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Acordo histórico sobre o clima em Paris Ambiente Revista da Direção-Geral do Ambiente Ambiente para os Europeus FEVEREIRO DE 2016 | N.° 59

FEVEREIRO DE 2016 | N.° 59 Ambiente · como a metodologia da «pegada ambiental» pode redefinir a gestão do ciclo ... Publicações 15 Agenda 15 Breves 16 03 07 09 ... Natura 2000

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Acordo histórico sobre o clima em Paris

Ambiente

Revista da Direção-Geral do Ambiente

Ambientepara os Europeus

FEVEREIRO DE 2016 | N.° 59

Editorial

O ano de 2015 terminou com chave de ouro, com os líderes mundiais a concluírem um acordo mundial ambicioso e equilibrado com vista a limitar o aquecimento global a menos de 2 °C para evitar alterações climáticas perigosas. A União Europeia desempenhou um papel crucial de mediação no acordo histórico alcançado na Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP21) em Paris, onde 195 países adotaram o primeiro acordo mundial juridicamente vinculativo de sempre em matéria de clima.

«Hoje, o mundo está unido na luta contra as alterações climáticas», disse o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, acerca do acordo sólido que, nas suas palavras, «irá orientar o mundo no sentido da transição global para a energia limpa». «Desde há muito que desempenhamos o papel de líder mun-dial na luta contra as alterações climáticas e o Acordo de Paris vem refletir a nossa ambição a nível mundial».

Nesta edição, passamos também em revista a nova estratégia da UE para a economia circular, incluindo uma proposta legislativa revista sobre resíduos destinada a alcançar uma maior competitividade e eficiência na utilização dos recursos.

Apresentamos uma revisão intercalar da Estratégia de Biodiversidade da UE, que mostra os progressos alcançados em muitos domínios, mas evidencia a necessidade de desenvolver mais esforços a nível dos Estados-Membros com vista a travar a perda de biodiversidade até 2020.

Analisamos, noutra parte, os esforços envidados para proteger valiosos habi-tats costeiros e marinhos, novas descobertas que associam os espaços verdes a um melhor desenvolvimento cognitivo dos alunos das escolas e a forma como a metodologia da «pegada ambiental» pode redefinir a gestão do ciclo de vida dos produtos.

Como sempre, oferecemos uma seleção dos próximos eventos, publicações recentes e notícias breves da comunidade ambiental em geral.

Índice

Editorial 2

As áreas marinhas protegidas trazem inúmeras vantagens 3

UE desempenha papel crucial na consecução de um acordo mundial sobre o clima 4

Aproximar a Europa da economia circular 6

A salvaguarda e o reforço da natureza europeia exigem uma ação muito mais decisiva 8

Programa LIFE investe em 122 novos projetos 10

20 anos do EMAS! 12

Partilha das melhores práticas de gestão fluvial 13

Conheça a sua Pegada Ecológica 14

Publicações 15

Agenda 15

Breves 16

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07 09

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Ambiente para os Europeusec.europa.eu/environment/news/efe/index_pt.htm

INFORMAÇÃO EDITORIALAmbiente para os Europeus é uma revista trimestral publicada pela Direção-Geral do Ambiente da Comissão Europeia. Está disponível em alemão, búlgaro, checo, espanhol, estónio, francês, grego, inglês, italiano, lituano, polaco, português e romeno. Assinatura grátis. Pode assinar a revista em linha através do seguinte endereço: http://ec.europa.eu/environment/news/efe/subscribe/subscribe_pt.htmChefe de redação: Bettina DoeserCoordenador: Jonathan MurphyPara mais informações, contacte a Unidade de Comunicação:http://ec.europa.eu/environment/contact/form_en.htmInformação e documentos: http://ec.europa.eu/environment/contact/form_en.htmPágina Internet da revista Ambiente para os Europeus: http://ec.europa.eu/environment/news/efe/index_pt.htm

AMBIENTE EM LINHAQuer saber o que é que a União Europeia está a fazer para proteger o meio ambiente, o que são políticas integradas de produtos ou como obter o «rótulo ecológico»? Descubra isto e muito mais na página Internet da DG Ambiente:http://ec.europa.eu/environment/index_pt.htm

ADVERTÊNCIAA Comissão Europeia, ou qualquer pessoa agindo em seu nome, não pode ser responsabilizada pela utilização das informações contidas nesta publicação ou por quaisquer erros que, não obstante os cuidados na sua preparação e a sua constante verificação, possam ter ocorrido.

Impresso em papel reciclado certificado com o «rótulo ecológico» para papel gráfico. (http://ec.europa.eu/environment/ecolabel)

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2016ISSN 1831-5798 (versão impressa)ISSN 2363-1260 (versão ePUB)ISSN 2363-1260 (versão PDF)© União Europeia, 2016© Capa: Gargolas/iStock stock. Todas as fotografias: Comissão Europeia, exceto as paginas 3 ©LIFE00 ENV/GR/000751/L.Sourbes-NMPZ; p. 4-5: ©Arnaud Bouissou–Meddee/SG COP21; p. 6-7: ©gavran333/iStock; p. 8-9: ©George Clerk/Istock; p. 10-11: ©flownaksala/iStock; p. 13: ©kodachrome25/iStock; p. 14: ©JakezC/Istock; p. 16: ©Sitikka/iStock, ©Covenant of mayors, ©cookelma/iStock

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» LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

As áreas marinhas protegidas trazem inúmeras vantagensForam alcançados progressos significativos no estabelecimento de áreas marinhas protegidas (AMP) nos mares da Europa, com benefícios tanto para o ambiente como para a economia.

No âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre a Diver-sidade Biológica, a União Europeia (UE) concordou assegu-rar a proteção de 10 % das suas zonas costeiras e marinhas até 2020. Um novo relatório da Comissão Europeia revela que foram alcançados progressos significativos no sentido da concretização deste objetivo. Em 2012, cerca de 6 % dos mares da Europa já tinham sido designados como áreas marinhas protegidas. Estão em curso trabalhos com vista a alcançar uma cobertura de 10 % até 2020.

A maior parte destas áreas faz parte da rede europeia Natura 2000 de áreas naturais protegidas. Embora o obje-tivo principal de uma área marinha protegida seja a con-servação da natureza, o relatório mostra claramente que, quando bem geridas, estas áreas geram também benefícios socioeconómicos significativos. Os benefícios totais gerados pela rede Natura 2000 no domínio marinho ascenderam a cerca de 1,5 mil milhões de euros por ano em 2011. Estes benefícios poderiam atingir 3,2 mil milhões de euros se a cobertura da rede marinha Natura 2000 fosse duplicada.

Os benefícios gerados são multifacetados. Alguns estudos mostram que, nas reservas marinhas que beneficiam de um nível de proteção elevado, a densidade das espécies e a biomassa total de plantas e animais registam normalmente um aumento superior a 100 % e 200 %, respetivamente. Isto permite que as zonas contribuam para a reconstituição das unidades populacionais de peixes, o que, por sua vez, gera benefícios socioeconómicos a nível local e para as zonas de pesca vizinhas. Por exemplo, as capturas da pesca na zona circundante da reserva marinha das ilhas Columbretes, em Espanha, protegida pela rede Natura 2000, registam atualmente um aumento da ordem de 10 % por ano.

Água limpa, habitats saudáveis e biodiversidade marinha abundante são também essenciais para o turismo costeiro e marítimo. A designação de uma reserva, como a zona especial de conservação de Lyme Bay, no Reino Unido, demonstra de que modo a proteção pode proporcionar mais oportunidades para a realização de atividades recreativas, com benefícios adicionais para o setor do turismo. E quando a saúde do meio marinho melhora, outros serviços oferecidos pelos ecossiste-mas marinhos, como a assimilação de resíduos, a proteção das zonas costeiras e a gestão das cheias, melhoram também.

Situação atual Os mares da Europa encontram-se atualmente protegidos ao abrigo de três regimes distintos, sendo a contribuição principal proveniente da rede marinha Natura 2000. As convenções

marítimas regionais, como a Helcom no Báltico, podem atuar como outra plataforma, proporcionando aos Estados-Membros a possibilidade de trabalharem conjuntamente em abordagens baseadas no ecossistema com vista à designação e à gestão das AMP. Por fim, os Estados-Membros podem designar áreas marinhas protegidas a fim de proteger aspetos de interesse nacional.

Embora tenham sido alcançados progressos, o relatório indica que existe uma margem considerável para expansão, especialmente no que diz respeito às águas ao largo. Em 2012, por exemplo, a rede marinha Natura 2000 abrangia um terço das águas próximas do litoral, mas menos de 2 % das águas ao largo. A cobertura geográfica também é desi-gual: os sítios da rede marinha Natura 2000 abrangem mais de 18 % do mar do Norte e mais de 12 % do mar Báltico, ao passo que a cobertura da rede é inferior a 2 % nas regiões do mar Jónico, do mar Adriático e da Macaronésia.

A legislação da UE (a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha, as Diretivas Aves e Habitats, a Diretiva Ordenamento do Espaço Marítimo e a política comum das pescas refor-mada) contém disposições que favorecem a expansão das áreas marinhas protegidas da Europa. Assim, de acordo com o relatório, «envidando esforços específicos a todos os níveis», o objetivo de 10 % poderá mesmo ser ultrapassado, o que representa uma boa notícia para os mares da Europa.

Mais informações » http://ec.europa.eu/environment/marine/eu-coast-and-

marine-policy/ » http://ec.europa.eu/environment/marine/eu-coast-and-

marine-policy/implementation/pdf/marine_protected_areas.pdf

» http://www.helcom.fi/

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59 3

» AÇÃO CLIMÁTICA

UE desempenha papel crucial na consecução de um acordo mundial sobre o climaFez-se história em Paris, em dezembro de 2015, quando 195 países se uniram para aprovar o primeiro acordo mundial juridicamente vinculativo de sempre em matéria de combate às alterações climáticas, cabendo à União Europeia (UE) um papel crucial.

Vivas e aplausos aclamaram o acordo histórico (o primeiro grande acordo multilateral do século XXI) que estabelece um plano de ação mundial com o objetivo de limitar o aquecimento global a bem menos de 2 °C acima dos níveis pré-industriais. «O trabalho árduo

só agora começou. Agora, o prometido deve ser

cumprido.»

Miguel Arias Cañete, comissário da UE responsável pela Ação Climática e pela Energia

«Este acordo é uma enorme vitória para a Europa. Mas, mais importante ainda, é uma enorme vitória para a comunidade mundial», disse o comissário da UE responsável pela Ação Climática e pela Energia Miguel Arias Cañete.

Mais de quatro anos de preparação e de difíceis negocia-ções internacionais precederam a cimeira do clima em Paris, a cidade que acolhe a Conferência anual das Partes na Con-venção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Cli-máticas (COP21). Antes desta importante conferência e no decurso da mesma, a UE forjou alianças com países desen-volvidos e em desenvolvimento, empenhados em alcançar o acordo mais ambicioso possível. A «coligação de elevada ambição» que estes países formaram foi fundamental para garantir o bom resultado. «Contribuiu para alterar as regras do jogo em Paris», revelou o comissário Arias Cañete.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sublinhou a dimensão do resultado alcançado. «Este acordo sólido irá orientar o mundo no sentido da transição global para a energia limpa», afirmou. «Constitui igualmente um êxito para a União Europeia. Desde há muito que desem-penhamos o papel de líder mundial na luta contra as alte-rações climáticas, e o Acordo de Paris vem refletir a nossa ambição a nível mundial».

O acordo final inclui os objetivos fundamentais da UE: um objetivo de longo prazo com vista a orientar os países na transição para um futuro hipocarbónico, um ciclo de revisão quinquenal para reforçar os objetivos ao longo do tempo e um sistema robusto de acompanhamento dos progres-sos realizados. Além disso, o acordo reafirma o compro-misso global no sentido de apoiar os países que necessitam de assistência.

O acordo celebrado em Paris estabelece um elo entre as atuais políticas e o objetivo de longo prazo de neutralidade climática a alcançar até ao final do século. O objetivo é atin-gir um equilíbrio entre as fontes de emissões fabricadas pelo homem e os sistemas naturais (ou sumidouros) de armazenamento de gases com efeito de estufa.

AmbiçãoOs países concordaram em limitar o aumento da tempera-tura média global a bem menos de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, prosseguindo simultaneamente o obje-tivo de 1,5 °C, que reduziria significativamente os riscos e o impacto das alterações climáticas.

O acordo insta a que as emissões globais atinjam um ponto máximo o mais rapidamente possível e se proceda a uma rápida redução subsequente, reconhecendo que este pro-cesso será mais lento para os países em desenvolvimento, que atualmente representam cerca de 65 % das emissões mundiais de gases com efeito de estufa.

Antes da Conferência de Paris e no decurso da mesma, 187 países (que representam mais de 95 % das emissões mundiais de gases com efeito de estufa) apresentaram pla-nos de ação nacionais abrangentes em matéria de clima para reduzir as suas emissões. Embora estes planos não sejam suficientes para manter a temperatura média mun-dial abaixo de 2 °C até ao final do século, podem contribuir de forma significativa para reduzir o risco.

O facto de quase todos os países do mundo se terem com-prometido a adotar medidas para reduzir as suas emissões marca uma passagem clara da ação de uns quantos para a ação de todos. No âmbito do segundo período de cumpri-mento do Protocolo de Quioto, que termina em 2020, ape-nas 38 países (representando cerca de 12 % das emissões mundiais) têm objetivos vinculativos.

O Acordo de Paris irá acelerar a transição dos combustíveis fósseis para os combustíveis limpos. Quando as tecnologias relevantes ficarem disponíveis em grande escala, as solu-ções tornar-se-ão menos dispendiosas, permitindo que as políticas climáticas se tornem mais ambiciosas.

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CompromissoO acordo introduz uma série de compromissos para manter o mundo no bom caminho para alcançar o objetivo de longo prazo. Os governos acordaram reunir-se de cinco em cinco anos a fim de fazer um balanço da situação e definir metas mais ambiciosas, em conformidade os progressos realiza-dos e com os dados científicos mais recentes. Comprome-teram-se também a assegurar uma maior transparência, prestando informações reciprocamente e ao público. Um sistema robusto de transparência e responsabilização per-mitirá acompanhar os progressos alcançados na consecu-ção do objetivo a longo prazo, a fim de garantir resultados por parte dos países.

SolidariedadeA UE e outros países desenvolvidos continuarão a disponi-bilizar apoio financeiro com o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento na redução das suas emissões e no aumento da resiliência ao impacto das alterações climáticas. Outros países prestam este apoio numa base voluntária. Os países desenvolvidos irão continuar a prosseguir o seu atual objetivo coletivo de mobilizar 100 mil milhões de dólares por ano para apoiar a ação climática nos países em desenvolvi-mento até 2025, ano em que será fixado um novo objetivo coletivo. Os países cooperarão também com vista à adoção de medidas como sistemas de alerta rápido, preparação para situações de emergência e seguros contra riscos.

O Acordo de Paris marca o início de um novo capítulo no plano da ação internacional a favor do clima. Importa agora traduzir em ações concretas as promessas feitas em Paris. «O trabalho árduo só agora começou», reconheceu o comis-sário Miguel Arias Cañete. «O prometido deve ser cumprido. A Europa continuará a liderar a transição para a economia hipocarbónica mundial, tal como acordado».

Mais informações » http://ec.europa.eu/news/2015/12/20151212_en.htm » http://ec.europa.eu/clima/policies/international/

negotiations/future/index_en.htm » http://unfccc.int/meetings/paris_nov_2015/

meeting/8926.php

5REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59

» EFICIÊNCIA DOS RECURSOS

Aproximar a Europa da economia circularO novo pacote da economia circular da Comissão irá incentivar as empresas e os consumidores a efetuarem a transição para um modelo económico mais circular, onde os recur-sos são utilizados de forma mais inteligente. Visa gerar um crescimento sustentável e criar novos postos de trabalho ao incidir sobre um conjunto de diferentes setores económicos.

A Europa tem de transformar o seu modelo económico com um padrão de crescimento do tipo «extrair-fabricar-consu-mir-deitar fora» (um modelo linear baseado no pressuposto de que os recursos são abundantes, estão disponíveis e que é barato deitá-los fora) num que favoreça a reutilização, a reparação, a renovação e a reciclagem dos materiais e produtos existentes. Ao preservar o valor dos produtos e dos materiais durante o máximo de tempo possível e ao reduzir os resíduos, a economia da UE pode tornar-se mais competitiva e resiliente, aliviando, ao mesmo tempo, a pressão exercida sobre os recursos preciosos e o ambiente.«O potencial de criação

de emprego da economia circular é considerável.»Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia

É esta a mensagem por detrás de um novo pacote econó-mico aprovado pela Comissão no início de dezembro de 2015. O pacote inclui medidas ambiciosas que abrangem a totalidade do ciclo de vida dos produtos, desde as fases de conceção e produção, passando pelo consumo, até uma melhor gestão dos resíduos quando os produtos chegam ao fim da sua vida útil.

Fechar o cicloUm elemento fundamental da nova abordagem é a pro-posta legislativa revista sobre os resíduos. Esta proposta abrange metas de longo prazo no que diz respeito à reci-clagem dos resíduos urbanos e das embalagens, medidas destinadas a limitar a deposição em aterros e incentivos para que os Estados-Membros utilizem instrumentos eco-nómicos a nível nacional. Visa, além disso, promover a coo-peração entre indústrias, com a transformação dos resíduos de um processo nas matérias-primas secundárias de outro, através de um quadro jurídico simplificado aplicável aos subprodutos e ao fim do estatuto de resíduo, criando uma

maior segurança para os operadores destes mercados. Outras medidas promovem a prevenção dos resíduos, em particular dos resíduos alimentares.

A retoma da conceção ecológica permitirá a inclusão da circularidade nos produtos desde a conceção. Será iniciada uma investigação da obsolescência programada, com um programa de ensaio independente destinado a identifi-car e combater esta prática. Um novo plano de trabalho em matéria de conceção ecológica promoverá a eficiência energética e a reciclabilidade dos produtos através de uma série de medidas, incluindo novos requisitos em matéria de eficiência energética.

O pacote inclui também um plano de ação destinado a tor-nar os contratos públicos mais ecológicos. Os contratos públicos representam quase 20 % do consumo da UE, pelo que a introdução de orientações mais eficazes neste setor poderia trazer importantes resultados. Este é um domínio em que a Comissão tenciona liderar dando o exemplo.

Uma estratégia sobre os plásticos na economia circular abrange ações dirigidas à interface entre as legislações em matéria de produtos químicos, produtos e resíduos, reduzindo também o lixo marinho. Estão a ser planeadas ações em matéria de resíduos alimentares, incluindo uma metodologia comum para avaliar a gravidade do problema e para definir indicadores relevantes. As medidas noutros domínios estendem-se aos resíduos industriais e da explo-ração mineira, às matérias-primas críticas, aos setores da construção e da demolição, ao setor de base biológica e a um novo quadro de acompanhamento destinado a avaliar os progressos alcançados.

Incluem-se igualmente várias propostas sobre reutilização da água, incluindo uma proposta legislativa sobre requisitos mínimos aplicáveis à utilização de águas residuais. O apoio financeiro inclui um financiamento de mais de 650 milhões de euros para a iniciativa «Indústria 2020 na economia circular» no programa de trabalho do Horizonte 2020 para 2016-2017, o programa da UE para a investigação e a inovação.

Crescimento sustentávelA Comissão está confiante de que a utilização mais eficiente dos recursos irá criar novas oportunidades de crescimento e de emprego. Os estudos sugerem que a melhoria da con-ceção ecológica, a prevenção dos resíduos e a reutilização poderão trazer às empresas da UE poupanças líquidas de 600 mil milhões de euros por ano, e simultaneamente uma redução das emissões totais anuais de gases com efeito de estufa. Medidas adicionais destinadas a aumentar a produtividade dos recursos em 30 % até 2030 poderiam aumentar o PIB em quase 1 %, criando 2 milhões de novos empregos.

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Passar à realidadeEstão a ser mobilizados fundos substanciais para dar início à concretização da economia circular. Para além dos 650 milhões de euros do Horizonte 2020, uma grande parcela dos programas da política regional será utilizada para apoiar os investimentos em infraestruturas de recolha separada e reciclagem de resíduos. Até 2020, serão disponibilizados 5,5 mil milhões de euros só para a gestão de resíduos.

«O potencial de criação de emprego da economia circular é considerável», afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia Jyrki Katainen. «Existem obstáculos que tornam difícil para as empresas otimizar a sua utilização dos recur-sos. O alargamento do nosso mercado interno, sobretudo no que diz respeito às matérias-primas secundárias, é fun-damental. No modelo económico que propomos, quase não há lugar para o desperdício, o que cria um grande número de novas oportunidades para as empresas das indústrias inteligentes e limpas».

Um estudo recente da Comissão Europeia identificou mate-riais prioritários, incluindo produtos e resíduos agrícolas, madeira e papel, plásticos e metais, que beneficiariam com a aceleração da transição para uma economia circular

e onde a política da UE tem um papel importante a desem-penhar. Os setores das embalagens, dos alimentos, dos equipamentos elétricos e eletrónicos, do mobiliário, dos edi-fícios e da construção foram identificados como prioritários.

«A elaboração destas propostas ambiciosas representou um esforço coletivo que envolveu toda a Comissão», afirmou o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia Frans Tim-mermans. «Procurámos ter uma visão global da situação para ter em conta o modo como as decisões tomadas num setor afetam outros domínios políticos».

Fazer mais com menos é também um dos principais obje-tivos do Programa de Ação em matéria de Ambiente da UE para 2020.

Mais informações » http://ec.europa.eu/environment/circular-economy/ » http://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/

TXT/?qid=1453384154337&uri=CELEX:52015DC0614

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59 7

» NATUREZA E BIODIVERSIDADE

A salvaguarda e o reforço da natureza europeia exigem uma ação muito mais decisivaUma revisão intercalar da Estratégia de Biodiversidade da União Europeia (UE) publicada em outubro evidencia a necessidade de desenvolver mais esforços para travar a perda de biodiversidade até 2020.

A Estratégia de Biodiversidade da UE, desenvolvida pela Comissão em cooperação com os Estados-Membros em 2011, definiu como o seu objetivo central travar a perda de biodiversidade até 2020, em comparação com os níveis registados em 2010, com seis metas operacionais e 20 ações. «Não há lugar para

complacência — perder biodiversidade significa perder

o nosso sistema de apoio à vida.»

Karmenu Vella, comissário europeu responsável pelo Ambi-ente, pelas Pescas e pelos Assuntos Marítimos

A meio caminho do prazo fixado, uma revisão intercalar publicada em outubro dá conta de alguns progressos alcan-çados na execução das ações no âmbito de todas as metas. Estão agora em vigor vários novos quadros políticos, como a política agrícola comum e a política comum das pescas reformadas, o Regulamento relativo às espécies exóticas invasoras, o Regulamento relativo ao acesso e à repartição dos benefícios e a estratégia da UE em matéria de infraes-truturas verdes.

Contudo, como esclarece o relatório, o cumprimento do objetivo central exigirá esforços consideravelmente mais ousados de execução e aplicação, sobretudo no que diz respeito à legislação relativa à natureza. Será igualmente necessária uma integração eficaz da biodiversidade numa série de outras políticas, bem como prioridades coerentes apoiadas por um financiamento adequado em domínios como o mar, as pescas, o desenvolvimento regional e o comércio e, sobretudo, nos setores da agricultura e da silvicultura, que representam, em conjunto, 80 % da utilização das terras na UE.

«Há inúmeros ensinamentos a retirar deste relatório — alguns progressos reais, e bons exemplos a reproduzir, mas é necessário envidar muito mais esforços para suprir as lacunas e atingir os nossos objetivos em matéria de bio-diversidade até 2020. Não há lugar para complacência — perder biodiversidade significa perder o nosso sistema de apoio à vida. Não o podemos permitir e a nossa economia tampouco», afirmou Karmenu Vella, comissário europeu responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas.

A proteção da natureza traz vantagens económicasTemos muito a ganhar com o cumprimento das metas, uma vez que se estima que a perda de biodiversidade e a degra-dação dos ecossistemas custem à UE até 3 % do seu PIB por ano. Os custos anuais da manutenção da rede Natura 2000 (a rede da UE de zonas protegidas desenvolvida ao abrigo das Diretivas Aves e Habitats), que ascendem a cerca de 5,8 mil milhões de euros, são apenas uma fração das vanta-gens económicas dela decorrentes, no valor de 200-300 mil milhões de euros por ano. O amplo conjunto de serviços pres-tados pela natureza (mitigação das inundações, fertilidade dos solos, polinização, purificação da água e do ar, armaze-namento de carbono, saúde e recreação) depende da rede de zonas protegidas, bem como da utilização sustentável do resto do ambiente terrestre e marítimo da Europa.

Existem inúmeros instrumentos disponíveis para apoiar e restaurar a natureza e os serviços por ela prestados, como a plena utilização das medidas de biodiversidade previstas na política agrícola comum reformada, o alargamento da infraestrutura verde e a recuperação dos habitats natu-rais. A plena integração com as políticas setoriais exigirá mais trabalho com vista a melhorar os conhecimentos e a aumentar a consciência dos decisores para a contribuição indispensável da biodiversidade e dos serviços ecossistémicos para a nossa economia.

Progressos mensuráveisA revisão intercalar constata que foram alcançados alguns progressos no sentido da execução da legislação da UE rela-tiva à natureza (meta 1), da recuperação dos ecossistemas e dos respetivos serviços (meta 2) e da garantia de pescas sustentáveis (meta 4), graças à política comum das pescas da UE reformada e da Diretiva-Quadro Estratégia Marinha. Embora a PAC reformada proporcione muitas oportunidades de reforço da biodiversidade, o ritmo da adesão à mesma

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constitui um motivo de preocupação. O quadro político de com-bate às espécies exóticas invasoras (meta 5) foi estabelecido. Os esforços da UE para evitar a perda de biodiversidade global (meta 6) resultaram num aumento considerável dos recursos financeiros para a biodiversidade global e na integração das disposições em matéria de biodiversidade nos acordos comer-ciais. Contudo, o impacto dos padrões de consumo da UE na biodiversidade global ainda tem de ser abordado.

O relatório reconhece que foram instituídos quadros polí-ticos e que foram alcançados muitos êxitos em termos de conservação local. Estes exemplos têm, todavia, de ser reproduzidos em grande escala para terem um impacto mensurável nas tendências globais.

Principais tendênciasA revisão baseia-se no Relatório da UE de 2015 sobre o Estado da Natureza, que demonstrou que menos de um quarto das espécies de interesse europeu se encontram em situação favorável. Quase metade está em estado des-favorável e apenas 4 % demonstram sinais de melhoria.

No que se refere aos habitats de importância europeia, 16 % estão em estado favorável, mais de dois terços estão em estado desfavorável e quase metade destes estão em deterioração.

As perspetivas são mais animadas no que respeita às aves, sendo que mais de metade das espécies possuem um estado populacional seguro, embora 20 % registem um estado não seguro e estejam em declínio. Em particular, as espécies de aves comuns ligadas aos ecossistemas agríco-las continuam a diminuir.

A rede Natura 2000 abrange agora 18 % da superfície terres-tre da UE. A cobertura das zonas marinhas está a aumentar, embora sejam necessários mais progressos.

Os impactos mais significativos na biodiversidade até à data resultaram da perda de habitats e de mudanças decorren-tes da expansão urbana, da expansão das infraestruturas,

da intensificação das atividades agrícolas e do abandono de terras. A sobre exploração e a poluição são também fatores que contribuem para este fenómeno, e as alterações climá-ticas e as espécies invasoras constituem ameaças em rápido crescimento. Apesar de alguns serviços ecossistémicos, como a produção de madeira e o sequestro de carbono a partir das florestas, terem aumentado, outros, como a polinização, estão em declínio. Entretanto, a pegada ecológica da UE tem do dobro do tamanho da sua biocapacidade.

Apoio públicoDe acordo com uma sondagem de 2015, oito em cada dez europeus acreditam que a perda de biodiversidade tem con-sequências graves, e mais de três quartos consideram que os seres humanos deveriam cuidar da natureza e prevenir a perda de biodiversidade. Mais de 90 % das pessoas pen-sam que a UE deveria informar melhor os cidadãos sobre a importância da biodiversidade.

A Comissão procede atualmente a uma avaliação («balanço de qualidade») das Diretivas Habitats e Aves a fim de avaliar a sua adequação para alcançar os seus objetivos ambicio-sos. Numa consulta em linha recente, mais de 500 mil cida-dãos manifestaram o seu apoio à legislação da UE relativa à natureza.

Mais informações » http://ec.europa.eu/environment/nature/biodiversity/

strategy/index_en.htm » http://ec.europa.eu/COMMFrontOffice/PublicOpinion/

index.cfm/Survey/getSurveyDetail/instruments/SPECIAL/surveyKy/2091

» http://www.consilium.europa.eu/en/meetings/env/2015/12/st15380_en15_pdf/

9REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59

» FINANCIAMENTO E LIFE

Programa LIFE investe em 122 novos projetosA Comissão Europeia anunciou os 96 projetos ambientais e 26 projetos de ação climática que irão receber 197,35 milhões de euros de cofinanciamento do programa LIFE, o principal instrumento de financiamento da UE para o ambiente e a ação climática.

Em novembro, a Comissão Europeia anunciou quais os projetos que irá apoiar ao abrigo do programa LIFE entre 2014 e 2020 pela sua contribuição para um futuro eficiente na utilização dos recursos, sustentável e hipocarbónico. São 96 projetos ambientais, para os quais a Comissão irá con-tribuir com 160,6 milhões de euros, e 26 projetos de ação climática, que irão receber 36,75 milhões de euros. Este foi o primeiro convite à apresentação de propostas do pro-grama LIFE com um fluxo de financiamento específico para projetos de ação climática.«O dinheiro investido

em projetos ambientais é dinheiro bem gasto.

Acompanharemos estes projetos atentamente, com o objetivo de

os partilharmos e de replicarmos o seu êxito. »

Karmenu Vella, comissário europeu responsável pelo Ambi-ente, pelas Pescas e pelos Assuntos Marítimos

«O dinheiro investido em projetos ambientais é dinheiro bem gasto», afirmou o comissário da UE responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, ao anunciar a decisão. «Acompanharemos estes projetos atentamente, com o objetivo de os partilharmos e de replicarmos o seu êxito».

tOs projetos ambientais serão executados em 21 Esta-dos-Membros, representando um investimento total de 264,8 milhões de euros. Abrangem ações nos domínios da eficiência na utilização dos recursos, do apoio à transição para uma economia mais circular e mais sustentável, mas também da natureza e da biodiversidade e da governação e informação no domínio do ambiente. Os 96 projetos foram escolhidos de entre 1 117 candidaturas.

Os projetos de ação climática serão executados em 22 Esta-dos-Membros, com um investimento total de 73,9 milhões de euros. Selecionados de entre 189 candidaturas, apoiam

a atenuação das alterações climáticas e a adaptação às mesmas, bem como a governação e a informação no domí-nio do clima.

Seguem-se alguns dos projetos selecionados para receberem apoio do programa LIFE.

Projetos ambientaisReciclar o cobre: A economia de recursos e a redução do impacto ambiental da extração de cobre são os dois objetivos de um projeto neerlandês destinado a aumentar a quantidade de cobre reciclado no mercado europeu. Irá utilizar um processo inovador para recuperar «cinzas de fundo» de atividades de transformação de resíduos em energia, com o objetivo de impulsionar as taxas de valorização do cobre de 40 % para 90 %. O projeto irá proceder ao tratamento de 124 500 toneladas de cinzas de fundo para produzir 373,5 toneladas de cobre.

Reduzir a utilização de fertilizantes: Este projeto fran-cês tem por objetivo demonstrar que um revestimento de sementes inovador produzido a partir de um polímero de origem natural pode reduzir a necessidade de aplicar fertilizante, reduzindo o consumo de água na agricultura. O revestimento promove o crescimento precoce da raiz, permitindo à planta absorver nutrientes e água adicionais numa fase crítica. Será testado em 7 000 toneladas de sementes, nomeadamente de milho, trigo e soja.

Barragens ecológicas: Em busca de uma abordagem mais ecológica do que o comum betão armado para o restauro das barragens, este projeto irá instalar medidas de controlo da sedimentação e da erosão utilizando matéria orgânica reciclada em duas barragens na Baviera, no sul da Alema-nha. Irá, depois, testar a sua estabilidade e segurança, bem como o seu potencial ecológico e eficiência económica.

Guerra contra as vespas invasoras: Um projeto destinado a conter a disseminação de uma espécie exótica invasora de vespas na Europa irá desenvolver um sistema de radar para localizar as vespas que voam de regresso aos ninhos em duas regiões de Itália, a fim de destruir as colónias de vespas e prevenir novas invasões. A vespa-asiática (Vespa velutina) representa uma ameaça significativa para as abelhas, vespas e borboletas nativas.

O regresso dos abutres: Um projeto irá transferir e libertar 48 abutres para locais na Bulgária especialmente prepa-rados para os receber, proporcionando-lhes um habitat e fontes de alimentos adequados. Destinado a restaurar as populações de abutre-preto europeu (Aegypius monachus) no país, o projeto visa também reduzir os riscos para os abutres resultantes dos envenenamentos e de ficarem emaranhados nos cabos das torres elétricas.

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Remover os resíduos farmacêuticos das águas residuais: Um projeto que visa testar uma forma de remover os com-postos farmacêuticos das águas residuais irá ser realizado em duas regiões portuguesas com escassez de água: Lis-boa e Algarve. Irá realizar um ensaio de três anos utilizando adsorventes ecológicos de resíduos vegetais locais (alfarroba e cortiça) e coagulantes bipoliméricos em estações de trata-mento de lamas ativadas para testar o êxito e a eficiência em termos de custos do processo.

Restaurar as pastagens: Um projeto na Eslovénia irá res-taurar e proteger dois tipos de pastagens — as pastagens secas e o Nardus (um habitat importante para as plantas e os invertebrados árticos e alpinos)— trabalhando em con-junto com os proprietários das terras e outros potenciais utilizadores das terras para reduzir a fragmentação no uso das terras e melhorar a gestão das pastagens.

Combater os criminosos: Será criada uma rede britânica de autoridades judiciais no domínio do ambiente desti-nada a promover a partilha de informações sobre crimes relacionados com os resíduos, a vida selvagem e os pro-dutos químicos e a melhorar a capacidade e a coerência entre os procuradores do ministério público e os juízes para combater a criminalidade ambiental transnacional.

Projetos de ação climáticaAsfalto hipocarbónico: Um projeto espanhol irá desenvol-ver uma nova configuração para o fabrico de massa asfál-tica utilizando a biomassa como combustível alternativo. O projeto visa demonstrar um processo de produção total-mente isento de combustíveis fósseis, bem como reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 80 %. A massa asfáltica será testada numa demonstração em escala real numa área de construção rodoviária.

Restaurar as turfeiras: Um novo instrumento destinado a medir as emissões de gases com efeito de estufa das turfeiras geridas na Letónia irá permitir aos decisores polí-ticos otimizar os impactos do restauro das turfeiras na biodiversidade, no crescimento económico e na atenuação das alterações climáticas. O projeto irá também criar um inventário e uma base de dados de turfeiras degradadas em todo o país.

Telhas refrigeradoras: Uma nova conceção de dois tipos de telhas amplamente utilizados, destinada a aumentar o fluxo de ar para promover o arrefecimento e a ventilação, será testada em edifícios à escala real em diferentes locais no Mediterrâneo. O projeto visa demonstrar que as telhas podem ajudar a poupar 50 % da energia necessária para arrefecer os edifícios e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa relacionadas com o arrefecimento em 10 %.

Pegada organizacional: Uma nova rede irá desenvolver um instrumento destinado a calcular e reduzir a pegada carbónica das organizações, com participantes do setor público e pri-vado na Croácia, em França, na Grécia, na Hungria e em Itália. O projeto francês visa apoiar a execução de políticas públicas destinadas a incentivar a redução das emissões de carbono.

Programa LIFE

O programa LIFE é o instrumento de financiamento do ambiente e da ação climática da UE. Desde a sua criação, em 1992, financiou mais de 4 000 projetos, mobilizando 7,8 mil milhões de euros e contribuindo com 3,4 mil milhões de euros para a proteção do ambiente e do clima. O orçamento do pro-grama LIFE para 2014-2020 é de 3,4 mil milhões de euros, a partilhar entre projetos ambientais e de ação climática.

Mais informações » http://ec.europa.eu/environment/life/ » http://ec.europa.eu/clima/policies/budget/life/index_en.htm

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59 11

» LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

20 anos do EMAS!O sistema europeu de ecogestão e auditoria (EMAS), que constitui um instrumento voluntário de gestão ambiental, está a comemorar o seu 20.o aniversário. Qual é a chave para a sua longevidade?

No dia 13 de novembro, em Francoforte, o EMAS comemo-rou o seu aniversário com uma conferência de alto nível que recordou 20 anos de realizações.

O sistema ajuda atualmente mais de 4 000 organizações espalhadas por 7 000 locais em mais de 27 países. Fontes internas apontam uma série de fatores responsáveis pela sua eficácia. No topo da lista estão os requisitos aplicáveis à auditoria externa e ao registo oficial junto de entidades governamentais. Indo além das normas do sistema de ges-tão ambiental ISO 14001 amplamente utilizado, o EMAS exige conformidade jurídica, comunicação pública através de uma declaração ambiental EMAS e auditorias indepen-dentes realizadas por verificadores ambientais aprovados pelo governo.

Ao abrigo do Regulamento EMAS, alguns indicadores-chave ajudam a medir e monitorizar o desempenho ambiental em função das metas, facilitando a realização de comparações no seio das organizações e entre elas ao longo de um vasto período de tempo. Mas a tónica não é colocada apenas no desempenho: o EMAS também exige o compromisso dos colaboradores e o envolvimento das partes interessadas.

Motivação e comunicaçãoOs participantes referiram que o envolvimento sistemático dos colaboradores em atividades de proteção ambiental aumenta a motivação e possibilita que o pessoal se identifi-que com a respetiva organização. Grande parte do interesse resulta de um conjunto de instrumentos de comunicação, que permite que as organizações registadas desenvolvam e melhorem as suas relações com fornecedores, autori-dades públicas, organizações da sociedade civil, clientes, comunidades locais e meios de comunicação social.

Assim sendo, como a excelência no desempenho ambiental passou a constituir uma forte vantagem comercial, existem cada vez mais organizações desejosas de aplicar o EMAS, desde o porto de Valência à Vodafone na Grécia. O sistema alargou constantemente o seu interesse. A fim de facilitar a implementação nas pequenas e microempresas, a Comis-são desenvolveu a metodologia «EMAS Easy». Utilizando tabelas e pedidos simples e sequenciais, as empresas mais pequenas podem agora desenvolver um sistema de ges-tão ambiental que abrange todos os requisitos e normas do EMAS.

Redução dos custosO EMAS demonstrou consistentemente que a gestão ambiental sistemática diminui os custos do tratamento de resíduos e o consumo de água e energia. Ao abrigo do sistema, as organizações mantêm conjuntos de dados abrangentes sobre o respetivo consumo energético e emissões, enquanto as declarações ambientais e os relatórios mostram como estes fatores podem ser reduzidos.

Ao sensibilizar as empresas para as medidas a tomar no sentido de minimizarem as emissões de gases com efeito de estufa, as organizações registadas no EMAS estão bem preparadas no que diz respeito à satisfação das expectati-vas das partes interessadas em matéria de ação climática. Possibilita ainda que as empresas cumpram os compro-missos escritos em relação à sua responsabilidade social ao demonstrarem um forte compromisso ambiental e dos colaboradores nas suas operações diárias.

A conferência de Francoforte assiste à atribuição de pré-mios aos membros mais antigos de toda a UE, bem como a sessões sobre as realizações do EMAS no contexto da economia circular ministradas por altos representantes do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia, do Governo alemão e da primeira organização EMAS de sempre, que ainda está registada passados 20 anos.

Mais informações » http://www.euconf.eu/emas » http://ec.europa.eu/environment/emas/

» https://www.youtube.com/watch?v=-NhnD2i0jVQ

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» FINANCIAMENTO E LIFE

Partilha das melhores práticas de gestão fluvialDezembro de 2015 foi o mês mais chuvoso de sempre no Reino Unido, registando-se grandes inundações. A restauração do caudal natural dos rios, em vez da retificação do seu curso ou da construção de proteções contra inundações, pode atenuar ou mesmo evitar as inundações. Uma base de dados de práticas de restauração de rios financiada pelo programa LIFE contém inúmeros bons exemplos.

Apenas um em cada cinco rios e planícies aluviais da Europa se encontra no seu estado natural. Trabalhar com a natureza para restaurar os padrões de fluxo originais encerra inúme-ros benefícios para as pessoas e para a natureza, embora as iniciativas com vista à restauração sejam frequentemente dificultadas pela ausência de partilha de conhecimentos.

O «Restore», um projeto do Reino Unido cofinanciado pelo programa LIFE (o fundo da União Europeia para o ambiente), abordou este problema através da criação de uma rede que reúne decisores políticos, responsáveis pelo planeamento de bacias hidrográficas, profissionais e peritos, bem como da criação de um sítio na Internet que se tornou a principal fonte de informações sobre a restauração fluvial na Europa. Este sítio é complementado pela RiverWiki, uma base de dados em linha de casos práticos de restauração de rios que contém atualmente cerca de mil casos envolvendo 31 países.

Este instrumento de partilha das melhores práticas e ensi-namentos extraídos, destinado a decisores políticos, profis-sionais e investigadores no domínio da restauração de rios, é acessível a todos. Os utilizadores podem carregar projetos que refiram os objetivos, as técnicas, os custos, os benefícios para os ecossistemas e os resultados.

Fluxo de informações O projeto «Restore» organizou e participou em eventos des-tinados a divulgar conhecimentos sobre restauração de rios junto de mais de 10 000 profissionais da área da gestão fluvial em toda a Europa.

Para além de ser dirigido a peritos em domínios ligados à restauração fluvial, o projeto trabalhou igualmente com urbanistas, arquitetos e decisores políticos. Ao mostrar exemplos tangíveis de restauração fluvial, a equipa conse-guiu estabelecer uma ligação aos objetivos do instrumento RiverWiki.

O projeto «Restore» deu a conhecer aos responsáveis pela gestão problemas semelhantes e soluções em outras áreas, com amplos resultados. A conferência final do projeto levou à criação de uma «comunidade de prática» no âmbito da qual os países da União com experiência no domínio da

restauração fluvial acordaram em ajudar os países candi-datos à adesão à UE a gerirem os seus rios. Atualmente o RiverWiki inclui também exemplos de projetos do Brasil, do Canadá e dos Estados Unidos.

Legislação da União Europeia relativa a inundaçõesEntre 1998 e 2009, a Europa foi afetada por mais de 200 inundações de grandes proporções, incluindo as inun-dações catastróficas dos rios Danúbio e Elba. Estas inunda-ções causaram 1 126 mortes, o desalojamento de cerca de 500 000 pessoas e prejuízos económicos cobertos por segu-ros que ascenderam a pelo menos 52 mil milhões de euros.

A Diretiva «Inundações» da União Europeia, introduzida em 2007, impõe aos Estados-Membros a obrigação de avaliar os riscos de inundações no respeitante aos rios e às linhas costeiras, cartografar os riscos e adotar medidas com vista à sua redução. O objetivo consiste em abordar os riscos para a saúde humana, o ambiente, o património cultural e as atividades económicas.

As decisões sobre ações específicas, como a dragagem, são tomadas a nível nacional.

Mais informações » https://www.restorerivers.eu » http://ec.europa.eu/environment/water/flood_risk/index.htm

13REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59

» INDÚSTRIA E TECNOLOGIA

Conheça a sua Pegada EcológicaA Comissão Europeia avalia os progressos alcançados para criar um método à escala da UE destinado a medir a Pegada Ecológica de 26 produtos e organizações.

A Comissão Europeia encontra-se a meio de uma fase-pi-loto de ensaio do método de medição da Pegada Ecoló-gica de uma série de produtos e organizações. Trata-se da primeira tentativa para criar um instrumento que permita comparar produtos semelhantes com base no seu desem-penho ambiental ao longo da cadeia de valor. Tem em conta os impactos durante o ciclo de vida do produto, desde a extração ou produção das matérias-primas, passando pela transformação, transporte e utilização, até à elimina-ção ou reciclagem. Parte integrante da iniciativa «Mercado Único dos Produtos Ecológicos», adotada pela Comissão em 2013, tem por objetivo tornar mais fácil para as empresas comercializarem os produtos ecológicos na UE, bem como aumentar a confiança dos consumidores nas asserções ambientais associadas aos produtos.

De pilhas a t-shirtsMais de 280 organizações estão a participar na fase de ensaio, que está a desenvolver os perfis das pegadas de 26 produtos e processos (ver caixa abaixo). Estas organi-zações estão a analisar 15 impactos, identificando os mais relevantes para um dado produto, por exemplo alterações climáticas, empobrecimento da camada do ozono ou esgo-tamento da água, utilização da terra e ecotoxicidade.

Numa conferência organizada pela Comissão Europeia em novembro, os líderes piloto confirmaram o seu interesse em ter um método único e comum para medir a Pegada Eco-lógica, ao invés do atual conjunto confuso de instrumentos.

Mais de mil partes interessadas estão a seguir de perto este processo, elogiando a transparência da fase-piloto, que está aberta a contribuições de partes interessadas de todo o mundo.

«O setor verde está a crescer no mercado mundial», afirmou o Comissário da UE responsável pelo Ambiente Karmenu Vella, dirigindo-se à conferência. «Quatro em cada cinco consumidores compram produtos ecológicos pelo menos ocasionalmente, mas quase metade não confia plenamente nas alegações ambientais.»

Para que concretizar a transição para uma economia circu-lar, a Europa precisa de um mercado único onde seja fácil demonstrar o impacto ambiental dos produtos, medido uti-lizando uma metodologia comum.

«Se as informações ambientais forem acessíveis e fiáveis, o mercado destes produtos irá crescer», afirmou o Comissá-rio. Dar aos cidadãos informações relevantes e sensibilizá--los para o desenvolvimento sustentável é também um dos compromissos da Agenda para o Desenvolvimento Susten-tável das Nações Unidas para 2030. «Não existem dúvidas de que a pegada pode ajudar», concluiu.

Mais informações » http://ec.europa.eu/environment/eussd/smgp/

conference_2015_en.htm » http://ec.europa.eu/environment/eussd/smgp/index.htm

Produtos incluídos na fase-piloto da Pegada EcológicaProdutos:

pilhas e acumuladores • tintas decorativas • tubos de fornecimento de água quente e fria • detergentes domésticos • produtos intermédios de papel • equipa-mento informático • couro • chapas de metal • calçado • produção de eletricidade fotovoltaica • isolamento térmico • t-shirts • fonte de alimentação ininterrupta • cerveja • café • produtos lácteos • alimentos para animais destinados à alimentação humana • marisco • carne • azeite • água engarrafada • massas alimen-tícias • alimentos para animais de companhia • vinho • setor retalhista • setor da produção de cobre.

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Agenda

Eco-Bio 2016: Desafios enfrentados na construção de uma economia de base biológica sustentável 6 a 9 de março, Roterdão, Países Baixos

Este evento, o primeiro do género, incidirá sobre as atividades de investigação e ino-vação mais recentes no domínio do desen-volvimento de soluções de base biológica viáveis do ponto de vista industrial, seguras e respeitadoras do ambiente com vista à construção de uma sociedade sustentável. » http://www.ecobioconference.com/

Conferência internacional sobre ambientes urbanos sustentáveis 8 a 11 de março, Hamburgo, Alemanha

Organizada por uma cidade com uma posição de liderança no domínio do desenvolvimento urbano sustentável, a conferência irá debater uma série de temas relacionados com o desenvolvimento sustentável, incluindo arquitetura e educação, design, métodos, estratégias e enquadramentos, assim como investigação e inovação de produtos. » http://www.sbe16hamburg.org/

Quinta conferência internacional sobre biodiversidade10 a 12 de março de 2016, Madrid, Espanha

Esta plataforma mundial irá incidir em 11 questões essenciais relacionadas com a biodiversidade, nomeadamente a conservação, as espécies ameaçadas de extinção, o aquecimento global, o desenvolvimento sustentável, a silvicultura e a segurança alimentar. » http://biodiversity.conferenceseries.com/

Adaptation Futures 2016: quarta conferência sobre a adaptação às alterações climáticas 10 a 13 de maio, Roterdão, Países Baixos

A Comissão Europeia e o Governo neerlandês serão os coorganizadores da quarta edição desta conferência bienal do PROVIA (programa mundial de investigação sobre a vulnerabili-dade e os impactos no que respeita às alte-rações climáticas e à adaptação às mesmas). Os delegados irão discutir práticas e soluções, a construção de laços mais fortes entre ciência e prática, estratégias para envolver as comuni-dades e associar as medidas de adaptação ao desenvolvimento, investimento e planeamento. » http://www.adaptationfutures2016.org/

Publicações

O programa LIFE e a adaptação às alterações climáticasEsta brochura destaca a forma como o programa LIFE apoia a União Europeia na execução da sua política no domínio da adaptação às alterações climáticas. A uma introdução às questões de política e à contribuição do programa LIFE sucedem-se secções temáticas que abrangem os setores fundamentais: planeamento estratégico para a adaptação a nível nacional e local, resiliência urbana, agricultura, florestas, recursos hídricos (incluindo a gestão da água e a prevenção de inundações), zonas costeiras e biodiversidade. A publicação apre-senta cerca de 130 projetos LIFE de 24 Estados-Membros, fornecendo inúmeros exemplos de como a adaptação às alterações climáticas pode ser integrada para ajudar a cumprir as obrigações da UE em matéria de alterações climáticas, conferindo simultaneamente uma mais-valia social e económica a este processo.

Disponível em inglês

» http://ec.europa.eu/environment/life/publications/lifepublications/lifefocus/documents/climatechangeadaptation.pdf

Serviços ecossistémicos e biodiversidade Dependemos dos ecossistemas para um grande número de benefí-cios, que vão desde os alimentos, a água limpa e a proteção contra inundações até ao património cultural. No entanto, muitos destes benefícios, conhecidos como «serviços ecossistémicos», estão gra-vemente ameaçados por pressões de origem humana. Os deciso-res políticos precisam de informações claras sobre a forma como a biodiversidade sustenta estes serviços, a sua procura, a capa-cidade dos ecossistemas para fornecê-los e as pressões a que estão sujeitos. Este relatório explora quatro elementos essenciais do conceito de serviços ecossistémicos: as ligações entre a biodi-versidade e os serviços ecossistémicos, as técnicas atuais de car-tografia e avaliação dos ecossistemas e dos respetivos serviços, a análise dos serviços ecossistémicos, bem como a importância de se considerarem todos os serviços ecossistémicos e a biodiver-sidade como parte integrante de um sistema interligado.

Disponível em inglês

» http://bookshop.europa.eu/en/ecosystem-services-and-biodiversity-pbKHBC15001/?CatalogCategoryID=r1sKABstjgMAAAEjvIYY4e5K

Financiamento da União Europeia em prol do clima destinado aos países em desenvolvimento em 2015Perante os compromissos ambiciosos acordados na COP21, em Paris, as atenções voltam-se agora para a execução. Esta nova publicação apresenta uma panorâmica das ações já empreendidas pela União em prol de um desenvolvimento hipocarbónico e resis-tente às alterações climáticas a nível internacional, que vão desde os sistemas de alerta de cheias na Europa até à preservação dos ecossistemas das regiões insulares do Pacífico Sul. A brochura salienta que o acordo mundial sobre o clima constitui uma oportuni-dade única para acelerar esta transição. «Ao continuar a investir em ações climáticas no plano europeu, a UE aumentará o financiamento destinado a ajudar os países mais pobres e vulneráveis a atenuarem as alterações climáticas e a adaptarem-se às mesmas.»

Disponível em inglês, francês e espanhol

» http://bookshop.europa.eu/en/european-union-climate-funding-for-developing-countries-in-2015-pbML0415604/

FINANCEMENT DE L’UNION EUROPÉENNE EN FAVEUR DU CLIMAT POUR LES PAYS EN DÉVELOPPEMENT 2015

May 2015Issue 11

IN-DEPTH REPORT

Ecosystem Services and Biodiversity

Science for Environment Policy

Environment

LIFE Environment

LIFE and Climate change adaptation

Environment& Climate Action

Salvo indicação em contrário, as publicações podem ser obtidas gratuitamente na EU Bookshop em http://bookshop.europa.eu

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 59 15

Breves

Quem serão os vencedores de 2016 do primeiro Prémio Natura 2000? O Prémio Natura 2000 reconhece e promove as melhores práticas no domínio da conservação da natureza em toda a Europa, centrando-se no sucesso da rede no âmbito da proteção da biodiversidade e do património natural da União Europeia. O prazo para a apresentação de can-didaturas terminou em dezembro. O vencedor em cada uma das cinco categorias do prémio será anunciado em maio. O público também pode votar no «Prémio dos Cidadãos», uma iniciativa lançada pela Comissão Europeia em 2015.

A candidaturas apresentadas no âmbito da categoria «comunicação» incluem uma pista de aventuras para crianças na Hungria e campanhas de sensibilização na Áustria, na Alemanha e na Croácia sobre o papel que os agricultores desempenham na proteção dos sítios Natura 2000. Os projetos inscritos na categoria «conservação» vão desde a conservação dos habitats na Bulgária, em França e em Itália até à recuperação da população de abutre-preto em Portugal. As propostas no âmbito da «cooperação transfronteiriça e criação de redes» incluem a con-servação da paisagem no Reino Unido e uma plataforma de partilha de conhecimentos para profissionais no domínio da conservação da natureza em França. Um plano de coexistência com o urso pardo na Grécia e uma visão para a Floresta de Soignes na Bélgica são apenas dois dosprojetos incluídos na categoria «reconciliação de interesses/perceções». O refúgio e a florestade Borecka na Polónia e o turismo sustentável no Parque Nacional de Oulanka na Finlândia estão inscritos na categoria «benefícios socioeconómicos».

» http://ec.europa.eu/environment/nature/natura2000/index_en.htm

Cidades unidas contra as alterações climáticasNo âmbito das iniciativas «Pacto de autarcas» e «Mayors Adapt», mais de 6 500 cidades euro-peias comprometeram-se a adotar medidas contra as alterações climáticas. Com uma popu-lação de 360 milhões de habitantes, as cidades da Europa representam 70 % do consumo de energia do continente. Tendo em mente esta situação e a COP21, Miguel Arias Cañete, comissá-rio responsável pela Ação Climática e pela Energia, organizou uma cerimónia em outubro com o objetivo de reconhecer o contributo das cidades para a luta contra as alterações climáticas.Salientou que o Pacto já constituía «a maior iniciativa urbana no domínio do clima e da energiaa nível mundial» e uma história de sucesso europeia.

O «Pacto de autarcas para o clima e a energia» novo e integrado ajudará as cidades a desen-volver sinergias entre a atenuação das alterações climáticas e a adaptação às mesmas, como parte integrante da União da Energia da União Europeia, centrando-se na redução das emissões e da procura energética, no investimento em energias renováveis e eficiência e no reforço da resistência da Europa às alterações climáticas.

» http://ec.europa.eu/clima/news/articles/news_2015101501_en.htm

Proteger a camada de ozonoUm relatório recente da Agência Europeia do Ambiente revela que a Europa continua a regis-tar progressos no domínio da supressão progressiva das substâncias químicas que afetam a camada de ozono. Desde a entrada em vigor do Protocolo de Montreal em 1989, as substân-cias que empobrecem a camada de ozono (ODS) foram substituídas com êxito em muitas partes do mundo. No interior da UE, o regulamento relativo às ODS é ainda mais rigoroso e abrange outras substâncias, muitas das quais são também gases com efeito de estufa muito potentes.

O relatório intitulado «Substâncias que empobrecem a camada de ozono 2014» revela que, em 2014, o consumo de substâncias controladas foi negativo em consequência de uma supressão progressiva em combinação com um nível de destruição relativamente elevado e um nível redu-zido de reservas. O consumo de ODS na União Europeia regista um valor negativo ou próximo de zero desde 2010.

» http://www.eea.europa.eu/highlights/europe-continues-to-phase-out

KH-AD

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Errata: A rubrica «Notícias Breves» da edição anterior não incluiu, por lapso, Liubliana (Eslovénia) como Capital Verde Europeia de 2016.