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FAE – CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCIELE COSTA DE OLIVEIRA RODRIGO SORGATTO MACHADO CONSTRUÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO DE RELAÇÃO ENTRE A GESTÃO DO CONHECIMENTO, PDCA E O PDCL CURITIBA 2011

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FAE – CENTRO UNIVERSITÁRIO

FRANCIELE COSTA DE OLIVEIRA

RODRIGO SORGATTO MACHADO

CONSTRUÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO DE RELAÇÃO ENTRE A GESTÃO

DO CONHECIMENTO, PDCA E O PDCL

CURITIBA

2011

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FAE – CENTRO UNIVERSITÁRIO

FRANCIELE COSTA DE OLIVEIRA

RODRIGO SORGATTO MACHADO

CONSTRUÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO DE RELAÇÃO ENTRE A GESTÃO

DO CONHECIMENTO, PDCA E O PDCL

Trabalho de Conclusão de Curso,

apresentado ao Curso de Engenharia de

Produção, da FAE Centro Universitário.

Orientador: Prof. Msc Paulo Sergio Orti

CURITIBA

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2011

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Dedico este trabalho à minha mãe Delourdes

Gomes, que em todo o tempo esteve presente

com um apoio incondicional, sempre me dando

forças para continuar em frente. Aos meus

sobrinhos Vitor Figueiredo e Vinícius

Figueiredo, que com seu jeito natural e amável

de me desafiar, sempre me motivam a vencer

todos os meus desafios!

Dedico também ao Rodrigo Sorgatto, pela

amizade e pelo empenho de construirmos

juntos este trabalho.

Franciele Costa de Oliveira

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Dedico este trabalho aos meus pais Carlos

Alberto Machado e Maria Helena S. Machado,

pois sempre estiveram ao meu lado e nunca

mediram esforços para me fornecer educação

de qualidade, dedico a toda a minha família

que indiretamente contribuíram com minha

educação e minha formação pessoal e

profissional e também dedico a minha querida

namorada quem sempre foi muito paciente e

compreensiva com os momentos de minha

ausência e sempre me deu muito carinho e

atenção. Dedico a todos meus amigos que

sempre estiveram ao meu lado durante todos

estes anos e me propiciaram muitos momentos

de felicidade.

Dedico também a Franciele Oliveira, pela

amizade e pelo empenho de construirmos

juntos este trabalho.

Rodrigo Sorgatto Machado

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Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus por nos capacitar com recursos intelectuais,

materiais e financeiros que viabilizaram a realização e conclusão do curso de

Engenharia de Produção, o que significa para nós um sonho realizado e a

expectativa de um futuro promissor.

A todos os professores que fizeram parte da nossa trajetória acadêmica,

contribuindo de forma valorosa para a nossa formação e tornando enriquecido o

nosso capital intelectual.

Ao nosso orientador, Professor Paulo Sergio Orti, por compartilhar conosco seu

conhecimento e suas habilidades, nos auxiliando na construção deste projeto de

graduação sempre com muita disposição, motivação e sabedoria.

Ao Professor Alexandre Maneira dos Santos, que compôs nossa Banca Avaliadora e

contribuiu significativamente com seus comentários acerca do nosso Projeto de

Graduação I, propondo um direcionamento melhor para o Projeto de Graduação II.

Aos nossos familiares que foram, por muitas e muitas vezes, nossos pilares de

sustentação no que diz respeito à compreensão e à motivação que nos deram

durante todo o tempo da faculdade e especialmente durante a realização do TCC, o

que naturalmente toma uma posição de prioridade em nossas vidas.

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RESUMO

Na busca de vantagens competitivas as empresas têm focado em melhoria

contínua e utilizam como principal ferramenta para obtenção destas melhorias o ciclo

PDCA (Plan, Do, Check, Act), pois suas técnicas e resultados são amplamente

difundidos no mundo empresarial por se tratar de um método simples e utilizado há

muitas décadas e como sub-produto deste ciclo é gerado conhecimento que muitas

vezes não é gerenciado da maneira correta e é perdido pelas corporações, seja pela

substituição de pessoas envolvidas no PDCA ou por falta de avaliação e

padronização deste conhecimento. Como o conhecimento é um bem abstrato e

intangível muitas empresas não se preocupam em gerenciar este bem. Uma solução

para este problema seria a utilização da gestão do conhecimento em paralelo com o

PDCA, pois entre suas técnicas estão a criação, padronização, disseminação e

retenção do conhecimento na empresa. Para obter resultados ainda melhores é

possível utilizar um novo método para gerenciamento de processo e melhorias, o

PDCL (Plan, Do, Check, Learn), com isso seria possível unir diversos conhecimentos

gerados por diferentes PDCA’s em diferentes setores e difundir o conhecimento por

toda a corporação, inclusive para diferentes unidades.

Palavras Chave: Gestão do Conhecimento, PDCA, PDCL, Gestão Integrada

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – MODELO DE ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA ............................................ 15

FIGURA 2 – FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO NUM SETOR ......................... 17

FIGURA 3 – ETAPAS DA ANÁLISE SWOT .......................................................................... 22

FIGURA 4 – ALINHAMENTO COM A ESTRATÉGIA.............................................................29

FIGURA 5 – ESPIRAL DO CONHECIMENTO ........................................................................ 32

FIGURA 6 – CICLO DO PDCA ...............................................................................................37

FIGURA 7 – DIAGRAMA DA GESTÃO ................................................................................. 41

FIGURA 8 - CORRELAÇÃO ENTRE GC E CICLO PDCA......................................................46

FIGURA 9 – DEFINIÇÕES ......................................................................................................49

FIGURA 10 – CORRELAÇÃO DA FASSE P COM A GC ......................................................51

FIGURA 11 – CORRELAÇÃO DA FASE P COM A GC .........................................................51

FIGURA 12 – CORRELAÇÃO DA FASE D COM A GC .........................................................52

FIGURA 13 – CORRELAÇÃO DA FASE C COM A GC .........................................................53

FIGURA 14 – CORRELAÇÃO DA FASE A COM A GC .........................................................54

FIGURA 15 – ANÁLISE DAS CAUSAS ..................................................................................55

FIGURA 16 – ANÁLISE DAS HIPÓTESES ............................................................................56

FIGURA 17 – CINCO PORQUÊS ............................................................................................57

FIGURA 18 – PLANO DE AÇÃO ............................................................................................58

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9

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – FATORES COMPETITIVOS E OBJETIVOS DE DESEMPENHO ................... 21

QUADRO 2 – BENEFÍCIOS DO E-LEARNING ....................................................................... 35

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 11 1.1 TEMA ..................................................................................................................................... 12 1.2 OBJETIVO GERAL................................................................................................................ 12 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................. 12 1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................... 14 2.1 ORGANIZAÇÃO ESTRATÉGICA ......................................................................................... 14

2.1.1 Análise do ambiente externo ............................................................................................. 16 2.1.2 Cinco forças de Porter ....................................................................................................... 16

2.1.3 Ameaça de novos entrantes .............................................................................................. 17

2.1.4 Poder de negociação dos clientes .................................................................................... 18

2.1.5 Poder de negociação dos fornecedores............................................................................ 19

2.1.6 Produtos substitutos .......................................................................................................... 19 2.2 FATORES CRITICOS DE SUCESSO................................................................................... 19

2.2.1 Análise SWOT ................................................................................................................... 22 2.2.2 Competências .................................................................................................................... 23

2.2.3 Identidade Organizacional ................................................................................................. 23

2.2.4 Objetivos Estratégicos ....................................................................................................... 25

2.3 DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO ...................................................................................... 29

2.3.1 Tipos de Conhecimento..................................................................................................... 30 2.3.2 Ciclo do Conhecimento ..................................................................................................... 31

2.3.3 Gestão do Conhecimento .................................................................................................. 32

2.3.4 Ferramentas de Gestão do Conhecimento ....................................................................... 33

2.4 CICLO PDCA ......................................................................................................................... 35

2.4.1 Contextualização .................................................................................................................. 39 2.5 PDCL ...................................................................................................................................40

3 METODOLOGIA ........................................................................................................................... 43 3.1 CONCEPÇÕES DE PESQUISA ........................................................................................... 43

3.1.1 Pesquisa Exploratória........................................................................................................ 43 3.1.2 Pesquisa Qualitativa .......................................................................................................... 43

3.1.3 Pesquisa Básica ................................................................................................................ 44

3.1.4 Pesquisa Bibliográfica .....................................................................................................44

4 MODELO TEÓRICO CONCEITUAL............................................................................................ 45 4.1 CORRELAÇÃO DA GC COM O PDCA ................................................................................50

4.1.1 Fase P do PDCA (planejar) ..............................................................................................50

4.1.2 Fase D do PDCA (executar) ............................................................................................51

4.1.3 Fase C do PDCA (verificar) .............................................................................................51

4.1.4 Fase A do PDCA (agir corretivamente) .............................................................................51

4.2 ANÁLISE DAS CAUSAS .....................................................................................................52

4.3 ANÁLISE DAS HIPÓTESES ................................................................................................53

4.4 CINCO PORQUÊS ..............................................................................................................53

4.5 PLANO DE AÇÃO ................................................................................................................54

4.6 PDCL ................................................................................................................................55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 57 6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................................... 58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BSC

CNC

-

-

BALANCED SOCEREDCARD

CONTROLE NUMÉRICO COMPUTADORIZADO

FCS - FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

FNQ - FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE

GC - GESTÃO DO CONHECIMENTO

MEG - MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO

PNQ - PRÊMIO NACIONAL DE QUALIDADE

SECI - SOCIALIZAÇÃO, EXTERNALIZAÇÃO, COMBINAÇÃO,

INTERNALIZAÇÃO.

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1 INTRODUÇÃO

Um grande paradigma, vivido nas empresas do mercado atual é que seu

desempenho possa ser medido simplesmente por meio de indicadores financeiros,

porém, emerge no contexto da empresa moderna e de visão do futuro, um viés

voltado a um novo estilo de gestão focada em conhecimento, cujos índices de

mensuração de desempenho estão relacionados a indicadores não-financeiros, que

levam em consideração fatores como ativos intangíveis, hoje ainda pouco

explorados ou valorizados nas empresas.

A intensidade com que cresce o nível de exigência de clientes e

consumidores, em termos de qualidade e inovação, é o grande driver que traz às

empresas a consciência de que é necessário redesenhar o modelo organizacional,

através de novos hábitos e ações que lhes preservem garantida, sobre outros

fatores, a competitividade, frente à acirrada concorrência vivida nesse mercado

extremamente dinâmico. Nesse sentido, de promover novas fontes de resultados,

abre-se um espaço para uma cultura voltada à geração e disseminação de

conhecimento. Nonaka e Takeuchi (1997) defendem a idéia de que, a exemplo de

empresas japonesas, é possível se promover um aprendizado organizacional por

meio de práticas de conversão do conhecimento tácito em explícito e vice-versa.

Paladini (2006) diz que o grande segredo está em trabalhar ativos intangíveis,

transformando-os em recursos tangíveis que por sua vez podem ser medidos e

percebidos facilmente por meio de controles de desempenho, ou seja, por meio de

indicadores que sinalizem os reais ganhos advindos da valorização de recursos

intangíveis como o capital intelectual, que se traduz novamente em conhecimento,

realimentando assim a Espiral do Conhecimento, criada também por Nonaka e

Takeuchi (1997) e que se reflete em crescimento para a empresa.

Contudo, não é adequado se gerar todo um contexto de criação e

disseminação de conhecimento, se não houver uma gestão que administre todos os

fatores envolvidos, bem como seus ganhos/perdas, resultados. Assim, pretende-se

desenvolver uma abordagem voltada para importância do Ciclo do PDCA como uma

ferramenta de apoio à Gestão do Conhecimento e que promoverá o planejamento, a

execução e a verificação de medidas a serem tomadas, visando a otimização dos

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13

mais diversos processos, sendo este modelo aplicável a qualquer área de

conhecimento dentro de uma organização.

1.1 TEMA

As empresas precisam de diferenciais competitivos, tanto em qualidade de

produtos, quanto em termos de inovação.

Para tanto, muitos programas e modelos são implantados, porém nem

sempre integrados e implantados de maneira sistêmica e multidisciplinar.

Este trabalho irá abordar um estudo sobre a integração da Gestão do

Conhecimento com o PDCA, visando à multidisciplinaridade e demonstrar que esses

dois modelos teóricos podem ser complementares e conduzir a empresa a um

melhor aproveitamento do potencial de conhecimento de seus colaboradores e a

qualidade de seus produtos.

1.2 OBJETIVO GERAL

Demonstrar a viabilidade e a adequação do uso do PDCA com apoio de

recursos do ciclo de conhecimento, de maneira multidisciplinar e integrada, por meio

de um modelo de implantação.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Elaborar uma revisão bibliográfica dos elementos constantes nesses estudo

para obter informações dos modelos tradicionais utilizados na gestão, objetos

desse estudo.

• Estabelecer um método de análise que auxilie no uso multidisciplinar do

PDCA e do Ciclo do Conhecimento.

• Apresentar uma proposta de modelo de implantação de um PDCA associado

ao ciclo do conhecimento.

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• Discutir as perspectivas e possíveis resultados da implantação do modelo e

seus impactos na gestão.

1.4 JUSTIFICATIVA

Atualmente as empresas estão cada vez mais utilizando o ciclo PDCA como

ferramenta para planejar e executar melhorias em seus departamentos, mas é muito

comum que ao final do ciclo, boa parte do aprendizado adquirido durante o processo

seja perdido, cujo conhecimento é de grande valia para a corporação, pois estas

lições aprendidas podem ser utilizadas em outras circunstâncias em que o PDCA

seja aplicado na corporação.

Outra situação recorrente é quando setores diferentes da mesma empresa

utilizam o ciclo PDCA e não existe uma boa comunicação entre eles e isto faz com

que o conhecimento gerado em um setor não seja difundido aos outros, fazendo

com que a equipe desperdice tempo para desenvolver o que outro setor já

aprendeu. Nesse sentido um novo conceito que está surgindo nas organizações

possa ser de grande utilidade que é o PDCL (Pan, Do, Check, Learning) a ser

discutido nesse trabalho.

Estes problemas podem ser resolvidos por meio da utilização da Gestão do

Conhecimento em paralelo com o ciclo PDCA, pois a GC por meio de suas técnicas

e correta aplicação ajuda a fixar e divulgar o conhecimento dentro da empresa. Caso

um setor combine estas duas poderosas ferramentas, eles irão ter padronizado e

armazenado boa parte do conhecimento gerado na execução do PDCA e, por meio

disto, outro setor que pretende utilizar o ciclo do PDCA pode consultar os

documentos que foram gerados pelos ciclos executados pela empresa

anteriormente. Essa seria a contribuição do PDCL, uma revisão mais estratégica da

organização do que foi aprendido nos ciclos de PDCA. Assim haveria uma melhoria

muito mais elaborada em um tempo menor e verdadeiramente contínua.

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15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ORGANIZAÇÃO ESTRATÉGICA

Atualmente, e cada vez mais, as empresas buscam o seu crescimento frente

aos desafios de mercado, impostos em grande parte pela concorrência e, neste

contexto, o desenvolvimento de competências é fundamental para sustentar o

desempenho organizacional, relacionado tanto ao ambiente interno como ao

externo.

Para Fleury (2000) o conceito de competência é pensando como um

conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, um conjunto de

capacidades humanas que justifica um alto desempenho, o qual está fundamentado

na inteligência e personalidade das pessoas.

As competências no nível das organizações – as chamadas Core

Competences, segundo Orti (2010), demandam, sobre outros recursos, o desenho

de um Planejamento Estratégico, cujo processo visa preparar a empresa para o que

está por vir. “A elaboração de um plano aumenta a probabilidade de que, no futuro,

sua empresa esteja no lugar certo e na hora certa.” (TIFFANY; PETERSON, 1999, p.

9-10).

O planejamento estratégico, ou administração estratégica, diz respeito à

análise das oportunidades e ameaças do ambiente externo, dos pontos fortes e

fracos da empresa e dos desejos competitivos dos vários stakeholders

(administradores, funcionários, acionistas, fornecedores, clientes e credores), que

deve ser realizada pela alta administração, cujo método tem um papel vital para a

melhoria da eficácia organizacional.

Wright; Kroll; Parnell (2009) definem uma série de passos que a alta

administração deve realizar em uma administração estratégica que abranja a

determinação da missão e dos objetivos da organização em seus ambientes

externos e internos. Estes passos são apresentados a seguir e a Figura 1 apresenta

o Modelo de Administração Estratégica, dos mesmos autores.

1. analisar as oportunidades e ameaças ou limitações que existem no ambiente

externo;

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16

2. analisar os pontos fortes e fracos do seu ambiente interno;

3. estabelecer a missão organizacional e os objetivos gerais;

4. formular estratégias no nível empresarial, no nível de unidades de negócios e

no nível funcional, que permitam à organização combinar os pontos fortes e

fracos da organização com as oportunidades e ameaças do ambiente;

5. implementar as estratégias; e,

6. realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os objetivos

gerais da organização sejam atingidos.

FIGURA 1 – MODELO DE ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

FONTE: WRIGHT, Kroll, Parnell (2009, p. 12)

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17

2.1.1 Análise do Ambiente Externo

As divisões de macro ambiente e ambiente setorial (setor em que a empresa

opera), como mostra a Figura 2, compõem a primeira etapa do Modelo de

Administração Estratégica, onde são estudadas as oportunidades e ameaças do

ambiente externo.

Fatores político-legais (incluem resultados de eleições, legislações, decisões

do governo, etc.), econômicos (incluem PIB, taxas de juros, taxas de inflação, valor

do dólar, etc.), tecnológicos (incluem melhorias e inovações científicas) e sociais

(incluem tradições, valores, tendências sociais e expectativas da sociedade em

relação a uma empresa) são os quatro elementos que formam o macro ambiente

das empresas e por serem forças muito dinâmicas, suas constantes mudanças criam

oportunidades – que devem ser capitalizadas pela empresa, e ameaças ou

restrições – diante das quais a empresa deve criar condições para operar com

eficácia. (WRIGHT; KROLL; PARNELL; 2009).

Com relação à Análise Setorial, Michael E. Porter se tornou uma grande

referência no assunto, à luz de sua argumentação sobre a influência das cinco

forças competitivas das quais depende o retorno de investimento de um setor.

2.1.2 Cinco forças de Porter

As cinco forças definidas por Porter (2004),e apresentadas na Figura 2, são

importantes para que a empresa possa definir uma posição no mercado, dentro de

uma classificação setorial, de modo a utilizar estas forças competitivas a seu favor, o

que sugere uma competição eficaz para a empresa. A análise setorial, sustentada

por Porter (2004), avalia uma série de características técnicas e econômicas críticas

para a intensidade de cada uma das cinco forças competitivas, apresentadas abaixo:

1. A ameaça de novos entrantes (concorrentes que ingressam no setor)

2. Poder de negociação dos clientes

3. Poder de negociação dos fornecedores

4. Produtos Substitutos

5. Posicionamento entre os atuais concorrentes

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FIGURA 2 – FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO NUM SETOR

FONTE: In Orti (2010, p. 22)

2.1.3 Ameaça de novos entrantes

O surgimento de novas empresas em um setor representa uma ameaça à

estabilidade da empresa já existente, pois a nova empresa traz, supostamente, o

desejo de ganhar uma parcela do mercado sustentado por nova capacidade e

recursos substanciais para tal. A reação das empresas já existentes no mercado à

entrada de novas empresas chama-se de Barreiras de Entrada, as quais são

produzidas por meio de seis fontes principais: (PORTER, 2004).

1. Economia de Escala: apresentam duas situações indesejáveis para a

empresa entrante. Ou a empresa entrante tem que ingressar em larga escala

e arriscar-se a uma forte reação das empresas existentes ou ingressar em

pequena escala e sujeitar-se a uma desvantagem de custo.

2. Diferenciação do Produto: as empresas existentes estabelecem um

vínculo com seus clientes, seja por meio da sua marca identificada ao longo

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19

do tempo, da lealdade desenvolvida em seus clientes por meio de seus

diferenciais como características de produto e prestação de serviços de

qualidade e até mesmo por terem entrado primeiro na indústria. Essa

diferenciação constitui uma barreira à entrada de novas empresas que

sofrerão prejuízos iniciais na tentativa de também construir sua marca.

3. Necessidades de Capital: barreira financeira que requer da nova

empresa o investimento um grande capital no início de suas operações, para

que possa competir.

4. Custos de Mudança: para o comprador, são os custos inerentes à

mudança de um fornecedor para o outro. Esses custos de mudança podem

incluir, por exemplo, custos com um novo treinamento e de um novo

equipamento auxiliar, dentre outros como até custos psíquicos de desfazer

um relacionamento existente.

5. Acesso aos canais de Distribuição: a nova empresa enfrenta uma

barreira no acesso aos canais de distribuição logísticos, precisando

convencê-los a aceitar seus produtos por meio de descontos e cooperação

com verbas para publicidade, o que reduz os lucros da empresa entrante.

Desvantagens de Custo Independentes de Escala: existe uma série de

vantagens de custos garantida para a empresa existente, que não é favorável para

os entrantes potenciais, como know-how de produtos que é patenteado e protegido,

acesso favorável a matérias-primas, localizações favoráveis, subsídios oficiais do

governo, tendência de declinação dos custos unitários à medida que a empresa

acumula maior experiência na fabricação de seus produtos.

2.1.4 Poder de negociação dos clientes

O cliente/comprador além de exigir melhor qualidade nos produtos ou mais

serviços, força os preços para baixo à medida que percebe a existência de muitos

fornecedores no setor, ocasionando assim uma forte disputa entre os concorrentes

que ficam, naturalmente, uns contra os outros (PORTER, 2004).

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2.1.5 Poder de negociação dos fornecedores

Quando determinado setor apresenta um número menor de compradores do

que fornecedores, os fornecedores se tornam poderosos, pois detêm os produtos e

serviços exclusivos, demandados pelos compradores.

“Os compradores e fornecedores exercem uma importante influência na

rentabilidade das empresas do setor. Por este motivo a empresa deve analisar

cautelosamente quais clientes e quais fornecedores podem prejudicar ou contribuir

com o êxito do negócio.” (ORTI, 2010).

2.1.6 Produtos substitutos

Produtos substitutos representam alternativas satisfatórias às necessidades

dos clientes, diferindo apenas em algumas características específicas e, por

consequência, reduzem os retornos potenciais de uma empresa ao passo que outro

produto similar da concorrência, do mesmo segmento, passe a ser mais

representativo para o cliente.

2.2 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

O mundo corporativo atual está muito competitivo e globalizado, detalhes

podem fazer muita diferença, neste mundo existem alguns fatores que podem ser

determinante para o futuro de uma empresa, são os Fatores Críticos de Sucesso,

estes podem determinar o sucesso da empresa, ou a falta deles contribuir

enormemente para o fracasso de uma corporação.

De acordo com Rockart (1981), os Fatores Críticos de Sucesso são áreas de

atividades chaves, cujos resultados positivos são determinantes para que os

gerentes atinjam seus objetivos, e o bom desempenho destas áreas resultam em

competitividade para as organizações.

Em três momentos pode se utilizar os FCS:

• Ajudar os gerentes individuais a identificar as informações que necessitam;

• Auxiliar a organização em seu planejamento estratégico, no planejamento de

longo prazo e anual;

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• Colaborar com a organização no processo de planejamento dos processos de

informação.

Segundo Orti (2010), os FCS são de essencial importância para o sucesso e

devem ser desdobrados em indicadores de desempenho para os processos chaves.

Dois fatores básicos para se definir as diferenças no desempenho das

empresas são: o valor percebido pelos clientes nos produtos e serviços e os custos

para se criar estes valores de acordo com Porter (1980). Ou seja, o valor que o

cliente dá aos produtos e os esforços gerados para a empresa alcançar estes

valores são fatores importantes no desempenho das corporações.

FCS são as habilidades e os recursos que você precisa necessariamente ter

para vencer (TIFFANY, 1997).

Conforme Grunert e Ellegard (1992) os FCS são as habilidades e os

recursos que explicam os valores percebidos pelos clientes. Essas habilidades e

recursos transcendem o dos pré-requisitos para se estar no mercado. Também

segundo Schultz (1994) para o consumidor, a percepção é a verdade. A percepção

pode não estar correta, mas é o que ele conhece e o que ele conhece é tudo o que

ele precisa conhecer.

De acordo com Orti (2010), os FCS são os requisitos exigidos pelo mercado

para que um empreendimento sobreviva e tenha vantagem competitiva sustentável

em longo prazo.

Slack, Chambers e Johnston (2002) mostram no Quadro 1, os fatores

competitivos (Slack afirma que também pode se referir ao FCS como fatores

competitivos) e os objetivos de desempenho organizacional para que a empresa

busque a definição de qual objetivo de desempenho a empresa tem que se

diferenciar para atender o fator competitivo exigido pelo mercado.

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QUADRO 1 – FATORES COMPETITIVOS E OBJETIVOS DE DESEMPENHO

FONTE: Adaptado de SLACK (2002)

Os itens qualidade, custos, confiabilidade, rapidez e flexibilidade são fatores

críticos de sucesso reconhecidos por qualquer setor.

Qualidade significa “fazer certo”, ou seja, fazer a coisa certa da primeira vez,

aumentar a confiabilidade, reduzir custos.

O objetivo custos tem influencia direto no preço do produto passado ao

cliente, então quanto menor o custo menor o preço do produto, e este objetivo é

afetado pelos cinco fatores críticos citados anteriormente.

A flexibilidade é a capacidade que a empresa tem de mudar os produtos ou

serviços, pode ser o seu mix de produtos ou serviços ou o volume de entrega.

Rapidez é o tempo que os clientes precisam esperar para receber seu

produto ou serviço desejado.

Confiabilidade significa fazer o que o consumidor espera em um tempo hábil,

é fazer no prazo pré-determinado e com qualidade.

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2.2.1 Análise SWOT

Análise SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas para que as

organizações possam identificar os acontecimentos externos que influenciam seus

negócios e as características internas que, combinadas a esses acontecimentos

podem fornecer vantagens competitivas, segundo Orti (2010).

A análise SWOT significa avaliar as forças (S – Strenghts), fraquezas (W –

Weaknesses), oportunidades (O – Opportunities) e ameaças (T – Threats), cujas

etapas podem ser verificadas na Figura 3.

Para ser eficaz, a SWOT não deve ser apenas uma lista de características

externas e internas e sim “uma análise que tem por finalidade cotejar os pontos

fortes e fracos de uma empresa com as ameaças e oportunidades oferecidas pelo

ambiente”(WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2009, p.123).

FIGURA 3 – ETAPAS DA ANÁLISE SWOT

FONTE: in Orti (2010, p. 20)

Segundo Tiffany e Peterson (1999), a estratégia SWOT consiste em eliminar

os pontos fracos em áreas onde existem riscos e fortalecer os pontos fortes em

áreas onde oportunidades foram identificadas. Para que esta análise seja uma

estratégia útil, os autores citam quatro etapas:

1. elimine possíveis pontos fracos da empresa identificados em áreas nas

quais você enfrenta ameaças graves de seus concorrentes e tendências

desfavoráveis em um ambiente de negócios dinâmico;

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2. capitalize as oportunidades descobertas onde sua empresa tem pontos

fortes significativos;

3. corrija possíveis pontos fracos identificados em áreas que contêm

oportunidades potenciais;

4. monitore as áreas nas quais você identificou pontos fortes para não ser

surpreendido no futuro por possíveis riscos latentes.

Conforme Orti (2010), para uma adequada elaboração da matriz SWOT é

necessário que se entenda muito bem quais são as principais competências da

organização, as Core Competencesque deverão ser referências dentro da

organização para se obter vantagens competitivas e garantir a própria identidade da

organização.

2.2.2 Competências

No contexto organizacional, o termo competências refere-se ao conjunto de

atributos adquiridos pelo individuo e vai além de uma simples noção de qualificação,

pois envolve tomar iniciativa e assumir responsabilidades que possibilitem a

empresa atingir seus objetivos estratégicos.

Ainda de acordo com o autor, no contexto de complexidade das situações

profissionais é necessária uma série de elementos para gerir estas informações,

para Le Boterf (2003), isto implica em saber: agir com pertinência; mobilizar saberes

e conhecimentos em um contexto profissional; integrar ou combinar saberes

múltiplos e heterogêneos; transpor; aprender e aprender a aprender; envolver-se.

2.2.3 Identidade Organizacional

Depois de analisadas as competências da empresa e comparada com o

mercado, pontos fortes e fracos definidos com base nos riscos internos e externos, a

empresa necessita definir sua Identidade Organizacional, comunicando quem ela é,

onde e quando pretende chegar.

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MISSÃO

A missão da empresa deve envolver três aspectos: a sua razão de existir, o

que tem a oferecer ao mercado e à sociedade e como fará isso.

É muito importante que seja analisado o ambiente interno e externo da

empresa, pois eles estão diretamente ligados aos três aspectos e segundo Wright,

Kroll e Parnell (2009), a missão da empresa é formulada para atrair riqueza aos

acionistas, por meio da satisfação das necessidades dos clientes, fornecedores,

comunidade e sociedade.

A missão da empresa deve ser simples e clara, para que todas as pessoas

compreendam e atinja todos os interessados, atribuindo assim um valor único para a

atuação da organização.

VISÃO

Uma vez definida a missão, a empresa deve estipular onde ela deseja estar

em determinado momento.

Conforme Rezende (2008), a Visão é a projeção de cenários futuros, nos

quais o sonho da empresa é realizado, é o momento onde reflete aonde quer estar e

como quer ser vista por todos.

A visão da empresa ajuda a alinhar os objetivos de todos que nela trabalham

e deve servir de inspiração para atrair a todos. Sabendo-se disto, a visão tem que

ser meticulosamente elaborada para que esteja de acordo com a missão da

organização e se adéqüe ao seu ambiente interno e externo.

A essência da Visão da empresa pode ser contemplada na afirmação de

Rezende (2008, p.44):

A visão da organização deve corresponder a um desafio estratégico,

inovador, criativo e empreendedor da organização. Tal desafio deve ser

amplamente discutido em atividades participativas e posteriormente

divulgado externamente e internamente. Depois de entendida e formalizada,

deve ser vivenciada por todos na organização. Desta forma, a organização

evita o conformismo, a mesmice cotidiana e a “zona de conforto”,

planejando, motivando e inspirando as pessoas.

De acordo com Tiffany e Peterson (1999), inspirar os envolvidos na

organização a atingir sua Visão é a premissa para sua utilidade, pois a visão

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somente é válida quando impulsiona as pessoas envolvidas à ação, eles ainda

afirmam que por ter validade por longo prazo, a Visão só deve ser modificada se os

cenários assim exigirem.

VALORES

As regras de conduta da organização são seus valores, o estabelecimento e

o cumprimento deles conduzem a uma imagem positiva essencial para que a

empresa alcance a sua Visão e cumpra sua Missão.

Segundo Tiffany e Peterson (1999), por mais competitivo que o ambiente

seja, os valores são muito importantes, as empresas que primam somente pelos

lucros não sobrevivem no longo prazo.

O comportamento da empresa é de interesse de todos - funcionários,

clientes, sociedade. Seus valores irão ressaltar este comportamento.

2.2.4 Objetivos Estratégicos

Os objetivos estratégicos a serem alcançados pela empresa são

estabelecidos para posicionar a organização no mercado de acordo com sua Visão.

De acordo com Wright, Kroll e Parnell (2009), as organizações devem

elaborar objetivos gerais, ou seja, um resultado que se pretende atingir de forma

ampla e para o qual todos os esforços da organização devem ser conduzidos. Para

atingir o objetivo geral ela estabelece objetivos específicos de curto prazo cuja

mensuração permite a tomada de decisões com base no desempenho efetuado.

Rezende (2008) diz que os objetivos podem ser separados por áreas da

empresa, contudo devem estar alinhados entre si, para que possam ser alcançados

com êxito.

Muitas empresas utilizam o Balanced Scorecard – BSC para elaborar

indicadores dos objetivos estratégicos. O BSC traduz a missão e estratégia em

objetivos e medidas organizadas em relação de causa e efeito e constitui um novo

modelo de gestão estratégica baseado em indicadores financeiros e não financeiros

vinculados à estratégia organizacional e divididos em quatro perspectivas de

avaliação. (KAPLAN; NORTON, 1997).

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Segundo Maximiano (2000), cada uma das quatro dimensões ou

perspectivas de avaliação do BSC se desdobra em medidas específicas que podem

dividir-se em indicadores.

Para comunicar a missão e a estratégia, o BSC cria uma linguagem, uma

estrutura e usa os indicadores para transmitir aos funcionários as informações sobre

os vetores do sucesso atual e do futuro. E é por meio da articulação destes

vetores/resultados que os executivos canalizam habilidades e conhecimentos

específicos das pessoas da empresa, para alcançar suas metas interdepartamentais

e organizacionais.

Com foco em uma estratégia integrada, o equilíbrio dos objetivos de curto e

longo prazo, os resultados desejados e os vetores de desempenho destes

resultados são balizados pelas quatro perspectivas de avaliação do BSC -

perspectiva Financeira, do Cliente, dos Processos Internos e do Aprendizado e

Crescimento.

PERSPECTIVA FINANCEIRA

A elaboração do BSC deverá ser baseada, impreterivelmente, na estratégia

global da empresa e deverá funcionar como um estímulo para que as diferentes

unidades de negócio da empresa estabeleçam objetivos financeiros, os quais

representam a meta de longo prazo da empresa e, normalmente, estão relacionados

à lucratividade, cujo fator é medido pela receita operacional, pelo retorno sobre o

capital investido ou ainda pelo valor econômico agregado. Os indicadores devem ser

definidos levando em consideração as unidades de negócio e a fase do ciclo de vida

em que se encontra a empresa, as quais são classificadas como: crescimento,

sustentação e colheita. A fase do crescimento aplica-se às empresas que estão nos

estágios iniciais de seus ciclos de vida e que possuem, portanto, produtos e serviços

com significativo potencial de crescimento. Nesse período, admite-se que as

empresas até operem com fluxos de caixa negativos e baixas taxas de retorno sobre

o capital investido. Logo, o objetivo financeiro global, para as empresas na fase de

crescimento, serão os percentuais de crescimento da receita e de aumento de

vendas para determinados mercados, grupos de clientes e regiões.

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PERSPECTIVA DO CLIENTE

A perspectiva dos clientes do BSC traduz a missão e a estratégia da

empresa e é onde ela deve identificar os segmentos de clientes e mercado nos

quais deseja competir. São estes segmentos que originam a produção do

componente de receita dos objetivos financeiros da empresa.

Segundo Kaplan e Norton (1997), a perspectiva dos clientes permite que as

empresas alinhem suas medidas essenciais de resultados relacionados aos clientes

– satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade – com segmentos

específicos de clientes e mercado.

Seguindo essa linha de raciocínio, inquestionavelmente as empresas voltam

seu foco para fora, ou seja, para os clientes a fim de garantir competitividade, frente

a uma concorrência também atenta as tendências de mercado promovidas pelas

necessidades e exigências dos clientes e consumidores.

PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS

Na perspectiva dos Processos Internos do BSC, os executivos devem

identificar os processos mais críticos para realização dos objetivos dos clientes e

acionistas.

Kaplan e Norton (1997) recomendam que os executivos definam uma cadeia

de valor completa dos processos internos, cuja derivação de objetivos e medidas

para essa perspectiva é uma das principais diferenças entre o Balanced Scoredcard

e os sistemas tradicionais de medição de desempenho.

Uma cadeia de valor representa o conjunto de atividades desempenhadas

por uma organização desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção e

de venda até a fase de destruição final. (PORTER, 1985).

A cadeia de valor inclui três processos internos principais:

• Processo de inovação: identificação das necessidades atuais e futuras dos

clientes e desenvolvimento de novas soluções para essas necessidades.

• Processo Operacional: entrega dos produtos e prestação dos serviços aos

clientes existentes.

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• Processo de serviços pós venda: oferta de serviços pós-venda que

complementem o valor proporcionado aos clientes pelos produtos ou serviços

de uma empresa.

PERSPECTIVA DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO

Esta perspectiva tem por objetivo a reciclagem e requalificação dos

trabalhadores, a melhoria dos sistemas de informação e o alinhamento dos

procedimentos e rotinas da empresa. A empresa deverá identificar qual a infra-

estrutura deverá adotar para poder crescer e desenvolver-se no longo prazo.

Segundo Sveiby (1998), tornar a empresa menos dependente dos

especialistas é uma das principais tarefas do executivo principal, por outro lado,

Paladini (2006) contradiz, afirmando que a empresa do futuro deverá contar com um

número bem menor de pessoas, centralizando as atividades em especialistas que

dominem o conhecimento. Há de se convir que exista grande lógica proposta na

Espiral do Conhecimento, criada e defendida por Nonaka e Takeuchi (1997), como

apresentado na Figura 1, no que diz respeito à criação, disseminação e gestão do

conhecimento, fazendo com que os ciclos que realimentem e se repitam

promovendo o fortalecimento e crescimento da aprendizagem organizacional.

A Figura 4 apresenta, de forma gráfica e compilada, as perspectivas que

compõem o BSC e contextualizando este cenário com o Ciclo PDCA, verifica-se

analogamente que o PDCA também é uma ferramenta estratégica e, portanto, a

decisão de aplicar um PDCA é dada pela Diretoria de uma Organização e deve ser

cumprida nos níveis gerencial e operacional. A determinação de nível estratégico

trata de “Criar Alinhamento” e é um processo chamado de Top Down (as

informações são geradas no nível gerencial e repassadas ao nível operacional, de

cima para baixo) e a execução pelos níveis gerencial e operacional trata de “Criar

Prontidão”, sendo este um processo chamado de Bottom Up (informações coletadas

no nível operacional sendo repassadas para a gerência, de baixo para cima) e para

que funcione, exige, por premissa, a adesão voluntária dos funcionários, das

pessoas envolvidas em determinado processo.

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FIGURA 4 – ALINHAMENTO COM A ESTRATÉGIA

FONTE: Kaplan e Norton, Livro Mapas Estratégicos

Esses elementos indicam a necessidade de uma gestão que alinhe todos os

elementos envolvidos no processo produtivo, inclusive à adesão dos colaboradores

ao alinhamento estratégico, com a contribuição de seus conhecimentos ao processo

produtivo da empresa.

2.3 DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO

O conhecimento é um recurso intangível que está sendo muito valorizado na

administração moderna, ele é tratado de maneiras diferentes no ocidente e no

oriente, mas quanto à definição de “O que é conhecimento?” não existe um conceito

aceito universalmente, o que há são percepções de diversos filósofos e pensadores

a respeito do assunto.

Para Nonaka e Takeuchi (1997), existe no ocidente duas correntes

epistemológicas a respeito do conhecimento, o racionalismo e o empirismo, ainda de

acordo com os autores estas correntes são complementares. O racionalismo é

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baseado na idéia que existe um conhecimento a priori e seria possível obter

conhecimento a respeito do assunto a partir da dedução, já existiria um

conhecimento prévio e por meio do raciocínio apenas, se obteria um conhecimento

completo do assunto em questão.

Os autores definem o empirismo como um conhecimento adquirido de modo

empírico onde não há um conhecimento a priori todo o conhecimento é obtido por

meio da experiência sensorial.

Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), no Japão não há nenhuma grande

tradição filosófica a respeito do conhecimento, o que existe são abordagens que

fundem os ensinamentos do budismo, confucionismo e dos principais conceitos de

pensamento no Ocidente. Da junção destas abordagens surgem três distinções da

corrente intelectual japonesa, são elas:

• Unidade do homem e da natureza;

• Unidade do corpo e da mente;

• A unidade do eu e do outro.

Estas unidades dão forma à visão japonesa a respeito do conhecimento.

2.3.1 Tipos de Conhecimento

Conforme observado por Nonaka e Takeuchi (1997), as empresas

japonesas demonstram grande habilidade para trabalhar com a criação do

conhecimento, cujo elemento é classificado, pelos autores, em dois tipos:

conhecimento tácito e conhecimento explícito.

− Conhecimento Tácito: é a forma de conhecimento mais complexa,

normalmente adquirida de forma empírica e difícil de ser transmitida. “O

conhecimento tácito é pessoal, específico ao contexto e, assim, difícil de ser

formulado e comunicado” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

− Conhecimento Explícito: é a forma de conhecimento que pode ser

processado, codificado e facilmente transmitido. “O conhecimento explícito ou

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codificado refere-se ao conhecimento transmissível em linguagem formal e

sistemática” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

2.3.2 Ciclo do Conhecimento

No processo de criação do conhecimento, existem quatro modos de

conversão do conhecimento, nomeados como: Socialização, Externalização,

Combinação e Internalização (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

• Socialização: Conversão do conhecimento tácito em conhecimento tácito.

Nesta fase, admite-se que é possível criar conhecimento tácito por meio do

compartilhamento das experiências, da observação, da imitação e da prática.

• Externalização: Conversão do conhecimento tácito em explícito

Esta fase se desenvolve a partir do diálogo ou da reflexão coletiva, combinando

dedução e indução, meio que viabiliza a explicitação do conhecimento por meio da

escrita, da criação de procedimentos, da codificação da linguagem.

• Combinação: Conversão do conhecimento explícito em conhecimento

explícito

É o modo de sistematização do conhecimento, por meio da explicitação dos

conceitos por meio de documentos, procedimentos, reuniões, conversas por telefone

ou redes de comunicação computadorizadas como intranet, comunicadores

instantâneos (MSN, Skype, Google talk, etc) e Google docs.

• Internalização: Conversão do conhecimento explícito em conhecimento tácito

Essa fase consiste no processo de se utilizar um know-how técnico

compartilhado e por meio da execução de procedimentos/conhecimento explícitos se

adquirir o conhecimento tácito.

Como mostra a Figura 5, os quatro modos de conversão do conhecimento,

acima citados, compõem a Espiral do Conhecimento e, ao completar um ciclo, é

necessário que se inicie uma nova espiral, através da socialização do conhecimento

tácito acumulado, promovendo-se, assim, a criação do conhecimento organizacional.

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FIGURA 5 – ESPIRAL DO CONHECIMENTO

FONTE: Nonaka, Takeuchi (1997, p.80)

2.3.3 Gestão do Conhecimento

A gestão do conhecimento vem sendo estudada mais intensivamente a partir

da década de 1990, pois seu potencial em fazer a diferença no mundo corporativo

esta ganhando destaque devido aos grandes ganhos que as empresas estão

obtendo ao explorar este recurso.

Mas a GC existe há milhares de anos, quando um artesão escolhia um

aprendiz para transferir suas habilidades eles estavam inconscientemente utilizando

a GC, pois o aprendiz ficava horas por dia observando seu mestre para absorver

seus conhecimentos e depois imitava e praticava, essa maneira de aprendizado era

a socialização, pois havia uma transição de conhecimento tácito para tácito. Quando

este mesmo artesão utilizava metáforas, analogias, uma linguagem verbal ou escrita

para transferir seu conhecimento ao aprendiz ele estava utilizando a externalização,

ou seja, transformando conhecimento tácito em explícito. E continuando no passado

temos muito mais demonstrações desta gestão de conhecimento, como por

exemplo, a formação de bibliotecas e universidades.

Nos dias atuais a GC está sendo muito estuda e utilizada no intuito do ser

um diferencial competitivo, pois muitas vezes o capital intelectual esta trazendo mais

riquezas para a empresa do que a produção industrial, ou seja, pelas inovações que

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a GC tem contribuído a gerar ou pela otimização de processo, capacitação dos

funcionários e disseminação do conhecimento nas empresas.

Outro fator que estimula a utilização da GC são as inovações tecnológicas

no âmbito da tecnologia da informação, pois estas inovações tornaram mais fáceis e

viáveis a comunicação e disseminação do conhecimento pelas empresas.

2.3.4 Ferramentas de Gestão do Conhecimento

Para facilitar a GC nas empresas, foram criadas algumas ferramentas, como

Portais Corporativos e E-learning, por exemplo, mas é sempre necessário observar

que por mais eficiente e eficaz que as ferramentas sejam, elas nunca irão criar

conhecimento, esta atividade é exercida sempre pelo individuo, as ferramentas são

apenas artifício para promover e facilitar a gestão e a disseminação do

conhecimento (TERRA, 2007).

PORTAIS CORPORATIVOS

Os portais corporativos ou portais de informação empresarial têm a

finalidade de transformar conteúdo informacional de diversas fontes da empresa em

informações úteis para tomada de decisão nos três níveis da empresa (estratégico,

tático e operacional) (TERRA, 2007).

Com as empresas tomando tamanho de escala global, os portais se

tornaram uma importante ferramenta devido a sua facilidade de acesso às

informações sem gerar uma sobre carga de dados (TERRA, 2007).

Um importante item destes portais são os mecanismos de busca, eles

devem ser muito bem estudados e analisados para oferecer da melhor maneira

possível a informação desejada. Estas ferramentas possuem algumas

características específicas, tais como: (TERRA, 2007).

a) Single sign-on: permite que o usuário se conecte a todo o conteúdo do portal

de forma segura, fazendo um único acesso;

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b) Personalização: é a possibilidade de o usuário modificar o site de acordo

com suas necessidades pessoais e de acordo com seu setor, muitas vezes

incluem até a mudança de layout do portal;

c) Integração: característica muito importante, pois permite que vários

aplicativos e sistemas se conectem ao portal sem a necessidade de grandes

transformações;

d) Portabilidade: é a facilidade que o portal tem para ser acessado a partir de

vários dispositivos com, por exemplo, notebook, tablets, celulares,

computadores entre outros.

e) Escalabilidade: os portais utilizam de recursos que incluem mecanismos de

gerenciamento e distribuição de carga e tráfego, garantindo sempre o melhor

desempenho e segurança, independente da quantidade de usuários, que na

maioria das vezes são números elevados (TERRA, 2007).

E-LEARNING

O e-learning é uma ótima maneira das empresas treinarem seus

funcionários que estão nas mais distantes localidades, através dele o conhecimento

é amplamente difundido e praticamente não sofre distorções, sendo assim a

padronização da informação mantida.

Lennox (2001) descreve o e-learning como o uso de tecnologias de e-

business para agilizar o fluxo de informações de negócios e os conhecimentos, a

partir do criador para o aluno, de um modo altamente personalizado, no modelo

ondemand, ou seja, conteúdo certo na hora certa.

Para Lemos (2003) a utilização do e-learning trás algumas vantagens que

podem ser observadas no Quadro 2.

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QUADRO 2 – BENEFÍCIOS DO E-LEARNING

FONTE: Lemos (2003, p. 38-39)

2.4 CICLO PDCA

O PDCA, conceito de Método de Melhorias, foi originalmente desenvolvido

na década de trinta, nos Estados Unidos pelo estatístico americano Walter A.

Shewhart, como sendo um controle estatístico do processo, que pode ser repetido

continuamente sobre qualquer processo ou problema. Em 1931, Shewhart publica o

livro Economic Control of Quality of Manufactured Product, o qual confere um caráter

científico ás questões relacionadas á qualidade (Souza, 1997).

Contudo este método somente foi popularizado na década de cinquenta,

pelo especialista em qualidade, W. Edwards Deming, idealizado como seu maior

divulgador, ficando mundialmente conhecido ao aplicar este método nos conceitos

de qualidade em trabalhos desenvolvidos no Japão. Após refinar o trabalho original

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de Shewart, Deming desenvolveu o que ele chamou de Shewart PDCA Cycle, em

honra ao mentor do método (Deming, 1990).

O método em questão fundamenta-se em conceitos da administração

clássica, descritos por autores como Taylor e Fayol, os quais devem ser

implementados, segundo Juran (1998), de forma sequencial se iniciando pela

estruturação do processo, tornando mensurável e repetitivo.

Qualquer definição para o termo “administrar” rege uma sequência de

atividades e funções a serem realizadas. Essas sequências de atividades e funções

está embutida e idealizada na estrutura do método de melhorias PDCA.

O ciclo PDCA é descrito como “uma ferramenta que orienta a sequência de

atividades para gerenciar uma tarefa, processo, empresa, etc.” (Moura, 1997, p. 90).

Suzuki (2000) em seus estudos define a utilização do PDCA como uma

forma de “embutir” qualidade no produto final, por meio da execução dos quatro

módulos inerentes ao método.

Resumindo, o método de melhorias PDCA reúne os conceitos

básicos/clássicos da administração, apresentando-os em uma estrutura simples e

clara de forma a se compreendida por qualquer organização.

O nome do método PDCA, vem da junção das primeiras letras em inglês de

cada etapa do método. As etapas são Plan, Do, Check e Act, em português

respectivamente são: Planejar, Executar, Verificar e Atuar, como mostra a Figura 6.

Estes módulos fazem parte dos passos concebidos originalmente por Shewhart,

sendo aprimorados posteriormente por Deming (ANDRADE, MELHADO, 2003).

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FIGURA 6 – CICLO PDCA

FONTE: Disponível em: http://gerenciamentodecompras.blogspot.com/2009/10/o-ciclo-pdca-ciclo-de-

shewhart-ou-ciclo.html, Acesso em: 12/10/2011

Cada ciclo do PDCA pode ser interpretado da seguinte maneira:

- PLAN (Planejar): estabelecer objetivos e processos necessários para fornecer

resultados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da organização (ABNT,

2001). Este módulo é o considerado o mais importante, devido ser o início do ciclo,

desencadeando todo o processo referente ao método PDCA. Ou seja, a eficácia

futura desse ciclo estará baseada em um planejamento bem elaborado e minucioso,

o qual proverá dados e informações a todas as etapas restantes do método.

O módulo planejar abrange várias etapas do processo, elencadas da

seguinte forma:

1. Localizar o problema;

2. Estabelecer metas;

3. Análise do fenômeno (utilização do gráfico de pareto e outros

diagramas estatísticos);

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4. Análise do processo (causas prováveis – utilização do diagrama de

causa e efeito – Ishikawa);

5. Elaborar plano de ação.

- DO (Executar): implementar os processos (ABNT, 2001). Após elaboração do plano

de ação, deve-se realizar a divulgação do plano a todos os funcionários da

organização, bem como treinamento necessário para que o plano possa atingir seus

objetivos. As ações estabelecidas no plano de ação devem ser executadas de

acordo com o estipulado na fase anterior, dentro do cronograma estabelecido, e

serem devidamente registradas e supervisionadas.

- CHECK (Verificar): monitorar e medir processos e produtos em relação às políticas,

aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os resultados (ABNT, 2001).

Nesta fase, a organização deve executar a verificação da eficácia das ações

tomadas na fase anterior. Para tanto, esta fase consiste nas seguintes tarefas:

1. Comparação de resultados (planejados e executados);

2. Listagem dos efeitos secundários (oriundos das ações executadas);

3. Verificação da continuidade ou não do problema (eficácia das ações

tomadas).

- ACT (Agir) – executar ações para promover continuamente a melhoria do

desempenho do processo (ABNT, 2001). Esta fase é responsável pela padronização

dos procedimentos implantados na fase DO. Ou seja, tendo comprovado a eficácia

das ações tomadas, e sendo o resultado satisfatório para atender às necessidades

da organização, deve-se padronizar essas ações, transformando-as em

procedimentos padrão. Para realizar esse processo de padronização, esta fase

apresenta as seguintes etapas:

1. Elaboração ou alteração do padrão;

2. Comunicação;

3. Educação e treinamento;

4. Acompanhamento da utilização do padrão.

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A conclusão do processo também ocorre nesta fase, sendo que poderão ser

estipuladas novas metas futuras para que o processo de melhoria contínua possa

ser desencadeada.

De acordo com Slack (1996), a natureza repetida é cíclica do melhoramento

contínuo pode ser resumida no ciclo PDCA, definido como uma sequencia de

atividades que são percorridas de maneira cíclica para melhorar atividades. A

aplicação contínua do ciclo PDCA, de forma integral, de acordo com o CTE (1994),

permite um real aproveitamento dos processos gerados na empresa, visando à

redução de custos e aumento de produtividade.

2.4.1 Contextualização

O ciclo PDCA é uma ferramenta muito utilizada para as empresas realizarem

melhorias e traz como resultado indireto a criação de conhecimento, pois ao

completar todo o seu ciclo (planejamento, execução, verificação dos resultados e

ações corretivas) as pessoas ou até mesmo a empresa passam por etapas da

espiral do conhecimento definida por Nonaka e Takeuchi no livro Criação do

Conhecimento nas Empresas. Por exemplo, na fase de planejamento são

executadas varias reuniões e brainstormings, e com isso se obtêm a socialização.

Na etapa da execução são criados vários documentos e procedimentos para por em

prática todo o planejamento, assim o conhecimento tácito se transforma em explícito,

ou seja, externalização.

Após estas duas etapas concluídas são verificados os resultados obtidos

através de analise de relatórios e outros registros, com estas análises surgem à

combinação, penúltima etapa da espiral do conhecimento e do ciclo PDCA, o passo

seguinte é agir corretivamente e assim o conhecimento explícito é transformado em

tácito quando o conhecimento adquirido na etapa anterior é colocado em prática

para executar as correções necessárias. Não necessariamente o ciclo PDCA via

coincidir com a espiral do conhecimento, pode ser que em uma única fase do PDCA

gere uma espiral completa ou que fase do ciclo contenha duas ou mais formas de

combinação de conhecimento.

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2.5 CICLO PDCL

Um conceito bem mais recente em relação ao PDCA, emerge em modelos

de organizações modernas, no que tange à aprendizagem, que é o Ciclo PDCL, o

qual possui uma grande similaridade com o PDCA, seguindo basicamente os

mesmas etapas, diferenciando-se apenas pela etapa final, que ao invés do A (Act),

tem-se o L (Learning) que é o processo de verificação do que foi realmente

aprendido em cada aplicação de PDCA. Aprender continuamente é o principal

objetivo do PDCL, sendo a experiência anterior sempre usada como base para

novos planejamentos, o que faz rodar o ciclo PDCL e, por conseqüência, gera

crescimento organizacional pelo conhecimento gerado, guardado e reaplicado.

Por se tratar de uma ferramenta relativamente nova, ainda é pouco utilizada

nas organizações e materiais descritivos a respeito deste assunto ainda são

escassos.

No Brasil, mais recentemente, a Fundação Nacional da Qualidade – FNQ

vem utilizando o ciclo PDCL, que representaria melhor o conceito de aprendizado

organizacional, cuja idéia partiu da proposta elaborada por autores americanos. À

luz das novas teorias administrativas e da aprendizagem organizacional, este seria

um modelo mais adequado e em condições de se ajustar melhor ao contexto

competitivo e à dinâmica do ambiente do trabalho, que caracterizam os dias de hoje.

(ORIBE, acesso em 12/11/11).

A Figura 7 visa demonstrar que o PDCL é uma ferramenta utilizada como o

“olhar” da Organização, tendo por objetivo realimentar o sistema de forma a se

promover a melhoria contínua a partir de feedbacks sobre ações tomadas que

tornem factível a verificação do que realmente foi aprendido em cada PDCA

realizado e, de uma forma geral, o esquema apresentado na Figura 7 deixa muito

claro que as ferramentas PDCA e PDCL acontecem de forma muito mesclada, muito

similar.

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FIGURA 7 – DIAGRAMA DA GESTÃO Diagrama da Gestão

Planejamento

da Execução

AçãoVerificação

(comparação com padrão)

ExecuçãoPlanejamento

da Execução

AçãoVerificação

(comparação com padrão)

ExecuçãoPlanejamento

da Execução

AçãoVerificação

(comparação com padrão)

Execução

Prá ticas de Gestão

Definição das

Prá ticas e Padrões

Melhoria Avaliação

CL

PD

CL

PD

A

DP

CA

DP

C

FONTE: FNQ (acesso em 05/11/11)

Ambas as ferramentas – PDCA e PDCL estão bastante engajadas em um

propósito de qualidade, ou seja, de melhoria de processos e as fases

individualmente, apesar de se assemelharem, possuem objetivos avaliados e

validados em níveis organizacionais diferentes. O esquema configurado na Figura 7

visa esclarecer que o P (Definição das Práticas e Padrões) é uma fase realizada

pelo nível estratégico, quando a alta diretoria estabelece padrões e metas

organizacionais a serem atingidos e, portanto, é válido relacionar esta fase com as

estratégias definidas no BSC. Seguindo o esquema, quando se observa o módulo de

“Práticas de Gestão”, encontra-se ali um novo ciclo PDCA, que se entende estar

relacionado ao nível gerencial, onde será criada uma estratégia departamental a fim

de que o setor em questão possa atingir uma meta estabelecida anteriormente pelo

nível estratégico, seqüencialmente haverá as etapas de execução, verificação e

ação ainda no nível gerencial. Já o módulo de “Avaliação” trata de analisar se o

PDCA realizado no setor foi válido e quais seus pontos positivos e negativos, cuja

etapa é realizada pelo nível gerencial. Por fim, a parte de investir na efetiva

“Melhoria” do processo está ligada ao L, que consiste em reunir os diversos setores

e todos os seus PDCAs realizados, a fim de refletir sobre as experiências adquiridas,

os ganhos absorvidos, enfim, refletir sobre o aprendizado extraído e que possa servir

para analisar novas ações a serem tomadas e mais ainda para realimentar o ciclo da

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Gestão do Conhecimento, de forma a guardar o aprendizado, a internalizar as

experiências vivenciadas para que se possa guardar esse capital intelectual de uma

forma estruturada e que garanta à organização a reaplicação deste conhecimento

em novas oportunidades ou necessidades, independente de quem serão as pessoas

que assumirão os diversos cargos da empresa.

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo, o que será feito no âmbito de metodologia de pesquisa, é a

descrição da maneira como serão estudados os conceitos de Gestão do

Conhecimento e PDCA. O conceito de pesquisa metodológica, segundo Vergara

(2009), é um estudo que se refere à captação ou manipulação da realidade e está

associada, portanto a caminhos, formas, maneiras e procedimentos para atingir

determinado fim.

3.1 CONCEPÇÕES DE PESQUISA

Para a elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso, foram escolhidas

algumas metodologias de pesquisa. Quanto aos objetivos, é uma pesquisa

exploratória; quanto ao processo, é uma pesquisa qualitativa; quanto aos resultados

é uma pesquisa básica, com o desenvolvimento de modelo conceitual integrando

PDCA, Ciclo do conhecimento e PDCL e quanto aos métodos é uma pesquisa

bibliográfica.

3.1.1 Pesquisa Exploratória

Quando não se tem um grande conhecimento a respeito do tema abordado,

utiliza-se este nível de pesquisa, então se faz necessária a busca aprofundada de

dados para permitir explorar de uma forma melhor os recursos que possam levar as

informações existentes onde se “há pouco conhecimento acumulado e

sistematizado.” (VERGARA, 2009, p. 42).

3.1.2 Pesquisa Qualitativa

É uma pesquisa mais subjetiva, envolve examinar e refletir as percepções

para obter um entendimento de atividades sociais e humanas (COLLIS; HUSSEY,

2006).

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3.1.3 Pesquisa Básica

Esta pesquisa é conduzida para aumentar o entendimento de questões

gerais, sem ênfase na aplicação imediata, cujos objetivos são: (COLLIS; HUSSEY,

2006)

– Busca do saber;

– Satisfação de uma necessidade intelectual pelo conhecimento;

– Busca da atualização de conhecimentos para uma nova tomada de posição;

3.1.4 Pesquisa Bibliográfica

É um estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado

em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em

geral, segundo Vergara (2009).

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4 MODELO TEÓRICO CONCEITUAL

O desenvolvimento de um modelo teórico conceitual parte do

desenvolvimento de uma proposta oriunda da revisão da literatura atual e a

apresentação de novas maneiras de se ver e tratar o tema, contribuindo

academicamente para a compreensão do tema e uso pela comunidade acadêmica e

empresarial.

A proposta deste modelo teórico conceitual é destacar o modo de conversão

do conhecimento utilizado em cada etapa do PDCA, visando o crescimento da

organização, de forma a proporcionar a criação, captura e armazenagem do

conhecimento, evitando que todo o conhecimento adquirido nas fases do PDCA seja

perdido após algum tempo, seja pela substituição das pessoas envolvidas no

processo ou por não se avaliar e formalizar este aprendizado. Nesse sentido, é

importante reforçar que o PDCL apresenta grande aderência a este plano de

melhoria, complementando essa estratégia organizacional.

A Figura 8 apresenta a correlação das fases do Ciclo do Conhecimento com

as fases do Ciclo do PDCA e a Figura 9 apresenta as definições dos termos usados

no modelo de PDCA.

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FIGURA 8 – CORRELAÇÃO ENTRE GC E CICLO PDCA

FONTE: Os Autores (2011)

Reconhecidamente, tanto pela literatura, quanto pela observação de

exemplos práticos, tem de se admitir que o PDCA é uma ferramenta que está

bastante disseminada, tornou-se um conceito de senso comum no meio empresarial

e sua utilização vem abrangendo grande território no que tange à análise e

gerenciamento dos mais diversos processos organizacionais.

Implementado por Edwards Deming – um dos maiores e mais

respeitados nomes da Qualidade, o PDCA indiscutivelmente representa um método

de sucesso e que inspira muita confiança, pois grande parte das organizações de

fato aderiram e aderem a esta prática em seus negócios.

Sob um ponto de vista menos explorado atualmente, todo este cenário

de eficiência no gerenciamento de processos, remete a, no mínimo, pensar como

sedimentar todo o esforço empregado na busca de melhores resultados, na busca

de solucionar problemas, de reduzir erros, custos e prazos, de otimizar processos,

de elevar ganhos e sobre tudo de capturar, salvar e reaplicar as experiências

vivenciadas em cada PDCA realizado. É exatamente neste ponto, que se enxergou

valor em relacionar a Gestão do Conhecimento com as práticas do PDCA, a fim de,

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fazendo interagir esses dois métodos, se obtenha ganhos ainda mais expressivos,

pois o “conhecimento” por ser um bem intangível, de difícil controle, às vezes acaba

se tornando o grande vilão dos processos, por não ser retido nas organizações de

forma estruturada.

Nesse sentido, o PDCL contribui significativamente para a

administração desta integração – PDCA > PDCL > GC, pois a etapa de Learning,

onde é avaliado o aprendizado realmente adquirido em cada PDCA, vem alimentar o

sistema do Ciclo do Conhecimento, onde então devem ser atendidas as etapas de

Internalização e Externalização, momentos que sugerem, respectivamente, a criação

de procedimentos e de novas regras, implementação de padrões; e aplicação de

treinamentos, compartilhamento de habilidades, etc.

A proposta da criação deste modelo de integração do PDCA e GC

nasceu da percepção de que as organizações estão muito focadas, e quem sabe

bitoladas, a praticar o PDCA e acabam não percebendo que o conhecimento é o

maior bem envolvido em qualquer processo e muitas vezes o perdem por não

realizar nenhum tipo de gestão sobre esse capital intelectual, sem se dar conta de

que o maior prejuízo, às vezes, não está em perder um profissional que desligou da

empresa ou qualquer outro fato, mas o de voltar um processo todo à estaca zero por

não ter se preocupado, antes – em tempo hábil, em absorver o conhecimento que

até em então estava à disposição. Nesse sentido, toma-se a liberdade de

parafrasear uma grande fala de Steve Jobs quando, em uma de suas entrevistas, foi

questionado “quanto vale sua empresa?” e ele, sabiamente, responde que não sabe,

porque todo o conhecimento vai embora todos os dias às 18 horas.

A título de exemplos práticos, a respeito da importância da Gestão do

Conhecimento, poderiam ser citados vários casos do dia a dia, e os dois mais

recentes que a equipe pôde presenciar, são relatados abaixo:

1. Exemplo positivo: empresa preocupada em internalizar o

conhecimento

Uma empresa do segmento metal mecânico, localizada em Curitba/PR,

implantou há aproximadamente oito meses um sistema de CAM (Manufatura

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Auxiliada por Computador) para padronizar o processo de programação de

máquinas de usinagem CNC, dentre outros objetivos como reduzir tempo de

máquina parada, reduzir tempo de setup de máquina, melhorar acabamento de

peças usinadas, etc, e designou um grupo de pessoas para participarem do

treinamento do software. Há um mês, a fornecedora do sistema foi chamada para

uma reunião, pois o Cliente queria expressar sua preocupação em capturar o

conhecimento de seus programadores, sistematizando o processo de programação

de forma a não ficar vulnerável a voltar a perder tempo com essa atividade, em caso

de desligamento dos atuais programadores e contratações de novos funcionários

que poderão demorar muito tempo até assimilar o processo e produzir resultados tão

bons e eficientes quanto os resultados produzidos atualmente pelo pessoal que já

tem maturidade no assunto.

Para esta situação, foi proposta a implementação de um módulo

chamado Strategy Manager que é um software capaz de capturar o khow how do

processo de usinagem, criando um fluxograma das decisões de processo, de forma

que todo o conhecimento que reside somente na cabeça do usuário, passe para

dentro do sistema e, no caso de um novo funcionário ser contratado, este somente

seguiria o padrão do fluxograma, alimentando o sistema apenas com decisões de

“sim” ou “não” para etapas específicas da usinagem e a programação CNC se

manteria com o mesmo padrão de qualidade, atendendo às mesmas regras,

condições e restrições especificadas por padrão.

2. Exemplo negativo: empresa que não realizou a Gestão do

Conhecimento

Uma empresa também do segmento metal mecânico, localizada em São

José dos Pinhais, tinha como meta reduzir o percentual de sucata de matéria prima

– chapa metálica. Para isso foi realizado um PDCA, analisadas todas as causas e

feito um planejamento para corrigir este problema. Como solução, a empresa decidiu

implantar um sistema de CAM (Manufatura Auxiliada por Computador) para que, por

meio de um software para corte de chapas, chamado Lantek, viesse a otimizar a

utilização das chapas, de forma a reduzir o desperdício das mesmas. A fase do

PDCA foi muito bem conduzida, foi encontrada uma solução eficiente para o

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problema, porém o treinamento do software foi focado em apenas dois usuários e

estes não replicaram o conhecimento para outras pessoas, não foi pensado em um

sistema de backup de mão de obra. Atualmente o software está parado na empresa

por falta de programador CNC, pois os dois programadores se desligaram da

empresa. O custo da inexistência da GC, nesse caso, implica diretamente no

comprometimento do processo produtivo, que está praticamente parado (a empresa

hoje está cortando peças somente de programas CNC que ficaram prontos, quando

as peças se repetem – em caso de novos pedidos e modelos de peças diferentes,

os programas não podem ser reaproveitados) e a solução agora é contratar novos

programadores e contratar novamente o mesmo treinamento que já foi pago no

passado).

FIGURA 9 – DEFINIÇÕES

Problema

Causa

Estratificação

Gráfico de Pareto

Diagrama de Causa Efeito

Brainstorming (Tempestade de idéias)

Desmembramento das Causas em motivo único ou múltiplo

Teste dos Por Quês

Processo

Produto

Meta

É um Resultado (ou efeito) indesejável de um processo. No Diagrama de Causa e Efeito está localizado na cabeça da espinha de peixe.

Ação que ocorre no Processo (meios) e que afeta o Resultado (fins). No Diagrama de Causa e Efeito está localizada nas espinhas da espinha de peixe.

Ferramenta para classificar e agrupar a informação(dados) segundo características ou categorias. Permite entender melhor o problema de modo a focalizar a ação.

Gráfico de barras verticais que dispõe a informação de forma a tornar evidente e visual a priorização de temas/fatores causais.

Ferramenta utilizada para correlacionar o Resultado ou saida de um processo (efeito), com suas causas, que estão dentro do processo (meios).

É uma dinâmica de grupo em que as pessoas, de forma organizada e com oportunidades iguais, fazem um esforço mental para opinar sobre determinado assunto.

Método utilizado para identificar, dentro de uma causa fundamental, várias pequenas sub causas (motivos). Para cada Sub causa deve ser elaborada uma ação corretiva. As Sub causas são elementos que conjuntamente formam uma causa de um problema.

Método utilizado para buscar e encontrar a causa raiz de um problema, através da pergunta "por que ocorre uma determinada causa?". A sua resposta gera um novo "por que?" e assim sucessivamente, até que seja encontrada a causa fundamental.

Conjunto de recursos (humanos e materiais) e método , organizado para operacionalizar uma determinada atividade ou garantir o resultado esperado com a sua execução.

Resultado (efeito) de um processo, podendo ser um bem ou um serviço.

É um resultado a ser atingido no futuro. É composta pelo objetivo, valor e prazo.

FONTE: Falconi (2004, p.215)

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4.1 CORRELAÇÃO DA GC COM O PDCA

Analiticamente, pretende-se descrever na sequencia as interligações das

etapas da Gestão do Conhecimento com as etapas do Ciclo PDCA que, na grande

maioria das vezes, tenderá a ocorrer de forma mesclada, não seguindo

necessariamente uma ligação ponto a ponto, fase a fase.

4.1.1 Fase P do PDCA (planejar)

A iniciação de um ciclo de PDCA ocorre quando da identificação de um

problema específico, o qual transcorrerá pelas subdivisões de Identificação do

Problema e Observação do Problema da fase P do PDCA (Planejamento), as quais

estão relacionadas às fases de Socialização e/ou Externalização da Gestão do

Conhecimento, pois estas são as fases em que o problema-foco é discutido em

equipe, em reuniões onde os participantes podem expor e compartilhar opiniões

sobre o problema em questão.

Ainda na Fase P do PDCA, na subdivisão Extratificação do Problema trata-

se da classificação e agrupamento das informações levantadas nas subdivisões

anteriores com a finalidade de entender melhor o problema e focalizar a ação, o que

está relacionado a uma etapa de Externalização da GC, que é a fase onde há uma

transferência das opiniões e pensamentos dos participantes (tácito) para um

documento escrito de forma organizada (explicito).

Continuando na Fase P do PDCA, tem-se a subdivisão Análise das Causas

etapa em que deve-se elaborar o Diagrama de Causa e Efeito, conforme mostra a

Figura 6, por meio de um brainstorming o que caracteriza uma etapa de

socialização, pois novamente é o momento em que os participantes socializam e

externalizam suas opiniões.

Por fim, a última subdivisão da etapa P do PDCA – Plano de Ação diz

respeito ao planejamento das ações que deverão ser realizadas para resolver ou

eliminar o problema em questão e está diretamente ligado às fases de

Externalização e Combinação da GC, por se tratar da elaboração de um documento

formal, que deverá ser publicado na organização e é exatamente a fase de

Combinação que trata da transformação do conhecimento explicito para explícito.

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As Figuras 10 e 11 apresentam, de forma sintetizada, a correlação da Fase

P com a GC.

Figura 10 – CORRELAÇÃO DA FASE P COM A GC

FONTE: Os Autores (2011)

Figura 11 – CORRELAÇÃO DA FASE P COM A GC

FONTE: Os Autores (2011)

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4.1.2 Fase D do PDCA (executar)

A fase D do PDCA (executar) é o momento em que deve-se realizar as

ações planejadas na fase P do PDCA, buscando-se cumprir o cronograma

estabelecido no Plano de Ações e está relacionada às fases de Combinação e

Internalização da GC. A Combinação ocorre pelo fato de transformar conhecimento

explícito para explícito e a Internalização pelo fato do conhecimento que se adquire

pela experiência da realização das ações previstas no Plano de Ação (explícito). A

correlação desta fase com a GC é apresentada na Figura 12.

Figura 12 – CORRELAÇÃO DA FASE D COM A GC

FONTE: Os Autores (2011)

4.1.3 Fase C do PDCA (verificar)

Nesta fase, a conversão de conhecimento predominante é a combinação,

pois para verificar os resultados obtidos pela fase anterior são analisados e

comparados relatórios com os resultados anteriores às melhorias com os relatórios

pós melhorias. Desta maneira fica claro onde as melhorias foram eficientes e

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também onde deve-se agir corretivamente na próxima etapa. A Figura 13 apresenta

a correlação desta fase com a GC.

Figura 13 – CORRELAÇÃO DA FASE C COM A GC

FONTE: Os Autores (2011)

4.1.4 Fase A do PDCA (agir corretivamente)

Esta é a última etapa do ciclo do PDCA, é nesta etapa onde surge o

feedback, ou seja, são feitas as considerações sobre o que foi feito de positivo e o

que necessita ser modificado. Com estas respostas a equipe deve agir na correção

dos itens onde o resultado obtido não foi satisfatório. Nas situações que os

resultados foram satisfatórios a equipe deve fazer a padronização dos

procedimentos para que seja possível multiplicar estes resultados em outras

ocasiões. Nesta fase destaca se a conversão conhecida como combinação, pois

através dos relatórios a organização irá criar novos documentos para haver

padronização na execução dos itens bem sucedidos. No caso dos itens com

resultados negativos, a equipe deve fazer reuniões para analisar o ocorrido e decidir

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quais serão as ações para correção. Ao analisar os relatórios e tomar decisões

surge a internalização.

Após o término desta etapa, é de grande valia para a organização que todo

o conhecimento adquirido no ciclo PDCA seja mantido, e com utilização em paralelo

do ciclo do conhecimento é muito provável que este conhecimento fique enraizado

na empresa e seja criado o conceito da Organização que aprende. A correlação

desta Fase com a GC é apresentada na Figura 14.

Figura 14 – CORRELAÇÃO DA FASE A COM A GC

FONTE: Os Autores (2011)

4.2 ANÁLISE DAS CAUSAS

Como parte inicial da aplicação do PDCA, realiza-se a Análise das Causas,

formatada a partir de um brainstorming, onde cada pessoa envolvida reúne pontos e

idéias, que julgam serem as prováveis causas raízes do problema-fim. A Figura 15

apresenta algumas causas que deverão ser trabalhadas nas demais etapas que

compõem o Plano de Ação.

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FIGURA 15 – ANÁLISE DAS CAUSAS

FONTE: Falconi (2004, p.218)

4.3 ANÁLISE DAS HIPÓTESES

A etapa de Análise das Hipóteses,consiste em um processo onde os

envolvidos têm a oportunidade de fazer uma votação, indicando o peso e a

importância que cada hipótese representa para o problema-fim. Com pesos definidos

como forte, moderado e fraco, realiza-se uma priorização das hipóteses, ordenando-

as no sentido das mais para as menos importantes, como apresentado na Figura 16.

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FIGURA 16 – ANÁLISE DAS HIPÓTESES

FONTE: Falconi (2004)

4.4 CINCO PORQUÊS

A etapa dos “5 Porquês” é complementar ao diagrama de causa e efeito e

ajuda na identificação da causa raiz. Como pode-se verificar na Figura 17, para cada

causa deve ser descrito um motivo, o qual pode se tornar questionável novamente,

gerando um outro motivo e assim sucessivamente, cuja tendência é afunilar as

variáveis, objetivando chegar ao fator gerador do problema.

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FIGURA 17 – CINCO PORQUÊS

FONTE: Falconi (2004)

4.5 PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação, apresentado na Figura 18, representa um planejamento

das ações que deverão ser realizadas para a resolução ou eliminação do problema e

consiste em definir “o que”, “quando”, “quem” e “como” deverá ser realizada cada

etapa do plano.

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FIGURA 18 – PLANO DE AÇÃO

META

VALOR UNIDADE MED.

0,00% %

0% Verde Amarelo Vermelho 0%

NO.AÇÃO (O QUE) / ETAPA (COMO) QUEM

RESULTADOESPERADO

INÍCIO (P) TÉRMINO (P) INÍCIO (R)TÉRMINO (R)

FAROLRESULTADOOBTIDO

SITUAÇÃO DA AÇÃO/ETAPA

PLANO DE AÇÃOUNIDADE GERENCIAL: LOCALIDADE/ESTADO: RESPONSÁVEL:

ELABORADO EM: VALIDADO EM:

INDICADOR: FONTE DOS DADOS: PERIODICIDADE:

PLANO DE AÇÃO

FONTE: Falconi (2004, p.219)

4.6 PDCL

O PDCL normalmente é utilizado em momentos “chave” na empresa, onde

uma grande mudança, ou até mesmo quebra de paradigma é exigido para atingir

grandes resultados, como por exemplo, a nova política de qualidade da Volvo

aplicada em 2003, onde a alta direção resolveu implantar na fábrica o referencial de

busca de qualidade e práticas recomendadas no padrão do PNQ por meio de seu

Modelo de Excelência em Gestão. Para executar esta estratégia a empresa optou

pela criação de vários Conselhos de Excelência alinhados ao MEG.

Em sua prática diária, a empresa passou a se pautar pela busca do

aprendizado constante através do PDCA e seus conselhos buscavam definir o que

se aprendeu em cada circunstância vivida pela empresa utilizando o PDCL e

incorporando estas boas práticas ao processo da empresa.

Para isso ser possível é necessário que o máximo de conhecimento

adquirido no PDCA seja absorvido pela empresa e padronizado, pois quando a

diretoria for executar as etapas de verificação (C - Check) e principalmente a etapa

de rever o aprendizado (L – Learn) é de suma importância que o conhecimento

gerado esteja disponível e de forma confiável para a direção avaliar e divulgar o que

foi obtido de importante para a empresa.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização simultânea das duas ferramentas (PDCA e GC) demonstrou um

grande potencial para ajudar as empresas a realizarem melhorias e criarem

conhecimento organizacional, tornando-se assim Organizações que Aprendem. As

empresas devem aprender a utilizar a gestão do conhecimento para aperfeiçoar

seus ciclos PDCA, uma vez que já dominam o conceito e a utilização do ciclo PDCA

por este ser muito divulgado no meio empresarial e ter sido desenvolvido na década

de 30. A gestão do conhecimento ainda não é muito utilizada nas empresas e a

espiral do conhecimento é praticamente desconhecida, talvez por se tratar de um

bem intangível e por ser um conceito relativamente novo.

Quem conseguir utilizar estas duas ferramentas, que devem ser

complementares, obterá uma grande vantagem competitiva (não apenas pelo fato de

haver uma melhoria, e sim pelo fato de criar e gerenciar o conhecimento gerado por

esta melhoria), e esta vantagem irá aumentar de modo significativo cada vez que

uma melhoria seja praticada na empresa.

De forma complementar, o PDCL vem para reforçar a eficácia e a eficiência

da integração da GC com o PDCA, ao passo que se propõe a realizar uma reflexão

sobre todo o esforço empregado na aplicação dos diversos ciclos de PDCA, a fim de

verificar qual foi de fato o aprendizado promovido e fazê-lo realimentar o sistema da

Espiral do Conhecimento, de forma a fixar o conhecimento seja por qualquer das

etapas de SECI, o que por sua vez promove o crescimento da organização.

É importante reiterar que este trabalho refere-se apenas a uma pesquisa

inicial, uma contribuição para estudos futuros mais detalhados com, inclusive,

estudos de caso que promovam a efetividade do modelo. Como uma primeira etapa,

intencionou-se o lançamento de uma idéia que, por natureza, sugere a formatação

de um modelo multidisciplinar, ou seja, aplicável às diversas áreas do conhecimento,

mas assumidamente este pré-projeto demanda um aperfeiçoamento que traz

intrínseca a necessidade de estudos e estabelecimento de procedimentos e

métodos que viabilizem a implantação do modelo.

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