Família Cristã e Justiça Nos Trilhos - Reportagem_abril2016

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    Texto Karla Maria Fotos: Felipe Larozza, especial do Maranhão *

    Atualidade Reportagem

     T r i l h o s  d a

    Estrada de Ferro Carajás (EFC),quilômetro 124, ao sul do Ma-ranhão. Clima seco e quente,

    temperatura de 37ºC. No varal, roupassecam rapidamente. No quintal à mar-gem da ferrovia, o pescador sem peixeobserva a passagem do trem carregadode minério, que, há 30 anos, faz partedo horizonte, e poucas são as perspec-tivas para a comunidade. Estamos no

    Cariongo 3, em Miranda do Norte, uma

    das cem comunidades das 27 cidadescortadas pelo trem da Vale S.A., quetransporta, além de minério de ferro,manganês, cobre ou ouro, da Serra dosCarajás, em Parauapebas (PA), até olitoral maranhense e dali para a China,um dos principais importadores.

    Às margens da ferrovia, há pó,rachaduras nas casas, barulho, deso-lação e lágrimas. “Perdi meu irmão

    por causa deste trem. Ele foi atrope-

    lado, levaram o corpo dele sem mecomunicar. É muita dor e convivocom ela a cada vez que este trematravessa meus olhos”, diz a irmã deuma vítima, Maria da Luz. Segundodados da Rede Justiça nos Trilhos,Organização Não governamental(ONG) que acompanha os impactosda mineração na região, a cada trêsmeses, em média, duas pessoas mor-

    rem atropeladas pelos trens.revista família cristã14

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    No sul do Maranhão um trem corta o estado levando

    o minério de ferro, uma commodity  que garante

    a balança comercial do País e deixa para trás...

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    Em relatório de dezembro de 2015,elaborado por assistente social daProcuradoria da República no Ma-ranhão (PR/MA), foi constatada anecessidade de serem adotados pelaVale S.A. mecanismos de proteçãopara prevenir acidentes. Ainda deacordo com o relatório, “o fato dea Agência Nacional de TransportesTerrestres (ANTT) concluir pela se-gurança nas vias, apesar de registrosde acidentes com morte e reiteradasreclamações e notícias de fatosgraves (...) pode se configurar comoomissão por parte da Agência Regu-ladora em questão”, aponta o relató-rio. O Ministério Público Federal no

    Maranhão (MPF/MA) já propôs açãocivil pública, com pedido de liminar,contra a Vale S.A. e por problemasdecorrentes da operação da EFC, quenão oferece condições mínimas desegurança nos pontos de travessiade pedestres.

    O trem de 330 vagões, 3,3 quilô-metros de extensão, com capacidadede transportar 33 mil toneladas deminério de ferro de uma só vez,percorre os 892 quilômetros de fer-rovia. Corta terras indígenas, vilas,povoados, assentamentos de reformaagrária, quilombos e 22 unidadesde conservação. Segundo dados doMinistério do Desenvolvimento, In-

    dústria e Comércio Exterior (Mdic),divulgados em janeiro deste ano, amultinacional exportou o equiva-lente a 11,25 bilhões de dólares noano passado, o que representa umaparticipação de 5,9% no total dasvendas do Brasil para o exterior.

    “Tenho a impressão de que (aVale) traz mais problemas do quesoluções”, avalia o arcebispo de SãoLuís, dom José Belisário da Silva, poisreconhece que a própria Igreja ain-da não tomou uma postura públicaacerca do tema. “Progressivamentenós também fomos tomando cons-

    Atualidade Reportagem

    O trem da Vale, com seus

    330 vagões, atravessa 27

    municípios, corta e causa

    impactos em terras indígenas,vilas, povoados, assentamentos

    de reforma agrária, quilombos

    e 22 unidades de conservação

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    ciência, e aí surge o movimento Jus-tiça nos Trilhos, que chama a atençãopara essa situação, a de que a Estradade Ferro traz tantos problemas paranós”, conclui.

    O sociólogo e professor, coordena-dor do Programa de Pós-Graduaçãode Ciências, da Universidade Federaldo Maranhão (UFMA), e pesquisadorhá décadas sobre a mineração naregião, Marcelo Sampaio Carneiro,avalia a situação: “Do ponto de vistade agregação de valor, de geração deemprego e renda para os estados doPará e do Maranhão, para os mu-nicípios que são atravessados pela

    ferrovia, fica muito pouco. O quefica é um conjunto de impactos”.Carneiro acredita que a tendência

    dos impactos da ferrovia na vida daspopulações é piorar, tendo em vistaque segue a duplicação da EFC, quedeve entrar em operação no segundosemestre de 2016. Circulam, hoje, 56composições simultaneamente. Sãotrens de minério, de carga geral e depassageiros. Com a duplicação, serápossível aumentar a circulação para69 composições simultâneas.

    “Ao que a gente assiste hoje é umpouco a conclusão desse processo (de

    expansão) e o que ocorre em Carajásestá extremamente vinculado ao queacontece à economia chinesa”, analisao pesquisador Carneiro, apontandouma preocupação: “O minério de

    ferro é um bem finito, não é renovável.Na escala que ele vem sendo explo-rado, o tempo de duração da jazida vaise exaurir, e a questão que se colocaé a de que, ao final do período, qualtipo de atividade econômica você terápara essa região?”.

    A ferrovia foi construída no iníciodos anos 1980, durante o governo de

     João Figueiredo, último presidente daditadura militar, e começou a operar

    em 1986, na transição democrática doPaís. À época, a Companhia Vale doRio Doce era estatal e contava com umfundo de exaustão que existia paraamparar os municípios impactadospela exploração mineral, quando aatividade exploratória fosse final-izada. Com a privatização, em 1997,o fundo foi extinguido.

    330 vagões

    3,3 quilômetros de extensão

    33 mil toneladas em uma viagem

    892 quilômetros de ferrovia

    11,25 bilhõesde dólares foram

    exportados no ano passado

    $

    22 unidades de conservação são cruzadas

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    Atualidade Reportagem

    Direito ancestral à terra

    de 1980, observou a mudança naregião. Quando jovem, pelas mãos do

    pai, Libânio Pires, hoje com 78 anos,pescava com a família para a sub-sistência. “A pesca era em abundânciae não tínhamos doenças”, recordaAnacleta, ao falar das exposições aque estão submetidos hoje.

    Para a duplicação da ferrovia, aVale S.A. incorporou uma faixa deterritório de 40 metros de cada ladoda EFC dos territórios quilombo-las. A empresa solicitou junto ao

    Instituto Nacional de Colonizaçãoe Reforma Agrária (Incra) a impug-

    nação administrativa dos relatóriosde identificação das comunidadesSanta Rosa dos Pretos e Monge Belo.

    “Nós sempre pedimos respeito emrelação ao território. Nós conhece-mos todos os nossos limites e as nossasterras foram invadidas. Mas a Vale nãonos respeitou, não respeita”, afirmaAnacleta. Enquanto esperam pelatitulação definitiva, os moradores deSanta Rosa dos Pretos veem suas ter-

    Do Povoado Cariongo 3, em Miran-da do Norte, seguimos para Itapecuru

    Mirim, a 114 quilômetros de São Luís.Ali encontramos Anacleta Pires deAlmeida, com seus 49 anos. Nasceue vive no Quilombo de Santa Rosados Pretos, um território formadopor 14 quilombos e atravessado pelasBR-135 e EFC. A conversa seguiu navaranda da casa, entre as buzinadas ea poluição da rodovia, a cerca de 30metros dos carros. Anacleta conta quecom as obras da EFC, já na década

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    ras serem invadidas por grileiros quelhes deixam cada vez menos espaçopara que desenvolvam atividadesagrícolas e também para suas mani-festações culturais.

     No Quilombo Santa Rosa dos Pretos,

    as casinhas são de alvenaria e sapê; as

    crianças se espalham pelo terreno, e ocampinho improvisado torna-se o lazer

    principal da molecada

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    Direito de pescar

    Atualidade Reportagem

    madrugada, ainda estava escuro, e

    só depois de quatro quilômetros apé consegui pescar”, conta, na oca-sião estava grávida. O Bolsa Família,benefício que recebe do governofederal, ajuda a família no sustento.

    Há outro agravante vivido pelafamília: “Eles entraram com um in-terdito proibindo-nos de chegar até aferrovia em cinco ou mais pessoas”.Ela não pode sair com toda a famíliareunida para trabalhar, vender seus

    poucos pescados e hortaliças. “Imagi-ne que não poderei levar meus fi-lhos ao hospital, nem levar minhafilha até a escola, em Santa Rita?”,desabafa a pescadora. O interditosurgiu após Roseane e demais famí-lias da região acamparem na linhaférrea como protesto pela faltade diálogo e respostas concretas,às reivindicações referentes aosimpactos causados pela ferroviae pela duplicação dela. “Tivemos

    que interditar a ferrovia no período

    de três dias”, afirma. Questionadasobre o diálogo com a mineradora,Roseane lembra que os projetossociais apresentados pela empresanão correspondem às necessidadesda população local, como oficinassobre plantio de hortaliças.

    “É ensinar missa para vigário,porque eu sei como se pesca, sei tratara terra, disso a gente não precisa. Elesvêm com projetinhos de preservação

    do meio ambiente, reciclagem comgarrafas, mas ao mesmo tempo de-gradam e poluem muito mais do que acomunidade. Dentro do Plano BásicoAmbiental, há a exigência de que elesprecisam respeitar as comunidades,e não respeitam, tampouco pedema nossa opinião.” A ConstituiçãoFederal determina que populaçõesafetadas por grandes empreendimen-tos sejam consultadas em audiênciaspúblicas.

    Em Sítio do Meio, encontramos

    Roseane Mendes Cardoso e suafamília. Ela é pescadora, completouo Ensino Médio e pensa em fazerfaculdade de Pedagogia da Terra, algoligado à agricultura, para defenderaquilo que a natureza lhe deu. Seupovoado está localizado a 13 quilô-metros da BR-135, zona rural domunicípio de Santa Rita.

    “Hoje o principal problema são asdificuldades com a pesca e a lavoura,

    por conta da degradação do meioambiente, dos biomas, das encostase do entupimento dos igarapés pelasempresas terceirizadas da minerado-ra”, conta Roseane, que vive em umacasa ainda inacabada, construída porela e sua família.

    A família de Roseane é compostapor sete pessoas que passam porfrequentes dificuldades para apanharalimentos: “Teve um dia em quesaí de casa por volta das 4 horas da

    Dona Lucia Maria Moraes e Roseane Mendes Cardoso são duas defensoras do meio ambiente

    e defendem um modo sustentável e menos predatório de desenvolvimento para a região

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    Direito de aprender

    Em Buriticupu, a cerca de 400

    quilômetros de São Luís, desembar-camos no Povoado Centro dos Farias.Ali vivem, segundo a Justiça nos Tri-lhos, 43 famílias, com uma popu-lação estimada em 200 habitantes,grande parte sobrevive das atividadesligadas à agricultura, pecuária e pescapara o autossustento, além dos pro-gramas sociais do governo federal.

    Existem também um posto desaúde, uma igreja, em que há missa

    três vezes por ano e vive do protago-nismo de leigos, e uma escola pública,a cerca de 30 metros da linha do trem.Fomos até lá. Na lousa da sala de aula,as crianças soletravam: ba-ru-lho,e, como se fosse cena de filme comroteiro, o barulho do trem surgia comapito ao fundo silenciando a classe.“É assim o dia todo”, conta a profes-sora Lusiléia Souza do Nascimento,no povoado desde 2005. “Quandovim, senti um impacto muito grande,principalmente sobre o perigo queas crianças correm, de estudaremtão próximas da ferrovia. Quando otrem passa, a gente fica sem traba-lhar, porque o barulho é muito alto”,conta Lusiléia.

    A professora Lusiléia Souza do Nascimento ensina

    seus alunos a ler a vida às margens do trem da Vale

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    Atualidade Reportagem

    As siderúrgicas emPiquiá de Baixo

    provocam há décadas:

    poluição do meio

    ambiente e impactos

    na saúde da população,

    como queimaduras

    provocadas pela munha,

    uma espécie de lixo

    tóxico liberado pelo

    enriquecimento do

    minério de ferro

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     Resistência no Piquiá

    diz a dona de casa. Um cenário deparadoxos. O quintal de Angelita sedivide, com uma cerca, com a VienaSiderúrgica S/A e a Gusa Nordeste S/A.Ali, a família costumava plantar pés decoco, goiaba, laranja, limão-siciliano,carambola, manga, acerola, macaxeirae uma variedade de hortaliças. Mashá pelo menos dez anos não é maispossível plantar nada.

    O impacto dessa poluição nasaúde da população é devastador.“A exposição prolongada à poeira evapores de ferro provenientes do pro-cessamento do mineral pode causarproblemas à saúde, como doençasde pele, e diminuir a resistência doorganismo às infecções respirató-rias”, revela o clínico geral do postode saúde de Piquiá, Jonathans deOliveira Silva. “Nosso trabalho aquié como enxugar gelo no sol quente, é

    ruim, enquanto médico, ser humanoe cidadão. É triste. A população está24 horas, diariamente, exposta àpoeira”, conclui Silva.

    O bairro que existe e resiste, desdea década de 1970, contou com oapoio da Rede Justiça nos Trilhos paradenunciar a situação e conseguir odireito de moradia digna. “No casoda Comunidade de Piquiá de Baixo,há o trabalho no sentido de reco-

    nhecimento da responsabilidade dasempresas e do Estado pelos danosque essa comunidade vem sofrendo”,conta o advogado Danilo Chammas.

    Danilo vê Piquiá de Baixo comoum caso exitoso de mobilização e ar-ticulação, já que, depois de sete anos,conquistaram o direito de um terrenopara reassentamento. “Buscou-se aárea, o município desapropriou eagora ela é de propriedade da Asso-ciação Comunitária dos Moradoresde Pequiá (ACMP) e está livre parareceber o reassentamento.” No dia31 de dezembro de 2015, o Ministé-rio das Cidades publicou no DiárioOficial a Portaria 684 e nela a cons-trução de 312 casas e a infraestruturabásica, como previsto pelo projetopreparado pela associação.

    “Piquiá testemunha que lutar va-le a pena e que também para as

    comunidades mais fragilizadas eaparentemente impotentes existemcaminhos abertos de libertação. Oque mais admiramos nessa história,que podemos comparar realmente aum êxodo rumo à Terra Prometida, éa persistência e obstinação de quemse sente injustiçado”, desabafa padreDario Bossi, missionário combo-niano e um dos fundadores da Rede

     Justiça nos Trilhos.

    Após percorrermos quilômetros decalor, poeira, cidades aparentementesem lei, chegamos a Piquiá de Baixo.O ar pesa e seca os olhos. As plantasganham uma cor cinzenta. É o chama-do pó de ferro, um composto pretode pelotas de minério de ferro compoeira de carvão que provoca doresde cabeça, coceiras na pele, no courocabeludo e dificuldades de respirar.

    Esses são os efeitos que carregam nocorpo os moradores de Piquiá de Baixo,um bairro industrial no municípiode Açailândia, a 564 quilômetros dacapital. No bairro, residem cerca de380 famílias e há, desde a década de1980, a presença de cinco indústriasde ferro-gusa: Viena Siderúrgica S/A;Siderúrgica do Maranhão S/A; Cia. Si-derúrgica Vale do Pindaré; Ferro Gusado Maranhão Ltda.; e Gusa NordesteS/A, além da EFC e do entreposto de

    minério da Vale S.A.Angelita Alves de Oliveira é uma

    das moradoras da pequena e resistentePiquiá. Ela varre a calçada da casaque mora, na BR-222, enquanto nosrecebe para a entrevista. Mostra suacasa com os plásticos no teto para evi-tar que a poeira entre. “Não tem jeito.Limpo a casa e em poucos minutos

     já está suja de novo, devido ao pó dominério de ferro das siderúrgicas”,

    Além do impacto ambiental causado

    pela atividade das siderúrgicas, a

    população convive com poluição sonora

    dos trens que passam constantemente

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    Interesses damineração brasileira

     A exploração de minério de ferro

    equivale a 4% de todo o minério co-mercializado no planeta, e o papel queas mineradoras exercem no cenáriopolítico é inquestionável. Nas eleiçõesde 2010, empresas mineradoras doa-

    ram 45 milhões de reais aos partidospolíticos. Só o relator da ComissãoEspecial de Mineração, o deputadoLeonardo Quintão (PMDB-MG),recebeu na campanha, também de2010, 2 milhões de reais em doaçõesde mineradoras. O documento oficialdo projeto de lei proposto por depu-tados federais para o novo Código daMineração, que define as regras dosetor, foi criado e alterado em com-

    putadores do escritório de advocaciaPinheiro Neto, que tem como clientesmineradoras como a Vale e a BHP Bil-liton. As mudanças feitas a partir dasmáquinas do escritório vão de tópicossocioambientais a valores de multasem caso de infrações.

    Emilie Cardoso, filha da pescadoraRoseane, lá de Sítio do Meio, tem 13anos e está longe da discussão sobreo Código Nacional da Mineração, mas

    sente, na pele, na barriga e nos so-nhos as consequências da falta de umaregulamentação ética, comprometidatambém com a vida dos impactados.

    “Meu sonho é fazer este trem (daVale) parar, pra acabar os problemase a gente voltar a pescar com a mão,para a gente viver feliz, porque hojeestá muito difícil, mas vou ser umaseguidora da minha mãe e lutar pragente ser feliz pescando.”

    Atualidade Reportagem

    Emilie Cardoso tem 13 anos, é filha de

    pescadores e sonha em ser uma, seu

    desejo é parar o trem da Vale, para

    poder voltar a pescar com sua família

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