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1 JOÃO MANUEL DA SILVA Proposta de Novo Modelo para Avaliação das Condições Financeiras das Empre- sas do SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFESSOR ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR RAIMUNDO NONATO SOUZA DA SILVA Rio de Janeiro, julho de 2005. FACULDADES IBMEC P P R R O O G G R R A A M M A A D D E E P P Ó Ó S S - - G G R R A A D D U U A A Ç Ç Ã Ã O O E E P P E E S S Q Q U U I I S S A A E E M M ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

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JOÃO MANUEL DA SILVA

Proposta de Novo Modelo para Avaliação das Condições Financeiras das Empre-

sas do

SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PROFESSOR ORIENTADOR : PROFESSOR DOUTOR RAIMUNDO NONATO

SOUZA DA SILVA

Rio de Janeiro, julho de 2005.

FACULDADES IBMEC

PPPRRROOOGGGRRRAAAMMMAAA DDDEEE PPPÓÓÓSSS---GGGRRRAAADDDUUUAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE PPPEEESSSQQQUUUIIISSSAAA EEEMMM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

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1 – INTRODUÇÃO 1. 1 – ASPECTOS GERAIS

As mudanças implementadas no cenário econômico nacional contribuí-

ram para o desenvolvimento de novos padrões de comportamento e gestão para admi-

nistradores das organizações, tais como: a relação entre as estratégias de crescimento

das organizações e a gestão do capital de giro. Tratar da estratégia de crescimento de

uma empresa requer atenção à conjugação dos riscos e aos retornos esperados. Durante

o processo de planejamento financeiro de uma empresa, devem ser considerados o grau

de crescimento que se pretende chegar e o impacto sobre a estrutura financeira da em-

presa, principalmente no que se refere a necessidades de capital de giro.

Assim sendo, como os estudos atuais sobre a realidade empresarial do se-

tor não são satisfatórios, procuramos quantificar os dados das empresas do ramo de

construção civil, com o propósito de identificar quais as causas que as levam a necessi-

tar de mais ou de menos capital de giro. Esse trabalho será demonstrado por meio da

análise financeira tradicional versus o Modelo Fleuriet, empregado em dez empresas. É

certo que, por questões de ética profissional, manteremos o sigilo sobre os nomes das

empresas aqui examinadas.

É possível constatar um crescente endividamento das empresas do setor

estudado. Endividamento este que nas últimas três décadas, muitas vezes, as têm levado

à falência.

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Conforme o Sinduscon:

O setor de incorporação e construção civil foi marcado por uma série de dificulda-

des, tendo em vista que enquanto o PIB industrial do país cresceu 7% de 2000 a

2003, o PIB da construção civil caiu 7,1% no mesmo período. Fatores como o baixo

poder de compra do trabalhador brasileiro, a pouca oferta de financiamento e o e-

quivocado direcionamento das linhas de crédito disponíveis, privilegiando a aquisi-

ção de imóveis usados, por exemplo, explicam estes resultados. (SINDUSCON-

RIO, ano 2 n. 17, abr. 2005, 1)

Neste contexto não houve distinções, sendo prejudicadas tanto as micro,

pequenas, médias e grandes empresas assim como também as grandes empresas, que no

decurso do período relatado diversas empresas do setor faliram, conforme foi divulgado

nos jornais como Monitor Mercantil, O Globo, etc.

Como nossa atividade está diretamente ligada à conservação da riqueza

patrimonial das empresas, independente da quantidade dos recursos disponibilizados

para a geração de riqueza, resolvemos estudar melhor o problema do capital de giro que

tanto aflige às gerências financeiras das micro, pequenas e médias empresas do setor de

incorporação imobiliária e construção civil.

Para buscar um esclarecimento melhor sobre o assunto estudado, opta-

mos pela análise acerca da gestão das empresas, em cuja essência priorizamos o desem-

penho financeiro. Definidas as balizas que justificam o estudo, procura-se, agora, iden-

tificar as causas que fazem as empresas buscar o capital de giro de terceiros. Num se-

gundo momento, iremos apontar sugestões para reverter o problema detectado. Certa-

mente, o desenrolar dessas duas etapas vai de encontro às necessidades tanto dos empre-

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sários que já estão em plena atividade, como também dos futuros empresários, ou seja,

daqueles que desejam aplicar seus investimentos.

Segundo Sousa e Menezes (1997, p.27), administração do capital de giro

reúne vários meios que permitem efetuar diversos procedimentos gerenciais com eleva-

do grau de eficiência. O planejamento do capital de giro é uma grande fonte de contri-

buição para o sucesso de qualquer empresa.

No Brasil, esse tema tem especial relevância em função das elevadas ta-

xas de juros e da escassa oferta de crédito para o setor em questão.

Segundo Sousa e Menezes (1997, p.27) o planejamento do capital de giro

de curto prazo produz resultados que refletem a saúde financeira das empresas e a sua

imagem diante do mercado, focando-se nos ativos e passivos circulantes. Os maiores

referenciais a serem considerados são: o nível de capital de giro líquido e o orçamento

de caixa.

Com a globalização da economia, uma realidade é indiscutível em nossos

dias: as micro, pequenas e médias empresas têm que buscar, constantemente, melhores

indicadores de eficiência e competitividade para que possam sobreviver no acirrado

mundo dos negócios.

De acordo com este ponto de vista lógico, se a carência de alguns conhe-

cimentos é o principal motivo para que muitas empresas não tenham capital de giro, e,

por outro lado, se a aquisição de conhecimentos é a solução para a reversão desse qua-

dro de endividamento, devemos admitir que o conhecimento é peça chave para os em-

presários de qualquer setor. Daí, neste estudo, buscarmos dotar o gestor de conheci-

mentos elementares necessários, como por exemplo: a necessidade de capital de giro, a

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tesouraria, o capital de giro e o endividamento, capazes de aumentar a capacidade para

gerir o capital de giro em uma empresa.

Se este conhecimento é fundamental para a mudança de práticas tão re-

sistentes pela cultura, acreditamos, por hipótese, que os pequenos e médios empresários,

a partir do momento em que se tornarem cada vez mais capacitados para o exercício de

suas atividades empresariais e incorporarem os princípios básicos da administração fi-

nanceira, aumentarão, por conseguinte, sua renda sobre o investimento. O que significa

dizer que eles terão mais capital de giro próprio e, desta forma, não mais necessitarão de

capital de terceiros para incrementar suas atividades.

Já do ponto de vista acadêmico, não temos a intenção de esgotar um tema

tão complexo como este. No entanto, buscamos dar algum tipo de contribuição, com

nossos estudos, aos pequenos e médios empresários que visam desenvolver suas ativi-

dades empresarias no setor estudado.

Com convicção, o maior êxito de Fleuriet (1980) foi o de aplicar, de mo-

do eficaz e eficiente, sua teoria da dinâmica financeira à prática administrativo-

financeira brasileira, inclusive nas empresas deste.

Todavia, devemos ressaltar que a teoria fleurietiana tem sido largamente

aplicada, com mais sistematização técnica, nas organizações de grande porte, princi-

palmente no que se refere ao planejamento de longo prazo. Já nas micro, pequenas e

médias empresas, esse modelo vem sendo menos empregado apesar de também traba-

lharem com o planejamento de longo prazo.

Certamente, como as organizações de grande porte executam o planeja-

mento financeiro de longo prazo, é necessário que, ao se investigar as microempresas,

as pequenas e as médias empresas, não se negligencie o fato de que essas empresas tra-

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balham com planejamento financeiro de curto prazo em função de seus recursos finan-

ceiros serem menores.

Diante dessas considerações, não nos falta a convicção tanto sobre a efi-

cácia e a eficiência da aplicação da teoria fleurietiana nas pequenas e médias empresas

quanto sobre a coerência e a coesão técnico-científicas que este modelo assegura ao

estudo a ser realizado.

Assim, quer do ponto de vista do senso comum como do ponto de vista

crítico, constata-se que os principais problemas que afetam o setor de construção civil

são:

1 – A falta de conhecimento da gestão administrativo-financeira, particular-

mente no que diz respeito a tomadas de decisões, a saber:

a) - Qual a modalidade de apoio financeiro que as empresas do setor estu-

dado buscam?

2 – As modalidades de financiamento, a saber:

a) Qual a melhor estratégia a ser adotada pelo empresário do setor es-

tudado no que se refere à liquidação de um financiamento?

b) Qual o período de carência mais adequado para um empréstimo feito

por uma empresa do setor estudado?

Por meio do exercício de busca das sugestões para as questões acima de-

lineadas, iremos construir alguns instrumentos necessários para estabelecer os meios

que viabilizem o desenvolvimento do setor empresarial estudado no município do Rio

de Janeiro.

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1. 2 – OBJETIVOS DO ESTUDO

O tema selecionado para o desenvolvimento deste estudo – Proposta de

Novo Modelo para Avaliação das Condições Financeiras das Empresas do Setor de

Construção Civil – uma abordagem com base no Método Fleuriet, tem por objetivo ge-

ral estudar o caso representativo de dez Micro, Pequenas e Médias Empresas do setor,

no âmbito da atividade produtiva.

Como objetivos específicos, devemos: identificar e analisar as estratégias

de gerenciamento do capital de giro de algumas empresas do setor.

1. 3 – RELEVÂNCIA

As Micro, Pequenas e Médias Empresas têm grande relevância para a

economia brasileira, tendo em vista que colaboram com 60% dos empregos disponíveis,

mas têm acesso a apenas 10% de todo crédito disponível, conforme está publicado na

revista Pequena Empresas Grandes Negócios (2004, n.º 185, 69), dentro deste contexto,

surge a necessidade de maiores recursos financeiros para fazer face ao nível de ativida-

des empreendida pelas empresas que compõem o setor, para financiar os investimentos

necessários tais como: investimento em ativos permanentes, investimentos em capital de

giro entre outros.

Por outro lado, dados do SEBRAE, informam que 84,79% das empresas

constituídas legalmente no Brasil são pequenas e média empresas. Das quais 64% das

mesmas são exportadoras na qualidade de negócios de pequenas e médias empresas, e

cujo resultado representa 7,6 bilhões de dólares em vendas para o mercado externo.

(SEBRAE, 2004).

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Segundo manchete publicada no jornal Monitor Mercantil de 14 de abril

de 2005, intitulada, “Sem emprego, brasileiros buscam o próprio negócio”, o Brasil é o

7º país mais empreendedor do mundo, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship

Monitor (GEM), divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro, Pequenas e Mé-

dias Empresas (SEBRAE). O nível de empreendedorismo é determinado pela percenta-

gem de pessoas entre 18 e 64 anos que abriram um negócio há, no máximo, 42 meses (3

anos e meio).

A taxa no Brasil é de 13,5%. Na frente, está o Peru, com 40,3% e, na úl-

tima colocação, o Japão (1,5). A pesquisa da GEM analisou o empreendedorismo em

34 países ano passado, o que significa 73 milhões de empreendedores.

Em número absoluto, o Brasil é o segundo país com mais gente que gere

seu próprio negócio: 15,37 milhões, dos quais apenas 14% têm formação superior

(completa ou incompleta). No Brasil, 52% dos empreendedores optaram pelo negócio

próprio devido ao desemprego no país. Sem mercado e orientação, porém, a grande

maioria fecha as portas ainda no primeiro ano.

De acordo com a pesquisa, há dois tipos de empreendedores. Os que se

tornam empreendedores por oportunidade – por vocação ou por encontrar algum nicho

de mercado pouco explorado – ou por necessidade – quem não encontrou outra forma

de gerar renda.

No Brasil, dos 15,37 milhões de empreendedores, 52% estão na categoria

necessidade e 46.% na categoria oportunidade e 2%, não estão em nenhuma das catego-

rias. A taxa de pessoas que abrem o próprio por necessidade é considerada alta.

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Segundo o diretor-geral do GEM Brasil, Marcos Muller Schlemm, em

entrevista concedida ao jornal Monitor Mercantil: “tal situação é comum nos países de

baixa renda, como os da América Latina”.

Para estudar, identificar e analisar as estratégias de gerenciamento do

capital de giro, de dez empresas do setor, será utilizado o modelo Fleuriet (modelo di-

nâmico de gestão financeira de empresas) tais como: Saldo de Tesouraria (T), necessi-

dade de capital de giro (NCG) ou investimento operacional em giro (IOG) e capital de

giro (CDG).

1. 4 – DELIMITAÇÃO

Em nossa amostra foram consideradas as micro, pequenas e médias em-

presas do setor de incorporação e construção civil na cidade do Rio de Janeiro, cuja re-

ceita fosse igual ou inferior a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), as quais encon-

tram-se enquadradas no perfil das empresas que nos propomos estudar. Segundo SE-

BRAE Paraíba (crédito orientado de 15/06/2005), classifica-se de micro, pequena e mé-

dia empresa para efeito de financiamento em função do faturamento bruto anual:

� Microempresa - até R$ 433.755,14

� Pequena empresa - entre R$ 1.200.000,00 e R$ 2.133.222,00

� Média empresa - acima de R$ 2.133.222,00

No entanto, o site acima não classifica a faixa superior do faturamento

das médias empresas.

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Entendemos que esta classificação seja considerada pelo SEBRAE em

termos nacional, apesar de não termos o encontrado no site do SEBRAE (RJ). Mas, de

qualquer modo servirá para balizar o intervalo de faturamento nos definido.

Não vamos citar a razão social das empresas estudadas, tendo em vista

que não obtivemos autorização de seus proprietários pra tal. Desta forma, relacionamos

as empresas na seguinte seqüência: “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G”, “H”, “I”, “J”.

1. 5 – METODOLOGIA

Sem dúvida, pela necessidade de fazer uma ilustração do conteúdo teóri-

co, adotamos o método do estudo de caso e o método comparativo. O método do estudo

de caso nos fornece meios para organizar os dados em um universo real – as microem-

presas, as pequenas e as médias empresas do setor estudado na cidade do Rio de Janei-

ro. Quanto ao método comparativo, sua conjugação com o de estudo de caso foi indis-

pensável, porque, a partir de seu uso, transparecem os fatos estudados segundo suas

diferenças e similitudes – em nosso estudo, seriam as diferenças e similitudes entre as

empresas que adotaram o método tradicional e as que aplicaram o método fleurietiano.

1. 6 – ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

A pesquisa aqui desenvolvida está organizada conforme os capítulos a-

baixo indicados:

1 – Introdução

Iremos procurar enfocar a relação entre as estratégias de crescimento das

organizações e a gestão do capital de giro.

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2 – Revisão de literatura

Já nesta fase de nosso trabalho, procuraremos estudar a literatura perti-

nente ao bom gerenciamento do capital de giro das empresas do setor.

3 – Análise dos casos

Neste capítulo, estaremos analisando o comportamento financeiro das

pequenas e médias empresas do setor estudado, por meio da comparação entre o modelo

tradicional e o modelo Fleuriet.

4 – Conclusão e recomendações

Aqui, trazemos à baila as conclusões de nosso estudo, apontando os pos-

síveis riscos verificados na má utilização do capital de giro nas microempresas, nas pe-

quenas e nas médias empresas do setor.

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2 – REVISÃO DA L ITERATURA

Visitando a literatura sobre a administração da necessidade de capital de

giro voltada para a realidade brasileira, verificamos que o ponto de partida está nos es-

tudos de Michel Fleuriet, a quem outros teóricos fazem referência, entre eles: B. Braga

(1991), Assaf Neto (2002), J. P. Silva (2001), Marques (2004), Brasil e Brasil (2003).

Por conseguinte, a história da dinâmica financeira – no que diz respeito à

administração da necessidade do capital de giro no Brasil – está dividida em pré-

fleurietiana e pós-fleurietiana. Na fase pré-fleurietiana, a análise das demonstrações

financeiras, no Brasil dos anos 80, era estática, pois, se caracterizava pela visão patri-

monial. Opondo-se a essa prática e observando a realidade brasileira, Fleuriet “descre-

veu um modelo de análise dinâmica da situação financeira das organizações” (BRAGA;

MARQUES, 1995, p. 50). Na construção desse modelo foi utilizada uma amostra em

seis empresas do ramo industrial de capital aberto. Visando uma melhor análise e com-

preensão do referido modelo, houve necessidade das contas do balanço patrimonial se-

rem reorganizadas, além de outros relatórios contábeis, passando-os para um formato

mais dinâmico que iria facilitar o processo de análise, levando em conta a reclassifica-

ção dos grupos que constituem o ativo e o passivo circulantes em financeiro e cíclico

(operacional).

De um modo geral, o pequeno e o médio empresário tende a ser aquelas

pessoas que resolvem abrir uma empresa após serem demitidas de um emprego estável,

onde já trabalhavam há alguns anos, utilizando para isso a verba indenizatória e o saldo

do FGTS. No entanto, na maioria das vezes estes empreendedores não têm o mínimo de

conhecimentos necessários sobre a gestão administrativo-financeira para conduzir com

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êxito o negócio. Tais conhecimentos são indispensáveis para que o novo empreendedor

obtenha sucesso. Entre os conhecimentos fundamentais que o empresário deve adquirir,

temos:

� Reestruturação do Balanço Patrimonial

� Análise do Capital de Giro

� Necessidade de Capital de Giro

� Margem de Contribuição (margem liquida)

� Endividamento

� Rentabilidade do PL

� Rentabilidade do Ativo

� Liquidez

� Saldo Tesouraria

2. 1 – REESTRUTURAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço Patrimonial Convencional:

O balanço convencional está elaborado em conformidade com as normas

estabelecidas pela Lei n. º 6.404/76.

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Quadro I:

GRUPOS INTEGRANTES DO BALANÇO PATRIMONIAL

Aplicação de recursos Origem de recursos

Ativo circulante (AC) Passivo circulante (PC)

Realizável em longo prazo (ARLP) Exigível em longo prazo (PELP)

Ativo permanente (AP) Resultado de exercício futuro (REF)

Patrimônio líquido (PL)

Fonte: Adaptada do Artigo: Análise Dinâmica do Capital de Giro (O Modelo Fleuriet) de MARQUES E BRAGA in: Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, maio/jun. 1995, p. 49-63.

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Quadro II

BALANÇO - CONFORME MODELO TRADICIONAL

Em mil $

CONTAS EMPRESA -A EMPRESA -B EMPRESA -C EMPRESA -D EMPRESA -E EMPRESA -F EMPRESA -G EMPRESA -H EMPRESA -I EMPRESA -J

2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002

ATIVO 4.244 4.578 5.814 5.750 11.766 10.323 7.330 5.500 17.220 14.744 8.280 1.303 95 77 242 257 732 536 596 1.540

ATIVO CIRCULANTE 2837 3054 1585 1600 10164 4373 4594 1974 13143 13196 8078 1250 57 73 77 182 59 111 537 1501

Caixa/Banco/Aplic. 323 539 353 88 607 363 123 149 57 62 33 0 57 39 59 73 59 42 134 755

Impostos a Recuperar 41 15 27 21 48 7 0 0 34

Clientes 743 628 374 420 564 935 971 733 1.016 1.664 0 19 0 403 393

Adiantamentos 87 76 0 0 99 61 16 14 148 512 160 18 90 0 69 353

Estoques de imóveis 1.643 1796 831 1071 8.846 3007 3484 1078 11.922 10958 7885 1250

REALIZÁVEL A L/PRAZO 1354 1475 2160 2090 1532 5867 2707 3526 3.755 1.296 0 34 0 0 0

PERMANENTE (LÍQ) 53 49 2069 2060 70 83 29 322 252 202 53 4 4 165 75 673 425 59 39

PASSIVO 4244 4578 5814 5750 11766 10323 7330 5500 17220 14744 8280 1303 95 77 242 257 732 536 596 1540

PASSIVO CIRCULANTE 421 422 146 142 1561 721 757 2788 8508 1801 1142 0 14 3 49 21 43 14 240 220

Fornecedores 6 6 0 0 906 377 569 144 67 0 44 33

Contas a Pagar 346 376 139 140 319 573 49 2 3 49 21 43 14 186 172

Imp. E Contr. A Recolher 58 26 7 2 78 76 34 9 1.239 561 31 12 10 15

Imp. De Renda A Recolher 8 8 0 190 190

CSLL a Recolher 3 6 0

Custo Orçado 154 2635

Financiamentos 0 0 577 268 0 0 6760 477 995 0

EXIGÍVEL A L/PRAZO 33 330 316 162 6063 2898 161 943 2579 6191 1.266 0

REF (LÍQUIDO) 696 754 280 411 17 2611 213 1001 57 224 0 0

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3094 3072 5072 5035 4125 4093 6199 1711 7712 10140 947 37 81 74 193 236 689 522 356 1320

DEMONST. DO RESULTADO

Receita Venda de Imóveis 1125 2181 321 436 2427 3319 0 0 596 740 0 0 0 0 0 0

Rec. Financ.s/Venda de Imóveis 188 129 58 46 566 357 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Receita Prestação de Serviçõs 0 0 0 0 0 0 865 879 1686 3838 0 0 135 122 1279 980 1.183 830 464 3848

(-)Imp. Inc. s/Venda e Serviço -62 -86 -21 -19 -154 -145 -22 -28 -129 -298 0 0 -9 -8 -13 -9 -12 -8 -38 -232

(-)Vendas Canceladas -4 -46 -158 -51 -397 0 0 0 0 0 0 0 0

Receita Líquida 1247 2224 312 305 2788 3134 843 851 2153 4280 0 0 126 114 1266 971 1171 822 426 3616

(-)Custo de Vendas / Serviços -723 -1453 -158 -265 -1817 -2503 -764 -681 -2047 -3.011 0 0 -54 -51 -971 -473 -415 -304 -2540

Lucro Bruto 524 771 154 40 971 631 79 170 106 1269 0 0 72 63 295 498 756 518 426 1076

(-)Despesas Operacionais -495 -503 -146 -155 -931 -915 -228 -175 -2.534 -1.140 -50 -1 -2 -5 -235 -144 -281 -339 -32

(+)Outras Receitas 36 149 143 21 34

(-)Deprec./ Amortização -6

(-)Custo Ex. Anterior -137

Lucro Antes da CSLL 29 268 44 34 40 -284 -149 16 -2428 129 -50 -1 70 58 60 354 475 179 460 1044

Provisão p/ CSLL -3 -26 -3 0 -3 0 0 -1 0 -11 0 0 -1 -2 -51

Lucro Ante do IRPJ 26 242 41 34 37 -284 -149 15 -2428 118 -50 -1 69 56 60 354 475 179 460 993

Provisão p/ IRPJ -4 -44 -5 0 -5 -3 -19 -2 -1 -89 -66 -105 -59 -83

Lucro Líquido do Exercício 22 198 36 34 32 -284 -149 12 -2428 99 -50 -1 67 55 -29 288 370 120 460 910

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Balanço classificação conforme o modelo Fleuriet

Quadro III:

Aplicação de recursos Origem de recursos

Ativo circulante financeiro (ACF) Passivo circulante oneroso (PCO)

Ativo circulante cíclico (ACC) Passivo circulante cíclico (PCC)

Ativo não circulante (ANC) Passivo não circulante (PNC)

Fonte: Adaptada do Artigo: Análise Dinâmica do Capital de Giro (O Modelo Fleuriet) de MARQUES E BRAGA in: Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, maio/jun. 1995, p.49-63.

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Quadro IV

BALANÇO - CONFORME MODELO FLEURIET

Em mil $

CONTAS EMPRESA -A EMPRESA -B EMPRESA -C EMPRESA -D EMPRESA -E EMPRESA -F EMPRESA -G EMPRESA -H EMPRESA -I EMPRESA -J

2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002

ATIVO 4.244 4578 5814 5750 11766 10323 7330 5500 17220 14744 8280 1303 95 77 242 257 732 536 596 1540

ATIVO CIRCULANTE 2837 3054 1585 1600 10164 4373 4594 1974 13143 13196 8078 1250 57 39 77 182 59 111 537 1501

FINANCEIRO 364 554 380 109 655 370 123 149 57 62 33 0 57 39 59 73 59 42 134 755

Caixa/Banco/Aplic. 323 539 353 88 607 363 123 149 57 62 33 0 57 39 59 73 59 42

Impostos a Recuperar 41 15 27 21 48 7 0 0

CÍCLICO 2473 2500 1205 1491 9509 4003 4471 1825 13086 13134 8045 1250 0 0 18 109 0 69 403 746

Clientes 743 628 374 420 564 935 971 733 1.016 1.664 0 19 0 403 393

Adiantamentos 87 76 0 0 99 61 16 14 148 512 160 18 90 0 69 353

Estoques de imóveis 1.643 1796 831 1071 8.846 3007 3484 1078 11.922 10958 7885 1250

ATIVO NÃO CIRCULANTE 1407 1524 4229 4150 1602 5950 2736 3526 4077 1548 202 53 38 38 165 75 673 425 59 39

REALIZÁVEL A L/PRAZO 1354 1475 2160 2090 1532 5867 2707 3526 3.755 1.296 0 34 34 0 0 0

PERMANENTE (LÍQ) 53 49 2069 2060 70 83 29 322 252 202 53 4 4 165 75 673 425 59 39

PASSIVO 4244 4578 5814 5750 11766 10323 7330 5500 17220 14744 8280 1303 95 77 242 257 732 536 596 1540

PASSIVO CIRCULANTE 421 422 146 142 1561 721 757 2788 8508 1801 1142 0 14 3 49 21 43 14 240 220

CÍCLICO 421 422 146 142 984 453 757 2788 1748 1324 147 0 14 3 49 21 43 14 240 220

ONEROSO 0 0 577 268 0 0 6760 477 995 0

PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3823 4156 5668 5608 10205 9602 6573 2712 8712 12943 7138 1303 81 74 193 236 689 522 356 1320

EXIGÍVEL A L/PRAZO 33 330 316 162 6063 2898 161 943 2579 6191 1.266 0

REF (LÍQUIDO) 696 754 280 411 17 2611 213 1001 57 224 0 0

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3094 3072 5072 5035 4125 4093 6199 1711 7712 10140 947 37 81 74 193 236 689 522 356 1.320

DEMONST. DO RESULTADO

Receita Venda de Imóveis 1125 2181 321 436 2427 3319 0 0 596 740 0 0 0 0 0 0

Receita Financ.s/Venda de Imóveis 188 129 58 46 566 357 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Receita Prestação de Serviçõs 0 0 0 0 0 0 865 879 1686 3838 0 0 135 122 1279 980 1.183 830 464 3.848

(-)Vendas Canc./imp.s/vendas e serv. -4 -46 -158 -51 -397 0 0 0 0 0 0 0 0 -38 -232

Receita Líquida 1247 2224 312 305 2788 3134 843 851 2153 4280 0 0 126 114 1266 971 1171 822 426 3616

(-)Custo de Vendas / Serviços -723 -1453 -158 -265 -1817 -2503 -764 -681 -2047 -3.011 0 0 -54 -51 -971 -473 -415 -304 -2.540

Lucro Bruto 524 771 154 40 971 631 79 170 106 1269 0 0 72 63 295 498 756 518 426 1076

(-)Despesas Operacionais -495 -503 -146 -155 -931 -915 -228 -175 -2.534 -1.140 -50 -1 -2 -5 -235 -144 -281 -339 -32

(+)Outras Receitas 36 149 143 21 34

(-)Deprec./ Amortização -6

(-)Custo Ex. Anterior -137

Lucro Antes da CSLL 29 268 44 34 40 -284 -149 16 -2428 129 -50 -1 70 58 60 354 475 179 460 1044

Provisão p/ CSLL -3 -26 -3 0 -3 0 0 -1 0 -11 0 0 -1 -1 -51

Lucro Ante do IRPJ 26 242 41 34 37 -284 -149 15 -2428 118 -50 -1 69 57 60 354 475 179 460 993

Provisão p/ IRPJ -4 -44 -5 0 -5 -3 -19 -2 -2 -89 -66 -105 -59 -83

Lucro Líquido do Exercício 22 198 36 34 32 -284 -149 12 -2428 99 -50 -1 67 55 -29 288 370 120 460 910

Page 19: FACULDADES IBMEC

18

2. 2 – ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO

O modelo tradicional de análise de balanço contempla três abordagens, a

saber: a) análise vertical; b) análise horizontal; e, c) a análise de índices com base nas

demonstrações financeiras. As três abordagens se justificam na medida em que se bus-

ca a elaboração de um conhecimento sobre a situação econômico-financeira num deter-

minado período. Os aspectos relacionados à situação financeira são avaliados por meio

da análise dos índices de estrutura de capitais e liquidez. Por sua vez, a situação eco-

nômica é avaliada por intermédio da análise dos índices de rentabilidade.

Assim, Marques e Braga (1995, p. 50) assinalam que:

Em seus estudos sobre gestão financeira de empresas, Fleuriet descreveu um mode-

lo de análise dinâmica da situação das organizações, favorecido pela experiência

francesa nessa área do conhecimento. Em seguida outros autores, tais como Brasil

e Brasil (2003), Silva (2001) e Braga (1991), aprimoraram determinados aspectos

do modelo original, inclusive no sentido de aplicá-lo a casos reais, bem como bus-

cando divulgá-lo de uma maneira articulada.

Para a utilização do modelo dinâmico de análise financeira, é necessário

reagrupar as contas do balanço patrimonial em ativos circulantes e não-circulantes,

sendo que os ativos circulantes devem ser classificados em circulantes operacionais

(cíclicos) e em circulantes financeiros (erráticos). Os ativos não-circulantes são re-

presentados pela soma dos ativos realizáveis de longo prazo com os ativos permanentes,

e os passivos não-circulantes são representados pela soma do passivo exigível de lon-

go prazo, resultado de exercícios futuros e pelo patrimônio líquido da empresa.

Page 20: FACULDADES IBMEC

19

O ativo circulante operacional (cíclico) é o investimento que sucede

das atividades operacionais da empresa como compra, venda, produção prestação de

serviço, enquanto o passivo circulante operacional (cíclico) é a fonte de recurso de-

nominada passivo de funcionamento, ou seja, a que procede das atividades operacionais

(MATARAZZO, 1998 p. 338).

O ativo circulante financeiro representa as contas de natureza financeira

como os valores de disponibilidade imediata, tais como: caixa, banco e aplicações fi-

nanceiras em dólar bem como os recursos de curto prazo da organização. Já o passivo

circulante financeiro ou oneroso representa as fontes de financiamento referentes a

empréstimos bancários, a descontos de duplicatas e a outras operações relacionadas com

o ciclo financeiro da empresa (SANTOS, 2000 p. 366).

Capital de giro

Em conformidade com as análises de Monteiro e Moreno (2003), capital

de giro (CDG), é “a diferença entre os Passivos Não Circulantes (PNC) e os Ativos

Não Circulantes (ANC)”. No passivo não circulante (PNC) estão incluídos o Patri-

mônio Líquido (PL) e o Exigível em Longo Prazo (ELP), e no ativo não circulante

(ANC) estão incluídos os Ativos Realizáveis de Longo Prazo (RLP) e o Permanente

(AP). Explicando melhor na expressão a seguir: CDG = (PL + ELP) – (AP + RLP).

Ao tirarmos o Exigível de Longo Prazo (ELP) da equação acima, temos a

parcela do Ativo circulante financiado apenas com recursos próprios, isto é, o Capital

de Giro Próprio (CGP).

Page 21: FACULDADES IBMEC

20

2. 2. 1 – Capital de Giro

O Capital de Giro (CDG) tem o mesmo valor absoluto que o Capital

Circulante Líquido (CCL), embora seu cálculo seja feito de maneira diferente

(FLEURIET; KEHDY; BLANC, 1978). Assevera Silva (2001 p. 350) que o Capital

Circulante Líquido (CCL) pode ser calculado por:

CCL = AC – PC;

Capital Circulante Líquido (CCL)

Ativo Circulante (AC)

Passivo Circulante (PC)

2. 2. 2 – A necessidade de capital de giro:

A Necessidade de Capital de Giro (NCG), ou Investimento Operacio-

nal em Giro (IOG), consiste na diferença entre o Ativo Circulante Operacional (cícli-

co) (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (cíclico) (PCO) (MATARAZZO, 1998

p. 344), sendo descrito melhor pela fórmula: NCG = ACO – PCO

A Necessidade de Capital de Giro (NCG), ou Investimento Operacio-

nal em Giro (IOG), difere do Capital Circulante Líquido (CCL) devido ao fato de se

restringir a uma parte do Ativo e Passivo Circulantes. A restrição está na parte relativa

ao ciclo de operações da empresa, isto é, contas como duplicatas a receber, estoques,

despesas antecipadas, fornecedores, salários e impostos e taxas.

Alguns Índices de Liquidez (IL) estão diretamente relacionados ao te-

ma, como, por exemplo, o de Liquidez Corrente (LC), que é a relação entre o Ativo

Page 22: FACULDADES IBMEC

21

Circulante e o Passivo Circulante. Isto implica dizer que quando a Liquidez Corrente

for maior que um, o Capital Circulante Líquido (CCL) é positivo.

Outro índice relacionado à liquidez é o de Liquidez Seca (LS). Este ín-

dice pode ser obtido pela divisão entre o Ativo Circulante (AC), sem os estoques, e o

Passivo Circulante (PC). Esta avaliação é expressiva, pois o Estoque envolve um grau

de risco maior que os demais itens.

2. 2. 2. 1 – A necessidade líquida de capital de giro (NLCDG)

A Necessidade Líquida de Capital de Giro é elemento fundamental para

avaliar a situação financeira das organizações. Seu valor revela o montante de recursos

para manter o giro dos negócios. As contas que compõem a necessidade líquida de ca-

pital de giro representam operações de curto prazo e de retornos rápidos, são totalmente

diferentes das contas que compõem o ativo permanente, pois estas resultam de decisões

de longo prazo com uma perspectiva bastante lenta para a recuperação do capital inves-

tido.

Qualquer alteração nas políticas de compra, estocagem e crédito podem

produzir efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa e na Necessidade Líquida de Capital

de Giro (NLCDG), corroborando, assim, a importância deste tipo de análise para carac-

terizar o equilíbrio financeiro de curto prazo das organizações. Se o saldo desta variável

for positivo, indica que as aplicações de capital de giro são superiores às fontes de capi-

tal de giro de terceiros. Desta forma, a organização está utilizando fonte de capital de

giro próprio e necessita de recursos para financiar sua atividade operacional. Por outro

lado, quando o saldo for negativo entende-se que as fontes de capital de giro são superi-

Page 23: FACULDADES IBMEC

22

ores às aplicações de capital de giro e, portanto, a organização não necessita de recursos

para financiar suas atividades operacionais, porque dispõe inclusive de recursos para

financiar outras aplicações, tais como: atividade operacional, ou, até mesmo, na expan-

são dos negócios.

A mensuração da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCDG)

pode ser demonstrada pela seguinte fórmula: NLCDG = ACO – PCO

Sendo:

NLCDG = Necessidade Líquida de Capital de Giro

ACO = Ativo Circulante Operacional

PCO = Passivo Circulante Operacional

2. 2. 3 – Tesouraria (ST)

Uma importante função da diretoria financeira de uma empresa é acompanhar a

evolução do Saldo de Tesouraria, a fim de evitar que permaneça constantemente

negativo e crescente.

A maioria das empresas que operam com Saldo de Tesouraria crescentemente nega-

tivo apresenta uma estrutura financeira inadequada, revelando uma dependência ex-

cessiva de empréstimos a curto prazo, que poderá levá-las até mesmo, ao estado de

insolvência. De modo geral, essas empresas enfrentam sérias dificuldades para res-

gatar seus empréstimos a curto prazo, quando os bancos, por qualquer motivo, se

recusam a renová-los.

Isto ocorre, por exemplo, quando o Banco Central utiliza seus instrumentos de con-

trole monetário no sentido de restringir o crédito, levando os bancos – agora com

Page 24: FACULDADES IBMEC

23

uma política de empréstimos mais seletivos – a não conceder e/ou renovar seus em-

préstimos às empresas que apresentam risco de insolvência elevado. (FLEURIET;

KEHDY; BLANC, 1978, 37, 38)

Conforme a citação transcrita acima, por intermédio da tesouraria pode-

se identificar o grau de utilização de recursos de terceiros de curto prazo para financiar

as necessidades líquidas de capital de giro da organização. Caso o saldo seja positivo se

deduz que a organização possui folga financeira, ou seja, ela possui recursos financei-

ros aplicados em curto prazo. Se o saldo for negativo significa que recursos financeiros

de curto prazo estão financiando as atividades operacionais da empresa. Isto porque:

O T pode sinalizar o grau de adequação da política financeira empregada pela ad-

ministração. Quando positivo, indica disponibilidade de recursos para garantir a li-

quidez de curtíssimo prazo do empreendimento. Caso seja negativo, pode evidenci-

ar dificuldades financeiras iminentes, em especial por ocasião da manutenção de

saldos negativos sucessivos e crescentes. O acompanhamento da evolução do T no

decorrer de exercícios sociais sucessivos, bem como das causas das eventuais alte-

rações de tendências percebidas, representa o cerne do modelo. (BRAGA; MAR-

QUES, 1995, 55)

O resultado da tesouraria deve ser analisado com cautela, pois, se existe

folga financeira esta deve representar o saldo de aplicações financeiras, ou, até mesmo,

de outros ativos com alta liquidez e apropriada remuneração. O mesmo não poderia ser

dito para tesouraria positiva, formada por elevados saldos em contas indeterminadas

como outros créditos, adiantamentos, entre outras, que poderiam esconder recursos

Page 25: FACULDADES IBMEC

24

cujas realizações dificilmente aconteceriam. Do mesmo modo, uma tesouraria positiva

com elevados saldos em disponibilidades expressa a inoperância da gerência de recursos

financeiros, tendo em vista que os recursos disponíveis deveriam estar aplicados em

outros ativos da empresa na busca de maior rentabilidade.

Tesouraria (T) pode ser demonstrada pela seguinte fórmula:

T = ACF – PCF

Sendo:

Tesouraria (T)

Ativo Circulante Financeiro (ACF)

Passivo Circulante Financeiro (PCF)

2. 2. 3. 1 – Índice de Geração de Caixa (EBITDA)

Segundo Marques:

Esse conceito de EBITDA corresponde, simplesmente, ao caixa gerado pelos ativos

genuinamente operacional.

Afinal, o lucro antes dos juros (tanto receitas como despesas financeiras), do Impos-

to de Renda e da Contribuição social sobre o Lucro e antes das depreciações e a-

mortizações e exaustões, corresponde ao potencial de caixa que o ativo operacional

de uma empresa é capaz de produzir, antes de considerar inclusive o custo de qual-

quer capital tomado emprestado.

Não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período porque par-

te das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga. Mas

Page 26: FACULDADES IBMEC

25

representa o potencial de geração genuinamente operacional de caixa. (MARQUES,

2004, 236).

2. 2. 3. 2 – Ciclo Econômico e Ciclo Financeiro

Segundo Fleuriet:

O ciclo econômico caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as entradas de maté-

rias-primas (compras) e as saídas de produtos acabados (vendas), enquanto o ciclo

financeiro caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as saídas de caixa (pagamentos

a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimentos de clientes). Como pode-se

observar , o ciclo financeiro apresenta-se “defasado” em relação ao ciclo econômi-

co, visto que os movimentos de caixa ocorrem em datas posteriores às datas das

compras de matérias-primas e vendas de produtos acabados.

Os ciclos econômico e financeiro, relacionam-se, aproximadamente, através da se-

guinte expressão: ciclo financeiro = ciclo econômico + prazo médio de recebi-

mento das contas a receber – prazo médio de pagamento das contas a pagar.

Ciclo financeiro = prazo médio de rotação de estoque (PME) + prazo médio de re-

cebimento das contas a receber (PMR) – prazo médio de pagamento das contas a

pagar (PMP). (Fleuriet 2003, 6).

2. 2. 4 – ESTRUTURA E ENDIVIDAMENTO

Ross, Westerfield e Jordan (2000, 340, 341) conceituam a alavancagem

financeira como a intensidade pela qual a empresa está endividada. Quanto mais finan-

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26

ciamento por meio de capital de terceiros a empresa utilizar, maior será o grau de ala-

vancagem financeira empregado.

A alavancagem financeira pode ter um efeito drástico nos resultados para

os acionistas de uma organização. Todavia, a alavancagem financeira pode não alterar

o custo geral do capital da empresa.

Assegura Santos (2000, 86) que a alavancagem financeira resulta da uti-

lização de recursos de terceiros sujeitos a juros, que aumentam, ou reduzem, os resulta-

dos disponíveis para investimentos.

Assim, a alavancagem financeira consiste na capacidade da empresa em

usar capital de terceiros para maximizar os efeitos de variação no lucro, antes dos des-

contos dos juros e do imposto de renda sobre o lucro.

O grau de alavancagem financeira é medido pelo quociente entre o lucro

operacional e o lucro tributável. Em consonância com a definição de grau de alavanca-

gem emitida por Santos (2000, 86, 87), temos que: “Define-se o grau de alavancagem

financeira como o quociente entre a variação percentual do lucro líquido disponível para

os investidores e a variação percentual do lucro operacional.”

Onde:

Lucro Operacional (antes da dedução das despesas financeira e IR) (LO)

Lucro líquido (depois de juros e IR) = LL

Vendas, admitida igual à produção = V

Despesas financeiras fixas = J

Custo fixo = CF

Custo variável = CV

Receita total = RT

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27

Patrimônio líquido = PL

Desta forma, pode-se calcular o grau de alavancagem financeira, por

meio da seguinte fórmula: GAF = LO / (LO-J)

2. 2. 4. 1 - Alavancagem financeira excessiva

Segundo Santos:

Caracteristicamente, no Brasil, recursos de longo prazo para investimentos são ex-

tremamente escassos; praticamente são provenientes de fundos e fontes oficiais e

inexiste um mercado de capitais expressivo que viabilize a utilização da poupança

privada, sob a forma de capital de risco, com retorno a longo prazo. Por serem co-

brados juros substancialmente inferiores nos financiamentos de longo prazo origi-

nados da poupança institucional, há forte incentivo à excessiva alavancagem finan-

ceira. Entretanto, à medida que aumenta a alavancagem, em contrapartida também

cresce o risco de insuficiente capacidade de pagamento futura da empresa.

Outra possível conseqüência do excesso de alavancagem situa-se na maior probabi-

lidade de ocorrer incapacidade financeira do empresário para complementar com

recursos próprios ou captar em mercado necessidades adicionais imprevistas na fase

de execução dos orçamentos. Nesses casos, a participação acentuada de recursos de

terceiros inibe a entrada de novos parceiros, originando situação em que a execução

de projetos é paralisada. Retomadas futuras criam custo adicionais que reduzem a

rentabilidade do investimento.

Há linhas de financiamentos de bancos de fomento que permitem expressiva parti-

cipação relativa no investimento total projetado, e a elevada alavancagem, associa-

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28

da a prazos e juros favoráveis, tem a exata função de propulsionar investimentos,

aumentando a atratividade para pequenos e médios empresários. Admita-se que um

projeto contemple uma participação de 70% de financiamento de longo prazo (30%

de capital próprio do empresário). Um aumento imprevisto de 10% no valor dos

investimentos, se tiver de ser complementado exclusivamente por capital de risco,

representará uma exigibilidade adicional de 33% sobre a participação original do

empresário. Como uma característica das atividades dos bancos de desenvolvimento

é assumir riscos da espécie, fomentando o surgimento ou o crescimento de empresá-

rios em regiões incentivadas, o apoio complementar do banco financiador torna-se

fundamental, sob a forma de orientação e acompanhamento nas fases de elaboração

e execução do projeto. (SANTOS, 2000, 137, 138).

2. 2. 4. 2 – RISCO FINANCEIRO E RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO Segundo Santos:

Há estreita relação entre retorno do capital próprio e estrutura de capital de uma em-

presa. Quando a taxa de rentabilidade do ativo é superior à taxa de juros média do en-

dividamento, à medida que é utilizada maior proporção de recursos de terceiros mes-

mo que haja diminuição do lucro liquido, em termos relativos, aumenta o lucro dispo-

nível para os acionistas, por unidade de capital investido. Daí resulta a denominação –

alavancagem financeira -, que consiste na capacidade de ser incrementada a rentabili-

dade do capital próprio mediante a utilização de capital de terceiro. (Santos, 2000, 93)

Page 30: FACULDADES IBMEC

29

2. 2. 4. 3 – ESTRUTURAS FINANCEIRA E O RISCO

A Dinâmica do Resultado Econômico

Operações de produção e venda Operações de repartição

Venda

Resultado Despesas e rendas financeiras Econômico Imposto de Renda Dividendos Produção Compra Autofinanciamento

Fonte: Adaptada. A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileira, Michel Fleuriet (2003, 19).

Financeiro

Alavancagem Financeira

Relações entre risco e retorno

Capacidade de paga-mento

Risco

Page 31: FACULDADES IBMEC

30

Segundo Fleuriet (1980), as empresas apresentam estruturas financeiras e

níveis de riscos diferentes conforme o seu ciclo econômico e a sua rentabilidade. A

estrutura financeira da empresa é avaliada por meio de três indicadores – Capital de

Giro (CDG), Necessidade de Capital de Giro (NCG) ou Investimento Operacional em

Giro (IOG) e o Saldo de Tesouraria (T), que associados revelam a existência de quatro

tipos diferenciados de estrutura patrimonial, com a respectiva situação financeira vari-

ando de excelente a péssima.

Segundo Chaves (2002, 40), a classificação de balanços em diferentes

formas de determinados elementos patrimoniais, que também é descrita por Braga (1991

p.17 e 18), classifica 6 tipos de estrutura patrimonial. E Brasil e Brasil (1996 p. 31) diz

que o modelo de análise desenvolvido a partir do estudo das variáveis NCG, CDG e ST,

“permite definir o perfil conjuntural e estrutural das empresas, vinculado, respectiva-

mente, à política financeira adotada (nível de risco) e ao negócio”.

Estruturas patrimoniais apresentadas por Braga:

Tipo CDG NCG ST Situação

I + - + Excelente

II + + + Sólida

III + + - Insatisfatória

IV - + - Péssima

V - - - Ruim

VI - - + Arriscada

Page 32: FACULDADES IBMEC

31

Quadro V – Comportamento entre as estruturas patrimoniais apresentadas por

Braga e Fleuriet

Classificação feita por Braga Característica da Classificação feita por Fleuriet estrutura patrimonial

Tipo Classificação Tipo Classificação CDG maior que zero

I Excelente NCG menor que zero 2 Sólida ST maior que zero Excelente, porém, mais CDG maior que zero sensível a um aumento,

II Sólido NCG maior que zero 4 ou diminuição de vendas, ST maior que zero que a estrutura das empresas do tipo 1 CDG maior que zero Não considera a situação

III Insatisfatória NCG maior que zero 1 grave quanto à elevação ST menor que zero da NCG é temporária CDG menor que zero Empresa que luta pela

IV Péssima NCG maior que zero 3 sobrevivência / Risco de ST menor que zero insolvência elevado CDG menor que zero

V Muito ruim NCG menor que zero Não classificada ST menor que zero CDG menor que zero

VI Alto risco NCG menor que zero Não classificada ST maior que zero Fonte: Apud Chaves, 2002, p.41.

Neste quanto foi efetuada uma comparação do comportamento dos mode-

los apresentados por Braga e Fleuriet, os quais foi dado um tratamento diferenciado a

classificação quanto ao tratamento de risco.

Segundo Claves (2002, 42), a forma de classificação apresentada por

Assaf Neto, grupa os 6 tipos de estrutura em 3 grupos, graduados por risco:

Page 33: FACULDADES IBMEC

32

Quadro VI - Classificação das estruturas patrimoniais apresentadas por Assaf

Neto

Classificação por grupo Característica da estrutura patrimonial CDG maior que zero NCG menor que zero ST maior que zero

Baixo risco CDG maior que zero NCG maior que zero ST maior que zero CDG maior que zero

Médio risco NCG maior que zero ST menor que zero CDG menor que zero NCG maior que zero ST menor que zero CDG menor que zero

Alto Risco NCG menor que zero ST menor que zero CDG menor que zero NCG menor que zero ST maior que zero Fonte: Apud Chaves, 2002, p.41.

A classificação de risco em três grupos, dada por Assaf Neto, facilita a

tomada de decisão por parte do usuário das informações contábeis. Entretanto entende-

mos que esta facilidade poderá vir beneficiar ou prejudicar determinada empresa que

busca recursos externos.

2. 2. 4. 4 – As diferentes modalidades de financiamento

Uma necessidade primordial, para o empresariado contido nesse grupo

em estudo, é a de saber como diferenciar as diversas modalidades de financiamentos

Page 34: FACULDADES IBMEC

33

existentes no mercado, tendo em vista que estes financiamentos poderão ser adquiridos

por intermédio de várias instituições financeiras.

Para tanto, os micro, os pequenos e os médios empresários, do setor de

construção civil, precisam montar uma estratégia para poder saldar seus compromissos

financeiros, tendo em vista, que seus ativos, de um modo geral, são de mais longa reali-

zação, como é o caso dos estoques de terrenos para construção ou imóveis em constru-

ção e, até mesmo, os imóveis construídos. Além do que, na maioria das vezes, os pra-

zos médios de recebimentos também são de longo prazo.

Neste contexto, o ciclo econômico e o ciclo financeiro variam no setor

estudado com muita intensidade, tendo em vista que as compra de materiais necessários

ao desenvolvimento da atividade geralmente são feitas com prazo de pagamento não

superior a 90 dias, enquanto que a rotação de seus estoques é muito lenta, sendo às ve-

zes até ilíquidos, considerando-se o fato de que não se realiza uma venda de um imóvel

de imediato para saldar uma dívida que venha vencer em trinta dias.

Esta perspectiva, do ponto de vista do ciclo econômico, seria tratada

como ativos de curto prazo e figuraria no ativo circulante cíclico para a maioria das ati-

vidades. No entanto, entendemos que este tratamento não pode ser dado ao setor de

construção civil.

Segundo Michel Fleuriet (1980), os ativos de Realizável de Longo Pra-

zo são classificados no Balanço como Ativos não Circulante. Mas, devido à tipicidade

que envolve o setor de incorporação e construção civil, seria prudente um estudo dando

enfase baixa rotatividade dos estoques. O que demonstra uma certa fragilidade do setor

estudado.

Page 35: FACULDADES IBMEC

34

Outro ponto que não podemos deixar de observar, diz respeito à necessi-

dade da carência mais adequada para que as pequenas e médias empresas possam liqui-

dar seus empréstimos, levando-se em consideração as dificuldades causadas pelo seu

ciclo operacional.

Entre as diferentes modalidades de financiamento do capital de giro dis-

ponível aos setores produtivos, de um modo geral, devemos destacar algumas destas

modalidades, bem como algumas instituições financeiras que operam com este tipo de

financiamento, além de destacarmos as taxas de juros geralmente praticadas, conforme

pesquisa de maio 2005, na revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios.

Page 36: FACULDADES IBMEC

35

Quadro VII

Quadro VII

O CUSTO DO DINHEIRO Comparação das taxas de juros das principais linhas de financiamento

para empresas - em % ao mês

Linha de Banco Banco Bank Bradesco Caixa HSBC Itaú Santander Unibanco

financiamento/Banco Real do Brasil Boston

Desconto de duplicata de 2,1 a 5,0 de 2,1 a 5,7 de 1,5 a 9,3 de 2,1 a 4,5 de 1,9 a 5,0 de 1,9 a 3,7 de 1,6 a 3,4 de 1,8 a 4,9 de 2,1 a 4,8

Hot money de 1,4 a 8,0 não informou de 1,4 a 4,3 de 1,8 a 6,5 de 3,1 a 4,8 de 1,4 a 4,6 de 1,9 a 4,6 de 1,9 a 6,7 de 1,8 a 4,5

Capital de giro de 1,4 a 6,5 de 1,0 a 5,9 de 1,2 a 9,2 de 1,5 a 6,4 de 1,9 a 5,4 de 2,6 a 4,7 de 1,1 a 5,1 de 1,5 a 4,9 de 1,8 a 4,0

Aquisição de bens de 2,2 a 7,6 não informou não informou de 1,9 a 5,3 não informou de 1,8 a 4,8 de 1,0 a 3,3 de 1,6 a 3,3 de 1,9 a 4,9

Conta garantida de 1,4 a 6,5 de 2,3 a 7,8 de 0,4 a 14,2 de 3,5 a 6,7 de 1,8 a 4,0 de 2,4 a 7,6 de 1,5 a 7,4 de 1,5 a 5,4 de 1,9 a 6,6

Desconto de promissória não informou de 2,1 a 7,6 não informou de 3,5 a 4,8 não informou de 2,1 a 5,0 não informou de 1,9 a 4,9 de 2,1 a 4,8

Vendor de 1,2 a 2,0 de 1,7 a 4,9 de 1,4 a 3,2 de 1,4 a 3,6 não informou de 1,5 a 4,6 de 1,1 a 4,3 de 1,3 a 2,8 de 1,8 a 3,5

Fonte: Banco Central

Pequenas Empresas e Grandes Negócios / maio 2005 - p. 64

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36

De um modo geral, as instituições financeiras negam um financiamento

às microempresas, às pequenas e às médias empresas por não disporem de garantias

reais, tais como: imóveis, máquinas, etc. Que servem para garantir seus empréstimos

numa possível falta de pagamento dos mesmos.

Outro motivo bastante relevante é que muitas vezes as empresas têm seus

nomes registrados no Cadin por falta de pagamento das obrigações tributárias, dificul-

tando seu acesso a qualquer linha de crédito disponível. O mesmo acontece quando

uma empresa está inadimplente com o sistema financeiro ou com alguma concessionária

de serviços públicos e tem seu nome lançado no SERASA.

Se não bastasse o que foi descrito acima, a maioria das microempresas,

das pequenas e das médias empresas do setor não cuidam bem dos documentos necessá-

rios para uma abertura de crédito junto às instituições financeiras, por não disporem,

muitas vezes, de balanço e da demonstração de resultado, além de não contarem com as

certidões atualizadas, o que só vem dificultar na obtenção de financiamentos.

Outro motivo para que sejam negados empréstimos às empresas, de um

modo geral, é o fechamento de linhas de crédito, que se torna também um grande empe-

cilho na obtenção de financiamento. Todavia, isto geralmente ocorre quando o Governo

impõe medidas recessivas, ou, então, eleva o depósito compulsório das instituições fi-

nanceiro junto ao Banco Central, com o propósito de tirar o dinheiro de circulação, e,

por causa disso os Bancos são obrigados a fechar algumas linhas de financiamento.

Outra causa que leva as instituições financeiras a negarem financiamento

às empresas são os projetos inviáveis que apresentam riscos estruturais e econômico-

financeiros, não mostrando claramente qual o retorno esperado.

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37

Como nosso estudo está centralizado na análise do Capital de Giro das

empresas do setor de construção civil, procuramos dar um destaque às principais opera-

ções desenvolvidas pela Caixa Econômica Federal, as quais, bem planejadas, podem vir

a beneficiar as empresas do setor. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar que as

empresas que por ventura queiram operacionalizar com a Caixa, deverão estar bem es-

truturadas, pois as análises de riscos, tanto do ponto de vista do projeto de engenharia

bem como os riscos econômico-financeiros são bastante rigorosas. Em seguida procu-

ramos relacionar os principais programas disponíveis no momento.

Quadro - VIII

A RESPOSTA É NÃO! Razões alegadas pelos bancos para não

dar empréstimos às micro e pequenas empresas

Falta de garantias reais 40%

Registro no Cadin / Serasa 16%

Insuficiência de documentos 12%

Inadimplência das Empre-sas 9%

Linhas de créditos fechadas 7%

Projetos inviável 4%

Outras* 12%

Fonte: Sebrae - SP *Inclui conta nova no banco saldo

médio que não permite o pedido de em-

préstimo. Pequenas Empresas e Grandes Negócios / maio/ 2005 – p. 69

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38

2. 2. 4. 4 – PROGRAMAS DA CAIXA DESTINADOS A EMPRESAS DA CONS-TRUÇÃO CIVIL: (Pesquisa realizada no dia 19 de maio de 2005 – no site da Caixa Econômica Federal – portal – Para sua Empresa)

1 PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO 1.1 PROGRAMA DE APOIO A PRODUÇÃO DE HABITAÇÕES – RECURS OS

DO FGTS Objetivo: Linha de crédito para produção de empreendimentos habitacionais, com financiamento direto à pessoa jurídica do ramo da construção civil, constituída sob a forma de Sociedade de Propósito Específico – SPE e com comercialização compro-vada de, no mínimo, 30% das unidades habitacionais do empreendimento/módulo e execução de obras com recursos próprios de no mínimo 15% ou percentual definido na análise econômico-financeira do projeto. Condições: Prazo: Prazo máximo de 60 meses, englobando o prazo de construção e de amorti-zação, sendo: - Construção: máximo de 24 meses

- Amortização: máximo de 36 meses

Encargos financeiros: - Na fase de construção: a taxa de juros é de 10,16% a.a, mais atualização monetá-ria com base em índice aplicado às contas do FGTS e seguros, mensalmente, sobre o saldo devedor. - Na fase de amortização: a taxa de juros de 12% a.a, mais atualização monetária. Limites: As unidades habitacionais do empreendimento têm o seu valor de ven-da/avaliação limitado a, no máximo, R$80.000,00.

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39

1.2 PROGRAMA DE CARTA DE CRÉDITO ASSOCIATIVO – IMÓVEL N A PLANTA

Objetivo: Linha de crédito para produção de empreendimentos habitacionais e lotes urbanizados, com financiamento direto às pessoas físicas, agrupadas em condomínios ou por sindicatos, cooperativas, associações ou pessoas jurídicas voltadas à produção habitacional. Condições: Prazos: - De construção: até 24 meses - De amortização: mínimo de 12 meses e máximo de 240 meses Encargos financeiros: - Taxa de juros e atualização monetária. A taxa de juros varia de acordo com a renda familiar mensal do proponente; Renda familiar bruta Taxa de juros nominal a.a Taxa de juros efetiva a.a Até R$ 1.500,00 6,00% 6,1677% De 1.500,01 a 3.900,00 8,16% 8,4722% De 3.900,01 a 4900,00 10,16% 10,6467% Limite de financiamento: a unidade habitacional deve ter um valor máximo de R$ 72.000,00 Modalidades: construção em terreno próprio, aquisição de terreno e construção, produ-ção e aquisição de lote urbanizado. Neste programa a CAIXA poderá emprestar, diretamente à empresa construtora, o valor correspondente a 30% das unidades habitacionais.

2 PARA CAPITAL DE GIRO 2.1 CONSTRUGIRO – ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIO S Objetivo: Operação destinada a antecipar fluxo de caixa de empresa privada do ramo da construção civil, lastreada em recebíveis imobiliários oriundos de plano de autofi-nanciamento, objetivando a obtenção de capital de giro.

Page 41: FACULDADES IBMEC

40

Condições: Prazo: o prazo máximo da operação é de 36 meses. Taxa de juros: variável, informada diariamente em boletim interno da CAIXA, acres-cida da TR. Limites: Até 80% do valor dos créditos analisados. Amortização: prestações mensais, compostas de amortização e juros pós-fixados. 2.2 CONSTRUGIRO – AQUISIÇÃO DE RECEBÍVEIS IMOBILI ÁRIOS Objetivo: Operação destinada a antecipar fluxo de caixa de empresa privada do ramo da construção civil, através de aquisição de recebíveis imobiliários oriundos de autofi-nanciamento, objetivando a obtenção de capital de giro. Condições: Prazo: é o prazo dos direitos creditórios adquiridos Taxa de juros: A taxa de juros/desconto utilizada no cálculo do valor presente líquido – VPL de cada contrato é a do custo de oportunidade da área de crédito imobiliário, acrescida da taxa de risco por contrato e taxa de descasamento entre o índice utilizado na carteira e aquele utilizado na fonte de origem pela CAIXA – TR. No que tange a taxa de juros dos contratos de promessa de compra e venda ou contratos de aquisição definitiva/transferência de propriedade firmado entre a construtora e os promitentes compradores, estas permanecerão conforme estabelecido no contrato. Limites: Até 80% do valor dos créditos analisados.

Page 42: FACULDADES IBMEC

41

3 – ANÁLISE DOS CASOS

A diretoria financeira de uma empresa tem a função de acompanhar a e-

volução do Saldo de Tesouraria a fim de evitar que o mesmo fique negativo e crescen-

te.

Tem-se observado que a maior parte das empresas da amostra apresenta o

Saldo de Tesouraria positivo nos dois exercícios estudados, o que nos leva a acreditar

que estão operando com uma estrutura financeira adequada, não indicando uma depen-

dência acentuada de empréstimos em curto prazo.

O que não acontece com a empresa “E” que nos dois estudos apresentou

um Saldo de Tesouraria negativo e crescente, o que demonstra uma dependência bastan-

te acentuada em tomar empréstimos de curto prazo, o que poderá conduzi-la à insol-

vência. Esta insolvência ocorre porque estas empresas, que operam com o Saldo de

tesouraria negativo, passam por grandes dificuldades para pagar seus empréstimos de

curto prazo. As dificuldades se acentuam quando há uma recusa, por qualquer motivo,

dos bancos em renovar os empréstimos já concedidos.

Um exemplo dessa situação ocorre quando o Banco Central aumenta o

compulsório dos bancos, usando este instrumento de controle monetário para restringir

o crédito, nesse contexto agrava-se a situação das empresas que estão operando com

Saldo de Tesouraria negativo.

O Saldo de Tesouraria negativo em período de recessão econômica,

quando se verifica uma queda acentuada nas vendas, é bastante crítico, pois, provoca

um aumento significativo na Necessidade de Capital de Giro. Esse fato acontece porque

Page 43: FACULDADES IBMEC

42

o autofinanciamento não é capaz de financiar o aumento da Necessidade de Capital de

Giro, obrigando a empresa a recorrer aos empréstimos externos de curto e/ou de longo

prazo, ou então, ao aumento do capital social em dinheiro. Na falta desses fundos, o

que é freqüentemente comum num período de recessão, a continuidade da empresa fica-

rá enfraquecida.

Por outro lado, o Saldo de Tesouraria continuará mais negativo com um

aumento rápido das vendas, se, proporcionalmente, a Necessidade de Capital de Giro

não aumentar em níveis maiores do que o Autofinanciamento, e, com isso, a empresa

não consiga aumentar seu Capital de Giro, por intermédio da obtenção de recursos de

fontes externas. Esse aumento negativo do Saldo de Tesouraria denomina-se efeito

tesoura.

Em $ NCG

Efeito tesoura

CDG

Anos

Efeito Tesoura - Fonte: Adaptada do Modelo apresentado por Silva (2001, 392).

Analisando a estrutura financeira e o risco das dez empresas estudadas,

de acordo com o modelo Fleuriet, podemos observar que as empresas “A”, “B” e “C”

têm uma situação sólida para os dois anos estudados. Porém, quando analisamos sob a

perspectiva tradicional verifica-se que as empresas “A” e “B” se mantêm sólidas segun-

Page 44: FACULDADES IBMEC

43

do os indicadores de liquidez e endividamento, apesar de sua margem líquida ser relati-

vamente baixa, além das taxas de retorno sobre os ativos e o patrimônio líquido serem

muito pequenos para os dois anos em questão.

Já quanto à empresa “C”, verifica-se que ela se mantém sólida quanto ao

indicador de liquidez corrente. No entanto, não podemos ter a mesma convicção quanto

ao indicador de liquidez seca, tendo em vista que o mesmo baixou em 2003 com relação

a 2002, o mesmo acontecendo com o indicador do endividamento, pois, em 2002 este

era de 35,05% passando para 64,79% no ano de 2003.

Como se não bastasse o elevado grau de endividamento, a empresa tem

suas taxas de margem líquida e seus retornos sobre seus ativos e patrimônio liquido

muito baixos e, no ano de 2002, estas taxas foram negativas, o que indica claramente

que a empresa não está produzindo lucros para formar capital de giro para saldar suas

dívidas. Este quadro a deixa numa situação desconfortável, levando em conta as difi-

culdades de captar recursos externos, o que poderá levá-la a insolvência.

Do ponto de vista do modelo Fleuriet, a empresa “D”, no de 2002, apre-

sentou uma situação arriscada passando para uma situação sólida no ano de 2003, ocor-

rendo a mesma situação quando analisamos pela ótica da analise tradicional. Podemos

verificar, então, uma acentuada elevação de seus indicadores de liquidez, apesar da

margem líquida ter sido negativa em 2003 e as taxas de retorno sobre os ativos e o pa-

trimônio líquido serem também negativas. Todavia seu índice de endividamento que

fora de 50,69% em 2002, no ano de 2003 foi reduzido para 12,52%, o que provavelmen-

te facilitará na captação de recursos externos.

Enquanto as empresas “E” e “F” apresentam uma situação insatisfatória

no dois anos estudados, com relação ao modelo Fleuriet, podemos verificar que esta

Page 45: FACULDADES IBMEC

44

situação persiste também quando as analisamos do ponto de vista tradicional, pois a

empresa “E” teve uma grande redução nos seus indicadores de liquidez em 2003 em

comparação a 2002, e a margem liquida foi negativa em 2003, além das taxas de retor-

nos sobre os ativos e patrimônio liquido serem negativos em 2003. Por outro lado, seu

endividamento que fora de 29,71% em 2002, passou para 54,88% em 2003.

Já a empresa “F” no período estudado não apresentou receita, o que nos

levou a estudar melhor sua gestão. Podemos verificar que a mesma empresa aumentou

substancialmente seu endividamento passando de 0,97% em 2002 para 88,56% em

2003, o que a dificultará possivelmente tomar empréstimos externos.

As empresas “G”, “H”, “I” e “J” classificadas como prestadora de servi-

ços no setor estudado demonstram ter uma situação sólida para o ano de 2002 e excelen-

te para o ano 2003, quando estudamos pela ótica do modelo tradicional também é possí-

vel verificar que as empresas estudadas mantêm sua solidez, considerando que todas

têm baixo índice de endividamento.

O mesmo observando que a empresa “H” apresentou, em 2003, margem

líquida e suas taxas de rentabilidade dos ativos e o patrimônio líquido negativas, o que,

de acordo com nossa avaliação, aponta que esta empresa terá capacidade de captar re-

cursos externos.

Page 46: FACULDADES IBMEC

45

Quadro IX

Medidas de Desempenho Financeiro

em mil reais

CDG NCG ST

EMPRESAS 2003 2002 2003 2002 2003 2002

A 2.416 2.633 2.052 2.077 364 554

B 1.439 1.458 1.059 1.349 380 109

C 8.604 3.652 8.525 3.550 655 370

D 3.837 -814 3.714 -963 123 149

E 4.635 11.395 11.338 11.810 -6.703 -415

F 6.936 1.250 7.898 1.250 (962) -

G 43 36 (14) (3) 57 39

H 28 161 (31) 88 59 73

I 16 97 (43) 55 59 42

J 297 1.281 163 526 134 755

Fonte: Adaptada de Marques (2004, 264).

Quadro X

Medidas de Desempenho Financeiro

em %

CDG / VL NCG / VL ST / VL

EMPRESAS 2003 2002 2003 2002 2003 2002

A 1,94 1,18 1,65 0,93 0,29 0,25

B 4,61 4,78 3,39 4,42 1,22 0,36

C 3,09 1,17 3,06 1,13 0,23 0,12

D 4,55 -0,96 4,41 -1,13 0,15 0,018

E 2,15 2,66 5,27 2,76 -3,11 -0,1

F 0 0 0 0 0 0

G 0,34 0,32 -0,11 -0,03 0,45 0,34

H 0,02 0,18 -0,03 0,09 0,05 0,08

I 0,01 0,13 -0,04 0,07 0,06 0,05

J 0,7 0,35 0,38 0,15 0,31 0,21

Page 47: FACULDADES IBMEC

46

Fonte: Adaptada de Marques (2004, p.264).

Principais indicadores tradicionais

Com base na estrutura do Balanço conforme modelo tradicional, nos é

permitido calcular alguns indicadores financeiros tradicionais muito usados em análise

de risco econômico-financeiro das empresas. De um modo geral, demonstramos estes

indicadores a seguir:

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Quadro XI

PRINCIPAIS INDICADORES TRADICIONAIS

Liquidez Corrente Liquidez seca Endividamento Margem Líquida Rent. do Ativo Rent. do PL

EMPRESAS 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002

A 6,74 7,24 2,84 2,98 11% 16% 1,76% 8,90% 0,51% 4,32% 0,71% 6,44%

B 10,85 11,26 5,16 3,73 7,94% 5,28% 11,54% 11,15% 0,61% 0,59% 0,71% 0,67%

C 6,51 6,06 0,84 1,89 64,79% 35,05% 1,14% -9,06% 0,27% -2,75% 0,77% -6,93%

D 6,07 0,70 1,42 0,32 12,52% 50,69% -17,67% 1,41% -2,03% 0,21% -2,40% 0,70%

E 1,54 7,32 0,14 1,24 54,88% 29,71% -112,77% 2,31% -14,09% 0,67% -31,48% 0,97%

F 7,07 0,16 88,56% 0,97% -0,60% -0,07% -5,29% -2,70%

G 4,07 13 4,07 13 14,74 3,89% 53,17% 48,25% 70,53% 71,43% 82,72% 74,32%

H 1,57 8,66 1,57 8,66 20,25% 8,17% -2,29% 29,66% -11,98% 112,06% -15,03% 122,03%

I 1,37 7,92 1,37 7,92 5,87% 2,61% 31,4% 14,46% 50,55% 22,39% 53,70% 22,99%

J 2,24 6,82 2,24 6,82 40,27% 14% 107,47% 25,16% 77,18% 59,09% 129,21% 68,94%

Page 49: FACULDADES IBMEC

48

Com Balanço Reestruturado conforme propõe o novo modelo, é possível

calcular algumas medidas de desempenho financeiro, as quais dão ênfase a três indica-

dores de desempenho decisivos na avaliação da estrutura financeira e o risco de cada

empresa em estudo, tendo em vista que podemos avaliar com certa precisão o Necessi-

dade de Capital de Giro (NCG), o Capital de Giro (CDG) e o Saldo em Tesouraria (ST).

Conforme está descrito a seguir:

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49

Quadro XII

BALANÇO - CONFORME MODELO FLEURIET - 2.2

Em mil $

CONTAS EMPRESA -A EMPRESA -B EMPRESA -C EMPRESA -D EMPRESA -E EMPRESA -F EMPRESA -G EMPRESA -H EMPRESA -I EMPRESA -J

2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002

ATIVO 4.244 4578 5814 5750 11766 10323 7330 5500 17220 14744 8280 1303 95 77 242 257 732 536 596 1540

ATIVO CIRCULANTE 1194 1258 754 529 1318 1366 1110 896 1221 2238 193 0 57 39 77 182 59 111 537 1501

FINANCEIRO 364 554 380 109 655 370 123 149 57 62 33 0 57 39 59 73 59 42 134 755

Caixa/Banco/Aplic. 323 539 353 88 607 363 123 149 57 62 33 0 59 73 59 42 134 755

Impostos a Recuperar 41 15 27 21 48 7 0 0

CÍCLICO 830 704 374 420 663 996 987 747 1164 2176 160 0 0 0 18 109 0 69 403 746

Clientes 743 628 374 420 564 935 971 733 1.016 1.664 0 19 0 403 393

Adiantamentos 87 76 0 0 99 61 16 14 148 512 160 18 90 0 69 353

ATIVO NÃO CIRCULANTE 3.050 3.320 5.060 5.221 10.448 8.957 6.220 4.604 15.999 12.506 8.087 1.303 38 38 165 75 673 425 59 39

ESTOQUES DE IMÓVEIS 1.643 1796 831 1071 8.846 3007 3484 1078 11.922 10958 7.885 1250 4 4

REALIZÁVEL A L/PRAZO 1354 1475 2160 2090 1532 5867 2707 3526 3.755 1.296 0 34 34 0 0 0

PERMANENTE (LÍQ) 53 49 2069 2060 70 83 29 322 252 202 53 165 75 673 425 59 39

PASSIVO 4244 4578 5814 5750 11766 10323 7330 5500 17220 14744 8280 1303 95 77 242 257 732 536 240 220

PASSIVO CIRCULANTE 421 422 146 142 1561 721 757 2788 8508 1801 1142 0 14 3 49 21 43 14

CÍCLICO 421 422 146 142 984 453 757 2788 1748 1324 147 0 14 3 49 21 43 14 240 220

ONEROSO 0 0 577 268 0 0 6760 477 995 0

PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3823 4156 5668 5608 10205 9602 6573 2712 8712 12943 7138 1303 81 74 193 236 689 522 356 1320

EXIGÍVEL A L/PRAZO 33 330 316 162 6063 2898 161 943 2579 6191 1.266 0

REF (LÍQUIDO) 696 754 280 411 17 2611 213 1001 57 224 0 0

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3094 3072 5072 5035 4125 4093 6199 1711 7712 10140 947 37 81 74 193 236 689 522 356 1320

DEMONST. DO RESULTADO

Receita Venda de Imóveis 1125 2181 321 436 2427 3319 0 0 596 740 0 0 0 0 0 0

Receita Financ.s/Venda de Imóveis 188 129 58 46 566 357 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Receita Prestação de Serviçõs 0 0 0 0 0 0 865 879 1686 3838 0 0 135 122 1279 980 1.183 830 464 3848

(-)Imp. Incidente s/Venda e Serviço -62 -86 -21 -19 -154 -145 -22 -28 -129 -298 0 0 -9 -8 -13 -9 -12 -8 -38 -232

(-)Vendas Canceladas -4 -46 -158 -51 -397 0 0 0 0 0 0 0 0

Receita Líquida 1247 2224 312 305 2788 3134 843 851 2153 4280 0 0 126 114 1266 971 1171 822 426 3616

(-)Custo de Vendas / Serviços -723 -1453 -158 -265 -1817 -2503 -764 -681 -2047 -3.011 0 0 -54 -51 -971 -473 -415 -304 -2.540

Lucro Bruto 524 771 154 40 971 631 79 170 106 1269 0 0 72 63 295 498 756 518 426 1076

(-)Despesas Operacionais -495 -503 -146 -155 -931 -915 -228 -175 -2.534 -1.140 -50 -1 -2 -5 -235 -144 -281 -339 -32

(+)Outras Receitas 36 149 143 21 34

(-)Deprec./ Amortização -6

(-)Custo Ex. Anterior -137

Lucro Antes da CSLL 29 268 44 34 40 -284 -149 16 -2428 129 -50 -1 70 58 60 354 475 179 460 1044

Provisão p/ CSLL -3 -26 -3 0 -3 0 0 -1 0 -11 0 0 -1 -2 -51

Lucro Ante do IRPJ 26 242 41 34 37 -284 -149 15 -2428 118 -50 -1 69 56 60 354 475 179 460 993

Provisão p/ IRPJ -4 -44 -5 0 -5 -3 -19 -2 -1 -89 -66 -105 -59 -83

Lucro Líquido do Exercício 22 198 36 34 32 -284 -149 12 -2428 99 -50 -1 67 55 -29 288 370 120 460 910

Page 51: FACULDADES IBMEC

50

Por intermédio da combinação dos indicadores de desempenho financei-

ro, apurados no quadro 9, podemos analisar com clareza qual o tratamento dado à ad-

ministração do capital de giro das empresas em geral. Entretanto, no caso do setor que

nos propomos estudar, estes indicadores, em nosso entendimento, não reflete a realidade

do setor . À luz de nossa pesquisa, sugerimos imputar à discussão a necessidade de uma

nova reestruturação dentro da teoria do Michel Fleuriet, o que procuraremos enfocar em

seguida, este assunto que entendemos ser necessário que o setor em estudo.

Segundo reorganização do balanço das empresas, Fleuriet considera co-

mo não circulante o Ativo Realizável de Longo Prazo e o Ativo Permanente, ou seja, os

ativos de maior prazo de realização.

Dentro deste contexto, por se estar pesquisando um caso atípico como é o

caso do setor de incorporação e construção civil que tem um ciclo operacional relativa-

mente longo, em média entre 18 e 24 meses considerando-se apenas o período de cons-

trução, sem abalizarmos o período correspondente à elaboração e à aprovação do proje-

to de engenharia, expomos para discussão a reclassificação dos estoques de imóveis

como não circulante, dado que, na maioria das vezes, estes ativos são ilíquidos, ou seja,

suas vendas são demoradas. Desta forma, o seu giro não se deve dar na mesma veloci-

dade dos estoques das empresas de outros setores, como é o caso do setor industrial es-

tudado no modelo Fleuriet (FLEURIET; KEHDY; BLANC, 1978), cujos estoques gi-

ram com bastante velocidade.

De acordo com este contexto, efetuamos uma nova reclassificação dos

balanços estudados, tentando ajustá-lo à realidade do setor em questão, melhor dizendo,

alocando os estoques de terrenos, imóveis construídos e em construção no ativo não

circulante. Após essa reclassificação, é possível verificar que as medidas de desempe-

Page 52: FACULDADES IBMEC

51

nho financeiro sofreram mudanças substanciais dignas de uma melhor atenção, tanto

pelos usuários das informações contábeis, bem como pelas empresas do setor, conforme

demonstram os quadros a seguir.

Quadro XIII

Medidas de Desempenho Financeiro

Em mil reais

CDG NCG ST

EMPRESAS 2003 2002 2003 2002 2003 2002

A 773 836 409 282 364 554

B 608 387 228 278 380 109

C -243 645 -321 543 78 102

D 353 -1892 230 -2041 123 149

E -7287 437 -584 852 -6703 -415

F -949 0 13 0 -962 0

G 43 36 -14 -3 57 39

H 28 161 -31 88 59 73

I 16 97 -43 55 59 42

J 297 1281 163 526 134 755

Fonte: Adaptada de Marques (2004, p.264).

Page 53: FACULDADES IBMEC

52

Quadro XIV

Medidas de Desempenho Financeiro

Em %

CDG / VL NCG / VL ST / VL

EMPRESAS 2003 2002 2003 2002 2003 2002

A 0,62 0,38 0,33 0,13 0,29 0,25

B 1,95 1,27 0,73 0,91 1,22 0,36

C -0,09 0,21 -0,12 0,17 0,03 0,03

D 0,42 -2,22 0,27 -2,4 0,15 0,18

E -3,38 0,1 -0,27 0,2 -3,11 -0,1

F 0 0 0 0 0

G 0,34 0,32 -0,11 -0,03 0,45 0,34

H 0,02 0,17 -0,02 0,09 0,05 0,08

I 0,01 0,12 0,04 0,07 0,05 0,05

J 0,7 0,35 0,38 0,15 0,31 0,21

Fonte: Adaptada de Marques (2004, p264).

Analisando as novas medidas de desempenho financeiro, conforme a

nova reclassificação dos estoques, é possível constatar que com a nova reclassificação

ficou mudada substancialmente a situação financeira das empresas “C”, “E” e “F”.

A empresa “C” que apresentou uma situação sólida, na análise anterior

para os dois anos estudados, com a nova análise é possível verificar que esta mesma

empresa tem um nível elevado de risco de insolvência no ano de 2003, coadunando com

o resultado verificado quando da análise tradicional no mesmo período, que apresentou

um índice elevado de endividamento.

A empresa “E”, por sua vez, apresentou uma situação insatisfatória na

análise anterior para os anos estudados, enquanto na nova análise verifica-se que a situ-

Page 54: FACULDADES IBMEC

53

ação da empresa piorou, passando para muito ruim conforme a classificação da estrutura

patrimonial apresentada por Braga (1991). O que já fora identificado na análise pelo

método tradicional, tendo em vista o alto índice de endividamento.

Já a empresa “F” que fora classificada numa situação insatisfatória, na

análise anterior para os dois anos em questão, na nova análise foi verificado que sua

situação se agravou passando para péssima, ou seja, apresenta um elevado risco de in-

solvência. O que também foi verificado na análise anterior feita no molde tradicional,

pois a empresa apresentou alto índice de endividamento.

Page 55: FACULDADES IBMEC

54

4 – CONCLUSÃO

Inicialmente, fato mais relevante que se observou foi no que tange a

situação econômico-financeira desfavorável para o setor estudado nos anos de 2000 a

2003. Este intervalo de tempo contempla o período por nós estudado.

Finalmente, concluímos que 70% das empresas analisadas pela ótica do

modelo Fleuriet apresentam situações sólidas ou excelentes, enquanto 20% demonstram

situação insatisfatória e apenas 10% apresentam uma situação arriscada em 2002. Em

2003 houve uma modificação em relação às empresas em situação arriscada passando

para a situação de sólidas.

Já quando recorremos aos indicadores tradicionais, verificamos que

80% das empresas apresentaram, em 2002, elevado índice de liquidez corrente, e, em

2003, todas as empresas mantiveram o índice de liquidez elevado. Quando enfocamos o

endividamento, concluímos que 30% das empresas estudadas demonstram alto índice de

endividamento e conclui-se que este endividamento não vem gerando recursos para as

empresas em questão, tendo em vista que apresentam baixa rentabilidade sobre os ativos

e o patrimônio líquido e, na maioria das vezes, são negativos.

Para facilitar o entendimento do setor estudado, classificamos as empre-

sas em três grupos: incorporação, incorporação e construção e prestadora de serviços.

Sendo compreendido como incorporadora as empresas que apenas fazem o investimen-

to, contratando uma construtora para a execução de seu projeto; a incorporadora e cons-

trutora acumula as duas funções, fazendo o investimento e a construção; já as prestado-

Page 56: FACULDADES IBMEC

55

ras de serviços executam serviços de construção civil, para terceiros (órgãos públicos,

pessoas físicas, pessoas jurídicas, etc).

Em nosso estudo procuramos abarcar estas atividades relacionadas ao se-

tor estudado. Para isto 10%, 50% e 40% são respectivamente incorporadora, incorpora-

dora e construtora e prestadora de serviços.

Dentro deste contexto, concluímos que as empresas incorporadoras estão

bem estruturadas, fato que reflete uma boa estabilidade quando analisadas pelo modelo

Fleuriet, bem como pelo o método tradicional, como é o caso da empresa “B”. Estas

mesmas condições também nos parecem muito favoráveis quando analisamos as empre-

sas prestadoras de serviços. Por outro lado, observamos que a maioria das empresas

objetos deste estudo, que operam com a incorporação e construção simultaneamente,

apresentam alto índice de endividamento, ou seja, captam financiamento no mercado

para financiar suas necessidades de capital de giro, e na maior parte das vezes são obri-

gadas a fazer estas captações com elevadas taxas de juros por vários motivos já detecta-

dos no quadro IV da p. 29. Estas taxas, de certo modo, inviabilizam seus projetos.

Outro ponto relevante a considerar: o prazo de carência dado pelas insti-

tuições financeiras para que as empresas do setor possam liquidar seus empréstimos é

muito curto, o que de certo modo inviabiliza a liquidação de seus compromissos, princi-

palmente quando o mercado está retraído por qualquer instabilidade financeira ou polí-

tica, o que precisa ser mais bem estudado por parte do tomador de empréstimos, tendo

em vista que seus estoques são de longo prazo de realização.

Ao analisarmos o setor podemos verificar como são atípicos os estoques

nas empresas incorporadoras e construtoras, pois são compostos geralmente dos seguin-

tes itens: estoques de terrenos, imóveis em construção e imóveis construídos. Apesar da

Page 57: FACULDADES IBMEC

56

literatura considerar como de curto prazo todos os produtos que estejam dentro do ciclo

econômico, no caso do setor estudado, conclui-se que, por força da falta de liquidez em

relação aos estoques, estes deveriam ser considerados como de longo prazo. Para fins

desta análise.

Neste contexto, ao reclassificarmos os balanços e considerando a teoria

fleurietiana, constatamos uma mudança substancial nas medidas de desempenho finan-

ceiro das empresas “C”, “E” e “F”, que tiveram suas situações financeiras modificadas.

Verificou-se que a empresa “C” que fora classificada na análise de risco

anterior, (considerando-se os estoques no ativo circulante cíclico), apresentou uma situ-

ação sólida para os dois anos em estudo, enquanto na nova reclassificação a mesma em-

presa apresenta um nível elevado de risco, o que já havia sido identificado quando a

analisamos pelo método tradicional.

As empresas “E” e “F” também pioraram suas classificações, passando

de insatisfatória para muito ruim, e de insatisfatória para péssima, respectivamente, con-

firmando o que já havia sido verificado quando da análise financeira pelo método tradi-

cional. O que nos leva a crer que o novo modelo proposto, reflete melhor a realidade

das empresas do setor de construção civil, independente do seu porte.

Consideramos que houve algumas limitações, em nosso estudo, por conta

da baixa qualidade e pouca transparência das informações contidas nos balanços patri-

moniais e nas demonstrações contábeis das empresas estudadas dentro do período em

questão.

Dado ao fato já revelado quanto à qualidade dos Balanços Patrimoniais e

suas Demonstrações Financeiras, não foi possível calcular o EBITDA. Já o ciclo eco-

nômico além das dificuldades relatadas, ainda devemos considerar a iliquidez dos esto-

Page 58: FACULDADES IBMEC

57

ques além das vendas serem de longo prazo, que, na maioria, correspondem a um perío-

do entre 36 a 120 meses para que ocorram os recebimentos.

Sem considerar-mos a inadimplência e, até mesmo, a rescisão de venda,

o que de certo agrava mais a situação das empresas, tendo em vista que imóvel readqui-

rido volta a compor os estoques. Devemos considerar que tanto o cálculo EBITDA co-

mo também o do ciclo econômico são importantes para a análise de risco das empresas.

Alguns fatores são relevantes para que o setor das empresas de constru-

ção civil possam melhorar seu perfil junto às instituições financeiras no que se refere à

captação de recursos para compor o capital de giro, conforme segue:

� Melhorar a qualidade e a transparência das informações;

� Reestruturar a empresa;

� Tentar encurtar os prazos de recebimentos e alongar os prazos de pagamentos;

� Buscar financiamento junto à Caixa Econômica Federal, em uma das modalidades

de financiamento já citada, tendo em vista, que, na maioria das vezes, o financiado

não a empresa e sim o usuário;

� Planejar sua necessidade de capital de giro, para não ser penalizada com as maiores

taxas de juros;

� Procurar alongar o período de carência, levando em conta a iliquidez de seus esto-

ques;

� Operar sob a forma de Sociedade de Propósito Específico – SPE.

Page 59: FACULDADES IBMEC

58

Devemos registrar uma alerta para futuras pesquisa neste setor:

a) quanto ao tratamento dos estoques;

b) quanto ao tratamento dos recebíveis;

c) quanto à carência necessária para facilitar a liquidação dos

empréstimos.

Quanto às considerações finais dentro de nossa observação a respeito do

comportamento e da relevância dos estoques na análise do Capital de Giro, devemos

assinalar que esta distorção possivelmente causará impacto nas empresas do setor es-

tudado.

Por fim, recomendamos que as empresas, que exploram o setor, procu-

rem fazer parcerias com instituições financeiras para que proporcionem financiamento

imobiliário a seus clientes, considerando que estes financiamentos são de longo prazo,

além desta função não ser originariamente do setor, o que certamente viabilizaria novos

investimentos, sem a necessidade de captar recursos de terceiros. Para isto, as empresas

em questão talvez necessitassem de uma reestruturação.

Page 60: FACULDADES IBMEC

59

5 - BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA :

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