica não ser um problema de saúde aos países em desenvolvimento, as

condições sociais e econômicas das classes de renda mais baixa, seja por sua

alimentação quantitativa e qualitativa inadequada ou pela precariedade de

saneamento ambiental que contribuem para sua elevada prevalência. (FRANÇA,

2006).

Entre os fatores sociais, de acordo com França (2006), consideram-se as

condições de vida da população, tais como precárias condições de moradia,

ausência de saneamento, falta de oportunidades de emprego, baixa escolaridade

dos pais e baixos salários, determinando uma alimentação deficiente de ferro. A

estes fatores aliam-se a dificuldade de acesso aos serviços de saúde ou mesmo

inadequado serviços de saúde, incapazes de identificar precocemente crianças com

deficiência de ferro,

Em pesquisas de adolescentes em Java, na Indonésia, com idade entre 12 a

15 anos, foi encontrada uma prevalência de anemia ferropênica de 25,8% entre as

mulheres, 24,5% entre os homens pré-púberes e 12,1% entre os homens na

puberdade.

Pesquisas realizadas na cidade do Rio de Janeiro, com escolares do ensino

público fundamental, identificou-se um a prevalência no grupo etário de 10 a 14 anos

de cerca de 7,1%, nos homens e 20,9% nas mulheres. (AZEVEDO, 2008)

52

Contudo os poucos estudos disponíveis aponta os escolares e adolescentes

como grupo vulnerável á deficiência de ferro, identificando-se como um importante

segmento a ser considerado na implantação de medidas preventivas.

53

3 METODOLOGIA

O estudo trata-se de um estudo quali-quantitativo, que é uma das subdivisões

metodológicas que devem ser escolhidas para a fundamentação de uma pesquisa.

(MARCONI; LAKATOS, 2004).

Segundo Marconi e Lakatos (2010), a especificação da metodologia da

pesquisa é a que abrange maior numero de itens, pois respondem as várias

indagações, tias como: tipo de estudo, caracterização do município, caracterização

do local de estudo, delimitação do público alvo, instrumentos utilizados, aspectos

éticos, desenvolvimento do estudo, análise estatística e resultados e impactos

esperados.

3.1 Tipo de estudo

Este trabalho trata-se de estudo quali-quantitativo. Quantitativo, utilizar

métodos formais, que se aproximam dos projetos experimentais, caracterizados pela

precisão e controle estatísticos, com finalidade de fornecer dados para a verificação

de hipóteses empregando questionários. (MARCONI; LAKATOS, 2011).

O interesse dessa pesquisa de campo esta voltado para o estudo de um grupo

de indivíduos, visando à compreensão de vários aspectos da sociedade. Pode

apresentar vantagens e desvantagens, tais como: vantagem; obter informações que

podem ser analisadas por outros pesquisadores, com objetivos diferentes e

facilidade de obter amostras de indivíduos, sobre determinada população ou classe

de fenômenos. Desvantagens; pequeno controle sobre as situações de coleta de

dados e a possibilidade de fatores possa interferir nos resultados e ainda pouca

confiança pelo fato de os indivíduos falsearem suas respostas. (MARCONI;

LAKATOS, 2006).

3.2 Caracterização do município

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

(IBGE, 2010) o município de Vazante foi fundado em 12 de dezembro de 1953, e

atualmente conta com uma população de vinte e oito mil quinhentos e oitenta

habitantes. Sua origem se deu apartir de uma visão da imagem de Nossa Senhora

54

da Lapa em uma de suas grutas por um casal de viajantes, vindo em seguida uma

capela e em torno desta a construção de casas. Localiza-se entre os municípios de

Lagamar e Guarda-mor, fica 450 km de Belo Horizonte, situa-se Noroeste de Minas

Gerais e possui uma área de 1.913,396 km².

Vazante-MG é conceituada como a capital nacional do zinco, dona de uma

das maiores grutas do país, a Gruta da Lapa Nova, com pouco mais de 4,5Km de

extensão, e possui uma das mais tradicionais festas culturais do interior, a festa do

carro de boi, que ocorre em junho. (IBGE, 2010; DATASUS, 2009).

A cidade conta hoje com onze estabelecimentos do Sistema Único de Saúde

(SUS). Incluindo: um hospital público, uma policlínica e noce Unidades Básicas de

Saúde (UBS) e uma clínica particular. Também o município conta com sete escolas

municipais, cinco estaduais e quatro particulares (colégio e faculdade). (Secretaria

de Saúde e Secretaria de Educação).

3.3 Caracterização do local de estudo

Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação a Escola Estadual

Carolina Silva, esta localizada na Rua Manoel Monteiro, 220, bairro Novo Horizonte-

Vazante-MG. A escola atende alunos do primeiro ao nono ano do ensino

fundamental e ensino médio, somando um total de alunos em 2015 de 456.

3.4 Delimitação do público alvo

O estudo foi realizado com os 19 alunos do primeiro ano do Ensino médio,

independente do sexo, matriculados no ano de 2015 na Escola Estadual Carolina

Silva, localizada no município de Vazante-MG, e que se encontram dentro dos

critérios de inclusão proposto pelo projeto. No geral a escola conta com um total de

456 alunos matriculados.

Para realização do projeto monográfico alguns critérios foram observados:

como critérios de exclusão e de inclusão.

55

3.4.1 Critérios de exclusão

Foram excluídos da pesquisa estudantes não matriculados, que não assinaram

o Termo de Consentimento (Anexo A).

Todos os estudantes que se encontram em tratamento medicamentoso para

qualquer tipo de anemia e os que se declararam porta algum tipo de anemia ou

doenças hematológicas.

3.4.2 Critérios de inclusão

Foram considerados incluídos na pesquisa, todos os estudantes regularmente

matriculados, que preencheram o Termo de Consentimento e que não se encontram

em tratamento medicamentoso para anemia ferropriva.

3.5 Análise estatística

Os dados foram lançados em uma planilha onde os dados obtidos foram

tabulados e analisados através do Software Excel (versão 2007), calculando-se a

média e o desvio-padrão, comparando os valores encontrados com os valores de

referencia para hemoglobina, ferritina e ferro sérico em adolescentes de 15 a 17

anos de acordo com os critérios da OMS.

Em seguida, os resultados obtidos foram apresentados em forma de gráficos

com respectivos valores e percentuais. Para cada variável foi realizada a análise

estatística da amostra, referente á analise socioeconômica e análise alimentar.

3.6 Instrumentos utilizados

Para a realização do presente estudo foi selecionados artigos científicos

baseados em bancos de dados como Scielo, PubMed, Bireme, Biblioteca Virtual de

Saúde e sites de busca como o Google Acadêmico, livros e revistas que tragam de

forma confiável informações condizentes como o assunto tratado na pesquisa.

Foi utilizado também o termo de consentimento (Anexo A), questionário

socioeconômico (Anexo B) e questionário nutricional (Anexo C) que são auto-

preenchíveis composto com as seguintes questões: identificação do entrevistado -

56

condições socioeconômicas como idade, sexo, renda per capita, e escolaridade.

Também foi utilizado questionário nutricional de frenquência alimentar dos

adolescentes em estudo.

Para a avaliação da dosagem do hemograma foi utilizado 4 ml de sangue

venoso colhido usando tubos a vácuo com anticoagulante EDTA K3 vacuette, agulha

25x7mm, algodão, garrote, pincel retroprojetor, tubos de vidro, ponteiras amarelas e

azuis, pipetas, laminas, lamínulas, microscópio, álcool 70%, corante para

hemograma.

3.7 Aspectos éticos

Todos os envolvidos no projeto foram bem informados sobre os objetivos de

estudo e assinaram termo de consentimento livre e bem esclarecido. Os

participantes tiveram a segurança de transmite seus dados, pois foram informados a

respeito das recomendações da Resolução 96/1996 do Conselho Nacional de

Saúde/Ministério da Saúde, onde informa que: não podem ser divulgado nome dos

participantes, em caso de falecimento serão retirados os nomes e não serão

expostos os resultados obtidos. (VIEIRA; HOSSNE, 2001).

3.8 Desenvolvimento do estudo

O presente estudo foi realizado no período de março a julho de 2015, com os

alunos do 1° ano do ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva da cidade de

Vazante-MG que se encaixem dentro dos critérios de inclusão. Em seguida os dados

serão analisados de agosto a dezembro de 2015.

Houve um contato inicial com a diretora da instituição através de um ofício,

solicitando sua eventual colaboração e permissão para que a pesquisa possa ser

realizada. Após autorização da diretora foi marcada uma reunião para que

estudantes fiquem bem informados sobre a pesquisa.

Marcada a reunião foram explicadas todas as questões pertinentes ao

assunto, a fim de tornar totalmente esclarecidas todas as atividades realizadas

durante o projeto e eventuais dúvidas. Com a finalidade de que todos os

participantes assinassem o termo de consentimento (Anexo A) depois de declarar

entendido sobre o assunto abordado no projeto.

57

Em seguida, os integrantes responderam um questionário socioeconômico e

nutricional (Anexo B e Anexo C), que contribuiu para a realização do presente

estudo e foi agendado o dia da coleta.

3.8.1 Orientação da coleta

Os participantes foram orientados sobre aos procedimentos para a realização

da coleta onde é necessário um jejum de 8 horas para coleta dos exames, evitando

lipemia das amostras. Também foram informados aos participantes que deveriam

evitar exercícios físicos na véspera e foi questionado o uso de algum medicamento.

3.8.2 Coleta e transporte

A coleta de material biológico foi realizada mediante a assinatura do termo de

consentimento a o preenchimento dos questionários, e de acordo com o termo de

inclusão.

A coleta foi realizada no turno da manhã, pela acadêmica Dábila Aparecida de

Oliveira e a biomédica Camila Rodrigues funcionária do Laboratório Municipal de

Vazante-MG.

Para a coleta foi utilizado tubos a vácuo com anticoagulante EDTA, agulha

25x0,8mm, piloto, garrote, luvas, algodão embebida em álcool etílico a 70%;

descarte de material pérfuro-cortante.

Foi coletado 4 ml de sangue venoso para análise do sangue total, levando em

consideração as seguintes condições:

Organizado todo o material da coleta;

Identificação dos tubos;

O paciente acomodado de forma que ele se sinta bem;

Lavar e secar as mãos;

Calçar luvas;

Verificar o local adequado garroteando para a estase venosa, não

ultrapassar o tempo máximo de um minuto, evitando assim, a

hemoconcentração;

58

Fazer antissepsia do local escolhido no antebraço com algodão

embebido em álcool etílico a 70%; primeiro, do centro do local de perfuração

para fora, em sentido espiral e após, de baixo para cima, forçando uma

vascularização local, nunca tocar o local da punção após antissepsia, exceto

com luvas estéreis.

Posicionar a agulha com o bisel para cima, e fazer a punção;

Após a realização da punção houve a uma compressão no local,

mantendo o braço estendido;

O transporte das amostras biológicas obedeceu rigorosamente às normas de

biosegurança vigentes no país. Portanto foram respeitadas as normas da seguinte

forma:

a) As amostras foram caminhadas dentro de caixas térmicas

impermeáveis e higienizáveis para que garantam a estabilidade das mesmas

até a chegada ao laboratório com temperatura de 2° a 8°C;

b) Se necessárias temperaturas inferiores, utilizar gelo seco;

c) A caixa térmica foi identificada, “Risco Biológico”;

d) As amostras foram colocadas separadas e não soltas dentro da caixa

térmica com o auxilio de estantes para tubos;

e) As amostras foram acondicionadas de forma a evitar vazamento e

contaminação;

f) Fechou a caixa e foi identificada com o remetente e o destinatário.

g) A caixa térmica foi bem vedada e fixada para não virar durante o

transporte e protegidas do sol e de umidade;

h) O transporte das amostras não ultrapassou de 8 horas.

O transporte das amostras foi sob a responsabilidade da estagiária do curso

de Biomedicina da Faculdade TECSOMA, Dábila Aparecida de Oliveira, até o

laboratório desta instituição para que possa ser feito a análise.

3.8.3 Análise

Chegadas às amostras no laboratório foram condicionadas de forma

adequada para análise.

Para o diagnóstico da anemia ferropriva realizou o hemograma completo:

eritrócito, hemoglobina, hematócrito, VCM, HCM, CHCM, leucograma, dosagem de

59

ferro sérico e dosagem de ferritina para os alunos que apresentaram ferro sérico

inferior o valor de referência.

3.8.3.1 Contagem de Eritrócitos

O método para contagem de eritrócitos foi efetuado com o auxílio da câmara

de Neubauer, onde foram pipetados 0,02ml da amostra de sangue juntamente com

diluente de Rayen nos retículos da câmara, evitando excesso de líquido e bolhas de

ar. Logo após foi aderido à lamínula firmemente a câmara, deixando repousar por

dois minutos para sedimentação dos glóbulos. Em seguida foi feita a focalização no

microscópio para localizar o retículo e fazer a contagem conforme a distribuição

uniforme dos eritrócitos. A diluição utilizada foi de 1:200, dessa forma com o número

de eritrócitos obtidos na contagem fez-se o calculo para saber o valor total de

eritrócitos de forma que:

Equação 4- Cálculo para contagem de eritrócitos na câmara de Neubauer

N° total de eritrócitos = n° de eritrócitos x 200 x 5 x 10

Fonte: HENRY, 2008 p. 56

3.8.3.2 Dosagem de hemoglobina

A dosagem da hemoglobina foi realizada após a lise dos eritrócitos e

estabilização da hemoglobina. Em seguida realizou a leitura colorimétrica

(cianometa-hemoglobina) pela densidade óptica medida em espectrofotômetro.

3.8.3.3 Obtenção hematócrito

O método para obtenção do hematócrito foi por meio da centrifugação de

capilares de vidro contendo amostra de sangue do paciente e em seguida foi feita a

leitura dos capilares usando a escala própria.

60

3.8.3.4 Cálculo dos Índices hematimétricos

Concentrações de eritrócitos e de hemoglobina e o valor do hematócrito

podem ser usados para o cálculo dos índices hematimétricos, o que definem o

tamanho e o conteúdo de hemoglobina do eritrócito podendo informar o diagnóstico

de anemia ferropriva. Os principais índices hematimétricos são: volume corpuscular

médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de

hemoglobina corpuscular média (CHCM). (LORENZI, 2006).

3.8.3.5 Leucograma

Para contagem de leucócitos foi utilizado à câmara de Neubauer. A contagem

foi feita da seguinte forma:

Pipetou 0,4ml do líquido de Turk no tubo;

Com uma pipeta automática, adicionou 0,02ml de sangue;

A ponteira foi limpa com papel filtro;

Transferiu os 0,02 ml de sangue para o tubo diluidor, lavando com ele o

interior da pipeta por aspiração e expulsão do liquido, a diluição foi de 1:20;

Agitou o tubo suavemente por dois minutos;

Foi feito o enchimento dos dois retículos da câmara de contagem,

evitando excesso de líquido e bolhas de ar sob a lamínula, aderindo

firmemente à câmara por compressão daquela sobre esta, cobrindo ambos os

retículos;

Deixou repousar de um a dois minutos para sedimentação dos

glóbulos;

Foi feito a focalização da preparação com pequeno aumento no

microscópio para localizar o retículo e observar a distribuição uniforme dos

leucócitos. Em seguida, observou com aumento de 40x ou 100x.

Foi feito a contagem de todos os leucócitos encontrados nos

quadrantes da câmara de Neubauer.

Após a contagem de Leucócitos na câmara de Neubauer faz o seguinte

cálculo:

61

Equação 5- Cálculo para contagem de Leucócitos

N° de leucócitos totais = n° de leucócitos x 50.

Fonte: HENRY, 2008, p. 61

Figura 7 – Câmara de Neubauer e seus respectivos campos

Fonte: TIMM, 2005, p.29

3.8.3.6 Dosagem de ferro sérico

Para a realização da dosagem de ferro sérico o paciente deve esta de jejum

por pelo menos 8 horas. A coleta foi realizada preferencialmente pela manhã assim

que o aluno chegar a escola. O método utilizado foi o colorimétrico. O kit utilizado:

Fer-color AA-Wiener Lab. 2000-Rosário Argentina, referência: 1492360, lote:

1312129290. Para que a dosagem possa ser foi utilizado o soro do aluno.

3.8.3.7 Dosagem de ferritina

A dosagem da ferritina foi feita por meio da técnica de turbidimetria, utilizando

o aparelho bioclin 1000, lote do kit 0021. Onde foi avaliada a pequena quantidade de

ferritina presente no soro do paciente após um jejum de 8 horas. A Dosagem de

ferritina foi feita somente de três alunos, os quais apresentaram a dosagem de ferro

sérico inferior ao normal.

62

3.8.4 Liberação dos resultados/laudos

Após a conclusão dos exames os laudos foram feitos e liberados de acordo

com a Resolução da ANVISA RCD. 302, onde relata que esses deveriam conter

dados pessoais do paciente, data da coleta, data da liberação, identificação do

laboratório onde foram realizados os exames e assinatura do responsável técnico.

63

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Escola Estadual Carolina Silva contava com 55 alunos matriculados no

primeiro ano do ensino médio no ano de 2015, porém somente 19 adolescentes

foram autorizados a participar da pesquisa de acordo com os critérios de inclusão.

Destes, foram realizados exames hematológicos e bioquímicos, questionário

socioeconômico e nutricional na faixa etária de 15 a 17 anos de idade.

As informações foram analisadas e processadas de modo ordenado e

coerente, sendo que os dados foram agrupados e apresentados em gráficos e

tabelas.

Gráfico 1 - Prevalência das idades dos adolescentes matriculados no primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a

julho de 2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico acima representa a prevalência de idades dos adolescentes

pesquisados, onde 69% o equivalente a 13 alunos tem a idade de 15 anos, 26%

corresponde a 5 alunos com idade de 16 anos e 5%, 1 aluno corresponde a idade de

17 anos. Podemos concluir então que a média das idades dos adolescentes

pesquisados era de 15 anos de idade.

Frutuoso, Vigantzky e Gambardella (2003) afirmam em seu trabalho que

devemos ter mais atenção ao grupo de adolescentes na faixa de idade de 13 a 17

anos, devido ao aumento da necessidade de ferro durante o crescimento,

principalmente entre as meninas, aumentando a suscetibilidade à anemia.

64

No entanto é na adolescência que o corpo cria uma maior necessidade de

ferro para a maturação dos eritrócitos. Nos meninos com o aumento do hormônio

testosterona estimula ainda mais a necessidade de ferro e nas meninas, a perda de

ferro durante o período menstrual. (LORENZI, 2006).

Gráfico 2 - Sexo dos adolescentes matriculados no primeiro ano do

ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante-MG, março a julho de 2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

Na amostra estudada, o maior número de adolescentes era do sexo feminino:

13 pacientes representando 68% dos pesquisados, resultado este semelhante ao

encontrado em outros trabalhos. Fato este explicado por Cristovam e outros (2013)

pela maior preocupação que as meninas teriam com a sua saúde.

65

Gráfico 3 - Número de pessoas por residência de acordo com pesquisa realizada na Escola Estadual Carolina Silva, Vazante/MG, março a julho de 2015

(n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

No gráfico acima fica expresso que a maioria das famílias entrevistadas, ou

seja, 53% possui até 4 integrantes e 47% das famílias dos adolescentes tem acima

de 4 integrantes. Considerando o que se encontra no gráfico 4 - sobre renda por

família dos adolescentes, entende-se que a maioria sobrevivem com mais de um

salário mínimo, isto se traduz que apesar do bairro da escola situar na periferia do

município de Vazante-MG, a renda das famílias dos estudantes são comparadas as

famílias nível médio.

Gráfico 4 - Renda Familiar dos adolescentes pesquisados matriculados no primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Carolina Silva, Vazante/MG,

março a julho de 2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

66

O gráfico acima demonstra que 58% das famílias dos adolescentes

pesquisados o que equivale 11 famílias sobrevivem com mais de um salário mínimo

per capita, 26% o equivalente a 5 famílias com um salário mínimo por integrante, e

16% o equivalente a 3 famílias com um salário mínimo per capita ou então não

chega a um salário por pessoa, contradizendo com as pesquisas de Frutuoso,

Vigantzky e Gambardella (2003) e França (2006). Onde a manifestação da anemia

ferropriva tem maior prevalencia em família de classe baixa e em países

subdesenvolvidos.

No Brasil, vários estudos têm verificado associação entre anemia e situação

socioeconômica. É nesse sentido, que o estudo de Martins e outros reiteram de

forma extremamente clara o quanto a ocorrência dessa carência nutricional é

socialmente determinada dependendo, portanto, da situação de classe, imposta pelo

sistema político social vigente em países do Terceiro Mundo, como o nosso país.

Gráfico 5 - Tipo de água consumida pelos adolescentes pesquisados da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante/MG, março a julho de 2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com o gráfico, 21% o que corresponde a 4 dos pesquisados

consome água mineral e 79% o equivalente a 15 consomem água tratada lembrando

que o todo município de Vazante é reabastecido de água tratada e saneamento

básico.

67

A água tratada ou potável é uma substância indispensável para a

sobrevivência. Assim o consumo de água de tratada ou mineral é de grande

relevância para uma boa qualidade de vida.

Ao consumir água sem tratamento de rios, açudes, córregos a pessoa pode

contaminar alguma doença ou ainda parasitoses intestinais. Contaminações por

parasitas como: Ancylostoma duodenale, Trichuris trichiura e Ascaris lumbricoides

que penetram na mucosa do intestino causando ulcerações e grande perda de

sangue podendo levar o paciente ao quadro de anemia por deficiência de ferro, por

causa da penetração do parasita na mucosa do intestino resultando grande perda de

sangue.

Gráfico 6 - Alimentação dos adolescentes pesquisados na Escola Estadual Carolina Silva, baseado em carboidratos, Vazante/MG, março a julho de 2015

(n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 6 demonstra a alimentação dos adolescentes pesquisados baseado

em carboidratos: arroz, feijão e macarrão. Exprime que a alimentação de

carboidratos de 1- 3 vez ao dia: 98% equivalente a 18 dos entrevistados consomem

arroz, 75% (14) consomem feijão e 52% (10) alimentam de macarrão. Alimentação

de carboidratos de 1-6 vez por semana: 2% arroz carrespondente a 1 dos

entrevistados, 25% equivalente a 5 consomem feijão e 48% o equivalente a 9

consomem e nenhum dos entrevistados nunca consomem carboidratos.

Os carboidratos são fonte de energia para o organismo, observando o que se

encontra no gráfico, onde os adolescentes se alimentam de carboidratos pelo menos

68

1 vez ao dia, Osório (2002) afirma em seu trabalho que se os adolescentes tiverem

uma boa renda favorece um melhor acesso aos alimentos confirmando este fato o

que se encontra no gráfico 4.

Ao contrário do que se encontra no gráfico acima, o estudo feito por Maksym

e Ravazzani (2010) com adolescentes de escola estadual, revela que a maioria dos

jovens ingere maior quantidade de alimentos, porém com baixo valor nutricional.

Grafico 7 - Alimentação dos adolescentes pesquisados na Escola Estadual Carolina Silva, baseado em proteínas, Vazante/MG, março a julho de 2015

(n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

A carne vermelha que contem o ferro heme é um dos alimetos mais ricos em

ferro e mais rapido de ser absorvido expressa no gráfico uma frequencia de 58% o

equivalente a 11 dos entrevistados consome carne vermelha de 1 a 3 vez ao dia,

42% o que corresponde a 8 participantes alimentam 1 a 6 por semana e nunca

nenhum dos articipantes ficaram sem consumir carne vermelha. Circunstancia

explicada pelo pequeno número de adolescentes pesquisados que contém anemia.

Os outros alimentos contidos no gráfico serviram para mostra a qualidade e

variabilidade da alimentação dos adolescentes, rica em diversos tipos de proteínas e

outros nutrientes.

69

Gráfico 8 - Alimentação dos adolescentes pesquisados na Escola Estadual Carolina Silva, baseado em verduras e frutas, Vazante/MG, março a julho de

2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com o gráfico acima, grande parte dos adolescentes ingerem

verduras e frutas diariamente. As frutas especialmente laranja e limão contem

vitamina C responsável pela aborção do ferro no organismo. Verduras mais escuras

e vegetias verdes são ricos em ferro. Contudo, a maioria dos adolescentes

pesquisados tem uma boa nutrição, podendo ter uma absorver grande quantidade

do mineral ferro na alimentação.

Os estudos de Maksym e Ravazzani (2010) relatam que a adolescência é

considerada especialmente vulnerável em termos de alimentação por várias razões,

sendo um dos momentos mais críticos justificado pelo fácil acesso e o incentivo

através da propaganda ao consumo de refeições rápidas podendo, também

modificar o hábito alimentar dos adolescentes.

Diante dos gráficos 6, 7 e 8 podemos observar a qualidade de vida e da

alimentação dos adolescentes, considerando que a escola pode interferir nesses

parâmetros, já que estes adolescentes permanecem parte do seu dia na escola,

fazem uma ou mais refeições no local comendo muitas vezes alimentos de baixo

valor nutricional ou não.

Também a escola pode orientar esses adolescentes sobre a importância de

manter uma vida saudável, com alimentação balanceada com menos carboidratos,

mais verduras, legumes e frutas, e assim torná-los multiplicadores de bons hábitos

de vida.

70

Os principais problemas envolvendo nutrição e alimentação decorre do

excesso ou carência de determinados nutrientes. Segundo estudiosos, os problemas

relacionados ao excesso de nutrientes, como obesidade, ou a carência destes, como

desnutrição e anemia, devem configurar entre as prioridades das ações atuais em

saúde. A história natural das chamadas deficiências nutricionais tem seu início na

qualidade da dieta. Os sinais e/ou sintomas destas doenças ocorrem após um

período constante de inadequação no consumo alimentar. (World Health

Organization, 2001).

Gráfico 9 – Relação dos níveis de hemoglobina dos adolescentes pesquisados da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante/MG, março a julho de 2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS) o valor de hemoglobina para

adolescentes normais é 11,5 a 13,0 g/dl. De acordo com o gráfico, 21% dos

adolescentes estiveram dentro desse valor de normalidade. Isto significa que esses

adolescentes pesquisados estão absorvendo o ferro necessário na sua dieta para

que a hemoglobina possa exercer sua função corretamente.

Índices acima de 13,0 g/dl é um sinal de problema também. Quando acumula

o mineral em quantidade superior à necessária é chamado de hemocromatose -

alteração genética que faz com que o organismo absorva o ferro em quantidades

maiores ou não faça sua eliminação adequada. O excesso deste no sangue pode

71

provocar ferrugem nos órgãos, causando consequências distintas para cada parte

do corpo. No fígado, altos níveis do mineral podem causar cirrose; no pâncreas,

diabetes; no coração, insuficiência cardíaca; nas glândulas, mau funcionamento e

problemas na produção hormonal. Lembrando que não são todas as pessoas que

contem o nível de hemoglobina elevado que desenvolve esses problemas mais

sérios. (HAMERSCHLAK, 2008).

Ainda analisando o gráfico acima, apenas 5% dos pesquisados apresentou

um valor inferior ao normal. Estudo condizente com os estudos de Frutuoso (2003),

onde um pequeno número de adolescentes teve o seu nível de hemoglobina abaixo

do limite. Contudo valor inferior a 11,5 g/dl de hemoglobina é considerado pela OMS

anêmico por deficiência de ferro, sugerindo que a sua alimentação esta deficiente do

mineral ferro, perdas sanguíneas excessivas ou diminuição da absorção do ferro

pela mucosa intestinal.

Silva (2007) afirma que a anemia é definida como a situação clínica em que o

conteúdo de hemoglobina (Hb) do sangue está abaixo dos valores normais para

idade, sexo, estado fisiológico e altitude, sendo que a redução dos níveis séricos de

ferritina se constitui em um indicador precoce da deficiência de ferro.

Gráfico 10 – Avaliação dos níveis de ferro sérico dos adolescentes pesquisados da Escola Estadual Carolina Silva, Vazante/MG, março a julho de

2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

72

De acordo com o kit utilizado para dosagem de ferro sérico (Fer- color AA-

Wiener Lab. 2000-Rosário Argentina), os intervalor de referência para adolescentes

varia de 50 a 120 µg/dl para pré-escolar e escolar. Analisando o gráfico, 10% dos

adolecentes apresentaram o valor de ferro sérico abaixo do normal, 80%

adolescentes estiveram com os níveis de ferro sérico normal e 10% adolescentes

inferior ao normal. Condizentes com o estudo do Papa e outros (2003), onde 14%

dos pesquisados apresentaram ferro sérico abaixo do normal.

Considerando o presente estudo concentrações baixas de ferro sérico são

encontradas em pacientes com anemia ferropriva, mas também como resposta à

infecção, inflamação e doenças crônicas. Ferro sérico baixo não indica

necessariamente diminuição ou ausência de estoque de ferro, o valor baixo do

mineral só será indicado como anemia ferropriva quando assemelha a outros

parâmetros como a dosagem de ferritina. (Papa et al, 2003).

Ainda de acordo com Silva (2007) a anemia é o último estágio de depleção do

ferro. Inicialmente ocorre depleção de ferro nos depósitos com diminuição do ferro

sérico. A seguir diminui a mobilização de ferro dos estoques, reduzindo a

concentração de ferritina.

Gráfico 11 – Avaliação dos níveis de ferritina dos adolescentes pesquisados da

Escola Estadual Carolina Silva, Vazante/MG, março a julho de 2015 (n=3)

Fonte: Dados da pesquisa

73

O gráfico 11 expressa os níveis de ferritina dosado em 3 adolescentes que

apresentaram ferro sérico inferior aos níveis de referência. A OMS e vários autores

consideram que existe depleção de ferro quando o nível de ferritina sérica é inferior

a 10 a 160,0 mg/dL.

De acordo com o gráfico apenas 33% o equivalente a 1 dos adolescentes

apresentaram um valor inferior ao normal característico de anemia por deficiência de

ferro. Isto significa que o adolescente não tem em seu organismo estoque de ferro

necessário para fabricação de hemoglobina sendo característico de anemia

ferropriva.

Os demais pesquisados manifestaram valor de ferritina normal. Significando

que esses, estão tendo uma boa absorção do mineral ferro na dieta, confirmando o

que se encontra nos gráficos 6,7 e 8.

Gráfico 12 – Adolescentes pesquisados matriculados no primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Carolina Silva, quanto á presença de anemia

ferropriva, Vazante/MG, março a julho de 2015 (n=19)

Fonte: Dados da pesquisa

Do total de exames realizados e analisados, foi encontrado somente um

adolescente com diagnósticos de anemia ferropriva representando 5% do total dos

pesquisados. Similar aos estudos de Frutuoso, Vigantzky e Gambardella (2003) e

Vitalle e outros (1996), no município de São Paulo verificando um percentual de

7,0% e 7,7% respectivamente.

Segundo França (2006) essa prevalência de adolescentes com anemia

ferropriva é coerente com os estudos realizados em alguns países europeus e nos

74

Estados Unidos da América, com uma média de 4% e 2% dos jovens pesquisados,

valor concordante também aos estudos realizados na Austrália, Canadá e Suécia.

De acordo com Frutuoso, Vigantzky e Gambardella (2003) dentre os fatores

de risco para deficiência de ferro na adolescência, podem ser citados o incremento

das necessidades nutricionais (em conseqüência da maior velocidade de

crescimento e da menstruação) e os hábitos alimentares inadequados, como

omissão de refeições, consumo frequente de alimentos que contêm baixo teor de

ferro e elevado teor de carboidratos e gordura, dietas da moda.

Este tipo de anemia é caracterizado pela diminuição da taxa de hemoglobina

e do hematócrito, os depósitos de ferro tendem a se esvaziar com isto pode ser

observado pela diminuição do mineral contido no organismo, bem como também

pela redução de ferritina do plasma e progredindo a deficiência de ferro ou excesso

de perda, observamos também a queda do ferro sérico. Ainda é do tipo microcítica e

hipocrômica como mostram a figura 8 da paciente diagnosticada com anemia no

presente estudo. Contudo o mais importante em diagnosticar uma anemia é também

saber a causa para tratar. (MARTINS, 2011; MARIANO et al, 2003).

Figura 8- Lâmina paciente com anemia ferropriva

Fonte: Elaborado pelo autor

75

TABELAS 2 – Adolescentes pesquisados matriculados no primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Carolina Silva, quanto à prevalência de

anemia ferropriva segundo o sexo, Vazante/MG, março a julho de 2015 (n=19)

Sexo Com anemia Sem anemia

n % n % Feminino 1 5,26% 12 63,15% Masculino 0 0% 06 31,59%

Total 1 5,26% 18 94,74% Fonte: Dados da pesquisa

Nos adolescentes pesquisados na Escola Estadual Carolina Silva quanto à

prevalência de anemia, identificou um maior percentual de adolescentes do sexo

feminino, enquanto no sexo masculino não foi encontrado nenhum aluno com essa

doença. Fato explicado pelas perdas sanguíneas decorrente da menstruação

mensal juntamente com o crescimento e aumento da massa corporal nas meninas.

Semelhante aos estudos de Fujimori, Szarfarc e Oliveira (1996), Cardoso e

Penteado (1994), Frutuoso, Vigantzky e Gambardella (2003).

Considerando o estudo, quanto às vantagens dos resultados, destaca o fácil

acesso ao material biológico, a boa alimentação dos alunos pesquisados, muitos

apresentarem uma boa renda per capita, níveis de hemoglobina, ferro sérico e

ferritina dentro do valor de normalidade. Esses são fatores que contribuíram com a

pouca prevalência de anemia ferropriva nos adolescentes pesquisados.

76

5 CONCLUSÃO

A anemia ferropriva destaca-se como uma das principais alterações

hematológicas decorrentes da carência nutricional entre os adolescentes escolares.

Diversos são os fatores desencadeantes, destacando-se a necessidade aumentada

do mineral para o crescimento, aumento da massa corporal, perdas sanguíneas e

dieta pobre em ferro. É também nessa faixa de idade que os jovens completam sua

maturação sexual e óssea exigindo uma grande absorção de ferro na dieta.

Considerando os resultados encontrados neste trabalho, a anemia por

deficiência de ferro manifestou em 5% do total de adolescentes pesquisados.

De acordo com Word Health Organization (2001) essa prevalência é

considera normal para a população pesquisada. Essa incidência foi diretamente

relacionada à renda per capita das famílias, a água tratada, a alimentação e aos

níveis de hemoglobina, ferro sérico e ferritina.

É sugerido à escola contar com ajuda de um profissional da saúde para que

possa balancear a dieta desses estudantes que apresentou uma boa variabilidade

na alimentação, porém, às vezes, quantias inadequadas para ao consumo diário,

evitando assim doenças posteriores como obesidade, hipertensão e diabetes.

Quanto à deficiência de ferro apresentado por alguns alunos, a escola pode

atuar utilizando a suplementação do ferro nas merendas escolar para que o

consumo prolongado possa melhorar a condição nutricional dos adolescentes.

Como mostra os estudos de Fujimori, Szarfarc e Oliveira (1996) sobre maior

prevalência de anemia em adolescentes do sexo feminino, a escola devera ter mais

atenção a este grupo escolar, considerando que no presente estudo teve uma maior

manifestação de anemia ferropriva neste sexo.

Este trabalho torna evidente a importância do investimento pelas escolas em

palestras preventivas, ressaltando os cuidados necessários para essa idade e sexo,

visto que é nesta faixa de idade a maioria das adolescentes apresentam a menarca

e mudança corporal.

No entanto, a escola situada na periferia do município de Vazante-MG, quanto

ao nível socioeconômico das famílias pesquisadas, são comparadas a famílias de

capitais e países desenvolvidos, vindo de encontro com a baixa manifestação desta

doença como vários autores citam em seus estudos sugerindo que a anemia

ferropriva esta intimamente relacionada à renda familiar e escolaridade dos pais.

77

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81

APÊNDICES

82

83

APÊNDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Resolução nº 196/96 – Conselho Nacional de Saúde

O Sr (a) está sendo convidado (a) a participar da Pesquisa intitulada: Avaliação da incidência de anemia ferropriva em alunos do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Carolina Silva. Este estudo tem como objetivo: avaliar a incidência de anemia ferropriva em adolescentes estudantes da Escola Estadual Carolina Silva.

Ao convidado será aplicado um questionário referente à sua rotina de consumo de bebida alcoólica. Neste não constará nenhum dado pessoal do entrevistado. Não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada à sua participação de colaborar no conhecimento científico. Seu nome não aparecerá em qualquer momento do estudo e sua participação é voluntária.

Este receberá uma cópia deste termo onde consta o celular/e-mail do pesquisador responsável, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Desde já agradecemos!

Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento. Sujeito da Pesquisa: ______________________________________________ Paracatu, _____ de__________________ 2013

________________________________ Assinatura do Declarante

_________________________ ______________________________ Acadêmica Coordenação Dábila Aparecida de Oliveira MSc. Claudia Peres da Silva Em caso de dúvida em relação a esse documento, poderá entrar em contato com o telefone da Faculdade TECSOMA, pelo telefone (38) 33115800 ou pelo telefone da Acadêmica Dábila Aparecida de Oliveira (34) 98179044 ou pelo e-mail: [email protected] ou [email protected].

84

APÊNDICE B- QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO

Iniciais: _____________________________________________________________

Data de Nascimento: __/ __/ _______ Sexo: _________________ Serie: _________

Idade: ___________

Profissão: ________________________Grau de escolaridade:_________________

Bairro: ___________________________________________________________

Cidade/Estado: _______________________________________________________

01- Quantas pessoas moram na sua casa incluindo você?

( ) Nenhum ( )Um ( )Dois ( )Três ( )Quatro ou mais

02- Qual sua renda familiar (salário mínimo)?

( ) Menos de 1 salário mínimo

( ) 01 salário mínimo

( ) Acima de 1 salário mínimo

03- Das pessoas que compõem seu grupo familiar, algum (ns) dele (s) atualmente

estuda (m)? ( ) Não ( ) Sim. Quantos?_____________________________

04- Se a resposta anterior foi SIM, responda quanto:

Em escola pública: ____________________________________________________

Em Universidade pública: _______________________________________________

Em escola particular: __________________________________________________

Em Universidade particular: _____________________________________________

05-Você é portador de algum tipo de anemia? ______________________________

06- Você esta fazendo uso de algum tipo de medicamento para anemia?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

07- Você e sua família têm acesso a saneamento básico? ( ) Sim ( ) Não

08- Qual o tipo de tratamento de água consumida para beber e para cozinhar em

residência? ( ) Encanada-tratada ( ) Filtrada

( ) Mineral ( ) Poço artesiano

85

APÊNDICE C- QUESTIONÁRIO NUTRICIONAL

Questionário de Frequência Alimentar Alimento/ Quantidade

+ de 3 vezes/ dia

2 a 3 vezes/ dia

1 vez ao dia

5 a 6 vezes/ semana

2 a 4 vezes/ semana

1 vez semana

1 a 3 vezes/ mês

Quase nunca

Nunca

Arroz

Feijão

Macarrão

Pão

Leite

Verduras/ legumes

Frutas

Ovo

Carne vermelha

Carne de frango

Carne de porco

Peixe

Vegetais verdes