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7/26/2019 Feijo Carioca Precoce
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE CINCIAS AGRONMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
NVEIS DE FSFORO E POCAS DE SEMEADURA NA EXTRAO
DE NUTRIENTES DO CULTIVAR DE FEIJO CARIOCA PRECOCE
EDISON ULISSES RAMOS JUNIOR
Tese apresentada Faculdade de CinciasAgronmicas da UNESP Campus deBotucatu, para obteno do ttulo deDoutor em Agronomia (Agricultura).
BOTUCATU - SP
Abril - 2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE CINCIAS AGRONMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
NVEIS DE FSFORO E POCAS DE SEMEADURA NA EXTRAO
DE NUTRIENTES DO CULTIVAR DE FEIJO CARIOCA PRECOCE
EDISON ULISSES RAMOS JUNIOR
Orientador: Prof. Dr. Dirceu Maximino Fernandes
Co -Orientador: Prof. Dr. Joo Nakagawa
Tese apresentada Faculdade de CinciasAgronmicas da Unesp - Campus deBotucatu, para obteno do ttulo de Doutorem Agronomia (Agricultura).
BOTUCATU - SP
Abril 2006
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III
Ao meu pai,
Edison Ulisses Ramos
minha me,
Cleuzeni Bevilaqua Ramos
s minhas irms,
Edeli Ramos
Edna Ramos Gomes Teixeira
Eliana K. Ramos Antiqueira
Eliete Ramos
minha noiva,
Carolina A. de Souza Queiroz
Aos meus sobrinhos
Ana Beatriz Ramos Antiqueira
Artur Ramos Gomes Teixeira
DEDICO.
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IV
AGRADECIMENTOS
- Ao Prof. Dr. Dirceu Maximino Fernandes, pelo grande incentivo, pela confiana emmim demonstrada, pela compreenso e pelo profissionalismo, sabendo como ningum
desempenhar a funo de professor e orientador com carter, tica e honestidade.
- Ao Prof. Dr. Joo Nakagawa, pelo exemplo que perante a FCA, pela paciente e
segura orientao, pelo grande incentivo na realizao do trabalho e pelos
ensinamentos passados desde o perodo de graduao. Tambm pelo carter,
profissionalismo e pela forma com que lida com o prximo.
- Ao amigo Claudemir Zucareli, pela inestimvel ajuda desde o incio da ps-graduao,
por todas as dificuldades superadas, pela pacincia e por todos os anos de excelente
convivncia em Botucatu.
- Aos funcionrios de campo do Departamento de Produo Vegetal/ Agricultura, pela
amizade e grande ajuda durante as condues dos trabalhos.
- Carolina A. de Souza Queiroz, por ter chegado aonde cheguei, por tudo que para
mim e por toda ajuda, compreenso, carinho e dedicao.
- Aos amigos Dcio e Ana Paula Olibone, Luis Antonio e Mnica de Mendona Costa,
Adilson e Glucia Pell, Laerte Marques da Silva, Jos Carlos Feltran, EdwinCamacho Palomino, Andr de Moraes Costa e Juliane Dossi Salum pela grande ajuda e
por todos os momentos felizes que passamos juntos.
- funcionria Valria Retameiro Giandoni, pela tima convivncia no Laboratrio de
Sementes, pela boa vontade em ajudar e pela grande amizade.
- Aos funcionrios Alana, Vera, Cirinho, Dorival, D. J, Maurlio, Rubens, por toda
ajuda e pela amizade.
- A todos os colegas de curso que tanto me incentivaram durante todo o trabalho.
- Ao CNPq pelo apoio financeiro.
- A todos que direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste trabalho.
- Aos funcionrios da seo de ps-graduao, pela ajuda e amizade.
- Aos funcionrios da biblioteca, pelo incentivo e grande ajuda, nos mais de 11 anos na
FCA.
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V
SUMRIO
Pgina
LISTA DE TABELAS.................................................................................................... VIIILISTA DE FIGURAS .................................................................................................... XIII
1 RESUMO..................................................................................................................... 1
2 SUMMARY................................................................................................................. 3
3 INTRODUO........................................................................................................... 5
4 REVISO BIBLIOGRFICA................................................................................... 8
4.1 Importncia socioeconmica do feijoeiro................................................................ 8
4.2 Aspectos agronmicos do feijoeiro comum.............................................................. 9
4.3 Aspectos gerais sobre o crescimento do feijoeiro..................................................... 11
4.4 O fsforo no solo e na planta.................................................................................... 14
4.5 Absoro de nutrientes pelo feijoeiro....................................................................... 17
5 MATERIAL E MTODOS......................................................................................... 24
5.1 Localizao do experimento..................................................................................... 24
5.2 Clima......................................................................................................................... 24
5.3 Caracterizao do solo.............................................................................................. 26
5.4 Calagem, preparo do solo e adubao de semeadura................................................ 27
5.5 Caractersticas do cultivar de feijo.......................................................................... 27
5.6 Delineamento experimental...................................................................................... 28
5.7 Tratamento de sementes e semeadura....................................................................... 28
5.8 Controle de plantas daninhas................................................................................... 28
5.9 Controle fitossanitrio............................................................................................... 29
5.10 Adubaes de cobertura.......................................................................................... 29
5.11 Irrigao.................................................................................................................. 295.12 Coleta de plantas e preparo do material para anlise.............................................. 29
5.13 Caractersticas fitomtricas, componentes da produo e produtividade............... 31
5.13.1 Florescimento pleno............................................................................................. 31
5.13.2 Ciclo..................................................................................................................... 31
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VI
5.13.3 Altura da insero da primeira vagem................................................................. 32
5.13.4 Comprimento das vagens..................................................................................... 32
5.13.5 Nmero de vagens por planta............................................................................... 32
5.13.6 Nmero de gros por vagem................................................................................ 325.13.7 Massa de 100 gros.............................................................................................. 32
5.13.8 Teor de gua......................................................................................................... 33
5.13.9 Produtividade de gros......................................................................................... 33
5.14 Determinaes analticas....................................................................................... 33
5.15. Anlise estatstica.................................................................................................. 34
6RESULTADOS E DISCUSSO................................................................................. 35
6.1 Perodo da seca...................................................................................................... 35
6.1.1 Aspectos climticos durante o experimento.......................................................... 35
6.1.2 Acmulo de massa de material seco...................................................................... 36
6.1.3 Acmulo e exportao de nutrientes...................................................................... 37
6.1.3.1 Acmulo total de nutrientes nas folhas............................................................... 37
6.1.3.2 Acmulo total de nutrientes no caule.................................................................. 45
6.1.3.3 Acmulo total de nutrientes nas valvas............................................................... 54
6.1.3.4 Acmulo total de nutrientes nos gros................................................................ 57
6.1.3.5 Acmulo total de nutrientes, na parte area da planta, por poca de avaliao.. 59
6.1.3.6 Contribuio percentual dos nutrientes de cada parte da planta, em
decorrncia de doses de fsforo e da poca de avaliao.................................
66
6.1.3.7. Caractersticas fitomtricas, componentes da produo e produtividade.......... 74
6.2 Perodo das guas.................................................................................................. 76
6.2.1 Aspectos climticos durante o experimento........................................................... 76
6.2.2 Acmulo de massa de material seco...................................................................... 76
6.2.3 Acmulo e exportao de nutrientes...................................................................... 786.2.3.1 Acmulo total de nutrientes nas folhas............................................................... 78
6.2.3.2 Acmulo total de nutrientes no caule.................................................................. 88
6.2.3.3 Acmulo total de nutrientes nas valvas............................................................... 98
6.2.3.4 Acmulo total de nutrientes nos gros................................................................ 102
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VII
6.2.3.5 Acmulo total de nutrientes na parte area da planta por poca de avaliao.... 106
6.2.3.6 Contribuio percentual dos nutrientes em cada parte da planta, em
decorrncia de doses de fsforo e da poca de avaliao.................................
112
6.2.3.7 Caractersticas fitomtricas, componentes da produo e produtividade........... 1206.3 Consideraes finais.................................................................................................. 122
7 CONCLUSES............................................................................................................ 124
8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS. 125
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VIII
Tabela
LISTA DE TABELASPgina
1 Escala fenolgica referente ao feijoeiro comum (Gepts & Fernndez, 1982;
Dourado Neto & Fancelli, 2000)........................................................................ 112 Resultados da anlise qumica do solo da rea experimental. Fazenda
Experimental Lageado (SP). poca da seca, 2003.........................................
26
3 Resultados da anlise qumica do solo da rea experimental. Fazenda
Experimental Lageado (SP). poca das guas, 2003......................................
26
4 Quantidade de fsforo (kg de P2O5 ha-1) aplicada via solo em razo dos
tratamentos..........................................................................................................
27
5 Observaes cronolgicas de fenologia durante o ciclo de desenvolvimento
do feijoeiro cv. Carioca Precoce semeado no perodo da seca........................
30
6 Observaes cronolgicas da fenologia durante o ciclo de desenvolvimento
do feijoeiro cv. Carioca Precoce semeado no perodo das guas....................
31
7 Causas da variao e graus de liberdade para as determinaes analticas........ 34
8 Causas da variao e graus de liberdade para as caractersticas fitomtricas,
componentes da produo e produtividade.........................................................
34
9 Quantidade acumulada de nutrientes nas folhas do feijoeiro cv. Carioca
Precoce em decorrncia de doses de fsforo e pocas de avaliao. Perodo
da seca , Botucatu-SP, 2003............................................................................
38
10 Regresses polinomiais das quantidades de cobre acumuladas nas folhas do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.............
39
11 Regresses polinomiais das quantidades de potssio acumuladas nas folhas
do feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003........
40
12 Regresses polinomiais das quantidades de cobre acumuladas nas folhas do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.............
4113 Quantidade acumulada de nutrientes no caule do feijoeiro cv. Carioca
Precoce em funo de doses de fsforo, aplicado via solo, e pocas de avaliao.
Perodo da seca, Botucatu-SP, 2003...............................................................................
47
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IX
14 Regresses polinomiais das quantidades de nitrognio acumuladas no caule
do feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003........
49
15 Regresses polinomiais das quantidades de fsforo acumuladas no caule do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.............
5116 Regresses polinomiais das quantidades de potssio acumuladas no caule do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.............
52
17 Regresses polinomiais das quantidades de enxofre acumuladas no caule do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.............
53
18 Regresses polinomiais das quantidades de cobre acumuladas no caule do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.............
54
19 Regresses polinomiais das quantidades de mangans acumuladas no caule do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.................. 55
20 Quantidade acumulada de nutrientes nas valvas do feijoeiro cv. Carioca
Precoce em decorrncia de doses de fsforo e pocas de avaliao. Perodo da
seca, Botucatu-SP, no ano de 2003.......................................................................
57
21 Quantidade acumulada de nutrientes nos gros do feijoeiro cv. Carioca Precoce
em decorrncia de doses de fsforo. Perodo da seca, Botucatu-SP, 2003...........
60
22 Quantidade total acumulada de nutrientes na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce aos 10 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
da seca, Botucatu-SP, 2003.............................................................................
63
23 Quantidade total de nutrientes acumulada na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce aos 25 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
da seca, Botucatu-SP, 2003.............................................................................
64
24 Quantidade total de nutrientes acumulada na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce aos 40 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
da seca, Botucatu-SP, 2003.............................................................................
6525 Quantidade total de nutrientes acumulada na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce aos 55 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
da seca, Botucatu-SP, 2003.............................................................................
66
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X
26 Quantidade total de nutrientes acumulada na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce aos 70 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
da seca, Botucatu-SP, 2003.............................................................................
67
27 Contribuio percentual do nitrognio em cada parte da planta, em decorrnciade doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003................
69
28 Contribuio percentual do fsforo em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....................
70
29 Contribuio percentual do potssio em cada parte da planta, em decorrncia
de doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003................
70
30 Contribuio percentual do clcio em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....................
70
31 Contribuio percentual do magnsio em cada parte da planta, em decorrncia
de doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003................
71
32 Contribuio percentual do enxofre em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....................
71
33 Contribuio percentual do cobre em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....................
71
34 Contribuio percentual do ferro em cada parte da planta em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....................
72
35 Contribuio percentual do mangans em cada parte da planta em decorrncia
de doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003................
72
36 Contribuio percentual do zinco em cada parte da planta em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....................
72
37 Componentes da produo e produtividade do feijoeiro cv. Carioca Precoce,
em decorrncia de doses de fsforo aplicado via solo. Perodo da seca,
Botucatu-SP, 2003..................................................................................................
7738 Quantidade acumulada de nutrientes nas folhas do feijoeiro cv. Carioca
Precoce, em decorrncia de doses de fsforo e pocas de avaliao. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 81
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XI
39 Regresses polinomiais das quantidades de enxofre acumuladas nas folhas do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003............
86
40 Regresses polinomiais das quantidades de cobre acumuladas nas folhas do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003.........
8741 Regresses polinomiais das quantidades de zinco acumuladas nas folhas do
feijoeiro cv. Carioca Precoce. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003.........
89
42 Quantidade acumulada de nutrientes no caule do feijoeiro cv. Carioca
Precoce, em decorrncia de doses de fsforo e pocas de avaliao. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 90
43 Quantidade acumulada de nutrientes nas valvas do feijoeiro cv. Carioca
Precoce, em decorrncia de doses de fsforo e pocas de avaliao. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 95
44 Quantidade acumulada de nutrientes nos gros do feijoeiro cv. Carioca Precoce,
em decorrncia de doses de fsforo. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003..........
98
45 Quantidade total acumulada de nutrientes na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce, aos 10 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 102
46 Quantidade total acumulada de nutrientes na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce, aos 25 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 103
47 Quantidade total acumulada de nutrientes na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce, aos 40 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 104
48 Quantidade total acumulada de nutrientes na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce, aos 55 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 10549 Quantidade total acumulada de nutrientes na parte area do feijoeiro cv.
Carioca Precoce, aos 70 DAE, em decorrncia de doses de fsforo. Perodo
das guas, Botucatu-SP, 2003......................................................................... 106
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XII
50 Contribuio percentual do nitrognio, em cada parte da planta, em decorrncia
de doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003..................
108
51 Contribuio percentual do fsforo, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
10855 Contribuio percentual do potssio, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
108
56 Contribuio percentual do clcio, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
109
54 Contribuio percentual do magnsio, em cada parte da planta, em decorrncia
de doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003..................
109
55 Contribuio percentual do enxofre, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
109
56 Contribuio percentual do cobre, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
110
57 Contribuio percentual do ferro, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
110
58 Contribuio percentual do mangans, em cada parte da planta, em decorrncia
de doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003..................
110
59 Contribuio percentual do zinco, em cada parte da planta, em decorrncia de
doses de fsforo e pocas. Perodo das guas, Botucatu-SP, 2003.......................
111
60 Componentes da produo e produtividade do feijoeiro cv. Carioca Precoce,
em decorrncia de doses de fsforo aplicada via solo. Perodo das guas,
Botucatu-SP, 2003..............................................................................................
116
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XIII
LISTA DE FIGURAS
Figura Pgina
1 Precipitao pluvial (mm), temperaturas, mnima, mdia e mxima (C)
e estdios fenolgicos ocorridos durante o cultivo do feijoeiro cv CariocaPrecoce, no perodo da seca, em Botucatu-SP, no ano de 2003.............. 25
2 Precipitao pluvial (mm), temperaturas, mnima, mdia e mxima (C)
e estdios fenolgicos ocorridos durante o cultivo do feijoeiro cv Carioca
Precoce, no perodo das guas em Botucatu-SP, no ano de 2003........... 25
3 Massa de material seco acumulado na parte area do feijoeiro cv. Carioca
Precoce, durante o ciclo da cultura, em decorrncia de doses de fsforo
aplicado via solo no perodo da seca em Botucatu SP, no ano de 2003.... 36
4 Desdobramento da interao doses de fsforo por pocas de avaliao para
o nitrognio nas folhas do feijoeiro cv Carioca Precoce. Perodo da seca,
Botucatu SP, 2003........................................................................................... 37
5 Desdobramento da interao doses de fsforo por pocas de avaliao para
o potssio nas folhas do feijoeiro cv Carioca Precoce. Perodo da seca,
Botucatu SP, 2003........................................................................................... 39
6 Interao doses de fsforo por pocas de avaliao para o cobre, nas
folhas, do feijoeiro cv Carioca Precoce. Perodo da seca, Botucatu
SP, 2003...................................................................................................... 40
7 Quantidades de macronutrientes acumuladas nas folhas do feijoeiro cv.
Carioca Precoce, ao longo do ciclo da cultura, em decorrncia de doses
de fsforo aplicado via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003....... 43
8 Quantidades de ferro, mangans e zinco acumuladas nas folhas do
feijoeiro cv Carioca Precoce, ao longo do ciclo, em decorrncia de doses
de fsforo aplicado via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003....... 449 Quantidades de clcio, magnsio, ferro e zinco acumuladas no caule do
feijoeiro cv Carioca Precoce, ao longo do ciclo, em funo de doses de
fsforo aplicado via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003............ 48
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XIV
10 Nitrognio no caule dentro de cada dose de fsforo e poca avaliada para
o feijoeiro cv Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo
aplicadas via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003....................... 49
11 Fsforo no caule dentro de cada dose de fsforo e poca avaliada para ofeijoeiro cv Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo
aplicadas via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003....................... 50
12 Potssio no caule dentro de cada dose de fsforo e poca avaliada para o
feijoeiro cv Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo
aplicadas via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003....................... 51
13 Quantidade de enxofre acumulada no caule, dentro de cada poca e dose
avaliada para o feijoeiro cv. Carioca Precoce, em decorrncia de doses
de fsforo aplicadas via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003.....52
14 Quantidade de cobre acumulada no caule dentro de cada poca e dose
avaliada para o feijoeiro cv. Carioca Precoce, em decorrncia de doses
de fsforo aplicadas via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003..... 54
15 Quantidade de mangans acumulada no caule, dentro de cada poca e
dose avaliada para o feijoeiro cv. Carioca Precoce em decorrncia de
doses de fsforo aplicadas via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003. 55
16 Quantidades de cobre e mangans acumuladas nas valvas do feijoeiro cv
Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo aplicado via solo.
poca da seca, Botucatu SP, 2003........................................................ 58
17 Quantidade de nitrognio, fsforo e potssio acumulada nos gros do
cultivar Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo aplicado via
solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003................................................... 59
18 Quantidade acumulada de magnsio, enxofre, cobre, ferro, mangans e
zinco nos gros do cultivar Carioca Precoce, em decorrncia de doses defsforo aplicado via solo. Perodo da seca, Botucatu SP, 2003................. 62
19 Massa de material seco na parte area do feijoeiro cv. Carioca Precoce,
durante o ciclo da cultura, em decorrncia de doses de fsforo aplicado via
solo. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003.................................................. 79
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17/152
XV
20 Quantidade de nitrognio, fsforo, potssio e magnsio acumulada nas
folhas do feijoeiro cv. Carioca Precoce, em decorrncia de doses de
fsforo aplicado via solo. Perodo das guas, Botucatu - SP, 2003........ 82
21 Quantidade de nitrognio, fsforo, potssio, clcio, magnsio emangans acumulada nas folhas do feijoeiro cv. Carioca Precoce, ao
longo do ciclo da cultura, em decorrncia de doses de fsforo aplicado
via solo. Perodo das guas. Botucatu SP, 2003................................... 84
22 Enxofre dentro de cada poca e de cada dose avaliada para o feijoeiro cv.
Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo aplicadas via solo.
Perodo das guas, Botucatu SP, 2003................................................. 86
23 Cobre dentro de cada poca e de cada dose avaliada para o feijoeiro cv.
Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo aplicadas via solo.
Perodo das guas, Botucatu SP, 2003................................................. 87
24 Zinco dentro de cada poca e de cada dose avaliada para o feijoeiro cv.
Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo aplicadas via solo.
Perodo das guas, Botucatu SP, 2003................................................. 88
25 Quantidade de nitrognio, fsforo, potssio, clcio, magnsio, enxofre,
ferro e mangans acumulada no caule do feijoeiro cv Carioca Precoce,
em decorrncia de doses de fsforo aplicado via solo. Perodo das
guas, Botucatu SP, 2003....................................................................... 92
26 Quantidade de zinco acumulada no caule do feijoeiro cv Carioca
Precoce, ao longo do ciclo, em decorrncia de doses de fsforo aplicado
via solo. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003...................................93
27 Quantidades de potssio, clcio e cobre acumuladas nas valvas do
feijoeiro cv Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo
aplicado via solo. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003..................... 9628 Quantidades de nitrognio, fsforo, potssio, magnsio e enxofre
acumuladas nos gros do cultivar Carioca Precoce, em decorrncia de
doses de fsforo aplicado via solo. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003. 99
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XVI
29 Quantidades de cobre, ferro, mangans e zinco acumuladas nos gros do
cultivar Carioca Precoce, em decorrncia de doses de fsforo aplicado via
solo. Perodo das guas, Botucatu SP, 2003............................................... 100
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1 RESUMO
O feijo um produto agrcola de grande valor social para o Brasil,
superando at mesmo o econmico, visto que alimento tipicamente brasileiro, largamente
utilizado como fonte de energia e protena por todas as camadas da populao. Cultivares
precoces so de grande importncia para o produtor, por diminurem o tempo entre a
semeadura e a colheita dos gros, aumentando as possibilidades de sucesso na semeadura de
mais de uma colheita no sistema de rotao no perodo chuvoso. Apesar disso, no se tem
dado ateno suficiente a esses materiais, tendo-se pouqussimos estudos a respeito. Portanto,
o objetivo do trabalho foi estudar o acmulo de nutrientes no decorrer do desenvolvimento das
plantas de feijoeiro cv. Carioca Precoce, sob seis doses de adubao fosfatada, seus efeitos nos
componentes de produo e produtividade. Os experimentos foram conduzidos em condies
de campo na rea experimental da Faculdade de Cincias Agronmicas do Campus de
Botucatu - UNESP, em solo classificado como Terra Roxa Estruturada, sendo atualmente
denominado de NITOSSOLO VERMELHO Distrofrrico, textura argilosa. As adubaes
foram feitas manualmente nos sulcos de semeadura em seis doses: 0, 30, 60, 90, 120 e 150 kgha-1de P2O5. A parte area das plantas foi coletada aos 10 (V2), 25 (V3/V4), 40 (R5), 55 (R7)
e 70 (R8/R9) dias aps emergncia das plntulas. Para realizao das extraes de nutrientes,
separaram-se as plantas em folhas, caules, valvas e gros. Na colheita, plantas foram coletadas
para avaliao dos componentes de produo e produtividade. Utilizou-se esquema fatorial 6 x
5, ou seja, seis doses de fsforo e 5 pocas de amostragem, num delineamento em blocos
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casualizados, com 5 repeties. Os cultivos realizados nos perodos das guas e da seca
proporcionaram quantidades semelhantes de matria seca na parte area, tendo sido obtido no
perodo da seca a maior produtividade de gros. O comportamento do cultivar Carioca
Precoce seguiu as doses de fsforo aplicado no sulco de semeadura para a maioria dosnutrientes, em ambos perodos de cultivo, aumentando a quantidade de nutrientes acumulada
na parte area. A seqncia quantitativa de acmulo de nutrientes nas plantas (folha + caule +
valva + semente), avaliadas em R8/R9 em ambos perodos de cultivo, foi: N > Ca > K > Mg >
P > S > Fe > Mn > Zn > Cu. O acmulo de nutrientes pelos gros no perodo da seca foi: N
> K > Ca > P > Mg > S > Zn > Mn > Fe > Cu. No perodo das guas, a seqncia dos
macronutrientes foi semelhante a do perodo da seca, modificando a seqncia dos
micronutrientes, sendo: Fe > Zn > Mn > Cu.
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EXTRACTIONS OF NUTRIENTS AND BEHAVIOR OF COMMON BEAN
CULTIVAR CARIOCA PRECOCE IN FUNCTION OF LEVELS OF
PHOSPHORUS AND PERIODS OF SOWING. Botucatu, 2006. 141 p. Tese
(Doutorado em Agronomia/Agricultura) Faculdade de Cincias Agronmicas,Universidade Estadual Paulista.
Author: EDISON ULISSES RAMOS JUNIOR
Adviser: DIRCEU MAXIMINO FERNANDES
Co-Adviser: JOO NAKAGAWA
2 SUMMARY
Common beans is an agricultural product of great social value for
Brazil, also surpassing the economic one, since it is typically Brazilian food, wide used as
source of energy and protein for all the layers of the population. Precocious cultivars presents
great importance for the producer for diminishing the time between sowing and harvesting,
increasing the success possibilities of sowing of more than one crop at rainy period. Despite
this, it has not given enough attention to these materials, existing nowadays, a few studies
about it. Therefore, the objective of the work was to study the accumulation of nutrients
during the development of the common beans plants cv. Carioca Precoce, under six doses of
phosphorus fertilization, and the effect of the doses at the yield components and productivity,
cultivated at two periods of sowing. The experiments had been lead at field conditions in the
experimental area of Agronomics Sciences College of Botucatu - UNESP, in soil classified
currently as NITOSSOLO VERMELHO Distrofrrico, argillaceous texture. The
fertilizations had been made manually in the row of sowing at six doses: 0, 30, 60, 90, 120 and
150 kg P2O5ha-1
. The top of the plants had been collected at 10 (V2), 25 (V3/V4), 40 (R5), 55(R7) and 70 (R8/R9) days after emergency of the seedlings. For the extractions of nutrients,
the plants were separated in leaves, stems, valves and grains. In the harvest, plants had been
collected for evaluation of the yield components and productivity. It was used the factorial
project 6 x 5, being, 6 doses of phosphorus and 5 times of sampling, at a randomized block
outline, with 5 replications. The crops were carried through at "water" and "dry season had
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provided similar amounts of dry substance in the top, and at dry season", it had been gotten
the biggest productivity of grains. The behavior of Carioca Precoce followed the doses of
phosphorus applied in the row of sowing for the majority of the nutrients, in both periods of
cropping, increasing the amount of nutrients accumulated in the aerial part. The quantitativesequence of accumulation of nutrients in the plants (leaf + stem + valve + seed), evaluated in
R8/R9 in both periods of cropping, was: N > Ca > K > Mg > P > S > Fe > Mn > Zn > Cu. The
accumulation of nutrients for the grains at dry season was: N > K > Ca > P > Mg > S > Zn >
Mn > Fe > Cu. At "water season", the sequence of the macronutrients was similar to the "dry
season, modifying the sequence of the micronutrients, being: Fe > Zn > Mn > Cu.
________________________
Keywords: Phaseolus vulgaris L., mineral nutrition, phosphorus, yield components,
productivity.
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3 INTRODUO
O Brasil o maior produtor e consumidor mundial de feijo comum
(Phaseolus vulgarisL.), produzindo entre 2,7 e 3,2 milhes de toneladas em rea que varia
entre 2,7 e 4,2 milhes de hectares (COSTA & PINHEIRO, 2005, ZUPPI et al., 2005,
HETZEL, 2006). A produo nacional suficiente para o abastecimento interno desse
produto, componente tradicional da dieta bsica da populao brasileira, cujo consumo per
capitaatual estimado entre 11,0 (COSTA & PINHEIRO, 2005) e 12,8 kg ao ano (DURO,
2005). Apesar do expressivo declnio de consumo, o feijo detm um importante papel na
segurana alimentar do pas, representando cerca de 3% do PIB agrcola (COSTA &
PINHEIRO, 2005).
O feijo consumido pelos brasileiros em todas as camadas sociais. A
combinao de feijo e arroz no prato principal forma uma boa relao do ponto de vista
nutricional, como fonte de protena de boa qualidade, fibra e carboidrato (EMBRAPA, 1981,
SGARBIERI, 1987; BASSINELO et al., 2005; CORRA et al., 2005).
O feijoeiro comum cultivado em trs safras por ano: a das guas,
da seca e de inverno, em todos os Estados da Federao, em um expressivo nmero deestabelecimentos, sob diferentes estratos de propriedade e variados sistemas de produo. A
grande amplitude dos fatores edafoclimticos e socioeconmicos resulta em grande variao
do nvel tecnolgico e explica a baixa produtividade mdia da cultura (BULISANI, 1994;
YOKOYAMA et al., 1996; COSTA & Pinheiro, 2005).
Na dcada de 60, pelo cultivo em sua grande maioria, em consrcio
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com outras culturas ou em reas recm introduzidas para a produo de gros, era tratado
como atividade econmica secundria, tendo despertado reduzido interesse pela melhoria da
produo, tanto por parte dos agricultores em obter elevadas produtividades, quanto pelos
pesquisadores em promover estudos detalhados sobre as caractersticas da planta, visandoconhecer as possibilidades produtivas da espcie.
Com o forte aumento da demanda causado pelo xodo rural, nos anos
70,bem como a concentrao da populao em zonas urbanas e a mudana nas tcnicas de
produo de outras espcies vegetais, o emprego de culturas em consrcio tornou-se invivel
para grande parte dos produtores. Incrementou-se assim, de forma mais decisiva, a explorao
do feijoeiro como cultura principal, principalmente em reas com caractersticas climticas
mais favorveis a essa leguminosa, intensificando-se tambm os estudos visando um melhor
conhecimento da planta.
O avano nas tcnicas de cultivo e mudanas das caractersticas dos
produtores, passando de cultivo de subsistncia para produo economicamente rentvel
realmente tiveram incio na dcada de 80, principalmente com o desenvolvimento do cultivo
no perodo de inverno em regies mais quentes e sem risco de geadas, com necessidade de
irrigao. A expanso do cultivo possibilitou desde a produo, em grande escala, de sementes
com elevado grau de sanidade, at a quebra da predominncia de duas safras anuais,
promovendo um fluxo mais contnuo de feijo recm colhido aos grandes centros
consumidores.
Mais recentemente, com a utilizao de cultivares bem adaptadas,
insero da cultura no sistema plantio direto e utilizao de produtos mais modernos no
controle de pragas e doenas, tm se verificado avanos na produtividade da cultura, mesmo
tendo-se reduzido, neste perodo, boa parte de sua rea de cultivo (HETZEL, 2006).
Cultivares precoces so de grande importncia para o produtor, por
diminurem o tempo entre a semeadura e a colheita dos gros, aumentando as possibilidadesde sucesso na semeadura de mais de uma safra no perodo chuvoso. Apesar disso, no se tem
dado ateno suficiente a esses materiais, tendo-se pouqussimos estudos a respeito.
Pelo fato de o material ser precoce, tem-se a expectativa de uma
velocidade metablica maior em relao de crescimento normal, o que torna a adubao um
fator de maior importncia, desde o incio de desenvolvimento da planta.
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Entre todos os ganhos observados, lacunas tm sido verificadas na
rea de nutrio mineral, existem poucos trabalhos, na literatura, relatando a extrao de
nutrientes pela cultura. Em se tratando de cultivares precoces, essas informaes so ainda
mais escassas.O objetivo do trabalho foi estudar no s o acmulo de nutrientes no
decorrer do desenvolvimento das plantas de feijoeiro cv. Carioca Precoce, sob seis doses de
adubao fosfatada, adicionadas no sulco de semeadura, bem como o efeito destes nas
caractersticas fitomtricas, componentes de produo e produtividade, considerando o cultivo
em duas pocas de semeadura.
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4 REVISO BIBLIOGRFICA
4.1 Importncia socioeconmica do feijoeiro
O feijo comum (Phaseolus vulgaris L.) um alimento bsico
originrio das Amricas, onde seu consumo dirio representa um aporte protico da ordem de
15 a 35% e calrico, de 340 kcal 100g-1. De grande importncia para a dieta da populao
latino-americana, principalmente em razo do seu menor custo, o feijo pode ser consumido
at trs vezes por dia (YOKOYAMA et al., 1996; MORALES-GARZON, 2000).
Apesar de toda a rea destinada ao cultivo do feijo comum na
Amrica Latina, a produo no consegue satisfazer a demanda interna dos principais pases
consumidores. Isto se deve baixa produtividade dos cultivos dessas regies (que oscilam
entre 500 e 700 kg ha-1) e que, por sua vez, esto associados falta de: assistncia tcnica,
crdito e mercado estvel, bem como ao baixo nvel tecnolgico, ocorrncia de problemas
fitossanitrios e ao baixo uso de insumos (MORALES-GARZON, 2000).
O Brasil o maior produtor e consumidor de feijo do mundo,
seguido por ndia, China, Mxico, Estados Unidos e Uganda (ZUPPI et al., 2005). Osreferidos autores indicam que o feijoeiro tem potencial para produzir 6 milhes de toneladas
no Brasil, sem ocorrer significativa expanso da rea cultivada. Isto indica que o rendimento
mdio deve atingir 1.500 kg ha-1. Assim, o aumento do rendimento da cultura do feijoeiro no
Brasil dever ser o principal responsvel pelo aumento de produo (BARROS et al., 2000;
ZUPPI et al., 2005).
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A oferta do feijo extremamente sujeita a variaes determinadas
principalmente pelas condies climticas, que impactam diretamente na produtividade e pela
expectativa do preo entre os produtores, o que traz grandes variaes na rea cultivada. No
entanto, expectativa se deve, basicamente, vontade dos produtores, uma vez que a demandainterna do mercado brasileiro vem se caracterizando por notvel estabilidade. O consumo
brasileiro est, h pelo menos uma dcada, variando entre 2,7 e 3,2 milhes de toneladas
(KIYUNA & ASSUNO, 2001).
Segundo Zuppi et al. (2005), o feijo ocupa 4,2 milhes de ha,
classificando-se em terceiro lugar, superado apenas pela soja e pelo milho. Nesta rea so
produzidos 3,2 milhes de toneladas, com rendimento de 750 kg ha-1, diferentemente dos
dados apresentados por Costa & Pinheiro (2005), que apontam rea de 2,7 milhes de hectares
para uma produo de 2,7 milhes de toneladas.
4.2 Aspectos agronmicos do feijoeiro comum
De acordo com Vasconcelos (1988) e Costa & Pinheiro (2005), o
feijoeiro cultivado em todos os estados da federao, em trs safras por ano. A primeira,
semeada de setembro a novembro e colhida de dezembro a fevereiro, cultivados
principalmente nos Estados do Paran, So Paulo e regio centro-sul do Brasil; a segunda,
semeada de fevereiro a maio e colhida de maio a agosto, cultivada, principalmente pelos
estados da regio nordeste, Minas Gerais, So Paulo e Gois; e finalmente a terceira, semeada
em reas irrigadas, de maio a junho e colhida de agosto a setembro, quando os preos esto em
alta.
Oliveira et al. (1998) relataram que, no Estado de Minas Gerais, o
feijo tradicionalmente semeado em duas pocas: na estao das guas e na estao da
seca. Por problemas causados tanto pelo excesso de chuvas na colheita, no primeiro perodo,como por falta delas no segundo, muitos produtores vm optando pela semeadura na poca de
inverno, tambm conhecida como terceira poca ou de inverno. Como nesse perodo as
chuvas so escassas, a cultura deve obrigatoriamente ser irrigada, prtica esta relativamente
cara, vindo por isso, sempre associada com a utilizao de sementes ao invs de gros,
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fertilizantes e controle mais efetivo de pragas e doenas. A produtividade alcanada com esse
mtodo de cultivo tem variado de 1.500 a 2.500 kg ha-1.
No Estado de So Paulo costuma-se semear a cultura nas trs pocas.
Na primeira delas, ou poca das guas, as produtividades mdias tm sido de 1.557,7 kg ha-1
numa rea total de 76.262 ha em 2004, com cultivos predominando nas regies de Sorocaba,
Campinas e Ribeiro Preto; o cultivo da seca, ou segunda poca, tem apresentado
produtividades mdias em torno de 1.360,8 kg ha-1 em uma rea de 54.784,6 ha; j para o
cultivo de inverno com irrigao, as produtividades mdias obtidas esto em torno de
2.054,3 kg ha-1, numa rea de 31.637,4 h, e nas reas sem irrigao, as produtividades
mdias esto em torno de 1.083,2 kg ha-1, numa rea de 37.543,9 ha, com predomnio de
cultivo nas regies de So Jos do Rio Preto, Barretos, Araatuba e Presidente Prudente
(IEA, 2006).
Entende-se por densidade o nmero de plantas por unidade de rea,
resultado da combinao entre o espaamento entrelinhas e o nmero de plantas por metro. A
populao ideal de plantas de feijoeiro numa lavoura, alm de contribuir diretamente para
maximizar a produtividade, favorece a qualidade do produto obtido. De um modo geral tm
sido recomendados espaamentos de 40 a 60 cm entrelinhas e 10 a 12 plantas por metro,
ficando, pela ocasio da colheita, populao em torno de 240 mil plantas por hectare
(LOLLATO, 2000). Embora a populao de plantas num hectare possa variar com o cultivar,
Karel & Mghogho (1985), estudando o efeito de densidade de plantas de feijoeiro da ordem
100.000 a 400.000 plantas por hectare, relatam que os componentes da produo no diferem
significativamente em relao as densidades estudadas. Outros trabalhos (SILVEIRA et al.,
1990; ARF et al., 1990; DEL PELOSO, 1998) mostram que, em geral, mesmo com grande
variao da densidade, os rendimentos no so significativamente alterados.
O feijoeiro comum pode ser cultivado na maioria dos solos, de
arenosos a argilosos, desde que a disponibilidade e a drenagem de gua seja adequada(FAGERIA et al., 1991). Seu desenvolvimento compreende duas grandes fases, denominadas
de vegetativa e reprodutiva, diferenciadas entre si pela manifestao de diferentes eventos. A
durao das etapas de desenvolvimento do feijoeiro pode ser afetada por alguns fatores, entre
os quais merece especial destaque o gentipo, que determina o hbito de crescimento e a
precocidade das plantas, bem como o clima e as condies de fertilidade do solo
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(DOURADO NETO & FANCELLI, 2000). Em condies normais, o ciclo fenolgico do
feijoeiro comum varia de 70 a 85 dias (FAGERIA et al., 1991). Uma planta de feijo leva de
28 a 42 dias para atingir o florescimento e 60 a 150 dias para a maturidade fisiolgica (HALL
& SCHAWARTZ, 1994). A descrio e a caracterizao dos estdios fenolgicos podem serevidenciadas na Tabela 1. O conhecimento e a facilidade na identificao dos estdios
fenolgicos do feijoeiro comum favorecem o estabelecimento de estratgias efetivas de
manejo, visando obteno de rendimentos satisfatrios e lucrativos (DOURADO NETO &
FANCELLI, 2000).
Tabela 1. Escala fenolgica referente ao feijoeiro comum (Gepts & Fernndez, 1982;Dourado Neto & Fancelli, 2000).
Momento Descrio
Fase vegetativa
V0 Emergncia da plntula
V1 Cotildones ao nvel do solo
V2 Folhas primrias completamente expandidas
V3 Primeira folha trifoliolada completamente expandidas
V4 Terceira folha trifoliolada completamente expandidas
Fase reprodutivaR5 Aparecimento dos primeiros botes florais
R6 Aparecimento da primeira flor aberta
R7 Aparecimento da primeira vagem
R8 Primeiras vagens cheias
R9 Modificao da cor das vagens (ponto de maturidade fisiolgica)
4.3 Aspectos gerais sobre o crescimento do feijoeiro
Gallo & Miyasaka (1961) estudaram a composio qumica do
feijoeiro, cultivar Chumbinho Opaco, em solo com teor de P baixo, sendo os tratamentos: um
com adubao completa, incluindo micronutrientes e calagem e, o outro, mantido sem
adubao. Observaram um crescimento gradual na produo de matria seca, verificando
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maior intensidade no perodo de 53 a 65 dias de idade das plantas, quando elas se
desenvolveram sem adubao. J no solo adubado, o perodo de maior ganho de matria seca
foi antecipado para 33 a 44 dias. Uma redistribuio dos fotossintetizados da ordem de 601 kg
ha-1foi observada no perodo dos 44 aos 65 dias de idade das plantas, translocando das partesvegetativas para as valvas e gros, no tratamento adubado. Constataram ainda que na
maturao h duas vezes mais matria seca que no florescimento.
Haag et al. (1967) observaram que o feijoeiro pouco se desenvolveu
at os 20 dias de idade. A partir do 30 dia, inciou-se um crescimento intenso, atingindo os
valores mximos ao redor do 50 dia de idade. Deste ponto em diante, houve decrscimo na
matria verde em decorrncia da queda das folhas e secamento das plantas. Pela porcentagem
de matria seca na planta em relao verde, observou-se uma relao constante at o 50 dia,
demonstrando um crescimento sensvel a partir desta idade, como resultado da maturao dos
gros. Na maturao, pelas observaes feitas, encontraram o qudruplo de matria seca em
relao poca do florescimento. J Gallo e Miyasaka (1961) encontraram apenas o dobro de
matria seca.
Cobra Netto (1967), estudando o cv. Roxinho apontou crescimento
contnuo da matria seca, em condies de campo, at o 56 dia aps a semeadura, seguido de
ligeira diminuio at o 66, em razo de queda intensa das folhas. Nos dias seguintes, pela
maior produo de vagens, houve novamente um suave aumento da matria seca. Quanto s
partes da planta, as produes de matria seca de caules e folhas apresentaram a mesma
tendncia, tendo produo mxima no 56 dia e, posteriormente,.diminuio. A produo de
matria seca das vagens cresceu continuamente do 56 dia at o final do ciclo.
Brandes (1971), estudando a fisiologia das plantas de feijoeiro por
meio de anlise de crescimento, conduzido sob condies de campo, observou que a produo
de matria seca foi altamente dependente das condies climticas. No perodo das guas, a
matria seca foi duas vezes superior da poca da seca. No mesmo estudo, verificou que ocrescimento individual das plantas inversamente proporcional s densidades de plantio, o
que demonstra a importncia do nmero de plantas por unidade de rea e a capacidade que o
feijoeiro apresenta de compensar, dentro de certos limites, pelo crescimento individual, a
maior ou menor densidade de plantio. As folhas apresentaram crescimento mximo por volta
dos 40 a 50 dias de idade das plantas, o que indica terem elas participado com porcentagens
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elevadas nas primeiras fases do ciclo, e mnimas na fase de maturao. Percentualmente, a
matria seca dos caules apresentou efeito diferenciado em relao s folhas, apresentando um
crescimento mximo em torno dos 50 dias para o plantio da seca e 60 para o das guas
sugerindo que os caules so, por algum tempo, um depsito, da planta, dos produtos por elasintetizados, da mesma forma que as vagens o sero mais tarde, de maneira definitiva e
acentuada. Os valores mximos de produo de matria seca se deram aos 60 e 50 dias aps
emergncia das plntulas, para os plantios das guas e da seca, respectivamente.
Malavolta (1972), analisando quase duas centenas de ensaios de
adubao do feijoeiro conduzidos nas mais diversas condies brasileiras, verificou que os
efeitos de local e poca de plantio, na maioria das vezes, so superiores aos dos tratamentos de
adubao em decorrncia da grande variao de respostas aos fertilizantes aplicados.
Lopes (1988) enfatizou que a taxa de acmulo de matria seca
seqencial, ou seja, modifica-se conforme o estdio de desenvolvimento da planta. No incio,
folhas e razes so os drenos preferenciais, passando ento a ser os caules por certo perodo e,
a partir do florescimento, com o aparecimento das vagens, estas passam a ser os drenos
preferenciais.
Coyne (1969), Fageria et al. (1991) relataram que a produtividade de
um campo de feijo um assunto complexo, sendo composta por trs componentes: nmero
de vagens por planta, peso mdio dos gros e nmero de gros por vagem. Coeficientes de
correlaes negativos so geralmente determinados entre esses componentes, indicando que a
seleo para aumento em qualquer um deles no leva melhoria da produtividade total.
O nmero de vagens por unidade de rea, o nmero mdio de gros
por vagem e o peso mdio de gros, segundo Adams (1972), so considerados como os
componentes da produo em feijoeiro. Relatou, esse autor, que geralmente encontrada
baixa herdabilidade para os dois primeiros, e de mdia a alta para o terceiro componente.
Comentou que os cultivares de feijoeiro diferem bastante quanto aos componentes individuais,mas no tanto quanto produtividade propriamente dita. Tais comentrios concordam em
grande parte com os de Coyne (1969).
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4.4 O fsforo no solo e na planta
O fsforo importante no metabolismo das plantas, participando na
transferncia de energia da clula, na respirao e na fotossntese. tambm componenteestrutural dos cidos nuclicos de genes e cromossomos, assim como de muitas coenzimas,
fosfoprotenas e fosfolipdios. As limitaes na disponibilidade de P no incio do ciclo
vegetativo podem resultar em restries no desenvolvimento, das quais a planta no se
recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de P a nveis adequados. O
suprimento adequado de P , pois, diferentemente dos demais nutrientes, essencial desde os
estdios iniciais de crescimento da planta (GRANT et al., 2001).
O baixo teor de P disponvel no solo a limitao nutricional mais
generalizada na produo agrcola nos trpicos (SANCHEZ & SALINAS, 1981). Nesse
sentido, a maioria das culturas no Brasil apresenta resposta aplicao do nutriente
(OLIVEIRA et al., 1987), sendo ele, de acordo com Matos & Ribeiro (1987), Arf (1994), e
Yan et al. (1995) o que mais influi na produtividade do feijoeiro na maioria dos solos
brasileiros. Entretanto, baixa a eficincia da adubao fosfatada, pois grande parte do P
adicionado torna-se imvel ou no disponvel, em virtude de reaes de adsoro em colides
minerais, precipitao ou converso em formas orgnicas (HOLFORD, 1997).
Em solos tropicais, o fsforo o nutriente limitante para a produo
agrcola (HALL & SCHAWARTZ, 1994; LPEZ-BUCIO et al., 2002). Por apresentar baixa
mobilidade no solo (MATHAB et al., 1971; MARSCHNER 1995; LPEZ-BUCIO et al.,
2002), o fsforo, freqentemente, o fator que restringe o crescimento de plantas
(HINSINGER, 2001).
Os solos tropicais so caracterizados pelo elevado grau de
intemperizao e pelos baixos teores de fsforo na forma disponvel s plantas. Localizados
preferencialmente nos horizontes superficiais, normalmente decrescem conforme se aumenta aprofundidade do solo (BONSER et al., 1996). Nessas condies, o fsforo pode ser fixado em
formas no disponveis s plantas, principalmente com xidos de ferro e alumnio (NIELSEN et
al., 1999). O fsforo pode estar presente no solo, mas, em funo de sua elevada reatividade,
pode estar indisponvel planta (HOLFORD, 1997; SHACHTMAN et al., 1998) e,
freqentemente, em teor inferior ao adequado para diversas culturas (AL-NIEMI et al., 1997;
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HINSINGER, 2001), dentre as quais, a do feijoeiro comum (FSHER, 1988;
HINSINGER, 2001), especialmente quando se considera solo de regies tropical e subtropical
(HINSINGER, 2001).
O P no solo pode ser dividido em quatro categorias: P na forma inicae em compostos na soluo do solo; P adsorvido na superfcie dos constituintes minerais do
solo; minerais cristalinos e amorfos de P; e, finalmente, fsforo componente da matria
orgnica. O mecanismo de difuso, principal responsvel pelo contato entre o fosfato e as
razes no solo, depende de fatores como: concentrao do nutriente na soluo, poder tampo
do solo e coeficiente de difuso do elemento no solo (BARBER, 1984).
Dos macronutrientes usados na adubao do feijoeiro, o fsforo o
que tem proporcionado maiores e mais freqentes respostas, conforme resultados obtidos por
Gouva et al. (1954), Silva & Gouva (1955), Vieira & Gomes (1961), Fontes et al. (1965),
Miyasaka et al. (1966), Braga et al. (1972), Malavolta (1972), Junqueira Netto (1977),
Machado (1979), Rosolem & Marubayashi, (1994), Fageria, (1997).
Miranda & Lobato (1978), Costa (1985), Oliveira et al. (1987),
Fageria (1989), Carvalho et al. (1993) e Carvalho et al. (1995) encontraram efeito da adubao
fosfatada sobre o feijoeiro, com nveis crticos no solo, variando de 12 a 140 mg de P dm -3.
Fernandes et al. (2001), trabalhando com o cultivar Carioca-MG
encontraram respostas aplicao de fsforo tanto na presena quanto na ausncia de calagem
em solos de vrzea, assim como Miranda et al. (2000), que encontraram aumentos na
produo de gros at a maior dose avaliada e irrigao adequada. Em locais de irrigao
deficiente, solos com maior quantidade de fsforo promoveram efeitos menos prejudiciais
cultura.
Embora o feijoeiro comum responda positivamente fertilizao com
fsforo (AL-NIEMI et al., 1997), em regies da Amrica Latina e frica, esta prtica
limitada em funo da baixa renda dos agricultores (HORST et al., 2001). A elevadacapacidade de fixao de fsforo em solos dessas regies tambm restringe a disponibilidade
(NIELSEN et al., 1998; HORST et al., 2001).
A absoro de P pela planta, em solos de baixa fertilidade, est
associada ao crescimento radicular e eficincia de absoro (ARAJO et al., 1996). O
feijoeiro foi considerado por Fsher et al. (1988) como de baixa eficincia na absoro de P,
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em virtude da baixa razo raiz/parte area e do baixo influxo, associados a um menor
requerimento de P para produo de biomassa.
Outros minerais influenciam a resposta dada pela planta
disponibilidade de fsforo e vice-versa (MARSCHENER, 2002; RUBIO et al. 2003). Umexemplo seria a deficincia de P na restrio da absoro, assimilao e translocao de N nas
plantas (GNIAZDOWSKA et al. 1999) por atuar sobre a iniciao, crescimento e
funcionamento dos ndulos responsveis pela fixao simbitica do nitrognio (ISRAEL,
1987; BENNET, 1994), melhorando indiretamente o contedo protico dos gros.
A deficincia generalizada de P nos solos das regies produtoras de
feijo talvez seja, segundo Arajo et al. (2002), o fator nutricional mais limitante fixao de
N em cultivos com baixa tecnologia. Leguminosas so particularmente afetadas pela baixa
disponibilidade de fsforo tendo em vista que, por serem culturas tipicamente desenvolvidas
em simbiose, apresentam maior requerimento de fsforo que plantas desenvolvidas com
nitrognio mineral (AGGARWAL et al., 1997; AL-NIEMI et al., 1997).
O feijoeiro comum, segundo Fan et al. (2003), em condies de
deficincia de fsforo, apresentou reduo no crescimento secundrio e atraso no
desenvolvimento radicular. Segundo esses autores, o atraso no desenvolvimento em resposta a
limitao na disponibilidade de fsforo consiste em uma estratgia adaptativa que visa,
mediante crescimento primrio, a concentrao de recursos na explorao do solo.
A taxa de crescimento da parte area do feijoeiro decresce a medida
que intensifica a deficincia de fsforo. Plantas sem fsforo apresentaram-se menores e com
tonalidade verde mais escuro (CAKMAK et al., 1994; HALSTED & LINCH 1996;
MARSCHENER, 2002) visto que as expanses celulares e foliares so mais retardadas que a
formao de cloroplastos e clorofila (MARSCHENER, 2002).
O baixo suprimento de P diminui a rea foliar, em conseqncia
principalmente, da reduo no nmero de folhas e, secundariamente, da limitao expansoda folha (RODRIGUEZ et al., 1998). A baixa disponibilidade de P em feijoeiro afetou o
crescimento pela diminuio do aparecimento de folhas e da partio da biomassa entre rgos
fotossintticos e respiratrios, mais do que por efeitos na fotossntese (LYNCH et al., 1991).
Ao estudarem a resposta de cultivares de feijo aplicao de fsforo,
Oliveira et al. (2005) observaram que existe resposta diferencial das cultivares avaliadas. O
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crescimento da planta, em altura somente, aumentou com doses altas de fsforo (120 kg ha -1
de P2O5), assim como em relao produo de matria seca. Os cultivares Valente e Talism
foram responsivos a baixas e altas doses de fsforo, enquanto o cultivar Radiante foi mais
exigente em fsforo em relao aos demais.Em condies de casa de vegetao, 80% da produo mxima de
biomassa do feijoeiro foi obtida com a aplicao de 90 mg kg-1 de P no solo, o que
corresponde a um teor de 2 mg kg-1 de P na parte area (FSHER et al., 1988). Segundo
Wortmann et al. (1992), teores foliares inferiores a 3,2 mg kg -1de P no feijoeiro, pelo sistema
integrado de diagnose e recomendao (DRIS), indicam a necessidade de adubao.
A proporo de P retido em folhas senescentes de feijoeiro maior
em plantas sob baixa disponibilidade de P do que sob alta, em conseqncia da menor
longevidade das folhas sob baixo teor de P (SNAPP & LYNCH., 1996). O teor de P nas folhas
do feijoeiro decresceu depois do incio da formao das vagens, tendo o ndice de colheita sido
superior ao dos demais macronutrientes, o que indica uma elevada translocao de P para os
gros (HAAG et al., 1967).
Ao avaliarem cultivares de feijo quanto eficincia no uso de P,
Oliveira et al. (1987) verificaram que o maior retorno de produo de gros em relao ao
nvel de P aplicado ficou situado na faixa entre 30 e 120 kg ha-1de P2O5. Tal resultado est
muito distante das doses utilizadas para se obter o mximo de rendimento (500 e 600 kg ha-1
de P2O5), indicando que as que elevaram o rendimento dos cultivares ao ponto mximo no
devem ser recomendadas para a cultura.
4.5 Absoro de nutrientes pelo feijoeiro
O conhecimento da quantidade de nutrientes acumulados nas plantas,
principalmente na parte colhida, importante para se avaliar a remoo dos nutrientes da rea
de cultivo e, tendo se tornado um dos componentes necessrios para as recomendaes
econmicas de adubao. Em mdia, as plantas possuem cerca de 5% de nutrientes minerais
na matria seca. Porm, existem grandes diferenas entre as espcies e as quantidades totais
exigidas por uma cultura, alm de depender da produtividade. Por outro lado, a absoro de
nutrientes diferente de acordo com a fase de desenvolvimento da cultura, intensificando-se
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no florescimento, na formao e no crescimento dos frutos ou do rgo que ser colhido. Por
isso, alm da quantidade absorvida de nutrientes, deve ser considerada, tambm, a sua
concentrao nos diferentes estdios de desenvolvimento (HAAG et al., 1981; VITTI et al.,
1994; MALAVOLTA et al., 1997, FAGERIA, 1997).A utilizao de curvas de acmulo de nutrientes como parmetro para
a recomendao de adubao uma boa indicao da necessidade de nutrientes em cada etapa
do desenvolvimento da planta. Tais curvas podem indicar as quantidades de nutrientes
absorvidas para se atingir uma certa massa de material seco e auxiliar, assim, no
estabelecimento de um programa de fertilizao do solo para a cultura (COELHO & TELLA,
1967; ROBERTS & DOLE, 1985; FAGERIA, 1989; VILLAS BOAS et al., 2001).
As curvas de crescimento e de absoro de nutrientes pelas plantas,
em virtude de sua idade, fornecem informaes de grande importncia, podendo-se ter idia da
quantidade de nutrientes absorvidos e da intensidade relativa de absoro durante o ciclo da
cultura. Pelo exame dessas curvas, pode-se evidenciar em quais perodos as plantas absorvem
em maior proporo, os nutrientes essenciais, dando informaes bsicas sobre as pocas mais
adequadas para a aplicao dos fertilizantes (HAAG et al., 1967).
Gallo & Miyasaka (1961) relatam que o conhecimento da variao na
composio qumica da planta, durante o seu ciclo vegetativo, constitui caracterstica de
grande valor para o esclarecimento dos problemas bsicos de nutrio e adubao. Para isso,
determinaram as concentraes de macronutrientes nas diversas partes da planta, em vrias
fases do ciclo da cultura para o cv. Chumbinho Opaco, e apontaram que as porcentagens dos
elementos nas razes, hastes, folhas e frutos, com exceo do clcio, decresceram no perodo
de florescimento e incio da formao dos frutos, tendo crescido nos estdios finais do ciclo.
Os frutos apresentaram maior teor de nitrognio e fsforo, e teores mais baixos de clcio,
magnsio e enxofre que as demais partes da planta. Potssio, clcio e magnsio figuravam em
concentraes mais elevadas nas folhas. O acmulo de nutrientes foi mais intenso no perododo florescimento e incio da formao das vagens, isto , do 33 ao 44 dia; em kg ha-1dia-1da
ordem de 2,46 kg para nitrognio, 2,17 kg para potssio, 1,27 kg para clcio, 0,53 kg para
magnsio, 0,27 kg para fsforo e 0,26 kg para enxofre, nas plantas adubadas. Apresentaram
ainda a percentagem de nutrientes exportada pela cultura em relao quantidade absorvida:
nitrognio 66%; fsforo 67%; enxofre 44%; potssio 33%; magnsio 27% e clcio 11%.
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Cobra Netto (1967) apontou para o fato de no cv. Roxinho, serem o
nitrognio e o potssio os elementos absorvidos em maiores quantidades, seguidos pelo clcio,
enxofre, magnsio e fsforo. As folhas apresentaram teores mais elevados de nitrognio,
fsforo, clcio e magnsio. At o 46 dia o teor de enxofre nos caules foi mais elevado tendosido observados, a partir dessa data, as maiores concentraes nas razes. Com o
desenvolvimento das plantas, os teores de nitrognio, fsforo e potssio tenderam a decrescer
nos rgos vegetativos, enquanto o teor de clcio nas folhas tendeu a aumentar nas ltimas
fases do ciclo. Nas vagens, o teor de potssio, clcio e magnsio decresceu com a maturao
das plantas, fato inverso ao ocorrido com o enxofre. O nitrognio e o fsforo apresentaram
teores mais elevados quando os frutos eram novos, tendo ocorrido certa diminuio na fase
intermediria. Nas ltimas fases, os teores desses dois nutrientes cresceram. Nos rgos
vegetativos observou-se tendncia de aumento das quantidades absorvidas at o 56 dia para o
nitrognio, potssio, clcio, enxofre e magnsio. Nas vagens, houve um crescimento constante
da quantidade de macronutrientes. Considerando produo de 1 t ha-1, so apontadas as
seguintes quantidades de nutrientes absorvidos em kg ha-1: nitrognio 101,6; potssio 92,6;
clcio 54,1; enxofre 25,4; magnsio 17,7 e fsforo 9,1, sendo exportados na mesma unidade
37,2 kg de nitrognio, 22,0 kg de potssio, 9,5 kg de enxofre, 4,4 kg de clcio, 4,4 kg de
magnsio e 3,6 kg de fsforo.
Haag et al. (1967) determinaram, no feijoeiro Chumbinho Opaco,
uma absoro de 201,2 kg ha-1 de nitrognio, 17,5 kg ha-1 de fsforo, 200,7 kg ha-1 de
potssio, 116 kg ha-1 de clcio, 36 kg ha-1 de magnsio e 36 kg ha-1 de enxofre. Nessas
condies, uma produo de 500 kg ha-1de gros exportaria 14,3 kg de nitrognio, 1,1 kg de
fsforo, 10,2 kg de potssio, 18 kg de clcio, 1,0 kg de magnsio e 2,2 kg de enxofre.
Observaram ainda que o mximo de crescimento foi atingido quando as plantas completaram
50 dias de idade, perodo em que o nitrognio, potssio e clcio necessrios foram absorvidos.
O enxofre foi absorvido at o 60 dia e o magnsio at o 70, tendo sido o fsforo absorvidoat o final do ciclo (80 dias). Determinaram os autores tambm, que as concentraes de
nitrognio, fsforo e potssio na poca do florescimento so mais elevadas, decrescendo com
o desenvolvimento da planta, o que sugere translocao deste elemento para vagens e gros,
diferentemente do que ocorre com o clcio, cuja concentrao aumenta nas folhas. Os teores
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de enxofre e magnsio determinados apresentaram pequena variao no decorrer do ciclo
vegetativo do feijoeiro.
Os nutrientes exigidos em maior quantidade pelo feijoeiro so o
nitrognio, seguido pelo potssio, clcio, enxofre, magnsio e fsforo. Contudo, quando seconsidera apenas o gro, os nutrientes mais exigidos so o nitrognio e o fsforo, seguidos
pelo enxofre, potssio, magnsio e clcio (ARF, 1994).
Moraes (1988) relata que a pronta disponibilidade de nutrientes, logo
aps a germinao, essencial para o estabelecimento adequado da cultura. Segundo Cobra
Netto (1967), qualquer limitao ao crescimento das plantas logo aps a germinao,
compromete o seu desempenho.
Cobra Netto et al. (1971) apontaram como deficientes os seguintes
teores nas folhas do feijoeiro cv. Roxinho: nitrognio 15,4 g kg-1, fsforo 1,3 g kg-1, potssio
9,3 g kg-1, clcio 4,2 g kg-1, magnsio, 48 g kg-1e enxofre 7,0 g kg-1.
J, segundo Ambrosano et al. (1997), teores adequados de N nas
folhas estariam entre 30 e 50 g kg-1, de P entre 2,5 a 4,0 g kg-1, de K entre 20 a 24 g kg-1, de
Ca entre 10 a 25 g kg-1, de Mg entre 2,5 e 5,0 g kg -1, de S entre 2,0 e 3,0, de Cu entre 4 e 20
mg kg-1, de Fe entre 40 e 140 mg kg-1, de Mn entre 15 e 100 mg kg-1e Zn entre 18 e 50 mg kg-1.
Mafra (1974) observou que a poca de plantio influenciou a
concentrao dos nutrientes nas diferentes partes da planta para o cv. Rico 23. De maneira
geral, na poca da seca, foram encontrados menores teores de fsforo e potssio e maiores
de nitrognio, clcio e magnsio em relao poca das guas. Nas duas pocas, o aumento
da densidade de plantio causou decrscimo no teor de clcio nas folhas. A extrao de
nutrientes pelos gros no perodo das guas, para uma populao de 250.000 plantas por
hectare e produtividade de 1500 kg ha-1, de 50,0 kg ha-1de nitrognio, 5,4 kg ha-1de fsforo,
13,9 kg ha-1 de potssio, 5,0 kg ha-1 de clcio e 3,8 kg ha-1 de magnsio e, no perodo da
seca, para a mesma densidade de plantio e uma produtividade de 500 kg ha-1
foi de 20,2 kg ha-1
de nitrognio, 1,6 kg ha-1 de fsforo, 7,6 kg ha-1de potssio, 2,8 kg ha-1de clcio e 2 kg ha-1de
magnsio.
Haag et al. (1971) comentam que cultivares de feijoeiro diferiram nas
quantidades acumuladas de fsforo, potssio, clcio e magnsio, tendo as partes das plantas
(razes, hastes e folhas) respondido diversamente ao acmulo desses nutrientes em vrios
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nveis de fsforo aplicado. Sugerem que cultivares de feijo possuem propriedades genticas
que regulam o modelo de respostas aos nutrientes minerais.
Amaral et al. (1980) apontam, com relao ao comportamento
diferencial entre cultivares, que, embora um grupo de cultivares tenha produzido 3,7 vezesmais que outro, as extraes mdias de nitrognio, fsforo e potssio foram apenas 1,5, 1,4 e
1,5 vezes maiores respectivamente, o que demonstra grande diferena na eficincia de
converso entre nutriente extrado e gro produzido. Isto demonstra que, no primeiro grupo
para cada quilograma de feijo produzido foram utilizados em mdia 61 g de N, 8,5 g de P e
50,6 g de K; j no segundo, esta relao foi de 153 g de N, 22,9 g de P e 127 g de K.
Hendrix (1967) apontou que a absoro de fsforo a pH acima de 6,0
segue aproximadamente a concentrao de H2PO
4
-na soluo. A pH 4,0 na soluo nutritiva a
absoro de fsforo foi linearmente proporcional transpirao. J no pH 8,7, sua absoro
ocorreu somente no incio do experimento o que nessas condies, o fsforo foi absorvido
como resultado de depresso do pH no local da absoro.
Melton et al. (1970) constataram crescimento reduzido do feijoeiro
tanto pela deficincia de zinco (menos que 20 mg kg-1 na parte area) quanto pela toxidez
(acima de 50 ppm). Em solos com pH 7,0, ou acima, e que continham CaCO3livre, aplicaes
de elevadas quantidades de fsforo induziram deficincia de zinco em feijoeiro. Em solos
cidos, a aplicao de zinco geralmente diminua a produtividade. Entretanto, nestes mesmos
tipos de solos, a calagem podia induzir a deficincia de zinco.
Ambler & Brown (1969) demonstraram, em dois cultivares com
susceptibilidade deficincia de zinco, que a absoro de ferro e fsforo era muito maior nas
plantas que mostravam sintomas de deficincia de zinco, quando, no substrato, a sua
concentrao era baixa e, as de ferro e fsforo, relativamente altas. Esta maior absoro
acentuava os sintomas de deficincia em uma das variedades.
Boawn et al. (1969) verificaram que o nmero de dias do plantio colheita est relacionado ao teor de zinco tanto nas folhas como na parte area, no perodo do
pr-florescimento. Apontam que o perodo timo de maturao associado a 20 mg kg-1ou
mais de zinco nesses tecidos. Abaixo desse valor, o nmero de dias para atingir a maturidade
cresce rapidamente, tendo sido observado que, com teor menor que 15 mg kg -1 de zinco,
ocorreu um aumento superior a 30 dias para as plantas atingirem a maturidade.
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Hiroce et al. (1970) apontaram que o teor de fsforo total dos fololos
das plantas de feijoeiro pode ser usado como ndice para diagnose na nutrio fosfatada, sendo
o teor adequado de 3,3 g kg-1de fsforo para uma produo correspondente a 80% da mxima.
Concluem ainda que a fertilizao fosfatada aumentou os teores de fsforo nos fololos e que acalagem aumentou os teores de clcio e magnsio. Ambos fatores aumentaram a produtividade
de gros.
Oliveira & Thung (1988) apontaram que as anlises realizadas em
tecidos de plantas desenvolvidas em casa de vegetao apresentaram maiores quantidades
absorvidas que os tecidos de plantas desenvolvidas em campo, comparando os dados de Cobra
Netto (1967) e Haag et al. (1967). Consideram esses autores que tal situao reflexo do
maior contato entre as razes das plantas e os ons presentes nos vasos. Ainda consideram que
variaes observadas na absoro de nutrientes por diversos autores so decorrncia das
diversas condies em que se desenvolveram as plantas, alm dos diferentes cultivares
envolvidos.
Bulisani (1994) avaliou o crescimento e a absoro de nutrientes de
cinco cultivares de feijoeiro em condies de casa de vegetao e observou que, de modo
geral, as razes reduziram seu crescimento antes que as demais partes, sendo seguidas pelas
hastes e posteriormente pelas folhas. As hastes atuaram, logo aps o florescimento, como
armazenadoras de fotossintetizados. Os gros mostraram um intenso acmulo de matria seca
nos ltimos vinte dias do ciclo. Nitrognio, potssio, clcio, magnsio e fsforo foi a ordem de
grandeza decrescente de acmulo de nutrientes, sendo a matria seca produzida a grande
determinante da quantidade de nutrientes absorvida. Dentre os cultivares, o Goiano Precoce
foi o que apresentou os mais baixos ndices entre quantidade exportada e quantidade
absorvida, mostrando baixa eficincia de translocao tanto de matria seca quanto de
nutrientes.
Fageria (1989), ao estudar o efeito do fsforo no crescimento eacumulao de nutrientes em trs cultivares de feijo com nove doses crescentes de fsforo,
observou que, fora algumas excees, a fertilizao incrementou a concentrao total de
nutrientes.
Fageria (1997) abordou o comportamento do feijoeiro comum e do
caupi, apresentando caractersticas de clima e solo, crescimento e desenvolvimento,
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componentes da produo e produtividade, fixao biolgica de nitrognio e estudos de
nutrio mineral. Apresentou ainda os nveis adequados de nutrientes para a cultura, a
acumulao de nutrientes durante o ciclo e a concentrao de nutrientes nas diferentes partes
da planta, inferindo parte considervel de sua obra na absoro de nutrientes em relao doses de fsforo em vaso.
Kikuti et al. (2005) estudaram a extrao de macronutrientes do
feijoeiro BRS-MG Talism quanto a doses de fsforo e nitrognio. Constatou que tanto as de
N como as de P2O5 influenciaram nos teores de macronutrientes da parte area do feijoeiro.
Relata que tais diferenas nos teores no resultaram em expressivas alteraes, visto que
permaneceram na faixa de teor considerada adequada. A produtividade mxima foi obtida com
a dose de 300 kg ha-1P2O
5.
Andrade et al. (2005) estudaram o efeito de doses de nitrognio e
fsforo nos teores de micronutrientes presentes na parte area do feijoeiro. Constataram que a
aplicao de N e P2O5no feijoeiro BRS-MG Talism resultou em alteraes nos teores de B,
Cu, Mn e Zn na parte area e que os teores de micronutrientes correspondentes s mximas
produtividades se mantm prximos s faixas consideradas adequadas.
Apesar da importncia e do grande nmero de pesquisas sobre a
cultura, as peculiaridades de cada cultivar fazem grande diferena na produtividade. Dentre os
poucos estudos sobre a nutrio mineral da cultura, conduzidos a maioria deles foi conduzida
em vasos ou com cultivares hoje no mais utilizados. Para cultivares em uso atualmente as
pesquisas so quase inexistentes. Bulisani (1987) citou que eram de conhecimento na
literatura, somente trs trabalhos sobre a absoro de nutrientes pelo feijoeiro durante as fases
de desenvolvimento da cultura, sendo necessrio que se determinasse o comportamento de
novos cultivares, incluindo estudos dos micronutrientes.
O cultivar Carioca Precoce, por ser comercializado pela
DSMM/CATI, ter ciclo precoce e possuir bom potencial produtivo, de grande interesse, porpermitir produo antecipada ou mesmo liberar a rea de cultivo rapidamente, tornando
possvel a obteno de dois rendimentos em uma nica safra.
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5 MATERIAL E MTODOS
5.1 Localizao dos experimentos
O trabalho foi conduzido em condies de campo na rea experimental
da Fazenda Experimental Lageado, pertencente Faculdade de Cincias Agronmicas do
Campus de Botucatu - UNESP, que se encontra no municpio de Botucatu e est entre 22 30
a 23 05 de latitude S e 48 15 a 48 52 a oeste de Greenwich, com altitude de 750 metros e
declividade de 8%.
5.2 Clima
O clima da regio, segundo a classificao de Kppen, do tipo
mesotrmico Cwb, ou seja, mesotrmico de inverno seco. A temperatura mdia de janeiro,
ms mais quente do ano, no ultrapassa os 22 C. A estao mais seca vai de maio a setembro
e a precipitao pluvial mdia anual do Municpio de 1.314 mm de chuvas, com temperatura
mdia mensal de 19,4 C e umidade relativa do ar de 71%.
Os dados climticos ocorridos durante a conduo dos experimentos no
perodo da seca e no perodo das guas encontram-se nas Figuras 1 e 2, respectivamente.
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Figura 1. Precipitao pluvial (mm), temperaturas, mnima, mdia e mxima (C) e estdiosfenolgicos ocorridos durante o cultivo do feijoeiro cv Carioca Precoce, no perododa seca, em Botucatu-SP, no ano de 2003.
S E F C
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
15/10/03
22/10/03
29/10/03
05/11/03
12/11/03
19/11/03
26/11/03
03/12/03
10/12/03
17/12/03
24/12/03
31/12/03
07/01/04
14/01/04
21/01/04
28/01/04
Precipitao(mm
)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Temperatura(C
)
Preciptao Temp mn Temp mx Temp mdia
E1 E2 E3 E4 E5
S = semeadura; E = emergncia; F = florescimento; C = colheita; E1, E2, E3, E4, E5 = pocas de coleta
S = semeadura; E = emergncia; F = florescimento; C = colheita; E1, E2, E3, E4, E5 = pocas de coleta
0
10
20
30
40
50
60
7080
90
100
05/03/03
12/03/03
19/03/03
26/03/03
02/04/03
09/04/03
16/04/03
23/04/03
30/04/03
07/05/03
14/05/03
21/05/03
28/05/03
04/06/03
11/06/03
18/06/03
25/06/03
02/07/03
Precipitao(mm)
05101520253035
4045
Temperatura(C)
Preciptao Temp mn Temp mx Temp mdia
S F C
E1 E2 E3 E4 E5
Figura 2. Precipitao pluvial (mm), temperaturas, mnima, mdia e mxima (C) e estdiosfenolgicos ocorridos durante o cultivo do feijoeiro cv Carioca Precoce, no perododas guas, em Botucatu-SP, no ano de 2003.
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5.3 Caractersticas do solo
O solo da rea experimental foi classificado como Terra Roxa
Estruturada por Carvalho et al. (1983), sendo na nova nomenclatura denominado deNITOSSOLO VERMELHO Distrofrrico, textura argilosa (EMBRAPA, 1999). As
caracterizaes qumicas dos solos (Tabelas 2 e 3) foram feitas por meio da anlise de
amostras compostas coletadas anteriormente a cada experimento numa camada de 0 a 0,20 m.
As anlises foram realizadas no Laboratrio de Relao Solo-Planta do Departamento de
Produo Vegetal da Faculdade de Cincias Agronmicas, de acordo com a metodologia
proposta por Raij et al. (2001).
Tabela 2.Resultados da anlise qumica do solo da rea experimental. Fazenda ExperimentalLageado (SP). poca da seca, 2003
pH MO Presina H+Al+3 K+ Ca2+ Mg2+ SB CTC V
(CaCl2) (g dm-3) (mg dm-3) ------------------------(mmolc dm
-3)-------------------- (%)
5,3 25 5 24 6,6 26 12 45 69 65
B Cu Fe Mn Zn--------------------------------------------(mg dm-3)-------------------------------------------0,27 9,4 27 82,8 2,8
Tabela 3.Resultados da anlise qumica do solo da rea experimental. Fazenda ExperimentalLageado (SP). poca das guas, 2003
pH MO Presina H+Al+3 K+ Ca2+ Mg2+ SB CTC V
(CaCl2) (g dm-3) (mg dm-3) ------------------------(mmolc dm
-3)-------------------- (%)
4,7 31 6 49 7,7 20 21 48 97 49
B Cu Fe Mn Zn--------------------------------------------(mg dm-3)---------------------------------------------
0,25 6,6 15 54,8 2,2
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5.4 Calagem, preparo do solo e adubao de semeadura
De posse dos resultados da anlise qumica do solo, foram calculadas as
necessidades de calagem, as adubaes bsicas de semeadura e as de cobertura levando-se emconsiderao informaes encontradas em Ambrosano et al. (1997) para uma produtividade
esperada de 2,5 a 3,0 toneladas por hectare.
Nos meses de janeiro e agosto de 2003, aplicou-se calcrio dolomtico
com P.R.N.T. 90,1%, a fim de elevar a saturao por bases a 70%.
Aps a distribuio do calcrio pelo terreno preparou-se o solo quando
este apresentava condies adequadas de umidade, realizando-se uma arao profunda e a
seguir, duas gradagens. As reas utilizadas para os experimentos estavam em repouso por pelo
menos, um ano, havendo predominncia de plantas deBrachiaria brizantha.
As adubaes de semeadura foram feitas manualmente nos sulcos. O
nitrognio, na forma de uria, e o potssio, na forma de cloreto de potssio, foram distribudos
igualmente em todas as parcelas experimentais. O fsforo, na forma de superfosfato triplo, e
aps o sorteio das parcelas experimentais, foi distribudo de forma que se constitussem os
tratamentos (Tabela 4).
Tabela 4. Quantidade de fsforo (kg ha-1 de P2O5) aplicada via solo em funo dostratamentos.
Tratamentos kg ha-1de P2O5
1 02 303 604 905 1206 150
5.5 Caractersticas do cultivar de feijo
Utilizou-se o cultivar Carioca Precoce, do grupo comercial carioca,
comercializado pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), pertencente
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Coordenao de Assistncia Tcnica Integral (CATI). Cultivar precoce, apresenta ciclo curto
(65-80 dias), hbito de crescimento determinado, altura mdia de 43cm, porte prostrado,
folhas verde-claras, flores brancas, vagens de cor creme ou palha e sementes de tamanho
mdio, com potencial produtivo de 2500 a 3000 kg ha-1 (CATI, 2001).
5.6 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados,
com seis tratamentos, no caso, doses de fsforo, com cinco repeties. As parcelas
experimentais foram constitudas por 6 linhas de 10 metros de comprimento, com
espaamento entrelinhas de 0,50 metro. A rea til de cada parcela experimental foi
constituda pelas quatro linhas centrais, desprezando-se 0,40 metro de cada extremidade, tendo
sido duas delas utilizadas para a coleta de plantas durante a conduo do experimento, e as
restantes, para avaliao dos componentes da produo, totalizando 18 m2de rea til.
5.7 Tratamento de sementes e semeadura
As sementes foram tratadas com o fungicida Carboxin + Thiran, na dose
de 50mldo ingrediente ativo por 100 kg de sementes.