14

FICHA PARA CATÁLOGO - Operação de migração para o ... · agricultores e talvez futuros agricultores) sobre os cuidados que deve-se ter na manipulação e aplicação desses produtos

  • Upload
    lydieu

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: TRABALHANDO COM PROJETOS E PROBLEMÁTICAS AMBIENTAISNA FORMAÇÃO DE ALUNOS REFLEXIVOS: O USO DE AGROTÓXICOS E SEUS IMPACTOS.

Autor Prof. Valdecir Noro

Escola de Atuação Esc. Est. José Biesdorf – Ensino Fundamental

Município da escola Santa Helena

Núcleo Regional de Educação Toledo

Orientador Diesse Aparecida Sereia

Instituição de Ensino Superior Unioeste

Disciplina/Área (entrada no PDE) Ciências

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos da 8ª série

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Esc. Est. José Biesdorf – Ensino Fundamental

Rua Getúlio Vargas S/N – Vila Celeste

Santa Helena – PR.

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no

Os agrotóxicos são produtos químicos usados na agricultura desde a década de 50 com a finalidade de controlar as pragas agrícolas e consequentemente aumentar a produção de alimentos. Apesar de

máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

admitirmos que tais objetivos foram parcialmente atingidos, é importante ressaltar que o uso desses produtos também causaram e causam danos ambientais, com a contaminação do ar, das águas, do solo e dos seres vivos. Além disso, foram encontrados resíduos de agrotóxicos em alimentos em quantidades superiores aos limites considerados toleráveis e milhares de pessoas morreram em diversos países devido a intoxicação causada por esses produtos. Embora o modelo de agricultura atual dependa do uso dos agrotóxicos, pretendemos com esse trabalho sensibilizar os educandos (alguns dos quais são filhos de agricultores e talvez futuros agricultores) sobre os cuidados que deve-se ter na manipulação e aplicação desses produtos bem como os danos ambientais e à saúde humana causada pelos mesmos. Além disso, pretendemos sensibilizá-los de que a agricultura do futuro necessariamente será aquela que concilie a produção de alimentos saudáveis (livres de venenos) com o respeito a natureza. A metodologia utilizada consiste na leitura e discussão do trabalho com os alunos, pesquisa no Laboratório de Informàtica e aplicação de um questionário não identificado junto a alguns agricultores.

.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) agrotóxicos, danos ambientais, saúde humana.

UNIDADE DIDÁTICA

O HOMEM E A NATUREZA

TRABALHANDO COM PROJETOS E PROBLEMÁTICAS AMBIENTAIS

NA FORMAÇÃO DE ALUNOS REFLEXIVOS: O USO DE AGROTÓXICOS E SEUS

IMPACTOS

CASCAVEL-PR

2011

PARANÁGOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPEPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

1.DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Autor: Professor Valdecir Noro

Área PDE: Ciências

NRE: Toledo

IES vinculada: UNIOESTE - Cascavel

Professora Orientadora: Diesse Aparecida Sereia

Escola de implementação: Esc. Est. José Biesdorf – Ens. Fundamental

Público alvo: Alunos da 8ª série

2. INTRODUÇÃO

O Planeta que levou bilhões de anos para alcançar sua forma mais estável,

está agora ameaçado por uma sociedade evoluída, mas extremamente predatória.

Essa relação do homem com a natureza, que por milhares de anos aconteceu de

forma simples e rudimentar, com o único objetivo de satisfazer suas necessidades

diárias vitais, com o passar do tempo, devido à evolução intelectual do homem e

consequente avanço industrial e tecnológico, provocaram mudanças no modo de

vida das pessoas, resultando muitas vezes em ações desordenadas e exageradas

sobre a natureza. Nesse sentido, pretendemos abordar sobre as práticas agrícolas

que, como sabemos, também passou por profundas modificações desde seu

surgimento há alguns milhares de anos. O enfoque do nosso trabalho se dará na

agricultura moderna, mais especificamente no uso de agrotóxicos e seus impactos.

Pretendemos, à luz da razão, discutir com nossos alunos, se o modelo agrícola

atual que produz alimentos às custas de milhares de toneladas de venenos

anualmente, agredindo à saúde do homem e à natureza poderá continuar, ou se,

inevitavelmente deveremos buscar novas alternativas.

3. HISTÓRICO DOS AGROTÓXICOS

A mais de mil anos o homem já usava algumas substâncias conhecidas com

a finalidade de proteger suas culturas, conforme destaca Chaim (1999) em site da

Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, disponível em

<www.agencia.cnptia.embrapa.br/.../Chaim_historiaID-Dcdtr0CVWl.pdf>.

Os romanos antigos já usavam a fumaça proveniente da queima de enxofre para controlar pulgões que atacavam as plantações de trigo e também usavam sal para controlar ervas daninhas. Nos primórdios do século XIX, os chineses utilizavam arsênico misturado em água para controlar insetos. Descobriu-se, no início desse século, que produtos derivados de plantas como a rotenona e a piretrina controlavam diferentes tipos de insetos. O Verde Paris, uma mistura de arsênico e cobre, foi descoberto em 1865 e muito utilizado, desde então, no controle do besouro da batata do Colorado. Em 1882, descobriu-se que uma mistura de sulfato de cobre e cal - Mistura Bordeaux - era um excelente fungicida para o controle de uma doença em videira denominada míldio (Plasmopara viticula). Essa mistura continua a ser utilizada até hoje, com grande sucesso, no controle de doenças em várias culturas. Em 1890, um pó contendo mercúrio começou a ser utilizado para tratamento de sementes e, em 1915, foi desenvolvida uma formulação líquida para ser utilizada em controle de doenças fúngicas e tratamento de sementes. Os primeiros herbicidas surgiram por volta de 1900, mas o grande avanço no desenvolvimento dos agrotóxicos, de maneira geral, aconteceu por volta de 1940, com a redescoberta do DDT e toda a gama de organoclorados. Akesson & Yates (1979) dividem o desenvolvimento do controle de pragas em três períodos. O primeiro refere-se à época anterior a 1867 em que se utilizavam produtos odoríficos ou irritantes, tais como excrementos e cinzas, mas também se começava a utilizar enxofre, rotenona, piretro, nicotina, óleos animais ou de petróleo. O segundo, compreendido entre 1867 a 1939, corresponde ao período da descoberta e refinamento da mistura Bordeaux, bem como de outras formulações cúpricas. Exatamente durante esse período, começou o desenvolvimento mais significativo nos equipamentos de aplicação desses produtos. O terceiro período inicia-se a partir de 1939, com a era dos organossintéticos. Cabe ressaltar que, cada período foi acompanhado por seus métodos específicos de aplicação.

A indústria de agrotóxicos, em nível mundial, surgiu após a Primeira Guerra

Mundial, porém as primeiras unidades produtivas de agrotóxicos no Brasil datam de

meados da década de 1940, sendo que a efetiva constituição do parque industrial

desses produtos no país ocorreu a partir de 1975 com a instituição do Programa

Nacional de Defensivos Agrícolas (TERRA; PELAEZ, 2008).

O lançamento do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas (PNDA), em 1975, foi o principal responsável pelo aumento da produção de agrotóxicos em 458%, no período de 1974 a 1978. Desde então, o Brasil tornou-se um dos maiores consumidores mundiais desses produtos. O crescimento do consumo de agrotóxicos nos anos 60 e 70 somente foi possível graças a uma gigantesca operação publicitária patrocinada pelas empresas multinacionais, conjugada a uma agressiva estratégia de vendas e à participação direta do Governo. O Banco do Brasil, por exemplo, no início dos anos 70, tornou obrigatória a destinação de 15% do valor dos empréstimos de custeio agrícola para a aquisição de agrotóxicos. Isso significa que, por via institucional, com o aval do Governo, estava-se contribuindo para ampliar mercados e preservar financeiramente a indústria química, sem qualquer preocupação com as necessidades dos agricultores ou com os efeitos ecológicos da medida compulsória (FERRARI, 1986,

p.26).

Considerando-se os últimos anos, temos os seguintes dados sobre o

consumo de agrotóxicos no Brasil: no ano 2000 o Brasil consumiu cerca de 150 mil

toneladas de agrotóxicos ( 3º maior consumidor mundial ), em 2008 o consumo foi

de cerca de 985 mil toneladas (maior consumidor mundial) e em 2009 o consumo

chegou a 1,06 milhão de toneladas. Com relação as empresas que lideram a

produção de agrotóxicos no Brasil e a nível mundial, cabe ressaltar que, são todas

multinacionais europeias e americanas, sendo que as seis maiores Bayer,

Syngenta, Basf, Monsanto, Dow e a Du Pont, detém cerca de 70% do mercado.

(Disponível em <http://www.rel-uita.org/agricultura/agrotoxicos/brasil_campeon-

por.htm>.

VOCÊ SABIA!

Dentre as armas usadas na Guerra do Vietnã, as que mais se destacaram

foram os herbicidas desfolhantes (o mais famoso ficou conhecido por “ agente

laranja”). Mais detalhes em <http://www.planetaorganico.com.br/agrothist1.htm>.

4. AGROTÓXICOS: O QUE SÃO E COMO SE CLASSIFICAM

Os agrotóxicos, também conhecidos como veneno, pesticidas ou defensivos

agrícolas, são produtos de natureza biológica, física ou química que tem a finalidade

de exterminar pragas ou doenças que ataquem as culturas agrícolas.

Os agrotóxicos podem ser classificados de acordo com os seguintes

critérios: quanto a finalidade de uso, quanto a maneira de agir, quanto a origem e

quanto a toxicidade.

Quanto a finalidade de uso: conforme o agente patogênico que se deseja

combater, os agrotóxicos estão classificados como:

– Inseticidas ( para combater os insetos);

– Fungicidas ( para combater os fungos);

– Herbicidas ( para combater as plantas daninhas);

– Acaricidas ( para combater os ácaros);

– Bactericidas ( para combater as bactérias);

– Nematicidas ( para combater os nematóides).

Quanto a maneira de agir:

– Através de ingestão (a praga deve ingerir a planta com o produto);

– Microbiano (o produto contém microorganismos que atacarão a praga

ou o agente causador da doença);

– Por contato (ao tocar o corpo da praga o produto já faz efeito).

Quanto a origem: conforme sua natureza química, os agrotóxicos são

classificados como:

– Inorgânicos: muito utilizados no passado, porém, atualmente não

representam mais do que 10% do total de pesticidas em uso. São altamente

agressivos ao homem e ao meio ambiente.

– Orgânicos: compreendem os de origem vegetal e os organo-sintéticos.

Os de origem vegetal são de baixa toxicidade e de curta permanência no ambiente

(como o piretro contido no crisântemo e a rotenona extraída do timbó). Devido a

essas características, são muito utilizados por algumas correntes da Agroecologia.

Já os organo-sintéticos(organofosforados, organoclorados, carbamatos, piretróides e

derivados do ácido fenoxiacético), além de persistirem muitos anos nos

ecossistemas, contaminando-os, também trazem uma série de problemas de saúde

para os seres humanos. Disponível em

<http://www.planetaorganico.com.br/agrothist2.htm>.

Quanto a toxicidade: quanto ao grau de toxicidade, a classificação dos

agrotóxicos é feita em 4 classes:

Classe I - Faixa Vermelha - Extremamente Tóxico

Classe II - Faixa Amarela - Altamente Tóxico

Classe III - Faixa Azul - Medianamente Tóxico

Classe IV Faixa Verde - Pouco Tóxico

Atualmente os agrotóxicos mais consumidos no Brasil são os herbicidas,

com aproximadamente 45%, os inseticidas com 27% e os fungicidas com 28%

(SENAR, 2000, p. 93).

VOCÊ SABIA!

Em 2010 o consumo de agrotóxicos no Brasil chegou aos incríveis 5,7 litros

de veneno por habitante. Mais detalhes em

<http://envolverde.com.br/saude/entrevista-saude/o-uso-de-agrotoxicos-no-brasil-e-

abusivo-exagerado-e-incontrolavel/>.

5. AGROTÓXICOS: IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE E NA SAÚDE HUMANA

Desde seu surgimento, há alguns milhares de anos, a agricultura se tornou

uma das mais importantes atividades humanas. Porém, essa atividade que no

passado era praticada de maneira simples e rudimentar, com o passar do tempo e o

aumento da população humana passou por grandes modificações com o objetivo de

se produzir mais alimentos. Para isso, o homem avançou sobre a natureza,

desmatando grandes áreas e modernizou a agricultura. Essa modernização da

agricultura que nos países desenvolvidos iniciou-se no final da década de 1940 e

nos países em desenvolvimento (inclusive o Brasil) em meados da década de 1960,

tinha como características o uso de sementes geneticamente melhoradas, a

mecanização da agricultura, o uso intensivo de insumos industriais(fertilizantes e

agrotóxicos) além do cultivo de poucas espécies e variedades. No entanto, “essa

mudança de estilo de produção ignorou o fato de que a agricultura é um intrincado

processo ecológico, ditado pela natureza, e não um processo físico, químico e

econômico, que obedece aos interesses imediatistas do homem” (SENAR, 2000,

p. 24). Considerando-se as últimas décadas, verificou-se um grande aumento na

produção agrícola no Brasil e em outros países do mundo, porém o uso de

agrotóxicos aumentou numa proporção ainda maior. Nesse sentido, Ferrari (1986,

p.23) afirma: “O consumo de agrotóxicos gera um círculo vicioso: quanto mais se

usa, maiores são os desequilíbrios provocados e maior a necessidade de usos

recorrentes, em doses mais intensas de formulações cada vez mais tóxicas”. Além

disso, vale ressaltar que, “várias pesquisas desenvolvidas em diferentes países

evidenciam os danos ambientais e à saúde humana causados pelos agrotóxicos”

(CHAIM et al, 2004, p. 62).

Com relação ao aspecto ambiental, os agrotóxicos causam os problemas

relacionados aos resíduos produzidos, os quais poluem o ar, o solo e as águas e

aos desequilíbrios ambientais nas populações atingidas. Em estudo realizado entre

1976 e 1984 em 1.816 amostras de água provenientes de nove diferentes bacias

hidrográficas do Estado do Paraná , o IAP (na época se chamava SUREHMA)

constatou a presença de resíduos em 91,4% das amostras (SENAR, 2000, p. 26).

No interior do Rio Grande do Sul, pesquisa feita nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim entre as safras agrícolas de 2003/04 e 2007/08, verificou-se, por exemplo, que na safra 2005/06 havia presença de pelo menos um agrotóxico em 94% das amostras de água do rio Vacacaí e em 93,3% das amostras do rio Vacacaí-Mirim (MARCHESAN et al, 2010).

Quanto aos desequilíbrios ambientais nas populações atingidas, os

principais são:

– Resistência: aumento da tolerância de um organismo a uma determinada

dose de agrotóxico, de forma que o controle das populações exige doses crescentes

para manter a eficácia. Hoje existem mais de 500 espécies de pragas resistentes,

quando antes de 1946, havia apenas 10.

– Ressurgência: após aplicações de agrotóxicos, muitas vezes as

populações de pragas voltam com maior intensidade, pois as populações dos

inimigos naturais são mais vulneráveis aos agrotóxicos do que as pragas.

– Surgimento de novas espécies de pragas: muitas novas espécies de

pragas tem aparecido nos últimos anos, pela introdução de pragas exóticas, que não

encontram seus inimigos naturais nas novas áreas. De 1958 a 1976 surgiram no

Brasil 400 novas pragas, em grande parte devido ao uso generalizado de

agrotóxicos.

– Magnificação Biológica: consiste na concentração de produtos tóxicos

ao longo da cadeia alimentar. Concentrações aparentemente insignificantes de

resíduos podem adquirir níveis perigosos para os organismos que se encontram

nas etapas finais da cadeia alimentar. Já foram encontrados altos valores de DDT

(agrotóxico já proibido no Brasil) em gordura humana e no próprio leite materno

(SENAR, 2000, p. 27-28).

Cabe ainda ressaltar que, os agrotóxicos são classificados como um dos

principais poluentes químicos que se difundem pelo planeta. Mesmo nas regiões

mais distantes do planeta, sem nenhum tipo de agricultura, como as polares, pode-

se detectar resíduos de inseticidas organoclorados como o DDT e o DDE em tecido

adiposo de leões marinhos e outros mamíferos aquáticos (GRISOLIA, 2005, p. 24).

Com relação à saúde humana, os agrotóxicos atuam de duas maneiras no

comprometimento da saúde da população: através das intoxicações dos agricultores

durante a aplicação desses produtos ou através do consumo de alimentos

contaminados com resíduos de venenos (FERRARI, 1986, p. 41). As intoxicações

por agrotóxicos acontecem por via oral (boca), por via dérmica (pele e olhos) e por

via respiratória (sistema respiratório) (SENAR, 2000, p. 141-144). A ação dos

agrotóxicos sobre a saúde humana podem provocar alterações como vômitos,

diarreias, tonturas, dores de cabeça, desmaios, ansiedade e angústia, salivação e

sudorese aumentadas, podendo chegar a lesões renais e hepáticas, cânceres, coma

e morte. È importante ressaltar que os sintomas de intoxicação podem não aparecer

de imediato. Disponível em <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene3.htm>.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde(OMS), ocorrem no

mundo cerca de 3 milhões de intoxicações agudas por agrotóxicos a cada ano, com

220 mil mortes. No Brasil, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico

Farmacológicas – Sinitox, da Fundação Osvaldo Cruz – Fiocruz, foram registradas

14.000 ocorrências de intoxicações por agrotóxicos em 2003 com 238 óbitos.

Disponível em: <http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?

infoid=521&sid=9>. Ainda, segundo o Sistema Nacional de Vigilância às Populações

Expostas aos Agrotóxicos, da FIOCRUZ (Fundação Osvaldo Cruz), a cada

notificação de intoxicação com agrotóxicos, outras 50 ocorrem sem a devida

notificação. Porém, é importante salientar que as intoxicações por agrotóxicos

podem ser evitadas ou minimizadas (em até 70% dos casos), mediante o uso de

Equipamentos de Proteção Individual (EPI), cujos mais comumente usados são:

luvas, botas, máscara, macacão com mangas compridas, avental e chapéu com

abas (SENAR, 2000, p. 146).

Com relação à contaminação dos alimentos por resíduos de agrotóxicos, é

importante salientar que várias pesquisas realizadas apontam para um elevado

percentual de amostras de alimentos com resíduos. Estudos recentes nos Estados

Unidos mostram que várias doenças graves tem origem na dieta alimentar sendo os

resíduos de pesticidas presentes no alimento um dos responsáveis por uma

porcentagem delas. Já no Brasil, entre 2001 e 2004, a ANVISA através do PARA

(Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), analisou 4 mil

amostras de alimentos. Como primeiros resultados, foram detectadas irregularidades

no uso de agrotóxicos. Foi encontrado algum tipo de problema em 28% delas. Entre

as amostras irregulares 83% dos desvios foram referentes ao uso de produtos não

autorizados para determinada cultura. Nos 17% restantes os problemas estavam na

quantidade de resíduos de agrotóxicos acima dos níveis permitidos pela legislação.

Disponível em: <http://www.multiciencia.unicamp.br/artigos_07/a_09_7.pdf>. Em

2009, o PARA analisou 3.130 amostras de alimentos de 25 estados, sendo que , em

907 amostras (29%), foram encontradas irregularidades. Uma das irregularidades

encontradas, indica o uso de agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro

no país. Disponível em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d214350042f576d489399f536d6308db/

RELAT%C3%93RIO+DO+PARA+2009.pdf?MOD=AJPERES>.

O uso de produtos de baixa classe toxicológica e a rigorosa observação do

período de carência (que é o período em dias a ser observado entre a última

aplicação de agrotóxicos e a colheita do produto tratado), poderiam contribuir para

se reduzir a presença de resíduos de venenos nos alimentos. Além disso, o

crescente interesse dos EUA e dos países da Europa pelos produtos orgânicos

poderá contribuir para que, num futuro próximo possamos, senão abolir, mas

diminuirmos drasticamente o uso de agrotóxicos. Pois, conforme afirma Grisolia

(2005, p. 338), “não existe e nunca existirá progresso em longo prazo, nem

modernidade possível, com alimentos, solo e água contaminados por venenos”.

VOCÊ SABIA!

Nas lavouras brasileiras são usados pelo menos dez produtos (agrotóxicos)

banidos na União Europeia (UE), Estados Unidos e um deles até no Paraguai.

Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2010/05/31/campeao-mundial-de-uso-

de-agrotoxicos-brasil-se-torna-o-principal-destino-de-produtos-banidos-no-exterior/>.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Programa de Análise de

Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Brasília, 2010. Disponível em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d214350042f576d489399f536d6308db/

RELAT%C3%93RIO+DO+PARA+2009.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 28 jul.

2011.

CHAIM, A. História da Pulverização. Jaguariúna, 1999. Disponível em:

<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/Chaim_historiaID-Dcdtr0CVWl.pdf>.

Acesso em: 25 jul. 2011.

CHAIM, A. et al. Agrotóxicos e Ambiente. 1ª ed. Brasília: Embrapa, 2004.

CARVALHO, J. J. de. O uso de agrotóxicos no Brasil é abusivo, exagerado e

incontrolável. São Paulo, 2011. Disponível em:

<http://envolverde.com.br/saude/entrevista-saude/o-uso-de-agrotoxicos-no-brasil-e-

abusivo-exagerado-e-incontrolavel/>. Acesso em: 26 jul. 2011.

FERRARI, A. Agrotóxicos: a praga da dominação. 2ª ed. Porto Alegre: Mercado

Aberto, 1986.

GRISOLIA, C. K. Agrotóxicos – mutações, reprodução e câncer. Brasília: Ed.

Universidade de Brasília, 2005.

<HTTP://www.ecodebate.com.br/2010/05/31/campeao-mundial-de-uso-de-

agrotoxicos-brasil-se-torna-o-principal-destino-de-produtos-banidos-no-exterior/>.

Acesso em 29 jul. 2011.

<HTTP://www.planetaorganico.com.br/agrothist1.htm>. Acesso em 19 jul. 2011.

<HTTP://www.rel-uita.org/agricultura/agrotoxicos/brasil_campeon-por.htm>. Acesso

em 19 jul. 2011.

<HTTP://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene5.htm>. Acesso em 28 jul. 2011.

MARCHESAN, E. et al. Resíduos de agrotóxicos na água de rios da Depressão

Central do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Santa Maria, 2010. Disponível

em:<http://www.scielo.br/pdf/cr/v40n5/a574cr2775.pdf>. Acesso em 26 jul. 2011.

PARANÁ/FAEP/SENAR-PR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Meio

Ambiente: manual do professor. Curitiba 2000.

PEREIRA, A. Crescem no país os casos de intoxicações por agrotóxicos. Rio

de Janeiro 2006. Disponível

em:<http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=521&sid=9>.

Acesso em 10 de mai. 2011.

RODRIGUES, N. R. Agrotóxicos: Análise de Resíduos e Monitoramento.

Campinas, 2006. Disponível

em:<http://www.multiciencia.unicamp.br/artigos_07/a_09_7.pdf>. Acesso em 28 jul.

2011.

TERRA, F. H. B.; PELAEZ, V. A história da indústria de agrotóxicos no Brasil:

das primeiras fábricas na década de 1940 aos anos 2000. Curitiba, 2008.

Disponível em:<http://www.sober.org.br/palestra/13/43.pdf>. Acesso em 19 jul. 2011.