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Festa de Natal da Catequese 22.Dezembro.2012 As cortinas do palco estão fechadas. O maestro (ou se ele não quiser, um adolescente a fingir que é o maestro) do coral de São Francisco sobe ao palco e começa a ensaiar a música que cantaremos no final. O coral está na parte de trás da cripta, canta muito mal, e não obedece às indicações do maestro. 6 adolescentes, que estavam no coral, dirigem-se ao palco, zangados. JOANA Maestro, assim não dá! Não temos condições para trabalhar assim… JOÃO Estamos quase no dia da Festa de Natal da catequese, e não conseguimos cantar uma única música como deve ser! MATILDE Se isto continua assim, eu desisto! Não vou para lá fazer figuras tristes em frente aos miúdos… GUILHERME Oh pessoal, discutir também não nos leva a lado nenhum… Estamos todos muito nervosos e assim não vamos conseguir arranjar solução nenhuma para o nosso problema. O que acham de fazermos um intervalo? O maestro vai descansar um bocado, nós desanuviamos a cabeça… e quando estivermos mais calmos continuamos a ensaiar. JOÃO Pois… acho que é o melhor. ADALBERTO Por mim pode ser! MAESTRO Se acham que é o melhor, por mim tudo bem. (sai do palco) Os adolescentes sentam-se na ponta do palco, por cima do espaço onde se vai construir o presépio. Vão conversando baixinho. TIAGO (com ar espantado) Pessoal, vocês já repararam que não estamos sozinhos? A cripta está cheia de genteJOANA (muito timidamente) Olá meninos(esperar que respondam) Olá meninas… (esperar que respondam. A ideia aqui é criar alguma interação com o público) MATILDE Ó Joana, que dia é hoje? JOANAHoje?! Hummm (vai ver ao telemóvel)hoje é dia 22 de Dezembro, acho! TIAGO (levanta-se de repente e diz) Mas esse é o dia da Festa de Natal!!

Festa de Natal da Catequese 22.Dezembrosai do palco) Os adolescentes sentam-se na ponta do palco, por cima do espaço onde se vai construir o presépio. Vão conversando baixinho

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Festa de Natal da Catequese

22.Dezembro.2012

As cortinas do palco estão fechadas.

O maestro (ou se ele não quiser, um adolescente a fingir que é o maestro) do coral de São

Francisco sobe ao palco e começa a ensaiar a música que cantaremos no final.

O coral está na parte de trás da cripta, canta muito mal, e não obedece às indicações do

maestro.

6 adolescentes, que estavam no coral, dirigem-se ao palco, zangados.

JOANA – Maestro, assim não dá! Não temos condições para trabalhar assim…

JOÃO – Estamos quase no dia da Festa de Natal da catequese, e não

conseguimos cantar uma única música como deve ser!

MATILDE – Se isto continua assim, eu desisto! Não vou para lá fazer figuras

tristes em frente aos miúdos…

GUILHERME – Oh pessoal, discutir também não nos leva a lado nenhum…

Estamos todos muito nervosos e assim não vamos conseguir arranjar solução

nenhuma para o nosso problema. O que acham de fazermos um intervalo? O

maestro vai descansar um bocado, nós desanuviamos a cabeça… e quando

estivermos mais calmos continuamos a ensaiar.

JOÃO – Pois… acho que é o melhor.

ADALBERTO – Por mim pode ser!

MAESTRO – Se acham que é o melhor, por mim tudo bem. (sai do palco)

Os adolescentes sentam-se na ponta do palco, por cima do espaço onde se vai construir o

presépio. Vão conversando baixinho.

TIAGO (com ar espantado) – Pessoal, vocês já repararam que não estamos

sozinhos? A cripta está cheia de gente…

JOANA (muito timidamente) – Olá meninos… (esperar que respondam) Olá meninas… (esperar que respondam. A ideia aqui é criar alguma interação com o público)

MATILDE – Ó Joana, que dia é hoje?

JOANA– Hoje?! Hummm (vai ver ao telemóvel)… hoje é dia 22 de Dezembro,

acho!

TIAGO (levanta-se de repente e diz) – Mas esse é o dia da Festa de Natal!!

GUILHERME (a panicar) – Ai…mas… esse é o dia da Festa de Natal!! (vira-se para

as crianças) Nós estamos na festa de Natal da catequese? (esperar que respondam)

Têm a certeza? (ouvir as respostas)

JOANA – Pessoal, vamos ter de fazer alguma

coisa…improvisar…improvisar…improvisar… (anda pelo palco a pensar, como se

quisesse desesperadamente ter uma ideia)

João, anda cá (espera que o João chegue ao pé dela). Assim de repente, se

pudesses escolher uma personagem do presépio, qual gostarias de ser?

JOÃO (um bocado aflito) – Ahh…uma personagem do presépio! Ai, ai, ai que me

está a dar uma branca! Ahhhh…. (como se se lembrasse de repente de uma

personagem do presépio) gostaria de ser um dos animais!

JOANA (a descer as escadas do palco) – Oh …que coisa estranha! Os animais,

João?! Ora explica-me lá isso…

Os restantes adolescentes saem do palco. Abrem as cortinas.

9º ano

Aparece um agricultor em palco com um fardo de palha às costas, com uns fones, distraído a

cantarolar e a dançar e vai colocando a comida em diferentes partes do palco. Olha para todos

os lados, como se estivesse à procura de alguma coisa. Pára, tira um fone, com ar espantado e

diz:

AGRICULTOR - Atão? Os meus animais? Bicho, bicho, bicho, bicho (procura por

todo o palco)… Mas…onde será que eles se enfiaram? Bicho, bicho, bicho

bicho… (olha para o público e diz) Ah…já percebi…foram vocês!!!!!! (começa a andar

pelo palco agitado e vai dizendo) isto é um problema….um problema muito sério

para resolver… e agora??? Ai ai ai… como vou descalçar esta bota? Não vou

conseguir sozinho… (avança para a frente do palco e fala para o público, fala como se

fosse o gato do Shrek):

Meninos, meninas….Eu tenho uma coisa p’ra vos pedir!! (esperar pela resposta das

crianças) É assim: está na hora dos meus animais comerem, mas como vocês

estão aqui, eles ficaram com vergonha e agora não sei onde estão…

Vocês viram os meus animais?? (enquanto diz isto aparece a vaca pela parte de trás do

palco e desaparece outra vez. Esperar que as crianças respondam) Onde, onde (vira-se

para trás, mas já não está lá ninguém)…. Vocês estão-me a enganar… Vá lá, vamos

tentar outra vez. Viram os meus animais (aparece o burro por trás do palco e

desaparece. Esperar pela resposta das crianças. Vira-se para trás, mas não está lá

ninguém)… não aparecem. Temos de encontrar outra forma de os trazer para

aqui…(com ar pensador)… Já sei!!!!! Temos de chamar por eles…Quando eu

disser 3 gritamos todos: Animais…. Então vá lá… 1…2…3…

TODOS: Animais…

AGRICULTOR: Só mais uma vez…1…2…3…

TODOS: Animais

Começa a ouvir-se o barulho de vacas e burros…

AGRICULTOR: Estão a ouvir??? Eles já estão a chegar!!! Agora vou-me

embora que está na hora de eu também comer! Muito obrigado pela vossa

ajuda. (agricultor sai do palco)

VOZ OFF: Senhores e senhoras, meninos e meninas…estão prestes a dar

entrada neste nosso palco as únicas e maravilhosas….VACAS!!!

Entram as vacas a cantar e a dançar a música: “Tenho orgulho em ser uma vaca”, da Rua

Sésamo. No final da coreografia as vacas ficam em pose.

VOZ OFF: E agora senhores e senhoras, meninos e meninas….chegou a vez

de pisarem o palco os magníficos, os grandiosos….BURROS!!

Entram os burros a cantar e a dançar a música: “Burrito!” No final da coreografia ficam a fazer

pose.

Aparece o agricultor outra vez, espantado porque todos os animais da quinta estão parados no

palco, sem comer. Dirige-se ao público:

AGRICULTOR: Vocês já viram isto? Estes animais estão doidinhos da cabeça.

Em vez de comerem estão p’ra aqui parados a olhar uns para os outros!! Cá

p’ra mim isto é amor!

(dirige-se aos animais) Burros, vacas…. Acordem, pá!

Os animais desfazem as poses e começam a dirigir-se à comida que está em volta do palco, os

burros a comida que está do seu lado e as vacas a que está do seu. Um burro vê o fardo de

palha que está no meio do palco e dirige-se a ele para o comer. As vacas ao verem isto ficam

furiosas e começam a cantar e a dançar:

VACAS: Nós somos as rainhas da quinta

Somos mesmo muito más

Não há quem se atreva a connosco lutar

Somos muito feras

E queremos sempre ganhar!!!

Os burros começam a sussurrar entre eles, indignados. Um deles chega-se à frente e diz:

BURRO 1: Oh seus grandessíssimos burros, não vale a pena discutirmos com

as vacas, já sabemos que elas ganham sempre. Já se esqueceram do nosso

lema? (começa a cantar)

Os teus problemas são para esquecer

P’ra sobreviver tens que aprender

Hakuna Matata

Os burros cantam todos, com coreografia gospel:

Os teus problemas são para esquecer

P’ra sobreviver tens que aprender

Hakuna Matata

Um dos burros vai lá à frente e incentiva as crianças a cantar também.

Os teus problemas são para esquecer

P’ra sobreviver tens que aprender

Hakuna Matata

A coreografia termina com “mãos jazz”. Os burros viram-se para trás e comem a palha do seu

lado, enquanto as vacas comem a palha do centro e a do seu lado. Ouve-se o genérico de um

concurso de televisão.

VOZ OFF: 1,2… som…som… isto tá ligado? (esperar pela resposta das crianças) É

com grande prazer e honra que anuncio que a chegada do menino está

próxima. Serão escolhidos 2 animais desta quinta para aquecerem o menino

junto de Maria e José…Em seguida teremos um debate entre um representante

dos burros e um representante das vacas para decidirmos qual dos grupos terá

esta honra! (ouve-se o genérico outra vez) E agora sem mais demoras a anfitriã e

moderadora deste debate, a dona…OVELHA!!!!

A ovelha aparece com bengala, idosa… a dançar ao som da música “Ovelha Choné”.

Ele é ovelha! Ele é choné!

Goza com quem não sabe lá, sol, fá, mi, ré!

Mas não te esqueças ele é especiAAAAAAALLLLLLLLLLLL!

É uma festa com a ovelha choné! Ele é ovelha! Ele é choné!

Não perde o ritmo mesmo sem bater o pé!

Talvez um dia, haja manEEIIIRAAAA De te juntares à ovelha choné!

Ou balir com a ovelha choné!!

Enquanto isto, uma vaca e um burro entram em palco com os púlpitos em que vão falar. Os

restantes animais ficam atrás do seu representante no debate.

OVELHA: (desabafo) já estou velha pa estas coisas! (para os debatedores) Meus

amigos, vamos já de seguida dar início ao nosso debate! Começamos pelas

senhoras. Senhora dona Vaca, tem a palavra (enquanto faz isto tira o chapéu e faz

uma vénia).

VACA: Nós somos as vacas, descendentes das vacas que o primeiro agricultor

desta quinta trouxe para esta terra! Somos as eleitas!!!! Reinamos nesta quinta

há muitos anos e assim continuaremos! (uma vaca discretamente coloca-lhe uma

coroa na cabeça).

OVELHA: Menos dona Vaca, muuuuito menos!... (a vaca que colocou a coroa tira-lha

da cabeça)… Senhor Burro, tem a palavra!

BURRO: Ei…ó mana…acalma-te, acalma-te….que isto é tempo de paz!!

Peace and love. Ó senhora dona Ovelha, os burros são só paz e amor…nós

criamos um ambiente cool para o menino! Somos fixes, senhora dona Ovelha,

nós somos fixes…. Tenho dito (vira-se para trás e pede aplausos aos outros burros)

OVELHA (dirige-se ao público, com ar de preocupada): Mas o qu’é qu’eu vou fazer

com estes dois!! Mas o qu’é qu’eu vou fazer com estes dois? A vaca…ou o

burro…a vaca…ou o burro!

Quem vota na vaca? (esperar para ouvir as respostas) Quem vota no burro (esperar

para ouvir as respostas)… Oh c’um caneco…acho que temos um empate!! Quem

acha que devem ir os dois p’o presépio???? (ouvir as respostas)

Tanto trabalho, pa no fim dar empate!!! Já não tenho idade p’a isto!!! (sai do

palco)

O burro e a vaca vão para o centro do palco, com ar desconfiado, mas depois acabam por dar

o braço um ao outro e dirigem-se para o presépio a cantar.

VACA e BURRO: Eu tenho orgulho, orgulho, orgulho em ser uma vaca!

Burrito!

Eu tenho orgulho, orgulho, orgulho em ser uma vaca!

Ai, ai burrito!

Eu tenho orgulho, orgulho, orgulho em ser uma vaca!

Burrito!

Eu tenho orgulho, orgulho, orgulho em ser uma vaca!

Ai, ai burrito!

Quando chegarem ao presépio, os burros e vacas que ficaram no palco juntam-se e cantam.

BURROS e VACAS: Hakuna Matata,

O burro e a vaca

Este Natal vai ser muito especial

Eles vão aquecer

O menino Jesus, o menino Jesus!

Fecham as cortinas. O João e a Joana voltam ao palco a rir muito.

JOÃO: Então Joana, gostaste?

JOANA – Hilariante João, muito bom! (vira-se para o público) E vocês, gostaram?

(esperar pelas respostas) Muito? (esperar pelas respostas).

Uma adolescente, Carlota, começa a subir para o palco e, enquanto o faz diz:

CARLOTA (a dirigir-se a João) - Pssss….psss…ó menino, precisa desse farrapo

que tem aí no bolso das calças?

JOÃO (pega no pano que tem pendurado no bolso de trás das calças) – Isto?!

Não…queres ficar com ele? (estende o pano a Carlota que pega nele e se vai sentar no

outro canto do palco, junto às escadas)

TIAGO (enquanto vai subindo para o palco, dirigindo-se a Carlota) – Olha, olha, olha…

também queres este pano que eu p’ra aqui tenho? É que já não serve para

nada…(Carlota acena que sim com a cabeça, Tiago vai-lhe dar o pano e depois dirige-se para

junto dos 2 amigos que estão no meio do palco. Carlota começa a coser os panos) Vocês já

repararam que está meeeesmo a chegar o Natal?

JOANA – Pois é! Eu gosto muito do Natal. É muito fixe.

TIAGO – Também acho. Pelas prendas, pela festa, até pelo presépio!

JOANA – Em tua casa também fazem o presépio?

TIAGO – Sim, e gostamos muito. O nosso presépio tem muitas personagens,

como os pastores e os Reis Magos. Olha, se tu fosses uma figura do presépio,

quem é que gostarias de ser?

JOANA – Fácil: Nossa Senhora! E vou explicar-te porquê…

Os três amigos saem de cena.

8º ano

CORO – O grupo coral canta “Deixa Deus entrar”.

Abrem-se as cortinas. Maria entra em casa com um molho de legumes no braço, que depois

coloca sobre a mesa. Enquanto os arranja e coloca dentro de uma bacia, vem o anjo Gabriel,

vestido de branco e com um lírio na mão.

GABRIEL – Olá Maria! O Senhor está contigo!

MARIA (olha assustada) – Mas, quem és tu?

GABRIEL (com voz calma) – Não tenhas medo, Maria. Foste escolhida por Deus.

Estou aqui para te dizer que irás dar à luz um filho a quem chamarás Jesus.

MARIA – Mas, como é que isso é possível? Sou virgem e ainda não vivo com o

meu marido José.

GABRIEL – O Espírito Santo de Deus virá sobre ti e pelo poder do Altíssimo

conceberás. E o fruto do teu ventre será chamado Filho de Deus.

MARIA – Filho de Deus?

GABRIEL - Sim, Maria, Filho de Deus! O que te anuncio é verdadeiro. Até a

tua prima Isabel gerou um filho apesar da sua idade avançada e está já no

sexto mês de gravidez. Para Deus, nada é impossível.

Acreditando nas palavras do anjo Gabriel, Maria ajoelha-se.

MARIA – Que seja feito como tu dizes.

Gabriel coloca a sua mão sobre a cabeça de Maria e deixa-a a sozinha. Ela levanta-se e

começa a pensar em voz alta.

MARIA – Vou ser mãe do Filho de Deus? Isto só pode ser um sonho… Mas

como vou contar isto ao José e aos meus pais?

Entram Ana e Joaquim, os pais de Maria. Joaquim traz na mão um caixote de madeira com

hortaliças.

MARIA (cumprimentando os pais e agindo de forma muito atrapalhada) – Olá, mãe!... Olá,

pai!... Já voltaram… Como foi lá em Cafarnaum?... Venderam muita coisa?

JOAQUIM – Apenas o queijo. Trouxemos as hortaliças quase todas.

ANA – Está tudo bem, filha? Pareces estranha.

MARIA – Bem…, eu não sei muito bem como dizer isto, mas… hum… É que

eu… hum… eu vou ser mãe.

ANA (com uma expressão de espanto e reprovação) – O quê?

JOAQUIM (com ar de zangado) – O que foi que tu disseste?

ANA – Oh, meu Deus! O que foste fazer!… Tu sabes que a Lei proíbe que

tenhas filhos antes de casares com o José!

JOAQUIM – Como é que foste capaz de fazer isso? Desgraçaste a tua vida e

desonraste a nossa família. O que vai ser de nós?

Joaquim senta-se numa cadeira; coloca as mãos na cabeça em sinal de desorientação.

MARIA – Acreditem em mim. Não é nada disso que vocês estão a pensar. Um

anjo disse-me que eu vou ser mãe do Filho de Deus, do Messias prometido.

ANA – Um anjo disse-te isso?, que serias mãe do Filho de Deus?

MARIA – Sim, fui escolhida por Deus!

ANA – É verdade que tu nunca nos mentiste, mas essa é difícil de acreditar.

MARIA – O anjo disse-me que a prima Isabel está grávida de seis meses!...

JOAQUIM – Ainda que isso fosse verdade, ela está casada! Não percebes o

que está acontecer?

MARIA – Eu contei a verdade! Como vos disse, Isabel está grávida, e eu

gostava de ir visitá-la.

ANA – Tu só podes estar a brincar! Primeiro a gravidez e agora a ideia louca

de viajar… Oh, meu Deus, o que foi que fizemos para merecermos isto!

JOAQUIM – O senhor Moisés deve estar para chegar de Ain Karin. Se for

verdade o que nos dizes, nós deixamos-te ir. Se não for, não sei como será…

O Sr. Moisés bate palmas do lado de fora.

MOISÉS – Oh da casa! Senhor Joaquim!... D. Ana!...

ANA – Já vai! (dirige-se à porta). Olá, senhor Moisés, entre, por favor. Estávamos

mesmo agora a falar de si.

MOISÉS – Ah sim! Pois olhe, vocês nem calculam a notícia que eu tenho para

vos dar. É tão incrível que nem dá para acreditar.

JOAQUIM – Diga lá, homem! O que se passa?

MOISÉS – É a vossa prima Isabel. Está grávida de seis meses!

Joaquim e Ana olham para Maria.

ANA – Isso é um milagre! Louvado seja Deus!

Ana abraça Maria.

MOISÉS – E olhe que é mesmo! Parece que o Zacarias estava no Templo

quando Deus lhe prometeu um filho.

JOAQUIM – Isso é maravilhoso! Temos que celebrar. Beba um copo de vinho

connosco.

MOISÉS – Não, não, obrigado. Tenho de ir andando. Só passei por cá para vos

dar esta notícia.

Joaquim e Moisés cumprimentam-se e Moisés sai de cena.

MARIA – Agora acreditam em mim?

JOAQUIM E ANA – Sim, filha, acreditamos!

JOAQUIM – Eu vou falar com o senhor Elias. Ele e a família partem amanhã

para a Judeia e tu vais com eles

MARIA (sorrindo) – Eu prometo que estarei de volta a tempo das vindimas.

CORO – O grupo coral canta “Mãe, guarda o meu sim”

Os três abraçam-se. Maria parte em viagem com Elias e a família. Quando chega a casa de

Zacarias, ela chama por ele e por Isabel.

MARIA – Isabel! Zacarias!

Ao ouvir chamar, Isabel coloca a mão no ventre e sorri de alegria. Vai à porta.

ISABEL – Maria! Que bela surpresa! Entra.

Maria e Isabel cumprimentam-se.

MARIA – Isabel, que bom ver-te assim feliz!

ISABEL – Maria, és bendita entre as mulheres e bendito é o fruto do teu

ventre!

MARIA – Mas, como é que tu sabes?...

ISABEL – Assim que ouvi a tua voz, o meu menino saltou de alegria no meu

ventre.

Entra Zacarias, mas não fala. Ele cumprimenta Maria e sorri.

MARIA – Tu não falas?

ISABEL – Não! Ele não acreditou quando o Senhor lhe disse que eu ia ficar

grávida.

MARIA – Meu Deus!

Zacarias faz gestos de alegria, sorri e dança.

ISABEL (sorrindo) – Mas ele está tão feliz!

Todos saem do palco.

NARRADOR – Maria ficou em casa de Isabel e de Zacarias até ao nascimento

de João. Quando nasceu, Zacarias voltou a falar. Depois, Maria regressou a

Nazaré, onde os seus pais e José a aguardavam ansiosamente. Mas, como iria

reagir José à gravidez de Maria? Será que ele vai acreditar nela?

Maria está de novo em casa e conversa com José.

MARIA – José, eu não sei o que vais pensar de mim, mas aconteceu uma

coisa incrível comigo.

JOSÉ – Eu já sei! Estás grávida.

MARIA (alarmada) – Como é que tu sabes? Quem foi que te disse isso?

JOSÉ – Foram os teus pais. Eles falaram comigo e contaram-me o que se

passa. Tenho que te dizer que não acreditei em ti! Pensei mesmo em deixar-te,

fugir daqui. Mas depois tive medo pelo que te podia acontecer. Nem imaginas a

confusão que ia na minha cabeça…

MARIA – Imagino sim…

JOSÉ – Pois nessa noite, o anjo Gabriel veio falar comigo e confirmou que era

verdade o que dizias e que Deus conta comigo para ser o pai do Messias, eu,

um simples carpinteiro…

MARIA (sorrindo de contentamento) – Mas honesto e bom…

José e Maria entreolham-se e ele segura a mão de Maria; os dois abraçam-se. Fecham-se as

cortinas. Maria ocupa o seu lugar no presépio.

Tiago sobe ao palco de braço dado com Adalberto.

TIAGO – Esta é uma história mesmo bonita, não é Adalberto?

ADALBERTO – Fogo, podes crer…olha que é preciso ter muita coragem…

TIAGO (dirige-se ao público) – E vocês, concordam com o Adalberto? (esperar pelas

respostas. Se necessário, insistir com qualquer coisa do tipo: “Não estou a ouvir nada, têm de

falar mais alto! Sim ou não?”, ou qualquer coisa do género)

ADALBERTO – Sabes uma coisa Tiago? Eu gostei muito da história que a

Joana nos contou, mas se fosse eu… se pudesse escolher uma personagem

do presépio escolhia José.

TIAGO – A sério?! E porquê?

ADALBERTO – Por causa de uma coisa que aconteceu a dois amigos meus lá

na escola na semana passada. Olha, um deles até se chama Tiago como tu.

TIAGO – A sério? Então só pode ser boa pessoa! Conta lá o que aconteceu,

então.

Tiago sai do palco e Adalberto vai-se sentar junto de Carlota. Abrem-se as cortinas.

7º ano

Palco: escola e pátio. Enquanto a voz-off narra, a peripécia é executada pelas personagens.

VOZ-OFF – Certo dia, os dois irmãos, Sara e João decidiram pregar uma

partida ao Gustavo, um amigo da escola. Foram até ao seu cacifo, abriram-no

e tiram-lhe uma das coisas que para ele tinha mais significado: um relógio,

presente que o seu avô lhe tinha oferecido.

Chega o Gustavo e senta-se no banco da escola. Tiago cumprimenta-o.

TIAGO – Olá Gustavo!

GUSTAVO – Olá! Estava a ver que não chegavas. Hoje trouxe o relógio que o

meu avô me deu, está guardado no meu cacifo. Queres ir ver?

Toque de entrada.

TIAGO– Sim, vamos depois da aula?

GUSTAVO – Combinado!

Os dois dirigem-se para a sala. Sentam-se. Som – tic-tac de um relógio, toque de saída.

GUSTAVO – Tiago, vamos?

TIAGO – Vou só terminar de passar estes apontamentos. Vai indo, já lá vou

ter.

Gustavo dirige-se para o cacifo. Abre o cacifo e procura o relógio.

GUSTAVO – Não encontro o meu relógio. Será que o guardei na pasta?

(Procura na pasta) Não está! Mas como é que não está aqui? Quem poderá ter

vindo aqui? Só eu e o Tiago é que sabemos o código do cacifo… (fica apreensivo)

Ó Tiago…. Não, não pode ser…

Chega o Tiago.

TIAGO – Então? Onde está esse relógio?

GUSTAVO – Não sei, desapareceu!

TIAGO – Desapareceu, como? Procura melhor.

GUSTAVO – Já vi em todo lado. Não percebo Tiago, só tu e eu é que

sabíamos o código do cacifo…

TIAGO – O que queres dizer com isso?

GUSTAVO – Não sei, quem poderia ter vindo mais aqui para além de nós os

dois?

TIAGO – Não acredito que estás a desconfiar que fui eu que vim aqui tirar-te o

relógio! Já me conheces há muitos anos para saber que era incapaz de fazer

uma coisa assim. Mas parece que deixaste de confiar em mim. Fica bem

Gustavo!

Tiago sai do palco.

GUSTAVO – Espera Tiago… Tiago….

Passam vários dias e enquanto a voz-off descreve o que aconteceu nesse espaço de tempo as

personagens executam a cena.

VOZ-OFF – Tiago não queria acreditar que o seu melhor amigo tinha acabado

de perder a confiança nele, ficou muito triste e por isso decidiu afastar-se.

Gustavo estava muito confuso, sabia que não podia ter sido o Tiago mas as

provas eram demasiado evidentes. Vários dias passaram e os dois melhores

amigos não se falavam. Sara e João perceberam que alguma coisa se passava

entre os dois mas sempre pensaram que ia acabar por passar. Numa bela

manhã os dois irmãos conversavam…

Espaço exterior da escola.

SARA – João, acho que o Gustavo e o Tiago estão zangados e a culpa é

nossa…

JOÃO – Pois, eu também já reparei. Será que é por causa do relógio?

SARA – Acho que sim. No outro dia ouvi dizer que só os dois sabiam o código

do cacifo e parece que o Gustavo pensou que podia ter sido o Tiago.

JOÃO – Acho que está na altura de acabarmos com esta brincadeira.

SARA – Olha o Gustavo está ali sentado. Vamos falar com ele e contar toda a

verdade!

Sara e João vão ter com Gustavo.

JOÃO – Olá Gustavo!

GUSTAVO – Olá!

SARA – Eu e o João temos uma coisa para te contar. Percebemos que tu e o

Tiago estão zangados e a culpa é nossa. Fomos nós que tiramos o relógio do

teu cacifo!

Gustavo fica surpreendido.

JOÃO – Desculpa Gustavo, foi uma triste brincadeira. Aqui tens o teu relógio…

GUSTAVO – Eu sabia que não podia ter sido o Tiago…fui tão injusto!

Tiago chega à escola e Gustavo chama-o.

GUSTAVO – Tiago chega aqui. (Tiago dirige-se a Gustavo) Desculpa ter

desconfiado que podias ter sido tu a roubar-me o relógio. Já sei toda a

verdade…

TIAGO – Estás desculpado Gustavo. Sabem, esta situação lembra-me uma

história que ouvi na catequese no domingo passado… (os três sentam-se a ouvir a

história) É sobre José, o Pai de Jesus na terra. Era um homem trabalhador,

estava noivo de Maria. Os dois iam casar-se em breve até que um dia Maria

contou a José que um Anjo lhe tinha anunciado que ela ia ser Mãe de Jesus…

Luzes desviam-se para meio do palco.

„‟Mateus 1, 18- 25‟‟

“ José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu

deixá-la secretamente”. (Focam-se as luzes em José que aparece no Palco. José caminha

com as suas coisas.)

“Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos

e disse: “José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que

ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o

nome de Jesus, porque ele salvará o povo dos seus pecados”

Luzes focam-se de novo em Tiago, Gustavo Sara e João.

TIAGO – José estava em conflito com a sua consciência pois sabia que Maria

era incapaz de lhe mentir mas não sabia o que fazer. O encontro com o Anjo

enviado por Deus fez com que sentisse uma paz enorme no seu coração e,

rapidamente, percebeu que tinha de estar ao lado de Maria.

Luzes começam a desviar-se, Tiago continua e as luzes direcionam-se totalmente para José.

TIAGO -“Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor”.

Luzes focam-se em Tiago, Gustavo, Sara e João.

GUSTAVO – Que bela história de entrega e confiança.

TIAGO – Sim, José confiava em Maria, não havia motivo para não estar a seu

lado.

SARA – Quando são as tuas sessões de catequese?

TIAGO – Ao domingo, às 10h, temos a Eucaristia e depois às 11h a sessão.

Apareçam!

JOÃO – Sara, os pais já estão à nossa espera. Desculpem toda esta situação.

SARA – Até domingo!

TIAGO – Toma Gustavo, isto é para ti. Agora tenho de ir!

Tiago entrega uma caixa com a roupa de José dentro e sai do palco. Gustavo abre a caixa, ao

ver a roupa de José sorri, levanta-se veste-a e caminha para o presépio. Fecham-se as

cortinas. Adalberto dirige-se para o centro do palco.

ADALBERTO – (Enquanto caminha) Sara e João perceberam que erraram e

concordaram que não voltavam a fazer algo semelhante. Gustavo ficou

magoado com a atitude dos dois irmãos mas ficou ainda mais triste por não ter

confiado totalmente no seu melhor amigo. Ao ouvir a história de S. José

percebeu que deve seguir o seu coração e confiar em quem sempre o

respeitou. (vira-se para Carlota e diz, enquanto vai ter com ela) Carlota, obrigada por

me teres feito companhia, enquanto contava a minha história. (tira um pano do

bolso e entrega-lho) Toma, já sei que queres isto!

CARLOTA – Obrigada Adalberto! (vira-se para o corredor central da cripta, onde estão

Matilde e Guilherme a falar um com o outro e diz) Olha ali, aqueles não são os teus

amigos que estavam aqui contigo no início da festa?

ADALBERTO – Olha, pois são… São o Guilherme e a Matilde.

CARLOTA – Eles estão a conversar, mas nós não conseguimos ouvir nada do

que estão a dizer!! Chama-os para aqui…

ADALBERTO (vira-se para onde o Guilherme e a Matilde estão)- Ó Guilherme e

Matilde venham para aqui que eu, a Carlota e estes meninos todos queremos

ouvir o que vocês estão a dizer!! (Enquanto o Guilherme e a Matilde vão para o palco) E

eu vou aproveitar para ir à casa de banho… que estou mesmo, mesmo, mesmo

aflitinho. (virado para o público) Até já pessoal (sai a correr).

Guilherme e Matilde já no palco:

GUILHERME – Olha lá e tu que figura é que gostavas de ser no presépio se

pudesses escolher?

MATILDE – Ora, nem parece teu. Então não se está mesmo a ver qual é a que

eu gosto mais?

GUILHERME – Ahhh…(como se tivesse a perceber) não…

MATILDE – Oh, estás todo trengo hoje. Como é óbvio eu gostava de ser o

anjo. A vir dos céus, toda de branco, a anunciar a chegada do menino a todos

aos pastores e a todos os povos… ahhh (suspiro meio apaixonado, com um pequeno

rodopio).

GUILHERME – Olha que engraçado eu gostava de ser um dos pastores, já

viste o que era ter direito a um anuncio especial de que Jesus Nasceu e ser um

dos primeiros a ir vê-lo, ainda pequenino nos braços da Maria? É um grande

privilégio…

MATILDE – Vá até posso concordar, mas ser o anjo é muito mais fixe… ah ah

(mais uns rodopios)

GUILHERME – Oh coitada isso um dia passa-lhe (virado para o público). Olha lá,

faz lá aqui a junção… eu gostava de ser o pastor e tu gostavas de ser o anjo…

MATILDE – Sim… e….

GUILHERME – Então tu gostavas de ser o anjo e eu o pastor. O anjo anunciou

aos pastores….capiche? (momento de pausa para a rapariga pensar)

MATILDE – Ah pois é. Ora se fossemos mesmo nós naquela altura… eu o anjo

e tu o pastor…

Sentam-se num canto do palco como que a imaginar, abrem-se as cortinas.

6º ano

Entram uns rapazes vestidos de pastores com ar cansaço.

PASTOR 1 – Oh Miquelino… a gente já na pode mais… a gente tem que se

assintar aqui pa descansar um pouco a moleirinha… eh já na quero mas hoje,

ora abanca-te aqui (têm que imaginar com sotaque alentejano XD)

PASTOR 2 – Eh pá és sempre a mesma coisa, irra pá…

Sentam-se e começam a fazer uma fogueira.

PASTOR 3 – Isto hoje foi uma grande estafa…. Nunca mais cá chegávamos…

e hoje tivemos cá um dia…

PASTOR 4 – Nem me digas nada, nem sei o que nos vai acontecer mais

hoje… eh pá, era daqueles dias em que uma pessoa devia ficar na cama e não

se levantar.

PASTOR 5 – Ao menos chegámos todos ao destino, isso é o que interessa…

PASTOR 1 – Isso é tudo muito bonito, muito bonito mas vamos mas é comer,

quê tô cheio da fome (começa a tirar as coisas da saca pão e está todo contente)

PASTOR 2 – (tira-lhe o pão da mão) És mesmo…. Eh pá… essa cabeça é mesmo

dura… acabámos de chegar, chegámos todos inteiros e tu só pensas em

comer…

PASTOR 1 - Atão querias que pensasse em quê… diz-me lá o espertinho?

TODOS OS PASTORES – REZAR!

Poem-se de joelhos, mãos juntas e perto da cara e começam a cochichar, muito pouco tempo.

PASTOR 3 – Agora sim, podemos comer oh esfomeado…

Pastor 1 tira de novo o pão ao pastor 2 tipo é meu!

Começam todos a comer e a aquecer as mãos à volta da lareira.

Os pastores deitam-se a dormir.

Surge uma luz brilhante, é o anjo, os pastores não acordam.

ANJO 1 – Pss….

Pastores nada.

ANJO 1 – Cof cof…

PASTOR 4 – (começa-se a levantar, sem reparar no anjo)…. Eh pá este Maneli é

sempre a mesma coisa… ronca que nem um burro… (olha para o anjo e assusta-se)

ai mãezinha… qué isto? Oh Jaquim… oh Jaquim… acorda, ai oh Maneli quê tô

a ficar doudo, oh Miquelino… (anda a tentar acordá-los muito aflito, lentamente começam-

se a levantar)

Tentam-se esconder uns atrás dos outros.

ANJO 1 – Não temais, meus irmãos…Jaquim… não tenhas medo, não vos vou

fazer mal…

PASTOR 5 – Ai, olha, a senhora brilhante lá de cima, sabe o mê nome…(muito

espantado)

ANJO 1 – Eu venho anunciar-vos uma grande nova… nasceu hoje para todo o

povo o menino que será o nosso salvador, o Filho de Deus.

Ficam com cara de parvos.

ANJO 1 – Nasceu pobre, no estábulo, no meio dos animais. E veio para todos

vós. Venho anunciar-vos a chegada do Messias Prometido… ide… ide ver.

PASTORES (começam a correr de um lado para o outro, a tentarem apanhar as coisas

todas para saírem a correr)– Ai o Messias, a gente tem que ir, a gente tem que ir, a

gente tem que ir e chamar os outros que andam ai pelos campos… (saem por

trás)

ANJO 2 (Leonor) – (entra no palco vestida de branco a dançar/patinar ao som da música

dos anjos que o coral irá cantar e que eu não sei qual é, desce se puder e conseguir e dança

no corredor central – a primeira parte da música é só ela a dançar e ao descer é como se

chamasse os outros anjos para virem também)

ANJOS (aparecem várias meninas vestidas de branco com velas/ tochas na mão a começar

a construir o caminho para os pastores. Outros anjos vêm de várias partes da cripta e dançam

enquanto os pastores não chegam… estarão vestidos de branco com fitas e a dançar todos

contentes)

Os pastores aparecem e começam a chamar outros que estarão espalhados pela cripta, vão

andando e vão-se juntando para caminharem para onde o presépio estará a ser “montado”.

Os anjos vão dançando, chamando alguns pastores também e no final fazem um corredor de

luz na última parte do caminho dos pastores, fica intercalado uma menina que dançou e uma

que tem a vela.

As cortinas abrem do lado do presépio e os pastores tiram boinas e chapéus e prostram-se

diante do menino.

ANJO 1 – Eu não vos disse? Nasceu para todos Vós o menino Salvador, Jesus

o filho de Deus

PASTORES (em coro) – Ahhhhh…. O menino….

Os anjos desaparecem, as velas apagam-se e os pastores sobem para o palco, as cortinas

fecham, no presépio ficam apenas 2 pastores e um anjo e os restantes saem.

MATILDE- Como teria sido bom ser um anjo naquela altura, poder ser a voz

que anuncia a todos o nascimento de Jesus… (anda para lá a rodopiar)

GUILHERME – (fala para o público) Não lhe liguem, ela é mesmo assim. Ela até

pode ter razão mas se eu pudesse escolher escolhia na mesma os pastores

para poder ser dos primeiros a adorar o menino….

MATILDE (dirige-se ao público) - E vocês?! Quem é que gostaria de ser o anjo do

presépio? (ouvir as respostas) Muito bem!

GUILHERME – E quem é que gostaria de ser um pastor? (ouvir as respostas)

MATILDE – Acho que estamos empatados. É metade metade… Assim

ninguém se chateia.

GUILHERME – Pois, lá isso é verdade! Oh Matilde, reparaste que o Rui, o

Carlos e o David não vieram ao ensaio do coro? Eu até tinha aqui este pano

para lhes dar…

MATILDE – Um pano?! Porque raio é que eles quereriam um pano?!

GUILHERME – Sei lá!!! Sabes que eles estão sempre com invenções e

experiências…daquelas cabeças nunca se sabe o que pode sair!

CARLOTA (que entretanto se levantou e foi ter com os dois amigos) – Então podes dar-

mo a mim?

GUILHERME – Sim, toma lá! (entrega o pano a Carlota)

MATILDE – Toma este também! (entrega o pano a Carlota e esta volta a sentar-se no

mesmo sítio) Porque será que a Carlota quer estes panos todos?! Está a cosê-

los… que esquisito!

Rui, Carlos e David aparecem a correr, no meio da Cripta, todos esfarrapados cabelos no ar,

cara toda chamuscada, a chamar pelo Guilherme e pela Matilde.

GUILHERME – Carlos? Rui? David?! (com ar espantado) O que é que vos

aconteceu?

RUI – Oh, estávamos no laboratório de ciências lá da escola e o nosso

professor contou-nos o que tinha acontecido a três amigos dele, que são

cientistas: O Gaspar, o Melchior e o Baltazar…Nós quisemos imitar as

experiências deles e…

CARLOS - Bummmm….o laboratório foi pelos ares!

MATILDE – Agora fiquei muito curiosa…Têm de nos contar a história do

Gaspar, do Melchior e do Baltazar!

DAVID - Está bem, está bem…

CARLOTA - Mas antes deixem ficar aqui comigo esses paninhos tão giros que

trazem aí!

Os 3 amigos vão entregar os panos a Carlota e saem do palco, juntamente com Matilde e

Guilherme, a conversar. Abrem-se as cortinas.

10º ano

Está o Gaspar no seu laboratório a estudar as estrelas. Ele avista uma nova estrela que brilha

no céu e liga para os seus companheiros cientistas Melchior e Baltazar.

GASPAR – Olá Baltazar, olha descobri uma estrela nova no céu. É tão linda.

Tens vir cá ver, e já agora traz o Melchior contigo.

Juntam-se os três no centro do palco, a admirar a estrela que entretanto aparece ao centro/

frente do palco. A estrela sai e aparece no meio deles a Vela do Anúncio, que diz.

VELA DO ANÚNCIO – Vocês fazem parte de algo grandioso que está para

acontecer por aqui!

A Vela do Anúncio chega até à frente do palco e diz para a plateia. Entretanto os cientistas

dialogam entre si.

VELA DO ANÚNCIO – Sou a luz que iluminou a inteligência destes três, que

sem saber, procuram no firmamento um sinal que anunciasse a vinda de

alguém muito importante... Sabem quem?

Os cientistas falam agora entre si, enquanto a Vela sai de palco.

MELCHIOR – Olha lá Gaspar, isto está tudo muito estranho!

BALTAZAR – É verdade! Estrela nova no céu. E esta Vela, esta luz... o que é

isto?

GASPAR – Eu cá não sei, mas não acham muita coincidência nós termos o

mesmo nome que os Reis Magos do Presépio? Será que nos estão a tentar

dizer alguma coisa?

Começa-se por ouvir uma música alusiva ao Reis Magos. Lentamente alguns adolescentes vão

aparecendo vestidos de negro de forma a só evidenciar as roupas dos Reis Magos que trazem

nas mãos. Despem as batas aos cientistas e começam a vesti-los, como que por magia, de

Reis Magos.

A música termina e eles ficam encantados a olhar para as novas vestes. De repente a Estrela

coloca-se no meio deles e diz:

ESTRELA – Eu sou a Estrela de Belém, a mais brilhante do Universo. Apareci

aqui e sou eu que vos guiarei até ao local onde nasceu Jesus.

Os reis Magos chegam-se mais à frente no palco e apresentam-se.

GASPAR – Sou do país dos caldeus

O segundo rei Gaspar

Conduzido pela esperança

De Jesus adorar.

BALTAZAR – Sou Baltazar, rei negro

Senhor dos altos sultões

Onde há muitas panteras

Tigres, lobos e leões.

MELCHIOR – Sou da India oriental

O rei Melchior terceiro

Solidário no desejo

Dos meus companheiros.

Os Reis Magos poêm-se a caminho e vão ter ao Palácio do Rei Herodes. A estrela não está

visível.

MELCHIOR – Tens a certeza que estamos no lugar certo?

BALTAZAR – Sim Gaspar! Trouxeste-nos até aqui, mas já faz algum tempo

que não vemos a Estrela.

GASPAR – Têm razão. Mas pela lógica, quem melhor do que a esposa do Rei

Herodes para dar à luz um novo rei?

MELCHIOR – Deus pode facilmente destronar reis, para Ele nada é impossível.

BALTAZAR – Vamos lá procurar o rei Herodes!

GUARDA – Estranhos, alto! O que querem daqui?

MELCHIOR – Viemos das terras do Oriente. Somos estudiosos das estrelas.

Descobrimos uma estrela que anuncia o nascimento de um novo rei.

Caminhamos durante dias. Queremos conhecer esse novo rei.

GUARDA – Aguardem aqui.

O guarda sai e volta acompanhado pelo rei Herodes.

HERODES – Então vocês sabem do nascimento de um novo rei? Aqui não há

lugar para um novo rei. Mas contem-me bem essa história.

GASPAR – A verdade é que vimos uma estrela, mas já faz uns dias que a

perdemos de vista.

BALTAZAR – É verdade. Vimos a estrela do novo rei dos judeus. Chegamos

até aqui pois achavamos que nos podia mostrar o novo rei. Viemos em paz

para adorá-lo e presenteá-lo.

HERODES – É estranho a história desta estrela.

Guarda, chama-me o sábio do palácio.

O guarda sai e volta logo depois trazendo consigo o sábio.

SÁBIO – Aqui estou meu rei, o que deseja?

HERODES – Informa-me imediatamente sobre o futuro do meu reinado. O que

está previsto sobre o nascimento do novo rei dos judeus.

O Sábio saca de um pergaminho de dentro da sua sacola e proclama.

SÁBIO – “Na cidade de belém, na região da Judeia, pois foi isto o que o profeta

escreveu: Tu Belém, da terra de Judá, de modo, nenhum és a menor entre as

principais cidades de Judá, porque de ti sairá o lider que guiará o meu povo de

Israel.”

Dito isto, e com o consentimento do rei o sábio retira-se.

HERODES – Vocês ouviram. O novo rei nasceu em Belém. Faz poucos dias.

Sigam para Belém e encontrem esse novo rei. Depois voltem aqui para me

dizer onde ele se encontra, pois também eu quero ir adorá-lo.

Os magos agradecem e retiram-se. Ouve-se um pequeno excerto da música “Se acreditas que

há um milagre” cantado pelo coral, enquanto caminham os Reis Magos atrás da estrela até ao

presépio.

A estrela fica em cima do palco, mesmo por cima do presépio. Quando lá chegam, a música

para e ouve-se alguem dizer.

VOZZ OFF – Eis que a estrela que viram, seguia à sua frente.

Os verdadeiros servos de Deus têm que ser assim, persistentes,

capazes de conduzir os outros, de evangelizar, de cuidar das ovelhas

do Senhor.

Entrando no estábulo viram o menino com Maria sua mãe.

BALTAZAR – Abençoada és tu Maria, pois és a mãe deste novo rei.

GASPAR – Viemos de longe e seguimos a estrela do novo rei. Passamos por

reinos e ricos palácios e encontramos a salvação neste humilde estábulo.

MELCHIOR – Os nossos presentes simbolizam o brilho, o perfume e a dor. Em

todo o mundo o novo rei será conhecido. Pelo brilho, pelo perfume ou pela dor.

BALTAZAR – Fomos advertidos pelo divino Criador que não nos devemos

demorar nesta terra e que devemos regressar a casa. Que a grandiosa mão de

Deus os proteja.

VOZZ OFF – É então que a estrela acaba a sua missão. É com humildade que

se retira, porque uma luz muitíssimo mais brilhante a apagou: JESUS!!

A estrela apaga a sua luz e retira-se. Os reis Magos dizem em coro.

GASPAR, BALTAZAR, MELCHIOR – Agora é a luz de Jesus

Que nos conduz

No nosso dia a dia!

Feliz Natal

Com paz e alegria!

Dito isto, os reis descem as escadas do palco e vão-se juntar às restantes figuras do presépio.

Fecham-se as cortinas. Carlota levanta-se do seu lugar, pega na manta que construiu e dirige-

se para o meio do palco com ar triste.

CARLOTA - Já viram meninos? O presépio já está completo! Está mesmo

bonito, não está? (esperar pelas respostas das crianças) Mas…e eu?! Já não tenho

lugar… estava entretida a fazer esta mantinha (mostra a manta às crianças) e agora

fiquei sem lugar no presépio! Mas eu queria tanto fazer parte…(ouve-se o som de

um bebé a chorar) Oh….o menino Jesus está chorar… queria tanto poder dar-lhe

um abracinho! Porque será que ele está a chorar? (diz, pensativa) Se calhar está

com frio…. Já sei, tive uma ideia! O menino Jesus está com frio, eu tenho uma

mantinha…o que é que vocês acham de eu ir para ali (aponta para o presépio) e

aquecê-lo?! (ouvir as respostas).Afinal o Natal é para toda a gente! E enquanto eu

ocupo o meu lugar no presépio vamos todos cantar a canção que aprendemos

na catequese, pode ser? (ouvir as respostas) Então vá lá… Música Maestro!!!!

Carlota vai ocupar o seu lugar no presépio enquanto todos vão cantando a canção.