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Ficha para catálogo

Produção Didático-Pedagógica

Título Leitura de Fábulas contextualizando as diversas possibilidades de Interpretação desse gênero

Autor Sheila Terezinha Queiroz Manoel.

Escola de Atuação: Colégio Estadual Prof. Maria Aparecida Chuery Salcedo

Município da escola Siqueira Campos

Núcleo Regional de Educação Ibaiti

Orientador Me. Vera Maria Ramos Pinto

Instituição de Ensino Superior UENP – Jacarezinho

Área do Conhecimento Língua Portuguesa

Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Público Alvo 8ª Série A Ensino Fundamental Manhã

Localização Rua: Beijamin Constant, nº 1604, Centro.

Apresentação: O Presente Projeto será implementado no Colégio Est. Profª Mª Apª C. Salcedo E. F. P. na 8ª série A, do Ens. Fund. período da manhã, movido pela percepção da enorme dificuldade enfrentada pelos alunos em ler, interpretar e produzir textos, como também, objetivando melhorar proficiência liguística desses alunos, uma vez que o projeto concebe a leitura como instauradora de diálogos, através do gênero fábula, com o propósito de instigar a leitura e a formação leitores por meio desse gênero. Para realização da Unidade Didática, que foi feita por meio de Sequência

Didática, o embasamento desse trabalho foi feito em estudiosos do interacionismo social, (Bakthin, 1992) e, especialmente nos estudos desenvolvidos por representantes do interacionismo sócio - discursivo de Bronckart (2003) e pelos precursores da transposição didática sobre os gêneros textuais em sala de aula Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004).

Palavras-chave Interacionismo sócio-discursivio; Gêneros textuais; Sequência Didática; Fábula.

INTRODUÇÃO

1. SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM O GÊNERO FÁBULA

A leitura é uma atividade que se realiza individualmente e que se insere no

contexto social, envolvendo disposições atitudinais e capacidades que vão desde a

decodificação do sistema de escrita, até a produção oferecida ao sentido do texto lido.

(SOLÉ, 1998).

Desse modo, elaboramos uma Unidade Didática com base na Sequência

Didática (doravante SD) proposta por Dolz, Novarraz e Schnewly (2004), para se

trabalhar com gêneros textuais em sala de aula.

O gênero escolhido foi a fábula, por meio do qual propomos atividades de

leitura e escrita desse gênero com a finalidade de desenvolver habilidades de leitura,

compreensão, interpretação e produção de textos.

Segundo Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), gênero é um instrumento

semiótico constituído de signos organizados de maneira regular; este instrumento é

complexo e compreende níveis diferentes e é por isso que esses estudiosos, por

vezes, chamam-no de mega-instrumento, para dizer que se trata de um conjunto

articulado de instrumentos à moda de uma usina, que , fundamentalmente, permite

realizar uma ação numa situação particular. E, aprender a falar é apropriar-se de

instrumentos para falar em situações discursivas diversas, isto é, apropriar-se de

gêneros.

Assim, uma Sequência Didática é definida pelos autores como um conjunto

de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero

textual oral ou escrito, tendo, como finalidade, proporcionar ao aluno um procedimento

a realizar todas as tarefas e etapas para a produção de um gênero.

O esquema de SD (Sequência Didática) apresentado por Dolz, Noverraz, e

Schneuwly (2004, p. 51) é o seguinte:

Apresentação da situação - Produção inicial - Módulo 1 - Módulo 2 -

Módulo 3 - Produção final.

Apresentação da situação: é descrita de maneira detalhada a tarefa de

expressão oral ou escrita que os alunos deverão realizar.

Produção inicial: essa etapa permite que o professor avalie as capacidades

já adquiridas e ajustar as atividades e os exercícios previstos na sequência às

possibilidades e dificuldades reais de uma turma. Além disso, ela define o significado

de uma sequência para o aluno, isto é, as capacidades que deve desenvolver para

melhor dominar o gênero em questão.

Módulos: o professor deve trabalhar os problemas que aparecem na

produção inicial, dando aos alunos instrumentos necessários para superá-los.

Podendo ser vários módulos, até que o tenha treinado suficientemente para a

elaboração final do texto.

Vale ressaltarmos que os módulos não são fixos, mas seguem uma

sequência do mais complexo ao mais simples para, no final, voltar ao mais complexo

que é a, produção textual.

No terceiro módulo, o aluno já deve adquirir a linguagem técnica para se

expressar sobre o que está fazendo. Elaborar glossário. Momento de capitalizar todas

as aquisições feitas ao longo dos outros módulos.

Produção final: momento em que o aluno põe em prática o que aprendeu ao

longo dos módulos, após análise da produção inicial.

Avaliação: deve levar em conta todos os progressos, como tudo o que lhe

falta para chegar a uma produção efetiva de seu texto segundo o gênero pretendido.

De acordo com os autores, esse momento, da produção final, é que permite

ao professor fazer uma avaliação somativa. Essa produção final é no pólo do aluno

que o documento de síntese ganha sua maior importância, pois pode ser para o

professor um controle sobre o processo de aprendizagem. É o momento em que o

docente verá o que o aluno aprendeu e o que resta a fazer.

Servirá, também, de instrumento para regular e controlar comportamento de

produtor de textos dos alunos, durante a revisão e a reescrita, pois permite avaliar os

progressos realizados pelos alunos, no domínio trabalhado.

Sendo assim, a avaliação, é uma questão de comunicação e de trocas, que

orienta os professores para uma atitude responsável, humanista e profissional (DOLZ,

NOVERRAZ, SCHUNEUWLY, 2004, p. 54).

A SD elaborada nesse trabalho, além dos teóricos já mencionados, teve

respaldo para o estudo do gênero fábula, em específico, para a elaboração das

atividades de ensino de leitura, compreensão e interpretação de textos, em Martin

Claret (2006) e Mônica Terezinha Ottoboni Sucar Fernandes ( 2001).

1) Apresentação do Gênero Fábula: (2 aulas)

a) Para essa atividade, recomenda-se os seguintes procedimentos a fim

de melhor visualização e compreensão dos alunos sobre os conteúdos

expostos:

- Colocar os alunos sentados em círculo para que todos possam ouvir e

participar.

- Fazer uma exposição do projeto explicando: qual o gênero, destinatário da

produção, suporte que vai ser utilizado.

- Fazer com que os alunos percebam a importância dos conteúdos que vão

ser trabalhados.

- Perguntar aos alunos se eles conhecem o gênero fábula.

- Ler com os alunos algumas fábulas – Sugerimos as de Esopo e de La

Fontaine.

- Informar aos alunos que vão conhecer melhor o gênero fábula, analisando

sua estrutura interna, interpretando e reescrevendo para que depois possam

produzir suas próprias fábulas.

- Depois de todas as atividades de leitura escrita e reescrita do texto dos

alunos, as fábulas serão compiladas e distribuídas aos alunos com cópias para a

biblioteca da escola.

Pretendemos fazer uma manhã de autógrafos, com convidados: direção,

pedagogos, professores e alunos, pais, comunidade, para divulgação do trabalho

dos alunos.

Obs.: Essa etapa permite ao professor avaliar as capacidades já adquiridas

e ajustar as atividades e os exercícios previstos na sequência às possibilidades e

dificuldades reais da turma.

b) Recordar: (1 aula)

Nesse momento, é importante perguntar para os alunos quais as fábulas que

eles conhecem. Pedir para que descrevam o que se recordam quando ouvem o

termo Fábula. (o que quiserem falar e escrever)

c) Da lista de títulos abaixo, assinale aqueles que você acha que é Fábula

( ) Branca de neve

( ) A Bela e a Fera

( ) Tom e Jerry

( ) Percy Jackson e o Ladrão de Raios

( ) A Raposa e as Uvas

( ) O Lobo e o Cordeiro

( ) A Cigarra e a Formiga

( ) A Mula sem Cabeça

( ) A Lebre e a Tartaruga

d) Leia os textos e indique quais deles são fábulas.

Texto A ( )

A Bela Adormecida

Irmãos Grimm (Tradução de Karin Volobuef)

Há muito tempo, viviam um rei e uma rainha que todos os dias diziam: "Ah,

se nós tivéssemos uma criança!", e nunca conseguiam uma. Aí aconteceu que, uma

vez em que a rainha estava se banhando, um sapo rastejou para fora da água e lhe

disse "Seu desejo será realizado. Antes que se passe um ano, você dará à luz uma

menina". Aquilo que o sapo dissera aconteceu, e a rainha teve uma menina que era

tão formosa que o rei mal se continha de felicidade, e preparou uma grande festa.

Ele não apenas convidou seus parentes, amigos e conhecidos, como também as

fadas, a fim de obter suas boas graças para a criança. Havia treze delas em seu

reino, mas como ele só possuía doze pratos de ouro, nos quais elas poderiam

comer, uma delas teria de ficar em casa. A festa foi celebrada com toda a pompa e,

quando chegou ao fim, as fadas presentearam a criança com dotes mágicos: uma

com a virtude, outra com a formosura, a terceira com riqueza, e assim com tudo o

que há de desejável no mundo. Quando onze já tinham falado, entrou de repente a

décima terceira. Ela queria se vingar por não ter sido convidada e, sem

cumprimentar ou mesmo olhar para quem quer que seja, exclamou aos brados: "A

princesa deverá espetar-se em um fuso quando tiver quinze anos, e cair morta." E

sem dizer mais nada, virou as costas e deixou o salão. Todos estavam assustados,

e então se adiantou a décima segunda, que ainda não tinha feito seu desejo, e

como não podia anular a maldição, mas apenas abrandá-la, ela disse: "A princesa

não morrerá, apenas cairá em um sono profundo que durará cem anos."

O rei, que queria salvar sua querida criança do infortúnio, ordenou que todos

os fusos do reino inteiro fossem queimados. Na menina, entretanto, realizaram-se

plenamente todos os dons das fadas, pois ela era tão bela, educada, gentil e

sensata que todos que a viam não podiam deixar de gostar dela. Sucedeu que,

justamente no dia em que ela completava quinze anos, o rei e a rainha não estavam

em casa, e a menina estava sozinha no castelo. Ela andou então por todos os

cantos, examinou à vontade aposentos e câmaras, e finalmente chegou até uma

velha torre. Subiu a estreita escada em espiral e deparou-se com uma pequena

porta. Na fechadura havia uma chave enferrujada e, quando ela a girou, a porta se

abriu de um só golpe e lá, em um quartinho, estava sentada uma velha com um

fuso, fiando diligentemente seu linho. "Bom dia, velha mãezinha", disse a princesa,

"o que você está fazendo aí?" "Eu estou fiando," disse a velha, e balançou a cabeça.

"O que é isto, que pula tão alegremente?" perguntou a menina, e pegou o fuso

querendo também fiar. Mal ela tinha tocado o fuso, a maldição se realizou, e ela

espetou-se no dedo.

Mas, no mesmo instante em que foi picada, ela caiu na cama que ali estava,

e foi tomada de um profundo sono. E este sono estendeu-se por todo o castelo: o rei

e a rainha, que tinham acabado de chegar e entrado no salão, começaram a dormir,

e com eles toda a Corte. Dormiram então também os cavalos no estábulo, os

cachorros no pátio, as pombas no telhado, as moscas na parede, e até o fogo, que

chamejava no fogão, ficou imóvel e adormeceu, e o assado parou de crepitar, e o

cozinheiro, que queria puxar seu ajudante pelos cabelos porque ele havia feito uma

coisa errada, soltou o menino e dormiu.

E o vento assentou-se, e nas árvores defronte ao castelo nem uma folhinha

se movia. Ao redor do castelo começou porém a crescer uma cerca de espinhos,

que a cada ano ficava mais alta e que, por fim, estendeu-se em volta de todo o

castelo e cobriu-o de tal forma que nada mais se podia ver dele, nem mesmo a

bandeira sobre o telhado.

Começou então a correr no país a lenda da bela adormecida, pois assim era

chamada a princesa, de modo que de tempos em tempos chegavam príncipes que

tentavam penetrar no castelo através da cerca viva. Mas nenhum deles conseguiu,

pois os espinhos estavam tão entrelaçados como se tivessem mãos, e os jovens

ficavam presos neles e não conseguiam se soltar, sofrendo uma morte lastimável.

Depois de muitos anos, chegou mais uma vez um príncipe ao reino e ouviu quando

um velho contava da cerca de espinhos, e que havia um castelo atrás dela, no qual

uma linda princesa, chamada Bela Adormecida, já dormia há cem anos, e com ela

dormia o rei e a rainha e toda a corte. Ele também sabia pelo seu avô que muitos

príncipes já haviam vindo e tentado penetrar pela cerca viva de espinhos, mas

haviam ficado presos nela e morrido tristemente. O jovem então disse: "Eu não

tenho medo, eu quero ir lá e ver a Bela Adormecida." O bom velho tentou dissuadi-lo

de todos os modos, mas ele não deu ouvidos às suas palavras.

Mas agora os cem anos tinham justamente acabado de transcorrer, e havia

chegado o dia em que Bela Adormecida deveria acordar. Quando o príncipe se

aproximou da cerca de espinhos, estes não eram agora mais do que flores grandes

e bonitas que por si sós se abriram e o deixaram passar ileso, e se fecharam atrás

dele, formando novamente uma cerca. No pátio do castelo ele viu os cavalos e os

cães de caça malhados deitados e dormindo, no telhado estavam pousadas as

pombas, e tinham a cabecinha metida debaixo da asa. E quando ele entrou na casa,

as moscas dormiam na parede, o cozinheiro na cozinha ainda levantava a mão

como se quisesse agarrar o menino, e a criada estava sentada diante da galinha

preta que deveria ser depenada.

Ele então continuou andando, e avistou no salão toda a corte deitada e

dormindo, e lá em cima, perto do trono, estavam deitados o rei e a rainha. Aí ele

continuou andando ainda mais, e tudo estava tão quieto que se podia ouvir sua

respiração, e chegou finalmente à torre e abriu a porta do quartinho, no qual Bela

Adormecida dormia. Lá estava ela deitada, e era tão bela que ele não conseguia

desviar os olhos, e ele se inclinou e beijou-a. Quando ele a tinha tocado com os

lábios, Bela Adormecida abriu os olhos, acordou e olhou para ele amavelmente.

Então os dois desceram, e o rei acordou e a rainha e toda a corte, e se olharam

espantados. E os cavalos no pátio se levantaram e se sacudiram; os cães de caça

pularam e abanaram suas caudas; as pombas no telhado tiraram a cabecinha de

sob a asa, olharam ao redor e voaram para o campo; as moscas nas paredes

recomeçaram a rastejar; o fogo na cozinha levantou-se, chamejou e cozinhou a

comida; o assado voltou a crepitar; e o cozinheiro deu um tamanho tabefe no

menino que este gritou; e a criada terminou de depenar a galinha. E aí foram

festejadas com todas as pompas as bodas do príncipe com a Bela Adormecida, e

eles viveram felizes até o fim.

Texto B: ( )“Noite escura, sem céu nem estrelas”. Uma noite de ardentia. Estava

tremendo. O que seria desta vez? A resposta veio do fundo. Uma enorme baleia,

com o corpo todo iluminado, passava exatamente sob o barco, quase lhe tocando o

fundo. Podia ser sua descomunal cauda, de envergadura talvez igual ao

comprimento do meu barco, passando por baixo, de um lado, enquanto do outro,

seguiam o corpo e a cabeça. Com o seu movimento verde fosforescente iluminando

a noite, nem me tocou, e iluminada seguiu em frente. (...)

Obs.: O texto na íntegra encontra-se no livro de Klink, Amir. "Cem dias entre

céu e mar". Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.

Texto C: ( )

A lebre e a tartaruga

(Esopo)

A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante os outros animais:

“Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida

comigo.”

“Aceito o desafio!”, disse a tartaruga calmamente.

“Isto parece brincadeira. Poderia dançar à sua volta, por todo o caminho”,

respondeu a lebre.

“Guarde sua presunção até ver quem ganha”, recomendou a tartaruga.

A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda

velocidade. Mais adiante, para demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou

uma soneca. A tartaruga continuou avançando, com muita perseverança. Quando a

lebre acordou, viu-a já pertinho do ponto final e não teve tempo de correr, para

chegar primeiro.

Moral: Com perseverança, tudo se alcança.

e) Conversando sobre os textos. (1 aulas)

1) O que fez você assinalar o texto ou os textos como sendo Fábulas?

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2) Se você fosse dar o nome para esses textos, qual seria?

a) texto A __________________________________________

b) texto B __________________________________________

c) texto C __________________________________________

f) Vamos ler algumas fábulas: (2 aulas)

A cigarra e a formiga (1)

A cigarra passou todo o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus

grãos.

Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que

lhe desse o que comer.

A formiga então perguntou a ela:

- E o que é que você fez durante todo o verão?

-Durante o verão eu cantei disse a cigarra.

E a formiga respondeu:

- Muito bem, pois agora dance!

A cigarra e a formiga (2)

A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas atribuídas a Esopo e recontadas por Jean de La Fontaine.

Tendo a cigarra cantado durante o verão,

Apavorou-se com o frio da próxima estação.

Sem mosca ou verme para se alimentar,

Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,

pedindo-lhe alguns grãos para aguentar

Até vir uma época mais quentinha!

- "Eu lhe pagarei", disse ela,

- "Antes do verão, palavra de animal,

Os juros e também o capital."

A formiga não gosta de emprestar,

É esse um de seus defeitos.

"O que você fazia no calor de outrora?"

Perguntou-lhe ela com certa esperteza.

- "Noite e dia, eu cantava no meu posto

Sem querer dar-lhe desgosto."

- "Você cantava? Que beleza!

Pois, então, dance agora!"

A cigarra e a formiga (3)

(Tradução de Bocage)

Tendo a cigarra em cantigas

Passado todo o verão

Achou-se em penúria extrema

Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha

Que trincasse, a tagarela

Foi valer-se da formiga,

Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,

Pois tinha riqueza e brilho,

Algum grão com que manter-se

Até voltar o aceso estio.

- "Amiga", diz a cigarra,

- "Prometo, à fé d'animal,

Pagar-vos antes d'agosto

Os juros e o principal."

A formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso junta.

- "No verão em que lidavas?"

À pedinte ela pergunta.

Responde a outra: - "Eu cantava

Noite e dia, a toda a hora."

- "Oh! bravo!", torna a formiga.

- "Cantavas? Pois dança agora!"

A cigarra e a formiga ( 4 )

(Adaptado da obra de La Fontaine)

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem

se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha

pesada, perguntou:

- Hei formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente

aproveitar! O verão é para gente se divertir!

- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso

trabalhar agora para guardar comida para o inverno.

Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o

bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.

Um belo dia passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.

A cigarra então aconselhou:

- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos,

formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!

A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra

levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.

Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se

divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a

vidinha boa.

A rainha das formigas falou então para a cigarra:

- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai

passar fome e frio.

A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:

- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!

Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem

pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento?

Pura perda de tempo.

Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu

corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.

Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente à cigarra quase morta de frio.

Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e

deliciosa.

Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No

mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu

dever: toque e cante para nós.

Para cigarra e para as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas

vidas.

A formiga boladona

Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas.

Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando

comida para o período de inverno.

Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-

papo

com os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada.

Seu nome era 'Trabalho', e seu sobrenome era 'Sempre'.

Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e

nos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer.

Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem

se preocupar com o inverno que estava por vir.

Então, passados alguns dias, começou a esfriar.

Era o inverno que estava começando.

A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e

aconchegante toca, repleta de comida.

Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca.

Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu:

Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um

aconchegante casaco de vison.

E a cigarra disse para a formiguinha:

- Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris.

- Será que você poderia cuidar da minha toca?

- E a formiguinha respondeu:

- Claro, sem problemas!

- Mas o que lhe aconteceu?

- Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar esta Ferrari?

E a cigarra respondeu:

Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um

produtor gostou da minha voz.

Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris...

A propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá?

Desejo sim, respondeu a formiguinha.

Se você encontrar o La Fontaine (Autor da Fábula Original) por lá, manda

ele ir CATAR LATA!

Obs. Passar o vídeo fabula moderna da cigarra e a formiga. (www.youtube.com.br)

g) Percebendo as diferentes intenções do texto (1 aula)

A Cigarra e as formigas

No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando

uma cigarra, faminta, lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram: “Por

que, no verão, não reservaste também o teu alimento”. A cigarra respondeu: “Não

tinha tempo, pois cantava melodiosamente”. E as formigas, rindo, disseram: “Pois

bem se cantavas no verão, dança agora no inverno”.

A fábula mostra que não se deve negligenciar em nenhum trabalho,

para evitar tristezas e perigos.

(Esopo: fábulas completa. Tradução de Neide Smolk . São Paulo, Moderna, 1994.)

1) Em sua opinião qual era a intenção de Esopo ao contar essa fabula?

R.: ..............................................................................................................

2) Qual o trecho da fabula que fez você chegar a está opinião?

R.: ..............................................................................................................

I - A Formiga boa

- E o que fez durante o tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse.

- Eu cantava, bem sabe...

- Ah!...- exclamou a formiga recordando-se. – Era você então quem cantava

nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

- Isso mesmo, era eu...

- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua

cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho. Dizíamos

sempre: que felicidade ter uma vizinha tão gentil cantora! Entre amiga, que aqui terá

cama e mesa durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de

sol.

(Monteiro Lobato. Fabulas. São Paulo, Melhoramentos,

1994)

Palavras menos conhecidas:Tulhas: lugares para armazenar alimentos, celeiros.Labutávamos: trabalhávamos.

II - A Formiga má

[...] a formiga era uma usuária sem entranhas. Além disso, invejosa.

Como não soubesse cantar, tinha ódio da cigarra por vê-la querida de todos

os seres.

- Que fazia você durante o bom tempo?

- Eu... eu cantava? Pois dance agora, vagabunda! – E fechou-lhe a porta no

nariz: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo

aparentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som

estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usuária

morresse quem daria pela falta dela?

(Monteiro Lobato. Fabulas. São Paulo, Melhoramentos,

1994)

Palavras menos conhecidasUsuária: avarenta, mesquinha, pão-duraEntanguidinha: encolhidinha

h) Vamos responder sobre o texto: (1 aula)

1) Ao ler esses textos, você pode perceber que o autor tinha uma intenção.

Escolha entre as opções abaixo aquela que você acha que pode ser a intenção

possível.

( ) Convencer o povo de que cantar e dançar não tem importância.

( ) Valorizar a arte bem como os artistas.

2) Em sua opinião, em qual texto o artista é desrespeitado. Justifique com

expressões do texto sua resposta.

R.:....................................................................................................................

i) Personagens (1 aula)

A liga dos ratos

Uma camundonga tinha medo de um gato que a espreitava todos os dias.

Sábia e prudente foi consultar um rato vizinho que dizia nunca ter medo de dentes

ou patas de gato.

_ Ah, minha senhora – afirma o vizinho – eu sozinho, por mais que faça não

conseguirei acabar com esse gato. Mas se todos os ratos da região se juntarem

poderão pregar uma peça nesse gato mau.

Assim dizendo, correu para a despensa onde os ratos da região estavam

reunidos numa festança.

Aos brados, explicou o motivo de sua chegada:

_ Precisamos dar auxilio à senhora camundonga, pois o grande gato anda a

fazer brutal devastação. E vocês bem sabem; se não achar camundongos, comerá

ratos!

Diante de tais notícias, dizem todos:

_ Vamos derrotá-lo!

Cada qual se equipa se apressa e, jurando arriscar a vida, marcha para a

batalha.

Naquele instante, o gato, que andava pelo telhado da despensa, tudo ouviu.

Mais esperto do que os ratos, alcança a camundonga e a abocanha.

O exercito heróico, mesmo assim, avança pra socorrer a pobre amiga.

Mas o gato não solta a presa e arreganha os dentes, enfrentando a legião de

inimiga.

Os ratos, com medo de um destino brutal, fogem apavorados, retornando

cada qual para sua fortaleza.

Pobre senhora camundonga...

Moral: Falar é fácil; difícil é fazer.

(Fábulas de La Fontine, adaptação Mônica Teresinha Ottoboni Sucar Fernandes).

Palavras e expressões menos conhecidas Espreitava: espiavaDespensa: lugar onde se guarda mantimentosPrudente: cautelosoAos brados: aos gritosDevastação: destruiçãoAbocanha: apanha com a bocaArreganha os dentes: mostra os dentesLegião: exército

1) Assinale as ações que representam o reino animal:

( ) Gatos comem ratos

( ) ratos fazem festas

( ) gatos andam no telhado

( ) ratos têm exército

2) Relacione de acordo com as características que cada animal apresenta

nas fábulas:

1) Raposa ( ) trabalhadeira, organizada2) Leão ( ) ingênuo, inocente, frágil 3) Pavão ( ) estúpido, ingênuo, bobo4) Lobo ( ) feio, agourento5) Burro ( ) astuta, esperta, inteligente6) Cordeiro ( ) vagarosa, lenta7) Cão ( ) perigosa,ardilosa8) Cobra ( ) forte, poderoso9) Formiga ( ) mau, feroz10) Tartaruga ( ) vaidoso11) Corvo ( ) fiel, protetor, amigo

3) Quais os animais que combinam com as situações representadas pelas fábulas:

a) O mais esperto vence o mais ingênuo.R.: ..............................................................................................................

b) Só quem trabalha tem direito a casa e comida no inverno.R.: ..............................................................................................................

c) Devagar se vai Longe.R.: ..............................................................................................................

j) As vozes (2aulas: discurso direto e indireto)

A raposa e a sarça

Uma raposa ia atravessando um tapume, quando escorregou e, estando a

ponto de cair, agarrou-se a uma sarça para se salvar. Então, como a planta

ensanguentasse e ferisse suas patas, disse-lhe a raposa: “Ai de mim! Procurei a ti

para salvar-me e tu trataste de forma pior”. “Mas erraste amiga”, disse a sarça,

“querendo agarrar-te a mim, que tenho por costume agarrar todo mundo”.

A fábula mostra que assim também, entre os homens, são tolos os que procuram a ajuda daqueles para os quais é mais natural fazer o mal.

(Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo, Moderna, 1994)

Palavras menos conhecidas:Sarça: planta cheia de espinhosTapume: fechamento de um terreno com tábuas

1) Conversando sobre o texto:

Você deve saber que toda a história tem um narrador. Esse narrador pode

participar ativamente da história, senso um de seus personagens, ou simplesmente

pode contar a história, como simples observador. Nessa fábula, o narrador participa

da história ou somente conta a história?

R.: ..............................................................................................................

2) Quem diz essa frase na fabula que você acabou de ler: “a raposa disse a ela que precisava de ajuda e não de ferimentos”?

R.: ..............................................................................................................

3) Copie a fala dos personagens:

a raposa:_________________________________________________________

a sarça:__________________________________________________________

4) Para que servem as aspas, usadas no texto?

R.:.....................................................................................................................

5) Reescreva o texto utilizando travessão para indicar a fala dos personagens.

R.:.....................................................................................................................

6) Leia os textos e responda:

a) “Um temporal que atingiu, a tarde de ontem duas linhas da transmissão

de Furnas foi a causa mais provável do blecaute que durou um segundo

em toda a cidade [...]” (Folha da tarde, 27/02/1998)

b) “Um dia, as lebres reunidas, se lamentavam entre si da vida miserável e

cheia de medo, pois não eram presas dos homens, dos cães, das águias, e também

de muitos outros animais?” (Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka, São Paulo, Moderna,1994).

- Reescreva as expressões que indicam tempo nos textos.

R.:......................................................................................................................

- Qual texto você pode dizer o tempo exato que aconteceu o fato e qual não

se pode dizer exatamente?

R.:......................................................................................................................

k) Pesquisando (2 aulas)

Agora vamos fazer de conta que você é um pesquisador e está coletando

dados para sua pesquisa, que é sobre Fábulas. Em grupo, que será seu grupo de

pesquisa (+ou- 6 pessoas), vocês irão entrevistar seus familiares e perguntar o título

das fábulas que eles conhecem e sobre o que cada um fala. Procurar trazer alguns

livros de fábulas para a sala. (Nesse momento, o professor também deve trazer

alguns livros de fábulas para sala).

1) Registre seus dados:

ENTREVISTADO FÁBULA CONHECIDA ASSUNTO DA FÁBULA

A tabela de dados será colocada em exposição no quadro negro, ou em Cartaz, para melhor visualização dos alunos.

Obs.: Essa fase inicial permite ao professor fornecer aos alunos todas as

informações necessárias para que conheçam o projeto comunicativo visado e a

aprendizagem de linguagem que está relacionado. [...] Por exemplo, uma primeira

entrevista [...] (Dolz, Noverraz, Schuneuwly, 2004, p. 52).

2) Depois desta atividade, o professor vai selecionar as Fábulas mais citada

que serão lidas pelo grupo.

3) Com a ajuda do professor, você vai indicar as características que se

repetem nessas histórias.

l) Agora, com o grupo, escolha a fábula que vocês mais gostaram e

reescreva-a, não se esquecendo de manter as características das fábulas já

vistas anteriormente.(1 aula)

m) Conversando mais sobre as Fábulas (2 aulas)

1) De acordo com o que já vimos sobre as fábulas, você considera as

Fábulas histórias curtas ou longas?

2) Quais as personagens mais frequentes nas Fábulas?

3) Assinale a alternativa que você acha que tem a ver com o tema das

Fábulas:

( ) Contar histórias da antiguidade

( ) Mostrar certas atitudes humanas

( ) Elucidar assassinatos e crimes cometidos em série.

( ) Contar histórias onde existe sempre um príncipe e tenha um final feliz.

4) Como geralmente terminam as Fábulas que você conhece?

5) Assinale a resposta correta:

( ) As fábulas são contadas há 10 anos.

( ) As Fá bulas são contadas há mais de um sáculo.

( ) As Fábulas são contadas há mais de 1.000 anos.

n) Responda (1 aula)

1) O que mais aparece nos títulos das fábulas?

R.: ....................................................................................................................

2) E os personagens são muitos ou poucos?

R.: ....................................................................................................................

3) As fábulas existem há muitos anos, você acha que os temas ainda são

atuais? Justifique com exemplo de alguma fábula.

R.: ....................................................................................................................

4) Relacione os títulos com os possíveis temas:

1) O Leão, o Lobo e a raposa ( ) O mais esperto engana o ingênuo

2) O burro e a raposa ( ) disputa de poder

3) O gato e os ratos ( ) os fortes vencem os fracos

5) Leia as fábulas e relacione qual é a moral de cada uma delas:

a) O galo e a raposa

Um Galo velho e sábio estava empoleirado nos ramos de uma árvore. Nisto,

aproximou-se uma raposa que lhe disse em tom meloso:

- Irmão, agora há paz no reino dos animais e, por isso, já não sou tua

inimiga. Desce do ramo para que possamos celebrar a nossa amizade com um

beijo. Depressa, porque hoje tenho muito que fazer.

- Irmã Raposa - replicou o Galo - esperemos pelos dois Galgos que se

aproximam. De certo que também eles ficarão contentes com essa notícia e, assim,

poderemos beijar-nos uns aos outros.

- Adeus! - respondeu a Raposa. - Estou cheia de pressa. Celebraremos a

nossa amizade noutro dia.

Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode, furiosa com o Galo e

cheia de medo dos cães.

Moral: É mais fácil combater os malvados com as suas próprias artimanhas.

(La Fontaine - Publicada por Rita Batista em Domingo, Janeiro 06, 2008. Etiquetas: Fábulas)

b) A assembléia dos ratos

(Esopo)

Era uma vez uma colônia de ratos, que viviam com medo de um gato.

Resolveram fazer uma assembléia para encontrar um jeito de acabar com aquele

transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim, um jovem e

esperto rato levantou-se e deu uma excelente idéia:- Vamos pendurar uma sineta no

pescoço do gato e assim, sempre que ele estiver por perto ouviremos a sineta tocar

e poderemos fugir correndo.

Todos os ratos bateram palmas; o problema estava resolvido. Vendo aquilo,

um velho rato que tinha permanecido calado, levantou-se de seu canto e disse:

- O plano é inteligente e muito bom. Isto com certeza porá fim à nossas

preocupações.

Só falta uma coisa: quem vai pendurar a sineta no pescoço do gato?

http://www.artmajeur.com/niceasromeozanchett - acessado dia 12/07/2011.

( ) MORALIDADE. - É mais fácil combater os malvados com as suas

próprias artimanhas.

( ) MORALIDADE - Falar é fácil, fazer é que é difícil.

o) Invente alguns títulos para fábulas usando esses animais:

a) Urubu______________________________________________________

b) Boi________________________________________________________

c) Sabiá______________________________________________________

2) Produção inicial (2 aulas)

No momento da produção inicial, os alunos tentam elaborar um primeiro texto

oral ou escrito e, assim, revelam para si mesmos e para o professor as

representações que têm dessa atividade. Contrariamente ao que se poderia supor, a

experiência nos tem mostrado que esse encaminhamento não põe os alunos numa

situação de insucesso; se a situação de comunicação é suficiente bem definida

durante a fase da apresentação da situação; todos os alunos, inclusive os mais fracos,

são capazes de produzir um texto oral ou escrito que responda as características do

gênero visado. (Dolz, Noverraz, Schuneuwly, 2004, p.53).

a) Pedir para que os alunos produzam uma Fábula.

Temas propostos:

- A justiça não é igual para todos.- O egoísmo traz prejuízo- A persistência vence obstáculos.- Amor com amor se paga.- Mais vale um pássaro na mão do que dez voando. - Utilizando animais inusitados.

Informação para o professor:

Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o

nome de apólogo. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da

fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.

A fábula já era cultivada entre assírios e babilônios, no entanto foi o grego

Esopo quem consagrou o gênero. La Fontaine foi outro grande fabulista, imprimindo

à fábula grande refinamento. George Orwell, com sua Revolução dos Bichos (Animal

Farm), compôs uma fábula (embora em um sentido mais amplo e de sátira política).

Quem foi Esopo?

Esopo nasceu na Grécia, no século VI antes de Cristo. Até hoje, o seu nome

e a história de sua vida são cercadas de mistério. Dizem as lendas que era

corcunda, gago e dono de uma rara inteligência. Contava histórias simples e

divertidas, com lições moralistas, utilizando os mais variados animais como

personagens.

Uma biografia egípcia do século I conta que Esopo foi vendido como escravo

a um filósofo que, admirado com o seu talento, lhe concedeu a liberdade.

Há diversas lendas sobre sua morte. Uma das mais trágicas diz que o fabulista

grego teria sido lançado de um precipício, em Delfos, acusado de sacrilégio.

As fábulas de Esopo, compiladas por um monge bizantino do século XIV,

inspiraram numerosos autores no decorrer da história.

La Fontaine

Jean de La Fontaine viveu no século XVII. Filho de burgueses, teve o apoio

da nobreza para se dedicar à literatura. Escreveu poesias e adaptações de

comédias. Porém, foram As fábulas, escritas em versos e reunidas em doze livros,

publicados entre 1668 e 1694, que o tornaram conhecido no mundo inteiro.

Graças a uma apurada sensibilidade para mesclar imagens poéticas e de humor, as

fábulas de Esopo ganharam vida nova com La Fontaine. Tornaram-se verdadeiros

retratos da sociedade, com seus vícios, diferenças sociais e problemas.

O sucesso da obra garantiu a La Fontaine uma cadeira na Academia Francesa de

Letras. O "poeta da França" morreu em Paris, em 1695.

Fábula é uma narrativa alegórica em prosa ou verso cujos personagens são

geralmente animais, que conclui com uma lição de moral, apresentando diretamente

as virtudes ou defeitos do caráter humano, ilustrados pelo comportamento

antropomórfico dos animais. De espírito realista e irônico, tendo uma temática

variada: a vitória da bondade sobre a astúcia, da inteligência sobre a força, a derrota

dos presunçosos, sabichões e orgulhosos, etc. Sempre comporta duas partes a

narrativa e a moralidade. A primeira trabalha as imagens, que constituem a forma

sensível, o corpo dinâmico e figurativo da ação. A outra opera com os demais

conceitos, que pretendem ser a verdade “falando” aos homens.

Para o gosto moderno o elemento dominante é a narrativa, sendo que para

os antigos a parte filosófica era essencial, pra atingirem diretamente o alvo moral.

Sendo a moral que diferencia a Fábula de outras narrativas, como o mito, a

lenda e o conto popular, situada por alguns entre o poema e o provérbio, a fábula

estaria a meio caminho do concreto para o abstrato.

Na evolução do gênero, fábula, o primeiro dos três períodos aquele em que

a moralidade constitui a parte fundamental, é o das fábulas orientais, que passaram

na Índia para a China, o Tibet, a Pérsia, e terminaram na Grécia com Esopo. No

oriente, a fábula foi usada desde cedo como o veículo de doutrinação budista. O

Pantchatantra, escrito em sânscrito, chegou ao oriente por meio de uma tradução

árabe no século VIII, conhecida pelo título de Fábulas de Bidpay, depois retraduzida

do árabe para várias línguas. (CLARET, 2006).

3) Desenvolvimento dos módulos

Módulo 1: trabalhando com a língua (2 aulas)

Leia os textos:

- Como a onça estivesse para casar-se os animais andavam aos pulos,

radiantes, com olho na festa prometida.

(Monteiro Lobato. A rã sábia. Fábulas. São Paulo, melhoramentos, 1994.)

- A onça caiu da árvore e por muitos dias esteve de cama seriamente

enferma E como não pudesse caçar, padecia fome das negras.

(Monteiro Lobato. A onça doente. Fábulas, São Paulo, Melhoramentos, 1994)

a) Faça um pequeno texto utilizando as informações abaixo e a conjunção

adverbial como.

1) Um filhote de lobo vivia numa floresta.

2) O filhote não sabia caçar

3) O filhote depende da mãe para se alimentar.

b) Também podemos evitar repetir palavras nos textos, utilizando pronomes,

sinônimos, pontuações, e omissões de palavras. Veja o exemplo:

Três bois sempre dividiam tudo entre si. Um leão querendo comê-los, não o

conseguia por causa de sua união. Desuniu-os então, com palavras enganosas e os

separou uns dos outros. E, ao encontrar cada um deles separadamente, devorou-os.

( Fábulas de La Fontaine, adaptação Mônica Teresinha Ottoboni Sucar Fernandes).

Responda de acordo com o texto:

1) O pronome los está no lugar de que palavra?

2) E os pronomes o e os estão no lugar de quais palavras?

3) Leia a fábula a seguir e complete com a pontuação necessária:

( . ) ( ! ) ( ? ) ( - ) (: ) ( 1 aula).

A cigarra e a formiga

A cigarra passou todo o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus

grãos. Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe

desse o que comer.

A formiga então perguntou a ela:

- O que é que você fez durante todo o verão?

- Durante todo o verão eu cantei - disse a cigarra.

E a formiga respondeu:

Muito bem, pois agora dance!

(Ruth Rocha, Fábulas de Esopo).

d) Retire do texto os verbos, advérbios e locuções adverbiais:

R.:......................................................................................................................

Módulo 2: Roteiro de Avaliação dos textos escritos

Perguntas SIM Preciso melhorar

Os personagens da história são típicos

de uma fábula?O tempo da história é indeterminado

como nas fábulas?As situações das personagens podem

ser comparadas com atitudes humanas?A resolução da história combina com sua

intenção e com a moral da história?A moral da história combina com sua

intenção?Você reuniu varias informações em

períodos curtos?Usou corretamente os sinais de

pontuação?Não repetiu muitas palavras?O narrador conta a história como se

tivesse visto o que aconteceu?Usou os sinais de aspas e travessão

para indicar a fala das personagens?O título combina com o tema de sua

fábula?Os personagens são animais que vivem

situações humanas?Seu texto tem uma moral ou um ensinamento?

4) Reescrita do texto (2 aulas)

Esse é o momento em que o aluno põe em prática o que aprendeu ao longo

dos módulos, após análise da produção inicial, reescrevendo seu texto.

5) CIRCULAÇÃO DO GÊNERO

Depois de feita análise, correção e reestruturação dos textos dos alunos, as

fábulas deverão ser editadas para que possam ser expostas em mural e biblioteca

da escola.

REFERÊNCIAS

BATISTA, Rita. La Fontaine – Fábulas. Publicada por: Etiquetas: Fábulas, 2008.

BAKHTIN, Mikhail M. Teoria dos gêneros discursivos – Estética da criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BRASIL, Karla. A Cigarra Boladona. Disponível em: http://lereescrevercerto.blogspot.com/2009/05/formiga-boladona-sensacional-era-uma.html - Acessado dia 23/04/2011.

BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas: Mercado de Letras, 2006.

ESOPO. A lebre e a tartaruga. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/portugu.jhtm - Acessado em 14/06/2011.

___________. A Assembléia dos Ratos. Disponível em: http://www.artmajeur.com/niceasromeozanchett - Acessado em: 12/07/2011.

CLARET, Martin. Fábulas: Esopo. Editora Martin. Claret: São Paulo: 2006.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michéle; SCHENEWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, Joaquim; SCHENEWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução Roxane Rojo; Glaís Sales Cordeiro. Campinas (SP): Mercado de Letras, 2004.

FERNANDES, Mônica Teresinha Ottoboni Sucar. Trabalhando com Gêneros do Discurso: Narrar: Fábula. Ed. FTD S.A São Paulo, 2001.

FONTAINE, Jean de. A Cigarra e a Formiga. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cigarra_e_a_Formiga. Acessado dia 24/05/2011.

GRIMM, Irmãos. A Bela Adormecida. Tradução de Karin Volobuef. Disponível em: http://volobuef.tripod.com/page_maerchen.ht. Acessado dia 12/06/2011.

Klink, Amir. "Cem dias entre céu e mar". Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.

LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo, Melhoramentos, 1994.

ROCHA. Ruth. Fábulas de Esopo. Melhoramentos. Disponível em: www.maristas.org.br – acessado dia 01/03/2011.

SMOLK, Neide. Esopo: fábulas completas. São Paulo, Moderna, 1994.

SOLÉ, Isabel. O desafio da leitura. In – Estratégias de Leitura. Tradução Claudia Schiling. 6ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1.998.