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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DA SANGA
PINHEIRINHO NO MUNICÍPO DE TOLEDO – PR
Autor João Batista de Souza
Escola de Atuação Colégio Estadual Senador Attilio Fontana
Município da escola Toledo
Núcleo Regional de Educação Toledo
Orientador Ms Leila Limberger
Instituição de Ensino Superior Unioeste Marechal Cândido Rondon
Disciplina/Área Geografia
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Alunos da 1ª Série do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Senador Attílio Fontana EnsinoFundamental, Médio e Profissionalizante. End RuaGonçalves Dias, número 100, Vila Pioneiro CEP85909540
Apresentação: Ao longo da história da humanidade, o homemcontribuiu para a extinção de várias espécies. Asações humanas na natureza representam umaameaça para os seres vivos, inclusive, à sua própriasobrevivência. Nesse sentido, uma proposta de
educação ambiental na escola se faz necessária nosentido de contribuir para motivar mudanças dehábitos, promovendo a adoção de uma nova escalade valores para os escolares. Não se pode ignorar ofato que as sociedades dependem da conservação domeio ambiente sustentável para se desenvolvereconomicamente e, ao mesmo tempo, cuidar dosrecursos naturais para a sobrevivência das futurasgerações. Em vista do exposto, a presente UnidadeDidática intitulada “Preservação dos RecursosHídricos da Bacia da Sanga Pinheirinho-município deToledo PR” é resultante de um projeto de pesquisaproporcionado pelo Programa de DesenvolvimentoEducacional (PDE), da Secretaria do Estado deEducação do Paraná, realizada no período de 2010 e2011 em parceria com a UNIOESTE. O objetivo écontribuir com uma proposta de educação ambiental aser desenvolvida junto aos educandos da 1ª série doEnsino Médio do Colégio Estadual Senador AttílioFontana, tendo como foco a bacia hidrográfica dasanga Pinheirinho. Acreditamos que contribuir com apreservação da Bacia da Sanga Pinheirinho é a formaque o Colégio Estadual Senador Attílio Fontanaencontra para ter um ambiente mais equilibrado efavorável à vida do bairro Vila Pioneiro, contribuindo,consequentemente, para o fomento daconscientização da comunidade local no sentido depreservar esta riqueza natural da realidade da baciada Sanga Pinheirinho e sua vivência. Para odesenvolvimento das ações propõem-se diferentesmetodologias, envolvendo observações in loco, para acoleta de dados empíricos, discussões einterpretações de textos, apresentação de vídeos,imagens e trabalhos em grupos.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Sanga Pinheirinho, Bacia hidrográfica e ImpactosAmbientais
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSuperintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
João Batista de SouzaProfessor PDE/2010
PRODUÇÃO DIDÁTICO- PEDAGÓGICA
Toledo- PR2011
João Batista de Souza
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
Produção didático-pedagógica apresentado àSecretaria de Estado da Educação – SEEDcomo requisito parcial de participação noPrograma de Desenvolvimento Educacional(PDE) na área de Geografia. Orientador: Prof.Ms. Leila Limberger, da Universidade Estadualdo Oeste do Paraná (UNIOESTE) – Campusde Marechal Cândido Rondon.
TOLEDO2011
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1IDENTIFICAÇÃO
1.1 NOME DO PROFESSOR PDE: João Batista de Souza
1.2 ÁREA/DISCI PLINA: Geografia
1.3 NRE: Toledo
1.4 PROFESSORA ORIENTADORA IES: Ms. Leila Limberger
1.5 IES VINCULADA: UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon
1.6 ESCOLA DE IMPLANTAÇÃO: Colégio Estadual Senador Attilio Fontana
1.7 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos da primeira série do ensino
médio
1.8 TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: Os Impactos Ambientais nas Bacias
Hidrográficas
1.9 TÍTULO: Preservação dos Recursos Hídricos da Bacia da Sanga Pinheirinho-
município de Toledo PR
2 INTRODUÇÃO
O espaço geográfico não é algo estático, mas está em constante
transformação natural e antrópica. Embora o aparecimento da espécie humana seja
recente em relação ao surgimento da maioria dos seres, nenhuma espécie de ser
vivo causou tantas modificações e de tão grande intensidade na superfície do
planeta.
Ao longo da história da humanidade, o homem contribuiu para a extinção de
várias espécies. As ações humanas na natureza representam uma ameaça para os
seres vivos, inclusive, à sua própria sobrevivência. Nesse sentido, uma proposta de
educação ambiental na escola se faz necessária no sentido de contribuir para
motivar mudanças de hábitos, promovendo a adoção de uma nova escala de valores
para os escolares.
Não se pode ignorar o fato que as sociedades dependem da conservação do
meio ambiente sustentável para se desenvolver economicamente e, ao mesmo
tempo, cuidar dos recursos naturais para a sobrevivência das futuras gerações.
Em vista do exposto, a presente Unidade Didática intitulada “Preservação
dos Recursos Hídricos da Bacia da Sanga Pinheirinho-município de Toledo PR” é
4
resultante de um projeto de pesquisa proporcionado pelo Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria do Estado de Educação do
Paraná, realizada no período de 2010 e 2011 em parceria com a UNIOESTE.
A Bacia Hidrografia, objeto deste estudo, está situada no bairro Pioneiro,
onde localiza-se o Colégio Estadual Senador AttÍlio Fontana; o curso hídrico desta
bacia localiza-se a, aproximadamente, 2 quilômetros da sede do Colégio. A bacia é
poluída e muito degradada pela ação da comunidade local. Grande parte dessa
degradação é causada diretamente pela própria comunidade escolar, ocorrendo
impactos sociais e econômicos negativos.
As ações propostas nesta Unidade Didática justificam-se em razão da
necessidade de subsidiar fundamentos teórico-práticos para minimizar a degradação
ambiental no entorno, bem como a ação antrópica na bacia hidrográfica da Sanga
Pinheirinho, afluente do Rio Toledo, uma vez que a nascente do rio situa-se na área
urbana no bairro da Vila Pioneira e, próximo ao afluente, existem ainda algumas
propriedades rurais que trabalham com suinocultura e avicultura.
Segundo Ross e Prette (1998), a bacia hidrográfica é considerada como a
unidade natural na qual o elemento integrador é representado pelos canais fluviais
ou de drenagem natural, cujo referencial é a água. Contudo, embora constituída de
um sistema natural complexo, não é um sistema ambiental único. Por isto, é
necessário considerar as questões sociais e econômicas regionais.
Portanto, o objetivo é contribuir com uma proposta de educação ambiental a
ser desenvolvida junto aos educandos da 1ª série do Ensino Médio do Colégio
Estadual Senador Attílio Fontana, tendo como foco a bacia hidrográfica da sanga
Pinheirinho.
Acreditamos que contribuir com a preservação da Bacia da Sanga
Pinheirinho é a forma que o Colégio Estadual Senador Attílio Fontana encontra para
ter um ambiente mais equilibrado e favorável à vida do bairro Vila Pioneiro,
contribuindo, consequentemente, para o fomento da conscientização da comunidade
local no sentido de preservar esta riqueza natural da realidade da bacia da Sanga
Pinheirinho e sua vivência.
Para o desenvolvimento das ações propõem-se diferentes metodologias,
envolvendo observações in loco, para a coleta de dados empíricos, discussões e
interpretações de textos, apresentação de vídeos, imagens e trabalhos em grupos.
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3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE
O planeta Terra é o único do universo onde, até o momento, sabe-se da
existência de vida. Esse fato é decorrente da combinação de diferentes fatores,
como: água, atmosfera, oxigênio e outros gases, distância em relação ao sol,
permitindo calor na intensidade adequada, etc. A humanidade passou por um
processo de evolução tecnológica que lhe garantiu a possibilidade de modificar o
chamado espaço natural. Tais modificações variaram segundo as épocas e segundo
as regiões. Dansereau e Sassim (1978, apud DEMANGEON, 2001, p. 70)
distinguem cinco etapas pelas quais passou a humanidade, no que se refere à sua
capacidade de modificar o espaço, através do desenvolvimento tecnológico:
- Primeira Etapa: descoberta de instrumentos para a prática da caça epesca, ocorrida no Paleolítico. - Segunda Etapa: domesticação de animais ocorrida no Paleolítico Superiore Neolítico. - Terceira Etapa: invenção da agricultura, ocasionando a sedentarização dohomem e estruturando as sociedades rurais, ocorridas no Neolítico aoSéculo XVII no hemisfério ocidental. - Quarta Etapa: invenção da indústria, com amplo desenvolvimento dastécnicas, naquilo que se convencionou chamar de Revolução Industrial,ocasionando, entre outras coisas, o fenômeno da urbanização entre osSéculos XVIII. - Quinta Etapa: surgimento da Revolução Cibernética, no momento em queo homem se mostra pronto para conquistar outros espaços externos daterra, a partir de 1968.
É importante saber determinar o nível de intervenção antrópica, uma vez
que o meio deixa de ser natural. Até a fase em que o homem passa a ser sedentário
e descobre a agricultura, cultivando espécies aclimáticas, com técnicas não
poluentes, o meio natural é reconhecido. Logo, o meio ambiente já não é mais
natural (DEMANGEON, 2001).
A separação homem-natureza é uma característica marcante do
pensamento ocidental, que é a capacidade que a humanidade tem para dominar a
natureza. Os problemas ambientais e sociais atingiram proporções globais através
da expansão da cultura ocidental, que tem no sistema capitalista e na religião
monoteísta seus principais pilares de sustentação como afirma Garaudy (1983, p. 9):
6
Se considerarmos o Ocidente, não sob o ponto de vista geográfico, mas,um estado de espírito que se orienta para a dominação da natureza e doshomens, tal visão do mundo irá remontar à primeira civilização conhecida, aque veio à luz do delta do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, hoje Iraque[...] Em repouso, a visão de mundo que chamamos Ocidental data de maisde 3.000 anos antes de nossa era. Configura-se fora da Europa, no Egito ena Mesopotâmia. Aí já se encontram os traços característicos da atitudeocidental: o homem se opõe à natureza, de que aspira ser senhor absoluto,e contra a qual forja sua individualidade e seu pensamento abstrato.
O modo ocidental de pensar no mundo originou-se na Europa. A tradição
cristã levou a refletir sobre a corrente científica e religiosa que distinguia o bem e o
mal, vinculado às especulações de conhecimento das origens e do fim da
humanidade. Desta forma, o aspecto fundamental deste pensamento é o
relacionamento entre o homem e o resto da natureza. O homem foi dotado de uma
inteligência superior aos outros seres vivos e, por isso, pode subjugá-los; “as ações
humanas formaram o meio ambiente no qual as gerações seguintes e as diferentes
sociedades viveram se utilizando dos recursos naturais, sem considerar suas
necessidades de preservação” (PONTING, 1995, p. 236).
Para Marx (apud CASSETI, 1991) a natureza separada da sociedade não
possui significado. O homem, por sua vez, não é apenas um habitante da natureza;
ele se apropria e transforma as riquezas da natureza, e apresenta a sociedade como
um conjunto de ligações e relações fundamentais no trabalho. Esse trabalho
encontra-se vinculado aos recursos oferecidos pela natureza.
Outras civilizações, conhecidas como os orientais, geralmente, são
matriarcais, politeístas e se inspiram em valores totalmente diferentes aos da
civilização acidental, como a solidariedade e igualdade social, respeitando a
natureza e o ser humano promovendo equilíbrio e harmonia ambiental. Os diferentes
modos de produção criados durante a existência da humanidade promovem a
organização e a produção do espaço geográfico. As civilizações que se baseavam
nos modos de produção que valorizavam mais o “ser” do que o “ter”, formam menos
agressivas a natureza e ao ser humano.
A ruptura do Ocidente com suas fontes orientais conduz a umempobrecimento do homem, o contraste torna-se brutal comparado a visãooriental de mundo, que une amor da natureza e piedade para com oshomens, rejeitando o individualismo ilusório para tentar fundir-se com anatureza (GARAUDY, 1983, p.10).
7
O valor simbólico do meio ambiente está contido na topofilia, definida como
“o elo afetivo entre as pessoas e o lugar, onde a memória cultural e a inteligência
emocional se fundem” (TUAN, 1980, p.106).
A Fenomenologia é um ramo da ciência que valoriza a questão da
percepção, assim, é conhecida como:
[...] a filosofia que descreve o fenômeno geográfico a partir da percepçãodos indivíduos que convivem com o fenômeno, no tempo e no espaço, e ointerpretam segundo as leis do seu conhecimento ou da sua consciência.Estuda a essência sem a preocupação de analisá-la ou solucioná-la,valorizando, dessa maneira, a essência e a percepção do indivíduo, voltadaa particularidade em cada um que percebe e compreende o mundo em suavolta (TUAN, 1980, p.106).
Desta forma, paulatinamente, a questão da percepção ambiental ganha
relevância para compreensão das atitudes dos grupos sociais sobre o ambiente.
Vale colocar que o sistema capitalista, que se baseia na propriedade privada e no
lucro, e tem como característica a sociedade de classes, que se divide entre os
donos dos meios de produção (capitalistas) e os que só têm sua própria força de
trabalho para vender (trabalhadores), é sem dúvida o mais agressivo dos modos de
produção que já surgiram (CUNHA; GUERRA, 2005).
Neste modo de produção, para obter lucro, todos os elementos da natureza
são vistos como recursos a serem explorados e não como meios essenciais para
manter o equilíbrio e a vida no planeta e, até a humanidade, são transformados em
mercadorias e explorados, com a criação de uma cultura que possui uma escala de
valores e que as pessoas valem aquilo que consomem, relacionando a qualidade de
vida com a quantidade que consomem, é conhecida como “sociedade de consumo”.
Com objetivo de promover o crescimento econômico, são inventados
produtos que não tem utilidade e às vezes são até prejudiciais. As pessoas passam
a viver em função do consumo e, quem não tem poder de consumo, é visto como
inútil no sistema. Na sociedade de consumo, os conceitos se modernidade de vida
estão vinculados a quantidade de produtos, oferecido pela indústria, que cada
indivíduo pode consumir (CUNHA; GUERRA, 2005).
O consumismo não deve servir de referencial a ser seguido pela sociedade,
pois pode levar a exaustão dos recursos naturais e a extinção de vida sobre planeta.
Compreendermos a modernização como um processo de mudanças na
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qual determinada sociedade ('progresso”) ou, melhor, sobrepõe estruturastradicionais, criando novas formas de produção em que a urbanizaçãoe a industrialização e o desenvolvimento tecnológico, dos sistema decomunicação de massa e transportes são alguns dos fenômenoscaracterísticos desse processo. Essas mudanças, constituintes nosdiferentes espaços urbano e rural, direcionam-se para a formaçãodas sociedades modernas, mercadologizadas tanto em escala regional,quanto em escala nacional e global, impulsionadas por um modelodesenvolvimentista, com características inerentes de degradaçãoambiental. O modelo em questão prima pelos interesses privados(econômicos) frente aos bens coletivos (meio ambiente),consubstanciando-se em uma visão antropocêntrica de mundo geradorde fortes impactos socioambientais (CUNHA e GUERRA, 2005, p. 84).
Os automóveis que foram criados para servir de meio de transporte passam
a ser objeto de ostentação de poder e prestígio. A cada ano a indústria muda alguns
detalhes para motivar a venda de um veículo novo. Os eletrodomésticos que
poderiam ser usados durante décadas, são fabricados para durar o mínimo possível
e em pouco tempo já estão ultrapassados e são substituídos por novos. Este
processo culmina na produção de lixo.
Como se não bastasse transformar em mercadorias, os minerais, vegetais,solos, a ganância própria do capitalismo procura transformar emmercadorias os elementos naturais como já acontece com a água, emmuitos lugares do planeta. Todos os elementos naturais são importantessendo difícil determinar qual o mais ou menos importante, mas merecemdestaque o ar e a água, por serem vitais. Embora estes recursos sejamconsiderados abundantes no planeta, a água não está distribuída namesma proporção sobre toda superfície do planeta e apenas umapequena parte é de consumo humano. Verifica-se que 97,5% do volumetotal da água da Terra são de água salgada, formando os oceanos, esomente 2,5% são de água doce. Ressalta-se que a maior parte dessaágua doce (68,7%) está armazenada nas calotas polares e geleiras. Aforma de armazenamento em que os recursos hídricos estão maisacessíveis são rios, o que corresponde a apenas 0,27 do volume de águadoce da Terra e cerca de 7% do volume de água total (SETTI, 2001, p.63).
As estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que a
população mundial em 2050 será de 9,3 bilhões de pessoas. Assim, as questões de
saúde, saneamento, educação, transporte, moradia, criminalidade serão desafios a
vencer. “Acréscimos do emprego dado às águas, sua poluição, degradação e
desperdício que, comprometem ainda mais a sua quantidade e qualidade”
(BERBERT, 2003, p. 81). Dessa maneira, as evidências de escassez da água
passam por discussões nas instituições e nos diversos níveis da sociedade, e novas
iniciativas devem ser implementadas a fim de promover a proteção e conservação
dos recursos naturais.
9
Dentre essas, estão as Conferências Mundiais de Estolcomo, realizada em
1972, e a do Rio de Janeiro, em 1992. Nesta última produziu-se a Agenda 21.
Merece destaque o capítulo 18 da referida agenda, ao estabelecer as bases para
ações referentes aos recursos hídricos, tais como: água para produção de alimentos
e desenvolvimento rural sustentável; a água e o desenvolvimento urbano
sustentável; abastecimento de água potável e saneamento; proteção dos recursos
hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas; avaliação dos recursos
hídricos; desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos.
O manejo integrado dos recursos hídricos baseia-se na evidência da água,
como um recurso natural e um bem econômico social. A água doce, um recurso finito
altamente vulnerável de múltiplos usos, deve ser gerida de modo integrado, o que
exige mecanismos eficazes de coordenação e implementação.
Ao desenvolver e usar os recursos hídricos para promover a satisfação das
necessidades básicas do ser humano deve-se considerar a proteção dos
ecossistemas. Esse manejo integrado deve ser feito considerando o nível de bacia
ou sub-bacia de captação (AGENDA 21, 1992).
Vale destacar que a Política Nacional de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos, Lei 9.433/97 é a materialização da tentativa brasileira de cumprimento da
Agenda 21, e tem como objetivo assegurar a sustentabilidade dos corpos d'água,
além de estabelecer uma gestão integrada, descentralizada e participativa.
A lei 9.4433, promulgada em 8 de janeiro de 1997, institui a Política
Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, regulamentando o inciso XIX do art. 21 da Constituição
Federativa Brasileira e altera o art.1 da lei 8.001 de 13 de março de 1990, que
modificou a lei 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Em seu Art. 4 estabelece que
a União articular-se-á com os estados, tendo em vista o gerenciamento dos recursos
hídricos de interesse comum.
A referida lei se pauta na gestão integrada, descentralizada e participativa.
Integrada, pois institui a bacia hidrográfica como unidade de planejamento, deixando
clara a idéia de que o cuidado com a água não está centralizado na água em si, mas
em todos os componentes da bacia, ou seja, devem ser considerados os aspectos
físicos, sociais, econômicos, políticos, etc. É descentralizada, pois os governos
federal e estadual passaram a dividir suas responsabilidades com os usuários, e
todas as decisões concernentes à gestão de águas em uma bacia hidrográfica
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serão decididos em uma nova instância: o comitê gestor da bacia. É participativa,
em razão de que todos os usuários e a sociedade civil organizada farão parte do
comitê, além do poder público, e as decisões deverão ser tomadas de forma
conjunta.
Segundo Barth (2002), a importância do uso múltiplo e integrado dos
recursos hídricos e as condições para a sua viabilização exigem o rateio de custos e
a institucionalização das decisões colegiadas. No que se refere à descentralização
e participação. O autor destaca a necessidade de que haja a descentralização do
processo decisório, para contemplar as diversidades e peculiaridades, tanto
regionais como estaduais e municipais. Faz-se necessário a democratização deste
processo para fazer com que a comunidade civil tenha voz no processo dinamizando
os resultados.
A instituição da bacia hidrográfica como unidade de planejamento na lei
9433/97 foi uma ação muito inovadora. Discute-se na Geografia a importância desta
unidade nos estudos ambientais, concluindo que ela é ideal para os estudos
integradores. Rodrigues e Adami (2000, p.147) definem bacia hidrográfica como um
sistema que abarca um volume de materiais, predominantemente sólidos e líquidos,
próximo à superfície terrestre, delimitado interna e externamente por todos os
processos que, a partir do fornecimento de água pela atmosfera, interferem no fluxo
de matéria e de energia de um rio ou de uma rede de canais fluviais. Inclui, portanto,
todos os espaços de circulação, armazenamento, e de saídas da água e do material
por ela transportado, que mantêm relações com esses canais.
A escassez de água não é uma previsão pessimista para o futuro da
humanidade, mas um fato já vivenciado por mais de 15% da população mundial, na
atualidade. De acordo com Setti (2001) estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas
não dispõe de água suficiente para o consumo doméstico e em 30 anos este número
poderá chegar a 5,5 bilhões. Além do consumo humano, a água é indispensável
para as atividades econômicas e a sustentação das outras formas de vida no
planeta, tanto que o autor destaca que a água é:
Essencial à vida, a água constitui o elemento necessário para quase todasas atividades humanas, sendo, ainda, componente da paisagem e do meioambiente. Trata-se de bem precioso, de valor inestimável, que deve ser, aqualquer custo, conservado e protegido. Presta-se para múltiplos usos:Geração de energia elétrica, abastecimento doméstico e agricultura,piscicultura, pesca e também para assimilação e afastamento de esgotos(SETTI, 2001, p. 43)
11
Nestes aproximadamente duzentos anos de industrialização no planeta, a
produção de bens materiais e seu consumo, vêm desrespeitando a dinâmica dos
elementos componentes da natureza, ocorrendo uma considerável degradação do
meio ambiente. Essa degradação tem comprometido a qualidade de vida da
população de várias maneiras, sendo mais perceptível na qualidade da água.
Os rios têm sido transformados em verdadeiro esgoto de céu aberto nascidades, nas áreas agrícolas, acumuladores de agrotóxicos [...] Isso temelevado os níveis alarmantes das poluições das águas, e dessas águas éo que os homens servem até para alimentação (MENDONÇA, 1997, p. 15).
Neste início de século, a população em geral é desafiada a encontrar novos
rumos para construção do presente e do futuro. E, no âmbito científico e intelectual,
o desafio se constitui em repensar a ontologia da epistemologia da ciência a partir
de questionamento de paradigmas (MENDONÇA, 1997).
Numa sociedade desigual na sua essência, transformar os elementos
naturais em mercadoria significa permitir que eles estejam à disposição apenas para
quem tem dinheiro. Contudo, uma das alternativas para alterar a rota de colisão que
o ser humano estabelece durante os últimos séculos é a mudança de
comportamento das sociedades humanas. Tal mudança só é viável quando as
comunidades locais e globais passarem a respeitar de modo efetivo os limites
ecossistêmicos. Nesse sentido, a educação ambiental tem se mostrado um
importante instrumento de revalorização da natureza.
Para Tundisi (2003), a bacia hidrográfica consolidou-se como a unidade
mais adequada de gerenciamento e passou a ser adotada nas últimas décadas em
várias regiões e países, por apresentar certas características essenciais que tornam
uma unidade muito caracterizada que permite a integração multidisciplinar entre
diferentes sistemas de gerenciamento, estudos e atividades ambientais.
Todavia é fundamental nas investigações científicas e educativas
desenvolver atividades para integrar não só a unidade física, mas incorporar a
dimensão econômica e social ao planejamento ambiental. Segundo Tundisi (2003), a
escolha da bacia hidrográfica como espaço de preservação as legislações vigentes
têm permitindo uma melhor gestão ambiental nos níveis locais permitindo à
população atuar de forma responsável e participativa na preservação dos corpos
hídricos visando a sustentabilidade.
12
4 SUGESTÕES DE ATIVIDADES PRÁTICAS
Ao considerar a Educação Ambiental como um processo educativo,
permanente e contínuo com vistas a desenvolver uma filosofia de vida ética e moral
em consenso e respeito com a natureza entre os alunos é preciso contemplá-la no
espaço escolar de maneira significativa, visando uma relação crítica e consciente
dos alunos com um meio ambiente sustentável.
Em concordância com os aspectos descritos acima, as sugestões de
atividades abordam a problemática da poluição das águas dos rios, mais
especificamente, da Bacia Sanga Pinheirinho, com a intenção de contribuir com a
educação ambiental e, simultaneamente, utilizar a educação ambiental como foco
para abordar os assuntos curriculares da disciplina de Geografia.
A proposta de intervenção tem como estratégia de ação os trabalhos de
campo, já que a área a ser estudada é onde se encontra o colégio. A execução das
atividades seguirá os seguintes procedimentos metodológicos:
- Explanação de conteúdo teórico sobre a bacia hidrográfica, hidrografia,
clima, vegetação, solo, poluição, degradação ambiental e necessidade de
preservação.
- Organização do histórico de ocupação do bairro, no qual se localiza a
Bacia da Sanga Pinheirinho.
- Entrevista com moradores e pioneiros.
- Sistematização de mapas, figuras e fotos de localização e caracterização
da Bacia da Sanga Pinheirinho.
- Trabalhos de campo para estudos de conceitos de bacia hidrográfica e
relação dos fenômenos físicos, sociais e econômicos.
- Realização de mutirão para recolhimento de lixo nas proximidades da
nascente da Bacia Sanga Pinheirinho
As atividades a serem desenvolvidas não visam apenas à preservação da
área, mas o envolvimento da comunidade escolar e da circunvizinhança no processo
de percepção e construção de uma educação ambiental consciente, propositiva e
duradoura.
13
4.1 ATIVIDADE 1: ASPECTOS TOPOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE TOLEDO –
PARANÁ
Primeiramente serão discutidos alguns aspectos do histórico do Município, a
partir de um texto. Para melhor compreensão do texto, o professor utilizará
diferentes estratégias, em situações variadas, como leitura oral, coletiva,
compartilhada, individual e silenciosa, com o intuito de propiciar a interação dos
alunos com o conteúdo e entre si, considerando que os objetivos dos leitores (alunos
e professor) em relação a um mesmo texto podem ser distintos.
Histórico do Município de Toledo Em 1946, a firma gaucha Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná S.A, conhecida
pela sigla MARIPÁ, adquiriu de uma Companhia imobiliária inglesa, uma gleba de terras que sedenominava “Fazenda Britânia” e que estava localizada às margens do Rio Paraná, no Municípiode Foz do Iguaçu.
Efetuada a compra da fazenda, os diretores da MARIPÁ deram início ao estabelecimentoda mesma na região, providenciando a vinda de colonos e agricultores do Rio Grande do Sul, a fimde começarem a grande empreitada que tinham em vista.
Ao atingir o local, encontraram-no coberto de densas matas virgens e cerrada vegetação.Não havia habitantes e nem estradas. Esse período de pioneirismo, que foi mais árduo de todahistória da MARIPÁ, é a própria história de Toledo.
Em 1949, foram iniciados os trabalhos de topografia e levantamento, efetuando-se otraçado da pequena Vila de Toledo que, em pouco tempo, seria uma das mais belas e progressistascidades do Paraná.
Nesse mesmo ano, foram assinados os primeiros compromissos de compra e venda delotes, sendo que, a procura foi de tal vulto, que em abril de 1951, todas as terras medidas edemarcadas estavam vendidas ou compromissadas.
A partir daí, houve efetivamente a colonização de Toledo, com a fundação de Vilas, comoas de General Rondon, Novo Sarandi, Quatro Pontes, Dez de Maio e Nova Santa Rosa. Semchegar a ser Distrito, o povoado foi elevado diretamente a Município em 1951.
A denominação do Município é originária do Rio Toledo, que corta o seu território. A partir dos anos de 1970, no Oeste Paranaense a pequena propriedade rural estruturada a
partir da necessidade de subsistência, diversificada e de base familiar de produção, não conseguiuresistir aos impulsos da modernização, uma vez que as propriedades que não conseguiram seadaptar aos impulsos de tecnificação do campo se tornaram inviáveis. Houve assim,conseqüentemente, um fenômeno de duplo efeito, o esvaziamento do meio rural e o inchaço dascidades, tanto que em 1970 aproximadamente 83% dos habitantes do Oeste Paranaense residiamem áreas Rurais e apenas 17% nas áreas urbanas, já no ano de 2000, esse panorama se invertecompletamente, com mais de 80% da população do Oeste residindo em áreas urbanas e apenas20% nas áreas rurais.
Nesse cenário, a urbanização de Toledo encontra-se diretamente associada ao êxodo ruraldo Oeste do Paraná. Em 1970, o município concentrava, apenas, 21,76% da sua população nomeio urbano. Já em 1980, este contingente populacional aumentou para 52,89%; em 1991 para76,30% e em 2000 para 87,49%. Grande parte do rápido crescimento urbano local deve-se aodeslocamento da população rural para a cidade, à expansão do setor industrial do município e àreacomodação do setor de comércio e de serviços que atuou como agente de atração de mão-de-obra regional.
Adaptado de: Disponível em:http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/parana/toledo.pdf.
Após a leitura e comentários gerais, os alunos (em duplas) refletirão sobre as
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seguintes questões:
Onde se localiza o Município de Toledo?
Onde se iniciou a história da cidade?
Por qual companhia foi fundada?
Quais os primeiros habitantes?
De onde vieram?
Você acha que os tempos da colonização da cidade foram difíceis?
Por quê?
Após a leitura e reflexão do texto proposto, os alunos assistirão a um vídeo
intitulado “Viaje por imagens panorâmicas de Toledo - Pr em fotos impressionantes”,
disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ga79UoRXweQ.
O professor instigará os alunos a refletirem sobre:
Você gosta de morar nessa cidade?
Você acha que a cidade evoluiu desde o período da sua colonização?
A cidade apresenta uma boa paisagem ambiental?
O meio ambiente é sustentável?
Quais os principais problemas relacionados?
Na sequência, serão trabalhados aspectos relevantes sobre a topografia e
clima do Município de Toledo, com destaque na sua localização, tipos de vegetação,
solo, poluição, degradação ambiental e a necessidade de preservação. Para tal,
será apresentado o texto a seguir para leitura e reflexão.
Perfil Topográfico e Climático de Toledo- Paraná
O Município de Toledo-PR localiza-se na Região do Extremo Oeste Paranaense, nochamado terceiro planalto paranaense, a 549 Km de Curitiba - PR. Abrange uma superfície de23.128 km2, o que corresponde a 11, 44% da área total do Estado do Paraná.
A cidade apresenta um relevo levemente ondulado, com algumas poucas elevações maispronunciadas (colinas de topos arredondados), vertentes curtas e declives que variam entre 8% e15%. De acordo com levantamentos do IAP - Instituto Ambiental do Paraná (1984), o solo da regiãoé classificado como latossolo roxo distrófico (LRd6), apresentando solos profundos, com boacapacidade de retenção de água, aeração e permeabilidade. Enquanto a capital do Estado doParaná, Curitiba encontra-se a mais de 900m do nível domar, Toledo apresenta uma elevação em
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torno de 540 metros.O clima da cidade é do tipo subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes e geadas
pouco freqüentes. Temperatura média anual em torno de 19a 20 C. O que restou da Mata Atlântica,somado a algumas medidas de reflorestamento, deixou uma cobertura vegetal em apenas 1% (60,98 ha) da área total do Município. As florestas remanescentes são do tipo subtropical perinifoliacom predomínio de árvores de grande porte. O regime pluviométrico apresenta precipitaçõesanuais em torno de 1.800 mm, evapotranspiração potencial anual de 950 mm, e umidade relativado ar entre 70% e 75%.
O solo é predominantemente do tipo latossolo roxo, com pH de 5,6 a 8,0. As terras deToledo estão entre as mais férteis do mundo. Situado a uma altitude média de 547metros acima donível do mar e tendo seu ponto mais elevado a 750 metros, na Serradas Palmeiras, o Municípioapresenta clima subtropical úmido brando, com temperatura média anual de 19 graus centígrados.A precipitação pluviométrica média anual situa-se em torno de 1.800 mm. Toledo limita-se com osmunicípios de Palotina, Nova Santa Rosa, Tupãssi, Assis Chateaubriand, Cascavel, Céu Azul, VeraCruz do Oeste, Diamante do Oeste, São José das Palmeiras e Marechal Cândido Rondon. Atemperatura média da região é em torno de 19 a 20 C.
A rede hidrográfica é formada por seis bacias que deságuam no Lago de Itaipu,representada pelos rios São Francisco (o rio Toledo é seu afluente), Marreco, Guaçú, Dezoito deAbril, Santa Quitéria e São Francisco Falso (braço norte).
A existência de vertentes e declives, associada ao terreno ondulado, requer práticasconservacionistas intensivas para controle da erosão. A ondulação não muito pronunciada do relevode Toledo-Paraná torna a localidade excelente para a prática da suinocultura, pois favorece acriação intensiva, com os animais constantemente confinados, bem como o sistema extensivo, noqual os suínos são mantidos em piquetes (geralmente pela degradação da biomassa. Há umagrande disponibilidade de água, oriunda da bacia hidrográfica e apresenta bom índice deprecipitação pluviométrica que contribui para o manejo da agricultura e criação de animais, quenecessitam de grande quantidade de água, seja nos bebedouros, seja para lavar as edificações deconfinamento.
Fonte: Gaspar (2003)
Na sequência (em duplas) os alunos refletirão sobre:
Localização. Relevo. Tipo de solo. Tipo de clima Rede Hidrográfica Você acha que o município tem sofrido em razão da
degradação ambiental? Justifiquem.
4.2 ATIVIDADE 2: APRENDENDO SOBRE O BAIRRO DA BACIA DA SANGA
PINHEIRINHO
De início será explicitado que a bacia hidrográfica da Sanga Pinheirinho
encontra-se localizada na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná III e tem sua nascente
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no bairro Pinheirinho, nas coordenadas de 24° 44'05'' latitude sul e 53° 42'24”
longitude oeste com 554,43m de elevação. Nela se encontram as localidades do
Jardim Maracanã, Europa, América e Concórdia.
Sua foz é no Rio Toledo, a 24° 44'05” oeste, 53° 42'54” sul, com elevação de
484,93m, no parque Frei Eusébio Ferreto, Jardim Europa, Toledo- PR. No que se
refere ao uso e ocupação do solo da bacia pode-se destacar a organização da
colonização do município que iniciou nas imediações da Bacia do Rio Pinheirinho.
Vale destacar, pela contundência do fato, que existe uma esterqueira bem
próxima (aproximadamente 20 metros) da nascente da Bacia Hidrografia. Além
disso, há muito lixo jogado na bacia, promovendo uma degradação ambiental,
prejudicando diretamente toda comunidade moradora da bacia hidrográfica. Este lixo
é depositado pela própria população, muitas vezes por desconsiderar o impacto que
tal ação trará ao ambiente, e outras vezes pela displicência do poder público.
Após as reflexões iniciais apresentadas, o professor apresentará aos alunos
um vídeo intitulado “Planeta Água: poluição”, disponível em:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM656527-7823-
PLANETA+AGUA+POLUICAO,00.html.
Após as discussões iniciais sobre o vídeo, os alunos refletirão sobre:
O que acharam do vídeo? Quais as principais causas da degradação dos rios? Quais as consequências da degradação dos rios? Quem são os responsáveis pela degradação do meio
ambiente? A seu ver porque é importante contribuir para a
preservação da mata ciliar? Como contribuir para a preservação do meio ambiente? Descrever os principais problemas advindos da
degradação ambiental. Vocês conhecem algum rio pertencente ao município de
Toledo? Qual? O que você sabe sobre a Bacia da Sanga Pinheirinho
do município de Toledo?
Após as reflexões iniciais, os alunos farão uma pesquisa junto aos pioneiros
da cidade sobre o histórico de ocupação do bairro onde está localiza a Bacia da
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Sanga Pinheirinho. Para tal, a convite do docente, serão convidados alguns
pioneiros da cidade para uma roda de conversa.
Na oportunidade, os alunos serão divididos em grupos de, pelo menos 04
(quatro) alunos, para facilitar o desenvolvimento das atividades e possibilitar que
todos os alunos se envolvam na conversa. Será atribuída uma tarefa para cada
grupo.
As tarefas serão delineadas pelo professor com a participação dos grupos
que poderão opinar quanto à sua tarefa. Por exemplo, um aluno será encarregado
de apresentar o grupo, outro para conduzir a entrevista, outro para registrar os
dados, outro para agradecer o(os) pioneiro(os) em relação à sua presença, entre
outros dados importantes.
As atribuições das tarefas serão rotativas. Essa estratégia permitirá que
cada aluno(a) assuma diferentes papéis, dificultando que o grupo seja dominado por
alguns alunos(as), excluído outros(as) mais tímidos(as), por exemplo. Os alunos(as)
farão uma entrevista com o (os) pioneiros(os) presentes a partir das seguintes
questões.
Quando chegaram à cidade de Toledo? Por que vieram? Como era o bairro onde está localiza a Bacia da Sanga Pinheirinho
quando aqui chegaram? Como era o ambiente do entorno? Havia poluição? O que mudou nesses anos, quanto à paisagem do meio ambiente? Outras conforme a criatividade dos grupos...
A partir das entrevistas, de volta à sala de aula, os alunos farão uma síntese
das entrevistas, com a elaboração de um texto coletivo que será ilustrado no jornal
mural da escola. Para minimizar certos problemas que possam advir, o professor
distribuirá inicialmente as tarefas, dando indicações claras sobre o que os alunos
deverão produzir. Os alunos serão orientados pelo professor para elaborarem um
texto significativo para a comunidade leitora, contendo uma introdução,
desenvolvimento e conclusão.
Na sequência, os alunos sairão a campo para fotografar o espaço onde
está localizada a Bacia da Sanga Pinheirinho. No estudo do espaço geográfico, a
utilização da pesquisa de campo é um recurso viável, pois possibilita capturar as
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imagens observadas, com o uso de máquinas fotográficas digitais, telefones
celulares e filmadoras. As imagens possibilitarão leituras para interpretar as
condições do local e a conseqüente interação com o meio ambiente.
De acordo com Cavalcanti (1998), a participação do aluno na vida adulta na
sua comunidade, no trabalho ou no lazer, será de melhor qualidade caso ele consiga
pensar sobre o seu espaço de forma mais crítica e abrangente.
Para a organização dos trabalhos de ida ao campo, os alunos serão
divididos em 03 (três) grupos, com a distribuição das seguintes tarefas:
O primeiro grupo de alunos elaborará questões para entrevistaremalgumas pessoas que possam encontrar no local;
O segundo grupo discutirá de forma organizada, o registrofotográfico, visando obter uma melhor imagem da paisagem;
O terceiro grupo fará discussões a respeito de algunsprocedimentos que serão utilizados para a realização dasfilmagens observando o ângulo, a posição da câmara, a utilizaçãodo zoom e outros.
Os grupos terão o olhar sempre atento do professor que os orientará no
decorrer de todas as atividades propostas, alertando-os quanto ao procedimento
adequado para as filmagens.
De posse do material coletado, será organizada a edição de umáudio e das imagens no laboratório de informática “Paraná Digital”em arquivo multimídia, Power Point, entre outros.
O docente utilizará os materiais produzidos pelos alunos comorecurso didático-pedagógico na sala de aula, para abordar ascondições do bairro.
4.3 ATIVIDADE 3: MUTIRÃO E APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS PARA A
REVITALIZAÇÃO DA BACIA SANGA PINHEIRINHO.
O objetivo desta unidade é mostrar que o lixo é uma problemática que
envolve a todos. Os alunos serão levados a repensar suas atitudes frente ao meio
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ambiente, reconhecendo que a excessiva geração de lixo pelo homem tem agravado
os problemas ambientais.
Para que a questão do lixo seja tratada na escola, Castro (2011) aponta a
necessidade de que os alunos sejam levados a compreender os aspectos que
interagem na natureza e a complexidade ambiental, para interpretar a interconexão
entre os diversos elementos que a compõem, como as dimensões sociopolíticas,
socioeconômica, histórica, cultural, biofísica e psicológica.
De acordo com Jacobi (2003), a educação ambiental voltada para cidadania
é um elemento determinante para um mundo mais sustentável. Para o autor, a ação
humana no ambiente com interesses egoístas e individuais, em busca, sobretudo,
do lucro fácil, tem instigado grandes alterações ambientais, trazendo prejuízos para
o solo, a água e o ar. Contudo, a perda maior tem sido para o próprio homem.
O aspecto principal de uma proposta de educação ambiental frente à
temática do lixo está ligado ao trabalho educacional que envolve o esclarecimento
de todos os alunos e suas famílias, a respeito dos critérios ecológicos,
socioambientais e éticos necessários para a preservação, com a finalidade de
construir novas formas de pensar e compreender a complexidade das interrelações
entre o meio ambiente e a sua realidade. Ao tratar da questão do lixo é importante
priorizar a importância da reciclagem e tratamento, ampliando o nível de
conscientização da sociedade.
Os alunos assistirão dois vídeos que tratam da problemática do lixo nas
águas dos rios. O primeiro intitulado “Lixo jogado no rio”, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=QhUmf uvyGhk&feature=related . O segundo,
intitulado “Água. A contaminação dos rios poluídos pelo lixo, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=2RB yZ1dUY_A .
Os vídeos retratam atitudes inadequadas frente ao meio ambiente, sobretudo, no
que se refere à poluição das águas dos rios. Em duplas, os alunos refletirão sobre:
O que você achou de significativo nos vídeos?
O que mais chamou a atenção?
O que fazer para evitar que as pessoas poluam as águas dos
rios?
Vocês têm sugestões?
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Discutir as sugestões com os alunos.
Pensar em sugestões para a revitalização da bacia da Sanga
Pinheirinho.
Para recompor o equilíbrio ecológico, cabe aos educadores contribuir para
ajudar os alunos a avaliarem as suas atitudes, com o propósito definido de evitar a
degradação do meio em que vivem. Com tal propósito será desenvolvida a seguinte
atividade:
Os alunos serão divididos em equipe para a realizaçãode um mutirão para o recolhimento de lixo nasproximidades da nascente da Bacia da SangaPinheirinho.
A Prefeitura Municipal dará a destinação final ao lixorecolhido pelos alunos.
De volta à escola, será sugerido que os alunos (emduplas) elaborem propostas de revitalização na Baciada Sanga Pinheirinho.
Cada equipe apresentará a sua produção aos outrosgrupos, com relatos dos pontos importantes a seremmelhorados.
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JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos dePesquisa, n.118, p.118-205, 2003.
MENDONÇA, F. Geografia e meio ambiente. Londrina: Contexto, 1997.p.15
PARANÁ, Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais: um desafio atualpara a sobrevivência futura - EMATER. Disponível em:<http://www.emater.tche.br/docs/agroeco/revista/ano3_n4/artigo2.pdf>. Acesso em:12 nov. 2010.
PONTING, C. Uma história verde do mundo. Campos, Rio de Janeiro: CivilizaçãoBrasileira, 1995.
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