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Vamos falar de projetos. Independentemente se for material, financeiro ou de vida. Nesta edição você vai saber tudo sobre a vida de um dos maiores arquitetos de Três Rios, a busca pela qualidade de vida de crianças com deficiência, jovens a procura de uma família e atletas trirrienses que se destacam em competições esportivas. Não perca tempo e adquira a sua.

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ÍndiceCapa Ronaldo Borges Inspiração

A vitalidade do arquiteto,designer e pintor

OpiniãoRoberto Wagner: A importância do pouco

Oneir Vitor Guedes: O papel do trirriense no ressurgimento de um “ufanismo municipal”

Helder Caldeira: O PríncipeHerdeiro do PT

David Elmôr: Prisão ou Impunidade?Eis a questão!

TurismoSebollas, a Jerusalém do “Cristo brasileiro”: entenda porque o 3º Distrito de Paraíba do Sul é importante para a história do Brasil

NegócioArte com as mãos: as artesãs trirrienses querem exportar os produtos que produzem

ComportamentoO reinado de Cristal: Aos 2 anos, a modelo encanta as passarelas

Brincando no século XXI: As crianças determinam o presente no dia 12 de outubro

LazerOs caminhos para a melhor idade: O Centro Dia oferece lazer para idosos

SegurançaAs mulheres da Lei: Elas deixaram o lar para contribuir para segurança da cidade

CotidianoDe passagem para um lar: O drama de jovens à espera da adoção

101 anos e um desafino: A Banda 1º de Maio busca o equilíbrio entre os músicos e a atual administração

Ligação gratuita: descubra para que serve o serviço 0800 da câmara

Eu sei fazerCômica assimétrica: Artista trirriense revela o lado engraçado das pessoas

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CulturaVampiros: O filme que será produzido em Três Rios promete surpreender em técnica e efeitos especiais

ModaDemocratização da Moda: A adaptação das lojas para atender novas classes sociais

O estilo de uma jovem trirriense: Lívia de Almeida conquista o prêmio RioSul de Moda

CarreiraA blogosfera colorida de Eduardo Marini: O jornalista do “R7” conta a trajetória de sua vida profissional desde quandon morava em Três Rios

SaúdeFitness e Funcionalidades: O novo conceito em exercícios físicos para quem busca resistência corporal

Os milagres da equoterapia: Essa ciência ajuda melhorar a qualidade de vida de crianças com deficiência

Um ato simples para salvar vidas: Saiba porque faz falta um hemocentro na cidade

MixTudo o que você procura está aqui!

Papo de ColecionadorChá na casa da Barbie: Terezinha possui mais de 200 exemplares da Barbie. As bonecas alemãs, os elfos e os duendes compõem a coleção

EsporteUm atleta mirim com potencial de gente grande: Luan Vieira é líder no ranking na categoria infanto-juvenil. Das 70 competições que participou, esteve no pódio 60 vezes

A pequena gigante Bia: A ginasta trirriense viajou para os EUA em busca de novas técnicas

Montanha abaixo numa bike: Velocidade e adrenalina na pista de Downhill em Paraíba do Sul

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1/2 PalavraNotas curiosas que circularam na mídiasobre assuntos diversos

AconteceuCentro Sul Negócios 2011 é recorde em volume de negócios

Tour do Rio passou por Três Riospela segunda vez

Um “eco” dos shows que agitarama festa de Levy Gasparian

Três Rios Expo Fest 2011foi recorde de público

Diário de BordoHeiberle e Cris viajam para Cuba

GuiaLivros

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Vamos falar de projetos. Independente se for material, financeiro ou de vida. Dentro deste “conceito”, pode-mos dizer que concluímos mais um projeto On, a edi-

ção #5. Há quem ainda busca o seu, como é o caso dos jovens à espera de um lar na casa de passagem em Paraíba do Sul. Há quem já terminou vários, como é o caso de nossa “Inspiração”: o arquiteto Ronaldo Borges. Ele que pinta quadros e planeja construções é um bom exemplo de que, nesta vida, é possível fazer de tudo um pouco.

Também abordamos a luta de crianças com deficiência para melhorar a qualidade de vida com a equoterapia que usa o ca-valo como ferramenta. A colecionadora de bonecas agrega um valor sentimental aos brinquedos, enquanto o caricaturista trir-riense coloca no papel, a visão cômica de pessoas diferentes e com projetos de vida distintos. Nessa linha de raciocínio po-demos colocar dois jovens de Três Rios que buscam e estão no caminho certo para conquistar o sucesso no esporte: Beatriz Silveira na ginástica e Luan Vieira do ciclismo.

Em meio a esses projetos a matéria “Os caminhos para a melhor idade” mostra o que querem aquelas pessoas que fize-ram sua trajetória e agora buscam um passa tempo. As artesãs trirrienses, mesmo em grupos divididos querem exportar seus produtos e a Banda 1º de maio busca um acorde em sintonia com a paz. Mergulhe nestas páginas de experiências de vida e projetos.

Editorial

Ops! Erramos

Edição # 3Na matéria “Bom das Bocas é campeã do carnaval 2011” (p.95) está escrito que o G.R.E.S. Sonhos de Mixyricka existe há 35 anos. No entanto, o presidente da escola, Ciro Fernandes fez a correção por e-mail, quando explicou que o grêmio vai completar em 2012, 38 anos.

#5

Direção e Produção Geral Felipe [email protected]

Produção Diego PaivaSabrina VasconcellosHeverton da Mata

EdiçãoRafael [email protected]

RedaçãoRafael MoraesAna Paula Canedo

EstagiáriosPriscila OkadaFrederico Nogueira

ComercialDiego [email protected](24) 8843-7944

CriaçãoFelipe VasconcellosRobson Silva

TecnologiaVagner Lima

Colaboração Paula Araújo

DistribuiçãoTrês Rios, Paraíba do Sul, Com. Levy Gasparian, Sapucaia, Areal e Itaipava

Produção Gráfica WalPrint

Tiragem 3.000

Foto de capa Lilian de Assis

Fiobranco ComunicaçãoRua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ25.803-010

Sugestão de [email protected]

Trabelhe [email protected]

Edição # 4Pág. 81, o nome do Secretário de Saúde sulparaibano está errado. O correto é Emilson Geraldo de Oliveira. Pág. 96, onde se lê Elizabeth Cardoso, leia-se Elizeth Cardoso. Pág.108, na frase em destaque, o nome correto do professor é Leonardo Costa.

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Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal,

mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio,

professor de Direito Tributário da UCP –

Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

[email protected] Seguiam de carro em direção a Três Rios. Ele ao volante pediu um chiclete “tridente” de menta à esposa. Ela abriu o invólucro, tirou um, cortou ao meio, deu uma metade

a ele e mastigou a parte restante. Tocado pelo sin-gelo gesto começou a refletir sobre a importância do pouco.

Esta é a época dos excessos. Consume-se muito, joga-se muita coisa fora, até mesmo o silêncio anda em baixa. Ele é bem assim, por isso se assustou com o gesto dela, jamais partiria um chiclete ao meio, talvez até colocasse dois na boca ao mesmo tempo. Ela tem uma origem libanesa que lhe faz valorizar o pouco, e não só ela, é de família.

Certa feita, o concunhado dele, que é casa-do com a irmã dela, por óbvio também libanesa, estava a fazer um churrasco para família – ele é exímio churrasqueiro. No churrasco nada era em vão: o pão na medida certa, o carvão colocado um a um, a carne ponderadamente exposta na grelha e ao final, um saboroso churrasco. Nem sujeira faz, é tudo ao ponto. Ele via ali, em sua frente, a im-portância do pouco. Seu concunhado tem lhe dado grandes lições a este respeito. Ele não sabe fazer um churrasco assim, porque para ele tudo é muito, ao contrário do seu concunhado.

Hospedado em um hotel, caminhando na estei-ra, com um conhecido ao lado que também se exer-citava, pôde ouvir a seguinte passagem. A mulher do outro, aproximou-se dele e disse: − amor, seu tênis está horrível, vou comprar outro para você! O marido respondeu de pronto: − só tenho um par de pés, espere este acabar! Mais uma lição para ele. Aquele estranho, sem o saber, acabara de ensiná--lo a importância do pouco. Hoje se compra muito desnecessariamente. Ele tem muitos tênis e sapa-tos.

Um dia estava na Missa e viu e ouviu aquela quantidade enorme de música, de som, de barulho,

até danças, e uma longuíssima homilia do padre e pensou consigo mesmo: − como rezar e meditar em meio a tanto barulho e excessos. Percebeu que a ausência do silêncio, o exagero das falas, cantorias e danças nas missas são também sintomas do não percebimento da importância do pouco. As missas não são mais enxutas, foram contaminadas pelos excessos atuais. É muito homem e pouco Deus.

Um domingo em casa, dia de piscina, ele se ofe-receu para fazer uma caipiríssima para os familia-res. Colocou vodka em excesso e deu um porre em alguns na primeira dose. Uns foram dormir e foi in-terrompida a graciosa reunião por falta de pessoas sóbrias. Sua esposa falou-lhe: − há que se colocar menos vodka, amor. Aprendeu a importância do pouco no fazimento do drink.

Num desses churrascos em família, ouviu de sua cunhada: − não fiz minha unha hoje, cedi a vez para minha filha. Ela como a irmã, sabe a impor-tância do pouco. Ceder a vez, ouvir o outro, pensar menos em seu próprio umbigo, é a revelação mais cristalina da importância do pouco. Quem sabe a importância do pouco dá menos importância a si e mais ao outro.

Na parábola da multiplicação dos pães e peixes, Evangelho de Mateus 14, 19-22, Cristo após saciar a fome de mais de cinco mil pessoas, pede seus discípulos que recolham as sobras e guardem em cestos. Cristo ensina a importância do pouco. A lição cristã anda em baixa, a sociedade atual per-deu a noção do suficiente, do necessário, e com isto vive em meio aos excessos. Aquele pedaço de chiclete cortado ao meio o havia feito pensar em tantas coisas...

Quando deu por si estavam em Três Rios. Ele parou o carro e foram se despedir. Ela perguntou--lhe: − você veio tão quieto na viagem, estava pen-sando em que? Na importância do pouco, disse. – O que é isso? Ela indagou. – Depois te conto, beijo.

A importância do poucoRoberto Wagner

Quem sabe a importância do pouco dá menos importância a si e mais ao outro

OPINIÃO

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OPINIÃO

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito

pela Universidade Federal de Juiz de Fora

e, atualmente, atuacomo advogado e

consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista

do Três Rios Online.

A Esquina do Brasil”. Esta foi a afável expressão utilizada pelo então presidente

Juscelino Kubitschek para designar a cidade de Três Rios, considerada como o maior entroncamento rodo-ferroviário do país. O município vivia tempos de otimismo e a favorável perspectiva se confirma-va com seu bom desempenho industrial, em espe-cial dos setores metal-ferroviário e alimentício. Os cidadãos orgulhavam-se por viver em uma terra de oportunidades, onde se produzia de veículos a salsi-chas enlatadas. Contudo, no final da década de 80, o “estado de bem-estar social” trirriense sofreu um baque fulminante com o fechamento de importan-tes empresas locais, dentre elas a Companhia In-dustrial Santa Matilde, que até então era a “menina dos olhos” dos munícipes. Longos anos de letargia e estagnação se seguiram, fato que acabou influen-ciando negativamente na formação da identidade de seu povo, o qual não tinha mais tanto orgulho da “esquina” como outrora, passando viver mergulha-do em sua nostalgia. Mas, felizmente, este quadro vem sofrendo uma feliz transformação nos últimos tempos com a instalação de diversas empresas na cidade, fato que desencadeou não apenas um cresci-mento econômico, como também avanços nas áreas sociais, da educação e do turismo. Alguns setores, como saúde e segurança, apesar de carentes de me-lhorias, também já apresentam irrefragáveis reflexos deste progresso.

Definitivamente, a cidade de Três Rios não é mais a mesma. Esta passando de mero entroncamento para verdadeira avenida principal, por onde passam e passarão os rumos do desenvolvimento. Esta nova onda de prosperidade está mudando a forma como o trirriense vê sua cidade, fazendo surgir em seu pei-to uma espécie de “ufanismo municipal”. Ufanismo (para quem faltou a aula de história) significa um patriotismo exacerbado, uma posição tomada por determinados grupos que enaltecem de forma des-medida o potencial de seu povo ou país. No nosso caso, o “ufanismo trirriense” se mostra como fruto de um nobre sentimento de civilidade e esperança que aflora em boa parte da população.

Fixadas estas premissas, não vejo palavras mais adequadas que aquelas proferidas no discurso de posse do presidente americano John F. Kennedy: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você,

pergunte o que você pode fazer por seu país.” Em-bora esta frase tenha se tornado um clichê, podemos trazê-la ao nosso contexto, chegando assim ao ponto principal de nossa sucinta explanação com um ques-tionamento: qual o papel do trirriense na consolida-ção do progresso de seu município e na formação da identidade de seu povo?

Acredito que cada cidadão deverá buscar a per-feição em tudo o que se propor a fazer (seja em seu trabalho, seja nas tarefas mais triviais), sendo primordial que cada um se convença de sua impor-tância capital para o organismo social em que está inserido. Não julgue, pois, que seu trabalho ou suas atividades são insignificantes para a cidade, afinal muitas máquinas gigantescas já pararam de funcio-nar em razão da ruptura de uma pequena engrena-gem que, de forma silente, desempenhava um papel vital no conjunto.

Em outras palavras, é preciso que o cidadão trir-riense tenha a convicção de que o sucesso desta nova fase municipal não depende apenas do que é feito nos gabinetes da prefeitura ou nas salas de negocia-ções das grandes empresas. Depende, na verdade, da contribuição de cada indivíduo, que cada um busque a excelência em tudo o que faz, por menor que pa-reça a função desempenhada. Fazer menos o melhor que lhe é possível realizar, depõe contra si próprio e diminui o senso de dignidade de quem é criatura feita à imagem daquele que é a perfeição absoluta.

Fernando Pessoa escreveu que “o perfeito é de-sumano, porque o humano é imperfeito”. Assiste ra-zão ao célebre escritor, porém, ainda que tenhamos consciência de nossas limitações, acredito que de-vamos sempre almejar a perfeição, mesmo que seja um ideal inatingível. É hora de vencer a inércia e lembrar somos passíveis de aperfeiçoamento como vasos nas mãos do oleiro. A cidade vai bem, mas de forma alguma podemos nos contentar com o “status quo”, porque o conformismo representa estagna-ção. E estagnação prenuncia retrocesso. Por isso, ou buscamos a perfeição e crescemos, ou regredimos. A consolidação de nosso progresso dependerá, por-tanto, da consciência sempre viva da possibilidade e necessidade do aperfeiçoamento contínuo de cada membro de nosso organismo social, afinal, aquele cuja imaginação já não concebe a necessidade de aprimorar-se, fatalmente, já entrou em declínio.

Ressurge o orgulho de ser trirriense

Oneir Vitor Guedes

O papel de cada cidadão na reconquista do “ufanismo municipal”

[email protected]

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Oneir Vitor Guedes formou-se em direito

pela Universidade Federal de Juiz de Fora

e, atualmente, atuacomo advogado e

consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista

do Três Rios Online.

A Esquina do Brasil”. Esta foi a afável expressão utilizada pelo então presidente

Juscelino Kubitschek para designar a cidade de Três Rios, considerada como o maior entroncamento rodo-ferroviário do país. O município vivia tempos de otimismo e a favorável perspectiva se confirma-va com seu bom desempenho industrial, em espe-cial dos setores metal-ferroviário e alimentício. Os cidadãos orgulhavam-se por viver em uma terra de oportunidades, onde se produzia de veículos a salsi-chas enlatadas. Contudo, no final da década de 80, o “estado de bem-estar social” trirriense sofreu um baque fulminante com o fechamento de importan-tes empresas locais, dentre elas a Companhia In-dustrial Santa Matilde, que até então era a “menina dos olhos” dos munícipes. Longos anos de letargia e estagnação se seguiram, fato que acabou influen-ciando negativamente na formação da identidade de seu povo, o qual não tinha mais tanto orgulho da “esquina” como outrora, passando viver mergulha-do em sua nostalgia. Mas, felizmente, este quadro vem sofrendo uma feliz transformação nos últimos tempos com a instalação de diversas empresas na cidade, fato que desencadeou não apenas um cresci-mento econômico, como também avanços nas áreas sociais, da educação e do turismo. Alguns setores, como saúde e segurança, apesar de carentes de me-lhorias, também já apresentam irrefragáveis reflexos deste progresso.

Definitivamente, a cidade de Três Rios não é mais a mesma. Esta passando de mero entroncamento para verdadeira avenida principal, por onde passam e passarão os rumos do desenvolvimento. Esta nova onda de prosperidade está mudando a forma como o trirriense vê sua cidade, fazendo surgir em seu pei-to uma espécie de “ufanismo municipal”. Ufanismo (para quem faltou a aula de história) significa um patriotismo exacerbado, uma posição tomada por determinados grupos que enaltecem de forma des-medida o potencial de seu povo ou país. No nosso caso, o “ufanismo trirriense” se mostra como fruto de um nobre sentimento de civilidade e esperança que aflora em boa parte da população.

Fixadas estas premissas, não vejo palavras mais adequadas que aquelas proferidas no discurso de posse do presidente americano John F. Kennedy: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você,

pergunte o que você pode fazer por seu país.” Em-bora esta frase tenha se tornado um clichê, podemos trazê-la ao nosso contexto, chegando assim ao ponto principal de nossa sucinta explanação com um ques-tionamento: qual o papel do trirriense na consolida-ção do progresso de seu município e na formação da identidade de seu povo?

Acredito que cada cidadão deverá buscar a per-feição em tudo o que se propor a fazer (seja em seu trabalho, seja nas tarefas mais triviais), sendo primordial que cada um se convença de sua impor-tância capital para o organismo social em que está inserido. Não julgue, pois, que seu trabalho ou suas atividades são insignificantes para a cidade, afinal muitas máquinas gigantescas já pararam de funcio-nar em razão da ruptura de uma pequena engrena-gem que, de forma silente, desempenhava um papel vital no conjunto.

Em outras palavras, é preciso que o cidadão trir-riense tenha a convicção de que o sucesso desta nova fase municipal não depende apenas do que é feito nos gabinetes da prefeitura ou nas salas de negocia-ções das grandes empresas. Depende, na verdade, da contribuição de cada indivíduo, que cada um busque a excelência em tudo o que faz, por menor que pa-reça a função desempenhada. Fazer menos o melhor que lhe é possível realizar, depõe contra si próprio e diminui o senso de dignidade de quem é criatura feita à imagem daquele que é a perfeição absoluta.

Fernando Pessoa escreveu que “o perfeito é de-sumano, porque o humano é imperfeito”. Assiste ra-zão ao célebre escritor, porém, ainda que tenhamos consciência de nossas limitações, acredito que de-vamos sempre almejar a perfeição, mesmo que seja um ideal inatingível. É hora de vencer a inércia e lembrar somos passíveis de aperfeiçoamento como vasos nas mãos do oleiro. A cidade vai bem, mas de forma alguma podemos nos contentar com o “status quo”, porque o conformismo representa estagna-ção. E estagnação prenuncia retrocesso. Por isso, ou buscamos a perfeição e crescemos, ou regredimos. A consolidação de nosso progresso dependerá, por-tanto, da consciência sempre viva da possibilidade e necessidade do aperfeiçoamento contínuo de cada membro de nosso organismo social, afinal, aquele cuja imaginação já não concebe a necessidade de aprimorar-se, fatalmente, já entrou em declínio.

Ressurge o orgulho de ser trirriense

Oneir Vitor Guedes

O papel de cada cidadão na reconquista do “ufanismo municipal”

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Helder Caldeira é escritor, articulista

político, palestrante, conferencista, colunista

do Três Rios Onlinee autor do livro

“A 1ª Presidenta”,primeira obra publicada

no Brasil sobre a trajetória política de

Dilma Rousseff.

Faltando um ano para as eleições mu-nicipais, o Partido dos Trabalhadores desvelou um de seus grandes trunfos: o jovem senador fluminense Lindber-

gh Farias. Nascido em João Pessoa, na Paraíba, o moço fez carreira por aqui. Radicou-se no Rio de Janeiro, onde presidiu a União Nacional dos Estudantes (UNE) e liderou o famoso movimento dos “Caras-Pintadas” no processo de impeach-ment do ex-presidente Fernando Collor; elegeu--se deputado pelo PCdoB cerrando fileiras em oposição ao então presidente Fernando Henrique Cardoso; e, num movimento estratégico, se filiou ao PT e foi eleito duas vezes prefeito de Nova Iguaçu. No ano passado, com ascensão extraor-dinária e um histórico beijo na mão de Lula, foi eleito senador da República com mais de quatro milhões de votos.

Há quem diga que já está em curso um proces-so de ruptura da aliança entre o PMDB de Sérgio Cabral e o PT de Lindbergh. Eu discordo. O go-vernador não é um amador, ainda que a rima seja tentadora. Ambos tem pretensões que excedem os limites do poder estadual. Desejam ser, cada um a seu tempo e de acordo com as possibilidades e conjunturas, presidentes do Brasil. E isso não tem base em previsões fuleiras ou jactâncias me-díocres. Cabral e Lindbergh sedimentaram suas trajetórias políticas de forma que o caminho à Presidência lhes seja natural.

A união de Sérgio Cabral e Lindbergh Farias não foi apenas em nome da aliança nacional entre PMDB e PT, que culminou na eleição de Dilma Rousseff como a primeira presidenta da história do Brasil. Há projetos personalistas de poder nes-sa história. Não por acaso, o passo inicial foi a derrocada do feudo da família Garotinho, relega-da a insípidos mandatos legislativos e no impudi-co cai-não-cai de Rosinha na prefeitura de Cam-pos. Por óbvio, a família tentará se reerguer nas próximas eleições, mas a gordura de seu poder

estadual foi extirpada: quando não pela aliança entre o governador e o senador, pelos duríssimos processos e sentenças da Justiça.

O próximo passo começa agora, em outubro de 2011. O PT já está articulando nomes fortes para concorrer às principais prefeituras fluminen-ses, com o objetivo de sair das urnas com vitória em, pelo menos, 30 cidades. Um bom exemplo vem de São Gonçalo, na região metropolitana, se-gundo maior colégio eleitoral do estado. A ex-go-vernadora e atual deputada federal Benedita da Silva está de malas prontas e até outubro passará a deter domicílio eleitoral gonçalense, onde será candidata à prefeita em 2012. O mesmo acontece-rá na maioria dos municípios, com nomes petistas despontando à disputa a partir do mês que vem.

Conquistando bases municipais consideradas estratégicas, o PT fluminense antevê o desenho da disputa eleitoral para sucessão de Sérgio Ca-bral, em 2014. Cientes de que pactos políticos são tão frágeis quanto taças de cristal e de que o maior nome que o governador poderá dispor para substituí-lo no Palácio Guanabara é o do prefeito Eduardo Paes – este com quase nula visibilidade no interior e dependendo de um bom resultado em sua tentativa de reeleição –, o Partido dos Trabalhadores já está em franco movimento no tabuleiro de xadrez estadual.

Em tempos onde voga uma espécie de real-politik tupiniquim, nada mais justo que alcunhar o senador Lindbergh Farias como o verdadeiro príncipe herdeiro do PT. Os títulos eletivos de se-nador e, muito provavelmente, de governador do Estado do Rio de Janeiro são apenas uma parte da rota. Num futuro nem tão distante, veremos esse menino – porque ele ainda é um menino! – disputando a Presidência da República. E quem duvidar, que tente criar sua própria linhagem real. Porque, pelo menos no PT, já há um príncipe co-roado.

O príncipe herdeiro do PT

Helder Caldeira

Cabral e Lindbergh sedimentaram suas trajetórias políticas de forma que o caminho à Presidência lhes seja natural

OPINIÃO

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David Elmôr é advogado criminalista,

originário de uma das mais respeitáveis

bancas de direito do Brasil (SAHIONE

Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR &

CORRÊA Advogados, Diretor Jurídico

da Associação dos Aposentados e

Pensionistas – AAPPS e Consultor Político.

A reforma processual penal introduzida pela lei 12.403/2011, que entrou em vigor em 05/07/2011, vem, ao nosso entendimento, recebendo imponde-

radas críticas, através de comentários levianos – “ninguém vai ficar mais preso”, “com a lei da impunidade compensa ser bandido”, entre outros – gerando, por consequência, uma incerta sensação de insegurança na sociedade, o que fatalmente re-força a onipresente dúvida da população acerca da eficácia das leis brasileiras.

A nova lei de prisão, liberdade provisória e me-didas cautelares, talvez seja, nos últimos anos, uma das melhores e mais lúcidas normas jurídicas apro-vadas pelo Congresso Nacional, haja vista que, além de provocar inovações procedimentais, alte-rando significativamente a sistemática do processo penal, mais precisamente, no que diz respeito ao trato das prisões, sobretudo a prisão cautelar (pri-são preventiva, prisão temporária, etc.), cuidando de inserir no Código de Processo Penal – felizmen-te – inúmeras opções ao Juiz (medidas cautelares, fiança, etc.), antes de determinar o recolhimento de qualquer indivíduo ao cárcere, mesmo que pro-visoriamente; a novel legislação também revela propósitos fundamentados nos mais basilares prin-cípios de política criminal, se apresentado como alternativa para se estancar o abarrotamento do sistema penitenciário (*com capacidade para 299 mil presos, a população carcerária nacional ultra-passou os 500 mil, correspondendo 56% aos presos com condenação definitiva, e 44% aos presos pro-visórios), vale dizer, historicamente fracassado em suas funções de controlar a criminalidade e promo-ver a reinserção social do condenado.

Em apertada síntese, a nova lei privilegia o Princípio da Presunção da Inocência (ou da não--culpabilidade), preconizando que todo indivíduo que estiver submetido à persecução penal, tanto na fase investigatória (inquérito policial), quanto na fase processual propriamente dita (ação penal), não será submetido à prisão preventiva (anterior à con-denação definitiva) sem que haja relevante funda-mento para sua decretação (ex. garantia da ordem pública), podendo então, o juiz conceder a liberda-

de provisória, substituindo a prisão por uma me-dida cautelar menos gravosa (ex. comparecimento periódico em juízo, para justificar suas atividades; proibição de acesso ou frequência a determinados lugares; recolhimento domiciliar no período notur-no e nos dias de folga quando o investigado ou acu-sado tenha residência e trabalhos fixos, proibição de manter contato com pessoa determinada; etc.), caso esta se revele mais adequada e suficiente a efetividade do processo, sendo cabível ainda, sua cumulação com o pagamento de fiança, respeitan-do-se a capacidade econômica do envolvido.

É de assaz importância ressaltar, que tais me-didas só se darão nos crimes considerados menos graves pelo Código Penal, ou seja, cuja pena máxi-ma não ultrapasse quatro anos, mantendo, portan-to, as regras para decretação da prisão preventiva no que tange aos crimes hediondos, ao tráfico de drogas, a violência doméstica, entre outros consi-derados de maior gravidade (crimes dolosos com pena privativa de liberdade máxima superior a qua-tro anos), o que, certamente, afasta o sentimento de impunidade causado na população, tranquilizando a sociedade.

Em suma, indiscutível é que a política criminal sempre será a prima pobre da política social, estan-do indissoluvelmente ligada a ela. No entanto, uma política criminal moderna orienta-se no sentido da descriminalização e da desjudicialização, ou seja, no sentido de se contrair ao máximo o sistema pu-nitivo do Estado, dele retirando todas as condutas antissociais que podem ser reprimidas e contro-ladas sem o emprego de sanções criminais. Des-ta forma, o Estado não pode se limitar a executar uma política vagamente reformista e humanitária, devendo, com auxílio da sociedade, provocar uma transformação social e institucional para a cons-trução da igualdade, da democracia e de modos de vida comunitária e civil mais humanos.

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens”, Pitágoras

*Dados extraídos do DEPEN - Departamento Penitenciário Nacional, bem como do CNJ - Conselho Nacional de Justiça.

Prisão ou Impunidade? Eis a questão!

David Elmôr

Desmistifi cando a nova lei de prisão, liberdade provisória e medidas cautelares

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OPINIÃO

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Sebollas, a Jerusalém do “Cristo brasileiro”“Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Villa Rica aonde em lugar mais público dela será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes pelo caminho de Minas no sítio da Varginha e das Sebollas aonde o Réu teve as suas infames práticas”. O trecho da sentença de Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) demonstra o poder da coroa portuguesa no Brasil império e fi nda a peregrinação do homem tido como idealista libertador da colônia. Sua história se entrelaça com a de Sebollas, pequeno distrito sul-paraibano.

Partindo do centro de Paraíba do Sul, a estrada PS-010 nos con-duz, em seus 22 km ao 3º distri-to, atual comunidade da Inconfi-

dência, antes chamada de Sebollas. Em 3 de junho de 1892, o governo do

estado, pelo decreto 1-A desmembrou a comunidade, anexando-a à Petrópolis. Na ocasião, o povo sul-paraibano organi-zou vários protestos e, em 3 de dezembro de 1896, a lei 299 mudou o nome da local para Sant’ana de Tiradentes em homena-gem ao mártir.

Por efeito do decreto estadual 641 de 15 de dezembro de 1938, o distrito vol-ta ao quadro territorial de Paraíba. Desta vez, como Inconfidência. Ainda assim, até hoje o povo prefere chamá-lo pelo primeiro nome.

A estrada asfaltada de curvas sinuosas cercadas por árvores e bambus mirins faz companhia aos visitantes e revelam, aos poucos, o povoado fortemente ligado à religião. As ruas de pedra deixa o cenário ainda mais próximo ao passado.

A história do vilarejo começa an-tes mesmo de Ana Mariana Barbosa de Matos, casada com Francisco Gonçal-ves Teixeira, proprietários da Fazenda Sebollas, origem do primeiro nome da localidade. A propriedade dela ficava na zona por onde passava uma variante construída por Bernardo Soares Proença, personagem histórico por encurtar o ca-minho novo (estrada que ligava Minas ao Rio na época da extração do ouro), feito por Garcia Rodrigues Paes, cujo remanso é atribuído à origem da cidade sul-parai-bana.

No final do século XVIII, em suas idas e vindas de Minas Gerais, Tira-dentes se hospedava na fazenda de Ana Mariana. Ela o acolhia e compartilhava, com ele, suas ideias revolucionarias e li-bertarias. Essa relação gerou boatos de um relacionamento extraconjungal entre os dois. Tudo desmentido por historiado-res. “Desconheço completamente a infor-mação de que ele tinha uma amante nesse distrito. Sei de algumas de suas aventuras amorosas em Ouro Preto e em São João Del-Rei”, esclarece o historiador André Figueiredo Rodrigues, Doutor em Histó-ria Social pelo Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ci-

POR RAFAEL MORAES

TURISMO

REV

ISTA

ON

“Sebollas insere-se no contexto da história nacional, inicialmente, por sua localização no trajeto do Caminho Novo da Estrada Real”,historiadora e presidente da Fundação Cultural de Paraíba do Sul, Lígia Vaz

RELIGIÃO

A igreja de Sant’ana foi

reconstruida semelhante a

original da Fazenda Sebollas

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AGENTE CULTURAL

Luiz Coelho nasceu em Sebollas e sabe,

na ponta da língua, a história do local

ências Humanas da USP (Universidade de São Paulo). Contudo, esta afinidade resultou em destaque na comunidade que ganhou um museu para celebrar os feitos do “Cristo brasileiro.”

“A importância de Sebollas para a história da Inconfidência Mineira reside no fato de que um dos quartos [pedaços] ficou ai exposto após a sua decapitação e esquartejamento. Infelizmente, este é o único ponto que encontrei que o liga o al-feres e mesmo a Inconfidência à história do distrito de Paraíba do Sul”, revelou o professor André. Sobre o reconhecimento, ele enfatiza que o local destaca-se na his-tória de combate ao movimento. “Acredito que Sebollas merecesse maior destaque na história da repressão aos inconfidentes, as-sim como Varginha do Lourenço, Barba-cena e Queluz, atual Conselheiro Lafaiete,

que também receberam despojos de Tira-dentes”, revela.

Historiadora e presidente da Fundação Cultural de Paraíba do Sul, Lígia Vaz se aprofunda mais nesta questão e explica: “Sebollas insere-se no contexto da história nacional, inicialmente, por sua localização no trajeto do Caminho Novo da Estrada Real, através da Variante do Proença, que

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Sebollas, a Jerusalém do “Cristo brasileiro”“Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Villa Rica aonde em lugar mais público dela será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes pelo caminho de Minas no sítio da Varginha e das Sebollas aonde o Réu teve as suas infames práticas”. O trecho da sentença de Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) demonstra o poder da coroa portuguesa no Brasil império e fi nda a peregrinação do homem tido como idealista libertador da colônia. Sua história se entrelaça com a de Sebollas, pequeno distrito sul-paraibano.

Partindo do centro de Paraíba do Sul, a estrada PS-010 nos con-duz, em seus 22 km ao 3º distri-to, atual comunidade da Inconfi-

dência, antes chamada de Sebollas. Em 3 de junho de 1892, o governo do

estado, pelo decreto 1-A desmembrou a comunidade, anexando-a à Petrópolis. Na ocasião, o povo sul-paraibano organi-zou vários protestos e, em 3 de dezembro de 1896, a lei 299 mudou o nome da local para Sant’ana de Tiradentes em homena-gem ao mártir.

Por efeito do decreto estadual 641 de 15 de dezembro de 1938, o distrito vol-ta ao quadro territorial de Paraíba. Desta vez, como Inconfidência. Ainda assim, até hoje o povo prefere chamá-lo pelo primeiro nome.

A estrada asfaltada de curvas sinuosas cercadas por árvores e bambus mirins faz companhia aos visitantes e revelam, aos poucos, o povoado fortemente ligado à religião. As ruas de pedra deixa o cenário ainda mais próximo ao passado.

A história do vilarejo começa an-tes mesmo de Ana Mariana Barbosa de Matos, casada com Francisco Gonçal-ves Teixeira, proprietários da Fazenda Sebollas, origem do primeiro nome da localidade. A propriedade dela ficava na zona por onde passava uma variante construída por Bernardo Soares Proença, personagem histórico por encurtar o ca-minho novo (estrada que ligava Minas ao Rio na época da extração do ouro), feito por Garcia Rodrigues Paes, cujo remanso é atribuído à origem da cidade sul-parai-bana.

No final do século XVIII, em suas idas e vindas de Minas Gerais, Tira-dentes se hospedava na fazenda de Ana Mariana. Ela o acolhia e compartilhava, com ele, suas ideias revolucionarias e li-bertarias. Essa relação gerou boatos de um relacionamento extraconjungal entre os dois. Tudo desmentido por historiado-res. “Desconheço completamente a infor-mação de que ele tinha uma amante nesse distrito. Sei de algumas de suas aventuras amorosas em Ouro Preto e em São João Del-Rei”, esclarece o historiador André Figueiredo Rodrigues, Doutor em Histó-ria Social pelo Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ci-

POR RAFAEL MORAES

TURISMO

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“Sebollas insere-se no contexto da história nacional, inicialmente, por sua localização no trajeto do Caminho Novo da Estrada Real”,historiadora e presidente da Fundação Cultural de Paraíba do Sul, Lígia Vaz

RELIGIÃO

A igreja de Sant’ana foi

reconstruida semelhante a

original da Fazenda Sebollas

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AGENTE CULTURAL

Luiz Coelho nasceu em Sebollas e sabe,

na ponta da língua, a história do local

ências Humanas da USP (Universidade de São Paulo). Contudo, esta afinidade resultou em destaque na comunidade que ganhou um museu para celebrar os feitos do “Cristo brasileiro.”

“A importância de Sebollas para a história da Inconfidência Mineira reside no fato de que um dos quartos [pedaços] ficou ai exposto após a sua decapitação e esquartejamento. Infelizmente, este é o único ponto que encontrei que o liga o al-feres e mesmo a Inconfidência à história do distrito de Paraíba do Sul”, revelou o professor André. Sobre o reconhecimento, ele enfatiza que o local destaca-se na his-tória de combate ao movimento. “Acredito que Sebollas merecesse maior destaque na história da repressão aos inconfidentes, as-sim como Varginha do Lourenço, Barba-cena e Queluz, atual Conselheiro Lafaiete,

que também receberam despojos de Tira-dentes”, revela.

Historiadora e presidente da Fundação Cultural de Paraíba do Sul, Lígia Vaz se aprofunda mais nesta questão e explica: “Sebollas insere-se no contexto da história nacional, inicialmente, por sua localização no trajeto do Caminho Novo da Estrada Real, através da Variante do Proença, que

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era utilizada por tropeiros com carrega-mento do ouro vindo das Minas Gerais até o Rio de Janeiro”.

Figueiredo lançou, recentemente, o li-vro “A fortuna dos inconfidentes”, quan-do analisou mais de 12 mil documentos oficiais sobre esse movimento brasileiro. Nele, o autor afirma que as mulheres ti-veram participação de destaque no mo-vimento, que a Coroa portuguesa pouco lucrou com os sequestros dos bens incon-fidentes e que o mártir não era um pobre coitado. Para Rodrigues, esses são pontos obscuros e pouco esclarecidos pelos histo-riadores nas aulas de história.

O museu, inaugurado em 1° de abril de 1972, fica em uma pequena casa de cin-co salas. Em 1971, a prefeitura de Paraí-ba do Sul iniciou as escavações no antigo cemitério em busca dos ossos de Tiraden-tes. Em 21 de abril de 1972, quando se comemorava o sesquicentenário de morte do alferes, o então prefeito Nelson Espín-dola de Aguiar inaugurou o conjunto His-tórico, espaço onde está abrigado o único Museu Sacro-Histórico contendo também

os restos mortais atribuídos ao Mártir da Inconfidência.

Para Lígia, é a partir desse ano que Sebollas se transforma em um ponto im-portante. “Incorporaram oficialmente o Monumento a Tiradentes, o Museu Sacro--Histórico e a Igreja de Sant’Anna como espaços oficiais representativos da história local e da Independência do Brasil, inse-rindo assim a cidade de Paraíba do Sul no contexto histórico nacional”, esclarece.

Em um sepulcro fica o material atribu-ído a Joaquim e partes do crânio de Ana Mariana. Pedaços da fazenda de Sebollas também dividem o espaço no pequeno túmulo. Na parede, fotos do dia das esca-vações. O quadro alegórico do revolucio-nário foi pintado por Washt Rodrigues. A imagem veio do acervo do Museu Histó-rico Nacional do Rio de Janeiro. A figura aguça a imaginação sobre a real fisiono-mia desse personagem da história real.

O santuário pacato

Se não fosse o colégio em frente e o cantar dos pássaros, seria impossível ouvir barulho. A zeladora Elvira Cristina Fernan-des de Carvalho trabalha no museu há oito anos e só vê benefícios para sua comuni-dade. “É muito importante para nós, pois vêm visitantes de vários lugares. Todo ano o prédio é reformado e a escola também”,

conta. Ela também aponta a limpeza e con-servação das ruas como outras vantagens. Orgulhosa, revela sorrindo, o grande movi-mento nos fins de semana, quando recebe turistas de Petrópolis, Rio de Janeiro e até estrangeiros. Sobre o inglês explica: “Ge-ralmente eles já vêm com intérprete”.

Luiz Coelho, 66, nasceu em Sebollas. Atualmente mora no centro de Paraíba do Sul. No entanto, ainda mantém vínculo fa-miliar e profissional com aquela terra. Ele, que se considera um historiador por experi-ência, dedicou-se ao estudo da localidade e sabe, na “ponta da língua”, a história donde nasceu. Hoje, é um agente no centro Cultu-ral Maria de Lurdes Tavares Soares e por ser autodidata, é responsável por contar a história da cidade, na qual o 3º Distrito está inserido, aos visitantes.

Para o secretário de Turismo Adriano de Oliveira Silva, apesar de distante, o lo-cal é bem divulgado. “Pode perguntar em qualquer lugar, qualquer cidade da região; todo mundo conhece.”

Ainda que tranquilo, o 3º distrito recebe turistas constantemente. Em junho foram 215. Uma média de 54 pessoas por fim de semana, dias em que o movimento au-menta. Em abril, o pequeno museu chega a abrigar 1.000 visitantes. Ainda de acordo com o secretário Adriano, a proximidade com Petrópolis, Três Rios, Paty do Alferes e Areal facilita o acesso.

LEMBRANÇA

No sepulcro fi ca o material

atribuído a Joaquim e partes

do crânio de Ana Mariana

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MUSEU

Foi inaugurado em

1° de abril de 1972

O “Cristo brasileiro”

Ideias revolucionárias, vários segui-dores e uma morte trágica. Tiradentes foi enforcado por manter sua posição no propósito que defendia. A imagem de barba grande e cabelos longos também foi questionada pelo Doutor em História Social André Figueiredo Rodrigues. Ele conta que não existe nenhum retrato des-te herói brasileiro feito por quem o tives-se conhecido pessoalmente. Desta for-ma, explica as imagens divulgadas em livros de história com idealizações que buscam acentuar sua semelhança com as representações de Jesus Cristo. Para ele, o único elemento que o distingue do “fi-lho de Deus” é a corda no pescoço.

“Essa escolha não foi casual. Após a Proclamação da República, o país neces-sitava de heróis para legitimar o regime político que surgia. Executado pelo go-verno português, Joaquim encarnou o papel de mártir que incorporava as cul-pas, dores e sonhos do povo, já que era o mais popular das vítimas da monarquia

lusitana, à qual a brasileira estava ligada pelos laços de sangue”, acredita o pro-fessor. Figueiredo Rodrigues também defende que ao ser enforcado, esquar-tejado e decapitado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, Tiradentes esta-va careca e sem pelos no rosto. “Raspar as barbas e cortar os cabelos fazia parte do ritual de morte de um condenado pela justiça”. Segundo o Doutor, uma forma das pessoas olharem e reconhecerem a face do condenado à morte. Em sua pes-quisa, revela terem apreendido lâminas de barbear na cela após a execução.

Religiosidade

Além da imponente farda do alferes, a qual permanece impecável em uma vitri-ne, o museu em Sebollas abriga em seu acervo, imagens religiosas de madeira datadas no século XVIII. O altar per-tencente à antiga capela do local e uma pia inglesa de metal da fazenda de Anna Mariana Barbosa estão entre os objetos.

A igreja ainda é muito presente na localidade onde Tiradentes fazia suas pousadas. A tradicional festa em louvor à Sant’ana, padroeira de Inconfidência, acontece no mês de julho. A comemora-ção é uma das mais antigas e tradicionais da região. Procissões religiosas, leilões e bandas regionais compõem a progra-mação.

21 de abril

Todo ano uma grande festa comemo-ra o dia do alferes Joaquim José da Silva Xavier. Em 2011 as homenagens foram acompanhadas pelo monólogo “Joaquim José – mártir com fé” do ator Amarílio Carvalho.

O evento teve início às 8h com uma missa na Igreja Matriz da Paróquia de Sant’ana de Inconfidência. A Guarda Municipal, alunos da rede municipal de ensino e banda Marcial de Paraíba do Sul participaram da comemoração.

O fracasso mineiro

Partindo de uma ótica mais ufanista, a presidente da Fundação Cultural observa a manifestação mineira como o início da

república brasileira. “Foi um dos mais importantes movimentos sociais da his-tória. Serviu para induzir o movimento republicano e, mais tarde, o fortaleci-mento da Identidade Nacional, enalte-cendo os atos revolucionários do mártir da Independência”, defende.

“A Inconfidência Mineira fracassou”, afirma o professor André. Conforme de-fende, Joaquim foi preso pelo que acre-ditava e morreu por assumir a culpa dos demais. “Isto o torna herói. Enquanto os demais presos negavam participação, ele assumiu o crime de rebelar-se con-tra o poder português em Minas Gerais. Defendia a liberdade, morreu por causa dela”, finaliza. Herói ou não, de fato Ti-radentes foi fundamental para a história nacional, enquanto Sebollas era uma passagem na peregrinação desse mártir brasileiro.

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GUARDA

A farda do alferes Tiradentes

permanece impecável

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O ALFERES

Ele foi um elo

entre Sebollas e a

história do Brasil

TURISMO

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era utilizada por tropeiros com carrega-mento do ouro vindo das Minas Gerais até o Rio de Janeiro”.

Figueiredo lançou, recentemente, o li-vro “A fortuna dos inconfidentes”, quan-do analisou mais de 12 mil documentos oficiais sobre esse movimento brasileiro. Nele, o autor afirma que as mulheres ti-veram participação de destaque no mo-vimento, que a Coroa portuguesa pouco lucrou com os sequestros dos bens incon-fidentes e que o mártir não era um pobre coitado. Para Rodrigues, esses são pontos obscuros e pouco esclarecidos pelos histo-riadores nas aulas de história.

O museu, inaugurado em 1° de abril de 1972, fica em uma pequena casa de cin-co salas. Em 1971, a prefeitura de Paraí-ba do Sul iniciou as escavações no antigo cemitério em busca dos ossos de Tiraden-tes. Em 21 de abril de 1972, quando se comemorava o sesquicentenário de morte do alferes, o então prefeito Nelson Espín-dola de Aguiar inaugurou o conjunto His-tórico, espaço onde está abrigado o único Museu Sacro-Histórico contendo também

os restos mortais atribuídos ao Mártir da Inconfidência.

Para Lígia, é a partir desse ano que Sebollas se transforma em um ponto im-portante. “Incorporaram oficialmente o Monumento a Tiradentes, o Museu Sacro--Histórico e a Igreja de Sant’Anna como espaços oficiais representativos da história local e da Independência do Brasil, inse-rindo assim a cidade de Paraíba do Sul no contexto histórico nacional”, esclarece.

Em um sepulcro fica o material atribu-ído a Joaquim e partes do crânio de Ana Mariana. Pedaços da fazenda de Sebollas também dividem o espaço no pequeno túmulo. Na parede, fotos do dia das esca-vações. O quadro alegórico do revolucio-nário foi pintado por Washt Rodrigues. A imagem veio do acervo do Museu Histó-rico Nacional do Rio de Janeiro. A figura aguça a imaginação sobre a real fisiono-mia desse personagem da história real.

O santuário pacato

Se não fosse o colégio em frente e o cantar dos pássaros, seria impossível ouvir barulho. A zeladora Elvira Cristina Fernan-des de Carvalho trabalha no museu há oito anos e só vê benefícios para sua comuni-dade. “É muito importante para nós, pois vêm visitantes de vários lugares. Todo ano o prédio é reformado e a escola também”,

conta. Ela também aponta a limpeza e con-servação das ruas como outras vantagens. Orgulhosa, revela sorrindo, o grande movi-mento nos fins de semana, quando recebe turistas de Petrópolis, Rio de Janeiro e até estrangeiros. Sobre o inglês explica: “Ge-ralmente eles já vêm com intérprete”.

Luiz Coelho, 66, nasceu em Sebollas. Atualmente mora no centro de Paraíba do Sul. No entanto, ainda mantém vínculo fa-miliar e profissional com aquela terra. Ele, que se considera um historiador por experi-ência, dedicou-se ao estudo da localidade e sabe, na “ponta da língua”, a história donde nasceu. Hoje, é um agente no centro Cultu-ral Maria de Lurdes Tavares Soares e por ser autodidata, é responsável por contar a história da cidade, na qual o 3º Distrito está inserido, aos visitantes.

Para o secretário de Turismo Adriano de Oliveira Silva, apesar de distante, o lo-cal é bem divulgado. “Pode perguntar em qualquer lugar, qualquer cidade da região; todo mundo conhece.”

Ainda que tranquilo, o 3º distrito recebe turistas constantemente. Em junho foram 215. Uma média de 54 pessoas por fim de semana, dias em que o movimento au-menta. Em abril, o pequeno museu chega a abrigar 1.000 visitantes. Ainda de acordo com o secretário Adriano, a proximidade com Petrópolis, Três Rios, Paty do Alferes e Areal facilita o acesso.

LEMBRANÇA

No sepulcro fi ca o material

atribuído a Joaquim e partes

do crânio de Ana Mariana

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MUSEU

Foi inaugurado em

1° de abril de 1972

O “Cristo brasileiro”

Ideias revolucionárias, vários segui-dores e uma morte trágica. Tiradentes foi enforcado por manter sua posição no propósito que defendia. A imagem de barba grande e cabelos longos também foi questionada pelo Doutor em História Social André Figueiredo Rodrigues. Ele conta que não existe nenhum retrato des-te herói brasileiro feito por quem o tives-se conhecido pessoalmente. Desta for-ma, explica as imagens divulgadas em livros de história com idealizações que buscam acentuar sua semelhança com as representações de Jesus Cristo. Para ele, o único elemento que o distingue do “fi-lho de Deus” é a corda no pescoço.

“Essa escolha não foi casual. Após a Proclamação da República, o país neces-sitava de heróis para legitimar o regime político que surgia. Executado pelo go-verno português, Joaquim encarnou o papel de mártir que incorporava as cul-pas, dores e sonhos do povo, já que era o mais popular das vítimas da monarquia

lusitana, à qual a brasileira estava ligada pelos laços de sangue”, acredita o pro-fessor. Figueiredo Rodrigues também defende que ao ser enforcado, esquar-tejado e decapitado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, Tiradentes esta-va careca e sem pelos no rosto. “Raspar as barbas e cortar os cabelos fazia parte do ritual de morte de um condenado pela justiça”. Segundo o Doutor, uma forma das pessoas olharem e reconhecerem a face do condenado à morte. Em sua pes-quisa, revela terem apreendido lâminas de barbear na cela após a execução.

Religiosidade

Além da imponente farda do alferes, a qual permanece impecável em uma vitri-ne, o museu em Sebollas abriga em seu acervo, imagens religiosas de madeira datadas no século XVIII. O altar per-tencente à antiga capela do local e uma pia inglesa de metal da fazenda de Anna Mariana Barbosa estão entre os objetos.

A igreja ainda é muito presente na localidade onde Tiradentes fazia suas pousadas. A tradicional festa em louvor à Sant’ana, padroeira de Inconfidência, acontece no mês de julho. A comemora-ção é uma das mais antigas e tradicionais da região. Procissões religiosas, leilões e bandas regionais compõem a progra-mação.

21 de abril

Todo ano uma grande festa comemo-ra o dia do alferes Joaquim José da Silva Xavier. Em 2011 as homenagens foram acompanhadas pelo monólogo “Joaquim José – mártir com fé” do ator Amarílio Carvalho.

O evento teve início às 8h com uma missa na Igreja Matriz da Paróquia de Sant’ana de Inconfidência. A Guarda Municipal, alunos da rede municipal de ensino e banda Marcial de Paraíba do Sul participaram da comemoração.

O fracasso mineiro

Partindo de uma ótica mais ufanista, a presidente da Fundação Cultural observa a manifestação mineira como o início da

república brasileira. “Foi um dos mais importantes movimentos sociais da his-tória. Serviu para induzir o movimento republicano e, mais tarde, o fortaleci-mento da Identidade Nacional, enalte-cendo os atos revolucionários do mártir da Independência”, defende.

“A Inconfidência Mineira fracassou”, afirma o professor André. Conforme de-fende, Joaquim foi preso pelo que acre-ditava e morreu por assumir a culpa dos demais. “Isto o torna herói. Enquanto os demais presos negavam participação, ele assumiu o crime de rebelar-se con-tra o poder português em Minas Gerais. Defendia a liberdade, morreu por causa dela”, finaliza. Herói ou não, de fato Ti-radentes foi fundamental para a história nacional, enquanto Sebollas era uma passagem na peregrinação desse mártir brasileiro.

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A farda do alferes Tiradentes

permanece impecável

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O ALFERES

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entre Sebollas e a

história do Brasil

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Arte com as mãosReferência na região, artesãs trirrienses buscam divulgar cada vez

mais seus trabalhos ao acompanhar novas tendências.

POR PRISCILA OKADA

Nem todos nascem com o dom para arte, mas para aquelas que recebem a graça, uma outra visão de enxergar o

mundo pode transformar o simples no diferenciado. Foi assim, que um pequeno grupo da cidade de Três Rios, começou a idealizar o processo de crescimento do artesanato local. Através de um projeto do governo nos anos 70, chamado Mo-bral (Movimento brasileiro de alfabeti-zação), que objetivava a erradicação do analfabetismo no país, outros incentivos foram oferecidos aos alunos, como a oportunidade de geração de renda atra-vés da arte. Na época, impulsionado pela atual secretária da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), Jeanette Aguiar, e prefeitura, todos que apresentavam algum talento para práti-cas manuais, tinham a oportunidade de expô-las em barracas montadas na praça São Sebastião, no centro da cidade. Com o sucesso da feirinha das artesãs, outras

pessoas começaram a se interessar pela atividade.

Apesar de o artesanato trirriense ter sido iniciado há 30 anos, apenas em 2001, o grupo buscou a legalização de suas atividades, quando foi registrada a associação de Artesãos de Três Rios, mais conhecida como Arte Nossa. Com a formalização da instituição, o município, que sempre os apoiou, presenteou-lhes com a inauguração, em 2006, do Centro Cultural Generozo Portella, espaço desti-nado à exposição e venda do artesanato local. O principal objetivo da Arte Nos-sa, desde então, foi incentivar a participa-ção desse grupo nas feiras e eventos que possibilitam a divulgação do artesanato trirriense, além de motivá-los para atua-lização através de cursos e palestras. O espaço oferece produtos diversificados como bordados, pinturas decorativas em madeira, pintura em tecido, bonecas de pano, bolsas, bijuterias, luminárias em bambu e produtos de material reciclado.

Page 23: FB | Revista On Três Rios #05

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Arte com as mãosReferência na região, artesãs trirrienses buscam divulgar cada vez

mais seus trabalhos ao acompanhar novas tendências.

POR PRISCILA OKADA

Nem todos nascem com o dom para arte, mas para aquelas que recebem a graça, uma outra visão de enxergar o

mundo pode transformar o simples no diferenciado. Foi assim, que um pequeno grupo da cidade de Três Rios, começou a idealizar o processo de crescimento do artesanato local. Através de um projeto do governo nos anos 70, chamado Mo-bral (Movimento brasileiro de alfabeti-zação), que objetivava a erradicação do analfabetismo no país, outros incentivos foram oferecidos aos alunos, como a oportunidade de geração de renda atra-vés da arte. Na época, impulsionado pela atual secretária da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), Jeanette Aguiar, e prefeitura, todos que apresentavam algum talento para práti-cas manuais, tinham a oportunidade de expô-las em barracas montadas na praça São Sebastião, no centro da cidade. Com o sucesso da feirinha das artesãs, outras

pessoas começaram a se interessar pela atividade.

Apesar de o artesanato trirriense ter sido iniciado há 30 anos, apenas em 2001, o grupo buscou a legalização de suas atividades, quando foi registrada a associação de Artesãos de Três Rios, mais conhecida como Arte Nossa. Com a formalização da instituição, o município, que sempre os apoiou, presenteou-lhes com a inauguração, em 2006, do Centro Cultural Generozo Portella, espaço desti-nado à exposição e venda do artesanato local. O principal objetivo da Arte Nos-sa, desde então, foi incentivar a participa-ção desse grupo nas feiras e eventos que possibilitam a divulgação do artesanato trirriense, além de motivá-los para atua-lização através de cursos e palestras. O espaço oferece produtos diversificados como bordados, pinturas decorativas em madeira, pintura em tecido, bonecas de pano, bolsas, bijuterias, luminárias em bambu e produtos de material reciclado.

NEGÓCIO

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Para a presidente da associação Arte Nossa, Heloisa Silvino dos Santos, 60, as vantagens de ser ter um espaço como o centro cultural são inúmeras. “Temos um centro como referência. Participamos de todos os eventos promovidos pelo Sebrae e secretaria de Cultura e Turismo. Muitas vezes, as pessoas não adquirem nossos produtos em um primeiro momento, mas como sabem que temos esse espaço, aca-bam comprando em outra ocasião”, reve-lou. Ainda de acordo com a presidente, o grupo tem buscado focar na modernidade ao acompanhar as tendências atuais de vendas.

Questionada sobre os valores da po-pulação, que enxerga o artesanato como produto de exposição e não de compra, ela é categórica: “No início muitas pessoas vi-nham para cá com essa visão, mas hoje em dia, o artesanato esta sendo muito procura-do, é comercialização mesmo, é quem con-segue produzir tem uma visão do mercado artesanal. Mesmo quem entrou aqui apenas para passar o tempo, está se adequando e acompanhando o ritmo da casa”, salientou.

Dos 35 associados que iniciaram o mo-vimento, somente 17 permaneceram em atividade na Arte Nossa. Alegando carên-cia nas vendas, esses dissidentes montaram uma nova associação em 2008, chamada de Pura Arte. Eles começaram com oito associados que faziam parte do primeiro grupo [Arte Nossa]. A presidente [Pura

Arte], Lucimar Gomes Machado Rocha, 47, conta que só o amor pela arte não é o bastante, pois para alguns integrantes, o único meio de renda provém das vendas do artesanato. “Eu trabalho por amar o que eu faço, mas quero ver retorno, quero vender. Lá no centro cultural (esquina da rua da Maçonaria com a Nelson Viana), eu não vendia como aqui (rua 14 de dezembro). Por ser uma loja comum de frente para a rua e com vitrine, as pessoas entram muito mais”, explica. Ainda de acordo com Lu-cimar, é muito importante a participação dos artesãos nas feiras culturais, pois além de impulsionar o aumento de negócios, os produtos ganham mais visibilidade. “Pre-cisamos de um incentivo maior, para que todos possam participar de mais eventos fora da cidade”, acrescentou.

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Marcos Pinho, o poder públi-

co tem apoiado o artesanato por meio da cessão de espaço permanente da Casa do Artesão e garantido espaços para comer-cialização dos produtos em todos os even-tos turísticos promovidos pela prefeitura. “Eventos como os que acontecem na praça São Sebastião e a Expo Fest, são exem-plos do investimento neste setor”, garante Pinho. Indagado sobre a possível volta da feirinha do artesanato na praça São Sebastião, o secretário revela que há uma previsão para o início de setembro, quando serão montadas 30 barracas personalizadas para os artesãos do município. A feira acontecerá quin-zenalmente no mesmo local. Ainda de acordo com o Marcos, serão prepara-das oficinas de capacitação em técni-cas de empapelamento (esta técnica consiste em fazer canudos de papel bem apertados que, ligados um ao outro com amarrilhos ou fita adesi-va, servem para fazer uma estrutura), criando produtos que representem a histó-ria do município.

O Sebrae que auxilia os artesãos há 10 anos oferece capacitação com os cursos de formação de preço, de-senvolvimento de equipes, chefia e liderança, atendimento ao cliente e técnicas de vendas. Além disso, desenvolve projetos que in-serem o artesanato local nas principais feiras da

AMIGAS

Elisabete R.Coutinho, 59 e Maria

Concebida Fernandes,68

“Para mim é uma opção de vida. Você poder colocar o seu sentimento na arte, mostrar para a sociedade do que é capaz, é como ler o mundo diferente”,Artesã Elisabete Coutinho,59

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região como Centro Sul Negócios, Festi-val Gastronômico, Feira do Lavradio no Rio de Janeiro, Feira Mãos de Minas em Belo Horizonte e Salão de Natal em Três Rios.

Para a recém-aposentada, Elisabete Coutinho, 59, que desde a infância acom-panhou sua mãe e sua avó nessa arte, viu na atividade, a oportunidade de fugir da ociosidade e complementar sua renda. “Para mim é uma opção de vida. Você poder colocar o seu sentimento na arte, mostrar para a sociedade do que é capaz, é como ler o mundo diferente”, descreveu.

Futuro do Artesanato

Apesar de enxergarem a exportação como um objetivo, as artesãs já selecio-nam tendências que estão em alta, obje-tivando romper as barreiras nacionais. “Nosso plano é modificar o trabalho para exportar. Essas participações em feiras são um treinamento para ajudar o desen-volvimento do grupo. Um exemplo é a nossa presença na Feira Gastronômica de Três Rios. Vamos focar nossos traba-lhos no tema proposto pela feira e perso-nalizar de acordo com o evento. Assim, caminharemos para a modernização do artesanato”, acredita Heloísa, presiden-te da associação Arte Nossa. Para Luci-mar, presidente da Pura Arte, ainda falta alguns subsídios para ganharem novos espaços. “Não chegamos a exportar, mas muitas pessoas nos procuram para perso-nalizar produtos, que são levados como presente para pessoas em outros países” revela.

“Eu trabalho por amar o que eu faço, mas quero ver retorno, quero vender”,presidente da associação Pura Arte,Lucimar Gomes Machado Rocha, 47

TRICÔ

A boneca é um dos produtos das artesãs

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Para a presidente da associação Arte Nossa, Heloisa Silvino dos Santos, 60, as vantagens de ser ter um espaço como o centro cultural são inúmeras. “Temos um centro como referência. Participamos de todos os eventos promovidos pelo Sebrae e secretaria de Cultura e Turismo. Muitas vezes, as pessoas não adquirem nossos produtos em um primeiro momento, mas como sabem que temos esse espaço, aca-bam comprando em outra ocasião”, reve-lou. Ainda de acordo com a presidente, o grupo tem buscado focar na modernidade ao acompanhar as tendências atuais de vendas.

Questionada sobre os valores da po-pulação, que enxerga o artesanato como produto de exposição e não de compra, ela é categórica: “No início muitas pessoas vi-nham para cá com essa visão, mas hoje em dia, o artesanato esta sendo muito procura-do, é comercialização mesmo, é quem con-segue produzir tem uma visão do mercado artesanal. Mesmo quem entrou aqui apenas para passar o tempo, está se adequando e acompanhando o ritmo da casa”, salientou.

Dos 35 associados que iniciaram o mo-vimento, somente 17 permaneceram em atividade na Arte Nossa. Alegando carên-cia nas vendas, esses dissidentes montaram uma nova associação em 2008, chamada de Pura Arte. Eles começaram com oito associados que faziam parte do primeiro grupo [Arte Nossa]. A presidente [Pura

Arte], Lucimar Gomes Machado Rocha, 47, conta que só o amor pela arte não é o bastante, pois para alguns integrantes, o único meio de renda provém das vendas do artesanato. “Eu trabalho por amar o que eu faço, mas quero ver retorno, quero vender. Lá no centro cultural (esquina da rua da Maçonaria com a Nelson Viana), eu não vendia como aqui (rua 14 de dezembro). Por ser uma loja comum de frente para a rua e com vitrine, as pessoas entram muito mais”, explica. Ainda de acordo com Lu-cimar, é muito importante a participação dos artesãos nas feiras culturais, pois além de impulsionar o aumento de negócios, os produtos ganham mais visibilidade. “Pre-cisamos de um incentivo maior, para que todos possam participar de mais eventos fora da cidade”, acrescentou.

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Marcos Pinho, o poder públi-

co tem apoiado o artesanato por meio da cessão de espaço permanente da Casa do Artesão e garantido espaços para comer-cialização dos produtos em todos os even-tos turísticos promovidos pela prefeitura. “Eventos como os que acontecem na praça São Sebastião e a Expo Fest, são exem-plos do investimento neste setor”, garante Pinho. Indagado sobre a possível volta da feirinha do artesanato na praça São Sebastião, o secretário revela que há uma previsão para o início de setembro, quando serão montadas 30 barracas personalizadas para os artesãos do município. A feira acontecerá quin-zenalmente no mesmo local. Ainda de acordo com o Marcos, serão prepara-das oficinas de capacitação em técni-cas de empapelamento (esta técnica consiste em fazer canudos de papel bem apertados que, ligados um ao outro com amarrilhos ou fita adesi-va, servem para fazer uma estrutura), criando produtos que representem a histó-ria do município.

O Sebrae que auxilia os artesãos há 10 anos oferece capacitação com os cursos de formação de preço, de-senvolvimento de equipes, chefia e liderança, atendimento ao cliente e técnicas de vendas. Além disso, desenvolve projetos que in-serem o artesanato local nas principais feiras da

AMIGAS

Elisabete R.Coutinho, 59 e Maria

Concebida Fernandes,68

“Para mim é uma opção de vida. Você poder colocar o seu sentimento na arte, mostrar para a sociedade do que é capaz, é como ler o mundo diferente”,Artesã Elisabete Coutinho,59

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região como Centro Sul Negócios, Festi-val Gastronômico, Feira do Lavradio no Rio de Janeiro, Feira Mãos de Minas em Belo Horizonte e Salão de Natal em Três Rios.

Para a recém-aposentada, Elisabete Coutinho, 59, que desde a infância acom-panhou sua mãe e sua avó nessa arte, viu na atividade, a oportunidade de fugir da ociosidade e complementar sua renda. “Para mim é uma opção de vida. Você poder colocar o seu sentimento na arte, mostrar para a sociedade do que é capaz, é como ler o mundo diferente”, descreveu.

Futuro do Artesanato

Apesar de enxergarem a exportação como um objetivo, as artesãs já selecio-nam tendências que estão em alta, obje-tivando romper as barreiras nacionais. “Nosso plano é modificar o trabalho para exportar. Essas participações em feiras são um treinamento para ajudar o desen-volvimento do grupo. Um exemplo é a nossa presença na Feira Gastronômica de Três Rios. Vamos focar nossos traba-lhos no tema proposto pela feira e perso-nalizar de acordo com o evento. Assim, caminharemos para a modernização do artesanato”, acredita Heloísa, presiden-te da associação Arte Nossa. Para Luci-mar, presidente da Pura Arte, ainda falta alguns subsídios para ganharem novos espaços. “Não chegamos a exportar, mas muitas pessoas nos procuram para perso-nalizar produtos, que são levados como presente para pessoas em outros países” revela.

“Eu trabalho por amar o que eu faço, mas quero ver retorno, quero vender”,presidente da associação Pura Arte,Lucimar Gomes Machado Rocha, 47

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A boneca é um dos produtos das artesãs

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Estádio do Entrerriense - Três Rios/RJ

04 , 05 e 06 DE NOVEMBRO

Estádio do Entrerriense - Três Rios/RJEstádio do Entrerriense - Três Rios/RJEstádio do Entrerriense - Três Rios/RJ

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Estádio do Entrerriense - Três Rios/RJ

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Oitenta e oito centímetros de altura, olhos verdes, cabelos loiros, 13 kg e manequim 2/3 anos. Medidas perfeitas? Para uma modelo infantil, sim. Conheça Cristal Botelho, a menina que, aos 2 anos, vai representar o Rio de Janeiro em um concurso nacional de misses.

LUZ NA PASSARELA

O reinado de Cristal

POR PAULA ARAÚJO

AR

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IVO

PES

SOA

L

Pular, correr, desenhar, pintar, cantar e dançar são atividades corriqueiras para uma criança de 2 anos, mas as brincadeiras

de Cristal Botelho passeiam pelo uni-verso da moda e da beleza. A menina, que nasceu em Petrópolis no dia 7 de novembro de 2008, carrega no peito a faixa de Miss Destaque da Beleza Baby 2010, representando o Estado fluminen-se. Quando ainda tinha apenas alguns meses de vida, sua mãe, a profissional de marketing Carine Botelho, 25, já era pa-rada por pessoas na rua 16 março, onde a família morava, na Cidade Imperial, para admirar a pequena. Foi a partir daí que Carine e seu marido, o publicitário Pedro Lopes, 24, começaram a procurar informações sobre trabalhos e agências de modelos. “Inicialmente a agenciamos em uma empresa de Copacabana, no Rio de Janeiro”, conta a mãe. Com apenas 1 ano, Cristal estampava o comercial de uma conhecida marca de cosméticos. Hoje, a menina pode ser contratada para diversos trabalhos em agências espa-lhadas pelo país, como São Paulo e Rio

Grande do Sul.A loirinha de 88 centímetros, sorriso

carismático, olhos verdes e covinhas na bochecha leva uma vida aparentemente normal. Prodígio, ela sabe todas as le-tras do alfabeto, as cores, conta até 20 e também está sendo alfabetizada em in-glês. Para dar conta de tantas tarefas, a mãe explica que planeja a rotina da filha de forma a não pressioná-la, baseando--se, inclusive, em livros para educá-la. Na parte da manhã, Cristal fica em casa e para cada dia da semana ela tem um quadro com horários e brincadeiras dife-rentes. É nessa parte do dia que participa

do que Carine chama de “hora de apren-der”, momento em que lhe é ensinado algo novo, como um número ou uma pa-lavra em inglês. Depois do almoço, na maioria das vezes feito com os pais, ela vai para a escola. À noite, tem horário para jantar, tomar banho, ouvir uma es-tória e dormir.

A psicóloga Bonnie Matioli, espe-cialista em psicologia médica e pós--graduada em psicanálise e em políticas e pesquisas em saúde coletiva, ressalta que os pais investem nos seus filhos um ideal de ser e direcionam a educação de acordo com que pensam ser o melhor. Ela afirma que momentos de descontra-ção e aprendizado, como os realizados com Cristal, são essenciais. “A criança precisa se sentir livre, brincar, aprender, se expressar e questionar”, argumenta.

Agora, a família, que atualmente mora em Areal, se prepara para um novo desafio: o concurso Destaque da Beleza Brasil, que ocorrerá em novembro deste ano. Sobre os treinos, Carine explica que não há uma rotina específica. “Ensaia-mos apenas quando ela pede ou quando o dia do desfile está se aproximando”, diz. Para ela, que garante não impor nada à fi-lha, os ensaios não passam de uma “brin-cadeira de ser miss”. “Assisto a desfiles e a treinamentos de crianças da mesma idade pela internet e a programas de TV, para aprender as coreografias e transmi-ti-las para a Cristal e ela me imita. Com o tempo, aprende a fazer os movimentos sozinha. É muito divertido e ela nem per-cebe que é um treino”, afirma. Do ponto de vista psicológico, Bonnie atenta que é preciso investigar se tal ação é de fato uma vontade da criança ou se ela busca a aprovação de alguém. Conforme a di-retora nacional do concurso, Ladi Jobim, na categoria Baby, na qual Cristal está inserida, é avaliada a desenvoltura, a es-pontaneidade e a graciosidade. “O even-to tenta identificar a criança com mais potencial para trabalhos como modelo e socialmente integrada, que se adaptem rapidamente aos ambientes e sintam ale-gria quando estão em lugares cheios e com agitação”, esclarece. Além de Cris-tal, o Rio de Janeiro também terá o seu representante masculino, Bryan Gabriel, vencedor do Mister Destaque da Beleza.

O reinado de Cristal

“Com apenas 1 ano, Cristal estampava o comercial de uma conhecida marca de cosméticos”

COMPORTAMENTO

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Oitenta e oito centímetros de altura, olhos verdes, cabelos loiros, 13 kg e manequim 2/3 anos. Medidas perfeitas? Para uma modelo infantil, sim. Conheça Cristal Botelho, a menina que, aos 2 anos, vai representar o Rio de Janeiro em um concurso nacional de misses.

LUZ NA PASSARELA

O reinado de Cristal

POR PAULA ARAÚJO

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Pular, correr, desenhar, pintar, cantar e dançar são atividades corriqueiras para uma criança de 2 anos, mas as brincadeiras

de Cristal Botelho passeiam pelo uni-verso da moda e da beleza. A menina, que nasceu em Petrópolis no dia 7 de novembro de 2008, carrega no peito a faixa de Miss Destaque da Beleza Baby 2010, representando o Estado fluminen-se. Quando ainda tinha apenas alguns meses de vida, sua mãe, a profissional de marketing Carine Botelho, 25, já era pa-rada por pessoas na rua 16 março, onde a família morava, na Cidade Imperial, para admirar a pequena. Foi a partir daí que Carine e seu marido, o publicitário Pedro Lopes, 24, começaram a procurar informações sobre trabalhos e agências de modelos. “Inicialmente a agenciamos em uma empresa de Copacabana, no Rio de Janeiro”, conta a mãe. Com apenas 1 ano, Cristal estampava o comercial de uma conhecida marca de cosméticos. Hoje, a menina pode ser contratada para diversos trabalhos em agências espa-lhadas pelo país, como São Paulo e Rio

Grande do Sul.A loirinha de 88 centímetros, sorriso

carismático, olhos verdes e covinhas na bochecha leva uma vida aparentemente normal. Prodígio, ela sabe todas as le-tras do alfabeto, as cores, conta até 20 e também está sendo alfabetizada em in-glês. Para dar conta de tantas tarefas, a mãe explica que planeja a rotina da filha de forma a não pressioná-la, baseando--se, inclusive, em livros para educá-la. Na parte da manhã, Cristal fica em casa e para cada dia da semana ela tem um quadro com horários e brincadeiras dife-rentes. É nessa parte do dia que participa

do que Carine chama de “hora de apren-der”, momento em que lhe é ensinado algo novo, como um número ou uma pa-lavra em inglês. Depois do almoço, na maioria das vezes feito com os pais, ela vai para a escola. À noite, tem horário para jantar, tomar banho, ouvir uma es-tória e dormir.

A psicóloga Bonnie Matioli, espe-cialista em psicologia médica e pós--graduada em psicanálise e em políticas e pesquisas em saúde coletiva, ressalta que os pais investem nos seus filhos um ideal de ser e direcionam a educação de acordo com que pensam ser o melhor. Ela afirma que momentos de descontra-ção e aprendizado, como os realizados com Cristal, são essenciais. “A criança precisa se sentir livre, brincar, aprender, se expressar e questionar”, argumenta.

Agora, a família, que atualmente mora em Areal, se prepara para um novo desafio: o concurso Destaque da Beleza Brasil, que ocorrerá em novembro deste ano. Sobre os treinos, Carine explica que não há uma rotina específica. “Ensaia-mos apenas quando ela pede ou quando o dia do desfile está se aproximando”, diz. Para ela, que garante não impor nada à fi-lha, os ensaios não passam de uma “brin-cadeira de ser miss”. “Assisto a desfiles e a treinamentos de crianças da mesma idade pela internet e a programas de TV, para aprender as coreografias e transmi-ti-las para a Cristal e ela me imita. Com o tempo, aprende a fazer os movimentos sozinha. É muito divertido e ela nem per-cebe que é um treino”, afirma. Do ponto de vista psicológico, Bonnie atenta que é preciso investigar se tal ação é de fato uma vontade da criança ou se ela busca a aprovação de alguém. Conforme a di-retora nacional do concurso, Ladi Jobim, na categoria Baby, na qual Cristal está inserida, é avaliada a desenvoltura, a es-pontaneidade e a graciosidade. “O even-to tenta identificar a criança com mais potencial para trabalhos como modelo e socialmente integrada, que se adaptem rapidamente aos ambientes e sintam ale-gria quando estão em lugares cheios e com agitação”, esclarece. Além de Cris-tal, o Rio de Janeiro também terá o seu representante masculino, Bryan Gabriel, vencedor do Mister Destaque da Beleza.

O reinado de Cristal

“Com apenas 1 ano, Cristal estampava o comercial de uma conhecida marca de cosméticos”

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Ainda que proporções e padrões esté-ticos, assim como a moda e os produtos específicos para cuidar da aparência ve-jam no público infantil um alvo de consu-mo cada vez maior, a possível frustração quanto ao fato de não atingir determina-dos critérios preestabelecidos pela so-ciedade não preocupa a mãe da modelo. Carine é taxativa ao dizer que todos estão vulneráveis à imposição midiática pela beleza, independentemente de seguir ou não a carreira artística. “Deixo claro para a Cristal que não é preciso ser igual ao outro para ser bonito, que isso faz parte da nossa individualidade. No momento, o charme dela é ser criança”, enfatiza a profissional de marketing. A psicóloga ouvida por nossa equipe recomenda que os pais fiquem atentos a essas exigências de modo a não reforçá-las. “Quando isso acontece na infância pode ser prolongado até a vida adulta, tendo sérias consequên-cias”, ressalva.

Vencendo ou perdendo uma campanha ou um concurso, a menina sempre é pre-senteada pelos pais, seja com uma escova de dentes nova, embrulhada em um papel chamativo, seja com um brinquedo mais caro. Pedro e Carine dizem deixar cla-

ro para a pequena, em palavras e gestos, que sentem orgulho dela. Matioli chama a atenção para o que denomina como “sis-tema de recompensas”. “A superproteção não permite que os filhos se deparem com as frustrações, impedindo-os de lidar com o sofrimento, com a angústia e com as per-das.” Para Ladi, o apoio e o estímulo dos familiares, sem pressão ou compromisso em ser o melhor, acaba por moldar o com-portamento e o comprometimento, deter-minantes para uma carreira de sucesso.

O que se nota é que o futuro de Cristal está sendo traçado desde bebê. Todo o di-nheiro recebido por cada trabalho é depo-sitado em uma poupança em seu nome e ela terá acesso à quantia quando completar 18 anos. Além do dinheiro conquistado, se um dia as luzes se apagarem na passarela por onde passar, a menina poderá ter uma única certeza: seus pais a apoiarão em qualquer decisão. “Estamos encaminhan-do a Cristal para uma profissão e ela vai poder escolher segui-la ou não. A vida é cheia de opções e a minha filha terá aces-so a todas. O que queremos é vê-la feliz”, completa Carine, que já pensa em, um dia, agenciar a filha mais nova, Mel, nascida em julho.

PRODÍGIO

A menina sabe o alfabeto, as

cores, contar até 20 e também

está sendo alfetizada em inglês

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COMPORTAMENTO

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uem não se lembra da canti-ga de roda “Atirei o pau no gato”? Um dia, certamente, a brincadeira já fez parte de sua vida. As crianças, em roda,

vão dançando e saltitando no ritmo das sílabas. No final, todos gritam “miau!” e se agacham. Depois levantam e começam tudo novamente.

Hoje em dia os pequeninos ainda brin-cam de roda, mas o que querem mesmo, quase sempre tem a ver com novidades publicadas na tv e outras mídias. A tec-nologia agregou novos valores e deixou de lado a criatividade das crianças que, quando ainda não existia brinquedos, in-ventavam meios para se divertirem. Os anos passaram e os computadores, os ga-mes tridimensionais, bonecos falantes e interativos, ganharam a vez.

É mais comum ver jovens em lojas de departamento querendo algo que não seja um brinquedo, e que geralmente são co-biçados por adultos. Celulares, roupas de marca e joias estão nos pedidos.

Por trás dessas mudanças no com-portamento infantil, a psicóloga Suzane Guedes Xisto, especialista em desenvol-vimento humano, explica o desencade-amento dessas modificações de valores e objetivos. Para ela, conceitos, gostos, preferências e escolhas, mudam com in-terações que as pessoas vivenciam. Dessa forma, escolhas são influenciadas pelo meio social em que a criança vive. Para a profissional, a indústria do consumo aca-ba por destituir o valor afetivo do brin-quedo devido à sua possibilidade de troca inesgotável, e quando não há uma orien-tação dos pais e reflexão sobre essa lógica de mercado, acaba-se tendo a necessidade maior de compra.

Por exemplo, se a cada dia experi-mento uma coisa nova e interessante que ultrapasse a anterior, passo a desejar a

Brincando no século XXI

Está chegando o Dia das Crianças. Com a proximidade desta data, surgem também as dúvidas dos pais em achar o presente ideal para os seus fi lhos. Os pequenos evoluíram com o tempo, os brinquedos mudaram e brincadeiras ganharam outros sentidos.

POR PRISCILA OKADA

Q“É muito importante que as famílias sejam refl exivas a estas questões. Com certeza, a escolha do presente será mais assertiva e proporcionará efeitos também em longo prazo”,psicóloga Suzane Guedes Xisto.

SHU

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nova’’, afirma à profissional. A psicólo-ga dá exemplos de como os brinquedos tinham uma interação emocional e diz: “Antigamente, as crianças e pais produ-ziam juntos os brinquedos, propiciando uma oportunidade lúdica incentivada pela relação, vinculando ao brinquedo um va-lor afetivo.”

Sobre a atitude dos pais em ceder às vontades dos filhos, Suzane enfatiza que muitas vezes os genitores têm a neces-sidade de suprir suas faltas e acabam se entregando a essa lógica de consumo de-senfreada. Ela observa que muitos deles são interessados em dosar esse comporta-mento, mas apresentam dificuldades em ir contra a esse costume.

A psicóloga dá uma dica nesta data. “É muito importante que as famílias sejam reflexivas a estas questões. Com certeza, a escolha do presente será mais assertiva e proporcionará efeitos também em longo prazo.”, alerta.

Gerente de uma loja de brinquedos em Três Rios, Aparecida Haubrick, 42, revela uma forte tendência nos últimos tempos. Para ela, os pais de hoje tentam suprir os filhos com presentes que eles tinham von-tade de ter na infância e que não puderam ganhar. “Muitos compram um presente na tentativa de agradar o filho e se auto pre-sentear’’, acredita. Para a gerente, mesmo com toda evolução e mudança no gos-to das crianças, brinquedos ainda são os mais pedidos.

Outra visão sobre compras é analisada pela vendedora de celulares, Monique Es-tevão, 24. Para ela, muitas vezes os clien-tes [pais] optam pela tecnologia, por acre-ditarem que seja mais necessário do que um brinquedo. “Hoje, os progenitores tra-balham fora e passam o dia longe dos fi-lhos. Por isso, acabam cedendo a vontade dos herdeiros cada vez mais cedo, pensan-do na necessidade e em um jeito de manter

uma proximidade com eles”, acredita.Pais trirrienses demonstraram facilida-

de para ceder às vontades dos filhos. Esse é o caso da dona de casa, Angélica Lavi-nas Silva, 34. Ela disse comprar sempre que pode uma lembrancinha para a sua filha. “Ela acabou de ganhar uma bicicle-ta e já estou pensando no presente do Dia das crianças”, confessa a mãe carinhosa ao lado da filha.

Ao entrevistar estudantes entre 5 e 12 anos, uma surpresa: a maioria ainda prefe-re ganhar brinquedos neste dia. Tiago Ma-cedo, 9, é um desses. “Não ligo tanto para presentes, mas quando eu ganho, prefiro brinquedos. Quero muito um patins nesse Dia das Crianças’’, confessou. Diferente da adolescente Flávia Coelho,12, que já não liga tanto para bonecas como antes e está de olho em presentes mais adultos. “Já tenho um celular, agora só falta eu ga-nhar um notebook. Só não sei se vai ser agora ou no Natal”, conta sorrindo.

“Já tenho um celular, agora só falta eu ganhar um notebook. Só não sei se vai ser agora ou no Natal”,estudante Flávia Coelho.

Atari Game

Playmobil, Caça Pirata, Pula pirata

Pião, Ioiô, Mola Maluca

Fogão, Moranguinho

Comandos em Ação, Caixa Registradora

Play Station, Nintendo Wii

Barbie, Ben 10, Justin Bieber

Moto elétrica

Shrek, Max Steel, Avatar

Life

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JOGOS INFANTIS

As papelarias da cidade estão preparadas

para conquistar as crianças

BRINQUEDOS ANTIGOS X ATUAIS

COMPORTAMENTO

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uem não se lembra da canti-ga de roda “Atirei o pau no gato”? Um dia, certamente, a brincadeira já fez parte de sua vida. As crianças, em roda,

vão dançando e saltitando no ritmo das sílabas. No final, todos gritam “miau!” e se agacham. Depois levantam e começam tudo novamente.

Hoje em dia os pequeninos ainda brin-cam de roda, mas o que querem mesmo, quase sempre tem a ver com novidades publicadas na tv e outras mídias. A tec-nologia agregou novos valores e deixou de lado a criatividade das crianças que, quando ainda não existia brinquedos, in-ventavam meios para se divertirem. Os anos passaram e os computadores, os ga-mes tridimensionais, bonecos falantes e interativos, ganharam a vez.

É mais comum ver jovens em lojas de departamento querendo algo que não seja um brinquedo, e que geralmente são co-biçados por adultos. Celulares, roupas de marca e joias estão nos pedidos.

Por trás dessas mudanças no com-portamento infantil, a psicóloga Suzane Guedes Xisto, especialista em desenvol-vimento humano, explica o desencade-amento dessas modificações de valores e objetivos. Para ela, conceitos, gostos, preferências e escolhas, mudam com in-terações que as pessoas vivenciam. Dessa forma, escolhas são influenciadas pelo meio social em que a criança vive. Para a profissional, a indústria do consumo aca-ba por destituir o valor afetivo do brin-quedo devido à sua possibilidade de troca inesgotável, e quando não há uma orien-tação dos pais e reflexão sobre essa lógica de mercado, acaba-se tendo a necessidade maior de compra.

Por exemplo, se a cada dia experi-mento uma coisa nova e interessante que ultrapasse a anterior, passo a desejar a

Brincando no século XXI

Está chegando o Dia das Crianças. Com a proximidade desta data, surgem também as dúvidas dos pais em achar o presente ideal para os seus fi lhos. Os pequenos evoluíram com o tempo, os brinquedos mudaram e brincadeiras ganharam outros sentidos.

POR PRISCILA OKADA

Q“É muito importante que as famílias sejam refl exivas a estas questões. Com certeza, a escolha do presente será mais assertiva e proporcionará efeitos também em longo prazo”,psicóloga Suzane Guedes Xisto.

SHU

TTER

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nova’’, afirma à profissional. A psicólo-ga dá exemplos de como os brinquedos tinham uma interação emocional e diz: “Antigamente, as crianças e pais produ-ziam juntos os brinquedos, propiciando uma oportunidade lúdica incentivada pela relação, vinculando ao brinquedo um va-lor afetivo.”

Sobre a atitude dos pais em ceder às vontades dos filhos, Suzane enfatiza que muitas vezes os genitores têm a neces-sidade de suprir suas faltas e acabam se entregando a essa lógica de consumo de-senfreada. Ela observa que muitos deles são interessados em dosar esse comporta-mento, mas apresentam dificuldades em ir contra a esse costume.

A psicóloga dá uma dica nesta data. “É muito importante que as famílias sejam reflexivas a estas questões. Com certeza, a escolha do presente será mais assertiva e proporcionará efeitos também em longo prazo.”, alerta.

Gerente de uma loja de brinquedos em Três Rios, Aparecida Haubrick, 42, revela uma forte tendência nos últimos tempos. Para ela, os pais de hoje tentam suprir os filhos com presentes que eles tinham von-tade de ter na infância e que não puderam ganhar. “Muitos compram um presente na tentativa de agradar o filho e se auto pre-sentear’’, acredita. Para a gerente, mesmo com toda evolução e mudança no gos-to das crianças, brinquedos ainda são os mais pedidos.

Outra visão sobre compras é analisada pela vendedora de celulares, Monique Es-tevão, 24. Para ela, muitas vezes os clien-tes [pais] optam pela tecnologia, por acre-ditarem que seja mais necessário do que um brinquedo. “Hoje, os progenitores tra-balham fora e passam o dia longe dos fi-lhos. Por isso, acabam cedendo a vontade dos herdeiros cada vez mais cedo, pensan-do na necessidade e em um jeito de manter

uma proximidade com eles”, acredita.Pais trirrienses demonstraram facilida-

de para ceder às vontades dos filhos. Esse é o caso da dona de casa, Angélica Lavi-nas Silva, 34. Ela disse comprar sempre que pode uma lembrancinha para a sua filha. “Ela acabou de ganhar uma bicicle-ta e já estou pensando no presente do Dia das crianças”, confessa a mãe carinhosa ao lado da filha.

Ao entrevistar estudantes entre 5 e 12 anos, uma surpresa: a maioria ainda prefe-re ganhar brinquedos neste dia. Tiago Ma-cedo, 9, é um desses. “Não ligo tanto para presentes, mas quando eu ganho, prefiro brinquedos. Quero muito um patins nesse Dia das Crianças’’, confessou. Diferente da adolescente Flávia Coelho,12, que já não liga tanto para bonecas como antes e está de olho em presentes mais adultos. “Já tenho um celular, agora só falta eu ga-nhar um notebook. Só não sei se vai ser agora ou no Natal”, conta sorrindo.

“Já tenho um celular, agora só falta eu ganhar um notebook. Só não sei se vai ser agora ou no Natal”,estudante Flávia Coelho.

Atari Game

Playmobil, Caça Pirata, Pula pirata

Pião, Ioiô, Mola Maluca

Fogão, Moranguinho

Comandos em Ação, Caixa Registradora

Play Station, Nintendo Wii

Barbie, Ben 10, Justin Bieber

Moto elétrica

Shrek, Max Steel, Avatar

Life

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JOGOS INFANTIS

As papelarias da cidade estão preparadas

para conquistar as crianças

BRINQUEDOS ANTIGOS X ATUAIS

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34 | revistaon.com.br

Os caminhos para a melhor idade“Eu não tinha este rosto de hoje. Assim calmo, assim triste, assim magro. Nem estes olhos tão vazios. Nem o lábio tão amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas. Eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil. Em que espelho fi cou perdida a minha face?” A citação “Retrato” de Cecília Meireles que fi ca exposta em uma das paredes do Centro Dia para Idosos é perfeita para defi nir o espaço criado, especialmente, para atender a melhor idade.

POR ANA PAULA CANEDA

SHU

TTER

STO

CK

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Os caminhos para a melhor idade“Eu não tinha este rosto de hoje. Assim calmo, assim triste, assim magro. Nem estes olhos tão vazios. Nem o lábio tão amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas. Eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil. Em que espelho fi cou perdida a minha face?” A citação “Retrato” de Cecília Meireles que fi ca exposta em uma das paredes do Centro Dia para Idosos é perfeita para defi nir o espaço criado, especialmente, para atender a melhor idade.

POR ANA PAULA CANEDA

SHU

TTER

STO

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LAZER

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Localizada na margem direita do rio Paraíba do Sul, em meio à paz e tranquilidade do horto municipal em Três Rios, a sede

do Centro Dia para Idosos promove ati-vidades voltadas para a melhor idade e conta com 17 profissionais especializados para assessorar 20 idosos, entre homens e mulheres. A Revista On fez uma visita ao local e colheu relatos emocionantes de funcionários e alunos, que demonstraram, além do respeito, um carinho recíproco. Criado em 2003 com a missão de promo-ver a inclusão social, cidadania e qualida-de de vida, a unidade pertence à estrutura administrativa da secretaria municipal do Idoso e da Pessoa com Deficiência de Três Rios e está cadastrada no Conselho Nacional de Entidades de Saúde (CNES).

Não há muitos critérios para participar do projeto. A família entra em contato com a equipe do Centro Dia e a avaliação começa com a visita de uma assistente social à residência do idoso. Em seguida, ele passa por uma junta médica que vai definir as atividades que pode participar. De acordo com o coordenador Vagner

Carneiro, 59, há dois anos no projeto, “o Centro pode receber pessoas ativas e semi-dependentes, aquelas que possuem alguma limitação, mas conseguem fazer atividades básicas sozinhas”. A iniciativa é da família, “eles ficavam sozinhos em casa, ociosos. Os familiares precisam sair para trabalhar, e na maioria dos casos, não tem condições de arcar com os custos de um cuidador”, enfatiza Vagner. Alguns chegam um pouco “ariscos”, como define o coordenador. “Muitos não querem vir no começo, depois que interagem com os outros, não deixam de participar das ativi-dades”, explica.

O Centro possui uma rotina seguida à risca, uma van busca e leva os idosos nas residências após o término das ativida-des. Todos os dias uma enfermeira afere

a pressão e em seguida eles começam as atividades culturais, aulas de pintura e ar-tesanato ministradas por dois animadores culturais que se revezam semanalmente. Nas datas comemorativas realizam ati-vidades temáticas. A maioria das vezes peças teatrais encenadas pelos próprios alunos. As refeições são elaboradas por uma nutricionista e o almoço é sempre servido ao meio dia. Alguns ajudam a cuidar da horta, cultivada nos fundos da unidade. Uma professora de educação física cuida das atividades recreativas, e constantemente, todos os velhinhos são acompanhados por uma nova avaliação médica. A equipe é composta por um ge-riatra, duas fisioterapeutas, uma dentista, uma psicóloga e uma fonoaudióloga.

“Se não tiver amor não produz”. A fra-se do animador cultural Joel Melo, 60, de-fine o trabalho realizado no projeto. Melo se formou em artes há seis anos. Ele está desde 2005 no projeto e fala emociona-do das experiências vivenciadas com os alunos ao lembrar-se da vontade de viver de Generosa, 107, que faleceu em agosto de 2010, vítima de uma complicação pul-

“Se não tiver amor não produz”,Joel Melo, animador cultural

TRABALHOS

Uma das atividades preferidas

pelos idosos, a pintura

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monar. Antônio Luiz da Silva, 54, conhe-cido como “Tunico”, também animador cultural, está no Centro Dia desde 2003. Para ele, o trabalho se torna gratificante, quando possibilita “melhorar a condição de vida de idosos que eu conheci na in-fância, quando eles ainda eram jovens”, complementa.

Ana Conceição Rosa, 94, é a mais ve-lha do grupo. Com a voz baixa, mas firme, relembra o período que esteve afastada da unidade. “Fiquei fora por um mês para me tratar de uma virose. Achei que fosse morrer, quando voltei foi uma alegria”, revela a emoção de retornar as atividades enquanto acabava os últimos detalhes da flor de papel na sala de artes.

Muitos idosos presenteiam os familia-res e amigos com as peças de artesanato que produzem no centro. Aulício de Sou-za, 83, conhecido como “Coca”, mostra uma de suas pinturas. “Meu neto não acreditou que foi eu quem fez o quadro quando cheguei com ele em casa”, brin-ca o ex-alfaiate que exerceu o ofício até novembro de 2010. Ele só parou de tra-balhar por causa de um problema de má

circulação nas mãos.Quando algum idoso passa mal, é le-

vado na companhia da enfermeira, até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e a família é avisada imediatamente. Com isso, essas pessoas ficam sob cuidados de parentes durante o tratamento e retorna às atividades assim que receber alta.

O Centro Dia recebe pacientes encami-nhados pelo Planeta Vida, sempre que o atendimento, deste, está sobrecarregado. Para os especialistas, com as atividades, é possível inserir mais uma vez essas pes-soas na sociedade. “O idoso fica muito re-cluso e tende a depressão, a se isolar. As

atividades e o convívio com outras pesso-as gera um bem-estar muito grande e au-xilia em qualquer tratamento”, enfatiza a fisioterapeuta Ana Carla Louzada Villeta, 30, que faz parte da equipe da unidade há um ano.

Idosos no país

O último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro Geografia e Estatís-tica) aponta para um perfil mais enve-lhecido do país. Em 2050 para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, existirão cerca de 170 idosos. O Ipea (Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada) lançou o estudo “Condições de funcionamento e infraestrutura das instituições de longa permanência para idosos no Brasil”. No primeiro parágrafo, a pesquisa levanta o seguinte questionamento: quem ficará com a responsabilidade de cuidar desses idosos? A família ou as instituições pú-blicas?

De acordo com a assistente social do Centro Dia, Aline Helena de Oliveira, 30, o projeto foi desenvolvido com o objetivo

DEDICAÇÃO

O coordenador Vagner com alguns

alunos na sala de artesanato

“Fiquei fora por um mês para me tratar de uma virose. Achei que fosse morrer, quando voltei foi uma alegria”.Ana Conceição Rosa, 94 anos

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Localizada na margem direita do rio Paraíba do Sul, em meio à paz e tranquilidade do horto municipal em Três Rios, a sede

do Centro Dia para Idosos promove ati-vidades voltadas para a melhor idade e conta com 17 profissionais especializados para assessorar 20 idosos, entre homens e mulheres. A Revista On fez uma visita ao local e colheu relatos emocionantes de funcionários e alunos, que demonstraram, além do respeito, um carinho recíproco. Criado em 2003 com a missão de promo-ver a inclusão social, cidadania e qualida-de de vida, a unidade pertence à estrutura administrativa da secretaria municipal do Idoso e da Pessoa com Deficiência de Três Rios e está cadastrada no Conselho Nacional de Entidades de Saúde (CNES).

Não há muitos critérios para participar do projeto. A família entra em contato com a equipe do Centro Dia e a avaliação começa com a visita de uma assistente social à residência do idoso. Em seguida, ele passa por uma junta médica que vai definir as atividades que pode participar. De acordo com o coordenador Vagner

Carneiro, 59, há dois anos no projeto, “o Centro pode receber pessoas ativas e semi-dependentes, aquelas que possuem alguma limitação, mas conseguem fazer atividades básicas sozinhas”. A iniciativa é da família, “eles ficavam sozinhos em casa, ociosos. Os familiares precisam sair para trabalhar, e na maioria dos casos, não tem condições de arcar com os custos de um cuidador”, enfatiza Vagner. Alguns chegam um pouco “ariscos”, como define o coordenador. “Muitos não querem vir no começo, depois que interagem com os outros, não deixam de participar das ativi-dades”, explica.

O Centro possui uma rotina seguida à risca, uma van busca e leva os idosos nas residências após o término das ativida-des. Todos os dias uma enfermeira afere

a pressão e em seguida eles começam as atividades culturais, aulas de pintura e ar-tesanato ministradas por dois animadores culturais que se revezam semanalmente. Nas datas comemorativas realizam ati-vidades temáticas. A maioria das vezes peças teatrais encenadas pelos próprios alunos. As refeições são elaboradas por uma nutricionista e o almoço é sempre servido ao meio dia. Alguns ajudam a cuidar da horta, cultivada nos fundos da unidade. Uma professora de educação física cuida das atividades recreativas, e constantemente, todos os velhinhos são acompanhados por uma nova avaliação médica. A equipe é composta por um ge-riatra, duas fisioterapeutas, uma dentista, uma psicóloga e uma fonoaudióloga.

“Se não tiver amor não produz”. A fra-se do animador cultural Joel Melo, 60, de-fine o trabalho realizado no projeto. Melo se formou em artes há seis anos. Ele está desde 2005 no projeto e fala emociona-do das experiências vivenciadas com os alunos ao lembrar-se da vontade de viver de Generosa, 107, que faleceu em agosto de 2010, vítima de uma complicação pul-

“Se não tiver amor não produz”,Joel Melo, animador cultural

TRABALHOS

Uma das atividades preferidas

pelos idosos, a pintura

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monar. Antônio Luiz da Silva, 54, conhe-cido como “Tunico”, também animador cultural, está no Centro Dia desde 2003. Para ele, o trabalho se torna gratificante, quando possibilita “melhorar a condição de vida de idosos que eu conheci na in-fância, quando eles ainda eram jovens”, complementa.

Ana Conceição Rosa, 94, é a mais ve-lha do grupo. Com a voz baixa, mas firme, relembra o período que esteve afastada da unidade. “Fiquei fora por um mês para me tratar de uma virose. Achei que fosse morrer, quando voltei foi uma alegria”, revela a emoção de retornar as atividades enquanto acabava os últimos detalhes da flor de papel na sala de artes.

Muitos idosos presenteiam os familia-res e amigos com as peças de artesanato que produzem no centro. Aulício de Sou-za, 83, conhecido como “Coca”, mostra uma de suas pinturas. “Meu neto não acreditou que foi eu quem fez o quadro quando cheguei com ele em casa”, brin-ca o ex-alfaiate que exerceu o ofício até novembro de 2010. Ele só parou de tra-balhar por causa de um problema de má

circulação nas mãos.Quando algum idoso passa mal, é le-

vado na companhia da enfermeira, até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e a família é avisada imediatamente. Com isso, essas pessoas ficam sob cuidados de parentes durante o tratamento e retorna às atividades assim que receber alta.

O Centro Dia recebe pacientes encami-nhados pelo Planeta Vida, sempre que o atendimento, deste, está sobrecarregado. Para os especialistas, com as atividades, é possível inserir mais uma vez essas pes-soas na sociedade. “O idoso fica muito re-cluso e tende a depressão, a se isolar. As

atividades e o convívio com outras pesso-as gera um bem-estar muito grande e au-xilia em qualquer tratamento”, enfatiza a fisioterapeuta Ana Carla Louzada Villeta, 30, que faz parte da equipe da unidade há um ano.

Idosos no país

O último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro Geografia e Estatís-tica) aponta para um perfil mais enve-lhecido do país. Em 2050 para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, existirão cerca de 170 idosos. O Ipea (Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada) lançou o estudo “Condições de funcionamento e infraestrutura das instituições de longa permanência para idosos no Brasil”. No primeiro parágrafo, a pesquisa levanta o seguinte questionamento: quem ficará com a responsabilidade de cuidar desses idosos? A família ou as instituições pú-blicas?

De acordo com a assistente social do Centro Dia, Aline Helena de Oliveira, 30, o projeto foi desenvolvido com o objetivo

DEDICAÇÃO

O coordenador Vagner com alguns

alunos na sala de artesanato

“Fiquei fora por um mês para me tratar de uma virose. Achei que fosse morrer, quando voltei foi uma alegria”.Ana Conceição Rosa, 94 anos

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de apoiar a família e evitar a instituciona-lização; abrigo ou asilo. “Hoje as famílias estão menores e precisam trabalhar cada vez mais”.

Devido ao aumento na expectativa de vida do brasileiro, o país tem um grande número de idosos e, muitos, com núcleo familiar desagregado e poucas condições de sobrevivência. De acordo com o médi-co geriatra Hélcio Serpa, “o governo está incentivando a criação de projetos que possam minimizar cada vez mais a falta de estrutura social e econômica”. Nesses locais [projetos], além de alimentação, o indivíduo tem educação, lazer e aten-dimento médico, “regalias” cuja grande parcela passou a vida sem. “Na unidade, essas pessoas têm acesso a essa dignida-de, eles têm carinho e afeto, o que muda a expectativa de vida. Uma pessoa com 85 anos passa a ter mais vontade de viver”. O médico enfatiza: por mais que a família dê atenção, não é possível estar o tempo todo ao lado do idoso. “Durante o horário de atendimento do Centro, há sempre alguém prestando serviços a eles, sentindo as mes-mas dores ou simplesmente ouvindo as suas histórias”.

A média de permanência do idoso nesse local é de três meses. Passado esse período ele tem alta, mas pode continuar na unidade, de acordo com a necessidade

da família ou se a junta médica indicar a permanência para algum tratamento. Isso é o que ocorre com a maioria dos frequen-tadores.

Quando o idoso tem alta é fundamental que a família dê continuidade ao processo iniciado no projeto. “Quando o trabalho é realizado com uma equipe multidiscipli-nar, consegue-se um ganho muito grande”, enfatiza o médico Serpa ao ressaltar a im-portância do serviço. “O grupo de pessoas necessitadas no Brasil é muito grande. Os países desenvolvidos se preparam para dar suporte aos seus idosos, enquanto nos sub-desenvolvidos não há um preparo profis-sional e familiar, por ainda ser uma ciência nova no país”, complementa o geriatra.

Em julho deste ano, Três Rios sediou a III Conferência Regional da Pessoa

Idosa, quando foram debatidos projetos e leis para melhorias nas estruturas do seg-mento. Em depoimento à Revista On, na ocasião, o secretário do Idoso e da Pessoa com deficiência, Wiliam César Alves Ma-chado, enfatizou a importância do evento e da criação de projetos como o Centro Dia para Idosos. “Quanto mais engrossam os seguimentos populacionais, precisam ser maiores as reservas de disponibilidade e de recursos financeiros e logísticos para a implementação de políticas para aten-der a sociedade”, disse e acredita que “o pontapé inicial foi a criação da secretaria do Idoso e da Pessoa com Deficiência no município”.

CUIDADO MÉDICO

Hélcio atendendo Dona

Luiza thomáz, 73

“o governo está incentivando a criação de projetos que possam minimizar cada vez mais a falta de estrutura social e econômica”Hélcio Serpa - Médico Geriatrae Professor Universitário

VONTATE DE VIVER

Ana Conceição mostra

orgulhosa o seu trabalho

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de apoiar a família e evitar a instituciona-lização; abrigo ou asilo. “Hoje as famílias estão menores e precisam trabalhar cada vez mais”.

Devido ao aumento na expectativa de vida do brasileiro, o país tem um grande número de idosos e, muitos, com núcleo familiar desagregado e poucas condições de sobrevivência. De acordo com o médi-co geriatra Hélcio Serpa, “o governo está incentivando a criação de projetos que possam minimizar cada vez mais a falta de estrutura social e econômica”. Nesses locais [projetos], além de alimentação, o indivíduo tem educação, lazer e aten-dimento médico, “regalias” cuja grande parcela passou a vida sem. “Na unidade, essas pessoas têm acesso a essa dignida-de, eles têm carinho e afeto, o que muda a expectativa de vida. Uma pessoa com 85 anos passa a ter mais vontade de viver”. O médico enfatiza: por mais que a família dê atenção, não é possível estar o tempo todo ao lado do idoso. “Durante o horário de atendimento do Centro, há sempre alguém prestando serviços a eles, sentindo as mes-mas dores ou simplesmente ouvindo as suas histórias”.

A média de permanência do idoso nesse local é de três meses. Passado esse período ele tem alta, mas pode continuar na unidade, de acordo com a necessidade

da família ou se a junta médica indicar a permanência para algum tratamento. Isso é o que ocorre com a maioria dos frequen-tadores.

Quando o idoso tem alta é fundamental que a família dê continuidade ao processo iniciado no projeto. “Quando o trabalho é realizado com uma equipe multidiscipli-nar, consegue-se um ganho muito grande”, enfatiza o médico Serpa ao ressaltar a im-portância do serviço. “O grupo de pessoas necessitadas no Brasil é muito grande. Os países desenvolvidos se preparam para dar suporte aos seus idosos, enquanto nos sub-desenvolvidos não há um preparo profis-sional e familiar, por ainda ser uma ciência nova no país”, complementa o geriatra.

Em julho deste ano, Três Rios sediou a III Conferência Regional da Pessoa

Idosa, quando foram debatidos projetos e leis para melhorias nas estruturas do seg-mento. Em depoimento à Revista On, na ocasião, o secretário do Idoso e da Pessoa com deficiência, Wiliam César Alves Ma-chado, enfatizou a importância do evento e da criação de projetos como o Centro Dia para Idosos. “Quanto mais engrossam os seguimentos populacionais, precisam ser maiores as reservas de disponibilidade e de recursos financeiros e logísticos para a implementação de políticas para aten-der a sociedade”, disse e acredita que “o pontapé inicial foi a criação da secretaria do Idoso e da Pessoa com Deficiência no município”.

CUIDADO MÉDICO

Hélcio atendendo Dona

Luiza thomáz, 73

“o governo está incentivando a criação de projetos que possam minimizar cada vez mais a falta de estrutura social e econômica”Hélcio Serpa - Médico Geriatrae Professor Universitário

VONTATE DE VIVER

Ana Conceição mostra

orgulhosa o seu trabalho

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O 38º Batalhão da Polícia Militar tem no efetivo 313 policiais, responsáveis pela segurança de Três Rios, Paraíba do Sul,

Sapucaia, Comendador Levy Gasparian e Areal. Doze mulheres compõem a equipe trirriense. Já no Estado, elas são numeri-camente mais representativas. Dos 39.920 PMs, 2.119 são mulheres. Dez estão em cargos de comando ou chefia.

Em Três Rios, as fem, têm tratamen-to igualitário, comparando com policiais masculinos. O cabo Alexandre Vieira da Cruz destaca a importância delas em abor-dagens na rua quando há uma pessoa do sexo feminino na ocorrência. “Nesses ca-sos, uma busca pessoal só poderá ser reali-zada por uma mulher”, explica.

Sobre a convivência no ambiente de trabalho, só elogio. “Hoje, a mulher tem conquistado um grande espaço em todos os meios. Exemplo maior é a presidenta do

Brasil. Na PM não seria diferente. Nosso trabalho é o mesmo, somos policiais.”, re-força o cabo.

Marcos Henrique Arruda entrou na Po-lícia Militar em 1985. Hoje, é subtenente e chefe da P5, setor de relações públicas. Ele também não vê diferença em trabalhar com uma policial feminina. “É normal, me sinto à vontade. Não tenho nenhuma res-trição quanto a isso, até porque a formação é a mesma”, garante.

Com suas peculiaridades, cada uma ex-plica como e quando decidiu entrar nessa profissão, antes voltada para os homens. A soldado Naira Olivetti, 32, há sete anos na corporação, acredita que, como em todas as profissões, o espaço conquistado atual-mente foi ocupado aos poucos. “Trabalha-mos em igualdade de condições”, assegu-ra. “Temos os mesmos direitos e deveres de qualquer policial”, conta a soldado De-nise, 31, cujo sobrenome não foi revelado.

Complementando o cabo Da Cruz, Naira argumenta sobre a transposição da barreira do sexo. Para ela, o preconceito que existia anteriormente em profissões até então consideradas aptas somente para homens, agora está se extinguindo. “Isso se deve ao empenho e desenvoltu-ra que nós, mulheres, desenvolvemos”, conclui.

O tratamento igualitário entre eles e elas também supõe riscos iguais. Rotas nas madrugadas frias de inverno e perse-guições a bandidos estão entre as obriga-ções da função. Mesmo com essas “des-vantagens”, o que levaria essas mulheres a trocarem o mercado de trabalho mais pacato pelo serviço militar? Naira percor-reu esse caminho pelos exemplos familia-res. Já para Denise, foi a estabilidade do serviço público que “falou mais alto”.

O comandante do 38º BPM, Marcus Vinicius, está na polícia há 27 anos. Co-

POR RAFAEL MORAES

Fem: as mulheres da lei

Leve brilho nos lábios, cabelos bem penteados, brincos nas orelhas. Aparatos que se destoam do coldre preso à cintura. As fem, denominação dada às policiais femininas, defendem a manutenção da ordem pública, sem sair do salto, ou melhor, do coturno, tipo de bota usada por militares em atividades de combate.

mandou várias mulheres em outros bata-lhões e também já foi subordinado de uma fem. Sobre a incorporação delas na insti-tuição, foi enfático ao observar o assunto. “Vejo com profissionalismo”, disse.

Respeito dentro e fora do 38º

As entrevistadas relembram o início, quando passavam mais tempo nas ruas. Acerca do trabalho externo, tanto Deni-se quanto Naira, em uma resposta quase ensaiada, apontaram que o respeito pela corporação estava acima do sexo em um trabalho mais ostensivo. “Tem que haver o respeito, independentemente de quem esteja dentro da farda”, reforça Denise.

O risco é encarado por essas mulheres como uma particularidade efêmera, vis-to o objetivo maior que se propuseram a fazer. “Temos a responsabilidade sobre vidas desconhecidas”, salienta a soldado. “O risco existe em todas as profissões, só que na polícia é iminente”, observa Naira.

Para essas mulheres da lei, sair da PM não está em seus planos. “Não pretendo sair. Pelo contrário, quero permanecer aqui. Embora a polícia seja criticada e desvalorizada, é imprescindível para o bem-estar social”, finaliza Denise, poli-cial há cinco anos.

História da Polícia Militar

No século XIX, a segurança pública era executada pelos chamados quadrilhei-ros, grupos formados por “bons homens do reino”. Eles eram armados com lanças e bastões e responsáveis pelo patrulha-mento das vilas e cidades da metrópole portuguesa, cujo modelo foi estendido ao Brasil colonial. Eles cuidavam do policia-mento das 75 ruas e alamedas da cidade do Rio.

Na época, como consequência da cam-panha napoleônica de conquista do conti-nente europeu, a família real portuguesa, juntamente com sua corte, decidiu se mu-dar para o Brasil. Aqui chegando, a corte instalou-se no Rio de Janeiro, iniciando a reorganização do Estado no dia 11 de março de 1808, ano de nomeação dos mi-nistros.

Com a chegada dessa “nova popula-ção”, os quadrilheiros não eram mais su-ficientes para fazer a proteção da corte, com cerca de 60 mil pessoas, das quais a metade era composta por escravos. Em 13 de maio de 1809, dia do aniversário do príncipe regente D. João VI, criou-se a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte.

Depois de inúmeras mudanças de nome e passadas algumas décadas e tam-bém o Brasil colonial, em 1960, a capital do país foi transferida para Brasília e a cidade do Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal, passou a ter o nome de Estado da Guanabara. Até então, a instituição, que naquela cidade era denominada Polícia Militar do Distrito Federal, passou a ser chamada PMEG (Polícia Militar do Esta-do da Guanabara).

No restante do território, a PMEG já havia ganhado o nome de Polícia Mili-tar do Estado do Rio de Janeiro, isso em 1920. Em 1974, o governo federal deci-diu reunir os dois Estados por meio da lei complementar nº 20, que determinou a fusão em 15 de março de 1975. Ainda segundo essa lei, a nova unidade federa-tiva receberia o nome de Estado do Rio de Janeiro e, consequentemente, as duas instituições policiais militares foram fun-didas. Surgiu então a PM como conhece-mos hoje, com seu Quartel General no an-tigo Quartel dos Barbonos, no Centro da capital fluminense.

“Hoje, a mulher tem conquistado um grande espaço em todos os meios, visto a presidenta do Brasil. Na PM não é diferente. Nosso trabalho é o mesmo, somos policiais.”,Alexandre Vieira da Cruz, cabo da PM

SEGURANÇA

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O 38º Batalhão da Polícia Militar tem no efetivo 313 policiais, responsáveis pela segurança de Três Rios, Paraíba do Sul,

Sapucaia, Comendador Levy Gasparian e Areal. Doze mulheres compõem a equipe trirriense. Já no Estado, elas são numeri-camente mais representativas. Dos 39.920 PMs, 2.119 são mulheres. Dez estão em cargos de comando ou chefia.

Em Três Rios, as fem, têm tratamen-to igualitário, comparando com policiais masculinos. O cabo Alexandre Vieira da Cruz destaca a importância delas em abor-dagens na rua quando há uma pessoa do sexo feminino na ocorrência. “Nesses ca-sos, uma busca pessoal só poderá ser reali-zada por uma mulher”, explica.

Sobre a convivência no ambiente de trabalho, só elogio. “Hoje, a mulher tem conquistado um grande espaço em todos os meios. Exemplo maior é a presidenta do

Brasil. Na PM não seria diferente. Nosso trabalho é o mesmo, somos policiais.”, re-força o cabo.

Marcos Henrique Arruda entrou na Po-lícia Militar em 1985. Hoje, é subtenente e chefe da P5, setor de relações públicas. Ele também não vê diferença em trabalhar com uma policial feminina. “É normal, me sinto à vontade. Não tenho nenhuma res-trição quanto a isso, até porque a formação é a mesma”, garante.

Com suas peculiaridades, cada uma ex-plica como e quando decidiu entrar nessa profissão, antes voltada para os homens. A soldado Naira Olivetti, 32, há sete anos na corporação, acredita que, como em todas as profissões, o espaço conquistado atual-mente foi ocupado aos poucos. “Trabalha-mos em igualdade de condições”, assegu-ra. “Temos os mesmos direitos e deveres de qualquer policial”, conta a soldado De-nise, 31, cujo sobrenome não foi revelado.

Complementando o cabo Da Cruz, Naira argumenta sobre a transposição da barreira do sexo. Para ela, o preconceito que existia anteriormente em profissões até então consideradas aptas somente para homens, agora está se extinguindo. “Isso se deve ao empenho e desenvoltu-ra que nós, mulheres, desenvolvemos”, conclui.

O tratamento igualitário entre eles e elas também supõe riscos iguais. Rotas nas madrugadas frias de inverno e perse-guições a bandidos estão entre as obriga-ções da função. Mesmo com essas “des-vantagens”, o que levaria essas mulheres a trocarem o mercado de trabalho mais pacato pelo serviço militar? Naira percor-reu esse caminho pelos exemplos familia-res. Já para Denise, foi a estabilidade do serviço público que “falou mais alto”.

O comandante do 38º BPM, Marcus Vinicius, está na polícia há 27 anos. Co-

POR RAFAEL MORAES

Fem: as mulheres da lei

Leve brilho nos lábios, cabelos bem penteados, brincos nas orelhas. Aparatos que se destoam do coldre preso à cintura. As fem, denominação dada às policiais femininas, defendem a manutenção da ordem pública, sem sair do salto, ou melhor, do coturno, tipo de bota usada por militares em atividades de combate.

mandou várias mulheres em outros bata-lhões e também já foi subordinado de uma fem. Sobre a incorporação delas na insti-tuição, foi enfático ao observar o assunto. “Vejo com profissionalismo”, disse.

Respeito dentro e fora do 38º

As entrevistadas relembram o início, quando passavam mais tempo nas ruas. Acerca do trabalho externo, tanto Deni-se quanto Naira, em uma resposta quase ensaiada, apontaram que o respeito pela corporação estava acima do sexo em um trabalho mais ostensivo. “Tem que haver o respeito, independentemente de quem esteja dentro da farda”, reforça Denise.

O risco é encarado por essas mulheres como uma particularidade efêmera, vis-to o objetivo maior que se propuseram a fazer. “Temos a responsabilidade sobre vidas desconhecidas”, salienta a soldado. “O risco existe em todas as profissões, só que na polícia é iminente”, observa Naira.

Para essas mulheres da lei, sair da PM não está em seus planos. “Não pretendo sair. Pelo contrário, quero permanecer aqui. Embora a polícia seja criticada e desvalorizada, é imprescindível para o bem-estar social”, finaliza Denise, poli-cial há cinco anos.

História da Polícia Militar

No século XIX, a segurança pública era executada pelos chamados quadrilhei-ros, grupos formados por “bons homens do reino”. Eles eram armados com lanças e bastões e responsáveis pelo patrulha-mento das vilas e cidades da metrópole portuguesa, cujo modelo foi estendido ao Brasil colonial. Eles cuidavam do policia-mento das 75 ruas e alamedas da cidade do Rio.

Na época, como consequência da cam-panha napoleônica de conquista do conti-nente europeu, a família real portuguesa, juntamente com sua corte, decidiu se mu-dar para o Brasil. Aqui chegando, a corte instalou-se no Rio de Janeiro, iniciando a reorganização do Estado no dia 11 de março de 1808, ano de nomeação dos mi-nistros.

Com a chegada dessa “nova popula-ção”, os quadrilheiros não eram mais su-ficientes para fazer a proteção da corte, com cerca de 60 mil pessoas, das quais a metade era composta por escravos. Em 13 de maio de 1809, dia do aniversário do príncipe regente D. João VI, criou-se a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte.

Depois de inúmeras mudanças de nome e passadas algumas décadas e tam-bém o Brasil colonial, em 1960, a capital do país foi transferida para Brasília e a cidade do Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal, passou a ter o nome de Estado da Guanabara. Até então, a instituição, que naquela cidade era denominada Polícia Militar do Distrito Federal, passou a ser chamada PMEG (Polícia Militar do Esta-do da Guanabara).

No restante do território, a PMEG já havia ganhado o nome de Polícia Mili-tar do Estado do Rio de Janeiro, isso em 1920. Em 1974, o governo federal deci-diu reunir os dois Estados por meio da lei complementar nº 20, que determinou a fusão em 15 de março de 1975. Ainda segundo essa lei, a nova unidade federa-tiva receberia o nome de Estado do Rio de Janeiro e, consequentemente, as duas instituições policiais militares foram fun-didas. Surgiu então a PM como conhece-mos hoje, com seu Quartel General no an-tigo Quartel dos Barbonos, no Centro da capital fluminense.

“Hoje, a mulher tem conquistado um grande espaço em todos os meios, visto a presidenta do Brasil. Na PM não é diferente. Nosso trabalho é o mesmo, somos policiais.”,Alexandre Vieira da Cruz, cabo da PM

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42 | revistaon.com.br

De passagem para um larNo Brasil são mais de 20 mil crianças e adolescentes que moram em instituições como a Casa de Passagem de Paraíba do Sul.

POR RAFAEL MORAES

Nós vamos embora hoje tio?”, a indagação é do ga-roto G. S., 7 anos. Ele e o

irmão A. S., 9, estavam na Casa de Pas-sagem “Dr. Nuno Soares Vaz Filho” em Paraíba do Sul quando a Revista On este-ve no local para conversar com os jovens. Na ocasião, havia menos de 15 dias que tinham chegado. De acordo com uma fon-te ligada à instituição, eles foram tirados da mãe que se prostituía para usar crack. Na hora em que a polícia chegou ela fugiu levando o terceiro filho, recém-nascido.

Os casos que aportam lá se divergem pela idade, nome e endereço dos meni-nos [só recebe meninos. As garotas são acolhidas pelas irmãs de caridade] cujo único desejo e voltar para casa, mesmo

sendo por adoção. Entre tantos nomes, alguns casos como os irmãos dos quais o pai matou a mãe e os fez juntar os pe-daços e o jovem à beira de completar 18, idade limite para permanecer no local, sugerem estudos para entender melhor a cerne das famílias “modernas” e essas instituições que tem a função de prote-ger, acolher, buscar um novo lar e ainda proporcionar, para estes jovens, uma sen-sação de família, mesmo que ainda guar-de na lembrança uma imagem deturpada e marcada pela violência física, sexual ou psicológica.

Casa de Passagem é um tipo de abrigo temporário para jovens até os 18 anos in-completos. Todos os hóspedes estiveram em situação de risco pessoal e social, seja

dentro ou fora do meio familiar. O prin-cipal objetivo é prezar pelo atendimento qualificado em busca da autonomia, ci-dadania e restituição de direitos violados, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/1990).

O mais velho dos irmãos citados no início da matéria é um dos inúmeros ca-sos. Quando chegaram, a simplória tele-visão era algo novo para A. S., 9. Quan-do questionado sobre a família, o menino muda de fisionomia e o sorriso dá lugar a um semblante fechado. As mãos de-monstravam o quanto incomodava tocar no assunto. De cabeça baixa, o jovem que sonha em ser policial no futuro, vê no presente apenas incertezas sobre seu lar.

Nesta casa há 10 leitos dos quais oito

FUTURO

O menino que sonha ser policial,

deseja, por enquanto, voltar para casa

REV

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De passagem para um larNo Brasil são mais de 20 mil crianças e adolescentes que moram em instituições como a Casa de Passagem de Paraíba do Sul.

POR RAFAEL MORAES

Nós vamos embora hoje tio?”, a indagação é do ga-roto G. S., 7 anos. Ele e o

irmão A. S., 9, estavam na Casa de Pas-sagem “Dr. Nuno Soares Vaz Filho” em Paraíba do Sul quando a Revista On este-ve no local para conversar com os jovens. Na ocasião, havia menos de 15 dias que tinham chegado. De acordo com uma fon-te ligada à instituição, eles foram tirados da mãe que se prostituía para usar crack. Na hora em que a polícia chegou ela fugiu levando o terceiro filho, recém-nascido.

Os casos que aportam lá se divergem pela idade, nome e endereço dos meni-nos [só recebe meninos. As garotas são acolhidas pelas irmãs de caridade] cujo único desejo e voltar para casa, mesmo

sendo por adoção. Entre tantos nomes, alguns casos como os irmãos dos quais o pai matou a mãe e os fez juntar os pe-daços e o jovem à beira de completar 18, idade limite para permanecer no local, sugerem estudos para entender melhor a cerne das famílias “modernas” e essas instituições que tem a função de prote-ger, acolher, buscar um novo lar e ainda proporcionar, para estes jovens, uma sen-sação de família, mesmo que ainda guar-de na lembrança uma imagem deturpada e marcada pela violência física, sexual ou psicológica.

Casa de Passagem é um tipo de abrigo temporário para jovens até os 18 anos in-completos. Todos os hóspedes estiveram em situação de risco pessoal e social, seja

dentro ou fora do meio familiar. O prin-cipal objetivo é prezar pelo atendimento qualificado em busca da autonomia, ci-dadania e restituição de direitos violados, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/1990).

O mais velho dos irmãos citados no início da matéria é um dos inúmeros ca-sos. Quando chegaram, a simplória tele-visão era algo novo para A. S., 9. Quan-do questionado sobre a família, o menino muda de fisionomia e o sorriso dá lugar a um semblante fechado. As mãos de-monstravam o quanto incomodava tocar no assunto. De cabeça baixa, o jovem que sonha em ser policial no futuro, vê no presente apenas incertezas sobre seu lar.

Nesta casa há 10 leitos dos quais oito

FUTURO

O menino que sonha ser policial,

deseja, por enquanto, voltar para casa

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COTIDIANO

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estão ocupados. No mesmo dia da entre-vista, uma criança de três anos era aguar-dado. Responsável pela Casa de Acolhi-mento Temporário, Carlos Alexandre da Cunha, tem orgulho de mostrar a dispensa cheia de mantimentos, fraudas, leite para as crianças e os freezers abarrotados de carne. O Ipea (Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada) e o Conanda (Conse-lho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) divulgaram, em 2004, um estudo sobre os abrigos e traçaram um perfil das entidades pesquisadas. De acordo com os dados, 68,3% são não go-vernamentais e 67,2 % são mantidas por entidades religiosas. Assim, como a Casa de Passagem de Paraíba do Sul é mantida pela prefeitura, apenas 30% das institui-ções pesquisadas são bancadas pelo poder público.

Em Paraíba, os jovens são alimenta-dos e vestidos além de participarem de atividades fora da instituição. “Aqui tudo é de porta aberta. Há cinco anos não tí-nhamos colégio para matriculá-los. O povo dizia: ‘É da casa de passagem, en-tão não tem vaga’”, desabafa Carlos so-bre o preconceito que as crianças ainda sofrem. Apesar disso, todos estão matri-culados em colégios públicos. Os conselheiros

A conselheira tutelar Daiane Dias tra-

balha incessantemente na averiguação de denúncias e fiscalização de crianças em situação de risco. Dias foi empossada no dia 28 de julho e garante que o volume de serviço é muito grande. Só em julho foram 45 atendimentos.

Ela revela que as principais ocorrên-cias são de “maus tratos físicos, princi-palmente em meninos, além da exposi-ção ao tráfico de drogas e abandono”. Com base no ECA( Estatuto da Criança e do Adolescente), ela alerta que só o fator financeiro não influencia na retirada da criança.

De acordo com o levantamento do Ipea, a carência de recursos materiais da família responsável corresponde por 24,1% dos motivos de ingresso em abri-gos. Abandono pelos pais são 18,8%. Já a dependência química foi a causa de 11,3% das crianças estarem em casas como a de Paraíba do Sul.

“Só agimos quando a criança está em risco. Quando não há nenhuma perspec-tiva de vida”, completa. Em um primei-ro momento, o conselho tutelar procura alguma pessoa com um vínculo familiar para abrigar esses jovens até uma decisão judicial. “Na ausência dessas pessoas, eles são levados para a Casa de Passa-gem”, explica Daiane.

Quando uma criança é encaminhada para este local, a instituição aciona o Creas (Centro de Referência Especiali-zado da Assistência Social) que faz uma visita na casa das pretendentes à guarda da criança. Junto deles há uma comissão da justiça para averiguar se os jovens se-rão bem amparados.

Creas

A realidade dentro da entidade se con-trapõe ao sofrimento no lar. Fato demons-trado no olhar de cada indivíduo quando o assunto em questão é a família. Alguns esperam por uma adoção. Como é o caso de D. M., 17, cujo tempo na instituição se finda em janeiro de 2012. Ele que vive na Casa há quatro anos, busca uma oportu-nidade de emprego para, uma vez fora da Casa, conseguir manter-se. Atualmente faz curso de estofador e mostra orgulho-so, os puffs que já produziu para vender.

IRMÃOS

Os jovens até brigam, mas fi cam

unidos na espera por um lar

REV

ISTA

ON

“Há cinco anos não tínhamos colégio para matriculá-los”,responsável pela Casa de Acolhimento Temporário, Carlos Alexandre.

De acordo com o regimento de onde mora, o prazo máximo para os jovens fi-carem é de 90 dias, “mais do que isso o secretário de Bem Estar Social têm que autorizar, porque essa permanência tem um custo para o município”, explica Ale-xandre ao demonstrar preocupação com a situação do jovem, já que 18 anos é a idade máxima para ficar abrigado. “Não sei o que vou fazer. É impossível chegar janeiro e colocá-lo para fora”, completa.

M. A., 14 e M. P, 20, estão no abrigo há seis anos. Há mais de quatro [anos] ninguém da família veio vê-los. Irmãos, eles passaram por problemas complica-

“Só agimos quando a criança está em risco. Quando não há nenhuma perspectiva de vida”,conselheira tutelar Daiane Dias

dos dentro de casa. Ainda de acordo com a fonte ligada à instituição, o pai dos jo-vens matou a mãe e está preso. O rapaz de 20 anos ficou com sequelas psicoló-gicas e conta com a promessa do irmão de protegê-lo quando tiverem que sair do local. O psicoterapeuta Douglas Cardo-so Alves é o coordenador do Creas sul-paraibano e explica: “o rompimento do laço simbiótico que a relação mãe e filho impõem, por natureza, em curso normal já é sofrido, então imaginem quando isto se dá de forma abrupta, como ocorreu com alguns desses meninos. Inevitavel-mente o sentimento de desamparo pro-move uma dificuldade de resolução de conflitos, traduzindo em dificuldades de aprendizagem, inserção e integração so-cial”, contextualiza. De acordo com ele, em casos somatizados os sintomas trans-cendem ao físico chegando a patologias crônicas e limitadoras.

Para minimizar esses estragos, o Cen-tro de Referência disponibiliza uma equi-pe para orientação jurídica, psíquica e

social, através dos seus técnicos que, se-manalmente, acompanham os casos com a finalidade de ajustar os laços familiares para a reinserção dos acolhidos.

“Eles chegam só com a roupa do cor-po, sem documento nenhum, normal-mente, escoltados por policiais armados. Eles não querem vir, os pais também não querem que eles venham. Acompa-nhados por um conselheira tutelar e um oficial de justiça, choram muito; é uma situação ruim e triste de se ver”, disse Carlos Alexandre. Ele, de certa forma, assumiu o papel de pai, mãe, amigo e confidente desses jovens que estão aflo-rando a sexualidade em meio a tantas tur-bulências na puberdade. Tudo isso, sem esquecerem o futuro que bate a porta sem uma certeza da vida. Por ser um lu-gar de passagem, todos se toparam “por acaso”, mas fazem desse encontro ou desencontro, uma grande família.

*Para preservar a identidade dos jovens, seus

nomes foram abreviados.

COTIDIANO

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estão ocupados. No mesmo dia da entre-vista, uma criança de três anos era aguar-dado. Responsável pela Casa de Acolhi-mento Temporário, Carlos Alexandre da Cunha, tem orgulho de mostrar a dispensa cheia de mantimentos, fraudas, leite para as crianças e os freezers abarrotados de carne. O Ipea (Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada) e o Conanda (Conse-lho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) divulgaram, em 2004, um estudo sobre os abrigos e traçaram um perfil das entidades pesquisadas. De acordo com os dados, 68,3% são não go-vernamentais e 67,2 % são mantidas por entidades religiosas. Assim, como a Casa de Passagem de Paraíba do Sul é mantida pela prefeitura, apenas 30% das institui-ções pesquisadas são bancadas pelo poder público.

Em Paraíba, os jovens são alimenta-dos e vestidos além de participarem de atividades fora da instituição. “Aqui tudo é de porta aberta. Há cinco anos não tí-nhamos colégio para matriculá-los. O povo dizia: ‘É da casa de passagem, en-tão não tem vaga’”, desabafa Carlos so-bre o preconceito que as crianças ainda sofrem. Apesar disso, todos estão matri-culados em colégios públicos. Os conselheiros

A conselheira tutelar Daiane Dias tra-

balha incessantemente na averiguação de denúncias e fiscalização de crianças em situação de risco. Dias foi empossada no dia 28 de julho e garante que o volume de serviço é muito grande. Só em julho foram 45 atendimentos.

Ela revela que as principais ocorrên-cias são de “maus tratos físicos, princi-palmente em meninos, além da exposi-ção ao tráfico de drogas e abandono”. Com base no ECA( Estatuto da Criança e do Adolescente), ela alerta que só o fator financeiro não influencia na retirada da criança.

De acordo com o levantamento do Ipea, a carência de recursos materiais da família responsável corresponde por 24,1% dos motivos de ingresso em abri-gos. Abandono pelos pais são 18,8%. Já a dependência química foi a causa de 11,3% das crianças estarem em casas como a de Paraíba do Sul.

“Só agimos quando a criança está em risco. Quando não há nenhuma perspec-tiva de vida”, completa. Em um primei-ro momento, o conselho tutelar procura alguma pessoa com um vínculo familiar para abrigar esses jovens até uma decisão judicial. “Na ausência dessas pessoas, eles são levados para a Casa de Passa-gem”, explica Daiane.

Quando uma criança é encaminhada para este local, a instituição aciona o Creas (Centro de Referência Especiali-zado da Assistência Social) que faz uma visita na casa das pretendentes à guarda da criança. Junto deles há uma comissão da justiça para averiguar se os jovens se-rão bem amparados.

Creas

A realidade dentro da entidade se con-trapõe ao sofrimento no lar. Fato demons-trado no olhar de cada indivíduo quando o assunto em questão é a família. Alguns esperam por uma adoção. Como é o caso de D. M., 17, cujo tempo na instituição se finda em janeiro de 2012. Ele que vive na Casa há quatro anos, busca uma oportu-nidade de emprego para, uma vez fora da Casa, conseguir manter-se. Atualmente faz curso de estofador e mostra orgulho-so, os puffs que já produziu para vender.

IRMÃOS

Os jovens até brigam, mas fi cam

unidos na espera por um lar

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“Há cinco anos não tínhamos colégio para matriculá-los”,responsável pela Casa de Acolhimento Temporário, Carlos Alexandre.

De acordo com o regimento de onde mora, o prazo máximo para os jovens fi-carem é de 90 dias, “mais do que isso o secretário de Bem Estar Social têm que autorizar, porque essa permanência tem um custo para o município”, explica Ale-xandre ao demonstrar preocupação com a situação do jovem, já que 18 anos é a idade máxima para ficar abrigado. “Não sei o que vou fazer. É impossível chegar janeiro e colocá-lo para fora”, completa.

M. A., 14 e M. P, 20, estão no abrigo há seis anos. Há mais de quatro [anos] ninguém da família veio vê-los. Irmãos, eles passaram por problemas complica-

“Só agimos quando a criança está em risco. Quando não há nenhuma perspectiva de vida”,conselheira tutelar Daiane Dias

dos dentro de casa. Ainda de acordo com a fonte ligada à instituição, o pai dos jo-vens matou a mãe e está preso. O rapaz de 20 anos ficou com sequelas psicoló-gicas e conta com a promessa do irmão de protegê-lo quando tiverem que sair do local. O psicoterapeuta Douglas Cardo-so Alves é o coordenador do Creas sul-paraibano e explica: “o rompimento do laço simbiótico que a relação mãe e filho impõem, por natureza, em curso normal já é sofrido, então imaginem quando isto se dá de forma abrupta, como ocorreu com alguns desses meninos. Inevitavel-mente o sentimento de desamparo pro-move uma dificuldade de resolução de conflitos, traduzindo em dificuldades de aprendizagem, inserção e integração so-cial”, contextualiza. De acordo com ele, em casos somatizados os sintomas trans-cendem ao físico chegando a patologias crônicas e limitadoras.

Para minimizar esses estragos, o Cen-tro de Referência disponibiliza uma equi-pe para orientação jurídica, psíquica e

social, através dos seus técnicos que, se-manalmente, acompanham os casos com a finalidade de ajustar os laços familiares para a reinserção dos acolhidos.

“Eles chegam só com a roupa do cor-po, sem documento nenhum, normal-mente, escoltados por policiais armados. Eles não querem vir, os pais também não querem que eles venham. Acompa-nhados por um conselheira tutelar e um oficial de justiça, choram muito; é uma situação ruim e triste de se ver”, disse Carlos Alexandre. Ele, de certa forma, assumiu o papel de pai, mãe, amigo e confidente desses jovens que estão aflo-rando a sexualidade em meio a tantas tur-bulências na puberdade. Tudo isso, sem esquecerem o futuro que bate a porta sem uma certeza da vida. Por ser um lu-gar de passagem, todos se toparam “por acaso”, mas fazem desse encontro ou desencontro, uma grande família.

*Para preservar a identidade dos jovens, seus

nomes foram abreviados.

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Governo de Levy Gasparian revitaliza todas as escolas da rede municipal

Com recursos próprios, a Pre-feitura de Comendador Levy Gasparian está investindo na melhoria das escolas da rede

municipal, reformando e ampliando os prédios com intervenções que visam ga-rantir mais qualidade e conforto aos alu-nos e profissionais da área educacional.

A primeira localidade beneficiada foi Mont’Serrat, onde o governo construiu a nova Escola Municipal Nossa Senho-ra do Monte Serrat. Inaugurada em abril de 2010, substitui o antigo prédio que há muito tempo não oferecia condições favo-ráveis ao ensino e aprendizagem.

Com salas de aulas climatizadas, am-plas e seguindo os padrões exigidos pelo Ministério da Educação, a obra foi reali-

zada com recursos próprios da prefeitura. O mesmo acontece na reforma e amplia-ção das escolas Salathiel Machado da

Fonseca, localizada em Afonso Arinos, Lia Gutsch - Gulf e São João Batista – Centro e também com as intervenções re-

ASS

ESSO

RIA

PM

LGA

SSES

SOR

IA P

MLG

REFORMA

Os alunos ganharam salas

e carteiras novas

PLANTA

Fachada escola São João Batista

alizadas junto a Creche Meninos de Jesus.Iniciada em outubro de 2010, a refor-

ma e ampliação da Escola Municipaliza-da Salathiel Machado da Fonseca incluiu climatização natural através da utilização de telhas termoacústicas, ampliação do refeitório, salas de aula, laboratório de informática, corredores de acesso e área de lazer. Também foi criada a bibliote-

ca, implantado um projeto paisagístico e construída de rampas de acesso. Aliás, a acessibilidade está presente em todas as obras realizadas pelo governo municipal.

No caso da Escola Municipal Lia Guts-ch, iniciada em janeiro de 2011, a reforma atinge também a quadra anexa com refor-ma dos vestiários, construção de cobertura e troca do aramado entre outras interven-

ções. Segundo o prefeito Cláudio Manna-rino, a obra em questão envolve ainda a reforma e ampliação das salas de aula, re-vitalização da fachada e da área de jardim, arborização, climatização, além do acesso que será totalmente reformado.

Maior escola da rede municipal, a E.M. São João Batista que atende 670 alunos (da educação infantil ao 9º ano do ensino médio), incluindo a turma multisseriada (adultos que cursam do 1º ao 5º ano do ensino fundamental), entrou em obras re-centemente.

Neste caso, o prefeito informou que a reforma, ampliação e revitalização atin-girá todo o prédio, incluindo a fachada, construção de três novas salas de aula, au-ditório e cobertura do pátio, além de pin-tura, reparos nas redes elétrica e hidráuli-ca. Enfim, as intervenções são necessárias para garantir aos estudantes, professores e pessoal de apoio, a devida estrutura para um ensino de qualidade.

São mais de R$ 1 milhão de recursos próprios, investidos pelo governo gaspa-riense na revitalização das escolas da rede municipal numa demonstração da impor-tância que o prefeito Cláudio Mannarino dá à educação e da seriedade com que atua à frente da administração municipal, revertendo taxas e impostos em obras para benefício direto da população.

E.M. SALATHIEL MACHADO

As obras já estão na fase fi nal

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REFORMA

Novo visual para a Escola

Municipal Lia Gusth

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Governo de Levy Gasparian revitaliza todas as escolas da rede municipal

Com recursos próprios, a Pre-feitura de Comendador Levy Gasparian está investindo na melhoria das escolas da rede

municipal, reformando e ampliando os prédios com intervenções que visam ga-rantir mais qualidade e conforto aos alu-nos e profissionais da área educacional.

A primeira localidade beneficiada foi Mont’Serrat, onde o governo construiu a nova Escola Municipal Nossa Senho-ra do Monte Serrat. Inaugurada em abril de 2010, substitui o antigo prédio que há muito tempo não oferecia condições favo-ráveis ao ensino e aprendizagem.

Com salas de aulas climatizadas, am-plas e seguindo os padrões exigidos pelo Ministério da Educação, a obra foi reali-

zada com recursos próprios da prefeitura. O mesmo acontece na reforma e amplia-ção das escolas Salathiel Machado da

Fonseca, localizada em Afonso Arinos, Lia Gutsch - Gulf e São João Batista – Centro e também com as intervenções re-

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REFORMA

Os alunos ganharam salas

e carteiras novas

PLANTA

Fachada escola São João Batista

alizadas junto a Creche Meninos de Jesus.Iniciada em outubro de 2010, a refor-

ma e ampliação da Escola Municipaliza-da Salathiel Machado da Fonseca incluiu climatização natural através da utilização de telhas termoacústicas, ampliação do refeitório, salas de aula, laboratório de informática, corredores de acesso e área de lazer. Também foi criada a bibliote-

ca, implantado um projeto paisagístico e construída de rampas de acesso. Aliás, a acessibilidade está presente em todas as obras realizadas pelo governo municipal.

No caso da Escola Municipal Lia Guts-ch, iniciada em janeiro de 2011, a reforma atinge também a quadra anexa com refor-ma dos vestiários, construção de cobertura e troca do aramado entre outras interven-

ções. Segundo o prefeito Cláudio Manna-rino, a obra em questão envolve ainda a reforma e ampliação das salas de aula, re-vitalização da fachada e da área de jardim, arborização, climatização, além do acesso que será totalmente reformado.

Maior escola da rede municipal, a E.M. São João Batista que atende 670 alunos (da educação infantil ao 9º ano do ensino médio), incluindo a turma multisseriada (adultos que cursam do 1º ao 5º ano do ensino fundamental), entrou em obras re-centemente.

Neste caso, o prefeito informou que a reforma, ampliação e revitalização atin-girá todo o prédio, incluindo a fachada, construção de três novas salas de aula, au-ditório e cobertura do pátio, além de pin-tura, reparos nas redes elétrica e hidráuli-ca. Enfim, as intervenções são necessárias para garantir aos estudantes, professores e pessoal de apoio, a devida estrutura para um ensino de qualidade.

São mais de R$ 1 milhão de recursos próprios, investidos pelo governo gaspa-riense na revitalização das escolas da rede municipal numa demonstração da impor-tância que o prefeito Cláudio Mannarino dá à educação e da seriedade com que atua à frente da administração municipal, revertendo taxas e impostos em obras para benefício direto da população.

E.M. SALATHIEL MACHADO

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PUBLIEDITORIAL

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BANDA 1º DE MAIO

101 anos e um desafi no“O Grêmio Musical 1º de Maio, fundado em 1º de maio de 1910 pelos senhores Carlos dos Santos Vidal, Severino José Ferreira, Ernesto Silvio de Mattos, Manoel Carlos Gomes, José Araújo Gama, Antônio Eleotério e Luiz da Silva Cordeiro, considerado de Utilidade Pública Municipal através da lei nº 512, de 08/08/1949 e de Utilidade Pública Estadual através da lei nº 346, de 27/07/1960, é uma sociedade sem fi ns lucrativos, com sede própria situada na rua Padre Conrado (antiga Marechal Floriano) nº 170, no Município de Três Rios, Estado do Rio de Janeiro, composta de sócios sem distinção de nacionalidade, idade, sexo, raça ou religião”. Esse é o artigo 1º do Estatuto do Grêmio Musical 1º de Maio.

POR ANA PAULA CANEDA

Trombone, trompete, clarinete, saxofone. O maestro ergue os braços e os músicos entoam seus instrumentos. Tão difícil

reger uma banda é manter o grupo har-monioso, unido e amistoso. O Grêmio Musical 1º de Maio já não consegue mais afinar o tom. Recentemente, con-flitos internos dividiram a agremiação

em duas, ameaçando a qualidade musi-cal cultivada durante 101 anos de tradi-ção. A escolha do 1º artigo do estatuto do Grêmio Musical foi para lembrar para qual finalidade a instituição foi criada.

Fundada para homenagear os fun-cionários do 3º Depósito da Estrada de Ferro Central do Brasil, o grupo recebeu como primeiro nome “Banda dos Ope-

rários”. Atualmente é conhecida como Grêmio Musical 1º de Maio. Nas últimas apresentações em Três Rios, o público pôde perceber o clima de tensão entre alguns músicos e a diretoria.

O atual presidente, Alceir Alcântara, afirma que o conflito começou com a de-missão do maestro Devanil Gonçalves. Parte dos músicos que acompanham o

AR

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IVO

APRESENTAÇÃO

Sala Cecília Meireles em 2006

regente afirmam que o motivo é a sus-peita de que as notas que comprovam a movimentação da verba da instituição estariam adulteradas. “Foi solicitada a assembleia de prestação de contas de acordo com o estatuto. Com as cobran-ças notamos uma mudança na postura do presidente”, enfatiza Devanil.

Os conflitos colocaram a entidade em situação de risco. Os colaboradores conti-nuam enviando as doações, mas a subven-ção enviada pela prefeitura, no valor de R$ 3.000, foi cortada. “Após o esclareci-mento do caso, o envio do incentivo será retomado para o Grêmio Musical 1º de Maio. O motivo do corte foi a formação de duas Bandas. Lamentamos que uma instituição centenária esteja passando por um momento de crise”, divulgou em nota a secretaria de Cultura e Turismo através da assessoria de comunicação.

Após notícias veiculadas na mídia local, surgiram especulações de que a Banda estaria com as portas fechadas. No entanto, o presidente Alceir garantiu

a normalidade no funcionamento. “Não fechamos as portas. O boato resultou na diminuição no público do baile realizado sempre na quarta-feira às 19h, uma das principais fontes de renda da instituição”, lamenta. “Quando assumi o Grêmio, mui-ta coisa precisava ser organizada. Os co-laboradores de 40 passaram para 100”, enfatiza e acrescenta que “o salão é alu-gado para eventos de pequeno porte. Co-bramos um valor simbólico para ajudar na manutenção”.

Em todos esses anos de história, pas-saram uma média de 40 músicos por ano, além de uma quantidade incalculável de estudantes de música. Dos maestros que regeram a agremiação, Generoso da Cos-ta Barros é o que ficou mais tempo, foram 35 anos de dedicação.

A historiadora Ezilma Teixeira es-creveu, em 1990, o texto “Escuta o som. Abre o coração. É a Banda que chega”. Nele é mostrado a história do Grêmio quando completava 80 anos de fundação. A autora relata que a agremiação levou a sua música para autoridades como os pre-sidentes Epitácio Pessoa, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, governador Ama-ral Peixoto, entre outras personalidades políticas.

As aulas de música são ministradas por voluntários, músicos criados pela institui-

ção. Hoje mesmo com a crise, ainda há uma procura pelas aulas. “Os músicos em-prestam seus instrumentos para os alunos estudarem durante o dia. A noite são usa-dos nos ensaios”, enfatiza o atual maestro, Marcos Doffini, 27. O acervo instrumen-tal ficou defasado com o conflito. “Alguns músicos trazem os seus instrumentos, mas a maioria pertence à Banda. Parte dos in-tegrantes que saíram estão em posse des-ses equipamentos”, ressalta Alceir.

Renan Xavier Cardoso, 16, frequenta as aulas desde os 12 anos. “A música é uma distração.”, enfatiza o jovem músico que escolheu a clarineta como instrumen-to. “É uma terapia”, complementa Maria Beatriz dos Anjos Cézar, 70, há sete na instituição.

O conflito

Em dezembro de 2010, os músicos solicitaram a diretoria uma assembleia para a prestação de contas. De acordo com o primeiro item do artigo 11 do estatuto do Grêmio “anualmente, na pri-meira quinzena do mês de abril, julgar por maioria simples de votos, as contas

PROTESTO

Músicos reivindicam cassação

do atual presidente

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HISTÓRICO E NOTAS

Alceir mostra a documentação

da Banda 1º de Maio

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“Os confl itos colocaram a entidade em situação de risco”

COTIDIANO

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BANDA 1º DE MAIO

101 anos e um desafi no“O Grêmio Musical 1º de Maio, fundado em 1º de maio de 1910 pelos senhores Carlos dos Santos Vidal, Severino José Ferreira, Ernesto Silvio de Mattos, Manoel Carlos Gomes, José Araújo Gama, Antônio Eleotério e Luiz da Silva Cordeiro, considerado de Utilidade Pública Municipal através da lei nº 512, de 08/08/1949 e de Utilidade Pública Estadual através da lei nº 346, de 27/07/1960, é uma sociedade sem fi ns lucrativos, com sede própria situada na rua Padre Conrado (antiga Marechal Floriano) nº 170, no Município de Três Rios, Estado do Rio de Janeiro, composta de sócios sem distinção de nacionalidade, idade, sexo, raça ou religião”. Esse é o artigo 1º do Estatuto do Grêmio Musical 1º de Maio.

POR ANA PAULA CANEDA

Trombone, trompete, clarinete, saxofone. O maestro ergue os braços e os músicos entoam seus instrumentos. Tão difícil

reger uma banda é manter o grupo har-monioso, unido e amistoso. O Grêmio Musical 1º de Maio já não consegue mais afinar o tom. Recentemente, con-flitos internos dividiram a agremiação

em duas, ameaçando a qualidade musi-cal cultivada durante 101 anos de tradi-ção. A escolha do 1º artigo do estatuto do Grêmio Musical foi para lembrar para qual finalidade a instituição foi criada.

Fundada para homenagear os fun-cionários do 3º Depósito da Estrada de Ferro Central do Brasil, o grupo recebeu como primeiro nome “Banda dos Ope-

rários”. Atualmente é conhecida como Grêmio Musical 1º de Maio. Nas últimas apresentações em Três Rios, o público pôde perceber o clima de tensão entre alguns músicos e a diretoria.

O atual presidente, Alceir Alcântara, afirma que o conflito começou com a de-missão do maestro Devanil Gonçalves. Parte dos músicos que acompanham o

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APRESENTAÇÃO

Sala Cecília Meireles em 2006

regente afirmam que o motivo é a sus-peita de que as notas que comprovam a movimentação da verba da instituição estariam adulteradas. “Foi solicitada a assembleia de prestação de contas de acordo com o estatuto. Com as cobran-ças notamos uma mudança na postura do presidente”, enfatiza Devanil.

Os conflitos colocaram a entidade em situação de risco. Os colaboradores conti-nuam enviando as doações, mas a subven-ção enviada pela prefeitura, no valor de R$ 3.000, foi cortada. “Após o esclareci-mento do caso, o envio do incentivo será retomado para o Grêmio Musical 1º de Maio. O motivo do corte foi a formação de duas Bandas. Lamentamos que uma instituição centenária esteja passando por um momento de crise”, divulgou em nota a secretaria de Cultura e Turismo através da assessoria de comunicação.

Após notícias veiculadas na mídia local, surgiram especulações de que a Banda estaria com as portas fechadas. No entanto, o presidente Alceir garantiu

a normalidade no funcionamento. “Não fechamos as portas. O boato resultou na diminuição no público do baile realizado sempre na quarta-feira às 19h, uma das principais fontes de renda da instituição”, lamenta. “Quando assumi o Grêmio, mui-ta coisa precisava ser organizada. Os co-laboradores de 40 passaram para 100”, enfatiza e acrescenta que “o salão é alu-gado para eventos de pequeno porte. Co-bramos um valor simbólico para ajudar na manutenção”.

Em todos esses anos de história, pas-saram uma média de 40 músicos por ano, além de uma quantidade incalculável de estudantes de música. Dos maestros que regeram a agremiação, Generoso da Cos-ta Barros é o que ficou mais tempo, foram 35 anos de dedicação.

A historiadora Ezilma Teixeira es-creveu, em 1990, o texto “Escuta o som. Abre o coração. É a Banda que chega”. Nele é mostrado a história do Grêmio quando completava 80 anos de fundação. A autora relata que a agremiação levou a sua música para autoridades como os pre-sidentes Epitácio Pessoa, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, governador Ama-ral Peixoto, entre outras personalidades políticas.

As aulas de música são ministradas por voluntários, músicos criados pela institui-

ção. Hoje mesmo com a crise, ainda há uma procura pelas aulas. “Os músicos em-prestam seus instrumentos para os alunos estudarem durante o dia. A noite são usa-dos nos ensaios”, enfatiza o atual maestro, Marcos Doffini, 27. O acervo instrumen-tal ficou defasado com o conflito. “Alguns músicos trazem os seus instrumentos, mas a maioria pertence à Banda. Parte dos in-tegrantes que saíram estão em posse des-ses equipamentos”, ressalta Alceir.

Renan Xavier Cardoso, 16, frequenta as aulas desde os 12 anos. “A música é uma distração.”, enfatiza o jovem músico que escolheu a clarineta como instrumen-to. “É uma terapia”, complementa Maria Beatriz dos Anjos Cézar, 70, há sete na instituição.

O conflito

Em dezembro de 2010, os músicos solicitaram a diretoria uma assembleia para a prestação de contas. De acordo com o primeiro item do artigo 11 do estatuto do Grêmio “anualmente, na pri-meira quinzena do mês de abril, julgar por maioria simples de votos, as contas

PROTESTO

Músicos reivindicam cassação

do atual presidente

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Alceir mostra a documentação

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do Grêmio, após o parecer do Conselho Fiscal”. Humberto Bueno Bello é músi-co e está na Banda desde 1971. Ele acre-dita que houve uma mudança no com-portamento do atual presidente. “Ele se mostrava resistente à realização dessas assembleias”, explica.

Alcântara diz ter todas as notas regis-tradas em um livro caixa, feito por uma contadora. “O documento passou a ser usado na minha direção, antes não havia um registro oficial das contas da agre-miação. Está à disposição para quem quiser conferir”, enfatiza o presidente. Há nove anos na Banda, Wilde José da Silva de Abreu, faz parte do conselho fiscal. Ele explicou que foram solicita-das as notas fiscais. “Eu avaliei e não vi nada de anormal”, relatou o músico.

Após os pedidos de assembleia, al-gumas mudanças fugiram à estrutura do Grêmio, até então mantida dentro das normas do estatuto. Em março deste ano, as aulas de flauta doce, ministradas pela professora Karine Barros Linck da Silva, 20, foram suspensas. Na manhã de 4 de abril, o maestro Devanil Gonçalves foi exonerado do posto. De acordo com An-tônio Leonardo dos Santos Majela, 20, diretor musical, para o maestro ser de-posto seria necessário o consenso do di-

retor musical. “Não fui consultado sobre a demissão do Devanil”, conta o músico. “Ele era um funcionário do Grêmio. Se não estivesse agindo de acordo com a instituição seria retirado do cargo. E foi o que aconteceu”, argumentou Alceir.

Na noite do mesmo dia (4), uma dis-cussão durante o ensaio levou o presiden-te a acionar a polícia militar. “O ensaio corria bem, quando o atual presidente pediu para que os músicos se retirassem do local”, relembra o maestro exonera-do. O presidente retrucou: “o incidente começou quando perguntei aos músicos quem realmente iria participar da apre-sentação no 1º de maio”, data tradicional para a Banda. Alcântara desmentiu ao dizer que nesse dia “alguns músicos fo-ram para na delegacia onde registraram um boletim de ocorrência onde consta a ausência de tumulto e grave ameaça”.

Após a confusão, um edital de convo-cação de assembleia geral extraordinária

foi publicado em um jornal local. O do-cumento solicitava a cassação do man-dato da atual diretoria, através de uma votação que aconteceu na frente do Grê-mio. “Pedimos a abertura da sede para a assembleia, realizada na rua, porque o presidente não compareceu”, afirmou Humberto. No mesmo dia foi escolhida uma comissão provisória para assumir a banda, até que uma nova eleição fosse organizada, obedecendo às normas do estatuto.

A comissão entrou com o processo coletivo por danos morais e duas re-presentações pedindo o afastamento do atual presidente. “Pelo estatuto ele não é mais o presidente”, enfatiza Bello. Cer-ca de 40 músicos assinaram a votação. Contudo, Alceir garante que não vai dei-xar o posto. “Pretendo permanecer até a próxima eleição”, enfatiza que as portas do Grêmio estão abertas para quem qui-ser.

O presidente alega que a votação foi ilegal e que o único telegrama que re-cebeu “pedia para que a diretoria se re-tirasse da sede e entregasse as chaves”. De acordo com Artigo 11 item III do Estatuto da Banda 1º de Maio: “Julgar, com o voto concorde de dois terços dos presentes à assembleia, especialmente

“Pretendo permanecer até a próxima eleição”,presidente Alceir Alcântara

ENSAIOS

Mesmo com problemas administrativos,

alguns músicos comparecem aos ensaios

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convocada para tal fim, o pedido de cas-sação de mandato de membro da diretoria ou do conselho fiscal, que cometerem in-frações sociais ou penais”. De acordo com o desembargador André Andrade da séti-

ma Câmara Cível, a apelação julgada em 12 de agosto de 2011 consta que “a perda do cargo do autor (Alceir Alcântara) não podia ser decretada sem que fosse conce-dido direito de defesa. Não há prova, nem

sequer alegação, de que a acusação lhe foi transmitida para que pudesse apresentar defesa”.

Protestos foram realizados na cidade pelos músicos que apoiam esta comissão. No 1º de Maio de 2011 enquanto um gru-po se apresentava, o outro desfilava aos ar-redores da praça São Sebastião, exigindo a tutela da instituição.

Até o fechamento desta edição, ambas as partes aguardavam o resultado da “ação de anulação de ato jurídico com reparação de danos com pedido parcial da tutela” para definir qual Banda é a verdadeira perante o poder judiciário e o estatuto do Grêmio. Duas ações, cada uma com 12 músicos, solicita uma indenização por da-nos morais no valor de R$ 87 mil em nome da entidade representada por Alceir Alcân-tara. Além disso, há o pedido de tutela da agremiação formada pela comissão, cujo presidente seria Humberto Bueno Bello, Karine Barros Linck da Silva, secretária, José Américo de Oliveira, tesoureiro e De-vanil Gonçalves Filho, fiscal.

SUPERAÇÃO

A frase na fachada do prédio representa

o desejo de todos os músicos

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do Grêmio, após o parecer do Conselho Fiscal”. Humberto Bueno Bello é músi-co e está na Banda desde 1971. Ele acre-dita que houve uma mudança no com-portamento do atual presidente. “Ele se mostrava resistente à realização dessas assembleias”, explica.

Alcântara diz ter todas as notas regis-tradas em um livro caixa, feito por uma contadora. “O documento passou a ser usado na minha direção, antes não havia um registro oficial das contas da agre-miação. Está à disposição para quem quiser conferir”, enfatiza o presidente. Há nove anos na Banda, Wilde José da Silva de Abreu, faz parte do conselho fiscal. Ele explicou que foram solicita-das as notas fiscais. “Eu avaliei e não vi nada de anormal”, relatou o músico.

Após os pedidos de assembleia, al-gumas mudanças fugiram à estrutura do Grêmio, até então mantida dentro das normas do estatuto. Em março deste ano, as aulas de flauta doce, ministradas pela professora Karine Barros Linck da Silva, 20, foram suspensas. Na manhã de 4 de abril, o maestro Devanil Gonçalves foi exonerado do posto. De acordo com An-tônio Leonardo dos Santos Majela, 20, diretor musical, para o maestro ser de-posto seria necessário o consenso do di-

retor musical. “Não fui consultado sobre a demissão do Devanil”, conta o músico. “Ele era um funcionário do Grêmio. Se não estivesse agindo de acordo com a instituição seria retirado do cargo. E foi o que aconteceu”, argumentou Alceir.

Na noite do mesmo dia (4), uma dis-cussão durante o ensaio levou o presiden-te a acionar a polícia militar. “O ensaio corria bem, quando o atual presidente pediu para que os músicos se retirassem do local”, relembra o maestro exonera-do. O presidente retrucou: “o incidente começou quando perguntei aos músicos quem realmente iria participar da apre-sentação no 1º de maio”, data tradicional para a Banda. Alcântara desmentiu ao dizer que nesse dia “alguns músicos fo-ram para na delegacia onde registraram um boletim de ocorrência onde consta a ausência de tumulto e grave ameaça”.

Após a confusão, um edital de convo-cação de assembleia geral extraordinária

foi publicado em um jornal local. O do-cumento solicitava a cassação do man-dato da atual diretoria, através de uma votação que aconteceu na frente do Grê-mio. “Pedimos a abertura da sede para a assembleia, realizada na rua, porque o presidente não compareceu”, afirmou Humberto. No mesmo dia foi escolhida uma comissão provisória para assumir a banda, até que uma nova eleição fosse organizada, obedecendo às normas do estatuto.

A comissão entrou com o processo coletivo por danos morais e duas re-presentações pedindo o afastamento do atual presidente. “Pelo estatuto ele não é mais o presidente”, enfatiza Bello. Cer-ca de 40 músicos assinaram a votação. Contudo, Alceir garante que não vai dei-xar o posto. “Pretendo permanecer até a próxima eleição”, enfatiza que as portas do Grêmio estão abertas para quem qui-ser.

O presidente alega que a votação foi ilegal e que o único telegrama que re-cebeu “pedia para que a diretoria se re-tirasse da sede e entregasse as chaves”. De acordo com Artigo 11 item III do Estatuto da Banda 1º de Maio: “Julgar, com o voto concorde de dois terços dos presentes à assembleia, especialmente

“Pretendo permanecer até a próxima eleição”,presidente Alceir Alcântara

ENSAIOS

Mesmo com problemas administrativos,

alguns músicos comparecem aos ensaios

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convocada para tal fim, o pedido de cas-sação de mandato de membro da diretoria ou do conselho fiscal, que cometerem in-frações sociais ou penais”. De acordo com o desembargador André Andrade da séti-

ma Câmara Cível, a apelação julgada em 12 de agosto de 2011 consta que “a perda do cargo do autor (Alceir Alcântara) não podia ser decretada sem que fosse conce-dido direito de defesa. Não há prova, nem

sequer alegação, de que a acusação lhe foi transmitida para que pudesse apresentar defesa”.

Protestos foram realizados na cidade pelos músicos que apoiam esta comissão. No 1º de Maio de 2011 enquanto um gru-po se apresentava, o outro desfilava aos ar-redores da praça São Sebastião, exigindo a tutela da instituição.

Até o fechamento desta edição, ambas as partes aguardavam o resultado da “ação de anulação de ato jurídico com reparação de danos com pedido parcial da tutela” para definir qual Banda é a verdadeira perante o poder judiciário e o estatuto do Grêmio. Duas ações, cada uma com 12 músicos, solicita uma indenização por da-nos morais no valor de R$ 87 mil em nome da entidade representada por Alceir Alcân-tara. Além disso, há o pedido de tutela da agremiação formada pela comissão, cujo presidente seria Humberto Bueno Bello, Karine Barros Linck da Silva, secretária, José Américo de Oliveira, tesoureiro e De-vanil Gonçalves Filho, fiscal.

SUPERAÇÃO

A frase na fachada do prédio representa

o desejo de todos os músicos

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52 | revistaon.com.br52 | revistaon.com.br

Trim trim, toca o telefone. Do ou-tro lado da linha, o aposentado Antônio Rezende Barbosa esta-va insatisfeito com a situação de

sua rua e a dona de casa Flávia Fonseca Dutra, irritada com a Saaetri (Serviço Au-tônomo de Água e Esgoto de Três Rios) que abriu um buraco em frente sua casa e não fechou. O que os dois têm em co-mum? Usaram um novo serviço prestado pela Câmara Municipal de Vereadores trirriense: o 0800 282 1466.

Esse canal de comunicação começou a funcionar em abril. “Reativamos agora, em nossa chegada. Estávamos estudando--o desde janeiro”, explica o presidente do legislativo, Joacir Barbaglio Pereira, o Joa. Ainda de acordo com ele, a câmara possui um software para controlar o sta-tus dessas solicitações. “Nada de apertar ninguém”, alerta sobre a relação com os órgãos cujas solicitações serão encami-nhadas.

De acordo com o relatório enviado pela câmara, até o dia 12 de julho, 36 ofícios foram emitidos para autoridades

relacionadas às cobranças feitas pelo te-lefone. No mesmo período, 22 cidadãos já tinham recebido um contato da casa de leis para monitorar o resultado das recla-mações.

Iluminação, capina, solicitação de lim-peza e pavimentação de ruas. Estas são algumas razões dos ofícios criados atra-vés do telefone. “Fiz uma reclamação da minha rua que é cheia de buracos, cheia de mato. O vizinho colocou um caminhão com resto de asfalto e ajudou. Se não fos-se isso não tinha como chegar de carro no local”, protesta Antônio Rezende Barbo-sa. Ele ainda não teve seu pedido atendido e não recebeu a cópia do ofício em casa, como disse o presidente Joa (“quem soli-citou, recebe em casa uma cópia do ofí-cio”). No entanto, o aposentado elogiou a iniciativa. “Fui muito bem atendido pelo 0800”. A indignação dele foi encaminha-da para o secretário de obras Manoel José Vaz no dia 20 de junho. Quase três me-ses depois ele se diz entender que o prazo ainda é pequeno. “Acho que três meses é pouco para ser atendido”, acredita.

Flávia também não recebeu o docu-mento. Em uma situação melhor, seu problema já foi solucionado. “Quando eu estive lá [na Câmara Municipal], que-ria reclamar desta empresa [Saaetri] no PROCON e saber o que eu poderia fazer enquanto contribuinte. Nesse mesmo dia, a atendente me orientou a usar o 0800”,

relembra. O ofício dela foi encaminhado ao diretor do Saaetri Eduardo Macedo no dia 19 de maio. “Logo a equipe da empre-sa esteve na rua e resolveu o problema”, contou. Fonseca já tinha feito seis recla-

Ligação gratuita

Sugestões, críticas e dúvidas. Em 2011 a câmara Municipal tem inovado em serviços para os moradores de Três Rios. O 0800 é o novo elo de comunicação entre comunidade e poder público.

POR RAFAEL MORAES

“Espero utilizá-lo [0800] para outras queixas, pois meu bairro está abandonado”,Flávia Fonseca Dutra, moradora do bairro Ponte das Garças

SHU

TTER

STO

CK

mações pessoalmente na autarquia, ainda assim, não havia conseguido uma resolu-ção. Ao avaliar o 0800, a resposta também foi positiva. “Fui muito bem atendida.”, completa ao afirmar que pretende usar este canal novamente. “Espero utilizá--lo para outras queixas, pois meu bairro está abandonado”, promete a moradora do bairro Ponte das Garças.

Esse atendimento é feito pela funcio-nária da câmara Renata Ferreira dos San-tos. “Este serviço foi importante para a casa, que está cada vez mais próxima da população”, argumenta. Para o vereador Joa, a intenção é dar força aos moradores da cidade. “Muitas vezes o prefeito não

sabe”, argumenta. Ele ainda justifica que “a maioria das solicitações não são tão simples de ser resolvidas, por isso que há uma demora. Não queremos colocar ‘uma faca no pescoço’”, esclarece.

Outros serviços

Identificação civil e emissão de car-teira de trabalho. Esses dois documentos importantes também podem ser retirados pela comunidade nas dependências do poder legislativo.

“Já estamos aproximando de 1.000 identidades emitidas pelo posto. Temos uma média mensal de 184 carteiras de trabalho e aproximadamente 35 identida-des”, contabiliza, entusiasmada, Renata. Mais que o reconhecimento interno, ela vislumbra elogios de comunidades pe-riféricas. “Vejo a gratidão das pessoas que moram em locais afastados como Bemposta, Habitat e “Vale dos Barões”, quando vamos até eles para facilitar a emissão”, conta.

O projeto “Aluno documentado, cida-dão completo” é outra oportunidade para os jovens obterem identidade e carteira de trabalho. Na prática, dois funcionários da câmara visitam colégios públicos e fa-zem o cadastramento. O primeiro lugar visitado foi o Cantagalo. “A intenção é atingir um bairro por vez, além de traba-lhar em todos os eventos que a câmara participar. Estamos indo às comunidades pela escola. Fizemos uma reunião e sen-timos que isso tem dado um bom resulta-do”, analisa Joacir.

Trim trim, toca o telefone. Do ou-tro lado da linha Monte Castelo, Purys, Santa Terezinha, Barros Franco, Cidade Nova, Vila Isabel, Mirante Sul... Comu-nidades que agora possuem e devem usar este canal para cobrar, de graça, quem recebe para servir.

“Este serviço foi importante para a casa [de leis], que está cada vez mais próxima da população”,funcionária da câmara Renata Ferreira dos Santos

JOACIR BARBAGLIO

Para o presidente da câmara, o

serviço é uma forma de aproximar

a comunidade do poder público

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Trim trim, toca o telefone. Do ou-tro lado da linha, o aposentado Antônio Rezende Barbosa esta-va insatisfeito com a situação de

sua rua e a dona de casa Flávia Fonseca Dutra, irritada com a Saaetri (Serviço Au-tônomo de Água e Esgoto de Três Rios) que abriu um buraco em frente sua casa e não fechou. O que os dois têm em co-mum? Usaram um novo serviço prestado pela Câmara Municipal de Vereadores trirriense: o 0800 282 1466.

Esse canal de comunicação começou a funcionar em abril. “Reativamos agora, em nossa chegada. Estávamos estudando--o desde janeiro”, explica o presidente do legislativo, Joacir Barbaglio Pereira, o Joa. Ainda de acordo com ele, a câmara possui um software para controlar o sta-tus dessas solicitações. “Nada de apertar ninguém”, alerta sobre a relação com os órgãos cujas solicitações serão encami-nhadas.

De acordo com o relatório enviado pela câmara, até o dia 12 de julho, 36 ofícios foram emitidos para autoridades

relacionadas às cobranças feitas pelo te-lefone. No mesmo período, 22 cidadãos já tinham recebido um contato da casa de leis para monitorar o resultado das recla-mações.

Iluminação, capina, solicitação de lim-peza e pavimentação de ruas. Estas são algumas razões dos ofícios criados atra-vés do telefone. “Fiz uma reclamação da minha rua que é cheia de buracos, cheia de mato. O vizinho colocou um caminhão com resto de asfalto e ajudou. Se não fos-se isso não tinha como chegar de carro no local”, protesta Antônio Rezende Barbo-sa. Ele ainda não teve seu pedido atendido e não recebeu a cópia do ofício em casa, como disse o presidente Joa (“quem soli-citou, recebe em casa uma cópia do ofí-cio”). No entanto, o aposentado elogiou a iniciativa. “Fui muito bem atendido pelo 0800”. A indignação dele foi encaminha-da para o secretário de obras Manoel José Vaz no dia 20 de junho. Quase três me-ses depois ele se diz entender que o prazo ainda é pequeno. “Acho que três meses é pouco para ser atendido”, acredita.

Flávia também não recebeu o docu-mento. Em uma situação melhor, seu problema já foi solucionado. “Quando eu estive lá [na Câmara Municipal], que-ria reclamar desta empresa [Saaetri] no PROCON e saber o que eu poderia fazer enquanto contribuinte. Nesse mesmo dia, a atendente me orientou a usar o 0800”,

relembra. O ofício dela foi encaminhado ao diretor do Saaetri Eduardo Macedo no dia 19 de maio. “Logo a equipe da empre-sa esteve na rua e resolveu o problema”, contou. Fonseca já tinha feito seis recla-

Ligação gratuita

Sugestões, críticas e dúvidas. Em 2011 a câmara Municipal tem inovado em serviços para os moradores de Três Rios. O 0800 é o novo elo de comunicação entre comunidade e poder público.

POR RAFAEL MORAES

“Espero utilizá-lo [0800] para outras queixas, pois meu bairro está abandonado”,Flávia Fonseca Dutra, moradora do bairro Ponte das Garças

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mações pessoalmente na autarquia, ainda assim, não havia conseguido uma resolu-ção. Ao avaliar o 0800, a resposta também foi positiva. “Fui muito bem atendida.”, completa ao afirmar que pretende usar este canal novamente. “Espero utilizá--lo para outras queixas, pois meu bairro está abandonado”, promete a moradora do bairro Ponte das Garças.

Esse atendimento é feito pela funcio-nária da câmara Renata Ferreira dos San-tos. “Este serviço foi importante para a casa, que está cada vez mais próxima da população”, argumenta. Para o vereador Joa, a intenção é dar força aos moradores da cidade. “Muitas vezes o prefeito não

sabe”, argumenta. Ele ainda justifica que “a maioria das solicitações não são tão simples de ser resolvidas, por isso que há uma demora. Não queremos colocar ‘uma faca no pescoço’”, esclarece.

Outros serviços

Identificação civil e emissão de car-teira de trabalho. Esses dois documentos importantes também podem ser retirados pela comunidade nas dependências do poder legislativo.

“Já estamos aproximando de 1.000 identidades emitidas pelo posto. Temos uma média mensal de 184 carteiras de trabalho e aproximadamente 35 identida-des”, contabiliza, entusiasmada, Renata. Mais que o reconhecimento interno, ela vislumbra elogios de comunidades pe-riféricas. “Vejo a gratidão das pessoas que moram em locais afastados como Bemposta, Habitat e “Vale dos Barões”, quando vamos até eles para facilitar a emissão”, conta.

O projeto “Aluno documentado, cida-dão completo” é outra oportunidade para os jovens obterem identidade e carteira de trabalho. Na prática, dois funcionários da câmara visitam colégios públicos e fa-zem o cadastramento. O primeiro lugar visitado foi o Cantagalo. “A intenção é atingir um bairro por vez, além de traba-lhar em todos os eventos que a câmara participar. Estamos indo às comunidades pela escola. Fizemos uma reunião e sen-timos que isso tem dado um bom resulta-do”, analisa Joacir.

Trim trim, toca o telefone. Do ou-tro lado da linha Monte Castelo, Purys, Santa Terezinha, Barros Franco, Cidade Nova, Vila Isabel, Mirante Sul... Comu-nidades que agora possuem e devem usar este canal para cobrar, de graça, quem recebe para servir.

“Este serviço foi importante para a casa [de leis], que está cada vez mais próxima da população”,funcionária da câmara Renata Ferreira dos Santos

JOACIR BARBAGLIO

Para o presidente da câmara, o

serviço é uma forma de aproximar

a comunidade do poder público

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A sutileza dos traços e a suavidade do barulho do lápis no papel dão forma às caricaturas produzidas por Marcelo Granadeiro, um jovem trirriense de 27 anos.

POR RAFAEL MORAES

EU SEI FAZER

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A sutileza dos traços e a suavidade do barulho do lápis no papel dão forma às caricaturas produzidas por Marcelo Granadeiro, um jovem trirriense de 27 anos.

POR RAFAEL MORAES

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Tudo começou em 1990, quando, aos 6 anos, Marcelo começou a desenhar. Com um olhar atento, a mãe, Lenir Granadeiro, incen-

tivou o filho. “Fiz alguns cursos de dese-nho e pintura, depois fui fazendo sozinho e continuo desenhando”, conta ele que se profissionalizou em 2005. “Inspirei-me em um grande amigo [preferiu não reve-lar o nome], que já ganhou vários salões internacionais e nacionais. Ele me incen-tivou a participar do meu primeiro [2005] na casa de cultura Lara Alvim em Ipane-ma no Rio de Janeiro”, revela.

Com mais de 100 trabalhos, o jovem da periferia trirriense, participa de vários concursos e tem obras espalhadas por diversas cidades. De acordo com Grana-deiro, se juntar todos os seus desenhos “é possível dar a volta no quarteirão” da casa dele. A maior caricatura produzida foi de um casal carioca. “Fiz na parede da sala de um cliente do Rio de Janeiro. Ele quis uma [caricatura] dele e da mulher. Tudo no grafite. Foi o que mais ganhei. Na oca-sião cobrei R$ 2.000”, calcula.

O artista trirriense gosta do que faz, mas garante que a recompensa financeira, apesar de alguns trabalhos terem rendido um bom dinheiro, não é tão compensató-ria. “Na cidade que eu vivo, sobrevivemos com o desenho. Ganhar dinheiro é com-

plicado, mas dá para sobreviver sim”, ga-rante. Para ele, um dos principais proble-mas é a falta de valorização do serviço, já que as pessoas “acham caro”. Ainda mais taxativo Marcelo acredita que “o indiví-duo que não tem acesso à cultura, acaba desvalorizando algo que faz bem para o espírito e para a alma. Não podemos gene-ralizar, mas a grande maioria permanece na ignorância, ainda.”, analisa.

Caricatura de famosos

“Eu já fiz a caricatura do Fábio Júnior e Vitor e Léo”, conta orgulhoso sobre os desenhos de cantores que visitaram Três Rios. “Espero conseguir atingir mais artis-tas e com isso estar divulgando meu traba-lho também.”, confia. Na Expo Fest 2011, Granadeiro tentou entregar uma caricatura

para o sertanejo Luan Santana, mas a pro-dução do cantor não deixou.

Os primeiros desenhos

Apesar de ter começado a desenhar cedo, Marcelo percebeu seu talento para a caricatura quando cursava desenho técnico industrial no Senai. Os modelos nesta época eram os colegas de sala. “Foi engraçado. Tinha um momento do curso que eu desenhava os alunos da turma. Eu sacaneava todos, em um bom sentido, é claro.”, recorda. O artista se formou, mas não conseguiu trabalho na área. Dentre os desenhos mais recentes está uma caricatu-ra da namorada.

Eu na caricatura

O que é preciso para fazer uma cari-catura? É necessária uma foto de perfil e uma de rosto. Por quê? “Dessa forma é possível ver a estrutura, luminosidade, traços da pessoa. A foto 3x4 não dá essa liberdade para fazer um bom trabalho.”, esclarece Marcelo que gasta duas horas para concluir um retrato em preto e bran-co. Para imortalizar uma imagem em uma folha A4 com uma “rabiscada” no univer-so cômico, o investimento é de R$ 45.

“Na cidade em que vivo, sobrevivemos com o desenho. Ganhar dinheiro é complicado, mas dá para sobreviver sim”,Marcelo Granadeiro

FAUSTÃO

Nesta foto, Granandeiro vai

revelando a caricatura

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A diferença: caricatura, chargee cartum

A caricatura pessoal utiliza do exage-ro em determinadas características físicas

da pessoa. É muito importante extrapolar, mas sem esquecer-se de manter traços ca-racterísticos que identifiquem o modelo caricaturada.

A charge relata um fato ocorrido em uma época definida, dentro de um deter-minado contexto cultural, econômico e social específico e que depende do conhe-cimento desses fatores para ser entendida. Fora desse contexto ela provavelmente perderá sua força comunicativa, portanto é perecível. Justamente por conta dessa característica, a charge tem um papel im-portantíssimo como registro histórico.

Já o cartum relata um fato universal que não depende do contexto específico de uma época ou cultura, ou seja, é atem-

poral. Temas universais como o náufrago, o amante, o palhaço, a guerra, o bem x mau, são frequentemente explorados em cartuns. Eles podem ser entendidos em qualquer parte do mundo por diferentes culturas em diferentes épocas.

OS ARTISTAS

Marcelo entregou as caricaturas que

fez para Vitor e Léo na exposição de

Três Rios em 2010

“Eu já fi z a caricatura do Fábio Júnior e Vitor e Léo”,Marcelo Granadeiro

2007

O caricaturista trirriense teve a

oportunidade de expor seus trabalhos no

colégio Condessa do Rio Novo

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EU SEI FAZER

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Tudo começou em 1990, quando, aos 6 anos, Marcelo começou a desenhar. Com um olhar atento, a mãe, Lenir Granadeiro, incen-

tivou o filho. “Fiz alguns cursos de dese-nho e pintura, depois fui fazendo sozinho e continuo desenhando”, conta ele que se profissionalizou em 2005. “Inspirei-me em um grande amigo [preferiu não reve-lar o nome], que já ganhou vários salões internacionais e nacionais. Ele me incen-tivou a participar do meu primeiro [2005] na casa de cultura Lara Alvim em Ipane-ma no Rio de Janeiro”, revela.

Com mais de 100 trabalhos, o jovem da periferia trirriense, participa de vários concursos e tem obras espalhadas por diversas cidades. De acordo com Grana-deiro, se juntar todos os seus desenhos “é possível dar a volta no quarteirão” da casa dele. A maior caricatura produzida foi de um casal carioca. “Fiz na parede da sala de um cliente do Rio de Janeiro. Ele quis uma [caricatura] dele e da mulher. Tudo no grafite. Foi o que mais ganhei. Na oca-sião cobrei R$ 2.000”, calcula.

O artista trirriense gosta do que faz, mas garante que a recompensa financeira, apesar de alguns trabalhos terem rendido um bom dinheiro, não é tão compensató-ria. “Na cidade que eu vivo, sobrevivemos com o desenho. Ganhar dinheiro é com-

plicado, mas dá para sobreviver sim”, ga-rante. Para ele, um dos principais proble-mas é a falta de valorização do serviço, já que as pessoas “acham caro”. Ainda mais taxativo Marcelo acredita que “o indiví-duo que não tem acesso à cultura, acaba desvalorizando algo que faz bem para o espírito e para a alma. Não podemos gene-ralizar, mas a grande maioria permanece na ignorância, ainda.”, analisa.

Caricatura de famosos

“Eu já fiz a caricatura do Fábio Júnior e Vitor e Léo”, conta orgulhoso sobre os desenhos de cantores que visitaram Três Rios. “Espero conseguir atingir mais artis-tas e com isso estar divulgando meu traba-lho também.”, confia. Na Expo Fest 2011, Granadeiro tentou entregar uma caricatura

para o sertanejo Luan Santana, mas a pro-dução do cantor não deixou.

Os primeiros desenhos

Apesar de ter começado a desenhar cedo, Marcelo percebeu seu talento para a caricatura quando cursava desenho técnico industrial no Senai. Os modelos nesta época eram os colegas de sala. “Foi engraçado. Tinha um momento do curso que eu desenhava os alunos da turma. Eu sacaneava todos, em um bom sentido, é claro.”, recorda. O artista se formou, mas não conseguiu trabalho na área. Dentre os desenhos mais recentes está uma caricatu-ra da namorada.

Eu na caricatura

O que é preciso para fazer uma cari-catura? É necessária uma foto de perfil e uma de rosto. Por quê? “Dessa forma é possível ver a estrutura, luminosidade, traços da pessoa. A foto 3x4 não dá essa liberdade para fazer um bom trabalho.”, esclarece Marcelo que gasta duas horas para concluir um retrato em preto e bran-co. Para imortalizar uma imagem em uma folha A4 com uma “rabiscada” no univer-so cômico, o investimento é de R$ 45.

“Na cidade em que vivo, sobrevivemos com o desenho. Ganhar dinheiro é complicado, mas dá para sobreviver sim”,Marcelo Granadeiro

FAUSTÃO

Nesta foto, Granandeiro vai

revelando a caricatura

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A diferença: caricatura, chargee cartum

A caricatura pessoal utiliza do exage-ro em determinadas características físicas

da pessoa. É muito importante extrapolar, mas sem esquecer-se de manter traços ca-racterísticos que identifiquem o modelo caricaturada.

A charge relata um fato ocorrido em uma época definida, dentro de um deter-minado contexto cultural, econômico e social específico e que depende do conhe-cimento desses fatores para ser entendida. Fora desse contexto ela provavelmente perderá sua força comunicativa, portanto é perecível. Justamente por conta dessa característica, a charge tem um papel im-portantíssimo como registro histórico.

Já o cartum relata um fato universal que não depende do contexto específico de uma época ou cultura, ou seja, é atem-

poral. Temas universais como o náufrago, o amante, o palhaço, a guerra, o bem x mau, são frequentemente explorados em cartuns. Eles podem ser entendidos em qualquer parte do mundo por diferentes culturas em diferentes épocas.

OS ARTISTAS

Marcelo entregou as caricaturas que

fez para Vitor e Léo na exposição de

Três Rios em 2010

“Eu já fi z a caricatura do Fábio Júnior e Vitor e Léo”,Marcelo Granadeiro

2007

O caricaturista trirriense teve a

oportunidade de expor seus trabalhos no

colégio Condessa do Rio Novo

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As histórias sobre vampiros atravessam séculos e nunca envelhecem. Até hoje, somos fi sgados pelo mistério dos fi lmes, por enredos que seduzem jovens e adultos em qualquer parte do mundo. E é este mesmo fascínio que levou trirrienses, amantes da cultura e das artes, a desvendarem os mitos dessa criatura intrigante na produção do fi lme “Vampiros”.

Um mito que atravessa gerações

POR ANA PAULA CANEDA

OD

AIR

GA

MA

JR

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59revistaon.com.br |

As histórias sobre vampiros atravessam séculos e nunca envelhecem. Até hoje, somos fi sgados pelo mistério dos fi lmes, por enredos que seduzem jovens e adultos em qualquer parte do mundo. E é este mesmo fascínio que levou trirrienses, amantes da cultura e das artes, a desvendarem os mitos dessa criatura intrigante na produção do fi lme “Vampiros”.

Um mito que atravessa gerações

POR ANA PAULA CANEDA

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JRCULTURA

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Você já assistiu a um filme so-bre vampiro e ficou impres-sionado, tentado a colocar alho na cabeceira da cama,

um crucifixo rente ao pescoço, já protegi-do com uma gola alta? Ao menos tentado a pesquisar na internet a origem da lenda dessa criatura eterna, que dormia durante o dia em um caixão e a noite entrava pela janela, na forma de um morcego para su-gar o sangue da sua vítima? Com o passar das décadas, séculos de lendas, as histó-rias, em maioria com tom de suspense, foram retratadas em filmes; todos com o mesmo enredo, cada um trazendo uma criatura, que a imaginação de roteiristas e cineastas, permitia criar.

Fascinado pelas histórias e dono de um acervo de filmes e livros do gênero terror, Joel São Tiago, possui uma trajetória tea-tral com cerca de 25 espetáculos e partici-pações na produção de filmes como BNH em Três Rios. “As pessoas questionam sempre o meu gosto pelo suspense, dizem que não aparento gostar de filmes desse estilo”. Joel afirma que além dos filmes, gosta também da literatura, e em especial por um personagem: o vampiro.

O cineasta filmou, em 2006, “Uma es-colha uma renúncia”, um curta metragem de 17 minutos. Escreveu em 2007 um roteiro de um filme de terror, intitulado “Rubro prazer da Morte”. O projeto não

deu certo e o roteirista seguiu com outras produções. No mesmo ano, gravou “Pai-xão e Carnaval”. Ele escreveu o roteiro do filme “Vampiros” em 2009. Agora, em 2011, busca recursos para tirar o per-sonagem do papel. Em maio deste ano, foi rodada uma cena extra na cidade, quando envolveu em média 25 pessoas entre ato-res e técnica. A cena foi produzida para arrecadar fundos para o longa metragem. “Faremos uma pré-estreia. Com a divul-gação do projeto do filme, vamos atrás de recursos para tirar o roteiro do papel”, enfatiza o produtor em entrevista para a Revista On.

A equipe que produziu a cena extra é formada por pessoas de sua confiança e que já participaram dos outros projetos do diretor. “O processo de produção do filme é amador. Todos que compõem a equipe trabalham e têm responsabilida-des profissionais. Com isso disponibili-zam poucas horas do dia para se dedicar ao projeto”, enfatiza Joel acrescentando

que para gravar o vídeo em maio, teve que agendar com os atores e a técnica. Tudo marcado com dois meses de ante-cedência.

O diretor de imagem, Edvaldo Frei-re, já realizou outros trabalhos com Joel São Tiago. Ele enfatiza a busca constan-te, não só do produtor, mas também de toda a equipe, pela a qualidade. “Há todo um cuidado para que não vire uma coisa ‘Trash’ [de má qualidade]”. Para Edval-do, o processo de produção está permi-tindo o amadurecimento de todos. Ele ex-plica que a equipe está passando por um processo de conhecimento profissional interessante. Freire enfatiza que antes de “Vampiros” não havia trabalhado com o gênero terror. Ainda de acordo com ele, foi necessário um processo de pesquisa muito grande envolvendo a equipe. Ed-valdo afirma que o trabalho de pós-pro-dução é maior que qualquer outro estilo.

Com um gosto a parte por animação e pós-produção, o diretor de imagem fica-ria com as funções acumuladas. Ele está responsável também pelas filmagens. Às vezes é cinegrafista, contudo conta com a ajuda de Walter Matheus, responsável pelos efeitos especiais. O tempo tem sido um grande aliado para a equipe técnica, já que “até o material ser entregue para os efeitos especiais, haverá um tempo maior”, conta Freire.

“Já sabemos qual o caminho seguir, a cena serviu de ofi cina para toda equipe” Edvaldo Freire – diretor de imagem

ATORES

Durante a gravação o diretor

observa o resultado na tela

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JR Edvaldo afirma que o processo de pro-dução do filme será mais rápido. Quando as gravações do filme começarem, o gru-po estará mais preparado. “Já sabemos qual o caminho seguir, a cena serviu de oficina para toda equipe”, enfatiza.

A atriz Amanda Rodrigues, 21, parti-cipou da gravação da cena extra em maio de 2011. É a primeira vez que atua em uma produção do gênero terror. Originá-ria do teatro, acredita “no ator como uma ferramenta cabível em qualquer história. O trabalho está sendo muito válido, estou me descobrindo”. Em 2007 fez o primei-ro trabalho no cinema, um longa chama-do: “O valor de um momento”, com Ar-thur Coutinho.

A cena de “Vampiros” foi gravada em duas partes, a primeira em 29 de maio e a segunda em 5 de julho. Joel afirma que o desafio não é só da busca pela qualida-de técnica, pois “o grupo que movimen-ta, acredita que é possível realizar um filme, mesmo com todas as dificuldades econômicas”. O diretor alerta que todo o material gasto na cena, entre figurino, equipamento e até custos com transpor-te, foi arcado pelos integrantes da equipe. Agora esperam uma mudança para essa realidade. “Aguardamos um bom patrocí-nio para investir mais em equipamentos e figurino”, confessa.

Participaram da gravação da cena cur-ta o elenco: Roque Melo, Amanda Ro-drigues, Marianne Mockdece, Joel São Tiago, Adam Donato, Leo Mervet, Túlio Cássio, Thainá Santos, Luan Vieira, Le-andro Marcelino, Karoline Lima, Jonatan Bandeira. Grande parte da equipe possui experiência em teatro e teve participações em algumas produções cinematográficas. Ainda assim, existe os “marinheiros de primeira viagem”.

“Quase toda cultura tem um vampi-ro”, afirma Joel, e em Três Rios não seria diferente. O filme trás um personagem com características comuns das lendas: a imortalidade, a sedução e o sangue, sem-pre o da vítima, lógico. De acordo com o roteirista, o filme terá em média 17 personagens fixos, e de 50 a 60 minutos de duração. A previsão de lançamento da cena extra é para outubro. “Gostaria de aproveitar o clima de Halloween”, conta São Tiago.

Vampiros no decorrer das décadas

Desde 1922 há registros de filmes com vampiros, entre eles o clássico “Nosfera-tu”, vindo do cinema mudo. Já na década de 30, “Conde Drácula” surgia nas telas direto do romance de Bram Stoker (1897) interpretado por Bela Lugosi em 1931, ganhando uma regravação em 1958. Na ocasião, o vampiro era interpretado por Christopher Lee. Na década de 80, os fil-mes com enredo vampiresco ganharam uma produção teen com “Os Garotos Perdidos”, “A hora do espanto” e “Fome de Viver”. Seguindo para os anos 90, a década foi marcada por produções épicas com a regravação de “Drácula” em 1992 e “Entrevista com um Vampiro”, sucesso de 1994.

Os filmes sobre os chupadores de san-gue nem sempre seguem o gênero terror ou ficção no cinema. Eles também estrelaram comédias como o longa metragem “Amor à Primeira Mordida” com Nicolas Cage e

“Procura-se um Rapaz Virgem” com Jim Carey.

Hoje a Saga Crepúsculo (2008), suces-so adaptado para o cinema da escritora Stephenie Meyer, marca as telonas com a história de um vampiro apaixonado por sua presa, e encanta o público teen com o romance entre a jovem Isabella Swan e o vampiro Edward Cullen.

A primeira década do século trás as produções “Blade – O caçador de vam-piros” (2002), “Anjos da Noite” (2003), “Van Helsing – O caçador de Mons-tros” (2004), “Anjos da Noite: Evolu-ção” (2006), “30 Dias de Noite” (2007) e a continuação da Saga Crepúsculo, com os sucessos de bilheteria, “Lua Nova” (2009) e Eclipse (2010). Dividido em duas partes, o filme “Amanhecer” é espe-rado pelos fãs, com estreia marcada para novembro. A segunda parte está prevista para 2012, encerrando a trajetória da saga no cinema, de acordo com a produtora Summit Entertainment.

“Vampiros” – O filme do diretor, rotei-rista e produtor Joel São Tiago, ainda não tem data para estreia. Os atores são to-dos da cidade, assim como toda a equipe técnica. Apesar de usarem os padrões de Hollywood como referência, a produção trirriense não tem à disposição as verbas milionárias do cinema americano.

“Quase toda cultura tem um vampiro”Joel São Tiago – roteirista e diretordo fi lme Vampiros

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TRABALHO EM EQUIPE

Últimos detalhes antes

da fi lmagem

CULTURA

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Você já assistiu a um filme so-bre vampiro e ficou impres-sionado, tentado a colocar alho na cabeceira da cama,

um crucifixo rente ao pescoço, já protegi-do com uma gola alta? Ao menos tentado a pesquisar na internet a origem da lenda dessa criatura eterna, que dormia durante o dia em um caixão e a noite entrava pela janela, na forma de um morcego para su-gar o sangue da sua vítima? Com o passar das décadas, séculos de lendas, as histó-rias, em maioria com tom de suspense, foram retratadas em filmes; todos com o mesmo enredo, cada um trazendo uma criatura, que a imaginação de roteiristas e cineastas, permitia criar.

Fascinado pelas histórias e dono de um acervo de filmes e livros do gênero terror, Joel São Tiago, possui uma trajetória tea-tral com cerca de 25 espetáculos e partici-pações na produção de filmes como BNH em Três Rios. “As pessoas questionam sempre o meu gosto pelo suspense, dizem que não aparento gostar de filmes desse estilo”. Joel afirma que além dos filmes, gosta também da literatura, e em especial por um personagem: o vampiro.

O cineasta filmou, em 2006, “Uma es-colha uma renúncia”, um curta metragem de 17 minutos. Escreveu em 2007 um roteiro de um filme de terror, intitulado “Rubro prazer da Morte”. O projeto não

deu certo e o roteirista seguiu com outras produções. No mesmo ano, gravou “Pai-xão e Carnaval”. Ele escreveu o roteiro do filme “Vampiros” em 2009. Agora, em 2011, busca recursos para tirar o per-sonagem do papel. Em maio deste ano, foi rodada uma cena extra na cidade, quando envolveu em média 25 pessoas entre ato-res e técnica. A cena foi produzida para arrecadar fundos para o longa metragem. “Faremos uma pré-estreia. Com a divul-gação do projeto do filme, vamos atrás de recursos para tirar o roteiro do papel”, enfatiza o produtor em entrevista para a Revista On.

A equipe que produziu a cena extra é formada por pessoas de sua confiança e que já participaram dos outros projetos do diretor. “O processo de produção do filme é amador. Todos que compõem a equipe trabalham e têm responsabilida-des profissionais. Com isso disponibili-zam poucas horas do dia para se dedicar ao projeto”, enfatiza Joel acrescentando

que para gravar o vídeo em maio, teve que agendar com os atores e a técnica. Tudo marcado com dois meses de ante-cedência.

O diretor de imagem, Edvaldo Frei-re, já realizou outros trabalhos com Joel São Tiago. Ele enfatiza a busca constan-te, não só do produtor, mas também de toda a equipe, pela a qualidade. “Há todo um cuidado para que não vire uma coisa ‘Trash’ [de má qualidade]”. Para Edval-do, o processo de produção está permi-tindo o amadurecimento de todos. Ele ex-plica que a equipe está passando por um processo de conhecimento profissional interessante. Freire enfatiza que antes de “Vampiros” não havia trabalhado com o gênero terror. Ainda de acordo com ele, foi necessário um processo de pesquisa muito grande envolvendo a equipe. Ed-valdo afirma que o trabalho de pós-pro-dução é maior que qualquer outro estilo.

Com um gosto a parte por animação e pós-produção, o diretor de imagem fica-ria com as funções acumuladas. Ele está responsável também pelas filmagens. Às vezes é cinegrafista, contudo conta com a ajuda de Walter Matheus, responsável pelos efeitos especiais. O tempo tem sido um grande aliado para a equipe técnica, já que “até o material ser entregue para os efeitos especiais, haverá um tempo maior”, conta Freire.

“Já sabemos qual o caminho seguir, a cena serviu de ofi cina para toda equipe” Edvaldo Freire – diretor de imagem

ATORES

Durante a gravação o diretor

observa o resultado na tela

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JR Edvaldo afirma que o processo de pro-dução do filme será mais rápido. Quando as gravações do filme começarem, o gru-po estará mais preparado. “Já sabemos qual o caminho seguir, a cena serviu de oficina para toda equipe”, enfatiza.

A atriz Amanda Rodrigues, 21, parti-cipou da gravação da cena extra em maio de 2011. É a primeira vez que atua em uma produção do gênero terror. Originá-ria do teatro, acredita “no ator como uma ferramenta cabível em qualquer história. O trabalho está sendo muito válido, estou me descobrindo”. Em 2007 fez o primei-ro trabalho no cinema, um longa chama-do: “O valor de um momento”, com Ar-thur Coutinho.

A cena de “Vampiros” foi gravada em duas partes, a primeira em 29 de maio e a segunda em 5 de julho. Joel afirma que o desafio não é só da busca pela qualida-de técnica, pois “o grupo que movimen-ta, acredita que é possível realizar um filme, mesmo com todas as dificuldades econômicas”. O diretor alerta que todo o material gasto na cena, entre figurino, equipamento e até custos com transpor-te, foi arcado pelos integrantes da equipe. Agora esperam uma mudança para essa realidade. “Aguardamos um bom patrocí-nio para investir mais em equipamentos e figurino”, confessa.

Participaram da gravação da cena cur-ta o elenco: Roque Melo, Amanda Ro-drigues, Marianne Mockdece, Joel São Tiago, Adam Donato, Leo Mervet, Túlio Cássio, Thainá Santos, Luan Vieira, Le-andro Marcelino, Karoline Lima, Jonatan Bandeira. Grande parte da equipe possui experiência em teatro e teve participações em algumas produções cinematográficas. Ainda assim, existe os “marinheiros de primeira viagem”.

“Quase toda cultura tem um vampi-ro”, afirma Joel, e em Três Rios não seria diferente. O filme trás um personagem com características comuns das lendas: a imortalidade, a sedução e o sangue, sem-pre o da vítima, lógico. De acordo com o roteirista, o filme terá em média 17 personagens fixos, e de 50 a 60 minutos de duração. A previsão de lançamento da cena extra é para outubro. “Gostaria de aproveitar o clima de Halloween”, conta São Tiago.

Vampiros no decorrer das décadas

Desde 1922 há registros de filmes com vampiros, entre eles o clássico “Nosfera-tu”, vindo do cinema mudo. Já na década de 30, “Conde Drácula” surgia nas telas direto do romance de Bram Stoker (1897) interpretado por Bela Lugosi em 1931, ganhando uma regravação em 1958. Na ocasião, o vampiro era interpretado por Christopher Lee. Na década de 80, os fil-mes com enredo vampiresco ganharam uma produção teen com “Os Garotos Perdidos”, “A hora do espanto” e “Fome de Viver”. Seguindo para os anos 90, a década foi marcada por produções épicas com a regravação de “Drácula” em 1992 e “Entrevista com um Vampiro”, sucesso de 1994.

Os filmes sobre os chupadores de san-gue nem sempre seguem o gênero terror ou ficção no cinema. Eles também estrelaram comédias como o longa metragem “Amor à Primeira Mordida” com Nicolas Cage e

“Procura-se um Rapaz Virgem” com Jim Carey.

Hoje a Saga Crepúsculo (2008), suces-so adaptado para o cinema da escritora Stephenie Meyer, marca as telonas com a história de um vampiro apaixonado por sua presa, e encanta o público teen com o romance entre a jovem Isabella Swan e o vampiro Edward Cullen.

A primeira década do século trás as produções “Blade – O caçador de vam-piros” (2002), “Anjos da Noite” (2003), “Van Helsing – O caçador de Mons-tros” (2004), “Anjos da Noite: Evolu-ção” (2006), “30 Dias de Noite” (2007) e a continuação da Saga Crepúsculo, com os sucessos de bilheteria, “Lua Nova” (2009) e Eclipse (2010). Dividido em duas partes, o filme “Amanhecer” é espe-rado pelos fãs, com estreia marcada para novembro. A segunda parte está prevista para 2012, encerrando a trajetória da saga no cinema, de acordo com a produtora Summit Entertainment.

“Vampiros” – O filme do diretor, rotei-rista e produtor Joel São Tiago, ainda não tem data para estreia. Os atores são to-dos da cidade, assim como toda a equipe técnica. Apesar de usarem os padrões de Hollywood como referência, a produção trirriense não tem à disposição as verbas milionárias do cinema americano.

“Quase toda cultura tem um vampiro”Joel São Tiago – roteirista e diretordo fi lme Vampiros

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Últimos detalhes antes

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62 | revistaon.com.br

Democratizaçãoda Moda POR ANA PAULA CANEDA

A classe C no Brasil compre-ende mais da metade da po-pulação. São 100 milhões de pessoas de acordo com

o estudo inédito do Ibope. Para chegar nesse número, foram avaliadas 20 mil pessoas entre 12 e 64 anos e uma média de 200 produtos nas pesquisas realizadas nas regiões metropolitanas do país. O es-tudo aponta para uma nova classe com potencial para consumo e a necessidade de adaptação dos grandes mercados para atender a esta demanda.

De acordo com o estudo do Sebrae, “Confecção em Jeans”, a população de baixa renda é receptiva à marcas desco-nhecidas, desde que o preço seja acessí-vel e ofereça modelos atuais. “Hoje tra-balhamos com grandes grifes e a média de preço para o consumidor chega à me-tade de um salário”, afirma o empresário Paulo Roberto Kappler Vaz.

Dono de loja há 32 anos, ele diz ter sido o primeiro a usar o conceito “bou-tique” e comercializar itens de grandes marcas em um local fixo e fechado na cidade. “Tenho calo no umbigo por fi-car atrás do balcão”, brinca quando in-dagado a respeito do seu conhecimento sobre o mercado da moda. O empresá-rio acredita que a mudança no perfil do consumidor está ligado aos fenômenos industriais nos últimos anos. Para alcan-çar o mercado brasileiro, grandes marcas autorizavam as indústrias têxteis a fabri-carem suas peças. Com a abertura do mercado para as importações no governo Collor, houve um choque nas firmas na-cionais que pararam de produzir. “O país começou a receber produtos externos e as empresas quebraram. Muitos se adap-taram para não ir à falência”, acrescenta o comerciante.

As manufaturas começaram a criar as suas marcas. Grandes nomes da moda ou celebridades, estrelavam as campanhas de grandes magazines, registrando a qualidade do produto. “Entenderam que era preciso produzir mais para classes C e D, com qualidade. Todos os grupos baixaram os preços focando em todas as faixas de consumo”, enfatiza Paulinho. Ele ainda afirma que 70% dos clientes estão inseridos nas classes B e C.

Algumas lojas da cidade também

avaliam a classe com grande potencial de mercado. “A facilidade nas compras contribuiu de forma significativa para as vendas”, ressalta o empresário Paulo Cesar Simões, dono de outro estabeleci-mento comercial. Ele garante que 30% do seu público está inserido na classe C. Arlinda Alexandra, gerente de boutique há 38 anos acredita que “além das con-dições de pagamento, está o bom gosto do cliente”.

Paulo Roberto Kappler defende que os preços podem cair ainda mais com a padronização da produção e este pro-cesso não está muito longe de acontecer.

“As pessoas ainda não sabem comprar. Muitas buscam preço e não qualidade. Com isso, gastam mais e compram a mesma coisa, já que a peça não dura”, enfatiza. Para ele, a matéria prima é a mesma. O diferente está na forma de produção e acabamento. “Se os fabri-cantes respeitassem a legalidade, todos os produtos teriam qualidade e estariam inseridos em um padrão de preço”.

De acordo com a frente parlamentar da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis), uma das metas fundamentais de trabalho da atual gestão (2011/2014) é “combater as importações desleais e a competição desigual. Aprimorar e inten-sificar as ações voltadas à identificação e combate do comércio desleal. Tratamento igualitário para produtos nacionais e im-portados, observando leis sociais, ambien-tais e trabalhistas”. Quanto mais empresas, que fazem uso da responsabilidade social, ganham escala, os preços diminuem. Para Roberto, o que vai contribuir para este processo é o uso da nota eletrônica. “Ela vai nivelar a produção e, principalmente, as normas de legalidade e o compromisso do fabricante com os impostos”.

O comerciante deixa a dica: “comprem qualidade e questionem, porque o produto custa o valor cobrado. Avaliem se vale à pena o investimento”.

“Além das facilidades no pagamento, está o bom gosto do cliente”Arlinda Alexandra – gerente

“Comprem qualidade e questionem, porque o produto custa o valor cobrado. Avaliem se vale à pena o investimento”Paulinho Roberto

ESTILO

Um dos ‘looks’ mais

procurados pela classe C

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Há diferença na confecção do

produto caro para o mais barato

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Democratizaçãoda Moda POR ANA PAULA CANEDA

A classe C no Brasil compre-ende mais da metade da po-pulação. São 100 milhões de pessoas de acordo com

o estudo inédito do Ibope. Para chegar nesse número, foram avaliadas 20 mil pessoas entre 12 e 64 anos e uma média de 200 produtos nas pesquisas realizadas nas regiões metropolitanas do país. O es-tudo aponta para uma nova classe com potencial para consumo e a necessidade de adaptação dos grandes mercados para atender a esta demanda.

De acordo com o estudo do Sebrae, “Confecção em Jeans”, a população de baixa renda é receptiva à marcas desco-nhecidas, desde que o preço seja acessí-vel e ofereça modelos atuais. “Hoje tra-balhamos com grandes grifes e a média de preço para o consumidor chega à me-tade de um salário”, afirma o empresário Paulo Roberto Kappler Vaz.

Dono de loja há 32 anos, ele diz ter sido o primeiro a usar o conceito “bou-tique” e comercializar itens de grandes marcas em um local fixo e fechado na cidade. “Tenho calo no umbigo por fi-car atrás do balcão”, brinca quando in-dagado a respeito do seu conhecimento sobre o mercado da moda. O empresá-rio acredita que a mudança no perfil do consumidor está ligado aos fenômenos industriais nos últimos anos. Para alcan-çar o mercado brasileiro, grandes marcas autorizavam as indústrias têxteis a fabri-carem suas peças. Com a abertura do mercado para as importações no governo Collor, houve um choque nas firmas na-cionais que pararam de produzir. “O país começou a receber produtos externos e as empresas quebraram. Muitos se adap-taram para não ir à falência”, acrescenta o comerciante.

As manufaturas começaram a criar as suas marcas. Grandes nomes da moda ou celebridades, estrelavam as campanhas de grandes magazines, registrando a qualidade do produto. “Entenderam que era preciso produzir mais para classes C e D, com qualidade. Todos os grupos baixaram os preços focando em todas as faixas de consumo”, enfatiza Paulinho. Ele ainda afirma que 70% dos clientes estão inseridos nas classes B e C.

Algumas lojas da cidade também

avaliam a classe com grande potencial de mercado. “A facilidade nas compras contribuiu de forma significativa para as vendas”, ressalta o empresário Paulo Cesar Simões, dono de outro estabeleci-mento comercial. Ele garante que 30% do seu público está inserido na classe C. Arlinda Alexandra, gerente de boutique há 38 anos acredita que “além das con-dições de pagamento, está o bom gosto do cliente”.

Paulo Roberto Kappler defende que os preços podem cair ainda mais com a padronização da produção e este pro-cesso não está muito longe de acontecer.

“As pessoas ainda não sabem comprar. Muitas buscam preço e não qualidade. Com isso, gastam mais e compram a mesma coisa, já que a peça não dura”, enfatiza. Para ele, a matéria prima é a mesma. O diferente está na forma de produção e acabamento. “Se os fabri-cantes respeitassem a legalidade, todos os produtos teriam qualidade e estariam inseridos em um padrão de preço”.

De acordo com a frente parlamentar da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis), uma das metas fundamentais de trabalho da atual gestão (2011/2014) é “combater as importações desleais e a competição desigual. Aprimorar e inten-sificar as ações voltadas à identificação e combate do comércio desleal. Tratamento igualitário para produtos nacionais e im-portados, observando leis sociais, ambien-tais e trabalhistas”. Quanto mais empresas, que fazem uso da responsabilidade social, ganham escala, os preços diminuem. Para Roberto, o que vai contribuir para este processo é o uso da nota eletrônica. “Ela vai nivelar a produção e, principalmente, as normas de legalidade e o compromisso do fabricante com os impostos”.

O comerciante deixa a dica: “comprem qualidade e questionem, porque o produto custa o valor cobrado. Avaliem se vale à pena o investimento”.

“Além das facilidades no pagamento, está o bom gosto do cliente”Arlinda Alexandra – gerente

“Comprem qualidade e questionem, porque o produto custa o valor cobrado. Avaliem se vale à pena o investimento”Paulinho Roberto

ESTILO

Um dos ‘looks’ mais

procurados pela classe C

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Há diferença na confecção do

produto caro para o mais barato

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64 | revistaon.com.br

O estilo de uma jovem trirrienseEla está presente em todas as classes e segmentos. É o que defi ne as peculiaridades de determinados grupos. Cada uma com uma característica representada não apenas por gosto musical ou fi losofi a de vida, mas também por um aspecto bastante visível: a roupa, a moda, as peças especialmente combinadas e tratadas para formar um ‘look’. Focado nas tribos do Rio de Janeiro, o Prêmio RioSul de Moda elegeu o estilo de Lívia Mello de Almeida, 21, na categoria moda feminina, como o mais próximo dos traços visuais da cidade maravilhosa.

POR ANA PAULA CANEDA

Vencedora do primeiro RioSul de Moda, a jovem estilista de Três Rios ficou durante qua-tro semanas em Nova Iorque

curtindo o prêmio, uma bolsa na Parsons, uma das escolas de moda mais conceitu-ada no mundo. Com a coleção “So.Rio – Aqui eu me sinto mais brasileira”, Lívia Almeida encantou os 15 jurados, entre eles Marco Sabino, reconhecido no mun-do da moda deu o voto de minerva.

A estudante chegou de viagem em agosto e contou detalhes da viagem em uma das maiores capitais do mundo. “Foi uma experiência maravilhosa. Primeiro por ter sido a primeira vez em que saí do Brasil. Nova Iorque é uma cidade fasci-

nante”, enfatiza. Ela ainda está estudando em uma Universidade do Rio de Janeiro. “Me formo ano que vem”, ressalta.

Na Parsons, a jovem estilista pôde con-viver com profissionais da área e colegas de profissão do mundo todo. “Foi um cur-so intensivo em que o principal objetivo

era o designer descobrir sua identidade, ou aprimorá-la, se já tivesse uma. Tudo isso montando um portfólio com os traba-lhos feitos lá”, revela.

Duzentos e vinte participantes dis-putaram o prêmio. Lívia ficou entre os 18 finalistas que mostrariam suas peças na passarela. De acordo com a estilista, o ponto de partida de sua coleção foi o sorriso. “O Rio de Janeiro continua rin-do...!”. O trecho encontra-se na página do prêmio onde estão as definições da cole-ção da trirriense.

Ela nasceu em Três Rios e em 2001, foi com a família para Itaipava, distrito de Petrópolis, mas voltou para a cidade em 2010. A jovem mora em Niterói onde

AR

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IVO

PES

SOA

L“Foi a minha primeira experiência de confeccionar as peças e escolher como fossem apresentadas”Lívia Mello de Almeida

estuda. No currículo, registro de estágios desde o segundo período em algumas empresas de moda feminina. A primeira prática foi como monitora na faculdade. “Com os concursos ganhei muita experi-ência”, acredita.

Desde o início focou muito em pesqui-sas sobre a área. Os resultados chamaram a atenção dos professores. Como conse-quência, as relações foram se estreitan-do e ela começou a receber indicações para estágios. “Eu gosto muito do curso. Desde que iniciei, os primeiros períodos foram muito legais com os trabalhos de criação e experimentação. Foram exce-lentes exercícios que deram base”, enfa-tiza a jovem. No terceiro período ganhou o primeiro concurso, quando uma peça foi confeccionada por uma loja carioca.

O concurso

O prêmio “RioSul de Moda –Novos Estilistas”, foi promovido em comemo-ração pelos 30 anos de um shopping no Rio de Janeiro. No foco, jovens de 19 a 30 anos, estudantes e profissionais formados de moda estilismo e modelagem.

Uma comissão de jurados avaliou os ‘looks’ dos candidatos. Dentre os inscri-tos, 18 passaram para a última fase. De projetos no feminino e oito na categoria masculina. Todos tinham de apresentar cinco croquis com o foco no tema esco-lhido pela organização. Toda a estrutura do evento, desde a passarela até a maquia-gem, tudo ficou por conta da organização. Os participantes arcaram com custos de

transporte, hospedagem e produção das peças.

O desfile aconteceu em outubro de 2010.Cerca de 90 peças foram apresenta-das na passarela do shopping no Rio de Janeiro entre as categorias de moda femi-nina e masculina. Todas homenageando a cidade maravilhosa.

Lívia Almeida enfatiza que o prê-mio foi significativo para a sua carreira. “Além de estudar na Parsons, o prêmio teve repercussão nacional”, afirma res-saltando que, “a oportunidadede conviver com outras culturas, modos e olhares, é muito importante para profissões na área de design”. A estilista pôde participar de todo o processo de produção do evento. “Foi a minha primeira experiência de confeccionar as peças e escolher como fossem apresentadas”, ressalta.

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NOVA YORK

Lívia com a turma

do curso na Parsons

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PREMIAÇÃO

A estilista recebendo o troféu

e o cheque que dá direito ao

curso em Nova Iork

MODA

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O estilo de uma jovem trirrienseEla está presente em todas as classes e segmentos. É o que defi ne as peculiaridades de determinados grupos. Cada uma com uma característica representada não apenas por gosto musical ou fi losofi a de vida, mas também por um aspecto bastante visível: a roupa, a moda, as peças especialmente combinadas e tratadas para formar um ‘look’. Focado nas tribos do Rio de Janeiro, o Prêmio RioSul de Moda elegeu o estilo de Lívia Mello de Almeida, 21, na categoria moda feminina, como o mais próximo dos traços visuais da cidade maravilhosa.

POR ANA PAULA CANEDA

Vencedora do primeiro RioSul de Moda, a jovem estilista de Três Rios ficou durante qua-tro semanas em Nova Iorque

curtindo o prêmio, uma bolsa na Parsons, uma das escolas de moda mais conceitu-ada no mundo. Com a coleção “So.Rio – Aqui eu me sinto mais brasileira”, Lívia Almeida encantou os 15 jurados, entre eles Marco Sabino, reconhecido no mun-do da moda deu o voto de minerva.

A estudante chegou de viagem em agosto e contou detalhes da viagem em uma das maiores capitais do mundo. “Foi uma experiência maravilhosa. Primeiro por ter sido a primeira vez em que saí do Brasil. Nova Iorque é uma cidade fasci-

nante”, enfatiza. Ela ainda está estudando em uma Universidade do Rio de Janeiro. “Me formo ano que vem”, ressalta.

Na Parsons, a jovem estilista pôde con-viver com profissionais da área e colegas de profissão do mundo todo. “Foi um cur-so intensivo em que o principal objetivo

era o designer descobrir sua identidade, ou aprimorá-la, se já tivesse uma. Tudo isso montando um portfólio com os traba-lhos feitos lá”, revela.

Duzentos e vinte participantes dis-putaram o prêmio. Lívia ficou entre os 18 finalistas que mostrariam suas peças na passarela. De acordo com a estilista, o ponto de partida de sua coleção foi o sorriso. “O Rio de Janeiro continua rin-do...!”. O trecho encontra-se na página do prêmio onde estão as definições da cole-ção da trirriense.

Ela nasceu em Três Rios e em 2001, foi com a família para Itaipava, distrito de Petrópolis, mas voltou para a cidade em 2010. A jovem mora em Niterói onde

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“Foi a minha primeira experiência de confeccionar as peças e escolher como fossem apresentadas”Lívia Mello de Almeida

estuda. No currículo, registro de estágios desde o segundo período em algumas empresas de moda feminina. A primeira prática foi como monitora na faculdade. “Com os concursos ganhei muita experi-ência”, acredita.

Desde o início focou muito em pesqui-sas sobre a área. Os resultados chamaram a atenção dos professores. Como conse-quência, as relações foram se estreitan-do e ela começou a receber indicações para estágios. “Eu gosto muito do curso. Desde que iniciei, os primeiros períodos foram muito legais com os trabalhos de criação e experimentação. Foram exce-lentes exercícios que deram base”, enfa-tiza a jovem. No terceiro período ganhou o primeiro concurso, quando uma peça foi confeccionada por uma loja carioca.

O concurso

O prêmio “RioSul de Moda –Novos Estilistas”, foi promovido em comemo-ração pelos 30 anos de um shopping no Rio de Janeiro. No foco, jovens de 19 a 30 anos, estudantes e profissionais formados de moda estilismo e modelagem.

Uma comissão de jurados avaliou os ‘looks’ dos candidatos. Dentre os inscri-tos, 18 passaram para a última fase. De projetos no feminino e oito na categoria masculina. Todos tinham de apresentar cinco croquis com o foco no tema esco-lhido pela organização. Toda a estrutura do evento, desde a passarela até a maquia-gem, tudo ficou por conta da organização. Os participantes arcaram com custos de

transporte, hospedagem e produção das peças.

O desfile aconteceu em outubro de 2010.Cerca de 90 peças foram apresenta-das na passarela do shopping no Rio de Janeiro entre as categorias de moda femi-nina e masculina. Todas homenageando a cidade maravilhosa.

Lívia Almeida enfatiza que o prê-mio foi significativo para a sua carreira. “Além de estudar na Parsons, o prêmio teve repercussão nacional”, afirma res-saltando que, “a oportunidadede conviver com outras culturas, modos e olhares, é muito importante para profissões na área de design”. A estilista pôde participar de todo o processo de produção do evento. “Foi a minha primeira experiência de confeccionar as peças e escolher como fossem apresentadas”, ressalta.

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NOVA YORK

Lívia com a turma

do curso na Parsons

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A estilista recebendo o troféu

e o cheque que dá direito ao

curso em Nova Iork

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Continental Pneus: a tecnologia alemã mais perto do trirriense

Ela é a 2ª maior empresa no ramo de pneus da Europa. No mundo, ocupa o 4º lugar. A empresa ale-mã foi inaugurada oficialmente

em abril de 2006. A primeira fábrica de pneus da Continental no Brasil é uma das mais modernas do grupo.

Com a abertura da fábrica em Camaça-ri, Bahia, foram gerados quase 3.000 em-pregos indiretos. Só em treinamento, até 2007 os investimentos somam R$ 6,5 mi-lhões. A previsão da Continental é investir US$ 210 milhões para expandir a capaci-dade de produção de sua fábrica.

Novo Lançamento

A Continental Pneus está ampliando a sua oferta de produtos para o segmento de passeio com o lançamento do ContiPo-wer Contact, modelo desenvolvido para o mercado latino-americano e que incorpo-ra os mais recentes avanços da indústria voltados para a economia de combustível, segurança, robustez, rodar silencioso e conforto.

O aumento do volume de borracha da banda de rodagem resulta em melhor di-rigibilidade e maior tração. Na parte inter-na, inúmeros blocos, incisões e ranhuras irregulares conferem maior segurança em pisos molhados, minimizando o risco de aquaplanagem, bem como entregam um rodar mais silencioso e confortável ao al-terar os ruídos gerados para níveis de alta frequência, não audíveis. O resultado final é um pneu que não apenas atende, mas supera as expectativas dos mais exigentes motoristas.

O comerciante Marcos Vinícius Duarte de Medeiros resolveu trocar as rodas do carro. Optou por um aro maior. Neste in-vestimento colocou o pneu Continental e

agora é só elogios. “É a primeira vez que uso. O pneu é de primeira. Alto desempe-nho, muito bom”, assegura. Ele, cliente da loja há dois anos conhece as vantagens e trajetória da Continental. “É uma ótima marca, [pneu] já está em carro europeu”, conta.

Garantia ContiPlus

Como consequência direta da tecnolo-gia de ponta empregada na fabricação de seus produtos, a Continental está prorro-gando até o dia 30 de setembro de 2011

a Garantia ContiPlus, que protege contra danos causados por impactos acidentais os pneus da marca adquiridos na rede de revendas autorizadas.

Ela oferece aos pneus de passeio, ca-minhonete, Van e comerciais aro 17,5 uma cobertura adicional de três meses ou 5.000 km, sendo que, no caso dos mode-los comerciais, não há limite de quilome-tragem. O consumidor que adquirir nas lojas credenciadas os pneus Continental, passa a contar com essa garantia estendi-da. Desta forma, o motorista fica prote-gido nos 10 mil quilômetros ou nos seis primeiros meses contra rachadura e rasgo por acidente.

Serrana Pneus

A Serrana Pneus (antiga Jacar Pneus), empresa que representa a Continental em Três Rios é responsável por atender toda região serrana do Rio. Tarefa difícil, já que a demanda de compra, tem aumenta-do a cada mês por causa do produto (30% mais barato se comparado ao corrente). “Nosso grande desafio é fazer a popula-ção trirriense conhecer o pneu. Depois disso, a satisfação com a qualidade do produto é garantida”, conta Fernando, proprietário da franquia.

Seja de carro, van, pick-ups, caminhões ou carreta. A Serrana tem vários serviços para seu veículo. Na loja, localizada na BR 393 – Km 163, nº 210, no bairro Pon-to Azul, é possível alinhar e balancear. O pacote de serviço de suspensão deixa seu carro novo. Todo o atendimento é de qua-lidade e o trabalho é feito com equipamen-tos qualificados no mercado. “Todos os profissionais foram treinados pela fábrica Continental”, explica Fernando.Outras informações ligue: (24) 2255-3904.

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PUBLIEDITORIAL

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Continental Pneus: a tecnologia alemã mais perto do trirriense

Ela é a 2ª maior empresa no ramo de pneus da Europa. No mundo, ocupa o 4º lugar. A empresa ale-mã foi inaugurada oficialmente

em abril de 2006. A primeira fábrica de pneus da Continental no Brasil é uma das mais modernas do grupo.

Com a abertura da fábrica em Camaça-ri, Bahia, foram gerados quase 3.000 em-pregos indiretos. Só em treinamento, até 2007 os investimentos somam R$ 6,5 mi-lhões. A previsão da Continental é investir US$ 210 milhões para expandir a capaci-dade de produção de sua fábrica.

Novo Lançamento

A Continental Pneus está ampliando a sua oferta de produtos para o segmento de passeio com o lançamento do ContiPo-wer Contact, modelo desenvolvido para o mercado latino-americano e que incorpo-ra os mais recentes avanços da indústria voltados para a economia de combustível, segurança, robustez, rodar silencioso e conforto.

O aumento do volume de borracha da banda de rodagem resulta em melhor di-rigibilidade e maior tração. Na parte inter-na, inúmeros blocos, incisões e ranhuras irregulares conferem maior segurança em pisos molhados, minimizando o risco de aquaplanagem, bem como entregam um rodar mais silencioso e confortável ao al-terar os ruídos gerados para níveis de alta frequência, não audíveis. O resultado final é um pneu que não apenas atende, mas supera as expectativas dos mais exigentes motoristas.

O comerciante Marcos Vinícius Duarte de Medeiros resolveu trocar as rodas do carro. Optou por um aro maior. Neste in-vestimento colocou o pneu Continental e

agora é só elogios. “É a primeira vez que uso. O pneu é de primeira. Alto desempe-nho, muito bom”, assegura. Ele, cliente da loja há dois anos conhece as vantagens e trajetória da Continental. “É uma ótima marca, [pneu] já está em carro europeu”, conta.

Garantia ContiPlus

Como consequência direta da tecnolo-gia de ponta empregada na fabricação de seus produtos, a Continental está prorro-gando até o dia 30 de setembro de 2011

a Garantia ContiPlus, que protege contra danos causados por impactos acidentais os pneus da marca adquiridos na rede de revendas autorizadas.

Ela oferece aos pneus de passeio, ca-minhonete, Van e comerciais aro 17,5 uma cobertura adicional de três meses ou 5.000 km, sendo que, no caso dos mode-los comerciais, não há limite de quilome-tragem. O consumidor que adquirir nas lojas credenciadas os pneus Continental, passa a contar com essa garantia estendi-da. Desta forma, o motorista fica prote-gido nos 10 mil quilômetros ou nos seis primeiros meses contra rachadura e rasgo por acidente.

Serrana Pneus

A Serrana Pneus (antiga Jacar Pneus), empresa que representa a Continental em Três Rios é responsável por atender toda região serrana do Rio. Tarefa difícil, já que a demanda de compra, tem aumenta-do a cada mês por causa do produto (30% mais barato se comparado ao corrente). “Nosso grande desafio é fazer a popula-ção trirriense conhecer o pneu. Depois disso, a satisfação com a qualidade do produto é garantida”, conta Fernando, proprietário da franquia.

Seja de carro, van, pick-ups, caminhões ou carreta. A Serrana tem vários serviços para seu veículo. Na loja, localizada na BR 393 – Km 163, nº 210, no bairro Pon-to Azul, é possível alinhar e balancear. O pacote de serviço de suspensão deixa seu carro novo. Todo o atendimento é de qua-lidade e o trabalho é feito com equipamen-tos qualificados no mercado. “Todos os profissionais foram treinados pela fábrica Continental”, explica Fernando.Outras informações ligue: (24) 2255-3904.

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Ronaldo Borges uma vida de projetos

Um traço após o outro, assim Ronaldo Rocha Borges construiu vários prédios e solidifi cou sua família, a carreira de designer, arquiteto, artista plástico e professor. Sua paixão: o trabalho. Ele viajou o mundo e chegou a morar nos Estados Unidos por cinco anos. Sucesso na empresa, “Stúdio Ronaldo Borges”, chega a trabalhar 14 horas diárias. Parece muito, mas ele garante que pode muito mais. Aos 67 anos, a idade não é compatível com sua vitalidade, impressa nos ambientes em que trabalha.

POR RAFAEL MORAES

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Ronaldo Borges uma vida de projetos

Um traço após o outro, assim Ronaldo Rocha Borges construiu vários prédios e solidifi cou sua família, a carreira de designer, arquiteto, artista plástico e professor. Sua paixão: o trabalho. Ele viajou o mundo e chegou a morar nos Estados Unidos por cinco anos. Sucesso na empresa, “Stúdio Ronaldo Borges”, chega a trabalhar 14 horas diárias. Parece muito, mas ele garante que pode muito mais. Aos 67 anos, a idade não é compatível com sua vitalidade, impressa nos ambientes em que trabalha.

POR RAFAEL MORAES

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Nascido na cidade do Rio de Ja-neiro em 25 de julho de 1944. Neto de português e vascaíno pelos laços consanguíneos,

Borges frequentava o estádio de São Ja-nuário, onde praticava saltos ornamentais. Ele nasceu e morou na avenida Atlântica até os 12 anos. “Foi lá que eu aprendi a nadar”, relembra. Naquela época jogava futebol de areia em um time, Radar, que ainda existe. O pai, funcionário da Petro-brás, havia sido transferido para os Esta-dos Unidos da América, onde foi instalado um escritório de compras da estatal. Por ser filho único, acompanhou a família para a América do Norte.

A adaptação não foi difícil. Nos cinco anos que esteve em Newark, maior cidade do estado Nova Jersey, aprendeu inglês, foi policial mirim e se tornou um cidadão americano. Foi lá o primeiro contato com a as artes. Com a aproximação do alista-mento militar e a guerra do Vietnã, cuja convocação interrompeu a vida de vários amigos, acelerou o retorno ao Brasil. “Não achava lógico lutar por um país que não era o meu”, explica Ronaldo, que já che-gou com emprego garantido.

Neste momento, aos 17 anos, foi traba-

lhar no Ibeu (Instituto Brasil Estados Uni-dos). O inglês fluente facilitou a atividade como professor. Atualmente conserva o diploma de Literatura Inglesa na Uni-versidade de Michigan e Linguística na University de Illinois, ambas em cursos à distância bem mais tarde, quando assumiu a franquia de um curso de línguas estran-geiras em Paraíba do Sul.

Como um parêntese na vida cheia de atividades, o então jovem Borges, com 19 anos, foi piloto de corrida. O carrinho amarelo com uma faixa preta no meio, era a máquina da escuderia Avanço. “Cada um preparava o seu carro. Cada veículo tinha uma potência diferente”, conta ele com a indiferença de quem tem muita ex-periência.

Sua relação com Três Rios foi interme-diada pela cidade sul-paraibana. “Papai adoeceu e, a conselho médico, veio para o interior, isso em 1967”, relembra. Ele administrava uma granja junto com o pai. Passado alguns anos, já no governo mu-nicipal como secretário de Planejamento e Turismo, Borges [promoveu a escava-ção dos restos mortais de Tiradentes e a construção do Museu da Inconfidência em Sebollas] foi convidado por um ca-sal trirriense para montar um instituto de idiomas em Paraíba do Sul para expandir a franquia localizada em Três Rios. Este foi o primeiro empreendimento de Ronal-do. A escola fundiu-se com a trirriense e ele assumiu o comando. “Tivemos bons cursos: inglês, francês, espanhol, alemão. Era um corpo maravilhoso de professores, era uma instituição bacana com centenas de alunos”, conta.

A “Sol Tecnoarte” foi outra empresa, entretanto, voltada para construção. “Co-mecei estudar arquitetura nos EUA. Meus primeiros ensaios técnicos foram lá”, reve-la arquiteto, design e construtor que nunca passou pela academia e aprendeu tudo so-zinho. Ele que já teve muitos profissionais formados sob seu comando diz que o de-sign aconteceu de forma autodidata. “Fui errando e aprendendo na prática. Meus pri-meiros trabalhos foram há quase 50 anos”.

“Já trabalhei muito e ainda há muito que trabalhar”, diz orgulhoso o homem cujo ídolo é o Oscar Niemeyer. Ronaldo costuma dizer que o escritório fica aberto

SOL TECNOARTE

Primeira empresa

de construção

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ESCUDERIA AVANÇO

O carro 21 era pilotado

por Ronaldo Borges

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NASSER

Essa foto foi registrada na inauguração

do primeiro empreendimento, o curso de

idiomas. Ao lado, o ex-prefeito Samir

24 horas. “Rosangela gosta de trabalhar à noite”, conta sobre a rotina da esposa, sua parceira de trabalho. Ela cuida de toda par-te de confecções de decoração em tecidos. “Às vezes, quando vou dormir ela começa a trabalhar”.

Dos funcionários, a denominação fa-mília não significa somente cordialidade e amizade. A maior parte deles tem um laço de sangue. Além da esposa, a irmã dela, Li-lian de Assis, comanda a equipe de campo e coordena toda a parte digital. Ela trabalha com o cunhado há 20 anos, além de mais dois irmãos que também fazem parte da equipe.

O relacionamento com Rosangela é o segundo casamento. Lucas, 17, é o caçula dos três filhos de Ronaldo Borges. Os dois herdeiros mais velhos, Ronaldo Júnior e Lislei são do primeiro matrimônio. Avô de seis netos, orgulha-se do filho caçula, es-tudante de turismo na UFJF e professor de inglês em um curso de Petrópolis. FISSÃO

“A forma abstrata sugere várias defi nições”,

afi rma Ronaldo Borges

STÚ

DIO

RO

NA

LDO

BO

RG

ESST

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ON

ALD

O B

OR

GES

OUSADIA

O estudo de projeto na década

de 60 já demonstrava a

riqueza de detalhes

“Já trabalhei muito e ainda há muito que trabalhar”,desabafa o arquiteto

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Nascido na cidade do Rio de Ja-neiro em 25 de julho de 1944. Neto de português e vascaíno pelos laços consanguíneos,

Borges frequentava o estádio de São Ja-nuário, onde praticava saltos ornamentais. Ele nasceu e morou na avenida Atlântica até os 12 anos. “Foi lá que eu aprendi a nadar”, relembra. Naquela época jogava futebol de areia em um time, Radar, que ainda existe. O pai, funcionário da Petro-brás, havia sido transferido para os Esta-dos Unidos da América, onde foi instalado um escritório de compras da estatal. Por ser filho único, acompanhou a família para a América do Norte.

A adaptação não foi difícil. Nos cinco anos que esteve em Newark, maior cidade do estado Nova Jersey, aprendeu inglês, foi policial mirim e se tornou um cidadão americano. Foi lá o primeiro contato com a as artes. Com a aproximação do alista-mento militar e a guerra do Vietnã, cuja convocação interrompeu a vida de vários amigos, acelerou o retorno ao Brasil. “Não achava lógico lutar por um país que não era o meu”, explica Ronaldo, que já che-gou com emprego garantido.

Neste momento, aos 17 anos, foi traba-

lhar no Ibeu (Instituto Brasil Estados Uni-dos). O inglês fluente facilitou a atividade como professor. Atualmente conserva o diploma de Literatura Inglesa na Uni-versidade de Michigan e Linguística na University de Illinois, ambas em cursos à distância bem mais tarde, quando assumiu a franquia de um curso de línguas estran-geiras em Paraíba do Sul.

Como um parêntese na vida cheia de atividades, o então jovem Borges, com 19 anos, foi piloto de corrida. O carrinho amarelo com uma faixa preta no meio, era a máquina da escuderia Avanço. “Cada um preparava o seu carro. Cada veículo tinha uma potência diferente”, conta ele com a indiferença de quem tem muita ex-periência.

Sua relação com Três Rios foi interme-diada pela cidade sul-paraibana. “Papai adoeceu e, a conselho médico, veio para o interior, isso em 1967”, relembra. Ele administrava uma granja junto com o pai. Passado alguns anos, já no governo mu-nicipal como secretário de Planejamento e Turismo, Borges [promoveu a escava-ção dos restos mortais de Tiradentes e a construção do Museu da Inconfidência em Sebollas] foi convidado por um ca-sal trirriense para montar um instituto de idiomas em Paraíba do Sul para expandir a franquia localizada em Três Rios. Este foi o primeiro empreendimento de Ronal-do. A escola fundiu-se com a trirriense e ele assumiu o comando. “Tivemos bons cursos: inglês, francês, espanhol, alemão. Era um corpo maravilhoso de professores, era uma instituição bacana com centenas de alunos”, conta.

A “Sol Tecnoarte” foi outra empresa, entretanto, voltada para construção. “Co-mecei estudar arquitetura nos EUA. Meus primeiros ensaios técnicos foram lá”, reve-la arquiteto, design e construtor que nunca passou pela academia e aprendeu tudo so-zinho. Ele que já teve muitos profissionais formados sob seu comando diz que o de-sign aconteceu de forma autodidata. “Fui errando e aprendendo na prática. Meus pri-meiros trabalhos foram há quase 50 anos”.

“Já trabalhei muito e ainda há muito que trabalhar”, diz orgulhoso o homem cujo ídolo é o Oscar Niemeyer. Ronaldo costuma dizer que o escritório fica aberto

SOL TECNOARTE

Primeira empresa

de construção

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ESCUDERIA AVANÇO

O carro 21 era pilotado

por Ronaldo Borges

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NASSER

Essa foto foi registrada na inauguração

do primeiro empreendimento, o curso de

idiomas. Ao lado, o ex-prefeito Samir

24 horas. “Rosangela gosta de trabalhar à noite”, conta sobre a rotina da esposa, sua parceira de trabalho. Ela cuida de toda par-te de confecções de decoração em tecidos. “Às vezes, quando vou dormir ela começa a trabalhar”.

Dos funcionários, a denominação fa-mília não significa somente cordialidade e amizade. A maior parte deles tem um laço de sangue. Além da esposa, a irmã dela, Li-lian de Assis, comanda a equipe de campo e coordena toda a parte digital. Ela trabalha com o cunhado há 20 anos, além de mais dois irmãos que também fazem parte da equipe.

O relacionamento com Rosangela é o segundo casamento. Lucas, 17, é o caçula dos três filhos de Ronaldo Borges. Os dois herdeiros mais velhos, Ronaldo Júnior e Lislei são do primeiro matrimônio. Avô de seis netos, orgulha-se do filho caçula, es-tudante de turismo na UFJF e professor de inglês em um curso de Petrópolis. FISSÃO

“A forma abstrata sugere várias defi nições”,

afi rma Ronaldo Borges

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OUSADIA

O estudo de projeto na década

de 60 já demonstrava a

riqueza de detalhes

“Já trabalhei muito e ainda há muito que trabalhar”,desabafa o arquiteto

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Arte

Assessor de comércio exterior de uma grande indústria de Três Rios, o talento do arquiteto venceu as barreiras e foi mais útil na construção. Seja na arquitetura, no de-sign de interiores ou como artista plástico, não há como avaliar em qual se destaca mais. Quem entra no escritório de Borges, se depara com uma tela de um anjo grande. Segundo ele, seu protetor. Velas e incen-sos espalhados pelo local revelam o lado esotérico do arquiteto que garante: “vejo, ouço e convivo com os elfos, os duendes, as salamandras, enfim, os elementais, res-ponsáveis por manter o equilíbrio na terra”.

Dos quadros revelados por ele, a maio-ria são imagens abstratas. Todos são pin-tados para compor seu trabalho de design. “Quando estou inspirado, consigo produzir com uma rapidez impressionante”, garante. “Pinto profissionalmente, para dar vazão a minha criatividade e para que a obra seja admirada”, explica. O número de obras, já não lembra mais – “algumas mil” - tenta enumerar. Segundo ele, já chegou a colo-car em um único apartamento de cliente, 20 telas de sua autoria.

A iniciação nas artes começou aos 5 anos, quando ganhou um estojo aquarela e começou a pintar. Para ele o começo foi engraçado. “Um dia, toda família estava reunida na sala e eu pintei um círculo ama-relo com um ponto escuro no meio. Nin-guém conseguiu decifrar. Era um queijo com uma mosca no meio. Achei que devia representar aquilo”, recorda o pintor que tem algumas obras expostas no exterior. Outras fazem parte de muitas coleções par-ticulares.

Revista Kaza

O veículo, especializado em arquite-tura e design, produziu a edição Top 100,

quando reuniu, em 2009, os 100 escritórios mais influentes do Brasil. Criado em 1974, o Stúdio Ronaldo Borges ficou entre os dez selecionados no estado do Rio. Os frutos e o orgulho profissional ainda permeiam o jovem de 67 anos. “Acho bacana e me divirto muito. O dia que me ligaram para dizer que eu e mais nove fomos escolhidos como os mais influentes, lógico que fiquei orgulhoso”, relembra.

No mesmo ano, o arquiteto esteve em Trancoso, Bahia, em uma comemoração

de quatro dias. O objetivo foi promover o encontro de todos relacionados na edição especial da revista. Para Ronaldo, essa con-quista serve mais para status em sua car-reira. “Nossos clientes ficaram orgulhosos pelo reconhecimento de quem conhece o assunto.”

O trabalho

Para este artista, suas atividades no es-critório são uma forma de relaxar e isso

REVISTA KAZA

O arquiteto esteve em Trancoso, Bahia,

em uma comemoração com os outros

profi ssionais selecionados no Top100

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O TRIO

A cunhada Lilian, a esposa Rosangela

e Ronaldo, comandam a empresa

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“O Stúdio de design e arquitetura de Ronaldo Borges fi cou entre os dez mais infl uentes do estado do Rio de Janeiro”

Um homem e vários projetos. O ar-quiteto, artista, design de interiores, eso-térico, pai, avô, marido, cunhado, dire-tor, professor, ufa! Ronaldo Borges quer ir ainda mais longe. “Ainda pretendo fa-zer muito na vida. Tenho muito a ofere-cer”, analisa a sua existência sem medo de revelar o segredo: o sucesso “está na personalização de cada tarefa, indepen-dente do estilo, cor e material.”

Hoje em dia há profissionais que es-quecem o contato com o papel. “Não abro mão da prancheta”, confessa. Para o artista, nada substitui a alma que o criador coloca em um projeto. “É um energia que flui e passa pelo grafite e vai até o papel”, tenta explicar a sensação de ver o que um dia foi algo em bran-co e, depois desse processo, se transfor-mou em algo palpável. Independente do volume ou tamanho do trabalho, “não importa que seja um traço, tudo é feito com cuidado”, destaca a postura adotada perante os desejos dos clientes.

A equipe

“Eu crio tudo, qualquer traço, qual-quer móvel, qualquer coisa tem que par-tir de mim”, deixou claro sobre a inspi-ração de suas obras. Ronaldo, Rosangela e Lilian são os responsáveis por toda empresa. Cada um em sua área, o que parte das mãos de Borges toma forma

nas imagens em 3D para que os clientes possam visualizar os detalhes.

Estudos preliminares, discussões para produzir o anteprojeto, a equipe do Stú-dio é formada por profissionais compro-metidos com a qualidade e a destreza exigida por Borges. “Hoje temos muitos projetos em andamento”, contabiliza ao mencionar que, com o crescimento de Três Rios, a empresa está voltada para o mercado trirriense.

se apresenta como combustível para co-mandar a equipe, inspirar-se para pintar os quadros e atender os clientes. Aliás, estes são seu maior “patrimônio”, como ele mesmo define. Há 40 anos no mer-cado, conseguiu estreitar a relação com eles. “Foi acontecendo de maneira natu-ral e fomos conquistando mercado, atra-vessando gerações e até hoje atendo os filhos e netos dos primeiros clientes que permanecem clientes. Criamos amigos”, explica.

Ele acredita que toda essa cordialida-de foi conquistada pouco a pouco duran-te essas quatro décadas de serviço. “Há uma relação de amizade”, afirma. Nesta trajetória, dificuldade para realizar os trabalhos nunca teve. A financeira en-carou como adversidades naturais. “Não sou exceção”, revela.

O diferencial da empresa

Para estar entre os cem mais influen-tes do Brasil foi preciso mais do que trabalho e dedicação para conquistar tal premiação. “Dizem os meus colegas que sou referência”, conta sorrindo em um tom modesto. O cuidado com cada ra-bisco no papel é, para Ronaldo Borges, o diferencial para conquistar clientes e ser notado no mercado competitivo.

EDIFÍCIO RESIDENCIAL

Em fase fi nal, o prédio se destaca

pelo design futurista

TRIRRIENSE

O carioca por nascimento recebeu o

título de cidadão trirriense das mãos

do vereador Betinho Barbosa

EQUIPE

Ronaldo sentado no centro e os

profi ssionais que o acompanham

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“Hoje temos muitos projetos em andamento”,Ronaldo Borges

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Arte

Assessor de comércio exterior de uma grande indústria de Três Rios, o talento do arquiteto venceu as barreiras e foi mais útil na construção. Seja na arquitetura, no de-sign de interiores ou como artista plástico, não há como avaliar em qual se destaca mais. Quem entra no escritório de Borges, se depara com uma tela de um anjo grande. Segundo ele, seu protetor. Velas e incen-sos espalhados pelo local revelam o lado esotérico do arquiteto que garante: “vejo, ouço e convivo com os elfos, os duendes, as salamandras, enfim, os elementais, res-ponsáveis por manter o equilíbrio na terra”.

Dos quadros revelados por ele, a maio-ria são imagens abstratas. Todos são pin-tados para compor seu trabalho de design. “Quando estou inspirado, consigo produzir com uma rapidez impressionante”, garante. “Pinto profissionalmente, para dar vazão a minha criatividade e para que a obra seja admirada”, explica. O número de obras, já não lembra mais – “algumas mil” - tenta enumerar. Segundo ele, já chegou a colo-car em um único apartamento de cliente, 20 telas de sua autoria.

A iniciação nas artes começou aos 5 anos, quando ganhou um estojo aquarela e começou a pintar. Para ele o começo foi engraçado. “Um dia, toda família estava reunida na sala e eu pintei um círculo ama-relo com um ponto escuro no meio. Nin-guém conseguiu decifrar. Era um queijo com uma mosca no meio. Achei que devia representar aquilo”, recorda o pintor que tem algumas obras expostas no exterior. Outras fazem parte de muitas coleções par-ticulares.

Revista Kaza

O veículo, especializado em arquite-tura e design, produziu a edição Top 100,

quando reuniu, em 2009, os 100 escritórios mais influentes do Brasil. Criado em 1974, o Stúdio Ronaldo Borges ficou entre os dez selecionados no estado do Rio. Os frutos e o orgulho profissional ainda permeiam o jovem de 67 anos. “Acho bacana e me divirto muito. O dia que me ligaram para dizer que eu e mais nove fomos escolhidos como os mais influentes, lógico que fiquei orgulhoso”, relembra.

No mesmo ano, o arquiteto esteve em Trancoso, Bahia, em uma comemoração

de quatro dias. O objetivo foi promover o encontro de todos relacionados na edição especial da revista. Para Ronaldo, essa con-quista serve mais para status em sua car-reira. “Nossos clientes ficaram orgulhosos pelo reconhecimento de quem conhece o assunto.”

O trabalho

Para este artista, suas atividades no es-critório são uma forma de relaxar e isso

REVISTA KAZA

O arquiteto esteve em Trancoso, Bahia,

em uma comemoração com os outros

profi ssionais selecionados no Top100

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A cunhada Lilian, a esposa Rosangela

e Ronaldo, comandam a empresa

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“O Stúdio de design e arquitetura de Ronaldo Borges fi cou entre os dez mais infl uentes do estado do Rio de Janeiro”

Um homem e vários projetos. O ar-quiteto, artista, design de interiores, eso-térico, pai, avô, marido, cunhado, dire-tor, professor, ufa! Ronaldo Borges quer ir ainda mais longe. “Ainda pretendo fa-zer muito na vida. Tenho muito a ofere-cer”, analisa a sua existência sem medo de revelar o segredo: o sucesso “está na personalização de cada tarefa, indepen-dente do estilo, cor e material.”

Hoje em dia há profissionais que es-quecem o contato com o papel. “Não abro mão da prancheta”, confessa. Para o artista, nada substitui a alma que o criador coloca em um projeto. “É um energia que flui e passa pelo grafite e vai até o papel”, tenta explicar a sensação de ver o que um dia foi algo em bran-co e, depois desse processo, se transfor-mou em algo palpável. Independente do volume ou tamanho do trabalho, “não importa que seja um traço, tudo é feito com cuidado”, destaca a postura adotada perante os desejos dos clientes.

A equipe

“Eu crio tudo, qualquer traço, qual-quer móvel, qualquer coisa tem que par-tir de mim”, deixou claro sobre a inspi-ração de suas obras. Ronaldo, Rosangela e Lilian são os responsáveis por toda empresa. Cada um em sua área, o que parte das mãos de Borges toma forma

nas imagens em 3D para que os clientes possam visualizar os detalhes.

Estudos preliminares, discussões para produzir o anteprojeto, a equipe do Stú-dio é formada por profissionais compro-metidos com a qualidade e a destreza exigida por Borges. “Hoje temos muitos projetos em andamento”, contabiliza ao mencionar que, com o crescimento de Três Rios, a empresa está voltada para o mercado trirriense.

se apresenta como combustível para co-mandar a equipe, inspirar-se para pintar os quadros e atender os clientes. Aliás, estes são seu maior “patrimônio”, como ele mesmo define. Há 40 anos no mer-cado, conseguiu estreitar a relação com eles. “Foi acontecendo de maneira natu-ral e fomos conquistando mercado, atra-vessando gerações e até hoje atendo os filhos e netos dos primeiros clientes que permanecem clientes. Criamos amigos”, explica.

Ele acredita que toda essa cordialida-de foi conquistada pouco a pouco duran-te essas quatro décadas de serviço. “Há uma relação de amizade”, afirma. Nesta trajetória, dificuldade para realizar os trabalhos nunca teve. A financeira en-carou como adversidades naturais. “Não sou exceção”, revela.

O diferencial da empresa

Para estar entre os cem mais influen-tes do Brasil foi preciso mais do que trabalho e dedicação para conquistar tal premiação. “Dizem os meus colegas que sou referência”, conta sorrindo em um tom modesto. O cuidado com cada ra-bisco no papel é, para Ronaldo Borges, o diferencial para conquistar clientes e ser notado no mercado competitivo.

EDIFÍCIO RESIDENCIAL

Em fase fi nal, o prédio se destaca

pelo design futurista

TRIRRIENSE

O carioca por nascimento recebeu o

título de cidadão trirriense das mãos

do vereador Betinho Barbosa

EQUIPE

Ronaldo sentado no centro e os

profi ssionais que o acompanhamC

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Antes

É possível mesmo uma lipo sem cirurgia?A Priscila Estética completa 15 anos e traz um método inovador

Essa lipo sem cirurgia tem um nome específico?

Priscila Estética – Batizamos de lipo-confort por ser confortável, sem dor e sem agulhas. Esforçamo-nos em criar algo que fosse um momento de bem-estar, mas tão eficaz quanto uma lipoaspiração.

A gordura localizada pode ser combatida com exercícios físicos?

O termo “lipo” significa gordura e tirar gordura sem cirurgia sempre foi possível, com dieta e exercícios. A grande questão não é a gordura, mas a célula onde a gordu-ra se armazena, chamada adipósito. E onde ficam essas células em maior quantidade é onde a gordura ficará mais armazenada, ficando pronta para encher novamente. Já na lipoaspiração ou no Lipoconfort ela é eliminada.

Qual a diferença da lipoaspiração do Lipoconfort?

A diferença é justamente a cirurgia. O Lipoconfort oferece segurança e o conforto de não se expor a um ambiente hospitalar com os riscos cirúrgicos, as dores e, sem falar nas possíveis alterações que podem

ocorrer, não alcançando a estética deseja-da. O objetivo do lipoconfort é transformar sem nenhuma agressão.

Como age de fato a lipo não cirúr-gica no organismo já que a gordu-ra não foi aspirada?

Através da bioressonância, a célula adi-posa tem uma frequência própria e o equi-pamento é calibrado em uma frequência que rompe sua membrana. A célula morre e seus detritos eliminados por fagocitose.

Quais equipamentos que são utili-zados?

Os equipamentos são importantes, mas não são como uma máquina de xérox, que é só passar por ela e pronto, o resultado é alcançado. O conhecimento científico e a diferenciação de caso faz toda diferença. Se fosse assim, eu só teria foto de resultado para mostrar agora. Contudo, desde 1999, registramos os resultados com garantia dos mesmos, a diferença é que antes algumas clientes ficavam sem foto, quando o ne-gativo queimava (risos). Como aconteceu com a máquina fotográfica, os equipamen-

tos estéticos evoluíram e nós da Priscila Estética evoluímos junto.

E os resultados acontecem?Com certeza, os resultados são surpre-

endentes a redução é muito relevante, po-rém varia a cada caso em específico. Uns reduzem mais que os outros. Após uma avaliação é proposto o tratamento que se seguido terão resultados que são garanti-dos por meio do certificado de garantia.

A durabilidade dos resultados é o mesmo que uma lipoaspiração?

Como ambos eliminam a célula, a dura-bilidade é a mesma. Nossa proposta é que a transformação seja permanente por isso precisa ser prazerosa e acompanhada por uma equipe multidisciplinar zelosa e amá-vel. O estresse e o excesso de trabalho já agride por demais, as pessoas precisam dar o devido valor a quem sempre nos acompa-nha e que sem ele não faríamos nada, nossa primeira casa: o nosso corpo.

Rua 15 de Novembro, 402, sala 305 Edifício Zilda Matos - Centro Três Rios Telefone: 24-2252-2663Email: [email protected]

Antes DepoisDepois

PUBLIEDITORIAL

Page 77: FB | Revista On Três Rios #05

77revistaon.com.br |

Antes

É possível mesmo uma lipo sem cirurgia?A Priscila Estética completa 15 anos e traz um método inovador

Essa lipo sem cirurgia tem um nome específico?

Priscila Estética – Batizamos de lipo-confort por ser confortável, sem dor e sem agulhas. Esforçamo-nos em criar algo que fosse um momento de bem-estar, mas tão eficaz quanto uma lipoaspiração.

A gordura localizada pode ser combatida com exercícios físicos?

O termo “lipo” significa gordura e tirar gordura sem cirurgia sempre foi possível, com dieta e exercícios. A grande questão não é a gordura, mas a célula onde a gordu-ra se armazena, chamada adipósito. E onde ficam essas células em maior quantidade é onde a gordura ficará mais armazenada, ficando pronta para encher novamente. Já na lipoaspiração ou no Lipoconfort ela é eliminada.

Qual a diferença da lipoaspiração do Lipoconfort?

A diferença é justamente a cirurgia. O Lipoconfort oferece segurança e o conforto de não se expor a um ambiente hospitalar com os riscos cirúrgicos, as dores e, sem falar nas possíveis alterações que podem

ocorrer, não alcançando a estética deseja-da. O objetivo do lipoconfort é transformar sem nenhuma agressão.

Como age de fato a lipo não cirúr-gica no organismo já que a gordu-ra não foi aspirada?

Através da bioressonância, a célula adi-posa tem uma frequência própria e o equi-pamento é calibrado em uma frequência que rompe sua membrana. A célula morre e seus detritos eliminados por fagocitose.

Quais equipamentos que são utili-zados?

Os equipamentos são importantes, mas não são como uma máquina de xérox, que é só passar por ela e pronto, o resultado é alcançado. O conhecimento científico e a diferenciação de caso faz toda diferença. Se fosse assim, eu só teria foto de resultado para mostrar agora. Contudo, desde 1999, registramos os resultados com garantia dos mesmos, a diferença é que antes algumas clientes ficavam sem foto, quando o ne-gativo queimava (risos). Como aconteceu com a máquina fotográfica, os equipamen-

tos estéticos evoluíram e nós da Priscila Estética evoluímos junto.

E os resultados acontecem?Com certeza, os resultados são surpre-

endentes a redução é muito relevante, po-rém varia a cada caso em específico. Uns reduzem mais que os outros. Após uma avaliação é proposto o tratamento que se seguido terão resultados que são garanti-dos por meio do certificado de garantia.

A durabilidade dos resultados é o mesmo que uma lipoaspiração?

Como ambos eliminam a célula, a dura-bilidade é a mesma. Nossa proposta é que a transformação seja permanente por isso precisa ser prazerosa e acompanhada por uma equipe multidisciplinar zelosa e amá-vel. O estresse e o excesso de trabalho já agride por demais, as pessoas precisam dar o devido valor a quem sempre nos acompa-nha e que sem ele não faríamos nada, nossa primeira casa: o nosso corpo.

Rua 15 de Novembro, 402, sala 305 Edifício Zilda Matos - Centro Três Rios Telefone: 24-2252-2663Email: [email protected]

Antes DepoisDepois

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78 | revistaon.com.br

Quem acompanha os blogs do portal R7.com com certeza já se deparou com a saudação “Amado amigo da blogosfera colorida”. O rótulo foi criado pelo jornalista trirriense Eduardo Marini. Vencedor de 11 importantes prêmios da área, fã de Zico, Paulinho da Viola e Massimo Ferrari, ele já passou por veículos renomados, como “Jornal do Brasil”, “Veja” e “IstoÉ”. Depois de conhecer sua história, inspirador é apenas um dos adjetivos que podem ser atribuídos a ele.

A blogosfera colorida de Eduardo Marini

POR PAULA ARAÚJO

Primeiro, quero agradecer a honra de ter sido escolhido para

esta matéria, porque eu acho que não sou p&%$* nenhuma, um nada, um m@#!§.” É assim, com essas palavras, que Eduar-do Marini começa a entrevista. Por trás da modéstia e de uma aparência um tanto ro-busta, apesar da fisionomia pacata, o jor-nalista vai revelando seu lado divertido e apaixonado, tanto pela família quanto pela profissão. Aliás, por pouco Marini não as-sumiu as salas de cirurgia de algum hos-pital. Na época em que prestou vestibular, ele passou no curso de medicina e preten-dia ser cirurgião plástico. “Mas, graças a Deus, mergulhei no jornalismo. Acho que não sei fazer outra coisa”, conta ele que teve medo de não ingressar no mercado, afirmando ser “completamente inseguro”.

Mas, talento não se explica, tanto que sua vida tomou um rumo totalmente di-ferente da dos seus irmãos, Christian e Luciane, que são músicos. Na opinião de Eduardo, “a literatura é uma arte melhor que a música” e ele jamais pensou em se aventurar entre palcos, partituras e com-posições. “Mesmo tendo um gosto muito refinado para música, jeito acho que ele não leva. No entanto, não conheço nin-guém tão competente em conseguir o que quer”, diz a irmã.

As recordações da infância e da adoles-cência de “muita bagunça”, como ele des-creve, se misturam com as das professoras Cora Pena, Elma Medeiros e Morena, sua mãe, já falecida. “Meu irmão sempre este-ve longe de ser ‘malandro’ [risos]. Sem-pre foi ‘caxião’, sempre gostou de estudar muito e foi assim em tudo o que fazia”, diz Christian Marini. Luciane completa: “Éramos uma quadrilha, uma facção, um defendendo o outro [risos]”.

Apesar de não viver mais em Três Rios (atualmente Eduardo Marini mora em Co-tia, São Paulo), é na terra natal que está o seu verdadeiro lar. “Eu amo tanto essa

cidade que fico até emociona-do, tanto que não fico sem

voltar, não consigo me desligar nunca. Três

Rios é meu rei-nado pessoal”,

afirma. “É o lugar onde me sinto em casa,

feliz, onde ando de chinelo ou descalço, onde saio de casa do jeito que tenho que sair, sem ligar para o mundo.”

Integrante da turma de 1983 da Uni-versidade Federal de Juiz de Fora, a car-reira jornalística começou na revista “Do-mingo”, com Alfredo Ribeiro e Joaquim Ferreira dos Santos, ídolo que se tornou amigo pessoal. O foca (jargão que designa o jornalista recém-formado) transitou por várias editorias, como televisão e gastro-nomia, até virar repórter da coluna “Gen-te”, do parceiro Joaquim, que na ocasião havia machucado o joelho e não podia andar muito. “Jornalista das escritas”, como se auto define, Eduardo também tem passagens pelo “Jornal do Brasil” e pela “Veja”, atuando em assuntos internacio-nais. Foi editor de comportamento e editor executivo da revista “IstoÉ”.

A mídia impressa, inclusive, fez com que fosse finalista de 16 premiações, das quais ganhou 11, entre elas o Prêmio Esso de Informação Científica, Tecnologia e Ecológica, junto com Daniel Stycer, em 1998; o Prêmio Icatu de Jornalismo 1997; o Prêmio Senai de Reportagem 2002; e o Prêmio Alexandre Adler, sendo os dois últimos com Luiza Villaméa, a quem Ma-rini considera uma irmã. “Somos amigos muito pessoais e temos uma cumplicidade de trabalho absurda. Uma vez por mês ela cozinha para mim na casa dela”, conta.

Quando questionado sobre a sensação de receber prêmios tão importantes, a despre-tensão vem à tona mais uma vez. “Posso dizer que nenhum cara da minha geração foi finalista em tanta coisa. Mas, quer sa-ber, eu não estou nem aí para tudo isso. Porque o jornalismo não é passado, é pre-sente e futuro. Serve para currículo? Claro que serve. Mas eu não fico pensando muito nisso não. Na verdade, fico até incomoda-do quando as pessoas me lembram disso.”

Torcedor assíduo do Flamengo, o es-

INFÂNCIA

‘cheia de bagunça’, ele guarda

lembranças de suas professoras

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“Posso dizer que nenhum cara da minha geração foi fi nalista em tanta coisa”,diz Marini sobre os prêmios conquistados.

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EDUARDO MARINI

CARREIRA

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Quem acompanha os blogs do portal R7.com com certeza já se deparou com a saudação “Amado amigo da blogosfera colorida”. O rótulo foi criado pelo jornalista trirriense Eduardo Marini. Vencedor de 11 importantes prêmios da área, fã de Zico, Paulinho da Viola e Massimo Ferrari, ele já passou por veículos renomados, como “Jornal do Brasil”, “Veja” e “IstoÉ”. Depois de conhecer sua história, inspirador é apenas um dos adjetivos que podem ser atribuídos a ele.

A blogosfera colorida de Eduardo Marini

POR PAULA ARAÚJO

Primeiro, quero agradecer a honra de ter sido escolhido para

esta matéria, porque eu acho que não sou p&%$* nenhuma, um nada, um m@#!§.” É assim, com essas palavras, que Eduar-do Marini começa a entrevista. Por trás da modéstia e de uma aparência um tanto ro-busta, apesar da fisionomia pacata, o jor-nalista vai revelando seu lado divertido e apaixonado, tanto pela família quanto pela profissão. Aliás, por pouco Marini não as-sumiu as salas de cirurgia de algum hos-pital. Na época em que prestou vestibular, ele passou no curso de medicina e preten-dia ser cirurgião plástico. “Mas, graças a Deus, mergulhei no jornalismo. Acho que não sei fazer outra coisa”, conta ele que teve medo de não ingressar no mercado, afirmando ser “completamente inseguro”.

Mas, talento não se explica, tanto que sua vida tomou um rumo totalmente di-ferente da dos seus irmãos, Christian e Luciane, que são músicos. Na opinião de Eduardo, “a literatura é uma arte melhor que a música” e ele jamais pensou em se aventurar entre palcos, partituras e com-posições. “Mesmo tendo um gosto muito refinado para música, jeito acho que ele não leva. No entanto, não conheço nin-guém tão competente em conseguir o que quer”, diz a irmã.

As recordações da infância e da adoles-cência de “muita bagunça”, como ele des-creve, se misturam com as das professoras Cora Pena, Elma Medeiros e Morena, sua mãe, já falecida. “Meu irmão sempre este-ve longe de ser ‘malandro’ [risos]. Sem-pre foi ‘caxião’, sempre gostou de estudar muito e foi assim em tudo o que fazia”, diz Christian Marini. Luciane completa: “Éramos uma quadrilha, uma facção, um defendendo o outro [risos]”.

Apesar de não viver mais em Três Rios (atualmente Eduardo Marini mora em Co-tia, São Paulo), é na terra natal que está o seu verdadeiro lar. “Eu amo tanto essa

cidade que fico até emociona-do, tanto que não fico sem

voltar, não consigo me desligar nunca. Três

Rios é meu rei-nado pessoal”,

afirma. “É o lugar onde me sinto em casa,

feliz, onde ando de chinelo ou descalço, onde saio de casa do jeito que tenho que sair, sem ligar para o mundo.”

Integrante da turma de 1983 da Uni-versidade Federal de Juiz de Fora, a car-reira jornalística começou na revista “Do-mingo”, com Alfredo Ribeiro e Joaquim Ferreira dos Santos, ídolo que se tornou amigo pessoal. O foca (jargão que designa o jornalista recém-formado) transitou por várias editorias, como televisão e gastro-nomia, até virar repórter da coluna “Gen-te”, do parceiro Joaquim, que na ocasião havia machucado o joelho e não podia andar muito. “Jornalista das escritas”, como se auto define, Eduardo também tem passagens pelo “Jornal do Brasil” e pela “Veja”, atuando em assuntos internacio-nais. Foi editor de comportamento e editor executivo da revista “IstoÉ”.

A mídia impressa, inclusive, fez com que fosse finalista de 16 premiações, das quais ganhou 11, entre elas o Prêmio Esso de Informação Científica, Tecnologia e Ecológica, junto com Daniel Stycer, em 1998; o Prêmio Icatu de Jornalismo 1997; o Prêmio Senai de Reportagem 2002; e o Prêmio Alexandre Adler, sendo os dois últimos com Luiza Villaméa, a quem Ma-rini considera uma irmã. “Somos amigos muito pessoais e temos uma cumplicidade de trabalho absurda. Uma vez por mês ela cozinha para mim na casa dela”, conta.

Quando questionado sobre a sensação de receber prêmios tão importantes, a despre-tensão vem à tona mais uma vez. “Posso dizer que nenhum cara da minha geração foi finalista em tanta coisa. Mas, quer sa-ber, eu não estou nem aí para tudo isso. Porque o jornalismo não é passado, é pre-sente e futuro. Serve para currículo? Claro que serve. Mas eu não fico pensando muito nisso não. Na verdade, fico até incomoda-do quando as pessoas me lembram disso.”

Torcedor assíduo do Flamengo, o es-

INFÂNCIA

‘cheia de bagunça’, ele guarda

lembranças de suas professoras

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“Posso dizer que nenhum cara da minha geração foi fi nalista em tanta coisa”,diz Marini sobre os prêmios conquistados.

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EDUARDO MARINI

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80 | revistaon.com.br

porte é sem dúvida um dos assuntos que mais atraem o profissional da comuni-cação. Eduardo, que já foi comentarista do canal esportivo ESPN, ficou 60 dias do outro lado do mundo, em 2000, mais especificamente em Sydney, na Austrá-lia, onde realizou a cobertura dos jogos olímpicos. “Foi o maior desafio da mi-nha vida”, revela. Durante o período, ele perdeu um dente e precisou se consultar com um dentista local. Lá, também teve a oportunidade de fazer amigos, conhe-cer o interior do país, dormir em lugares simples e com pouco conforto e aprimorar seu inglês. “Foi um inferno, mas me salvei bem, aprendi muito. Amo os desafios da profissão”, acrescenta.

Outro trabalho que merece destaque é a edição de um livro oficial do governo sobre os jogos Pan-Americanos no Brasil, no ano de 2007. Anteriormente, Marini havia sido convidado para editar um ma-terial do Ministério do Esporte a pedido de uma agência particular. Uma pessoa ligada à entidade governamental já o tinha observado e acabou indicando o trirriense para o serviço. Semanas depois, ele esteve com um representante do órgão federal, que propôs o trabalho e Eduardo aceitou. “Acho que foi fruto do que eu havia feito

antes para o ministério”, acredita.Nosso personagem parece mesmo não

temer os reptos impostos pelo jornalismo, afirmando encarar qualquer editoria. Pro-va disso é seu atual cargo: repórter espe-cial do grupo Record e blogueiro do por-tal “R7.com”. Foi o universo virtual que proporcionou o surgimento da saudação “Amigo da blogosfera colorida”, modo como denomina o ambiente em que estão inseridos os blogs. A linguagem exigida na transição das redações para o mundo on-line foi uma das dificuldades encon-tradas. Mas Eduardo, que se considera um “set tecnológico”, logo se adaptou e agora é um amante da função. “Para mim, que achava que tinha que ser intelectual, está sendo um baita desafio e, ao mesmo tempo, uma baita satisfação ter que encon-trar a linguagem para conversar com essa galera que, afinal de contas, já manda em um trilhão e cem bilhões de reais na pa-

rada do PIB do país, não é mesmo?”, fala referindo-se à participação da classe C na sociedade.

No blog, tem total liberdade para es-crever sobre os temas de sua preferência, o que não o impede de aceitar sugestões do grupo empresarial sobre a elaboração de um texto que trate de algo que está em voga, o que ainda não aconteceu. Para ele, o blogueiro consegue chegar mais perto de seu público, principalmente quando se tem um grande portal por trás, como é o seu caso.

Pós-graduado em propaganda e ma-rketing pela ESPM-RJ, Eduardo Marini explica que lecionar é uma das suas “pai-xões supremas”. Ele, que foi professor de jornalismo impresso na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, dividiu as salas de aulas com nomes como Marco Antônio Araújo, Domingos Fraga e Mar-celo Coelho. “Tinha orgulho de pertencer àquele timaço de professores. Só feras e eu ali, compondo o meio de campo”, opi-na. Marini deixou a função por “absoluta falta de tempo”, mas garante retornar no próximo ano.

Defensor do diploma para a valori-zação da profissão, ele diz que se sen-tiu incomodado com a não exigência do

INSPIRAÇÃO FAMILIAR

Ao lado do pai na formatura da sobrinha mais

nova, que seguiu a carreira de Eduardo

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“Três Rios é meu reinado pessoal”,afi rma Eduardo

documento para atuar na área. “Se você me perguntar se alguém precisa fazer fa-culdade para ser bom jornalista, eu diria que não. Mas se você me perguntar se a dignidade e a evolução da profissão pre-cisam de proteção para os formados, eu diria que sim”, argumenta.

Sua vocação influenciou a caçula das três sobrinhas, filhas de Luciane, Íris Ma-rini. “Com mãe professora, avó professo-ra, tio e tia jornalistas, o hábito da leitura e a apreciação das letras e da Língua Por-tuguesa foi consequência e, obviamen-te, ele faz parte disso”, afirma a recém--formada. Eduardo, no entanto, discorda. “Pelo o que tenho visto, sinto que ela é melhor jornalista do que eu. Mais orga-nizada, mais dedicada, mais séria, mais competente, enfim.”

Quando não está envolvido em algum trabalho da Record, o blogueiro assume outro papel na vida profissional, o de dono de uma empresa de comunicação, consultoria e projetos em jornalismo. A “A8 Mãos Comunicação e Multimídia” leva este nome por ser feita justamente a oito mãos, as de Eduardo, da esposa e também jornalista Renata Pedrozo, com quem está há 20 anos, do enteado Luan e da filha Isadora, de 8 anos. “O nome

é uma brincadeira com as nossas mãos. Não quero ser uma sobra para a Isado-ra. Ela ainda é muito pequena e tudo isso acaba sendo muito pesado”, declara ao ser questionado se acredita que a filha poderá seguir os seus passos.

Aliás, o segundo nome da pequena é Morena, em homenagem à mãe. Maria José Barbosa Marini, mais conhecida como Dona Morena, figura querida e ad-mirada por todos os que conviveram com ela. Para Eduardo, foi difícil lidar com o falecimento da matriarca e confessa que a vida passou a fazer pouco sentido para ele. “Queria morrer, de verdade. Cheguei até a conspirar por isso. Depois, com o tempo, fui melhorando. Acho que a Dona Morena foi a luz de um foguetório que passou entre nós.”

Ainda que com tantas conquistas al-cançadas na vida, o jornalista acha com-plicado afirmar se é ou não um homem realizado, mas tem certeza de que é “um dos caras mais sortudos da face da Terra” e recebeu “três vezes mais o que mere-cia”. Um sonho? “Poder voltar a viver no apartamento de Três Rios, minha terra amada, trabalhando e dormindo em casa. Deus me deu um monte de coisas e vai me dar isso também”, responde.

ESSO

Marini recebendo o Prêmio. Apesar

da importância, ele não gosta de

comentar sobre o assunto

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CARREIRA

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porte é sem dúvida um dos assuntos que mais atraem o profissional da comuni-cação. Eduardo, que já foi comentarista do canal esportivo ESPN, ficou 60 dias do outro lado do mundo, em 2000, mais especificamente em Sydney, na Austrá-lia, onde realizou a cobertura dos jogos olímpicos. “Foi o maior desafio da mi-nha vida”, revela. Durante o período, ele perdeu um dente e precisou se consultar com um dentista local. Lá, também teve a oportunidade de fazer amigos, conhe-cer o interior do país, dormir em lugares simples e com pouco conforto e aprimorar seu inglês. “Foi um inferno, mas me salvei bem, aprendi muito. Amo os desafios da profissão”, acrescenta.

Outro trabalho que merece destaque é a edição de um livro oficial do governo sobre os jogos Pan-Americanos no Brasil, no ano de 2007. Anteriormente, Marini havia sido convidado para editar um ma-terial do Ministério do Esporte a pedido de uma agência particular. Uma pessoa ligada à entidade governamental já o tinha observado e acabou indicando o trirriense para o serviço. Semanas depois, ele esteve com um representante do órgão federal, que propôs o trabalho e Eduardo aceitou. “Acho que foi fruto do que eu havia feito

antes para o ministério”, acredita.Nosso personagem parece mesmo não

temer os reptos impostos pelo jornalismo, afirmando encarar qualquer editoria. Pro-va disso é seu atual cargo: repórter espe-cial do grupo Record e blogueiro do por-tal “R7.com”. Foi o universo virtual que proporcionou o surgimento da saudação “Amigo da blogosfera colorida”, modo como denomina o ambiente em que estão inseridos os blogs. A linguagem exigida na transição das redações para o mundo on-line foi uma das dificuldades encon-tradas. Mas Eduardo, que se considera um “set tecnológico”, logo se adaptou e agora é um amante da função. “Para mim, que achava que tinha que ser intelectual, está sendo um baita desafio e, ao mesmo tempo, uma baita satisfação ter que encon-trar a linguagem para conversar com essa galera que, afinal de contas, já manda em um trilhão e cem bilhões de reais na pa-

rada do PIB do país, não é mesmo?”, fala referindo-se à participação da classe C na sociedade.

No blog, tem total liberdade para es-crever sobre os temas de sua preferência, o que não o impede de aceitar sugestões do grupo empresarial sobre a elaboração de um texto que trate de algo que está em voga, o que ainda não aconteceu. Para ele, o blogueiro consegue chegar mais perto de seu público, principalmente quando se tem um grande portal por trás, como é o seu caso.

Pós-graduado em propaganda e ma-rketing pela ESPM-RJ, Eduardo Marini explica que lecionar é uma das suas “pai-xões supremas”. Ele, que foi professor de jornalismo impresso na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, dividiu as salas de aulas com nomes como Marco Antônio Araújo, Domingos Fraga e Mar-celo Coelho. “Tinha orgulho de pertencer àquele timaço de professores. Só feras e eu ali, compondo o meio de campo”, opi-na. Marini deixou a função por “absoluta falta de tempo”, mas garante retornar no próximo ano.

Defensor do diploma para a valori-zação da profissão, ele diz que se sen-tiu incomodado com a não exigência do

INSPIRAÇÃO FAMILIAR

Ao lado do pai na formatura da sobrinha mais

nova, que seguiu a carreira de Eduardo

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“Três Rios é meu reinado pessoal”,afi rma Eduardo

documento para atuar na área. “Se você me perguntar se alguém precisa fazer fa-culdade para ser bom jornalista, eu diria que não. Mas se você me perguntar se a dignidade e a evolução da profissão pre-cisam de proteção para os formados, eu diria que sim”, argumenta.

Sua vocação influenciou a caçula das três sobrinhas, filhas de Luciane, Íris Ma-rini. “Com mãe professora, avó professo-ra, tio e tia jornalistas, o hábito da leitura e a apreciação das letras e da Língua Por-tuguesa foi consequência e, obviamen-te, ele faz parte disso”, afirma a recém--formada. Eduardo, no entanto, discorda. “Pelo o que tenho visto, sinto que ela é melhor jornalista do que eu. Mais orga-nizada, mais dedicada, mais séria, mais competente, enfim.”

Quando não está envolvido em algum trabalho da Record, o blogueiro assume outro papel na vida profissional, o de dono de uma empresa de comunicação, consultoria e projetos em jornalismo. A “A8 Mãos Comunicação e Multimídia” leva este nome por ser feita justamente a oito mãos, as de Eduardo, da esposa e também jornalista Renata Pedrozo, com quem está há 20 anos, do enteado Luan e da filha Isadora, de 8 anos. “O nome

é uma brincadeira com as nossas mãos. Não quero ser uma sobra para a Isado-ra. Ela ainda é muito pequena e tudo isso acaba sendo muito pesado”, declara ao ser questionado se acredita que a filha poderá seguir os seus passos.

Aliás, o segundo nome da pequena é Morena, em homenagem à mãe. Maria José Barbosa Marini, mais conhecida como Dona Morena, figura querida e ad-mirada por todos os que conviveram com ela. Para Eduardo, foi difícil lidar com o falecimento da matriarca e confessa que a vida passou a fazer pouco sentido para ele. “Queria morrer, de verdade. Cheguei até a conspirar por isso. Depois, com o tempo, fui melhorando. Acho que a Dona Morena foi a luz de um foguetório que passou entre nós.”

Ainda que com tantas conquistas al-cançadas na vida, o jornalista acha com-plicado afirmar se é ou não um homem realizado, mas tem certeza de que é “um dos caras mais sortudos da face da Terra” e recebeu “três vezes mais o que mere-cia”. Um sonho? “Poder voltar a viver no apartamento de Três Rios, minha terra amada, trabalhando e dormindo em casa. Deus me deu um monte de coisas e vai me dar isso também”, responde.

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da importância, ele não gosta de

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Fitness e funcionalidadeA ditadura da beleza não dá descanso e a mídia enfatiza formas perfeitas e pessoas aparentemente saudáveis o tempo todo. Para manter o corpo em equilíbrio e a saúde em dia, um novo conceito em exercícios físicos está conquistando adeptos academias afora, trata-se da atividade funcional.

POR PAULA ARAÚJO

Esqueça as caretas feitas por quem costuma “puxar ferro” e aulas repetitivas e ensaiadas. Um novo fitness está mexendo

com os corpos nos estúdios e academias do país. Imagine não precisar fazer es-forço ou sentir incômodo para agachar, sustentar algum objeto ou simplesmente levantar os braços. Pois essas atividades triviais são o principal alvo de quem pra-tica o chamado exercício funcional, uma modalidade que está se popularizando depois de ser aplicada especialmente em esportistas e atletas de alta performance.

Diferentemente da musculação con-vencional e das aulas de exercícios lo-calizados, o funcional contempla equi-pamentos desenvolvidos para alcançar determinado objetivo utilizando o peso do próprio corpo. A ideia é atingir a fun-cionalidade corporal de modo a realizar as atividades do dia a dia com mais efici-ência. A prática atua em mais de um gru-po muscular ao mesmo tempo, como os paravertebrais e o core - região lombar e abdominal onde se encontra o ponto de equilíbrio de cada indivíduo -, ao contrá-rio da musculação, que age isoladamente nos músculos periféricos, dando, visivel-mente, a sensação de se estar “forte”.

Segundo a página do Instituto Mau-ro Guiselini na internet – entidade que leva o nome do professor e mestre em educação física Mauro Guiselini, autor de 22 livros na área -, os exercícios com isolamento muscular são praticados por quem quer obter músculos fortes e bem delineados; já os funcionais servem para dar agilidade e potência, aumentando a capacidade de se movimentar bem. “O exercício funcional melhora a postu-ra, o equilíbrio, a coordenação, elimina e combate as dores laborais, além de deixar o corpo mais apto para a rotina diária”, explica o personal trainer Tia-go Vasconcelos, do Espaço Fitness, em Três Rios.

Outro diferencial do método é que ele pode ser praticado por qualquer

pessoa, em qualquer idade e sem riscos, “desde que o exercício seja executado corretamente e bem orien-

tado”, alerta Vasconcelos,

que treina uma criança de 10 anos. Po-rém, o personal acrescenta que quem já fez alguma atividade tende a ter mais fa-cilidade, devido à memória física que o corpo adquire.

Matheus Abreu, 16, joga tênis desde os 6 anos de idade e estava na sua pri-meira aula durante a visita da Revista On ao Espaço Fitness. “Jogar tênis é mais fácil”, disse ele ofegante após uma hora de treino. Para o adolescente, o fun-cional irá ajudá-lo no desempenho como atleta, além de manter o bem-estar físico e a saúde. “Acredito que vou ganhar con-dicionamento, equilíbrio, força e agilida-de”, disse.

Para começar qualquer atividade é preciso que o aluno passe por uma ava-liação médica e de aptidão física. “Além

dos testes tradicionais para analisar as capacidades de resistência cardiorrespi-ratória, força, resistência e flexibilidade, atualmente a avaliação funcional passa a ser utilizada nos aspectos relacionados à qualidade de movimento, incluindo mo-bilidade, estabilidade e assimetria mus-cular”, esclarece o site do Instituto Mau-ro Guiselini.

O perfil de quem busca esse novo fi-tness também é diferente. São pessoas que levam em conta a satisfação, a saúde e um melhor desempenho, indo além das exigências físicas impostas pela mídia e pela sociedade. É o caso do contador Fabiano Corrêa de Castro, 24, que des-de abril optou pela atividade funcional. “Quero eliminar peso e além da parte ae-róbica, os exercícios funcionais são bem diversificados. Já tinha ouvido sobre o estúdio [Espaço Fitness], mas ainda não tinha acesso”, conta ele que treina todos os dias. “O maior diferencial é o acom-panhamento do profissional, que identi-fica o objetivo do aluno e atua de forma individual”, acrescenta.

O professor Marcel Costa, também do espaço trirriense, enfatiza a questão dos modismos nas academias e ressalta que o exercício é uma questão de bem-estar e qualidade de vida. “Procuramos não ape-

“O exercício funcional melhora a postura, o equilíbrio, a coordenação, além de deixar o corpo mais apto para a rotina diária” Tiago Vasconcelos, personal trainer

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FABIANO CORRÊA

Desde abril optou pela

atividade funcional

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Fitness e funcionalidadeA ditadura da beleza não dá descanso e a mídia enfatiza formas perfeitas e pessoas aparentemente saudáveis o tempo todo. Para manter o corpo em equilíbrio e a saúde em dia, um novo conceito em exercícios físicos está conquistando adeptos academias afora, trata-se da atividade funcional.

POR PAULA ARAÚJO

Esqueça as caretas feitas por quem costuma “puxar ferro” e aulas repetitivas e ensaiadas. Um novo fitness está mexendo

com os corpos nos estúdios e academias do país. Imagine não precisar fazer es-forço ou sentir incômodo para agachar, sustentar algum objeto ou simplesmente levantar os braços. Pois essas atividades triviais são o principal alvo de quem pra-tica o chamado exercício funcional, uma modalidade que está se popularizando depois de ser aplicada especialmente em esportistas e atletas de alta performance.

Diferentemente da musculação con-vencional e das aulas de exercícios lo-calizados, o funcional contempla equi-pamentos desenvolvidos para alcançar determinado objetivo utilizando o peso do próprio corpo. A ideia é atingir a fun-cionalidade corporal de modo a realizar as atividades do dia a dia com mais efici-ência. A prática atua em mais de um gru-po muscular ao mesmo tempo, como os paravertebrais e o core - região lombar e abdominal onde se encontra o ponto de equilíbrio de cada indivíduo -, ao contrá-rio da musculação, que age isoladamente nos músculos periféricos, dando, visivel-mente, a sensação de se estar “forte”.

Segundo a página do Instituto Mau-ro Guiselini na internet – entidade que leva o nome do professor e mestre em educação física Mauro Guiselini, autor de 22 livros na área -, os exercícios com isolamento muscular são praticados por quem quer obter músculos fortes e bem delineados; já os funcionais servem para dar agilidade e potência, aumentando a capacidade de se movimentar bem. “O exercício funcional melhora a postu-ra, o equilíbrio, a coordenação, elimina e combate as dores laborais, além de deixar o corpo mais apto para a rotina diária”, explica o personal trainer Tia-go Vasconcelos, do Espaço Fitness, em Três Rios.

Outro diferencial do método é que ele pode ser praticado por qualquer

pessoa, em qualquer idade e sem riscos, “desde que o exercício seja executado corretamente e bem orien-

tado”, alerta Vasconcelos,

que treina uma criança de 10 anos. Po-rém, o personal acrescenta que quem já fez alguma atividade tende a ter mais fa-cilidade, devido à memória física que o corpo adquire.

Matheus Abreu, 16, joga tênis desde os 6 anos de idade e estava na sua pri-meira aula durante a visita da Revista On ao Espaço Fitness. “Jogar tênis é mais fácil”, disse ele ofegante após uma hora de treino. Para o adolescente, o fun-cional irá ajudá-lo no desempenho como atleta, além de manter o bem-estar físico e a saúde. “Acredito que vou ganhar con-dicionamento, equilíbrio, força e agilida-de”, disse.

Para começar qualquer atividade é preciso que o aluno passe por uma ava-liação médica e de aptidão física. “Além

dos testes tradicionais para analisar as capacidades de resistência cardiorrespi-ratória, força, resistência e flexibilidade, atualmente a avaliação funcional passa a ser utilizada nos aspectos relacionados à qualidade de movimento, incluindo mo-bilidade, estabilidade e assimetria mus-cular”, esclarece o site do Instituto Mau-ro Guiselini.

O perfil de quem busca esse novo fi-tness também é diferente. São pessoas que levam em conta a satisfação, a saúde e um melhor desempenho, indo além das exigências físicas impostas pela mídia e pela sociedade. É o caso do contador Fabiano Corrêa de Castro, 24, que des-de abril optou pela atividade funcional. “Quero eliminar peso e além da parte ae-róbica, os exercícios funcionais são bem diversificados. Já tinha ouvido sobre o estúdio [Espaço Fitness], mas ainda não tinha acesso”, conta ele que treina todos os dias. “O maior diferencial é o acom-panhamento do profissional, que identi-fica o objetivo do aluno e atua de forma individual”, acrescenta.

O professor Marcel Costa, também do espaço trirriense, enfatiza a questão dos modismos nas academias e ressalta que o exercício é uma questão de bem-estar e qualidade de vida. “Procuramos não ape-

“O exercício funcional melhora a postura, o equilíbrio, a coordenação, além de deixar o corpo mais apto para a rotina diária” Tiago Vasconcelos, personal trainer

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Desde abril optou pela

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nas trazer os alunos para o estúdio, mas convencê-los de que exercitar-se é algo que vai colaborar para uma vida mais saudável no futuro, mantendo-os em mo-vimento o ano todo”, diz ele a respeito daqueles que procuram uma atividade somente em períodos sazonais.

O público da academia que oferece a modalidade em Três Rios é bem dividi-do entre os gêneros. Dentre as mulheres, está a comerciante Grasiella Oliveira Vieira Leal, de 31 anos. Ela, que já havia praticado exercícios físicos anteriormen-te, garante que o sistema funcional é bas-tante eficaz. “Não tem como ‘enrolar’, pois o professor nos monitora o tempo todo. Minha qualidade de vida melhorou como um todo. Acordo mais animada,

mais disposta e meus movimentos diários estão bem melhores”, apontou. Em três meses de prática, Grasiella perdeu 3 kg de gordura e ganhou outros três de massa muscular.

Para quem não pretende abandonar os meios já consagrados de exercitar o corpo, é possível combinar a forma tra-dicional com o treinamento funcional, intercalando as duas modalidades. Vale ressaltar que o segundo não é recomen-dado para quem apenas quer adquirir massa magra. “Esse tipo de atividade tem uma hipertrofia muscular limitada, pois não aplica a sobrecarga da musculação”, explica Tiago. No entanto é uma boa opção para aqueles que têm como meta perder peso, por meio da realização de circuitos de alta frequência. Marcel conta que, durante os treinos, uma pessoa pode perder mais de 700 calorias.

Equipamentos e exercícios

Um dos aparelhos usados é o TRX (treino em suspensão), surgido do prepa-ro dos Seals - grupo de elite da marinha americana, o mesmo que atuou na mor-te de Osama Bin Laden - como forma de

exercitar os soldados em qualquer lugar com um único equipamento. O TRX faz do peso do praticante uma resistência va-riável e baseia-se na força e na proprio-cepção, termo que descreve a percepção corporal e inclui a consciência da postura, do movimento, das partes do corpo e das mudanças no equilíbrio, além de englobar as sensações de movimentação e de posi-ção articular.

Outro instrumento é o bosu, uma es-pécie de bola cortada ao meio, utilizada principalmente para exercícios de equi-líbrio. “Só de subir no bosu você já tra-balha a estabilidade do quadril”, afirma Vasconcelos.

Uma bola que pesa 5 kg, chamada me-dicine ball, e outra que quica sem uma direção ordenada também fazem parte do treinamento, que, feito de forma persona-lizada, de acordo com o objetivo de cada pessoa, pode ser voltado para melhorar os movimentos de um esporte específico, como faz o tenista Matheus.

Para elaborar o programa de treina-mento, o profissional precisa focar exata-mente na meta de cada aluno, devendo sa-ber se ele deseja melhorar o desempenho das atividades cotidianas, a estética ou o

“Tentamos convencer os alunos de que exercitar-se é algo que vai colaborar para uma vida mais saudável no futuro”Marcel Costa, professor

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COMBINAÇÃO

Quem não pretende abandonar os

métodos tradicionais pode unir com

o treinamento funcional

rendimento, no caso de um esportista. Outro fator interessante é que, como

os aparelhos são desenhados para exigir mais do aluno, atuando no equilíbrio e na

concentração, não há limite de exercícios. “Depende da criatividade de cada instru-tor e daquilo que se pretende trabalhar”, explica o professor Tiago.

RESISTÊNCIA

Além da força e do equilíbrio,

objetivo do funcional é levar

qualidade de vida aos praticantes

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anos 70 anos 80 anos 90 anos 2000Até o início da década de 70, as academias eram frequentadas predominantemente por homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu para quebrar o preconceito em torno halterofilis-mo e até mesmo para atrair as mulheres para a atividade.

A febre do bem-estar físico invadiu as academias nos anos 80. A influência dessa nova onda fitness foi marcada pelo lançamento do primeiro vídeo da série “Workout”, da atriz Jane Fonda. Foi nessa época que a ginástica aeróbica se tornou responsável pela explosão de mulheres nas academias.

Seguindo a linha wellness, a evolução do fitness caminhou para treinamentos que combinam força, equilíbrio e flexibilida-de, culminando em um bom condicionamento físico, saúde e equilíbrio da mente. Foi assim com o método pilates e, mais recentemente, com a atividade funcional.

Com a abertura do mercado externo, as academias viram-se obrigadas a moderni-zar seus aparelhos, bem como suas estrutura, aulas e tendências. Influen-ciadas pela Europa e pelos Estados Unidos, as academias do Rio e de São Paulo, principalmente, incorporaram aparelhos eletrônicos de musculação (uma coqueluche na época), desenvolvidos a partir da fusão da informáti-ca e da tecnologia.

SAÚDE

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nas trazer os alunos para o estúdio, mas convencê-los de que exercitar-se é algo que vai colaborar para uma vida mais saudável no futuro, mantendo-os em mo-vimento o ano todo”, diz ele a respeito daqueles que procuram uma atividade somente em períodos sazonais.

O público da academia que oferece a modalidade em Três Rios é bem dividi-do entre os gêneros. Dentre as mulheres, está a comerciante Grasiella Oliveira Vieira Leal, de 31 anos. Ela, que já havia praticado exercícios físicos anteriormen-te, garante que o sistema funcional é bas-tante eficaz. “Não tem como ‘enrolar’, pois o professor nos monitora o tempo todo. Minha qualidade de vida melhorou como um todo. Acordo mais animada,

mais disposta e meus movimentos diários estão bem melhores”, apontou. Em três meses de prática, Grasiella perdeu 3 kg de gordura e ganhou outros três de massa muscular.

Para quem não pretende abandonar os meios já consagrados de exercitar o corpo, é possível combinar a forma tra-dicional com o treinamento funcional, intercalando as duas modalidades. Vale ressaltar que o segundo não é recomen-dado para quem apenas quer adquirir massa magra. “Esse tipo de atividade tem uma hipertrofia muscular limitada, pois não aplica a sobrecarga da musculação”, explica Tiago. No entanto é uma boa opção para aqueles que têm como meta perder peso, por meio da realização de circuitos de alta frequência. Marcel conta que, durante os treinos, uma pessoa pode perder mais de 700 calorias.

Equipamentos e exercícios

Um dos aparelhos usados é o TRX (treino em suspensão), surgido do prepa-ro dos Seals - grupo de elite da marinha americana, o mesmo que atuou na mor-te de Osama Bin Laden - como forma de

exercitar os soldados em qualquer lugar com um único equipamento. O TRX faz do peso do praticante uma resistência va-riável e baseia-se na força e na proprio-cepção, termo que descreve a percepção corporal e inclui a consciência da postura, do movimento, das partes do corpo e das mudanças no equilíbrio, além de englobar as sensações de movimentação e de posi-ção articular.

Outro instrumento é o bosu, uma es-pécie de bola cortada ao meio, utilizada principalmente para exercícios de equi-líbrio. “Só de subir no bosu você já tra-balha a estabilidade do quadril”, afirma Vasconcelos.

Uma bola que pesa 5 kg, chamada me-dicine ball, e outra que quica sem uma direção ordenada também fazem parte do treinamento, que, feito de forma persona-lizada, de acordo com o objetivo de cada pessoa, pode ser voltado para melhorar os movimentos de um esporte específico, como faz o tenista Matheus.

Para elaborar o programa de treina-mento, o profissional precisa focar exata-mente na meta de cada aluno, devendo sa-ber se ele deseja melhorar o desempenho das atividades cotidianas, a estética ou o

“Tentamos convencer os alunos de que exercitar-se é algo que vai colaborar para uma vida mais saudável no futuro”Marcel Costa, professor

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COMBINAÇÃO

Quem não pretende abandonar os

métodos tradicionais pode unir com

o treinamento funcional

rendimento, no caso de um esportista. Outro fator interessante é que, como

os aparelhos são desenhados para exigir mais do aluno, atuando no equilíbrio e na

concentração, não há limite de exercícios. “Depende da criatividade de cada instru-tor e daquilo que se pretende trabalhar”, explica o professor Tiago.

RESISTÊNCIA

Além da força e do equilíbrio,

objetivo do funcional é levar

qualidade de vida aos praticantes

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anos 70 anos 80 anos 90 anos 2000Até o início da década de 70, as academias eram frequentadas predominantemente por homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu para quebrar o preconceito em torno halterofilis-mo e até mesmo para atrair as mulheres para a atividade.

A febre do bem-estar físico invadiu as academias nos anos 80. A influência dessa nova onda fitness foi marcada pelo lançamento do primeiro vídeo da série “Workout”, da atriz Jane Fonda. Foi nessa época que a ginástica aeróbica se tornou responsável pela explosão de mulheres nas academias.

Seguindo a linha wellness, a evolução do fitness caminhou para treinamentos que combinam força, equilíbrio e flexibilida-de, culminando em um bom condicionamento físico, saúde e equilíbrio da mente. Foi assim com o método pilates e, mais recentemente, com a atividade funcional.

Com a abertura do mercado externo, as academias viram-se obrigadas a moderni-zar seus aparelhos, bem como suas estrutura, aulas e tendências. Influen-ciadas pela Europa e pelos Estados Unidos, as academias do Rio e de São Paulo, principalmente, incorporaram aparelhos eletrônicos de musculação (uma coqueluche na época), desenvolvidos a partir da fusão da informáti-ca e da tecnologia.

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Os milagres da equoterapia

Considerada por especialistas como uma medicina nova no tratamento de doenças, a equoterapia é uma prática antiga. Há registros de que em 458 a 377 a.C. as atividades eram realizadas por cavalheiros para melhorar o tônus muscular. A informação está no livro “Das Dietas” do grego Hipócrates de Loo. Hoje a prática equestre é usada em pessoas de todas as idades. O procedimento envolve uma equipe multiprofi ssional.

POR ANA PAULA CANEDA

A Equoterapia é uma ciência interdisciplinar que utili-za o cavalo para atuar nas áreas da saúde, educação e

equitação. Ela engloba profissionais da psicologia, fisioterapeutas e o equitador que cuida do animal. Um grupo que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Em Três Rios, a ativi-dade é praticada na Apae há sete anos. Lá atendem jovens alunos da instituição na unidade no bairro Ponte das Garças.

Os resultados são quase imediatos e o tratamento é dividido em três fases. Na primeira etapa classificada como hi-poterapia, a criança é mais dependente, precisa da companhia dos profissionais para realizar os exercícios. Na segunda, o paciente está mais independente com domínio do animal. Assim, dependem menos da equipe que continua com os estímulos. Esta fase é denominada pré--educativa. A terceira é caracterizada como esportiva. O jovem continua esti-mulado, mantém o domínio completo do animal, contudo, agora realiza exercícios característicos do hipismo. “Nossos alu-nos tiveram uma melhora significativa após o início das atividades com o cava-lo”, enfatiza a psicóloga e coordenadora do projeto na Apae, Neidicéia Soares da Costa Silva.

A prática esportiva só não é mais completa por falta de espaço. Assim, fica inviável executar todos os exer-cícios que o hipismo dispõe. A equipe de equoterapia da Apae é formada por três fisioterapeutas, uma psicóloga, uma fonoaudióloga, um equitador e pe-los guias: Gilson Amaral Araújo, 40, e Gilberto Alves Silvério, 26. Eles eram alunos, evoluíram no tratamento e agora contratados, ajudam a turma.

A atividade exige todo o corpo. Con-tribui para a coordenação motora, equi-líbrio, flexibilidade e revigora os mús-culos. Desde o primeiro contato com o cavalo até a última etapa, a terapia oferece ao paciente novas formas de so-cialização, autoconfiança e auto-estima. “Trabalha também limite, segurança e estabilidade. No caso do autista, que está sempre se isolando, é uma manei-ra de trazê-lo para o convívio social”, acrescenta Neidicéia. Cerca de 2.800

movimentos são realizados durante meia hora de exercícios. “O cérebro começa a associar os movimentos estimulando o sistema nervoso”, explica a fisioterapeu-ta Ana Helena Ferreira.

A equoterapia começa com a inte-ração com o cavalo. “Diferente de um ambulatório, o ambiente favorece o tra-tamento”, enfatiza Ana. Cada criança responde de uma forma diferente e não

há como estabelecer um tempo exato para esse procedimento. “A marcha do cavalo é a mais parecida com a do ser humano. Só da criança estar nele, já está sendo tratada. É um animal que está o tempo todo em movimento”, destaca a fisioterapeuta.

Ainda assim, todo paciente deve pas-sar por uma junta médica que vai avaliar se ele tem reais condições de iniciar a terapia. É aconselhado que o diagnóstico seja feito por profissionais das áreas de saúde e educação. Essa terapia é contra indicada em pessoas com problemas de convulsões, cardiopatia e síndrome de down, casos em que o portador pode apresentar instabilidade cervical. A prá-tica é indicada em doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, mentais, dis-túrbios psicológicos, comportamentais, de aprendizagem e linguagem. O proce-dimento também é eficaz em sequelas de traumas e cirurgias.

Muitos pais não sabem como lidar

“A marcha do cavalo é a mais parecida com a do ser humano”,explica a fi sioterapeuta Ana Helena Ferreira.

TRATAMENTO

INTERDISCIPLINAR

Mailson precisa do apoio da

fi sioterapeuta Ana Helena

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INDEPENDENTE

Sozinho no cavalo, Ibson recebe a atenção

do fi sioterapeuta e equitador José Eduardo

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Os milagres da equoterapia

Considerada por especialistas como uma medicina nova no tratamento de doenças, a equoterapia é uma prática antiga. Há registros de que em 458 a 377 a.C. as atividades eram realizadas por cavalheiros para melhorar o tônus muscular. A informação está no livro “Das Dietas” do grego Hipócrates de Loo. Hoje a prática equestre é usada em pessoas de todas as idades. O procedimento envolve uma equipe multiprofi ssional.

POR ANA PAULA CANEDA

A Equoterapia é uma ciência interdisciplinar que utili-za o cavalo para atuar nas áreas da saúde, educação e

equitação. Ela engloba profissionais da psicologia, fisioterapeutas e o equitador que cuida do animal. Um grupo que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Em Três Rios, a ativi-dade é praticada na Apae há sete anos. Lá atendem jovens alunos da instituição na unidade no bairro Ponte das Garças.

Os resultados são quase imediatos e o tratamento é dividido em três fases. Na primeira etapa classificada como hi-poterapia, a criança é mais dependente, precisa da companhia dos profissionais para realizar os exercícios. Na segunda, o paciente está mais independente com domínio do animal. Assim, dependem menos da equipe que continua com os estímulos. Esta fase é denominada pré--educativa. A terceira é caracterizada como esportiva. O jovem continua esti-mulado, mantém o domínio completo do animal, contudo, agora realiza exercícios característicos do hipismo. “Nossos alu-nos tiveram uma melhora significativa após o início das atividades com o cava-lo”, enfatiza a psicóloga e coordenadora do projeto na Apae, Neidicéia Soares da Costa Silva.

A prática esportiva só não é mais completa por falta de espaço. Assim, fica inviável executar todos os exer-cícios que o hipismo dispõe. A equipe de equoterapia da Apae é formada por três fisioterapeutas, uma psicóloga, uma fonoaudióloga, um equitador e pe-los guias: Gilson Amaral Araújo, 40, e Gilberto Alves Silvério, 26. Eles eram alunos, evoluíram no tratamento e agora contratados, ajudam a turma.

A atividade exige todo o corpo. Con-tribui para a coordenação motora, equi-líbrio, flexibilidade e revigora os mús-culos. Desde o primeiro contato com o cavalo até a última etapa, a terapia oferece ao paciente novas formas de so-cialização, autoconfiança e auto-estima. “Trabalha também limite, segurança e estabilidade. No caso do autista, que está sempre se isolando, é uma manei-ra de trazê-lo para o convívio social”, acrescenta Neidicéia. Cerca de 2.800

movimentos são realizados durante meia hora de exercícios. “O cérebro começa a associar os movimentos estimulando o sistema nervoso”, explica a fisioterapeu-ta Ana Helena Ferreira.

A equoterapia começa com a inte-ração com o cavalo. “Diferente de um ambulatório, o ambiente favorece o tra-tamento”, enfatiza Ana. Cada criança responde de uma forma diferente e não

há como estabelecer um tempo exato para esse procedimento. “A marcha do cavalo é a mais parecida com a do ser humano. Só da criança estar nele, já está sendo tratada. É um animal que está o tempo todo em movimento”, destaca a fisioterapeuta.

Ainda assim, todo paciente deve pas-sar por uma junta médica que vai avaliar se ele tem reais condições de iniciar a terapia. É aconselhado que o diagnóstico seja feito por profissionais das áreas de saúde e educação. Essa terapia é contra indicada em pessoas com problemas de convulsões, cardiopatia e síndrome de down, casos em que o portador pode apresentar instabilidade cervical. A prá-tica é indicada em doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, mentais, dis-túrbios psicológicos, comportamentais, de aprendizagem e linguagem. O proce-dimento também é eficaz em sequelas de traumas e cirurgias.

Muitos pais não sabem como lidar

“A marcha do cavalo é a mais parecida com a do ser humano”,explica a fi sioterapeuta Ana Helena Ferreira.

TRATAMENTO

INTERDISCIPLINAR

Mailson precisa do apoio da

fi sioterapeuta Ana Helena

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INDEPENDENTE

Sozinho no cavalo, Ibson recebe a atenção

do fi sioterapeuta e equitador José Eduardo

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com a criança. “A evolução do filho com o tratamento permite uma aproximação com a família. Mesmo sem o cavalo é im-portante que o aluno continue recebendo os estímulos em casa”, aconselha Neidi-céia. Atividades com a bola, o bambolê e pedagógicas podem ser realizadas sem o animal.

Mailson Luiz Eulálio, 23, tem um re-tardo mental avançado e foi detectada uma cegueira temporária. Ele participa das atividades com auxílio integral da fi-sioterapeuta Ana Helena. “Até aos quatro anos ele era uma criança normal, andava, falava, corria, jogava bola e não apresen-tava os sintomas. Os médicos fizeram pesquisas, mas ainda não identificaram o que causou tudo isso”, declara a mãe Lucia Maria Bastos Luiz, 49. “O Mailson está mais forte mesmo sem a mobilidade nesses três meses de tratamento”, analisa a psicóloga. Hoje, segundo ela, Eulálio já consegue perceber a movimentação em sua volta.

Portador da Síndrome de Down Leve, Ibson Carvalho Silva Luccas, 6, esta na segunda etapa do procedimento. Ele não possui características marcantes da sín-drome como base nasal mais larga, boca e orelhas pequenas e excesso de pele na nuca. O jovem começou a estudar na esco-la da Apae e hoje frequenta o pré-escolar em uma escola municipal. O tratamento já fez um ano. “Os resultados foram imedia-tos, meu filho é muito esperto. As vezes ele enrola, mas quando quer, fala com cla-reza”, revelou a mãe Andresa Simões de Carvalho Silva, 27.

Cláudia Lúcia Rodrigues dos Santos, 35, é mãe de Bárbara Victória dos Santos Teodo, 5. A gravidez dela foi normal. En-tretanto, foi no parto que a situação com-plicou. A menina ficou sem oxigenação. “Ela tem dificuldades para aprender. Co-meçou a andar aos três anos. A terapia me-lhorou a postura da minha filha”, enfatiza a dona de casa.

Na terceira fase, Natália Daniela Go-mes da Silva, 15, tem o domínio total do cavalo. Atualmente, executa alguns exer-cícios de equitação sozinha. A jovem, que tem um leve retardo metal ocasionando por um défit de atenção, faz atividades que antes não conseguia. “Hoje eu consigo pu-lar corda. Antes não conseguia manter o equilíbrio”, conta.

“A terapia melhorou a postura da minha fi lha”,enfatiza Cláudia Lúcia Rodrigues dos Santos

DEDICAÇÃO

Alunos e a equipe da equoterapia da Apae

TRATAMENTO

Bárbara tem difi culdades

para aprender e começa

a sessão já na parte

pedagógica

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Equoterapia em Três Rios

No início, as atividades eram realiza-das em um espaço cedido para a Apae, em uma fazenda próxima ao morro do cemitério, no centro da cidade. Há quatro anos ganharam uma sede própria loca-lizada na rua Santa Maria, s/n, no bairro Ponte das Garças em Três Rios. A maioria dos alunos vão acompanhados pelos pais e os outros chegam através do transporte da instituição, que busca e leva os jovens em casa. Os cavalos, apelidados pelos alu-nos de “Apolo” e “Fuscão”, foram doados. Eles são mantidos por empresários e poder público municipal.

Nos grandes centros urbanos esse re-curso custa R$ 200 por 30min de terapia. Atualmente, 70 alunos são beneficiados com o tratamento gratuito em Três Rios.

Regulamentação das práticas

A equoterapia só foi reconhecida como método de reabilitação de pessoas com deficiências em sessão plenária de 09 de abril de 1997 pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). A Ande-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia) tem o domínio da criação do termo, registrada no INPI do Ministério da Indústria e comércio sob o Nº 819392529. Até hoje, realiza pesquisas focadas na área e é a pioneira no uso do cavalo para fins terapêutico e educacional no país.

Ande é uma associação de caráter filan-trópico, sem fins lucrativos, com atuação em todo o território nacional com sede em Brasília. Ela também é filiada à entidade internacional FRDI (“The Federation Ri-ding Disabled International”), como mem-bro pleno. A entidade também atua com consultoria técnica em equoterapia da So-ciedade Brasileira de Medicina Física e de Reabilitação.

APOIO FAMILIAR

Lúcia Maria sempre acompanha

o fi lho Mailson nas sessões

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SAÚDE

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com a criança. “A evolução do filho com o tratamento permite uma aproximação com a família. Mesmo sem o cavalo é im-portante que o aluno continue recebendo os estímulos em casa”, aconselha Neidi-céia. Atividades com a bola, o bambolê e pedagógicas podem ser realizadas sem o animal.

Mailson Luiz Eulálio, 23, tem um re-tardo mental avançado e foi detectada uma cegueira temporária. Ele participa das atividades com auxílio integral da fi-sioterapeuta Ana Helena. “Até aos quatro anos ele era uma criança normal, andava, falava, corria, jogava bola e não apresen-tava os sintomas. Os médicos fizeram pesquisas, mas ainda não identificaram o que causou tudo isso”, declara a mãe Lucia Maria Bastos Luiz, 49. “O Mailson está mais forte mesmo sem a mobilidade nesses três meses de tratamento”, analisa a psicóloga. Hoje, segundo ela, Eulálio já consegue perceber a movimentação em sua volta.

Portador da Síndrome de Down Leve, Ibson Carvalho Silva Luccas, 6, esta na segunda etapa do procedimento. Ele não possui características marcantes da sín-drome como base nasal mais larga, boca e orelhas pequenas e excesso de pele na nuca. O jovem começou a estudar na esco-la da Apae e hoje frequenta o pré-escolar em uma escola municipal. O tratamento já fez um ano. “Os resultados foram imedia-tos, meu filho é muito esperto. As vezes ele enrola, mas quando quer, fala com cla-reza”, revelou a mãe Andresa Simões de Carvalho Silva, 27.

Cláudia Lúcia Rodrigues dos Santos, 35, é mãe de Bárbara Victória dos Santos Teodo, 5. A gravidez dela foi normal. En-tretanto, foi no parto que a situação com-plicou. A menina ficou sem oxigenação. “Ela tem dificuldades para aprender. Co-meçou a andar aos três anos. A terapia me-lhorou a postura da minha filha”, enfatiza a dona de casa.

Na terceira fase, Natália Daniela Go-mes da Silva, 15, tem o domínio total do cavalo. Atualmente, executa alguns exer-cícios de equitação sozinha. A jovem, que tem um leve retardo metal ocasionando por um défit de atenção, faz atividades que antes não conseguia. “Hoje eu consigo pu-lar corda. Antes não conseguia manter o equilíbrio”, conta.

“A terapia melhorou a postura da minha fi lha”,enfatiza Cláudia Lúcia Rodrigues dos Santos

DEDICAÇÃO

Alunos e a equipe da equoterapia da Apae

TRATAMENTO

Bárbara tem difi culdades

para aprender e começa

a sessão já na parte

pedagógica

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Equoterapia em Três Rios

No início, as atividades eram realiza-das em um espaço cedido para a Apae, em uma fazenda próxima ao morro do cemitério, no centro da cidade. Há quatro anos ganharam uma sede própria loca-lizada na rua Santa Maria, s/n, no bairro Ponte das Garças em Três Rios. A maioria dos alunos vão acompanhados pelos pais e os outros chegam através do transporte da instituição, que busca e leva os jovens em casa. Os cavalos, apelidados pelos alu-nos de “Apolo” e “Fuscão”, foram doados. Eles são mantidos por empresários e poder público municipal.

Nos grandes centros urbanos esse re-curso custa R$ 200 por 30min de terapia. Atualmente, 70 alunos são beneficiados com o tratamento gratuito em Três Rios.

Regulamentação das práticas

A equoterapia só foi reconhecida como método de reabilitação de pessoas com deficiências em sessão plenária de 09 de abril de 1997 pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). A Ande-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia) tem o domínio da criação do termo, registrada no INPI do Ministério da Indústria e comércio sob o Nº 819392529. Até hoje, realiza pesquisas focadas na área e é a pioneira no uso do cavalo para fins terapêutico e educacional no país.

Ande é uma associação de caráter filan-trópico, sem fins lucrativos, com atuação em todo o território nacional com sede em Brasília. Ela também é filiada à entidade internacional FRDI (“The Federation Ri-ding Disabled International”), como mem-bro pleno. A entidade também atua com consultoria técnica em equoterapia da So-ciedade Brasileira de Medicina Física e de Reabilitação.

APOIO FAMILIAR

Lúcia Maria sempre acompanha

o fi lho Mailson nas sessões

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As ferramentas do campo dentro da cidadeA loja dispensa comentários. Sua estrutura é capaz de atender todos os tipos de clientes: locais ou regionais. O ambiente moderno e sofi sticado contrasta, de forma perfeita, com o propósito do empreendimento. São mais de três mil itens disponíveis para animais de pequeno ou grande porte. Além de medicamentos, as seções de cutelaria e pesca, diversifi cam os produtos para facilitar sua vida.

Depois de 15 anos no mercado atacadista, a Agrotech inau-gurou, em agosto, a primeira loja varejista. São 150 m² e

30 funcionários para atender os clientes do campo e da cidade. Com um sistema gerencial inovador, a loja, localizada na praça Salim Chimelli, 165, possui um horário diferenciado para melhor atender quem busca produtos de qualidade para

animais de todos os tamanhos. “Estamos abertos de 07h30 as 18h para servir os profissionais do campo que, geralmente, acordam cedo”, explica o gerente da loja José Carlos. A novidade é a linha para pet, pássaros, pesca, jardinagem, fer-ramentas, além do Agrotech Delivery. Com esse serviço, você vai receber seu produto em casa com atendimento per-sonalizado.

A LOJA

Localizada na praça Salim Chimelli e com estacionamento próprio, a Agrotech

dispõe de 150m² para atender seus clientes. Com o Agrotech Delivery, você

vai receber seu produto em casa com atendimento personalizado

“Oferecemos para nosso cliente um programa gerencial que ajuda a equilibrar a alimentaçãodos animais”,explica Vasconcelos, proprietário da loja

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ULG

ÃO

MAIS DE 3.000 ITENS

A loja é setorizada para facilitar

a localização dos produtos

RODRIGO VASCONCELOS RODRIGUES

O empresário e médico veterinário trabalha com

consultoria em viabilização de projetos agropecuários

EQUIPE

Profi ssionais capacitados para

prestar o melhor atendimento

PUBLIEDITORIAL

A Agrotech ainda conta com uma sede na rua Santo Antônio, 285, no Triângulo. Lá existe outra estrutura completa com transporte, galpão e distribuição própria para atender toda região serrana do esta-do do Rio de Janeiro.

Um dos motivos para ingressar no mercado varejista foi a procura dos produtores de pequeno porte pelos serviços da Agrotech. Consultoria e viabilização de projetos de equinocultura de lazer e esporte, bovinocultura de produção de leite, carne, genética, ovinocultura, caprino cultura, piscicultura são alguns

dos serviços prestados pelo veterinário Rodrigo Vasconcelos. “Continuamos com os serviços que eu prestava antes, no entanto, vimos a necessidade de nos estruturar e entrar de vez no mercado varejista. Além disso investimos em tecnologia e hoje, oferecemos para nosso cliente um programa gerencial que ajuda a equilibrar a alimentação dos animais”, explica Vasconcelos, proprietário da loja.

A equipe

Veterinários, vendedores externos e inter-

nos. “Todos os funcionários estão capa-citados para manter a qualidade do aten-dimento na loja. Eles conhecem todos os produtos e são treinados para ajudar e facilitar o trabalho de nossos clientes”, garante José Carlos.

Faça uma visita e confira o que há de novo na Agrotech. Com certeza você vai se sentir no campo mesmo que este-ja no centro da cidade. O telefone da loja é 2252-0890, mas não precisa ligar para agendar uma visita, há sempre um profis-sional a sua espera.

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(24) 2252-0890MALBRANHORSE

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As ferramentas do campo dentro da cidadeA loja dispensa comentários. Sua estrutura é capaz de atender todos os tipos de clientes: locais ou regionais. O ambiente moderno e sofi sticado contrasta, de forma perfeita, com o propósito do empreendimento. São mais de três mil itens disponíveis para animais de pequeno ou grande porte. Além de medicamentos, as seções de cutelaria e pesca, diversifi cam os produtos para facilitar sua vida.

Depois de 15 anos no mercado atacadista, a Agrotech inau-gurou, em agosto, a primeira loja varejista. São 150 m² e

30 funcionários para atender os clientes do campo e da cidade. Com um sistema gerencial inovador, a loja, localizada na praça Salim Chimelli, 165, possui um horário diferenciado para melhor atender quem busca produtos de qualidade para

animais de todos os tamanhos. “Estamos abertos de 07h30 as 18h para servir os profissionais do campo que, geralmente, acordam cedo”, explica o gerente da loja José Carlos. A novidade é a linha para pet, pássaros, pesca, jardinagem, fer-ramentas, além do Agrotech Delivery. Com esse serviço, você vai receber seu produto em casa com atendimento per-sonalizado.

A LOJA

Localizada na praça Salim Chimelli e com estacionamento próprio, a Agrotech

dispõe de 150m² para atender seus clientes. Com o Agrotech Delivery, você

vai receber seu produto em casa com atendimento personalizado

“Oferecemos para nosso cliente um programa gerencial que ajuda a equilibrar a alimentaçãodos animais”,explica Vasconcelos, proprietário da loja

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MAIS DE 3.000 ITENS

A loja é setorizada para facilitar

a localização dos produtos

RODRIGO VASCONCELOS RODRIGUES

O empresário e médico veterinário trabalha com

consultoria em viabilização de projetos agropecuários

EQUIPE

Profi ssionais capacitados para

prestar o melhor atendimento

PUBLIEDITORIAL

A Agrotech ainda conta com uma sede na rua Santo Antônio, 285, no Triângulo. Lá existe outra estrutura completa com transporte, galpão e distribuição própria para atender toda região serrana do esta-do do Rio de Janeiro.

Um dos motivos para ingressar no mercado varejista foi a procura dos produtores de pequeno porte pelos serviços da Agrotech. Consultoria e viabilização de projetos de equinocultura de lazer e esporte, bovinocultura de produção de leite, carne, genética, ovinocultura, caprino cultura, piscicultura são alguns

dos serviços prestados pelo veterinário Rodrigo Vasconcelos. “Continuamos com os serviços que eu prestava antes, no entanto, vimos a necessidade de nos estruturar e entrar de vez no mercado varejista. Além disso investimos em tecnologia e hoje, oferecemos para nosso cliente um programa gerencial que ajuda a equilibrar a alimentação dos animais”, explica Vasconcelos, proprietário da loja.

A equipe

Veterinários, vendedores externos e inter-

nos. “Todos os funcionários estão capa-citados para manter a qualidade do aten-dimento na loja. Eles conhecem todos os produtos e são treinados para ajudar e facilitar o trabalho de nossos clientes”, garante José Carlos.

Faça uma visita e confira o que há de novo na Agrotech. Com certeza você vai se sentir no campo mesmo que este-ja no centro da cidade. O telefone da loja é 2252-0890, mas não precisa ligar para agendar uma visita, há sempre um profis-sional a sua espera.

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Um ato simples para salvar vidasA transfusão de sangue é usada em casos de cirurgia ou acidente, quando o trauma ocasiona uma perda considerável do fl uido corpóreo vital. Em casos de doenças como a anemia falciforme e leucemia, o paciente precisa receber o sangue com mais frequência. Falando assim parece que são poucos os casos em que o procedimento é utilizado, mas no Brasil, ainda há escassez de material nos hemocentros e hemonúcleos espalhados pelo país. O que resolveria este problema é o simples ato de doar sangue.

POR ANA PAULA CANEDA

São 27 unidades especiais para a coleta e transfusão de sangue no Rio de Janeiro e interior do es-tado. Em Petrópolis o Núcleo de

Hemoterapia do Hospital Santa Teresa envia o material coletado para Nova Fri-burgo, Rio de Janeiro e Três Rios, que por sua vez, atende a demanda de pacientes das cidades de Areal, Sapucaia, Paraíba do Sul e Levy Gasparian. Só em Três Rios são realizadas uma média de 170 transfu-sões por mês. Os motivos são inúmeros, mas o principal é suprir o sangue perdido durante os procedimentos cirúrgicos.

Para continuar abastecendo a região, são realizadas campanhas de doação de sangue em Petrópolis. O apoio das auto-ridades locais e principalmente dos cola-boradores de entidades públicas como a prefeitura e da Comdep (Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis) é fun-damental. Os projetos de divulgação são

elaborados de acordo com o calendário e datas comemorativas como: carnaval, dia das mães, páscoa, dia dos Pais, Natal, Ano Novo e, principalmente, no dia Mun-dial da doação de sangue em 14 de junho. “Nesses períodos, os índices de doação aumentam consideravelmente”, revelou a coordenação do Núcleo de Hemoterapia do Hospital Santa Teresa através da asses-soria de comunicação.

O foco da divulgação é obter um es-toque regular para atender a demanda transfusional por um determinado tempo. Toda iniciativa é definida de acordo com as características dos serviços atendidos. A quantidade de reserva “corresponde ao consumo real, acrescido de uma margem de segurança estabelecida pela coorde-nação do Banco de Sangue. A base é a demanda de transfusão dos últimos seis meses”, acrescentou a assessoria.

Para manter suas “economias” são

necessárias 900 doações por mês, núme-ro ideal para a unidade. As metas estão quase no alcance da equipe do [hospital] Santa Teresa depois de ter firmado uma parceria com empresas privadas, Guarda Municipal, aeronáutica, Senac, Exérci-to, e de campanhas feitas por Igrejas da região. “Perfeito seria uma média de 38 doações por dia”, enfatiza o comunica-do. O atendimento do Banco de Sangue Santa Teresa funciona das 7h às 14h de segunda à sexta-feira e das 7h às 11h nos sábados.

Pacientes portadores de anemia falci-forme, em tratamento oncológico e Ta-lassêmicos (possuem defeitos genéticos no sangue), frequentemente necessitam de transfusão. Quando o fenótipo é raro (aqueles cujo tipo de sangue tem fator Rh negativo) dificulta ainda mais a pro-cura de doadores, caso estes não estejam cadastrados no sistema. Outro problema

Page 97: FB | Revista On Três Rios #05

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Um ato simples para salvar vidasA transfusão de sangue é usada em casos de cirurgia ou acidente, quando o trauma ocasiona uma perda considerável do fl uido corpóreo vital. Em casos de doenças como a anemia falciforme e leucemia, o paciente precisa receber o sangue com mais frequência. Falando assim parece que são poucos os casos em que o procedimento é utilizado, mas no Brasil, ainda há escassez de material nos hemocentros e hemonúcleos espalhados pelo país. O que resolveria este problema é o simples ato de doar sangue.

POR ANA PAULA CANEDA

São 27 unidades especiais para a coleta e transfusão de sangue no Rio de Janeiro e interior do es-tado. Em Petrópolis o Núcleo de

Hemoterapia do Hospital Santa Teresa envia o material coletado para Nova Fri-burgo, Rio de Janeiro e Três Rios, que por sua vez, atende a demanda de pacientes das cidades de Areal, Sapucaia, Paraíba do Sul e Levy Gasparian. Só em Três Rios são realizadas uma média de 170 transfu-sões por mês. Os motivos são inúmeros, mas o principal é suprir o sangue perdido durante os procedimentos cirúrgicos.

Para continuar abastecendo a região, são realizadas campanhas de doação de sangue em Petrópolis. O apoio das auto-ridades locais e principalmente dos cola-boradores de entidades públicas como a prefeitura e da Comdep (Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis) é fun-damental. Os projetos de divulgação são

elaborados de acordo com o calendário e datas comemorativas como: carnaval, dia das mães, páscoa, dia dos Pais, Natal, Ano Novo e, principalmente, no dia Mun-dial da doação de sangue em 14 de junho. “Nesses períodos, os índices de doação aumentam consideravelmente”, revelou a coordenação do Núcleo de Hemoterapia do Hospital Santa Teresa através da asses-soria de comunicação.

O foco da divulgação é obter um es-toque regular para atender a demanda transfusional por um determinado tempo. Toda iniciativa é definida de acordo com as características dos serviços atendidos. A quantidade de reserva “corresponde ao consumo real, acrescido de uma margem de segurança estabelecida pela coorde-nação do Banco de Sangue. A base é a demanda de transfusão dos últimos seis meses”, acrescentou a assessoria.

Para manter suas “economias” são

necessárias 900 doações por mês, núme-ro ideal para a unidade. As metas estão quase no alcance da equipe do [hospital] Santa Teresa depois de ter firmado uma parceria com empresas privadas, Guarda Municipal, aeronáutica, Senac, Exérci-to, e de campanhas feitas por Igrejas da região. “Perfeito seria uma média de 38 doações por dia”, enfatiza o comunica-do. O atendimento do Banco de Sangue Santa Teresa funciona das 7h às 14h de segunda à sexta-feira e das 7h às 11h nos sábados.

Pacientes portadores de anemia falci-forme, em tratamento oncológico e Ta-lassêmicos (possuem defeitos genéticos no sangue), frequentemente necessitam de transfusão. Quando o fenótipo é raro (aqueles cujo tipo de sangue tem fator Rh negativo) dificulta ainda mais a pro-cura de doadores, caso estes não estejam cadastrados no sistema. Outro problema

SAÚDE

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é que a prática da doação ainda é vista com preconceito e possui alguns tabus criados pela falta de informação.

Em Três Rios há um projeto em fase de acabamento para ampliar o abas-tecimento do material na região. Está prevista para janeiro do próximo ano a inauguração do Hemonúcleo trirriense.

Na sede, cerca de 30 funcionários, entre médicos hematologistas, enfermeiros e técnicos especializados, “vão atender em média 20 pessoas por dia. O número pode aumentar de acordo com a necessi-dade”, afirma a coordenadora da unida-de, Christiane Dias Gatti Castro.

A parte final da obra foi avaliada em R$ 400 mil. “Os custos com o empreen-dimento ficou por conta da secretaria de Saúde do Estado. O município vai arcar com a manutenção do local e folha de pagamento dos funcionários”, afirma Luiz Alberto Barbosa secretário de Saú-de. A construção começou em 2001 e só foi retomada em 2010. Tanto o secre-tário quanto a coordenadora do Núcleo de Hemoterapia, não sabem explicar o motivo da interrupção. O atendimento ainda é feito no HCNSC (Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição) e é terceirizado. “Ainda não existe a co-leta na cidade, o material é colido em Petrópolis e transportado para o municí-pio”, reforça Luiz.

A transfusão

O auxiliar do banco de sangue, Ales-sandro Custódio, relata que o processo é simples. Uma amostra do sangue do paciente é coletada assim que ele dá a entrada no hospital após ser identifica-da a necessidade do procedimento. O técnico avalia qual o tipo sanguíneo,

encaminha a bolsa de sangue para o se-tor. “Hoje, no estoque, temos três bol-sas com o sangue O negativo. Isso é raro acontecer”, afirma o funcionário enfati-zando a importância da doação.

No HCNSC encontramos Nilda Pe-reira da Silva, 75. A idosa passou por uma cirurgia, teve algumas complica-ções devido à diabetes e pressão alta. Ela precisou da transfusão de sangue. “Não tivemos dificuldades para encon-trar o tipo dela”, lembra Genusa Apa-recida da Silva, 28, nora da paciente. A idosa não estava em condições de falar.

Grandes campanhas serão realizadas assim que o Hemonúcleo for inaugura-do. O objetivo é incentivar a doação de sangue em Três Rios. “O processo sele-tivo e a compra de equipamentos já fo-ram feitos, agora só falta capacitar estes profissionais”, enfatiza Christiane, que está finalizando o curso de “Gestão de Hemocentros”.

A doação

Qualquer um pode doar, desde que esteja com a saúde em dia. Manter um estilo de vida saudável é um dos deter-minantes para ser um doador em po-tencial. “Essa corrente precisa de você. Doe sangue”, este é o lema da campa-nha nacional de incentivo à doação de sangue de 2011, do Ministério da Saúde e Governo Federal.

Hemocentro, Hemonúcleo e Nú-cleos de Hemoterapia

SECRETÁRIO DE SÁUDE

Luiz Alberto Barbosa fala da

importância do Hemonúcleo

para a regiãoR

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“Ainda não existe a coleta na cidade, o material é colido em Petrópolis e transportado para o município”Luiz Alberto Barbosa – secretário de Saúde de Três Rios

BANCO DE SANGUE

Alessandro Custódio esta

sempre peprarado para

realizar a transfusão

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DOADORES

Ofi ciais doam sangue no

Hospital Santa Teresa

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Hemonúcleo e Núcleo de Hemote-rapia são responsáveis pela coleta, pro-cessamento e distribuição do sangue na região. O Hemocentro coordena as ati-vidades dessas unidades no estado ou região e ainda realiza os exames soro-lógicos, quando são avaliados se a bol-sa de sangue está apta para a doação. Lá também é verificada a presença do vírus do HIV e Hepatite.

Ao todo são seis hemocentros, qua-tro hemonúcleos e 17 núcleos de hemo-terapia que abastecem os hospitais do interior. Só na capital Rio de Janeiro,

além do Hemorio, são 12 unidades es-pecializadas para a realização da Coleta e transfusão de sangue.

“O processo seletivo e a compra de equipamentos já foram feitos, agora só falta capacitar estes profi ssionais”Christiane Dias Gatti Castro - farmacêutica e bioquímica

CAPANHA EM PETRÓPOLIS

Ofi ciais doam sangue no

Hospital Santa Teresa

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Condições para doar sangue

Aspecto saudável e declaração de bem-estar geral;

Idade entre 18 e 67 anos. Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade de 16 e 17 anos, com o consentimento formal do responsável legal. Em caso de necessidades tecnicamente justi�cáveis, o candidato cuja idade seja inferior a 16 anos ou superior a 68 anos somente poderá ser aceito após análise pelo médico do serviço de hemoterapia.

É preciso ter o peso mínimo de 50 kg. Candidatos com peso abaixo de 50 Kg podem ser aceitos após avaliação médica e desde que respeitados critérios especí�cos estabelecimentos na Portaria 1.353/11, que estabelece o novo regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos.

A identi�cação é indispensável. Quando for doar, leve um documento com foto, válido em todo território nacional;

SAÚDE

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é que a prática da doação ainda é vista com preconceito e possui alguns tabus criados pela falta de informação.

Em Três Rios há um projeto em fase de acabamento para ampliar o abas-tecimento do material na região. Está prevista para janeiro do próximo ano a inauguração do Hemonúcleo trirriense.

Na sede, cerca de 30 funcionários, entre médicos hematologistas, enfermeiros e técnicos especializados, “vão atender em média 20 pessoas por dia. O número pode aumentar de acordo com a necessi-dade”, afirma a coordenadora da unida-de, Christiane Dias Gatti Castro.

A parte final da obra foi avaliada em R$ 400 mil. “Os custos com o empreen-dimento ficou por conta da secretaria de Saúde do Estado. O município vai arcar com a manutenção do local e folha de pagamento dos funcionários”, afirma Luiz Alberto Barbosa secretário de Saú-de. A construção começou em 2001 e só foi retomada em 2010. Tanto o secre-tário quanto a coordenadora do Núcleo de Hemoterapia, não sabem explicar o motivo da interrupção. O atendimento ainda é feito no HCNSC (Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição) e é terceirizado. “Ainda não existe a co-leta na cidade, o material é colido em Petrópolis e transportado para o municí-pio”, reforça Luiz.

A transfusão

O auxiliar do banco de sangue, Ales-sandro Custódio, relata que o processo é simples. Uma amostra do sangue do paciente é coletada assim que ele dá a entrada no hospital após ser identifica-da a necessidade do procedimento. O técnico avalia qual o tipo sanguíneo,

encaminha a bolsa de sangue para o se-tor. “Hoje, no estoque, temos três bol-sas com o sangue O negativo. Isso é raro acontecer”, afirma o funcionário enfati-zando a importância da doação.

No HCNSC encontramos Nilda Pe-reira da Silva, 75. A idosa passou por uma cirurgia, teve algumas complica-ções devido à diabetes e pressão alta. Ela precisou da transfusão de sangue. “Não tivemos dificuldades para encon-trar o tipo dela”, lembra Genusa Apa-recida da Silva, 28, nora da paciente. A idosa não estava em condições de falar.

Grandes campanhas serão realizadas assim que o Hemonúcleo for inaugura-do. O objetivo é incentivar a doação de sangue em Três Rios. “O processo sele-tivo e a compra de equipamentos já fo-ram feitos, agora só falta capacitar estes profissionais”, enfatiza Christiane, que está finalizando o curso de “Gestão de Hemocentros”.

A doação

Qualquer um pode doar, desde que esteja com a saúde em dia. Manter um estilo de vida saudável é um dos deter-minantes para ser um doador em po-tencial. “Essa corrente precisa de você. Doe sangue”, este é o lema da campa-nha nacional de incentivo à doação de sangue de 2011, do Ministério da Saúde e Governo Federal.

Hemocentro, Hemonúcleo e Nú-cleos de Hemoterapia

SECRETÁRIO DE SÁUDE

Luiz Alberto Barbosa fala da

importância do Hemonúcleo

para a região

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“Ainda não existe a coleta na cidade, o material é colido em Petrópolis e transportado para o município”Luiz Alberto Barbosa – secretário de Saúde de Três Rios

BANCO DE SANGUE

Alessandro Custódio esta

sempre peprarado para

realizar a transfusão

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DOADORES

Ofi ciais doam sangue no

Hospital Santa Teresa

DIV

ULG

ÃO

Hemonúcleo e Núcleo de Hemote-rapia são responsáveis pela coleta, pro-cessamento e distribuição do sangue na região. O Hemocentro coordena as ati-vidades dessas unidades no estado ou região e ainda realiza os exames soro-lógicos, quando são avaliados se a bol-sa de sangue está apta para a doação. Lá também é verificada a presença do vírus do HIV e Hepatite.

Ao todo são seis hemocentros, qua-tro hemonúcleos e 17 núcleos de hemo-terapia que abastecem os hospitais do interior. Só na capital Rio de Janeiro,

além do Hemorio, são 12 unidades es-pecializadas para a realização da Coleta e transfusão de sangue.

“O processo seletivo e a compra de equipamentos já foram feitos, agora só falta capacitar estes profi ssionais”Christiane Dias Gatti Castro - farmacêutica e bioquímica

CAPANHA EM PETRÓPOLIS

Ofi ciais doam sangue no

Hospital Santa Teresa

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Condições para doar sangue

Aspecto saudável e declaração de bem-estar geral;

Idade entre 18 e 67 anos. Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade de 16 e 17 anos, com o consentimento formal do responsável legal. Em caso de necessidades tecnicamente justi�cáveis, o candidato cuja idade seja inferior a 16 anos ou superior a 68 anos somente poderá ser aceito após análise pelo médico do serviço de hemoterapia.

É preciso ter o peso mínimo de 50 kg. Candidatos com peso abaixo de 50 Kg podem ser aceitos após avaliação médica e desde que respeitados critérios especí�cos estabelecimentos na Portaria 1.353/11, que estabelece o novo regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos.

A identi�cação é indispensável. Quando for doar, leve um documento com foto, válido em todo território nacional;

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100 | revistaon.com.br

Agora você sabe onde encontrar

100 | revistaon.com.br

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Agora você sabe onde encontrar

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102 | revistaon.com.br

CONSTRUÇÃO

Na Certa inaugura loja em Três RiosA casa própria é o sonho de consumo de muitos brasileiros e se não for possível

comprá-la pronta, o jeito é investir em terrenos e materiais de construção. Obra para qualquer fi nalidade, seja construir ou reformar, dá trabalho, e a cada dia surgem no mercado novas tecnologias que garantem a qualidade do serviço em um tempo menor, sem falar na variedade dos produtos para o acabamento,

parte fi nal do trabalho que vamos ver todos os dias.

Pensando no conforto e na praticidade, a loja de varejo no segmento da construção, especializada no acaba-mento, foi inaugurada em Três Rios em julho. A Na Certa disponibiliza um amplo espaço, além de ven-

dedores e representantes de grandes marcas especializadas em acabamento para atender o público.

Durante a inauguração, a funcionária pública Nelise Tolledo, 50, que estava a procura de um orçamento para iniciar a reforma de seu imóvel aprovou o es-paço: “O preço está bom e os materiais são de qua-lidade”. A loja vai acirrar a concorrência neste segmento. O resultado será melhores preços e vantagens para os clientes, que ganham também na qualidade.

Para Gustavo Terra, dono da rede, Três Rios está crescendo consideravelmente e ganhando destaque na região, fator mo-tivador para a expansão do negócio. “Nos próximos 6 meses calculamos a geração de aproximadamente 25 empregos nes-ta filial, entre carregadores, motoristas e vendedores”. O em-

presário destaca a importância da mão de obra especializada, “Não estamos em busca apenas de um vendedor e sim de um consultor. Tem que ser diversificado e entender de paginação e de projeto”. A princípio o estabelecimento conta com o auxílio de funcionários das filiais de Petrópolis e Itaipava, mas a inten-

ção é de que o quadro de colaboradores seja completo com pessoas da cidade.

Representantes da CDL (Câmara de Diri-gentes Lojistas) de Três Rios compareceram à inauguração e enfati-zaram a importância

da loja para o setor. “É um segmento diferenciado. A cidade só tem a ganhar”, analisa presidente da CDL, Ricardo Rocha. De acordo com o gerente Luiz Cláudio Marques, a rede petro-politana possui uma filial em Itaipava e viu em Três Rios, a oportunidade que precisavam para expandir. “Não trouxemos para a cidade uma concorrência desleal. Viemos somar para o segmento e atender os clientes de Três Rios da melhor maneira possível com um trabalho diferenciado”, finaliza.

“é um segmento diferenciado, a cidade só tem a ganhar”Ricardo Rocha – presidente CDL Três Rios

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POR RAFAEL MORAES

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Chá na casada BarbieCabelos loiros, pele clara e roupas perfeitas. Com este perfi l, a Barbie (boneca criada por Ruth Handler, esposa de Elliot Handler, fundador da empresa norte-americana Mattel) encanta milhões de crianças mundo afora. Em Três Rios, a colecionadora de bonecas também se encantou com ela e, aos 75 anos, possui mais de 200 exemplares.

PAPO DE COLECIONADOR

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CONSTRUÇÃO

Na Certa inaugura loja em Três RiosA casa própria é o sonho de consumo de muitos brasileiros e se não for possível

comprá-la pronta, o jeito é investir em terrenos e materiais de construção. Obra para qualquer fi nalidade, seja construir ou reformar, dá trabalho, e a cada dia surgem no mercado novas tecnologias que garantem a qualidade do serviço em um tempo menor, sem falar na variedade dos produtos para o acabamento,

parte fi nal do trabalho que vamos ver todos os dias.

Pensando no conforto e na praticidade, a loja de varejo no segmento da construção, especializada no acaba-mento, foi inaugurada em Três Rios em julho. A Na Certa disponibiliza um amplo espaço, além de ven-

dedores e representantes de grandes marcas especializadas em acabamento para atender o público.

Durante a inauguração, a funcionária pública Nelise Tolledo, 50, que estava a procura de um orçamento para iniciar a reforma de seu imóvel aprovou o es-paço: “O preço está bom e os materiais são de qua-lidade”. A loja vai acirrar a concorrência neste segmento. O resultado será melhores preços e vantagens para os clientes, que ganham também na qualidade.

Para Gustavo Terra, dono da rede, Três Rios está crescendo consideravelmente e ganhando destaque na região, fator mo-tivador para a expansão do negócio. “Nos próximos 6 meses calculamos a geração de aproximadamente 25 empregos nes-ta filial, entre carregadores, motoristas e vendedores”. O em-

presário destaca a importância da mão de obra especializada, “Não estamos em busca apenas de um vendedor e sim de um consultor. Tem que ser diversificado e entender de paginação e de projeto”. A princípio o estabelecimento conta com o auxílio de funcionários das filiais de Petrópolis e Itaipava, mas a inten-

ção é de que o quadro de colaboradores seja completo com pessoas da cidade.

Representantes da CDL (Câmara de Diri-gentes Lojistas) de Três Rios compareceram à inauguração e enfati-zaram a importância

da loja para o setor. “É um segmento diferenciado. A cidade só tem a ganhar”, analisa presidente da CDL, Ricardo Rocha. De acordo com o gerente Luiz Cláudio Marques, a rede petro-politana possui uma filial em Itaipava e viu em Três Rios, a oportunidade que precisavam para expandir. “Não trouxemos para a cidade uma concorrência desleal. Viemos somar para o segmento e atender os clientes de Três Rios da melhor maneira possível com um trabalho diferenciado”, finaliza.

“é um segmento diferenciado, a cidade só tem a ganhar”Ricardo Rocha – presidente CDL Três Rios

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Bebês Reborns

“Dizem que em São Paulo há pessoas que fazem bonecas de clientes, baseados em fotografias de infância. Preciso conse-guir uma fotografia minha. É perfeito. É você nenezinho”, conta animada a cole-cionadora.

A artista reborn Monickie Ürbanjos cria essas réplicas. A construção das réplicas demora 15 dias e o preço varia entre R$ 1.400 e R$ 5.000. Para a riqueza nos deta-

lhes, Monickie conta a fórmula. “Acredito que o segredo está nos anos de estudos, de erros e acertos, em técnicas desenvolvidas em viagens, encontros internacionais com outras artistas, além da dedicação total-mente voltada para arte reborn”, confessa.

Nesse método, a perfeição é tamanha que consegue confundir qualquer pessoa. “Uma vez levei um nenê (reborn) para uma cliente ver. Na volta, passei no sho-pping e precisei deixá-lo no carro (dentro do bebê conforto) por apenas cinco minu-tos. Quando menos esperava fui anuncia-da no shopping para comparecer ao carro como se fosse uma mãe desnaturada que havia esquecido seu filho”, lembra a artis-ta sobre o incidente, que reuniu segurança, gerência, clientes, e bombeiros, prestes a quebrar o vidro do carro. “Imagina a mi-nha cara para explicar que não era de ver-dade”, finalizou.

A maior colecionadorado mundo

Bettina Dorfmann é alemã. Também obcecada pela Barbie, entrou para o Guin-ness Book por sua gigante coleção. De acordo com o livro dos recordes deste ano, ela possui mais de 7.200.

Dona da maior coleção mundial, Dor-fmann entrou para Guinness em fevereiro de 2010, mas pretende quebrar sua própria marca e obter 10.000 bonecas.

PELÚCIA

O gatinho é um dos

xodós da colecionadora

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QUASE REAL

Um boneco com este

demora até 15 dias

para fi car pronto

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KIE

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NJO

SNa casa grande, de quintal enorme, as bonecas de Tere-za F. têm um quarto só para elas. Todas estão em perfei-

to estado e, a maioria, dentro das caixas originais. “A maioria está protegida por causa da poeira. Abro e guardo tudo outra vez. Deixei todas protegidas”, conta sobre a superproteção sem esconder o sentimen-to pelos objetos. “Sou apaixonada pelas Barbies.”

Atualmente, a ex-cantora lírica e pro-fessora universitária aposentada não sabe quantas tem, mas guarda o nome da maior parte da coleção, que completa meio sécu-lo neste ano. “Eu comecei quando morava no Rio. Era professora universitária na Ci-nelândia. Na ocasião existia a Mesbla, um magazine da época. Foi lá que começaram aparecer as Barbies e eu fiquei encantada com elas. Nessa época, eu tinha 25 anos [risos]”, relembra.

Depois da primeira aquisição, Terezi-nha, como é chamada pelos mais próxi-mos, continuou comprando e não parou mais. “Eu gostei e fui comprando, com-prando, comprando e fiquei apaixonada”, revela a aposentada que já se dedicou a fazer roupas para suas bonecas. A coleção

ainda não terminou. No dia da entrevista, ela aguardava um novo exemplar que ha-via encomendado. Forte indício de que o quarto terá de se alargar mais um pouco. “Até hoje continuo comprando, só não sei onde vou colocar”, diz.

Para a jovem senhora, a coleção é um hobbie. É o que lhe ajuda a relaxar. “Quando estou cansada, sento nesse chão e fico aqui.” Mas não é só isso. Será que com tantos brinquedos não dá vontade de voltar à época de criança? Ela responde. “Brinco, eu adoro minhas bonecas. Isso aqui é minha paixão [risos]”.

Sempre com um sorriso no rosto, ela detalha a história de cada peça, o que, de

fato, é o determinante na hora da compra. “Para eu adquirir uma nova peça, ela tem que dizer algo para mim. Tem que ‘falar’ qualquer coisa pelo rostinho dela”, expli-ca Terezinha, que guarda a primeira bone-ca de sua coleção, presenteada pela mãe. “É uma coisa tão bem feita. Tem mais de 60 anos. Os olhinhos nunca ficaram feios e os cabelos também. Eu guardo isso com muito carinho, tenho muito cuidado com ela”, revela.

Tanto apreço exige uma técnica quando recebe uma criança em casa. “De vez em quando eu compro umas [bonecas] mais simples e quando vem criança eu dou para ela”, garante o resultado positivo.

Elfos, bruxas e duendes

Além das Barbies e bonecas alemãs, objetos raros de sua coleção, figuras esotéricas como elfos, bruxas e duendes complementam o acervo. “Gosto de bru-xinhas. Tenho dois magos e um elfo flau-tista. A Salamandra é a senhora do fogo. O senhor dos tempos controla o Sol, a chu-va, a Lua, os ventos”, enumera ao falar da característica dos personagens. “Comprei--o [elfo flautista] há muitos anos, quando

eu morava em Itaipava. Lá tinha um casal que fazia. Dizem que quando vai uma pes-soa ruim em sua casa ele toca uma músi-ca. Quem tem sensibilidade e percepção, ouve”, acredita.

A maçã na estante dos duendes é para manter as superstições, mas aguça a curio-sidade aliada ao fato de estar exposta há dois meses. “Se não estivesse aqui já teria estragado”, salienta Terezinha.

“A coleção completa meio século neste ano”

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ELFOS

A Salamandra, senhora

do fogo, o Flautista e

o Senhor dos tempos

posam para a foto

A PRIMEIRA BONECA

Tereza F. carrega no colo

a primeira boneca que

ganhou da mãe

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PAPO DE COLECIONADOR

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Bebês Reborns

“Dizem que em São Paulo há pessoas que fazem bonecas de clientes, baseados em fotografias de infância. Preciso conse-guir uma fotografia minha. É perfeito. É você nenezinho”, conta animada a cole-cionadora.

A artista reborn Monickie Ürbanjos cria essas réplicas. A construção das réplicas demora 15 dias e o preço varia entre R$ 1.400 e R$ 5.000. Para a riqueza nos deta-

lhes, Monickie conta a fórmula. “Acredito que o segredo está nos anos de estudos, de erros e acertos, em técnicas desenvolvidas em viagens, encontros internacionais com outras artistas, além da dedicação total-mente voltada para arte reborn”, confessa.

Nesse método, a perfeição é tamanha que consegue confundir qualquer pessoa. “Uma vez levei um nenê (reborn) para uma cliente ver. Na volta, passei no sho-pping e precisei deixá-lo no carro (dentro do bebê conforto) por apenas cinco minu-tos. Quando menos esperava fui anuncia-da no shopping para comparecer ao carro como se fosse uma mãe desnaturada que havia esquecido seu filho”, lembra a artis-ta sobre o incidente, que reuniu segurança, gerência, clientes, e bombeiros, prestes a quebrar o vidro do carro. “Imagina a mi-nha cara para explicar que não era de ver-dade”, finalizou.

A maior colecionadorado mundo

Bettina Dorfmann é alemã. Também obcecada pela Barbie, entrou para o Guin-ness Book por sua gigante coleção. De acordo com o livro dos recordes deste ano, ela possui mais de 7.200.

Dona da maior coleção mundial, Dor-fmann entrou para Guinness em fevereiro de 2010, mas pretende quebrar sua própria marca e obter 10.000 bonecas.

PELÚCIA

O gatinho é um dos

xodós da colecionadora

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QUASE REAL

Um boneco com este

demora até 15 dias

para fi car pronto

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NJO

SNa casa grande, de quintal enorme, as bonecas de Tere-za F. têm um quarto só para elas. Todas estão em perfei-

to estado e, a maioria, dentro das caixas originais. “A maioria está protegida por causa da poeira. Abro e guardo tudo outra vez. Deixei todas protegidas”, conta sobre a superproteção sem esconder o sentimen-to pelos objetos. “Sou apaixonada pelas Barbies.”

Atualmente, a ex-cantora lírica e pro-fessora universitária aposentada não sabe quantas tem, mas guarda o nome da maior parte da coleção, que completa meio sécu-lo neste ano. “Eu comecei quando morava no Rio. Era professora universitária na Ci-nelândia. Na ocasião existia a Mesbla, um magazine da época. Foi lá que começaram aparecer as Barbies e eu fiquei encantada com elas. Nessa época, eu tinha 25 anos [risos]”, relembra.

Depois da primeira aquisição, Terezi-nha, como é chamada pelos mais próxi-mos, continuou comprando e não parou mais. “Eu gostei e fui comprando, com-prando, comprando e fiquei apaixonada”, revela a aposentada que já se dedicou a fazer roupas para suas bonecas. A coleção

ainda não terminou. No dia da entrevista, ela aguardava um novo exemplar que ha-via encomendado. Forte indício de que o quarto terá de se alargar mais um pouco. “Até hoje continuo comprando, só não sei onde vou colocar”, diz.

Para a jovem senhora, a coleção é um hobbie. É o que lhe ajuda a relaxar. “Quando estou cansada, sento nesse chão e fico aqui.” Mas não é só isso. Será que com tantos brinquedos não dá vontade de voltar à época de criança? Ela responde. “Brinco, eu adoro minhas bonecas. Isso aqui é minha paixão [risos]”.

Sempre com um sorriso no rosto, ela detalha a história de cada peça, o que, de

fato, é o determinante na hora da compra. “Para eu adquirir uma nova peça, ela tem que dizer algo para mim. Tem que ‘falar’ qualquer coisa pelo rostinho dela”, expli-ca Terezinha, que guarda a primeira bone-ca de sua coleção, presenteada pela mãe. “É uma coisa tão bem feita. Tem mais de 60 anos. Os olhinhos nunca ficaram feios e os cabelos também. Eu guardo isso com muito carinho, tenho muito cuidado com ela”, revela.

Tanto apreço exige uma técnica quando recebe uma criança em casa. “De vez em quando eu compro umas [bonecas] mais simples e quando vem criança eu dou para ela”, garante o resultado positivo.

Elfos, bruxas e duendes

Além das Barbies e bonecas alemãs, objetos raros de sua coleção, figuras esotéricas como elfos, bruxas e duendes complementam o acervo. “Gosto de bru-xinhas. Tenho dois magos e um elfo flau-tista. A Salamandra é a senhora do fogo. O senhor dos tempos controla o Sol, a chu-va, a Lua, os ventos”, enumera ao falar da característica dos personagens. “Comprei--o [elfo flautista] há muitos anos, quando

eu morava em Itaipava. Lá tinha um casal que fazia. Dizem que quando vai uma pes-soa ruim em sua casa ele toca uma músi-ca. Quem tem sensibilidade e percepção, ouve”, acredita.

A maçã na estante dos duendes é para manter as superstições, mas aguça a curio-sidade aliada ao fato de estar exposta há dois meses. “Se não estivesse aqui já teria estragado”, salienta Terezinha.

“A coleção completa meio século neste ano”

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A Salamandra, senhora

do fogo, o Flautista e

o Senhor dos tempos

posam para a foto

A PRIMEIRA BONECA

Tereza F. carrega no colo

a primeira boneca que

ganhou da mãe

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106 | revistaon.com.br

Um atleta mirim com potencial de gente grandeMuitos atletas no país dividem o mesmo sonho: viver do esporte. As difi culdades aparecem para todos os anônimos, cada um vivendo em uma realidade onde predomina o potencial e o dinheiro. Superação, determinação e persistência são palavras que defi nem um jovem atleta na busca incessante para manter-se no ciclismo.

Líder no ranking na categoria infanto-juvenil, das 70 compe-tições que participou até ago-ra, Luan Vieira, 13, esteve no

pódio 60 vezes. Ele, estudante da sétima série da rede pública de ensino em Três Rios, é um dos 10 atletas da ACT (As-sociação Ciclística Trirriense), que parti-cipam de campeonatos pelo país, quando conseguem angariar fundos para as des-pesas nas viagens.

O promissor atleta descobriu o gosto pelo esporte aos 11 anos, quando parti-cipou, pela primeira vez em 2009, de um evento ciclístico promovido pelo técnico e fundador da ACT, Adayr Aparecido de

Souza (Tuchê). Na competição, Luan conquistou o

primeiro lugar e em seguida foi convi-dado para fazer parte da associação onde treina com mais nove companheiros para as competições que somam pontos no ranking da Fecierj (Federação de Ciclis-mo do Estado do Rio de Janeiro).

Em depoimento para a Revista On, o jovem ciclista, quando indagado sobre o futuro, ficou pensativo e só mencionou o que buscava atualmente. “Dedicar aos treinos e buscar pontos para continuar no topo do ranking pelo menos até o final do ano. Mas não penso em outra carreira a não ser o ciclismo”. Luan afirmou que

já pensou em desistir do esporte. Para ele, o momento mais crítico foi quando a equipe não pôde participar do Brasileiro em Londrina (PR) este ano por falta de verba para o transporte.“Treinamos duro e acabamos não competindo, por falta de dinheiro para o combustível”. A despesa só não é maior porque o alojamento para os atletas é custeado pela Confederação Brasileira de Ciclismo na maioria das etapas.

Mesmo com algumas dificuldades fi-nanceiras, a família do esportista o incen-tiva nas competições ao contribuir para as viagens da equipe. “É um orgulho muito grande vermos o Luan no lugar mais alto

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POR ANA PAULA CANEDA

do pódio, superando todas as dificulda-des”, afirmou o padrasto do ciclista, Irove Victório Junior, 34. O competidor mora com ele (Irove), a mãe, Luciene Vieira Moreira, 34, e com os irmãos Yuri Viei-ra Moreira dos Santos, 15 e Yan Vieira Bello Victorio, 5. “O Luan tem muita responsabilidade com os seus horários, e ainda tem seus compromissos em casa”, adicionou o padrasto.

O ciclismo é considerado pela classe, um esporte elitizado, pelos altos custos com equipamentos, manutenção, gas-tos com equipe técnica e transporte dos materiais. A busca por patrocinadores é o principal objetivo dos atletas, já que este esporte não é tão popular no país do futebol. “Praticamos por teimosia”, brinca Tuchê, que trava constantemente uma batalha contra as dificuldades para manter os jovens ciclistas no caminho do esporte, financiando, do próprio bolso, a maioria das viagens.

Além dos treinos, o técnico oferece aulas de manutenção de bicicletas, “um estágio”, como ele refere. “Além de arru-mar o equipamento eles estão aprendendo um ofício”, enfatiza. Para essa categoria é preciso de investimento alto. De acordo com o treinador, um bom equipamento custa em média R$ 5.000. “As nossas bi-cicletas são mantidas através da doação de peças. O desafio é conseguir um bom patrocínio, que dê para cobrir as despesas com transporte”, afirma Tuchê.

A ACT foi fundada há dois anos e é uma associação oficial. Assim é possível “reduzir os impostos de quem abraçar a causa”, enfatizou Adayr, responsável pelo treinamento de alunos entre 10 a 16 anos, nas categorias: infanto-juvenil e ju-nior, ambas com líderes no ranking. Um

dos destaques é Allison Queiroz, 16. Ele corre na categoria junior. Há menos de um ano na equipe, conquistou a Copa das Cidades e a Copa Light; atualmente é o segundo no ranking. “Allison está na se-gunda colocação porque só disputou uma etapa da Copa. O carro quebrou na estra-da e só conseguimos chegar a Campos no segundo dia da competição”, declarou o técnico.

A oficina de Tuchê também é a sede da associação, enquanto o técnico atende ao público e ensina aos alunos o ofício, os atletas, em meio a peças e bicicletas de clientes, preparam o equipamento. A Revista On flagrou Allison separando o material para o treino. O jovem prepara-va a sapatilha enquanto Juan Picolli, 14, também competidor da categoria Junior, chegava de um treinamento. “Todos são de alto nível, mas precisam de uma es-trutura melhor para deslanchar”, afirmou

o técnico. No mesmo dia, Rafael Walter, 12, chegava à oficina para o seu primeiro dia.

Incentivos para o esporte

Em julho deste ano, Três Rios sediou a Copa Brasil de Vôlei Feminino Mirim, com a presença de atletas do estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo e de uma torcedora especial. Xuxa Meneghel, veio a cidade assistir aos jogos da filha, Sasha Meneghel, 13, pela sele-ção Carioca. O município também rece-beu o Tour do Rio, um evento ciclístico Internacional com a presença de atletas do Brasil e mais nove países.

Projetos de incentivo ao esporte foram criados. Um deles funciona no Planeta Vida, cujo foco é a ginástica olímpica e atende crianças e jovens de todas as ida-des. O secretário executivo do ministério do Esporte, Waldemar de Souza, esteve em Três Rios, também em julho, para anunciar a “Praça da Juventude”. “O es-porte é uma ferramenta fundamental para a formação do cidadão, promove saúde, qualidade de vida e contribui com outras áreas como a segurança pública, quando tiramos esses jovens da rua”, enfatiza o secretário.

Cerca de R$ 2 milhões serão investi-dos na obra, 150 profissionais do esporte e áreas afins, entre fisioterapeutas, pro-fessores de educação física e técnicos vão

“Treinamos duro e acabamos não competindo por falta de dinheiro para o combustível”Luan Vieira, 1º no ranking Fecierj, categoria infanto-juvenil.

GERAÇÕES DE CICLISTAS

O técnico Tucnhê e o

atleta Luan Vieira

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Resultado do esforço

do jovem atleta

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Um atleta mirim com potencial de gente grandeMuitos atletas no país dividem o mesmo sonho: viver do esporte. As difi culdades aparecem para todos os anônimos, cada um vivendo em uma realidade onde predomina o potencial e o dinheiro. Superação, determinação e persistência são palavras que defi nem um jovem atleta na busca incessante para manter-se no ciclismo.

Líder no ranking na categoria infanto-juvenil, das 70 compe-tições que participou até ago-ra, Luan Vieira, 13, esteve no

pódio 60 vezes. Ele, estudante da sétima série da rede pública de ensino em Três Rios, é um dos 10 atletas da ACT (As-sociação Ciclística Trirriense), que parti-cipam de campeonatos pelo país, quando conseguem angariar fundos para as des-pesas nas viagens.

O promissor atleta descobriu o gosto pelo esporte aos 11 anos, quando parti-cipou, pela primeira vez em 2009, de um evento ciclístico promovido pelo técnico e fundador da ACT, Adayr Aparecido de

Souza (Tuchê). Na competição, Luan conquistou o

primeiro lugar e em seguida foi convi-dado para fazer parte da associação onde treina com mais nove companheiros para as competições que somam pontos no ranking da Fecierj (Federação de Ciclis-mo do Estado do Rio de Janeiro).

Em depoimento para a Revista On, o jovem ciclista, quando indagado sobre o futuro, ficou pensativo e só mencionou o que buscava atualmente. “Dedicar aos treinos e buscar pontos para continuar no topo do ranking pelo menos até o final do ano. Mas não penso em outra carreira a não ser o ciclismo”. Luan afirmou que

já pensou em desistir do esporte. Para ele, o momento mais crítico foi quando a equipe não pôde participar do Brasileiro em Londrina (PR) este ano por falta de verba para o transporte.“Treinamos duro e acabamos não competindo, por falta de dinheiro para o combustível”. A despesa só não é maior porque o alojamento para os atletas é custeado pela Confederação Brasileira de Ciclismo na maioria das etapas.

Mesmo com algumas dificuldades fi-nanceiras, a família do esportista o incen-tiva nas competições ao contribuir para as viagens da equipe. “É um orgulho muito grande vermos o Luan no lugar mais alto

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POR ANA PAULA CANEDA

do pódio, superando todas as dificulda-des”, afirmou o padrasto do ciclista, Irove Victório Junior, 34. O competidor mora com ele (Irove), a mãe, Luciene Vieira Moreira, 34, e com os irmãos Yuri Viei-ra Moreira dos Santos, 15 e Yan Vieira Bello Victorio, 5. “O Luan tem muita responsabilidade com os seus horários, e ainda tem seus compromissos em casa”, adicionou o padrasto.

O ciclismo é considerado pela classe, um esporte elitizado, pelos altos custos com equipamentos, manutenção, gas-tos com equipe técnica e transporte dos materiais. A busca por patrocinadores é o principal objetivo dos atletas, já que este esporte não é tão popular no país do futebol. “Praticamos por teimosia”, brinca Tuchê, que trava constantemente uma batalha contra as dificuldades para manter os jovens ciclistas no caminho do esporte, financiando, do próprio bolso, a maioria das viagens.

Além dos treinos, o técnico oferece aulas de manutenção de bicicletas, “um estágio”, como ele refere. “Além de arru-mar o equipamento eles estão aprendendo um ofício”, enfatiza. Para essa categoria é preciso de investimento alto. De acordo com o treinador, um bom equipamento custa em média R$ 5.000. “As nossas bi-cicletas são mantidas através da doação de peças. O desafio é conseguir um bom patrocínio, que dê para cobrir as despesas com transporte”, afirma Tuchê.

A ACT foi fundada há dois anos e é uma associação oficial. Assim é possível “reduzir os impostos de quem abraçar a causa”, enfatizou Adayr, responsável pelo treinamento de alunos entre 10 a 16 anos, nas categorias: infanto-juvenil e ju-nior, ambas com líderes no ranking. Um

dos destaques é Allison Queiroz, 16. Ele corre na categoria junior. Há menos de um ano na equipe, conquistou a Copa das Cidades e a Copa Light; atualmente é o segundo no ranking. “Allison está na se-gunda colocação porque só disputou uma etapa da Copa. O carro quebrou na estra-da e só conseguimos chegar a Campos no segundo dia da competição”, declarou o técnico.

A oficina de Tuchê também é a sede da associação, enquanto o técnico atende ao público e ensina aos alunos o ofício, os atletas, em meio a peças e bicicletas de clientes, preparam o equipamento. A Revista On flagrou Allison separando o material para o treino. O jovem prepara-va a sapatilha enquanto Juan Picolli, 14, também competidor da categoria Junior, chegava de um treinamento. “Todos são de alto nível, mas precisam de uma es-trutura melhor para deslanchar”, afirmou

o técnico. No mesmo dia, Rafael Walter, 12, chegava à oficina para o seu primeiro dia.

Incentivos para o esporte

Em julho deste ano, Três Rios sediou a Copa Brasil de Vôlei Feminino Mirim, com a presença de atletas do estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo e de uma torcedora especial. Xuxa Meneghel, veio a cidade assistir aos jogos da filha, Sasha Meneghel, 13, pela sele-ção Carioca. O município também rece-beu o Tour do Rio, um evento ciclístico Internacional com a presença de atletas do Brasil e mais nove países.

Projetos de incentivo ao esporte foram criados. Um deles funciona no Planeta Vida, cujo foco é a ginástica olímpica e atende crianças e jovens de todas as ida-des. O secretário executivo do ministério do Esporte, Waldemar de Souza, esteve em Três Rios, também em julho, para anunciar a “Praça da Juventude”. “O es-porte é uma ferramenta fundamental para a formação do cidadão, promove saúde, qualidade de vida e contribui com outras áreas como a segurança pública, quando tiramos esses jovens da rua”, enfatiza o secretário.

Cerca de R$ 2 milhões serão investi-dos na obra, 150 profissionais do esporte e áreas afins, entre fisioterapeutas, pro-fessores de educação física e técnicos vão

“Treinamos duro e acabamos não competindo por falta de dinheiro para o combustível”Luan Vieira, 1º no ranking Fecierj, categoria infanto-juvenil.

GERAÇÕES DE CICLISTAS

O técnico Tucnhê e o

atleta Luan Vieira

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Resultado do esforço

do jovem atleta

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trabalhar no local. A previsão de início é para dezembro. No total, será usada uma área de 7.600m² próxima à Santa Matilde. Estima-se a geração de 200 empregos e a previsão para inauguração é para julho de 2012.

De acordo com o secretário de Esporte e Lazer do município, José Roberto Lo-pes Padilha, a prefeitura repassa R$ 360 mil por ano, dinheiro distribuído entre os projetos de incentivo ao esporte na cida-de. “O projeto Qualivida recebe o maior benefício, de R$156 mil, pois engloba o Planeta Vida, Planeta Cidadão e Ciep Morada do Sol”. Padilha explicou que o restante da verba é dividido entre: o Amé-rica Futebol Clube, a equipe de basquete, futsal, campeonato municipal de Futebol

Amador, Federação de Ciclismo, compe-tições de motociclismo, entre outros.

Para os atletas do pedal é repassado um montante de R$ 55 mil por ano. Deste, R$ 12 mil é dividido entre o Clube de Ci-clismo e Associação Ciclística Trirriense. “Cada instituição organiza duas provas no ano”, ressalta o secretário de Esportes sobre o destino da verba. Os R$ 43 mil restantes são enviados para a federação da categoria a qual, por sua vez, transmite o valor em 10 parcelas de R$ 4.300 em equipamentos para as entidades.

Bicicletas no país

No Brasil, a bicicleta já circulava em grande número em 1895 no Sul e em São

Paulo. Não há registros oficiais de quem trouxe o veículo para o país, só relatos de que ela teria vindo com os imigrantes eu-ropeus no final do século XIX. O primeiro representante nacional em uma competi-ção internacional foi Antônio Prado Ju-nior em 1904 no Campeonato Mundial de Velódromo, realizado em São Paulo. Na época ele conquistou o sexto lugar.

A primeira federação criada no país foi em São Paulo, em 1925. A Federação de Ciclismo de São Paulo organizou, no mesmo ano, competições com grandes clubes da época. Os jogos Olímpicos de Berlin na Alemanha em 1936 marcou a estreia do Brasil no esporte com os atletas Ricardo Magnani, Dertônio Ferrer e Her-mógenes Netto. O primeiro campeonato brasileiro foi promovido em Porto Alegre em 1938.

A bicicleta, para muitos, é considerada um meio de transporte. No Brasil, estima--se que 65 milhões desse veículo circule pelas ruas. Destas, 50% são usadas como transporte alternativo, substituindo veícu-los que degradam o meio ambiente. Cerca de 37% do total estão nas mãos de crian-ças e apenas 17%, são utilizadas pelos adultos para recreação e lazer. Apenas 1% da frota serve-se para a prática esportiva.

Não é só no esporte que faltam incen-tivos. Nas cidades brasileiras também há necessidades de estruturas para os ciclis-tas. O país tem apenas 600 quilômetros de vias para o uso exclusivo das “duas rodas”, o que leva muitos a dividirem as vias pú-blicas com veículos automotivos, aumen-tando os riscos e o número de acidentes.A lei que regulariza a bicicleta no trânsito exige o uso de capacete, campainha, sina-lização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, isso sem mencionar o espe-lho retrovisor do lado esquerdo.

“Não é só no esporte que faltam incentivos. Nas cidades brasileiras também há necessidades de estruturas para os ciclistas”

COMPETIÇÃO

O atleta em uma das

provas que disputou

em Três Rios

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trabalhar no local. A previsão de início é para dezembro. No total, será usada uma área de 7.600m² próxima à Santa Matilde. Estima-se a geração de 200 empregos e a previsão para inauguração é para julho de 2012.

De acordo com o secretário de Esporte e Lazer do município, José Roberto Lo-pes Padilha, a prefeitura repassa R$ 360 mil por ano, dinheiro distribuído entre os projetos de incentivo ao esporte na cida-de. “O projeto Qualivida recebe o maior benefício, de R$156 mil, pois engloba o Planeta Vida, Planeta Cidadão e Ciep Morada do Sol”. Padilha explicou que o restante da verba é dividido entre: o Amé-rica Futebol Clube, a equipe de basquete, futsal, campeonato municipal de Futebol

Amador, Federação de Ciclismo, compe-tições de motociclismo, entre outros.

Para os atletas do pedal é repassado um montante de R$ 55 mil por ano. Deste, R$ 12 mil é dividido entre o Clube de Ci-clismo e Associação Ciclística Trirriense. “Cada instituição organiza duas provas no ano”, ressalta o secretário de Esportes sobre o destino da verba. Os R$ 43 mil restantes são enviados para a federação da categoria a qual, por sua vez, transmite o valor em 10 parcelas de R$ 4.300 em equipamentos para as entidades.

Bicicletas no país

No Brasil, a bicicleta já circulava em grande número em 1895 no Sul e em São

Paulo. Não há registros oficiais de quem trouxe o veículo para o país, só relatos de que ela teria vindo com os imigrantes eu-ropeus no final do século XIX. O primeiro representante nacional em uma competi-ção internacional foi Antônio Prado Ju-nior em 1904 no Campeonato Mundial de Velódromo, realizado em São Paulo. Na época ele conquistou o sexto lugar.

A primeira federação criada no país foi em São Paulo, em 1925. A Federação de Ciclismo de São Paulo organizou, no mesmo ano, competições com grandes clubes da época. Os jogos Olímpicos de Berlin na Alemanha em 1936 marcou a estreia do Brasil no esporte com os atletas Ricardo Magnani, Dertônio Ferrer e Her-mógenes Netto. O primeiro campeonato brasileiro foi promovido em Porto Alegre em 1938.

A bicicleta, para muitos, é considerada um meio de transporte. No Brasil, estima--se que 65 milhões desse veículo circule pelas ruas. Destas, 50% são usadas como transporte alternativo, substituindo veícu-los que degradam o meio ambiente. Cerca de 37% do total estão nas mãos de crian-ças e apenas 17%, são utilizadas pelos adultos para recreação e lazer. Apenas 1% da frota serve-se para a prática esportiva.

Não é só no esporte que faltam incen-tivos. Nas cidades brasileiras também há necessidades de estruturas para os ciclis-tas. O país tem apenas 600 quilômetros de vias para o uso exclusivo das “duas rodas”, o que leva muitos a dividirem as vias pú-blicas com veículos automotivos, aumen-tando os riscos e o número de acidentes.A lei que regulariza a bicicleta no trânsito exige o uso de capacete, campainha, sina-lização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, isso sem mencionar o espe-lho retrovisor do lado esquerdo.

“Não é só no esporte que faltam incentivos. Nas cidades brasileiras também há necessidades de estruturas para os ciclistas”

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O atleta em uma das

provas que disputou

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A pequenagigante

BiaA ginasta de Três Rios se destaca na modalidade artística e se torna a grande aposta da cidade para participar das próximas olimpíadas. A jovem viajou para os EUA, onde

conheceu a campeã Jessica Lopez, atualmente entre as dez melhores do mundo.

POR PRISCILA OKADA

Quem vê o sorriso largo, pele aveludada e postura delicada da menina Beatriz Silveira, 12, não imagina sua capacida-

de em se equilibrar diante de tantos apa-relhos que a prática esportiva possibilita.

A jovem iniciou sua carreira aos 7 anos e hoje, é considerada a maior promessa de Três Rios para as olimpíadas de 2016 em Londres. Seu desempenho em cam-peonatos estaduais e nacionais motivou a instalação da ONG Qualivida na cidade. Em 2009, foi campeã estadual e vice--campeã nacional da categoria.

A ginasta faz seus treinamentos no Es-paço Planeta Vida, onde abriga o Centro de Treinamento de Ginástica Artística Três Rios – projeto desenvolvido em par-ceria com a ONG Qualivida, coordenada pela educadora física Georgette Vidor.

No início de agosto deste ano, a me-nina embarcou para Denver- capital do Colorado estado norte-americano. Lá, fez um intercâmbio na The International Gymnastics Academy of the Rockies Ti-gar, umas das mais conceituadas acade-mias de ginástica artística dos Estados Unidos. Durante duas semanas, Bia e a sua equipe, composta pela treinadora Ju-liana Fajardo, 27, e as treinadoras Aline Ribas e Heine Araujo ex-ginasta da Se-leção Brasileira e coordenadora Técnica da ONG Qualivida, puderam acompanhar o trabalho do professor brasileiro, Nilson Medeiros que está nos EUA há anos. Ele

treina a ginasta Jessica Lopez que está en-tre dez melhores do mundo.

Segundo Juliana, o convite para esta viagem surgiu quando Medeiros fez um intercâmbio no Brasil, pela Seleção Bra-sileira de Ginástica no Clube Regatas do

INSPIRAÇÃO

Da esquerda para direita, as ginastas Daniele

Hypolito e Jade Barbosa. Beatriz tem as duas

como exemplos a serem seguidos

UO

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.BR

“Se depender da minha vontade e da minha força de vontade chegarei sim às olimpíadas”,Beatriz Silveira, 12.

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EUA

Professora Juliana Fajardo, Beatriz ,

professoras Heine Araújo e Aline Ribas na

academia de Danver

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A pequenagigante

BiaA ginasta de Três Rios se destaca na modalidade artística e se torna a grande aposta da cidade para participar das próximas olimpíadas. A jovem viajou para os EUA, onde

conheceu a campeã Jessica Lopez, atualmente entre as dez melhores do mundo.

POR PRISCILA OKADA

Quem vê o sorriso largo, pele aveludada e postura delicada da menina Beatriz Silveira, 12, não imagina sua capacida-

de em se equilibrar diante de tantos apa-relhos que a prática esportiva possibilita.

A jovem iniciou sua carreira aos 7 anos e hoje, é considerada a maior promessa de Três Rios para as olimpíadas de 2016 em Londres. Seu desempenho em cam-peonatos estaduais e nacionais motivou a instalação da ONG Qualivida na cidade. Em 2009, foi campeã estadual e vice--campeã nacional da categoria.

A ginasta faz seus treinamentos no Es-paço Planeta Vida, onde abriga o Centro de Treinamento de Ginástica Artística Três Rios – projeto desenvolvido em par-ceria com a ONG Qualivida, coordenada pela educadora física Georgette Vidor.

No início de agosto deste ano, a me-nina embarcou para Denver- capital do Colorado estado norte-americano. Lá, fez um intercâmbio na The International Gymnastics Academy of the Rockies Ti-gar, umas das mais conceituadas acade-mias de ginástica artística dos Estados Unidos. Durante duas semanas, Bia e a sua equipe, composta pela treinadora Ju-liana Fajardo, 27, e as treinadoras Aline Ribas e Heine Araujo ex-ginasta da Se-leção Brasileira e coordenadora Técnica da ONG Qualivida, puderam acompanhar o trabalho do professor brasileiro, Nilson Medeiros que está nos EUA há anos. Ele

treina a ginasta Jessica Lopez que está en-tre dez melhores do mundo.

Segundo Juliana, o convite para esta viagem surgiu quando Medeiros fez um intercâmbio no Brasil, pela Seleção Bra-sileira de Ginástica no Clube Regatas do

INSPIRAÇÃO

Da esquerda para direita, as ginastas Daniele

Hypolito e Jade Barbosa. Beatriz tem as duas

como exemplos a serem seguidos

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“Se depender da minha vontade e da minha força de vontade chegarei sim às olimpíadas”,Beatriz Silveira, 12.

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Professora Juliana Fajardo, Beatriz ,

professoras Heine Araújo e Aline Ribas na

academia de Danver

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essa seleção e não abrindo espaço para crianças de escolas particulares, poderia perder um grande talento. Foi assim que a Beatriz pôde participar desse projeto e mostrou toda sua capacidade”, concluiu.

Se depender de apoio em sua carrei-ra, ela já é medalhista olímpica. A atleta, filha de uma professora de balé, desde cedo já era vista pendurada pelas barras de apoio na sala de dança, onde sua mãe dava aulas. Adriana Silveira, 39, conta que o fato de conviver com o mundo da dança, auxiliou sua filha a desenvolver mais elegância, postura, musicalidade, flexibilidade e beleza coreográfica em suas séries de solo e trave, a qual, para ela, é um diferencial.

Questionada sobre a força da família aos filhos que optam pelo esporte, a mãe da Bia reforça: “o apoio dos pais é fun-

damental, pois a rotina de uma ginasta de alto rendimento não é muito fácil. Muitas horas de treino, algumas abdi-cações (escolhas que devem ser feitas muito cedo), dores, mãos machucadas.

A família tem que estar sempre por per-to, para incentivar nos dias mais difíceis, aplaudir nas vitórias e mostrar que nem sempre tudo ocorre da maneira que es-peramos, mas que, com perseverança e determinação, tudo é possível”, revela Adriana.

A mãe da jovem não demonstrou an-seios quanto ao futuro da filha. “Não me assusta tanto, pois a Beatriz é uma me-nina muito madura e determinada com o que quer. Ela está nas mãos de grandes profissionais, com competência e serie-dade no trabalho que realizam. É um orgulho muito grande para nós deixá-la criar asas e voar, ganhar o mundo com a ginástica. Como ela sempre diz: ‘Vou ser uma grande ginasta, viajar muito e conhecer o mundo com o esporte’”, fi-naliza Adriana.

FAMÍLIA

Da esquerda para direita, o irmão

Pedro, irmã Alice, mãe Adriana,

irmã Luiza e o pai Carlos Alberto

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Flamengo. A coordenadora da Qualivida Georgette, ao notar que seria uma boa oportunidade tanto para os professores do projeto quanto para a atleta mirim ter uma experiência fora do país. Vidor mediou esse encontro, que de acordo com Julia-na, foi um aprendizado muito grande para ela, que pôde acompanhar o trabalho de outros treinadores e para a Beatriz, donde, pela primeira vez, teve contato e foi ava-liada por profissionais renomados.

Para a jovem, a viagem além de ter sido um grande passo para a sua carreira, foi muito bonita. “Tudo na cidade era lin-do, outro mundo. A estrutura do clube era muito boa e tinham muitos alunos. Além disso, o técnico nos ajudou bastante, cor-rigindo erros e orientando sobre técnicas

que eu ainda não conhecia”, relatou Be-atriz.

A ginasta também falou de suas musas inspiradoras do esporte. “Sou fã da Da-niele Hypólito e Jade Barbosa. Se depen-der da minha vontade e da minha força de vontade chegarei sim às olimpíadas”, revelou.

Durante a passagem pela academia de Denver, outra surpresa foi o encontro com a família Shchennikov. Todos os quatro membros da família estão inseridos na gi-nástica. Alex Shchennikov recentemente foi um dos treinadores Seleção Nacional, no Centro de Treinamento Olímpico de Colorado Springs. A esposa dele, Katia Shchennikova foi ginasta treinada por Natasha Tokareva uma das estrelas na Equipe Nacional Russa. Polina, a filha, é ginasta de Elite do Nacional Júnior EUA Equipe de Treinamento, enquanto a outra filha, Alyona, está na equipe TOPS Na-cional.

Para a treinadora da Beatriz, o encon-tro com a jovem Polina Shchennikov foi indescritível para o amadurecimento e confirmação dos seus ideais como ginas-ta. O resultado final desse intercâmbio foi bastante satisfatório para Fajardo. “Os treinadores gostaram muito do trabalho dela e mostraram alguns pontos que pode-

mos melhorar. Agora tudo vai depender de sua evolução técnica e fatores psicoló-gicos e físicos que influenciam bastante. Os treinamentos estão voltados para que ela alcance a competições de 2016”, re-vela Juliana.

O secretário municipal de Esportes, José Roberto Lopes Padilha, afirma que todas as fichas estão apostadas na jovem. Para ele, é a atleta mais qualificada para chegar as Olimpíadas. “Até 2012, acre-dito que a Bia, entre no ranking das 10 melhores atletas da cidade e consiga rece-ber a mesma ajuda financeira do governo federal que atletas como o nadador César Cielo e a saltadora Maurren Maggi rece-bem atualmente. Esses subsídios podem variar entre R$ 365 a R$ 15 mil”, revela. Ainda de acordo com Padilha, todos os atletas não pagam nada para participar dos treinamentos do projeto. “Todos os custos com transporte, pagamentos de professores e treinamento saem do bolso do convênio entre a prefeitura e o governo do estado”, explica.

A ginasta trirriense estuda em escola particular e o projeto da Qualivida, ini-cialmente, tinha como objetivo atender crianças de escolas públicas. “A treina-dora Georgette, com muita visão no es-porte, chegou à conclusão que, fazendo BEATRIZ SILVEIRA

Exercício de trave

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BEATRIZ

A ginasta recebe ajuda de sua professora no exercício de solo

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essa seleção e não abrindo espaço para crianças de escolas particulares, poderia perder um grande talento. Foi assim que a Beatriz pôde participar desse projeto e mostrou toda sua capacidade”, concluiu.

Se depender de apoio em sua carrei-ra, ela já é medalhista olímpica. A atleta, filha de uma professora de balé, desde cedo já era vista pendurada pelas barras de apoio na sala de dança, onde sua mãe dava aulas. Adriana Silveira, 39, conta que o fato de conviver com o mundo da dança, auxiliou sua filha a desenvolver mais elegância, postura, musicalidade, flexibilidade e beleza coreográfica em suas séries de solo e trave, a qual, para ela, é um diferencial.

Questionada sobre a força da família aos filhos que optam pelo esporte, a mãe da Bia reforça: “o apoio dos pais é fun-

damental, pois a rotina de uma ginasta de alto rendimento não é muito fácil. Muitas horas de treino, algumas abdi-cações (escolhas que devem ser feitas muito cedo), dores, mãos machucadas.

A família tem que estar sempre por per-to, para incentivar nos dias mais difíceis, aplaudir nas vitórias e mostrar que nem sempre tudo ocorre da maneira que es-peramos, mas que, com perseverança e determinação, tudo é possível”, revela Adriana.

A mãe da jovem não demonstrou an-seios quanto ao futuro da filha. “Não me assusta tanto, pois a Beatriz é uma me-nina muito madura e determinada com o que quer. Ela está nas mãos de grandes profissionais, com competência e serie-dade no trabalho que realizam. É um orgulho muito grande para nós deixá-la criar asas e voar, ganhar o mundo com a ginástica. Como ela sempre diz: ‘Vou ser uma grande ginasta, viajar muito e conhecer o mundo com o esporte’”, fi-naliza Adriana.

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Da esquerda para direita, o irmão

Pedro, irmã Alice, mãe Adriana,

irmã Luiza e o pai Carlos Alberto

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Flamengo. A coordenadora da Qualivida Georgette, ao notar que seria uma boa oportunidade tanto para os professores do projeto quanto para a atleta mirim ter uma experiência fora do país. Vidor mediou esse encontro, que de acordo com Julia-na, foi um aprendizado muito grande para ela, que pôde acompanhar o trabalho de outros treinadores e para a Beatriz, donde, pela primeira vez, teve contato e foi ava-liada por profissionais renomados.

Para a jovem, a viagem além de ter sido um grande passo para a sua carreira, foi muito bonita. “Tudo na cidade era lin-do, outro mundo. A estrutura do clube era muito boa e tinham muitos alunos. Além disso, o técnico nos ajudou bastante, cor-rigindo erros e orientando sobre técnicas

que eu ainda não conhecia”, relatou Be-atriz.

A ginasta também falou de suas musas inspiradoras do esporte. “Sou fã da Da-niele Hypólito e Jade Barbosa. Se depen-der da minha vontade e da minha força de vontade chegarei sim às olimpíadas”, revelou.

Durante a passagem pela academia de Denver, outra surpresa foi o encontro com a família Shchennikov. Todos os quatro membros da família estão inseridos na gi-nástica. Alex Shchennikov recentemente foi um dos treinadores Seleção Nacional, no Centro de Treinamento Olímpico de Colorado Springs. A esposa dele, Katia Shchennikova foi ginasta treinada por Natasha Tokareva uma das estrelas na Equipe Nacional Russa. Polina, a filha, é ginasta de Elite do Nacional Júnior EUA Equipe de Treinamento, enquanto a outra filha, Alyona, está na equipe TOPS Na-cional.

Para a treinadora da Beatriz, o encon-tro com a jovem Polina Shchennikov foi indescritível para o amadurecimento e confirmação dos seus ideais como ginas-ta. O resultado final desse intercâmbio foi bastante satisfatório para Fajardo. “Os treinadores gostaram muito do trabalho dela e mostraram alguns pontos que pode-

mos melhorar. Agora tudo vai depender de sua evolução técnica e fatores psicoló-gicos e físicos que influenciam bastante. Os treinamentos estão voltados para que ela alcance a competições de 2016”, re-vela Juliana.

O secretário municipal de Esportes, José Roberto Lopes Padilha, afirma que todas as fichas estão apostadas na jovem. Para ele, é a atleta mais qualificada para chegar as Olimpíadas. “Até 2012, acre-dito que a Bia, entre no ranking das 10 melhores atletas da cidade e consiga rece-ber a mesma ajuda financeira do governo federal que atletas como o nadador César Cielo e a saltadora Maurren Maggi rece-bem atualmente. Esses subsídios podem variar entre R$ 365 a R$ 15 mil”, revela. Ainda de acordo com Padilha, todos os atletas não pagam nada para participar dos treinamentos do projeto. “Todos os custos com transporte, pagamentos de professores e treinamento saem do bolso do convênio entre a prefeitura e o governo do estado”, explica.

A ginasta trirriense estuda em escola particular e o projeto da Qualivida, ini-cialmente, tinha como objetivo atender crianças de escolas públicas. “A treina-dora Georgette, com muita visão no es-porte, chegou à conclusão que, fazendo BEATRIZ SILVEIRA

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ESPORTE RADICAL

Montanha abaixo numa bike

Trilhas irregulares, terra, pedras no caminho, saltos e muita descida. Por este percurso passa o praticante de Downhill, modalidade do Mountain Bike, que consiste em ‘descer montanhas’, como diz a tradução, usando uma bicicleta. Para vencer as provas, é preciso ser o mais rápido. Para praticar, não é preciso ir longe.

POR FREDERICO NOGUEIRA E RAFAEL MORAES

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Nascido na Califórnia, Estados Unidos, o Downhill é um esporte radical onde o atle-ta precisa descer montanhas

com vários obstáculos no caminho em tempos curtos. A modalidade se espalhou pelo mundo e ganhou vários adeptos, com bicicletas e equipamentos que podem cus-tar mais de R$ 15 mil. No estado do Rio de Janeiro, uma das pistas está onde muita gente nem imagina: no Parque Salutaris em Paraíba do Sul.

A cidade tem uma descida com aproxi-madamente 1.200 metros, há menos de 1 km do centro da cidade. Um dos responsá-veis pela construção do caminho foi Luis Cláudio Pureza do Nascimento, o Kati, comerciante sul-paraibano e praticante de ciclismo desde a infância. “Eu tive a ideia de construir o trajeto de Paraíba do Sul há mais de dez anos. Alguns amigos me ajudaram e, hoje, só cuido, buscando o aperfeiçoamento a cada ano”, diz ele, que, há dois anos não participa de competições por causa da operação de duas hérnias de

disco lombares e uma luxação esternocla-vicular.

Para Kati, cada rota de descida é única e, a de Paraíba, tem características que a fazem ser considerada uma das melhores do país. “Já competi em várias cidades e nunca são iguais. As rotas dentro de floresta são as mais perigosas, como em Petrópolis, Nova Friburgo e Campos do Jordão, pois sempre tem árvores no meio do caminho e raízes altamente escorrega-dias”, completa.

Quem compartilha a mesma opinião é o

atleta Alexandre Theophilo da Silva, prati-cante de Moutain Bike e Downhill há mais de 10 anos. “A diferença é sempre o tipo de solo. Esta tem muitas pedras e é bastan-te inclinada, mas tento regular a bike para um melhor rendimento”, diz ele que, além de usar o trajeto para treinar, faz dele um passeio, já que “do topo do morro, o visual é muito bonito”.

Recém chegado, o mecânico Herlon Gabriel Coutinho está há pouco mais de um ano no Downhill. “Uso a pista para treinar. É muito técnica, o que me ajuda na hora de encarar competições em outros lugares. Acredito que qualquer um que esteja disposto a treinar, consegue bons resultados no esporte, basta dedicação”, diz o novo atleta que, com pouco tempo, já possui bons resultados em competições estaduais.

Bons resultados, aliás, é o que não fal-tam a nenhum deles. Kati foi o vencedor da primeira prova de Cross Country em Campos do Jordão no estado de São Pau-lo em dezembro de 1988. Ele é também

É muito técnica, o que me ajuda na hora de encarar competições em outros lugares. Herlon Gabriel Coutinho, piloto

Campeão da categoria Master B do Dow-nhill Rio 2006. Alexandre Theophilo ficou com o primeiro lugar na categoria Elite do IV Downhill Astolfo Dutra, que aconteceu em agosto. Já Gabriel conseguiu o terceiro lugar da categoria Juvenil na 6ª Etapa do Carioca de Downhill em Rio das Flores.

Caio Rudá, montador de bicicleta, usa o trajeto para treinar e já conseguiu um importante título no esporte. Foi vice--campeão brasileiro de Downhill em 2010 na categoria S30. Para ele, o esporte, além de troféus e medalhas, proporciona con-quistas “tão legais quanto estas, que são as amizades e o respeito”.

Quanto ao que ainda falta na pista, os atletas tem o mesmo pensamento. “O ide-al seria a construção de um teleférico para levar os atletas até o topo, onde acontece a largada. Com isso, Paraíba do Sul se tornaria uma cidade realmente turística”, diz Kati. Para Rudá ainda “falta apoio fi-nanceiro para buscar novas conquistas”, realidade de grande parte dos esportistas no país.

Montanha das Olimpíadas

Segundo o assessor de esporte da Se-cretaria de Educação, Esporte e Lazer de Paraíba do Sul, Denis Pereira Mendes, o trajeto está aberto a quem quiser praticar. “O Parque Salutaris, onde está a descida, pertence à prefeitura e tem guardas que dão segurança ao local. Hoje, a cidade tem muitos jovens adeptos ao esporte”, conclui.

A cidade sul-paraibana ainda pode participar diretamente nos Jogos Olím-picos de 2016. “Estamos na fase de se-leção das cidades para pré-treinamento das equipes que participarão dos jogos. Se passarmos vamos fazer publicidade para vender nossos espaços, a partir de janeiro, aos países que tem as modalida-des que podem ser praticadas aqui. Den-tre elas estão o Cross Country e BMX. A pista de Cross nós já temos e a de BMX vamos construir se formos seleciona-dos”, disse Andréia Pereira, coordena-dora de esportes sobre outras modalida-

des exploradas por atletas locais. Até o fechamento desta edição, o resultado da seleção não havia sido divulgado.

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REINVINDICAÇÃO

O único pedido é o teleférico

ESPORTE

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ESPORTE RADICAL

Montanha abaixo numa bike

Trilhas irregulares, terra, pedras no caminho, saltos e muita descida. Por este percurso passa o praticante de Downhill, modalidade do Mountain Bike, que consiste em ‘descer montanhas’, como diz a tradução, usando uma bicicleta. Para vencer as provas, é preciso ser o mais rápido. Para praticar, não é preciso ir longe.

POR FREDERICO NOGUEIRA E RAFAEL MORAES

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Nascido na Califórnia, Estados Unidos, o Downhill é um esporte radical onde o atle-ta precisa descer montanhas

com vários obstáculos no caminho em tempos curtos. A modalidade se espalhou pelo mundo e ganhou vários adeptos, com bicicletas e equipamentos que podem cus-tar mais de R$ 15 mil. No estado do Rio de Janeiro, uma das pistas está onde muita gente nem imagina: no Parque Salutaris em Paraíba do Sul.

A cidade tem uma descida com aproxi-madamente 1.200 metros, há menos de 1 km do centro da cidade. Um dos responsá-veis pela construção do caminho foi Luis Cláudio Pureza do Nascimento, o Kati, comerciante sul-paraibano e praticante de ciclismo desde a infância. “Eu tive a ideia de construir o trajeto de Paraíba do Sul há mais de dez anos. Alguns amigos me ajudaram e, hoje, só cuido, buscando o aperfeiçoamento a cada ano”, diz ele, que, há dois anos não participa de competições por causa da operação de duas hérnias de

disco lombares e uma luxação esternocla-vicular.

Para Kati, cada rota de descida é única e, a de Paraíba, tem características que a fazem ser considerada uma das melhores do país. “Já competi em várias cidades e nunca são iguais. As rotas dentro de floresta são as mais perigosas, como em Petrópolis, Nova Friburgo e Campos do Jordão, pois sempre tem árvores no meio do caminho e raízes altamente escorrega-dias”, completa.

Quem compartilha a mesma opinião é o

atleta Alexandre Theophilo da Silva, prati-cante de Moutain Bike e Downhill há mais de 10 anos. “A diferença é sempre o tipo de solo. Esta tem muitas pedras e é bastan-te inclinada, mas tento regular a bike para um melhor rendimento”, diz ele que, além de usar o trajeto para treinar, faz dele um passeio, já que “do topo do morro, o visual é muito bonito”.

Recém chegado, o mecânico Herlon Gabriel Coutinho está há pouco mais de um ano no Downhill. “Uso a pista para treinar. É muito técnica, o que me ajuda na hora de encarar competições em outros lugares. Acredito que qualquer um que esteja disposto a treinar, consegue bons resultados no esporte, basta dedicação”, diz o novo atleta que, com pouco tempo, já possui bons resultados em competições estaduais.

Bons resultados, aliás, é o que não fal-tam a nenhum deles. Kati foi o vencedor da primeira prova de Cross Country em Campos do Jordão no estado de São Pau-lo em dezembro de 1988. Ele é também

É muito técnica, o que me ajuda na hora de encarar competições em outros lugares. Herlon Gabriel Coutinho, piloto

Campeão da categoria Master B do Dow-nhill Rio 2006. Alexandre Theophilo ficou com o primeiro lugar na categoria Elite do IV Downhill Astolfo Dutra, que aconteceu em agosto. Já Gabriel conseguiu o terceiro lugar da categoria Juvenil na 6ª Etapa do Carioca de Downhill em Rio das Flores.

Caio Rudá, montador de bicicleta, usa o trajeto para treinar e já conseguiu um importante título no esporte. Foi vice--campeão brasileiro de Downhill em 2010 na categoria S30. Para ele, o esporte, além de troféus e medalhas, proporciona con-quistas “tão legais quanto estas, que são as amizades e o respeito”.

Quanto ao que ainda falta na pista, os atletas tem o mesmo pensamento. “O ide-al seria a construção de um teleférico para levar os atletas até o topo, onde acontece a largada. Com isso, Paraíba do Sul se tornaria uma cidade realmente turística”, diz Kati. Para Rudá ainda “falta apoio fi-nanceiro para buscar novas conquistas”, realidade de grande parte dos esportistas no país.

Montanha das Olimpíadas

Segundo o assessor de esporte da Se-cretaria de Educação, Esporte e Lazer de Paraíba do Sul, Denis Pereira Mendes, o trajeto está aberto a quem quiser praticar. “O Parque Salutaris, onde está a descida, pertence à prefeitura e tem guardas que dão segurança ao local. Hoje, a cidade tem muitos jovens adeptos ao esporte”, conclui.

A cidade sul-paraibana ainda pode participar diretamente nos Jogos Olím-picos de 2016. “Estamos na fase de se-leção das cidades para pré-treinamento das equipes que participarão dos jogos. Se passarmos vamos fazer publicidade para vender nossos espaços, a partir de janeiro, aos países que tem as modalida-des que podem ser praticadas aqui. Den-tre elas estão o Cross Country e BMX. A pista de Cross nós já temos e a de BMX vamos construir se formos seleciona-dos”, disse Andréia Pereira, coordena-dora de esportes sobre outras modalida-

des exploradas por atletas locais. Até o fechamento desta edição, o resultado da seleção não havia sido divulgado.

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REINVINDICAÇÃO

O único pedido é o teleférico

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1/2 PALAVRA

Primeiro carro voador do mundo deve começar a ser vendido em 2012

O primeiro veículo aéreo e terrestre do mundo recebeu permissão de segurança rodoviária e já pode ser comercializado.Os criadores do Transition Roadable Aircraft, que deve custar 160 mil euros (cerca de R$ 350 mil) vão utilizar pneus especiais, que não irão pesar na hora de decolar com o carro. Em vez de utilizar janelas de vidro, o veículo contará com painéis feitos de policarbonato, que é mais leve e tem menos probabilidade de quebrar ou estilhaçar. A permissão concedida pela administração americana de segurança ao tráfego nas estradas vai permitir que o primeiro carro voador do mundo comece a ser vendido.

FONTE: INFO ABRIL

Outdoor feito de plantas absorve poluição do ar

Que tal divulgar sua marca e, ao mesmo tempo, con-tribuir para o combate ao aquecimento global? Essa foi a “sacada publicitária” da Coca-Cola, em parceria com a ONG WWF (World Wildlife Fund), que recen-temente colocou um outdoor vivo no cruzamento de duas movimentadas avenidas da cidade de Makati, nas Filipinas.O cartaz publicitário forma a imagem de uma garrafa de Coca-Cola utilizando, apenas, mudas de Fukien, uma planta, mais conhecida como Carmona, no Brasil, capaz de absorver poluição atmosférica e, assim, dimi-nuir a quantidade de CO2 no ar.

FONTE: SUPER INTERESANTE

1/2 PALAVRA

Assuntos curiosos despertam a nossa atenção a todo momento, seja na ciência, na saúde, no cotidiano ou na política. Confi ra alguns temas que rodaram o mundo e merecem o nosso destaque.

1/2PALAVRA

365 dias de maquiagem de uma vez

Dupla de artistas holandesa passa nove horas maquiando modelo. Sabe aquela sua dose diária de maquiagem? Imagina que loucura seria reunir toda make que você usa durante um ano de uma vez no seu rosto?! Esta foi a ideia dos artistas holandeses lernert Engelberts e Sander Plug. A dupla pas-sou nove horas aplicando base, blush, sombra e gloss na modeloHannelore knuts, e claro, registraram tudo isso em vídeo. Com sete potes de base dois blushs, duas sombras e três batons doados pela marca de maquiagem Ellis Faas, a modelo fi cou irreconhecível.

FONTE: TPM

Chimpanzé criado como humano

Em 1973, o chimpanzé Nim foi separado de sua mãe com poucas semanas de vida e levado aos cuidados de outra mãe, uma humana. Nascido no centro de pes-quisa de primatas de Oklahoma, o pequeno macaco foi o personagem principal de uma experiência com a intenção de provar que a linguagem dos homens poderia ser aprendida por seu parente mais próximo. Parece fi cção, mas aconteceu e virou o documentário Project Nim.

FONTE: GALILEU

Abacaxi gigante épatrimônio histórico

O estado de Queensland (Austrália) transfor-mou em patrimônio histórico o centro turís-tico em forma de abacaxi gigante. Segundo as autoridades locais, o abacaxi de 16 metros de altura tem atraído milhões de visitantes desde sua abertura, em 1971. O abacaxi gigante, que fi ca localizado em Nambour, no estado de Que-ensland, é utilizado, por exemplo, para reuniões, casamentos e conferências.

FONTE: G1

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1/2 PALAVRA

Primeiro carro voador do mundo deve começar a ser vendido em 2012

O primeiro veículo aéreo e terrestre do mundo recebeu permissão de segurança rodoviária e já pode ser comercializado.Os criadores do Transition Roadable Aircraft, que deve custar 160 mil euros (cerca de R$ 350 mil) vão utilizar pneus especiais, que não irão pesar na hora de decolar com o carro. Em vez de utilizar janelas de vidro, o veículo contará com painéis feitos de policarbonato, que é mais leve e tem menos probabilidade de quebrar ou estilhaçar. A permissão concedida pela administração americana de segurança ao tráfego nas estradas vai permitir que o primeiro carro voador do mundo comece a ser vendido.

FONTE: INFO ABRIL

Outdoor feito de plantas absorve poluição do ar

Que tal divulgar sua marca e, ao mesmo tempo, con-tribuir para o combate ao aquecimento global? Essa foi a “sacada publicitária” da Coca-Cola, em parceria com a ONG WWF (World Wildlife Fund), que recen-temente colocou um outdoor vivo no cruzamento de duas movimentadas avenidas da cidade de Makati, nas Filipinas.O cartaz publicitário forma a imagem de uma garrafa de Coca-Cola utilizando, apenas, mudas de Fukien, uma planta, mais conhecida como Carmona, no Brasil, capaz de absorver poluição atmosférica e, assim, dimi-nuir a quantidade de CO2 no ar.

FONTE: SUPER INTERESANTE

1/2 PALAVRA

Assuntos curiosos despertam a nossa atenção a todo momento, seja na ciência, na saúde, no cotidiano ou na política. Confi ra alguns temas que rodaram o mundo e merecem o nosso destaque.

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365 dias de maquiagem de uma vez

Dupla de artistas holandesa passa nove horas maquiando modelo. Sabe aquela sua dose diária de maquiagem? Imagina que loucura seria reunir toda make que você usa durante um ano de uma vez no seu rosto?! Esta foi a ideia dos artistas holandeses lernert Engelberts e Sander Plug. A dupla pas-sou nove horas aplicando base, blush, sombra e gloss na modeloHannelore knuts, e claro, registraram tudo isso em vídeo. Com sete potes de base dois blushs, duas sombras e três batons doados pela marca de maquiagem Ellis Faas, a modelo fi cou irreconhecível.

FONTE: TPM

Chimpanzé criado como humano

Em 1973, o chimpanzé Nim foi separado de sua mãe com poucas semanas de vida e levado aos cuidados de outra mãe, uma humana. Nascido no centro de pes-quisa de primatas de Oklahoma, o pequeno macaco foi o personagem principal de uma experiência com a intenção de provar que a linguagem dos homens poderia ser aprendida por seu parente mais próximo. Parece fi cção, mas aconteceu e virou o documentário Project Nim.

FONTE: GALILEU

Abacaxi gigante épatrimônio histórico

O estado de Queensland (Austrália) transfor-mou em patrimônio histórico o centro turís-tico em forma de abacaxi gigante. Segundo as autoridades locais, o abacaxi de 16 metros de altura tem atraído milhões de visitantes desde sua abertura, em 1971. O abacaxi gigante, que fi ca localizado em Nambour, no estado de Que-ensland, é utilizado, por exemplo, para reuniões, casamentos e conferências.

FONTE: G1

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Três Rios sediou a décima primei-ra edição da maior feira de negó-cios do centro sul fluminense. O evento ocorreu entre os dias 13

e 16 de julho no campo do Entrerriense Futebol Clube. A feira aconteceu por meio de uma parceria entre o Sicomércio Três Rios com Sistema Fecomércio, prefeitura, Sebrae, Senac e Sesc.

Nesta edição, 250 expositores parti-ciparam do evento, incluindo alguns de outros estados, que trouxeram novidades numa área de 5.500 m².

Os visitantes puderam encontrar uma programação empresarial direcionada aos profissionais que buscam por desenvolvi-mento, bem como uma variada programa-ção cultural com dança, música, teatro e desfiles de moda. Além disso, os tradicio-nais salões de produtos e serviços, artesa-nato, moda e beleza, indústria e institucio-nal foram mantidos.

A principal mudança deste ano foi o ta-manho do evento que cresceu 500 m². O salão da construção, inexistente nos anos anteriores, teve espaço reservado para a construção civil. Empresas de arquitetura, lojas de materiais de construção, constru-toras que apresentaram lançamentos imo-

biliários e agentes financeiros, fizeram atendimentos às pessoas com interesse em adquirir a casa própria e reformar o imó-vel.

A Rodada de Negócios contou com a participação de empresas nunca antes in-seridas no evento. Empresas de prestação de serviços e fabricação de plásticos foram novidades. Os pequenos empreendimentos tiveram a oportunidade de mostrar todo seu potencial para as grandes organiza-ções.

Para este ano, as expectativas giram em torno de um aumento de 10%, atingin-do a faixa dos R$ 15 milhões. Segundo o

presidente do Sicomércio Três Rios, Júlio Cezar Rezende de Freitas, a edição desse ano ultrapassou todas as expectativas. “Em conversa com expositores, muitos comen-taram a satisfação com os resultados obti-dos. Ainda estamos tabulando o resultado da pesquisa, mas com certeza o volume de negócios gerados irá ultrapassar o da últi-ma edição, principalmente os números da Rodada de Negócios”.

Para a gerente da Cia do Livro, Sabrina Travassos, a participação no Centro Sul Negócios foi bastante positiva: “Consegui-mos captar novos clientes e a nossa expec-tativa que foi apenas divulgar o institucio-nal da empresa, nos surpreendeu quando as vendas começaram a surgir. Veio como um complemento da nossa ação na feira.”

História do Centro Sul Negócios

A feira nasceu em 2001 como uma ro-dada de negócios. Três Rios passava por um momento econômico deficitário por conta da perda de algumas empresas. O comércio também estava em decadência. O evento surgiu como uma forma de mo-vimentar a cidade. Tudo começou com 50 expositores em um local pequeno.

Centro Sul Negócios 2011 é sucesso mais uma vez

“Em conversa com expositores, muitos comentaram a satisfação com os resultados obtidos”,presidente do Sicomércio, Júlio Cezar Rezende.

POR PRISCILA OKADA

ACONTECEU

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FOTOS ROGÉRIO CERQUEIRA E RICHARD PLAY

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Três Rios sediou a décima primei-ra edição da maior feira de negó-cios do centro sul fluminense. O evento ocorreu entre os dias 13

e 16 de julho no campo do Entrerriense Futebol Clube. A feira aconteceu por meio de uma parceria entre o Sicomércio Três Rios com Sistema Fecomércio, prefeitura, Sebrae, Senac e Sesc.

Nesta edição, 250 expositores parti-ciparam do evento, incluindo alguns de outros estados, que trouxeram novidades numa área de 5.500 m².

Os visitantes puderam encontrar uma programação empresarial direcionada aos profissionais que buscam por desenvolvi-mento, bem como uma variada programa-ção cultural com dança, música, teatro e desfiles de moda. Além disso, os tradicio-nais salões de produtos e serviços, artesa-nato, moda e beleza, indústria e institucio-nal foram mantidos.

A principal mudança deste ano foi o ta-manho do evento que cresceu 500 m². O salão da construção, inexistente nos anos anteriores, teve espaço reservado para a construção civil. Empresas de arquitetura, lojas de materiais de construção, constru-toras que apresentaram lançamentos imo-

biliários e agentes financeiros, fizeram atendimentos às pessoas com interesse em adquirir a casa própria e reformar o imó-vel.

A Rodada de Negócios contou com a participação de empresas nunca antes in-seridas no evento. Empresas de prestação de serviços e fabricação de plásticos foram novidades. Os pequenos empreendimentos tiveram a oportunidade de mostrar todo seu potencial para as grandes organiza-ções.

Para este ano, as expectativas giram em torno de um aumento de 10%, atingin-do a faixa dos R$ 15 milhões. Segundo o

presidente do Sicomércio Três Rios, Júlio Cezar Rezende de Freitas, a edição desse ano ultrapassou todas as expectativas. “Em conversa com expositores, muitos comen-taram a satisfação com os resultados obti-dos. Ainda estamos tabulando o resultado da pesquisa, mas com certeza o volume de negócios gerados irá ultrapassar o da últi-ma edição, principalmente os números da Rodada de Negócios”.

Para a gerente da Cia do Livro, Sabrina Travassos, a participação no Centro Sul Negócios foi bastante positiva: “Consegui-mos captar novos clientes e a nossa expec-tativa que foi apenas divulgar o institucio-nal da empresa, nos surpreendeu quando as vendas começaram a surgir. Veio como um complemento da nossa ação na feira.”

História do Centro Sul Negócios

A feira nasceu em 2001 como uma ro-dada de negócios. Três Rios passava por um momento econômico deficitário por conta da perda de algumas empresas. O comércio também estava em decadência. O evento surgiu como uma forma de mo-vimentar a cidade. Tudo começou com 50 expositores em um local pequeno.

Centro Sul Negócios 2011 é sucesso mais uma vez

“Em conversa com expositores, muitos comentaram a satisfação com os resultados obtidos”,presidente do Sicomércio, Júlio Cezar Rezende.

POR PRISCILA OKADA

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ACONTECEU

Tour do Rio passou por Três Rios pela segunda vezPOR PRISCILA OKADA

Maior competição de ciclis-mo da América Latina, pela segunda vez, esteve em Três Rios. E foi na ci-

dade, que pela primeira vez, um ciclista brasileiro venceu uma das etapas do Tour, acumulando pontos para o seu credencia-mento para as Olimpíadas de Londres em 2012. O ciclista brasileiro Rafael Andria-to, que corre pela equipe Petroli Firenze, da Itália, venceu a 2ª etapa do Tour do Rio 2011 em um percurso de 161 quilô-metros entre Volta Redonda e Três Rios. Em 2010, Andriato já havia deixado claro seu desejo de quebrar o tabu brasileiro no Rio de Janeiro.

A competição de ciclismo interna-cional desse ano percorreu longos 808,5 quilômetros entre serra e litoral viajando por cinco dias entre os cinco municípios que sediaram as etapas: Angra dos Reis,

Três Rios, Friburgo, Cabo Frio e Rio de Janeiro.

Na classificação geral do evento, a equipe colombiana EPM-Une foi cam-peã da segunda edição do Tour do Rio, que terminou no dia 31 de julho. O time, apesar de não ter ficado entre os dez me-lhores na quinta e última etapa, totalizou um tempo de 56h08m39s e terminou em primeiro lugar na classificação geral. Por dois minutos e 46 segundos de diferença, o Brasil ficou em segundo com a equipe paulista Funvic/Pindamonhangaba, en-quanto a americana Jamis Sutter Home Pro Cycling, com o tempo de 56h32m38s, terminou na terceira posição.

Com a soma de pontos do Tour do Rio no ranking da UCI (União Ciclística In-ternacional), o Brasil conquistou quatro vagas para as Olimpíadas de Londres 2012. O técnico da DataRo e da seleção

TOUR DO RIO

Chegada dos atletas em Três Rios

RIC

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TOUR DO RIO

Vencedores da segunda etapa que

aconteceu em Três Rios

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brasileira, Hernandes Quadri, elogiou o desempenho dos brasileiros durante os cinco dias de disputa.

A estrutura do evento foi o que mais chamou atenção de todos os que partici-param e receberam a competição. Uma comitiva com quase 600 profissionais de apoio, segurança e organização as-seguraram o sucesso mais uma vez da competição de 2011.

Dentro da disputa, um projeto chamou atenção de todos, O Adeus Rodinha, des-tinado ao público infantil, fez com que crianças que esperavam pela passagem dos ciclistas, aprendessem normas de trânsito, orientações para o desenvol-vimento da psicomotricidade, controle de autoestima e conquista da segurança através do uso de bicicletas.

O Tour do Rio surge como estímulo ao ciclismo brasileiro, com ações para formar uma nova geração de atletas na modalidade que mais distribui medalhas olímpicas.

TOUR DO RIO 2ª ETAPA

1º lugar Rafael Andriato, 2º Edgardo Simon e em 3º Roberto Pinheiro

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Tour do Rio passou por Três Rios pela segunda vezPOR PRISCILA OKADA

Maior competição de ciclis-mo da América Latina, pela segunda vez, esteve em Três Rios. E foi na ci-

dade, que pela primeira vez, um ciclista brasileiro venceu uma das etapas do Tour, acumulando pontos para o seu credencia-mento para as Olimpíadas de Londres em 2012. O ciclista brasileiro Rafael Andria-to, que corre pela equipe Petroli Firenze, da Itália, venceu a 2ª etapa do Tour do Rio 2011 em um percurso de 161 quilô-metros entre Volta Redonda e Três Rios. Em 2010, Andriato já havia deixado claro seu desejo de quebrar o tabu brasileiro no Rio de Janeiro.

A competição de ciclismo interna-cional desse ano percorreu longos 808,5 quilômetros entre serra e litoral viajando por cinco dias entre os cinco municípios que sediaram as etapas: Angra dos Reis,

Três Rios, Friburgo, Cabo Frio e Rio de Janeiro.

Na classificação geral do evento, a equipe colombiana EPM-Une foi cam-peã da segunda edição do Tour do Rio, que terminou no dia 31 de julho. O time, apesar de não ter ficado entre os dez me-lhores na quinta e última etapa, totalizou um tempo de 56h08m39s e terminou em primeiro lugar na classificação geral. Por dois minutos e 46 segundos de diferença, o Brasil ficou em segundo com a equipe paulista Funvic/Pindamonhangaba, en-quanto a americana Jamis Sutter Home Pro Cycling, com o tempo de 56h32m38s, terminou na terceira posição.

Com a soma de pontos do Tour do Rio no ranking da UCI (União Ciclística In-ternacional), o Brasil conquistou quatro vagas para as Olimpíadas de Londres 2012. O técnico da DataRo e da seleção

TOUR DO RIO

Chegada dos atletas em Três Rios

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TOUR DO RIO

Vencedores da segunda etapa que

aconteceu em Três Rios

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brasileira, Hernandes Quadri, elogiou o desempenho dos brasileiros durante os cinco dias de disputa.

A estrutura do evento foi o que mais chamou atenção de todos os que partici-param e receberam a competição. Uma comitiva com quase 600 profissionais de apoio, segurança e organização as-seguraram o sucesso mais uma vez da competição de 2011.

Dentro da disputa, um projeto chamou atenção de todos, O Adeus Rodinha, des-tinado ao público infantil, fez com que crianças que esperavam pela passagem dos ciclistas, aprendessem normas de trânsito, orientações para o desenvol-vimento da psicomotricidade, controle de autoestima e conquista da segurança através do uso de bicicletas.

O Tour do Rio surge como estímulo ao ciclismo brasileiro, com ações para formar uma nova geração de atletas na modalidade que mais distribui medalhas olímpicas.

TOUR DO RIO 2ª ETAPA

1º lugar Rafael Andriato, 2º Edgardo Simon e em 3º Roberto Pinheiro

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Um “eco” dos shows que agitaram a festa de Levy GasparianExposição ecológica de Levy Gasparian chega à sua terceira edição com público recorde

POR FREDERICO NOGUEIRA

ACONTECEU

Ecologia e diversão. Esse foi o propósito da Eco Levy 2011. A terceira edição do evento aconteceu de 4 a 7 de agosto

no Pátio de Exposições de Levy Gaspa-rian.

Com stands, onde o público pode conhecer empresas que atuam com pro-dutos ecologicamente corretos e expo-sição de artesanato local e de cidades vizinhas, o frio não fez o público ficar parado. O evento, com entrada gratuita, recebeu visitantes da região.

Na abertura, o sertanejo dos irmãos César Menotti e Fabiano já mostrava o que aconteceria nos próximos dias: um recorde de público do evento. Na sexta-feira (5) foi a vez da Marrom se apresentar. “Garotos marotos”, jovens e adultos, pessoas de todas as idades es-tiveram presentes no show de Alcione.

O público se juntou, no sábado, à ‘Camila’, ‘Janaína’ e ‘Daniela’ e cantou com Biquíni Cavadão em um dos shows da noite. Falcão e Os Loucomotivos completaram a festa. Vocalista do

Biquini, Bruno Gouveia postou mensagem em seu twitter após o show: “Voltando pra casa com o dia nascendo depois de um show que foi até às 5h15! Valeu Levy Gasparian-RJ”

No último dia do evento, covers dos palhaços Patati e Patatá se apresentaram para as crianças durante a tarde. A noite de encerramento ficou com a Banda Cine e, logo após, Leonardo de Freitas e Fabiano, que levou o mesmo estilo musical da abertura ao público que compareceu na Eco Levy 2011.

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Um “eco” dos shows que agitaram a festa de Levy GasparianExposição ecológica de Levy Gasparian chega à sua terceira edição com público recorde

POR FREDERICO NOGUEIRA

ACONTECEU

Ecologia e diversão. Esse foi o propósito da Eco Levy 2011. A terceira edição do evento aconteceu de 4 a 7 de agosto

no Pátio de Exposições de Levy Gaspa-rian.

Com stands, onde o público pode conhecer empresas que atuam com pro-dutos ecologicamente corretos e expo-sição de artesanato local e de cidades vizinhas, o frio não fez o público ficar parado. O evento, com entrada gratuita, recebeu visitantes da região.

Na abertura, o sertanejo dos irmãos César Menotti e Fabiano já mostrava o que aconteceria nos próximos dias: um recorde de público do evento. Na sexta-feira (5) foi a vez da Marrom se apresentar. “Garotos marotos”, jovens e adultos, pessoas de todas as idades es-tiveram presentes no show de Alcione.

O público se juntou, no sábado, à ‘Camila’, ‘Janaína’ e ‘Daniela’ e cantou com Biquíni Cavadão em um dos shows da noite. Falcão e Os Loucomotivos completaram a festa. Vocalista do

Biquini, Bruno Gouveia postou mensagem em seu twitter após o show: “Voltando pra casa com o dia nascendo depois de um show que foi até às 5h15! Valeu Levy Gasparian-RJ”

No último dia do evento, covers dos palhaços Patati e Patatá se apresentaram para as crianças durante a tarde. A noite de encerramento ficou com a Banda Cine e, logo após, Leonardo de Freitas e Fabiano, que levou o mesmo estilo musical da abertura ao público que compareceu na Eco Levy 2011.

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FOTOS LUANA MOURA E ROGÉRIO CERQUEIRA

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Três Rios Expo Fest 2011 foi recorde de público

Nos cinco dias do evento, a terceira edição da Três Rios Expo Fest movimentou a cidade com artistas nacionais.

Entre os dias 10 e 14 de agosto, Três Rios rece-beu visitantes de diver-sas cidades, o que pôde

ser observado nas placas dos veí-culos que se aproximavam do Par-que Municipal de Eventos, palco da terceira edição da Expo Fest – Festival de Inverno 2011.

O primeiro dia contou com o show gospel do Ministério Tra-zendo a Arca. No segundo dia, abertura oficial, um público de 70 mil pessoas deu uma fugidinha até o evento para conferir uma das úl-

timas apresentações do grupo de pagode Exaltasamba, em um show de quase duas horas de duração. A dupla Leonardo de Freitas e Fabia-no também se apresentou, no Pal-co 2 com o sertanejo universitário.

O final de semana começou com a apresentação da cantora de axé Daniela Mercury que, ao re-ceber uma edição da Revista On, soltou a frase: “Melhor on do que off”. No Palco 2 a apresentação foi de Breno B. A Companhia de Rodeio Tony Nascimento esteve presente todos os dias.

POR FREDERICO NOGUEIRA

ACONTECEU

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Três Rios Expo Fest 2011 foi recorde de público

Nos cinco dias do evento, a terceira edição da Três Rios Expo Fest movimentou a cidade com artistas nacionais.

Entre os dias 10 e 14 de agosto, Três Rios rece-beu visitantes de diver-sas cidades, o que pôde

ser observado nas placas dos veí-culos que se aproximavam do Par-que Municipal de Eventos, palco da terceira edição da Expo Fest – Festival de Inverno 2011.

O primeiro dia contou com o show gospel do Ministério Tra-zendo a Arca. No segundo dia, abertura oficial, um público de 70 mil pessoas deu uma fugidinha até o evento para conferir uma das úl-

timas apresentações do grupo de pagode Exaltasamba, em um show de quase duas horas de duração. A dupla Leonardo de Freitas e Fabia-no também se apresentou, no Pal-co 2 com o sertanejo universitário.

O final de semana começou com a apresentação da cantora de axé Daniela Mercury que, ao re-ceber uma edição da Revista On, soltou a frase: “Melhor on do que off”. No Palco 2 a apresentação foi de Breno B. A Companhia de Rodeio Tony Nascimento esteve presente todos os dias.

POR FREDERICO NOGUEIRA

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FOTOS ROGÉRIO CERQUEIRA E RICHARD PLAY

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ACONTECEU

Antes do Charlie Brown Jr. subir ao palco, o cantor Chorão compareceu à Beira Rio e participou da inauguração da pista de skate, anunciada um ano antes quando esteve no mesmo palco. Com versos como “o melhor presente Deus me deu, a vida me ensinou a lutar pelo que é meu”, o grupo animou o pú-blico, que ficou, em grande parte, até o fim do segundo show, do grupo For-fun. Com músicas do recente álbum “Alegria Compartilhada”, os rapazes seguiram o que manda o título do ál-bum, agradando a quem lá esteve.

A Expo Fest que teve dois camaro-tes, espaço dedicado à mostra de pro-

dutos da economia local, seminários, exposição de artesanato, exposição de orquídeas e praça de alimentação, che-gou ao fim com o show mais aguardado e cercado de mitos. O show começará às 17h? Os portões serão fechados?

Sem os mitos se tornarem verda-des, o “meteoro” Luan Santana subiu ao palco e, com um show de aproxi-madamente uma hora e 30 minutos, finalizou o evento. Lágrimas das fãs, gritos, corrida por autógrafos. Grandes shows, gente bonita, recorde de públi-co. Sinais que ajudaram a perceber que Três Rios teve a mais cheia e esperada Expo Fest de sua recente história.

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Antes do Charlie Brown Jr. subir ao palco, o cantor Chorão compareceu à Beira Rio e participou da inauguração da pista de skate, anunciada um ano antes quando esteve no mesmo palco. Com versos como “o melhor presente Deus me deu, a vida me ensinou a lutar pelo que é meu”, o grupo animou o pú-blico, que ficou, em grande parte, até o fim do segundo show, do grupo For-fun. Com músicas do recente álbum “Alegria Compartilhada”, os rapazes seguiram o que manda o título do ál-bum, agradando a quem lá esteve.

A Expo Fest que teve dois camaro-tes, espaço dedicado à mostra de pro-

dutos da economia local, seminários, exposição de artesanato, exposição de orquídeas e praça de alimentação, che-gou ao fim com o show mais aguardado e cercado de mitos. O show começará às 17h? Os portões serão fechados?

Sem os mitos se tornarem verda-des, o “meteoro” Luan Santana subiu ao palco e, com um show de aproxi-madamente uma hora e 30 minutos, finalizou o evento. Lágrimas das fãs, gritos, corrida por autógrafos. Grandes shows, gente bonita, recorde de públi-co. Sinais que ajudaram a perceber que Três Rios teve a mais cheia e esperada Expo Fest de sua recente história.

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Catedral de Havana

Centro histórico Havana

Heiberle e Cris no centro histórico

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Castelo Três Reis do MorroEdificação enfeitada para

26 de julho

Heiberle e Cris no centro histórico

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A alegria é a prova dos nove é uma tentativa de lançar um olhar retrospectivo e globalizante sobre a vida e a obra de Oswald de Andrade (1890-1954), au-tor que, sem dúvida alguma, melhor que ninguém incorporou as contradições de seu tempo, seja nas idas e vindas de sua vida pessoal, seja nas suas opções estéticas ou políticas. De menino rico e mimado, fi lho de uma das maiores fortunas de São Paulo, Oswald terminou seus dias numa precária situação, “emaranhado em dívidas”. Entre a abastança e a precariedade, o escritor ex-perimentou de tudo, sempre buscando um sentido para a existência humana.

Era para ser um dia como outro qualquer na vida de Annie O’Sullivan. A cor-retora de imóveis levanta da cama com três objetivos: vender uma casa, fazer as pazes com a mãe e não se atrasar para o jantar com o namorado. Naquele domingo, aparecem poucas pessoas interessadas em visitar o imóvel. Quan-do Annie está prestes a ir embora, uma van estaciona diante da casa e um homem sorridente vem em sua direção. A corretora tem certeza de que será seu dia de sorte. Mas o inferno está apenas começando. Sequestrada por um psicopata, Annie fi ca presa durante um ano inteiro em um chalé nas monta-nhas, onde vive um pesadelo que deixará marcas profundas.

Da menina que desejava ser bailarina à implacável ministra-chefe da Casa Civil e sua ascensão à Presidência da República. A trajetória política de Dil-ma Rousseff, uma mulher extraordinária que tornou-se a primeira presidenta do Brasil. O contexto histórico e político, o percurso, os atos e os fatos que construíram sua brilhante e meteórica carreira pública são narrados na atu-alíssima obra do escritor e articulista político Helder Caldeira, lançada pela Editora Faces.

No mais novo livro da coleção “O que a vida me ensinou”, Washington Olivet-to conta a sua trajetória de vida e como se tornou um dos mais consagrados publicitários brasileiros, trazendo, neste livro, lições e experiências vividas durante todos esses anos de carreira. Não perca essa oportunidade de co-nhecer as melhores lições aprendidas por Olivetto, que se tornou uma grande referência na publicidade.

A alegria é a prova dos noveAutor: Oswald de AndradeEditora: GloboCategoria: Literatura Brasileira PoesiaValor: R$ 22,00

Identidade Roubada Autor: Chevy StevensEditora: Sextante Categoria: Literatura Estrangei-ra / PolicialValor: R$ 23,90

A Primeira PresidentaAutor: Helder CaldeiraEditora: FaceCategoria: PolíticaValor: R$ 29,90

O Que a Vida Me EnsinouAutor: Washington OlivettoEditora: Saraiva Categoria: Administração / Adm. de Vendas e MarketingValor:R$ 21,90

Aproveite as nossas dicas de leitura.Você tem dois meses até a

próxima Revista On.

GUIA LIVROS

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A alegria é a prova dos nove é uma tentativa de lançar um olhar retrospectivo e globalizante sobre a vida e a obra de Oswald de Andrade (1890-1954), au-tor que, sem dúvida alguma, melhor que ninguém incorporou as contradições de seu tempo, seja nas idas e vindas de sua vida pessoal, seja nas suas opções estéticas ou políticas. De menino rico e mimado, fi lho de uma das maiores fortunas de São Paulo, Oswald terminou seus dias numa precária situação, “emaranhado em dívidas”. Entre a abastança e a precariedade, o escritor ex-perimentou de tudo, sempre buscando um sentido para a existência humana.

Era para ser um dia como outro qualquer na vida de Annie O’Sullivan. A cor-retora de imóveis levanta da cama com três objetivos: vender uma casa, fazer as pazes com a mãe e não se atrasar para o jantar com o namorado. Naquele domingo, aparecem poucas pessoas interessadas em visitar o imóvel. Quan-do Annie está prestes a ir embora, uma van estaciona diante da casa e um homem sorridente vem em sua direção. A corretora tem certeza de que será seu dia de sorte. Mas o inferno está apenas começando. Sequestrada por um psicopata, Annie fi ca presa durante um ano inteiro em um chalé nas monta-nhas, onde vive um pesadelo que deixará marcas profundas.

Da menina que desejava ser bailarina à implacável ministra-chefe da Casa Civil e sua ascensão à Presidência da República. A trajetória política de Dil-ma Rousseff, uma mulher extraordinária que tornou-se a primeira presidenta do Brasil. O contexto histórico e político, o percurso, os atos e os fatos que construíram sua brilhante e meteórica carreira pública são narrados na atu-alíssima obra do escritor e articulista político Helder Caldeira, lançada pela Editora Faces.

No mais novo livro da coleção “O que a vida me ensinou”, Washington Olivet-to conta a sua trajetória de vida e como se tornou um dos mais consagrados publicitários brasileiros, trazendo, neste livro, lições e experiências vividas durante todos esses anos de carreira. Não perca essa oportunidade de co-nhecer as melhores lições aprendidas por Olivetto, que se tornou uma grande referência na publicidade.

A alegria é a prova dos noveAutor: Oswald de AndradeEditora: GloboCategoria: Literatura Brasileira PoesiaValor: R$ 22,00

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