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FICHA PARA CATÁLOGO - PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A Literatura Infantil para o enfrentamento de um dilema: “Quem é o lobo?”

Autor Ynayah Jardim Coelho

Escola de Atuação Colégio Estadual “Professor Silvio Tavares”

Município da escola Cambará - PR

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho - PR

Orientador Dra. Luciana Brito

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Público Alvo

Alunos da terceira série do curso Formação de Docentes

Localização

Colégio Estadual “Professor Silvio Tavares”, Rua João Manoel dos Santos, 1350.

Apresentação

Esta Unidade Didática visa propiciar subsídios para a prática pedagógica do professor PDE, na implementação de seu projeto em sala de aula no Colégio Est. Prof. Silvio Tavares” da cidade de Cambará – PR, onde serão apresentados e discutidos os estudos desenvolvidos na I e II etapas do Programa de Desenvolvimento Educacional sob a orientação da Dra. Luciana Brito, no ano de 2011. Este material foi organizado a partir da pluralidade de leituras que dialogam com o conto maravilhoso “Chapeuzinho Vermelho”. Os gêneros utilizados para o estudo foram previamente selecionados levando em conta as experiências de leitura dos alunos e que instigassem a reflexão e discussão. Com o intuito de responder ao problema da pesquisa e alcançar os objetivos foram criadas ações que constam ao longo das cinco unidades representando as cinco etapas do Método Recepcional de leitura, estratégia esta, sugerida pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná que parte dos pressupostos teóricos apresentados na Estética da Recepção e na Teoria do Efeito elaborado pelas professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar que enfatiza o papel do leitor como sujeito ativo no processo de leitura.

Palavras-chave Leitura crítica; Método Recepcional; Contos de fadas.

Secretaria de Estado da Educação Secretaria de Estado da Educação Secretaria de Estado da Educação Secretaria de Estado da Educação ---- SEEDSEEDSEEDSEED

Superintendência da Educação Superintendência da Educação Superintendência da Educação Superintendência da Educação ---- SUEDSUEDSUEDSUED

Programa de Desenvolvimento Educacional Programa de Desenvolvimento Educacional Programa de Desenvolvimento Educacional Programa de Desenvolvimento Educacional ---- PDEPDEPDEPDE

Produção DidáticoProdução DidáticoProdução DidáticoProdução Didático----pedagógicapedagógicapedagógicapedagógica

Fonte: http://volobuef.tripod.com/Page_maerchen_ilustracoe s_volksm.htm / http://www.diaadia.pr.gov.br/

YNAYAH JARDIM COELHO

Produção didático-pedagógica apresentada à SEED – Secretaria de estado da Educação, como parte integrante do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, sob a orientação da Professora Dra. Luciana Brito.

JACAREZINHO

2011

Professor PDE: Ynayah Jardim Coelho

Área PDE: Língua Portuguesa

Professor orientador IES: Dra. Luciana Brito

IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP

Escola de Implementação: Colégio Estadual Professor “Sílvio Tavares”- Ensino

Fundamental, Médio Normal e Profissional

Público objeto da Intervenção : Alunos da terceira série do curso Formação de

Docentes

Município: Cambará - PR

Tema de estudo : Literatura e escola – concepções e práticas

Título : A literatura infantil para o enfrentamento de um dilema: “Quem é o lobo?”

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- Contextualização da Proposta 05 Contextualização da Proposta 05 Contextualização da Proposta 05 Contextualização da Proposta 05

O ensino da Literatura nas escolas brasileiras, na maioria das vezes, vem

sendo realizado por meio de práticas cristalizadas que não levam a um resultado

satisfatório, uma vez que não priorizam o desenvolvimento das capacidades do leitor

para que seus horizontes sejam ampliados.

O projeto intitulado A literatura infantil para o enfrentamento de um di lema:

“Quem é o lobo?” , surge de uma série de questionamentos e da necessidade de

problematizar a formação do leitor nos diferentes estágios de escolaridade, visto que

a criança aprende as primeiras palavras no grupo social primário, e depois nas

diferentes graduações (da educação infantil à graduação propriamente dita). Então,

como professora da disciplina de “Literatura Infantojuvenil do curso Formação de

Docentes” surge a preocupação com a questão referente à maneira mais adequada

para a abordagem de textos literários que possam atrair o aluno, uma vez que o seu

desempenho enquanto leitor tem se mostrado bastante deficitário.

O educador do século XXI tem que estar consciente de que é preciso mudar

em relação a certas concepções que reduzem os estudos literários a uma mera

descrição de obras, autores e estilos de época. Existe, no Brasil, uma riqueza de

obras culturais e científicas que nos foram legadas através dos tempos que permite

o estabelecimento de contato com épocas, das mais distanciadas até o mundo atual.

Utilizando-se de estratégias que valorizem os diálogos que as literaturas

estabelecem entre si, é possível levar o aluno a um conhecimento mais significativo

do mundo em que está inserido, pois a leitura é um ato fundamental para possibilitar

a participação ativa do sujeito na sociedade, para que possam, além do contato

efetivo e uma interação entre leitor e texto, distinguir culturas diferentes da sua para

que, contrapondo-as, possa valorizar, respeitar e compreender a cultura do outro e a

sua própria. De acordo com Jauss, “a obra pode transmitir os valores dominantes de

Literatura é arte, feita com palavras, com o imaginário solto, sem compromisso de informar ou ensinar, com o Literatura é arte, feita com palavras, com o imaginário solto, sem compromisso de informar ou ensinar, com o Literatura é arte, feita com palavras, com o imaginário solto, sem compromisso de informar ou ensinar, com o Literatura é arte, feita com palavras, com o imaginário solto, sem compromisso de informar ou ensinar, com o grande desejo de emocionar, de sensibilizar, de mexer com a inteligência, com o “eu poético” do leitor e com o grande desejo de emocionar, de sensibilizar, de mexer com a inteligência, com o “eu poético” do leitor e com o grande desejo de emocionar, de sensibilizar, de mexer com a inteligência, com o “eu poético” do leitor e com o grande desejo de emocionar, de sensibilizar, de mexer com a inteligência, com o “eu poético” do leitor e com o seu imaginário ficcional, provocandseu imaginário ficcional, provocandseu imaginário ficcional, provocandseu imaginário ficcional, provocando o prazero o prazero o prazero o prazer de ler e a vontade de escreverde ler e a vontade de escreverde ler e a vontade de escreverde ler e a vontade de escrever.... Elias JoséElias JoséElias JoséElias José

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- ContextualizaçãContextualizaçãContextualizaçãContextualização da Proposta 06 o da Proposta 06 o da Proposta 06 o da Proposta 06

uma sociedade ou legitimar novos valores ou ainda romper com os valores

tradicionais renovando o horizonte de expectativas do público” (apud. JOUVE, 2002,

p.125).

Esta unidade didática se refere ao material elaborado pelo professor PDE,

enquanto estratégia do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser implementada no

Colégio Estadual “Professor Silvio Tavares” da cidade de Cambará, cujo propósito é

fornecer subsídios para auxiliá-lo nessa implementação no terceiro período do ano

letivo de 2011, na terceira série do curso Formação de Docentes, sob a orientação

da professora Drª Luciana Brito, lembrando que a qualidade da educação dos

pequenos está relacionada à formação do professor.

A unidade aqui proposta compõe-se de atividades e estratégias voltadas para

leitura de textos que dialogam com o conto maravilhoso “Chapeuzinho Vermelho”,

cuja função é de, através das releituras desse tão conhecido conto, provocar nos

alunos questionamentos sobre valores e o estar no mundo; também oferecer

informações atuais direcionadas ao cotidiano do jovem, num processo dinâmico.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná sugerem que:

[...] o ensino da literatura deve ser pensado a partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção e da Teoria do Efeito, uma vez que essas teorias buscam formar um leitor capaz de sentir e de expressar o que sentiu, com condições de reconhecer, nas aulas de literatura, um envolvimento de subjetividades que se expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente na prática de leitura. (PARANÁ, 2008, p.58),

Portanto, será utilizado como recurso metodológico o Método Recepcional

proposto por Bordini e Aguiar visto como uma das alternativas para o ensino da

literatura na escola. Organizado por elas, tal método tem como base os

pressupostos da Estética da Recepção, pelo estudioso alemão Hans Robert Jauss

que valoriza o interesse e os conhecimentos prévios dos alunos. “A atitude receptiva

se inicia com uma aproximação entre texto e leitor, em que toda a historicidade de

ambos vem à tona. (JAUSS, 1988, p.84). E:

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- Contextualização da Proposta 07 Contextualização da Proposta 07 Contextualização da Proposta 07 Contextualização da Proposta 07

[...] se completa quando o leitor, tendo comparado a obra emancipatória ou conformadora com a tradição e os elementos de sua cultura e seu tempo, a inclui ou não como componente de seu horizonte de expectativas, mantendo-o como era ou preparando-o para novas leituras da mesma ordem para novas experiências de ruptura com os esquemas estabelecidos (JAUSS, 1988, p.84).

O Método Recepcional consiste “[...] em colocar o aluno em contato com

diferentes textos, enfatizando a comparação entre o familiar e o novo, entre o

próximo e o distante no tempo e no espaço” (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 86). As

leituras devem partir do horizonte de expectativas dos educandos, o qual “[...]

conterá os valores prezados pelos alunos, em termos de crenças, modismos, estilos

de vida, preferências quanto a trabalho e lazer, preconceitos de ordem moral ou

social e interesses específicos da área de leitura” (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 88).

Cabe ao professor determinar quais são os horizontes de expectativas de seus

alunos, criar estratégias para romper e transformar esses horizontes. Como afirma

Martins:

A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresente. (MARTINS, 1982, p.34)

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- Introdução 08Introdução 08Introdução 08Introdução 08

Para o desenvolvimento desta proposta, serão apresentadas atividades

constituídas de cinco unidades, sendo que cada uma corresponderá a uma das

etapas do Método Recepcional com a finalidade de proporcionar aos alunos, após

analisarem e interpretarem as leituras, a ampliação de seus horizontes de

expectativas, pois ao ampliar sua visão de mundo tornam-se questionadores, aptos

a intervirem na construção do conhecimento bem como para o exercício da

cidadania.

Como fundamentação teórica foram tomadas, entre outras, as ideias de

Antonio Candido, quanto às relações entre literatura e sociedade numa visão

humanizadora; Bordini e Aguiar com suas reflexões sobre a função social da leitura

e o papel da escola na formação do leitor com propostas de alternativas

metodológicas; a pesquisadora Nelly Novaes Coelho que, através de um panorama

histórico da literatura infantil/juvenil desde sua gênese até o século atual, traz dados

históricos e culturais importantes para conhecermos a sua evolução e a

consolidação de valores já conquistados pela sociedade; Umberto Eco, professor da

Universidade de Bolonha e estudioso da teoria da literatura, que reflete sobre a

interação do leitor e obra; Vincent Jouve, linguísta francês que enfoca a importância

do receptor do texto literário e as várias formas como ele interpreta a obra. Há ainda

um outro enfoque dado pelo psicólogo infantil austríaco Bruno Bettelheim, o qual

relata a importância dos contos de fadas na vida infantil em termos emocionais

“Como toda grande arte, os contos de fadas tanto agradam como instruem; sua

genialidade especial é que eles o fazem em termos que falam diretamente às

crianças” (BETTELHEIM, 1980, p.69). Afirma ainda que, diferentemente de outra

forma de literatura, “[...] dirigem a criança para a descoberta de sua identidade e

comunicação, e também sugerem as experiências que são necessárias para

desenvolver ainda mais o seu caráter” (BETTELHEIM, 1980, p.32).

Quanto aos textos-base, será usada a versão original do clássico

“Chapeuzinho Vermelho”, em que o lobo devora a vovó e a própria Chapeuzinho e o

caçador não existe. A história conta que uma linda menina de capuz vermelho, vai

visitar a avó doente e sua mãe pede para levar bolo e manteiga. No caminho encon

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- Introdução 09 Introdução 09 Introdução 09 Introdução 09

tra o lobo, que não a ataca por causa dos lenhadores que estavam naquelas

proximidades. Ao saber sobre o destino de Chapeuzinho, ele diz que também

visitará a avó da menina e sugere que sigam caminhos diferentes a fim de ver quem

chegaria primeiro. Chapeuzinho vai pelo caminho mais longo (o desaconselhado

pela mãe) e se distrai com as flores e as borboletas que encontra pelo caminho. O

lobo ao chegar à casa da avó, devora-a e deita na cama à espera da garota.

Quando ela chega, estranha a voz e a imagem da avó: braços, pernas, orelhas,

olhos e ao admirar os dentes tão grandes, é devorada pelo lobo. No final, há um

poema que propõe uma moral: “Meninas bonitinhas não deviam dar ouvidos a todo

tipo de gente. Se o fazem, não é de surpreender que o lobo as pegue e devore”

(BETTELHEIM, 1980. p. 205). Segundo Bettelheim, “Perrault não desejava apenas

entreter o público, mas dar uma lição de moral específica com cada um de seus

contos” (BETTELHEIM,1980. p. 205). Ainda sobre a versão francesa ele acrescenta:

“[...] o autor deixa muito explícita a história e pouco para a imaginação do ouvinte o

impedindo de dar um significado pessoal à história destruindo, desta maneira, o seu

valor” (BETTELHEIM, 1980. p. 205).

Mais de cem anos depois, em 1812, os Irmãos Jacob e Wilhem Grimm,

seguiram caminhos semelhantes ao de Perrault. Atenuam a supervalorização da

obediência que todos os filhos devem ter aos pais. Dão uma versão romântica para

esse conto. “Enquanto no relato de Perrault a ênfase recai sobre a sedução sexual,

na história dos Irmãos Grimm dá-se o oposto. Nela, não se menciona nem direta

nem indiretamente nenhuma sexualidade: isso pode estar sutilmente implícito, mas,

essencialmente, o ouvinte tem de completar a ideia, para compreender a estória.”

(BETTELHEIM, 1980. P. 212 )

Coelho diz que “[...] a intenção de alertar as meninas contra a sedução

amorosa está bem clara. Tanto na advertência de que meninos e sobretudo meninas

devem ser rigorosamente obedientes aos conselhos dos mais velhos” (1998, p.90 ).

A garota tem uma segunda chance para reparar o erro cometido pela desobediência,

ela e sua avó são salvas pelo caçador que dá fim ao lobo, caçador este, não

aparece na versão de Perrault. Percebe-se uma relação com a mentalidade da

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- Introdução Introdução Introdução Introdução 10101010

época. No início do século XIX, a forma de pensar ainda era decorrente do

movimento iluminista, onde o pensamento científico e racional se contrapunha cada

vez mais ao pensamento religioso. Ao ser salva, a menina mostra que aprendeu a

lição quando diz que nunca mais sairia do caminho sozinha para correr do mato,

quando sua mãe a proibisse de fazer isso.

Já a literatura infantil e também a juvenil, na atualidade, reconhecem as

transformações por que vem passando o sistema social e procura não ditar normas

de conduta. A análise de várias versões para um mesmo conto possibilita observar

que todo texto está vinculado aos problemas de sua época, podendo desta maneira,

haver uma ruptura às normas e valores numa proposta de autonomia onde o leitor

se posiciona de forma mais crítica.

O conto de Lief, “O lobo caluniado”, mostra que o certo e o errado são valores

relativos e não absolutos. Nessa história, o lobo, que é o narrador-personagem, se

sentia dono da floresta, a qual ele cuidava muito bem. Achava que Chapeuzinho era

uma intrusa, além de estranha e malcriada. Sentiu que seus direitos não estavam

sendo respeitados, resolveu então dar uma lição na menina. Foi à casa da avó, esta

achando que o lobo tinha razão, concordou em ajudá-lo. Após ter se vestido como a

avó, deitou-se na cama e ficou esperando a menina, que ao chegar começou a

insultá-lo por causa da sua aparência. Descontrolado e furioso disse a ela que iria

comê-la. Mas era só para assustá-la. “[...] agora, vejam bem, nenhum lobo nunca

comeria uma menininha, todo mundo sabe disso”. (1990, p. 71) Aparece então um

lenhador com seu machado. Percebendo que estava em apuros o lobo foge, porém

o boato de que o lobo era chato e mesquinho se espalhou, assim todos se

esquivaram dele e ele não viveu feliz para sempre.

Na música de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscule, “Lobo bobo,” a moça não usa

chapéu, mas circula, nas praias cariocas de maiô, representando o seu poder de

sedução, pois “fraco de Lobo é ver um Chapeuzinho de maiô”. A sedução se faz por

ambas as partes: “Lobo mau insiste / E faz cara de triste”, “Lobo canta, pede,

promete tudo até amor” enquanto “Chapeuzinho ouviu os conselhos da vovó / Dizer

que não prá Lobo / Que com Lobo não sai só”. O lobo, seduzido e domado torna-se

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- IntroIntroIntroIntrodução 11dução 11dução 11dução 11

um cachorro: “Um Lobo na coleira / Que não janta nunca mais”. De animal

selvagem, passa a um cãozinho doméstico que a garota o coloca na coleira e, que

“não janta nunca mais”. O lobo, de vilão, passa a ser vítima.

Na releitura de Guimarães Rosa, o conto “Fita verde no cabelo: Nova velha

estória”, a desobediência é substituída pela escolha da menina. Há a valorização do

homem ao invés de valorizar o lobo, aliás ele nem entra em cena. Não havia lobo no

bosque, pois já tinham sido mortos pelos lenhadores que vêm com o objetivo não de

salvar chapeuzinho, mas de destruir a natureza. O lobo aqui representa a metáfora

da morte que acontece de forma não violenta, “[...] vovozinha, e que olhos tão

fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?” “[...] é porque já não estou te

vendo, nunca mais, minha netinha...” [...] --- a avó ainda gemeu”. “Fita Verde mais se

assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez. ”Diante da partida da avó “[...]

Gritou: --- “Vovozinha, eu tenho medo do Lobo.” (ROSA,1988, p. 131). A partir da

morte da avó, Fita Verde toma consciência da sua realidade, de que a vida não é

perene e que não se é criança para sempre, ou seja, a sua infância havia sido

perdida, estava entrando num processo de amadurecimento, entristecendo-se com

isso. O autor não deixa claro a lição de moral, ela está nas entrelinhas do texto.

O vermelho do Chapeuzinho é associado por Bettelheim à sedução, à

sexualidade e à menstruação. Como no texto de Guimarães Rosa, este aspecto foi

eliminado, desaparece também o vermelho, que cede lugar ao verde da esperança,

da juventude. O início do conto de Guimarães Rosa o “era uma vez” é substituído

por “[...] Havia uma aldeia em algum lugar” (ROSA, 1988, p.129). Destaca a figura

de uma menina de outros tempos mais modernos, de outra cultura que, “um dia, saiu

de lá, com uma fita verde inventada no cabelo”. A falta de juízo é a característica

mais forte da menina. Mandada pela mãe, ela leva à avó um pote de doce em calda

(comum nas regiões de Minas Gerais), onde pode-se notar a presença do regiona

lismo de Guimarães. Leva também um cesto vazio para colher framboesas (fruta

cultivada na região sul de Minas Gerais).

O texto, “Tragédia de Paixão”, escrito por Millor Fernandes revela um crime

passional, muito comum nos dias atuais, ocorrido em Quixadá no sertão nordestino.

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática ---- Introdução 12Introdução 12Introdução 12Introdução 12

Chapeuzinho, menina magrinha como a maioria das moças da região da seca,

levava uma cesta com baba-de-moça, pudim de coco, (guloseimas típicas da região)

que a mãe fizera para a avó, quando encontrou um tipo forte, grosso, simpático, ou

seja, um sedutor que a fez sentir medo e ao mesmo tempo se sentiu atraída por ele.

O cenário é composto por ribeira, cercado, açude, porcos na engorda, típicos de

zona rural.

O lobo é chamado de “tipo”. Mata a avó, enterra-a embaixo da banheira e

deita-se na cama dela à espera da menina. Quando chapeuzinho chegou, após as

clássicas perguntas sobre a aparência física estranha da avó, o tipo tapou-lhe a

boca, puxou uma peixeira e a matou. Foi preso, e está esperando condenação.

Disse aos jornalistas que não se arrependeu e que o seu amor transformou-se em

ódio porque não era correspondido e que chapeuzinho olhava para ele com cara de

nojo. O personagem não é chamado de lobo, nem de homem. Percebe-se de que

trata-se do lobo mau pelo desenrolar da história. O texto apresenta o formato de

uma notícia policial, mostrando um machismo muito presente ainda, principalmente

nos homens do sertão nordestino.

Já no texto,“Tortura Nunca Mais”, o lobo aparece como vítima. Ele não seduz,

mas é seduzido pela vovó de Chapeuzinho, o que mostra a liberação da mulher.

Em uma reportagem inédita, a repórter Chapeuzinho entrevista o lobo, após

ter se passado muitos anos do ocorrido, o qual dá sua versão para a história. O lobo

já velho, argui sobre a sua inocência dizendo a chapeuzinho que havia comido a sua

avó porque não tinha o que comer, e também não tinha juízo por ser tão jovem e

fora seduzido pela avó da menina, que sempre lhe dava carinho e comida. Mostra

um lobo submisso dizendo que foi chegando de mansinho, humilde, de orelhas

murchas, cauda rebatida quase entre as pernas, ganindo baixinho. Disse que não

comeu a avó, apenas a raptou para que ficasse longe de outros seres. Quando a

garota pergunta por que ele a enganou dizendo que era a sua avó que a fez correr

em busca dos caçadores, ele alega que queria ganhar tempo e que entre lobos há

um grande respeito por filhotes. Alega também que fez tudo por ciúme. Os

caçadores torturaram-no e fizeram-no confessar o crime por coação e tortura. Aliás

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática ---- Introdução 13Introdução 13Introdução 13Introdução 13

foram muitos crimes confessados que ele não cometeu. Ele levou os caçadores até

o esconderijo onde se encontrava a vovó que saiu limpinha e cheirosa, portanto não

poderia ter saído de sua barriga. No final, Chapeuzinho aceita os seus argumentos e

leva um recado para a avó a pedido do animal, o qual manda notícias à avó da

menina, como também pede desculpas e diz que nunca a esqueceu. Assim, o lobo

se afasta a uma grande área desmatada. Vale lembrar que os animais costumam

procurar comida fora de seu habitat, quando este é ameaçado ou destruído.

As versões para uma mesma temática escritas em épocas e espaços

diferentes são recursos importantes para serem usados, pois à medida que se faz o

confronto entre elas, o aluno ao refletir amplia a sua visão de mundo podendo levá-

lo a uma transformação em seu comportamento.

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Atividades Atividades Atividades Propostas 14Propostas 14Propostas 14Propostas 14

Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1

Para determinar o horizonte de

expectativas, a fim de conhecer

a realidade sociocultural dos

alunos, o professor além de

observá-los no dia-a-dia da sala

de aula quando eles expõem o

que já conhecem e gostam, irá

analisar seus interesses e o

nível de leitura através de um

questionário aplicado para a

Figuras1 e 2. Fonte: Domínio Público turma. Esse questionário constará de questões referentes às leituras espontâneas

feitas ao longo da vida do aluno, a sua frequência, gosto e hábitos. Depois de

respondido o questionário, será promovido um debate informal sobre a leitura tendo

como referência a fala de Maria Helena Martins:

Aprender a ler significa também aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós próprios, o que, mal ou bem, fazemos mesmo sem ser ensinados. A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresente. (MARTINS, 1982, p.34)

Determinação do Horizonte de Expectativas

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Atividades Atividades Atividades Propostas 15Propostas 15Propostas 15Propostas 15

QUESTIONÁRIO

Este é um questionário que visa à identificação de hábitos e interesses de leitura. É importante que seja respondido com sinceridade. Obrigada.

Idade: _________ Sexo: Feminino Masculino

01. Você gosta de ler?

muito mais ou menos pouco nada

02. Você deixa uma leitura inacabada?

sim não

03. Com que frequência?

sempre na maioria das vezes nunca leu um livro até o fim

04. Por quê?

preguiça falta de tempo desinteresse falta de

entendimento outro _______________________________________

05. O que gosta mais de ler?

Jornal gibis revistas receitas horóscopo

romances bíblia didático outro ____________

06. A família tem o hábito de ler?

sim não

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Atividades Atividades Atividades Propostas 16Propostas 16Propostas 16Propostas 16

07. Qual o tema de sua preferência?

amor mistério suspense terror poesia

teatro humor aventura autoajuda esporte

educativo biografia ficção científica outro ____________

08. Com que freqüência você costuma ler?

De vez em quando todos os dias aos fins de semana

Ao longo do ano nas férias nunca lê

09. O que é para você, ler?

uma obrigação um prazer um passatempo como outro

qualquer um meio de valorização pessoal outro ______________

10. Qual o livro de que mais gostou de ler? ______________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Quantos livros você leu durante até a terceira série do curso Formação de Docentes?________

12. Como você escolhe o livro para ler? ______________________________________________________________________________________________________________________________________

13. O que (ou quem ) influenciou você a ler (ou a não ler). Por quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Atividades Atividades Atividades Propostas 17Propostas 17Propostas 17Propostas 17

14. Qual livro você leu mais de uma vez? Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________

15. O que sente quando lê?

gostoso interessante chato cansativo

outro

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática –––– Atividades Propostas 18 Atividades Propostas 18 Atividades Propostas 18 Atividades Propostas 18

Unidade 2 Unidade 2 Unidade 2 Unidade 2

Após o levantamento

dos hábitos de leitura

dos alunos, usando

como recurso a TV

pendrive, o professor

irá colocá-los em

contato com uma

breve biografia de

Perrault e dos Irmãos

Grimm, os quais

Figuras 3 e 4. Fonte: Domínio Público

deverão construir, em seguida, uma linha do tempo para verificarem as diferenças

entre os autores e como tiveram início as histórias infantis, para depois, colocarem

suas ideias.

Nesta etapa, segundo Bordini e Aguiar, o professor deverá “[...] proporcionar

à classe experiências com textos literários que satisfaçam as suas necessidades”

(1988, p.88 ). Assim, para atender o horizonte de expectativas dos alunos serão

oferecidos textos sobre o conto maravilhoso, “Chapeuzinho Vermelho” (Le Petit

Chaperon Rouge) na versão francesa de Charles Perrault, compilado em 1670,

também a versão alemã dos Irmãos Grimm (Rotkäppchen) publicada entre os anos

de 1812 e 1822. Para esta ação, a sala será dividida em dois grupos sendo que

cada grupo terá que ler uma das versões e discuti-la entre os membros. Essa

discussão se abrirá para a sala toda. A visão diferenciada da sociedade possibilita

que os leitores possam refletir sobre o seu outro lado. Feita a discussão no grande

grupo, farão ainda uma produção escrita, ou seja, uma visão crítica dos textos, cujos

resultados serão apresentados em cartazes afixados nos corredores da escola.

Atendimento do Horizonte de Expectativas

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática ---- Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas 19 19 19 19

Haverá também o confronto da história com o filme: “Deu a louca na

Chapeuzinho”, para que os alunos percebam as diferentes características dos

personagens do conto e do filme, pois há neste último, uma desconstrução deles,

além do contato com a linguagem cinematográfica.

Título do Filme: Deu a Louca na Chapeuzinho

Diretor: Cory Edwards

Ano: 2007

Roteiro: Cory Edwards

Gênero: Conto Infantil

Atores principais: Chapeuzinho, A Vovó, O Lobo e o Lenhador.

SINOPSE

A tranquilidade da vida na floresta é alterada quando um livro de receitas é roubado. Os suspeitos do crime são Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau, o Lenhador e a Vovó, mas cada um deles conta uma história diferente sobre o ocorrido. Cabe então ao inspetor Nick Pirueta investigar o caso e descobrir a verdade.

Considerando que o primeiro conto (Perrault) vem do século XVII e o dos Irmãos Grimm, do século XIX, sendo este último escrito a mais de duzentos anos depois, cujo final foi amenizado, quais seriam as transformações ocorridas com a sociedade, neste século, para que a história fosse modificada? As obras sofreram influências da cultura regional? Como?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

QUESTÃO PARA DISCUTIR

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática –––– Atividades Propostas 20Atividades Propostas 20Atividades Propostas 20Atividades Propostas 20

Unidade 3Unidade 3Unidade 3Unidade 3

De acordo com a metodologia das autoras Bordini e Aguiar,

(1988, p.89 ) “[...] os textos a serem trabalhados, bem

como as atividades a serem propostas, deverão abalar as

certezas dos alunos, apresentando maiores exigências,

porém devem assemelhar-se ao tema”. O aluno deverá

perceber que um mesmo tema pode ser abordado de

maneira mais complexa. Aqui será sugerida uma nova

atividade. A classe deverá estabelecer um comparativo

entre o material literário já trabalhado com outro mais

Figura 5. Fonte: Domínio Público

complexo. Ao comparar os textos, o aluno terá condições de perceber as mais

variadas manifestações literárias produzidas em épocas, culturas e lugares

diferentes e quais textos exigiram um nível mais alto de reflexão. Essas informações

fazem com que o jovem tenha instrumento para interpretar e intervir no mundo que o

cerca, possibilitando a tomada de uma posição crítica perante os problemas da vida.

Para romper o horizonte de expectativas serão propostas as leituras das

obras: “Tragédia de Paixão” de Millôr Fernandes, “O Lobo Caluniado” de Lief Fearn

e o texto “Tortura nunca mais” que trata da entrevista da Chapeuzinho com o lobo,

as quais mantêm um vínculo com a etapa anterior, conforme preconiza o Método

Recepcional. Desenvolvendo, desta maneira, o que Bordini e Aguiar chamam de:

”[...] as noções de herança e participação histórico-cultural” (BORDINI; AGUIAR,

1988, p. 86). Deverão ser observadas questões como o ciúme, valores como o certo

e o errado, respeito às crianças, também a degradação do meio ambiente.

Ao final dessa etapa, os alunos deverão ser capazes de retornar às

semelhanças e diferenças, trazê-las para a vida real e compará-las observando

quais problemas sociais enfrentamos hoje. Como afirma ECO “[...] para nos

Ruptura do Horizonte de Expectativas

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática –––– Atividades Propostas 21Atividades Propostas 21Atividades Propostas 21Atividades Propostas 21

impressionar, nos perturbar, nos assustar ou nos comover até com o mais

impossível dos mundos, contamos com nosso conhecimento do mundo real” ( 2006,

p. 89).

Há uma profecia feita há mais de

200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha

índia Cree que relata o seguinte:

“ Um dia, a Terra vai adoecer. Os

pássaros cairão do céu, os mares vão

escurecer e os peixes aparecerão mortos

na correnteza dos rios. Quando esse dia

chegar, os índios perderão o seu espírito.

Mas vão recuperá-lo para ensinar ao

homem branco a reverência pela sagrada

terra. Aí, então, todas as raças vão se

unir sob o símbolo do arco-íris para

terminar com a destruição. Será o tempo

dos Guerreiros do Arco-Íris”.

Um dos desafios do século XXI é utilizarmos a tecnologia a nosso favor, quer

dizer, utilizarmos de forma inteligente para o benefício da sociedade. No que diz

respeito ao meio ambiente, devemos ter a consciência de que temos que cuidar bem

do nosso planeta. O teólogo e escritor representante da Iniciativa Internacional da

Carta da Terra, Leonardo Boff, refere-se à Terra dizendo que ela é a única casa

comum que temos para habitar.

CURIOSIDADECURIOSIDADECURIOSIDADECURIOSIDADE

Esta profecia embalou as longas noites dos

fundadores do Greenpeace que navegavam para

as Ilhas Aleutas, no Alasca, em 1971, na tentativa

de impedir um teste nuclear dos Estados Unidos.

Ela não só iria dar nome ao primeiro navio da

organização, o Rainbow Warrior, como acabou

por batizar os ativistas do Greenpeace -

conhecidos em todo o mundo como "Os

Guerreiros do Arco-Íris".

Fonte:

http://www.greenpeace.org.br/clima/filme/home/

AAAATIVIDADESTIVIDADESTIVIDADESTIVIDADES

Texto 1

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas 22222222

a)- Você acredita que um dia os povos irão se unir para salvar o planeta Terra? De que maneira? ________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b)- A canção que tem por título,“Passaredo”, de Chico Buarque de Holanda e

Francis Hime, cujo significado é, de acordo com o dicionário Aurélio, conjunto de

pássaros, foi composta entre os anos de 1975/1976 , época conturbada em que o

Brasil vivia a ditadura militar. Trata-se de uma obra de protesto, mas também

ecológica, nela são citadas várias espécies de pássaros. A patativa, por exemplo, é

muito procurada no mercado de aves de gaiola, portanto alvo dos traficantes.

O fragmento abaixo refere-se à música Passaredo dos autores, Chico

Buarque e Francis Hime. A letra da música, na íntegra, e o clipe encontram-se no

site: http://letras.cifras.com.br/chico-buarque/passaredo:

[...] Vai, juriti Bico calado

Muito cuidado Que o homem vem aí [...]

Cada animal tem direito ao respeito. O homem, enquanto espécie animal, não pode

atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele

tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais. Cada animal tem o

direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

ART. 2º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/bichos/leiseprotecao/direitos.jhtm

Texto 2

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas 23232323

Como você vê o tráfico de animais silvestres (aves) no Brasil? Qual a importância das aves para o equilíbrio dos ecossistemas? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

☞ Se você quiser saber como proteger as aves do tráfico, acesse o site: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambi ente/aves-mata-atlantica-megadiversidade-

perigo-606372.shtml . Lá, o Ornitólogo e diretor do Museu de Zoologia da USP, Luís Fábio

Silveira, fala sobre as aves da Mata Atlântica e de como protegê-las.

☞ Você quer ouvir o canto de pássaros como sabiá, pintassilgo, patativa ...? Então acesse o site: < http://www.portalpassarinho.com/cantos.php >

☞ Você sabe o que é a Carta da Terra? Conheça-a. Fonte: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html >

Filmes e clipes sobre meio ambiente:

☞Os Thornberrys Os Thornberrys Os Thornberrys Os Thornberrys ---- O O O O FilmeFilmeFilmeFilme. Disponível no site: <http://www.adorocinema.com/>

☞O mundo é a nossa casaO mundo é a nossa casaO mundo é a nossa casaO mundo é a nossa casa, partes de 1 a 9.

Disponível em <http://www.youtube.com/>

☞O Rei leãoO Rei leãoO Rei leãoO Rei leão ---- encontrado em vídeolocadoras.

☞Rio Rio Rio Rio ---- encontrado em videolocadoras.

SUGESTÕES

Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática Unidade Didática –––– Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas Atividades Propostas 24242424

Unidade 4Unidade 4Unidade 4Unidade 4

Aqui será sugerida uma nova atividade. A classe

deverá estabelecer um comparativo entre o material

literário já trabalhado com outro mais complexo: Trata-

se do conto premiado de João Guimarães Rosa, “Fita

Verde no Cabelo, Nova e velha estória” publicado em

1970. Após a leitura, irá realizar-se uma discussão

levantando alguns pontos como a impressão de leitura,

enredo, transformação da personagem e o porquê dela.

Figura 6. Fonte: Domínio Público

As várias manifestações literárias produzidas em épocas, culturas e lugares

diferentes permitem ao jovem uma visão mais ampla entre aquilo que lê e a sua

própria vida, possibilitando-o a tomada de decisões perante os problemas que terá

que enfrentar.

Os alunos assistirão, através do vídeo Mestres da Literatura, um breve

documentário sobre Guimarães Rosa e sua obra.

a)- Em Fita Verde, a personagem se modifica. Que mudanças são estas? Por que ocorreram? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Questionamento do Horizonte de Expectativas

ATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADES

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática –––– Atividades Propostas 25 Atividades Propostas 25 Atividades Propostas 25 Atividades Propostas 25

b)- No conto original, a personagem desobedece à mãe e escolhe outro caminho. Qual foi o erro da personagem Fita-Verde, na versão de Guimarães Rosa? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c)- Uma das características marcantes de João Guimarães Rosa é a criação de neologismos. Na obra em estudo, qual o significado de “os velhos velhavam”, e “o outro caminho encurtoso”? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática –––– Atividades Propostas 26 Atividades Propostas 26 Atividades Propostas 26 Atividades Propostas 26

Unidade 5Unidade 5Unidade 5Unidade 5

Esta última etapa trata do resultado da reflexão

sobre as relações entre as leituras efetuadas e a vida.

Conscientes de suas novas possibilidades, ou seja, do

aumento de sua capacidade de decifrar o que não é

conhecido partem para novos textos, que atendam as

suas expectativas ampliadas em termos de temas e

composições mais complexas. Suas exigências

tornam-se maiores. Por isso, depois de todo o trabalho

posto em prática, será proposto a construção, em

grupo, de uma paródia do conto aqui trabalhado.

Figura 7. Fonte: Domínio Público

É hora de comparar seu horizonte de expectativas inicial com interesses

atuais que certamente serão maiores. Neste estágio, a figura do professor se faz

mais relevante ainda porque seu papel, agora, é de criar condições para que eles

avaliem todo o ganho que tiveram e aquilo que resta fazer. Tudo isso deverá levar o

leitor para as novas perspectivas, ou seja, a ampliação de horizontes.

A partir dessa etapa, o processo se reinicia com uma nova aplicação do método.

Ampliação do Horizonte de Expectativas

Unidade DidáUnidade DidáUnidade DidáUnidade Didáticaticaticatica –––– Atividades Propostas 27Atividades Propostas 27Atividades Propostas 27Atividades Propostas 27

Intertextualidade – é a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro. Há diferentes tipos de intertextualidade como a paródia e a paráfrase.

Paródia Paráfrase

Como atividade final do projeto, os alunos redigirão, em grupo, uma paródia de “Chapeuzinho Vermelho”.

Para nPara nPara nPara nãããão esquecero esquecero esquecero esquecer

Paródia é um tipo de

relação intertextual em que um texto cita outro

geralmente com o objetivo de fazer-lhe uma

crítica ou inverter ou distorcer suas ideias.

Paráfrase é quando

uma obra é retomada, sem alteração de seu

sentido geral

Veja:Veja:Veja:Veja:

Como imitar, copiar e transformar parece fazer parte do

homem, muitas paráfrases e paródias foram criadas a partir do

conto “Chapeuzinho Vermelho”. Agora é a sua vez. Crie você

também a sua dando um final interessante a ela.

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE

Unidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade DidáticaUnidade Didática –––– Referências 28 Referências 28 Referências 28 Referências 28

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