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FACULDADES PADRE ANCHIETA - BIOLOGIA IIIprofessorasilviamattos.com.br/.../07/APOSTILA-ANATOMIA-E-FISIOLOGIA... · Anatomia Humana compreende a dissecação dos seres humanos e o estudo

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Reflexão sobre as oportunidades que temos através dos estudos da Biologia em aulas

teóricas e práticas para compreensão, respeito e valorização da vida

Toda forma de vida, unicelular, pluricelular, individual, colonial ou coletiva e as

formas de matérias inanimadas, estão ligadas intrinsecamente às leis do

Universo.

Esta propriedade Universal é fundamentada nas características atômicas, que

além de fornecerem constituição física e molecular, conferem a energia que das

substâncias emana, substâncias estas que podem ser orgânicas e inorgânicas.

O macrocosmo e o microcosmo estão entrelaçados e interferem em cada Reino,

seja ele conhecido por nós, ou não.

Interferir no frágil sistema de inter-relação e interdependência existente

entre os corpos e os meios estabilizados quer seja energeticamente, quer seja

fisicamente, produz resultados.

Do ponto de vista da razão ou da emoção, é necessário então, avaliar a hipótese

de que o “outro” já não é mais ele próprio, a partir do momento em que

simplesmente é observado.

Deixo aqui um convite, para observarmos, admirarmos e conhecermos cada

detalhe com os quais formos premiados a presenciar, pois cada ocasião poderá

ser única em nossas vidas.

Que estas oportunidades bem aproveitadas, sejam doravante a inspiração de

nosso procedimento pessoal e profissional diante da natureza e da vida. S ILVIA MATTOS

Professora

2015

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DIVERSIDADE DE TECIDOS (ANIMAIS E VEGETAIS)

TECIDOS ANIMAIS

EXISTEM QUATRO TIPOS FUNDAMENTAIS DE TECIDOS ANIMAIS:

( I ) TECIDO EPITELIAL

( II ) TECIDO CONJUNTIVO

( III ) TECIDO MUSCULAR

( IV ) TECIDO NERVOSO

I a- EPITELIAL DE REVESTIMENTO

EPITELIAL SIMPLES PAVIMENTOSO OU PLANO

EPITELIAL SIMPLES CILÍNDRICO OU PRISMÁTICO

EPITELIAL SIMPLES CÚBICO

I b- EPITELIAL GLANDULAR

ENDÓCRINO

EXÓCRINO

II - TECIDO CONJUNTIVO

a) TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO,

(FROUXO/DENSO). EX: FIBROBLASTOS (FIBRAS COLÁGENAS).

b) TECIDO ADIPOSO

c) TECIDO CARTILAGINOSO –

(CONDROBLASTOS/CONDRÓCITOS)

d) TECIDO ÓSSEO

(OSTEOBLASTOS/OSTEÓCITOS/OSTEOCLASTOS)

e) TECIDO HEMATOPOIÉTICO - CÉLULAS DO SANGUE

(LEUCÓCITOS/ERITRÓCITOS/PLAQUETAS)

III - TECIDO MUSCULAR

ESTRIADO ESQUELÉTICO

LISO

ESTRIADO CARDÍACO

IV - TECIDO NERVOSO

NEURÔNIO

CÉLULAS DE SCHWANN - MIELINA

GLIA

TECIDOS VEGETAIS

TECIDO DE REVESTIMENTO OU EPITELIAL

PROTODERME

EPIDERME

PERIDERME

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TECIDO FUNDAMENTAL

PARÊNQUIMA (PALIÇÁDICO E LACUNOSO)

COLÊNQUIMA (ANGULAR, LAMELAR, LACUNAR)

ESCLERÊNQUIMA (ESCLERÓCITOS)

TECIDO VASCULAR

XILEMA / FLOEMA

UTILIZAÇÃO DO MICROSCÓPIO ÓTICO (cálculos)

ABERTURA NUMÉRICA

Uma das características mais importantes de uma objetiva é a "abertura numérica" (AN), pois

o limite de resolução depende principalmente deste dado e do comprimento de onda da luz

utilizada ( ). A abertura numérica vem gravada nas objetivas. A AN é igual ao menor índice

de refração (n) interposto entre o corte (material) e a lente objetiva multiplicado pelo seno do

semi ângulo da abertura ( ), onde: AN = n x sen

LIMITE DE RESOLUÇÃO

O limite de resolução é o mesmo que poder de resolução.

O limite de resolução é dado pela fórmula:

LR = K x NA

Onde K = Constante 0,61

NA = Comprimento de onda da luz branca (faixa verde-amarelo) = 0,55

LR = 0,61 x 0,55 = 2,24 LR = 0,61 x 0,55 = 0,52

0,15 0,65

Quanto menor o limite de resolução, melhor é a nitidez da imagem e riqueza de detalhes

do objeto de observação.

Cálculo da capacidade de aumento:

OB OC

10 x 20 = 200

40 x 5 = 200

Outras inscrições das objetivas:

160 ou 170 - Em mm, é o comprimento do tubo do microscópio.

0,17, espessura da lamínula que deve ser utilizada para melhor nitidez.

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ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

ANATOMIA - DEFINIÇÃO

- A Anatomia é a ciência que trata da morfologia e da estrutura dos seres vivos ou

coisas (anatomia de um cão, anatomia de um cristal). A etiologia da palavra indica uma

origem grega - Ana, em partes e temnein, cortar. A combinação dos termos significa

dissecação.

A anatomia funcional é a ciência que, em cada nível de organização, relaciona a estrutura

com suas funções.

De acordo com a área de aplicação de estudo da anatomia, ela recebe uma denominação

específica. A fitoanatomia é a anatomia das plantas, a antropotomia é a do homem. A

Anatomia Humana compreende a dissecação dos seres humanos e o estudo e descrição do

corpo humano, sua morfologia, arquitetura, estrutura e, nos últimos tempos, a ultraestrutura,

ou mais propriamente, sua estrutura fina (ao nível molecular).

Ou seja, a anatomia funcional humana relaciona a estrutura do corpo com suas características

fisiológicas. O conhecimento das funções das estruturas anatômicas facilita a compreensão

dos seus significados e fornece a indicação de suas origens. O interesse básico desta

disciplina é a investigação da natureza de cada elemento estrutural e a razão de sua existência.

A importância da anatomia funcional humana reside no fato de ela ser um conjunto de

conhecimentos essenciais ao estudo da medicina.

Sendo a medicina uma ciência biológica, cabe ao biólogo conhecer a anatomia e compreendê-

la profundamente. É óbvio que somente com um preciso conhecimento da estrutura normal, o

médico será capaz de identificar a estrutura anormal; esse reconhecimento é o primeiro passo

no caminho da recuperação da saúde.

O estudo da anatomia pode ser subdividido, como por exemplo: em Embriologia, Nepiologia

(estudo da primeira infância), Anatomia do adulto, Anatomia geriátrica, Citologia (estudo das

células), Histologia (estudo dos tecidos), Anatomia aplicada e outras.

FISIOLOGIA - DEFINIÇÃO:

- A Fisiologia consiste no estudo do funcionamento da matéria viva, procurando

explicar os fatores físicos e químicos responsáveis pela origem, desenvolvimento e

progressão da vida.

Através da Fisiologia humana, explicamos as características e os mecanismos específicos do

corpo humano que fazem dele um ser vivo.

O fato de estarmos vivos está quase fora de nosso controle, pois a fome nos leva a procurar

alimento e o medo nos induz a buscar refúgio. As sensações de frio nos fazem produzir calor

e outras forças nos levam a procurar amizades e a nos reproduzir.

Portanto, o ser humano é, na verdade, um autômato, e o fato de sermos dotados de

sensibilidade, sentimentos e conhecimentos, é parte dessa sequência automática da vida; esses

atributos (qualidades) especiais nos possibilitam existir sob uma ampla variedade de

condições que, de outra maneira, tornariam a vida impossível.

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ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

As células são as unidades biológicas fundamentais dos seres vivos.

Elas estão agrupadas em tecidos (do latim-texo, tecer; francês-tissu, textura) que são

definidos como coleções de células morfológica e fisiologicamente semelhantes, com suas

estruturas de sustentação e substâncias intercelulares definidas e específicas.

Os tecidos agrupam-se para formar os órgãos. Neste sentido, as células passam a ter um

caráter de interdependência e inter-relação.

Estes são agrupados em sistemas ou aparelhos de acordo com sua função principal, estrutura

similar, conexões e relações naturais, funções idênticas e cooperação nas funções fisiológicas

mais complexas - por exemplo, o rim, a pelve renal, o ureter, a bexiga e a uretra constituem o

sistema urinário.

Objetivo da Disciplina ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA:

Proporcionar ao aluno, através destas duas disciplinas lecionadas conjuntamente, a aquisição

de conhecimentos e compreensão da morfologia e funcionamento do Corpo Humano, para

aplicação no exercício do Magistério ou nas demais áreas de atuação do Biólogo, conforme

atribuição da área de atuação.

Observações quanto à apresentação do conteúdo:

- Quando apropriado outros grupos de seres vivos serão comparados ao tema em estudo,

- Sempre que necessário, outros materiais didáticos serão utilizados, além dos já indicados,

- Este material didático que ora se apresenta, trata-se de um roteiro de aulas, não tendo sido

produzido para fins de pesquisa científica ou produção literária.

SISTEMA TEGUMENTAR Definição: O estudo da estrutura do sistema tegumentar é denominado dermatoanatomia (do

grego-derma, pele). O tegumento comum (do latim- tegere, cobrir), compreende a pele (do

latim - cútis), pelos, unhas e glândulas cutâneas (incluindo as mamas).

Funções:

1- Fornecer proteção,

2- Fornecer termorregulação para o organismo,

3- Constituir a capa hidrófoba que separa o meio interno do meio ambiente,

4- fornecer alimento aos lactentes,

5- possuir estruturas receptoras que a tornam uma estrutura sensorial,

6- absorver substâncias.

7- sintetizadar a vitamina D pela exposição à luz ultra violeta.

8- indicar a ocorrência de doenças.

Pele: área no adulto aproximadamente 2m2, temperatura entre 32 e 36º C quando medida na

axila. Sua espessura varia entre 0.5 e 3 mm, sendo mais fina nas faces ventral e de flexão do

corpo, nas crianças e velhos.

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A pele se divide em:

a) epiderme,

b) derme,

c) tela subcutânea ou hipoderme.

As células epiteliais são formadas pelas células da camada basal que substituem de dentro

para fora as células que sofrendo processo de cornificação se desintegram na superfície do

corpo.

Queratinização: O processo de queratinização resulta da produção de uma proteína

denominada queratina, encontrada no estrato córneo, pelos e unhas.

A pele apresenta pigmentos como a melanina, melanóides, caroteno, hemoglobina e

oxiemoglobina.

A derme está situada abaixo do estrato basal da epiderme, contem os folículos pilosos,

glândulas e tecido conjuntivo. O estrato reticular da derma apresenta fibras colágenas.

Aparecem fibras musculares estriadas, musculatura facial e musculatura lisa (mamilo,

escroto, pênis, períneo e couro cabeludo).

A tela subcutânea funciona como um orgão armazenador de gordura, ela evita a perda

excessiva de calor. Os sulcos cutâneos indicam áreas de fixação da derme na tela subcutânea.

PÊLO: Os pêlos (do latim - pilus, pili), são brotamentos da epiderme que se aprofundam na

derme.

Cada pêlo é contido em um folículo piloso (bolsa dérmica longa).A extremidade implantada

do pêlo é invaginada por uma papila.

Lânulo é o termo utilizado para os primeiros pelos e uma pele sem pêlos é chamada glabra

(planta dos pés e faces dorsais das falanges distais).

UNHAS: (do latim unguis, ungues), são espessamentos córneos da epiderme e sobrepostos às

faces dorsais das falanges distais. Sua função é proteger as extremidades e

As informações sensoriais.

Distinguimos duas porções, uma proximal implantada (raiz) e uma larga lâmina distal ao

corpo.

A raiz é recoberta pelo eponíquio (cutícula) que é uma prega de queratina mole constituída

pelas camadas córneas de pele. A porção proximal do corpo da unha apresenta uma zona

córnea que é opaca denominada lúnula.

O crescimento é influenciado por fatores nutricionais, hormonais e patológicos.

GLÂNDULAS

No epitélio glandular as células são especializadas em produzir e secretar determinadas

substâncias, sendo chamadas células glandulares.

As substâncias secretadas pelas células glandulares podem se acumular dentro do citoplasma,

sob a forma de grânulos de secreção (formados a partir do retículo endoplasmático granular),

ou ser acumuladas fora das células. As células glandulares podem estar isoladas no meio de

células de revestimento, constituindo glândulas unicelulares, ou se agrupar, constituindo

estruturas chamadas glândulas pluricelulares.

As glândulas podem ser endócrinas ou exócrinas. As glândulas endócrinas enviam seu

produto na corrente sanguínea e as exócrinas a secreção pode ser lançada em uma cavidade

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como ocorre com as salivares ou ser lançado no exterior como ocorre com as sudoríparas.

As glândulas cutâneas compreendem as glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias.

Glândulas sudoríparas: (do latim sudor, conduzir), são responsáveis pela perspiração.

Na ponta dos dedos onde são numerosas, atingem 500 cm2 e tem papel importante na

termorregulação porque a evaporação da água retira calor do corpo.

São mais numerosas nas palmas das mãos e planta dos pés. A perspiração insensível é assim

denominada porque não podemos vê-la ou senti-la.

Glândulas sudoríparas modificadas que se originam dos folículos pilosos, são encontradas nas

axilas, aréola da mama, meato acústico externo e pálpebra. Estas glândulas são apócrinas,

isto é, parte das células secretoras participa da secreção e são eliminadas com ela.

Glândulas sebáceas: (do latim sebum, sebo), localizam-se entre o músculo eretor do pêlo e

seu folículo piloso, às vezes formando um anel ao redor do folículo. As glândulas sebáceas

são classificadas como holócrinas porque após proliferação e acúmulo de lipídios a célula

secretora como um todo se desintegra e se torna parte da secreção.

Glândulas sebáceas livres (não associadas a pelos), estão presentes na mucosa da bochecha,

pálpebras e no meato acústico externo (glândulas ceruminosas).

A função do sebo é manter flexíveis as camadas queratinizadas de pele e evitar a perda de

calor do corpo, retardando a evaporação.

Glândulas mamárias: (do latim mama), as mamas são responsáveis pela classificação dos

mamíferos.

A bimastia é comum nos seres humanos, enquanto a polimastia é comum nos outros

mamíferos.

A glândula mamária é mista ou composta, é exócrina e apócrina.

A glândula mamária masculina é achatada, consiste em cordões epiteliais e ductos.

A mama feminina consiste de mamilo que é uma proeminência e contém as aberturas dos

ductos lactíferos e aréola que é uma região pigmentada a partir da puberdade pelos hormônios

estrógeno e mamogênico.

A lactação é estimulada pelo complexo prolactínico (lactogênio segregado pela adenoipófise,

glândulas suprarrenais e tireóide).

Existem aproximadamente quinze glândulas compostas sendo cada uma formada por lóbulos

e possuindo um ducto lactífero, cada um possuindo uma abertura no mamilo.

OSTEOLOGIA

ESQUELETO: O esqueleto contém 206 (duzentos e seis) ossos.

DEFINIÇÃO: Esqueleto é o conjunto de ossos, cartilagens e articulações. Do grego –

skeletos, seco e skeleton, múmia.

O esqueleto subdivide-se em esqueleto axial e esqueleto apendicular.

O esqueleto axial é formado pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco; o esqueleto apendicular

compreende os ossos dos membros superiores e inferiores.

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ESQUELETO AXIAL

Ossos do crânio e face:

Frontal, etmóide, esfenóide, occiptal, parietais, temporais, ossos do ouvido (martelo, bigorna

e estribo), mandíbula, vomer, maxilar, nasais, lacrimais, zigomáticos, palatinos, conchas

nasais.

Ossos do pescoço:

Vértebras cervicais e osso hióide

Ossos do tronco:

Costelas, esterno, vértebras lombares, toráxicas, sacrais e coccígeas.

ESQUELETO APENDICULAR

Membros Superiores: escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, ossos cárpicos, metacárpicos,

falanges.

Membros Inferiores: ossos do quadril (porção ilíaca, sacral e pubiana), fêmur, patela, tíbia,

fíbula, ossos társicos, metatársicos, falanges.

PROCESSO DE OSSIFICAÇÃO O TECIDO ÓSSEO É FORMADO POR DOIS PROCESSOS:

A OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA OU CONJUNTIVA E A OSSIFICAÇÃO

ENDOCONDRAL

OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA OU CONJUNTIVA:

OCORRE QUANDO HÁ FORMAÇÃO DIRETA DO OSSO, A PARTIR DE MEMBRANA DE TECIDO

CONJUNTIVO. OSSOS COMO OS DA ABOBADA CRANIANA, FORMAM-SE DIRETAMENTE DE

TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO, TENDO PORTANTO, ORIGEM INTRAMEMBRANOSA.

OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL:

A OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL É AQUELA QUE RESULTA DA SUBSTITUIÇÃO DE

CARTILAGEM POR OSSO.

Descrição do processo:

1- Em certo momento os condroblastos da cartilagem começam a produzir substâncias que

promovem a deposição de sais minerais na substância intercelular.

Esses sais tornam a cartilagem pouco permeável aos gases e ao alimento que chegava aos

condrócitos por difusão.

2- Assim, ocorre pequena troca metabólica entre os condrócitos e o sangue circulante da

cartilagem, ocasionando a morte dos mesmos.

3- Este local agora é ocupado por vasos sanguíneos e células mesenquimatosas.

4- Nesta nova condição as células mesenquimatosas se diferenciam em osteoblastos.

O primeiro tecido que se forma em substituição à cartilagem é o tecido ósseo esponjoso.

5- Os osteoblastos sintetizam osteóide (colágeno + proteoglicanas), que se calcifica

englobando outros osteoblastos, transformando-se em osteócitos.

6- Com a confluência das traves formadas no centro da ossificação surgem as trabéculas que

conferem ao osso o aspecto esponjoso. Entre as traves formam-se canais por onde penetram

vasos sanguíneos. Juntamente com os vasos penetram células do mesênquima que irão dar

origem à medula óssea.

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7- Os vários centros de ossificação crescem radialmente acabando por substituir a membrana

conjuntiva pré-existentes.

8- Em um osso longo típico, a substituição da cartilagem se dá por três centros principais:

um diafisário e um em cada epífise, até que permaneça somente a cartilagem epifisal ou de

crescimento. A cartilagem fisária é responsável pelo crescimento em comprimento e o

crescimento em espessura se dá pelo periósteo.

Na espécie humana em particular, a grande maioria dos ossos tem origem endocondral.

OSTEOCLASTOS:

Derivam de monócitos do sangue. São células móveis, gigantes, extensamente ramificadas

com partes dilatadas que contém até cinquenta núcleos. Colocam-se sobre os osteoblastos e

outros osteoclastos e atuam na reabsorção óssea.

Após atravessar as paredes dos capilares, os monócitos se fundem para formar os

osteoclastos. Há evidências de que eles secretam uma colagenase que ataca a parte orgânica

da matriz óssea. Além disso, os osteoclastos englobam e solubilizam os cristais contendo

cálcio que se destacam da matriz durante a reabsorção desta.

MATRIZ ÓSSEA:

A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz.

Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio. Há também bicarbonato, magnésio,

Potássio, sódio, citrato em pequena quantidade, entre muitos outros. A parte orgânica é

formada 95% por fibras colágenas e glicoproteínas.

Podemos retirar os íons cálcio e as fibras colágenas dos ossos, sem alterar sua estrutura,

porém em ambas as condições eles se tornam tão fracos que dificilmente podem ser

manipulados sem fratura.

ESTRUTURA DA DIÁFISE:

São constituídas por Canais de Havers, colocados compactamente, dispostos lado a lado.

No centro do Sistema de Havers encontramos os canais de Havers e estes se comunicam pelos

Canais de Volkmann; por ambos os canais passam vasos sanguíneos.

SINDESMOLOGIA

SINDESMOLOGIA (DO GREGO - SYNDESMOS, LIGAMENTO) OU ARTROLOGIA (DO GREGO -

ARTHRON, JUNTURA) É O ESTUDO DAS JUNTURAS OU ARTICULAÇÕES (DO LATIM -

ARTICULATIO, ARTICULAÇÃO).

Há vários critérios para classificarmos as articulações; o mais utilizado é o que especifica o

tipo de tecido interposto entre os ossos articulantes.

Este tecido pode ser: fibroso, cartilaginoso e sinovial.

As articulações fibrosas e cartilaginosas são estabelecidas pela continuidade dos ossos

articulantes através do tecido interposto.

As articulações sinoviais se fazem por contigüidade já que uma cavidade separa as partes

articulantes.

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TIPOS DE ARTICULAÇÕES:

I- Articulações fibrosas:

1- sindesmose - grande quantidade de tecido conjuntivo. Ex: antebraço e perna.

2- sutura - sofre sinostose, possui menos tecido interposto, ex: crânio.

Plana ou harmônica. Ex: inter nasal.

Serratil: com dentículos engrenados. Ex: interparietais.

Escamosa: em bisel. Ex: parietotemporal.

3- gonfose - articulações fibrosas entre os dentes e seu alvéolo.

II- Articulações cartilaginosas: semimóveis com movimentos elásticos.

1- sincondrose - cartilagem hialina, sofre sinostose.

Intra óssea. Ex: cartilagem de crescimento de osso longo.

Inter óssea. Ex: osso coxal (bacia pélvica) - ílio, ísquio e púbis.

2- sínfise - não sofrem sinostose. As partes ósseas são recobertas por uma fina camada de

cartilagem hialina e se articulam por meio de fibrocartilagem espessa. Ex: sínfise púbica,

sínfise intercorpovertebral.

III- Articulações sinoviais:

São livremente móveis, caracterizam-se por terem tecido conjuntivo vascular formando uma

membrana sinovial que produz sinóvia (do grego - syn, com; oon, ovo), um líquido no

interior da cavidade articular que lubrifica a articulação. Apresentam cavidade articular que

pode ser parcial ou completamente dividida por um menisco (joelho) ou um disco (articulação

têmporo mandibular) e cápsula articular (camada espessa de tecido fibroso que mantém

unidas as extremidades dos ossos articulantes).

De acordo com o número de superfícies articulantes, as articulações sinoviais podem ser

divididas em simples (duas superfícies articulares), composta (mais de duas superfícies

articulares) e complexas (quando há menisco ou disco na cavidade articular).

1- Plana - articulação não axial com movimento de deslizamento e rotação.

Ex: intercuneiformes.

2- Gínglimo ou dobradiça - uniaxial.

Ex: interfalângicas com movimento de flexão e extensão. No joelho é chamada articulação

condilar (do grego - kondilos, nó) devido a movimentos acessórios.

3- Trocóide ou pivô - (do grego - trochos, roda); movimento de rotação.

Ex: movimento rádio ulnar proximal.

4- Elipsóide - superfície articular discordante, isto é, uma côncava e uma convexa.

Assemelha-se a uma elipse. Realiza movimento de flexão, extensão, abdução e adução.

Ex: rádio cárpica.

5- Selar - suas superfícies articulares opostas são reciprocamente côncava e convexa. É

articulação biaxial com movimento de uma articulação elipsóide.

Ex: trapézio, metacarpo e polegar.

6- Condilar - articulação biaxial. Ex: articulação temporo mandibular.

7- Esferóide - articulação triaxial. Ex: coxo-femural e ombro.

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MIOLOGIA

1- GENERALIDADES:

A miologia é o estudo do Sistema Muscular.

(As características a seguir correspondem à musculatura estriada).

Os ossos, articulações e músculos constituem os órgãos do aparelho locomotor, sendo os

ossos e articulações os elementos passivos dos movimentos.

Num aspecto amplo , o músculo é composto por um corpo ou ventre muscular (carne), que é

sua porção verdadeiramente ativa a qual se continua por uma porção essencialmente passiva,

os tendões e aponeuroses.

Tendões - do latim, tendo, esticar , os tendões são cilíndricos.

Aponeuroses - do grego, apo, proveniente de; neuron, tendão.

As aponeuroses são estruturas inelásticas que ligam as partes carnosas dos músculos aos

ossos e outros órgãos (ligamento, fascia, cartilagem, pele, cápsula articular).

Os tendões e aponeuroses são rijos, brancos e brilhantes. Os tendões são cilíndricos e as

aponeuroses são lâminas achatadas.

O movimento muscular é obtido pelo encurtamento ou contração muscular.

A extremidade proximal de um músculo nos membros é chamada origem e sua extremidade

distal é chamada inserção. Existem 327 pares de músculos, sendo que o músculo diafragma e

o prócero são medianos e únicos.

2- Constituição e tipos de músculos:

Os músculos são de três tipos:

2a- músculo esquelético, voluntário ou estriado: são caracterizados pelas definições dadas

acima. Forma a maior parte da musculatura dos vertebrados.

2b- músculo cardíaco: músculo estriado, intermediário entre o músculo esquelético e

músculo liso (este com movimento involuntário).

2c- músculo liso ou involuntário: forma a musculatura dos órgãos viscerais e vasos

sanguíneos. Sua contração não está sujeita ao controle da vontade.

3- forma dos músculos:

Longos - localizados nos membros, ex: bíceps (braço).

Curtos - flexor curto dos dedos dos pés.

Planos ou largos - ex: grande dorsal.

Triangulares - ex: glúteo máximo.

Quadrangulares - ex: músculo frontal.

Circulares - rodeiam canais e orifícios, tais como músculo orbicular e músculos

esfincterianos, ex: canal anal.

4- Nomenclatura:

Forma e tamanho: músculo redondo maior, trapézio.

Localização: músculo temporal. Direção: músculo transverso do abdome.

Função: músculo extensor dos dedos. Origem / inserção: músculo externo - hióide.

Nº de tendões de origem: bíceps, tríceps, quadríceps.

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Nº de tendões de inserção: bicaudado, tricaudado, quadricaudado.

5- Classificação funcional do músculo:

músculo antagonista: quando o músculo se opõe ao trabalho do agonista para regular

potência e rapidez do movimento.

Músculo agonista: quando o músculo é o agente do movimento.

Músculo sinergista: atua eliminando o movimento do agonista.

6- Fascias musculares:

São extensões do tecido conjuntivo intersticial do sistema muscular que cobrem cada músculo

ou grupo de músculos. As fascias mantêm os músculos em posição, mesmo durante a

contração, mantendo-os em forma e fazendo com que deslizem livremente.

7- Musculatura estriada:

O músculo esquelético ou estriado, é formado por um conjunto de células musculares

chamadas fibras musculares. Cada fibra muscular é constituída por um grande número de

fibrilas musculares também chamadas miofibrilas.

As miofibrilas são compostas por proteínas chamadas actina e miosina.

Estas proteínas são capazes de deslizar uma sobre a outra, formando um complexo chamado

complexo actomiosina. Quando ocorre a formação do complexo actomiosina, o músculo

diminui de tamanho ocorrendo a contração muscular.

O músculo possui um tonus (estado de contração) mínimo constante. A reação é reversível e

o músculo volta ao seu estado inicial.

PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR:

1- O impulso nervoso estimula o retículo endoplasmático a liberar Ca ++.

2- Em presença de Ca++ a miosina catalisa as moléculas de ATP liberando energia (ATP

transforma-se em ADP) para formação do complexo actomiosina. Neste caso, o fosfato

liberado não tem energia.

3- a fosfocreatina fornece o fosfato energético para as moléculas de ADP, reconstituindo o

ATP que pode ser novamente usado.

4- O Ca++ reage com a troponina expondo a actina que reage com a miosina.

5- O filamento fino desliza sobre o grosso.

7- Quando cessa o impulso nervoso os íons Ca++ são rebombeados para o interior do Retículo

Endoplasmático.

Este processo que se repete muitas vezes durante um ciclo de contração leva à sobreposição

completa dos filamentos de actina e miosina e concomitantemente ao encurtamento da fibra

muscular.

O fosfato é recolocado no processo pela respiração.

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SISTEMA NERVOSO

NEURÔNIO: Os neurônios são classificados em:

- sensitivos, receptores ou aferentes e

- motores ou eferentes, quando conduzem o impulso aos efetores (músculos, glândulas,

etc.).

NERVO: Conjunto de fibras nervosas.

FIBRA NERVOSA: É um axônio envolvido por uma bainha de mielina e uma bainha de

neurilema. As bainhas têm a função de isolar os axônios e lhes confere a cor esbranquiçada;

porém não há bainha de neurilema no cérebro e as bainhas são formadas por células-satélite

ou oligodendrócitos. Fora do cérebro as bainhas são formadas por células de Schwann.

NODOS DE RANVIER: São constrições na bainha de mielina determinando o segmento

internodal.

NEURO-EIXO: Conjunto - encéfalo e medula

GÂNGLIO: É um conjunto de corpos celulares fora do SNC, sensitivos e motores (SNA)

NEURÔNIO PRÉ-GANGLIONAR: Neurônio com corpo celular no neuro-eixo e fibra que

termina em gânglio visceral.

NEURÔNIO PÓS-GANGLIONAR: Neurônio com corpo celular em gânglio visceral, cuja

fibra termina em tecido visceral.

NEURÓGLIA OU CÉLULAS DA GLIA OU CÉLULAS GLIAIS:

São constituídas basicamente por gordura e perfazem cerca de 85% das células cerebrais. Sua

função é sustentar os outros 15% das células nervosas - neurônios. A neuróglia isola os

neurônios entre si, facilitando sua alimentação, a remoção de detritos e constitui uma barreira

à introdução de determinadas substâncias no SNC.

SINAPSE:

Conexão entre dois neurônios. A porção de célula que envia o impulso nervoso na região

sináptica é chamada pré-sináptica e a porção do outro neurônio, que recebe o impulso nervoso

é chamada pós-sináptica. A região pré-sináptica de um axônio é ocupada por pequenos

corpúsculos arredondados chamados vesículas sinápticas com 10 a 20 nm de diâmetro. Nas

sinápses o impulso passa de um neurônio a outro por meio da liberação de substâncias

químicas que depois são inativadas. Os impulsos elétricos constituem apenas a etapa de

liberação das substâncias chamadas neurotransmissores e geram respostas dos centros de

processamento. Até o momento foram isoladas cerca de cinqüenta substâncias

neurotransmissoras, ex: acetilcolina, noradrenalina, dopamina, endorfinas, etc.

As sinapses são classificadas em:

1 - axodendríticas

2 - axoaxônicas:

3 – axosomáticas

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SUBSTÂNCIA BRANCA: Conjunto de fibras nervosas dentro do SNC.

SUBSTÂNCIA CINZENTA: Conjunto de corpos celulares dentro do Sistema Nervoso

Central (função de gânglio dentro do SNC).

MENINGES: Os órgãos do SNC estão protegidos por membranas denominadas meninges,

(do grego meninx, membrana). As membranas são três: duramáter (rígida, inelásticas e mais

externa das três), piamater (delicada membrana interna) e entre elas está a aracnóide

(semelhante a uma teia de aranha). A aracnóide emite prolongamentos que se estendem a pia-

mater produzindo espaços e o espaço aracnóideo contém líquido cefalorraquidiano.

Em direção à duramáter, a aracnóide emite vilosidades nos seios durais.

LIQUOR OU LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO: É um líquido claro ou incolor, que

contém traços de proteínas, glicose, sais inorgânicos, linfócitos e preenche os ventrículos

encefálicos e banha todo o SNC. Sua densidade é próxima à da água: 1,005 mg/1.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

O coração, os pulmões, o tubo digestivo e outros órgãos internos, são inervados por um

grupo especial de nervos periféricos, chamado sistema nervoso autônomo, que por sua

vez, se divide em simpático e parassimpático. O SNA contém apenas nervos motores e cada

órgão interno recebe um duplo conjunto de fibras, uma simpática e outra parassimpática.

Estas vias são antagônicas, assim, se uma ativa, a outra deprime a atividade de determinado

órgão.

VIA SIMPÁTICA: (toraco lombar).

Este sistema possui fibras nervosas cujos corpos celulares pré-ganglionares localizam-se nas

porções laterais da medula. Em cada gânglio, o axônio pré-ganglionar entra em sinapse com o

neurônio pós-ganglionar que passa ao órgão inervado. Os gânglios são pares, havendo uma

cadeia de 18 deles em cada lado da medula. Além das fibras que vão a cada gânglio, o axônio

pré-ganglionar entra em sinapse com o neurônio pós-ganglionar que passa ao órgão inervado.

O axônio de alguns neurônios pós-ganglionares sai dos gânglios retornando ao nervo espinhal

e através dele vão inervar as glândulas, os músculos eretores dos pêlos, paredes dos vasos

sangüíneos, etc. Os axônios de outros neurônios pós-ganglionares passam dos gânglios

simpáticos do pescoço para glândulas salivares, íris, glândula pineal ou epífise. As fibras

sensitivas que inervam os órgãos servidos pelo SNA localizam-se dentro do mesmo tronco

nervoso que os nervos motores, porém entram na medula por meio da raiz dorsal, junto a

outros nervos sensitivos não autônomos, ou seja, periféricos.

VIA PARASSIMPÁTICA: (craniossacral)

O sistema parassimpático consiste de fibras que partem do encéfalo e emergem através do

terceiro, sétimo, nono e décimo nervo vago e de fibras que se originam na região pélvica da

medula espinhal e emergem com os nervos espinhais nesta região.

O nervo Vago parte da medula e passa do pescoço para o tórax e abdomem, inervando o

coração, o aparelho digestivo até intestino delgado.

O intestino grosso, o sistema urinário e o aparelho reprodutor são inervados pelas fibras

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parassimpáticas dos nervos pélvicos espinhais. A íris, as glândulas sublingual, submandibular

e a parótida são inervadas pelo terceiro, sétimo e nono nervos cranianos respectivamente.

Todos estes nervos contêm os axônios dos neurônios pré-ganglionares, os gânglios do sistema

parassimpático, localiza-se dentro ou muito próximos aos órgãos inervados, de modo que os

axônios dos neurônios pós-gangliobares são todos relativamente curtos.

ALGUMAS FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO COM RELAÇÃO AOS ÓRGÃOS

CÉREBRO:

A parte frontal do córtex é responsável pela nossa atividade verbal, pela capacidade

intelectual, pela autoconsciência, pela memória (frente do hemisférico cerebral esquerdo),

pela percepção do tempo e espaço, pela imaginação e criatividade artística (frente do

hemisférico cerebral direito).

Um pouco atrás das têmporas, ficam os centros psicomotores responsáveis pela coordenação

fina que nos permite desempenhos físicos precisos como falar, datilografar e desenhar; e pela

coordenação grossa que nos permite andar, e fazer movimentos com o corpo. No meio do

córtex ficam os centros da sensibilidade geral, que integram os sentidos (audição, visão, tato,

olfato, gustação), enquanto os centros específicos da visão situam-se na nuca e os do olfato e

do paladar alojam-se no interior do cérebro.

CEREBELO: Responsável pelos movimentos e equilíbrio.

BULBO: Órgão que comanda a seqüência sono-vigília e atua nos movimentos involuntários,

juntamente com o hipotálamo.

SISTEMA LÍMBICO: Sede de nossas emoções e da sexualidade, também coordena a

memória.

TÁLAMO: Responsável pela sensibilidade à dor, também ajuda na coordenação dos

movimentos.

HIPOTÁLAMO: Controla a temperatura corpórea, batimentos cardíacos, respiração,

aparelho digestivo, aloja a glândula pineal.

MESENCÉFALO: Com o bulbo retransmite sensações visuais e auditivas.

HIPÓFISE: Glândula endócrina, regula outras glândulas de nosso corpo. Todos estes órgãos

trabalham integrados e recebem ordens do cérebro.

A QUÍMICA DO SISTEMA NERVOSO

Os neurotransmissores não têm uma distribuição difusa no tecido cerebral, mas localizam-se

em centros e vias concretos.

Os neurotransmissores cuja distribuição está melhor conhecida são as monoaminas:

norepinefrina ou noradrenalina, dopamina e serotonina.

A NOREPINEFRINA poderia estar implicada na manutenção do estado de vigília,

regulação do humor, repouso noturno com sonhos, estimula os batimentos cardíacos, eleva a

pressão e a temperatura, aumentando a atividade física.

Quando um animal se sente ameaçado, toma três atitudes: foge, ataca ou fica paralisado. Em

qualquer destes casos, o animal sente medo e quando isto acontece, seu sistema nervoso

produz noradrenalina estimulando também as glândulas suprarrenais a segregar adrenalina,

um poderoso estimulante de emergência que aumenta a energia física.

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A DOPAMINA age sobre os movimentos complexos e involuntários e coordena nossa vida

mental, desempenhando um papel nas respostas emotivas.

A degeneração das fibras de dopamina causa rigidez muscular e tremores como o mal de

Parkinson.

A SEROTONINA encontra-se na região do tronco cerebral. Os neurônios deste centro

progetam-se sobre o hipotálamo, tálamo e outras regiões. Regula a temperatura, percepção

sensorial e iniciação do repouso noturno. Vários aminoácidos - as unidades para construção

de proteínas atuam como neurotransmissores.

O ÁCIDO GLUTÂMICO atua nas ligações do córtex e massa branca do cérebro, como

neurotransmissor excitatório.

A GLICINA é inibidor da medula espinhal.

O GABA é o ácido gama amino butílico. Ele é o transmissor inibidor habitual do cérebro. O

GABA é o único entre os neurotransmissores que é fabricado quase que exclusivamente pelo

Sistema Nervoso Central.

A ACETILCOLINA é produzida pela junção de uma molécula de colina (encontrada em

alimentos) e acetilcoenzima A (tipo de ácido acético existente no vinagre). Está presente em

aproximadamente 10% dos nervos do nosso corpo e é responsável pelo relaxamento dos

músculos e ritmo dos batimentos cardíacos, agindo também sobre funções mentais da

memória. Depois que o coração se contrai, os neurônios liberam acetilcolina, fazendo-o

relaxar. Em seguida esta substância é eliminada por enzimas e o coração se contrai novamente

até a nova liberação de neurotransmissor. Como a acetilcolina existe em vários animais, até

em insetos, foram desenvolvidos inseticidas que inibem a ação das enzimas destruidoras do

neurotransmissor.Com isso, o inseto fica saturado de acetilcolina e ele morre pela inibição de

seus movimentos involuntários.

A ENDORFINA rege as sensações de prazer. O nome deste neurotransmissor se deve à

semelhança existente entre as suas moléculas e as moléculas de morfina, uma droga que causa

euforia e bem-estar.

A DINÂMICA DO SONO

A alternância sono-vigília é regulada por um relógio biológico. Na ausência de luz, a glândula

pineal ou epífise produz melatonina ou hormônio da escuridão, que aciona o hipotálamo para

produzir a sensação de sono.A possibilidade de despertar de um sono e permanecer

consciente, depende de uma formação reticular que recebe estímulos e bombardeia o córtex

com impulsos ativadores capaz de despertar.

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APARELHO DIGESTÓRIO RESUMO DOS PROCESSOS MECÂNICO, QUÍMICO E FISIOLÓGICO

DIGESTÃO: É o conjunto de transformações físico-químicas que os alimentos sofrem para

se converterem em compostos hidrossolúveis e absorvíveis, processos estes catalizados por

enzimas.

ENZIMAS: São proteínas produzidas pelos ribossomos, por ação genética. As enzimas são

específicas para determinado substrato. O substrato é quimicamente modificado pelas

enzimas e como esta reação é em geral reversível, pode ser escrita da seguinte maneira:

E + S = ES = E + P. As enzimas são catalizadores biológicos que aceleram reações de modo a

ter sua velocidade 10 a 100 vezes mais rápida até o equilíbrio ser alcançado.

Dentre as substâncias ingeridas como alimento, algumas sofrem digestão outras não. As

substâncias orgânicas sofrem digestão e substâncias inorgânicas não passam por este

processo. Veja abaixo, a relação de algumas substâncias, suas enzimas e produtos.

Substâncias Orgânicas Enzimas Produtos

glicídios glicosidases glicogênio

proteínas proteinases ou proteases aminoácidos

ácidos nucleicos nucleases nucleótides

lipídios lipases ácidos graxos e glicerol

vitaminas ____________ _____________

Substâncias Inorgânicas Enzimas Produtos

água e sais minerais ____________ ______________

Tipos de Digestão

a) Intracelular: Ocorre no interior das células, pelos ribossomos. É encontrada em

protozoários e poríferos.

b) Extracelular: Ocorre no interior do tubo digestivo. É encontrada em invertebrados,

protocordados e vertebrados.

c) Intra e Extracelular: Inicia-se no tubo digestivo e completa-se no interior das células.

Ocorre nos celenterados (hidra), platelmintos (planária), e em alguns moluscos (mexilhões).

Os processos mecânicos da digestão compreendem: mastigação, deglutição, e movimentos

peristálticos.

A musculatura lisa do aparelho digestivo é inervada pelo Sistema nervoso autônomo

(simpático e parassimpático). A estimulação do parassimpático aumenta a motricidade da

musculatura enquanto que a estimulação do simpático modera ou inibe. Os esfíncteres do

sistema digestivo são o cárdia, piloro e o íleo-cólico.

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Processos Químicos: Constituem a transformação das grandes moléculas de proteínas,

glicídios, ácidos nucleicos, etc. em moléculas menores que serão absorvidas pela corrente

sangüínea através da mucosa intestinal.

Neste processo intervêm as enzimas secretadas pelas glândulas anexas. A transformação

química dos componentes alimentares em compostos mais simples é chamada hidrólise

porque utiliza H2O para se realizar.

A BOCA

É o primeiro órgão do aparelho digestivo.

Possui duas estruturas importantes para a digestão: a língua e os dentes

Digestão na boca: ptialina (amilase salivar), maltase e catalase.

A LÍNGUA

A Língua é um órgão musculoso, dotado de muita mobilidade para poder misturar os

alimentos com saliva e permitir a mastigação. Serve para engolir os alimentos, ou seja, para a

deglutição.

OS DENTES

Os dentes são estruturas calcárias que cortam e trituram os alimentos, facilitando o processo

digestivo.

Todos os dentes apresentam três regiões:

• A Coroa: É a parte visível na boca.

• O Colo: É a parte intermediária entre a coroa e a raiz.

• A Raiz: É a parte que fixa os dentes nos maxilares. Alguns deles possuem mais de

uma raiz.

Os dentes apresentam diversas camadas:

• Esmalte: É a camada resistente e brilhante que protege a coroa contra o ataque de

bactérias.

• Dentina: É a camada intermediária que compõe a maior parte do dente.

• Polpa: É uma substância de cor vermelha; além dos nervos, possui vasos sangüíneos

que penetram no dente através do ápice (vértice) da raiz.

• Cemento: E a camada que protege a raiz.

AS DENTIÇÕES

Os dentes não são todos iguais e diferem quanto ao aspecto e quanto às funções. São

quatro os tipos de dente:

20

• Incisivos: São os que têm a borda cortante e, portanto, servem para cortar os alimentos.

• Caninos: São os que apresentam a borda pontiaguda e servem para dilacerar, esfiapar e

dividir os alimentos em partes menores.

• Pré-molares e Molares: São os que têm a coroa achatada e servem para amassar, moer e

triturar os alimentos.

Durante nossa vida temos duas dentições:

• Dentição de Leite: Inicia-se por volta do sexto mês após o nascimento e se completa,

aproximadamente, aos três anos de idade. Compõe-se de vinte dentes: oito incisivos, quatro

caninos e oito Pré-molares.

• Dentição Permanente: Substitui a de leite, permanecendo para o resto da vida. Compõe-

se de trinta e dois dentes: oito incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e doze molares.

A CÁRIE DENTÁRIA

As cáries são causadas pelo ataque de bactérias às camadas menos resistentes dos dentes.

Os resíduos alimentares que ficam entre eles, fermentam e liberam ácidos que atacam o

esmalte, provocando rachaduras e orifícios que facilitam a penetração de bactérias.

Quando atinge a dentina, a cárie pode se tornar dolorosa, e se chega até a polpa, é

necessário fazer tratamento de canal.

A limpeza constante dos dentes e o uso do fio dental podem evitar as cáries. O fio dental

deve ser passado entre os dentes para remover os resíduos alimentares. Deve-se evitar o

uso de palitos. Escovar sempre os dentes, de maneira correta, garante a higiene da boca.

Ao obturar um dente, o dentista limpa e fecha a cavidade provocada pela cárie, usando

materiais apropriados como o amálgama, a porcelana, etc. O tratamento completo dos

dentes inclui a remoção de um depósito calcário, chamado tártaro, que irrita as gengivas

fazendo com que sangrem e fiquem inflamadas.

As Gengivas também necessitam de cuidados, para evitar doenças que podem até provocar

a queda dos dentes.

A FARINGE

É um órgão comum ao aparelho digestivo e ao aparelho respiratório. Isso quer dizer que,

pela faringe, tanto pode passar o ar durante a respiração, como os alimentos na digestão. O

fluxo de ar ou de alimentos é controlado por uma cartilagem chamada epiglote. A epiglote

funciona como uma espécie de válvula da laringe, que é um dos órgãos do aparelho

respiratório.Durante a deglutição, a laringe se eleva, enquanto que a epiglote se abaixa,

fechando a entrada da laringe e permitindo a passagem do alimento para o esôfago.

Durante a respiração, a epiglote se eleva, mantendo a laringe aberta e permitindo a

passagem do ar.

21

O ESÔFAGO

É um tubo com cerca de 20 a 25 cm de comprimento que liga a faringe ao estômago. É

dotado de movimentos peristálticos.

Esses movimentos são ondulados e de contração e permitem que os alimentos sejam

empurrados ao longo do tubo digestivo para serem transformados.

Esses movimentos ajudam a misturar os alimentos com os sucos digestivos que atuam na

digestão.

O ESTÔMAGO

É um alargamento do tubo digestivo, formando uma espécie de bolsa, onde ocorrem

transformações químicas nos alimentos. Comunica-se com o esôfago através de uma região

chamada cárdia. É ela que permite a passagem dos alimentos do esôfago para o estômago.

A região recebe esse nome por estar localizada próxima ao coração. Já a comunicação do

estômago com o intestino ocorre através de uma região denominada piloro.

O estômago possui glândulas que produzem o suco gástrico, que é um líquido formado por

substâncias importantes para a digestão. As glândulas também produzem o ácido

clorídrico, que facilita a ação dessas substâncias.

Internamente, o estômago é revestido por uma mucosa, que é uma membrana capaz de

produzir uma substância chamada muco. O muco serve para proteger as paredes do

estômago contra a ação do ácido clorídrico. Quando essa proteção não é perfeita, por falta

de muco ou pelo excesso de ácido, este ataca as paredes do estômago, provocando o

aparecimento de uma espécie de ferida, chamada úlcera gástrica.

Gastrite é o nome que se dá à inflamação do estômago. Pode ser causada por alimentos

cáusticos (como pimenta), álcool, medicamentos irritantes, mastigação insuficiente, etc.

Digestão no estômago: pepsina é uma enzima proteolítica, portanto digere as proteínas.

Lipase gástrica e amilase gástrica.

O INTESTINO

É um tubo com cerca de 9 a 10 m de comprimento, dobrado dentro do ventre, onde

ocorrem as transformações finais da digestão e a absorção dos alimentos.

O Intestino Delgado

Mede 8 metros de comprimento, aproximadamente, tendo 2 a 3 cm de diâmetro. Divide-se

em duas partes: duodeno e jejuno-íleo. O duodeno tem um comprimento equivalente a

doze dedos, vindo daí o seu nome. O restante do intestino delgado é formado pelo jejuno-

íleo.

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Vilosidades Intestinais

Internamente, o intestino delgado possui minúsculas elevações, chamadas vilosidades

intestinais, cuja função é absorver os alimentos após a digestão. As vilosidades possuem,

em seu interior, vasos sangüíneos e linfáticos que recolhem os alimentos transformados.

Digestão no intestino delgado: Ao chegar no intestino, o alimento estimula a mucosa

duodenal a produzir secretina e pancreozina que estimulam o pâncreas a secretar suco

pancreático. A secretina é produzida em reposta à estimulação da acidez do bolo alimentar.

O suco pancreático que chega ao duodeno é rico em bicarbonato que reduz a acidez do

bolo e assim garante a ação enzimática, muito sensível às variações de pH.

O suco pancreático é ativado pelo SNA (parassimpático-Nervo vago) e hormônios, através

do odor, sabor e o próprio alimento que chega ao estômago.

O suco pancreático é secretado pelo pâncreas: tripsina, quimiotripsina,

carboxipolipeptidase, amilase pancreática, ribonuclease e desoxirribonuclease (parte

exócrina).

O Intestino Grosso

O intestino grosso tem cerca de 1,5 m de comprimento, com diâmetro de 5 a 7 cm. Divide-

se em três partes: ceco, cólon e reto.

• Ceco: É a porção inicial do intestino grosso. Possui uma ponta chamada apêndice

cecóide ou vermicular.

• Colon: É a região intermediária, formada pelo colo ascendente, transverso e descendente.

Ascendente é o que sobe, lateralmente, à direita; transverso é o que fica em sentido

horizontal, na altura da cintura; descendente é o que desce, lateralmente, à esquerda.

• Reto: É a região final do intestino grosso e que termina num orifício chamado ânus pelo

qual as fezes são eliminadas.

OS ÓRGÃOS ANEXOS

São aqueles que, mesmo não fazendo parte do tubo digestivo, se comunicam com ele

através de canais, desempenhando um papel importante na digestão. São eles: glândulas

salivares, pâncreas e fígado.

AS GLÂNDULAS SALIVARES

São três pares de glândulas que produzem a saliva, lançada por meio de canais. Esses três

pares são:

• Parótidas: Situam-se adiante do ouvido e são as maiores.

• Subliguais: Localizam-se sob a língua.

• Submaxilares: Ficam sob o osso maxilar.

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A inflamação das glândulas salivares chama-se parotidite ou caxumba, caracterizada por

rosto inchado e dolorido.

A saliva é um líquido principalmente constituído de água. Serve para formar o bolo

alimentar e inicia o processo digestivo, transformando o amido.

Falaremos sobre as glândulas salivares à diante.

O PÂNCREAS

É uma glândula situada atrás do est6omago que produz o suco pancreático, lançado no

duodeno através do canal de Wirsung. O pâncreas produz também a insulina, que é

lançada diretamente no sangue. A insulina é produzida por grupos especiais de células do

pâncreas, chamadas ilhotas de Langherans. Ela controla a concentração e o aproveitamento

do açúcar no sangue.

O FÍGADO

É a maior glândula do corpo humano e situa-se à direita do estômago. Produz a bile, que é

lançada do duodeno pelo canal colédoco, num ponto chamado ampola de Vater.

A bile é um líquido amarelo-esverdeado que se acumula num órgão ovóide situado sob o

fígado, chamado vesícula biliar.

O canal colédoco tem origem no ponto de união de dois canais: o canal hepático e o canal

cístico.

Além de produzir a bile, o fígado tem outras funções importantes:

o Transforma a glicose em glicogênio.

o Acumula glicogênio e vitaminas.

o Regula a quantidade de água no organismo.

o Destrói células mortas, com aproveitamento dos resíduos.

o Desintoxica o organismo.

o Produz fibrinogênio, substancia coagulante do sangue

Produz heparina, substância anticoagulante.

VESÍCULA BILIAR E BILE: Não produz enzimas, a bile é constituída por sais biliares que

tem a função de emulsionar as gorduras facilitando a lipase. Solubiliza os produtos finais da

digestão lipídica, melhorando a absorção dos alimentos nos intestinos.

APARELHO FONADOR

FUNÇÃO: Produzir os fonemas. Os fonemas são os elementos sonoros da linguagem. Eles

são produzidos pelos órgãos da fala.

Constituem o aparelho fonador: alvéolos pulmonares, brônquios, traquéia, fossas nasais,

laringe, faringe, glote, cordas vocais, lábios, úvula, palato mole, palato duro, dentes, língua.

DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES:

A) Os pulmões: Funcionam como dois foles, produzindo a corrente de ar.

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B) Os brônquios e a traquéia: são os canais que levam a corrente de ar até a laringe.

C) A laringe: situada na parte superior da traquéia, é o mais importante órgão da fonação.

Nela se localiza a glote, a epiglote (válvula elástica que tampa a glote durante a deglutição) e

as cordas vocais.

D) A glote: Pequena abertura de forma triangular situada na laringe, na altura do pomo-de-

adão.

À chegada do fluxo de ar vindo dos pulmões, a glote pode abrir-se ou fechar-se, bastando que

os bordos das cordas vocais se afastem ou aproximem. Se a glote se abrir, o fonema

produzido é mudo. Se a glote se fechar, o fluxo de ar força a passagem fazendo vibrar as

cordas vocais, e o fonema produzido é então sonoro.

E) As cordas vocais: São duas pregas musculares distendidas horizontalmente diante da

glote.

Vibradas, produzem fonemas sonoros.

F) A faringe: Cavidade ligeiramente afunilada, entre a boca e a parte superior do esôfago,

que conduz o ar para a boca e as fossas nasais.

G) A úvula: Vulgarmente chamada de campainha, a úvula é um apêndice flexível do véu

palatino (palato mole). Tem a função de fiscalizar a passagem do ar: levantando-se contra a

parede posterior da faringe, intercepta a passagem do ar para as fossas nasais: o ar escoa-se

pela boca e o fonema se diz oral; abaixando-se a úvula, a corrente de ar escapa em parte pelas

fossas nasais, produzindo então um fonema nasal.

H) A boca e os órgãos anexos: Podemos dizer que os fonemas nascem na laringe e se

completam na boca. E isso acontece graças à ajuda das arcadas dentárias, dos alvéolos, do

palato duro, do palato mole e, sobretudo, à atividade da língua, dos lábios e das bochechas, os

quais se movimentam para modificar e modular a corrente sonora e produzir os fonemas. A

cavidade bucal atua também como caixa de ressonância dos fonemas sonoros.

I) As fossas nasais: Cavidades situadas no crânio, que funcionam como caixa de ressonância

dos fonemas nasais.

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

Os fonemas da língua portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.

a) Vogais: são fonemas sonoros, ou sons laríngeos, que chegam livremente ao exterior sem

fazer ruído.

b) Semivogais: são fonemas /i/ e /u/ átonos que se unem a uma vogal, formando com esta

uma só sílaba: saí, andei, estou, água

c) Consoantes: são ruídos provenientes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente

de ar.

Na língua portuguesa a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação

de sílabas. As consoantes e as semivogais são fonemas dependentes: só podem formar sílabas

com o auxílio das vogais.

CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS

As vogais se classificam quanto:

a) A zona de articulação

b) O papel das cavidades bucal e nasal

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c) A intensidade

d) O timbre

a) Zona de articulação: média (a- ave), anteriores (é, ê, i - fé, vê, ri), posteriores (ó, ô, u -

nó, avô, tatu).

A zona de articulação é o ponto ou a parte em que se dá o contato ou a aproximação dos

órgãos que cooperam para a produção dos fonemas, no caso das vogais, a língua e o palato.

Produzimos a vogal média (a) mantendo a língua baixa, quase em posição de descanso, e a

boca entreaberta. Para passar da vogal (a) para as anteriores (é, ê, i), levantamos

gradualmente a parte anterior da língua em direção ao palato duro, ao mesmo tempo em que

diminuímos a abertura da boca. Para emitir as vogais posteriores (ó, ô,u), elevamos mais e

mais a parte posterior da língua em direção ao véu palatino, arredondando progressivamente

os lábios.

b) O papel das cavidades bucal e nasal: Orais - a, é , ê, i, ó, ô, u (ato, sé, vê, vi, só, fogo,

uva). Nasais: ã, e, i, õ, u (lã, vento, sim, som, mundo).

Na emissão das vogais orais, a corrente sonora, impedida pela úvula levantada, de chegar às

cavidades nasais, ressoa apenas na boca. Na produção das vogais nasais dá-se o abaixamento

da úvula, e a corrente sonora chega, em parte, às fossas nasais, onde ressoa.

c) A intensidade: Tônicas: pá, até, gelo, tupi, dó, globo, luz. Subtônicas: arvorezinha,

cafezinho, esplendidamente, comodamente. Átonas: ela, mole, lição, lado, lugar, órfã, lençol.

As vogais tônicas são as que proferimos com maior intensidade: constituem a base das sílabas

tônicas. As subtônicas proferem-se com intensidade secundária, sendo a base das sílabas

subtônicas. As vogais átonas, de intensidade mínima, são a base das sílabas átonas.

d) O timbre: Abertas: a, é, ó (lá, pé, cipó). Fechadas: ê, ô, i, u e todas as nasais: vê, amor,

vi, cru, sã, lenda. Reduzidas: as vogais átonas orais ou nasais (vela, vale, vital, sapo, unido,

andei,então).

O timbre das vogais resulta da maior ou menor abertura da boca. Essa abertura é máxima na

produção das vogais abertas (á, é, ó), mínima na emissão das vogais fechadas (ê, ô, i,u) e

média na formação das reduzidas.

SENTIDOS QUÍMICOS - SENTIDO DO PALADAR

O paladar é uma função principalmente dos botões gustativos localizados na boca, mas

constata-se comumente que o olfato contribui muito para a percepção do paladar.

Além disso, a textura dos alimentos, detectada pelos receptores sensoriais táteis da boca, e a

presença de elementos dos alimentos, como por exemplo, a pimenta que estimula terminações

dolorosas, condiciona decisivamente a experiência gustativa.

26

PAPILAS LINGUAIS

As papilas podem ser de 3 tipos: valadas, fungiformes e filiformes.

As papilas valadas e fungiformes possuem um botão gustativo que é constituído por um poro

(que possui pêlos) circundado por células basais, de sustentação e sensitivas. Os adultos

possuem cerca de 10.000 botões gustativos, as crianças possuem mais e após os 45 anos de

idade, muitos botões degeneram com rapidez fazendo com que a sensação do paladar se torne

progressivamente menos crítica.

Quando nos alimentamos, pela simples presença de estímulos aromáticos, produzimos saliva

que contém mucina que é uma proteína e a ptialina (amilase salivar) que é uma enzima.

Ao sentirmos um aroma, nossas células produzem saliva e literalmente sentimos "água na

boca".

Assim, alimentos mais sólidos e secos farão com que mais saliva seja produzida, porém água

em nada estimula a sua produção.

Podemos induzir a produção salivar através de aromas estimulantes de terminações

nervosas que ativam botões gustativos, dando-nos a sensação de termos ingerido por

exemplo, bebidas, apenas estimulando determinadas papilas como as fungiformes que

existem em maior quantidade que as valadas e estão situadas ao redor da língua.

Os botões gustativos humanos distinguem substâncias doces, salgadas, ácidas e amargas. A

sensibilidade pode ser alterada em relação à quantidade e concentração das substâncias

degustadas.

SENSAÇÕES GUSTATIVAS PRIMÁRIAS

Sabor ácido: é logarítmica em relação aos ácidos, ou seja, quanto mais forte, for o ácido,

mais intensa será a sensação.

Sabor salgado: este depende de sais ionizados. Os cátions dos sais são os principais

responsáveis pelo sabor salgado, porém os ânions também contribuem pelo menos em parte.

A qualidade do sabor varia um pouco de um sal para outro.

Sabor amargo: O sabor amargo, como o doce, não é causado por apenas um tipo de agente

químico, neste caso também, as substâncias que dão sabor amargo são quase todas orgânicas.

Duas classes particulares de substâncias, tem especial tendência a provocar sensação amarga:

1) as substâncias orgânicas de cadeias longas e 2) os alcalóides. Os alcalóides incluem muitas

substâncias utilizadas em medicamentos, como, quinina, cafeína, estricnina e a nicotina.

Algumas substâncias que no início tem sabor doce deixam mais tarde, um resíduo amargo.

Sabor doce: Alguns produtos químicos que causam esse sabor são: açúcares, glicóis, álcoois,

aldeídos, cetonas, amidos, ésteres, aminoácidos, ácidos sulfônicos, ácidos halogenados e sais

inorgânicos de chumbo e berílio. Quase todas as substâncias que causam sabor doce são

orgânicas. É interessante ressaltar que qualquer alteração na estrutura química como adição

de um radical, pode mudar o sabor de doce para amargo. A sacarose porém é muito tóxica e

não pode ser utilizada como adoçante. A sacarina é 600 vezes mais doce que a sacarose, é

27

levemente cancerígena, mas pode ser utilizada com segurança como adoçante.

A CAVIDADE ABDOMINAL E OS VASOS SANGUÍNEOS

A cavidade abdominal abriga orgãos de 4 sistemas distintos:

a) Digestivo: parte do esôfago, estômago intestino delgado (duodeno, jejuno e ílio), intestino

grosso (ceco, colo ascendente, transverso, descendente, sigmóide, reto e ânus), fígado,

pâncreas, vesícula biliar.

b) Circulatório: baço.

c) Excretor: rim, seus ductos e bexiga.

d) Reprodutor: útero, ovários, trompas, testículos, epidídimo, vesícula seminal, glândula

bulbo uretral, próstata, duto deferente.

Para que estes sistemas desempenhem suas funções, é necessário que haja um mecanismo

comum a todos eles e que haja uma forma de interligá-los. Este mecanismo é a circulação

sanguínea.

O sistema circulatório é dividido em circulação sistêmica, circulação pulmonar e circulação

porta.

O sistema circulatório é constituído por vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos são três:

artérias, veias e capilares. Os capilares são subdivididos em arteríolas, vênulas e ambas

podem fazer anastomoses.

AS ARTÉRIAS E A CAVIDADE ABDOMINAL

Artéria Aorta: a artéria aorta descendente, ultrapassando o diafragma, que é um músculo que

separa a cavidade abdominal da toráxica, recebe o nome de aorta abdominal. A aorta

abdominal tem a função de irrigar os orgãos e a parede do abdomem. Essa porção da artéria

aorta segue paralelamente à coluna vertebral.

Da artéria aorta abdominal originam-se os 1- vasos parietais e 2-vasos viscerais.

Os ramos parietais são representados pelas:

1a- artérias diafragmáticas inferiores e

1b- pelas artérias lombares.

1a- As artérias diafragmáticas inferiores também enviam pequenos ramos às vísceras que se

encontram imediatamente abaixo do diafragma, como ao esôfago, à cápsula suprarrenal,

pâncreas e fígado.

1b- As artérias lombares provém da face posterior da aorta. São cinco pares e irrigam as

paredes posterior, lateral e anterior do abdomem. Em seu percurso contraem várias

anastomoses - ligações com artérias vizinhas - com as artérias epigástricas superiores e

inferiores e as intercostais inferiores entre outras.

2- Os ramos viscerais são vasos destinados a irrigar todas as vísceras que estão contidas na

caixa abdominal.

Eles compreendem:

2a- tronco celíaco,

2b- mesentérica superior,

28

2c- mesentérica inferior

2d- as suprarrenais médias,

2e- renais e as genitais.

2a- O tronco celíaco é uma artéria bastante grossa, cuja extensão, não ultrapassa 15

milímetros. Após a origem na aorta, ela se divide em três ramos: a artéria hepática, a

esplênica e a gástrica esquerda.

A artéria hepática se dirige ao fígado, com ramos colaterais para o estômago, o duodeno e o

pâncreas. No fígado, chega juntamente com a veia porta.

A artéria esplênica, dirigindo-se para a esquerda, vai até o baço, costeando a margem

posterior do pâncreas. Envia seus ramos colaterais para o estômago e para o pâncreas.

A artéria gástrica esquerda realiza seu percurso sobre a pequena curvatura do estômago e

termina por se unir à artéria pilórica gástrica direita.

2b- A artéria mesentérica superior origina-se da parte anterior da aorta. Irriga todo o

intestino delgado, o ceco, o cólon ascendente e o transverso.

Os ramos colaterais da artéria mesentérica superior são numerosos: ela emite inicialmente a

artéria pancreaticoduodenal inferior para o pâncreas e duodeno; a seguir, penetrando entre

folhetos do mesentério, envia numerosos colateais.

Estas últimas formam os ramos que alcançam as paredes do intestino delgado e as de uma

parte do intestino grosso.

2c- A artéria mesentérica inferior irriga parte do intestino grosso.

2d- As artérias suprarrenais médias são duas e participam da vascularização das glândulas

suprarrenais.

2e- As renais e as genitais são duas, nascem da aorta, aproximadamente um centímetro

abaixo da aorta mesentérica superior, e se dirigem, lateralmente em direção ao rim

correspondente.

Enviam uma colateral para as glândulas suprarrenais. Finalmente, formam as artérias genitais

que, no homem, são chamadas de artérias espermáticas e, na mulher, de artérias ováricas,

direita e esquerda.

AS VEIAS NA CAVIDADE ABDOMINAL

O sangue venoso reflui, durante seu retorno, pela veia cava inferior que, através do

diafragma, desemboca no átrio direito do coração. Esse sangue é recolhido dos membros

inferiores, da bacia pélvica e do abdomem pela veia cava inferior que, na parte posterior do

abdomem, corre ao lado direito da aorta.

A veia cava inferior mede aproximadamente 25 cm e seu calibre varia, aumentando à medida

em que sobe.

Na origem, sua largura é de 20 a 22 mm, nas proximidades do coração é de 30 a 32 mm.

A veia cava inferior tem origem na união de duas veias ilíacas comuns, à direita e a

esquerda.

Percorre toda cavidade abdominal, atravessa o diafragma e desemboca no átrio direito.

Durante seu percurso ascendente, recolhe todo o sangue que provém da parede do abdomem e

29

dos orgãos que nele estão contidos.

As veias abdominais tem o percurso idêntico ao das artérias correspondentes, sendo iguais

também os seus nomes: veias renais, veias suprarrenais, veias lombares, veias

diafragmáticas, veias hepáticas e veias genitais.

A veia porta

As veias mesentéricas superior e inferior e a veia esplênica, que recebem sangue do

estômago, do intestino, do pâncreas, do baço e da vesícula biliar, não desembocam

diretamente na veia cava inferior, antes se reúnem em um grande vaso que recebe o nome de

veia porta.

Essa veia entra no fígado, e se espalha através de uma rede de capilares, da qual em seguida

se originam as veias supra-hepáticas, que desembocam na veia cava inferior.

É desse modo que o sangue, entrando em contato com os tecidos hepáticos, sofre uma série

de modificações, cedendo ao fígado alguns materiais, recebendo outros em troca, inclusive

muitas das proteínas que formam seu plasma.

SISTEMA CIRCULATÓRIO

O SANGUE

O sangue pode ser considerado como um tecido com propriedades muito especiais, é

comparável ao tecido conjuntivo e ao esquelético; os três tecidos são derivados do

mesênquima, uma matriz que no sistema ósseo é uma substância dura, no conjuntivo é de

consistência gelatinosa e no sangue é líquido.

Constituição do sangue: É constituído por eritrócitos ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou

glóbulos brancos, plasma e trombócitos ou plaquetas.

Plasma: é a parte líquida do sangue que contem substâncias nele dissolvidas tais como:

proteínas sangüíneas (albumina e globulina), fibrinogênio (provoca a coagulação do sangue),

sais, glicose, lipídios, aminoácidos, CO2, O2, substâncias nitrogenadas na forma de uréia,

ácido úrico, ácido lático, enzimas, hormônios, etc.

Glóbulos vermelhos ou eritrócitos: Na maioria dos vertebrados estes glóbulos são estruturas

celulares nucleadas, achatadas e ovais com citoplasma contendo hemoglobina.

Os eritrócitos dos mamíferos com exceção de camelos e lhamas têm a forma mais

arredondada que oval. Os eritrócitos dos mamíferos expulsam o núcleo da célula para que

haja maior possibilidade de transporte de oxigênio. O número é de aproximadamente

5.000.000 mm3. Na fase fetal, os glóbulos vermelhos são formados no baço. Após o

nascimento, os glóbulos são formados na medula óssea e destruídos no baço, assim como as

plaquetas.

Glóbulos brancos ou leucócitos: Os leucócitos variam grandemente em aspecto e quanto aos

tipos existentes de um grupo de vertebrados para outro, sendo difícil estabelecer uma

classificação que sirva para todos. Em geral podemos distinguir dois grupos de glóbulos

30

brancos: os linfóides com núcleo simples, único e citoplasma agranular; e os granulócitos ou

leucócitos polimorfonucleares nos quais o material nuclear se dispõe irregularmente e o

citoplasma apresenta granulações.

1º Grupo:

Leucócitos linfóides:

Linfócitos - pequenos arredondados, grande núcleo e quantidade relativamente pequena de

citoplasma. São abundantes na linfa. Podem transformar-se em células do tecido conjuntivo

em uma região danificada. Tem papel importante na proteção imunológica.

Monócitos - tem uma quantidade maior de citoplasma e um núcleo que pode ter forma de um

rim, são células fagocíticas que migram através do sangue para vários locais nos tecidos.

2º Grupo:

Coram-se por corantes ácidos - Granulócitos acidófilos (eosinófilos), granulócitos básicos

(basófilos) e os que se coram por ambos os tipos de corantes, os heterófilos (neutrófilos),

sendo estes últimos os mais abundantes. De um modo geral os granulócitos são fagócitos

(importância imunológica).

Trombócitos: ou plaquetas, são elementos sangüíneos com a função de coagulação.

As próprias plaquetas têm a possibilidade de se unirem para formar o coágulo ou se

desintegrarem, liberando substâncias que tem a mesma função.

Anticorpos: Quando uma substância estranha, por ex. bactéria penetra no sangue, forma-se

uma proteína ou anticorpo nos tecidos linfáticos. O agente invasor é chamado antígeno e a

reação de produção de anticorpos é chamada imunização ou imunidade.

Grupo sangüíneo: O sangue de um doador deve ser compatível com o do receptor. Isto quer

dizer que não pode haver a formação de um processo de imunização (reação antígeno-

anticorpo) pois, esta reação indesejável pode levar o indivíduo à morte.

Os tipos de antígenos (aglutinogênios que são polissacarídeos) podem ser A e B. Assim há 4

tipos sanguíneos: A, B, AB, e O. O plasma pode ter um ou dois tipos de anticorpos

(aglutininas) conhecidos por anti-A e anti-B.

Fator Rh: há dois grupos de indivíduos, os Rh+ e os Rh-. Isto se deve a presença de um

carboidrato nas hemácias de indivíduos do grupo Rh+ e ausência no Rh-.

Assim, sangue Rh- doado para receptor Rh- não desenvolve reação; sangue Rh + doado para

receptor Rh- desenvolve reação antígeno-anticorpo

31

O CORAÇÃO

FISIOLOGIA DO CORAÇÃO

Para que o coração possa funcionar como uma bomba, ele possui válvulas que se fecham

automaticamente, evitando que o sangue flua em direção errada.

A válvula existente entre o átrio direito e o ventrículo direito, possui três cúspides e é

denominada válvula tricúspide. A válvula existente entre o átrio esquerdo e o ventrículo

esquerdo possui duas cúspides e é chamada válvula bicúspide.

Essas duas estruturas são mantidas em posição por resistente cordoalha tendinosa que se

prende às válvulas e às paredes dos ventrículos.

Nas bases das artérias aorta e pulmonar, que partem dos ventrículos esquerdos e direito,

respectivamente, existem válvulas em forma de meia lua, as válvulas semilunares, que se

abrem de modo a deixar o sangue fluir para fora do coração.

Não existem válvulas na abertura das grandes veias que chegam ao átrio direito ou na

abertura das veias pulmonares no átrio esquerdo, e é possível que pequena quantidade de

sangue flua nessas veias quando os átrios se contraem.

Os caminhos do sangue

1 - O átrio direito recebe o sangue de todas as partes do organismo (exceto dos pulmões) por

meio de duas grandes veias, a veia cava superior (que drena a cabeça, membros superiores e

parte superior do corpo) e veia cava inferior (que drena os membros inferiores e a porção

inferior do corpo).

2 - A contração do átrio direito abre a válvula tricúspide bombeando o sangue em direção ao

ventrículo direito.

3 - A contração do ventrículo direito fecha a válvula tricúspide, abre a válvula semilunar e

bombeia o sangue para fora do coração através da artéria pulmonar em direção aos pulmões.

4 - O sangue que retorna dos pulmões através da veia pulmonar chega ao átrio esquerdo e é

bombeado por sua contração através da válvula bicúspide para o ventrículo esquerdo.

5 - A contração do ventrículo esquerdo fecha a válvula bicúspide, abre a válvula semilunar e

envia sangue através da aorta para todas as partes do organismo.

6 - Todo sangue que chega ao átrio direito deve passar através dos pulmões antes de retornar

ao ventrículo esquerdo e ser bombeado para o organismo. A parede muscular do ventrículo

esquerdo é mais espessa que a do ventrículo direito. As fibras musculares dos ventrículos são

dispostas em espiral e sua contração "espreme" o sangue para fora da cavidade ventricular.

7 - O relaxamento ventricular (direito e esquerdo) reduz a pressão no interior destas câmaras

e o sangue nelas penetra, vindo dos átrios (direito e esquerdo).

32

OS BATIMENTOS CARDÍACOS

Os batimentos cardíacos constituem uma propriedade do coração, e se inicia, precocemente,

durante o desenvolvimento embrionário, mantendo-se sem pausa durante a vida toda. Todos

os tecidos necessitam de suprimento constante de oxigênio que chega através do sangue

circulante. Se o coração pára de bater durante alguns segundos, resulta em estado de

inconsciência, e se ele parar por alguns minutos, segue-se a morte. O coração de um homem

em repouso bombeia cerca de 5 litros de sangue por minuto. Isso significa que uma

quantidade de sangue igual ao volume total existente no organismo passa pelo coração em

cada minuto, com alguma variação, de acordo com o tipo de vaso (pequenos circuitos ou

grandes circuitos). O coração continua a bater normalmente mesmo após os nervos que a ele

chegam serem cortados, o que significa que ele bate independente dos estímulos originários

do sistema nervoso. Se conservado em substrato nutritivo apropriado, ele continuará a bater

mesmo quando removido do organismo. A frequência das contrações é regulada pelo tecido

nodal existente no interior da parede cardíaca e por dois conjuntos de nervos originários no

sistema nervoso central.

Tecido nodal

Os batimentos cardíacos são originados e regulados pelo tecido nodal, formado de fibras

musculares especializadas denominadas de tecido Purkinje.

Nos vertebrados inferiores, como os peixes e sapos, há uma câmara cardíaca separada, o seio

venoso, na qual as veias deságuam, e da qual o sangue vai à aurícula ou átrio direito. Nas

formas superiores o seio venoso desapareceu, exceto por uma massa vestigial do tecido nodal

denominada nódulo sinoatrial, localizado no ponto onde a veia cava superior se lança no

átrio direito.

Um segundo nódulo situado entre os átrios logo acima dos ventrículos é denominado nódulo

atrioventricular.

Desse último, um ramo de fibras de Purkinje se ramifica para todas as regiões dos ventrículos.

O nódulo sinoatrial inicia o batimento cardíaco e regula a frequência de batimentos. Por essa

razão é chamado marcapasso. Em intervalos regulares, um potencial de ação é iniciado no

nódulo sinoatrial e passa através do músculo atrial.

PRESSÃO SANGÜÍNEA

1 - A força resultante dos batimentos cardíacos.

2 - O volume de sangue existente no sistema circulatório e

3 - A resistência periférica (o estado de constrição ou relaxamento dos vasos)

Estes três itens determinam a pressão sangüínea.

A pressão sangüínea eleva-se com o aumento da força de contração cardíaca, com o aumento

do volume sangüíneo e com a constrição dos vasos sanguíneos.

Ela diminui nas situações opostas.

A pressão sangüínea eleva-se em cada contração ventricular e cai em cada relaxamento da

parede ventricular.

33

A pressão mais elevada, resultante da sístole cardíaca, é denominada pressão sistólica.

Ela diminui a partir da aorta até as veias, sendo elevada na aorta, 140 mm Hg, e mais baixa

nas veias próximas ao átrio. Local no qual se aproxima ou chega a baixo de zero.

A pressão diminui pelo atrito do sangue com as paredes vasculares e é mais nítida nas

arteríolas e capilares, por serem menores, o átrio é maior.

A redução é necessária, pois se fosse a mesma em todo sistema, o sangue não fluiria.

Hipertensão

A elevação da pressão sangüínea pode ser provocada por:

1 - Aumento no volume total do sangue.

2 - Pela constrição das artérias,

3 - Por ambos mecanismos descritos.

O aumento do volume sangüíneo resulta do efeito de certos hormônios do córtex adrenal

(mineralocorticóides) os quais atuam sobre os túbulos renais aumentando a reabsorção de

sódio. Ela por sua vez provoca um aumento de retenção de água, da qual resulta um aumento

de volume sangüíneo. A vasoconstrição é provocada por muitos mecanismos, porém um dos

mais importantes está relacionado com uma proteína, a angiotensina II. Esta proteína não só

provoca constrição nas artérias, mas também estimula a glândula adrenal a produzir e secretar

mais aldosterona.

Portanto a angiotensina II provoca tanto a vaso constrição como o aumento do volume

sangüíneo, e estes dois resultantes levam à elevação da pressão sangüínea.

A angiotensina II é formada através de uma ação enzimática a partir de um precursor inativo,

a angiotensina I, existente no sangue.

A angiotensina I (hormônio inativo) é formada a partir do angiotensinogênio (uma

glicoproteína produzida no fígado), e a conversão do angiotensinogênio em angiostensina I é

catalisada por uma enzima proteolítica, a renina, que é produzida no rim.

A enzima conversora da angiotensina I, a ECA 190 kDa é encontrada em indivíduos com

pressão arterial normal.

Porém, há cerca de 20 anos, foram descobertas mais duas enzimas conversoras da

angiotensina I, são elas: ECA 90 kDa (quilodáltons – unidade de massa atômica) e ECA 65

kDa. Estas duas últimas enzimas, são encontradas em indivíduos com propensão à elevação

da pressão ou já são hipertensos.

Em função do mecanismo fisiológico descrito, a maioria dos medicamentos que combatem a

hipertensão impede a ação da ECA.

Esta afirmação já pode ser feita, através de constatações genéticas, em estudos realizados com

ratos onde cerca de 72% heterozigotos apresentam as formas 190, 90 e 65 kDa; cerca de 15%

são normais com as formas 190 e 65 kDa e cerca de 12% são hipertensos com as formas 90 e

65 kDa.

Novos estudos estão sendo realizados no Estado do Espírito Santo, agora com humanos.

34

Lesões do rim provocam um aumento de produção de renina, a qual através da angiotensina II

produz elevação da pressão sangüínea.

A hipertensão provocada por tumores da suprarrenal, ou lesões renais é responsável por

somente 10% de todos os casos de hipertensão, os outros 90% são representados pela

denominada hipertensão essencial, cuja etiologia ainda é desconhecida.

OS VASOS SANGUÍNEOS - ARTÉRIAS / VEIAS / CAPILARES

ARTÉRIAS

As duas maiores artérias do corpo são a artéria aorta e a artéria pulmonar.

As paredes destes dois vasos são espessas e elásticas. Por isso as artérias transportam grande

quantidade de sangue, tanto quando o coração se contrai expelindo o sangue dos ventrículos

(sístole ventricular) quanto no relaxamento cardíaco (diástole ventricular).

As artérias mais periféricas possuem mais músculo liso que o tecido elástico na túnica média.

O músculo liso proporciona maior tônus ao vaso que é inervado por fibras nervosas

simpáticas do sistema nervoso central autônomo, proporcionando a circulação do sangue a

uma dada pressão (120 mm de Hg).

Algumas artérias como a femural e a radial podem ser palpadas pela sua compressão contra o

osso possibilitando assim, sentir-se a freqüência dos batimentos cardíacos e detecção da

pressão arterial.

Como o coração é uma bomba pulsátil, o sangue entra nas artérias de maneira intermitente e

cada batimento cardíaco produz pulsos de pressão no sistema arterial. No adulto, a pressão

no pico de uma pulsação é de cerca de 120 mm Hg e no seu ponto inferior é de mais ou

menos 80 mm Hg. A diferença entre essas duas pressões, entorno de 40 mm Hg, denomina-se

pressão de pulso.

FATORES QUE AFETAM A PRESSÃO DE PULSO:

Existem dois fatores principais que afetam a pressão de pulso:

1) O volume sistólico cardíaco.

2) A complacência (distensibilidade total) da árvore arterial.

Um terceiro fator, menos importante, é o caráter de ejeção do coração durante a sístole.

Quanto maior a complacência do sistema arterial, menor será a elevação da pressão para um

determinado volume sistólico de sangue. Na realidade, então o pulso de pressão é

determinado, aproximadamente, pela proporção entre o débito sistólico e a complacência

da árvore arterial.

Portanto, qualquer condição da circulação que afete um desses dois fatores também afetará a

pressão do pulso.

35

Ponte Mamária - Nome de duas artérias, a artéria mamária interna e artéria mamária externa.

A artéria mamária externa irriga os músculos peitorais e a mama. A artéria mamária interna,

ramo da artéria subclávia, irriga a parede torácica anterior, os órgãos do mediastino e o

diafragma: - fornece ramos medialístico, brônquio, tímico, intercostal, costal, estermal,

pericárdio, frênico e epigástrico superior.

VEIAS

A rede de capilares dos tecidos leva sangue venoso para as veias maiores.

Comparadas com as artérias correspondentes, as veias tem paredes mais finas, são mais

facilmente comprimidas, sua pressão é menor e o calibre maior. O fluxo sangüíneo nas veias

é todo em direção ao coração, sendo que as veias cava superior e a veia cava inferior recebem

todo o sangue sistêmico, enviando-o para o átrio direito do coração. O movimento do sangue

nas veias depende:

1 - Principalmente de uma diferença (gradiente) de pressão que está relacionada com a

contração e relaxamento do coração.;

2 - Do auxílio da pressão negativa que ocorre na caixa toráxica devido à respiração;

3 - Íntima ligação das veias profundas com as artérias pulsáteis.

4 - Proximidade das veias profundas com as artérias pulsáteis.

As veias sujeitas a pressão externa e que são influenciadas pelos movimentos musculares,

possuem válvulas, que são pregas de tecido fibroso e elástico com a função de orientar todo o

sangue para o coração, mas torna-se evidente que elas realizam muitas tarefas necessárias ao

funcionamento da circulação; estes vasos são capazes de:

1 - Contrair-se e dilatar-se

2 - Armazenar grandes quantidades de sangue disponível quando solicitado pelo restante da

circulação,

3 - Propelir o sangue para frente através da denominada bomba venosa,

4 - Auxiliar a regulação no débito cardíaco.

As grandes veias quase não tem resistência quando estão destendidas. Contudo, a maioria

delas é comprimida em diversas partes do organismo. Por esta razão, as grandes veias de

modo geral, oferecem resistência ao fluxo sangüíneo e por causa disto, a pressão nas veias

periféricas costuma ser de 4 a 9 mm Hg maior do que a pressão atrial direita. Nota-se

entretanto, que as veias dentro do tórax, não estão colapsadas porque a pressão neste setor,

distende essas veias.

Ponte Safena - Nome de duas veias superficiais da perna. Veia safena interna ou grande

safena, a mais longa veia do corpo, estende-se do dorso do pé até o ligamento inguinal, onde

se lança na veia femural. A veia safena externa ou pequena safena sobe pela face posterior da

perna e termina na veia poplítea.

36

VÁLVULAS VENOSAS E “BOMBAS VENOSAS”

Devido à pressão hidrostática, a pressão venosa nos pés deveria estar sempre em torno de +90

mm Hg, não fossem as válvulas venosas. Cada vez que o indivíduo move as pernas, a

musculatura comprime as veias, espremendo o sangue para fora das veias. As válvulas

venosas estão dispostas de forma a enviarem o sangue somente no sentido do coração e nestas

circunstâncias, a pressão venosa nos pés de um indivíduo adulto ao caminhar permanece

menor que 25 mm Hg.

Se o indivíduo permanecer de pé, totalmente imóvel, a bomba venosa não funciona e a

pressão na parte inferior da perna pode ser de 90 mm Hg em 30 segundos. Nestas

circunstâncias, a pressão dos capilares também aumenta muito e o liquido passa do sistema

circulatório para os espaços teciduais.

Com freqüência, 15% a 20% do volume sangüíneo são perdidos do sistema circulatório nos

primeiros 15 minutos em que o indivíduo fica ereto, totalmente imóvel como acontece quando

um soldado é obrigado a ficar em posição de alerta absoluto por várias horas.

CAPILARES

A parede capilar atua como uma membrana semipermeável permitindo que a água, os gases

(CO2 e O2), substâncias cristalóides e certas proteínas plasmáticas passem através dela.

Os capilares formam uma extensa rede através do corpo onde sua densidade é determinada

pela atividade do tecido de referência.

Músculos, glândulas e pulmões tem uma rede de capilares maior que nos tendões e

ligamentos, por exemplo.

Os capilares podem ser contínuos, sinusóides (estes possuem característica mais irregular

que os capilares verdadeiros e estão em contato mais íntimo com as células) ou fenestrados

(quando possuem poros).

Por exemplo no baço, o sinusóide permite a passagem de plasma pelas células sangüíneas

dentro dos espaços tissulares.

A lenta progressão do fluxo sangüíneo através dos capilares, permite que uma parte do

conteúdo fluido do sangue passe do vaso para os espaços tissulares; assim, por esta

“transudação” ocorrem trocas gasosas onde é o O2 é deixado e o CO2 é retirado do tecido.

O fluxo através de uma rede capilar é determinado pelas arteríolas. Estas tem parede muscular

espessa que se contraem sob a influência do sistema nervoso autônomo.

Um aspecto importante da função capilar é a difusão bidirecional de substâncias dissolvidas

entre o plasma e os líquidos teciduais através da membrana capilar.

Assim, os íons de sódio se difundem em ambas as direções, em quantidades

aproximadamente iguais, de modo que a concentração de sódio permanece quase a mesma

tanto no sangue quanto nos líquidos teciduais. De modo semelhante quando as células

teciduais reduzem o oxigênio dos líquidos teciduais, este se difunde do sangue para as

células. Inversamente, quando as células formam excesso de dióxido de carbono, ela se

difunde para o sangue.

37

Deste modo os capilares providenciam nutrição para as células e retiram os produtos finais do

metabolismo das mesmas.

Apesar do fluxo sanguíneo através de cada capilar ser intermitente, existem tantos capilares

nos tecidos que sua função passa a constituir uma média.

Isto é, existe um valor médio de fluxo sangüíneo através de cada leito capilar tecidual, uma

pressão capilar média dentro dos vasos capilares, um transporte médio de substâncias

entre o sangue dos capilares e o líquido intersticial circundante.

TRANSPORTE ATIVO E BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO OU

ELETROGÊNICA

Para o conhecimento completo do perfeito funcionamento das células animais, é

fundamental conhecermos o princípio de equilíbrio dinâmico entre os meios externo e

interno celulares.

Jamais podemos interpretar a fisiologia celular, tecidual e sistêmico, sem a compreensão da

bomba de Na+/K+.

Por este motivo, o texto está presente na apostila em local de destaque, porque , conforme

descrito a seguir, o princípio de funcionamento eletrogênico, está presente no corpo dos

animais assim como no corpo do Ser Humano.

Descrição do processo:

A concentração do íon sódio (Na+) é muito alta no exterior da célula e a concentração de

potássio (K+) é muito alta no interior da célula.

ELEMENTOS /

SUBSTÂNCIAS

LÍQUIDO

EXTRACELULAR

LÍQUIDO

INTRACELULAR

Na+

142 mEq/l

10 mEq/l

K+

4 mEq/l

140 mEq/l

Cl-

103 mEq/l

4 mEq/l

Fosfato

4 mEq/l

75 mEq/l

Glicose

90 mg %

0 a 20 mg %

Neste equilíbrio mantido pela célula, como podemos observar, algumas substâncias ou

elementos químicos podem existir em quantidades pequenas fora da célula, mas

permanecem em grandes quantidades no interior das mesmas. Ex: potássio.

Outras porém, devem permanecer em concentrações baixas no interior das células como

o Na+.

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Como é conhecido, nenhuma substância ou elemento químico pode se difundir no sentido

contra um "gradiente de concentração" ou "montanha acima" ou "subindo

montanha".

Para que este processo ocorra, há necessidade de um sistema adequado, de um "transporte

ativo".

Entre as substâncias transportadas ativamente pela membrana temos Na+, K+, Ca++,

Fe++, H+, Cl-, Iodeto, açucares, aminoácidos, etc.

Para que ocorra o transporte ativo contra um gradiente de concentração, “Montanha a

cima” há necessidades de carreadores enzimáticos e fornecimento de energia ao

sistema, sem os quais as substâncias e os elementos químicos (íons) não seriam

transferidos através da membrana.

Princípios para ocorrência do processo:

1-ATP do citoplasma celular libera energia na superfície da membrana.

Ex: células que revestem os túbulos renais gastam 100% de sua energia nesse processo.

2- O transporte obedece às leis comuns da química (substância x carreador).

3- A molécula "carreadora" é específica para uma substância ou grupo de substâncias.

4- Uma enzima ou enzimas específicas são indispensáveis para que os processos ocorram.

5- Em outras palavras, a enzima cataliza a reação "carreador x substância" e a enzima os

separam.

6- A substância "carreadora" é uma ou mais proteínas.

Sem a ação da Bomba de Na+/K+, pequenas quantidades de Na+, K+ ou outros íons

podem difundir-se pela membrana celular, até que os meios internos e externos se igualem.

Contudo, graças à existência este sistema, as concentrações são mantidas.

No transporte ativo, específico de Na+ e K+, o carreador tem a capacidade de fragmentar

moléculas de ATP, por isso, é denominado ATPase Sódio-Potássio.

Esta ATPase é composta por uma globulina e uma glicoproteína.

Uma particularidade do sistema Na+/K+ é que ele transporta 3 íons sódio para o exterior e

2 íons K+ para o interior da membrana. Isto explica a negatividade do interior da

membrana e a positividade no exterior.

A bomba de Na+ e K+ é importante para muitos sistemas funcionais do organismo como

fibras nervosas, músculos, glândulas, para previnir intumescimentos, etc.

APARELHO RESPIRATÓRIO

Evolução: Através do que sabemos hoje, os animais tiveram origem no mar e sofreram grandes

adaptações para se tornarem terrestres. As principais adaptações ocorreram no sistema

respiratório e na retenção de água. Tais características atingiram também os vegetais. De

acordo com as diferenças estruturais dos aparelhos respiratórios, reconhecemos hábitos de

vida dos animais, ou seja, são terrestres aquáticos , anfíbios etc.

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Portanto, respiram através de pulmões, brânquias, traquéias, revestimento do corpo etc.

Muito embora existam diferenças entre os aparelhos respiratórios dos seres vivos, todos têm

as mesmas funções e características: trata-se de uma membrana úmida, permeável, através da

qual se difundem as moléculas de O2 e CO2 (O2 para o interior e CO2 para o exterior).

A pressão parcial de cada gás é diferente entre si, assim por exemplo a pressão parcial do O2

é maior no ar ou a água, por isso tende a passar por qualquer membrana apropriada. O CO2

apresenta característica oposta, tendo pressão parcial maior no interior dos organismos, assim,

tende a sair. Em alguns animais as trocas gasosas ocorrem diretamente do ar ou da água

através das membranas para suas células; já em animais de pele seca e maiores, o processo é

bastante complexo.

Respiração Indireta: Na respiração indireta, uma fase externa e uma fase interna podem ser

distinguidas.

Respiração externa: é a troca de gases por difusão, entre o meio externo e a corrente

sangüínea, através do órgão respiratório especializado - o pulmão nos mamíferos, por

exemplo.

Respiração Interna: é a troca de gases entre a corrente sangüínea e as células somáticas.

Entre estas fases, os gases são transportados pelo sistema circulatório.

O termo respiração está relacionado à troca de gases e consumo de O2 livre. Os animais

que utilizam O2 são chamados aeróbicos. Todavia, alguns parasitas intestinais e os

invertebrados que habitam locais lodosos, vivem onde há pouco ou nenhum O2. Estes

animais são chamados anaeróbicos e obtém sua energia a partir da glicólise. Glicólise: a

glicose com 6 átomos de carbono é oxidada (4e) e quebrada em 2 moléculas de ácido

pirúvico.

Em seguida ocorre a fosforilação onde ADP recebe mais um átomo de fósforo e surge ATP.

A energia produzida no processo é armazenada sob a forma de ATP; parte desta energia

química é transformada em energia térmica.

Mecanismos Respiratórios: Os animais obtém o O2 por 5 meios:

1 - Difusão simples do O2 da água ou ar através de membrana úmida.

2 - Difusão do O2 do ar ou água através de parede fina do corpo para vasos sanguíneos.

3 - Difusão do O2 do ar através de estigmas, da água através das brânquias traqueais ou

traquéias que o conduz até os tecidos.

4 - Difusão do O2 do ar através das superfícies branqueais para vasos sanguíneos

5 - Difusão do O2 do ar através de superfície úmida dos pulmões para vasos sanguíneos.

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Respiração Traqueal: desenvolve-se como invaginações da parede do corpo e são formadas

por quitina. A traquéia termina em traqueóla intracelular.

A traqueóla é cheia de liquido pelo qual o O2 difunde-se às células adjacentes. Nos insetos o

estigma tem válvulas que se fecham para restringir a perda da água.

Respiração Branquial: As branquias traqueais são delgados filamentos cobertos por

delicada epiderme e contem rede de capilares. As trocas gasosas ocorrem entre o sangue e a

água circundante. Várias adaptações podem ocorrer, principalmente com relação ao caminho

das águas antes da troca no corpo animal. Por exemplo, as brânquias de vertebrados inferiores

encontram-se em câmaras ao lado da faringe e a água aspirada pela boca é forçada para fora

passando sobre filamentos.

MEDIDAS DE AR PULMONAR

Freqüência respiratória - 12 a 15 vezes por minuto.

Volume de ar corrente no aparelho respiratório (entra e sai) - 500 ml

Espaço morto - 150 ml

Volume de reserva inspiratória - 3000 ml

Volume de reserva expiratória - 2000 a 2500 ml

Volume residual (perfuração ou morte) - 1000 a 1500 ml

Volume ou capacidade funcional - 3000 a 4000 ml

ALGUNS TERMOS UTILIZADOS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS

Taquipnéia - condição após corrida

Bradipnéia - condição em anestesiados

Apnéia - parada respiratória

Hipopnéia - diminuição da frequência respiratória (em grávidas)

Hiperpnéia - aumento da freqüência respiratória

Dispnéia - Falta de ar

Ortopnéia - quando grávidas não podem deitar

APARELHO EXCRETOR

O termo homeostase foi originalmente aplicado à capacidade do corpo em regular os volumes

do sangue e dos líquidos extracelulares, e as concentrações de solutos. No entanto este termo

tem sido gradualmente ampliado e inclui muitos processos reguladores que mantém

constantes as funções fisiológicas dos organismos.

Definição de termos : defecação, excreção e secreção.

Defecação refere-se à eliminação de restos metabólicos e de alimentos não digeridos. O

alimento não digerido nunca entra no corpo das células e não toma parte no metabolismo

celular.

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Excreção refere-se à remoção a partir das células e da corrente sangüínea de substâncias que

não são utilizadas no corpo. A excreção de restos metabólicos pelos rins envolve um gasto de

energia pelas células, mas o ato da defecação não requer esforço das células que revestem o

intestino.

Secreção é a liberação a partir de uma célula de alguma substância que é utilizada de alguma

maneira em algum processo corporal - por exemplo, as glândulas salivares. A secreção

também envolve atividade celular e requer um gasto de energia pela célula secretora.

Filtração Renal: Ocorre na junção entre o capilar glomerular e a parede da cápsula de

Bowman. O sangue é filtrado e então passa através dos capilares, tanto que a água, os sais, a

glicose, a uréia e outras moléculas podem passar do sangue para a cavidade da capsula de

Bowman e torna-se filtrado glomerular. Os componentes celulares do sangue e as

macromoléculas, como das proteínas plasmáticas são retidos no sangue. O mecanismo deste

processo é puramente físico, uma pressão de filtração. Isto resulta do fato de a arteríola

aferente, ser maior que o vaso que o deixa, a arteríola eferente. Pode ser mostrado

experimentalmente que a taxa na qual o liquido passa para dentro da cápsula, a taxa de

filtração glomerular, aumenta e diminui com a pressão sangüínea e consequentemente com a

pressão sangüínea arterial diminui, através de uma seqüência comparável de eventos, a

quantidade de urina excretada.

Reabsorção Renal: A partir de cada cápsula de Bowman, localizada no córtex renal, o

filtrado passa primeiramente através do túbulo contorcido proximal (córtex) daí para uma

longa alça de Henle, passando para o interior da medula voltando ao córtex, e então

desembocando no túbulo contorcido distal , esvaziando-se por fim no túbulo coletor, através

do qual passa para a medula e em seguida para dentro da pelve. Não há mudança na

composição da urina que passa da pelve renal para os ureteres, bexiga e uretra; as mudanças

ocorrem quando o filtrado passa pela cápsula, túbulos contorcidos, alças e túbulos coletores

até a pelve.

Como os rins excretam uma urina concentrada: o modelo da contracorrente.

A fim de sobreviver na terra, os vertebrados desenvolveram um mecanismo para excretar uma

urina concentrada, e então conservar a água no sangue. Esta capacidade parece depender de

certas propriedades da alça de Henle. O glomérulo e os túbulos proximal e distal estão

localizados na porção externa do rim, o córtex, enquanto que alça de Henle se estende para o

interior da medula.

Os capilares peritubulares também formam longas alças, a vasa recta, que se estendem para o

interior da medula. O sangue passa pela medula e então retorna ao córtex, através desta vasa

recta antes de esvaziar seu conteúdo nas veias renais. Os túbulos coletores, dentro dos quais

os túbulos distais esvaziam-se, passam através da medula e atingem a pelve renal.

Esse arranjo anatômico permite ao rim excretar uma urina que é hipertônica em relação ao

sangue.

1-Quando o líquido tubular passa através do ramo ascendente da alça de Henle, o sódio é

ativamente bombeado para dentro do líquido intersticial,

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2- Os íons cloreto passam passivamente e a concentração no liquido intersticial aumenta.

3- Alguns íons sódio e cloreto difundem-se passivamente para o interior do ramo descendente

e este ciclo de sódio do ramo descendente, resulta no estabelecimento de um gradiente de

concentração próxima ao córtex e um aumento de concentração na profundidade da medula.

4- Quando o sangue flui para o interior da medula na vasa recta, o cloreto e o sódio

difundem-se para seu interior, mas quando o sangue flui de volta da medula, o sódio e o

cloreto difundem-se para fora do sangue para o interior do liquido intersticial.

Esse fluxo contracorrente do sangue previne a perda de sódio e cloreto da medula e

permite que o gradiente de concentração no líquido intersticial seja mantido.

O transporte ativo de sódio para fora do líquido tubular no ramo ascendente da alça de Henle

é tão poderoso que o líquido que atinge o túbulo contorcido distal tem uma concentração de

sódio inferior a do líquido do filtrado glomerular.

As paredes de ramo ascendente da alça de Henle parecem ser impermeáveis à água, de

maneira que ela não se difunde para fora quando o sódio é bombeado. As paredes dos túbulos

coletores são permeáveis à água e esta se movimenta por osmose da urina diluída do túbulo

coletor para o líquido intersticial com o aumento da concentração de solutos. A urina que

finalmente passa para o interior da pelve é aproximadamente tão concentrada quanto o líquido

intersticial na profundidade da medula e às vezes mais concentrada que o filtrado glomerular

inicial.

O hormônio esteróide aldosterona, secretado pelo córtex adrenal, age sobre as células do

ramo ascendente a alça de Henle aumenta a reabsorção ativa de íons sódio. Como você pode

perceber a velocidade na qual o córtex adrenal secreta o hormônio, é regulada pela

concentração de íons sódio no sangue.

Limiar e clearence renal

A concentração de uma determinada substância no sangue, como a glicose, no ponto onde ela

começa a aparecer na urina, é denominado limiar renal. O limiar para a glicose é de

aproximadamente 150 mg de glicose por 100 ml de sangue. Quando este valor é aumentado, a

glicose aparece na urina. Existem limiares renais comparáveis para muitas outras substâncias;

a concentração na qual a substância começa a aparecer na urina é diferente para cada uma.

Uma vez, que a principal função do rim é clarear o líquido extracelular do corpo, os

fisiologistas renais adotaram o conceito de clearence renal para expressar quantitativamente

a capacidade renal de eliminar alguma dada substância no sangue.

Quando um determinado volume de plasma passa através dos glomérulos e o filtrado

glomerular é formado, passando através dos túbulos, uma certa quantidade de substâncias

aparece filtrada e algumas delas podem ser reabsorvidas pelas células dos túbulos.

A relação entre a quantidade de líquido reabsorvido e a quantidade de substância reabsorvida

é expressa como o número de milímetros de plasma que é clareado, isto é, completamente

desprovido daquela substância por minuto.

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Através da retirada simultânea de amostras de sangue e de urina, e da medida da concentração

de cada uma das substâncias em questão, você pode calcular a quantidade daquela substância

em cada milímetro de sangue e quantidade daquela substância que aparece na urina em cada

minuto. O clearence do plasma é definido como:

Quantidade secretada na urina por minuto

Quantidade em cada milímetro de plasma.

OSMORRECEPTORES

O complexo mecanismo da contracorrente na alça de Henle, pelo qual o rim pode variar a

quantidade de água reabsorvida do filtrado tubular, é controlado pela quantidade de hormônio

antidiurético liberado pelo lobo posterior da hipófise. Este por sua vez, está sob o controle de

osmorreceptores no núcleo supraóptico do hipotálamo.

Este monitoriza a concentração de solutos no sangue e aumenta e diminui a secreção de ADH

para corrigir alguma mudança na osmolaridade, a concentração total de solutos, no sangue.

Os osmorreceptores são neurônios especializados que provavelmente contém pequenas

vesículas liquidas. Estas aumentam de tamanho quando a concentração de soluto no

sangue diminui e se reduzem quando a concentração aumenta. Quando estimulados pelo

aumento da osmolaridade no sangue, eles iniciam impulsos que passam através das fibras

nervosas ao lobo posterior da hipófise e determinam a liberação de ADH.

QUÍMICA DAS MACROMOLÉCULAS (E DA VIDA)

Até a descoberta do oxigênio, em 1772, a vida era um completo mistério. Mas o estudo da

importância desse gás para os seres vivos, empreendido pelo químico francês Antoine

Laurent de Lavoisier (1743-1794) começou a elucidar a química da vida. Depois vieram os

trabalhos de Louis Pasteur (1882-1895), que demonstrou a existência dos micróbios e seu

papel na fermentação de substâncias orgânicas e na geração de doenças. E assim teve início o

moderno estudo da complexa química dos seres vivos, que são feitos de macromoléculas e as

utilizam em seu metabolismo.

O processo básico da vida já era intuído pelos antigos egípcios e outros povos que adoravam

o Sol como a um deus. O fato é que as emissões eletromagnéticas da imensa usina nuclear

que ilumina e aquece a Terra tiveram papel básico no surgimento, na manutenção e no

desdobramento das formas de vida que povoam o planeta. Ainda hoje, a vida se alimenta da

energia do Sol. Através da fotossíntese, as plantas usam essa energia para ligar moléculas de

gases do ar e minerais do solo em cadeias de carbono. Depois, conforme as necessidades, elas

próprias vão quebrando essas moléculas para recuperar a energia e utilizá-la no crescimento e

nos processos metabólicos.

Base da cadeia da vida, as plantas servem de alimento aos animais, que as digerem e quebram

suas moléculas, liberando energia. É uma cadeia tão rica e complexa que beneficia até os

animais que não se alimentam de plantas, pois eles digerem outros animais que delas

obtiveram energia.

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Toda essa complexa rede de trocas energéticas só começou a ser cientificamente entendida a

partir de Lavoisier e Pasteur, cujos estudos desencadearam uma série de novas descobertas: o

glicogênio, isolado em 1850 por Claude Bernard (1813-1878); a hemoglobina, cristalizada

em 1884 por Hoppe-Seyler (1825-1895); os ácidos nucléicos, isolados em 1869 por J.F.

Miescher (1811-1887) - para citar apenas algumas peças do imenso quebra-cabeças da vida.

A base da vida são as macromoléculas, isto é, imensas cadeias formadas por moléculas de

carbono. Uma das características das macromoléculas, que a diferencia das moléculas

simples, como as da água, por exemplo, é seu tamanho e sua extrema complexidade. Os

cientistas consideram macromoléculas aquelas que possuem peso 10 mil vezes maior que a

molécula do hidrogênio. Para efeito de convenção, um átomo de hidrogênio tem o peso

molecular de 1 Dalton (d). Uma molécula simples de oxigênio (O) pesa 32 d . Já o açúcar

(C12H22O11), que é uma das menores macromoléculas, pesa o equivalente a 342 d ,

enquanto uma proteína do leite pesa 42.020 d e tem 5.941 átomos.

Os hormônios produzidos pela tireóide, glândula endócrina que controla o metabolismo

humano, pesam 630 mil daltons. Uma das macromoléculas mais pesadas e complexas de

nosso organismo é o DNA (ácido desoxirribonucléico), que, situado no núcleo das células,

comanda todos os seus processos. Uma molécula comum de DNA pesa quase 2 bilhões de

daltons. E a quantidade e a complexidade dos elementos microscópicos que existem numa

célula viva são excepcionalmente espantosas, se levarmos em conta que cada uma contém

uma média de 1 trilhão de macromoléculas de diversos tipos

HEMOGLOBINA: A COR DO SANGUE

Para avaliar o fantástico trabalho invisível das macromoléculas que nos mantêm vivos, vamos

agora nos deter num único tipo de macromolécula existente em nosso organismo: a

hemoglobina do sangue. Presente nas células vermelhas (hemácias), às quais confere essa cor,

a hemoglobina é um derivado protéico que tem como função transportar oxigênio e gás

carbônico durante as trocas gasosas da respiração. Cada molécula de hemoglobina tem 12 mil

átomos e pesa 64.450 d, apesar de suas dimensões microscópicas e invisíveis a olho nu.

Chefiada pelo cientista austríaco M. F. Perutz, uma equipe da Universidade de Cambridge, na

Inglaterra, conseguiu, em 1959, descobrir como funciona a hemoglobina. Sabemos que nos

pulmões o sangue entra em contato com o ar, liberando gás carbônico e absorvendo oxigênio.

Este último gás atravessa as finas paredes dos alvéolos pulmonares e se dissolve no sangue,

através do qual é levado para todas as células do organismo, que o utilizam como combustível

para quebrar alimentos e liberar energia. Como "resíduo industrial", a queima desses

alimentos gera gás carbônico, que se dissolve no sangue e é levado aos pulmões, onde é

trocado por oxigênio e expelido. Tudo isso ocorre cerca de doze vezes por minuto.

Diluídas nos glóbulos vermelhos do sangue, as moléculas de hemoglobina aumentam de trinta

a cem vezes a capacidade de absorver oxigênio, permitindo o atendimento de todas as células.

Constituída de longas cadeias de aminoácidos (compostos derivados da amônia e parentes do

ácido acético do vinagre), a hemoglobina forma seqüências de moléculas, como contas de um

colar, cada uma delas ligada a um átomo de ferro e cercada por um anel de carbono.

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É esse átomo de ferro que atrai e aprisiona o oxigênio, cedendo-o depois às células em troca

de gás carbônico.

Graças a forças elétricas, os átomos dão à molécula de hemoglobina a forma de um

aglomerado de conchas rígidas com átomos de ferro em seu interior. Essas conchas se abrem

em presença do oxigênio, permitindo que ele seja aprisionado pelo ferro.

Levadas pelo sangue ao resto das células de nosso corpo, as moléculas de hemoglobina

carregadas de oxigênio (e chamadas oxi-hemoglobinas) abrem então suas conchas para trocar

esse elemento com o gás carbônico produzido pelas células. Quando se carregam de gás

carbônico, essas moléculas passam a chamar-se desoxi-hemoglobina, e são levadas para os

pulmões, onde abrem suas conchas e liberam o gás, trocando-o por oxigênio.

O ciclo recomeça. E todo o complexo trabalho de manutenção da nossa vida é realizado de

forma invisível por um dos inúmeros tipos de macromoléculas que constituem nosso

organismo.