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Feiticeira ou um anjo chamado Efigênia - perse.com.br · que ficou do outro lado do oceano. A lembrança daqueles que não se deixaram aprisionar, a esperança de um dia voltar

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Natal Mônico

Feiticeira ou um anjo chamado

Efigênia

Primeira Edição

São Paulo

2012

Feiticeira Ou

Um Anjo Chamado Efigênia

Natal Mônico 1

Na Fazenda Serra da Boa Esperança

Gente Maldita! Miseráveis! Mil vezes

malditos! Negros ordinários! Toda noite é esse batuque e

essa cantoria de mandingueiros, mas desta noite não passa

deixa aquele palerma do Juca chegar que eles vão ver só uma

coisa, mando acabar com essa batucada a chibatadas.

Acalme-se, meu velho, o que é que está

acontecendo com você? Não consigo me concentrar em

minhas orações com você resmungando e andando de lá para

cá como se tivesse formigas pelo corpo.

São esses tambores, Rosa Maria. Esse

batuque me põe nervoso. Até parece que esses negros não

sentem sono, eu vou lá acabar com isso.

Não vai não, Gervásio, deixa os negros

se divertirem, afinal, tudo o que eles têm na vida são esses

tambores. Acho mesmo que o que os mantém vivos são essas

poucas horas que eles têm para relembrar e cultuar o país

que ficou do outro lado do oceano. A lembrança daqueles

que não se deixaram aprisionar, a esperança de um dia voltar

a vê-los, suas tradições, suas crenças, o coração dessa gente

bate mais forte nessas poucas horas. Mesmo que lhes

déssemos melhores condições de vida eles jamais

esqueceriam suas origens. Mesmo que para nós pareçam

bichos do mato não podemos negar que são seres humanos

como nós.

Natal Monico 2

Que besteira é essa, Rosa Maria? Isso

não é gente, é bicho do mato como você acabou de falar.

Essa negrada não tem alma, portanto, não são gente como

nós. Eu vou lá agora mesmo.

Espera Gervásio, deixe que eu vá, eu me

entendo melhor com eles. Conheço-os todos.

Você está louca, aonde já se viu uma

mulher sair para o terreiro numa hora desta? Fique quieta aí

e vê se dorme de uma vez.

Gervásio, eu conheço esses negros há

muitos anos, eles me respeitam muito e jamais fariam

alguma coisa contra minha pessoa. Acho que quem está

ficando louco é você, isso na verdade quem deveria resolver

seria o capataz. Para que se indispor com os escravos sem a

menor necessidade?

Aquele molenga do Juca ainda não

regressou da vila, pelo jeito só vai aparecer por aqui amanhã

cedo. Esse é outro que qualquer dia vai se ver comigo.

Meu Deus! Você está cheio de ódio!

Até parece que tem alguma coisa atiçando-o, isso só pode ser

coisa do tinhoso.

Tinhoso coisa nenhuma, mulher. São

esses tambores e essa cantoria que estão me deixando louco,

mas eu vou lá acabar com isso agora mesmo.

Eu lhe peço pelo amor de Deus,

Gervásio, deixe os negros se divertirem em paz. Você não

percebe que quando eles estão alegres trabalham melhor?

Tudo o que eles querem é um prato de comida, um pouco de

aguardente, e essa dança em volta da fogueira uma vez que

não podem voltar às suas origens.

Eu já tinha proibido essa droga de

aguardente entre eles, você é que vem com essas tolices de

fazer um agrado para essa negrada. De amanhã em diante

Natal Monico 3

não quero mais saber dessa sua bondade. Toda noite é essa zoeira, só pode ser por causa dessa maldita bebida.

Você está exagerando, homem, pela

quantidade de negros que temos o que é destinado a eles não

dá nem dois dedos para cada um. Você sabe muito bem que

um negro desses é capaz de beber uma cuia cheia e não se

embriagar.

Chega Rosa Maria, não adianta ficar

pondo pano quente. Ou eu acabo com isso de uma vez ou

não me chamo Gervásio. Afinal, eu sou ou não sou o dono

dessa negrada?

É claro que é, homem, porém, não se

esqueça que muitos desses negros já estavam aqui quando

nos casamos, eles pertenciam ao meu pai. Você não pode ter

esquecido quando papai já no leito de morte expressou

claramente o desejo de que, os negros, ficassem sob a minha

tutela. Ele sabia que eu nunca aprovara aquela situação, eu

chorava muito ao ver minha mãe chorando quando um negro

era esfolado a chibatadas. Foi por nossa interferência que o

pelourinho foi abolido desta fazenda, até mesmo os castigos

tornaram-se mais brandos. Minha mãe e eu sempre tivemos

consciência de que os negros também têm alma, e que têm os

mesmos sentimentos. Eles são gente como nós, sentem as

mesmas dores, as mesmas tristezas, as mesmas alegrias

exatamente como nós. Portanto, são seres iguais a gente, a

diferença está somente na cor da pele porque vieram de um

continente predominantemente de raça negra. Alguns anos

depois que nos casamos você assumiu a direção da fazenda

por vontade de papai, ele já não apresentava mais condições

em virtude da saúde bastante abalada. Logo depois ele

faleceu e foi juntar-se a mamãe que havia partido oito meses

antes. Por isso, meu querido, quem vai resolver essa situação

sou eu, não insista, por favor.

Natal Monico 4

Eu acho que você está se esquecendo de

uma coisa, senhora Rosa Maria! Eu já adquiri alguns

escravos depois que seu pai se foi, portanto, eu também

tenho direitos, você não acha?

Não, não acho e eu vou dizer mais uma

vez, quando meu pai disse que os escravos ficariam sob

minha tutela, ele estava falando de todos os negros, dos que

já nos pertenciam e daqueles que no futuro viessem a nos

pertencer. Ele foi bem claro e você concordou, já chega o

que você os obriga a trabalhar. Da disciplina e do bem estar

deles cuido eu, Senhor Gervásio!

Eu não acredito que estamos brigando

por causa de escravos.

Nós não estamos brigando, Gervásio,

estamos somente discutindo o que cabe a cada um de nós.

Está bem, mulher, vá lá e dê logo um

jeito nisso porque esse batuque está martelando aqui dentro

da minha cabeça.

Nascida e criada na fazenda, Rosa Maria,

não tinha “medos”. Desde menina atravessava o jardim que

rodeava a casa grande e ia distrair-se junto aos escravos que

batucavam, cantavam e dançavam em torno de uma fogueira

sempre sob as vistas atentas do capataz. Naquela noite não

foi diferente. Apesar da escuridão de uma noite sem luar ela

atravessou o jardim e foi ter com os negros que, naquela

noite, eram vigiados por Tobias, um fiel auxiliar da fazenda.

Os escravos que há algum tempo não eram visitados pela

“sinhazinha” logo fizeram silêncio e a um gesto seu todos se

sentaram no chão de terra batida.

Eu não queria estragar a diversão de

vocês, mas acontece que o patrão não está muito bem esta

noite. Ele está precisando de repouso, porém, não consegue

por causa do barulho que chega lá dentro da casa. Quero

Natal Monico 5

dizer também que a partir de amanhã vocês terão que se

divertir lá na barranca do ribeirão. Meu marido vai escolher

meia dúzia de homens que irão com o capataz procurar um

bom lugar, aonde então poderão fazer suas reuniões sem

perturbar o sossego do patrão. Por hoje eu quero que vocês

parem com o batuque, todavia, podem continuar em volta da

fogueira conversando até a hora de se recolherem.

De volta para casa a fazendeira ia

matutando como convencer Gervásio a consentir que os

negros fossem se reunir lá na barranca do ribeirão, tão

distante da casa grande. Ao passar em frente ao casebre do

negro Simão a idéia veio de estalo. – É isso mesmo, ele será

a solução. – Pensou ela. – Simão passava dos oitenta anos,

era o mais velho dos escravos, o mais respeitado e também,

o mais querido. Nenhum negro saía para o trabalho sem

antes passar pelo casebre e pedir a bênção do velho Simão.

Ele era o pai, era o conselheiro, o curandeiro e era também, o

mandingueiro que, só trabalhava para fazer o bem. Sempre

apoiado numa velha bengala feita de alecrim do mato, e um

cachimbo de barro no canto da boca já bastante usado e

queimado, mas, quase sempre apagado. Apesar de ser ainda

bastante forte e de boa aparência estava aposentado por

ordem de Rosa Maria.

Puxa! Ainda bem, eu já estava a ponto

de estourar. Como foi a sua conversa com aquela negrada,

Rosa Maria?

Gostaria que você não falasse assim.

Assim como, mulher?

Nesse tom pejorativo. Por que não

perguntar assim: Como foi a conversa com os negros?

Está bem, Rosa Maria! Como foi a

conversa com os negros?

Está vendo como ficou melhor? E não

doeu nada, doeu, Gervásio?

Natal Monico 6

Deixa de conversa fiada, mulher, diz

logo como foi essa conversa.

Prometi para eles que a partir de

amanhã irão se reunir em outro lugar.

Em outro lugar? E por acaso existe

outro lugar? Eles têm que ficar ali mesmo em frente à

senzala para que possam ser vigiados. Não inventa, Rosa

Maria, que lugar é esse?

Fica bem distante da casa, é lá na

barranca do ribeirão.

Eu estou começando a achar que você

enlouqueceu. Será que você não percebe a besteira que está

dizendo? Acho que você está querendo que eles fujam isso é

o mesmo que abrir a porteira. Que idéia, Rosa Maria! Está

querendo nos levar à ruína?

Não, homem, preste atenção, o velho

Simão será a nossa garantia. Se alguém fugir quem vai pagar

o pato é o Simão, quem vai querer ver o velho sofrer?

Sabendo disso garanto que um vai vigiar o outro e assim não

haverá fuga. Eles também estão avisados que se alguém

tentar fugir terão que voltar a se reunir aí no terreiro, e não

mais todas as noites, mas somente aos sábados. Com certeza

essa seria uma punição que eles não gostariam de receber,

sem contar que o negro fujão teria poucas possibilidades de

ir muito longe.

Rosa Maria, eu cheguei a pensar que

você tinha perdido o juízo, no entanto, estou vendo que você

pensou em tudo. Vamos ver se isso vai dar certo.

Eu tenho certeza que vai dar certo,

Gervásio. Amanhã cedo quando o capataz reuni-los para a

distribuição das tarefas você explica melhor o que vai ser

feito, e como serão controlados. O importante é que eles

tenham sempre em mente que, o destino do velho Simão

dependerá somente deles. Deixe o Juca escolher meia dúzia

Natal Monico 7

de homens para prepararem o local aonde deverão se reunir

daqui para frente.

Rosa Maria, você acha mesmo que eu

acreditei que você iria permitir que eu mandasse castigar o

negro Simão? Com esse coração mole que você tem, ah! Eu

duvido muito.

Você tem razão, homem. Não quero

nem pensar nessa possibilidade, mas os negros não precisam

saber disso. Passe a ordem com energia, na dúvida eles irão

pensar muito antes de tentar qualquer besteira.

Sabe de uma coisa, mulher, a negra

Benedita também pode ser um bom trunfo para nós. A velha

é rezadeira, é parteira e é também, conselheira. Ela é uma

figura muito importante na vida deles, principalmente para

as escravas, ninguém iria querer ver a velha Benedita receber

maus tratos. Acho que isso os amarrará uns aos outros e com

certeza impedirá que façam alguma bobagem.

Está vendo, homem, é assim que se

resolvem as coisas. Garanto que nunca mais você vai usar

essa maldita chibata. Ah! Deus permita!

Mesmo assim preciso tomar algumas

precauções. Dentre os homens vou mandar o negro Tobias,

ele é forte, valente e bastante confiável. Ele chefiará o grupo

na ausência do Juca.

Está bem, Gervásio, agora vê se você

dorme e me deixa dormir também. Vê se reza um pouco para

clarear as idéias. Por falar em rezar eu acho que o padre José

vai aparecer aqui por estes dias.

Esse, minha querida, não falha nunca.

Uma vez por mês ele aparece por aqui como quem não quer

nada, no entanto, acaba levando o que realmente veio buscar.

Você queria o que, homem? Se nós

podemos ajudar, por que não fazê-lo? A igreja não fabrica

dinheiro nem alimentos. Por falar nisso quero que desta vez

Natal Monico 8

você dê uma boa ajuda, porque aquela igreja está caindo de

velha, qualquer dia desaba em nossas cabeças.

Está bem, está bem, Rosa Maria, agora

vê se dorme amanhã a gente vê isso.

É, meu velho, eu sei no que você está

pensando. Não consegue esquecer aquele episódio quando

papai faleceu, não é?

E como poderia? Depois de tudo que

seu pai fez pela igreja e por que não dizer, pelo padre

também? Eu pensava que pelo menos na hora da morte

tivéssemos um pouco mais de consideração.

Sabe de uma coisa, Gervásio, eu nem

me lembro direito como foi essa história.

Você pode não se lembrar, no entanto,

eu jamais vou esquecer. Seu pai estava nas últimas, mandei o

Tobias às pressas buscá-lo para dar a extrema-unção, mas o

miserável do padre só me apareceu aqui muitas horas depois

quando não adiantava mais nada. O Tobias me contou que o

encontrou dormindo, e que foi muito difícil fazê-lo acordar.

Com certeza devia estar bêbado, pois exalava forte cheiro de

vinho. Está certo que depois ele acompanhou o finado seu

pai até o cemitério, quando então encomendou sua alma.

Disso eu me lembro, o homem estava

com uma cara de quem devia ter tomado uma tremenda

carraspana. Continua, por favor, Gervásio.

Depois do enterro eu perguntei quanto

deveria pagar pelos seus serviços, mas eu imaginei que o

sacana não iria nos cobrar nada, uma vez que seu pai sempre

ajudou muito a igreja. Foi então que ele me disse: – Calma

homem, depois da missa de sétimo dia nós falaremos sobre

isso agora não é hora.

No sétimo dia após a missa fui ao

encontro do padre e novamente indaguei pelo preço a pagar.

Sem titubear ele respondeu: – Duzentos e cinquenta mil réis.

Natal Monico 9

– Eu achei que ele estivesse brincando, por isso, também

falei em tom de brincadeira: – Deixa de ser ladrão, padre

José. – Ele me olhou com uma cara espantada e disse sem

pestanejar: – Qual é o filho da puta que é tirado da cama e

passa uma noite inteira num velório, que acompanha o corpo

até o cemitério, recomenda a alma ao Senhor, e depois reza

uma missa bonita como a de hoje por uma mixaria de

duzentos e cinqüenta mil réis? Está barato, Gervásio, está

muito barato.

Eu paguei aquele padre de merda, no

entanto, nunca mais vou me esquecer disso. Hoje eu ajudo a

igreja para satisfazer a sua vontade, e porque sei que seria a

de seu pai também. Agora chega de conversa, apague esse

candeeiro e dorme de uma vez.

Alguns dias depois como sempre fazia

Rosa Maria dirigiu-se à cozinha para apressar o desjejum

que, àquela hora deveria estar quase pronto. Ao penetrar no

recinto viu-se diante de uma cena chocante. Ordália, a negra

destinada aos trabalhos domésticos contorcia-se em dores

caída no chão. A patroa muito assustada não sabia o que

fazer, mesmo assim ela correu para fora e gritou para que

alguém viesse socorrer. Um negro forte e ligeiro entrou

correndo, e sem perder tempo pegou Ordália no colo e a

levou para o casebre da negra Benedita. Simão também foi

chamado para ajudar nas preces enquanto a velha tentava

reanimar a negra. Mas de nada adiantou benzer e nem rezar,

pouco depois a escrava desencarnou levando consigo o

mistério de sua morte.

No velório podia-se notar uma profunda

tristeza entre os negros. Ordália era pessoa muito querida por

todos eles, era ela quem conseguia com a sinhazinha um

bom reforço na alimentação deles. Ela era uma escrava

muito animada e que se orgulhava em dizer que, nunca

homem nenhum tinha lhe botado a mão. Morria aos quarenta

Natal Monico 10

anos sem ter conhecido o pai, e da mãe a separaram quando

tinha somente doze anos. Nunca mais soube dela.

*

Pela hora do almoço a charrete que trazia o

padre José parou em frente à casa grande. No rosto molhado

de suor podia-se perceber que a viagem havia sido cansativa,

uma vez que o caminho era poeirento e cheio de buracos.

Assim que apeou um garoto de uns doze anos correu ao seu

encontro para ajudá-lo com a valise.

Bum dia seu padri, u sinhô veio rezá

pela arma da Ordáia?

Rezar pela alma de quem, negrinho?

Pela Ordáia, a qui era a cunzinheira da

sinhazinha Rosa.

Deixa de conversa mole, negrinho, leva

logo essa valise lá para dentro.

Us negru avéra di gostá si u santu padri

incumendassi u isprítu dela.

Só me faltava mais essa agora, rezar por

uma escrava. Some daqui moleque!

Bom dia, senhora Rosa Maria, como

tem passado? Como andam as coisas por aqui?

Bom dia, padre José, estava tudo bem,

mas hoje pela manhã aconteceu uma coisa que me deixou

muito chateada.

Não diga minha filha, mas o que foi que

aconteceu para deixá-la chateada?

Ordália a nossa cozinheira morreu. Eu a

encontrei caída no chão da cozinha se contorcendo e

gemendo muito, logo depois ela faleceu.

Natal Monico 11

São coisas da vida, minha filha, quem

nasce um dia tem que morrer, é assim mesmo.

Foi bom o senhor ter vindo hoje, padre

José, eu gostaria que o senhor encomendasse a alma dela.

Que besteira, dona Rosa Maria! Deixe

que os negros façam isso. Eles têm lá as suas crenças, as suas

próprias orações. Para que se preocupar com isso agora?

Padre José, o senhor ouviu bem o que a

minha mulher acabou de pedir?

Gervásio, meu amigo, eu nem percebi

você entrar.

Mas eu ouvi o que o senhor disse. Eu

vou repetir o que minha mulher pediu. Ela quer que o senhor

recomende a alma da negra Ordália e se é vontade dela, é a

minha também.

Amigo Gervásio, eu tenho certeza que

isso nunca foi feito antes.

Pois então que seja agora, para tudo na

vida sempre haverá de ter uma primeira vez.

Gervásio, meu amigo, o que é que os

outros fazendeiros irão dizer quando souberem disso?

Não sei e não estou interessado, padre

José. Na minha casa mando eu, o que eles fazem nas terras

deles não me interessa.

Ouça-me, Gervásio, eles já não olham

vocês com bons olhos desde que souberam que esta fazenda

aboliu o pelourinho, eles esperavam que o mesmo fosse

restabelecido depois da morte do senhor Augusto. Acontece

que além de não recolocar o tronco no lugar como era

esperado por eles você ainda ignorou as ameaças, e agora

quer rezar pela alma de um escravo? Você está cutucando a

onça com vara curta, esses homens são poderosos e

vingativos. Você tem ciência que os negros sabem muito