6
FAZENDA SANTA ROSA CAFE EAGUARDENTE NA SERRA A dfvida foi executada em 1852 pelo filho do barao - Joao Pereira Darrigue Faro, que viria a ser 02° barao e visconde do Rio Bonito (0 pai havia morrido em 1843) - e que vendeu a fazenda no mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo de Antonio, que haviafalecido em 10.11.1853, fez os "Registros de Terras" de duas fazendas pertencentes ao esp6lio do pai: Santo Antonio da Cachoeira e Santa Rosa, cada umadelas com V2 sesmaria (Presurnivelmente, 112,4 alqueires). Em 1858, com a morte de Dona Rosa Maria de Jesus, viuva de Vieira Machado, e por compra aos seus herdeiros, entra em cena nas terras de Santa Rosa 0 futuro comendador (da Ordem da Rosa) Manoel Antonio Rodrigues Guiao, portugues, que ja era proprietario de teITaSvizinhas desde a decada de 1840 na Fazenda Sao Manoel (do Cambota). Manoel Antonio, sua mulher, Dona Iria Umbelina Vieira da Cunha, de velhos troncos rnineiros de Sao Joao d'EI Rei emigrados para Aiuruoca, e os primeiros filhos, passaram a habitar, e a reformar, a casa construfda pol' Eleuterio e deram forte impulso it propriedade, inclusive com 0 incremento da produc;ao de aguardente, de infcio nos dois alambiques ali deixados pOl' Euleuterio. A comprovac;ao deste desenvolvimento baseia-se na expressiva agregac;ao de valor obtida pel0 comendador Guiao de forma que a fazenda, que custou a Vieira Machado 60 contos de reis, com 130 alqueires, escravos, benfeitorias, casa de vivenda assobradada, sftios anexos, etc, valia, no 3) JOAQUIM MARQUES DA SILVA Joaquim Marques da Silva CC.Faustina Angelica de Moura, pais de: Ll) Patricio Marques Ferreira 1.2) Manoel Marques da Silva I.3)Joaquim Marques Ferreira 1.4) Sevelino Jose Marques 1.5) Francisco Marques Ferreira 1.6) Joaquina 1.7) Francisca 1.8) Nicolau 1.9) Anna Ll 0) Claudina Lll) Joao 4) ELEUTERIO DELFIM DA SILVA Eleuterio Delfim da Silva Cc Pais de: Ll) Cc ..... Pais de: ILl )Oz6rio Duque Estrada 5) MANOEL ANTONIO RODRIGUES GUIAO Cust6dio Jose Vieira, Capitao de Ordenan<;as. N. S. Joao Del Rei .. C, las nupcias, corn, Margarida Bernarda da Cunha C, 2"' nupcias, corn Anna Maria de Souza Pais de (l" nupcias): Ll -Manuel Custodio Vieira, Capitao da Guarda Nacional. Cc. UmbeUina de Andrade Diniz Junqueira., filha do Capitao Mor Francisco Antonio Diniz Junqueira e de Marianna Constan<;a de Andrade, ambos pertencentes a antigas farrnlias de Minas Gerais. Cd. 1.2 -Iria Umbelliua Vieira Corn a morte do rnarido, tomou a frente dos neg6cios, administrando corn firrneza, mas corn crescentes dificuldades, as fazendas e 0 engenho de aguardente, corn exporta<;6es para Sao Paulo e Minas Gerais. Em 1876, promoveu ern Valen<;a uma Festa do Divino Espfrito Santo. imortalizada na hist6ria local pela grandiosidade corn que se revestiu. Nas palavras de seu neto Alcides Palma Guiao, ern seulivro "Mem6rias de Wll professor nonagenario ", era "politicamel2te de muito prestigio social, por suas virtudes, equilibrio psicol6gico e de bom senso". N. cerca de 1817. F. Valen<;a, 25.03.1899. C.c. Manuel Antonio Rodrigues Guiiio Comendador e proprietario das fazendas S. Manuel do Canlbota e S. Rosa, e dos sftios Escobar e Cachoeirinha, em Valen<;a. Destinado pela farrnlia a carreira religiosa, fugiu do seminario e embarcou para 0 Brasil, pagando a passagem corn 0 seu trabalho. Trabalhou no comercio do Rio de Janeiro, e esteve ern Minas Gerais, onde se casou, antes de vir para Valen<;a, prestando ai relevantes contlibui<;6es para 0 progresso local: fez parte de uma comissao organizada para angariar fundos para os invalidos da Guerra do Paraguai, doou expressivas somas para 0 cal<;amento da cidade.N.Portugal. F. Valen<;a,20.08.1 872,Pais de: ILl -Maria Leonor Rodrigues Guiao, N. Serranos, MG, .01.1850. F. Catanduva, SP, C., RJ (Igreja de Santo Antonio dos Pobres), 28.05.1873, corn Francisco Ribeiro Guimaraes Proprietillio do sftio Santa Maria do Cambota.N. Freguesia de S. Sebastiao, Guimaraes, Portugal.F.Valen<;a, 22. 10. 191 I.Filho de Joao Baptista Ribeiro e de Antonia Josepha de Oliveira. Pais de: IlLl -Raul Guiao Ribeiro, Hoteleiro ern Valen<;a. N. Valen<;a, 26.02.1874.F. Valen<;a, 13.12.1942.C, Valen<;a, 17.08.1895, corn, Iria Umbellina Soares Ramos, N. Valen<;a, 05.04.1874.F. Valen<;a, 25.07.1959.Filha de Augusto de Azevedo Ramos e de Francisca Soares Diniz, ele, descendente da tradicional fanulia Werneck, e, ela, neta paterna do Barao de Santa Isabel. Cd. IlL2 -Malia Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 17.07.1877. Cc. Joaquim Horacio Vieira. C d. IlI.3 -Ada Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 30.04.1879.F. Can1pinas, SP, 1978.Cc. Raphael Leoni Filho de Miguel Leoni e de Concetta Capozzoli, irmao do Comendador Nicolao Leoni, benem6ito da Santa Cas a de Miselic6rdia de Valen<;a, e tio materna do histOliador Jose Leoni Iorio, autor de "Valew;a de Oiltem e de Hoje".C d. IlIA -I1ia Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 03.03.1881. IlLS -Rosenda Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 01.03.1883. IlI.6 -Francisco Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 02.01.1885. IlI.7 -Antonia Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 24.08.1889.F.Catanduva, SP.Cc. Jorge Almeida C d. IlL8 -Leon or Guiao Guimaraes N. Valen<;a, 17.05.1892. IlI.9 -Cecilia Guiao Guimaraes, C, RJ, corn Alberto Nogueira, C. d. 11.2 -Francisco Antonio Rodrigues Guiao, Cursou ate 0 5° ano a Escola Politecnica, no RJ. N. Valen<;a, 07.10.1854.RJ, 21.04.1876. Solteiro.

FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

FAZENDA SANTA ROSACAFE EAGUARDENTE NA SERRA

A dfvida foi executada em 1852 pelo filho dobarao - Joao Pereira Darrigue Faro, que viria a ser02° barao e visconde do Rio Bonito (0 pai haviamorrido em 1843) - e que vendeu a fazenda nomesmo ano para Antonio Vieira Machado,proprietario da Fazenda Santo Antonio daCachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo deAntonio, que haviafalecido em 10.11.1853, fez os"Registros de Terras" de duas fazendas pertencentesao esp6lio do pai: Santo Antonio da Cachoeira eSanta Rosa, cada umadelas com V2 sesmaria(Presurnivelmente, 112,4 alqueires).

Em 1858, com a morte de Dona Rosa Maria deJesus, viuva de Vieira Machado, e por compra aosseus herdeiros, entra em cena nas terras de SantaRosa 0 futuro comendador (da Ordem da Rosa)Manoel Antonio Rodrigues Guiao, portugues, queja era proprietario de teITaSvizinhas desde a decadade 1840 na Fazenda Sao Manoel (do Cambota).

Manoel Antonio, sua mulher, Dona Iria UmbelinaVieira da Cunha, de velhos troncos rnineiros de SaoJoao d'EI Rei emigrados para Aiuruoca, e osprimeiros filhos, passaram a habitar, e a reformar,a casa construfda pol' Eleuterio e deram forteimpulso it propriedade, inclusive com 0 incrementoda produc;ao de aguardente, de infcio nos doisalambiques ali deixados pOl' Euleuterio. Acomprovac;ao deste desenvolvimento baseia-se naexpressiva agregac;ao de valor obtida pel0comendador Guiao de forma que a fazenda, quecustou a Vieira Machado 60 contos de reis, com130 alqueires, escravos, benfeitorias, casa devivenda assobradada, sftios anexos, etc, valia, no

3) JOAQUIM MARQUES DA SILVAJoaquim Marques da SilvaCC.Faustina Angelica de Moura, pais de:Ll) Patricio Marques Ferreira 1.2) Manoel Marques da Silva I.3)Joaquim Marques Ferreira1.4) Sevelino Jose Marques 1.5) Francisco Marques Ferreira 1.6) Joaquina1.7) Francisca 1.8) Nicolau 1.9) AnnaLl 0) Claudina Lll) Joao

4) ELEUTERIO DELFIM DA SILVAEleuterio Delfim da SilvaCc Pais de:Ll) Cc ..... Pais de:

ILl )Oz6rio Duque Estrada

5) MANOEL ANTONIO RODRIGUES GUIAOCust6dio Jose Vieira, Capitao de Ordenan<;as. N. S. Joao Del Rei .. C, las nupcias, corn,Margarida Bernarda da CunhaC, 2"' nupcias, cornAnna Maria de SouzaPais de (l" nupcias):Ll -Manuel Custodio Vieira, Capitao da Guarda Nacional.

Cc. UmbeUina de Andrade Diniz Junqueira., filha do Capitao Mor Francisco AntonioDiniz Junqueira e de Marianna Constan<;a de Andrade, ambos pertencentes a antigasfarrnlias de Minas Gerais. Cd.

1.2 -Iria Umbelliua VieiraCorn a morte do rnarido, tomou a frente dos neg6cios, administrando corn firrneza, mascorn crescentes dificuldades, as fazendas e 0 engenho de aguardente, corn exporta<;6es paraSao Paulo e Minas Gerais. Em 1876, promoveu ern Valen<;a uma Festa do Divino EspfritoSanto. imortalizada na hist6ria local pela grandiosidade corn que se revestiu. Nas palavrasde seu neto Alcides Palma Guiao, ern seulivro "Mem6rias de Wll professor nonagenario ",era "politicamel2te de muito prestigio social, por suas virtudes, equilibrio psicol6gico e debom senso". N. cerca de 1817. F. Valen<;a, 25.03.1899. C.c.Manuel Antonio Rodrigues GuiiioComendador e proprietario das fazendas S. Manuel do Canlbota e S. Rosa, e dos sftiosEscobar e Cachoeirinha, em Valen<;a. Destinado pela farrnlia a carreira religiosa, fugiu doseminario e embarcou para 0 Brasil, pagando a passagem corn 0 seu trabalho. Trabalhouno comercio do Rio de Janeiro, e esteve ern Minas Gerais, onde se casou, antes de vir paraValen<;a, prestando ai relevantes contlibui<;6es para 0 progresso local: fez parte de umacomissao organizada para angariar fundos para os invalidos da Guerra do Paraguai, doouexpressivas somas para 0 cal<;amento da cidade.N.Portugal. F. Valen<;a,20.08.1 872,Pais de:ILl -Maria Leonor Rodrigues Guiao, N. Serranos, MG, .01.1850. F. Catanduva, SP,

C., RJ (Igreja de Santo Antonio dos Pobres), 28.05.1873, cornFrancisco Ribeiro GuimaraesProprietillio do sftio Santa Maria do Cambota.N. Freguesia de S. Sebastiao, Guimaraes,Portugal.F.Valen<;a, 22. 10. 191 I.Filho de Joao Baptista Ribeiro e de Antonia Josephade Oliveira. Pais de:IlLl -Raul Guiao Ribeiro, Hoteleiro ern Valen<;a. N. Valen<;a, 26.02.1874.F. Valen<;a,

13.12.1942.C, Valen<;a, 17.08.1895, corn,Iria Umbellina Soares Ramos, N. Valen<;a, 05.04.1874.F. Valen<;a,25.07.1959.Filha de Augusto de Azevedo Ramos e de Francisca Soares Diniz,ele, descendente da tradicional fanulia Werneck, e, ela, neta paterna do Barao deSanta Isabel. Cd.

IlL2 -Malia Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 17.07.1877. Cc.Joaquim Horacio Vieira. C d.

IlI.3 -Ada Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 30.04.1879.F. Can1pinas, SP, 1978.Cc.Raphael LeoniFilho de Miguel Leoni e de Concetta Capozzoli, irmao do Comendador NicolaoLeoni, benem6ito da Santa Cas a de Miselic6rdia de Valen<;a, e tio materna dohistOliador Jose Leoni Iorio, autor de "Valew;a de Oiltem e de Hoje".C d.

IlIA -I1ia Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 03.03.1881.IlLS -Rosenda Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 01.03.1883.IlI.6 -Francisco Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 02.01.1885.IlI.7 -Antonia Guiao Guimaraes, N. Valen<;a, 24.08.1889.F.Catanduva, SP.Cc.

Jorge Almeida C d.IlL8 -Leon or Guiao Guimaraes N. Valen<;a, 17.05.1892.IlI.9 -Cecilia Guiao Guimaraes, C, RJ, corn

Alberto Nogueira, C. d.11.2 -Francisco Antonio Rodrigues Guiao, Cursou ate 0 5° ano a Escola Politecnica, no

RJ. N. Valen<;a, 07.10.1854.RJ, 21.04.1876. Solteiro.

Page 2: FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

inventano de Guiao em 1872, cerca de 74 contos (+23%), embora registrasse metade da area ffsica daque possuia anteriormente. Assim, e razoavel suporser desta epoca a implantac;ao da efetiva dicotomiaprodutiva: cafe e pinga incrementando ou, pelomenos, balanceando as receitas da propriedadelevan do-a a valer mais em uma quadra onde ja seobservava 0 imcio da decadencia do Ciclo Cafeeiro.

D. IRIA UMBELINA V. DA CUNHA GUlAoo conjunto agricola deixado pelo comendadorGuiao continuou com a viuva ate 1889 de sorte que,no Seculo XIX, foi esta farmlia que teve par maistempo a propriedade das terras de Santa Rosa: 31anos ininterruptos. Dona Iria Umbelina, com todosos filhos homens estudando na Corte ou em SaoPaulo (medicina, direito e engenharia), administroucom dificuldade as propriedades da farmlia: as duasfazendas, varios sitios e casas em Valenc;a.

Com a abolic;ao da escravidao, a gota d'agua noprocesso de decHnio do CicIo do CafeValeparaibano, que representou para ela reduc;aopatrimonial de cerca de 35% com a libertac;ao de90 escravos, a tarefa ficou impraticavel e ela perdeu,em meados de 1889, Santa Rosa e todas as outraspropriedades e bens para 15 credores atraves deuma ac;ao de Execuc;ao de Divida que, iniciada em1888, foi julgada em urn prazo extremamenterapido. Todos os credores, ato contInuo e, tudoindica, como parte de uma "operac;ao casada",venderam, entre setembro de 1889 e fevereiro de1890, todas as suas partes para 0 imigrante italianoVito Pentagna, radicado desde 1881 no comerciovalenciano onde fez fortuna, e para 0 socio dele, 0

lavrador Manuel Garcia Roza. Pouco tempo depois,em dezembro de 1892, Vito Pentagna comprou os50% do socio Roza Garcia e tornou-se 0

proprietario unico de toda a Fazenda Santa Rosa edos demais bens de Dona Iria Guiao. Todas asoperac;6es com os 15 credores estao devidamenteregistradas em 4 escrituras de compra e venda nocartorio do 10 Ofkio de Notas de Valenc;a eestabelecem a verdade sobre como, quando eporque Dona Iria Umbelina perdeu to do 0 seupatrim6nio.

II.3 -Manuel Antonio Rodrigues Guiao Filho, Cursou 0 "Collegio AlmeidaMartins", ate

04° ano da Faculdade de Medicina, no RJ.N. Valen«a, 02.02.1860.Falecidosolteiro.

11.4 -Jose Rodrigues Guiao, Cursou 0 1° ana da Faculdade de Medicina, no RJ.N.Valen«a,

1861. Falecido solteiro.II.5 -Antonio Hygino Rodtigues Guiao, Cursou 0 colegio do professor Luiz Domingos do

Lage Junior, em Rio Preto, 0 "Atheneo Fluminense", no RJ e 0 "Collegio Paixao",em Petropolis, diplomando-se pela Faculdade de Medicina do RJ. Retornando aValen«a, prestou relevantes servi«os pOI' ocasiao da epidemia de febre amarela, peloque recebeu um "voto de louvor", da Camara Municipal.N. Valen«a, 11.01.1863.C.c.Elvira de Oliveira FigueiredoFilha do Conselheiro Dr. Carlos Augusto de Oliveira Figueiredo, sobrinho paterno doBarao de Alhandt'a, e sobrinho materno do Visconde de Sepetiba, que viveu pOI'algunsanos em Valen«a, onde desfrutava de alta estima, como brilhante advogado e !iderpolftico, partindo dai para presidir a Provincia de Minas Gerais, e passando depois aoRio de Janeiro, onde foi ministro do Tribunal de Contas do estado, deputado, senadore ministro do Supremo Tribunal Federal; e de Francisca Paes Leme.C. d.

II.6 -Joao Baptista Rodrigues GuiaoCursou 0 "Collegio Sa Mene~es" e 0 "Collegio de Valenfa", em Valen«a. Ingressandona Faculdade de Direito de Sao Paulo, colaborou na imprensa local sob 0 pseudonimode Ruy Flavio, fundou com outros colegas a "Revista Academica", foi redatorproprietario do jornal "A Penna" e participou, ainda, do semanario "A Metralha".Diplomando-se, retornou a Valen«a, onde participou ativamente da vida social epolftica, sendo proprietario e redator de "0 Conterraneo ", e depois do "Amigo doPovo', periodico que fez a propaganda republicana. Radicando-se em Cajuni, SP,tomou-se proprietario da fazenda Seltaozinho, um dos primeiros plantadores de cafedaquela regiao do estado; promotor publico; vereador; presidente da Camara Municipal;intendente, quando realizou estudos para instala«ao da luz eletrica e dos trilhos daEstrada de Ferro Mogiana, abriu estradas e fundou 0 Club Renascen«a; deputadoconstituinte em 1891, ocupando pOI'duas vezes a presidencia da Assembleia Legislativade SP, e proprietario dos jornais "0 Independente", e de "A Vo~ de Cajuru".Transferindo-se para Ribeirao Preto, adquiriu 0 "Diario da Manha", e foi procuradorda Camara Muncipal, juiz de Paz e eleito prefeito municipal, quando realizou umaexcelente e memoravel administra«ao, cal«ando a cidade de paralelepipedos, ampliandoa ilumina«ao, cuidando das estradas, organisando 0 Codigo de Posturas e novas leisde administra«ao, apos 0 que retirou-se a dedica«ao exclusiva ao seu escritorio deadvocacia. Culto e inteligente, alem de competente advogado e combativo jornalista,foi eximio pianista, deixando, entre outras as composi«oes "Recordando a Mocidade"e "Saudade de Valenfa ", e escritor, tendo publicado entre romances, contos sertanejos,comedias: "Dioguinho", "Memorial de um Morto", "Tribulafoes de WIl Carofo deCafe", "A Pensao de Dona Sophia", "A Flor do Cafe", "0 Casamento Civil","Ribeirao Preto no Centenario da Independencia", "Organi::;afoes das CamarasMwzicipais de Sao Paulo", etc. N. Valen«a, 03.05.1864,F. Ribeirao Preto, SP,1O.03.1956.C., Santa Rita do Passa Quatro, SP, com sua prima,Umbellina Vieira de Andrade Palma,c. d.

II.7 -Joaquim Rodrigues Guiao, N. Valen«a, 03.05.1866. Falecido crian«a.1.3 -Francisco Custodio Vieira, c., com sua sobrinha,

Marianna Vieira, Filha do Capitao Manuel Custodio Vieira e de Umbellina de AndradeDiniz Junqueira. C. d.

1.4 -Eulalia Rosa Vieira, c.c.Joao Baptista Ferreira de Britto, N. Campanha, MG, 28.02.1807, filho do Capitao Jacintho

Ferreira de Britto e de Escholastica Cassiana Pereira. C. d.Pais de (2" nupcias):

1.5 -Theodora Bernarda Vieira, C.,Serranos, MG, com seu cunhado,Joao Baptista Ferreira de Britto, C. d.

6) VITO PENTAGNA... Pentagna, c.c .... Pais de:I.l) Saverio Pentagna, F. 1899.C.c.

Josephina Sorrentino, Pais de:II. I )Cesar Pentagna, Padre.II.2)Nicolao Pentagna

Desembarcou no Brasil com apenas quatorze anos, estabelecendo-se em Valen«a, em1878, na pequena casa comercial "Nicolao Pentagna & Irmao". Mais tarde associou-se ao portugues Manuel Pereira de Sampaio na "Pentagna & Sampaio ", que mantinhaa "Casa Sampaio ", onde nao tardou a prosperar. Sempre aliando 0 sucesso profissionalao progresso da cidade, fundou a Societa Italiana de Beneficenza; pOI' ocasiao daliberta«ao dos escravos organizou uma rede telefonica, ligando as fazendas do distritoda cidade a sua casa comercial; aliado ao irmao Vito, patrocinou a vinda de umaCongrega«ao de Padres Barnabitas, que mantiveram um colegio intemo e semi-intemo,que foi 0 primeiro curso secundario da cidade; participou da funda«ao e foi diretor daCompanhia Fia«ao e Tecidos Santa Rosa; foi vice presidente da comissao encarregadada reconstru«ao da Igreja do Rosario; compos a comissao fundadora da Diocese, etc.NoRJ, fundou uma casa de importa«ao "Nicolao Pentagna & Companhia" e 0 "BancoItalia Bra::;ile", 0 primeiro estabelecimento de credito italiano no Brasil.. N. Scario,Comuna de San Giovani Aspiro, Provincia de Salerno, Reino da Italia,14.02.1849.F.Valen«a, 03.03.1930.C., MG, 02.05.1870, com,Maria Clara de Castro, Filha de Jose Ribeiro de Castro, fazendeiro em S. Domingosda Bocaina, Ibitipoca, MG, e de Maria Nicezia. Com descendencia.

II.3) Caetano Pentagna, Proprietario da fazenda do Pm'aiso, em Valen«a.c., MG, 07.08.1875, com,Marianna Philomena de Castro, Filha de Jose Ribeiro de Castro, e de Maria

Page 3: FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

A FAMILIA IELPO 7

Pedro Ielpo, conhecido como Mestre Pedro,era 0 encarregado de obras na regiao de Scario,onde faleceu em 1903.

Era casado com Anna Thereza Scaldaferri,que faleceu em decorrencia de urn parto, emagosto de 1898.

o casal teve onze filhos: FrancescoSebastiano, Carmello, Nicola MariaDomenico, Antonia, Lucia Vincenza, VincenzoAntonio, Alexandre, Francesca, Giuseppina,Maria Fidela Gaetana e Benjamin

o primogenito, Francesco SebastianoScaldaferri Ielpo, aos 15 anos deixou sua terranatal com destino ao Brasil, onde em Valen«ao aguardava urn emprego junto a familiaPentagna.

Francesco, que a exemplo dos seusconterraneos, nao tardou a prosperar,incentivou e patrocinou a vinda dos demaisirmaos para 0 Brasil; na primeira decada doseculo XX ja estavam todos no pais.

Assim que chegou a Valen«a, FrancescoSebastiano Scaldaferri Ielpo foi empregadopela familia Pentagna em urn armazem,localizado estrategicamente a beira da estradade ferro que ligava Valen«a ao municipio deRio das Flores, pr6ximo a fazenda Santa Rosa.

Gra«as a sua capacidade, logo estava a frentedo armazem.

Prosperando, de empregado passou a s6ciodos Pentagna na tradicional "Casa Sampaio",uma das maiores da cidade e adquiriu deJoaquim de Mello Antunes, a "Casa Mingote".

Num investimento audacioso para a epoca,quando os carros constituiam artigo raro e caro,junto ao cunhado Francisco Di Biase, fundoua "Agencia de Autom6veis Chevrolet".

Por fim, fundou uma loja de presentes "AoPre«o Fixo", que durante anos liderou 0

mercado local na comercializa«ao de artigosfinos.

Foi ainda secretario da Sociedade Italianade Beneficencia e do Club Recreativo emembro do Conselho Fiscal da CompanhiaIndustrial de Valen«a.

Apesar de sua vida ter transcorrido desdecedo numa intensa dedica«ao ao trabalho,possuia urn espirito fino e educado, com grandeinclina«ao para a vida em sociedade, na qualdesfrutava veneravel prestigio - nas querelaspoliticas, nas quest6es de familia, no progressodo comercio, sua opiniao era sempre solicitadae acolhida com grande respeito.

Casou-se, sucessivamente, com duas irmas,Noemi e Marietta, renomadas professoras,pertencentes a tradicional familia LopesDomingues, entao proprietarios da fazenda SaoJose das Palmeiras, em Valen«a, das quaisdeixou descendencia.

Nicola Maria Domenico Scaldaferri Ielpo(Nicolino Ielpo, como se naturalizou), ap6sdiplomar-se em guarda livros, esteve naintendencia da marinha italiana, ingressando

depois como funcionario no Banco FrancesItaliano, a servi«o do qual transferiu-se para 0

Rio de Janeiro, em meados da decada de 1900.Em 1913, estava noivo de Rosa Maria

Mazzeo, filha do maior comerciante de secose molhados do distrito de Parapeuna, VicenteMazzeo, quando foi prerniado atraves de urnbilhete Loteria Federal, com a pequena fortunade 100 contos de reis. Investiu parte dodinheiro em im6veis, em Valen«a, adiantou 0

casamento e partiu para a Italia, ondepermaneceu por varios meses.

Por sua integridade e competenciaprofissional, foi convidado para integrar comos6cio, e diretor da Contabilidade, a Fabrica deRendas e Tiras BOldadas Dr. Frontin, fundadapelo Comendador Antonio Jannuzzi.

Foi ainda tesoureiro da Santa Casa deMiseric6rdia e contador da "Agencia deAutom6veis Chevrolet" e do Coronel Cardoso,o ultimo grande exportador de cafe da regiao.

Culto e amante da music a classic a, tocandoinclusive 0 bandolim, seu programa prediletoera ouvir discos de 6peras e comparecer astemporadas liricas do Teatro Municipal do Riode Janeiro, quando mantinha uma frisareservada.

Sua residencia, em Valen\a, era freqtientadapor gente da melhor sociedade da epoca comoo fazendeiro Francisco Martins Esteves, quelevava partituras de 6peras para Rosa MariaIelpo tocar ao piano; Luiz Damasceno Ferreira,que ia ler os capitulos da sua "Hist6ria deValenr;a"; e 0 Comendador Nicolao Pentagna,seu vizinho e parceiro no carteado.

Faleceu prematuramente, em 1933, vitimade uma pneumonia.

Deixou duas filhas: Anna Thereza MazzeoIelpo, normalista, casada com Luiz Carlos daCosta Carvalho, advogado, professor emagistrado, que foi diretor da Faculdade deDireito de Valen«a, sobrinho bisneto do baraoda Passagem; e Maria Apparecida MazzeoIelpo, normalista, casada com FranciscoEmmanuel Jannuzzi, advogado e professor,juiz substituto da Comarca de Valen\a.

Lucia Vincenza Scaldaferri Ielpo casou-se,em Scario, em 1907, com Francisco Di Biase.

Logo ap6s 0 casamento 0 casal se transferiupara 0 Brasil, residindo inicialmente emValen«a e depois em Barra do Pirai.

Foram pais, dentre outros, de:Maria de Lourdes Di Biase, casada com 0

empresario carioca Heider Barros de MoraesRego, bisneto dos Bar6es de Penalva, e trinetodos Bar6es de Turiassu e dos Viscondes deInhauma.

Geraldo Di Biase, advogado e figuraproeminente da politica fluminense, foi prefeitomunicipal de Barra do Pirai e deputadoestadual por cinco legislaturas, sempre comlouvaveis iniciativas, dentre as quais sedestacam as funda\6es das faculdades daFunda«ao Rosemar Pimentel, de Barra do Pirai,

da Faculdade de Filosofia, em Volta Redonda eda Faculdade de Engenharia Civil, em NovaIgua«u. No primeiro go verno estadual deLeonel Brizola, foi secretario da Industria eComercio.

Benjamin Ielpo, cujo nascimento custou avida da mae, foi salvo gra\as a dedica\ao domedico Ruggero Pentagna.

Criado pela irma Lucia Vincenza, foram osultimos da falllllia a irnigrarem para 0 Brasil,aonde chegaram em novembro de 1907.

Aos dez anos era empregado da "CasaMingote", em Valen«a, passando depois umatemporada no Rio de Janeiro.

Novamente em Valen«a, abriu seu pr6prioneg6cio e contraiu nupcias, em 06 de julho de1907, com Luiza de Almeida Kirk, ricaherdeira, venerada por sua erudi«ao e bondade,que foi sempre sua incentivadora e fielcolaboradora.

Iniciou entao sua ascensao social e politica:tesoureiro dos Correios, 10 suplente de Juiz deDireito, delegado de Policia, vereador, duasvezes prefeito e deputado estadual; por maisde trinta anos foi urn dos lideres politicos daregiao.

Mais tarde fundou a empresa Ielpo & Cia.Ltda., e com Floriano Pellegrini, 0 Banco deValen«a S/A, procurando sempre incentivar 0

progresso da terra que tao bem 0 acolheu.Foi ainda vice-provedor da Santa Casa de

Miseric6rdia; presidente da Associa\aoComercial, e do Club dos Coroados; s6ciobenemerito da Academia Valenciana de Letrase membro da Sociedade Arnigos de Valen«a,entre outros.

Por sua zelos a colabora«ao nas causas daigreja cat61ica, foi condecorado pelo PapaPaulo VI, com a comenda da Ordem de SaoSilvestre. Nao deixou descendencia.

A FAMILIA JANNUZZIN a decada de 1880, estabeleceu-se no

comercio de Valen«a Joao Carelli, que eracasado com Anna Maria Jannuzzi.

Algum tempo depois, vindos de Napoles,ber\o italiano da familia Jannuzzi, chegaramos irmaos de Anna Maria, Francisco Jannuzzie Luiz Jannuzzi, com as respectivas familias.

Anna Maria Jannuzzi e Joao Carelli tiveramvarios filhos, dentre os quais Paulina Carelli,casada com Paschoal Demarchi.

Vma das filhas deste casal, Anna MariaDemarchi, se casou com Celso Chagas Gomes,diretor da Companhia Industrial FerreiraGuimaraes, e deixou vasta descendencia, naqual se inclui Jose Gomes Graciosa, ex-presidente da Assembleia Legislativa, e atualpresidente do Tribunal de Contas, do Estadodo Rio de Janeiro.

Francisco Jannuzzi, conhecido como ChicoPequeno, com sua confeitaria era quemgarantia 0 pao diariamente entregue nas portasdas familias valencianas.

Homem simples e bondoso cativou os••

Page 4: FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

valencianos com seus gestos carinhosos.Casado com Maria Rosa Preciosa de Camilo,

tambem napoli tan a e que por seu espfritocaridoso desfrutava de grande estima e respeitona sociedade de Valenc,;a, que sinceramentepranteou sua morte, ocorrida em 1912.

o casal teve os seguintes filhos: Paschoal,Salvador, Cyro e Raphael.

Paschoal Jannuzzi no infcio de sua vida emValenc,;afoi auxiliar do pai na confeitaria, antesde abrir urn armazem de secos e molhados.

Depois esteve por urn curto espac,;ode tempono Rio Preto, com uma fabric a de macarrao.

Retornando a Valenc,;a, abriu a "PadariaFluminense" e associou-se a Martinho Frank,introdutor do cinema na cidade, no Cine Pathe.

Seduzido pela setima arte, constituiu comVicente Ielpo a empresaJannuzzi & Ielpo, paraexplorar 0 antigo Teatro da Gloria,transformando-o no moderno Cine Roma;dinfunico e com grande tino comercial, passoua exibir com sucesso os filmes american os, emsec,;6esque tempos depois se tornaram di:irias- tamanho 0 interesse despertado na sociedadevalenciana que lotava a plateia, frisas ecamarotes da bela casa de espetaculos. Em1930, num empreendimento memoravel, fezde Valenc,;a a primeira cidade do interior doestado a ter filmes sonoros'

Se 0 empresario decolava em grandesprojetos, 0 comerciante nao esmorecia.Tornou-se fornecedor de alimentos para 0Exercito local, onde fez grandes e valiosasamizades.

Em seus ultimos anos ainda gerenciou 0

Hotel de Ferias, da Central do Brasil.Dedicou-se tambem a musica e 0 futebol.

Fundou a Sociedade Musical EuterpeValenciana, promovendo em sua residencia

I»BIBLIOTECA IA Biblioteca agradece:• OLIVEIRA, Ricardo Costa de. 0 sil€~nciodos vencedores: genealogia,classe dominantee estado no Parana. Curitiba: Moinho do Verbo,2001. 447 p. (Doac,;ao do autoL)• PARAIBANO, Instituto Historico eGeogratico. Boletim. Joao Pessoa: aX, n.129,agosto 2003.• SANTA CATARINA, Instituto Historico eGeogratico de. Boletim. Florianopolis: a.VI,n.66, setembro e 67, outubro 2003• MINAS GERAIS, Instituto Historico eGeogratico de. Boletim informativo. BeloHorizonte: junho a agosto de 2003.• QUEIROZ, Alcides Francisco Vilar de. Vilar& Cia: apontamentos de historia familiar - 2.Rio de Janeiro: Fabrica de Livros, 2003. 352p. (Doac,;ao do autor )• PARAIBANO, Instituto Historico eGeogratico. Revista. Joao Pessoa: a.XCIV,n.36, setembro 2002• FUNDA\=AO Cultural de Blumenau.Blumenau em cadernos - XLIV, 7 / 8.Blumenau: Cultura em Movimento, julho /agosto 2003.• NOBREGA, Artur Vaz-Osorio da.Compendio POltugUeSde Heraldica de Familia.Lisboa: Medialivros S.A., 2003. 239 p.(Doac,;ao do autor e socio correspondente em

Portugal.)

memoraveis saraus, quando tocando piston oupiano, acompanhava os famosos musicos quetrazia de outras localidades, como registradopelo "Correia de Valen(;a ", em sua edic,;aode19 de julho de 1923.

Foi casado com Adelia Celina de Araujo,descendente de urn ramo colateral da fanlfliaLeite Ribeiro, os Machado de Azevedo; seusantepassados vieram de Andrelandia paraValenc,;a, onde fundaram 0 distrito de SantaIsabel do Rio Preto. Era tia materna de LecticiaAbruzzini, casada com 0 jornalista e politicofluminense Carlos Lacerda.

Deixaram grande descendencia.Luiz J annuzzi, casado com Maria, ao

radicar-se em Valenc,;a,fundou uma confeitaria.No infcio do secul0 XX, os filhos do casal,

Lourenc,;o, Raphael e Francisco Salvadorassociaram-se naempresa "Lourenc,;o Jannuzzi& Irrnaos", que exportava diariamente para 0Rio de Janeiro 200 kg. de cafe "torrado emoido", como informa uma edic,;aodo "Jamaldo Brasil" da epoca.

Posteriormente, Lourenc,;o J annuzzi foiproprietano da famosa "Confeitaria Jannuzzi",onde eram vendidos doces feitos por suamuTher, Emilia Domingas Maria Gioseffi, ediretor da Companhia Fiac,;aoe Tecidos SantaRosa.

o casal teve cinco filhos, dos quais LuizGioseffi Jannuzzi, diplomou-se em engenhariacivil no Rio de Janeiro e foi urn dos maioresconstrutores da Capital Federal em meados dosecul0 XX.

Luiz Gioseffi Jannuzzi, apesar de sua intensaatividade profissional, fez do desenvolvimentode Valenc,;auma das metas da sua vida. Assim,numa epoca em que nao podia ausentar-se do

»EVENTOS I15° ENCONTRO DA FAMILIA COLLINGem Pareci Novo-RS - 16 Nov 2003Contate Ilseu Inacio Colling - 51 568 2021

ou 96558051

RIO durante 0 dla, segUla para B de trem, &noite, a fim de inspecionar as obras do HospitalGeral, retornando na madrugada seguinte. Paraconcretizar seus pIanos, elegeu-se prefeito econseguiu fazer de Valenc,;a, MunicipioModelo. Uma de suas maiores realizac,;6es foia Fundac,;ao Educacional D. Andre Arcoverde,atraves da qual conseguiu instalar 0 ensinouniversit:irio em Valenc,;a,usando para isso todasua obstinada forc,;ade vontade e prestfgio.OBSERVAc;:Ao:0 presellte artigo possue uma bemdocumelltada e extensa bibliograjia, que seraenviada para aqueles que a solicitarem por

correspOildencia dirigida a Carta'MellSa!

C9l.!1( CX9l. M'E9{S.!JI..£Ano XVI-N° 72-SetiOut 2003

Boletim InformativoCOLEGIO BRASILEIRO DE

GENEALOGIADivulga~o Interna

Av. Augusto Severo, 8 - 12"20021-040· Rio de Janeiro· RJ

CoordenadorNelson V. Pamplona

Votos de boas vindas it nova socia ColaboradoraEVA LINS CORREA DE OLIVEIRA do Rio deJaneiro

I»LIVROSAVENDA• ALENCAR, Adauto -Roteiro Genealogicode Mato Grosso Vol. I e II, cada R$ 20,00• BASTOS, Wilson de Lima - A Fazenda daBorda de Campo e 0 Inconfidente JoseAires Gomes 20,00

Francisco Baptista de Oliveira - sua Vida,sua Obra e sua Descendencia 20,00• CBG - Bibliografia Preliminar sobreGenealogia 40,00• BREVES, Padre Renato - Santana doPirai e a sua Historia 25,00• FERREIRA, Ottoni Barbosa - OsOttoni, Descendentes e Colaterais 30,00• MIRANDA, Victorino Chermont de -Iconografia e B. dos Titulares doImperio V Letras I e J 20,00• LACERDA NETO, Artur VirmondUm Italiano em Curitiba 5,00• OLIVEIRA, Betty Antunes - NorthAmerican Imigration to Brazil 20,00• RIBEIRO, Paulo Fernandes Telles eLINHARES, Eliana - ComendadorGuilherme Telles Ribeiro 35,00

Pedidos para 0 CBG, acompanhado de chequecruzado e nominal ao Instituto Hist6rico eGeografico Brasileiro no valor, acrescido de R$ 5.00por volume.

Page 5: FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

» UTILITARIOS

GENETICA E COR DA PELE

BIOLOGIA MODERNA E GENEALOGIAUma das mais notaveis transforma'roes cientificas das ultimas decadas

e, sem duvida, aquela ligada as chamadas ciencias biol6gicas,especialmente ap6s a identifica'rao de sua base molecular e da rela'raoentre tais moleculas, heran'ra genetic a e evolu'rao. Destaca-se a famosamolecula de DNA (do ingles DeoxiriboNucleic Acid).

Para a genealogia, as conseqiiencias deste tipo de estudo serao,certamente, imensas. Alem da possibilidade de ate star liga'roes incertas,come'rando pelos mais 6bvios exames de paternidade e maternidade,muitos outros caminhos se abrem.

Iii e possivel estabelecer-se a origem etnico-geogriifica das linhaspaternas e maternas de um individuo, atraves do estudo do cromossomo-y e do DNA-mitocondrial, respectivanlente. Para a gera'rao de nossostatarav6s, isso implica em descobrir a origem de apenas dois individuos,em um gropo de trinta e dois. Nao sera facil distingiiir cada um dosdemais, porem, a priori, nao pode ser completamente excluida talpossibilidade.

Seja como for, os estudos das linhagens paternas e maternas ja temrevelado aspectos ate entao pouco claros da hist6ria. Por exemplo,estudos recentes vem comprovando a diferenciada forma'rao dapopula'rao brasileira. Assim, se a origem da ascendencia masculina dapopula'rao branca parece ser, majoritariamente europeia, a ascendenciafeminina apresenta grande equilibrio entre popula'roes europeias,amerindias e africanas.

Por ser ainda tao nova, esta area de pesquisa ainda hii de evoluir,modificar algumas de suas conclusoes atuais, e nos trazer inumerasrevela'roes surpreendentes, com a revisao completa de conceitos e teoriasate entao tidas como intocaveis. De fato, existem, nesse campo, muitomais questoes importantes a serem respondidas do que certeza a serpropagada em massa. Em particular, uma explica'rao plenamentesatisfat6ria para 0 processo evolutivo ainda nao existe.

Neste contexto, um tema e sempre prejudicado por toda uma hist6riade preconceitos, sofrimento e ressentimento, nao apenas devidos aopass ado, mas ainda muito presente em nossos dias. Trata-se da rela'raoentre popula'roes, cor de pele, sua origem biol6gica e etnico-geogriifica,bem como das conseqiiencias de todos estes aspectos com respeito ahist6ria da humanidade, caracteristicas de gropos, doen'ras e fenomenosrelacionados.

BIOQUIMICA DA COR DE PELEEmbora seja um dos aspectos ffsicos mais evidentes, ainda esta em

seu infcio a compreensao sobre as moleculas responsaveis pela gamade tons de pele da popula'rao mundial. Mais especificamente, trata-sede descobrir 0 papel de todas as proteinas (codificadas no DNA de cadaindividuo) associadas a esta caracteristica. Sabemos que 0 resultadofinal de uma cadeia de processos bioquimicos resulta na produ'rao de,basicamente, dois tipos de "melaninas": a eumelanina, de cor preta/marrom e a pheomelanina, de cor vermelha/amarela. A propor'rao deprodu'rao destes dois tipos resulta na cor de pele clara ou escura e nacor de cabelos de mais escuros a loiros ou roivos. Como se sabe, a a'raodos raios solares gera diferentes respostas nos diversos individuos, sendoalgumas pessoas de pele mais clara capazes de produzir uma quantidademuito grande de eumelanina, ficando "bronzeadas". Resta saber comoe bioquimicamente determinada a produ'rao de tais compostos.

Apenas uma proteina, conhecida pel a sigla MClR, apresentaconhecida correla'rao com a produ'rao dos dois tipos de melanina e comtra'r0s como cor de pele e cabelo. Alem disso, evidenciando mais umavez a complexidade da questao, ha correla'rao entre algumas formasmutantes da proteina MCIR e 0 surgimento de melanomas, semcorrespondente liga'rao com cor de pele ou cabelo.

S6 para esclarecer, ou lembrar, cada individuo possui um conjuntounico de moleculas. Para toda proteina, existem variedades mutantes, ecada um de n6s ira carregar uma muito especffica cole'rao destesmutantes. Ou seja, iremos carregar muitas moleculas exatamente iguaisas de nossos irmaos, parentes, assim como as de diferentes pessoas detodas as origens. Porem, nao ha quem carregue identic a sele'rao epropor'rao de proteinas. Na verdade, quando se fala na semelhan'rabioquimica entre humanos e outros animais, a compara'rao e feita,normalmente, pela semelhan'ra entre algumas protefnas comunspresentes nestas especies.

Da intera'rao dinamica entre tais moleculas surge a base dascaracteristicas de cada individuo. Esta e mais uma das fascinantes areas

de fronteira na pesquisa em biologia, envolvendo outras areas deconhecimento, notadamente a matematica e a ffsica.

A proteina MCIR participa de importantes processos bioquimicos.Como uma das conseqiiencias de sua atividade, esta a determina'rao doquanto de cada tipo de melanina sera produzido. Cada uma das formasmutantes desta proteina irii resultar em uma propor'rao diferente deeumelanina/pheomelanina.

Um trabalho publicado no ana 2000 na revista "American Journal ofHuman Genetics", de autoria de Rosalind M. Harding e colaboradores,intitulado "Evidence for Variable Selective Pressures as MC IR" tratoude algumas questoes referidas anteriormente. Neste trabalho, foimostrado que as popula'roes africanas de cor de pele mais escuraapresentam quase exclusivamente uma unica forma mutante destaproteina. Poi tambem possivel reconhecer os diversos tipos de mutantespresentes nas popula'roes de cor de pele mais clara. Neste ponto, valeressaltar que 0 tipo de mutante associado a popula'rao africana tambemaparece com alta frequencia em todos os conjuntos de individuos comcor de pele clara,evidenciando-se, mais uma vez, a complexidade dotema e a dificuldade de se estabelecer criterios evidentes de separa'rao eclassifica'rao dos diferentes gropos humanos.

Os autores deste trabalho concluem que a atividade solar levou anecessidade de uma maior prote'rao nas regioes equatoriais africanas,prote'rao essa oferecida pelo aumento na propor'rao de eumelanina. Esteteria side um fator de sele'rao decisivo, fazendo com que toda a popula'raopossua uma unica forma da proteina MCIR, responsavel pelo refor'rona produ'rao de eumelanina. Ao contrario, sobre as popula'roes de corde pele mais clara nao houve nenhuma pressao seletiva, sendo a atualdistribui'rao de diferentes form as mutantes, da me sma proteina MCIR,o resultado do acumulo inevitavel de muta'roes ao longo dos anos.

Alem disso, como referido anteriormente, ja sao conhecidas formasmutantes desta protefna associadas tanto a uma melhor resistencia aevolu'rao de melanomas quanto a sua facilita'rao. Uma das utilidadesdeste tipo de conhecimento estaria na necessaria tomada de medidas deprecau'rao por parte dos portadores dos mutantes desfavoraveis,especialmente para as pessoas que habitem regioes ensolaradas.

CONCLUSAOEstudos como esses tem levado cada vez mais a conclusao de que as

diferen'ras entre os varios gropos humanos existem, mas sao, as vezessurpreendentemente, muito divers as do que parece a abordagemsuperficial e preconceituosa dos fenomenos. Por exemplo, ao contrariodo que as vezes se ouve, as popula'roes africanas apresentam entre siuma diferen'ra e uma variedade de gropos muito maior do que, porexemplo, as popula'roes europeias ou asiaticas. De fato, estaja era umaconclusao resultante dos estudos lingiiisticos, donde nao se trata deanomalia do metodo, mas de um resultado consistente e coerente.

Outro resultado deste tipo de pesquisa esta em dissipar a possibilidadeda simples categoriza'rao das divers as popula'roes e a tentativa de seestabelecer "aptidoes e inaptidoes" inerentes e fortemente diferenciadaspara cada uma delas a partir de uma base bioquirnica.

Evidentemente, nesse debate devem ser descontadas as 6bviasconseqiiencias do ambiente cultural e das condi'roes de desenvolvimentode cada gropo humano. Seja como for, fica cada vez mais evidente ariqueza relacionada as intera'r0es dinamicas entre as biomoleculas e e,quase sempre, inutil tentar associar um unico gene, como costuma seralardeado pelos meios de comunica'rao, mesmo a fenomenos maissimples e bem conhecidos, como a aparencia ffsica de cada ser humano.

Da mesma maneira como esta sendo estudada a proteina MC IR, suasvariantes regionais e liga'rao a problemas de saude, evolu'rao, lingiiisticae hist6ria das migra'roes humanas, divers as outras proteinas estao sendomapeadas. Esperamos para os pr6ximos anos uma acumula'rao deresultados e aniilises capazes de revelar muito sobre questoes para asquais, ate entao, pouca evidencia existia.

Em todo caso, sempre hii quem consiga tomar as evidencias, cientificasou nao, a favor de suas teorias, por mais absurdas que soem aos demais.Assim, nao parece possivel vir a ser eliminada, apenas atraves doconhecimento cientifico, uma longa hist6ria de 6dios e lutas entre ospovos de diferentes origens. POl'em, estamos diante de fatos novos,vivendo tempos nos quais se entende com muito mais profundidade ahist6ria de nossa especie, sua rela'rao com as demais e com 0 pr6prioplaneta a nos abrigar.

Page 6: FAZENDA SANTA ROSA - CBGcbg.org.br/cartamensal/CM72.pdf · mesmo ano para Antonio Vieira Machado, proprietario da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira. Em 1856, urn filho e homonimo

ILKA DE GITrES NEVESFaleceu em 11 de agosto do corrente, em Porto Alegre, RS, a S6cia

Titular da Cadeira n° 6 (Patrono Lufs Gonzaga da Silva Leme), assumidaem 10 de dezembro de 1998, a professora e psic610ga Ilka de GittesNeves; nascida em Pelotas, RS, em 1° de julho de 1927, ingressou noColegio em 29 de fevereiro de 1996; foi s6cia, tambem, do INGERS.

A prof.Ilka publicou divers as obras ligadas a sua formac;:ao e agenealogia como, por exemplo: "Domingos Jose de Almeida e suadescendencia - 1987", "Canguc;:u - primitivos habitantes, primeirosbatismos - 1994" e deixa, sem duvida, uma lacuna do quadro social doCBG.

A Diretoria, em nome de todo 0 Quadro Social do CBG, lamenta 0seu passamento e cumprimenta os familiares.

RUIVIEIRADA CUNHAFaleceu na cidade do Rio de Janeiro, em lOde outubro deste ano, 0

nosso S6cio Fundador e Membro Titular da Cadeira n° 1 - PatronoCarlos da Silveira, assumida em 05.11.1968, 0 professor Rui Vieira daCunha.

Nascido em 12 de junho de 1926, em Castelo, ES, advogado eespecialista em administrac;:ao publica - cursou, inclusive, a "Ecoled' Administration Publique", em Paris, Franc;:a,- pesquisador, historiador,genealogist a e heraldista - membro da "Academie Internationaled'Heraldique" - , teve uma produc;:ao proffcua em todos estes campos.

Pesquisador minucioso, monarquista - prestando, entretanto,

significativos servic;:os como funciomirio doMinisterio da Justic;:a ,-foi autor de obras devulto, entre elas, em varios tomos, 0 "Estudoda nobreza brasileira": I - Cadetes, II - Fidalgosde cota-de-armas (pelos dois recebeu 0 Premio"Alfonso X el Sabio", do Institute Intemacionalde Genealogia y Henildica - Madri, Espanha,1972), III - 0 parlamento e a nobreza Brasileira,IV - Grandes do imperio, V - Tratamentos, VI- Duques e VII - Bispos.

Inumeros artigos e obras como "A ilha daTrindade e a desapropiac;:ao por utilidadeinternacional", merecedora do "Premio RuyBarbosa", foram publicados pelo incansavel eprolffero articulista.

Genealogista desde tenra idade, primo ecompanheiro de pesquisas do tambem falecido Carlos G.Rheingantz -fundador e presidente vitalfcio do CBG, grande incentivador dasatividades do Colegio por mais de cinqenta anos, Ruy e uma figurainesquecfvel, quer como "gentleman" de invulgar cultura, quer comocompanheiro das lides geneal6gicas

A familia, em nome de todo 0 Quadro Social, nossas homenagens e acerteza de nao olvidarmos 0 privilegio de termos podido conviver com

Rur, DISCURSANDO

NO ANIVERSARIO

DE 50 ANOS DO CBG

Acham-se abertas sete vagas no Quadro Social: duas para titulares -Cadeiras nO 6 - pelo falecimento de Ilka de Gittes Neves, e n° 1 pelofalecimento de Rui Vieira da Cunha e cinco vagas para adjuntos.

Os interessados deverao preencher as seguintes condic;:5es: a) paratitular: ter trabalho publicado no campo da genealogia ou ciencias afinse b) para adjunto; identico requisito do item anterior ou estardesenvolvendo pesquisa geneal6gica de significac;:ao ou abrangenciapara determinado perfodo local ou grupo social, a juizo da Diretoria.

REMETENTEColegio Bras. GenealogiaAv. Augusto Severo, 8 - 12°

20021-040-Rio de Janeiro-RJ

Os s6cios que, preenchendo os requisitos acima, desejarem concorrera tais vagas deverao se manifestar, em carta a Diretoria , ate I° dedezembro pr6ximo.

Fica assegurado aos s6cios titulares, sempre em conjunto de dois, afaculdade de, no mesmo prazo, proceder a indicac;:aode nomes do quadrosocial para concorrer, nas condic;:5es do Estatuto, as referidas vagas,ficando igualmente assegurado aos s6cios adjuntos identic a faculdade

no tocante as vagas de sua categoria.

DESTINATARIO

IMPREssa