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Faixa 3 do CD “Recantos Brasileiros 1” Rolagem Automática

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No caso de dúvida ou indecisão,uma dica num dito pode estar.Voe com as asas da imaginaçãopelos ares do saber popular.

A vida difícil se torna,se o orgulho gerar a solidão,“a união faz a força”,“uma andorinha só não faz verão”.

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Na escolha do parceiro,não aja precipitado,“todo cuidado é pouco”“antes só do que mal acompanhado”.

Se for perdida a confiança,não encha de esperança o coração, “o lobo muda a pele, mas não a intenção”,“o lobo muda a pele, mas não a intenção”.

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Sem receios com o destino,a vida é dádiva de amor,mantém os sonhos de menino,“Deus dá o frio conforme o cobertor”,“Deus dá o frio conforme o cobertor”.

São sentenças, máximas, ou ditosde reis, escravos ou plebeusvenceram o tempo e convenceram tantos,“a voz do povo é a vez de Deus”,venceram o tempo e convenceram tantos,“a voz do povo é a voz de Deus”.

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Violão e Voz: Dudu FagundesComposição : J.Coêlho

A seguir a prosa “ Ditos Populares” desenvolve um pouco mais o tema que gerou a composição “Proverbiando”

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Qualquer um de nós já passou pela experiência de alertar , ou de ser alertado, por meio de um provérbio. Acreditamos que muitos já refletiram sobre como surgem e se cristalizam com o tempo.

Entretanto, apesar de todos perceberem a sabedoria contida nos adagiários, são poucos os registros sobre os mesmos. " As palavras vão, o escrito permanece...“

Pouco importa se as origens desses provérbios estejam na conclusão racional de algum filósofo ou cientista, ou na intuição de um sábio ou de um artista, ou, ainda, na experiência de vida de um dos mais diversos grupos sociais.

Pouco importa se nasceram em uma outra região, país ou continente. O que importa é que, aceitos pela alma de um povo, são transferidos de uma geração para outra, no colorido e forma próprios da linguagem popular.

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O processo de fixar e transferir a sabedoria por meio de ditos populares é universal: - "os tonéis vazios são os que mais ruídos fazem" (Hebraico); - "se tiveres que ser cão, sede cão de samurai" (Japonês); - "o escorpião pica aquele que o ajuda a sair do fogo" (Indiano); - "conselho de velho e ajuda de jovem" (Italiano); - "muito falta ao pobre e tudo ao avarento" (Alemão); - "Czar é um primo de Deus, porém não é seu irmão" (Russo).

Os mais interessados observadores do adagiário brasileiro percebem, o que acreditamos seja comum aos outros povos, a grande variedade de formas existentes para expressar um mesmo saber. Essa variedade testemunha a criatividade da fala no cotidiano do povo.

Por exemplo, sem grande esforço, relacionamos, a seguir, vários ditos alertando sobre a confiança irracional, irrestrita e ingênua, que pode trazer prejuízos a quem a tem como prática:"nem tudo que reluz é ouro";"as aparências enganam";"o lobo muda a pele, não a intenção";"nem tudo que balança cai";

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"quem vê cara não vê coração";"quem não conhece é que compre".

Esses ditos populares são um alerta para os que confiam ou crêem de forma devocional, exclusivamente na base da emoção, sem qualquer critério de avaliação de conteúdo ou de valor

Outro exemplo alertando aos extremamente ansiosos em falar, ou que fazem da palavra uma arma contra os outros, ou contra si mesmo. Diz a sabedoria popular : - "quem tudo quer saber, mexerico quer fazer"; - "quem cochicha o rabo espicha "; - "pelejam as comadres, descobrem-se as verdades "; - "passarinho que muito pia se borra no ninho "; - "peru calado ganha um cruzado"; - "em boca fechada não entra mosca"; - "quem não cuida da língua, acaba escravo da palavra".

Outra conclusão a que chegamos, quando estamos atentos aos ditos do nosso povo, é que muitos deles só podem ser saboreados por meio de viagens ou pesquisas.

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Esses provérbios, por utilizarem imagens restritas às suas regiões, são de difícil difusão nacional: - "ateu no Pará acredita em Nossa Senhora de Nazaré " (Pará); - "quem monta em mula, que lhe agüente o trote" (Rio Grande do Sul); - "tanto faz José como Cazuza " (Ceará); - "o diabo atenta e o ferro entra " (Minas Gerais); - "círculo na lua, lama na rua " (São Paulo); - "brincando, brincando, a cotia emprenhou a paca " (Pará); - "o linguado é como a cinza que não deixa a brasa arder " (Rio G. do Sul).

Os provérbios desenham as caricaturas dos mais variados aspectos, desde características do comportamento humano até padrões de variações climáticas: "lua nova trovejada, três dias de molhada, se um quarto continua, chove por toda lua ".

Encontramos nos ditos, ditados e refrões populares a sabedoria do povo acumulada através dos tempos. São frutos colhidos pela sensibilidade e imaginação do povo, das suas observações, experiências e emoções vividas no seu cotidiano.

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Colheita permanente e secular. Por isso foram plasmados pela aura do povo, se cristalizam, permanecem e traduzem verdades, que estão aí para o nosso deleite e reflexão. Mais ainda, estão aí para, como um bom amigo, ou orientador, ajudar o nosso cotidiano de dúvidas, certezas, esperanças, desesperos, realizações e frustrações.

"Proverbiando " é uma tentativa de, em rimas e melodia, brindar a sabedoria popular e promover o elemento mais utilizado no registro desse saber: o dito popular.

Formatação e Texto: J. Coêlho