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FILOSOFIA – 11º ano CORRECÇÃO DA FICHA DE TRABALHO 1. Por que razão, analisando o primeiro nível de aplicação da dúvida, descobrimos que Descartes nega o empirismo? Descartes não é empirista porque a crença de que o conhecimento começa com a experiência, ou seja, de que os sentidos são fontes seguras de conhecimento, é a primeira base dos conhecimentos tradicionais que Descartes vai questionar e rejeitar como falsas. 2. Por que razão a existência do sujeito que duvida é uma verdade absolutamente evidente? Segundo Descartes aquele que dúvida está a pensar e, por isso, o sujeito duvida de tudo, mas não pode duvidar da sua existência como sujeito. 3. O que Descartes quer dizer ao defender a ideia de que se ignorarmos Deus não podemos ter nenhum conhecimento certo? O papel da veracidade divina e da sua existência é duplo: É a garantia da validade das evidências actuais, isto é, das que estão actualmente presentes na minha consciência. A hipótese do Deus enganador era uma conjectura muito fraca que Descartes, em obediência ao seu método, teve de anular. Provado que Deus não é enganador, uma determinada evidência não pode ser posta em causa enquanto está presente no meu espírito;

Ficha de Trabalho 11fil Conhecimento

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11fil Conhecimento

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FILOSOFIA 11 anoCORRECO DA FICHA DE TRABALHO

1. Por que razo, analisando o primeiro nvel de aplicao da dvida, descobrimos que Descartes nega o empirismo?Descartes no empirista porque a crena de que o conhecimento comea com a experincia, ou seja, de que os sentidos so fontes seguras de conhecimento, a primeira base dos conhecimentos tradicionais que Descartes vai questionar e rejeitar como falsas.2. Por que razo a existncia do sujeito que duvida uma verdade absolutamente evidente?Segundo Descartes aquele que dvida est a pensar e, por isso, o sujeito duvida de tudo, mas no pode duvidar da sua existncia como sujeito.

3. O que Descartes quer dizer ao defender a ideia de que se ignorarmos Deus no podemos ter nenhum conhecimento certo?O papel da veracidade divina e da sua existncia duplo: a garantia da validade das evidncias actuais, isto , das que esto actualmente presentes na minha conscincia. A hiptese do Deus enganador era uma conjectura muito fraca que Descartes, em obedincia ao seu mtodo, teve de anular. Provado que Deus no enganador, uma determinada evidncia no pode ser posta em causa enquanto est presente no meu esprito; a garantia das minhas evidncias passadas, isto , no actualmente presentes na minha conscincia. Deus quem vai garantir aquilo que considerei verdadeiro permanea verdadeiro e que aquilo que vlido para mim num certo momento seja vlido objectivamente, isto , independentemente de mim.

4. Quais so para David Hume os conhecimentos da mente e como se distinguem?Os contedos da mente so as percepes. Estes contedos so de dois tipos: as impresses e as ideias. A diferena entre eles de natureza qualitativa. As impresses so mais vividas e intensas do que as ideias porque estas so cpias daquelas. Outra diferena importante a de que as impresses so causas das ideias, mas estas no so causas daquelas.5. O que distingue essencialmente relaes de ideias e conhecimentos de facto?O que distingue as relaes de ideias e conhecimentos de facto alm da forma de determinar a sua verdade, as primeiras a priori e as segundas a posteriori, h outra diferena relevante: ao contrrio das relaes de ideias , no h qualquer contradio na negao de um conhecimento de facto. As proposies de facto podem ser verdadeiras, mas impossvel que venham a revelar-se falsas. Assim sendo, hoje, domingo, origina a proposio verdadeira Hoje domingo, contudo a negao desta proposio no contraditria porque algumas vezes ser verdadeira. 6. O que significa a expresso conexo necessria entre dois fenmenos, segundo Hume?Significa que entre dois fenmenos (A e B) h uma relao tal que, acontecendo A, no pode deixar de acontecer B. Sempre que h fogo, h fumo.

7. O que significa, segundo Kant, dizer que todo o conhecimento comea com a experincia?Dizer que todo o nosso conhecimento comea com a experincia significa dizer que, sem as impresses sensveis que as coisas provocam em ns, no teramos objectos para conhecer. Para conhecermos preciso que algo nos seja dado. Ora, a intuio que nos d objectos para conhecer. Toda a nossa intuio sensvel consistindo na recepo de dados empricos ou impresses sensveis mediante duas formas que temos : o espao e o tempo. A experincia esta recepo, espacio-temporalmente condicionada, de dados empricos. Todo o conhecimento comea com a experincia.

8. O espao e o tempo so objectos da nossa sensibilidade?O espao e o tempo so formas que temos de representar os objectos e de organizar e relacionar as impresses sensveis. So formas da sensibilidade do sujeito que lhe permitem intuir os objectos.9. Qual a relao entre o entendimento e a sensibilidade?A sensibilidade a faculdade que intui e d-nos objectos para o nosso conhecimento. O entendimento a faculdade essencialmente activa, mas que no intui. O entendimento faz a ligao necessria, a sntese ou unificao dos fenmenos que estavam dispersos. ele que nos d a forma do conhecimento.10. Responda s questes que se seguem tendo em conta o pensamento de Descartes, Kant e David Hume:a) O conhecimento possvel?Segundo Descartes o conhecimento possvel, pois embora a dvida parea conduzir descrena na existncia de verdades, Descartes no cptico. Com efeito, a dvida prope-se separar o verdadeiro do falso, o que pressupe a crena na existncia de verdades. O cepticismo cartesiano meramente metodolgico. Aos cpticos Descartes concede que no h conhecimento se as nossas crenas no forem justificadas, mas no que elas no possam ser justificadas.Segundo Hume o conhecimento entendido como relao de ideias possvel. As verdades lgicas e matemticas provam-no. Contudo, o conhecimento de factos, baseado na ideia de causa, no tem justificao emprica ou racional. A ideia de causa unicamente responde a um sentimento interno (hbito), sendo destituda de objectividade.Segundo Kant o conhecimento possvel, ele indaga-se de como isso possvel.b) Como justificado o conhecimento?Segundo Descartes a objectividade do conhecimento justificada pela crena verdadeira na existncia de Deus cuja veracidade garante a verdade quer das evidncias actuais quer das passadas.Segundo Hume o conhecimento de facto seria, em princpio, justificado pela experincia. Contudo, David Hume, afirma que o conhecimento se traduz num conjunto de expectativas que podem ser desmentidas, no podendo ser justificadas nem dedutiva nem indutivamente.Segundo Kant a crena verdadeira ser conhecimento e no uma mera opinio se aos nossos conceitos corresponder a intuio emprica adequada. No se pode justificar a proposio Deus existe porque no lhes corresponde qualquer intuio emprica.c) A Razo d-nos conhecimentos acerca da realidade independentemente da experincia?Descartes rejeita o empirismo, assim rejeita os sentidos como fonte de conhecimento seguro, porque os sentidos so enganadores.David Hume afirma que no, porque o conhecimento do que existe e acontece no mundo deriva da experincia, embora esta no possa garantir objectividade aos nossos conhecimentos.Ao contrrio de Descartes, Kant no admite um conhecimento puramente racional. A razo pura desligada da experincia - nada conhece porque no tem matria para conhecer. S ligado sensibilidade que o entendimento pode conhecer.d) At onde pode ir o nosso conhecimento?Descartes afirma que a razo apoiada na veracidade divina pode conhecer a essncia das coisas, constituindo conhecimentos cuja objectividade escapa dvida.David Hume refere que o nosso conhecimento no pode conhecer para l do que dado pela experincia, pois no conhecimento objectivo.Segundo Kant conhecer realidades que se encontrem fora de um espao e de um tempo, plano espacio-temporal, impossvel.

FILOSOFIA 11 anoFICHA DE TRABALHO

1. Por que razo, analisando o primeiro nvel de aplicao da dvida, descobrimos que Descartes nega o empirismo?2. Por que razo a existncia do sujeito que duvida uma verdade absolutamente evidente?3. O que Descartes quer dizer ao defender a ideia de que se ignorarmos Deus no podemos ter nenhum conhecimento certo?4. Quais so para David Hume os conhecimentos da mente e como se distinguem?5. O que distingue essencialmente relaes de ideias e conhecimentos de facto?6. O que significa a expresso conexo necessria entre dois fenmenos, segundo Hume?7. O que significa, segundo Kant, dizer que todo o conhecimento comea com a experincia?8. O espao e o tempo so objectos da nossa sensibilidade?9. Qual a relao entre o entendimento e a sensibilidade?10. Responda s questes que se seguem tendo em conta o pensamento de Descartes, Kant e David Hume:a) O conhecimento possvel?b) Como justificado o conhecimento?c) A Razo d-nos conhecimentos acerca da realidade independentemente da experincia?d) At onde pode ir o nosso conhecimento?