Fatores críticos de sucesso em projetos colaborativos na ... · de produção sejam ... a imigração europeia nas décadas de 1930 e 1940. Imigrantes, vindos para trabalhar na

Produccedilatildeo v 22 n 4 p 696-708 setdez 2012

httpdxdoiorg101590S0103-65132012005000051

Fatores criacuteticos de sucesso em projetos colaborativos na induacutestria de maacutequinas agriacutecolas

Euclides Reame Juniora Daniel Capaldo Amaralbareamejunior1959uolcombr FATEC Brasil

bamaralscuspbr EESC-USP Brasil

Resumo

Os projetos colaborativos de novos produtos satildeo fundamentais para que empresas aumentem o grau de inovaccedilatildeo em seus produtos Bons resultados dependem da identificaccedilatildeo de fatores criacuteticos de sucesso (FCS) e natildeo haacute tais estudos na Induacutestria de Maacutequinas Agriacutecolas (IMA) O artigo verifica se os FCS identificados na literatura poderiam ser utilizados em levantamentos do setor e se haacute outros a considerar Apresenta revisatildeo bibliograacutefica e levantamento em empresa com elevado niacutevel de maturidade em PDP frente agraves empresas da IMA Empregou-se o meacutetodo de estudo de caso uacutenico do tipo incorporado A unidade de anaacutelise satildeo projetos do tipo colaborativo e de sucesso dois deles no total Identificam-se fatores que podem natildeo ser criacuteticos apesar de apontados pela literatura indica-se a existecircncia de novos FCS e reforccedila-se a importacircncia dos fatores ligados agrave garantia de igualdade e fatores universais de sucessoPalavras-chaveProjetos colaborativos Maacutequinas agriacutecolas Fatores criacuteticos de sucesso

FATEC Lins SP Brasil Recebido 14082009 Aceito 18102011

1 Introduccedilatildeo

Colaborar com clientes fornecedores institutos de pesquisa e universidades para desenvolver novos produtos eacute uma das principais alternativas para se enfrentar o desafio da inovaccedilatildeo tecnoloacutegica Esse desafio depende de investimentos significativos o que estaacute levando a uma mudanccedila na estrutura de pesquisa e desenvolvimento presente nas empresas

Ao inveacutes de manter estruturas grandes e autossuficientes elas buscam realizar parcerias com os agentes externos transferindo parte do esforccedilo para as accedilotildees conjuntas Essa forma de atuaccedilatildeo eacute destacada por Huston e Sakkab (2006) que descrevem o caso da empresa Procter e Gamble Segundo os autores aproximadamente 45 da linha de produtos da empresa satildeo desenvolvidos em colaboraccedilotildees com outros agentes ao redor do mundo Essa estrateacutegia utilizada pela Procter e Gamble eacute reconhecida como Inovaccedilatildeo aberta (Open Innovation) conceito desenvolvido pelos autores Chesbrough (2003) e Chesbrough e Schwarts (2007)

No caso da IMA os maiores fabricantes mundiais a partir dos anos de 1990 estatildeo diminuindo a

participaccedilatildeo das tecnologias tradicionais utilizadas nos produtos do setor (como materiais pneumaacutetica e hidraacuteulica) em funccedilatildeo de uma participaccedilatildeo da microeletrocircnica (softwares sensoriamento e comunicaccedilatildeo de dados) originando-se o conceito de ldquoagricultura de precisatildeordquo

Essas novas tecnologias possibilitaram uma nova geraccedilatildeo de maacutequinas e implementos capazes de tratar de maneira especiacutefica os insumos planta ou animal (no caso de maacutequinas e implementos para criaccedilatildeo animal) Nicoletta (2008) afirma que especificamente o mercado de colheitadeiras e tratores para cana no Brasil cresceu nos uacuteltimos cinco ou seis anos e atingiu um patamar quase estaacutevel em 2008 com previsotildees de um avanccedilo de 2009 a 2012 crescendo de 10 a 15 a partir de 2009 Para que a IMA brasileira continue atuando dessa forma seraacute fundamental a incorporaccedilatildeo das novas tecnologias atualizando-se frente ao movimento da agricultura de precisatildeo E uma das estrateacutegias eacute o avanccedilo em pesquisas e no desenvolvimento de novos produtos por meio da colaboraccedilatildeo com outras organizaccedilotildees (clientes fornecedores universidades institutos de pesquisa)

Reame Junior E et al Fatores criacuteticos de sucesso induacutestria de maacutequinas agriacutecolas Produccedilatildeo v 22 n 4 p 696-708 setdez 2012 697

a produzir artesanalmente as primeiras maacutequinas e implementos (PASQUAL PEDROZO 2007)

O desempenho da IMA brasileira foi irregular alternando periacuteodos de evoluccedilatildeo e crises acompanhando oscilaccedilotildees da proacutepria atividade agriacutecola A produtividade do setor tambeacutem sempre foi considerada baixa Mas esse cenaacuterio comeccedilou a mudar ao final da deacutecada de 1990 quando as empresas passaram a integrar novas tecnologias em produtos e processos (ROMANO 2003)

Em 1999 com a criaccedilatildeo do Programa de Modernizaccedilatildeo da Frota Agriacutecola (Moderfrota) a produtividade do setor apresentou crescimento entre 2000 ateacute 2004 poreacutem fatores como o cacircmbio aumento dos insumos e a seca prejudicaram o desempenho em 2005 (ASSOCIACcedilAtildeO 2006)

Em 2007 o segmento de maacutequinas e implementos agriacutecolas apresentou recuperaccedilatildeo principalmente em funccedilatildeo da cultura de gratildeos e dos negoacutecios relacionados agraves usinas produtoras dos derivados da cana-de-accediluacutecar (ASSOCIACcedilAtildeO 2007)

No mesmo segmento o aporte tecnoloacutegico trouxe competitividade para as maacutequinas semeadoras adubadoras pulverizadoras tratores e colheitadeiras (SAVANACHI 2007) Um dos principais conceitos nessa direccedilatildeo eacute a chamada agricultura de precisatildeo

De acordo com Clarck e McGuckin (1996) a agricultura de precisatildeo envolve sistemas automaacuteticos compostos por microcontroladores sensores e atuadores acoplados ao equipamento agriacutecola e interligados ao Sistema de Posicionamento Global (SPG) Molin citado por Cerri (2005) enfatiza que a agricultura de precisatildeo dispotildee um elenco de tecnologias e procedimentos para que as lavouras e os sistemas de produccedilatildeo sejam otimizados

Para Martini et al (2006) a agricultura de precisatildeo permite gerar mapas das aacutereas produtivas com informaccedilotildees valiosas para um melhor gerenciamento metro a metro do talhatildeo visando reduccedilatildeo de custos

Outros recursos desenvolvidos satildeo os dispositivos que possibilitam a orientaccedilatildeo por sateacutelites sistemas de piloto automaacutetico e a eletrocircnica embarcada (SAVANACHI 2007) Tratores conduzem o plantio por linhas exatas com mais rapidez e tambeacutem com miacutenima margem de erro dando origem agrave agricultura de precisatildeo (MARTINEZ 2007) Os sistemas de piloto automaacutetico garantem o paralelismo de atividades na lavoura principalmente nas atividades de sulcagem e colheita da cana (SAVANACHI 2007)

Capelli (2008) argumenta que as vantagens estabelecidas pela agricultura de precisatildeo satildeo possibilitar o melhor conhecimento do campo de produccedilatildeo e consequentemente melhores decisotildees sobre plantio e uso dos recursos oferecer uniformidade e produtividade pela correccedilatildeo dos fatores que contribuem para variabilidade e contribuir com a

Este artigo descreve os resultados de um estudo de caso realizado em uma empresa do setor de maacutequinas e implementos agriacutecolas localizada no interior do estado de Satildeo Paulo O objetivo foi ilustrar os desafios enfrentados por uma empresa com elevada maturidade em DP frente a outras do setor e verificar os modelos teoacutericos sobre fatores criacuteticos de sucesso em projetos colaborativos aprimorando-os para a construccedilatildeo de instrumentos para levantamentos abrangentes Apresenta-se uma breve revisatildeo bibliograacutefica sobre a colaboraccedilatildeo em desenvolvimento de produtos suas vantagens e dificuldades e sobre FCS Em seguida apresenta-se o meacutetodo da pesquisa os resultados obtidos e as anaacutelises Por fim discussotildees e conclusotildees gerais

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 A inovaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo na induacutestria de maacutequinas agriacutecolas

A induacutestria de maacutequinas agriacutecolas (IMA) eacute parte da induacutestria de bens de capital (AVELLAR 2008) e eacute formada pelo conjunto de empresas que produzem maacutequinas e equipamentos para a produccedilatildeo agriacutecola denominados de maacutequinas e implementos

Conveacutem esclarecer a diferenccedila entre ldquomaacutequinasrdquo e ldquoimplementosrdquo Para Gadanha Junior et al (1991) as maacutequinas satildeo conjuntos de componentes com movimentos suficientes para transmitir o efeito de forccedilas ou energia satildeo ldquomotorasrdquo quando transformam o efeito e ldquomovidasrdquo quando transmitem o efeito Os implementos satildeo conjuntos de componentes que natildeo transformam energia

Mialhe (1974 p 16) conceitua de maneira mais apropriada definindo maacutequinas e implementos da forma descrita a seguir

Maacutequina eacute o conjunto de oacutergatildeos forccedilados em seus movimentos por obstaacuteculos fixos e de resistecircncia suficiente para transmitir o efeito de forccedilas e transformar energias Tanto o motor do trator quanto o arado satildeo considerados maacutequinas uma vez que no primeiro haacute transformaccedilatildeo de energia e no segundo apenas transmissatildeo do efeito de forccedilas

O implemento eacute

O conjunto forccedilado de oacutergatildeos que natildeo apresentam movimentos relativos nem tecircm capacidade para transmitir forccedila sendo seu uacutenico movimento o de deslocamento normalmente imprimido por uma maacutequina tratora (MIALHE 1974 p 16)

O surgimento desse setor no Brasil se relaciona com a imigraccedilatildeo europeia nas deacutecadas de 1930 e 1940 Imigrantes vindos para trabalhar na agricultura e com conhecimentos de mecacircnica e metalurgia comeccedilaram

698Reame Junior E et al

Fatores criacuteticos de sucesso induacutestria de maacutequinas agriacutecolas Produccedilatildeo v 22 n 4 p 696-708 setdez 2012

bullCompartilhamentode informaccedilotildeesdesdequeauxiliado por teacutecnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos e

bull Atendimentomaisraacutepidodasdemandasdemercado

Conforme Von Stamm (2004) a colaboraccedilatildeo entre agentes para desenvolver novos produtos pode proporcionar agraves empresas melhorias em seus processos internos e tambeacutem um novo corpo de conhecimento

No entendimento de Claro e Oliveira Claro (2004) essas vantagens seratildeo alcanccediladas somente se todas as questotildees relacionadas aos projetos elaborados em colaboraccedilatildeo para desenvolver os produtos forem bem gerenciadas com os objetivos e prazos alinhados transparecircncia e comprometimento das equipes e capacidade para administrar riscos

23 Dificuldades em projetos colaborativos de desenvolvimento de produtos

Haacute vaacuterios trabalhos que descrevem os fatores que podem dificultar a consecuccedilatildeo desses projetos Os principais satildeo de Hamel Doz e Prahalad (1989) Dodgson (1992) Grudin (1994) Domazet et al (2000) Barnes Pashby e Gibbons (2002) Lam Chin e Pun (2007) e Toledo et al (2008a b) Sintetizando os principais problemas apresentados obteacutem-se a lista descrita a seguirbullAquebradesigiloeminformaccedilotildeesexperiecircncias

ou conhecimentos que natildeo estejam no acircmbito da colaboraccedilatildeo eacute um risco pois possibilita a um dos agentes natildeo somente adquirir as competecircncias no desenvolvimento de produtos mas ter acesso aos demais negoacutecios da empresa parceira

bull Ogerenciamentoinsatisfatoacuteriooufaltadelideranccedilaque podem facilitar a perda de controle do processo a desmotivaccedilatildeo e o desentendimento entre as equipes

bullAdispersatildeogeograacuteficaetambeacutemautilizaccedilatildeodediferentes recursos computacionais comprometem o processo

bull Aexistecircnciadeagendasocultas

bull Os niacuteveis diferenciados de conhecimentos em relaccedilatildeo aos assuntos teacutecnicos e das especificaccedilotildees do produto

bullOsdesacordoseconflitosquepoderatildeosurgirentreas partes em virtude das diferentes praacuteticas utilizadas nos procedimentos que envolvam o desenvolvimento do produto e

bull Asdiferenccedilasculturaisentreaspartesprincipalmenterelacionadas ao idioma

Aleacutem de problemas relacionados ao idioma Schneider (1995) apresenta outras diferenccedilas culturais que podem pocircr em risco todo o projetobullEstilosdeatuaccedilatildeo Cada cultura tem seu proacuteprio

estilo (paciecircncia flexibilidade ponderaccedilatildeo) Eles

preservaccedilatildeo do meio ambiente racionalizando o uso de insumos

Aleacutem do aumento da eficiecircncia a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica das maacutequinas agriacutecolas brasileiras tambeacutem acompanha a tendecircncia de substituir os combustiacuteveis foacutesseis por biocombustiacuteveis com o objetivo de reduzir as emissotildees de gases poluentes (TORRICO 2007)

O Brasil eacute reconhecido pela comunidade internacional como um dos liacutederes mundiais no setor agriacutecola As fazendas em setores como accediluacutecar e aacutelcool soja e criaccedilatildeo de gado bovino empregam as melhores tecnologias e exigiratildeo certamente que os fabricantes nacionais disponham de produtos para atendecirc-los A inovaccedilatildeo tecnoloacutegica na IMA nacional em direccedilatildeo agrave agricultura de precisatildeo seraacute fundamental para a manutenccedilatildeo dessa induacutestria Uma das estrateacutegias importantes estaacute nas colaboraccedilotildees com universidades institutos de pesquisa empresas de base tecnoloacutegica e fornecedores A seguir discute-se esse tipo de projeto

22 Vantagens em projetos colaborativos de desenvolvimento de produtos

A colaboraccedilatildeo eacute uma das praacuteticas fundamentais para a inovaccedilatildeo conforme demonstrado recentemente por Blindenbach-Driessen e Van den Ende (2010) Para Badin (2005) a colaboraccedilatildeo no desenvolvimento de produtos (DP) possibilita desempenho econocircmico e tecnoloacutegico melhor aleacutem de ganhos de conhecimentos Jaacute para Dong et al (2005) a colaboraccedilatildeo permite a realizaccedilatildeo de trabalhos simultacircneos em tarefas independentes Parung e Bititci (2006) entendem que a colaboraccedilatildeo proporciona vantagens competitivas de mercado

Na opiniatildeo de Sivadas e Dwyer (2000) e Chesbrough (2003) as vantagens dos projetos feitos em colaboraccedilatildeo comeccedilam a partir do momento em que haacute um fluxo contiacutenuo de informaccedilotildees entre os parceiros para garantir uma integraccedilatildeo e flexibilidade melhores Essa linha de pensamento tambeacutem eacute confirmada por Kleinsmann e Valkenburg (2005) que afirmam que uma colaboraccedilatildeo eacute solidificada por uma comunicaccedilatildeo efetiva em todas as fases que envolvam o projeto Na visatildeo de Hagedoorn (1993) Griffin (1997) Barnes Pashby e Gibbons (2002) Lam e Chin (2004) e Knudsen (2007) esses projetos podem apresentar as seguintes vantagens

bull Reduccedilatildeodecustosderiscosefalhas

bull Acessoanovosconhecimentosecompetecircncias

bullNovosrecursosparanovastecnologias


as unidades de negoacutecios e subsidiaacuterias da empresa possuiacuteam comitecircs para desenvolver estrateacutegias de gerenciamento de riscos em projetos Barbalho et al (2009) citam que a diminuiccedilatildeo de riscos nos projeto foi um dos aspectos fundamentais da implementaccedilatildeo de PMO em empresa que desenvolve projetos de novas tecnologias Haacute tambeacutem vaacuterios trabalhos propondo soluccedilotildees para o gerenciamento de riscos Por exemplo Kayis e Irmas (2007) desenvolveram um software para realizar com eficaacutecia todo o gerenciamento de riscos integrando de forma sistemaacutetica o desenvolvimento de produtos e processos

3 Metodologia da pesquisa

A primeira constataccedilatildeo eacute que os casos de projetos de desenvolvimento envolvendo inovaccedilotildees satildeo raros nessa induacutestria Similar ao resultado de Simotildees (2007) e Toledo e Simotildees (2010) das empresas contatadas poucas se enquadravam nas condiccedilotildees para a pesquisa projetos colaborativos e de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica Quando o fizeram havia barreiras de confidencialidade e tempo dos profissionais Tornou-se evidente que seria difiacutecil reunir um conjunto grande de casos em empresas distintas Optou-se entatildeo por estudar apenas uma empresa em profundidade mas que apresentasse um alto niacutevel de maturidade em PDP no setor e projetos colaborativos com diferentes fontes clientes e universidades Assim procurar-se-ia uma empresa com maior probabilidade de ter as praacuteticas mais avanccediladas para verificar a lista de FCS

O estudo pode ser considerado como caso uacutenico e incorporado Conforme Yin (2005 p 20) esse tipo de estudo de caso permite uma investigaccedilatildeo para se preservar as caracteriacutesticas holiacutesticas significativas dos acontecimentos da vida real O projeto de caso uacutenico eacute indicado segundo o autor sob certas condiccedilotildees quando o caso permite um teste crucial de uma teoria existente quando haacute circunstacircncia rara ou exclusiva quando um caso eacute tiacutepico ou representativo ou quando o caso serve a um propoacutesito revelador ou longitudinal Nesta pesquisa entende-se que o tipo de colaboraccedilatildeo eacute raro

Ainda segundo o autor a definiccedilatildeo da unidade de anaacutelise eacute uma etapa fundamental para se projetar e conduzir um caso uacutenico A unidade de anaacutelise eacute cada projeto colaborativo de sucesso em um total de dois encontrados no caso identificado Os criteacuterios para a escolha dos projetos satildeo a) ser considerado de sucesso isto eacute que na opiniatildeo do entrevistado tenha obtido os resultados esperados e que tenha sido significativo para a empresa b) possuir um grau de inovaccedilatildeo e complexidade

Para entender todo o processo da colaboraccedilatildeo desses projetos foi aplicado um questionaacuterio-roteiro

podem variar e prejudicar o projeto quando natildeo sincronizados

bullExperiecircnciaprofissionalHaacute culturas em que pessoas com mais idade e experiecircncia profissional satildeo consideradas mais influentes e com o perfil indicado para assumir maiores responsabilidades ou a gerecircncia dos projetos Em outras os niacuteveis de maior responsabilidade de um projeto satildeo delegados agraves pessoas em idade natildeo tatildeo avanccedilada por se considerar que possuem mais disposiccedilatildeo e dinamismo e satildeo mais proativos e

bullAproveitamentodotempoAlgumas culturas fazem um melhor uso do tempo dividindo as tarefas e atividades Outras culturas o ldquopulverizamrdquo ou seja procuram realizar vaacuterias tarefas e atividades conjuntamente natildeo estabelecendo prioridades prejudicando assim os resultados globais de um projeto

De acordo com Romano (2003) para que os projetos colaborativos possam atingir as metas e os objetivos propostos eacute necessaacuterio estabelecer um conjunto de atividades chaves ou fatores criacuteticos de sucesso (FCS) Barbalho et al (2009) apresentam como um fator importante para colaboraccedilotildees que envolvam produtos com novas tecnologias o envolvimento de um escritoacuterio de projetos

24 Fatores criacuteticos de sucesso em projetos colaborativos de desenvolvimento de produtos

Os FCS formam um conjunto das atividades-chave que devem existir em uma colaboraccedilatildeo para que os resultados do projeto sejam favoraacuteveis (ROCKART 1979) Orientando-se pelas consideraccedilotildees feitas pelo autor foram pesquisados na revisatildeo bibliograacutefica cinco trabalhos que identificavam FCS em projetos colaborativos de desenvolvimento de produto Esses trabalhos satildeo os de Barczak e Wilemon (2001) Hyvaumlri (2006) Heinz et al (2006) Barnes Pashby e Gibbons (2006) e Albertin e Amaral (2010)

O Quadro 1 sintetiza os FCS citados nos referidos trabalhos Os campos em destaque representam os FCS citados em cada artigo

O FCS gerenciamento de riscos natildeo foi descrito em nenhum dos trabalhos pesquisados mas foi considerado como tal nesta pesquisa O motivo foram trabalhos recentes apontando-o como fundamental para projetos colaborativos Van Wyk Bowen e Akintoye (2008) o afirmam a partir de um estudo de caso em empresa de grande porte localizada na Aacutefrica do Sul Segundo os autores a direccedilatildeo da empresa considera o gerenciamento de riscos em projetos um assunto afeto ao planejamento estrateacutegico da empresa Todas



A parte 3 teve por objetivo classificar o grau de inovaccedilatildeo e complexidade do projeto escolhido para garantir a adequaccedilatildeo do projeto aos criteacuterios propostos Foram solicitados dados do tipo de parceria praticada no projeto (com qual ator fases do desenvolvimento quantidade de pessoas colaborando e forma de trabalho da equipe) destacando as motivaccedilotildees criteacuterios periodicidade objetivos das colaboraccedilotildees e por fim a ldquoclassificaccedilatildeo do projetordquo segundo criteacuterios de inovaccedilatildeo e complexidade

A quarta parte solicitava ao gerente de cada projeto que avaliasse a presenccedila dos fatores criacuteticos de sucesso por meio de afirmaccedilotildees em uma escala likert de cinco pontos (ldquodiscordo totalmenterdquo ateacute ldquoconcordo totalmenterdquo) Aleacutem da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio-roteiro as informaccedilotildees foram posteriormente verificadas por meio de anaacutelise documental O roteiro em si pode ser consultado em Reame Junior (2008) A proacutexima seccedilatildeo apresenta os resultados do estudo de caso bem como a descriccedilatildeo detalhada do criteacuterio utilizado na escolha da empresa

4 Resultados

41 Caracteriacutesticas gerais da empresa estudada

A empresa localiza-se no interior do estado de Satildeo Paulo Fundada haacute mais de 50 anos sua administraccedilatildeo eacute familiar e seu controle acionaacuterio eacute

respondido pelo responsaacutevel pela aacuterea de engenharia de desenvolvimento de produtos da empresa Foram oito horas de entrevistas e consultas agrave documentaccedilatildeo dos dois projetos As entrevistas foram realizadas na empresa e o pesquisador pocircde verificar a documentaccedilatildeo e os produtos que foram desenvolvidos Por sigilo profissional e acadecircmico a empresa seraacute referenciada como ldquoa empresa estudadardquo

O roteiro de pesquisa foi estruturado em quatro partes A primeira e a segunda versavam sobre o processo de desenvolvimento de produtos da empresa As outras duas se referiam aos projetos em si e foram aplicadas separadamente para cada projeto estudado (1 e 2)

A primeira chamada ldquocaracterizaccedilatildeo da empresardquo avaliou as dimensotildees necessaacuterias para verificar se a empresa apresenta niacutevel de maturidade em desenvolvimento elevado segundo a induacutestria Empregaram-se as dimensotildees identificadas no levantamento de Simotildees (2007) e Toledo e Simotildees (2010) sobre o perfil da gestatildeo de desenvolvimento de produtos das empresas da induacutestria de maacutequinas agriacutecolas dados apresentados na seccedilatildeo 42 A segunda parte denominada ldquocolaboraccedilatildeo na empresardquo serviu para caracterizar o histoacuterico da empresa quanto agrave praacutetica de parcerias Tempo de manutenccedilatildeo de parcerias motivaccedilotildees para colaborar criteacuterios utilizados para a escolha dos parceiros tipos de parcerias jaacute realizadas (objetivos importacircncia e tipo de atores) e fases do desenvolvimento em que os parceiros atuavam

Quadro 1 Siacutentese dos fatores criacuteticos de sucesso (elaborada pelo autor)

Fatores criacuteticos de sucesso

Barnes Pashby e Gibbons(2006)

Barczak e Wilemon(2001)

Hyvaumlri(2006)

Heinz et al (2006)

Estabelecimento dos objetivos e responsabilidades

Conhecimentos especializados e habilidades complementares

Transparecircncia e clareza

Etapas parciais ou marcos definidos

Recursos adequados

Parceiro com experiecircncias anteriores em colaboraccedilatildeo

Monitoramento constante

Comunicaccedilatildeo eficiente

Gerente de projeto capacitado tecnicamente agregador e com experiecircncia em PampD

Garantia de igualdade (benefiacutecios muacutetuos igualdade de poder e contribuiccedilatildeo)

Influecircncias do ambiente (necessidades de mercado e estabilidade corporativa)

Confianccedila comprometimento aprendizado

Sistema de premiaccedilatildeo das equipes definido

Lideranccedila e um champion de colaboraccedilatildeo

Continuidade e bom relacionamento das equipes

Suporte da alta administraccedilatildeo

Gerenciamento dos niacuteveis de conflito e estresse

Autonomia nas decisotildees

Qualidade no fluxo das informaccedilotildees

Gerenciamento dos riscos


(2007) tambeacutem publicado em Toledo e Simotildees (2010) A pesquisadora fez um estudo em vaacuterias empresas de pequeno e meacutedio porte do segmento de maacutequinas agriacutecolas localizadas em diversas regiotildees do estado de Satildeo Paulo e identificou por meio de uma anaacutelise de clusters trecircs grupos distintos em termos de evoluccedilatildeo do PDP

As empresas do grupo I satildeo as que tecircm o menor niacutevel de maturidade Com poucos meacutetodos implantados e utilizaccedilatildeo basicamente do CAD como instrumento para desenvolvimento de produtos Algumas nem mesmo chegam a utilizar essa tecnologia O grupo III eacute formado pelas empresas de maior niacutevel de maturidade em PDP Aleacutem do CAD possuem accedilotildees formalizadas para testes (realizam lotes-pilotos) aplicam o conceito de transiccedilatildeo de fases realizam registro de liccedilotildees aprendidas Mas satildeo incipientes em outras aacutereas como a dos indicadores de desempenho As empresas do grupo II estatildeo em uma fase de transiccedilatildeo entre as do grupo I e III A Tabela 1 descreve os resultados do trabalho de Simotildees (2007) e Toledo e Simotildees (2010)

A empresa estudada possui caracteriacutesticas que permitem classificaacute-la no grupo III A Tabela 2 descreve as caracteriacutesticas da empresa estudada e compara-as com as do modelo de Simotildees (2007) Eacute possiacutevel perceber que a empresa apresenta a maioria das caracteriacutesticas das empresas do grupo III segundo o perfil identificado pela autora Trata-se de uma empresa com uma estrutura dedicada ao desenvolvimento de produto e com um processo sistematizado por fases procedimentos e com um avanccedilado procedimento de gestatildeo de portfoacutelio Possui equipes de projeto e conta ateacute mesmo com um escritoacuterio de projetos O PDP eacute avaliado por meio de indicadores de desempenho e possui uma sistemaacutetica de reuniotildees permitindo a integraccedilatildeo das equipes de projeto

43 A colaboraccedilatildeo na empresa estudada

A empresa reconhece a importacircncia da colaboraccedilatildeo em desenvolvimento de produtos e procura incentivaacute-la Possui casos de colaboraccedilatildeo com diferentes agentes tais como os clientes fornecedores universidades centros de capacitaccedilatildeo profissional Em relaccedilatildeo agrave colaboraccedilatildeo com os clientes os principais objetivos destacados satildeo a pesquisa e desenvolvimento de produtos ensaios e testes a coleta de informaccedilotildees e benchmarking No caso da colaboraccedilatildeo com os fornecedores os principais objetivos satildeo pesquisa e desenvolvimento de produtos e a assistecircncia teacutecnica durante o projeto sendo os ensaios e testes menos frequentes Jaacute com as universidades os principais objetivos satildeo a pesquisa e desenvolvimento de produtos o treinamento e ensaios e testes Com os centros de capacitaccedilatildeo profissional o objetivo principal

de capital fechado Em 1975 com a evoluccedilatildeo dos negoacutecios foi inaugurada mais uma planta industrial que abriga hoje a fundiccedilatildeo com forno de induccedilatildeo eleacutetrico a usinagem de metais e um laboratoacuterio de controle da qualidade das peccedilas Em 2002 obteve a certificaccedilatildeo ISO 9001 versatildeo 2000 Ela exporta para paiacuteses da Ameacuterica do Norte da Aacutefrica do Oriente Meacutedio da Oceania da Europa e da Ameacuterica Latina Possui cerca de 500 funcionaacuterios alocados em quatro aacutereas ou funccedilotildees principais cujos nomes simplificados satildeo apoio engenharia produccedilatildeo e comercial Na aacuterea da engenharia o nuacutemero total de funcionaacuterios eacute 55 assim distribuiacutedosbull1 engenheiro de produccedilatildeo que ocupa o cargo de

gerente executivo da engenharia

bull 4gerentesdeprojetosndashdesenvolvimentodeprodutospara cana plantio de veratildeo e inverno pecuaacuteria fertilizantes e colheitas

bull8projetistasdeprodutosalocadosnosetordeengenharia de produto

bull 5projetistasdeprocessosalocadosnosetordeengenharia de processos

bull6funcionaacuteriosnosetordedesenvolvimentoetecnologia (protoacutetipos e testes)

bull 10funcionaacuteriosnosetordecontroledaqualidadee

bull 6funcionaacuteriosnosetordeferramentariaOs demais funcionaacuterios (15) satildeo alocados nos

projetos de desenvolvimento de produtos para cana plantio de veratildeo e inverno pecuaacuteria fertilizantes e colheitas A empresa possui ainda um comitecirc aqui chamado de Comitecirc de Desenvolvimento de Produto que eacute formado pelo gerente executivo da engenharia pelos liacutederes das respectivas gerecircncias de projetos e gerentes funcionais da engenharia de produtos engenharia de processos desenvolvimento e tecnologia aleacutem do coordenador do escritoacuterio de projetos O comitecirc tem por objetivo discutir e acrescentar melhorias no processo de desenvolvimento de produtos e assessorar os gerentes de projeto e gerentes funcionais na tomada de decisotildees durante o PDP A empresa fabrica e comercializa uma variada famiacutelia de produtos para a atividade agriacutecola e pecuaacuteria assim distribuiacutedabullDistribuidores de fertilizantes

bullMaacutequinaseimplementosparaaadubaccedilatildeoplantioe cultivo de culturas agriacutecolas e

bull Implementosparaalinhacanavieiraeparaapecuaacuteria

42 Criteacuterio utilizado para a escolha da empresa estudada

O criteacuterio para a escolha da empresa estudada estaacute fundamentado no trabalho realizado por Simotildees



de engenharia As motivaccedilotildees apontadas pela empresa para a realizaccedilatildeo dessas parcerias satildeobullHabilidadeeconhecimentodocliente Nesse setor

de atuaccedilatildeo haacute clientes que possuem habilidades e conhecimentos teacutecnicos avanccedilados Por isso eacute

eacute o treinamento Haacute experiecircncias mais pontuais com outros agentes como empresas de consultorias Nesses casos considerados de baixa importacircncia o objeto da colaboraccedilatildeo foi a coleta de informaccedilotildees benchmarking e (em um caso) serviccedilos de detalhamento

Tabela 1 Caracteriacutesticas das dimensotildees do PDP por grupo

Grupo I Grupo II Grupo III

Dim

ensotilde

es d

o PD

P

Estr

ateacuteg

ia de empresas que conhecem o conceito de gestatildeo de portfoacutelio

1250 30 50

de empresas que realizam pesquisa de mercado de maneira

formal3750 60 8330

de empresas que utilizam indicadores para avaliar o

desempenho do PDP no todo0 10 17

Org

aniz

acio

nal

A quem o DP responde principalmente na empresa

Aacuterea proacutepria da empresa vinculada agrave presidecircncia

diretoria ou setor vinculado agrave induacutestria

produccedilatildeo



produccedilatildeo



produccedilatildeo

Arranjo organizacional adotado Matricial Matricial Matricial

Nordm meacutedio de funcionaacuterios que integram diretamente a aacuterea

de DP35 funcionaacuterios 57 funcionaacuterios 94 funcionaacuterios

Nordm meacutedio de funcionaacuterios com formaccedilatildeo superior na aacuterea de DP

06 funcionaacuterio(17)


29 funcionaacuterios(31)

Nordm meacutedio de equipes que trabalham simultaneamente na

empresa7 equipes 17 equipe 15 equipe

Nordm meacutedio de funcionaacuterios que participam de cada equipe

36 funcionaacuterios 38 funcionaacuterios 69 funcionaacuterios

Nordm meacutedio de projetos conduzidos simultaneamente na

empresa15 projeto 42 projetos 53 projetos

Principais tipos de parceiros existentes ao longo do PDP

Fornecedores e clientes usuaacuterios finais

Fornecedores clientes usuaacuterios finais universidades


Quantidade de fases do PDP em que essas parcerias ocorrem

2 fases 2 fases 6 fases

Ativ

idad

es e

info

rmaccedil

otildees

Realizaccedilatildeo das atividades da macrofase de preacute-

desenvolvimento

49 natildeo realiza46 informal

5 formal

21 natildeo realiza52 informal28 formal


Realizaccedilatildeo das atividades da macrofase de desenvolvimento




Realizaccedilatildeo das atividades da macrofase de poacutes-

desenvolvimento


3 formal



de empresas que possuem um procedimento formalizado

documentado que define as atividades do PDP

0 5 58

de empresas que realizam reuniotildees de avaliaccedilatildeo das

atividades realizadas durante o PDP

75 informal15 natildeo realizam


50 informal50 formal

de empresas que possuem algum mecanismo formal para registrar experiecircncias passadas liccedilotildees aprendidas dos projetos

de DP realizados

0 20 42

Recu

rsos Principais ferramentasmeacutetodos

de apoio ao PDP utilizados pelas empresas

CAD CAD CAD e Benchmarking

Fonte Simotildees (2007 p 117)


riscos como no caso da compra de protoacutetipos ou permitindo que as maacutequinas sejam testadas em sua aacuterea produtiva

comum o desenvolvimento colaborativo com eles Em alguns casos apoiam o desenvolvimento sugerindo alteraccedilotildees em maacutequinas ou mesmo assumindo

Tabela 2 Comparaccedilatildeo do niacutevel de maturidade da empresa estudada segundo o levantamento de Simotildees (2007)

CaracteriacutesticasSituaccedilatildeo das empresas do Grupo III (maior

niacutevel de maturidade) segundo Simotildees (2007)

Situaccedilatildeo da Empresa Estudada

de empresas que conhecem o conceito de gestatildeo de portfoacutelio

50

A empresa natildeo apenas conhece mas utiliza e possui a Gestatildeo de Portfoacutelio formalizada no

Sistema Geral da Qualidade (SGQ)Utiliza criteacuterios

de empresas que realizam de maneira formal pesquisa de mercado

8330Realiza pesquisa de mercado por meio de sua

rede de vendedores e assistecircncia teacutecnicaEstaacute formalizado no seu SGQ

de empresas que utilizam indicadores para avaliar o desempenho do PDP no todo

17Programa de avaliaccedilatildeo desempenho do PDPTempo decorrido x de tarefas realizadas

Indicadores de custo e qualidade



Fornecedores clientes empresas de consultoria universidades centros de

formaccedilatildeo profissional

de empresas que possuem algum mecanismo formal para registrar experiecircncias passadas liccedilotildees aprendidas dos projetos de

DP realizados

42Natildeo haacute um mecanismo formal para registrar as experiecircncias passadas e liccedilotildees aprendidas

Principais ferramentas meacutetodos de apoio ao PDP utilizados pelas empresas

CAD e Benchmarking

CAD 3DFerramentas de anaacutelise estrutural (CAE)Instrumentaccedilatildeo dinacircmica na aacuterea de

Engenharia Avanccedilada Testes

Realizaccedilatildeo das atividades da macrofase de preacute-desenvolvimento


Formalizado



Formalizado

Realizaccedilatildeo das atividades da macrofase de poacutes-desenvolvimento


Natildeo realiza

A quem o DP responde na empresa principalmente

Aacuterea proacutepria da empresa vinculada agravePresidecircncia diretoria ou setor vinculado agrave

Induacutestria produccedilatildeo



Arranjo organizacional adotado Matricial Matricial

Nordm meacutedio de funcionaacuterios que fazem parte diretamente da aacuterea de DP

94 funcionaacuterios 8 funcionaacuterios

Nordm meacutedio de projetos conduzidos simultaneamente na empresa

53 projetos 11 projetos nos uacuteltimos 5 anos

Exportaccedilatildeo 83 Exporta para vaacuterios paiacuteses

Certificaccedilatildeo 25 Certificada ISO 9001

de empresas que possuem um procedimento formalizadodocumentado que

define as atividades do PDP58

PDP formalizado desde a escolha dos projetos ateacute o lanccedilamento do produto

de empresas que realizam reuniotildees de avaliaccedilatildeo das atividades realizadas durante

o PDP


Formalizado em documento proacuteprio da engenharia

Quantidade de fases do PDP em que estas parcerias ocorrem

6 fases 5 fases


69 funcionaacuterios Dado indisponiacutevel



Dado indisponiacutevel

Nordm meacutedio de equipes que trabalham simultaneamente na empresa

15 equipes Dado indisponiacutevel

Escritoacuterio de Projetos Dado indisponiacutevelConceito introduzido na empresa em 2005

Haacute um coordenador com dedicaccedilatildeo exclusivaPublicado tambeacutem em Toledo e Simotildees (2010)



no iniacutecio do projeto faltava ao gerente de projeto experiecircncia em colaboraccedilatildeo o parceiro natildeo havia trabalhado antes com a empresa em projetos colaborativos de desenvolvimento de produtos em nenhum momento do projeto os parceiros preocuparam-se em aplicar os instrumentos para visualizar gerenciar e minimizar os riscos

Este projeto apresentou os seguintes benefiacutecios para a empresa estudada ganhos no conhecimento em relaccedilatildeo agrave parte agriacutecola um produto de sucesso e o desenvolvimento de uma inovaccedilatildeo tecnoloacutegica que estaacute sendo explorada em outros produtos O cliente beneficiou-se da melhoria de produtividade e acesso ao equipamento As dificuldades enfrentadas para gerenciaacute-lo foram as pressotildees de prazo e o planejamento mais informal

45 Projeto colaborativo com o fornecedor

O projeto com o fornecedor foi o de uma colheitadeira para milho e outros cereais Pode ser considerado como uma nova tecnologia para a empresa mas natildeo para o mercado pois o conceito do produto jaacute estava estabelecido Havia poreacutem um diferencial no produto que era o nicho de mercado e sua versatilidade pois aleacutem da colheita do milho tambeacutem poderia ser utilizado para a colheita da soja e do trigo

Os objetivos da colaboraccedilatildeo foram a pesquisa e o desenvolvimento a assistecircncia teacutecnica durante o projeto o treinamento os ensaios e testes e a coleta de informaccedilotildees

Como resultado final tem-se que os principais FCS observados foram os objetivos do projeto foram definidos claramente os planos foram acordados mutuamente houve monitoramento regular do progresso a comunicaccedilatildeo entre os participantes foi feita de forma eficaz houve confianccedila muacutetua e comprometimento entre os parceiros houve continuidade das pessoas e bom relacionamento entre os parceiros a direccedilatildeo da empresa estudada incentivou durante todas as etapas houve um champion (participante que exerce o papel de motivador do grupo) de colaboraccedilatildeo O gerente do projeto foi um bom negociador possuiacutea experiecircncia multifuncional o parceiro possuiacutea experiecircncia no tema conhecia e respeitava os objetivos complementares aleacutem dos objetivos comuns o fornecedor-parceiro natildeo fazia uso de agendas ocultas Neste projeto tambeacutem houve equiliacutebrio de contribuiccedilatildeo e benefiacutecios aleacutem de igualdade de poder entre os parceiros O produto veio ao encontro das necessidades do mercado mas teve venda menor que o esperado pois a empresa

bullAcessoatestesdosprodutosA colaboraccedilatildeo com os clientes produtores rurais eacute importante tambeacutem para a empresa ter acesso a testes mais realistas dos equipamentos

bullConhecimentos complementares Algumas tecnologias que natildeo fazem parte da competecircncia essencial da empresa Por exemplo pode-se citar a parte hidraacuteulica e de transmissatildeo das maacutequinas onde a empresa desenvolve o conceito e faz o dimensionamento do sistema em conjunto com o fornecedor e

bull Faltaderecursoshumanosinternosespecializados Haacute momentos de sobrecarga de trabalho de desenvolvimento que satildeo solucionados com a subcontrataccedilatildeo de serviccedilos especializados de engenharia proporcionando intercacircmbio de informaccedilotildees e competecircncias

44 Projeto colaborativo com o cliente

O projeto realizado entre a empresa e o cliente foi considerado do tipo nova tecnologia para o mercado O principal diferencial em relaccedilatildeo aos produtos similares foi uma inovaccedilatildeo teacutecnica que permitia versatilidade maior de acessoacuterios e implementos tornando-o mais flexiacutevel e permitindo maior aproveitamento do equipamento na fazenda O resultado satildeo economias para o produtor rural Os objetivos da colaboraccedilatildeo foram a coleta de informaccedilotildees as pesquisas e o desenvolvimento e os ensaios e testes

Os principais FCS observados foram objetivos do projeto claramente definidos planos do projeto foram acordados mutuamente recursos foram adequados houve monitoramento regular do projeto a comunicaccedilatildeo entre os participantes do projeto foi feita de forma eficaz houve confianccedila muacutetua e comprometimento entre os parceiros houve continuidade das pessoas e boas relaccedilotildees pessoais entre os parceiros o gerente de projetos tinha conhecimentos teacutecnicos no tema do projeto experiecircncia multifuncional e em gerenciamento de projeto era um bom negociador houve respeito das diferenccedilas culturais entre os parceiros os profissionais do parceiro possuiacuteam experiecircncia no tema do projeto o parceiro conhecia e respeitava os objetivos complementares da outra parte aleacutem dos objetivos comuns o parceiro (cliente) natildeo fazia uso de agendas ocultas isto eacute objetivos natildeo revelados durante o projeto houve equiliacutebrio nos benefiacutecios na contribuiccedilatildeo e igualdade de poder entre os parceiros do projeto O projeto contribuiu para as necessidades do mercado houve estabilidade corporativa durante o projeto

Os FCS natildeo observados durante o projeto foram as etapas parciais (milestones) natildeo foram definidas


de experiecircncia dos parceiros em colaboraccedilotildees em outras empresas natildeo influenciou o resultado

Em ambos tambeacutem foi fundamental o FCS ldquorespeito aos objetivos complementaresrdquo Esse parece ser o FCS realmente criacutetico Sugerindo que os demais possam ser secundaacuterios e portanto menos importantes

O FCS adicionado ldquogerenciamento de riscosrdquo natildeo foi verificado em nenhum projeto e foi considerado

passou por periacuteodo de reestruturaccedilatildeo em virtude da situaccedilatildeo econocircmica vivida pelo setor no lanccedilamento

Os FCS natildeo realizados durante o projeto foram as etapas parciais natildeo foram definidas desde o iniacutecio o gerente de projetos natildeo tinha experiecircncia em gerenciamento de projetos e em colaboraccedilatildeo natildeo tinha conhecimento teacutecnico no tema o fornecedor natildeo havia trabalhado anteriormente em projetos colaborativos com a empresa e sim apenas fornecia materiais os parceiros natildeo fizeram uso de procedimentos formais para identificaccedilatildeo administraccedilatildeo ou minimizaccedilatildeo de riscos futuros

Os benefiacutecios advindos dessa colaboraccedilatildeo para a empresa foram produto com grande potencial e previsotildees de vendas em niacutevel mundial o produto contribuiu muito para diminuir a sazonalidade agregaccedilatildeo de conhecimentos em relaccedilatildeo agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e ao plantio das culturas do milho da soja e do trigo Para o fornecedor os benefiacutecios foram o aumento no faturamento tornou-se um canal de distribuiccedilatildeo do produto

A dificuldade encontrada pela empresa estudada nessa colaboraccedilatildeo deu-se na troca de informaccedilotildees Houveram alteraccedilotildees em desenhos e outros documentos por parte do fornecedor-parceiro que natildeo as informava ao projetista da empresa Apesar dessas divergecircncias solucionadas rapidamente o resultado final do projeto trouxe satisfaccedilatildeo muacutetua para os parceiros

5 Anaacutelise comparativa dos projetos

Na anaacutelise eacute verificada uma grande similaridade entre os FCS presentes nos dois projetos Poucas satildeo as divergecircncias Poreacutem quando ocorreram foi possiacutevel notar prejuiacutezos aos projetos pois apareceram como barreiras que tiveram que ser superadas no decorrer da colaboraccedilatildeo Eacute o caso de recursos adequados ldquorespeito agraves diferenccedilas culturaisrdquo e ldquoestabilidade corporativardquo no projeto com o fornecedor No caso do projeto com o cliente haacute a ausecircncia do ldquochampion de colaboraccedilatildeordquo

Os fatores ldquoequiliacutebrio de benefiacutecios (benefiacutecios muacutetuos)rdquo ldquoigualdade de poderrdquo ldquoequiliacutebrio de contribuiccedilatildeordquo ldquoalinhamento com as necessidades do mercadordquo ldquoestabilidade corporativardquo ldquoconfianccedilardquo ldquocomprometimentordquo ldquoaprendizado documentadordquo ldquocontinuidade de equipesrdquo ldquobom relacionamentordquo foram os mais presentes em ambos os projetos e demonstraram ser realmente fundamentais para o sucesso da colaboraccedilatildeo Eles foram responsaacuteveis por auxiliar a suplantar os obstaacuteculos gerados pela ausecircncia dos FCS mencionados

Outro aspecto que chama a atenccedilatildeo relaciona-se agrave avaliaccedilatildeo dos parceiros Nos dois projetos a ausecircncia

Quadro 2 Comparaccedilatildeo dos FCS do modelo teoacuterico e os FCS dos projetos colaborativos (elaborado pelo autor)

Siacutentese de fatores criacuteticos (1)

Projetos colaborativos da empresa estudada

com o cliente

(2)

com o fornecedor

(3)

Objetivos e responsabilidades definidos

Objetivos realistas

Planos do projeto acordados mutuamente

Recursos adequados

Etapas parciais definidas (milestones)Monitoramento


Confianccedila

Comprometimento

Aprendizado documentado

Continuidade das equipes

Bom relacionamento

Champion da colaboraccedilatildeo

Experiecircncia como gerente de projeto

Gerente negociador

Experiecircncia em colaboraccedilatildeo

Experiecircncia multifuncional

Capacitaccedilatildeo teacutecnica

Respeito agraves diferenccedilas culturais entre os parceiros

Experiecircncia em colaboraccedilatildeo com outras empresas

Experiecircncias anteriores em projetos com a empresa

Profissionais do parceiro com experiecircncia no tema

Respeito aos objetivos complementares

Sem agendas ocultas (objetivos natildeo revelados)

Conhecimentos especializados

Habilidades complementares

Equiliacutebrio de benefiacutecios (benefiacutecios muacutetuos)

Igualdade de poder

Equiliacutebrio de contribuiccedilatildeo

Alinhamento com as necessidades do mercado

Estabilidade corporativa

Anaacutelise e acompanhamento de riscos



como um fator natildeo criacutetico pelos respondentes Poreacutem se considerarmos os problemas que surgiram com a falta de recursos e alteraccedilotildees nos requisitos no projeto com o fornecedor resta a duacutevida se realmente a presenccedila desses fatores natildeo poderia ter evitado esses problemas

Uma hipoacutetese que o trabalho sugere eacute que o efeito da gestatildeo de riscos teria sido minimizado pela presenccedila forte de fatores como ldquoconfianccedilardquo e ldquobom relacionamentordquo

O Quadro 2 faz um alinhamento entre os FCS pesquisados na revisatildeo bibliograacutefica comparando-os quanto agrave observaccedilatildeo nos projetos colaborativos analisados A coluna (1) conteacutem os FCS da revisatildeo bibliograacutefica Na coluna (2) identificam-se os FCS presentes no projeto em colaboraccedilatildeo com o cliente por meio dos campos preenchidos em cinza A coluna (3) conteacutem os FCS presentes no relacionamento com o fornecedor Uma anaacutelise permite demonstrar a situaccedilatildeo de semelhanccedila entre os dois projetos estudados

6 Conclusotildees gerais

O trabalho apresentou os resultados da avaliaccedilatildeo de fatores criacuteticos para o sucesso de dois projetos colaborativos de desenvolvimento de maacutequinas agriacutecolas que agregaram significativa inovaccedilatildeo Um deles foi desenvolvido em parceria com o cliente o outro em parceria com um fornecedor Os FCS presentes nos dois projetos foram comparados com a literatura e entre si

A primeira conclusatildeo importante eacute que os fatores propostos na literatura foram em grande parte reforccedilados por esta pesquisa e considerados pelos gerentes de projetos das empresas como fundamentais para o sucesso

A segunda conclusatildeo eacute que o trabalho aponta oportunidades para a simplificaccedilatildeo da lista de FCS identificada A evidecircncia maior estaacute nos fatores ldquoexperiecircncia do parceiro em colaboraccedilatildeo com outras empresasrdquo ldquoexperiecircncias anteriores em projetos com a empresardquo ldquoconhecimentos especializadosrdquo e ldquohabilidades complementaresrdquo Tais fatores ditos criacuteticos estavam ausentes e natildeo foram considerados geradores de obstaacuteculos ao andamento do projeto Isso implica que talvez natildeo sejam fatores ldquocriacuteticosrdquo e portanto poderiam ser simplificados em levantamentos na aacuterea

Uma terceira conclusatildeo da pesquisa emerge da similaridade entre os FCS observados nos dois projetos A opccedilatildeo pela estratificaccedilatildeo quanto ao tipo de colaboraccedilatildeo foi motivada pela hipoacutetese de que poderia haver diferenccedilas relacionadas a esse aspecto sugeridas na literatura A comparaccedilatildeo desses dois projetos poreacutem natildeo indicou diferenccedilas significativas quanto ao tipo de parceiro Mostra sim que os fatores

ldquoconfianccedilardquo ldquocomprometimentordquo ldquoaprendizado documentadordquo ldquocontinuidade de equipesrdquo ldquobom relacionamentordquo foram fundamentais reforccedilando a teoria da aacuterea

Essa conclusatildeo logicamente precisa ser tomada com cuidado O resultado eacute pouco expressivo pois trata-se de um estudo de caso A questatildeo cuja resposta plena natildeo era propoacutesito do estudo deve ser mais bem compreendida O dado em si poreacutem pode ser tomado como um indiacutecio que motiva novas pesquisas sobre este tema especiacutefico

Outra conclusatildeo do estudo eacute a identificaccedilatildeo da hipoacutetese de existecircncia de fatores erroneamente citados como criacuteticos na literatura Um exemplo eacute o fator ldquoconhecimento teacutecnicordquo do gerente de projeto Nos dois projetos a maior competecircncia teacutecnica estava presente na equipe mas natildeo na figura do gerente de projeto Elas eram de domiacutenio de profissionais das organizaccedilotildees parceiras que participavam da equipe Poreacutem isso natildeo significou empecilho ou obstaacuteculo para a conduccedilatildeo do projeto As competecircncias do gerente de projeto em negociaccedilatildeo e em visatildeo multifuncional foram suficientes para criar uma visatildeo comum no caso um bom foco para o mercado e objetivos

A pesquisa indica a hipoacutetese de que os fatores criacuteticos ldquodomiacutenio teacutecnico do gerente de projetordquo e ldquoprofissionais do parceiro com experiecircncia no temardquo poderiam ser sintetizados em um uacutenico sobre a equipe de projeto denominado por exemplo ldquoequipe com todas as competecircncias teacutecnicas necessaacuteriasrdquo Isso porque conforme demonstrado nos casos mais importante eacute que exista a competecircncia na equipe de projeto independentemente de residir no gerente de projeto ou no parceiro Outros fatores como confianccedila perfil de negociaccedilatildeo do gerente e experiecircncia multifuncional do gerente permitiriam que esse conhecimento da equipe fosse efetivamente transformado em boas soluccedilotildees teacutecnicas garantindo o sucesso do projeto

Este trabalho eacute um primeiro esforccedilo para a identificaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo de uma lista de FCS que possa ser validada para a IMA brasileira A principal contribuiccedilatildeo eacute demonstrar uma sistematizaccedilatildeo da literatura da aacuterea identificando fatores criacuteticos presentes na literatura Outra contribuiccedilatildeo eacute uma primeira verificaccedilatildeo desses fatores em casos da induacutestria de maacutequinas agriacutecolas identificando aspectos que podem orientar outros pesquisadores na utilizaccedilatildeo desses fatores em estudos mais amplos do tipo levantamento especiacuteficos sobre essa induacutestria

O trabalho serve tambeacutem como um alerta sobre a importacircncia do tema Desenvolver teacutecnicas meacutetodos e modelos gerenciais para a IMA eacute fundamental para a competitividade do paiacutes Um dos aspectos eacute a colaboraccedilatildeo A principal sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a realizaccedilatildeo de levantamentos sobre a


situaccedilatildeo da colaboraccedilatildeo e dos fatores criacuteticos de sucesso nesse tipo de projeto e induacutestria explorando outros atores como institutos de pesquisa e um conjunto maior de empresas

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TOLEDO J C SIMOES J M S Gestatildeo do desenvolvimento de produto em empresas de pequeno e meacutedio porte do setor de maacutequinas e implementos agriacutecolas do Estado de SP Gestatildeo amp Produccedilatildeo v 17 n 2 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-530X2010000200004amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 29 ago 2011 httpdxdoiorg101590S0104-530X2010000200004

TORRICO R Maacutequinas voltadas para o futuro Revista Panorama Rural ano 9 n 100 p 38-39 2007

VAN WYK R BOWEN P AKINTOYE A Project risk management practice The case of South African utility company International Journal of Project Management v 26 p 149-163 2008 httpdxdoiorg101016jijproman200703011

VON STAMM Collaboration with other firms and customers innovationrsquos secret weapon Strategyand Leadership v 32 n 3 p 16-20 2004

YIN R K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 3 ed Porto Alegre Bookman 2005

Critical success factors in collaborative projects in industry of agricultural machinery

Abstract

The collaborative product development is essential for companies to increase the innovation degree of their products Companies must follow the critical success factors (CSF) in order to achieve the expected results There is a set of papers that identified critical success factors (CSF) for collaborative projects however there is no paper verifying those factors in Brazil especially in the Agricultural Machinery Industry This article aims to verify whether the CSFs identified in the literature could be used in this context A bibliographical review was carried out to identify a CSF list After that a single case study was developed using the project as unit of analysis Two successful and collaborative projects were evaluated The results described new CSFs and reinforced others as factors related to relationship equality and universality KeywordsCollaborative projects Agricultural machinery Critical success factors


a produzir artesanalmente as primeiras maacutequinas e implementos (PASQUAL PEDROZO 2007)

O desempenho da IMA brasileira foi irregular alternando periacuteodos de evoluccedilatildeo e crises acompanhando oscilaccedilotildees da proacutepria atividade agriacutecola A produtividade do setor tambeacutem sempre foi considerada baixa Mas esse cenaacuterio comeccedilou a mudar ao final da deacutecada de 1990 quando as empresas passaram a integrar novas tecnologias em produtos e processos (ROMANO 2003)

Em 1999 com a criaccedilatildeo do Programa de Modernizaccedilatildeo da Frota Agriacutecola (Moderfrota) a produtividade do setor apresentou crescimento entre 2000 ateacute 2004 poreacutem fatores como o cacircmbio aumento dos insumos e a seca prejudicaram o desempenho em 2005 (ASSOCIACcedilAtildeO 2006)

Em 2007 o segmento de maacutequinas e implementos agriacutecolas apresentou recuperaccedilatildeo principalmente em funccedilatildeo da cultura de gratildeos e dos negoacutecios relacionados agraves usinas produtoras dos derivados da cana-de-accediluacutecar (ASSOCIACcedilAtildeO 2007)

No mesmo segmento o aporte tecnoloacutegico trouxe competitividade para as maacutequinas semeadoras adubadoras pulverizadoras tratores e colheitadeiras (SAVANACHI 2007) Um dos principais conceitos nessa direccedilatildeo eacute a chamada agricultura de precisatildeo

De acordo com Clarck e McGuckin (1996) a agricultura de precisatildeo envolve sistemas automaacuteticos compostos por microcontroladores sensores e atuadores acoplados ao equipamento agriacutecola e interligados ao Sistema de Posicionamento Global (SPG) Molin citado por Cerri (2005) enfatiza que a agricultura de precisatildeo dispotildee um elenco de tecnologias e procedimentos para que as lavouras e os sistemas de produccedilatildeo sejam otimizados

Para Martini et al (2006) a agricultura de precisatildeo permite gerar mapas das aacutereas produtivas com informaccedilotildees valiosas para um melhor gerenciamento metro a metro do talhatildeo visando reduccedilatildeo de custos

Outros recursos desenvolvidos satildeo os dispositivos que possibilitam a orientaccedilatildeo por sateacutelites sistemas de piloto automaacutetico e a eletrocircnica embarcada (SAVANACHI 2007) Tratores conduzem o plantio por linhas exatas com mais rapidez e tambeacutem com miacutenima margem de erro dando origem agrave agricultura de precisatildeo (MARTINEZ 2007) Os sistemas de piloto automaacutetico garantem o paralelismo de atividades na lavoura principalmente nas atividades de sulcagem e colheita da cana (SAVANACHI 2007)

Capelli (2008) argumenta que as vantagens estabelecidas pela agricultura de precisatildeo satildeo possibilitar o melhor conhecimento do campo de produccedilatildeo e consequentemente melhores decisotildees sobre plantio e uso dos recursos oferecer uniformidade e produtividade pela correccedilatildeo dos fatores que contribuem para variabilidade e contribuir com a

Este artigo descreve os resultados de um estudo de caso realizado em uma empresa do setor de maacutequinas e implementos agriacutecolas localizada no interior do estado de Satildeo Paulo O objetivo foi ilustrar os desafios enfrentados por uma empresa com elevada maturidade em DP frente a outras do setor e verificar os modelos teoacutericos sobre fatores criacuteticos de sucesso em projetos colaborativos aprimorando-os para a construccedilatildeo de instrumentos para levantamentos abrangentes Apresenta-se uma breve revisatildeo bibliograacutefica sobre a colaboraccedilatildeo em desenvolvimento de produtos suas vantagens e dificuldades e sobre FCS Em seguida apresenta-se o meacutetodo da pesquisa os resultados obtidos e as anaacutelises Por fim discussotildees e conclusotildees gerais

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 A inovaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo na induacutestria de maacutequinas agriacutecolas

A induacutestria de maacutequinas agriacutecolas (IMA) eacute parte da induacutestria de bens de capital (AVELLAR 2008) e eacute formada pelo conjunto de empresas que produzem maacutequinas e equipamentos para a produccedilatildeo agriacutecola denominados de maacutequinas e implementos

Conveacutem esclarecer a diferenccedila entre ldquomaacutequinasrdquo e ldquoimplementosrdquo Para Gadanha Junior et al (1991) as maacutequinas satildeo conjuntos de componentes com movimentos suficientes para transmitir o efeito de forccedilas ou energia satildeo ldquomotorasrdquo quando transformam o efeito e ldquomovidasrdquo quando transmitem o efeito Os implementos satildeo conjuntos de componentes que natildeo transformam energia

Mialhe (1974 p 16) conceitua de maneira mais apropriada definindo maacutequinas e implementos da forma descrita a seguir

Maacutequina eacute o conjunto de oacutergatildeos forccedilados em seus movimentos por obstaacuteculos fixos e de resistecircncia suficiente para transmitir o efeito de forccedilas e transformar energias Tanto o motor do trator quanto o arado satildeo considerados maacutequinas uma vez que no primeiro haacute transformaccedilatildeo de energia e no segundo apenas transmissatildeo do efeito de forccedilas

O implemento eacute

O conjunto forccedilado de oacutergatildeos que natildeo apresentam movimentos relativos nem tecircm capacidade para transmitir forccedila sendo seu uacutenico movimento o de deslocamento normalmente imprimido por uma maacutequina tratora (MIALHE 1974 p 16)

O surgimento desse setor no Brasil se relaciona com a imigraccedilatildeo europeia nas deacutecadas de 1930 e 1940 Imigrantes vindos para trabalhar na agricultura e com conhecimentos de mecacircnica e metalurgia comeccedilaram














































4 Resultados










Hyvaumlri(2006)

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Recursos adequados










































Dim

ensotilde

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o PD

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Estr

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1250 30 50


formal3750 60 8330



Org

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produccedilatildeo



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Ativ

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info

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desenvolvimento


5 formal








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de DP realizados

0 20 42

Recu













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DP realizados



CAD e Benchmarking





Formalizado



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Natildeo realiza

















o PDP




6 fases 5 fases








































com o cliente

(2)

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Objetivos realistas


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Confianccedila

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Documents

Fatores críticos de sucesso em projetos colaborativos na ... · de produção sejam ... a imigração europeia nas décadas de 1930 e 1940. Imigrantes, vindos para trabalhar na