Upload
mariana-garvil
View
14
Download
3
Embed Size (px)
DESCRIPTION
artigo
Citation preview
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM EPIDEMIOLOGIA
UTILIZAO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR
ENTRE IDOSOS DA ZONA URBANA DE PELOTAS/RS
DISSERTAO DE MESTRADO
VANESSA IRIBARREM AVENA MIRANDA
Orientadora: Prof. Dr. Anaclaudia Gastal Fassa
Coorientador: Dr. Rodrigo Dalke Meucci
Pelotas, RS.
Novembro de 2014.
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM EPIDEMIOLOGIA
UTILIZAO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR
ENTRE IDOSOS DA ZONA URBANA DE PELOTAS/RS
Mestranda: Vanessa Iribarrem Avena Miranda
Orientadora: Prof. Dr. Anaclaudia Gastal Fassa
Coorientador: Dr. Rodrigo Dalke Meucci
A apresentao desta dissertao exigncia do Programa de Ps Graduao em Epidemiologia, da Universidade Federal de Pelotas para obteno do ttulo de Mestre em Epidemiologia.
Pelotas, RS.
Novembro de 2014.
3
4
Banca examinadora
Profa. Dra. Anaclaudia Gastal Fassa
Universidade Federal de Pelotas
Profa. Dra. Andra Homsi Dmaso
Universidade Federal de Pelotas
Profa. Vera Maria Vieira Paniz
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
5
SUMRIO
1. PROJETO DE PESQUISA 6
2. RELATRIO DO TRABALHO DE CAMPO 69
3. RELATRIO PARA IMPRENSA 90
4. ARTIGO ORIGINAL 93
5. ANEXOS 117
6
1. PROJETO DE PESQUISA
7
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM EPIDEMIOLOGIA
UTILIZAO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR ENTRE IDOSOS DA
ZONA URBANA DE PELOTAS/RS
Projeto de Pesquisa
VANESSA IRIBARREM AVENA MIRANDA
Orientadora: Prof. Dr. Anaclaudia Gastal Fassa
Coorientador: Dr. Rodrigo Dalke Meucci
Pelotas, 02 de outubro de 2013.
8
LISTA DE ABREVIATURAS
ABEP - Associao Brasileira de Estudos Populacionais
AF Assistncia Farmacutica
BSM Brasil Sem Misria
DCNT - Doenas crnicas no transmissveis
DM - Diabetes
HAS Hipertenso
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
MS Ministrio da Sade
PFPB Programa Farmcia Popular do Brasil
PFPB-E Programa Farmcia Popular do Brasil Expanso (rede privada)
PNAF Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica
PNM Poltica Nacional de Medicamentos
RENAME Relao Nacional de Medicamentos Essenciais
SUS Sistema nico de Sade
UFPel Universidade Federal de Pelotas
VR Valor de referncia
9
SUMRIO
1 INTRODUO ....................................................................................................... 11
2 REVISO DA LITERATURA ................................................................................. 14
2.1 ESTRATGIAS DE BUSCA ........................................................................... 14
2.2 EVOLUO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR .................................. 15
2.3 DESEMPENHO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR ............................ 19
2.4 DOENAS CRNICAS NO TRANSMISSVEIS EM IDOSOS E A POLTICA
NACIONAL DE MEDICAMENTOS ...................................................................... 21
2.5 PERFIL DE UTILIZAO DE MEDICAMENTOS ENTRE IDOSOS ............... 22
3 MARCO TERICO ........................................................................................... 29
3.1 MODELO TERICO ...................................................................................... 31
3.2 MODELO DE ANLISE ................................................................................. 31
4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 32
5 OBJETIVOS ........................................................................................................... 33
6 HIPTESES .......................................................................................................... 34
7 METODOLOGIA .................................................................................................... 35
7.1 CARACTERIZAO DO MUNICPIO EM ESTUDO ...................................... 35
7.2 DELINEAMENTO .......................................................................................... 37
7.3 JUSTIFICATIVA PARA O DELINEAMENTO ................................................. 37
7.4 DEFINIO DO DESFECHO E DAS EXPOSIES ..................................... 37
7.4.1 Definio do desfecho ............................................................................. 37
7.4.2 Definio das exposies ........................................................................ 38
7.5 CRITRIOS DE ELEGIBILIDADE .................................................................. 40
7.5.1 Critrios de incluso ................................................................................... 40
7.5.2 Critrios de excluso ............................................................................... 40
7.6 POPULAO ALVO DO ESTUDO ............................................................. 41
7.7 CLCULO DO TAMANHO AMOSTRAL ........................................................ 41
10
7.7.1 Estimativas do tamanho de amostral para prevalncias .......................... 41
7.7.2 Estimativas do tamanho de amostra para associaes ........................... 42
7.8 PROCESSO DE AMOSTRAGEM .................................................................. 43
7.9 LOGSTICA DO TRABALHO DE CAMPO ..................................................... 44
7.10 INSTRUMENTO DE PESQUISA .................................................................. 45
7.11 ESTUDO PILOTO ........................................................................................ 45
7.12 SELEO E TREINAMENTO DOS ENTREVISTADORES ......................... 45
7.13 PROCESSAMENTO E ANLISE DOS DADOS ........................................... 46
8 ASPECTOS TICOS ............................................................................................. 46
9 CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................... 47
10 FINANCIAMENTO ............................................................................................... 47
11 DIVULGAO DOS DADOS E RESULTADOS .................................................. 48
12 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ...................................................................... 48
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 50
APNDICE 1 - Quadro de reviso com artigos que abordam o PFPB ..................... 56
APNDICE 2 - Quadro de reviso com trabalhos descritivos que abordam o
PFPB ........................................................................................................................ 60
APNDICE 3 - Instrumento de Pesquisa .................................................................. 63
13 ALTERAES DO PROJETO ............................................................................. 68
11
1 INTRODUO
No Brasil o direito a sade est inscrito na Constituio de 1988 e na
Lei Orgnica da Sade (Lei n.8.080/90) como direito fundamental de todos
os cidados e dever do Estado, o qual deve formular e implementar aes
que assegurem o acesso da populao aos servios de promoo, proteo
e recuperao da sade9, 24.
Dentre as diversas aes de responsabilidade do Estado, e como
parte integrante da Poltica Nacional de Sade, a Poltica Nacional de
Medicamentos (PNM), baseada nos princpios e diretrizes do SUS, constitui
um dos elementos fundamentais para o sucesso da implementao de aes
capazes de promover a melhoria das condies de assistncia sade,
garantindo segurana, eficcia e qualidade dos medicamentos, alm da
promoo do uso racional e o acesso da populao queles considerados
essenciais16.
No contexto da Assistncia Farmacutica (AF) o acesso se concretiza
com a utilizao do medicamento, portanto, conceitua-se acesso como um
fator mediador entre a capacidade de um sistema de sade de oferecer o
produto e o consumo real deste produto pela populao1, 8, 16, 62.
Uma contribuio importante da PNM em direo ao acesso dos
medicamentos foi a adoo da relao de medicamentos essenciais
(RENAME)21, os quais so considerados produtos bsicos e indispensveis
para atender a maioria dos problemas de sade da populao16 e a
consolidao da Lei dos Medicamentos Genricos, que foi implementada
pelo Governo Federal com objetivo de estimular a concorrncia e a variedade
de oferta no mercado de remdios, melhorar a qualidade de todos os
medicamentos, reduzir os preos e facilitar o acesso da populao aos
tratamentos13.
Outro aporte da PNM foi a reorientao da AF e sua adequao ao
modelo descentralizado de gesto em sade. Nesse contexto, a lgica da AF
seria a descentralizao da aquisio e da distribuio de medicamentos
essenciais para o nvel municipal sem isentar as outras esferas
12
administrativas de suas responsabilidades63. O gestor federal ficou
responsvel pela organizao e desenvolvimento de aes de
implementao da Poltica, cabendo a esta esfera a aquisio de
medicamentos em condies especiais (problemas que representem agravos
de sade pblica, doenas de carter individual que, apesar de atingirem um
pequeno grupo de indivduos, requerem tratamento longo ou de custo
elevado e tratamentos que envolvam medicamentos no disponveis no
mercado). O gestor estadual ficou com a responsabilidade de realizar as
aes da PNM em nvel estadual e de suporte aos municpios, alm da
aquisio e dispensao de medicamentos excepcionais, com posterior
reembolso do governo federal. Por fim, a esfera municipal deve ser a
executora das aes de AF, ficando sob sua competncia a dispensao dos
medicamentos da ateno bsica e essenciais aos usurios do Sistema
nico de Sade16. Esta estratgia tem como objetivo tornar o processo de
aquisio de medicamento mais adequado para as necessidades locais,
diminuindo assim sobreposies de programas58.
A Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica (PNAF), criada em
2004, contribui para a garantia dos princpios da universalidade, integralidade
e eqidade, envolvendo aes voltadas promoo, proteo e recuperao
da sade, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso
e ao seu uso racional, avaliando sua utilizao, na perspectiva da melhoria
da qualidade de vida da populao. Essas aes levam em considerao a
Ateno Farmacutica, considerada como um modelo de prtica
farmacutica, compreendendo atitudes, compromissos e co-responsabilidade
na preveno de doenas, promoo e recuperao da sade, de forma
integrada equipe de sade22.
Apesar da implementao da PNM, da PNAF e todos os outros
esforos para ampliao do acesso aos medicamentos, esse ainda o
principal componente que leva o paciente ao no cumprimento do tratamento
prescrito, visto que, entre os principais motivos apontados pelos usurios
para a subutilizao de medicamentos prescritos, destaca-se o fator
financeiro47, 57. O no acesso a medicamentos pode levar a agravos e
13
complicaes de sade, assim como aumento dos gastos com a ateno
secundria e terciria1, 33.
Diante deste cenrio, o Governo Federal, objetivando ampliar o acesso
da populao a medicamentos bsicos e essenciais, lanou em 2004 o
Programa Farmcia Popular do Brasil (PFPB), o qual est inserido na PNAF,
integrando uma nova poltica de assistncia dentro do SUS10, 19, 20(Figura 1).
Essa nova estratgia se destina ao atendimento igualitrio de toda a
populao com o intuito de evitar o abandono de tratamento, principalmente
dos indivduos de baixa renda que utilizam servios privados de sade, e que
tm dificuldades em adquirir medicamentos de que necessitam em farmcias
comerciais19, 72. Espera-se que o aumento do acesso aos medicamentos
gerado pelo Programa, reduza o impacto do custo dos remdios no
oramento familiar4, 19, e os gastos do SUS com internaes decorrentes do
agravamento e complicaes de doenas crnicas, relacionadas
subutilizao de medicamentos19, 40, 51. Diante da importncia da
universalizao do acesso a medicamentos para a sade da populao e do
papel do PFPB para a ampliao do acesso a medicamentos faz-se
necessrio examinar o cumprimento dos objetivos propostos pelo programa.
Figura 1 - Insero do PFPB nas Polticas de Medicamentos no Brasil.
14
2 REVISO DA LITERATURA
2.1 ESTRATGIAS DE BUSCA
A reviso de literatura utilizou os seguintes descritores, combinados ou
individualmente: popular pharmacy, aged or elderly, drug utilization, essential
medication, acess, government programs, policy health, drugs essential,
drugs continuous use, benefit manegement, Brazil. A busca foi realizada nas
bases de dados Medline/PubMed, Lilacs e Scielo indentificando-se 06, 05 e
07 artigos nas respectivas bases, porm, aps a leitura dos artigos, alguns
foram excludos, juntamente com osrepetidos, totalizando 7 artigos. Diante da
escassez de artigos indexados ampliou-se a busca online atravs do google
identificando-se 03 artigos, 01 relatrio do Tribunal de Contas da Unio, 01
relatrio com resultados preliminares de um projeto e 02 dissertaes,
totalizando 14 referncias, as quais so apresentadas nos quadros de
reviso (apndice 1 e apndice 2). O quadro do apndice 1 apresenta artigos
que objetivaram avaliar o PFPB e o apndice 2 inclui estudos com diferentes
objetivos, que abordam de alguma forma o PFPB. Alm disso, foram
includos 11 artigos sobre utilizao de medicamentos entre idosos quadro1)
e 9 sobre gastos e disponibilidade de medicamentos, os quais permitiram
traar o perfil de utilizao de medicamentos nessa populao e os principais
motivos que os levam a subutilizao ou abandono do tratamento.
Levando em considerao que o Programa Farmcia Popular um
tema novo e, portanto, pouco avaliado, tambm serviram de embasamento
para a elaborao deste projeto documentos oficiais da Organizao Mundial
de Sade e principalmente do MS, tais como portarias, manuais e leis
especficas sobre a PNM.
15
2.2 EVOLUO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR
O PFPB atua sobre dois eixos de ao (Figura 2), as de Rede
Prpria e o sistema de copagamento. A primeira, em funcionamento desde
2004, composta por farmcias populares, ou seja, unidades prprias
implantadas pelo Ministrio da Sade (MS) que so geridas pela Fiocruz e
que possuem parceria com estados e municpios. Nessas unidades, o
usurio recebe atendimento personalizado de farmacuticos e profissionais
qualificados para orient-lo sobre os cuidados com a sade e o uso correto
dos medicamentos. A estrutura das farmcias diferenciada e permite a
adequada ateno farmacutica e a realizao de aes educativas. As
Unidades Prprias contam atualmente, com um elenco de 112
medicamentos, baseados na RENAME, que combatem as doenas de maior
prevalncia na populao brasileira, tais como hipertenso, diabetes, lcera
gstrica, infeces, verminoses, depresso e outros. Os medicamentos so
produzidos e disponibilizados pela Fiocruz mediante ressarcimento40.
Para adeso a essa modalidade do Programa, a localidade candidata
deve, prioritariamente, possuir mais de 100 mil habitantes, no estado de So
Paulo, e mais de 70.000 para os demais estados do pas. O perfil
socioeconmico da populao deve ser compatvel com os objetivos do
Programa (populao que utiliza o setor privado e sobre a qual os custos dos
tratamentos causem maior impacto). Uma vez atendidas as regies
estratgicas, dada a alternativa para os municpios que no atinjam os
critrios populacionais. Estes podem possuir unidades que atendam a uma
microrregio, levando em considerao a importncia regional, a rea
abrangida e a acessibilidade19.
O segundo eixo de ao, que faz parte da expanso do PFPB, o
sistema de copagamento, o qual foi criado pela Portaria n 491/06 em 2006,
com a finalidade de oferecer alternativas de acesso AF, com vistas
promoo da integralidade do atendimento sade. Este sistema expandiu o
programa para as farmcias e drogarias privadas, ofertando medicamentos
16
pagos em parte pelo Governo Federal e em parte pelo cidado, o qual
obtinha at 90% de desconto61, em 2009 essa expanso do programa
recebeu a denominao Aqui Tem Farmcia Popular (PFPB-E)18.
O co-pagamento uma alternativa adotada por diversos sistemas de
sade e caracterizada pela participao do usurio no custeio (cost-sharing)
dos bens e servios, no momento de seu uso. diferenciado dos impostos
gerais pagos pelos cidados, porque vinculado apenas idia do benefcio,
se no h utilizao, no h pagamento75.
Nesse contexto, o Governo Federal subsidia para o estabelecimento
credenciado at 90% do valor de referncia (VR) estabelecido para cada
medicamento e o usurio paga a diferena para completar o preo de venda.
O VR foi fixado pelo Ministrio da Sade para cada princpio ativo do
programa20, por isso o cidado pode pagar menos para alguns
medicamentos do que para outros, de acordo com a marca e o preo
praticado pela farmcia19, 20.
Inicialmente, o Sistema de copagamento ofertava medicamentos com
desconto para hipertenso, diabetes e anticoncepcionais53, 61, hoje, alm dos
medicamentos gratuitos para asma, diabetes e hipertenso, o MS subsidia
90% do valor de referncia para doenas, como dislipidemia, Parkinson,
glaucoma, osteoporose e rinite, alm de anticoncepcionais e fraldas
geritricas, totalizando 22 princpios ativos diferentes (Grfico 1)52.
Em 2011, o governo lanou dois planos de ao: Sade No Tem
Preo e Brasil Sem Misria (BSM). O primeiro garante acesso gratuito
aos medicamentos para hipertenso e diabetes na rede Aqui Tem Farmcia
Popular e resultado de um acordo entre o MS e sete entidades da indstria
e do comrcio de frmacos. Com este plano de ao o governo federal
pretendia beneficiar 33 milhes de hipertensos e 7,5 milhes de diabticos,
alm de minimizar o impacto no oramento das famlias de menor renda, que
comprometem 12% de seu oramento com medicamentos23.
O BSM, lanado por meio do Decreto n 7.492, foi criado com o
objetivo de elevar a renda e as condies de bem-estar da populao
brasileira. Cerca de 16,2 milhes de famlias extremamente pobres (at R$
70,00 per capita) foram mapeadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
17
Estatstica (IBGE) para serem includas de forma integrada nos mais diversos
programas do governo de acordo com as suas necessidades. A partir deste
mapeamento, dentre outras medidas, 2.365 municpios que representam 42%
dos municpios brasileiros, tiveram prioridade no credenciamento de
farmcias e drogarias no PFPB-E23.
Outro avano importante do PFPB foi ampliao do Sade No Tem
Preo, estabelecendo a gratuidade de trs medicamentos para asma17.
Cabe ressaltar, que o fato dos medicamentos anti-
hipertensivos, antidiabticos e antiasmticos estarem disponveis
gratuitamente no Programa Farmcia Popular no isenta a responsabilidade
dos gestores estaduais e municipais de continuarem fornecendo esses
medicamentos. Eles devem estar disponveis nas farmcias da ateno
primria sade, facilitando o acesso para os usurios do SUS52.
De todos os medicamentos comercializados no PFPB, 10% so de
referncia e 90% so genricos ou similares. No grupo de medicamentos
gratuitos (para asma, diabetes e hipertenso), a participao de genricos e
similares chega a 94%55.
Para obter os benefcios do Programa, o usurio precisa apresentar
um documento de identidade com foto, CPF e receita mdica dentro do prazo
de validade. As receitas tm validade de quatro meses, exceto para
anticoncepcionais e devero conter os itens obrigatrios constantes na
Portaria n 971, de 17 de maio de 2012, tais como: dados legveis do mdico
(nome, CRM e assinatura), endereo do consultrio, data de emisso e nome
e endereo residencial do paciente20.
Caso o usurio tenha dificuldades de locomoo ou tenha mais de 60
anos, pode solicitar a retirada do medicamento por um representante legal
amigo, cuidador ou parente. Para isso, o representante deve apresentar para
a farmcia a receita mdica atualizada, documentos de identificao do
paciente beneficirio e do prprio representante, alm de uma procurao
simples (com firma reconhecida) que autorize a retirada20.
Atualmente, o PFPB possui cerca de 20 mil farmcias credenciadas,
alm das 556 unidades prprias52.
18
O PFPB registrou crescimento de 300% no nmero de beneficiados,
saltando de 1,2 milho em janeiro de 2011 para 5 milhes em agosto de
2012. O programa j beneficiou mais de 18 milhes de brasileiros desde a
sua criao em 2004. Pelo programa, so disponibilizados 113 princpios
ativos nas 556 unidades da rede prpria (farmcias administradas pelo
governo federal) e 22 nas mais de 20 mil farmcias privadas, conveniadas ao
programa54. A quantidade de hipertensos beneficiados saltou 285%, de 658
mil em janeiro para 2,5 milhes em outubro de 2012. J o nmero de
diabticos beneficiados aumentou 202%, passando de 306 mil para 925 mil
no mesmo perodo. Entre os asmticos o crescimento foi de 94%55.
O nmero de municpios cobertos pelo programa com farmcias
credenciadas tambm cresceu entre 2011 e 2012, passando de 2.467 para
3.353. Desses, 1.060 so municpios considerados em extrema pobreza. A
meta do governo contemplar mais 1.305 municpios de extrema pobreza
at 201455.
Figura 2. Evoluo do Programa Farmcia Popular do Brasil
Programa Farmcia Popular do
Brasil - PFPB
Rede Prpria
(2004)
Sistema de Copagamento
Expanso do Programa
PFPB-E (2006)
Aqui Tem Farmcia
Popular PFPB-E
(2009)
Sade No Tem Preo
(2011)
Brasil Sem Misria
(2011)
19
Grfico 1 - Medicamentos disponveis no PFPB-E conforme grupo
farmacolgico
Fonte: Manual de orientaes s farmcias e drogarias credenciadas no "aqui tem farmcia popular", Ministrio da Sade, 2012.
2.3 DESEMPENHO DO PROGRAMA FARMCIA POPULAR
O Programa Farmcia Popular relativamente novo no Brasil, portanto
estudos especificamente sobre ele so escassos, e os existentes do maior
nfase para a rede prpria, a qual foi consolidada primeiramente, se detendo
na descrio do programa PFPB, em termos de disponibilidade de
medicamentos comparados ao setor pblico e privado e o perfil da populao
que acessa o programa.
Pode-se observar crescimento do Programa em todos os estados do
pas, com grande concentrao em municpios das regies Nordeste e
Sudeste. No entanto, a populao abrangida pelo programa foi maior nas
regies Norte e Nordeste, regies de mais baixo poder aquisitivo do pas59.
O perfil de consumo de medicamentos foi muito semelhante, em todas
as regies, com maior prevalncia de medicamentos relacionados a
condies cardiovasculares39, 43, 51, 59, 65, seguido daqueles relacionados ao
aparelho digestivo e metabolismo (diabetes)51.
20
Constatou-se que o objetivo de priorizar s classes C e D, no
usurias do SUS, no vem sendo alcanado integralmente e que muitos
usurios esto utilizando o Programa como alternativa de acesso60, indicando
possveis falhas na proviso gratuita2, 60. Alm disso, a procedncia da
populao global atendida revelou que h maior nmero de atendimentos a
usurios do setor privado, embora o nmero de atendimentos a usurios da
rede pblica seja muito elevado, representando 46% dos atendimentos
realizados pelo Programa59.
Um estudo que comparou o perfil dos usurios de duas farmcias,
uma comercial e outra da rede prpria do PFPB, observou que usurios da
rede prpria tinham idade mais avanada, em sua grande maioria
aposentados, com um nvel de instruo muito baixo e que utilizavam
majoritariamente medicamentos para distrbios crnicos43.
Quanto disponibilidade de medicamentos, comparada com estudos
que analisaram os setores pblicos e privados, foi encontrada elevada
disponibilidade nas redes prprias, maior de 90% em cidades da regio Sul
do pas5. Quando analisada por grupo farmacolgico, o PFPB-E apresentou
100% de disponibilidade para hipertenso e diabetes (100%), enquanto o
setor pblico obteve a menor disponibilidade (86,6% para hipertenso e
23,3% para diabetes). Tanto no setor pblico quanto na rede prpria o
percentual de disponibilidade de similares foi maior que o dos genricos60.
Um estudo sobre aquisio de medicamentos em diversos setores
obteve resultado positivo em relao ao PFPB, apontando uma economia dos
usurios do programa em relao ao setor privado superior a 90%,
constatando que um trabalhador pode adquirir tratamento para hipertenso e
diabetes por valores menores que o referente a um dia de trabalho pelo
PFPB, enquanto que pela rede privada teria que trabalhar at quatro dias
para comprar o mesmo tratamento60. Assim, o PFPB amplia o acesso e
diminui os gastos das famlias com os tratamentos farmacolgicos 25, 51, 60.
21
2.4 DOENAS CRNICAS NO TRANSMISSVEIS EM IDOSOS E A
POLTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS
Um grupo populacional de grande relevncia dentro da PNM o dos
idosos, visto que, o maior tempo de vida, traz consigo elevada carga global
de doenas e possveis complicaes de sade11, 38, 77, o que leva a uma
maior utilizao de servios de sade, maior nmero de hospitalizaes e um
elevado consumo de medicamentos46, 74.
O Brasil um dos pases com ritmo mais acentuado de
envelhecimento populacional37, 73. Em 2000, 8,6% da populao brasileira era
idosa, chegando a 12,0% em 2012. A estimativa para 2025 que essa
proporo chegue a 13%, somando 32 milhes de idosos (Grfico 2)34, 36, 37.
Esses nmeros evidenciam o crescimento acelerado dessa faixa etria e
apontam para a continuidade desse processo11.
O envelhecimento populacional acompanhado do aumento da carga
de doenas crnicas no transmissveis (DCNT)67. De acordo com a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD 2008), 75,5% dos
idosos possui pelo menos uma doena crnica, sendo que 64,4% desses,
declararam mais de uma enfermidade15, 38.
No Brasil, cerca de 72% das mortes so atribudas s DCNT. Entre os
idosos, as principais causas de bitos so as doenas cardiovasculares
(36,0%), neoplasias (14,7%) e as doenas do aparelho respiratrio (12,6%)66,
as quais correspondem a mais de 60% dos bitos31, 49.
Cabe salientar que a hipertenso (HAS) e o diabetes (DM) esto entre
os principais fatores de risco para as doenas cardiovasculares12, 31. A HAS
chega a acometer mais de 50% dos idosos12, 66 e o DM atinge 20% deles15.
Essas prevalncias tendem a aumentar com avano da idade3, 12, 66. Alm
disso, a possibilidade dessas duas doenas estarem associadas de 50%12.
As doenas crnicas tambm constituem uma das principais causas
de internaes hospitalares15, salientando a necessidade do diagnstico
precoce, da assistncia mdica56 e do acesso ao tratamento prescrito. A
insuficincia cardaca a causa mais frequente de internao entre os
22
idosos, 12,1% para mulheres e 14,7% para os homens. Diabetes e
hipertenso esto entre as seis principais causas somente entre as mulheres,
e pneumonia, bronquite e acidente vascular cerebral entre as seis causas
mais importante para ambos os sexos38.
Diante desse cenrio, o MS criou o Plano de Aes Estratgicas para
o Enfrentamento das DCNT, 2011- 2022, o qual objetiva preparar o Brasil
para enfrentar, controlar e prevenir essas doenas. O Plano inclui as doenas
circulatrias e respiratrias crnicas, o cncer, e o diabetes, bem como seus
fatores de risco em comum modificveis (tabagismo, lcool, inatividade fsica,
alimentao saudvel e obesidade). Alm disso, define aes preventivas e
de promoo da sade, visando a reduo da morbidade, incapacidade e
mortalidade causadas por essas doenas15.
Uma das estratgias desse plano refere-se expanso da ateno
farmacutica e distribuio gratuita de medicamentos para hipertenso e
diabetes, bem como a ampliao do PFPB, ampliando e assegurando o
acesso ao tratamento dessas doenas15, 50.
2.5 PERFIL DE UTILIZAO DE MEDICAMENTOS ENTRE IDOSOS
Os medicamentos representam um dos itens mais importantes da
ateno sade do idoso, que em funo da maior ocorrncia de doenas
crnicas nesta faixa etria, fazem parte do grupo etrio mais medicalizado32.
No Brasil, estudos populacionais sobre o consumo de medicamentos
evidenciam o uso crescente com a idade. A alta prevalncia de uso de
medicamentos entre idosos pode ser explicada pelas doenas prprias da
terceira idade, que produzem um padro de prescrio e de uso dos
medicamentos diferente daquele encontrado em outras faixas etrias64.
A prevalncia de utilizao de medicamentos entre idosos varia de
72,3% a 96,5%6, 29, 32, 33, 44, 64, sem considerar o uso ou no de prescrio.
Quando se analisa a utilizao de medicamentos prescritos e no prescritos,
23
a prevalncia diminui, embora continue elevada, variando de 60,7% a 80,3%
entre os prescritos e de 6,4% a 37,4% entre os no prescritos27, 45.
O nmero mdio de medicamentos usados por essa faixa etria
tambm alto, variando de 2,1 a 4,6 medicamentos por idosos29, 44, 64, 69. O
nmero mximo de medicamentos utilizados variou de 13 a 2429, 33, 64,
evidenciando a presena da polifarmcia, que definida como o uso de
mltiplos medicamentos (geralmente 5 ou mais)26, 29, um conceito
basicamente quantitativo, que no leva em conta o motivo da sua utilizao44.
A prevalncia de polifarmcia ficou entre 11% e 46,6%, sendo o sexo
feminino, idade mais avanada, doenas crnicas e maior utilizao dos
servios de sade caractersticas associadas a esta prtica29, 44, 64, 68.
Os medicamentos mais utilizados nas diferentes faixas etrias
pertencem aos sistemas cardiovascular, nervoso e do trato
alimentar/metabolismo29, 68. Sendo os cardiovasculares os mais
representativos, alcanado uma prevalncia de at 80,7%44.
importante destacar que, a maior prevalncia de utilizao de
medicamentos foi encontrada entre diabticos hipertensos, os quais
apresentaram 97,8% de uso de pelo menos um medicamento de qualquer
classe farmacolgica. Quando se analisou por morbidades, a prevalncia de
uso de antihipertensivo foi de 88,7%, de antidiabticos foi de 64,7% e entre
diabticos hipertensos, o uso de antihipertensivo foi de 89,9% e de
antidiabticos de 57,3%. O consumo mdio de medicamento nessa
populao chegou a 6,2, e o nmero mximo de medicamentos utilizados foi
2333.
Sabe-se que os medicamentos podem contribuir para a manuteno
da capacidade funcional e da qualidade de vida dos idosos, mas tambm
podem compromet-la, visto que, as alteraes farmacocinticas e
farmacodinmicas inerentes ao processo de envelhecimento sujeito a um
maior nmero de tratamentos aumentam a vulnerabilidade desse grupo etrio
aos eventos adversos dos medicamentos, seja por efeitos colaterais, ou por
interaes medicamentosas26.
Os artigos relevantes utilizados nessa seo esto descritos a seguir
no quadro 1,
24
Quadro 1 Artigos relevantes sobre Utilizao de Medicamentos por idosos.
Autor Ano Local Ttulo Delineamento
Tamanho
da amostra/
Faixa etria
Recordatrio Principais resultados
Bertoldi et
al.6 2004 Pelotas/RS
Utilizao de
medicamentos em
adultos:
prevalncia e
determinantes
individuais
Transversal,
base
populacional
N: 3182
(583 idosos)
Adultos com
20 anos de
idade ou
mais.
15 dias
Mulheres, idosos e indivduos de nvel econmico
mais elevado tiveram maiores prevalncias de uso de
medicamentos.
60 69 anos: 76,4%
70 ou +: 87,2%
Coelho Filho
et al.27 2004 Fortaleza/CE
Perfil de utilizao
de medicamentos
por idosos em rea
urbana do
Nordeste do Brasil.
Transversal,
base
populacional
N: 668
Idosos: 60
anos ou
mais
7 dias
Prevalncia de uso de pelo menos um medicamento
prescrito: 80,3% na rea central; 67,5% na rea
intermediria; e 60,7% na rea perifrica.
Prevalncia de uso de pelo menos um medicamento
no-prescrito: 21,5% na rea central; 25,6% na rea
intermediria e 37,4% na rea perifrica.
A classe de medicamentos mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 29,3%.
Loyola Filho
et al.45 2005 Bambu/MG
Estudo de base
populacional sobre
o consumo de
medicamentos
entre idosos:
Projeto Bambui.
Transversal,
de base
populacional
N: 1603
Idosos de
60 anos ou
mais
90 dias
Prevalncia de uso de medicamentos: 69,1%
prescritos, 6,4% no prescritos e 10,7% haviam
consumido simultaneamente medicamentos
prescritos e no prescritos.
A classe de medicamentos mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 36,2%
25
Autor Ano Local Ttulo Delineamento
Tamanho da
amostra/
Faixa etria
Recordatrio Principais resultados
Flores et
al.32 2008
Santa
Rosa/RS
Perfil de utilizao
de medicamentos
em idosos da zona
urbana de Santa
Rosa, Rio Grande
do Sul, Brasil.
Transversal
N: 294
Idosos: 60
anos ou
mais
7 dias
Prevalncia de uso de medicamentos: 82%
Nmero mximo de medicamentos utilizados: 13,
sendo que 92,2% tomavam at seis medicamentos.
96% dos medicamentos foram utilizados com
prescrio mdica.
A classe de medicamento mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 54,6%.
Rozenfeld et
al.64 2008
Rio de
Janeiro
Drug utilization and
polypharmacy
among the elderly:
a survey in Rio de
Janeiro City, Brazil.
Transversal,
de base
populacional
N: 800
Idosos de
60 anos ou
mais
15 dias
Prevalncia de uso de medicamentos: 85%.
Mdia de 3,7 medicamentos por idoso.
Uso mximo de 24 medicamentos.
A classe de medicamentos mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 34,4%. Polifarmcia: 11%
Loyola Filho
et al.44 2011 Bambu/MG
Birth cohort
differences in the
use of medications
in a Brazilian
population of older
elderly: the Bambui
Cohort Study of
Aging (1997 and
2008).
Coorte
Coorte de
1997: 492
Coorte de
2008: 620
atual
A prevalncia da utilizao de pelo menos um
medicamento nas coorte 1997 e de 2008 foi: 88,8% e
93,6%, respectivamente. Nmero de medicamentos
utilizados 3.4 e 4.6, respectivamente. Prevalncia da
polifarmcia 29,1% e 46,6%, respectivamente.
Foi observado um maior consumo de medicamentos
na faixa etria de 76 81 anos, em ambos os sexos.
A classe de medicamentos mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 80,7%.
26
Autor Ano Local Ttulo Delineamento
Tamanho da
amostra/
Faixa etria
Recordatrio Principais resultados
Carvalho et
al.26 2012 So Paulo
Polifarmcia entre
idosos do
Municpio de So
Paulo - Estudo
SABE.
Transversal,
base
populacional
N: 1115
Idosos de
65 anos ou
mais
atual
Polifarmcia: 36% (5 ou mais medicamentos)
Mdia de 3,6 medicamentos por idoso.
Uso mximo de 16 medicamentos.
A classe de medicamentos mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 50%
Dal Pizzol et
al.29 2012
Carlos
Barbosa/RS
Uso de
medicamentos
entre idosos
residentes em
reas urbanas e
rurais de municpio
no Sul do Brasil:
um estudo de base
populacional.
Transversal,
base
populacional
N: 872
Idosos: 60
anos ou
mais
atual
Prevalncia de medicamentos de uso contnuo:
72,3%.
Mdia de 2,1 e mximo de 13.
Polifarmcia: 13,9%
Classe de medicamento mais utilizada foi do sistema
cardiovascular.
27
Autor Ano Local Ttulo Delineamento
Tamanho da
amostra/
Faixa etria
Recordatrio Principais resultados
Gontijo et
al.33 2012
Belo
Horizonte/MG
Uso de anti-
hipertensivos e
antidiabeticos por
idosos: inqurito
em Belo Horizonte,
Minas Gerais,
Brasil.
Transversal,
de base
populacional
N: 667
Idosos: 60
anos ou
mais
15 dias
As prevalncias de uso de pelo menos um
medicamento de qualquer classe farmacolgica:
96,5% entre os hipertensos, 88,2% entre os
diabticos e 97,8% entre os diabticos hipertensos.
Prevalncia de uso de anti-hipertensivo foi 88,7%, de
antidiabticos foi 64,7% e entre diabticos
hipertensos, o uso de anti-hipertensivos foi de 89,9%
e de antidiabticos de 57,3%.
O consumo mdio: 5,7 medicamentos entre os
hipertensos, 4,8 entre os diabticos e 6,2 entre os
diabticos hipertensos.
Nmero mximo de medicamentos: 23
A classe de medicamentos mais utilizada foi a do
sistema cardiovascular.
Silva et al.68 2012
Belo
Horizonte/MG
e Rio de
Janeiro/RJ
Utilizao de
medicamentos por
idosos brasileiros,
de acordo com a
faixa etria: um
inqurito postal.
Transversal,
de base
populacional
N: 985
Idosos de
60 anos ou
mais
15 dias
Prevalncia de uso de medicamentos: 83,0
Polifarmcia: 35,4% (5 ou mais medicamentos)
Condies crnicas: 95,3% possua ao menos 1
doena, sendo que 36,5% dos idosos relataram
quatro ou mais doenas.
A classe de medicamentos mais utilizada foi do
sistema cardiovascular: 30,4%
28
Autor Ano Local Ttulo Delineamento
Tamanho da
amostra/
Faixa etria
Recordatrio Principais resultados
Silva Gde et
al.69 2012 Quixad/CE
Uso de
medicamentos
continuos e fatores
associados em
idosos de Quixada,
Ceara.
Transversal
N: 384
Idosos de
60 anos ou
mais
atual
Prevalncia de polifarmcia: 70,6%
Polifarmcia: utilizao de dois ou mais
medicamentos (prescritos ou no).
Condio crnica: 60% possua mais de 2 condies
crnicas
Uso mdio de 2,4 medicamentos, uso mximo de 10
medicamentos.
29
3 MARCO TERICO
No Brasil, vrias polticas voltadas para o acesso a medicamentos tm sido
discutidas e implantadas nos ltimos anos, dentre elas a PNM, a PNAF e a criao
do Programa Farmcia Popular, que visam assegurar o acesso aos medicamentos
essenciais, assim como garantir seu uso racional 16, 19, 22.
O acesso a medicamentos conceituado como um fator mediador entre a
capacidade de um sistema de sade de oferecer o insumo e o consumo real deste
produto pela populao8, 62. O PFPB interfere na questo de acesso na medida em
que viabiliza medicamentos a baixo custo ou gratuitamente, mediante apresentao
da receita mdica, sendo ela do setor pblico ou privado22, 30, 19. Portanto, o acesso a
medicamentos atravs do PFPB requer a utilizao dos servios de sade, que o
resultado de um processo no qual h efetiva obteno de atendimento decorrente de
uma busca do indivduo71.
Um dos principais objetivos do PFPB favorecer uma parcela da populao
que tem renda de at quatro salrios mnimos, e que embora utilize o sistema
privado de sade, no tm condies de manter seus tratamentos em funo dos
altos custos. O Programa no tem como objetivo atender os usurios do SUS j
que estes deveriam receber AF municipal. Entretanto, o Programa tambm tem
proporcionado uma alternativa de acesso para essa populao59 que muitas vezes
sofre com a falta de medicamentos na rede pblica.
O modelo terico deste estudo (Figura 3) prope explicar as caractersticas
relacionadas utilizao do PFPB por idosos, considerando idosos os indivduos
com mais de 65 anos de idade em pases desenvolvidos e com mais de 60 anos nos
pases em desenvolvimento76.
As caractersticas demogrficas (sexo, idade, cor da pele e situao conjugal)
assim como as socioeconmicas (escolaridade, nvel econmico, ocupao) so
determinantes distais da utilizao do PFPB.
A associao entre nvel econmico e grau de instruo com utilizao da
farmcia popular controversa. Por um lado idosos com maior grau de instruo,
tm maior cincia sobre a importncia do acompanhamento de sua sade, maior
30
acesso aos servios de sade e consequentemente maior chance de obter receita
mdica, o que viabilizaria o acesso ao PFPB. Por outro lado, um estudo mostra que
os indivduos de nvel econmico mais baixo tem maior utilizao do PFPB59, isto
pode ocorrer por este grupo populacional apresentar maiores necessidades em
sade e no ter realmente alternativa de aquisio privada do medicamento.6, 7, 38,45.
Com o aumento da idade os idosos tendem a apresentar maiores
necessidades de sade, o que deveria resultar em maior utilizao de servios de
sade, e de medicamentos 11, 27, 38, 70, 77. Porm, o aumento da idade, juntamente
com as DCNT, pode trazer algumas limitaes11, como dificuldade de deslocamento
e perda da autonomia.
Em relao ao sexo, as mulheres referem mais doenas crnicas do que os
homens, utilizam mais os servios de sade, estando mais sujeitas a medicalizao6,
45, 70. Estudos apontam tambm que ter companheiro (a) um facilitador da
utilizao do servio de sade28. Assim, estes indivduos tm maior probabilidade de
diagnosticar doenas, ter acesso a receita mdica e receber informaes a respeito
do PFPB.
No segundo nvel de anlise, a presena de morbidades representa um
indicador de necessidade em sade, determinando a utilizao de servios de
sade, o uso de medicamentos6, 45e a necessidade de utilizar ou no o PFPB. O
suporte social considerado um importante facilitador de acesso ao programa, uma
vez que o idoso com algum nvel de limitao necessita de uma rede de apoio
social, que pode ser um familiar, amigo, vizinho ou um profissional.
Cabe salientar que h outros fatores que podem impedir ou dificultar o acesso
ao Programa, como a distncia geogrfica at a farmcia e a necessidade de uma
procurao no caso de uma terceira pessoa precisar retirar o medicamento. O
conhecimento tambm um forte determinante da utilizao do PFPB e
influenciado pelo acesso informao, disponibilizado principalmente por
governantes, atravs de polticas pblicas de sade, e pelos servios de sade. Este
aspecto de especial relevncia por se tratar de um Programa relativamente novo e
que ainda no est totalmente difundido.
31
3.1 MODELO TERICO
Figura 3 - Modelo Terico
1 nvel
2 nvel
3 nvel
Varivel dependente
3.2 MODELO DE ANLISE
O modelo de anlise do presente estudo abrange trs nveis hierrquicos.
Situados no nvel distal, encontram-se os fatores demogrficos (sexo, idade, cor da
pele e situao conjugal) e socioeconmicos (escolaridade, nvel econmico,
ocupao). As variveis acima se inter-relacionam e determinam a situao de
sade dos indivduos (morbidades), situadas no segundo nvel.
Caractersticas
Demogrficas
Caractersticas
Socioeconmicas
Conhecimento
sobre o PFPB
Utilizao do
Programa
Farmcia Popular
Suporte
Social
Utilizao dos
servios de sade
Proximidade de
uma FPB
Presena de
Morbidades
32
O nvel econmico, idade e sade do idoso so as principais variveis que
determinam utilizao dos servios de sade, que por sua vez, juntamente com o
conhecimento sobre o Programa e a proximidade de uma farmcia cadastrada no
Programa (terceiro nvel), so determinantes proximais da utilizao do PFPB.
4 JUSTIFICATIVA
Uma prioridade nas polticas de sade atuais, como a Poltica Nacional de
Medicamentos garantir o acesso a medicamentos essenciais a todos os
indivduos16, 48. Nesse contexto, o Governo Federal criou o Programa Farmcia
Popular, o qual garante o acesso a medicamentos a baixo custo ou gratuitamente,
contribuindo na reduo das despesas familiares4.
Os medicamentos so responsveis por 48,7% dos oramentos familiares
destinados a assistncia sade. Esses gastos so ainda mais significantes nas
famlias de menor renda, que destinam 74,2% de seus oramentos de sade com
remdios, enquanto para aqueles de maior renda, os remdios representam apenas
33,6% dos gastos totais em sade19, 35.
Estima-se que idosos brasileiros, aposentados e pensionistas, comprometem
de 23% a 51% do salrio mnimo com medicamentos41, 42, levando em considerao
que 50% da populao estudada tm renda menor ou igual a um salrio mnimo, o
gasto mdio mensal com medicamentos compromete em mdia 25% da renda de
metade da populao idosa brasileira41.
Cabe ressaltar, que um quarto dos idosos deixam de utilizar medicamentos
em razo do alto custo 1, 33,35, 58, esse fato demonstra que grande parte da populao
tem o sistema pblico de sade como nica alternativa para obteno do tratamento
medicamentoso4, evidenciando a importncia da ampliao do acesso aos
medicamentos, em especial para essa faixa etria, que possui um maior nmero de
doenas e conseqentemente, utilizam um maior nmero de medicamentos 11, 14.
33
O PFPB um programa relativamente novo, que necessita de estudos
capazes de gerar evidncias a respeito da sua utilizao e os motivos da no
utilizao.
Embora este estudo aborde o PFPB apenas na rede privada, visto que no h
unidades prprias do Programa na cidade de Pelotas, este ser o primeiro estudo de
base populacional sobre utilizao do PFPB.
O resultado desse trabalho permitir avaliar o desempenho do Programa em
relao aos seus objetivos, analisando se ele est sendo resolutivo para a questo
de acesso aos medicamentos, identificando o perfil da populao que utiliza o
Programa e avaliando as dificuldades e limitaes para a utilizao do PFPB. Este
estudo fornecer subsdios para adequar o PFPB de forma a qualificar o
atendimento populao no que concerne ao acesso a medicamentos essenciais.
5 OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Caracterizar a utilizao do Programa Farmcia Popular entre idosos no
municpio de Pelotas.
5.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
a) Determinar a prevalncia de utilizao do PFPB-E nos ltimos 15 dias;
b) Descrever os idosos que utilizam o PFPB-E conforme:
- morbidades;
- medicamentos utilizados conforme grupo farmacolgico;
- gratuidade dos medicamentos.
34
c) Descrever o motivo da no utilizao do PFPB-E entre os que utilizam
medicamentos que constam na lista do programa;
d) Determinar a proporo de idosos que conhecem o PFPB;
e) Descrever a utilizao do PFPB-E de acordo com:
- Caractersticas socioeconmicas (escolaridade, nvel socioeconmico e
ocupao);
- Caractersticas demogrficas (idade, sexo, cor da pele e situao
conjugal);
f) Avaliar possveis fatores associados: socioeconmicos, demogrficos;
g) Identificar a origem da prescrio utilizada pelos idosos para obter o
medicamento pelo PFPB-E (SUS, particular ou convnios);
6 HIPTESES
a) A prevalncia de utilizao do PFPB-E ser de 60%;
b) A utilizao do FPB-E ser maior entre hipertensos, diabticos e
asmticos;
c) A prevalncia de utilizao de medicamentos gratuitos do PFPB-E
entre idosos para ser de 80% entre diabticos, 80% entre hipertensos e 60% entre
asmticos;
d) Os principais motivos da no utilizao sero: desconhecimento sobre
o PFPB, dificuldade na obteno de receita mdica; no aceitao dos
medicamentos genricos e/ou similares; dificuldade de deslocamento at a farmcia;
e) 80% dos idosos conhecem o PFPB;
f) A utilizao do PFPB-E associa-se positivamente com:
- Idade acima de 70 anos;
- Sexo feminino e cor da pele branca;
- Maior escolaridade;
- Melhor nvel socioeconmico;
- Ter companheiro;
35
- Ser aposentado;
g) 60% das prescries mdicas sero oriundas da rede pblica e 40% da
rede privada.
7 METODOLOGIA
7.1 CARACTERIZAO DO MUNICPIO EM ESTUDO
Em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE),
havia 305.696 habitantes na zona urbana de Pelotas, dos quais 46.099 possuam 60
anos ou mais de idade.
Conforme o cadastro da Vigilncia Sanitria de Pelotas h 165 farmcias e
drogarias na zona urbana, dessas, 103 (62,4%) so cadastradas no PFPB e esto
distribudas em 7 bairros da cidade, conforme mapa (figura 4) abaixo.
36
Figura 4. Mapeamento das farmcias da zona urbana de Pelotas, cadastradas e no no PFPB.
37
7.2 DELINEAMENTO
Estudo transversal de base populacional. Ser entrevistada uma amostra
representativa dos idosos da cidade de Pelotas-RS. As informaes sero obtidas
atravs de questionrio padronizado, aplicado em inqurito domiciliar.
7.3 JUSTIFICATIVA PARA O DELINEAMENTO
O delineamento escolhido para avaliar a Utilizao do Programa Farmcia
Popular tem sido amplamente utilizado na avaliao da efetividade de polticas e
programas de sade, sendo til para o planejamento em sade por possuir alto
poder descritivo.
Essa metodologia ideal para este estudo, visto que, um estudo simples,
rpido e de baixo custo, sendo a coleta dos dados de fcil obteno em tempo
relativamente curto quando comparados com outros delineamentos.
7.4 DEFINIO DO DESFECHO E DAS EXPOSIES
7.4.1 Definio do desfecho
Utilizao do Programa Farmcia Popular: Ter utilizado o PFPB-E para
obteno de pelo menos um medicamento, com recordatrio de quinze dias.
Sero questionados todos os medicamentos utilizados pelo idoso, e para
cada remdio ser feita a pergunta Como obteve, independentemente do
medicamento fazer parte ou no do PFPB-E.
38
Utilizao do Programa Farmcia Popular entre asmticos: Ter diagnstico
mdico referido pelo entrevistado de asma e ter utilizado o PFPB-E para obteno
de pelo menos um medicamento para asma, com recordatrio de quinze dias.
Utilizao do Programa Farmcia Popular entre diabticos: Ter diagnstico
mdico referido pelo entrevistado de diabetes e ter utilizado o PFPB-E para
obteno de pelo menos um medicamento para diabetes, com recordatrio de
quinze dias.
Utilizao do Programa Farmcia Popular entre hipertensos: Ter diagnstico
mdico referido pelo entrevistado de hipertenso e ter utilizado o PFPB-E para
obteno de pelo menos um medicamento para hipertenso, com recordatrio de
quinze dias.
7.4.2 Definio das exposies
Quadro 2 - Caractersticas das variveis de exposio
Variveis Tipo de Varivel Definio operacional
Variveis Demogrficas
Sexo Categrica dicotmica Masculino/Feminino
Idade Numrica discreta Anos completos
Situao Conjugal Categrica nominal Com companheiro/Sem companheiro
Cor da pele Categrica nominal Branca/preta/amarela/indgena/
parda
Variveis Socioeconmicas
Escolaridade Numrica discreta Anos completos de estudo
Status Ocupacional Categrica nominal Aposentado/pensionista/outros
Nvel econmico (ABEP) Categrica ordinal A/B/C/D/E
39
PFPB e Uso de Medicamentos
Conhecimento do PFPB Categrica dicotmica Sim/No
Uso de medicamentos nos
ltimos 15 dias Categrica dicotmica Sim/No
Uso de
medicamentos de
uso contnuo
Categrica dicotmica Sim/No
Nome(s) do(s) remdio(s) Categrica nominal Pergunta em aberto
Servio de sade
utilizado/origem da receita Categrica nominal
SUS/Particular ou Convnio/Outra
pessoa
Onde obteve os
medicamentos Categrica nominal
Farmcia Popular/Unidade
Bsica/Farmcia Municipal/Amostra
grtis/Farmcia, sem ser PFPB-
E/Farmcia de manipulao/Outros
Tentou conseguir este ou
alguns destes remdios
no PFPB-E
Categrica dicotmica Sim/No
Da vez em que tentou
conseguir algum remdio
pelo PFPB-E e no
conseguiu, qual foi o
principal motivo
Categrica nominal
No tinha o medicamento/no tinha a
marca do medicamento que costuma
utilizar/no conseguiu receita/no
tinha como ir at a farmcia/no faz
parte da lista de medicamentos
cadastrados no PFPB
Motivo de no buscar a
utilizao do PFPB-E Categrica nominal
No conhece o PFPB/Tem
dificuldade em conseguir receita
mdica/No confia nos
medicamentos distribudos pelo
governo/ Mdico aconselhou que
no utilizasse/No tinha prxima da
sua casa/No podia pagar/No faz
parte da lista de medicamentos da
FP/Outros
40
Variveis de condies de sade
Diabetes* Categrica dicotmica Sim/No
Hipertenso* Categrica dicotmica Sim/No
Asma/bronquite/DPOC* Categrica dicotmica Sim/No
Rinite* Categrica dicotmica Sim/No
Glaucoma* Categrica dicotmica Sim/No
Doena de Parkinson* Categrica dicotmica Sim/No
Dislipidemia* Categrica dicotmica Sim/No
Osteoporose* Categrica dicotmica Sim/No
*diagnstico mdico referido pelo entrevistado
7.5 CRITRIOS DE ELEGIBILIDADE
7.5.1 Critrios de incluso
a) Idosos com 60 anos ou mais de idade, de ambos os sexos;
b) Residentes na zona urbana do municpio de Pelotas-RS.
7.5.2 Critrios de excluso
a) Idosos institucionalizados (casas geritricas, hospitais, presdio);
b) Idosos impossibilitados de responder ao questionrio devido a
problemas mentais ou fsicos (seqelas AVC, catarata, audio) e que no
possurem acompanhante/cuidador.
41
7.6 POPULAO ALVO DO ESTUDO
A populao alvo desse estudo ser de indivduos com 60 anos ou mais, no
institucionalizados, de ambos os sexos, residentes na rea urbana do municpio de
Pelotas-RS.
7.7 CLCULO DO TAMANHO AMOSTRAL
A amostra para este estudo foi calculada no programa EpiInfo verso 7,
baseada no maior nmero de sujeitos necessrios para estudar os desfechos em
questo.
7.7.1 Estimativas do tamanho de amostral para prevalncias
Considerando uma populao de 46.099 idosos, o quadro 3 apresenta a
estimativa de tamanho da amostra para estudar a prevalncia dos desfechos em
estudo levando em conta os seguintes parmetros:
a) 60% dos idosos utilizam o PFPB;
b) 20% dos idosos so diabticos e desses, 80% utilizam o PFPB (9.220
idosos diabticos, 7.375 usam: 16%);
c) 50% dos idosos so hipertensos e desses, 80% utilizam o PFPB (23.049
idosos hipertensos, 18.439 usam: 40%);
d) 6% dos idosos so asmticos e desses, 60% utilizam o PFPB (2.766
idosos asmticos, 1.660 usam: 3,6%).
42
Quadro 3 - Clculo do tamanho de amostra para os desfechos.
Exposies Prevalncia
estimada
Limites de
confiana EDFF
Amostra
parcial
Amostra
total*
Ter utilizado o
PFPB 60% 4pp 1,5 854 940
Utilizao do PFPB
entre Hipertensos 40% 4pp 1,5 854 940
Utilizao do PFPB
entre Diabticos 16% 3pp 1,5 850 935
Utilizao do PFPB
entre Asmticos 3,6% 2pp 1,5 500 550
*Considerando os acrscimos de 10% para perdas e recusas.
O maior tamanho de amostra necessrio para estudo dos objetivos propostos
de 940 idosos, considerando um efeito de delineamento de 1,5.
7.7.2 Estimativas do tamanho de amostra para associaes
O quadro 4 apresenta os resultados dos clculos para o estudo de associao
entre Utilizao do Programa Farmcia Popular e diferentes exposies.
Para estimar a prevalncia no grupo exposto e no exposto utilizou-se como
referncia, as estimativas das variveis socioeconmicas e demogrficas do banco
de dados de idosos do Consrcio de Pesquisa do Programa de Ps-graduao em
Epidemiologia do ano de 2011/2012. As estimativas de prevalncia dos desfechos
basearam-se em estudos de utilizao de medicamentos, por que no foram
encontradas estimativas de razo de prevalncia (RP) para as exposies em
estudo. Foram calculadas as RP mnimas de 1,3 e 1,5 detectadas com poder de
80% e nvel de significncia de 95% considerando uma amostra em torno de 1.300
idosos. A amostra total inclui 10% para perdas e recusas, 15% para fator de
confuso e 1,5 de efeito de delineamento.
43
Quadro 4 - Clculo de tamanho de amostra para fatores associados Utilizao do
Programa Farmcia Popular.
Varivel Grupo no
exposto
%
desfecho
no grupo
no
exposto
RP
Razo
no
exposto/
exposto
Amostra sem
acrscimos
Amostra
total*
Sexo Masculino 50,3 1,3 0,56 393 737
45,4 1,5 0,56 181 339
Idade 60 at 69
anos
53,2 1,3 1,38 331 620
49,5 1,5 1,38 143 268
Cor da pele No branca 48,1 1,3 0,22 665 1246
42,5 1,5 0,22 324 607
Situao
conjugal
Sem
companheiro
52,6 1,3 1,13 333 624
48,5 1,5 1,13 153 287
Nvel
socioeconmico D e E 42,1 1,5 0,18 369 692
Escolaridade At 4 anos 51,3 1,3 0,78 354 664
46,8 1,5 0,78 155 291
*Considerando os acrscimos de 10% para perdas e recusas, 15% para fator de confuso e 1,5 de
efeito de delineamento.
O maior tamanho da amostra acrescido de 10% para perdas, 15% para
fatores de confuso e multiplicado pelo efeito de delineamento de 1,3 foi de 1246
indivduos.
7.8 PROCESSO DE AMOSTRAGEM
O programa de ps-graduao em Epidemiologia utiliza um regime de
trabalho chamado de consrcio, onde todos os mestrandos trabalham
conjuntamente na elaborao do instrumento de coleta de dados, que ser nico e
contemplar questes individuais.
44
Cada mestrando definiu em comum acordo com seus orientadores, seu tema
de pesquisa e fez os respectivos clculos de tamanho amostral necessrio para as
estimativas de prevalncia e de associaes, em conformidade com seus objetivos
gerais e especficos.
Ser utilizado um processo amostral em mltiplos estgios por
conglomerados a partir da grade de setores censitrios do Censo Demogrfico de
2000 do IBGE.
A partir disso, ser verificado o nmero de domiclios que atender aos
objetivos de todos os mestrandos, considerando os acrscimos de 10% para perdas
e recusas e 15% para controle dos fatores de confuso. Com o intuito de reduzir os
efeitos de delineamento, sero amostrados cerca de 10 domiclios em cada um dos
setores que sero selecionados.
Os 404 setores censitrios da zona urbana de Pelotas sero listados
conforme a ordem crescente da renda mdia do chefe da famlia e ser calculado o
nmero cumulativo de domiclios do primeiro ao ltimo setor.
7.9 LOGSTICA DO TRABALHO DE CAMPO
Inicialmente ser feita a seleo dos setores censitrios e identificao dos
domiclios que sero visitados. Cada mestrando ser responsvel pela superviso
de um nmero de setores censitrios a ser definido e de no mnimo duas
entrevistadoras. Aps, os mestrandos visitaro os domiclios, informando aos
moradores o plano de realizao da pesquisa, coleta de informaes a respeito do
nmero de moradores, telefone para contato e melhor horrio para visita. Os idosos
que no aceitarem participar da pesquisa ou que no forem encontrados sero
procurados novamente. S ser considerada perda se aps trs tentativas, feitas em
diferentes dias e horrios, a recusa persistir. A coleta de dados ser feita por
entrevistadoras previamente treinadas, que sero supervisionadas pelos alunos da
turma de mestrado. A turma ser dividida em comisses, cada qual com deveres e
45
responsabilidades. Maiores detalhes em relao quanto logstica do trabalho de
campo sero definidos posteriormente.
7.10 INSTRUMENTO DE PESQUISA
O instrumento utilizado ser composto por 11 questes (apndice 3). Foi
realizado um estudo pr-piloto com quarenta idosos com o intuito de verificar a
clareza das perguntas que compe o instrumento. Observou-se que os idosos
entrevistados no tiveram dificuldades no entendimento das questes, respondendo
as mesmas sem solicitarem maiores esclarecimentos.
7.11 ESTUDO PILOTO
O estudo piloto ser conduzido, em um setor censitrio que no tenha sido
sorteado e ocorrer aps seleo das entrevistadoras, assim que o questionrio
geral e os especficos de cada mestrando estiverem completamente elaborados.
Esse estudo permitir testar a clareza e consistncia do questionrio, bem
como estimar o tempo mdio da entrevista e avaliar a logstica proposta.
7.12 SELEO E TREINAMENTO DOS ENTREVISTADORES
Sero selecionadas entrevistadoras do sexo feminino, com pelo menos 18
anos, com ensino mdio completo e disponibilidade de tempo integral para a
realizao do trabalho.
Constituir o processo de seleo: avaliao do trabalho de contagem de
domiclios, desempenho no treinamento, avaliao curricular, experincia prvia em
46
pesquisa, entrevistas e prova terica. O estudo piloto ir corresponder ltima fase
do treinamento das entrevistadoras, que ocorrer sob a superviso dos mestrandos.
7.13 PROCESSAMENTO E ANLISE DOS DADOS
A anlise dos dados ser realizada atravs do programa estatstico Stata
verso 12.0. Inicialmente ser feita uma descrio da amostra apresentando as
propores das variveis independentes. Em seguida ser calculada a prevalncia
dos desfechos de acordo com as variveis independentes, apresentando os
respectivos intervalos de confiana (IC95%), utilizando o teste X2 de
heterogeneidade para diferenas de propores.
Como o processo de amostragem utilizar conglomerados (setor censitrio),
ser calculado o efeito de delineamento sobre o desfecho, de forma que a anlise de
fatores associados ir incorporar o comando svy do programa STATA.
Para clculos das razes de prevalncia ser utilizada a regresso de
Poisson. . As variveis que na anlise bruta apresentarem significncia estatstica
(valor p) menor que 0,2 nos testes de Wald, tendncia linear ou heterogeneidade
sero levadas para anlise multivarivel com seleo para trs, de acordo com
modelo hierrquico proposto no item 3.2 (modelo de anlise). Sero mantidas no
modelo as variveis com p < 0,2 e consideradas associadas aquelas com p < 0,05.
8 ASPECTOS TICOS
Todos os participantes sero esclarecidos previamente sobre o estudo e
apenas respondero ao questionrio aps a assinatura de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Ser garantido aos participantes o sigilo das
informaes prestadas.
47
O projeto final incluir os projetos de todos os mestrandos e ser
encaminhado e submetido aprovao pelo Comit de tica e Pesquisa da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.
Aps o trmino do trabalho de campo, sero distribudos em todos os
domiclios visitados, panfletos com informaes a respeito do PFPB.
9 CONTROLE DE QUALIDADE
Ser realizado pelos alunos do mestrado 2013/2014 para verificao de
possveis erros ou respostas falsas. O controle de qualidade ir ocorrer atravs da
revisita a uma amostra de 10% dos idosos, sorteada aleatoriamente, Nestes
domiclios ser aplicado um questionrio reduzido com questes-chave. O
questionrio ser composto por uma pergunta de cada tema de pesquisa dos
mestrandos, alm daquelas correspondentes a identificao dos indivduos. A
consistncia das informaes entre as variveis ser avaliada atravs da estatstica
Kappa.
10 FINANCIAMENTO
O consrcio de pesquisa ser financiado pelos recursos do Programa de
Excelncia Acadmica - PROEX da Coordenao de Aperfeioamento e Pessoal de
Nvel Superior (Capes) e, se necessrio, pelos alunos de mestrado da turma 2013-
14.
48
11 DIVULGAO DOS DADOS E RESULTADOS
Os resultados encontrados no estudo sero publicados atravs de um artigo
cientfico a ser publicado em peridico de sade coletiva. Tambm ser redigida
uma nota para a imprensa local e para a Secretaria de Sade do Municpio.
12 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
O incio da coleta de dados est previsto para dezembro de 2013 e ter
durao aproximada de quatro meses. A redao do volume final da dissertao ter
durao mdia de seis meses, estando defesa prevista para novembro ou
dezembro de 2014.
49
Perodo Ano 2013 Ano 2014
Etapas J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
Reviso de
Literatura
Elaborao do
Projeto
Defesa do
Projeto
Planejamento
Logstico
Seleo e
treinamento de
entrevistadores
Estudo piloto
Coleta dos
dados
Reviso
questionrios
Controle de
qualidade
Limpeza dos
dados
Anlise dos
dados
Redao do
artigo
Defesa
Dissertao
50
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. Aziz Marina Meneses, Calvo Maria Cristina, Schneider Ione Jayce Ceola, Xavier Andr Junqueira, D'orsi Eleonora. Prevalncia e fatores associados ao acesso a medicamentos pela populao idosa em uma capital do sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cadernos de saude publica. 2011;27:1939-50. 2. Barros Alusio Jd, Bertoldi Andra D. Out-of-pocket health expenditure in a population covered by the Family Health Program in Brazil. International Journal of Epidemiology. 2008;37(4):758-65. 3. Barros Marilisa Berti De Azevedo, Francisco Priscila Maria Stolses Bergamo, Zanchetta Luane Margarete, Csar Chester Luiz Galvo. Tendncias das desigualdades sociais e demogrficas na prevalncia de doenas crnicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Cincia & Sade Coletiva. 2011;16:3755-68. 4. Bertoldi A. D., Barros A. J., Camargo A. L., Hallal P. C., Vandoros S., Wagner A., et al. Household expenditures for medicines and the role of free medicines in the Brazilian public health system. Am J Public Health. 2011;101(5):916-21. Epub 2010/08/21. 5. Bertoldi A. D., Helfer A. P., Camargo A. L., Tavares N. U., Kanavos P. Is the Brazilian pharmaceutical policy ensuring population access to essential medicines? Globalization and health. 2012;8:6. Epub 2012/03/23. 6. Bertoldi Andra D, Barros Alusio J D, Hallal Pedro C, Lima Rosngela C. Utilizao de medicamentos em adultos: prevalncia e determinantes individuais. Revista de Sade Pblica. 2004;38:228-38. 7. Boing Alexandra Crispim, Bertoldi Andra Dmaso, Peres Karen Glazer. Desigualdades socioeconmicas nos gastos e comprometimento da renda com medicamentos no Sul do Brasil. Revista de Sade Pblica. 2011;45:897-905. 8. Brasil. Avaliao da assistncia farmacutica no Brasil: estrutura, processo e resultados. Braslia: Ministrio da Sade; 2005. 9. Brasil. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia: Senado Federal; 1988. 10. Brasil. Decreto N 5.090, de 20 de maio de 2004. Regulamenta a Lei n 10.858, de 13 de abril de 2004, e institui o programa "Farmcia Popular do Brasil" e d outras providncias. Braslia: Ministrio da Sade; 2004. 11. Brasil. Envelhecimento e sade da pessoa idosa. Braslia: Ministrio da Sade; 2006. (Caderno de Ateno Bsica, 19) 12. Brasil. Hipertenso Arterial e Diabetes Mellitus Braslia: Ministrio da Sade; 2001. (Caderno de Ateno Bsica, 7) 13. Brasil. Lei n 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Lei dos Medicamentos Genricos. 1999. 14. Brasil. Manual de orientaes s farmcias e drogarias credenciadas no "aqui tem farmcia popular". Braslia: Ministrio da Sade; 2012. 15. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Anlise de Situao de Sade Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento das Doenas Crnicas No Transmissveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Braslia: Ministrio da Sade; 2011.
51
16. Brasil. Secretaria de Polticas de Sade. Poltica Nacional de Medicamentos: informe tcnico institucional. Braslia: Ministrio da Sade; 2000. 17. Brasil. Portaria n 1.146, de 1 de junho de 2012. Altera e acresce dispositivos Portaria n. 971/GM/MS, de 17 de maio de 2012, para ampliar a cobertura da gratuidade no mbito do Programa Farmcia Popular do Brasil. 2012. 18. Brasil. Portaria n 749, de 15 de abril de 2009. Dispe sobre a expanso do Programa Farmcia Popular do Brasil - Aqui Tem Farmcia Popular. Braslia: 2009. 19. Brasil. Ministrio da Sade. Fundao Oswaldo Cruz. Programa Farmcia Popular do Brasil: manual bsico. Braslia: Ministrio da Sade; 2005. 20. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos. Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos. Programa farmcia popular do Brasil: manual de informaes s unidades credenciadas: sistema de co-pagamento. Braslia: Ministrio da Sade; 2008. 21. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos. Relao nacional de medicamentos essenciais: Rename. Braslia: Ministrio da Sade; 2009. 22. Brasil. Resoluo n. 338, de 6 de maio de 2004. Aprova a Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica. Braslia: Conselho Nacional de Sade; 2004. 23. Brasil. Sade No Tem Preo. Braslia.2011 [cited 2013 28/05/13]; Available from: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/texto/4435/777/Conheca-o-%27Saude-Nao-Tem-Preco%27.html. 24. Brasil, Repblica Presidncia Da. Lei Orgnica da Sade de 19 de setembro de 1990, dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao e o funcionamento dos servios correspondentes e d outras providncias., Lei n. 8.080. 1990. 25. Bueno C. S., Moreira A. C., Oliveira K. R. Cost of drugs used to treat cardiovascular disease in Brazil. Revista panamericana de salud publica = Pan American journal of public health. 2012;31(1):62-7. Epub 2012/03/20. Preco dos medicamentos utilizados nas doencas cardiovasculares no Brasil. 26. Carvalho Maristela Ferreira Cato, Romano-Lieber Nicolina Silvana, Bergsten-Mendes Gun, Secoli Silvia Regina, Ribeiro Eliane, Lebro Maria Lcia, et al. Polifarmcia entre idosos do Municpio de So Paulo - Estudo SABE. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2012;15:817-27. 27. Coelho Filho Joo Macdo, Marcopito Luiz Francisco, Castelo Adauto. Perfil de utilizao de medicamentos por idosos em rea urbana do Nordeste do Brasil. Rev Saude Publica. 2004;38(4):557-64. 28. Costa Juvenal Soares Dias Da, Reis Mauri Caldeira, Silveira Filho Claudio Viana, Linhares Rogrio Da Silva, Piccinini Fbio. Prevalncia de consultas mdicas e fatores associados, Pelotas (RS), 1999-2000. Rev sade pblica. 2008;42(6):1074-84. 29. Dal Pizzol Tatiane Da Silva, Pons Emilia Da Silva, Hugo Fernando Neves, Bozzetti Mary Clarisse, Sousa Maria Da Luz Rosrio De, Hilgert Juliana Balbinot. Uso de medicamentos entre idosos residentes em reas urbanas e rurais de municpio no Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cadernos de saude publica. 2012;28:104-14. 30. Ferraes. Amb. Poltica de medicamentos na ateno bsica e a assistncia farmacutica no Paran. Londrina2002.
52
31. Firmo J. O., Uchoa E., Lima-Costa M. F. [The Bambui Health and Aging Study (BHAS): factors associated with awareness of hypertension among older adults]. Cadernos de saude publica. 2004;20(2):512-21. Epub 2004/04/10. 32. Flores Vanessa Boeira, Benvegn Lus Antnio. Perfil de utilizao de medicamentos em idosos da zona urbana de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de saude publica. 2008;24:1439-46. 33. Gontijo Mde F., Ribeiro A. Q., Klein C. H., Rozenfeld S., Acurcio Fde A. [Use of anti-hypertensive and anti-diabetic drugs by the elderly: a survey in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil]. Cadernos de saude publica. 2012;28(7):1337-46. Epub 2012/06/26. 34. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatstica. Departamento de Populao e Indicadores Sociais. Perfil dos idosos responsveis pelos domiclios no Brasil Rio de Janeiro: IBGE; 2002. 35. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatstica. Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Pesquisa de Oramentos Familiares (POF) - 2008-2009. Rio de Janeiro: IBGE; 2010. 36. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatstica. Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios. Rio de Janeiro: IBGE; 2012. 37. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatstica. Projeo da populao do Brasil por sexo e idade 1980-2050: Reviso 2008. Rio de Janeiro: IBGE; 2008. (Estudos & Pesquisas, 24) 38. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatstica. Sobre as condies de sade dos idosos: indicadores selecionados. Rio de Janeiro: IBGE; 2009. (Estudos & Pesquisas) 39. Junges Fernanda. Avaliao do programa farmcia popular do Brasil : aspectos referentes a estrutura e a processos: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2009. 40. Lei N 10.858 De 13 De Abril De 2004, Braslia, Ministrio Da Sade. Autoriza a Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar medicamentos, mediante ressarcimento, e d outras providncias. 2004. 41. Lima-Costa M. F., Barreto S. M., Giatti L. Condicoes de saude, capacidade funcional, uso de servicos de saude e gastos com medicamentos da populacao idosa brasileira: um estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios. Cadernos de saude publica. 2003;19(3):735-43. Epub 2003/06/14. 42. Lima Marina Guimares, Ribeiro Andria Queiroz, Acurcio Francisco De Assis, Rozenfeld Suely, Klein Carlos Henrique. Composio dos gastos privados com medicamentos utilizados por aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de saude publica. 2007;23:1423-30. 43. Lsias R. Ruppenthal Pedro R. Petrovick. Comparao do Perfil dos Usurios e dos Medicamentos Dispensados na Farmcia Popular do Brasil e em Drogaria Privada em Porto Alegre, Brasil. Latin American Journal of Pharmacy. 2010;29. 44. Loyola Filho A. I., Firmo J. O., Uchoa E., Lima-Costa M. F. Birth cohort differences in the use of medications in a Brazilian population of older elderly: the Bambui Cohort Study of Aging (1997 and 2008). Cadernos de saude publica. 2011;27 Suppl 3:S435-43. Epub 2011/10/14.
53
45. Loyola Filho A. I., Uchoa E., Firmo Jde O., Lima-Costa M. F. Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos: Projeto Bambui. Cadernos de saude publica. 2005;21(2):545-53. Epub 2005/05/21. 46. Loyola Filho Antnio I. De, Uchoa Elizabeth, Firmo Joslia De Oliveira Arajo, Lima-Costa Maria Fernanda. Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos: Projeto Bambu. Cad Saude Publica. 2005;21(2):545-53. 47. Luz Tatiana Chama Borges, Loyola Filho Antnio Igncio De, Lima-Costa Maria Fernanda. Estudo de base populacional da subutilizao de medicamentos por motivos financeiros entre idosos na Regio Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de saude publica. 2009;25:1578-86. 48. Machado C. V., Baptista T. W., Nogueira Cde O. Health policies in Brazil in the 2000s: the national priority agenda. Cadernos de saude publica. 2011;27(3):521-32. Epub 2011/04/27. Politicas de saude no Brasil nos anos 2000: a agenda federal de prioridades. 49. Maia Flvia De Oliveira Motta, Duarte Yeda Aparecida De Oliveira, Lebro Maria Lcia. Anlise dos bitos em idosos no Estudo SABE. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2006;40:540-7. 50. Malta Deborah Carvalho, Silva Jr Jarbas Barbosa Da. O Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento das Doenas Crnicas No Transmissveis no Brasil e a definio das metas globais para o enfrentamento dessas doenas at 2025: uma reviso. Epidemiologia e Servios de Sade. 2013;22:151-64. 51. Marcos Inocencio Bruna De Vivo. Acesso a medicamentos: anlise das estratgias do estado para o desenvolvimento do Programa Farmcia Popular. Cadernos Gesto Pblica e Cidadania. 2011;16, No 59 52. Ministrio Da Sade. Crescimento do Programa Farmcia Popular. Braslia.2013 [cited 2013 02/05/13]; Available from: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional. 53. Ministrio Da Sade. Farmcia Popular do Brasil. Braslia.2012 [cited 2013 15/07/2013]; Available from: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=30298&janela=1. 54. Ministrio Da Sade. Oferta de medicamentos cresce 270%. Braslia: 03/09/2012; 2012 [cited 2013 15/07/13]; Available from: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/6953/162/oferta-de-medicamentos-cresce-270-desde-2011.html. 55. Ministrio Da Sade. Programa Farmcia Popular do Brasil contabiliza mais de 20 mil pontos de distribuio de medicamentos no pas. Braslia: 22/08/2012; 2012 [cited 2013 02/05]; Available from: http://www.blog.saude.gov.br/programa-farmacia-popular-do-brasil-contabiliza-mais-de-20-mil-pontos-de-distribuicao-de-medicamentos-no-pais/. 56. Organizao Pan Americana Da Sade. REDE Interagencial de Informao para a Sade. Indicadores bsicos para a sade no Brasil: conceitos e aplicaes. OPA; 2008. (2 edio). 57. Paniz Vera Maria Vieira, Fassa Anaclaudia Gastal, Facchini Luiz Augusto, Bertoldi Andra Dmaso, Piccini Roberto Xavier, Tomasi Elaine, et al. Acesso a medicamentos de uso contnuo em adultos e idosos nas regies Sul e Nordeste do Brasil. Cad sade pblica. 2008;24(2):267-80.
54
58. Paniz Vera Maria Vieira, Fassa Anaclaudia Gastal, Facchini Luiz Augusto, Piccini Roberto Xavier, Tomasi Elaine, Thum Elaine, et al. Free access to hypertension and diabetes medicines among the elderly: a reality yet to be constructed. Cad sade pblica. 2010;26(6):1163-74. 59. Pinto Cdu B., Costa Ndo R., Osorio-De-Castro C. G. The "Farmacia Popular do Brasil" Program and aspects of public provision of medicines in Brazil. Cien Saude Colet. 2011;16(6):2963-73. Epub 2011/06/29. Quem acessa o Programa Farmacia Popular do Brasil? Aspectos do fornecimento publico de medicamentos. 60. Pinto Cdu B., Miranda E. S., Emmerick I. C., Costa Ndo R., Castro C. G. Medicine prices and availability in the Brazilian Popular Pharmacy Program. Revista de saude publica. 2010;44(4):611-9. Epub 2010/06/30. 61. Portaria N 491 De 9 De Maro De 2006. Dispe sobre a expanso do Programa Farmcia Popular do Brasil. 2006. 62. Portela A. S., Leal A. A. F., Werner R. P. B., Simes M. O. S., Medeiros A. C. D. Polticas pblicas de medicamentos: trajetria e desafios. Rev cinc farm bsica apl. 2010;31(1). 63. Portela A. S., Leal A. A. F., Werner R. P. B., Simes M. O. S., Medeiros A. C. D. Polticas pblicas de medicamentos: trajetria e desafios^ipt. Rev cinc farm bsica apl. 2010;31(1). 64. Rozenfeld S., Fonseca M. J., Acurcio F. A. Drug utilization and polypharmacy among the elderly: a survey in Rio de Janeiro City, Brazil. Revista panamericana de salud publica = Pan American journal of public health. 2008;23(1):34-43. Epub 2008/02/23. 65. S. Costa H., C. Borba, M. Vilanova C., M. Costa, F. Coutinho D. Programa Farmcia Popular do Brasil: evoluo do programa na cidade de So Lus - MA. Revista de Pesquisa em Sade. 2010;11(3). 66. Schmidt Mi Duncan Bb, Azevedo E Silva, Menezes Am, Monteiro Ca, Barreto Sm, Et Al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. ; . Lancet 2011;377(9781):1949-61. 67. Schramm Joyce Mendes De Andrade, Oliveira Andreia Ferreira De, Leite Iri Da Costa, Valente Joaquim Gonalves, Gadelha ngela Maria Jourdan, Portela Margareth Crisstomo, et al. Transio epidemiolgica e o estudo de carga de doena no Brasil. Cincia & Sade Coletiva. 2004;9:897-908. 68. Silva Anderson Loureno Da, Ribeiro Andria Queiroz, Klein Carlos Henrique, Acurcio Francisco De Assis. Utilizao de medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etria: um inqurito postal. Cadernos de saude publica. 2012;28:1033-45. 69. Silva Gde O., Gondim A. P., Monteiro M. P., Frota M. A., De Meneses A. L. [Continuous-use medication and associated factors in the elderly living in Quixada, Ceara, Brazil]. Revista brasileira de epidemiologia = Brazilian journal of epidemiology. 2012;15(2):386-95. Epub 2012/07/12. Uso de medicamentos continuos e fatores associados em idosos de Quixada, Ceara. 70. Travassos C., Viacava F., Pinheiro R., Brito A. [Utilization of health care services in Brazil: gender, family characteristics, and social status]. Revista panamericana de salud publica = Pan American journal of public health. 2002;11(5-6):365-73. Epub 2002/08/07. Utilizacao dos servicos de saude no Brasil: genero, caracteristicas familiares e condicao social.
55
71. Travassos Claudia, Martins Mnica. Uma reviso sobre os conceitos de acesso e utilizao de servios de sade. Cadernos de saude publica. 2004;20:S190-S8. 72. Trevisan Leonardo, Junqueira Luciano A. Prates. Gesto em rede do SUS e a nova poltica de produo de medicamentos. Sade e Sociedade. 2010;19:638-52. 73. Vasconcelos Ana Maria Nogales, Gomes Marlia Miranda Forte. Transio demogrfica: a experincia brasileira. Epidemiologia e Servios de Sade. 2012;21:539-48. 74. Veras R. Population aging today: demands, challenges and innovations. Rev Saude Publica. 2009;43(3):548-54. Epub 2009/04/21. 75. Vianna Sm Piola Sf, Reis Coo. Gratuidade no SUS: controvrsias em torno do co-pagamento. Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea)1998. 76. World Health Organization. Ageing. WHO; 2012 [cited 2013 24/05/2013]; Available from: : http://www.who.int/topics/ageing/en/index.html. 77. World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma poltica de sade. Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade; 2005.
56
APNDICE 1 - Quadro de reviso com artigos que abordam o PFPB
Autor Local Ttulo Delineamento Origem dos dados Fase
estudada Principais resultados
Ferreira
Rogrio
Luiz*
Distrito
Federal
e Rio de
Janeiro
Anlise de
Implantao do
Programa Farmcia
Popular do Brasil no
Rio de Janeiro e no
Distrito Federal: um
estudo de casos.
Estudo de
casos duplo
Os dados referentes
estrutura e processo
foram obtidos por meio de
observao direta e
coleta de dados
disponveis nos sistemas
de informao do
programa. Os dados
referentes aos resultados
foram obtidos por meio da
aplicao de entrevistas
diretamente
populao usuria do
programa.
Farmcia
Popular do
Brasil
rede prpria
Perfil do usurio: 59% do sexo feminino
A faixa etria que mais utilizou o programa foi
de 45 a 55 anos (44,4%) no DF e a partir dos
65 anos no RJ (45,9%).
As classes econmicas C, D e E foram as
principais usurias do programa, embora as
classes A e B tambm foram expressivas.
A maior parte das receitas foram oriunda do
SUS (60%) tanto no RJ quanto no DF. Dentre
os que tentaram obter o medicamento pelo
SUS, a maior parte relatou a falta do
medicamento.
As principais fontes divulgadoras do programa
foram as pessoas prximas ao usurio (Amigo,
Familiar ou Vizinho), mdico e televiso.
*Dissertao de mestrado
57
Autor/ ano Local Ttulo Delineamento Origem dos dados Fase
estudada Principais resultados
Junges
Fernanda*
(2010)