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FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Mariasites.fadisma.com.br/entrementes/wp-content/uploads/2014/... · 2015-03-18 · ANÁLISE DA NACIONALIZAÇÃO DO GÁS E PETRÓLEO BOLIVIANOS

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  • 1

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    FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Maria Coordenao de Pesquisa e Monografia

    FADISMA, Faculdade de Direito de Santa Maria, 2006. Anais da 3 Semana de Ensino, Pesquisa e Extenso - ENTRE/MENTES FADISMA; por FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Maria; Santa Maria, 2006. XX p.

    1. Novos Direitos, Multiculturalismo e Internacionalizao de Direitos 2. Constitucionalismo, Concretizao de Direitos e Cidadania 3. Meio Ambiente, Ecologia e Transnacionalizao do Direito

    Os anais dos Trabalhos Completos so resultados da 3 Semana de Ensino, Pesquisa e Extenso - ENTRE/MENTES FADISMA realizada no perodo de 23 a 26 de outubro de 2006. As opinies externadas nestes anais so de responsabilidade exclusiva dos seus autores.

  • 3

    NDICE 03

    TERRITRIOS QUILOMBOLAS: POR UMA ANLISE CRTICA DA REGULARIZAO

    FUNDIRIA DAS TERRAS DE PRETO NO BRASIL 07

    MAIS PERTO DA JUSTIA: O JUIZADO ESPECIAL CVEL E A SUA MISSO DE TORNAR

    CLERE E EFETIVA A JUSTIA 09

    INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO1 11

    RELAES INTERNACIONAIS E ORGANIZAES INTERNACIONAIS: INTERAES E

    RELATIVIZAES DA INTERDISCIPLINARIEDADE 13

    BREVE ESTUDO SOBRE A CONSTITUIO DA FAMLIA 15

    A IMPORTNCIA DA ATUAO EXTRAJUDICIAL DO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO

    NA CONCRETIZAO DOS DIREITOS TRABALHISTAS 16

    A INTERAO ENTRE UNIVERSALISMO E RELATIVISMO CULTURAL COMO CONDIO DE

    REALIZAO DOS DIREITOS HUMANOS NO PLANO INTERNACIONAL 17

    O PRAZO RAZOVEL COMO DIREITO HUMANO DE ACESSO JUSTIA NO MERCOSUL 19

    A ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS E A BUSCA PELA EFETIVAO DOS DIREITOS

    HUMANOS NO CENRIO INTERNACIONAL 21

    PRINCPIO DA DIGNIDADE HUMANA: ESSENCIAL INTUIO A PRIORI NO LEGALISMO

    NORMATIVISTA 23

    O TOMBAMENTO DA VILA BELGA: CRTICA E PERSPECTIVAS 25

    O CASO DO IRAQUE LUZ DO PRINCPIO DA NO-INTERVENO DA CARTA DA ONU 27

    A NECESSIDADE DE UM PACTO RADICAL A FAVOR DA SOCIEDADE 29

    EFETIVAO DO ESTATUTO DO IDOSO 30

    DESEMPENHO DO PROCESSO JURDICO 31

    LIBERALIZAO COMERCIAL DA AGRICULTURA: UM CAMINHO PARA O

    DESENVOLVIMENTO 33

    VNCULOS COM A TICA E O DIREITO 35

    PAGAMENTO POR CHEQUE: A FRAGILIDADE DO TTULO 37

    ANLISE DA NACIONALIZAO DO GS E PETRLEO BOLIVIANOS SOB A TICA DO

    DIREITO INTERNACIONAL E DO DIREITO INTERNO BOLIVIANO 39

    VOTO NULO: A MANIFESTAO DA VONTADE DO ELEITOR 41

    FUNDAMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL DA REVOLUO NO CONTEXTO DAS

    DITADURAS NA AMRICA LATINA 43

  • 4

    O DISCURSO DOS JULGADORES NOS ACRDOS DE ESTUPRO 45

    TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI) 46

    A EXCLUSO DO ICMS DA BASE DE CLCULO DA COFINS: RECENTE ORIENTAO DO STF 47

    NEOLIBERALISMO: O CUSTO DO PROGRESSO DA HUMANIDADE FACE A ESTE SISTEMA 49

    A LEGITIMIDADE DA PENA: PURA ILUSO OU MERA RETRICA 51

    JUSTIFICAO E EPISTEMOLOGIA 53

    TEORIA DA IMPUTAO OBJETIVA 55

    O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) NA CONTRAMO DO ESTUDO PREVIO DE

    IMPACTO AMBIENTAL (EPIA) 57

    IMPACTO AMBIENTAL DOS COMPLEXOS TRANSNACIONAIS DE CELULOSE NAS ZONAS DE

    FRONTEIRA DOS PASES DO MERCOSUL 59

    LEGITIMIDADE DO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO PARA PROPOR AO CIVIL

    PBLICA 61

    TURQUIA E UNIO EUROPIA 63

    UMA VISO CONSTITUCIONAL ACERCA DA PENALIDADE TRIBUTRIA EM FACE DA

    DISTRIBUIO DE LUCROS NA SOCIEDADE QUE POSSUI DBITOS NO GARANTIDOS

    PERANTE A UNIO E INSS 65

    DO POSITIVISMO JURDICO AO PENSAMENTO CRTICO 67

    O DESAFIO DO DIREITO FRENTE LIMITAO DE UM PENSAMENTO MODELO 69

    A INTERNALIZAO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO

    BRASILEIRO E A EMENDA CONSTITUCIONAL N 45/04 71

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS PERANTE A UNIO ESTVEL ENTRE

    HOMOSSEXUAIS 73

    CRIMES VIRTUAIS 75

    UMA NOVA COMPREENSO DA RELAO ENTRE O HOMEM E A NATUREZA A PARTIR DO

    ADVENTO DO PARADIGMA DA SOCIEDADE DO RISCO 77

    A CULTURA ARMAMENTISTA COMO HERANA DA GUERRA FRIA 79

    PERSPECTIVA CULTURALISTA DO DIREITO: UMA VISO PARA ALM DA DOGMTICA

    JURDICA 81

  • 5

    EM BUSCA DA HUMANIZAO NO MBITO CRIMINAL 83

    A FUNCIONALIDADE DO TRIBUNAL PERMANTE DE REVISO DO MERCOSUL: ENTRE O

    RGO DE APELAO DA ORGANIZAO MUNDIAL DO COMRCIO E O TRIBUNAL DE

    JUSTIA DAS COMUNIDADES EUROPIAS 86

    AMICUS CURIAE: UMA FORMA CONSTITUCIONAL DE DEMOCRACIA 88

    RESSARCIMENTO AO SUS LUZ DO ARTIGO 32 DA LEI 9656/98 90

    A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROPRIETRIOS DE PITBULLS E A QUESTO DA

    PROIBIO DESSA RAA CANINA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 92

    A TUTELA DA RESPONSABILIDADE CIVIL FRENTE LIBERDADE DE IMPRENSA 94

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO DIREITO COMUNITRIO DO MERCOSUL 95

    O PRINCPIO DA PROPORCIONALIDADE: UMA ANLISE SOB O PRISMA CONSTITUCIONAL 97

    A PLURALIDADE DE ORDENS JURDICAS NO-NACIONAIS E OS RITOS DA REGULAO

    FORMAL 99

    A CONSERVAO DOS RECURSOS NATURAIS MARTIMOS: A INTERFACE ENTRE O

    DIREITO DO MAR E O DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL 101

    UM OLHAR SOBRE O DIREITO PENAL JUVENIL E A QUESTO DA PRESCRIO DA MEDIDA

    SOCIOEDUCATIVA 103

    A REFORMA CONSTITUCIONAL: PODER DO CONGRESSO NACIONAL OU DE UMA

    ASSEMBLIA CONSTITUINTE EXCLUSIVA? 104

    ART. 28 DA LEI N 11.343/06: MEDIDA DESPENALIZADORA MISTA, DANDO TRATAMENTO

    DIFERENCIADO AO USURIO DE DROGAS 106

    A INSERO DO PROFISSIONAL DE DIREITO NA COMUNIDADE POR MEIO DA ASSESSORIA

    JURDICA POPULAR 108

    A SMULA IMPEDITIVA DE RECURSOS 109

    PROGRAMA HARMONIA: ESTREITANDO OS LAOS ENTRE A JUSTIA E O CIDADO 111

    PRIVADO: UMA REFLEXO HISTRICA 113

    RELAES OBRIGACIONAIS NA SOCIEDADE COMPLEXA: UMA OBSERVAO SISTMICA 115

    DIREITOS HUMANOS E A SEXUALIDADE NO BRASIL 116

    O DIREITO DE INGERNCIA ECOLGICA DOS ESTADOS 118

    INEXIGIBILIDADE DE OUTRA CONDUTA? 119

  • 6

    PROTEO CONSTITUCIONAL COMO FOCO A LIBERDADE DE IMPRENSA X

    INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE 121

    DEMOCRACIA E JURISDIO CONSTITUCIONAL: LIMITES E PERSPECTIVAS DE UMA

    CULTURA E UM ESPAO JURISDICIONAL DEMOCRTICOS PARA EFETIVIDADE

    CONSTITUCIONAL 123

    DECLARAO DE CONSTITUCIONALIDADE CONDICIONADA DA NORMA POLISSMICA 126

    EXTENSO DO DIREITO ADQUIRIDO DAS INSTITUIES DE FILANTROPIA: O

    CONTRAPONTO DE NOVOS DISPOSITIVOS LEGAIS EM FACE DE DIREITO FUNDAMENTAL

    ALCANADO CONSTITUCIONALMENTE 128

    A LEI 11.284/06 PROMULGADA SOB A TUTELA DO CAPITALISMO 130

  • 7

    TERRITRIOS QUILOMBOLAS: POR UMA ANLISE CRTICA DA REGULARIZAO FUNDIRIA DAS TERRAS DE PRETO NO BRASIL

    1

    Adli Casagrande do Canto2

    Marcio de Souza Bernardes3

    O tema escolhido para o estudo mostra-se de extrema importncia e atualidade, uma vez que, aps quase quatro sculos de cativeiro - do sculo XVI ao sculo XIX - o Brasil, foi a ltima nao do mundo a abolir a escravido. Em contrapartida, ainda nos dias de hoje, existem muitas comunidades afro-descendentes por todo o pas, lutando pelo reconhecimento e manuteno de suas terras, as quais vivem em constante ameaa. Deste modo, com o intuito de reparar uma injustia histrica praticada pela sociedade escravocrata contra o povo negro, somente aps um sculo de abolio da escravido, a Constituio Federal de 1988 institucionaliza o direito fundamental das comunidades quilombolas. Este direito foi disposto no artigo 68 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT), o qual reconhece formalmente a titulao da propriedade definitiva s comunidades afro-descendentes que estejam ocupando suas terras. A constitucionalizao do artigo 68 do ADCT do foi fruto de diversas lutas, e agora o desafio concretiz-lo de maneira eficaz, concebendo materialmente o que foi reconhecido formalmente. Ao que tudo indica, esse artigo est sendo concretizado, atravs do implemento do Decreto Federal 4.887/03, que trata do processo para a titulao dos quilombos, efetivando legalmente o acesso agrrio s comunidades quilombolas. Contudo, h a preocupao nos resultados da titulao das terras quilombolas implantada pelo Decreto Federal 4.887/03, eis que o ttulo de propriedade registrado em nome da associao da comunidade com clusula de impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade, impedindo-se que os afro-descendentes disponham, como bem entenderem, de sua prpria terra. Diante disto, a questo que se coloca para refletir que a partir de tais clusulas os integrantes das comunidades quilombolas ficam impedidos de vender sua prpria propriedade, havendo um tratamento diferenciado, consubstanciado na preservao cultural, em relao aos demais membros da sociedade que possuem registro de propriedade e podem dispor livremente das terras. Para realizao do presente estudo utilizou-se o mtodo monogrfico, buscando-se referncias bibliogrficas concernentes ao assunto. Como resultados parciais, percebe-se que por um lado o Estado reconhece o direito propriedade quilombola, o direito s terras tradicionalmente ocupadas e por outro, este mesmo Estado, impe gravames para que tais comunidades no possam dispor plenamente de seus direitos de propriedade. A justificativa para tanto seria de preservao cultural, passada de gerao para gerao e a destinao de alguns programas e polticas pblicas mais especficas para os quilombolas. Todavia, questiona-se estas argumentaes, tendo em vista que a cultura viva no se preserva de modo imperativo, atravs de obstrues mandamentais como a proibio da venda da propriedade quilombola, ainda mais, considerando-se os fatores globais e as novas necessidades do sistema capitalista impostos aos afro-descendentes. Lembra-se ainda, que para a tutela cultural h o instituto do tombamento, o qual emite as mesmas restries para toda a populao e no somente a um grupo especfico. Alm do mais, dever do Poder Pblico destinar polticas pblicas sociedade e principalmente aos grupos minoritrios, no podendo esquivar-se de tal obrigao. Ser que o Estado no estaria, ao mesmo tempo, reconhecendo um direito e retirando outro? Portanto, no momento em que se probe a venda das terras dos quilombolas, os coloca numa

    1 Resultado parcial do projeto de pesquisa de monografia da Especializao em Direito Pblico da

    FADISMA, intitulado Decreto Federal 4.887/03: por uma abordagem crtica da regularizao fundiria das Terras de Preto no Brasil, iniciado em 07/06, vinculado a linha de pesquisa direito, estado, sociedade e relao internacional 2 Autora, Ps-graduanda em Direito Pblico pela Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA).

    Mestranda em Extenso Rural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: [email protected] 3 Orientador. Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Professor da

    Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail: [email protected]

  • 8

    situao de inferioridade e at de dificuldade econmica, retirando-lhes, talvez, um desejo de residir em outro lugar (ou necessidade), na busca de sonhos e realizaes, o que implica no direito de ir e vir e na cidadania plena.

    Palavras-chave: quilombo regularizao fundiria - Decreto 4.887/03

    Referncias bibliogrficas:

    CANTO. Adli Casagrande do. Terra de negro, terra de quilombo: a regularizao fundiria a partir da Constituio Federal de 1988. Santa Maria, RS: UNIFRA, 2004.

    CANTO. Adli Casagrande do; MOURA FILHO, Jos Luiz de. Projeto Quilombo Arnesto Penna Carneiro. Santa Maria, RS: UNIFRA, 2005.

    LARANJEIRA, Raimundo (org.). Terras de quilombo. Direito Agrrio Brasileiro. So Paulo: LTR, p.590-657, 2000.

    Instituio de origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

  • 9

    MAIS PERTO DA JUSTIA: O JUIZADO ESPECIAL CVEL E A SUA MISSO DE TORNAR CLERE E EFETIVA A JUSTIA

    1

    Ademar Pozzatti Junior2

    Jnia Maria Lopes Saldanha3

    O presente estudo quer mostrar que o Juizado Especial Cvel (JEC), atravs dos seus princpios norteadores - informalidade, oralidade, celeridade, simplicidade e economia processual e das regras procedimentais da lei 9.099/1995, efetivam o acesso justia, considerado como um direito fundamental do cidado. A concepo de estado social, voltado a concretizar num plano prtico as promessas do plano legislativo, busca diminuir a diferena que separa o acesso ao judicirio previsto nas cartas constitucionais e a realidade que caracteriza nossa sociedade. O Movimento de Acesso a Justia surgiu com o processualista italiano Mauro Cappelletti, que identificou trs obstculos econmico, organizacional e processual - para o efetivo acesso a justia e tambm constatou trs ondas reformadoras onde se inclui o JEC - que trazem solues praticas para tornar efetivo o acesso a justia a quem lhes de direito. O obstculo econmico se evidencia nos elevados custos dos processos, representados pelas despesas processuais e pelos honorrios advocatcios e sucumbenciais que, aliados a lentido da prestao jurisdicional, torna o processo insuportvel para grande parcela da populao. Esse obstculo fez surgir a primeira onda reformadora, que se preocupou com uma justia mais barata, no s economicamente, mas tcnica e psicologicamente. Assim, a atuao do JEC oferecida de forma totalmente gratuita s partes, ao menos em primeiro grau de jurisdio, independentemente de requerimentos ou qualquer tipo de comprovao, salvo, claro, nos casos de litigncia de m-f. O segundo obstculo e o organizacional, que se faz notar quando estamos a falar de direitos que no sejam individuais heterogneos, que foi sucedido pela onda reformadora que prestigiou as aes coletivas protetivas de direitos coletivos e difusos. O terceiro obstculo, chamado de processual, critica o sonho iluminista de se chegar a verdades absolutas atravs de longos processos contenciosos, que devido a morosidade, no atendiam a demanda do ao autor. A esse obstculo, surge o JEC baseado na desburocratizao do judicirio e na desformalizao dos procedimentos como forma de atender as demandas da `modernidade liquida`, privilegiando sempre a conciliao, rapidez e agilidade, mantendo-se a seriedade que o poder judicirio reclama. Como mtodo de trabalho, foi usada bibliografia relacionada com o assunto e consultados alguns processos que tramitaram no JEC de Santa Maria, onde foi constatado a materializao das previses legais. O JEC surgiu com o compromisso de um grande avano na prestao jurisdicional. A previso de um procedimento clere, embasado na simplicidade e na oralidade, com a supresso de atos e etapas do procedimento comum, veio como a salvaguarda dos jurisdicionados, em face da propalada morosidade do poder judicirio. Percebeu-se que a morosidade excessiva e fonte de injustia social, e, ento, o processo deve ser clere para ser efetivo. Concluiu-se que o JEC tem logrado xito ao atingir os interesses sociais e fins democrticos, observando as garantias constitucionais da ampla defesa, contraditrio e segurana jurdica. Assim, resta evidente o acerto do legislador ao atender a vontade dos cidados, dando vida ao dispositivo constitucional que prev a criao dos juizados especiais em todo o pas.

    Palavras-chave: efetividade celeridade - juizado especial cvel princpios acesso justia.

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa intitulado Movimento de acesso justia analisado a

    partir da principiologia do Juizado Especial Cvel, iniciado em 01/09/05, com apoio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2 Autor. Aluno de graduao do 8 semestre da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-

    mail: [email protected] 3 Orientadora. Doutora em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISNOS). Mestre

    em Integrao Latino-americana (MILA/UFSM). Professora do Curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Advogada. E-mail: [email protected]

  • 10

    Referncias Bibliogrficas:

    DINAMARCO, Candido Rangel. A instrumentalidade do Processo. So Paulo. Editora Malheiros, 6 edio, 1998.

    NALINI, Jose Renato. O Juiz e o Acesso a Justia. So Paulo. Editora Revista dos Tribunais, 1994.

    ARRUDA ALVIN, Manual de Direito Processual Civil, Vol. 1, 8 ed; So Paulo, Ed. Revistas dos Tribunais, 2003.

    CAPPELLETTI, Mauro. Acesso Justia. Traduo de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre. Fabris. 1988.

    CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e prtica dos juizados especiais cveis estaduais e federais. 8 edio So Paulo. Saraiva. 2005.

    PORTANOVA, Rui. Princpios do processo civil. 6 edio Porto Alegre. Livraria do Advogado. 2005.

    MORIN, Edgar. A cabea bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 10 edio. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2004.

    Instituio de Origem:

    UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

  • 11

    INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO1

    Adriana Silveira Bonum2

    Francini Ferreira Piovezan3

    Valria Ribas do Nascimento4

    O presente trabalho trata da Teoria da Inconstitucionalidade por Arrastamento, cuja utilizao vem ganhando fora no mbito do Supremo Tribunal Federal, no tocante apreciao da inconstitucionalidade de normas e dispositivos que se encontram em desacordo com a Constituio Federal. Pretende, atravs de pesquisa bibliogrfica, sobretudo jurisprudencial, estudar esse novo meio de promoo do controle concentrado de normas, que, por vezes, apresenta-se ineficaz diante da invalidade de leis ou dispositivos, que tm por semelhantes outras leis ou dispositivos com plena aplicabilidade no ordenamento. A chamada inconstitucionalidade por arrastamento ou por atrao ou, ainda, inconstitucionalidade conseqente de preceitos no impugnados ocorre nas situaes em que diferentes dispositivos integram um sistema normativo, de forma que com a declarao da inconstitucionalidade de um, os demais no tm como se manter no ordenamento jurdico, por falta de vida prpria, por deixarem de ter qualquer significado autnomo, de modo que, diante disso, poder o Poder Judicirio determinar a extenso da declarao da inconstitucionalidade a dispositivos no impugnados expressamente na petio inicial. Tal possibilidade se deve relao de instrumentalidade existente entre eles, que faz com que a declarao da inconstitucionalidade de um afete os demais, assim, a invalidade de um dispositivo acaba por atingir, por arrastamento, a validade do outro. O fundamento para esse tipo de declarao de inconstitucionalidade est assentado na interconexo que as normas legais mantm entre si, constituindo um vnculo de dependncia jurdica que acarreta uma unidade estrutural indissocivel. Diante disso, seria incoerente a proclamao da inconstitucionalidade de apenas algumas dessas normas, mantendo as outras no ordenamento jurdico, sob pena de causar uma verdadeira desagregao do prprio sistema normativo a que se acham incorporadas. Podem ocorrer, ainda, situaes em que diferentes itens legais tenham, em essncia, contedo anlogo. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal admite a declarao da inconstitucionalidade por arrastamento ou por atrao de outras normas que o autor no tenha expressamente requerido na inicial, em razo da conexo ou interdependncia com os dispositivos legais especificamente impugnados. Segundo o Tribunal, nesses casos no h necessidade de impugnao expressa pelo autor, dispositivo por dispositivo, uma vez que o eventual reconhecimento do vcio relativamente a certos dispositivos conduzir, por arrastamento, impossibilidade do aproveitamento dos demais (ADI 2.653/MT, rel. Min. Carlos Velloso; ADI 397/SP, rel. Min. Eros Grau; ADI (MC) 2.648-CE, rel. Min. Maurcio Corra; ADI (MC) 2.608-DF, rel. Min. Celso de Mello).

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa intitulado Inconstitucionalidade por Arrastamento,

    iniciado em 2006/1, com apoio da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), vinculado

    disciplina de Direito Processual Constitucional, sob orientao da Prof. Ms. Valria Ribas do

    Nascimento.

    2 Autora. Aluna de graduao do 6 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA).

    E-mail: [email protected].

    3 Co-autor. Aluna de graduao do 6 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria

    (FADISMA). E-mail: [email protected].

    4 Orientadora. Mestre em Direito Pblico pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

    Professora da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). Advogada. E-mail:

    [email protected]

  • 12

    Palavras-chave: Inconstitucionalidade Arrastamento Normas e Dispositivos

    Referncias Bibliogrficas:

    DIDIER JR, Fredie. Aes Constitucionais. Salvador: JusPodivm, 2006.

    LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 10. ed. So Paulo: Mtodo, 2006.

    MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 15. ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    Informativos do Supremo Tribunal Federal.

    Instituio de Origem

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

  • 13

    RELAES INTERNACIONAIS E ORGANIZAES INTERNACIONAIS: INTERAES E RELATIVIZAES DA INTERDISCIPLINARIEDADE

    1

    Alcibades Carvalho de Lima2

    Marcus Maurer de Salles3

    Herana do modelo de Estado vestefaliano, as relaes internacionais permeiam os pontos de contato, na maioria das vezes atritos, entre diferentes poderes autnomos estatais, norteados ora pela conduo dos interesses particulares, ora pela saciedade de demonstrao de subjugar os faticamente mais fracos. As organizaes internacionais, por sua ordem, representam objetivamente o desiderato da sociedade de naes em sistematizar, a exemplo do que ocorrera no decurso da modernidade intra-estatal, as conturbadas relaes internacionais e os constantes conflitos de interesses. H que se compreender, primordialmente, tratarem-se as relaes internacionais de um movimento intra-uterino estatal. Cada nao, a despeito de sua formao ideolgico-cultural produz a gnese de sua poltica, ou seja, fatores reais (culturais e polticos, sobretudo) havidos no cotidiano de certo povo acabam por delimitar suas aes no espectro da internacionalidade de relaes. , indubitavelmente, um movimento de dentro para fora dos Estados e, na conjuno destes movimentos, o refluxo a conseqncia natural do choque de tais antagonismos. As organizaes internacionais, modelo mais bem sucedido de cooperao at ento criado pela civilizao mundial, procuram, sob uma alcunha quase didtica, proporcionar uma coordenao relacional entre os Estados. a abstrao do Estado para considerar a vontade dos demais. A nevralgia do sistema de concertao, entretanto, repousa no fato de que os Estados, indiscutivelmente os potentados dentro das organizaes pelo controle econmico, ou da fora, bem ao estilo das relaes internacionais, esto impondo s organizaes, veladamente, suas condutas polticas, contrariando, por exemplo, o prembulo da carta da ONU, que magnfico em seus propsitos e resoluto nos seus ideais, aos moldes do que consideram ser justo os homens livres e de bons costumes. Subalternaliza-se, por decorrncia, o que bem alvitram os menores. Destarte, fica configurada a relativizao das duas espcies de estudo, quando, contrrio senso, deveriam caminhar paralelamente, mas em sendas prprias a cada uma e com o respeito recproco. inadmissvel engendrar culturas e povos ricamente cultos em sua diversidade, sob qualquer pretexto tutelar, tanto pelo direito, quanto forosamente.

    Palavras-chave: Relaes Internacionais; Organizaes Internacionais; Interdisciplinaridade.

    Referncias Bibliogrficas:

    CARR, Edward. Vinte Anos de Crise. 1919 1939 So Paulo: Imprensa Oficial de So Paulo, 2002.

    LENNIN, Vladimir. O imperialismo: face superior do capitalismo. So Paulo: Global, 1987.

    MOREIRA, Adriano. Teoria das Relaes Internacionais. Lisboa: Almedina, 1996.

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa intitulado Relaes Internacionais e Organizaes

    Internacionais: interaes e relativizaes da interdisciplinaridade, vinculado Linha de Pesquisa Cidadania e Novos Direitos: ensino do direito, hermenutica e complexidade 2 Autor. Aluno de graduao do 3 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA).

    E-mail: [email protected] 3 Orientador. Mestre em Integrao Latino-Americana pela Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM). Professor da Faculdade de Direito de Santa Maria. E-mail: [email protected]

  • 14

    MORGHENTAU, Hans. A poltica entre as Naes: a luta pelo poder e pela paz. So Paulo: Imprensa oficial de So Paulo, 2003.

    SANTOS, Boaventura de Sousa. Texto: Por uma Concepo Multicultural de Direitos Humanos

    SEITENFUS, Ricardo. Relaes Internacionais. Barueri: Manole 2004

    SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizaes Internacionais. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 4 Edio, 2005.

    Instituio de Origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

  • 15

    BREVE ESTUDO SOBRE A CONSTITUIO DA FAMLIA1

    Aldoir Spitzmacher dos Reis Junior2

    Angela Araujo da Silveira Espindola3

    O presente trabalho, fruto de atividades de ensino realizada na disciplina de Histria do Direito da Fadisma, pretende descrever a evoluo das leis referente ao matrimnio baseado no estudo do Cdigo de Hamurbi at chegar ao Cdigo Civil vigente. Aquele documento, que por sua vez muito interessante, aponta o surgimento da implantao de leis escritas na Antigidade. O estudo baseado na evoluo do matrimnio surgiu com a formao de um conceito de famlia. Havia um grande formalismo na definio da famlia, em especial no contexto da Grcia e Roma. A conceituao de famlia oferece um paradoxo para sua compreenso. O Cdigo Civil no a define, no existe identidade de conceitos para o Direito, para a Sociologia e para a Antropologia. A flutuao de seu conceito, como qualquer fenmeno social, no tempo e espao, diferem nos diversos ramos do direito. Como regra geral, porm, o Direito Civil moderno apresenta uma definio mais restrita, considerando membros da famlia as pessoas unidas por relao conjugal ou de parentesco. As vrias legislaes definem, por sua vez, o mbito do parentesco. O direito de famlia estuda, em sntese, as relaes das pessoas unidas pelo matrimnio, bem como daqueles que convivem em unies sem casamento; dos filhos e das relaes destes com os pais, da sua proteo por meio da tutela e da proteo dos incapazes por meio da curatela. Alm de apontar as transformaes sofridas pelo conjunto de leis matrimoniais, a pesquisa busca apontar a causa dessas modificaes e tambm revelar se as mesmas foram eficazes, e se condizem com as necessidades impostas pelo mundo moderno. Assim, se pretende neste trabalho estudar como as leis formuladas nos tempos antigos por Hamurbi, influenciam e agem sobre as leis aplicadas nos dias atuais. A tcnica de pesquisa utilizada eminentemente bibliogrfica, valendo-se de livros, mas tambm de material obtido em sites seguros da Internet.

    Palavras-chaves: matrimnio, famlia, ptrio poder.

    Referncias Bibliogrficas:

    COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga: Ed. Martin Claret 2003.

    ROBERTO, Giordano Bruno Soares. Introduo Histria do Direito Privado e da Codificao: Ed. DelRey 2003.

    MARKY, Thomas. Curso Elementar de Direito Romano. Ed. Saraiva 1995.

    VENOSA, Slvio de Salvo. Direito Civil. Ed. Atlas 2003.

    FRANOIS, Ost. O Tempo do Direito. Lisboa: Inst. Piaget, 2000.

    Instituio de origem:

    FADISMA: Faculdade de Direito de Santa Maria

    1 Pesquisa realizada na disciplina de Histria do Direito, ministrada pela Prof. Angela Espindola

    em 2006/2 2 Aluno de graduao do 1 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail:

    [email protected] 3 Orientadora Doutora e Mestre em Direito pela universidade do Vale do Rio dos Sinos

    (UNISINOS). Professora da Faculdade de Direito de Santa Maria. Advogada. E-mail: [email protected]

  • 16

    A IMPORTNCIA DA ATUAO EXTRAJUDICIAL DO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO NA CONCRETIZAO DOS DIREITOS TRABALHISTAS

    1

    Alexandre Missaggia Vaccari2

    Fabio Segala de Souza3

    Mariluce Barcellos Brum4

    O presente estudo tem por misso apresentar comunidade jurdica docente e discente de Santa Maria e regio como se d a atuao extrajudicial do Ministrio Pblico do Trabalho, ramo especializado do Ministrio Pblico da Unio que tem por funo garantir e promover os direitos sociais difusos e coletivos dos trabalhadores. A pesquisa dar nfase aos procedimentos administrativos, tanto ao Inqurito Civil como s Peas de Informao, bem com s audincias pblicas promovidas pelo Ministrio Pblico do Trabalho e s recomendaes expedidas para rgos e entidades pblicas. A pesquisa tratar, tambm, do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, instrumento democrtico de atuao preventiva, que retira dos ombros do poder judicirio vrios conflitos que so resolvidos atravs do compromisso de retorno legalidade, retratando suas caractersticas, natureza jurdica etc.... Por fim, a pesquisa retrata a rotina do ofcio de Santa Maria, mostrando quais so as principais infraes legislao trabalhista, mostrando, ainda, como vem atuando a procuradoria nos procedimentos administrativos, como so as formas de denunciar as irregularidades e discriminaes envolvendo os trabalhadores em geral e quais os resultados preliminares da atuao do ofcio de Santa Maria nesses um ano e trs meses de funcionamento, fruto do processo de interiorizao que passa o Ministrio Pblico do Trabalho.

    Palavras-chave: Ministrio Pblico do Trabalho, Inqurito Civil, TAC

    Referncias Bibliogrficas:

    LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Ministrio Pblico do Trabalho. So Paulo: Ltr, 2002.

    MELO, Raimundo Simo de. Ao civil pblica na justia do trabalho. So Paulo: Ltr, 2002.

    MAZZILLI, Hugo Nigro. O Inqurito Civil: investigaes do Ministrio Pblico, compromissos de ajustamento e audincias pblicas. So Paulo: Saraiva 2000

    Instituio de Origem:

    UFSM Universidade Federal de Santa Maria

    1 Trabalho originado dos sete meses de estgio na Procuradoria Regional do Ministrio Pblico do

    Trabalho da 4 Regio, Ofcio de Santa Maria 2 Autor. Aluno de graduao do 9 semestre da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-

    mail: [email protected] 3 Co-autor. Aluno de graduao do 9 semestre da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

    E-mail:. E-mail: [email protected] 4 Orientador. Procuradora Federal e Professora do Centro Universitrio Franciscano (UNIFRA). E-

    mail: [email protected]

  • 17

    A INTERAO ENTRE UNIVERSALISMO E RELATIVISMO CULTURAL COMO CONDIO DE REALIZAO DOS DIREITOS HUMANOS NO PLANO INTERNACIONAL

    1

    Amanda de Oliveira Fogaa2

    Marcus Maurer de Salles3

    O grande desafio enfrentado atualmente pelos Direitos Humanos no mais de natureza filsofica, e sim material - a preocupao de seus estudiosos desloca-se da busca pelo seu fundamento para a busca de sua efetiva realizao - o respeito pelos Direitos Humanos reclamado na Declarao Universal dos Direitos do Homem (1948). O embate travado entre os defensores do universalismo e do relativismo cultural tem suas razes nessa questo, ou melhor, na divergncia sobre qual a melhor maneira de garantir o respeito pelos Direitos Humanos - se impondo a todos os povos direitos considerados universais, independente da relao desses direitos com sua cultura; ou se, sendo a cultura a nica fonte de validao de uma regra, deve ser descartada a possibilidade de direitos humanos universais. Trabalhar com estas duas correntes em suas formas radicais torna este debate frvolo e vazio de contribuio para o desenvolvimento e a realizao dos Direitos Humanos; porm, descart-las seria ignorar grandes avanos em sua histria. preciso buscar uma situao de equilbrio entre elas, situao tal que permita sua interao, o preenchimento de suas lacunas atravs de um trabalho em conjunto. Aplicando a teoria da razo metonmica e da sociologia das ausncias de Boaventura de Souza Santos discusso entre universalismo e relativismo cultural, podemos chegar seguinte concluso: a corrente universalista, ao supervalorizar os direitos humanos que foram globalizados, isto , os ocidentais, acaba por rejeitar as experincias locais; como se aqueles fossem representantes legtimos dos diversos embates dos quais, gradualmente, surgiram os mais variados direitos humanos ao redor do globo. Ao enxergar somente o todo, e no suas partes (o que consiste no conceito de razo metonmica para Boaventura), o universalismo acaba por negar umas das caractersticas mais importantes dos Direitos Humanos sua historicidade. Ao problema da razo metonmica, porm, responde a sociologia das ausncias, na figura do relativismo. Frisando a importncia das experincias locais, o relativismo permite que elas sejam alternativas viveis e contribuam para o enriquecimento do trabalho de universalizao dos Direitos Humanos, o que dever resultar na constante reforma da Declarao Universal - que o incio e no o fim do processo de afirmao universal e positiva dos Direitos Humanos

    4 - a partir das declaraes

    regionais. O constante desenvolvimento da Declarao, e conseqente internacionalizao de um nmero maior de direitos, garantir aos mesmos status de normas reconhecidas, habituais, aceitas por um nmero considervel de Estados sero objetos derivados do consenso. este consenso que dar aos Direitos Humanos a fora suficiente para sua realizao, tornando-os simultaneamente em um dever dos Estados que com eles pactuaram, e um direito dos povos ainda privados de tal proteo.

    Palavras-chave: direitos humanos- universalismo- relativismo cultural

    1

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa intitulado A interao entre Universalismo e

    Relativismo cultural como condio de realizao dos direitos humanos no plano internacional, iniciado em 03/04/06, com apoio da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), vinculado Linha de Pesquisa Cidadania e Novos Direitos: ensino do direito, hermenutica e complexidade. 2 Autor. Aluna de graduao do 5 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA).

    E-mail: [email protected] 3 Orientador. Mestre em Integrao Latino-Americana pela Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM). Professor da Faculdade de Direito de Santa Maria. E-mail: [email protected] 4 BOBBIO, Norberto. A era dos Direiros. Nova ed.Rio de Janeiro:Elsevier, 2004, p 49.

  • 18

    Referncias Bibliogrficas:

    BOBBIO, Norberto. A era dos Direiros. Nova ed.Rio de Janeiro:Elsevier, 2004.

    PIOVESAN, Flvia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 5 ed. So Paulo: Max Limonad, 2002.

    SANTOS, Boaventura de Souza. Por uma concepo multicultural de Direitos Humanos, in FELDMAN-BIANCO, Bela e CAPINHA, Graa (orgs.). Identidades. Estudos de Cultura e Poder. So Paulo:Hucitec

    ________ (org.) Por uma sociologia das ausncias e uma sociologia das emergncias, in Conhecimento prudente para uma vida decente. So Paulo:Cortez, 2003.

    Instituio de Origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

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    O PRAZO RAZOVEL COMO DIREITO HUMANO DE ACESSO JUSTIA NO MERCOSUL1

    Ana Carolina Machado Ratkiewicz2

    Jnia Maria Lopes Saldanha3

    A tutela jurisdicional em tempo hbil representa um direito fundamental da pessoa humana, alicerce dos Estados Democrticos de Direito. Sendo o acesso Justia um direito fundamental, traduzindo-se no exerccio da cidadania, imperioso o aprimoramento da tcnica processual, a fim de que a prestao jurisdicional atenda quantidade e complexidade das demandas caractersticas da sociedade contempornea, tanto no mbito interno dos Estados como nos processos de integrao a que pertencem. Em vista disso, esta pesquisa estruturou-se com o intuito de verificar em que medida as principais inovaes trazidas pelo Protocolo de Olivos contribuem para o cumprimento da garantia do prazo razovel da prestao jurisdicional no Mercosul. Para tanto, utilizou-se o mtodo de abordagem dialtico, em funo da diversidade de entendimentos quanto ao assunto abordado, sendo utilizados os mtodos histrico e tipolgico quanto ao procedimento. O desenvolvimento do trabalho em apreo permitiu constatar que as inovaes trazidas pelo Protocolo de Olivos ao sistema de soluo de controvrsias do Mercosul foram responsveis por manter a agilidade caracterstica dos procedimentos nele j existentes. No entanto, importa ressalvar que a plena realizao das garantias constitucionais somente se tornar possvel atravs de uma interpretao autntica do Processo Civil contemporneo, de forma a ver-se o litgio resolvido de forma eficaz no tempo adequado. Nesse contexto, as tutelas de urgncia exercem importante papel na busca pela celeridade processual, contribuindo, conseqentemente, para a efetividade da prestao jurisdicional. Outrossim, preciso que o Tribunal Permanente de Reviso, figura criada por referido Protocolo, desenvolva, paulatinamente, uma jurisprudncia sobre o assunto no mbito do bloco, a fim de possibilitar a plena observncia da garantia do prazo razovel em sua esfera.

    Palavras-chave: acesso justia; efetividade; prazo razovel; soluo de controvrsias; Mercosul

    Referncias Bibliogrficas:

    ACCIOLY, Elizabeth. Sistema de Soluo de Controvrsias em Blocos Econmicos. Coimbra:

    Alamedina, 2004.

    AREVALOS, Evelio Fernandez. Opiniones Consultivas, Medidas Excepcionales y de urgencia. In: Soluo de Controvrsias no Mercosul. Braslia: Cmara dos Deputados, Coordenao de

    Publicaes, 2003

    ARRUDA, Samuel Miranda. O Direito Fundamental ao Processo em Tempo Razovel: Fundamentos e Contedo. Uma Anlise Luz do Constitucionalismo luso-brasileiro.428f. Dissertao (Doutoramento em Cincias Jurdico-Polticas) Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Coimbra, 2003.

    BAPTISTA DA SILVA, Ovdio A. Comentrios ao Cdigo de Processo Civil. Vol.II. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

    ___. Curso de Processo Civil. Vol I. 7.ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

    ___. Jurisdio e Execuo na Tradio romano-cannica. So Paulo: Revista dos Tribunais, 1998.

    1 Dissertao de Mestrado desenvolvida no Curso de Mestrado em Integrao Latino-Americana

    (MILA), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2 Especialista em Direito Constitucional. Mestre em Integrao Latino-Americana (UFSM).

    Professora da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma). Advogada. E-mail: [email protected] 3 Orientadora. Doutora em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISNOS). Mestre

    em Integrao Latino-americana (MILA/UFSM). Professora do Curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Advogada. E-mail: [email protected]

  • 20

    ___.Processo e Ideologia. Rio de Janeiro: Forense, 2004.

    BARRAL, Welber. As inovaes processuais do Protocolo de Olivos. In: Soluo de Controvrsias no Mercosul. Braslia: Cmara dos Deputados, Coordenao de Publicaes, 2003.

    BAUMAN, Zygmunt. Amor Lquido. Sobre a fragilidade dos laos humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

    ____. Globalizao: as conseqncias humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahaar, 1999.

    ____. Modernidade Lquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

    BEDAQUE, Jos Roberto dos Santos. Direito e Processo. Influncia do Direito Material sobre o Processo. 3.ed. So Paulo: Malheiros, 2001.

    BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. So Paulo: Campos, 2002.

    CRUZ E TUCCI, Jos Rogrio. Tempo e Processo. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

    DALLARI, DALMO DE ABREU. Direitos Humanos e Cidadania. So Paulo: Moderna, 1998.

    GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Tcnicas de Acelerao do Processo. So Paulo: Lemos & Cruz, 2003.

    GARABELLI, Carlos Alberto Gonzlez ; ALFONSN, Prlogo de Ral. Procesos de Integracin, Mercosur, Solucin de Controversias. Paraguay: Konrad Adenauer, 2004.

    GOMES, Conceio. O tempo dos Tribunais: Um estudo sobre a morosidade da Justia. Coimbra: Coimbra Editora,2003.

    HOFFMAN, Paulo. Razovel Durao do Processo. So Paulo: Quartier Latin, 2006.

    KLOR, Adriana Dreyzin; PIMENTEL; Luiz Olavo; KEGEL, Patrcia Luza; BARRAL, Welber. Soluo de controvrsias: OMC, Unio Europia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer, 2004.

    MARINONI, Luiz Guilherme. A Antecipao da Tutela. 7.ed. So Paulo: Malheiros, 2002.

    MERRYMAN, John Henry. La tradicin jurdica romano-cannica. Mxico: Fondo de Cultura Econmica, 1979.

    OST, Franois. O Tempo do Direito. Lisboa: Instituto Piaget, 1999.

    PEREIRA, Ramn Diaz. Protocolo de Olivos: algunas reflexiones sobre los institutos que deben ser objeto de reglamentacion especfica. In: Soluo de Controvrsias no Mercosul. Braslia:

    Cmara dos Deputados, Coordenao de Publicaes, 2003.

    PIMENTEL, Luiz Otvio. Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). In: BARRAL, Welber (Org). Tribunais Internacionais: mecanismo contemporneos de soluo de controvrsias. Florianpolis:

    Boiteux, 2004.

    PINTO, Cristiano Paixo Arajo. Modernidade, Tempo e Direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.

    SALDANHA, Jnia Maria Lopes. Cooperao Jurisdicional: Reenvio prejudicial: um mecanismo de direito processual a servio do direito comunitrio - perspectiva para sua adoo no Mercosul. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

    SANTO AGOSTINHO. Confisses. So Paulo: Nova Cultural, 1999 (coleo Os Pensadores), (trad. de J. Oliveira Santos, S.J. e A. Ambrsio de Pia, S.J.). Livro XI.

    SILVA, Jaqueline Mielke. O direito processual civil como instrumento de realizao de direitos. Porto Alegre: Verbo Jurdico, 2005.

    Instituio de Origem:

    UFSM Universidade Federal de Santa Mar

  • 21

    A ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS E A BUSCA PELA EFETIVAO DOS DIREITOS HUMANOS NO CENRIO INTERNACIONAL

    1

    Ana Carolina Guimares Seffrin2

    Angela Araujo da Silveira Espndola3

    O trabalho apresentado tem como objetivo analisar a influncia e o papel exercido pela Organizao das Naes Unidas na luta pela efetivao dos Direitos Humanos no cenrio internacional. Como fruto da Segunda Grande Guerra Mundial, a Organizao das Naes Unidas, desde seu surgimento, se predisps a lutar pela efetivao e concretizao dos Direitos Humanos. Para a realizao da pesquisa, optou-se pela tcnica de pesquisa bibliogrfica e pelo mtodo de procedimento histrico. Verificou-se, a partir da anlise histrica e bibliogrfica que, como conseqncia da existncia da ONU, a afirmao dos Direitos Humanos, apesar de no se dar de forma ideal, ganhou, paulatinamente, espao e conjunta em prol de Estados Democrticos de Direito. Graas a Organizao, os Direitos Humanos se tornaram tema global, de importncia para todas as naes e suas iniciativas, permeadas pelos princpios ticos contidos na Carta da So Francisco de 1945, sempre foram capazes de repercutirem relevantemente. Tornou-se possvel concluir que os inmeros rgos das Naes Unidas que trabalham conjuntamente e estabelecem diretrizes de controle da aplicao dos Tratados em matria de Direitos Humanos so de importncia sui generis, tornando instrumentos de direitos humanos e os programas de atividades exercidas legtimas alavancas propulsoras da afirmao do Direito Internacional dos Direitos Humanos.

    Palavras-chave: Naes Unidas- Direitos Humanos- Internacionalismo

    Referncias bibliogrficas:

    CARR, Edward Hallet. Vinte anos de crise: 1919-1939. Uma Introduo ao Estudo das Relaes Internacionais. Braslia: Editora Universidade de Braslia, Instituto de Pesquisa de Relaes Internacionais, Imprensa Oficial do Estado de So Paulo, 2001.

    COMPARATO, Fbio Konder. A afirmao histrica dos Direitos Humanos. So Paulo: Saraiva, 2005.

    FUKUYAMA, Francis Construo de Estados: Governo e organizao no sculo XXI. Rio de Janeiro, Rocco, 2005.

    KELSEN, Hans. La paz por medio del derecho. Buenos Aires: Editorial Losada, 2003.

    MOREIRA, Adriano. Teoria das Relaes Internacionais. Coimbra: Livraria Almedina, 1996.

    1 O presente trabalho fruto do Projeto de Pesquisa Voluntrio intitulado A Organizao das

    Naes Unidas na busca pela efetivao dos Direitos Humanos no cenrio internacional, apoiado pela Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), em fase de desenvolvimento no ano de 2006. 2 Autora. Acadmica do 6 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria. E-mail:

    [email protected] 3 Orientadora. Doutoranda e Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    (UNISINOS). Professora da Faculdade de Direito de Santa Maria. Advogada. E-mail: [email protected]

  • 22

    PIOVEZAN, Flvia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. So Paulo: Max Limonad, 2002.

    PIOVEZAN, Flvia. Temas de Direitos Humanos. So Paulo: Max Limonad, 2003.

    PRONER, Carol. Os Direitos Humanos e seus paradoxos: anlise do sistema americano de proteo. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2002.

    SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizaes Internacionais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005.

    Instituio de Origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

  • 23

    PRINCPIO DA DIGNIDADE HUMANA: ESSENCIAL INTUIO A PRIORI NO LEGALISMO NORMATIVISTA

    1

    Anarita Araujo da Silveira2

    A dignidade humana um princpio normativo que transcende a prpria lei distinguindo-se dos princpios gerais de direito que o positivismo normativo-sistmico estabelece como aximas jurdico-racionais. Seu sentido assumido atravs da sua jurisprudencial realizao e sobre esse argumento que a presente pesquisa se estrutura. Se no possvel prescindir de elementos normativos, tambm no possvel limitar o Direito ao plano de uma racionalidade abstrata. A dignidade humana surge ento como um a priori (Kant) que deve estar presente em uma relao construtiva experimental do homem (Piaget) na relao consigo e com o outro. No h espao para o Direito posto, apenas para o Direito produzido na racionalidade. A filosofia, na medida em que abandona a metafsica, possibilita a construo de metalinguagens e permite que o intrprete coloque-se diante do sistema positivista de modo dinmico e tico. O cenrio das problematizaes bioticas esto intrinsecamente ligadas ao humano e sugerem um retorno s manifestaes do ser (ethos e physis) pelo intrprete chamado a dar uma resposta no mundo jurdico. O princpio da dignidade humana aparece assim como mundo a ser produzido constantemente e, racionalmente, dentro dos limites espao temporais do intrprete engajado nos valores morais de sua sociedade. A pesquisa adota o mtodo hermenutico, de modo a colocar em relevo as diferentes pr-compreenses do pesquisador diante do direito e do pensar filosfico. Os resultados obtidos a partir do local de especulao adotado apontam para a necessria convergncia entre a filosofia e as cincias humanas. No no sentido de confuso entre tais espaos e, sim, no sentido de interlocuo, de dilogo constante de modo a propiciar ao indivduo a produo de racionalidades. A viso metafsica e positivista no abre espao para a produo de racionalidades, apenas para a reproduo da razo posta atravs da lei. Como o Direito no se confunde com a lei, uma sociedade marcada pelo risco e pela incerteza (Beck) precisa estabelecer processos comunicacionais (Habermas). Neste sentido, a percepo da Dignidade da Pessoa Humana, como referencial da Biotica, do Biodireito e do Direito como um todo, no guarda em si um conceito posto devendo integrar-se neste processo de constante produo de racionalidades. Deve ser intuda a partir das condies a priori do intrprete o qual, herdeiro de uma lgica positivista, deve engajar-se numa construo experimental de relacionar-se com (o outro), luz das categorias de autonomia, vulnerabilidade, vontade, liberdade e razo crtica. A atitude reflexiva diante destas categorias centraliza o intrprete e o coloca em um lugar possvel de intuir. Esta postura diante das grandes questes postas pela modernidade religa o acesso do intrprete razo cognitivo-instrumental, moral-prtico e esttico-expressivo (Habermas e Kant) e evita a instrumentalizao positivista da Dignidade Humana que, muito mais do que um princpio de direito, um valor que nos humaniza e diferencia dos demais seres vivos. um valor que precede o Direito e fundamento de todos os textos que afirmam os direitos fundamentais. A reflexo filosfica sobre o conceito posto pela tradio a grande aliada para o (des)velamento da capacidade de produzir racionalidades e para o (re)engajamento do humano no processo civilizatrio da eticidade.

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa PROADIS intitulado Paradigmas que informam a

    dignidade humana no contexto jurdico e do Projeto Coletivo O Direito e a Sociedade de Risco,

    iniciados em 01/03/06, com apoio do Centro Universitrio Franciscano (UNIFRA), vinculado

    Linha de Pesquisa Teoria Jurdica Cidadania e Globalizao.

    2 Autora. Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC-RS). Especializanda

    em Biotica pelo Centro Universitrio So Camilo de So Paulo-SP e Doutoranda em Direito pela

    Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora de Biodireito e membro do

    Comit de tica e Pesquisa do Centro Universitrio Franciscano (UNIFRA-RS). E-mail:

    [email protected]

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    Palavras-chaves: Dignidade Humana Intuio a priori - Biotica

    Referncias Bibliogrficas:

    BECK, Ulrich. La sociedad del riesgo: hacia una nueva modernidad. Barcelona: Paids, 1998.

    HABERMAS, Jurgen. Conscincia moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,

    1989.

    _____. Dialtica e Hermenutica. Porto Alegre : L&PM , 1987

    KANT, Immanuel. Crtica da Razo Pura. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 2001.

    Instituio de Origem:

    UNIFRA Centro Universitrio Franciscano

  • 25

    O TOMBAMENTO DA VILA BELGA: CRTICA E PERSPECTIVAS1

    Andra Ferro da Silva2

    Marcio de Souza Bernardes3

    O tema do trabalho em questo tem por escopo verificar os aspectos positivos e negativos do tombamento da Vila Belga e anlise das perspectivas de captao de recursos internacionais para a preservao do patrimnio histrico local. O instituto do tombamento torna-se necessrio, na medida em que integra um ponto do direito administrativo pouco conhecido, mas de relevo para a sociedade como um todo. Desse modo, vlido tal estudo, em especial, do tombamento da Vila Belga de Santa Maria pelo resgate de sua riqueza histrica. Tendo em vista que o crescimento econmico, social, poltico e cultural da cidade foram impulsionados, basicamente, pela inaugurao da linha frrea e a construo dos alojamentos destinados aos trabalhadores que iriam construir a malha ferroviria da regio, e que por isso, deram origem a Vila Belga. O tema proposto aborda a questo da preservao do patrimnio histrico local, o qual de grande importncia, tendo em vista a atual situao de abandono e ausncia de recursos financeiros que inviabiliza a tentativa de restaurao e preservao da histria ferroviria da cidade de Santa Maria e regio. Por meio do instituto do tombamento e das questes envolvendo a possibilidade de captao de recursos financeiros internacionais se analisar os aspectos positivos e negativos do referido instituto, assim como sua utilidade imediata. Dessa forma, se pretende com este estudo fomentar novas pesquisas sobre o assunto, pois de relevante importncia e principalmente diante da escassez de bibliografia. Assim, por tratar de aspectos relacionados ao resgate e proteo da memria histrica e cultural da sociedade, bem como verificar a possibilidade de cooperao internacional, o estudo se coaduna com a linha de pesquisa do curso: Cidadania e Novos Direitos: ensino do direito, hermenutica e complexidade. Pois, alm do aspecto social, tambm se busca a incorporao da internacionalizao do direito, na medida em que se procura captar a cooperao internacional para a preservao do patrimnio ptrio. No que pertine aos mtodos a serem utilizados, estes abarcaro o mtodo indutivo, atravs do qual se partiro de dados particulares a fim de obter uma concluso geral. Partindo-se do caso da Vila Belga sero tiradas concluses gerais sobre o instituto do tombamento, atravs da pesquisa bibliogrfica, baseada na leitura de doutrina e de textos legais, alm de jurisprudncias, e pesquisa de campo. Dessa forma, se pretende avaliar a relevncia da efetivao do tombamento para a Vila Belga avaliando os aspectos prs e contra do instituto e a viabilidade de captar recursos internacionais para a preservao do patrimnio histrico-cultural ptrio. Releva dizer que este trabalho est sendo desenvolvido, e que, portanto, possui resultados parciais. Assim, na primeira parte do trabalho, foi feito o histrico do instituto do tombamento e na seqncia ser realizada uma pesquisa de campo junto aos moradores da Vila Belga, atravs de um questionrio a respeito das vantagens e desvantagens do tombamento realizado em mbito municipal e estadual. Por derradeiro, bom que se diga que com o estudo em comento, no se tem a pretenso de esgotar o assunto, mas sim despertar o interesse pela preservao e conservao do patrimnio local, por sua relevncia histrica para a cidade de Santa Maria e regio, tendo em vista a franca descaracterizao e destruio pela qual vem passando o Complexo Ferrovirio, o qual se insere a Vila Belga.

    Palavras-chave: tombamento vila belga recursos internacionais

    Referncias bibliogrficas:

    1 Resultado parcial do projeto de pesquisa de monografia da Especializao em Direito Pblico da

    FADISMA, intitulado O Tombamento da Vila Belga: crtica e perspectivas, iniciado em 07/06,

    vinculado a linha de pesquisa direito, estado, sociedade e relao internacional.

    2 Autora, especializanda em Direito Pblico pela FADISMA . E-mail:[email protected].

    3 Orientador, professor Ms. da FADISMA. E-mail: [email protected].

  • 26

    SANTA MARIA, Prefeitura Municipal. Decreto Executivo 161 de 08 de agosto de 1997. Declara definitivamente tombada a Vila Belga. Disponvel em: http://www.santamaria.rs.gov.br. Acesso em: 22 de julho de 2006.

    _____. Lei Municipal 2983 de 06 de junho de 1988. Considera Patrimnio Histrico e Cultural do Municpio, a Vila Belga. Disponvel em: http://www.santamaria.rs.gov.br. Acesso em: 22 de julho de 2006.

    Instituio de origem: FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

    http://www.santamaria.rs.gov.br/http://www.santamaria.rs.gov.br/

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    O CASO DO IRAQUE LUZ DO PRINCPIO DA NO-INTERVENO DA CARTA DA ONU1

    Andressa Lutz Schiaffino2

    Marcus de Maurer Salles3

    A presente pesquisa visa a investigar a invaso e ocupao do Iraque, em 19 de maro de 2003, pelas foras de coalizo liderada pelos EUA. Busca-se analisar o caso do Iraque sob a tica dos princpios basilares de Direito Internacional estabelecidos na Carta da ONU, em especial, o princpio no-interveno. Alm de esclarecer questes de natureza jurdica que dizem respeito aos fatos que vm acontecendo neste sculo XXI, relacionados ao intervencionismo no Iraque. Ao analisar a Histria, percebe-se que os EUA utilizaram-se do medo e da fora para intimidar e impor suas vontades grande parte dos pases do mundo, tornando-se uma potncia mundial. Atualmente, continua agindo desta forma, ultrapassando at princpios do Direito Internacional, como o da no-interveno previsto na Carta da ONU. Primeiramente, intervieram no Afeganisto, alegando legtima defesa aos ataques terroristas, iniciando a Guerra contra o Terror. No obtendo sucesso, decidiram intervir no Iraque, pas vizinho ao Afeganisto, por possivelmente estar acobertando terroristas. Para intervir neste pas apresentaram vrios argumentos, tentaram inclusive uma autorizao da ONU, alegando que o Iraque tinha ligao com a rede terrorista Al Qaeda e mantinha em seu territrio um arsenal de armas de destruio em massa. Iniciaram-se as investigaes, mas para agilizar a interveno militar, suspenderam o processo diplomtico e iniciaram a interveno multilateral. Desta vez, alegaram o dever de levar a democracia a um pas de regime totalitrio. Porm, sua inteno era tirar Saddam Hussein do poder, pois este era um empecilho aos seus interesses. Obtiveram sucesso, mas no amparo legal, pois est previsto na Carta da ONU, a qual signatrio, o princpio da no-interveno. O terceiro argumento apresentado foi o da guerra preventiva, porm esta tambm proibida pelo Direito Internacional, mais precisamente pelo Tratado de Briand-Kellog, assinado em 1929. Conclui-se que os EUA e as tropas internacionais no poderiam, de direito, intervir e permanecer no Iraque, pois no h amparo legal para os argumentos por eles apresentados, que motivassem uma interveno. Na presente pesquisa, foram utilizadas as seguintes metodologias: dialtica, histrica e hermenutica.

    Palavras-chave: Iraque - EUA - ONU - No-interveno - Democracia

    Referncias Bibliogrficas:

    CHOMSKY, Noam. 11 de setembro. / Noam Chomsky; traduo Luiz Antnio Aguiar. 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

    DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25 ed. So Paulo: Saraiva, 2005.

    1 Resultado final do Projeto de Pesquisa intitulado O caso do Iraque luz do princpio da no-

    interveno da Carta da ONU, iniciado em 08/08/2005, na Faculdade de Direito de Santa Maria

    (FADISMA), vinculado Linha de Pesquisa Novos Espaos de Regulao: Sistemas Jurdicos,

    Estado e Internacionalizao.

    2Autora. Acadmica do 4 semestre do Curso de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria

    (FADISMA). E-mail: [email protected] 3Orientador. Mestre em Integrao Latino-Americana pela Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM) e docente da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail: [email protected]

  • 28

    HSLE, Vittorio. A guerra contra o Iraque foi uma Guerra Justa? 01 maio 2003. Disponvel em: http://www.hottopos.com/videtur20/hosle.htm Acesso em: 08 set. 2005.

    HUCK, Hermes Marcelo. Da Guerra Justa Guerra Econmica: Uma Reviso Sobre o uso da Fora em Direito Internacional. So Paulo: Saraiva, 1996.

    KANT, Immanuel. paz perptua. Nova Cultural, 1999.

    MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Pblico. 15. ed. rev. aum.Vol. 1 e 2 - Rio de Janeiro: Renovar, 2004.

    RAWLS, John. O direito dos povos: seguido de "A idia de razo pblica revista". Ed. Martins Fontes, 2001.

    SEITENFUS, Ricardo Antnio Silva. Legislao Internacional. So Paulo: Manole, 2004.

    SEITENFUS, Ricardo Antnio Silva. Manual das Organizaes Internacionais. 2 ed. Ver. Amp. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000.

    SEITENFUS, Ricardo Antnio Silva. Relaes Internacionais. So Paulo: Manole, 2004.

    TEIXEIRA, Nuno Severiano. A aventura Americana. Dirio de Notcias, 17 fev. 2004. Disponvel em: http://www.ipri.pt/investigadores/artigo.php?idi=9&ida=69 Acesso em: 08 set. 2005.

    VENTURA, Deisy de Freitas Lima, SEITENFUS, Ricardo Antnio Silva. Introduo ao Direito Internacional Pblico. 2 ed. rev. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

    WIGHT, Martin. A poltica do poder. 2 ed So Paulo: Imprensa Oficial do Estado de So Paulo, 2002.

    Instituio de Origem:

    FADISMA - Faculdade de Direito de Santa Maria

    http://www.hottopos.com/videtur20/hosle.htmhttp://www.ipri.pt/investigadores/artigo.php?idi=9&ida=69

  • 29

    A NECESSIDADE DE UM PACTO RADICAL A FAVOR DA SOCIEDADE

    Antonio Carlos Gomes de Oliveira1

    Clodoveo Ghidolin2

    O estudo da tica pode ser fracionado em diversas escolas, ideologias e correntes de pensamento. Todavia, faremos uma reflexo sobre a tica profissional com referncia ao Direito e seus partcipes interligados, onde a atuao profissional e os comportamentos ticos pessoais e coletivos so basilares na edificao de um sistema jurdico justo e eficaz. Podemos afirmar que a tica a busca incessante do bem humano, sendo que a ausncia uma das causas da ruptura da estrutura da sociedade. Neste sentido hoje enfrentamos um colapso de ausncia de tica, em todas as reas, sejam elas; profissional, poltica, jurdica, econmica, pessoal, etc. Entretanto, nunca foi to necessrio, como hoje se mostra reabilitar a tica. A crise da humanidade uma crise moral, na qual os descaminhos da criatura humana refletidos na violncia, na excluso, no egosmo e na indiferena pela sorte do semelhante, assentam-se na perda dos valores morais. De nada vale reconhecer a dignidade da pessoa, se a conduta pessoal no se pautar por ela. Dizia Kant em sua poca, que a significao moral do comportamento no reside em resultados externos, mas na pureza da vontade. Afere-se a moralidade de um ato a partir do foro ntimo da pessoa.

    Palavras-chave: tica tica Profissional tica do Advogado

    Referncias Bibliogrficas:

    ACQUAVIVA, Marcus Cludio. Novo Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados. So Paulo: Jurdica Brasileira, 1996.

    BRASIL, Constituio (1988). Constituio da Repblica Federal do Brasil. 21. ed. Braslia: Cmara dos Deputados, 2003.

    BITTAR, Eduardo C. B. Curso de tica jurdica: tica geral e profissional. 2. ed. atual. e ampl. So Paulo: Saraiva, 2004.

    CAHALI, Yussef Said. Responsabilidade Civil do Estado. 2. ed. So Paulo: Malheiros, 1996.

    CAMPELO, Jos Cid. tica do Advogado. So Paulo: LTr. 2000.

    CORTINA, Adela. O fazer tico. Guia para a educao moral. Traduo Cristina Antunes. So Paulo: Moderna, 2003.

    DALLARI, Dalmo de Abreu. O Poder dos Juizes. So Paulo: Saraiva, 1996.

    Instituio de Origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

    1 Autor: Aluno do 4 semestre do curso de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria

    FADISMA. E-mail: [email protected] 2 Orientador: Professor da Faculdade de Direito de Santa Maria FADISMA. E-mail:

    [email protected]

  • 30

    EFETIVAO DO ESTATUTO DO IDOSO1

    Ariane Simioni2

    Clodoveo Ghidolin3

    O presente trabalho objetiva oferecer melhorias aos servios prestados pelo Centro de Apoio e Referencia ao Idoso CARI. Para tanto, iniciamos um projeto de extenso com o intuito de identificar as possveis deficincias ou dificuldades do CARI e desenvolver aes que promovam maior satisfao dos apoios e acolhimentos prestados aos idosos. Conseqentemente, atingiremos maior eficincia do Estatuto do Idoso. Para alcanar tais objetivos, dividimos o projeto em duas etapas. Na primeira fase, elaboramos cinco instrumentos avaliativos (questionrios) que foram submetidos ao pr-teste a fim de averiguar possveis falhas. Em seguida iniciamos a coleta de dados, fase em que nos encontramos at o momento, anlise, elaborao, e teste de hipteses. Posteriormente a anlise desses dados faremos uma nova aplicao dos instrumentos (segunda fase) aps 120 dias, a fim de identificar a evoluo das aes de melhoria. Os mtodos utilizados neste projeto de extenso foram: o comparativo e o hipottico dedutivo.

    Palavras-chave: Estatuto do Idoso; Idoso; CARI

    Referncias Bibliogrficas:

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988. 35ed. rev. atual.e ampl. So

    Paulo: Revistas dos Tribunais, 2005.

    BRASIL. Lei N 10.741, outubro de 2003. Estatuto do Idoso.

    SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizaes Internacionais. 4. ed. rev. atual. aum. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005. Instituio de Origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

    1 Resultado parcial do Projeto de Extenso intitulado: A eficincia do CARI e a efetivao do

    Estatuto do Idoso com o apoio da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), iniciado em maio de 2006, sob orientao do Prof. Ms. Clodoveo Ghidolin. 2 Autora. Acadmica da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail:

    [email protected] 3 Orientador. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professor da

    Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail: [email protected]

  • 31

    DESEMPENHO DO PROCESSO JURDICO1

    Ariel Chaves2

    Daniele Quintana3

    Clodoveo Ghidolin4

    Existem trs conceitos que so utilizados pelos operadores do Direito, que por si s no dizem nada, mas que em conjunto trazem todo o significado da harmonia social, so os conceitos de justia, tica e retrica. A justia, segundo Aristteles, consiste em fazer o que certo cumprindo os preceitos da lei. Afirmava tambm o filsofo, que o ser humano um ser poltico que tende a viver em sociedade, por isso, o crime que praticado contra um cidado praticado contra todos os cidados. A justia em suma, segundo Scrates o justo agir e o reto pensar. O bom vernculo nos ensina que o termo tica deriva do grego ethikos, sendo ela definida como a cincia da moral. J em termos tcnicos profissionais, a tica utilizada como a expresso que indica a soma de deveres, estabelecendo as normas de conduta dos profissionais no desempenho de suas atividades. A retrica definida como a arte do bem falar, argumentando-se de forma a buscar a persuaso e agradar a um determinado pblico de forma ganhar determinada causa ou discusso. Pode ser tambm entendida como embate semntico, onde idias opostas so lanadas por diferentes indivduos, que se utilizam de argumentos no sentido de persuadir. Ocorre que os profissionais responsveis pela busca da justia por vezes esquecem-se da tica, e atravs de eloqente retrica, se estribam na m f e fazem com que a equidade no seja alcanada, no desenrolar do processo jurdico-social. Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma no pequena, escreveu certa vez em um poema, o poeta Portugus Fernando Pessoa. Enganou-se o poeta? Ou enganamo-nos ns? Ao fazer uso de tcnicas para desvirtuar a aplicao da justia? Tendo-se presente o conceito de justia, percebemos que os profissionais que deixam de lado a tica, e se utilizam do estudo da elocuo verbal e visual, cometem tambm atitudes de desequilbrio frente sociedade, sendo que os meios de persuaso so por vezes muito mais eficazes que os meios cientficos de demonstrao da realidade. E enquanto as cincias ligadas a dentologia do estudo do Direito forem consideras perfumaria jurdica, as academias continuaro a formar profissionais que gozem de m fama no mundo extra muros, profissionais que carreguem o estigma de mentirosos e hipcritas. No sendo o direito individual matria disponvel e nem mesmo mercantil, no h de se falar em manobras verbo-visuais que garantam que uma verdade seja uma mentira repetida vrias vezes. Os Estados Democrticos de direito j no mais comportam shows de teatro nas defesas de prticas ilegais, e sim o reto cumprimento do ritual legal, onde a defesa zela pelo ru, a promotoria defende os direitos indisponveis e o juiz atravs das provas apresentadas prolata uma sentena, porm, este ritual no admite manobras e tampouco ardil, pois justia se faz atravs da verdade e da correo.

    Palavras-chave: justia tica retrica ensino jurdico

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa do mesmo nome, iniciado em 30/08/06, com apoio da

    Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), vinculado Linha de Pesquisa Cidadania e Novos Direitos: ensino do direito, hermenutica e complexidade. 2 Autor. Aluno de graduao do 4 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA).

    E-mail: [email protected] 3 Co-autora: Aluna de graduao do 4 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria

    (FADISMA). E-mail: [email protected] 4 Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professor da Faculdade

    de Direito de Santa Maria. E-mail: [email protected]

  • 32

    Referncias bibliogrficas:

    BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no Pensamento de Emanuel Kant, Editora da UNB.

    GOLDSCHMIDT, Werner. La Ciencia de la Justitia, Aguillar, Madrid, 1958.

    ARISTTELES. tica Nicmacos, Editora da UNB

    Instituio de Origem: FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

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    LIBERALIZAO COMERCIAL DA AGRICULTURA: UM CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO

    1

    Bruno dos Santos Andretta2

    Gustavo Ribas Adiers3

    Marcus Maurer de Salles4

    A situao delicada, em diversos segmentos, que pases em desenvolvimento vivenciam, explcita aos olhos de todos. Buscar sadas para proporcionar e fomentar esse desenvolvimento tarefa rdua, que exige, antes de qualquer coisa, diplomacia e empenho por parte dos representantes de Estado. Nesse contexto, a agricultura surge como um dos pontos-chave para atingir-se o melhor grau possvel de equidade na relao entre pases em desenvolvimento e pases desenvolvidos, bem como seu estudo dentro das concepes liberalistas de economia, tendo como referencial o desenvolvimento dos pases de terceiro mundo, uma das Metas do Milnio, definidas pela ONU. A atividade primria a principal arma para que pases, como o Brasil, figurem no cenrio internacional como participantes efetivos da economia, e liberalizar o comrcio agrcola prioridade nas negociaes internacionais. Questes cruciais, como o nvel de empregos, investimentos e potencial de crescimento devem ser levados em conta no momento em que se realiza a anlise desse panorama. Nesse nterim, a insero dos pases em desenvolvimento, nessa rea, depende de dois fatores cruciais. O primeiro deles diz respeito aos subsdios. de conhecimento notrio que a prtica de subsidiar a agricultura constante e reiterada ano aps ano pelos pases desenvolvidos. Diversos exemplos podem ser expostos, como a Frana e os Estados Unidos. Subsdios s exportaes de produtos como acar e leite causam enormes prejuzos aos pases do Terceiro Mundo. Outro ponto relevante nessa discusso quanto ao acesso aos mercados. Diferentes tipos de barreiras, como tarifrias e no-tarifrias, alm de sanitrias, so utilizadas para criar dificuldades entrada de produtos nos pases ricos. vlido citar a Organizao Mundial do Comrcio como rgo de extrema importncia, que, sob influncia do Brasil e outros pases, tem buscado agir em prol de condutas, por parte dos estados, que sejam mais justas aos menos favorecidos: nosso pas, graas sua sria e responsvel poltica econmica externa tem credibilidade para, de certa forma, exercer o papel de lder frente pujana dos pases do hemisfrio norte. Uma melhoria no funcionamento desse mecanismo, nas regras do jogo, se faz necessria para que se busquem alternativas para o impasse entre protecionismo agrcola x liberalismo comercial. Dessa forma, estar-se- contribuindo para o desenvolvimento de povos e, conseqentemente, por um mundo melhor. As relaes entre estados, no que tange economia, so fundamentais nessa caminhada.

    Palavras-chave: desenvolvimento - liberalizao comercial - agricultura.

    Referncias bibliogrficas:

    1 Resultado parcial do projeto de pesquisa e extenso intitulado ONUSUL Simulao das

    Naes Unidas para o Ensino Mdio, iniciado em agosto de 2006, com apoio da Faculdade de Direito de Santa Maria 2 Aluno de graduao do 3 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA) email:

    [email protected] 3 Aluno de graduao do 3 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA) email:

    [email protected] 4 Orientador. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Mestre em

    Integrao Latino-Americana pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professor da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA) - email: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • 34

    JANK, Marcos. hora de negociar. Disponvel em Revista Exame, edio 764. So Paulo: Ed. Abril, 2002.

    ______. Liberalizao, produtores e multinacionais. Disponvel em Folha de So Paulo, 07.06.06, p. A-2.

    TACHINARDI, Maria Helena; LIMA, Rodrigo. O perigo do neoprotecionismo. Disponvel em http://www.iconebrasil.org.br/portugues/conteudo.asp?idCategoria=1&idDocumento=776&Integra=Sim&Currpage=4 .

    HADDAD, Cludio L. S. As Barreiras Invisveis ao Crescimento. Disponvel em www.ifb.com.br/arquivos/As%20Barreiras%20Invisveis%20ao%20Crescimento.pdf .

    Instituio de origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

    http://www.iconebrasil.org.br/portugues/conteudo.asp?idCategoria=1&idDocumento=776&Integra=Sim&Currpage=4http://www.iconebrasil.org.br/portugues/conteudo.asp?idCategoria=1&idDocumento=776&Integra=Sim&Currpage=4http://www.ifb.com.br/arquivos/As%20Barreiras%20Invisveis%20ao%20Crescimento.pdf

  • 35

    VNCULOS COM A TICA E O DIREITO

    Carina Floriani1

    Albano Marcos Bastos Pepe2

    A pesquisa desenvolvida est includa no Projeto Ecologia Poltica e seus vnculos com a tica e o Direito. Seus objetivos principais esto relacionados anlise de conceitos desenvolvidos pela tradio do pensamento grego - notadamente do perodo pr-socratico e da Filosofia Prtica desenvolvida por Aristteles -, tendo em vista a importncia dos mesmos no processo de fundamentao terica do pensamento ecolgico contemporneo em suas relaes com as formaes discursivas atuais do Direito Ambiental, da tica e da Ecologia. A hiptese desenvolvida nesta pesquisa refere-se necessidade terica de encontrar referenciais na Filosofia clssica que revisem o conceito de Natureza aplicado na Modernidade, a partir do conceito de physis desenvolvido pela tradio grega. A partir da definio de physis, enquanto fonte originria de todas as coisas, que inclui tanto o mundo natural quanto o mundo social, encontra-se um universo cultural que toma a esfera normativa como uma unidade indissolvel manifesta atravs do costume (ethos). Em seu plano de trabalho, a pesquisa faz uma anlise do conceito de Natureza a partir dos procedimentos racionais modernos, quando a mesma concebida como algo que nos tornamos seus senhores e possuidores, conforme afirmava Descartes, demonstrando a insuficincia desta definio para os objetivos da Ecologia contempornea, principalmente quando trata do modo de compreenso e aplicao do Direito Ambiental. Desta anlise, surge a necessidade de ampliao das relaes entre os diversos sistemas normativos, fundamentada pelo amlgama normativo elaborado pelo pensamento greco-aristotlico, a partir de uma idia unitria entre o Direito e a tica e que repercute em uma compreenso mais sofisticada da formao cultural da complexa da atual sociedade humana. O estudo desta idia unitria entre a physis e o ethos e que se apresenta na polis, serve de marco terico para a anlise das conseqncias da separao de tais princpios, assim como do modo de apreenso do que seja a Natureza. A partir desta perspectiva, o estudo desenvolvido demonstra que ocorre tambm a separao entre os planos de vida da sociedade humana e os planos de relacionamento com a Natureza enquanto manancial de riquezas disposio do homem. Recuperar conceitualmente a idia da physis, significa possibilitar uma crtica viso antropocntrica, o que permite o ingresso do pensamento ecolgico no campo do Direito, notadamente do Direito Ambiental, enquanto instncia de garantia da vida nas suas mais variadas formas, no apenas como lugar de racionalizao de procedimentos para uso de fontes naturais de recursos. A metodologia adotada transdisciplinar, visto que envolve contribuies da Ecologia, da Filosofia, da tica, da Teoria do Direito, Do Direito Ambiental e das Cincias Sociais. A fonte das pesquisas composta de livros e artigos.

    Palavras-chaves: ecologia poltica, tica, direito

    Referncias Bibliogrficas:

    Instituio de origem:

    UNISINOS

    1 Autora. Aluna do Curso de Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). E-

    mail: [email protected] 2 Orientador. Doutorado em Direito pela Universidade Federal do Paran (UFPR). Mestre em

    Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professor do Programa de Ps-Graduao Strito Senus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). E-mail: [email protected]

  • 36

    PAGAMENTO POR CHEQUE: A FRAGILIDADE DO TTULO1

    Claudia Liter Carvalho2

    Simone Terezinha Zanon3

    Gilmar Jos Duarte4

    Fabio Agne Fayet5

    O cheque, criado para substituir a moeda corrente, a forma de pagamento vista, conforme art. 32 da Lei do Cheque (Lei n 7.357/85), sendo atravs dele que o beneficirio adquire o direito a ser pago pela proviso que o emissor deve ter em poder do sacado (posio de Magalhes Noronha

    6). Este ttulo uma das formas mais utilizadas na vida cotidiana das pessoas, devido

    praticidade. Embora, quando uma pessoa obtm vantagem ilcita, em prejuzo alheio, mantendo algum em erro, mediante qualquer artifcio ou ardil, pratica o crime denominado estelionato; Esse artifcio consiste em, por exemplo, emitir um cheque para aquisio de um determinado bem, transferindo assim, esse ao patrimnio do vendedor, mas frustrando-lhe seu pagamento pela falta de proviso de fundos ou mediante contra-ordem ao sacado. Em nosso cdigo penal (art. 171, VI, CP), este crime est descrito no captulo do estelionato e outras fraudes, donde estelionato fraude, ou seja, leso ao patrimnio por meio de engano, crime praticado por meio de astcia, envolvendo a vtima de forma sutil. A palavra estelionato, oriunda do Direito Romano stellionatus, originria de stellio, onis, que significa, lagarto que muda de cor, conforme objetos que o rodeavam

    7, talvez derivado da astcia praticada contra a vtima. Atualmente, a relao

    comercial estabelecida na confiana pela utilizao do cheque como forma de pagamento, embora as instituies financeiras, responsveis por sua circulao, no tenham nenhuma responsabilidade (at o limite pr-contratado) quanto utilizao de forma indevida pelos seus correntistas, visto que uma pessoa pode abrir uma conta, mesmo que no efetue nenhum depsito inicial e, atravs de suas informaes, possa obter um crdito especial, sendo-lhe fornecido um talonrio de cheque para desfrutar deste crdito. Esta relao estabelecida entre o correntista e a instituio, ficando aos terceiros o risco por aceitarem este ttulo. A efetiva punio fraude no pagamento por meio do cheque, somente possvel pela comprovao de todos os elementos do tipo penal. Em recente deciso do Tribunal do Rio Grande do Sul (Apelao Crime n 70014880777. Stima Cmara, Comarca de Carazinho, Junho/2006), est demonstrado o entendimento ao tratamento da matria: ...Como vem decidindo esta Corte, haver o crime de estelionato simples, quando o recorrente, de modo premeditado, constitui dvidas que sabia no poder pagar, obtendo vantagem ilcita mediante o uso de cheques ps-datados e, para se furtar ao compromisso assumido, fugindo da cidade, onde realizara as fraudes... Os cheques emitidos serviram de instrumento obteno de farta vantagem econmica, em prejuzo de terceiros,

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa intitulado Crimes Econmicos, iniciado em 01/03/06,

    na Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). 2 Autora Claudia Liter Carvalho. Bacharel em Administrao e aluna de graduao do 6

    semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail: [email protected] 3 Co-autora Simone Terezinha Zanon. Bacharel em Cincias Contbeis e aluna de graduao do

    6 semestre da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). E-mail: [email protected] 4 Co-autor Gilmar Jos Duarte. Aluno de graduao do 6 semestre da Faculdade de Direito de

    Santa Maria (FADISMA). E-mail: [email protected] 5 Orientador. Mestre em Cincias Criminais pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do

    Sul (PUC/RS); Especialista em Direito Penal Econmico e Europeu, pelo Instituto de Direito Penal Econmico e Europeu Coimbra/Portugal. Professor da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). Advogado. E-mail: [email protected] 6 Noronha, E. Magalhes. Op. cit., p. 525.

    7 Ibidem, p. 460.

    mailto:[email protected]

  • 37

    induzindo-os em erro.. ...Acordam ..., unanimidade, em dar parcial provimento ao apelo, para reduzir as penas para dois (02) anos e oito (08) meses de recluso e vinte e seis (26) dias-multa, mantendo as demais cominaes da sentena... A pratica comercial contempornea demonstra que a aceitao do cheque est ligada anlise de crdito e o risco do negcio. O art. 39, IX, CDC, define a vedao ao fornecedor de recusa venda de bens ou prestao de servios, mediante o pronto pagamento, cabendo ao fornecedor arcar com o risco de aceitar o cheque como pronto pagamento ou definir, explicitamente, que no o aceita, de forma no discriminatria.

    Palavras Chave Estelionato - Cheques

    Referncias Bibliogrficas:

    NORONHA, E. Magalhes. Direito Penal. Vol.2 2ed. So Paulo. Saraiva. 1963.

    CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol.2 5ed. So Paulo. Saraiva. 2005.

    Instituio de Origem:

    FADISMA Faculdade de Direito de Santa Maria

  • 38

    ANLISE DA NACIONALIZAO DO GS E PETRLEO BOLIVIANOS SOB A TICA DO DIREITO INTERNACIONAL E DO DIREITO INTERNO BOLIVIANO

    1

    Cristine Koehler Zanella2

    Pmela Marconatto Marques3

    Ricardo Antnio Silva Seitenfus4

    Deisy de Freitas Lima Ventura5

    A reao do governo brasileiro ante a nacionalizao do gs e petrleo bolivianos motivou uma srie de debates entre a populao e a academia latino-americanas. A profuso de opinies exaltadas veiculada pela mdia nacional foi seguida da ausncia de estudos acadmicos sobre o assunto. Tendo como pano de fundo esta realidade, o presente trabalho buscou avaliar a questo a partir da normativa internacional e da normativa nacional da Bolvia vigentes. Para tanto, num primeiro momento, retomam-se alguns princpios do que se configurou como Direito Internacional do Desenvolvimento perspectiva que recobra foras neste incio de sculo por considerar que no existem condies de segurana onde esteja ausente o desenvolvimento para, aps, individuar-se a normativa internacional e nacional boliviana referentes propriedade dos recursos naturais. Verificou-se que a nacionalizao anunciada em maio de 2006 est de acordo com o previsto na Constituio Boliviana. Da mesma forma, a deciso no contraria o direito internacional medida que a Resoluo 1.803 da Assemblia Geral das Naes Unidas a autoriza. Pondera-se que as Resolues, mesmo tendo questionado o seu carter compulsrio, devem ser respeitadas - sobretudo quando se trata do seu cumprimento por um pas que votou pela sua aprovao, como o fez o Brasil - por refletirem uma postura internacional comum a respeito de determinado assunto. Conclui-se, a partir destas consideraes, pela coerncia e concordncia com o direito vigente da postura do governo brasileiro que reconheceu a deciso de nacionalizao como ato soberano e mesmo como um direito de um povo sofrido de reivindicar sua principal riqueza.

    Palavras-Chave: Direito Internacional do Desenvolvimento, Nacionalizao de Recursos Naturais,

    Bolvia

    Referncias Bibliogrficas:

    BOLIVIA. Constitucin Poltica de Bolivia. La Paz, 1995;

    1 Resultado parcial do Projeto de Pesquisa intitulado A geopoltica da energia na Amrica do Sul:

    A busca de convergncias histricas e perspectivas de um futuro comum a partir do estudo do caso boliviano, iniciado em 01/02/2006.

    2 Autor. Aluna de ps-graduao em Integrao Latino-Americana e de graduao em Economia, ambos os cursos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: [email protected] 3 Autor. Aluna de graduao de Direito e Cincias Sociais, ambos os cursos pela Universidade

    Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: [email protected]. 4 Orientador. Ps-Doutorado na Universidade de Paris I (Panthon-Sorbonne), U.P. I, Frana.

    Doutor no Institut Des Hautes Etudes Internationales IHEI na Universidade de Genebra. GENEBRA, Sua. Diretor da Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA). Professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 5 Co-orientador. Doutorada em Direito pela Universidade de Paris 1, Panthon-

    Sorbonne.Professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

  • 39

    BOLIVIA. Decreto Supremo 28.071, de 1 de maio de 2006. Promulga a nacionalizao do gs e petrleo bolivianos. Disponvel em http://infoalternativa.org/aml atina/bolivia018.htm. Acesso em: 5 out. 2006;

    CADERNOS ADENAUER. Energia: da crise aos conflitos? Rio de Janeiro: Fundao Konrad Adenauer, ano VI, n 4, 2005;

    MORALES, Juan Antonio; ESPEJO, Justo. La mineria e los hidrocarburos en Bolivia. La Paz: Instituto de Investigaciones Socio Economicas, 1994;

    Naes Unidas. Resolucin 1803 (XVII) de la Asamblea General, de 14 de diciembre de 1962, titulada "Soberana permanente sobre los recursos naturales". Disponvel em

    www.ohchr.org/spanish/law/recursos.htm. Acesso em 13.jul.2006;

    ROCA, Carlos Toranzo. BOLVIA: Uma revolucin democrtica. Nueva Sociedad. Edicion Especial, Marzo de 2006;

    SEITENFUS, Ricardo Antonio Silva. Fundamentos e desafios do Direito Internacional do Desenvolvimento. In: FERREIRA Jr., Lier Pires e AMORIM ARAJO, Luis Ivani (Orgs.). Novas disciplinarizaes do Direito Internacional. Curitiba: Juru, 2005. p.267-282;

    SUBIETA, Jaime Pearanda. Who is who? En la minera boliviana. La Paz: Instituto de Investigaciones Socio Economicas, 1996;

    ZANELLA, Cristine Koehler; MARQUES, Pmela Marconatto. Evo Morales e o Pas que quer existir: a legitimidade da nacionalizao do gs e petrleo bolivianos em uma abordagem interdisciplinar. In: MENEZES, Wagner (Coord.). Estudos de Direito Internacional: anais do 4 Congresso Brasileiro de Direito Internacional. Vol. VI. Curitiba: Juru, 2006. p. 510-515.

    http://infoalternativa.org/aml%20atina/bolivia018.htmhttp://www.ohchr.org/spanish/law/recursos.htm

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    VOTO NULO: A MANIFESTAO DA VONTADE DO ELEITOR1

    Cristiane Tatsch2

    Henrique Neubauer3

    Valria Ribas do Nascimento4

    Neste trabalho que tem por objetivo analisar o voto nulo como a manifestao da vontade do eleitor, dentro de um Estado Democrtico de Direito, o mtodo utilizado foi o dialtico que partiu da contraposio de idias entre diferentes autores. considerado voto nulo quando o eleitor manifesta sua vontade de anular seu voto, digitando na urna um nmero que no seja correspondente a nenhum candidato ou partido poltico, oficialmente registrados. No caso de uso de cdula de papel, quando o eleitor faz qualquer marcao que no identifique de maneira clara o nome, ou o nmero do candidato, ou o nmero do partido poltico. O voto nulo apenas registrado para fins de estatsticas e no computado como voto vlido, ou seja, no vai para nenhum candidato, partido poltico ou coligao. Nesse sentido, polmica a discusso sobre o exato poder que o voto nulo tem numa eleio. primeira vista, erguer a bandeira deste seria a melhor maneira de fazer presso poltica. Porm, ningum sabe ao certo as verdadeiras potencialidades que o voto nulo possui. Discusses em jornais, revistas e na Internet tornam o tema muito mais interessante aos olhos de todos. Perguntas, questionamentos surgem a toda hora! difcil traduzir as reais atribuies que o voto nulo possui com divergncias existentes entre a Constituio Federal de 1988 e o Cdigo Eleitoral de 1965. Convm explicar, como exemplo, que na Constituio Federal, em seu art . 77, 2, consta que ser eleito presidente, o candidato que, registrado por partido poltico, obtiver a maioria absoluta dos votos vlidos, no computados os em branco e os nulos, ou seja, 50% mais um dos votos vlidos, excluindo os nulos e brancos (s istema majoritrio por maioria absoluta). J, o Cdigo Eleitoral, em seu art. 224, afirma que se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do pas nas eleies presidenciais, do Estado, nas eleies federais e estaduais ou do municpio nas eleies municipais, julgar-se-o prejudicadas as demais votaes e o Tribunal marcar dia para nova eleio dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias. Alguns juzes entendem que esse artigo deveria ser considerado para anular a eleio. Contudo, o Superior Tribunal Eleitoral (STE), assegura que somente ser anulada a eleio, se comprovada fraude durante a votao, abuso de poder econmico dos candidatos, coao de eleitor ou compra de votos. Diante disso, o que se pode evidenciar que ningum sabe ao certo o que aconteceria caso houvesse maioria de votos nulos. O que se sabe, que o vot