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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE PEDAGOGIA PATRÍCIA ÉRIKA DE SOUSA NOGUEIRA FAMÍLIA E ESCOLA: RELAÇÃO COM O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM FORTALEZA 2013

FAMÍLIA E ESCOLA: RELAÇÃO COM O PROCESSO ENSINO … E ESCOLA... · O objetivo geral do estudo é investigar a participação da família e da escola no processo de ensino aprendizagem

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE PEDAGOGIA

PATRÍCIA ÉRIKA DE SOUSA NOGUEIRA

FAMÍLIA E ESCOLA: RELAÇÃO COM O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

FORTALEZA

2013

PATRÍCIA ÉRIKA DE SOUSA NOGUEIRA

FAMÍLIA E ESCOLA: RELAÇÃO COM O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada

como exigência parcial para a conclusão do Curso

em Licenciatura Plena em Pedagogia pela

Faculdade Cearense – FAC, sob a orientação da

Profª: Me. Luiza Lúlia Feitosa Simões

FORTALEZA

2013

PATRÍCIA ÉRIKA DE SOUSA NOGUEIRA

FAMÍLIA E ESCOLA: RELAÇÃO COM O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Esta monografia constitui parte dos

requisitos necessários à obtenção do Grau

de Licenciado em Pedagogia, outorgado

pela Faculdade Cearense – FAC, e

encontra-se a disposição dos interessados

na Biblioteca da referida instituição.

A Citação de qualquer trecho desta

monografia é permitida, desde que seja feita

em conformidade com as normas éticas e

cientificas.

Data de aprovação:_____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Profª. Ms. Luíza Lúlia Feitosa Simões

Orientadora

___________________________________________

Profª. Ms. Patrícia Campêlo do Amaral

Examinador

_____________________________________________

Prof. Esp. Francisco Nazareno Matos Ribeiro

Examinadora

Dedico este trabalho de conclusão

de curso com amor e carinho de

todos os meus amigos e familiares

que me deram apoio, e em especial

a minha mãe Albertina que me

incentivou a sempre seguir em

frente para alcançar meus objetivos.

AGRADECIMENTOS

ÀDeus,que em tantos momentos esqueci, mas que me proporcionou o tempo e a capacidade

de estudar, por ter me dado força, sabedoria e ter iluminado minha mente para que eu pudesse

expandir meus conhecimentos e finalizar este trabalho.

Aos meus pais e, em especial, minha mãe que me incentivou de todas as maneiras possíveis e

financeiramente para que eu pudesse realizar mais uma etapa da minha vida.

À professora e coordenadora Luíza Lúlia Feitosa Simões pela paciência, competência e

principalmente dedicação com que meorientou todos os momentos para arealização deste

trabalho.

À minha amiga do Curso de Pedagogia, Marilene pelo companheirismo e amizade que

construímos no decorrer da caminhada que trilhamos juntas e Christiane e Cristiane, duas

outras amigas que de certa forma me ajudaram em pequenas coisas importantes para meu

sucesso.

A todos os professores do Curso de Pedagogia pela dedicação, orientação e ensinamentos que

compartilharam ao longo da minha formação inicial e profissional.

Enfim, dedico a todos meus professores que durante minha vida escolar proporcionaram o

necessário para que neste momento eu pudesse colocar toda minha aprendizagem em prática.

“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.

Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós

ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos

sempre.”

(Paulo Freire)

RESUMO

Esta monografia tem como objetivo fundamental investigar a participação da família no

processo de ensino aprendizagem como fator favorável à formação da cidadania. Para tanto,

foram observados os seguintes questionamentos: até onde a participação dos pais é

fundamental para uma aprendizagem satisfatória? Qual a função da escolanos grupos, nas

famílias e na comunidade em geral? Como a integração entre família e escola, estimula o

rendimento e o comportamento escolar dos alunos? Enfim, o processo ensino aprendizagem

deve desenvolver-se tendo em vista que os conhecimentos escolares (conteúdos curriculares)

contribuam para a formação do cidadão e se incorporem como ferramentas, como recursos

aos quais os alunos recorram para resolver diferentes tipos de problemas que lhes apresentam

nas mais variadas situações e decisões dentro da realidade que os cerca e não em apenas um

determinado momento de aula e individualmente. Nesse contexto, tornou-se como base os

estudos de Chaves (1998), Hargreaves (2002), Scoz (1994). Serrão e Baladeiro (2000), Well

(1995), Osório (1996) e Parolin (2007). O procedimento metodológico caracterizou-se por

uma revisão bibliográfica complementada por uma pesquisa de campo realizada em uma

escola de rede privada, com um roteiro de questionário aplicado aos pais e alunos sobre a

relação família e escola. Com base nos dados analisados pode-se concluir que a família vive

longe da realidade e do compromisso escolar, justificando-se muitas vezes o fracasso do

educando em detrimento do apoio familiar. Nessas perspectivas há a necessidade de se

construir uma relação entre escola e família, com planejamento e colaboração de todos,

estabelecendo objetivos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto

em casa quanto na escola.

Palavras chaves: Familia. Escola. Educando. Ensino.Aprendizagem

ABSTRACT

This monograph has as its fundamental objective to investigate the participation of the family

in the teaching learning process as a favorable factor to the formation of citizenship. To do so

the following questions were observed: where parental involvement is critical to a satisfactory

learning? What does the school groups, families and the community in general? As the

integration between family and school, and the school encourages the yield behavior of

students?Finally , the teaching learning process should be developed in order that school

knowledge ( curriculum content ) contribute to the formation of citizens and incorporating

such tools as resources to which students have recourse to solve different types of problems

presented to them in various situations and decisions within the reality around them and not

just one point of classroom and individually. In this context , it became based on the studies

of Keys (1998 ) , Hargreaves (2002) , Scoz (1994) , Baladeiro and grouper (2000) Well

(1995) , Osorio (1996) and Parolin (2007) . The methodological approach was characterized

by a literature review supplemented by field research conducted in a private school network ,

with a script questionnaire given to parents and students about the family and school

relationships. Based on the analyzed data can be concluded that the family lives far from

reality and school commitment , often justifying the failure of the student to the detriment of

family support . These perspectives there is a need to build a relationship between school and

family, planning and collaboration of all, setting goals for the student / child a quality

education both at home and at school.

Keywords: Familia. School.Schooling .Education.Learning

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...................................................................................................................10

2. A FAMÍLIA E A ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM......12

2.1 O papel do professor na educação......................................................................................14

2.2. A função social do professor ............................................................................................16

3. PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NO FATOR FAVORÁVEL À

FORMAÇÃO DA CIDADANIA ..........................................................................................18

3.1. O ato de aprender no ensino/aprendizagem...................................................................... 19

3.2. Procedimentos didáticos na construção da aprendizagem.................................................21

4. METODOLOGIA...............................................................................................................25

4.1. Tipo de estudo....................................................................................................................25

4.2. Caracterização da Instituição ............................................................................................25

4.3. Caracterização dos sujeitos da pesquisa............................................................................26

4.4.Instrumento de coleta de dados..........................................................................................26

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS................................................................27

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................32

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................33

APÊNDICE............................................................................................................................. 35

10

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo aborda o tema: família e escola: relação com o processo ensino

aprendizagem, contextualizando algumas reflexões sobre a participação da família na escola

para o processo educativo da criança.

Parte-se da necessidade de esclarecer as dificuldades existentes entre família e

escola em relação a aprendizagem, consideradas importantes na vida do indivíduo, juntamente

com a convivência, trabalho e movimentos sociais. Todavia, procura-se entender esta

realidade para buscar orientações que possam fortalecer a relação de ambas, diminuindo

assim, a distância observada entre as mesmas.

A interação família/escola para o desenvolvimento escolar das crianças é muito

positiva, pois possibilita um maior desempenho e rendimento escolar em sala de aula e da

competência de seus professores, mas também, do apoio da base familiar. A relação entre

família e estudos e, principalmente, a maneira como a família se interessa pela vida escolar de

seus filhos, influencia os resultados obtidos por crianças e adolescentes, independente de

classe social.

Na maioria das vezes, uma base sólida, com pais que se interessam e se envolvem

ajudando na execução das tarefas escolares faz com que este educando renda mais em todos

os âmbitos de sua carreira escolar. Não basta apenas que os pais se preocupem e estejam

presentes nas horas de estudo, mas eles devem também ter a capacidade de percepção para

notar quando seu filho não está obtendo bons resultados e buscar soluções, como: ajudando-o

a estudar, ou até mesmo contratando professor particular para que estas carências sejam

supridas.

Não se pretende aqui, esgotar o assunto, mas apontar mais alguns aspectos que

parecem ser relevantes para o enfrentamento das dificuldades encontradas no processo de

relacionamento entre família/escola. Estas instituições têm passado por profundas

transformações ao longo da história. Mudanças sociais, políticas e econômicas ocorridas em

função da globalização acabam por interferir na estrutura e na dinâmica escolar, de forma que

a família, em vista das circunstancias vem transferindo para a escola a tarefa de educar que

deveria ser sua.

A justificativa para a realização desta pesquisa se dá pelo fato de que a família,

em conformidade com escola ajuda na formação do indivíduo, tendo participação na formação

na educação das crianças. É fundamental que aconteça essa parceria entre escola e família, e

11

que juntos possam alcançar o objetivo em comum, de formar cidadãos que saibam como

viverem no mundo atual.

A relevância desse estudo é que a família e a escola estão desenvolvem profundas

transformações em relação ao processo ensino aprendizagem e ambas precisam trabalhar de

forma conjunta, facilitando o desempenho das crianças e ajudando-as a se tornarem cidadãos

críticos.

Nesse sentido, parte-se dos seguintes questionamentos: até onde a participação

dos pais é fundamental para uma aprendizagem satisfatória? Qual a função da escola nos

grupos, nas famílias e na comunidade em geral? Como a integração entre família e escola,

estimula o rendimento e o comportamento escolar dos alunos?

O objetivo geral do estudo é investigar a participação da família e da escola no

processo de ensino aprendizagem. Como objetivos específicos pretendem-se: verificar como

se dá participação dos pais para uma aprendizagem satisfatória; Analisar as dificuldades de

integração entre família e escola e compreender como a escola estimula a participação dos

alunos e da família.

Para responder essas indagações, tomou-se como base os estudos de Chaves

(1998), Hargreaves (2002), Scoz (1994). Serrão e Baladeiro (2000), Well (1995), Osório

(1996) e Parolin (2007).

A estrutura desse trabalho encontra-se estruturado em três capítulos assim

definidos: no primeiro, discute-se a relação entre família e escola no processo ensino

aprendizagem, destacando o papel do professor na educação e a sua função social. O segundo

capítulo trata sobre o processo de ensino aprendizagem no que se refere à formação para a

cidadania, contemplando o processo de ensino aprendizagem e os procedimentos didáticos na

construção da aprendizagem. O terceiro capítulo aborda o tipo de estudo, a caracterização da

instituição e dos sujeitos da pesquisa com o instrumento de coleta de dados.

Após estes capítulos são apresentadas as considerações finais com todas as

observações relevantes e significativas relacionadas à pesquisa e a temática central deste

trabalho.

12

2. A FAMÍLIA E A ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Apesar de muitos estudos dos autores Freire (1996) e Libâneo (2001) alertarem

para os sérios problemas de aprendizagem no Brasil, a responsabilidade ainda é em grande

parte atribuída a problemas individuais dos alunos.

A concepção dos pais e educadores refere-se ao aprendizado como somente uma

causa do comportamento humano, no entanto, os inúmeros problemas de aprendizagem

relacionados com os aspectos cognitivo sócio afetivo e orgânico dos educandos não são

resultados do comportamento humano, mas de uma serie de fatores que necessitam

principalmente da dinâmica familiar e do papel desempenhado pela escola que oferece

estratégias de trabalhos realizados em diferentes abordagens para a aprendizagem.

Tomando por base o que cita o art. 205 da Educação, na Constituição Federal:

[...] A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da

pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho

(BRASIL, 1988, p. 111).

É importante salientar que a escola é um espaço contraditório, onde há

simultaneamente submissão e subversão, obediência e libertação, resistência e resignação

(GIROUX, 1986), dentre outros, ou seja, a escola é um espaço onde se pode produzir uma

contra- ideologia (GRAMSCI, 2001).

Hoje a perspectiva de educação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional de nº 9.394/96(LDB 9394/96) proposta no Título I – da Educação extrapola o

espaço escolar, uma vez que ela apresenta outros espaços, vejamos: “Art. 1º. “A educação

abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência

humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e

organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996). O que

significa que a educação não se limita só à instituição escolar, mas é entendida como um

trabalho conjunto da família, da igreja, meios de comunicação etc. O que não desobriga o

Estado da responsabilidade de proporcionar uma educação pública, gratuita e de qualidade

para a população brasileira.

De acordo com o artigo 2º a LDB 9.394/96 declara que a educação é dever da

família e do Estado, bem como apresenta os princípios nos quais a ação educativa é dever da

família e do Estado e deve estar pautada “nos princípios de liberdade e nos ideais de

solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando.

13

Assim como o Estado e a família a escola também tem seu papel na formação do

cidadão, ou seja, deve desenvolver o trabalho pedagógico de modo que permita ao educando o

pleno desenvolvimento de suas várias dimensões: ética, estética, moral, intelectual, espiritual,

afetiva, psicomotora, social, dentre outras.

A escola é, portanto, um espaço de formação dos valores, bem como deve

propiciar espaços para que seus alunos compartilhem seus conhecimentos, além de propiciar a

construção de normas de convivência. Ela é o local onde os educandos se apropriam dos

valores sociais. (PAROLIN, 2007, p.35).

O papel da escola é o de assegurar a reelaboração dos conhecimentos dos

educandos, assim como a construção de novos conhecimentos e a apreensão crítica dos

conhecimentos produzidos ao longo da historia da humanidade e para que isso ocorra faz-se

necessário que ela trabalhe numa perspectiva de tornar o aluno um cidadão cônscio de seus

direitos e deveres, alguém que desde a mais tenra idade possa exercer a cidadania.

O processo de mediação para um bom relacionamento significativo entre família e

escola, deve ter como ponto de partida a própria escola, visto que muitas vezes os pais

desconhecem as características do desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social. Para os

pais, os professores são os responsáveis pela educação de seus filhos e são atribuídas funções

dignas para representar tal cargo.

É fundamental a construção que a escola possibilita para considerar a necessidade

da família, levando-a a vivenciar situações que lhe permitam se sentir participante ativa nessa

parceria e não apenas mera expectadora. A escola e a família precisam unir-se para que assim

possam compreender o que significa o desenvolvimento humano e a aprendizagem. Segundo

Arroyo (2000):

[...] os aprendizes se ajudam uns aos outros a aprender, trocando saberes, vivências

significados, culturas. Trocando questionamentos seus, de seu tempo cultural,

trocando incerteza, perguntas, mais do que respostas, talvez, mas trocando.

(ARROYO, 2000, p. 166).

Percebe-se dessa forma, que a interação entre família e escola é necessária para que

ambas conheçam suas realidades e suas limitações e que busquem caminhos que permitam

facilitar o entendimento entre si, para o sucesso educacional do filho/aluno.

Considero de suma importância que a família e a escola também tenham

responsabilidades com a educação das novas gerações, pois estas não podem abrir mão de

educá-las. Mas, para que tal ação ocorra de forma adequada é preciso que haja um trabalho

conjunto para que não ocorram ambivalências nas regras estabelecidas na escola.

14

Tal parceria ajudará tanto a escola quanto a família no trabalho com as novas

gerações, uma vez que a primeira encontrará facilidades em educar seus alunos, bem como a

segunda sentir-se-á apoiada nos desafios que enfrenta na educação de seus filhos.

O trabalho de educar as crianças e os jovens é, portanto, resultado de uma ação

conjunta entre escola e família, pois o processo educacional dependerá muito dessas duas

instituições, pois elas se complementam (AQUINO, 1996, p. 45).

A família é responsável pela ordenação da conduta da criança, por meio da

moralização de seus hábitos, atitudes, já a escola foca a ordenação do pensamento do aluno,

por meio do legado cultural, representado pelos diferentes campos de conhecimento (Id, ibid).

Infelizmente tal parceria não é vivenciada por tais instancias, pois:

A família e a escola mudaram muito. Antes a família era cúmplice da escola. Hoje

deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela, porém a critica. Cada

vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela família.

(VASCONCELLOS, 1994, p. 94).

Cabe as duas instâncias cumprirem seus deveres, no que se diz respeito à

educação das crianças e jovens que estão inseridos na escola, uma vez que a família é

responsável pela educação dos filhos – juntamente com a sociedade, o trabalho, movimento -,

pois é o primeiro grupo social que a criança/jovem participa; sua ação começa bem antes da

inserção destes na escola.

Salientamos que é nosso dever, enquanto educadores, trabalhar na perspectiva de

agregar família e escola e assim realizar uma construção coletiva significativa.

2.1 O papel do professor na educação

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), determina

modificações na disposição das modalidades de ensino e na formação dos educadores. Devido

ao desenvolvimento tecnológico e da globalização, os educadores devem dar importância

especial para reaprender novas atitudes e assumir compromissos coletivos.

Os parâmetros curriculares nacionais, os sistemas de ciclos, as novas concepções

de educação se inserem no cenário educacional, transformando em um ambiente privilegiado

de formação do educando, portanto é missão do professor mobilizar-se para buscar o pleno

desenvolvimento do projeto educacional implantado na escola.

15

Além de o professor ser um coordenador do processo de ensino aprendizagem, ele

deve assumir um papel de agente histórico de transformação, buscando formar cidadãos

capazes de interferir criticamente na realidade e transformá-la. Ele é o mediador, o facilitador

da aprendizagem do aluno, fazendo com que o educando consiga ampliar e direcionar seus

conhecimentos construídos ao longo de toda uma caminhada.

Segundo Freire (1996, p. 56): “[...] ensinar não é transferir conhecimentos, mas

criar possibilidades para sua produção ou construção.”

Portanto, o professor deve se posicionar de forma que haja uma cumplicidade de

saberes. Para que a aprendizagem se efetue com um maior rendimento, é necessário que ele se

dedique no seu trabalho para alcançar seu objetivo e conseguir resultados satisfatórios.

O professor tem a função primordial de despertar nos seus alunos o interesse pelo

assunto a ser estudado. Apesar do mesmo assunto despertar interesses diferentes em

intensidade e natureza, conforme as diferenças e vivências de cada um devem manter um

ajustamento no planejamento para que haja a motivação.

Não temo dizer que inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado

em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que o

ensinado que não foi aprendido não pode ser realmente aprendido pelo aprendiz.

(FREIRE, 1996, p. 26)

O educador deve assumir seu papel de formador das novas gerações, de alguém

mais maduro na relação, de alguém que conhece os pontos fracos e fortes de seus alunos e

trabalha no sentido de desenvolvê-los integralmente nas várias dimensões, a saber: estética,

ética, moral, cultural, intelectual, psicomotora, cognitiva, afetiva, espiritual, emocional,

política, social etc.

Na vivência em sala de aula em que o objeto de trabalho é o desenvolvimento do

conhecimento, da maturidade, do empenho e da aprendizagem, é fundamental preparar o

aluno, ratificando alguns daqueles saberes e retificando outros, possibilitando assim uma vasta

erudição.

Portanto o professor deve assumir seu papel de agente histórico de transformação,

ou seja, deve ter clareza de seu papel de educador e firmeza quanto à postura em relação à

disciplina, formar novas gerações e considerar os conhecimentos prévios de cada um.

É verdade que quando o professor e o aluno caminham na mesma direção e

estabelecem uma relação harmoniosa, amigável, quando os educadores consideram as

características de cada educando e estes do educador o aprendizado torna-se mais

16

significativo, a relação flui de forma tranquila e os alunos compreendem a teoria que está por

traz do que está sendo trabalhado em sala de aula.

Consideramos importante para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem, a

organização, estrutura e o funcionamento da escola, nas esferas pedagógica, administrativa e

estrutural, pois esta é uma base essencial para a compreensão.

Segundo Freire (1981, p.79): “ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si

mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

Cabe ao educador ser profundamente ativo, atento às diferenças entre os alunos na

sala de aula, deve buscar maneiras de ajudar os alunos na coletividade e comportamento,

desenvolver uma ação de orientação que dê estes condições de compreensão e superação.

Na luta (atividade) diária do professor deve proporcionar aos alunos situações que

possibilitem que tenham consciência de que são sujeitos de sua própria historia, que podem

construir o conhecimento, respeitando as diferenças nas subjetividades dos sujeitos (do ser

humano). O professor não ensina apenas os conteúdos, mas também procura integrá-los na

comunidade de maneira mais completa possível, através da assimilação da sua própria cultura.

2.2 A função social do professor

O professor tem grande participação no processo de formação do cidadão, como

também na sociedade que se quer construir. Isto procede da razão de que é o professor que

trabalha com o conhecimento, e que diariamente os educandos estarão sobre sua orientação.

Segundo Freire (1996), a educação que visa a pratica da libertação pode ser

denominada de educação para a transformação. “[...] Educamos para a transformação quando

procuramos formar o cidadão, ou seja, o ser político.” (FREIRE, 1996, p. 52)

O exercício do magistério é um ato essencialmente político. Ao realizar sua

prática (atividade), o professor está assumindo uma postura política, mesmo que esse

comportamento não seja expresso formalmente ou consciente para ele. Cabe ao professor

oferecer instrumentos de compreensão da realidade social, favorecer a participação em

relações sociais diversificadas e cada vez mais amplas.

A função social do professor é gerir a complementação da aprendizagem

intelectual, social e cultural dos alunos, contribuir para manter e perpetuar a estrutura social,

suas desigualdades e privilégios, promovendo assim a igualdade social e superação das

discriminações e da marginalização.

17

A forma de repassar e de tratar os conteúdos é fundamental quando o professor

tem uma proposta de formação social e política do aluno. É necessário que sejam repensados

não apenas os conhecimentos transmitidos, mas também a maneira de transmissão. O domínio

dos conteúdos e os desenvolvimentos de certas habilidades expressos pelo professor, vão

propiciar ao aluno condições indispensáveis para sua participação efetiva no trabalho, nas

lutas sociais, na conquista dos direitos da cidadania e na solução de situações que ocorrem em

sua vida.

Ele precisa saber que, em nossa sociedade a grande maioria da população cria a

riqueza e uma pequena minoria se beneficia dela; que existe a pressão de uma classe

sobre a outra; que o trabalhador é explorado e seu trabalho é desvalorizado.

(FREIRE, 1996, p.23).

O professor tem o papel de direcionar a conduta de assimilação do aluno, porque

existem favelas, pobres, ricos, quais as causas da alienação e repetência escolar, porque a

escola não é igual para todos e assim por diante.

É dever e direito do educador contestar, junto ao aluno, a atual estrutura da

organização da sociedade e suas implicações econômicas e políticas. Este precisa adquirir

uma formação sólida, verdadeira, sem camuflagens ou utopias que o faça isentar-se de ideias,

valores e praticas sobre a vida e o trabalho que lhes são repassados desde cedo e que fazem

pensar, agir e sentir como convém à classe dominante.

O aluno precisa saber que não é apenas vítima da história, mas que tem a

capacidade de fazê-la à medida que se mobiliza e se organiza em busca de condições de vida.

Vale ressaltar a necessidade de se investir numa melhor preparação de educadores

para que se desenvolvam uma realização total de sua função pedagógica, como agentes de

mudança: que se comprometam politicamente com a tarefa de ajudar a edificar sujeitos sociais

críticos e bem informados.

De acordo com Alves (1976): “Entre a Ciência e a Sapiência” “[...] Não busco

discípulos para comunicar-lhes saberes. Os saberes estão soltos por aí, para quem quiser,

Busco discípulos para neles plantar minhas esperanças.” (ALVES, 1976, p.32)

É dever do professor, despertar o aluno para a busca do conhecimento e vontade

de aprender, para que assim ele se torne cada vez mais capaz de recriar e refazer o que lhe foi

ensinado.

18

3. PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM COMO FATOR FAVORÁVEL PARA

A FORMAÇÃO DA CIDADANIA

Mesmo com as teorias das diferentes culturas que responsabilizam os lares

marginalizados pela interferência negativa na formação da cidadania não se tem procurado

trabalhar a escola e a família para se fazerem necessários adquirir um compromisso de uma

relação forte com acompanhamento dos pais e capacitação dos professores.

Nas palavras de Scoz (1994), a respeito dos problemas de aprendizagem no

contexto escolar:

[...] no que se refere à prática docente suponho que o despreparo e a insegurança

técnica estão na raiz da dissimulação, da estratégia de culpar a vítima e ao mesmo

tempo amá-la sem nada poder fazer de objetivo para evitar-lhe o peso do fracasso.

Uma melhor capacitação profissional permitiria, no mínimo, eliminar essa hipótese.

Sem ela pouco se pode afirmar com segurança acerca de sua disponibilidade e

vontade política [...] (SCOZ, 1994, p.146)

Faz-se necessário um diálogo sensibilizado aos pais e professores, pela sua força

transformadora e formadora. A conscientização pela participação é muito importante em

todos os momentos da vida escolar dos filhos. A escola de hoje tem por obrigação formar

cidadãos, e participar da vida escolar dos filhos é um papel de muita responsabilidade, é

fundamental que os pais conheçam a escola que seus filhos estudam desde o porteiro até o

diretor, mantendo sempre um diálogo aberto e franco, também deve buscar os pais somente

em casos de indisciplina, mas principalmente, para estabelecer o fio condutor desse diálogo

que se faz necessário.

A família cumpre sempre seu papel quando se faz presente nas atividades da criança.

Está presente na escola para ajudar, nunca para atrapalhar, se colocando à

disposição, avaliando, dando sugestões, compreendendo, escolhendo e estando tão

junto que se torne como uma grande e única família (CHAVES, 1998, p. 25).

Portanto, é de fundamental importância que a família esteja presente na escola e

no acompanhamento dos filhos, tornando-se essencial dentro da escola, sua participação ativa

para que tenha um acompanhamento de como é a educação do seu filho, como é a

convivência entre todos.

19

3.1. O ato de aprender durante o processo de ensino

O ato de aprender ou aprendizagem é algo extremamente complexo que começa

desde o nascimento e talvez mesmo, na vida intra-uterina. Ela é definida como sendo o

processo de integração e de adaptação do ser humano no seu ambiente.

É, por conseguinte, a partir de estrutura mental elementar que se faz o processo de

aprendizagem; em outras palavras, qualquer coisa nova que se aprende só pode ser assimilada

se existe uma base de conhecimento suficiente para isso. Por este motivo, quanto maior a

experiência, maior será a capacidade de aprender. O meio ambiente tem muita influencia e

constitui fator preponderante na aprendizagem.

Existem muitas provas científicas da influencia da experiência na capacidade de

aprender. A esse respeito, Pierre Weil (1995), apresenta o seguinte diagnóstico a partir de

pesquisas feitas:

1. Crianças abandonadas pelos pais na selva, durante os primeiros anos de vida

e criadas por animais, não podem ser recuperadas quando encontradas adultas: a

ausência total de convívio com seres humanos e das vivencias da civilização as torna

incapazes de seres educadas.

2. Crianças egressas de meios economicamente subdesenvolvidos, aprendem

mais que filhos de pais abastados; em grande parte porque não tiveram as mesmas

oportunidades educacionais (livros, materiais educativos, período preparatório,

brinquedos, viagens, outros);

3. Certos processos educacionais modernos são possíveis conseguir que

crianças de 08 a 10 anos demonstrem os teoremas de Thales e de Pitágoras ou

chegue até a álgebra. Isso acontece porque estes métodos fazem com que as crianças

realizem previamente as experiências indispensáveis a assimilação dos novos

conhecimentos.

4. Índios criados em escolas alcançam resultados idênticos aos chamados

“civilizados”, nos testes intelectuais. Aliás, em geral, os resultados nos testes

intelectuais variam proporcionalmente ao adiantamento cultural do meio em que

foram aplicados. (WEIL, 1995, p.43).

Por estas razões, convém, antes de responsabilizar o aluno que tem dificuldade de

aprendizagem, observar as causas que o levam a isto; muitas vezes essas dificuldades

independem da vontade do mesmo.

O educando em sala de aula, vai construindo o seu conhecimento, e para a

elaboração perfeita deste, o professor deve possibilitar o confronto entre o sujeito e o objeto,

onde o aprendiz possa penetrar no objeto, apreendê-lo em suas relações internar e externas,

captar-lhe a essência. O educador deve colaborar com o educando na decifração, na

construção da representação mental do objeto em estudo.

20

No gerenciamento do processo de ensino na sala de aula a mobilização a pesar de

ser, uma condição necessária, não é suficiente para a aprendizagem. Muitos educadores diante

das dificuldades de mobilizar o educando, acabam se envolvendo quase que apenas com a

preocupação em motivar e não proporcionalmente com a edificação efetiva dos saberes.

Para contribuir para o sucesso escolar, instrumentalizar os professores na sua

prática pedagógica em busca de uma educação de qualidade para todos. Existem os pilares

que favorecem o pleno desenvolvimento do educando nos processos de aprendizagem,

segundo preceitos da atual Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 9394/96 (BRASIL, 1996).

Seguem:

Aprender a conhecer. Apropria-se de uma cultura geral ampla com possibilidade

de aprofundamento em conteúdos específicos. Pressupõe o aprender a aprender para melhor

aproveitar as oportunidades oferecidas pela educação no decorrer da vida;

Aprender a fazer. Adquirir uma competência que capacite o educando a resolver

situações do seu cotidiano nos âmbitos individual e coletivo é o aprender fazendo;

Aprender a conviver. Compreender o outro numa relação de interdependência.

Aprender a ser. Desenvolver melhor a própria personalidade para agir com

crescente capacidade de autonomia, de juízo e de responsabilidade pessoal.

O processo de aprendizagem sofre desgastes no desenvolvimento em decorrência

dos seguintes fatores: condições financeiras precárias, preconceito ao trabalho, acomodação,

falta assídua dos pais ou responsáveis na escola, negligência da escola. Porém vale retificar

que alguns alunos conseguem driblar todos os índices de um não sucesso e chegam ao ápice

de uma notável aprendizagem.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) enfatizam que:

[...]Atender as necessidades singulares de determinados alunos é estar atento a

diversidade: é atribuição de o professor considerar a especificidade do individuo,

analisar suas possibilidades de aprendizagem e avaliar a eficácia das medidas

adotadas (BRASIL, 1998, p.96).

Desta forma a postura do mestre em sala de aula deve levar em conta os fatores

sociais, culturais e a história educativa de cada aluno, como também características pessoais

de déficit sensorial, psíquico, motor ou de super dotação intelectual. Deve-se ter atenção

especial para resgatar a auto estima de todos os alunos. As diferenças não são obstáculos para

abater o cumprimento da ação educativa; mas podem e devem, portanto, ser fator de

enriquecimento.

21

Há necessidade na aprendizagem de conciliar o como aprender com o que

aprende, isto é, harmonizar os programas e os métodos de ensino e os processos de

aprendizagem. Faz-se necessário desenvolver no aluno a responsabilidade pela construção

autônoma do seu conhecimento.

3.2. Procedimentos didáticos na construção da aprendizagem

Ao professor cabe dirigir o processo de construção de coletividade da sala de aula

e essa direção não pode ser guiada pelos parâmetros de contradição liberdade/repressão, mas

sim pelos da coletividade ∕alienação. O professor como coordenador desse processo não pode

ser omisso, mas profundamente ativo. Atento as diferenças entre os alunos na sala de aula, ele

deve buscar combiná-las (combinações construtivas das diferenças), trazendo de cada

elemento o que ele pode contribuir.

Não há que perder de vista nunca o trabalho coletivo e a partir dele dar respostas

as diversas solicitações, evitando sempre que um se imponha as outras, mesmo que partindo

do mais brilhante aluno.

Para que o trabalho possa se desenvolver, a capacidade de se ter condições

minimamente favoráveis, devem ser construídas pelos elementos participantes do processo

educativo. Deve-se destacar que a responsabilidade pela obtenção desse ambiente de trabalho

é tanto do educador quanto do educando.

O professor tem grande parte de sua responsabilidade no processo de ensino

aprendizagem, ele deve conhecer as concepções que a criança tem à respeito do ato de

aprender, para que então possa tornar-se o mediador, proporcionando que a mesma questione

e desenvolva atividades que possam garantir um melhor rendimento escolar.

Na coordenação das atividades de classe, há necessidade do mestre ter

posicionamento de firmeza, de clareza de proposta. Sem perder a ternura quando se sabe

porque se endurece, quando o endurecimento não é para mostrar posição de poder, mas para

garantir um controle de trabalho, onde todos possam ser beneficiados com um aprendizado

equilibrado.

Os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) incluem

didáticas, que são subsídios à reflexão sobre como ensinar. As orientações didáticas

apresentadas enfocam fundamentalmente a intervenção do professor na criação de situações

de aprendizagem.

22

A prática educativa é bastante complexa, pois o contexto de sala de aula traz

questões de ordem afetiva, emocional, cognitiva, física e de relação pessoal. A dinâmica dos

acontecimentos em sala de aula é tal que mesmo uma aula planejada, detalhada e consistente

dificilmente ocorre conforme o imaginado: olhares, tons de voz, manifestações de afeto ou

desafeto e diversas outras variáveis interferem diretamente na dinâmica da sala.

No processo ensino-aprendizagem, a ação do professor na condução das

atividades deve se basear na LDB n 9394∕96 (BRASIL, 1996); que fala sobre:

PROVOCAR – colocar o pensamento do educando em movimento; por o aluno

para pensar sobre a questão.

DISPOR OBJETOS/ELEMETOS/SITUAÇÕES – dar condições para que o

educando tenha acesso a elementos novos para possibilitar a elaboração de respostas aos

problemas suscitados, superar a contradição entre sua representação e a realidade. Dar

indicações, oferecer subsídios, dispor de elementos para o trabalho.

INTERAGIR COM REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO – solicitar expressão,

acompanhar percurso de construção.

No cotidiano da sala de aula, a postura metodológica tem que ser articulada com

estratégias que tenham coerência com o princípio metodológico. Quando das dificuldades de

aprendizagem podem ser atribuídos à insuficiência da metodologia do ensino propriamente

dito.

Saber ensinar consiste, sobretudo, em fazer com que o aluno realize uma

aprendizagem. Somente sabendo como o educando aprende é que será possível ensinar

melhor.

As práticas de ensino são frutos da maneira de pensar do educando e de como ele

constrói o conhecimento. A interação entre o mestre e o aprendiz é essencial para a

aprendizagem. O professor consegue essa sintonia levando em consideração o conhecimento

do aluno, fruto de seu meio.

O indivíduo não nasce pronto e nem é cópia do ambiente externo. Em sua

evolução intelectual há uma interação constante e ininterrupta entre processos internos e

influencias do mundo sócio. A tarefa de ser mediador entre o objeto e o sujeito do

conhecimento exige do professor o desenvolvimento de descobrir o que o aluno já sabe

organizar de forma coerente e articulada, o conteúdo a ser transmitido, criar condições para

que ele passe do particular para o geral e deste para aquele, de tal forma que ele próprio

reconstrua o conhecimento.

23

É importante assinalar que não basta que o professor ache o assunto relevante e

significativo. É necessário que o aluno chegue também a essa conclusão. Só assim ele estará

em condições de se apropriar do conteúdo, reconstruindo-o na sua estrutura cognitiva.

Afirmamos que o professor tem de manter uma estreita interação com os alunos.

Formulando questões, pedindo exemplos, apresentando problemas de maneira nova, evitando

a rotina, a cópia de modelos, enfim usando recursos que levam os alunos a pensar e trabalhar

mentalmente o conhecimento, estes são exemplos de como deve se dar essa interação.

Os procedimentos didáticos de acordo com pesquisas realizadas são em sua

maioria condicionadas a aulas expositivas. O professor fala, o aluno escuta e intervém quando

acha necessário.

O fato de se achar na condição de ouvinte é confortável ao aluno, especialmente

se o professor possui habilidades de ensino que fazem com que a aula não se torne maçante. É

provável que o professor e alunos assim se comportem por falta de convivência com outro

tipo de abordagem metodológica.

Por mais que o professor, os companheiros de classe e os materiais didáticos

possam contribuir para que a aprendizagem se realize, nada pode substituir a atuação do

próprio aluno na tarefa de edificar significados sobre os conteúdos para aprendizagem. É ele

quem modifica, enriquece e, portanto, constrói novos e mais potentes instrumentos de ação e

interpretação.

Segundo a proposta dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, que é

reconhecer a complexidade da prática educativa, buscar auxiliar o professor na sua tarefa de

assumir-se como profissional, o educador deve ter propostas claras sobre o que, quando e

como ensinar, a fim de possibilitar o planejamento de atividades de ensino para uma

aprendizagem de maneira adequada e coerente com seus objetivos. É a partir dessas

determinações que o professor elabora a programação de aprendizagem ajustadas às

capacidades cognitivas dos alunos.

A experiência escolar tem mostrado que a participação dos pais é de fundamental

importância para o desenvolvimento escolar e social das crianças. O Estatuto da Criança e do

Adolescente, no seu artigo 4º discorre:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à

saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990, p.12)

24

O dever da família com o processo de escolaridade e a importância de sua

presença no contexto escolar também é reconhecida publicamente através da Lei de Diretrizes

e Bases da Educação, que traz em seu artigo 1º o seguinte discurso:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,

na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

(BRASIL, 1996, p. 45)

Embora a legislação seja ampla no que tange à inclusão familiar no contexto

escolar, estas não tem sido suficientes para superar o grande atraso do sistema educacional –

uma das questões cruciais de educação das sociedades contemporâneas – que perseguem um

sistema que assegure a otimização de uma tarefa essencial em suas destinações históricas.

(NOGUEIRA, 2002)

Levando-se em consideração que família e a escola buscam atingir os mesmos

objetivos, preparar a criança para o mundo, devem estes comungar os mesmos ideais para que

possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da

escola e também os próprios alunos e seus pais. “[...] A escola nunca educará sozinha, de

modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a

escola, a relação com ela apenas começa. É preciso diálogo entre escola, pais e filhos.” (REIS,

2007, p.6)

A escola deve também, exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo,

informando, orientando sobre os mais variados assuntos, para que a reciprocidade, escola e

família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças. “[...] e toda

pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem

senão educados, ao menos informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a

seus filhos”. (PIAGET, 2007, p.50)

É importante que a família esteja engajada no processo ensino aprendizagem, isto

tende a favorecer o desempenho escolar, pois normalmente, apenas quatro horas a criança

permanece na escola, as outras vinte horas no convívio familiar.

O ambiente familiar bem como suas relações com o aprendizado escolar revelam

um campo pouco estudado, apesar de muito importante para o desenvolvimento e

aprendizagem da criança.

Desse modo, o próximo capítulo trata dos procedimentos metodológicos adotados

na pesquisa campo realizados na Escola particular de Fortaleza.

25

4. METODOLOGIA

4.1. Tipo de estudo

O procedimento metodológico caracterizou-se por uma revisão bibliográfica

complementada por uma pesquisa de campo e documental. De acordo com Marconi e

Lakatos (1996), a pesquisa de campo é uma fase que é realizada após os estudos

bibliográficos, para que o pesquisador tenha um bom conhecimento sobre o assunto, pois é

nesta etapa que ele vai definir os objetivos da pesquisa, as hipóteses, o meio de coleta de

dados e a metodologia aplicada.

4.2. Caracterização da Instituição

A Escola particular de Fortaleza, no Estado de Ceará, tem 216 alunos

matriculados em dois turnos, abrangendo a Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II.

Contando com 8 professores efetivos, 1 coordenador, 1 diretora pedagógica, 1 secretária, 1

auxiliar de serviços gerais, 1 diretora administrativa e 1 diretor financeiro.

Foi fundada no dia 08 de Fevereiro de 1996. É uma instituição privada com

mensalidades relativas às condições sócio econômicas da comunidade. A comunidade é

participativa vista a escola ter sido fundada somente com educação infantil, tendo aos poucos

ampliando os anos gradativamente.

Possui suas operações educacionais planejadas com antecedência para trazer mais

comodidade para a família se programar para que as finalidades sejam cumpridas com

determinação, clareza e os objetivos sejam alcançados.

Como modalidade de ensino, a Escola Universo em Harmonia oferece os cursos

de Educação Infantil (3, 4, 5 e 1º Ano), funcionando no período da manhã de 07:00h às

11:00h. Ensino Fundamental I compreendendo às 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Ano e o Ensino Fundamental

II com o 6º Ano, ambos no período da tarde, sendo legalmente reconhecida.

O núcleo gestor da escola é composto pelo Diretor Geral, Coordenador

Pedagógico, Coordenador administrativo financeiro e Secretário Escolar. Todos com objetivo

de contribuir para a melhora da qualidade de ensino aprendizagem, operacionalizando uma

sistemática e acompanhamento permanente.

No que se refere ao perfil social dos alunos, no fundamental I foi constatado que

há crianças com faixa etária entre 8 e 9 anos, são de famílias humildes mas com certo nível de

26

conhecimento e que dispõe de tempo para assessorá-las nos deveres escolares e acompanham

o desenvolvimento participando das atividades sociais que a escola oferece como exemplos:

encontro de pais, solenidades, festas. Embora geralmente trabalhem os dois.

4.3. Caracterização dos sujeitos da pesquisa

A pesquisa foi realizada com professores, pais, alunos e comunidade da referida

escola, contemplando sua condição física e social. Estes representam um aspecto crucial na

realidade educativa. Percebe-se ainda uma grande angústia entre as mães para se sobrepor ao

jogo das dificuldades financeiras. Denota-se neles uma vontade de lançar-se em outro mundo

social, porém, às vezes são embargados em virtudes do desenvolvimento cultural e sócio

financeiro.

4.4. Instrumento de coleta de dados

Para coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista contemplando algumas

questões relacionadas ao envolvimento das famílias e da escola na aprendizagem do

educando. Além da entrevista, foi realizada uma observação dos dados.

27

5. RESULTADOS E DISCUSSSÃO DOS DADOS

Analisando a relação família-escola no contexto escolar, podem-se constatar com

as entrevistas realizadas a professores, alunos, pais e comunidades, surgiram alguns dados

referentes às estratégias de trabalho utilizadas para os alunos. Esses dados foram instruídos

neste estudo para demonstrar claramente a atuação dos educadores junto aos alunos com

problemas de aprendizagem.

De um lado, foram priorizados os dados referentes a estratégias relacionadas aos

problemas de ensino aprendizagem, de outro apresentamos a relação família-escola.

Com base nos dados levantados foi possível constatar que as famílias dos alunos

que frequentam a escola se esforçam para manter seus filhos em uma escola privada, mesmo

sendo na periferia, sentem-se orgulhosos de tê-los matriculados na Escola particular de

Fortaleza, mesmo que sacrificando o salário ou arriscando a ser mais um inadimplente, visto

que é necessário pagamento de funcionários, encargos, e manutenção física da escola.

A escola vem passando por muitas dificuldades financeiras, o que impede de

oferecer mais conforto para o aluno mesmo porque a estrutura ainda está em processo de

ampliação. A inadimplência torna-se mais um empecilho e as medidas a serem tomadas não

passam de lembretes aos pais e conscientização o que não vem ando muito resultado.

GRÁFICO 1

Quanto ao perfil social dos alunos

Fonte: Secretaria da Escola particular de Fortaleza

PERFIL SOCIAL DOS ALUNOS

Alunos bem sucedidos

Alunos acompanhados da família

Alunos com dificuldades de aprendizagem

Alunos que não tem a participação dos pais

28

Na escola o corpo docente é composto por professores capacitados com formação

pedagógica, dedicados a arte de ensinar e comunicação. Os funcionários são representados

por auxiliares, coordenação, diretoria, secretários e funcionários.

A escola oferece acompanhamento pedagógico a assistência aos alunos com mais

dificuldades de aprendizagem. A participação dos pais não tem sido satisfatório e todo mês

acontece o chamado “Encontro de Pais e Educadores”. Dando continuidade com o

planejamento escolar e a semana pedagógica, com o objetivo de trazer os pais para a escola

transformando em parte ativa no processo de aprendizagem. Nos encontros há sempre

dinâmicas, relaxamento, sorteios, etc. Para assim estimular a participação dos pais e facilitar o

entrosamento entre todos. São lidas mensagens e discutida as metodologias e a missão da

escola, dando assim abertura aos pais para sugestões e questionamentos para melhoria.

As sugestões são recebidas e a partir daí os professores se reúnem com toda a

equipe pedagógica para fazerem o planejamento mensal, é feito o calendário do mês, para que

os professores vejam os dias letivos, feriados e datas importantes. O planejamento, como

também a semana pedagógica acontece na última semana de cada mês.

Durante o planejamento debatemos os textos técnicos, recebemos orientação sobre

o uso do material pedagógico, dinâmicas e atividades extras. Tendo com objetivo

interdisciplinaridade de acordo com os princípios integradores: Educação Cidadã.

Com relação a sistemática de avaliação dotada pelos docentes, pode-se averiguar

que de acordo com a filosofia da escola: “Educação e Integração Social do Aluno”, a escola,

apesar de sua estrutura simples vem procurando atingir seus objetivos capacitando seus

professores, acompanhando o trabalho de cada um oferecendo subsídios necessários para a

realização de um bom trabalho.

Devido ao poder aquisitivo dos alunos, o livro adotado pela escola é integrado (1º

ao 6º Ano), não muito rico em conteúdos, mas a escola distribui uma apostila elaborada pela

equipe pedagógica trabalhando e explorando os conteúdos, dentro da realidade da

comunidade escolar e tendo como bases os novos Parâmetros Curriculares Nacionais, as

atividades são ricas e complementares pesquisadas em diferentes fontes.

Os alunos são avaliados continuamente pela participação, assiduidade,

interpretação, organização. E no final de cada bimestre é feita uma avaliação de assimilação

(aprendizagem e compreensão) de conteúdos. Nesse momento o aluno é preparado

psicologicamente e informado, deixando assim o aluno bem à vontade para expressar suas

ideias.

29

Na elaboração do Projeto Político Pedagógico – a escola tem como filosofia

“Educação e Integração Social do Aluno”, cujo preparo deve ter em vista o seu crescimento

integral, através do desenvolvimento das áreas cognitivas, efetivas e psicomotor, situando-o

no meio ambiente e levando a um convívio racional com seus semelhantes.

Oportunizar através da continuidade educativa e de variadas experiências

educacionais, o atendimento de necessidades biopsicossocial do educando favorecendo o

desenvolvimento de suas potencialidades o sentido de desenvolver a capacidade do educando

por meio da comunicação e expressão de forma eficiente, através da língua nacional do senso

estético e criativo nas suas diferentes formas de extensão, possibilitando o relacionamento e o

dialogo com seus semelhantes. A escola tem como objetivo formar cidadãos conscientes e

críticos rumo ao futuro.

Os professores utilizam diversas estratégias e métodos diferentes para fazer

acontecer satisfatoriamente o ensino aprendizagem e não foi difícil perceber a facilidade com

que a professora Maria do 3º Ano consegue realizar este trabalho; formada recentemente, se

encontra cheia de ideias e muita afeição para com seus alunos. E quando perguntada sobre a

metodologia usada ela respondeu: “[...] eu não uso metodologia especifica, mesmo porque, eu

diversifico a forma como vou transmitir o conhecimento, está dando oportunidade para todos,

pois a forma que pode ser fácil para um, poderá se tornar complicado para outros e assim

meio a tantos métodos eu consigo fazer com que todos compreendam”. (PROFª. MARIA)

Realmente nós observamos que os alunos da professora Maria tem um nível muito

bom e se mostram interessados em aprender. Observamos também que existe um esforço,

uma vontade, um desejo, uma paixão por parte dos alunos e do professor no ensino

aprendizagem.

Ao observarmos tão bom relacionamento entre professor e aluno, fizemos um

questionamento à professora Maria sobre a relação da família com a escola. “[...] A relação

família e escola tem sido um dos fatores principais para um bom desempenho do aluno,

principalmente na minha turma.” (PROFª. MARIA)

Tornei a perguntar a professora Maria como vem sendo feita esta aproximação

com os pais.“[...] Geralmente os pais procuram a escola, através de comunicados nas agendas

que nesse caso é um elo entre nós e sempre que necessário estou participando do

desenvolvimento e as atividades no processo ensino aprendizagem. Muitas vezes quando

observo alguma deficiência nos meus alunos, comunico aos pais e peço colaboração”.

(PROFª. MARIA)

30

E será que estes pais realmente colaboram? No que diz respeito à necessidade de

transformar o ensino aprendizagem no sucesso que é direito de todos para a contribuição na

formação para a cidadania. “[...] No meu caso, ou melhor, no que se refere a minha turma,

como já falei a colaboração e participação dos pais tem sido correspondida satisfatoriamente”.

Na realidade, não foi difícil fazer essas observações, visto que fazemos parte do

corpo docente da escola e temos procurado trabalhar junto com as famílias, conscientizando-

as dos seus valores como parte integrada da escola. Mas para tornar concreta a veracidade das

observações e depoimentos, mesmo porque essa pesquisa só irá enriquecer mais ainda nosso

trabalho, resolvemos entrevistar alguns professores de outras turmas sobre a participação dos

pais e na formação da cidadania dos filhos tendo em conta os conhecimentos e orientação da

escola.

“[...] Aqui trabalhamos com a participação dos pais e isso é muito importante,

pois quando os pais participam e não aparecem na escola apenas para criticar, nosso trabalho

se torna muito mais rico”. (PROFª. REGINA)

Tendo em vista as observações feitas pelo corpo docente, que deixaram bem clara

que há uma boa relação entre a família e a escola, buscamos um diálogo com os pais e

ouvimos um depoimento de uma mãe:

“[...] Apesar de não ter muito tempo, mas estou sempre acompanhando meus

filhos, eles estudam aqui desde o Infantil III, o mais velho já vai terminar o 5º Ano e graças a

Deus sinto essa escola como se fosse minha família, não acho ruim quando meus filhos são

repreendidos por algum mal feito, porque quem ama não deve só passar a mão na cabeça, tem

que corrigir. E que agradeço demais a todos da escola que ajudam na educação dos meus

filhos, tudo que acontece aqui, de bom ou ruim eu sou informada e procuro colaborar com o

trabalho da escola”. (DONA PAULA)

Em muitos casos se observa que os autores parecem entrarem em harmonia no

que se refere à relação família e escola. Após ouvir depoimento de pais e professores se torna

claro a preocupação de todos integrarem seus filhos na sociedade, mesmo por caminhos às

vezes contraditórios se vê que o objetivo é único. O que os autores relatam na realidade

acontece embora às vezes numa prática ainda não bem sucedida, pela falta de conhecimentos

de profissionais e familiares.

O tema foi discutido em um encontro de pais e educadores, onde ouvimos muitas

opiniões e todas a favor da participação ativa da família na escola visando à melhoria do

desempenho escolar confirmando e citando aqui a opinião de uma mãe:

31

“[...] Acho realmente que as famílias devem ser conscientizadas sobre o seu valor

no acompanhamento dos filhos, pois quando os meus estudavam na escola, a responsabilidade

com a educação era exclusiva da escola, no entanto meus filhos eram relaxados, não

cumpriam com as atividades e não valorizavam a escola. Quando os coloquei aqui no inicio

achava chato quando era chamada só para saber como era o desempenho dos meus filhos,

com o tempo comecei a gostar dessa relação que a escola fazia e passei a valorizar... como

resultado, meus filhos hoje estão bem melhores em todos os aspectos”. (DONA NELBA)

Logo vejo que a escola é a principal responsável pela conquista dos pais.

Os professores aplaudiram o trabalho de incentivo às famílias e se colocaram à

disposição dos pais, tentando apagar assim aquela imagem que alguns pais ainda carregam de

que “assistir reuniões ou ir a escola nada mais é que ouvir besteira e perder tempo”.

Alguns alunos ainda disseram que: “[...] minha mãe tem mais o que fazer”.

Porém, outros ofereceram os pais para serem “amigos da escola” e os demais disseram:

“Minha mãe já vive aqui mesmo, ela sabe de tudo que se passa, até das minhas atividades ela

se envolve.” E são os últimos que se destacam melhor em todos os aspectos dentro da escola.

Como a escola já vem desenvolvendo um trabalho valorizando as famílias, o

debate sobre o tema foi mais um reforço e os encontros são feitos com a participação de pais

mais sensíveis e comprometidos, o núcleo gestor se propôs a fazer um projeto para a

conquista dos pais mais ausentes.

A parcela mais comprometida dos pais considerou o tema de fundamental

importância e demonstrou através de comentários ou gestos que a conscientização das

famílias será a garantia de sucesso das crianças na sala de aula e na vida. Portanto, é

indispensável que a família esteja em harmonia com a instituição escolar, uma vez que uma

relação harmoniosa só pode enriquecer e facilitar o desempenho educacional das crianças.

Na visão de Esteve (1999), a família abdicou de suas responsabilidades no âmbito

educativo, passando a exigir que a escola ocupe o vazio que aquela não pode preencher.

Sendo assim, o que se vê hoje são crianças chegando à escola e desenvolvendo suas

atividades escolares sem qualquer apoio familiar.

A família deve, portanto, se enforcar para estar mais presente em todos os

momentos da vida de seus filhos, inclusive, da vida escolar. No entanto, esta presença implica

envolvimento, comprometimento e colaboração. O papel dos responsáveis, portanto, é dar

continuidade ao trabalho da escola, criando condições para que seus filhos tenham sucesso na

sala de aula, assim como na vida fora da escola.

32

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste estudo percebeu-se a importância da relação família/escola no

processo educativo do aluno. Ambas são referenciais que dão sustentação ao bom

desenvolvimento da criança, portanto, quanto melhor for a parceria entre elas, mais positiva e

significativa será o desempenho escolar dos alunos. Porém, a participação da família na

educação formal dos filhos precisa ser constante e consciente, pois vida familiar e vida escolar

se complementam.

Diante dos dados levantados com a pesquisa realizada pode-se afirmar que o

ensino aprendizagem é o resultado de uma ação coletiva que envolve as famílias e a escola.

Visto que esta construção de conhecimentos influi positivamente no desenvolvimento

intelectual e melhor rendimento escolar do educando. Desde que este coletivo interaja de

forma significativa através de processos múltiplos com o meio sócio cultural.

Na realidade os profissionais da educação são responsáveis na criação do elo entre

a escola e a família, já que eles são conhecedores do problema que busque conquistar as

famílias que não vem acontecendo, muitas vezes principalmente quando se refere à escola

pública, eles preferem manter-se longe das famílias a terem aborrecimentos, isso mostra uma

falta de compromisso.

A função da escola não se restringe somente aos trabalhos com grupos, ela

amplia-se para as famílias e comunidade em geral. É necessário que os meios de comunicação

mostrem programas de incentivo, usando depoimentos de familiares, alunos como exemplos

de uma ação transformadora e formadora no ensino aprendizagem na construção da cidadania.

É preciso ter um elo na relação escola e família para que haja interação,

compreensão e que juntos busquem uma forma de aproximar toda a escola, família e

comunidade para que unidos transformem seus filhos em cidadãos honestos, dignos e com

valores morais e éticos.

Na verdade, há de se ter na escola uma didática que estimule no aluno sua

capacidade de raciocínio para que forme sua opinião própria e defenda seus interesses com

clareza e que sua família passe a fazer parte da sua vida escolar e apóia-lo.

A família, em parceria com a escola, são peças fundamentais para o

desenvolvimento pleno da criança e são fundamentais para um bom desempenho escolar.

Entretanto, é necessário que a escola crie mecanismos para atrair a família para o ambiente

intensificando e garantindo sua permanência através de reuniões mais interessantes e

motivadoras.

33

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34

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WEIL, Pierre. Manual de Psicologia Aplicada. São Paulo: Companhia Editora Nacional,

1995.

35

APÊNDICE

36

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Dados da identificação:

Nome:

Idade:

Sexo:

Nível de escolaridade:

Área de atuação:

Questões:

1. Como a escola vem acompanhando a avaliação do aluno no processo de ensino

aprendizagem?

2. Como se dá a relação família escola no ambiente escolar?

3. Como vem sendo realizada a aproximação da família com a escola ao desempenho do

ensino aprendizagem do educando?

4. Quais as estratégias que a escola adota para trazer os pais ao convívio educacional?