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Festival Silêncio 2011

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Festival Silêncio 2011

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Direcção . Sandra Silva . Alexandre Cortez . Gonçalo RiscadoConsultora literária . Mafalda Lopes da Costa

Produção . Débora Marques . Fernanda Borba . Ana ReisComunicação . Pedro Azevedo . Janine Lage . Myriam Zaluar

Produção vídeo . João Pedro GomesEstagiários RESTART . Joana Patrício . Sara Silva . Catarina Pimentel . João Cotrim

Design . YUP/ Paulo ArraianoFotografia . Isabel Pinto (p. 5) . Fernando Laszlo (p. 7) . Tó Trips (p. 9) . João Silveira Ramos (p. 14)

MBarbaraM (p. 18 e 29) . Kelly Jeffrey (p. 26)Ilustração . Tó Trips (p. 11)WEB . Buran Design Studio

Produtores . 101 Noites/ CTL - Cultural Trend LisbonParceiros Fundadores . Institut Français Portugal/ Goethe-Institut Portugal

Entidade gestora . CTL – Cultural Trend LisbonImpressão . Lisgráfica

Tiragem . 45.000Distribuição gratuita

FESTIVAL SILÊNCIOTrav. Do Carvalho 15, 1ºesq lisboa

21 343 01 07 . [email protected]

www.fesTivalsilenCio.Com

Cinema S. Jorge . Av. Liberdade, 175 Musicbox . R. Nova do Carvalho, 24 (Cais do Sodré)

Institut Français du Portugal . Av. Luís Bívar, 91 CEAUL Fac. Letras da Univ. de Lisboa . Al. da Universidade

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O Festival silênciO aFirma-se cOmO um eventO internaciOnal que dá vOz às nOvas tendências

artísticas e nOvas expressões urbanas em tOrnO da palavra dita e dO seu cruzamentO

cOm as Outras artes.

atentOs aOs nOvíssimOs mOvimentOs que cruzam a palavra cOm a música, artes

cénicas Ou vídeO e imprimem à pOesia uma nOva dimensãO, desaFiámOs criadOres

naciOnais e estrangeirOs de diversas áreas a apresentarem prOjectOs que cruzem a

palavra cOm as diFerentes artes, espelhandO assim a vitalidade dOs nOvOs mOvimentOs em

tOrnO da palavra.

nesse sentidO, O Festival silênciO pretende nãO só dar a cOnhecer O trabalhO de

cOnsagradOs artistas representantes desses mOvimentOs, cOmO também prOmOver a criaçãO

de nOvOs prOjectOs prOvOcandO encOntrOs entre jOvens artistas estreantes OriundOs de

diFerentes áreas.

através de espectáculOs transdisciplinares que cruzam a palavra cOm a música, artes

cénicas Ou vídeO, cOnFerências, mOstras de Filmes e dOcumentáriOs, cOncertOs,

leituras encenadas, wOrkshOps, expOsições e lançamentOs de livrOs, O Festival silênciO apOsta na transversalidade e abre caminhO

para a cOnquista de nOvOs públicOs.

tendO cOmO principais palcOs O cinema sãO jOrge e O musicbOx, O Festival silênciO irá

trazer na sua terceira ediçãO grandes nOmes da cena literária e artística

naciOnal e internaciOnal apresentandO uma prOgramaçãO cOm nOvas rubricas e espectáculOs em estreia absOluta que

prOmetem transFOrmar, de 15 a 25 de junhO, lisbOa na capital da palavra.

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A palavra cantada é filha da música e da poesia, uma filha que ganhou vida própria e autonomia a partir dos genes das suas progenitoras. A convite do Festival Silêncio, José Mário Branco e Camané, acompanhados por Carlos Bica, José Peixoto e Filipe Raposo, propõem uma incursão nesse mundo – ao mesmo tempo íntimo e universal – onde cada um de nós pode fixar as raízes da vida. Um jogo de tensões entre o silêncio e os sons, no espaço e no tempo cénicos, que é o apanágio da canção poética. Simples, profundo, nutritivo.

espectáculOMÚSICA DE PALAVRA(S) quARtA 15 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 1 15€

JOSÉ MÁRIO BRANCO, VOZ E GuItARRA; CAMANÉ, VOZ; CARLOS BICA, CONtRABAIXO; JOSÉ PEIXOtO, GuItARRA; E FILIPE RAPOSO, PIANO E ACORDEÃO.

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O encontro de uma música com umas palavras, de que resulta o nascimento de uma canção, é um encontro de significados que produzem novos significados. Melodias, harmonias, ritmos e timbres fundem-se com palavras, sílabas, fonemas e frases para formar novos e inesperados significados. No espaço sonoro de uma canção – seja interpretada ao vivo, seja fixada numa gravação – nenhum som ou silêncio é irrelevante, tudo é significante e discurso reapropriável. O artista, ao ocupar por um momento que seja o palco que o propõe à comunidade, está em situação de comprometimento, mesmo que a aparência do seu discurso seja a do descomprometimento. Exprime um discurso pleno de significados, mesmo que a sua aparência seja a da irrelevância. No canto, como em toda a vida social, não há neutralidade possível. Compreendo que isto seja insuportável para muita gente, mas há que entender esse tremendo destino como o preço da liberdade, neste caso, da liberdade de criação e de expressão. É um misto de Buda, de Wilhelm Reich e de Walter Benjamin.Por isso sempre recusei o labéu de cantor “de inter-venção”, inventado pelas esquerdas para distinguir “os nossos” e logo retomado pelas direitas para marginalizar “os deles”. Esse labéu, proposto para José Afonso e para quantos o seguimos naquilo que

Fausto bem define como um movimento, tem dois defeitos. Primeiro, deixa parecer que quem não é “de intervenção” não intervém, o que, como vimos, é falso. Segundo, limita o alcance e as múltiplas facetas da obra desses criadores no seu todo, a qual pode incluir canções de protesto, de propaganda ou até programáticas mas também inclui simples divertimentos, canções de amor, canções de trabalho ou puros gritos de alma. É como se decidíssemos, lá porque escreveram “A forma justa” ou “Mudam-se os tempos”, que Sophia e Camões foram poetas de intervenção, o mesmo se aplicando a Antero, Pessoa ou Ruy Belo, ou a Walt Whitman, Maiakovski ou Lorca.Repito: não há neutralidade na arte porque aquilo a que se chama forma, longe de ser algo separável do que se chama conteúdo, é a própria materialização de um discurso carregado de sentidos. O discurso da irrelevância e da separação entre forma e conteúdo, pilar da estética pós-modernista, é um discurso totalmente comprometido com a des-socialização da arte e, por arrasto, tornou-se uma filosofia que nega a dimensão ética do homem, e acaba por ser, no plano político, uma tentativa de legitimar a morte da cidadania e uma apologia da servidão.

Texto: José Mário Branco

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Com 30 anos de uma carreira imparável, o brasileiro Arnaldo Antunes dispensa apresentações. A sua faceta de músico é apenas a mais mediática, com destaque para o seu papel como fundador dos míticos Titãs, assim como a participação nos Tribalistas. Mas Arnaldo Antunes é também e ainda poeta, artista gráfico, homem do palco, uma personalidade carismática e de uma alegria contagiante. O espectáculo que traz ao festival, Dois Violões, retoma músicas desde o tempo dos Titãs, como “Eu não vou me adaptar”, passando por canções compostas em parceria com Paulos Miklos (“Fim do Dia”) ou com os companheiros dos Tribalistas, Marisa Monte e Carlinhos Brown (“Consumado”). Trata-se de um espectáculo mais intimista, mas sempre com a energia esfuziante que caracteriza o artista paulistano.

espectáculODOIS VIOLõES SÁBADO 18 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 1 . 15€

ARNALDO ANtuNES, VOZ; CHICO SALEM; BEtÃO AGuIAR, VIOLõES

Acho que não há um silêncio – só consigo pensar no silêncio no plural: os silêncios. Existem vários tipos de silêncio. Existe o silêncio a que me refiro na letra da minha música “O Silêncio”, que seria o silêncio primordial, anterior à palavra, anterior a tudo… e que seria o branco total. Depois, há o silêncio que é a ausência de sentido, o silêncio que é o sentido calado, existe igualmente o silêncio que surge entre as palavras, as pausas, o silêncio que temos como fundo musical

para a música, como possibilidade de gestar uma música ou um discurso falado. Existe ainda o silêncio como omissão, o silêncio como contemplação e existe o silêncio como vazio, como espaço intermediário entre as coisas e que faz, possibilita o movimento… enfim, são muitos silêncios, eu penso no silêncio como plural. Penso nele como os silêncios.

Texto : Arnaldo Antunes

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“O silênciO”ANTES DE EXISTIR COMPUTADOR EXISTIA TEVÊANTES DE EXISTIR TEVÊ EXISTIA LUZ ELÉTRICA

ANTES DE EXISTIR LUZ ELÉTRICA EXISTIA BICICLETAANTES DE EXISTIR BICICLETA EXISTIA ENCICLOPÉDIAANTES DE EXISTIR ENCICLOPÉDIA EXISTIA ALFABETO

ANTES DE EXISTIR ALFABETO EXISTIA A VOZANTES DE EXISTIR A VOZ EXISTIA O SILÊNCIO

O SILÊNCIOFOI A PRIMEIRA COISA QUE EXISTIUUM SILÊNCIO QUE NINGUÉM OUVIUASTRO PELO CÉU EM MOVIMENTOE O SOM DO GELO DERRETENDO

O BARULHO DO CABELO EM CRESCIMENTOE A MÚSICA DO VENTO

E A MATÉRIA EM DECOMPOSIÇÃOA BARRIGA DIGERINDO O PÃO

EXPLOSÃO DE SEMENTE SOB O CHÃODIAMANTE NASCENDO DO CARVÃO

HOMEM PEDRA PLANTA BICHO FLORLUZ ELÉTRICA TEVÊ COMPUTADOR

BATEDEIRA, LIQUIDIFICADORVAMOS OUVIR ESSE SILÊNCIO MEU AMOR

AMPLIFICADO NO AMPLIFICADORDO ESTETOSCÓPIO DO DOUTOR

NO LADO ESQUERDO DO PEITO, ESSE TAMBOR

Arnaldo Antunes/Carlinhos Brown

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Um espectáculo que pretende sublinhar a íntima relação entre poesia e fado com uma forte vertente plástica e multimédia, reunirá em palco quatro novas vozes do fado, Cuca Roseta, Raquel Tavares, António Zambujo e Ricardo Ribeiro acompanhados pelos músicos Luís Guerreiro, Pedro Pinhal e Ricardo Cruz que irão interpretar poemas de grandes poetas portugueses seleccionados pela escritora e editora Maria do Rosário Pedreira.

espectáculOPALAVRAS DO FADO quINtA 23 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 1 . 15€

CuCA ROSEtA, RAquEL tAVARES, ANtóNIO ZAMBuJO E RICARDO RIBEIRO. MÚSICOS: LuíS GuERREIRO (GuItARRA PORtuGuESA), PEDRO PINHAL (VIOLA) E RICARDO

CRuZ (BAIXO). IMAGEM: tó tRIPS

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Depois de ter atravessado há uns anos um período de relativo ostracismo, ei-lo de novo vivo e de boa saúde, o fado, como se prova pela quantidade de novas vozes, e tão singulares, que têm vindo a surgir, pela captação de um público cada vez mais vasto – e jovem – e até pela iminência da sua consagração como Património Imaterial da Humanidade.Se é verdade que é a melodia que nos faz identificar imediatamente este género, não nos podemos esquecer de que são as palavras (letras, poemas, o que quiserem chamar-lhes) que lhe conferem uma identidade mais profunda, tornando completamente distintos fados que têm a mesma base musical.Durante muitos anos, o fado socorreu-se de letras de raiz popular, algumas delas notáveis e essenciais para

a construção de um paradigma fundador. Porém, as transformações sociais e o aparecimento de intérpretes com outras exigências aproximaram o fado da poesia, quer pelo recurso ao nosso património literário, quer pela atracção que suscitou em poetas seus contemporâneos, que escreveram expressamente para ele.O espectáculo “Palavras do Fado” procura documentar isso mesmo, misturando vozes clássicas como as de Camões ou Garrett com as de poetas mais modernos como Pedro Tamen ou Fernando Pinto do Amaral. Talvez demonstra que o fado está onde menos se espera, não fosse ele, afinal, parte integrante da alma portuguesa.

Texto : Maria do Rosário Pedreira

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Quatro grandes nomes da música portuguesa juntam-se para uma homenagem a Al Berto num espectáculo único e irrepetível. Em “Moradas do Silêncio” cada artista é convidado a apresentar três temas inspirados na obra do poeta ou relacionados com o imaginário da sua escrita. Neste espectáculo transdisciplinar cada intervenção será precedida por curtos interlúdios em que, sob texturas musicais de Noiserv, serão declamados poemas seleccionados pelo escritor Nuno Júdice. O vídeo será de João Pedro Gomes sobre imagens e fotografias do poeta, manipuladas por Tó Trips (Mackintóxico). A banda suporte será constituída por quatro elementos dos Rádio Macau: Flak, Filipe Valentim, Samuel Palitos e Alex Cortez.

Um espectáculo de leitura encenada a partir das imagens que o poeta Al Berto escolheu para a criação dos poemas do seu livro A Secreta Vida das Imagens.

A leitura dos poemas será feita pelo actor Miguel Loureiro sobre texturas sonoras de músico finlandês Jari Marjamäki.

espectáculOA SECREtA VIDA DAS IMAGENS SÁBADO 18 DE JuNHO . 23.30H, MuSICBOX LISBOA . 6€

MIGuEL LOuREIRO E JARI MARJAMäkI

espectáculOMORADAS DO SILêNCIO SÁBADO 25 DE JuNHO . CINEMA SÃO JORGE . SALA 2 . 15€

SÉRGIO GODINHO, JP SIMõES, JOÃO PEStE, RuI REININHO, NOISERV E MIGuEL BORGES; DIRECçÃO MuSICAL: FLAk; CONCEPçÃO ESPECtÁCuLO: ALEXANDRE

CORtEZ; SELECçÃO DE tEXtOS: NuNO JÚDICE

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Atravesso a obra de Al Berto para uma escolha de poemas que funcione de um modo coerente e muitas linhas surgem de dentro desse painel formado por várias tábuas em que a sua personalidade se reflecte. O interesse pela pintura e pela fotografia, o gosto pelo mar, as deambulações nocturnas de muitas cidade e boémias, o olhar sobre os lugares em que viveu e as pessoas com quem se cruzava, tudo isso está presente e constitui um retrato do mundo que conheceu e em que viveu de um modo empenhado, que não deixava ninguém indiferente à sua presença.Comecei a dar-me com o Al Berto quando comecei a publicar na editora Contexto, onde ele ainda trabalhou algum tempo. Tornámo-nos amigos, e muitas vezes estive com ele em leituras e encontros literários onde se falava de poesia. O Al Berto era de uma exigência extrema quer no seu gosto estético, quer no modo profissional como impunha uma atenção total ao poema, que ele sabia dizer de uma forma única, construindo um todo

com a voz e as palavras. Lembro-me do respeito que ele sentia por poetas como a Sophia ou o Eugénio de Andrade, e esse respeito vinha também do modo como nesses poetas a poesia não era apenas um complemento, mas a própria vida; e o Al Berto também se investiu de modo total na poesia como um corpo de que ele fazia parte, e que gostava de partilhar com os leitores. Foi em função disso que escolhi um conjunto de poemas que poderão formar um auto-retrato do poeta (um entre muitos outros possíveis); e embora lhes falte essa voz que tantas vezes tive o privilégio de ouvir, os poemas continuam a transportá-la e a permitir o contacto com alguém que partiu demasiado cedo para aquilo que ainda se poderia esperar dele. Mas a obra que ficou está aí, e de cada vez que a ela voltamos não pára de nos surpreender.

Texto : Nuno Júdice

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A actuação de Linton Kwesi Johnson é um dos momentos mais aguardados do Festival Silêncio. Nascido na Jamaica, o cantor e poeta vive em Brixton, Inglaterra. Integrou, em 1970, o movimento Black Panthers e trabalhou com os Rasta Love. Em 1974 publicou o seu primeiro livro de poemas, Voices of the Living and the Dead. Linton Kwesi Johnson, conhecido como o pai da Dub Poetry – embora ele prefira definir-se como um Poeta Reggae –, distinguiu-se na década 1980 pelos seus textos anti-Thatcher e de denúncia da violência policial. Estudou sociologia, foi jornalista e fundou a sua própria editora, a LKJ, com milhões de discos vendidos em todo o mundo. Na mesma noite, um conjunto de jovens poetas contemporâneos declamam poemas de intervenção.

espectáculOPOEtRy READING quARtA 22 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 1 . 8€

LINtON kwESI JOHNSON + POESIA DE INtERVENçÃO

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cOnversa PALAVRAS PARA quê? SÁBADO 18 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA2

ENtRADA LIVREROBERtA EStRELA D’ALVA (BRA) +JOANA BRABO (ESP) + wOLF HOGEkAMP (GER)

+ SERGIO GARAu (ItA)

O Poetry Slam é um fenómeno recente em Portugal mas que nalguns países tem já uma enorme expressão na área das artes performativas. O que aqui se debate

é a relevância destes torneios de poesia enquanto potenciadores da escrita, do spoken word e da divulgação da poesia.

espectáculOPOEtRy SLAM + FEStA DE ENCERRAMENtO

SEXtA 25 DE JuNHO . 23.30H, MuSICBOX LISBOA . 6€

Depois do sucesso das duas primeiras edições, o Festival Silêncio volta a lançar o repto a todos os poetas urbanos: o conceito é simples, basta escolher um tema, tratá-lo de forma crítica e espirituosa, adicionar algumas rimas e declamá-lo de forma dramática no espaço de três minutos no palco do Musicbox. Ao longo destes dois anos, este movimento urbano em torno da palavra

dita conquistou inúmeros adeptos e o slam passou a marcar presença regular em vários espaços nocturnos da capital. Da Bica ao Cais do Sodré, de Alfama à Pena e, mais recentemente, em Angra do Heroísmo, o slam vê-se, ouve-se e convence cada vez mais poetas e actores, artistas e improvisadores, músicos e amantes da palavra viva.

cinemaLOuDER tHAN A BOMB quARtA 23 DE JuNHO . 20.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: INGLêS

O filme conta a história de quatro equipas de Poetry Slam de Chicago que se preparam para competir no maior evento mundial de Poetry Slam juvenil. Entre

esperança e desolação, o filme capta a vida turbulenta dessas inesquecíveis crianças, explorando os caminhos da escrita que formam o seu mundo e vice-versa.

espectáculOSLAM INtERNACIONAL SÁBADO 18 DE JuNHO . 00.30H, MuSICBOX LISBOA

6€ PARA OS 2 ESPECtÁCuLOS DA NOItEROBERtA EStRELA D’ALVA (BRA), JOANA BRABO (ESP), wOLF HOGEkAMP (GER),

SÉRGIO GARAu (ItA), NÁStIO MOSquItO (ANG) E LEANDRO MORGADO (Pt)

O Festival Silêncio desafiou alguns slammers de diferentes países a apresentarem uma performance na qual irão demonstrar que a linguagem poética do slam

é neste momento verdadeiramente universal e sem qualquer tipo de barreiras linguísticas ou fronteiras geográficas.

cinemaSLAM NAtION SÁBADO 18 DE JuNHO . 20.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: INGLêS

Slam Nation narra a história da viagem da equipa de Poetry Slam da cidade de Nova Iorque a Portland, Oregon, para a competição nacional, quando esta se encontra com os mais de 120 poetas de 27 cidades durante os quatro dias das eliminatórias.

Desde as inevitáveis rivalidades altamente carregadas de controvérsias às personagens incomuns, emergem algumas lutas clássicas que envolvem a arte versus o ego, ou ainda, a auto-expressão versus a auto-promoção.

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ten truths abOut silence1. SILENCE IS THE SUM OF ALL SOUNDS

2. SILENCE IS OFTEN MORE ELOQUENT THAN WORDS3. SILENCE IS THE BEGINNING OF ANY TEMPEST

4. SILENCE IS THE ALL THAT REMAINS AT THE END5. SILENCE IS THE ULTIMATE WISDOM

6. SILENCE IS THE SAFEST REFUGE7. SILENCE IS THE STRONGEST SCREAM

8. SILENCE IS THE NOISE IN DISGUISE9. SILENCE IS NEVER SILENT IF YOU HAVE GOOD HEARING

10. SILENCE IS THE BEST FESTIVAL IN THE WORLD

Zoran Živkovic

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palavra puxa palavra desaFia escritOres pOrtugueses a apresentarem escritOres

estrangeirOs cOnvidadOs pelO Festival num encOntrO singular em que a palavra viaja aO

sabOr das aFinidades literárias

salim bachi e paulO mOura SEXtA 17 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: FRANCêS

Paulo Moura, grande repórter do jornal Público que recentemente cobriu a revolução egípcia e os distúrbios na Líbia conversa com Salim Bachi, escritor argelino radicado em França e marcado pela guerra civil no seu

país natal. Autor dos livros Le silence de Mahomet (2008) e Amours et aventures de Sindbad le Marin (2010), o seu primeiro romance Le chien d’Ulysse foi amplamente aclamado pela crítica e galardoado com vários prémios.

zOran zivkOvic e jOsé máriO silva SÁBADO 18 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: INGLêS

Considerado pelo New York Times como “candidato ao lugar” de “novo Borges”, o sérvio Zoran Živkovic´ é apresentado ao público português pelo poeta, jornalista e autor do blogue O Bibliotecário de Babel, José Mário

Silva. Zoran Živković irá lançar durante o Festival Silêncio a sua mais recente obra O Último Livro (Cavalo de Ferro), vencedor do World Fantasy Award.

maylis de kérangal e nunO júdicequARtA 22 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: FRANCêS

O poeta, ensaísta e director da revista Colóquio Letras, Nuno Júdice, apresenta a francesa Maylis de Kérangal, cujo último romance, Nascimento de uma Ponte (Teorema/Leya), lhe valeu o prémio Medicis em

2010. A obra será lançada durante o Festival Silêncio. Maylis de Kérangal foi editora da Gallimard e fundou em 2004 as edições Baron Perché.

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15 de Junho, quarta

22h . são Jorge 1 . 15€esP/ músiCa De Palavra(s)

José mário branCo + Camané + Carlos biCa + José PeixoTo + filiPe raPoso

16 de Junho, quinta

18h e 20h30 . são Jorge 3 . enT. livreCine/ besT of Zebra

19h30 . são Jorge 2 . enT. livreConf/ PoeTry film . Thomas ZanDegiaComo Del bel

22h . são Jorge 2 . 6€esP/ The voiCe of The worD

muriel bloCh + laura simms + luísa gonçalves + iris22h . musiCbox lisboa . 6€

esP/ 15ºaniv. bíblia . agênCia De viagens + DJ

17 de Junho, Sexta

18h . são Jorge 2 . enT. livreConv/ salim baChi + Paulo moura

19h . são Jorge (foyer) lanC/ úlTimo livro, Zoran ZivkoviC, eD. Cavalo De ferro

19h30 . são Jorge 2 . enT. livreConv/ Palavra D’ esCriTa

anTónio Jorge gonçalves + Jorge silva; José vegar21h . são Jorge 3 . enT. livre

Cine/ filmagens . ConCurso inTernaCional De PoeTry film 22h . são Jorge 2 . 6€

esP/ PimenTa na boCa, osso vaiDoso . ana Deus + alexanDre soares + ghuna xesP/ io game over . sergio garau

24h . musiCbox lisboa . 8€esP/ raPúbliCa xxi . mC’s bambino, munDo, sagas, xeg, valeTe e DJ nel assassin

18 de Junho, Sábado

13h30 . são Jorge 2 . enT. livrewk/ PoeTry slam for ChilDren . biru

18h . são Jorge 2 . enT. livreConv/ Zoran ZivkoviC + José mário silva

18h . são Jorge 3 . enT. livreCine/ filmagens . ConCurso inTernaCional De PoeTry film

19h . são Jorge (foyer) lanC/ auDiolivros eD. 101 noiTes e boCa

19h30 . são Jorge 2 . enT. livreConv/ Palavras Para quê? roberTa esTrela D’alva + Joana brabo + wolf hogekamP

+ sergio garau + leanDro morgaDo 20h30 . são Jorge 3 . enT. livre

Cine/ slam naTion22h . são Jorge 1 . 15€

esP/ Dois violões . arnalDo anTunes23h30. musiCbox lisboa . 6€

esP/ a seCreTa viDa Das imagens . miguel loureiro + Jari marJamäkiesP/ slam inTernaCional . roberTa esTrela D’alva + Joana brabo + wolf hogekamP

+ sergio garau + leanDro morgaDo

19 de Junho, Domingo

16h . são Jorge 2 . 6€esP + wk/ Trava ou DesTrava línguas . anabela brígiDa + Carla boliTo

+ bruno reis17h . são Jorge 3 . enT. livre

Cine/ o nome Das Coisas De PeDro Clérigo(soPhia m. breyner) aPres/ inês De meDeiros

19h30 . são Jorge 3 . enT. livreCine/ esCrever, esCrever, viver De solveig norDlunD

(a. lobo anTunes) aPres/ ana sousa Dias + realiZaDora19h30 . são Jorge 2 . enT. livreConv/ Poesia DiTa ou CanTaDa

JP simões + sérgio goDinho + Paula moura Pinheiro 22h . musiCbox lisboa . 10€

esP/ lee ranalDo

21 de Junho, terça

18h30 . são Jorge 2 . enT. livrelanC/ gráfiCo De venDas Com orquíDea, Dinis maChaDo, eD. queTZal

19h30 . são Jorge 3 . enT. livreCine/ mais um Dia De noiTe De anTónio José De almeiDa

aPres/ José PeDro george + realiZaDor22h . são Jorge 2 . 6€

esP/ nilson muniZ + márCio-anDré

festival silêncio . programa

legenDa . Cine/ Cinema esP/ esPeCTáCulo / Conf/ ConferênCia

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22 de Junho, quarta

18h . são Jorge 2 . enT. livreConv/ maylis De kérangal + nuno JúDiCe

19h . são Jorge (foyer) lanC/ verDaDeira hisT. banDiDo maximiliano, JaCinTo rego De almeiDa

eD. sexTanTe19h30 . são Jorge (foyer)

lanC/ nasCimenTo De uma PonTe, maylis De kérangal, eD. Teorema/leya19h30 . são Jorge 2 . enT. livre

Conv/ esCrever hoJeJoão TorDo + afonso CruZ + PeDro vieira + anabela moTa ribeiro

19h30 . são Jorge 3 . enT. livreCine/ Tomai lá Do o’neill De fernanDo loPes (alexanDre o’neill)

aPres/ nuno arTur silva + realiZaDor22h . são Jorge 1 . 8€

esP/ PoeTry reaDing . linTon kwesi Johnson + Poesia De inTervenção

23 de Junho, quinta

18h . são Jorge 3 . enT. livreCine/ auTografia De miguel gonçalves menDes, (mário Cesariny)

aPres/ eDuarDo PiTTa + realiZaDor18h30 . são Jorge (foyer)

lanC/ Coisas que nunCa aConTeCeriam em Tóquio, alberTo Torres blanDina, eD. queTZal20h . são Jorge 2 . enT. livre

Conv/ Palavras Com Cinema DenTro. miguel gonçalves menDes + João boTelho + ana sousa Dias20h30 . são Jorge 3 . enT. livre

Cine/ louDer Than a bomb22h . são Jorge 1 . 15€

esP/ Palavras Do faDoCuCa roseTa + raquel Tavares + anTónio ZambuJo + riCarDo ribeiro

22h30 . musiCbox lisboa . enT. livreesP/ Clube Da Palavra / Canal q . Chullage + Thomas bakk + luiZ gabriel loPes

+ anTónio Jorge gonçalves

esP/ wriTing mirrors . PeDro vieira + Paulo ferreira + CláuDia ClemenTe

24 de Junho, sexta

18h . são Jorge 2 . enT. livrelanC/ aPenas miúDos, PaTTi smiTh, eD. queTZal aPres/ Jorge Pereirinha Pires

+ showCase Carla boliTo + inês JaCques + luís filiPe valenTim19h . são Jorge 3 . enT. livre

Cine/ DuviDáviDa De anTónio José De almeiDa (DaviD mourão-ferreira)aPres/ DaviD ferreira + realiZaDor

19h30 . são Jorge 2 . enT. livreConv/ Palavra, um Jogo sem fronTeiras. Juva baTella + agualusa + riCharD Zimler

+ José mário silva21h . são Jorge 3 . enT. livre

Cine/ filmagens . enTrega Dos Prémios Jameson filmagens22h . são Jorge 2 . 6€

esP/ esTilhaços De mário Cesariny . aDolfo luxúria Canibal + anTónio rafael + henrique fernanDes + Jorge Coelho23h . musiCbox lisboa . 8€

esP/ suiCiDa-me De alberTo Torres blanDina . nuno CosTa sanTos + DulCe maria CarDoso + José mário silva + PaTríCia PorTela. ProD/ bookTailors

1h . musiCbox lisboa . 8€esP/ granD Pianoramax feaT mike laDD

25 de Junho, sábado

18h . são Jorge 2 . enT. livreConf/ arT of wriTing . Colson whiTeheaD

19h . são Jorge 3 . enT. livre Cine/ Jorge De sena – o esCriTor ProDigioso De Joana PonTes

aPres/ vasCo graça moura + realiZaDora20h . são Jorge 2 . enT. livreesP/ Des PaPous Dans la TêTe

22h . são Jorge 1 . 15€esP/ moraDas Do silênCio . sérgio goDinho + JP simões + João PesTe

+ rui reininho + noiserv + miguel borges23h30 . musiCbox lisboa . 6€

esP/ PoeTry slam PorTugal + fesTa De enCerramenTo

Outras datas

15 a 25 Junho . insTiTuT français Du PorTugal . enT. livreexPosição/ les CenT ans De gallimarD

15, 16 e 17 De Junho, 18h . faC. leTras (ul) . 40€; inglêswk/ ConTaDoras De hisTórias . muriel bloCh + laura simms

21, 28 e 30 De Junho, 14h/17h30 . faC. leTras (ul) . 100€; inglêswk/ TranslaTing PoeTry workshoP . margariDa vale De gaTo

30 De maio, 1 e 2 De Junho, 15h/19h30 . faC. leTras (ul) . 100€; inglêswk/ CreaTive wriTing . brian evenson

festival silêncio . programa

lanC/ lançamenTo / aPres/ aPresenTaçãowk/ workshoP / Conv/ Conversa

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palavra d’ escrita SEXtA 17 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRECONVIDADOS: ANtóNIO JORGE GONçALVES E JORGE SILVA

MODERADOR: JOSÉ VEGAR

A palavra não é só significado e significante, a palavra tem forma e corpo de letra e a partir dela nascem alfabetos para o desenho e a ilustração. Uma conversa

transversal entre o designer Jorge Silva e o ilustrador e autor de banda desenhada António Jorge Gonçalves com moderação do escritor e jornalista José Vegar.

pOesia dita Ou cantada DOMINGO 19 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRECONVIDADOS: JP SIMõES E SÉRGIO GODINHO

MODERADOR: PAuLA MOuRA PINHEIRO

Com a poesia em pano de fundo, JP Simões e Sérgio Godinho – dois conhecidos cantautores de duas diferentes gerações – falam com a jornalista e sub-directora da RTP2

Paula Moura Pinheiro sobre escrever, musicar e dar voz à palavra.

escrever hOje quARtA 22 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRECONVIDADOS: JOÃO tORDO, AFONSO CRuZ E PEDRO VIEIRA

MODERADOR: ANABELA MOtA RIBEIRO

João Tordo, Afonso Cruz e Pedro Vieira, três autores da novíssima geração, debatem com a jornalista Anabela Mota Ribeiro as razões e o sentido da escrita

nos nossos dias, os desafios dos jovens escritores, bem como os novos caminhos da literatura portuguesa contemporânea.

palavras cOm cinema dentrO quINtA 23 DE JuNHO . 20H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRECONVIDADOS: MIGuEL GONçALVES MENDES E JOÃO BOtELHO

MODERADORA: ANA SOuSA DIAS

Entre ficção e documentário, a relação do cinema com a palavra junta, em conversa com a jornalista Ana Sousa Dias, dois realizadores: o cineasta João Botelho e o realizador

dos documentários José e Pilar (sobre José Saramago) e Autografia (sobre Mário Cesariny) – filme este que será exibido na mostra Word Cut Docs do Festival Silêncio.

palavra, um jOgO sem FrOnteiras SEXtA 24 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRECONVIDADOS: JuVA BAtELLA, JOSÉ EDuARDO AGuALuSA E RICHARD ZIMLER

MODERADOR: JOSÉ MÁRIO SILVA

Diferentes culturas, diferentes universos, uma paixão única: a palavra. Escrita, dita ou cantada, a palavra enquanto motor para uma cultura transnacional e transversal. Uma conversa moderada pelo jornalista

José Mário Silva e que junta à mesma mesa escritores de várias nacionalidades: o brasileiro Juva Batella, o angolano José Eduardo Agualusa e o norte-americano Richard Zimler.

provocar em torno da palavra o encontro singular em palco entre escritores e artistas

de diferentes áreas é o objectivo destas conversas. do cinema, à música, aos novos suportes da escrita, passando pelas artes

plásticas, as “conversas do silêncio” convidam à reflexão sobre a transversalidade da

palavra escrita e dita

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Espectáculo inédito em Portugal criado para o Festival Silêncio pelo escritor espanhol Alberto Torres Blandina. Trata-se de uma competição de escrita em directo entre três escritores, Dulce Maria Cardoso, José Mário Silva e Patrícia Portela, que irão criar três personagens

que buscam o suicídio perfeito. O público irá decidir o vencedor desta espécie de reality show em que a morte é o prémio. O espectáculo será apresentado pelo seu criador e terá como mestre-de-cerimónias o guionista, escritor e humorista Nuno Costa Santos.

O Clube da Palavra irá apresentar uma noite especial no Musicbox em que a palavra em português – dita, cantada, lida, desenhada, improvisada – é o mote para um projecto que junta em palco intérpretes de várias áreas de expressão artística. Nesta edição do Clube da

Palavra teremos ainda o espectáculo “Writing Mirrors”, em que a partir de imagens projectadas num espelho/ecrã, três jovens escritores lêem textos de sua autoria. Participam os escritores Pedro Vieira, Paulo Ferreira e Cláudia Clemente.

espectáculOCLuBE DA PALAVRA / CANAL q + wRItING MIRRORS

quINtA 23 DE JuNHO . 22.30H, MuSICBOX LISBOA ENtRADA LIVRE

CP/ CHuLLAGE, tHOMAS BAkk, LuIZ GABRIEL LOPES E ANtóNIO JORGE GONçALVES + wM / PEDRO VIEIRA, PAuLO FERREIRA E CLÁuDIA CLEMENtE

espectáculOSuICIDA-ME SEXtA 24 DE JuNHO . 23H, MuSICBOX LISBOA . 8€

AutOR: ALBERtO tORRES BLANDINA PRODuçÃO: BOOktAILORS

APRESENtADOR: NuNO COStA SANtOSESCRItORES: DuLCE MARIA CARDOSO, JOSÉ MÁRIO SILVA E PAtRíCIA PORtELA

Espectáculo radiofónico em torno de jogos literários com apresentação de Françoise Treussard e a participação dos escritores franceses Hervé Le Tellier, Jean-Bernard Pouy,

Lucas Fournier e a cantora Jehanne Carillon. Criado em 1984 por Bertrand Jérôme, o programa Des Papous dans la tête é transmitido todos os domingos na France Culture.

espectáculODES PAPOuS DANS LA têtE SÁBADO 25 DE JuNHO . 20H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: FRANCêSFRANçOISE tREuSSARD, HERVÉ LE tELLIER, JEAN-BERNARD POuy, LuCAS

FOuRNIER E JEHANNE CARILLON

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Silêncio, que se vai cantar o fardo, dizem eles, que a moda da guitarra viola diva entrapada de preto a glosar o povo que lava no rio, que talha com o machado, que compra a crédito, já foi chão (povo) que deu uvas, agora a música é outra, a história guinou para o sentido contrário, parece andar para trás, para os anos 80, para os anos do fardo da dívida, lá está, do FMI e dos preços tabelados, dos caramelos-quase-contrabandeados a partir de Badajoz antes do mercado livre, dos sabonetes Heno de Pravia e da monopolista RTP, agora há mais pluralidade, diz-se, mas parece que há uma ou outra palavra que teima em permanecer na cabeça dos portugueses, e dos outros europeus, também mas menos, a não ser que sejamos gregos. Ou irlandeses. Ou islandeses, que afinal parecem ter as bolas no sítio. Crise. Fig. Conjuntura perigosa; momento perigoso e decisivo. Parece que nunca mais passa, a danada crise, mais as enxaquecas da dívida, os juros que disparam mais do que as kalashnikovs dos guerrilheiros, dos terroristas, dos sabotadores, há quem lhes chame “market traders” ou “especuladores” e eu cá até concordo, se ninguém os põe em silêncio no que toca a compra compra compra vende vende vende, se ninguém segura os mercados pela trela estamos bem tramados com f, a gula não tem piedade de nós, mexilhões, agarrados ao rochedo da classe média ou pior com medo de dar voz à frustração, de escrever com o coração ao pé da boca, de falar

grosso, ou mesmo de levantar a garimpa, como se diz quando se abusa do coloquial na prosa escrita, é difícil ser literato quando temos a avó no prego, o LCD na “loja de penhores Constância, penhores à confiança”, o que nem sequer rima, lá está, aquilo do país de poetas pode não passar de uma vigarice pegada.Enfim, estamos numa encruzilhada da história em que não sabemos se havemos de produzir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia como diz o cantautor de bigode que glosou a troika e outros demónios com mais de 30 anos de avanço, é obra, próprio de quem tem o dom da palavra apoiada na pauta, ou então podemos enfiar a cabeça na areia ou então largamos o burgo ao mar despegando da península como se fossemos uma versão mirrada da jangada de pedra, a vogar na direcção oeste ao som das gaivotas dos albatrozes dos urubus também conhecidos como opinion-makers-do-jornal-das-9, ou podemos enfrentar o touro, o pensamento único, pelos cornos, jogamos o jogo e esperamos que nos calhe uma pontinha de sorte, sorte como em fortuna, de que tanto andamos precisamos agora que (quase) todos parecemos condenados a passear de alma carregada e algibeiras vazias, uma tristeza o fado que nos fabricam de ouvido e do qual aceitamos sempre enfiar a carapuça. Silêncio? Isso é que era doce. É gritar, vilanagem.

Texto : Pedro Vieira

escOlhemOs dez palavras e cOnvidámOs Os escritOres pedrO vieira e aFOnsO cruz a escrever um textO jOgandO cOm elas

Suicídio: O Silêncio, quando se sentiu livre, disse em voz rouca uma palavra. E depois outra, e outra (é isso a Criação e a História e a Realidade: um grande jogo de palavras), e depois uma frase como “o silêncio é o som dum poeta”. E trauteou uma música infinita que ficava debaixo da realidade como um exaustor ligado. Nunca

mais se calou ao longo de toda a História que já passou e daquela que ainda está por escrever. As serpentes não morrem com o veneno que produzem, mas o Silêncio sucumbe graças a todos os sons que ele próprio cria.

Texto : Afonso Cruz

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O nOme das cOisas DOMINGO 19 DE JuNHO . 17H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVRE REALIZAçÃO: PEDRO CLÉRIGO

APRESENtAçÃO: INêS DE MEDEIROSuM FILME SOBRE SOPHIA DE MELLO BREyNER ANDRESEN

Com testemunhos de quem com ela conviveu e também de quem, com a necessária distância, consegue analisar a dimensão da sua obra, este documentário dá a conhecer aquela que é considerada por muitos como um dos mais importantes poetas portugueses do século XX. Como ela própria afirmou: “eu posso dizer que escrevo para transformar o mundo. Eu penso que a poesia deve transformar o mundo!” A exibição deste filme será antecedida por uma breve apresentação por parte do realizador Pedro Clérigo e da actriz e realizadora Inês Medeiros.

invertendO O cOnceitO da imagem que vale mil palavras, mOstrar as mil imagens de

uma palavra através de uma mOstra de dOcumentáriOs sObre escritOres. a exibiçãO

dOs Filmes será antecedida pOr uma breve apresentaçãO

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escrever, escrever, viver DOMINGO 19 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREREALIZAçÃO: SOLVEIG NORDLuND

APRESENtAçÃO: SOLVEIG NORDLuND E ANA SOuSA DIASuM FILME SOBRE ANtóNIO LOBO ANtuNES

António Lobo Antunes, no auge da sua carreira, recebe o Grande Prémio de Literatura da Feira Internacional do Livro em Guadalajara, México. A entrega do prémio é o ponto de partida para uma passagem em revista da sua vida e obra. A infância, a psiquiatria, a guerra colonial, o 25 de Abril, os livros, a doença. Em 2006 foi-

-lhe diagnosticado um cancro. Foi grave, foi operado. O perigo de morte está ultrapassado. Mas a doença deixou marcas, a sua atitude perante a vida modificou-se, só vai publicar mais dois livros… A exibição deste documentário será antecedida por uma breve apresentação por parte da realizadora e da jornalista Ana Sousa Dias.

mais um dia de nOite tERçA 21 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREREALIZAçÃO: ANtóNIO JOSÉ DE ALMEIDA

APRESENtAçÃO: ANtóNIO JOSÉ DE ALMEIDA E JOSÉ PEDRO GEORGEuM FILME SOBRE LuIZ PACHECO

Ao longo de 58 minutos temos a oportunidade de ouvir o testemunho do próprio Luiz Pacheco e o daqueles que com ele conviveram ou ainda convivem de perto. José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vítor Silva Tavares e os próprios filhos, entre outros, falam da sua experiência e da sua opinião acerca de um homem que está longe

de gerar consensos. Episódios únicos, relatados na primeira pessoa, com frontalidade, humor e emoção, intercalados com a representação dos seus próprios textos. A anteceder a exibição deste filme, o realizador António José de Almeida e o estudioso da obra de Luiz Pacheco, João Pedro George, farão uma breve apresentação.

tOmai lá dO O’neill quARtA 22 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVRE REALIZAçÃO: FERNANDO LOPES

APRESENtAçÃO: FERNANDO LOPES E NuNO ARtuR SILVAuM FILME SOBRE ALEXANDRE O’NEILL

“Trata-se de um tributo pessoal. Não uma biografia, muito menos uma análise crítica da obra poética de Alexandre O’Neill. Isso está feito e refeito. Trata-se, sobretudo, das vivências criativas, sentimentais e afectivas de um poeta, um dos maiores do nosso século XX, com

quem tive o privilégio de conviver”. As palavras do cineasta Fernando Lopes sobre este documentário cuja exibição será antecedida por uma breve apresentação por parte do próprio e do director das produções Fictícias e do Canal Q, Nuno Artur Silva.

autOgraFia: um Filme sObre máriO cesariny quINtA 23 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREREALIZAçÃO: MIGuEL GONçALVES MENDES

APRESENtAçÃO: MIGuEL GONçALVES MENDES E EDuARDO PIttA

Com este documentário pretende-se retratar não o poeta e pintor Mário Cesariny mas sim a sua vida, o seu percurso e a sua individualidade. Como espaço de acção privilegiou-se o seu quarto, por ser este actualmente a base da sua criação e da sua intimidade. É aqui que resiste tudo o que não se perdeu. Sendo este um trabalho que vive sobretudo das questões colocadas (ausentes) e das respectivas respostas, optou-se por assumir como

fio condutor um dos seus poemas – “autografia” – que servirá de mote, através da sua análise para as questões intencionadas, de modo a que o filme assuma um carácter intimista, estabelecendo-se um diálogo entre quem o vê e quem é retratado. O realizador Miguel Gonçalves Mendes e o crítico literário Eduardo Pitta falarão sobre o filme e o poeta Mário Cesariny antes da exibição deste documentário.

duvidávidaSEXtA 24 DE JuNHO . 19H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREREALIZAçÃO: ANtóNIO JOSÉ DE ALMEIDA

APRESENtAçÃO: ANtóNIO JOSÉ DE ALMEIDA, DAVID FERREIRAuM FILME SOBRE DAVID MOuRÃO-FERREIRA

“Quando os deuses morrem, há algo em nós, mortais, que morre também…”Assim escreveu David Mourão--Ferreira em 1950 no seu diário íntimo, a propósito da morte de um dos seus grandes mestres, Paul Valéry. Passados mais de 50 anos, muitos dos que conheceram de perto o trabalho e o carácter de David Mourão--Ferreira têm razões para pensar o mesmo. Poeta,

ficcionista, ensaísta, professor, divulgador, tradutor e dramaturgo. Estes são aspectos que caracterizam o percurso de um homem que deixou marca nos locais por onde passou e nas pessoas que conheceu. David Ferreira (filho do escritor) e o realizador do documentário, António José de Almeida, farão uma breve apresentação do filme antes da sua exibição.

jOrge de sena – O escritOr prOdigiOsOSÁBADO 25 DE JuNHO . 19H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREREALIZAçÃO: JOANA PONtES

APRESENtAçÃO: VASCO GRAçA MOuRA E JOANA PONtES

Pela voz da sua mulher, Mécia de Sena, e na sua casa em Santa Bárbara, Califórnia, vai cruzar-se a sua vida de escritor, pai de família, professor e português exilado, com a obra que deixou, com as memórias do tempo em que viveu, memórias sociais, política, literária e familiar. A narrativa é organizada como um diário da estadia em Santa Bárbara. São lançados

temas de conversa à volta dos quais se tece a figura de Jorge de Sena. O Escritor Prodigioso é a procura de Jorge de Sena, um dos mais importantes poetas portugueses, trinta anos após a sua morte. A exibição deste documentário será antecedida por uma breve apresentação por parte da realizadora Joana Pontes e do escritor e poeta Vasco Graça Moura.

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Thomas Zandegiacomo Del Bel, representante do ZEBRA Poetry Film Festival, o maior fórum internacional de cinema e poesia nascido no âmbito do Festival de Literatura de Berlim, em cooperação com Literaturwerkstatt interfilm

e uma plataforma única para a exibição e produção de curtas-metragens poéticas, profere uma conferência que tem na poesia o ponto de partida para o desenvolvimento estético e formal de uma visão cinematográfica.

De Jean Cocteau a Peter Handke, passando por Man Ray ou ainda Tim Burton, são muitos os cineastas para os quais um poema serviu como ponto de partida para a experiência cinematográfica. Numa altura em que a poesia ganha novas formas de expressão artística em cruzamento com as outras

artes, o Festival Silêncio associa-se pelo segundo ano consecutivo ao Festival de Cinema de Poesia ZEBRA e recupera essa ligação entre cinema e poesia com o Best Of Zebra na qual se propõe uma pequena mostra dos filmes vencedores das anteriores edições deste festival berlinense.

cinemaBESt OF ZEBRA quINtA 16 DE JuNHO . 18H E 20.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREAPRESENtAçÃO: tHOMAS ZANDEGIACOMO DEL BEL

cOnFerênciaPOEtRy FILM quINtA 16 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: INGLêSAPRESENtAçÃO: tHOMAS ZANDEGIACOMO DEL BEL

Na edição de 2011, o Festival Silêncio apresenta FILMAGENS – Concurso Internacional de Poetry Film – com o objectivo de criar uma plataforma de incentivo à produção de curtas-metragens independentes que tenham a palavra e a poesia como mote. Com o intuito

de realçar a estreita ligação existente entre o cinema e a poesia, este concurso pretende igualmente promover o diálogo entre estas formas de expressão bem como o desenvolvimento de novas correntes criativas e cruzamentos artísticos.

cinemaFILMAGENS

SEXtA 17 DE JuNHO . 21H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3ENtRADA LIVRE

EXIBIçÃO DOS FILMES A CONCuRSO APRESENtADOS PELO PRESIDENtE DO JÚRI wOLF HOGEkAMP

SÁBADO 18 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3ENtRADA LIVRE

EXIBIçÃO DOS FILMES A CONCuRSO (REPEtIçÃO)SEXtA 24DE JuNHO . 21H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 3

ENtRADA LIVREAPRESENtAçÃO DOS FILMES FINALIStAS E ENtREGA DOS PRÉMIOS JAMESON

FILMAGENS 2011

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As relações entre o cinema e a poesia são profundas e produtivas. De certo modo (mas também de modo muito certo), se recuarmos a Apollinaire e aos seus caligramas a poesia como arte verdadeiramente visual começa aí. O cinema, a sétima das artes, tem consequências absolutamente indesmentíveis quando olhamos para o que fizeram as vanguardas do início do século XX em poesia. Não quer isto dizer que a eclosão dessas vanguardas – o Modernismo de Orpheu (1915), para dar conta do mais evidente – tenha reconhecido, logo de início, a influência sociocultural do cinema no campo da literatura.Na nossa poesia do século XX são inúmeros os textos que remetem para a aventura do filme, e que sustentam que a vida, a ser alguma coisa, é – como queria Calderón – “sonho”. Se atravessarmos a poesia contemporânea veremos que à medida que o século XX foi avançando o cinema foi estando cada vez mais presente na poesia.Particularmente sedutor é o testemunho de Herberto Helder a respeito de “Cinemas”, essas “comunidades das pequenas salas” onde o poeta vai (onde todos vamos?) “em busca [não] de catarse directa mas de arrebatamento, cegueira, transe. Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência dos movimentos, a beleza, ciência de ritmo, ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura e transparência de matéria? De todos os pontos a todos os pontos da trama luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda morrendo e ressuscitando segundo a respiração da noite das salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter (ether), verdade transmutada, forma. A beleza é a ciência cruel, imponderável, sempre fértil da magia? Então sim, então essa energia à solta, e conduzida, é a beleza.”Infinitamente mais pobres seríamos sem Orson Welles e Kurosawa, sem Yasujiro Ozu e Fritz Lang, sem Federico

Fellini ou Jean Renoir, sem essa narrativa poética que é, quanto a mim, o mais marcante filme do Cinema, Esplendor na Relva, de Elia Kazan e a que Ruy Belo dedicou este magnífico poema (um soneto!):

Eu sei que deanie loomis não existemas entre as mais essa mulher caminhae a sua evolução segue uma linhaque à imaginação pura resiste

A vida passa e sem passar consistee embora eu não tenha a que tinhaao começar há pouco esta minhaevocação de deanie quem desiste

na flor que dentro em breve há-de murchar?(e aquela que no auge a não olharque saiba que passou e que jamais

lhe será dado a ver o que ela era)Mas em deanie prossegue a primaverae vejo que caminha entre as mais

No desencontro-encontro de que é feita a vida suponho que, ao ver-se um filme, restauramos qualquer coisa que, creio, a poesia igualmente promete ou reactiva. Quando vi pela primeira vez Apocalipse Now, sem saber que por detrás desse filme está a descida aos infernos não só da Guerra do Vietname, mas do livro O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, percebi (porque também a música teve em mim um efeito ainda hoje inquietante – “The End”, na voz arrastada e grave de Jim Morrison), quanto o cinema põe a vida em palco, dando-a a ver de um modo que não supomos possível: porque estamos ali, na tela, no seu esplendor que revela a nossa miséria, a nossa grandeza. No esplendor da tela.

Texto: António Carlos Cortez

“deixemOs O sOnhO para quandO Os cOrpOs se perderem nO excessO das imagens Ou

na sua imitaçãO”Al Berto “Filmagens”

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Lee Ranaldo, mais conhecido entre nós como guitarrista e vocalista dos Sonic Youth, traz ao Festival Silêncio um espectáculo de uma surpreendente e intensa actuação na qual mistura spoken word, música e imagem. Casado com a artista experimental Leah Singer, Ranaldo é dono de uma carreira multifacetada, dividida entre a música, a escrita e as artes visuais. É ainda produtor de várias bandas e foi incluído pela Rolling Stones na sua lista dos cem melhores guitarristas do mundo.

espectáculOLEE RANALDO (SONIC yOutH) DOMINGO 19 DE JuNHO . 22H, MuSICBOX LISBOA . 10€

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espectáculOGRAND PIANORAMAX FEAt MIkE LADD SEXtA 24 DE JuNHO . 1H, MuSICBOX LISBOA8€

Há várias histórias que se cruzam em palco e ganham uma vida única, feita de momentos especiais e de comunhões que transpiram verdade. A história de Grand Pianoramax (vencedor da primeira edição do prémio Piano Solo do prestigiado Montreux Jazz Festival) com Mike Ladd (personagem histórica do hip-hop norte-

-americano) é traçada por poucas aparições públicas, no entanto memoráveis. É de amor, vida, e rua que falam em palco, suados e carregado de jazz. Ambos com novos álbuns editados, trazem para o Festival Silêncio uma proposta que passa pela comunhão dos dois trabalhos num só espectáculo, único e irrepetível.

espectáculORAPÚBLICA XXI SEXtA 17 DE JuNHO . 24H, MuSICBOX LISBOA . 8€MC’S BAMBINO, MuNDO, SAGAS, XEG, VALEtE E DJ NEL ASSASSIN

Rapública XXI é o título do álbum que há 17 anos despertou em Portugal o interesse pelo hip hop. O Festival Silêncio convidou Sagas (Micro), em tom de homenagem a esta edição seminal do rap português, a apresentar um espectáculo com alguns dos nomes

mais importantes do actual hip hop nacional: os MC’s Bambino (Black Company), Mundo (Dealema), Xeg e Valete, acompanhados pelo Dj Nel Assassin, contam a história do hip-hop em Portugal protagonizada pelos seus principais intérpretes.

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“Pimenta na Boca” é o título do espectáculo que a dupla Osso Vaidoso criou para o Festival Silêncio. Ana Deus e Alexandre Soares apresentam uma continuação de Degrau, o CD incluído no último livro de Alberto

Pimenta Reality Show. Na primeira parte, o performer e slammer italiano Sergio Garau apresenta “IO Game Over”, um espectáculo transdisciplinar em que ritmo, música, vídeo e texto interagem.

The Voice of the Word /A Voz da Palavra junta a nova--iorquina Laura Simms e a parisiense Muriel Bloch, duas das mais conceituadas contadoras de histórias na actualidade, com a música Luísa Gonçalves e a bailarina e coreógrafa Íris. Em parceria com o congresso Women

and the Arts: Dialogues in Female Creativity in the U.S. and Beyond, organizado pelo CEAUL, este espectáculo procura explorar a dimensão única da criatividade no feminino, numa proposta que se constrói no limiar entre várias linguagens artísticas.

espectáculOtHE VOICE OF tHE wORD /A VOZ DA PALAVRA quINtA 16 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO

JORGE . SALA 2 . 6€MuRIEL BLOCH, LAuRA SIMMS, LuíSA GONçALVES (PIANO), IRIS (DANçA)

espectáculOPIMENtA NA BOCA/OSSO VAIDOSO SEXtA 17 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2 . 6€

ANA DEuS (VOZ) E ALEXANDRE SOARES (GuItARRA) E PEDRO AuGuStO AkA GHuNA X (PROGRAMAçõES) / PRIMEIRA PARtE SERGIO GARAu

Dois espectáculos que têm em comum o universo da palavra. Nilson Muniz apresenta a performance COISA PRAdiZER, uma colectânea de pequenos textos que exploram a multiplicidade poética através do universo

imagético da palavra. Márcio-André traz uma nova performance em que explora as possibilidades do texto através do processamento electrónico da fala e da projecção de palavras.

espectáculONILSON MuNIZ | MÁRCIO-ANDRÉ tERçA 21 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2 6€

“Estilhaços” foi um espectáculo de spoken word em que Adolfo Luxúria Canibal lia alguns textos e poemas do seu livro homónimo, acompanhado por António Rafael. Já com a participação de Henrique Fernandes, daria lugar

à edição do primeiro CD do projecto. Para 2011, junta-se Jorge Coelho (guitarrista que colaborou em projectos como Zen ou Mesa), apresentando um novo espectáculo intitulado “Estilhaços de Cesariny”.

espectáculOEStILHAçOS SEXtA 24 DE JuNHO . 22H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2 . 6€

ADOLFO LuXÚRIA CANIBAL (VOZ), ANtóNIO RAFAEL (PIANO E PROGRAMAçõES), HENRIquE FERNANDES (CONtRABAIXO) E JORGE COELHO (GuItARRA)

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ENTRE NÓS E AS PALAVRAS Há METAL FUNDENTEENTRE NÓS E AS PALAVRAS Há HÉLICES QUE ANDAM

E PODEM DAR-NOS MORTE VIOLAR-NOS TIRARDO MAIS FUNDO DE NÓS O MAIS ÚTIL SEGREDOENTRE NÓS E AS PALAVRAS Há PERFIS ARDENTES

ESPAÇOS CHEIOS DE GENTE DE COSTASALTAS FLORES VENENOSAS PORTAS POR ABRIR

E ESCADAS E PONTEIROS E CRIANÇAS SENTADASà ESPERA DO SEU TEMPO E DO SEU PRECIPÍCIO

AO LONGO DA MURALHA QUE HABITAMOSHá PALAVRAS DE VIDA Há PALAVRAS DE MORTEHá PALAVRAS IMENSAS, QUE ESPERAM POR NÓSE OUTRAS, FRáGEIS, QUE DEIXARAM DE ESPERAR

Há PALAVRAS ACESAS COMO BARCOSE Há PALAVRAS HOMENS, PALAVRAS QUE GUARDAM

O SEU SEGREDO E A SUA POSIÇÃO

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS, SURDAMENTE,AS MÃO E AS PAREDES DE ELSINORE

E Há PALAVRAS NOCTURNAS PALAVRAS GEMIDOSPALAVRAS QUE NOS SOBEM ILEGÍVEIS à BOCA

PALAVRAS DIAMANTES PALAVRAS NUNCA ESCRITASPALAVRAS IMPOSSÍVEIS DE ESCREVER

POR NÃO TERMOS CONNOSCO CORDAS DE VIOLINOSNEM TODO O SANGUE DO MUNDO NEM TODO O AMPLEXO DO AR

E OS BRAÇOS DOS AMANTES ESCREVEM MUITO ALTOMUITO ALÉM DO AZUL ONDE OXIDADOS MORREM

PALAVRAS MATERNAIS SÓ SOMBRA SÓ SOLUÇOSÓ ESPASMOS SÓ AMOR SÓ SOLIDÃO DESFEITA

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS, OS EMPAREDADOSE ENTRE NÓS E AS PALAVRAS, O NOSSO DEVER FALAR

Mário Cesariny“You Are Welcome To Elsinore”

in Pena Capital, Assírio & Alvim, 2ª Edição, 1999

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Trava ou Destrava Línguas é um espectáculo de teatro dirigido a crianças entre os 6 e os 10 anos de idade construído a partir de lenga-lengas, trava-línguas e poemas de vários autores portugueses. Anabela Brígida e Carla Bolito apresentam em palco, de forma lúdica e pedagógica, exercícios sobre dicção e literacia, lançando o desafio uma geração imersa na

actual realidade tecnológica e virtual e nas “formas literárias” que lhe são próprias. O espectáculo é seguido de um atelier, no qual os participantes poderão experimentar jogos e exercícios de concentração e dicção e abordar diferentes métodos de comunicação com o outro, sempre com o intuito de promover e exercitar a oralidade e a dicção.

Destinado aos mais novos e dirigido pelo slammer português Biru, um grupo de crianças entre os 7 e os 13 anos vai trabalhar a interpretação de um curto texto previamente escrito por elas com vista a sua apresentação em palco. No final, as crianças mostram os resultados do workshop numa sessão aberta ao público. Duração 3 horas.

wOrkshOpPOEtRy SLAM FOR CHILDREN SÁBADO 18 DE JuNHO . 13.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVREBIRu

espectáculO +wOrkshOptRAVA Ou DEStRAVA LíNGuAS DOMINGO 19 DE JuNHO . 16H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2 6€

CRIAçÃO E INtERPREtAçÃO: ANABELA BRíGIDA, CARLA BOLItO. PRODuçÃO: BRuNO REIS

O carismático escritor norte-americano, Colson Whitehead, profere a convite do Festival Silêncio uma conferência na qual aborda com humor algumas das regras da arte de escrever. Autor de diversos romances, dos quais se destacam os aclamados The Intuitionist (A Intuição é Tudo, Planeta Editora) e John Henry Days, Whitehead nasceu em 1969 na cidade de Nova Iorque

onde ainda hoje vive e escreve e que marca a sua obra. Licenciado em Harvard, o autor iniciou a sua carreira na revista The Village Voice como crítico literário, musical e televisivo e é colaborador da nata da imprensa nova-iorquina, vendo os seus textos, críticas e ensaios publicados no New York Times, The New Yorker, New York Magazine e Harper’s, entre outros.

cOnFerênciaARt OF wRItING SÁBADO 25 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVRE . LíNGuA: INGLêSCOLSON wHItEHEAD

Page 31: Festival Silêncio 2011

31lançamentOÚLtIMO LIVRO SEXtA 17 DE JuNHO . 19H, CINEMA SÃO JORGE . FOyER

ENtRADA LIVREDE: ZORAN ZIVkOVIC (SRB); EDItORA CAVALO DE FERRO

apresentaçãOAuDIOLIVROS SÁBADO 18 DE JuNHO . 19H, CINEMA SÃO JORGE . FOyER

ENtRADA LIVREEDItORAS 101 NOItES E BOCA

lançamentOGRÁFICO DE VENDAS COM ORquíDEA tERçA 21 DE JuNHO . 18.30H, CINEMA SÃO JORGE

SALA 2 . ENtRADA LIVREDE: DINIS MACHADO (Pt)

RuI ZINk, JOSÉ EDuARDO AGuALuSA E MÁRIO ZAMBuJAL, RItA MACHADO E PIEDADE FERREIRA; EDItORA quEtZAL

lançamentOA VERDADEIRA HIStóRIA DO BANDIDO MAXIMILIANO quARtA 22 DE JuNHO . 19H,

CINEMA SÃO JORGE . FOyER . ENtRADA LIVREDE: JACINtO REGO DE ALMEIDA (Pt)

APRESENtAçÃO: MANuEL VILLAVERDE CABRAL; EDItORA SEXtANtE

lançamentONASCIMENtO DE uMA PONtE quARtA 22 DE JuNHO . 19.30H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVREDE: MAyLIS DE kÉRANGAL (FRA); EDItORA LEyA

um prOgrama diáriO de lançamentOs de livrOs e audiOlivrOs, perFOrmances e leituras

encenadas transFOrmará O cinema sãO jOrge num pOntO de encOntrO entre escritOres,

artistas, editOres e leitOres. em parceria cOm a bertrand, durante O

Festival silênciO, O FOyer dO cinema sãO jOrge irá acOlher uma livraria Onde O públicO pOderá encOntrar Os livrOs, cd’s, dvd’s e

OutrOs supOrtes de divulgaçãO da Obra dOs artistas e escritOres cOnvidadOs

lançamentOCOISAS quE NuNCA ACONtECERIAM EM tóquIO quINtA 23 DE JuNHO . 18.30H, CINEMA

SÃO JORGE . FOyER . ENtRADA LIVREDE: ALBERtO tORRES BLANDINA (ESP)

APRESENtAçÃO: SARA FIGuEIREDO COStA; EDItORA quEtZAL

lançamentO + espectáculOAPENAS MIÚDOS SEXtA 24 DE JuNHO . 18H, CINEMA SÃO JORGE . SALA 2

ENtRADA LIVREDE: PAttI SMItH (EuA); APRESENtAçÃO JORGE PEREIRINHA PIRES

SHOwCASE COM CARLA BOLItO, INêS JACquES E LuíS FILIPE VALENtIMEDItORA quEtZAL

Page 32: Festival Silêncio 2011

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