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Cuidados de Enfermagem na Administração de Fármacos em Cardiologia Enfª Residente Liane Lopes de Souza Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade Residência Abril / 2013

Farmacologia em cardiologia

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Page 1: Farmacologia em cardiologia

Cuidados de Enfermagem na

Administração de Fármacos em

Cardiologia

Enfª Residente Liane Lopes de Souza

Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares

Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade Residência

Abril / 2013

Page 2: Farmacologia em cardiologia

Objetivos

• Conhecer as principais características farmacológicas de medicamentos utilizados no tratamento de doenças cardiovascular;

• Identificar os principais fármacos anti-agregantes plaquetários, fibrinolíticos, anticoagulante e vasodilatadores e suas indicações clínicas.

• Compreender os principais cuidados e problemas de enfermagem relacionados a terapêutica medicamentosa.

Page 3: Farmacologia em cardiologia

Introdução

• A administração de medicamentos é uma das atividades mais sérias e de maior responsabilidade da enfermagem;

• É necessária a aplicação de vários princípios

científicos, de forma a prover a segurança do paciente;

(Silva BK, Silva JS, Gobbo AFF, Miasso AI; 2009)

• Código de Ética da Enfermagem - Art. 30 -

Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos.

Page 4: Farmacologia em cardiologia

Antiagregantes Plaquetários

• Abciximab;

• Aspirina;

• Clopidogrel;

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Agregação Plaquetária

• Mediada pelo ADP e serotonina

• Mediada pelo ácido araquidônico

• Pela ação de ativadores extrínsecos.

Vias de Agregação Plaquetária

ADP Serotonina Tromboxano A2

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Ácido Acetilsalicílico

Antiinflamatório não esteróide

Inibidor da Cicloxigenase

Page 7: Farmacologia em cardiologia

Ácido Acetilsalicílico

• Indicação: • Redução do risco de mortalidade em suspeita ou

antecedentes de infarto agudo do miocárdio;

• Reduzir o risco de primeiro infarto do miocárdio em pessoas com fatores de risco cardiovasculares.

• Reduzir o risco de morbidade e morte em pacientes com angina estável e instável;

• Prevenção de acidente vascular cerebral e de tromboembolismo após cirurgia vascular ou intervenções coronariana;

Page 8: Farmacologia em cardiologia

Informações Gerais

Via de administração: Oral Dose: 100mg/dia ou 300mg (dose de ataque)

Meia-vida:20 min

Page 9: Farmacologia em cardiologia

Contra-

indicação

Efeitos

colaterais

• Úlceras pépticas ativas.

• Diátese hemorrágica.

• Hipersensibilidade

• História de asma induzida pela administração de salicilatos ou outro fármacos antiinflamatórios não-esteróides.

• Último trimestre de gravidez.

• Distúrbios Gastrointestinais;

• Hemorragias Gastrointestinais;

• Insuficiência Renal;

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Clopidogrel

Bloqueio do ADP

Interferindo na ativação do GPIIb/IIIA

Page 11: Farmacologia em cardiologia

Informações Gerais

• Biodisponibilidade máxima ocorre quando são administrados após as refeições.

• Não dose de ataque tem sua ação eficaz dentro de 6 horas.

• Início de ação: após 2 horas

• A ação persiste por 7 a 10 dias.

• Prolonga o tempo de sangramento em 2 vezes.

• Dose: 75mg diárias.

Page 12: Farmacologia em cardiologia

Indicação

Contra-indicação

Efeitos colaterais

Redução dos eventos ateroscleróticos (IAM,

AVC)

Hipersensibilidade, gestação e lactação

Prurido, náusea, dor e sangramento GI, gastrite,

constipação e diarréia, cefaléia, tontura, síncope

e fraqueza.

Page 13: Farmacologia em cardiologia

Cuidados de enfermagem:

Antiagregantes Plaquetários Orais • Orientar a importância do uso da medicação.

• Suspender 5 a 7 dias antes de intervenções

cirúrgicas.

• Cuidados para prevenção e sangramento.

• Administração após uma refeição

• Pode ser mastigado nos casos suspeitos de IAM.

Page 14: Farmacologia em cardiologia

Abciximab

Anticorpo monoclonal

Inibe a GPIIb/IIIa

Page 15: Farmacologia em cardiologia

Indicação

Contra-

indicação

Efeitos

adversos

Auxilia a heparina e a aspirina na prevenção de complicações em pacientes: 1- Submetidos a angioplastia. 2- Com angina instável que não cede com a aplicação de medicamentos habituais, quando se planejar um cateterismo para

desobstrução coronária.

Sangramento interno ativo; • História de AVC, Cirurgia ou trauma intracraniano ou intra-espinhal recente

(menos de 2 meses); • Tumor intracraniano ou malformação dos

vasos intracranianos; • Aumento e descontrolado da PA;

• Plaquetopenia, Vasculite e doença renal grave; Retinopatia hipertensiva e Insuficiência hepática grave.

Complicações hemorrágicos e hipersensibilidade

Page 16: Farmacologia em cardiologia

Modo de Administração

• Dose: 0,25 mg/Kg (bolus em pelo menos 1 minuto) seguida de infusão contínua de 0,125 mcg/kg/min). • Diluir em Sf0,9% ou em SG a 5%

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Cuidados de enfermagem

• Estar preparada para reações de hipersensibilidade.

• Deve ser mantido entre 2 e 8 ºC.

• Após a diluição do produto o armazenamento não deve exceder 24 horas em temperatura de 2 a 8ºC.

• Presença de introdutor - verificar o local de inserção e a pulso distal da perna –A cada 15 min. durante 1 hora

A cada hora por 6 horas.

• Repouso absoluto com a cabeceira da cama a 30º

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Cuidados de Enfermagem

• Verificar o TCA antes da remoção do introdutor arterial: não remover a menos que o TCA esteja abaixo de 175 segundos.

• Verificar a virilha quanto a sangramento/hematoma e o pulso distal a cada 15 minutos durante a 1ª hora e daí por diante de hora em hora durante 6 horas após a remoção.

• Continuar o repouso absoluto com a cabeceira da cama a 30º: oj l

6-8 horas após a remoção do introdutor 6-8 horas após o termino da medicação

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Anticoagulantes

• Heparina de baixo peso Molecular

• Heparina Não-Fracionada

Page 20: Farmacologia em cardiologia

Fis

iolo

gia

da C

oagula

ção

(Ferreira; 2010)

Page 21: Farmacologia em cardiologia

Heparina Não Fracionada (HNF)x

Heparina de Baixo Peso Molecular

HNF

• Mucopolissacarídeo heterogêneo

• Inibição do fator Xa e a inibição direta da trombina.

HBPM

• Frações da HNF

• Inibição do Fator Xa

Page 22: Farmacologia em cardiologia

Diferenças entre HNF e HBPM

HNF HBPM

• Necessidade de mensuração de anticoagulação (TCA);

• Controle da TCA de 4 a 6 horas;

• Meia-vida curta;

• Menor custo.

• Possuem taxa de eliminação, resposta a dose e bioatividade mais previsível.

• Maior meia vida plasmática;

• Maior absorção subcutânea;

• Menor interação com as plaquetas, endotélio e atua menos intensamente sobre a permeabilidade vascular;

• Menor estímulo a atividade do osteoclastos

• Custo cerca de 10 a 20 x maior.

Page 23: Farmacologia em cardiologia

Enoxaparina Sódica (HBPM)

• Administração: SC, IV; não é absorvida pelo TGI

• Início de ação: imediato (IV); 20-60min (SC);

• Duração: 2-4h (IV); 8-12h (SC);

• Metabolismo: hepático;

• Efeitos colaterais: hemorragia;

Page 24: Farmacologia em cardiologia

Enoxaparina Sódica

• Indicações

• Contra Indicações/Precauções

Tratamento e profilaxia de doença venosa

tromboembólica em ambiente perioperatório e

clínico e síndromes coronarianas agudas

Alergia aos componentes da fórmula;

Hemorragias ativas de grande porte

Page 25: Farmacologia em cardiologia

Fibrinolíticos

• Tenecteplase

Page 26: Farmacologia em cardiologia

Sistema Fibrinolítico

Inibidores dos ativadores do plasminogênio

Antiplasmina alfa 2

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Tenecteplase (Metalyse): Informações

Gerais

• Frasco-ampola com 8.000U (40mg) + seringa pré carregada com 8 ml de água para injeção.

• Meia vida: 11 a 20 min.

• Via de administração: IV

Ativador recombinante

do plasminogênio, derivado da t-PA humana.

Maior especifici

dade à fibrina

Maior resistência à inativação

por seu inibidor

endógeno

Page 28: Farmacologia em cardiologia

Cuidados

• Manter em temperatura ambiente (15 °C a 30 °C). Protegido da luz.

• A estabilidade química e física da solução reconstituída foi demonstrada por 24 horas, sob temperaturas entre 2ºC e 8ºC, e por 8 horas a 30ºC.

• Durante e após a administração deve manter o paciente monitorizado.

• Administrada e bolus de 5 a 10 segundos.

• Não deve ser administrado por acesso venoso contendo glicose.

Page 29: Farmacologia em cardiologia

Indicação

Contra-

indicação

Efeitos

adversos

Tratamento trombolítico do infarto agudo do miocárdio.

Complicações hemorrágicos, arritmias, tromboembolismos, hipersensibilidade.

Idade avançada, sexo feminino, peso corporal

baixo, hipertensão, acidente cerebrovascular

anterior e uso de alteplase (r-TPA)

Page 30: Farmacologia em cardiologia

Vasodilatadores de Ação Direta

• Classificação:

• Venodilatadores (nitroglicerina)

• Arteriolodilatadores (hidralazina)

• Ação mista (Nitroprussiato de sódio)

Relaxamento Vascular e

vasodilatação

Reduz Pré-carga e Pós-

Carga

Diminuição da PA e da

demanda de O2 pelo miocárdio

Musculatura lisa vascular

Page 31: Farmacologia em cardiologia

Nitroglicerina (TRIDIL ®)

Efeito coronariodilatador

Efeito anti-hipertensivo

Diminuição do retorno

venoso

Diminuição do Débito Cardíaco

Trabalho Cardíaco

] ]

Vasodilatador Predominantemente venoso

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Diluição em Solução fisiológica a 0,9% ou glicosada a 5%

Início de Ação: 1-2 min.

Nitroglicerina (TRIDIL ®)

Page 33: Farmacologia em cardiologia

Indicação

Contra-

indicação

Efeitos

adversos

•Hipertensão pré-operatória

•Controle da ICC

•IAM

•Angina (que não respondem à nitroglicerina sublingual)

•Indução de Hipotensão intra-operatória

Alergia à nitroglicerina - Uso associado com inibidores de fosfodiesterase-5 como sildenafila;

- Traumatismo craniano; - Hipotensão e hipovolemia não corrigida;

- Tamponamento pericárdico, cardiomiopatia restritiva ou pericardite

Constritiva.

Cefaléia, tontura, síncope, reações alérgicas

Page 34: Farmacologia em cardiologia

Informações Gerais

• A nitroglicerina migra para o plástico (PVC)/Assegurar a diluição

uniforme do Tridil.

• Pode ocorrer grave hipotensão e choque mesmo em pequenas

doses;

• A infusão de TRIDIL e hemoderivados pela mesma via: pseudo

aglutinação e hemólise;

• Não pode ser misturada com qualquer outra medicação de qualquer

espécie.

• Em alguns pacientes a nitroglicerina interfere com o efeito

anticoagulante da Heparina

Page 35: Farmacologia em cardiologia

NITROPUSSIATO DE SÓDIO

• Metabolização – Tiocianato e cianeto - Intoxicação

Redução da pré-carga

Redução da pós-carga

Reduz a necessidade de O2 pelo miocárdio

•Vasodilatador Misto

Page 36: Farmacologia em cardiologia

Indicação

Contra-

indicação

Efeitos

adversos

•Estimular o débito Cardíaco;

• Reduzir as necessidades de oxigênio do miocárdio;

•Produzir hipotensão controlada durante intervenções cirúrgicas;

• Reduzir rápida e eficazmente a pressão sangüínea em crises hipertensivas.

• Hipertensão compensatória; • No tratamento da insuficiência cardíaca

congestiva aguda, associada com resistência vascular periférica reduzida;

• Cirurgias com inadequado fluxo sangüíneo cerebral.

•Redução brusca da PA;

•Arritmias; Rash cutâneo; metemoglobinemia; PIC elevada.

Page 37: Farmacologia em cardiologia

Cuidados de Enfermagem

Diluição em glicosada a 5% Início de Ação: quase imadiatamente

Validade de SG – 24horas Tempo de uso máximo: 3 dias

Velocidade máxima de infusão: 08µg/Kg/min

J J

1 ml 1gota

1000ml de SG 50µg 3µg

500ml de SG 100µg 6µg

250ml de SG 200µg 12µg

Page 38: Farmacologia em cardiologia

Cuidados com a solução

• A solução para infusão, levemente marrom, deve

ser protegida da luz e usada imediatamente.

• Descartar solução remanescente após o término da

infusão.

• Não se deve interromper a infusão no espaço de

tempo de 10 e 30 minutos, para evitar efeito rebote.

Page 39: Farmacologia em cardiologia

Intoxicação por cianeto • Sintomas :

• Freqüência respiratória aumentada, mesmo taquipnéia;

• Vômitos; vertigem;

• Elevação das concentrações sangüíneas de lactato, e mesmo acidose;

• Respiração curta com pulso imperceptível;

• Reflexo pupilar ausente; e pupilas dilatadas.

Tratamento:

• Interromper infusão de Nitroprussiato de sódio.

• Hidroxicobalamina durante 15 min (100mg em 100ml de SG)

• Tiossulfato de Sódio por

15min (12, 5g em 50ml de SG)

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Referências

1. Silva BK, Silva JS, Gobbo AFF, Miasso AI. Erros de medicação: condutas e propostas de

prevenção na perspectiva da equipe de enfermagem. Acesso e utilização de fórmula infantil e

alimentos entre crianças nascidas de mulheres com HIV/AIDS. Revista Eletrônica de

Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 712-723 Available from: URL:

http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a11htm

2. FERREIRA, Cláudia Natália; SOUSA, Marinez de Oliveira; DUSSE, Luci Maria

Sant'Ana and CARVALHO, Maria das Graças. O novo modelo da cascata de coagulação

baseado nas superfícies celulares e suas implicações. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online].

2010, vol.32, n.5, pp. 416-421. ISSN 1516-8484.

3. SMELTZER, SC. Brunner/Suddarth: tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10th ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.

4. PORTO, CC. Exame Clínico - Bases para a Prática Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-

Koogan, 2008.

5. ANDRIS, DA.Coleção Praxis Enfermagem 4. SEMIOLOGIA- Bases para a Prática

Assistencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.

6. PEDROSA, L. Doenças do coração: diagnóstico e tratamento. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revinter;

2011.

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