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Federalismo Na União Europeia

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Relações Internacionais

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    Federalismo Na Unio Europeia.

    Autoria: Eugnio Pereira Lucas

    Resumo do trabalho: Na UE - Unio Europeia o federalismo esteve presente de uma forma muito

    clara na sua origem. A palavra federalismo no surgiu nos Tratados constitutivos, mas no esprito de muitos dos fundadores era esse o projecto. Neste artigo pretendemos, recorrendo a anlise de bibliografia de referncia, investigar se existe ou no federalismo na UE. O processo de crescimento da UE, de avanos e recuos, sem uma linha de orientao bem definida, com discusso quanto sua natureza e das suas instituies muito idntica ao que aconteceu nos EUA, no perodo entre 1789 e o fim da guerra civil.

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    ndice

    Introduo 1. Federalismo na Unio Europeia. 2. Requisitos para Unio Europeia poder ser um sistema federal. Concluso Referncias bibliogrficas Introduo A propsito dos EUA, mas generalizando para os Estados em geral, Tocqueville

    conclui que, tal como em relao ao Homem em resultado dos primeiros anos da sua vida que se pode compreender de onde vm os preconceitos, os hbitos e as paixes que iro dominar-lhe e vida, tambm nos primeiros anos de uma nao que se formam as suas caractersticas essenciais, afirmando por exemplo As circunstncias que acompanharam a sua nascena e que serviram para o seu desenvolvimento influenciam-nos em todo o seu restante percurso (Tocquevile, 2001). As particularidades do federalismo na UE resultam, por isso, tambm da forma como este foi surgindo.

    A metodologia do presente trabalho pretende seguir o pensamento de Zippelius (1997), a propsito da elaborao de uma teoria emprica do Estado, e em geral para a elaborao de uma teoria, defende que, em primeiro lugar, uma teoria tem uma funo cognitiva, visando explicar o mundo, fornecer fundamentos para explicar porque se verifica um determinado estado ou acontecimento. Em segundo lugar, defende que as teorias devem ser confrontadas continuamente com a experincia e, face a isso, podem ser reformuladas ou rejeitadas, afirmando: Se a experincia revelar que determinados factores no so relevantes para a relao de efeito examinada, ento, estes factores devem ser eliminados do modelo explicativo. Se determinados factores, que at agora no foram considerados, se revelarem relevantes, devem, ento, ser inseridos no modelo. Se este modelo for completamente inadequado realidade da experincia, ento, tem de ser rejeitado e substitudo por um melhor. Pretendemos utilizar um pensamento tipificador e analtico nos termos descritos por Zippelius, de modo a permitir um contacto entre um caso concreto e as teorias explicativas dessa realidade.

    Apesar das semelhanas existentes, o modelo federal dos EUA no compatvel com a realidade da UE, a comear pelo facto de os Estados-membros dos EUA no terem tido tempo de se governar a si prprios; to-pouco os valores nacionais tiveram oportunidade de amadurecer, no possuindo ainda verdadeira autonomia quando criada a federao. O federalismo tem capacidade de explicar a construo europeia e ao explicar que pode haver federalismo sem federao, mas no pode haver federao sem um qualquer tipo de federalismo, podemos analisar a UE como um caso de federalismo sem federao. Na Europa o ideal federalista no tem razes muito antigasi. Justifica-se uma breve referncia a Althusius, que um marco fundamental na origem do federalismo na Europa (Burgess, 2000, p. 4)ii. o autor que, de forma estruturada, apresenta um novo sistema, que no se imps nessa fase, pois na poca da publicao da sua obra Politica

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    Methodice Digesta (1603), a Europa estava a iniciar o processo de criao de Estados (Tratado de Vesteflia - 1648), tendo sido a teoria de Jean Bodin (que mais se adequava nova realidade de criao de Estados) que vingou. Durante muitos anos, o pensamento de Althusius foi considerado perifrico. Otto von Gierke e outros juristas alemes do sculo XIX redescobriram o pensamento de Althusius, com vista aplicao a um projecto de unificao da Alemanha sobre princpios federais. No sculo XX, foi com a publicao, por Carl Friedrich, de uma edio em latim da Politica Methodice Digesta acompanhada de uma extensa introduo que se iniciou uma nova recuperao do pensamento de Althusius. Friedrich entendia a essncia do federalismo como uma combinao da unidade (de coordenao, participao e solidariedade) e da diversidade (de respeito das diferenas e das especificidades), contrrias homogeneidade e uniformizaoiii.

    1. Federalismo na Unio Europeia.

    Na UE Unio Europeia o federalismo esteve presente de uma forma muito clara na sua origem. A palavra federalismo no surgiu nos Tratados, mas no esprito de muitos dos fundadores era esse o projecto. A tentativa de criao, logo aps a criao da CECA, de uma Comunidade Europeia de Defesa e de uma Comunidade Poltica Europeia, so fortes indicadores desta realidade. Burgess, pensamos que correctamente, entende que revisionismos histricos alteraram e distorceram o entendimento sobre as verdadeiras foras que impulsionaram o processo de integrao comunitria e que o federalismo teve muito mais importncia nesse processo, mesmo na fase inicial (Burgess, 2000, pp. 55). De diferentes formas, com diferentes intensidades, utilizando diferentes instrumentos, inclusive utilizando o funcionalismo, o federalismo esteve sempre presente no processo de integrao comunitria e contribuiu para definir os problemas, bem para como encontrar as soluesiv. O pensamento dos idelogos das Comunidades Europeias como Monnet, Schumann ou Spinelli era de natureza federalv. Ao longo do sculo XX so muitos os autores continuam a defender uma viso federal para a Europa. Habermas refere expressamente a sua convico relativa necessidade da evoluo da UE para o federalismo e que este o nico sistema que pode conseguir Mettre en uvre une politique sociale et conomique et de travailler linstitution dun ordre cosmopolitique sensible aux diffrences et cherchant corriger les ingalits sociales (Habermas, 2000).

    As ideias federalistas tiveram grande relevncia na dcada de quarenta, sculo XX, com grandes iniciativas e grandes autores, uma acalmia nos anos seguintes e um revivescer a partir do Tratado de Maastrichtvi. Ao longo do processo de integrao comunitria fomos assistindo a mltiplos impulsos federais que contriburam para a situao actual. Pitta e Cunha considera que existem duas origens nesses impulsos: a evoluo do sistema jurdico comunitrio, atravs da consagrao pelo TJCE do primado do direito comunitrio e pela assimilao do Tratado carta constitucional da Comunidade; e as sucessivas revises dos Tratados, que vo introduzindo alteraes de natureza federal como o afastamento da necessidade de unanimidade nas decises relativas criao do mercado interno, a ascenso do Parlamento Europeu rea legislativa, o alargamento dos domnios em que aplicvel o processo de co-deciso, a possibilidade de aplicao de sanes pecunirias aos Estados no mbito dos esforos de represso de dfices oramentais excessivos (artigo 104 Tratado de Amsterdo, ex. artigo 104-C), a incluso da norma, artigo 228 Tratado de Amsterdo (ex. artigo 171), em que o TJCE, ao contrrio do passado, no verifica s o incumprimento, mas pode

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    condenar um Estado ao pagamento de uma quantia fixa ou progressiva correspondente a uma sano pecuniria (Cunha, 2000). Esta nova redaco permite ao TJCE aplicar multas no s a particulares ou a empresas mas tambm passa a poder sancionar pecuniariamente o comportamento dos prprios Estados. Vrias correntes, dentro do ideal federalista, tentam enquadrar e explicar a realidade comunitria. O federalismo cooperativo onde h um crescimento da cooperao horizontal exclusivamente a nvel federado, e da cooperao a nvel vertical baseada no financiamento de projectos comuns. Este sistema baseia-se em duas jurisdies sobrepostas em que nenhuma pode actuar pelo menos sem o conhecimento da outra. H um modo de funcionamento do governo e da administrao a dois nveis, mas est sempre subjacente alm das respectivas competncias formais e separao de tarefas, uma estratgia de resoluo de problemas. Este modelo incentiva a cooperao, a negociao nas relaes entre federao e Estados, o que na prtica vai conduzir a menor autonomia, menos competncia legislativa dos Estados federados, e conduz a que em muitas matrias passa a haver acordo, porque a cooperao conduzida pelo poder federal (Croisat & Quermonne, 1996).

    Para Quermonne na evoluo do intergovernamentalismo que nasce o federalismo cooperativo, assentando na ideia de uma cooperao intergovernamental das polticas pblicas, que o transporta para a repartio formal de competncias do federalismo clssico (Quermonne, 1995). Esta teoria explicaria o declnio dos parlamentos nacionais e o crescimento do poder das tecno-estruturas poltico administrativas, das redes de peritos e da inter penetrao dos interesses pblicos e privados. Este tipo de federalismo pretende encontrar uma soluo para o omnipresente conflito entre a soberania nacional e a integrao regional. A institucionalizao do Conselho Europeu, que na sua natureza tem uma vertente comunitria (visando dar construo europeia um impulso poltico geral) e uma vertente nacional (instncia de recurso para as questes que no encontram soluo nas instncias inferiores), revela que possvel encontrar solues que protejam esses dois interesses. Majone entende que a escola neo-funcionalista previa uma crescente integrao resultante da externalidade, que passaria do nvel econmico para o nvel poltico, o que conduziria ao federalismo (Majone, 1996, p. 9). Constatamos, assim, que quer o intergovernamentalismo, quer o neo-funcionalismo, admitem que da sua evoluo pode surgir o federalismo. Quando se fala do futuro da Europa entendido por muitos autores que inconveniente usar a palavra federalismovii. A reaco ao discurso do ministro dos negcios estrangeiros alemo Joschka Fischer de 12 de Maio de 2000 esclarecedora desse sentimento (Fischer, 2001). A soluo federal para a UE tambm criticada por muitos autores. Um dos principais argumentos dessa crtica resulta do facto de a soluo federal ser utilizada para favorecer alguns Estados em detrimento de todos os outrosviii. Revelam tambm as estatsticas que os cidados europeus tm receio do federalismo. A utilizao propositada de expresses como soberania, independncia e identidade nacional provocam parte do problema, mas consideramos que um falso problemaix. Como j referimos, o federalismo assenta numa organizao e numa repartio de poderes que permite salvaguardar a diversidade na unidade. O federalismo caracteriza-se no por impor um modelo supremo, mas por propor um conjunto de princpios que permite uma articulao dentro da noo de diversidade. Os processos de integrao nos EUA e na Europa tm um conjunto de aspectos comuns e igualmente um conjunto significativo de diferenas. Em primeiro lugar, ao fazer esta anlise torna-se necessrio lembrar que as circunstncias eram diferentes, sendo diferentes as pocas histricas.

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    A anlise efectuada por Abrams revela que, alm das diferenas de territrio, cultura, religio, a UE tem muitas lnguas e os EUA no, os EUA tinham uma viso mais nacionalista que a UE, os EUA criaram logo uma Constituio, uma moeda nica, liberdade de circulao e a UE no, os EUA criaram um Tribunal Superior e a UE no. Das semelhanas dos dois processos destacou o facto de ambos os processos partirem de Estados independentes, de ambos terem inimigos comuns (Rei Jorge III e o sistema sovitico), depois da vitria respectivamente sobre o Reino Unido e da guerra-fria ser necessrio garantir estabilidade poltica, os Estados-membros, em ambos os casos, terem diferentes dimenses geogrficas, por ltimo o facto de os EUA em Filadlfia no saberem o que estavam a criar, e na criao da UE ter acontecido o mesmo (Quadros, 1991, pp. 103-129, pp. 15-16). Nos EUA, a populao nativa era reduzida, o territrio era muito vasto, no existia grande tradio cultural, havendo necessidade de imigrantes para que se verificasse crescimento demogrfico. Na Europa, as condies eram inversas, existiam j fronteiras definidas, populao, culturas antigas e bem definidas e diferentes sistemas polticos. No sculo XVIII, enquanto na Europa a influncia de Bodin se estendia, com a sua teoria da soberania do Estado, que vinha responder s aspiraes de povos que h muito viviam em conflito, nos EUA foi Althusius que influenciou a nova forma de organizao de uma sociedade nova, desorganizada, sem rivalidades internas. Ambos incorporaram na sua estrutura a teoria da separao de poderes de Montesquieu, o modelo de direito internacional de Grotius, o contrato social de Rousseau e os mecanismos democrticos/republicanos introduzidos por Tocqueville.

    O processo de crescimento da UE, de avanos e recuos, sem uma linha de orientao bem definida, com discusso quanto sua natureza e das suas instituies , no entanto, muito idntica ao que aconteceu nos EUA, no perodo entre 1789 e o fim da guerra civil. A aquisio pelo Supremo Tribunal dos poderes de reapreciao judicial, o direito do governo federal regular o comrcio inter-estadual e o crescimento de poderes policiais a um nvel federal foram surgindo paulatinamentex. Em muitas matrias, o mercado interno comunitrio est hoje mais uniformizado do que nos EUA, onde no existe um mercado interno que est fragmentado em cinquenta Estados, com diferentes legislaes, onde existem diferentes regras de fiscalidade, de segurana, em matria de embalagens, ou de respeito pelo ambiente, regras que na UE j so comuns. O caso da actividade bancria e seguradora demonstra bem a diferente realidade. Na UE os bancos e as seguradoras podem, desde Janeiro de 1993, estabelecer-se em qualquer Estado da UE cumprindo uma nica regulamentao. Nos EUA no podem ainda desenvolver uma actividade a nvel nacional sujeita mesma regulamentao (Croisat, 2002, p. 11). Apesar das semelhanas existentes, o modelo federal dos EUA no compatvel com a realidade da UE, a comear pelo facto de os Estados-membros dos EUA no terem tido tempo de se governar a si prprios; to-pouco os valores nacionais tiveram oportunidade de amadurecer, no possuindo ainda verdadeira autonomia quando criada a federaoxi.

    Uma distino relevante para a situao da Europa a distino entre federalismo regional e federalismo multinacional. O sistema federal pode distinguir-se no apenas tendo em considerao uma diviso de poderes vertical, mas tambm tendo em considerao as relaes horizontais entre as suas partes constitutivas. Para a primeira distino os membros da federao, Estados, provncias, lnder, so sempre considerados como subdivises regionais de uma nao homognea (EUA, Alemanha, ustria). No segundo caso as fronteiras das provncias, esto relacionadas com diferenas lingusticas (Canad, Blgica, Sua).

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    Actualmente as correntes favorveis a uma viso federal da Europa defendem uma evoluo no sentido daquilo que designado por neo-federalismo, que uma espcie de federalismo temperado por traos intergovernamentais e no um federalismo clssicoxii. Outra denominao para explicar a realidade federal comunitria designa-a de federalismo cooperativo, que se caracteriza por uma situao em que a UE responsvel por certas matrias, os Estados por outras, e num grande conjunto de matrias necessria para a sua concretizao a actuao conjunta da UE e dos Estados-membrosxiii. O federalismo um conceito muito amplo, que admite mltiplas denominaes. So conhecidas, por exemplo, em relao UE as expresses federao de Estados-nao de Jacques Delors, ou de federao nebulosa de Defarges (Defarges, 1997), o federalismo intergovernamental ou o federalismo societrio ou cooperativo de Croisat e Quermonne (Croisat & Quermonne,1996).

    2. Requisitos para Unio Europeia poder ser um sistema federal. H autores que entendem que a Europa no preenche os pr-requisitos para poder ser um sistema federal (Baubock, 2001); Quermonne, 2001, p. 141; Quadros, 1991). Indicamos os principais aspectos da realidade comunitria que indiciam que a UE no tem uma natureza federal: - os Estados-membros detm o poder sobre a reviso do Tratado. So os Estados que mantm a competncia das competncias. A necessidade de unanimidade para alcanar a reviso do Tratado assegura o poder dos Estados; - no possui competncia legislativa em matria fiscal e de despesas, relaes exteriores, diplomacia; - no tem autonomia financeira, nem solidariedade financeira; - a competncia legislativa est limitada ao primeiro pilar, sendo excludas da sua competncia matrias muito relevantes como a defesa; - no existe uma repartio clara de competncias exclusivas entre a UE e os Estados-membros; - o facto de a UE no deter o poder legtimo do uso da fora um aspecto que ainda indica a sua natureza no federal; - no existe um governo europeu, estando a funo governativa repartida pelo Conselho Europeu, Conselho de Ministros e Comisso; - no existem partidos polticos europeus, nem uma conscincia poltica escala europeia; - o deficit democrtico diminui a sua legitimidade poltica junto dos cidados europeus; - a natureza no constitucional do Tratado; - a origem da competncia dos Estados provm da sua prpria Constituio e no do Tratado ou Constituio comunitria; - no um Estado, no tem territrio nem povo; - no possui estruturas que obriguem, se necessrio coercivamente, ao cumprimento das obrigaes assumidas; - no possui polcia nem exrcito; - possui reduzida capacidade em matria de relaes externas; - reduzida mquina burocrtica (cerca de 36.000 funcionrios na UE, face a 3,1 milhes de funcionrios federais nos EUA)xiv; - num Estado federal, o tribunal superior assegura o controlo da repartio das competncias entre Estados e Estado federal. O TJCE deveria desempenhar essa funo de controlo na UE, funo que de momento ainda no lhe reconhecida.

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    No lado oposto, so mais os autores que consideram que existe uma realidade federal no processo de integrao comunitria. Inman e Rubinfeld entendem que houve federalismo descentralizado na origem da CEE, federalismo centralizado com o Acto nico Europeu e federalismo democrtico com o Tratado de Maastricht (Inman &Rubinfeld, 1998, pp. 545-551). Borzel e Risse consideram que face ao conceito de federao usado na literatura do federalismo, a UE parece e actua como uma federao excepto em dois domnios: no possui competncia em matria fiscal e de despesas, e pelo menos formalmente os Estados continuam a ter absoluta competncia sobre a reviso dos Tratados constitutivosxv. Lenaerts distingue um federalismo mais forte ou mais fraco no processo legislativo comunitrio, consoante estamos na presena de decises do Conselho por unanimidade, ou por simples maioria (Lenaerts, 1992). Rojo Salgado entende que o Tratado de Maastricht veio confirmar o perfil federal da construo europeia (Salgado, 1996, pp. 83-130). Apesar das insuficincias na sua organizao poltico-administrativa, Maurice Croisat considera que, em muitas matrias, o processo de integrao comunitria muito mais profundo do que em sistema federais como o dos EUA ou do Canad (Croisat, 2002, p. 11). Burgess defende que o federalismo tem capacidade de explicar a construo europeia e ao explicar que pode haver federalismo sem federao, mas no pode haver federao sem um qualquer tipo de federalismo, Burgess defende que a UE um caso de federalismo sem federao (Burgess, 2000). Bermann considera a UE como um sistema com caractersticas federais, em especial como o federalismo regulatrio (Bermann, 1997, p. 20, passim). Pernice considera que a UE dado ter personalidade jurdica, ser sujeito de direito internacional, ter objectivos prprios e poder legislativo que lhe foi concedido pelos Estados-membros, possuir poder de julgar e as suas decises produzirem efeito directo um sistema federal (Pernice, 1996, pp. 15-16). Defarges considera que a Unio Europeia uma estrutura federal, mas ainda uma federao-nebulosa, que combina mecanismos supranacionais, com mecanismos intergovernamentais, com uma base comum assente num mercado nico e na sua regulamentao e as restantes matrias que do origem a cooperaes diferenciadas (Defarges, 1997, p. 47, passim). Kelemen entende que em matria de regulao a UE j actua em termos federais, justificando essa concluso com a demonstrao que quer a estrutura das instituies comunitrias, quer o controlo dessas instituies efectuado pelos Estados-membros, assemelha-se ao sistema federal dos EUA, com o seu sistema de separao de poderes, o sistema de veto, e legislao detalhada que pode ser controlada judicialmente (Kelemen, 2004).

    Em relao ao direito comunitrio, muitos so os autores, em especial os de origem anglo-saxnica, que defendem h muito que este j um direito federalxvi; e so igualmente muitos os que defendem que o direito comunitrio no direito federal (Quadros, 1991, pp. 103-129). Com a sua jurisprudncia pr-integrao e com o seu contributo para a criao de uma ordem jurdica autnoma o TJCE tem desempenhado um papel fundamental como motor duma integrao federalxvii. O Tratado de Roma, bem como as sucessivas revises de que foi objecto, no faz referncia expressa a uma soluo federal para a Europa comunitria; mas existe um conjunto de elementos que indiciam que existe um conjunto de caractersticas federais na UE. Indicamos os principais aspectos da realidade comunitria que indiciam esses aspectos federais: - primado do direito comunitrio. No acrdo Costa v. Enel o TJCE sem uma base jurdica expressa no Tratado de Roma consagrou o primado do direito comunitrioxviii; - efeito directo do direito comunitrio. O TJCE no acrdo Van Gend en Laos seguindo uma lgica de construo comunitria no hesitou em estender o princpio da

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    aplicabilidade directa, que estava previsto no Tratado de Roma apenas em relao aos regulamentos, tambm s disposies do prprio Tratadoxix; - assimilao pelo TJCE do Tratado a uma carta constitucional para a UExx; - instituio da cidadania europeia, criando novos direitos para os cidados dos Estados-membros; - competncia exclusiva em muitas matrias (Unio Econmica e Monetria, Pacto de Estabilidade e Crescimento); - competncias muito relevantes em muitas matrias (transporte, energia, ambiente, proteco dos consumidores); - existem reas de competncias partilhadas, em matrias em que existe uma sobreposio de competncia da UE e dos Estados-membros; - possibilidade de desenvolvimento de competncias comunitrias para alm das disposies expressas do Tratado; - a existncia de dois nveis de ordens jurdicas, de governos, cada um com o seu prprio direito e ambas exercendo influncia directa sobre os cidados; - o Tratado da UE atribui competncias e recursos aos dois nveis de governos; - a legislao comunitria de uma forma crescente tem vindo a ser decidida por maioria, obrigando todos os Estados-membros mesmo contra a sua vontade; - ao lado da deciso por maioria existem mecanismos que permitem garantir a representao das minorias; - o TJCE tem competncias para resolver os conflitos que surjam entre as instituies comunitrias e os Estados-membros; - independncia da Comisso; - Parlamento Europeu eleito, por sufrgio universal e directo, desde 1989; - poder das instituies comunitrias de concluir determinados acordos internacionais; - reconhecimento jurisdicional das situaes de incumprimentoxxi; - existncia de um sistema de recursos prprios, independentes das dotaes oramentais dos Estados-membros; - determinadas normas comunitrias podem aplicar-se directamente aos cidados, sem passar pelo filtro dos Estados-membros (Estados federados), como sucede nos Estados federais com as decises do governo federal.

    Pitta e Cunha sintetiza estas caractersticas federais que existem desde o incio da CEE referindo-se durao ilimitada; a autonomia do aparelho institucional; a participao das instituies na reviso do Tratado, a assuno de competncias em matrias importantes por efeito da renncia dos Estados ao respectivo exerccio; a deteno de poder legislativo pelas instituies comunitrias; a sujeio dos Estados-membros a decises tomadas por maioria e o reconhecimento jurisdicional das situaes de incumprimento; a existncia de poder directo sobre os cidados dos Estados Europeusxxii. Carig Parsons defende que a UE partilha pelo menos duas das caractersticas essenciais de um sistema federal, como o dos EUA: a distributions of competencies across multiples levels of government, and the inclusion of heterogeneous subunits in common institutional framework (Herr & Weber,1996, p. 1). No que toca aos requisitos exigidos para o federalismo fiscal Gramlich e Wood concluem que na UE j existem muitos desses requisitos e existem condies para a realizao dos restantes (Gramlich & Wodd, 2000, pp. 1-24).

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    Concluso Se considerarmos o federalismo como um modo de governo em que a

    Constituio estabelece a autonomia das comunidades federadas e a sua participao comum nas instituies e nas decises federais, a UE ainda no se enquadra nesta definio. Mas se considerarmos o federalismo no apenas como uma estrutura, mas como um processo de cooperao entre governos, como uma gesto partilhada em muitos domnios ento a UE j responde perfeitamente a esta definio. caracterstica essencial do federalismo que os Estados-membros de uma federao no possam beneficiar dos direitos reconhecidos aos Estados soberanos, como negociar e ratificar Tratados internacionais, aderir e ser membro de pleno direito de uma organizao internacional ou beneficiar do direito de legao. esta a realidade que assistimos na maioria dos Estados federais. No entanto, j existem vrios casos em que Estados federados abrem embaixadas e assinam acordos internacionais (Burgess, 2000, pp. 29-31). esta a direco que a UE necessita aprofundar. Um federalismo em que os Estados-membros mantm alguns dos seus poderes no panorama do direito internacional. O modelo de federalismo dos EUA, por influncia de Madison, parte dos cidados, que se organizam em povos, criando as necessrias instituies polticas nesse processo atravs de acordos ou Constituies. Na UE o modelo do federalismo partiu de Estados pr-existentes, com fortes identidades, o que vai provocar que qualquer soluo federal para a UE mais complexa que para os EUA.

    Verificando que a semente federal esteve presente desde o incio no projecto comunitrio, no de estranhar que o federalismo ganhe cada vez maior dimenso na UE. Se explorarmos o federalismo em todos os seus sentidos, verificamos que o conceito que melhor descreve o que se passa na UE. Entendemos tambm que face aos modelos existentes, experincia j vivida, que o mtodo federal de organizao poltica o que apresenta mais vantagens para o futuro da UExxiii. Como j referimos, no h um nico modelo federal. O modelo federal que tem vindo a ser adoptado na UE conjuga elementos do modelo alemo, com o modelo dos EUA, com caractersticas prprias j referidasxxiv. O modelo federal para a UE necessita de se adaptar s suas necessidades especficas, a profundas identidades nacionais, existncia de diferentes lnguas, situaes que no se verificavam na formao de outras estruturas federais. A globalizao, em especial a globalizao da economia, est a obrigar os Estados a responderem a novas solicitaes dos seus cidados, que pretendem simultaneamente ser considerados como consumidores globais e governados a um nvel local. O federalismo possui mecanismos que permitem responder a estas necessidades. fundamental que o mecanismo de integrao para a Europa no passe por uma soluo isolada, mas que considera a UE como parte de um sistema mais amplo, como um segmento da sociedade internacional. No entendemos uma Europa federal como um Estado central unitrio, uma nova forma de imprio, pelo contrrio, pensamos que deve ser uma tentativa dos Estado comunitrios mantendo a sua autonomia responderem globalizao, s mudanas actualmente em curso na economia global e nas formas de organizao poltica.

    Da extensa anlise efectuada por Tocqueville sobre o sistema federal dos EUA realamos a expresso o sistema federal tem por finalidade reunir as vantagens que os povos retiram da grandeza e da pequenez do seu territrioxxv, que pensamos sintetiza eloquentemente a natureza do federalismo e a relao entre os grandes e os pequenos Estados e que responde tambm s necessidades da UE.

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    v Neste sentido, v. Cunha. (2001). pp. 33-48. vi Neste sentido, v. ONeil. (1996). pp. 4, 123, onde refere autores e documentos justificativos desta ideia. vii Rainer Baubock escreveu When speaking about Europes future many regard it as impolite to use the f-word, in Baubock. (2001). European Integration and the Politics of Identity, Austrian Academy of Sciences, June, 2000, in www.imer.mah.se/hemsida_forskning/european _integration_and_the_politics _of_identity_rainer_baubock.pdf, acedido a 11.12.2001, p. 3. viii Belien, (2002). p. 7, que refere a esse propsito The story of Zeus and young Europa is a mith. According to Websters, a myth is a story that explains some practice, belief or institution. However, the word myth can also refer to a thing existing only in imagination or whose actuality is not verifiable. Does the federal Europe, or an embryo of it, really exist? can it ever exist? Can it work? Is it something supranational? Or does it just defend the national interest of one (or two) member-states disguised as a federalism claiming to uphold the benefits of all members?. ix Neste sentido, v. Burgess. (2000). p. xii. x Caporaso, (1996). p. 30, onde cita bibliografia sobre esta questo. xi Para uma explicao da razo porque o modelo federal dos EUA intransponvel para a Europa, v. Cunha. (2001). pp. 38-40. xii Cunha. (2001). p. 39, onde o autor explica as caractersticas deste tipo de federalismo. xiii Molle. (1997). pp. 19-20, onde o autor refere Casela e Frey (1992) como os autores deste conceito. xiv As instituies europeias contam 34.039 lugares permanentes e 2.092 lugares temporrios para o ano 2005. Estes dados esto disponveis no site da Direco-Geral (DG) do Oramento, na pgina sobre o mapa geral de receitas 2005, no seguinte endereo: http://europa.eu.int/eur-lex/budget/data /D2005_VOL1/PT/nmc-grseqAP2000182/index.html. Pernice, Ingolf (Ed). (1996). p. 17. xv Borzel & Risse. (2000). pp. 2, 5, onde os autores a propsito da competncia em matria fiscal e de despesas citam a famosa frase de James Madison Federalise their wallets and their hearts and minds will fallow. xvi Sandholtz & Sweet (1998), p.1 afirmam: Is now a commonplace to compare de Treaty of Rome to a constitution, and to refer to the EC in terms that imply an analogy with the nation-state. xvii Neste sentido, v. Croisat & Quermonne, 1996, p. 96; Sidjanski, 2001, p. 61; Weiler, 1999, pp. 134-135. xviii Acrdo Costa v. Enel, Processo n 6/64, Rec. 1964, pp. 1141. xix Acrdo Van Gend en Laos v. Administratie der Belastingen, Processo n 26/62, Rec. 1963, pp. 3 xx Acrdo Partido Ecologista Os Verdes v. Parlamento Europeu, Processo n 294/83, Rec. 1986, p. 1339, 23, Que la communaut conomique europenne est une communaut de droit en ce que ni ses tats membres ni ses institutions n'chappent au contrle de la conformit de leurs actes la charte constitutionnelle de base qu'est le trait... xxi Artigo 171, Tratado de Maastricht. Acrdo Comisso v. Repblica Helnica, Processo n 387/97, Col. 2000, pp. 5047, em que a Grcia foi condenada ao pagamento Comisso de uma sano pecuniria compulsria de 20.000 euros por dia de atraso na aplicao das medidas necessrias para cumprimento do acrdo Comisso/Grcia, (Acrdo Comisso v. Repblica Helnica, Processo n 45/91, Col. 1992, pp. 2509), a contar da data da prolao do presente acrdo e at execuo do referido acrdo. xxii Cunha, 2001 p. 41; Cunha, 2004, pp. 333-334, o autor identifica os elementos federalizantes e os elementos internacionalistas. xxiii Neste sentido, v. Covas (2001). p. 18; Fleiner-Gerster, director do Instituto de Estudos Federalistas de Friburgo, defende que o federalismo considerado da ptica poltico-territorial vuelve a surgir hoy de nuevo como una solucin constitucional a los problemas de las minoras, por una parte, y como medio de crear nuevas organizaciones internacionales y supranacionales de Estados soberanos, por otra parte, apud in Salgado. (1996). xxiv Neste sentido, v. Covas (2001). pp. 31-35, onde o autor tambm apresenta uma caracterizao do modelo federal alemo, do modelo federal dos EUA e do modelo federal emergente na UE; Herr & Weber. (1996) p. 4. xxv Tocquevile. (2001). p. 198. Pensamos que a traduo no corresponde correctamente ao esprito do texto original que refere: "C'est pour unir les avantages divers qui rsultent de la grandeur et de la petitesse des nations, que le systme fdratif a t cr" (Tocqueville, Alexis de (1986), Dmocratie en Amrique, Robert Laffont : Paris. I, 1, 8). A verso inglesa consultada apresenta a seguinte traduo que pensamos mais consentnea com o original do que a traduo portuguesa: The federal system was created with the intention of combining the

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    different advantages which result from the magnitude and the littleness of nations (Tocquevile, Alexis de. (1980). Democracy in America. Vintage Books of Random House: New York. I, p. 163).

    /ColorImageDict > /JPEG2000ColorACSImageDict > /JPEG2000ColorImageDict > /AntiAliasGrayImages false /CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 300 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 300 /GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict > /GrayImageDict > /JPEG2000GrayACSImageDict > /JPEG2000GrayImageDict > /AntiAliasMonoImages false /CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict > /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None ] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly false /PDFXNoTrimBoxError true /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile () /PDFXOutputConditionIdentifier () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped /False

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