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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS André Mendes do Nascimento John Wellington da Silva Brandão PRINCIPAIS PROTEÇÕES DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA DE 765kV: Análise e Implementação das Principais Funções de Proteção em Transformadores de Alta Tensão SÃO PAULO 2016

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

André Mendes do Nascimento

John Wellington da Silva Brandão

PRINCIPAIS PROTEÇÕES DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA DE 765kV: Análise e Implementação das Principais Funções de Proteção em

Transformadores de Alta Tensão

SÃO PAULO

2016

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André Mendes do Nascimento

John Wellington da Silva Brandão

PRINCIPAIS PROTEÇÕES DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA DE 765kV: Análise e Implementação das Principais Funções de Proteção em

Transformadores de Alta Tensão Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação em Engenharia Elétrica sob a orientação do Professor Alexandre Manente Pinto.

SÃO PAULO

2016

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Nascimento, André Mendes do.

Principais Proteções de Transformadores de Potência de 765kV:

Análise e Implementação das Principais Funções de Proteção em

Transformadores de Alta Tensão / André Mendes do Nascimento, John

Wellington da Silva Brandão. São Paulo, 2016.

147 f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário FMU,

Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Alexandre Manente Pinto.

1. Proteção de Transformadores. 2. Transformadores de Potência.

3. Relês Digitais. I. Brandão, John Wellington da Silva. II. Pinto,

Alexandre Manente, orient. III. Título.

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André Mendes do Nascimento

John Wellington da Silva Brandão

PRINCIPAIS PROTEÇÕES DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA DE 765kV: Análise e Implementação das Principais Funções de Proteção em

Transformadores de Alta Tensão Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, como exigência parcial para a obtenção de título de Bacharel em Engenharia Elétrica sob a orientação do Professor Alexandre Manente Pinto. Data da aprovação: 25/12/2016 Banca examinadora: _______________________________

Prof. Alexandre Manente Pinto FMU - Orientador _______________________________

Prof. José Mario Caruso FMU _______________________________

Prof. Alexandre de Souza FMU

SÃO PAULO

2016

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AGRADECIMENTOS Primeiramente agradecemos a Deus pelo todo proporcionado até aqui.

Agradecemos aos nossos mestres e professores, que propagaram

conhecimento e elucidaram diversas dúvidas ao longo de nossa formação, em

especial nosso orientador Professor Engenheiro Alexandre Manente Pinto, aos

profissionais da AES Eletropaulo e Siemens pelo acompanhamento profissional

diário de nossa formação prática.

Aos colegas de faculdade que nos serviram de apoio nos momentos difíceis

da graduação e por compartilhar diversas experiências de vida.

André Mendes do Nascimento

Agradeço a minha esposa Patrícia Pereira Carvalho Mendes, que, com amor,

paciência e compreensão ajudou nos momentos mais difíceis. Aos meus pais Abel

Balbino do Nascimento Júnior e Marilúcia Mendes do Nascimento pelo amor, base

familiar e incentivo aos estudos. Também aos meus irmãos Matheus e Gabriel pelo

companheirismo e apoio.

John Wellington da Silva Brandão

Gostaria de agradecer aos meus pais, Janir Rodrigues Brandão e Josenilda

Maria da Silva, pelo amor, carinho e apoio incondicional que me fizeram ser quem

sou.

Obrigado a todos!

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.

“A ciência é, portanto, uma perversão de si mesma, a menos que tenha como fim último melhorar a humanidade.”

Nikola Tesla.

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RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo das principais proteções de

transformadores de potência. Para que seja apresentado o estudo em questão são

necessários conceitos fundamentais de proteção de sistemas elétricos como

seletividade da zona a ser protegida, confiabilidade, velocidade de atuação,

automação e sensibilidade do equipamento de proteção. O cenário escolhido foi um

transformador de potência de 765kV da subestação de Tijuco Preto, Mogi das

Cruzes, a qual é alimentada com a maior classe de tensão do SIN – Sistema

Interligado Nacional (ONS, 2016). Para esta análise utilizaremos um relê digital de

proteção Siemens 7UT85 – SIPROTEC, que executará o processamento numérico

das principais funções de proteção para um transformador de alta tensão, dentre

elas, sobrecorrente, sobretensão e diferencial do transformador.

Palavras-chave: proteção, transformadores de potência, relês digitais.

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ABSTRACT

This paper shows a study of the main protections of power transformers. In

order to present the study in question is fundamental concepts of protection of

electrical systems such as selectivity of the protected zone, reliability, speed of

actuation, automation and sensitivity of the protection equipment are required. The

set chosen was a 765 kV power transformer of the Tijuco Preto substation, Mogi das

Cruzes, which is supplied with the highest voltage class of the SIN – Sistema

Interligado Nacional (ONS, 2016). For this analysis we will use a protection relay

Siemens 7UT85 - SIPROTEC, which will perform the numerical processing of the

main protection functions for a high voltage transformer, among them overcurrent,

overvoltage and transformer differential.

Keyword: protection, power transformer, digital relay.

.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – SEP –Sistema Elétrico de Potência..................................................... 18 Figura 2 – Diagrama Unifilar SEP......................................................................... 20 Figura 3 – Diagrama Unifilar TC........................................................................... 24 Figura 4 – Diagrama Unifilar TP........................................................................... 25 Figura 5 – Fluxo Magnético.................................................................................. 25 Figura 6 – Ligação de um Transformador............................................................ 27 Figura 7 – Circuito Elétrico Equivalente................................................................ 27 Figura 8 – Estrutura Básica de um Sistema de Proteção..................................... 31 Figura 9 – Diagrama de Seletividade de um Sistema de Proteção...................... 32 Figura 10 – Diagrama Conceitual de Proteção Diferencial................................... 50 Figura 11 – Diagrama de Proteção Diferencial..................................................... 50 Figura 12 – Diagrama de Diferencial Percentual.................................................. 51 Figura 13 – Característica da Proteção Diferencial Percentual............................ 52 Figura 14 – Polaridade de TC na Proteção Diferencial......................................... 53 Figura 15 – Diagrama de Proteção Diferencial..................................................... 54 Figura 16 – Curva Característica de Proteção Diferencial................................... 56 Figura 17 – Presença Harmônica na Corrente de Energização............................ 57 Figura 18 – Característica da Função de Sobrecorrente...................................... 59 Figura 19 – Característica da Função de Sobrecorrente Temporizada................ 59 Figura 20 – Característica de Curva Híbrida: Função Instantânea e Temporizada 60 Figura 21 – Característica de Curva Normalmente Inversa................................. 61 Figura 22 – Característica de Curva Extramamente Inversa............................... 62 Figura 23 – Diagrama de Relê de Sobrecorrente Individual................................ 63 Figura 24 – Característica Função de Sobretensão............................................ 64 Figura 25 – Diagrama Mecânico de Relê Térmico.............................................. 65 Figura 26 – Rede de Operação Itaipu – Tijuco Preto (em azul)........................... 67 Figura 27 – Sistema de Transmissão de Itaipu.................................................... 68 Figura 28 – Diagrama Unifilar do Sistema Envolvido........................................... 71 Figura 29 – Diagrama Unifilar com Relês de Proteção........................................ 72 Figura 30 – Relê 7UT85....................................................................................... 73 Figura 31 – Relê 7UT85 com Módulos Expansivos.............................................. 75 Figura 32 – Plug In de Comunicação.................................................................... 75 Figura 33 – Modelos de Submódulos................................................................... 76 Figura 34 – Display Frontal Relê 7UT87.............................................................. 77 Figura 35 – Hardware utilizado no ensaio............................................................ 77 Figura 36 – Tela DIGSI......................................................................................... 78 Figura 37 – Diagrama Básico de Emulação de Disjuntor..................................... 79 Figura 38A – Diagrama Interno do Contator SIRIUS 314RH............................... 79 Figura 38B – Diagrama do Contator SIRIUS 314RH........................................... 80 Figura 39 – CMC 356........................................................................................... 80 Figura 40 – Tela Inicial Test Universe.................................................................. 81 Figura 41 – Diagrama de Montagem da Bancada de Testes............................... 83 Figura 42 – Bancada de Testes........................................................................... 84 Figura 43 – Algoritmo da Função de Sobrecorrente............................................ 85 Figura 44 – Configurações de Curva Característica............................................. 86 Figura 45 – Inserção dos Pontos da Curva Característica.................................... 87 Figura 46 – Configurações do Módulo de Teste.................................................. 88

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Figura 47 – Pontos Inseridos a serem Testados................................................. 89 Figura 48 – Pontos Testados............................................................................... 90 Figura 49 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2) ............................... 90 Figura 50 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3) ............................... 91 Figura 51 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1) ............................... 91 Figura 52 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Neutro (L1-E)................. 91 Figura 53 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase B e Neutro (L2-E) ................ 92 Figura 54 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase C e Neutro (L3-E) ................ 92 Figura 55 – Inserção dos Pontos da Curva Característica................................... 93 Figura 56 – Configurações do Módulo de Teste.................................................. 94 Figura 57 – Pontos Inseridos a serem Testados.................................................. 94 Figura 58 – Pontos Testados................................................................................. 95 Figura 59 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Terra (L1-E) .................... 95 Figura 60 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase B e Terra (L2-E) .................. 95 Figura 61 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase C e Terra (L3-E) .................. 96 Figura 62 – Inserção dos Pontos da Curva Característica................................... 97 Figura 63 – Configurações do Módulo de Teste.................................................. 97 Figura 64 – Pontos Inseridos a serem Testados.................................................. 98 Figura 65 – Pontos Testados............................................................................... 98 Figura 66 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2) ............................... 99 Figura 67 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3) ............................... 99 Figura 68 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1) ............................... 99 Figura 69 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases A e Neutro (L1-E) ............... 100 Figura 70 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases B e Neutro (L2-E) ............... 100 Figura 71 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases C e Neutro (L3-E) ............... 100 Figura 72 – Inserção dos Pontos da Curva Característica.................................... 102 Figura 73 – Configurações do Módulo de Teste.................................................. 102 Figura 74 – Pontos Inseridos a serem Testados.................................................. 103 Figura 75 – Pontos Testados............................................................................... 103 Figura 76 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2) ............................... 104 Figura 77 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3) ............................... 104 Figura 78 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1) ............................... 104 Figura 79 – Inserção dos Pontos da Curva Característica................................... 105 Figura 80 – Configurações do Módulo de Teste................................................. 106 Figura 81 – Pontos Inseridos a serem Testados................................................. 106 Figura 82 – Pontos Testados............................................................................... 107 Figura 83 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases A e Terra (L1-E)................. 107 Figura 84 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases B e Terra (L2-E)................. 107 Figura 85 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases C e Terra (L3-E)................. 108 Figura 86 – Inserção dos Pontos da Curva Característica................................... 109 Figura 87 – Configurações do Módulo de Teste.................................................. 109 Figura 88 – Pontos Inseridos a serem Testados.................................................. 110 Figura 89 – Pontos Testados............................................................................... 110 Figura 90 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2) ............................... 111 Figura 91 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3) ............................... 111 Figura 92 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1) ............................... 111 Figura 93 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Neutro (L1-LE)............... 112 Figura 94 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase B e Neutro (L2-LE)................ 112 Figura 95 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase C e Neutro (L3-LE)................ 112 Figura 96 – Inserção dos Pontos da Curva Característica.................................... 113

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Figura 97 – Configurações do Módulo de Teste.................................................. 114 Figura 98 – Pontos Inseridos a serem Testados.................................................. 114 Figura 99 – Pontos Testados............................................................................... 114 Figura 100 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Terra (L1-LE)................ 115 Figura 101 – Configuração dos Etados de Condição........................................... 116 Figura 102 – Configuração do Módulo de Teste e sues Estados......................... 116 Figura 103 – Estados de Condição Testados...................................................... 117 Figura 104 – Proteção por Nós de Corrente........................................................ 118 Figura 105 – Proteção por Nós de Corrente........................................................ 118 Figura 106 – Característica para Diferencial Rápido............................................ 120 Figura 107 – Configuração da Curva e Inserção dos Pontos.............................. 120 Figura 108 – Configuração do Módulo de Teste................................................. 121 Figura 109 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 122 Figura 110 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 123 Figura 111 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 124 Figura 112 – Configuração do Módulo de Teste................................................. 125 Figura 113 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 126 Figura 114 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 127 Figura 115 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 128 Figura 116 – Pontos Testados e Curva Diferencial............................................. 129 Figura 117 – Configuração do Módulo de Teste................................................. 130 Figura 118 – Teste de Restrição de Curva Harmônica........................................ 131

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes de Tensão............................................................................. 20 Tabela 2 – Tipos de Curva e Normatizações....................................................... 61 Tabela 3 – Dados do Transformador de Potência............................................... 68

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRADEE Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ANSI American National Standards Institute

AT Alta Tensão

BC Banco de Capacitor

BCA Banco de Capacitor Automático

BT Baixa Tensão

CF Chave Faca

CFF Chave Faca Fusível

DJ Disjuntor

EAT Extra Alta Tensão

GTD Geração, Transmissão e Distribuição

IEC International Electrotechnical Comission

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers

IP/I1 Corrente Primária

IS/I2 Corrente Secundária

MT Média Tensão

NP/N1 Número de Espiras Primárias

NS/N2 Número de Espiras Secundárias

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

RTC Relação de Transformação de Corrente

RV Regulador de Tensão

SE Subestação de Energia

SEP Sistema Elétrico de Potência

SF6 Gás Hexafluoreto de Enxofre

SIN Sistema Interligado Nacional

TC Transformador de Corrente

TP Transformador de Potencial

UAT Ultra Alta Tensão

VP/V1 Tensão Primária

VS/V2 Tensão Secundária

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16

1.1. Objetivo Geral ............................................................................................................. 16

1.2. Objetivo Específico ..................................................................................................... 17

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 18

2.1. SEP – Sistema Elétrico de Potência .......................................................................... 18

2.1.1. Geração de Energia ........................................................................................... 18

2.1.2. Transmissão de Energia .................................................................................... 19

2.1.3. Distribuição de Energia..................................................................................... 19

2.1.4. GTD – Geração, Transmissão e Distribuição .................................................... 19

2.1.5. SE – Subestações de Energia ............................................................................ 20

2.2. Principais Equipamentos do SEP .............................................................................. 21

2.2.1. Disjuntores ........................................................................................................ 21

2.2.2. Chaves Seccionadoras ....................................................................................... 22

2.2.3. Transformadores ............................................................................................... 23

2.2.3.1. TC – Transformadores de Corrente....................................................... 23

2.2.3.2. TP – Transformadores de Potencial ...................................................... 24

2.2.3.3. Transformadores de Potência ................................................................ 25

2.3. Conceitos de Proteção ................................................................................................. 28

2.3.1. Estrutura de um Sistema de Proteção ................................................................. 30

2.3.2. Requisitos Básicos de Proteção .......................................................................... 31

2.3.3. Relês de Proteção .............................................................................................. 32

2.3.4. Relês Digitais ..................................................................................................... 34

2.3.5. Tipos de Proteção no SEP ................................................................................. 35

2.3.5.1. Proteção de Sobrecorrente..................................................................... 36

2.3.5.2. Proteção de Sobretensão ....................................................................... 36

2.3.5.3. Proteção de Subtensão........................................................................... 37

2.3.5.4. Proteção de Frequência ......................................................................... 37

2.3.6. Tabela ANSI ...................................................................................................... 37

2.4. Curto Circuito ............................................................................................................. 38

2.5. Proteção em Transformadores de Potência ............................................................. 39

2.5.1. Tipos de Falhas nos Transformadores ............................................................... 41

2.5.1.1. Falhas nos Transformadores ................................................................. 41

2.5.1.2. Falhas Associadas à Temperatura e Pressão ......................................... 41

2.5.1.3. Falhas Ativas ......................................................................................... 42

2.5.1.4. Falhas Externas Aos Transformadores.................................................. 43

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2.5.2. Requisitos de Proteção Estabelecidos pelo Operador Nacional do Sistema

Elétrico (ONS) .................................................................................................. 43

2.5.3. Sistema de Proteção de Transformadores ou Autotransformadores ................. 44

2.5.3.1. Transformadores ou Autotransformadores com Tensão Nominal

Maior ou Igual a 345kV ........................................................................ 45

2.5.3.2. Transformadores ou Autotransformadores com Tensão Nominal

Menor que 345kV ................................................................................. 47

2.5.4. Entendendo as Principais Funções de Proteção de Transformadores ............... 48

2.5.5. Principais Funções de Proteção de Transformadores de Potência AT ............. 49

2.5.5.1. Função Diferencial de Transformador ................................................... 49

2.5.5.1.1. Requisitos de uma Função Diferencial ................................. 49

2.5.5.1.2. Diferencial Percentual .......................................................... 51

2.5.5.1.3. Função Diferencial Aplicada ao Transformador ................. 52

2.5.5.1.4. Estabilização Harmônica ...................................................... 56

2.5.5.2. Função de Sobrecorrente ....................................................................... 58

2.5.5.3. Função de Sobretensão ........................................................................... 63

2.5.5.4. Função de Sobrecarga Térmica ............................................................. 64

2.5.5.5. Proteções Intrínsecas .............................................................................. 65

3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ................................................................ 67

3.1. Cenário da Aplicação ................................................................................................. 67

3.2. Equipamentos e Softwares Utilizados no Ensaio ...................................................... 68

3.2.1. Transformador..................................................................................................... 68

3.2.2. Relê de Proteção ................................................................................................ 73

3.2.2.1. Propriedades gerais: ................................................................................ 73

3.2.2.2. Conceito Modular.................................................................................. 74

3.2.3. DIGSI (Softaware Relê)..................................................................................... 78

3.2.4. Disjuntor (Contator) ........................................................................................... 78

3.2.5. Mala Omicrom CMC 356 .................................................................................. 80

3.2.6. Omicrom Test Universe (Software) .................................................................. 81

3.3. Ensaio ........................................................................................................................... 83

3.3.1. Testes das Funções de Proteção Lado 765kV .................................................... 85

3.3.1.1. Função Sobrecorrente 51H (High) ......................................................... 85

3.3.1.2. Função Sobrecorrente Residual 51RH (High) ....................................... 93

3.3.2. Testes das Funções de Proteção do Lado 345kV .............................................. 96

3.3.2.1. Função Sobrecorrente de Fase 51M (Medium) ...................................... 96

3.3.2.2. Função Sobrecorrente de Fase 51OL (Overload)................................. 101

3.3.2.3. Função Sobrecorrente Residual 51MR (Medium) ............................... 105

3.3.3. Funções de Proteção Lado 20kV......................................................................108

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3.3.3.1. Função Sobrecorrente de Fase 51T (Tertiary) ..................................... 108

3.3.3.2. Função Sobrecorrente 51G (Ground) ................................................... 113

3.3.3.3. Função Sobretensão de Neutro 59N ..................................................... 115

3.3.4. Função Diferencial do Transformador 117

3.3.4.1. Curva de Operação ............................................................................... 118

3.3.4.2. Diferencial Rápido ................................................................................ 119

3.3.4.3. Bloqueio por Inrush ............................................................................. 129

4. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 132

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 133

APÊNDICE A – OUTROS EQUIPAMENTOS DO SEP ................................................. 136

1. Banco de Capacitor (BC) ............................................................................................. 137

2. Banco de Capacitor Automático (BCA) ...................................................................... 137

3. Chave Faca (CF) .......................................................................................................... 137

4. Chave Faca Fusível (CFF) ........................................................................................... 137

5. Conjuntos Blindados ................................................................................................... 137

6. Para-raios ..................................................................................................................... 137

7. Regulador de Tensão (RV) .......................................................................................... 138

8. Retificadores ................................................................................................................ 138

9. Conjunto de Baterias ................................................................................................... 138

10. Transformadores Auxiliares ........................................................................................ 138

ANEXO A – TABELA ANSI ............................................................................................... 139

TABELA ANSI ................................................................................................................. 140

1. COMPLEMENTAÇÃO DA TABELA ANSI: .................................................... 145

2. PROTEÇÃO DIFERENCIAL - ANSI 87: ........................................................... 146

3. DISPOSITIVO DE COMUNICAÇÃO DE DADOS - ANSI 16: ........................ 146

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16

1. INTRODUÇÃO

Automação, controle e proteção do Sistema Elétrico de Potência (SEP) são, cada

vez mais, fatores fundamentais para a continuidade e qualidade do fornecimento de

energia elétrica, bem como para o bom funcionamento dos equipamentos que

compõem o sistema e para a segurança das pessoas.

O SEP é composto pela geração, transmissão e distribuição de energia elétrica,

tendo como característica o fluxo da corrente da fonte para a carga, entretanto, de

acordo com registro de micro e mini geradores distribuídos da ANEEL (2016), o

número de conexões acumulado tem aumentado, ou seja, aumentado o número de

geradores de energia instalados paralelamente à rede de distribuição, que implica

em estudos de proteção mais complexos devido ao fluxo reverso de corrente; da

carga (agora unidade geradora) para fonte (transformadores e subestações).

Durante a operação do sistema é possível à ocorrência de falhas originadas por

meios naturais e/ou por defeitos nos dispositivos que compõem o sistema

(MAMEDE, 2013). Em resposta a estas falhas e interrupções causadas no SEP tem-

se a necessidade do estudo de proteção, visando o fornecimento continuo de

energia, segurança operativa e a qualidade dos serviços prestados.

Para cada zona de proteção há estudos com características específicas,

igualmente para cada equipamento protegido do sistema (MAMEDE, 2013). O

presente documento visa abordar, através de um estudo de caso, a proteção de um

transformador de potência de alta tensão de uma subestação.

1.1. OBJETIVO GERAL

O transformador de potência é o elemento de maior valor agregado de uma

subestação, sendo fundamental um estudo minucioso para o desenvolvimento de

um sistema de proteção adequado. Este estudo tem como objetivo levantar e

analisar as funções de proteção que devem ser empregadas num transformador de

potência, se baseando em um transformador real da classe de tensão de 765kV, a

maior classe de tensão em funcionamento do sistema elétrico brasileiro, logo, serão

abordadas as principais e mais importantes funções de proteção empregadas em

transformadores de potência.

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1.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

O trabalho tem como objetivo específico abordar o estudo de proteção de

transformadores de uma maneira teórica e prática. Na parte prática foram

desenvolvidos diversos testes e simulações que tem por objetivo consolidar, através

de uma aplicação real, todo o estudo teórico levantado no trabalho. Para os testes e

simulações práticas foram utilizados equipamentos de uso real nas subestações,

entre eles: uma mala de testes CMC – 356 (Omicron), utilizada em

comissionamentos de sistemas de proteção em subestações com relês de diversos

fabricantes e, utilizado nos ensaios, um relê digital 7UT87 (Siemens), que terá

incorporado em seu funcionamento as principais funções de proteção abordadas no

trabalho, realizando a validação de funcionamento e confiabilidade deste estudo.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. SEP – SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

O SEP é o sistema composto por unidades geradoras de energia, transmissoras,

distribuidoras e consumidoras. Este sistema tem por objetivo transferir a energia

elétrica gerada, através de conversões de energia primária, para os consumidores

(GUIMARÃES, 1976).

A energia obtida do sol, da tração animal, ventos e águas por meio de moinhos,

da queima de lenha e carvão, e etc., são formas de energia primária encontradas na

natureza. A eletricidade e os combustíveis químicos são as forma secundária de

energia que mudaram a maneira de produzir da sociedade moderna.

Figura 1 – SEP –Sistema Elétrico de Potência

Fonte: AES Eletropaulo (2015), adaptado

2.1.1. GERAÇÃO DE ENERGIA

A geração de energia elétrica dentro do SEP pode ser originada de

conversões de diversos tipos de fontes primárias. A matriz energética brasileira,

por exemplo, é composta por geradores eólicos, solares, hídricos e térmicos

através da queima de biomassa e fósseis (ANEEL 2016). A função dos

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geradores de energia é a conversão de fontes primárias de energia em energia

elétrica.

Geralmente as grandes usinas geradoras são instaladas longe do centro

urbano, longe do principal polo de consumo, isto cria a necessidade de

transportar a energia das usinas geradoras para os grandes centros de consumo.

2.1.2. TRANSMISSÃO DE ENERGIA

O transporte da energia gerada para os grandes centros urbanos é realizado

através das linhas de transmissão. As linhas de transmissão são um conjunto de

torres e condutores que cruzam cidades transportando alta tensão até as

distribuidoras localizadas nos polos de consumo.

Para um maior aproveitamento da energia elétrica gerada, o transporte da

energia é realizado em alta tensão, desta maneira a corrente é reduzida antes de

ser transmitida, impactando diretamente na redução das perdas elétricas

inerentes ao transporte de energia (ABRADEE 2016).

2.1.3. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Após o recebimento da energia nos centros urbanos, é necessário que a

energia seja distribuída em níveis menores de tensão entre os bairros e cidades.

As distribuidoras tem a tarefa de levar a energia para os consumidores, tarifá-los

e garantir a qualidade do fornecimento.

2.1.4. GTD – GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO

A GTD no SEP tem a função de gerar, transmitir e distribuir a energia para os

consumidores a depender da quantidade de energia. São classificados então em

grupos consumidores entre a Transmissão e a Distribuição, além do subsistema

de subtransmissão, destinado aos consumidores de média tensão (GUIMARÃES,

1976). No SEP temos as seguintes classes de tensão em função da quantidade

de energia e extensão:

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Tabela 1 – Classes de Tensão Fonte: GUIMARÃES (1976), adaptado

Figura 2 – Diagrama Unifilar SEP Fonte: Os autores

2.1.5. SE – SUBESTAÇÕES DE ENERGIA

A subestação (SE) é considerada a parte mais importante em todo o SEP, ela

é responsável pela operação e manobra de todas as partes do sistema elétrico

de forma confiável e segura (GUIMARÃES, 1976).

Podem ser classificadas em Subestações Seccionadoras (de manobra ou de

chaveamento), que interligam circuitos de mesmo nível de tensão, e Subestações

Transformadoras, estas ainda subdividas em: Subestações Transformadoras

Elevadoras, que elevam a tensão de geração para níveis mais altos de tensão a

fim de realizar a transmissão da energia, e as Subestações Transformadoras

Abaixadoras, que abaixam a tensão de transmissão para níveis mais baixos de

tensão, tanto para a subtransmissão como para a distribuição.

Os principais equipamentos de uma subestação são os transformadores de

potência, disjuntores e chaves seccionadoras. Veremos em detalhes os principais

equipamentos contidos no SEP e em suas subestações no capítulo 2.2.

Classes Faixas de Tensão

Baixa Tensão (BT) até 1kV

Média Tensão (MT) de 1kV a 66kV

Alta Tensão (AT) de 69kV a 230kV

Extra-Alta Tensão (EAT) de 230kV a 800kV

Ultra-Alta Tensão (UAT) acima de 800kV

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2.2. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DO SEP

Diversos equipamentos e dispositivos possuem seu papel para o bom

funcionamento da subestação, nesse capítulo eles serão abordados com maior foco

e detalhamento nos disjuntores, chaves seccionadoras, transformadores de corrente

(TC), transformadores de potencial (TP) e transformadores de potência. Outros

equipamentos do SEP estão descritos no APÊNDICE A – OUTROS

EQUIPAMENTOS DO SEP deste documento.

2.2.1. DISJUNTORES

Os disjuntores são equipamentos cuja função é interromper ou restabelecer o

fluxo de corrente elétrica num determinado ponto do circuito. São instalados

acompanhados da aplicação dos relês respectivos – elementos responsáveis

pela detecção da falha através da leitura dos valores analógicos do sistema,

enviando ou não o comando para a abertura do disjuntor – desta maneira, um

disjuntor de alta tensão sem o seu relê correspondente não possui nenhuma

característica de proteção (MAMEDE, 2015).

A função principal de um disjuntor é interromper as correntes oriundas de um

defeito no menor tempo possível. Porém, os disjuntores também podem ser

solicitados a interromper correntes de circuitos operando normalmente e a

energizar os mesmos em condições de funcionamento normal.

O disjuntor de alta tensão é um equipamento altamente robusto, capaz de se

manter em condições normais de funcionamento em ambientes muito severos.

Após um longo tempo exposto a condições severas, às vezes anos, opera com

seu mecanismo, até então totalmente inerte, realizando sua função em décimos

de segundos (MAMEDE, 2015).

Os tipos de disjuntores diferem-se na maneira que extinguem o arco elétrico,

este gerado quando a passagem elétrica de um circuito é interrompida. É

possível encontrar diversos tipos de disjuntores de alta tensão de acordo com a

necessidade do circuito no qual será instalado, entre eles:

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Disjuntores a óleo – Nesse tipo de disjuntor os contatos dos três polos

se localizam no interior de um único recipiente que contém uma grande

quantidade de óleo mineral isolante.

Disjuntores a ar comprimido – Utilizam o ar sob alta pressão para

resfriar e extinguir o arco elétrico.

Disjuntores a sopro magnético – Utilizam o princípio da força

eletromagnética para conduzir o arco elétrico a uma câmara de extinção,

onde é deionizado, resfriado e extinto.

Disjuntores a vácuo – Utilizam a câmara de vácuo como elemento de

extinção de arco. Cada polo é constituído de uma câmara apoiada por

isoladores cerâmicos que ocupam a parte central do polo.

Disjuntores a SF6 – Utilizam o gás hexafluoreto de enxofre como meio

de interrupção de corrente.

2.2.2. CHAVES SECCIONADORAS

As chaves seccionadoras são dispositivos mecânicos de manobra capaz de

abrir e fechar um circuito tendo a função de isolar equipamentos, manobrar

circuitos (sem carga) e funcionar como by-pass de equipamentos (MAMEDE,

2015 e SOUSA, 2007).

Segundo MAMEDE (2015), a operação das chaves seccionadoras com o

circuito em carga pode provocar desgaste nos contatos e põe em risco a vida do

operador. A funcionalidade da chave é extremamente útil em sistema robusto,

permitindo transferências de carga entre barramentos entre uma subestação,

isolando qualquer equipamento para execução de manutenção ou substituição e

realizar diversas manobras programadas.

As chaves podem ser fabricadas em unidades monopolares e unidades

tripolares, esta última dotada de mecanismos que obriga a abertura simultânea

dos três polos, seja por ação manual ou motorizada.

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2.2.3. TRANSFORMADORES

Para ALBUQUERQUE, (1993) os transformadores elétricos são

equipamentos que permitem modificar uma tensão alternada, aumentando-a ou

diminuindo-a. Consistem em duas bobinas isoladas eletricamente montadas num

núcleo de ferro. A bobina que recebe a tensão a ser transformada é chamada de

primário, a outra bobina que fornece a tensão transformada é chamada de

secundário. A tensão induzida no secundário é gerada a partir da variação do

fluxo magnético, ocasionada pela corrente no primário.

2.2.3.1. TC – TRANSFORMADORES DE CORRENTE

Os TC, transformadores de corrente, são equipamentos que convertem os

altos valores de corrente do circuito para um valor que possa ser utilizado pelos

equipamentos de medição e proteção, isto é, o transformador de corrente deve

reproduzir, no seu secundário, uma corrente replicada, em escala menor, do

primário do circuito no qual ele está instalado (MAMEDE, 2015).

Segundo KINDERMANN (2012), se nos terminais primários de um TC, cuja

Relação de Transformação de Corrente (RTC) nominal é 20, circular uma

corrente de 100A, obtém-se no secundário a corrente de 5A, ou seja: 100/20 =

5A.

O TC opera com tensão variável, em função da corrente primária e da carga

ligada no seu secundário. A relação de transformação das correntes primária e

secundária é inversamente proporcional à relação entre o número de espiras dos

enrolamentos primário e secundário.

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Figura 3 – Diagrama Unifilar TC

Fonte: Os autores

2.2.3.2. TP – TRANSFORMADORES DE POTENCIAL

Assim como os transformadores de corrente, os transformadores de potencial,

TP, também devem reproduzir em seu secundário uma réplica de uma grandeza

elétrica, no caso do TP essa grandeza elétrica é a tensão.

O TP é destinado a fornecer o sinal de tensão a instrumentos de medição e

proteção.

A Relação Transformação de Potencial (RTP) é dada por:

Por exemplo, um TP conectado a uma linha de transmissão de 230kV e

saídas secundárias 115V. Segundo KINDERMANN (2012), temos:

Portanto para 2000V no primário o TP haverá 1V no secundário, sendo a

relação de espiras 2000 (primário) para 1 (secundário).

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Figura 4 – Diagrama Unifilar TP Fonte: Os autores

2.2.3.3. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

De acordo com MAMEDE (2015), transformador é um equipamento que por

meio de indução eletromagnética transfere energia de um circuito, chamado

primário, para um ou mais circuitos denominados, respectivamente, secundário e

terciário, sendo, no entanto, mantida a mesma frequência com tensões e

correntes diferentes.

Num sistema elétrico os transformadores são utilizados desde as usinas de

produção, onde a tensão gerada e elevada a níveis adequados para permitir a

transmissão econômica de potência, até os grandes polos de consumo, onde a

tensão é reduzida ao nível de subtransmissão e de distribuição, alimentando as

redes urbanas e rurais, onde novamente é reduzida para ser utilizada com

segurança pelos usuários do sistema (MAMEDE, 2015).

Figura 5 – Fluxo Magnético Fonte: NASCIMENTO, 2008

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Determinando a relação adequada entre o número de espiras do primário e

do secundário, obtemos a relação entre as tensões desejadas.

V1 – Tensão aplicada na entrada (primária);

V2 – Tensão de saída (secundário);

N1 – Número de espiras do primário;

N2 – Número de espiras do secundário.

A tensão provocada no secundário em decorrência do fluxo magnético

variável gerado pelo primário é denominada tensão induzida.

Se no primário do transformador for aplicada uma corrente contínua, não será

gerada tensão no secundário, pois o fluxo magnético não será variável ao longo

do tempo.

A relação entre correntes e o número de espiras entre enrolamento primário e

enrolamento secundário é dado por:

I1 = Corrente no primário;

I2 = Corrente no secundário;

N1 = Número de espiras no primário;

N2 = Número de espiras no secundário.

A partir das relações apresentadas até aqui, é certo dizer que no enrolamento

de maior tensão circulará a menor corrente, assim, quanto menor o número de

espiras maior será a corrente.

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Figura 6 – Ligação de um Transformador Fonte: NASCIMENTO, 2008

Embora acoplado pelo núcleo de ferro, uma pequena porção de fluxo disperso

(ø1 e ø2) é gerada nos enrolamentos do transformador.

No primário, o fluxo disperso ø1 gera uma reatância indutiva X1 e no

secundário o fluxo disperso ø2 gera uma reatância indutiva X2.

Os parâmetros apresentados no circuito equivalente determinam o

funcionamento correto do transformador.

Figura 7 – Circuito Elétrico Equivalente Fonte: FILIPPO, 2000

Xm – reatância indutiva de magnetização;

Rm – Resistência de magnetização que retrata as perdas do ferro;

R1 – Resistência do enrolamento primário;

X1 – Reatância indutiva do enrolamento primário;

R2 – Resistência do enrolamento secundário;

X2 – Reatância indutiva do enrolamento secundário.

Os valores das impedâncias refletidas são tais que as potências ativa e

reativa são iguais quando sujeitas à corrente I1, sendo assim, temos as seguintes

relações:

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2.3. CONCEITOS DE PROTEÇÃO

Na operação do SEP surgem com certa frequência, falhas que podem resultar

em interrupções no fornecimento de energia aos consumidores conectados a esse

SEP, assim reduzindo a qualidade do serviço fornecido aos clientes (MAMEDE,

2013).

O defeito mais comum que possa surgir no SEP é o curto-circuito, que causa

uma enorme elevação na corrente que percorre o sistema e em seus equipamentos,

ocasionando muitas vezes danos irreparáveis às instalações.

Além do curto-circuito, a sobrecarga, sub e sobretensão são outros fatores de

anormalidades nos sistemas que podem causar dano as instalações.

A principal função de um sistema de proteção é desconectar no menor tempo

possível, e de maneira coordenada, qualquer sistema de potência submetido a

algum tipo de falha que possa trazer prejuízo. Em segundo lugar o sistema de

proteção precisa ser capaz de oferecer informações aos operadores, para facilitar a

identificação do defeito e a possível mitigação do mesmo.

De modo geral, a proteção do sistema é feita através de relês incorporados aos

disjuntores, que é, na essência, a parte mecânica responsável pela desconexão do

circuito em defeito .

Os relês representam uma enorme gama de dispositivos, com diferentes formas

e funções, dos eletromecânicos aos digitais, para aplicações diversas levando em

consideração o porte, importância e custos de implantação.

A detecção de um defeito em um sistema elétrico é obtida, pela aplicação de

critérios, como, elevação da corrente, elevação ou redução da tensão, inversão no

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sentido da corrente, alteração da impedância do sistema ou comparação de módulo

e ângulo de fase na entrada e na saída do sistema.

Para a compreensão das características de funcionamento de um sistema de

proteção, será descrito alguns termos utilizados pelos profissionais da área.

Corrente Nominal – valor da corrente secundária que pode circular

permanentemente no relê.

Corrente de Ajuste – valor da corrente ajustada no relê, acima do qual

o relê atuará.

Corrente de Acionamento – valor da corrente que provoca a atuação

do relê de proteção.

Corrente Máxima Admissível – valor máximo de corrente que os

componentes do relê podem suportar.

Potência Nominal – valor da potência que é requerida pelo relê.

Tensão Nominal – valor da tensão para qual foi isolado o dispositivo.

Tensão de Serviço – valor da tensão do sistema ao qual o relê está

conectado.

Tensão Máxima Admissível – valor máximo de tensão ao quais os

componentes do relê suportam.

Temporização – valor do tempo, normalmente segundos, ajustado no

relê, para o qual o mesmo atuará.

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2.3.1. ESTRUTURA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

A estrutura do funcionamento de um sistema de proteção basicamente é

composta por unidades de entrada, unidades de processamento (relê) e

unidades de acionamento do circuito, além de uma fonte de tensão auxiliar. A

unidade de processamento (relê) ainda subdivide-se em unidade de conversão,

unidade de medida e unidade de saída (MAMEDE, 2013).

Unidade de entrada – Equipamentos que recebem as informações

analógicas do sistema, como os TC e TP, e enviam essas informações

à unidade de conversão do relê. As unidades de entrada também

oferecem isolação do relê de proteção ao circuito protegido.

Unidade de conversão – Elemento do relê que recebe as informações

analógicas e os transforma em sinais com modulação adequada para o

funcionamento dos relês. A unidade de conversão é própria para relês

digitais, enquanto os eletromecânicos utilizam os valores de entrada

sem conversão, isso será abordado mais adiante.

Unidade de medida – Ao receber os sinais convertidos, esta unidade

compara os valores e suas características com os valores que foram

ajustados e adotados como valores normais de funcionamento. Caso o

sinal ultrapasse o valor previamente ajustado do relê, a unidade de

medida envia um sinal à unidade de saída.

Unidade de saída – Pequena bobina ou binária de saída responsável

por enviar o comando de abertura do disjuntor.

Fonte auxiliar – Fornece energia ao relê e demais equipamentos

auxiliares. Normalmente constituída por um banco de baterias.

Unidade de acionamento – Normalmente o elemento responsável pela

desconexão do circuito, na maioria das vezes um disjuntor.

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Figura 8 – Estrutura Básica de um Sistema de Proteção Fonte: Os autores

2.3.2. REQUISITOS BÁSICOS DE PROTEÇÃO

Um sistema de proteção deve respeitar os requisitos básicos de proteção

para obter um bom funcionamento.

Seletividade – Visa à coordenação do sistema de proteção. Tem como

objetivo controlar a área de atuação do relê, desta maneira, o relê atua

apenas no ponto defeituoso do sistema e não causa interrupções em

pontos que estão em funcionamento normal. Durante a ocorrência o

relê precisa ser capaz de definir se a falha está dentro de sua zona de

atuação, ou se ela é uma ocorrência externa à sua zona, assim, não

sensibilizando o relê.

Velocidade – Os defeitos no sistema podem ser catastróficos para as

instalações, aumentando o prejuízo a cada segundo que o defeito

permanece. Por isso, um sistema de proteção também visa que o

circuito seja retirado no menor tempo possível.

Sensibilidade – Consiste na capacidade de o elemento de proteção

reconhecer com precisão os valores indicados para a sua operação e

não operação.

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Confiabilidade – Propriedade do elemento de proteção cumprir com

segurança e precisão as funções que lhe foram atribuídas.

Automação – Propriedade que o elemento de proteção tem de operar

automaticamente sem auxilio algum quando sensibilizado pelas

grandezas elétricas.

Figura 9 – Diagrama de Seletividade de um Sistema de Proteção

Fonte: Os autores

2.3.3. RELÊS DE PROTEÇÃO

Todo elemento de proteção deve garantir eficiência no desempenho de suas

funções. Os relês de proteção necessitam de três requisitos básicos em relação

ao seu desempenho, sensibilidade, rapidez e confiabilidade.

Os relês devem ser tão sensíveis quanto possível dentro de sua faixa de

ajuste para a operação, do contrário, a grandeza de sensibilização da unidade

de proteção poderá não operar o mecanismo de atuação no tempo desejado,

ocasionando operações fora dos limites permitidos pelos equipamentos

protegidos.

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Os relês também devem reagir com extrema velocidade às grandezas

elétricas para as quais foram ajustados, alcançando menor tempo de duração da

falha no circuito. Não se pode confundir temporização com lentidão na operação

do relê. Temporização prevê a seletividade entre as unidades do sistema, já

lentidão depende das características físicas do relê.

Todo sistema elétrico deve apresentar um grau de confiabilidade elevado.

Nesse caso os relês são dispositivos que, por sua própria natureza, devem

oferecer extrema confiabilidade para todas as possíveis falhas do sistema.

De acordo com MAMEDE (2013), cada relê possui características que

definem sua função básica, dentro dos limites exigidos pelos esquemas de

proteção e coordenação, para cada sistema elétrico em particular.

Os relês seguiram evoluindo progressivamente desde que surgiu o primeiro

dispositivo de proteção eletromecânico em 1901. Os relês eletromecânicos são

os pioneiros da proteção, elaborados, projetados e construídos com

predominância dos movimentos mecânicos provenientes dos acoplamentos

elétricos e magnéticos. Em relação ao princípio básico do funcionamento, o relê

eletromecânico opera de duas maneiras, atração eletromagnética ou indução

eletromagnética.

A tecnologia dos dispositivos eletromecânicos evoluiu ao longo dos anos,

permitindo um avanço na confiabilidade e qualidade dos sistemas de proteção.

Em 1930 começaram a surgir os primeiros dispositivos com tecnologia

baseada em componentes eletrônicos, dando origem aos relês de proteção

eletrônicos. Os relês eletrônicos encontraram dificuldades de aceitação no

mercado, por conta da sua falta de robustez comparado aos relês

eletromecânicos que eram fabricados com tecnologia de alta qualidade.

Em meados de 1980, com o avanço acelerado da microeletrônica, surgiram

as primeiras unidades de proteção digital. O mercado não aceitou as inovações

com rapidez, muitas concessionárias ainda não confiavam na nova tecnologia

sugerida pelos relês digitais, muitas vezes até os utilizando juntamente com

relês eletromecânicos como retaguarda do sistema de proteção.

Pode-se afirmar que as vantagens dos relês eletrônicos sobre os

eletromecânicos eram mínimas se comparadas com as vantagens que os relês

digitais trouxeram. Os relês eletromecânicos e eletrônicos são considerados

dispositivos “burros”, enquanto os relês digitais incorporam todas as facilidades

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que a tecnologia dos microprocessados oferece, além de menores preços e alta

confiabilidade.

É também interessante observar que a vida útil de um sistema de proteção

diminuiu drasticamente, por conta dos relês digitais acompanharem a evolução

da tecnologia da informação, diferente dos eletromecânicos ou eletrônicos,

assim fazendo com que relês digitais se tornem ultrapassados em poucos anos.

Outro ponto interessante a se observar foram as mudanças técnicas exigidas

dos profissionais da área de proteção, a adaptação de um profissional de

proteção trabalhando com relês eletromecânicos era muito rápida, devido, na

maioria das vezes, não mudarem drasticamente seu sistema de funcionamento

de um fabricante para o outro. Já os relês digitais, além do hardware, existem os

softwares de configuração dos relês, exigindo muitas horas de adaptação de um

profissional acostumado com apenas um fabricante de relês, sendo necessário

muito mais tempo de treinamento para o total domínio do software exigido pelo

relê digital.

Os relês digitais revolucionaram os sistemas de proteção, oferecendo

vantagens impossíveis de serem obtidas com seus antecessores.

2.3.4. RELÊS DIGITAIS

Os relês digitais além das funções de proteção que os seus antepassados

possuíam, trouxeram novas funções aos seus usuários adicionando maior

velocidade, melhor sensibilidade, interface amigável, acesso remoto,

armazenamento de informações e etc.

Enquanto os relês eletromecânicos utilizam grandezas analógicas, os relês

digitais utilizam técnicas de microprocessamento, as grandezas continuam

sendo as analógicas, porém são convertidas para sinais digitais por um filtro

conversor A/D, trazendo uma maior velocidade de processamento e tomada de

decisão do relê digital, ele apresenta também as seguintes vantagens:

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Pequeno consumo de energia;

Alta confiabilidade e auto supervisão;

Diagnósticos e armazenamento de relatórios de falhas;

Possibilidade de comunicação com um sistema supervisório através de

uma interface de rede;

Possibilidade de serem ajustados remotamente;

Mantém os valores já ajustados em funcionamento durante qualquer

alteração até que a alteração seja concluída;

Alta precisão devido à tecnologia digital;

Interface de ajuste e configuração amigável;

Indicação de estados dos equipamentos e valores de medição através

de display frontal;

Segurança operacional, trazendo a possibilidade de estabelecer uma

senha de acesso necessária para a operação do relê.

2.3.5. TIPOS DE PROTEÇÃO NO SEP

Para a operação de um sistema elétrico é preciso prever eventos que devem

ser controlados, monitorados ou eliminados.

Para que se possa obter um sistema elétrico com alta confiabilidade é

necessário utilizar um conjunto de proteções, cada uma específica para um

determinado evento.

A seguir serão apresentados de forma resumida os principais tipos de

proteção para os eventos mais comuns.

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2.3.5.1. PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE

É o evento mais comum que possa ocorrer no sistema elétrico, submetem os

componentes elétricos a altos níveis de corrente, ocasionando um grande

estrago nos mesmos.

As sobrecorrentes são classificas em sobrecargas e curto circuitos.

Sobrecargas – São pequenas variações no sistema elétrico. Se ocorrerem

durante um tempo aceitável não prejudicam os equipamentos do sistema.

Na maioria das vezes, o sistema já é projetado para suportar sobrecargas

por um tempo determinado. Quando o valor da corrente ultrapassa este

valor limite pré-estabelecido e ocasiona a sobrecarga do equipamento, o

valor da corrente deve ser reduzido ou ser executada a retirada do

equipamento que está em funcionamento sobrecarregado.

Curtos circuitos – São grandes variações de corrente no sistema elétrico,

danificando os equipamentos num curto espaço de tempo caso não seja

extinto no tempo ideal. Diferente da sobrecarga, o sistema não é

projetado para suportar uma corrente de curto por muito tempo.

2.3.5.2. PROTEÇÃO DE SOBRETENSÃO

Os sistemas elétricos de potência tem como limite uma tensão máxima de

operação durante uma falha. Se a tensão do circuito ultrapassar 110% do valor

nominal, os relês de proteção temporizados e instantâneos devem atuar sobre

os disjuntores.

As sobretensões podem surgir a partir de diferentes origens, descargas

atmosféricas, chaveamento e curtos circuitos monopolares.

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2.3.5.3. PROTEÇÃO DE SUBTENSÃO

A proteção de subtensões tem a finalidade de proteger máquinas elétricas,

principalmente motores e geradores, das quedas de tensão que possam ocorrer

e danificar esses equipamentos.

Normalmente, os sistemas elétricos toleram subtensões de até 80% do valor

nominal, a proteção deve agir para valores menores a esse.

2.3.5.4. PROTEÇÃO DE FREQUÊNCIA

A proteção de frequência é empregada nos sistemas elétricos quando são

atingidos por eventos de sobrefrequência e subfrequência, os sistemas

normalmente funcionam com uma faixa de frequência limitada. Para os sistemas

de 60Hz a frequência não pode ultrapassar o valor de 62Hz.

Essas variações não implicam na integridade do equipamento, mas sim, na

qualidade da energia gerada e fornecida.

2.3.6. TABELA ANSI

As funções de proteção são identificadas e definidas por códigos numéricos

que indicam o tipo de proteção. Lembrando que um relê digital pode comportar

não apenas uma função de proteção, mas várias em um só dispositivo.

Para padronizar esses códigos classificatórios foi elaborada uma tabela pela

ANSI – American National Standards Institute, com a descrição de cada código

de proteção. Essa tabela de códigos atualmente é utilizada em todos os projetos

de proteção e controle do Brasil.

_____________________

A tabela completa encontra-se no ANEXO A – TABELA ANSI deste documento

e está disponível em: < https://selinc.com/pt/products/tables/ansi/ >.

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38

2.4. CURTO CIRCUITO

De acordo com Mamede (2013), os curtos circuitos são variações extremas

da corrente que flui no sistema elétrico. Se não forem limitados no tempo ideal,

danificam os componentes elétricos por meio dos quais são conduzidos.

Para tanto, os equipamentos de proteção devem ser muito rápidos e os

equipamentos de manobra (disjuntores) precisam ter capacidade para operar em

condições extremas de corrente.

O tempo permitido para a duração de curtos circuitos não deve superar o

valor de 2 segundos, normalmente limitados entre 50 e 1000ms.

Os equipamentos de manobra devem possuir os seguintes requisitos básicos

para a interrupção da corrente de curto.

Capacidade de interrupção – Corrente máxima que o equipamento é

capaz de suportar no momento da interrupção, definida por

documentos normativos e está relacionada à tensão, à frequência

natural do sistema, ao ciclo de operação e etc.

Capacidade de fechamento em curto – Normalmente os equipamentos

de manobra devem ter a mesma capacidade de fechamento em curto

do que a capacidade de interrupção, em alguns casos é necessária

que a capacidade de fechamento seja maior.

De acordo com KINDERMANN (2012), apesar de o defeito ser indesejável, o

curto-circuito sempre ocorre em pontos aleatórios da rede elétrica.

Portanto, as correntes de curto circuito deverão ser conhecidas em todo o

sistema elétrico para todos os possíveis defeitos.

O conhecimento da corrente de curto circuito atende a diversos objetivos

importantes, relacionados a seguir:

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39

Conhecer a dimensão do seu valor;

Dimensionar a linha de transmissão em relação a seu limite suportável

de elevação da temperatura devido ao curto circuito;

Dimensionar o disjuntor quanto à secção dos seus contatos e

capacidade disruptivo da sua câmara de extinção do arco-elétrico;

Dimensionar o transformador de corrente quanto ao nível de saturação

da sua curva de magnetização definido pela sua classe de exatidão;

Efetuar a coordenação dos relês;

Analisar as sobretensões na frequência industrial devido ao curto-

circuito;

Conhecer o tempo de atuação do relê, consequentemente o tempo de

eliminação do defeito, para analisar as perturbações devido às

harmônicas e da estabilidade dinâmica do sistema elétrico.

2.5. PROTEÇÃO EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Toda subestação passar por uma avaliação de custo X benefício a depender de

alguns aspectos:

Nível de confiabilidade desejada;

Característica da carga a que irá atender;

Esquema de proteção desejado;

Número de transformadores desejado;

Potência de curto circuito equivalente do sistema.

O transformador de potência é o elemento mais caro e de maior

responsabilidade dentre os equipamentos numa subestação, passando a ser de

extrema importância uma avaliação sobre as proteções que devem ser empregadas

para a sua segurança e estabilidade.

As proteções a serem empregadas no transformador dependem da sua classe

de tensão e da importância da carga que alimenta.

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40

De forma geral os transformadores de potência possuem proteções de

sobrecorrente (Função 50 - instantânea e Função 51 - temporizada), podendo ser

aplicadas tanto do lado da tensão superior (High - 50H e 51H) como do lado da

tensão inferior (Medium - 50M e 51M).

Mas os relês de sobrecorrente não são os dispositivos mais adequados para

todas as situações que possam ocorrer no transformador, é possível que surjam

curtos circuitos na parte interna do transformador, surgindo uma pequena corrente

de curto no seu interior, pequena ao ponto de não sensibilizar os relês de

sobrecorrente que estão instalados externamente. Nesse caso o ideal é que sejam

adotados os relês com proteção diferencial de corrente, que vamos adotar com

maior detalhamento nos seguintes capítulos.

De forma geral, os transformadores de potência devem ser protegidos contra os

seguintes eventos:

Sobrecarga;

Curto circuito: entre fases e entre fase e terra;

Sub e sobretensão;

Presença de gás: relê Buchholz;

Sobrepressão: óleo e gás;

Temperatura do ponto mais quente e do topo do óleo.

Não existe uma forma padrão de proteção para os transformadores. O dano em

um transformador normalmente resulta na paralisação do fornecimento de energia,

ocasionando enormes prejuízos.

Como possuem uma grande responsabilidade, têm como característica física

uma estrutura de alta qualidade e robustez. São expostos muitas vezes a condições

extremas que, sendo limitadas através das funções de proteção, não prejudicam o

funcionamento do mesmo.

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41

2.5.1. TIPOS DE FALHAS NOS TRANSFORMADORES

Os transformadores estão sujeitos a vários distúrbios ocorridos no sistema

elétrico ao qual ele está conectado, estes distúrbios podem comprometer sua

operação imediatamente ou reduzir seu tempo de vida útil, levando a uma falha

prematura.

2.5.1.1. FALHAS NOS TRANSFORMADORES

Entende-se por falha interna no transformador todo defeito que está

compreendido entre as buchas de tensão superior e as buchas de tensão

inferior, ou todas as falhas que ocorrem dentro da zona de proteção diferencial

do transformador, que é limitada pelos TC.

Para facilitar a escolha das funções de proteção necessárias para o

transformador é necessário conhecer as principais falhas que possam ocorrer

durante seu funcionamento. As falhas internas podem ser classificadas da

seguinte maneira.

2.5.1.2. FALHAS ASSOCIADAS À TEMPERATURA E PRESSÃO

São falhas que surgem em uma ou mais partes do transformador, que podem

surgir nas seguintes situações:

a) Sobreaquecimento – originado a partir de um ou mais dos seguintes

eventos:

Falha no sistema de ventilação forçada;

Falha no sistema de bombas de circulação do líquido refrigerante;

Falha nas conexões internas;

Perda do óleo refrigerador devido ao vazamento pelos radiadores ou

do próprio tanque do transformador;

Obstrução de circulação do fluxo do líquido refrigerante devido ao

acúmulo de resíduos sólidos nos canais dos radiadores.

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b) Sobrepressão – resultado de curto circuito entre duas espiras com baixa

corrente de falha.

c) Sobrefluxo do líquido refrigerante – resultado de um curto circuito franco

(com impedância = 0) com alta variação de corrente causando a queima

da isolação, provocando a geração de uma enorme quantidade de gás e

aquecimento. Isso resulta na queima do líquido refrigerante.

2.5.1.3. FALHAS ATIVAS

São falhas que, quando ocorrem, é necessário que seja feita a retirada do

transformador de funcionamento. Serão apresentados alguns exemplos de

falhas ativas.

Curtos circuitos entre as espirar do transformador;

Curtos circuitos entre fases e entre qualquer parte viva interna da

carcaça do transformador;

Flashovers – surgimento de um arco elétrico entre os terminais de uma

bucha e a sua base suporte no tanque do transformador – sobre as

buchas de maior e de menor pressão;

Avaria na isolação entre as chapas do núcleo;

Avaria no tanque;

Avarias nas buchas primárias e secundárias;

Avarias resultantes dos esforços eletromecânicos provocados por

curtos circuitos externos;

Avarias no sistema de comutação de carga com ou sem tensão;

Deterioração do óleo isolante.

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43

2.5.1.4. FALHAS EXTERNAS AOS TRANSFORMADORES

São as falhas que ocorrem no sistema elétrico, porém ocorrem fora da zona

de proteção delimitada pelos TC do transformador. Provocam correntes de alto

valor que passam pelo transformador, mas não sensibilizam a função diferencial

do relê de proteção conectado ao transformador, tendo que ser detectada pelas

funções de sobrecorrente destinadas a cada lado do transformador.

Como já foram comentadas, as falhas externas podem fazer parte dos grupos

de curtos circuitos, sobrecargas, sobretensão ou subfrequências.

2.5.2. REQUISITOS DE PROTEÇÃO ESTABELECIDOS PELO

OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO (ONS)

Como já foi dito, o grau de sofisticação do sistema de proteção do

transformador será uma questão de custo benefício.

Porém, deve ser lembrado que, o sistema de proteção será dependente do

valor nominal do transformador e a importância da carga que ele sustenta. A

seguir serão demonstradas as funções de proteção que podem ser empregadas

no transformador, sendo elas incorporadas no relê de proteção ou aplicadas

intrinsecamente no transformador (ONS, 2011).

Função 23 – Dispositivo de controle de temperatura;

Função 26 – Proteção térmica;

Função 27 – Proteção contra subtensão;

Função 30 – Dispositivo anunciador de eventos;

Função 49RMS – proteção de sobrecarga por imagem térmica;

Função 50 – Proteção de sobrecorrente instantânea de fase;

Função 50N – Proteção de sobrecorrente instantânea de neutro;

Função 51 – Proteção de sobrecorrente temporizada de fase;

Função 51N – Proteção de sobrecorrente temporizada de neutro;

Função 51NS – Proteção de neutro sensível;

Função 51G – Proteção contra sobrecorrente de terra temporizada;

Função 59 – Proteção contra sobretensão;

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44

Função 63 – Proteção contra a presença de gás (relê Buchholz);

Função 63A – Proteção contra sobrepressão de gás do transformador;

Função 63C – Proteção contra a presença de gás no comutador de

derivação;

Função 63A/C – Proteção contra sobrepressão de gás no comutador

de derivação;

Função 64 – Proteção de terra;

Função 71 – Detector de nível de óleo do transformador;

Função 71C – Detector de nível de óleo do comutador de derivação;

Função 80 – Proteção para fluxo de óleo do comutador de derivação

do regulador de tensão;

Função 81 – Proteção contra subfrequência e sobrefrequência;

Função 87T – Proteção diferencial de sobrecorrente;

Função 90 – Regulador de tensão.

Mesmo que o sistema de proteção seja projetado pensando no custo

benefício, o ONS estabelece requisitos mínimos de acordo com as

características físicas do transformador a ser protegido.

Serão mostradas definições exigidas pelo ONS para determinados tipos de

transformadores e autotransformadores.

2.5.3. SISTEMA DE PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES OU

AUTOTRANSFORMADORES

Compreende o conjunto de relês e acessórios necessários e suficientes para

a eliminação de todos os tipos de falhas internas – curto fase-neutro, falhas

entre fases ou falhas entre espiras – em transformadores de dois e três

enrolamentos ou em autotransformadores. Devem prover também proteção de

retaguarda para falhas externas e internas à sua zona de proteção e dos

dispositivos de supervisão próprios de temperatura de enrolamento e de óleo,

válvulas de alívio de pressão e relê de gás.

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45

2.5.3.1. TRANSFORMADORES OU AUTOTRANSFORMADORES COM

TENSÃO NOMINAL MAIOR OU IGUAL A 345KV

Todo transformador ou autotransformador que tiver seu mais alto nível de

tensão nominal igual ou superior a 345kV deve dispor de três conjuntos de

proteção:

Proteção principal – composta de proteção unitária ou restrita e

proteção gradativa ou irrestrita;

Proteção alternada – composta de proteção unitária ou restrita e

proteção gradativa ou irrestrita;

Proteção intrínseca.

O tempo total de eliminação de falhas – incluindo o tempo de operação do

relê de proteção, dos relês auxiliares e o tempo de abertura dos disjuntores do

transformador, pelas proteções unitárias ou restritas – não deve exceder a

120ms.

As funções diferenciais (87) dos sistemas de proteção principal e alternada

devem utilizar os enrolamentos dos transformadores de corrente localizados

próximos aos disjuntores do transformador ou autotransformador, de forma a

incluir em sua zona de proteção as ligações entre os disjuntores e o

transformador ou autotransformador. As zonas de proteção das funções

diferenciais devem se superpor com as zonas de proteção dos barramentos

adjacentes.

As proteções unitárias ou restritas devem ter as seguintes funções:

Função diferencial percentual (87) com atuação individual por fase;

Número de circuitos de restrição igual ao número de transformadores

de corrente da malha diferencial;

Restrição da atuação para correntes de magnetização (inrush e sobre-

excitação) e desempenhos transitórios desiguais de transformadores

de corrente.

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46

As proteções gradativas ou irrestritas devem ter as seguintes funções:

Funções de sobrecorrente temporizada de fase (51) e de neutro (51N)

vinculadas a cada um dos enrolamentos do transformador ou

autotransformador;

Funções de sobrecorrente temporizada de terra (51G) vinculada a cada

ponto de aterramento do transformador ou autotransformador;

Função de sobretensão de sequencia zero (59G) vinculada ao

enrolamento terciário ligado em delta, para alarme de falhas à terra.

A proteção intrínseca deve ter as seguintes funções e características:

Função para detecção de falhas internas que ocasionem formação de

gás (63) ou aumento da pressão interna (20);

Função de sobretemperatura do óleo (26) com dois níveis de atuação

(advertência e urgência);

Função de sobretemperatura do enrolamento (49) com dois níveis de

atuação (advertência e urgência).

A atuação dos sistemas de proteção deve atender à seguinte filosofia:

Proteções unitárias ou restritas e as funções para detecção de falhas

internas no transformador de potência integrantes da proteção

intrínseca devem comandar a abertura e bloqueio de todos os

disjuntores do transformador ou autotransformador;

Proteções gradativas ou irrestritas devem comandar a abertura apenas

do(s) disjuntor(es) do respectivo enrolamento;

Níveis de advertência e urgência das funções de sobretemperatura,

integrantes da proteção intrínseca, devem ser utilizados para indicação

e alarme;

Níveis de urgência podem ser utilizados para comandar a abertura e

bloqueio de todos os disjuntores do transformador ou

autotransformador, por meio de temporizadores independentes.

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2.5.3.2. TRANSFORMADORES OU AUTOTRANSFORMADORES COM

TENSÃO NOMINAL MENOR QUE 345KV

Todo transformador ou autotransformador cujo mais alto nível de tensão seja

inferior a 345kV deve dispor de três conjuntos independentes de proteção:

Proteção unitária ou restrita;

Proteção gradativa ou irrestrita;

Proteção intrínseca.

O tempo total de eliminação de falhas – incluindo o tempo de operação do

relê de proteção, dos relês auxiliares e o tempo de abertura dos disjuntores do

transformador ou autotransformador, pela proteção unitária ou restrita – não

deve exceder a 150ms.

A função diferencial (87) da proteção unitária ou restrita deve utilizar

enrolamentos dos transformadores de corrente localizados próximos aos

disjuntores do transformador ou autotransformador, para incluir em sua zona de

proteção as ligações entre os disjuntores e o transformador ou

autotransformador de potência. A zona de proteção dessa função deve se

superpor às zonas de proteção dos barramentos adjacentes.

As proteções unitárias ou restritas devem ter as seguintes funções:

Função diferencial percentual (87) com atuação individual por fase;

Número de circuitos de restrição igual ao número de transformadores

de corrente da malha diferencial;

Restrição da atuação para correntes de magnetização (inrush e sobre-

excitação) e desempenhos transitórios desiguais de transformadores

de corrente.

A proteção intrínseca deve ter as seguintes funções e características:

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Função para detecção de falhas internas que ocasionem formação de

gás (63) ou aumento da pressão interna (20);

Função de sobretemperatura do óleo (26) com dois níveis de atuação

(advertência e urgência);

Função de sobretemperatura do enrolamento (49) com dois níveis de

atuação (advertência e urgência).

A atuação dos sistemas de proteção deve atender à seguinte filosofia:

Proteção unitária ou restrita e as funções para detecção de falhas

internas ao transformador de potência, integrantes da proteção

intrínseca, devem comandar a abertura e bloqueio de todos os

disjuntores do transformador ou autotransformador;

Proteção gradativa ou irrestrita deve comandar a abertura apenas do(s)

disjuntor(es) do respectivo enrolamento;

Níveis de advertência e de urgência das funções de sobretemperatura,

integrantes da proteção intrínseca, devem ser utilizados para indicação

e alarme;

Níveis de urgência podem ser utilizados para comandar a abertura e

bloqueio de todos os disjuntores do transformador ou

autotransformador, por meio de temporizadores independentes.

2.5.4. ENTENDENDO AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DE PROTEÇÃO DE

TRANSFORMADORES

Nessa etapa vamos abordar as principais funções de proteção de uma

maneira detalhada, entendendo toda sua aplicação no sistema de proteção de

transformadores e elucidando todo o seu funcionamento e teoria. Quando

aplicável, será considerado a utilização de relês digitais, pois são eles que

dominam o mercado atual, e têm algumas facilidades e/ou ferramentas que os

diferenciam dos demais relês comuns.

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49

2.5.5. PRINCIPAIS FUNÇÕES DE PROTEÇÃO DE

TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA AT

As principais funções de proteção para um transformador de potência AT são:

Função Diferencial (87);

Funções de Sobrecorrente (50/50N/51/51N);

Função de Sobretensão (59);

Função de Sobrecarga Térmica (49);

Funções Intrínsecas.

2.5.5.1. FUNÇÃO DIFERENCIAL DE TRANSFORMADOR

A proteção diferencial pode ser utilizada em linhas de transmissão, geradores,

barramentos e etc. Sendo necessário apenas de que exista TC delimitando a

zona que será protegida.

2.5.5.1.1. REQUISITOS DE UMA FUNÇÃO DIFERENCIAL

Os seguintes são os requisitos básicos de qualquer proteção diferencial:

Deve considerar os efeitos de erros de precisão nos TC utilizados para

a proteção;

Não deve resultar em trip (comando de abertura do disjuntor após a

atuação da função de proteção) para curtos circuitos externos a zona

de proteção delimitada;

Não deve resultar em trip com correntes de magnetização transitória

(energização) do transformador.

Deve ter rápida atuação para curtos circuitos internos, mesmo para

falhas com um baixíssimo valor de corrente.

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50

A função deve detectar um curto dentro de sua zona estabelecida pelo TC,

sendo capaz de detectar falhas que seriam imperceptíveis à funções simples de

sobrecorrente. Assim, é considerada a principal função de proteção que um

transformador possa ter (MAMEDE, 2013).

Figura 10 – Diagrama Conceitual de Proteção Diferencial Fonte: MAEZONO, 2005

A função se baseia na comparação entre as grandezas elétricas que entram

no circuito e saem do mesmo, de acordo com a lei das correntes de Kirchhoff

(HALLIDAY, 2012, p. 166).

Caso estes valores possuam alguma divergência entre si no momento da

comparação, é certo que uma falha interna dentro da zona de proteção está

ocorrendo e alterando os valores analógicos.

Figura 11 – Diagrama de Proteção Diferencial

Fonte: SIPROTEC Proteção Diferencial – 7UT163/63x v4.6, 2008

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51

Se a atual relação de transformadores de corrente TC1 e TC2 nos lados do

objeto protegido puderem ser conectados para formar um circuito elétrico

fechado com uma corrente secundária ; um elemento de medição M, que está

conectado ao ponto de equilíbrio elétrico, permanece com corrente zero em uma

operação saudável.

Quando ocorre uma falha na zona limitada pelos transformadores, uma

corrente – proporcional às correntes de falha que fluem em ambos

os lados – flui para o elemento de medição. Como resultado, o circuito simples

mostrado na Figura 11 assegura um trip confiável da proteção caso a corrente

de falha, que flui na zona protegida durante uma falha, for alta o suficiente para o

elemento de medição M responder.

2.5.5.1.2. DIFERENCIAL PERCENTUAL

O chamado princípio “diferencial percentual” tem a finalidade de se obter uma

proteção sensível para curtos circuitos internos dentro de sua área protegida,

mas ao mesmo tempo ser capaz de não realizar trip para falhas externas,

mesmo com os erros de transformação que os TC possuem e até quando o TC é

saturado.

Figura 12 – Diagrama de Diferencial Percentual Fonte: MAEZONO, 2005

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Para um curto externo, com grande corrente diferencial, a restrição também

seria grande, com o valor percentual da corrente diferencial não atingindo o valor

de atuação. Para um curto interno a restrição continuaria grande, mas

percentualmente a corrente diferencial seria grande, e a proteção atuaria.

Figura 13 – Característica da Proteção Diferencial Percentual

Fonte: MAEZONO, 2005

No relê digital compara-se através de algoritmos a soma dos módulos da

corrente como grandeza de restrição e o módulo da soma das correntes como

grandeza diferencial.

Deve-se implementar algoritmos e filtragens buscando sempre a estabilidade

para curtos externos e sensibilidade para curtos internos ao equipamento

protegido. Na proteção digital é possível aumentar a inclinação de restrição

podendo abranger correntes maiores.

2.5.5.1.3. FUNÇÃO DIFERENCIAL APLICADA AO

TRANSFORMADOR

Na aplicação com transformadores serão comparadas correntes com níveis

de tensão diferentes e com possíveis defasamentos por conta do esquema de

ligação das conexões do transformador (MAEZONO, 2005).

Os seguintes aspectos devem ser considerados:

As correntes primárias em ambos os lados do transformador são

inversamente proporcionais aos respectivos níveis de tensão;

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53

Um transformador com conexão estrela–triângulo irá possuir um

defasamento das correntes em ambos os lados de +30 graus ou -30

graus.

São utilizados TC com relações de transformação diferentes com o intuito de

compensarem a relação de transformação do transformador.

Os relês digitais com função diferencial realizam a emulação dos TC, o que

permite corrigir digitalmente as relações de transformação garantindo uma

enorme flexibilidade.

A Figura 14 representa uma falha externa à zona protegida, fazendo com que

a proteção permaneça estável e não atue.

Os TC possuem a mesma polaridade e conexões iguais, isto faz com que a

corrente de curto da entrada seja a mesma corrente da saída, não importando

sua magnitude, assim a proteção diferencial permanece estável, sem atuação.

Depois das correntes de entrada serem compensadas com a relação de

transformação, com o grupo de ligação e tratamento da corrente de sequência

zero, as grandezas necessárias à proteção diferencial são calculadas a partir de

, e de cada enrolamento. Para a proteção diferencial a grandeza de

estabilização é obtida da máxima corrente.

Figura 14 – Polaridade de TC na Proteção Diferencial

Fonte: MAEZONO, 2005

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54

O relê utiliza a máxima corrente como grandeza de estabilização na proteção

diferencial, e a soma vetorial como grandeza de operação ou corrente diferencial

.

Figura 15 – Diagrama de Proteção Diferencial

Fonte: SIPROTEC Proteção Diferencial – 7UT163/63x v4.6, 2008

Corrente de operação

Corrente de restrição

é derivado da componente fundamental e produz o efeito de operação,

enquanto o efeito de restrição.

Para exemplificar a situação, examinemos três condições:

Corrente de carga ou falha externa

muda de direção, isto é, muda o seu sinal; e consequentemente

.

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55

(

Não há efeito de operação e a estabilização corresponde à

corrente passante do transformador.

Curto-circuito interno alimentado com correntes iguais de cada lado

Neste caso e, consequentemente,

(

A grandeza de operação ( ) é o dobro da restrição ( ) e corresponde à

corrente de curto-circuito total.

Curto-circuito interno alimentado de um lado

Neste caso .

(

As grandezas de operação ( ) e de restrição ( ) são iguais e

correspondem à corrente de curto-circuito alimentada por um lado.

Estes resultados mostram que para um curto-circuito interno .

Assim, a característica de operação para falhas internas é uma linha reta com

declividade unitária, como pode ser visto na Figura 16. Esta figura mostra a

característica completa da proteção diferencial do relê. O setor a representa o

limite de sensibilidade e leva em conta um erro fixo de corrente, normalmente

devido à corrente de magnetização do transformador. O setor b leva em conta

os erros de corrente proporcionais, normalmente devido aos erros das relações

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56

dos TC e da posição do regulador de tensão do transformador. O setor c leva

em conta os erros devido à saturação de TC para correntes elevadas. O setor d

representa o limite de corrente diferencial acima do qual não há restrição à sua

operação. As correntes e são comparadas pela proteção diferencial

com a característica de operação mostrada na Figura 16 e, se elas resultarem

numa posição dentro da área de trip, o relê operará.

Figura 16 – Curva Característica de Proteção Diferencial

Fonte: SIPROTEC Proteção Diferencial – 7UT163/63x v4.6, 2008

2.5.5.1.4. ESTABILIZAÇÃO HARMÔNICA

As correntes diferenciais podem ser causadas não apenas por falhas internas,

mas também pelas correntes de magnetização elevadas ("inrush") que surgem

durante a energização do transformador ou durante sobretensões sustentadas.

Estas correntes podem ser distinguidas através do seu conteúdo de harmônicas.

A corrente de energização pode alcançar alguns múltiplos da corrente

nominal do transformador e é caracterizada pelo alto conteúdo de segundo

harmônico, como pode ser visto na Figura 17.

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57

Figura 17 – Presença Harmônica na Corrente de Energização

Fonte: SIPROTEC Proteção Diferencial – 7UT163/63x v4.6, 2008

Se o conteúdo de segundo harmônico superar um valor estabelecido, o

comando de desligamento será bloqueado.

Tendo em vista que esta estabilização opera por fase, a proteção continua

operativa mesmo quando o transformador é energizado sob uma falha

monofásica, onde as correntes de energização possivelmente estarão presentes

nas fases sãs. Contudo, é possível ajustar a proteção para que, quando uma

fase apresentar conteúdo harmônico acima do valor ajustado, não somente esta

fase seja estabilizada, mas também as demais fases (cross-block function). O

tempo de duração deste bloqueio pode ser limitado em um valor ajustável.

Além do segundo harmônico, outro harmônico pode ser selecionado para

causar bloqueio, a escolha deste harmônico pode ser feita entre o terceiro,

quarto e quinto harmônico. O quarto harmônico também é encontrado durante a

energização do transformador.

A sobre-excitação do núcleo do transformador é caracterizada pela presença

de harmônicos ímpares. Desta forma, o terceiro e quinto harmônico são

adequados para detectar tal fenômeno, mas como o terceiro é frequentemente

eliminado (ligação do transformador em triângulo), o uso do quinto harmônico é

mais comum. Da mesma forma que a estabilização pelo segundo harmônico,

podemos utilizar a função cross-block.

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58

A Figura 17 apresenta a característica de bloqueio da função diferencial

através do segundo e quinto harmônico.

2.5.5.2. FUNÇÃO DE SOBRECORRENTE

A função de sobrecorrente detecta níveis de corrente acima do normal

estabelecido pelo sistema a qual está implementada, caso seja confirmado que

esses valores estão acima do permitido, o equipamento protegido é

desconectado através do trip.

Existem dois tipos de correntes a serem detectadas:

Correntes de fase – decorrentes de curtos circuitos.

Correntes de terra – decorrentes de curtos circuitos à terra.

Nas aplicações atuais as funções de sobrecorrente ficam como backup

quando aplicadas na proteção do transformador, mantendo como proteção

principal a função de diferencial de corrente.

Os relês de sobrecorrente podem ser divididos entre esses dois grupos: relês

instantâneos e relês temporizados. Os relês instantâneos, como o próprio nome

diz, efetuam o disparo de trip sem que haja uma temporização proposital, desta

maneira seu tempo de atuação depende apenas da tecnologia física empregada

ao relê. Já o relê temporizado, levará em conta sua curva de corrente x tempo

para temporizar o trip, se baseando em três características de curva, são elas:

Curva normalmente inversa

Curva muito inversa

Curva extremamente inversa

A Figura 18 apresenta as características de curva:

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59

Figura 18 – Característica da Função de Sobrecorrente

Fonte: MAEZONO, 2005

Como podemos observar nas imagens, o relê de tempo definido (instantâneo)

tem sua atuação imediata quando o nível da corrente ultrapassa um valor

ajustável, enquanto na função temporizada existe a relação inversa entre a

corrente e o tempo determinando o tempo de atuação.

Quando são inseridas as configurações da função temporizada é possível

optar por uma das três características de curva.

Figura 19 – Característica da Função de Sobrecorrente Temporizada

Fonte: MAEZONO, 2005

É possível criar uma lógica híbrida que faça a junção destas duas funções de

sobrecorrente. Assim, acrescentando a função instantânea na curva

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60

temporizada, o elemento de proteção ignora a temporização a partir de um

determinado nível de corrente e atue instantaneamente, conforme Figura 20.

Figura 20 – Característica de Curva Híbrida: Função Instantânea e Temporizada Fonte: MAEZONO, 2005

Dentro dos relês digitais atuais temos uma gama de possibilidades no quesito

configuração.

Temos como opção escolher uma das curvas características dentre as que

estão normalizadas (IEC, IEEE, ANSI) junto com a aplicação da fórmula que

determina o tempo de atuação da função de acordo com a curva escolhida.

A fórmula da função de sobrecorrente aplicada a relês digitais é a seguinte:

– Tempo de Atuação do Relê

– Múltiplo de tempo

– Coeficiente (vide tabela 2)

– Corrente no relê

– Corrente de atuação ajustada para a função

α – Coeficiente (vide tabela 2)

– Coeficiente (vide tabela 2)

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61

Tabela 2 – Tipos de Curva e Normatizações Fonte: MAEZONO, 2005

Exemplos de características de curva IEC.

Figura 21 – Característica de Curva Normalmente Inversa

Fonte: MAEZONO, 2005

Tipo de Curva Norma K α L

Standard Inverse 0,14 0,02 0

Very Inverse 13,5 1 0

Extremely Inverse 80 2 0

Moderately Inverse 0,0515 2 0,18

Very Inverse 19,61 2 0,491

Extremely Inverse 28,2 2 0,1215

IEC

IEEE/ANSI

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62

Figura 22 – Característica de Curva Extramamente Inversa

Fonte: MAEZONO, 2005

Condições para atuação da função de sobrecorrente

Condição normal de operação – Em condições normais do sistema as

três fases permanecem equilibradas entre si. Nessas condições não há

corrente residual, e também as correntes secundárias devem estar

menor que a corrente ajustada para sensibilização da função.

Condição de curto trifásico – Neste caso as correntes , e ,

mesmo que equilibradas são muito elevadas, assim fazendo com que

seja ultrapassado o valor ajustado para corrente de sensibilização da

função, causando a atuação do relê. Mesmo com um valor alto de

corrente elas permanecem equilibradas, não atuando nenhuma função

50/51N residual.

Condição de curto circuito fase-terra – Nesse caso vamos ter uma

elevada corrente em apenas uma das fases devido ao desequilíbrio à

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terra e o retorno da corrente da fase defeituosa se dará pelo circuito

residual. Nestas condições temos atuação das funções 50/51 e 50/51N

dependendo de seus ajustes.

Figura 23 – Diagrama de Relê de Sobrecorrente Individual

Fonte: MAEZONO, 2005

2.5.5.3. FUNÇÃO DE SOBRETENSÃO

De acordo com MAMEDE (2013), para a proteção contra as sobretensões

sustentadas, internas ao sistema elétrico, devem ser utilizados relês de

sobretensão, função 59. Normalmente a proteção por sobretensão é ajustada

para 1,10 pu a 1,15 pu da tensão nominal do sistema no qual o transformador

está operando. Já o tempo de ajuste para a atuação dessa função pode varias

entre 1,5 e 2 segundos.

Uma função 59 pode ser usada para detectar o valor de , isto é, a tensão

residual, através de secundários de TP em “delta aberto”.

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64

Figura 24 – Característica Função de Sobretensão Fonte: MAEZONO, 2005

Neste caso a tensão através do relê será:

Essa função sempre é necessária quando um transformador de interligação

de sistemas, com terciário em Delta, estiver alimentando o serviço auxiliar da

subestação, geralmente em 13,8kV.

Considerando secundário de TP de 115/ = 66,4V, no caso de um curto

circuito de uma fase à terra no circuito isolado, a tensão através dos terminais da

proteção será de 3 x 66,4 = 199,2V. O relê deve ter sensibilidade para detectar

essa tensão, com margem de segurança.

2.5.5.4. FUNÇÃO DE SOBRECARGA TÉRMICA

Para MAMEDE (2013), os transformadores são equipamentos cuja vida útil

depende da temperatura do óleo e da temperatura dos enrolamentos. A

temperatura interna do transformador depende da temperatura externa,

normalmente estabelecida em 40°C, e da temperatura causada pelo efeito joule.

Assim é necessário controlar a temperatura de operação do transformador a fim

de evitar a redução do seu tempo de vida útil.

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65

Figura 25 – Diagrama Mecânico de Relê Térmico Fonte: MAEZONO, 2005

A tecnologia digital tornou possível, através de algoritmos, a emulação de

constantes de tempo de aquecimento e demais parâmetros associados ao

aquecimento de transformadores. Desta forma, modernos relês possuem a

função 49 para ser devidamente aplicada na detecção de aquecimentos

provocados por sobrecargas.

A grande dificuldade no uso dessa função está na determinação da constante

de tempo e demais parâmetros do transformador protegido.

Devido a isso, os diversos fabricantes apresentam possibilidade de

modelagem térmica do equipamento ou instalação a proteger contra

temperaturas elevadas causadas por sobrecarga em seus diversos relês digital

de proteção.

2.5.5.5. PROTEÇÕES INTRÍNSECAS

Para MAMEDE (2013), proteções intrínsecas são as proteções inseridas no

corpo do transformador durante a sua fabricação, muitas delas dependem da

especificação do projeto e solicitação do comprador.

O número de proteções intrínsecas utilizadas num transformador também

depende da potência da carga que será alimentada, avaliando economicamente

o projeto.

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66

Proteções do tipo térmica – Os transformadores de potência encontram nos

elementos térmicos a sua proteção contra sobrecarga. Deste modo, os

termômetros de temperatura do óleo são empregados para enviar um sinal de

alerta e, posteriormente, um sinal de atuação quando a sobrecarga alcançar

valores que ultrapassem os limites térmicos desse equipamento.

Proteções do tipo mecânica – São proteções agregadas ao transformador de

potência e instaladas, em geral, durante ou no final do processo de

fabricação. Normalmente, são dispositivos de ação mecânica que permitem

abrir e fechar contatos elétricos energizando ou desligando a bobina de

abertura do elemento do disjuntor de proteção, entre eles estão os relês de

gás que atuam perante a formação de gases e na condição de súbita

variação no nível de óleo, em virtude de operação anormal do transformador.

Esse relê pode ser conhecido como relê Buchholz ou função 63.

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3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

Com o intuito de validar a pesquisa feita até o momento, foram realizados

ensaios, simulação e testes de proteção de um transformador de potencial de alta

tensão real com a utilização de um relê digital e de outros instrumentos auxiliares

para a emulação do transformador de potência real a ser protegido. A seguir será

feita a descrição de cada componente utilizado e o desenvolvimento de todos os

testes.

3.1. CENÁRIO DA APLICAÇÃO

Nas simulações realizadas foi utilizado como referência um transformador de

765kV localizado na subestação Tijuco Preto, Mogi das Cruzes, uma das mais

importantes do sistema elétrico brasileiro. A subestação Tijuco Preto, compõe o

sistema de transmissão de Itaipu e é responsável pela transmissão de parte da

energia gerada na Usina de Itaipu. Ocupa uma área de 1.467.370m², dos quais

555.000m² correspondem à área energizada ( FURNAS, 2002).

Figura 26 – Rede de Operação Itaipu – Tijuco Preto (em azul) Fonte: NOS – Rede de Operação Sudeste, 2016, adaptado

Tijuco Preto começou a funcionar em setembro de 1982. Sua função é interligar

as regiões sul e sudeste do país, bem como disponibilizar energia elétrica

proveniente de Itaipu aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, pela Linha de

Transmissão Cachoeira Paulista/ Tijuco Preto, em 500kV.

É a principal subestação de energia elétrica de São Paulo e está localizada no

distrito de Quatinga, em Mogi das Cruzes - SP. Aqui terminam as 3 linhas de

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transmissão de 765kV que vem desde a Hidrelétrica de Itaipu, passando pelas

subestações de Ivaiporã – PR e Itaberá – SP (FURNAS, 2002).

A tensão de 765kV entre a Subestação Tijuco Preto e Itaipu, é a mais alta de

todo o sistema elétrico brasileiro (ONS, 2016).

Figura 27 – Sistema de Transmissão de Itaipu Fonte: Itaipu, 2016

3.2. EQUIPAMENTOS E SOFTWARES UTILIZADOS NO ENSAIO

3.2.1. TRANSFORMADOR

Utilizaremos todos os dados do transformador real para a definição de todos

os ajustes necessários do relê digital utilizado nos ensaios.

O transformador apresenta os dados a seguir:

Tabela 3 – Dados do Transformador de Potência Fonte: Estudo de Seletividade SE Tijuco Preto –

Autotransformador AT4/AT5, 2015

Potência 1500MVA / 500MVA (Terc.)

Tensão (fase - fase) 765 / 345 / 20 kV

Corrente 1132 / 2510 / 14434 A

Ligação Ynyn0d1

13,05% base (1500MVA - 765/345kV)

52,50% base (1500MVA - 765/20kV)

37,65% base (1500MVA - 345/20kV)

Transformador

Impedância

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A escolha da relação de TC utilizada na proteção diferencial deve seguir

critérios a fim de evitar a sua saturação durante condições de curto-circuito.

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Onde:

– Fator de sobrecorrente operacional (fator limite de exatidão

efetivo efetivo)

– Fator de sobrecorrente nominal correspondente à exatidão

nominal (ALF = 20)

– Carga relativa à resistência interna do enrolamento do TC (Ω)

– Carga nominal sob corrente nominal (Ω)

– Carga total conectada ao TC (Ω)

– Carga do relê

– Carga dos condutores

tensão nos terminais do TC para a corrente de falta com a

carga conectada (Rba)

Tensão nominal na relação escolhida

Tensão nominal do TC na relação máxima

Corrente máxima do TC

Potência nominal do transformador

Corrente secundária nominal do TC

Corrente máxima interna do transformador

Corrente máxima passante para um curto-circuito

externo (adotando fontes ideais)

Impedância do transformador (pu)

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Na Figura 28 é apresentado o diagrama unifilar do sistema elétrico envolvido,

nosso transformador corresponde ao transformador AT4.

Figura 28 – Diagrama Unifilar do Sistema Envolvido

Fonte: Estudo de Seletividade SE Tijuco Preto – Autotransformador AT4/AT5, 2015

Na Figura 29 é apresentado o diagrama unifilar do transformador contendo os

relês de proteção. O relê de proteção simulado corresponde ao relê UPP.

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Figura 29 – Diagrama Unifilar com Relês de Proteção

Fonte: Estudo de Seletividade SE Tijuco Preto – Autotransformador AT4/AT5, 2015

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3.2.2. RELÊ DE PROTEÇÃO

O relê é equipado com um processador que executa todo o processamento

numérico das funções, desde a aquisição dos valores medidos até a saída dos

comandos para os disjuntores. Todas as funções de proteção necessárias serão

incorporadas em apenas um relê digital, capaz de executar todas as funções

através de seus algoritmos internos.

Para a realização dos ensaios foi escolhido um relê 7UT85 – SIPROTEC,

Siemens.

Figura 30 – Relê 7UT85

Fonte: SIPROTEC 5 – 7UT82, 7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.0, 2015

3.2.2.1. PROPRIEDADES GERAIS:

De acordo com o manual SIPROTEC 5 – 7UT85, as propriedades gerais do

relê são:

Potente sistema de microprocessador;

Processamento e controle digital completo do valor de medição, desde a

amostragem e digitalização das grandezas de medição até as decisões de

abrir e de fechar para o disjuntor;

Isolação completa, galvanizada e livre de interferência dos circuitos de

medição, controle e alimentação do sistema através do uso de

transformadores de medição, binárias de entrada e de saída e conversor de

tensão contínua e alternada;

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Manuseio simples através de um painel integrado de controle e visualização

ou por meio de um microcomputador conectado ao equipamento através da

interface do usuário;

Visualização constante de valores de medição e de contagem na parte frontal;

Armazenamento de valores de medição máx/mín.(função de valores de pico)

e armazenamento de valores médios em longo prazo;

Armazenamento de avisos para distúrbios de rede (falhas na rede) com

atribuição do tempo real e valores instantâneos para o registro de falhas;

Supervisão constante das grandezas de medição e do hardware e software

do dispositivo;

É possível a comunicação com equipamentos centrais de controle e

armazenamento através de interfaces do dispositivo.

3.2.2.2. CONCEITO MODULAR

O conceito modular do SIPROTEC 5 garante a consistência e integridade de

todas as funcionalidades sobre todos os dispositivos da série. Características

essenciais retiradas do manual SIPROTEC 5 – 7UT85:

Design de sistema modular em hardware, software e comunicação;

Integração funcional das mais diferentes aplicações como, por exemplo,

proteção, controle ou oscilógrafo;

Módulos idênticos de ampliação e comunicação para todos os dispositivos da

família;

Inovadora técnica de fixação dos terminais com montagem simples e

permutabilidade com a maior segurança;

Funções idênticas com configurabilidade individual em toda a família de

equipamentos;

Inserção de inovações (upgrade) é possível a todo o momento através das

bibliotecas;

Arquitetura aberta e escalável para integrações IT e novas funções;

Mecanismos de segurança complexos em todos os membros da cadeia de

segurança;

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Rotinas de auto supervisão para a localização segura e aviso dos distúrbios

internos dos dispositivos;

Log automático das tentativas de acesso e de ações críticas de segurança

nos dispositivos e sistemas.

Figura 31 – Relê 7UT85 com Módulos Expansivos Fonte: SIPROTEC 5 – 7UT82, 7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.0, 2015

É capaz de realizar a função de elemento de proteção e também de fazer o

papel de controlador digital, executando os comandos nas chaves

seccionadoras e disjuntores, respeitando seus intertravamentos através de

lógicas armazenadas e configuradas no relê.

Possui comunicação flexível, diferentes plug-ins físicos e capazes de se

comunicar em diferentes protocolos de comunicação dependendo da rede

instalada na subestação.

Figura 32 – Plug-In de Comunicação Fonte: Manual Proteção Diferencial SIPROTEC 7UT85/ v7.0, 2015

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Figura 33 – Modelos de Submódulos Fonte: SIPROTEC 5 – 7UT82, 7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.0, 2015

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Figura 34 – Display Frontal Relê 7UT87 Fonte: SIPROTEC 5 – 7UT82, 7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.0, 2015

Figura 35 – Hardware utilizado no ensaio Fonte: Os autores

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3.2.3. DIGSI (SOFTAWARE RELÊ)

Como foi apresentado no trabalho, com o avanço da tecnologia digital cada

relê possui características específicas, incluindo seu software de configuração,

que possui maneiras completamente diferentes de se parametrizar (MAMEDE,

2013). Por exemplo, um relê Siemens é diferente de um relê da ABB, GE ou

Areva.

Para configurar o relê Siemens nos ensaios, foi utilizado o software Digsi 5,

software específico para os relês da família SIPROTEC 5.

Figura 36 – Tela DIGSI Fonte: Os autores

3.2.4. DISJUNTOR (CONTATOR)

Para o ensaio foi necessário um dispositivo que simulasse o funcionamento

do disjuntor real de campo, para isto, foi escolhido um contator que, fornece

através de seus contatos auxiliares o estado de posição atual do equipamento,

aberto ou fechado.

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Figura 37 – Diagrama Básico de Emulação de Disjuntor Fonte: Os autores

O relê digital necessita de um feedback ao realizar um comando de trip, para

garantir que a sua função de proteção tenha funcionado corretamente, os

contatos auxiliares do contator ficam encarregados de fornecer esse sinal de

feedback logo após sua abertura devido ao comando de trip que sensibiliza sua

bobina de abertura, exatamente como funciona um disjuntor de alta tensão real

instalado no campo.

Para simular o disjuntor foi escolhido o modelo de contator Siemens SIRIUS

3RH14, que possui função biestável, tendo uma bobina de fechamento (A1+),

bobina de abertura (E1+) e 4 contatos auxiliares, sendo dois contatos NA

(nomalmente aberto) para indicações de quando o contator (disjuntor) está

fechado e dois contatos NF (normalmente fechado) para indicações de que o

contator (disjuntor) está aberto.

Figura 38A – Diagrama Interno do Contator SIRIUS 314RH

Fonte: SIEMENS, 2016

VALORES ANALÓGICOS

Comando de trip emcaso de falha e

atuação da proteção

Contator(Disjuntor)

Sinal de feedback Indicando se o contator abriu

com sucesso

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Figura 38B – Diagrama do Contator SIRIUS 314RH Fonte: SIEMENS, 2016

3.2.5. MALA OMICROM CMC 356

A mala de teste é o equipamento utilizado para enviar o comando específico

para testar a atuação do relê de proteção. Este equipamento é capaz de simular

curtos circuitos e diversas falhas num relê, na qual são conhecidas todas as

grandezas, como corrente, tensão, impedância, potência, entre outros. Através

do conhecimento desses parâmetros é possível calcular e simular curtos

circuitos de acordo com o teste desejado.

Figura 39 – CMC 356

Fonte: ADIMARCO, 2016

O CMC 356 é a solução para teste de todas as gerações e tipos de relês de

proteção (ADIMARCO, 2016). Possui 06 fontes de corrente dedicadas e

potentes (6 x 32A, 430VA por canal, ou no modo trifásico, 3 x 64 A, 860 VA por

canal), 04 fontes dedicadas de tensão (04 x 300 V, 85 VA por canal, ou no modo

trifásico, 3 x 300V, 100 VA por canal), além de 10 entradas binárias e analógicas

e 04 saídas binárias, fazendo deste instrumento capaz de testar todos os tipos

de relês.

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3.2.6. OMICROM TEST UNIVERSE (SOFTWARE)

O conjunto de software Test Universe é utilizado para controle dos

equipamentos de Teste CMC da OMICRON, através do computador.

Através dele o usuário tem o controle manual do equipamento, com módulos

de software otimizado para funções de proteção, medição, criação de planos de

testes - para realizá-los de forma sequencial e automática - e geração de

relatórios automaticamente.

Figura 40 – Tela Inicial Test Universe Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

A Figura 40 é a tela inicial do software Test Universe, onde são apresentadas

todas as suas ferramentas disponíveis. A seguir os principais módulos de teste

(ONOFRE, 2011):

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Quick CMC – ferramenta que possibilita realizar os testes através de

um controle simultâneo da magnitude, frequência e fase de todas as

grandezas disponíveis na mala de teste;

Ramping – possibilita realizar os mesmos testes da ferramenta

anterior, porém nesta ferramenta será gerada uma rampa de

amplitude, fase ou frequência através de determinados valores limite;

State Sequencer – possibilita a criação de diferentes estágios e

situações divididas em estados, podendo variar o tempo na troca de

um estado para o outro;

Advanced Transplay – utiliza sinais transitórios obtidos em registrador

de falta ou oscilografias para realizar testes no relê de proteção para

verificar o funcionamento do mesmo nestas ocasiões;

Overcurrent – possibilita o teste em relês de sobrecorrente, na qual

serve para testar o tempo de disparo e avaliação da curva de

sobrecorrente;

Distance – possibilita testes em relês de distância no qual é possível

definir através de elementos pré-determinados as zonas de partida,

disparo, estendida e não disparo;

Autoclousure – ajusta automaticamente as condições de teste em

sequência com ou sem sucesso, através de condições pré-

estabelecidas pelo usuário. Assim, há um grande ganho de tempo

quando necessário realizar a análise dos testes;

Differential – possibilita testes em relês diferenciais no qual é possível

realizar testes da característica da operação e da função de bloqueio

da corrente de magnetização;

Syncronizer – possibilita a realização de testes de sincronismo no relê,

no qual se verifica a magnitude, frequência e defasagem entre dois

sistemas adjacentes, evitando interligá-los caso uma dessas

características não seja respeitada;

Annunciation Checker – auxilia o usuário na verificação de todas as

conexões e configurações do relê, se foram feitas corretamente e se o

equipamento está pronto para entrar em operação.

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3.3. ENSAIO

Com todos os equipamentos prontos, montamos a bancada de testes para fazer

todas as simulações necessárias. Foram usados três contatores para simular os

disjuntores de campo correspondentes aos lados do sistema elétrico. Lembrando

que pode ser configurada a seletividade no relê digital, por exemplo, uma função de

sobrecorrente no lado de 765kV para abrir apenas o seu disjuntor correspondente e

manter os outros dois fechados em funcionamento, ou essa mesma função abrir os

três disjuntores simultaneamente.

Figura 41 – Diagrama de Montagem da Bancada de Testes Fonte: Os autores

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São os cabos de cobre comum que fazem a conexão das saídas analógicas

de tensão da CMC-356 com as entradas analógicas do 7UT87. É possível ajustar os

valores analógicos de tensão podendo variar sua frequência, módulo e magnitude.

São os cabos de cobre comum que fazem a conexão das duas saídas

analógicas de corrente da CMC-356 com as entradas analógicas do 7UT87. Os dois

grupos de saídas analógicas vão simular as correntes de dois dos três lados do

transformador de acordo com o teste desejado.

Condutores que tem a responsabilidade de levar o comando de trip do 7UT87

aos contatores que simulam os disjuntores de campo. Os fios são conectados as

binárias de saídas do relê que são parametrizadas para enviarem o sinal elétrico

após a atuação de qualquer função de proteção. Quando a bobina do contator é

acionada com o sinal elétrico, ocorre o “trip” no contator e, após sua abertura,

através de seus contatos auxiliares ele envia o sinal elétrico de feedback para o relê,

confirmando se o comando de abertura teve sucesso ou não.

A fiação elétrica do 7UT87 para a mala CMC é chamada de “parada de caixa”.

Seu objetivo é indicar que também houve um comando de trip, deste modo a mala

de testes entende que houve um trip ocasionado por alguma função de proteção e

para de injetar os valores analógicos naquele momento.

Cabo de rede ethernet direto utilizado para a comunicação entre a mala de

testes e o computador utilizado na configuração dos testes.

Cabo USB que faz a comunicação do computador utilizado nos testes com o

relê 7UT87.

Figura 42 – Bancada de Testes

Fonte: O autores

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85

3.3.1. TESTES DAS FUNÇÕES DE PROTEÇÃO LADO 765KV

3.3.1.1. FUNÇÃO SOBRECORRENTE 51H (HIGH)

A proteção de sobrecorrente de fase atuará como proteção de retaguarda

para faltas internas e externas. Há dois estágios com característica de tempo

definido e um com tempo inverso. Foi utilizado apenas o de tempo inverso com

operação temporizada.

A Figura 43 apresenta o esquema do algoritmo da função de sobrecorrente de

fase do relê 7UT87, lembrando que o algoritmo pode sempre variar de acordo

com o fabricante do relê.

Figura 43 – Algoritmo da Função de Sobrecorrente

Fonte: SIPROTEC 5 – 7UT82, 7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.0, 2015

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86

O valor de operação deste estágio ajustado em 150% da corrente nominal do

transformador.

O tempo de operação deste estágio, a fim de garantir a coordenação com as

proteções adjacentes, será adotado um tempo mínimo de 0,8s para curtos

circuitos na barra adjacente. Já numa barra remota este tempo não deve ser

inferior a 1,2s. Para uma falta no terciário, o tempo deve estar entre 1,2s e 1,5s

Segue equação da IEC Very Inverse:

Após as configurações da função aplicada ao relê, segue para montagem do

módulo de teste dentro do software test universe.

Para as funções de sobrecorrente foi utilizado o módulo de teste Overcurrent,

específico para montagem de curvas características de sobrecorrente e

validação das mesmas.

Figura 44 – Configurações de Curva Característica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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87

São inseridos os dados da curva desejada nas configurações.

Figura 45 – Inserção dos Pontos da Curva Característica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Depois de configurar toda a curva característica é necessário inserir alguns

pontos na mesma, esses pontos irão simular as falhas e o seu tipo (AB, BC ou

AC) no relê e consequentemente a atuação da função de proteção desejada,

através da modelagem dos valores analógicos de corrente com base no ponto

da curva onde foram marcados. No teste foi usado o botão search test que

insere os pontos a serem testados bem próximos ao limiar da curva, tornando o

teste mais preciso possível.

Ao iniciar o teste os valores analógicos são injetados verificando se há trip ou

não no ponto inserido que está sendo analisado, caso ocorra o trip no tempo

nominal estipulado e não ocorra trip quando não é necessário, o ponto que está

sendo testado fica com a cor verde, indicando validação e confirmação de que o

relê teve a resposta ao defeito no tempo correto esperado.

O test universe tem a capacidade de gerar um relatório que armazena todas

as informações do teste executado, segue informações do relatório exportado da

função testada:

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Figura 46 – Configurações do Módulo de Teste

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos a serem Testados

Figura 47 – Pontos Inseridos a serem Testados

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos Testados

Figura 48 – Pontos Testados

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Falhas

Figura 49 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 50 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 51 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 52 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Neutro (L1-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 53 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase B e Neutro (L2-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 54 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase C e Neutro (L3-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Com isso foi garantido que o relê digital seria capaz de enviar o comando de

trip no tempo desejado em relação à função de sobrecorrente 51H, mantendo o

tempo nominal estipulado calculado e se enquadrando numa faixa de erro

permitido de apenas 5%, mostrando velocidade e qualidade em seu

funcionamento e processamento.

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93

3.3.1.2. FUNÇÃO SOBRECORRENTE RESIDUAL 51RH (HIGH)

A proteção de sobrecorrente residual (sobrecorrente de neutro) atuará como

proteção de retaguarda para faltas internas e externas. Há dois estágios com

característica de tempo definido e um com tempo inverso. Utilizaremos apenas o

de tempo inverso com operação temporizada.

O valor de operação deste estágio ajustado em 20% da corrente nominal do

transformador.

A fim de garantir a coordenação com as proteções adjacentes, adotaremos

um tempo mínimo de 0,8s para um curto-circuito na barra adjacente. Já numa

barra remota este tempo não deve ser inferior a 1,2s.

Segue equação da curva IEC Very Inverse:

Figura 55 – Inserção dos Pontos da Curva Característica

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 56 – Configurações do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos a serem Testados

Figura 57 – Pontos Inseridos a serem Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos Testados

Figura 58 – Pontos Testados

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Falhas

Figura 59 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Terra (L1-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 60 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase B e Terra (L2-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 61 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase C e Terra (L3-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

3.3.2. TESTES DAS FUNÇÕES DE PROTEÇÃO DO LADO 345KV

3.3.2.1. FUNÇÃO SOBRECORRENTE DE FASE 51M (MEDIUM)

A proteção de sobrecorrente de fase atuará como proteção de retaguarda

para faltas internas e externas. Utilizaremos apenas o de tempo inverso com

operação temporizada.

O valor de operação deste estágio ajustado em 200% da corrente nominal do

transformador.

A fim de garantir a coordenação com as proteções adjacentes, adotaremos

um tempo mínimo de 0,8s para um curto-circuito na barra adjacente. Já numa

barra remota este tempo não deve ser inferior a 1,2s. Para uma falta no terciário,

o tempo deve estar entre 1,2s e 1,5s.

Segue equação da curva IEC Very Inverse:

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Figura 62 – Inserção dos Pontos da Curva Característica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 63 – Configurações do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos a serem Testados

Figura 64 – Pontos Inseridos a serem Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos Testados

Figura 65 – Pontos Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Falhas

Figura 66 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2) Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 67 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3) Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 68 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 69 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases A e Neutro (L1-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 70 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases B e Neutro (L2-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 71 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases C e Neutro (L3-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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101

3.3.2.2. FUNÇÃO SOBRECORRENTE DE FASE 51OL (OVERLOAD)

Esta proteção de sobrecorrente de fase atuará como proteção de sobrecarga

do transformador. Utilizaremos um estágio de tempo definido e outro de tempo

inverso.

Tempo definido T2

O valor de operação deste estágio ajustado em 150% da capacidade do

transformador, com tempo de 20s.

Tempo inverso T1

Valor de partida deste estágio. Ajustaremos em 5020A primários.

Curva característica deste estágio deverá operar em 20s para uma

sobrecarga de 200% e ao mesmo tempo próximo de 2s para uma corrente superior

a 300%.

Segue equação da curva IEC Normal Inverse:

Para que se tenha uma coordenação adequada com a proteção de

sobrecorrente de fase 51M ajustaremos em 0,12s.

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Figura 72 – Inserção dos Pontos da Curva Característica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 73 – Configurações do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos a serem Testados

Figura 74 – Pontos Inseridos a serem Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos Testados

Figura 75 – Pontos Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Falhas

Figura 76 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2) Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 77 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 78 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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3.3.2.3. FUNÇÃO SOBRECORRENTE RESIDUAL 51MR (MEDIUM)

A proteção de sobrecorrente residual (sobrecorrente de neutro) atuará como

proteção de retaguarda para faltas internas e externas. Utilizaremos apenas o de

tempo inverso com operação temporizada.

O valor de operação deste estágio ajustado em 20% da corrente nominal do

transformador.

A fim de garantir a coordenação com as proteções adjacentes, adotaremos

um tempo mínimo de 0,8s para um curto-circuito na barra adjacente. Já numa

barra remota este tempo não deve ser inferior a 1,2s.

Segue equação da curva IEC Very Inverse:

Figura 79 – Inserção dos Pontos da Curva Característica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 80 – Configurações do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos a serem Testados

Figura 81 – Pontos Inseridos a serem Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos Testados

Figura 82 – Pontos Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Falhas

Figura 83 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases A e Terra (L1-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 84 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases B e Terra (L2-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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108

Figura 85 – Falha do Tipo Monofásica entre Fases C e Terra (L3-E)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

3.3.3. FUNÇÕES DE PROTEÇÃO LADO 20KV

3.3.3.1. FUNÇÃO SOBRECORRENTE DE FASE 51T (TERTIARY)

A proteção de sobrecorrente de fase atuará como proteção de retaguarda

para faltas internas e externas no terciário do transformador. Utilizaremos

apenas o de tempo inverso com operação temporizada.

O valor de operação deste estágio ajustado em 120% da potência nominal do

terciário.

A fim de garantir a coordenação com as proteções adjacentes, adotaremos

um tempo mínimo de 0,8s para um curto-circuito na barra adjacente. Já numa

barra remota este tempo não deve ser inferior a 1,2s.

Segue equação da curva IEC Very Inverse:

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Figura 86 – Inserção dos Pontos da Curva Característica

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 87 – Configurações do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Pontos a serem Testados

Figura 88 – Pontos Inseridos a serem Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos Testados

Figura 89 – Pontos Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Falhas

Figura 90 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases AB (L1-L2)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 91 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases BC (L2-L3)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 92 – Falha do Tipo Bifásica entre Fases CA (L3-L1)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 93 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Neutro (L1-LE)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 94 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase B e Neutro (L2-LE)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 95 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase C e Neutro (L3-LE)

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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113

3.3.3.2. FUNÇÃO SOBRECORRENTE 51G (GROUND)

A proteção de sobrecorrente residual (sobrecorrente temporizado de terra)

atuará como proteção de retaguarda para faltas internas e externas. Utilizaremos

apenas o de tempo inverso com operação temporizada.

O valor de operação deste estágio ajustado em 20% da corrente nominal do

transformador.

Tempo de operação deste estágio para garantir a coordenação com as

proteções adjacentes, adotaremos um tempo mínimo de 0,8s para um curto-

circuito na barra adjacente. Já numa barra remota este tempo não deve ser

inferior a 1,2s.

Segue equação da curva IEC Very Inverse:

Figura 96 – Inserção dos Pontos da Curva Característica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 97 – Configurações do Módulo de Teste

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos a serem Testados

Figura 98 – Pontos Inseridos a serem Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Pontos Testados

Figura 99 – Pontos Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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115

Falha

Figura 100 – Falha do Tipo Monofásica entre Fase A e Terra (L1-LE) Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

3.3.3.3. FUNÇÃO SOBRETENSÃO DE NEUTRO 59N

A proteção de sobretensão de neutro (sobretensão residual) detecta falta à

terra no lado terciário do autotransformador ligado em delta, através da medição

da tensão de neutro obtida do secundário de 3 TP ligados em delta aberto.

Segundo o manual do relê, a máxima tensão suportada continuamente é de

230V.

Admitindo-se que a tensão aplicada no primário do TP seja de 20√3kV e a

secundária de 120√3V, a tensão resultante de uma falta fase-terra no terciário

isolado seria de 3×120√3 = 207,9V, abaixo da suportada pelo relê (230V

continuamente).

O ajuste recomendado para a sensibilização da função deve ser superior à

tensão resultante da perda de um TP (120√3 = 69,3V). Portanto um valor de

100V com temporização de 3s é adequado.

Para o teste de sobretensão foi utilizado o módulo de teste State Sequencer,

onde é possível criar diferentes estágios de condição, onde no primeiro estágio

foi criada uma situação de operação normal de pré-falta, no segundo estágio

uma condição quase próxima à sensibilização da função, e finalmente no

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116

terciário estágio uma condição que represente a sobrecarga no transformador,

ocasionando na operação da função e o comando de abertura.

Figura 101 – Configuração dos Etados de Condição Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

Figura 102 – Configuração do Módulo de Teste e sues Estados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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117

Figura 103 – Estados de Condição Testados Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

3.3.4. FUNÇÃO DIFERENCIAL DO TRANSFORMADOR

Essa será a principal função de proteção do transformador, enquanto as

demais funções de sobrecorrente permanecem ativas, porém não atuantes,

ficando com o papel de função de retaguarda e entrando em funcionamento

caso haja algum problema com a função diferencial.

Define se a proteção diferencial do autotransformador será por nós de

corrente (Figura 104) ou transformador de 3 enrolamentos.

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Figura 104 – Proteção por Nós de Corrente

Fonte: SIPROTEC 5 – 7UT82, 7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.0, 2015

3.3.4.1. CURVA DE OPERAÇÃO

Os valores de corrente são dados em relação à corrente do transformador

correspondente à sua potência nominal.

Figura 105 – Proteção por Nós de Corrente Fonte: SIPROTEC Proteção Diferencial – 7UT163/63x v4.6, 2008

Pickup - Foi ajustado um valor de sensibilização em torno de 20% da

potência nominal, é adequado para a maioria dos casos (trecho a da

característica do relê).

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119

Slope 1 - Inclinação do trecho b da característica. Ela cobre erros

proporcionais à corrente, basicamente devido a erros de transformação

dos TC e variação do tape do regulador de tensão. O valor de 30% é

suficiente para cobrir a faixa de mais ou menos 10% do regulador de

tensão e eventual erro 10% da relação do TC, conforme demonstrado

a seguir:

Intersection 1 Irest - Ponto base do trecho b inclinado, cuja declividade

foi dada no parâmetro anterior. O valor correspondente a

é adequado para a maioria dos casos.

Slope 2 - Inclinação do trecho c da característica. Ela fornece uma

maior estabilização na faixa de correntes mais elevadas que poderiam

eventualmente levar os TC à saturação. O valor de 70% é adequado

para a maioria dos casos.

Intersection 2 Irest - Ponto base do trecho c inclinado, cuja declividade

foi dada no parâmetro anterior. O valor de

é adequado

para a maioria dos casos.

3.3.4.2. DIFERENCIAL RÁPIDO

Quando a corrente diferencial é elevada, utiliza-se a característica da Figura

106 para uma operação rápida da proteção. Seu algoritmo utiliza somente

valores instantâneos das correntes.

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120

Figura 106 – Característica para Diferencial Rápido

Fonte: SIPROTEC Proteção Diferencial – 7UT163/63x v4.6, 2008

Um valor adequado para a corrente de operação deve ser superior a

do

transformador, que corresponde à máxima corrente passante para um curto-

circuito externo.

(Impedância do transformador)

A mala CMC só dispõe de dois conjuntos de saídas analógicas de corrente,

impedindo que seja testado a função diferencial com os três lados do

transformador de uma só vez. Deste modo, os testes foram divididos da seguinte

forma, lado de 765kV com 345kV e 765kV com 20kV.

Para a função diferencial é utilizado o módulo de teste Avanced Diferential,

próprio para a estruturação de testes diferenciais de corrente.

Figura 107 – Configuração da Curva e Inserção dos Pontos Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 108 – Configuração do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 109 – Pontos Testados e Curva Diferencial

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 110 – Pontos Testados e Curva Diferencial

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 111 – Pontos Testados e Curva Diferencial Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 112 – Configuração do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 113 – Pontos Testados e Curva Diferencial

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 114 – Pontos Testados e Curva Diferencial

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 115 – Pontos Testados e Curva Diferencial

Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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3.3.4.3. BLOQUEIO POR INRUSH

Foi testada a função de bloqueio por inrush, descrita detalhadamente no item

2.5.5.1.4 Estabilização Harmônica deste documento.

Só foi habilitada a detecção de 2º e 5º harmônicos, que são suficientes para a

aplicação.

2º harmônico – Quantidade percentual de segundo harmônico em

relação à fundamental, a partir da qual a função diferencial será

bloqueada. O valor de 15% é adequado para a maioria dos casos.

5º harmônico – Quantidade percentual de quinto harmônico em relação

à fundamental, a partir da qual a função diferencial será bloqueada. O

valor de 30% é adequado para a maioria dos casos.

Para os testes de bloqueio por harmônico foi utilizado o módulo de teste Diff

Harmonic Restraint, que é totalmente dedicado à modulação de testes de

harmônico. Onde serão injetados valores de corrente diferencial juntamente com

harmônicos, caso a mala CMC injete um valor de harmônico acima do ajustado

no relê, será caracterizado como uma energização ou excitação do

transformador, não ocorrendo comando de abertura do disjuntor.

Figura 116 – Pontos Testados e Curva Diferencial Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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Figura 117 – Configuração do Módulo de Teste Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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131

Figura 118 – Teste de Restrição de Curva Harmônica Fonte: Os autores, a partir do software Test Universe

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132

4. CONCLUSÕES

Foram realizados testes e simulações dos mais diversos tipos, focados na

proteção de um transformador de potência real, na validação do funcionamento do

relê de proteção utilizado e todas as suas funções incorporadas em cada teste.

A mala de testes CMC e o software Test Universe foram essenciais para a

simulação de cada condição de falha apresentada nesse documento, com seus

diversos módulos de testes e opções para ensaiar as mais diversas condições num

sistema elétrico.

O relê digital 7UT87 correspondeu com todas as expectativas referentes à teoria

de proteção apresentadas nesse documento, envolvendo entre elas velocidade,

seletividade e coordenação em seu funcionamento. Foi demonstrado um ótimo

índice de precisão e confiabilidade, tornando-o apto a executar a proteção do

transformador real de 765kV instalado em Tijuco Preto.

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133

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2015. Infográfico. Disponibilizado em mídia impressa e digital.

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10 ed. São Paulo: Livros Érica Editora LTDA, 1993.

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ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Matriz de Energia Elétrica. Brasília,

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Janeiro, p. 11, jul/ago, 2002. Disponível em:

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Acesso em: 15 nov. 2016, 12:00.

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134

GUIMARÃES, Ademir Carnevalli. Subestações. Escola Federal de Engenharia de

Itajubá, Itajubá – MG, 1976.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. David Halliday. Fundamentos

da Física III: Eletromagnetismo. 9ª Edição. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. Rio

de Janeiro: LTC, 2012. p. 166.

ITAIPU. Energia: Sistema de Transmissão de Itaipu. Foz do Iguaçu, 2016.

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MAEZONO, Paulo Koiti. Curso – Proteção de Transformadores de Potência e

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MAMEDE, João, F. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. Rio de Janeiro:

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MAMEDE, João, F. Manual de Equipamentos Elétricos. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC

– Livros Técnicos e Científicos Editora LTDA, 2015.

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ONOFRE, Gustavo da F. Ensaios da Função de Distância do Relê Digital de

Proteção SEL 311-C com Caixa de Teste Omicron CMC 256 – 6. Dissertação

(Bacharel em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de

Janeiro – RJ, 2011

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico. Submódulo 2.3 - Requisitos

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de Janeiro, revisão 2.0, 2011. Disponível em:

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ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico. Mapas do SIN: Rede de Operação

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PADUA, Julio Cesar Ururahy. Operação De Retificadores e Baterias e

Manutenção Preventiva de Retificadores e Baterias. Rio de Janeiro, nov. 2001.

SIEMENS. Manual: SIPROTEC Proteção Diferencial 7UT613/63x v4.6. Nurenberg,

2008.

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7UT85, 7UT86, 7UT87/ v7.00, Nurenberg, 2015. SIEMENS. Industry Automation:

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Bloqueio Mecânico – SIRIUS 3RH14, Nurenberg, 2016. Disponível em: <

http://w3.siemens.com.br/automation/br/pt/dispositivos-baixa-tensao/contatores/

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Dissertação (Bacharel em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal do Espírito

Santo, Vitória – ES, 2007.

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136

APÊNDICE A – OUTROS EQUIPAMENTOS DO SEP

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1. BANCO DE CAPACITOR (BC)

Equipamento instalado ao longo dos alimentadores e destinado a realizar

o controle da carga reativa do sistema, injetando potência reativa para a adequação

do fator de potência e consequente melhoria dos níveis de tensão e redução de

perdas técnicas.

2. BANCO DE CAPACITOR AUTOMÁTICO (BCA)

Equipamento instalado na subestação e destinado a realizar a

compensação das perdas reativas do transformador de potência.

3. CHAVE FACA (CF)

Dispositivo unipolar para realização de manobra na rede de distribuição

aérea. Chave na qual, em cada polo, o contato móvel é constituído por uma lâmina

articulada em uma extremidade, enquanto que a outra extremidade se encaixa no

contato fixo correspondente.

4. CHAVE FACA FUSÍVEL (CFF)

Chave faca que permite a substituição das lâminas por fusíveis,

assumindo a função de proteção de base fusível.

5. CONJUNTOS BLINDADOS

Conjunto de montagens eletromecânicas alojadas em cubículos

construídos em chapas e perfilados metálicos para tensões acima de 1kV até 52kV,

conforme ABNT NBR IEC 62271-200:2007.

6. PARA-RAIOS

Dispositivos destinados à proteção de outros componentes contra

sobretensões transitórias elevadas. Estes equipamentos devem atuar de forma a

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limitar a magnitude dos impulsos de tensão, o que permite diminuir os riscos para

outros equipamentos.

7. REGULADOR DE TENSÃO (RV)

Dispositivo elétrico cuja função é manter os níveis adequados da tensão

ao longo do circuito aéreo, conforme o Módulo 8 do PRODIST (Procedimentos de

Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional).

8. RETIFICADORES

Equipamento que compreende os componentes específicos para a

retificação, para a filtragem da fundamental e seus harmônicos e para controle das

tensões e correntes.

9. CONJUNTO DE BATERIAS

Conjunto de dispositivos capazes de armazenar energia elétrica em

forma de energia química e fornecer energia química em forma de energia elétrica, a

um circuito externo.

10. TRANSFORMADORES AUXILIARES

Transformadores de potencial para serviços auxiliares. Permitem a

obtenção de um fornecimento de energia de baixa tensão de vários kVA,

diretamente a partir de uma linha de alta tensão.

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ANEXO A – TABELA ANSI

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TABELA ANSI

Nr Denominação

1 Elemento Principal

2 Relé de partida ou fechamento temporizado

3 Relé de verificação ou interbloqueio

4 Contator principal

5 Dispositivo de interrupção

6 Disjuntor de partida

7 Relé de taxa de variação

8 Dispositivo de desligamento da energia de controle

9 Dispositivo de reversão

10 Chave comutadora de sequência das unidades

11 Dispositivo multifunção

12 Dispositivo de sobrevelocidade

13 Dispositivo de rotação síncrona

14 Dispositivo de subvelocidade

15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade e/ou frequência

16 Dispositivo de comunicação de dados

17 Chave de derivação ou descarga

18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração

19 Contator de transição partida-marcha

20 Válvula operada eletricamente

21 Relé de distância

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Nr Denominação

22 Disjuntor equalizador

23 Dispositivo de controle de temperatura

24 Relé de sobreexcitação ou Volts por Hertz

25 Relé de verificação de Sincronismo ou Sincronização

26 Dispositivo térmico do equipamento

27 Relé de subtensão

28 Detector de chama

29 Contator de isolamento

30 Relé anunciador

31 Dispositivo de excitação

32 Relé direcional de potência

33 Chave de posicionamento

34 Dispositivo master de sequência

35 Dispositivo para operação das escovas ou curto-circuitar anéis coletores

36 Dispositivo de polaridade ou polarização

37 Relé de subcorrente ou subpotência

38 Dispositivo de proteção de mancal

39 Monitor de condições mecânicas

40 Relé de perda de excitação ou relé de perda de campo

41 Disjuntor ou chave de campo

42 Disjuntor / chave de operação normal

43 Dispositivo de transferência ou seleção manual

44 Relé de sequência de partida

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Nr Denominação

45 Monitor de condições atmosféricas

46 Relé de reversão ou desbalanceamento de corrente

47 Relé de reversão ou desbalanceamento de tensão

48 Relé de sequência incompleta / partida longa

49 Relé térmico

50 Relé de sobrecorrente instantâneo

51 Relé de sobrecorrente temporizado

52 Disjuntor de corrente alternada

53 Relé para excitatriz ou gerador CC

54 Dispositivo de acoplamento

55 Relé de fator de potência

56 Relé de aplicação de campo

57 Dispositivo de aterramento ou curto-circuito

58 Relé de falha de retificação

59 Relé de sobretensão

60 Relé de balanço de corrente ou tensão

61 Sensor de densidade

62 Relé temporizador

63 Relé de pressão de gás (Buchholz)

64 Relé detetor de terra

65 Regulador

66 Relé de supervisão do número de partidas

67 Relé direcional de sobrecorrente

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Nr Denominação

68 Relé de bloqueio por oscilação de potência

69 Dispositivo de controle permissivo

70 Reostato

71 Dispositivo de detecção de nível

72 Disjuntor de corrente contínua

73 Contator de resistência de carga

74 Relé de alarme

75 Mecanismo de mudança de posição

76 Relé de sobrecorrente CC

77 Dispositivo de telemedição

78 Relé de medição de ângulo de fase / proteção contra falta de sincronismo

79 Relé de religamento

80 Chave de fluxo

81 Relé de frequência (sub ou sobre)

82 Relé de religamento de carga de CC

83 Relé de seleção / transferência automática

84 Mecanismo de operação

85 Relé receptor de sinal de telecomunicação (teleproteção)

86 Relé auxiliar de bloqueio

87 Relé de proteção diferencial

88 Motor auxiliar ou motor gerador

89 Chave seccionadora

90 Dispositivo de regulação (regulador de tensão)

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Nr Denominação

91 Relé direcional de tensão

92 Relé direcional de tensão e potência

93 Contator de variação de campo

94 Relé de desligamento

95 Usado para aplicações específicas

96 Relé auxiliar de bloqueio de barra

97 à

99 Usado para aplicações específicas

150 Indicador de falta à terra

AFD Detector de arco voltaico

CLK Clock

DDR Sistema dinâmico de armazenamento de perturbações

DFR Sistema de armazenamento de faltas digital

ENV Dados do ambiente

HIZ Detector de faltas com alta impedância

HMI Interface Homem-Máquina

HST Histórico

LGC Esquema lógico

MET Medição de Subestação

PDC Concentrador de dados de fasores

PMU Unidade de medição de fasores

PQM Esquema de monitoramento de potência

RIO Dispositivo Remoto de Inputs/Outputs

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Nr Denominação

RTU Unidade de terminal remoto / Concentrador de Dados

SER Sistema de armazenamento de eventos

TCM Esquema de monitoramento de Trip

SOTF Fechamento sob falta

1. COMPLEMENTAÇÃO DA TABELA ANSI:

50N - sobrecorrente instantâneo de neutro

51N - sobrecorrente temporizado de neutro ( tempo definido ou curvas inversas)

50G - sobrecorrente instantâneo de terra (comumente chamado 50GS)

51G - sobrecorrente temporizado de terra (comumente chamado 51GS e com tempo

definido ou curvas inversas)

50BF - relé de proteção contra falha de disjuntor (também chamado de 50/62 BF)

51Q - relé de sobrecorrente temporizado de seqüência negativa com tempo definido ou

curvas inversas

51V - relé de sobrecorrente com restrição de tensão

51C - relé de sobrecorrente com controle de torque

50PAF - sobrecorrente de fase instantânea de alta velocidade para detecção de arco

voltaico

50NAF - sobrecorrente de neutro instantânea de alta velocidade para detecção de arco

voltaico

59Q - relé de sobretensão de seqüência negativa

59N - relé de sobretensão residual ou sobretensão de neutro (também chamado de 64G) ,

calculado ou TP em delta aberto

64 - relé de proteção de terra pode ser por corrente ou por tensão. Os diagramas unifilares

devem indicar se este elemento é alimentado por TC ou por TP, para que se possa definir

corretamente. Se for alimentado por TC, também pode ser utilizado como uma unidade 51

ou 61. Se for alimentado por TP, pode-se utilizar uma unidade 59N ou 64G. A função 64

também pode ser encontrada como proteção de carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo

aplicada em transformadores de força até 5 MVA.

67N - relé de sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou temporizado)

67G - relé de sobrecorrente direcional de terra (instantâneo ou temporizado)

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67Q - relé de sobrecorrente direcional de seqüência negativa

78 - Salto vetorial (Vector Shift)

2. PROTEÇÃO DIFERENCIAL - ANSI 87:

O relé diferencial 87 pode ser de diversas maneiras:

87T - diferencial de transformador (pode ter 2 ou 3 enrolamentos)

87N - diferencial de neutro

REF – falta restrita à terra

87Q - diferencial de sequência negativa (aplicado para detecção de faltas entre espiras em

transformadores)

87G - diferencial de geradores

87GT - proteção diferencial do grupo gerador-transformador

87SP - proteção diferencial de fase dividida de geradores

87V – Diferencial de tensão de fase

87VN – Diferencial de tensão de neutro

87B - diferencial de barras. Pode ser de alta, média ou baixa impedância

Pode-se encontrar em circuitos industriais elementos de sobrecorrente ligados num

esquema diferencial, onde os TC´s de fases são somados e ligados ao relé de

sobrecorrente.

Também encontra-se um esquema de seletividade lógica para realizar a função diferencial

de barras.

Pode-se encontrar em algumas documentações o relé 68 sendo referido à função de

seletividade lógica.

87M - diferencial de motores - Neste caso pode ser do tipo percentual ou do tipo

autobalanceado.

O percentual utiliza um circuito diferencial através de 3 TC´s de fases e 3 TC´s no neutro do

motor. O tipo autobalanceado utiliza um jogo de 3 TC´s nos terminais do motor, conectados

de forma à obter a somatória das correntes de cada fase e neutro. Na realidade, trata-se de

um elemento de sobrecorrente, onde o esquema é diferencial e não o relé.

3. DISPOSITIVO DE COMUNICAÇÃO DE DADOS - ANSI 16:

As letras sufixos ao dispositivo definem sua aplicação. Os primeiros sufixos são:

S – comunicação de dados serial

E – comunicação de dados Ethernet

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Os sufixos subsequentes definem:

C – dispositivo de segurança de rede (ex. VPN, encriptação)

F – firewall ou filtro de mensagens

M – função de gerenciamento da rede (SNMP)

R – roteador

S – switch

T – telefone

Uma switch Ethernet gerenciável terá o seguinte código: 16ESM