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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
FERNANDA MORAIS TERUEL
APRENDIZAGEM CONCEITUAL E PROCEDIMENTAL DA
PRÁTICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR ALUNOS DE
UM CURSO DE ENFERMAGEM
LONDRINA - PR
2019
FERNANDA MORAIS TERUEL
APRENDIZAGEM CONCEITUAL E PROCEDIMENTAL DA PRÁTICA
DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR ALUNOS DE UM CURSO DE
ENFERMAGEM
Dissertação apresentada à Universidade Pitágoras
Unopar, como requisito parcial para a obtenção do título
de Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens
e suas Tecnologias.
Orientadora: Profª Drª Andreia de Freitas Zompero
LONDRINA - PR 2019
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS
DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP (José Matias dos Santos Filho CRB 10 / 2408)
Teruel, Fernanda Morais. T332a Aprendizagem conceitual e procedimental da prática de higienização das mãos por alunos de um curso de enfermagem / Fernanda Morais Teruel. .Londrina: [s.n.] , .....[s.n.], 2019. ........... ...82 f. : il color Dissertação.(Mestrado...Acadêmico .em ..Metodologias ...para ...o.. Ensino ........ .....de Linguagens e suas Tecnologias). ....Universidade Pitágoras Unopar. Orientador: Prof.ª Dr.ª Andreia de Freitas Zompero. .... . 1 - Ensino.. 2 – Enfermagem - Procedimentos. 3 - Higienização das Mãos..4 - ................Aprendizagem Significativa. 5 - Multimodos - Representação. 6 - Metodologias ................para o. Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. I - .Zompero, Andreia de ................Freitas; orient. II - Universidade Pitágoras Unopar.
CDD 371: 610.73
FERNANDA MORAIS TERUEL
APRENDIZAGEM CONCEITUAL E PROCEDIMENTAL DA PRÁTICA
DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR ALUNOS DE UM CURSO DE
ENFERMAGEM
Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Metodologias para o Ensino
de Linguagens e suas Tecnologias, área de concentração Formação de Professores
e ação docente em situações de ensino, como requisito parcial obter o título de
Mestre, conferido pela Banca Examinadora formada pelos professores:
__________________________________________________ Drª Andreia de Freitas Zompero Universidade Pitágoras Unopar
Orientadora
__________________________________________________ Drª Helenara Regina Sampaio Figueiredo
Universidade Pitágoras Unopar
__________________________________________________ Drª Tânia Aparecida da Silva Klein
Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, __ de ___________ de 2019.
Dedico este trabalho à minha família.
AGRADECIMENTOS
Inicio meus agradecimentos a Deus pela oportunidade em realizar esse curso,
e pelas pessoas que colocou em minha vida apoiando em cuidado e orações.
A minha família pelo incentivo e apoio em especial a meu marido Flávio e a
tia Ni pelo cuidado tão zeloso com o que tenho de mais precioso nessa vida, meu filho
Guilherme.
A tia Aurélia e o tio Florindo pela estadia e acolhimento. A minha sogra
Dirce pelos cuidados. As minhas amigas Flávia Alvim e Camila Prospéri, pela
torcida.
A minha orientadora pela compreensão e ensino. Aos meus colegas de
mestrado Gislaine e Tiago pelos estudos e boas risadas, valeu duplinha!
As professoras Dra. Helenara Regina Sampaio Figueiredo e Dra. Tania
Aparecida da Silva Klein, que aceitaram participar da banca examinadora, pela
disponibilidade em compartilhar seus conhecimentos e pela leitura minuciosa do texto.
Ao meu filho Guilherme por ser meu maior incentivo em buscar novos
conhecimentos e aprendizado.
A todos os alunos participantes da pesquisa pela boa vontade e empenho em
estar comigo nessa caminhada.
A minha protetora Nossa Senhora Aparecida pelas bênçãos e proteção.
A Jesus Cristo pela saúde, oportunidade e pelas pessoas que colocou em meu
caminho.
Ninguém vence sozinho!
Gratidão a todos que me ajudaram e torceram por mim!
"E tudo quanto pedires em oração, crendo, recebereis…”
(Mateus 21;22)
TERUEL, Fernanda Morais. Aprendizagem conceitual e procedimental da prática de higienização das mãos por alunos de um curso de enfermagem. 2019. 82 f. Dissertação (Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias) - Universidade Pitágoras Unopar, Londrina, 2019.
RESUMO
A segurança do paciente e a qualidade da assistência de Enfermagem estão relacionados diretamente com a higienização correta das mãos. No entanto, a aprendizagem de técnicas e, principalmente a adesão a essa medida tem se mostrado um grande desafio para as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar. O ensino apropriado para os profissionais de saúde é de extrema relevância para a formação dos alunos do curso de Enfermagem. O presente estudo teve por objetivo identificar quais conceitos e procedimentos os alunos de um curso de Enfermagem aprendem após participarem da oficina mãos limpas cuidado seguro. Para isso foi realizada uma oficina sobre higienização das mãos e nela os estudantes construíram mapas conceituais e realizaram procedimentos de lavagem das mãos, antes e após a oficina. Os participantes foram alunos que cursam a disciplina de Estágio no curso de Enfermagem. A oficina foi organizada tendo por base a Teoria da Aprendizagem Significativa e a utilização de Multimodos de Representação para torná-la potencialmente significativa e favorecer a aprendizagem conceitual e procedimental dos estudantes. A pesquisa foi de natureza qualitativa e descritiva. Como resultados obteve-se que o número de conceitos utilizados pelos alunos no segundo mapa foi superior ao primeiro. A partir da prática de higienização das mãos identificou-se que na higienização pós-oficina houve um aumento no número de itens contemplados pelos estudantes. Considera-se que os alunos aprenderam a partir da oficina, gerando novos elementos que foram identificados nos resultados pós-oficina tanto nos mapas conceituais como na prática de lavagem e higienização das mãos. Tal resultado indica que os estudantes ampliaram o aprendizado teórico e prático a partir da oficina. Palavras-chave: Ensino. Higienização das Mãos. Ensino de Enfermagem. Aprendizagem Significativa. Multimodos de Representação.
TERUEL, Fernanda Morais. Conceptual and procedural learning of hand hygiene practice by students of a nursing course. 2019. 82 f. Dissertação (Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias) - Universidade Pitágoras Unopar, Londrina, 2019.
ABSTRACT
Patient safety and nursing care quality are directly related to correct hand hygiene. However, learning techniques and especially adherence to this measure has proved to be a major challenge for Hospital Infection Control Commissions. Appropriate teaching for health professionals is extremely important for the education of nursing students. This study aimed to identify which concepts and procedures students in a Nursing course learn by participating in the workshop clean hands safe care. For this, a workshop on hand hygiene was held and students built conceptual maps and performed hand washing procedures before and after the workshop. The participants were students attending the Internship discipline in the Nursing course. The workshop was organized based on the Theory of Meaningful Learning and the use of Multimode of Representation to make it potentially meaningful and to foster students' conceptual and procedural learning. The research was qualitative and descriptive in nature, as results showed that the number of concepts used by students in the second map was higher than the first. From the practice of hand hygiene it was identified that in post-workshop hygiene there was an increase in the number of items contemplated by students. It is considered that the students learned from the workshop, generating new elements that were added to the post workshop maps. This result indicates that the students expanded the theoretical and practical learning from the workshop. Keywords: Teaching. Hand Hygiene, Nursing Education, Learning Significant, Multimode Representation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Como higienizar as mãos com água e sabonete.................................................. 25
Figura 2 - Como fazer a fricção antisséptica das mãos com preparações alcoólicas ........... 26
Figura 3 - 5 momentos para a higiene das mãos ................................................................. 27
Figura 4 - Mapa elaborado pré-oficina hierárquico .............................................................. 49
Figura 5 - Mapa elaborado pré-oficina hierárquico ............................................................... 50
Figura 6 - Mapa elaborado pré-oficina com relação direta ................................................... 50
Figura 7 - Mapa elaborado pré-oficina com relação direta ................................................... 51
Figura 8 - Mapa elaborado pré-oficina com poucas ligações ............................................... 52
Figura 9 - Mapa elaborado pré-oficina sem ligações ............................................................ 52
Figura 10 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações .......................................................... 53
Figura 11 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações .......................................................... 54
Figura 12 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações .......................................................... 55
Figura 13 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações .......................................................... 56
Figura 14 - Mapa pós-oficina com ligações mais amplas ..................................................... 57
Figura 15 - Mapa elaborado pós-oficina hierárquico ............................................................ 58
Figura 16 - Mapa elaborado pós-oficina com poucas ligações ............................................. 59
Figura 17 - Mapa elaborado pós-oficina com poucas ligações ............................................. 60
Figura 18 - Mapa elaborado pós-oficina com ligações complexas ....................................... 60
Figura 19 - Mapa pós-oficina com ligações horizontais ........................................................ 61
Figura 20 - Mapa pós-oficina com o conceito lavagem das mãos ........................................ 62
Figura 21 - Mapa pós-oficina com os 5 passos para higienização das mãos ....................... 63
Figura 22 - Mapa pós-oficina com recursos visuais ............................................................. 64
Figura 23 - Mapa pós-oficina com ligações feitas por linhas ................................................ 65
LISTA DE FIGURAS
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APIC - Associação de Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia
CCIH - Comissões de Controle de Infeção Hospitalar
HICPAC - Comitê Consultivo em Práticas de Controle de Infecções
HM - Higienização das mãos
IRAS - Infecções Relacionadas à Assistência da Saúde
OMS - Organização Mundial de Saúde
ONU - Organização das Nações Unidas
SABA - Solução Antisséptica de Base Alcoólica
TAS - Teoria da Aprendizagem Significativa
UTI - Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 11 2. HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS: ASPECTOS HISTÓRICOS E PROCEDIMENTOS TÉCNICOS ................................................................. 15 2.1 HIGIENE, SUA ORIGEM E CONCEITOS ........................................................... 15 2.2 HISTÓRIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ....................................................... 16 2.3 TÉCNICAS PARA A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .............................................. 20
3. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E MULTIMODOS DE REPRESENTAÇÃO ................................................ 29 3.1 PRESSUPOSTOS DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ............ 29 3.2 MULTIMODOS DE REPRESENTAÇÃO ............................................................. 30 3.3 CONCEITOS E APRENDIZAGEM CONCEITUAL .............................................. 31 3.4 MAPAS CONCEITUAIS ...................................................................................... 32 3.5 PROCEDIMENTOS E APRENDIZAGEM PROCEDIMENTAL ............................ 33
4. OFICINAS PEDAGÓGICAS: PROPOSTA DE TRABALHO ............... 36 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................. 39 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 39 5.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................................................................... 40 5.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ....................................................... 40 5.4 DESCRIÇÃO DA OFICINA “MÃOS LIMPAS, CUIDADO SEGURO” ................... 41
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................... 44 6.1 ANÁLISE DA APRENDIZAGEM DE CONCEITOS ............................................. 44 6.1.1 Análise do número de aparições dos conceitos ............................................... 44 6.1.2 A estrutura dos mapas ..................................................................................... 48 6.2 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DO PROCEDIMENTO DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ..................................................................................... 66
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 70 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 72 ANEXO 1 ................................................................................................................... 78 ANEXO 2 ................................................................................................................... 80 ANEXO 3 ................................................................................................................... 81
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1. INTRODUÇÃO
A prática de higienização das mãos (HM) é um procedimento indispensável aos
profissionais de saúde, mas muitos não o fazem ou não compreendem a maneira
correta de executar a técnica. A Enfermagem é uma das profissões que utiliza as mãos
como ferramenta de trabalho. Nesse sentido, a segurança do paciente e o êxito das
práticas e qualidade da assistência de Enfermagem, estão relacionados diretamente
à higienização correta das mãos, prática indispensável para o cuidado seguro.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que 1,4 milhão de infecções
acontecem a qualquer instante, seja em países em desenvolvimento ou
desenvolvidos. Nos Estados Unidos, estima-se que ocorram cerca de 2 milhões de
infecções relacionadas à assistência da saúde por ano. Tal situação gera em torno de
60 a 90 mil mortes, significando um custo de 17 a 29 bilhões de dólares (WHO, 2009).
Há grande relação da higienização das mãos com os casos de infecção, uma vez que
segundo a agência da ONU (2018), cerca de 70% dos profissionais de saúde e 50%
das equipes que atuam em cirurgias não realizam rotineiramente a higienização das
mãos de forma correta.
De acordo com Nogueira et al. (2009), no Brasil, os dados sobre infecções
hospitalares têm baixa divulgação e vários hospitais não consolidam estes dados,
dificultando o dimensionamento da magnitude real do problema. Entretanto, conforme
os referidos autores, uma pesquisa realizada em 1994, em que foram avaliados 8.624
pacientes internados há mais de 24 horas e que permaneceram por um período médio
de 11,8 dias, foi identificado 1.129 pacientes com infecção hospitalar, o que
representou uma taxa de 15,5%, com importante diversidade entre as regiões:
Sudeste (16,4%), Nordeste (13,1%), Norte (11,5%), Sul (9,0%) e Centro-Oeste (7,2%).
Grande parte dos casos de infecções hospitalares estão relacionadas a falta ou
inadequada higienização das mãos. As infecções estão entre os 6 principais motivos
de óbito no Brasil, juntamente com os problemas cardiovasculares, neoplasias,
doenças respiratórias e as doenças transmissíveis. Os maiores índices foram
encontrados em hospitais públicos, destacando-se as Unidades de Terapia Intensiva
(UTI), unidade de queimados, neonatologia e clínica cirúrgica (NOGUEIRA et al.,
2009).
12
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Ainda que os dados sobre infecções em instituições hospitalares brasileiras
sejam escassos, tendo como estimativa uma taxa de infecção hospitalar de 15%, o
que se encontra na média aceita pela OMS (sendo aceito entre 9% e 20%), muito
precisa ser realizado para a redução desse índice no país (AZAMBUJA; PIRES; VAZ,
2004).
A infecção hospitalar gera impacto social e econômico para o paciente,
profissionais e instituição de saúde. Diante disso, é importante enfatizar que a
higienização das mãos é considerada como a forma de prevenir infecções mais
eficiente e econômica. As mãos são essenciais no atendimento em saúde e também
o principal meio de transmissão de infecções hospitalares. Desse modo, devem ser
adequadamente higienizadas antes e depois de qualquer procedimento empregado
na assistência ao paciente (NEVES et al., 2009).
Mesmo com a importância epidemiológica da higienização das mãos na
prevenção das infecções hospitalares, a adesão a essa medida mostra-se um grande
desafio para as Comissões de Controle de Infeção Hospitalar (CCIH) que, entre outras
questões, envolve recursos humanos nas organizações de saúde.
Segundo Barbosa (2019) ainda que atualmente não se tenham dúvidas sobre
a eficácia da higienização das mãos, há ainda uma baixa adesão por profissionais
da saúde a essa prática. Nesse sentido, para o autor é importante que aconteça uma
monitoração dos trabalhadores da área no que se refere a adesão da higienização
das mãos. Isso possibilitaria a identificação dos maiores empecilhos e sugerir
mudanças para que ocorra uma conscientização dos profissionais de saúde.
De acordo com a Brasil (2007), os profissionais dos serviços de saúde têm nas
mãos a principal ferramenta de trabalho em prol do cuidado, do mesmo modo, a mão
se constitui uma importante via de transmissão cruzada de infecções. Tal situação,
evidencia a necessidade de que todos os profissionais a realizem, iniciando sua
prática ainda ao longo da graduação. Assim, os alunos ao ingressarem em cursos
para atuação na área de saúde, incluindo Enfermagem, devem ter acesso a
informações sobre a prática correta de higienização das mãos.
Dessa forma, a utilização de práticas metodológicas no ensino de higienização
das mãos poderá contribuir para maior significado ao uso dessa técnica que faz parte
do cotidiano dos profissionais de saúde.
A higienização das mãos é uma habilidade fundamentalmente psicomotora. O
13
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laboratório de Enfermagem durante os cursos de graduação constitui um importante
espaço instrucional no treinamento e aperfeiçoamento de habilidades psicomotoras,
o que permite ao estudante experimentar, testar, repetir, errar e corrigir por meio de
uma situação simulada. Assim, o procedimento de higienização das mãos se torna
mais natural na atuação do estudante, mesmo com a presença do paciente.
A partir da importância da higienização das mãos e de seu ensino apropriado
para prática dos profissionais de saúde, considera-se que esta pesquisa contribui para
formação dos alunos do curso de Enfermagem que realizam as atividades no campo
de estágio. Em decorrência da relevância da temática na prevenção das infecções
relacionadas à assistência da saúde (IRAS) e nas ações de segurança do paciente, o
presente estudo propõe a realização de uma oficina, nomeada oficina “mãos limpas,
cuidado seguro”.
Considerando a necessidade de os estudantes atribuírem significados aos
conteúdos de ensino e aprendizagem, a oficina foi proposta tendo por base
fundamentos da Teoria da Aprendizagem Significativa e Multimodos de
Representação. Assim, o presente estudo busca responder quais são os conceitos e
procedimentos referentes à necessidade e à técnica de higienização das mãos, os
alunos de um curso de graduação em Enfermagem aprendem após participarem da
oficina “mãos limpas, cuidado seguro”.
Desta forma, o objetivo geral deste trabalho foi identificar quais conceitos e
procedimentos os alunos do curso de Enfermagem aprendem ao participarem da
oficina proposta. Os objetivos específicos, foram comparar os conceitos apresentados
pelos alunos antes e após a oficina e averiguar a maneira como os alunos realizam o
procedimento de higienização das mãos antes e após a participação na referida
oficina.
A partir da apresentação exposta, inicia-se a seção 2, que traz os aspectos
históricos sobre a higienização das mãos, em que será abordado o tema higiene e
seu conceito, bem como a história da higienização das mãos e as técnicas de
higienização. Na seção 3, estão as contribuições da Teoria da Aprendizagem
Significativa, seus pressupostos, os multimodos de representação, conceitos e
aprendizagem conceitual. A seção 4 as apresenta as oficinas pedagógicas e suas
relações com a Teoria de Aprendizagem Significativa. Os procedimentos
metodológicos estão na seção 5. Os resultados e discussão estão presentes na seção
14
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6 em que são abordadas a realização da oficina, os mapas conceituais e o protocolo
de avaliação da prática do procedimento de higienização das mãos. Na seção 7 estão
as considerações finais desta pesquisa.
15
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2. HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS: ASPECTOS HISTÓRICOS E PROCEDIMENTOS
TÉCNICOS
2.1 HIGIENE, SUA ORIGEM E CONCEITOS
De acordo com Freitas (2014), a origem do termo higiene é da Grécia, é uma
palavra derivada de hygeinos, entendida como “o que é são”, ou mesmo “o que é
sadio”. A palavra poderia ser usada como um adjetivo, como forma de qualificar a
saúde, havia o entendimento que as pessoas deveriam ter uma “saúde higiênica”. Ao
longo do tempo higiene se tornou um substantivo e atualmente é compreendida como
um conjunto de hábitos efetuados para conseguir saúde e bem-estar.
Outra interpretação possível para a palavra higiene é limpeza corporal, asseio,
ou uma área da medicina que procura a preservação da saúde. Essa área da médica
atua estabelecendo normas e recomendações que devem ser aplicadas na prevenção
de enfermidades. Na antiguidade, a higiene e saúde estavam relacionadas as práticas
religiosas, como, os egípcios que tinham o ritual de tomar até três banhos por dia
(FREITAS, 2014).
A importância da higienização surge a partir de Ignaz Semmelweis, médico
húngaro, trazendo inovações para a prática. O médico adotou uma solução de
hipoclorito de cálcio na higienização das mãos, produto agressivo que irrita a pele
podendo provocar sangramento. Também foi uma referência para área a enfermeira
Florence Nightingale, foi pioneira em práticas que tinha relação com o controle de
infecções. A enfermeira reforçou a necessidade de se adortar ações de higiene
ambiente assistencial e pessoal (BARALDI, PADOVEZE, 2015).
Até o século XIX, os europeus consideravam o corpo como a origem do pecado,
diante disso, receavam despir-se para se banhar, quando chegaram ao Brasil, os
portugueses adotaram lentamente o banho, sob influência dos índios, que eram fortes,
saudáveis e asseados, já que o banho, fazia parte de seus rituais religiosos. No início
do século XX, ter um banheiro em casa era considerado um luxo reservado somente
para os ricos. Tal situação melhorou a partir de 1920, quando surgiram os
encanamentos para os esgotos. Os banheiros eram inicialmente fabricados de
madeira, posteriormente passaram a ser construídos com ladrilhos de cerâmica e o
16
16
ferro fundido esmaltado (MARTINS et al., 1997).
Martins et al. (1997) afirmam que entre o século XVIII e início do século XIX
houve uma grande melhora da saúde pública, com base em novas medidas sanitárias.
Mesmo sem que nenhum conhecimento médico novo houvesse surgido, as medidas
sanitárias eram somente inspiradas em velhas ideias acerca dos miasmas.
Na Europa com o fim do império romano foram reduzidas as preocupações com
limpeza. A água utilizada era captada de qualquer tipo de fonte (rios, chafarizes
públicos e até poços sujos) não havia água encanada ou esgotos. Nesse contexto, os
médicos também se mostravam contrários às medidas sanitárias. De acordo com
Martins et al. (1997), naquele período a limpeza corporal e das roupas era pouco
frequente e precária. Os perfumes eram usados por pessoas de classe social alta para
substituir os banhos, acreditava-se que os banhos podiam produzir enfermidades.
Entende-se a higienização está relacionada as infecções hospitalares como se
observa a seguir:
A história das infecções hospitalares acompanha a criação dos primeiros hospitais, em 325 d.C. Por determinação do Concílio de Nicéia, os nosocômios foram inicialmente construídos ao lado das catedrais. Normalmente, porém, não havia separação por gravidade de doença nem técnicas de assepsia que evitassem a disseminação de infecções. Há muito já era aventada a relação entre os hospitais e as infecções, mas foi apenas no século XIX, quando a medicina ainda era permeada pela teoria da geração espontânea e pela concepção atmosférico-miasmática, sendo indicada a realização de procedimentos cirúrgicos domiciliares, ao constatar que a mortalidade relacionada a amputações era de 41,6% quando realizada no ambiente hospitalar e de apenas 10,9% nos domicílios (BRASIL, 2009, p. 30).
Em 2002, houve uma a alteração na denominação da prática que até o
momento era “Lavagem de mãos” e passou para “Higienização das mãos”, por
considerar que o procedimento algo com maior abrangência, ampliando o conceito.
O uso do termo se tornou genérico, sendo aplicado a “higienização simples das mãos,
higienização anti-séptica, fricção de produto antiséptico e anti-sepsia cirúrgica de
mãos” (TIPPLE et al., 2007, p.108).
2.2 HISTÓRIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
A necessidade da higienização das mãos na assistência médica se tornou
17
17
evidente durante século XI, quando Maimônides passou a defender a prática de
higienização pelos praticantes de Medicina. Nos séculos seguintes, essa prática foi
reforçada por meio de demonstrações quanto aos cuidados, com a aparência e com
a saúde (SILVA, 2013).
Ainda de acordo com este autor,
[...] em meados do século XIX, quando Semmelweis produziu a primeira evidência científica de que a lavagem das mãos poderia evitar a transmissão da febre puerperal, essa prática foi pouco compreendida em sua importância e teve baixa adesão pelos profissionais daquela época. A técnica foi utilizada por Florence Nightingale. Apesar de antiga, ainda se mostra como importante mecanismo para a redução de infecções hospitalares (SILVA et al., 2012, p. 88).
Silva (2013) considera que o conceito da higiene das mãos teve origem no início
do século XIX, enquanto uma prática que visa o controle de infeções. Em 1843 o
médico Oliver Wendell Holmes concluiu, a partir de observações, que a febre que
surgia em mulheres puérperas seria disseminada pelas mãos da equipe da saúde.
Assim, medidas de higiene poderiam reduzir essa disseminação, o que impactou as
práticas obstétricas da época.
A higienização das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infeções hospitalares. Como medida prioritária, vem sendo reconhecida e recomendada, desde 1846, como a prática obrigatória para os profissionais da área da saúde, com base na demonstração da sua efetividade e na redução das infeções e, consequentemente, da mortalidade. No entanto outros estudos revelaram que, há mais de 150 anos, e de acordo Wendt, foi comprovada a sua importância por Ignaz Philipp Semmelweis que instituiu esta prática no Hospital Geral de Viena, como um meio para o controle das infeções puerperais. Semmelweis tornou-se assim, um dos pioneiros no controlo de infeção hospitalar, ao reduzir drasticamente as taxas de infeção puerperal, com a introdução prática da higienização das mãos com uma solução germicida (ácido clórico), após as autópsias e antes da observação das parturientes na “sua” maternidade (SILVA, 2013, p. 34).
A higienização das mãos enquanto meio de controle de infecções não é uma
recomendação recente. Além disso, deve ser realizada antes e após o contato com o
paciente doente, mesmo que haja apenas uma suspeita. O que deve se repetir entre
cada procedimento, ao tocar qualquer tipo de líquido corporal, secreções, excreções,
ou ao tocar em materiais ou equipamentos contaminados (DANTAS et al., 2015).
Outros grandes nomes na ciência contribuíram para dar ênfase às primeiras
práticas de higiene visando o controle das infeções, como: Oliver Wendel Holmes,
Pasteur, Lister, Robert Koch, Florence Nightingale, entre outros.
18
18
Silva (2013) aponta que,
[...] a presença da enfermeira Florence Nightingale foi marcante quando, em meados do século XIX demostrou grande preocupação com a interferência da contaminação do ambiente hospitalar na disseminação das infeções. Florence instituiu o cuidado individualizado, a limpeza, a diminuição de leitos por enfermaria e a redução na circulação de pessoas estranhas, como medidas de redução de desenvolvimento das infeções no ambiente hospitalar. Estas práticas foram desenvolvidas com uma abordagem epidemiológica para a prevenção e controle de doenças infeciosas e infeções hospitalares, durante o período ainda na pré-descoberta da bacteriologia (p. 34)
Ainda de acordo com Silva (2013), foi com base nos conhecimentos adquiridos
por meio da bacteriologia que foi possível permitir uma compreensão sobre a
ocorrência de contaminação, gerando a infecção. Seja pelo uso dos instrumentos de
intervenção, ou mesmo pelas mãos dos profissionais de saúde, tal entendimento vem
evoluindo desde o século XX.
[...] a higiene de mãos é descrita como uma destas práticas e comprovadamente uma das medidas de proteção do doente mais efetiva para a redução e disseminação de infeções hospitalares. No decurso das últimas décadas assistiu-se uma evolução do conhecimento sobre as práticas de higiene das mãos, passando-se da lavagem das mãos com água e sabão simples ou antimicrobiano à fricção das mãos com soluções à base de álcool, prática esta que se tornou mais universal. Por outro lado o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos, incluindo a higienização simples, a higienização antisséptica e antissepsia cirúrgica das mãos (SILVA, 2013, p. 34)”.
Em 1846, o médico Ignaz Semmelwies, com uma medida simples de
higienização das mãos, reduziu o número de infecção nos serviços de saúde (BRASIL,
2009). Na enfermagem, a precursora Florence Nightingale, mesmo não tendo atuado
diretamente na higienização das mãos, propôs medidas básicas de higiene nos
cuidados aos soldados, na enfermaria, durante a Guerra da Crimeia em 1854,
conseguindo assim um resultado significativo na diminuição das taxas de mortalidade
geradas por infecção (BARALDI; PADOVEZE, 2015).
Segundo Senna (2010), desde que foi descoberta a importância da higiene das
mãos como meio de prevenir infecções, a implementação da prática foi um grande
desafio aos profissionais de saúde. Mesmo no século XXI, com os avanços
tecnológicos, em que há ainda a necessidade de conscientização e evolução dos
estudos. De modo que seja possível apontar o meio com maior eficácia para melhorar
19
19
o controle de infecções e as práticas de higiene no ambiente hospitalar.
As práticas de higienização das mãos, qualquer ação de limpeza das mesmas,
são recomendadas pela OMS, ao considerar que a segurança dos pacientes nos
locais de assistência de saúde depende da higienização cuidadosa e frequente.
Especialmente das mãos desses profissionais antes e depois o contato e suas
primeiras recomendações datam de 1975 e 1985, quando foram publicados guias de
práticas de lavagem das mãos em hospitais pelos Centros de Controle e Prevenção
de Doenças. Tal prática deveria acontecer com o uso de sabonete não associado
antisséptico, no contato com pacientes e no caso de serem realizados algum
procedimento invasivo ou atendimento de alto risco, as mãos deveriam ser lavadas
com sabonete associado a antisséptico (BRASIL, 2009).
Outras guias foram publicadas no período entre 1988 e 1995, pela Associação
de Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia (Association for
Professionals in Infection Controland Epidemiology - APIC), semelhantes às listadas
pelo CDC. Já em 1995 e 1996, a recomendação foi do Comitê Consultivo em Práticas
de Controle de Infecções (Health care Infection Control Practices Advisory Committee
- HICPAC) do CDC, órgão que em 2002, publicou o “Guia para higiene de mãos em
serviços de assistência à saúde”. Desde então a OMS, por meio da Aliança Mundial
para a Segurança do Paciente, tem se esforçado para elaborar diretrizes e estratégias
para implantar medidas para adesão dos profissionais de saúde às práticas de
higienização das mãos (BRASIL, 2009).
Em 2007 foi elaborado e publicado o guia técnico “Higienização das mãos em
serviços de saúde”, baseado em informações atualizadas acerca do tema para
profissionais da saúde, amigos e familiares dos pacientes nos serviços de saúde. Até
os dias de hoje tais guias tem o intuito de reduzir as infecções no ambiente hospitalar
e devem ser aprimoradas e implementadas cada vez mais com a conscientização das
pessoas quanto a sua importância.
As recomendações sobre higienização tiveram início,
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[...] no Brasil, em 1989, o Ministério da Saúde publicou o manual “Lavar as mãos: informações para os profissionais de saúde”, a fim de orientar os profissionais quanto às normas e aos procedimentos para lavar as mãos, visando a prevenção e o controle das infecções. A importância dessa prática foi reforçada pelo Ministério da Saúde, quando incluiu recomendações para lavagem das mãos no Anexo IV da Portaria MS nº 2.616/98, a qual instituiu o programa de controle de infecções nos estabelecimentos de assistência à saúde no país. Atualmente, as ações para o controle de infecções em serviços de saúde são coordenadas, no âmbito federal, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos (Uipea) da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES), que incentiva medidas voltadas à prevenção de riscos e à promoção da segurança do paciente. Em consonância com as diretrizes da OMS, a Anvisa vem desenvolvendo ações relacionadas à higienização das mãos, com o objetivo de aumentar a adesão a essa prática pelos profissionais de saúde (BRASIL, 2009, p. 31).
2.3 TÉCNICAS PARA A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
A higienização das mãos é uma medida primária importante para controlar as
Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) (BRASIL, 2007). Embora possa
parecer uma prática simples, a higienização das mãos pode ser entendida como
essencial para evitar infecções e garantir a segurança dos pacientes em todos os
ambientes. Para abastecer os profissionais de saúde com evidências científicas e
recomendações, gestores e autoridades da área de saúde desenvolveram as
Diretrizes sobre a Higienização das Mãos na Prestação de Cuidados de Saúde,
elaborada por especialistas de todo o mundo e especialistas técnicos da OMS (OMS,
2005).
Para o CHLN (2013), a higienização das mãos visa à redução da transmissão
cruzada de microrganismos patogênicos, e deve acontecer no âmbito de todos os
serviços clínicos e não clínicos em atendimentos de saúde. Sua importância pode ser
confirmada ao se considerar que as mãos são o principal veículo de transmissão de
microrganismos entre indivíduos e ambientes. A higienização é o principal modo de
controle de infecções quando associada aos demais cuidados de saúde. É comum
que na pele das mãos encontrem-se dois tipos de flora microbiana, sendo elas a flora
transitória e a flora residente, que podem ser conceituadas como,
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I – Flora transitória A flora transitória fica localizada na superfície da pele e é formada por microrganismos que adquirimos no contato com o ambiente, quer este seja animado ou inanimado. Qualquer tipo de microrganismo pode ser encontrado transitoriamente nas mãos, apesar de ser mais comum encontrar bacilos Gram Negativos (ex. Escherichia coli e Pseudomonas spp.) e cocos Gram Positivos (ex. Staphylococcus aureus) – os agentes bacterianos mais frequentemente causadores de infeções associadas aos cuidados de saúde. Têm um curto tempo de sobrevida, um elevado potencial patogénico e são facilmente transmitidos por contato. A lavagem das mãos com água e sabão neutro remove-os com facilidade. II – Flora residente A flora residente existe normalmente na epiderme onde se multiplica, tendo funções importantes na prevenção da colonização com a flora transitória. Esta flora é constituída principalmente por bacilos e cocos Gram positivos e anaeróbios. Raramente é patogénica, a não ser quando introduzida traumaticamente nos tecidos ultrapassando as barreiras naturais, pelo que tem pouco significado nos procedimentos clínicos de rotina. Estes microrganismos não são facilmente removidos pela ação mecânica da lavagem das mãos sendo necessário recorrer à ação química de um antisséptico associado, ou não, ao agente de lavagem (CHLN, 2013, p. 1).
A lavagem com água e sabão consiste em remover impurezas e sujeiras de
grande parte da flora transitória das mãos, o que reduza níveis baixos que
desconstituem o risco de transmissão de infecções ou doenças. Esse tipo de
higienização é obrigatório se as mãos estiverem visíveis ou houver algum fator que
indique potencial contaminação ou sujeira por matéria orgânica. Isso depois da
prestação de cuidados a pacientes com infecção gastrointestinal ou ainda em que haja
suspeita de infecção por microrganismos produtores de esporos ou ainda o uso das
instalações sanitárias. Recomenda-se principalmente antes e após as refeições; ao
chegar de ambientes com aglomerações de pessoas, chegada ou saída do local de
trabalho.
A higienização deve ser acontecer com o uso de sabão líquido neutro com pH
idêntico ao da pele (pH=5.5), que não deverá conter perfumes. Descarta-se o sabão
sólido por aumentar as chances de contaminação em ambiente hospitalar. É
necessário molhar as mãos, e em seguida deve-se aplicar sabão de modo a produzir
espuma, as mãos devem ser friccionadas de 40 a 60 segundos, atentamente de modo
que abranja a todas as áreas das mãos. Em seguida é necessário enxaguar em água
corrente até remoção total da espuma. Por fim, as mãos devem ser secadas em
toalhetes descartáveis, que também devem ser utilizados para fechar a torneira,
evitando assim a recontaminação, no caso de torneiras com acionamento manual
(CHLN, 2013).
No caso da fricção antisséptica, utiliza-se uma solução antisséptica de base
alcoólica (SABA), tendo melhor tolerância da pele do que lavagens frequentes com
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água e sabão. A eficácia é idêntica ou até superior considerando a redução da flora
transitória, porém, recomenda-se que a prática não seja efetuada simultaneamente a
higienização com água e sabão. A quantidade de uso da solução deve ser
proporcional à temperatura ambiente e ao tamanho das mãos. Deve ser aplicada nas
mãos secas e após friccioná-las por 20 a 30 segundos e a secagem acontece
naturalmente pela fricção (CHLN, 2013).
Na preparação pré-cirúrgica, a higienização das mãos visa a remoção da flora
transitória e a redução da flora residente, além de inibir a multiplicação de bactérias
depois da colocação das luvas. Esse tipo de higienização deve atingir as mãos, os
antebraços e os cotovelos. É necessário contar com o uso de antissépticos de
atividade antimicrobiana que contenham ação residual. A combinação de produtos
não é indicada, nem o uso de escovas (CHLN, 2013).
A limpeza dos leitos ungueais deve ser realizada com um estilete de unhas em
água corrente no início do expediente, antes da primeira cirurgia do dia. O
procedimento é feito com sabão líquido com pH idêntico ao da pele e com solução
antisséptica de base alcoólica. Também é possível utilizar um antisséptico associado
a um agente de lavagem ou sabão com as características citadas acima e SABA
(CHLN, 2013).
A higienização deve ser iniciada pelas mãos e antebraços fazendo uso de água
e sabão líquido, a secagem deve ser feita com toalhetes de papel não estéril. Em
seguida ocorre o uso de SABA nas mãos e antebraços totalmente secos em
quantidade adequada. O que possibilita a fricção entre os dedos, mãos e antebraços,
resultando em evaporação completa do produto, respeitando as instruções do
fabricante relativamente ao tempo de contato recomendado, de no mínimo 2 minutos
até à evaporação completa. As duas mãos devem ser friccionadas até ao punho, e as
luvas estéreis só devem ser calçadas após a total secagem da solução antisséptica
(CHLN, 2013).
Segundo Brasil (2009) as técnicas aplicadas para a higienização das mãos
podem variar de acordo com o objetivo pretendido. Sua eficácia pode variar de acordo
com a duração e da técnica empregada. É necessário retirar joias e acessórios, antes
de iniciar qualquer uma das técnicas citadas, pois costumam aglomerar micro-
organismos. Indo contra a finalidade de extinguir ou deixar inócuos os microrganismos
que colonizam a pele em suas camadas superiores. Assim como o suor, as células
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mortas, e impurezas que possam favorecer à permanência e à propagação de
microrganismos. O procedimento deve evitar água muito quente ou muito fria, bem
como toalhas de tecido.
A higienização por fricção antisséptica com o uso de preparações alcoólicas
visa a redução da carga microbiana e não apenas remover impurezas. Acredita-se
que pode haver a substituição de lavagem com água e sabão por meio do suo de gel
alcoólico a 70% ou de uma solução alcoólica a 70%. Desde que possua entre 1% a
3% de glicerina, no entanto a substituição só pode ocorrer caso as mãos não estejam
visivelmente sujas e deve durar de 20 a 30 segundos. O uso de água e sabão deve
ser feito logo após o procedimento evitando ressecamento e possíveis dermatites. O
uso de toalha não é recomendado, sejam elas de papel ou tecido, a secagem deve
ocorrer naturalmente.
No caso da antissepsia cirúrgica, também denominado preparo pré-operatório
das mãos, o objetivo é a eliminação da microbiota transitória da pele e a redução da
microbiota residente. Assim como o efeito residual na pele, que deve contar com o
uso de escovas de cerdas macias e descartáveis, podendo ser ou não aplicadas com
antisséptico e exclusivamente para leito ungueal e subungueal. O procedimento deve
durar de 3 a 5 minutos quando for a primeira cirurgia do dia e de 2 a 3 minutos para
as subsequentes.
A preocupação para com os cuidados de higienização das mãos deve-se aos
impactos gerados pelas infecções no ambiente de assistência à saúde, como se
observa,
Infecções relacionadas à assistência a saúde ocorrem em todo o mundo e afetam tanto países desenvolvidos quanto países com recursos escassos. As infecções adquiridas em ambientes de assistência a saúde estão entre as principais causas de morte e aumento de estados de morbidez em doentes hospitalizados. Elas representam uma carga significativa tanto para os doentes e suas famílias quanto para a saúde pública. Um estudo de prevalência de infecções intra-hospitalares conduzidos sob coordenação da OMS em 55 hospitais de 14 países representando quatro regiões da OMS (Sudeste da Ásia, Europa, Mediterrâneo Oriental e Pacífico Ocidental) revelou que, em média, 8,7% dos doentes em hospitais sofrem infecções nosocomiais. A todo o momento, 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de complicações de infecções relacionadas à assistência a saúde. As infecções relacionadas à assistência a saúde são classificadas como os maiores causas de morte de doentes de todas as idades, principalmente entre os membros mais vulneráveis da população. Quanto mais doente está o paciente, maior o risco de adquirir uma infecção associada com os cuidados de saúde e de morrer por causa dela. Em países desenvolvidos, cerca de 5 a 10% dos doentes admitidos em hospitais de cuidados agudos adquirem uma infecção que não estava presente ou incubada no momento da admissão. (OMS, 2005, p. 7).
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As infecções relacionadas à assistência à saúde estão entre as principais
causas de morte de doentes de indivíduos de todas as idades. Isso ocorre
especialmente nos grupos mais vulneráveis da população. Quanto mais debilitada a
saúde do paciente maior o risco de que este venha a adquirir uma infecção associada
aos cuidados que podem o levar a morte (OMS, 2005).
A Portaria do Ministério da Saúde (MS) n° 2.616, de 12 de maio de 1998, estabelece as ações mínimas a serem desenvolvidas sistematicamente, com vistas à redução da incidência e da gravidade das infecções relacionadas aos serviços de saúde. Destaca também a necessidade da higienização das mãos nos serviços de saúde. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 50 da ANVISA, de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre Normas e Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, definindo, entre outras, a necessidade de lavatórios/pias para a higienização das mãos. Esses instrumentos normativos reforçam o papel dessa prática como a ação mais importante na prevenção e no controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (BRASIL, 2009, p. 25).
As vantagens dessas práticas são inquestionáveis, além de serem obrigatórias
para atender às exigências legais e éticas. Promovem o controle de infecções nos
serviços de saúde, garantindo a melhoria da qualidade no atendimento e na
assistência ao paciente. Pode ainda resultar na redução da morbidade e da
mortalidade dos pacientes e reduzir custos associados quanto ao tratamento de
infecções (BRASIL, 2009).
É comum em hospitais, unidades de saúde ou clínicas o manejo de pessoas
doentes com infecções. Nesse sentido, higienizar é essencial e não consiste apenas
em lavar as mãos com água. O risco hospitalar faz com que os cuidados devam ser
redobrados, tal prática deve ser diária e constante. O Manual de Referência Técnica
para a Higiene das Mãos, publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), busca orientar os profissionais de saúde na implementação de melhorias
que atendam as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2016).
O Ministério da Saúde (2016) ainda pontua que a higienização das mãos deve
acontecer com água e sabonete líquido ou espuma. Isso sempre que as mãos
estiverem sujas de sangue ou outros fluidos corporais, ou mesmo mediante qualquer
exposição a potenciais organismos formadores de esporos ou após o uso do banheiro.
Tais ações de higiene mostram-se mais eficazes quando não há na pele das mãos
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lesões/cortes e quando as unhas estiverem curtas, sem esmalte, sem joias e com
antebraços descobertos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
O procedimento deve ocorrer como ilustra a figura 1 a seguir:
Figura 1 - Como higienizar as mãos com água e sabonete.
Fonte: Brasil, 2016, p. 1.
Considera-se que o modo mais eficaz de garantia da higiene das mãos é com
o uso de preparação alcoólica para se aplicar nas mãos. Isso porque elimina grande
parte dos micro-organismos, incluindo vírus, e o procedimento tem como duração de
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20 a 30 segundos. Além disso, é mais tolerável para a pele e possui acesso fácil, não
sendo necessário infraestrutura especial, como água limpa, lavatório, sabonete e
toalha (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
Estão instruídas conforme a figura 2 a seguir:
Figura 2 - Como fazer a fricção antisséptica das mãos com preparações alcoólicas.
Fonte: Brasil, 2016, p. 1.
A prática de higienização das mãos nos momentos indicados pela OMS tem
impacto direto na redução das infecções relacionadas à assistência à saúde. A OMS
indica a higienização das mãos em cinco momentos: o primeiro, anterior ao contato
com o paciente; o segundo, anterior à realização de algum procedimento
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limpo/asséptico; o terceiro, depois de situações de risco de exposição a fluidos
corporais; o quarto, posterior ao contato com o paciente; o quinto, depois de haver
contato com as áreas adjuntas ao paciente (BRASIL, 2009).
A realização da técnica correta é essencial no cuidado seguro, contribuindo
efetivamente no controle dessas infecções. Nesse contexto, a higienização das mãos
dos profissionais e estudantes de saúde que atuam nesses serviços, deve seguir as
recomendações para o procedimento de acordo com o proposto pela ANVISA.
Indica-se o uso de água e sabonete, quando as mãos estiverem visivelmente
sujas, a duração do procedimento deve ser entre 40 a 60 seguindo as recomendações
descritas em onze passos, conforme a técnica preconizada. Esse procedimento
refere-se a técnica da higienização simples das mãos. Com a preparação alcoólica,
realizar a fricção antisséptica das mãos de 20 a 30 segundos, de acordo com os oito
passos da técnica. E para a preparação as mãos para procedimento cirúrgico o
procedimento segue os seis passos e uso de antisséptico degermante (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2016).
A orientação quanto aos 5 passos pode ser observada na figura 3:
Fonte: Brasil, 2016, p. 1.
Figura 3 - 5 momentos para a higiene das mãos.
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Os fatores relatados para uma adesão baixa da prática de higienização das
mãos segundo a ONU (2005), são: irritação e ressecamento causados pelos produtos
de higienização; falta ou má localização das pia; falta de sabão, papel descartável e
toalha; pressa; prioridade às necessidades do paciente; má impressão causada pela
higienização das mãos que acaba por interferir no relacionamento do profissional de
saúde com o paciente; acreditar que o uso de luvas torna desnecessário a
higienização das mãos; desconhecimento de diretrizes e protocolos; desinteresse;
falta de exemplo dos colegas ou superiores; descrença acerca do valor da
higienização das mãos; discordância das recomendações; falta informação quanto a
melhoria da higienização das mãos nas taxas de infecção relacionada à assistência à
saúde.
O processo de higienização simples com água e sabão deve seguir os
seguintes procedimentos:
Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se na pia. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas as superfícies das mãos; Esfregar as palmas das mãos friccionando-as entre si; Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa; Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais; Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos com movimentos de vai-e-vem e vice-versa; Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa; Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimentos circulares e vice-versa; Esfregar o punho esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando movimento circular e vice-versa; Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; Secar as mãos com papel toalha descartáveis, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos; Desprezar o papel toalha na lixeira para resíduos comuns. (BRASIL, 2007 p. 29-33).
Considerando a importância deste procedimento, no próximo capítulo serão
apresentados alguns fundamentos teóricos do processo de ensino da prática à luz
da Aprendizagem Significativa.
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3. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E
MULTIMODOS DE REPRESENTAÇÃO
3.1 PRESSUPOSTOS DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
O ensino dos momentos da higienização das mãos, bem como suas técnicas
faz parte do projeto pedagógico do curso de enfermagem, seguindo as diretrizes
nacionais curriculares no item “assistência de enfermagem”. A inclusão dos conteúdos
teóricos e práticos que compõem a assistência de enfermagem no aspecto individual
e coletivo, seja prestada à criança, ao adolescente, ao adulto, à mulher e ao idoso
(BRASIL, 2001).
A prática docente requer aprimoramento e revisão constante das propostas de
ensino em sala de aula. Os alunos apresentam um conhecimento prévio, sobre a
higienização das mãos, apresentado nas aulas teóricas e devem aplicá-lo nas práticas
de enfermagem. Nesse contexto, Zompero e Laburú (2010) relataram que grande
parte do conhecimento prévio que os estudantes possuem em sua estrutura cognitiva
podem não ser concordantes com o científico.
Sendo assim, segundo a Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS) a nova informação relaciona-se com um aspecto relevante e específico da estrutura cognitiva do indivíduo. Esta estrutura de acordo com a teoria de subsunçor, no qual as novas informações são ancoradas. O subsunçor reflete uma relação de subordinação do novo material relativamente à estrutura cognitiva preexistente (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980, p. 103).
Segundo David Ausubel (2003) a Aprendizagem Significativa ocorre quando
uma nova informação se relaciona com outra já existente na estrutura cognitiva do
aprendiz. Assim, a aprendizagem significativa ocorre na interação dos conhecimentos
prévios e conhecimentos novos, essas interações possibilitam o fortalecimento e a
ampliação dos subsunçores, modificando e adquirindo novos significados.
O material de ensino deve ter uma organização clara e, portanto, deve ser um
material significativo. O material é considerado como potencialmente significativo ao
se apresentar logicamente e psicologicamente significativo para o estudante. Na ação
central do ensino e da aprendizagem, a elaboração de significados está diretamente
ligada à aprendizagem significativa. Quando não acontece a atribuição de
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30
significados, a aprendizagem se torna memoristica, de modo que se limita a uma
repetição do conteúdo (MOREIRA, 1999).
Mediante o exposto o ensino que oportuniza diversas linguagens como oral,
visual e textual promoverá a multimodalidade no ensino das técnicas de higienização
das mãos, proporcionando significação para as práticas nos momentos propostos,
elencados anteriormente, condicionando o ambiente para aprendizado real e não
apenas por repetição (MOREIRA, 2006).
Para Zompero e Laburú (2010) integrar o discurso científico em modos diversos
na representação de raciocínios, processos, descobertas e explicações científicas,
remete a utilização de multimodos.
3.2 MULTIMODOS DE REPRESENTAÇÃO
Para Klein e Laburu (2012), os Multimodos de Representação tratam-se da
prática do ensino em que um conceito seja reapresentado de diferentes formas ou
linguagens. Esses podem ser verbais ou gráficas, tabulações, diagramas, fotografias
ou mapas, sejam por meio de experimentos, matemáticas, podendo até mesmo ser
figurativos.
A aplicação dos multimodos no ensino da higienização das mãos dentro das
técnicas favorece a aprendizagem. A utilização de textos, imagens, vídeos gráficos
que tratem a temática poderá facilitar a relação do aluno com os materiais
potencialmente significativos, proporcionando êxito na referida prática (KLEIN e
LABURÚ, 2012).
Dessa forma, o que poderá ocasionar a produção de significados é a utilização
de materiais potencialmente significativos. Assim, a utilização de multimodos de
representação possibilitará a atribuição de significados e poderá tornar a prática de
higienização das mãos mais efetiva no cotidiano dos alunos do curso de Enfermagem,
de maneira tal que a significância dos conceitos possam ser a base para a vida
profissional.
Segundo Zompero e Laburú (2010), para que os alunos entendam os conceitos
científicos e seus significados é necessário que desenvolvam uma compreensão
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31
apurada das diversas formas de representá-los, dessa forma, não ficarão
dependentes de uma forma particular, relacionada a um tópico especificamente.
Klein e Laburú (2012) apontam que diferentes níveis de significação conceitual
podem ser reconhecidos em cada modo representacional, que podem ser aplicados
em distintos momentos das atividades. Os autores afirmam que:
A interação entre os diferentes níveis de significação estabelecidos está diretamente relacionada ao modo representacional utilizado, mas o modo verbal-oral permite que o estudante transite com maior facilidade entre os níveis de significação (KLEIN; LABURU, 2012, p. 1).
Nesse sentido, entende-se que o material didático deverá ser extremamente
significativo, favorecendo a aprendizagem e a relação entre o que está sendo
aprendido e a realidade do aluno, enfatizando a importância do que ele precisa
aprender.
A oficina é uma forma de construir conhecimento com ênfase na ação e sua
utilização no ensino proporciona ao aluno a oportunidade de vivenciar situações
concretas e significativas. Favorece a apropriação e produção de conhecimentos
teóricos e práticos, de forma ativa e reflexiva. As oficinas possuem duas principais
finalidades, a primeira delas é a articulação de conceitos e vivências e a segunda é a
execução de tarefas em equipe, com foco em atividades práticas (MASTELARI;
ZÔMPERO, 2017)
3.3 CONCEITOS E APRENDIZAGEM CONCEITUAL
Nesta pesquisa utilizou-se mapas conceituais para averiguar a ocorrência da
aprendizagem conceitual. Os mapas conceituais configuram-se como uma estratégia
de ensino e aprendizagem ou uma ferramenta avaliativa ou ainda podem apresentar
outras possibilidades pedagógicas. Entretanto, não deve ser compreendido ou
efetivado desvinculado de uma proposição teórica clara e de metas estabelecidas
previamente. Consequentemente, à sua adoção e efetivação submetem perspectivas
e opções pessoais relacionadas aos valores, às crenças, às posturas teóricas que
conferem sustentação a toda e qualquer prática educativa (RUIZ-MORENO et al.,
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2007).
Nesse contexto, cumpre ressaltar que o mapa conceitual se vincula a um
modelo de educação com características bem demarcadas como:
a) centrar no aluno e não no professor;
b) atender ao desenvolvimento de destrezas e não se conformar apenas com
a repetição memorística da informação por parte do estudante e
c) pretender o desenvolvimento harmonioso de todas as dimensões da pessoa,
não apenas as intelectuais (MOREIRA, 2006).
Essa forma de estruturação, baseada na aprendizagem significativa, consiste
na integração de novos conceitos à estrutura cognitiva do aprendiz, “com o propósito
de estabelecer aprendizagens inter-relacionadas” (RUIZ-MORENO et al., 2007, p.
454), porque é possível relacioná-los com os saberes prévios que a compõem; ou,
conforme esclarecem Ausubel, Novak e Hanesian (1980) a aprendizagem significativa
efetiva-se quando “uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado
por parte do aprendiz em ligar a informação nova com conceitos ou proposições
relevantes preexistentes em sua estrutura cognitiva” (p. 159).
Os conteúdos podem ser classificados em variadas dimensões da formação do
aluno e articulados em três eixos: o saber caracterizado por conteúdos conceituais,
com o saber fazer que se refere aos conteúdos procedimentais e com o ser que são
conteúdos atitudinais (ZABALA, 1998).
3.4 MAPAS CONCEITUAIS
Os mapas conceituais foram desenvolvidos por Joseph. D. Novak e se
fundamentam em princípios teóricos da aprendizagem significativa de Ausubel, que
considera a necessidade de conhecer as ideias prévias e a estrutura de significados
dos estudantes com o objetivo de estabelecer aprendizagens inter-relacionadas
(NOVAK, 1977 apud RUIZ-MORENO et al., 2007).
Nos mapas conceitos são relacionados de modo organizado. Sua formulação
depende da maneira como o estudante que o fez elabora e organizada os conceitos,
variando de acordo com o entendimento de cada aluno sobre o tema do mapa. Nesse
33
33
sentido, ainda que os mapas conceituais possuam um mesmo tema, eles podem
apresentar diferenças de acordo com o conhecimento de quem o elaborou (PADILHA;
POLACHINI; CAMARGO, 2013).
Os mapas conceituais descrevem visualmente as correlações entre as ideias
de uma pessoa a respeito de um determinado assunto, representando, assim, sua
estrutura cognitiva (STRUCHINER; VIEIRA; RICCIARDI, 1999).
Os mapas conceituais são elaborados a partir de conceitos que geralmente são
colocados dentro de quadros ou círculos. Os mapas possuem linhas que fazem a
ligação entre os conceitos, estabelecendo a relação entre eles. Sobre essas linhas,
podem haver frases ou palavras de ligação, que vão especificar a relação entre os
dois conceitos ligados pela linha. Nesse caso, podem ou não ter setas de ligações.
Não há regras fixas para o traçado de mapas de conceitos ( MOREIRA, 2011). Os
mapas também podem possuir ligações cruzadas, que “nos auxiliam a ver como um
conceito em um domínio de conhecimento representado no mapa se relaciona a um
conceito em outro domínio ali mostrado” (NOVAK; CAÑAS, 2010, p.10). No geral, os
conceitos estão representados de forma hierárquica, com os conceitos mais gerais na
parte superior e os conceitos menos gerais e mais específicos estão localizados
abaixo (NOVAK; CAÑAS, 2010).
A partir do entendimento dos fundamentos e do uso adequado dos mapas
conceituais é possível perceber que trata-se de uma poderosa ferramenta. Ainda que
pareça um arranjo simples de palavras, “o mapa conceitual é ao mesmo tempo
simples e dono de uma complexidade elegante, possuindo significados profundos”
(NOVAK; CAÑAS, 2010, p.27). Além disso, os mapas auxiliam os estudantes no
aprendizado, os pesquisadores na elaboração de novos saberes, administradores na
melhor estruturação e gerenciamento das empresas, escritores na escrita melhor e
professores na avaliação do aprendizado de seus alunos (NOVAK; CAÑAS, 2010).
3.5 PROCEDIMENTOS E APRENDIZAGEM PROCEDIMENTAL
De acordo com Almeida, Boas e Amaral (2015), a aprendizagem sob o aspecto
procedimental pode ser entendida como aquela que se encontra associada a aprender
a fazer. Assim, havendo a aplicação de estratégias e métodos visando o
34
34
aprimoramento dos conceitos de forma experimental.
Nesta pesquisa, será ressaltada a aprendizagem dos conteúdos
procedimentais descrita por Zabala (1998). Segundo o autor, um conteúdo
procedimental pode ser entendido como um conjunto de práticas executadas em
ordem e com uma finalidade, ou seja, realizadas com um objetivo específico.
Exemplos de conteúdos procedimentais segundo o autor: leitura, desenho,
observação, cálculo, classificação, tradução, recorte, inferência etc. Esses conteúdos,
como se pode notar, mesmo tendo como elemento comum o fato de serem práticas
ou conjunto delas, são diversos o suficiente para que o aprendizado que parte de cada
um deles apresente características bem definidas. A execução de ações que formam
os procedimentos é uma condição essencial para o aprendizado. O exercício múltiplo
é um elemento necessário para que aconteça um domínio competente dos conteúdos,
além disso, refletir sobre a própria atividade possibilita a tomada de consciência da
atuação, o que pode ser aplicados em contextos diversos (ZABALA, 1998).
Para Fernandes (2010) o ensino e aprendizagem de conteúdos procedimentais
podem ser compreendidos como praticar o conceito aprendido, gerando um
conhecimento, independentemente de sua forma. Conforme Coll e Valls (2000)
procedimentos são aprendidos em etapas. Inicialmente aprendem-se os conceitos
relacionados ao assunto, para posteriormente fazer aplicações práticas de
procedimentos que promovam o resultado esperado. Esse ensino tem caráter
profissionalizante, pois é capaz de desenvolver habilidades como a dedução,
habilidades motoras e outras especificidades.
Aprendizagem dos conteúdos procedimentais englobam as regras, a técnica, o
método, as destrezas ou habilidades, a estratégia, o procedimento. É um grupo de
ações que se ordenam para uma finalidade, ou seja, que se dirigem para reagir ao
objetivo (ZABALA, 1998).
Para Rosa e Fagundes (2014), a aprendizagem procedimental consiste em um
processo em que se aplicam os conteúdos procedimentais com o intuito de articular a
construção de uma lógica. Assim, ampliando a capacidade reflexiva quanto a relação
entre o conceito e a realidade por meio de um compromisso coletivo, interativo,
integrativo.
Zabala (1998) ainda defende que a concepção construtivista permite a
compreensão quanto a complexidade dos processos que envolvem o ensino e a
35
35
aprendizagem. Nela o ensino auxilia a estabelecer vínculos que são essenciais e não
contraditórios entre os conhecimentos prévios e os novos conteúdos quanto permita
o ambiente e situações analisadas. Na abordagem construtivista, o papel do aluno
como protagonista não é contraposto com a necessidade de uma função também ativa
do educador. As características da intervenção pedagógica fazem o estabelecimento
dos parâmetros em que é possível a atividade mental do aluno, passando por períodos
sequenciais de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio. Atuam juntamente a capacidade
cognitiva, questões referentes às capacidades de equilíbrio pessoal, de relações
interpessoais e de inserção social (ZABALA, 1998).
De acordo com Fernandes (2010), este modelo de ensino é caracterizado por
analisar técnicas e estratégias que promovam o avanço do conhecimento, por meio
da vivencia, considerando que o conhecimento não se faz por si só, deve ter uma
base, pois, o conhecimento conceitual é base do aprender a fazer.
Tão importante quanto o saber também é necessário considerar o “saber fazer”
para aplicar os conteúdos. Isso, pois, é feita a aproximação do conceito aprendido
com o que deve ser feito.
Zabala (1998, p.81) ressalta que “as atividades devem partir de situações
significativas e funcionais, a fim de que o conteúdo possa ser aprendido junto com a
capacidade de poder utilizá-lo quando seja conveniente”. Dessa maneira, não é
suficiente somente o treinamento e repetição das atividades. Enquanto não acontecer
a compreensão, reflexão e apreensão, não se poderá fazer a identificação da maneira
de colocá-la em prática quando necessário. Uma vez que a aprendizagem de
conteúdos procedimentais vai muito mais além do que apenas reproduções.
Segundo Almeida, Boas e Amaral (2015), o ensino procedimental é o ideal,
pois, valoriza todas as formas de trabalho, seja ele individual, em duplas ou em
grupos. Além disso, valoriza o senso comum relacionando-o com conceitos científicos,
com o cotidiano do aluno. Ademais, permite a elaboração de hipóteses e suposições,
promove a organização de informações por meio de conteúdos didáticos. Como, por
exemplo, desenhos, tabelas e gráficos, e ainda propõe e incentiva a escrita, leitura e
interpretação de textos informativos que embasem a prática que levará ao ensino.
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4. OFICINAS PEDAGÓGICAS: PROPOSTA DE TRABALHO
Para que se adquira conhecimento por meio de um processo de aprendizagem
é necessário que haja interações, discussões e habilidade de convívio social. A
aprendizagem gera conhecimento. O conhecimento, por sua vez, surge e se constrói
de maneira coletiva e promove a interação dos indivíduos que dele participam
(BOLZAN, 2002).
Segundo Eyng, Ens e Junqueira (2003) as situações de ensino devem
oportunizar a promoção de espaço para discussões e procura incessante do novo e
da vontade de pesquisa e de investigação. Em relação à postura do docente perante
o conhecimento, promove-se uma relação aberta em que se constrói conhecimento
pelo professor interagir com o aluno e vice-versa. Configurando-se como uma prática
que transforma e engloba uma modificação de foco do ensino para a aprendizagem,
de maneira a promover um processo de aprendizagem conjunto entre o docente e o
discente (EYNG; ENS; JUNQUEIRA, 2003).
As oficinas pedagógicas são consideradas muito relevantes, por auxiliarem na
contextualização do conteúdo, na mobilização de competências que já foram
adquiridas. Além de atuarem na promoção do desenvolvimento de habilidades que
promovem a aprendizagem significativa. Isso ao estabelecerem um relacionamento
recíproco entre o estudante e o objeto de conhecimento expresso na situação
problema ou desafio (RIGON, 2007). As oficinas pedagógicas surgem devido à
necessidade de rompimento de paradigmas pré-estabelecidos do modelo “tradicional”
de ensino. Permite, assim, mais autonomia no aprendizado do educando e uma visão
menos fragmentada do ensino como um todo (GREINER, 2016).
De acordo com Mastelari e Zompero (2017), a oficina pedagógica é uma
metodologia de trabalho que tem como propósito a formação coletiva. As autoras
afirmam que a oficina proporciona a construção de um conhecimento por meio de
momentos de interação e compartilhamento. Segundo as autoras, a oficina permite
um espaço de reflexão e ação, de compartilhamento, isto é, um indivíduo que participa
de tal atividade aprende enquanto realiza atividades com os demais colegas.
A oficina é uma forma de construir conhecimento, com ênfase na ação, sem
perder de vista a base teórica. Além disso, a utilização de oficinas no ensino
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proporciona ao aluno a oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas.
Assim, favorece a apropriação e produção de conhecimentos teóricos e práticos, de
forma ativa e reflexiva. Nesse sentido, Candau e Zenaide (1999) afirmam que a oficina
tem por base duas finalidades principais: articulação de conceitos e a vivência e
execução de tarefas em equipe, sempre com foco em atividades práticas. Com base
nesse pressuposto, os autores afirmam que a oficina é um lugar para a participação,
aprendizado e a sistematização dos conhecimentos (CANDAU; ZENAIDE, 1999).
Relacionado à situação problema, a questão lançada de promoção da
aprendizagem, em termos gerais, é solucionada de forma coletiva, pois o trabalho dos
estudantes é realizado em equipe. Conforme Rigon (2007), a partir da resolução dos
desafios propostos na oficina, o estudante é estimulado a tomar decisões cada vez
mais aprofundadas. Auxiliando-o assim a fazer a previsão de situações que podem
surgir, conforme se estabelecem conexões, análise, comparações e analogia,
inseridas nos momentos de aprendizagem das oficinas. Nessa metodologia o
professor irá facilitar e mediar a aprendizagem de maneira a conduzir os alunos ao
desenvolvimento de suas estratégias de aprendizado e a utilizar os seus talentos e
habilidades (RIGON,2007).
De acordo com Paviani (2009),
Uma oficina é, pois, uma oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas, baseada no tripé: sentir-pensar-agir, com objetivos pedagógicos. Nesse sentido, a metodologia da oficina muda o foco tradicional da aprendizagem (cognição), passando a incorporar a ação e a reflexão. Em outras palavras, nas oficinas ocorrem apropriação, construção e produção de conhecimentos teóricos e práticos, de forma ativa e reflexiva (PAVIANI, 2009, p. 78).
Para Rigon (2010), as oficinas pedagógicas, se relacionam a um ofício e abrem
espaço para criar, para trabalhar com desafios que motivam. Elas precisam ser
instigadoras para discussões em equipes, levantar e avaliar hipóteses a serem
avaliadas entre seus participantes. Elementos, esses, que contribuem para a
conclusão das atividades no período proposto.
A Oficina de Aprendizagem, proposta por Rigon (2010), tem como objetivo
auxiliar a desenvolver relações intrapessoais e interpessoais. Isso acontece devido à
troca constante entre as equipes de estudantes, inclusive de níveis diferenciados, para
se ter diversificação e procura.
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Toda experiência da sala de aula nas Oficinas de Aprendizagem é uma tentativa de “erro e acerto”. No fazer, no aprender a aprender, eles experienciam as melhores possibilidades, testam as suas proposições, verificam as possibilidades, estimulando o pensamento criativo e coletivo de toda a equipe (RIGON, 2010, p. 20).
É importante esclarecer que a autora utiliza os termos “Oficinas de
Aprendizagem”, enquanto Bolzan (2002) e Eyng; Ens; Junqueira (2003), utilizam os
termos “Oficinas Pedagógicas”.
Instigar no estudante a vontade de pesquisar é fundamental na metodologia de
Oficinas, já que neste processo o aluno é capaz de fazer a construção de
conhecimento e assim adquirir autonomia. Assim, o objetivo é suscitar no aluno a
autonomia e o espírito investigador, por isso, é primordial que o docente não somente
apresente informações passivamente, mas que tente estimular aos alunos a descobrir
novos conhecimentos como também novas formas de adquiri-los e incorporá-los.
O uso de oficinas tem ocorrido na área da enfermagem como estratégia de ensino
(SOUZA et al., 2012; GESTERA et al., 2012). Segundo Berardinelli e Santos (2007)
as oficinas podem fortalecer o ensino e a aprendizagem, “proporcionando
competências e habilidades para superarem exposição aos riscos e às situações
adversas da vida cotidiana que podem causar danos à saúde” (BERARDINELLI;
SANTOS, 2007, p.433).
De acordo com Souza et al (2012) as oficinas se configuram como projetos
pedagógicos inovadores e relevantes na enfermagem. Consideram, ainda, que a
oficina foca na articulação de saberes, no ensino, no aprendizado e na avaliação. De
modo consonante, Gestera et al (2012) pontuam que a formação em enfermagem
demanda um ensino de qualidade e que as oficinas se configuram modos alternativos
de abordagem na constituição de ambiente propício à prática de um posicionamento
crítico.
Nesse sentido, “a oficina é uma ação de inclusão social cuja intenção é contribuir
para o aprimoramento acadêmico e cidadão, propor aos alunos que aprendam e
avancem na sua vida acadêmica durante o percurso universitário” (BERARDINELLI;
SANTOS, 2007, p.433).
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5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Marconi e Lakatos (2011) afirmam que a finalidade de uma pesquisa é
responder questões que são levantadas. Nesse sentido, a pesquisa parte de um
problema que deve ser respondido. A metodologia de pesquisa é o caminho do
pensamento e a prática que se exerce quando se aborda a realidade (MINAYO, 2001).
A autora afirma que,
enquanto abrangência de concepções teóricas de abordagem, a teoria e a metodologia caminham juntas, intrincavelmente inseparáveis. Enquanto conjunto de técnicas, a metodologia deve dispor de um instrumental claro, coerente, elaborado, capaz de encaminhar os impasses teóricos para o desafio da prática. (MINAYO, 2001, p.16)
Nesse sentido, é importante que o pesquisador tenha clareza do conjunto de
técnicas e métodos que seja coerente com os aspectos teóricos propostos. A teoria
busca a organização do pensamento de modo articulado. Além disso, a pesquisa é a
atividade essencial da ciência no seu processo de questionamento e construção da
realidade, buscando ser compreendida pelos sujeitos que seguem o mesmo processo
de reflexão e ação (MINAYO, 2001).
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, de acordo
com Minayo (2004) o método qualitativo é apropriado aos estudos “dos produtos das
interpretações que os humanos fazem durante suas vidas, da forma como constroem
seus artefatos materiais e a si mesmos, sentem e pensam” (MINAYO, 2004, p.57). A
pesquisa descritiva busca entender as características peculiares de um determinado
grupo, fazendo uso de instrumentos para verificar o que se deseja (GIL, 2008).
Este estudo buscou realizar uma análise específica no contexto da importância
do ensino dos procedimentos de higienização das mãos no curso de Enfermagem na
perspectiva da teoria da Aprendizagem Significativa utilizando Multimodos de
Representação.
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5.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO
A presente pesquisa foi realizada com estudantes do curso de enfermagem da
Faculdade Pitágoras localizada na cidade de Betim – MG. O curso possui 10 períodos,
ou seja, 5 anos de duração. Participaram desta pesquisa um grupo de 10 alunos do
9° período do curso de graduação em Enfermagem, matriculados no estágio
acadêmico I. Os alunos possuem dois estágios, o primeiro realizado no 9º período e
o segundo no 10º período.
A escolha do grupo de estudantes ocorreu utilizando como critério os alunos
estarem cursando a disciplina Estágio Acadêmico I. Nesta disciplina a prática de
higienização das mãos é essencial para a realização de todos os cuidados e
procedimentos de Enfermagem. Além disso, considera-se que no 9º período os
alunos já teriam tido contato com a temática ao longo do curso.
5.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados aconteceu durante a oficina ‘mãos limpas cuidado seguro’,
buscando a compreensão dos objetivos da higienização das mãos e sua relevância
para os cuidados em saúde. Nela foram abordados conceitos relevantes para a
temática, houve espaço para que os alunos pudessem se manifestar sobre o tema e
foram apresentados, também, a prática de higienização das mãos.
Foram utilizados para a coleta de dados mapas conceituais e protocolos para
análise da aprendizagem procedimental. Cada aluno elaborou dois mapas sobre a
temática de higienização das mãos, representando a estrutura conceitual e suas
relações. A elaboração dos referidos mapas conceituais se deu em dois momentos.
O primeiro que contou com conhecimento prévio dos estudantes sobre o objeto de
estudo, que foram os mapas antes da oficina. No segundo momento os mapas foram
realizados após a oficina e neles poderiam ser evidenciados aquisição dos novos
conhecimentos após a exposição do conteúdo em sala de aula. O repertório dos
conceitos presentes nos mapas foi registrado em uma tabela pela pesquisadora,
referentes aos conhecimentos prévios e os conhecimentos adquiridos após a oficina.
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Além disso, os estudantes tiveram o momento de prática, em que deveriam
realizar o procedimento de higienização das mãos. Esse procedimento também
aconteceu duas vezes, uma antes do início da oficina e outra após. A avaliação desse
momento se deu mediante a observação da pesquisadora e registro desse
levantamento de dados no protocolo. No protocolo estão os 11 passos da técnica,
preconizados pela OMS e ANVISA, para a realização completa e correta da técnica
de higienização das mãos. Buscou-se com isso averiguar a aprendizagem dos alunos
quanto aos procedimentos de lavagem das mãos.
A oficina aconteceu mediante consentimento expresso dos participantes e
assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O material gerado
a partir da atividade foi utilizado apenas para a pesquisa, resguardando a identidade
dos participantes. Os arquivos serão conservados por um período de cinco anos,
sendo destruídos posteriormente. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sobre
a autorização número 8260051860000108 CAAE.
Para análise dos dados foi utilizado o método qualitativo, analisando os
conceitos apresentados nos mapas conceituais e protocolo de avaliação do
procedimento de higienização das mãos. Ambos descritos na proposta de realização
da oficina intitulada “Oficina mãos limpas, cuidado seguro”.
5.4 DESCRIÇÃO DA OFICINA “MÃOS LIMPAS, CUIDADO SEGURO”
Antes da oficina foi realizado um encontro prévio com os alunos com o intuito
de instrumentalizá-los na realização de mapas conceituais. Esse encontro de
instrumentalização aconteceu fora do horário das aulas e agendado com os alunos
que aceitaram participar da pesquisa. O tema vacinação foi usado para o ensino da
realização de mapas conceituais.
Nesse encontro de instrumentalização foram abordados os principais conceitos
para a realização de mapas conceituais, por meio de uma aula expositiva, conduzida
pela pesquisadora. Na sequência os alunos foram orientados a fazer o próprio mapa
individual, sobre o tema vacinação. Após a realização, apresentaram para o grupo o
mapa individual realizado com a finalidade de explicar a maneira correta de realizar o
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mapa conceitual. A duração foi de uma hora e quarenta minutos e os alunos tiveram
a possibilidade de realizar mapas e discutir sobre o processo de elaboração.
A oficina foi realizada na faculdade Pitágoras de Betim - MG, com os alunos
participantes, teve duração de duas horas e cinquenta minutos e ocorreu fora do
horário de aula. Na “Oficina mãos limpas, cuidado seguro”, ainda no início da atividade
os alunos realizaram mapas conceituais baseados nos conhecimentos prévios que
possuíam acerca do tema. O mesmo procedimento aconteceu ao final da oficina, ou
seja, os alunos elaboraram outro mapa conceitual, tendo como referência os
conteúdos abordados na oficina.
A avaliação dos procedimentos dos alunos na realização da técnica de
higienização das mãos ocorreu mediante a observação da pesquisadora e registro em
protocolo. A utilização do protocolo da oficina, ocorreu após a realização do mapa
conceitual individual, também para averiguar a aprendizagem dos alunos quanto aos
procedimentos de lavagem das mãos. No final da oficina, os alunos foram observados
na execução do procedimento de higienização das mãos. Esse procedimento também
foi observado pela pesquisadora que realizou o preenchimento do protocolo. Nesse
sentido, acredita-se que o registro permitiu identificar se o conhecimento adquirido
durante a oficina foi colocado em prática na realização do procedimento de
higienização das mãos.
O procedimento de higienização das mãos aconteceu no laboratório de práticas
de Enfermagem, o processo aconteceu com um aluno de cada vez. A realização do
procedimento foi observada pela pesquisadora e registrado no Protocolo de avaliação
da prática do procedimento de higienização das mãos (ANEXO 1).
Na sequência, os alunos foram direcionados novamente para a sala de aula,
para revisão de alguns dos conceitos apresentados durante a graduação sobre a
higienização das mãos. Inicialmente os conceitos básicos sobre o tema, foram
trabalhados na aula expositiva em Power point, ou seja, os conceitos essenciais para
a compreensão da importância da realização do procedimento de Higienização das
mãos.
Na busca pela compreensão dos objetivos da higienização das mãos e sua
relevância para os cuidados em saúde, foram abordados alguns conceitos, são eles:
pele; microbiota; microorganismo; infecções relacionadas à assistência à Saúde
(IRAS); cuidado seguro; técnicas de higienização das mãos. Os alunos tiveram um
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momento para falar sobre o entendimento dos conceitos e relacionar as práticas de
saúde que vivenciam no estágio acadêmico.
Em seguida foi abordada a apresentação da imagem “Os Cinco momentos
preconizados para a prática da higienização das mãos nos serviços de saúde”
(ANEXO 2) e sua descrição. Nesse momento, foi realizada uma discussão sobre a
importância da prática na prevenção das Infecções Relacionadas à assistência à
saúde (IRAS), com o levantamento de exemplos de situações vivenciadas pelos
alunos nas práticas do estágio curricular.
Foi realizada, também, a apresentação do um vídeo da ANVISA com a prática
do procedimento de higienização das mãos, ilustrando os 11 passos preconizados
(ANEXO 3). Após a exibição do vídeo os passos foram propostos para a discussão
em grupo, contextualizando nesse modo representacional a sequência correta da
realização do procedimento.
Ao final desse momento conceitual, a pesquisadora direcionou novamente os
alunos ao laboratório de práticas de Enfermagem. No laboratório a pesquisadora
realizou a higienização das mãos, que foi observada pelos estudantes e os passos da
técnica foram executados e explicados conforme o procedimento preconizado.
Em seguida os alunos realizaram pela segunda vez o procedimento individual
de higienização das mãos, após visualizarem a realização feita pela pesquisadora. A
higienização foi novamente observada e registrada pela pesquisadora no protocolo de
avaliação da prática do procedimento de higienização das mãos.
Após a finalização desse momento prático, os alunos retornaram para a sala
de aula e realizaram o segundo mapa conceitual individual, com a descrição sobre o
tema higienização das mãos. Os alunos foram orientados a realizar o segundo mapa
conceitual, com a proposta do levantamento dos conhecimentos adquiridos no
desenvolvimento da oficina.
No término da atividade os alunos receberam algumas orientações finais sobre
o tema e um kit de higiene das mãos, composto por sabonete líquido, papel toalha e
folder da ANVISA com os 11 passos do procedimento, como forma agradecimento e
incentivo a prática de higienização das mãos. Nesse momento, então, a oficina foi
finalizada.
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44
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise qualitativa seguiu-se por meio da avaliação da aprendizagem
conceitual e procedimental. Para avaliação conceitual foram analisados os mapas
conceituais e para análise procedimental foram analisados os dados elencados no
protocolo de procedimentos para higienização das mãos, conforme Anvisa (2009).
6.1 ANÁLISE DA APRENDIZAGEM DE CONCEITOS
O instrumento utilizado para avaliar a aprendizagem dos alunos foi o mapa
conceitual. Para tanto foi realizada análise da frequência de conceitos entre os mapas
e sua estruturação (STRUCHINER; VIEIRA; RICCIARDI, 1999). A análise iniciou-se
com o número de aparições dos conceitos e após, a sua estrutura.
6.1.1 Análise do número de aparições dos conceitos
No mapa conceitual pré-oficina os alunos elencaram 57 conceitos relacionados
ao tema e no mapa conceitual elaborado após a oficina foram elencados 73 conceitos.
Nesse sentido, houve um aumento na quantidade de conceitos registrados após o
momento da exposição do tema higienização das mãos em sala de aula. A Tabela 1
apresenta os conceitos e o número de aparições.
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Quadro 1 - conceitos pré e pós oficina.
CONCEITO PRÉ-OFICINA PÓS-OFICINA
Paciente 8 10
Higienização das mãos 10 9
Segurança 4 9
Técnica 5 6
Procedimento 5 5
Prevenção 3 4
Profissional 4 4
Saúde 2 4
Infecção cruzada 3 3
Microrganismo 5 3
Morte/óbito 0 3
5 passos 0 3
Bactéria 4 2
Contaminação 2 2
Lavagem das mãos 2 2
Normas 0 2
Infecção hospitalar 0 1
Microbiota residente e transitória 0 1
Fonte: Dados da pesquisa.
Alguns conceitos podem ser considerados essenciais, considerando a relação
que estabelecem com o tema da oficina e pela frequência que foram mencionados
pelos alunos. Além disso, são elementos que são centrais para o tema proposto.
Esses conceitos são: higienização das mãos, técnica, segurança, profissionais,
pacientes, infecção, microrganismos e morte/óbito. A higienização das mãos foi o
tema da oficina, o que demonstra que os alunos conseguiram apreender a
centralidade do tema na oficina. Tal procedimento é importante e deve ser realizado
de maneira adequada (MATIA et al., 2017).
É necessário que os estudantes, não apenas realizem a prática, mas que
também a executem de modo correto, pois a instrumentalização deles pode
possibilitar uma assistência mais segura para o serviço de saúde e para o paciente
(SILVA et al., 2017). Nesse sentido, os alunos terem mencionado técnica e segurança,
demonstra que há em alguma medida uma compreensão de que esses conceitos se
relacionam com higienização.
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O conceito “paciente” foi registrado nos 10 mapas de pós -aula e o registro do
conceito “segurança” saltou de 4 para 9 entre mapas de pré e pós aula. O conceito
“higienização das mãos apresentou frequência de 9 nos mapas de pós aula,
diferentemente dos 10 nos mapas de pré-aula, pois um aluno se referiu ao termo como
“lavagem das mãos”.
A aparição dos termos paciente e profissional, indicam que os estudantes
entendem que a higienização é algo que se relaciona tanto aos profissionais, quanto
aos pacientes. De modo que identificam os sujeitos envolvidos e afetados pelo
processo de higienização das mãos. Pois, a deficiência dos profissionais em higienizar
as mãos geram risco para os pacientes, devido ao aumento de casos de infecções
relacionadas à assistência à saúde (SILVA et al., 2017).
Nota-se que apesar de os conceitos “bactérias e microrganismos” terem sido
explorados mais vezes nos mapas de pré-oficina quando comparados aos de pós
oficina, nos últimos foi apresentado o conceito de “microbiota residente e transitória”
que é um termo técnico mais específico sobre o tema.
Ainda que no mapa pré-oficina tenham sido citados os conceitos bactérias e
microrganismos, e no pós-oficina o conceito microbiota residente e transitória, a
aparição foi baixa. Principalmente, no que se refere ao mapa pós-oficina, pois, mesmo
que microbiota residente e transitória tenha aparecido uma vez, os outros dois
conceitos tiveram diminuição em seu aparecimento, indo de 5 para 3 no caso de
microrganismos e de 4 para 2 no caso de bactéria.
A centralidade desses conceitos diminuiu no segundo mapa, o que poderia
indicar a aquisição de outros conhecimentos. Tais conhecimentos podem ser
considerados mais significativos para os estudantes. Por outro lado, poderia haver
também a adoção de uma nova perspectiva sobre higienização das mãos, para qual
não faria sentido manter esses termos. Entretanto, ao considerar que é necessário
que os profissionais de saúde envolvidos com a assistência à saúde estejam
conscientes que o controle de infecção demonstra um dos fatores fundamentais para
o cuidado, o que reduz o período de internação do paciente no hospital e melhora a
assistência de enfermagem (BATISTA et al., 2017).
O termo morte/óbito só foi registrado em 3 mapas conceituais de pós aula,
sendo que em apenas um destes o mesmo estava relacionado ao conceito infecção
hospitalar. A presença dos termos: infecção cruzada, microrganismo, morte/óbito,
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bactéria, contaminação, infecção hospitalar e microbiota residente e transitória, pode
indicar que os estudantes compreendem que há uma relação entre a higienização das
mãos e o reconhecimento do ambiente como risco de transmissão de microrganismos.
Segundo Matia et al (2017) o incentivo a higienização das mãos “pode contribuir para
melhores resultados, pois é sabido que este é o momento mais esquecido, pois muitos
profissionais não reconhecem o ambiente como risco para transmissão de
microrganismos” (p.103).
No geral, houve um aumento no número de conceitos elencados pelos 57
estudantes no segundo mapa, no primeiro apresentaram conceitos, enquanto foram
apresentados 73 no segundo mapa. Ainda que tenha ocorrido um aumento no número
de conceitos, não houve conceitos recorrentes entre os estudantes no mapa pós-
oficina. Nesse sentido, as aparições de cada conceito foram baixas, o que pode
denotar um aprendizado singular de cada estudante, de modo que cada um se
apropriou de forma diferente do que foi trabalhado na aula.
Os termos “5 passos” e “normas” foram citados apenas em mapas de pós aula,
em 3 e 2 deles, respectivamente, demonstrando a aquisição de novos conhecimentos
no que se refere à higienização das mãos. De acordo com Matia et al (2017) mesmo
a higienização das mãos sendo uma medida simples no cotidiano dos profissionais da
saúde grande parte deles não a realiza após o contato com áreas próximas aos
pacientes. Na presente pesquisa na lavagem das mãos pré-oficina, apenas duas
ações no processo de higienização foram realizadas por todos os estudantes, a
primeira delas foi colocar sabão na palma da mão e a segunda friccionar as mãos
palma com palma. Nesse sentido, o procedimento foi realizado de maneira incompleta
pela maioria dos alunos.
A higienização das mãos realizada de forma inadequada por estudantes de
enfermagem foi encontrada por Silva et al (2017). Para os autores os alunos passam
pela graduação com déficit de conhecimento e habilidade referentes a higienização
das mãos realizada de modo correto. Essa situação pode ser considerado um dado
preocupante a medida que ações que abrangem a higienização correta das mãos “tem
sido citadas como fatores importantes para a redução de Infecções Relacionadas à
Assistência à Saúde e melhora no conhecimento dos profissionais de como preveni-
las” (SILVA et al., p.261).
Nota-se que no geral houve um aumento no número de conceitos empregados
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pelos alunos no mapa realizado após a oficina. A maior parte dos conceitos que foram
apresentados nos mapas pré-oficina tiveram um aumento no número de aparições
nos mapas pós-oficina. Além disso, no segundo mapa foram usados mais conceitos
que se configuram como termos técnico relacionados ao tema, como microbiota
residente e transitória.
6.1.2 A estrutura dos mapas
Os mapas conceituais apresentaram diversos níveis hierárquicos, que
demonstraram uma sequência de conceitos mais gerais até os mais específicos,
passando por diferentes níveis de conceitos intermediários, assim como observado
por Ruiz-Moreno et al. (2007). As inter-relações entre conceitos, com as
correspondentes palavras de ligação, que conferem sentido lógico às proposições,
não foram explicitadas pelos estudantes, apesar de ser possível interpretar as
intenções dos mesmos, ou seja, inferir o raciocínio que embasou a construção da
estrutura representada e entender o processo de assimilação dos conteúdos
trabalhados na sala de aula.
Nos mapas elaborados pré-oficina 2 deles foram elaborados de modo
hierárquico (Figura 4). No mapa da Figura 4 os conceitos que aparecem focalizam a
contaminação decorrente da não higienização das mãos, não tendo sido explorado
pelo aluno elementos sobre o procedimento de higienização.
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Figura 4 – Mapa elaborado pré-oficina hierárquico.
Fonte: Elaboração da autora.
Houve também conceitos apresentados em sequência linear, um abaixo do
outro, podendo haver alguma ramificação (Figura 5). No mapa da Figura 5 aparece a
palavra prevenção, mostrando que o aluno já considerava a higienização das mãos
como uma medida de prevenção.
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Figura 5 – Mapa elaborado pré-oficina hierárquico.
Fonte: Elaboração da autora.
No mapa da Figura 6 o aluno menciona a palavra conceito ligada a higienização
das mãos, mas realiza novas ligações relacionadas a esse termo.
Figura 6 - Mapa elaborado pré-oficina com relação direta.
Fonte: Elaboração da autora.
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O mapa aborda também a técnica, o objetivo, quando fazer e quem deve fazer,
mas desenvolve pouco cada um desses termos. O mapa da Figura 7 apresenta
poucas ligações e o aluno apresenta descrições longas para um mapa conceitual.
Nota-se que na estrutura do mapa faltaram mais ligações entre os conceitos
correspondentes. De acordo com Moreira (2011), é importante na confecção dos
mapas conceituais utilizar palavras-chave sobre as linhas conectando conceitos.
Figura 7 - Mapa elaborado pré-oficina com relação direta.
Fonte: Elaboração da autora.
Enquanto que no mapa presente na figura 8, o aluno apresenta poucos
conceitos e poucas ligações entre eles.
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Figura 8 - Mapa elaborado pré-oficina com poucas ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
Poucos conceitos também foram citados no mapa pré-oficina presente na figura
9, não havendo ramificações no mapa.
Figura 9 - Mapa elaborado pré-oficina sem ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
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Nesse sentido, em 4 dos mapas produzidos pelos alunos havia uma relação
direta entre o conceito principal e os demais (Figura 6 e Figura 7) elencados pelos
alunos, havendo pouca (Figura 8) ou nenhuma ramificação no mapa (Figura 9).
Entretanto, em 4 mapas havia a presença de ligações entre os conceitos,
apresentando-se em formato de rede (Figura 10, Figura 11, Figura 12, Figura 13).
Figura 10 – Mapa elaborado pré-oficina com ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
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No mapa conceitual da Figura 11 o aluno faz ligações entre termos que
partem de pontos diferentes do mapa, como a ligação entre o termo vida e técnica
correta por meio do conceito eficaz.
Figura 11 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
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Na figura 12 o aluno considera, por meio das ligações que realiza em seu mapa
conceitual, que o asseio é um conceito ligado a própria saúde e com o próximo. Há
um entendimento do autocuidado relacionado ao procedimento de higienização das
mãos.
Figura 12 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
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Na figura 13 o aluno liga o termo segurança aos conceitos paciente, profissional
e outros, considerando como outros os familiares e visitantes do paciente, o
demonstra um entendimento de que a higienização das mãos garante também a
segurança de pessoas que estão de modo pontual no ambiente hospitalar.
Figura 13 - Mapa elaborado pré-oficina com ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
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Os mapas 10, 11, 12 e 13 estão bem elaborados apesar de terem sido produzidos
antes da oficina, o que demonstra que os alunos possuíam conhecimento prévio sobre
o tema. Em todos os mapas da pré-oficina, higienização das mãos apareceu no centro
do mapa, de onde todos os outros conceitos partiram.
No que se refere aos mapas pós-oficina o número de conceitos presentes em
cada mapa aumentou. Além disso, as ligações entre os conceitos pelos conectores se
tornaram mais amplas, assim como a relação entre os conceitos elencados nos mapas
(Figura 14).
Figura 14 - Mapa pós-oficina com ligações mais amplas.
Fonte: Elaboração da autora.
58
58
Apenas em um dos mapas a estrutura foi hierárquica como na Figura 15, ou
seja, os conceitos eram apresentados de maneira vertical dos mais centrais aos mais
periféricos no mapa. A representação dos conceitos de forma hierárquica, pressupõe
que os conceitos mais gerais estejam no topo e os conceitos mais específicos se
localizem hierarquicamente abaixo (NOVAK; CAÑAS, 2010).
Figura 15 - Mapa elaborado pós-oficina hierárquico.
Fonte: Elaboração da autora.
O mapa presente na Figura 15 foi elaborado pelo mesmo aluno do mapa da
Figura 4. No primeiro mapa realizado por ele os conceitos estavam voltados à
contaminação, já no segundo mapa o aluno aborda conceitos como segurança
individual e baixo custo. Desse modo, houve uma ampliação no conteúdo do mapa
desse aluno pós-oficina.
Em 3 deles havia poucas ligações entre os conceitos (Figura 16, Figura 17).
59
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Figura 16 - Mapa elaborado pós-oficina com poucas ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
No mapa da Figura 17 o aluno mencionou o termo história, pois durante a
oficina foi explorada a história da higienização das mãos. A presença desse termo no
mapa demonstra que o aluno fez uso de informações da oficina para compor o mapa.
60
60
Figura 17 - Mapa elaborado pós-oficina com poucas ligações.
Fonte: Elaboração da autora.
Em 6 dos mapas as ligações presentes eram complexas e ligavam diferentes
conceitos , conforme figura 18.
Figura 18 - Mapa elaborado pós-oficina com ligações complexas.
Fonte: Elaboração da autora.
61
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Em alguns mapas havia ligações horizontais entre os conceitos que resultavam
em outra ligação (Figura 19).
Figura 19 - Mapa pós-oficina com ligações horizontais.
Fonte: Elaboração da autora.
Nos mapas pós-oficina as ligações partem do conceito “higienização das mãos”
em 9 dos mapas produzidos e em apenas um mapa (Figura 20) as ligações partem
do conceito “lavagem das mãos”. Nesse mapa, o estudante faz uso de palavras de
ligação, que são frases ou palavras localizadas sobre as linhas que específica a
relação entre dois conceitos (NOVAK; CANÃS, 2010). As palavras de ligação usadas
foram: antes e após, que ligam os conceitos momentos e contato com o paciente. Para
Moreira (2011) é importante incentivar o uso de palavras-chave entre as linhas que
conectam conceitos.
62
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Figura 20 - Mapa pós-oficina com o conceito lavagem das mãos.
Fonte: Elaboração da autora.
Apenas um aluno explorou em seu mapa de pós-oficina a sequência correta de
passos para higienização das mãos (Figura 21). Os demais citaram termos como
fricção, assepsia de mãos, procedimentos e lavagem correta sem, contudo, explicitar
a técnica. Nesse mapa, o aluno também fez uso de ligações cruzadas, quando liga
“preservação da saúde” e “alta hospitalar segura”. Esse tipo de ligação, representa
“as relações ou ligações entre conceitos nos diferentes segmentos ou domínios do
mapa conceitual” (NOVAK; CAÑAS, 2010, p.10).
63
63
Figura 21 - Mapa pós-oficina com os 5 passos para higienização das mãos.
Fonte: Elaboração da autora.
Em relação a forma de registro, todos os alunos elaboraram os mapas fazendo
uso de caneta preta ou azul, não houve mapas coloridos. Alguns alunos usaram como
recursos visuais fazer círculos ou retângulos (Figura 22) ao redor dos conceitos.
Geralmente esta é a forma de se elaborar mapas conceituais, com a inclusão de
conceitos dentro de quadros ou círculos (NOVAK; CAÑAS, 2010).
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Figura 22 - Mapa pós-oficina com recursos visuais.
Fonte: Elaboração da autora.
No geral as ligações entre eles foram feitas por linhas (Figura 23) e não por
setas. As linhas representam as relações entre os diferentes conceitos, de modo que
elas cumprem o papel de interligar os conceitos (NOVAK; CAÑAS, 2010). Conforme
Moreira (2011), não há obrigatoriedade da utilização de setas em mapas conceituais.
65
65
Figura 23 - Mapa pós-oficina com ligações feitas por linhas.
Fonte: Elaboração da autora.
Percebe-se que o número de conceitos aumentou do primeiro para o segundo
mapa realizado pelos alunos. Assuntos e temas abordados durante a oficina que não
apareceram no mapa pré-oficina estavam presentes no pós-oficina, como o termo
história. Alguns mencionaram, inclusive, os cinco passos de higienização das mãos
que foram apresentados na oficina.
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66
6.2 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DO PROCEDIMENTO DE
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Como mencionado, o procedimento de lavagem das mãos realizado pelos
alunos antes e após a oficina, foi observado e registrado pela pesquisadora em
protocolo (ANEXO 1). Os itens que foram analisados no procedimento de higienização
das mãos, foram:
1. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia;
2. Colocar sabão na palma da mão (2ml);
3. Friccionar as mãos por cerca de 20 segundos
3.1 Palma com palma
3.2 Palma da mão com dorso da outra
3.3 Dedos entrelaçados
3.4 Dorso dos dedos na palma oposta, rotacionando os dedos engatados
3.5 Polegares
3.6 Rotação das pontas dos dedos na mão oposta
3.7 Punhos
4. Manteve mãos e antebraços acima da linha dos cotovelos durante a lavagem
5. Enxaguar removendo a espuma e sujeira
6. Enxugar com papel toalha (mantendo as mãos mais elevadas para evitar
contaminação)
7. Descartar o papel sem tocar na lixeira
As etapas do processo de lavagem das mãos, que observamos antes e após a
oficina pedagógica, estão elencadas no gráfico 1 apresentado abaixo.
67
67
Gráfico 1 - Itens executados pelos alunos no procedimento de higienização das mãos
Fonte: Elaboração da autora.
Em relação às ações realizadas pelos alunos durante a higienização das mãos,
é possível perceber que houve um aumento no número alunos que efetuaram o
procedimento de modo mais próximo do que é preconizado pela OMS e ANVISA.
Nesse sentido, houve aumento em 8 itens, o número permaneceu o mesmo em 4 itens
e apenas em um deles houve a diminuição da ação no pós-oficina.
Nota-se que apenas nos itens 1, 2, 3.1 e 3.3 o número de alunos que realizaram
o procedimento se manteve o mesmo na higienização pré-oficina e pós-oficina.
Enquanto houve redução de apenas uma das práticas na segunda higienização, que
se refere a manter as mãos e antebraços acima da linha dos cotovelos durante a
lavagem.
Nos demais itens houve o aumento no número de alunos que executaram cada
uma das práticas. Houve um aumento no número de alunos que praticou alguma nova
ação em 8 dos itens do protocolo. O maior aumento ocorreu nos itens 3.2, 3.4, 3.5,
3.6 e 6. Neles houve um aumento de 3 pontos, o que indica que na pós-oficina 3
alunos adicionaram em sua higienização essas práticas.
Considerando que foi apenas em um item e que nos demais houve ou a
manutenção dos resultados ou a melhora, acredita-se um item não indique que não
houve aprendizado geral sobre o tema. É possível que indique que os alunos tiveram
dificuldade em recordar do procedimento como um todo, esquecendo-se de algum
0
2
4
6
8
10
Procedimento de higienização das mãos com agua e sabão
Sim (Pré) Sim (Pós)
68
68
item no processo. No geral, os resultados indicam que houve um aprendizado do
procedimento por parte dos alunos, que de modo geral, acrescentaram ações que
aproximaram procedimento do que é preconizado pela OMS e ANVISA, como por
exemplo enxaguar as mãos removendo a espuma e sujeira, enxugar com papel toalha
(mantendo as mãos mais elevadas para evitar contaminação) e descartar o papel sem
tocar na lixeira.
Alguns fatores podem influenciar a não adesão à prática de higienização das
mãos. No estudo desenvolvido por Moura et al (2017) sobre a infraestrutura hospitalar,
os autores concluíram que os enfermeiros não higienizavam as mãos da forma como
deveriam. Entretanto, para os autores uma barreira considerável para a realização da
higienização das mãos no ambiente hospitalar é a falta de infraestrutura hospitalar
(MOURA et al., 2017). Nesse sentido, não é apenas o desconhecimento da técnica
ou de sua importância que pode influenciar sua prática no cotidiano, mas as condições
materiais para tal. Dessa forma, fornecer um kit para higienização das mãos para os
alunos pode possibilitar que os alunos pratiquem a higienização das mãos.
Durante a prática de higienização alguns itens não tiveram aumento em sua
realização, considerando a segunda lavagem. Além disso, um item teve redução na
segunda lavagem. Derhun et al (2016), em estudo sobre higienização das mãos por
profissionais de enfermagem, notaram que os profissionais tiveram alto percentual de
acerto sobre questões referentes a higienização das mãos. Entretanto, a maioria deles
não conhecia na íntegra as instruções para a realização do procedimento. Os autores
consideram que a educação permanente possa auxiliar nesse processo, tendo como
tema de prioridade a higienização das mãos.
Ainda sobre o procedimento de higienização das mãos, na segunda lavagem,
houve um aumento no número de alunos que praticou alguma nova ação em 8 dos
itens do protocolo. Esse aumento poderia ter sido total, considerando que a
higienização correta das mãos havia sido abordada durante a oficina e também que a
pesquisadora havia demonstrado o procedimento correto. Llapa-Rodríguez et al
(2018) consideram que, ainda que abaixo das recomendações, existem evidências de
taxa de adesão maiores pelos enfermeiros na higienização das mãos. Esse achado
configura-se como fator positivo ao se considerar que os enfermeiros atuam de forma
rotineira em “serviços de saúde com várias possibilidades de contatos com diferentes
pacientes, o que os tornam agentes colaborativos na mudança da cultura relativa a
69
69
segurança do paciente para incorporação da HM, conforme indicado pela OMS”
(LLAPA-RODRÍGUEZ et al., 2018, p.1583).
A partir de procedimentos e conhecimentos das técnicas assépticas “a
enfermagem mostra-se como elemento de grande importância, reduzindo os níveis de
infeções nos hospitais e para redução dos níveis de infecções nos hospitais e o modo
mais fácil e correto” (BATISTA et al., 2017, p. 4951).
No geral, houve um aprendizado prático por parte dos alunos, que
acrescentaram algumas ações que aproximaram procedimento do que é preconizado
pela OMS e ANVISA. Entretanto, mesmo após a aula o procedimento não foi realizado
da forma como é preconizado. Tal resultado converge com um estudo realizado por
Silva et al. (2017), sobre higienização das mãos por estudantes universitários, em que
nenhum participante conseguiu atingir todas as áreas adequadamente durante a
higienização das mãos.
70
70
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo buscou identificar quais conceitos e procedimentos os alunos do
curso de Enfermagem aprenderam ao participarem da “Oficina mãos limpas, cuidado
seguro”. Para isso os alunos realizaram dois mapas conceituais, um antes da
atividade e outros depois. Além disso, também realizaram de modo prático a
higienização das mãos antes e depois da oficina, o que foi registrado pela
pesquisadora.
Foi possível comparar os conceitos apresentados pelos alunos antes e após a
oficina proposta, a partir dos mapas conceituais elaborados por eles. No geral, notou-
se que o número de conceitos utilizados pelos alunos no segundo mapa foi maior que
no primeiro. Dessa maneira, sugere-se que houve um aprendizado a partir da oficina,
gerando novos elementos que foram agregados aos mapas pós-oficina. Os conceitos
mais recorrentes foram: Higienização das mãos; Segurança; Técnica; Procedimento.
Além disso, a partir da prática de higienização das mãos foi possível averiguar
a maneira como os alunos realizam esse procedimento antes e após a participação
na referida oficina. Identificou-se que os alunos não realizaram o procedimento
completo, contemplando todos os itens, nem antes e nem após a oficina. Entretanto,
o número de itens indicados na higienização aumentou da primeira prática para a
segunda, conforme Gráfico 1. Tal fato demonstra que os alunos tiveram um
aprendizado prático a partir da oficina. Entretanto, os estudantes não passaram por
todas as etapas do processo de lavagem.
A partir dos mapas conceituais e do procedimento de lavagem das mãos
realizados pré-oficina, é possível concluir que o conhecimento prévio que os alunos
possuíam sobre o tema era, em alguma medida, insuficiente. Os mapas se tornaram
mais robustos após a aula, demonstrando que houve aprendizado por parte dos
alunos a partir da atividade. Além disso, a lavagem das mãos pré-oficina não percorreu
por todas as etapas previstas. O resultado deste estudo converge com o encontrado
por Feldhaus et al (2018) de que há lacunas no conhecimento de acadêmicos de
enfermagem referentes aos momentos da higienização das mãos.
Considera-se que o estudo possui algumas limitações, como ter sido realizado
em apenas uma instituição de ensino e com a participação de apenas um curso,
enfermagem. Dessa forma, acredita-se que outros estudos sobre o tema sejam
71
71
realizados, abrangendo outros cursos na área da saúde e outras instituições de
ensino. Os resultados desta pesquisa demonstram que a higienização das mãos ainda
é um desafio para a área da saúde e que sua prática ainda não está consolidada da
maneira correta entre os estudantes de enfermagem.
Admite-se que o uso de diferentes modos de representação, ou seja,
multimodos pode ter possibilitado que os alunos tivessem acesso aos conceitos
trabalhados de diferentes maneiras e linguagens, facilitando o processo de
aprendizagem. Para que os alunos apreendam algum conceito científico, e atribua
significado é preciso que eles desenvolvam um entendimento das diferentes maneiras
de representá-los (ZOMPERO; LABURÚ, 2010).
Nesse sentido, a aplicação dos multimodos no ensino da higienização das
mãos possibilitou a aprendizagem e favoreceu a relação dos alunos com os materiais
potencialmente significativos, proporcionando êxito a essa prática. Considera-se que
a oficina possibilitou uma aprendizagem significativa sobre a temática de higienização
das mãos.
72
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ANEXO 1
Protocolo de avaliação da prática do procedimento de higienização das mãos
Protocolo de avaliação da prática do procedimento de higienização das mãos
Sim S Não N
Alunos participantes
Procedimento de higienização das mãos com água e sabão
A1 Nome
A2 A3
A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10
1-Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia
2-Colocar sabão na palma da mão (2 ml)
3- Friccionar as mãos por cerca de 20 segundos
3.1 Palma com palma
3.2 Palma da mão com dorso da outra
3.3 Dedos entrelaçados
3.4 Dorso dos dedos na palma oposta, rotacionando os dedos engatados
3.5 Polegares
3.6 Rotação das pontas dos dedos na mão oposta
3.7 Punhos
4 Manteve mãos e antebraços abaixo da linha dos cotovelos
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durante a lavagem?
5. Enxaguar removendo a espuma e sujeira
6. Enxugar com papel toalha (mantendo as mãos mais elevadas para evitar contaminação)
7. Descartar o papel sem tocar na lixeira
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ANEXO 2
Os Cinco momentos preconizados para a prática da higienização das mãos nos serviços de saúde
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ANEXO 3
11 passos preconizados