FEIDEN- ARMIN_Desenvolvimento Da Colonia e Habito Da Abelha Jatai Em Duas Florestas Estacionis Semideciduais

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  • 8/17/2019 FEIDEN- ARMIN_Desenvolvimento Da Colonia e Habito Da Abelha Jatai Em Duas Florestas Estacionis Semideciduais

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    ARMIN FEIDEN

    DESENVOLVIMENTO DA GOLÔNIA E HÁBITO DA

    ABELHA J ATAÍ  Ts t r agon i s ca angust u l a angust u l a

    LATREILLE EM DUAS FLORESTAS

    ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS

    Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

    Graduação em Engenharia Florestal do

    Setor de Ciências Agrárias da Universi-

    dade Federal do Paraná como requisito

    parcial à obtenção do grau de Mestre.

    Orientador: Prof. Carlos Firkowski

    CURITIBA

    1994

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    parecon

    MINISTERIO DA EDUCAÇÃO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA

    SETOR DE CIENCIAS AGRARIAS

    COORDENAÇAO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

    P A R E C E R

    Os memb ros da Banca Examina dora desi gnad a

    pelo Colegiado do Curso de Pôs—Graduação em Engenharia Florestal

    reuniram-se para realizar a arguição da Dissertação de Mestrado

    a p r e s e n t a d a p e l o c a n d i d a t o A R M I N F E I D E N , s o b o t i t u l o

    D E S E N V O L V I M E N T O D A C O L Ô N I A E H Á B I T O DA A B E L H A J A T A Í

    (Tetragonisca angustula angustula LATREILLE) EM DUAS FLORESTAS

    ESTACIO NAIS SEMIDECI DUAIS para obtenção do grau de Mest re em

    Ciência s Florestai s — Curso de Pós- Gradu ação em E ngenha ria

    Florestal do Setor de Ciências Agrárias da Univer sidade Federal

    do Paraná, Area de concentração em CONSERVAÇÃO DA NATUREZA. Apôs

    haver analisado o referido trabalho e argüido o candidato são de

    parecer pela APROVAÇAO da Dissertação com média final: (9 3 )

    , correspondente ao conceito: ( A

     

    .

    Curitiba, 04 de janeiro de 1994

    Prof. Dr. Anselmo Chaves Neto

    Primeiro Examinador

    Profä. MSc. Ivana

     *

     de F reitas Barbóla

    Segunda Examinadora

    n

    Prof.

    los Firkowski

    Pres ident e ̂ da Banca e orienta dor

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    Em memória de JOSÉ ROBERTO

    FEIDEN, meu pai, cujo exemplo,

    apoio e incentivo foi funda-

    mental em toda a minha vida, e

    cuja colaboração foi decisiva

    para que este trabalho pudesse

    ser realizado.

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    A minha esposa CRIS e a meus

    filhos CRISTIANO e EDUARDO

    Dedi co

    iv

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    AGRADECIMENTOS

    À DEUS, pel a v i da.

    À m nha f am l i a, pe l o i nc ent i v o, c ompr eens ã o e c ar i nho.

    À m nha mãe e ao meu pa i , pel o apo i o , f é e es t í mu l o .

    À meus i r mã os , pe l a col a bo r a ção e i ncent i vo.

    Aos P r of e s s or e s  :

    CARLOS FI RKOWSKI , Ph. D.

    SEBASTI ÃO LAROCA, Ph. D.

    RONALDO VI ANA SOARES, Ph. D.

    r es pec t i v os or i ent ador e c o- or i ent ador es d o pr e s ent e t r abal ho

    pe l a o r i ent a çã o, de di c a ç ão e es t í mul o di s p ens a do s .

    À Uni ver s i da de Es t a dua l de Pont a Gr o s s a , pe l a o po r t uni da de .

    À Uni v er s i dade F ede r a l do P ar aná, pe l a a c ol hi da.

    Ao P l ano de I ncent i vo de Capac i t ação de Docent es ( P I CD) , pel a

    bo l s a de es t udo s .

    À I TAI PU BI NACI ONAL , pel o apoi o .

    Ao I BAMA- Par que Nac i ona l do I guaçu, pel o apo i o .

    Aos P r o f esso r es do Cu r so de Pós - Gr aduação em Engenhar i a

    F l or es t al , pe l a o r i e nt aç ão , i nc e nt i v o e c o mpr e ens ã o dur a nt e o

    c ur s o.

    Ao Pr of ess or Dr . ANSELMO CHAVES NETO, pel a or i ent ação, apo i o e

    i nc ent i vo, pr i nc i pal ment e no us o da es t at í s t i c a mul t i v ar i ada.

    À ROS I LENA BI ERNARSKI , pel a ded i cação na i den t i f i cação dos

    t i pos po l í ni c o s pr e s ent e s no me l e pó l e n.

    Ao s c ol egas , pe l a c oope r a ç ão, e s t í mul o e a m z a de .

    Ao s f unc i oná r i o s do cur s o, pe l o a t e ndi me nt o .

    À t odos , que de a l guma f or ma a ux i l i a r a m ne s t e t r a bal ho .

    V

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    SUMÁRIO

    LISTA DE TABELAS viii

    LISTA DE FIGURA S x

    RESUMO i xiii

    ABSTRACT xiv

    1 INTRODUÇÃO 1

    2 REVISÃO DA LITER ATURA 3

    3 MATE RIAL E MÉTO DOS 10

    3.1 CARA CTER IZAÇÃ O DA ÁREA DE ESTUDO S 10

    3. 1. 1 A RESERVA BI OLÓGI CA BELA VI STA 12

    3. 1. 2 O PARQUE NACI ONAL DO I GUAÇU 13

    3.2 PREPAR AÇÃO E INSTALAÇÃO DAS COLMEIAS 16

    3.3 VARI ÁVE IS 19

    3.4 DELINEAMEN TO EXPERIMENTAL E ANÁL ISE ESTATÍSTICA. 23

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

      2 5

    4.1 COMPARAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS COLMEIAS NOS DOIS

    AMBIENTE S ATRAVÉ S DOS DADOS MÉDIOS ANUAI S 25

    4.2 ANÁLIS E DAS VARIAÇÕ ES SAZONAIS

      2 8

    4. 2. 1 VARI ÁVEI S REFERENTES ÀS COLMEI AS 28

    4. 2. 2 VARI ÁVEI S REFERENTES AOS TUBOS DE ENTRADA DAS COL-

    MEI AS

      3 3

    4. 2. 3 CORREL AÇÕES 42

    4. 2. 3. 1 CORRELAÇÕES ENTRE VARI ÁVEI S 42

    4. 2. 3. 2 CORREL AÇÕES DOS DADOS MET EOROL ÓGI COS COM O PESO

    E I NCREMENTO EM PESO 43

    4.3 RESULT ADOS DA ANÁ LIS E DAS AMO STR AS DE MEL E PÓLEN 47

    4. 3. 1 PL ANTAS REPRESENTADAS NAS AMOST RAS COMO PÓLEN DOMI -

    NANTE 51

    vi

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    4. 3. 2 PL ANTAS REPRESENTADAS NAS AMOSTRAS COMO PÓLEN A-

    CESSÓRI O 54

    4. 3. 3 PL ANTAS REPRESENTADAS NAS AMOSTRAS COMO PÓLEN I SO-

    L ADO I MPORTANTE 54

    4. 3. 4 PL ANTAS REPRESENTADAS NAS AMOSTRAS COMO PÓLEN I SO-

    L ADO OCASI ONAL 55

    4.4 CONSI DERAÇÕ ES FINAIS 55

    5 CONCLUSÕES 57

    6 RECOMENDAÇÕES

      5 9

    REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 60

    ANEXOS 65

    vii

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    LISTA DE TABELAS

    1 VALORES MEDIOS ANUAIS DE 9 VARIA VEIS REFERENTES ÃS

    COLMEIAS DA ABELHA JATAI (

    Tetragonis ca angustula an-

    gustula

      LATREI LLE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTA-

    CIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU, PA-

    RANÁ , 91/92 27

    2 RESULTADOS DA ANÁLIS E DE VARIÂNC IA DE 9 VARI ÁVEI S RE-

    FERENTES ÀS COLMEIAS DA ABELHA JATAI (Tetrag onisca an-

    gustula angustula

      LATREI LLE)

      LOCAL IZADAS EM DUAS FLO-

    RESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO DE FOZ DO

    IGUAÇU, PARAN Á, 91/92 28

    3 DADOS MÉDI OS MENSA IS (PESO, INCREMENTO EM PESO, RESER-

    VA DE MEL E RESE RVA DE PÓLEN) REFERE NTES ÀS COLME IAS

    DA ABELHA JATAÍ (Tetr agonisca angustula angustula  LA-

    TRE I LLE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SE-

    MIDECID UAIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARA NÁ, 91/92 29

    4 DADOS MÉDIOS MENSAIS DAS VARIÁV EIS REFERENTES AOS TU-

    BOS DE ENTRA DA DAS COLMEIAS DA ABELH A JATAÍ (Tetrago-

    nisca angustula angustula  LATREI LLE)   LOCALIZADAS EM

    DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO DE

    FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ , 91/92 34

    5 MATRIZ DE CORRELAÇÃO DO VETOR DE VARIÁ VEIS REFERENTES

    ÃS COLMEIAS DA ABELHA JATAÍ (Tetragonisca angustula

    angustula  LATREI LLE)   LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ES-

    TACIONAI S SEMIDECIDU AIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU,

    PARANÁ, 91/92 42

    viii

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    6 CORRELAÇÃO DOS DADOS METEOROLÓGICOS COM AS VARI ÁVEI S

    PESO E INCREMENTO EM PESO REFERENTES ÀS COLMEIAS DA A-

    BELHA JATAI (Tetr agonisca angustula angustula

      LATREI L -

    LE)

      LOCALI ZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTAC IONAIS SEMIDE-

    CIDUAIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARA NÁ, 91/92 44

    7 FAMÍLIAS DE PLANTAS REPRESENTADAS MENSALME NTE NAS A-

    MOSTRAS DE MEL E PÓLEN, REFERENTES ÀS COLMEIAS DA ABE-

    LHA JATAÍ (Tetragon isca angustula angustula

      LATREI L -

    LE)   LOCALIZ ADAS EM DUAS FLORESTAS ESTAC IONAI S SEMIDE-

    CIDUAIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARAN Á, 91/92 48

    8 PRINCIPAIS FAMÍLIAS DE PLANTAS ENCONTRADAS NAS AMOS-

    TRAS DE MEL E PÓLEN, REFERE NTES ÀS COLMEI AS DA ABEL HA

    JATAÍ (

    Tetr agonisca angustula angustula

      LATREI LLE)   LO-

    CALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS,

    MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARAN Á, 91/92 52

    ix

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    LISTA DE FIGURAS

    1 LOCALIZ AÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO

    IGUAÇU, REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARA NÁ 11

    2 LOCALIZ AÇÃO DAS COLMEIAS NA RESE RVA BIOLÓG ICA BELA

    VISTA (ITAIPU BINACIO NAL), MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUA-

    ÇU, PARA NÁ 14

    3 LOCALIZA ÇÃO DAS COLMEIAS NO PARQUE NACI ONAL DO IGUA-

    ÇU, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARA NÁ 15

    4 COLMEIA MODE LO PAULO NOGU EIRA NETO (PNN) 17

    5 INSTALAÇÃO DAS COLMEI AS NOS CAVA LETE S 19

    6 PESO MÉDI O MENSAL DAS COLMEI AS DA ABELHA JATAÍ  {Te-

    tragonisca angustula angustula

      LATREI LLE)

      LOCALIZADAS

    EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍ-

    PIO DE FOZ DO IGUAÇU, PARAN Á, 91/92 30

    7 INCREMENTO MÉDI O MENSA L EM PESO DAS COLME IAS DA ABE-

    LHA JATAÍ  Tetragonisca angustula angustula  LATREI L -

    LE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDE-

    CIDUAIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARA NÁ, 91/92 31

    8 RESE RVA DE MEL DAS COLMEIAS DA ABELHA JATAÍ (Tetra-

    gonisca angustula angustula  LATRE I LLE)   LOCALIZADAS

    EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍ-

    PIO DE FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ, 91/92 31

    9 RESE RVA DE POLEN DAS COLMEIAS DA ABEL HA JATAÍ (Tetra-

    gonisca angustula angustula

      LATREI LLE)

      LOCALIZADAS EM

    DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO

    DE FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ, 91/92 32

    V

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    10 COMPRI MENTO MÉDI O MENSA L DO TUBO DE ENTR ADA DAS COL-

    MEIAS DA ABELH A JATAÍ (Tetragoni sca angustula angus-

    tula

      LATREI LLE)

      LOCALI ZADAS EM DUAS FLORESTA S ESTA-

    CIONAIS SEMIDECIDU AIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU,

    PARANÁ, 91/92 35

    11 INCREMENTO MÉDI O MENSA L EM COMPRI MENTO DO TUBO DE EN-

    TRADA DAS COLMEI AS DA ABELHA JATAÍ (Tetrag onisca an-

    gustula angustula

      LATREI LLE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLO-

    RESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO DE FOZ DO

    IGUAÇU PARANÁ, 91/92 37

    12 DIÂMETRO MÉDIO MENSAL DO TUBO DE ENTRADA DAS COLMEIAS

    DA ABELHA JATAÍ  Tetragonisca angustula angustula

      LA-

    TRE I LLE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS

    SEMIDECIDUAIS , MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARA NÁ,

    91/92 38

    13 INCREMENTO MÉDI O MENSA L EM DIÂ MET RO DO TUBO DE ENTRA-

    DA DAS COLMEIA S DA ABELH A JATAÍ (Tetragonisca angus-

    tula angustula

      LATREI LLE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLORES-

    TAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO DE FOZ DO I-

    GUAÇU, PARAN Á, 91/92 39

    14 VOLUME MÉDIO MENSAL DO TUBO DE ENTRADA DAS COLMEIAS

    DA ABELH A JATAÍ (

    Tetragon isca angustula angustula

      LA-

    TRE I LLE)

      LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS

    SEMIDECIDUAIS , MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ ,

    91/92 39

    xi

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    15 INCREMENTO MEDI O MENSA L EM VOLU ME DO TUBO DE ENTRA DA

    DAS COLMEI AS DA ABELH A JATAÍ (Tetragonisca angustula

    angustula

      LATREI LLE)   LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS

    ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUA-

    ÇU, PAR ANA, 91/92 40

    16 VALO RAÇÃ O DAS CORES DOS TUBO DE ENTRAD A DAS COLME IAS

    DA ABELH A JATAÍ (Tetragonisca angustula angustula

      LA-

    TRE I LLE)   LOCALIZADAS EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS

    SEMIDECIDUAI S, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARAN A,

    91/92 41

    17 RELAÇÃO ENTRE A TEMPE RATUR A MÉDIA MENSAL E PESO MÉDI O

    MENSAL, REFERENTE ÀS COLMEIAS DA ABELHA JATAÍ  Te-

    tragonisca angustula angustula

      LATREI LLE)   LOCALIZADAS

    EM DUAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS, MUNICÍ-

    PIO DE FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ, 91/92 45

    18 RELAÇÃO ENTRE TEMPE RATUR A MÉDIA MENS AL (ATÉ 24°C) E

    PESO MÉDIO MENSAL, REFERENTE ÀS COLMEIAS DA ABELHA

    JATAÍ (

    Tetragon isca angustula angustula

      L AT RE I L L E )

    LOCALIZ ADAS EM DUAS FLORESTAS ESTAC IONAI S SEMIDECI-

    DUAIS, MUNI CÍPI O DE FOZ DO IGUAÇU, PARAN Á, 91/92 46

    xii

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    RESUMO

    Buscando- se compar ar os ef e i t os de al t e r ações na cober -

    t ur a f l o res t al s obr e o desenvol v i ment o de col oni a s da abel ha

    j a t a i (

    Tetragonisca angustula angustula

      L at r ei l l e, Hy menopt er a,

    Api dae) , f oi r eal i zada no Muni c í pi o de Foz do I guaçu, oes t e do

    Par aná, uma compar ação ent r e dez co l mei as l oca l i zadas em urna

    F l or es t a Es t ac i onal Sem dec i dual não al t er ada, f as e c l í max, e

    dez c ol mei as s i t uadas em uma F l or es t a Es t ac i onal Sem dec i dual ,

    al t er ada, em pr oc es s o de r egener aç ão nat ur al , f as e c apoei r a.

    For am col e t adas mensa l ment e nove var i áve i s , duas de l as r ef e-

    r ent es às c o l mei as e as demai s ao t ubo de ent r ada das co l mei as .

    Também f or am co l e t adas amost r as de me l e de pó l en, a t r avés das

    quai s f or am i dent i f i c adas as pr i nc i pai s f am l i as de pl ant as

    v i s i t adas pel as a bel has . 0 r es ul t ado da anál i s e mos t r ou

    di f e renças nos ambi ent es cons i de rados . A aná l i s e i ndi v i dua l das

    var i ávei s mos t r ou que os e f e i t o s dos ambi ent es f or am

    v er i f i c ados nas c a r a c t er í s t i c as d os t ubos de ent r ada das

    col mei as , pr i nc i pa l ment e compr i ment o , i nc r ement o em compr i -

    ment o, i nc r ement o em vol ume e val o r ação das cor es . For am ob-

    ser vados i ndí c i os de que o compr i ment o do t ubo de ent r ada das

    col me i as es t á l i gado às condi ções de de f esa da col me i a , poss i -

    vel ment e cont r a f o r m gas . Dados de co r r e l ação da va l o r ação das

    cor es com o peso, i nc r ement o em peso, r e ser vas d e me l e re ser -

    vas de pól en, i ndi c am s er em as c or es r el ac i onadas c om a at i vi -

    dade da col me i a . As co r r e l ações do peso e i nc r ement o em peso

    com os dados met eor o l ógi cos mos t r a r am ba i xa co r r e l ação ; apenas

    a pr ec i pi t a ção e a t emper a t ur a mos t r a r am uma ma i o r cor r el ação.

    Cons i der ando- se espec i f i cament e a cor r e l ação do peso médi o men-

    sal das co l me i as com a t emper a t ur a médi a mensa l f oi obser vado

    um val or ma i s e l evado no i nt er val o de 16 a 24°C. A aná l i s e das

    amost r as de mel e

     .

     de pó l en mos t r ou di f e r ent es p r e f e r ênc i a s de

    col et a nos do i s ambi ent es , embora a f am l i a Mi r t aceae t enha

    si do mai s i mpor t ant e em ambos, t ant o nas amost r as de mel como

    de pól en. Em c ada ambi ent e, al gumas f am l i as f or am pr ef er i das ,

    i ndi cando ma i o r vo l ume de néc t a r e pó l en. Em menor escal a,

    f or am v i s i t adas numer os as out r as f am l i as , mos t r ando que a

    j at ai t em hábi t os al i ment ar es f l exí vei s e é c apaz de expl or ar

    c om s uc es s o os r ec ur s os di s poní v ei s .

    xiii

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    ABSTRACT

    COLONY DEVEL OPMENT AND HABI TS OF THE J ATAI BEE ( Tetrago-

    nisca angustula angustula  Lat r e i l l e ) I N TWO DI FFERENT SEMI DE-

    CI DUOUS SEASONAL FORESTS. Thi s st udy has f ocused on a f i el d

    r esear ch des i gned t o compar e t he var i ous a l t e r a t i on ef f ec t s

    whi ch t he wood cover has on t he devel opment of co l oni es of

    j a t a i (

    Tetragonisca angustula angustula

      L at r ei l l e, Hy menopt er a,

    Api dae) i n t he r egi on of Foz do I guaçu, wes t of Par aná s t at e,

    i n s out h Br az i l . Two di f f er ent ex per i ment s wer e s et . The f i r s t

    had t en hi ves pl aced at a non- a l t e r ed sem dec i duous seasonal

    f or es t wh i ch r eached t he c l i max s t age. The second had t en hi ves

    pl aced at an al t er ed sem deci duous seasonal f o res t wh i ch was i n

    t he pr oc es s of n at ur al r egener at i on i n f i r s t s t age ( 9

    t h

      y e a r ) .

    Ni ne v ar i abl es wer e c ol l ec t ed mont hl y f r om F ebr uar y 1991 t o

    Febr uar y 1992, t wo of t hem r epr esent a t i ve of t he h i ves and t he

    ot her s o f t he ent r ance t ubes . Sampl es of honey and pol l en wer e

    al s o c ol l ec t e d, i n or der t o i dent i f y t he mai n f am l i es of

    pl ant s vi s i t ed by t h e bees . The mul t i v ar i at e anal y s i s of t he

    ni ne var i abl es was done by means of Ho t e l l i ng' s T

    2

      test and

    r eveal ed di f f er ent ef f ec t s f or e ac h of t he t wo c ons i der ed

    env i r onment s . T he i ndi v i dual ana l ys i s of t he var i abl es showed

    t hat t he t hes e env i r onment al ef f ec t s we r e ver i f i e d i n t he

    f eat ur e of t he ent r anc e t ubes of h i ves , par t i c ul ar l y t hei r

    l engt h, i nc r ease i n l engt h and vol ume and co l o r appr a i sa l .

    I ndi cat i ons we r e obse r ved of a r e l a t i onsh i p be t ween the l engt h

    of t he ent r ance t ube and the de f ense condi t i ons of t he hi ve,

    pr obabl y aga i ns t ant s . The we i ght and we i ght i nc r ease

    c or r el at i on' s wi t h t he met eor ol ogi c al dat a wer e l ow - j us t t he

    r ai nf al l and t he t emper at ur e s howed a hi gher c oef f i c i ent . Whi l e

    ac c ount i ng f or t he s pec i f i c c o r r el at i on be t we en t he av er age

    mont h l y we i ght of t he h i ves wi t h t he aver age mont hl y

    t emper at ur e, a hi ghe r coef f i c i ent was de t ec t ed i n t he r ange

    f r om 16 t o 24°C. The ana l ys i s of t he honey and pol l en sampl es

    r eveal ed di f f er ent c ol l ec t i on pr ef er enc es f or eac h env i r onment ,

    al t hough t he Mi r t a cea e f am l y wa s i mpor t ant i n bo t h s i t uat i ons ,

    bot h i n t he honey and pol l en sampl es . At each envi r onment ,

    par t i c ul ar f am l i es wer e pr ef er r ed, wi t h i ndi c at i ons of gr eat er

    v ol ume of nec t ar and pol l en. Var i ous a ddi t i onal f am l i es wer e

    v i s i t ed at a l ower f r equenc y, s howi ng t hat t he j at ai has

    f l ex i bl e f eedi ng habi t s and i s c apabl e of ex pl or i ng t he

    avai l abl e r es our c es s uc ces s f ul l y.

    xiv

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    1 INTRODUÇÃO

    A devas t ação de f l or es t a s t em a l t e r ado i mpo r t ant es ecos -

    s i s t emas e, conseqüent ement e, mui t as espéc i es ani mai s e vege-

    t ai s t êm s i do af et adas . A abel ha j at ai ( Tetragonisca angustula

    angustula

      L a t r ei l l e ) é uma dessas espéci es . Embor a, a i nda hoj e,

    s ej a enc ont r ada em f l or es t as r emanes c ent es , em c apoei r as e, at é

    mesmo, em c i dades , no Par aná a j at ai t eve seu hábi t a t nat ur a l

    r eduz i do dev i do ao avanço da agr i cu l t ur a , not adament e , nas re-

    gi ões nor t e e oes t e do Es t ado ( I TCF , 1985) .

    Das abe l has nat i vas do Br as i l , a j a t a i é uma das poucas

    que possui ca rac t e r í s t i ca s i nt e r es sant es como ampl a di s -

    t r i bui ç ão geogr áf i c a, r us t i c i dade, e pot enc i al par a c r i aç ão em

    col mei as r aci onai s ( NOGUEI RA NETO, 1970; KNOLL e I MPERATRI Z-

    FONSECA, 1986) . Segundo est es aut or es, a j at ai é uma das espé-

    c i es de abe l ha sem f er r ão que apr esent a ma i o r po t enc i a l pa ra

    s er ut i l i z a da c omo agent e po l i ni z a dor de pl a nt a s não pol i -

    ni z adas pel a abel ha af r i c ani z a da  Apis mellifera) .

    Ape s ar des s a s c ar ac t er í s t i c as pr om s s o r as , po uc o se co-

    nhec e s obr e a bi ol o gi a e ec ol ogi a da j at ai . As pouc as i nf or -

    mações di spon í vei s r e f e r em- se ao compor t ament o , a r qui t e t ur a dos

    ni nhos , pr ocessos de enxameagem subs t i t ui ção de ra i nhas , di -

    v i s ão de t r abal ho e pl ant as v i s i t ada s pa r a a c ol et a de pól en e

    néct ar ( MARI ANNO FI LHO, 1911; NOGUEI RA NETO, 1953 e 1970;

    FERREI RA e SOARES, 1992; GROSSO e BEGO, 1992) . Recent ement e

    f or am r eal i zados al guns es t udos de cunho eco l ógi co, abo rd ando

    os ef ei t os dos f at or es c l i mát i c os nas at i v i dades e xt er nas das

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    abe l has oper á r i as ( I WANA, 1977) e nos hábi t os de co l e t a ( I WANA,

    1977 ;   I WANA e MEL HEM, 1979; I MPERATRI Z -  FONSECA et al  . ,   1984;

    PI GNATA e STORT, 1992)

     .

      KNOLL ( 1985) r eal i z ou ura l evant ament o

    da f auna de a be l ha s , i ndi ca ndo abundâ nc i a da s di f e r ent es

    e s péc i es e pr e f e r ê nc i a s de c ol et a de né c t a r e pó l e n, c om

    es pec i al r ef er ênc i a à j at ai .

    A ma i o r i a do s dado s e xi s t ent es , c ont udo, f or a m ger ados

    po r t r a ba l ho s r eal i za do s no Es t a do de Sã o Paul o . No Pa r a ná ,

    pr at i c ament e i nex i s t em es t udos s obr e a ec ol ogi a da j at ai . Al ém

    di s s o , o des envol v i ment o e co mpo r t a ment o da j a t a i na s f l o r e s t a s

    pr i má r i as e e m s uc es s ã o s ão pr a t i c a me nt e de s c onhe c i do s e

    me r e c em s er e s t udados . Pes qui s as nes t e s ent i do c o nt r i bui r ão

    pa r a es t a be l ecer t écni ca s de ma ne j o da es p éc i e em á r eas o nde a

    pol i ni z aç ão, por o ut r os agent es pol i ni z ador es s i l ves t r es , não

    se j a adequada.

    Os obj e t i v os de s t e t r a bal ho f or am:

    a) co mpa r a r o des envol v i ment o da co l ô ni a e pr e f e r ênc i a s

    f l or ai s da j at ai em uma f l or es t a pr i már i a i nal t er ada

    ( ou po uc o al t e r a da ) e em uma f l or es t a s e c undá r i a em

    f ase de sucessão ( capoe i r a ) , ambas per t encendo a f or -

    ma çã o F l or es t a Es t ac i onai Sem dec i dual ;

    b) obt e r i n f o r mações comp l ement ar es sobr e háb i t os da j a-

    t ai  ;

    c) i dent i f i c ar a s pr i nc i pai s f am l i as de pl ant as que

    r es po ndem p el a ma nut ençã o al i ment a r da s a be l ha s em

    c ada t i po de f l or es t a.

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    2 REVISÃO DA LITERATURA

    As a l t e r a ções ambi ent a i s decor r ent es da p r es s ã o i mpos t a

    pel o homem ao mei o r es ul t ar am na des t r ui ç ão ge ner a l i z a da de

    hábi t at s po r t oda a Ter r a, o que, pr o va ve l me nt e , é um dos

    mai o r e s pr o bl e ma s que enf r e nt am os s e r es vi v os . A s i t ua ção é

    es pec i a l ment e pr eocu pa nt e no s t r ó pi co s p el a pr o gr es s i va des -

    t r ui ç ão, poi s es t es c ons t i t uem o ma i or r es e r v a t ó r i o mundi al de

    espéc i es ani mai s e veget a i s ( DASMANN, 1981) .

    As f l o r es t as t r opi ca i s são comp l exas não soment e no nú-

    mer o de es péc i e s , ma s , t a mbém i nt r i nca da ment e i nt e r r e l a c i o na -

    das nas cadei as a l i ment ar es , nos padr ões de dependênc i a mút ua e

    na di s t r i bui çã o es pa c i a l . Um exempl o des s a compl exi da de s ão as

    r e l ações ent r e al guns o r gani smos , como no caso das pl ant as que

    of er ec em a t r a t i v os pa r a aquel e s ani ma i s dos qua i s d epe nde m pa r a

    pol i ni z aç ão ( bei j a- f l or es , abel has , bor bol et as , mar i pos as e

    mor cegos) ou par a a d i sper são das s ement es ( pássar os , mor cegos

    e f or m gas ) . A at i v i dade des s e s ani mai s é, em gr ande par t e,

    r esponsável pel a manut enção da di ver s i dade genét i ca e de espé -

    c i es na s f l o r e s t as t r o pi c ai s . Os ani ma i s , po r s ua v ez , de pe nde m

    das s e qüênc i a s de f l or a çã o e f r ut i f i c a ç ão de um gr a nde núme r o

    de p l ant as par a mant er seu supr i ment o a l i ment a r dur ant e o ano

    t odo . A f r agment ação da f l o r es t a a t r avés do desmat ament o , da

    a be r t ur a de c l a r e i r a s e de e s t r a da s , po de pr o voca r u ma r upt ur a

    nes t es comp l exos r e l ac i onament os ent r e p l ant as e ani ma i s , sendo

    uma das c aus as da ext i nção de espéci es ( DASMANN, 1981) .

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    O desmat ament o, quando em pequena escal a e segui do do

    abandono da á r ea, pode benef i c i a r ce r t os gr upos de ani ma i s ao

    i ni c i ar um pr oc es s o de s uc es s ão s ec undár i a. A m s t ur a de di f e-

    r ent es e s t á gi o s s u ces s i o na i s pr o mo ve a d i ver s i da de de es p éc i e s

    veget a i s , t r azendo benef í c i os par a a f auna ( BURGUER, 1973; BAI -

    LEY, 1984; F I RKOWSKI , 1990) . Por ém quando o desmat ament o

    oc or r e em l ar ga es c al a, par a, po r ex empl o, dar l ugar à agr i c ul -

    t ur a i nt ens i va, a f l o r a e a f auna s ão p r o f un da ment e mo di f i ca -

    das . I s t o o co r r e po r q ue a ma i o r i a da s es péc i es , em es pe ci a l as

    dos t r ópi c os , é s e ns í v el às mo di f i c a ç õe s a mbi e nt ai s , f unç ão do

    al t o gr a u de a da pt a ção e e s pec i a l i za çã o, o que as t or na

    vul ne r á ve i s à s a l t e r a ções no há bi t a t ( CURRY - L I NDAL , 1975)

     .

      A

    ação do homem at r avés do desmat ament o , causa cons i der áve i s

    pe r t ur ba ç ões a mbi ent ai s , r e pr e s ent a da s pe l a di m nui ç ã o da f auna

    de f l o r est a e expansão daquel a de veget ação aber t a ( BI GARRELA,

    ANDRADE- LI MA e RI EHS, 1975) .

    A c ober t ur a f l or es t al do Par aná, que, or i gi nal ment e, er a

    de c er c a de 85% f oi r e duz i da pa r a al go em t o r n o de 5% Num pe-

    r í o do de a pena s 60 a nos , 15 m l hõ es de h ec t a r es de f l o r e s t as

    nat i v as f or am de s t r ui da s ( I TCF, 1985) . Em a l guma s r egi õe s c omo

    o Oes t e do Par aná , exc l uí do o Par que Nac i ona l do I guaçu, a á r ea

    de f l o r e s t a s pr i má r i a s nã o chega a 3% ( I TCF, . 1985)

     .

      Nes t a mes ma

    r egi ão, na á r ea que f oi i nunda da pe l a r epr es a de I t ai pu, o i n-

    v ent ár i o f l or es t al de 1978 es t i mou apenas 8, 5% de f l or es t a

    dens a nã o e xpl or ada, 11, 89% de f l or es t a de ns a em e xpl o r a ç ã o e

    2, 5% de f l or es t a s e c undár i a, a pe s ar de i nc l ui r á r e as do Par que

    Naci onal das Set e Quedas ( UNI VERSI DADE FEDERAL DO PARANÁ,

    1978) .

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    Des t a f or ma, c om a c ober t ur a f l or es t al or i gi nal not a-

    v el ment e r e duz i da, s ão as f l or es t a s al t e r a da s ou s e cundár i as

    que hoj e r e pr e s ent a m a pr i nc i pa l f ont e de a br i go e al i ment a ç ão

    par a a f auna nat i va . Cont udo , pouco se conhece sobr e as i nt er -

    r el aç ões e nt r e es t as e as es p éc i es a ni ma i s a i nda s o br e vi v ent e s .

    Dent r e os ani ma i s a f e t a do s di r e t a ment e p or mo di f i ca ções

    do há bi t a t , enco nt r a m- s e i númer o s a gent es p ol i ni za do r es

    ( McGREGOR, 1976) . Apesar de mu i t os agen t es c ont r i buí r em na po-

    l i ni z aç ão, os i ns et os , e pa r t i c ul ar me nt e as abel has , s ão os

    a ni mai s ma i s i mpo r t a nt es e me l h or a da pt a do s pa r a r eal i za r es t a

    f unção ( MORSE, 1973) .

    A i mpo r t â nc i a da s abe l ha s na p ol i n i za çã o é c i t a da em

    ext ensa l i t er at ur a ( VAN TOL F I LHO, 1952; NOGUEI RA NETO, 1953;

    BUTLER, 1954; BI NDLEY, 1965; GI ORGI NI e GUSMAN, 1972; MORSE,

    1973; McGREGOR, 1976; KATZENELSON, 1980; BRANDÃO et al . , 1985) .

    As adapt a ç õe s da s pl ant a s , a o de s env ol v er e m me c ani s mo s

    e f i c i ent es pa r a at r a i r as abe l ha s , co mo p r o du ção a bunda nt e de

    néc t a r e f l o r e s de f o r mas , co r es e a r o ma s at r a ent es , demo ns t r a m

    as su t i l ezas des t as r e l ações ( NOGUEI RA NETO, 1953; BI NDLEY,

    1965) .

    Há mai s de 20. 000 espéci es de abel has no mundo, i n-

    c l ui ndo abel has s ol i t ár i as , s em - s oc i ai s e s oc i ai s , que par t i -

    c i pam em ma i o r o u me no r e s c al a, da po l i ni z a ç ão da s pl ant as

    ( MORSE, 1973; NOGUEI RA NETO et al .  ,   1986) . Tal at i v i dade, po r

    par t e da mai or i a das abel has s i l v es t r es , v em c ont udo, di m -

    nui ndo dev i do a v ár i os f at or es . A i nt ens i f i c aç ão das pr át i c as

    a gr í co l a s des t r ó i ni nh os e l o cai s de r epr o duçã o. 0 a ument o da s

    ár eas de mo no c ul t ur a s , t a nt o a gr í c o l a s c omo f l o r e s t ai s , é

    r es po ns á vel pe l a e l i m na ção do s há bi t a t s ( MORSE, 1973) , po i s

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    c onc ent r a a f l or aç ão em c ur t os per í odos do ano e l ev a a di m -

    nui ç ão das ár eas c om v eget a ção s i l v es t r e.

    Na Ar gent i na , o not áve l desenvol v i ment o da agr i cul t ur a

    i nt ens i va f oi r esp onsáve l pe l o quase t ot al desapa r ec i ment o dos

    i ns et os pol i ni z ador es s i l ves t r es , t ant o dev i do a apl i c aç ão dos

    moder nos i nset i c i das como pe l a des t r u i ção de seus ni nhos at r a-

    vés do i nt enso pr epar o mecani zado dos so l os . 0 desapar ec i ment o

    de espéc i es veget a i s espont âneas e a pr esença de gr andes super -

    f í c i es c om mono cul t ur a s t ambém c ont r i buí r am pa r a uma r eduç ão

    dr ás t i c a de agent es pol i ni z a dor es . Hoj e, a pol i ni z a ç ão de

    i númer as c ul t ur as agr í c ol as i mpor t ant es , pr i nc i pa l me nt e f r u-

    t í f er as , s oment e é poss í vel com o uso i nt ens i vo da abe l ha eur o-

    péi a ( KATZENELSON, 1980) .

    Com a i nt r oduç ão ac i dent al da abel ha af r i c ana no Br as i l

    em 1956 e o seu pos t e r i o r c r uzament o com as abe l has eur opé i as

    at é ent ão ex i s t ent es , obt eve- se, como conseqüênc i a , uma abel ha

    hí br i da agr es s i va e de mani pul ação di f í c i l ( MARQUES, 1980) .

    Desde ent ão, o us o de  Apis mellifera  na pol i ni z aç ão t em apr e -

    sent ado pr obl emas po r envol ver um r i s co cons i de r ável . O uso da

    abel ha af r i c ani z a da é, at ual ment e, l i m t ado me s mo em c ul t ur as

    onde seu empr ego é i mpr esc i ndí ve l par a gar ant i r uma pr odução

    adequada, como, por exempl o , na cul t ur a da maci e i r a ( W ESE,

    1976; W ESE et al . , 1980) .

    A i mpor t ânc i a da po l i ni z a ç ão pel os i ns et os não é l i m -

    t ada apenas às p l ant as cul t i vadas . McGREGOR ( 1976) ass i nal a a

    i mpor t ânc i a eco l ógi ca da pol i n i zação na p r odução de sement es ,

    f r ut os e nozes usados como al i ment o por i númer as espéc i es da

    f auna.

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    Nos EUA, al ém do uso da abe l ha

      Apis mellífera,

      t em

    aument ado o uso de abe l has s i l ves t r es na pol i n i zação de vár i as

    espéc i es cul t i vadas . Ci t a - se o caso da abe l ha cor t ado r a de

    f ol has ( l eaf c ut t er bee)

      Megachile rotundata

      e da abel ha

      Nomia

    melanderi  ( al kal i bee)  .   Out r a s abel has s i l ves t r es como as

    mamangavas do gêner o

      Bombus,

      que t ambém s ão ex cel ent es

    pol i ni z ador as , f or am pr at i c ament e el i m nadas nas ár eas

    i nt ensament e cul t i vadas ( BOHART, 1971; MCGREGOR, 1976) .

    Nas ár eas t r opi c ai s e s ubt r opi c ai s d a Amé r i c a Cent r al e

    do Sul , na Áf r i c a, s ul da Ás i a e Aus t r ál i a s ã o enc ont r adas a s

    abel has s o ci ai s da s ubf am l i a Mel i poni nae. Es t as abel has pos -

    suem f er r ão a t r o f i ado que não pode ser usado par a sua de f esa e

    que, por i s so , são popu l a r ment e chamadas de abe l has sem f er r ão .

    El as t em cer t a i mpo r t ânc i a econôm ca no Méxi co , Amér i ca Cent r al

    e do Sul ( MCGREGOR, 1976; KLEI NERT- GI OVANI NI , 1985)

     .

      No Panamá,

    por exempl o , são expl o r adas r o t i nei r ament e c i nco espéc i es de

    abel has sem f er r ão pa r a pr odução de me l e cer a:

      Trígona

    corvina, T. fulviventris, T. capitata zexmeninae, T. cupira e

    T. postica  ( BENNET J R. , 1965) .

    As abe l has sem f er r ão, como agent es po l i ni zado r es , apr e-

    s ent am as s e gui nt es v ant agens : não f er r oam e, por t ant o, não r e-

    pr es e nt am r i s c o pa r a o homem e ani mai s ; c ol et am pó l e n e néc t ar

    dur ant e a ma i o r par t e do ano, v i s i t ando e po l i ni z a ndo, as s i m

    um not áv el númer o de es péc i es ; podem s er ma ni pul ada s e m c ol -

    mei as da mes ma f or ma que as gêner o

      Apis-,

      as c ol ôni as

    di f i c i l ment e f i c am ór f ãs c om a per da da r ai nha, por pos s uí r em

    v ár i as r ai nhas v i r ge ns q ue s ubs t i t uem a r ai nha mo r t a ; e os s eus

    pr odut os , como o me l e o cer a são ut i l i záve i s pe l o homem

    ( MCGREGOR, 1976) .

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    As abel has s em f er r ão, c ont udo, não t ol er am c l i mas mui t o

    f r i os , f i cando, as s i m r es t r i t as às r egi ões t r opi c ai s e s ubt r o-

    p i cai s . A sua pr odução de mel e cer a é pequena e de menor val or

    que a da abel ha

      Apis.

      Al gumas es péc i es a pr es ent am hábi t o

    pi l hador e out r as pr oduz e m mel c ont am nado, po r c ol et ar s uor ,

    f ezes e out r os mat er i a i s de péss i ma qual i dade ( McGREGOR, 1976) .

    No Br as i l , ex i s t em apr ox i madament e 200 es péc i es

    desc r i t as que var i am de cer ca de 2 mm ( l ambe- ol hos ) a at é ma i s

    ou menos 2 cm de compr i ment o ( ur uçu, j anda i r a pr et a) ( KLEI NERT-

    GI OVANNI NI , 1985) . Mui t a s dessas espéc i es , po r ém t êm

    di s t r i bui ç ão r es t r i t a a al gumas r egi ões do Br as i l , enquant o

    out r as são r a r as , de pequenas co l ôni as ou pouco at i vas

    ( MARI ANNO FI LHO, 1911) . Al gumas espéci es, por ém são ampl ament e

    di s t r i buí das por t odo o t er r i t ór i o e at i vas na pol i ni z aç ão de

    um e l evado númer o de pl ant as . Em l evant ament o da f auna de

    abel has no campus da USP ( São Paul o)

     ,

      por exempl o , f or am

    col et adas 132 espéc i es de abel has . Dest as , as abel has que mai s

    s e des t ac ar am f or am Apis mellifera,  a i r apuá ( Trígona spinipes)

    e a j at ai ( KNOLL e I MPERATRI Z- FONSECA, 1986) . Levant ament os

    r eal i z ados na r egi ão me t r o po l i t ana de Cur i t i ba mo s t r a r a m que

    ex i s t e uma gr ande var i a ção na di s t r i bui ção das vár i a s e spéc i es

    de abel has dependendo do l ocal ( SAKAGAMI , LAROCA e MOURE, 1967;

    LAROCA, CURE e BORTOL I ,   19 82)   .

    Por s ua ampl a di s t r i bui ç ão no pai s , a j at ai é a es péc i e

    de abel ha s em f er r ão que apr es ent a um bom pot enc i al par a s er

    ut i l i z ada c omo agent e po l i ni z a dor de pl a nt as n ão pol i ni z a das

    por   Apis mellifera.  A i r apuá, apes ar de t ambém di s t r i buí da por

    t odo o Br as i l e i mpor t ant e agent e po l i n i zador , é uma abe l ha de

    mane j o di f í c i l , agr es s i va e que, apa r ent ement e , não pode ser

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    mant i da em col mei as ( NOGUEI RA NETO, 1970; ALMEI DA e LAROCA,

    1988) .

    A pequena j at ai , dour ada e c omum t em hábi t os d e ni di f i -

    cação bas t ant e di ver s i f i çados . Pode ser encont r ada em ocos de

    ár vor es , mur os de pedr a , mour ões de cer ca e em qual quer out r o

    l ugar p r o t egi do que apr esent e esp aço suf i c i ent e pa r a abr i ga r o

    ni nho ( KNOLL e I MPERATRI Z- FONSECA,   19 86) .

    Levant ament o de ni nhos de mel i poní deos no Par que Est a-

    dual de Vassununga , São Paul o, em ár ea com veget ação de cer -

    r ado, most r ou ser a j a t a i a espéc i e ma i s abundant e . Com uma

    dens i dade de 0, 7 col ôni as / ha , a j at ai e ra encont r ada,

    bas i cament e , em t r oncos mor t os di s t r i buí dos ao acaso ( PI VA e

    KLEI NERT, 1992) .

    Anal i sando a ca r ga de pól en t r anspor t ada por 6 espéc i es

    de mel i poní neos  {Melipona scutelaris, M. quadrifascíata, M.

    marginata, M. bicolor, Scaptotrigona postica e Tetragonisca

    angustula)

      PI GNATA e STORT ( 1992) obt i ver am val or es médi os da

    c ar ga t r ans por t ada em t or no de 15% do pe s o v i v o par a as 4

    espéc i es de

      Melipona,

      19, 3% par a a

      Scaptotrigona postica

      e

    33, 7% par a a j at ai . Compar ando es t es va l o r es com a car ga médi a

    t r ans por t ada pel a  Apis mellifera,  de 16, 3% do pe s o v i v o, os

    aut or es des t ac ar am a c apac i dade de t r ans por t e da j at ai , c er c a

    de duas vezes mai or que as out r as abel has .

    As s i m a j at ai , s endo uma abel ha dóc i l , c om ampl a di s -

    t r i bui ç ão geogr áf i c a, c om gr ande c apac i dade de t r ans por t e de

    pól en, e, ai nda, po r adapt a r - se pe r f e i t ament e às co l mei as

    r ac i onai s e ac ei t ar um ma ne j o pe l o homem apr es e nt a um

    pot enc i al not ável par a s er ut i l i z ada em c r i aç ões e, t al vez ,

    como agent e po l i n i zador .

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    3 MATERIAL E MÉTODOS

    3.1 CARAC TERIZ AÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOS

    •A á r ea de es t udo s l o cal i za - s e n o Mu ni c í p i o de Foz d o

    I guaçu, o es t e do Es t a do do Pa r a ná, ent r e os pa r a l e l o s 2 5°1 5' e

    25°45' de l a t i t ude s ul e ent r e os mer i di a no s de 54°2 0' a 54°4 5'

    de l ongi t ude oes t e de Gr w, 3

    o

      p l a na l t o pa r a na ens e , co nhec i do

    t ambém como P l ana l t o de Guar apuava . ( F i gur a 1) .

    A ár ea em ques t ão car ac t er i z a - s e pe l a uni f or m dade geo-

    l ógi c a com pr e s enç a de gr andes l e nç ói s d e l a va s vul c â ni c a s bá-

    s i cas . A a l t i t ude var i a de 180 a 230 met r o s , e o s i s t ema hí -

    dr i co da r egi ã o é do m n ado pe l o s r i o s Pa r a ná e I gua çu, os qua i s

    cons t i t uem- se nos ma i o r es cur sos d' água , t ant o em ext ensão como

    em v ol ume . No r i o P ar aná, es t á s i t uado o r e s er v at ó r i o da r e -

    pr e sa de I t ai pu, f or mando um vas t o l ago ar t i f i c i al

    ( UNI VERSI DADE F EDERAL DO PARANÁ, 1978) .

    De a cor do com a c l a s s i f i ca ção de Ko ppen a r egi ã o per -

    t enc e ao t i po c l i mát i c o Cf a, pl uv i al t emper ado, c om a t em

    per at ur a do mês mai s f r i o ent r e 18° C e - 3°C e a do mês mai s

    quent e super i or a 22°C, e a t emper at ur a médi a ent r e 20 e 21°C.

    A d i s t r i bui ção das chuvas é uni f o r me du r ant e t odos os meses do

    ano , com uma p r ec i p i t ação médi a anua l de 1. 300 a 2. 000 mm

    ( MAACK, 1968) .

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    FI GURA 1 - L OCALI ZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOS NO MUNI CÍ PI O DE FOZ

    DO I GUAÇU, REGI ÃO OESTE DO EST ADO DO PARANÁ.

    FONTE: I MAGENS DO SATÉL I TE L ANDSAT TM5 ( COMPOSI ÇÃO COLORI DA

    I NFRAVERMEL HO, FAL SA COR, DAS BANDAS 3, 4 E 7) , DE

    13/ 05/ 89.

    Segundo o s i s t ema de zoneament o eco l óg i co pr opos t o por

    HOLDRI DGE ( 1982) , baseado em zonas de v i da, a ár ea de est udos

    per t ence a F l or est a Úm da Temper ada ( MI LANO, BRASSI OLO e

    SOARES, 1987) .

    A vege t a çã o p er t ence a f o r ma ção F l o r es t a Es t a c i o na i Se-

    m de c i dua l , que s e c a r a c t e r i z a pe l a que da da s f o l ha s de pa r t e

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    da s es p éc i e s dur a nt e o i nver no , que é a épo ca com meno r

    pr ec i p i t ação ( VELOSO, RANGEL F I LHO e L I MA, 1991) .

    De nt r o da r egi ã o de s c r i t a ac i ma f or am s e l e c i o na da s duas

    ár eas que a t e nde s s em aos obj et i v os de s t e t r aba l ho : a pr i mei r a

    del as , uma f l or es t a s e c undár i a em f as e de s u ce s s ão ( c apoei r a) ,

    l oc al i z ada no Ref úgi o Bi ol ó gi c o Bel a Vi s t a da I t ai pu Bi nac i onal

    ( RBBV- I t ai pu) ; e a s e gunda, uma f l or es t a pr i má r i a i na l t er a da

    (ou po uco a l t e r a da ) , l o cal i za da n o Par que Na c i o na l do I guaçu

    ( PN- I guaç u) . A di s t â nc i a ent r e os doi s l oc ai s é de, apr ox i ma da-

    ment e, 23 km em l i nha r et a ( Fi gur a 1) . Não f oi pos s í vel

    enco nt r a r á r eas ma i s pr ó xi ma s com co ndi çõ es de s egur a nça

    s uf i c i ent es e c om as car ac t er í s t i c as nec es s ár i as par a at ender

    aos obj et i v os do t r abal ho.

    3. 1. 1 A RESERVA BI OLÓGI CA BELA VI STA

    Es t a r e s er v a f oi i ns t i t uí da em 27 de j unho de 1984 pe l a

    I TAI PU BI NACI ONAL ( RDE- 050/ 84) e decr e t ada pel a P r e f e i t u r a Mu-

    n i c i pal de Foz do I guaçu como ár ea de pr eser vação per manent e

    at r avés da Lei n° 1. 394, de 6 de j unho de 1988.

    A r es e r v a, de 1780, 90 ha, f oi c r i a da em a mbi e nt e c om

    pr of unda al t er aç ão da v ege t aç ão nat ur al . Ut i l i z a do ant er i or -

    ment e como ár ea de cu l t ur as e past agens, apr esent ava pequenos

    r emanes c ent es f l or es t ai s j á des c ar ac t er i z a dos .

    A á r ea s e l ec i o na da p ar a a i ns t a l a ção da s col me i a s l o-

    ca l i za - s e na p ení ns u l a de L i me i r a ( F i gur a 2) e po s s u i uma ve-

    ge t aç ão s e c undá r i a em f as e de s uc es s ã o ( c apoei r a) . Em pa r t e da

    ár ea, f or am r eal i z ados , em 1986, r e f l or e s t ament os de

    adens ament o. Nes t es , f or am ut i l i z adas 23 es péc i es , pr i nc i pal -

    ment e f r ut í f er as , das quai s 10 nat i v as da F l or es t a Es t ac i onai

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    13

    Sem dec i dual e 13 ex ót i c as . As es péc i es nat i v as u t i l i z a das

    f or am i pê r oxo, i pê amar el o, apepu, l our o par do, c anaf í s t ul a,

    angi c o, gua j uv i r a, gua bi r o ba, i ngá e pi t a nga . As e s péc i es

    ex ót i c as f or am c i namomo, f l amboy ant , ame ndo ei r o , t i puana,

    al f enei r o, c er ej ei r a, amor ei r a, uv a do j apão, abac at ei r o,

    l a r a nj a do ce, s a puva, go i a be i r a e j a que i r a . E s t es a dens a ment o s

    r ec eber am al guns c ui dados a pós a i mpl ant aç ão e, em s egui da,

    f or am aba ndo na dos .

    Em al guns pont os , ai nda pr edom nam gr am neas , pr i nc i pal -

    ment e o capi m co l o ni ã o que , event ua l ment e , s o f r e r o çada s pa r a

    pe r m t i r o de s env ol v i me nt o da v ege t a ç ão ar bus t i v a e ar bór e a.

    Na ma i o r i a da ár ea, a veget ação at i nge de 2 a 4 m t endo

    ba s i c ame nt e u m e s t r a t o. Ape na s em a l guns do s r e ma nes c e nt es

    f l or es t ai s po de m s er e nc ont r ados doi s es t r at os , mas , s ão ár eas

    pe quena s e po uc o s i gni f i c a t i v as no c o nt ex t o ger a l .

    0 s ol o é pr edo m na nt ement e o L a t o s s o l Ro xo Eut r ó f i co ,

    c om A moder ado t ex t ur a ar gi l os a f as e f l or es t al t r opi c al per enó-

    f i l a r e l evo suave ondul ado, segundo mapa de sol o ( EMBRAPA-

    SNLCS, 1984) e conf i r mado por exame l oca l . Segundo o So i l Ta-

    xonomy Syst em est e so l o é c l ass i f i cado como EUTRORTHOX e, pel o

    s i s t ema da FAO/ UNESCO, co mo RHODI C FERRALSOL S ( EMBRAPA- SNLCS,

    1984) .

    3. 1. 2 0 PARQUE NACI ONAL DO I GUAÇU

    Cr i ado pel o Decr e t o Feder a l n- 1. 035 de 10 de j ane i r o de

    1939, o Par que Na c i o na l do I guaçu, com 170. 086 hec t a r es , é o

    ma i o r do Par a ná . Se co ns t i t ue , pr a t i ca ment e , na ú ni ca a mo s t r a

    r epr esent a t i va e a i nda não degr adada do ecoss i s t ema de F l o r es t a

    Es t a c i o na i Sem dec i dua l no Par a ná ( I BDF / FBCN, 1981) .

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    FI GURA 2 - LOCAL I ZAÇÃO DAS COL MEI AS NA RESERVA BI OL ÓGI CA BELA

    VI STA ( I TAI PU BI NACI ONAL) , MUNI CÍ PI O DE FOZ DO I GUA-

    ÇU, PARANÁ.

    I NFRAVERMEL HO, FAL SA COR, DAS BANDAS 3, 4 E 7) , DE

    13/ 05/ 89.

    A á r e a s e l e c i o na da pa r a r e c ebe r a s c ol me i a s l o ca l i z a - s e

    no c a m nho do P oç o P r e t o ( F i gur a 3) e m u m l oc al que apar en-

    t ement e nã o s of r eu al t er a ção nas s uas c ar a ct er í s t i c as nat ur ai s .

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    F I GURA 3 - L OCALI ZAÇÃO DAS COL MEI AS NO PARQUE NACI ONAL DO I GUA-

    ÇU, MUNI CÍ PI O DE FOZ DO I GUAÇU, PARANÁ.

    FONTE: I MAGENS DO SATÉL I TE L ANDSAT TM5 ( COMPOSI ÇÃO COLORI DA

    I NFRAVERMEL HO, FAL SA COR, DAS BANDAS 3, 4 E 7) , DE

    13/ 05/ 89.

    A vege t a çã o d es t a ár ea é co ns t i t uí da po r uma a s s o c i a ção

    ar bór ea al t a e dens a , c uj o do s s el s u pe r i o r s i t ua- s e ent r e 20 e

    30 m de a l t u r a , onde são comuns a per oba , o ang i co , o i pê r oxo ,

    o cedr o, a f i gue i r a , o pa u- ma r f i m, a g r á pi a e a t i mba úva. Sob

    es t e do s s e l é e nc o nt r a do um e s t r a t o ar bó r e o c om á r v o r e s de me-

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    nor por t e , adapt adas a um ambi ent e sombr eado, das quai s o pa l -

    m t o ( Euterpe edulis)

     ,

      é a es péc i e c ar ac t er í s t i c a e a mai s

    abundant e.

    F i nal ment e, obs er v a- s e um es t r at o her bác eo/ ar bus t i v o

    c ons t i t uí do de vár i as es péc i es . Es t e es t r at o i nf er i or

    ger a l ment e é r a l o e aber t o , per m t i ndo a l ocomoção sem

    necess i dade do uso de f o i ce ou f acão. I s t o por que os ext r a t os

    s uper i or es i nt er c ept am a l uz e ma nt é m o i nt er i or s ombr eado. En-

    cont r am- se t ambém espéc i es epí f i t as , como o f i l odendr o ( ci pó-

    i mbé) , o r qu í deas , br omél i as , samamba i as e c i pós . A i nt ens i dade

    de queda de f o l has e gal hos mant ém o so l o cober t o por uma ca-

    mada or gâni ca em decompos i ção, que se mant ém úm da em f unção do

    sombr eament o. Quant o ao so l o , suas car act er í s t i cas são seme-

    l hant es ao encont r ado na Reser va Bi o l ógi ca de Be l a Vi s t a , e sua

    c l ass i f i cação é a mesma.

    3.2 PREPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DAS COLMEIAS

    For am ut i l i z adas 20 c ol ôni as de j at ai , c ol et adas em

    t r onc os , mur o s e out r os a br i gos nat ur ai s e al oj adas e m c ol mei as

    r ac i ona i s mode l o PNN ( Paul o Noguei r a Net o ) , mos t r ada na F i gur a

    4. As col ôni a s f or am co l e t adas no Muni c í pi o de Ma r echa l Cândi do

    Rondon, cuj a veget ação t ambém per t ence a f o r mação F l o r es t a

    Es t ac i onai Sem dec i dual .

    De a l gumas col ôni as , s e l ec i onadas al eat o r i ament e , f or am

    col et ados espéc i mes pa r a i dent i f i cação no L abo r a t ó r i o de Ent o-

    mo l ogí a sob r esponsabi l i dade de Sebas t i ão Lar oca, do

    Depar t ament o de Ent omol ogí a da Uni ver s i dade Feder a l do Par aná.

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    As abel has f or am i dent i f i c adas c omo  Tetragonisca angustula

    angustula  L at r ei l l e.

    FI GURA 4 - COLMEI A MODEL O PAULO NOGUEI RA NETO ( PNN)

    PERSPECTIVA DA

    COLMEIA MODELO PNN

    (Desmontada)

    (Montada)

    Obs:  medidas em cm.

    cobertur

    CORTE LONGITUDINAL DA

    COLMEIA MODELO PNN

    (Completa, com abelhas)

    favos da cru

    invólucro

    FONTE: ADAPT ADO DE NOGUEI RA- NETO, 1970

    As c ol ôni as f or am t r ans f er i das par a as c ol mei as d ur ant e

    a pr i maver a de 1990 e uni f or m zadas quant o à quant i dade de

    a l i ment o e t amanho da popul ação . Apesar des t a t ent a t i va de

    uni f o r m zação , em pouco t empo, a l gumas col me i as d es t acar am- se

    das dema i s . De ve - s e s a l i ent ar que as pr ó pr i a s c ol mei as , v az i as ,

    apr es ent am di f er enç as no pes o , c aus adas po r v ar i a ç õe s da

    madei r a e por s er em ut i l i z adas c ol mei as f abr i c adas em t r ês

    l ot es di s t i nt os .

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    P ar a c or r e ç ão das di f e r e nç as , as c ol me i a s f o r a m pe s adas

    e l i s t adas em or dem dec r es c ent e. As col mei as f or am ent ão, s or -

    t eadas a par t i r da mai s pes ada e, de duas em duas, de f or ma que

    quando uma er a sor t eada par a um l ocal , a segui n t e er a des i gnada

    par a out r o. F or am obt i dos , as s i m doi s gr upos de 10 col mei as .

    Um gr upo f oi i ns t al ado na Res er v a Bi ol ógi c a Be l a Vi s t a, e out r o

    no Par que Nac i ona l do I guaçu.

    Por q ues t õ es de s egur a nça , f o r a m co l o cada s dua s col me i as

    de r e s er va em ca da l o ca l , pa r a s ubs t i t ui çã o no cas o de p er da de

    a l guma co l ô ni a do expe r i ment o pr i nc i pa l . Des t a s co l me i a s f or am

    col et ados dados da mes ma f or ma que as demai s , par a que, no caso

    de s ubs t i t ui ç ão de col mei a, es t es dados pudes s e m s er ut i l i z ados

    des de o per í odo i ni c i al . Par a r es er va, f or am dei x adas as

    co l ôni as ma i s f r acas , que f o r am sor t eadas da mesma f o r ma que as

    demai s .

    As c ol ôni as f or am di s t r i buí das e m l i nha e es paç adas 50m

    ent r e s i p ar a di m nui r a c ompe t i ç ão ent r e el a s . As c ol mei as

    f or am i ns t al adas s obr e c av al et es pr ópr i os , c ons t i t uí dos por um

    pal anque de made i r a ( 1, 8 m comp. ) em cu j o t opo f o i p r egada uma

    t ábua (23 X 43 cm) r e f o r ça da na p ar t e i nf e r i o r p or do i s r i põ es

    (5 X 23 cm)  .   0 c av al et e f oi ent er r ado 70 c m no s ol o, f i c ando,

    po r t a nt o , a co l me i a a, a pr o xi ma da ment e , 110 cm do s o l o . Par a

    pr o t eção co nt r a a ni ma i s pr eda do r es , a s co l me i a s f or am

    pr ot egi das c om uma gai o l a de t e l a de ar ame de aço com mal has de

    2 X 2 c m Es t a ga i o l a ( 24 X 22 X 44 c m)  ,   s em f undo, f o i

    co l ocada sobr e a co l mei a e f i xada com ar ame na t ábua do cava-

    l et e, de f o r ma a p r ende r e pr o t ege r t o t a l ment e a co l mé i a

    ( F i gur a 5)

     .

      Como t e t o , f o i u sado uma t e l ha de c i ment o am ant o

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    ( 45 X 60 cm)

     ,

      f i x ada c om a r a me na pa r t e s u pe r i o r da ga i ol a de

    pr ot eç ão.

    FI GURA 5 - I NSTAL AÇÃO DAS COL MEI AS NOS CAVALETES

    3.3 VARIÁVEIS

    Par a a val i a r a s al t er aç ões o c or r i das n as c ol mei as e m

    c ada l oc al , ut i l i z o u- s e o pe s o das c ol mei as c omo v ar i áv el pr i n-

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    c i pal . T oda s as co l me i a s f or a m pes a da s mens a l ment e , dur a nt e um

    ano , de f ever e i r o de 1991 a f ever e i r o de 1992.

    Par a i dent i f i c ar as pr i nc i pai s f am l i as de pl ant as vi s i -

    t adas pel as a bel has em c ada l oc al , f or am c ol et adas amos t r as de

    mel e de pól en de uma co l mé i a em cada l ocal . Es t as co l me i as f o-

    r am s o r t eadas n o i ní c i o das c o l et as e pe r ma ne c er a m as me s ma s

    dur ant e t odo o exper i ment o . Como o obj e t i vo e r a ob t e r amost r as

    r ecent es de mel e pó l en co l et ados e ar mazenados após a

    av al i aç ão ant er i or , t odos os pot e s er am mar c ados , após as

    vi s i t as , c om es mal t e de unha c ol or i do.

    As amo s t r a s de pó l e n er am r et i r ada s , c om a ux í l i o de uma

    pi nça, di r e t a ment e de p ot es nã o ma r ca do s . E r a m co l e t a da s amos -

    t r as s i mpl es , de v ár i o s po t e s ( m ni mo de t r ês , qua ndo di s poní -

    vei s , e máx i mo de 10%)  ,   que r eun i das em uma ún i ca amost r a com

    pos t a, r e pr e s ent a va m o mê s de c ol et a. As amos t r a s , a s s i m f or ma-

    das , er am gua r d adas em f r as c o c ont endo ác i do ac ét i c o gl ac i al .

    Par a r et i r ar a s amos t r as de mel f or am ut i l i z adas

    s e r i ngas d es ca r t á ve i s . A a mo s t r a compo s t a (4 a 6 m ) er a

    f or mada a pa r t i r d e vár i a s amo s t r a s s i mpl es ( m ni mo de t r ês ,

    quando d i sponí ve l , e máxi mo de 10%) . As amost r as compost as ,

    r epr es ent at i v as do mê s de c ol et a, er am guar dadas em f r as c o

    l ac r ado. Apó s a c ol et a, t odos o s po t e s ex i s t e nt e s e r a m ma r c a do s

    c om es mal t e de unha c o l or i do.

    As a mo s t r a s de pó l en f o r a m s u bmet i da s a o pr o ces s o de

    acet ól i s e s egundo o mét odo de ERDTMAN ( 1960) , como pr epar o par a

    a i dent i f i c aç ão dos t i pos pol í ni c os .

    J á as a mo s t r a s de me l f or a m s u bmet i da s a o mét o do

    des c r i t o p or BART H ( 1989) , t a mbém co mo p r epa r o pa r a a

    i dent i f i c aç ão dos t i pos pol í ni c os .

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    Após o pr e par o das l âm nas , r eal i z ou- s e a c ont agem c om o

    uso de câmar a c l ar a se l ec i onando- se e mar cando- se os gr ãos de

    pó l e n pa r a ev i t ar d upl a c ont a gem Es t e pr o c es s o e r a r epet i do,

    no m ni mo, po r s ei s v ez e s .

    Os t i pos pol í ni c os i dent i f i c ados f or am s epar ados e agr u-

    pados s egundo met odol og i a desc r i t a por BARTH ( 1989) . Est a me-

    t odol ogi a se ba s ei a nas f r eqüênc i as r el at i v as dos di v er s o s t i -

    pos pol í n i cos con t i dos na amost r a que são agr upados em Pól en

    Dom nant e ( PD) , c om f r eqüê nc i a s uper i o r a 45% do t ot al de gr ãos

    de pó l en; Pól en Aces s ó r i o ( PA) , com f r eqüênc i a ent r e 15 e 45%;

    e P ól en I s o l ado ( PI ) , c om f r eqüênc i a me no r que 15% Es t e úl t i mo

    gr upo ai nda s e s ubdi v i de em P ól en I s o l ado I mpor t a nt e ( Pl i ) , c om

    f r eqüênc i a e nt r e 3 e 15% e P ól e n I s o l ado Oc a s i o na l ( Pi o) , c om

    f r eqüênc i a menor que 3%

    Par a f ac i l i t ar a i dent i f i c aç ão, i ni c i al ment e col et ou- s e

    mat er i al bot âni c o f ér t i l das pl ant as em f l or aç ão que es t av am

    s endo v i s i t a da s pe l a s abe l has . Mas , i ni c i a do o pr o c es s o de

    i dent i f i c aç ão, obs e r v ou- s e que não er a po s s í v el uma i dent i f i -

    cação pr ec i s a a o ní vel de gêne r o ou es péc i e . E s t e pr o bl ema j á

    havi a s i do ass i nal ado por BARTH ( 1989)

     ,

      que r e s s al t a a

    di f i c ul dade par a s e di s t i ngui r al guns gêner os a t r av és da

    mor f ol ogí a pol í ni c a e do r i s c o de se i nt r oduz i r er r os na

    anál i s e quando s e pr o cur a r eal i z ar a i dent i f i c aç ão ao ní v el de

    es péc i e.

    As s i m pas s ou- s e a ut i l i z ar os cr i t ér i os s uger i dos por

    BART H ( 1989) , s e ndo o pó l e n i de nt i f i c ado pe l o s t i pos p ol í ni c o s

    ao ní vel de f am l i a, bas eando- s e em dados de l i t er at ur a.

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    A i dent i f i c aç ão do pó l e n f oi r eal i z ada no L abor at ór i o de

    Fot o m cr o gr a f í a do Depa r t a ment o de Bo t â ni ca da Un i ve r s i d ade Fe-

    de r a l do Pa r a ná .

    Co m o i ni c i o do t r a bal ho de c ampo, dur a nt e as t r ês pr i -

    me i r as co l e t as de dados , f o i obser vada uma var i ação no aspect o

    do t ubo de ent r ada das co l me i as ( cor , compr i ment o , e d i âmet r o ) .

    Pas s o u- s e a co l e t a r , ent ã o, a pa r t i r do mês de j unho , da do s r e-

    f er ent es a os t ubo s de ent r a da da s col me i a s , e s pec i f i ca ment e

    compr i ment o , d i âmet r o e cor do t ubo. 0 compr i ment o e di âmet r o

    f or am medi dos c om um paquí met r o e a c or d o t ubo f oi av al i ada

    por compar ação com uma t abel a de cor es padr ão MUNSELL . As

    cor es , a s s i m obt i das , f o r am l i s t adas e aval i adas

    i nde pe ndent e me nt e po r t r ês pes s o as , que as s e pa r a r a m em t r ês

    gr upos : c or c l ar a, c or mé di a e c or e s c ur a. A pa r t i r des t as

    av al i aç ões , o bt e ve - s e uma c l as s i f i c a ç ão mé di a , c uj os gr upos

    r ec eber am v al o r e s de 1 a 3, ou ma i s e s pe c i f i c a me nt e : a c or

    es cu r a r ecebeu va l o r 1, a cor médi a va l o r 2 e a cor c l a r a val o r

    3. A cl as s i f i c aç ão f oi ef et uada des t a f or ma t endo em v i s t a que,

    dur a nt e os t r a ba l ho s de campo, o bs e r vou- s e que col ô ni a s f o r t es

    ger al ment e po s s uí a m t ubo s de ent r a da gr a nde s e c l ar o s ( as s i m

    v al or ma i o r ) e c ol ô ni as f r ac as t ubos pe que no s e e s c ur o s ( as s i m

    v al or me no r ) .

    Os da do s met eor o l ó gi co s f o r a m o bt i do s da s e s t a ções ma i s

    pr óx i mas , que, no cas o da Re s er v a Bi o l ó gi c a de Be l a Vi s t a , f oi

    a e s t aç ã o da pr ó pr i a I t ai pu Bi na c i o na l , s i t ua da a c er c a de

    7. 500 met r o s do l o cal o nde s e l o cal i za vam as col me i a s . No cas o

    do Par que Nac i ona l do I guaçu, a es t ação met eor o l ógi ca ma i s

    pr ó xi ma f oi a do Ae r o po r t o I nt e r na c i o na l de Foz do I guaçu,

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    s i t uada a apr ox i madament e 7. 000 met r os do l ocal onde es t avam as

    c ol mei as .

    3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLIS E ESTATÍSTICA

    O de l i ne ame nt o e xpe r i me nt a l ut i l i z a do f oi i nt e i r a ment e

    c as ual i z ado, c om doi s t r at ament os e 10 r epet i ç ões .

    Par a compar ação ent r e as médi as dos t r a t ament os , f oi

    ut i l i z ado o t es t e T

    2

      de Hot e l l i ng ( J OHNSON; W CHERN, 1982)

     .

      A

    t éc ni c a e s t a t í s t i c a c onhe ci da c omo T

    2

      de Hot el l i ng é um t es t e

    pa r a compa r a ção ent r e do i s ve t o r es a l eat ó r i o s médi o s . Sua van-

    t agem em r el aç ão aos t es t es uni v ar i ados , é c ons i der a r s i mul t a-

    neament e v ár i a s v ar i á vei s , po de ndo a s s i m de t e c t a r r e l a ç ões não

    i dent i f i c adas n os out r os t es t es . O us o do t e s t e T

    2

      de Hot el l i ng

    pr es s u põ e que os da do s t enha m di s t r i bui çã o no r ma l ( J OHNSON;

    W CHERN, 1982) . Par a ve r i f i ca r a Ga us s i a ni da de des s es da do s ,

    f oi us a do o t es t e de s c r i t o po r F I L L I BEN ( 1975) .

    Al ém do t es t e ac i ma des c r i t o, f oi r eal i z ada a anál i s e de

    var i ânc i a ( ANOVA) de f o r ma i ndependent e par a cada var i ável ,

    pr oc ur ando- s e, as s i m i dent i f i c ar quai s as v ar i á vei s que mel ho r

    pudes s e m ex pl i c ar a di f er enç a ent r e os doi s t r at ament os .

    Par a a na l i s a r o gr a u de r e l a c i o na ment o ent r e a s var i á -

    vei s , es t i mou- s e a mat r i z de c or r el aç ão do v et or de v ar i áv ei s .

    Ne s t e c as o, f or am c o ns i de r a do s os v al o r e s de t oda s as c ol mei as

    do exper i ment o , i ndependent e do t r a t ament o . Também f o i es t i mada

    a cor r e l ação do peso e i nc r ement o em peso com os dados met eo-

    r ol ógi c os . Ne s t e cas o, f oi c ons i de r a do o v et o r mé di o dos doi s

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    l ocai s , t ant o par a os dados de peso e i nc r ement o em peso como

    pa r a os da do s met eor o l ó gi co s .

    P ar a t odos os c ál c ul os a c i ma r ef er i dos , us o u- s e no

    pr o c es s a me nt o o pa c ot e e s t a t í s t i c o MI NI T AB, do L abo r a t ó r i o de

    Es t at í s t i c a da UF PR.

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    4 RESULTAD OS E DISCU SSÃO

    Os r e s ul t a do s obt i do s dur a nt e um a no de o bs e r v aç ã o

    per m t em di f er ent es anál i s es , em f unç ão dos obj et i vos des t e

    t r abal ho. P ar a uma me l ho r i nt er pr et aç ão , el es f or a m a gr upa do s

    cons i der ando :

    a) va l o r es médi o s a nua i s d e ca da col me i a em ca da u m do s

    do i s ambi ent es .

    b) va l o r es médi os mensa i s de cada l ocal , de f o r ma a ana-

    l i s a r as v ar i a ç õe s s az o nai s dur a nt e o ano.

    c ) r e s ul t a do s da s aná l i s e s da s amo s t r a s de me l e pó l en.

    4.1 COMPARAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS COLMEIAS NOS DOIS

    AMBIENTES ATRAVÉS DOS DADOS MÉDIOS ANUAIS

    At r a vé s do s v al o r e s mé di o s anua i s da s v ar i á ve i s c ol et a-

    das , r es u m do s na T abe l a 1, pr o c ur o u- s e ve r i f i c a r s e o des en-

    vol v i ment o da s col me i a s no s do i s a mbi ent es e r a i gual ou di f e-

    r ent e. Tendo em v i s t a a di s poni bi l i dade de v al o r e s médi os

    anuai s de nov e v ar i á ve i s , pes o , i nc r eme nt o em pes o , c ompr i -

    ment o , i nc r ement o em co mpr i ment o , di â met r o , i nc r ement o em di â-

    met r o , vol ume , i nc r ement o em vo l ume e va l o r a ção da s co r es , as

    duas pr i me i r a s r el a c i o na da s c om a c ol mei a e as de ma i s c om o

    t ubo de ent r a da da col me i a , o pt o u- s e pe l o u s o de u m t es t e de

    anál i s e mul t i var i ada. 0 t es t e ut i l i z ado f oi o t es t e T

    2

      de Ho-

    t e l l i ng par a compar ação de vet or es médi os ( J OHNSON; W CHERN,

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    1982)

     .

      Par a a es t at í s t i c a do t es t e T

    2

    , f oi obt i do o r es ul t ado

    de 104, 7835 ( Anexo 3) . 0 va l o r c r í t i co de compar ação ( t abe l ado)

    pa r a o t i po de d el i neament o expe r i ment a l u t i l i z a d o (2 t r at a men-

    t os com 10 r epet i ç ões ) , c ons i der ando- s e vet or es c o m nov e v ar i á-

    vei s , é de 48, 924 par a o ní v el de 5% de s i gni f i c ânc i a e de

    80, 028 pa r a o ní v el de 1% De s t a f or ma, r e j e i t a - s e a hi pót e s e

    da nul i dade H

    0

     ¡¿¿̂ ¿i.,   e ace i t a - se que o desenvo l v i ment o das

    c ol ôni as é di f e r e nt e no s do i s ambi e nt e s mul t i v ar i a do s

    anal i s ados .

    Bus c a ndo - s e i de nt i f i c ar as v ar i á ve i s que me l ho r ex pr es -

    s am a di f e r e nç a ent r e os doi s a mbi ent es , f oi r eal i z a da a aná-

    l i se de var i ânc i a ( ANOVA) de f or ma i ndependent e par a cada va-

    r i ável ( Anexo 4) , o bt endo - s e os r e s ul t a do s da T abe l a 2. Os

    val or es des t a t abel a r ev el am que, de f or ma i ndi vi dual , 4

    var i á ve i s r e l a c i o na da s ao t ubo de ent r a da da s co l me i a s

    ( compr i ment o, i nc r ement o em di â met r o , i nc r ement o em vol ume e

    v al or a ç ão da s c or es ) mo s t r a r a m c o mpo r t a me nt o di f e r e nt e na

    médi a, c omo i ndi c am os r e s p ec t i v os v al o r e s p. Ent e nde - s e po r

    va l o r p o r i sco de er r o quando se a f i r ma que as médi as das

    v ar i áv ei s s ão di f er ent es c om bas e no t es t e.

    Es t e s da do s i ndi c am que as di f e r e nç a s ma i s a c ent ua da s

    ent r e os do i s ambi e nt e s r e f er em- s e a f a t o r e s que a f e t a m as

    c ar ac t er í s t i c as dos t ubos de ent r ada. Por i s s o, no i t em 4. 2. 2,

    c om ba s e no c ompo r t a me nt o de s t a s v ar i á ve i s , s e r ão di s c u t i do s

    o ut r o s a s pec t o s r e f e r ent es ao s t ubo s de ent r a da .

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    TABELA 1 - VALORES MÉDI OS ANUAI S DE 9 VARI ÁVEI S REFERENTES ÀS

    COLMEI AS DA ABEL HA J ATAÍ ( Tetragonisca angustula an-

    gustula  L at r ei l l e) LOCALI ZADAS EM DUAS FL ORESTAS ES-

    TACI ONAI S SEMI DECI DUAI S, MUNI CÍ PI O DE FOZ DO I GUAÇU,

    PARANÁ, 91/ 92.

    Tr at ament o I - I t ai pu - Ref úgi o Bi ol ógi c o de Bel a Vi s t a - L i mei r a

    N° da Col mei a

    Var i ável 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Médi a

    Peso méd. 5 0 4 0 3 5 0 3 4 3 9 9 4 2 7 6

    4 5

    114

    I nc . peso

    1 8

    3 0 6

    2 7

    6 1

    Comp. t ubo

    1 , 9 0

    2 , 47

    1 , 6 1

    2 , 2 7 4 ,

    1 6

    I nc. comp. 0 , 0 1

    - 0 , 0 8

    0 , 1 1

    - 0 , 0 5 - o , 1 3

    Di âm t ubo 0 , 7 1 0 , 7 1 0 , 6 2 0 , 7 1

    0 ,

    9 6

    I nc . di âm •

    0 , 0 2 0 , 0 2 0 , 0 1 - 0 , 0 4 - o ,

    0 1

    Vol ume

    0 , 8 8

    1 , 0 7

    0 ,

      55

    0 ,

      95

    3 ,

    5

    I nc. vol . -

    - 0 , 0 2

    0 , 0 1 0 , 0 5

    - 0 , 1 4

    - o ,

    1 2

    V.

     cor es

    2 , 6 7

    2 , 0 0

    2

     ,

     44

    2 , 5 6

    2 ,

    5 6

    4627 4424

    3910 3849 3840

    4247*

    94

    68 45 53

    102

    50*

    3 , 61

    3, 54

    3

     ,

     11 3, 43 3, 40

    2,

     94*

    0,  13 - 0, 28 - 0, 33 - 0,  33 0, 25 - 0, 08*

    0, 88

    0,  92

    0,  84 0,  82

    0, 91 0, 81*

    0,

     01

    - 0,

     04

    - 0,

     06

    - 0,  04 - 0,  02 - 0, 02*

    2,

     23

    2,

     59

    1,

     98

    1,

     95

    2,

     32 1, 76*

    0,  12

    - 0, 28

    - 0,  32

    - 0, 25

    0,

     07

    - 0, 09*

    2,

     56 2, 56 2

     ,

     67 2

     ,

     67 2, 86 2, 55*

    Tr at ament o I I - Parque Naci onal do I guaçu - Cam nho do Poço Pr et o

    N° da Col mei a

    Var i ável 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Médi a

    Pes o méd. 5553

    5124 4664

    4816 4920

    4644

    4468 3958

    3 7 42

    4234 4664

    I nc. peso 85 15 39 115

    106 122

    84

    19 85

    21

    70

    Comp. t ubo

    3,

     19

    4

     ,

     47

    5,

     06

    4, 11 6, 87

    2, 61

    3,

     18

    3,

     93

    4, 37

    2,

     95

    4 ,  16

    I nc. comp.

    0,

     08

    0,

     14

    - 0,

     03

    - 0, 01

    - 0,

     54

    0, 63

    - 0,

     08

    - 0,

     22

    - 0,

     58

    0,

     00

    - 0,

     05

    Di âm t ubo

    1,

     01

    1,

     02

    0,

     96

    0,

     82 0

     ,

     79

    0,

     72

    0,

     84

    0,

     77 0, 66 0, 51 0, 83

    I n c . d i â m

    0,

     01

    0,

     03

    0,

     03

    0,  02

    - 0, 01

    0,  07 0,  04 0 ,  01

    0,

     08

    0,  04

    0,  03

    Vol ume

    2

     ,

     57 4

     ,

     16

    3 , 83

    2

     ,

     28

    3,

     66 1, 35

    1,

     78

    1,

     82 1, 41

    0,

     68

    2,

     51

    I nc. vol .

    0,

     11 0, 26

    0,

     18

    0,

     07

    - 0,

     34

    0, 30

    0,

     13

    - 0,

     04

    0,

     11

    0,

     13

    0,

     09

    V.  cores 3,  00 3,  00

    2, 56

    1,  33

    1,  11

    2,

     00

    1, 83 1, 83 1, 33 1,  33 1,  99

    *Médi a ponder ada das médi as parc i a i s .

    LEGENDA:

    Peso méd. = Peso médi o das col mei as, em gr amas.

    I nc. peso = I ncrement o médi o em peso das col mei as, em gramas.

    Comp. t ubo = Compr i ment o médi o do t ubo de ent r ada das col mei as, em cm

    I nc. comp. = I ncr ement o médi o em compr i ment o do t ubo de ent r ada das

    c ol mei as , em c m

    Di âm t ubo = Di âmet r o médi o do t ubo de ent r ada das col mei as, em cm

    I nc. di âm = I ncr ement o médi o em di âmet r o do t ubo de ent r ada das col mei as,

    em cm

    Vol ume = Vol ume médi o do t ubo de ent r ada das col mei as, em cm

    3

    .

    I nc. vol . = I ncr ement o médi o em vol ume do t ubo de ent r ada das col mei as, em

    c m

    3

    .

    V. cor es = Médi a das val or ações das cor es dos tubos de ent r ada das

    col me i as .

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    28

    TABELA 2 - RESULT ADOS DA ANÁLI SE DE VARI ÂNCI A DE 9 VARI ÁVEI S

    REFERENTES ÀS COLMEI AS DA ABELHA J ATAÍ

      Tetragonisca

    angustula angustula

      Lat r ei l l e) LOCALI ZADAS EM DUAS

    FL ORESTAS ESTACI ONAI S SEMI DECI DUAI S, MUNI CÍ PI O DE

    FOZ DO I GUAÇU, PARANÁ, 91/ 92.

    Var i ável RBBV- I TAI PU PN- I GUAÇU Val or p

    Peso médi o, em gr amas

    4 . 247

    a

    4 . 664

    a 0, 113

    I ncr ement o em peso, em gramas 50 a 70 a 0, 338

    Compr i ment o do TE, em cm

    2,

     94

    a

    4

     ,

     16

    b

    0,

     030

    I ncr ement o em compr i m TE, em cm - 0,  08 a - 0,  05 a 0,  944

    Di âmet r o do TE, em cm 0, 81 a 0, 83 a

    0,

     975

    I nc rement o em di âm TE, em cm

    - 0,

     02

    a

    0,

     03 b

    0,

     000

    Vol ume do TE, em cm̂ 1, 76 a

    2

     ,

     51

    a

    0,

     246

    I ncr ement o em Vol ume TE, em cm̂

    - 0,

     09 a

    0,

     09 b

    0,

     029

    Va l oração das Cores TE, em uni d. 2

     ,

     55 a

    1,

     99 b

    0,

     016

    Obser vação: As médi as segui das da mesma l et r a não di f erem si gni f i cat i va-

    ment e ao ní vel de 5% de pr obabi l i dade.

    LEGENDA: RBBV- I TAI PU = Reser va Bi o l ógi ca Bel a Vi st a

    PN- I GUAÇU = Par que Naci onal do I guaçu

    TE = Tubo de Ent r ada.

    4.2 ANÁLIS E DAS VARIAÇÕE S SAZONAIS

    Os dados mé di o s me ns a i s f or am ut i l i z a do s pa r a a nal i s ar

    as f l ut uaç ões s az onai s oc or r i das c om as col oni as de j at ai .

    4. 2. 1 VARI ÁVEI S REFERENTES ÀS COLMEI AS

    As va r i áve i s r ef e rent es às col mei as , como o peso , i nc re -

    ment o em peso e r eser vas de me l e pól en ( Tabel a 3) , mos t r am um

    padr ão de compor t ament o sazonal car act er í s t i co e semel hant e

    par a os do i s l ocai s , apesa r d e pequena di f e r ença nos úl t i mos

    meses ( F i gur as 6, 7, 8 e 9) .

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    TABELA 3 - DADOS MÉDI OS MENSAI S ( PESO, I NCREMENTO EM PESO, RE-

    SERVA DE MEL E RESERVA DE PÓLEN) REFERENTES ÀS COL-

    MEI AS DE J ATAÍ ( Tetragonisca angustula angustula  La-

    t r ei l l e) LOCALI ZADAS EM DUAS FL ORESTAS ESTACI ONAI S

    SEMI DECI DUAI S, MUNI CÍ PI O DE FOZ DO I GUAÇU, PARANÁ,

    91/ 92. OBS. : OS DADOS DAS RESERVAS DE MEL E PÓLEN

    REFEREM- SE A ' UMA COLMEI A EM CADA L OCAL.

    Tr at ament o I - I t ai pu

    - Re f úgi o E i ol ôgi co

    de Bel a Vi s t a - L i mei r a

    1991

    1992

    Mês

    Fev . Mar . Abr .

    Mai  . J un. J ul . Ago.

    Set . Out .

    Nov. Dez

     .

    J a n .

    Fev. Méd.

    P . m

    4056 4010 4239 4288

    4174 4176

    4061 4103 4101 4381 4645 4668 4820

    •*•

    4247

    I n c .

    P-

    - 46

    229

    49 - 114 2 - 115 42 - 2

    281

    264

    - 33

    - 50

    50*

    Res .

    mel 94 165

    101

    82 98

    70

    82

    75

    190 168

    165 140

    119

    Res .

    pól en 4

    7

    24 21 12 7

    13

    12

    27

    38 44

    20

    19

    Tra t ament o I I - Par que : ac i onal do I guaçu - Cam nho de Poço P re to

    1991

    1992

    Mês

    Fev .

    Mar .

    Abr .

    Mai .

    J u n .

    J ul . Ago. Set . Out .

    Nov. Dez.

    J an. Fev. Méd.

    P. m 4297 4264 4519

    4683 4649

    4541 4424

    4535 4562 4756 5435 5418

    5479

    4664*

    I n c .

    P-

    - 33

    255 164 - 34

    - 108

    - 117

    111 27 194 679

    - 17

    61

    98,  5*

    Res .

    mel 166

    212 164

    130 143

    116

    114

    133 170

    337

    283 255

    185

    Res .

    pó l en

    9

    15

    56

    57

    15

    28

    30 55 43

    52

    95

    85

    45

    Médi a ponder ada das médi as parc i a i s .

    LEGENDA:

    P. m = Peso médi o de 10 col mei as, em gramas.

    I nc. p. = I ncr ement o médi o em peso de 10 col mei as, em gramas.

    Res. mel = Reser va de mel , em pot es, de uma col mei a em cada l ocal .

    Res . pó l en = Reser va de pó l en, em pot es , de uma co l mei a em cada l oca l .

    As var i ações do peso médi o das co l me i as f o r am semel han-

    t es at é o mês de novembr o, a par t i r de quando se obser va um au-

    ment o do peso médi o das c o l mei as no PN- I guaçu. Nest e per í odo,

    porém ocor r eu r oubo de quat r o das co l me i as l ocal i zadas no PN-

    I guaçu, das quai s uma poss uí a peso aci ma da médi a e t r ês

    abai xo, o que pode t er cont r i buí do par a e l evar a médi a no mês

    segui nt e ( Anexo 1, Tabel a Al . l ) . Compar ando- se o peso médi o de

    t odas as col mei as em novembr o c om o peso médi o das mesmas col -

    me i as , mas exc l u i ndo - se o va l o r das r oubadas , obser va - se que a

    médi a se e l evar i a em 233 g. J á a d i f e r ença ent r e as médi as dos

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    meses de novembr o e j ane i r o é de 680 g, i s t o é, quase t r ês ve-

    zes ma i o r . A pa r t i r de dezembr o oco r r e ram out r os r oubos , agor a

    na RBBV- I t ai pu, o que di f i cul t a ai nda ma i s a aná l i s e dos dados

    dest es úl t i mos meses . A r eser vas de mel e pól en, embor a só re-

    f e r ent es a uma co l me i a em cada l oca l , t ambém most r a r am aument o

    nest a época ( F i gur as 8 e  9) ,   i ndi cando que nes t e per í odo as

    f l or adas po de m t er s i do ma i s i nt ens as no PN- I guaç u. Por ém es t a

    di f er ença não f oi su f i c i ent e pa r a a f e t a r o s dados médi os

    anuai s , que não mo s t r a r a m di f er enç as s i gni f i c at i v as par a o pes o

    e i nc r ement o em peso ( Tabel a 2) .

    FI GURA 6 - PESO MÉDI O MENSAL DAS COLMEI AS DA ABEL HA J ATAÍ

      Te-

    tragonisca angustula angustula  L at r ei l l e) L OCAL I ZA-

    DAS EM DUAS FLORESTAS ESTACI ONAI S SEMI DECI DUAI S, MU-

    NI CÍ PI O DE FOZ DO I GUAÇU, PARANÁ, 91/ 92.

    5600

    5300 ..

    5000 ..

    Peso (gramas) 4700

    4400 ..

    4100

    3800

    Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

    Meses

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    FI GURA 7 - I NCREMENTO MÉDI O MENSAL EM PESO DAS COLMEI AS DA ABE-

    LHA J ATAÍ ( Tetragonisca angustula angustula  La-

    t r ei l l e) LOCALI ZADAS EM DUAS FL ORESTAS ESTACI ONAI S

    SEMI DECI DUAI S, MUNI CÍ PI O DE FOZ DO I GUAÇU, PARANA,

    91/ 92.

    Incremento em

    peso (gramaB) --

    FI GURA 8 - RESERVA DE MEL DAS COLMEI AS DA ABEL HA J ATAÍ ( Tetra-

    gonisca angustula angustula  L at r e i l l e ) L OCAL I ZADAS

    EM DUAS FLORESTAS ESTACI ONAI S SEMI DECI DUAI S, MUNI CÍ -

    PI O DE FOZ DO I GUAÇU, PARANÁ, 91/ 92. OBS: VALORES

    REFERENTES A APENAS UMA COLMEI A EM CADA L OCAL.

    350 _

    300 ..

    250 ..

    Reserva de mel

    (potes)

    2 0 0 . .

    150 ..

    100 ..

    Fev Mar Abr Mai Jun

    Jul Ago Set

    Meses

    Out Nov Dez Jan Fev

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