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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL FÁBIO ARAÚJO SILVA RESPOSTA DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON (Andropogon gayanus) AO SUPRIMENTO DE FÓSFORO GURUPI, MAIO DE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

FÁBIO ARAÚJO SILVA

RESPOSTA DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON (Andropogon gayanus) AO

SUPRIMENTO DE FÓSFORO

GURUPI, MAIO DE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

RESPOSTA DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON (Andropogon gayanus) AO

SUPRIMENTO DE FÓSFORO

MESTRANDO: Fábio Araújo Silva

ORIENTADOR: Prof. Dr. Aurélio Vaz de Melo

Dissertação apresentada à

Universidade Federal do Tocantins,

Campus de Gurupi, como parte das

exigências para obtenção do título de

Mestre em Produção Vegetal

GURUPI, MAIO DE 2012

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FÁBIO ARAÚJO SILVA

RESPOSTA DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON (Andropogon gayanus) AO SUPRIMENTO DE FÓSFORO

Apresentada em 11 de maio de 2012

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof.° Dr. Aurélio Vaz de Melo

Presidente/Orientador

_____________________________________

Prof.° Dr. Rubens Ribeiro da Silva

Examinador/Co-orientador

___________________________________________

Prof. Dr Hélio Bandeira Barros

Examinador

___________________________________________

Prof. Dr. Antonio José Peron

Examinador

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“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada,

a qual o Senhor, justo Juiz,

me dará naquele dia, e não somente a mim,

mas também a todos os que amarem a sua vida.”

II Timóteo 4:7-8

É melhor ter lutado e perdido, do que nunca ter lutado. (Arthur Hugh Clough)

A minha esposa Débora Alves Pereira Araújo

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar ao meu Pai celestial que me deu saúde, força e me resgatou a

motivação em momentos difíceis nesta jornada universitária. Toda honra e glória

deste trabalho é Dele. Pois nossa esperança está na cruz de Cristo, motivo de

nossa esperança.

Aos meus pais: Aderço Antonio da Silva e Martha Araújo Silva, exemplos de

verdadeiros combatentes, não somente por se tratar de meus pais, mas também

pelos obstáculos e desafios enfrentados e conquistados, me mantendo com o

suor dos vossos trabalhos, pela graça de Deus. Os quais fizeram o possível e o

impossível para darem a mim, oportunidade de realizar o meu grande sonho.

Obrigado por tudo, pelo cuidado, pela educação, pela proteção.

A minhas irmãs Flávia Silva de Araújo e Fabiana Luiza Silva, que me apoiaram

e incentivaram na condução e conclusão deste trabalho.

Ao meu orientador, prof. Dr. Aurélio Vaz de Melo pela amizade, pelo seu

comprometimento a este trabalho em referência, orientando-me de forma

especial, uma pessoa que exala simpatia e competência.

Ao professor Rubens Ribeiro Silva pela co-orientação, ajuda e amizade.

Aos amigos, pelos momentos difíceis e desafiadores durante o curso, mas que

foram compensados pelos momentos de felicidades e pelo companheirismo.

A todos os professores e funcionários da Universidade Federal do Tocantins que

de pronto se colocaram a minha disposição no decorrer da pós-graduação,

imprescindíveis na conclusão deste trabalho.

Aos Colegas Markus Taubinger, Otávio dos Santos Limeira e a todos os demais

colegas, alunos mestrandos em produção vegetal, muitos de lugares distantes,

culturas e costumes também diferentes. No entanto, o espírito e ideário estão em

consonância com o objetivo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................10

CAPÍTULO 1: AVALIAÇÃO DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON Andropogon gayanus QUANTO A SUA ADAPTAÇÃO A ESTRESSE EM ALTO E BAIXO FÓSFORO

RESUMO

1.1

INTRODUÇÃO....................................................................................................14

1.2 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................18

1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................20

1.4 CONCLUSÃO................................................................................................29

1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................29

CAPÍTULO 2: EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE FÓSFORO POR ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON (Andropogon gayanus ).

RESUMO

2.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................33

2.2 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................36

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................39

2.4 CONCLUSÃO...............................................................................................51

2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................51

3 CONCLUSÕES FINAIS......................................................................................56

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LISTA DE TABELAS & FIGURAS

TABELA 1 – Resumo da análise de variância conjunta, em blocos

casualizados de características de seis acessos de Andropogon gayanus

em experimento conduzido em casa de vegetação em duas doses de

adubação fosfatada (23 e 230 mg dm-3 de P). Gurupi-TO, 2012;

TABELA 2 – Altura de planta e número de folhas dos seis acessos de capim

andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de

fósforo. Gurupi-TO, 2012;

TABELA 3 – Número de perfilho e número de folhas por perfilhos dos seis

acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a

diferentes doses de fósforo. Gurupi-TO, 2012;

TABELA 4 – Comprimento foliar e largura foliar dos seis acessos de

Andropogon gayanus , submetidos a diferentes doses de fósforo. Gurupi-

TO, 2012;

TABELA 5 – Indice de Desempenho Fitotécnico dos seis acessos de capim

andropogon (Andropogon gayanus ) em experimento conduzido em casa

de vegetação em duas doses de adubação fosfatada. Gurupi-TO, 2012;

TABELA 6 –.Produtividade de massa fresca e seca da parte aérea dos seis

acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a

diferentes doses de fósforo. Gurupi-TO, 2012;

CAPITULO 2

TABELA 1. Médias da massa seca (g) da parte aérea dos acessos de capim

andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de P

em dois cortes. Gurupi-TO, 2012;

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TABELA 2: Conteúdo de P (mg) na massa seca da parte aérea dos seis

acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a

diferentes doses de P em dois cortes. Gurupi-TO, 2012;

TABELA 3: Resumo da eficiência dos seis acessos de capim andropogon

(Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo em dois

cortes. Gurupi-TO, 2012;

TABELA 4: Resumo da eficiência dos seis acessos de capim andropogon

(Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo em dois

cortes segundo a metodologia de MOLL (1983). Gurupi-TO, 2012;

TABELA 5: Resumo da eficiência dos seis acessos de capim andropogon

(Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo segundo

a metodologia de FAGERIA (1998) e FISCHER (1983). Gurupi-TO, 2012;

FIGURA 1. Índices de eficiência do uso de fósforo de seis acessos de de

Andropogon gayanus . no primeiro corte Gurupi-TO, 2012;

FIGURA 2. Índices de eficiência do uso de fósforo de seis acessos de de

Andropogon gayanus . no segundo corte Gurupi-TO, 2012.

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SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

P: Fósforo

AP: alto fósforo

BP: baixo fósforo

Km²: quilômetro quadrado

Al3+: Alumínio

Ca: Cálcio

Mg: Magnésio

K: Potássio

Kg: Quilograma

g: grama

mg: Miligrama

cm: Centímetro

MFPA: Massa fresca da parte aérea

MSPA: Massa seca da parte aérea

CP: Concentração de fósforo

EUP: Eficiência de utilização de fósforo

RE: Responsivo e eficiente

RNE: Responsivo e não eficiente;

NRE: Não responsivo e eficiente;

NRNE: Não responsivo e não eficiente;

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INTRODUÇÃO GERAL

Brasil, século XXI, a população mundial cresce a passos largos, já

atingimos o patamar de 7 bilhões de habitantes no planeta, e com esta população

e as perspectivas de aumento para os anos vindouros, nasce uma discussão;

garantir alimento a toda essa população. O Brasil está na lista dos países que tem

capacidade produtiva suficiente para atender grande parte desta demanda

mundial de alimentos.

A magnitude do território brasileiro e a sua diversidade de

características ligadas aos solos, clima, posição geográfica, faz o Brasil ficar em

posição de destaque no cenário mundial. O país ainda possui muitas fronteiras a

serem conquistadas. No contexto nacional, os solos da região de cerrado têm

assumido posição de evidência na produção, tanto que o Brasil tem obtido

destaque na produção de carne e grãos, ANUALPEC (2011). Isso, graças às

grandes áreas de cerrado já abertas e outras em processo de abertura e que

podem ser consolidadas como áreas com boa capacidade produtiva.

Antes de tudo é necessário melhorar as técnicas já existentes para

que tenhamos ganho em produtividade com metodologias que não agridam o

meio ambiente, ou que tragam o mínimo de impacto ao mesmo. Contamos com

tecnologias em vários segmentos produtivos, ligados tanto na agricultura, como

na pecuária. É de fundamental importância a descoberta de mecanismos

produtivos mais eficientes que melhorem a produção, não agridam o meio

ambiente e sejam economicamente viáveis aos vários níveis produtivos, tanto aos

produtores de alta, média e baixa tecnologia.

As perspectivas para os próximos anos são de aumento significativo

do rebanho de bovinos, aumento este suficiente para atender à necessidade de

carne nos mercados, tanto interno como externo (ANUALPEC, 2011).

É inadmissível a implantação de pastagens sem fazer o correto

manejo das mesmas, tanto no que diz respeito à taxa de lotação, épocas corretas

de corte e principalmente realizar o monitoramento de ciclagem de nutrientes.

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Isso, para monitorar o tipo de adubação a época correta e a dose ideal de

aplicação. A fim de melhorar a relação custo/benefício aos produtores, posto que

muitos deles manejam inadequadamente suas pastagens no que diz respeito ao

tipo de adubação, doses e fonte dos mesmos, acumulando sérios prejuízos

diretos e indiretos no campo.

Quando o tema pastagens é abordado, o mesmo não fica atrás de

outras culturas. Pesquisadores têm dedicado tempo e recursos para desenvolver

materiais geneticamente melhorados que são capazes de atender às

necessidades do mercado consumidor de genótipos mais eficientes.

O melhoramento de pastagens tem vários segmentos, por meio de

pesquisas no sentido de melhorar a produção e outro segmento voltado a

desenvolver genótipos resistentes a condições adversas do ambiente, sendo:

clima, solos ácidos e com baixa fertilidade, pragas e doenças.

Um fator limitante na produção é a baixa regularidade nutricional dos

solos e sua elevada acidez, onde produtores para obter melhores produtividades

devem lançar mão da aplicação de doses e fontes de nutrientes capazes de

atender à necessidade de cada cultura. Em muitas situações os produtores fazem

uso de fontes e doses inadequadas, não levando em consideração custo

benefício da aplicação. Em muitas situações o produtor faz aplicação sem uma

recomendação adequada, fazendo aplicação de superdosagens, “fazendo

investimento na hora errada”, pois dependendo da fonte, o nutriente lixívia ou é

imobilizado pelo solo e não é aproveitado na sua totalidade pela planta. A

implantação de pastagens que sejam produtivas e resistentes às condições

adversas citadas acima é um grande avanço tecnológico.

No Estado do Tocantins, pouco se vê, ou de forma muito tímida a

correção e manutenção nutricional das pastagens, acarretando menor

produtividade e degradação das mesmas em menor período de tempo, onerando

ainda mais a atividade de bovinocultura, posto que constantes reformas de

pastagens devem ser realizadas.

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O desenvolvimento ou a identificação de acessos de forrageiras

como o capim andropogon (Andropogon gayanus ), que apresentem respostas

adequadas a regiões com baixa disponibilidade de P no solo, é de fundamental

relevância para atender os solos de cerrados, obter genótipos que tenham uma

produtividade satisfatória, principalmente à região Norte do País onde se localiza

o estado do Tocantins, região que ainda está em desenvolvimento.

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RESUMO AVALIAÇÃO DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON Andropogon gayanus QUANTO A SUA ADAPTAÇÃO A ESTRESSE EM ALTO E BAIXO FÓSFORO SILVA¹, Fábio Araújo. VAZ DE MELO, Aurélio². (

1Aluno do curso de Mestrado em Produção

Vegetal – UFT, Campus Universitário de Gurupi – TO; 2Professor Orientador, Adjunto da área de

Ciências agrárias e Tecnológicas – UFT, Campus Universitário de Gurupi – TO)

O estudo de manejo adequado nas pastagens brasileiras e o melhoramento

genético das mesmas têm sido o marco diferencial no aumento da capacidade

produtiva das pastagens no país. É elementar a descoberta de mecanismos

produtivos mais eficientes que melhorem a produção, não agridam o meio

ambiente e sejam economicamente viáveis para os diferentes níveis produtivos,

tanto à produtores de alta, média e baixa tecnologia. O fósforo é o elemento

mineral limitante na produtividade das pastagens no Brasil. Diante disso, conduziu

um experimento em casa de vegetação com objetivo de avaliar acessos de

Andropogon gayanus quanto à eficiência de uso e resposta ao fósforo. Foram

realizados dois experimentos com seis acessos em dois níveis de fósforo alto e

baixo (23 e 230 mg dm- 3 de P, utilizando-se fosfato monoamônico (MAP), como

fonte de fósforo) aplicados no solo. O delineamento utilizado foi em blocos

casualizados em dez repetições. As avaliações foram realizadas após 50 dias da

emergência, com intervalos de sete dias, totalizando três avaliações. Foram

avaliadas as seguintes características: altura de planta (cm); comprimento de

lâmina foliar (cm); largura do limbo (cm); número de perfilhos; número de folhas

por perfilho e número total de folhas na planta, massa seca. Observou-se efeito

significativo (p≤0,05) da interação acessos x ambiente na maioria das

características de acessos de Andropogon gayanus . Já no fator ambiente (Alto e

baixo fósforo), não houve efeito significativo (p>0,05) na maioria das

características. Quanto aos acessos, houve efeito significativo (p≤0,05) em quase

todas as características, com exceção de número de folhas por perfilho. Com isso

conclui-se que o acesso 6 obteve bom desempenho em ambiente de baixo P.

Palavras-chave: Andropogon gayanus , ecotipos, eficiência, fósforo.

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CAPÍTULO 01: AVALIAÇÃO DE ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON Andropogon gayanus QUANTO A SUA ADAPTAÇÃO A ESTRESSE NUTRICIONAL EM ALTO E BAIXO FÓSFORO

1.1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de bovinos a pasto,

com aproximadamente 215 milhões de cabeças (IBGE, 2011), 90% do mercado

de carne bovina é a pasto. A área total de pastagens no Brasil chega a 173

milhões de hectares, tendo em torno de 115 milhões de hectares de pastagens

cultivadas (RODRIGUES, 2010). Estima-se que quase 80% dessas pastagens

cultivadas apresentam algum grau de degradação (PERON, 2004; CARVALHO,

2007), isto contribui para que a pecuária tenha baixos índices zootécnicos, com

baixas taxas de lotação e produtividade

As pastagens brasileiras estão na base dos sistemas de produção

de bovinos e isto evidencia a importância e a necessidade contínua de se buscar

práticas que maximizem os resultados desses sistemas (SANTANA et al., 2010).

O Brasil, é considerado a nova fronteira agrícola, tendo como principal área de

produção os solos de Cerrados, com aproximadamente 180 milhões de hectares,

que são pobres em fertilidade e possuidores de elevados teores de Alumínio (Al3+)

e acidez.

Grande parte dos solos de cerrado são oriundos de rochas pobres

em alguns nutrientes (Ca, Mg, P e K), apresentando toxidez por alumínio (Al > 1,0

cmol kg-¹) e presença de acidez (SILVA, 2005). O sistema de manejo adotado

para produção de forragem adotado na pecuária brasileira vem contribuindo no

processo de degradação da fertilidade do solo sob pastagens. O esgotamento da

fertilidade do solo, em consequência da ausência de calagem e adubações de

manutenção, tem sido apontado como uma das principais causas da degradação

de pastagens cultivadas (MENEZES et al., 2009).

As plantas são nutridas retirando da solução do solo o fósforo (P)

necessário para seu desenvolvimento. O P na solução do solo está em equilíbrio

com formas de diferentes graus de solubilidade na fase sólida (LOBATO &

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SOUSA, 2003). A baixa produtividade e a limitada resposta das culturas à

fertilização nesses solos são, em parte, atribuídas aos baixos teores de P e à

presença de alumínio em concentrações tóxicas (SOUZA, 2003). No Brasil a

baixa fertilidade do solo, aliada à toxidez de alumínio e manganês e baixa

capacidade de troca catiônica proporcionam o baixo rendimento das forrageiras,

sendo um dos principais fatores limitantes do crescimento vegetal em solos

ácidos presentes nas regiões tropicais, principalmente, devido à inibição do

crescimento radicular (GIANNAKOULA et al., 2008; GUO et al., 2007) dificultando

a exploração racional e econômica da agropecuária no país (ZIMMER &

EUCLIDES, 2000).

O Estado do Tocantins, com área de 27,84 milhões de hectares, das

quais 7,5 milhões de hectares são áreas de pastagens ( SEAGRO, 2012). Essas

pastagens são a principal fonte de alimentação do rebanho no Estado, com

predominância das espécies Brachiaria brizantha, Brachiaria humidícula,

Panicuns e principalmente o Andropogon gayanus (SANTANA, 2009).

No estado do Tocantins, há anos já se tem descrito que a maior

parte das pastagens encontram-se em estado de degradação (SEAGRO, 2011).

Ou seja, áreas com acentuada diminuição da produtividade agrícola (DIAS-

FILHO, 2005) e com consequente redução no valor nutritivo das plantas

forrageiras.

Dentre as alternativas consideradas viáveis em contornar essas

dificuldades, a correção adequada dos solos e a obtenção e identificação de

genótipos adaptados às condições adversas, constituem as mais importantes

demandas dos pecuaristas de todo o país, sendo intensa a procura de cultivares

de forrageiras adaptadas aos diferentes ecossistemas.

No Brasil, cerca de 70% dos solos cultivados com pastagens

apresentam alguma limitação séria de fertilidade, e o fósforo é o elemento cuja

falta limita mais frequentemente a produção das culturas nos solos ácidos

tropicais (SANTOS, et al., 2002).

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O fósforo (P) é um nutriente essencial a todos os seres vivos. Este

elemento desempenha um importante papel em uma série de processos,

incluindo geração de energia, síntese de ácido nucléico, fotossíntese, glicólise,

respiração, ativação e inativação enzimática, reações redox, metabolismo e

sinalização de carboidratos e fixação de nitrogênio (VANCE et al, 2003).

O P é considerado o nutriente mais importante, apesar das

necessidades das plantas serem relativamente pequenas quando comparadas

com outros macronutrientes (ROSSI et al., 1999). Para o capim andropogon,

pode-se considerar a dose de de P 28,95 mg dm- 3 que atende a demanda da

cultura (RURAL NEWS, 2011).

Quando adubos fosfatados são aplicados no solo, depois de sua

dissolução, o P é retido na fase sólida, formando compostos menos solúveis

(COLLIER et al, 2008). Mesmo assim, grande parte deste P retido é aproveitado

pelas plantas. Deve-se considerar que a magnitude dessa recuperação depende

principalmente da espécie cultivada e é afetada pela textura, tipos de minerais de

argila e acidez do solo.

A elevada participação dos fertilizantes no custo total de produção

associada à baixa eficiência da aplicação dos fosfatos, somados ainda ao uso

excessivo de fertilizantes à base de fósforo pela agricultura intensiva (VANCE et

al., 2003). Isso torna notória a necessidade de se buscar alternativas

sustentáveis. Com isso, tornando a atividade agropecuária mais eficiente, no que

se refere à diminuição de custos. Dentre essas práticas se destaca a obtenção de

cultivares melhorados, eficientes na absorção e utilização de fósforo, além, de

tolerantes ao alumínio. Essa prática tem sido considerada a mais promissora e

constitui uma das mais importantes demandas dos pecuaristas de todo o país,

sendo intensa a procura por variedades de forrageiras adaptadas aos diferentes

ecossistemas.

O sistema radicular das forrageiras é altamente responsivo à

disponibilidade de nutriente e sua distribuição no solo (ZHU et al., 2007). Isto é

particularmente verdade com relação à disponibilidade de P que é um dos

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nutrientes que mais limitam o crescimento em ambientes naturais (LINKOHR et

al., 2002). Outra característica importante é a ativação do alongamento de raízes

laterais em resposta a condições de baixa disponibilidade de P, em que pode ser

interpretado como exploração acelerada do solo (WILLIAMSON et al., 2001).

A seleção de espécies e ou cultivares de forrageiras quanto à

produtividade e adaptação às condições edafoclimáticas da região onde serão

cultivadas é uma das etapas mais importantes em um programa de

melhoramento. Existem vários métodos para fazê-la, levando-se em consideração

o comportamento per se, sua capacidade de combinação e medidas de

divergências genéticas, (BORÉM & MIRANDA, 2005). Por isso, a fenotipagem e

seleção de ecotípos mais adaptados e eficientes às condições de estresse de

fósforo são de fundamental importância eco-economicamente viável à

agropecuária.

O capim andropogon (Andropogon gayanus ) é uma gramínea

forrageira perene, ereta, que pode crescer formando touceiras de até 1,0 m de

diâmetro e produz perfilhos com altura média variando entre 1,0 a 3,0 m. Mantém

sua atividade fotossintética e metabólica sob condições de estresse hídrico.

Apresenta excelente adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade natural,

desenvolvendo-se melhor nos solos profundos e bem drenados. Responde

satisfatoriamente à aplicação de doses de fósforo (50 a 100 kg ha-1 ano-1 de P2O5

(ROCHA, 2009).

Originário da África Tropical, encontra-se amplamente distribuído na

maioria dos cerrados tropicais, em áreas com estação seca bem prolongada.

Tolera até nove meses de seca, embora seu crescimento seja favorecido em

regiões com três a cinco meses de estiagem. Assim, a diversidade genética

existente dentro de uma população tem sido constantemente avaliada com o

propósito final de identificar acessos de maior efeito segregante, de forma que,

estes apresentem características de interesse agronômico para serem

introduzidos em um programa de melhoramento de pastagens voltados às

características de estresse em solos tocantinenses.

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Objetivou-se com o presente estudo identificar e avaliar acessos de

andropogon (Andropogon gayanus ) quanto a sua adaptação a condições de alto

e baixo fósforo, de forma à obter genitores para prosseguimento do programa de

melhoramento de forrageiras tropicais.

1.2 - MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins,

TO, (280 m de altitude, nas coordenadas 11°43’45” S e 49°04’07” W), no Campus

Universitário de Gurupi – TO, compreendido entre o mês de agosto de 2010 e

dezembro de 2011, em casa de vegetação com temperatura média da região 28 -

30 0C.

O plantio foi realizado em 21 de agosto de 2010, em solo com baixo

teor de P. As principais características químicas desse solo foram: pH em água =

5,6; P = 1,5 mg dm-3; K = 27,6 mg dm-3; Ca2+ = 0,5 cmol dm-3; Mg2+ = 0,2 cmol

dm-3; Al3+ = 0 cmol dm -3; H+Al = 3,1 cmol dm-3 ;SB = 0,8 cmol dm-3; CTC(t) = 0,8

cmol dm-3; CTC(T) = 3,8 cmol dm-3; V = 19,6 %; m = 0,0 %; MO = 13,2%; P (Mel) =

1,5 mg dm-3; Textura: 43,1% Areia; 12,4% Silte; 44,5% Argila.

Os experimentos foram conduzidos no delineamento em blocos

casualizados com dez repetições, sendo cada saco representado como uma

parcela. Foram realizadas as operações de tratamento padrão em todos os vasos

como a calagem de acordo com a análise de solo e adubação correspondente ao

tratamento. O solo foi colocado em sacos plásticos de cinco decímetros cúbicos.

A correção da acidez do solo foi realizada com base na 5° aproximação de

adubação do estado de Minas Gerais (ALVES et al., 1999). Sendo que os demais

nutrientes utilizados foram: N = 200 mg dm-3; K = 150 mg dm-3; Cu = 1,3 mg dm-3;

Zn = 4 mg dm-3; Fe = 1,56 mg dm-3; S = 50 mg dm-3; Mo = 0,15 mg dm-3; B = 0,81

mg dm-3, seguida de uma aplicação de nitrogênio em cobertura de 120 mg dm-3,

aos 35 dias após o plantio. Os nutrientes foram diluídos e aplicados via líquida no

solo antes do enchimento dos sacos

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19

Os tratamentos foram constituídos de seis acessos de capim

andropogon (Andropogon gayanus ), coletados em diferentes ecotipos na época

seca do ano, como segue:

- Acesso 1: Ecotipo coletado no município de Paranã - TO; - Acesso 2: Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás; - Acesso 3: Ecotipo coletado no município de Jaú – TO; - Acesso 4: Ecotipo coletado no município de Peixe – TO; - Acesso 5: Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO e - Acesso 6: Ecotipo coletado no município de Itacá – PA.

Os acessos foram cultivados em dois níveis de fósforo aplicados no

solo (23 e 230 mg dm- 3 de P, utilizando-se fosfato monoamônico (MAP), como

fonte de fósforo. A irrigação foi realizada manualmente, sendo esta efetuada duas

vezes ao dia, mantendo-se o teor de água em torno de 80% da capacidade de

campo. Quando as plantas apresentaram duas folhas completamente

desenvolvidas foi realizado o desbaste, deixando duas plantas por vaso.

As avaliações foram iniciadas 50 dias após a emergência e

realizadas com intervalos de sete dias, totalizando três avaliações. Foram

avaliadas as seguintes características:

- Altura de planta (em cm): medida do colo da plântula à extremidade da folha

mais alta;

- Comprimento de lâmina foliar (em cm): medida da base ao ápice da maior folha;

- Largura do limbo (em cm): medida da região mais larga da maior folha;

- Número de perfilhos;

- Número de folhas por perfilho;

- Número total de folhas na planta e

- Produção de massa seca;

Para obtenção do índice de desempenho fitotécnico foi feito a

relação de entre número de perfilho(NP) x número de folhas por perfilho (NF) x

comprimento foliar (CF) nos seis acessos.

Na última avaliação, após a determinação de características

morfológicas, realizou-se o corte da parte aérea das forrageiras a

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aproximadamente 10 cm do nível do solo. A forragem foi seca em estufa a ±60ºC

visando à obtenção da produção de massa seca da parte aérea da planta.

Após a obtenção dos dados, foram realizadas as análises de

variância individuais e, posteriormente, análise conjunta. Visto que, o maior

quadrado médio do resíduo dividido pelo menor foi inferior a sete, apresentando

assim, homogeneidade de variância e sendo possível realizar a análise conjunta.

Após a análise de variância conjunta realizou-se o teste de média Tukey a 5% de

probabilidade.

1.3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

No resumo da análise de variância conjunta observa-se efeito

significativo (p≤0,05) da interação genótipo x ambiente em quase todas as

características dos acessos de andropogon, com exceção de número de folhas

por perfilho. Isso indica que os efeitos dos ambientes nos acessos não explicaram

todas as variações encontradas (Tabela 1). Assim, foram realizados os

desdobramentos.

Tabela 1. Resumo da análise de variância conjunta, em blocos casualizados, de características de seis acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) em experimento conduzido em casa de vegetação em duas doses de adubação fosfatada (23 e 230 mg dm-3 de P). Gurupi-TO, 2012

FV GL Quadrado Médio

AP NF NP NF/PER CF LF MPAF MPAS

BLOCO/AMB 18 39,6 42,9 12,6 0,2 9,6 0,2 35,6 2,5

ACESSOS (G) 5 262,3** 569,0** 457,7** 0,4ns 78,3** 0,6* 173,2** 24,5**

NÍVEIS DE P (A)

1 922,7ns 3111,0ns 1197,0ns 1,6ns 982,8* 1,9ns 213,8ns 11,1ns

G x A 5 251,3** 708,7** 309,9** 0,6ns 109,7** 0,6* 149,3** 25**

RESÍDUO 90 48,2 104,2 23,5 0,3 10,5 0,2 27,5 3,3

Média 34,7 37,9 17,8 2 20 0,8 17,5 11,6

CV (%) 20,O 27,0 27,2 27,5 16,2 64,5 29,9 15,6

**, * significativo pelo teste F 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. AP: Altura das plantas (cm); NF: número de folhas; NP: número de perfilhos; NF/PER: número de folhas por perfilho; CF: comprimento da maior folha (cm); LF: Largura da maior folha (cm); MFPA: matéria fresca da parte aérea; MSPA: matéria seca da parte aérea.

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21

Para o fator ambiente (alto e baixo fósforo), não houve efeito

significativo (p>0,05) em quase todas as características. Ficando evidente que o

acréscimo de P no solo além do nível crítico inicial da planta pouco influencia a

sua resposta à adubação, mas não se deve desprezar a adição de P no solo,

posto que houve incremento na altura da planta.

Os seis acessos responderam de forma significativa, deixando

precedentes para posteriores estudos e identificação de quais características

distinguem um acesso do outro. Característica esta que pode despertar interesse

nas pesquisas, por ser fator determinante da significância entre os acessos

(p≤0,05).

O coeficiente de variação na maioria das características foi elevado

sendo relacionado a variabilidade genética dos acessos. O fato das plantas terem

sofrido deficiências hídricas e nutricionais nos seus locais de origem contribuiu

para que tais plantas que são apomíticas facultativas se transformassem em

sexuais, proporcionando essa provável variação genética dentro da espécie.

O ambiente de alto fósforo (AP) proporcionou ao acesso 3 maior

média de altura de planta (38 cm), no entanto, não diferiu dos acessos 1, 2 e 5

(Tabela 2). Já a menor média de baixo fósforo foi observada no acesso 4 (22,8

cm), que não diferiu estatisticamente dos acessos 1 e 6. O ambiente de baixo

fósforo (BP) proporcionou a maior média de altura de planta ao acesso 5 (44,2

cm), sendo que este não diferiu (p≤0,05) dos acessos 2, 4 e 6. Já o acesso 3 foi o

que obteve a menor média de alto fósforo (32,9 cm), contudo, não diferiu (p≤0,05)

da média do acesso 1, 2, 4, 6. O acesso 5 foi o que apresentou a maior média,

independentemente do ambiente. Porém, não sendo diferente dos acessos 1, 2, 3

e 6. Isso demonstra resposta satisfatória do acesso 5 em ambos os ambientes,

tendo flexibilidade à adaptação a ambientes diversos

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Tabela 2. Médias de altura de planta e número de folhas dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de fósforo. Gurupi-TO, 2012

Acessos Altura de planta (cm)

Número de folhas

Alto P Baixo P Média Alto P Baixo P Média

Acesso 1 31,8 ab A 35,1 b A 33,4 ab 30,5 ab B 51,5 a A 41,0 ab

Acesso 2 35,9 a A 37,3 ab A 36,6 ab 37,4 a B 49,7 ab A 43,5 a

Acesso 3 38,0 a A 32,9 b A 35,5 ab 41,5 a A 33,6 c A 37,6 ab

Acesso 4 22,8 b B 37,0 ab A 29,9 b 20,3 b B 35,6 c A 27,9 b

Acesso 5 36,2 a B 44,2 a A 40,2 a 38,2 a A 37,5 bc A 37,8 ab

Acesso 6 26,4 b B 37,9 ab A 32,2 ab 28,7 ab B 49,7 ab A 39,2 ab

Média 31,9 37,4 32,8 43,0

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. Alto P: Alto fósforo (230 mg dm- 3); Baixo P: Baixo Fósforo (23 mg dm- 3 ). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

É fator decisivo a altura de planta no manejo das pastagens, por

estar relacionado com os níveis de resíduo de massa seca e consumo pelos

animais (BORTOLO, 2001). A média da altura das plantas, no pasto, altera a

quantidade de massa de forragem disponível em oferta, que, por sua vez, pode

determinar grandes diferenças no desempenho animal e na produtividade por

área, de acordo com revisões feitas por Maraschin (1994) e (MOTT e MOORE

1985).

Quanto maior o número de folhas na planta e o seu comprimento,

maior será a produção de massa seca. Visto que, a produção de massa seca da

planta é diretamente proporcional, sendo maior parte aérea maior massa seca de

forrageira que o animal irá consumir na sua alimentação. Além de ser a parte com

maior concentração do teor de proteína bruta da forragem (RURAL NEWS, 2011).

A produtividade de forragem do capim-andropogon, pode ser afetada

por diversos fatores (solo, espaçamento, densidade de plantio, manejo e

condições climáticas). O valor nutritivo do capim-andropogon é considerado entre

moderado e bom. Com seis semanas de rebrote apresentam teores de proteína

bruta entre 8 e 10% (RURAL NEWS, 2011).

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O ambiente de baixo fósforo proporcionou a maior média de número

de folhas NF ao acesso 1 (51,5 folhas) (tabela 2). Isso, demonstra a eficiência do

acesso 1 em ambiente de baixo fósforo. No entanto, não diferiu dos acessos 2 e 6

(Tabela 2). Já o acesso 3 obteve a menor média de NF (33,6 folhas). Contudo,

não diferiu (p≤0,05) estatisticamente do acesso 4 e 5 (Tabela 2). O

comportamento do acesso 3 em todos os testes é semelhante, demonstrando ser

mais sensível ao estresse de P. O acesso 2 foi o que obteve o melhor resultado

em ambos os ambientes, sendo um acesso considerado intermediário, porém não

sendo diferente dos acessos 1e 6. O ambiente de alto fósforo, proporcionou ao

acesso 3, a maior média de número de folhas - NF (41,5 folhas), no entanto não

diferiu (p≤0,05) estatisticamente dos acessos 1, 2, 5 e 6 (Tabela 2). Já o acesso

4, foi o que obteve a menor média de NF (20,3 folhas), porém não diferiu dos

acessos1 e 6.

De acordo com Rêgo et al. (2002), que estudou a densidade e a

composição química do capim, verificou que a densidade de massa foi maior nos

estratos inferiores, enquanto o teor de proteína foi maior nos estratos superiores.

Segundo o autor, estes resultados ocorreram em função da maior presença de

folhas e colmos, respectivamente, nos estratos superiores e inferiores,

respectivamente.

Para a característica número de folhas por perfilhos, as médias dos

acessos não apresentaram diferenças estatísticas entre si (Tabela 3).

Tabela 3. Médias do número de perfilhos e número de folhas por perfilhos dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de fósforo. Gurupi-TO, 2012

Acessos Número de perfilho Número de folhas perfilho

-1

Alto P Baixo P Média Alto P Baixo P Média

Acesso 1 14,4 ab B 24,4 b A 19,4 b 2,0 a A 2,3 a A 2,1 a

Acesso 2 17,2 a B 34,9 a A 26,0 a 2,2 a A 2,2 a A 2,2 a

Acesso 3 18,0 a A 13,9 d A 16,0 bc 2,2 a A 1,9 a A 2,1 a

Acesso 4 10,9 c A 12,5 d A 11,7 c 1,5 a B 2,2 a A 1,9 a

Acesso 5 14,8 ab A 17,0 cd A 15,9 bc 1,8 a A 2,2 a A 2,0 a

Acesso 6 12,4 c B 22,9 bc A 17,6 bc 1,7 a A 2,0 a A 1,8 a

Média 14,6 21 11,9 2,2

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. Alto P: Alto fósforo (230 mg dm- 3); Baixo P: Baixo Fósforo (23 mg dm- 3 ). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2

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(Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

A planta é formada por uma população de perfilhos que aparecem e

morrem durante todos os meses do ano (LANGER, 1972). Isso assegura às

gramíneas forrageiras um mecanismo de plasticidade fenotípica, caracterizado

por alterações sazonais na estrutura do dossel forrageiro como forma de permitir

às plantas adaptação às condições correntes de crescimento (CHAPMAN &

LEMAIRE, 1993). O perfilhamento é uma característica importante no

estabelecimento das plantas forrageiras e está ligada à produtividade, sendo

também a principal via de perenização, com aumento de área explorada e divisão

das plantas em outros indivíduos, formando uma touceira.

Os acessos 1, 2, 3 e 5 não diferiram estatisticamente em ambiente

de alto fósforo para o parâmetro comprimento de folha. O acesso 3 foi o que mais

se destacou entre eles no ambiente de alto fósforo, mas teve o pior desempenho

no ambiente de baixo fósforo (Tabela 4). Os acessos 5 e 6 apresentaram melhor

desempenho em ambiente de baixo fósforo, com médias de comprimento foliar

28,3 cm e 26,2 cm respectivamente, sendo materiais com boa resposta em BP.

Para produção de massa seca total da forrageira é importante que a

mesma tenha área foliar com maior área de exploração possível, posto que a

mesma se torna mais eficiente com boa conversão fotossintética, (FONSECA,

2000).

Tabela 4. Comprimento foliar e largura foliar dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de fósforo. Gurupi-TO, 2012

Acessos Comprimento foliar (cm) Largura foliar (cm)

Alto P Baixo P Média Alto P Baixo P Média

Acesso 1 16,9 ab B 20,1 c A 18,5 b 0,6 a A 0,7 b A 0,7 a

Acesso 2 18,4 ab B 22,7 bc A 20,5 ab 0,7 a A 0,8 b A 0,7 a

Acesso 3 20,0 a A 18,7 c A 19,3 ab 0,7 a A 0,6 b A 0,7 a

Acesso 4 14,4 b B 21,1 c A 17,7 b 0,4 a A 0,6 b A 0,5 a

Acesso 5 18,5 ab B 28,3 a A 23,4 a 0,5 a A 0,8 ab A 0,7 a

Acesso 6 14,6 b B 26,2 ab A 20,4 ab 0,6 a B 1,5 a A 1,0 a

Média 17,2 B 22,9 A 69,9 0,6 0,9

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. Alto P: Alto fósforo (230 mg dm- 3); Baixo P: Baixo Fósforo (23 mg dm- 3 ). Acesso 1

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(Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

As médias de largura foliar – LF dos acessos de andropogon

(Andropogon gayanus ) não diferiram significativamente entre si em alto fósforo.

Isso demonstrou que a disponibilidade nutricional pouco influencia na largura

foliar da forrageira. Em baixo fósforo, o acesso 6, foi o que obteve a maior média

(1,5 cm), porém não diferiu estatisticamente do acesso 2 (Tabela 4). Já a menor

média de LF foi observada nos acessos 3 e 4, diferindo (p≤0,05) das médias dos

acessos 1, 2 e 5. Entre as médias dos dois ambientes não houve diferenças

significativas (p≤0,05), independentemente dos acessos do capim andropogon.

Na comparação número de perfilhos, número de folhas e

comprimento de folhas dos seis acessos, é significativo o destaque do acesso 3

em AP com 792 pontos, e em baixo fósforo o acesso 2 foi o mais pontuado com

1742,91 pontos tendo o maior desempenho (Tabela 5)

Tabela 5: Índice de Desempenho Fitotécnico dos seis acessos de capim andropogon

(Andropogon gayanus ) em experimento conduzido em casa de vegetação em duas

doses de adubação fosfatada. Gurupi-TO, 2012.

Índice de Desempenho Fitotécnico

Acessos Alto P Baixo P

Acesso 1 486,72 1128,01

Acesso 2 696,26 1742,91

Acesso 3 792,00 493,87

Acesso 4 235,44 580,25

Acesso 5 492,84 1058,42

Acesso 6 307,77 1199,96

Relação de desempenho encontrado pela multiplicação do NP x NF x CF nos seis acessos. Alto P: Alto fósforo (230 mg dm- 3); Baixo P: Baixo Fósforo (23 mg dm- 3 ). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

A produção vegetal está diretamente relacionada com o

aproveitamento da energia solar pela cultura, sintetizada e transformada em

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energia química durante o processo fotossintético (LEME et al., 1984). Sendo a

área foliar a principal responsável por esta conversão. Em ambientes de alto

fósforo os acessos 1, 2, 3 e 5 apresentaram bom desempenho, mas o acesso 3

se destacou em relação aos demais. Em ambiente de BP os acessos 1, 2 e 6

apresentaram desempenho satisfatório, sendo o acesso 2 o que destacou com

maior pontuação.

A área foliar é uma importante característica para avaliar a eficiência

fotossintética da cultura (COSTA, 1996). Além de ser fator decisivo na produção

final de massa seca (ALLEN et al., 1998). Sua avaliação durante todo o ciclo da

cultura é de extrema importância para que se possa modelar o crescimento e o

desenvolvimento da planta e, em consequência, avaliar a produtividade da cultura

(TERUEl, 1995). Logo, o acesso que tiver maior área foliar, terá maior taxa

fotossintética, contribuindo para seu melhor desempenho na taxa de conversão

de energia luminosa em massa seca.

O teor de proteína em forrageiras está diretamente vinculado à

quantidade de massa produzida e sua qualidade. As pastagens que apresentam

maior produção de massa apresentam maior quantidade de proteína e são

economicamente viáveis.

O ambiente de AP proporcionou ao acesso 3 maior média de massa

fresca da parte aérea -MFPA (19,7 g). No entanto, não diferiu dos acessos 1, 2, e

5 (Tabela 5). A menor média de MFPA foi observada no acesso 4 (10,2 g), que

não diferiu da média do acesso 6. O ambiente de baixo fósforo proporcionou a

maior média de MFPA ao acesso 6 (23,3 g), sendo que este não diferiu (p≤0,05)

dos acessos 1, 2 e 5. Já o acesso 3 foi o que obteve a menor média de MFPA

(14,0 g). Contudo, não diferiu (p≤0,05) da média do acesso 1, 2 e 4. O acesso 5

foi o que apresentou a maior média no primeiro corte, independentemente do

ambiente, porém, não sendo diferente dos acessos 1, 2, 3 e 6.

Os acessos avaliados em ambientes com AP na solução do solo tem

a sua produtividade prejudicada. Altas concentrações de P podem causar

precipitação interna de Fe na planta (NUNES, 2004). Algumas espécies de

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plantas, quando cultivadas em doses altas de P, apresentam redução no

crescimento e, às vezes, na produção de massa seca da parte aérea. Esse

fenômeno, conhecido como depressão de crescimento (SENA; et al., 2004).

Outra hipótese para explicar a redução de crescimento e produção

de biomassa pode estar relacionada com um possível desbalanço hormonal,

resultante de desequilíbrio nutricional. O acúmulo de fosfato inorgânico

(polifosfatos) nas raízes pode resultar em interações com metais, como Fe, Mn,

Cu, e, especialmente, Zn. Isto restringiria o transporte de Zn para a parte aérea

(Lambert et al., 1979; Cardoso, 1996), provocando redução na síntese de auxinas

(alteração dos níveis de indol e serina, precursores de triptofano, aminoácido que

origina o ácido indolacético) (Rekoslavskaya & Bandurski, 1994), desbalanço da

relação auxina/citocininas (redução de alongamento celular, encurtamento de

entrenós) e, finalmente, redução de crescimento ((SENA; et al., 2004).

A Disponibilidade de fósforo para a planta garante o seu valor

alimentício, sendo nutriente essencial ao crescimento, é elemento limitante da

produção, sua concentração crítica na planta (nível crítico interno) permite avaliar

a condição nutricional e a probabilidade de resposta à adição do P ao solo

(FONSECA, 2000).

No ambiente de baixo fósforo, não houve diferenças estatísticas

entre as médias dos acessos. O acesso 2 foi o que obteve o melhor desempenho

na média do ambiente de baixo fósforo. Algumas espécies são capazes de

apresentar crescimento máximo em solos com baixa disponibilidade de P, em

razão de sua baixa exigência do nutriente. Entretanto, o crescimento de uma

planta não é dependente de um único elemento, mas do nível de cada nutriente

essencial. (SANCHES & SALINAS, 1981).

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Tabela 6. Médias de massa fresca da parte aérea e massa seca da parte aérea dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de fósforo. Gurupi-TO, 2012.

Acessos Massa fresca parte aérea (g) Massa seca parte aérea (g)

Alto P Baixo P Média Alto P Baixo P Média

Acesso 1 17,0 ab A 18,0 ab A 17,5 ab 12,3 b A 11,4 a A 11,9 ab

Acesso 2 19,2 a A 20,5 ab A 19,8 a 13,1 ab A 12,0 a A 12,5 a

Acesso 3 19,7 a A 14,0 b B 16,8 ab 14,8 a A 10,2 a B 12,5 a

Acesso 4 10,2 c

A 14,5 b A 12,3 b 8,7 c B 10,3 a A 9,5 b

Acesso 5 18,5 ab A 23,0 a A 20,7 a 11,7 b A 11,6 a A 11,6 ab

Acesso 6 12,4 bc

B 23,3 a A 17,8 ab 10,9 bc

A 12,3 a A 11,6 ab

Média 16,2 A 18,9 A 11,9 A 11,3 A

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. Alto P: Alto fósforo (230 mg dm- 3); Baixo P: Baixo Fósforo (23 mg dm- 3 ). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

Os níveis de adubação fosfatada utilizada neste experimento, alto

fósforo (230 mg dm- 3) e baixo fósforo (23 mg dm- 3) que equivalem

respectivamente a doses de 46 e 460 kg ha-1 , foram adequados para discriminar

os acessos de capim andropogon que tiveram respostas diferentes. Posto que foi

avaliado doses abaixo do nível crítico estimado para a cultura. Para o capim-

andropogon, o nível crítico interno de fósforo foi estimado em 28,95 mg dm- 3, o

qual foi obtido com a aplicação de 57,9 kg ha-1 de P²O5, a recomendação de

adubação é entre 50 e 100 kg ha-1 (RURAL NEWS, 2011).

A diferença de comportamento entre os acessos da forrageira pode

ser atribuída à capacidade da planta de se tornar sexuada, o fato dos acessos

terem sofrido deficiências nutricionais, contribui para que as mesmas que são

apomídicas facultativas, se tornem sexuadas, ocorrendo variabilidade genética

(RESENDE, 2008).

Durante a condução do experimento foram observados, na fase

inicial, alguns sintomas de estresses nas plantas, decorrentes da baixa fertilidade

dos solos da origem dos acessos, tendo como reflexo a baixa viabilidade das

sementes coletadas na maioria dos acessos. Independentemente do solo

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utilizado, alguns acessos apresentaram baixa taxa de germinação como o acesso

5 em alto fósforo e o acesso 2 em baixo fósforo. Isso demonstra a importância de

adaptações genotípicas da espécie a determinadas regiões.

1.4 CONCLUSÃO

Existem diferenças fenotípicas entre os acessos de andropogon (Andropogon

gayanus ) coletados no Estado do Tocantins.

Há respostas diferenciadas em relação às características, sendo possível

identificar acessos mais eficientes nos ambientes de alt e baixo fósforo;

O acesso 3 tem os melhores resultados em ambientes com alto fósforo;

O acesso 2 pode ser considerado intermediário, independentemente das

características e do ambiente.

Em ambientes de baixo fósforo o acesso 6 apresenta resultados satisfatórios em

condições de estresse.

1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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32

CAPITULO 2: EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE FÓSFORO EM ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON Andropogon gayanus SILVA¹, Fábio Araújo. VAZ DE MELO, Aurélio². (

1Aluno do curso de Mestrado em Produção

Vegetal – UFT, Campus Universitário de Gurupi – TO; 2Professor Orientador, Adjunto da área de

Ciências agrárias e Tecnológicas – UFT, Campus Universitário de Gurupi – TO)

RESUMO

Na produção vegetal, em solos tropicais, o P é considerado o nutriente mais

importante. Em estudos técnicos é necessário determinar a eficiência da planta de

interesse, tendo como parâmetro a sua produção obtida, onde a eficiência

expressa a relação entre insumos e produção de massa seca. A eficiência de

utilização de fósforo (EUP) pode ser alcançada com algumas alternativas. Uma

das mais simples é a diminuição nas doses de adubos para níveis que sejam

produtivos e seguros. A variabilidade genética para EUP (eficiência de utilização

de fósforo) foi observada em diferentes estudos com algumas culturas, relatando

a existência de diferentes adaptações dos genótipos a diferentes disponibilidades

de P no solo, objetivou-se com esse trabalho classificar e selecionar acessos de

capim andropogon (Andropogon gayanus ) coletados no cerrado tocantinense,

quanto à eficiência de uso e resposta de fósforo. Os ensaios foram conduzidos na

Estação Experimental da Universidade Federal do Tocantins – Campus

Universitário de Gurupi - TO .O plantio foi feito em saco plástico com cinco

decímetros cúbicos, em casa de vegetação, utilizando-se solo com baixo teor de

P. Avaliando-se seis acessos de andropogon com duas condições de adubação,

sendo a adubação de baixo fósforo (BP) de 23 mg dm- 3 e a adubação de alto

fósforo (AP) de 230 mg dm- 3. O delineamento experimental foi em blocos

casualizados, com dez repetições, sendo cada vaso representado como uma

parcela. O ambiente de alto fósforo proporcionou ao acesso 3 a maior média de

massa seca na parte aérea. O ambiente de baixo fósforo, o acesso 6 obteve a

maior média de massa seca. As diferenças entre os acessos, foram

estatisticamente detectadas, comprovando assim que, os materiais 4 e 6 em

baixo fósforo no segundo corte destacaram-se dos demais quanto ao transporte

de P do solo para a parte aérea. O acesso 6 foi considerado eficiente e

responsivo.

Palavras-chave: Andropogon, Eficiência, Resposta Fósforo

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CAPÍTULO 2: EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE FÓSFORO EM ACESSOS DE CAPIM ANDROPOGON Andropogon gayanus

2.1 INTRODUÇÃO

As pastagens brasileiras estão na base dos sistemas de produção

de bovinos e isto evidencia a importância e a necessidade contínua de se buscar

práticas que maximizem os resultados desses sistemas (SANTANA et al., 2010).

O Brasil, hoje é considerado a nova fronteira agrícola, com principal área de

produção os solos de Cerrados, que são pobres em fertilidade e possuidores de

elevados teores de Al3+ e acidez.

O estado do Tocantins, com área de 27,84 milhões de hectares, das

quais 7,5 milhões de hectares são áreas de pastagens (SEAGRO, 2012). Essas

pastagens são a principal fonte de alimentação do rebanho no Estado, com

predominância das espécies Brachiaria brizantha, Brachiaria humidícula,

Panicuns e principalmente o Andropogon gayanus (SANTANA, 2009).

Grande parte dos solos de cerrado são oriundos de rochas pobres

em alguns nutrientes (Ca, Mg, P e K), apresentando toxidez por alumínio (Al > 1,0

cmolc kg-1) e presença de acidez (SILVA, 2005). O modelo de produção de

forragem adotado na pecuária brasileira vem contribuindo no processo de

degradação da fertilidade do solo sob pastagens. O esgotamento da fertilidade do

solo, em consequência da ausência de calagem e adubações de manutenção,

tem sido apontado como uma das principais causas da degradação de pastagens

cultivadas (MENEZES et al., 2009).

O P é um nutriente essencial a todos os seres vivos. Na produção

vegetal, em solos tropicais, o P é considerado o nutriente mais importante, apesar

das necessidades das plantas serem relativamente pequenas quando

comparadas com outros macronutrientes (ROSSI et al., 1999).

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Quando adubos fosfatados são aplicados no solo, depois de sua

dissolução, praticamente todo o P é retido na fase sólida, formando compostos

menos solúveis (COLLIER et al., 2008). Mesmo assim, grande parte deste P

retido é aproveitado pelas plantas. Deve-se considerar que a magnitude dessa

recuperação depende principalmente da espécie cultivada e é afetada pela

textura, tipos de minerais de argila e acidez do solo.

O sistema radicular das forrageiras é altamente responsivo à

disponibilidade de nutriente e sua distribuição no solo (ZHU et al., 2007). Isto é

particularmente verdade com relação à disponibilidade de P que é um dos

nutrientes que mais limitam o crescimento em ambientes naturais (LINKOHR et

al., 2002). Outra característica importante é a ativação do alongamento de raízes

laterais em resposta a condições de baixa disponibilidade de P, em que pode ser

interpretado como exploração acelerada do solo (WILLIAMSON et al., 2001).

O capim andropogon (Andropogon gayanus ) é uma gramínea

forrageira perene, ereta, que pode crescer formando touceiras de até 1,0 m de

diâmetro e produz perfilhos com altura média variando entre 1,0 a 3,0 m.

Originário da África Tropical encontra-se amplamente distribuído na maioria dos

solos de cerrados tropicais, em áreas com estação seca bem prolongada. Tolera

até nove meses de seca, embora seu crescimento seja favorecido em regiões

com três a cinco meses de estiagem (RURAL NEWS, 2011). Assim, a diversidade

genética existente dentro de uma população, tem sido constantemente avaliada

com o propósito final de identificar acessos de maior efeito segregante, de forma

que, estes apresentem características de interesse agronômico para serem

introduzidos em um programa de melhoramento de pastagens voltados às

características de estresse em solos tocantinenses.

Em estudos técnicos é necessário determinar a eficiência da planta

de interesse, tendo como parâmetro a sua produção obtida, onde a eficiência

expressa a relação entre insumos e produção de massa seca (FAGERIA, 1998).

A eficiência de utilização de fósforo (EUP) pode ser alcançada com

algumas alternativas. Uma das mais simples é a diminuição nas doses de adubos

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para níveis que sejam produtivos e seguros (FERNANDES et al. 2001). Outra

possibilidade é o melhoramento genético, que já está gerando cultivares de

forrageiras produtivas e adaptadas aos solos com baixos níveis de P. Segundo

Ceccarelli (1996) o desenvolvimento de programas de melhoramentos locais

seriam a solução mais viável ao aumento de produção em sistemas agrícolas com

baixa utilização de insumos. Isso proporcionaria uma agricultura ecologicamente

correta, humanamente justa e economicamente viável.

A variabilidade genética para EUP (eficiência de utilização de

fósforo) foi observada em diferentes estudos com algumas culturas, relatando a

existência de diferentes adaptações dos genótipos a diferentes disponibilidades

de P no solo (VAZ-DE-MELO, 2008).

Em se tratando do fósforo, considera-se como plantas eficientes

aquelas que produzem maior quantidade de massa seca por unidade de fósforo

absorvido (GERLOFF, 1976). Também, consideram-se plantas eficientes aquelas

que acumulam maiores concentrações de fósforo, quando cultivadas em baixas

doses deste elemento (CLARK & BROWN, 1974).

A eficiência de absorção de nutrientes torna-se importante às

plantas, uma vez que, define parâmetros como a capacidade de espécies em

adaptar e responder a disponibilidade nutricional do solo, genótipos e cultivares

específicos em absorver e utilizar nutrientes (BALIGAR & FAGERIA, 1997).

A variação genotípica entre e dentro de espécies em relação à

eficiência de uso de nutrientes em plantas, pode ser demonstrada em diversos

trabalhos (FURLANI et al, 1998; PARENTONI et al, 2000).

Com isso, objetivou-se com esse trabalho identificar e selecionar

acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) no cerrado sul

tocantinense, quanto à eficiência de uso e resposta de fósforo.

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36

2.2 MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios foram conduzidos na Estação Experimental da

Universidade Federal do Tocantins – Campus Universitário de Gurupi - TO (280

m de altitude, nas coordenadas 11°43’45” S e 49°04’07” W). O clima regional é do

tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica (KÖPPEN 1948). O plantio

foi realizado em agosto de 2010, em casa de vegetação, utilizando-se solo com

baixo teor de P do município de Gurupi-TO, avaliando-se seis acessos de

andropogon com duas condições de adubação, sendo a adubação de baixo

fósforo (BP) de 23 mg dm- 3 e a adubação de alto fósforo (AP) de 230 mg dm- 3 de

P2O5 aplicados no solo, em vasos plásticos de cinco decímetros cúbicos. As

principais características químicas desse solo foram: pH em água = 5,6; P = 1,5

mg dm-3; K = 27,6 mg dm-3; Ca2+ = 0,5 cmol dm-3; Mg2+ = 0,2 cmol dm-3; Al3+ = 0

cmol dm -3; H+Al = 3,1 cmol dm-3 ;SB = 0,8 cmol dm-3; CTC(t) = 0,8 cmol dm-3;

CTC(T) = 3,8 cmol dm-3; V = 19,6 %; m = 0,0 %; MO = 13,2%; P (Mel) = 1,5 mg

dm-3; Textura: 43,1% Areia; 12,4% Silte; 44,5% Argila

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com dez

repetições, sendo cada vaso representado como uma parcela. Foram realizadas

as operações de tratamento padrão em todos os vasos como a calagem de

acordo com a análise de solo e adubação correspondente ao tratamento.

50 dias após a semeadura, iniciou as avaliações, com intervalos de

7 dias entre as avaliações, após a determinação de características morfológicas,

realizou-se o corte da parte aérea das forrageiras a 10 cm do nível do solo. A

massa fresca da forragem foi seca em estufa a 60ºC por 72 horas, visando à

obtenção da produção de massa seca e posteriormente análise de determinação

das concentrações de fósforo (CP) na parte aérea da planta. Uma vez obtido

esses dados, estimaram-se os índices de eficiências, baseados em várias

propostas, com o intuito de comparar o comportamento dos acessos de capim

andropogon em diferentes proposta apresentadas por (FAGERIA, 1998; SIDIQUI

& GLASS,1981; FISHER & MAURER, 1978; FISCHER et al, 1983 e MOLL et al,

1982).

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Eficiência fisiológica: é a produção biológica obtida (em culturas

anuais) por unidade de nutriente acumulado. Às vezes, esta eficiência é também

chamada eficiência biológica; já a eficiência nutricional é a relação entre a

biomassa total e a quantidade de nutriente absorvido. Maranville et al. (1980);

Siddiqi & Glass (1981); Craswell & Godwin (1984) e Fageria (1992) relataram que

a eficiência nutricional pode ser expressa e calculada de maneiras diferentes,

(FAGERIA, 1998)

Para o cálculo das eficiências e respostas de cada acesso ao

acréscimo de adubação fosfatada, foi seguida a metodologia descrita por Fageria

(1998):

- PMSaP = produção de massa da parte aérea em alto fósforo;

- PMSbP = produção de massa da parte aérea em baixo fósforo;

- QNa = quantidade de nutriente em alto fósforo; e

- QNb = quantidade de nutriente em baixo P.

Metodologia proposta por Sidqui & Glass, (1981):

Foi determinado o índice de eficiência no uso do fertilizante em

resposta à aplicação de diferentes doses de fósforo na semeadura de acordo com

metodologia proposta por Fisher & Maurer, (1978):

- IP é o índice de eficiência do uso de fósforo;

- D é a severidade do estresse induzido pela baixa disponibilidade de P;

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- Yc/P e Ys/P são, respectivamente, as produtividades individuais dos acessos

nos tratamentos de alto e baixo teor de P e;

- Xc/P e Xs/P são, respectivamente, as produtividades médias de todos os

acessos nos tratamentos de alto e baixo teor de P.

Para efeito comparativo de eficiência também foi realizada avaliação

quanto à eficiência de P segundo a metodologia de Fischer (et al, 1983),

metodologia desenvolvida para avaliar de forma simultânea ambientes com baixo

e alto teores de nutriente, sendo a equação que segue:

- Ya(-P) = é a produção do genótipo “a” sob baixo fósforo;

- Ya(+P) = é a produção do genótipo “a” sob alto fósforo;

- Yx(-P) = é a produção média de todos os genótipos sob baixo fósforo;

- Yx(+P) = é a produção média de todos os genótipos sob alto fósforo.

Foi avaliada a eficiência de uso de fósforo segundo a metodologia

proposta por Moll (et al, 1982).

EUP = eficiência de uso de fósforo;

Fs = Massa seca das folhas;

Ps = Massa de fósforo aplicado no solo.

Após os cálculos das eficiências e respostas, segundo as

metodologias citadas foram realizadas duas outras propostas de metodologias,

sendo elas:

e

RAP = Resposta à absorção de fósforo;

EAP = Eficiência de absorção de fósforo;

CPNPa = Conteúdo de fósforo na planta em alto P;

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CPNPb = Conteúdo de fósforo na planta em baixo P;

PASa = Fósforo aplicado no solo em alto P;

PASb = Fósforo aplicado no solo em baixo P;

MSa = Massa seca da forrageira em alto P e;

MSb = Massa seca da forrageira em baixo P.

Após a obtenção dos dados, realizou-se a análises de variâncias

individuais, sendo realizada posteriormente a análise conjunta, visto que, os

ensaios apresentaram homogeneidade de variância. Após isto compararam-se as

médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O ambiente de alto fósforo no primeiro corte proporcionou ao acesso

3 a maior média de massa seca na parte aérea (14,81 g). Não diferindo

estatisticamente do acesso 2 (Tabela 1). No ambiente de baixo fósforo, o acesso

6 obteve a maior média de massa seca (12,31 g), não diferindo dos acessos 1, 2

e 5. Os acessos 3 e 6 obtiveram resultados divergentes entre os ambientes,

sendo que, o ambiente de alto fósforo proporcionou ao acesso 3 a maior média de

massa seca da parte aérea. Já o acesso 6 obteve a maior média no ambiente de

baixo P. Independentemente dos ambientes no primeiro corte o acesso 4 obteve a

menor média de massa seca da parte aérea, não diferindo do acesso 6. Entre os

ambientes, independentemente dos acessos, não houve diferença significativa.

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TABELA 1: Médias da massa seca da parte aérea (em g) dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de P em dois cortes. Gurupi-TO 2012

Acessos. Interação Acesso x Ambiente

Primeiro corte Segundo corte

AP BP Média

AP BP Média

Acesso 1 12,62 bc A 11,47 abc A 12,05 a A 8,99 a A 9.46 c A 9,22 b

Acesso 2 13,10 ab A 12,15 ab A 12,62 a B 10,47 a B 11.6 ab a 11,06 a

Acesso 3 14,81 a A 10,25 c B 12,53 a A 9,83 a A 10.5 bc 10,19 ab

Acesso 4 9,56 d A 10,34 bc A 9,95 b B 6,77 b B 12.1 A B 9,47 ab

Acesso 5 12,06 bc A 11,62 abc A 11,84 a A 9,25 a A 9.07 c A 9,16 b

Acesso 6 10,93 cd B 12,31 a B 11,62 ab A 9,83 a A 9.78 c A 9,81 ab

12,18 A 11,35 A

9,19 B 10,45 A

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade AP (230 mg dm- 3); BP (23 mg dm- 3 ). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

O ambiente de alto fósforo no segundo corte proporcionou ao

acesso 2 a maior média de massa seca na parte aérea (10,47 g), diferindo

estatisticamente apenas do acesso 4 (Tabela 1). No ambiente de baixo P, o

acesso 4 obteve a maior média de massa seca (12,1 g), não diferindo do acesso

2. Os acessos 2 e 4 obtiveram resultados divergentes entre os ambientes, sendo

que, o ambiente de alto fósforo proporcionou ao acesso 2 a maior média de

massa seca da parte aérea. Já o acesso 4 obteve a maior média no ambiente de

baixo fósforo. Independentemente dos ambientes o acesso 5 no segundo corte,

obteve a menor média de massa seca da parte aérea, diminuindo sua eficiência

produtiva no segundo corte.

A maior média de massa seca foi observada no acesso 3 (14,81g)

no ambiente de alto fósforo no primeiro corte que não diferiu do acesso 2, não

mantendo o comportamento no segundo corte. O ambiente de alto fósforo no

segundo corte não apresentou variação significativa, apenas o acesso 4 se

destacou com a menor produção, No segundo corte em baixo fósforo os acessos

2 e 4 diferiram dos demais, mantendo as maiores média de concentração (11,6 e

12,1) respectivamente.

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A maior quantidade de P no ambiente de alto fósforo no primeiro

corte foi observada nos acessos 2 e 3 (5,4 e 5, 34 mg, respectivamente). No

ambiente de baixo fósforo o acesso 5 foi o que teve a maior média (5,47g) não

diferindo estatisticamente dos acessos 1, 2 e 6. Em baixo fósforo no primeiro

corte o acesso 3 obteve a menor média de P, não diferindo do acesso 4 e 6

(Tabela 2). Os acessos no segundo corte no ambiente de alto fósforo não diferiam

estatisticamente entre si. Os acessos 4 e 6 em baixo P no segundo corte foram os

que apresentaram melhor desempenho na Concentração de P na parte aérea. O

acesso 1 foi o que obteve a menor média (0,923g) (Tabela 2). Justifica o maior

conteúdo de P no primeiro corte, o fato da planta na sua fase mais jovem ser mais

eficiente na absorção e armazenamento de P na parte aérea e a maior

disponibilidade de P. O acesso 1 foi o que apresentou a menor média de

concentração de P no segundo corte em ambiente de baixo fósforo, sendo

considerado menos eficiente no armazenamento de P. O transporte ou

distribuição de P para a parte aérea é uma característica importante para a

diferenciação do material genético (FILHO, 1984). Acessos que apresentam maior

capacidade de extração de P do solo e armazenamento da parte área é

considerado mais eficiente.

TABELA 2: Médias do conteúdo de P (mg) na massa seca da parte aérea dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ), submetidos a diferentes doses de P em dois cortes. Gurupi-TO 2012

Acessos. Interação Acesso x Ambiente

Primeiro corte Segundo corte

AP BP Média

AP BP Média

Acesso 1 4,86 ab A 4,41 ab A 4,63 ab

1,00 a A 0,93 c A 0,977 a

Acesso 2 5,46 a A 5,04 a A 5,25 a

0,84 a A 1,00 ab A 0,923 a

Acesso 3 5,34 a A 3,33 b B 4,33 ab

0,86 a B 1,28 bc A 1,07 a

Acesso 4 3,95 b A 3,81 b A 3,88 b

0,68 b B 1,70 a A 1,19 a

Acesso 5 4,66 ab B 5,47 a A 5,07 a

0,92 a B 1,21 c A 1,06 a

Acesso 6 4,68 ab A 4,31 ab A 4,50 ab

1,11 a B 1,44 c A 1,28 a

4,82 A 4,40 A

0,91 B 1,26 A

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade AP (230 mg dm- 3); BP (23 mg dm- 3 ). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paraná - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo

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42

coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

As diferenças entre os acessos, foram estatisticamente detectadas,

comprovando assim que, os materiais 4 e 6 em baixo fósforo no segundo corte

destacaram-se dos demais quanto ao transporte de P do solo para a parte aérea.

Trabalhos evidenciam o comportamento diferencial entre espécies ou cultivares

da mesma espécie na absorção e utilização de nutriente (FAGERIA & BARBOSA

FILHO,1982; MESSMER et al., 1984).

As médias de concentrações de fósforo na massa seca da parte

aérea dos acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) não diferiram

significativamente entre si nos ambientes de alto e baixo fósforo no primeiro corte.

As diferenças observadas entre os genótipos quanto à produção de massa seca,

tanto na parte aérea foram pequenas, mas o suficientes na identificação do

acesso que se destacou (Tabela 2). Diferenças significativas foram observadas no

ambiente de BP no segundo corte. A resposta dos acessos de capim andropogon

(Andropogon gayanus ) ao incremento de P pode ser explicado pelo fato de se

tratar de uma espécie forrageira que se adapta a ambientes adversos, como solos

com baixa fertilidade e altos teores de alumínio e com nível crítico de P em torno

de 58 mg dm- 3, (ROCHA 2009). Sendo uma espécie com pouca resposta à adição

de doses de nutrientes.

Segundo Carvalho et al. (1994) em experimentos em que se

avaliaram os requerimentos de fósforo e calcário no estabelecimento das

gramíneas andropogon e setárias, concluíram que o capim andropogon apresenta

baixa resposta à adubação. Se comparar o desempenho do capim angropogon

com outras espécies, como brachiárias e mombaça fica comprovada a baixa

eficiência e resposta do capim a adubação ao contrário do efeito provocado pela

adição de adubação em pastagens de brachiárias ou mombaça. Concordando

então com os resultados das médias dos ambientes (4,82 g e 4,40 g

respectivamente em alto e baixo fósforo) obtidas onde não houve incremento de

concentração de fósforo na matéria seca da parte aérea nos ambientes de alto P

no primeiro corte, além do ocorrido no ambiente de baixo fósforo.

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Os métodos de avaliação de eficiência apresentados por Fageria e

Fisher (1978) apresentaram similaridade na eficiência e na resposta ao nutriente.

Mas mascaram respostas quando acesso são submetidos a produção com

menor disponibilidade de nutrientes. Mas a metodologia é valida para classificar

os materiais como sendo responsivos e eficientes, responsivos e não eficientes,

não responsivos e eficientes e não responsivos e não eficientes.

Dentre as metodologias propostas, a adaptada de SIDIQUI &

GLASS (1981) para avaliação da eficiência de P em andropogon, não

apresentou resultados coerentes quando incrementado P no primeiro corte

(Tabela 3). A metodologia não distingue plantas bem supridas de nutrientes das

pouco supridas, onde o calculo eleva a massa seca ao quadrado, aumentando a

eficiência de acessos com bom suprimento e prejudicando acessos com baixo

suprimento nutricional.

A eficiência de P no capim andropogon é melhor representada pela

metodologia de MOLL,(1982), pela qual é possível visualizar a limitação de

eficiência da capim na utilização de P. Há uma relação direta entre a massa seca

produzida e a quantidade de P aplicado no solo. Em ambos os cortes houve

maior eficiência nos ambientes de baixo fósforo, isso demonstra que o capim não

responde de forma semelhante a outras forrageiras, como as brachiárias e

mombaça que têm resposta linear ao incremento de nutrientes (FURLANI, 1990).

TABELA 3: Resumo da eficiência dos seis acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo em dois cortes. Gurupi-TO, 2012.

Acessos.

SIDIQUI & GLASS (1981)

Primeiro corte Segundo corte

AP BP

AP BP

Acesso 1 33,54 ab A 30,18 ab A

87,260 bc A 101,64 b A

Acesso 2 31,60 bc A 30,25 ab A

136,24 a A 139,22 a A

Acesso 3 41,29 a A 32,52 ab B

117,09 ab A 90,770 bc B

Acesso 4 23,90 c A 29,35 ab A

67,240 c B 90,130 bc A

Acesso 5 32,04 bc A 25,42 b B

93,340 bc A 69,930 c B

Acesso 6 26,06 bc B 36,20 a A

87,550 bc A 67,320 c A

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paranã - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo

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coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

Após o segundo corte o acesso tende a se estabilizar e apresentar

sua eficiência. Furlani, (1990) descreve que existe diferença na eficiência de uma

planta na absorção de nutriente, quando é feita a avaliação no seu estádio inicial

e nos demais, posto que a fase e ciclo da planta podem influenciar na sua

resposta e eficiência.

Devido ao curto período de tempo entre a implantação e o primeiro

corte, os acessos não expressaram a eficiência do P, como é expresso nos

demais cortes (FURLANI, 1990).

O acesso 6 apresentou a maior média no ambiente de baixo

fósforo no primeiro corte, não tendo seu desempenho repetido no segundo corte,

diferindo apenas do acesso 5 no ambiente de baixo fósforo.

O acesso 5 apresentou a menor média de eficiência no ambiente

de BP no segundo corte (0,362) (Tabela 4). As médias dos acessos em baixo

fósforo em ambos os corte foram mais elevadas que as médias dos acessos em

alto fósforo. O comportamento dos acessos prova que o capim é mais eficiente

em ambientes de baixo fósforo, posto que a demanda da cultura é baixa, sendo

uma espécie de forrageira de baixa exigência nutricional. Qualquer incremento

acima da sua demanda mínima não altera a sua resposta em produtividade.

Existe variabilidade genética entre espécies e cultivares da mesma espécie, na

absorção e utilização de nutrientes, tal variação faz com que os acessos

apresentem comportamentos diferenciados. Entretanto, é preciso conhecer

melhor os mecanismos de absorção e utilização de nutrientes e, também, a

natureza e herança da eficiência (FAGERIA & BARBOSA FILHO, 1981).

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TABELA 4: Resumo da eficiência de acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo em dois cortes. Gurupi-TO, 2012.

Acessos.

MOLL 1982

Primeiro corte Segundo corte

AP BP

AP BP

Acesso 1 54,90 a B 498,86 a A

39.08 a A 41.15 c A

Acesso 2 56,95 a B 528,30 a A

45.52 a B 50.70 ab A

Acesso 3 64,40 a B 445,78 b A

42.77 a A 45.87 bc A

Acesso 4 41,57 a B 449,82 b A

29.46 b B 52.93 a A

Acesso 5 52,44 a B 505.21 a A

40.23 a A 39.44 c A

Acesso 6 47,54 a B 535,30 a A

42.77 a A 42.54 c A

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade AP (230 mg dm- 3); BP (23 mg dm- 3). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paranã - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

No primeiro corte, o acesso 3 demonstrou mais responsivo, não

apresentando o mesmo comportamento no segundo corte. Os acessos 1 e 2

foram os que responderam de forma mediana ao incremento de P (Tabela 5). Os

acessos 4 e 6 responderam de forma negativa ao incremento de P (Tabela 5).

No segundo corte, apenas os acessos 5 e 6 foram responsivos. O

comportamento dos acessos no primeiro corte se dá pelo fato da cultura alcançar

a sua demanda de P na fase inicial, onde o nutriente esta disponível em maior

quantidade solúvel, favorecendo a forrageira na sua fase inicial.

Na avaliação usando a metodologia de Fischer (1983), o acesso 4

em ambos os cortes em baixo fósforo apresentou como eficiente diferindo dos

demais acessos. Plantas eficientes são aquelas que acumulam maiores

concentrações de fósforo quando cultivadas em baixas doses deste elemento

(Clark & Brown, 1974),

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TABELA 5: Resumo da eficiência dos seis acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo. Gurupi-TO, 2012

Acessos

FAGERIA¹ FISHER² FISHER³

Primeiro corte

Segundo corte

Primeiro corte

Segundo corte

Primeiro

corte Segundo

corte Acesso 1 5,57 b -2,29 a 1,063 b -0,877 a 0,866 a 0,988 b

Acesso 2 4,59 b -5,76 a 0,985 b -2,04 a 0,87 a 1,062 b

Acesso 3 22,03 a -3,45 a 4,468 a -1,14 a 0,649 b 1,005 b

Acesso 4 -3,77 b -26,07 b -1,464 b -11,7 b 1,026 a 1,68 a

Acesso 5 2,140 b 0,86 a -0,102 b 0,149 a 0,939 a 0,925 b

Acesso 6 -6,66 b 0,25 a -2,037 b 0,099 a 1,061 a 0,928 b

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas constituem grupo estatisticamente homogêneo, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paranã - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA). FAGERIA¹ 1998 Kg.Kg¹; FISHER² et al. 1978, FISHER³ et al. 1983

Na avaliação da eficiência e resposta à aplicação de P em capim

andropogon Andropogon gayanus , a interpolação dos resultados da proposta de

interação resposta x eficiência, sendo a coordenada do eixo Y para a resposta e

a coordenada do eixo X para eficiência. Demonstraram a eficiência e o

comportamento dos acessos quando submetidos a incrementos de nutrientes

(Figura 1).

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FIGURA 1. Índices de resposta e eficiência proposto para discriminação de seis

acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes

de fósforo no primeiro corte Gurupi-TO, 2012.

NRNE – não responsivo e não eficiente; RNE – Responsivo e não eficiente; NRE – não responsivo e eficiente; RE – responsivo e eficiente. Ecótipos: 1 (Ecotipo coletado no município de Paranã- TO, na época seca do ano); 2 (Eecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); 3 (Eecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e 6 (Ecotipo coletado no município de Itacajá - TO).

Na interação entre resposta e eficiência da adubação fosfatada, no

primeiro corte, os acessos 1, 2 e 3 foram classificados como responsivos (Figura

1), por apresentarem valores positivos de resposta superiores à média (Tabela 6)

Dentre estes, destacou- se o acesso 2 e 3 que apresentaram valores de resposta

superiores a média sendo considerados responsivos.

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TABELA 6: Médias de índice de resposta e eficiência proposto para discriminação de seis acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes de fósforo em dois cortes. Gurupi-TO, 2012

Acessos

Índice de resposta e eficiência

Primeiro corte Segundo corte

RAP EAP RAP EAP

Acesso 1 272,18 ab 873,97 bc 40,29 a 41,03 b

Acesso 2 312,04 ab 1137,06 ab 39,45 a 44,86 b

Acesso 3 345,99 a 512,99 c 37,13 a 76,60 ab

Acesso 4 167,21 c 670,80 c 20,29 b 139,25 a

Acesso 5 253,48 abc 1341,18 a 37,40 a 66,09 b

Acesso 6 227,15 bc 821,00 bc 47,96 a 93,76 ab

Média 263,01 892,83 37,09 76,93

Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas constituem grupo estatisticamente homogêneo RAP (Índice de resposta de aplicação de fósforo); EAP (Ínice de eficiência de aplicação de fósforo). Acesso 1 (Ecotipo coletado no município de Paranã - TO, na época seca do ano); Acesso 2 (Ecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); Acesso 3 (Ecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); Acesso 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); Acesso 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e Acesso 6 (Ecotipo coletado no município de Itacá – PA).

A eficiência de absorção de nutrientes torna-se importante paras as

plantas, uma vez que define parâmetros como a capacidade de espécies em

adaptar e responder a disponibilidade nutricional do dolo, genótipos e cultivares

específicos em absorver e utilizar nutrientes (BALIGAR & FAGERIA 1997).

O acesso 4 foi o que apresentou menor relação índice resposta,

apresentando comportamentos negativos, (índice e resposta ≤ que a média)

sendo não responsivo e não eficiente (Figura 1). O acesso 3 foi responsivo e não

eficiente. O acesso 1 ficou próximo à média de resposta e eficiência, sendo um

acesso considerado intermediário.

O acesso 2 foi responsivo e eficiente, tendo melhor desempenho

segundo a metodologia proposta. O acesso 5 foi indiferente quanta a resposta,

apresentando comportamento próximo a média de resposta, mas eficiente.

No segundo corte (Figura 2), os acessos comportaram-se de forma

diversa. O acesso 6 foi considerado eficiente e responsivo. Os acessos 1 e 2

foram considerados responsivos e não eficientes. O acesso 5 ficou exatamente na

média da resposta, sendo indiferente à resposta e considerado não eficiente. O

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49

acesso 3 pode ser considerado um ecotipo indiferente ao incremento de P posto

que o mesmo ficou na média da resposta e da eficiência (Figura 2).

FIGURA 2. Índices de resposta e eficiência propostos para discriminação de seis

acessos de capim andropogon (Andropogon gayanus ) submetidos a dois ambientes

de fósforo no segundo corte Gurupi-TO, 2012.

NRNE – não responsivo e não eficiente; RNE – Responsivo e não eficiente; NRE – não responsivo e eficiente; RE – responsivo e eficiente. Ecótipos: 1 (Ecotipo coletado no município de Paranã - TO, na época seca do ano); 2 (Eecotipo coletado na divisa dos estados do Tocantins e Goiás); 3 (Eecotipo coletado no município de Jaú – TO, na época seca do ano); 4 (Ecotipo coletado no município de Peixe – TO); 5 (Ecotipo coletado no município de Santa Maria – TO) e 6 (Ecotipo coletado no município de Itacajá - TO).

O acesso 5 em ambos os cortes foi apontado como o material que

não sofreu alteração na sua resposta, apresentou o mesmo comportamento em

ambos os cortes. O acesso 3 pode ser considerado eficiente em ambos os

cortes, com resposta satisfatória ao acréscimo de adubação fosfatada e eficaz

em utilizar o fósforo, mesmo em concentrações moderadamente baixas. Visto

que demonstrou sua adaptação tanto a ambientes com deficiência quanto

àqueles cujos níveis de disponibilidade de fósforo são ideais. Consideram-se

como plantas eficientes aquelas que produzem maior quantidade de massa seca

por unidade de P absorvido (GELOFF, 1976). Também consideram-se plantas

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50

eficientes aquelas que acumulam maiores concentrações de P quando cultivadas

em baixas doses do elemento (CLARK & BROWN, 1974).

As metodologias (FISHER e MOLL) adaptadas a forrageiras,

apresentaram dados coerentes e convergentes para a avaliação da eficiência de

P em capim andropogon, mas penalizam materiais com baixa exigência

nutricional.

A proposta apresentada não penaliza acessos mais eficientes em

ambientes com baixa disponibilidade de P, mas mostra a quais acessos tem

melhor eficiência ao uso do fertilizante, no caso o fósforo. Tal proposta permite

descrever com maior clareza o comportamento dos acessos em cada ambiente

de cultivo, fornecendo um parâmetro para produtividade, resposta à melhoria

ambiental e da qualidade dos ambientes. Informações úteis ao processo de

seleção, podendo auxiliar o melhorista na escolha dos acessos em um programa

de melhoramento.

O capim andropogon é uma forrageira que apresenta resposta

moderada ou baixa ao incremento de P na solução do solo, diferente do

comportamento do capim colonião. (FURLANI, 1990).

O capim andropogon é uma forrageira bem difundida e usada nos

solos de cerrado, principalmente no Estado Tocantins, é a forrageira mais

indicada para solos bem drenados com baixa fertilidade e acidez considerável.

A realidade da maioria dos produtores rurais do Estado é que os

mesmos não fazem correção nas áreas de capim andropogon, ou não teriam

condições de correção da acidez do solo, caso fosse outra forrageira com maior

exigência nutricional, como no caso das brachiárias, mombaça e colonião.

Forrageiras com maior eficiência respondem de forma positiva ao incremento de

adubação, não tendo o andropogon o mesmo comportamento, sendo uma

espécie indicada para agricultores com áreas de baixa fertilidade e ou que não

disponham de recursos para adubação de implantação e manutenção da

pastagem.

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51

2.4 CONCLUSÃO

As metodologias de Fisher et al (1978) e Sidiqui & Glass (1981) são similares em

demonstrar a eficiência quando adaptadas a forrageira,mas não são absolutas e

exatas para determinar a eficiência de forrageiras com baixa exigência

nutricional.

Os acesso 2 é o mais eficiente e responsivo na absorção de P no primeiro corte.

O acesso 6 é responsivo e eficiente no segundo corte, evidenciando o material

com resposta a logo prazo.

O acesso 6 produz mais massa seca e acumula mais P após o primeiro corte;

O acesso 3 é mais responsivo em ambientes com maior disponibilidade de P, e

se comporta de forma responsiva e eficiente em ambientes como baixa

disponibilidade de P.

2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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52

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3 CONCLUSÕES GERAIS

O capim andropogon é uma forrageira que desenvolve de forma satisfatória em

solos de cerrado.

Foi constatado diferenças de comportamento dos acessos quando submetidos a

ambientes de estresse nutricional.

Estudos posteriores podem identificar quais características genéticas dos acessos

resposnsivos e eficientes.

O acesso 6 é material recomendado para ambientes com baixa disponibilidade de

P, sendo material adequado para áreas que disponham de pouca tecnologia de

correção e manutenção de pastagem.

O capim andropogon, por meio dos acessos estudados, demonstrou ser uma

forrageira com ampla variação, desde materiais eficientes a ambientes com boa

disponibilidade de P,a ambientes com baixa disponibilidade de P.

O capim andropogon é uma forrageira com capacidade econômica a ser melhor

explorada do estado do Tocantins, pois se torna adequada para a região.