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Universidade Presbiteriana Mackenzie 1 POSIÇÃO EM PÉ NO TRABALHO DOS AUXILIARES EDUCACIONAIS E AGENTES DE SEGURANÇA E SUAS PERCEPÇÕES QUANTO À ACESSIBILIDADE NA ÁREA EXTERNA DO CAMPUS ITAMBÉ DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. Fernando de Souza Carvalho (IC) e Raquel Cymrot (Orientadora) Apoio: PIBIC Mackenzie Resumo O presente trabalho é baseado nos conceitos de ergonomia, desenho universal e saúde do trabalhador. O estudo busca estimar a incidência de desconforto/dor nos membros superiores, inferiores e coluna vertebral dos auxiliares educacionais e agentes de segurança que trabalham na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Itambé uma vez que estes profissionais devem permanecer na posição em pé por longos períodos. Outro objetivo é conhecer a percepção destes mesmos profissionais quanto à questão da acessibilidade na área de circulação externa entre os prédios do campus. Para tanto, foi realizada uma pesquisa anônima com tais profissionais, por meio de um instrumento de pesquisa em forma de formulário. O funcionário não era obrigado a participar da pesquisa, sendo cumpridos os procedimentos éticos necessários. Setenta e seis por cento dos funcionários participaram da pesquisa. Após coletados, os dados foram consolidados sendo então realizada uma análise descritiva destes. Foram realizados alguns testes estatísticos não- paramétricos tais como para independência de pares de variáveis aleatórias (teste Quiquadrado ou teste exato de Fisher) e teste para a comparação de vários níveis de um fator, originários de um mesmo elemento experimental (teste de Friedman). Os resultados obtidos foram interpretados e conclusões foram obtidas. Dentre alguns resultados relevantes destaca-se que quase 70% dos funcionários relataram sentir desconforto ou dor nos membros superiores, coluna ou membros inferiores. Palavras-chave: saúde do trabalhador, acessibilidade, análise estatística. Abstract This work is based on the concepts of ergonomics, universal design and employees’ health. The study aims at estimating the incidence of discomfort / pain in upper and lower limbs and spine of educational assistants and security officers working at Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) at Itambé campus, once these professionals must remain standing for long periods. Another aim is to know the perception of such professionals on accessibility in the area of external circulation among buildings in the campus. For such purpose, an anonymous survey was made with these professionals, through a survey form. The employee was not compelled to participate in the survey, and the necessary ethical procedures were met. Seventy-six percent of the employees participated in the survey. Once collected, the data were consolidated and then a descriptive analysis of the same was made. Some statistics nonparametric tests were done such as independence test for pairs of random variables (Chi-Square test or Fisher's exact test) and test for comparison of various levels of a factor, originating from the same experimental element (Friedman test). The results obtained were interpreted and conclusions were drawn up. Among some relevant results, it should be highlighted that nearly 70% of the employees reported discomfort or pain in their upper limbs, spine or lower limbs. Key-words: employees’ health, accessibility, statistics analysis

Fernando de souza

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Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.

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Universidade Presbiteriana Mackenzie

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POSIÇÃO EM PÉ NO TRABALHO DOS AUXILIARES EDUCACIONAIS E AGENTES DE SEGURANÇA E SUAS PERCEPÇÕES QUANTO À ACESSIBILIDADE NA ÁREA EXTERNA DO CAMPUS ITAMBÉ DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE.

Fernando de Souza Carvalho (IC) e Raquel Cymrot (Orientadora)

Apoio: PIBIC Mackenzie

Resumo

O presente trabalho é baseado nos conceitos de ergonomia, desenho universal e saúde do trabalhador. O estudo busca estimar a incidência de desconforto/dor nos membros superiores, inferiores e coluna vertebral dos auxiliares educacionais e agentes de segurança que trabalham na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Itambé uma vez que estes profissionais devem permanecer na posição em pé por longos períodos. Outro objetivo é conhecer a percepção destes mesmos profissionais quanto à questão da acessibilidade na área de circulação externa entre os prédios do campus. Para tanto, foi realizada uma pesquisa anônima com tais profissionais, por meio de um instrumento de pesquisa em forma de formulário. O funcionário não era obrigado a participar da pesquisa, sendo cumpridos os procedimentos éticos necessários. Setenta e seis por cento dos funcionários participaram da pesquisa. Após coletados, os dados foram consolidados sendo então realizada uma análise descritiva destes. Foram realizados alguns testes estatísticos não-paramétricos tais como para independência de pares de variáveis aleatórias (teste Quiquadrado ou teste exato de Fisher) e teste para a comparação de vários níveis de um fator, originários de um mesmo elemento experimental (teste de Friedman). Os resultados obtidos foram interpretados e conclusões foram obtidas. Dentre alguns resultados relevantes destaca-se que quase 70% dos funcionários relataram sentir desconforto ou dor nos membros superiores, coluna ou membros inferiores.

Palavras-chave: saúde do trabalhador, acessibilidade, análise estatística.

Abstract

This work is based on the concepts of ergonomics, universal design and employees’ health. The study aims at estimating the incidence of discomfort / pain in upper and lower limbs and spine of educational assistants and security officers working at Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) at Itambé campus, once these professionals must remain standing for long periods. Another aim is to know the perception of such professionals on accessibility in the area of external circulation among buildings in the campus. For such purpose, an anonymous survey was made with these professionals, through a survey form. The employee was not compelled to participate in the survey, and the necessary ethical procedures were met. Seventy-six percent of the employees participated in the survey. Once collected, the data were consolidated and then a descriptive analysis of the same was made. Some statistics nonparametric tests were done such as independence test for pairs of random variables (Chi-Square test or Fisher's exact test) and test for comparison of various levels of a factor, originating from the same experimental element (Friedman test). The results obtained were interpreted and conclusions were drawn up. Among some relevant results, it should be highlighted that nearly 70% of the employees reported discomfort or pain in their upper limbs, spine or lower limbs.

Key-words: employees’ health, accessibility, statistics analysis

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1 INTRODUÇÃO

Na vida cotidiana, indivíduos podem assumir posturas que causem algum impacto em sua

saúde. Há, em especial, algumas classes de profissionais cuja atividade torna necessário à

manutenção de uma dada posição que pode não ser a ideal.

No Brasil, assim como em outros países com o mesmo grau de desenvolvimento, a

incidência de doenças ocupacionais, segundo as estatísticas oficiais, é muito baixa.

Possivelmente, isso se deve à falta de diagnostico e ao sub-registro (MENDES, 1988;

FORÇA SINDICAL, 2002).

A atividade profissional obriga muitos indivíduos a passar grande parte de seu expediente

em uma única posição, em pé. Entretanto, poucos dentre estes profissionais, têm

conhecimento das possíveis conseqüências de tal postura em sua saúde. A nota técnica

060 de 2001 do Ministério do Trabalho e Emprego ressalta que todo esforço de manutenção

postural leva a uma tensão muscular estática que pode ser nociva à saúde. Os efeitos

fisiológicos dos esforços estáticos se devem à compressão dos vasos sangüíneos, uma vez

que o sangue deixa de fluir, fazendo com que o músculo não receba oxigênio nem

nutrientes, acarretando a manutenção dos resíduos metabólicos que ao se acumular

provocam dor e fadiga muscular. As manutenções estáticas prolongadas podem também

induzir ao desgaste das articulações, discos intervertebrais e tendões. (BRASIL, 2001).

A Ergonomia é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre

seres humanos e outros elementos de um sistema. Nela, aplica-se teoria, princípios, dados

e métodos, a fim de proporcionar o bem estar do ser humano e o desempenho global do

sistema de forma otimizada (INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION, 2008).

Embora a ergonomia tenha nascido durante a Segunda Guerra Mundial, somente a partir da

década de 90, os conhecimentos por ela proporcionados vêm sendo utilizados para fins de

segurança, conforto e eficiência no trabalho (IIDA, 2005; DUL; WEERDMEESTER, 2000).

Neste artigo, os profissionais em estudo serão os auxiliares educacionais e os agentes de

segurança cujas respectivas ocupações os levam a manter-se na posição em pé por um

tempo relativamente longo, devido ao fato desta função necessitar, entre outras atividades,

de deslocamentos contínuos.

Segundo Ramos [1998?], a partir da promulgação da Constituição de 1988, a Sociedade

Civil e o Estado no Brasil passaram a priorizar o homem como ser de direitos uma vez que

esta estabeleceu em seu texto que a cidadania e a dignidade da pessoa humana devem

nortear toda e qualquer conduta dos cidadãos e autoridades de modo a viabilizar “a

construção de uma sociedade livre, justa e solidária, capaz de promover o bem de todos,

sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

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discriminação” (BRASIL 1988 apud RAMOS [1998?], não paginado). Neste contexto, “o

direito de acesso aos espaços culturais e artísticos aos portadores de deficiência representa

a implementação, a efetivação dos princípios e objetivos traçados pela própria Constituição”

(RAMOS [1998?], não paginado) e o acesso à Universidade faz parte deste universo

cultural.

O Desenho Universal teve sua origem na década de 1970 visando a “[...] simplificar a vida

de todos, elaborando produtos, informações e ambientes construídos mais utilizáveis por

maior número possível de pessoas, a baixo custo ou sem nenhum custo extra.” (CENTER

FOR UNIVERSAL DESIGN, 1997 apud LOPES, 2005, p.11). O desenho universal deve

contemplar todos os cidadãos, inclusive os com deficiências físicas, sensoriais ou

intelectuais e os que se enquadram na categoria de mobilidade reduzida que incluindo

obesos e gestantes. Muitos locais, ainda hoje, não se mostram preparados para receber

todas as pessoas, dificultando as atividades cotidianas para parte da população. É

fundamental que a acessibilidade seja analisada sob o prisma do desenho universal.

Esta pesquisa realizou um levantamento de dados com os auxiliares educacionais e agentes

de segurança que trabalham no Campus Itambé da Universidade Presbiteriana Mackenzie,

uma vez que eles permanecem grande parte de seu expediente de trabalho na área externa

dentro do Campus, observando a movimentação na área. O presente estudo abordou a

percepção destes funcionários com respeito à questão da acessibilidade, dentro do

Campus.

1.1 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é identificar o perfil e conhecer os problemas de saúde que afetam

os auxiliares educacionais e agentes de segurança da Universidade Presbiteriana

Mackenzie, Campus Itambé, bem como pesquisar suas percepções a respeito da questão

da acessibilidade na área externa dentro do Campus. O trabalho considerou aspectos

relativos à segurança ocupacional, em especial a ergonomia.

1. 2 JUSTIFICATIVA

Tem-se como foco principal o levantamento das condições de trabalho e agravos à saúde

relatados pelos auxiliares educacionais e agentes de segurança da Universidade para que,

desta forma, medidas preventivas possam ser tomada a fim de lhes proporcionar melhor

qualidade de vida.

Tendo em vista que a Universidade Presbiteriana Mackenzie tem uma grande circulação de

pessoas, não só alunos, como também professores, funcionários e visitantes, a percepção

dos auxiliares educacionais e agentes de segurança quanto à acessibilidade na área

externa do Campus é suma importância, uma vez que no exercício de suas atividades

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profissionais estes funcionários entram em contato direto com quem circula pela área

externa do Campus. Estes funcionários testemunham diversas situações que, uma vez

conhecidas, podem sinalizar a necessidade de mudanças a fim de garantir, da forma mais

ampla possível, o acesso a todos os cidadãos ao Campus, levando em conta o desenho

universal.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a realização desta pesquisa alguns tópicos foram especialmente estudados. Estes

estão apresentados a seguir:

2.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

A Engenharia da Segurança do Trabalho, segundo a resolução 359 de 1991 do Conselho

Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), deve voltar-se “precipuamente

para a proteção do trabalhador em todas as unidades laborais, no que se refere à questão

de segurança, inclusive higiene do trabalho”. (CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA,

ARQUITETURA E AGRONOMIA, 1991, p. 1).

Segundo a Norma Regulamentadora nº 4 do Ministério do Trabalho e Emprego, as

empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT) devem manter Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho, visando promover a saúde e proteger a integridade

do trabalhador no local de trabalho. Tais serviços devem ter em seus quadros de

funcionários pelo menos um Engenheiro de Segurança do Trabalho. (BRASIL, 2008). O

estudo da saúde e integridade do trabalhador deve ser, portanto, um tema relevante dentro

da Engenharia.

Segundo a nota técnica 60 de 2001 do Ministério do Trabalho e Emprego, a manutenção da

postura em pé imóvel apresenta as seguintes desvantagens: (BRASIL, 2001, p. 3).

• tendência à acumulação do sangue nas pernas o que predispõe ao aparecimento de insuficiência valvular venosa nos membros inferiores, resultando em varizes e sensação de peso nas pernas; • sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris); • a tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a execução de tarefas de precisão; • a penosidade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que manter posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco etc.; • a tensão muscular desenvolvida em permanência para manutenção do equilíbrio traz mais dificuldades para a execução de trabalhos de precisão.

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2. 2 ERGONOMIA

O termo “ergonomia” deriva dos termos gregos “ergon” (trabalho) e nomos (leis naturais). A

ergonomia estuda as relações do homem com o seu ambiente de trabalho, levando em

conta a segurança e o conforto. O aperfeiçoamento de projetos de máquinas, ambientes e

produtos foi possível levando em conta a análise de dados obtidos em experiências de

laboratório que medem o desempenho do ser humano em diferentes atividades (IIDA, 2005).

Os conhecimentos ergonômicos são bastante amplos e sua aplicação pode gerar grandes

benefícios tanto no ambiente de trabalho, reduzindo o sofrimento dos trabalhadores e

melhorando sua produtividade, quanto na qualidade de vida da população em geral. Tais

benefícios são possíveis uma vez que a ergonomia engloba uma grande variedade de

temas, como antropometria, biomecânica, fisiologia, toxicologia, engenharia mecânica,

desenho industrial, eletrônica e informática entre outros, estudando a postura e os

movimentos corporais, os fatores ambientais, controles, cargos e tarefas. Uma vez que os

projetos são elaborados para atender a 95% da população, pessoas com medidas bem

diferentes da média acabam tendo dificuldade de adaptação a equipamentos, sistemas e

tarefas projetados para uso coletivo (IIDA, 2005; DUL; WEERDMEESTER, 2000).

Projetos que levam em conta a ergonomia devem respeitar, segundo Guérin et al. (1997,

apud ROCHA, 2002) quatro princípios, a saber: a diferenciação entre tarefa (prescrição do

trabalho a ser realizado) e atividade (trabalho efetivamente realizado), reconhecimento da

diversidade do interior das situações produtivas (variabilidade), carga de trabalho

envolvendo as diferentes dimensões humanas e o modo operatório, relacionado com

resposta individual de acordo com as situações de trabalho.

2.3 O DESENHO UNIVERSAL

A expressão de desenho universal foi utilizada pela primeira vez em 1985 nos Estados

Unidos, por Ron Mace o qual afirmou que o desenho universal deve criar ambientes ou

produtos de modo que possam ser utilizados pelo maior número de pessoas possível, com

baixo custo ou sem nenhum custo extra. O conceito de desenho universal surgiu das

exigências e necessidades de dois grupos sociais distintos: dos movimentos dos que tinham

alguma deficiência e sentiam suas necessidades postas de lado pelos profissionais da área

de construção e arquitetura, e da iniciativa de alguns arquitetos, urbanistas e designers que

buscavam uma maior igualdade dos valores e uma visão maior na criação dos projetos

(CAMBIAGHI, 2007).

O Desenho Universal propõe um uso democrático para o espaço, adaptando-se assim aos

mais variados perfis de usuários: apregoa que todas as pessoas, crianças ou idosos, ou

mesmo quem tenha alguma limitação física (temporária ou permanente), tenham condições

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igualitárias na qualidade de uso de um ambiente construído, seja este interno ou externo. De

acordo com os dados do XI Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) no ano 2000, 14,5% da população brasileira enfrenta alguma

barreira, dificultando o acesso a residências, ruas, meios de transporte, mobiliário urbano,

escolas entre outros. Ultrapassar estes obstáculos é uma meta proposta pelo Desenho

Universal, que pode ser associado aos conceitos de projetos arquitetônicos em que há a

remoção de barreiras (BERNARDI, 2007).

Campos ([2000-?]) destaca que o desenho universal é um novo paradigma que surgiu das

idéias de inexistência de barreiras, desenho acessível e tecnologia assistiva. O autor

associa os conceitos de Desenho Inclusivo e Desenho para todos. Tal desenho leva a um

enfoque diferenciado para produtos, serviços e ambientes de modo que possam ser usados

por todas as pessoas, independentemente da idade, habilidade ou condição de saúde. Esta

idéia está ligada diretamente ao conceito político de uma sociedade inclusiva e sua

importância vem sendo reconhecida por governos, indústria e comércio, devendo

necessariamente ser levada em conta também por arquitetos, engenheiros e designers.

Cambiaghi (2007), em acordo com a Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da

Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência ou Mobilidade Reduzida (SEPED) do

Município de São Paulo, apresentou de forma mais detalhada os sete princípios básicos do

Desenho Universal, conforme desenvolvido nos Estados Unidos da América pelo Center for

Universal Design, a saber: equiparação nas possibilidades de uso; flexibilidade no uso; uso

simples e intuitivo; informação perceptível; tolerância ao erro; mínimo esforço físico e

dimensionamento de espaços para acesso de todos os usuários.

Lanverly (2010) destaca que apesar da criação dos sete princípios do desenho universal já

ter duas décadas, estes só começaram a ser praticados no Brasil a partir da publicação da

lei 10098/2000 de 2000 que tem por finalidade a eliminação de barreiras nas vias públicas.

Tal lei estabelece critérios básicos para a promoção da acessibilidade dos indivíduos com

deficiência e mobilidade reduzida. “O objetivo desta lei é a superação de barreiras e

obstáculos em vias públicas, espaços públicos, mobiliário urbano, construção e reforma de

edificações, nos meios de transporte e comunicação” (LANVERLY, 2010, p. 44). A autora

afirma ser o desconhecimento técnico do tema uma grande dificuldade para a aplicação dos

referidos princípios.

2.4 ALGUNS TESTES NÃO-PARAMÉTRICOS

A seguir serão apresentados os testes não-paramétricos utilizados neste trabalho.

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2.4.2 Teste Quiquadradro

O teste Quiquadrado é usado para testar se dois grupos diferem quanto a alguma

característica, quando “os dados consistem em freqüências em categorias discretas”

(SIEGEL; CASTELLAN, 2008, p. 134), isto é, serve para testar se duas variáveis aleatórias

são independentes.

Os dados são então dispostos em uma tabela de contingência com uma variável nas linhas

e a outra nas colunas. Neste caso tem-se uma tabela de dupla entrada (as duas variáveis).

Seja r o nº de níveis da primeira variável e c o nº de níveis da segunda variável. Tem-se que

o grau de liberdade será igual a (r-1) (c-1) e o valor do Quiquadrado observado será igual a:

( )

ne

o

e

eo

ij

ijc

j

r

iij

ijijc

j

r

i

−=−

= ∑∑∑∑====

2

11

2

11

(1)

Com eij igual ao produto das marginais da observação oij dividido pelo tamanho da amostra

n.

Quando a tabela de contingência não for 2 x 2, a prova que Quiquadrado pode ser aplicada

somente se o número de células com freqüência inferior a 5 for menor que 20% do total de

células e se nenhuma célula tiver freqüência esperada inferior a 1. Se essas condições não

forem satisfeitas pelos dados na forma em que foram coletados originalmente, o

pesquisador deve combinar categorias de modo a aumentar as freqüências esperadas nas

diversas células. Se em uma tabela 2 x 2, houver alguma freqüência esperada inferior a 5, o

teste Quiquadrado não poderá ser usado. Neste caso recomenda-se a utilização do teste

não-paramétrico exato de Fisher (COSTA NETO, 2002).

2.4.2 Teste exato de Fisher

O teste exato de Fisher é usado para testar independência entre pares de variáveis

aleatórias com dois níveis cada uma (tabela de contingência 2 x 2). Tal teste é utilizado

quando as suposições para o uso do teste Quiquadrado não se verificam.

O teste exato de Fisher é baseado na distribuição hipergeométrica. Calcula-se a

probabilidade do resultado ocorrido acrescida das probabilidades dos resultados ainda mais

extremos. Este será o nível descritivo do teste e a hipótese de independência das variáveis

aleatórias deverá ser rejeitada se seu valor for inferior ao nível de significância do teste

(SIEGEL; CASTELLAN, 2008).

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2.4.3 Teste de Friedman

O teste de Friedman deve ser usado quando se deseja saber se as classificações dos

diversos aspectos foram extraídas da mesma população ou de populações com mesma

mediana. Neste caso só devem ser utilizados os dados cuja totalidade de aspectos foi

classificada (SIEGEL; CASTELLAN, 2008). Os dados consistem k amostras

correspondentes (mesmo grupo com N indivíduos em k condições) e devem ter no mínimo

em escala ordinal. Para este teste, os dados são colocados em uma tabela de dupla entrada

com N linhas (cada linha corresponde a um indivíduo) e k colunas (cada coluna corresponde

a uma das condições).

Atribui-se postos dentro de cada linha (medidas de um mesmo elemento, isto é, para cada

indivíduo, atribuem-se postos para as k condições). O teste de Friedman determina se os

totais dos postos para condição j (indicados por Rj), com 1 ≤ j ≤ k diferem significativamente

dos valores que seriam esperados devido ao acaso. (SIEGEL; CASTELLAN, 2008). Deve-se

então calcular:

)1(3)()1(

12

1

22 +−+

= ∑=

kNRkNk

k

i

jrχ (2)

Se k = 3 e N ≥ 10 ou se k = 4 e N ≥ 5 ou se k ≥ 5, 2

rχ terá distribuição Quiquadrado com (k

– 1) graus de liberdade. Rejeita-se a hipótese de que as k amostras foram extraídas da

mesma população se 2

rχ for maior que o quiquadrado crítico observado com (k – 1) graus

de liberdade.

3 METODOLOGIA

Foi construído um instrumento de pesquisa anônimo. Para elaboração das questões

pertinentes, contou-se com a colaboração dos funcionários Instituto Presbiteriano

Mackenzie, entidade mantenedora da UPM: a Engenheira de Segurança Maria Yolanda

Trindade Pinheiro e o médico do trabalho Dr. Aldemir Natucci Rizzo. O instrumento foi

aplicado na forma de formulário, isto é, o aluno fazia as perguntas e anotava as respostas.

Por envolver pesquisa com seres humanos, o projeto desta pesquisa foi submetido e

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Presbiteriana

Mackenzie.

Os agentes de segurança e auxiliares educacionais foram avisados previamente por seus

superiores, da realização desta pesquisa. Foi então fornecida uma listagem de todos os

agentes educacionais e de segurança que trabalham no Campus Itambé. Em um segundo

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momento, Após a manifestação do aceite e autorização por escrito dos agentes de

segurança e auxiliares educacionais, foi realizada a coleta dos dados por meio da aplicação

do formulário de pesquisa anônimo e não obrigatório para os agentes de segurança e

auxiliares educacionais. Tal formulário foi composto por vinte e uma perguntas.

As questões de 1 a 3 caracterizam o respondente quanto ao gênero, faixa etária e função

(auxiliar educacional ou agente de segurança). As questões de 4 a 7 caracterizam o

respondente quanto ao tempo que exerce a função, qual a carga horária semanal no

Mackenzie, se há outra carga horária semanal resultante de outra ocupação e qual o

período em trabalha na função.

Na questão 8 pede-se ao pesquisado para assinalar quais os elementos que podem trazer

alguma insegurança, no espaço do Campus Itambé, bem como determinar a área próxima a

detecção destes problemas, caracterizando assim a percepção sobre a acessibilidade e

segurança dos mesmos. Desta forma, a questão 8 tratou dos problemas verificados pelos

respondentes no exterior e no contorno dos prédios. As alternativas foram definidas tendo

como base as normas técnicas e de segurança do trabalho NR 8 (BRASIL, 2001), NR 17

(BRASIL, 2007). As normas regulamentadoras (NR) são estabelecidas pelo Ministério do

Trabalho e Emprego e se referem à saúde e segurança dos trabalhadores.

A NR 8, sobre edificações, considera as condições de circulação como pisos, escadas,

passagens, rampas, paredes e coberturas de edifícios. Esta NR “[...] estabelece requisitos

técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e

conforto aos que nelas trabalhem.” (BRASIL, 2001, p. 1).

A NR 17, norma regulamentadora que trata de ergonomia, estabelece no item 17.5 que “[...]

as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características

psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.” (BRASIL,

2007, não paginado).

As questões 9 e 10 solicitam ao respondente que quantifiquem o número máximo de horas

que permanecem em pé fora do expediente e esclarecer qual o tipo de atividade que o

impede de se sentar neste tempo.

As questões 11, 12 e 13 pedem ao respondente para identificar se atualmente sente algum

desconforto nos membros superiores, coluna ou membros inferiores e no caso do

pesquisado não sentir nenhum desconforto solicita-se que o mesmo vá para a questão 19.

No caso afirmativo pede-se para que o respondente determine há quanto tempo sente estes

desconfortos, quais os desconfortos e suas intensidades. A questão 14 descreve as

situações em que há alguma melhora destes desconfortos. As questões 15 e 16

caracterizam a freqüência com que o entrevistado usa algum medicamento ou acessório

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para aliviar o desconforto. A questão 17 procura avaliar quantos destes que afirmam ter

algum desconforto procuraram algum profissional e qual o tipo de profissional procurado

(público, convênio etc.). Na questão 18 solicita-se ao respondente que diga se já teve algum

distúrbio nos membros inferiores, coluna ou inferiores e em caso afirmativo, é arguido qual o

distúrbio e qual o tratamento realizado.

A questão 19 pergunta ao funcionário se ele pratica alguma atividade física e em caso

afirmativo, solicita-se que determine a frequência desta atividade. As questões 20 e 21 são

dissertativas e respectivamente pergunta qual a sugestão do funcionário para minimizar o

desconforto e solicita um resumo das atividades diárias na função.

A pesquisa foi realizada nos meses de novembro e dezembro de 2010. Não foi possível

realizar a pesquisa com a totalidade dos auxiliares educacionais e agentes de segurança.

Alguns funcionários não foram localizados, pelo pesquisador, no período estabelecido para

a execução da pesquisa. Ressalta-se também, que coube ao funcionário aceitar ou não

participar da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após

conhecimento da Carta de Informação ao Sujeito de Pesquisa. Durante o processo de coleta

de dados não houve recusas em responder o formulário, entretanto foi um processo um

pouco descontinuado. Algumas vezes o formulário estava sendo preenchido quando o

profissional em questão era solicitado para a execução de alguma tarefa, tornando-se

necessário continuar o preenchimento em outro horário.

Segundo Bolfarine e Bussab (2005, p. 14) “O propósito da amostra é o de fornecer

informações que permitam descrever os parâmetros do universo, da maneira mais

adequada possível. A boa amostra permite a generalização de seus resultados dentro de

limites aceitáveis de dúvidas”. A amostra foi, portanto não probabilística, mas por

independer do pesquisador poderá ser considerada uma amostragem criteriosa. O critério

de amostragem foi objetivo uma vez que seu protocolo descritivo foi inequívoco, produzindo

amostras com as mesmas propriedades, independente de quem as selecionou

(BOLFARINE; BUSSAB, 2005).

Depois de realizada a pesquisa, os dados foram tabulados, consolidados sendo então

realizada uma análise estatística dos dados por meio de análise descritiva e construção de

intervalos com 95% de confiança (I.C.) para as variáveis pertinentes.

Nível descritivo de um teste de hipótese é a probabilidade de se obter, à luz da hipótese

alternativa, estimativas mais desfavoráveis ou extremas do que a fornecida pela amostra

(MAGALHÃES; LIMA, 2010). Todos os testes de hipótese foram realizados utilizando-se um

nível de significância de 5%, sendo também calculados seus respectivos níveis descritivos

(valor-P). Desta forma foram rejeitadas as hipóteses cujos níveis descritivos apresentaram

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valores inferiores a 0,05. Para todos os testes de hipótese foram calculados seus

respectivos níveis descritivos, P.

A fim de testar se existe independência entre um par de variáveis aleatórias, foi utilizado o

teste Quiquadrado de independência, Quando este não pode ser usado em função dos

dados não satisfazerem as suposições necessárias, foi utilizado o teste Exato de Fisher. O

teste de Friedman foi usado para análise da questão 13 do instrumento de pesquisa.

Os dados foram analisados com a utilização do programa estatístico Minitab, disponível no

Laboratório de Simulação de Processos de Produção HSBC do prédio 4 da Escola de

Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra foi composta de 52 dentre os 68 auxiliares educacionais e agentes de segurança

o que representa 76,47% da população. A validação da amostra foi realizada baseando-se

na variável disponível, função exercida, havendo independência entre as variáveis participar

da pesquisa e função exercida (P = 0,355).

O gráfico 1 apresenta os gráficos de setor para as variáveis características do pesquisado,

tais como a idade, o gênero, a função e o período de trabalho.

de 20 a 29 anos

de 30 a 39 anos

de 40 a 49 anos

de 50 a 59 anos

Faixa Etária

masculino

feminino

Gênero

auxiliar educacional

agente de segurança

Função

matutino/vespertino

vespertino/noturno

Período

7 ,7%

15,4%

67,3%

9,6%

30,8%

69,2%

65,4%

34,6%44,2%

55,8%

Idade Gênero

Função Período

Gráfico 1 – Gráficos de setor para as variáveis: faixa etária, gênero, função exercida e período de trabalho

Verifica-se que a idade predominante está entre 30 e 39 anos, sendo quase 70% dos

funcionários do gênero masculino, aproximadamente dois terços exercendo a função de

agente de segurança e pouco mais da metade trabalhando no período matutino / vespertino.

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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011

12

A Tabela 1 apresenta algumas estatísticas descritivas para as variáveis: tempo na função

(em anos), carga horária semanal na UPM, carga horária semanal em outras ocupações e

número de horas em pé fora do expediente.

Tabela 1 – Média, desvio padrão, coeficiente de variação mínimo e máximo para algumas variáveis de interesse

Variável média desvio padrão coeficiente de variação mínimo máximo

Tempo na função 4,37 2,84 64,92 0,2 17

Carga horária na UPM 46,36 1,68 3,62 42,25 48

Carga horária em outras ocupações 0,15 1,11 721,11 0 8

nº de horas em pé fora do expediente 2,91 1,98 67,95 1 12

Nota-se que o tempo médio na função foi de 4,37 anos (I.C. = [3,57; 5,17]) indicando que

não há muitos funcionários recém-contratados. A carga horária dentro da UPM pouco variou

(obteve o menor coeficiente de variação, igual a 3,62), uma vez que variou de 42,25 horas

até 48 horas, com I.C. = [45,89; 46,83]. A carga horária média em outras ocupações foi

muito pequena (igual a 0,15 horas) uma vez que um único funcionário possui outra

ocupação com carga horária semanal igual a 8 horas. Esta situação gerou o maior

coeficiente de variação (igual a 721,11), retratando a grande heterogeneidade ocorrida. O

número médio de horas que o funcionário fica em pé em um dia, fora do expediente da UPM

foi de 2,91 horas (I.C. = [2,36; 3,47]). É relevante apontar que houve funcionário que relatou

passar até 12 horas a mais em pé, além do expediente, valor este pouco provável de ser

usual, uma vez que o funcionário necessita dormir algumas horas diariamente.

Foi perguntado aos auxiliares educacionais e agentes de segurança, baseando-se em suas

percepções, se eles notavam algum elemento que dificultasse a movimentação ou que

pudesse trazer alguma insegurança no espaço do Campus Itambé. As respostas estão

apresentadas abaixo nos gráficos 2 e 3:

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Universidade Presbiteriana Mackenzie

13

Gráfico 2 – Gráficos de setor para problemas relatados

A ausência de piso tátil para deficientes visuais foi o problema mais indicado (98,1%),

seguido de problemas no piso (material escorregadio, trincas) e desnível no piso, ambos

relatados em 84,6% das respostas. Vale ressaltar que a pesquisa foi realizada no ano de

2010, antes das mudanças de piso realizadas no campus. Iluminação insuficiente e

sinalização deficiente também foram problemas bastante apontados (respectivamente em

40,4% e 34,6% das respostas).

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Gráfico 3 – Gráficos de setor para outros problemas relatados

Para cada um dos problemas observados, foi pedido que fossem assinalados os prédios

próximos às áreas de detecção dos mesmos e no caso deste problema se repetir por todo

campus, pedia-se que o espaço fosse preenchido com a palavra “campus”. Como resultado

os prédios mais mencionados foram os prédios 6, 11 e 24, bem como a entrada da Rua

Piauí. Durante as entrevistas algumas situações merecem ser mencionadas como, por

exemplo: um dos funcionários mencionou que existem áreas de embarque/desembarque no

campus, mas estas são destituídas de uma cobertura. Se estiver chovendo e um cadeirante

necessitar desembarcar, se sua cadeira for elétrica o funcionário que estiver auxiliando o

desembarque corre o risco de levar um choque. Outra menção importante é o fato de que

estes profissionais presenciaram várias quedas de alunos, professores, funcionários e

visitantes nas escadas externas, estando ou não chovendo. De acordo com alguns dos

auxiliares educacionais e agentes de segurança deveria haver antiderrapante nestas

escadas.

O formulário perguntou também qual atividade, fora do expediente, que o funcionário realiza

em pé. Foi permitido assinalar mais de uma resposta. Os resultados obtidos foram os

seguintes: 86,54% afirmaram ficar em pé no transporte, 57,69% em funções domésticas,

7,69% em atividades de esporte/lazer, 1,92% ficam em pé durante o exercício de outro

emprego/atividade e 1,92% durante a execução de outras atividades.

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15

Um dos tópicos principais abordados no instrumento de pesquisa foi no quesito se

atualmente o funcionário sente algum desconforto nos membros superiores, coluna ou

membros inferiores e qual a localização deste desconforto. Trinta e cinco funcionários dentre

os cinqüenta e dois pesquisados (67,31%) relataram sentir desconforto ou dor em algum

local (I.C.p= [0,5455; 0,8006]. O gráfico 4 apresenta a proporção de problemas relatados,

dentre aqueles que responderam afirmativamente sentir algum desconforto ou dor.

Gráfico 4 – Gráfico de setor para o relato de desconforto ou dor nas diversas localizações

Tornozelo e pés (55,8%) e pernas (53,8%) foram os locais mais apontados, seguidos por

coluna, ombros e pescoço (todos com 25%) e joelhos (17,3%). Quadril, braços e coxas

foram apontados por menos de 10% dos pesquisados que sentiam desconforto ou dor. Não

houve relatos de desconforto ou dor nos cotovelos, antebraços, punho e mãos. Os dados

indicam que os problemas estão relacionados com a posição em pé de trabalho. O número

médio de queixas foi igual a 2,12 (I.C. = [1,53; 2,89]), apontando que tal número deve

superar uma queixa. O valor máximo encontrado foi de dez locais diferentes nos quais o

funcionário sentia desconforto ou dor.

Com relação à variável tempo com desconfortos/dores, as respostas obtidas foram que

40,0% dos entrevistados não sabem dizer a quanto tempo tem estes desconfortos/dores,

14,29% relatam ter tais sintomas há no máximo um mês, 17,14% os tem de 1 a 3 meses,

20% entre 3 e 6 meses e 8,57% acima de 6 meses.

Ainda com relação aos desconfortos e dor, o gráfico 5 apresenta a intensidade sentida nos

vários tipos de desconforto ou dor e o gráfico 6 mostra os intervalos com 95% de confiança

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para a intensidade dos desconfortos e dor. Vale ressaltar que 0 corresponde a não sinto, 1

a muito leve, 2 a leve, 3 a moderado, 4 a forte e 5 a muito forte.

Gráfico 5 – Gráfico de setor para a intensidade dos vários desconfortos e dores relatadas

Gráfico 6 – intensidade desconforto/dor com usando intervalo com 95% de confiança

Nota-se que cansaço e dor alcançaram na escala um valor médio que quase corresponde à

intensidade moderada. Não houve desconforto ou dor que em média alcançasse a escala de

forte ou muito forte, porém individualmente, cansaço, estalos, dor, formigamento ou

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17

adormecimento, peso e limitação de movimento alcançaram as escalas de forte ou muito

forte.

Foi realizado o teste não paramétrico de Friedman a fim de testar se as intensidades médias

atribuídas aos vários desconfortos e dor foram iguais. Tal hipótese foi rejeitada (P = 0,000),

tendo cansaço e dor obtidos as maiores soma dos postos Rj, respectivamente iguais a 296,5

e 287,0, enquanto choques, limitação de movimento, perda de força e outros alcançaram as

menores somas de postos Rj, respectivamente iguais a 130,0, 128,5, 122,5 e 121,5.

Quando solicitados que respondessem quando havia melhora no desconforto ou dor como

resultado tem-se que 88,57% responderam que há melhora com repouso durante a noite,

45,71% responderam que a melhora é proveniente do repouso em fins de semana, 11,43%

com repouso nas férias e 8,57% com repouso durante o revezamento em outras tarefas. O

respondente podia escolher mais de uma alternativa. Salienta-se a importância do descanso

à noite e nos finais de semana.

Quanto ao uso de remédio, emplastros ou compressas, dentre os que sentem algum

desconforto e dor, 62,86% nunca os utilizam, 5,71% os utilizam raramente, 11,43% os

utilizam às vezes e 20% os utilizam quase sempre. Ressalta-se que a opção “sempre

utilizo” não foi escolhida por nenhum auxiliar educacional ou agente de segurança. Dos 13

funcionários (25%) que alegaram usar medicamento, a totalidade informou que este foi

prescrito por um médico.

Quanto ao uso de algum acessório (meia elástica, palmilha etc.) para tentar aliviar o

desconforto, 48,57% nunca o utiliza, 8,57% o utiliza raramente, 20,00% o utiliza às vezes,

8,57% o utiliza quase sempre e 14,29% sempre o utiliza, mostrando que praticamente a

metade dos que sentem desconforto ou dor não se utilizam de acessórios para melhora de

seu estado.

Quanto aos que procuraram algum serviço médico para resolver o desconforto 93,30%

utilizaram algum plano de saúde/convênio, 13,33% procuraram serviços particulares, 6,67%

procuraram o serviço público de saúde e 6,67% se dirigiram ao serviço médico do

Mackenzie. Outra vez era permitido marcar mais de uma alternativa.

Somente os 35 funcionários que sentem algum desconforto/dor responderam à questão se

fizeram algum tratamento devido a distúrbios nos membros superiores, inferiores ou coluna,

e destes, apenas quatro (11,43%) responderam afirmativamente a esta questão. Os

distúrbios citados foram: deslocamento do joelho, hérnia de disco, rompimento do tendão,

artrose e tendinite no joelho. Entre os quatro funcionários que relataram já ter tido tais

distúrbios, a totalidade utilizou medicamentos, fisioterapias e acupuntura, sendo que três

deles (75,00%) utilizaram outros recursos: dois procedimentos cirúrgicos e um RPG.

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18

Com relação a pratica de atividade física 61,54% dos entrevistados disseram não praticar

atividade física, 26,92% vão à academia e 11,54% jogam futebol. Entre os que têm alguma

atividade física, as frequências relatadas da referida atividade foram as seguintes: 30,00%

uma vez por semana, 20,00% duas vezes por semana, 40,00% três vezes por semana e

10,00% relataram fazer atividades físicas com outras frequências.

Com relação às sugestões para minimizar os desconfortos/dores, algumas das principais

respostas obtidas foram: redução da carga horária semanal, utilizar compressas de água,

óleo de massagem, descansar um pouco, manter os pés para cima durante um curto

intervalo de tempo, fazer alguns alongamentos, descansar durante a noite ou fins de

semana, permanecer algum tempo sentado e fazer revezamentos entre os setores.

O relato das atividades desempenhadas em um dia normal de trabalho pouco variou, tanto

para auxiliares educacionais quanto para agentes de segurança e pode ser resumido como:

atuação na segurança patrimonial, auxílio na locomoção de pessoas e veículos dentro do

campus e orientar, bem como zelar, pelo bem estar de alunos, visitantes, professores etc.

A seguir foram realizados alguns teste de hipótese com a finalidade de testar se havia

independência entre pares de variáveis aleatórias pertinentes. Por motivo de espaço, serão

relatados apenas os testes que resultaram em dependência estatística, utilizando-se um

nível de significância de 5%.

Para poder se realizar o teste de independência envolvendo a variável faixa etária, as

classes foram agrupadas em dois níveis, a saber: menos de 40 anos e 40 anos ou mais. Foi

então utilizado o teste exato de Fisher. Houve dependência entre percepção de problemas

relacionados a puxadores de portas inadequados (tipo/altura) (P = 0,010) e outros

problemas detectados (P = 0,034), sendo que nos dois casos os mais velhos detectaram

proporcionalmente mais os problemas mencionados. Cabe realçar que nenhum tipo de

desconforto ou dor foi dependente da variável faixa etária.

Quanto ao gênero, houve dependência entre esta variável e percepção de problemas com

respeito à iluminação insuficiente (P = 0,007) com funcionários do gênero masculino

detectando proporcionalmente mais tal problema. Esta dependência pode ser devido a uma

variável de confundimento que é o período de trabalho uma vez que há proporcionalmente

mais funcionários do gênero masculino no período vespertino / noturno (P = 0,017).

A variável gênero foi dependente de algumas variáveis utilizando-se um nível de

significância de 10% e não de 5%. Como a amostra é pequena, um aumento do tamanho

da amostra em trabalhos futuros pode levar a confirmação de dependência entre as

variáveis aleatórias gênero e outros problemas detectados no campus (P = 0,081), com

funcionárias do gênero feminino detectando proporcionalmente mais outros problemas, em

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19

acordo com resultados do trabalho de Mackpesquisa “Acessibilidade e segurança

ocupacional nos edifícios da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana

Mackenzie: estudo de caso e proposta de projeto piloto”, no qual alunas, professoras e

funcionárias também detectaram proporcionalmente mais vários problemas quando

comparado aos respondentes do gênero masculino. Também em relação a outro local para

desconforto ou dor, o gênero feminino assinalou esta opção proporcionalmente mais (P =

0,090).

Também somente ao nível de significância de 10% houve dependência entre gênero e sentir

peso (moderadamente ou mais), sendo o nível descritivo P igual a 0,061, com as

funcionárias relatando proporcionalmente mais tal desconforto.

A variável função exercida foi dependente de sentir estalos, moderadamente ou mais, (P =

0,044) e de sentir peso, moderadamente ou mais, (P = 0,014), com em ambos os casos,

auxiliares de ensino sentindo proporcionalmente mais o desconforto. Nem sempre

dependência estatística implica em causa e efeito, sendo neste caso, difícil a interpretação

dos resultados. Novas pesquisas poderão esclarecer se estas relações foram fortuitas ou

não.

Quanto à variável período (matutino/vespertino ou vespertino/noturno), esta não foi

independente das variáveis: ausência de instalações (outras) adaptadas aos deficientes

físicos (rampas, telefones etc.), com valor-P igual a 0,036; iluminação insuficiente (P =

0,000), sinalização deficiente (P = 0,000), Em todos os casos, funcionários do período

vespertino/noturno detectaram proporcionalmente mais tais problemas. Os problemas de

iluminação insuficiente e sinalização deficiente ficam mais evidentes quando escurece, fato

que deve ter contribuído para tal dependência estatística.

Somente ao nível de significância de 10%, houve dependência entre as variáveis corrimão

(falta ou inadequação) e puxadores de portas inadequados (tipo/altura), ambos com valor-P

igual a 0,080, tendo proporcionalmente mais detecção destes problemas entre os

funcionários do período vespertino/noturno. Novas pesquisas com maior tamanho de

amostra podem confirmar tais resultados.

Ainda analisando a variável período, esta não foi independente das variáveis: sentir

cansaço, moderadamente ou mais (P = 0,024) e sentir dor, moderadamente ou mais (P =

0,024). Em ambos os casos, funcionários do período vespertino/noturno relataram

proporcionalmente mais tais alternativas.

CONCLUSÕES

Os problemas no campus mais detectados pelos auxiliares de ensino e agentes de

segurança foram relativos ao piso como ausência de piso tátil para deficientes visuais,

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problemas no piso (material escorregadio, trincas) e desnível no piso, seguidos por

iluminação insuficiente e sinalização deficiente, estes últimos detectados proporcionalmente

mais por funcionários do período vespertino/noturno.

As atividades que exigem postura em pé, fora do expediente, mais relatadas foram no

transporte e nas funções domésticas.

Quanto a sentir desconforto ou dor nos membros superiores, coluna ou membros inferiores,

quase 70% dos funcionários responderam tal questão afirmativamente, sendo tal

porcentagem bastante expressiva. Os tornozelos, pés e pernas foram os locais mais

apontados, em acordo com a função exercida que sobrecarrega os membros inferiores.

Menos de 15% relatam sentir este desconforto/dor a menos de um mês, indicando que as

soluções não são encontradas rapidamente.

Cansaço e dor foram os sintomas de maiores intensidades, correspondendo

aproximadamente à intensidade moderada. Os desconfortos/dores melhoram em sua

maioria com repouso a noite, sendo o repouso de fim de semana também importante para

minimizar tais sintomas.

Quase 63% dos que sentem algum desconforto e dor alegaram nunca usar remédios,

emplastros ou compressas. Já acessórios como meia elástica e palmilha são usados por

pouco mais das metade dos funcionários que sentem algum desconforto/dor.

O plano de saúde ou convênio é o serviço procurado por quase a totalidade dos funcionários

que relatam sentir algum desconforto/dor sendo que menos de 7% dos funcionários se dirige

ao serviço médico do Mackenzie, o que dificulta o diagnóstico pela instituição, da existência

de funcionários com tais desconfortos.

Outro dado relevante é que aproximadamente 60% dos funcionários não fazem atividade

física.

Novas medidas já estão sendo tomadas para melhorar a qualidade de vida dos auxiliares de

ensino e agentes de segurança, como o uso de banquinhos. Espera-se que esta pesquisa

possa contribuir para tomadas de decisões que beneficiem tais funcionários.

Medidas de substituição do piso já foram tomadas. Espera-se que o conhecimento da

percepção a respeito da questão da acessibilidade na área externa dentro do Campus

também possa auxiliar às tomadas de decisão para melhoria de acessibilidade no Campus

Itambé.

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21

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a colaboração da engenheira de segurança Maria Yolanda Trindade

Pinheiro, do médico do trabalho Dr. Aldemir Natucci Rizzo, do gerente administrativo Sr.

Marco Antonio Cardoso do Nascimento, de Luís Veríssimo de Souza Neto, de Antonio de

Lima Alves e de Giane Alves, funcionários do Instituto Presbiteriano Mackenzie, entidade

mantenedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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