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Ficha nº6 - Elaboração de um conjunto das 20 ideias que considera mais importantes do capitulo 5 do Livro Verde. “A empresa na sociedade da informação” 5. A EMPRESA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 1-A sociedade da informação é uma sociedade de mercado. As empresas que lhe irão dar corpo, grande parte delas ainda não criadas, obedecem a novos paradigmas. Dotadas necessariamente de uma grande capacidade criativa, devem poder dispor de um espaço regulamentar que lhes permita potenciar essa característica. 2-Assistimos a uma mudança sócio-económica radical, materializada na formação da nova Sociedade da informação cujo cerne é uma economia baseada no conhecimento, suportada em meios digitais e em processos contínuos de inovação com apelo à criatividade, na procura da diferenciação de novos produtos, processos e serviços. 3-A Empresa tem muito a fazer na sua própria transformação, através de um correcto desenvolvimento dos procedimentos organizacionais tornados possíveis nesta sociedade e economia. Abre-se-lhe também a oportunidade de explorar novas áreas de negócio, se for célere na identificação das oportunidades, criativa nas soluções adoptadas, e inovadora na sua distribuição e comercialização. Há que criar, por isso, condições para o aproveitamento dessas oportunidades por parte das empresas portuguesas, em resultado do uso avançado de tecnologias de informação. 4-O principal estímulo pode ser a própria actuação do Estado não só enquanto legislador mas também enquanto grande “vendedor” de serviços e grande cliente do sector privado. 5-Nesta área sensível do emprego, os riscos e as oportunidades são muito elevados, pelo que é necessária uma atenção redobrada. As empresas do sector das tecnologias de informação e electrónica, com o apoio dos poderes públicos, têm uma responsabilidade acrescida em encontrarem e promoverem o desenvolvimento de nichos de mercado em que as empresas de base tecnológica nacional sejam competitivas, se possível à escala global. 6-A nova economia está, por outro lado, a ter um impacto significativo no mercado de trabalho e no modo de exercer algumas profissões. Há novos empregos a serem criados e outros têm de ser reformulados, pois necessitam de novas aptidões da parte dos trabalhadores. As novas tecnologias de tratamento da informação impõem e facilitam novos modos de exercer alguns tipos de trabalho. O teletrabalho já está a contribuir para gerar modos diferentes de exercer algumas profissões. Torna-se necessário, por isso, formar os cidadãos nas especificidades deste novo modo de trabalhar e conceber um enquadramento legislativo que o reconheça e incentive.

Ficha nº6 20 ideias

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Ficha nº6 - Elaboração de um conjunto das 20 ideias que considera mais

importantes do capitulo 5 do Livro Verde. “A empresa na sociedade da

informação”

5. A EMPRESA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

1-A sociedade da informação é uma sociedade de mercado. As empresas que lhe irão

dar corpo, grande parte delas ainda não criadas, obedecem a novos paradigmas. Dotadas

necessariamente de uma grande capacidade criativa, devem poder dispor de um espaço

regulamentar que lhes permita potenciar essa característica.

2-Assistimos a uma mudança sócio-económica radical, materializada na formação da

nova Sociedade da informação cujo cerne é uma economia baseada no conhecimento,

suportada em meios digitais e em processos contínuos de inovação com apelo à

criatividade, na procura da diferenciação de novos produtos, processos e serviços.

3-A Empresa tem muito a fazer na sua própria transformação, através de um correcto

desenvolvimento dos procedimentos organizacionais tornados possíveis nesta sociedade

e economia. Abre-se-lhe também a oportunidade de explorar novas áreas de negócio, se

for célere na identificação das oportunidades, criativa nas soluções adoptadas, e

inovadora na sua distribuição e comercialização. Há que criar, por isso, condições para

o aproveitamento dessas oportunidades por parte das empresas portuguesas, em

resultado do uso avançado de tecnologias de informação.

4-O principal estímulo pode ser a própria actuação do Estado não só enquanto legislador

mas também enquanto grande “vendedor” de serviços e grande cliente do sector

privado.

5-Nesta área sensível do emprego, os riscos e as oportunidades são muito elevados, pelo

que é necessária uma atenção redobrada. As empresas do sector das tecnologias de

informação e electrónica, com o apoio dos poderes públicos, têm uma responsabilidade

acrescida em encontrarem e promoverem o desenvolvimento de nichos de mercado em

que as empresas de base tecnológica nacional sejam competitivas, se possível à escala

global.

6-A nova economia está, por outro lado, a ter um impacto significativo no mercado de

trabalho e no modo de exercer algumas profissões. Há novos empregos a serem criados

e outros têm de ser reformulados, pois necessitam de novas aptidões da parte dos

trabalhadores. As novas tecnologias de tratamento da informação impõem e facilitam

novos modos de exercer alguns tipos de trabalho. O teletrabalho já está a contribuir para

gerar modos diferentes de exercer algumas profissões. Torna-se necessário, por isso,

formar os cidadãos nas especificidades deste novo modo de trabalhar e conceber um

enquadramento legislativo que o reconheça e incentive.

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7-Finalmente, esta integração de unidades funcionais dentro da empresa tem, face à

necessidade imperiosa de interactuar eficazmente com clientes e fornecedores de bens e

serviços, de ultrapassar as suas fronteiras físicas. Os fluxos de materiais e de informação

passam a ser inter-empresariais, mas os princípios de controlo e coordenação, qualidade

total, etc., são os mesmos.

8-Os sistemas de CAD/CAM têm de suportar o desenvolvimento cooperativo de novos

produtos envolvendo clientes e fornecedores, com testes remotos de aceitação de

protótipos ou mesmo prototipagem virtual. A distribuição ao nível global tende a fazer-

se "sem stocks" através de complexos sistemas logísticos informatizados, que ligam as

prateleiras do hipermercado ou do retalhista o mais possível a montante, directamente à

unidade de produção do fornecedor.

9-Dispor das tecnologias de suporte não é todavia suficiente para o sucesso das soluções

e das empresas que as implementam; os factores organização e formação de recursos

humanos são determinantes. De facto, são estes os elementos diferenciadores associados

à eficácia e competitividade das empresas, uma vez que a tecnologia é transaccionável,

e está hoje acessível, qual "commodity" (mercadoria), a qualquer empresa em qualquer

parte do mundo.

10-O desenvolvimento de uma oferta nacional é, assim, essencial para dar respostas

adequadas às necessidades das PME em condições de adequação e de preço adaptados à

nossa realidade. Esse sector deve por isso ser objecto de uma atenção particular

11-Ao longo dos últimos 50 anos, assistimos a uma enorme redução dos custos de

armazenamento e processamento de informação resultante da aplicação das tecnologias

da informação e comunicações. Actualmente, está em curso um decréscimo idêntico no

caso do custo da transmissão de informação. É este o advento da revolução no sector da

distribuição de informação. Estas tecnologias estão, pois, a imprimir uma nova forma à

vida profissional, à organização das empresas e a toda a sociedade.

12-Para um sucesso alargado do comércio electrónico cabe ao Estado proporcionar às

empresas a envolvente adequada em algumas áreas ainda com largas carências. É

necessário criar mecanismos de certificação e reconhecimento jurídicos para o comércio

electrónico. A proliferação de bens electrónicos de consumo levanta questões

importantes no âmbito dos direitos de autoria e da utilização sequente que devem

merecer atenção acrescida.

13-Às confederações de comércio e associações sectoriais cabe o importante papel de

encorajar as iniciativas de implementação de projectos sectoriais e intersectoriais na

área de comércio electrónico. A construção de base de dados com casos de sucesso,

contactos de fornecedores de equipamentos e consultores e quadro regulamentar, podem

ser áreas a explorar.

14-No caso português, fundamentalmente caracterizado pela predominância das PMEs,

e face às naturais condicionantes geográficas de país periférico, o desenvolvimento e

generalização da implantação de estruturas de suporte a redes de empresas irá decerto

constituir um factor de sobrevivência num cenário de economia global.

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15-O paradigma de empresa virtual tem vindo a assumir uma importância crescente a

nível das empresas industriais. Segundo este paradigma, nomeadamente no caso das

empresas de manufactura não mais se produzem produtos completos de forma isolada e

integrada verticalmente, mas através de “nós” de uma rede que compreende

fornecedores, clientes, empresas de engenharia, etc., na qual cada nó vai juntando valor

ao longo da cadeia produtiva. Nalguns casos, algumas empresas subcontratam mesmo

toda a produção, responsabilizando-se apenas pelo projecto, engenharia, marketing e

comercialização.

16-O maior dos desafios colocado pelo comércio electrónico será provavelmente outro -

a abertura a novos mercados com dimensão tendencialmente global, onde a única

fronteira é a infra-estrutura de informação de suporte. À luz desta nova dimensão, as

empresas terão de reconsiderar as suas actividades. O que não fazia sentido económico à

escala local, poderá agora fazê-lo à escala global. Por arrastamento, é necessário

conhecer esse novo mercado (i.e., os seus hábitos, as suas expectativas) e adequar a

estrutura empresarial e a capacidade de resposta, reforçando necessariamente os

parâmetros de qualidade. Paralelamente, a redução dos custos de transacção é um dos

efeitos esperados e, uma vez provado, pode levar à expansão do conceito.

17-Um factor chave para a implantação do comércio electrónico nas empresas é a

existência de um enquadramento técnico adequado, em termos de infra-estrutura e de

tecnologias ou normas de formatação de informação. Os exemplos sucedem-se,

incluindo EDI em redes privadas, correio electrónico, transferência electrónica de

fundos, código de barras e ultimamente Internet e intranets (redes internas às

instituições ou empresas, baseadas na tecnologia e filosofia Internet). No futuro caberá à

infra-estrutura nacional de informação oferecer este suporte técnico de uma forma

alargada e flexível.

18-Tendo consequências tão amplas e profundas na empresa, a adesão a este novo

paradigma empresarial é normalmente faseada, começando pela substituição de alguns

processos baseados em papel por mecanismos electrónicos, evoluindo depois para uma

fase de repensar e simplificar processos e culminando na utilização inovadora de fluxos

de informação e na sua articulação com a logística inter-empresarial.

19-Hoje está relativamente demonstrado que, com a implementação do teletrabalho, as

empresas podem alcançar maiores níveis de eficiência e flexibilidade, bem como

redução de custos, nomeadamente em instalações e logística, permitindo um aumento

global da competitividade. De facto, com uma percentagem de empregados a trabalhar

remotamente, a empresa poderá passar a dispor de instalações de menor dimensão, ao

mesmo tempo que poderá implementar sistemas rotativos de trabalho nas instalações,

por exemplo a não distribuição fixa de secretárias pelos seus empregados. Por outro

lado, a qualidade do trabalho é melhorada, uma vez que os teletrabalhadores poderão

alcançar elevados níveis de concentração, nem sempre possível no local habitual de

trabalho, acusar menos fadiga, uma vez que não se deslocam, e ter a possibilidade de

gerir o seu próprio tempo, escolhendo os seus horários e períodos mais produtivos.

20-O teletrabalho corresponde a uma importante ferramenta de que as empresas poderão

dispor no contexto da Sociedade da Informação, em que cada vez mais o acesso e troca

de informação e o domínio das tecnologias de informação se tornam fundamentais e

sinónimos de vantagem competitiva. No entanto, as práticas de teletrabalho deverão ser

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gradual e devidamente introduzidas no tecido empresarial, devendo haver uma

ponderação e divulgação dos benefícios tangíveis e não tangíveis, a fim de evitar

situações disruptivas e prejudiciais, quer para as empresas quer para os trabalhadores.