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Aula de Literatura do PVA - Profa. Elisa
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Feliz Ano Novo
• Narrador-protagonista
• Quanto mais desigual uma sociedade é, mais repressão e códigos linguísticos restritivos ela terá;
Visão parcial da realidade em que está inserido
Justificativas falsas e irracionais para os seus atos brutais
ClivagemCada personagem se expressa de acordo com a sua classe social
Acusações contra a obra do Rubem Fonseca: falta de profundidade psicológica
• Assassinos são quase sempre perversos e frios, ricos ou pobres;
Feliz Ano Novo
• Narrador-protagonista com visão parcial;
• O narrador possui formação escolar;
• Ressentimento social contra os ricos;
“Filha da puta. As bebidas, as comidas, as jóias, o dinheiro, tudo aquilo para eles era migalha. Tinham muito mais no banco. Para eles nós não passávamos de três moscas no açucareiro.”
• Sem investigação interior dos personagens;
• Amoralismo dos bandidos;
“Tinha um anel que não saía. Com nojo, molhei de saliva o dedo da velha, mas mesmo assim o anel não saía. Fiquei puto e dei uma dentada, arrancando o dedo dela. Enfiei tudo dentro de uma fronha.”
• Não existe remorso ou culpa;
“Voltei para o quarto, empurrei a gordinha para o chão, arrumei a colcha de cetim da cama com cuidado, ela ficou lisinha, brilhando. Tirei as calças e caguei em cima da colcha.Foi um alívio, muito legal. Depois limpei o cu na colcha, botei as calças e desci.” • Urgência em atender os prazeres imediatos;
“O fumo acabou. A cachaça também. Começou a chover. Lá se foi a tua farofa, disse Pereba. Que casa? Você tem alguma em vista? Não, mas tá cheio de casa de rico por aí. A gente puxa um carro e sai procurando.” • Sociedade patriarcal X Sociedade do consumo;
Em declínio Em ascensão
Corações Solitários
• Narrador-protagonista
• Essência X Aparência
• Homossexualismo reprimido de Peçanha
“E soltou um suspiro que cortaria o coração de qualquer outro que não fosse um ex-repórter de polícia.”
Homens com pseudônimos femininos
Narrador homenageia escritores consagrados
Cartas são inventadas
Feito para mulher da classe C, mas lido por homens da classe B
Pedro Redgrave, homossexual, na verdade é o editor Peçanha
• Pretensões Literárias do narrador – Dr. Nathanael Lessa
Miss Corações Solitários, de Nathanael West
Ivan Lessa, cronista atual da BBC Brazil e do extinto Pasquim
Paródia
Fotonovela Clarice Simone
Clarice Lispector Simone de Beauvoir, feminista e esposa de J. P. Sartre
Plágio de Sófocles e Tchékhov
Passeio Noturno I e II
• Narrador-protagonista
• Outros contos X Passeio Noturno
“(...) mas ao ver os pára-choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti o coração bater apressado de euforia.”
É rico
Ressentimento Social Conflitos interiores
“Você não pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa, (...)”
• Final do conto – “Vou dormir, boa noite para todos, respondi, amanhã vou ter um dia terrível na companhia.”
• Sua sociopatia é motivada pela atitude de indiferença da esposa e dos filhos
• Metáfora da opressão das classes superiores pelas inferiores
“Meu filho me pediu dinheiro quando estávamos no cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor. Minha mulher nada pediu, nós tínhamos conta bancária conjunta.”
Abril, no Rio, em 1970
• Narrador protagonista Ambiciona um dia ser da seleção brasileira de futebol
Braguinha: cuspe “limpe, cristalino, transparente”
Apego a superstição
É incapaz de se adaptar aos novos tempos (ascensão social)
Outros contos Abril, no Rio, em 1970
Resultado da opressão ou sociopatia = violência
Refúgio na interioridade
• Solidão do indivíduo nas grande cidades
• O valor do futebol
Opressão pelo isolamento Ligações sentimentais efêmeras
Sem família
Sonho financeiros, popularidade, mulheres bonitas
decepçãoascensão
Jovens de camadas inferiores
Botando pra Quebrar
• Narrador-protagonista
• Concisão na descrição de personagens e cenários
Ex-presidiário que não consegue emprego
Sua mulher lhe abandona e troca por outro
O protagonista nada faz
“(...) e me deu vontade de quebrar a cara daquela filha da puta, mas ela tava certa e eu disse, você tá certa, e ela perguntou se eu não ia bater nela e eu disse que não (...)”
Medo de ser preso novamente
“Comecei a procurar emprego, já topando o que desse e viesse, menos complicação com os homens, mas não tava fácil.”
• A violência no final é justificada pelo ressentimento social e pelo acúmulo de desgraças do personagem:
“Foi entrando gente, aquilo era uma mina, o mundo estava cheio de otários que engoliam qualquer porcaria desde que o preço fosse caro. Mas aquele caras para ter toda aquela grana tinham que estar passando alguém para trás, vai ver era aqui o otário fodido, às suas ordens, obrigado.”
Única forma de resolver o conflito: violência
“Aí eu me lembrei do dono da casa, eu ia pra rua mesmo, puta merda, eu estava cansado de ser sacaneado (...)”
Desespero do personagem
Violência “justificada” pela ordem do patrão
Nau Catrineta
• Narrador-protagonista
(aniversário de 20 anos)
• Família de costumes estranhos e aristocráticos
• Metáfora da opressão
Sua tia o acorda declamando “Nau Catrineta”
Lenda dos marinheiros “quase antropofágicos”
Relato frio da iniciação para ser o chefe da família(violência privada)
Família com pretensões aristocráticas (se alimenta com carne de uma mulher jovem)
Classes dominantes oprimindo as inferiores
Dia dos Namorados
• Conto em 1ª e 3ª Pessoa
• Estrutura narrativa policial + realidade brasileira
• Mandrake X Sherlock Homes
Narração de Mandrake
Relato do que acontece com J.J. Santos e Viveca
Detetive resolvendo a questão
Extorsão, travestimento, imoralidade, etc.
Método da deduçãoMétodo da porrada (ações violentas, herança da narrativa policial de Raymond Chandler)
Por ter sido feito pelo Mandrake
• Mandrake Resolve a extorsão e outros problemas da lei, mas não tem culpa em ficar com o dinheiro e o carro de J.J Santos
Apesar de ser bruto e ignorante, tem noções de moralidade e da realidade
Por isso tem repulsa aos ricos e fica com o dinheiro do banqueiro
“Ela tinha todos os dentes. Abriu a boca e vi duas fileiras, em cima e embaixo. Coisas de rico.”
74 degraus
• Foco narrativo múltiplo
• Estrutura em in media res
• Dividido em 74 parágrafos
Multiplicidade de pontos de vista
Inclusive no pensamento
Virginia Woolf, Júlio Cortázar, etc.
74 Degraus
Ideia de Ascensão do conto
Violência Prazer perverso das mulheres, que culmina nos assassinatos
Noite na Taverna, Álvares de AzevedoDuplo Homicídio
• Temática Sexual se faz presente para possibilidade de relação amorosa entre Tereza e Elisa
Intestino Grosso
• Narração em 1ª pessoa por um repórter;
• Estrutura: entrevista realizada com um escritor.
• “Profissão de Fé” de Rubem Fonseca
A importância da pornografia: “Uma sábia organização social deveria impedir que fossem reprimidos esses comunicativos caminhos de alívio vicário e de redução de tensão. As alternativas para a pornografia são a doença mental, a violência, a bomba.”
“Ambas as palavras, puta e pariu, derivam do palavrão-chave, que é foder. É evidente que, no caso, as palavras estão tendo um efeito catártico, de alívio de tensões e pressões. (...) Nesses casos o uso de palavras proibidas é uma forma de contestação anti-repressiva.”
Histórias pornográficas X Contos de fadas
“É uma história indecente, desonesta, vergonhosa, obscena, despudorada, suja e sórdida. No entanto está impressa em todas ou quase todas as principais línguas do universo e é tradicionalmente transmitida de pais para filhos como uma história edificante. Essas crianças, ladras, assassinas, com seus pais criminosos, não deviam poder entrar dentro da casa da gente, nem mesmo escondidas dentro de um livro. Essa é uma verdadeira história de sacanagem, no significado popular de sujeita que a palavra tem.”
Reação do público diante da pornografia e do palavrão
“Os seus livros são bem vendidos. Há tanta gente assim interessada nesses marginais da sociedade? Uma amiga minha, outro dia, dizia não se interessar por histórias de pessoas que não têm sapatos.”
“É um romance que tem flores, beleza, nobreza e dinheiro. Reconheça que isto é algo que todos almejamos obter.”
“Há pessoas que aceitam a pornografia em toda parte, até, ou principalmente, na sua vida particular, menos na arte, acreditando, como Horácio, que a arte deve ser dulce et utile. Ao atribuir à arte uma função moralizante, ou, no mínimo, entretenedora, essa gente acaba justificando o poder coativo da censura, exercido sob alegações de segurança ou bem-estar público.”
Trecho referente à censura da ditadura militar
“Os caras que editavam os livros, os suplementos literários, os jornais de letras. Eles queriam os negrinhos do pastoreio, os guaranis, os sertões da vida. Eu morava num edifício de apartamento via anúncio coloridos em gás néon e ouvia barulho de motores de automóveis.”
Crítica à superficialidade da crítica literária da época