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5/23/2018 fenomelogia04-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/fenomelogia-04 1/9 7/4/2014 online.unip.br/Imprimir/ImprimirConteudo http://online.unip.br/Imprimir/ImprimirConteudo 1/9 Módulo 3: O caráter de poder-ser do Dasein: finitude Temporalidade do Dasein.  Angús tia e finitude do Das ein  Temporalidade do Dasein. Bibliografia obrigatória: FEIJOÓ, A. M. “Heidegger e a desconstrução da subjetividade moderna”. A existência para além do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a  possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2011, Pg. 34 – 55.  Bibliografia complementar: FEIJOÓ, A. M. “As tonalidades afetivas e a daseinsanalyse: Medard Boss.” A existência para além do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2011, Pg. 71 – 84.  O conceito de temporalidade é um conceito-chave na fenomenologia-existencial. Heidegger escolhe-o para diferenciá-lo do conceito de tempo, que na tradição filosófica e no nosso uso comum já ficou associado ao tempo cronológico, o tempo do relógio. O tempo cronológico é uma sequência linear e infinita de “agoras”, que se inicia no passado e caminha em direção ao futuro. A modo de ser temporal do Dasein é outro.  Heidegger se depara com essa questão quando se pergunta pela possibilidade de ser todo do Dasein. Ser todo significa: como o Dasein se completa? Dasein se completa quando realizou todas as suas possibilidades. Neste caso, o Dasein só seria todo quando deixa de ser. Porém, deixando de ser, não realiza essa possibilidade. O Dasein que somos pode, por outro lado, experimentar-se como ser finito. É o que Heidegger chama de “decisão antecipadora” da morte. (Feijoó, 2011, p.41) Devemos tomar cuidado com esta idéia, pois não significa que o Dasein imagina a sua morte. Significa que o Dasein se assume como finito. Ao fazer isso, abre-se para sua facticidade, isto é, para o ente intramundano junto ao qual já se encontra. Numa interpretação mais livre, podemos dizer que o Dasein reconhece a singularidade e finitude da situação na qual se encontra. (Feijoó, 2011)  O Dasein existe, então, sendo em relação com o que ele ainda não é, mas pode ser. Um sapateiro, por exemplo, encontra seus instrumentos como instrumentos para o conserto do sapato, que ainda não está consertado, mas “pode” estar. Do mesmo modo, o ser-no-mundo se compreende a partir de possibilidades (futuras) próprias. Antecipa-se a si mesmo. Ao antecipar-se (futuro) presentifica seu mundo, no qual já estava. Um sapateiro, antecipando o consertar e antecipando-se como sapateiro, encontra-se com seu mundo naquela situação. Porvir (o termo que Heidegger usa para se referir ao futuro, protegendo-o das significações já cristalizadas), ser-sido (o termo que Heidegger usa para se referir ao passado, pelo mesmo motivo) e presentificação acontecem juntos; não há separação entre passado, presente e futuro.  Por isso, a analítica do Dasein distinguirá dois modos de temporalização do Dasein: o próprio e o impróprio. Resumidamente, na temporalização imprópria o ser-no-mundo “vem a si”, compreende-se, a partir do que lhe acontecerá. Dessa forma, esquiva-se do peso do ter-que-ser, que a antecipação da morte desvela, esperando algo. Na temporalização própria, Dasein vem a si mesmo como ser finito lançado e responsável por ser. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a questão da temporalidade do Dasein. 2) Responda: a questão da temporalidade do Dasein é importante para a psicologia? Justifique sua resposta. 3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:  

fenomelogia 04

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    Mdulo 3: O carter de poder-ser do Dasein: finitude

    Temporalidade do Dasein.

    Angstia e finitude do Dasein

    Temporalidade do Dasein.

    Bibliografia obrigatria: FEIJO, A. M. Heidegger e a desconstruo da subjetividade moderna. A

    existncia para alm do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercusses para a

    possibilidade de uma clnica psicolgica com fundamentos fenomenolgico-existenciais. Rio de Janeiro:Via Vrita, 2011, Pg. 34 55.

    Bibliografia complementar: FEIJO, A. M. As tonalidades afetivas e a daseinsanalyse: Medard

    Boss. A existncia para alm do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercusses para

    a possibilidade de uma clnica psicolgica com fundamentos fenomenolgico-existenciais. Rio de Janeiro:

    Via Vrita, 2011, Pg. 71 84.

    O conceito de temporalidade um conceito-chave na fenomenologia-existencial. Heidegger escolhe-o paradiferenci-lo do conceito de tempo, que na tradio filosfica e no nosso uso comum j ficou associado ao tempocronolgico, o tempo do relgio. O tempo cronolgico uma sequncia linear e infinita de agoras, que se iniciano passado e caminha em direo ao futuro. A modo de ser temporal do Dasein outro.

    Heidegger se depara com essa questo quando se pergunta pela possibilidade de ser todo do Dasein. Sertodo significa: como o Dasein se completa? Dasein se completa quando realizou todas as suas possibilidades.Neste caso, o Dasein s seria todo quando deixa de ser. Porm, deixando de ser, no realiza essa possibilidade.O Dasein que somos pode, por outro lado, experimentar-se como ser finito. o que Heidegger chama de decisoantecipadora da morte. (Feijo, 2011, p.41) Devemos tomar cuidado com esta idia, pois no significa que oDasein imagina a sua morte. Significa que o Dasein se assume como finito. Ao fazer isso, abre-se para suafacticidade, isto , para o ente intramundano junto ao qual j se encontra. Numa interpretao mais livre, podemosdizer que o Dasein reconhece a singularidade e finitude da situao na qual se encontra. (Feijo, 2011)

    O Dasein existe, ento, sendo em relao com o que ele ainda no , mas pode ser. Um sapateiro, porexemplo, encontra seus instrumentos como instrumentos para o conserto do sapato, que ainda no estconsertado, mas pode estar. Do mesmo modo, o ser-no-mundo se compreende a partir de possibilidades(futuras) prprias. Antecipa-se a si mesmo. Ao antecipar-se (futuro) presentifica seu mundo, no qual j estava. Umsapateiro, antecipando o consertar e antecipando-se como sapateiro, encontra-se com seu mundo naquelasituao. Porvir (o termo que Heidegger usa para se referir ao futuro, protegendo-o das significaes jcristalizadas), ser-sido (o termo que Heidegger usa para se referir ao passado, pelo mesmo motivo) epresentificao acontecem juntos; no h separao entre passado, presente e futuro.

    Por isso, a analtica do Dasein distinguir dois modos de temporalizao do Dasein: o prprio e oimprprio. Resumidamente, na temporalizao imprpria o ser-no-mundo vem a si, compreende-se, a partir doque lhe acontecer. Dessa forma, esquiva-se do peso do ter-que-ser, que a antecipao da morte desvela,esperando algo. Na temporalizao prpria, Dasein vem a si mesmo como ser finito lanado e responsvel porser.

    Atividades recomendadas:

    1) Faa uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a questo da temporalidade do Dasein.

    2) Responda: a questo da temporalidade do Dasein importante para a psicologia? Justifique sua resposta.

    3) Acompanhe o seguinte exemplo de exerccio:

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    Leia atentamente o trecho extrado do livro DUBOIS, C. Heidegger: Introduo a uma Leitura. (Rio de Janeiro: JorgeZahar Ed, 2004) e o poema XIX de Mario Quintana, publicado no livro A Rua dos Cataventos (1940), e considere asafirmaes abaixo.

    Na relao com a possib ilidade damorte, que no me oferece nada departicular para esperar, essapossib ilidade se d como apossib ilidade mais prpria. (...)Como ser-lanado, o Dasein portanto, enquanto ser-no-mundo,lanado no ser-para-a-morte: ele oexperimenta na angstia, da qual,cotidia-namente, decadente, foge.Como? Tranquilizando-se. Morre-se,certamente, mas por enquanto, tudobem, ainda d tempo. (...) Aocontrrio, o ser-para-a-mortesuportado est certo da morte. (...)certeza de si quer dizer: certeza desi como mortal. (...) Sum quer dizersum moribundus. (DUBOIS, 2004,p.50)

    Minha morte nasceu quando eu nasci

    Despertou, balbuciou, cresceu comigo...

    E danamos de roda ao luar amigo

    Na pequenina rua em que vivi.

    J no tem mais aquele jeito antigo

    De rir e que, ai de mim, tambm perdi!

    Mas inda agora a estou sentindo aqui,

    Grave e boa, a escutar o que lhe digo:

    Tu s a minha doce Prometida,

    Nem sei quando sero nossas bodas,

    Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...

    E as horas l se vo, loucas ou tristes...

    Mas to bom, em meio s horas todas,

    Pensar em ti... saber que tu existes!

    I Ambos os textos se referem antecipao da morte. Heidegger utiliza o conceito ser-para-a-morte, enquantoQuintana refere-se a ela como a Prometida.

    II Com o conceito de ser-para-a-morte, Heidegger se refere condio mortal do homem.

    III A finitude do Dasein o que desvela para si que substituvel na sua existncia.

    IV No poema de Mario Quintana, a morte apresentada como a Prometida, o que, do ponto de vista dafenomenologia-existencial, revela uma tendncia suicida latente de seu Dasein.

    Esto corretas:

    a) I e II, apenas.

    b) II e III, apenas.

    c) III e IV, apenas.

    d) I, II e IV, apenas.

    e) I, II e III, apenas.

    Se voc leu atentamente a bibliografia indicada, pde reconhecer que a afirmao I est correta, pois, de acordocom a citao de Dubois, a antecipao da morte revela o ser-para-a-morte constitutivo da existncia. No poema

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    de Mario Quintana essa idia expressada, em linguagem potica, como a Prometida, uma possibilidade que oacompanha desde sua infncia e que um dia acontecer. Para Heidegger, desde que lanado na existncia, oDasein ser-para-a-morte. Assim, a afirmao II tambm est correta.

    Em Ser e Tempo, a possibilidade da morte aparece como a nica na qual ningum pode ser substitudo poroutrem. A antecipao da morte singulariza o Dasein, portanto, revelando que sua existncia est sob seu encargoexclusivamente. A afirmao III vai de encontro com essa idia, pois sugere que o ser-para-a-morte revela quecada um substituvel na sua existncia.

    Equivocada tambm est a afirmao IV. A fenomenologia-existencial trabalha com fenmenos, buscandoencontrar neles seu sentido. A idia de tendncias latentes uma hiptese terica, que no condiz com ofenmeno. O fenomenlogo no tem base fenomenolgica para tal inferncia. Pelo contrrio, pois no poema MarioQuintana transmite um jbilo por reconhecer sua finitude, que torna os momentos de sua vida nicos eirrepetveis.

    Angstia e finitude do Dasein

    Bibliografia obrigatria: FEIJO, A. M. Heidegger e a desconstruo da subjetividade moderna. Aexistncia para alm do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercusses para a

    possibilidade de uma clnica psicolgica com fundamentos fenomenolgico-existenciais. Rio de Janeiro:Via Vrita, 2011, Pg. 34 55.

    Bibliografia complementar: FEIJO, A. M. As tonalidades afetivas e a daseinsanalyse: Medard

    Boss. A existncia para alm do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercusses paraa possibilidade de uma clnica psicolgica com fundamentos fenomenolgico-existenciais. Rio de Janeiro:

    Via Vrita, 2011, Pg. 71 84.

    As consideraes de Heidegger acerca da temporalidade se desdobram na finitude do Dasein. Como vimos,a finitude no coincide com a morte. Antecipao da morte no significa imaginar-se morrendo. At o contrrio.Antecipao da morte significa assumir-se como um ser nico, insubstituvel, destinado a ser. Existir tarefa.Essa ideia de Heidegger se faz presente no Existencialismo de Sartre atravs da ideia de que o homem condenado a ser livre.

    O conceito de temporalidade, como j vimos, expressa o modo mais originrio da existncia de lidar comtempo; mais precisamente, de lidar com o prprio tempo. Embora Dasein lide cotidianamente com o tempo comouma sequncia infinita de agoras (tempo cronolgico), seu tempo mais original aquele que reconhece suafinitude. Lanada na facticidade, a existncia um intervalo entre dois nadas.

    O nada se manifesta na angstia. a dissoluo do mundo, que revela ao Dasein seu ser como cuidado.Como cuidado, existir tarefa que s se completa quando o Dasein realiza sua derradeira possibilidade.Heidegger lembra que a possibilidade da impossibilidade no pode ser confundida com a morte biolgica. Numapassagem de Ser e Tempo, comenta que a morte biolgica pode interromper possibilidades, assim como tardar achegar.

    A temporalidade do Dasein traz muitas implicaes para a compreenso dos fenmenos que interessamao psiclogo. A primeira e mais radical de que a existncia humana no pode ser compreendida como umdesenvolvimento linear do passado em direo ao futuro. Isto abre um forte debate com as psicologiasexplicativas. O pensamento natural-cientfico faz coincidir o sentido do fenmeno com sua causaotemporalmente anterior. Ao observar um fenmeno psicolgico, no se interessa por o que ele revela (seusentido), mas imediatamente pergunta por que se d dessa maneira, buscando sua resposta na sequenciatemporal. Se for preciso indicar uma nfase na temporalidade para a fenomenologia-existencial, ser o futuro, queHeidegger chama de porvir exatamente para diferenciar das significaes j cristalizadas de futuro.

    O porvir uma possibilidade de ser si mesmo que o Dasein assume como sua. A partir dessapossibilidade advm a si a sua histria e os entes pertinentes. Em outras palavras, eu sou o que posso ser. porisso que as psicologias humanistas, que se inspiram na fenomenologia-existencial (No confundamosPsicologia Humanista com Daseinsanalyse!!!), enfatizam os projetos do ser humano, ao invs de buscarexplicaes em seu passado.

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    O conceito de temporalidade traz grandes repercusses na psicopatologia. Os primeiros psicopatologistasfenomenolgicos (Jaspers, Minkowski) elaboraram descries das vivncias psicopatolgicas tendo em vista atemporalidade. Por exemplo, a depresso um encurtamento no porvir, de modo que para o deprimido vem a serapenas a perpetuao da dor e da tristeza.

    Talvez a mais importante implicao seja a nova nfase dada aos conceitos de angstia e morte na prticaclnica. A daseinsanalyse coloca esses conceitos como centro de sua preocupao, reconhecendo nosfenmenos psicolgicos modos de lidar com a prpria finitude, antecipada, e com a angstia, enquanto perda demundo e de si mesmo.

    Atividades recomendadas:

    1) Faa uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a questo da finitude do Dasein.

    2) A partir das leituras, como voc articula finitude e singularizao?

    3) A angstia frequentemente entendida como um sentimento. Confronte a noo vulgar de angstia com anoo heideggeriana.

    4) Responda: a questo da finitude do Dasein importante para a psicologia? Por que?

    5) Acompanhe o seguinte exemplo de exerccio:

    Leia o trecho de Kierkegaard, que inspira a compreenso fenomenolgico-existencial sobre a angstiadesenvolvida por Heidegger em Ser e Tempo, e responda.

    A angstia a possib ilidade da liberdade, s esta angstia , pela f, absolutamenteformadora, na medida em que consome todas as coisas finitas, descobre todas as iluses. Enenhum Grange Inquisidor dispe de to horripilantes tormentos como a angstia, e nenhumespio sabe investir sobre o suspeito com tanta astcia, justo no momento em que est maisdebilitado, ou sabe preparar armadilhas, em que este ficar preso, to insidiosamente comoa angstia, e nenhum juiz sagaz consegue examinar, sim, ex-animar [desalentar], oacusado como a angstia, que no o deixa escapar jamais, nem nas diverses, nem nobarulho, nem no trabalho, nem de dia nem de noite. (p.164)

    KIERKEGAARD, S. (1944/2011) O Conceito de Angstia. Petrpolis, RJ: Vozes.

    Sobre a angstia na daseinsanalyse verdadeiro afirmar:

    I Assim como na citao, Heidegger afirma que no h como escapar da angstia, nem mesmo nas diverses,nem no barulho, nem no trabalho, nem de dia nem de noite pois a angstia constitutiva do ser-a (ontolgica).

    II A angstia rompe com a familiaridade do mundo, produzindo estranhamento. A fenomenologia-existencialbusca reconduzir quem vivencia essa estranheza a alguma familiaridade.

    III Para a fenomenologia-existencial, a psicoterapia auxilia na profilaxia da angstia, evitando que ela irrompa.

    A) I, apenas.

    B) II, apenas.

    C) III, apenas.

    D) I e II, apenas.

    E) II e III, apenas.

    Se voc leu atentamente os textos indicados na bibliografia, no deve ter tido dificuldades para compreender a

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    citao de Kierkegaard. Ele escreve sobre o mesmo fenmeno da angstia, descrito por Heidegger, porm, comoutra linguagem. Tanto para Kierkegaard quanto para a Heidegger, a angstia que o rompimento com afamiliaridade com o mundo uma possibilidade intrnseca existncia. Portanto, no h como escapar dela.Portanto, as afirmaes I e II esto corretas. A afirmao III sugere que h um modo de fugir da angstia; no caso,a terapia. Dado que uma possibilidade intrnseca, no h como a evitar. Tambm no h porque a evitar, dadoque a angstia revela a cada um que sua existncia est sob sua responsabilidade.

    Exerccio 1:

    No livro O Fio das Palavras, o autor narra a histria da terapia de Joo, que por algum tempo conta sua histria naesperana de chegar ao trauma de infncia, ao acontecimento crucial, determinante de todas as mazelassubseqentes. (p.28) A relao com o passado se articula com a temporalidade do ser-a. Sobre isso, corretoafirmar que:

    A - o ser-a no tem passado nem futuro, mas somente o aqui-e-agora. Assim, deve-sedesconsiderar o passado e o futuro. B - o ser-a temporal, o que significa que se lana ao futuro a partir de um passado, abrindo seupresente. O significado das vivncias presentes surge a partir da temporalidade. C - o ser-a um ente temporal, o que significa que uma tbula rasa que vai ganhando ser-no-mundo na medida em que as vivncias acontecem. Assim, o que j aconteceu na vida de Joo imutvel e determinante de seu presente. D - o ser-a um ente livre, de modo que o passado no influi na sua vida atual. O que importa sua liberdade para se tornar quem se . A atitude emptica do terapeuta daseinsanalista favoreceisso. E - o ser-a um ente determinado pela temporalidade, isto , pelos acontecimentos e pelostraumas que vivenciou no passado.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogia

    Exerccio 2:

    Como mortais, que podem a qualquer momento, no presente ou no futuro, deixar de existir, que desde o passadoj podiam ter deixado de viver sem grande prejuzo para o mundo, ns compreendemos que nossa vida nos dada como um poder ser que no tem de ser, como um gesto de liberdade. (Joo Augusto Pompia, 2004). Estetrecho expressa a idia de que:

    A - A condio humana dada a cada existncia como possibilidade. B - O homem no deve confiar em nada, pois tudo relativo. C - As dvidas, tanto casuais quanto decorrentes do esforo do pensamento, diminuem aconfiana. D - Cada indivduo cuida de sua vida, mas no pode confiar plenamente em si mesmo. E - O homem no pode confiar nas coisas materiais, mas somente em seu ser.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)

    Comentrios:

    A - fenomelogia

    Exerccio 3:

    Na sntese de Ser e Tempo escrita por Rdiger Safranski na biografia sobre Heidegger, ele escreve que o ser-a,enquanto ele viver, nunca est concludo, inteiro e encerrado como seu objeto, mas sempre aberto para o futuro,cheio de possibilidades. (p.191) Qualquer interpretao cientfica sobre o ser-a uma automistificao. Ele

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    prossegue: ... a vida humana nos escapa quando a queremos compreender de uma postura terica. (p.186) Nessetrecho, o autor se refere ao existencial:

    A - Facticidade, que significa que as aes do ser-a tornam-se fatos no mundo. Esses fatos sopassveis de investigao fenomenolgica. B - Facticidade, que significa que o ser-a enquanto ser-no-mundo est sempre em algumasituao. C - Poder-ser, que significa que o ser-a est sempre aberto para novas possibilidades fcticas deser. O ser-a s deixa de ser ser-possvel quando realiza sua derradeira possibilidade existencial. D - Poder-ser, que significa que o ser-a indeterminado, podendo tornar-se o que desejar. E - Poder-ser, que a tendncia auto-realizao do ser-a, isto , sua tendncia a naturalmentese tornar ser-no-mundo.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogiaC - fenomelogia

    Exerccio 4:

    Na fenomenologia-existencial de Heidegger, que fundamenta a daseinsanalyse clnica, culpa um existencial. Ossentimentos de culpa so concretizaes possveis desse existencial. O existencial culpa (Schuld, em alemo) definido na fenomenologia-existencial como:

    A - Medo de castigos, pois desde a infncia as crianas so castigadas quando no cumprem umaordem ou transgridem uma proibio. B - Medo da morte, que a possibilidade certa e indeterminada em direo qual todo ser-no-mundo dirige. C - Uma relao ambivalente com o pai; o ser-a sente ao mesmo tempo dio do pai por v-lo comorival pelo amor da me e identifica-se com ele atravs de admirao e desejo de ocupar seu lugar. D - O deixar-se-necessitar pelo mundo e a dvida que o ser-humano tem e ter at sua morte como mundo, a saber, de realizar suas possibilidades de explorao provenientes do futuro e dedeixar as coisas do mundo se manifestarem sob a luz de sua existncia. E - Uma resposta das glndulas e dos msculos lisos, que implica uma possibilidade reduzida demovimento em direo ao objeto temido e uma alta probabilidade de afastamento dele.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogiaC - fenomelogiaD - fenomelogia

    Exerccio 5:

    Leia o seguinte texto e responda questo.

    "Acho que isso que as pessoas esperam, que, ajudando-as a compreender melhor a existncia, afilosofia mexa com elas e, ento, possam vencer essa dor de ser. Elas no querem tratar dasdificuldades e dos problemas imediatos, mas do sentido da vida.

    Todos ns j sentimos essa dor de ser e, vez por outra, com uma intensidade quase insuportvel.Sentimo-nos estrangeiros em nossa prpria vida. Sentimo-nos em dvida com ns mesmos. Umvazio nos invade. Nossa existncia perdeu o significado. No sabemos mais quem somos nemquem podemos ser.

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    A dor de ser faz parte da nossa natureza. No agentamos apenas ser, temos de ser nsmesmos. No queremos repetir ningum nem que ningum nos copie. Tambm no nos basta queos outros aprovem nossa vida. preciso que ela faa sentido para ns mesmos." (Critelli, D. M."Pensar a vida, saltar o abismo.", in Folha Equilbrio.)

    No segundo pargrafo a autora fala:

    I) da angstia, que nos pe diante da falta de sentido do mundo;

    II) da angstia, afeto que nos remete a ns mesmos;

    III) da angstia, que nos pe diante da mutabilidade e finitude.

    A - Apenas a afirmao I est corretaB - Apenas a afirmao II est corretaC - Apenas a afirmao III est corretaD - I e II, apenas.E - I, II e III.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogiaC - fenomelogiaD - fenomelogiaE - fenomelogia

    Exerccio 6:

    Jornal Folha da Regio de Araatuba, 28 de agosto de 2010,

    Caderno Vida, pgina D3, Astrologia.

    Sagitrio (22/11 a 21/12) Quanto dura um momento? No se pode medi-lo em tempocronolgico, mas em experincias que o integre. O mesmo tempo cronolgico de uma tortura ede um beijo apaixonado experimentado de forma diferente.

    Verificando os dizeres astrolgicos acima e baseando-se no pensamento fenomenolgicoexistencial de Heidegger sobre o Tempo, est incorreto afirmar que:

    A - Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable{mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0in 5.4pt 0in 5.4pt; mso-para-margin:0in; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} O Tempo no um ente. B - Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable{mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0in 5.4pt 0in 5.4pt; mso-para-margin:0in; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-

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    pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} Tempo um espao de jogo a partir do qual o Dasein pode ser. C - Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable{mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0in 5.4pt 0in 5.4pt; mso-para-margin:0in; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} O Tempo no outra coisa para o Dasein a no ser umasucesso de agoras. D - Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable{mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0in 5.4pt 0in 5.4pt; mso-para-margin:0in; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} A primazia do porvir o verdadeiro sentido do tempo. E - Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable{mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0in 5.4pt 0in 5.4pt; mso-para-margin:0in; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} O Tempo de mundo o Tempo do Dasein ocupado.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogiaC - fenomelogia

    Exerccio 7:

    Considere a citao abaixo, extrada do livro Heidegger: Introduo a uma Leitura, de Christian Dubois, e asafirmaes seguintes sobre implicaes do conceito de deciso para a psicologia fenomenolgico-existencial.

    A deciso a verdade originria do Dasein, seu ser na verdade prpria, sua lucidez. (...) O que significa estardecidido? Dissipemos um equvoco: o Dasein est realmente decidido por si mesmo, em seu poder serisolado, mas isto como ser-no-mundo. Dito de outro modo, a deciso, como ser para a morte, (re)comea omundo. Ela no nada alm do que o ser-no-mundo vivido de modo prprio. Nunhuma diferena quanto aoquid [o que], mas quanto ao quomodo [modo como]. Igualmente , decidido, estou ainda junto do ente ao-alcance-da-mo, como os outros, mas sou a partir de mim mesmo, e no na identificao preocupada a partirdo ser-explicitado-pblico. (Dubois, 2000, p.55)

    I A fenomenologia-existencial compreende a existncia como indeterminada, como poder-ser. Existir tarefa.

    II Cotidianamente, existimos abrindo mo de nosso ser-a, deixando de perceber a singularidade das situaesque vivenciamos e de nossa prpria existncia.

    III Na relao psicoteraputica fenomenolgico-existencial, o terapeuta indica para o paciente quais so e comodeve tomar as decises importantes de sua vida.

    Esto corretas:

    A - I, apenas. B - II, apenas. C - III, apenas. D - I e II, apenas. E - II e III, apenas.

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    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogiaC - fenomelogiaD - fenomelogia

    Exerccio 8:

    Para compreender a estrutura do Dasein que se mostra como a unidade de uma estruturacomplexa e modulada, em contnuo movimento necessrio interrogar o prprio Dasein a partirda maneira segundo a qual se mostra ele mesmo para si de modo unitrio, simplificado, paraseguindo este mostrar-se, elaborar seu sentido existencial. Para o filsofo Dubois (2004),estudioso da obra de Heidegger, essa experincia fundamental de si privilegiada realizada nosentimento fundamental da ANGSTIA. A respeito da compreenso de Heidegger acerca deste modo de ser, considere as afirmaesabaixo: I. Na angstia, o ente intramundano desaba, no sendo mais relevante e significante.II. A angstia precisamente a experincia do ser-no-mundo enquanto tal, do prprio mundo.III. Temor e angstia so diferentes, pois a angstia de alguma coisa e o temor, temordiante do nada. Apresenta(m) corretamente as idias de Heidegger acerca do modo de ser da angstia somente asafirmativas:

    A - I. B - II. C - III. D - I e II. E - II e III.

    O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)

    Comentrios:

    A - fenomelogiaB - fenomelogiaC - fenomelogiaD - fenomelogia