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FAMÍLIA SOCIOAFETIVA: OLHARES NO EMPODERAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO João Otávio Chinem Alexandre Alves 1 Mariana Rodrigues 2 Pedro Pereira Borges 3 RESUMO: O presente trabalho objetiva fazer uma análise do afeto como impulsionador das novas configurações familiares. Justifica-se a temática em virtude de a família estar em constante processo de transformação, ultrapassando todas as antigas formalidades, passando a atuar como núcleo socioafetivo necessário para a formação dos membros formadores da família e fundamental para o desenvolvimento humano. Para melhor compreensão do processo de transformação das modalidades familiares, foi realizada uma contextualização histórica abordando a direta influência da sociedade nas relações, bem como correlacionado com a Constituição Federal e o princípio da Dignidade da Pessoa Humana e, também, com os princípios voltados ao Direito de Família, tais como autonomia privada, igualdade, liberdade, pluralismo familiar e a afetividade como direito do indivíduo, que deve ser assegurado pelo Estado a fim de estabelecer o bem comum. Desse modo, os estudos enaltecem a entidade familiar afetiva vocacionada a promover o empoderamento familiar e o desenvolvimento humano, frente a dignidade e a realização da personalidade de seus membros, integrando sentimentos, esperanças e valores, sendo alicerce primordial para a constituição das chamadas novas famílias. Palavras-chave: 1. Família socioafetiva. 2. Afeto. 3. Empoderamento. 4. Desenvolvimento humano. 1 INTRODUÇÃO A família é a base da sociedade. É composta por diversas pessoas unidas por meio de laços sanguíneos, convivência, afeto e interesses comum, com o escopo de desenvolver as personalidades e potencialidades de seus membros. 1 Graduado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco. Pós-Graduando em Direito de Família pela Universidade Estácio de Sá. Mestrando em Desenvolvimento Local – Bolsista CAPES/PROSUP, com ênfase na Cultura, Identidade e Diversidade na Dinâmica Territorial – UCDB. E-mail: [email protected] 2 Graduada em História pela Universidade Católica Dom Bosco. Mestranda em Desenvolvimento Local. Bolsista CAPES. Graduada em História pela Universidade Católica Dom Bosco. E-mail: [email protected] 3 Professor orientador da disciplina “A dimensão humana e solidariedade ativa no contexto de territórios” do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco. Anais do XIV Congresso Internacional de Direitos Humanos. Disponível em http://cidh.sites.ufms.br/mais-sobre-nos/anais/

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FAMÍLIA SOCIOAFETIVA: OLHARES NO EMPODERAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

João Otávio Chinem Alexandre Alves1 Mariana Rodrigues2

Pedro Pereira Borges3

RESUMO: O presente trabalho objetiva fazer uma análise do afeto como impulsionador das novas configurações familiares. Justifica-se a temática em virtude de a família estar em constante processo de transformação, ultrapassando todas as antigas formalidades, passando a atuar como núcleo socioafetivo necessário para a formação dos membros formadores da família e fundamental para o desenvolvimento humano. Para melhor compreensão do processo de transformação das modalidades familiares, foi realizada uma contextualização histórica abordando a direta influência da sociedade nas relações, bem como correlacionado com a Constituição Federal e o princípio da Dignidade da Pessoa Humana e, também, com os princípios voltados ao Direito de Família, tais como autonomia privada, igualdade, liberdade, pluralismo familiar e a afetividade como direito do indivíduo, que deve ser assegurado pelo Estado a fim de estabelecer o bem comum. Desse modo, os estudos enaltecem a entidade familiar afetiva vocacionada a promover o empoderamento familiar e o desenvolvimento humano, frente a dignidade e a realização da personalidade de seus membros, integrando sentimentos, esperanças e valores, sendo alicerce primordial para a constituição das chamadas novas famílias. Palavras-chave: 1. Família socioafetiva. 2. Afeto. 3. Empoderamento. 4. Desenvolvimento humano.

1 INTRODUÇÃO

A família é a base da sociedade. É composta por diversas pessoas unidas por meio

de laços sanguíneos, convivência, afeto e interesses comum, com o escopo de desenvolver

as personalidades e potencialidades de seus membros.

1 Graduado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco. Pós-Graduando em Direito de Família pela Universidade Estácio de Sá. Mestrando em Desenvolvimento Local – Bolsista CAPES/PROSUP, com ênfase na Cultura, Identidade e Diversidade na Dinâmica Territorial – UCDB. E-mail: [email protected] 2 Graduada em História pela Universidade Católica Dom Bosco. Mestranda em Desenvolvimento Local. Bolsista CAPES. Graduada em História pela Universidade Católica Dom Bosco. E-mail: [email protected] 3 Professor orientador da disciplina “A dimensão humana e solidariedade ativa no contexto de territórios” do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco.

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As transformações nas famílias possibilitam o aparecimento de novas entidades

familiares, que são decorrentes da evolução da sociedade. O que propõe o artigo aqui

apresentado é a modalidade de família socioafetiva, que pode ser entendida como aquelas

na qual o afeto é impulsionador dessas relações.

Em virtude do avanço dos arranjos familiares, o trabalho objetiva realizar uma análise

do afeto como elemento necessário para a formação dos membros da família e fundamental

para o desenvolvimento humano.

Para isso, será realizada uma contextualização história acerca das famílias, bem como

uma análise do afeto frente aos princípios norteadores do Direito de Família, em prol da

busca de aceitação moral e social, além do reconhecimento jurídico em mutualidade com a

autonomia privada, igualdade, afetividade, dignidade da pessoa humana, liberdade,

pluralidade das modalidades familiares e a devida proteção da família por parte do Estado,

de acordo com o artigo 226 da Constituição Federal.

No que tange ao caráter, educação e valores ético e morais, o afeto possui papel

importante, uma vez que é impulsionador para as diversas interfaces do desenvolvimento, a

fim de valorizar elementos subjetivos como as necessidades humanas.

Sendo assim, a família acompanha os processos de transformação social e cultural,

sendo vocacionada a promover o empoderamento familiar e desenvolvimento humano,

frente a dignidade e a realização da personalidade de seus membros, seus sentimentos,

esperanças e valores, sendo alicerce primordial para a constituição das famílias

socioafetivas.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA FAMÍLIA

A definição de família pode possuir diversos significados para diversas áreas das

ciências humanas e de diversos ramos do saber. Maluf (2009) utiliza por definição de família

como sendo ela um grupo social formado por diferentes elementos que mantêm laços entre

si. No contexto da família os momentos histórico-culturais, culturais e sociais interferem

diretamente em seu modo de formação e em sua definição.

A afirmação de Maluf é uma das incontáveis definições de família encontrada nas

diferentes sociedades e períodos da história. Sua construção é proporcionada de acordo com

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seu contexto social, em que se formam e se modificam conforme as transformações da

sociedade, passando a assumir formas específicas, construídas de acordo com as normas

culturais. Sendo assim “a contextualização da família na sociedade possui arcabouço

diversificado de conceitos. A concepção de família que historicamente foi sendo construída

é fruto da trajetória de sua existência na sociedade” (OLIVEIRA, 2009, p. 23).

Entendemos a família como a composição de pessoas unidas por relação conjugal ou parental, permeada por afeto, interesses comuns, onde o homem inserido e protegido tem a possibilidade de desenvolver plenamente sua personalidade e potencialidades (MALUF, 2010, p.18).

A família em seu processo de transformação ultrapassa todas as antigas formalidades,

passando a atuar como núcleo socioafetivo necessário para a formação dos membros

formadores da família e torna-se fundamental base de todo o desenvolvimento humano.

Nesse contexto, podemos afirmar que a família passa por profundas transformações, tanto internamente, no que diz respeito a sua composição e as relações estabelecidas entre seus componentes, quanto às normas de sociabilidade externas existentes, fato este que tende a demonstrar seu caráter dinâmico (OLIVEIRA, 2009, p. 23).

Para melhor compreensão do processo de transformação da família é necessária uma

breve contextualização histórica, abordando os grandes marcos de direta influência nas

relações familiares.

Segundo Teruya (2009, p. 2), a história da família brasileira foi escrita de forma que

pode ser dividida em “[...] dois posicionamentos conceituais específicos: um primeiro, que

se projeta a partir do modelo de família patriarcal como sendo um modelo a- histórico de

família brasileira; e um segundo, onde este modelo é revisto”.

No primeiro posicionamento a família patriarcal é vista como necessária e importante

para se manter o núcleo familiar. O segundo posicionamento preza pela construção da

história da família em suas diversas dimensões.

A família patriarcal foi predominante no período colonial e do Império. Pode ser

definida como o momento no qual o detentor do poder o patriarca mantinha o controle de

todas as relações familiares, caracterizadas pela necessidade de famílias extensas e com

relações diversas podendo possuir filhos legítimos e bastardos, esposas e concubinas e toda

uma outra gama de parentes e agregados. Este modelo por muito tempo foi visto como

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necessário pelas autoridades religiosas para manter a ordem, a decência e os valores

familiares instituídos pela sociedade.

Teruya (2009) indica que as relações familiares no Brasil foram profundamente

alteradas após as transformações sociais e econômicas geradas pela abolição da escravatura

e as posteriores inovações industriais.

Esta alteração econômica e social do mundo rural para a industrialização criou novas

concepções de trabalho. A mulher passou a fazer parte do mercado de trabalho

transformando a dinâmica familiar, criando novas possibilidades de carreiras, de estudo,

tornando possível um processo de autonomia do sexo feminino e consequentemente

modificando as relações familiares.

Castro e Zago (2011) complementam essa ideia afirmando que no início do século

20, a família legitimada era apenas a formada pelo casamento sendo o homem a mulher e os

filhos. A esposas e os filhos ainda eram considerados inferiores em relação ao patriarca,

devendo obediência e respeito a ele. A suposta moral da sociedade ainda não permitia outros

tipos de relações ilegítimas e os ditos filhos ilegítimos. Afirma também que as mudanças,

sociais, econômicas e culturais dos avanços industriais e inserção da mulher no mercado de

trabalho modificaram substancialmente as concepções de família.

Mesmo com essa modificação do conceito de família o principal momento de

reavaliação dos conceitos existentes ocorre na década de 1990, após a superação de todas as

concepções abordadas anteriormente. Este grande marco ocorreu com a implantação da

Constituição de 1988, que passou a apoiar a igualdade de direitos e reconhecer formalmente

outros tipos de união além da formal realizada por meio do casamento.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, revolucionou-se o Direito de Família, quando se estabeleceu: a) a igualdade jurídica entre homem e mulher, prevista no art. 5º, I; b) de modo mais específico, a igualdade dos direitos e deveres no exercício da sociedade conjugal, conforme o § 5º do art. 226; c) a quebra da hegemonia do casamento como única forma válida de constituição da família, reconhecendo como entidade familiar a união estável e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, prevista nos §§ 3º e 4º do já citado art. 226; d) a equiparação de todos os filhos, havidos ou não da relação de casamento, reconhecendo os mesmos direitos e qualificações, proibindo quaisquer discriminações relativas à filiação, conforme o § 6º do art. 227. (CASTRO; ZAGO, 2011, p.110)

A visão de família e seus direitos foram amplamente modificados passando do poder

patriarcal para uma análise de todas as interações sociais envolvidas e igualdade de direitos.

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Desde o progressivo ganho das novas concepções de núcleo familiar houve a

aproximação dos conceitos de família e de direitos de família abordados na atualidade.

Utilizando a definição de Teruya (2009, p. 1) este novo modelo pode ser considerado “[...]

como uma instituição mediadora entre o indivíduo e a sociedade, submetida às condições

econômicas, sociais, culturais e demográficas, mas que também tem, por sua vez, a

capacidade de influir na sociedade”, sendo assim o pleno ganho de não estava muito longe

de ser alcançado, mesmo com a verificação de empecilhos que “durante décadas a legislação

brasileira protegeu a todo custo a instituição da família e os laços sanguíneos entre os

parentes, vedando ou criando empecilhos para a dissolução da relação conjugal e para a

adoção, ignorando a importância do afeto em tais relações” (CUNHA, 2010, s.p.).

3 O AFETO FRENTE AOS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO DE FAMÍLIA

A afetividade é o laço criado entre os seres humanos para demonstrar suas emoções

e sentimentos a outro ser, tendo como base a solidariedade, a cooperação e consideração

recíproca adquiridos pelo convívio, que existem independentemente de qualquer liame

genético.

Inicialmente se faz necessária à atenção aos princípios constitucionais, visto que a

evolução da sociedade contribui para o surgimento de novas relações sociais e entidades

familiares, conforme corrobora Gonçalves (2005, p.1):

A família é uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que repousa toda a organização social; sem sombra de dúvidas trata-se de instituição necessária e sagrada para desenvolvimento da sociedade como um todo, instituição esta merecedora de ampla proteção do Estado. As alterações introduzidas visam preservar a coesão familiar e os valores culturais, conferindo-se à família moderna um tratamento mais consentâneo à realidade social atendendo-se às necessidades da prole e de afeição entre os cônjuges e os companheiros e aos elevados interesses da sociedade.

O afeto é o novo protagonista dos núcleos familiares, com base na convivência e

sentimento existente entre as pessoas, pois predomina a afirmação que “melhor pai ou mãe

nem sempre é aquele que biologicamente ocupa tal lugar, mas a pessoa que exerce tal função,

substituindo o vínculo biológico pelo afetivo” (GAMA, 2003, p. 482).

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A assertiva supramencionada não descarta a importância da genética e ancestralidade

dos indivíduos, porém, no que tange a realidade social e cultural, o Direito de Família atribui

valor jurídico ao afeto.

O respaldo jurídico se encontra na Constituição Federal, sendo declarada permitida

a comunhão de vida familiar sem que haja restrição e/ou imposição de pessoa jurídica de

direito privado ou público. Maria Helena Diniz define os princípios como normas jurídicas

que se distinguem das regras não só porque têm alto grau de generalidade, mas também

por serem mandados de otimização (DINIZ, 2007, p. 22).

O princípio que dá início a discussão do trabalho em tela é da autonomia privada,

que é dada a liberdade de escolher a forma como o cidadão vai regulamentar a própria vida.

Este princípio tem ligação correspondente ao princípio da liberdade, que pode ser

simplificado como o tratamento isonômico no contexto familiar, assegurando o direito de

fazer escolhas no âmbito afetivo

Para entender a questão do afeto, é preciso respeitar o princípio da igualdade e

liberdade, por abrirem portas ao pluralismo familiar e possíveis novas configurações

familiares. Dias (2012, p. 64) disciplina:

A constituição, ao instaurar o regime democrático, revelou enorme preocupação em banir discriminações de qualquer ordem, deferindo á igualdade e à liberdade especial atenção. Em face do primado da liberdade, é assegurado o direito de constituir uma relação conjugal, uma união estável hétero ou homossexual. Com este princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros, desaparece o poder marital, e a autocracia do chefe de família é substituída por um sistema em que as decisões devem ser tomadas de comum acordo entre conviventes ou entre marido e mulher, pois os tempos atuais requerem que marido e mulher tenham os mesmos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal, o patriarcalismo não mais se coaduna com a época atual, nem atende aos anseios do povo brasileiro; por isso juridicamente, o poder de família é substituído pela autoridade conjunta e indivisiva, não mais se justificando a submissão legal da mulher. Há uma equivalência de papéis, de modo que a responsabilidade pela família passa a ser dividida igualmente entre o casal.

O pluralismo familiar existe em virtude do progresso da sociedade e nos novos

modelos de relacionamentos. Segundo a ótica de Dias (2012, p. 64) este princípio deve ser

encarado como o reconhecimento de várias possibilidades de arranjos familiares pelo

Estado, sejam relacionamentos homossexuais, monoparentais, anaparentais e até mesmo os

socioafetivos.

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Anterior a Constituição de 1988 apenas o casamento tinha proteção e

reconhecimento. Após a nova ordem constitucional surgiram novas formas de famílias,

rompendo barreiras patriarcais e buscando adequações daquilo que já existe na sociedade,

dando cada vez mais atenção à afetividade.

Para Gagliano (2012, s.d.), todo direito de família moderno gira em torno do princípio

da afetividade, e este ganha cada vez mais destaque por estabelecer uma quebra de hierarquia

familiar e enaltecer a afetividade entre os membros das famílias. Tal princípio está na

previsto na Constituição Federal, conforme salienta Lôbo (2003, p. 43):

O princípio da afetividade está estampado na Constituição Federal de 1988, mais precisamente em seus artigos 226 §4º, 227, caput, § 5º c/c § 6º, e § 6º os quais preveem, respectivamente, o reconhecimento da comunidade composta pelos pais e seus ascendentes, incluindo-se aí os filhos adotivos, como sendo uma entidade familiar constitucionalmente protegida, da mesma forma que a família matrimonializada; o direito à convivência familiar como prioridade absoluta da criança e do adolescente; o instituto jurídico da adoção, como escolha afetiva, vedando qualquer tipo de discriminação a essa espécie de filiação; e a igualdade absoluta de direitos entre os filhos, independentemente de sua origem.

Dias (2007, p. 39) afirma ser este o princípio norteador do direito de família,

justificando que “o fundamento básico do casamento e da vida conjugal é a afeição entre os

cônjuges e a necessidade de que perdure completa comunhão de vida”.

Do mesmo modo, (BARROS, 2002) garante que a afetividade é um direito do

indivíduo, que deve ser assegurada pelo Estado a fim de estabelecer o bem comum de todos:

O direito ao afeto é a liberdade de afeiçoar-se um indivíduo a outro. O afeto ou afeição constitui, pois, um direito individual: uma liberdade que o Estado deve assegurar a cada indivíduo, sem discriminações, senão as mínimas necessárias ao bem comum de todos.

O princípio da afetividade deve ser aplicado no caso concreto, levando sempre em

consideração que uma família é diferente da outra, razão pela qual exige a imparcialidade.

Atrelado ao espírito de solidariedade e cooperação das células sociais, Dias (2007, p. 69)

“evidencia que o princípio norteador do direito de família é a afetividade”.

Para fechar o rol de princípios norteadores do Direito de Família, o princípio da

Dignidade da Pessoa Humana é considerado formador da base do Estado Democrático de

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Direito, que possui o escopo de promover os direitos humanos e a justiça social, além de

respaldar todos os supramencionados, conforme explicita (DIAS, 2011, p. 62).

A preocupação com a promoção dos direitos humanos e da justiça social levou o constituinte a consagrar a dignidade da pessoa humana como valor nuclear da ordem constitucional. O princípio da dignidade humana é o mais universal de todos os princípios. É um macroprincípio do qual se irradiam todos os demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade, uma coleção de princípios éticos.

A Constituição Federal de 1988 reconhece a dignidade da pessoa humana como

fundamento da ordem jurídica, o que justifica a ligação de todos os demais princípios a este.

Em consonância com o Art. 227 da Constituição, Dias (2009, p. 62) defende que o Estado

precisa garantir meios dignos para o benéfico desenvolvimento da sociedade:

Trata-se de um princípio garantido constitucionalmente, no que tange ao Estado, pode-se dizer que este, tem não apenas o dever de abster de atitudes que ferem a dignidade humana, mas também o dever de proporcionar meios existenciais para que cada ser humano viva de forma digna.

Sendo assim, o princípio da dignidade da pessoa humana busca o desenvolvimento

pleno de todos os membros, ou seja, através dele busca garantir a harmonia das pessoas no

convívio familiar.

4 FAMÍLIA SOCIOAFETIVA, EMPODERAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

Como foi abordado acima, o conceito de família está atrelado ao afeto como

impulsionador da constituição de suas novas configurações. Isso acontece pois há diversos

autores que defende o melhor desenvolvimento de capacidades, habilidades e

personalidades, através do afeto. Desse modo, Chalita (2001, p. 20) complementa:

[...] a família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. Os filhos se espelhando nos pais e os pais desenvolvendo a cumplicidade com os filhos. [...] A preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são responsabilidades da família. É essa a célula mãe da sociedade, em que os conflitos necessários não destroem o ambiente saudável.

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Diante disso, o afeto tem importante papel frente ao desenvolvimento humano,

mesmo que este varie de acordo com a cultura local. Wallon (1979) defende que o processo

de desenvolvimento é resultado dos desejos e sentimentos da vida afetiva.

No que tange ao desenvolvimento, é preciso evidenciar que as necessidades humanas

estão atreladas a diversas interfaces do desenvolvimento, a fim de valorizar os elementos

subjetivos, como, por exemplo, dignidade, felicidade e o afeto.

É notória uma quebra de paradigmas em relação aos avanços nas formas de

constituição familiar, que segundo Max-Neef (1993) é vista como uma compreensão das

novas estruturas e perspectivas com atenção às necessidades humanas, promovendo suas

satisfações.

Diante das mudanças da sociedade, o Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD, 2010, p. 59) conceituou desenvolvimento com olhares para o ser

humano e a sociedade:

Um processo mediante o qual se oferece às pessoas maiores oportunidades. Entre estas, as mais importantes são uma vida prolongada e saudável, educação e acesso aos recursos necessários para se ter uma vida decente. Outras oportunidades incluem a liberdade política, a garantia dos direitos humanos e o respeito a si mesmo. [...] É óbvio que a renda é só uma das oportunidades que as pessoas desejariam ter, ainda que certamente muito importante. Mas a vida não se reduz somente a isso. Portanto, o desenvolvimento deve abarcar mais que a expansão da riqueza e da renda. Seu objetivo central deve ser o ser humano.

As ideias supramencionadas se relacionam com a garantia dos direitos humanos e o

respeito por si mesmo. Ainda sobre desenvolvimento humano, Sen (2000) complementa que

a partir do momento que os indivíduos fazem escolhas, existe uma busca por autonomia e

liberdade frente a comunidade.

Em outras palavras, seria a redução de privações de liberdade que limitam escolhas

e oportunidades dos agentes em relação ao desenvolvimento, além de privilegiar o ser

humano, desabrochando suas potencialidades e assegurando-lhes uma vida digna e

satisfação de suas vontades (NEEF, 1993).

Aproximando a ideia de desenvolvimento com as instituições familiares, é um valor

constitucionalmente garantido aos valores que caracterizam as relações civis, principalmente

em relação à formação social do indivíduo. Na atualidade nota-se que a palavra família não

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possui um conceito inteiramente restrito, pois possui uma pluralidade de conceituação em

decorrência das importantes modificações que a humanidade sofre e pode continuar a sofrer

com o decorrer do tempo.

Frente a essas mudanças, se faz necessário preservar a coesão familiar e os valores

culturais, pois a transição da família fundada na afetividade e solidariedade tende a promover

o desenvolvimento da personalidade dos membros, evidenciando para que exista um novo

espaço para que os seres humanos se completem entre si.

Partindo desta ideia, Tepedino (1999, p. 64) sustenta que as relações familiares

reconduzem a arte e a virtude do viver em comum, pois nutrem o afeto, perdão, solidariedade

e outros princípios que permitem o surgimento de novas modalidades familiares:

As relações de família, formais ou informais, indígenas ou exóticas, ontem como hoje, por muito complexas que se apresentem, nutrem-se todas elas, de substancias triviais e ilimitadamente disponíveis a quem delas queira tomar: afeto, perdão, solidariedade, paciência, devotamento, transigência, enfim, tudo aquilo que, de um modo ou de outro, possa ser reconduzido a arte e a virtude do viver em comum. A teoria e a prática das instituições de família dependem, em última análise, de nossa competência de dar e receber amor.

Nesse aspecto, toda entidade familiar deve ser fundamentada na afetividade, pois

assim será possível a compreensão da própria pessoa humana, vislumbrando uma

mutualidade inexorável que apresente diversas possibilidades de constituir famílias.

A família acompanha o processo de transformação e evolução cultural e social, tendo

sua estrutura modificada, em detrimento ao conceito legal outrora estabelecido. Tal aspecto

evolutivo se deu, notadamente, em virtude do afeto e da solidariedade, que norteiam o

comportamento social do ser humano.

Desse modo, a entidade familiar está vocacionada a promover o empoderamento

familiar e o desenvolvimento humano, frente a dignidade e a realização da personalidade de

seus membros, integrando sentimentos, esperanças e valores, sendo alicerce primordial para

a constituição das chamadas novas famílias.

O termo empoderamento tem como origem a cultura americana, com base na

influência dos movimentos sociais, como a luta feminista e dos negros por direitos civis. Em

1970, o modelo tradicional de desenvolvimento apresentava sinais de colapso, tais como a

marginalização do emprego na região urbana e o aumento da população sem-terra, motivo

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pelo qual a palavra associava-se ao envolvimento participativo das pessoas em busca de

controle sobre recursos e organizações, como uma forma de desenvolvimento alternativo

(VASCONCELOS, 2003).

O empoderamento vem ganhando notoriedade na área da sociologia e psicologia, no

sentido de conquista da liberdade por parte daquele que estava subordinado econômica,

física ou mentalmente a outrem (FREIRE, 1977).

Silva e Martinéz (2004, s.p) disciplinam que a sociedade empoderada “se baseia nos

pontos fortes, habilidades e sistemas de apoio social que promovam a mudança nas

comunidades”. Confirma tal ideia, Kleba (2009, p. 733) ao dizer que:

[...] o processo de empoderamento é apresentado a partir de dimensões da vida social em três níveis: psicológica ou individual; grupal ou organizacional; e estrutural ou política. O empoderamento pessoal possibilita a emancipação dos indivíduos, com aumento da autonomia e da liberdade. O nível grupal desencadeia respeito recíproco e apoio mútuo entre os membros do grupo, promovendo o sentimento de pertencimento, práticas solidárias e de reciprocidade. O empoderamento estrutural favorece e viabiliza o engajamento, a co-responsabilização e a participação social na perspectiva da cidadania. Compreende-se, no entanto, que a separação em níveis constitui-se em recurso didático e avaliativo, cujos componentes acontecem de modo interdependente, o que dificulta a separação entre processos e resultados. Os espaços de participação política constituem estruturas mediadoras de processos de empoderamento, facilitando a superação de conflitos e a ressignificação das relações sociais, possibilitando a revisão de papéis e de sentidos na produção da vida cotidiana.

O empoderamento promove o fortalecimento de vínculos interpessoais, concedendo

autodeterminação, autonomia e autossuficiência aos indivíduos em situações cotidianas,

inclusive familiares.

A ideia de empoderamento familiar liga-se automaticamente ao desenvolvimento

humano, visto que família é a estrutura social básica, com entrejogo diferenciado de papeis,

integrada por pessoas que convivem por tempo prolongado, uma interrelação recíproca com

a cultura e a sociedade dentro da qual se desenvolve o ser humano (SOIFER, 2009).

As famílias socioafetivas é um consórcio que exige um olhar interdisciplinar, visto

que no contexto de desenvolvimento humano, o escopo da dinâmica familiar deve alcançar

o âmbito psicológico, cultural, social, fazendo com que a convivência seja baseada na

educação, elemento primordial para a defesa da vida humana e empoderamento familiar.

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Mesmo que não exista consanguinidade, o vínculo parental é definido pelo afeto, no

qual o ser humano busca o equilíbrio, satisfação e felicidade nas suas relações. Observa

Pereira ao dizer que “a afetividade é o novo e mais relevante imperativo axiológico do

Direito de Família” (PEREIRA, 2004, p. 134), pois evidencia que a família necessita ser

evidenciada tanto na dignidade frente ao corpo social.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As relações familiares sofreram importantes modificações durante os vários períodos

da história e transformações da sociedade brasileira até ser concebida em suas concepções

atuais.

O elemento impulsionador das famílias da atualidade é o afeto, que juntamente com

o processo de empoderamento familiar e desenvolvimento humano, tende a promover o

fortalecimento do vínculo entre os momentos da família, promovendo elementos subjetivos

para a convivência, como, por exemplo, a autodeterminação, autonomia e autossuficiência.

As principais transformações são frutos da evolução da sociedade, tendo respaldo

jurídico por meio da Constituição Federal de 1988, que trouxe a garantia de igualdade,

liberdade, autonomia privada, dignidade da pessoa humana, pluralismo familiar e

afetividade, como direitos fundamentais ao ser humano.

Sendo assim, decorrente das alterações sociais pode-se afirmar que relações de hoje

possuem a autonomia para serem pautadas em valores como a dignidade da pessoa humana,

amor, afeto, respeito e solidariedade.

O empoderamento para essas famílias é decorrente da nova realidade, ligada

automaticamente ao desenvolvimento humano, a dignidade humana e ao desenvolvimento

de capacidades, habilidades e personalidades por meio do afeto.

REFERÊNCIAS

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