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Fibrilação auricular Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre . Fibrilação auricular Aviso médico Classificação e recursos externos CID-10 I48.i CID-9 427.31 DiseasesDB 1065 MedlinePlus 000184 MeSH D001281 Fibrilação auricular ou fibrilação atrial, analogamente à fibrilação ventricular, é um tipo de arritmia cardíaca em que há movimentos irregulares das aurículas, (ou mais corretamente átrios, já que atualmente o termo aurícula é usado para os apêndices das câmaras superiores do coração, ou seja, os átrios) cujas fibras musculares individuais agem independentemente, não existindo a contração muscular. A fibrilação reduz o enchimento doventrículo esquerdo, mas não leva a parada cardíaca. O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e rápido e pode levar a desconforto ou sintomas de dispnéia. A fibrilação atrial ou auricular pode ser do tipo paroxístico - episódios de arritmia que se resolvem espontaneamente -,persistente - que tem duração prolongada, mas também se resolve espontaneamente - e permanente, quando não há retorno ao ritmo normal.

Fibrilação auricular

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Page 1: Fibrilação auricular

Fibrilação auricularOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fibrilação auricular Aviso médico

Classificação e recursos externos

CID-10 I48.i

CID-9 427.31

DiseasesDB 1065

MedlinePlus 000184

MeSH D001281

Fibrilação auricular ou fibrilação atrial, analogamente à fibrilação ventricular, é um tipo

de arritmia cardíaca em que há movimentos irregulares das aurículas, (ou mais corretamente

átrios, já que atualmente o termo aurícula é usado para os apêndices das câmaras superiores

do coração, ou seja, os átrios) cujas fibras musculares individuais agem independentemente,

não existindo a contração muscular. A fibrilação reduz o enchimento doventrículo esquerdo,

mas não leva a parada cardíaca. O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e

rápido e pode levar a desconforto ou sintomas de dispnéia. A fibrilação atrial ou auricular pode

ser do tipo paroxístico - episódios de arritmia que se resolvem espontaneamente -,persistente -

que tem duração prolongada, mas também se resolve espontaneamente - e permanente,

quando não há retorno ao ritmo normal.

Condução

Ritmo sinusal Fibrilhação auricular

Page 2: Fibrilação auricular

O diagnóstico é suspeito na exame do pulso, e confirmado peloECG. O maior risco da FA são os

quadros de embolia periférica, mais fequentemente a cerebral, que ocorrem pela formação

detrombos dentro da aurícula, que não apresenta mais contração. Os pacientes de maior risco

são os portadores de doenças da válvula mitral, que entram em fibrilação atrial e os pacientes

com FA apos 65 anos. Nestes, o uso permanente de anticoagulantes se faz necessária para

prevenir a embolia cerebral.A fibrilação também pode estar presente no pós operatório de

cirurgias cardíacas. Atualmente há 3 possibilidades de tratamento. Na primeira, o paciente é

mantido em FA, e a taquicardia é controlada com medicamentos e, se indicado, realiza-se

anticoagulação. O segundo tratamento usa a desfibrilação elétrica, após anticoagulação,

quando a FA persiste por mais de 48 horas. O terceiro tratamento utiliza procedimentos

de ablação, que consistem em aplicação, com o uso de catéteres, de ondas de rádio de

alta freqüência nas áreas próximas à junção da veia pulmonar com o átrio, bloqueando assim

os impulsos elétricos anódinos que caracterizam a fibrilação.

Se houver colapso hemodinâmico (instabilidade pressórica, choque), a cardioversão elétrica é

obrigatória. Cargas iniciais de 200 Joules geralmente revertem o ritmo desordenado ao

normal. Após o episódio inicial, o risco de recorrências é alto, por isso, é imperioso identificar

fatores que possam perpetuar a fibrilação (álcool, drogas, cafeína, hipertensão

arterial, hipertiroidismo, etc.) e tentar eliminá-los.

As alterações do ritmo cardíaco podem produzir-se através de mecanismos fisiológicos sem qualquer consequência; porém, por vezes, resultam de doenças graves ou provocam graves consequências. > Tipos e causas

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> Sintomas e complicações > Diagnóstico e tratamento > Manobras antiarrítmicas

Tipos e causasTopo

Em circunstâncias normais, existe um centro situado na aurícula direita, o nódulo sinusal, que gera ritmicamente cerca de 60 a 100 estímulos eléctricos por minuto, os quais se propagam por vias de condução especiais, provocando a sequencial contracção das câmaras cardíacas. A arritmia é a alteração da frequência, da regularidade, do ponto de origem ou da trajectória dos ditos impulsos eléctricos.

De acordo com a frequência dos batimentos cardíacos, as arritmias classificam-se em dois grupos: as taquiarritmias, quando se ultrapassam os 100 batimentos por minuto, e as bradiarritmias, quando se produzem menos de 60 batimentos por minuto. As suas causas podem ter diversas origens e existem vários tipos de arritmia.

Taquiarritmias. As arritmias associadas a um aumento da frequência cardíaca podem ser de vários tipos.

Na taquicardia sinusal, a mais frequente de todas as arritmias, a frequência cardíaca supera os 100 batimentos por minuto, mas o ritmo mantém-se regular. Deve-se ao aumento da actividade do nódulo sinusal e costuma constituir uma resposta fisiológica normal perante circunstâncias em que o organismo requer uma maior assimilação de oxigénio e um consequente maior trabalho cardíaco, como acontece durante o exercício físico, as emoções intensas, o acto sexual, o stresse, etc.

As extra-sístoles auriculares são contracções isoladas das aurículas, que se traduzem por um batimento cardíaco irregular. Normalmente, produzem-se em pessoas saudáveis, após o consumo de bebidas alcoólicas, café ou tabaco.

Na taquicardia supraventricular, os impulsos eléctricos, por razões ainda pouco claras, não se originam no nódulo sinusal, mas sim noutros pontos das aurículas, situando-se a frequência cardíaca entre os 120 e os 200 batimentos por minuto, com um ritmo regular. Costumam ser situações passageiras, que se iniciam e param de forma brusca, o que se denomina de taquicardia supraventricular paroxística. Normalmente, afecta pessoas jovens e saudáveis, embora em alguns casos seja uma manifestação de outras anomalias.

Na taquicardia auricular, os impulsos eléctricos são originados de forma anómala em qualquer ponto das aurículas, que não o nódulo sinusal, e apresentam uma frequência de 250 a 400 batimentos por minuto. A frequência é tão elevada que nem todos os estímulos provocam a contracção dos ventrículos, o que torna o ritmo irregular. Esta arritmia pode incidir em pessoas anteriormente saudáveis, embora normalmente constitua uma manifestação de outras doenças cardíacas mais graves.

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• Na fibrilhação auricular, as aurículas contraem-se continuamente até 500 batimentos por minuto, provocando contracções ventriculares irregulares e de magnitude variável.

• As extra-sístoles ventriculares são contracções espontâneas e isoladas dos ventrículos, que costumam ocorrer em pessoas saudáveis, especialmente após o consumo de bebidas ou substâncias estimulantes.

• A taquicardia ventricular é uma arritmia grave que afecta, sobretudo, pessoas que já apresentam problemas cardíacos. Nestes casos, os ventrículos podem contrair-se a um ritmo regular até 250 batimentos por minuto.

• A fibrilhação ventricular é uma arritmia grave, podendo surgir como complicação de um enfarte do mio-cárdio. Os ventrículos contraem-se de forma irregular e dessincronizada, impedindo o coração de exercer correctamente a sua função de bomba propulsora de sangue.

Bradiarritmias. A redução dos batimentos cardíacos também pode adoptar várias formas e com um significado diferente.

• Na bradicardia sinusal, o tipo mais frequente, a frequência cardíaca desce para menos de 60 batimentos por minuto, embora mantenha a sua regularidade. Na maioria dos casos, corresponde a uma resposta fisiológica normal do organismo perante di-versas circunstâncias.

• O bloqueio cardíaco é a interrupção ou a passagem mais lenta dos impulsos eléctricos no seu percurso pelas vias de condução.

• A paragem cardíaca, que constitui uma verdadeira emergência médica, caracteriza-se pela ausência de contracções dos ventrículos e costuma apresentar-se como complicação de outras arritmias e de outras patologias cardiovasculares.

Sintomas e complicaçõesTopo

Na maioria dos casos, as arritmias não produzem manifestações, sobretudo as fisiológicas. Nos casos em que o fazem, os sintomas podem ser muito variados. Um dos mais habituais é a percepção dos batimentos cardíacos como uma sensação desagradável e incómoda, denominada de palpitações. Uma outra manifestação relativamente frequente é a dor torácica, que costuma adoptar características muito semelhantes às da angina de peito. Por vezes, também se produzem náuseas, alterações do equilíbrio ou, nos casos mais sérios, síncope ou perda momentânea de consciência.

Normalmente, as arritmias são passageiras e não provocam complicações. De qualquer forma, quando são graves, sempre que exista uma patologia cardiovascular subjacente ou quando persistem durante um período prolongado, podem afectar o funcionamento do coração, originando complicações graves.

Diagnóstico e tratamentoTopo

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O seu diagnóstico costuma deduzir-se conforme os sintomas, em particular as palpitações. A auscultação cardíaca e a palpação do pulso arterial são muito importantes, pois permitem detectar as alterações da frequência e do ritmo cardíacos. A confirmação do diagnóstico e a determinação do tipo de arritmia costuma obter-se através de um ECG. Por vezes, solicita-se um ECG ambulatório de 24 horas, pois permite registar a actividade eléctrica do coração ao longo de um dia de normal actividade do paciente. As arritmias ligeiras não costumam necessitar de tratamento. Para reduzir os sintomas, por vezes, prescrevem-se medicamentos ansiolíticos e recomenda-se evitar o consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e café. Para além disso, existem diversos medicamentos antiarrítmicos que são utilizados para normalizar a frequência e o ritmo cardíacos, como os digitálicos ou a quinidina. Nos casos de bloqueio grave, costuma ser recomendada a implantação de um pacemaker cardíaco. É possível reverter para ritmo sinusal uma fibrilhação ventricular ou tratar uma paragem cardíaca, através da aplicação de uma descarga eléctrica torácica, a denominada desfibrilhação.

Informações adicionais

Manobras antiarrítmicasTopo

A taquicardia supraventricular paoxística costuma afectar pessoas jovens e saudáveis, manifestando-se através de palpitações, por vezes acompanhadas por pequenas dores torácicas, que surgem subitamente e podem durar até ao momento em que param espontaneamente, entre poucos minutos a alguns dias. Este tipo de arritmia não costuma provocar complicações. De qualquer forma, existe uma série de manobras que o próprio paciente pode realizar, através das quais é possível diminuir a intensidade dos ataques. O denominador comum destas manobras é ao longo das mesmas produzir a estimulação do nervo vago, cuja actividade reduz a frequência cardíaca. As mais simples, embora nem sempre eficazes, são:

*Inspirar e manter o ar durante vários segundos. *Tomar um golo de água fria. *Submergir a cara em água fria. *Assoar o nariz, mas mantendo as fossas nasais tapadas. *Adoptar bruscamente uma posição horizontal.

Na presença de uma fibrilhação auricular, as duas câmaras superiores do coração tremem em vez de contrair e relaxar regularmente. Com efeito, a capacidade de bombear sangue para o organismo poderá ficar significativamente reduzida.

A palpitação é o sintoma de fibrilhação auricular mais comum, a sensação desagradável decorrente da percepção não habitual do batimento cardíaco rápido e irregular. Por vezes este sintoma passa despercebido a alguns doentes, sobretudo no caso de fibrilhação auricular recorrente. O ritmo cardíaco é governado pelo nódulo sino-auricular – um conjunto de células que geram impulsos eléctricos regulares sendo estes enviados através do músculo cardíaco. Consequentemente, o músculo cardíaco é estimulado a contrair e bombear sangue. Num

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coração saudável a frequência das contracções segue um padrão regular, cerca de 70 pulsações por minuto.

Quando o doente apresenta fibrilhação auricular, o sistema é perturbado por impulsos eléctricos anormais que têm origem noutras partes do coração, fazendo com que a contracção do músculo cardíaco se torne descoordenada, podendo resultar em batimentos demasiadamente lentos ou rápidos, em ambos os casos poderá conduzir a que não seja bombeado o sangue necessário ao funcionamento regular do organismo.O cardiologista alerta para a necessidade de tratar a condição de fibrilhação auricular com a maior brevidade possível, já que poderá conduzir a graves complicações. Devido às contracções descoordenadas, as câmaras cardíacas, as aurículas em particular, não se esvaziam por completo, permitindo que o sangue se acumule e forme um coágulo.

Consequentemente, existe o risco de que este coágulo se desloque para outros órgãos, nomeadamente para as artérias do cérebro, conduzindo a uma potencial embolia, originando um acidente vascular cerebral, vulgo AVC. De acordo com a American Heart Association, 15% dos AVC ocorrem em doentes com fibrilhação auricular.

O principal objectivo da terapia à fibrilhação auricular consiste em normalizar o batimento cardíaco. Contudo, se nenhuma das opções terapêuticas forem bem sucedidas, a

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arritmia prossegue. Este tipo de fibrilhação auricular é já fibrilhação auricular crónica.

Junto de doentes com fribilhação auricular crónica, é aconselhável que se submetam a medicação anti-coagulante prolongada – fármacos que previnem a coagulação, um mecanismo de reparação natural do organismo. O objectivo é impedir que o sangue forme coágulos no coração, e desta forma, minimizar o risco de uma obstrução arterial criada por um embolo, o que resultaria num AVC.

A terapia anti-coagulante consiste numa dosagem diária de um antagonista da vitamina K. Uma vez que cada doente reage de modo diferente a este fármaco, é fundamental a monitorização constante do tempo de protrombina, uma forma de testar o estado de coagulação do sangue. O tempo de protrombina é medido através do INR (International Normalized

Ratio) – uma medida padronizada. Esta é uma informação fundamental no controlo da coagulação.

De mencionar que a monitorização da medicação anti-coagulante não é apenas necessária aos doentes que sofrem de fibrilhação auricular, como também a pacientes que tenham tido que substituir uma válvula cardíaca por uma prótese mecanizada. Existem três opções expostas a um doente anti-coagulado no que respeita à monitorização do seu valor de INR: - monitoriza o valor de INR regularmente, enviando para o laboratório uma amostra de sangue venoso; - monitoriza o valor de INR regularmente, junto do médico ou farmacêutico (através do sistema CoaguChek®); - faz uma auto-monitorização do seu valor de INR (através do sistema CoaguChek®);

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A senhora tem 65 anos e reformou-se recentemente. Nos últimos dias, tem sentido um batimento cardíaco célere e irregular. Partiu do princípio que fosse apenas o tempo e decidiu esperar uns dias. O seu desconforto, contudo, permaneceu. Passadas três semanas foi

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consultar um cardiologista.

No consultório, o electrocardiograma que o seu desconforto se deve a fibrilhação auricular – uma anomalia no ritmo cardíaco, ou arritmia, que se manifesta através de uma alteração do batimento cardíaco, pequenas interrupções ou aceleração do ritmo cardíaco. Diagnóstico Descentralizado • CoaguChek XS • CoaguChek XS Plus • cobas h 232 • NT-proBNPDiagnóstico Centralizado • Inovações em Testes de Diagnóstico • Menú de Química e Imunologia • Menú de Coagulação

Fibrilhação e flutter auricular

A fibrilhação e o flutter auricular são impulsos eléctricos muito rápidos que produzem uma

contracção auricular extremamente veloz, o que faz com que o ventrículo se contraia de uma

forma mais rápida e menos eficiente que o normal.

Estes ritmos podem ser esporádicos ou persistentes. Durante a fibrilhação ou o flutter, as

contracções auriculares são tão velozes que as paredes das aurículas simplesmente

estremecem, pelo que por não haver uma verdadeira contracção o sangue não é bombeado

para os ventrículos. Na fibrilhação, o ritmo auricular é irregular e o ritmo ventricular também o

é; no flutter, os ritmos auriculares e ventriculares são, geralmente, uniformes. Em ambos os

casos, os ventrículos batem mais lentamente do que as aurículas porque o nódulo

auriculoventricular e o feixe de His não podem conduzir impulsos eléctricos a uma velocidade

tão elevada e só um de cada dois ou quatro impulsos consegue passar. No entanto, mesmo

assim, o batimento dos ventrículos é tão rápido que não podem encher-se por completo.

Como consequência, o coração bombeia quantidades insuficientes de sangue, a pressão

arterial diminui e existe um risco potencial de aparecer insuficiência cardíaca.

A fibrilhação auricular ou o flutter podem aparecer sem que sejam visíveis outros sinais de

cardiopatia, mas o mais habitual é que haja um problema subjacente, como a doença cardíaca

reumática, uma doença das artérias coronárias, a hipertensão arterial, o abuso de álcool ou

uma produção excessiva de hormona tiróidea (hipertiroidismo).

Sintomas e diagnóstico

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Os sintomas da fibrilhação ou do flutter auricular dependem da frequência com que se

contraem os ventrículos. Se esta for pouco rápida (menos de 120 batimentos por minuto), não

se produzirão sintomas, enquanto frequências mais elevadas provocam palpitações

desagradáveis ou mal-estar no peito. Na fibrilhação auricular, o doente pode sentir a

irregularidade do ritmo cardíaco.

A reduzida capacidade de bombeamento do coração pode provocar fraqueza, desfalecimento

e falta de ar. Algumas pessoas, sobretudo as de idade avançada, desenvolvem insuficiência

cardíaca, dor torácica e choque.

Na fibrilhação auricular, as aurículas não se esvaziam por completo nos ventrículos em cada

batimento, pelo que o sangue que fica no seu interior pode imobilizar-se e coagular. Inclusive

podem desprender-se pedaços de coágulos, que passam para o interior do ventrículo

esquerdo, penetram na circulação geral e podem chegar a uma artéria mais pequena e obstruí-

la (embolia). No entanto, o mais frequente é que os pedaços de um coágulo se desprendam

pouco depois de uma fibrilhação auricular retomar o seu ritmo normal, quer seja

espontaneamente, quer através da aplicação de um tratamento. A obstrução de uma artéria

no cérebro pode provocar um icto que, em raras ocasiões, é o primeiro sinal da fibrilhação

auricular.

O diagnóstico de fibrilhação ou de flutter auricular efectua-se a partir dos sintomas e confirma-

se com um electrocardiograma (ECG). Na fibrilhação auricular, o pulso é irregular, enquanto

no flutterauricular a tendência é para ser regular mas rápido.

Ritmo sinusal normal

Tratamento

Os tratamentos para a fibrilhação e o flutter auricular têm como objectivo o controlo da

velocidade de contracção dos ventrículos, o tratamento da perturbação responsável pelo ritmo

anómalo e o restabelecimento do ritmo normal do coração. Na fibrilhação auricular

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administra-se também um tratamento para prevenir coágulos e embolias.

Em primeiro lugar, deve diminuir-se a frequência ventricular para aumentar a eficácia de

bombeamento do coração. Para este efeito administra-se digoxina, um fármaco que retarda a

condução dos impulsos para os ventrículos. Quando a administração de digoxina não é eficaz,

combina-se com outro fármaco (um betabloqueador, como o propranolol ou o atenolol, ou um

bloqueador dos canais do cálcio, como o diltiazem ou o verapamil) que aumente a sua eficácia.

O tratamento da doença subjacente raramente melhora as arritmias auriculares, a não ser que

a doença seja o hipertiroidismo.

Por vezes, a fibrilhação ou o flutter auricular podem voltar a um ritmo normal de forma

espontânea, mas é mais frequente que seja necessário intervir para conseguir esta

normalidade. Embora esta reversão possa conseguir-se com certos fármacos antiarrítmicos,

uma descarga eléctrica (cardioversão) é o tratamento mais eficaz. O êxito dos meios utilizados

depende do tempo transcorrido desde o início das anomalias no ritmo cardíaco (as

probabilidades de êxito são menores depois de 6 meses ou mais), do grau de dilatação dos

ventrículos e da gravidade que atingiu a doença cardíaca subjacente. Mesmo quando se

consegue a conversão, o risco de a arritmia reaparecer é elevado, inclusive quando se

administram fármacos preventivos, como quinidina, procainamida, propafenona ou flecainida.

Se todos os outros tratamentos não surtirem efeito, destrói-se o nódulo auriculoventricular

mediante a ablação com cateter (fornecendo energia de radiofrequência através de um

cateter introduzido no coração). Este procedimento interrompe a condução desde as aurículas

em fibrilhação para os ventrículos, pelo que se requer a colocação de um pacemaker artificial

permanente para que os ventrículos se contraiam.

O risco de desenvolver coágulos sanguíneos é mais elevado em pessoas com fibrilhação

auricular e dilatação da aurícula esquerda ou doença da válvula mitral. (Ver secção 3, capítulo

19) O risco de um coágulo se desprender e provocar um icto é particularmente elevado nos

doentes com episódios intermitentes mas duradouros de fibrilhação auricular ou cuja

fibrilhação foi convertida ao ritmo normal. Dado que qualquer pessoa com fibrilhação auricular

corre o risco de ter um icto, geralmente, recomenda-se a aplicação de um tratamento

anticoagulante para impedir a formação de coágulos, a não ser que haja uma razão específica

para não o fazer (por exemplo, a hipertensão arterial). No entanto, este tratamento implica

um risco de hemorragia que pode conduzir a um icto hemorrágico e a outras complicações

hemorrágicas. Por conseguinte, os potenciais benefícios e riscos devem ser considerados em

cada pessoa em particular.