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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Conselho de Classe: Relação de poder burocratizado ou processo democrático com reflexão e ação coletiva?

Autor Isabela Maria Ponciano Pupulin

Escola de Atuação Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen

Município da escola São José dos Pinhais

Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul

Orientador Hilda Alberton de Carvalho

Instituição de Ensino Superior Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Disciplina/Área (entrada no PDE) Pedagogia

Produção Didático-pedagógica Artigo

Relação Interdisciplinar Todas as disciplinas da matriz curricular, incluindo a gestão escolar.

Público Alvo Professores, equipe pedagógica e equipe diretiva.

Localização Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen.

Rua Scharffemberg de Quadros, 666 – Centro – São José dos

Pinhais - Paraná

Apresentação:

Este artigo como proposta de material didático aborda por meio de

estudos e diálogos a releitura da função social da escola, como premissa

básica para estimular de maneira reflexiva o desenvolvimento do trabalho

pedagógico no segmento processual do conselho de classe na instituição

de ensino Colégio Estadual Pe. Arnaldo Jansen. Fundamentando-se em

diretrizes designadas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná,

procurar-se-á uma operacionalização do conselho de classe diferenciada

que contribua com a ampliação conceitual do processo de avaliação

coletiva. No sentido de não limitar a pesquisa somente aos aspectos

institucionais e burocráticos, buscar-se-á na pesquisa-ação como método

de pesquisa social, um desempenho qualitativo, salientando a importância

em promover a participação daqueles sujeitos que terão algo a refletir, a

dizer e a agir, acreditando na possibilidade deste processo interativo

contribuir como alavanca para a reestruturação almejada dos conselhos de

classes.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Conselho de Classe – Avaliação coletiva – Pesquisa-ação

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CONSELHO DE CLASSE: RELAÇÃO DE PODER BUROCRATIZADO OU

PROCESSO DEMOCRÁTICO DE REFLEXÃO E AÇÃO COLETIVA?

Isabela Maria Ponciano Pupulin1

Hilda Alberton de Carvalho – Orientadora2

RESUMO: Este artigo como proposta de material didático aborda por meio de estudos e diálogos a

releitura da função social da escola, como premissa básica para estimular de maneira reflexiva o

desenvolvimento do trabalho pedagógico no segmento processual do Conselho de Classe na

Instituição de Ensino Colégio Estadual Pe. Arnaldo Jansen – Ensino Fundamental e Médio.

Fundamentando-se em diretrizes designadas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná,

procurar-se-á uma operacionalização do Conselho de Classe diferenciada, que contribua

efetivamente com a ampliação conceitual da avaliação escolar, institucionalizando práticas coletivas e

acompanhamento pedagógico continuo, permitindo uma visão totalitária da ação de todos os sujeitos

participativos do processo de ensino e aprendizagem. No sentido de não limitar a pesquisa somente

aos aspectos institucionais e burocráticos, buscar-se-á na pesquisa-ação3 um desempenho

qualitativo, salientando a importância em promover a participação daqueles sujeitos que terão algo a

refletir, a dizer e a agir, acreditando na possibilidade deste processo interativo contribuir como

alavanca para a reestruturação almejada dos Conselhos de Classes.

Palavras-chave: Conselho de Classe – Avaliação escolar– Pesquisa-ação.

Introdução

O presente artigo como material didático tem como finalidade estimular

reflexões e diálogos numa perspectiva crítica e consciente quanto à realidade

escolar do Colégio Estadual Pe. Arnaldo Jansen contribuindo com a estruturação

dos Conselhos de Classes.

As ações pedagógicas instituídas nos Conselhos de Classes por meio do

Projeto Político Pedagógico propõem dinâmicas de trabalhos coletivos focados na 1 Professora Pedagoga da Rede de Ensino Público do Estado do Paraná; Graduada em Pedagogia pela

Universidade Estadual de Maringá; Especialização em Metodologias Inovadoras Aplicadas à Educação na área especifica de Psicopedagogia pela Faculdade Internacional de Curitiba. Professora PDE em 2010.

2 Graduada em Administração pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1992), graduação em Curso

Especial Para a Formação de Professores Esqu pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (1996) e mestrado em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2002). Atualmente é professora efetiva da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

3 A definição de pesquisa-ação para Michel Thiollent apresenta-se como um tipo de pesquisa social com base

empírica, realizada em estreita associação com uma ação em busca da ação coletiva e no qual o pesquisador e os participantes interagem de maneira colaborativa e compromissada em busca da resolução dos problemas (2007, p.16).

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construção de uma identidade de ensino e aprendizagem qualitativos, que

direcionam práticas pedagógicas para que a escola cumpra sua função social.

Entendendo que o Conselho de Classe compõe o processo de avaliação, sua

construção deve estar respaldada pelo fortalecimento dialógico marcado por um

processo contínuo que possa tecer no dia-a-dia escolar, possibilidades desafiadoras

de se encontrar pontos de partidas e caminhos que levem a resultados satisfatórios.

Contudo, a efetivação deste trabalho pedagógico apresenta-se como um dos

vários entraves na unidade escolar. Os Conselhos de Classes ainda se respaldam

em práticas tradicionais, estruturadas em procedimentos burocráticos, isolados,

distanciando o alcance dos objetivos qualitativos.

Traçar um caminho para conhecer a realidade e deslocar formatos somente é

possível com ações que considerem a necessidade da participação das pessoas no

processo que queira intervir, entendendo que este processo não se limita

simplesmente em transferência de responsabilidades, mas, em uma ação de

colaboração mútua atendendo as expectativas da força coletiva (THIOLLENT, 2007).

Logo, dentro de uma perspectiva de estudos e reflexões buscar-se-á na teoria

conhecimentos que possam direcionar a prática pedagógica, indicando estratégias

que possibilitem uma estruturação diferenciada nos Conselhos de Classes, a partir

das ações coletivas dos sujeitos envolvidos.

Função Social da Escola e a Qualidade de Ensino

A Escola Pública na sociedade contemporânea tem sido alvo de grandes

estudos e discussões pedagógicas, buscando a melhor das inúmeras definições

quanto a sua função. Isso porque é perceptível empiricamente o conflito pedagógico

que a comunidade Escolar faz ao conceituar sua função social devido a tantos

atributos que a sociedade repassa e espera que ela assuma.

Tratando–se de Escola Pública e sua função, buscar-se-á primeiramente o

respaldo em pressupostos teóricos previamente definidos pela SEED, afirmando

que, “A função social da escola é a de promover o acesso aos conhecimentos

socialmente produzidos pela humanidade a fim de possibilitar ao educando

condições de emancipação humana.” (EQUIPES PEDAGÓGICAS DO NRE/CGE,

2008).

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Ressaltando o pressuposto governamental de fazermos uma educação

institucional voltada para o cumprimento da função social da Escola, cabe a nós,

educadores, segundo Saviani (1983), permanecermos atentos aos interesses

embutidos nas políticas educacionais, para que a essência educacional seja

garantida com nossas ações, rompendo com qualquer deformidade ideológica que

prejudique o alcance dos objetivos sociais da educação.

Entretanto, para definir a função social da Escola, faz-se necessário

reconhecê-la como instituição responsável pela transmissão-assimilação do saber

sistematizado a fim de emancipar o aluno por meio do conhecimento cientifico e

histórico. Percebe-se logo então, a merecida ênfase na articulação pedagógica, a

responsabilidade e o compromisso pedagógico e político no processo de ensino e

aprendizagem praticados nas unidades de ensino (SAVIANI, 1983).

No que se refere à transmissão do saber histórico constata-se por meios dos

resultados apresentados, situações que requisitam olhares cuidadosos quando estes

se voltam para o cotidiano da escola, como a evasão escolar, pais ausentes,

professores desmotivados e resultados insatisfatórios quanto à aprendizagem

escolar (HALL, 2006).

Relacionando observações empíricas no cotidiano escolar aos estudos de

Hall (2006), a reflexão proposta indaga porque a educação pública, em pleno século

XXI, ainda não superou o elementar: atender de forma adequada ao princípio

constitucional do direito à educação qualitativa para todos?

Historicamente a Escola encontra-se inserida em uma estrutura social

marcada por relações antagônicas de classes, onde é perceptível as diversidades

presentes nos segmentos sociais e históricos da escola, cabendo a ela por meio de

uma teoria histórico-critica socializar informações, conhecimentos e práticas que

proporcione reflexão, diálogo e ação, superando conflitos provenientes destas forças

sociais encontradas no seu interior: professores, alunos, pais, direção, equipe

pedagógica, Estado (SAVIANI, 1983; HELLER, 2008).

Sendo a escola uma Instituição de Ensino, com vários segmentos de trabalho

pedagógico e formativo, em meio de tantas atribuições, volta-se a proposta à equipe

pedagógica de organizar espaços democráticos a fim de possibilitar a compreensão

da realidade de todos os envolvidos, construindo em suas relações educativas

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alavancas que transforme os sujeitos envolvidos em cidadãos críticos e conscientes

do seu papel na sociedade.

Pensar na Escola e em sua função social é buscar uma prática significativa

com interação entre o conteúdo histórico e a realidade concreta, rompendo com

relações de poder, de forma a construir práticas democráticas, onde cada segmento

assume sua responsabilidade diante do processo pedagógico (HELLER, 2008).

Entende-se a partir da leitura de Saviani (1983), que a educação deveria

então contribuir com uma prática docente coerente com as necessidades das

camadas que estão á margem do processo de construção social, visando

possibilidades de percepção à mudanças da sociedade e sua realidade por meio da

ação-compreensão-ação.

As Práticas Pedagógicas

Pensar na função social na escola, inevitavelmente nos remete a refletir sobre

as práticas escolares do dia-a-dia escolar. Mesmo que tenhamos claro que ora a

escola reforça as relações de exclusão, ora abraça a responsabilidade de

transformação social, o que temos de fato são os baixos índices de aprendizagem.

Sabido que as práticas muitas vezes revelam a inexistência de participação

igualitária e responsável nos seus processos (SAVIANI, 1983).

Torna-se pertinente propormos uma reflexão em como a escola se organiza e

age frente ao que se quer superar e ou transformar.

Esteban (2001) se reporta de forma critica a incompetência da Educação

frente aos resultados de evasão e repetência, solicitando que direcionemos nossos

olhares para nossa prática pedagógica, levando em conta que:

"Não acreditamos que a escola possa transformar a sociedade. Tampouco acreditamos que uma sociedade excludente como a nossa possa deixar de produzir fracasso escolar. No entanto acreditamos (...) que é possível instaurar práticas que atuem no sentido da transformação da escola como parte do processo de transformação social." (ESTEBAN, 2001, p. 187 apud SOUZA, 2009).

Percebe-se que a prioridade é a reflexão sobre a totalidade do processo

pedagógico e não somente para os resultados finais. O que pretendemos aqui é

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antes mesmo de pensar no resultado final é aceitar que “é preciso que nós

profissionais sejamos os protagonistas e responsáveis pelas mudanças a serem

feitas no Estabelecimento Escolar”. (THURLER, p.63, 2002).

Jesus em suas metáforas dizia, “Vós sois o Sal da Terra”, ao analisarmos as

palavras do Messias, podemos perceber a mesma essência nas palavras de Thurler,

ambas se referem ao bordão já institucionalizado, você faz a diferença, o agir faz a

diferença, afinal, “vós sois o Sal da Terra” (SÃO MATEUS, Cap.5 vers.13).

A Escola enquanto grupo precisa retomar a organização do fazer pedagógico,

priorizar no processo a participação de todos os sujeitos, pois, todos fazem a

diferença, o coletivo é forte. Entretanto não se trata de ignorar o que já está posto,

trata-se da proposta de reflexão crítica sobre a prática pedagógica instituída, tendo

como respaldo o entendimento da importância da ação coletiva, caso contrário, o

trabalho pedagógico pouco contribuirá para a superação da luta contra a

seletividade, a discriminação e o rebaixamento de ensino público, permanecendo

excluídos os alunos das camadas populares (SAVIANI, 1983, p.42).

Neste sentido, baseado em Saviani (1983) buscar-se-á os pés firmes no chão

da Escola, onde por meio da ação-reflexão-ação, traçaremos “juntos” caminhos

pedagógicos coerentes com as necessidades de todos os sujeitos do processo de

ensino e processo de aprendizagem.

Vasconcellos (2008) em concordância faz um alerta importante, diz que

articular o trabalho pedagógico coletivamente, é preciso organização, discernimento

e persistência ao resgatar as caminhadas já realizadas, avaliá-las preparando uma

trajetória diferenciada de ações escolares que não compactuem com práticas

excludentes e autoritárias dentro do processo.

Paro (2009) e Dalben (2010) também sinalizam que ao longo do trabalho

escolar, o equilíbrio de participação entre os diferentes segmentos do âmbito

escolar, Direção, Equipe Pedagógica, Professores, Pais e alunos, seja o caminho

mais responsável de alcançar os objetivos propostos em busca da qualidade de

ensino.

Lembrando que, essas reflexões sobre as articulações pedagógicas

constantemente acontecem no contexto teórico e institucional, elas estão presentes

nas reuniões pedagógicas e capacitações, porém, percebe-se que no dia-a-dia

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escolar estão consumidas pelo ativismo a ponto de desarticular a “práxis”, isto é,

entre o dito e o feito, entre a teoria e a prática.

Paro (1997) apud Paro (2010) refere-se à prática cotidiana das escolas

públicas, analisando que no dia a dia, professores ainda permanecem com práticas

avaliativas influenciadas pela ideologia liberal, reportando-se as oportunidades

escolares como sendo igualmente ofertadas a todos, atribuindo os resultados pelo

esforço pessoal obtendo uma visão reducionista do processo.

Vasconcellos (2008) esclarece que o grande desafio escolar, é o rompimento

com esses paradigmas educacionais que trazem o isolamento de decisões.

Segundo o autor dificilmente acontecerão mudanças se não oportunizar na prática,

reflexão e avaliação a cada segmento da Comunidade Escolar, incluindo obviamente

a participação e responsabilidades do Estado, enquanto instituição mantenedora que

unifica objetivos quanto à busca de desenvolvimento do aluno.

A cumplicidade dos processos avaliativos e o conselho de Classe

A dinâmica do ato de avaliar apresenta-se de várias maneiras no cotidiano

escolar. As práticas avaliativas nas escolas ainda encontram-se em processos de

ajustes pedagógicos.

A avaliação no cotidiano pedagógico das unidades de ensino não pode ser

realizada como um grande final do processo de ensino e aprendizagem. Para

Luckesi (1990), a avaliação não tem finalidade em si, sua finalidade está

intimamente relacionada ao desenvolvimento qualitativo da construção do processo

de aprendizagem.

Sendo assim, neste processo de ajustes pedagógicos a avaliação é um

processo continuo e deve constituir-se como um instrumento de função reflexiva,

diagnóstica e mediadora, entretanto, esta prática pedagógica exige mudanças de

conceitos avaliativos e posturas metodológicas diante do contexto escolar

(LUCKESI, 1990).

A avaliação deve deixar de expressar apenas a construção do resultado final

da aprendizagem do aluno, para avaliar todo o processo de ensino e aprendizagem

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levando a contribuição dos segmentos ativos e participativos das unidades de

Ensino, no caso Estado, direção, pedagogos, professores e pais. (HOFFMANN,

2010).

A Lei 9394/96 no que se refere à avaliação valoriza a qualidade, onde deve ser

analisado o desenvolvimento do aluno em sua totalidade, levando em conta suas

potencialidades, interesses, atitudes, e necessidades de maneira a ofertar ao

professor subsídios importantes para garantir uma prática pedagógica significativa.

Cruz afirma que a transformação da prática pedagógica liga-se

estruturalmente á alteração da concepção avaliação, entendendo o Conselho de

Classe como espaço coletivo e dinamizador do trabalho avaliativo buscando em

conjunto caminhos que levem à consecução dos objetivos propostos tanto na LDB

quanto no Projeto Político Pedagógico (2005, p.18).

Vasconcellos chama a atenção dos profissionais da educação quanto à

possibilidade da prática docente resultar no equivoco de pensar estar fazendo uma

prática transformadora e na verdade estar reproduzindo o modelo já imposto,

colaborando assim, com a construção de uma sociedade injusta, alienada e

excludente (2008).

Hoffmann analisa sobre a necessidade de uma prática transformadora e

inclusiva, reforçando que a mudança não acontece da noite para o dia, e nem

mesmo individualmente, afirma que “é necessário à tomada de consciência gradual

e coletiva em nível de Escola de tal forma que ultrapasse os seus muros e

transforme-se numa força que influencie a revisão dos significados social e políticos

das exigências burocráticas da avaliação” (2010, p.94).

O Conselho de Classe enquanto momento de avaliação de todo o processo

de ensino e aprendizagem contribuiria para sinalizar as dificuldades e as

necessidades, e comprometer-se com a superação.

Vasconcellos alerta que é preciso mudar a concepção e a prática dos processos

avaliativos. Não adianta ter uma prática nova com uma concepção antiga, e vice-

versa (2009).

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Neste sentido, buscar-se-á uma re-conceituação do Conselho de Classe

contemplando gradualmente as mudanças necessárias a partir da reorganização

coletiva da comunidade escolar. Procurar-se-á por meio de diálogo, reflexão crítica e

tomada de decisão coletiva uma unidade de postura pedagógica que resulte em

qualidade no processo de ensino e aprendizagem (CRUZ, 2005).

Reestruturar um processo escolar consistente, como é o caso do Conselho de

Classe, requer planejamento e avaliação, é preciso unir diretrizes legais, teoria e

necessidades, entendendo que ações assumidas com responsabilidade coletiva,

oportunizam maiores condições de estruturação sólida dos encaminhamentos a fim

de alcançar os objetivos (DALBEN, 2004).

Dinamizando o trabalho coletivo a partir dos encontros pedagógicos

contínuos, caracterizaria uma avaliação perceptível e consciente das ações e das

contradições entre aquilo que se pensa e aquilo que se faz, de maneira que este

movimento contribua para elevação do Ensino Público (PARO, 2009).

O destaque dado com a afirmação acima é o rompimento com as relações de

poder reforçadas no âmbito escolar por meio das ações pedagógicas historicamente

institucionalizadas, entre elas a avaliação e o Conselho de Classe (HALL, 2006).

Diante disso, para Saviani (1983) a negação de participação igualitária ainda

é presencial nas unidades de ensino, estabelecendo ainda uma relação conflituosa

entre os sujeitos dos processos pedagógicos.

Dentro dos pressupostos pedagógicos Saviani afirma que:

„Uma pedagogia revolucionária centra-se, pois na igualdade essencial entre os homens. Entende-se, porém a igualdade em termos reais e não apenas formais. Busca-se, pois, converter-se articulando com forças emergentes da sociedade, em instrumento a serviço da instauração de uma sociedade igualitária “(SAVIANI, 1983, p.58).

Com base nos estudos realizados, é possível destacar em Saviani (1983),

uma proposta pedagógica vinculada a uma prática democrática, minimizando e

quem dera rompendo com as relações de poder herdadas historicamente de uma

cultura social autocrata.

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Conselho de Classe – Apresentação histórica

O Conselho de Classe enquanto organização pedagógica tem sua

implantação advinda da necessidade que o processo avaliativo apresentou ao

redimensionar novas práticas pedagógicas do conhecimento sobre o aluno

(DALBEN, 2004).

No que se refere aos estudos sobre os Conselhos de Classes, percebe-se

que em seus aspectos históricos há uma intima relação entre sua implantação e a

concepção de avaliação no decorrer da história das práticas pedagógicas e da

própria sociedade.

Baseados nos estudos de Dalben (2004, p.22) constatou-se que, as ações

ocorridas quanto às práticas do Conselho de Classe, tiveram sua origem na França,

meados de 1945. O movimento pedagógico francês objetivava nos Conselhos de

Classes uma avaliação classificatória no contexto de sistema dualista que na

ocasião regia a França, de forma a determinar a vida do sujeito conforme as

observações realizadas levando em conta as aptidões e caráter (ROCHA, 1986

apud DALBEN, 2004).

Após a experiência na França, o conceito Conselho de Classe chega ao

Brasil, sendo implantado no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de

Janeiro – CAP por educadores brasileiros que vivenciaram a experiência

institucional francesa em 1958 (ROCHA, 1986 apud DALBEN, 2004).

Nesse processo de estudo, devemos voltar no tempo a fim de

identificarmos pressupostos básicos à compreensão histórica da construção do

Conselho de Classe como organização colegiada de avaliação pedagógica.

Dalben aponta para o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” em 1932,

pois, este traz idéias que revelam na época uma leitura de educação que

contemplava organização coletiva de avaliação e construção da prática (2004).

“A escola que tem sido um aparelho formal e rígido, sem diferenciação regional, inteiramente desintegrado em relação ao meio social, passará a ser um organismo vivo, com uma estrutura social, organizada à maneira de uma comunidade palpitante pelas soluções de seus problemas” (MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA, 1932, p.50 apud DALBEN, 2004, p.23).

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A implementação dos Conselhos de Classe no Brasil aos poucos foi

desenvolvendo, primeiramente no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, na sequência obtendo a aceitação da comunidade docente, por meio

do modelo de escola proposto pelo PREMEN (Programa de expansão e Melhoria do

Ensino), que já apresentava o conselho como órgão constituinte da escola,

subsidiados pelo MEC (DALBEN, 2004).

Com base nas citações acima os Conselhos de Classes foram ganhando

legitimidade no contexto educacional brasileiro como aconteceu com as

implantações das Leis de Diretrizes e Bases da Educação 4.024/61 e depois a lei

5.692/71.

Paralelo às necessidades de fortalecimento coletivo e a operacionalização

das políticas educacionais, os Conselhos de Classes vieram a somar enquanto

instrumento avaliativo, o controle pedagógico, camuflando o autoritarismo inerente

das práticas educacionais do contexto histórico da década de 60 e 70 (DALBEN,

2004).

Enraizados na necessidade de controle do processo pedagógico vigente, os

Conselhos de Classes, embora a LDB. 5692/71, artigo 14 manifestava a

preocupação quanto à reelaboração de critérios de avaliação em busca da qualidade

do processo de ensino e aprendizagem, a essência da reunião do colegiado

mantinha-se presa apenas aos resultados quantitativos. A contradição entre a sua

formatação legal e as práticas pedagógicas não permitia o desenvolvimento dos

Conselhos de Classe como espaço democrático, reflexivo e crítico. (DALBEN, 2004).

Políticas pedagógicas foram se desenvolvendo em meio de tantas

contradições na década de 80, bandeiras pedagógicas e estudos científicos

evidenciavam a necessidade de reorganização da Escola, criando princípios e

propondo mudanças que asseguravam um ensino significativo, democrático e

participativo com condições igualitárias de estudo á todos que necessitassem do

ensino público (VARGAS, 2008).

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Educadores e seus representantes legais em 1987 ao manifestarem suas

criticidades no Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, começam por meio

deste a interferir nos rumos que a Educação Pública tomaria. Segundo os estudos

de Vargas (2008), começa então no Fórum de 1987 as mobilizações em prol de Leis

de Diretrizes e Bases que se aproximassem do chão da Escola.

Implanta-se a LDB. 9394/96, buscando um olhar intenso as necessidades da

Escola em rever suas práticas pedagógicas por meio de organizações coletivas, de

caráter democrático, garantindo a participação de vários segmentos da comunidade

Escolar em direção à gestão democrática, a construção do Projeto Político

Pedagógico e a reelaboração do Regimento Escolar.

A gestão Democrática contemplada pela LDB/ Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB Lei nº 9394/1996) em seu artigo 12. Inciso VI, propõe um

plano de ação pedagógica que promova a participação da comunidade escolar por

meio das instâncias colegiadas.

O Conselho de Classe, como segmento de organização colegiada, tem em seu

desenvolvimento o fortalecimento por meio da gestão democrática assegurada

legalmente (PARO, 2009).

Vasconcellos analisa em seus estudos a importância desta conquista dos anos

90 sobre Projeto Político Pedagógico enquanto documento legítimo desenvolvido a

partir da realidade da Escola. A leitura que o autor faz contribui afirmando que:

“Cada escola é uma organização social, inserida num contexto local, com identidade e cultura próprias, um espaço de autonomia a construir e descobrir, susceptível de se materializar num projeto educativo” (CANÁRIO, 1992; p.166 apud VASCONCELLOS, 2008; p.197).

Projetar a Escola não é tarefa burocrática, nem tarefa isolada distante de seu

chão, projetar a escola é dar “voz e vez aos seus agentes” definindo princípios e

ações relevantes para coletividade escolar (VASCONCELLOS, 2008; p.199).

O Conselho de Classe: Proposta de Trabalho Pedagógico

Os segmentos coletivos ganhando importância dentro das políticas

educacionais no séc. XXI desenvolve a possibilidade de uma autonomia escolar, que

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enfatiza a participação dos sujeitos que caminham em direção a uma prática

pedagógica qualitativa. Lembrando que esta leitura e vista como “possibilidade”, não

se pode afirmar tal pressuposto, até porque o contexto social e histórico da Escola

justifica-se pela massificação resultante de uma cultura neoliberal (PARO, 2009).

O Conselho de Classe compreendido como prática pedagógica coletiva,

favorecendo um desenvolvimento compartilhado, necessita ser visto como apoio

essencial na direção que a Escola está seguindo.

Tratando-se de “um dos espaços mais ricos de transformação da prática

pedagógica e, talvez dos mais mal aproveitados...” (Cruz, 2005. p.11), precisa ser

revisto de maneira que seja entendido como espaço pedagógico na busca de

alternativas que superem problemas pedagógicos, comunitários e administrativos da

Escola (VASCONCELLOS, 2008, p.92).

As reuniões de Conselho de Classe acontecem, porém, estão sendo

cumpridas como meras ações burocráticas, deixando de lado a sua real importância.

Por sua vez, se temos no Conselho de Classe um espaço coletivo a disposição do

pedagógico da Escola, devemos então fazer deste, um momento de troca valiosa de

informações, subsidiando as tomadas de decisões e encaminhamentos posteriores

(DALBEN, 2010).

Para tanto, ao concebermos o Conselho de Classe como valioso momento

do processo pedagógico necessita ser revisto tanto na conceituação do Projeto

Político Pedagógico, com também na real operacionalização do mesmo na Escola.

O Conselho de Classe é uma prática avaliativa constituída a partir das

experiências vividas no cotidiano da sala de aula. A construção da avaliação é feita

por meio da oportunidade de rever a prática pedagógica. Professores juntamente

com a equipe pedagógica e equipe diretiva necessitam de uma reflexão coletiva

sobre os acontecimentos escolares para juntos analisar e comprometer-se com a

atitude a ser tomada (DALBEN, 2004 e CRUZ, 2005).

O Conselho de Classe como segmento pedagógico, reconhecido nas

instâncias colegiadas, embora contemplado legalmente no Projeto Político

Pedagógico, a comunidade escolar desconhece seus objetivos. Dalben lembra que

“a relação dos sujeitos com os conselhos de classe transforma-se em jogo de

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poder”. Esse jogo de poder ao qual a autora se refere, revela-se como um dos

grandes problemas dos Conselhos de Classes e até mesmo do cotidiano escolar

onde se criou um paradigma pedagógico onde o professor e alunos não caminham

na mesma direção, reforçando uma relação conflituosa e oponente ao alcance dos

objetivos. (2004, p.64).

No entanto, ao conhecer os mecanismos que reforçam as estruturas do

Conselho de Classe, percebe-se a necessidade já mencionada por Cruz (2008), de

continuidade de um Conselho para o outro, enfatizando a característica de ser um

processo orgânico, configurando uma dimensão totalitária da avaliação da escola e

dos sujeitos que dela fazem parte.

Avaliar a estrutura do Conselho de Classe por meio da pesquisa-ação oferece

possibilidades de diálogos, reflexão, troca de informações e participação contínua,

significativas para a superação resultados frustrantes que ainda rondam a Educação

Pública.

Nesse sentido Dalben nos lembra sobre “a importância dos Conselhos de

Classes e dos processos avaliativos da Escola, que derivam de sua capacidade de

alterar as relações pedagógicas presentes nos diversos espaços da Instituição,

alterando-se, assim, a sua própria identidade.” (2010).

A pesquisa-ação sobre o Conselho de Classe como proposta metodológica

contribuirá com o trabalho pedagógico, na organização conjunta e dialogada e

encaminhamentos coerentes as reais necessidades dos alunos e professores, de

maneira que possam ser desenvolvidas positivamente, redirecionando o conceito e a

operacionalização do Conselho de Classe burocrático para o Conselho de Classe

participativo e significativo (VASCONCELLOS, 2008).

Partindo do referencial teórico de uma pedagogia crítica e progressista torna-

se fundamental que a comunidade escolar participe ativamente, repensando a

prática onde cada um verifica na sua singularidade como melhor contribuir com o

coletivo, tornando-se uns com os outros responsáveis pelos resultados por meio de

ações que valorizem mais os aspectos qualitativos aos quantitativos (PARO, 2009).

Para Cruz o Conselho de Classe pode e deve ser um espaço democrático a

ponto de ousar a mudar a prática que não apresenta bons resultados de

aprendizagem e ser instrumento de transformação da cultura escolar frente aos

paradigmas estabelecidos historicamente (2005, p.15).

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Luckesi também valoriza e afirma que a prática educacional deve estar

voltada para a transformação consciente, marcado por decisão clara e significativa,

caminhando os resultados de sua ação coletiva. (2005, pág. 46).

Nesta perspectiva de pesquisa social a concepção de mudança está

vinculada a concepção de participação dos envolvidos no processo escolar.

Cabe neste ponto do trabalho, articular o confronto da estrutura existente do

Conselho de Classe na Escola com as necessidades elencadas no cotidiano

escolar.

A problematização aqui representada faz questionamentos sobre a prática

dos Conselhos de Classes e a contribuição que este segmento pedagógico exerce

no processo avaliativo, redirecionando e reestruturando mudanças em busca de

melhores resultados.

As situações problemas que rondam o Conselho de Classe justificam-se por

meio de práticas meramente “tarefeiras”, obtidas a partir de uma visão reducionista

do processo, legitimando-o pelas notas e conceitos disciplinares que os alunos

obtiveram no período de estudos (CRUZ, 2008).

Torna-se necessário esclarecer que a pretensão deste artigo é abrir o leque

de possibilidades de encaminhamentos, lembrando que o ponto de partida é a

reflexão do contexto escolar no que diz respeito à estrutura do Conselho de Classe.

A mudança organizacional, se houver, será consequência da pesquisa-ação, onde

os participantes apontarão no plano de ação o caminho a ser seguido.

O importante é consciência do fazer pedagógico, seria como se tivéssemos

um paralelepípedo nas mãos, elemento extremamente pesado e resistente, onde

com ele se pode levantar um muro ou construir uma estrada. Enfim existe uma

escolha, o diferencial é decidir coletivamente qual atende melhor a necessidade do

grupo.

Dalben (2004) justifica muito bem o exemplo acima afirmando que toda

decisão são atos políticos e pedagógicos que direcionam a escola, porém, a autora

alerta a necessidade da consciência democrática e sua força, pois, tais decisões se

realizadas com a participação coletiva tem chances de alcançar melhores

resultados.

Reflexões sobre o Conselho de Classe Participativo

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Diante de tantos desafios e contradições que a Escola se encontra, o que se

pretende é descobrir com os sujeitos envolvidos no processo escolar, diretores,

professores, funcionários, pais e alunos a capacidade de mudança quando o coletivo

se une.

A pesquisa-ação como possibilidade de intervenção pedagógica no Conselho

de Classe da Escola tem como foco a motivação de mudança pela necessidade

coletiva. Nesta perspectiva faz-se necessário uma abordagem democrática quanto à

valorização de espaços pedagógicos respeitando os diversos segmentos presentes

na unidade de ensino.

Diante de tais questões e por meio das organizações pedagógicas como o Conselho de Classe, Dalben afirma:

(...) a necessidade da construção de relações pedagógicas de interestruturação do conhecimento; nesse, sentido, delimitam uma nova concepção de avaliação escolar, baseada na análise e na reflexão de toda a prática pedagógica, o que pressupõe a construção de uma nova identidade das instâncias colegiadas e, consequentemente, de uma nova identidade da escola( DALBEN, 2004, p.73).

Tratando-se de uma reflexão sobre o fazer pedagógico por meio da

participação coletiva dos sujeitos do processo, vislumbrar-se-á nesse momento a

oportunidade de se abrir as portas da Escola de maneira responsável para aqueles

que deveriam comprometer-se com a qualidade do processo por direito e por dever.

Sendo assim, o Conselho de Classe Participativo como proposta de trabalho

integrado e democrático, oferece reflexão sobre o processo escolar, oportunizando

não somente a avaliação do aluno, mas, também do processo de ensino, incluindo

professores, equipe pedagógica e diretiva, assim como a participação colaborativa

dos pais quanto o acompanhamento da vida escolar dos seus filhos.

Tendo como objetivo um diagnóstico, Cruz (2008) acentua o favorecimento

que o conselho de classe participativo, traz por se tratar de uma avaliação mais

completa e contínua sobre o desempenho da turma e do aluno, de maneira que

todos os segmentos envolvidos justifiquem os pontos comprometidos e os pontos

positivos por meio da auto-avaliação.

Proporcionando um espaço pedagógico de reflexão coletiva, com todos

envolvidos na tomada de decisão, a unidade escolar concretizará princípios de

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gestão democrática intensificando a responsabilidade de todos mediante o resultado

atingido (PARO, 2009).

Na sociedade contemporânea a participação dos pais na vida escolar dos

filhos tem apresentado um papel importante no desempenho escolar. Enfocar esta

importância é perceber que família e escola necessitam de uma articulação continua

fazendo a diferença no processo de ensino e aprendizagem.

A educação como um todo independente se recebida na família, na escola e

na sociedade de modo geral, cumpre um papel primordial na constituição dos

sujeitos, portanto, a atitude dos pais frente às práticas da educação que ministra no

contexto familiar são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e,

consequentemente, influenciam o desempenho da criança ou do adolescente na

escola. (VYGOTSKY, 1984, p.87 apud PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO -

CEPe.AJ, 2010).

Há que se considerar que, dentro dos princípios democráticos estabelecidos

pela LDB. 9394/96, a participação dos pais é imprescindível no processo escolar,

somando significativamente nas instâncias colegiadas construindo em conjunto a

estrada por onde a Escola caminha e caminhará.

Entretanto faz-se ainda necessário que os pais também participem do

processo de ensino e aprendizagem contribuindo por meio de diálogos e reflexões, c

revelando apoio incondicional aos filhos de maneira a alcançar melhores resultados

na escola e na sociedade.

Segundo Jussara Hoffmann participar da escolarização dos filhos não é

decidir os rumos da escola, muito menos assumir o papel do professor quanto à

função pedagógica, mas, redefinir a qualidade de sua participação no processo

escolar (p.44, 2010).

Logo, por meio da interação coletiva que a pesquisa-ação oferece, buscar-se-

á na Escola e na voz de seus sujeitos concretos, destaque a importância do trabalho

conjunto, família e escola no processo de ensino e aprendizagem, podendo este ser

consolidado no Conselho de Classe participativo e contínuo.

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Conselho de Classe: O que pode mudar na prática?

De acordo com a Deliberação nº 007/99 - CEE que trata das Normas gerais

para Avaliação do Aproveitamento Escolar e Recuperação de Estudos, “O Conselho

de Classe quando instituído na escola, tem o sentido de acompanhamento de todo o

processo da avaliação, analisando e debatendo todos os componentes da

aprendizagem dos alunos” (DELIBERAÇÃO nº007/99 apud PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO - CEPe.AJ, 2010).

Como instrumento de construção democrática o Projeto Político Pedagógico

da Instituição Escolar do Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen – Ensino

Fundamental e Médio, contempla o Conselho de Classe como oportunidade do

aperfeiçoamento do processo da avaliação quanto aos seus resultados (PROJETO

POLÍTICO PEDAGÓGICO – CEPe.AJ, 2010).

A princípio o Conselho de Classe se organiza em dois momentos:

O primeiro momento é o pré-conselho realizado com os professores

representantes de turma e com os pedagogos do período na hora atividade do

professor.

O segundo momento trata-se da operacionalização oficial do Conselho de

Classe. Previsto em calendário escolar, homologado pela Secretaria do Estado da

Educação do Paraná por meio da resolução 3979/2010, onde são contemplados

quatro Conselhos de Classes durante o ano letivo. Mediante as instruções

encaminhadas pela SEED 009/2010, quanto à organização do calendário escolar,

faz-se necessário a otimização do dia designado, podendo somente ser analisados

os casos mais graves de alunos, a fim de que a atividade principal reunião seja a

discussão dos encaminhamentos pedagógicos.

Partindo do pressuposto que o Conselho de Classe é um momento coletivo

de avaliação do processo pedagógico, torna-se fundamental a presença de todos os

professores da turma avaliada (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – CEPe.AJ,

2010).

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O Colégio respalda os encaminhamentos pedagógicos estabelecidos no

Conselho de Classe no conhecimento sobre o aluno, sujeito central do processo de

ensino e aprendizagem, entendendo que este conhecimento é o suporte para que o

professor em suas ações pedagógicas alcance resultados significativos (DALBEN,

2004).

Porém, as inquietações demonstradas empiricamente pelo grupo revelam a

necessidade de avaliarmos coletivamente sobre a necessidade de uma prática

pedagógica significativa frente sua atuação, entendendo que a partir desta

oportunizar-se-á uma articulação qualitativa, podendo, a partir dos anseios

manifestados surgir ou não uma proposta diferenciada para os Conselhos de Classe

da Instituição de Ensino.

Diante das necessidades apresentadas pelo grupo operante da pesquisa-ação,

o caminho a ser percorrido apresentará etapas pelo qual a investigação cientifica

contribuirá de forma conclusiva com a construção almejada. Portanto, a pesquisa-

ação torna-se ferramenta para compreender o contexto e prática, de maneira que a

reflexão e a avaliação crítica sobre a ação promovam uma tomada consciente de

decisões em busca da qualidade de ensino e aprendizagem (THIOLLENT, 2007).

O Conselho de Classe como contexto de pesquisa apresenta-se favorável a

este método, pois, tem objetivos potencialmente alcançáveis como: coletar

informações acerca da questão/problema, concretizar os conhecimentos teóricos

que precedem a prática, comparar as diversas teorias relacionadas ao tema em

questão e, finalmente, descrever os processos e as generalizações da investigação,

de modo a produzir reestruturar práticas que resolvam os problemas pertinentes à

pesquisa (THIOLLENT, 2007, p. 45).

A partir de aspectos importantes deste processo interativo é que serão

encaminhadas as decisões coletivas quanto às coordenadas pedagógicas a fim de

alcançar os objetivos propostos na pesquisa.

Sendo assim, os indivíduos participantes da pesquisa devem comprometer-se

com a formação e o desenvolvimento de procedimentos crítico-reflexivos sobre a

realidade, e com o desenvolvimento de uma dinâmica coletiva que permita o

estabelecimento de referências contínuas e evolutivas.

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No sentido de não limitar as investigações aos aspectos institucionais e

burocráticos, o projeto por meio da pesquisa social implica em dar vez e voz aos

sujeitos envolvidos, pois, vivenciando o cotidiano, eles terão algo a dizer e a fazer,

podendo ser a alavanca para a reestruturação almejada dos Conselhos de Classes.

Segundo Thiollent não se trata de simples levantamento de dados ou de

relatórios a serem arquivados, com a pesquisa-ação pretende-se desempenhar um

papel ativo na própria realidade dos fatos observados, salientando a importância de

se definir um ponto de partida e um ponto de chegada, considerando a flexibilidade

da pesquisa participativa. (2007, p.18).

O desenvolvimento metodológico da pesquisa-ação inicia-se a partir do

conhecimento da realidade e contextualização da pesquisa, contemplando uma

organização prévia, devendo então conferir-lhe a importância ao dinamizar sua

intervenção.

Considerações finais

No sentido de articular propostas pedagógicas advindas das necessidades

apresentadas pelo coletivo da Escola, a elaboração deste material didático vem

como contribuição a uma revisão bibliográfica sobre estudos já realizados que

abordam o Conselho de Classe como organização colegiada e sua prática

pedagógica.

Na medida em que conceito operacional do Conselho de Classe se amplia,

isto é, passa-se a compreender a importância do Conselho enquanto organização

coletiva de caráter avaliativo do processo pedagógico por inteiro e não somente do

rendimento e comportamento do aluno, acredita-se na possibilidade de uma

aproximação da realidade a ser trabalhada.

Nesse contexto positivo á uma dinâmica de princípios democráticos, é que

encontraremos as informações, as decisões e as possíveis superações das

necessidades que a escola apresenta.

Cabe considerar que este movimento participativo passa a ser alimentado por

reflexões, por diálogos, por estudos e por ações. Com esta composição procurar-se-

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á discutir pedagogicamente como tornar significativo a atuação dos Conselhos de

Classes sob a luz de uma teoria que justifique a prática, de maneira que contribua

efetivamente no cumprimento da Função Social da Escola Pública, isto é, qualidade

de Ensino e qualidade de Aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

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DALBEN, Ângela I. de Freitas. Conselho de Classe e Avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas, SP: Papirus, 2004.

GUERRA, Mônica Galante Gorini. Conselho de Classe: Que espaço é esse? Mestrado em Linguística e Estudos da Linguagem. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo. 2006.

HALL, Stuart. A identidade Cultural na Pós – modernidade. 11ed. DP&A Editora. Rio de Janeiro. 2006.

HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. p. 11 a 61. Paz e Terra. São Paulo.2008.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar, Respeitar Primeiro, Educar Depois. 2 ed. Porto Alegre, RS: Editora Mediação, 2010.

__________________. Avaliação, Mito e Desafio. Uma Perspectiva Construtivista. 40 ed. Porto Alegre, RS: Editora Mediação, 2010.

PARO, Vitor Henrique. Gestão Escolar, Democracia e Qualidade do Ensino. 1 ed. São Paulo: Editora Ática , 2009

PERRENOUD, Philippe e THURLER, Monica G. As competências para Ensinar no século XXI. 1ªed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen – 2010.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 41 ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1983.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-ação. 15 ed. São Paulo: Cortez, 2007.

VARGAS, Maria Angela Serafini. O Conselho de Classe: A Participação da Comunidade Escolar – Mestrado em Educação – UNOESTE.Presidente Prudente – São Paulo. 2008.

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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: Concepção Dialética-Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. 18 ed. São Paulo: Libertad, 2008. _________________________________. Avaliação da aprendizagem: Práticas de Mudança. 9 ed. São Paulo : Libertad. 2008. _________________________________.Coordenação do Trabalho Pedagógico Do Projeto Político Pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 12 ed. São Paulo: Libertad. 2009. DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. O Papel dos Conselhos de Classe no Processo Avaliativo. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=29764&tipo=ob&cp=000000&cb=&n1=&n2=Biblioteca%20Virtual&n3=Temas%20Educacionais&n4=&b=s Acesso em setembro de 2010. NRE/CGE. Concepção e Organização da Avaliação no Contexto da Concepção de Educação. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/TEXTOCGENREAVALIACAO.pdf Acesso em setembro de 2010. PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar e Qualidade do Ensino: O que os pais ou responsáveis tem a ver com isso? Disponível em: http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/paro2.htm Acesso em setembro de 2010. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO e a Resolução N° 3979/2010-GS/SEED - Calendário Escolar – SEED/SUED Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/sued/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=34 Acesso em março de 2011.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO e a Instrução N° 009/2010-GS/SEED - Calendário Escolar – SEED/SUED Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/sued/arquivos/File/Instrucao_009_2011.pdf Acesso em março de 2011.

SOUZA, Maria A. Avaliação no Cotidiano Escolar. 2009. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/16599/1/AVALIACAO-NO- COTIDIANO-ESCOLAR/pagina1.html#ixzz1G6iTi3ic Acesso em março de 2011.

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ANEXOS

Proposta de ação para os participantes da pesquisa-ação (Equipe diretiva, Equipe Pedagógica e Professores).

A partir das necessidades explicitadas pelo grupo quanto à reestruturação dos Conselhos de Classes. Por meio das reuniões pedagógicas e horas-atividades organizar-se-á espaços para reflexões e estudos condizentes as possibilidades ofertadas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

Conteúdos para estudos

Função social da escola Pública

Práticas Pedagógicas: Avaliação Escolar e Conselho de Classe.

Referências históricas e legais do Conselho de Classe

Conselho de Classe Participativo

Encaminhamentos metodológicos:

A pesquisa-ação como método de pesquisa interativa apresentado por Thiollent, torna-se ferramenta para compreender o contexto e prática, de maneira que a reflexão e a avaliação crítica sobre a ação promovam uma tomada consciente de decisões em busca da qualidade de ensino e aprendizagem. Enriquecimento bibliográfico/Sugestão de leitura: CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Conselho de Classe: espaço de diagnóstico da prática educativa escolar. Ed. Loyola, São Paulo, 2005.

DALBEN, Ângela I. de Freitas. Conselho de Classe e Avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da escola. Cap.2, 3 e 4.Campinas, SP: Papirus, 2004.

Encaminhamentos: 1º momento: Fase exploratória: Levantamento da realidade da Escola; Aplicação dos questionários e preenchimentos de fichas de acompanhamentos e diagnósticos

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2º momento: Diagnóstico; Relacionar e elencar os principais problemas vivenciados pelo coletivo escolar quanto aos encaminhamentos dos Conselhos de Classes 3º momento: Leitura, reflexão e discussão de textos em grupo. 4º momento: Elaboração coletiva de um plano de ação na Escola quanto a estruturação dos Conselhos de Classes. 5º momento: Sistematização e socialização dos resultados. Avaliação:

A avaliação acontecerá coletivamente de maneira diagnóstica e contínua, sinalizando os caminhos percorridos pelos sujeitos do processo. Esta deve contribuir efetivamente para ruptura das relações de poder institucionalizadas na escola, direcionando por meio do plano de ação decisões tomadas democraticamente, identificando avanços e comprometimentos das práticas pedagógicas relacionadas ao desenvolvimento e estruturas dos Conselhos de Classes.

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COLÉGIO ESTADUAL PADRE ARNALDO JANSEN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA – PDE- 2010

PERFIL DO ALUNO

SÉRIE: TURMA:

QUAL A SUA IDADE?

COM QUEM VOCÊ MORA?

QUEM É O RESPONSÁVEL POR VOCÊ?

DURANTE SUA VIDA ESCOLAR VOCÊ SOFREU ALGUMA REPROVAÇÃO?

EM QUE SÉRIE?

NA SUA VIDA ESCOLAR, VOCÊ FOI APROVADO POR CONSELHO DE CLASSE?

VOCÊ SE RECORDA A SÉRIE?

VOCÊ SE RECORDA EM QUAIS DISCIPLINAS?

COMO VOCÊ AVALIA SEU DESENVOLVIMENTO ESCOLAR?

VOCÊ PARTICIPA DE TODAS AS ATIVIDADES PROPOSTAS PELA ESCOLA?

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VOCÊ REALIZA COM RESPONSABILIDADE AS LICÕES ENCAMINHADAS PARA CASA?

EM QUE ATIVIDADE VOCÊ APRESENTA MELHOR DESEMPENHO?

QUAL DISCIPLINA VOCÊ GOSTA?

QUAL DISCIPLINA VOCÊ TEM DIFICULDADES?

SEUS RESPONSÁVEIS PARTICIPAM DA SUA VIDA ESCOLAR? COMO?

COMO VOCÊ AVALIA SEU RELACIONAMENTO COM SEUS RESPONSÁVEIS?

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COMO VOCÊ AVALIA SEU RELACIONAMENTO COM SEUS PROFESSORES?

COMO VOCÊ AVALIA SEU RELACIONAMENTO COM SEUS COLEGAS DE CLASSE?

VOCÊ GOSTA DA ESCOLA?

EM QUAIS ASPECTOS?

O QUE VOCÊ ESPERA DO ANO LETIVO DE 2011?

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COLÉGIO ESTADUAL PADRE ARNALDO JANSEN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PDE – 2010

Projeto de pesquisa: CONSELHO DE CLASSE

Pedagoga: Isabela M.P. Pupulin

Metodologia: PESQUISA-AÇÃO

QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR

DATA:

ÁREA DE ATUAÇÃO:

QUANTOS ANOS VOCÊ ATUA NO MAGISTÉRIO?

COMO VOCÊ DEFINE O CONSELHO DE CLASSE?

SOBRE O CONSELHO DE CLASSE:

PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS

QUAL A RELAÇÃO DA AVALIAÇÃO COM O CONSELHO DE CLASSE?

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O QUE O CONSELHO DE CLASSE AVALIA OU DEVERIA AVALIAR, O DESEMPENHO DO ALUNO

OU O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM? JUSTIFIQUE.

QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A ORGANIZAÇÃO EM CALENDÁRIO DO CONSELHO DE CLASSE?

GOSTARIA DE SUGERIR ALGUM ENCAMINHAMENTO A FIM DE CONTRIBUIR COM ESTE

SEGMENTO DE TRABALHO PEDAGÓGICO?

VOCÊ CONCORDA QUE ESTA REUNIÃO DO COLEGIADO AVALIA E DEFINE QUESTÕES DE

COMPROMISSO COLETIVO?

COMO VOCÊ AVALIA A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS, QUANTO AO ACOMPANHAMENTO DO

PROCESSO ESCOLAR ALUNO?

VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTE O FEEDBACK DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

PARA OS ALUNOS E PAIS?

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Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen.

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA – PDE - 2010

Data:__________________Turma:______________

Conselho de classe

Acompanhamento dos pais ou responsáveis

SENHORES PAIS OU RESPONSÁVEIS

1. Gostaríamos de saber a opinião de vocês pais ou responsáveis sobre o desenvolvimento de seu

filho (a), sua participação e sobre a escola. Escreva S para sim, N para não e AV para às vezes.

( ) Vocês acompanham as tarefas de seu filho(a) diariamente?

( ) Vocês comparecem à escola sempre que solicitados?

( ) Vocês participam das reuniões trimestrais?

( ) Caso a escola programasse mais encontros entre professores e pais, vocês participariam?

( ) Vocês acham que os professores mandam pouca tarefa de casa?

( ) Seu filho(a) comenta sobre as atividades realizadas na escola?

( ) Seu filho(a) tem horário e local adequados para realizar a tarefa de casa?

( )Você conversa com seu(ua) filho(a) sobre questões escolares?

2. Seu filho(a) tem tarefa de casa:

( ) 1 vez por semana

( ) 2 vezes por semana

( ) 3 vezes por semana

( ) 4 vezes por semana

3. Gostaria de contribuir com alguma sugestão:

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_________________________ ___________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

NÚCLEO REGIONAL ÁREA METROPOLITANA SUL

COLÉGIO ESTADUAL Pe. ARNALDO JANSEN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

ACOMPANHAMENTO TRIMESTRAL DO DESENVOLVIMENTO PEDAGÓGICO

ANO BASE: 2011

PEDAGOGA RESPONSÁVEL:

SÉRIE: TURMA: PERÍODO:

DATA: TRIMESTRE:

AVALIAÇÃO COLETIVA/ CONSELHO DE CLASSE:

PROFESSORES ( ) ALUNOS ( ) PAIS ( ) DIREÇÃO ( ) EQUIPE PEDAGÓGICA ( )

1) Desempenho geral da turma:

2) Aspectos pedagógicos:

3) Aspectos comportamentais:

4) No calendário escolar, quantos dias estavam previstos para o trimestre?

5) E quantos dias letivos foram garantidos?

6) No geral, quais são as dificuldades referentes aos conteúdos que foram propostos para o

trimestre?

7) A participação dos alunos quanto:

a) Atividades propostas em sala de aula: ( ) ótima ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

b) Tarefa de casa: ( ) ótima ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

c) Trabalhos: ( ) ótima ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

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d) Avaliações: ( ) ótima ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

e) Frequência: : ( ) ótima ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

8) Aspectos Positivos:

Aspectos Negativos:

9) Propostas de encaminhamentos coletivos:

10) Propostas de encaminhamentos específicos:

A C EF ER G H I LP M EP D PAIS ALUNOS

Descrição dos encaminhamentos:

11) Casos Individuais:

Destaques:____________________________________________________________________

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Nº NOME A C EF ER G H I LP M Faltas Indisc. BR Encaminhamentos

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Nº NOME A C EF ER G H I LP M Faltas Indisc. BR Encaminhamentos

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Considerações Finais:

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Colégio Estadual Pe. Arnaldo Jansen – Ensino fundamental e Medio

Conselho Participativo com a Classe

Data: Trimestre: Série/Turma:

Alunos monitores:

Professor Representante:

Pedagoga:

Desenvolvimento da aprendizagem:

Participação geral da turma:

Produção das atividades escolares:

Convivência escolar/relacionamento da turma:

Parecer pedagógico:

Artes: História:

Ciências: Língua Inglesa:

Ed. Física: Língua Portuguesa:

Ensino Religioso: Matemática:

Geografia: Equipe Pedagógica:

Direção:

Sugestões: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________