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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO GOVERNANÇA CORPORATIVA RICARDO GARRIDO SCHWACH INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA SÃO PAULO 2015

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM

ADMINISTRAÇÃO – GOVERNANÇA CORPORATIVA

RICARDO GARRIDO SCHWACH

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS

PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA

SÃO PAULO

2015

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RICARDO GARRIDO SCHWACH

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS

PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

Profissional em Administração - Governança

Corporativa do Centro Universitário das Faculdades

Metropolitanas Unidas como requisito para a obtenção

do título de Mestre em Administração (com ênfase

profissional em Governança Corporativa).

Orientador: Prof. Dr. Celso Machado Júnior

SÃO PAULO

2015

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RICARDO GARRIDO SCHWACH

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS

PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA

Data de Aprovação: ___ de ____________________ de ______.

Banca Examinadora:

Presidente: Prof. Dr. Celso Machado Júnior

Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU

Membro Externo: Profa. Dra. Raquel da Silva Pereira

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

Membro Interno: Profa. Dra. Daielly Melina Nassif Mantovani Ribeiro

Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU

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Aos meus pais e família, pelo incentivo e apoio em todas as minhas escolhas e decisões;

a minha esposa, parceira de todos os momentos por me incentivar e dar total apoio;

aos meus amigos que me entenderam e apoiaram nesta importante realização.

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AGRADECIMENTOS

Ao orientador Prof. Dr. Celso Machado Júnior, pela confiança, paciência, incentivo,

profissionalismo e excelente orientação.

As Faculdades Metropolitanas Unidas, pela oportunidade em ingressar no curso de

Mestrado Profissional em Administração em Governança Corporativa, oferecendo condições

para o desenvolvimento do curso.

Aos professores Dr. Celso Machado Júnior, Dr. Angelo Palmisano, Dr. Alessandro

Marco Rosini, Dr. Sérgio Nunes Muritiba, Dra. Patrícia Morilha Muritiba, Dra. Jouliana Nordan

Nohara, Dr. Leonel Cesarino Pessoa e Dr. Mauricio José Serpa Barros de Moura, que no

transcorrer das disciplinas me transmitiram conhecimentos e a confiança necessária para o

desenvolvimento do curso e da minha dissertação.

Aos professores Dra. Raquel da Silva Pereira e Dr. Leonel Mazzali que participaram da

minha banca de qualificação e defesa, pelo tempo, avaliação e dedicação na análise da minha

dissertação. Assim como também agradeço a Profa. Dra. Daielly Melina Nassif Mantovani

Ribeiro pela participação da minha banca de defesa e avaliação da minha dissertação.

Ao Prof. Milton Carlucci da pós-graduação latu senso da FMU que me apoiou e

incentivou a ingressar no curso de mestrado, proporcionando uma das realizações do meu

objetivo profissional.

Aos colegas de sala pelo convívio nas aulas, troca de experiências e conhecimentos, e

pelo apoio e discussão nas apresentações dos trabalhos em todas as disciplinas. Assim como,

pela parceria de colegas e professores no desenvolvimento e publicação de artigos em

congressos e revistas acadêmicas.

A minha esposa, Luciana Segatti Schwach, pelo apoio, paciência, estímulo e

compreensão nas diversas madrugadas, feriados e fins de semana que fiquei trabalhando nesta

dissertação.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... i

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ii

LISTA DE QUADROS ................................................................................................... iii

LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................... iv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................... v

RESUMO ........................................................................................................................ vii

ABSTRACT .................................................................................................................... viii

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 15

1.1 Justificativa e Relevância do Estudo ......................................................................... 20

1.2 Objetivo da Pesquisa .................................................................................................. 21

1.3 Objetivos Específicos .................................................................................................. 22

1.4 Estrutura do Trabalho ............................................................................................... 22

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 24

2.1. Governança Corporativa .................................................................................. 26

2.2. Governança Corporativa e Sustentabilidade .................................................. 29

2.3. Triple Bottom Line ............................................................................................ 32

2.4. Indicadores de Sustentabilidade ...................................................................... 38

2.4.1. Indicadores Internacionais de Sustentabilidade ...................................................... 42

2.4.2. Balanced Scorecard .................................................................................................... 44

2.4.3. Sustainability Balanced Scorecard - SBSC .............................................................. 48

2.4.4. Global Reporting Initiative – GRI ............................................................................ 51

2.4.4.1. Processo para Definição do Conteúdo do Relatório .......................................... 62

2.4.5. Indicadores Ethos ....................................................................................................... 64

2.4.6. Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE ......................................................... 65

2.4.7. Indicadores Ambientais .............................................................................................. 67

2.4.8. Disclosure na Divulgação das Informações .............................................................. 70

2.4.9. Pesquisas sobre o Disclosure na Divulgação das Informações ............................. 75

2.5. Transparência nos Relatórios de Sustentabilidade ........................................ 77

2.5.1. Relatório Integrado ........................................................................................... 80

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 83

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................. 95

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ANALISADOS ................................... 115

6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 123

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 119

ANEXOS ................................................................................................................................ 134

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Triple Bottom Line .................................................................................................. 33

Figura 2 – Modelo de Sustentabilidade Empresarial ............................................................... 36

Figura 3 – Sistema Balanced Scorecard .................................................................................. 45

Figura 4 – BSC e DS ................................................................................................................ 46

Figura 5 – BSC baseado no Tripple Bottom Line ..................................................................... 49

Figura 6 – Definição de Aspectos Materiais e Limites – Visão Geral de Processo ................ 63

Figura 7 – Informações Selecionadas e Técnicas de Pesquisa ................................................ 85

Figura 8 – Estratégia de Pesquisa Sequencial e Simultânea .................................................... 91

Figura 9 – Processo das Etapas Desenvolvidas da Pesquisa ................................................... 92

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Triple Bottom Line por Estados ............................................................................. 35

Tabela 2 – Tipos de Indicadores GRI ....................................................................................... 37

Tabela 3 – Intersecções entre o BSC e a sustentabilidade ........................................................ 47

Tabela 4 – Indicadores econômicos GRI G3 e G4 por categorias e aspectos .......................... 53

Tabela 5 – Indicadores ambientais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos ............................ 54

Tabela 6 – Indicadores sociais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos .................................. 56

Tabela 7 – Níveis de aplicação conforme GRI adotado ........................................................... 62

Tabela 8 – Empresas Grandes Grupos Econômicos ................................................................. 86

Tabela 9 – Relação dos indicadores GRI por Versões de publicação ...................................... 89

Tabela 10 – Ano de publicação dos relatórios divulgados ....................................................... 90

Tabela 11 – Representação das citações dos autores por temas da pesquisa .......................... 94

Tabela 12 – Quantidade de empresas por ramo de atividade e publicação dos relatórios ....... 95

Tabela 13 – Percentual dos indicadores das empresas por aspectos do tripé da sustentabilidade

e aderência GRI ................................................................................................... 96

Tabela 14 – Quantidade de empresas por país de origem e publicação dos relatórios............. 97

Tabela 15 – Aderência aos indicadores econômico, social e ambiental pelas Empresas do

Setor Indústria ..................................................................................................... 98

Tabela 16 – Classificações das empresas que aderiram os indicadores GRI ......................... 100

Tabela 17 – Classificações das empresas que omitiram os indicadores GRI ......................... 100

Tabela 18 – Percentual das empresas x Indicadores Ambientais ........................................... 101

Tabela 19 – Percentual das empresas x Indicadores Econômicos ......................................... 103

Tabela 20 – Percentual das empresas x Indicadores Sociais ................................................. 103

Tabela 21 – Indicadores ambientais por Ramo de Atividade ................................................ 106

Tabela 22 – Indicadores econômicos por Ramo de Atividade .............................................. 109

Tabela 23 – Indicadores sociais por Ramo de Atividade ...................................................... 110

Tabela 24 – Percentual das empresas que aderem os indicadores do GRI ............................. 113

Tabela 25 – Classificação dos indicadores econômicos, sociais e ambientais publicados nos

relatórios ........................................................................................................... 114

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Normativos de qualidade ....................................................................................... 39

Quadro 2 – Sistemas de avaliação internacionais e nacionais .................................................. 43

Quadro 3 – Análise SWOT em modelos BSC sustentável ....................................................... 50

Quadro 4 – Nível de aplicação GRI v.3.................................................................................... 61

Quadro 5 – Tipos de indicadores ambientais GRI .................................................................... 68

Quadro 6 – Pesquisas brasileiras sobre divulgação ambiental ................................................. 74

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Indicadores ambientais por empresas e ramo de atividade ................................. 116

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA – AccountAbility

AAE – Avaliação Ambiental Estratégica

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRAPP – Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar

ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas

ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento

APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais

BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

BSC – Balanced Scorecard

CERES – Coalizition for Environmentally Responsible

CNI – Confederação Nacional da Indústria

CNUMAD – Conferência da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e

Desenvolvimento

CSD – Comission on Sustainable Development

DJSI – Dow Jones Sustainability Index

DS – Desenvolvimento Sustentável

EEA – European Environment Agency

EPI – Indicadores de Desempenho Ambiental – Ecoeficiência

ESG – Environmental, Social and Governance

FASB – Financial Accounting Standards Board

FGV – Fundação Getúlio Vargas

GC – Governança Corporativa

GRI – Global Reporting Initiative

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

ICGN – International Corporate Governance Network

ICO2 – Índice de Carbono Eficiente

IDRC – International Development Research Center

IFC – International Finance Corporation

IGC – Índice de Governança Corporativa

IISD – International Institute for Sustainable Development

IIRC – International Integrated Reporting Council

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IR – Integrated Reporting

ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial

ISEA – Institute of Social and Ethical Accountability

ISO – International Organization for Standardization

IUCN – World Conservation Unit

OECD – Organisation for Economic Co-Operation and Development

OHSAS – Occupational Health and Assessment Series

PIB – Produto Interno Bruto

RSC – Responsabilidade Social Corporativa

RSE – Responsabilidade Social Empresarial

SA – Social Acountability

SBSC – Sustainability Balanced Scorecard

SRI – Socially Responsible Index

TBL – Triple Bottom Line

USP – Universidade de São Paulo

WCED – World Commission on Environment and Development's

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RESUMO

A dimensão ambiental da sustentabilidade vem se destacando na sociedade à medida

que a população e o consumo aumentam, demandando, por sua vez, maior participação no

planejamento e na tomada de decisão pelas organizações. A incorporação da sustentabilidade

pela gestão das empresas se expande para um contexto maior ao se incorporar a própria

Governança Corporativa, estabelecendo, assim, sinergia com toda a estrutura organizacional.

Neste contexto as organizações implementam ações socioambientais motivadas por aspectos

ligados à legislação ambiental, a questões de imagem e mercado, e que em muitos casos estão

expressos em seus Relatórios de Sustentabilidade. Uma das formas de se avaliar uma

organização quanto ao seu impacto socioambiental é por meio de indicadores que expressem a

gestão da organização. No entanto, as formas de avaliação de uma organização quanto ao seu

impacto socioambiental podem ser diversas e não há um padrão de sistema de indicadores,

podendo estes estabelecer focos diferenciados de atuação. Assim, este estudo objetivou

identificar indicadores econômicos, sociais e ambientais similares de desempenho sustentável

utilizados pelas organizações que apresentam as boas práticas da Governança Corporativa. A

busca por este objetivo se apoiou em um banco de dados elaborado com as informações das

empresas disponibilizadas em seus relatórios publicados para a sociedade. A investigação foi

realizada nas empresas que possuem Governança Corporativa, e a identificação destas foi

apoiada na relação divulgada pelo Valor Econômico no anuário Grandes Grupos Econômicos.

As informações disponibilizadas nos relatórios das empresas foram utilizadas no levantamento

de um banco de dados, no qual se aplicou a técnica do Data mining. Os dados mostram que de

um universo de 217 empresas relacionadas pelo Valor Econômico no anuário Grandes Grupos

Econômicos, apenas 91 empresas apresentaram relatórios de indicadores de sustentabilidade

segundo o modelo Global Reporting Initiative. Assim, observa-se que 42% das empresas

identificadas como praticantes de Governança Corporativa divulgam seu desempenho por meio

de indicadores em relatórios do modelo Global Reporting Initiative. Assim, as 58% das

empresas pesquisadas apresentaram outros indicadores em modelos diversos não padronizados.

O estudo identificou que as empresas do setor industrial que se destacaram na divulgação de

indicadores de sustentabilidade em relatórios de desempenho baseados no modelo Global

Reporting Initiative foram: Fiat, Unilever, Basf, CNH Industrial e Suzano. Finalmente

analisando os dados é possível determinar que os indicadores econômicos, sociais e ambientais

que se destacaram foram: Emissões, Efluentes e Resíduos, Energia, Água e Biodiversidade,

totalizando um percentual de aderência com 7,5% em relação aos diversos indicadores Global

Reporting Initiative. As empresas que divulgam seus indicadores por meio de relatórios no

modelo Global Reporting Initiative mostram a intenção de transmitir para os stakeholders uma

garantia de que a gestão implementada busca minimizar os impactos na sociedade e meio

ambiente.

Palavras-chave: Governança Corporativa. Sustentabilidade. Indicadores de Sustentabilidade.

Relatórios de Sustentabilidade. Global Reporting Initiative.

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ABSTRACT

The environmental dimension of sustainability has been highlighted in society as population

and consumerism rise, demanding more participation in planning and decision-making by

organizations. The incorporation of sustainability by enterprises' management expands to a

bigger context as it is incorporated by Corporate Governance, establishing synergy with the

whole organizational structure. In this context organizations implement environmental actions

motivated by aspects connected to socio environmental legislation, image and market issues

that in many cases are expressed in sustainability reports. One way to evaluate an organization

regarding its socio environmental impact is through indicators that express the organization'

management. However, there can be many ways evaluation methods of an organization in

regards to its socio environmental impact and there is no standard system of indicators, and

these could establish different actuation focuses. Likewise, this study aims to identify similar

sustainability performance economic, social and environmental indicators, used by

organizations that present Corporate Governance best practices. The pursuit of this goal was

based in a database developed with information given by companies in their reports released to

society. The investigation was done in companies that have Corporate Governance, and the

identification of these was supported by a list released by Valor Econômico in its yearbook

Grandes Grupos. Information shown in companies’ reports was used in the database

understanding, in which Data mining was applied. In addition, the research is based on a

theoretical references that support the arguments. Data show that from a universe of 217

companies listed by Valor Econômico in its yearbook Grandes Grupos, only 91 companies

published their indicators of sustainability according to the Global Reporting Initiative certified

models. Likewise, it was observed that 42% of companies that practice Corporate Governance

disclose their performance through indicators of Global Reporting Initiative models. So, 58%

of companies surveyed had other indicators in different models not standardized. The study

identified companies in the industrial sector that highlighted sustainability indicators in their

disclosure in performance reports based on the Global Reporting Initiative model: Fiat,

Unilever, BASF, Industrial and CNH Suzano. Finally, by analyzing data, it is possible to

determine which economic, social and environmental indicators have been highlighted:

Emissions, Effluents and Residue, Energy, Water and Biodiversity, summing up to an

adherence percentage of 7,5%. Companies that disclose their indicators through reports in the

Global Reporting Initiative models show their intention to convey to stakeholders a warranty

that the implemented management seeks not to impact the society and the environment.

Key-words: Corporate Governance. Sustainability. Indicators of Sustainability. Sustainability

Reports. Global Reporting Initiative.

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1. INTRODUÇÃO

A Governança Corporativa (GC) tem a missão de atuar em várias dimensões da

organização, relacionando-se e compreendendo todas as áreas de negócio, para proporcionar

maior transparência e minimizar a assimetria de informações existente entre administradores,

proprietários e todos os envolvidos com a empresa.

Questões legais, financeiras e as relacionadas ao Conselho de Administração, tratam do

direito societário e dos acionistas em relação a criação de valor da empresa e garantia de retorno

do capital aos investidores. Neste contexto, a GC faz com que as questões centrais sejam

complexas nas decisões, devido aos interesses envolvidos que consistem na geração e

maximização de valor para o acionista, podendo ser visto como principais benefícios em

decorrência da adoção de boas práticas de governança.

Pode-se entender GC como atributos de gestão que definem como a autoridade e a

responsabilidade são distribuídas com o objetivo de se alinhar a interesses de investidores de

recursos e gestores.

Diferentes soluções e boas práticas podem ser propostas, dependendo de fatores, como

por exemplo, o ambiente institucional da empresa e aspectos culturais de um país. Assim, os

conjuntos de regras aplicáveis a uma determinada organização, podem diferenciar-se por uma

série de fatores (BECHT et al., 2002).

Diversos estudos no Brasil e em outras regiões do mundo buscam associar mecanismos

de GC ao desempenho econômico-financeiro, mas acontecimentos históricos marcados por

crises mundiais e escândalos fraudulentos como os casos Enron, World Com, Parmalat e outros,

ressaltaram a importância de práticas institucionais que enfatizem a transparência, a ética e a

segregação de funções nas empresas.

Shleifer e Vishny (1997) argumentam que introduzir a GC nas organizações relaciona-

se com as formas pelas quais os investidores têm a certeza do retorno pelos seus investimentos

realizados. Para Gillan e Starks (1998), pode ser definida como o sistema de leis, regras e fatores

que conduzem as operações em uma companhia.

De acordo com os conceitos sobre GC, é possível inferir que aplicar as boas práticas de

gestão na Alta Administração da organização, possibilita um alto nível de controle no

desempenho organizacional. Garantindo aos investidores em situações atuais do mercado, quais

as ações que estão sendo tomadas, não somente pelo histórico que a organização trouxe do

passado, mas em relação ao futuro, com expectativas de desempenho para novos mercados que,

por consequência, trará segurança e maior confiabilidade para os negócios.

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As boas práticas da GC em relação aos princípios de transparência, prestação de contas,

equidade e responsabilidade corporativa, devem traçar estratégias com alcance em novas áreas

que se relacionam à longevidade da organização, mostrando que poderá ser suficientemente

sustentável ao longo do tempo frente a implantação da responsabilidade econômica, social e

ambiental, projetando assim, melhorias contínuas ao ambiente social do qual faz parte.

Elkington e Zollinger (2004) destacam que a GC, a responsabilidade social empresarial

e a sustentabilidade são temas intrinsecamente relacionados, na medida em que qualquer

negócio enfrenta, cada vez mais, um número crescente de riscos não financeiros. Assim, a

medida do sucesso da introdução de responsabilidades econômica, social e ambiental, a

organização deve ser passível de identificação por meio do desempenho aferido em seus

indicadores. Nesse contexto a empresa muda sua forma de atuar, de tomar decisões, em sua

relação com o mercado e a sociedade.

As empresas passam a se reestruturar para se adequarem a esta nova percepção, e com

isso, surgem as pressões sociais e restrições que são impostas, fazendo com que sejam forçadas

a buscar formas para melhorar sua imagem com a redução de impacto ambiental frente a sua

responsabilidade social (CORAL, 2002).

No âmbito empresarial, utiliza-se o termo sustentabilidade para a designação de

programas e ações em prol do desenvolvimento sustentável (DS), que está fundamentado no

equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental (GRI, 2009).

Van Bellen (2006) destaca que, para alcançar o DS é necessário ser transparente perante

a sociedade, tornando mensuráveis os objetivos da organização. A posição do autor ratifica a

afirmação de Bell e Morse (2003) que uma das formas mais simples para avaliar o DS é ter o

controle do desempenho e performance da organização através de indicadores.

Os indicadores servem para mensurar e permitir análise dos dados, dos resultados e gerir

o desempenho, dar embasamento a análises críticas dos resultados obtidos e do processo de

tomada de decisão, contribuem para a melhoria contínua dos processos organizacionais,

facilitam o planejamento e o controle do desempenho e viabilizam análises comparativas do

desempenho da organização.

Assim, no contexto da organização, os indicadores de sustentabilidade são utilizados

para que a organização alinhe seu desempenho com as estratégias, mostrando detalhes

importantes sobre a gestão e valores, programas, projetos e ações da organização. Esses

indicadores foram planejados para permitir à empresa identificar caminhos possíveis para

aprimorar sua gestão e seus processos.

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A gestão da sustentabilidade corporativa, tendo como aspectos econômico, social e

ambiental da gestão empresarial, controla e demonstra as ações das empresas quanto à

responsabilidade empresarial ao meio ambiente, em cumprimento aos indicadores padrões de

sustentabilidade ou desempenho sustentável em relação às expectativas das partes interessadas

(BHIMANI; SOONAWALLA, 2005).

Desta forma, as perspectivas e problemas que podem surgir de uma avaliação de

desempenho na sustentabilidade corporativa, podem ter níveis diferentes de avaliação de

indicadores de desempenho em relação ao ambiente externo (NEELY, 1993; BELL; MORSE,

1999). Entretanto, com o surgimento do conceito de DS, criou-se a necessidade de adaptar ou

criar novos indicadores, capazes de avaliar de forma integrada as três dimensões da

sustentabilidade nos aspectos econômico, social e ambiental.

Tal conceito, DS, estabelecido no Relatório Brundtland (WCED, 1987), é debatido no

mundo todo, em especial no que se refere à sua operacionalização e mensuração, contexto este

que justifica o estudo de indicadores, como ressaltam Parris e Kates (2003) e a Comission on

Sustainable Development (CSD) (2002).

Sustentabilidade empresarial é o termo mais usado para descrever o papel das empresas

no DS (BM&F BOVESPA, 2010). O princípio da sustentabilidade nas empresas, como

observado por Porter e Kramer (2006), aparece frequentemente invocando o Tripé da

Sustentabilidade, abordando os aspectos econômico, social e ambiental. Conceito este que

busca dar continuidade às atividades e crescimento da organização no mercado a partir de sua

viabilidade econômica, inseridos na coexistência harmônica com o meio ambiente e a

sociedade.

A introdução do conceito Tripé da Sustentabilidade, chamado Triple Bottom Line

(TBL), em uma empresa, pode demandar a necessidade de mudança da cultura da organização

e não apenas criar políticas e processos.

Segundo Elkington (1997), para analisar as várias perspectivas de acréscimo dos valores

econômicos, sociais e ambientais na organização, os indicadores de sustentabilidade tornaram-

se referência diante de especialistas e organizações na contribuição para sustentabilidade e o

aprofundamento das políticas empresariais ao longo de todas as decisões estratégicas.

Para Schaltegger e Wagner (2006) a avaliação do desempenho da sustentabilidade por

indicadores, requer definições de metas e critérios, passíveis de entendimento pelas empresas e

que estabeleçam informações, através de um sistema de relatório, que suporte o processo

decisório da empresa.

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As definições de metas e critérios ambientais, conduzem as empresas a um processo de

gerar indicadores que avaliem o DS praticado pela organização em relação à sociedade e ao

meio ambiente. Nesse sentido, Keeble, Topiol e Berkeley (2002) argumentam que o

desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para as empresas não é uma tarefa fácil.

Segundo os autores, o desenvolvimento de indicadores, exige um alto envolvimento dos

responsáveis pela criação destas métricas, fato este associado a condição das organizações

investirem recursos significativos para estabelecer indicadores de sustentabilidade úteis na

tomada das decisões.

Indicadores de sustentabilidade, representam “(...) uma ferramenta de medição

ambiental, com base em comparações. Os indicadores possibilitam identificar até que ponto os

objetivos de sustentabilidade são cumpridos pelas organizações” (RAGAS et al., 1995, p. 123).

Em um cenário empresarial em que as questões de sustentabilidade relativas a fatores

econômicos, sociais e ambientais, se tornam cada vez mais importantes para garantir a

longevidade e saúde das organizações, por exemplo, o Balanced Scorecard (BSC) é utilizado

de forma ampla e crescente pelas empresas, que necessitam de controles através de indicadores,

para monitorar e orientar as tomadas de decisões em seus negócios em favor ao DS.

A publicação do desempenho sustentável de uma empresa busca informar à sociedade

como a sua gestão está sendo realizada. Nesse sentido, a sociedade deve ter condições de avaliar

as informações prestadas, bem como comparar o desempenho de diferentes empresas. Condição

esta, que favorece a adoção de indicadores comuns às diferentes empresas.

Várias propostas de indicadores foram apresentadas para as empresas, e para a sociedade

em geral, com a finalidade de se estabelecer um padrão de referência. Dentre os padrões

existentes, é possível destacar os relatórios do Global Reporting Initiative (GRI), os indicadores

do Instituto Ethos e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), entre outros.

A adequação de se utilizar os indicadores propostos pelo GRI, Ethos e ISE depende de

cada empresa, que pode utilizar todos os indicadores sugeridos ou apenas parte deles. A

utilização dos indicadores propostos pelos relatórios é objeto de várias pesquisas já publicadas.

Em seguida, apresenta-se algumas pesquisas realizadas por autores que tratam sobre

indicadores de desempenho da sustentabilidade socioambiental empresarial.

A pesquisa desenvolvida por Silva, Selig e Van Bellen (2014) analisou os indicadores

de sustentabilidade contidos em 32 processos de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE),

produzidos no Brasil entre 1997 e 2011. Portanto, a AAE é considerada como uma ferramenta

que visa apoiar a tomada de decisão ao inserir considerações de sustentabilidade durante a

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formulação de políticas, planos e programas e ao antever as consequências que tais instrumentos

podem determinar sobre o contexto ambiental, social, econômico e institucional. Os dados

obtidos pelos pesquisadores apontam que os relatórios apresentam falhas na abordagem dos

indicadores de sustentabilidade. Os autores destacam a descrição insuficiente do processo de

seleção dos indicadores, a ausência das referências dos critérios de seleção adotados e a

utilização dos indicadores de forma deficiente e vaga, como as principais deficiências dos

relatórios. No entanto, o estudo identificou nos relatórios o emprego de boas práticas que

podem melhorar a gestão dos indicadores em futuros processos.

O estudo de Schwach et al. (2014) investiga a existência dos indicadores de DS em

instituições financeiras, e a respectiva aderência destes aos modelos de indicadores propostos

pelo GRI. A pesquisa analisa seis empresas do setor bancário, sendo três nacionais e três

multinacionais. Os autores identificaram uma grande diversidade de indicadores de

sustentabilidade utilizados pelas instituições financeiras, no entanto com um baixo índice de

aderência aos indicadores no modelo GRI.

Lugoboni et al. (2013) desenvolveram pesquisa que abarcou as cinco maiores empresas

do segmento de papel e celulose. Os resultados obtidos indicam uma maior utilização dos

indicadores propostos pelo relatório do GRI, e uma redução na divulgação no Balanço Social

utilizando o Modelo IBASE. A análise dos autores incorpora o período de 2008 a 2011.

Segundo Elkington (1997), a análise de indicadores de sustentabilidade se insere dentro

de um amplo contexto organizacional e se materializam em um importante componente da GC,

pois as informações referentes aos aspectos relacionados ao desempenho sustentável devem ser

apresentadas nos Relatórios de Sustentabilidade. Relatórios estes, que devem ser divulgados

pela organização com uma periodicidade definida, apresentando resultados de uma política

clara de comunicação e de relacionamento com os stakeholders, além das informações

econômico-financeiras e das demais exigidas por lei. A premissa é que a divulgação seja

completa, objetiva, tempestiva e igualitária (IBGC, 2009).

As empresas com responsabilidade social e ambiental começam a exigir que seus

fornecedores e parceiros de negócios, possuam comportamento similar, e apresentem ações que

eliminem e reduzam os níveis de agressão ao meio ambiente. Assim, através deste movimento,

diversas organizações independentemente de sua estrutura, e preocupadas com a sua imagem

no âmbito nacional e internacional, são levadas a reflexão sobre o seu processo de produção.

Neste contexto emerge a relevância e a justificativa desta pesquisa, apresentados na

próxima seção.

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1.1 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Os indicadores de sustentabilidade nas empresas se inserem dentro do contexto da GC,

e nesta condição assumem um importante papel da determinação da continuidade das atividades

desempenhadas. Estudos que abarquem os indicadores de sustentabilidade posicionam-se assim

como um importante elemento para a compreensão do desempenho das organizações.

Este estudo apresentou na seção anterior, pesquisas desenvolvidas para estabelecer

melhor entendimento dos indicadores de sustentabilidade utilizados pelas empresas. No

entanto, eles representam uma pequena parcela das pesquisas desenvolvidas na área.

O entendimento pelas análises dos indicadores de sustentabilidade utilizados pelas

empresas se materializa em uma atividade dinâmica, pois o processo de gestão das empresas

pode propor a inadequação de indicadores atuais e demandar a necessidade de novos

indicadores, que melhor orientem as ações a serem realizadas. Desta forma, pesquisas que

envolvam os indicadores de sustentabilidade, bem como o êxito da gestão das empresas em

atingir as metas propostas, se constituem em importante informação para a sociedade, que

poderá distinguir como a empresa está se comportando, economicamente, socialmente e

ambientalmente.

Dentro do conjunto da sociedade se estabelecem grupos sociais que se posicionam como

acionistas das empresas, e nestas condições podem desenvolver maior atenção para o

desempenho de empresas que se materializam, como de interesse, para realizar seus

investimentos. E nesta condição, é possível inferir que estes grupos possuem certos interesses

em interpretar como uma empresa se posiciona em relação ao setor em que atua, e ainda como

um determinado setor se posiciona dentro da economia de forma geral.

Destaca-se ainda que muitas empresas praticam ações de benchmarking para identificar

e adotar práticas que outras empresas estão utilizando para melhorar o processo de gestão. Neste

contexto, estudos que apresentem padrões do mercado, se posicionam como importante

componente para análise e tomada de decisão.

Os indicadores de sustentabilidade abordam os temas relacionados ao econômico, ao

social e ao ambiental. Estes elementos possuem importância tanto na análise individual, como

nas interações que possuem. Frente a diversidade de assuntos e a extensão dos relatórios

apresentados pelas organizações, o presente estudo estabelece como foco de atenção a

componente ambiental para análise, respeitando as interações existentes com as variáveis

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econômicas e sociais. Nesta proposição, a pesquisa investiga em maior profundidade a questão

ambiental nos relatórios apresentados pelas empresas.

Assim, na contextura de entendimento do conhecimento da sustentabilidade ambiental,

emerge a questão deste estudo: Quais são os indicadores comuns da dimensão de

sustentabilidade socioambiental apresentados em relatórios de sustentabilidade das empresas

que praticam GC, que possibilitem o entendimento, a comparação e a avaliação das dimensões

econômica, social e ambiental da sustentabilidade?

Para atender a esta questão de pesquisa, o estudo estabelece um objetivo principal

apoiado por objetivos específicos, como apresentado na abordagem do tema nas seções que se

seguem.

1.2 OBJETIVO DA PESQUISA

O propósito deste estudo é identificar indicadores econômicos, sociais e ambientais

similares de desempenho sustentável utilizados pelas organizações que apresentam as boas

práticas da GC. Esses indicadores são apresentados em um modelo que as empresas devem

seguir, como forma de padronizar as informações declaradas para que todos os envolvidos

diretamente ou indiretamente, possam entender o desempenho da organização no mercado em

que participam. Os indicadores são apresentados nos relatórios de sustentabilidade, e

disponibilizados para sociedade em seus websites e em muitos casos, também de forma

impressa.

Este estudo se amplia na busca de indicadores de sustentabilidade econômico, social e

ambiental conforme padrão publicado pelo GRI, disponíveis nos relatórios de sustentabilidade

e/ou anuais das empresas do Setor Industrial que praticam as boas práticas de GC.

A busca pelo cumprimento desse objetivo se apoiou inicialmente na construção de um

banco de dados com as informações das empresas, publicadas pela Instituição Valor Econômico

no anuário Grandes Grupos Econômicos, e também na construção de bases com indicadores de

sustentabilidade obtidos através dos relatórios publicados nos websites das empresas. Frente a

possibilidade das empresas interromperem a publicação dos relatórios de desempenho, a

pesquisa utilizou sempre o último relatório disponibilizado. No entanto, com o intuito de

possibilitar a melhor comparação do desempenho entre as empresas empreendeu-se esforços

para a obtenção dos relatórios referentes aos anos 2013 e 2014.

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Defende-se neste trabalho, a ideia de que as empresas divulgam seus dados em relação

a suas ações com os princípios da sustentabilidade através de indicadores que sejam passíveis

de comparação. No entanto, os indicadores usados devem ser apropriados e padronizados, para

que se possa fazer uma melhor avaliação possível sob as práticas empresariais segundo os

preceitos do DS.

Para o atendimento do objetivo estabelecido a pesquisa se apoiou nos seguintes

objetivos específicos.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O objetivo geral desta pesquisa se apoia nos seguintes objetivos específicos:

a) identificar empresas que possuem GC e apresentam relatórios de desempenho

sustentável;

b) identificar empresas que publicam o relatório de sustentabilidade e se posicionam

com destaque no setor Industrial;

c) identificar os indicadores de sustentabilidade ambiental mais utilizados pelas

empresas do setor industrial.

Frente aos objetivos propostos por esta investigação se estabelece o pressuposto, que as

empresas de um mesmo setor apresentem um núcleo restrito de indicadores comuns voltados a

dimensão econômica, social e ambiental da sustentabilidade. Este pressuposto possibilita,

portanto, delinear o núcleo deste estudo e responder à questão de pesquisa apresentada.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho se estrutura em seis capítulos, incluindo esta introdução que apresenta a

questão de pesquisa, o objetivo geral, o pressuposto da pesquisa, a justificativa e a estrutura de

pesquisa. Esta introdução foi estruturada de forma a incorporar importantes conceitos teóricos

aplicáveis ao desenvolvimento da pesquisa. Alguns destes conceitos são resgatados

posteriormente na discussão dos dados.

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O segundo capítulo contempla os principais conceitos e teorias pertinentes ao constructo

deste estudo. Inicialmente ocorre a caracterização da pesquisa do conhecimento frente às teorias

adotadas na GC, Sustentabilidade e Indicadores de desempenho sustentáveis, como o conceito

TBL. Item este caracterizado por uma medida de desempenho que inclui, além do desempenho

econômico, a performance social e ambiental. Na sequência apresenta-se a proposta de autores

que discutem as informações e dimensões dos indicadores de sustentabilidade ambiental

utilizados nas empresas.

Neste capítulo também são analisados os indicadores, índices e teorias que segundo

avaliação de autores citados neste estudo, apresentam os relacionamentos e os argumentos da

pesquisa.

O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos, com questões

relacionadas à estratégia de pesquisa, identificando critérios para a seleção das empresas no

levantamento e métodos adequados para a coleta das informações, tratamento e a análise dos

dados.

O quarto capítulo está estruturado com os resultados da pesquisa, apresentado os dados

obtidos de acordo com as técnicas propostas nos procedimentos metodológicos e que se propõe

a responder os objetivos estabelecidos.

O quinto capítulo detalha a discussão dos dados, de acordo o referencial teórico

levantado para essa dissertação.

O último capítulo destina-se a apresentar as conclusões alcançadas de acordo com a

pesquisa realizada.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

A Sustentabilidade socioambiental no cerne da GC tornou-se um tema de interesse das

organizações e da academia. Preocupações com a preservação ambiental e ações de

conscientização são temas assíduos nas mais diversas áreas de estudo.

Com a preocupação da sustentabilidade do planeta pela sociedade, a questão passou a

fazer parte das estratégias empresariais, inserida nas posturas proativas e ações que asseguram

a vantagem competitiva das empresas na agregação de valor para os acionistas (CORAL, 2002;

LEFF, 2003; HART; MILSTEIN, 2004).

No contexto competitivo, as empresas utilizam o termo sustentabilidade com o intuito

de apresentar seu comprometimento com uma estrutura social moderna, principalmente no que

diz respeito ao meio ambiente, a questões sociais e a programas que apoiem o DS (NOGUEIRA;

GIACCHETTI; MONKEN, 2013).

O DS pode ser definido de acordo com a performance de uma empresa em todas as

dimensões de negócios, através de um modelo de controle e gestão que possibilite uma ligação

entre as gestões ambiental e social, integrado com as informações econômicas da empresa

(KEEBLE; TOPIOL; BERKELEY, 2002; EPSTEIN; ROY, 2003).

Sachs (1993), na busca do entendimento da amplitude da sustentabilidade, identificou

dimensões de característica sustentáveis e divididas por classes social, econômica, ecológica,

espacial e cultural. Assim, autores como Hardi (1997), Veleva e Ellenbecker (2001), CSD

(2002), Parris e Kates (2003), Becker (2004) e Labuschagne et al. (2005), entre outros,

advertem quanto a necessidade de integração das decisões econômica, social e ambiental, de

forma que possam ser mensuradas por indicadores, possibilitando a compreensão adequada por

parte de todos os stakeholders, contribuindo com a gestão da sustentabilidade empresarial.

Uma das estratégias utilizadas para o planejamento, implantação e controle da

sustentabilidade organizacional é a mensuração por meio do monitoramento de indicadores que

evidenciam evoluções ou involuções, fornecendo fundamentação para a tomada de decisão.

Assim, as empresas concedem, cada vez mais, atenção à mensuração da sustentabilidade.

Entretanto, toda a estrutura empresarial também se atenta para as mudanças que estão

ocorrendo, incorporando condutas voltadas para as preocupações com o meio ambiente. Assim,

torna-se essencial compreender a existência de um contexto em que a organização está ligada à

administração da sustentabilidade (FIGGE et al., 2002).

No contexto estratégico ambiental citado por Porter (1987), as empresas que se

preocupam em compreender os aspectos da sustentabilidade, sabem que a única forma de

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alcançar o progresso necessário com relação ao TBL é concentrar-se no desempenho de toda a

cadeia de valor. Este modelo desenvolvido e popularizado por Michael Porter, analisa as

operações e os relacionamentos de uma empresa como uma fonte de vantagem competitiva

(ELKINGTON, 2012).

O termo sustentabilidade baseado nos três pilares ou TBL, abrange os aspectos

econômico, social e ambiental. Assim, a proposição deste conceito possibilitou às organizações

o entendimento da sustentabilidade como inovação e geração de valor, e não como um fator de

aumento de custo (ELKINGTON, 1997).

As práticas do TBL revelam que a implementação desse conceito nas organizações

atuais ou a sua adaptação pode gerar vantagem competitiva entre os espaços e disputas no

mercado. Porém, essas práticas, já fazem parte das estratégias empresariais e, por isso, torna-se

essencial compreender a existência de um contexto em que a estratégia empresarial fique ligada

à administração da sustentabilidade (FIGGE et al., 2002).

Neste contexto é possível ponderar que uma empresa considerada estrategicamente

sustentável é aquela que procura considerar em suas ações, as dimensões econômica, social e

ambiental. A empresa continua visando o lucro, que é o seu objetivo primordial, mas passa a

considerar o impacto de suas atividades no meio ambiente procurando amenizá-lo de maneira

eficiente.

Portanto, as empresas e seus comitês, para terem uma melhor administração, terão de

pensar em termos relacionados ao TBL, constituído pela Eficiência Econômica, Equidade

Social e Preservação Ambiental. Diante deste contexto, agentes de governança, que prestam

contas de sua atuação e assumem consequências de seus atos e omissões, devem zelar pela

sustentabilidade das empresas, sempre visando a sua longevidade, incorporando considerações

dos aspectos social e ambiental na definição dos negócios e operações.

Dentre os principais fatores, que influenciam o engajamento das empresas em relação à

nova economia, destacam-se a existência da organização no mercado nacional e internacional,

a obtenção de vantagem competitiva frente a seus concorrentes e a melhoria de sua imagem em

relação à transparência das informações, os quais podem ser alcançados, caso a empresa atue

como uma organização que respeita o meio ambiente. Assim, as empresas precisam expandir

sua estratégia, seja pela conquista de uma boa imagem corporativa ou pela própria

sobrevivência (CNI, 2011).

Uma adequada transparência é investir na boa imagem, pois traz benefícios para

empresas e um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações externas da empresa.

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Estas, não devem restringir-se apenas ao desempenho econômico-financeiro, mas contemplar

também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam ações gerenciais e que

conduzem a criação de valor (IBGC, 2009).

Diante do cenário da sustentabilidade empresarial, uma série de fatores vem

contribuindo para a adesão das empresas as boas práticas de GC. Andrade e Rossetti (2006)

destacam que a motivação para o alcance de determinado objetivo baseia-se na expectativa do

retorno ou benefício que ele é capaz de gerar. Seguindo esse raciocínio, ao adotar um bom

sistema de GC, a empresa passa a ter um objetivo específico ou um fator motivador. Assim, um

dos fatores motivadores da adoção de boas práticas de GC é a expectativa de que o retorno ou

os benefícios auferidos sejam superiores ao custo de sua implementação.

2.1. GOVERNANÇA CORPORATIVA

A GC atua no processo decisório na Alta Administração e com os relacionamentos entre

os principais atores dentro das organizações empresariais, notadamente executivos,

conselheiros e acionistas. Define-se o tema GC em um conjunto de mecanismos que fazem com

que as decisões corporativas sejam sempre tomadas com a finalidade de maximizar a geração

de valor de longo prazo para o negócio (SILVEIRA, 2010).

Entretanto, toda discussão sobre GC parte da hipótese de que o tema pode afetar o

desempenho das companhias. Por um lado, presume-se que a adoção de práticas recomendadas

por agentes de mercado impacta positivamente o desempenho empresarial, via tomada de

melhores decisões de negócio, controles mais adequados e/ou diminuição no custo de capital.

Em outro extremo, argumenta-se que companhias com as boas práticas de governança estão

sujeitas a maiores custos decorrentes dos inerentes conflitos de interesse e vieses na alta gestão,

conduzindo em última instância à destruição do seu patrimônio empresarial (SILVEIRA, 2010).

Uma das características da GC que define as empresas modernas é a separação entre

propriedade e gestão. Por tanto, os indivíduos que têm capacidade para gerir negócios não são,

necessariamente, aqueles que possuem os recursos para implementá-los. Nesse contexto, as

empresas, administradas pelos gestores, estão interessadas em captar recursos dos acionistas.

Entretanto, para que um contrato de investimento seja celebrado, será necessário o

estabelecimento de um preço justo estipulado com base em diferentes tipos de informações

sobre as empresas.

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Segundo John Galbraith (2004), as empresas modernas que detém o poder real não são

os donos do capital, mas, sim, os administradores. Nesse cenário, embora “(...) o gestor deva

contar a verdade, não há como forçá-lo a contar toda a verdade” (SHIN, 2003, p. 105).

Só é possível avaliar a qualidade das boas práticas de GC de uma organização quando

seu propósito é transparente e questões fundamentais precedem a discussão sobre GC. Segundo

Silveira (2010), para responder a questões relacionadas a GC, apresenta-se a teoria da

maximização da riqueza dos acionistas, que defende que as decisões sejam tomadas visando

maximizar o valor das empresas, e a teoria de equilíbrio dos interesses dos stakeholders, que

defende que as decisões sejam tomadas visando equilibrar e satisfazer os interesses de todos os

públicos envolvidos com a companhia.

Esse argumento é corroborado pela maioria dos livros de administração financeira,

conforme Brealey e Myers (2000), que afirmam que o administrador financeiro deve agir em

interesse dos proprietários, que têm por objetivo maximizar a sua própria riqueza. Um

argumento simples, exposto por Sundaram e Inkpen (2001), é que nos últimos 150 anos, essa

abordagem tem sido a predominante, período em que nenhuma outra se mostrou mais eficiente.

A teoria de Equilíbrio dos interesses dos stakeholders segundo Freeman e Mcvea

(2000), defende que a primeira aparição do termo stakeholder no campo da Administração deu-

se em um memorando interno do Instituto de Pesquisa de Stanford, em 1963. A ideia no início

era designar todos os grupos sem os quais a empresa deixaria de existir. Nessa lista estariam,

os acionistas, clientes, fornecedores, empregados, credores e a sociedade. Assim, os gestores

deveriam entender as preocupações e interesses dos stakeholders para desenvolver objetivos a

serem apoiados por eles.

Para explicar e analisar a GC, muitas teorias evoluíram de forma ligeiramente diferente,

usando terminologias a partir de perspectivas, como por exemplo, a Teoria da Agência que

surge a partir das áreas de finanças e economia, enquanto a Teoria dos Custos de Transação

decorre da economia, Teoria da Organização, Teoria dos Stakeholders, Teoria da Mordomia,

entre outras.

Assim, como a Teoria da Firma, que segundo Williamson (1985), a empresa é vista

como um conjunto de contratos, onde cada participante envolvido com trabalho, capital, bens e

outros, recebem em troca benefícios como salários, dividendos e dinheiro. Para Fama (1980), a

firma é um grupo de membros que agem de acordo com seus próprios interesses, mas que estão

cientes de que seus destinos dependem da sobrevivência da empresa.

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Nesse cenário de interesses, quando um investidor, o principal, estabelece um contrato

com um gestor, o agente, para realizar um serviço de administração da companhia com a

autoridade para tomar decisões, tem-se um relacionamento de agência (JENSEN; MECKLING,

1976). Com este conceito, o investidor é o dono da empresa, pois fornece o capital de risco,

mas a administração dos recursos fica a cargo do gestor. O gestor da empresa tem a

responsabilidade de utilizar, eficientemente, e de maneira rentável, os recursos da companhia

(FASB, 1978).

Na prática, como os contratos entre gestores e provedores de capital são incompletos,

não é possível especificarem todas as ações a serem tomadas em razão da incerteza acerca do

futuro, tendo os gestores, privilégios nas informações da empresa, proporcionando um

comportamento oportunista, o qual dá-se o nome de conflito de agência.

É possível inferir que o papel das empresas na sociedade tem recebido uma atenção

crescente ao longo do tempo, gerando impactos sobre os trabalhadores, o meio ambiente,

comunidades locais, bem como os seus acionistas, tornando-se o foco de debates nos mais

diferentes arranjos sociais. Entretanto, a base para a teoria dos stakeholders é que as empresas

são tão grandes, e seu impacto na sociedade é tão difundido que elas devem cumprir uma

prestação de contas para muitos mais setores da sociedade do que unicamente aos seus

acionistas. Não são apenas as partes interessadas afetadas pelas empresas, mas também todos

que direta ou indiretamente possuam relações ou são afetados pela operação das empresas.

A Teoria dos Stakeholders desenvolveu-se gradualmente desde a década de 1970. Uma

das primeiras exposições sobre a teoria dos stakeholders, redigida na disciplina de gestão, foi

apresentado por Freeman (1984), que propôs uma teoria geral da empresa, incorporando a

prestação de contas para uma ampla gama de partes interessadas. Assim, Freeman (1984, p. 46)

definiu o termo stakeholder “(...) como qualquer grupo ou indivíduo que afeta ou é afetado pelo

alcance dos objetivos da empresa”.

Embora ainda existam diferenças entre vários marcos teóricos, é possível identificar que

eles compartilham semelhanças significativas. Além disso, esses marcos também se sobrepõem

teoricamente.

Os Códigos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2009),

International Corporate Governance Network (ICGN) (2009), Organisation for Economic Co-

Operation and Development (OECD) (2004), além dos códigos de GC Alemão e Francês,

recomendam que a companhia seja amplamente transparente e que sejam prestadas aos

stakeholders as informações em relação a todos os aspectos relativos à remuneração, estrutura

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societária, métricas de desempenho, gestão de riscos e boas práticas, além das que são

obrigatórias por lei. Deve-se assegurar que essa comunicação seja feita com clareza e

prevalecendo a substância sobre a forma.

Segundo Tricker (1984), o propósito da governança não está relacionado apenas com a

operação do negócio, mas também em fornecer o direcionamento geral do empreendimento,

com controles e monitoramentos das ações dos gestores, com a satisfação de expectativas

quanto à prestação de contas e regulação dos interesses que vão além dos limites das empresas.

No contexto das boas práticas aplicadas pela GC em prol da sustentabilidade, a

transparência das informações (financeiras e não financeiras), de acordo com IBGC (2009), é

imperativo destacar em todos os documentos, a importância dos executivos divulgarem de

forma clara, para todos os acionistas indistintamente, a posição corrente da companhia e

perspectivas de futuro, incluindo potenciais passivos e direcionamento estratégico (SILVEIRA,

2010).

2.2. GOVERNANÇA CORPORATIVA E SUSTENTABILIDADE

A conexão entre GC e Sustentabilidade fica evidente quando os princípios de

transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa, norteiam as boas

práticas de governança (IBGC, 2009). Através de boas práticas de GC é que uma companhia

consegue ter credibilidade, atrair capital e se diferenciar no mercado (FERREIRA, 2004).

Conforme a publicação, em 1987, do relatório Brundtland, a GC e a Sustentabilidade

são termos que ganham cada vez mais notoriedade, num mundo em que as expectativas da

sociedade em relação à adoção de boas práticas pelas empresas apresentam uma crescente

evolução para o DS.

A sustentabilidade corporativa é interpretada como uma estratégia empresarial que gera

uma vantagem competitiva a partir da busca de melhores resultados sociais e ambientais. Neste

cenário, as empresas estão procurando inserir o tripé da sustentabilidade na estratégia e na

gestão de seus negócios, e portanto surgem modelos de negócios que visam o equilíbrio entre

o capital natural e o humano (BM&F BOVESPA, 2010).

Assim, surge um conceito novo de empresas orientadas para práticas de

sustentabilidade, cuja principal característica é o esforço para reduzir os impactos sociais e

ambientais, através de adaptação de seus processos, seus produtos e de suas estruturas

organizacionais, tendo em conta as atitudes de diferentes atores para realizar negócios por meio

de atividades que respeitem e não impactem o meio ambiente (SCHALTEGGER et al., 2003).

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Elkington (2012) afirma que os fatores que influenciam e integram a GC com a

Sustentabilidade estão considerados desde as tradições da GC, com foco na gestão empresarial

e na prestação de contas dos administradores para os proprietários, até em modelos

recentemente introduzidos nas organizações que defendem a transparência das informações.

Alves (2001), diz que o papel da empresa na sociedade não se restringe somente a

produção de bens ou prestação de serviços, assim como não se limita à maximização do lucro

para os acionistas, porém consiste na geração de riqueza em um sentido mais amplo, que pode-

se estender além da maximização do lucro, em benefício para acionistas ou credores, para

geração e manutenção de empregos e para o desenvolvimento de infraestrutura de pesquisa,

desenvolvimento e comunicações. Neste contexto, a geração da riqueza começa também a

incorporar, a preservação dos recursos naturais não renováveis, a promoção de direitos do

trabalhador e a proteção dos interesses do consumidor.

Gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais simultaneamente e de forma

equilibrada não seria contraditório, mas uma resposta às demandas sociais e da transformação

do capitalismo (ELKINGTON, 1997). Um pensamento este, muito próximo dos conceitos de

GC como uma obrigação imposta dos acionistas com relação as responsabilidades sociais da

empresa, de seus conselheiros e de seus diretores quanto a adoção de determinados princípios

éticos de conduta.

Dessa forma, haveria uma causalidade em que investimentos de sustentabilidade

empresarial, gerariam a possibilidade para as empresas desenvolverem melhores projetos no

futuro, os quais estariam sendo refletidos nos preços das ações, criando uma possibilidade de

retornos superiores frente a competidores menos sustentáveis (NOSSA et al., 2009).

Os mecanismos de GC são fundamentais na questão das boas práticas para balancear

resultados econômico, social e ambiental, envolvendo o enfrentamento de dilemas e a tomada

de decisão no longo e curto prazo. É importante que a empresa crie uma estrutura de governança

para a sustentabilidade, que deve abranger os diversos níveis organizacionais (BM&F

BOVESPA, 2010).

Nos estudos por Jensen e Meckling (1976) e Jensen (2001), os gastos com

sustentabilidade empresarial são considerados de forma ampla, de forma semelhante ao

tratamento dado ao conflito de agência. Neste cenário, seria necessário incorrer em custos

adicionais em proteção ambiental, em relação com a comunidade, na qualidade de vida, ao

atendimento de princípios éticos elevados por empregados, nos fornecedores e clientes,

evitando custos econômicos derivados de possíveis desastres ambientais.

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Outro ponto de vista para análise seria considerar um possível conflito de interesse na

decisão de realizar estes gastos. Tais gastos ou investimentos socioambientais, obrigatórios ou

voluntários, poderiam ser mediados ao se avaliar quanto estes evitariam perdas futuras mais

significativas (LOPEZ; GARCIA; RODRIGUEZ, 2007).

O conflito de interesse na organização, é especialmente preocupante porque o papel de

um comitê de diretores é, por definição, fortemente desafiador (ELKINGTON, 2012). De

acordo com observações de Bob Garratt (1996), os comitês devem, entre outros aspectos,

equilibrar o longo e o curto prazo, ser empreendedor e prudente, ter um dedo no pulso e ter uma

visão racional, agindo com responsabilidade perante os stakeholders enquanto desenvolvem a

empresa comercialmente.

Nesta linha, os pilares econômico, social e ambiental relacionados a sustentabilidade

socioambiental, significam que “(...) os comitês de sucesso precisarão testar continuamente suas

prioridades e desempenho a fim de verificar se elas estão caminhando juntas. O desafio para os

governos nacionais e agências internacionais será avaliar os sistemas de governança das

empresas que os ajudam – e não que os atrapalham – nessa tarefa” (ELKINGTON, 2012, p.

350).

A agenda da sustentabilidade impõe às empresas que aceitem as visões dos stakeholders

mais importantes e integrem a filosofia do TBL em todos os aspectos do negócio da empresa.

Assim, as questões relevantes serão debatidas pelo comitê, que os indicadores apropriados serão

atendidos, que o desempenho será monitorado e que as ações corretivas serão tomadas para o

desempenho e interesses da empresa (ELKINGTON, 2012).

Elkington (1997) considera numa segunda linha de estudos, que os gastos com

sustentabilidade empresarial seriam na realidade investimentos que permitiriam um retorno

maior ao acionista enquanto atende os demais stakeholders ao evitar riscos essenciais da

natureza do negócio de cada empresa, fortalecer a marca perante consumidores cada vez mais

sensíveis a questões ambientais e de ética empresarial.

Outro exemplo é o Índice de Governança Corporativa (IGC), criado para medir o

desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que aderiram a um novo

mercado e segmentos diferenciados. Segundo a BM&F (2009), são segmentos de listagem

destinados à negociação de ações de empresas que se comprometem com a adoção das boas

práticas de GC em relação a transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade

corporativa. Essas práticas ajudam a fiscalizar os atos da administração da companhia e a

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adoção de regras societárias que equilibram os direitos de todos os acionistas, reduzindo as

incertezas no processo de avaliação e o risco para os investidores e para a sociedade em geral.

Segundo Silveira (2010), é comum a associação entre os temas GC e Responsabilidade

Social, incluindo sua vertente denominada “Sustentabilidade Empresarial”. Assim, muitos

investidores e analistas destacam cada vez mais o Environmental, Social and Governance

(ESG) como um parâmetro a ser utilizado na análise das empresas. Entretanto, tal abordagem

são temas tão próximos e interconectados, que em primeiro lugar, os proponentes do conceito

da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) geralmente partem da premissa de que não é

suficiente para uma empresa apenas cumprir suas obrigações contratuais com as partes

interessadas, seguir as leis, fornecer bons produtos e serviços e gerar lucro. Essas empresas

precisam adicionalmente investir em ações de responsabilidade social.

Para inúmeras definições na vertente da RSE, denominada “Sustentabilidade

Empresarial”, ganhou maior espaço nos últimos anos em função da discussão sobre o

aquecimento global. De acordo com essa visão, as companhias deveriam procurar neutralizar

os impactos ao meio ambiente com suas emissões de carbono e todos outros impactos

ambientais decorrentes de suas operações (SILVEIRA, 2010).

Os defensores da RSE argumentam que as empresas conscientes deveriam não apenas

perseguir resultados financeiros, mas também resultados sociais e ambientais com a mesma

intensidade. Em outras palavras, deveriam não apenas criar valor econômico, mas sim uma

linha de resultados tripla, denominada TBL, abrangendo o desempenho econômico, social e

ambiental.

2.3. TRIPLE BOTTOM LINE

O TBL é uma medida de desempenho que trata dos aspectos econômico, social e

ambiental que, influenciadas pelas intersecções dos aspectos econômico e ambiental, geram a

ecoeficiência, que é a representação da correta utilização dos equipamentos de produção,

aplicados à tecnologia, gerando a redução do impacto negativo ao meio ambiente, ou seja, a

diminuição dos custos ambientais (ELKINGTON, 2001).

De acordo com os aspectos econômico e social que geram a ética empresarial e a forma

como as empresas investem e se relacionam com a sociedade, o desempenho do TBL deveria

gerar nas organizações e na sociedade uma reflexão sobre a importância de considerar não

somente o aspecto econômico, mas a questão ambiental e social. Entretanto, esta reflexão

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permanece ainda como um grande desafio no cenário atual, considerando um grande e possível

avanço na sociedade. A Figura 1 apresenta as intersecções entre os três aspectos do Tripé da

Sustentabilidade ou TBL.

Figura 1 – Triple Bottom Line

Fonte – adaptado de Elkington (1997)

O conceito TBL tornou-se conhecido entre as empresas e pesquisadores, como uma

ferramenta conceitual para interpretar as interações extra empresariais e especialmente para

ilustrar a importância de uma visão da sustentabilidade mais ampla, além de uma mera

sustentabilidade econômica. Emana assim, uma importante ferramenta utilizada para mensurar

a posição das empresas perante a sustentabilidade, que abrangem tanto pela ótica interna,

quando as organizações analisam a sua postura sustentável, com o objetivo de mantê-la ou

corrigi-la, quanto pela ótica externa, sob a análise dos diferentes stakeholders, mostrando a

necessidade e importância das três dimensões da sustentabilidade. Estas dimensões

classificadas como econômico, social e ambiental, que baseadas em uma visão mais ampla dos

compromissos sociais da empresa, orientam-se pela somatória de resultados desses pilares

sustentáveis, em equilíbrio e medidos a partir de métricas específicas, consensuais e verificáveis

(ELKINGTON, 1997).

Considerar essas dimensões torna-se então necessário não só para o gerenciamento e

monitoramento de riscos, mas também para o alinhamento com as partes interessadas e na

inovação em soluções sustentáveis, que são organizações centradas nos conceitos de

transparência e integridade.

Neste contexto, uma empresa sustentável calcularia suas operações de acordo com os

pilares econômico, social e ambiental da sustentabilidade. Assim, no Pilar Econômico o lucro

é representado pela maximização do valor da empresa, em seu termo mais simples, é o valor

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total do seu ativo menos as suas obrigações (ELKINGTON, 2012). O Pilar Ambiental é o

equilíbrio sustentável entre Empresa e Meio Ambiente e o Pilar Social são os aspectos que

tratam da sociedade.

Os executivos se sentem mais desafiados nas questões ambientais do que nas questões

sociais, porque de certa forma este fato causa um maior impacto nos negócios do mercado à

medida que a agenda da sustentabilidade é definida pelos executivos (ELKINGTON, 2012).

Ainda segundo o autor, uma empresa supostamente sustentável avaliaria se ela é

ambientalmente sustentável de acordo com as suas operações e planejamentos que afetam

diretamente ou indiretamente o capital natural. Evitando assim, que o equilíbrio da natureza e

a sociedade sejam afetados de forma significativa pelas operações da organização.

Com um foco mais abrangente nas condições sociais e de trabalho, a agenda social

possivelmente terá uma história mais longa do que a agenda ambiental. (ELKINGTON, 2012).

Elkington recupera abordagem de Fukuyama (1995) para afirmar que, uma empresa

supostamente sustentável pensaria no capital social como “(...) uma capacidade que surge da

prevalência da confiança em uma sociedade em partes dela” (ELKINGTON, 2012, p. 124). Ela

é uma medida da “(...) capacidade de as pessoas trabalharem juntas, em grupos ou organizações,

para um objetivo comum” (ELKINGTON, 2012, p. 124).

Um dos benefícios centrais é a diminuição do atrito social. Por exemplo, Fukuyama

observa que:

Se as pessoas que trabalham juntas em um empreendimento confiam umas nas outras

porque elas estão de acordo com um conjunto comum de normas éticas, os negócios

custarão menos. Tal sociedade será mais capaz de inovar organizacionalmente, já que

o alto grau de confiança permitirá o surgimento de uma maior variedade de

relacionamento social (FUKUYAMA, 1995, apud ELKINGTON, 2012, p. 124).

Uma consideração importante no trabalho que a SustainAbility fez recentemente, é que

o DS é mais provável - e será lançado a um menor custo para as economias – em que existirem

nas sociedades altos níveis de confiança e outras formas de capital social. Isso depende dos

níveis e da igualdade de investimento em capital humano.

Elkington (2012, p. 124) apresenta a afirmação de Ismail Serageldin, vice-presidente do

Banco Mundial em DS ambiental, que o capital humano exige “(...) investimento em educação,

saúde e nutrição”. O desenvolvimento e divulgação das habilidades e treinamento necessários,

especialmente nas economias emergentes e nos países em desenvolvimento, necessitarão de

novas formas de parcerias público-privadas.

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Uma característica comum a qualquer organização é obter o maior retorno possível

sobre o capital investido. Por tanto, utiliza-se de mecanismos disponíveis para estar à frente dos

concorrentes, obtendo maiores margens e fatias de mercado. No entanto, além dos importantes

fatores econômicos e estruturais, outros fatores começam a fazer parte da responsabilidade das

empresas, que são tratadas com as questões referentes ao meio ambiente natural e as questões

sociais.

As organizações podem contribuir para a sustentabilidade modificando seus processos

produtivos, quando aplicável, para se tornarem ecologicamente sustentáveis. Isto implica em

desenvolver sistemas de produção que não causem prejuízo e impactos negativos, e ainda

contribuam para a recuperação de áreas degradadas ou ofereçam produtos e serviços que

contribuam para a melhoria da performance ambiental dos consumidores e clientes de uma

indústria (CORAL, 2002).

A Tabela 1 apresenta as três dimensões da TBL distribuídas dentro de um agrupamento

por empresas que atuam nos estados do território brasileiro, essa amostragem possibilita um

entendimento da concentração dos impactos dos aspectos econômico, social e ambiental.

Estado Econômico Social Ambiental

Ceará 2 2 2

Distrito Federal 3 3 3

Espirito Santo 1 1 1

Minas Gerais 7 7 7

Mato Grosso 1 1 1

Paraná 5 5 5

Rio de Janeiro 14 14 14

Rio Grande do Sul 6 6 5

Santa Catarina 2 2 2

São Paulo 49 50 50

Total Geral 90 91 90

Tabela 1 – Triple Bottom Line por Estados

Fonte – dados elaborados com base nos relatórios de sustentabilidade das empresas

A Tabela 1 revela que as empresas distribuídas pelos estados do território nacional

apresentados que possuem foco de atenção semelhante para as variáveis: econômicas, sociais e

ambientais, ratificando assim uma posição de equivalência de atenção para estes diferentes

fatores do TBL.

Assim, percebe-se que as empresas estão passando a compreender que promover a

preservação do meio ambiente não é apenas cumprir as obrigações com os órgãos ambientais,

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e sim, a questão ambiental no mundo empresarial como fatores de sobrevivência e

competitividade da empresa (ELKINGTON, 2012). A Figura 2 apresenta os três aspectos do

TBL, e suas características dentro do modelo de sustentabilidade empresarial.

Figura 2– Modelo de sustentabilidade empresarial

Fonte – Coral (2002, p. 129).

Quando uma organização é ecologicamente sustentável, ela atua de forma socialmente

responsável, atendendo os interesses dos stakeholders que são afetados diretamente ou

indiretamente por suas atividades.

Em um passado recente, os stakeholders mais importantes estavam interessados

somente na maximização do retorno para os acionistas. Dessa forma, as empresas apenas

prestavam contas aos proprietários e dificilmente tratavam dos objetivos sociais e ambientais

da organização (ELKINGTON, 2012).

Neste contexto segundo Elkington (2012, p. 214), “(...) se as empresas desejarem

satisfazer a crescente demanda de todos os grupos de stakeholders a fim de aprimorar os padrões

e o desempenho na linha dos três pilares, deverão aprender a conduzir o diálogo de forma

radicalmente nova”.

A Tabela 2 apresenta os indicadores de sustentabilidade empresarial por divisão pelos

aspectos econômico, social, ambiental e perfil e governança. Estes indicadores apresentam-se

no modelo GRI, por satisfazer de forma clara e transparente uma estrutura confiável para a

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elaboração de relatórios de sustentabilidade. E que possa ser usada por organizações de todos

os tamanhos, setores e localidades (GRI, 2006).

Indicadores Econômico Social Ambiental Perfil e

Governança

Total Geral

EC - Econômico 9 9

EN - Ambiental 34 34

G4 - Governança 58 59

HR - Direitos Humanos 12 12

LA – Social / Trabalho 16 16

PR – Social / Produto 9 9

SO – Social / Sociedade 11 11

Total Geral 9 48 34 59 150

Tabela 2 – Tipos de Indicadores GRI

Fonte – dados elaborados pelo pesquisador com base nos relatórios de sustentabilidade

A análise da Tabela 2 possibilita identificar a quantidade de indicadores GRI existentes

nos relatórios de sustentabilidade que são divulgados pelas empresas, e que são divididos e

classificados em desempenho Econômico, Social, Ambiental e Perfil e Governança.

A gestão do desempenho de uma empresa em sustentabilidade requer um modelo ligado

à estratégia organizacional e que reporte ou faça a comunicação dessa sustentabilidade aos

stakeholders (SCHALTEGGER; WAGNER, 2006). Por tanto, na tentativa de facilitar a

convergência e padronização de abordagens de gestão da sustentabilidade corporativa,

Azapagic (2003) criou um modelo de sistema de gestão aplicável a qualquer indústria, servindo

como guia na definição de uma estratégia de sustentabilidade e de um plano de ação para tornar

as empresas mais sustentáveis.

Callado (2010) destaca que a sustentabilidade corporativa utiliza indicadores específicos

para cada uma das dimensões. Indicadores estes utilizados como parâmetro para avaliação de

melhorias do desempenho sustentável corporativo. Para Kardec, Flores e Seixas (2002)

indicadores correspondem a parâmetros capazes de medir a eficácia e a relação entre o

programado e o realizado, e destacam que sem a utilização de indicadores é muito remota a

possibilidade de realizar a avaliação do desempenho da corporação.

Neste contexto, para controlar a corporação, os gestores da Alta Administração utilizam

controles através de indicadores que identificam o posicionamento atual da empresa em seu

mercado, e mostram quais as melhores decisões à serem tomadas de acordo com base nas

informações que são interpretadas em valores ou números, criando visualizações e dashboards

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que mostram seu posicionamento nos negócios. Portanto, à medida que os controles melhoram,

a operação vai se tornando mais estável, podendo reduzir a periodicidade das medições sem

perder a qualidade.

2.4. INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

Apesar da diversidade de definições existentes, é possível definir, de forma simplista,

indicador como uma medida ou instrumentos de gestão essenciais nas atividades de

monitoramento e avaliação das organizações. Eles servem para apontar um caminho, uma

direção, pois permitem acompanhar metas, melhorias de qualidade, avanços, mudanças,

identificação e correção dos problemas etc.

Para elaborar indicadores, alguns entendimentos são necessários para justificar as

estratégias, na elaboração de um planejamento, identificando os pontos fracos, fortes,

oportunidades e ameaças, servem para medir a performance e alcance das metas. Um indicador,

como o próprio nome diz, deve indicar um parâmetro que pode estar sujeito a uma ação

gerencial.

Não é suficiente apenas medir, mas é importante tratar da qualidade dos indicadores que

serão úteis para um planejamento futuro e gestão do dia-a-dia, que de acordo com o nível de

amadurecimento da organização, consequentemente traz melhoria da performance e

desempenho para a organização. Entretanto, os indicadores devem sofrer julgamentos, porque

existe a sazonalidade, sendo preciso entender as altas e baixas quedas dos valores referentes a

custo, tempo e outros controles que avaliam situações que demandem ações imediatas ou

dependendo da estratégia, ação a longo prazo.

Neste contexto, surgem os sistemas de indicadores que permitem avaliar as atuações

organizacionais nos aspectos econômico, social ou ambiental, adequando-se ao tipo de negócio,

ao tamanho da empresa e aos impactos advindos de suas operações.

Segundo Amaral (2005, p. 20), “(...) sistemas de indicadores são conjuntos de

indicadores que satisfazem princípios específicos aos aspectos econômico, social e ambiental”.

De acordo o tripé da sustentabilidade, TBL, os indicadores que se relacionam com essa teoria

são os indicadores de ecoeficiência, de desempenho ambiental, de desempenho econômico e de

desempenho social (GIACCHETTI; MONKEN, 2013).

Os indicadores de desempenho da sustentabilidade derivaram da Conferência da

Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou

Rio 92, em 1992. Surgiram a partir desta conferência estudos sobre a criação de indicadores

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que fossem utilizados na mensuração da sustentabilidade. No passado, em meados de 1992 e

2000, os estudos dos indicadores econômico, social e ambiental eram isolados, ou seja, não

eram integrados. Neste evento, foi elaborado o texto da Agenda 21 que em conjunto de seus

artigos, descreve as ações e processos na integração do DS, em relação ao meio ambiente para

a tomada de decisões.

A Agenda 21 propõe um consenso mundial voltado para um compromisso político sobre

o desenvolvimento e a cooperação ambiental e leva em consideração os princípios da

Declaração do Rio (CNUMAD, 1992). De acordo com Monteiro, Castro e Prochnik (2003), a

Agenda 21 é de referência mundial na implantação de programas e políticas através de governos

das diversas esferas e corporações.

De acordo com Veiga (2010), a Agenda 21 alavancou a demanda por indicadores de

sustentabilidade propondo uma aceitação maior pela sociedade. Entretanto, Callado (2010)

acrescenta que foi a tentativa para direcionar o mundo aos novos padrões de desenvolvimento

do século XXI, alicerçado na coesão dos aspectos econômico, social e ambiental.

Na gestão das organizações, grande parte do atendimento aos preceitos da Agenda 21,

ocorre por meio da adoção de normas de gestão. Dentre estas normas pode-se destacar:

International Organization for Standardization (ISO) 26000, ISO 14001 (Gestão Ambiental),

Occupational Health and Assessment Series (OHSAS 18000), Social Acountability (SA 8000)

e AccountAbility (AA 1000), normativas utilizadas para a integração do sistema de gestão

ambiental com o desenvolvimento da corporação.

No Quadro 1 apresenta-se as características dos principais normativos de qualidade:

NORMAS CARACTERÍSTICAS

ISO 26000

(International

Organization for

Standardization)

Surge em 2005 para ser a primeira norma internacional de Responsabilidade Social

Empresarial;

Tem como objetivo traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes,

origens e localidades na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na

sustentabilidade;

A norma foi construída com a participação de diversos setores da sociedade;

A norma internacional tem a proposta de servir como um importante norte para as

corporações e não como uma certificadora;

Os sete princípios da ISO 26000 são: Responsabilidade, Transparência,

Comportamento Ético, Consideração pelas partes interessadas, Legalidade, Normas

Internacionais e Direitos Humanos.

ISO 14001

(International

Organization for

Standardization)

Desenvolvida em 1999, fixa condições para o gerenciamento de sistemas de gestão

ambiental;

Fornece ferramentas práticas para as empresas e organizações que buscam

identificar e controlar o seu impacto ambiental e melhorar constantemente o seu

desempenho ambiental;

Permite que a corporação estruture suas próprias metodologias de acordo com as

exigências da norma;

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Orientam e padronizam a identificação dos aspectos ambientais significativos e a

elaboração de indicadores de desempenho.

OHSAS 18000

(Occupational

Health and Safety

Assessment Series)

Surgiu em 1996 através da norma inglesa BS 8800;

Intuição de realizar auditorias;

Certificar programas de gestão de meio ambiente, segurança e saúde;

Foi denominada de norma da segurança OHSAS 18001;

Seu objetivo é para que as corporações tenham uma referência padrão

internacionalmente válido, perante o risco do surgimento de passivos trabalhistas.

SA 8000

(Social

Acountability)

Desenvolver, manter e executar políticas e procedimentos com o objetivo de

gerenciar temas, os quais ela possa controlar ou influenciar;

Demonstrar para as partes interessadas que as políticas, procedimentos e práticas

estão em conformidade com os requisitos desta norma;

Os requisitos desta norma devem se aplicar universalmente em relação à localização

geográfica, setor da indústria e tamanho da empresa.

AA 1000

(AccountAbility) Lançada em 1999 pelo Institute of Social and Ethical Accountability (ISEA);

Surgiu como resposta à crescente geração de relatórios de sustentabilidade e à

necessidade de mecanismos que assegurassem sua confiabilidade;

É um ótimo instrumento de transparência e GC;

É fundamentada na aprendizagem e desempenho social, ético, ambiental e

econômico das empresas, além de apontar caminhos estratégicos para a

sustentabilidade;

Alguns dos benefícios são: alinhamento das atividades das empresas aos seus

valores, entendimento de como os stakeholders percebem os impactos inerentes ao

negócio, melhor gerenciamento de riscos e até mesmo vantagem competitiva, afinal,

fala-se de pessoas e partes interessadas que podem, simplesmente, inviabilizar um

negócio.

Quadro 1 – Normativos de qualidade

Fonte – PG&C (2015), ECOD (2015) e Administradores (2010)

A definição correta de indicadores deve obedecer algumas regras conforme normas que

apoiam a sustentabilidade na avaliação de desempenho ambiental, dizendo quais os indicadores

que devem ser selecionados e relacionados aos aspectos ambientais significativos a

organização.

Após a CNUMAD, foi realizada a Rio +10 ou Cúpula Mundial sobre DS, em 2002,

Joanesburgo, na África do Sul, dando origem a definição da sustentabilidade e o princípio de

TBL expressão creditada a Elkington (1997).

A Rio +10 é considerada a maior conferência mundial em Gestão Ambiental e DS, no

qual é pactuado o acordo dos países com maior grau de industrialização, utilização de recursos

naturais e geração de poluentes, devendo ter maiores responsabilidades pela ausência de

preservação global nas futuras gerações (ARAÚJO et al., 2006).

A criteriosa seleção, desenvolvimento e utilização de medidas de mensuração e

avaliação da sustentabilidade devem levar em consideração alguns princípios, tais como os

Princípios de Bellagio (BRUNVOLL et al., 2002). São princípios inter-relacionados, que

devem ser aplicados de forma conjunta e podem ser utilizados por empresas ou governos para

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medir aspectos globalizados. São etapas do processo de desenvolvimento de indicadores com

o estabelecimento de metas viáveis, que foram criados por um grupo de especialistas com o

objetivo de sintetizar a percepção geral sobre os principais aspectos relacionados à avaliação

da sustentabilidade. Tal abordagem sugere a necessidade de definição do conteúdo e do

processo de avaliação, culminando com a necessidade de melhoria contínua do sistema

(BELLEN, 2005).

Amato Neto (2011) alerta sobre a importância de apoiar os indicadores de

sustentabilidade em informações seguras, evitando que certas tomadas decisões sejam baseadas

em indicadores inadequados ou errados. Esta definição deve fazer parte do processo da

empresa, e estes relacionados às características específicas do negócio.

Segundo Beaver e Bellof (2000), identificar e trabalhar com um único indicador, pode

não gerar uma avaliação completa, demandando a necessidade de agregar vários outros

indicadores que se complementem para gerar informações mais precisas.

Um conhecimento mais aprofundado de indicadores de sustentabilidade depende do

entendimento de como essas ferramentas são construídas. De acordo com Babbie (1989), os

indicadores são medidas compostas de variáveis e existem etapas específicas no

desenvolvimento dos indicadores.

Assim, para o desenvolvimento de indicadores é preciso estar atento a seleção dos itens,

avaliação de suas relações empíricas, combinação dos itens e validação do indicador. Segundo

o GRI (2009), o indicador é uma informação qualitativa ou quantitativa sobre resultados ou

consequências associadas à organização, comparável e que pode ser monitorada ao longo do

tempo.

Descobrir um único método, norma ou indicador, com objetivo de avaliar a

sustentabilidade organizacional (econômica, social e ambiental), faz necessário estabelecer

controles e ferramentas de análise para entender o impacto que cada atividade pode causar na

sociedade, assim, definir estruturas de controle eficazes que possam ser aplicadas e

reconhecidas pelas empresas-cliente e pela sociedade como determinantes da real avaliação de

uma empresa em um contexto global.

Entretanto, o uso de indicadores evidencia aos investidores e demais stakeholders quais

empresas estão comprometidas com a responsabilidade socioambiental. Essa tendência iniciou-

se em 1999, quando a Bolsa de Valores de Nova York apresentou o Dow Jones Sustainability

Index (DJSI). Em seguida, vieram o FTSE4good, em 2001, de Londres; o Socially Responsible

Index (SRI), de Johanesburgo, em 2002; e o ISE da BOVESPA, em 2005. Todos eles têm um

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objetivo comum: servir de guia para que o investidor possa conhecer e escolher as empresas

que não apenas apresentam rentabilidade positiva e geram dividendos, mas que estão à frente

das demais em responsabilidade socioambiental.

As subseções que se seguem apresentam diferentes contextos, que inserem os

indicadores como um importante fator de integração da gestão com os stakeholders.

2.4.1. INDICADORES INTERNACIONAIS DE SUSTENTABILIDADE

A partir da década de 1990, diversos indicadores de sustentabilidade foram

desenvolvidos, testados, validados e utilizados por instituições internacionais e nacionais, como

mostram estudos de: Moldan e Billharz (1997); Meadows (1998); Hardi e Zdan (2000); Allenby

e Graedel (2002); Brunvoll, Hass e Hoie (2002); Deponti (2002); Hilson e Basu (2003); Becker

(2004); McCool e Stankey (2004) e Bellen (2005), entre outros, para aferirem a evolução do

DS. Alguns destes novos indicadores adicionaram as dimensões ambiental, cultural e espacial

aos tradicionais indicadores econômicos e sociais, auxiliando os tomadores de decisões a

avaliar os resultados e planejar programas públicos ou privados, dentro desta nova perspectiva.

Bellen (2005) identificou os indicadores Ecological Footprint, Dashboard of

Sustainability e Barometer of Sustainability como os principais indicadores internacionais de

sustentabilidade. Esses três indicadores buscam mensurar a sustentabilidade de um sistema que

contemple as três dimensões de sustentabilidade, podendo ser usados para comparar nações,

regiões ou áreas urbanas.

O Ecological Footprint desenvolvido por Wackernagel e Rees (1996) é um trabalho

pioneiro na elaboração de indicadores de sustentabilidade. O indicador considera que para

alcançar a sustentabilidade, um sistema precisa levar em consideração o tempo e a capacidade

de regeneração dos ecossistemas. Neste método é calculado a área necessária para manter uma

determinada população ou sistema econômico baseado em energia e recursos naturais, e a

capacidade de absorção de resíduos ou dejetos do sistema. Apesar das críticas, a grande

quantidade de informações que o método consegue manipular e as diversas aplicações do

indicador, o Ecological Footprint tornou-se uma das principais ferramentas de avaliação da

sustentabilidade em diversos países.

Em 1999, o Consultative Group on Sustainable Development Indicators, criado em

1996 para promover a cooperação entre instituições e indivíduos que trabalham com

indicadores de sustentabilidade, aliou-se ao Bellagio Forum for Sustainable Development, e

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desta parceria surgiu o indicador Dashboard of Sustainability. Este indicador é constituído de

medidas agregadas em três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.

Estas, recebem pesos iguais na elaboração do indicador e todos os índices de cada dimensão

possuem valores iguais, contribuindo equitativamente para o cálculo do índice geral de

sustentabilidade (BELLEN, 2005).

O Barometer of Sustainability foi desenvolvido pelo World Conservation Unit (IUCN)

e o International Development Research Center (IDRC) visando à avaliação da sustentabilidade

de um sistema econômico, para auxiliar agências governamentais e não governamentais que

atuam nos níveis regional ou nacional. Este, mensura os aspectos mais representativos do

sistema por meio de indicadores ambientais e bem-estar da sociedade (PRESCOTT-ALLEN,

1997).

O Quadro 2 apresenta os sistemas de indicadores internacionais e brasileiros mais

utilizados:

Sistema de Avaliação Entidade Ano

Energia y Desarrollo Sustentable Organização Latino Americana para o

desenvolvimento energético

1996

World Development Report (Indicadores de DS –

ambientais e sociais)

Banco Mundial 1996

Estrutura e Metodologia para a criação de indicadores

de DS.

ONU - Organização das Nações Unidas 1996

Indicadores de DS do Reino Unido (United Kington) Departamento de Desenvolvimento do Reino

Unido

1996

Indicadores de Eco eficiência WBCSD - Conselho Mundial de Negócios

para o DS

1999

Relatórios de Sustentabilidade Empresarial CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro

para o DS

1997,

1999,

2001

Indicadores de Desempenho Ambiental – Ecoeficiência

(EPI)

Unctad – United Nations Conference on

Trade and Development

2000

Indicadores de Sustentabilidade do Grupo Dow Jones Instituto Dow Jones 1998

Sustainability Reporting Guidelines on Economic,

Environmental and Social Performance

GRI – Global Reporting Initiative 2000

Índice de Sustentabilidade Empresarial BOVESPA BOVESPA 2005

Indicadores ETHOS Instituto ETHOS 1998

Quadro 2 – Sistemas de Avaliação Internacionais e nacionais

Fonte – adaptado pelo autor de Amaral (2005, p. 21-36) e Amato Neto (2011, p. 167).

Na opinião de Hardi (1997), os indicadores são orientações para uma avaliação

sistêmica, envolvendo o processo de escolha, de interpretação e de definição sobre a forma mais

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adequada para a comunicação dos resultados. Esta definição remete ao que preconiza o sistema

BSC, desenvolvido por Kaplan e Norton (2000), que considera que os indicadores estratégicos

que irão monitorar o desempenho da entidade em todo seu processo de gestão (planejamento,

execução e controle), deverão ser definidos na etapa do planejamento estratégico.

2.4.2. BALANCED SCORECARD

O BSC, desenvolvido por Kaplan e Norton em 1992, é um método que compõe e

visualiza as medidas de performance que refletem a estratégia dos negócios da empresa. Estas

medidas são compostas por uma rede de indicadores de desempenho que devem atender a todos

os níveis organizacionais, tornando-se, assim, uma ferramenta que promove a comunicação e

entendimento do comprometimento geral com a estratégia da corporação (KAPLAN;

NORTON, 1992).

Para entender a complexidade da performance na organização, em geral, o BSC tem

sido utilizado de forma ampla e crescente pelas organizações que necessitam de controles para

monitorar e orientar as tomadas de decisões em seus negócios (EPSTEIN; MANZONI, 1998).

Hauser e Katz (1998, p. 517) afirmam que, “(...) toda métrica, independente da forma

utilizada, irá afetar ações e decisões. Mas, evidentemente, escolher a certa é crítico para o

sucesso”. Entretanto, cada estratégia deve ter o seu próprio e distinto conjunto de medidas de

performance, as quais precisam ser específicas conforme as características e necessidades de

cada negócio. Essas medidas precisam refletir e materializar a missão e estratégia da empresa

(KAPLAN; NORTON, 1993).

A Figura 3 apresenta a proposta de Kaplan e Norton (2000) que evidencia a proposta do

BSC, onde cada perspectiva apresentada deve ter seu próprio conjunto de indicadores,

formulados para viabilizar o cumprimento da estratégia e da visão da organização. Este método

abrange os indicadores de performance financeira, clientes, processos internos e aprendizado e

crescimento (KAPLAN; NORTON, 1992; 1996).

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Figura 3 –Sistema Balanced Scorecard

Fonte – adaptado de Kaplan e Norton (2000)

De acordo com a apresentação gráfica na Figura 3, Kaplan e Norton (2000) explicam

que a perspectiva financeira tem a função de monitorar, através dos indicadores, se a estratégia

utilizada pela empresa está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros. A

perspectiva do cliente pressupõe-se definições quanto ao mercado e segmentos, nos quais a

empresa deseja competir, traduzindo em medidas específicas os fatores importantes para os

clientes. A perspectiva dos processos internos identifica os indicadores de perspectiva dos

clientes e dos acionistas que devem ser apoiados por processos internos, identificando os

processos críticos para a realização dos objetivos das duas perspectivas anteriores. E

completando o ciclo do sistema BSC, a perspectiva do aprendizado e do crescimento

apresentam indicadores que controlam a capacidade das empresas, tornando-as cada vez

melhores por meio dos investimentos em novos equipamentos, em pesquisa e desenvolvimento

de novos produtos, em sistemas e procedimentos e nos recursos humanos da empresa.

Neste contexto, o BSC torna-se um modelo de gestão capaz de traduzir a estratégia. O

seu conteúdo é a própria estratégia que contempla os temas e desafios relevantes para a

organização. Assim, em um cenário em que as questões de sustentabilidade relativas a fatores

econômicos, sociais e ambientais, o chamado TBL, se tornam cada vez mais importantes para

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garantir a longevidade e saúde das organizações, além de considerá-las, integrá-las à estratégia

da organização. Entretanto, pode-se estabelecer uma relação entre o BSC e as diretrizes

preconizadas pelo GRI, porque o BSC pode ser utilizado como uma ferramenta que possibilita

o monitoramento e gestão dentro da organização, entre todas as diretrizes GRI.

A Figura 4 apresenta a proposta de utilização do BSC conforme os elementos

interligados aos aspectos econômico, social e ambiental.

Figura 4 – BSC e DS

Fonte – adaptado de Amiden (2015)

Para que o BSC seja efetivamente utilizado na empresa, é conveniente que tipos de

indicadores sejam identificados e interpretados para diagnosticar tendências e resultados dos

desdobramentos de suas operações estratégicas. Sendo importante o vínculo com os indicadores

operacionais para que o sistema seja integrado e não se meça coisas que não são importantes.

De acordo com essa afirmação, Moreira (1996), Kaplan e Norton (1996) deixam claro que o

BSC apenas utilizará indicadores estratégicos, mas reconhecem a importância dos indicadores

operacionais para o controle das operações da empresa, como também, para darem suporte aos

indicadores estratégicos.

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Kaplan e Norton (1997, p. 171) também chamam atenção para a complexidade da escolha

de indicadores, afirmando que “(...) mesmo os melhores objetivos e medidas podem ser alcançados

de forma errada”.

A Tabela 3 apresenta algumas intersecções passíveis de constatação entre o BSC e a

sustentabilidade, que possibilitam uma integração entre questões e diretrizes de sustentabilidade

e responsabilidade social com o BSC.

Pontos Abordagem

Foco A empresa precisa de uma estratégia para determinar quais os resultados querem alcançar na

área da Responsabilidade Social. No entanto, deve priorizar suas ações no tempo, no

relacionamento com os funcionários, respeito aos clientes e princípios éticos até a

responsabilidade sobre os impactos ambientais e relacionamento com fornecedores;

Alinhamento O desdobramento de suas estratégias com as prioridades no campo da Responsabilidade Social;

Flexibilidade Analisando a estrutura padrão do BSC, é possível perceber que acionistas, clientes e

funcionários são contemplados nas perspectivas tradicionais, ou seja, ao construir o BSC a

empresa necessariamente passa por uma reflexão acerca desses stakeholders. Mas como os

próprios criadores da metodologia dizem, o BSC é um modelo flexível e se um determinado

aspecto estratégico for muito relevante para a empresa, pode ser criada outras perspectivas;

Comunicação A empresa pretende comunicar suas intenções no campo da responsabilidade social aos

clientes, comunidade, governo, funcionários, investidores e organizações não governamentais;

Utilização de

indicadores

Os indicadores de desempenho estratégicos possibilitam mensurar o avanço no que se refere a

Responsabilidade Social. Ferramentas como os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social

Empresarial, indicadores GRI e o Balanço Social iBASE estão sendo cada vez mais

reconhecidos pelos stakeholders e podem ser utilizados como indicadores estratégicos do BSC,

integrando-se, assim, à estratégia global da organização;

Tradução

para ações

No caso da Responsabilidade Social fazer parte da estratégia da empresa, ela poderá, assim

como as demais questões estratégicas, ser desdobrada para as áreas da empresa, chegando ao

nível individual, possibilitando dessa forma, sua efetiva implementação;

Criação de

Valor

Para criação de valor no longo prazo, a empresa precisa se preocupar hoje com a

Responsabilidade Social e perceber seus benefícios, para no futuro trazer valor gerado ao

acionista e os demais stakeholders.

Tabela 3 – Intersecções entre o BSC e a sustentabilidade

Fonte – adaptado de Amiden (2015)

Conforme apresentado as intersecções entre o BSC e a sustentabilidade na Tabela 3, os

indicadores tem como objetivo comum, servir de guia para o investidor escolher as empresas

que não apenas apresentam rentabilidade positiva e geram dividendos, mas que também estão

comprometidas com a responsabilidade socioambiental. Assim, o BSC permite selecionar um

conjunto de indicadores relevantes para uso da gestão socioambiental, tratando as relações de

causa e efeito que possibilitam a utilização de mapas estratégicos numa visão de longo prazo.

Desta forma, pode-se considerar o BSC como um instrumento de gestão, formulação e

avaliação de objetivos que direcionam as organizações a percepção na relação de causa e efeito

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da sustentabilidade nas perspectivas ilustradas por Kaplan e Norton (2000), e não apenas na

perspectiva financeira.

A seção seguinte apresenta o tema sustentabilidade inserida nas quatro perspectivas do

BSC, com objetivo de monitorar as estratégias socioambientais de forma mais eficaz.

2.4.3. SUSTAINABILITY BALANCED SCORECARD - SBSC

O objetivo desta seção é demonstrar o impacto do BSC, como instrumento de

sustentabilidade empresarial, em empresas que praticam políticas e programas socioambientais

voltadas ao DS. Entretanto, foram realizados estudos por diversos pesquisadores sobre a

integração entre aspectos sustentáveis e metodologias que avaliam o desempenho estratégico

das organizações, possibilitando uma visão futura nos negócios, e não somente, o controle

dinâmico das estratégias e coordenação das áreas de responsabilidade da empresa (BANEGAS

et al., 2000).

Assim, a percepção do BSC em relação ao aspecto sustentável foi inicialmente

apresentada por Azzone et al. (1996) e Johnson (1998). Logo após outros autores como, Bieker

e Gminder (2002), Bieker e Waxenberger (2002), Durán e Pluglia (2007), Figge et al. (2002),

Länsiluoto e Järvenpää (2007) e Sidiropoulos et al. (2004) também o abordaram o BSC como

ferramenta gerencial ambiental. Entretanto, muitas obras literárias surgiram e apresentaram

abordagens diferenciadas quanto às terminologias sugeridas para o BSC com a ênfase na

sustentabilidade, tais como Balanced Scorecard Ambiental (JOHNSON, 1998; DURÁN;

PLUGLIA, 2007; QUESADO; RODRIGUES, 2009), Balanced Scorecard Verde

(LÄNSILUOTO; JÄRVENPÄÄ, 2007), Eco Balanced Scorecard (SIDIROPOULOS et al.,

2004), Eco eficiente Balanced Scorecard (ZINGALES; HOCKERTS, 2003) e Balanced

Scorecard Sustentável (BIEKER; WAXENBERGER, 2002; BIEKER; GMINDER, 2002).

De acordo os estudos à época, não houve uma única nomenclatura ou modelos propostos

do BSC associado à gestão ambiental, e nenhum consenso entre os pesquisadores quanto as

terminologias e formação do modelo, mesmo existindo “(...) uma popularidade sobre o conceito

do BSC Sustentável entre grupos de pesquisadores e industriais europeus”, como afirma

Hammer (2005, p. 13).

A Figura 5 apresenta uma proposta de diretrizes de gestão que mostram um alinhamento

entre as três dimensões da sustentabilidade, TBL, e as quatro perspectivas do BSC, que

diretamente se relacionam com as estratégias e objetivos da empresa (OLIVEIRA et al., 2012).

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Figura 5 – BSC baseado no Tripple Bottom Line

Fonte –adaptado de Oliveira et al. (2012)

Dessa forma, como apresentado na Figura 5, novas perspectivas como ambiental e social

devem ser destacadas na inserção dos três pilares da sustentabilidade em relação a cada

perspectiva do BSC, como Finanças, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e

Desenvolvimento. Tais inserções refletem em formulação e desenvolvimento de indicadores

específicos para cada organização.

Segundo Pereira e Barbieri (2011, p. 5), “(...) simpatizantes da sustentabilidade podem

defender maior destaque ao tema, ao nível de uma nova e específica perspectiva no BSC.

Entretanto, parece fazer maior sentido que a sustentabilidade esteja inserida em todas as quatro

perspectivas (ou tantas quantas o BSC vier a criar), haja vista ser assunto de todas as áreas, a

exemplo da qualidade”.

Segundo Frank e Grothe-senf (2006, p. 35), “Figge e outros acrescentam, então, ao BSC,

aspectos ambientais e sociais, para chegar ao Sustainability Balanced Scorecard (SBSC)”. Por

tanto, o SBSC auxilia e propõe direcionamentos para as decisões estratégicas que envolvem a

sustentabilidade, possibilitando um melhor monitoramento das dimensões econômica, social e

ambiental.

Macedo e Queiroz (2007) afirmam que o BSC possibilita a utilização de estratégias

sustentáveis e permite a incorporações de questões sustentáveis através dos ajustes em suas

perspectivas, (MÖLLER; SCHALTEGGER, 2005). Dessa forma, o SBSC surge no sentido de

complementar à visão do BSC tradicional, possibilitando que questões relacionadas à

sustentabilidade possam fazer parte da estratégia global da empresa.

Financeiro

Clientes

Processos internos

Aprendizado e crescimento ambiental

Econômico

Social Ambiental

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Neste contexto, os mapas estratégicos do BSC são construídos a partir de objetivos que

são transformados em indicadores que pretendem motivar as empresas a adotarem ações

socialmente responsáveis, pois entende-se que, sabendo com exatidão a abrangência de seus

resultados, as empresas possam ser motivadas a adotar ou mesmo ampliar as suas estratégias

de sustentabilidade (MACEDO; QUEIROZ, 2012).

Neste contexto, o Quadro 3 apresenta alguns modelos propostos por autores, que

avaliaram o SBSC quanto a sua aplicabilidade através da análise SWOT, na qual levantaram as

principais forças (Strengths) e fraquezas (Weaknesses), como também as oportunidades

(Opportunities) e ameaças (Threats) dos modelos.

Autores Modelo BSC

Campos e

Selig (2002)

O modelo de Campos e Selig (2002) apresenta forças relacionadas às teorias usadas, a

possibilidade de estruturar o modelo para diferentes atividades e por apresentar resultados da

aplicação do modelo. Este modelo faz o uso de teorias ligadas ao BSC e a gestão ambiental,

através da integração das fases de implantação da gestão ambiental apresentadas na ISO 14001

junto as fases de implantação de um BSC.

Yongvanich

e Guthrie

(2006)

O modelo considera os aspectos financeiros, sociais e ambientais. Isto ocorre, devido a

integração do BSC, capital humano e relatórios sociais e ambientais. O uso destas diferentes

teorias favorece para a adoção da sustentabilidade empresarial, pois valoriza os aspectos sociais,

ambientais e financeiros. Além disto, valorizar os aspectos administrativos, através da

elaboração de relatórios sociais e ambientais, voltados para todos os usuários que necessitam

das informações.

Bonacchi e

Rinaldi

(2007)

O modelo é estruturado com base no BSC, propondo dimensões voltadas para a obtenção da

sustentabilidade empresarial, o que segundo os autores facilita a adoção da sustentabilidade por

parte da empresa. As teorias usadas no modelo favorecem a sua adoção, porque usa não só BSC

para estruturar o modelo, como também faz uso da sustentabilidade. Dessa forma, ele não é

voltado para nenhuma atividade específica e a sua estrutura possibilita que a sustentabilidade

seja mensurada.

Quadro 3 – Análise SWOT em Modelos BSC Sustentável

Fonte: adaptado de Silva e Callado (2013, p. 95-98)

A descrição dos modelos apresentados pelos autores no Quadro 3, mostra uma estrutura

do BSC e Sustentabilidade com uma visão através de uma análise SWOT. Por tanto as relações

entre os pilares da sustentabilidade e as perspectivas do BSC podem ser estrategicamente aplicadas

dentro de uma organização que focam os negócios na gestão ambiental.

Assim, segundo Oliveira et al. (2012), com a importância em apresentar modelos e

estruturas do SBSC, surgem ferramentas que consolidem o tema sustentabilidade como

estratégia de gestão. Com isso, existe o sentimento de encontrar novos recursos gerenciais que

forneçam indicadores que mensuram o impacto dos investimentos sociais e ambientais das

empresas.

O objetivo desta seção, permeou a intenção de responder as lacunas referentes a relação

do BSC com a Sustentabilidade, vistas para as necessidades no âmbito empresarial de

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maximizar a tangibilidade dos resultados de suas ações dentro da perspectiva da

sustentabilidade.

Para Porter e Kramer (2006), a sustentabilidade socioambiental atua de forma estratégica

na organização a medida que investe em questões sustentáveis. Entretanto, grandes

organizações apresentam seus indicadores corporativos nos relatórios de sustentabilidade, tais

como, apresentados por Warhurst (2002); Sikdar (2003); Krajnc e Glavic (2005); Labuschagne

et al. (2005); Searcy et al. (2005); International Institute for Sustainable Development (IISD)

(2005); GRI (2009).

Os indicadores no modelo GRI, apresentado na seção seguinte, tem como objetivo

contribuir para a melhoria dos relatórios de sustentabilidade publicados pelas organizações,

estimulando a adoção dos indicadores com qualidade, rigor e aplicação global, para tornar tal

prática mais harmonizada internacionalmente.

2.4.4. GLOBAL REPORTING INITIATIVE – GRI

Elaborar relatórios de sustentabilidade é a prática utilizada pelas organizações para

medir, divulgar e prestar contas para os stakeholders sobre o desempenho organizacional

visando o DS (GRI, 2006). No entanto, um dos modelos de relatório de sustentabilidade

amplamente utilizado na atualidade é o do GRI, porque permite um agrupamento adequado de

indicadores, possibilitando uma eficaz forma de comunicação da organização com os

stakeholders sobre o desempenho econômico, social e ambiental (PEREIRA; BARBIERI,

2011).

As publicações dos relatórios de sustentabilidade empresarial são úteis para demonstrar

o desempenho das empresas em iniciativas, resultados, atitudes e investimentos, por meio do

uso de vários indicadores em prol do DS (MARIMON et al., 2012). Estes relatórios são

demonstrativos anuais dos projetos, benefícios e ações sociais dirigidos a todos os stakeholders

que envolvem empregados, investidores, governos, mercado, acionistas e comunidade

(ETHOS, 2009).

Dentre as principais iniciativas para a elaboração e adesão das organizações aos padrões

de publicação dos relatórios de sustentabilidade destaca-se a GRI (BROWN; DE JONG; LEVY,

2009; LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JONG, 2010), considerado como um dos mais

consistentes esforços na padronização e auditoria para consolidar as iniciativas existentes para

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chegar a um consenso sobre a avaliação de sustentabilidade empresarial (OLIVEIRA et al.,

2009; BASSETTO, 2010).

Fundada em 1997 por meio de uma ação conjunta da Coalizition for Environmentally

Responsible (CERES) e do PNUMA (GRI, 2006), a GRI é uma organização sem fins lucrativos

baseada no DS que criou uma conceituada estrutura para relatório de resultados das

organizações focando o TBL nos aspectos econômico, social e ambiental (TINOCO, 2010).

O GRI tem o objetivo de contribuir para a padronização e melhoria dos relatórios de

sustentabilidade emitidos pelas organizações, estimulando a adoção voluntária de indicadores

com maior qualidade, rigor e aplicação global. Estes relatórios requerem a elaboração com base

nos princípios da transparência, abrangência, relevância, verificabilidade, neutralidade,

exatidão, objetividade, facilidade de compreensão, dentre outros (GRI, 2006).

Segundo o GRI (2014), o indicador é uma informação qualitativa ou quantitativa sobre

resultados ou consequências associadas à organização, comparável e que pode ser monitorada

ao longo do tempo. Dessa forma, a GRI (2006, p. 5) define indicadores de desempenho como

“(...) informações comparáveis sobre o desempenho econômico, social e ambiental da

organização”.

O relatório de sustentabilidade publicado pela organização deve fornecer uma

declaração equilibrada e razoável do desempenho de sustentabilidade, incluindo as

contribuições positivas e negativas (GRI, 2006). Segundo Nogueira e Faria (2012), estes

divulgam resultados e consequências, que ocorreram durante o período relatado, no contexto

dos compromissos, estratégias e abordagens de gestão adaptados pela organização. Os

relatórios podem ser utilizados para outros objetivos, além dos seguintes:

Benchmarking e avaliação do desempenho de sustentabilidade relativamente a leis,

normas, códigos, padrões de desempenho e iniciativas voluntárias;

Demonstração da forma como a organização influencia, e é influenciada por

expectativas de DS;

Comparação do desempenho da empresa entre diferentes outras empresas do grupo

ou organizações ao longo do tempo.

Estudos sobre os tipos de relatórios e indicadores de sustentabilidade têm sido realizados

pelo mundo (LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JON, 2010; BROWN; DE JONG; LEVY,

2009). Globalmente, o modelo mais utilizado é o do GRI nas versões G3 com 79 indicadores e

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G4 com 91 indicadores propostos que envolvem questões sobre desempenho econômico, social

e ambiental (GRI, 2009:2013). Assim, eles são divididos e representados por categorias e siglas

EC (Econômico); EN (Ambiental); LA (Social: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente); HR

(Social: Direitos Humanos); SO (Social: Sociedade); PR (Social: Responsabilidade pelo

Produto), dentro de suas versões do GRI, conforme apresentam as Tabelas 4, 5 e 6:

A Tabela 4 apresenta os indicadores da dimensão econômica da sustentabilidade,

representados pela sigla EC, distribuídos por categorias e aspectos.

Categorias/Sigla

Aspectos/Descrição dos indicadores econômicos Versão

G3

Versão

G4

Desempenho Econômico

Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo

receitas, custos operacionais, remuneração de empregados,

doações e outros investimentos na comunidade, lucros

acumulados e pagamentos para provedores de capital e

governos.

EC1 EC1

Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para

as atividades da organização devido a mudanças climáticas.

EC2 EC2

Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício

definido que a organização oferece.

EC3 EC3

Ajuda financeira significativa recebida do governo. EC4 EC4

Presença no Mercado

Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao

salário mínimo local em unidades operacionais importantes.

EC5 EC5

Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores

locais em unidades operacionais importantes.

EC6 EC6

Procedimentos para contratação local e proporção de

membros de alta gerência recrutados na comunidade local

em unidades operacionais importantes.

EC7 EC9

Impactos Econômicos Indiretos

Desenvolvimento e impacto de investimentos em

infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente para

benefício público, por meio de engajamento comercial, em

espécie ou atividades pro bono.

EC8 EC7

Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos

significativos, incluindo a extensão dos impactos.

EC9 EC8

Tabela 4 – Indicadores econômicos GRI G3 e G4 por categorias e aspectos.

Fonte – GRI (2009:2013)

A Tabela 5 apresenta os indicadores da dimensão ambiental da sustentabilidade,

representados pela sigla EN, distribuídos por categorias e aspectos.

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Categorias/Sigla

Aspectos/Descrição dos indicadores ambientais Versão

G3

Versão

G4

Consumo de Materiais

Materiais usados por peso ou volume. EN1 EN1

Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. EN2 EN2

Energia

Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia

primária.

EN3 EN3

Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária. EN4 EN4

Energia economizada devido a melhorias em conservação e

eficiência.

EN5 EN5

Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo

consumo de energia, ou que usem energia gerada por recursos

renováveis, e a redução na necessidade de energia resultante

dessas iniciativas.

EN6 EN6

Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as

reduções obtidas.

EN7 EN7

Água

Total de retirada de água por fonte. EN8 EN8

Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água. EN9 EN9

Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada. EN10 EN10

Biodiversidade

Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou

administrada dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e

áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

EN11 EN11

Descrição de impactos significativos na biodiversidade de

atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas

de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

EN12 EN12

Habitats protegidos ou restaurados. EN13 EN13

Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de

impactos na biodiversidade.

EN14 -

Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas

nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por

operações, discriminadas pelo nível de risco de extinção.

EN15 EN14

Emissões, Efluentes e Resíduos

Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa,

por peso.

EN16 EN15

EN16

Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa,

por peso.

EN17 EN17

Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e

as reduções obtidas.

EN18 EN19

Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por

peso.

EN19 EN20

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NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por

tipo e peso.

EN20 EN21

Descarte total de água, por qualidade e destinação. EN21 EN22

Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. EN22 EN23

Número e volume total de derramamentos significativos. EN23 EN24

Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou

tratados considerados perigosos nos termos da Convenção

daBasiléia13 – Anexos I, II, III e VIII, e percentual de

carregamentos de resíduos transportados internacionalmente.

EN24 EN25

Identificação, tamanho, status de proteção e índice de

biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados

significativamente afetados por descartes de água e drenagem

realizados pela organização relatora.

EN25 EN26

Produtos e Serviços

Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e

serviços e a extensão da redução desses impactos.

EN26 EN27

Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em

relação ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.

EN27 EN28

Conformidade

Valor monetário de multas significativas e número total de

sanções não-monetárias resultantes da não-conformidade com

leis e regulamentos ambientais.

EN28 EN29

Transporte

Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e

outros bens e materiais utilizados nas operações da organização,

bem como do transporte de trabalhadores.

EN29 EN30

Geral

Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo. EN30 EN31

Avaliação Ambiental de Fornecedores

Percentual de novos fornecedores selecionados com base em

critérios ambientais

- EN32

Impactos ambientais negativos significativos reais e potenciais

na cadeia de fornecedores e medidas tomadas a esse respeito

- EN33

Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Impactos

Ambientais

Número de queixas e reclamações relacionadas a impactos

ambientais protocoladas, processadas e solucionadas por meio

de mecanismo formal

- EN34

Tabela 5 – Indicadores ambientais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos

Fonte – GRI (2009:2013)

A Tabela 6 apresenta os indicadores da dimensão social da sustentabilidade,

representados pelas siglas LA (Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente); HR (Direitos

Humanos); SO (Sociedade); PR (Responsabilidade pelo Produto), distribuídos por categorias e

aspectos.

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Categorias/Sigla

Aspectos/Descrição dos indicadores sociais Versão

G3

Versão

G4

Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente

Emprego

Total de trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de

trabalho e região.

LA1 LA1

Número total e taxa de rotatividade de empregados, por

faixa etária, gênero e região.

LA2 LA1

Benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que

não são oferecidos a empregados temporários ou em

regime de meio período, discriminados pelas principais

operações.

LA3 LA2

Taxas de retorno ao trabalho e retenção após licença

maternidade/paternidade, discriminadas por gênero.

- LA3

Relações entre os trabalhadores e a Governança

Percentual de empregados abrangidos por acordos de

negociação coletiva.

LA4 -

Prazo mínimo para notificação com antecedência referente

a mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento

está especificado em acordos de negociação coletiva.

LA5 LA4

Saúde e Segurança no Trabalho

Percentual dos empregados representado sem comitês

formais de segurança e saúde, compostos por gestores e

por trabalhadores, que ajudam no monitoramento e

aconselhamento sobre programas de segurança e saúde

ocupacional.

LA6 LA5

Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos,

absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho, por região.

LA7 LA6

Programas de educação, treinamento, aconselhamento,

prevenção e controle de risco em andamento para dar

assistência a empregados, seus familiares ou membros da

comunidade com relação a doenças graves.

LA8 LA7

Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos

formais com sindicatos.

LA9 LA8

Treinamento e Educação

Média de horas de treinamento por ano, por funcionário,

discriminadas por categoria funcional.

LA10 LA9

Programas para gestão de competência se aprendizagem

contínua que apoiam a continuidade da empregabilidade

dos funcionários e para gerenciar o fim da carreira.

LA11 LA10

Percentual de empregados que recebem regularmente

análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira.

LA12 LA11

Diversidade e Igualdade de Oportunidades

Composição dos grupos responsáveis pela governança

corporativa e discriminação de empregados por categoria,

de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros

indicadores de diversidade.

LA13 LA12

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57

Proporção de salário base entre homens e mulheres, por

categoria funcional.

LA14 LA13

Avaliação de Fornecedores em Práticas Trabalhistas

Percentual de novos fornecedores selecionados com base

em critérios relativos a práticas trabalhistas

- LA14

Impactos negativos significativos reais e potenciais para as

práticas trabalhistas na cadeia de fornecedores e medidas

tomadas a esse respeito

- LA15

Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a

Práticas Trabalhistas

Número de queixas e reclamações relacionadas a práticas

trabalhistas registradas, processadas e solucionadas por

meio de mecanismo formal

- LA16

Direitos Humanos

Práticas de Investimento e de Processos de Compra

Percentual e número total de contratos de investimentos

significativos que incluam cláusulas referentes a direitos

humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes

a direitos humanos.

HR1 HR1

Percentual de empresas contratadas e fornecedores críticos

que foram submetidos a avaliações referentes a direitos

humanos e as medidas tomadas.

HR2 -

Total de horas de treinamento para empregados em

políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos

humanos relevantes para as operações, incluindo o

percentual de empregados que recebeu treinamento.

HR3 HR2

Não-Discriminação

Número total de casos de discriminação e as medidas

tomadas.

HR4 HR3

Liberdade de Associação e Negociação Coletiva

Operações identificadas em que o direito de exercer a

liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar

correndo risco significativo e as medidas tomadas para

apoiar esse direito.

HR5 HR4

Trabalho Infantil

Operações identificadas como de risco significativo de

ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas para

contribuir para a abolição do trabalho infantil.

HR6 HR5

Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo

Operações identificadas como de risco significativo de

ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as

medidas tomadas para contribuir para a erradicação do

trabalho forçado ou análogo ao escravo.

HR7 HR6

Práticas de Segurança

Percentual do pessoal de segurança submetido a

treinamento nas políticas ou procedimentos da organização

relativos a aspectos de direitos humanos que sejam

relevantes às operações.

HR8 HR7

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58

Direitos Indígenas

Número total de casos de violação de direitos dos povos

indígenas e medidas tomadas.

HR9 HR8

Avaliação

Número total e percentual de operações submetidas a

análises ou avaliações de direitos humanos de impactos

relacionados a direitos humanos

- HR9

Avaliação de Fornecedores em Direitos Humanos

Percentual de novos fornecedores selecionados com base

em critérios relacionados a direitos humanos

- HR10

Impactos negativos significativos reais e potenciais em

direitos humanos na cadeia de fornecedores e medidas

tomadas a esse respeito

- HR11

Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a

Direitos Humanos

Número de queixas e reclamações relacionadas a impactos

em direitos humanos registradas, processadas e

solucionadas por meio de mecanismo formal

- HR12

Comunidade

Natureza, escopo e eficácia de quaisquer programas e

práticas para avaliar e gerir os impactos das operações nas

comunidades, incluindo a entrada, operação e saída.

SO1 SO1

SO2

Corrupção

Percentual e número total de unidades de negócios

submetidas a avaliações de riscos relacionados a

corrupção.

SO2 SO3

Percentual de empregados treinados nas políticas e

procedimentos anticorrupção da organização.

SO3 SO4

Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. SO4 SO5

Políticas Públicas

Posições quanto a políticas públicas e participação na

elaboração de políticas públicas e lobbies.

SO5 -

Valor total de contribuições financeiras e em espécie para

partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas,

discriminadas por país.

SO6 SO6

Concorrência Desleal

Número total de ações judiciais por concorrência desleal,

práticas de truste e monopólio e seus resultados.

SO7 SO7

Conformidade

Valor monetário de multas significativas e número total de

sanções não-monetárias resultantes da não-conformidade

com leis e regulamentos.

SO8 SO8

Avaliação de fornecedores em impactos na sociedade

Percentual de novos fornecedores selecionados com base

em critérios relativos a impactos na sociedade

- SO9

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59

Impactos negativos significativos reais e potenciais da

cadeia de fornecedores na sociedade e medidas tomadas a

esse respeito

- SO10

Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a impactos

na sociedade

Número de queixas e reclamações relacionadas a impactos

na sociedade registradas, processadas e solucionadas por

meio de mecanismo formal

- SO11

Responsabilidade pelo Produto

Saúde e Segurança do Cliente

Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os

impactos na saúde e segurança são avaliados visando

melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a

esses procedimentos.

PR1 PR1

Número total de casos de não-conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relacionados aos

impactos causados por produtos e serviços na saúde e

segurança durante o ciclo de vida, discriminados por tipo

de resultado.

PR2 PR2

Rotulagem de Produtos e Serviços

Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por

procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e

serviços sujeitos atais exigências.

PR3 PR3

Número total de casos de não-conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relacionados a

informações e rotulagem de produtos e serviços,

discriminados por tipo de resultado.

PR4 PR4

Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo

resultados de pesquisas que medem essa satisfação.

PR5 PR5

Comunicações de Marketing

Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários

relacionados a comunicações de marketing, incluindo

publicidade, promoção e patrocínio.

PR6 -

Venda de produtos proibidos ou contestados - PR6

Número total de casos de não-conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relativos a

comunicações de marketing, incluindo publicidade,

promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.

PR7 PR7

Conformidade

Número total de reclamações comprovadas relativas a

violação de privacidade e perda dedados de clientes.

PR8 PR8

Compliance

Valor monetário de multas (significativas) por não-

conformidade com leis e regulamentos relativos ao

fornecimento e uso de produtos e serviços.

PR9 PR9

Tabela 6 – Indicadores sociais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos

Fonte – GRI (2009:2013)

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60

As Tabelas 4, 5 e 6 apresentam os indicadores GRI, identificados por uma abordagem

geral entre categorias e aspectos das dimensões econômica, social e ambiental de acordo com

a versão G3 e G4, utilizados pelas empresas em seus relatórios de sustentabilidade.

Para que um relatório seja reconhecido como baseado no GRI, exige-se uma auto

declaração, segundo os critérios dos níveis de aplicação, que qualificam os elementos da

estrutura do relatório e das diretrizes do GRI, que foram aplicados na elaboração do relatório

de sustentabilidade. Os níveis apresentam as avaliações auditadas como um ponto de partida

para organizações que elaboram o relatório de sustentabilidade pela primeira vez e, reforçam a

importância e valor de uma abordagem progressiva para a elaboração de relatórios que se

expande ao longo do tempo (GRI, 2009).

Após a confecção do relatório de sustentabilidade, a empresa pode auto declarar um

nível para seu relatório. Assim, a GRI (2006) possibilita que a empresa relatora realize a sua

própria avaliação conforme ao seu desempenho relatado.

A GRI desenvolveu os níveis de aplicação GRI na versão G3, com a intenção de

proporcionar aos stakeholders um padrão de identificação quanto ao nível de transparência da

utilização das diretrizes GRI aplicadas em um determinado relatório. Para os relatores, este

processo pode servir como um medidor ou mesmo uma referência para expandir o grau de

aplicabilidade da estrutura GRI em seus relatórios.

Os níveis de aplicação da GRI (2006) são avaliados por notas, estas classificadas por A,

B e C, em síntese, para atender o nível C o relator deverá apresentar em sua estruturação do

relatório um perfil organizacional, escopo e limite do relatório contendo o sumário de conteúdo

da GRI e abordagem de GC. A empresa classificada com este nível fica responsável em

responder com um mínimo de 10 indicadores de desempenho, sendo eles pelo menos

relacionados às áreas econômica, social e ambiental. Para atender o nível B, além dos itens

estruturais abordados no nível C, a organização deverá relatar a forma de gestão para cada

categoria de indicador. Neste nível é necessário que a empresa responda com o mínimo de 20

indicadores, sendo estes pelo menos cada uma das seguintes áreas econômica, ambiental,

direitos humanos, práticas trabalhistas, sociedade e responsabilidade pelo produto, etc. Para

atender o nível A, além de todos os níveis estruturais abordados no nível B, a organização

deverá responder aos 49 indicadores essenciais ou respondendo ao indicador ou explicando o

motivo de sua omissão.

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61

Os níveis de aplicação da GRI (2006), possibilitam que a empresa apresente um ponto

a mais em sua auto avaliação (+). Isso ocorre se a empresa submeter-se a uma avaliação externa.

Dessa forma, cada nível poderá apresentar-se da seguinte forma: C+, B+ e A+.

O Quadro 4 apresenta os níveis de aplicação GRI representados pela versão G3:

C C+ B B+ A A+

Perfil da G3.1 Responder aos

itens:

1.1;

2.1 a 2.10;

3.1 a 3.8, 3.10 a

3.12;

4.1 a 4.4, 4.14 a

4.15.

Co

m v

erif

icaç

ão e

xte

rna

Responder a todos os

critérios elencados

para o nível C, mais:

1.2;

3.9, 3.13;

4.5 a 4.13;

4.16, 4.17.

Co

m v

erif

icaç

ão e

xte

rna

O mesmo exigido para

o nível B.

Co

m v

erif

icaç

ão e

xte

rna

Informações

sobre a forma de

gestão da G3.1

Não exigido. Informações sobre a

forma de gestão para

cada categoria de

indicador.

Forma de Gestão

divulgada para cada

Categoria de indicador.

Indicadores de

desempenho da

G3.1 e

Indicadores de

desempenho do

suplemento

setorial

Responder a um

mínimo de dez (10)

indicadores de

desempenho,

incluindo pelo

menos um (1) de

cada uma das

seguintes áreas de

desempenho:

econômico, social e

ambiental.

Responder a um

mínimo de vinte (20)

indicadores de

desempenho,

incluindo pelo menos

um (1) de cada uma

das seguintes áreas

de desempenho:

econômico,

ambiental, direitos

humanos, práticas

trabalhistas.

Responder a cada

Indicador essencial da

G3.1 e do suplemento

setorial com a devida

consideração ao

princípio da

materialidade de uma

das seguintes formas:

a) respondendo ao

indicador ou b)

explicando o motivo da

omissão.

Quadro 4 – Nível de Aplicação GRI v.3

Fonte – adaptado de Fibria (2012)

De acordo com a pesquisa para este estudo, 58 das 217 empresas, pesquisadas nos ramos

de atividade Indústria, Comércio, Finanças e Serviços, apresentaram seus indicadores de

sustentabilidade, e que estão listadas no Anexo A. Conforme o levantamento dos dados de

pesquisa, 33 das 217 empresas pesquisadas apresentaram seus relatórios na versão G4 dos

indicadores do GRI. Essa mudança de versão foi proposta para eliminar a estrutura de

classificação representada pela Tabela 9, substituindo o relatório que apresenta simplesmente o

estar "de acordo com" critérios G4 ou não.

A mudança para a nova versão, tem o objetivo de eliminar a confusão em torno do

significado de A, B e C, e portanto, para elaborar esse tipo de relatório, os especialistas no

desenvolvimento dessas informações teriam que abordar por completo todas as divulgações de

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62

perfil para todos os aspectos relevantes, determinados pelas partes interessadas das

organizações.

Assim, a Tabela 7 apresenta apenas o extrato das 53 das 217 empresas pesquisadas neste

estudo que apresentaram informações sobre os níveis de aplicação demonstradas pelas

empresas, distribuídas entre os ramos de atividades Indústria, Comércio, Finanças e Serviços,

que sofreram a auditoria.

Nível de Aplicação Versão G3 Versão G4 Total Geral

C 13 14

B+ 11 11

B 10 10

A+ 7 7

C+ 1 1

AA1000 1 1

Abrangente 3 3

Abrangente (A+ anterior) 1 1

Bom-Aceitável 1 1

Essencial 4 4

Total Geral 42 11 53

Tabela 7 – Níveis de aplicação conforme GRI adotado

Fonte – dados de pesquisa

As notas dos níveis de aplicação apresentadas na Tabela 7, representam as avaliações

feitas por auditorias externas que certificaram as 53 empresas pesquisadas neste estudo e que

estão em conformidades aos relatórios de sustentabilidade apresentados. A GRI (2006, p. 39)

usa o termo “verificação externa” para se referir a atividades que visam resultar em conclusões

publicadas sobre a qualidade do relatório e das informações nele contidas. Isso inclui, sem

limitação, consideração a processos subjacentes à preparação dessas informações.

Segundo Elkington (2012), as abordagens que identificam se um relatório de uma

empresa é confiável, consiste na identificação se ele é verificado por uma empresa de auditores

independentes. Mesmo a empresa sendo aderente a uma versão G3 ou G4, elas informam seus

indicadores sem a avaliação por uma auditoria externa.

2.4.4.1. PROCESSO PARA DEFINIÇÃO DO CONTEÚDO DO RELATÓRIO

De acordo com GRI (2013), o processo para definição do conteúdo do relatório é

definido em 4 (quatro) etapas que seguem a ordem sequencial em Identificação, Priorização,

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63

Validação e Análise. A Figura 6 apresenta graficamente as etapas dos processos para definição

do conteúdo do relatório.

Figura 6 – Definição de Aspectos materiais e Limites – Visão geral de processo

Fonte – adaptado de GRI G4(2013)

A primeira etapa, Identificação, considera os aspectos abordados pela GRI e outros

tópicos importantes. Nesta fase os princípios de contexto da sustentabilidade e inclusão de

stakeholders são aplicados identificando os aspectos e outros tópicos relevantes com base nos

impactos econômico, social e ambiental, relacionados a todas as atividades, produtos, serviços

e relações da organização ou na sua influência sobre as avaliações e decisões de stakeholders.

Esta fase identifica onde os impactos ocorrem, dentro ou fora da organização, e lista os limites

aos aspectos e outros tópicos considerados relevantes.

A segunda etapa, Priorização, aplica aos princípios de materialidade e inclusão de

stakeholders, a avaliação de cada aspecto e tópico considerados relevantes para identificar os

impactos econômico, social e ambiental da organização e a influência sobre as avaliações e

decisões dos stakeholders. Esta fase identifica os aspectos materiais combinando as avaliações,

definindo e documentando critérios que tornam um aspecto material. Para esses aspectos é

definido o nível de cobertura, a quantidade de dados e o conteúdo narrativo a ser divulgado, e

lista os limites e nível de cobertura aos aspectos materiais a serem incluídos no relatório.

A terceira etapa, Validação, aplica aos princípios de completude e inclusão de

stakeholders, a avaliação de uma lista de aspectos materiais com base em parâmetros como

escopo e tempo, além dos limites impostos para garantir que o relatório ofereça uma descrição

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64

razoável e equilibrada dos impactos econômico, social e ambiental significativos da

organização e permita que stakeholders avaliem o desempenho da organização.

A quarta etapa, Análise, aplica-se os princípios de contexto da sustentabilidade e

engajamento de stakeholders, analisando os aspectos considerados materiais no período coberto

pelo relatório anterior. Esta fase utiliza o resultado da análise como subsídio para a primeira

etapa de identificação de acordo com ciclo seguinte de elaboração do relatório.

2.4.5. INDICADORES ETHOS

Os indicadores ETHOS de RSE foram definidos pelo Instituto ETHOS, uma

organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de mobilizar, sensibilizar e ajudar as

empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, justa e sustentável (ETHOS,

2009).

O Instituto Ethos promove a RSE como forma de gestão definida pela relação ética e

transparente da empresa com os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento

de metas empresariais que impulsionem o DS da sociedade. Propõe um conjunto de 40

indicadores organizados em sete temas: Valores, Transparência e Governança; Meio Ambiente;

Público Interno; Fornecedores; Consumidores e Clientes; e Comunidade e Governo e Sociedade

(ETHOS, 2009).

A RSE implica práticas de diálogo e engajamento da empresa com os públicos ligados

a ela, partindo de um relacionamento ético e transparente. Entre essas práticas estão as

iniciativas das grandes empresas em estimular suas cadeias de clientes e fornecedores por

também considerar os princípios da RSE em sua gestão.

A adoção dessas práticas possibilita o controle e gestão dos riscos e oportunidades de

negócio pela empresa, como também em sua cadeia de valor possa utilizar estratégias e

ferramentas rumo a uma gestão socialmente responsável. Ferramentas que contribuam para o

acompanhamento dos resultados na medição de até que ponto seus esforços estão atendendo

seu objetivo de contribuir com o DS.

Por meio do sistema dos indicadores Ethos, as empresas preenchem um questionário e

enviam suas respostas para o Instituto Ethos, onde os dados são processados, transformados em

pontuação e notas e apresentados nos relatórios de diagnóstico. Tal contexto permite a cada

empresa comparar seus indicadores, através de tabelas e gráficos, de acordo com o grupo de

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benchmarking, as empresas com as melhores notas, e pela média do grupo de empresas que

responderam ao questionário no mesmo período.

No entanto, as organizações que quiserem acompanhar a gestão da responsabilidade

social de seus fornecedores e clientes podem solicitar as informações ao Sistema Ethos desde

que obtenham acesso e consentimento da empresa solicitada.

Os Indicadores Ethos de RSE, representam o esforço do Instituto Ethos em oferecer uma

ferramenta às empresas que auxilie no processo de aprofundamento de seu comprometimento

com a RSE e com o DS. No contínuo desenvolvimento de indicadores para auxiliar as empresas,

destaca-se também o ISE que foi desenvolvido com apoio do Instituto ETHOS e do GRI e tem

se consolidado como uma ferramenta objetiva para comparar o desempenho de empresas

listadas na BM&F BOVESPA. Empresas estas que se destacam por possuírem alinhamento

estratégico com a sustentabilidade, além da adoção de práticas que contribuem para o DS

(BM&F BOVESPA, 2011).

2.4.6. ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - ISE

Desde a década de 2000, pesquisas em todo o mundo investigaram

(...) o impacto de medidas amplas de qualidade da governança empresarial sobre o

desempenho e valor das empresas. Praticamente todos se baseiam na construção de

índices que procuram capturar em uma única medida a qualidade da governança de

uma determinada companhia, com base no seu grau de adesão às chamadas melhores

práticas de governança. Tais índices de governança possuem sérias limitações, tendo

em vista os potenciais problemas na sua construção e a dificuldade de aferir

externamente quão bem uma companhia é de fato governada (SILVEIRA, 2010, p.

115).

No Brasil, destacaram-se duas pesquisas pioneiras utilizando índices de governança.

Assim, em uma delas, Leal e Carvalhal da Silva (2007) desenvolveram o IGC com 24 questões

e o aplicaram a um painel de 131 empresas entre 1998-2002. Na outra pesquisa, Silveira, Barros

e Famá (2006), por sua vez, propõem um índice de governança, composto por 20 questões

binárias e objetivas, calculando as pontuações de 154 empresas em 2002. Ambas as pesquisas

identificaram uma relação positiva significativa entre governança e o valor de mercado das

empresas, portanto, chegaram a resultados gerais similares: i) a qualidade média da governança

das empresas brasileiras ainda é insatisfatória; ii) existe uma relação positiva entre a qualidade

da governança e o valor de mercado e rentabilidade das companhias.

No ano de 2005, a BM&F BOVESPA em uma parceria entre Fundação Getúlio Vargas

(FGV) lançou ISE aplicado ao mercado de ações com o objetivo de criar um ambiente

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compatível de acordo com as demandas de DS e estimular a responsabilidade socioambiental

das empresas. Para avaliar a performance das empresas listadas na BOVESPA com relação aos

aspectos de sustentabilidade, parte-se do conceito do TBL, que, de forma integrada avalia os

elementos econômico, social e ambiental.

O ISE foi estruturado em conjunto com as instituições Associação Brasileira das

Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Associação Nacional dos

Bancos de Investimento (ANBID), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento

do Mercado de Capitais (APIMEC), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),

International Finance Corporation (IFC) e Instituto ETHOS, com o propósito de ser um

benchmark de empresas que se destacam pela utilização de boas práticas sustentáveis,

possuindo um comprometimento com Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e

sustentabilidade empresarial (TEIXEIRA; NOSSA; FUNCHAL, 2011).

Porter e Kramer (2006) defendem a ideia de que a RSC faça parte da estratégia utilizada

como fonte de vantagem competitiva no intuito de melhorar o desempenho da empresa. Estudos

de pesquisas apontam evidências em que a RSC traz benefícios de uma forma consistente aos

interesses do acionista em maximizar o valor presente dos fluxos de caixa futuros (MACKEY;

MACKEY; BARNEY, 2007).

A elaboração do ISE, conforme a Bovespa (2009), segue um padrão internacional dos

principais Indicadores de Sustentabilidades do mundo (Dow Jones Sustainability Index, Domini

Social Index, FTSE4Good, Índice Sustentável da Bolsa de Johanesburgo etc.) dentro da

dimensão TBL.

Assim, com o objetivo de atender à crescente demanda por investimentos que fossem

tanto socialmente responsáveis, como rentáveis, o ISE segue a tendência das principais Bolsas

de Valores do mundo, com a premissa de que empresas que se preocupam com a

sustentabilidade, estas por fim, criam valor no longo prazo para o acionista.

De acordo com ISE, as empresas selecionadas para participarem da carteira do ISE

precisam se destacar pelas estratégias e práticas adotadas, promovendo o DS conforme regras

e critérios. Assim, são encaminhados questionários às empresas pré-selecionadas, com as 150

ações mais líquidas.

A estrutura do questionário está dividida nas dimensões tradicionais da sustentabilidade

econômica, social e ambiental, além da GC, natureza do produto e da dimensão geral.

Como critérios de inclusão das empresas, serão integrados a carteira do ISE os ativos

que, além de serem considerados entre os 200 com maior negociação durante o período de

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67

vigência das três carteiras anteriores, ter participado das negociações em, pelo menos, 50% dos

pregões realizados neste período. Não ser classificado como Penny Stock, ações com cotações

muito baixas, e atender aos critérios de sustentabilidade que são determinados pelo Conselho

Deliberativo do ISE. Entretanto, os ativos que deixam de pertencer ao ISE são os que não

atenderem a qualquer um dos critérios de inclusão indicados e por algum acontecimento que

deixam de atender os procedimentos dos índices da BM&F Bovespa durante a vigência da

carteira (BOVESPA, 2015).

2.4.7. INDICADORES AMBIENTAIS

Com o crescimento econômico aumenta-se o foco sobre o cuidado para a preservação

ambiental, cuidado que relata e comprova evidências suficientes de que a industrialização, a

expansão da fronteira agrícola e a urbanização são muito significativas para uma economia, seja

pela utilização acelerada de recursos naturais exauríveis nos processos produtivos, seja devido

a geração de poluição que degrada a qualidade ambiental.

Além dessa degradação, outras evidências surgem através de nações, atualmente

consideradas as mais ricas, onde alcançaram níveis satisfatórios de crescimento à custa de

perdas ambientais. Portanto, o crescimento se torna inevitável para aquelas nações que hoje se

encontram ainda em desenvolvimento, e que não medem esforços para o crescimento

econômico, mesmo existindo impactos ambientais consideráveis para o planeta.

Dentro de uma perspectiva econômica de crescimento, observam-se aspectos sobre a

escassez dos recursos naturais e a dos serviços ambientais, que já se encontram em níveis

suficientemente elevados para constituir uma ameaça ao crescimento sustentável.

Diante deste contexto, este capítulo traz uma análise dos indicadores ambientais de

sustentabilidade que podem ajudar a refletir sobre a dimensão da economia corporativa. Não

será mensurado ou indicará níveis e tipos de medição dos indicadores ambientais, mas sim, e

somente, trazer os indicadores utilizados pelas empresas no modelo padrão GRI.

Phillip Jr., Malheiros e Aguiar (2005) descrevem exemplos de indicadores nas diferentes

dimensões econômico, social e ambiental. Entretanto, como os indicadores de sustentabilidade

são compostos por diferentes indicadores, como no caso dos ambientais, estes se tornam parte

integrante da estrutura de informação, avaliação e de decisão sobre sustentabilidade.

No Quadro 5, o modelo GRI apresenta uma lista com 34 indicadores ambientais, todos

utilizados pelas empresas que aderiram ao emprego dessas medições.

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Tipos de Indicadores Ambientais Indicadores GRI

Água EN8 – EN9 – EN10

Avaliação ambiental de Fornecedores EN32 – EN33 – EN34

Biodiversidade EN11 - EN12 - EN13 -

EN14

Conformidade EN29

Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia primária EN3

Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária EN4

Descarte total de água, por qualidade e destinação EN21

Descrição de impactos significativos na biodiversidade de atividades, produtos e

serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora

das áreas protegidas

EN12

Efluentes e Resíduos EN22 - EN23 - EN24 -

EN25 - EN26

Emissões EN15 - EN16 - EN17 -

EN18 - EN19 - EN20 -

EN21

Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por peso EN19

Energia EN3 - EN4 - EN5 -

EN6 - EN7

Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência EN5

Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na

biodiversidade

EN14

Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água EN9

Geral EN31

Habitats protegidos ou restaurados EN13

Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de corpos

d’água e habitats relacionados significativamente afetados por descartes de

água e drenagem realizados pela organização relatora

EN25

Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e

materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte de

trabalhadores

EN29

Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, ou

que usem energia gerada por recursos renováveis, e a redução na necessidade de

energia resultante dessas iniciativas

EN6

Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a

extensão da redução desses impactos

EN26

Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as reduções

obtidas

EN18

Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas EN7

Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de

áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade

fora das áreas protegidas

EN11

Materiais EN1 - EN2

Materiais usados por peso ou volume EN1

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NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso EN20

Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de

conservação com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas pelo

nível de risco de extinção

EN15

Número e volume total de derramamentos significativos EN23

Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa, por peso EN17

Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de

produtos vendidos, por categoria de produto

EN27

Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem EN2

Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada EN10

Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados

considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia – Anexos I, II, III

e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos transportados

internacionalmente

EN24

Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição EN22

Produtos e Serviços EN27 - EN28

Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, por peso EN16

Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo EN30

Total de retirada de água por fonte EN8

Transporte EN30

Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não-

monetárias resultantes da não-conformidade com leis e regulamentos ambientais

EN28

Quadro 5 – Tipos de Indicadores Ambientais GRI

Fonte – GRI (2013)

A utilização de indicadores ambientais deve permitir a análise das condições e a análise

nas mudanças da qualidade ambiental para suporte no processo de decisão e formulação de

políticas e práticas sustentáveis pelas organizações.

A dimensão ambiental destacada por Gibson et al. (2005), tem grande importância entre

vários princípios que direcionam as mudanças a caminho da sustentabilidade. Neste contexto,

a integridade do sistema sócio ecológico é um dos quais deve ser seguido, discutido e

implantado, considerando a importância da proteção das funções ecológicas que dependem da

qualidade ambiental.

De acordo com a estratégia da empresa, os indicadores ambientais são mensurados e

medidos com a intenção de apresentar ao público que, as boas práticas para o DS estão sendo

sempre aplicadas e avaliadas. Com essa análise, é possível inferir que em muitos casos, as

empresas apenas apresentam esses indicadores como forma de estratégia competitiva para

ganhar o mercado e gerar riquezas. Assim, há empresas que se preocupam com a questão

ambiental, e querem trabalhar de forma prudente, mesmo sabendo sobre o custo de investimento

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para as ações em prol ao DS, as empresas querem que suas ações se tornem e gerem produtos

melhores para a população, em vista de um futuro melhor e longevidade para seus negócios.

Neste contexto, foram abordados conceitos por diversos autores sobre indicadores e

preservação ambiental, que ajudam a disseminar a informação sobre a aplicação de normas e o

desenvolvimento de indicadores auditados por instituições externas. Assim, as organizações

recebem informações para tomar decisões que irão reduzir e administrar os impactos ambientais

para sua evolução estratégica. Na sequência apresenta-se retrospectiva de definições de

indicadores ambientais realizada por Gomes e Malheiros (2012, p. 155).

Os indicadores ambientais são conceituados como representantes de diversos

elementos-chave (físicos, químicos ou biológicos) de um ecossistema complexo ou

de um problema ambiental (SAUNDERS; MARGULES; HILL, 1998).

Indicadores ambientais comunicam os aspectos considerados críticos ou típicos para

as inter-relações complexas entre as espécies naturais e os componentes abióticos do

sistema ambiental (EEA, 2003).

Os indicadores ambientais servem como uma ferramenta para medir e avaliar as

consequências das atividades antrópicas no sistema biológico (DANZ et al., 2005), e

permitir que as pessoas ajam sobre questões do meio ambiente (EEA, 1999).

Sua função está em diagnosticar a saúde do ecossistema e fornecer uma ferramenta

para monitorar condições ambientais ao longo do tempo (JORGENSEN, 2005).

De acordo com os conceitos supracitados, os indicadores ambientais são ferramentas

que fornecem informações ao longo do tempo, estes são tratados por variáveis que podem

mostrar as tendências e impactos ambientais, sendo cada vez mais usados como uma forma

simples de observar a complexidade do ambiente, avaliar o impacto das atividades e direcionar

as respostas as soluções dos problemas.

Por estes motivos, os indicadores ambientais avaliam esses aspectos relacionados ao

meio ambiente através de ferramentas que mensuram os impactos para o desenvolvimento de

políticas e decisão ambiental, sendo de fundamental importância na especificação,

desenvolvimento e aplicação dos indicadores de sustentabilidade.

Na seção seguinte, o processo disclosure apresenta o estudo da transparência da

organização na divulgação das informações.

2.4.8. DISCLOSURE NA DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

As boas práticas de GC, vem se estabelecendo como uma referência importante para

que os stakeholders tenham informações sobre as empresas, pois proporcionam a confiança dos

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investidores com as decisões adotadas pela Alta Administração, pelos executivos e conselhos

de administração.

A internet destaca-se com uma tecnologia prática e usual para divulgação das

informações. Dessa forma, as corporações utilizam ao seu dispor, canais de relacionamento

com os investidores através de seus websites, colaborando assim, com o requisito, disclosure,

da boa GC, além de contribuir estrategicamente para a eficiência e transparência das

informações no mercado. Entretanto, autores como Dyck e Zingales (2002) argumentam que o

processo de disclosure ainda tem sido fracamente abordado em modelos econômicos apesar de

cada vez mais as pessoas buscarem informações por meios eletrônicos.

Neste contexto, a disclosure influencia não apenas o comportamento dos investidores

como também dos stakeholders, afetando a sua percepção em relação ao risco da companhia,

assim como a percepção dos gestores da Alta Administração, que decidirão o nível de

evidenciação fornecido e impacto nos negócios pela disponibilização dessas informações

(CRUZ; LIMA, 2010).

O objetivo da transparência, a disclosure, é reduzir a assimetria da informação entre os

stakeholders, evidenciando informações relevantes sobre o valor e o desempenho das

companhias (LANZANA, 2004; PEREIRA et al. 2008, MURCIA; SANTOS, 2009) e fazendo

uma avaliação dos investimentos com maior precisão, com alocação de recursos escassos de

maneira mais eficaz (WEIL, 2002). Entretanto, a obtenção da informação possui custo e ainda

o nível da assimetria da informação é afetado pela ação das empresas e dos indivíduos

(STIGLITZ, 2000). Consequentemente, existem barreiras que impedem o desenvolvimento de

certos mercados de capitais, que é o custo para se tornar bem informado (YOUNG;

GUENTHER, 2003).

As empresas que pertencem a níveis diferenciados de GC da Bovespa assumem o

compromisso de divulgar informações adicionais ao mercado, podendo com isso reduzir os

custos com a divulgação dessas informações. De acordo com Iudícibus (2009), ocultar

informações ou divulgá-las de maneira muito resumida é tão prejudicial quanto fornecê-las em

excesso.

As empresas podem divulgar informações voluntárias que não sejam favoráveis aos seus

negócios, quando acreditarem que poderão sofrer algum tipo de consequência ou impacto

negativo por parte de seus usuários caso não as divulguem, pois, de acordo com Verrecchia

(2001), o investidor interpreta a informação não divulgada como uma informação desfavorável

a respeito da empresa.

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Para que o disclosure seja implementado de forma a contribuir para o processo decisório

do usuário, os gestores devem ficar atentos ao processo de seleção, escolha e qualidade das

informações, levando em conta a sua relação custo e benefício (VERRECCHIA, 2001).

A disponibilidade de informações ocorre de diversas formas, como, por exemplo, a

evidenciação de relatórios corporativos que podem englobar tanto informações obrigatórias por

dispositivos legais, quanto informações voluntárias, quantitativas ou qualitativas, positivas ou

não.

O disclosure de informações pode ser voluntário ou compulsório, sendo que o primeiro

constitui uma ação proativa da entidade com a divulgação de seu desempenho, enquanto o

segundo decorre de uma ação reativa, oriunda de normativas que obrigam a empresa a divulgar

determinada informação (YAMAMOTO; SALOTTI, 2006).

Segundo a teoria do disclosure voluntário de Verrecchia (2001), os benefícios gerados

pela divulgação das informações ambientais, além de superarem seus custos, maximizam o valor

da empresa por divulgarem somente informações que geram crédito às mesmas.

Meek, Roberts e Gray (1995) argumentam que o disclosure voluntário excede o que é

recomendado por lei, representando uma decisão espontânea dos gestores em divulgar

informações adicionais capazes de subsidiar e envolver no processo decisório dos usuários. De

acordo com Soares (2010), essa decisão da empresa tem o poder em julgar o que é importante

e útil para os stakeholders.

Healy e Palepu (2001) informam que segundo evidências empíricas sobre a

confiabilidade no disclosure voluntário, os investidores confiam nas informações adicionais.

Com base nessa confiança, afirma-se que o disclosure voluntário é capaz de proporcionar

diversos benefícios à empresa. Dentre eles, o monitoramento das atividades dos gestores por

parte dos investidores e a proteção aos acionistas minoritários, que podem ser prejudicados à

medida que há uma redução na assimetria da informação (MURCIA, 2009).

No contexto de informações exigidas por dispositivos legais e não exigidas por lei,

destaca-se a divulgação das informações baseada em julgamento, teoria do disclosure

discricionário, que questiona os motivos sobre a divulgação ou não de informações por parte

da empresa. Assim, a existência de um ponto de equilíbrio é observada por Verrecchia (2001)

devido a compatibilidade entre a percepção do mercado e os incentivos das empresas em reter

informações. Essa teoria analisa as condições em que informações são divulgadas de maneira

voluntária pelas empresas, considerando as relações estratégicas com os agentes externos

(VERRECCHIA, 2001; DOBLER, 2005; HOSSAIN, 2008).

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Dobler (2005) comenta três possíveis motivos das empresas em não divulgarem certos

tipos de informações: i) não existência da informação; ii) desconhecimento da informação por

parte do gestor; iii) conhecimento da informação por parte do gestor, porém incentivos para não

divulgá-la.

De acordo com este estudo, a elaboração de relatórios socioambientais ou de

sustentabilidade não é obrigatório, sendo assim, é possível inferir que no Brasil o disclosure de

tais informações caracteriza-se como disclosure voluntário. No entanto, há empresas

comprometidas em evidenciar suas ações socialmente responsáveis por motivos econômicos ou

pela simples divulgação de política social. Por outro lado, a não divulgação das informações

pelas empresas, propiciam aos stakeholders uma forma de observar e punir essas empresas que

ocultem ou adotem práticas socialmente irresponsáveis, ao passo que conferem confiança

àquelas que implementam práticas socialmente responsáveis (MACHADO FILHO;

ZYLBERSZAJN, 2004).

Para as empresas permanecerem no mercado, elas necessitam preservar e aprimorar sua

reputação (FOMBRUN; SHANLEY, 1990; ANDRIOF; MCINTOSH, 2001), ou seja, ter o

reconhecimento de suas boas práticas pelos stakeholders. Portanto, o gerenciamento de

reputação corporativa pode ser estrategicamente desenvolvido a partir das ações

socioambientais.

Pesquisas anteriores sobre disclosure relaciona a sua prática pelas empresas com os

incentivos econômicos. Nesta linha de abordagem ressalta-se os estudos de Lanzana (2004),

Malacrida e Yamamoto (2006), Costa, Goldner e Galdi (2007), Lima (2007), Pereira et al.

(2008), Murcia e Santos (2009) e Cruz e Lima (2010). Dentre as variáveis econômicas

abordadas nos referidos estudos, destacam-se as variáveis lucro, rentabilidade, tamanho, custo

de capital, desempenho, endividamento e GC, todas positivamente relacionadas ao disclosure

no citado grupo de pesquisas.

No presente estudo, optou-se por abordar as seguintes variáveis: Indicadores de

Sustentabilidade, Relatórios de Sustentabilidade, Aderência aos Indicadores Sustentáveis,

Ranking de Faturamento, Níveis de Aplicação do GRI, Aspectos Econômico, Social e

Ambiental e Ramos de Atividades. Estabelece-se que a variável indicador de sustentabilidade

possui uma associação positiva com disclosure, na medida em que empresas apresentem

aderência destes aos aspectos econômico, social e ambiental. Tal fato decorre do volume de

informação disponibilizado para os stakeholders. Apesar dessas informações não obrigarem as

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empresas a publicarem seus relatórios de sustentabilidades para estarem entre as primeiras, em

ranking de faturamento, em relação ao patrimônio e riquezas.

As empresas que aderem as boas práticas da GC tendem a divulgar mais informações

relacionadas ao meio ambiente. Dessa forma, apresenta-se no Quadro 6 a síntese elaborada por

Coelho et al. (2013, p. 116) de algumas pesquisas de empresas brasileiras sobre a divulgação

de suas informações ambientais.

Autor(es) / Ano Síntese da pesquisa

NOSSA, 2002 Analisou o nível de disclosure de informações ambientais de empresas nacionais e

internacionais do setor de papel e celulose, tendo como base as práticas correntes,

relatórios anuais e ambientais. O autor concluiu que as informações ambientais

divulgadas pelas empresas do setor de papel e celulose divergem entre elas com relação

ao tamanho, ao país de localização e ao tipo de relatório (financeiro ou específico),

mostrando-se ainda insatisfatórias com relação ao nível de confiabilidade e

comparabilidade.

CALIXTO, 2007 Examinou as informações ambientais evidenciadas por empresas brasileiras nos

relatórios contábeis divulgados nos sites das empresas, da Comissão de Valores

Mobiliários e da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). A autora conclui que

apesar de não haver um padrão para a divulgação deste tipo de informação, esta ocorre

voluntariamente de forma crescente, mas não necessariamente de forma constante e de

que existem grandes diferenças entre setores e empresas.

MURCIA et al., 2008 Procuraram examinar as informações de caráter ambiental divulgadas voluntariamente

pelas empresas brasileiras. Os autores concluíram que a maioria das informações é

evidenciada na forma declarativa, do tipo positiva e estão em sua maior parte localizadas

no Relatório da Administração e não são auditadas.

ROVER et al., 2009 Procuraram identificar os fatores determinantes da divulgação voluntária ambiental de

57 empresas de capital aberto listadas na Bovespa, pertencentes a setores de alto impacto

ambiental. Os resultados dessa pesquisa sugerem que as variáveis tamanho,

sustentabilidade, empresa de auditoria e publicação do relatório de sustentabilidade são

relevantes para a explicação do disclosure voluntário ambiental.

BRAGA; OLIVEIRA;

SALOTTI, 2009 Avaliaram empiricamente a influência de algumas variáveis sobre o nível de divulgação

ambiental nas demonstrações contábeis de empresas brasileiras. Os autores concluíram

que as variáveis: tamanho, riqueza criada e natureza da atividade exercem influência

direta e significativa sobre o nível de divulgação ambiental.

Quadro 6 – Pesquisas brasileiras sobre divulgação ambiental

Fonte: Coelho et al. (2013, p. 116)

De acordo com as pesquisas apresentadas na Quadro 6, o comprometimento com o

melhor disclosure tende a reduzir a propensão dos gestores a investir em projetos com impactos

negativos no valor da empresa. De acordo com Bens e Monahan (2004), trata-se do chamado

efeito de monitoração do disclosure.

Com conclusão, a transparência faz com que os gestores direcionem suas atividades para

o interesse dos investidores e de seus stakeholders. Segundo Bens e Monahan (2004), o

disclosure de melhor qualidade proporciona um aumento na precisão das informações sobre as

decisões estratégicas direcionadas a empresa pela Alta Administração ou pelos seus gestores.

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2.4.9. PESQUISAS SOBRE O DISCLOSURE NA DIVULGAÇÃO DAS

INFORMAÇÕES

Vários pesquisadores atuam na identificação de como as empresas apresentam os seus

dados nos relatórios. Na sequência apresenta-se estudos que expressam pesquisas adjacentes

sobre a divulgação das informações pelos relatórios de sustentabilidade.

Para Coelho et al. (2013) as empresas apresentam em seus relatórios de administração

informações ambientais com perfil descritivo por meio de sentença informativas e explicativas.

Ainda segundo os autores, as informações ambientais são apresentadas nos relatórios devido ao

fato destes não possuírem limitações de espaço, possibilitando fazer comparações entre os

dados informados. Entretanto, cabe destacar que a maioria das informações ambientais foram

divulgadas no relatório da administração, pelo fato de não existir um padrão para a divulgação

deste tipo de informação nesse relatório.

Quanto ao tipo de evidenciação, a maioria das

(...) informações relacionadas ao meio ambiente foi divulgada na forma declarativa,

representando 72,7% do total, enquanto que a forma quantitativa monetária e a forma

quantitativa não monetária representavam 14,1% e 11,7%, respectivamente, e a forma

quantitativa monetária e não monetária representava somente 1,4% do total de

sentenças divulgadas sobre o meio ambiente (COELHO et al., 2013, p. 123).

Na pesquisa de Calixto (2013), foram analisadas informações socioambientais nos

relatórios anuais e relatórios de sustentabilidade, através de uma amostra de 226 organizações,

no período de 2004 a 2009, segregadas por país, empresa, setor e ano. Esses dados foram

disponibilizados pelas companhias latino-americanas nos seus websites, que utilizando-se das

diretrizes voluntárias do GRI, permitiu-se analisar o conteúdo dos relatórios.

Na sequência, apresenta-se a análise do estudo de Calixto (2013) sobre a divulgação das

informações das empresas através de seus relatórios.

O Brasil é o país que mais avançou a respeito do assunto na América Latina e, que

apresentou o maior número de organizações que dedicaram grande espaço ao tema

GC nos seus relatórios.

As companhias brasileiras são líderes na divulgação de informações sobre o

desempenho ambiental das suas atividades, e apresentaram um destacado crescimento

na ênfase de informações. Observa-se que, nos demais países analisados, a divulgação

de informações sobre o desempenho ambiental das organizações segue num nível

baixo de aderência às diretrizes GRI e não apresenta grandes destaques ao longo do

período de 2004 a 2009.

Na categoria desempenho social, as companhias brasileiras deram grande destaque às

questões trabalhistas e sociais. Entretanto, informações sobre direitos humanos ainda

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recebem pouca ênfase. Entre os aspectos que receberam maior atenção das compa-

nhias, citam-se: emprego, saúde e segurança, treinamento e desenvolvimento

profissional dos empregados.

As informações sobre o desempenho econômico no formato recomendado pelos

indicadores GRI foram pouco enfatizadas pelas companhias analisadas. Somente os

riscos econômicos receberam grande atenção das organizações. Em todos os países,

esses riscos referem-se principalmente aos relacionados com as atividades das com-

panhias, situação econômica do país e riscos de maior rigor da legislação ambiental

(CALIXTO, 2013, p. 835).

Os resultados da pesquisa revelaram que a maioria das companhias de capital aberto

sul-americanas não disponibilizam as informações socioambientais nos seus relatórios anuais

ou em relatórios específicos sobre o tema, entretanto, as companhias estabelecidas no Brasil

são as que mais destacam o assunto. Quanto a evolução e a forma de divulgação de informações

socioambientais, verificou-se que o relatório anual é o principal canal utilizado pelas

companhias para destacar tais informações, seguido do relatório de sustentabilidade, divulgado

como parte do relatório anual ou como publicação específica (CALIXTO, 2013).

No estudo de Cardoso et al. (2014), foram analisados os níveis de disclosure de

informações sociais e ambientais disponíveis nos relatórios de sustentabilidade das empresas,

de acordo com a classificação dos indicadores do GRI.

Assim, observou-se que

(...) o disclosure social foi em média de 0,71, ou 71%, superior ao disclosure

ambiental de 0,57, ou 57%. Isso revela que as empresas vêm divulgando mais

intensamente as suas práticas sociais, voltadas para a comunidade local e gestão de

recursos humanos, comparativamente às práticas ambientais, relacionadas à proteção

e preservação do meio ambiente (CARDOSO et al. 2014, p. 36).

O objetivo do estudo, destes autores, foi investigar, nas informações disponibilizadas

pelos relatórios de sustentabilidade, o disclosure socioambiental das empresas brasileiras,

listadas no ISE e no Índice de Carbono Eficiente (ICO2), constituído por empresas que praticam

o uso eficiente quanto a emissão de carbono, da BM&F Bovespa, de capital aberto com melhor

reputação corporativa, em comparação com as demais.

Segundo a pesquisa de Fernandes (2012) desenvolvida com base no conteúdo dos

relatórios da administração, nas notas explicativas e nos relatórios de informações ambientais,

pode-se analisar o nível de disclosure ambiental das empresas brasileiras listadas na BM&F

Bovespa no período de 2006 a 2010. Entretanto, as análises dos resultados da pesquisa

evidenciaram conclusões apresentadas em seguida:

A análise do nível de disclosure ambiental evidenciou que, no período de 2006 a 2010,

foram encontradas 198.670 sentenças nos relatórios analisados, dessas sentenças

apenas 8.244 se referiam a informações ambientais. Os resultados mostraram que

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51,48% do disclosure ambiental concentram-se nos relatórios de informações

ambientais; 40,06%, nos relatórios da administração e 8,46%, nas notas explicativas

(FERNANDES, 2012, p. 112).

Os dados evidenciados neste estudo, mostraram que 82,47% das informações

ambientais evidenciadas são destinadas a divulgar informações qualitativas e 17,53%

foram distribuídos entre as informações quantitativas não-monetárias e monetárias.

Esses resultados corroboram o estudo de Calixto (2007) que analisou a evidenciação

de informações ambientais no período de 1997 a 2005 e concluiu que a maior parte

das empresas brasileiras evidenciam informações qualitativas e percebeu-se que é

crescente esse tipo de disclosure nos relatórios financeiros (FERNANDES, 2012, p.

112).

As pesquisas citadas nesta seção, foram resultados obtidos por estudos que encontraram

evidências, que corroboram com a crescente divulgação de informações ambientais nos

relatórios de sustentabilidade apresentados pelas organizações. Assim, podendo-se inferir com

base na literatura analisada, que esse tipo de evidenciação pode ser estratégico em auferir

melhores índices, tanto pela redução dos custos quanto pelo aumento do valor da empresa no

mercado. Assim, essa análise demonstrou que, nos relatórios analisados, a informação

ambiental corrobora com estudos e conceito abordados na seção seguinte.

2.5. TRANSPARÊNCIA NOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE

Nas três últimas décadas (1980, 1990 e 2000), a conscientização em relação ao meio

ambiente, devido a fatos que impactaram negativamente a natureza, tornaram os Sistemas de

Gestão Ambiental das empresas mais interativos e mais produtivos devido a evolução e

desenvolvimento da tecnologia da informação. Esses sistemas são capazes de informar através

de indicadores sustentáveis normatizados por uma legislação, o aumento da consciência

ambiental (ELKINGTON, 2012).

Neste contexto, para trabalhar de forma eficiente e efetiva, os mercados precisam de

informações, ou seja, as empresas precisam adquirir informações e passar informações. Assim,

os primeiros relatórios ambientais das empresas, ou relatórios de sustentabilidade ambientais,

foram publicados em 1990 – tendo se multiplicado em centenas de outros. Muitas organizações

publicam os relatórios de sustentabilidade como parte dos relatórios anuais.

O relatório de sustentabilidade publicado pelas organizações é a principal ferramenta de

comunicação do desempenho econômico, social e ambiental para as empresas demonstrarem

seu avanço e aderência às atividades que atuam em prol do DS, que são mensurados e

controlados pelos indicadores de sustentabilidade. No entanto, o relatório segue um modelo

baseado nos padrões do GRI, considerado o mais completo e mundialmente difundido, com o

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objetivo de mensurar e certificar as empresas com parâmetros que vão além das questões da

transparência e da boa GC.

Os níveis de detalhes nos relatórios variam de empresa para empresa, em parte refletindo

diferentes regimes de contabilidade, opiniões diferentes sobre o que é apropriado ser reportado

e as diferentes necessidades dos usuários do relatório.

Os detalhes das informações divulgadas nos relatórios, e disponibilizadas a partir de

outras fontes são utilizadas para análise de riscos, trabalhando com níveis apropriados de

preços, políticas de bônus de seguros ou segurança para empréstimos. Mesmo atualmente, os

riscos ambientais e sociais não são altos na agenda para muitas das empresas, resultando no

fato de ainda existir um pequeno número de relatórios anuais que contém uma seção sobre o

desempenho social e/ou ambiental. Dessa forma, as empresas se preocupam apenas em

apresentar os riscos e indicadores econômicos nos relatórios.

Assim, quando Stephen Wildstrom, da Business Week, em uma pesquisa pioneira

desenvolvida no ano de 1997, procurou pelos relatórios anuais, ele encontrou grandes

diferenças. Alguns relatórios eram muito ruins, outros pouco legíveis e, às vezes, os relatórios

anuais eram coloridos e até animados com recursos de multimídia.

Elkington (2012) destaca o estudo desenvolvido por Wildstrom (1997) que buscou nos

relatórios ambientais, no qual identifica grandes diferenças de abordagem dos fatores social e

ambiental, apesar de algumas empresas já estarem começando a lidar com esse novo meio, a

fim de oferecer aos usuários um pacote de informações muito mais interessante e interligado.

O estudo de Wildstrom (1997) destaca as abordagens das empresas sobre as quais se

explicam sobre a importância de publicar o relatório de sustentabilidade. Nota as referências

abaixo foram retiradas dos relatórios de sustentabilidade publicados de acordo com as empresas

citadas:

Segundo a Petrobrás o Relatório de Sustentabilidade é produzido anualmente com a

finalidade de oferecer ao público de interesse um relato conciso e confiável sobre o

desempenho, práticas de gestão e visão de futuro (PETROBRÁS, 2013, p. 6).

O relatório de sustentabilidade publicado pelo Bradesco, está em linha com as

melhores práticas de GC e com o compromisso com a transparência, e como parte do

processo evolutivo do relato das atividades para os públicos com os quais se

relacionam e para a sociedade em geral, abrangendo os avanços, iniciativas e

resultados, elaboraram um relatório unificado, que compreende, na mesma

publicação, informações financeiras e não financeiras (negociais, operacionais,

governança e socioambientais) (BRADESCO, 2013, p. 2).

Segundo Banco do Brasil, o relatório de sustentabilidade apresenta um foco na

tendência de integração das informações econômicas e socioambientais, apresenta os

negócios de viés socioambiental desenvolvidos pelo Banco do Brasil dentro da seção

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Análise por Segmento de Negócio e apresenta como os investidores e analistas

poderão ter uma dimensão abrangente de como a gestão da sustentabilidade é feita de

maneira transversal no Banco do Brasil (BANCO DO BRASIL, 2013, p. 12).

Segundo Itaú, o relatório anual é o relato da estratégia, estrutura, atividades, operações

e principalmente de como gerar valor ao público de interesse, incluindo sociedade,

acionistas, clientes e colaboradores (ITAÚ, 2013, p. 17).

Segundo a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o relatório de sustentabilidade traz

informações sobre suas principais atividades realizadas e em suas representações no

exterior (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2013, p. 92).

Segundo a JBS, o relatório anual e de sustentabilidade é elaborado de acordo com os

critérios da Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), a

publicação apresenta as práticas de gestão e o desempenho da empresa que teve seu

conteúdo definido a partir de consulta aos públicos de interesse da companhia (JBS,

2013, p. 4).

Para a GPA, relatório anual e de sustentabilidade tem como base, os indicadores da

GRI, modelo internacionalmente utilizado por empresas para reportar os

desempenhos econômico, social e ambiental (GPA, 2013, p. 96).

A Raízen publica seu relatório de sustentabilidade, consolidando as informações sobre

o perfil organizacional e os desempenhos econômico, social e ambiental da empresa

(RAÍZEN, 2013, p. 7).

A Oi apresenta seu relatório anual de sustentabilidade, alinhado às diretrizes da GRI.

O documento reúne as iniciativas e o desempenho da Companhia em suas operações

(OI, 2013, p. 2).

O relatório anual e de sustentabilidade das empresas Eletrobrás é o resultado do

trabalho coletivo de centenas de pessoas e reflete um processo de melhoria contínua

e de aprofundamento das práticas de sustentabilidade. Ele também mostra como a

transparência e a prestação de contas para a sociedade são importantes para manter a

confiança dos stakeholders (ELETROBRÁS, 2013, p. 3).

Conforme propõe Elkington (2012), é válido pensar muito bem antes de se decidir pela

geração de relatórios. Conforme advertido no relatório de 1993 da Coming Clean:

(...) qualquer empresa que se esqueça que o debate da sustentabilidade pode ser um

campo minado, está correndo o risco de perder as suas pernas corporativas. Não espere

por buquês de flores somente porque você decidiu abrir os seus livros”. Em alguns

países, os gerentes de fábricas podem ser presos por falharem no cumprimento dos

controles de emissões. E qualquer empresa que gere relatórios seria aconselhada a ler

o rascunho do relatório final com olhos de inimigos. Caso não o faça, estará correndo

o risco de cair em uma emboscada (ELKINGTON, 2012, p. 213).

Os relatórios mais bem aceitos e mais eficientes têm sido aqueles cujas empresas que os

preparam adotam uma abordagem detalhada. Aqueles que adotaram esse caminho descobriram

que os stakeholders tendem a acreditar muito mais nas boas notícias, em que existe também

uma discussão franca e detalhada sobre os problemas restantes (ELKINGTON, 2012).

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A medida que mais e mais empresas entram na lista de geradoras de relatórios, os

relatórios ambientais permanecem marcados por um paradoxo. Logicamente, antes das

empresas começarem a emitir relatórios sobre suas políticas ambientais, os esforços terão sido

direcionados no desenvolvimento de metodologias de acompanhamento ambiental, assim como

de indicadores para mensuração do desempenho e, finalmente, a implementação de sistemas

para a auditoria dos mesmos.

Elkington (2012) aponta que no final da década de 1990, já era claro que a maior parte

das empresas que geravam relatórios ainda os viam como veículos de relações públicas,

projetados para oferecer uma reafirmação e para auxiliar na construção de uma imagem de que

“tudo ia bem”. Os usuários dos relatórios e outros stakeholders tinham ideias diferentes. Até

onde estavam interessados, os relatórios eram cada vez mais vistos como ferramentas para

monitorar, medir, filtrar, comparar e fazer benchmarking. Essa tendência na direção da

capacidade de se fazer benchmarking deu origem à delicada questão das comparações.

Inevitavelmente, o enfoque inicial para a geração de relatórios estava centralizado nos

aspectos mais visíveis das atividades de uma empresa: seus projetos, suas instalações e seus

produtos (ELKINGTON, 2012). Assim, a longo prazo as empresas estão identificando a

necessidade de enfocar uma maior gama de questões alicerçadas na linha do TBL, assim como

do desempenho de uma parte a outra na cadeia de valor. Nesse processo, algumas empresas

geradoras de relatórios estão identificando o início como sendo uma atividade pública

exercendo forte influência na estratégia corporativa e na arquitetura dos negócios.

Elkington (2012, p. 234) diz que,

(...) o quão rápido e o quanto as informações estarão abertas para os seus fornecedores,

clientes e, mais importante, para os stakeholders que se mantêm vinculados com os

três pilares. Se as experiências das empresas que produziram as primeiras ondas de

relatórios ambientais e sociais tiverem de ser consideradas, aquelas com a coragem de

se colocar nesse caminho serão, no final, as vencedoras.

2.5.1. RELATÓRIO INTEGRADO

A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada no

Brasil em Junho de 2012, a RIO+20, resultou em um documento final intitulado “The future

We Want”, e o seu parágrafo 47 reconhece a figura do Relato Integrado como uma forma de

comunicação de uma organização perante seus stakeholders, incluindo, mas não se limitando,

aos relatórios financeiro-contábeis (CARVALHO; KASSAI, 2014).

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We acknowledge the importance of corporate sustainability reporting and encourage

companies, where appropriate, especially publicly listed and large companies, to

consider integrating sustainability information into their reporting cycle. We

encourage industry, interested governments an relevant stakeholders with the support

of the United Nations system, as appropriate, to develop models for best practice and

facilitate action for the integration of sustainability reporting, taking into account

experiences from already existing frameworks and paying particular attention to the

needs of developing countries, including for capacity building. (THE FUTURE WE

WANT. UNITED NATIONS. RIO+20 UNITED NATIONS CONFERENCE ON

SUSTAINABLE DEVELOPMENT, 20-22 JUN 2012).

De acordo com Kassai (2014), a estrutura sobre o Relato Integrado emitido pelo

International Integrated Reporting Council (IIRC) em 09/12/2013 apresenta uma nova

proposta de comunicação corporativa onde as empresas devem reportar de forma concisa como

a sua: estratégia, governança, desempenho e perspectivas futuras, criam valor ao longo do

tempo.

Segundo a definição Integrated Reporting (IR) ou Relato Integrado, é o

(...) processo que resulta na comunicação, por uma organização, mais notoriamente

no relatório integrado periódico, sobre a criação de valor no decorrer do tempo. É a

comunicação concisa sobre como a estratégia, a governança, o desempenho e as

possibilidades de uma organização, no contexto de seu ambiente externo, levam à

criação de valor no curto, médio e longo prazo (IIRC, 2013, p. 8).

Esta comunicação é o resultado final de um processo que considera contexto, modelo

de negócio, materialidade, externalidades negativas e positivas e ativos intangíveis para

explicitar a criação de valor para a própria organização e comunidade onde está inserida. Pelo

estímulo a diferentes formas de pensamento, o processo de IR busca contribuir na direção de

uma economia global mais avançada e sustentável (FERREIRA; CORBAN, 2015).

Neste contexto, segundo Ferreira e Corban (2015), os processos de IR contribuem no

avanço da transparência do desempenho das empresas sobre o impacto socioambiental além

de possibilitar a identificação de ativos intangíveis, externalidades e mecanismos de

governança mais efetivos para processos tidos como não financeiros, possibilitando o encontro

destes com os processos econômico-financeiros. Carvalho e Kassai (2014) explicam que muitas

empresas de capital aberto no Brasil já elaboram algum tipo de relatório de sustentabilidade,

sendo que a versão mais recente do GRI já é uma realidade.

De acordo com IIRC (2013), a finalidade do IR é abordar com mais eficiência os

relatórios corporativos na comunicação com toda a gama de fatores que afetam materialmente

a capacidade de uma organização para criar valor no decorrer do tempo e conjugar outros

padrões de relatórios; Informar a alocação de capital financeiro que suporte à criação de valor

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no curto, médio e longo prazo; Aprimorar a responsabilidade e a administração com respeito à

ampla base de capitais (financeiros, manufaturados, intelectuais, humanos, sociais e de

relacionamentos e naturais) e promover o entendimento das interdependências entre eles; e

suportar o pensamento integrado, a tomada de decisões e ações que foquem na criação de valor

no curto, médio e longo prazo.

Assim, a estrutura do IR serve para auxiliar as organizações a estabelecer Princípios de

Orientação e Elementos de Conteúdo que regem o conteúdo em geral de um relatório integrado,

ajudando as organizações a determinar como melhor expressar sua história única de criação de

valor de maneira significativa e transparente (IIRC, 2013).

No capítulo seguinte são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados nesta

pesquisa para o atendimento do objetivo proposto.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos adotados no contexto das

estratégias de pesquisa, nos métodos e nas técnicas que visam atingir os objetivos deste estudo

que é identificar indicadores similares de desempenho sustentável utilizados pelas organizações

que apresentam as boas práticas da GC, analisando e identificando numa abordagem qualitativa

e quantitativa, os indicadores que se destacam nos aspectos econômico, social e ambiental

apresentados nos Relatórios de Sustentabilidade das Empresas.

As seções seguintes detalham os métodos e técnicas adotados, que viabilizam o presente

trabalho. Inicialmente se discute sobre a definição das etapas e os pressupostos da pesquisa. Na

sequência descreve-se a pesquisa desenvolvida, indicando a abordagem quantitativa que se

configura como principal linha de investigação e a abordagem qualitativa estabelecida em

decorrência da utilização da análise dos dados contidos nos relatórios de sustentabilidade e na

análise do perfil dos indicadores utilizados nos relatórios.

Assim, a abordagem qualitativa teve como preocupação a interpretação da qualidade

dos dados pesquisados e a comparação de indicadores de sustentabilidade entre as empresas

que se destacaram em seus ramos de atividades, com as versões do GRI, e como também entre

os aspectos econômico, social e ambiental. Portanto, foram realizados pesquisas e

levantamentos de cada conjunto de indicadores no modelo GRI com suas respectivas

dimensões, e depois submetidos ao agrupamento e análises entendendo as características

utilizadas por cada grupo para avaliar uma determinada empresa com relação à sustentabilidade.

A pesquisa se pauta nas atividades resultantes do processo de análise de artigos, livros

e documentos que relatam a posição da organização através da transparência da informação de

seus indicadores de sustentabilidade que estão disponibilizados em relatórios de

sustentabilidade das organizações, possibilitando desta forma, identificar a relação dos dados

analisados ao referencial teórico utilizado no estudo. Este enquadramento possibilita o

desenvolvimento desta pesquisa que investiga diferentes abordagens metodológicas

intrinsecamente complementares, com predomínio de técnicas que estruturam e mapeiam as

informações em apresentações ao foco deste estudo, mas que, no entanto, possui a análise dos

dados publicados pelos relatórios de sustentabilidade que se estabelece como quantitativa e

qualitativa. Esta diversidade metodológica se faz necessária tanto para o atendimento do

objetivo geral, que se caracteriza pela amplitude da abordagem, quanto aos objetivos

específicos, componentes necessários ao desenvolvimento do estudo.

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3.1. TIPOS DE PESQUISAS E MÉTODOS

Os estudos que utilizam e combinam diferentes métodos são denominados como

abordagem de métodos mistos por Creswell (2007). O autor destaca que este procedimento se

ajusta a necessidade do pesquisador trabalhar com dados e análises complexas. De acordo com

Easterby-Smith et al. (1999), a distinção entre as pesquisas qualitativa e quantitativa nem

sempre se apresenta de forma clara.

Neste contexto, esta pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva, com

abordagem quantitativa e qualitativa. É baseado em pesquisa documental, devido a coleta e

utilização de dados secundários constantes na publicação de relatórios de sustentabilidade.

A pesquisa documental pode ser parte integrante de um agrupamento de instrumentos

de um mesmo estudo de pesquisa. Entretanto, se justifica “(...) no momento em que se podem

organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhe uma nova importância como

fonte de consulta” (LONGARAY et al., 2003, p. 89).

Na visão de Gil (2008, p. 52), a pesquisa documental apresenta as vantagens de que os

“(...) documentos constituem rica fonte de dados; como suscitam ao longo do tempo, torna-se

a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de natureza histórica e; não exige

contato com o sujeito da pesquisa”. A coleta de dados através desta pesquisa usa informações

que não receberam tratamento analítico, as fontes de coleta são diversificadas e dispersas, sendo

os dados compilados pelo próprio pesquisador (LONGARAY et al., 2003).

A natureza exploratória consistiu na análise e compreensão dos critérios para

participação e seleção dos indicadores de sustentabilidade, enquanto a fase descritiva buscou

descrever os dados coletados na pesquisa através das empresas que disponibilizam os relatórios

de sustentabilidade.

Para Gil (1994), a pesquisa exploratória desenvolve, esclarece e modifica conceitos e

ideias na formulação de novas abordagens para um momento posterior. Cervo e Bervian (2002,

p. 69) afirmam que “(...) os estudos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no

trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado

assunto de estudo”.

De acordo com Andrade (2002), pesquisa descritiva tem a preocupação de observar,

registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos, sem realizar nenhuma interferência. Rudio

(2003) salienta que esse tipo de pesquisa envolve atividades como levantamento bibliográfico,

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pesquisa documental, questionários e entrevistas, com a finalidade de ampliar o conhecimento

sobre o tema e descrever o fenômeno estudado.

Segundo Acevedo e Nohara (2013), a pesquisa descritiva pode ser utilizada pelo

investigador quando o objetivo do estudo descreve as características de um grupo, estima a

proporção dos elementos de uma determinada população e compreende as relações entre os

constructos envolvidos na descrição do fenômeno investigado. Este tipo de pesquisa contribui

com outras pesquisas que visem detalhar e explicar o fenômeno.

Os objetivos específicos deste trabalho possuem técnicas de pesquisa que se ajustam ao

desafio estabelecido. Assim, a conclusão de uma fase desta pesquisa fornece os subsídios

necessários, tanto para responder a pergunta proposta pelo objetivo quanto auxiliar o

desenvolvimento da etapa seguinte. Tal configuração estabelece uma coesão de encadeamento,

tanto dos objetivos específicos propostos, quanto das técnicas utilizadas na pesquisa, resultando

em uma estrutura harmônica e robusta.

3.2. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A Figura 7 apresenta técnicas de seleção e mineração inicial de dados, que identificaram

os dados dentro de um grupo ou universo de acordo com os objetivos específicos da pesquisa.

Figura 7 – Informações selecionadas e técnicas de pesquisa

Fonte – Próprio autor

A técnica utilizada para a análise do conteúdo, sustenta a verificação e entendimento

das informações investigadas nos relatórios de sustentabilidade. É uma técnica utilizada nas

Aderências aos Indicadores de Sustentabilidade utilizados pelas empresas que praticam Governança Corporativa

3. Indicadores

GRI

2. Relatóriosde

Sustentabilidade

1. Empresas

4.

GC

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Ciências Sociais Aplicadas nas pesquisas que abordaram o tema desta investigação (BARDIN,

2004).

A fonte de pesquisa mencionada para o levantamento das empresas conforme a Figura

6 foi obtida através da publicação do Valor Econômico (2013, 2014) na qual se identificou 217

empresas que estão representadas dentro dos Grandes Grupos Econômicos. Empresas estas

classificadas por ranking de faturamento dos grupos que atuam no Brasil. Entretanto, esse grupo

reflete uma receita bruta somada de 2013 que alcançou 3.2 trilhões de reais. Os balanços

apresentam um crescimento de 3,2% no lucro líquido somado das grandes corporações, cujo

total alcançou 147,4 bilhões de reais.

Esses 217 maiores grupos destacados nos anos de 2013 e 2014 e que atuam no país

movimentaram em 2013 o equivalente a 66,74% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A

receita bruta total foi 9% maior do que a registrada em 2012 (VALOR ECONÔMICO, 2013,

2014). No entanto, essas empresas selecionadas para este estudo foram baseadas com um

critério em relação ao posicionamento estratégico no mercado brasileiro, que de acordo com o

ranking de faturamento, é possível analisar se estas apresentam um ponto de equilíbrio entre os

aspectos econômico, social e ambiental, estes identificados pelos indicadores no modelo GRI.

Dessa forma, utilizando-se de técnicas de mineração de dados e técnicas de tabulações

dinâmicas em planilhas eletrônicas, foi possível a apresentação e mensuração dos indicadores

de sustentabilidade econômica, social e ambiental qualificadas por ramo, ano, região,

faturamento, aderência ao modelo GRI, níveis de aplicação etc.

A Tabela 8 apresenta amostra composta por 91 empresas das 217 analisadas, destacadas

nos ramos do Comércio, Finanças, Indústria e Serviços, que disponibilizaram nos relatórios de

sustentabilidade e/ou anuais, os indicadores no modelo GRI, sobre informações econômicas,

sociais e ambientais disponíveis nos seus websites, 119 não publicaram e sete apresentaram

outros indicadores em seus relatórios.

Empresas Estado Pais/origem Ramo

Abril SP Brasil Serviços

Aço Cearense CE Brasil Indústria

AES Brasil SP EUA Serviços

Alcoa SP EUA Indústria

Algar MG Brasil Serviços

ALL - América Latina Logística PR Brasil Serviços

Alto Alegre SP Brasil Indústria

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Ambev SP Bélgica/Brasil Indústria

Amil RJ EUA/Brasil Serviços

André Maggi MT Brasil Comércio

Anglo American SP Inglaterra Indústria

Aperam South America MG Luxemburgo Indústria

ArcelorMittal Brasil MG Espanha/França/ Luxemburgo Indústria

Banco do Brasil DF Brasil Finanças

Banrisul RS Brasil Finanças

Basf SP Alemanha Indústria

Bayer SP Alemanha Indústria

BicBanco SP Brasil Finanças

Biosev SP França Indústria

BNB CE Brasil Finanças

Bradesco SP Brasil Finanças

Brasil Kirin SP Japão Indústria

BRF SP Brasil Indústria

Bunge SP Holanda Indústria

Caixa DF Brasil Finanças

Caixa Seguros DF França Finanças

CEEE RS Brasil Serviços

Celesc SC Brasil Serviços

Cielo SP Brasil Serviços

Citi SP EUA Finanças

Claro SP México Serviços

CNH Industrial MG Itália Indústria

Coca-Cola FEMSA SP México Indústria

Copel PR Brasil Serviços

Copersucar SP Brasil Comércio

CPFL Energia SP Brasil Serviços

Dasa SP Brasil Serviços

EcoRodovias SP Brasil Serviços

EDP SP Portugal Serviços

Eletrobras RJ Brasil Serviços

Embratel RJ México Serviços

Endesa Brasil RJ Itália Serviços

Estácio Participações RJ EUA/Irlanda/Luxemburgo/ Brasil Serviços

Fiat MG Itália Indústria

Fleury SP Brasil Serviços

Gafisa SP Brasil Serviços

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Galvão SP Brasil Serviços

GDF Suez RJ França/Bélgica Serviços

GOL SP Brasil Serviços

GPA SP França Comércio

Grupo Segurador BB e Mapfre SP Espanha/Brasil Finanças

Heringer ES Brasil Finanças

HSBC PR Inglaterra Finanças

Itaú Unibanco SP Brasil Finanças

JBS SP Brasil Indústria

Klabin SP Brasil Indústria

Lojas Americanas RJ Brasil Comércio

Lojas Renner RS Brasil Comércio

Magazine Luiza SP Brasil Comércio

Marcopolo RS Brasil Indústria

Minerva SP Brasil Indústria

MRV Engenharia MG Brasil Serviços

Natura SP Brasil Comércio

Neoenergia RJ Brasil/Espanha Serviços

OAS SP Brasil Serviços

OI RJ Brasil Serviços

Petrobras RJ Brasil Indústria

Porto Seguro SP Brasil Finanças

Portugal Telecom SP Portugal Serviços

Positivo PR Brasil Indústria

Queiroz Galvão RJ Brasil Indústria

Raizen SP Inglaterra/Holanda/Brasil Comércio

Renault PR França Indústria

Santander SP Espanha Finanças

São Martinho SP Brasil Indústria

Sicredi RS Brasil Finanças

Siemens SP Alemanha Indústria

Solvi SP França Serviços

SulAmérica RJ Brasil Finanças

Suzano SP Brasil Indústria

TAM SP Brasil Serviços

Tecnisa SP Brasil Serviços

TIM Brasil RJ Itália Serviços

Unilever SP Inglaterra/Holanda Indústria

Usiminas MG Japão/Argentina/Brasil Indústria

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UTC SP Brasil Serviços

Vale RJ Brasil Indústria

Vonpar RS Brasil Indústria

Votorantim SP Brasil Indústria

WEG SC Brasil Indústria

Whirlpool SP EUA Indústria

Tabela 8 – Empresas Grandes Grupos Econômicos

Fonte – Valor Econômico (2013, 2014)

As empresas apresentadas na Tabela 8 disponibilizaram em seus relatórios de

sustentabilidade, os indicadores nas versões G3 e G4 do modelo GRI. De acordo com as

versões, das 91 empresas que disponibilizaram os relatórios sustentabilidade nos padrões GRI,

58 empresas apresentaram indicadores na versão G3 do GRI e 33 empresas mostraram

indicadores na versão G4 do GRI.

Os relatórios de sustentabilidade foram adquiridos através dos websites de cada

empresa, sendo necessário o acesso e localização de cada documento. Como não há uma

padronização e local determinado para cada relatório dentro do site, foi preciso interpretar cada

site da organização para consulta e obtenção do documento. Que em muitos casos estavam

disponíveis somente por meio digital, impossibilitando a cópia do documento devido aos

controles de segurança aplicados ao site da organização.

Para o tratamento dos indicadores de sustentabilidade coletados através dos relatórios

de sustentabilidade, foi utilizado o modelo GRI que trouxe para este estudo uma certa facilidade

para a pesquisa. O padrão do GRI apresenta o total de indicadores nas versões G3 e G4, como

observado na Tabela 9:

Indicador Versão G3 Versão G4

G4 - Perfil de Governança 17 59

EC - Econômico 9 9

EN - Ambiental 30 34

LA - Social: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente 14 16

HR - Social: Direitos Humanos 9 12

SO - Social: Sociedade 8 11

PR - Social: Responsabilidade pelo Produto 9 9

Total 96 150

Tabela 9 – Relação dos indicadores GRI por Versões de publicação

Fonte: GRI (2009:2013)

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Apesar do modelo GRI fornecer diretrizes para divulgação do desempenho das

empresas, o nível de detalhamento dos relatórios gerados pode variar de empresa para empresa,

pois as informações fornecidas refletem diferentes modelos de gestão e opiniões sobre o que é

apropriado ser reportado.

Em relação ao Ano de referência da publicação dos relatórios de sustentabilidade, a

Tabela 10 apresenta a quantidade de empresas em relação aos seus anos de publicação.

Ano de Publicação Empresas

2008 1

2010 3

2011 2

2012 10

2013 68

2014 7

Total Geral 91

Tabela 10 – Ano de publicação dos relatórios divulgados

Fonte – dados da pesquisa.

As quantidades de empresas apresentadas na Tabela 10, referem-se as 91 das 217

empresas que estão representadas nos Grandes Grupos do Valor Econômico e que tem seus

relatórios de sustentabilidade publicados em seus websites.

A metodologia utilizada nesta pesquisa apresentou formas diferentes de análise

quantitativa, qualitativa ou misto. Tal contexto é resultante da adequação das estratégias de

investigação, que por sua vez, possuem inúmeras técnicas que podem ser utilizadas

separadamente, ou juntas, assumindo assim uma perspectiva mista.

3.3. TIPOS DE TÉCNICAS DE PESQUISAS

O processo de consubstanciar a técnica quantitativa e qualitativa em uma mesma

pesquisa é apontado como tendência nas investigações sociais, frente à possibilidade de somar

as vantagens de cada uma das técnicas. Sampieri et al. (2006) mostram que a combinação das

técnicas quantitativa e qualitativa favorecem o desenvolvimento do conhecimento e a

elaboração de teorias.

Adicionalmente, Creswell (2007) aponta a adequação do método misto para as

pesquisas envolvidas na necessidade tanto de explorar quanto de explicar os fenômenos em

estudo. Para efeito de desenvolvimento desta pesquisa se faz necessária a utilização do método

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misto, por demandar inicialmente o entendimento da construção do campo para na sequência o

conhecimento legitimado.

Este estudo adota uma combinação de estratégias a exploratória sequencial e simultânea,

apresentado em três etapas sequenciais de investigação, apresentando-se simultaneamente a

coleta e análise de dados.

Figura 8 – Estratégia de pesquisa sequencial e simultânea

Fonte – Próprio autor

A Figura 8 apresenta a estratégia de pesquisa que foi adotada de forma sequencial e

simultânea, abordando os temas do estudo entre GC, Sustentabilidade e Indicadores de

desempenho.

As Empresas selecionadas para pesquisa estão contidas dentro dos grandes grupos

econômicos de 2013 e 2014, classificadas por ramos de atividade e ranking de faturamento.

Nesta pesquisa, foram extraídos os indicadores GRI apresentados em seus relatórios de

sustentabilidade, que estão disponibilizados em seus websites.

Para o tratamento das informações, esta pesquisa utilizou ferramentas de análise pelo

Sistema de Data Mining e Sistema de tabulação eletrônica por planilhas e tabelas dinâmicas.

Utilizou-se inicialmente a ferramenta Tableau, que ofereceu a capacidade de criar diferentes

exibições dos dados e alterá-los conforme as necessidades evoluíam. O Tableau é uma solução

de análise de dados e desenvolvido com base em uma tecnologia inovadora que transforma

imagens de dados em consultas de banco de dados otimizadas. Essas ferramentas proporcionam,

após o tratamento dos dados, uma apresentação em formatos gráficos que, conforme Creswell

(2007) é uma maneira adequada de se apresentar o modelo gráfico da estratégia do projeto de

pesquisa a se desenvolver. A Figura 9, mostra a sequência utilizada para a obtenção e tratamento

dos dados.

Teorias

- Governança Corporativa

- Sustentabilidade

- Indicadores

Empresas

- Base Valor Econômico 2013 e

2014, apresentadas no anúario Grandes

Grupos Econômicos

Indicadores

- Relatórios de Sustentabilidade

- GRI

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Figura 9 – Processo das etapas desenvolvidas da pesquisa

Fonte – Próprio autor

A análise da Figura 9 possibilita identificar as seguintes etapas: A primeira etapa deste

processo de pesquisa apresenta os temas relacionados as teorias de Governança e

Sustentabilidade com ênfase nos indicadores de sustentabilidade. Buscou-se nesta etapa a

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origem das informações para a pesquisa, tais como, as bases para extração das empresas, dos

artigos e indicadores de sustentabilidade nos padrões do GRI.

A segunda etapa apresenta o entendimento do universo de empresas que atuam no

Brasil, destacadas dentro dos grandes grupos econômicos e publicadas pela sua atuação nos

ramos Comércio, Indústria, Serviço e Finanças. Nesta etapa identificou-se também, os

indicadores de sustentabilidade apresentados pelo documento de diretrizes do GRI nas versões

G3 e G4, fazendo um entendimento dos indicadores por aspectos econômico, social, ambiental,

governança e setorial.

A terceira etapa apresenta uma pesquisa seletiva por relatórios de sustentabilidade nos

websites das organizações que fazem parte deste estudo. A busca por esses documentos deu-se

através do processo de navegação pelos websites das empresas, sendo analisados com o

propósito de identificação do documento através de um link relacionado com as questões

socioambientais das suas atividades. Assim, esse processo proporcionou o entendimento de

como e onde as empresas disponibilizam seus relatórios anuais e de sustentabilidade e os

relatórios específicos, que foram baixados e organizados para codificação e posterior análise.

A quarta etapa foi a análise dos relatórios e entendimento dos indicadores de

sustentabilidades apresentados por cada organização. Nesta etapa, as empresas selecionadas

para o estudo, são apenas as que apresentaram os indicadores GRI, sendo estes identificados e

inseridos manualmente dentro de uma estrutura preparada nas planilhas eletrônicas. Esta

estrutura permitiu a manipulação das informações através de indexações, relacionamentos

dinâmicos entre tabelas e registros de dados para executarem cálculos de forma consistente,

medidos em valor quantitativo e percentual para posteriores interpretações.

A quinta etapa do estudo, apresenta os dados tratados por bases e tabelas dinâmicas,

proporcionando o cruzamento entre diversas variáveis obtidas pelas quantidades dos resultados

dos indicadores por empresas e por ramos, aderindo ou não aos padrões publicados do GRI.

Assim, esta etapa refere-se à interpretação dos dados através de um software para análise dos

dados codificados, apresentando os resultados em formatos gráficos por tabelas e figuras que

identificam as mensurações, em valores e percentuais, obtidos por essas análises.

A sexta etapa o trabalho apresenta as conclusões e limitações da pesquisa dos

indicadores por empresas e segmentos.

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3.4. RELAÇÕES DOS AUTORES POR TEMAS

Os processos das pesquisas quantitativa alinham-se as pesquisas qualitativas através das

teorias de autores que abordam os temas GC, TBL com os aspectos econômico, social e

ambiental, DS, estratégias empresariais, indicadores de desempenho e sustentabilidade, BSC e

SBSC, normativas, relatórios de sustentabilidade, responsabilidade social e stakeholders. Entre

os autores, a Tabela 11 abaixo apresenta as quantidades de citações e seus autores em relação

aos temas abordados neste trabalho.

Temas Quantidade de Autores %

BSC 10 5%

SBSC 9 4%

Desenvolvimento Sustentável 25 12%

Disclosure 31 15%

Estratégias Empresariais 6 3%

Governança 23 11%

Indicadores 54 26%

Metodologia 12 6%

Normativas 7 3%

Relatórios de Sustentabilidade 17 8%

Responsabilidade Social 3 1%

Stakeholders 4 2%

TBL 10 5%

Total Geral 211 100%

Tabela 11 – Representação das citações dos autores por temas da pesquisa

Fonte: Próprio autor

A coleta destes estudos foi possível por meio da obtenção do material em acervos

disponibilizados em meio eletrônico, a saber: Scielo, Redalyc, Spell, Anpad, Google

Acadêmico, Universidade de São Paulo (USP) e outras Instituições Acadêmicas, Instituições

específicas do estudo como IBGC, GRI e ETHOS.

Assim, de acordo com estes conjuntos de fatores, foi possível o desenvolvimento da

presente pesquisa, atendendo aos objetivos estabelecidos, bem como a tentativa de elaborar o

constructo final que represente uma proposição deste estudo. A apresentação dos dados seguirá

a mesma sequência delineada na metodologia.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo destaca resultados das análises quantitativas e qualitativas, de forma a

atender os objetivos específicos e geral de pesquisa, conforme os procedimentos metodológicos

descritos no capítulo anterior.

Conforme estudado na plataforma teórica, os relatórios de sustentabilidade das empresas

devem apresentar indicadores de cunho econômico, social e ambiental. De acordo com o

propósito da pesquisa, nos tópicos a seguir serão descritos e analisados os resultados da

pesquisa documental. Dessa forma, das 217 empresas analisadas, apenas 98 relatórios foram

encontrados, sendo que destes, identificou-se que 91 relatórios apresentaram indicadores de

sustentabilidade conforme padrão GRI, restando sete empresas deste grupo que não

apresentaram os relatórios nos padrões GRI. Entretanto, as outras 119 empresas da relação total

não disponibilizaram seus relatórios, ou a investigação desenvolvida não localizou as

informações em seus websites.

As seções apresentadas neste capítulo estão subdivididas conforme as análises

realizadas nas coletas de dados utilizando-se das técnicas de mineração de dados (Data mining)

e tabulação dinâmica das informações.

A Tabela 12 apresenta a quantidade das empresas por ramo de atividade que publicaram

seus relatórios de sustentabilidade em seus websites.

Ramo de Atividade Publicou

Relatório

Relatório fora

do padrão GRI

Não

localizado

Total

Geral

%

Comércio 8 1 24 33 15,2%

Finanças 16 17 33 15,2%

Indústria 34 3 50 87 40,1%

Serviços 33 3 28 64 29,5%

Total Geral 91 7 119 217 100%

Tabela 12 – Quantidade de empresas por ramo de atividade e publicação dos relatórios

Fonte – dados da pesquisa

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A Tabela 12 mostra um predomínio de empresas no setor industrial que corresponde a

40,1% do total das empresas pesquisadas neste estudo, que apresentaram seus relatórios de

sustentabilidade, em seguida se destacam com 29,5% as empresas do setor de serviços e com

15,2% as empresas dos setores de comércio e finanças. A análise dos dados indica que há um

predomínio do ramo da industrial com a divulgação dos relatórios de sustentabilidade para a

sociedade.

A Tabela 13 apresenta o percentual de indicadores dos aspectos econômico, social e

ambiental por ramo de atividade, das empresas que aderiram ao modelo GRI em seus relatórios

de sustentabilidade. Assim, é possível observar que, das amostras apontadas em relação aos

indicadores essenciais da GRI, foram apresentados indicadores classificados nos ramos de

Finanças, Comércio, Indústria e Serviços das organizações nacionais e multinacionais que

atuam no mercado nacional.

Ambiental Econômico Social

Ramo Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram % Geral

Comércio 2,5% 0,1% 1,3% 0,8% 0,1% 0,3% 3,7% 0,4% 1,5% 10,7%

Finanças 2,3% 0,9% 3,1% 1,0% 0,2% 0,6% 5,7% 0,9% 3,1% 17,8%

Indústria 10,7% 2,2% 0,9% 2,9% 0,4% 0,4% 13,1% 3,7% 2,3% 36,6%

Serviços 8,8% 2,1% 1,7% 3,0% 0,5% 0,3% 12,9% 3,5% 2,1% 34,9%

Total 24,3% 5,3% 7,0% 7,7% 1,2% 1,6% 35,4% 8,5% 9,0% 100,0%

Tabela 13 – Percentual dos indicadores das empresas por aspectos do tripé da sustentabilidade e aderência GRI

Fonte – dados da pesquisa

Na Tabela 13, são apresentados os indicadores de sustentabilidade nos aspectos

econômico, social e ambiental, qualificados pelas empresas que aderem ou não e que também

não apresentaram os indicadores indicados e qualificados pelo GRI.

De acordo com as análises, todos os ramos de atividade apresentaram indicadores nos

aspectos econômico, social e ambiental, apresentando um total de 67,4% de aderência entre os

aspectos do TBL e o total de 32,6% informando a não aderência em alguns indicadores de

desempenho sustentável referente aos três aspectos. Nesta mesma análise, o ramo Comércio

apresentou um percentual total de 7% de aderência entre os aspectos do TBL e o total de 3,7%

em indicadores que não foram aderidos ou apresentados nos relatórios. O ramo Finanças

apresentou o total de 9% de aderência entre os aspectos do TBL e o total de 8,8% de indicadores

não apresentados ou aderidos. O ramo Indústria apresentou um percentual de 26,7% de

aderência entre os aspectos do TBL e o total de 9,9% de indicadores não apresentados ou

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aderidos. O ramo Serviços apresentou um percentual total de 24,7% de aderência entre os

aspectos do TBL e o total de 10,2% de indicadores não apresentados ou aderidos.

A síntese da análise dos dados da Tabela 18 indica para os indicadores de desempenho

econômico, 7,7% das empresas apresentaram os indicadores, 1,2% apresentaram os indicadores

que não possuem aderência ao GRI e 1,6% omitiram alguns dos indicadores. Para os

indicadores de desempenho social, 35,4% das empresas apresentaram os indicadores, 8,5%

apresentaram os indicadores que não possuem aderência ao GRI e 9% omitiram alguns dos

indicadores. Para os indicadores de desempenho ambiental, 24,3% das empresas apresentaram

os indicadores, 5,3% apresentaram os indicadores que não possuem aderência ao GRI e 7%

omitiram alguns dos indicadores.

As nacionalidades das empresas que atuam no território nacional são apresentadas na

Tabela 14. Vale destacar que as 87 empresas apontadas na Tabela 14 representam 40,1% das

217 empresas pesquisadas. Entretanto, o percentual apresentado na última coluna na Tabela 14

está relacionado ao total de empresas, ou seja, as 217 identificadas inicialmente.

País de Origem Publicou Outros Não

localizado

Total

Geral

%

Alemanha 3 3 6 2,8%

Argentina/Brasil/Japão 1 1 0,5%

Bélgica 1 1 0,5%

Bélgica/Brasil 1 1 0,5%

Brasil 16 3 23 42 19,4%

Brasil/Holanda 1 1 0,5%

Brasil/México 1 1 0,5%

Espanha 1 1 0,5%

Espanha/França/Luxemburgo 1 1 0,5%

Estados Unidos 2 4 6 2,8%

Estados Unidos/Luxemburgo 1 1 0,5%

França 2 4 6 2,8%

Holanda 1 2 3 1,4%

Holanda/Inglaterra 1 1 0,5%

Inglaterra 1 1 2 0,9%

Itália 2 2 4 1,8%

Japão 1 1 2 0,9%

Luxemburgo 1 1 2 0,9%

México 1 1 0,5%

Noruega 1 1 0,5%

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Suécia 2 2 0,9%

Suíça 1 1 0,5%

Total Geral 34 3 50 87 40,1%

Tabela 14 – Quantidade de empresas por país de origem e publicação dos relatórios

Fonte – dados da pesquisa

No entanto, apesar do foco da pesquisa ser em empresas que atuam no Brasil, a Tabela

14 apresenta um percentual de empresas estrangeiras no setor industrial, representadas por

percentuais iguais a 2,8% para as empresas de origem francesa, americana e alemã, em seguida

com 1,8% as italianas e logo após com 1,4% as holandesas. As empresas estrangeiras restantes

são representadas com percentuais inferiores a 1%. Diante desses dados apresentados, é

possível observar que as empresas de outras origens que atuam no território nacional, não

representam uma preocupação com a transparência das informações através de seus relatórios,

que conforme os dados, apenas 18 empresas das 217 disponibilizaram os relatórios de

sustentabilidade no padrão GRI, um percentual de 8,3% em relação ao total de empresas desta

pesquisa.

Neste contexto, a Tabela 15 apresenta a distribuição das empresas pelo setor industrial

que aderiram, não aderiram e omitiram os indicadores GRI nos aspectos econômico, social e

ambiental, com a publicação dos relatórios de sustentabilidade em seus websites. Conforme a

Tabela 15 as empresas que aderiram a publicação dos indicadores GRI estão sinalizadas na

coluna “Sim”, já as empresas que declaram que não aderem e justificaram o motivo de

apresentar o indicador no relatório estão sinalizadas na coluna “Não” e as empresas que

omitiram alguns ou todos indicadores do GRI em seus relatórios estão representados na coluna

“Omitiram”. Desta forma é possível uma empresa estar identificada com até três opções para

cada um dos critérios analisados.

Econômico Social Ambiental

Empresas Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram

Aço Cearense X X X X X

Alcoa X X X X

Alto Alegre X X X

Ambev X X X X X X

Anglo American X X X X X

Aperam South

America

X X X

Arcelormittal Brasil X X X X X X X

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Basf X X X X X

Bayer X X X X X X X

Biosev X X X X X X

Brasil kirin X X X X X X

BRF X X X X X X

Bunge X X X X X X

CNH Industrial X X X

Coca-Cola Femsa X X X X X X

Fiat X X X X

JBS X X X X X X

klabin X X X X

Marcopolo X X X X X

Minerva X X X X X X

Petrobras X X X X X X X X

Positivo X X X X

Queiroz Galvão X X X X X X

Renault X X X X X X X X

São Martinho X X X X

Siemens X X X X X X

Suzano X X X X

Unilever X X X X X

Usiminas X X X X X

Vale X X X X X

Vonpar X X X

Votorantim X X X X X X

Weg X X X X X X X

Whirlpool X X X X X X

Total Geral 33 9 8 34 23 10 34 21 8

% Aderência por

Empresa

15,2% 15,7% 15,7%

Tabela 15 – Aderência aos indicadores econômico, social e ambiental pelas Empresas do Setor Indústria

Fonte – dados da pesquisa

De acordo com a Tabela 15, as empresas apresentaram os relatórios de sustentabilidade

em seus websites, informando os indicadores do GRI aderentes aos processos da empresa, os

indicadores que não foram aderidos, explicando o motivo, e os indicadores omitidos em relação

aos aspectos econômico, social e ambiental. Assim, nas análises dos indicadores de

desempenho ambiental, 34 empresas apresentaram aderência aos indicadores, 21 empresas

apresentaram os indicadores não aderentes e oito empresas omitiram os indicadores. Nesta

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análise, observa-se que apenas 15,7% das 217 empresas pesquisadas apresentaram indicadores

do setor ambiental. Assim, nas análises dos indicadores de desempenho econômico, 33

empresas apresentaram aderências aos indicadores, nove empresas apresentaram os indicadores

não aderentes e oito empresas omitiram os indicadores. Nesta análise, observa-se que apenas

15,2,0% das 217 empresas pesquisadas apresentaram indicadores do setor econômico. Portanto,

nas análises dos indicadores de desempenho social, 34 empresas apresentaram aderência aos

indicadores, 23 empresas apresentaram os indicadores não aderentes e 10 empresas omitiram

os indicadores. Nesta análise, observar-se que apenas 15,7% das 217 empresas pesquisadas

apresentaram indicadores do setor social.

A Tabela 16 destaca as cinco primeiras classificações das empresas que aderiram aos

indicadores GRI nos aspectos econômico, social e ambiental.

Empresas Ambiental Econômico Social Total Geral

Fiat 0,80% 0,21% 1,11% 2,12%

Unilever 0,71% 0,14% 1,04% 1,89%

Basf 0,66% 0,21% 0,90% 1,77%

CNH Industrial 0,66% 0,12% 0,97% 1,75%

Suzano 0,52% 0,21% 0,94% 1,68%

Tabela 16 – Classificações das empresas que aderiram os indicadores GRI

Fonte – dados da pesquisa

A Tabela 16 apresenta um comparativo entre as cinco primeiras classificações das 91

empresas que apresentaram seus indicadores nos aspectos econômico, social e ambiental

qualificados pelo GRI. Destaca-se o percentual de 2,12% da Fiat, e em segundo lugar a Empresa

Unilever com 1,89%, e em terceiro a Basf com 1,77%, seguida pela CNH Industrial com 1,75%

e Suzano com 1,68% que aderiram aos indicadores GRI.

A Tabela 17 destaca as cinco primeiras classificações das empresas que omitiram os

indicadores GRI nos aspectos econômico, social e ambiental.

Empresas Ambiental Econômico Social Total Geral

Votorantim 1,36% 0,40% 2,16% 3,92%

Petrobras 0,40% 0,40% 2,88% 3,68%

WEG 1,44% 0,08% 1,92% 3,44%

Bunge 1,44% 0,40% 1,44% 3,28%

Renault 0,24% 0,40% 1,76% 2,40%

Tabela 17 – Classificações das empresas que omitiram os indicadores GRI

Fonte – dados da pesquisa

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A Tabela 17 apresenta a classificação das cinco primeiras empresas que omitiram os

indicadores, em relação as 91 empresas que apresentaram os indicadores do GRI. Nesta

classificação, as empresas que se destacam são: a Votorantim com 3,92%, a Petrobrás com

3,68%, WEG com 3,44%, Bunge com 3,28% e Renault com 2,40%.

A Tabela 18 apresenta os tipos de indicadores ambientais classificados pelas empresas

que aderiram ou não aos padrões do modelo GRI, e pelas empresas que omitiram os indicadores

em seus relatórios de sustentabilidade.

Indicadores Ambientais Sim Não Omitiram % Geral

Água 3,1% 0,1% 0,2% 3,4%

Avaliação ambiental de Fornecedores 2,3% 0,2% 0,6% 3,1%

Biodiversidade 3,0% 0,0% 0,8% 3,8%

Conformidade 0,7% 0,1% 0,1% 0,9%

Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia

primária.

2,4% 0,0% 0,0% 2,4%

Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária. 2,3% 0,1% 0,1% 2,5%

Descarte total de água, por qualidade e destinação. 2,3% 0,2% 0,0% 2,5%

Descrição de impactos significativos na biodiversidade de

atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas de

alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

1,3% 0,6% 0,2% 2,1%

Efluentes e Resíduos 4,0% 0,3% 0,7% 5,0%

Emissões 6,2% 0,3% 0,6% 7,1%

Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por

peso.

1,1% 0,6% 0,2% 1,9%

Energia 3,6% 1,0% 0,3% 4,9%

Energia economizada devido a melhorias em conservação e

eficiência.

1,6% 0,3% 0,1% 2,1%

Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de

impactos na biodiversidade.

1,5% 0,3% 0,2% 2,1%

Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água. 1,3% 0,8% 0,1% 2,2%

Geral 1,1% 0,0% 0,0% 1,1%

Habitats protegidos ou restaurados. 1,7% 0,2% 0,3% 2,3%

Identificação, tamanho, status de proteção e índice de

biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados

significativamente afetados por descartes de água e drenagem

realizados pela organização relatora.

1,0% 0,6% 0,3% 1,9%

Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e

outros bens e materiais utilizados nas operações da organização,

bem como do transporte de trabalhadores.

1,4% 0,3% 0,1% 1,8%

Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de

energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a

redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas.

1,5% 0,6% 0,0% 2,1%

Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e

serviços e a extensão da redução desses impactos.

2,2% 0,1% 0,1% 2,4%

Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as

reduções obtidas.

2,2% 0,2% 0,0% 2,4%

Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções

obtidas.

1,1% 0,6% 0,2% 1,9%

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Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada

dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto

índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

1,5% 0,5% 0,2% 2,2%

Materiais 0,6% 0,5% 0,3% 1,4%

Materiais usados por peso ou volume. 1,7% 0,3% 0,2% 2,3%

NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e

peso.

1,6% 0,5% 0,0% 2,1%

Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas

nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por

operações, discriminadas pelo nível de risco de extinção.

0,7% 0,7% 0,6% 1,9%

Número e volume total de derramamentos significativos. 1,5% 0,9% 0,0% 2,4%

Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa, por

peso.

1,8% 0,1% 0,2% 2,2%

Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação

ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.

0,9% 0,9% 0,2% 2,1%

Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. 1,1% 0,7% 0,1% 1,9%

Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada. 1,9% 0,3% 0,1% 2,4%

Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados

considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia –

Anexos I, II, III e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos

transportados internacionalmente.

1,1% 0,7% 0,2% 2,1%

Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. 2,4% 0,2% 0,0% 2,6%

Produtos e Serviços 1,0% 0,2% 0,6% 1,8%

Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, por

peso.

2,4% 0,1% 0,0% 2,5%

Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo. 2,1% 0,3% 0,1% 2,5%

Total de retirada de água por fonte. 2,3% 0,2% 0,0% 2,5%

Transporte 0,6% 0,0% 0,3% 0,9%

Valor monetário de multas significativas e número total de sanções

não-monetárias resultantes da não-conformidade com leis e

regulamentos ambientais.

1,1% 0,7% 0,2% 2,1%

Tabela 18 – Percentual das empresas x Indicadores Ambientais

Fonte – dados da pesquisa

Na Tabela 18, observa-se os indicadores de desempenho ambiental com equilíbrio entre

as empresas, dessa forma o indicador “Emissões” se destaca com 6,2% de aderência pelas

empresas e com um baixo percentual em 0,6%, estão os indicadores sobre “Materiais” e

“Transporte”. Assim, conforme os dados apresentados, 75,3% os indicadores ambientais são

apresentados pelas empresas e 24,7% não aderem ou omitem os indicadores em seus relatórios

de sustentabilidade.

A Tabela 19 apresenta os tipos de indicadores econômicos classificados pelas empresas

que aderiram ou não aos padrões do modelo GRI, e pelas empresas que omitiram os indicadores

em seus relatórios de sustentabilidade.

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Indicadores Econômicos Sim Não Omitiram % Geral

Ajuda financeira significativa recebida do governo. 4,6% 1,3% 0,8% 6,7%

Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício definido

que a organização oferece.

6,7% 0,8% 0,0% 7,5%

Desempenho Econômico 10,9% 0,4% 2,1% 13,4%

Desenvolvimento e impacto de investimentos em infraestrutura e

serviços oferecidos, principalmente para benefício público, por meio

de engajamento comercial, em espécie ou atividades pro bono.

5,9% 1,3% 0,8% 7,9%

Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos

significativos, incluindo a extensão dos impactos.

3,3% 2,1% 1,7% 7,1%

Impactos Econômicos Indiretos 4,2% 0,8% 1,3% 6,3%

Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as

atividades da organização devido a mudanças climáticas.

6,3% 0,8% 0,0% 7,1%

Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores locais em

unidades operacionais importantes.

6,7% 0,8% 0,4% 7,9%

Práticas de Compra 2,9% 0,4% 0,8% 4,2%

Presença no Mercado 3,8% 0,8% 2,1% 6,7%

Procedimentos para contratação local e proporção de membros de

alta gerência recrutados na comunidade local em unidades

operacionais importantes.

6,7% 0,8% 0,8% 8,4%

Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo receitas,

custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros

investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para

provedores de capital e governos.

8,8% 0,4% 0,0% 9,2%

Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao salário

mínimo local em unidades operacionais importantes.

5,9% 0,4% 1,3% 7,5%

Tabela 19 – Percentual das empresas x Indicadores Econômicos

Fonte – dados da pesquisa

Na Tabela 19, observa-se os indicadores de desempenho econômico com equilíbrio

entre as empresas, dessa forma o indicador “Desempenho Econômico” se destaca com 10,9%

de aderência pelas empresas e com um baixo percentual em 2,9%, estão os indicadores sobre

“Práticas de Compra”. Assim, conforme os dados apresentados, 76,6% os indicadores

econômicos são apresentados pelas empresas e 23,4% não aderem ou omitem os indicadores

em seus relatórios de sustentabilidade.

A Tabela 20 apresenta os tipos de indicadores sociais classificados pelas empresas que

aderiram ou não aos padrões do modelo GRI, e pelas empresas que omitiram os indicadores em

seus relatórios de sustentabilidade.

Indicadores Sociais Sim Não Omitiram % Geral

Avaliação 0,3% 0,1% 0,3% 0,7%

Avaliação de fornecedores em Direitos Humanos 1,2% 0,0% 0,3% 1,4%

Avaliação de Fornecedores em Impactos na Sociedade 0,9% 0,0% 0,4% 1,4%

Avaliação de Fornecedores em Práticas Trabalhistas 1,0% 0,3% 0,3% 1,5%

Benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que não são

oferecidos a empregados temporários ou em regime de meio

período, discriminados pelas principais operações.

1,3% 0,3% 0,2% 1,8%

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104

Combate à Corrupção 1,2% 0,3% 0,5% 2,0%

Composição dos grupos responsáveis pela governança corporativa e

discriminação de empregados por categoria, de acordo com gênero,

faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade.

1,5% 0,1% 0,2% 1,8%

Comunicações de Marketing 0,5% 0,2% 0,6% 1,3%

Comunidades Locais 1,4% 0,0% 0,1% 1,4%

Concorrência Desleal 0,3% 0,2% 0,3% 0,8%

Conformidade 0,8% 0,3% 0,3% 1,3%

Direitos Indígenas 0,4% 0,0% 0,2% 0,6%

Diversidade e Igualdade de Oportunidades 0,6% 0,0% 0,2% 0,8%

Emprego 1,9% 0,1% 0,5% 2,5%

Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos

na saúde e segurança são avaliados visando melhoria, e o

percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos.

1,3% 0,3% 0,1% 1,7%

Igualdade de Remuneração entre Mulheres e Homens 0,3% 0,1% 0,2% 0,6%

Investimentos 0,5% 0,1% 0,6% 1,2%

Liberdade de Associação e Negociação Coletiva 0,3% 0,2% 0,3% 0,8%

Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Direitos

Humanos

0,5% 0,1% 0,1% 0,7%

Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Impactos

na Sociedade

0,4% 0,1% 0,2% 0,7%

Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Práticas

Trabalhistas

0,3% 0,2% 0,2% 0,7%

Média de horas de treinamento por ano, por funcionário,

discriminadas por categoria funcional.

1,8% 0,0% 0,1% 1,9%

Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. 1,2% 0,3% 0,2% 1,7%

Não Discriminação 0,4% 0,1% 0,3% 0,8%

Natureza, escopo e eficácia de quaisquer programas e práticas para

avaliar e gerir os impactos das operações nas comunidades,

incluindo a entrada, operação e saída.

1,2% 0,4% 0,2% 1,8%

Número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas

de truste e monopólio e seus resultados.

0,4% 0,9% 0,3% 1,7%

Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas. 1,0% 0,4% 0,3% 1,7%

Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e

códigos voluntários relacionados a informações e rotulagem de

produtos e serviços, discriminados por tipo de resultado.

0,7% 0,4% 0,4% 1,5%

Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e

códigos voluntários relacionados aos impactos causados por

produtos e serviços na saúde e segurança durante o ciclo de vida,

discriminados por tipo de resultado.

0,6% 0,7% 0,4% 1,7%

Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e

códigos voluntários relativos a comunicações de marketing,

incluindo publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por

tipo de resultado.

0,8% 0,4% 0,4% 1,7%

Número total de casos de violação de direitos dos povos indígenas e

medidas tomadas.

0,8% 0,5% 0,3% 1,6%

Número total de reclamações comprovadas relativas a violação de

privacidade e perda de dados de clientes.

0,7% 0,7% 0,4% 1,8%

Número total e taxa de rotatividade de empregados, por faixa etária,

gênero e região.

1,6% 0,3% 0,1% 1,9%

Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência

de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas

para contribuir para a erradicação do trabalho forçado ou análogo

ao escravo.

1,4% 0,3% 0,3% 1,9%

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105

Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência

de trabalho infantil e as medidas tomadas para contribuir para a

abolição do trabalho infantil.

1,2% 0,4% 0,2% 1,8%

Operações identificadas em que o direito de exercer a liberdade de

associação e a negociação coletiva pode estar correndo risco

significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito.

1,0% 0,5% 0,3% 1,8%

Percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação

coletiva.

1,6% 0,2% 0,1% 1,9%

Percentual de empregados que recebem regularmente análises de

desempenho e de desenvolvimento de carreira.

1,6% 0,0% 0,0% 1,6%

Percentual de empregados treinados nas políticas e procedimentos

anticorrupção da organização.

1,0% 0,3% 0,2% 1,5%

Percentual de empresas contratadas e fornecedores críticos que

foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos e as

medidas tomadas.

1,0% 0,5% 0,2% 1,7%

Percentual do pessoal de segurança submetido a treinamento nas

políticas ou procedimentos da organização relativos a aspectos de

direitos humanos que sejam relevantes às operações.

0,7% 0,5% 0,3% 1,5%

Percentual dos empregados representados em comitês formais de

segurança e saúde, compostos por gestores e por trabalhadores, que

ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de

segurança e saúde ocupacional.

1,4% 0,2% 0,1% 1,7%

Percentual e número total de contratos de investimentos

significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos

ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos

humanos.

1,0% 0,3% 0,1% 1,4%

Percentual e número total de unidades de negócios submetidas a

avaliações de riscos relacionados a corrupção.

0,9% 0,4% 0,3% 1,6%

Políticas Públicas 0,6% 0,1% 0,0% 0,7%

Posições quanto a políticas públicas e participação na elaboração de

políticas públicas e lobbies.

1,3% 0,2% 0,0% 1,4%

Práticas de Segurança 0,2% 0,1% 0,3% 0,6%

Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de

pesquisas que medem essa satisfação.

1,6% 0,3% 0,0% 1,9%

Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a

mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento está

especificado em acordos de negociação coletiva.

1,0% 0,3% 0,3% 1,5%

Privacidade do Cliente 0,2% 0,2% 0,3% 0,7%

Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários

relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade,

promoção e patrocínio.

1,0% 0,5% 0,2% 1,7%

Programas de educação, treinamento, aconselhamento, prevenção e

controle de risco em andamento para dar assistência a empregados,

seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças

graves.

1,4% 0,2% 0,0% 1,6%

Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua

que apoiam a continuidade da empregabilidade dos funcionários e

para gerenciar o fim da carreira.

1,4% 0,2% 0,0% 1,6%

Proporção de salário base entre homens e mulheres, por categoria

funcional.

0,9% 0,3% 0,2% 1,4%

Relações Trabalhistas 0,2% 0,2% 0,3% 0,7%

Rotulagem de Produtos e Serviços 1,7% 0,1% 0,5% 2,3%

Saúde e Segurança do Cliente 0,8% 0,2% 0,3% 1,4%

Segurança e Saúde no Trabalho 1,9% 0,4% 0,3% 2,6%

Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo

e óbitos relacionados ao trabalho, por região.

1,5% 0,2% 0,0% 1,7%

Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais

com sindicatos.

1,2% 0,5% 0,1% 1,8%

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106

Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por

procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e serviços

sujeitos a tais exigências.

1,1% 0,2% 0,3% 1,5%

Total de horas de treinamento para empregados em políticas e

procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos relevantes

para as operações, incluindo o percentual de empregados que

recebeu treinamento.

0,9% 0,4% 0,1% 1,4%

Total de trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de trabalho e

região.

1,8% 0,1% 0,0% 1,9%

Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo 0,5% 0,2% 0,1% 0,8%

Trabalho Infantil 0,5% 0,2% 0,1% 0,8%

Treinamento e Educação 1,7% 0,0% 0,5% 2,2%

Valor monetário de multas (significativas) por não-conformidade

com leis e regulamentos relativos ao fornecimento e uso de

produtos e serviços.

0,9% 0,4% 0,3% 1,6%

Valor monetário de multas significativas e número total de sanções

não-monetárias resultantes da não-conformidade com leis e

regulamentos.

0,8% 0,4% 0,3% 1,5%

Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos

políticos, políticos ou instituições relacionadas, discriminadas por

país.

0,6% 0,6% 0,3% 1,5%

Tabela 20 – Percentual das empresas x Indicadores Sociais

Fonte – dados da pesquisa

Na Tabela 20, observa-se os indicadores de desempenho social com equilíbrio entre as

empresas, dessa forma o indicador “Empreso” e “Segurança e Saúde no Trabalho” se destacam

com 1,9% de aderência pelas empresas e com um baixo percentual em 0,2%, estão os

indicadores sobre “Práticas de Segurança”, “Privacidade do Cliente” e “Relações Trabalhistas”.

Assim, conforme os dados apresentados, 66,7% os indicadores sociais são apresentados pelas

empresas e 33,3% não aderem ou omitem os indicadores em seus relatórios de sustentabilidade.

A Tabela 21 destaca os indicadores ambientais de sustentabilidade que são aplicados e

auditados pelo modelo GRI. A Tabela 21 apresenta ainda o percentual dos indicadores

ambientais aderentes por ramo de atividade das empresas que são estudo desta pesquisa.

Indicadores Ambientais Comércio Finanças Indústria Serviços % Geral

Água 0,4% 1,0% 1,2% 1,0% 3,5%

Avaliação ambiental de fornecedores 0,4% 1,0% 1,2% 0,8% 3,4%

Biodiversidade 0,6% 1,3% 1,5% 1,3% 4,6%

Conformidade 0,1% 0,3% 0,4% 0,3% 1,2%

Consumo de energia direta discriminado por fonte

de energia primária.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Consumo de energia indireta discriminado por

fonte primária.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Descarte total de água, por qualidade e destinação. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Descrição de impactos significativos na

biodiversidade de atividades, produtos e serviços

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

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107

em áreas protegidas e em áreas de alto índice de

biodiversidade fora das áreas protegidas.

Efluentes e Resíduos 0,7% 1,6% 1,9% 1,6% 5,8%

Emissões 1,0% 2,2% 2,7% 2,2% 8,1%

Emissões de substâncias destruidoras da camada

de ozônio, por peso.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Energia 0,7% 1,6% 1,9% 1,6% 5,8%

Energia economizada devido a melhorias em

conservação e eficiência.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Estratégias, medidas em vigor e planos futuros

para a gestão de impactos na biodiversidade.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Fontes hídricas significativamente afetadas por

retirada de água.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Geral 0,1% 0,3% 0,4% 0,3% 1,1%

Habitats protegidos ou restaurados. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Identificação, tamanho, status de proteção e índice

de biodiversidade de corpos d’água e habitats

relacionados significativamente afetados por

descartes de água e drenagem realizados pela

organização relatora.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Impactos ambientais significativos do transporte

de produtos e outros bens e materiais utilizados

nas operações da organização, bem como do

transporte de trabalhadores.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Iniciativas para fornecer produtos e serviços com

baixo consumo de energia, ou que usem energia

gerada por recursos renováveis, e a redução na

necessidade de energia resultante dessas

iniciativas.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de

produtos e serviços e a extensão da redução desses

impactos.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Iniciativas para reduzir as emissões de gases de

efeito estufa e as reduções obtidas.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Iniciativas para reduzir o consumo de energia

indireta e as reduções obtidas.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Localização e tamanho da área possuída,

arrendada ou administrada dentro de áreas

protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto

índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Materiais 0,3% 0,6% 0,8% 0,6% 2,3%

Materiais usados por peso ou volume. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

NOx, SOx e outras emissões atmosféricas

significativas, por tipo e peso.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e

em listas nacionais de conservação com habitats

em áreas afetadas por operações, discriminadas

pelo nível de risco de extinção.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

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108

Número e volume total de derramamentos

significativos.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Outras emissões indiretas relevantes de gases de

efeito estufa, por peso.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Percentual de produtos e suas embalagens

recuperados em relação ao total de produtos

vendidos, por categoria de produto.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Percentual dos materiais usados provenientes de

reciclagem.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Percentual e volume total de água reciclada e

reutilizada.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Peso de resíduos transportados, importados,

exportados ou tratados considerados perigosos nos

termos da Convenção da Basiléia – Anexos I, II,

III e VIII, e percentual de carregamentos de

resíduos transportados internacionalmente.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Peso total de resíduos, por tipo e método de

disposição.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Produtos e Serviços 0,3% 0,6% 0,8% 0,6% 2,3%

Total de emissões diretas e indiretas de gases de

efeito estufa, por peso.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Total de investimentos e gastos em proteção

ambiental, por tipo.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Total de retirada de água por fonte. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Transporte 0,1% 0,3% 0,4% 0,3% 1,2%

Valor monetário de multas significativas e número

total de sanções não-monetárias resultantes da

não-conformidade com leis e regulamentos

ambientais.

0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%

Tabela 21 – Indicadores ambientais por Ramo de Atividade

Fonte – dados da pesquisa

De acordo com os dados na Tabela 21, os indicadores ambientais que mais se destacam

entre as empresas por ramo de atividade são: em primeiro lugar o indicador “Emissões” com

8,1%, em seguida posicionando-se em segundo lugar ambos com 5,8%, os indicadores

“Efluentes e Resíduos” e “Energia”, a seguida em 4º lugar o indicador “Biodiversidade” com

4,6% e em quinto lugar o indicador “Água” com 3,5%. O ramo de atividade que apresenta o

maior percentual de aderência entre todos os ramos e empresas foi o Ramo Indústria com

36,9%. Entretanto, os ramos com menor destaque na questão ambiental são o Comércio com

9%, Finanças com 18,1% e Serviços com 36%.

A Tabela 22 destaca os indicadores econômicos de sustentabilidade que são aplicados e

auditados pelo modelo GRI. A Tabela 22 apresenta ainda o percentual dos indicadores

econômicos aderentes por ramo de atividade das empresas que são estudo desta pesquisa.

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109

Indicadores Econômicos Comércio Finanças Industria Serviços % Geral

Ajuda financeira significativa recebida do governo. 0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%

Cobertura das obrigações do plano de pensão de

benefício definido que a organização oferece.

0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%

Desempenho Econômico 2,0% 4,4% 5,4% 4,4% 16,2%

Desenvolvimento e impacto de investimentos em

infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente

para benefício público, por meio de engajamento

comercial, em espécie ou atividades pro bono.

0,5% 0,9% 2,8% 3,0% 7,1%

Identificação e descrição de impactos econômicos

indiretos significativos, incluindo a extensão dos

impactos.

0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%

Impactos Econômicos Indiretos 1,0% 2,2% 2,7% 2,2% 8,1%

Implicações financeiras e outros riscos e

oportunidades para as atividades da organização

devido a mudanças climáticas.

0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%

Políticas, práticas e proporção de gastos com

fornecedores locais em unidades operacionais

importantes.

0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%

Práticas de Compra 0,5% 1,1% 1,4% 1,1% 4,1%

Presença no Mercado 1,0% 2,2% 2,7% 2,2% 8,1%

Procedimentos para contratação local e proporção de

membros de alta gerência recrutados na comunidade

local em unidades operacionais importantes.

0,5% 0,9% 2,8% 3,0% 7,1%

Valor econômico direto gerado e distribuído,

incluindo receitas, custos operacionais, remuneração

de empregados, doações e outros investimentos na

comunidade, lucros acumulados e pagamentos para

provedores de capital e governos.

0,5% 0,9% 2,8% 3,0% 7,1%

Variação da proporção do salário mais baixo

comparado ao salário mínimo local em unidades

operacionais importantes.

0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%

Tabela 22 – Indicadores econômicos por Ramo de Atividade

Fonte – dados da pesquisa

De acordo com os dados na Tabela 22, os indicadores econômicos que mais se destacam

entre as empresas por ramo de atividade são: em primeiro lugar o indicador “Desempenho

Econômico” com 16,2%, em seguida posicionando-se em segundo lugar ambos com 8,1%, os

indicadores “Impactos Econômicos Indiretos” e “Presença no Mercado”. O ramo de atividade

que apresenta o maior percentual de aderência entre todos os ramos e empresas foi o Ramo

Indústria com 36,9%. Entretanto, os ramos com menor destaque na questão econômica são o

Comércio com 8,9% , Finanças com 17,7% e Serviços com 36,5%.

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110

A Tabela 23 destaca os indicadores sociais de sustentabilidade que são aplicados e

auditados pelo modelo GRI. A Tabela 23 apresenta ainda o percentual dos indicadores sociais

aderentes por ramo de atividade das empresas que são estudo desta pesquisa.

Indicadores Sociais Comércio Finanças Indústria Serviços % Geral

Avaliação 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Avaliação de fornecedores em Direitos Humanos 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Avaliação de Fornecedores em Impactos na

Sociedade

0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Avaliação de Fornecedores em Práticas

Trabalhistas

0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Benefícios oferecidos a empregados de tempo

integral que não são oferecidos a empregados

temporários ou em regime de meio período,

discriminados pelas principais operações.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Combate à Corrupção 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%

Composição dos grupos responsáveis pela

governança corporativa e discriminação de

empregados por categoria, de acordo com gênero,

faixa etária, minorias e outros indicadores de

diversidade.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Comunicações de Marketing 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Comunidades Locais 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Concorrência Desleal 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Conformidade 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Direitos Indígenas 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Diversidade e Igualdade de Oportunidades 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Emprego 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%

Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em

que os impactos na saúde e segurança são

avaliados visando melhoria, e o percentual de

produtos e serviços sujeitos a esses

procedimentos.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Igualdade de Remuneração entre Mulheres e

Homens

0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Investimentos 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Liberdade de Associação e Negociação Coletiva 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Mecanismos de Queixas e Reclamações

Relacionadas a Direitos Humanos

0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Mecanismos de Queixas e Reclamações

Relacionadas a Impactos na Sociedade

0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Mecanismos de Queixas e Reclamações

Relacionadas a Práticas Trabalhistas

0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Média de horas de treinamento por ano, por

funcionário, discriminadas por categoria

funcional.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Medidas tomadas em resposta a casos de

corrupção.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Não Discriminação 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Natureza, escopo e eficácia de quaisquer

programas e práticas para avaliar e gerir os

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

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111

impactos das operações nas comunidades,

incluindo a entrada, operação e saída.

Número total de ações judiciais por concorrência

desleal, práticas de truste e monopólio e seus

resultados.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total de casos de discriminação e as

medidas tomadas.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total de casos de não-conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relacionados

a informações e rotulagem de produtos e serviços,

discriminados por tipo de resultado.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total de casos de não-conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relacionados

aos impactos causados por produtos e serviços na

saúde e segurança durante o ciclo de vida,

discriminados por tipo de resultado.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total de casos de não-conformidade com

regulamentos e códigos voluntários relativos a

comunicações de marketing, incluindo

publicidade, promoção e patrocínio,

discriminados por tipo de resultado.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total de casos de violação de direitos dos

povos indígenas e medidas tomadas.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total de reclamações comprovadas

relativas a violação de privacidade e perda de

dados de clientes.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Número total e taxa de rotatividade de

empregados, por faixa etária, gênero e região.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Operações identificadas como de risco

significativo de ocorrência de trabalho forçado ou

análogo ao escravo e as medidas tomadas para

contribuir para a erradicação do trabalho forçado

ou análogo ao escravo.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Operações identificadas como de risco

significativo de ocorrência de trabalho infantil e

as medidas tomadas para contribuir para a

abolição do trabalho infantil.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Operações identificadas em que o direito de

exercer a liberdade de associação e a negociação

coletiva pode estar correndo risco significativo e

as medidas tomadas para apoiar esse direito.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual de empregados abrangidos por acordos

de negociação coletiva.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual de empregados que recebem

regularmente análises de desempenho e de

desenvolvimento de carreira.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual de empregados treinados nas políticas

e procedimentos anticorrupção da organização.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual de empresas contratadas e

fornecedores críticos que foram submetidos a

avaliações referentes a direitos humanos e as

medidas tomadas.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual do pessoal de segurança submetido a

treinamento nas políticas ou procedimentos da

organização relativos a aspectos de direitos

humanos que sejam relevantes às operações.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual dos empregados representados em

comitês formais de segurança e saúde, compostos

por gestores e por trabalhadores, que ajudam no

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

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112

monitoramento e aconselhamento sobre

programas de segurança e saúde ocupacional.

Percentual e número total de contratos de

investimentos significativos que incluam

cláusulas referentes a direitos humanos ou que

foram submetidos a avaliações referentes a

direitos humanos.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Percentual e número total de unidades de

negócios submetidas a avaliações de riscos

relacionados a corrupção.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Políticas Públicas 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Posições quanto a políticas públicas e

participação na elaboração de políticas públicas e

lobbies.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Práticas de Segurança 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Práticas relacionadas à satisfação do cliente,

incluindo resultados de pesquisas que medem essa

satisfação.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Prazo mínimo para notificação com antecedência

referente a mudanças operacionais, incluindo se

esse procedimento está especificado em acordos

de negociação coletiva.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Privacidade do Cliente 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Programas de adesão às leis, normas e códigos

voluntários relacionados a comunicações de

marketing, incluindo publicidade, promoção e

patrocínio.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Programas de educação, treinamento,

aconselhamento, prevenção e controle de risco em

andamento para dar assistência a empregados,

seus familiares ou membros da comunidade com

relação a doenças graves.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Programas para gestão de competências e

aprendizagem contínua que apoiam a

continuidade da empregabilidade dos funcionários

e para gerenciar o fim da carreira.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Proporção de salário base entre homens e

mulheres, por categoria funcional.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Relações Trabalhistas 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Rotulagem de Produtos e Serviços 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%

Saúde e Segurança do Cliente 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%

Segurança e Saúde no Trabalho 0,4% 0,9% 1,1% 0,9% 3,4%

Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias

perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao

trabalho, por região.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Temas relativos a segurança e saúde cobertos por

acordos formais com sindicatos.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Tipo de informação sobre produtos e serviços

exigida por procedimentos de rotulagem, e o

percentual de produtos e serviços sujeitos a tais

exigências.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Total de horas de treinamento para empregados

em políticas e procedimentos relativos a aspectos

de direitos humanos relevantes para as operações,

incluindo o percentual de empregados que

recebeu treinamento.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Total de trabalhadores, por tipo de emprego,

contrato de trabalho e região.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

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113

Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Trabalho Infantil 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%

Treinamento e Educação 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%

Valor monetário de multas (significativas) por

não-conformidade com leis e regulamentos

relativos ao fornecimento e uso de produtos e

serviços.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Valor monetário de multas significativas e

número total de sanções não-monetárias

resultantes da não-conformidade com leis e

regulamentos.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Valor total de contribuições financeiras e em

espécie para partidos políticos, políticos ou

instituições relacionadas, discriminadas por país.

0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%

Tabela 23 – Indicadores sociais por Ramo de Atividade

Fonte – dados da pesquisa

De acordo com os dados na Tabela 23, os indicadores sociais que mais se destacam entre

as empresas por ramo de atividade são: em primeiro lugar o indicador “Segurança e Saúde no

Trabalho” com 3,4%, em seguida posicionando-se em segundo lugar ambos com 2,5%, os

indicadores “Combate à Corrupção”, “Emprego”, “Rotulagem de Produtos e Serviços” e

“Treinamento e Educação”. O ramo de atividade que apresenta o maior percentual de aderência

entre todos os ramos e empresas foi o Ramo Indústria com 36,8%. Entretanto, os ramos com

menor destaque na questão social são o Comércio com 9,1%, Finanças com 18,3% e Serviços

com 35,8%.

A Tabela 24 apresenta o percentual de empresas que aderem aos indicadores econômico,

social e ambiental, de acordo com o modelo GRI.

Indicadores Ambientais Econômicos Sociais

% Empresas 35,9% 11,6% 52,5%

Tabela 24 – Percentual das empresas que aderem os indicadores do GRI

Fonte – dados da pesquisa

Diante dos dados apresentados pela Tabela 24, um item importante a ser destacado, é o

fato dos indicadores sociais apresentarem um alto percentual com 52,5% de aderência entre os

indicadores ambientais e econômicos. Assim, outros indicadores com aspectos diferentes do

setor, apoiam a transparência das informações apresentadas por essas organizações.

Vale ainda destacar que os indicadores ambientais apresentam percentual com 35,9%

de aderência dentre os indicadores econômicos e sociais. Assim, observa-se uma evolução com

a preocupação ambiental em relação a vários segmentos, que apoiam a transparência das

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informações, e existe uma grande evolução desses indicadores que alimentam fatos importantes

para o DS global.

A Tabela 25 apresenta a classificação dos dez primeiros indicadores econômicos, sócias

e ambientais que as empresas aderem em seus relatórios de sustentabilidade.

Aspecto Indicador Sim Não Omitiram Total

Geral

Ambiental Emissões 2,2% 0,3% 0,5% 3,0%

Econômico Desempenho Econômico 1,3% 0,1% 0,3% 1,8%

Ambiental Energia 1,2% 0,4% 0,4% 2,0%

Social Treinamento e Educação 1,2% 0,0% 0,1% 1,4%

Ambiental Efluentes e Resíduos 1,2% 0,2% 0,7% 2,1%

Social Emprego 1,1% 0,1% 0,2% 1,4%

Social Segurança e Saúde no Trabalho 1,0% 0,2% 0,4% 1,6%

Ambiental Biodiversidade 0,9% 0,2% 0,6% 1,7%

Ambiental Água 0,9% 0,1% 0,4% 1,3%

Econômico Valor econômico direto gerado e distribuído,

incluindo receitas, custos operacionais,

remuneração de empregados, doações e outros

investimentos na comunidade, lucros acumulados e

pagamentos para provedores de capital e governos. 0,9% 0,0% 0,0% 0,9%

Tabela 25 – Classificação dos indicadores econômicos, sociais e ambientais publicados nos relatórios

Fonte – dados da pesquisa

A Tabela 25 destaca a classificação dos dez primeiros tipos de indicadores econômicos,

sociais e ambientais publicados nos relatórios de sustentabilidade das empresas, estes

totalizando um percentual de aderência com 11,8% dentre os demais indicadores apresentados

na Tabela 25 que totalizam um percentual restante em 54,4%. Os percentuais restantes em

33,8% estão relacionados aos demais indicadores e não aderentes ou omitidos pelas empresas

em seus relatórios de sustentabilidade.

Esta seção apresentou a análise dos dados pertinentes para este estudo, permitindo

identificar as aderências aos indicadores de sustentabilidade aos aspectos econômico, social e

ambiental, praticados pelas empresas. Os indicadores que não estão representados nos aspectos

econômicos, sociais e ambientais, apresentam indicadores de perfil e governança e outros

setoriais que contribuem para o GRI, apresentado dados e preocupações com a transparências

das informações.

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5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ANALISADOS

Neste capítulo é realizada a discussão dos resultados apresentados no capítulo anterior

frente ao referencial teórico construído para suportar a necessária contextualização reflexiva. A

discussão ocorre seguindo o sequenciamento estabelecido pela apresentação dos dados que, por

sua vez, foram definidos para atender aos objetivos específicos propostos na pesquisa. As

discussões realizadas ao longo deste capítulo exigiram a retomada dos objetivos específicos

deste trabalho, para que fosse possível conceder respostas ao objetivo geral.

A análise da validade teórica proposta para a compreensão dos indicadores de

sustentabilidade em relação a GC e Sustentabilidade ocorreu ao longo de todo o referencial

teórico apresentado neste trabalho. Entretanto, o Capítulo 4 apresenta os dados conforme o

levantamento dos indicadores GRI que estão publicados ou não nos relatórios de

sustentabilidade das empresas pesquisadas deste estudo. Assim, apresenta-se a discussão desses

dados formatados e mostrados em tabelas após os cruzamentos e relações entre os indicadores

por tipos, negócios, regiões, aderentes ao modelo GRI, publicados ou não nos relatórios e

identificados por aspectos econômico, social e ambiental. Independente da aderência das

empresas aos indicadores de sustentabilidade, identifica-se que em sua grande maioria os

relatórios se aproximam do modelo do GRI, ratificando assim o entendimento de Brown, De

Jong e Levy (2009) e Levy, Szejnwald-Brown e De Jong (2010) que o modelo GRI tende a ser

um padrão.

Neste contexto, este capítulo apresenta a explicação entre os dados e teorias que

argumentam a validade deste estudo, onde autores defendem os ideais praticados pelas

organizações na publicação dos indicadores de sustentabilidade para maximizar o valor das

empresas e contribuir com as propostas no DS.

A construção teórica, ocorrida a partir do refinamento do arcabouço teórico dos temas

GC e Sustentabilidade, foi estabelecida na busca de indicadores que represente a justificativa

da validade teórica buscada por meio deste trabalho. A abordagem disponível no terceiro

capítulo, apresenta as orientações metodológicas deste estudo, e propõe o caminho

hermenêutico a se desenvolver. Admite-se que a validade teórica se dá por meio das relações

estabelecidas entre o arcabouço teórico, a organização sistêmica de conceitos e os indicadores.

A análise da validade teórica dos estilos de raciocínio propostos para a compreensão dos

indicadores de sustentabilidade está diretamente relacionada com a etapa teórica da pesquisa

apresentada por meio deste trabalho. Portanto, o Gráfico 1 apresenta um modelo comparativo

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116

entre os ramos de atividades que publicaram os indicadores de sustentabilidade, como também

a quantidade de empresas que, através de seus relatórios de sustentabilidade, apresentaram os

indicadores sustentáveis.

Gráfico 1 – Indicadores de sustentabilidade por empresas e ramo de atividade

Fonte – dados de pesquisa

De acordo com os dados apresentados no Gráfico 1, o setor industrial se destaca com o

maior número de empresas que publicam os indicadores de sustentabilidade em seus relatórios

anuais ou sustentáveis. Assim, o uso de indicadores para medir a sustentabilidade, pode servir

para comparar o desempenho do indicador ao longo do tempo e de verificar tendências,

comparar o indicador com metas fixadas pela própria organização e usar o indicador para efeitos

de benchmarking com outras empresas do mesmo setor ou não. A maior presença do setor

industrial, na divulgação de indicadores de sustentabilidade provavelmente está relacionada ao

maior impacto de suas atividades no meio ambiente. Comportamento este identificado por

Silveira (2010) que atribui ao aquecimento global a maior preocupação das organizações para

com a “Sustentabilidade Empresarial”.

A discussão sobre os dados apresentados e defendidos neste estudo, e expresso Tabela

12 apresenta a pesquisa com 217 empresas distribuídas pelos ramos de atividades Comércio,

que representa 15,2% do total das empresas, o ramo Finanças que representa 15,2%, o ramo

Indústria que apresenta um percentual expressivo com 40,1% e o ramo Serviços com 29,5% em

relação ao total das empresas foco desta pesquisa. No entanto, apenas 91 das 217 empresas

apresentaram indicadores em suas publicações nos relatórios de sustentabilidade, que conforme

o estudo de Wildstrom (1997), traz uma abordagem sobre a importância das empresas em

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publicar o relatório de sustentabilidade, mesmo que as informações apresentem diferenças na

abordagem dos fatores social e ambiental. Vale destacar, que apesar de algumas empresas

optarem por essa nova forma e meio para oferecer aos stakeholders um pacote de informações

muito mais interessante, elas preferem a divulgação do nome da empresa associada as boas

notícias. Contexto este, que se insere na abordagem de Elkington (2012) que propõe uma

discussão franca e detalhada sobre os problemas apresentados em relatórios mais bem aceitos

e mais eficientes do mercado.

De acordo com esta abordagem, os indicadores de sustentabilidade apresentados nos

relatórios de sustentabilidade são divididos entre os aspectos econômico, social e ambiental,

que seguem a estrutura do modelo GRI. E destinam-se a satisfazer de forma clara e transparente

uma estrutura confiável para a elaboração de relatórios de sustentabilidade que atenda as

organizações de todos os tamanhos, setores e localidades (GRI, 2006). Assim, a Tabela 13

apresenta o percentual dos indicadores, que conforme Pereira e Barbieri (2011) explicam, o

agrupamento adequado desses indicadores, possibilitando uma eficaz forma de comunicação

da organização com os stakeholders. Marimon et al. (2012) defendem também, que por meio

do uso de vários indicadores em prol do DS, é possível demonstrar o desempenho das empresas

em iniciativas, resultados, atitudes e investimentos. Dessa forma, o ramo que mais se destacou

foi a Indústria com 26,7%, distribuídos no aspecto ambiental com 10,7%, no aspecto econômico

com 2,9% e 13,1% no aspecto social. Os outros ramos apresentaram um percentual de aderência

aos indicadores de sustentabilidade abaixo da Indústria, ou seja, o Comércio com 7%, Finanças

com 9% e Serviços com 24,7%. Portanto, o estudo discutiu e focou a pesquisa no Ramo de

Atividade Indústria apresentando os indicadores de sustentabilidade face ao maior destaque e

influência para o DS. O não engajamento total das empresas na divulgação de relatórios e

indicadores, provavelmente se explica pela inferência de Elkington (2012) que adverte dos

riscos envolvidos na divulgação dos indicadores. Segundo este autor há países em que o não

cumprimento dos controles de emissões pode resultar na prisão dos gestores.

Assim, autores como Hardi (1997), Veleva e Ellenbecker (2001), Parris e Kates (2003),

Becker (2004), CSD (2002) e Labuschagne et al. (2005), entre outros, explicam sobre a

necessidade de integração das decisões econômica, social e ambiental nas organizações, que

mensuradas por indicadores, possibilitam uma melhor a compreensão por parte de todos os

stakeholders, contribuindo com a gestão da sustentabilidade empresarial. Neste contexto,

Kardec, Flores e Seixas (2002) defendem que os indicadores são capazes de medir a eficácia e

a relação entre o programado e o realizado, e destacam que sem a utilização de indicadores é

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muito remota a possibilidade de realizar a avaliação do desempenho da corporação. No entanto,

fica evidente que princípios de transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade

corporativa, norteiam as boas práticas de governança e que as empresas se preocupam em

apresentar os indicadores com o objetivo de maximização de seu valor. A Tabela 15 evidencia

a preocupação das empresas pertencentes ao setor industrial, na apresentação de indicadores

que abarcam os aspectos econômico, social e ambiental com um percentual médio de 15% de

aderência aos indicadores no modelo GRI.

Assim pode-se destacar a valoração dos aspectos relativos ao DS, considerando a eco

eficiência das operações e minimizando os impactos locais adversos inerentes às atividades da

indústria.

Conforme as Tabelas 21, 22 e 23, os indicadores de sustentabilidade do setor industrial,

e a média percentual apresentados em relação as quantidades de indicadores que as empresas

apresentam em seus relatórios de sustentabilidade, fica evidente a condição de que os outros

setores precisam adotar ações que permitam mitigar, atenuar, compensar os impactos

resultantes das atividades empresariais que fortalecem o DS. Neste contexto, este estudo avança

na proposição de uma sequência itens que visam o desdobramento e a complementação dos

elementos para o DS:

Articular ações e iniciativas da empresa, voltadas a sustentabilidade de suas

operações, bem como nos novos empreendimentos, a fim de consolidar e reportar tais

ações;

Utilizar indicadores de sustentabilidade visando o monitoramento da evolução das

atividades da empresa na direção do DS;

Fomentar e acompanhar ações, projetos e tecnologias que visem compensar o

impacto socioambiental das atividades da empresa ou prepará-la para o atendimento

sustentável às futuras demandas de energia convencional ou renovável, inclusive

identificando possibilidades e promovendo parcerias ou alianças com outras entidades;

Desenvolver programas de capacitação e treinamento que visem à incorporação dos

valores e práticas de DS à cultura da empresa;

Avaliar a sustentabilidade e a adequação aos interesses da empresa, de projetos ou

ações propostas por outros agentes sociais, visando subsidiar a decisão quanto ao

eventual apoio aos mesmos;

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Estabelecer e aplicar metodologia que permita valorar a sustentabilidade de projetos

ou empreendimentos da empresa, considerando os aspectos econômico, tecnológico,

social e ambiental;

Representar a Empresa em fóruns e eventos ligados ao DS, divulgando a Política e

Diretrizes de Sustentabilidade contribuindo para a visibilidade da mesma, como

entidade eticamente comprometida com os valores ambientais, sociais e econômicos.

Os itens acima apresentados, posicionam-se na qualidade de pontos a serem discutidos,

e não como resultado deste estudo. No entanto, destaca-se que a origem desta proposta reflexiva

são os dados observados na pesquisa.

A justificativa para a seleção dos indicadores ambientais, sociais e econômicos

apresentados no estudo, levou em consideração as atividades desenvolvidas na indústria e

respectivas interações com o meio ambiente e a sociedade. Foram selecionados indicadores que

refletem os impactos à sociedade e ao meio ambiente associados às atividades características

do setor de industrial. Segundo a publicação do GRI (2006), existe no contexto mundial uma

tendência das organizações reportarem publicamente em primeiro lugar seus indicadores

ambientais, seguido dos indicadores sociais, depois dos econômicos e finalmente dos

indicadores integrados de desempenho.

As Tabelas 18, 19 e 20 apresentam os tipos de indicadores de sustentabilidade que as

empresas relacionadas na Tabela 15 aderiram ou não aos padrões do modelo GRI. Assim, o

percentual que mais se destacou foi o indicador “Emissões” com 2,35%, seguido do indicador

“Efluentes e Resíduos” com 1,52% e “Energia” com 1,35%. Entretanto, de acordo com Beaver

e Bellof (2000), identificar e trabalhar com apenas um único indicador, pode não gerar uma

avaliação completa, demandando a necessidade de agregar vários outros indicadores que se

complementem para gerar informações mais precisas. Dessa forma, as Tabelas 18, 19 e 20

expressam uma lista com os indicadores econômicos, sociais e ambientais, que são utilizados

pelas empresas em seus relatórios de sustentabilidade, identificados por: i) aderência; ii) não

aderiu ou iii) omitiram os indicadores. Esse conjunto e características de indicadores fornece

resultados para as empresas tomarem suas decisões. Há empresas que utilizam-se de métodos e

recursos como a ferramenta SBSC, que auxilia e propõe direcionamento para as decisões

estratégicas que envolvem a sustentabilidade. Possibilitando assim, melhor monitoramento das

dimensões econômica, social e ambiental.

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Adicionalmente, considera-se mais efetivo para as empresas o uso de indicadores de

sustentabilidade, conjuntamente com outras ferramentas convencionais de avaliação de

projetos, para que as decisões da empresa tenham um caráter mais sustentável. Posição esta

consonante com a de Pereira e Barbieri (2011) na qual defendem que a sustentabilidade esteja

inserida em todas as quatro perspectivas do BSC como um instrumento de gestão, formulação

e avaliação de objetivos que direcionam as organizações a percepção na relação de causa e

efeito da sustentabilidade conforme as perspectivas de Kaplan e Norton (2000).

Surge então pelos autores Schaltegger et al. (2003) o conceito de empresas orientadas

para práticas de sustentabilidade, cuja principal característica é o esforço para reduzir os

impactos sociais e ambientais, através de adaptação de seus processos, seus produtos e de suas

estruturas organizacionais. Assim é possível inferir que as empresas que divulgam seus

resultados possuem maior potencial para incorporar as práticas de sustentabilidade, pois são

estas que proporcionaram subsídios para o processo de melhoria contínua.

A Tabela 14 apresenta a quantidade de empresas por país de origem e publicação dos

relatórios de sustentabilidade. Apesar do foco da pesquisa ser em empresas que atuam no Brasil.

A Tabela 14 apresenta uma participação significativa de empresas estrangeiras que atuam no

setor industrial e divulgam seu desempenho por meio dos relatórios de sustentabilidade, com

destaque para: 2,8% para as empresas de origem francesa, americana e alemã, em seguida com

1,8% para as empresas italianas e logo após com 1,4% as empresas holandesas. As empresas

estrangeiras restantes são representadas com percentuais inferiores a 1%. A não divulgação de

indicadores de sustentabilidade por empresas nacionais e estrangeiras pode ser explicada pela

abordagem de Dobler (2005) que aponta três possíveis motivos para as empresas em não

divulgarem certos tipos de informações: i) não existência da informação; ii) desconhecimento

da informação por parte do gestor; iii) conhecimento da informação por parte do gestor, porém

incentivos para não divulgá-la. Destaca-se que a não divulgação das informações pelas

empresas, propicia aos stakeholders estabelecerem a perspectiva de observar negativamente e

se distanciarem de suas ações em prol de empresas que adotem práticas socialmente

responsáveis (MACHADO FILHO; ZYLBERSZAJN, 2004). Assim, diante deste cenário, é

possível inferir que no Brasil o disclosure de tais informações caracteriza-se como disclosure

voluntário.

Vale destacar, que as empresas estrangeiras que exercem suas atividades no Brasil,

podem não divulgar o desempenho de suas atividades locais, mas, no entanto, divulgarem estas

informações nos países em que possuem a matriz, por meio de relatórios que permeiem sua

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atividade global. Neste sentido vale destacar o entendimento de Young e Guenther (2003) que

a divulgação de indicadores está relacionada a maturidade do mercado de capitais, e que a

existência de custos envolvidos na divulgação dos indicadores pode ser fator inibitivo.

A análise dos dados apresentados na Tabela 24 mostra que 52,9% das empresas

apresentam indicadores sociais, 35,9% das empresas apresentam indicadores ambientais e

11,6% das empresas apresentam indicadores econômicos. A hierarquia de participação dos

indicadores nos relatórios se aproxima das observadas por Cardoso et al. (2014) que identificou

a dimensão social com 71%, a ambiental com 57%. Vale destacar que o estudo desenvolvido

por Cardoso et al. (2014) apresenta empresas que realizam divulgação de seus indicadores. Os

dados analisados não possibilitam identificar o motivo envolvido na não divulgação plena dos

indicadores, mas retornando a proposta de Dobler (2005) é possível inferir que um, ou mais de

três fatores foram determinantes para a não divulgação das informações. Destaca-se que a não

divulgação dos indicadores não se materializa em irregularidade da empresa, pois conforme

apontado por Yamamoto e Salotti (2006) as informações se configuram como voluntárias e não

como compulsórias. Assim a divulgação se constitui em uma ação proativa da entidade, e não

uma obrigação. No entanto, a não divulgação dos resultados estabelece uma condição de

assimetria da informação conforme propõe Lanzana, (2004), Pereira et al. (2008) e Murcia e

Santos (2009). Condição esta que pode possibilitar ao investidor interpretar a informação não

divulgada como uma informação desfavorável a respeito da empresa conforme aponta

Verrecchia (2001). Vale destacar que este cenário se aproxima da argumentação de Dyck e

Zingales (2002) em que o processo de disclosure ainda é fracamente abordado em modelos

econômicos.

A ausência de divulgação e a assimetria de indicadores se distanciam do tripé da

sustentabilidade conforme aponta Amaral (2005). Contexto este, que pode coibir o

estabelecimento de benefícios econômicos, sociais e ambientais de forma simultânea e

equilibrada conforme aponta Elkington (1997). Ainda conforme aponta Elkington (2012)

fatores que impactam na sustentabilidade também afetam a GC, com prejuízos na prestação de

contas dos administradores para os proprietários. Conforme aponta Tricker (1984) a omissão

de indicadores não afeta apenas a operação do negócio, mas também em fornecer o

direcionamento geral do empreendimento, com controles e monitoramentos das ações dos

gestores, com a satisfação de expectativas quanto à prestação de contas e regulação dos

interesses, que vão além dos limites das empresas. Conforme aponta Silveira (2010) menor

volume de informações podem impactar nas decisões corporativas tomadas com a finalidade de

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maximizar a geração de valor de longo prazo para o negócio. Destaca-se ainda que a omissão

de informações pode comprometer o esforço da empresa em se mostrar engajada em uma

estrutura social moderna, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente, a questões

sociais e programas que apoiem o desenvolvimento sustentável conforme abordagem de

Nogueira, Giacchetti e Monken (2013).

Assim, os indicadores de sustentabilidade apresentados na pesquisa, são uma

combinação dos indicadores já utilizados no Setor Industrial. Estes indicadores reportados

segundo o modelo GRI, representam um conjunto balanceado de indicadores de DS que podem

ser utilizados para que se obtenha uma série histórica de análises a evolução no tempo, e que

os mesmos sejam apresentados em conjunto com outros indicadores da Organização.

O capítulo seguinte apresenta as conclusões desta pesquisa, suas limitações e a

possibilidade de estudos futuros.

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123

6. CONCLUSÃO

Após a organização e sistematização dos conceitos extraídos do arcabouço teórico

pesquisado sobre teoria da GC, Sustentabilidade e Indicadores, passou-se para o desafio de

identificar indicadores a partir das abordagens de estudo selecionados em cada um destes temas.

A construção conceitual de indicadores se estabelece como um passo que intermedia a validade

teórica e a validade empírica no caminho hermenêutico.

A utilização de indicadores de sustentabilidade viabiliza a compreensão do

desenvolvimento sustentável nas organizações, fundamentando possíveis caminhos que

caracterizam as ações praticadas pelas empresas em questão da sustentabilidade. Desse modo

para se medir sustentabilidade, de uma maneira geral, é desejável que sejam usadas estratégias

integradas de processos através de indicadores. Entretanto, os objetivos de responsabilidade

social e ambiental são integrados ao planejamento das organizações, que apresentam

indicadores corporativos desenvolvidos e alinhados com os objetivos empresariais para avaliar

o desempenho da companhia como um todo.

Neste contexto, parte do arcabouço teórico sobre teoria da GC, Sustentabilidade e

Indicadores, são comprovados a partir dos autores e obras citados conforme os objetivos

específicos em identificar empresas que possuem GC e apresentam relatórios de desempenho

sustentável, identificar empresas que publicam o relatório de sustentabilidade e se posicionam

com destaque do setor da Industrial e identificar os indicadores de sustentabilidade mais

utilizados pelas empresas, estas questões são a seguir, analisadas e concluídas em relação aos

dados e suas teorias.

O primeiro objetivo especifico apresentado por este estudo é o de identificar empresas

que possuem GC e apresentam relatórios de desempenho sustentável. Os dados mostram que

de um universo de 217 empresas relacionadas pelo Valor Econômico no anuário Grandes

Grupos Econômicos, apenas 91 empresas apresentaram relatórios de indicadores de

sustentabilidade segundo o modelo GRI. Desta forma apenas 42% das empresas identificadas

como praticantes de GC divulgam seu desempenho por meio de indicadores em relatórios do

modelo GRI. Este desempenho mostra que parcela significativa das empresas que possuem GC

não possuem a boa prática de Disclosure, ou seja, de divulgação de seu desempenho. Vale

destacar que esta pesquisa buscou os relatórios disponibilizados pela internet, assim é possível

que existam empresas que elaboram os relatórios no modelo GRI e não os divulguem. As

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empresas nesta condição não tiveram seus dados coletados nesta pesquisa, em decorrência da

metodologia de investigação adotada.

Destaca-se na abordagem de Elkington (2012), que a sustentabilidade empresarial está

intrinsicamente relacionada a GC. No entanto, esta questão está ligada a uma ideia bastante

difundida nas organizações de que as boas práticas de GC transparecem nos relatórios de

sustentabilidade, identificando-se então, como consequência de um processo maduro na

organização, incorporando a sustentabilidade a gestão do negócio. As empresas que criam

estruturas formais na organização, evidenciando a importância de uma atuação responsável

socialmente, são as que apresentam a sociedade o conceito de sustentabilidade de forma mais

transparente e acessível.

O segundo objetivo está relacionado a identificar empresas que publicam o relatório de

sustentabilidade e se posicionam com destaque do setor da Industrial. Neste estudo analisou-se

as empresas em quatro categorias, tendo como destaque as empresas do setor Industrial que

representam um percentual e 40,1% em relação as outras categorias, como Comércio em 15,2%,

Finanças em 15,2% e Serviços com 29,5%, de acordo com o relato apresentado na discussão

dos dados. O objetivo especifico se restringiu ao setor industrial, pela sua posição de destaque

frente aos outros setores. As empresas que se destacaram por apresentarem relatórios de

desempenho baseados no modelo GRI foram: Fiat, Unilever, Basf, CNH Industrial e Suzano.

Estas empresas expressaram em seus relatórios, indicadores de sustentabilidade que atenderam

de forma minimamente as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.

O terceiro objetivo específico de identificar os indicadores de sustentabilidade

ambiental mais utilizados pelas empresas do setor industrial posiciona-se na discussão sobre a

existência de diversos tipos de indicadores que podem ser apresentados através dos relatórios

publicados nos websites das organizações. Entretanto, as organizações do setor industrial

possuem um número representativo de indicadores devido pela própria natureza do negócio.

Atividades industriais possuem um impacto ambiental mais significativo por utilizarem

recursos naturais na produção do produto final.

Neste contexto, as conclusões oriundas dos objetivos específicos possibilitam responder

o objetivo geral de identificar indicadores de sustentabilidade similares de desempenho

sustentável utilizados pelas organizações que apresentam as boas práticas da GC. Analisando

os indicadores de sustentabilidade de uma forma global é possível determinar que os

indicadores que se destacaram foram: Emissões, Efluentes e Resíduos, Energia, Água e

Biodiversidade, totalizando um percentual de aderência com 7,5% conforme relato na seção de

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discussão dos dados. Percebe-se então, que o estudo relatou um acompanhamento na

monitoração de indicadores importantes que expressam riscos a sociedade e ao meio ambiente.

Os dados referentes aos indicadores de sustentabilidade pesquisados e analisados

mostram a intenção das empresas em transmitir para os stakeholders uma garantia de que seus

negócios não representam impactos a sociedade e ao meio ambiente. Por tanto, as organizações

que investem em recursos e aderem as boas práticas de GC, elevam e maximizam seus valores

perante a sociedade.

O trabalho analisou a quantidade de empresas por ramo de atividade que publicaram os

relatórios de sustentabilidade em seus websites, sendo que os percentuais dos indicadores

apresentados por empresas estavam relacionados aos aspectos do tripé da sustentabilidade, e

aderentes ao modelo GRI. Assim a pesquisa confirmou que as organizações estão inserindo a

sustentabilidade em suas estratégias e portanto, a quantidade de empresas que se destacam no

Brasil publicam os indicadores em seus relatórios, com a preocupação econômica, social e

ambiental no país que atuam.

Os dados apresentados possibilitaram ter classificações das empresas que aderiram e

omitiram os indicadores GRI, identificando em números percentuais os tipos econômicos,

sociais e ambientais apresentados por Ramo de Atividade, permitindo o entendimento das

empresas que aderem os indicadores do GRI publicados nos relatórios de sustentabilidade.

Assim, como conclusão deste estudo foram observados pontos que limitaram o avanço

da pesquisa, em particular a não publicação de relatórios de sustentabilidade por todas as

empresas que exercem GC. Identificou-se ainda muitas empresas publicando indicadores com

padrões próprios. E finalmente uma parcela de empresas que não apresentam os indicadores de

sustentabilidade e não seguem o modelo GRI defendido neste estudo. A pesquisa identificou

que, existem empresas que publicam relatórios de sustentabilidade com a versão anterior do

GRI (versão G3 e G4) e também empresas que não atualizaram a publicação de seus relatórios

há sete anos. Entretanto, apresentar indicadores de sustentabilidade não significa que a empresa

está entre as primeiras posições classificadas por ranking de maior rentabilidade, de estrutura

ou de ações. Mas apresentar relatórios de sustentabilidade com seus indicadores, baseando-se

no modelo GRI e seus aspectos econômico, social e ambiental, faz com que a organização fique

posicionada a frente de seus concorrentes devido a transparência das informações aos seus

stakeholders. Vale destacar, que apresentar os indicadores de sustentabilidade estabelece uma

proposição por parte da empresa de estar fazendo o seu papel perante o DS, estabelecendo um

benefício próprio, que a auxilia no relacionamento com seus acionistas, e com a sociedade na

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medida em que esta adquirir informações passiveis de analisar o comportamento da gestão

organizacional.

De acordo com as presentes limitações na pesquisa, como a não divulgação de

indicadores, ou relatórios, e a utilização de diferentes modelos de relatórios adotados pelas

empresas, identificou-se um maior grau de dificuldade no processo de comparar os dados

divulgados. No entanto, estas dificuldades não se materializaram em empecilho para o profícuo

desenvolvimento da pesquisa.

Interpreta-se como possibilidade de estudos futuros, derivados desta pesquisa, a análise

individualizada de cada um dos setores: Comércio, Finanças, Industria e Serviços. Análise esta

que busque particularidades setoriais, que possibilitem o estabelecimento de padrões de

conduta. O desenvolvimento desta análise pode indicar que empresas com atividades menos

impactantes no meio ambiente, direcionem maior atenção para aspectos sociais e ou

econômicos.

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142

ANEXO A

Relação das 217 empresas divulgadas pelo Valor Econômico no anuário Grandes

Grupos Econômicos 2013 e 2014, classificadas por ranking de faturamento dos grupos que

atuam no Brasil.

Empresas Cidade UF País de Origem Ramo Receita Ano

Petrobras Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria

370.652,0

2013/2014

Bradesco São Paulo SP Brasil Finanças

168.794,2

2013/2014

Banco do Brasil Brasília DF Brasil Finanças

150.291,4

2013/2014

Itaú Unibanco São Paulo SP Brasil Finanças

143.875,0

2013/2014

Vale Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria

106.274,0

2013/2014

J & F Investimentos São Paulo SP Brasil Indústria

102.318,1

2014

Caixa Brasília DF Brasil Finanças

99.985,2

2013/2014

Odebrecht Bahia BA Brasil Indústria

96.930,0

2013/2014

JBS São Paulo SP Brasil Indústria

78.297,7

2013

Ambev São Paulo SP Bélgica, Brasil Indústria

69.354,8

2013/2014

Santander São Paulo SP Espanha Finanças

67.089,3

2013/2014

GPA São Paulo SP França Comércio

64.405,5

2013/2014

Ultra São Paulo SP Brasil Comércio

62.601,0

2013/2014

Raizen São Paulo SP Brasil, Holanda,

Inglaterra

Comércio

60.673,8

2013/2014

Telefônica São Paulo SP Brasil, Espanha Serviços

51.965,6

2013/2014

Gerdau Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

45.716,6

2013/2014

OI Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

45.252,6

2013/2014

Fiat Minas Gerais MG Itália Indústria

40.359,6

2013/2014

Bunge São Paulo SP Holanda Indústria

38.140,5

2013/2014

Cosan São Paulo SP Brasil Comércio

36.165,2

2013/2014

BRF São Paulo SP Brasil Indústria

34.851,6

2013/2014

Águia Branca Espírito santo ES Brasil Serviços

34.468,0

2013/2014

Volkswagem do

Brasil

São Paulo SP Alemanha Indústria

31.808,0

2013/2014

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143

Votorantim São Paulo SP Brasil Indústria

31.284,0

2013/2014

TIM Brasil Rio de Janeiro RJ Itália Serviços

29.661,8

2013/2014

Eletrobras Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

28.186,4

2013/2014

Cargill São Paulo SP Estados Unidos Comércio

26.110,3

2013/2014

J P Morgan São Paulo SP Estados Unidos Finanças

24.430,0

2013/2014

Copersucar São Paulo SP Brasil Comércio

23.702,3

2013/2014

ArcelorMittal Brasil Minas Gerais MG Espanha,

França,

Luxemburgo

Indústria

21.933,1

2013/2014

HSBC Paraná PR Inglaterra Finanças

21.856,6

2013/2014

Camargo Correa São Paulo SP Brasil Indústria

21.553,5

2013/2014

Embratel Rio de Janeiro RJ México Serviços

21.212,2

2013/2014

CSN Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria

20.778,9

2013/2014

Andrade Gutierrez Minas Gerais MG Brasil Serviços

20.776,1

2013/2014

Honda São Paulo SP Japão Indústria

20.494,6

2013/2014

Cemig Minas Gerais MG Brasil Serviços

19.389,6

2013/2014

CPFL Energia São Paulo SP Brasil Serviços

19.339,4

2013/2014

Marfrig São Paulo SP Brasil Indústria

19.320,8

2013/2014

AES Brasil São Paulo SP Estados Unidos Serviços

18.133,4

2013/2014

Claro São Paulo SP México Serviços

17.988,8

2013/2014

Organizações Globo Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

17.332,3

2013/2014

Usiminas Minas Gerais MG Argentina,

Brasil, Japão

Indústria

17.163,4

2013/2014

Lojas Americanas Rio de Janeiro RJ Brasil Comércio

16.301,8

2013/2014

Souza Cruz Rio de Janeiro RJ Inglaterra Indústria

16.118,9

2013/2014

TAM São Paulo SP Brasil Serviços

15.805,8

2013/2014

Unilever São Paulo SP Holanda,

Inglaterra

Indústria

15.300,0

2013/2014

CNH Industrial Minas Gerais MG Itália Indústria

15.295,5

2014

Renault Paraná PR França Indústria

14.701,0

2013/2014

Neoenergia Rio de Janeiro RJ Brasil, Espanha Serviços

14.406,6

2013/2014

Louis Dreyfus

Commodities

São Paulo SP França Comércio

14.257,2

2013/2014

Grupo Segurador BB

e Mapfre

São Paulo SP Brasil, Espanha Finanças

14.038,0

2013/2014

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144

Porto Seguro São Paulo SP Brasil Finanças

13.977,6

2013/2014

Embraer São Paulo SP Brasil Indústria

13.635,8

2013/2014

Safra São Paulo SP Brasil Finanças

12.922,1

2013/2014

BTG Pactual Rio de Janeiro RJ Brasil Finanças

12.834,1

2013/2014

Portugal Telecom São Paulo SP Portugal Serviços

12.735,0

2013/2014

Copel Paraná PR Brasil Serviços

12.669,2

2013/2014

SulAmérica Rio de Janeiro RJ Brasil Finanças

12.445,0

2013/2014

Amil Rio de Janeiro RJ Brasil, Estados

Unidos

Serviços

12.284,0

2013/2014

Whirlpool São Paulo SP Estados Unidos Indústria

11.406,5

2013/2014

Light Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

10.783,3

2013/2014

Jereissati São Paulo São Paulo SP Brasil Serviços

10.547,8

2013/2014

ALE Natal RN Brasil Comércio

10.512,1

2013/2014

Citi São Paulo SP Estados Unidos Finanças

10.049,0

2013/2014

Endesa Brasil Rio de Janeiro RJ Itália Serviços

9.999,0

2013/2014

Magazine Luiza São Paulo SP Brasil Comércio

9.692,4

2013/2014

EDP São Paulo SP Portugal Serviços

9.658,0

2013/2014

Cencosud Aracajú SE Chile Comércio

9.611,4

2013/2014

Queiroz Galvão Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria

9.571,7

2013/2014

GOL São Paulo SP Brasil Serviços

9.480,3

2013/2014

Natura São Paulo SP Brasil Comércio

9.451,7

2013/2014

Caixa Seguros Brasília DF França Finanças

9.195,2

2013/2014

Basf São Paulo SP Alemanha Indústria

9.191,4

2013/2014

André Maggi Mato Grosso MT Brasil Comércio

8.933,7

2013/2014

Saint-Gobain São Paulo SP França Indústria

8.900,0

2013/2014

OAS São Paulo SP Brasil Serviços

8.877,1

2013/2014

Suzano São Paulo SP Brasil Indústria

8.433,5

2013/2014

GVT Paraná PR França Serviços

8.408,2

2013/2014

Tereos Internacional São Paulo SP França Indústria

8.339,0

2013/2014

WEG Santa Catarina SC Brasil Indústria

8.146,9

2013/2014

Brookfield Rio de Janeiro RJ Canáda Serviços

7.925,0

2013/2014

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145

Banrisul Rio Grande do

Sul

RS Brasil Finanças

7.812,1

2013/2014

Bayer São Paulo SP Alemanha Indústria

7.618,8

2013/2014

Makro São Paulo SP Holanda Comércio

7.536,5

2013/2014

Brasil Kirin São Paulo SP Japão Indústria

7.448,9

2013/2014

Cielo São Paulo SP Brasil Serviços

7.416,9

2013/2014

Nextel São Paulo SP Estados Unidos Serviços

7.059,8

2013/2014

Electrolux São Paulo SP Suécia Indústria

7.018,3

2013/2014

Coca-Cola FEMSA São Paulo SP México Indústria

6.868,3

2013/2014

Gas Natural Fenosa Rio de Janeiro RJ Espanha Serviços

6.760,3

2013/2014

Celesc Santa Catarina SC Brasil Serviços

6.727,9

2013/2014

Iochpe-Maxion São Paulo SP Brasil Indústria

6.619,9

2013/2014

Yara Brasil Rio Grande do

Sul

RS Noruega Indústria

6.442,5

2013/2014

Paranapanema São Paulo SP Brasil Indústria

6.397,7

2013/2014

Dupont São Paulo SP Estados Unidos Indústria

6.265,7

2013/2014

Equatorial Energia Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

6.225,2

2013/2014

Arthur Lundgren São Paulo SP Brasil Comércio

6.002,6

2013/2014

Minerva São Paulo SP Brasil Indústria

5.792,9

2013/2014

Lojas Renner Rio Grande do

Sul

RS Brasil Comércio

5.705,5

2013/2014

CCR São Paulo SP Brasil Serviços

5.697,9

2013/2014

Sotreq Rio de Janeiro RJ Brasil Comércio

5.658,9

2013/2014

Siemens São Paulo SP Alemanha Indústria

5.646,1

2013/2014

Guararapes Natal RN Brasil Comércio

5.642,8

2013/2014

GDF Suez Rio de Janeiro RJ Bélgica, França Serviços

5.568,7

2013/2014

Klabin São Paulo SP Brasil Indústria

5.554,3

2013/2014

Bosch São Paulo SP Holanda Indústria

5.514,1

2013/2014

PDG Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

5.500,7

2013/2014

Cyrela Brasil Realty São Paulo SP Brasil Serviços

5.448,0

2013/2014

Heringer Espírito santo ES Brasil Finanças

5.394,7

2013

Fertipar Paraná PR Brasil Indústria

5.393,5

2013/2014

Randon Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

5.383,3

2013/2014

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146

Simpar São Paulo SP Brasil Serviços

5.244,3

2013/2014

Empresas Rodobens São Paulo SP Brasil Comércio

5.077,5

2013/2014

M Dias Branco Fortaleza CE Brasil Indústria

5.075,8

2013/2014

Novartis São Paulo SP Suíça Indústria

5.063,6

2014

Sicredi Rio Grande do

Sul

RS Brasil Finanças

5.027,4

2013/2014

Alfa São Paulo SP Brasil Finanças

5.000,0

2013/2014

Hypermarcas São Paulo SP Brasil, México Indústria

4.959,4

2013/2014

Martins Minas Gerais MG Brasil Comércio

4.859,3

2013/2014

Rede D'Or Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

4.570,1

2013/2014

Biosev São Paulo SP França Indústria

4.480,2

2013/2014

Algar Minas Gerais MG Brasil Serviços

4.477,0

2013/2014

Marcopolo Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

4.464,3

2013/2014

UTC São Paulo SP Brasil Serviços

4.423,6

2013/2014

Galvão São Paulo SP Brasil Serviços

4.387,2

2013/2014

Vallourec &

Mannesmann

Minas Gerais MG França Indústria

4.387,1

2013/2014

ALL - América

Latina Logistica

Paraná PR Brasil Serviços

4.351,7

2013/2014

DOW São Paulo SP Estados Unidos Indústria

4.118,4

2013

Mosaic São Paulo SP Estados Unidos Indústria

4.099,8

2013/2014

Camil São Paulo SP Brasil Indústria

4.085,3

2014

Allianz Seguros São Paulo SP Alemanha Finanças

4.079,9

2013/2014

Marisa São Paulo SP Brasil Comércio

4.066,4

2013/2014

Profarma Rio de Janeiro RJ Brasil Comércio

3.997,5

2013/2014

Flagrill Mato Grosso MT Brasil Comércio

3.963,4

2014

MRV Engenharia Minas Gerais MG Brasil Serviços

3.932,8

2013/2014

Contax Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

3.925,2

2013/2014

Energisa Minas Gerais MG Brasil Serviços

3.894,5

2013/2014

Aché São Paulo SP Brasil Indústria

3.793,9

2013/2014

CEEE Rio Grande do

Sul

RS Brasil Serviços

3.777,2

2013/2014

Aperam South

America

Minas Gerais MG Luxemburgo Indústria

3.769,3

2013/2014

Positivo Paraná PR Brasil Indústria

3.684,6

2013/2014

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147

Arteris São Paulo SP Espanha Serviços

3.602,2

2013/2014

Localiza Minas Gerais MG Brasil Serviços

3.595,1

2013/2014

Brasil Pharma São Paulo SP Brasil Comércio

3.545,0

2013/2014

Ericsson São Paulo SP Suécia Indústria

3.511,6

2013/2014

BMG Minas Gerais MG Brasil Finanças

3.472,3

2013/2014

Prosegur Minas Gerais MG Espanha Serviços

3.438,4

2013/2014

Tupy Santa Catarina SC Brasil Indústria

3.422,4

2013/2014

Rhodia São Paulo SP Bélgica Indústria

3.398,1

2013/2014

Alcoa São Paulo SP Estados Unidos Indústria

3.387,0

2013/2014

EcoRodovias São Paulo SP Brasil Serviços

3.241,3

2013/2014

Tigre Santa Catarina SC Brasil Indústria

3.212,7

2013/2014

Saga Goiânia GO Brasil Comércio

3.106,6

2013/2014

Cotia São Paulo SP Brasil Comércio

3.096,0

2013/2014

Unigel São Paulo SP Brasil Indústria

3.081,0

2013/2014

Caramuru Goiânia GO Brasil Indústria

3.033,8

2013

Magnesita

Refratários

Minas Gerais MG Estados Unidos,

Luxemburgo

Indústria

2.999,1

2013/2014

Coteminas São Paulo SP Brasil Indústria

2.959,1

2013/2014

Spalpa Coca-Cola Paraná PR Brasil Comércio

2.912,8

2013

Autometal São Paulo SP Espanha Indústria

2.895,0

2013/2014

Coimex Espírito santo ES Brasil Serviços

2.849,0

2014

Abril São Paulo SP Brasil Serviços

2.832,9

2013/2014

Alusa São Paulo SP Brasil Serviços

2.816,9

2013

Mercantil do Brasil Minas Gerais MG Brasil Finanças

2.791,4

2013/2014

ZF América do Sul São Paulo SP Alemanha Indústria

2.783,2

2013/2014

Granol São Paulo SP Brasil Indústria

2.781,4

2013/2014

Icatu Seguros Rio de Janeiro RJ Brasil Finanças

2.767,5

2013

Dasa São Paulo SP Brasil Serviços

2.744,4

2013/2014

Grendene Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

2.711,4

2013/2014

Gafisa São Paulo SP Brasil Serviços

2.699,9

2013/2014

BNB Fortaleza CE Brasil Finanças

2.675,7

2013/2014

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148

Credit Suisse São Paulo SP Suíça Finanças

2.669,2

2013/2014

Daycoval São Paulo SP Brasil Finanças

2.658,3

2013/2014

SLC Rio Grande do

Sul

RS Brasil Comércio

2.620,7

2013/2014

Zurich Seguros São Paulo SP Suíça Finanças

2.598,4

2014

Aço Cearense Fortaleza CE Brasil Indústria

2.595,0

2013/2014

EMSSigma Pharma São Paulo SP Brasil Indústria

2.583,4

2013/2014

Anhanguera São Paulo SP Brasil Serviços

2.547,1

2013

Vonpar Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

2.491,7

2013/2014

Estácio Participações Rio de Janeiro RJ Brasil, Estados

Unidos, Irlanda,

Luxemburgo

Serviços

2.491,0

2013/2014

Solvi São Paulo SP França Serviços

2.453,1

2013/2014

BicBanco São Paulo SP Brasil Finanças

2.448,9

2013/2014

Kroton São Paulo SP Brasil Serviços

2.443,0

2014

HDI Seguros São Paulo SP Alemanha Finanças

2.439,8

2014

Akzo Nobel São Paulo SP Holanda Indústria

2.414,5

2013

Carioca Engenharia Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

2.409,7

2014

Lafarge Rio de Janeiro RJ França Indústria

2.397,7

2013/2014

3Corações Fortaleza CE Brasil, Holanda Indústria

2.395,2

2013/2014

Saraiva São Paulo SP Brasil Comércio

2.363,1

2013/2014

Tenaris Confab São Paulo SP Luxemburgo Indústria

2.277,6

2013/2014

CEB Brasília DF Brasil Serviços

2.211,5

2013/2014

Alto Alegre São Paulo SP Brasil Indústria

2.128,5

2013/2014

Dixie Toga São Paulo SP Estados Unidos Indústria

2.122,0

2013/2014

Hering Santa Catarina SC Brasil Comércio

2.077,9

2013/2014

São Martinho São Paulo SP Brasil Indústria

2.047,2

2013/2014

Anglo American São Paulo SP Inglaterra Indústria

2.044,3

2013

Inepar São Paulo SP Brasil Indústria

2.009,6

2013

Yasuda Maritima São Paulo SP Japão Finanças

1.985,9

2014

Mossi & Ghisolfi São Paulo SP Itália Indústria

1.972,6

2013/2014

Panvel Rio Grande do

Sul

RS Brasil Comércio

1.885,8

2013/2014

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149

Banco Fibra São Paulo SP Brasil Finanças

1.868,1

2013

Fleury São Paulo SP Brasil Serviços

1.856,2

2013/2014

Ideiasnet Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços

1.854,9

2013/2014

Tecnisa São Paulo SP Brasil Serviços

1.832,2

2014

ABC Brasil (Arab

Banking Corporation)

São Paulo SP Bahrein Finanças

1.816,2

2014

Banestes Espírito santo ES Brasil Finanças

1.800,1

2014

Direcional

engenharia

Minas Gerais MG Brasil Serviços

1.791,7

2014

Lanxess São Paulo SP Alemanha Indústria

1.784,5

2014

Vulcabras Azaleia São Paulo SP Brasil Indústria

1.778,1

2013

Totvs São Paulo SP Brasil, Estados

Unidos

Serviços

1.774,6

2014

Vipal Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

1.744,3

2013

Évora Rio Grande do

Sul

RS Brasil Indústria

1.719,2

2013/2014

Société Générale São Paulo SP França Finanças

1.707,8

2013/2014

Prysmian São Paulo SP Itália Indústria

1.643,9

2013

Marítima Seguros São Paulo SP Brasil Comércio

1.635,0

2013

Lojas Colombo Rio Grande do

Sul

RS Brasil Comércio

1.625,3

2013