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FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · convivendo com a diversidade e as diferenças existentes em suas comunidades ou meio social o qual convivem. Guhur (1992, 1994)

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FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: AS CONTRIBUIÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO

PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Autor MARIA SUZETE PEIXOTO DE CARVALHO

Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL PRESIDENTE KENNEDY

Município da escola MARINGÁ

Núcleo Regional de Educação MARINGÁ

Orientador Dr · LEONOR DIAS PAINI

Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Disciplina/Área (entrada no PDE) EDUCAÇÃO ESPECIAL

Produção Didático-pedagógica TEXTOS E VIDEOS

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

COM TODAS AS DISCIPLINAS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

PROFESSORES, FUNCIONARIOS E DIRETORA

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

AVENIDA MANDACARU, 160

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Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Na última década do século XX, as políticas educacionais, no âmbito das políticas de inclusão social, dedicaram atenção aos alunos que necessitam de uma educação especial. Com isso, trouxe também, discussões sobre a formação dos professores para atender aos alunos com esse perfil. Com esse estudo tivemos como objetivo desenvolver uma proposta de formação continuada para contribuir no processo inclusivo para tornar conhecida as Políticas Públicas da Educação Especial. O estudo bibliográfico centrar-se-á nas contribuições teóricas de vários autores, investigações em dissertações e teses sobre as Políticas Nacionais da Educação Especial. Fez-se uma investigação por meio de questionário sobre o que os professores conhecem sobre o tema para então elaborar os estudos sobre a temática. O estudo teve também base descritiva, pois será trabalhado em 8 (oito) encontros com os professores. A partir de então foi elaborado uma proposta de implementação de formação continuada na escola no quais professores e direção poderão realizar estudos e reflexões, pois a formação continuada nesta área é de fundamental importância para se trabalhar com a inclusão.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Educação Especial, Inclusão, Políticas Públicas

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INTRODUÇÃO

Uma proposta de educação de qualidade a todas as crianças brasileiras é tão

significativa que se traduz em oferecer-lhes oportunidades de acesso e permanência na

escola. Essa garantia vem de encontro a vários desafios, destacando, entre eles, a

inclusão.

Para que ocorra um processo inclusivo com responsabilidade torna-se necessário

que a escola, e os profissionais envolvidos nela, passem, constantemente, por processos

de formação continuada sobre todos os temas que a envolvem. É preciso entender que a

sociedade evoluiu e os profissionais da educação, em especial, devem acompanhar esse

desenvolvimento, pois ele deve ter claro que tipo de aluno quer formar. Se desejarmos

formar alunos críticos, conscientes e atuantes em sociedade, devemos também entender

que alguns alunos necessitam ter autonomia e habilidades para sua vida social.

A escola ainda está organizada considerando o homem médio: médio no

desenvolvimento físico, médio no desenvolvimento mental, médio no desenvolvimento

social. Para que ocorra uma ruptura desse pensamento tornam-se necessárias mudanças

(que já estão ocorrendo) em sua organização. Cita-se o calendário escolar, a estrutura

física, a organização dos conteúdos e, no caso específico deste estudo, a formação de

todos os envolvidos com a educação escolar. É de fundamental importância que esses

envolvidos estejam conscientizados desse processo de transformação da escola.

O desenvolvimento profissional do professor é a chave da inclusão. Uma

proposta de formação continuada para professores sobre a inclusão é o principal passo a

ser dado nesse processo, pois ele precisa entender as políticas destinadas a essa

finalidade, os caminhos e orientações a seguir, o desenvolvimento das crianças com

necessidades especiais, enfim, precisa entender como formar os diferentes tipos de

cidadãos. Precisamos pensar uma alternativa que propicie aos educadores o

conhecimento nessa área de atuação e assim justificar essa intervenção pedagógica.

A Educação Especial caracteriza-se pela multiplicidade de deficiências. A

perspectiva que tem por objetivo a inclusão é bem mais abrangente. E, desse modo,

pode-se dizer que toda sala de aula pode ser local de inclusão ou do contrário, pode

haver a segregação.

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Este estudo consiste em desenvolver uma proposta de formação continuada para

contribuir no processo inclusivo, preconizado pelas Políticas Públicas da Educação

Especial para os professores do Colégio Estadual Presidente Kennedy – Ensino

Fundamental e Médio Maringá – Paraná.

Pretendeu-se analisar como utilizar esses recursos numa perspectiva histórica

da Educação Especial bem como os desafios que envolvem esse processo e os

documentos que norteiam a educação inclusiva. A partir de então foi elaborado uma

proposta de implementação de formação continuada na escola nos quais professores e

direção poderá realizar estudos e reflexões.

A intervenção ocorrerá com 10 (dez) professores do ensino fundamental e

médio do Colégio Estadual Presidente Kennedy em Maringá – Paraná. Diante disso,

pretende-se com esse trabalho realizar discussões teórico-prático no ambiente escolar,

com os professores acerca das Políticas Públicas da Educação Especial. Assim,

contribuirá com a prática profissional dos professores, aprimorando um ensino de

qualidade.

Assim a intervenção pedagógica se dará em 8 oito encontros, sendo eles:

1º encontro – Data 20/08/2011. Temática a ser abordada: Rumo a uma política

para educação inclusiva – questões investigativas.

2º encontro – Data10/09/2011. Temática a ser abordada: Resgate histórico da

Educação Especial.

3º encontro – Data 24/09/2011. Temática a ser abordada: Legislação nacional e

internacional e o paradigma inclusicionista.

4º encontro – Data 08/10/2011. Temática a ser abordada: Direito das pessoas

com necessidades especiais.

5º encontro – Data22/10/2011. Temática a ser abordada: Proposta educacional

para inclusão.

6º encontro – Data 05/11/2011. Temática a ser abordada: Projeto político

pedagógico na perspectiva inclusicionista

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7º encontro – Data 26/11/2011. Temática a ser abordada: Atendimento

educacional às pessoas com necessidades especiais.

8º encontro – Dara 10/12/2011. Temática a ser abordada: A formação do

professor na educação inclusiva.

Os encontros proporcionarão reflexões, memorização e construção de conceitos

sobre o tema estudado. Nos oito encontros haverá propostas de atividades como

questionamentos e dinâmica de grupo que servirão como reflexões para avaliação do

assunto. No término desde estudo espera-se que os participantes elaborem sugestões de

atividades a serem desenvolvidas no planejamento de suas atividades de ensino. Espera-

se que as oito unidades temáticas possam proporcionar subsídios para prática

pedagógica dos educadores.

UMA BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Atualmente, as pessoas vivem em sociedades organizadas, divididas por um

governo e com leis jurídicas as quais devemos respeitar. Dentro dessa organização, a

constituição garantiu uma sociedade democrática e igual para todos, independentes de

sua condições, cor, raça, religião e nacionalidade. Entretanto, nem sempre foi assim. Os

homens viviam isolados e não produziam seu alimento, percorrendo um longo processo

de aprendizagem.

No decorrer do tempo, o homem construiu seu espaço, produziu cultura, ou seja,

fez sua história, tempo este que abrange desde o surgimento do homem na terra até os

dias atuais.

De acordo com Coutrin (2000) o homem pré-histórico não deixou registros

escritos, mas uma série de vestígios que marcou a sua existência e seu modo de vida.

Nesse período o homem não produzia seu alimento, consumia o que encontrava na

natureza. Quando se esgotavam os alimentos da região que habitavam, mudavam-se

para outra. Eram caracterizados, como caçadores, coletores e nômades. Por conseguinte,

de acordo com Gugel (2011) não havia abrigo satisfatório para os tempos de calor ou

frio intenso, não havia comida suficiente e era necessário guardar para os dias de

inverno.

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Após o domínio do fogo o homem primitivo venceu dois grandes desafios: o frio

e a fome. Com esse domínio o homem passou a construir abrigos, produzir roupas com

peles de animais. Surgem os primeiros indícios de organização social: a cooperação. O

homem aprendeu a atuar em conjunto, cooperando uns com os outros. A vida em grupo

evoluiu para a forma clã, ou seja, havia uma simples divisão do trabalho de acordo com

o sexo. Os membros do clã trabalhavam apenas para garantir a sobrevivência e

baseavam-se na propriedade coletiva de bens (COUTRIN, 2000).

Desde a antiguidade o homem já vem tentando superar seus desafios,

convivendo com a diversidade e as diferenças existentes em suas comunidades ou meio

social o qual convivem.

Guhur (1992, 1994) também concorda que as sociedades primitivas eram

organizadas em grupos e tinham o trabalho como garantia de sobrevivência. Os homens

trabalhavam em grupos e dividiam igualmente entre seus membros a produção final.

Para tal, enfrentavam perigos constantes advindos da natureza (animais ferozes,

fenômenos da natureza, etc.). Diante todo este contexto existia o homem que ficava

doente, os que sofriam acidentes, que eram atacados por animais, ferimentos em guerras

contra tribos rivais ou tantos outros fatores que podiam levá-los a alguma deficiência.

Se a perfeição física era a condição básica do homem para sua sobrevivência, como era

tratado quem fugia desses padrões? Quem era considerado incapacitado? Para Gugel

(2011) não se tem indícios de como os primeiros grupos humanos na Terra lidavam com

as pessoas com deficiência, tudo indica que essas pessoas não sobreviviam às condições

da época.

De acordo com os estudos de Guhur (1992) as pessoas deficientes, as de muita

idade e as doentes eram abandonadas por sua tribo por entenderem que não eram mais

suficientes para sobrevivência do grupo. A autora coloca que, quem ficava deficiente

físico, era condenado à morte.

Levando em consideração as condições rudimentares desses povos, a força e a

plena capacidade física eram qualidades essenciais ao sustento, defesa do indivíduo e

sobrevivência da comunidade. Com isso, o pensamento desses povos determinava as

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diferentes práticas de extermínio. Em analogia com a natureza, Guhur (1994, p. 77)

explica que “a causa das enfermidades, deficiências e ou incapacidades era

representada como estando associada a sinais ou forças misteriosas latentes na

própria natureza”.

Fica claro que não era uma atitude geral, que as tribos realizavam tentativas de

cura.

“O uso de conhecimento intuitivo e rudimentares sobre o uso de plantas, ervas e minerais que podiam ser utilizados para minorar dores, estancar hemorragia ou mesmo curar certos males [...] realizadas por pessoas consideradas feiticeiras, pajés com seus poderes, magias, rituais e amuletos conseguiam controlar as forças causadoras dos males e doenças do homem” (GUHUR, p. 30).

Mesmo com a tentativa de cura, ou seja, com as primeiras tentativas de cirurgia,

houveram os insucessos, resultando em amputações e seqüelas em geral. Diante dessa

situação, o homem primitivo passa a ser considerado incapacitado para caçar, guerrear

ou parra exercer as atividades comuns da tribo.

Esta é a primeira fase da Educação Especial, marcada pela negligência, ausência total de atendimento. Os deficientes eram abandonados, perseguidos e eliminados devido as suas condições atípicas, e a sociedade legitimava essas ações como sendo normais (GUHUR, 1992, p. 02).

Esses componentes mítico-religiosos presentes nas representações do homem

primitivo, aparece no período de transição do modo comunitário de vida para a

sociedade de classes. Entretanto, não era mais a natureza a responsável por esses

fenômenos, e sim, a intervenção de seres divinos, sobrenaturais (GUHUR, 1994).

Nesse período o homem começou a produzir sua própria alimentação (a

agricultura e a criação de animais). Dominando as técnicas agrícolas o homem passou a

produzir mais que o necessário para o consumo, levando ao estoque da produção e ao

aumento da população (COUTRIN, 2000).

O desenvolvimento e expansão do processo de fundição dos metais levou a um

grande progresso tecnológico. O homem aperfeiçoou as técnicas agrícolas, passou a

utilizar o arado, os veículos de roda, o barco a vela, os primeiros sistemas de escrita e os

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primeiros calendários. Essas conquistas marcaram um novo estágio da vida do homem:

a civilização (COUTRIN, 2000).

Na região da Mesopotâmia o homem construiu as primeiras cidades, estruturou o

Estado, desenvolveu uma economia comercial, criou os primeiros sistemas de escrita e

utilizou a roda nos veículos de transporte. Para realização de obras e planejamento da

produção de alimentos, a sociedade teve de se organizar nascendo um poder

centralizado (o Estado). Um pequeno grupo de pessoas passou a controlar o governo e

explorar o restante da sociedade, aumentando suas riquezas e privilégios. A maioria do

povo era vítima da pobreza e da exploração, sofrendo perseguição, discriminação e

cativeiro (COUTRIN, 2000).

De acordo com a história, os gregos e os romanos tiveram fortes influências nos

inúmeros elementos culturais de nossa sociedade. Nesse período, de acordo com Guhur

(1994) a ação dos deuses determinava as condições de vida e a forma de relacionamento

entre os homens. Assim, eram eliminados os que não possuíam as “virtudes”

necessárias ao ideal de homem daquele período – o guerreiro. “Ainda que determinadas

por razões outras que unicamente as econômicas, como a conveniência social e a

ideologia, na sociedade Antiga as práticas de extermínio e abandono eram difundidas e

sistematicamente realizadas” (GUHUR, 1994, p. 78).

A nova forma de produção de vida fundada na razão, segundo as idéias de Guhur

(1994) cria condições objetivas para o homem, substituindo dramas do mito por

explicações fundadas na razão. Neste período as práticas relativas ao extermínio e ao

abandono de crianças deficientes e malformadas começam a ser abandonadas, pois o

Cristianismo começa a propagar valores novos como amor ao próximo, compaixão e

tolerância.

O início da Idade Média gerou um novo modo de organização social: o

feudalismo. Nesse sistema, a escravidão foi substituída pela servidão. A produção

econômica tornou-se predominantemente rural. As atividades urbanas e comerciais

declinaram e o poder político fragmentou-se entre os diversos senhores feudais, com o

fim desse período (Idade Média) a Europa passou a viver um período de relativa

tranqüilidade, estabilidade social e crescimento populacional, rompendo os limites do

sistema feudal. Era o início dos tempos modernos ( COUTRIN, 2000).

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A Europa Ocidental sofreu intenso processo de transformações econômicas,

políticas e sociais. O capitalismo foi rompendo as formas feudais. Surgiram os Estados

modernos. Desenvolveram-se a expansão marítima européia e a conquista da América.

No início da Idade Moderna, os povos não tinham a menor noção de higiene. A

alimentação comum dos camponeses não era balanceada nem variada. Metade das

crianças nascidas nessa época morriam antes de completa um ano de idade. Os jovens

que sobreviviam morriam muito cedo de fome, doença ou na guerra.

A vida no século XVI era difícil e cheia de sofrimento. Muitas pessoas

acreditavam que as doenças, morte e fome eram obra do demônio.

As grandes transformações sociais e econômicas modificaram o modo de viver

dos europeus. O enriquecimento do comércio tornou mais agitada à vida nas cidades,

deixando os homens mais confiantes, ousados e críticos, levando-os a desenvolver uma

nova maneira de pensar e ver o mundo, originando o movimento que ficou conhecido

como Renascimento.

Monroy (2001) expõe a história das deficiências em três etapas: na antiguidade

era comum matar as pessoas deficientes, independente da idade que se descobria a

deficiência. Era a etapa do extermínio. Na idade Média, com o surgimento do clero, as

pessoas com deficiências são reconhecidas como portadoras de almas. É a etapa do

assistencialismo. A autora ainda coloca que desde o século XVI instalou-se uma terceira

etapa: a da segregação institucional. Ou seja, escolas, hospitais e clínicas eram

utilizados como locais de Educação Especial.

Segundo Miranda (2003) a partir do século XVI as pessoas com deficiência

passaram a ser tratadas em instituições destinadas a esse fim ou eram trancadas na casa

dos pais a fim de não serem expostos a sociedade. “Nos séculos XVIII e meados do

século XIX, encontra-se a fase de institucionalização, em que os indivíduos que

apresentavam deficiência eram segregados e protegidos em instituições residenciais”.

(p. 02).

Mesmo com a inclusão das pessoas deficientes nas escolas ainda elas se

encontravam segregadas “(...) o final do século XIX e meados do século XX é marcado

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pelo desenvolvimento de escolas e/ou classes especiais em escolas públicas, visando

oferecer a pessoa deficiente uma educação a parte” (p. 02).

Por muito tempo a humanidade permaneceu nesta etapa. Os anos 90 foram

marcados por estudos e pesquisas sobre esse tema. Cardoso (1992) aponta três

princípios que norteiam a Educação Especial: o princípio da normatização, da

individualização e da integração.

No final do século XX, por volta da década de 70, observa-se um movimento de integração social dos indivíduos que apresentavam deficiência, cujo objetivo era integra-los em ambientes escolares, o mais próximo possível daqueles oferecidos a pessoa normal (p. 02).

Avanços significativos ocorreram no decorrer do século XX e, no princípio do

século XXI, a sociedade passou a observar que “ser diferente é normal”. Essa é a etapa

da inclusão. Segundo Monroy (2001) nos anos 90 houve uma revolução de valores e

atitudes que levaram a escola e a educação a buscar apoio legal para trabalhar as

diferenças, sem retirá-los do convívio social.

Após o estudo do texto será trabalhado vídeos sobre a história da educação

especial para que os participantes possam entender melhor o movimento político das

pessoas com deficiência, realizar uma viagem histórica da construção do ideal de

inclusão e cidadania das pessoas com deficiência.

VIDEO: História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil

Vídeo dividido em 5 partes

AUTOR: Secretaria dos Direitos Humanos

DURAÇÃO: 1hora e 1 minuto e 38 segundos

DISPONÍVEL EM:

Parte 1/5 http://www.youtube.com/watch?v=eDi63uTyhkY

Parte 2/5 http://www.youtube.com/watch?v=AKFyBAHsD_4

Parte 3/5 http://www.youtube.com/watch?v=sy4CaCc

Parte 4/5 http://www.youtube.com/watch?v=2vXQKAjWda4

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Parte 5/5 http://www.youtube.com/watch?v=

O PROCESSO INCLUSIVO E SEUS DESAFIOS

Muitos são os desafios da inclusão escolar e o primeiro a ser vencido é a questão

da acessibilidade. A acessibilidade implica outros fatores que incluem as barreiras

arquitetônicas, curriculares e de atitude.

As barreiras arquitetônicas estão bem explicadas no Plano Nacional de Educação

de 1997. O Plano traz metas explícitas para sua eliminação no ambiente escolar. Frente

ao direito de que todos têm igualdade na educação, as políticas nacionais vêm tentando

acabar com as barreiras curriculares e atitudinais através de uma escola de qualidade

para todos (MARTINS, 2006).

Para um processo inclusivo com responsabilidade é necessário uma

reestruturação do sistema de ensino, adequando-o as diferentes necessidades dos alunos.

Após essa identificação, cada escola, através do projeto político pedagógico, deve

organizar o ensino com suas devidas adequações ou adaptações curriculares para que

essa população tenha acesso ao currículo (MANTOAN, 1997).

Os autores relacionados acima colocam que é viável que as escolas tenham

como modelo outras escolas que já organizaram esse apoio para servirem como

referência, ou seja, é um processo de construção, chegando até a escola que queremos,

uma escola aberta a toda diversidade.

Quando se fala em inclusão deve-se considerar os aspectos também ligados ao

professor. Ele deve estar preparado e seguro para trabalhar com o aluno com

necessidade educacional especial. Daí a importância de se realizar propostas de

formação continuada aos docentes das escolas públicas do Paraná.

O investimento se concretiza quando há dedicação ao trabalho, quando se deixa

para trás, preconceitos e lugares, quando se busca alternativas pedagógicas não somente

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para o desenvolvimento de alunos regulares, mas também para o desenvolvimento de

alunos incluídos, de maneira que todos se beneficiem com as experiências

(MANTOAN, 1997).

Os professores devem estar em constante processo de formação para que possam

conhecer as formas de aprender e as potencialidades de cada aluno nos diferentes níveis

de ensino. Tanto em nível nacional como em nível internacional são elaborados

documentos que explicitam a política de inclusão, assunto este abordado no próximo

item desse estudo (MANTOAN, 1997; MARTINS, 2006).

A política de inclusão tem como objetivo deixar claro que a escola pública é

responsável pela educação de alunos com necessidades especiais e que nenhuma delas

pode negar a matrícula alegando a deficiência do aluno.

É bom lembrar que a inclusão escolar não é somente a freqüência a classes

comuns do ensino e sim ofertar diferentes alternativas de aprendizagem para as

diferentes realidades. Por conseguinte, Jimenez (1997) a inclusão também não elimina

os serviços da educação especial. Elas caminham juntas quando necessário para a

construção de uma verdadeira sociedade inclusiva.

Para ficar claro esse assunto será exibido um vídeo na abertura do curso sobre a

inclusão social para que os cursistas reflitam sobre o que realmente somos e o que

estamos fazendo em relação à inclusão.

VÍDEO: Inclusão Social – Todos nós temos defeito

AUTORA: Maria Paula V. Lima

DURAÇÃO: 2 minutos e 39 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3Rb4c428jQk&feature=fvsr

VIDEO: Educação Inclusiva

AUTOR: UNIVERSIDADE DE CAMPINAS

DURAÇÃO: 1 minuto e 54 segundos

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Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Pwqv_uIOSGg

O educador também deve ter um olhar diferenciado quando se fala em inclusão,

deve ter claro que as classes homogêneas não existem conscientizar-se que as turmas

são diferentes umas das outras, ou melhor, que as pessoas são diferentes umas das

outras.

VIDEO: O olhar do educador

Vídeo exibido no curso de Educação Especial e Inclusiva – Bauru – São

Paulo.

AUTOR: Texto original de Mario Angelo Braggio e adaptado por Patrícia

Araujo. Releitura de Leiliany Alves.

DURAÇÃO: 6 minutos e 14 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=J_U6SDoC-ao

POLÍTICAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

O objetivo deste estudo foi o de analisar as políticas de inclusão escolar dos

alunos com necessidades especiais nas redes regulares de ensino a fim de capacitar os

professores do Colégio Estadual Presidente Kennedy. É importante lembrar que toda lei

é implantada dentro de um contexto histórico. Segundo Ball (1997) as políticas são

inseridas por meio de conflitos e lutas.

As políticas públicas da Educação Especial tem se voltado para uma parte de

nossa sociedade que tem direito a educação, como confere a Constituição Federal de

1988.

Após várias conferências mundiais sobre pessoas com deficiência o Brasil

passou por muitas reformas educacionais e promulgou leis que inseriram as pessoas

com necessidades educacionais na rede regular de ensino.

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Nesse sentido, buscamos alguns documentos sobre a Educação Especial, pois

são grandes as queixas sobre esse assunto, com o propósito de oferecer subsídios que

auxiliem no entendimento dos professores que atuam com a educação inclusiva.

Sendo assim, é importante conferir alguns documentos que norteiam a Educação

Especial em nível internacional. São eles:

1) DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA –

ONU, 1975.

De acordo com a Declaração dos Direitos aas Pessoas com Deficiência

proclamada pela ONU em 1975, os países deveriam promover níveis de vida mais

elevados, trabalho permanente para todos, condições de progresso, desenvolvimento

econômico e social, adotando medidas em planos nacionais e internacionais para que

esta sirva de base e referência comuns, para o apoio e proteção destes direitos.

Sendo assim essa Declaração conceitua deficiência como

O termo pessoa portadora de deficiência identifica aquele indivíduo que, devido a seus “déficits” físicos ou mentais, não está em pleno gozo da capacidade de satisfazer, por si mesmo, de forma total ou parcial, suas necessidades vitais e sociais, como faria um ser humano normal.

Às pessoas portadoras de deficiências devem ser respeitadas, seja qual for à

severidade de sua deficiência. Elas têm os mesmos direitos que os outros indivíduos da

mesma idade, fato que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível.

Elas ainda têm os mesmos direitos civis e políticos que os demais cidadãos (tratamento

médico e psicológico apropriados, os quais incluem serviços de prótese e órtese,

reabilitação, treinamento profissional, colocação no trabalho e outros recursos que lhes

permitam desenvolver ao máximo suas capacidades e habilidades e que lhes assegurem

um processo rápido e eficiente de integração social); trabalho remunerado; viver com

suas próprias famílias ou pais adotivos, proteção contra qualquer forma de exploração e

de tratamento discriminatório, abusivo ou degradante.

Enfim, as pessoas com necessidades educacionais especiais tem seus direitos

garantidos, devendo a educação garantir e assegurar esses direitos fazendo que não só

sejam aplicados, mas levado ao conhecimento de toda comunidade escolar.

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Vídeo: Cidadania e Direitos Humanos. Disponível em: TV Multimídia – Portal

Dia-a-dia da educação do Paraná.

Duração: 23h19min minutos

Este vídeo destaca a importância de se discutir o papel da Educação em Direitos

Humanos e quais as maneiras de se implementar, de forma consistente, uma

cultura de Direitos Humanos, no ambiente escolar e em nossa sociedade.

Entrevista: Douglas Rezende – técnico-pedagógico da equipe de Cidadania e

Direitos Humanos da SEED-PR.

VIDEO: DECLARAÇÃO DOS DIREITOS UNIVERSAIS - ONU

AUTOR: FAHGBI

DURAÇÃO: 5 minutos e 53 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=_AP-gQOo

Esse vídeo mostra que o mundo só virá a ser o que deveria realmente ser se

todos obedecessem e acatassem os direitos de cada um.

2) CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO – GENEBRA,

1983.

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, também

conhecida como Convenção 159, leva em consideração, a necessidade de assegurar,

tanto nas zonas rurais como nas urbanas, a igualdade de oportunidade e tratamento a

todas as categorias de pessoas deficientes no que se refere a emprego e integração na

comunidade.

Segundo esta Convenção deficiente são

Todas as pessoas cujas possibilidades de obter e conservar um

emprego adequado e de progredir no mesmo fiquem

substancialmente reduzidas devido a uma deficiência de caráter

físico ou mental devidamente comprovada.

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Entende-se que a finalidade da reabilitação profissional é a de permitir que a

pessoa deficiente obtenha e conserve um emprego e progrida no mesmo, e que se

promova assim a integração ou a reintegração dessa pessoa na sociedade, cujos países

deverão revisar constantemente sua política nacional sobre reabilitação profissional e

emprego de pessoas deficientes, promovendo oportunidades de emprego para as pessoas

deficientes no mercado regular de trabalho, tendo como base a igualdade de

oportunidades entre os trabalhadores deficientes e dos trabalhadores em geral.

3) Conferencia Mundial de Educação para todos – Jomteien – Tailandia –

1993.

Na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, Jomtien, Tailândia,

realizada de 5 a 9 de março de 1990 expõe que a educação é um direito fundamental de

todos e pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, sadio, próspero e

ambientalmente mais puro, favorecendo o progresso social, econômico e cultural, a

tolerância e a cooperação internacional. Ela é de importância fundamental para o

progresso pessoal e social; e tem a capacidade de definir e promover o

desenvolvimento. Por conseguinte, para torna-la mais relevante e melhorar sua

qualidade deve estar universalmente disponível.

É necessário entender que as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas

portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que

garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de

deficiência, como parte integrante do sistema educativo.

4) DECLARAÇÃO DE SALAMANCA – ESPANHA, 1994.

O objetivo da Declaração de Salamanca ocorrido na Espanha em 1994 foi

assegurar que a educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do sistema

educacional, reconhecendo que o acesso à educação para a maioria daqueles cujas

necessidades especiais ainda se encontram desprovidas. Sendo assim, essa Declaração

expõe que toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a

oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem possui

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características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas,

levando em consideração a vasta diversidade de tais características e necessidades, por

meio de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades,

combatendo atitudes discriminatórias.

Cabe então, aos governos que atribuam a mais alta prioridade política e

financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais a fim de incluírem todas as

crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais, adotando o

princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as

crianças em escolas regulares. Para tal é necessário garantir programas de treinamento

de professores no que diz respeito à necessidade educacionais especiais.

O princípio que orienta a Declaração de Salamanca é o de que escolas deveriam

acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais,

sociais, emocionais, linguísticas ou outras. As escolas deveriam incluir crianças

deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham crianças de origem remota

ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou

culturais, e crianças de outros grupos desavantajados ou marginalizados. Tais condições

geram uma variedade de diferentes desafios aos sistemas escolares.

No contexto desta Estrutura, o termo "necessidades educacionais especiais" refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças experimentam dificuldades de aprendizagem e, portanto possuem necessidades educacionais especiais em algum ponto durante a sua escolarização.

Educação Especial incorpora os mais do que comprovados princípios de uma

forte pedagogia da qual todas as crianças possam se beneficiar, assumindo que as

diferenças humanas são normais e não se deve adaptar a criança às assunções pré-

concebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem. Essa

pedagogia é beneficial a todos os estudantes e pode consideravelmente reduzir a taxa de

desistência e repetência escolar (que são tão características de tantos sistemas

educacionais) e ao mesmo tempo garantir índices médios mais altos de rendimento

escolar, pode impedir o desperdício de recursos e o enfraquecimento de esperanças, tão

frequentemente consequências de uma instrução de baixa qualidade e de uma

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mentalidade educacional baseada na ideia de que "um tamanho serve a todos" prestando

mais atenção aos impedimentos do que aos potenciais de tais pessoas.

O principio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Elas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escola.

A Educação inclusiva é o modo mais eficaz para construção de solidariedade

entre crianças com necessidades educacionais especiais e seus colegas. O

encaminhamento de crianças a escolas especiais ou a classes especiais ou a sessões

especiais dentro da escola em caráter permanente deveriam constituir exceções, a ser

recomendado somente naqueles casos infrequentes onde fique claramente demonstrado

que a educação na classe regular seja incapaz de atender às necessidades educacionais

ou sociais da criança ou quando sejam requisitados em nome do bem-estar da criança ou

de outras crianças.

A Legislação deveria reconhecer o princípio de igualdade de oportunidade para

crianças, jovens e adultos com deficiências na educação primária, secundária e terciária,

sempre que possível em ambientes integrados. As políticas educacionais em todos os

níveis, do nacional ao local, deveriam estipular que a criança portadora de deficiência

deveria frequentar à escola mais próxima de sua casa. Uma atenção especial deveria ser

dada às necessidades das crianças e jovens com deficiências múltiplas ou severas. Eles

possuem os mesmos direitos que outros na comunidade, à obtenção de máxima

independência na vida adulta e deveriam ser educados neste sentido, ao máximo de seus

potenciais. Essas políticas deveriam levar em total consideração as diferenças e

situações individuais. A importância da linguagem de signos como meio de

comunicação entre os surdos, por exemplo, deveria ser reconhecida e provisão deveria

ser feita no sentido de garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso à educação

em sua língua nacional de signos. Devido às necessidades particulares de comunicação

dos surdos e das pessoas surdo-cegas, a educação deles pode ser mais adequadamente

provida em escolas especiais ou classes especiais e unidades em escolas regulares.

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O desenvolvimento de escolas inclusivas que ofereçam serviços a uma grande

variedade de alunos requer a articulação de uma política clara e forte de inclusão junto

com provisão financeira adequada – um esforço eficaz de informação pública para

combater o preconceito e criar atitudes informadas e positivas - um programa extensivo

de orientação e treinamento profissional - e a provisão de serviços de apoio necessários.

Mudanças em todos os seguintes aspectos da escolarização, assim como em muitos

outros, são necessárias para a contribuição de escolas inclusivas bem-sucedidas:

currículo, prédios, organização escolar, pedagogia, avaliação, pessoal, filosofia da

escola e atividades extracurriculares assim como flexibilidade Curricular.

O currículo deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não vice versa.

Escolas deveriam, portanto, prover oportunidades curriculares que sejam apropriadas a

criança com habilidades e interesses diferentes. Crianças com necessidades especiais

deveriam receber apoio instrucional adicional no contexto do currículo regular, e não de

um currículo diferente.

A aquisição de conhecimento não é somente uma questão de instrução formal e

teórica. O conteúdo da educação deveria ser voltado a padrões superiores e às

necessidades dos indivíduos com o objetivo de torná-los aptos a participar totalmente no

desenvolvimento. O ensino deveria ser relacionado às experiências dos alunos e a

preocupações práticas no sentido de melhor motivá-los.

Outro aspecto claro nesta Declaração é que para que o progresso da criança seja

acompanhado, formas de avaliação deveriam ser revistas. Avaliação formativa deveria

ser incorporada no processo educacional regular no sentido de manter alunos e

professores informados do controle da aprendizagem adquirida, bem como no sentido

de identificar dificuldades e auxiliar os alunos a superá-las.

Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua de

apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na classe regular

até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da escola e expandindo,

conforme necessário, à provisão de assistência dada por professores especializados e

pessoal de apoio externo. Tecnologia apropriada e viável deveria ser usada quando

necessário para aprimorar a taxa de sucesso no currículo da escola e para ajudar na

comunicação, mobilidade e aprendizagem.

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Os diretores de escolas podem ter um papel significativo quanto a fazer com que

as escolas respondam mais às crianças com necessidades educacionais especiais desde

que a eles sejam fornecidos a devida autonomia e adequado treinamento para que o

possam fazê-lo. Pra que essa educação tenha êxito necessário uma parceria entre pais e

profissionais da escola. Os pais deveriam ser encorajados a participar em atividades

educacionais em casa e na escola (aonde eles poderiam observar técnicas efetivas e

aprender como organizar atividades extracurriculares), bem como na supervisão e apoio

à aprendizagem de suas crianças.

VIDEO: DECLARAÇÃO DE SALAMANCA – EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O vídeo mostra alguns artigos da Declaração de Salamanca

AUTOR: Rosi Regis

DURAÇÃO: 3 minuto e 55 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=vHH_STbZZ-k

5) CARTA PARA O TERCEIRO MILÊNIO – LONDRES, 1999.

Os direitos humanos de cada pessoa em qualquer sociedade devam ser

reconhecidos e protegidos.

O progresso científico e social no século 20 aumentou a compreensão sobre o valor único e inviolável de cada vida. Contudo, a ignorância, o preconceito, a superstição e o medo ainda dominam grande parte das respostas da sociedade à deficiência. No Terceiro Milênio, nós precisamos aceitar a deficiência como uma parte comum da variada condição humana. Estatisticamente, pelo menos 10% de qualquer sociedade nascem com ou adquirem uma deficiência; e aproximadamente uma em cada quatro famílias possui uma pessoa com deficiência.

O século 20 demonstrou que, com suas invenções e tecnologias, é possível

estender o acesso a todos os recursos da comunidade: ambientes físicos, sociais e

culturais, transporte, informação, tecnologia, meios de comunicação, educação, justiça,

serviço público, emprego, esporte e recreação, votação e oração. No século 21, nós

precisamos estender este acesso tem que se estender para TODOS, eliminando todas as

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barreiras ambientais, eletrônicas e atitudinais que se anteponham à plena inclusão na

vida comunitária.

A cada minuto, diariamente, mais e mais crianças e adultos estão sendo

acrescentados ao número de pessoas com deficiências devido ao fracasso na prevenção

das doenças evitáveis e no tratamento das condições tratáveis.

Por isso todos os países devem ter programas contínuos e de âmbito nacional

para reduzir ou prevenir qualquer risco que possa causar impedimento, deficiência ou

incapacidade, bem como programas de intervenção precoce para crianças e adultos que

se tornarem deficientes bem como ter acesso ao tratamento, à informação sobre técnicas

de autoajuda e, se necessário, à provisão de tecnologias assistivas e apropriadas; devem

receber os serviços de reabilitação necessários à otimização do seu bem-estar mental,

físico e funcional, assim assegurando a capacidade dessas pessoas para administrarem

sua vida com independência, como o fazem quaisquer outros cidadãos.

5) CONVENÇÃO DE GUATEMALA – GUATEMALA, 2001.

De acordo com a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as

Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência as pessoas

portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais

que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não ser submetidas à

discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são

inerentes a todo ser humano. Sendo assim, segundo essa Convenção:

O termo "deficiência" significa uma restrição física, mental ou sensorial, de

natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais

atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e

social.

Conceitua ainda a discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência

como

Toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou

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percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais.

Cabe as autoridades governamentais e/ou entidades privadas eliminar

progressivamente a discriminação e promover a integração na prestação ou

fornecimento de bens, serviços, instalações, programas e atividades, tais como o

emprego, o transporte, as comunicações, a habitação, o lazer, a educação, o esporte, o

acesso à justiça e aos serviços policiais e as atividades políticas e de administração; as

autoridades também devem tomar medidas para que os edifícios, os veículos e as

instalações que venham a ser construídos ou fabricados em seus respectivos territórios

facilitem o transporte, a comunicação e o acesso das pessoas portadoras de deficiência.

Estes ainda devem prevenir todas as formas de deficiência preveníveis; detectar

e intervir precocemente, tratar, reabilitar, educar, oferecer formação ocupacional e

prestar serviços completos para garantir o melhor nível de independência e qualidade de

vida para as pessoas portadoras de deficiência; e sensibilizar a população, por meio de

campanhas de educação, para eliminar preconceitos, estereótipos e outras atitudes que

atentam contra o direito das pessoas a serem iguais.

7) DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DE MONTREAL SOBRE INCLUSÃO –

MONTREAL, QUEBEC, CANADÁ, 2001.

A Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão diz que o acesso

igualitário a todos os espaços da vida é um pré-requisito para os direitos humanos

universais e liberdades fundamentais das pessoas. O esforço rumo a uma sociedade

inclusiva para todos é a essência do desenvolvimento social sustentável, sendo assim, o

objetivo da participação de todos é identificar e implementar soluções de estilo de vida

que sejam sustentáveis, seguras, acessíveis, adquiríveis e úteis.

8) CONVENÇÃO DA ONU SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA – 2007.

O objetivo da Convenção da ONU foi o de promover, proteger e assegurar o

desfrute pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por

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parte de todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente

dignidade.

Para Convenção da ONU sore os Direitos das Pessoas com Deficiência pessoas

com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou

sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua

participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.

Alguns objetivos foram propostos nesta Convenção, sendo o respeito pela

dignidade inerente, independência da pessoa, inclusive a liberdade de fazer as próprias

escolhas, e autonomia individual; a não discriminação; a plena e efetiva participação e

inclusão na sociedade; o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com

deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade; a igualdade de

oportunidades; a acessibilidade; a igualdade entre o homem e a mulher; e respeito pelas

capacidades em desenvolvimento de crianças com deficiência e respeito pelo seu direito

a preservar sua identidade.

Algumas obrigações foram estabelecidas. Aos Estados cabem o compromisso de

assegurar e promover a plena realização de todos os direitos humanos e liberdades

fundamentais por todas as pessoas com deficiência, sem qualquer tipo de discriminação

por causa de sua deficiência. Adotar todas as medidas legislativas e administrativas

necessárias para a realização dos direitos reconhecidos das pessoas com necessidades

especiais, modificar ou revogar leis, regulamentos, costumes e práticas vigentes, que

constituírem discriminação contra pessoas com deficiência; tomar todas as medidas

apropriadas para eliminar a discriminação baseada em deficiência, por parte de qualquer

pessoa, organização ou empresa privada; promover a capacitação de profissionais e de

equipes que trabalham com pessoas com deficiência; a fim de possibilitar às pessoas

com deficiência viver com autonomia e participar plenamente de todos os aspectos da

vida, deverão identificar e eliminar obstáculos e barreiras à acessibilidade deverão ser

aplicadas aos edifícios, rodovias, meios de transporte e outras instalações internas e

externas, inclusive escolas, moradia, instalações médicas e local de trabalho; assegurar

que os serviços de proteção levem em conta a idade, o gênero e a deficiência das

pessoas.

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Em relação à Educação a Declaração da ONU reconhece o direito das pessoas

com deficiência à educação. Para realizar este direito sem discriminação e com base na

igualdade de oportunidades, os Estados deverão assegurar um sistema educacional

inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida, com os

seguintes objetivos: o pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de

dignidade e autoestima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos,

pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana; o desenvolvimento máximo

possível personalidade e dos talentos e criatividade das pessoas com deficiência, assim

de suas habilidades físicas e intelectuais; participação efetiva das pessoas com

deficiência em uma sociedade livre.

Para a realização deste direito, os Estados deverão assegurar que as pessoas com

deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de

deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino

fundamental gratuito e compulsório, sob a alegação de deficiência; as pessoas com

deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito,

em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem;

adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas;

as pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema

educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; efetivas medidas

individualizadas de apoio sejam adotadas em ambientes que maximizem o

desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a meta de inclusão plena.

Para que esta educação tenha sucesso os Estados deverão assegurar facilitação do

aprendizado do braile, escrita alternativa, modos, meios e formatos de comunicação

aumentativa e alternativa, e habilidades de orientação e mobilidade, além de facilitação

do apoio e aconselhamento de pares; facilitação do aprendizado da língua de sinais e

promoção da identidade linguística da comunidade surda; garantia de que a educação de

pessoas, inclusive crianças cegas, surdo cegas e surdas, seja ministrada nas línguas e nos

modos e meios de comunicação mais adequados às pessoas e em ambientes que

favoreçam ao máximo seu desenvolvimento acadêmico e social.

Outras medidas deverão ser tomadas como empregar professores, inclusive

professores com deficiência, habilitados para o ensino da língua de sinais e/ou do braile,

e para capacitar profissionais e equipes atuantes em todos os níveis de ensino. Esta

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capacitação deverá incorporar a conscientização da deficiência e a utilização de

apropriados modos, meios e formatos de comunicação aumentativa e alternativa, e

técnicas e materiais pedagógicos, como apoios para pessoas com deficiência.

O acesso das pessoas com deficiência à educação comum nas modalidades

devem ser de: ensino superior, treinamento profissional, educação de jovens e adultos e

aprendizado continuado, sem discriminação e em igualdade de condições com as demais

pessoas. Para tanto, os Estados deverão assegurar a provisão de adaptações razoáveis

para pessoas com deficiência.

A Declaração ainda faz comentários sobre a saúde, habilitação e reabilitação,

trabalho e emprego, padrão de vida e proteção social adequados, participação na vida

política e pública e participação na vida cultural e em recreação, lazer e esporte no qual

os Estados reconhecem o direito das pessoas com deficiência de participar na vida

cultural, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, e deverão tomar todas

as medidas apropriadas para que as pessoas com deficiência possam desfrutar o acesso a

materiais culturais em formatos acessíveis.

Para que as pessoas com deficiência participem, em igualdade de oportunidades

com as demais pessoas, de atividades recreativas, esportivas e de lazer, os Estados

deverão tomar medidas apropriadas para: incentivar e promover a máxima participação

possível das pessoas com deficiência nas atividades esportivas comuns em todos os

níveis; assegurar que as pessoas com deficiência tenham a oportunidade de organizar,

desenvolver e participar em atividades esportivas e recreativas específicas às

deficiências e, para tanto, incentivar a provisão de instrução, treinamento e recursos

adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas; assegurar que as

pessoas com deficiência tenham acesso a locais de eventos esportivos, recreativos e

turísticos; assegurar que as crianças com deficiência possam, em igualdade de condições

com as demais crianças, participar de jogos e atividades recreativas, esportivas e de

lazer, inclusive no sistema escolar; assegurar que as pessoas com deficiência tenham

acesso aos serviços prestados por pessoas envolvidas na organização de atividades

recreativas, turísticas, esportivas e de lazer.

Maria Teresa Montam faz parte do programa da Política Nacional da Educação

Inclusiva e no vídeo abaixo fala sobre os avanços e desafios na educação brasileira.

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VIDEO: A política Nacional para a Educação Inclusiva: Avanços e Desafios

AUTOR: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - TV

DURAÇÃO: 16 minutos e 44 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=AUL62tZIFYY

ALGUNS DOCUMENTOS NORTEIAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL EM NÍVEL

NACIONAL, DENTRE ELES DESTACA-SE:

1) CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (1988).

De acordo com o art. 205 dessa Constituição a educação, direito

de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com

a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,

seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho. Já o art. 206. Expõe que o ensino será ministrado com base no

princípio de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

O art. 208 prevê que é dever do Estado com a Educação o

atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino e atendimento em creche e

pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade e no Art. 213, os recursos

públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a escolas

comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que

comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros

em educação.

Ainda consta no Art. 227 criação de programas de prevenção e

atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial

ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de

deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a

facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de

preconceitos e obstáculos arquitetônicos. A lei disporá sobre normas de

construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de

veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às

pessoas portadoras de deficiência.

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2) ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (1990).

Em 1990 a lei n º8.069/90 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE - de 13 de julho de 1990 estabelece entre outras determinações que

nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,

discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei

qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. A criança e o

adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado.

3) POLÍTICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL (1994)

A Política Nacional de Educação Especial tem como objetivo organizar, em todos os

Municípios e em parceria com as áreas de saúde e assistência, programas destinados a

ampliar a oferta da estimulação precoce (interação educativa adequada) para as crianças

com necessidades educacionais especiais, em instituições especializadas ou regulares de

educação infantil, especialmente creches. Generalizar, em cinco anos, como parte dos

programas de formação em serviço, a oferta de cursos sobre o atendimento básico a

educandos especiais, para os professores em exercício na educação infantil e no ensino

fundamental, utilizando inclusive a TV Escola e outros programas de educação à

distância. Garantir a generalização, em cinco anos, da aplicação de testes de acuidade

visual e auditiva em todas as instituições de educação infantil e do ensino fundamental,

em parceria com a área de saúde, de forma a detectar problemas e oferecer apoio

adequado às crianças especiais. Nos primeiros cinco anos de vigência deste plano,

redimensionar conforme as necessidades da clientela, incrementando, se necessário, as

classes especiais, salas de recursos e alternativas pedagógicas recomendadas, de forma a

favorecer e apoiar a integração dos educandos com necessidades especiais em classes

comuns, fornecendo-lhes o apoio adicional de que precisam. Generalizar, em dez anos,

o atendimento dos alunos com necessidades especiais na educação infantil e no ensino

fundamental, inclusive através de consórcios entre Municípios, quando necessário,

provendo, nestes casos, o transporte escolar. Implantar, em até quatro anos, em cada

unidade da Federação, em parceria com as áreas de saúde, assistência social, trabalho e

com as organizações da sociedade civil, pelo menos um centro especializado, destinado

ao atendimento de pessoas com severa dificuldade de desenvolvimento. Ampliar, até o

final da década, o número desses centros, de sorte que as diferentes regiões de cada

Estado contem com seus serviços. Tornar disponíveis, dentro de cinco anos, livros

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didáticos falados, em Braille e em caracteres ampliados, para todos os alunos cegos e

para os de visão subnormal do ensino fundamental. Estabelecer, em cinco anos, em

parceria com as áreas de assistência social e cultura e com organizações não-

governamentais, redes municipais ou intermunicipais para tornar disponíveis aos alunos

cegos e aos de visão subnormal livros de literatura falados, em Braille e em caracteres

ampliados. Estabelecer programas para equipar, em cinco anos, as escolas de educação

básica e, em dez anos, as de educação superior que atendam educandos surdos e aos de

visão subnormal, com aparelhos de amplificação sonora e outros equipamentos que

facilitem a aprendizagem, atendendo-se, prioritariamente, as classes especiais e salas de

recursos. Implantar, em cinco anos, e generalizar em dez anos, o ensino da Língua

Brasileira de Sinais para os alunos surdos e, sempre que possível, para seus familiares e

para o pessoal da unidade escolar, mediante um programa de formação de monitores,

em parceria com organizações não-governamentais. Estabelecer, no primeiro ano de

vigência deste plano, os padrões mínimos de infraestrutura das escolas para o

recebimento dos alunos especiais. A partir da vigência dos novos padrões, somente

autorizar a construção de prédios escolares, públicos ou privados, em conformidade aos

já definidos requisitos de infraestrutura para atendimento dos alunos especiais. Adaptar,

em cinco anos, os prédios escolares existentes, segundo aqueles padrões. Definir, em

conjunto com as entidades da área, nos dois primeiros anos de vigência deste plano,

indicadores básicos de qualidade para o funcionamento de instituições de educação

especial, públicas e privadas, e generalizar, progressivamente, sua observância. Ampliar

o fornecimento e uso de equipamentos de informática como apoio à aprendizagem do

educando com necessidades especiais, inclusive através de parceria com organizações

da sociedade civil voltadas para esse tipo de atendimento. Assegurar, durante a década,

transporte escolar com as adaptações necessárias aos alunos que apresentem dificuldade

de locomoção. Assegurar a inclusão, no projeto pedagógico das unidades escolares, do

atendimento às necessidades educacionais especiais de seus alunos, definindo os

recursos disponíveis e oferecendo formação em serviço aos professores em exercício.

Articular as ações de educação especial e estabelecer mecanismos de cooperação com a

política de educação para o trabalho, em parceria com organizações governamentais e

não-governamentais, para o desenvolvimento de programas de qualificação profissional

para alunos especiais, promovendo sua colocação no mercado de trabalho. Definir

condições para a terminalidade para os educandos que não puderem atingir níveis

ulteriores de ensino. Estabelecer cooperação com as áreas de saúde, previdência e

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assistência social para, no prazo de dez anos, tornar disponíveis órteses e próteses para

todos os educandos com deficiências, assim como atendimento especializado de saúde,

quando for o caso. Incluir nos currículos de formação de professores, nos níveis médio e

superior, conteúdos e disciplinas específicas para a capacitação ao atendimento dos

alunos especiais. Incluir ou ampliar, especialmente nas universidades públicas,

habilitação específica, em níveis de graduação e pós-graduação, para formar pessoal

especializado em educação especial, garantindo, em cinco anos, pelo menos um curso

desse tipo em cada unidade da Federação. Introduzir, dentro de três anos a contar da

vigência deste plano, conteúdos disciplinares referentes aos educandos com

necessidades especiais nos cursos que formam profissionais em áreas relevantes para o

atendimento dessas necessidades, como Medicina, Enfermagem e Arquitetura, entre

outras. Incentivar, durante a década, a realização de estudos e pesquisas, especialmente

pelas instituições de ensino superior, sobre as diversas áreas relacionadas aos alunos que

apresentam necessidades especiais para a aprendizagem. Aumentar os recursos

destinados à educação especial. No prazo de três anos a contar da vigência deste plano,

organizar e pôr em funcionamento em todos os sistemas de ensino um setor responsável

pela educação especial, bem como pela administração dos recursos orçamentários

específicos para o atendimento dessa modalidade, que possa atuar em parceria com os

setores de saúde, assistência social, trabalho e previdência e com as organizações da

sociedade civil. Estabelecer um sistema de informações completas e fidedignas sobre a

população a ser atendida pela educação especial, a serem coletadas pelo censo

educacional e pelos censos populacionais. Implantar gradativamente, a partir do

primeiro ano deste plano, programas de atendimento aos alunos com altas habilidades

nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. Assegurar a continuidade do apoio

técnico e financeiro às instituições privadas sem fim lucrativo com atuação exclusiva

em educação especial, que realizem atendimento de qualidade, atestado em avaliação

conduzida pelo respectivo sistema de ensino. Observar, no que diz respeito a essa

modalidade de ensino, as metas pertinentes estabelecidas nos capítulos referentes aos

níveis de ensino, à formação de professores e ao financiamento e gestão.

4) L.D.B.N. (1996).

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A educação especial como modalidade da educação escolar ganha mais um

dispositivo legal e político-filosófico a seu favor a lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de

1996 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL.

Em seu capítulo V – Da educação especial – o Art. 58 esta assim exposto: Entende-se

por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar,

oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de

necessidades especiais. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na

escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. O

atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,

sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua

integração nas classes comuns do ensino regular. A oferta da educação especial, dever

constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a

educação infantil.

O Art. 59 os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para

atender às suas necessidades;

II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para

a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para

concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para

atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a

integração desses educandos nas classes comuns;

IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em

sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de

inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,

bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,

intelectual ou psicomotora;

V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis

para o respectivo nível do ensino regular.

Em relação à Educação Especial finaliza com o art. 60. Os órgãos normativos dos

sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas

sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para

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fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público. O poder Público adotará, como

alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades

especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às

instituições previstas neste artigo.

6) DIRETRIZES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA

PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA (2008).

Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de

Atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente,

prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino

regular. O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta

pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em

articulação com as demais políticas públicas.

Os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais

do desenvolvimento e altas habilidades/superlotação nas classes comuns do ensino

regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de

recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da

rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos.

O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio

da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as

barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua.

Aprendizagem. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na

educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com

deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e

pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de

comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços.

A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino,

tendo o AEE como parte integrante do processo educacional.

Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do AEE:

I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza

física, intelectual, mental ou sensorial.

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II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um

quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas

relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição

alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno

desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.

III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um

potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano,

isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da

própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização,

não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de

Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições

comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a

Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos

Municípios.

Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou

domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação

Especial de forma complementar ou suplementar.

Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de

enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino

regular em interface com os núcleos de atividades para altas habilidades/superdotação e

com as instituições de

Ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das

artes e dos esportes.

Art. 8º Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com o

Decreto nº 6.571/2008, os alunos matriculados em classe comum de ensino regular

público que tiverem matrícula concomitante no AEE. O financiamento da matrícula no

AEE é condicionado à matrícula no ensino regular da rede pública, conforme registro

no Censo Escolar/MEC/INEP do ano anterior, sendo contemplada:

a) matrícula em classe comum e em sala de recursos multifuncionais da mesma escola

pública;

b) matrícula em classe comum e em sala de recursos multifuncionais de outra escola

pública;

c) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento Educacional

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Especializado de instituição de Educação Especial pública;

d) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento Educacional

Especializado de instituições de Educação Especial comunitárias, confessionais ou

filantrópicas sem fins lucrativos.

Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores

que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com

os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface

com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários

ao atendimento.

Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta

do AEE prevendo na sua organização:

I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos,

recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;

II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de

outra escola;

III – cronograma de atendimento aos alunos;

IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos,

definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;

V – professores para o exercício da docência do AEE;

VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de

Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de

alimentação, higiene e locomoção;

VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação docente.

Desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre

outros que maximizem o AEE. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os

alunos público alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se

fizerem necessários.

Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto pedagógico do centro de Atendimento

Educacional Especializado público ou privado sem fins lucrativos, conveniado para essa

finalidade, deve ser aprovada pela respectiva Secretaria de Educação ou órgão

equivalente, contemplando a organização disposta no artigo 10 desta Resolução.

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Os centros de Atendimento Educacional Especializado devem cumprir as exigências

legais estabelecidas pelo Conselho de Educação do respectivo sistema de ensino, quanto

ao seu credenciamento, autorização de funcionamento e organização, em consonância

com as orientações preconizadas nestas Diretrizes Operacionais.

Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para

o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial.

Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:

I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de

acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos

público-alvo da Educação Especial;

II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a

funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;

III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos

multifuncionais;

IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de

acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes

da escola;

V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na

disponibilização de recursos de acessibilidade;

VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade

utilizados pelo aluno;

VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos

alunos, promovendo autonomia e participação;

VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à

disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das

estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.

Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação,

7) CONVENÇÃO SOBRE O DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

(1º TRATADO DE DIREITOS HUMANOS TORNADO

CONSTITUCIONAL NO BRASIL) – DECRETO LEGISLATIVO Nº 186,

DE 9 DE JULHO DE 2008.

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Esta Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência realizada no

Brasil em 2008 teve como objetivo a aprovação do Congresso Nacional das decisões da

ONU assinadas em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.

8) PARECER CNE/CEB Nº 13/2009: DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA O

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO.

O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO através do CONSELHO NACIONAL DE

EDUCAÇÃO institui as Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional

especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.

Esta diretriz tem subsídios com vistas à elaboração de diretrizes operacionais

regulamentando o atendimento educacional especializado na Educação Básica,

modalidade Educação Especial.

Na perspectiva da educação inclusiva os sistemas educacionais devem organizar os

serviços e recursos da Educação Especial de forma a complementar ao ensino regular,

como oferta obrigatória e de responsabilidade dos sistemas de ensino. Esta modalidade

não é substitutiva da escolarização comum e deve ofertar o atendimento educacional

especializado – AEE em todas as etapas, níveis e modalidades, preferencialmente no

atendimento à rede pública de ensino.

A concepção da Educação Especial nesta perspectiva da educação inclusiva busca

superar a visão do caráter substitutivo da Educação Especial ao ensino comum, bem

como a organização de espaços educacionais separados para alunos com deficiência.

Essa compreensão orienta que a oferta do AEE será planejada para ser realizada em

turno inverso ao da escolarização, contribuindo efetivamente para garantir o acesso dos

alunos à educação comum e disponibilizando os serviços e apoios que complementam a

formação desses alunos nas classes comuns da rede regular de ensino.

Dado o caráter complementar dessa modalidade e sua transversalidade em todas as

etapas, níveis e modalidades, a escola deve atender alunos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e inova ao trazer

orientações pertinentes às condições de acessibilidade dos alunos, necessárias à sua

permanência na escola e prosseguimento acadêmico.

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9) RESOLUÇÃO Nº 4 DE 02/10/2009 CNE/CEB.

Quando se fala em inclusão deve-se considerar os aspectos também ligados ao

professor. Ele deve estar preparado e seguro para trabalhar com o aluno com

necessidade educacional especial. Daí a importância de se realizar propostas de

formação continuada aos docentes das escolas públicas do Paraná.

O investimento se concretiza quando há dedicação ao trabalho, quando se deixa

para trás, preconceitos e lugares, quando se busca alternativas pedagógicas não somente

para o desenvolvimento de alunos regulares, mas também para o desenvolvimento de

alunos incluídos, de maneira que todos se beneficiem com as experiências.

Alguns vídeos serão apresentados sobre a Educação Especial no Brasil:

VIDEO: REPORTAGEM ESPECIAL – NECESSIDADES ESPECIAIS

AUTOR: V. D. M. SIMO

DURAÇÃO: 9 minutos e 53 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=yIHCbM_V6feature=related

VIDEO: EDUCAÇÃO ESPECIAL MEC/2009

AUTOR: Deborah Andrade

DURAÇÃO: 12 minutos e 30 segundos

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=T5_8ct-JEA

Deborah Andrade dirigiu este documentário para o MEC, em 2009, para mostrar

a inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares da rede pública,

do ensino fundamental à universidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão de pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino não

significa apenas levar em consideração as leis que norteiam a Educação Especial no

Brasil e sim reorganizar o sistema de ensino na busca de um desenvolvimento integral

desses alunos respeitando suas necessidades e características individuais.

Os direitos individuais e a igualdade de todos perante a lei, garantidos na

Constituição brasileira impõe as autoridades e a sociedade em geral o respeito e a

obrigatoriedade de se buscar recursos humanos e materiais para toda educação básica.

Isso significa que a escola necessita de currículos apropriados e cursos de formação e

capacitação para professores que estejam trabalhando com alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas regulares.

Tanto o Plano Nacional de Educação como as Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica estabelecem a necessidade de se oferecer

formação continuada para os professores que estão em exercício.

A educação inclusiva, apesar de encontrar ainda muitas resistências, constitui-se

numa proposta que busca resgatar valores sociais sobre a igualdade de diretos para

todos, sem distinção.

Algumas medidas consideradas essenciais já foram implantadas pelo Estado

como promulgação de leis, obrigatoriedade da matrícula ou capacitação para

professores, porém ainda não são suficientes.

As Políticas Públicas para inclusão devem ser concretizadas na forma de cursos

de capacitação continuada e acompanhamento contínuo, visando orientar o trabalho

docente para que não se tenha mais práticas de exclusão escolar, beneficiando a

educação como um todo.

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________. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990.________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: SEESP, 1994.

________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9394/96. 1996.

________. Plano Nacional de Educação. Lei no 10.172/01. 2001.

________. Conselho Nacional de Educação / Câmara de Ensino Básico. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Brasília, DF, 2001.

Carta para o Terceiro Milênio 9 de setembro de 1999, em Londres, Grã-Bretanha.

Conferência Internacional do Trabalho, Genebra, 1º de junho de 1983.

Convenção da Guatemala, DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE 2001

COUTRIN, GILBERTO. História e consciência do mundo: da pré-história a Idade Média. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 2000.

Declaração de Salamanca, Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994.

Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, Resolução aprovada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em 09/12/75.

Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão, (aprovada em 5 de junho de 2001 pelo Congresso Internacional " Sociedade Inclusiva" , realizado em Montreal, Quebec, Canadá).Decreto Nº 186/08 - Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007

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GUGEL, Maria Aparecida. A pessoa com deficiência e a sua relação com a história da humanidade. Disponível em: http://www.ampid.org.br/Artigos/PD_Historia.php. Acesso em: 30 de março de 2011.

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