FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Dificuldades Encontradas por Professores e Alunos na Prática da Educação Física no Contexto Escolar: retomada de valores, intencionalidade e ressignificação da disciplina.

Autor: Leonildo Domingos Joaquim de Souza

Escola de Atuação: Colégio Estadual Antonio Francisco Lisboa

Município da escola: Sarandi

Núcleo Regional de Educação:

Maringá

Orientadora: Profª. Drª. Rosângela Aparecida Mello

Instituição de Ensino Superior:

UEM

Disciplina/Área (entrada no PDE):

Educação Física

Produção Didático-pedagógica:

Unidade Didática

Localização: Av. Maringá, 1941 – Jardim Verão – Sarandi – Pr.

Apresentação: Diante do que vem ocorrendo no contexto das aulas de Educação Física e com o intuito de levar os alunos e professores a vivenciarem e refletirem o que é a Educação Física, como ela é trabalhada, os conteúdos da cultura corporal e os problemas enfrentados por ela dentro do âmbito escolar, elaborou-se este material para que os envolvidos neste processo possam conhecer melhor e fazer reflexões mais profundas sobre o papel desta disciplina, principalmente no que tange as questões dos problemas e dificuldades encontradas no desenvolvimento de suas aulas dentro do espaço escolar, buscando assim uma maior valorização desta disciplina. Para tanto, foi elaborado um material para os professores e outro

para os alunos das 7ª e 8ª séries do período da tarde do Colégio Antonio Francisco Lisboa. Este material tem como foco, mostrar o papel da Educação Física e sua valorização no âmbito escolar. Utilizando-se das atividades que fazem parte do cotidiano da cultura corporal, neste caso a peteca, e ainda a revitalização de alguns espaços, além de tentar encontrar maneiras de solucionar alguns dos problemas encontrados pela disciplina, se quer com isto, criar condições dignas de trabalho e de estudo próximas ao ideal, tanto para os professores, quanto para os alunos. O material teve como metodologia uma busca de informações na literatura através de revisão bibliográfica, além de ações práticas junto aos alunos, professores e direção do colégio.

Palavras-chave: Educação Física; Valorização da Educação Física; Cultura Corporal; Peteca; Problemas na Educação Física.

Esta unidade didática foi elaborada para servir como material de apoio para

professores de Educação Física e alunos participantes das aulas dessa disciplina, com o

intuito de levar essas pessoas a vivenciarem e perceberem na prática do seu dia a dia, o

que realmente ocorre no contexto das aulas de Educação Física, principalmente com

relação às atividades prática, sem é claro, deixar de frisar também a questão teórica da

disciplina. Atualmente nesta, os professores procuram desenvolver conteúdos de grande

importância no que tange a teoria de diversos temas, fazendo com que os mesmos

analisem e detectem quais as maiores dificuldades para a realização dessa atividade e

assim, fazerem uma reflexão mais profunda sobre este assunto, e em seguida, tentarem

enxergar essa disciplina com outros olhos e quem sabe, localizar as possíveis falhas e

com isto, buscar soluções que estejam ao seu alcance e que sejam de grande utilidade

para o desenvolvimento das atividades da disciplina de Educação Física.

O principal papel desta atividade será de apresentar conceitos, significados,

curiosidades, atividades diversas para induzir as pessoas envolvidas nesta disciplina, a

buscarem mais informações, a refletirem sobre assuntos dos mais variados,

principalmente no que tange as questões de problemas e dificuldades encontradas no

desenvolvimento das aulas de Educação Física dentro do espaço escolar.

Percebendo o grande sucateamento da disciplina de Educação Física dentro do

ambiente escolar da maioria das escolas públicas, como temos acompanhado em

pesquisas, publicações e noticiários, somando com o projeto de intervenção pedagógica

em torno deste tema, com a atividade a ser elaborada e apresentada para a conclusão do

PDE, procuro com o desenvolvimento deste material, apresentar alguns conteúdos que

sejam pertinentes para o enriquecimento dos leitores e valorização desta disciplina.

O foco deste material é de propor uma busca por problemas nas estruturas físicas

e na organização pedagógica da disciplina de Educação Física, para tentar encontrar e

propor pequenas mudanças na metodologia e na utilização de alguns reparos no âmbito

escolar, verificando posteriormente a ocorrência de melhorias na qualidade dessas aulas.

Quando as Diretrizes Curriculares (2008) trata a respeito de construir uma

sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos, fica a preocupação no

sentido de refletir que igualdade é esta. Será que o aluno tem materiais e instalações de

qualidade e, suficientes para atender e buscar um ensino de qualidade? Nas mesmas

Diretrizes:

Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares [...] A escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem e de avaliação que permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da necessidade de uma transformação emancipadora. (2008, pp. 14-15).

Como a escola tem o papel de promover a aprendizagem dos conhecimentos que

cabe a ela, com este material, procura-se propor algumas mudanças no âmbito escolar,

principalmente dentro das aulas de Educação física, tentando melhorar o nível de

aprendizagem da clientela deste Colégio.

Dentro dessas mudanças, serão sugeridas a criação e experimentação de

atividades da Cultura Corporal (no caso da peteca, ou seja, seu estudo, confecção e

prática) que são proposta pelas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, para serem

vivenciadas pelos alunos e posteriormente, tendo uma boa aceitação, incluídas no

planejamento dos professores de Educação Física dos anos letivos seguintes.

Falar sobre a Educação Física e as atividades que fazem parte do seu cotidiano,

além dos problemas e dificuldades que são vivenciados no desenvolvimento de suas

atividades, é um desafio muito grande, pois é uma disciplina que tem mudado sua linha

de pensamento e a cada dia, procura buscar e legitimar a sua importância e seu real

valor na sociedade e principalmente dentro do ambiente escolar, correndo atrás de estar

envolvida com um ensino de qualidade e buscando sempre realizar aulas com conteúdos

envolventes e atraentes.

Temos visto professores desiludidos por não atingirem seus objetivos por causa das condições da escola. Existe uma influência determinante nas condições de trabalho na seleção de conteúdos e na organização da própria tarefa pedagógica. Conclui o autor que os professores devem lutar por condições de trabalho adequadas ou próximas a essa situação, mas nunca deixarem de trabalhar com as condições de trabalho que possuem, pois o conformismo é o nosso maior inimigo. (Mattos e Neira, 2007, p. 23)

Apesar de enfrentar diariamente grandes dificuldades dentro do espaço escolar,

os profissionais da educação procuram realizar suas atividades dando o melhor de si,

mas nem sempre isto é viável, pois para a realização de uma boa aula, para a

aprendizagem acontecer com empenho e entendimento, não basta somente

envolvimento dos profissionais, é necessário também de condições dignas de trabalho,

constante aperfeiçoamento profissional, materiais e instalações adequadas e acima de

tudo, valorização e motivação profissional. E este envolvimento, não deve ser somente

do profissional que está dentro da sala de aula, mas também daqueles da qual depende

também o bom andamento da educação, os quais são os pedagogos, os diretores,

profissionais de apoio, chefes de núcleos, secretários de educação, governos, enfim,

todos que fazem parte da educação e que deveriam olhar e buscar na base, os problemas

e as possíveis soluções para esses problemas, pois se algo não ocorre corretamente, a

culpa não é unicamente de uma pessoa, como muitos acreditam que o culpado seja o

professor, mas sim de toda uma estrutura da qual depende a educação.

O que se percebe, é que o profissional de educação, no caso o professor, quer

condições dignas de trabalho, não para ficar na mordomia, mas lidar com condições

próximas das ideais que sejam voltadas para o retorno aos alunos, ou seja, para que o

educando possa experimentar e vivenciar atividades com dignidade, para que possa

receber e experimentar o maior número de atividades e conteúdos possíveis, conteúdos

estes com quantidade e qualidade suficiente para ajudar em seu desenvolvimento como

pessoa e cidadão, focando sempre no desenvolvimento e melhoria da aprendizagem.

A Educação Física tem o seu espaço de ação e sua forma peculiar de desenvolver os seus conteúdos, portanto, parece-nos impossível o desenrolar de um bom trabalho em áreas que restrinjam o movimento dos alunos. A área lança mão do movimento como seu mais forte componente. Locais de risco ou espaços pequenos demais devem ser evitados. (Mattos e Neira, 2007, p. 22)

Os autores (2007, p. 25) colocam que, um dos caminhos para inserir a Educação Física dentro do currículo escolar e colocá-la no mesmo grau de importância das outras áreas do conhecimento é através da fundamentação teórica, da vinculação das aulas como os objetivos do trabalho, da não improvisação e, principalmente, da elaboração de um plano que atenda às necessidades, interesses e motivações dos alunos.

Diante disto, o papel do profissional de Educação Física vai além do ensinar a

jogar, que já foi ultrapassado há muito tempo, mas de tentar preparar para a vida, mas

uma preparação com certa fundamentação, embasada para levar o aluno a sair do senso

comum e entender o mundo a sua volta com uma visão mais crítica.

As discussões e as práticas fundamentadas na Cultura Corporal possibilitam a problematização de questões importantes para o desenvolvimento crítico do aluno e a desnaturalização de alguns conceitos como, por exemplo, o de que a competitividade individualista, dos tempos atuais, é inata ao ser humano. O ser humano é entendido, aqui, como social, histórico, inacabado e, portanto, em constante transformação. Essa compreensão exige da Educação Física uma abordagem teórica que contextualize as práticas corporais, relacionando-as aos interesses políticos, econômicos, sociais e culturais que as constituíram. (SEED-PR, 2006, p. 11).

Sabemos que o ser humano está em constante modificação e a cada momento

mais conhecimento é produzido e na Educação Física também não é diferente, pois a

cada momento surge algo novo relacionado à cultura corporal, e aquilo que aprendemos

parece não ter fim. Diante disto, a escola e inclusive a Educação Física passa a ter pela

frente, grandes dificuldades, pois os profissionais não sabem como estabelecer o que

ensinar para os educandos e o que selecionar como sendo importante ou não,

estabelecendo o que deve ser ensinado e o que deve ser deixado de lado. Com a

mudança constante na sociedade, com os avanços e acessos cada vez mais rápidos as

informações, como estabelecer nos dias de hoje, o que realmente é importante e aquilo

que não é dentro do espaço escolar, para levar o educando a adquirir uma aprendizagem

com qualidade.

Sugestão: Poderá ser feita a apresentação deste material em uma reunião

pedagógica ou outro evento que venha reunir os professores de sua escola, ou ainda em

uma data específica para realizar este tipo de atividade.

FOCO DO ESTUDO:

DIFICULDADES ENCONTRADAS POR PROFESSORES E ALUNOS NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO

CONTEXTO ESCOLAR: retomada de valores, intencionalidade e ressignificação da disciplina.

Observação:

Antes de começar a expor o trabalho, gostaria de fazer uma ressalva: o objetivo deste assunto, não será o de colocar a culpa em alguém, muito menos o de ensinar a trabalhar, mas sim, de levar a reflexões sobre o mesmo.

PAPEL DA ESCOLA PÚBLICA SEGUNDO AS DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DO PARANÁ:

• A escola pública brasileira, nas últimas décadas, passou a atender um número cada vez maior de estudantes oriundos das classes populares. Ao assumir essa função, que historicamente

justifica a existência da escola pública, intensificou-se a necessidade de discussões contínuas sobre o papel do ensino básico no projeto de sociedade que se quer para o país.

• A depender das políticas públicas em vigor, o papel da escola define-se de formas muito diferenciadas. Da perspectiva das teorias críticas da educação, as primeiras questões que se apresentam são: Quem são os sujeitos da escola pública? De onde eles vêm? Que referências sociais e culturais trazem para a escola?

• Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas é, também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é possível participar.

• Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares [...] A escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem e de avaliação que permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da necessidade de uma transformação emancipadora. (2008, pp. 14-15).

Atividade:

Lançar um questionamento para os presentes:

O que é Educação Física para você?

Obtido ou não a resposta, dê a definição segundo alguns autores.

A disciplina de Educação Física, ainda nos dias de hoje, costuma ser vista, por quem não a conhece a fundo, como uma prática que privilegia o ato físico voltada simplesmente e exclusivamente à aprendizagem esportiva. Porém, quem a conhece na sua profundidade, sabe que ela transforma e que produz mudanças de comportamento. Além disto, ela deve ser abordada como uma ação planejada e estruturada, que se utiliza da Cultura Corporal fazendo uso de várias linguagens, como o esporte, a dança, o jogo, a brincadeira e a atividade psicomotora para produzir aprendizagem. (Gonçalves, 2009).

Segundo o Coletivo de Autores (1992):

ducação Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança,

ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. (p. 50)

E Educação Física é compreendida como uma disciplina do currículo, cujo objeto de estudo é a expressão corporal como linguagem. (p.102).A

A Educação Física se utiliza do corpo como instrumento e canal de aprendizagem. A criança se utiliza da linguagem corporal muito antes de qualquer outro tipo de comunicação, por isso, utilizar-se desta via de aprendizagem, que é o seu corpo em movimento, pode ser um facilitador e motivador para aprender. (Gonçalves, 2009).

A Educação Física se utiliza de vários recursos que agem como agente motivador e ao mesmo tempo, cria condições desafiadoras, colocando a criança diante de situações-problema. (Gonçalves, 2009). Um deles, segundo a autora cita é:

proposta de utilizar a peteca como linguagem, está na vasta utilização da coordenação olho-mão, propiciando

competências como discriminação figura-fundo e relações espaciais. Os jogos psicomotores trazem a possibilidade de manter o funcionamento cerebral atuando para garantir respostas motoras apropriadas e ajustadas nos desafios, propostos à criança, durante a prática. (2009, p. 17).

A

Diante do que foi citado acima, quando um leigo vê uma criança jogando peteca nas aulas práticas de Educação Física, por exemplo, logo indaga dizendo que estão brincando, que estão jogando somente para se divertirem, só para passarem o tempo, só para descontraírem e que na Educação Física, as crianças só vão para relaxarem e brincarem e não aprendem nada, pois só passam o tempo. Nós, profissionais de Educação Física, ouvimos com freqüência, estes relatos simplistas e sem embasamento de vários colegas que lidam com a educação e estão diretamente ligados com a aprendizagem dos nossos alunos. Como posso fazer relato de algo que desconheço totalmente. Será que só de olhar para algo, consigo analisar e concluir que aquilo tem valor ou não? Não deveria conhecer a fundo, para só assim tirar conclusões com embasamento e conhecimento de causa? Acho que já está na hora dos profissionais da educação deixarem de “falar pelos cotovelos” daquilo que desconhecem e buscarem mais informações sobre algo que querem criticar. Quando falo isto, estou me referindo àqueles profissionais que estão defasados inclusive nos conteúdos de sua disciplina, que ficam naquela mesmice e não buscam atualização e ficam “metendo a boca” na disciplina do outro, quando desconhecem tanto a sua disciplina, quanto mais, a do outro.

O objetivo desta fala, não é de ofender ninguém e nem o de ensinar os profissionais a trabalharem, mas de levar as pessoas a enxergarem e a refletirem que às vezes falam e condenam aquilo que desconhecem e com isto, acabam ofendendo e rebaixando a atividade de outros profissionais sem estar fundamentado naquilo que está dizendo.

Atividade: Questionamento:

Quais são os principais problemas presenciados por vocês relacionados à Educação Física?

Após algum tempo, elencar os encontrados na pesquisa e fazer comparações com os que foram citados pelos participantes.

PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA EDUCAÇÃO FÍSICA:

- profissionais da área que não legitimam a disciplina;

- é ainda uma disciplina bastante discriminada no interior das escolas;

- é uma área que está muito aquém na questão de aprendizagem e aproveitamento dos conteúdos;

- aulas sem significado, sem fundamentação e sem intencionalidade ministradas por alguns profissionais;

- falta de materiais básicos e de apoio;

- falta de estrutura física;

- espaço físico insuficiente para atender o número de turmas de Educação Física onde o horário de aula de Educação Física possui vários professores no mesmo dia e na mesma aula;

- locais e espaços sucateados e improvisados usados pela disciplina;

- falta de material teórico didático para leitura e pesquisa, entre outros.

ONDE ATUA ESSE PROFISSIONAL?

Se a atuação do professor efetiva-se na quadra, em outros lugares do ambiente escolar e em diferentes tempos pedagógicos, seu compromisso, tal como o de todos os professores, é com o projeto de escolarização ali instituído, sempre em favor da formação humana. (Diretrizes Curriculares, 2008, p. 50).

O QUE AFETA SEU TRABALHO?

Essas duas deficiências de infra-estrutura das escolas (falta de local e material) fazem com que os professores de Educação Física enfrenta enormes dificuldades para o desenvolvimento de uma prática pedagógica de maior qualidade. Enfatiza que a falta de materiais e espaço físico disponíveis para a realização das atividades são fatores que interferem negativamente na prática pedagógica dos professores de Educação Física. (Krug, 2008, p. 02).

PROFISSIONAIS QUE NÃO SE DEIXAM ABATER FACILMENTE

Temos em mente um professor sufocado pelas limitações materiais da escola, pelos baixos salários, pela desvalorização de sua profissão e do seu trabalho, mas sempre esperançoso em transformar sua prática, sedento do saber, inquieto por conhecer e suprir o que não lhe foi propiciado no período de sua formação profissional. (Coletivo de Autores, 1992, p. 17)

Em função das precárias condições que os professores e alunos tem para a realização e vivência dos conteúdos, o professor contempla em suas aulas somente conteúdos possíveis de serem trabalhados de acordo com estas condições oferecidas. Esse modelo, algumas vezes chamado de recreacionista, embora não seja um nome muito adequado, aconteceu por duas razões principais: primeiramente, porque o discurso acadêmico passou muitos anos discutindo o que não fazer nas aulas de Educação Física, e não apresentando propostas viáveis e exeqüíveis para a prática; e outro fator diz respeito à falta de políticas públicas que facilitem de fato o trabalho do professor, como condições de trabalho, espaço, material adequado, políticas salariais e, principalmente, apoio às ações de formação continuada. (Darido e Sanches Neto apud Machado, 2007, p.06).

Atividade: Lançar mais um questionamento para os presentes:

Os profissionais de Educação Física da sua escola são comprometidos com suas atividades pedagógicas?

O que você percebe que ainda falta para haver um maior comprometimento desses profissionais e dessa disciplina?

Após esse debate, citar algumas referências relacionadas ao assunto.

COMPROMETIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA COM A EDUCAÇÃO

O conceito de Cultura Corporal tem como suporte a idéia de seleção, organização e sistematização do conhecimento acumulado historicamente, acerca do movimento humano, para ser transformado em saber escolar. Esse conhecimento é sistematizado em ciclos e tratado de forma historicizada e espiralado. Isto é, partindo do pressuposto de que os alunos

possuem um conhecimento sincrético sobre a realidade, é função da escola, e neste caso também da Educação Física, garantir o acesso às variadas formas de conhecimento produzido pela humanidade, levando os alunos a estabelecerem nexos com a realidade, elevando-os a um grau de conhecimento sintético. (Diretrizes Curriculares, 2008, p. 45).

Dentro de um projeto mais amplo de educação do Estado do

Paraná, entende-se a escola como um espaço que, dentre outras

funções, deve garantir o acesso aos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela humanidade. Neste sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural. (Diretrizes Curriculares, 2008, p.49).

“A disciplina de Educação Física, como parte integrante do processo educacional, tem o compromisso de estar articulada com o projeto político pedagógico da escola e comprometida com uma transformação social que ultrapasse os limites da mesma.” (Machado, 2007, p.2).

A Educação Física é parte do projeto geral de escolarização e, como tal, deve estar articulada ao projeto político-pedagógico,

pois tem seu objeto de estudo e ensino próprios, e trata de conhecimentos relevantes na escola. Considerando o exposto, defende-se que as aulas de Educação Física não são apêndices das demais disciplinas e atividades escolares, nem um momento subordinado e compensatório para as ‘durezas’ das aulas em sala. (Diretrizes Curriculares, 2008, p. 50).

Atividade: Jogar para debate na platéia, sobre se a Educação Física é:- respeitada pelos demais professores?- respeitada e reconhecida pela equipe diretiva da escola?- valorizada e reconhecida como disciplina?- atuante dentro do ambiente escolar?Após isso, fazer algumas considerações fundamentadas por alguns autores.

“Pensar a Educação Física a partir de uma mudança significa analisar a insuficiência do atual modelo de ensino, que muitas vezes não contempla a enorme riqueza das manifestações corporais produzidas socialmente pelos diferentes grupos humanos.” (Diretrizes, 2008, p. 51).

Para entender a implementação da Educação Física na escola, faz-se necessário reconhecer que a educação não é um fenômeno social isolado, mas é parte da totalidade social construída historicamente pelos seres humanos. E, à medida que a sociedade se transforma, modifica-se também a forma da educação. (Mello, 2009, p.14).

A Educação Física ao longo dos anos, assim como a educação formal, esteve sempre atrelada aos interesses da classe dominante, atendendo as exigências e necessidades de cada época. Sendo assim, no decorrer de seu processo histórico, vem sofrendo constantes modificações, inclusive no suporte teórico que a sustenta, na concepção que se tem da mesma enquanto disciplina curricular, nos objetivos traçados e nos meios utilizados para alcançar as metas a que se propõe. Várias são as influências que a Educação Física vem sofrendo desde sua implantação como disciplina curricular obrigatória, até os dias atuais. (Machado, 2007, p.4).

É preocupante e ao mesmo tempo nos leva a refletir a legitimidade da Educação Física na escola, quando Mello (2009), diz que essa legitimidade é dada pelas necessidades de manutenção das relações sociais capitalistas e não pela necessidade de seu conteúdo específico. Pensando nisto, será que a Educação Física tem força e utilidade dentro do espaço escolar?

Segundo as Diretrizes (2008), o que visa neste estudo é superar formas de atuação dentro do espaço escolar, com o propósito de ir além, sem negar o que precedeu, mas com a intenção de analisar, de criticar, de reorientar ou até mesmo transformar aquelas formas de aulas que vinham acontecendo. Com isto, procura-se possibilitar aos alunos o acesso a várias formas de conhecimento, como é o caso da cultura corporal criada historicamente, não se esquecendo do contexto político, econômico e social que estão vinculados.

Com o jogo, a imitação, a mediatização simbólica na relação com o meio, a criança chega aos processos de linguagem verbal ou falada, responsável

pela significação das ações e situações vividas e convividas. Daí, o surgimento da linguagem escrita recompõe e reorganiza as aquisições anteriores, valendo-se de todas as competências psicomotoras para decodificar e recodificar o universo dos símbolos gráficos representativos dentro de um meio sócio-cultural. (Gonçalves, 2009).

As experiências resultantes do brincar, do explorar, do manusear um mundo concreto de objetos e pessoas, é que vão constituir a base do universo das representações, fundamentais para a aprendizagem simbólica. (Gonçalves, 2009).

A prática de Educação Física pode favorecer, também, um trabalho preventivo adequado para equacionar possíveis lacunas deixadas durante o processo de crescimento e desenvolvimento das crianças, compensando, assim, déficits atribuídos à privação de movimento e da redução dos espaços de brincar comuns na infância contemporânea. (Gonçalves, 2009).

Entende-se que na presença de movimento sempre haverá mudança; seja de lugar, de posição, de forma, de atuação ou de idéia, o fato é que o movimento transforma. Busca-se ressaltar a importância do movimento para a transformação sócio-histórica do homem. (Gonçalves, 2009).

A atitude planejada, organizada para se ajustar às situações e transformações do meio em que se vive, assegura a maturação e a organização do cérebro, levando o indivíduo à realização de suas capacidades intelectuais, psíquicas e afetivas. Esta organização e maturação cortical resultado da experiência e da ação motora do indivíduo em interação com seu meio social é chamado de desenvolvimento psicomotor. (Gonçalves, 2009).

A Educação Física hoje, se utiliza da linguagem do movimento, para colocar a criança em contato com situações corporais que necessitam de uma resolução planificada e planejada com dados de sua experiência anterior, levando-a a reorganizar seu gesto, reelaborar sua aprendizagem e reestruturar seu emocional para ajustar-se a um fim determinado que tais situações demandam. Este processo, com a utilização do movimento, pode tornar-se uma forma prazerosa de aprender e de se relacionar. (Gonçalves, 2009).

O foco deste trabalho busca uma reflexão sobre a importância, necessidade e urgência em trazer, para a escola e para a vida cotidiana, um elemento que tem se distanciado da criança nestes

últimos anos, que é seu corpo em movimento, gerando aprendizagem. (Gonçalves, 2009).

A infância contemporânea tem sofrido transformações resultantes do momento sócio-histórico atual, devido a grande urbanização, a demanda tecnológica, os sistemas financeiros e a competitividade sócio-econômica, com seus pontos positivos e negativos, têm acarretado mudanças na cultura e costumes das famílias e na sociedade dos grandes centros. (Gonçalves, 2009).

Focando nestes fatos, professores, não queiram privar os alunos de realizarem as aulas de Educação Física, às vezes por não terem feito as atividades (tarefas, trabalhos, etc.) das demais matérias, ou por serem indisciplinados em sala, ou por não corresponderem como vocês gostariam nas disciplinas teóricas. Pensando nisto, ao invés de tentar proibi-los de participarem das atividades de Educação Física, use a criatividade e realize brincadeiras pedagógicas para estimulá-los a aprenderem os conteúdos de sua disciplina de uma maneira mais prazerosa e dinâmica. E ainda, refletindo sobre o que foi dito pela autora (2009) no parágrafo acima, a Educação Física hoje, é uma disciplina que tem profissionais que pesquisam, é uma disciplina que tem uma sistematização e organização nas suas atividades e não trata o aluno somente focando na sua parte física, mas sim, de maneira integral. Pensando neste ajustamento e transformação do meio em que vivem e também para tentar assegurar a maturação e a organização do cérebro, é que estou propondo estas atividades de organização e revitalização dos espaços usados pela Educação Física, se utilizando também, de uma atividade da cultura corporal, no caso, a peteca, para reforçar a ação motora, ajudando no desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, psíquicas e afetivas. Então professores, quando virem um grupo de alunos brincando de peteca ou outra atividade dentro da escola, não façam comentários sem antes realizar uma leitura do que está realmente acontecendo e qual o objetivo de tudo aquilo que está visualizando. Só assim, passaremos a respeitar e a valorizar os outros profissionais, sua disciplina e suas atividades.

• COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. Cortez

Editora, 1992, São Paulo.

• EDUCAÇÃO FÍSICA: ensino médio/vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006.

• GONÇALVES, Fátima. Psicomotricidade & Educação Física. Cultural RBL Editora

Ltda. São Paulo

• KRUG, Hugo Norberto. Vale a Pena Ser Professor... de Educação Física Escolar?

WWW.efdeportes.com/ Revista Digital – Buenos Aires – Ano 13, Número 122,

Julho/2008.

• MACHADO, Suzana T. dos Santos. A Cultura Corporal: Possibilidades e

Limitações na Prática Pedagógica dos Professores de Educação Física no Ensino

Fundamental. WWW.diaadiaeducação.pr.gov.br

• MELLO, Rosângela Aparecida. A Necessidade Histórica da Educação Física na

Escola: A emancipação humana como finalidade. 2009. Tese (Doutorado) -

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

• PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares

da Educação Básica: Educação Física. Curitiba, 2008.

Atividade para os alunos:

Lançar um questionamento para que seja respondido no caderno em alguns minutos:

O que é Educação Física para você?

Após a resposta, o professor abrirá para debate e em seguida dará a definição segundo alguns autores.

A disciplina de Educação Física, ainda nos dias de hoje, costuma ser vista, por quem não a conhece a fundo, como uma prática que privilegia o ato físico voltada simplesmente e exclusivamente à aprendizagem esportiva. Porém, quem a conhece na sua profundidade, sabe que ela transforma e que produz mudanças de comportamento. Além disto, ela deve ser abordada como uma ação planejada e estruturada, que se utiliza da Cultura Corporal fazendo uso de várias linguagens, como o esporte, a dança, o jogo, a brincadeira e a atividade psicomotora para produzir aprendizagem. (Gonçalves, 2009).

Segundo o Coletivo de Autores (1992):

ducação Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança,

ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. (p. 50)

E Educação Física é compreendida como uma disciplina do currículo, cujo objeto de estudo é a expressão corporal como linguagem. (p.102).A

A Educação Física se utiliza do corpo como instrumento e canal de aprendizagem. A criança se utiliza da linguagem corporal muito antes de qualquer outro tipo de comunicação, por isso, utilizar-se desta via de aprendizagem, que é o seu corpo em movimento, pode ser um facilitador e motivador para aprender. (Gonçalves, 2009).

A Educação Física se utiliza de vários recursos que agem como agente motivador e ao mesmo tempo, cria condições desafiadoras, colocando a criança diante de situações-problema. (Gonçalves, 2009). Um deles, segundo a autora cita é:

proposta de utilizar a peteca como linguagem, está na vasta utilização da coordenação olho-mão, propiciando competências como

discriminação figura-fundo e relações espaciais. Os jogos psicomotores trazem a possibilidade de manter o funcionamento cerebral atuando para garantir respostas motoras apropriadas e ajustadas nos desafios, propostos à criança, durante a prática. (2009, p. 17).

A

A Educação Física é uma das áreas do conhecimento humano ligada ao estudo e atividades de aperfeiçoamento, manutenção ou reabilitação da saúde do corpo e mente do ser humano, além de ser fundamental no desenvolvimento do ser como um todo. Ela trabalha, num sentido amplo, com prevenção e cura de determinadas doenças humanas num contexto terapêutico e também é fundamental na formação básica do ser humano, devido sua atuação no contexto psicossocial no conhecimento corporal (conhecimento do próprio corpo) suas possibilidades de ação e suas limitações. É a área de atuação do profissional formado em uma Faculdade de Educação Física. É um termo usado para designar tanto o conjunto de atividades físicas não-competitivas e esportes com fins recreativos quanto a ciência que fundamenta a correta prática destas atividades, resultado de uma série de pesquisas e procedimentos estabelecidos. (wikipedia.org, 2010, p. 01).

Diante do que foi comentado anteriormente, se a Educação Física se utiliza de uma gama enorme de atividades para ajudar no desenvolvimento dos alunos, porque deixar de experimentar outras atividades da nossa cultura corporal, dentro do espaço escolar, quando ela nos proporciona esta riqueza e diversidade tão ampla, como é o caso dos jogos, das danças, das ginásticas, das lutas e frisamos nossas atividades somente nos esportes? Será que é por falta de conhecimento, falta de interesse ou por comodidade?

LER ESTE PARÁGRAFO PARA OS ALUNOS REFLETIREM E FAZEREM UMA LIGAÇÃO COM ATITUDES DO SEU DIA A DIA. FAZER VÁRIAS INDAGAÇÕES E COMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO:

Diante do que foi citado acima, quando um leigo vê uma criança jogando peteca nas aulas práticas de Educação Física, por exemplo, logo indaga dizendo que estão brincando, que estão jogando somente para se divertirem, só para passarem o tempo, só para descontraírem e que na Educação Física, as crianças só vão para relaxarem e brincarem e não aprendem nada, pois só passam o tempo. Nós, profissionais de Educação Física, ouvimos com freqüência, estes relatos simplistas e sem embasamento de vários colegas que lidam com a educação e estão diretamente ligados com a aprendizagem dos nossos alunos. Como posso fazer relato de algo que desconheço totalmente. Será que só de olhar para algo, consigo analisar e concluir que aquilo tem valor ou não? Não deveria conhecer a fundo, para só assim tirar conclusões com embasamento e conhecimento de causa? Acho que já está na hora dos profissionais da educação evitarem de “falar pelos cotovelos” daquilo que desconhecem e buscarem mais informações sobre algo que querem criticar. Quando falo isto, estou me referindo àqueles profissionais que estão defasados inclusive nos conteúdos de sua disciplina, que ficam naquela mesmice e não buscam atualização e ficam “metendo a boca”

na disciplina do outro, quando desconhecem tanto a sua disciplina, quanto mais, a do outro.

Atividade para os alunos: Tente elencar e escreva em seu caderno, 10 itens referentes à: Quais são os principais problemas encontrados nas aulas de Educação Física?

Após algum tempo, fazer uma relação no quadro daqueles citados pelos alunos e comparar com os dos autores encontrados na pesquisa.

PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA EDUCAÇÃO FÍSICA (pesquisa)

Profissionais da área que não legitimam a disciplina;

É ainda uma disciplina bastante discriminada no interior das escolas;

É uma área que está muito aquém na questão de aprendizagem e aproveitamento dos conteúdos;

Aulas sem significado, sem fundamentação e sem intencionalidade ministradas por alguns profissionais;

Falta de materiais básicos e de apoio;

Falta de estrutura física;

Espaço físico insuficiente para atender o número de turmas de Educação Física onde o horário de aula possui vários professores no mesmo dia e na mesma aula;

Locais e espaços sucateados e improvisados usados pela disciplina;

Falta de material teórico didático para leitura e pesquisa, entre outros.

Entende-se a escola como o espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos

sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular. Essas são as fontes sócio-

históricas do conhecimento em sua complexidade. (Diretrizes Curriculares, 2008).

A apresentação do saber na escola se dá num tempo organizado sob a forma de horários,

turnos, jornadas, séries, sessões, encontros, módulos, seminários etc. Tempo que é

organizado nos limites dos espaços físico-pedagógicos: salas de aula, auditórios,

recreios cobertos, bibliotecas, quadras, campos etc. (Coletivos de Autores, 1992, p. 30).

Atividade para os alunos: Faça um relato para a classe dizendo: O que é escola para você?O professor instigará os alunos a concordarem ou discordarem do que foi dito.

“A escola é um microorganismo que reflete o mundo exterior e seus problemas, mas que, por seus objetivos e por sua especificidade, também gera problemas peculiares que, por vezes, se projetam para além de seus muros” (Witter apud Krug, 2008, p.01).

Segundo Krug (2008), o que se percebe é que a maioria dos professores de Educação Física da rede pública está insatisfeito, com as condições de trabalho, principalmente relacionados à falta de espaço físico adequado à prática da

Educação Física e inclusive, com a falta de materiais para trabalhar. O autor ainda cita que:

Essas duas deficiências de infra-estrutura das escolas (falta de local e material) fazem com que os professores de Educação Física enfrente enormes dificuldades para o desenvolvimento de uma prática pedagógica de maior qualidade. Enfatiza que a falta de materiais e espaço físico disponíveis para a realização das atividades são fatores que interferem negativamente na prática pedagógica dos professores de Educação Física. (2008, p. 02)

Atividade para os alunos: Escreva em seu caderno e depois leia para seus colegas:

Como ocorrem as aulas de Educação Física em seu colégio?

Como os professores de Educação Física atuam em suas aulas?

Você acha correto a maneira como os professores de Ed. Física trabalham?

Você acha que a Educação Física é importante? Por quê?

ONDE ATUA ESSE PROFISSIONAL?

Se a atuação do professor efetiva-se na quadra, em outros lugares do ambiente escolar e em diferentes tempos pedagógicos, seu compromisso, tal como o de todos os professores, é com o projeto de escolarização ali instituído, sempre em favor da formação humana. (Diretrizes Curriculares, 2008, p. 50).

PROFISSIONAIS QUE NÃO SE DEIXAM ABATER FACILMENTE

Temos em mente um professor sufocado pelas limitações materiais da escola, pelos baixos salários, pela desvalorização de sua profissão e do seu trabalho, mas sempre esperançoso em transformar sua prática, sedento do saber, inquieto por conhecer e suprir o que não lhe foi propiciado no período de sua formação profissional. (Coletivo de Autores, 1992, p. 17).

Em função das precárias condições que os professores e alunos possuem para a realização e vivência dos conteúdos, o professor contempla em suas aulas somente conteúdos possíveis de serem trabalhados de acordo com estas condições oferecidas. Esse modelo, algumas vezes chamado de recreacionista, embora não seja um nome muito adequado, aconteceu por duas razões principais: primeiramente, porque o discurso acadêmico passou muitos anos discutindo o que não fazer nas aulas de Educação Física, e não apresentando propostas viáveis e exeqüíveis para a prática; e outro fator diz respeito à falta de políticas públicas que facilitem de fato o trabalho do professor, como condições de trabalho, espaço, material adequado, políticas salariais e, principalmente, apoio às ações de formação continuada. (Darido e Sanches Neto apud Machado, 2007, p.06).

Atividade para os alunos: Pense e escreva em seu caderno: Você tem idéia quais são os conteúdos trabalhados na

Educação Física? São trabalhados todos os conteúdos estabelecidos pelas

Diretrizes Curriculares? Justifique sua resposta?

Dentro das Diretrizes Curriculares (2008), os Conteúdos Estruturantes foram definidos como os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais. (p. 62).

Os Conteúdos Estruturantes para a Educação Física na Educação Básica são:

- Esporte

- Jogos e brincadeiras

- Ginástica

- Lutas

- Dança

Pensando nesta gama de conteúdos, poderemos criar e experimentar alguns de

nosso conhecimento, mas que não são trabalhados nas aulas de Educação Física e,

produzir e vivenciar outros que não fazem parte da realidade da cultura corporal desta

comunidade, como é o caso da peteca. Buscaríamos informações a respeito da história,

características, regras, curiosidades, confecção de material artesanal como: rede, peteca

e até a escolha de um local com sua revitalização dentro do Colégio para

aproveitamento de um espaço ocioso e não utilizado dentro da área escolar.

Atividade para os alunos: Para os alunos refletirem e depois o professor abrirá para discussão: Você já ouviu falar em Cultura Corporal e tem idéia do que

significa isto? Depois do debate, o prof. citará alguns conceitos e explicações sobre o assunto.

Cultura Corporal de movimento é um campo de ação social concreto, no qual o movimento humano é fundamental. O que é atividade motora parece estar definido através de todas as manifestações humanas que envolvam

simples movimentos – desde dirigir um automóvel a escrever uma carta, entretanto, a cultura corporal de movimento é um conceito que agrupa aquelas atividades motoras que, inventadas pelo homem, fazem parte do acervo cultural de uma determinada sociedade e não têm fins utilitários. (Mattos e Neira, 2007, p. 61).

A

Cultura Corporal de movimento que temos hoje, apresenta-se como uma realidade socialmente construída com formas específicas de ação, onde inclusive as normas dominantes da nossa sociedade e os valores

correspondentes dessa dominação estão ali refletidos, e que para haver uma mudança nessa realidade, os indivíduos terão que tomar atitudes com base nas suas necessidades e interesses, ocorrendo assim a produção de outras formas de movimento. (Mattos e Neira, 2007).

A

o ponto de vista da educação,possibilitar-se ao indivíduo a participação no concreto campo de ação (cultura corporal de movimento), onde as possibilidades pedagógicas da Educação Física possam ser realizadas e as

atividades motoras tornam-se um objeto de ação de alunos e professores. Sendo assim, atribui-se a cultura corporal, diferentes significados que irão dar origem a diferentes perspectivas para a sua realização na prática pedagógica, no qual os homens realizam suas idéias e necessidades e podem alterar criticamente as normas existentes. (Mattos e Neira, 2007).

D

recisamos abraçar, a qualquer custo, a causa da transformação, a invenção e reinvenção das atividades motoras desenvolvidas nas aulas, que seja a aula o espaço dessa mudança, dando vez e voz aos alunos, verdadeiros beneficiários

desse processo. (Mattos e Neira, 2007).P

onsiderando o objeto de ensino e de estudo da Educação Física tratado nestas Diretrizes, isto é, a Cultura Corporal, por meio dos Conteúdos Estruturantes propostos – esporte, dança, ginástica, lutas, jogos e brincadeiras -, a

Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais. O professor de Educação Física tem, assim, a responsabilidade de organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que possibilita a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. No processo pedagógico, o senso de investigação e de pesquisa pode transformar as aulas de Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimentos que não se esgotam nos conteúdos, nas metodologias, nas práticas e nas reflexões. Essa concepção permite ao educando ampliar sua visão de mundo por meio da Cultura Corporal, de modo que supere a perspectiva pautada no tecnicismo e na desportivização das práticas corporais. (Diretrizes Curriculares, 2008, p. 72).

C

IMPORTÂNCIA DA CULTURA CORPORAL

SEGUNDO MATTOS E NEIRA (2007)

- ela pode tornar o corpo mais apto por meio de inúmeras possibilidades de movimento vivenciadas.

- ela pode ser importante para a atividade motora cotidiana, uma vez que se constitui de um amplo repertório de conhecimentos que contribuem para superar desafios.

- ela possibilita a interação e a comunicação, oferece um campo em que diversão e alegria, mas também dificuldades e problemas se fazem presentes.

- ela incluirá também a construção de conhecimentos e a aprendizagem de uma série de conceitos historicamente acumulados.

- ela pode por meio do diálogo, oferecer troca de pontos de vista e posicionamentos. Os modelos de ação e a construção de regras sociais podem ser esclarecidos e melhor compreendidos.

Atividade para os alunos: Após o professor ter passado este material teórico e

debatido com os alunos, eles irão formar grupos (de acordo com a designação do professor) para saírem a campo, ou seja, nas dependências do Colégio, onde tentarão encontrar e elencar os principais problemas encontrados nas aulas de Educação Física com relação a estrutura física.

Feito isso, levaremos para sala de aula, onde elencaremos os principais e faremos uma relação daqueles possíveis de serem resolvidos.

Terminado esta etapa, escolheremos um ou mais local para fazer sua revitalização, onde iniciaremos a melhoria e adequações necessárias daquele espaço.

O próximo passo será o iniciarmos uma busca sobre uma atividade da Cultura Corporal, neste caso a atividade escolhida será a PETECA. Os alunos buscarão

informações sobre o histórico, características, como confeccionar a peteca, a rede e o campo, suas regras em livros, na internet e textos. Para isso terão a ajuda do professor. Esta etapa também será feita em grupos. Ao final desta etapa, os alunos produzirão um material teórico referente à peteca e entregarão para o professor, onde será contado como uma das avaliações do bimestre.

No intervalo destes acontecimentos, solicitaremos junto

a Direção do Colégio que nos ceda uma local para confeccionarmos um mural para as atividades de Educação Física onde colocaremos as curiosidades encontradas no desenvolvimento do projeto e também relacionadas à peteca, aos problemas encontrados e algumas referentes às oficinas. Após o término do projeto, este mural será utilizado para divulgarmos curiosidades e temas de importância da disciplina de Educação Física para todo o Colégio.

O passo seguinte, os alunos realizarão a confecção de petecas, usando todo material conseguido na internet, em livros e contarão neste momento com a ajuda do professor para os auxiliarem neste processo de confecção manual.

Terminado esta etapa, o professor os ensinará como confeccionar e tecer a rede utilizada no jogo. Esta rede será feita também artesanalmente.

Com todo este material pronto, partiremos para o espaço escolhido e revitalizado e marcaremos as linhas demarcatórias, colocaremos os postes, a rede e em seguida, iniciaremos as atividades dentro de um processo pedagógico para posteriormente realizarmos o jogo de peteca na prática.

Finalizando este processo, após adquirirmos conhecimento suficiente e segurança, faremos oficinas (com o apoio da Direção do Colégio) que serão ministradas pelos alunos do projeto para serem vivenciadas pelas demais turmas, funcionários e professores do Colégio.

A avaliação irá acontecer de forma contínua, sendo observada e anotada toda a participação do aluno nas atividades teóricas, debates, pesquisa, entrega de trabalhos teóricos, trabalhos de campo, trabalho de revitalização do ambiente, produção de materiais e o envolvimento nas atividades práticas, tanto da confecção de materiais quanto a de participação nas aulas práticas envolvendo esses conteúdos.

PONTO IMPORTANTE: (passar para os alunos ao término do projeto)

Apesar de termos feito uma busca muito grande, com pesquisa, levantamentos, debates, revitalização e transformação, tanto nos locais e estruturas usados pela Educação Física, quanto nas metodologias utilizadas na disciplina, apesar de todo empenho e esforço despendido para conseguir atingir algum objetivo nesta atividade, sabemos que a responsabilidade desse esforço deve ser do Estado junto com a administração da escola

Com as Diretrizes e uma formação continuada focada nos aspectos fundamentais do trabalho educativo pretende-se recuperar a função da escola pública paranaense que é ensinar, dar acesso ao conhecimento, para que todos, especialmente os alunos das classes menos favorecidas, possam ter um projeto de futuro que vislumbre trabalho, cidadania e vida digna. (Diretrizes Curriculares, 2008).

Diante do que foi citado é importante ressaltar a necessidade de enfrentar os problemas com seriedade e com mais envolvimento por parte das nossas autoridades públicas, e que nossas leis e lideranças educacionais, dêem mais valor e importância para as Escolas Públicas, para que não continuem sendo locais sucateados e simplesmente “depósitos de crianças”, mas sim, locais dignos e com qualidade, onde possamos estudar e trabalhar com dignidade e aproveitamento.

O que fazer em relação a este conteúdo após o término deste projeto?

Como cobrar isto das autoridades competentes?

• COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. Cortez

Editora, 1992, São Paulo.

• GONÇALVES, Fátima. Psicomotricidade & Educação Física. Cultural RBL Editora

Ltda. São Paulo

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_f%C3%ADsica Páginas

de 01 a 04. Novembro-2010.

• KRUG, Hugo Norberto. Vale a Pena Ser Professor... de Educação Física Escolar?

WWW.efdeportes.com/ Revista Digital – Buenos Aires – Ano 13, Número 122,

Julho/2008.

• MACHADO, Suzana T. dos Santos. A Cultura Corporal: Possibilidades e

Limitações na Prática Pedagógica dos Professores de Educação Física no Ensino

Fundamental. WWW.diaadiaeducação.pr.gov.br

• MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na

Adolescência: construindo o conhecimento na escola. 4ª ed. – Phorte, 2007, São

Paulo.

• PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares

da Educação Básica: Educação Física. Curitiba, 2008.