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Família IPP nº10

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Família IPP nº10, de 11 de novembro de 2012

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FAMÍLIAIPP

Uma publicaçãomensal da IgrejaPresbiterianaPaulistana

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Meiosde Graça

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Infelizmente somos muito ineficazes, no tocante à vida, em lidarmos com a dor. Ninguém gosta de senti-la, especialmente quando já, outrora, experimentada. Todos, inexoravelmente, fugimos ou no mínimo protelamos passar por dias sem sol, noites intermináveis, onde o breu da escuridão torna-se quase pesado a kilogramas. Por vezes, “lutamos com Deus” como que em um Vale de Jaboque, por experimentarmos o sabor amargo da dor, da angústia e especialmente do luto.

Hoje, especialmente hoje, ao voltar à rotina, após um período parado devido à recente perda de minha querida mãe, senti na pele o tocar frio e solitário do luto. Ele fez questão de caminhar ao meu lado, enquanto dirigia-me ao trabalho. Sentou à minha direita e com os olhos arregalados acompanhou tudo que eu fazia pela manhã. Mexeu nas gavetas da memória junto comigo. Rasgou coisas, releu outras, e com os olhos marejados de lágrimas viu, sorriu, reviveu momentos registrados em pedaços de papéis comigo. Por vezes, tratava de remoer e questionar as orientações do meu coração. Me fez chorar dúzias de vezes e me fez sentir, o que recentemente ouvi e li de um querido me consolando, o sabor agridoce da separação. Agridoce, pois nos faz experimentar, mesmo a contra gosto, o sabor amargo do lado de cá, mas nos aponta para uma realidade muito superior do lado de lá que nos faz cócegas ao céu da boca de tão melado que é. Um doce eterno que ninguém mais há de nos tirar.

Em meio a essa dinâmica de choros, sorrisos, doces lembranças e uma vontade imensa de abraçar e sentir o cheirinho daquela que por tanto tempo me carregou, protegeu, cuidou, me amou, uma conversa com um amigo.

Luan me convidou para almoçar. Em meio às garfadas, lágrimas temperavam a salada e a alegria de que Cristo nos garante um reencontro breve com minha querida mãe foram a trilha sonora de nosso almoço. Saímos em direção a uma pracinha ali perto. Dos nossos lábios, como soluço do coração, um louvor a Deus pelo que ele é e tem feito, lembrando-nos das palavras inspiradas do Apóstolo Paulo: “Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;” (2Coríntios 4.14-17).

E que maravilhoso é esse nosso Deus! Enquanto partilhávamos dessa alegria agridoce notei quando, a alguns metros, dirigia-se em nossa direção um jovem. Com poucas roupas, andar cambaleante, olhar congelado. Continuávamos a conversar enquanto o via se aproximar. Esperava qualquer coisa, mas não temi. De repente uma interpelação: “Vocês são crentes?”. Luan virou-se e sorriu, surpreso, assim como eu. Antes de responder a quem nos indagava, lembrei-me de Cristo e repliquei: “Quem te revelou isso? Como foi que soube?” Ele, com dificuldade na fala e olhar quase a desfalecer disse: “Ah, olhei para vocês e foi o que pareceu!”. Dissemos então: “Sim,

somos crentes em Cristo”. Ele, sem pestanejar treplicou: “Posso pedir que orem por mim?”. Pois não, dissemos àquele negro de pele bonita, cara de moço e fala suave. Porém, antes de orar fiz-lhe algumas perguntas. E uma de suas respostas me chamou a atenção. Ao perguntar-lhe o que queria além da oração ele disse que desejava retornar para casa, onde já estava longe há dois dias! Oramos.

Ao terminarmos perguntei-lhe como faríamos para que ele voltasse ao lar. Sua resposta foi: “Preciso de um dinheiro para pegar o ônibus “Belém” e em 40 minutos chego na casa da minha mãe”. Eu sorri, e tive a oportunidade de compartilhar com ele uma realidade muito mais profunda: “Não estou dizendo apenas do lar de sua mãe, mas do lar de seu Pai. O mesmo Pai que lhe falou ao coração e pediu para que viesse aqui, querido irmão. Venha, ouça a voz desse Pai e retorne ao Lar.” Meio confuso me citou alguns personagens bíblicos. Brinquei e disse: “Está vendo, você conhece para qual lar você de fato tem de voltar”. Enquanto caminhávamos rumo ao ponto de ônibus para colocá-lo à caminho da casa da mãe, contava-nos de sua vida. Disse que sua mãe Potira era desviada. Então, novamente o conduzimos ao verdadeiro lar, falando a ele de Cristo. Com os olhos marejados, olhou para o Luan e para mim e disse: “Posso ajoelhar aqui?” Perguntei, para quê? E ele sem hesitar: “Para voltar para casa!”. Dobramos com ele o joelho, no asfalto aquecido pelo sol das 15h. Juntos choramos e oramos enquanto éramos observados atentamente pelos que passavam pela calçada. Levantamos, e antes que ele embarcasse demos lhe algo para comer. O abraçamos e ao avistar o seu ônibus pudemos dizer: “Bem vindo de volta ao lar querido irmão Danilo”. Enquanto víamos o ônibus partir, extasiados, Luan e eu, comentávamos as maravilhas de Deus. Disse ao Luan: “Nós o encaminhamos de volta ao lar da mãe, o Espírito Santo se encarregará de encaminhá-lo ao lar do Pai”. Nos abraçamos e nos despedimos alegres e sorridentes.

Retornando ao trabalho, acompanhado pelo senhor luto, Deus continuou a falar ao meu coração. Novamente me levando a enxergar as realidades últimas que em alguma medida, mesmo que exponencialmente menor, vivemos aqui. Notei então que as dores de Danilo eram muito maiores que as minhas, que as nossas. Danilo tocava em “poeira de morte”. Não uma morte temporária que o senhor luto me traz à memória, mas uma morte que o levou para longe do verdadeiro lar, do verdadeiro Pai. Minhas dores então foram minoradas e acalentadas, afinal nem mesmo o incessante lembrete do constante luto pode roubar de mim a garantia de ausentar-me do lar, do verdadeiro abrigo. Lar, onde todos nós, salvos em Cristo, um dia nos encontraremos e certamente, ela, minha querida mãe, estará lá dizendo: “Estive em sua arquibancada, dizendo: Vai até o fim. Bem vindo ao lar”.

O luto, ah ele continua aqui, enquanto escrevo. Silente, presente, calado. Entretanto com uma função a mais, lembrando-me: “existem dores bem maiores que a sua, e que são eternas”. ▴

Dores maiores que as nossasEverton Levi

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Antes vinha nos jornais, hoje amarelecidos: “Por uma graça alcançada”. Agora vem na internet, e não apenas uma tirinha de pagamento de promessa, mas em programas do novo evangelicalismo. Vem até na fala de pregadores mal avisados. Graça não é sinônimo de bênção, mas, de fato, é consequência dela. Assim, será preciso entender que graça é um termo descritivo do caráter bondoso de Deus em todas as suas relações internas da Trindade e externas em relação à sua criação. Para nós, graça é o movimento de Deus a fim de conceder ao homem os benefícios da sua própria natureza. Nesse sentido, meios de graça são atos da providência de Deus para promover em nós a experiência de aplicação da teoria à prática inteligente de uma vida redimida. Como Pedro disse, são bênçãos poderosas que já foram concedidas na totalidade a fim de nos desarraigar das paixões da carne e do mundo, e nos capacitar para uma vida de piedade. Essas bênçãos são efetivadas em nós por meio da fé (disposição para crer), associada com a virtude (poder para aplicar), promovendo o conhecimento de Deus, o domínio próprio para vivê-lo, a perseverança para torná-lo essência de nosso caráter, a piedade para refleti-lo, o amor fraterno para executá-lo, e o amor a Deus e ao próximo que é a suma de tudo isso (2Pedro 1.5). Assim é que o Breve Catecismo, R. 88, diz: Os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos da redenção são as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os sacramentos e a oração, os quais todos se tornam eficazes aos eleitos para a salvação (Atos 1.41, 42; Mateus 28.19-20).

Palavra de Deus e Oração

Palavra de DeusO Deus que criou todas as coisas pela sua Palavra

– Jesus Cristo, o Verbo vivo que revela Deus e ilumina o homem (João 1.1-4) – estava no Éden a cada dia comunicando graça ao homem. Todo e eternamente providente, Deus falou aos homens (cujo conhecimento havia sido comprometido por causa do pecado) de muitas maneiras (Hebreus 1.1-4) e, depois, deu a Palavra escrita.

A Palavra de Deus descreve o Verbo, o Messias prometido, antes e depois de sua encarnação, àqueles que não mais o poderiam ver, iluminando-os para a justiça e a graça, e apondo os princípios da nova vida. Nele obtemos compreensão da Palavra como meio de graça, isto é, como meio eficaz para a salvação. Não obedecemos porque achamos salvação na lei. Obedecemos porque amamos aquele é a Lei, que cumpriu a própria lei e o juízo da lei, em nosso lugar, e que nos capacita à obediência mediante a justificação e santificação pelo seu sangue. Assim é que o Breve Catecismo diz:

O Espírito de Deus torna a leitura, especialmente a pregação da Palavra, meios eficazes para convencer e converter os pecadores, para edificar em santidade e conforto, por meio da fé para a salvação (R. 89; Provérbios 8.34) ... Para que a Palavra se torne eficaz para a salvação, devemos ouvi-la com diligência, preparação e oração, recebê-la com fé e amor, guardá-la em nossos corações e praticá-la em nossas vidas (R. 90; Lucas 8.18; 1Pedro 2.1, 2).

OraçãoA oração tem sido erroneamente vista e usada como

meio de obras para obter o favor de Deus. A Bíblia não autoriza esse uso, mas identifica a oração como meio de graça. Orar é uma maneira de experimentar a comunhão com Deus, entender sua vontade e receber seus favores. As orações do Antigo Testamento seguiam os estatutos dos velhos pactos. Jesus, instituidor da nova aliança, ensinou os parâmetros de oração para a igreja: (1) paternidade do Deus imanente e transcendente; (2) preeminência do seu reino; (3) soberania de sua vontade; (4) providência graciosa; (4) necessidade humana de imitação da graça perdoadora; e (5) dependência de Deus para a totalidade da vida (Mateus 6.9-13).

A Bíblia trata da oração como sendo trinitariana: Nós oramos ao Deus trino; oramos ao Pai (Mateus 6.6,9) ou a Jesus (João 14.14; ver Atos 1.24, 7.59, 9.10-17; 2Coríntios 12.8; 1Tessalonicenses 3.11; 2Tessalonicenses 2.16) ou ao Espírito e no Espírito (Efésios 6.18; Judas 1.20); em nome de

Meios de GraçaWadislau Martins Gomes

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Jesus (João 14.13); com a ajuda de e no Espírito (Romanos 8.26s; Efésios 6.18). As expressões “em nome de Jesus” e “seja feita tua vontade” não são refrões, mas invocações do pacto da graça. A última, até mesmo, indica a natureza da oração: o entendimento da vontade de Deus. A oração que pede bem (Tiago 4.3) é feita segundo a vontade divina revelada. Ela é meio de graça quando cumpre seu papel no pacto, de falar com Deus para entender sua vontade revelada na Bíblia e para a prática, sob orientação do Espírito, a fim de glorificar a Deus e usufruir o processo (Romanos 12.1-3). A oração dissipa toda ansiedade, quando fazemos nossas necessidades conhecidas de Deus – e conduzidos a avaliar as necessidades sentidas segundo sua vontade (Mateus 6.23-34).

SacramentosBatismo

O batismo é figura visível da administração do pacto. A cerimônia realizada com água não é garantia de salvação. Significa a morte e a ressurreição com Cristo (a entrada no pacto), que realmente salva. O batismo nos introduz aos aspectos terrenos do pacto – a igreja visível.. Para entender isso teremos de pensar na ação pactual em termos da distinção Criador/criatura. Deus é o Pactuante soberano, eleitor e redentor, e, nós, os recipientes do pacto, filhos, irmãos e servos de Cristo e em Cristo.

Assim, a união com Cristo e em seu corpo invisível, a igreja universal, é selada com o batismo do Espírito (que não é uma segunda bênção, mas a bênção que nos é assegurada pela morte e ressurreição de Cristo (Romanos 6.3-4; Mateus 3.11; Marcos 10.38-39). O Filho de Deus e Filho do homem, Jesus Cristo, sendo batizado por João, cumpriu o prerrequisito cerimonial da purificação para o sacrifício vicário do Cordeiro de Deus (João 1.30-34). Este é o batismo que salva, não sendo com água, mas na obra de Cristo (1Pedro 3.21).

A união com Cristo no seu corpo visível, a igreja terrena, é selada com o batismo com água. Mais do que o testemunho do salvo para a igreja, o batismo é o testemunho da igreja a respeito do pacto. O batismo visível, cerimonial, com água, é figura do pacto da graça, da adoção de filhos que crescem para serem irmãos e amadurecem para serem servos, à semelhança de Cristo, Filho, Irmão e Servo. O batismo sela a participação terrena nas bênçãos concedidas em Cristo. É selo da comunhão com o Deus triuno e com seu povo, do compromisso de unidade, fidelidade e amor mútuo, da disposição para andar juntos no Caminho. Sendo selo visível do aspecto terreno do pacto, e testemunho da igreja mais do que do indivíduo, o batismo com água insere o indivíduo na participação do corpo visível. Sendo também um testemunho individual, às vezes a igreja não terá como evitar a recepção de pessoas não regeneradas. É o caso do joio no trigal (Mateus 13-18-43).

Em Atos 2. 38-39, Pedro diz: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar”. A palavra grega para filhos, aí, indica infantes “de vós nascidos”.

Ceia do SenhorComo diz Calvino, Jesus Cristo é a única fonte de

nutrição para a alma, através da Palavra escrita e pregada, mediante a operação do Espírito. A fim de que entendêssemos a extensão de nossa comunhão com Cristo e com seu corpo, Deus nos deu a figura da ceia do Senhor (Lucas 22.14-20). Estavam celebrando a páscoa, sinal da aliança mosaica, quando Jesus a transformou na nova aliança. Nesse sentido, a ceia do Senhor sinaliza e sela em nossas consciências os mandamento e promessas do pacto da graça. É um espelho da obra redentora, elevando-nos da miserabilidade do nosso pecado às riquezas de Deus. Ela focaliza toda nossa percepção interior e exterior na centralidade da cruz e da ressurreição como ponto de referência para todos os relacionamentos, com Deus e com seu povo.

Da mesa da páscoa, o Senhor tomou o pão e o vinho como elementos para a ceia do pacto da graça. Nas palavras de Paulo (1Coríntios 11.23-34), a dinâmica da ceia do Senhor é a dinâmica da vida pactual. O pão é o corpo de Cristo partido no lugar de nosso corpo de pecado; e o vinho é o sangue de Cristo vertido para pagamento do resgate de nossa vida. Como Paulo também interpreta, Cristo tomou o cálice da maldição, e deu-nos a beber o cálice da bênção, e nele, “nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos nós participamos do único pão” (1Coríntios 10.16-17).

A ceia do Senhor é meio de graça no sentido de que nos leva a considerar a graça de Deus, passando sobre nosso pecado, e renovando o pacto com Cristo e com sua igreja. A ceia do Senhor não é uma obra meritória de santos em si mesmos, mas meio de graça para salvos em santificação. Ninguém deveria participar dela, estando em pecado, nem deixar de participar por causa de pecado. A ceia do Senhor é o último dia que Deus concede antes da bênção ou da disciplina. Para participar corretamente da ceia do Senhor, o crente deverá discernir (dignificar) o corpo de Cristo, examinando a si mesmo, confessando a todos que estão dentro do círculo do pecado. Quem assim proceder, proclamará, com verbo e vida, a morte e a ressurreição do Senhor.

Esses meios de graça deveriam ter valor imenso para a nossa vida. Eles são nosso asseio, nossa comunicação, nossa alimentação e nosso passaporte em todos os aspectos da vida, material e espiritual. Lembre-se da admoestação de Pedro: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso” (1Pedro 2.1-3). ▴

Rev. Wadislau Martins Gomes é pastor da IPP e Secretário de Apoio Pastoral da Igreja Presbiteriana do Brasil.

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Existe um fluxo para a História e para a cultura. E o modo de pensar das pessoas é o fundamento e a fonte deste fluxo. As pessoas são únicas no mundo interior da mente – o que elas são em seu mundo de pensamento determina como elas agem. Isso é verdade tanto para o seu conjunto de valores quanto o é para a sua criatividade. É verdade para as suas ações coletivas, tais como suas decisões políticas, e é verdade para a sua vida pessoal. As conseqüências da sua cosmovisão fluem por entre os seus dedos ou através da sua língua em direção ao mundo afora. É verdade tanto para o formão de Michelangelo quanto para espada de um ditador.

Todas as pessoas têm seu pressupostos, e elas vão viver do modo mais coerente possível com estes pressupostos, mais até do que elas mesmas possam se dar conta. Por pressupostos entendemos a estrutura básica de como a pessoa encara a vida, a sua cosmovisão básica, o filtro naquilo que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos apoiam-se naquilo que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos das pessoas funcionam como um filtro, pelo qual passa tudo o que elas lançam ao mundo exterior. Os seus pressupostos fornecem ainda a base para seus valores e, em conseqüência disto, a base para suas decisões.

“Assim como pensa, assim um homem é” é de fato muito profundo. Um indivíduo não é mero produto das forças a seu redor. Ele tem uma mente, um mundo interior. Então, tendo pensamentos, uma pessoa pode agir no mundo exterior, exercendo influência sobre ele. As pessoas estão prontas para olhar para o palco das ações, esquecendo-se do sujeito “que vive na sua mente” e que, portanto, é o sujeito que de fato age no mundo exterior. É o mundo interior dos pensamentos que determina a ação externa.

A maioria das pessoas “pega” seus pressupostos do contexto familiar e da sociedade circundante, da mesma maneira que uma criança “pega” sarampo. Entretanto, as pessoas um pouco mais esclarecidas percebem que os seus pressupostos devem ser escolhidos após uma cuidadosa consideração de qual cosmovisão é verdadeira. Quando isso tiver sido feito, quando todas as alternativas tiverem sido exploradas, “não vai sobrar ninguém pra contar história” – isto é, embora haja grande variedade de cosmovisões ou pressupostos básicos. Estas opções básicas ficarão evidentes ao analisarmos o fluxo da história.

Para entendermos onde estamos no mundo de hoje – em nossas idéias intelectuais e em nossa vida cultural e política – é preciso seguir três linhas distintas na História, que são a filosofia, a ciência e a religião.

A filosofia busca respostas intelectuais para questões básicas. A ciência divide-se em duas partes: a primeira trata das manifestações do mundo físico, a segunda da posterior aplicação prática das suas descobertas no campo tecnológico. A direção tomada pela ciência é determinada pela cosmovisão filosófica dos cientistas. As cosmovisões religiosas das pessoas também determinam os rumos de suas vidas individuais e da sua sociedade.

É importante notar a diferença que faz as cosmovisões das pessoas nas forças que elas manifestam à medida que são expostas às pressões da vida. O fato de terem sido os cristãos capazes de resistir às misturas e sincretismos religiosos e aos efeitos da fraqueza da cultura romana é prova da força da cosmovisão cristã. Tal força repousava no fato de Deus ser um Deus infinito-pessoal e no que ele diz no Antigo Testamento, na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo e no Novo Testamento que estava em gradual desenvolvimento. Ele havia falado de maneira que as pessoas podiam entender. Dessa forma, os cristãos não apenas tinham um conhecimento sobre o universo e a humanidade que as pessoas não conseguiam obter por si mesmas, como também tinham valores universais e absolutos, pelos quais deviam viver e pelos quais deviam julgar a sociedade e o Estado político em que viviam. E tinham fundamentos para atribuir dignidade e valor essencial, enquanto ser único, feito à imagem de Deus.

Uma cultura ou indivíduo com bases fracas só pode manter-se em pé se a pressão não for muito grande. Para efeito de ilustração, imaginemos uma ponte romana. Os romanos construíram pequenas pontes côncavas sobre grande parte dos rios da Europa. Há séculos, ou melhor, há dois milênios, milhares de pessoas e carros passam por sobre essas estruturas. Mas se alguém fosse atravessá-la hoje com caminhões fortemente carregados, elas não resistiriam. E a mesma coisa acontece com as vidas e sistema de valores das pessoas e das colunas que não têm base mais forte sobre a qual edificar do que a sua própria limitação. Elas até conseguem resistir a pressões não muito grandes, mas quando as pressões se acumulam, se então elas não tem base suficiente, acabam desmoronando – precisamente como uma ponte romana desmoronaria debaixo do peso de uma caminhão de seis eixos. A cultura e as liberdades das pessoas são frágeis. Se não houver base suficiente quando pressões como estas vêm, é uma questão de tempo – e muitas vezes não muito tempo – até o colapso. ▴

Extraído e adaptado do livro Como Viveremos, do Rev. Francis Schaeffer, disponível pela Editora Cultura Cristã.

O que é uma cosmovisão?Francis Schaeffer

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A IPP é uma aliança de remidos de Cristo, implantada no coração de São Paulo e comprometida com a instrução da Bíblia, a comunhão com Deus e com seu povo, a adoração do seu nome e as realizações do seu serviço.

Reunimo-nos aos domingos às 10hs:Hotel IntercontinentalAlameda Santos, 1123ippaulistana.org

Informações sobre estudos bíblicos:Rinaldo Lotti: [email protected]ções para o Família IPP:David Portela: [email protected].

facebook.com/ippaulistana

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youtube.com/ippaulistana

6 11 de novembro de 2012

FAM

ÍLIA

Tudo em família: Marcelo e IvanaRaquel Magalhães Reis

(“Tudo em família” é uma nova coluna mensal que tem o objetivo de nos ajudar a conhecer as pessoas que fazem parte da IPP, aproximando mais e mais a nossa família na fé. ~ Editor)

O ir e vir para o trabalho pode ser sinônimo de stress e aborrecimentos para muita gente. Mas, para o casal Marcelo Valim e Ivana Scancarelli Carvalho, esse é um dos momentos mais prazerosos do dia. Como trabalham juntos, os percursos feitos todos os dias e que os levam de casa até o escritório da Comunicações Evangélicas (Comev), é encarado como um dos pontos altos. Lá, ambos executam suas atividades: ela na área de vendas; ele, como gerente da empresa.

Experientes, o casal conta que essa não é a primeira vez que dividem o mesmo ambiente profissional. “Conhecemos-nos em 1993, quando trabalhávamos numa outra empresa”, lembra Ivana. Foi nessa época que Deus fez surgir entre eles amor que os uniria através do casamento, celebrado há 12 anos.

Ivana é natural de São Paulo, capital. Já Marcelo, nasceu na cidade de Campinas. Juntos não têm filhos, mas Marcelo tem dois, de seu primeiro casamento. Ivana nasceu em tradicional família católica “não praticante”, como faz questão de frisar. Conta que passou a ter maior conhecimento da vida cristã depois que conheceu o marido. Marcelo nasceu em berço evangélico. Filho de pastor, ele assegura que aos 15 anos, em um acampamento organizado pelo ministério

Palavra da Vida, teve seu encontro definitivo com Deus. À Igreja Presbiteriana Paulistana o casal chegou

através de convite feito pelo reverendo Alderi Mattos. Ivana sempre acompanhou Marcelo aos cultos, desde os temos de namoro, mas foi na IPP que ela tomou a decisão mais importante de sua vida: aceitou a Jesus e professou sua fé publicamente.

Quando não estão trabalhando ou cuidando dos afazares domésticos, o casal gosta de praticar atividades físicas. O Marcelo adora assistir a filmes antigos!

Seja no trabalho, em família ou quando realizam as coisas mais corriqueiras do dia, eles não se esquecem daquele que é infinitamente mais: “Em todas as coisas colocamos Deus em primeiro lugar”, testemunham.

Que o exemplo e a harmonia do casal possam inspirar a todos!

Versículo escolhido:Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça. E todas as coisas vos serão acrescentadas. - Mateus 6:33. ▴

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